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podem difundir-se do meio externo para a superfície dos organismos e, dada a natureza
dinâmica dos complexos, estes podem sofrer associações e dissociações quando na
superfície celular (Worms et al., 2006).
A matéria orgânica dissolvida (MOD) é a fração predominante da matéria
orgânica total presente em águas naturais (Azam et al., 1983), podendo seqüestrar e/ou
liberar íons para o ambiente (Lombardi e Jardim, 1997; Lombardi et al.,1997; de
Oliveira et al., 1995), atuando de maneira diversificada e dinâmica sobre a especiação e
conseqüentemente sobre a biodisponibilidade dos metais nos ecossistemas aquáticos
(Lombardi et al., 2002; Nogueira et al., 2005; Lombardi et al., 2007).
Como conseqüência da exposição aos metais, as bactérias desenvolveram
mecanismos de resistência, dentre elas pode-se citar o acúmulo intracelular de metal
através do seu seqüestro por moléculas quelantes, impedindo-os de atingir sítios vitais,
associação com a parede celular, mecanismos de volatilização do metal (Ford e
Mitchell, 1990; Bosecker, 1997; Gordon et al., 2000; Markwiese e Colberg, 2000), e
ainda o efluxo de metal (Rosen, 1996; White et al., 1997; Mirimanoff e Wilkinson,
2000; Franke et al., 2003; Resing e Grass, 2003; Bertinato e Abbé, 2004).
Um estudo sobre a resistência de metais pesados em Ralstonia metallidurans
(linhagem CH34) efetuado por Nies (2003) mostrou que o efluxo é um dos mecanismos
utilizados por estas bactérias para conferir-lhes uma maior resistência aos metais. Várias
pesquisas em nível molecular vêm sendo realizadas para esclarecimento dos
mecanismos celulares que participam desse processo. Sabe-se que três famílias de
proteínas atuam no mecanismo (Rosen, 1996; Grass e Resing, 2001; Resing et al., 2003;
Outten et al., 2001; Nies, 2003; Kittleson et al., 2006). São elas, (i) proteínas da
superfamília RND, responsáveis pela resistência, nodulação e divisão celular e
envolvidas no transporte de metais e compostos hidrofóbicos, (ii) proteínas de fusão de