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FLÁVIA MARIA NONATO PRETTI ASLANIAN
AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA E IMUNO-HISTOQUÍMICA
DO INFILTRADO CELULAR EM PELE PERILESIONAL
E NÃO-LESIONAL DO VITILIGO ATIVO
ANTES E APÓS PUVATERAPIA
TESE DE DOUTORADO
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Curso de Pós - Graduação - Área de Concentração Dermatologia
2007
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AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA E IMUNO-HISTOQUÍMICA
DO INFILTRADO CELULAR EM PELE PERILESIONAL
E NÃO-LESIONAL DO VITILIGO ATIVO
ANTES E APÓS PUVATERAPIA
FLÁVIA MARIA NONATO PRETTI ASLANIAN
Tese apresentada ao corpo docente da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Curso de Pós-Graduação em Medicina - Área de
Concentração - Dermatologia – como parte dos requisitos necessários à
obtenção do grau de Doutora em Medicina.
Aprovada por:
Prof.: Márcia Ramos-e-Silva-UFRJ
(Presidente da Banca)
Prof.: Maria Kátia Gomes-UFRJ
Prof.: José Marcos Telles da Cunha-UFRJ
Prof.: Paula Dadalti-UNIGRANRIO
Prof.: Rogério Farias-UFJF
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
2007
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3
Orientadores: Prof
o
. Absalom Lima Filgueira
Profª. Tullia Cuzzi
4
Aslanian, Flávia Maria Nonato Pretti
Avaliação Histológica e Imuno-histoquímica do
Infiltrado Celular em Pele Perilesional e Não-Lesional do
Vitiligo Ativo Antes e Após Puvaterapia/ Flávia Maria
Nonato Pretti Aslanian – Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade
de Medicina, 2007. 172p. il.
Orientadores: Absalom Filgueira; Tullia Cuzzi.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Faculdade de Medicina, 2007.
1. Vitiligo. 2.Auto-imunidade. 3.Linfócitos. 4.PUVA. 5.
Dermatologia – Teses. I. Filgueira, Absalom .. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de
Medicina. III. Título.
5
DEDICATÓRIA
Aos meus amores, fonte de vida e
inspiração: meu filho Rafael, meu marido
Victor e meus pais, José Luiz e Denise.
6
AGRADECIMENTOS
Ao Curso de Pós-graduação em Dermatologia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro-UFRJ, que viabilizou a realização desta tese;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pelo apoio financeiro à tese, concedendo bolsa de estudos;
Ao Coordenador do curso de Pós-graduação em Dermatologia e orientador
desta tese Prof. Absalom Lima Filgueira, Prof. Titular de Dermatologia da UFRJ, pelo
apoio incondicional em todos os momentos da tese, pela confiança depositada em
mim, pela assistência experiente e motivadora, meu reconhecimento e admiração
especiais;
À Prof.Tullia Cuzzi, orientadora desta tese, Prof. Adjunta de Dermatopatologia
da UFRJ, pela amizade e consideração, pela parceria e ajuda prática e experiente
em todas as análises, fundamentais na solução dos problemas, meu carinho e
admiração especiais;
Ao Prof.Rogério Farias, Vice-diretor e Prof. Adjunto do Departamento de
Morfologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, membro da banca
examinadora, pela imensa ajuda nas análises imuno-histoquímicas, pela amizade,
suporte e incentivo criativo durante toda a tese;
À Prof. Márcia Ramos-e-Silva, Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF)/UFRJ, membro da banca
examinadora, pelo apoio fundamental ao meu contato profissional nos Emirados
Árabes Unidos e por toda a consideração;
Aos membros da banca examinadora Prof. José Marcos Telles da Cunha, Prof.
Maria Kátia Gomes, e Prof.Paula Dadalti, pela disponibilidade e ajuda na pré-defesa,
momento crucial para o aperfeiçoamento do trabalho;
7
A toda a equipe do laboratório Anticorpos, em especial à Ivana, pelo carinho e
ajuda experiente e valiosa nos testes imuno-histoquímicos da tese;
À Rosângela Noé, Estatística da Comissão de Investigação Científica do
HUCFF/UFRJ, pela sua assistência importante nas análises estatísticas da tese;
Ao Prof.Ibrahim Galadari, Prof.Titular e Chefe do Serviço de Dermatologia da
Universidade dos Emirados Árabes Unidos, pela co-orientação da tese por quase 2
anos, pela oportunidade de aprendizado na sua clínica particular, e pela amizade;
Ao Prof. Pranab Das, Prof. aposentado do Departamento de Patologia da
Universidade de Amsterdã, e Coordenador do Grupo Internacional de Desordens
Pigmentares, pela colaboração preciosa e experiente nos artigos científicos da tese;
À amiga Daniela Antelo, pela amizade e ajuda preciosa na coleta de biopsias e
acompanhamento dos pacientes, fundamentais para o trabalho; agradeço também
às Dras. Alba Palermo e Sandra Durães, o carinho e a ajuda nas biopsias;
À auxiliar de enfermagem Rosângela, do Setor de Fotodermatologia do
HUCFF/UFRJ, pela amizade e carinho, pela dedicação no atendimento dos
pacientes e ajuda valiosa à tese;
À Gilsara, secretária da Pós-Graduação em Dermatologia do HUCFF/UFRJ,
pela ajuda e atenção, pela amizade singela;
Aos pacientes e voluntários, pelo desprendimento, confiança e participação
ímpar durante a pesquisa, ajudando a aprimorar o conhecimento científico e a
buscar benefícios para a saúde das pessoas.
8
A Deus, agradeço sobretudo, pela companhia na jornada, sem a qual não
haveria o amor, a luz e a persistência necessárias à realização do trabalho;
Ao meu marido Victor, agradeço pelo amor fiel e companheiro, pelo suporte
afetivo, intelectual e operacional, que me permitiram resolver as dificuldades que
surgiram e prosseguir firme para a realização dos meus objetivos de vida, da família
e do trabalho;
Ao meu filho Rafael, pelo sorriso alegre que ilumina tudo, pelo profundo amor
partilhado, pelo olhar puro, pela paciência de esperar tantos momentos de estudo;
Aos meus pais Denise e José Luiz, pelo seu amor e suporte incondicional em
todos os momentos, nas mudanças, nas incertezas, pela honra de ser sua filha;
Aos meus avós Petrônio e Dolores, padrinhos, eternos amigos, doces,
companheiros e motivadores;
Aos meus sogros Layra e Ruben, pela amizade e carinho constantes, pela
extrema consideração e atenção comigo;
Ao meu irmão Júnior e às cunhadas Elisa e Tatiana, pelo companheirismo e
afeto acolhedores, dando força às realizações;
Aos amigos queridos, pelas experiências partilhadas, pelo carinho e apoio;
À Prof. Rosalind Norden, do Instituto Berlitz, pela doce amizade, motivação e
importante suporte na adaptação aos Emirados Árabes, e pela revisão dos artigos
científicos da tese;
E a todos os que colaboraram de alguma forma para a concretização deste
trabalho.
9
“Vitiligo é pior do que diabetes. Eu não conheço nenhum médico que
concorde com essa avaliação… Mas eu sou um paciente que convive com
ambas as condições e eu não posso compará-las. Eu sei em algum
momento no futuro eu poderia morrer das complicações físicas do diabetes
tipo 1. Mas em minha experiência, a profunda dor psicológica do vitiligo é
uma força a cada dia mais destrutiva em minha vida..”
Michael Austin, 2004.
10
RESUMO
Evidências como a associação com condições auto-imunes, auto-anticorpos
circulantes, e presença de linfócitos T ativados melanócito-específicos nas lesões
sugerem que vitiligo seja uma doença auto-imune. Possivelmente uma agressão
imune T-mediada leva à despigmentação. Modificações do infiltrado celular cutâneo,
como aquelas causadas pela puvaterapia (PUVA), induzem repigmentação.
Objetivos: Caracterizar histológica e imunofenotipicamente o infiltrado celular na
pele perilesional (borda ativa) e não-lesional de pacientes com vitiligo ativo
generalizado (não-segmentar), identificando achados inflamatórios e pigmentares,
número de linfócitos e células de Langerhans, e sua expressão para o antígeno
cutâneo leucocitário (CLA), antes e após PUVA.
Metodologia: Ensaio clínico. Avaliação histológica e imuno-histoquímica do infiltrado
celular em borda ativa e pele não-lesional de 22 pacientes com vitiligo, antes e após
30 sessões de PUVA, comparando-os com pele normal de 10 controles saudáveis.
Resultados: Casos de doenças auto-imunes associadas foram observados nos
pacientes e nos seus parentes, principalmente o próprio vitiligo, diabetes mellitus e
tireoidite auto-imune. A histologia mostrou: infiltração linfocítica epidérmica em
alguns casos e redução da pigmentação melânica basal(PMB) em 100% das lesões;
diminuição da PMB na pele não-lesional em 50% dos casos. A imuno-histoquímica
evidenciou: número reduzido de células CD1a+ e aumento do número de linfócitos T
CD8+ na borda e na pele não-lesional dos pacientes. Infiltração linfocítica
intraepidérmica ocorreu apenas nas lesões. A PUVA reduziu o infiltrado de células
CD1a+, T CD4+, CD8+ e CD3+, e CLA+ em toda a pele dos pacientes; entretanto
houve persistência de células CLA+ nas lesões após tratamento.
Conclusões: Vitiligo se apresenta com alterações histológicas e imuno-
histoquímicas não só na pele perilesional, mas também na pele clinicamente
pigmentada dos pacientes. Há freqüente redução da PMB, aumento do número de
linfócitos T CD8+ e reduzido número de células CD1a+ na pele perilesional e
também na pele não-lesional. A principal diferença entre estes 2 sítios é a presença
de linfócitos T CD8+ intraepidérmicos apenas nas lesões. Isto dá suporte adicional à
hipótese de que células T CD8+ melanócito-específicas têm um papel relevante na
destruição de melanócitos, e reforça uma etiopatogenia auto-imune para o vitiligo. A
PUVA promove marcante diminuição do infiltrado celular em toda a pele,
correlacionada com repigmentação, entretanto, a presença significativa de células
CLA+ nas lesões após o tratamento denota persistência de atividade imunológica
após número pequeno (20-30) de sessões.
11
ABSTRACT
The evidence for vitiligo being an autoimmune disease is supported by its close
association with other autoimmune conditions, circulating auto-antibodies and
activated melanocyte-specific T lymphocytes in the lesions. Possibly a T-mediated
immune aggression causes depigmentation. Modifications in the cutaneous cellular
infiltrate, such as those caused by puvatherapy (PUVA), induce repigmentation.
Objectives: To characterize histologically and immunofenotipically the cellular
infiltrate in the perilesional(active border) and non-lesional skin of patients with active
generalized (non-segmental) vitiligo, identifying inflammatory and pigmentary
findings, the number of lymphocytes, Langerhans cells, and their expression for the
cutaneous lymphocyte-associated antigen (CLA), before and after PUVA.
Methodology: Clinical assay. Histological and immunohistochemical evaluation of
the cellular infiltrate in both, active border and non-lesional skin of 22 vitiligo patients,
before and after 30 PUVA-sessions, compared to 10 healthy controls.
Results: Cases of autoimmune diseases were observed in vitiligo patients and in
their relatives, mainly the proper vitiligo, diabetes mellitus and autoimmune thyroiditis.
The histology showed: intraepidermal lymphocytes in some cases; reduction of the
epidermal basal pigmentation in 100% of the lesions; reduced epidermal basal
pigmentation in 50% of the non-lesional skin. The immunohistochemistry revealed:
reduction of CD1a+ cells and increase of T CD8+ lymphocytes in both, perilesional
and non-lesional skin. Intraepidermal infiltration of lymphocytes occurred only in the
lesions. PUVA reduced the infiltrate of CD1a+, T CD4+, CD8+ and CD3+
lymphocytes and CLA+ cells in the total area of skin, however with persistent CLA+
cells in the lesions.
Conclusions: Vitiligo presents itself with histological and immunohistochemical
alterations not only in the perilesional skin, but also in the normally-pigmented skin of
the patients. A reduced epidermal basal pigmentation, increased number of T CD8+
lymphocytes and reduced number of CD1a+ cells are observed in both, perilesional
and non-lesional skin. The main difference between these 2 sites is the presence of
intraepidermal T CD8+ lymphocytes only in the lesions. It adds support that some
melanocyte-specific CD8+ T cells play a pivotal role in the destruction of melanocytes
and strengthen an autoimmune etiopathology for vitiligo. PUVA markedly diminishes
the cellular infiltrate in the total area of skin, correlated with repigmentation, however,
the significant presence of CLA+ cells in the lesions after the treatment denotes
persistent immunological activity after small number (20-30) of sessions.
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................22
2. OBJETIVOS.........................................................................................................25
2.1. GERAL:.....................................................................................................................25
2.2. ESPECÍFICOS:........................................................................................................25
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................26
3.1. VITILIGO...................................................................................................................26
3.1.1. Sua origem e épocas antigas................................................................26
3.1.2. Epidemiologia........................................................................................27
3.1.3. Fatores precipitantes.............................................................................28
3.1.4. Características Clínicas.........................................................................28
3.1.5. Achados Histopatológicos .....................................................................31
3.1.6. Teorias Etiopatogênicas........................................................................33
3.2. O SISTEMA IMUNE CUTÂNEO NORMAL E NO VITILIGO............................50
3.2.1. Células T na Pele Sadia........................................................................50
3.2.2. O Patrulhamento da Pele: Linfócitos T e expressão do CLA.................51
3.2.3. CLA e doenças cutâneas.......................................................................53
3.2.4. O Papel imune dos melanócitos............................................................54
3.3. PUVA NO VITILIGO................................................................................................57
3.3.1. Conceito ................................................................................................57
3.3.2. Histórico breve.......................................................................................57
3.3.3. Mecanismos de Ação ............................................................................57
3.3.4. PUVA e efeito sistêmico........................................................................62
3.3.5. Efeitos da radiação ultravioleta no sistema imune cutâneo...................63
3.3.6. Resposta ao tratamento com PUVA......................................................64
3.3.7. PUVA e risco potencial a longo prazo ...................................................64
3.4. OUTROS TRATAMENTOS...................................................................................66
3.4.1. PUVA Tópica.........................................................................................66
3.4.2. UVB-banda estreita (narrow band)........................................................66
3.4.3. Corticoterapia tópica..............................................................................66
3.4.4. Corticoterapia sistêmica ........................................................................67
3.4.5. Calcipotriol tópico isolado ou associado à PUVA..................................67
13
3.4.6. Novos Imunomoduladores.....................................................................68
3.4.7. Laser excimer 308-nm...........................................................................68
3.4.8. Despigmentantes...................................................................................69
3.4.9. Microenxertos........................................................................................69
3.4.10. Fenilalanina.........................................................................................69
3.4.11. Pseudocatalase ..................................................................................70
3.4.12. Vitamina B12 e ácido fólico oral..........................................................70
3.4.13. Melagenina .........................................................................................70
3.4.14. Coadjuvantes......................................................................................70
4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................72
4.1. DESENHO DO ESTUDO.......................................................................................72
4.2. PARTICIPANTES....................................................................................................72
4.2.1. Casuística..............................................................................................72
4.2.2. Critérios de Inclusão..............................................................................73
4.2.3. Critérios de Exclusão.............................................................................73
4.2.4. Critérios de Inclusão dos Controles.......................................................73
4.2.5. Critérios de Exclusão dos Controles......................................................74
4.3. METODOLOGIA......................................................................................................74
4.3.1. Entrevista e exame clínico.....................................................................74
4.3.2. Exame oftalmológico .............................................................................74
4.3.3. Documentação fotográfica.....................................................................75
4.3.4. Biopsias de pele e avaliação histológica ...............................................75
4.3.5. Avaliação imuno-histoquímica...............................................................76
4.3.6. Tratamento............................................................................................78
4.3.7. Metodologia estatística..........................................................................80
5. RESULTADOS.....................................................................................................81
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA.......................................81
5.2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO CONTROLE.......................................84
5.3. ANÁLISE HISTOLÓGICA COMPARATIVA DA PELE PERILESIONAL E
NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES (PRÉ-PUVA) COM A PELE DE
CONTROLES...........................................................................................................
84
5.4. ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DA PELE PERILESIONAL E NÃO-
LESIONAL DOS PACIENTES COM VITILIGO- ANTES DO TRATAMENTO88
5.5. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS DA
14
PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES VERSUS
CONTROLES (PRÉ-TRATAMENTO)..................................................................95
5.6. CARACTERIZAÇÃO DO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM PUVA.104
5.7. ILUSTRAÇÃO DE CASOS ..................................................................................106
5.8. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS DA
PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES, ANTES E
APÓS PUVA...........................................................................................................108
5.8.1 Ilustrações do efeito PUVA sobre o infiltrado cutâneo ...........................114
5.9. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS PÓS-
PUVA NA PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES COM
VITILIGO VERSUS CONTROLES NÃO-TRATADOS ....................................118
6. DISCUSSÃO......................................................................................................125
7. CONCLUSÕES..................................................................................................137
8. SUGESTÕES.....................................................................................................138
REFERÊNCIAS......................................................................................................139
ANEXO 1................................................................................................................154
ANEXO 2................................................................................................................156
ANEXO 3................................................................................................................159
ANEXO 4................................................................................................................160
ANEXO 5................................................................................................................161
ANEXO 6................................................................................................................162
ANEXO 7................................................................................................................171
15
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Efeitos dos psoralenos fotoativados no sistema imune cutâneo...................60
Tabela 2. Principais efeitos RUV-mediados nos constituintes do sistema imune
cutâneo............................................................................................................................63
Tabela 3.Descrição dos anticorpos primários utilizados na Imuno-histoquímica........77
Tabela 4. Dose UVA utilizada no Setor de Fotodermatologia-HUCFF, de acordo com
o fototipo do paciente....................................................................................................79
Tabela 5.Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na Pele PL e NL do
vitiligo.............................................................................................................................162
Tabela 6.Análise comparativa da contagem de células CD8+ na Pele PL e NL do
vitiligo.............................................................................................................................162
Tabela 7.Análise comparativa da contagem de células CD4+ na Pele PL e NL do
vitiligo.............................................................................................................................162
Tabela 8.Análise comparativa da contagem de células CD3+ na Pele PL e NL do
vitiligo.............................................................................................................................163
Tabela 9.Análise comparativa da contagem de células CLA+ na Pele PL e NL do
vitiligo.............................................................................................................................163
Tabela 10.Análise do CD1a segundo o grupo- Pele PL...............................................163
Tabela 11.Análise do CD1a segundo o grupo- Pele NL..............................................163
Tabela 12.Análise do CD8 segundo o grupo- Pele PL.................................................164
Tabela 13.Análise do CD8 segundo o grupo- Pele NL.................................................164
Tabela 14.Análise do CD4 segundo o grupo- Pele PL.................................................164
Tabela 15.Análise do CD4 segundo o grupo- Pele NL.................................................164
Tabela 16. Análise do CD3 segundo o grupo- Pele PL.................................................164
Tabela 17.Análise do CD3 segundo o grupo- Pele NL.................................................165
Tabela 18. Análise do CLA segundo o grupo- Pele PL.................................................165
Tabela 19. Análise do CLA segundo o grupo- Pele NL.................................................165
Tabela 20.Contagem de células CD1a+ na Pele PL pré e pós-PUVA .......................165
Tabela 21.Contagem de células CD1a+ na Pele NL pré e pós-PUVA.......................166
Tabela 22.Contagem de células CD8+ na Pele PL pré e pós-PUVA..........................166
Tabela 23.Contagem de células CD8+ na Pele NL pré e pós-PUVA .........................166
16
Tabela 24.Contagem de células CD4+ na Pele PL pré e pós-PUVA..........................166
Tabela 25.Contagem de células CD4+ na Pele NL pré e pós-PUVA .........................167
Tabela 26.Contagem de células CD3+ na Pele PL pré e pós-PUVA..........................167
Tabela 27.Contagem de células CD3+ na Pele NL pré e pós-PUVA .........................167
Tabela 28.Contagem de células CLA+ na Pele PL pré e pós-PUVA..........................167
Tabela 29.Contagem de células CLA+ na Pele NL pré e pós-PUVA..........................168
Tabela 30.Contagem de células CD1a+ na Pele PL vs controles...............................168
Tabela 31.Contagem de células CD1a+ na Pele NL vs controles...............................168
Tabela 32.Contagem de células CD8+ na Pele PL vs controles.................................168
Tabela 33.Contagem de células CD8+ na Pele NL vs controles.................................168
Tabela 34.Contagem de células CD4+ na Pele PL vs controles.................................169
Tabela 35.Contagem de células CD4+ na Pele NL vs controles.................................169
Tabela 36.Contagem de células CD3+ na Pele PL vs controles.................................169
Tabela 37.Contagem de células CD3+ na Pele NL vs controles.................................169
Tabela 38.Contagem de células CLA+ na Pele PL vs controles .................................169
Tabela 39.Contagem de células CLA+ na Pele NL vs controles.................................170
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1.Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele perilesional
e não-lesional dos pacientes com vitiligo...................................................................
88
Gráfico 2.Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele perilesional e
não-lesional dos pacientes com vitiligo......................................................................89
Gráfico 3.Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele perilesional e
não-lesional dos pacientes com vitiligo......................................................................89
Gráfico 4.Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele perilesional e
não-lesional dos pacientes com vitiligo......................................................................90
Gráfico 5. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele perilesional e
não-lesional dos pacientes com vitiligo......................................................................90
Gráfico 6. Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele perilesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................96
Gráfico 7. Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................96
Gráfico 8. Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele perilesional
17
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................97
Gráfico 9. Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................97
Gráfico 10. Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele perilesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................98
Gráfico 11. Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................98
Gráfico 12. Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele perilesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................99
Gráfico 13. Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles..................................................99
Gráfico 14. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele perilesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles................................................100
Gráfico 15. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo versus pele de controles................................................100
Gráfico 16. Distribuição das lesões dos pacientes e casos de repigmentação com a
terapia PUVA em cada diferente localização..........................................................105
Gráfico 17. Contagem de células CD1a+ na pele perilesional de pacientes com
vitiligo antes e após PUVA.........................................................................................109
Gráfico 18. Contagem de células CD1a+ na pele não-lesional de pacientes com
vitiligo antes e após PUVA.........................................................................................109
Gráfico 19. Contagem de células CD8+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo
antes e após PUVA.....................................................................................................
110
Gráfico 20. Contagem de células CD8+ na pele não-lesional de pacientes com
vitiligo antes e após PUVA.........................................................................................
110
Gráfico 21. Contagem de células CD4+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo
antes e após PUVA.....................................................................................................111
Gráfico 22. Contagem de células CD4+ na pele não-lesional de pacientes com
vitiligo antes e após PUVA.........................................................................................111
Gráfico 23. Contagem de células CD3+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo
antes e após PUVA.....................................................................................................
112
Gráfico 24. Contagem de células CD3+ na pele não-lesional de pacientes com
vitiligo antes e após PUVA.........................................................................................
112
Gráfico 25. Contagem de células CLA+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo
18
antes e após PUVA.....................................................................................................113
Gráfico 26. Contagem de células CLA+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo
antes e após PUVA.....................................................................................................113
Gráfico 27. Contagem pós-PUVA do número de células CD1a+ na pele perilesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................119
Gráfico 28. Contagem pós-PUVA do número de células CD1a+ na pele não-lesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................119
Gráfico 29. Contagem pós-PUVA do número de células CD8+ na pele perilesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................120
Gráfico 30. Contagem pós-PUVA do número de células CD8+ na pele não-lesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................120
Gráfico 31. Contagem pós-PUVA do número de células CD4+ na pele perilesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................121
Gráfico 32. Contagem pós-PUVA do número de células CD4+ na pele não-lesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................121
Gráfico 33. Contagem pós-PUVA do número de células CD3+ na pele perilesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................122
Gráfico 34. Contagem pós-PUVA do número de células CD3+ na pele não-lesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................122
Gráfico 35. Contagem pós-PUVA do número de células CLA+ na pele perilesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................123
Gráfico 36. Contagem pós-PUVA do número de células CLA+ na pele não-lesional
dos pacientes com vitiligo versus pele de controles não-tratados.......................
123
19
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Representação esquemática do melanócito na camada basal da epiderme.
..........................................................................................................................................56
Figura 2. Adutos monofuncionais ou bi-funcionais (crosslinks) entre o psoraleno e a
base pirimidínica de DNA.............................................................................................58
Figura 3. Distribuição dos pacientes com vitiligo quanto à faixa etária de
aparecimento da doença.............................................................................................81
Figura 4. Distribuição dos pacientes quanto ao tempo de evolução da doença.........81
Figura 5. Biopsias de pele PL (A-B) e NL (C-F) no vitiligo ativo....................................87
Figura 6. Células CD1a+ positivas bem marcadas na epiderme perilesional de
pacientes com vitiligo ativo...........................................................................................91
Figura 7. Pele perilesional com células CLA+ na epiderme e na derme superior
constituindo um infiltrado inflamatório exuberante (100x e 400X).........................92
Figura 8. Pele perilesional(A) e não-lesional (B) do mesmo paciente, mostrando
infiltrado de células CLA+ na epiderme e derme superior (100X).........................93
Figura 9. Pele perilesional (A) e não-lesional (B) com células CLA+ (400X).............94
Figura 10. Presença de células T CD8+ intraepiteliais na borda “ativa” de lesão de
vitiligo.............................................................................................................................102
Figura 11. Pele perilesional com células CLA+ intraepiteliais na topografia de
melanócitos na camada basal da epiderme............................................................103
Figura 12. Padrão de repigmentação folicular em resposta à PUVA..........................106
Figura 13. Padrão de repigmentação folicular na face em resposta à PUVA. ..........106
Figura 14. Pré e pós-PUVA com bom resultado.............................................................107
Figura 15. Pré e pós-PUVA com resultado satisfatório.................................................107
Figura 16. Células CD1a+ na pele perilesional pré(A) e pós-PUVA(B)......................115
Figura 17. Pele perilesional antes (A) e após (B) fototerapia, com redução importante
do infiltrado inflamatório em geral e do número de células CLA+ (100X)..........116
Figura 18. Pele não-lesional antes (A) e após (B) fototerapia, com redução
importante do infiltrado inflamatório em geral e do número de células CLA+
(100X)............................................................................................................................117
20
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Características clínico-laboratoriais dos 22 pacientes com vitiligo
acompanhados no HUCFF/UFRJ...............................................................................83
Quadro 2. Características dos indivíduos do grupo controle..........................................84
Quadro 3. Caracterização da resposta dos pacientes à PUVA...................................104
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
8-MOP
8-metoxipsoraleno
Acs
anticorpos
Ag
antígeno
Alfa-MSH
hormônio estimulador de melanócitos
AntiTPO
anticorpos antitireoperoxidase
APCs
células apresentadoras de antígeno
APO-1
receptor apoptótico celular
BA
borda ativa (de lesão)
Ca
cálcio
CAT
catalase
CD
grupo de diferenciação (clusters of differentiation)
CL
células de Langerhans
CLA
antígeno cutâneo linfocitário
CMV
citomegalovírus
DHA
dihidroxiacetona
DM
diabetes mellitus
DPVS
dermatite perivascular superficial leve
E-selectina
selectina endotelial
ET-1
endotelina-1
FasL
ligante de Fas
FM
coloração pelo Fontana-Masson
FucTVII
alfa-1,3- fucosiltransferase VII
GM-CSF
fator estimulador de colônia de granulócitos e monócitos
H2O2
peróxido de hidrogênio
HE
coloração pela hematoxilina-eosina
HIV
vírus da imunodeficiência humana
HLA
antígeno leucocitário humano
ICAM-1
molécula de adesão intercelular 1
IL
interleucina
IP
incontinência pigmentar
21
LFA-1
alfa-1-beta 2 integrina ou antígeno associado à função linfocitária-1
MAO-A
monoamino-oxidase A
MHC
complexo principal de histocompatibilidade
NFAT
fator nuclear de células T ativadas ou nuclear factor of activated T
cells
PCR
reação em cadeia de polimerase
Pele PL
pele perilesional
Pele NL
pele não-lesional
PMB
pigmentação melânica basal
PSGL-1
glicoproteína ligante de p-selectina
PUVA
puvaterapia
RR
risco relativo
RUVA
radiação ultravioleta A
SIDA
síndrome da imunodeficiência adquirida
TMP
Trimetilpsoraleno
TNF
fator de necrose tumoral
TRP-1
proteína relacionada a tirosinase-1
TRP-2
proteína relacionada a tirosinase-2
TUNEL
terminal deoxynucleotide transferase-mediated dUTP-biotin nick-end
labeling
UV
Ultravioleta
UVA
ultravioleta A
UVB
ultravioleta B
VAMA
antígenos dos melanócitos associados ao vitiligo
VCAM-1
molécula de adesão célulo-vascular-1
VLA-4
alfa 4-beta 1 integrina ou antígeno de expressão muito tardia (very
late-activation antigen)
22
1. INTRODUÇÃO
Vitiligo se caracteriza pelo desenvolvimento de máculas brancas, como
resultado da perda de melanócitos. Seu curso natural é imprevisível, mas a
despigmentação freqüentemente progride em áreas expostas da pele,
principalmente na face, alterando a aparência do indivíduo consideravelmente
(NJOO & WESTERHOF, 2001).
A doença é geralmente abordada como um problema estético, mas na
verdade tem repercussões na qualidade de vida dos pacientes, que em muitos
casos melhora paralelamente com o grau de repigmentação obtida com o tratamento
(NJOO e cols., 2000). Além disto, embora existam várias hipóteses para a sua
etiologia, como a neural, a auto-citotóxica e a imunológica (KOVACS, 1998),
crescentes evidências sugerem que vitiligo seja mesmo uma doença auto-imune.
Sua associação com condições auto-imunes (ALKHATEEB e cols., 2003; LABERGE
e cols., 2005), auto-anticorpos antimelanócitos e outros, órgão-específicos
(FARROKHI e cols., 2005), e a presença de linfócitos T ativados melanócito-
específicos nas lesões reforçam esta hipótese. Adicionalmente, fenômenos
imunogenéticos parecem se correlacionar com a duração do vitilligo (ONGENAE e
cols., 2003). Ou seja, quanto maior seu tempo de evolução, maior a probabilidade
dos pacientes desenvolverem subseqüentemente outra doença auto-imune clínica
ou subclínica associada. Isto justifica o seguimento e a investigação das principais
condições que se associam ao vitiligo nestes pacientes (BETTERLE e cols., 1985
apud ONGENAE e cols., 2003).
Estudos mostram a participação da imunidade celular no vitiligo tanto
localmente na pele afetada, quanto no sangue periférico (ONGENAE e cols., 2003).
Infiltrados de linfócitos T CD8-CLA+ intra-epidérmicos têm sido observados em
áreas despigmentadas e perilesionais, particularmente em regiões justapostas a
melanócitos, através de métodos imuno-histoquímicos (AL BADRI e cols., 1993; LE
POOLE e cols., 1996; VAN DEN WINJGAARD e cols., 2000a; WANKOWICZ-
KALINSKA e cols., 2003). Esta análise do infiltrado inflamatório que “acompanha” a
despigmentação tem sugerido uma reação imune mediada por células T (ONGENAE
e cols., 2003), e uma possível destruição dos melanócitos pelos linfócitos T
citotóxicos (LE POOLE e cols., 2004). Linfócitos T citotóxicos circulantes, específicos
23
para melanócitos, também já foram detectados em altas freqüências em pacientes
com a doença (OGG e cols., 1998). Adicionalmente, a hipopigmentação da pele em
alguns pacientes com melanoma indica um ataque local específico de células T
contra melanócitos na etiopatogenia do vitiligo comum (BECKER e cols., 2002; LEE
& MODLIN, 2005). A presença de células T expressando o antígeno cutâneo
linfocitário (CLA) nas lesões em atividade sugere um recrutamento destas células da
circulação periférica para a pele afetada, e sua participação na resposta imune (AL
BADRl e cols., 1993; LE POOLE e cols., 1996; HANN e cols., 1992). Provavelmente
o sistema imune está envolvido, não via anticorpos citotóxicos, mas por apoptose
induzida pela liberação de citocinas como a interleucina-1 e o TNF-alfa, por linfócitos
T ativados (HUANG e cols., 2002).
Alguns autores observaram alterações histológicas também na pele
clinicamente sã de pacientes com vitiligo, tais como vacuolização da camada basal,
infiltrado mononuclear, degeneração de melanócitos, melanófagos dérmicos,
queratinócitos vacuolizados e material granular extracelular, através de microscopia
óptica e eletrônica (MOELLMANN e cols., 1982; BHAWAN & BHUTANI, 1983; HANN
e cols., 1992; MOSHER e cols., 1999a). Curiosamente, um estudo recente
(WANKOWICZ-KALINSKA e cols., 2003) mostrou uma infiltração intraepidérmica de
células T paralela à perda localizada de melanócitos (“microdespigmentação”), na
pele não-lesional no vitiligo. A existência de uma reação auto-imune na pele
normalmente pigmentada dos pacientes teria implicações importantes, como por
exemplo, insucesso no tratamento cirúrgico com enxertos autólogos de pele
“aparentemente normal”, além da possibilidade de lesões novas nos sítios “não-
lesionais”. Os achados descritos não foram posteriormente confirmados.
A puvaterapia (PUVA), que é possivelmente um dos tratamentos mais
tradicionais do vitiligo (BETHEA e cols., 1999) parece ter como efeito básico a
modulação do sistema imune da pele, em doenças mediadas por células T. Ela é
implicada, por exemplo, como responsável pela morte de linfócitos e efeitos anti-
inflamatórios no linfoma T cutâneo (MATSUMURA & ANANTHAWAMY, 2004; DE
RIE & BOS, 2005). Entretanto, sua atividade imunossupressora no microambiente
cutâneo no vitiligo, especialmente na fase de repigmentação, ainda não foi
amplamente estudada. Não encontramos na literatura estudos mostrando sua ação
sobre linfócitos T-CLA+ no vitiligo em atividade, como já visto na psoríase em
estudos com radiação ultravioleta B (SIGMUNDSDOTTIR e cols., 2003).
24
Novos estudos sobre a reação imune local no vitiligo poderiam esclarecer
questões importantes, como: Qual o grau de comprometimento imunológico da pele
na doença? A “universalidade” da pele está comprometida? O que difere os sítios
lesionais e não-lesionais dos pontos de vista histológico e do “sistema imune
cutâneo”? Que efeito PUVA sobre o microambiente cutâneo resulta em
repigmentação? Existe um “controle” da doença com o tratamento? As respostas a
estes questionamentos talvez permitam avançar no conhecimento da
etiopatogênese do vitiligo e do papel funcional das células T neste processo.
25
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL:
Caracterizar imunofenotipicamente o infiltrado celular na pele
perilesional (borda ativa) e não-lesional de pacientes com vitiligo não-
segmentar, progressivo, comparando os achados nestes 2 segmentos
do tegumento entre si, antes e após 20-30 sessões de fototerapia
(PUVA), e com controles saudáveis.
2.2. ESPECÍFICOS:
Avaliar histologicamente achados inflamatórios e concernentes à
pigmentação melânica basal na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes, comparando estes 2 segmentos do tegumento entre si, e
com controles.
Avaliar o infiltrado celular cutâneo por imuno-histoquímica, identificando
os grupos de linfócitos T, as células de Langerhans (CL) e a expressão
do antígeno cutâneo leucocitário (CLA) na pele dos pacientes, tanto em
área lesional quanto não-lesional, comparando estes 2 segmentos do
tegumento entre si, e com controles.
Avaliar os efeitos da PUVA sobre o infiltrado celular cutâneo,
especialmente grupos de linfócitos T, CL e a expressão do CLA, na
pele perilesional e não-lesional dos pacientes, comparando os achados
imuno-histoquímicos pré e pós-tratamento, e com controles saudáveis.
26
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. VITILIGO
3.1.1. Sua origem e épocas antigas
“Vitiligo” é uma palavra derivada do termo em latim “vitium”, que significa
defeito ou mancha e o sufixo “igo” (MOSHER e cols., 1999a); ou da palavra em
latim “vitelius”, significando “placas brancas de um bezerro” (FITZPATRICK, 1964).
Classicamente é citado em escritos seculares, como a Bíblia Sagrada e o
Alcorão (MOSHER e cols., 1999a). Na Bíblia (1993), há referências a manchas
brancas na pele como sendo “chagas de lepra”, porém em algumas citações a
leucodermia parece se tratar de vitiligo, como: “se a chaga se estendeu por toda a
pele do doente...e o sacerdote que o examinar verificar que a lepra cobre toda a
pele...Como se tornou completamente branco é puro”; ou: “se o cabelo na mancha
branca se tornou branco…” . Outras partes parecem mesmo se referir à hanseníase,
como: “no dia em que se perceber nele a carne viva....a carne viva é impura, é a
lepra”. As características das doenças parecem se misturar em algumas citações.
Estudos da Bíblia original em grego e hebreu mostraram que algumas doenças
despigmentantes agrupadas sob o termo “Zora'at”, traduzido como “lepra”,
correspondem a vitiligo, e a maioria das outras não é lepra (GOLDMAN e cols.,
1966). Uma citação bíblica do livro dos Reis (BÍBLIA, 1993) parece ser uma das
primeiras referências históricas à uma base genética do vitiligo: “a lepra de Naamã
se pegará a ti e à toda a tua descendência para sempre. E Giezi saiu da presença
de Eliseu coberto de um lepra branca como a neve”....(NAIR, 1978).
No livro indiano Atharvaveda (1500 A.C.) são usados os termos “kilas” (“kil”
significa branco, e “as”, jogar fora), e “palita” (“pal” significa cinzento, envelhecido)
referindo-se a manchas brancas na pele. No Manusmriti (200 A.C.), o código de
comportamento de leis da Índia, diz-se que as vítimas do “suitra” (branqueamento
difuso) não eram respeitadas na sociedade. Como o estigma social fazia os
pacientes esconderem suas lesões brancas em vilas na Índia, a doença foi e é
chamada frequentemente de “doença secreta” (KOVACS, 1998).
No livro sagrado muçulmano, o Alcorão (Koran), as palavras “baras” e “bohak”
referem-se à doença com manchas brancas, e envolvem forte discriminação dos
27
afetados, podendo levar à sua exclusão da vida social e até da própria família.
Portanto, o estigma associado com o vitiligo data de épocas muito antigas,
em que era mais confundido com hanseníase e outras desordens despigmentantes,
e é ainda muito intenso em algumas culturas, como no mundo islâmico (observação
pessoal).
3.1.2. Epidemiologia
Incidência
Vitiligo é uma doença cutânea relativamente comum que ocorre em
aproximadamente 0.1-2% da população mundial (ALKHATEEB e cols., 2003),
embora sua incidência varie de 0.14 a 8.8% em diferentes populações (MOSHER e
cols., 1999a).
Idade
Pode se desenvolver em qualquer idade, mas aproximadamente 50% dos
afetados manifestam a doença antes dos 20 anos, e sua incidência tende a diminuir
com o aumento da idade (LERNER, 1959; KOVACS, 1998). Seu início já foi
detectado desde o nascimento até 97 anos de idade (KORANNE & SACHDEVA,
1988), porém o vitiligo congênito é muito raro (MOSHER e cols., 1999a).
Num estudo sobre o início tardio do vitiligo foi encontrada uma incidência
relativa de vitiligo igual a 2.4% num grupo de 2672 pacientes que frequentavam o
ambulatório de Dermatologia por um período de 10 anos. Dentre os afetados, 6,8%
tinham mais que 50 anos de idade, sendo que a maioria destes (74%) teve início da
doença entre 50-60 anos, e uma minoria (5%) acima de 70 anos. Assim, embora o
pico da incidência esteja entre 10 e 30 anos, a doença é vista também no idoso,
tendendo a ser mais estável, com nenhuma progressão por quase 2 anos de
seguimento, na maioria dos pacientes (DOGRA e cols., 2005).
Incidência racial
Todas as raças são afetadas. Entretanto, o vitiligo parece ser observado mais
em áreas fotoexpostas e em fototipos de pele mais escuros (MOSHER e cols.,
1999a). Um estudo coreano sugere que pessoas racialmente mais pigmentadas têm
28
uma probabilidade mais elevada de desenvolver vitiligo e maior incidência do que
pessoas com pele clara. A doença tem um impacto social maior nos indivíduos com
tons de pele mais escuros (AHN e cols., 2000), porque neles a despigmentação é
mais aparente (LE POOLE e cols., 2004).
Incidência segundo o sexo
Ambos os sexos são afetados igualmente (MOSHER e cols., 1999a; LIU e
cols., 2005), embora alguns estudos demonstrem prevalência feminina. Isto pode
ser atribuído a uma probabilidade maior das mulheres procurarem atenção médica
para o problema e sua preocupação com a estética (HOWITZ e cols., 1977;
KOVACS, 1998; MOSHER e cols., 1999a).
3.1.3. Fatores precipitantes
Muitos pacientes atribuem o início da sua doença a eventos específicos nas
suas vidas, tais como: estresse emocional intenso, queimadura solar, doença
debilitante, procedimentos cirúrgicos, gravidez, parto e trauma físico. Um estudo
antigo sobre vitiligo no Brasil mostrou que especialmente em áreas localizadas do
corpo, “traumatismo” parece ter um papel preponderante. O autor observou casos
nos quais o processo acrômico ocorria exclusivamente nos joelhos, cotovelos, dorso
de ambos os pés, e margens ulnares das mãos, locais onde o traumatismo é muito
freqüente (COSTA, 1947).
Recentemente, Mason e Gawkrodger (2005) relataram que 22% dos seus
pacientes com vitiligo identificaram espontaneamente fatores que tinham
desencadeado a doença, tais como: gravidez, fricção, queimadura solar, erupção
por droga, dermatite por irritantes, arranhões e coçaduras na pele, e cirurgia. No
entanto, com exceção do fenômeno de Koebner, não há provas consistentes de que
estes fatores sejam causais ou precipitantes de vitiligo (KORANNE & SACHDEVA,
1988; ORTONNE, 2003).
3.1.4. Características Clínicas
Vitiligo é uma desordem cutânea que pode ser congênita ou adquirida, e se
caracteriza por máculas branco-leitosas, acrômicas ou hipocrômicas, bem
circunscritas, geralmente sem nenhuma alteração na textura da pele (LE POOLE e
29
cols., 1993a; MOSHER e cols., 1999a; VÁZQUEZ-MARTINÉZ e cols., 2006).
Microscopicamente as lesões são desprovidas de melanócitos identificáveis.
Os sítios iniciais de aparecimento da doença geralmente são a pele em torno
dos orifícios do corpo (face: em torno dos olhos, do nariz, da boca, das orelhas),
sobre proeminências ósseas (dorso das mãos e dos pés), áreas fotoexpostas, locais
de trauma repetido, tais como cotovelos, joelhos e tornozelos, áreas de dobras
(axilas e regiões inguinais), ou áreas pigmentadas do corpo (KORANNE &
SACHDEVA, 1988). O envolvimento de mucosas não é infreqüente; a região genital,
mamilos, lábios e gengiva podem ser envolvidos. A afecção na região periungueal
pode ocorrer isoladamente ou associada a lesões em superfícies mucosas (lábios,
pênis distal, mamilos), quando é chamada vitiligo de lábios e pontas/extremidades
(”lip-tip vitiligo”) (MOSHER e cols., 1999a). Raramente o prurido pode ocorrer,
mesmo quando não há nenhuma queimadura solar associada (BLEEHEN &
EBLING, 1998). Cabelo acinzentado pode freqüentemente ser observado sobre as
máculas de vitiligo, o que se denomina “leucotríquia” (MOSHER e cols., 1999a).
Pode haver apenas uma ou centenas de máculas, que podem ser pequenas
ou grandes no tamanho, e em formas diferentes. Geralmente, o vitiligo progride com
o tempo, e então as máculas se ampliam e coalescem. Numa grande coorte de
pacientes (n=4118) na China, Liu e colaboradores (2005) observaram que cerca de
¾ de seus pacientes apresentaram vitiligo focal inicialmente; entretanto, mais da
metade destes casos pioraram e evoluíram para outros tipos clínicos. Quando o
vitiligo se torna extenso de modo que pouco pigmento normal permaneça na pele, as
ilhotas remanescentes de pigmentação normal têm bordas côncavas, como se o
processo fosse ainda evoluir por inteiro. No vitiligo em fase de repigmentação ativa,
as margens perdem seu caráter “impressionista” e transformam-se em formas
“surrealistas” e novamente convexas, representando focos de melanócitos migrando
para dentro da pele afetada pelo vitiligo (MOSHER e cols., 1999a).
De acordo com o padrão característico de distribuição das lesões, o vitiligo é
categorizado nos seguintes grupos (KOVACS, 1998):
1) Vitiligo Generalizado
(não-segmentar) : é a apresentação mais comum da doença,
caracterizada por despigmentação simétrica, bilateral. Os pacientes afetados têm
poucas a muitas máculas espalhadas pelo corpo, envolvendo a face, principalmente
nas áreas periorificiais, pescoço, tronco, superfícies extensoras ou proeminências
30
ósseas das mãos, punhos e pés, orifícios ou superfícies mucosas. Seu típico curso
é lento, progredindo ao longo de anos. Ocasionalmente pode levar à total
despigmentação. Outras vezes remissão espontânea e repigmentação são
observadas.
2) Vitiligo Focal – máculas despigmentadas numa área localizada, que não seguem
a distribuição de um dermátomo, e são limitadas em tamanho e número. Cerca de
20% das crianças com vitiligo têm este padrão (MOSHER e cols., 1999a);
3) Vitiligo Acrofacial- despigmentação da região distal dos dedos e de áreas
periorificiais, sendo a última num padrão circunferencial (KOVACS, 1998).
Alguns autores incluem as formas focal, acrofacial e acral como entidades
separadas, mas sua história natural e resposta ao tratamento são a mesma, tanto
como entidades isoladas, como quando são parte do vitiligo generalizado. Portanto,
podem ser consideradas como subtipos do vitiligo generalizado (MORELLI, 2000).
4) Vitiligo Segmentar- caracterizado por máculas unilaterais que ocorrem restritas a
um dermátomo, um segmento do tegumento, num padrão assimétrico. Não progride
para vitiligo generalizado (GAUTHIER e cols., 2003a), mas tende a se espalhar mais
rapidamente dentro do segmento (MORELLI, 2000) e ser resistente ao tratamento.
Apresenta início mais precoce (LIU e cols., 2005), curso estável, menos associação
com doenças auto-imunes, e não é familial. Fenômeno de Koebner não ocorre. A
área trigeminal é o sítio mais envolvido. É bem mais comum em crianças (20%) do
que em adultos(5%) (MOSHER e cols., 1999a; HALDER e cols., 1987).
5) Vitiligo Universal
- É um vitiligo difuso no qual há poucas áreas remanescentes de
pigmentação normal da pele. As áreas fotoexpostas são o local inicialmente
afetado na maioria dos pacientes. Tem sido associado com a síndrome de
endocrinopatia múltipla (MOSHER e cols., 1999a).
Além dos grupos acima descritos, há um tipo especial de vitiligo denominado
vitiligo tricrômico
, por Fitzpatrick em 1964. Foi chamado anteriormente de “vitiligo
gradata” (PINKUS, 1959). A lesão característica tem um centro acrômico, uma zona
intermediária de hipocromia, e a pele não-afetada periférica. Resulta em máculas
com 3 tons de cor: marrom, “bronzeado” (marrom mais claro) e branco, no mesmo
paciente, e podem evoluir a uma mácula de vitiligo típico. Geralmente, o pêlo nas
lesões permanece com cor normal, mas nas lesões mais antigas pode ser
31
despigmentado. As bordas das máculas podem tornar-se hiperpigmentadas. O
fenômeno de Koebner pode ocorrer. Permanece por ser definido se a forma
tricrômica é um fenômeno temporário de vitiligo ativo progressivo ou uma
hipomelanose que mostra um padrão incomum de progressão (HANN e cols., 2000).
Um outro tipo diferente de vitiligo, chamado vitiligo inflamatório é mais raro e
caracterizado por uma borda eritematosa elevada (“angry-red border”), que pode
estar presente já no início da doença ou surgir depois, em torno das clássicas
máculas despigmentadas do vitiligo (VERMA, 2005). Pode se associar com
dermatite atópica (SUGITA e cols., 2006) e ter características histopatológicas
incomuns (nas bordas elevadas) como mudanças psoriasiformes, ampliando a
confusão sobre a participação dos fenômenos inflamatórios no vitiligo (VERMA,
2005).
3.1.5. Achados Histopatológicos
De acordo com Ackerman e colaboradores (2000), vitiligo é
fundamentalmente um processo inflamatório que se inicia com um infiltrado
perivascular superficial leve de linfócitos, e com presença de linfócitos também na
epiderme, acompanhada de leve espongiose. No começo, a junção dermo-
epidérmica está preenchida pelos melanócitos, mas com o tempo eles desaparecem
completamente nos locais afetados. Quando eles desaparecem, nenhuma melanina
é produzida e a pigmentação melânica basal da epiderme estará ausente nas lesões
pela coloração com Fontana-Masson (FM).
Um estudo de microscopia eletrônica revelou diferenças importantes entre as
lesões precoces e lesões tardias de vitiligo (GALADARI e cols., 1993). Graus
variáveis de degeneração de melanócitos juncionais e queratinócitos na borda das
máculas recentes (< 1 ano de evolução) foram observadas. Agentes citotóxicos
contra melanossomos levariam a achados degenerativos em todas as células que
contém essas estruturas (melanócitos ou queratinócitos). Já nas lesões de vitiligo
com duração de 1 a 5 anos houve uma ausência completa de melanócitos e de
pigmentação epidérmica. A conclusão do estudo foi que nas lesões antigas a
repigmentação pode ocorrer somente através dos reservatórios de melanócitos nos
folículos pilosos, por causa da ausência completa de melanócitos nestes casos.
Entretanto, em lesões recentes, a repigmentação pode também ocorrer pela
32
reativação de melanócitos remanescentes na área. Isto justifica o tratamento do
vitiligo em seus estágios precoces do desenvolvimento.
Resultados similares foram demonstrados por um método imuno-histoquímico
altamente específico para a detecção dos melanócitos (anticorpo NKI-beteb): na
pele afetada, houve ausência de melanócitos ou sua presença ocasional e com
sinais de degeneração; já na pele não-lesional do vitiligo, foram encontrados em
grande número, sem diferença aparente em relação à pele de controles normais (LE
POOLE e cols., 1993a). Outros autores identificaram mudanças histológicas apenas
na pele afetada, tais como: alterações inflamatórias em lesões recentes e mudanças
degenerativas em máculas de longa duração, além de alterações degenerativas nos
nervos e glândulas sudoríparas (GOKHALE & MEHTA, 1983).
Contrariamente, Hann e colaboradores (1992) observaram os seguintes
achados importantes na pele não-lesional de pacientes com vitiligo ativo: mudanças
degenerativas nos melanócitos, alteração vacuolar da camada basal, infiltração
epidérmica e dérmica de linfócitos, e melanófagos na derme superior.
Posteriormente foi descrito que a pele clinicamente sã dos pacientes, em biopsias
realizadas até 15 cm das lesões de vitiligo, apresenta: queratinócitos vacuolados,
material granular extracelular e vacuolização da camada basal da epiderme. Estes
achados sugerem que a pele não-lesional, adjacente ou não à pele vitiligóide,
mostra alterações histopatológicas características, indicando que a imunidade
celular pode estar envolvida na patogênese do vitiligo (MOSHER e cols., 1999a).
De acordo com vários autores, uma infiltração linfocitária epidérmica e/ou
dérmica está presente nas máculas progressivas de vitiligo (NORDLUND &
LERNER, 1982; AL BADRI e cols., 1993; AHN e cols., 1994; LE POOLE e cols.,
1996; VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a) e no vitiligo inflamatório (HANN e
cols., 2000). Recentemente, foi demonstrado que o infiltrado mononuclear
epidérmico ocorre em 80% das lesões e áreas marginais de vitiligo, cujo tempo de
evolução variou entre 3-12 semanas, sugerindo a infiltração linfocítica epidérmica
como o evento imunológico primário no vitiligo (SHARQUIE e cols., 2004).
Vale frisar que os achados no vitiligo não-segmentar são distintos daqueles
do vitiligo segmentar, que tem características peculiares. E os achados inflamatórios
no vitiligo em atividade divergem daqueles no vitiligo estável. Portanto, atentar para
o grupo/forma clínica que se apresenta é a primeira abordagem para uma avaliação
acurada das lesões. Como o estudo do infiltrado cutâneo e da imunidade celular no
33
vitiligo estão incluídos nos objetivos deste trabalho, serão melhor discutidos a seguir.
3.1.6. Teorias Etiopatogênicas
A etiopatogenia do vitiligo permanece incerta, mas há várias teorias para
explicá-la, tais como: teoria auto-imune, genética, autocitotóxica, neural, além da
teoria infecciosa, do estresse oxidativo, da melanocitorragia, quebra da tolerância, e
“teoria convergente”, dentre outras.
Há fortes evidências para uma causa auto-imune para o vitiligo, embora a
doença seja heterogênea, e partes das teorias pareçam estar corretas em
determinados subgrupos de pacientes (NORRIS e cols., 1994 apud Morelli, 2000).
Teoria Auto-imune
Esta teoria é baseada na associação freqüente que existe entre vitiligo e
fenômenos auto-imunes (CASTANET & ORTONNE, 1997; ORTONNE, 2003). Há
fatores principais que reforçam essa teoria, e serão melhor explicados a seguir:
1) a detecção de anticorpos (Acs) circulantes antimelanócitos (chamados
genericamente “anticorpos do vitiligo”) em pacientes com vitiligo;
2) a associação de vitiligo com outras doenças auto-imunes;
3) a detecção de Acs órgão-específicos em pacientes com vitiligo e seus
parentes de primeiro grau;
4) a presença de infiltrado linfocitário na borda de lesões de vitiligo;
5) a associação entre melanoma e surgimento de lesões vitiligo-símile;
6) boa resposta clínica a tratamentos “imunossupressores”, como a PUVA,
corticoterapia, e novos imunomoduladores, como o tacrolimus;
7) a associação da doença com alguns marcadores HLA.
Vitiligo e auto-anticorpos
Alguns autores estudaram o envolvimento do componente humoral no
vitiligo, devido à sua associação com doenças auto-imunes e detecção de auto-
anticorpos, tanto nos pacientes como nos seus parentes próximos (CUNLIFFE e
cols., 1968). Naughton e colaboradores (1986) encontraram correlação entre a
extensão da despigmentação e a presença/nível de Acs antimelanócitos (método de
imunoprecipitação), sendo este significativamente mais alto nos grupos com doença
34
mais extensa (n=32). Curiosamente, o único paciente no grupo com despigmentação
extensa que não apresentou Acs do vitiligo foi um paciente que apresentava
repigmentação espontânea.
Uma correlação entre a incidência e nível de Acs antimelanócitos e a
atividade de doença no vitiligo (ensaio imunoenzimático- ELISA) também foi
descrita. Acs IgG anticélulas pigmentares estiveram presentes em 80% dos
pacientes com vitiligo “ativo”(n=24), mas não foram observados em nenhum dos
pacientes com doença inativa ou em indivíduos normais (HARNING e cols., 1991).
Outro estudo demonstrou Acs antimelanócitos em 17 casos (31%) de vitiligo (n=55)
e ausência no grupo-controle (p<0,0001), além de diminuição significativa dos
valores de C3 e C4 em ¼ dos pacientes comparados ao grupo controle, talvez pelo
seu consumo durante a reação auto-imune (FARROKHI e cols., 2005).
Adicionalmente, foi observada uma marcante destruição de melanócitos na pele
normal enxertada em ratos nudes* quando injetados com fração IgG do soro de
pacientes com vitiligo, reforçando o papel da imunidade humoral na doença. Tal
efeito não ocorreu na pele tratada com IgG de controles (GILHAR e cols., 1995).
Outros achados falam contra o envolvimento da imunidade humoral no
desencadeamento do vitiligo. Morgan e colaboradores (1986) relataram ausência de
Acs antimelanócitos (imunofluorescência indireta com fixação de complemento) em
26 casos de vitiligo estudados, sendo 17 deles vitiligo generalizado. Além disto, já foi
observada uma baixa incidência de Acs do vitiligo em pacientes com melanoma,
ainda que as células pigmentadas do melanoma expressem antígenos do vitiligo,
sugerindo que a liberação destes antígenos não seja a única causa para o achado
de Acs do vitiligo nesta doença acrômica (BYSTRYN & NAUGHTON, 1984). Um
significativo percentual (25 a 30%) de pacientes afetados não apresentam Acs
antimelanócitos, e tais Acs podem ser encontrados em títulos baixos em pequena
percentagem de pacientes sem a doença (CASTANET & ORTONNE, 1997). Além
disto, Acs circulantes de pacientes com vitiligo reconhecem determinantes
antigênicos em outras células, como os queratinócitos (YU e cols., 1993).
Muitos autores têm mostrado uma freqüência aumentada de outras condições
auto-imunes em pacientes com vitiligo e parentes próximos, incluindo Acs órgão-
específicos. Morgan e colaboradores (1986) observaram auto-anticorpos circulantes
* Ratos nudes são ratos nascidos sem o timo e portanto sem linfócitos T. Tumores humanos
freqüentemente crescem nestes ratos. Por razões desconhecidas são desprovidos de pêlo.
35
em 34,6% dos pacientes com diferentes subtipos de vitiligo (n=26). Dentre os
pacientes com vitiligo generalizado, Acs antitireoidianos (padrão antimicrossomal) e
antinucleares foram encontrados em 36% (15,3% do grupo total); e Acs antimúsculo
liso e antimitocondriais em 9% (3,8% do grupo total). Ao contrário, nenhum caso de
vitiligo segmentar apresentou auto-anticorpos circulantes. Ou seja, essa correlação
descrita entre a forma clínica da doença e a presença de auto-anticorpos (75% dos
pacientes com vitiligo generalizado) mostra que a forma clínica de vitiligo que é
melhor associada com auto-imunidade é o vitiligo generalizado. Mandry e
colaboradores (1996) também encontraram uma freqüência significativamente
aumentada de Acs antitireoglobulina, antimicrossomal, anticélula parietal e
antiadrenal em pacientes com vitiligo quando comparados com controles normais.
A tirosinase tem sido implicada como um auto-antígeno no vitiligo de acordo
com diferentes estudos (SONG e cols., 1994; BAHARAV e cols., 1996; KEMP e
cols., 1997). Auto-anticorpos IgG antitirosinase têm sido observados em pacientes
com vitiligo localizado ou generalizado, e seus títulos são bem maiores na forma
generalizada do que nos pacientes com doença localizada ou controles saudáveis
(BAHARAV e cols., 1996). Contrariamente, outros autores acreditam que outros
auto-antígenos do melanócito que não a tirosinase são alvos importantes da
resposta auto-imune no vitiligo. Kemp e colaboradores (1997) encontraram baixa
freqüência de auto-anticorpos antitirosinase no soro de poucos pacientes (11%) com
vitiligo. Xie e colaboradores (1999) também mostraram que os Acs do vitiligo não
estão dirigidos à tirosinase, pois ocorreram com freqüência igual nos pacientes com
e sem vitiligo.
As moléculas MART-1 e gp-100 são consideradas os antígenos mais
imunogênicos das células melanocíticas, e os linfócitos T que infiltram melanomas
são frequentemente mais reativos com esses 2 antígenos (OYARBIDE-VALENCIA e
cols., 2006).
Vitiligo e doenças associadas
Uma associação com doenças auto-imunes, principalmente doença
tireoidiana (CUNLIFFE e cols., 1968; HEGEDUS e cols., 1994; ZETTINIG e cols.,
2003; LABERGE e cols., 2005), tem sido evidenciada em pacientes com vitiligo,
incluindo crianças e adolescentes. A tireoidite de Hashimoto foi 2,5 vezes mais
36
freqüente nestes grupos etários com vitiligo do que numa população saudável
pareada por idade e sexo, e geralmente sucede o início do vitiligo (KAKOUROU e
cols., 2005). Os estudos mostram diferentes prevalências de tireoidite auto-imune
coexistindo com vitiligo em adultos, tais como: 19% (ALKHATEEB e cols., 2003),
21% (ZETTINIG e cols., 2003) até 34%(MASON & GAWKRODGER, 2005).
Membros afetados de famílias com múltiplos casos de vitiligo apresentam
elevadas freqüências de tiroidite auto-imune, artrite reumatóide, psoríase, diabetes
mellitus (DM) tipo II, anemia perniciosa e doença de Addison. Isto reflete
provavelmente um componente genético de suscetibilidade auto-imune herdado
nestas famílias (LABERGE e cols., 2005). O DM insulino-dependente é encontrado
em 1-7% dos pacientes com vitiligo (MOSHER e cols., 1999a); a relação inversa
também já foi descrita, de modo que 4,8% de todos os pacientes diabéticos
apresentavam também vitiligo (ALKHATEEB e cols., 2003).
Embora a associação entre psoríase e vitiligo seja conhecida, sua inter-
relação ainda não é bem compreendida. Numa série de 4700 pacientes com
psoríase na Índia, avaliados num período superior a 14 anos, foram encontrados 38
pacientes (0,8%) com vitiligo. Naqueles afetados pelas 2 doenças, a psoríase
ocorreu nas máculas despigmentadas e na pele normal com freqüência igual, sendo
incomum a chamada “co-localização” estrita das duas doenças. Além disto, o início e
o curso da psoríase e do vitiligo foram independentes (SANDHU e cols., 2004).
Entretanto, há relato da ocorrência de lesões psoriásicas confinadas estritamente às
áreas de vitiligo (DHAR e cols., 1998), e de uma possível ligação patogênica entre
as duas doenças, explicadas por auto-imunidade, neuropeptídeos comuns, e
fenômeno de Koebner (MENTER e cols., 1989; PASIC e cols., 2002). No Brasil, foi
observada uma prevalência de 3,06% da associação de vitiligo e psoríase, num
estudo retrospectivo de 740 pacientes submetidos à fototerapia (CASTRO, 2005).
Numa coorte de 3742 casos de vitiligo na China, as principais condições
significativamente associadas à doença em comparação com a população geral
foram: alopecia areata, artrite reumatóide, ictiose, e urticaria crônica. As doenças da
tireóide foram mais freqüentes nas mulheres com vitiligo, e não significativas em
homens afetados. Nestes, mais casos de diabetes (não especificado) foram
identificados, entretanto sem significância estatística. Foi também enfatizado o
achado incomum de vitiligo associado com artrite reumatóide, que embora sendo
válido para a população da China, pode sugerir um papel para o estresse oxidativo
37
nas duas doenças (LIU e cols., 2005).
Além das doenças previamente citadas, elevadas freqüências do próprio
vitiligo, lupus eritematoso (LE) sistêmico e provavelmente doença inflamatória
intestinal já foram encontradas nos casos de vitiligo generalizado e seus primeiros
parentes de primeiro grau (ALKHATEEB e cols., 2003). A associação de LE e vitiligo
é muito rara e curiosa. Mesmo se for acidental, o aparecimento de lesões de LE em
áreas fotoexpostas de vitiligo pode ser explicada pela fotossensibilidade que é
comum às duas doenças. Entretanto, os pontos comuns entre estas afecções
quando ocorrem na pele não-exposta à luz ainda não foram explicados. O papel do
vitiligo nestes casos excepcionais poderia representar uma desordem mais
complexa da junção dermo-epidérmica, afetando mais do que o sistema
melanocítico e favorecendo subseqüentemente a ocorrência do LE cutâneo
(FORESTIER e cols., 1981).
Outras doenças já foram descritas em associação com vitiligo, tais como:
miastenia gravis (LAMARTINE DE ASSIS e cols., 1983); síndrome de Sezary
(ALCALAY e cols., 1987); esclerodermia (DERVIS e cols., 2004); líquen plano
(RUBISZ-BRZEZINSKA e cols., 1996); líquen plano, líquen escleroso e poroceratose
actínica disseminada num mesmo paciente de 70 anos (GOLCHAI &
RAMEZANPOUR, 2003); cirrose biliar primária e penfigóide bolhoso (HAMILTON &
MCKENZIE, 1978; MARCET e cols., 2002). Adicionalmente, o vitiligo tem sido
evidenciado como um componente de poliendocrinopatias auto-imunes. Há um
relato de vitiligo, tireoidite crônica, anemia perniciosa, concomitantes com DM tipo I
lentamente progressivo, caracterizando a síndrome auto-imune poliglandular tipo III,
por exemplo (SUZUKI e cols., 2004).
Vitiligo e alterações celulares cutâneas
Com relação ao infiltrado celular nas lesões ativas de vitiligo, os estudos
sobre o assunto inicialmente buscaram esclarecer se havia real destruição de
melanócitos nas lesões despigmentadas de vitiligo, ou apenas perda da capacidade
dos melanócitos de produzirem melanina. Le Poole e colaboradores (1993a)
realizaram uma investigação imuno-histoquímica usando um painel de Acs (um
policlonal e 17 monoclonais) direcionados contra melanócitos, incluindo o NKI-beteb,
que é o mais específico, para verificar a presença ou não de melanócitos viáveis nas
38
lesões, e demonstraram uma ausência de melanócitos na pele lesional de vitiligo,
comprovando a destruição destas células no percurso etiopatogênico da doença.
Nas lesões estacionárias, na qual o processo de destruição já estaria concluído,
nenhum remanescente celular foi achado. Uma vez definido que os melanócitos
estavam “ausentes” das lesões, a repigmentação só poderia ser obtida pela
repopulação das áreas lesadas de 2 formas: através da estimulação da proliferação
e migração de melanócitos de áreas perilesionais e folículos pilosos, ou pelo
transplante autólogo de melanócitos de áreas pigmentadas.
Um estudo de vitiligo tricrômico usando histologia convencional com
hematoxilina-eosina (HE) e imuno-histoquímica com proteína S-100 (e CD1a)
demonstrou que o número de melanócitos é maior na pele pigmentada perilesional,
seguida pela pele marrom clara (intermediária), e depois pela pele lesional
propriamente dita, mas que há ao menos alguns melanócitos na lesão
despigmentada, embora em menor proporção que na pele normal (HANN e cols.,
2000). Este achado foi contrário aos estudos prévios que relataram “ausência” de
melanócitos na lesão de vitiligo, confirmada por microscopia eletrônica (HANN e
cols., 1992) ou imuno-histoquímica (LE POOLE e cols., 1993a). Os achados
descritos no vitiligo tricrômico sugerem uma progressão mais lenta das lesões do
que no vitiligo típico, e esta poderia ser a razão pela qual os melanócitos
permaneçam ainda nas áreas despigmentadas.
Outros estudos se sucederam com o objetivo de identificar a composição do
infiltrado celular na pele do paciente com vitiligo. Al Badri e colaboradores (1993)
compararam a pele das margens de lesões de vitiligo com a pele não-lesional destes
pacientes e com controles sem doença cutânea. Evidenciaram um número bem maior
de linfócitos T CD3+, CD4+, CD8+ e CLA+ na epiderme e na derme da borda afetada,
do que na pele não-lesional do vitiligo ou de controles saudáveis. Além disto, as
células T CD3+, CD8+ e CLA+ foram mais freqüentes do que as CD4+, mostrando
uma desigualdade no número de linfócitos T helper (CD4+) e T citotóxicos (CD8+) nas
lesões de vitiligo. Os linfócitos T CLA+ se coraram mais na epiderme do que na
derme, e muitos linfócitos expressavam MHC classe II e interferon gama, denotando
sua ativação. Estes achados foram consistentes com a hipótese de destruição de
melanócitos mediada por linfócitos no vitiligo.
Le Poole e colaboradores (1996) investigaram o infiltrado inflamatório na pele
lesional e não-lesional em 3 casos de vitiligo inflamatório, que sabidamente tem
39
alterações histológicas mais exuberantes. Suas principais observações imuno-
histoquímicas foram: aumento do número de macrófagos CD68+ na pele , aumento
da relação CD8/CD4, e aumento da expressão do CLA nas células que infiltram a
pele. Além disto, foi o primeiro relato de que os linfócitos T CD8+ se encontram numa
posição justaposta aos melanócitos remanescentes no infiltrado, sugerindo o
envolvimento específico destas células na reatividade imune local e destruição de
melanócitos. Embora estes infiltrados sejam bem mais facilmente caracterizados nos
casos de vitiligo inflamatório, estes achados podem ser estendidos aos casos de
vitiligo generalizado, que representam a vasta maioria de pacientes com a doença.
Alguns autores confirmaram o envolvimento in situ de linfócitos T CLA/CD8+ e
macrófagos na destruição de melanócitos no vitiligo generalizado, através de
imuno-histoquímica simples e com dupla marcação (VAN DEN WIJNGAARD e cols,
2000a). Foram encontrados melanócitos degenerados na pele perilesional, e
ausência total de melanócitos NKI-beteb positivos nas lesões de vitiligo. Além de
estarem em maior número na pele afetada (relação CD4/CD8=0.48), as células T
CD8+ estavam justapostas aos melanócitos remanescentes, o que pôde ser
comprovado pela dupla marcação com os Acs NKI-beteb/CD8. Embora a
percentagem total de linfócitos T CLA+ não estivesse aumentada em relação a
controles normais, estes linfócitos foram encontrados agrupados na junção dermo-
epidérmica, onde expressaram granzima-B e perforina, que revelam sua
imunorreatividade e habilidade para participar na citotoxicidade, exatamente nos
locais de interação com melanócitos. Houve também uma redução do número de
células de Langerhans na pele lesional em 7 de 10 pacientes com vitiligo
progressivo, sendo que alguns deles recebiam PUVA, que leva a uma depleção
destas células segundo alguns autores (KAO & YU, 1990; WESTERHOF e cols,
1986).
Mais recentemente foi demonstrada uma secreção predominante de citocinas
do tipo 1 a partir de clones de células CD4+ e CD8+ T perilesionais e também não-
lesionais de pacientes com vitiligo, com alta produção de IFN-gama e TNF-alfa,
sugerindo que o vitiligo é uma doença Th1-mediada. Este estudo de Wankowicz-
Kalinska e colaboradores (2003) confirmou que o infiltrado cutâneo presente na pele
perilesional do vitiligo em atividade é composto predominantemente de linfócitos T
CD8+, em aposição a melanócitos residuais. Ao contrário, no vitiligo estável os
infiltrados de células T se encontram mais profundamente na derme, ao invés de
40
próximos à junção dermoepidérmica. Os autores descreveram pela primeira vez que
o infiltrado de células T pode estar presente também na pele macroscopicamente
normal no vitiligo ativo, ocasionando uma “microdespigmentação”. Tal
desaparecimento microscópico de melanócitos ocorreria geralmente na presença de
alta percentagem de células T CD4+ quando comparados com a pele perilesional.
Lee e Modlin (2005) também detectaram alta freqüência de linfócitos T
citotóxicos para antígenos de melanócitos em pacientes com vitiligo, denotando um
ataque direto e específico de células T contra melanócitos. A freqüência de clones
de células T “melanócito-específicos” (contra o antígeno Melan-A) se correlacionou
ainda com a extensão da doença, sendo mais alta naqueles com vitiligo mais difuso,
e menor em pacientes com vitiligo estável (pesquisa ex-vivo). Há também uma
associação entre altas freqüências de clones de linfócitos T melan-A-específicos
expressando o antígeno CLA na sua superfície e vitiligo auto-imune. Ao contrário,
em controles assintomáticos, os clones de linfócitos T citotóxicos detectáveis foram
todos CLA-negativos (OGG e cols., 1998). Através da expressão do CLA os
linfócitos T migram para a pele, onde expressam o perfil de citocinas do tipo 1 e
poderiam mediar a apoptose de melanócitos via granzima/perforina (OYARBIDE-
VALENCIA e cols, 2006).
Todos estes dados são consistentes com um papel importante para os
linfócitos T CLA+ na destruição de melanócitos no vitiligo. Conflitantes são os
achados na pele não-lesional do paciente com vitiligo, sendo necessário definir se
há ou não acometimento da pele como um todo ou apenas nas áreas
lesionais/perilesionais.
Vitiligo e lesões de vitiligo associadas a melanoma
Vitiligo pode também ocorrer em pacientes com melanoma, e a relação entre
ambas as doenças tem sido amplamente estudada. A destruição auto-imune de
melanócitos ocorreria tanto no vitiligo associado a melanoma, como no vitiligo
comum (YEE e cols., 2000). Cui e Bystryn (1995) demonstraram que Acs
antimelanócitos presentes em pacientes com melanoma e vitiligo ligam-se a
antígenos semelhantes tanto nos melanócitos normais quanto nas células
pigmentares malignas, sugerindo que o vitiligo e o leucoderma “vitiligo-símile”
associado com melanoma partilham mecanismos fisiopatogênicos auto-imunes
41
comuns. As 2 formas parecem idênticas histologicamente, porém sua diferença
principal é a distribuição. As lesões de vitiligo que ocorrem nos pacientes com
melanoma são geralmente “centrais”, ou seja, começam no queixo, pescoço, ou no
tronco, por exemplo, e depois se espalham à periferia. Por outro lado, as lesões no
vitiligo generalizado começam geralmente nas regiões distais, como mãos e pés,
para depois envolverem o tronco (CUMMINGS & NORDLUND, 1997).
O melanossomo é a organela que abriga a maioria dos antígenos associados
ao melanoma (MARKS e cols., 2003). Há várias hipóteses sobre os possíveis
antígenos-alvo do ataque de células T no vitiligo, derivados de pesquisas no
melanoma. Linfócitos T que infiltram melanoma reagem com antígenos de
diferenciação melanossomal que também são expressos por melanócitos normais,
tais como: tirosinase, MART-1, glicoproteína-100, proteína relacionada à tirosinase-2
(TRP-2), proteína P e proteína relacionada à tirosinase-1 (TRP-1) (SAKAI e cols.,
1997). Então, linfócitos T que infiltram a pele despigmentada são idênticos aos que
infiltram tumores, sugerindo, portanto, que as mesmas células responsáveis pela
redução de tumor são também responsáveis por despigmentação (BECKER e cols.,
2002).
Pacientes com melanoma metastático que apresentam vitiligo parecem ter uma
sobrevida maior do que a esperada, sendo o aparecimento do vitiligo considerado
um sinal prognóstico positivo. No entanto, ainda não se pode explicar se o vitiligo
levou a um retardo na progressão tumoral, ou se o melanoma levou ao vitiligo
(NORDLUND e cols, 1983). Adicionalmente, pacientes com melanoma tratados com
imunoterapia experimental, cujo alvo são antígenos de diferenciação de melanócitos,
podem desenvolver vitiligo (YEE e cols., 2000). Entretanto, o motivo pelo qual os
linfócitos T são semelhantemente responsáveis por despigmentação no vitiligo,
quando não há aparente justificativa para a quebra da tolerância a auto-antígenos e
não há malignidade, é incerto (LE POOLE e cols., 2004; LEE & MODLIN, 2005).
Vitiligo e boa resposta a agentes imunossupressores
O número de linfócitos T cutâneos parece diminuir durante o uso de terapias
imunossupressivas, como a PUVA e a corticoterapia. Isto se correlaciona com a
melhora de condições com componente auto-imune, como o vitiligo, com tais
tratamentos (CAVANI e cols., 2005).
42
Vitiligo e Marcadores HLA
Novas lesões podem se desenvolver tipicamente após um evento traumático
na pele, por exemplo exposição ultravioleta, contato com fenóis branqueadores, ou
injúrias cutâneas como queimaduras e cortes. Entretanto, tal despigmentação
ocorrerá apenas num subgrupo de indivíduos suscetíveis ao desenvolvimento do
vitiligo (DAS e cols., 2001). Isto é bem demonstrado por autores que relataram que
a citotoxidade de linfócitos T CD8+ está voltada para melanócitos com HLA
correspondente (OGG e cols., 1998; WANKOWICZ-KALINSKA e cols., 2003).
A associação do vitiligo com alguns alelos HLA em particular também sugere
que a auto-imunidade envolvendo linfócitos T está presente na doença. A natureza
desta associação ainda não foi elucidada, mas parece se relacionar à suscetibilidade
ou proteção contra a doença. Aparentemente a auto-imunidade ocorre quando
linfócitos T “auto-reativos” escapam da sua usual deleção no timo, e mecanismos
regulatórios não bem identificados falham em mantê-los sob controle (quebra da
tolerância). Esses linfócitos T auto-reativos seriam ativados por complexos formados
por auto-peptídeos ligados a certo HLA em particular (complexo HLA-auto-peptídeo),
e disparariam os mecanismos de doença. Na maioria das desordens auto-imunes a
possível fonte destes auto-peptídeos (o “gatilho” exato da doença) permanece um
mistério (KLEIN & SATO, 2000).
Diferentes associações de vitiligo com antígenos HLA têm sido observadas de
acordo com a população étnica estudada e metodologia. Uma associação da doença
com os antígenos HLA DRB1*03, DRB1*04 e DRB1*07 foi descrita em pacientes
com vitiligo na Turquia (41 pacientes e 61 controles). Nenhum alelo “protetor” para
doença foi encontrado neste estudo (TASTAN e cols., 2004). Numa população de
afetados na China (187 pacientes e 237 controles), os alelos -DQA1*0302,-
DQA1*0601, -DQB1*0303 e -DQB1*0503 causaram predisposição à doença,
enquanto que o alelo -DQA1*0501 seria “protetor” contra o vitiligo (YANG e cols,
2005). Considerando os achados em diversas populações, os marcadores HLA mais
freqüentemente associados ao vitiligo têm sido DR4, DRw53 and DQw3
(KOVACS,1998), principalmente DRw53 (HLA-DRB4) (SPRITZ, 2006). Não temos
conhecimento de estudos da associação entre vitiligo e HLA na população brasileira.
Estudos de genotipificação com alta resolução são necessários para localizar
43
com exatidão os grupamentos alélicos destes haplotipos envolvidos no vitiligo. Uma
característica importante da associação de alelos HLA com doenças auto-imunes é
o “desequilíbrio de ligação”: Quando a tipificação sorológica de um locus HLA
identifica uma associação HLA-doença, é possível que a verdadeira associação seja
com outros alelos ligados ao alelo tipificado, que são herdados conjuntamente.
Hipoteticamente: indivíduos com alelo HLA-DR1 podem mostrar uma probabilidade
maior de herdarem o alelo HLA-DQ2, do que a probabilidade de herdarem estes
alelos separadamente e aleatoriamente (isto é, em equilíbrio) na população. Ou seja,
pode-se encontrar a doença associada a DR1 pela tipificação HLA, mas a
associação causal pode ser na verdade com o DQ2 co-herdado. Este achado refere-
se a conjuntos de genes que tendem a ser herdados juntos como uma unidade
(ABBAS e cols., 2000). Permanece incerto se as associações vitiligo-HLA já
descritas são primárias ou representam na verdade associação do complexo
principal de histocompatibilidade (MHC) com outras doenças auto-imunes
encontradas nos pacientes com vitiligo (SPRITZ, 2006).
Um estudo de ligação gênica incluindo 56 famílias sugere fortemente que a
região 6p21.3-21.4 contém um fator genético principal contribuidor do fenótipo vitiligo
(ARCOS-BURGOS e cols., 2002). E é justamente nesta região que os genes do
sistema HLA e os genes ligados à expressão de TNF são mapeados. Isto se
correlaciona com o achado de associações significativas entre o sistema HLA e a
predisposição ao vitiligo, e com um papel potencial do TNF na etiopatogênese da
doença (PASSERON & ORTONNE, 2005). Moretti e colaboradores (2002)
demonstraram uma expressão significativamente aumentada do TNF-alfa na pele do
vitiligo em comparação com controles, sugerindo que a produção de citocinas pode
estar envolvida no vitiligo e reforçando a hipótese de auto-imunidade.
Adicionalmente, o tacrolimus, que é um imunossupressor tópico usado recentemente
com eficácia no vitiligo, diminui a expressão do TNF-alfa após sua aplicação; este
mecanismo poderia explicar a melhora dos pacientes com seu uso (GRIMES e cols.,
2004).
Conjuntamente, os aspectos supracitados sugerem o envolvimento da
reatividade imune local na destruição de melanócitos no vitiligo.
44
Teoria Genética
Agregação familial tem sido descrita com freqüência no vitiligo. Estudos
mostram que aproximadamente 20 a 25% dos pacientes com vitiligo têm parentes
próximos afetados (MAJUMDER e cols., 1993; MANDRY e cols., 1996; SPRITZ,
2006), sendo a maioria parentes de primeiro grau (MOSHER, 1999a). Entretanto, a
grande maioria de pacientes com vitiligo não tem história familiar da doença.
Um estudo amplo envolvendo 15685 indivíduos na população geral e 293
casos de vitiligo demonstrou um aumento de 4 a 5 vezes na prevalência da doença
entre parentes próximos (DAS e cols, 1985). Posteriormente, coletando-se dados de
agregação familial da doença em 160 parentes de pacientes afetados definiu-se um
risco relativo (RR) para vitiligo. O acometimento de crianças foi 1,7 vezes mais
freqüente que o de outros parentes. O RR para vitiligo foi: 36 para filhos de pais
afetados, 12 para irmãos, e 7 para pais. Para parentes de segundo grau, o RR
variou entre 1 e 16. Tais achados mostrando risco maior se o parentesco é mais
próximo apontam para o envolvimento de fatores genéticos, porém sem transmissão
mendeliana (monogênica), sugerindo uma herança genética multifatorial (DAS e
cols., 1985; MAJUMDER e cols., 1993; ALKHATEEB e cols., 2003).
Alkhateeb e colaboradores (2003) encontraram uma incidência de 6,1% de
vitiligo em irmãos de afetados, o que significa uma freqüência bem maior que na
população geral. Além disto, quando a doença ocorre idades mais precoces,
encontra-se mais parentes afetados. Ambos os achados reforçam o papel de um
componente genético na patogênese da doença, principalmente nas famílias em que
seu início é precoce. Por outro lado, vitiligo generalizado familial também é
caracterizado por início precoce da doença e um repertório mais amplo de doenças
auto-imunes associadas do que o vitiligo de aparecimento esporádico, o que mostra
que algum fator possa ter sido herdado em tais casos familiais (LABERGE e cols.,
2005). Tais observações de início precoce da doença em casos familiais e redução
do risco de doença com um grau de parentesco mais distante do afetado são
características clássicas de um traço poligênico (SPRITZ, 2006).
Recentemente, diferentes métodos têm sido usados para identificar possíveis
gens de suscetibilidade ao vitiligo, tais como: análise de ligação gênica, análise de
associação de alelos (incluindo pesquisa de marcadores HLA em pacientes e
controles), análise de expressão, etc. Foi sugerido o envolvimento de vários gens
45
candidatos, que estão distribuídos nos cromossomos 1 (AIS1, PTPN22), 2 (CTLA4),
6 (MHC, ESR), 7 (AIS2), 8 (AIS3), 11 (CAT), 17 (SLEV1), 21(AIRE) e 22 (COMT).
Sinais genéticos de “ligação” ao vitiligo já foram detectados nos cromossomos 1, 4,
6, 7, 8, 14, 17 e 22 . A associação entre vitiligo com alelos HLA (já descrita) também
reforça o papel de componentes imunogenéticos no aparecimento do vitiligo, e
parece ser mais forte em pacientes e familiares com outras desordens auto-imunes
do que em pacientes e famílias com vitiligo isoladamente (SPRITZ, 2006).
Uma análise do desequilíbrio de ligação de marcadores HLA no vitiligo familial
demonstrou que o principal fator genético determinante do vitiligo estaria localizado
no segmento 6p21.3-21.4, estendendo-se através do sistema HLA. Mas não se
sabe se os alelos HLA estariam diretamente envolvidos ou localizados
proximamente do locus ligado à predisposição da doença. O modelo de segregação
complexa (dentre 15 modelos) que se aplicou melhor aos achados foi aquele que
discriminou 2 grupos de pacientes com vitiligo: aqueles com início precoce, co-
segregando com um modelo dominante de herança sem efeitos ambientais, e
aqueles com início tardio da doença, co-segregando com um genótipo recessivo e
influenciado por fatores ambientais (ARCOS-BURGOS e cols, 2002).
Um modelo de herança poligênica aditiva, ou um modelo ambiental, no qual
patogêneses heterogêneas desencadeiam diferentes subtipos de vitiligo parece ser
o mais aceito recentemente. Ainda que a maioria dos tipos de vitiligo esteja
relacionada a fatores genéticos, é incomum que diferentes fenotipos compartilhem o
mesmo loci de suscetibilidade. Fatores ambientais parecem ser mais importantes em
certos casos, como no vitiligo universal (ZHANG e cols., 2004).
O mais amplo estudo de vitiligo em gêmeos até o momento mostrou uma
concordância para vitiligo generalizado entre gêmeos monozigóticos de apenas 23%
(ALKHATEEB e cols., 2003). É um percentual maior que o da população geral, e
bem maior que a incidência de 6,1% em outros irmãos de afetados, falando a favor
da relevância dos genes. Por outro lado, esta “limitada” concordância do achado
entre gêmeos idênticos, que compartilham todos os seus gens, indica que algum
componente não-genético, presumivelmente fatores ambientais, desempenharia um
papel importante na etiopatogênese do vitiligo.
Teoria Neural
46
Teoria proposta inicialmente por Lerner (1959), segundo a qual há um
mediador neuroquímico melanocitotóxico que é liberado de terminações nervosas
terminais. Baseia-se em alguns achados principais (KOVACS, 1998; MOSHER e
cols., 1999a): 1) os melanócitos são originados da crista neural; 2) redução parcial
ou completa do vitiligo em casos de injúria de nervo; 3) aparecimento de vitiligo em
pele neurologicamente comprometida; 4) vitiligo poupando membros paralisados; 4)
sudorese e vasoconstricção aumentadas nas lesões (aumento da atividade
adrenérgica); 5) despigmentação em modelos animais com lesão de nervo; 6)início
do vitiligo sucedendo períodos de estresse emocional; 7) casos de doença
segmentar (KORANNE & SACHDEVA, 1988).
Al’Abadie e colaboradores (1994) observaram um aumento na reatividade de
Acs contra o neuropeptídeo Y em biopsias de pele de pacientes com vitiligo ativo,
sugerindo o envolvimento deste neuropeptídeo na patogênese da doença. À
microscopia eletrônica, foram descritas degeneração axonal e regeneração em
nervos autonômicos na derme, além de espessamento da membrana basal das
células de Schwann nas lesões, sugerindo um ciclo de dano e reparo do nervo na
gênese do vitiligo (AL’ABADIE e cols., 1995). Pacientes com vitiligo apresentaram
níveis aumentados de noradrenalina na derme e no plasma e níveis reduzidos de
adrenalina, denotando um defeito na biossíntese de catecolaminas. O aumento de
noradrenalina induziria enzimas que degradam catecolaminas, como a monoamino
oxidade A (MAO-A) e catecol-o-metil-transferase (COMT). A MAO-A oxidaria tanto a
noradrenalina quanto a adrenalina a aldeído 3.4-dihidroximandélico de amônia e
peróxido de hidrogênio (R-CH2NH2 + O2 + H2Ot R-CHO + NH3 + H2O2), que é
muito tóxico para melanócitos (SCHALLREUTER e cols., 1996a). Esta expressão
aumentada de catecolaminas e geração de H2O2 seria um fenômeno secundário ou
poderia ser a causa da despigmentação.
Teoria da Auto-Destruição/Auto-Citotoxicidade ou Estresse Oxidativo
Essa teoria postula que produtos intermediários ou metabólitos da síntese de
melanina (análogos da tirosinase e intermediários, como dopa, dopacromo, etc) são
letais para os melanócitos, que, entretanto, normalmente têm um mecanismo
protetor que elimina tais precursores tóxicos. A quebra deste mecanismo permitiria o
acúmulo de indóis e radicais livres destrutivos para melanócitos (LERNER, 1971).
47
Compostos fenólicos estruturalmente semelhantes à tirosinase podem causar
leucodermas indistingüíveis do vitiligo idiopático, com destruição de melanócitos.
Eles produzem despigmentação por inibição da oxidação enzimática de tirosinase à
dopa e ação letal seletiva nos melanócitos funcionais. Como nem todos os
indivíduos expostos são afetados, provavelmente há uma inabilidade intrínsica da
pele de alguns indivíduos de neutralizar tais melanocitotoxinas (KORANNE &
SACHDEVA, 1988; MOSHER e cols., 1999a). O peróxido de hidrogênio (H2O2)
gerado e acumulado durante a biossíntese de melanina inibe a atividade da catalase
(CAT), enzima que reduz superóxidos à água, resultando em destruição dos
melanócitos. Os níveis de CAT estão diminuídos tanto na pele lesional quanto não-
lesional de pacientes com vitiligo, causando morte celular, e sugerindo que todo o
tegumento pode estar comprometido na doença (SCHALLREUTER e cols., 1991).
Adicionalmente, foi mostrada uma redução do influxo de cálcio (Ca) em melanócitos
nas lesões, se comparados com a pele não-lesional ou com controles
(SCHALLREUTER e cols., 1996b). O acúmulo de Ca extracelular (por transporte
deficiente) leva ao aumento de radicais superóxidos, que inibem a tirosinase, e
podem provocar morte celular (SCHALLREUTER e cols., 1989 apud KOVACS,
1998). O aumento dos níveis de Ca intracelular parece ser um importante
mecanismo pelo qual o tratamento com radiação ultravioleta A (UVA) funciona
(KOVACS, 1998).
Recentemente, estudos evidenciaram um desequilíbrio do sistema
antioxidante/oxidante tecidual (YILDIRIM e cols., 2004), e no sangue (INES e cols.,
2006) de pacientes com vitiligo. Um aumento de espécies de oxigênio reativo (ROS)
intracelular no sangue destes pacientes e de estresse oxidativo levariam a um dano
celular mediado por radicais livres.
Outras Teorias
Defeito intrínseco dos melanócitos
Um possível defeito intrínseco dos melanócitos também poderia ser fator
causal da doença. No entanto, Gilhar e colaboradores (1991 apud CASTANET &
ORTONNE, 1997) mostraram que a pele afetada de vitiligo enxertada em ratos
nudes tornava-se repigmentada após o transplante, sugerindo que uma disfunção
primária de melanócitos não está envolvida na etiologia do processo de
48
despigmentação.
Teoria Viral/Infecciosa
Infecções virais têm sido implicadas na patogênese de várias doenças auto-
imunes, como um fator desencadeador em indivíduos geneticamente predispostos.
Já foi relatado o aparecimento de vitiligo em pacientes com SIDA e hepatite
(HARSOULIS e cols., 1978), e casos da doença e de alopecia areata em pacientes
com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Mecanismos potenciais para tais
associações incluem: 1) resposta imune contra melanócitos ou células do folículo
piloso infectados pelo HIV (ironicamente respostas “apropriadas”); 2) ativação de
linfócitos B (pelo HIV ou algum vírus associado), que são capazes de sintetizar Acs
contra auto-antígenos nos melanócitos ou folículos pilosos. Entretanto, a pobreza de
casos com essas associações pode significar que a sua ocorrência em pacientes
HIV-soropositivos seja mera coincidência (CHO e cols., 1995).
Um estudo duplo-cego avaliou a presença de genomas virais em biopsias de
pele despigmentada e pele não-lesional de pacientes com vitiligo, usando um painel
de vírus DNA e RNA incluindo herpes simples, varicela-zoster, citomegalovírus
(CMV), Epstein-Barr, HIV, e vírus linfotrópico de células T humano, por reação em
cadeia de polimerase(PCR). CMV-DNA foi identificado em 38% dos pacientes
estudados e ausente nos controles saudáveis, sugerindo que o vitiligo possa ter sido
desencadeado por infecção viral naqueles pacientes (GRIMES e cols., 1996).
Apoptose
Esta teoria baseia-se na indução de apoptose de melanócitos por linfócitos
ativados. Poderia ocorrer por 2 mecanismos principais: 1) produção de citocinas,
como interferon-gama, TNF-alfa e interleucina-1, não só pelos linfócitos, mas
também pelos queratinócitos e melanócitos. Todas as 3 citocinas afetam a
melanogênese, o que sugere que os melanócitos têm receptores para essas
moléculas; 2) liberação de perforina e granzima ou ativação do receptor CD95 ou
APO-1 (receptor apoptótico celular ou receptor FAS, uma das moléculas reguladoras
do processo) nas células-alvo (ARAGANE e cols, 1998; HUANG e cols., 2002).
Uma investigação sobre as moléculas reguladoras de apoptose mostrou que
49
os melanócitos no vitiligo não são mais suscetíveis à indução de apoptose do que
melanócitos normais em indivíduos controles. Portanto, o vitiligo não ocorreria
devido a um desbalanço de tais moléculas reguladoras (principalmente as proteínas
Bcl-2, de papel “protetor”, e Bax, de papel “pró-apoptótico”). Entretanto, este achado
não exclui completamente a possibilidade de que os melanócitos apresentem um
desequilíbrio entre Bcl-2/Bax imediatamente antes da morte celular (VAN DEN
WIJNGAARD e cols., 2000b).
Um estudo com modelos animais, usando galinhas da linhagem Smyth,
reforçou a hipótese de que o mecanismo apoptótico esteja envolvido no vitiligo auto-
imune. Usando o método TUNEL (terminal deoxynucleotide transferase-mediated
fluorescein-dUTP nick end labeling), que é um método in situ para detectar áreas do
DNA fragmentadas durante apoptose, foi constatado que o número de células
TUNEL+ foi significativamente maior nas penas de galinhas com vitiligo do que nas
de outras galinhas sem vitiligo avaliadas. Além disto, a apoptose foi mais extensa
quando havia despigmentação ativa, sugerindo uma associação estreita entre
apoptose e desaparecimento de melanócitos (WANG & ERF, 2004).
Melanocitorragia
Esta teoria defende que há um “destacamento” crônico de melanócitos da
camada basal, chamado “melanocitorragia”, após fricção da pele no vitiligo
generalizado. Após este desprendimento, há migração transepidérmica e
eventualmente a morte de melanócitos no vitiligo generalizado. Possivelmente está
relacionada à suscetibilidade aumentada ao trauma ou outros tipos de estresse.
Atribuiu-se a esta hipótese a resposta isomórfica (fenômeno de Koebner)
(GAUTHIER e cols., 2003b).
Teoria Convergente
Como geralmente uma única causa não se aplica a todos os casos de vitiligo,
acredita-se numa “teoria convergente”, na qual diferentes fatores causais (estresse,
acúmulo de compostos tóxicos, infecção, auto-imunidade, mutações, ambiente
celular alterado, alteração na proliferação/migração de melanócitos) podem agir
independentemente ou sinergicamente, determinando o mesmo efeito:
50
desaparecimento de melanócitos (LE POOLE e cols., 1993b; GAUTHIER e cols.,
2003b; LEE & MODLIN, 2005).
3.2. O SISTEMA IMUNE CUTÂNEO NORMAL E NO VITILIGO
3.2.1. Células T na Pele Sadia
Na pele normal, a maioria das células T reside na derme, predominantemente
ao redor de vasos. Linfócitos T intraepidérmicos equivalem a apenas cerca de 2% do
número total de células cutâneas CD3+. A vasta maioria das células T
intraepidérmicas são CD4+ ou CD8+, e raros os linfócitos B. Parece haver uma
predominância de linfócitos T CD8+ na epiderme, onde estão num estado de
“repouso”, enquanto que na derme o componente CD4+ prevalece em número.
Fatores como a região do corpo e exposição solar contribuem também para a
variabilidade no número dessas células. Estudos imuno-histoquímicos mostram
número máximo de células T intraepidérmicas (céls CD3+/centímetro de epiderme)
no tórax, e número mínimo nas regiões plantares. Assim também a relação
CD4/CD8 varia, com predomínio de células CD8+ na maioria do sítios (membros,
glúteo, regiões plantares) e CD4+ na epiderme no tórax (CAVANI e cols., 2005).
A radiação solar em dose fisiológica induz à redução rápida do número de
linfócitos T CD4 e CD8 intraepidérmicos; este efeito persiste por poucos dias e é
seguido pelo influxo de linfócitos T CD4+, que se igualará à pele normal em 15 dias
aproximadamente. Além disto, encontra-se um número mais baixo de células T
intraepidérmicas, predominantemente CD4+, em áreas de exposição crônica à
radiação ultravioleta, comparadas com áreas fotoprotegidas, que são mais ricas em
linfócitos T CD8+ (CAVANI e cols., 2005).
Embora a maioria dos linfócitos pareçam ser células transitórias ou migratórias
na pele normal, não se pode excluir que parte deles sejam células residentes, com
papel biológico não esclarecido. Supõe-se que façam parte da imunovigilância
cutânea, pois reconhecem rapidamente um número grande de antígenos e previnem
contra desenvolvimento de cânceres cutâneos e infecção persistente por patógenos
intracelulares. Além disto, expressam FasL (ligante de Fas), que é um membro da
família do TNF, que pode desencadear a apoptose de células-alvo que expressem
Fas, participando da citotoxicidade mediada por Fas-FasL de células residentes.
51
Adicionalmente, o número de linfócitos T diminui durante o uso de
imunossupressores, o que se correlaciona com a melhora de doenças auto-imunes,
e com o aparecimento de tumores e infecções cutâneos, quando a imunossupressão
é prolongada (CAVANI e cols., 2005).
3.2.2. O Patrulhamento da Pele: Linfócitos T e expressão do CLA
Os linfócitos T são as células efetoras de respostas imunes adaptativas.
Patrulham a pele e são ativados pelos antígenos coletados por células
apresentadoras de antígeno (APCs). As células de Langerhans (CL) que residem na
pele capturam antígenos periféricos e migram para um linfonodo de drenagem da
pele, onde os apresentam às células T “inocentes” (naive) que ali estão (CAVANI e
cols., 2005). As células T inocentes (que nunca foram ativadas por antígenos) estão
recirculando continuamente entre o sangue e órgãos linfóides, porque elas
expressam níveis elevados de L-selectina, que permite que sejam aderidas e rolem
na parede de vênulas endoteliais nos linfonodos (ROBERT & KUPPER, 1999).
Quando uma célula T “inocente” encontra um antígeno (para qual seja
específico) no linfonodo regional, um receptor apropriado do linfócito T (TCR) é
ativado e ocorre a liberação de sinais e de citocinas co-estimulatórias por APCs,
requeridos para a ativação eficaz das células T. Uma vez ativadas, essas células T
se proliferam, e expressam moléculas de ativação e receptores de quimiocinas,
sofrendo uma transição a células T de memória, caracterizadas por sua habilidade
de reconhecer (“recordar”) o local anatômico onde encontraram primeiramente o
antígeno (CAVANI e cols. , 2005). O subgrupo de células T de memória (CD45RO+)
geradas nos linfonodos que drenam a pele têm habilidade de circular
preferencialmente em direção à pele, e são identificados por terem adquirido uma
glicoproteína de superfície chamada antígeno cutâneo linfocitário (CLA), também
chamado epítopo HECA-452 (ROBERT & KUPPER, 1999) .
CLA é uma glicoproteína de superfície celular de 200kDa, da qual as
metades açúcares sialil Le(a) e sialil Le(x) são os epítopos ativos possíveis (BOS e
cols., 1993). Sua expressão por células T envolve a indução de enzimas de
glicosilação que modificam uma proteína pré-existente, a glicoproteína ligante-1 da
P-selectina (PSGL-1). O antígeno CLA pode ser visto como um “sinalizador” que
orienta linfócitos T de memória à pele. Moléculas da adesão, enzimas e receptores
52
de quimiocinas também contribuem juntos para o tropismo dos linfócitos T para a
pele como um “código de barras” (SANTAMARIA-BABI, 2004; CAVANI e cols.,
2005). Esta heterogeneidade de fenótipo e função é provavelmente importante para
uma resposta bem sucedida do hospedeiro aos diferentes patógenos/antígenos
encontrados na pele (ROBERT & KUPPER, 1999).
Os estudos a respeito da expressão do CLA na pele normal ou inflamada são
relativamente recentes e controversos. Segundo Hunger e colaboradores (1999), o
CLA é expresso na maioria das células T que infiltram a pele, por uma população
menor de células T no sangue periférico (20%), e é ausente no timo. Eles mostraram
uma proporção elevada (60%) de CD4+, CD8+ e células T CD56+ expressando o
CLA nos linfócitos derivados de um vaso linfático superficial drenando a pele normal,
e mais de 90% das células CD1a+(CL) eram CLA+. Entretanto, no mesmo estudo, a
porcentagem de células CLA+ não mudou após se provocar uma reação inflamatória
na pele pela radiação UV ou por hipersensibilidade de contato induzida na mesma
área, embora o fluxo de linfa e a entrada de células tenham aumentado.
Diversamente, Bos e colaboradores (1993) mostraram uma expressão do CLA em
aproximadamente 16% das células T periféricas e em: 41% das células T CD3+,
44% das CD4+, 31% das CD8+, e 14% das células CD68+. Além disto, os
queratinócitos, as células CD1a+ e células endoteliais não expressaram o CLA em
números significativos. Por causa da expressão do CLA, 10-20% de todas as células
de T de memória migram à pele (SCHWARZ, 2003). Linfócitos T CLA-positivos
podem ser CD4+ ou CD8+, e uma vez ativados podem ser capazes de produzir
citocinas tipo 1 (interferon-gama, interleucina-2, e linfotoxina) ou tipo 2 (interleucinas
4, 5, 10 e 13).
O CLA é um ligante específico para E-selectina, uma molécula da adesão
induzida nas células endoteliais em condições inflamatórias em resposta aos
mediadores pró-inflamatórios como IL-1 e TNF-alfa (PICKER e cols., 1991). A
interação do CLA com a E-selectina media a adesão inicial dos linfócitos T e a
exposição da sua superfície celular à superfície do endotélio nas vênulas pós-
capilares cutâneas, onde agirão quimiocinas. Uma vez aderidos e atados, eles rolam
na superfície endotelial no sentido do fluxo sangüíneo, mas muito mais lentamente,
assim podem superar as forças substanciais exercidas pelo fluxo e ser
extravazados. Receptores de quimiocinas (CXCR2, CXCR3, CCR4, CCR6, CCR10)
foram detectados na superfície de linfócitos T CLA+ e participariam da sua migração
53
(SANTAMARIA-BABI, 2004). A expressão desses receptores e dos seus respectivos
ligantes pelas células da pele aumentam a especificidade destas células T para a
pele (ROBERT & KUPPER, 1999). E-selectina é expressa em níveis baixos na
microvasculatura cutânea, mas sua expressão aumenta muito durante a inflamação
cutânea. Interações entre selectinas, tais como CLA/E-selectina, VLA-4/VCAM-1
(alfa 4-beta 1 integrina, ou very late antigen, e molécula de adesão célulo-vascular-
1), e LFA-1/ICAM-1 (alfa-1-beta 2 integrina ou antígeno associado à função
linfocitária-1, e molécula de adesão intercelular-1) são requeridas para a migração
transendotelial de linfócitos T circulantes (ROBERT & KUPPER, 1999;
SANTAMARIA-BABI, 2004). Recentemente, mostrou-se que a migração de linfócitos
T CLA+ à pele humana transplantada em ratos pode ser impedida por um anticorpo
anti-selectina. Em tal situação, interferir com o mecanismo específico de migração
de linfócitos para a pele forneceria um benefício terapêutico (BIEDERMANN e cols.,
2002).
3.2.3. CLA e doenças cutâneas
Embora o recrutamento de linfócitos T de memória seja requerido para uma
imunovigilância cutânea bem sucedida, eles também estão envolvidos em algumas
respostas hiperreativas, tais como alergias ou doenças auto-imunes. Mediam várias
doenças cutâneas incluindo vitiligo, além de dermatite de contato alérgica, psoríase,
dermatite atópica, AA, erupção à droga, líquen plano, e também linfoma T e doença
enxerto-hospedeiro (ROBERT & KUPPER, 1999).
Em cada cenário patológico, os linfócitos T CLA+ apresentarão características
fenotípicas diferentes (por exemplo, produção de citocinas e especificidade do
antígeno/alérgeno) relacionadas ao processo imune/inflamatório específico onde
participam (SANTAMARIA-BABI, 2004). No melanoma, os linfócitos que infiltram o
tumor expressam o antígeno CLA, e a destruição imune dos melanócitos no halo-
nevo é associada com a expansão local de linfócitos T CLA+. A exaustão das ações
específicas da células T pode ser precipitada pela ativação induzida da morte celular
de linfócitos T efetores e pela intervenção de células T imunorregulatórias
específicas (T regs), que bloqueiam as APCs e/ou diretamente esfriam a ativação e
proliferação celular (CAVANI e cols., 2005).
O extravazamento de linfócitos CLA+ à pele envolve também interação de
54
outras moléculas. A citocina IL-12 induz a síntese de uma glicosiltransferase(alfa-
1,3- fucosiltransferase VII ou FucTVII) envolvida na geração do sialil Lewis X, um
carboidrato estruturalmente relacionado ao CLA. Esta indução do CLA nos linfócitos
T leva-os à transição de células “inocentes” a células de memória. Ao contrário, a IL-
4 inibe a expressão de FucTVII. Isso é muito importante para o estudo
farmacológico de substâncias que poderiam reduzir a indução de CLA nos linfócitos
T. A inibição farmacológica da produção IL-12 com os inibidores da fosfodiesterase
4 (por exemplo Rolipram) reduz a geração das células T CLA+ induzidas por um
superantígeno. Pacientes com melanoma que recebem IL-12 experimentaram uma
inundação periférica de linfócitos T CLA+. A inibição da síntese de CLA pode ser
uma maneira de se obter atividade anti-inflamatória cutânea in vivo. Todos estes
aspectos juntos suportam a relevância do antígeno CLA como um alvo terapêutico
para dermatoses mediadas por linfócitos T (SANTAMARIA-BABI, 2004).
Com relação à expressão do CLA no vitiligo, foi observada alta freqüência de
linfócitos T citotóxicos MelanA-específicos restritos ao HLA-A*0201 (A2-MelanA
tetramer+ CTLs), ou seja, em indivíduos HLA-A*0201-positivos com vitiligo.
Inversamente, nenhum linfócito específico semelhante foi identificado em controles
assintomáticos HLA-A*0201-positivos, ou em pacientes com vitiligo e HLA-A*0201-
negativos. Além disso, houve diferença significativa entre o número de linfócitos T
citotóxicos CLA+ entre pacientes e controles (p<0.05). Nos controles assintomáticos
que tinham linfócitos T citotóxicos detectáveis, todos eram CLA-negativos. Ou seja,
linfócitos T citotóxicos autorreativos foram detectados em alta freqüência nos
pacientes com vitiligo, mas somente foram associados com a doença aqueles com
habilidade de migrar para a pele, ou CLA+ (OGG e cols., 1998). Adicionalmente, já
foi relatada a presença de linfócitos T CD8+/CLA+ na pele perilesional de pacientes
com vitiligo, na vizinhança dos melanócitos desaparecidos, como já descrito (LE
POOLE e cols., 1996; VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a).
O efeito de alguns tratamentos no vitiligo sobre a expressão do CLA
provavelmente influencia os mecanismos etiopatogênicos de doença, e merece
novas pesquisas.
3.2.4. O Papel imune dos melanócitos
A função primordial destas células seria a proteção contra a radiação
55
ultravioleta. No entanto, estudos recentes vêm mostrando sua participação no
sistema imune cutâneo (OYARBIDE-VALENCIA e cols., 2006). Os melanócitos
podem expressar moléculas HLA classes I e II, e moléculas de adesão como ICAM-1
e VCAM-1 (AL BADRI e cols., 1993; LE POOLE e cols., 1993a). Podem ainda
produzir citocinas como interleucina 1, IL-6, e IL-8 (LE POOLE e cols., 2004) e
suscitar uma resposta imune local. Além disto, podem processar e apresentar
antígenos a células T, no contexto do MHC classe II, o que é facilitado pela sua
natureza dendrítica, sua posição estratégica dentro da pele e sua capacidade
fagocítica (LE POOLE e cols., 1993c apud VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a;
LE POOLE e cols., 1993d).
Em culturas de melanócitos de pele humana normal, eles foram capazes de
processar e apresentar antígenos de Mycobacterium leprae a linfócitos T, restritos
ao HLA-classe II, e além de elicitar proliferação de linfócitos T, também se tornam
alvo de clones T citotóxicos. Portanto, os melanócitos são células apresentadoras de
antígenos “não-profissionais”, e sem a mobilidade das células de Langerhans e de
APCs profissionais, por isto, talvez estejam envolvidos no seu próprio ataque imune
no vitiligo (LE POOLE e cols., 2004; OYARBIDE-VALENCIA e cols., 2006).
56
(Fonte: BOLOGNIA e cols., 2003)
Figura 1. Representação esquemática do melanócito na camada basal da epiderme.
57
3.3. PUVA NO VITILIGO
3.3.1. Conceito
PUVA é uma terapia que combina o uso de psoraleno tópico ou sistêmico
(4,5,8-trimetilpsoraleno-TMP, 8-metoxipsoraleno- 8-MOP e 5-metoxipsoraleno- 5-
MOP) com exposição à luz solar ou a fontes de luz ultravioleta (UV) com ondas
longas de alta intensidade. O espectro de ação biológica para a estimulação da
pigmentação melânica induzida pelo psoraleno está na faixa de 320 a 360 nm, ou
seja, dentro do espectro da radiação UVA (HONIGSMANN e cols., 1999).
O psoraleno deve ser administrado oralmente 1 a 3 horas (sua meia-vida
sérica) antes da fotoexposição, com intervalos de 48 horas entre as tomadas,
utilizando-se como fonte lumínica lâmpadas com predomínio de UVA. O momento
de exposição à radiação UVA deve coincidir com o pico do nível sérico do psoraleno,
que varia com as características de absorção particulares da droga/fabricante. Em
geral, os psoralenos são degradados em cerca de 12 horas. São compostos
lipofílicos, de eliminação hepática e excreção renal (HONIGSMANN e cols., 1999).
3.3.2. Histórico breve
A fotoquimioterapia para o vitiligo pode ter se iniciado desde 2000 a 1500 A.C.
na Índia e no Egito, quando a doença era tratada através da medicina popular com
extratos tópicos de plantas (Bavachee ou Psoralea corylifolia ou Ammi majus Linn),
que continham furocumarínicos fotossensibilizantes e estimuladores da pigmentação
cutânea. Há relatos da terapia do vitiligo com emprego da luz solar e radiação UV
desde 1900 (HONIGSMANN e cols., 1987), mas os primeiros estudos clínicos com
psoralenos tópicos e orais foram descritos a partir de 1948, por El Mofty, na
Universidade do Cairo (EL MOFTY, 1948 apud MATSUMURA & ANANTHAWAMY,
2004).
3.3.3. Mecanismos de Ação
Os psoralenos são furocumarínicos que possuem a propriedade de reagir
com o DNA em 3 etapas. Primeiro, na ausência de radiação UV, o psoraleno se
intercala entre pares de bases de DNA(dupla fita) e liga-se covalentemente a uma
base pirimidínica (principalmente a timina). A absorção de fótons no espectro UVA
58
resulta na formação dos monoadutos (produtos da fotoadição) 3.4- ou 4.5-
ciclobutano com a base do DNA. Os 4.5-monoadutos podem absorver um segundo
fóton e esta reação leva à formação de um aduto bifuncional, através da ligação
cruzada (cross-link) entre as fitas da dupla hélice com uma 5,6-dupla ligação da
base pirimidínica da fita oposta (HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003).
(Fonte: BOLOGNIA e cols., 2003)
Figura 2. Adutos monofuncionais ou bi-funcionais (crosslinks)
entre o psoraleno e a base pirimidínica de DNA
A conjunção de psoraleno com o DNA epidérmico suprime a síntese de DNA e
a divisão celular (HONIGSMANN e cols., 1999). Ou seja, DNA-psoraleno sofrem
uma reação fotoquímica UVA-induzida, e a formação de fotoadutos mono ou
bifuncionais no DNA resultam na inibição imediata da síntese de DNA e replicação
celular (BETHEA e cols., 1999; HONIGSMANN e cols., 1999, HONIGSMANN &
59
SCHWARZ, 2003). A fotossensibilização com psoraleno causa também uma
alteração na expressão de citocinas e seus receptores (HONIGSMANN &
SCHWARZ, 2003). Os psoralenos também reagem com RNA, proteínas e outros
componentes celulares (reação fotoquímica indireta), e indiretamente modificam
proteínas e lipídios via reações mediadas pelo oxigênio “singleto”, ou radicais livres
que podem danificar o DNA (KOVACS, 1998; HONIGSMANN e cols., 1999).
O mecanismo exato pelo qual a PUVA induz a repigmentação do vitiligo ainda
não foi bem esclarecido, mas alguns efeitos importantes dos psoralenos fotoativados
sobre o sistema imune cutâneo já foram demonstrados (Tabela 1). Provavelmente, é
um tratamento benéfico no vitiligo por mecanismos variados. O seu efeito
antiproliferativo celular e modulador do sistema imune cutâneo parece ser a base da
fototerapia de dermatoses mediadas pelos linfócitos T (DE RIE & BOS, 2005).
Linfócitos nos infiltrados cutâneos são intensamente suprimidos pela PUVA, com
efeitos variados nos diferentes subtipos de células T. A PUVA é bem mais potente
em induzir apoptose em linfócitos, do que nos queratinócitos, o que pode explicar
sua eficácia no linfoma T cutâneo bem como doenças inflamatórias da pele
(HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003; MATSUMURA & ANANTHAWAMY, 2004).
Kao & Yu (1992) estudaram o efeito PUVA em cultura de melanócitos e in
vivo demonstrando os seguintes achados in vitro: 1) quanto maior a dose de PUVA,
mais significante a inibição do DNA celular e síntese proteica, e a inibição do
receptor do fator de crescimento epidérmico; 2) PUVA depleta antígenos dos
melanócitos associados ao vitiligo (VAMA); 3) PUVA estimula a atividade da
tirosinase, mas o efeito não é dose-dependente. Seus efeitos in vivo mostram
algumas diferenças biológicas. Os principais mecanismos terapêuticos da PUVA no
vitiligo segundo os autores seriam: 1) PUVA estimularia outros componentes da
pele, como queratinócitos, a liberar mediadores inflamatórios, alguns dos quais
agiriam como fatores estimuladores do crescimento de melanócitos, levando à
proliferação de melanócitos no folículo piloso; 2) depletaria a expressão de VAMA
nos melanócitos e também as CL epidérmicas, bloqueando a citotoxicidade celular
dependente de anticorpo contra melanócitos no vitiligo.
60
Tabela 1.Efeitos dos psoralenos fotoativados no sistema imune cutâneo
Efeitos Autores
Fotoinativação direta de linfócitos T Ullrich, 1991
Indução de linfócitos T-supressores específicos
(antígeno-específicos; ou anticlones T
patogênicos)
Ullrich, 1991; Edelson, 1991
Supressão da produção de IL-2 pelas células T (in
mice)
Okamoto e cols., 1987
Inibição da ligação do fator de crescimento
epidérmico ao seu receptor
Mermelstein e cols., 1989; Kao & Yu,
1992
Redução do número/função das CL (perda de
dendritos; inibição do reconhecimento antigênico)
Friedmann, 1981; Ree, 1982; Kao &
Yu, 1992; Enk e cols., 1993
Imunosupressão sistêmica Morison e cols.,1979; Friedman &
Rogers, 1980; Kao & Yu, 1990;
Ullrich, 1991
Apoptose de células linfóides (associada com
influxo de cálcio)
Marks & Fox, 1991;
Redução da liberação das citocinas IL-1, IL-6, IL-8
e TNF-alfa pelos mononucleares do sangue
periférico (importante ação na psoríase)
Neuner e cols., 1994
Redução dos títulos de auto-anticorpos Ongenae e cols., 2003
*Adaptado de De Rie e Bos, 2005
Outros autores demonstraram que a PUVA estimula a hipertrofia e
proliferação de melanócitos inativos (dopa negativos) foliculares residentes na
bainha da raiz externa dos folículos pilosos assim como de melanócitos nas bordas
das lesões de vitiligo (ORTONNE e cols., 1979; CUI e cols., 1991). O tratamento
estimularia a divisão, proliferação e migração dos melanócitos inativos (dopa
negativos) das partes média e inferior dos folículos pilosos em direção à epiderme
na superfície dos folículos, e depois radialmente para formar a “ilhota” de
repigmentação clinicamente visível nas lesões de vitiligo em repigmentação. Os
melanócitos amadureceriam gradualmente à condição “ativa” durante a migração
para a epiderme onde encontrariam fatores de crescimento melanocítico, ocupando
progressivamente aquela área e produzindo melanina (CUI e cols., 1991).
No seu estado “inativo”, os melanócitos no reservatório folicular não são
61
capazes de produzir pigmento e também não sofrem os efeitos que levariam à sua
destruição no vitiligo. Mas uma vez ativados, se forem reconhecidos como
melanócitos normalmente-funcionais, poderão ser destruídos rapidamente. Não se
conhece ao certo os sinais que determinam a ativação dos melanócitos foliculares, e
é possível também que essa ativação possa acontecer espontaneamente, já que
alguns pacientes com vitiligo podem repigmentar sem tratamento. O tratamento para
ser eficaz no vitiligo deve não apenas ativar e estimular a migração dos melanócitos
do reservatório, mas também permitir sua sobrevivência na epiderme (MORELLI,
2000).
Adicionalmente, já foi descrito que a PUVA estimula a melanogênese através
da fotoconjugação dos psoralenos no DNA dos melanócitos, mitoses e proliferação
de melanócitos, formação aumentada e melanização de melanossomos,
transferência aumentada de melanossomos para queratinócitos, e ativação e
aumento da síntese de tirosina mediado pela estimulação da atividade do AMP
cíclico (HONIGSMANN e cols., 1999; HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003). O
conjunto de mecanismos citados parece agir sinergicamente, criando um ambiente
local favorável ao crescimento de melanócitos e interrupção dos eventos auto-
imunes possivelmente associados à destruição de melanócitos.
Embora a PUVA claramente iniba o sistema imune, seus mecanismos
imunossupressores não têm sido tão bem estudados quanto os efeitos da radiação
ultravioleta B (UVB) (MATSUMURA & ANANTHAWAMY, 2004), e prevalecem
estudos referentes ao seu emprego na psoríase. Por exemplo, os efeitos do
tratamento com UVB na expressão do CLA nos linfócitos T circulantes na psoríase já
foram estudados, demonstrando marcada redução na sua expressão, associada ao
efeito terapêutico do UVB na psoríase (SIGMUNDSDOTTIR e cols., 2003).
No setor de Fotodermatologia do HUCFF-UFRJ já foi estudado o efeito PUVA
nos linfócitos T circulantes, incluindo a expressão do CLA nestas células. Os
linfócitos T CD4-CLA+ e T CD8-CLA+ não apresentaram diferenças quantitativas
significantes quando comparados antes e após 30 sessões de PUVA. No entanto,
100% dos pacientes apresentaram algum grau de repigmentação, e 80% obtiveram
melhora clínica intensa, sugerindo que algum importante efeito PUVA ocorreu
provavelmente no microambiente cutâneo, estimulando a repigmentação de modo
marcante (ANTELO, 2006).
Não encontramos na literatura até o momento estudos que especifiquem o
62
efeito da PUVA na expressão do CLA nos linfócitos T do infiltrado cutâneo no vitiligo
ativo.
3.3.4. PUVA e efeito sistêmico
Há algumas evidências de que a PUVA aja não apenas localmente na pele,
mas também sistemicamente, que serão descritas a seguir:
1) O soro de pacientes tratados com PUVA induz a proliferação de
melanócitos e fibroblastos in vitro (ABDEL-NASER e cols., 1997 apud
ABDEL-NASER e cols., 2006);
2) As lesões cutâneas malignas podem ocorrer em áreas não submetidas à
radiação durante a PUVA (STERN e cols., 2002);
3) PUVA induz lentigos na pele lesional e não-lesional do vitiligo, em áreas
expostas e não-expostas (ABDEL-NASER e cols., 2004);
4) Similaridade da PUVA à fotoferese, que age sobre clones de linfócitos T
patogênicos em expansão, fotoativando-os, e produzindo uma reação
imunológica, de modo que quando reinfundidos agem contra células T-não
irradiadas, do mesmo clone patogênico, no linfoma T cutâneo avançado e
em outras desordens auto-imunes, como a rejeição a transplantes;
5) Liberação de citocinas que agem não só localmente, mas também
sistemicamente, após PUVA (NEUNER e cols., 1994).
6) Há uma elevação plasmática de endotelina-1, um potente mitógeno para
melanócitos, no vitiligo, em resposta à PUVA, acompanhada de
hiperpigmentação generalizada e repigmentação, sugerindo que a
liberação de ET-1 esteja envolvida no efeito clínico. Seu efeito mitogênico
generalizado justifica a irradiação total do corpo nos pacientes com vitiligo,
ao invés do tratamento apenas das áreas despigmentadas (ABDEL-
NASER e cols., 2006).
Com base nos achados citados, o estudo imuno-histoquímico dos efeitos
PUVA no microambiente cutâneo, tanto na pele afetada quanto na pele normalmente
pigmentada no vitiligo, é bastante relevante e talvez esclareça as modificações
celulares que ocorrem na fase de melhora da doença com esta modalidade
terapêutica. Também não se sabe por quanto tempo os efeitos imunossupressores
63
da PUVA podem persistir quando a terapia é descontinuada (BETHEA e cols.,
1999). Este dado contribuiria para o adequado seguimento dos pacientes tratados.
3.3.5. Efeitos da radiação ultravioleta no sistema imune cutâneo
Os efeitos já estudados da radiação UV (RUV) sobre o sistema imune
cutâneo reforçam a hipótese de que a PUVA age sistemicamente (Tabela 2).
Tabela 2. Principais efeitos RUV-mediados nos constituintes do sistema imune cutâneo.
Alvo Resultado
DNA (cromóforo) Formação de dímeros/redução da síntese
Membranas celulares Apoptose (especialmente linfócitos T) e permeabilidade
celular aumentada
Geração de espécies reativas de oxigênio
Queratinócitos Produção > de IL-1 e TNF-alfa (suprimem CL e induzem
imunossupressão)
Produção > de IL-6, IL-8, IL-10 (inibe apresentação de Ag
pelas CL), IL-12, IL-15, GM-CSF* e prostaglandinas(PGE2)
Expressão > de moléculas de adesão (ICAM-1)
Síntese > de alfa-MSH** (inibe resposta imune celular)
Linfócitos T Redução do número de células circulantes e da relação
linfócitos CD4/CD8
Redução da viabilidade
Apoptose
Células de Langerhans Redução do número e função e da expressão de moléculas
de adesão
Macrófagos Influxo para a epiderme e redução da expressão de
moléculas de adesão
Mastócitos Liberação de histamina (dose-dependente)
Fibroblastos Expressão aumentada da matrix metaloproteinase (MMP)-1
Células endoteliais Incerto
Adaptado de De Rie & Bos, 2005
*GM-CSF-fator estimulador de colônias de granulócitos macrófagos; **alfa-MSH- hormônio
estimulador de melanócitos
64
3.3.6. Resposta ao tratamento com PUVA
É um tratamento clássico e efetivo em cerca de 50% dos casos ou mais,
segundo diferentes estudos (EL MOFTY e cols., 2001; KREUTER e cols., 2001;
KWOK e cols., 2002; HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003). Nenhuma forma de
tratamento do vitiligo é totalmente bem sucedida, mas alguns relatos sugerem que
corticóides tópicos potentes, PUVA e terapia com UVB estão dentre as terapias
mais efetivas para vitiligo generalizado (KOVACS, 1998; ROELANDTS, 2003). A
fotoquimioterapia pode também ser combinada com outros tratamentos
(ROELANDTS, 2003).
Alguns autores não encontraram diferença estatística ao comparar os efeitos
da PUVA oral, UVB-banda estreita ou UVB-banda larga no vitiligo (NJOO e
cols.,1998; EL MOFTY e cols., 2001; SCHERSCHUN e cols., 2001). No entanto, a
dose cumulativa de UVB-banda estreita é geralmente menor quando comparada à
PUVA, e também tem poucos efeitos adversos (WESTERHOF & NIEUWEBOER-
KROBOTOVA, 1997). Os resultados variam muito de um paciente para outro, mas
raramente há repigmentação completa (ROELANDTS, 2003). Por causa dos efeitos
adversos a curto e longo prazo (dose-dependentes), a PUVA vem dando lugar à
fototerapia com UVB-banda estreita como tratamento de primeira escolha no vitiligo
(DE RIE & BOS, 2005). Além disto, a “narrow-band” UVB elimina a necessidade de
um fotossensibilizante (ROELANDTS, 2003). No entanto, ainda existe a limitação do
seu custo.
A PUVA é feita 2 a 3 vezes por semana, por no mínimo 6 meses, e em alguns
casos pode ser indicada por 1 a 3 anos. O início da repigmentação requer cerca de
30 a 50 exposições. Na maioria dos pacientes, as áreas tratadas retém o pigmento
longo tempo após o término do tratamento, o que é desejável ao se implementar
qualquer terapêutica para a doença (BLEEHEN & EBLING, 1998). Os resultados
são geralmente melhores em peles mais escuras (ROELANDTS, 2003).
3.3.7. PUVA e risco potencial a longo prazo
A exposição crônica à PUVA e suas altas doses cumulativas podem resultar
em alterações pigmentares, xerose, perda da elasticidade, formação de rugas, e
ceratoses actínicas, semelhantes à dermatoheliose. Além disto, pode haver
65
formação profusa de lentigos, denominada “lentiginose-PUVA induzida”, que resulta
de tratamentos prolongados e repetidos, e altas doses cumulativas. Não houve risco
aumentado de melanoma associado com estes lentigos, destacando-se
principalmente o efeito cosmético perturbador (HENSELER e cols., 1981 apud
HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003).
A maior preocupação com regimes de tratamento repetidos e/ou prolongados
é a fotocarcinogênese. A maioria dos dados na literatura que ressaltam este aspecto
foram obtidos de pacientes psoriásicos, que representam o maior grupo recebendo
PUVA. O risco estaria relacionado ao dano no DNA, mas a imunossupressão PUVA-
induzida talvez tenha também algum papel. Os achados correlacionando PUVA e
câncer de pele são controversos. Segundo alguns, o risco de carcinoma
espinocelular é significativamente aumentado em pacientes recebendo PUVA
quando comparados a controles, e a magnitude do risco parece ser dose-
dependente (STERN & LAIRD, 1994; STERN e cols., 2002). Entretanto, Henseler e
colaboradores (1987) observaram que, numa coorte de 1693 pacientes, todos com
tumores tinham história prévia de exposição a outros carcinógenos potenciais, como
metotrexate, e nenhum caso de tumor cutâneo foi observado naqueles que
receberam apenas PUVA, mesmo em doses cumulativas altas como 3000J/cm2.
Num estudo retrospectivo incluindo 5400 pacientes tratados com PUVA dentro de
um período de 20 anos, nenhum caso de câncer genital foi observado, mesmo sem
a proteção da genitália nos períodos de exposição UVA. Por outro lado, dentre os
48 casos diagnosticados de carcinoma espinocelular genital em homens, apenas 1
relatava exposição intensa à PUVA. Isto fez questionar a necessidade de proteger a
genitália durante o tratamento (AUBIN e cols., 2001). Contrariamente outros autores
reforçam a importância da proteção genital durante a exposição UVA, para minimizar
o risco de câncer cutâneo genital (STERN e cols., 2002).
Há pouca informação sobre os efeitos do PUVA a longo prazo em pacientes
com vitiligo. Apenas recentemente um estudo israelense descreveu que dentre 28
pacientes com vitiligo tratados com PUVA por longo período, nenhum caso de
câncer cutâneo foi observado. A dose mediana de radiação recebida foi de 336.8
J/cm2, e o número de tratamentos recebidos por paciente foi 77 (mediana). O tempo
médio desde o início do tratamento foi de 11 anos, e a média de tempo desde o fim
do tratamento foi de 9,4 anos (VUSSUKI, 2006). De qualquer modo, outros fatores
devem ser considerados quando o paciente é submetido à PUVA, como exposição
66
solar prévia, UVB, e uso concomitante de imunossupressores, além da resposta
individual dos pacientes aos psoralenos e à radiação UVA (HONIGSMANN &
SCHWARZ, 2003).
3.4. OUTROS TRATAMENTOS
3.4.1. PUVA Tópica
Em alguns casos, aplicações tópicas de 8-metoxipsoraleno (8-MOP) a 0,01-
0,2% (em propilenoglicol 5% e etanol 95%), seguidas de exposições semanais a
UVA, determinam mais de 50% de repigmentação após 6 meses de tratamento.
Tem a desvantagem de uma distribuição não-uniforme na pele, e reações
fototóxicas imprevisíveis, como queimaduras e bolhas, além de hiperpigmentação se
aplicada na pele “normal” (BLEEHEN & EBLING, 1998; HONIGSMANN &
SCHWARZ, 2003). Portanto, tem sido mais usado em pacientes com psoríase
palmo-plantar e vitiligo estável limitado (HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003).
3.4.2. UVB-banda estreita (narrow band)
É um tratamento com lâmpadas que emitem radiação UVB, tendo emissão
máxima em 311-312 nm, estimulando a síntese de melanina na pele pelo aumento
da atividade da tirosinase e estímulo à proliferação de melanócitos (STEINER e cols,
2004). É administrado 2 vezes por semana geralmente, e sem fotossensibilizantes.
Produz maior repigmentação na face, e menor nas mãos e pés. Suas vantagens
incluem: menos dermatites fotoalérgicas e fototóxicas, prurido e xerose; sessões
mais curtas; dispensa a fotoproteção pós-tratamento; pode ser usada em grávidas
ou lactantes, indivíduos com disfunção hepática e renal, e crianças (STEINER e
cols, 2004). É considerado seguro e efetivo no vitiligo infantil (NJOO e cols., 2000).
Alguns autores têm mostrado eficácia do tratamento superior à da PUVA
(SCHERSCHUN e cols., 2001), e o consideram a primeira escolha para adultos e
crianças (> 6 anos) com vitiligo generalizado (ROEDLANDTS, 2003; ORTONNE,
2003).
3.4.3. Corticoterapia tópica
Em alguns pacientes com vitiligo localizado, potentes corticóides tópicos
67
como valerato de betametasona a 0,1% e propionato de clobetasol a 0,05%
produzem repigmentação do vitiligo, mas freqüentemente provocam atrofia cutânea.
(KANDIL, 1974). Por isto, devem ser usados em áreas localizadas e descontinuados
se não houver melhora após 2 meses de uso (ORTONNE, 2003). Pacientes mais
jovens, com pele mais escura e com acometimento de face e pescoço parecem ter
melhor resposta (NJOO e cols., 1998; COCKAYNE e cols., 2002), assim como as
lesões mais recentes (STEINER e cols., 2004). Um estudo sobre o tratamento do
vitiligo infantil no HUCFF mostrou que o “puvasol” (oxsoralen creme a 0,2%
associado à exposição solar) foi mais eficaz do que a hidrocortisona tópica a 1% em
crianças de 2 a 12 anos de idade (n=121) (DIOGO CAMÊLO CAVALCANTI, 1998).
3.4.4. Corticoterapia sistêmica
Usada em pacientes que apresentem rápida progressão das lesões
acrômicas para reduzir a “atividade” de doença, porém tem baixo potencial para
induzir uma repigmentação eficaz quando dada por até 24 semanas. Alternativas
com menos efeitos colaterais são: 1) pulsoterapia oral com dexametasona (10
mg/dia, 2 dias consecutivos, com intervalos de 5 dias sem medicação), por até 24
semanas, ao qual pode-se associar a PUVA com melhores resultados
(RADAKOVIC-FIJAN, 2001); 2) doses baixas diárias de esteróide, como a
prednisolona 0,3mg/kg, por 2 meses, com redução à metade da dose nos 2 meses
seguintes (KIM e cols., 1999).
3.4.5. Calcipotriol tópico isolado ou associado à PUVA
Pode ser mais efetivo que a PUVA ou calcipotriol isoladamente (PARSAD e
cols., 1998; AMEEN e cols., 2001; YALÇIN e cols., 2001; CHIAVÉRINI e cols.,
2002). Os mecanismos envolvidos não são bem conhecidos, podendo envolver a
regulação da melanogênese ou imunomodulação (GLÄSER e cols., 1998; YALÇIN
e cols., 2001; CHIAVÉRINI e cols., 2002). Já foi demonstrada uma alteração na
homeostase do cálcio na pele com vitiligo, e os melanócitos expressam receptores
de vitamina D3. Isto explicaria um efeito positivo do calcipotriol, um metabólito ativo
da vitamina D (PARSAD e cols., 1998; YALÇIN e cols., 2001). Em geral, é usado
depois da PUVA, evitando-se sua interação com UVA (ROELANDTS, 2003), mas um
trabalho mostrou uma rápida repigmentação em casos refratários ao PUVA
68
isoladamente, com uso do creme 1 hora antes da PUVA, 2 vezes por semana
(ERMIS e cols., 2001 apud ROELANDTS, 2003).
3.4.6. Novos Imunomoduladores
Usados eficazmente no tratamento da dermatite atópica, representam uma
nova modalidade de tratamento em investigação para o vitiligo. Tacrolimus e
pimecrolimus são as principais drogas do grupo (VAN LEENT e cols., 1998;
BEKERSKY e cols., 2001). São inibidores da calcineurina. A calcineurina é uma
fosfatase ativada pelo cálcio, cuja principal ação é clivar o fosfato da subunidade
citoplasmática do NFAT (nuclear factor of activated T cells), que é um fator de
transcrição, permitindo que este NFATc entre no núcleo e promova a expressão de
citocinas. Então, através da inibição do NFAT, essas drogas bloqueiam a expressão
de citocinas necessárias à ativação da imunidade celular (NGHIEM e cols., 2002;
EICHENFIELD, 2002). A supressão de TNF-alfa, que parece ter um papel relevante
na etiopatogênese do vitiligo, após a aplicação de tacrolimus tópico, levaria à
repigmentação (GRIMES e cols., 2004).
Em estudos pequenos, o tacrolimus (0,1%) se mostrou eficaz no vitiligo, se
usado isoladamente ou associado à exposição solar (GRIMES e cols, 2002; SMITH
e cols, 2002; TANGHETTI, 2003 apud STEINER, 2004; KANWAR e cols, 2004). Um
estudo duplo-cego relatou que o tacrolimus (0,1%) é tão eficaz quanto o clobetasol
(0.05%) no tratamento do vitiligo em crianças, porém não produz atrofia e pode ser
usado em pálpebras (LEPE e cols., 2003). Recentemente, estudos maiores têm
comprovado a sua eficácia na doença (em até 89%), principalmente na face e
pescoço (SILVERBERG e cols., 2004).
3.4.7. Laser excimer 308-nm
Tem comprimento de onda próximo ao usado no UVB-banda estreita,
partilhando as mesmas indicações da fototerapia convencional. Tem sido eficaz e
bem tolerado no vitiligo localizado, sendo que lesões nas extremidades e sobre
prominências ósseas não são boas indicações. Sua combinação com tacrolimus ou
corticóide têm mostrado resultados interessantes, mas ainda requerem estudos
prospectivos (PASSERON & ORTONNE, 2006). Um estudo mostrou uma melhora
mais rápida (num período de 2 a 4 semanas) do que aquela obtida com outras
69
terapias (SPENCER e cols., 2002).
3.4.8. Despigmentantes
Em pacientes com vitiligo extenso e poucas áreas residuais de pigmentação,
cremes branqueadores como monobenziléter de hidroquinona a 20% atuam
destruindo os melanócitos, produzindo despigmentação definitiva. Podem ser
usados 2 vezes ao dia, por 9-12 meses. A resposta inicial ao produto geralmente
leva 1-3 meses e pode ocorrer perda de pigmento em sítios distantes. É um potente
irritante e/ou alérgeno e deve ser testado primeiramente em pequena área. Pode
haver repigmentação folicular em pacientes expostos à luz solar (ORTONNE, 2003).
É aconselhado apenas em pacientes acima de 40 anos, com mais de 50% de área
afetada, sem resposta a outros tratamentos, e que aceitem a despigmentação
irreversível (FITZPATRICK, 1977). Despigmentação com laser de rubi (Q-switched)
pode ser mais rápida do que com tais agentes (THISSEN & WESTERHOF, 1997
apud ORTONNE, 2003).
3.4.9. Microenxertos
O uso de técnicas de enxertos, microenxertos e cultura de melanócitos
autólogos é interessante, mas de resultados limitados (HATCHOME e cols., 1988).
Pode ocorrer transformação vitiligóide da pele implantada nos casos de vitiligo
generalizado e melhor resposta nos casos segmentares (FALABELLA, 1983). Os
critérios de seleção para transplantes autólogos são: vitiligo estável, resposta
insatisfatória a outras terapias, ausência de fenômeno de Koebner, teste de
microenxerto positivo (halo de repigmentação de 1-2mm ao redor da área
transplantada), ausência de tendência a quelóides, idade > que 12 anos
(FALABELLA e cols., 1995).
3.4.10. Fenilalanina
Matéria prima para a síntese de tirosina, produto na cadeia da melanina.
Parece eficaz na repigmentação do vitiligo na face, porém os resultados no tronco e
extremidades são pobres (CAMACHO & MAZUECOS, 1999). Empregada em doses
de 50 a 100mg/Kg/dia, 3 vezes por semana, 1 hora antes de se expor ao sol e/ou
acompanhada de fenilalanina em solução tópica a 10% (ANTONIOU e cols., 1989).
70
3.4.11. Pseudocatalase
O acúmulo de peróxido de hidrogênio na epiderme com vitiligo e a inativação
da catalase (provavelmente consumida pelo peróxido)se associam à vacuolização in
vitro de melanócitos (estresse oxidativo). Isto se reverteria com a adição de catalase.
Nisto se baseia o uso da pseudocatalase, que removeria as formas reativas do
oxigênio (SCHALLREUTTER & ROKOS, 2005). Schallreuter e colaboradores (2002)
atribuíram à combinação de pseudocatalase creme com exposição solar no Mar
Morto uma rápida repigmentação do vitiligo. No entanto, não se pode atribuir à
substância os resultados já que houve associação com exposição solar, e não há
ensaios clínicos controlados comprovando sua eficácia (ORTONNE, 2003). Um
estudo recente demonstrou a ineficácia de um medicamento contendo Cucumis
melo superóxido dismutase e catalase (Vitix®). Não foi comprovada sua atividade
de pseudocatalase in vivo ou in vitro, nem houve melhora significante no vitiligo
facial após 4 meses de tratamento (SCHALLREUTTER & ROKOS, 2005).
3.4.12. Vitamina B12 e ácido fólico oral
O uso de vitamina B12 (5000 U semanais, injetáveis) e ácido fólico oral
(2mg/dia) em 100 pacientes portadores de vitiligo mostrou repigmentação importante
em 52% dos casos, particularmente nas áreas fotoexpostas, e parada de progressão
da doença em 64% (JUHLEIN & OLSSON, 1997). A exposição solar simultânea
prejudica a avaliação destes resultados.
3.4.13. Melagenina
Extrato hidroalcoólico de placenta humana, cujo ingrediente ativo seria uma
alfa-lipoproteína, associada à radiação UV ou infravermelha. Seu uso não deve ser
recomendado, pois ensaios clínicos feitos com a substância em diferentes países
como Venezuela, México e Índia negam a sua eficácia (ORTONNE, 2003).
3.4.14. Coadjuvantes
- Apoio psicológico- A doença pode levar a constrangimento, ansiedade, perda da
autoconfiança e quadros depressivos. Segundo Porter (1987 apud ONGENAE e
cols., 2006), há 3 tipos principais de pacientes com vitiligo: 1) aqueles com “domínio
71
ativo” da doença (20%), que cooperam ativamente com o seu aprendizado; 2) os
que manifestam “aceitação passiva” (40%) e ignoram o problema, não se sentem
constrangidos, nem escondem as lesões; 3) e aqueles com “difícil ajuste” (40%), que
experimentam dificuldades em cooperar, se sentem deprimidos e constrangidos,
evitando a interação social. Portanto, uma boa relação médico-paciente,
informações adequadas, apoio à socialização, e eventualmente atendimento
psicoterápico/psiquiátrico são medidas de suporte (ONGENAE e cols., 2006).
- Fotoproteção- importante nos pacientes com constituição muito clara e/ou doença
extensa ou lesões em áreas fotoexpostas, prevenindo queimaduras solares
(MACHADO F
O
, 1986).
- Dihidroxiacetona (DHA) a 5%- Usada comercialmente em cremes
autobronzeadores, é uma opção terapêutica para as lesões resistentes aos
tratamentos convencionais, como nas extremidades distais. Pode ser usada em dias
alternados, com resultado cosmético satisfatório após 2 semanas (FESQ e cols.,
2001).
72
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. DESENHO DO ESTUDO
Estudo experimental, ensaio clínico do tipo “pré e pós-tratamento”, com
avaliação do infiltrado celular cutâneo em biopsias de pele perilesional (borda ativa
de lesão) e pele não-lesional de vitiligo (linfócitos T CD3+, CD4+, CD8+, e CLA+, e
células de Langerhans-CD1a+) antes e após 20-30 sessões de PUVA. As biopsias
dos pacientes foram comparadas com biopsias de pele normal de controles
saudáveis.
Esta tese está vinculada ao projeto “Avaliação da Fotoquimioterapia-PUVA no
tratamento de Psoríase, Vitiligo, Linfoma de Células T Cutâneo, Doença Enxerto
contra Hospedeiro e Esclerodermia” já em andamento no Setor de
Fotodermatologia do HUCFF-UFRJ, sob a coordenação do Professor Absalom Lima
Filgueira.
O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética do HUCFF-UFRJ.
Todos os pacientes receberam informações detalhadas sobre a natureza da
pesquisa e perspectiva do tratamento que receberiam, e assinaram voluntariamente
um termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 1), após o qual foram
iniciados os procedimentos clínicos propriamente ditos. Os indivíduos do grupo
controle foram voluntários saudáveis recrutados da população geral, que também
receberam informações completas sobre a pesquisa, e assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido.
4.2. PARTICIPANTES
4.2.1. Casuística
Foram estudados 22 pacientes com vitiligo generalizado (não-segmentar), em
atividade (progressivo), e 10 controles saudáveis, pareados por idade e sexo. Os
pacientes foram catalogados e selecionados no Setor de Fotodermatologia do
HUCFF-UFRJ, durante o período de fevereiro de 2004 a janeiro de 2006.
73
4.2.2. Critérios de Inclusão
Pacientes apresentando vitiligo generalizado, referindo doença “ativa”, em
qualquer parte do corpo, exceto genitália. Todos os pacientes e indivíduos
selecionados deveriam ter idade superior a 18 anos, de ambos os sexos.
OBS: Foram considerados como tendo “doença ativa” os pacientes que tivessem
observado progressão das lesões nos últimos 3 meses, em número ou tamanho;
Pacientes com qualquer fototipo de pele, de acordo com a classificação de
Fitzpatrick. O critério diagnóstico de vitiligo generalizado foi baseado nos
achados clínicos característicos, definidos pela literatura médica, devido à
ausência de achados patognomônicos da doença.
Pacientes selecionados que apresentassem exames laboratoriais e exame
oftalmológico pré-fototerapia normais.
4.2.3. Critérios de Exclusão
Pacientes que tivessem recebido tratamento e/ou apresentado repigmentação
espontânea nos 3 meses prévios à participação no estudo;
Pacientes com vitiligo “estável”, sem o surgimento de lesões novas nos últimos 3
meses;
Pacientes apresentando intolerância à PUVA e/ou a medicamentos usados no
tratamento;
Pacientes grávidas;
Pacientes com lesões de vitiligo afetando exclusivamente a área genital;
Pacientes menores de 18 anos de idade.
Pacientes com outras dermatoses inflamatórias concomitantes, como psoríase e
eczema atópico, ou portadores de imunossupressão (por doenças ou
medicamentos), que pudessem interferir com os achados celulares cutâneos.
4.2.4. Critérios de Inclusão dos Controles
Indivíduos saudáveis, maiores de 18 anos de idade, pareados por sexo e idade
com o grupo de pacientes com vitiligo, sem doença cutânea ativa, e sem qualquer
outra afecção clínica.
74
4.2.5. Critérios de Exclusão dos Controles
História pessoal ou familiar de vitiligo;
Doenças auto-imunes;
Dermatoses inflamatórias ativas, principalmente de natureza atópica;
Gestantes;
Menores de 18 anos
4.3. METODOLOGIA
Os pacientes foram submetidos à seguinte rotina antes de começar o
tratamento:
4.3.1. Entrevista e exame clínico
Esta etapa incluiu avaliação clínica e seleção de pacientes, preenchimento do
termo de consentimento livre e esclarecido e preenchimento do protocolo de
investigação dos pacientes (anexos). Os parâmetros clínicos mais importantes para
o estudo foram registrados, tais como: idade de aparecimento, tempo de evolução
da doença, extensão das lesões, fatores associados e/ou desencadeadores, etc.
Os seguintes exames laboratoriais de sangue foram realizados como parte da
triagem pré-PUVA, seguida no Setor de Fotodermatologia (assim como a avaliação
oftalmológica): hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, provas de
função hepática e renal, e testes de função tireoidiana, tais como: níveis de T4 livre
e TSH. Além disto, foi feita pesquisa de Acs antitireoperoxidase (antiTPO) no
Laboratório de Métodos Especiais do Serviço de Imunologia do HUCFF-UFRJ, pelo
método de ensaio imuno-enzimático, utilizando o kit comercial Immulite (Diagnostic
Products Corporation - DPC). Foram considerados positivos os títulos de antiTPO
iguais ou superiores a 35 U/mL.
4.3.2. Exame oftalmológico
Realizado no Serviço de Oftalmologia do HUCFF-UFRJ, para avaliar algum
tipo de alteração patológica na mácula, antes de começar a ingesta de
psoralenos.
75
4.3.3. Documentação fotográfica
Foram realizadas fotografias padronizadas com a máquina digital NIKON 7.1
megapixels, em 3 momentos: pré-tratamento, com 15 sessões e ao final das 30
sessões propostas.
4.3.4. Biopsias de pele e avaliação histológica
Antes de serem submetidos à PUVA, foram realizadas 2 biopsias com punch
5mm nos pacientes: 1) na pele perilesional (PL), envolvendo a borda ativa (BA) de
lesão, e 2) na pele não-lesional (NL). A biopsia de pele PL foi feita numa lesão
progressiva, exatamente no limite entre pele lesional e não-lesional, incluindo as 2
metades igualmente dentro do punch. Foi escolhida preferencialmente uma lesão
nos membros superiores, evitando-se as mãos e os pés e lesões sobre
proeminências ósseas, que apresentam repigmentação mais difícil. As biopsias de
pele NL do paciente (controle interno) foram coletadas no dorso, numa área distante
da pele afetada, e pouco visível.
Após serem submetidos à PUVA, foram realizadas 2 novas biopsias nos
pacientes com vitiligo: 1) numa lesão em repigmentação, preferivelmente numa área
próxima à primeira biopsia, também envolvendo pele L e NL; 2) na pele NL, no
dorso. Estas biopsias ocorreram após cerca de 30 sessões de PUVA, respeitando-
se um prazo máximo de até 48 horas após a última sessão, já que mudanças no
número de linfócitos se iniciam 30 minutos após a exposição, são máximas em 12-
16 horas, e voltam aos níveis pré-tratamento cerca de 72 horas após a irradiação. O
prazo dado seria viável para o retorno do paciente ao hospital e permitiria ainda a
detecção dos efeitos celulares da PUVA (MORISON e cols., 1981).
A pele normal de controles foi biopsiada em etapa única, ao início do estudo,
também no dorso, em 10 indivíduos saudáveis (controle externo), pareados por
idade e sexo com os afetados. O grupo controle não recebeu o tratamento.
Todos os espécimes biopsiados, inclusive aqueles de controles, foram
divididos em 2 partes iguais. Nas biopsias de BA foi feito um corte transversal ao
limite entre pele L e NL, incluindo pele L e NL em ambos os fragmentos. As 2
metades de cada biópsia foram fixadas separadamente em formol tamponado a
10%. Uma das metades foi processada por métodos convencionais, incluída em
76
parafina, e dos blocos de parafina foram obtidas as secções de pele para a
avaliação histológica. A outra metade foi também processada convencionalmente, e
a partir dos blocos de parafina o material foi preparado para os testes imuno-
histoquímicos, conforme será descrito a seguir.
Para o estudo histopatológico as secções histológicas obtidas foram coradas
com HE e pelo método de Fontana-Masson; o estudo foi feito em 1 ou 2 secções do
microscópio óptico, com objetiva de 40X. Os principais parâmetros histológicos
analisados foram aqueles concernentes à inflamação tecidual associada e
alterações na pigmentação da camada basal da epiderme. Nos espécimes
referentes à lesão de vitiligo, consideramos também a presença ou ausência de
borda histologicamente evidente, mostrando a transição entre a área com
pigmentação melânica basal “normal” e a área de perda da pigmentação basal. Além
disto, avaliamos a presença de incontinência pigmentar (IP), que foi referida como:
ausente; focal(+), quando os melanófagos foram observados em menos que 1/3 da
extensão da derme superior no corte analisado; ou IP difusa (++), quando os
melanófagos foram encontrados em área maior que 1/3 da extensão da derme
superficial na secção escolhida.
4.3.5. Avaliação imuno-histoquímica
Foi avaliada a composição do infiltrado celular cutâneo nas biopsias através do
método imuno-histoquímico, usando-se anticorpos primários para: linfócitos T CD3,
CD4 e CD8, células de Langerhans (CD1a), e antígeno cutâneo leucocitário (CLA),
para evidenciar marcadores de ativação nas células do infiltrado cutâneo. Tais
anticorpos primários (tabela 3) foram empregados em todas as amostras, na pele PL
e NL dos pacientes, e na pele dos controles.
77
Tabela 3.Descrição dos anticorpos primários utilizados na Imuno-histoquímica
Marcador Descrição do Ac especificidade diluição Fonte/
fornecedor
CD1a
Monoclonal mouse
antiCD1a, clone 010,
IgG1
Céls. Langerhans 1:50 *Dako
CD8
Monoclonal mouse Ac
antiCD8, clone
C8/144B, IgG1
Linfócitos T
citotóxicos
1:50 Dako
CD3
Policlonal rabbit anti-
human CD3
CD3 em céls. T 1:500 Dako
CD4
Monoclonal Ac to CD4
(Mouse IgG1-clone
4B12)
Linfócitos T
auxiliares
1:30 BioGenex
CLA
Purified Rat anti-
human CLA
monoclonal Ac (IgM)-
Clone HECA-452
CLA 1:50 BD
Biosciences
Pharmigen
* Dako Corporation-Califórnia-USA
A partir dos blocos de parafina foram obtidos novos cortes histológicos de 5
micrômetros de espessura, que foram colocados em lâminas previamente lavadas
em solução sulfocrômica, emulsionadas com adesivo à base de poli-L-lisina (Poly-L-
Lysine, da marca Sigma, USA, cód. P8920) a 10% e colocadas em estufa a 60ºC
durante 12 horas para melhor aderência do material à superfície da lâmina.
A seguir, o material foi desparafinizado e reidratado, tendo sido colocado estufa
a 60ºC por 20 minutos e, então, em 3 banhos de xilol (5 minutos cada) e em 3
banhos de álcool em concentrações decrescentes de 95%, 70% 50% (5 minutos
cada), conforme procedimento histotécnico usual, em temperatura ambiente.
A atividade da peroxidase endógena foi então inibida, através da imersão do
material em peróxido de hidrogênio a 3% em metanol a 70% durante 20 minutos,
após o qual as lâminas foram lavadas em água destilada.
Nas amostras fixadas em formol foi feita a recuperação antigênica para os
epítopos pesquisados, do seguinte modo: os cortes que reagiriam com os Acs CLA,
CD1a, CD3 e CD8 foram mergulhados em tampão citrato de sódio a 0,01M com pH
78
igual a 6.0 em banho-maria a temperatura de 97.5ºC por 40 minutos; depois
retirados do banho-maria e deixados resfriando à temperatura ambiente por 20
minutos. Os cortes que reagiriam com o anticorpo CD4 foram mergulhados em
tampão EDTA/TRIS com pH igual a 8.0, e o resto do procedimento foi igual ao
procedimento com os Acs descritos acima.
Após a etapa de recuperação antigênica, as lâminas foram lavadas em água
destilada e colocadas em tampão PBS pH 7.4 com TWIN 20 (marca Sigma
cód.P7949), 3 banhos de 5 minutos cada. Em seguida, os cortes foram incubados
com os anticorpos previamente diluídos em uma solução de PBS-TWIN20+BSA a
0,1% (para bloquear as proteínas inespecíficas). Após 1 hora de reação em
temperatura ambiente, foi aplicado o kit da Dako LSAB (cód. K0690), sendo que ao
fim de cada etapa as lâminas foram lavadas em tampão PBS-TWIN20. Os
reagentes foram empregados conforme as instruções do fabricante, e o sistema
estreptavidina-biotina foi usado para todas as reações (HSU & RAINE, 1981). A
reação positiva foi detectada pela adição do cromógeno diaminobenzidina (DAB-
Dako, cód. K3466), por 30 segundos a 1 minuto em média. Os cortes foram contra-
corados com hematoxilina de Harris, lavados em água corrente, desidratados em
álcool com concentrações crescente 50%, 70%, 90% e P.A. e depois 4 banhos de
xilol, e finalmente as lâminas montadas com goma de Damar (marca Proquímios).
As células positivas foram quantificadas em no mínimo 12 campos de uma
secção, e expressas como o número de células identificadas por campos ao
microscópio óptico, com aumento de 500X (Olympus BX51 objetiva 50x).
O anexo 5 fornece a especificação das principais soluções utilizadas nos testes
imuno-histoquímicos.
4.3.6. Tratamento
Os pacientes selecionados foram submetidos a sessões de PUVA “oral”, 2
vezes por semana, até completarem em média 30 sessões. Após a ingesta da dose
de 0,6 mg/kg de 8-MOP oralmente, 2 horas antes do tratamento, os pacientes
começavam a exposição à radiação UVA (RUVA: 320-400 nm). O medicamento
(Oxsoralen®) foi doado pelo laboratório ICN, lotes 001/03 e 002/03. A dose inicial
para cada paciente foi determinada de acordo com o seu fototipo (HONIGSMANN e
cols., 1999). Entretanto, pacientes com despigmentação extensa pertencentes a
79
qualquer fototipo iniciaram a dose UVA recomendada para o fototipo I.
O paciente entrava na cabine usando fotoproteção ocular (óculos com proteção
para radiação UVA) e proteção da genitália (roupa íntima). O paciente permanecia
no centro da cabine, expondo toda a pele do corpo (exceto genitália), durante o
tempo estabelecido pelos pesquisadores e controlado pela cabine. Foram
asseguradas as condições de segurança, como a utilização da proteção ocular
durante a exposição à radiação e também após 18-24h da sessão, e uso de loção
fotoprotetora FPS15 nas áreas após a exposição à RUVA. Os pacientes foram
orientados quanto a possíveis complicações como queimaduras, prurido e
intolerância gastrintestinal ao psoraleno.
A tabela 4 mostra as doses UVA usadas no Setor de Fotodermatologia do
HUCFF. Tal protocolo de aplicação de PUVA pelo fototipo está em acordo com a
literatura (HONIGSMANN e cols., 1999; HONIGSMANN & SCHWARZ, 2003). A
dose UVA foi aumentada 0,5 J/cm2, toda vez que as lesões dos pacientes não
apresentassem mais o eritema tardio. A progressão semanal dos joules foi feita de
acordo com a intensidade do eritema. Nos casos sem eritema na mancha, o
aumento foi de 0,5 J/cm
2
por semana; na mácula com eritema rosado claro, a dose
era mantida e nos casos de eritema violáceo, a dosagem era reduzida em 0,5 J/cm
2
.
As dosimetrias de RUVA das unidades foram aferidas uma vez por
semana, de acordo com a orientação do fabricante de cada unidade, para assegurar
a dose de radiação.
Tabela 4. Dose UVA utilizada no Setor de Fotodermatologia-HUCFF, de acordo com o fototipo do
paciente.
Tipo
de pele*
Dose UVA
recomendada (J/cm2)
I Sempre queima, nunca bronzeia 0,5
II Sempre queima, mas às vezes bronzeia 1,0
III Às vezes queima, mas sempre bronzeia 1,5
IV Nunca queima, sempre bronzeia 2,0
V Moderadamente pigmentada 2,5
VI Negro 3,0
Adaptado de HONIGSMANN e cols., 1999
* Os tipos I-IV são determinados pela história; os tipos V e VI, pelo exame físico (descendência
racial).
80
4.3.7. Metodologia estatística
Em relação aos achados histológicos obtidos ao HE e FM, foram calculados
os valores percentuais de cada achado, e para alguns achados como por exemplo,
proporção de alteração na pigmentação da camada basal no grupo de casos
comparada ao grupo controle, o teste estatístico utilizado foi o teste exato de Fisher,
nível de significância de 5%.
Para a análise dos achados imuno-histoquímicos foram empregados:
- Teste de Mann-Whitney (teste não paramétrico)- para verificar se existe
diferença significativa na contagem de células CD1a+, CD8+, CD3+, CD4+ e CLA+
entre os casos e controles, antes da PUVA, e também após a PUVA.
- Teste dos postos sinalizados de Wilcoxon (teste não paramétrico)- para
verificar se existe variação significativa na contagem de células CD1a+, CD8+,
CD3+, CD4+ e CLA+ da pele com lesão para a pele sem lesão, no grupo dos
pacientes, antes da PUVA; e também para verificar se existe variação significativa
na contagem de tais células positivas na pele com lesão e sem lesão, no grupo dos
pacientes, antes e após PUVA.
O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%, ou
seja, quando o valor de p 0,05, então existe significância estatística. A análise
estatística foi processada pelo software estatístico SAS
®
System 6.04.
Para todas as análises foram pesquisados: número de células positivas
identificadas na epiderme por número de campos contados, na derme por número
de campos contados, e na pele total (ou seja, no somatório de células na epiderme e
na derme) por número de campos contados, na pele perilesional e não-lesional do
vitiligo, e na pele de controles. Nas análises comparativas dos achados foram
utilizadas as médias do número de células positivas em cada setor pesquisado.
81
5. RESULTADOS
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA
Foram incluídos 22 pacientes neste estudo. A idade deles variou de 24 a 64
anos (média: 43,5 +11,46 anos), sendo 18 do sexo feminino e 4 do sexo masculino.
A idade no momento do diagnóstico variou de 3 a 54 anos (média: 22,81+ 16,33).
Em 50% dos pacientes a doença surgiu antes dos 20 anos de idade (Figura 3). O
tempo de evolução foi de 1 a 50 anos, com média de 19,77 +15,91. A maioria dos
pacientes apresentavam doença com mais de 5 anos de evolução (Figura 4).
6 casos
27%
5 casos
23%
4 casos
18%
3 casos
14%
1 caso
4%
3 casos
14%
0-10 anos
10-20 anos
21-30 anos
31-40 anos
41-50 anos
51-60 anos
Figura 3. Distribuição dos pacientes com vitiligo quanto à faixa etária de aparecimento da doença
2 casos
9%
3 casos
14%
9 casos
41%
8 casos
36%
Até 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 20 anos
Mais 20 anos
Figura 4. Distribuição dos pacientes quanto ao tempo de evolução da doença
Os fototipos estudados foram assim distribuídos: fototipo III-5 casos (22,7%);
82
fototipo IV-11 casos (50%); fototipo V-6 casos (27,3%). Foi utilizada a “regra dos
nove” para calcular a área corporal afetada estimada, sendo identificados 2 grupos:
pacientes com área acometida > 20% (13 casos- 59,1%) e < 20% (9 casos- 40,9%).
A presença de antiTPO positivo foi detectada em 5 casos (22,7%). Relato de
condições associadas à auto-imunidade, previamente diagnosticadas, que não o
vitiligo, ocorreu em 3 pacientes (13,6%), sendo 2 casos de doença tireoidiana e 1
caso de DM. À exceção desses casos, não foram observadas alterações dignas de
nota nos exames laboratoriais dos outros pacientes incluídos no estudo.
Casos familiais de vitiligo foram descritos por 6 pacientes com a doença, o que
representa um percentual de 27,3%, sendo que a maioria deles relataram mais de 1
caso na família. No total, foram observados 12 casos de vitiligo nas famílias dos
afetados. Predominaram parentes de primeiro grau (irmãos- 4 casos, mãe-3 casos,
pai-1 caso, filho- 1 caso). Outras desordens auto-imunes (excluindo o vitiligo) nas
famílias foram assim distribuídas: DM (não especificado)- 36,4% (8 casos), doença
tireoidiana- 31,8% (7 casos) e alopecia areata- 13,6% (3 casos). Alguns dos
pacientes apresentavam mais de um parente afetado por alguma das doenças
descritas, como por exemplo, diabetes (11 casos no total).
Quando interrogados sobre fatores desencadeantes ou agravantes da doença,
5 pacientes recordaram um evento marcante associado (22.7%), dentre eles: óbito
na família (4 casos) e acidente automobilístico grave (1 caso). Muitos relataram
aparecimento da doença na infância e não lembravam detalhes do início da doença.
O
Quadro 1 mostra um resumo das características clínico-laboratoriais dos
pacientes com vitiligo selecionados neste estudo.
83
Quadro 1. Características clínico-laboratoriais dos 22 pacientes com vitiligo acompanhados no HUCFF/UFRJ
Caso Iniciais Sexo Idade atual
(anos)
Idade ao início da
doença (anos)
Evolução
(anos)
Fototipo Area
afetada
Casos
familiais
Parentesco Anti-TPO
(U/ml)
1 AML 1 25 20 5 V
<20%
Sim
mãe/tia paterna
<35
2 ETN 1 64 54 10 IV
>20%
Não
-
<35
3 VLSM 1 48 11 37 IV
>20%
Não
-
233
4 AESM 1 52 5 47 IV
>20%
Não
-
<35
5 SML 1 34 7 27 V
<20%
Não
-
672
6 FAM 2 31 25 6 III
>20%
Não
-
<35
7 MASM 1 62 12 50 V
<20%
Não
-
<35
8 EASJ 1 58 54 4 IV
>20%
Não
-
<35
9 FCM 1 24 10 14 IV
>20%
Não
-
431
10 AMSB 1 45 37 8 IV
<20%
Não
-
<35
11 JAS 1 45 31 14 V
<20%
Sim
mãe/irmão
<35
12 MFC 2 55 25 30 V
<20%
Não
-
<35
13 MMC 1 46 31 15 IV
<20%
Não
-
<35
14 GGC 2 31 18 13 IV
>20%
Sim
irmã/sobrinha
<35
15 ALPS 1 40 6 34 IV
>20%
Não
- 101
16 SD 1 51 3 48 IV
>20%
Sim
filho/prima/tio
<35
17 DCC 1 43 10 33 III
>20%
Não
-
<35
18 JMS 1 53 52 1 III
>20%
Não
-
<35
19 NDP 1 40 25 15 III
>20%
Sim
2 irmãos/pai
184
20 UDC 2 30 27 3 V
<20%
Sim
mãe
<35
21 SRBES 1 35 15 20 IV
>20%
Não
-
<35
22 LCNRB 1 45 44 1 III
<20%
Não
- -
*Sexo: feminino-1, masculino-2
84
5.2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO CONTROLE
O grupo controle foi composto de 10 pacientes saudáveis, com idade variando de
22 a 55 anos (média: 38,9 anos; DP ± 12,52 ), sendo 8 do sexo feminino (80%) e 2 do
sexo masculino (20%). O quadro 2 mostra a caracterização do grupo.
Quadro 2. Características dos indivíduos do grupo controle
Caso Iniciais Sexo Fototipo Idade (anos)
1 DPF 1 III 45
2 RHSM 1 V 55
3 MNS 1 V 54
4 TA 1 III 31
5 TV 1 II 27
6 VA 2 III 35
7 EAP 2 VI 22
8 MHN 1 VI 52
9 MIA 1 IV 25
10 LGS 1 IV 43
*Sexo: feminino-1, masculino-2
5.3. ANÁLISE HISTOLÓGICA COMPARATIVA DA PELE PERILESIONAL E NÃO-
LESIONAL DOS PACIENTES (PRÉ-PUVA) COM A PELE DE CONTROLES
Os principais achados histológicos nos 3 grupos analisados estão resumidos na
Tabela 5.
85
Tabela 5.Principais achados histológicos nos grupos estudados (etapa pré-tratamento)
Achados
histológicos
Pele perilesional
Grupo 1
Pele não-lesional
Grupo 2
Controles normais
Grupo 3
¹DPVS leve
95,4% (21 casos) 86,4% (19 casos) 70% (7 casos)
Exocitose
13,6% (3 casos) não observada não observada
Incontinência
pigmentar
²40,9% (9 casos) 90,9% (20 casos) 80% (8 casos)
³PMB reduzida
100% (22 casos) 50% (11 casos) não observada
Dermatite de
interface
não observada não observada não observada
¹Dermatite perivascular superficial leve= discreto infiltrado superficial perivascular de linfócitos;
²considerando apenas aqueles pacientes com completa ausência de pigmentação basal no lado afetado
da biopsia; ³PMB- pigmentação melânica basal; reduzida= áreas de “defeitos” na pigmentação da
camada basal da epiderme.
Os detalhes histológicos da pele perilesional (A-B) e não-lesional do vitiligo (C-F)
estão demonstrados na Figura 5.
Na pele perilesional (borda ativa) de vitiligo (grupo 1) pudemos identificar uma
infiltração epidérmica de linfócitos em poucos casos (imagem 5A). Foi evidenciada
pigmentação melânica residual na camada basal (imagem 5B) em 9 pacientes (40,9%),
e completamente ausente no lado afetado da biopsia no grupo restante (13). Neste
grupo, a IP foi encontrada em 69,2% (9/13) em algum lado da biopsia. Três pacientes
apresentavam ausência de PMB nos 2 lados da borda ativa. Os outros 19 pacientes
(86,3%) tinham uma borda evidente mostrando a transição histológica entre a pele
macroscopicamente normal e a pele com reduzida pigmentação na camada basal da
epiderme.
Considerando a pele clinicamente sã no vitiligo (grupo 2), observamos IP difusa
em 12 casos (54,5%) e focal em 8 casos (36,4%). Houve uma diminuição da PMB na
pele NL de 50% dos pacientes (11/22 casos), quando comparados aos controles (0/10
controles), através da coloração FM (imagens 5C-F). Isto significa uma diferença
estatisticamente significativa, P valor= 0,005 pelo teste de Fisher. A pigmentação basal
da epiderme estava marcantemente reduzida em 3 casos . Comparando os fototipos
dos pacientes com o achado de IP na pele NL dos pacientes com vitiligo encontramos
a seguinte proporção: IP difusa (12 casos no total)- 41,7% eram fototipo V (5 casos),
86
33,3% eram fototipo IV (4 casos) e 25% fototipo III (3 casos). Dentre os achados de IP
focal (8 casos no total) – 12,5% eram fototipo V (1 caso), 62,5% eram fototipo IV (5
casos) e 25% fototipo III (2 casos). IP ausente foi encontrada apenas no fototipo IV (2
casos).
Nos controles normais (grupo 3) identificamos IP em 80% dos pacientes, sendo
completamente ausente em apenas 2 pacientes, focal em 3 pacientes (<30%), e difusa
em 5 pacientes (50%). Nos casos de IP difusa, 2 pacientes pertenciam ao fototipo IV
(40%), 2 ao fototipo V (40%) e 1 ao fototipo VI (20%) de Fitzpatrick. Não houve
significância estatística quando comparamos a proporção entre IP na pele NL dos
pacientes com vitiligo e nos controles (p = 0,55), usando o teste de Fisher. Entretanto, o
arranjo de melanófagos/grânulos de melanina foi diferente na pele NL em relação ao
grupo controle e também à borda ativa do vitiligo. Na pele NL do vitiligo, os
melanófagos/grânulos de melanina estavam bem mais densamente agrupados quando
comparados ao seu arranjo delicado, fino, nos outros 2 grupos citados.
87
AB
CD
EF
AB
CD
EF
Figura 5. Biopsias de pele PL (A-B) e NL (C-F) no vitiligo ativo.
A imagem A mostra um infiltrado epidérmico de linfócitos, possivelmente envolvendo um
melanócito residual (coloração HE- 400X); Imagem B- PMB residual numa lesão de vitiligo; grânulos mais
finos de melanina na derme superficial (coloração FM- 400X). Pigmentação melânica basal (PMB) normal
-imagens C e D, e marcadamente reduzida- imagens E e F. Na imagem D, grânulos grosseiros de
melanina na derme superficial (coloração FM-100X e 400X). Perda da PMB- setas. A- paciente 1; B-
paciente 2; C e D- paciente 3; E e F- paciente 4.
88
5.4. ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA DA PELE PERILESIONAL E NÃO-
LESIONAL DOS PACIENTES COM VITILIGO- ANTES DO TRATAMENTO
Foi verificado se existe variação significativa na contagem de células da lesão
ativa para a pele não-lesional dos pacientes com vitiligo. A diferença absoluta (delta)
entre a pele PL e a pele NL foi dada pela fórmula: Diferença absoluta = pele perilesional
– pele não-lesional. O anexo 6 fornece as tabelas com os dados de média, desvio
padrão (DP), mediana, mínimo e máximo da contagem de células na pele PL e na pele
NL, a diferença absoluta e o correspondente nível descritivo (p-valor) para o CD1a,
CD8, CD3, CD4 e CLA, respectivamente. Os gráficos 1 a 5 mostram que não existe
variação significativa na contagem de células CD1a+ (p=0,06), CD8+ (p=0,86), CD4+
(p=0,19), CD3+ (p=0,88), nem CLA+ (p=0,31) na pele total (epiderme + derme/por
número de campos), comparando-se a pele PL e a pele NL dos pacientes. Na
comparação isolada da epiderme e da derme, entre os 2 segmentos (pele PL e pele
NL) no vitiligo, foi verificado um aumento estatisticamente significativo na contagem de
linfócitos T CD8+(p=0.044) e T CD3+(p=0.033) intraepidérmicos na pele perilesional.
Gráfico 1.Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes com vitiligo
89
Gráfico 2.Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes com vitiligo
Gráfico 3.Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes com vitiligo
90
Gráfico 4.Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes com vitiligo
Gráfico 5. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele perilesional e não-lesional dos
pacientes com vitiligo
91
5.4.1. Ilustrações da Imuno-histoquímica
Detalhes do infiltrado celular cutâneo em borda ativa de lesão e em pele não-
lesional de pacientes com vitiligo estão demonstrados nas figuras 6, 7, 8 e 9.
Figura 6. Células CD1a+ positivas bem marcadas na epiderme perilesional de pacientes com
vitiligo ativo
92
Figura 7. Pele perilesional com células CLA+ na epiderme e na derme superior constituindo um
infiltrado inflamatório exuberante (100x e 400X)
A
B
93
Figura 8. Pele perilesional(A) e não-lesional (B) do mesmo paciente, mostrando infiltrado de células CLA+ na epiderme e derme superior
(100X)
B
A
94
lesao
Figura 9. Pele perilesional (A) e não-lesional (B) com células CLA+ (400X)
A
B
95
5.5. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS DA
PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES VERSUS
CONTROLES (PRÉ-TRATAMENTO)
Foi verificado se existe diferença significativa na contagem de células da pele
(perilesional e não-lesional) entre casos e controles. O anexo 6 fornece as tabelas
com os dados de média, desvio padrão (DP), mediana, mínimo e máximo das
contagens de células na pele segundo o grupo (caso e controle) e o correspondente
nível descritivo (p-valor) para o CD1a (com lesão e sem lesão), CD8 (com e sem
lesão), CD3 (com e sem lesão), CD4 (com e sem lesão) e CLA (com e sem lesão),
respectivamente. Para todas as variáveis foram comparadas as médias, conforme
mostram os Gráfico 6 a 15.
96
Gráfico 6. Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele perilesional de pacientes com
vitiligo versus pele de controles
Gráfico 7. Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na pele não-lesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
97
Gráfico 8. Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele perilesional de pacientes com
vitiligo versus pele de controles
Gráfico 9. Análise comparativa da contagem de células CD8+ na pele não-lesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
98
Gráfico 10. Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele perilesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
Gráfico 11. Análise comparativa da contagem de células CD4+ na pele não-lesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
99
Gráfico 12. Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele perilesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
Gráfico 13. Análise comparativa da contagem de células CD3+ na pele não-lesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
100
Gráfico 14. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele perilesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
Gráfico 15. Análise comparativa da contagem de células CLA+ na pele não-lesional de pacientes
com vitiligo versus pele de controles
101
Foi encontrada uma depleção significativa de células CD1a+ na pele total,
principalmente às custas de redução significativa do seu número na epiderme, tanto
na pele PL, quanto na pele NL no vitiligo ativo, em relação a controles normais.
Houve aumento significativo do número de linfócitos T CD8+ na epiderme e
na derme na pele PL de vitiligo ativo, em relação a controles normais. Já na pele NL
do vitiligo, tal aumento foi significativo apenas na derme.
Em relação à contagem de linfócitos CD4+, não houve alteração significativa
nem na epiderme, nem na derme, em nenhum dos segmentos avaliados (pele PL e
pele NL) nos pacientes em relação a controles.
Houve aumento significativo de linfócitos T CD3+ na epiderme da pele PL e
NL de vitiligo em relação aos controles. No entanto, a contagem total de células
CD3+ na pele não foi estatisticamente diferente da pele de controles, em nenhum
dos 2 segmentos biopsiados (pele PL e NL).
Não houve alteração significativa na contagem de células CLA+ (figura 11),
nem na epiderme, nem na derme, na lesão de vitiligo em relação aos controles. Já
na pele NL, houve redução do número de células CLA+ na epiderme em relação aos
controles.
102
Figura 10. Presença de células T CD8+ intraepiteliais na borda “ativa” de lesão de vitiligo
103
Figura 11. Pele perilesional com células CLA+ intraepiteliais na topografia de melanócitos na camada basal da epiderme
104
5.6. CARACTERIZAÇÃO DO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM PUVA
A partir desta etapa, foram considerados 20 pacientes para a análise, pois 2
casos (8 e 19) foram excluídos por razões não relacionadas à PUVA. Foi dada
inicialmente uma dose de radiação UVA (RUVA) de 0,41J/cm2 (± 0,05). A dose
média de RUVA até o início da repigmentação foi 11,48 Joules/cm2 (DP ± 20,44), e
ao final do tratamento de cada paciente foi 47,98 J/cm2 (DP± 25,23). O número
médio de sessões até a repigmentação inicial das lesões (notada pelo paciente e
pelos médicos) foi de 9,6 sessões (DP ± 4,76), e o número total de sessões variou
entre 20 e 34 (média= 29) das 30 sessões propostas. A repigmentação mais rápida
foi notada com 4 sessões e a mais lenta com 25. O Quadro 3 mostra as
características da resposta dos pacientes à PUVA.
Quadro 3. Caracterização da resposta dos pacientes à PUVA
Caso
Área
corporal
afetada
Número de
sessões para a
repigmentação
Número de
Joules para a
repigmentação
Número
total de
sessões
Dose
acumulada de
Joules/cm2
1
<20%
7 6,09 32 35,67
2
>20%
9 6,93 30 54,3
3
>20%
9 6,93 30 51,59
4
>20%
8 6,96 30 61,41
5
<20%
13 10,01 30 42,35
6
>20%
12 10,44 30 28,71
7
<20%
25 97,5 31 117
9
>20%
11 7,7 26 30,7
10
<20%
6 4,62 29 67,76
11
<20%
14 12,18 28 72,53
12
<20%
9 6,93 33 79,52
13
<20%
10 7,7 34 43,12
14
>20%
15 13,05 32 28,48
15
>20%
8 5,68 29 75,97
16
>20%
4 2,84 30 45,44
17
>20%
6 4,26 27 42,95
18
>20%
8 5,68 20 20,59
20
<20%
10 7,7 30 23,1
21
>20%
5 3,55 29 20,59
22
<20%
4 2,84 25 17,75
Não houve diferença significativa no número médio de sessões para a
repigmentação (p=0,42), total de sessões (p=0,21), número médio de joules para a
repigmentação (p=0,36) e dose acumulada de joules/cm2 (p=0,43) entre pacientes
com área corporal afetada menor ou maior que 20% (teste de Mann- Whitney).
Em relação à resposta clínica à PUVA, observamos ilhotas de repigmentação
105
(perifolicular) em 100% dos pacientes (figuras 12 e 13). Apenas uma das pacientes
apresentou repigmentação mínima com o tratamento, mas apresentava lesões
predominantes nos membros inferiores, sobre proeminências ósseas. A localização
das lesões influenciou a resposta clínica, sendo maior o grau de repigmentação na
face, região cervical e tronco, e menor nos pés, membros inferiores e genitália
(gráfico 16).
Um evento que merece relato é que 2 pacientes apresentaram lesões novas
no curso do tratamento, ao mesmo tempo em que ocorria repigmentação das lesões
iniciais. Ao final do tratamento, havia mais lesões repigmentadas (em número e
extensão) do que lesões novas.
Gráfico 16. Distribuição das lesões dos pacientes e casos de repigmentação com a terapia PUVA em
cada diferente localização
17
18
17
20
14
18
9
12
15
20
10
15
9
18
9
19
0 5 10 15 20
Face
os
Tronco
Região cervical
MMSS
MMII
Genitália
Pés
Repigmentões Casos
Algum efeito colateral da PUVA foi notado em 77,3% dos pacientes, em
ordem decrescente de freqüência: eritema acentuado, ressecamento da pele,
náuseas e prurido. Queixas menos freqüentes foram: tonturas, vômitos, insônia,
cefaléia, diarréia, queimaduras, depressão. Apesar disto, os pacientes mantiveram o
tratamento, com ajustes da dose de RUVA e uso de medicações sintomáticas
(antieméticos, fotoproteção intensa, emolientes). Dos 20 pacientes que completaram
o protocolo de tratamento, 18 acharam o resultado ótimo, e 2 , bom ou razoável.
106
5.7. ILUSTRAÇÃO DE CASOS
Figura 12. Padrão de repigmentação folicular em resposta à PUVA.
Figura 13. Padrão de repigmentação folicular na face em resposta à PUVA.
107
Figura 14. Pré e pós-PUVA com bom resultado
Figura 15. Pré e pós-PUVA com resultado satisfatório
108
5.8. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS DA
PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES, ANTES E
APÓS PUVA
Foi verificado se existe variação significativa na contagem de células da pele
com lesão e sem lesão aparente, antes e depois do tratamento, em 20 pacientes. A
diferença absoluta (delta) de antes para depois do tratamento foi dada pela fórmula:
Diferença absoluta = antes do tratamento – depois do tratamento.
O anexo 6 fornece as tabelas com os dados de média, desvio padrão (DP),
mediana, mínimo e máximo da contagem de células na pele antes do tratamento,
depois do tratamento, a diferença absoluta e o correspondente nível descritivo (p-
valor) para o CD1a (com lesão e sem lesão), CD8 (com e sem lesão), CD3 (com e
sem lesão), CD4 (com e sem lesão) e CLA (com e sem lesão), respectivamente. Os
Gráfico 17 a 26 mostram as análises comparativas.
109
Gráfico 17. Contagem de células CD1a+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo antes e
após PUVA
Gráfico 18. Contagem de células CD1a+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
110
Gráfico 19. Contagem de células CD8+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
Gráfico 20. Contagem de células CD8+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
111
Gráfico 21. Contagem de células CD4+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
Gráfico 22. Contagem de células CD4+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
112
Gráfico 23. Contagem de células CD3+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
Gráfico 24. Contagem de células CD3+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
113
Gráfico 25. Contagem de células CLA+ na pele perilesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
Gráfico 26. Contagem de células CLA+ na pele não-lesional de pacientes com vitiligo antes
e após PUVA
114
Houve queda significativa na contagem total de células CD1a+ e CD8+ na
pele total e também separadamente na epiderme e derme, do pré para o pós-
tratamento, tanto no segmento PL como NL dos pacientes.
Houve queda significativa na contagem de células CD4+ na pele total, às
custas da redução do seu número na derme, tanto na pele PL quanto na pele NL, do
pré para o pós-tratamento.
Não houve alteração significativa na contagem de linfócitos T CD3+ na pele
total no segmento PL, do pré para o pós-tratamento, mas houve redução significativa
no seu número na epiderme. Já na pele NL, houve redução significativa de células
CD3+ em todos os setores estudados (epiderme, derme e pele total), do pré para o
pós-tratamento.
O número de células CLA+ não se alterou significativamente nem na
epiderme, nem na derme perilesionais, do pré para o pós-tratamento. Já na pele NL
do vitiligo, houve queda significativa no número de células CLA+ na pele total, às
custas da sua redução na derme.
5.8.1 Ilustrações do efeito PUVA sobre o infiltrado cutâneo
As figuras 16, 17 e 18 mostram as alterações observadas após o tratamento
com PUVA e seu possível efeito sobre o infiltrado celular na pele perilesional e não-
lesional no vitiligo.
115
Figura 16. Células CD1a+ na pele perilesional pré(A) e pós-PUVA(B).
Após o tratamento houve redução significativa do número de células CD1a+ na pele dos pacientes
A B
116
Figura 17. Pele perilesional antes (A) e após (B) fototerapia, com redução importante do infiltrado inflamatório em geral e do número de células CLA+ (100X)
A
B
117
Figura 18. Pele não-lesional antes (A) e após (B) fototerapia, com redução importante do infiltrado inflamatório em geral e do número de células CLA+ (100X)
A B
118
5.9. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ACHADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS PÓS-
PUVA NA PELE PERILESIONAL E NÃO-LESIONAL DOS PACIENTES
COM VITILIGO VERSUS CONTROLES NÃO-TRATADOS
Foi verificado se existe diferença significativa na contagem de células da pele
entre os casos de vitiligo após a PUVA, e controles (sem tratamento). O anexo 6
mostra as tabelas com os dados de média, desvio-padrão (DP), mediana, mínimo e
máximo das contagens de células na pele segundo o grupo (caso e controle) e o
correspondente nível descritivo (p-valor) para o CD1a (com lesão e sem lesão), CD8
(com e sem lesão), CD3 (com e sem lesão), CD4 (com e sem lesão) e CLA (com e
sem lesão), respectivamente.
Os gráficos 27 a 36 mostram as análises que verificam se o efeito PUVA
igualou o número de células na pele dos pacientes ao número de células na pele de
controles, ou se tais contagens foram maiores ou menores.
119
Gráfico 27. Contagem pós-PUVA do número de células CD1a+ na pele perilesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
Gráfico 28. Contagem pós-PUVA do número de células CD1a+ na pele não-lesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
120
Gráfico 29. Contagem pós-PUVA do número de células CD8+ na pele perilesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
Gráfico 30. Contagem pós-PUVA do número de células CD8+ na pele não-lesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
121
Gráfico 31. Contagem pós-PUVA do número de células CD4+ na pele perilesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
Gráfico 32. Contagem pós-PUVA do número de células CD4+ na pele não-lesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
122
Gráfico 33. Contagem pós-PUVA do número de células CD3+ na pele perilesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
Gráfico 34. Contagem pós-PUVA do número de células CD3+ na pele não-lesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
123
Gráfico 35. Contagem pós-PUVA do número de células CLA+ na pele perilesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
Gráfico 36. Contagem pós-PUVA do número de células CLA+ na pele não-lesional dos pacientes
com vitiligo versus pele de controles não-tratados
124
Após a PUVA, houve redução muito significativa do número de células CD1a+
e linfócitos T CD4+ na pele total, tanto no segmento PL quanto no NL dos casos em
relação aos controles; o número de linfócitos T CD8+ na pele NL do vitiligo foi
significativamente menor do que na pele de controles, mas não houve diferença
significativa na sua contagem na pele PL versus controles. O número de linfócitos T
CD3+ e de células CLA+ na pele PL e NL do vitiligo pós-PUVA foi estatisticamente
equivalente ao número destas células na pele de controles.
125
6. DISCUSSÃO
Vitiligo é uma doença que pode se iniciar em qualquer idade, embora seja mais
freqüentemente notado antes dos 20 anos de idade (KOVACS, 1998). Em
concordância com a literatura, este achado foi observado em 50% dos pacientes
deste estudo. O tempo de evolução da doença foi muito variável (entre 1-50 anos,
média de 20 anos) e seu “comportamento”, imprevisível ao longo do tempo, assim
como descrito por outros autores (NJOO & WESTERHOF, 2001). Alguns pacientes
observaram doença lentamente progressiva; outros, piora após os 40 anos de idade;
piora após algum evento desencadeante importante como perda de familiar; ou
ainda, períodos de melhora intercalados com períodos de piora. Vários se motivaram
a participar da pesquisa devido à recente piora da sua doença.
Casos familiais foram vistos num percentual similar (27,3%) ao habitualmente
relatado, em torno de 25% (MAJUMDER e cols., 1993; MANDRY e cols., 1996;
MOSHER e cols.,1999a; SPRITZ, 2006), podendo variar entre 6-38% (ORTONNE,
2003), e mais comumente em parentes de primeiro grau. Em 23% dos pacientes
houve uma associação da doença com anticorpos antitireoidianos (antiTPO), que
segundo Bystryn (1989 apud CASTANET & ORTONNE, 1997), são os únicos auto-
anticorpos cuja incidência está consistentemente elevada no vitiligo em relação a
controles. A pesquisa de Acs antiTPO na amostra estudada nos permite enfatizar tal
associação com vitiligo, além das outras doenças observadas. A condição mais
encontrada nas famílias dos afetados foi o diabetes (8 casos familiais), sendo que
alguns relataram mais de 1 caso na família (11 casos no total). Foi realizada uma
avaliação subjetiva deste número (interrogatório clínico), e não foi possível
classificá-los em DM tipo 1 ou 2, o que nos impede de fazer inferências exatas à
essa associação com vitiligo. A seguir, foram mais freqüentes: doença tireoidiana (7
casos), o próprio vitiligo (6 casos), e alopecia areata (3 casos). Entretanto, somando-
se a totalidade de casos nas famílias, vitiligo foi realmente a doença mais comum
(12 casos), o que está parcialmente de acordo com um amplo estudo (n=2624) no
qual as principais doenças encontradas nos pacientes e nos seus parentes de 1º
grau foram: vitiligo, tireoidite auto-imune (particularmente hipotireoidismo), anemia
perniciosa, doença de Addison, LE sistêmico e doença inflamatória intestinal
(ALKHATEEB e cols., 2003).
126
Somados aos achados descritos na literatura, os 6 casos familiais de vitiligo
identificados no presente estudo reforçam o envolvimento de um componente
imunogenético na doença. Como a pigmentação da pele é regulada por mais de
120 genes, cada um deles, bem como aqueles que regulam o sistema imune,
representam genes potencialmente candidatos para o vitiligo (PASSERON &
ORTONNE, 2005).
As alterações histológicas que ocorrem no vitiligo podem passar despercebidas
pois são sutis e requerem observação acurada. A ausência de infiltrados celulares
exuberantes ou claramente “evidentes” pode ser uma conseqüência da dispersão
dos melanócitos aos longo da membrana basal da epiderme (LE POOLE e cols.,
1996). No presente estudo, foi encontrado um infiltrado inflamatório superficial
linfocitário discreto, pobre, nos pacientes afetados, similar aos controles normais, à
histologia com HE. Entretanto, por este método foi possível evidenciar uma
infiltração intraepidérmica de linfócitos na borda ativa do vitiligo em alguns casos.
Nenhum infiltrado intraepidérmico foi visto na pele não-lesional ou em controles
normais. A dermatite perivascular superficial leve encontrada na maior parte dos
controles provavelmente trata-se de uma variação do normal, assim como também é
difícil caracterizar como “inflamada” uma pele que apresente poucas alterações do
ponto de vista histológico.
O método de Fontana-Masson (coloração para melanina) nos permitiu avaliar
genericamente a incontinência pigmentar, e classificá-la como ausente, focal ou
difusa. A presença de IP nos 3 grupos estudados (pele perilesional, pele não-
lesional e pele de controles) foi intrigante, pois o padrão de reação de interface não
foi evidenciado em nenhum caso, ao contrário de alguns autores que o identificaram
em muitos pacientes, na pele lesional (GOKHALE & MEHTA, 1983) ou na pele
adjacente “normal” no vitiligo (HANN e cols., 1992). Este padrão tem sido associado
ao achado de incontinência pigmentar e justificaria a presença de melanófagos na
derme superior. Talvez tal diferença tenha ocorrido devido ao tempo de evolução
das lesões, ou a fatores desconhecidos. Curiosamente, foi vista IP nos controles,
onde a pigmentação melânica basal (PMB) era normal. Melanina pode estar
presente em macrófagos dérmicos em pacientes com peles escuras (MOSHER e
cols., 1999b), mas em pacientes com fototipos II e III (2 casos) parece ser incomum.
Uma redução da PMB foi evidenciada pelo FM em 100% dos casos na pele
perilesional do vitiligo, às vezes com pigmento residual, e outras vezes com
127
ausência total de pigmento. Este achado correlaciona-se com o aspecto clínico de
acromia na lesão de vitiligo. Surpreendentemente, tal achado esteve presente e foi
freqüente também na pele não-lesional (11 pacientes- 50% dos casos), sendo que
em 3 casos a pigmentação era marcantemente reduzida, embora sem expressão
clínica como lesão hipocrômica. Além disto, a presença de grânulos grosseiros de
melanina na derme superior, diferentes do seu arranjo delicado na pele afetada ou
nos controles, pode ser um sinal indireto de ativação macrofágica na pele
clinicamente sã dos pacientes. Segundo Broide (1992), o aumento de tamanho dos
macrófagos pode ocorrer na sua ativação e participação em processos
imunológicos.
Não encontramos na literatura nenhum outro estudo demonstrando tais
alterações na pele clinicamente normal no vitiligo através de histologia convencional.
Gokhale & Mehta (1983) não observaram mudanças degenerativas ou inflamatórias
na pele pigmentada de pacientes com vitiligo, usando HE, e outras colorações (Triff,
Quadripal e coloração pela prata de Holme). Outros estudos já citados
(MOELLMANN e cols., 1982; BHAWAN & BHUTANI, 1983; HANN e cols., 1992;
MOSHER e cols., 1999a) descreveram achados inflamatórios na pele não-lesional
de pacientes com vitiligo, mas não identificaram mudanças na PMB em áreas da
pele distantes até 15 cm das lesões. Alguns estudos imuno-histoquímicos com uso
do marcador NKI-beteb, específico para melanócito, detectaram um grande número
de melanócitos visíveis na pele não-lesional dos pacientes com vitiligo e na pele de
controles normais, sem diferenças aparentes na intensidade de coloração,
morfologia ou distribuição destas células entre ambas (LE POOLE e cols., 1993a;
VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a). Embora nosso estudo não tenha sido
específico para o melanócito diretamente, a reduzida PMB na pele não-lesional é um
indicador claro de que o melanócito está comprometido em algum grau também na
pele aparentemente normal do paciente com vitiligo, porém sem a expressão clínica
da doença (despigmentação).
Recentemente, Wankowicz-kalinska e colaboradores (2003) demonstraram
pela primeira vez que há uma “microdespigmentação” (perda de melanócitos em
alguns locais da membrana basal, paralela a um infiltrado de linfócitos T) na pele
macroscopicamente pigmentada no vitiligo, numa análise imuno-histoquímica. No
entanto, este estudo incluiu 5 casos apenas, e tal achado foi evidente em 2 casos.
De qualquer modo, tal “microdespigmentação” parece corroborar a reduzida PMB na
128
pele não-lesional de vitiligo verificada no presente estudo. Estas observações nos
permitem especular sobre o sincronismo de alguns eventos fisiopatológicos. Talvez
parte do pigmento melânico “desça” da camada basal da epiderme para a derme
superior, mas isto não tenha expressão clínica (despigmentação); é possível que
esta mudança clínica venha a ocorrer eventualmente numa etapa posterior. Ou,
alternativamente, aquelas áreas com pigmentação reduzida na camada basal, sem
expressão clínica, poderiam representar os locais onde a agressão celular não tenha
sido bem sucedida, e onde a imunidade celular esteja numa fase de “latência” ou
“estabilidade”.
Embora os eventos inflamatórios no vitiligo possam passar despercebidos, as
alterações aqui descritas puderam ser demonstradas mesmo à histologia
convencional com HE e o método de Fontana-Masson. Isto mostra que estes
métodos, numa avaliação criteriosa, podem revelar que o comprometimento do
tegumento no vitiligo é extenso.
Do ponto de vista imuno-histoquímico, foi feito inicialmente nesta pesquisa um
estudo comparativo do infiltrado na pele perilesional e não-lesional (controle interno)
do vitiligo entre si. Nesta avaliação, não foram observadas diferenças significativas
no número de células CD1a+, CD4+, ou CLA+, nem na epiderme, nem na derme,
entre os 2 setores do tegumento (PL e NL). A principal diferença histológica
encontrada foi um aumento significativo de linfócitos T CD8+ na epiderme
perilesional em relação à pele NL, além do aumento de linfócitos T CD3+ no mesmo
sítio.
A seguir, a pele dos pacientes foi comparada à dos controles. Nesta etapa, foi
evidenciada uma depleção importante de células CD1a+ tanto em pele PL quanto
NL, às custas de redução significativa do seu número na epiderme em relação aos
controles. Como as clássicas células de Langerhans se encontram na epiderme, a
relativa predominância destas células dendríticas CD1a+ na derme provavelmente
denota a sua migração no sentido epiderme-derme após a “captura” do antígeno, e
daí para os linfonodos regionais para a apresentação de antígenos (TEUNISSEN,
2005). Há também a possibilidade de sua destruição por fatores citotóxicos. Ambas
as hipóteses foram previamente discutidas por Ongenae e colaboradores (2003),
mas a primeira hipótese parece ser a mais provável. As CL habitam principalmente a
região supra-basal da epiderme, e constituem cerca de 2-4% das células
epidérmicas. Entretanto, mantendo-se em mente que são células migratórias não é
129
surpresa encontrá-las ocasionalmente na camada basal ou na derme. Elas são
células especializadas na apresentação de antígenos para as células T, que
internalizam antígenos estranhos e migram via linfáticos aferentes para os
linfonodos, onde são as únicas capazes de ativar linfócitos T (ROBERT & KUPPER,
1999). Tal migração parece ser importante na regulação da imunidade contra auto-
antígenos (células apoptóticas, grânulos de melanina, etc) e na tolerância periférica.
A saída de CL da epiderme pode ser intensamente aumentada por sinais de
inflamação ou de “perigo” na periferia, provindos de citocinas (principalmente TNF-
alfa e IL-1 beta), agentes infecciosos, radiação UVB e outros. As CL são “como
porteiros, atentos para convidados indesejados” (TEUNISSEN, 2005). Diferentes
densidades de CL no infiltrado cutâneo e variações de acordo com o curso do vitiligo
têm sido reportados na literatura (ORTONNE & BOSE, 1993). O presente estudo
está em concordância com aqueles que encontraram uma depleção de CL
epidérmicas nos períodos de atividade da doença, e no período de repigmentação
(como será descrito a seguir). O reaparecimento destas células ocorreria
possivelmente no vitiligo “estável” (KAO & YU, 1990; VAN DEN WIJNGAARD e cols.,
2000a).
O aumento (relativo) do número de CL na derme, paralelo ao aumento
significativo de linfócitos T CD8+ no mesmo local, tanto na borda de lesão quanto na
pele NL, pode denotar uma interação entre ambas as células no contexto da
destruição de melanócitos. Entretanto, o papel exato das CL na patogênese do
vitiligo permanece um enigma (CASTANET & ORTONNE, 1997).
A diferença fundamental entre o infiltrado celular na pele perilesional e na
pele clinicamente sã do vitiligo foi a presença de linfócitos T CD8+ intraepidérmicos
apenas no segmento perilesional, quando comparados aos controles. Isto sugere um
papel relevante dos linfócitos T CD8+ na destruição do melanócito, pois só quando
eles estão presentes dentro da epiderme, existe a manifestação clínica de
despigmentação. Estudos imuno-histoquímicos prévios mostraram uma infiltração
de linfócitos dérmicos e/ou epidérmicos em máculas despigmentadas em
desenvolvimento (NORDLUND & LERNER, 1982; AL BADRI e cols., 1993; AHN e
cols., 1994), às vezes, em evidente paralelismo ao desaparecimento de
melanócitos(LE POOLE e cols., 1996; VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a;
WANKOWICZ-KALINSKA e cols., 2003) e nos casos do vitiligo inflamatório, nos
quais estes infiltrados são caracterizados mais facilmente (HANN e cols., 2000).
130
Entretanto, à exceção do trabalho de Wankowicz-Kalinska e cols. (2003), estes
estudos não evidenciaram alterações na pele clinicamente pigmentada do paciente.
Adicionados aos estudos precedentes, nossos achados imuno-histoquímicos
anormais na pele não-lesional do vitiligo generalizado evidenciam que os
mecanismos etiopatogênicos para a doença ocorrem simultaneamente em sítios
anatômicos diferentes do tegumento, incluindo a pele clinicamente normal. As
alterações relevantes observadas no infiltrado celular em toda a pele no vitiligo,
como o aumento de linfócitos T CD8+ e a redução de células de Langerhans
(CD1a+), em comparação com controles, sugerem uma resposta imune mediada
pelas células T. A alopecia areata é um outro exemplo de desordem auto-imune na
qual o evento etiopatogênico principal (linfócitos T que infiltram os folículos pilosos)
pode ser visto nas secções obtidas de escalpe aparentemente normal (HULL e cols,
1991).
A ausência de alteração significativa na contagem de células CD4+ nos 2
segmentos cutâneos estudados dos pacientes em relação aos controles está em
concordância com outros autores que mostraram a prevalência de células T CD8+
sobre células T CD4+, como uma característica predominante no vitiligo (VAN DEN
WIJNGAARD e cols., 2000a). Contrariamente, alguns autores notaram presença
significativa de células T CD4+ na epiderme no vitiligo ativo em relação ao vitiligo
estável, além de linfócitos T CD8+ (AHN e cols., 1994). Wankowicz-kalinska e
colaboradores (2003) relataram que a “microdespigmentação” verificada na pele
clinicamente sã de 2 pacientes com vitiligo ativo ocorreu na presença de altas
percentagens de células T CD4+ no infiltrado, quando comparado à pele normal. No
entanto, ambos estudos limitaram-se a um número muito pequeno de casos. Parece
haver uma alguma diferença importante entre vitiligo e outras dermatoses
inflamatórias, como psoríase, dermatite atópica e líquen plano, nas quais há também
infiltração epidérmica de linfócitos T ativados, mas estes são predominantemente
linfócitos T de memória CD4+/CD45RA- (BARKER & MACDONALD, 1992 apud AHN
e cols., 1994). Ainda assim, embora os linfócitos T CD4+ pareçam “iniciar” as lesões
nestas patologias, com produção de citocinas do tipo 2 (interleucinas-4, 5, 10 e 13),
linfócitos T CD8+ que produzem citocinas do tipo 1 (IL-2 e TNF-alfa) podem estar
envolvidos na persistência das lesões (ROBERT & KUPPER, 1999).
A redução do número de células CLA+ na epiderme não-lesional em relação
aos controles pode ter ocorrido às custas do número reduzido de células de
131
Langerhans, que também podem ser CLA positivas (HUNGER e cols, 1999). Ou
pode ter havido sua migração preferencial para as lesões, onde há uma resposta
imune efetiva que resulta em despigmentação. Alguns trabalhos reforçam a idéia de
um “recrutamento” de células CLA+ da circulação periférica para a pele, a fim de
participarem da reação auto-imune (AL BADRI e cols., 1993; LE POOLE e cols.,
1996; HUNGER e cols., 1999; VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a;
SANTAMARIA-BABI, 2004). Num dos trabalhos não houve aumento propriamente
dito do número de células CLA+ em relação a controles, entretanto, a maioria dos
linfócitos T CD8+ nos sítios de desaparecimento de melanócitos eram CLA+ (VAN
DEN WIJNGAARD e cols., 2000a).
A avaliação do sangue periférico dos pacientes deste estudo (trabalho paralelo)
mostrou níveis significativamente reduzidos de linfócitos T CD8-CLA+ circulantes no
sangue periférico, se comparados com controles, o quê fala a favor da migração
destas células da periferia para a lesão (ANTELO, 2006). Boa parte dos linfócitos T
na pele PL no vitiligo estariam “ativados”, expressando o marcador CLA, HLA-DR,
além de granzima-B e perforina, moléculas efetoras da apoptose grânulo-mediada
por linfócitos (FROELICH, 1998 apud VAN DEN WIJNGAARD e cols., 2000a; VAN
DEN WIJNGAARD e cols., 2000a). Realmente o número de células CLA+ esteve
aumentado na pele PL como um todo, mas não houve diferença estatisticamente
significativa deste número em relação aos controles no presente estudo (p=0,065).
O método imuno-histoquímico de dupla-marcação elucidaria especificamente quais
células CLA+ (se CD8, CD4, CD3, ou CL) e em que número estavam presentes no
infiltrado.
Os resultados do presente trabalho sugerem que mesmo a pele em sítios
distantes das áreas de lesões é histologicamente “anormal”.
Um aspecto em múltiplas “camadas” e aberturas focais na membrana basal
imediatamente abaixo dos melanócitos já foram observados na pele não-lesional no
vitiligo generalizado. Em conseqüência deste enfraquecimento da “ancoragem”
basal, os melanócitos poderiam ser destacados da camada basal após injúria
mecânica ou química (GAUTHIER e cols, 2003a, b). Entretanto, essa
“melanocitorragia”, assim chamada pelos autores, não pode explicar a perda de
melanócitos na pele aparentemente normal no vitiligo, em áreas não-friccionadas, e
poderia ser um epifenômeno que sucederia a agressão do melanócito pelo processo
auto-imune.
132
O mecanismo que leva à destruição de melanócitos ainda não foi esclarecido.
Os melanócitos poderiam ser destruídos por necrose, ou mais provavelmente por
apoptose. Durante o processo apoptótico observa-se diminuição do volume celular,
condensação nuclear, fragmentação do DNA e formação dos corpos apoptóticos
(pequenos fragmentos citoplasmáticos e nucleares vistos na superfície celular como
vesículas ou bolhas), que se desprendem e são prontamente fagocitados sem a
indução da resposta inflamatória (GODAR, 1999; PASYK e cols., 2005). Ou seja, a
apoptose é um processo de morte celular na qual as células que morrem são
fagocitadas antes que uma lise celular possa ocorrer, ao contrário da necrose, na
qual há lise celular e liberação do conteúdo celular que provoca uma resposta
inflamatória aguda. Como isto é raramente visto no vitiligo, é coerente supor que os
melanócitos no vitiligo morram por apoptose e não por necrose (VAN DEN
WIJNGAARD e cols., 2000b; HUANG e cols., 2002).
Um trabalho de Wang & Erf (2004) utilizando o método TUNEL para o estudo
da apoptose em galinhas da linhagem Smyth reforça a hipótese de que haja indução
da apoptose de melanócitos pelos linfócitos T ativados. Foram encontradas células T
CD8+ no infiltrado nas penas, que aumentavam em número 2 a 4 semanas antes do
aparecimento de lesão clínica inicial de vitiligo, e isto se correlacionou diretamente
com as mudanças no número de células TUNEL+ antes, ao início e durante a
despigmentação. Adicionalmente, os linfócitos T estavam localizados muito próximos
às células TUNEL+. Embora observados em modelos animais, esses achados
corroboram os do presente estudo, no qual a despigmentação só foi clinicamente
evidente quando houve infiltração intraepidérmica de linfócitos T CD8+ (e
provavelmente indução da apoptose). A apoptose seria o mecanismo patogênico
envolvido na morte de melanócitos e parece ser induzida por linfócitos T citotóxicos
CD8+ que infiltram a epiderme. Novos estudos de mecanismos apoptóticos na
epiderme lesional e não-lesional no vitiligo talvez elucidem a questão.
Em relação ao tratamento empregado, a PUVA foi escolhida por ser um
método consagrado de tratamento para o vitiligo. Além disto, dispomos de um setor
fototerápico especializado para atendimento e acompanhamento dos pacientes.
Como a PUVA age modulando o sistema imune (DE RIE & BOS, 2005) conforme já
descrito, o estudo do infiltrado celular cutâneo durante a repigmentação poderia
trazer informações relevantes sobre a sua atividade imunossupressora no vitiligo, e
principalmente sobre possíveis “critérios de cura”, ainda não definidos.
133
O estímulo importante à repigmentação com a PUVA observado em 100% dos
casos, mesmo naqueles pacientes com tempo de evolução da doença maior do que
5 anos, mostra que a doença merece tratamento mesmo quando o paciente já
ultrapassou o período na qual a resposta clínica aos tratamentos seria supostamente
melhor, ou seja, nos estágios precoces da doença. Estudos que sugerem que a
doença seja tratada no início da sua evolução fundamentam-se no fato de que
lesões recentes ainda apresentariam melanócitos, em diferentes graus de
degeneração, que poderiam ser reativados. Por outro lado, lesões de duração
prolongada (> que 1 ano de evolução) teriam uma ausência total de melanócitos, e
portanto, a repigmentação só poderia ocorrer a partir da ativação de melanócitos dos
folículos pilosos (CUI e cols., 1991; GALADARI e cols., 1993).
A ausência de correlação significativa entre a área corporal afetada (> ou < que
20%) e o número de sessões e joules para a repigmentação, número total de
sessões, ou dose acumulada de joules/cm2 mostra que um efeito positivo de
repigmentação provavelmente independe diretamente da extensão da doença.
Na análise comparativa dos achados imuno-histoquímicos nos 2 segmentos do
tegumento dos pacientes (pele PL e NL), antes e após o tratamento, nota-se que a
PUVA promoveu marcada diminuição no número de células de Langerhans
(CD1a+), linfócitos T CD3+, CD4+ e CD8+ em toda a pele do paciente com vitiligo,
que correlacionou-se com a melhora clínica (repigmentação das lesões). Isto denota
uma ação local (e possivelmente também sistêmica) na imunidade celular dos
pacientes.
Sabe-se que a PUVA induz apoptose em linfócitos T (HONIGSMANN &
SCHWARZ, 2003), entretanto ainda há poucas informações sobre os mecanismos
apoptóticos ativados pelo método (MARTELLI e cols., 2004). Um estudo mostrou
alteração da morfologia linfocitária, fragmentação nuclear, células TUNEL+ e
bloqueio do ciclo celular, começando cerca de 1 dia após a PUVA e continuando por
muitos dias após (JOHNSON e cols., 1996). Recentemente, relatou-se que a etapa
considerada fundamental no processo (indução da caspase-9, uma protease
responsável pela indução da morfologia apoptótica) ocorreria tão precocemente
quanto 1 hora após a PUVA (MARTELLI e cols., 2004).
A presença de células CLA+ ainda em níveis significativos no segmento PL,
tanto na epiderme quanto na derme, do pré para o pós-tratamento, indica uma
persistência de atividade imunológica do vitiligo, após um número pequeno (20-30)
134
de sessões de PUVA. O infiltrado remanescente poderia ser responsável por uma
provável recorrência da doença, mesmo nas áreas onde há boa resposta clínica.
Por outro lado, a queda significativa do número de células CLA+ na pele NL do
vitiligo, às custas da sua redução na epiderme, do pré para o pós-tratamento, pode
significar um controle da doença na pele aparentemente normal.
O infiltrado celular restante pós-PUVA foi comparado com controles (não-
tratados) no sentido de verificar se as populações celulares foram reduzidas pela
PUVA a nível igual, superior ou inferior à pele de indivíduos saudáveis. Nesta
análise, a contagem de linfócitos T CD8+ e de células CLA+ foi diminuída no
segmento PL ao nível dos controles, enquanto que no segmento NL os números de
células CD1a+ e CD8+ em epiderme e derme, células CD4+ na derme, e células
CLA+ na epiderme apresentaram queda significativa a níveis inferiores à pele dos
pacientes sem a doença. Tal redução do número de células CLA+ na epiderme NL
após o tratamento reforça a possibilidade de um “controle” da atividade da doença
com a PUVA na pele clinicamente sã dos pacientes.
Os achados imuno-histoquímicos somados sugerem que a PUVA tem um efeito
importante na regulação do sistema imune na pele normalmente pigmentada,
controlando a expressão do CLA e possivelmente prevenindo novas lesões.
Entretanto, como os linfócitos T CD4-CLA+ e T CD8-CLA+ não apresentaram
diferenças quantitativas e qualitativas no sangue periférico nos mesmos pacientes
antes e após as sessões de PUVA (ANTELO, 2006), talvez fatores sistêmicos
também estejam envolvidos na persistência de doença imunologicamente ativa. Vale
ressaltar a grande capacidade de recirculação das células CLA+, que deixam o sítio
de inflamação cutânea e migram de volta ao sangue, onde sua freqüência e estado
de ativação manifestariam seu envolvimento numa reação imune (SANTAMARIA-
BABI, 2004). Conseqüentemente, a persistência de linfócitos T CD4-CLA+ e T CD8-
CLA+ circulantes após PUVA talvez justifique, por exemplo, o aparecimento de
lesões novas em alguns pacientes que simultaneamente estão apresentando
repigmentação em outros locais da própria pele.
Linfócitos T circulantes ativados podem reagir com um antígeno estranho ao
organismo. Semelhanças entre este antígeno estranho e um “auto-antígeno”
poderiam levar a uma acidental “auto-imunização”, um processo conhecido como
mimetismo molecular. A observação de que um único receptor de célula T pode
reconhecer peptídeos diversos, mas que estruturalmente são parecidos com
135
peptídeos de múltiplos patógenos (vírus, por exemplo) tem importantes implicações
para o entendimento da patogênese da auto-imunidade (WUCHERPFENNIG &
STROMINGER, 1995 apud MORHENN, 1997). De fato, um trabalho mostrou a
presença de citomegalovírus-DNA (38%) por reação em cadeia de polimerase (PCR)
tanto na pele despigmentada quanto na pele não-lesional de vitiligo e sua ausência
em controles, sugerindo que vitiligo poderia ser desencadeado por infecção viral em
alguns pacientes (GRIMES e cols., 1996).
Alguns autores que acompanharam a longo prazo pacientes com vitiligo
tratados com PUVA relataram que a recorrência da doença ocorre em todos os
pacientes que respondem bem (cerca de 60%) à PUVA (VUSSUKI e cols., 2006).
Na nossa opinião, a resposta clínica de repigmentação não é critério de cura do
vitiligo, mas apenas de melhora, e a recorrência se deve à indefinição sobre os
critérios de cura da doença, e à persistência de comprometimento imunológico local
e sistêmico. A PUVA é provavelmente um tratamento com efeito maior no
mecanismo de doença, que inclui o efeito sistêmico, além de resposta na imunidade
celular local, e ainda tem efeito imunomodulador “seletivo”. Diferentemente de
drogas como corticóide oral e da ciclosporina, que causam uma imunossupressão
mais ampla, e com isto efeitos colaterais indesejados importantes, como
suscetibilidade a infecções (LEITER e cols., 2002). Entretanto, também não se
conhece qual seria o número médio de sessões e doses de PUVA ou UVB,
capazes de controlar efetivamente a doença ou evitar a sua “reativação”. Talvez o
marcador CLA possa ser usado como um marcador de atividade de doença,
principalmente nas lesões “residuais” após um tratamento aparentemente “bem
sucedido”, com importante repigmentação da pele do paciente, como ocorre
freqüentemente com a fototerapia.
Os achados deste estudo são limitados pelo tamanho da amostra,
considerando que apenas 20 pacientes puderam ser incluídos em todas as análises
no estudo. Além disto, embora as alterações imuno-histoquímicas observadas
demonstrem em parte o comportamento do sistema imune cutâneo na doença e em
resposta ao tratamento, foi realizado um estudo imuno-histoquímico simples, que
não permitiu definir exatamente quê células no infiltrado e em quê percentagem
eram CLA+. Um estudo imuno-histoquímico com dupla marcação definiria melhor as
células com este marcador de ativação no infiltrado, e seus possíveis papéis na
epiderme e na derme. Finalmente, o “ponto de corte” das sessões de PUVA pode ter
136
sido precoce para que fossem detectadas as mudanças que ocorrem no infiltrado
quando há um controle mais efetivo da doença com essa terapia.
Os resultados desta pesquisa sugerem o comportamento de uma doença
imunológica, sistêmica. O vitiligo se apresenta com alterações histológicas e imuno-
histoquímicas não só nas lesões, mas também na pele clinicamente pigmentada dos
pacientes, ou seja, há um comprometimento extenso da pele no vitiligo ativo.
Provavelmente, as áreas de pele “aparentemente normal” também são alvo da
agressão imune celular na doença.
Assim como os pacientes, que desejam “ver-se no espelho ao invés de
enxergar apenas o vitiligo” (AUSTIN, 2004), possa a comunidade científica ter um
novo olhar sobre a doença, não apenas como uma afecção estética, mas como uma
provável doença imunológica. Novas pesquisas são necessárias para elucidar seus
mecanismos etiopatogênicos e buscar alternativas terapêuticas, contribuindo para
uma melhora mais efetiva dos pacientes.
137
7. CONCLUSÕES
1) Vitiligo se apresenta com alterações histológicas e imuno-histoquímicas não só
na pele perilesional, mas também na pele clinicamente pigmentada dos pacientes.
2) Na pele clinicamente normal no vitiligo, há uma redução freqüente da
pigmentação melânica basal. Já na pele perilesional, evidencia-se uma infiltração
intraepidérmica de linfócitos em alguns casos e redução intensa da pigmentação
melânica basal em 100% dos pacientes.
3) Há alterações relevantes no infiltrado celular, como o aumento de linfócitos T
CD8+ e a redução de células de Langerhans (CD1a+), em toda a pele no vitiligo, em
comparação com controles, o que sugere uma resposta imune T-mediada.
4) A diferença fundamental entre o infiltrado celular na pele perilesional e na pele
não-lesional no vitiligo é a presença de linfócitos T CD8+ intraepidérmicos apenas na
lesão. Isto sugere um papel relevante dos linfócitos T CD8+ na destruição do
melanócito, pois só quando eles estão presentes dentro da epiderme, existe a
manisfestação clínica de despigmentação.
5) A PUVA promove marcada diminuição no número de células de Langerhans
(CD1a+), linfócitos T CD3+, CD4+ e CD8+ em toda a pele do paciente com vitiligo,
que correlaciona-se com a repigmentação das lesões.
6) Existe persistência da atividade imunológica, evidenciada pela presença de
células CLA+ ainda em níveis significativos nas lesões, após um número pequeno
(20-30) de sessões de PUVA.
7) A redução do número de células CLA+ na epiderme não-lesional após o
tratamento, a níveis abaixo dos controles, sugere um controle da atividade da
doença no segmento clinicamente normal da pele, com a PUVA.
138
8. SUGESTÕES
1) Novos estudos imuno-histoquímicos poderiam ser feitos, na mesma amostra
deste estudo ou numa amostra adicional:
Um estudo imuno-histoquímico de dupla marcação permitiria identificar
simultaneamente as diferentes populações celulares do infiltrado
cutâneo e suas interações, bem como os grupos de células CLA+;
O uso de marcadores específicos/diretos para melanócitos traria
informações adicionais sobre o seu desaparecimento na doença;
O exame imuno-histoquímico pode ser um método futuro de avaliação
da atividade de doença no vitiligo;
2) A apoptose poderia ser estudada pelo método TUNEL, tanto do ponto de vista
do melanócito (indução da apoptose pelos linfócitos T ativados, levando à
destruição dos melanócitos), quanto do ponto de vista do efeito PUVA sobre
linfócitos (apoptose PUVA-induzida de linfócitos).
3) Uma amostra maior de pacientes poderia ser avaliada, assim como um tempo
maior de tratamento, já que após 20-30 sessões de PUVA houve persistência
de celulas CLA+, denotando atividade de doença.
4) Um novo olhar para a doença, como uma provável afecção imunológica.
139
REFERÊNCIAS
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154
ANEXO 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
Serviço de Dermatologia
Av. Brigadeiro Trompowsky, s/n
o
- Ilha do Fundão –
CEP 21941-590 - Rio de Janeiro
Telefones: (021) 280-7211 – 562-2580
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: Avaliação Histológica e Imuno-histoquímica do Infiltrado Celular em Pele e Não-
Lesional do Vitiligo Ativo Antes e Após a PUVA
Responsável pelo projeto: Flávia Maria Nonato Pretti Aslanian
Orientadores: Prof. Absalom Lima Filgueira e Prof. Tullia Cuzzi
Serviço: Dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ
1. Proposta e Situação-Problema
:
Você está sendo convidada (o) a participar de um estudo sobre vitiligo que poderá permitir melhor
conhecimento da doença, tendo em vista que no ambulatório de Fotodermatologia do HUCFF-UFRJ
acompanhamos um grande número de afetados.
Vitiligo é uma doença estigmatizante, que pode afetar qualquer sexo ou idade e sua causa
ainda é desconhecida (embora haja fortes indícios de auto-imunidade). Vários trabalhos preconizam
seu tratamento com o método denominado PUVA, mostrando bons resultados em pelo menos 50%
dos casos.
O método PUVA (psoraleno + ultravioleta A) é utilizado para tratamento de diversas doenças
de pele, como psoríase, vitiligo e micose fungóide, e consiste na irradiação com ultravioleta A (UVA)
da pele e/ou mucosas, previamente sensibilizadas por drogas ingeridas ou aplicadas topicamente. No
caso da utilização da droga por via oral (oxsoralen) a dose varia em função do peso corporal. A PUVA
é uma alternativa para os pacientes que não obtiveram resultados satisfatórios com outras formas de
tratamento, e não é isenta de efeitos colaterais. Como efeitos adversos podem ocorrer náuseas e
vômitos, queimaduras e pele seca. Já os efeitos mais tardios, quando ocorrem, são representados
basicamente pelo câncer da pele e catarata, mas geralmente se associam a doses altas e
prolongadas de radiação, que não são o objetivo do tratamento. A luz ultravioleta causará uma
alteração na coloração da pele, como ocorre durante a exposição ao sol (bronzeado). Convém
lembrar que a maioria dos efeitos colaterais podem ser minimizados, ou mesmo, evitados, quando
são seguidas com atenção as orientações do médico assistente.
Este estudo será importante para avaliação das alterações celulares e imunológicas cutâneas
que possam estar presentes nas lesões de vitiligo, antes e após o tratamento com PUVA. Os
achados no vitiligo serão comparados com achados na pele normal de controles saudáveis. Os
procedimentos terão confidencialidade total e serão respeitadas sua privacidade e autonomia sobre
todos os resultados.
2. Procedimentos
:
Se você concordar em participar deste estudo:
Você fará alguns exames laboratoriais no HUCFF-UFRJ (hemograma, glicemia, anticorpos
antitireoidianos e hormônios tireoidianos) para a investigação das outras doenças que podem se
associar com vitiligo, e também exame oftalmológico para a pesquisa de oftalmopatias
associadas ou não.
Você responderá a um questionário padronizado contendo sua identificação, além de
informações sobre a ocorrência de certas doenças em você ou em seus familiares. Serão tiradas
algumas fotos de suas lesões antes e durante o tratamento para melhor acompanhamento do seu
quadro cutâneo.
Você será submetido a um exame dermatológico completo. Se necessário, você poderá ser
avaliado por outras especialidades médicas, com o seu consentimento.
Você será submetido à biopsia de uma das lesões de vitiligo (preferenciamente nos membros
superiores, face ou membros inferiores, evitando-se as mãos e pés, que são de mais difícil
repigmentação) antes do início de tratamento com PUVA e à outra biopsia durante o tratamento,
quando for observada a melhora inicial.
Será agendado, de acordo com sua conveniência, o horário para a avaliação médica proposta.
155
Os exames histopatológicos/imuno-histoquímicos da pele biopsiada serão feitos no Setor de
Anatomia Patológica do HUCFF-UFRJ.
Você poderá desistir a qualquer momento de participar desta pesquisa, sem que isso afete o seu
acompanhamento no HUCFF-UFRJ.
Se você não tiver vitiligo, alergias cutâneas, doenças da tireóide ou doenças auto-imunes, e
aceitar ser voluntário como controle saudável, você poderá ser submetido à pequena biopsia de
pele normal do dorso. Na amostra coletada serão realizados os mesmos exames histológicos e
imuno-histoquímicos feitos nas biopsias de pele de pacientes com vitiligo.
3. Custos:
Serão totalmente cobertos pelo Projeto de Pesquisa, sem nenhum ônus para você.
4. Benefícios:
Caso seja detectada alguma anormalidade nos seus exames, você receberá toda assistência
médica necessária.
Os resultados dessa pesquisa poderão trazer informações que ajudem a esclarecer a causa do
vitiligo, a eficácia terapêutica da PUVA, e dêem maior tranqüilidade aos pacientes.
5. Confidencialidade dos Dados:
As informações e procedimentos nesta pesquisa respeitarão as normas éticas de privacidade e
confidencialidade. Somente nós pesquisadores e você teremos acesso às suas informações e
seus resultados, com a garantia do sigilo sobre todos os seus dados.
Os dados deste estudo poderão ser discutidos com outros pesquisadores e os resultados
poderão ser publicados, mas nenhuma identificação dos participantes será fornecida.
6. Consentimento
:
Tendo recebido todos os esclarecimentos necessários, e resguardados os preceitos éticos
que regulamentam este termo, segundo a resolução CNS 196/96 do Ministério da Saúde,
CONSINTO em participar deste estudo.
Rio de Janeiro, ___ de _______________________ de _____.
________________________________________________ ______________________
ASSINATURA DO VOLUNTÁRIO OU RESPONSÁVEL ENTREVISTADOR
(nome completo)
Telefone de contato dos pesquisadores no HUCFF/UFRJ: 21- 2562-2580
156
ANEXO 2
PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO DOS PACIENTES- Projeto Vitiligo
IDENTIFICAÇÃO: Número no projeto: ____________________
Nome: _______________________________________________________
IDADE: __________
PRONTUÁRIO: _________________
Endereço: _________________________ CEP: _______________
Telefone: __________________
Data de Nascimento: _____/_____/_____ Sexo: _______
Naturalidade: _____________________
Escolaridade: ________________________
Profissão: __________________________________
Data desta avaliação: ____ /____/____
Data na 1ª consulta na dermatologia: ___ /____ /_____
2. INFORMAÇÕES DE SAÚDE: Idade atual: _________
PARA MULHERES EM IDADE FÉRTIL DUM: ____/___/___
Método ACO em uso _______________________________________________
Início do vitiligo/ evolução das lesões _________________________________
Início de quadro (em que ano?)_______________________
Tempo de evolução_________________________________
Casos na família_____________________________________________________
Tratamentos prévios: ___________________________________________
Antes da PUVA:
( )Viticromin oral Início____________Tempo de duração______________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
( ) Viticromin tópico Início____________Tempo de duração______________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
( ) Corticóide oral Início____________Tempo de duração______________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
( ) Corticóide tópico Início____________Tempo de duração______________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
( ) Oxsoralen tópico + sol Início____________Tempo de duração________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
( ) Outros Citar: ________________________________________
Resposta clínica: ( )inalterado ( ) modificado ( )melhora discreta
( )melhora moderada ( )melhora intensa ( ) progressão da doença
157
História Familial (colocar grau de parentesco):
( ) Hipo ou hipertireoidismo___________________________________
( ) Diabetes mellitus_________________________________________
( )Anemia perniciosa________________________________________
( )Halo nevus_______________________________________________
( )Alopecia areata____________________________________________
( )Melanoma_________________________________________________
( ) Outras____________________________________________________
Outras doenças associadas nos familiares? (colocar grau de parentesco e respectiva doença
se for o caso)
Comorbidades no pacientes: ___________________________________
_____________________________________________
Outros medicamentos em uso? _______________________________
Alergias? ____________________________________________________________
Exame físico:
A. Fototipo ___________________________
I – branco bem pálido – queima com muita facilidade, intensamente e NUNCA bronzeia
II – branco – queima facilmente, bronzeia pouquíssimo E com muita dificuldade
III – branco – queima moderadamente, bronzeia moderadamente e uniformemente
IV - bege ou levemente bronzeado– queima pouquíssimo, bronzeia com facilidade e
moderadamente
V – marrom intenso- fica muito bronzeado e raramente queima
VI – negro – NUNCA queima e bronzeia intensamente
B. Peso corporal _________ (minha balança) Altura: ________________
C. Lesões acrômicas: ( ) face ____________________________
( ) tronco ____________________ ( ) MMSS _________________________
( ) MMII _____________________
( ) mãos _____________________ ( ) pés ____________________________
( )genitália ___________________________________________________________
( ) região cervical ____________________________________________________
Área de superfície corporal : estimada em _______________(Current. Medical Diagnosis e
Treatment, 1998)
Cabeça + pescoço 9% ____________
Parte superior e posterior do tronco 9% ________
Parte inferior e posterior do tronco 9%________
Parte superior e anterior do tronco 9%_________
Parte inferior e anterior do tronco 9%________
Cada braço com mão 9% (total 18%)_________
Parte anterior de perna e coxa com pé 9%_________
Parte posterior de perna e coxa com pé 9%________
Genitália 1%_____________
158
Exames laboratoriais: Data: ___ / __ / ___
Hemoglobina hematocrito hemácias leucocitos Uréia creatinina VHS glicemia
Diferencial de leucócitos: ____________________________________________________
TSH T4livre
ANTITPO
TGO TGP Fosf alc GGT Bil Dir Bil IND Bil total
1. Exame oftalmológico ( __/ __ /__): __________________________________________
2. Documentação Fotográfica – Data: ___ /__ /___ máquina usada _________________
3. PUVA: Dose de oxsoralem: __________ ( ) ICN lote __________________
Data de início: ___ / ___ / ____
Número de Joules iniciais: ______________
Número e frequência de sessões:___________________
Incremento de Joules: ___________________________
Número de sessões de PUVA até a repigmentação_________________
Dose de PUVA até a repigmentação____________________________
4. Biopsia inicial de pele n°__________________ data da biopsia:_________
Local biopsiado_________________________
Descrição da lâmina___________________________________
5. Biopsia após tratamento com PUVA- n° da biopsia_________________
Data da biopsia:_________ Local biopsiado_________________________________
Descrição da lâmina___________________________________
Rio de Janeiro, _________ de ___________________ de _______.
159
ANEXO 3
FICHA DE EVOLUÇÃO CLÍNICA (15 sessões)
Avalição clínica Data: ___/___/____
1. Exame clínico:
Lesões acrômicas COM SINAIS DE REPIGMENTAÇÃO
( ) face ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) tronco ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) MMSS ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) MMII ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) mãos ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) pés ( ) SIM ______________________________ ( ) Não
( ) outros
2. Eventos adversos ( ) sim, especificar ___________________________
( ) Náuseas ( ) Cefaléia ( ) Tonteiras ( ) Vômitos
( ) Diarréia ( ) Queimadura ( ) Vermelhidão ( ) Ressecamento da pele
( ) Coceira ( ) Insônia ( ) Depressão ( ) Urticária
( ) Cãibras ( ) Outros _______________________________
Conduta:
Resultado da intervenção: ( ) Não
3. Dose cumulativa (NÚMERO DE JOULES TOTAIS ATÉ HOJE):
_____________________________
4. Aderência ao tratamento
Aderência ( ) sim ( ) não
Abandono ( ) sim ( ) não
5. PROGRIDO JOULES HOJE? ( ) SIM, para ___ J ( ) Não
6. Foi prescrito adjuvante:
( ) emoliente tópico ( ) sim, ________________________________ ( ) Não
( ) anti-histamínico oral ( ) sim, ________________________________ ( ) Não
7. FOTOS Hoje ( ) Sim ( ) Não
8. Recoleta de sangue e pele em ___ /___/___
160
ANEXO 4
FICHA DE EVOLUÇÃO (APÓS 30 sessões de PUVA)
Avalição clínica
Lesões acrômicas COM SINAIS DE REPIGMENTAÇÃO
( ) face ( ) SIM ____________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
( ) tronco ( ) SIM ___________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
( ) MMSS ( ) SIM ____________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
( ) MMII ( ) SIM ____________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
( ) mãos ( ) SIM ____________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
( ) pés ( ) SIM ____________________________ ( ) Não Data: ___/____/_____
2. Eventos adversos ( ) sim, especificar ___________________________
( ) Náuseas ( ) Cefaléia ( ) Tonteiras ( ) Vômitos
( ) Diarréia ( ) Queimadura ( ) Vermelhidão ( ) Ressecamento da pele
( ) Coceira ( ) Insônia ( ) Depressão ( ) Urticária
( ) Cãibras ( ) Outros _______________________________
conduta:
resultado da intervenção
( ) Não
3. Relação CD4/CD8: _________________________ Data: __ /__ / __
4. Expressão do CLA: _________________________ Data: __ /__ / __
5. Biopsia após tratamento com PUVA- n° da biopsia_________________
Número de sessões de PUVA até a repigmentação_________________
Dose de PUVA até a repigmentação____________________________
Data da biopsia:_________
Local biopsiado_______________________________________
Descrição da lâmina___________________________________
6. Aderência ao tratamento
Aderência ( ) sim ( ) não
Abandono ( ) sim ( ) não
Situação clínica no momento do abandono_________________________
Número de joules totais (acumulados) até momento da 2ª coleta do material __________
AVALIAÇÃO GLOBAL DO PACIENTE: ( ) ótimo ( ) bom ( ) –regular ( ) nulo
AVALIAÇÃO GLOBAL DO MÉDICO: ( ) ótimo ( ) bom ( ) -regular ( ) nulo
161
ANEXO 5
PRINCIPAIS SOLUÇÕES UTILIZADAS NOS TESTES IMUNO-HISTOQUÍMICOS:
Solução (PBS) pH 7,6 (Tampão de lavagem):
Cloreto de sódio p.a. (NaCl) ..........................................................8,17g;
Fosfato de sódio dibásico anidro p.a.(Na2HPO4)..........................1,05g;
Fosfato de sódio monobásico p.a.(NaH2PO4.2 H2O)....................0,31g;
Água destilada, q.s.p................................................................... 1000ml;
Ajustar o pH com HCl PA ou NaOH a 10%;
Solução diluidora de anticorpos:
Albumina bovina (Sigma A2153).......................................................1,0g;
Tampão PBS q.s.p. .....................................................................100,0ml;
Solução substrato-cromogênico:
Dako Liquid DAB+ Código: K3468
Diaminobenzidina........................................................................1gota;
Tampão imidazol-HCl pH 7.5 com adição de H2O2
dil.:1:10.........................................................................................1,5ml;
Solução tampão citrato 10 mM / pH 6,0:
Citrato de sódio p.a...................................................................29,41g
Água destilada q.s.p.................................................................1000,0ml
Ajustar o pH com HCl PA ou NaOH a 10%
Solução tampão EDTA/TRIS / pH 8.0:
EDTA p.a.................................................................................0,3722g
TRIS (hidroxymethyl)aminomethane.......................................1,2110g
Água destilada........................................................................ 1000ml
Ajustar o pH com HCl PA ou NaOH a 10%
162
ANEXO 6
TABELAS REFERENTES AOS GRÁFICOS DAS ANÁLISES IMUNO-
HISTOQUÍMICAS
Tabela 5.Análise comparativa da contagem de células CD1a+ na Pele PL e NL do vitiligo.
CD1a n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 22 1,800 0,772 1,666 0,200 3,400
Pré epiderm/campos - normal 22 2,147 1,111 1,967 0,588 5,000
Var epiderm/campos - Pré 22 -0,347 0,941 -0,273 -2,263 1,200 0,10
Pré derm/campos - lesão 22 0,235 0,181 0,195 0,000 0,765
Pré derm/campos - normal 22 0,337 0,254 0,258 0,050 0,923
Var derm/campos - Pré 22 -0,102 0,229 -0,073 -0,765 0,250 0,06
Pré total/campos - lesão 22 2,035 0,806 1,832 0,400 3,550
Pré total/campos - normal 22 2,484 1,252 2,300 0,765 5,923
Var total/campos - Pré 22 -0,449 1,026 -0,327 -3,028 1,150 0,06
Tabela 6.Análise comparativa da contagem de células CD8+ na Pele PL e NL do vitiligo.
CD8 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 22 0,205 0,333 0,114 0,000 1,556
Pré epiderm/campos - normal 22 0,078 0,179 0,000 0,000 0,833
Var epiderm/campos - Pré 22 0,128 0,384 0,070 -0,697 1,493
0,044
Pré derm/campos - lesão 22 2,074 1,482 1,456 0,458 6,077
Pré derm/campos - normal 22 2,052 1,350 1,758 0,063 5,750
Var derm/campos - Pré 22 0,022 1,730 -0,427 -2,932 3,935 0,74
Pré total/campos - lesão 22 2,280 1,627 1,622 0,458 6,231
Pré total/campos - normal 22 2,130 1,471 1,792 0,063 6,583
Var total/campos - Pré 22 0,150 1,882 -0,022 -3,629 4,165 0,86
Tabela 7.Análise comparativa da contagem de células CD4+ na Pele PL e NL do vitiligo.
CD4 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 22 0,102 0,427 0,000 0,000 2,000
Pré epiderm/campos - normal 22 0,147 0,307 0,000 0,000 1,000
Var epiderm/campos - Pré 22 -0,045 0,538 0,000 -1,000 2,000 0,43
Pré derm/campos - lesão 22 3,621 2,965 3,711 0,036 10,533
Pré derm/campos - normal 22 2,627 1,507 2,490 0,033 5,800
Var derm/campos - Pré 22 0,994 2,307 0,062 -3,333 6,605 0,13
Pré total/campos - lesão 22 3,723 3,212 3,711 0,036 12,533
Pré total/campos - normal 22 2,774 1,621 2,757 0,033 5,800
Var total/campos - Pré 22 0,949 2,586 0,062 -3,333 8,605 0,19
163
Tabela 8.Análise comparativa da contagem de células CD3+ na Pele PL e NL do vitiligo.
CD3 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 22 0,382 0,542 0,196 0,000 2,133
Pré epiderm/campos - normal 22 0,131 0,239 0,054 0,000 1,063
Var epiderm/campos - Pré 22 0,251 0,545 0,072 -0,479 2,071
0,033
Pré derm/campos - lesão 22 4,138 4,125 3,642 0,706 20,769
Pré derm/campos - normal 22 3,647 2,181 3,056 0,857 8,667
Var derm/campos - Pré 22 0,491 3,988 -0,116 -3,877 16,000 0,78
Pré total/campos - lesão 22 4,521 4,410 3,668 0,706 22,077
Pré total/campos - normal 22 3,779 2,331 3,102 0,857 8,833
Var total/campos - Pré 22 0,742 4,322 -0,014 -4,049 17,077 0,88
Tabela 9.Análise comparativa da contagem de células CLA+ na Pele PL e NL do vitiligo.
CLA n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 22 0,259 0,544 0,068 0,000 2,111
Pré epiderm/campos - normal 22 0,059 0,117 0,000 0,000 0,400
Var epiderm/campos - Pré 22 0,200 0,579 0,019 -0,400 2,111 0,14
Pré derm/campos - lesão 22 4,629 2,142 4,727 1,364 10,471
Pré derm/campos normal 22 4,287 2,204 4,149 1,091 10,533
Var derm/campos - Pré 22 0,342 3,166 0,585 -5,945 7,471 0,47
Pré total/campos - lesão 22 4,888 2,329 4,903 1,545 10,588
Pré total/campos normal 22 4,347 2,221 4,149 1,091 10,533
Var total/campos - Pré 22 0,542 3,326 0,828 -5,651 7,588 0,31
Tabela 10.Análise do CD1a segundo o grupo- Pele PL
CD1a Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos -
lesão
caso 20 1,779 0,773 1,666 0,200 3,400
controle 10 3,842 1,141 3,750 2,250 5,833
0,0001
PRE derm/campos – lesão caso 20 0,243 0,188 0,200 0,000 0,765
0,44
controle 10 0,184 0,129 0,167 0,000 0,500
PRE total/campos – lesão caso 20 2,022 0,812 1,832 0,400 3,550
controle 10 4,026 1,221 3,927 2,333 6,083
0,0001
Tabela 11.Análise do CD1a segundo o grupo- Pele NL
CD1a Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - normal caso 20 1,997 0,954 1,817 0,588 4,231
controle 10 3,842 1,141 3,750 2,250 5,833
0,0004
PRE derm/campos - normal caso 20 0,317 0,226 0,258 0,050 0,923
0,12
controle 10 0,184 0,129 0,167 0,000 0,500
PRE total/campos - normal caso 20 2,314 1,039 2,267 0,765 5,154
controle 10 4,026 1,221 3,927 2,333 6,083
0,0008
164
Tabela 12.Análise do CD8 segundo o grupo- Pele PL
CD8 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - lesão caso 20 0,209 0,349 0,114 0,000 1,556
controle 10 0,032 0,068 0,000 0,000 0,167
0,023
PRE derm/campos - lesão caso 20 2,046 1,528 1,437 0,458 6,077
0,025
controle 10 1,057 0,815 0,917 0,267 3,083
PRE total/campos - lesão caso 20 2,256 1,679 1,622 0,458 6,231
controle 10 1,089 0,871 0,917 0,267 3,250
0,011
Tabela 13.Análise do CD8 segundo o grupo- Pele NL
CD8 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos -
normal Caso 20 0,085 0,187 0,025 0,000 0,833
Controle 10 0,032 0,068 0,000 0,000 0,167
0,22
PRE derm/campos - normal Caso 20 2,207 1,310 2,072 0,667 5,750
Controle 10 1,057 0,815 0,917 0,267 3,083
0,008
PRE total/campos - normal caso 20 2,292 1,437 2,221 0,684 6,583
controle 10 1,089 0,871 0,917 0,267 3,250
0,006
Tabela 14.Análise do CD4 segundo o grupo- Pele PL
CD4 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - lesão caso 20 0,113 0,448 0,000 0,000 2,000
controle 10 0,011 0,035 0,000 0,000 0,111
0,93
PRE derm/campos - lesão caso 20 3,851 3,002 3,933 0,036 10,533
0,68
controle 10 3,131 1,755 2,483 1,067 7,231
PRE total/campos - lesão caso 20 3,964 3,263 3,933 0,036 12,533
controle 10 3,142 1,759 2,483 1,067 7,231
0,68
Tabela 15.Análise do CD4 segundo o grupo- Pele NL
CD4 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos -
normal
caso 20 0,162 0,318 0,000 0,000 1,000
controle 10 0,011 0,035 0,000 0,000 0,111
0,27
PRE derm/campos - normal caso 20 2,553 1,560 2,378 0,033 5,800
0,40
controle 10 3,131 1,755 2,483 1,067 7,231
PRE total/campos - normal caso 20 2,715 1,688 2,545 0,033 5,800
controle 10 3,142 1,759 2,483 1,067 7,231
0,54
Tabela 16. Análise do CD3 segundo o grupo- Pele PL
CD3 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - lesão caso 20 0,405 0,564 0,196 0,000 2,133
controle 10 0,006 0,020 0,000 0,000 0,063
0,002
PRE derm/campos – lesão caso 20 4,172 4,332 3,642 0,706 20,769
0,38
controle 10 2,739 1,412 2,492 1,100 5,250
PRE total/campos – lesão caso 20 4,577 4,629 3,668 0,706 22,077
controle 10 2,745 1,424 2,492 1,100 5,313
0,24
165
Tabela 17.Análise do CD3 segundo o grupo- Pele NL
CD3 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos -
normal caso 20 0,145 0,247 0,057 0,000 1,063
controle 10 0,006 0,020 0,000 0,000 0,063
0,007
PRE derm/campos - normal caso 20 3,785 2,198 3,056 0,889 8,667
0,23
controle 10 2,739 1,412 2,492 1,100 5,250
PRE total/campos - normal caso 20 3,930 2,352 3,102 0,889 8,833
controle 10 2,745 1,424 2,492 1,100 5,313
0,22
Tabela 18. Análise do CLA segundo o grupo- Pele PL
CLA Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - lesão caso 20 0,282 0,566 0,097 0,000 2,111
controle 10 0,234 0,263 0,200 0,000 0,769
0,51
PRE derm/campos – lesão caso 20 4,700 2,158 4,727 1,364 10,471
0,086
controle 10 3,371 1,986 3,581 0,833 7,692
PRE total/campos – lesão caso 20 4,982 2,350 4,903 1,545 10,588
controle 10 3,605 2,171 3,626 0,833 8,462
0,065
Tabela 19. Análise do CLA segundo o grupo- Pele NL
CLA Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
PRE epiderm/campos - normal caso 20 0,045 0,093 0,000 0,000 0,333
controle 10 0,234 0,263 0,200 0,000 0,769
0,035
PRE derm/campos normal caso 20 4,351 2,153 4,149 1,444 10,533
0,22
controle 10 3,371 1,986 3,581 0,833 7,692
PRE total/campos normal caso 20 4,397 2,151 4,149 1,444 10,533
controle 10 3,605 2,171 3,626 0,833 8,462
0,31
Tabela 20.Contagem de células CD1a+ na Pele PL pré e pós-PUVA
CD1a n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 20 1,779 0,773 1,666 0,200 3,400
Pós epiderm/campos - lesão 20 0,462 0,423 0,345 0,059 1,789
Var epiderm/campos - lesão 20 1,317 0,926 1,313 -0,539 2,880
0,0001
Pré derm/campos - lesão 20 0,243 0,188 0,200 0,000 0,765
Pós derm/campos - lesão 20 0,044 0,079 0,000 0,000 0,333
Var derm/campos - lesão 20 0,199 0,210 0,167 -0,083 0,765
0,0001
Pré total/campos - lesão 20 2,022 0,812 1,832 0,400 3,550
Pós total/campos - lesão 20 0,506 0,458 0,408 0,059 1,789
Var total/campos - lesão 20 1,516 0,962 1,614 -0,339 2,950
0,0001
166
Tabela 21.Contagem de células CD1a+ na Pele NL pré e pós-PUVA
CD1a n Média DPMediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - normal 20 1,997 0,954 1,817 0,588 4,231
Pós epiderm/campos - normal 20 0,549 0,414 0,394 0,111 1,538
Var epiderm/campos - normal 20 1,448 0,908 1,274 0,056 3,543
0,0001
Pré derm/campos - normal 20 0,317 0,226 0,258 0,050 0,923
Pós derm/campos - normal 20 0,050 0,138 0,000 0,000 0,615
Var derm/campos - normal 20 0,267 0,265 0,208 -0,282 0,923
0,0001
Pré total/campos - normal 20 2,314 1,039 2,267 0,765 5,154
Pós total/campos - normal 20 0,599 0,503 0,431 0,111 2,154
Var total/campos - normal 20 1,715 1,003 1,471 0,113 4,466
0,0001
Tabela 22.Contagem de células CD8+ na Pele PL pré e pós-PUVA
CD8 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 20 0,209 0,349 0,114 0,000 1,556
Pós epiderm/campos - lesão 20 0,002 0,010 0,000 0,000 0,043
Var epiderm/campos - lesão 20 0,207 0,340 0,114 0,000 1,512
0,0002
Pré derm/campos - lesão 20 2,046 1,528 1,437 0,458 6,077
Pós derm/campos - lesão 20 0,988 1,161 0,658 0,037 5,000
Var derm/campos - lesão 20 1,058 1,718 0,912 -2,833 5,327
0,005
Pré total/campos - lesão 20 2,256 1,679 1,622 0,458 6,231
Pós total/campos - lesão 20 0,991 1,160 0,679 0,037 5,000
Var total/campos - lesão 20 1,265 1,829 1,025 -2,500 5,481
0,002
Tabela 23.Contagem de células CD8+ na Pele NL pré e pós-PUVA
CD8 n Média DPMediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - normal 20 0,085 0,187 0,025 0,000 0,833
Pós epiderm/campos - normal 20 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Var epiderm/campos - normal 20 0,085 0,187 0,025 0,000 0,833
0,002
Pré derm/campos - normal 20 2,207 1,310 2,072 0,667 5,750
Pós derm/campos - normal 20 0,605 0,762 0,306 0,043 3,111
Var derm/campos - normal 20 1,602 1,315 1,325 -0,511 5,150
0,0001
Pré total/campos - normal 20 2,292 1,437 2,221 0,684 6,583
Pós total/campos - normal 20 0,605 0,762 0,306 0,043 3,111
Var total/campos - normal 20 1,687 1,443 1,325 -0,511 5,983
0,0001
Tabela 24.Contagem de células CD4+ na Pele PL pré e pós-PUVA
CD4 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 20 0,113 0,448 0,000 0,000 2,000
Pós epiderm/campos - lesão 20 0,036 0,161 0,000 0,000 0,720
Var epiderm/campos - lesão 20 0,077 0,485 0,000 -0,720 2,000 0,75
Pré derm/campos - lesão 20 3,851 3,002 3,933 0,036 10,533
Pós derm/campos - lesão 20 1,164 1,387 0,842 0,077 6,176
Var derm/campos - lesão 20 2,687 3,495 2,674 -2,176 10,252
0,004
Pré total/campos - lesão 20 3,964 3,263 3,933 0,036 12,533
Pós total/campos - lesão 20 1,200 1,424 0,842 0,077 6,176
Var total/campos - lesão 20 2,763 3,793 2,674 -2,176 12,252
0,004
167
Tabela 25.Contagem de células CD4+ na Pele NL pré e pós-PUVA
CD4 n Média DPMediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - normal 20 0,162 0,318 0,000 0,000 1,000
Pós epiderm/campos - normal 20 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Var epiderm/campos - normal 20 0,162 0,318 0,000 0,000 1,000 0,063
Pré derm/campos - normal 20 2,553 1,560 2,378 0,033 5,800
Pós derm/campos - normal 20 0,607 0,921 0,276 0,032 3,750
Var derm/campos - normal 20 1,947 2,023 2,034 -3,650 5,482
0,0005
Pré total/campos - normal 20 2,715 1,688 2,545 0,033 5,800
Pós total/campos - normal 20 0,607 0,921 0,276 0,032 3,750
Var total/campos - normal 20 2,108 2,147 2,034 -3,650 5,482
0,0005
Tabela 26.Contagem de células CD3+ na Pele PL pré e pós-PUVA
CD3 n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 20 0,405 0,564 0,196 0,000 2,133
Pós epiderm/campos - lesão 20 0,164 0,324 0,000 0,000 1,000
Var epiderm/campos - lesão 20 0,241 0,557 0,072 -1,000 1,612
0,021
Pré derm/campos - lesão 20 4,172 4,332 3,642 0,706 20,769
Pós derm/campos - lesão 20 3,532 2,707 2,832 0,588 11,875
Var derm/campos - lesão 20 0,640 5,233 0,646 -9,875 17,269 0,67
Pré total/campos - lesão 20 4,577 4,629 3,668 0,706 22,077
Pós total/campos - lesão 20 3,684 2,866 2,913 0,588 12,313
Var total/campos - lesão 20 0,893 5,611 0,685 -10,063 18,577 0,47
Tabela 27.Contagem de células CD3+ na Pele NL pré e pós-PUVA
CD3 n Média DPMediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - normal 20 0,145 0,247 0,057 0,000 1,063
Pós epiderm/campos - normal 20 0,021 0,096 0,000 0,000 0,429
Var epiderm/campos - normal 20 0,123 0,272 0,054 -0,366 1,063
0,013
Pré derm/campos - normal 20 3,785 2,198 3,056 0,889 8,667
Pós derm/campos - normal 20 2,150 1,585 1,667 0,278 7,000
Var derm/campos - normal 20 1,635 2,639 1,938 -2,700 7,000
0,017
Pré total/campos - normal 20 3,930 2,352 3,102 0,889 8,833
Pós total/campos - normal 20 2,172 1,607 1,667 0,278 7,000
Var total/campos - normal 20 1,758 2,813 1,938 -2,700 7,167
0,015
Tabela 28.Contagem de células CLA+ na Pele PL pré e pós-PUVA
CLA n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - lesão 20 0,282 0,566 0,097 0,000 2,111
Pós epiderm/campos - lesão 20 0,097 0,202 0,000 0,000 0,824
Var epiderm/campos - lesão 20 0,185 0,620 0,000 -0,824 2,111 0,13
Pré derm/campos - lesão 20 4,700 2,158 4,727 1,364 10,471
Pós derm/campos - lesão 20 3,513 2,254 2,762 1,000 10,588
Var derm/campos - lesão 20 1,187 3,009 1,417 -4,764 6,778 0,058
Pré total/campos - lesão 20 4,982 2,350 4,903 1,545 10,588
Pós total/campos - lesão 20 3,610 2,296 2,767 1,000 10,588
Var total/campos - lesão 20 1,373 3,348 1,426 -4,973 8,889 0,052
168
Tabela 29.Contagem de células CLA+ na Pele NL pré e pós-PUVA
CLA n Média DPMediana Mínimo Máximo
p valor
Pré epiderm/campos - normal 20 0,045 0,093 0,000 0,000 0,333
Pós epiderm/campos - p, normal 20 0,039 0,154 0,000 0,000 0,688
Var epiderm/campos - normal 20 0,007 0,182 0,000 -0,688 0,250 0,28
Pré derm/campos normal 20 4,351 2,153 4,149 1,444 10,533
Pós derm/campos - p, normal 20 2,867 1,967 2,269 0,455 7,281
Var derm/campos normal 20 1,485 2,068 1,346 -2,198 4,522
0,008
Pré total/campos normal 20 4,397 2,151 4,149 1,444 10,533
Pós total/campos normal 20 2,905 2,048 2,269 0,455 7,969
Var total/campos normal 20 1,491 2,058 1,346 -2,198 4,767
0,008
Tabela 30.Contagem de células CD1a+ na Pele PL vs controles
CD1a Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - lesão caso 20 0,462 0,423 0,345 0,059 1,789
controle 10 3,842 1,141 3,750 2,250 5,833
0,0001
POS derm/campos - lesão caso 20 0,044 0,079 0,000 0,000 0,333
0,0005
controle 10 0,184 0,129 0,167 0,000 0,500
POS total/campos - lesão caso 20 0,506 0,458 0,408 0,059 1,789
controle 10 4,026 1,221 3,927 2,333 6,083
0,0001
Tabela 31.Contagem de células CD1a+ na Pele NL vs controles
CD1a Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos -
normal caso 20 0,549 0,414 0,394 0,111 1,538
controle 10 3,842 1,141 3,750 2,250 5,833
0,0001
POS derm/campos - normal caso 20 0,050 0,138 0,000 0,000 0,615
0,0003
controle 10 0,184 0,129 0,167 0,000 0,500
POS total/campos - normal caso 20 0,599 0,503 0,431 0,111 2,154
controle 10 4,026 1,221 3,927 2,333 6,083
0,0001
Tabela 32.Contagem de células CD8+ na Pele PL vs controles
CD8 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - lesão caso 20 0,002 0,010 0,000 0,000 0,043
controle 10 0,032 0,068 0,000 0,000 0,167
0,18
POS derm/campos - lesão caso 20 0,988 1,161 0,658 0,037 5,000
0,42
controle 10 1,057 0,815 0,917 0,267 3,083
POS total/campos - lesão caso 20 0,991 1,160 0,679 0,037 5,000
controle 10 1,089 0,871 0,917 0,267 3,250
0,37
Tabela 33.Contagem de células CD8+ na Pele NL vs controles
CD8 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos -
normal caso 20 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
controle 10 0,032 0,068 0,000 0,000 0,167
0,042
POS derm/campos - normal caso 20 0,605 0,762 0,306 0,043 3,111
0,025
controle 10 1,057 0,815 0,917 0,267 3,083
POS total/campos - normal caso 20 0,605 0,762 0,306 0,043 3,111
controle 10 1,089 0,871 0,917 0,267 3,250
0,022
169
Tabela 34.Contagem de células CD4+ na Pele PL vs controles
CD4 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - lesão caso 20 0,036 0,161 0,000 0,000 0,720
controle 10 0,011 0,035 0,000 0,000 0,111
0,65
POS derm/campos - lesão caso 20 1,164 1,387 0,842 0,077 6,176
0,0007
controle 10 3,131 1,755 2,483 1,067 7,231
POS total/campos - lesão caso 20 1,200 1,424 0,842 0,077 6,176
controle 10 3,142 1,759 2,483 1,067 7,231
0,001
Tabela 35.Contagem de células CD4+ na Pele NL vs controles
CD4 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos -
normal
caso 20 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
controle 10 0,011 0,035 0,000 0,000 0,111
0,16
POS derm/campos - normal caso 20 0,607 0,921 0,276 0,032 3,750
0,0001
controle 10 3,131 1,755 2,483 1,067 7,231
POS total/campos - normal caso 20 0,607 0,921 0,276 0,032 3,750
controle 10 3,142 1,759 2,483 1,067 7,231
0,0001
Tabela 36.Contagem de células CD3+ na Pele PL vs controles
CD3 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - lesão caso 20 0,164 0,324 0,000 0,000 1,000
controle 10 0,006 0,020 0,000 0,000 0,063
0,17
POS derm/campos - lesão caso 20 3,532 2,707 2,832 0,588 11,875
0,57
controle 10 2,739 1,412 2,492 1,100 5,250
POS total/campos - lesão caso 20 3,684 2,866 2,913 0,588 12,313
controle 10 2,745 1,424 2,492 1,100 5,313
0,51
Tabela 37.Contagem de células CD3+ na Pele NL vs controles
VariávelCD3 Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos -
normal caso 20 0,021 0,096 0,000 0,000 0,429
controle 10 0,006 0,020 0,000 0,000 0,063
0,65
POS derm/campos - normal caso 20 2,150 1,585 1,667 0,278 7,000
0,19
controle 10 2,739 1,412 2,492 1,100 5,250
POS total/campos - normal caso 20 2,172 1,607 1,667 0,278 7,000
controle 10 2,745 1,424 2,492 1,100 5,313
0,19
Tabela 38.Contagem de células CLA+ na Pele PL vs controles
CLA Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - lesão caso 20 0,097 0,202 0,000 0,000 0,824
controle 10 0,234 0,263 0,200 0,000 0,769
0,11
POS derm/campos - lesão caso 20 3,513 2,254 2,762 1,000 10,588
0,93
controle 10 3,371 1,986 3,581 0,833 7,692
POS total/campos - lesão caso 20 3,610 2,296 2,767 1,000 10,588
controle 10 3,605 2,171 3,626 0,833 8,462
0,93
170
Tabela 39.Contagem de células CLA+ na Pele NL vs controles
CLA Grupo n Média DP Mediana Mínimo Máximo
p valor
POS epiderm/campos - normal caso 20 0,039 0,154 0,000 0,000 0,688
controle 10 0,234 0,263 0,200 0,000 0,769
0,004
POS derm/campos - normal caso 20 2,867 1,967 2,269 0,455 7,281
0,31
controle 10 3,371 1,986 3,581 0,833 7,692
POS total/campos - normal caso 20 2,905 2,048 2,269 0,455 7,969
controle 10 3,605 2,171 3,626 0,833 8,462
0,28
171
ANEXO 7
172
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