Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Programa de Pós Graduação em Ecologia e Recursos Naturais
ATRIBUTOS REPRODUTIVOS DE PEIXES DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO
E IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS
MARCELO GROMBONE DE VASCONCELLOS
SÃO CARLOS-SP
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Programa de Pós Graduação em Ecologia e Recursos Naturais
ATRIBUTOS REPRODUTIVOS DE PEIXES DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO
E IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS
MARCELO GROMBONE DE VASCONCELLOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ecologia e Recursos Naturais do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São
Carlos, como requisito parcial à obtenção do título de
Doutor em Ciências (Área de concentração: Ecologia e
Recursos Naturais.
SÃO CARLOS-SP
2007
ads:
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
V331ar
Vasconcellos, Marcelo Grombone de.
Atributos reprodutivos de peixes da bacia do rio São
Francisco e implicações filogenéticas / Marcelo Grombone
de Vasconcellos. -- São Carlos : UFSCar, 2007.
157 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2007.
1. Ostariophysi. 2. Peixe - reprodução. 3. Filogenia. 4.
São Francisco, Rio, Bacia. I. Título.
CDD: 597.52 (20
a
)
Marcelo Grombone de Vasconcellos
ATRIBUTOS REPRODUTIVOS DE PEIXES DA BACIA DO RIO SÃO
FRANCISCO E IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS
Tese apresentada à Universidade Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências.
Aprovada em 29 de março de 2007
Presidente
10Examinador
2° Examinador
3° Examinador
Examinador
BANCA EXAMINADORA
/)!
/~ "
I
/
\
~/ .
-{
.
(
I '
Ii't;)_> 'I, / !.',
Vy ,- f..o""/' /\ (" C'/."'7:1.~.'í/i
. ,
Profa. Dra. Nelsy Fenerich Verani
(Ori:t:r:~/ ,
~,-" ".~,..:" . ..-;
Prof. Df. José Roberto Verani
PPGERN/UFSCar
,</ /' /' // ./
(j{~/c~/(-- Á <1",/--- -/-:--
Prof. DI'. Orlando Moreira Filho
PPGGEV IUFSCar
i
c>
í2
I
,-' ""
'v ~.~~Y';).j......-
Profa. Dra. Elísabeth Romagosa
Instituto de Pesca-SP
PlOf.
l
i
.0
" !
"I
.~
'"
, ."
,
. José Roberto Venud
Coordenador
PG.BRNIUFSCar
Orientador:
Profa. Dra. Nelsy Fenerich Verani (DHB/UFSCAR)
Co-orientador:
Dr. Yoshimi Sato (CODEVASF-TRÊS MARIAS-MG)
Dedico este trabalho :
Aos meus pais Luiz e Maria Amélia
À minha esposa Gláucia
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da
Universidade Federal de São Carlos, pela oportunidade e pelo apoio durante o
desenvolvimento desta tese.
Ao CNPq, pela bolsa concedida.
À Estação de Hidrobiologia e Piscicultura da CODEVASF-Três Marias-MG,
pela utilização de suas dependências e material laboratorial.
À Prof
a.
Dr
a.
Nelsy Fenerich Verani, pela dedicação, paciência, críticas e
sugestões, além da amizade, que foram de fundamental importância para realização
deste trabalho.
Ao Dr. Yoshimi Sato, pela acolhida, auxílio e ensinamentos, resultantes de
sua imensa experiência aliada a sua retidão e simplicidade, causas de minha
grande simpatia e admiração.
Aos Profs. Drs. José Roberto Verani, Orlando Moreira-Filho e Odete Rocha e
Alberto Carvalho Peret, primariamente pela amizade e também pelas correções,
sugestões e estímulo.
Aos funcionários da Estação de Hidrobiologia e Piscicultura da CODEVASF-
Três Marias-MG, pelo auxílio técnico e acolhida.
Aos amigos José Valdecir de Lucca, Airton Santo Soares, Luiz Aparecido
Joaquim e Alcídio Culósio pela prestatividade durante estes últimos anos.
A todos os funcionários, alunos e professores do Departamento de
Hidrobiologia da Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciência Biológicas
e da Saúde, em especial à senhora Amábile Semensato, pelo auxílio,
companheirismo e aprendizado.
Aos meus sogros João Thomazini e Maria Ignês Valencise, que nunca me
deixaram esquecer que a simplicidade é o maior dos dons.
Aos meus irmãos, pelo apoio e convívio.
A DEUS, meu criador e meu Pai, que colocou todas estas pessoas e
condições favoráveis no meu caminho.
RESUMO
Neste trabalho são apresentados os atributos reprodutivos de 12 espécies da
Bacia do Rio São Francisco, obtidos através da hipofisação e fertilização manual dos
ovócitos. Posteriormente os dados registrados foram somados aos dados
registrados para outras 23 espécies, totalizando então 35 espécies analisadas pelas
técnicas de análise multivariada de agrupamentos, resultando em grupos com
afinidades filogenéticas reconhecidas, e dos componentes principais, aplicadas
sobre variáveis quantitativas e categóricas resultando na formação de dois grandes
grupos dissimilares: um cujo as espécies foram agrupadas principalmente por
atributos como comprimento da larva recém eclodida LTL, adesividade dos ovos=
ADESIOV, baixa fecundidade relativa=FRG, Ausência de movimentos larvais=
MOVELAR e altos valores para a eclosão em horas-grau =TE; e outro cujo as
espécies se agruparam em função de variáveis como FA= fecundidade absoluta,
LT= comprimento total de fêmeas, presença de órgão adesivo larval e movimento
larval na coluna d`água, ADESILAR e MOVELAR, respectivamente. Argumenta-se
que estes dois padrões reprodutivos básicos sejam os polarizadores das condições
distintas nos atributos quantitativos e qualitativos em peixes da bacia do rio São
Francisco para as quais se registraram caracteres tão próximos quanto mais
próximo o parentesco entre as espécies, com raras exceções como em
Pseudopimelodidae , sendo possível a realização de inferências quanto a condição
dos atributos reprodutivos se plesiomórficos ou apomórficos em Characiformes,
Siluriformes e Gymnotiformes, que em hipótese tiveram sua origem a partir de
grupos proto-guardadores de ninho
Palavras-chave: Peixes, hipofisação, reprodução, filogenia, bacia do rio São
Francisco.
ABSTRACT
In the present study there are presented the reproductive attributes of 12
species from São Francisco river basin, obtained through the hipophysation and
manual fertilization of the oocytes. Later the registered data were added to more 23
species, totalizing 35 species. The total data were submitted to the clustering
analysis resulting in groups with recognized phylogenetic proximities. The principal
component analysis were applied to quantitative and categorical variables resulting in
the formation of two great dissimilary groups: one formed by species that presented
similar atributtes in relation to the length of the larva newly hatched LTL ,to the
adhesiveness of the eggs ADESIOV, to the low relatively fecundity FRG, to the
absence of larval movements MOVELAR and to high values for the hatch in hour-
degree TE. The other group was formed by species that presented similar atributtes
in relation to the total length of females LT, to the absolute fecundity FA, to the
presence of larval adhesive organ and vertical larval movements in the water,
ADESILAR and MOVELAR, respectively. It is argumented that these two basic
reproductive patterns are the polar principles of the different conditions of the
qualitative and quantitative reproductive characters that they are so close as more
proximities among the species, with rare exception as the Pseudopimelodidae . It
was possible to do inferences about the condition of the in Characiformes,
Siluriformes and Gymnotiformes, that had your origin, in hypothesis, from nest proto-
guardadores.
Keywords: Pisces, hypophysation, reproduction, Phylogeny, San Francisco river
basin.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1-Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)...................................................101
Figura 2-Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829......................................101
Figura 3-Brycon orthtaenia Günther, 1864..............................................................101
Figura 4-Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819)..........................................................102
Figura 5-Myleus Micans(Lütken, 1875)..................................................................102
Figura 6-Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875)...............................................103
Figura 7-Salminus sp.)............................................................................................103
Figura 8-Salminus hilarii Valenciennes, 1850........................................................103
Figura 9-Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz 1829).................................104
Figura 10-Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)........................................................104
Figura 11-Hoplias lacerdae Miranda-Ribeiro, 1908................................................104
Figura 12- Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836)..........................................105
Figura 13-Leporinus piau Fowler, 1941................................................................105
Figura 14-Leporinus reinhardti Lütken, 1875........................................................105
Figura 15-Leporinus taeniatus Lütken, 1875........................................................106
Figura 16-Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)..............................................106
Figura 17-Schizodon knerii (Steindachner, 1875).................................................106
Figura 18-Steindachnerina elegans (Steindachner, 1875)..................................107
Figura 19-Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889).......................107
Figura 20-Prochilodus costatus Valenciennes, 1850............................................107
Figura 21-Prochilodus argenteus Agassiz, 1829...................................................107
Figura 22-Franciscodoras marmoratus (Reinhardt, 1874)....................................108
Figura 23-Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840).................................108
Figura 24-Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)............................................108
Figura 25-Lophiosilurus alexandri Steindachner, 1877......................................... 109
Figura 26-Pimelodus maculatus La Cepède, 1803.................................................109
Figura 27-Pseudopimelodus charus (Valenciennes, 1840).....................................109
Figura 28-Pseudoplatystoma corruscans (Spix & Agassiz, 1829)..........................110
Figura 29-Duopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840)...................................110
Figura 30-Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)..............................................110
Figura 31-Hypostomus francisci (Lütken, 1874).....................................................111
Figura 32-Pterygoplichthys etentaculatus (Spix & Agassiz, 1829).........................111
Figura 33-Rhinelepis aspera Spix & Agassiz, 1829................................................112
Figura 34-Sternopygus macrurus (Block & Schneider, 1801)................................112
Figura 35-Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1842)........................................112
Figura 36-Ovos de Myleus micans..........................................................................113
Figura 37-Detalhe do momento da eclosão em Myleus micans..............................114
Figura 38-Larva recém eclodida de Myleus micans................................................114
Figura 39-Ovo de Leporellus vitattus.......................................................................115
Figura 40-Larva recém eclodida de Leporellus vitattus...........................................115
Figura 41-Ovócitos de Duopalatinus emarginatus..................................................116
Figura 42-Detalhe do embrião de Duopalatinus emarginatus.................................117
Figura 43-Larva recém eclodida de Duopalatinus emarginatus..............................117
Figura 44-Desova de Pterygoplichtys etentaculatus...............................................118
Figura 45–Ovos embrionados de Pterygoplichtys etentaculatus............................118
Figura 46-Larva recém eclodida de Pterygoplichtys etentaculatus.........................119
Figura 47-Ovócito de Eigenmannia virescens.........................................................119
Figura 48-Dendrograma mostrando o agrupamento de 21 espécies de
Characiformes analisadas quanto à 18 variáveis reprodutivas (coeficiente de
Manhatan)................................................................................................................120
Figura 49-Dispersão das espécies de Characiformes em função dos primeiro e
segundo componentes principais............................................................................121
Figura 50-Contribuição das variáveis reprodutivas em Characiformes para a
dispersão das espécies nos eixos formados pelos primeiro e segundo componentes
principais..................................................................................................................122
Figura 51-Dendrograma de dissimilaridade obtido, aplicando-se o índice de
distância métrica Euclidiana sobre a tabela de escores das espécies em relação aos
4 primeiros componentes principais, que juntos respondem por 84% da variação em
Characiformes..........................................................................................................123
Figura 52-Dendrograma de dissimilaridade (coeficiente de Manhatan) obtido pela
análise multivariada de agrupamentos dos dados reprodutivos em Siluriformes....124
Figura 53-Dendrograma de dissimilaridade, obtido pela aplicação do índice métrico
de distância Euclidiana sobre os escores de cada espécie, nos 4 primeiros
componentes em Siluriformes..................................................................................125
Figura 54-Dispersão das espécies de Siluriformes sobre o primeiro e segundo
componentes principais............................................................................................126
Figura 55-Contribuição das variáveis reprodutivas para a dispersão das espécies
nos eixos formados pelos primeiro e segundo componentes principais..................127
Figura 56-Dendrograma de dissimilaridade, obtido através da análise de
agrupamentos (coeficiente de dissimilaridade de Manhatan), aplicada sobre os
atributos reprodutivos de 35 espécies de peixes da bacia do rio São Francisco.....128
Figura 57-Dendrograma de dissimilaridade obtido através da aplicação do índice de
distância métrica sobre os escores década espécie nos 6 primeiros componentes
principais..................................................................................................................130
Figura 58-Dispersão das espécies de peixes do rio São Francisco em função do
primeiro e segundo componentes principais............................................................132
Figura 59-Contribuição das variáveis reprodutivas para a dispersão das espécies
em função do primeiro e segundo componentes principais.....................................133
LISTA DE TABELAS
Tabela 1-Atributos biométricos e reprodutivos de Characiformes hipofisados da
bacia do rio São Francisco.......................................................................................135
Tabela 2-Valores médios de IGS, K (Fulton) e NOG em Characiformes da bacia do
rio São Francisco, submetidos a hipofisação...........................................................136
Tabela 3-Valores registrados para as variáveis quantitativas: DONH, DOH e DV
relacionadas a unidades reprodutivas de Characiformes da bacia do rio São
Francisco..................................................................................................................137
Tabela 4-Valores registrados para variáveis quantitativas relacionadas às unidades
reprodutivas de Characiformes da bacia do rio São Francisco................................138
Tabela 5-Valores registrados para as variáveis qualitativas, ADESIOV, CGELA e
COROV relacionadas às unidades reprodutivas de Characiformes espécies da bacia
do rio São Francisco.................................................................................................139
Tabela 6-Variáveis qualitativas ADESILAR= Órgão adesivo larval e
MOVELAR=Movimento das larvas na coluna d`água, relacionadas às unidades
reprodutivas das espécies da bacia do rio São Francisco.......................................140
Tabela 7-Atributos reprodutivos comportamentais em machos das espécies de
peixes da bacia do rio São Francisco, submetidas a hipofisação: VOCAL= registro de
vocalizações, ESPCL= presença de espículas em nadadeiras durante o período
reprodutivo................................................................................................................141
Tabela 8-Atributos biométricos e reprodutivos de espécies de Siluriformes e
Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco, submetidos a hipofisação: LT(cm),
FA, FRG...................................................................................................................142
Tabela 9-Valores de IGS, K(Fulton) e NOG para Siluriformes e Gymnotiformes da
bacia do rio São Francisco submetidos à hipofisação.............................................143
Tabela 10-Valores de DONH, DOH e DV em Siluriformes e Gymnotiformes
hipofisados da bacia do rio São Francisco...............................................................144
Tabela 11-Valores de espaço perivitelínico, espessura do córion, tempo de eclosão
e comprimento da larva recém eclodida em Siluriformes e Gymnotiformes da bacia
do São Francisco......................................................................................................145
Tabela 12-Atributos qualitativos em relação a ovócitos e larvas em Siluriformes e
Gymnotiformes hipofisados da bacia do rio São Francisco.....................................146
Tabela 13-Registro da presença/ausência das variáveis categóricas órgão adesivo
larval e movimentos verticais das larvas na coluna d`água: ADESILAR e MOVELAR,
respectivamente.......................................................................................................147
Tabela 14-Grupos formados pela análise multivariada (coeficiente de Manhatan) em
Characiformes..........................................................................................................148
Tabela 15–Grupos formados pela aplicação da análise de agrupamentos
(coeficiente de Manhatan) sobre caracteres reprodutivos em Siluriformes.............148
Tabela 16–Grupos formados pela aplicação da análise de agrupamentos
(coeficiente de Manhatan) sobre os atributos reprodutivos de 35 espécies de peixes
da bacia do rio São Francisco..................................................................................148
Tabela 17-Autovalores e variância acumulada obtidas pela análise de componentes
principais aplicada sobre 20 variáveis reprodutivas em
Characiformes..........................................................................................................149
Tabela 18-Autovetores em Characiformes, contribuição das variáveis para os 4
primeiros componentes que em conjunto abrangem 80% da
variação....................149
Tabela 19-Autovalores e variância acumulada para os quatro eixos principais da
análise dos componentes principais relacionados a atributos reprodutivos em
Siluriformes...............................................................................................................150
Tabela 20–Autovetores para os quatro primeiros componentes que correspondem à
81% de variação dos atributos reprodutivos em Siluriformes..................................150
Tabela 21-Autovalores e variância acumulada dos componentes principais na
análise de componentes principais aplicada sobre varíveis reprodutivas de 35
espécies de peixes da bacia do rio São Francisco..................................................151
Tabela 22–Autovetores dos da análise de componentes principais aplicados sobre
variáveis reprodutivas em 35 espécies de peixes da bacia do rio São Francisco
..................................................................................................................................151
Tabela 23-Matriz de correlação de Pearson obtida para os dados reprodutivos em
Characiformes..........................................................................................................152
Tabela 24-Fator de correlação de Pearson em atributos reprodutivos de Siluriformes
da Bacia do Rio São Francisco................................................................................153
Tabela 25-valores de correlação entre os atributos reprodutivos de 35 espécies de
peixes do rio São Francisco.....................................................................................154
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO.....................................................................................................20
II. OBJETIVOS........................................................................................................26
III. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................27
Manejo dos reprodutores........................................................................................27
Reprodução induzida..............................................................................................28
Incubação dos ovos................................................................................................29
Variáveis analisadas...............................................................................................29
Análise dos dados...................................................................................................30
Metodologia para considerações filogenéticas.......................................................31
Espécies hipofisadas .............................................................................................32
Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819)...............................................................32
Myleus micans (Lütken, 1875)....................................................................32
Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875)...................................................33
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)...............................................................33
Hoplias lacerdae Miranda-Ribeiro, 1908......................................................34
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850).....................................................34
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)................................................ 35
Duopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840)........................................35
Hypostomus francisci (Lütken, 1874)...........................................................36
Pterygoplichthys etentaculatus (Spix & Agassiz, 1829)...............................36
Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801)......................................37
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1842)..............................................37
Sistemática das espécies analisadas (Reis et al, 2003)..............................38
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................40
Atributos reprodutivos.............................................................................................41
Pygocentrus piraya.......................................................................................41
Myleus micans ............................................................................................42
Acestrorhynchus lacustris............................................................................44
Hoplias malabaricus....................................................................................45
Hoplias lacerdae..........................................................................................45
Leporellus vittatus .......................................................................................46
Trachelyopterus galeatus.............................................................................47
Duopalatinus emarginatus...........................................................................48
Hypostomus francisci..................................................................................49
Pterygoplichthys etentaculatus...................................................................49
Sternopygus macrurus ..............................................................................50
Eigenmannia virescens...............................................................................50
Padrões reprodutivos em peixes da bacia do São Francisco...............................52
Characiformes.......................................................................................................52
Análise de agrupamentos em Characiformes.......................................................53
Análise multivariada de componentes principais em Characiformes....................58
Siluriformes............................................................................................................61
Gymnotiformes......................................................................................................62
Análise multivariada de agrupamentos em Siluriformes e Gymnotiformes...........63
Análise multivariada de componentes principais em Siluriformes + Gymnotiformes.
...................................................................................................................................71
Análise multivariada aplicada a totalidade dos dados reprodutivos obtidos pela
hipofisação em Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes.................................72
Análise de Agrupamentos em Peixes da bacia do rio São Francisco.......................74
Análise dos componentes principais, aplicada a totalidade dos dados reprodutivos
em Peixes hipofisados da bacia do rio São Francisco.............................................75
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................78
VI. CONCLUSÕES...................................................................................................80
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................81
VIII. FIGURAS........................................................................................................100
IX. TABELAS...........................................................................................................134
20
I. INTRODUÇÃO
A diversidade de métodos com que os organismos se reproduzem, há muito
tempo vem intrigando os pesquisadores, pois são reflexos imediatos da seleção
natural e resultantes de um intrincado processo evolutivo (D
IANA, 1995).
Vários são os estudos comparativos sobre estratégias reprodutivas em peixes
(B
REDER & ROSEN,1966; WELCOME,1969; BALON,1985; KRAMER,1978; ADAMS,1980; DE
SILVA et al ,1985; WINEMILLER,1989; dentre outros), frente à grande diversidade do
grupo, e têm propiciado uma avaliação dos padrões de história da vida das
diferentes espécies.
As primeiras definições ecologico-reprodutivas foram delineadas a partir da
metade do século passado por K
RYZHANOVSKY,(1948, 1949; citado por BALON, 1985).
Segundo este autor, adaptações para a reprodução, desenvolvimento e
sobrevivência direcionam todos os intervalos de vida, marcando a história de vida da
espécie, uma vez que definem principalmente a habilidade de invasão. O
conhecimento existente sobre os modos reprodutivos em peixes (famílias) no mundo
todo foi sintetizado por B
REDER & ROSEN (1966) quanto a: caracteres sexuais
secundários, modos de acasalamento, local de desova, tipo de ovo, cuidado parental
e migração reprodutiva. B
ALON (1975, 1984, 1985) apresentou uma classificação dos
estilos reprodutivos em peixes, tendo considerado 3 grandes grupos: não
guardadores (não protegem ou escondem ovos e jovens), guardadores (cuidam de
ovos, larvas e em alguns casos de juvenis) e carregadores (carregam os embriões e
21
algumas vezes os jovens). Esta classificação reflete as trajetórias evolucionárias,
apresentando uma tendência de estilos dos menos protetores para os mais
protetores. Segundo B
ALON (1975, 1985), o estilo reprodutivo caracterizado por ovos
pelágicos, de pequenas dimensões, pobres em nutrientes e período larval acentuado
parece ser ancestral, estando em concordância com a teoria mais plausível sobre a
origem dos vertebrados. As espécies que apresentam estas características são
conceituadas por este autor como altrizes ou generalistas, enquanto que as
espécies que demandam reservas consideráveis em unidades reprodutivas (ovos e
larvas), protegem a prole e não apresentam fase larval são consideradas como
especialistas ou precoces.
Espécies generalistas ou altrizes, com grande heterogeneidade de “pool
gênico”, teriam maior habilidade de sobrevivência frente a flutuações ambientais.
Sob estabilidade ambiental e incremento das pressões competitivas, após um certo
número de ontogenias (=gerações), a tendência à especialização é favorecida e a
variação fenotípica reduzida com perda de heterogeneidade genética, ocorrendo
também a seleção positiva de certas estratégias reprodutivas como: aumento do
tempo de maturidade sexual, poucos e preciosos zigotos e larvas, e tempo de vida
prolongado principalmente pelo período senescente, entre outras (B
ALON, 1985).
BALON (1990) salienta que o aumento na quantidade de vitelo e do conteúdo
de carotenóides ocorreram em uma seqüência evolutiva e que ovos maiores, ricos
em vitelo e em carotenóides, conceituados pelo mesmo autor como pigmentos
respiratórios, refletem maior especialização pois podem produzir jovens maiores
quando da primeira alimentação exógena, aumentando sua possibilidade de
22
sobrevivência.
Entre as teorias evolutivas sobre histórias de vida, destaca-se a teoria r-k
estrategistas (M
ACARTHUR & WILSON, 1967 CITADOS POR PIANKA, 2000). Esta teoria,
conceituada como um contínuo entre dois pontos extremos onde as espécies se
disporiam de acordo com características de suas histórias de vida, incluindo
aspectos reprodutivos, vem sendo atualmente aprimorada, discutindo-se três pontos
de um contínuo triangular (W
INEMILLER & ROSE, 1992).
WINEMILLER (1989) propôs três padrões reprodutivos para peixes de água
doce sul-americanos: estratégia de equilíbrio (cuidado parental e reprodução não
sazonal), estratégia oportunista (capacidade de colonização rápida, maturação
precoce, reprodução contínua) e estratégia sazonal (reprodução sincronizada com
estação chuvosa, alta fecundidade, ausência de cuidado parental e deslocamentos
reprodutivos, interpretados como sendo adaptativos a variáveis ambientais abióticas,
disponibilidade alimentar e pressão de predação).
Segundo W
OOTTON (1984), o sucesso alcançado pelos peixes em ambientes
distintos deve-se à enorme gama de estratégias reprodutivas desenvolvidas pelo
grupo, que englobam táticas extremas e, embora estas possam variar em função do
ambiente, algumas são conservativas.
Quanto à utilização dos termos táticas, estratégias e padrões, D
IANA (1995)
estabelece uma relação hierárquica, referindo-se a estratégias como um conjunto de
táticas mais facilmente variáveis em função do ambiente, sendo em parte
conservativas. O mesmo autor propõe que apesar do caráter mais abrangente do
termo “padrões”, este seria um sinônimo para estratégias. G
ROSS (1987), citado por
23
D
IANA (1995), define estratégias como “História de vida geneticamente programada
ou programa comportamental evoluído por maximizar o sucesso reprodutivo sob
competição intraespecífica dependente da freqüência”, enquanto táticas seriam
“estágios de desenvolvimento ontogenético ou ações especificamente usadas para o
êxito da história de vida ou programas comportamentais”.
As grandes bacias hidrográficas da América do Sul apresentam a mais
diversa ictiofauna do mundo (cerca de 2400 espécies descritas), derivada de poucos
estoques básicos (espécies pertencentes às ordens Characiformes, Siluriformes e
Perciformes - Cichlidae, compreendendo cerca de 93% do total de espécies)
(LOWE-M
CCONNELL, 1987).
O conhecimento das estratégias reprodutivas da comunidade ictiológica de
determinada bacia hidrográfica pode fomentar a piscicultura, uma vez que fornece
bases ecológicas para manutenção e cultivo em cativeiro de espécies nativas em
detrimento das exóticas ou alóctones.
A ictiofauna da bacia do rio São Francisco é representada por cerca de 150
espécies de água doce (T
RAVASSOS, 1960; BRITSKI et al., 1984; MENEZES, 1996; SATO
& GODINHO, 1999), sendo caracterizada por um alto grau de endemismo (MENEZES,
1996). Esta ictiofauna encontra-se bastante ameaçada em várias regiões,
principalmente no trecho a jusante da barragem de Sobradinho até o Oceano
Atlântico, a montante da barragem de Três Marias e nos rios Paraopeba e das
Velhas, devido principalmente ao desmatamento ciliar, construção de grandes
barragens, poluições industrial e doméstica, garimpo (diamante e ouro), pesca
predatória e destruição de várzeas e lagoas marginais pelos projetos agrícolas
24
(S
ATO et al., 1987; SATO, 1989; MENEZES, 1996). Na Europa, apesar de
controvérsias, uma das medidas para a conservação das espécies ameaçadas de
extinção tem sido a utilização da desova artificial e conseqüente peixamento
(R
HUHLÉ, 1996; PLANELLES & REYNA, 1996; KOURIL et al., 1996).
Salienta-se que alguns peixes da bacia do São Francisco constam da lista de
espécies ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais: Brycon orthotaenia
(matrinchã), Salminus sp. (dourado), Conorhynchos conirostris (pirá), Lophiosilurus
alexandri (pacamã), Pseudoplatystoma corruscans (surubim) e Rhinelepis aspera
(cascudo-preto) (L
INS et al., 1997).
Até o presente foram reproduzidas artificialmente 35 espécies nativas da
bacia do São Francisco: Deste total, 33 espécies foram induzidas à desova pela
primeira vez na Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias.
Sobre padrões reprodutivos em peixes, se dependentes de fenômenos
fisiológicos, anatômicos e comportamentais e então obviamente relacionados ao
patrimônio genético de cada espécie e cada indivíduo em particular é razoável
esperar que quanto maior a proximidade filogenética entre indivíduos, mais próximos
serão as opções reprodutivas possíveis (S
ATO et al, 2003).
Em abordagens filogenéticas, HENING (1966) em AMORIM (1994) conceitua
como Plesiomorfia a condição pré-existente de uma estrutura que foi alterada
resultando em uma nova condição. Em oposição Apomorfia seria a condição mais
recente de uma estrutura.
Segundo A
MORIM (1994), caracteres apomórficos e plesiomórficos não
existem como entidades isoladas, independentemente das espécies, e as diferentes
25
condições de um caráter são compartilhadas por indivíduos de uma ou mais
espécies. Assim, o compartilhamento de apomorfias e plesiomorfias é denominado
simplesiomorfia e sinapomorfia, enquanto que homoplasia se relaciona ao
surgimento independente de caracteres, portanto convergente ou paralelo, podendo
ainda retomar uma condição ancestral (pseudo-simplesiomorfia) o que é
normalmente chamado de reversão.
Ainda com relação à terminologia filogenética, autapomorfia se relaciona a
condições inovadoras em um grupo evolutivo terminal, lembrando que caracteres,
condições e atributos podem ser morfológicos, fisiológicos, comportamentais,
simples ou complexos como a condição de vida, como vida terrestre x vida aquática
ou ainda homotermos x pecilotemos (Amorim, 1994).
O método de análise filogenética proposto por Hennig (1950, 1966) em
Amorim (1994) tem como pressupostos que: 1 condições diferentes entre si de
caracteres, encontradas entre membros de um grupo podem ser ordenadas
temporalmente, 2 dado um grupo tomado a priori como monofilético (a partir de
outros indícios) e duas condições diferentes de um mesmo atributo, aquela
encontrada nas espécies exteriores ao grupo é a condição mais antiga, da qual a
outra condição derivou, 3 o conjunto de espécies que compartilha uma mesma
condição mais recente em relação a um caracter, provavelmente descende de uma
espécie ancestral na qual ocorreu a modificação inicial na condição do atributo.
W
EITZMAN & MALABARBA (1998) citam o uso de sinapomorfias em caracteres
sexuais ou reprodutivos como fonte de potencial de dados em análises filogenéticas
em peixes, tão importantes quantos os provenientes da biologia molecular.
26
II. OBJETIVOS
Considerando-se a importância do conhecimento acerca da reprodução de
espécies de peixes, o grau de endemismo e a importância dos caracteres
reprodutivos para análises filogenéticas, o presente trabalho pretende a ampliação
do número de espécies submetidas a hipofisação e a contribuição para o acervo de
conhecimento sobre a biologia reprodutiva dos peixes do rio São Francisco, tendo
como objetivos principais:
- Análise de atributos reprodutivos, obtidos pela técnica de hipofisação, que
propiciem comparações entre linhagens ictiológicas diversas, formando grupos
fenéticos, que possam validar hipóteses de aproximação filogenética dos
caracteres e padrões registrados e também possibilitem a compreensão das
questões seletivas do ambiente.
- Contribuição para a compreensão dos padrões reprodutivos da biocenoce
ictiológica da regiâo de três Marias-MG.
27
III. MATERIAL E MÉTODOS
Para elaboração deste trabalho, foram utilizados dados relacionados a
hipofisação de 23 espécies (S
ATO et al, 2003), somados aos dados para mais 12
espécies, totalizando 35 espécies de peixes do rio São Francisco, da região de Três
Marias-MG:
Manejo dos reprodutores
Os reprodutores das 12 novas espécies hipofisadas foram capturados no rio
São Francisco e nas lagoas marginais de seus tributários principais da região de
Três Marias-MG, nos meses de outubro a janeiro de 2003, 2004 e 2005
Os reprodutores selecionados foram pesados, medidos e mantidos separados
por sexo (quando possível o diagnóstico) em tanques de alvenaria (dimensões 3,0 x
1,0 x 0,8 m), e aquários (dimensões 1,0 x 0,4 x 0,5 m) com circulação constante de
água e temperatura controlada. Em cativeiro, os peixes receberam ração peletizada
contendo 36% de proteína bruta e náuplios e adultos de Artemia salina.
Durante as biometrias foram registrados, quando observados, características
externas de dimorfismo sexual ou induzidas pela época reprodutiva.
As fêmeas, na maioria dos casos, foram selecionadas pela observação de
características externas, como ventre abaulado, poro genital dilatado e
vascularizado; os machos pela liberação de sêmen ante leve pressão do abdome.
28
Reprodução induzida
A indução da reprodução foi feita pelo método da hipofisação (I
HERING et al.,
1935; I
HERING,1937 In SATO, 1999) através da aplicação intramuscular ou celomática
de extrato bruto de hipófises de Cyprinus carpio (Cypriniformes). Os machos,
quando identificados, receberam dose única em mg/kg dependendo de seu peso. As
fêmeas receberam duas doses ou dose única em mg/kg, dependendo do tamanho
do espécime, relacionado ao risco de injúrias ou estresse dependendo de seu peso,
espaçadas por um período de doze a dezoito horas (W
OYNAROVICH & HORVÁTH,
1980).
Para cada espécie, determinou-se o momento da desova através do cálculo
das horas-grau (HG), considerando-se a temperatura da água e o tempo até a
ocorrência da desova, a partir da segunda aplicação hormonal, ou da dose única
(HG = temperatura da água ( 25-26
o
C) x tempo em horas).
A extrusão dos ovócitos e a coleta de sêmen foram executadas manualmente
e a fertilização pelo método a seco. A partir de sub-amostras foram estimadas as
fecundidades absoluta e relativa, assim como as dimensões dos ovócitos no
momento da extrusão e após a fertilização.
29
Incubação dos ovos
A incubação dos ovos foi efetuada em incubadoras em forma de funil, modelo
Woynarovich (1986) com circulação constante de água, cuja a temperatura foi
mantida em torno dos 23 graus centígrados. Nestas (com cerca de 20 a 30g de ovos
cada) as vazões da água variaram de 0,5 a 1,0 L/min. Imediatamente após a
eclosão, uma amostra das larvas foi colocada em béqueres de 5 L, para
observações do padrão geral de desenvolvimento e comportamentais relacionadas
principalmente aos movimentos dispersivos ou de aquisição de equilíbrio hidrostático
da larva recém eclodida.
Variáveis analisadas
A partir das biometrias realizadas nos reprodutores, observações
comportamentais em cativeiro e das desovas obtidas e efetivamente fertilizadas
resultando em larvas viáveis, foi possível o registro ou estimativa das seguintes
variáveis reprodutivas: vocalizações reprodutivas (VOCAL), presença de espículas
nas nadadeiras durante o período reprodutivo (ESPICUL.), comprimento total em
centímetros dos reprodutores fêmeas (LT, cm), peso corporal em gramas das
fêmeas (Wt, g), número dos ovócitos por grama (NOG), fator de condição de Fulton
(K = Wt.100/Lt
3
), peso das gônadas (WG = peso dos ovócitos extruídos + peso dos
30
ovócitos não extruídos em g), índice gonadossomático (IGS = WG.100/Wt),
fecundidade absoluta (FA): número de ovócitos extruídos + número de ovócitos
residuais livres na cavidade celomática, após a extrusão; fecundidade relativa ao
peso corpóreo em gramas das fêmeas reprodutoras (FRG), diâmetro do ovócito não-
hidratado (DONH, µm) e diâmetro do ovo hidratado (DOH, µm), diâmetro do vitelo
(DV, µm), espaço perivitelino (EP, µm), espessura do córion (EC, µm), coloração
(COROV) e adesividade dos ovos (ADESIOV), presença de capa gelatinosa no
mesmo (CGELA), tempo em horas-grau, para a eclosão das larvas a partir da
fertilização (TE), comprimento total das larvas recém eclodidas (LTL em µm),
movimento vertical das larvas na coluna da água (MOVELAR), adesividade da larva
com a tensão superficial ou substrato (ADESILAR).
Análise dos dados
Os dados obtidos pela hipofisação foram tratados através da Análise
Multivariada de Agrupamentos (AGRUP) e Análise de Componentes Principais
(ACP) (V
ALENTIN, 2000), aplicados em 23 espécies da bacia do Rio São Francisco
hipofisados por Sato et al (2003), somados aos dados obtidos neste trabalho, sob as
mesmas condições dos autores supracitados, com o intuito da formação de grupos
fenéticos que em hipótese refletiriam grupos com aproximações filogenéticas (Sato,
1999) ou pelo menos o pertencer destes a grupos determinados por variáveis
reprodutivas comuns relacionadas à estratégias reprodutivas gerais.
31
A partir de aplicação preliminar de análise dos componentes principais (PCA),
utilizou-se a matriz de correlação de Pearson obtida, para se proceder à eliminação
de variáveis altamente correlacionadas, adotando-se como critério a eliminação de
uma das variáveis quando o coeficiente de correlação se apresentava acima de
0,90. Para definição do número de eixos representativos das análises, observou-se
a percentagem de variação total explicada em cada um desses eixos. Foram
considerados apenas os eixos que em conjunto explicaram pelo menos 70 % da
variação total e, para cada eixo, variáveis que apresentaram alto valor de coeficiente
de correlação, foram destacadas como mais representativas.
Sobre a tabela de escores de cada espécie em relação aos eixos obtidos, foi
aplicada a análise de agrupamentos, utilizando o índice métrico de distância
Euclidiana, considerando pesos proporcionais, no sentido de sumarizar em um único
dendrograma, toda a variabilidade expressa inicialmente em gráficos.
Metodologia para considerações filogenéticas.
Para a discussão sobre inferências filogenéticas de atributos reprodutivos foi
aplicada a análise multivariada de agrupamentos e componentes principais primeiro
separadamente nos Characiformes (Figuras 48 à 51 e tabelas 14 à 18), Siluriformes
+ Gymnotiformes (Figuras 52 à 55 e tabelas 19 à 23) e depois de maneira a totalizar
as espécies hipofisadas da bacia do rio São Francisco ( Figuras 56 à 58 e tabelas 25
à 29) no intuito de se verificar atributos congruentes.
Neste trabalho assumiu-se a proposta de H
ENNING (1966) IN AMORIN, 1994) de
32
análise de atributos ou caracteres para a inferência de padrões filogenéticos
relacionados a reprodução em Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes.
Espécies hipofisadas.
Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819)
Endêmica da bacia do rio São Francisco esta espécie, pertencente à
subfamília Serrasalminae, caracteriza-se por ser a maior espécie entre as piranhas,
podendo atingir cerca de 6 quilos, (F
ERREIRA et al 1996). Possui corpo alto com
espinho pré-dorsal e cerca de 22 espinhos na quilha ventral, Os exemplares grandes
são uniformemente coloridos enquanto que os juvenis possuem manchas negras no
flanco e nadadeiras orladas de negro. Caracterizam-se pela voracidade com a qual
devoram pedaços de suas presas com seus dentes cortantes (B
RITSKI et al 1988).
Segundo F
ERREIRA et al (1996) os machos de Pygocentrus piraya são
encontrados em estágios avançados de maturação gonadal durante o ano todo no
reservatório de Três Marias-MG, enquanto as fêmeas são encontradas com
frequências maiores nas mesmas condições, durante o período de elevação das
águas no reservatório, sendo de desova parcelada.
Myleus micans (Lütken, 1875)
33
Espécie endêmica da bacia do rio São Francisco, membro da subfamília
Serrasalminae, possui corpo muito alto, nadadeira dorsal longa, nos machos,
espinhos na quilha ventral, dentes cônicos e coloração uniforme (B
RITSKI et al 1988).
Os membros desta subfamília são herbívoros, alimentam-se de macrófitas e frutos.
Pouco se sabe sobre as estratégias reprodutivas da espécie; quanto ao grupo, as
escassas informações mencionam ausência de cuidado parental, migrações curtas
em direção a riachos e ovos liberados na coluna d´água pelas fêmeas (H
UTCHINS et
al, 2003).
Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875)
Este membro da família Acestrorhynchidae, composta por carnívoros que
habitam preferencialmente ambientes lênticos, no rio São Francisco são registradas
duas espécies da família. Apresenta focinho alongado com dentes caninos
relativamente grandes separados por dentes cônicos que facilitam a apreensão da
presa, ação para a qual contribuem também os dentes do palato, característica que
distingue os membros desta família dos demais carnívoros, pode atingir cerca de 27
cm (Britski et al, 1988). As escassas informações sobre a biologia reprodutiva do
grupo citam baixa fecundidade, desova parcelada (B
ARROS & SANTOS, 1996), ovos
adesivos e ausência de migrações reprodutivas (RIZZO et al 2002).
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)
Ocorre principalmente em áreas de remanso e ambientes lênticos, atingindo
34
cerca de 40 cm (B
RITSKI et al, 1988). Tem ampla distribuição geográfica na América
do Sul (F
OWLER, 1950). Constrói ninhos onde depositam os ovos, formando uma
massa irregular e o cuidado é efetuado pelos machos (M
OREIRA, 1919; DEVINCENZI,
1933 citado por BREDER & ROSEN, 1966). Vários autores citam que a reprodução
desta espécie ocorre durante o período chuvoso (N
OMURA, 1976 e 1984;
C
ARAMASCHI, 1979) com desova do tipo parcelada (MOREIRA, 1919; AZEVEDO &
GOMES, 1934; PAIVA, 1972; CARAMASCHI, 1979). É uma espécie de hábito alimentar
piscívoro e insetívoro nas fases mais jovens (ALVIM 1999).
Hoplias lacerdae Miranda-Ribeiro, 1908
Segundo F
OWLER (1950) a espécie teria localidade-tipo o rio Ribeira do
Iguape, no estado de São Paulo. Ocorre em várias regiões do Brasil, inclusive na
bacia do São Francisco onde pode ter se instalado à partir de transposições de
fauna ocorridas com a mudança do curso de córregos em função de barramentos
(S
ATO, com. Pess.). Pode atingir 100 cm de comprimento (SANTOS, 1981) e 15 kg de
peso corporal (BRITSKI, 1972). Apresenta desova parcelada (GALLI & TORLONI, 1986;
SATO & GODINHO, 1988), reproduzindo-se de setembro a fevereiro (GONTIJO et al.,
1983) e de setembro a abril (CASTAGNOLLI & CYRINO, 1986; GALLI & TORLONI, 1986).
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)
Espécie reofílica segundo J
ÚLIO-JR. et al (2003) possui corpo alongado e belo
padrão de cores com listas longitudinais negras e manchas avermelhadas ,atinge
35
cerca de 23 cm. Sua boca é sub-inferior, com dentes incisivos aptos para o hábito
da herbivoria, considerado, também quanto à alimentação, um invertívoro
generalista (A
LVIM, 1999). Possui ampla distribuição nos neotrópicos. São escassas
as informações sobre estratégias reprodutivas para a espécie (SATO, 1988).
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)
Membro da família Auchenipteridae, este siluriforme de cerca de 15 cm
consegue sobreviver algumas horas fora d`água, o que lhe confere grande
rusticidade e capacidade de invasão. Possui ampla distribuição nos neotrópicos.
Quanto a reprodução, segundo a maioria dos autores, esta ocorre durante o período
chuvoso, quando a participação maxima das gônadas em relação ao peso corpóreo
total chega a valores em torno de 10% (M
EDEIROS et al, 2003; SILVA & VIANA, 2003).
A nadadeira anal dos machos é modificada em um órgão copulador (Britski et al,
1988).
Duopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840)
Siluriforme de corpo alongado, com cerca de 35 cm de comprimento médio,
longos barbilhões maxilares e dentes no palato para apreensão de presas,
provavelmente peixes de pequeno porte. Esta espécie é endêmica da bacia do rio
36
São Francisco e mesmo dentro desta de ocorrência rara, não sendo encontrada em
trechos represados, provável motivo das escassas informações na literatura. Quanto
ao grupo, existem várias referências relacionadas aos aspectos reprodutivos (B
RITO
& BAZZOLI, 2003; SATO et al, 1999, 2003)
Hypostomus francisci (Lütken, 1874)
Pterygoplichthys etentaculatus (Spix & Agassiz, 1829)
Estas duas espécies de cascudos endêmicas da bacia do rio São Francisco,
pertencem a família Loricariidae, composta por peixes preferencialmente, porém não
exclusivamente, herbívoros que se alimentam raspando o perifíton de rochas e
troncos submersos, assim como de pequenos invertebrados bentônicos e materiais
orgânicos diversos presentes no substrato, através do aparelho bucal ventral, com
formato de ventosa (A
ZEVEDO 1938, BRITSKI et al. 1984, GEIS 1997, HAHN et al. 1997,
C
EMIG/CETEC 2000, ALVIM & PERET 2004). Esta família de Siluriformes manifesta
grande variedade de estratégias reprodutivas, conseqüentemente com ampla
variação das características relativas às dimensões de ovos e larvas, e à
fecundidade das diferentes espécies (I
HERING 1928, GEIS 1997, SUZUKI & AGOSTINHO
1997, SATO et al. 1998, 2003, SUZUKI et al. 2000, CEMIG/CETEC 2000). Segundo
G
ROSS & SARGENT (1985) in SUZUKI et al. (2000). Em trabalhos realizados sobre
reprodução de Loricariidae, o cuidado parental é descrito e 61% relacionado aos
machos.
Hypostomus francisci possui corpo totalmente coberto por placas ósseas e
37
manchas amarelas distribuídas ao longo da superfície corporal, atinge cerca de 40
cm de comprimento total.
Pterygoplichthys etentaculatus possui grandes nadadeiras dorsais e peitorais,
corpo e abdome coberto por placas ósseas com odontódeos, assim como H.
francisci, atinge cerca de 35 cm.
Ambas espécies possuem alto valor comercial para os pescadores da bacia do
São Francisco, na região de Três Marias.
Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) e
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1842)
Espécies pertencentes à família Sternopygidae, Ordem Gymnotiformes,
(tuviras, ituís, sarapós, poraquês) cujos membros possuem características
sinapomórficas óbvias (nadadeira anal alongada, vísceras compactadas, abertura
anal e poro urogenital anteriores, orientação por campo elétrico miogênico ou
neurogênico, capacidade de regeneração de partes corporais pós-celômicas, etc.)
que fazem com que este grupo seja considerado natural, porém suas relações
filogenéticas, tanto internas quanto externas, são motivo de controvérsias (C
AMPOS-
DA-PAZ & ALBERT, 1998). Quanto à reprodução, os escassos dados encontrados na
literatura sobre o grupo, mencionam dimorfismo sexual (P
Y-DANIEL & FERNANDES,
2005) baixa fecundidade, desova parcelada e possibilidade de reprodução contínua
durante o ano sob condições de simulação de “período de chuvas” (K
IRSCHBAUM,
1979; 1984; BRITZ et al 2000).
38
Sistemática das espécies analisadas (Reis et al, 2003)
Ordem Characiformes:
Familia Characidae
Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)
Salminus sp (Cuvier, 1816)
Salminus hilarii Valenciennes, 1850
Subfamília Tetragonopterinae
Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829
Subfamília Bryconinae
Brycon orthotaenia Günther, 1864
Subfamília Serrasalminae
Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819)
Myleus micans (Lütken, 1875)
Família Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875)
Família Erythrinidae
Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz 1829)
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)
Hoplias lacerdae Miranda-Ribeiro, 1908
Família Anostomidae
39
Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836)
Leporinus piau Fowler, 1941
Leporinus reinhardti Lütken, 1875
Leporinus taeniatus Lütken, 1875
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)
Schizodon knerii (Steindachner, 1875)
Família Curimatidae
Steindachnerina elegans (Steindachner, 1875)
Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889)
Família Prochilodontidae
Prochilodus costatus Valenciennes, 1850
Prochilodus argenteus Agassiz, 1829
Ordem Siluriformes
Família Doradidae
Franciscodoras marmoratus (Reinhardt, 1874)
Família Pimelodidae
Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840)
Pimelodus maculatus La Cepède, 1803
Pseudoplatystoma corruscans (Spix & Agassiz, 1829)
Duopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840)
Famíla Pseudopimelodidae
Lophiosilurus alexandri Steindachner, 1877
Pseudopimelodus charus (Valenciennes, 1840
40
Família Heptapteridae
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)
Família Auchenipteridae
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)
Família Loricariidae
Hypostomus francisci (Lütken, 1874)
Rhinelepis aspera Spix & Agassiz, 1829
Pterygoplichthys etentaculatus (Spix & Agassiz, 1829)
Ordem Gymnotiformes
Família Sternopygidae
Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801)
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1842)
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos através da hipofisação de 12 espécies da bacia do Rio
São Francisco, obtidos e registrados neste trabalho, somados aos resultados obtidos
por S
ATO et al (2003) para outras 23 espécies da mesma bacia estão sumarizados
nas tabelas de 1 à 13.
41
Atributos reprodutivos
Pygocentrus piraya
Em P. piraya (Figura 4) os ovócitos obtidos pela extrusão manual,
apresentaram a coloração amarela. A fecundidade absoluta média registrada foi de
33.454 ovócitos (Tabela 1), enquanto que o índice gonadossomático médio
registrado para as fêmeas da espécie foi 8,97 (tabela 2). F
ERREIRA et al (1996)
sugerem, analisando histologicamente a variação dos estádios de maturação da
espécie, na mesma região da bacia do rio São Francisco, que o período reprodutivo
ocorra de janeiro a abril, tendo a espécie desova parcelada.
Os ovócitos recém extruídos e ainda não hidratados, mediram em média
1,7mm, registrando-se um pequeno aumento de volume destes, após fertilização e
hidratação (Tabela 3) Foi verificada a coloração amarela dos ovos e a adesividade,
já comentada para a espécie em Rizzo et al (2002) além da presença da capa
gelatinosa, característica rara em Characiformes (Tabela 5) mas comum em
Siluriformes (Rizzo et al,2002; S
ATO et al 2003).
Após aproximadamente 44 horas de permanência dos ovos nas incubadoras,
foi registrada a eclosão das larvas que em média mediram 1,7mm de comprimento
total, com saco vitelínico medindo em média 1,5 mm de diâmetro (Tabela 4) e um
padrão incipiente de desenvolvimento geral. Estas permaneceram no fundo dos
béqueres de observação, não apresentando movimento vertical na coluna d`água,
pois o grande volume do saco vitelínico parece dificultar movimentos até sua
42
absorção.
A fragilidade ou vulnerabilidade da larva recém eclodida e as dimensões de
ovócitos e larvas, assim como características qualitativas como adesividade e
coloração dos ovócitos e ausência de movimentos ou órgãos adesivos na larva, são
características comuns à espécies que realizam cuidado parental (S
ATO et al 2003) .
Na literatura são encontradas referências sobre a reprodução de
Serrasalminae que citam movimentos de corte, construção de ninhos e guarda de
ovos e larvas (H
UTCHINS et al 2003), além de referências sobre a adesividade dos
ovos e desova parcelada (L
AMAS & GODINHO, 1996). Segundo BAILEY & SANDFORD
(1998), em piranhas (gênero Pygocentrus), a reprodução ocorre após a construção
de ninhos nos quais a fêmea deposita cerca de 1000 ovócitos que são vigiados pelo
macho, enquanto a fêmea sai em busca de um novo macho para um novo ritual de
reprodução.
Myleus micans (Figura 5).
Após a extrusão dos ovócitos pela pressão exercida no ventre das fêmeas,
foram registrados a fecundidade absoluta e relativa ao peso corpóreo para a
espécie, 22500 e 42,2 ovócitos, respectivamente em valores médios (Tabela 1).
Esses valores são relativamente baixos em comparação à outras espécies do grupo
como as dos gêneros Mylossoma (R
EBELLO-NETO, 1979) Colossoma (Araújo-Lima &
43
Goulding, 1998) e Piaractus (C
ASTAGNOLLI & ZUIM, 1985 In RAMIREZ & CARNEIRO,
2002).
Os ovos com cerca 2,3 mm de diâmetro (Tabela 3), são de formato oval,
saliência no córion; com capa ou envoltório gelatinoso, têm coloração amarela e são
levemente adesivos, adesivos (Figura 36). R
EBELLO-NETO, (1979) encontrou ovos
esverdeados em Mylossoma sp. sendo esta coloração mais comumente encontrada
em ovos de Myleinae.
Após a fertilização o grau de hidratação registrado, através do aumento do
diâmetro dos ovos (Tabela 3), foi pequeno e com cerca de 56 horas de permanência
nas incubadoras, foi registrada a eclosão, que ocorre com a saída da larva pela
saliência do córion (Fig. 37), projetando inicialmente a cabeça.
As larvas apresentam em média 6,4 mm (Tab.4) de comprimento e são
estruturalmente pouco desenvolvidas, sem moviimento vertical na coluna d` água,
permanecendo inertes, na maior parte do tempo, em contato com o substrato.
A adesividade dos ovócitos, o grande tamanho relativo das larvas recém
eclodidas, além dos valores de fecundidade registrados para espécie, são
indicativos de algum nível de cuidado parental.
As poucas informações a cerca da reprodução do gênero Myleus citam
ausência de cuidado parental e ovos demersais liberados ao acaso na coluna
d`água ou entre macrófitas, baixa fecundidade, e curtas migrações reprodutivas
(H
UTCHINS et al, 2003; BAILEY & SANDFORD, 1998). BRAGA (2001) cita a importância
dos ribeirões afluentes do reservatório de Volta Grande (localizado entre os estados
de Minas Gerais e São Paulo), como locais de desova de Myleus tiete, que se
44
prolonga desde os meses de junho até fevereiro. Com relação ao grupo, os gêneros
Colossoma e Piaractus, são importantes na piscicultura brasileira, pois devido ao
grande porte, palatabilidade da carne, as técnicas de hipofisação estão atualmente
bem estabelecidas, inclusive com relação à obtenção de espécies híbridas (P
INHEIRO
et al, 1991; ANDRADE & YASUI, 2003).
Acestrorhynchus lacustris (Figura 6).
A fecundidade absoluta para a espécie foi em média de 51000 ovócitos
(Tabela 1), relativamente alta se compara com Acestrorhynchus britski da mesma
bacia (B
ARROS & SANTOS, 1996). Para os ovos se observou capa gelatinosa e uma
coloração peculiar, basicamente marrom, porém com manchas esverdeadas, que
talvez auxiliem na camuflagem destes no ambiente, padrão não registrado em
nenhuma outra espécie estudada da bacia do rio São Francisco. Foram registrados
os valores médios de 1,03 mm e 1,30 mm no diâmetro dos ovos antes e após a
hidratação respectivamente (Tabela 3). A adesividade dos ovos foi constatada por
Rizzo et al, (2002).
As larvas eclodiram após 637 horas-grau, o equivalente a 26 horas, em
média, de incubação (Tab.4). Após a eclosão, foram registradas, a movimentação
vertical das larvas e a presença de órgão adesivo larval, uma protuberância adesiva
na região craniana das mesmas, semelhantes à de A. bimacualtus (S
ATO et al,
2003), como características reprodutivas qualitativas presentes nesta espécie.
45
Erythrinidae: Hoplias malabaricus e Hoplias lacerdae ( Figs 10 e 11)
Para os dois Erythrinidae foram registrados ovos opacos, demersais,
esféricos, alaranjados, adesivos e sem capa gelatinosa.
Para Hoplias malabaricus registrou-se que após a hidratação de seus
ovócitos houve um aumento médio de diâmetro destes de 2,115 à 2,238 mm (Tabela
3) valores próximos aos relatados por D
EVINCENZI (1933) citado por BREDER &
ROSEN (1966), AZEVEDO & GOMES (1942), IHERING (1937) e VAZZOLER (1996).
A fecundidade absoluta obtida foi, em valores médios de 23086 ovócitos
(Tabela 1), condizente com os valores encontrados
POR MOREIRA (1919), AZEVEDO
(1938), AZEVEDO & GOMES (1942), GODOY (1975), CARAMASCHI (1979) e VAZZOLER
(1996). A eclosão das larvas ocorreu, em média, a 1176 ± 19 horas-grau,
correspondendo a 49 horas após a fertilização dos ovócitos (Tabela 4), à
temperatura d’água de 24 ºC. Na literatura os dados sobre o tempo de eclosão das
larvas variam com a temperatura em que se desenvolveu cada experimento: 52 h à
temperatura de cerca de 21,5
0
C e em 22-24 h a 26-28
0
C (AZEVEDO & GOMES,
1942), em 4 dias a 20-21
0
C (MOREIRA, 1919), em 30 h a 26-30
0
C (IHERING, 1937),
depois de 50-52 h a 21,5-27
0
C (GODOY, 1975).
No momento da eclosão, as larvas mediram em média 6,611 mm de
comprimento total, apresentando saco vitelino com diâmetro médio de 1,727mm
(Tabela 4). Segundo M
OREIRA (1919), larvas recém eclodidas de H. malabaricus
medem de 6 a 8 mm de comprimento total, valores próximos aos encontrados
46
também por A
ZEVEDO & GOMES (1942), (7,4 mm), porém diferentes dos valores
encontrados por G
ODOY (1975), 3-4mm.
O diâmetro do ovo de Hoplias lacerdae, após a hidratação passou de 2,276
para 2,552 mm (valores médios) (Tabela 3). A fecundidade absoluta média
encontrada foi de 13336 ovócitos (Tabela 1). A eclosão das larvas deu-se, em média
a 1219 ± 40 horas-grau, correspondendo a 50,8 horas após a fertilização dos
ovócitos, à temperatura d’água de 24 ºC e, neste momento, mediram, em média,
6,944 mm de comprimento total (Tabela 4). As larvas não apresentaram movimentos
verticais na coluna d’água, assim como a espécie anterior. Para nenhuma das
espécies de Erythrinidae supracitadas foi registrado órgão adesivo larval craniano
característico, como observado em Acestrorhynchus lacustris, porém existem
observações de adesividade nesta região da anatomia das larvas (G
OMES et al
2006).
Leporellus vitattus (Fig. 16)
Para esta espécie foi registrada fecundidade absoluta média de 53.800
ovócitos, cinza-escuros, não adesivos e sem capa gelatinosa (Figura 39), que
sofreram considerável aumento de diâmetro após fecundação e hidratação,
passando de 1,13 mm para 3,11 mm, em média, característica comum em espécies
de ovócitos livres ou não adesivos (Rizzo et al 2002, S
ATO et al, 2003). Após 483
horas-grau, ou 21 horas, em média, ocorreu a eclosão dos ovócitos, dando origem a
47
larvas com padrão incipiente de desenvolvimento ontogenético (Figura 40), medindo
cerca de 3,5 mm (tabela 4), que assim que se libertaram do córion, passaram a
realizar migrações na coluna d`água, não apresentando porém, órgão adesivo larval.
Tais características reprodutivas registradas neste trabalho e também por S
ATO
(1988) para esta espécie, refletem o padrão geral registrado para Anostomidae
(S
ATO et al, 2003).
Trachelyopterus galeatus (Figura 24) .
Em condições de laboratório e sob técnicas de hipofisação e extrusão manual
dos ovócitos, a baixa fecundidade absoluta, cerca de 3.100 ovócitos (Tab. 8)., foi
uma das características reprodutivas marcantes desta espécie, de fecundação
interna realizada pelo gonopódio do macho. Os ovos mensurados, apresentaram cor
amarelo-escuro, adesividade e capa gelatinosa comum aos Siluriformes (S
ATO et al,
2003; Rizzo et al 2002) medindo em média, 2,3 e 3,3 mm, antes e após fertilização,
respectivamente (Tab. 10). Com cerca de 3051 horas-grau ou 127 horas de
incubação, ocorreu a eclosão dos ovos, um tempo longo de eclosão, condizente com
o esperado para uma espécie de fecundação interna, não se sabe qual o período de
retenção dos ovos fecundados pela fêmea e tão pouco em que condições de
desenvolvimento estes são liberados. Na literatura, os trabalhos reportam as
variações de IGS e determinação de período reprodutivo (A
RAÚJO et al, 2000;
MEDEIROS et al, 2003; SILVA & VIANA, 2003). Em laboratório as larvas recém
eclodidas mediram em média 4,2 mm (Tab 11) não apresentando movimentos
48
verticais na coluna d`água e nem adesividade craniana para com o substrato ou
tensão superficial.
Duopalatinus emarginatus (Figura 29).
Para D. emarginatus se registraram ovos de coloração amarelo clara, livres e
com capa gelatinosa hialina de grande dimensão (Figura 40). Com a hidratação, os
valores médios destes passaram de 1,260 mm à 1,829 mm (Tab. 10)
A eclosão das larvas de D. emarginatus ocorreu, em média, com 494 horas-
grau, correspondendo a 20,5 horas após a fertilização dos ovos, à temperatura
d’água de 24 ºC (Tab. 11). As larvas recém eclodidas de D emarginatus mediram
em média, 2,565 mm de comprimento total, possuindo saco vitelino com diâmetro
médio de 0,723 mm e apresentando olhos, nadadeiras e pigmentação com padrões
primários de desenvolvimento (Figura 42, Tabela11).
A fecundidade relativamente alta registrada para D. emarginatus, cerca de
187.000 ovócitos em valor médio (Tab.8), é condizente com espécies que não
realizam cuidado parental (S
ATO et al, 2003).
Escassas são as referências reprodutivas ou auto-ecológicas para espécie
(G
ARADI & NUNES, 1986), para a qual se registrou, neste trabalho padrão reprodutivo
semelhante à outros pimelodídeos da bacia do rio São Francisco, como os do
Gênero Pimelodus e Pseudoplatistoma (S
ATO & GODINHO, 1988, 2003; SATO et al,
2003), com exceção do tamanho da larva recém eclodida.
49
Hypostomus francisci e Pterygoplichtys. etentaculatus ( Figs. 31 e 32).
Foi constatado no presente trabalho que os ovos de H. francisci e de P.
etentaculatus são opacos, demersais, esféricos, alaranjados e fortemente adesivos,
apresentando capa gelatinosa, características qualitativas compartilhadas por várias
outras espécies de Loricariidae (A
ZEVEDO 1938, AGOSTINHO et al. 1982, DA-CRUZ &
LANGEANI 2000, SUZUKI et al. 2000). Em R. aspera, porém, os ovos são relativamente
menores e de coloração amarelo tênue, mas para estes também se registraram
adesividade e a presença de capa gelatinosa ou dupla membrana, conforme já
destacado por S
ATO et al. (1998).
As duas espécies estudadas apresentaram valores médios de IGS de 11,79%
e 7,01% respectivamente para H. francisci, P. etentaculatus (Tab. 9) valores estes
mediamente coincidentes com os encontrados na literatura para vários outros
Loricariidae: A
ZEVEDO (1938), AGOSTINHO et al. (1982), MAZONI & CARAMASCHI (1997),
SUZUKI et al. (2000).
Com a hidratação, os valores médios de diâmetro dos ovos de H. francisci
passaram de 3,5 mm a 3,77 mm, enquanto que os de P. etentaculatus, passaram de
3,34 mm a 3,57 mm (Tab. 10). O aumento nos diâmetros dos ovócitos, após a
hidratação, foi pequeno nestas duas espécies, fato também observado para os ovos
de Hypostomus plecostomus por A
ZEVEDO (1938).
A eclosão das larvas de H. francisci ocorreu, em média, com 2122 horas-grau,
o que corresponde a 88,4 horas após a fertilização dos ovócitos (Tab. 11), à
50
temperatura d’água de 24 ºC. As larvas recém eclodidas de H. francisci mediram em
média, 6,32 mm de comprimento total, possuindo saco vitelino com diâmetro médio
de 3,4 mm, com abertura bucal e movimentos operculares observados ainda antes
da eclosão.
A eclosão das larvas de P. etentaculatus ocorreu, em média, a 3744 horas-
grau, correspondendo a 144 horas após a fertilização dos ovócitos, à temperatura
d’água de 24 ºC, medindo em média 8,16 mm de comprimento total (Tab. 11),
apresentando saco vitelino com diâmetro médio de 3,15 mm. Para P. etentaculatus,
também se registraram a presença de abertura bucal funcional com movimentos
operculares e fixação ao substrato logo após a eclosão das larvas assim como o
padrão geral de desenvolvimento das nadadeiras (Figura 46), possibilitando
movimentos coordenados a partir do rompimento do córion . Para nenhuma das
espécies de Loricariidae supracitadas se registraram movimentos verticais na coluna
d`água ou órgão adesivo larval.
Eigenmannia virescens e Sternopygus macrurus (Figuras 34 e 35).
Os indivíduos capturados durante os meses de novembro à janeiro foram
hipofisados com dose única de EBHC (6 mg/kg) injetados na cavidade celômica de
maneira indiscriminada por todo o plantel de ambas as espécies. Os resultados
relacionados à pratica da hipofisação foram inconclusivos, pois as taxas de
fertilização foram muito baixas para ambas as espécies, necessitando-se de um
aprimoramento quanto às técnicas de hipofisação para tais.
51
A partir das desovas obtidas, registrou-se valores médios de fecundidade da
ordem de 998 ovócitos para E. virescens e 558 ovócitos para S. macrurus, com
Índice gonadossomático médio de 9,8 e 8,3 para E. virescens e S. macrurus
respectivamente. Quanto aos ovos, foi registrado o valor médio de 1,8 mm de
diâmetro para E. virescens e 3,0 mm para S. macrurus, estes eram amarelos, sem
capa gelatinosa e adesivos (Figura 46). As larvas recém eclodidas mediram em
média 5,0 mm e 6,6 mm respectivamente, sendo que as larvas de E. virescens
levaram em média 1433 horas-grau para eclosão, enquanto que para S. macrurus a
eclosão se deu, em média, após 2433 horas-grau, observando-se padrão de
desenvolvimento geral primordial ou incipiente para as duas espécies.
Não foi registrado, nestes experimentos, movimentos verticais ou presença de
órgão adesivo larval para estas espécies, porém B
RITZ et al (2000) sugerem a
existência de células adesivas espalhadas pela região craniana em Gymnotiformes,
não reunidas em um órgão larval característico.
Pelas características de baixíssima fecundidade, principalmente em se
tratando de S. macrurus, e dimensões de ovócitos e larvas, sugere-se existência de
cuidado parental nestes dois Sternopigidae da bacia do rio São Francisco.
C
RAMPTON & HOPKINS (2005) registraram ninhos para espécies do gênero
Gymnotus, contendo juvenis vigiados pelos machos, indicam ainda a provável co-
habitação de proles concebidas distintamente ou resultantes de pelo menos dois
eventos reprodutivos distintos, cujos juvenis recebem a proteção dos machos.
52
Padrões reprodutivos em peixes da bacia do São Francisco.
Characiformes.
A ordem Characiformes, cujos fósseis mais antigos remontam a 100 milhões
de anos, provavelmente teve suas origens e talvez boa parte de sua diversificação
antes da total separação dos continentes Africano e Sulamericano (O
RTÍ, 1997).
Atualmente Characiformes são encontrados em águas tropicais do Texas e México,
no continente Norte Americano, sendo amplamente distribuídos pela América
Central, do Sul e África (H
UTCHINS et al 2003). Dentro da ordem, as espécies variam
grandemente quanto à morfologia e aos nichos ecológicos ocupados, sendo
considerados em, V
ARI (1998) o grupo com maior diversidade morfológica em
Ostariophisi. Provavelmente devido a este fator, a classificação de cerca de 1.300
espécies neotropicais e 176 africanas dentro de Characiformes é controversa e
complexa (H
UTCHINS et al 2003). Segundo VARI (1998), os Characiformes africanos
são menos diversificados que os Neotropicais, talvez devido aos intensos
fenômenos geológicos ocorridos no continente Sul-americano nos últimos 90
milhões de anos que provavelmente ocasionaram fenômenos de vicariância diversas
vezes pela mudança em divisores de águas, transgressões e regressões marinhas,
entre outros (L
UNDBERG et al, 1998), ou por extinções de diversos grupos próximos
aos atuais, que possivelmente habitavam também o continente africano, restando
pouca variabilidade (O
RTÍ, 1997), haja visto que os Characiformes africanos
53
compartilham apomorfias, portanto, sinapomorfias que refletem sua condição
monofilética.
Quanto ao padrão reprodutivo, segundo a literatura, (H
UTCHINS et al 2003) a
maioria dos Characiformes é constituída por espécies pelagófilas (sensu BALON
1985) sem cuidado com suas unidades de reprodução, muitos escondem seus ovos
entre macrófitas. As exceções são os membros da família Erythrinidade e
Hepsetidae que apresentam especializações reprodutivas comportamentais como
construção e defesa de ninho. Segundo alguns autores,essa pode ser uma condição
plesiomórfica dentro da ordem (W
INEMILLER 1989; VASCONCELLOS, 2003).
Análise de agrupamentos em Characiformes
Aplicando-se a análise multivariada de agrupamento, utilizando o coeficiente
de Manhatam, em indivíduos pertencentes a 6 famílias e 4 subfamílias totalizando
21 espécies de Characiformes neste trabalho, obteve-se o dendrograma observado
na figura 48 formado pelos seguintes grupos:
Grupo 1- Formado apenas pela espécie A. bimaculatus, para qual se registra
a presença de capa gelatinosa envoltória nos ovos, uma condição excepcional
dentro de Characiformes compartilhada, dentre todos os 21 Characiformes
hipofisados neste trabalho, apenas por Pygocentrus piraya e Myleus micans,
pertencentes à sub-famíla Serrasalminae e em Acestrorhynchus lacustris
Acestrorhynchidae do rio São Francisco. Considerando-se que este caracter é
comum em Cypriniformes e Siluriformes (R
IZZO et al 2002, SATO et al, 2003), que
54
juntos com Characiformes descendem de uma base ancestral comum com
Gonorynchiformes (F
INK & FINK 1981) supõe-se que este é um caracter plesiomórfico
em Characiformes, sendo, portanto a ausência deste caracter uma sinapomorfia
registrada, neste trabalho, em 17 das 21 espécies hipofisadas desta referida ordem.
Grupo 2- Formado pelas espécies Brycon. orthotaenia, Salminus sp e
Salminus hilarii, para as quais se registraram atributos reprodutivos quantitativos e
qualitativos muito próximos como ovos não adesivos, de coloração esverdeada, com
grande espaço perivitelínico e potencial de hidratação, larvas que se movimentam
na coluna d`água, para as quais se registra também a presença de órgão adesivo.
Nos machos ocorrem espículas nas nadadeiras durante o período reprodutivo, uma
condição provavelmente plesiomórfica, já que comum em Osthariophysi como
Gonorhynchiformes, Cypriniformes, Characiformes e Mockokideos (Siluriformes),
mas não registrados em Gymnotiformes, sendo mencionados como tubérculos
nupciais (F
INK & FINK, 1996). Estes Characiformes apresentam padrões comuns
quanto a caracteres relacionados à movimentação das larvas, o que também é
válido para A. bimaculatus que também possui glândula adesiva larval proeminente.
A glândula adesiva craniana pode dimuinuir os gastos energéticos em relação à
permanência em ambientes favoráveis como áreas mais oxigenadas da coluna
d`água ou áreas de refúgio (BALON, 1985). A proximidade filogenética dos gêneros
Salminus e Brycon é suportada por dados provenientes da citogenética (O
RTÍ, 1997;
ORTÍ & MEYER, 1997 In WEITZMAN & MALABARBA, 1998).
Grupo 3 – Formado apenas pela espécie Acestrorhynchus lacustris, único
representante, no presente trabalho, da família Acestrorhynchidae. Possui como
55
características reprodutivas a alta fecundidade, movimentos larvais e órgão adesivo
larval, assim como a coloração peculiar dos ovócitos. Segundo O
RTÍ (1997) os dados
relacionados à análise de DNA mitocondrial sugerem parentesco entre
Acestrorhynchidae e Alestiidae africano cujas poucas informações sobre padrões
reprodutivos citam sazonalidade, ovos não adesivos e demersais (D
URAND, 1978).
GRUPO 4 – Formado pelas espécies Tetragonopterus chalceus
(Tetragonopterinae), Steindachnerina elegans e Curimatella lepidura (Curimatidae)
que têm em comum ovos adesivos e amarelos, altos valores de fecundidade relativa
e registro de movimento larval na coluna d`água. O menor grau de dissimilaridade,
dentro do grupo, se deu em relação aos dois curimatídeos (Fig 48).
Grupo 5- Formado por 8 espécies, sendo 6 Anostomidae e 2
Prochilodontidae, que junto com Curimatidae formam um grupo derivado com
afinidades filogenéticas relatadas e discutidas por vários autores (R
OBERTS 1973,
VARI, 1983; ORTÍ & MEYER ,1997 citados por VARI 1998; ORTÍ, 1997). Quanto aos
atributos reprodutivos, têm como sinapomorfia as vocalizações reprodutivas, e
compartilham características como altos valores de fecundidade absoluta, ovos
pequenos, e curto até a eclosão, dando origem a larvas com padrão incipiente de
desenvolvimento geral, que realizam movimentos na coluna d´água, o que favorece
a dispersão, impulsionada pelas correntes dos locais de reprodução, até lagoas
marginais e outras áreas de refúgio e alimentação à jusante. Os ovos são livres
(com exceção de Schizodon, provavelmente um litófilo cujos ovos são fortemente
adesivos), e de coloração acinzentada, denunciando a escassez de carotenóides,
talvez desnecessários pelo ambiente oxigenado das desovas.
56
Esses atributos reprodutivos registrados para ovos, larvas e fecundidade, pela
classificação de B
ALON (1985) seriam plesiomórficos, porém argumenta-se se tais
condições não seriam derivadas, a partir de um ancestral k-estrategista (sensu
M
ACARTHUR & WILSON, 1967 In PIANKA 2000); neste sentido os ovos amarelos
contendo carotenóides em S. elegans e C. lepidura , seria uma pista para as
condições ancestrais deste grupo, já que este é um caracter comum em ovos de
espécies de equilíbrio (S
ATO, 1999; VASCONCELLOS; 2003; SATO et al, 2003).
Grupo 6- Formado por três Erythrinidae: Hoplias malabaricus, Hoplias
lacerdae e Hoplerythrinus unitaeniatus que têm como atributos reprodutivos a baixa
fecundidade, principalmente o gênero Hoplias, ovos alaranjados, denunciando
grandes quantidades de carotenóides (B
ALON, 1985), o elevado tempo para a
eclosão e larvas de grandes dimensões, sobre as quais é exercido o cuidado
parental só registrado na literatura, em Characiformes, para Erythrinidae,
Hepsetidae, Lebiasinidae e Serrasalminae ( M
ERRON et al 1990; BAILEY & SANDFORD,
1998, HUTCHINS et al 2003, VASCONCELLOS 2003). Excetuando Serrasalminae, todos
os táxons acima citados têm relação filogenética próxima, pertencendo à
superfamília Erythrinoidea (B
UCKUP, 1998 In GAYET et al 2003), considerada basal
dentro da ordem.
Characiformes africanos formam um grupo considerado monofilético (V
ARI,
1998) e Hepsetidae, deste continente, possui relações filogenéticas evidentes com
Erythrinidae sul-americano. Segundo G
AYET & JÉGU (1997) citado por LUNDEBERG
(1998) fósseis reconhecidos como Erythrinidae remontam ao Cretáceo (100 a 65
milhões de anos), sendo uma das mais significativas e antigas evidências da origem
57
e diversificação dos Characiformes. Esses fatos corroboram com a percepção do
caráter conservativo dos caracteres reprodutivos, sendo observada certa
proximidade de atributos como construção de ninhos, cuidado parental, baixa
fecundidade, ovos grandes entre outros, mesmo entre Characiformes separados por
um oceano e por pelo menos 100 milhões de anos (O
RTÍ, 1997), como é o caso
entre Hepsetidae e Erythrinidae (V
ASCONCELLOS, 2003).
Por se tratar de uma família considerada primitiva, WINEMILLER (1989)
considera a hipótese de que os Characiformes teriam evoluído a partir de proto-
guardadores de ninho.
Grupo 7- Composto por Pygocentrus piraya e Myleus micans agrupados sob
a mesma subfamília a Serrasalminae pela maioria dos autores (O
RTÍ, 1997).
Segundo o autor supracitado, esta subfamília pode ser dividida em três grupos,
sendo o grupo das piranhas (Incluindo o gênero Pygocentrus) mais relacionado aos
pacús do gênero Myleus e o terceiro grupo, composto pelos gêneros Mylossoma,
Piaractus e Colossoma considerado derivado (P
ERES, 2005). As relações
filogenéticas entre Serrasalminae e outros grupos Neotropicais é controversa, as
análises de material genético demonstram não haver relações próximas de
parentesco e provavelmente, como mostra o registro fóssil, o grupo das piranhas e
pacús tenha se diversificado antes da separação dos continentes Sulamericano e
Africano, ocorrendo posteriormente a extinção deste grupo no último continente
citado (O
RTÍ, 1997)
Myleus micans e P. piraya têm como padrão reprodutivo geral a baixa
fecundidade, ovos amarelos (presença de carotenóides), adesivos e de dimensões
58
consideráveis, tempo elevado de embriogenia e larvas grandes que permanecem na
região de eclosão, sendo que todas as variáveis quantitativas têm valores médios
superiores para M. micans (Tabelas de 1 a 5). Estes atributos são considerados
modernos segundo B
ALON (1985) e à condição de atributos reprodutivos
apresentada por espécies como as dos gêneros Colossoma, Piaractus e
Mylossoma (P
INHEIRO et al, 1991; ANDRADE & YASUI, 2003) seria primitiva. Mas se
este ultimo grupo é derivado, segundo alguns autores, então temos um paradoxo,
pois o grupo considerado derivado apresenta atributos reprodutivos ancestrais em
relação ao grupo considerado primitivo. O mesmo paradoxo foi observado por
VASCONCELLOS (2003) em relação a três Erythrinidae.
Análise multivariada de componentes principais em Characiformes.
Através da análise de componentes principais, foi possível observar a
tendência de dispersão dos pontos (espécies) em relação às variáveis reprodutivas
mais representativas da diversidade dos dados obtidos pelas técnicas de hipofisação
em Characiformes. Observa-se pela figura 49 que as espécies plotadas em função
do primeiro e segundo componentes principais, que explicam 55 % da variabilidade,
formam basicamente três grupos que refletem três estratégias reprodutivas básicas
ou três guildas gerais: Grupo 1 formado por espécies de porte médio a grande, com
altos valores de fecundidade, ovos de pequenas dimensões, de coloração verde ou
cinza, o que sugere baixa concentração de carotenos (B
ALON, 1985), geralmente não
adesivos, curto tempo de embriogênese e larvas pequenas com padrão incipiente de
59
desenvolvimento. As espécies constituintes deste grupo são: Brycon orthotaenia,
Saminus sp, Salminus hilarii, Leporinus obtusidens, Leporinus piau, Leporinus
reinhardti, Leporinus taeniatus, Leporellus vittatus,, Prochilodus costatus e
Prochilodus argenteus. De maneira geral são espécies com reprodução anual, que
realizam migrações curtas ou longas até as regiões de cabeceira como Salminus sp
(S
ATO et al 2003). Tais características se aproximam das relacionados à espécies
conceituadas por WINEMILLER (1989) e WINEMILLER & ROSE (1992) como sazonais.
Grupo 2- Formado por Astyanax bimaculatus, Acestrorhynchus lacustris,
Tetragonopterus chalceus, Steindachnerina elegans, Curimatella lepidura, espécies
de pequeno porte (com exceção de Schizodon knerii, integrante deste grupo), com
altos valores para fecundidade relativa, ovos pequenos, adesivos e coloração
variando entre o amarelo, o cinza e o marrom. As larvas têm curto período de
embriogenia, pequeno porte, movimentos dispersivos e glândulas adesivas, com
poucas exceções. São espécie que não necessitam realizar migrações (S
ATO et al
2003) e de maneira geral têm mais de um evento reprodutivo ao ano, coincidindo
com os atributos dos oportunistas (sensu W
INEMILLER 1989 e WINEMILLER & ROSE,
1992).
Grupo 3- Formado pelas espécies Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias
malabaricus, Hoplias lacerdae (Erythrinidae), Pygocenthrus piraya e Myleus micans
(Serrasalminae) para as quais se registram basicamente as baixa fecundidades
absoluta e relativa, ovos de grandes dimensões, invariavelmente amarelos e
adesivos que dão origem, após um longo período de embriogênese, a larvas de
grandes dimensões, que, com exceção de H. unitaeniatus, não realizam movimentos
60
na coluna d`água. Para todas as espécies do grupo se registra cuidado parental e
construção de ninho com exceção de M. micans cujo sítio de reprodução jamais foi
observado, mas pela proximidade das variáveis, presume-se algum nível de cuidado
parental para esta espécie, comportamento este característica fundamental dos
estrategistas de equilíbrio (sensu W
INEMILLER 1989 e WINEMILLER & ROSE, 1992).
As espécies que formam este último grupo têm o predicado “primitivo”
associado a seus estudos dentro da ordem e os fosseis remontam o surgimento e
diversificação antes da ruptura da gondwana (cerca de 100 milhões de anos) (O
RTÍ,
1997;
GAYET & JÉGU, 1997 em LUNDEBERG, 1998) e paradoxalmente, como já foi
discutido anteriormente, apresentam atributos reprodutivos conceituados como
derivados (B
ALON, 1985) o que reforça a hipótese de que na base ancestral da
ordem Characiformes estaria um grupo, de proto-guardadores (W
INEMILLER 1989,
VASCONCELLOS 2003).
Aplicando-se a análise de agrupamentos sobre os escores das espécies em
cada componente principal de maneira a expressar em um dendrograma, pelo
menos 80% de toda a variabilidade registrada, foi obtido o agrupamento dos
Characiformes (Figura 51) que mostra dois grandes grupos dissimilares formados,
por um lado, por espécies para as quais se registram baixos índices de fecundidade,
ovos grandes, adesivos e amarelos, larvas de grandes dimensões e longo período
para a eclosão: Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias malabaricus, Hoplias lacerdae,
Pygocenthrus piraya e Myleus micans), de acordo com a proposta de B
ALON (1985)
esses são alguns dos atributos básicos em guardadores; e espécies com grandes
valores de fecundidade, ovos e larvas pequenos, com curto período de tempo para a
61
eclosão: Astyanax bimaculatus, Acestrorhynchus lacustris, Tetragonopterus
chalceus, Steindachnerina elegans, Curimatella lepidura, Schizodon knerii, Brycon
orthotaenia, Saminus sp, Salminus hilarii, Leporinus obtusidens, Leporinus piau,
Leporinus reinhardti, Leporinus taeniatus, Leporellus vittatus, Prochilodus costatus e
Prochilodus argenteus. Esses atributos reprodutivos, segudo Balon (1985) seriam
primitivos.
Espécies com alta fecundidade, ovos sem carotenóides, curto tempo de
embriogênese e larvas com órgãos e comportamentos para a dispersão podem ser
especializações ou atributos selecionados positivamente pelas características
altamente sazonais das bacias hidrográficas neotropicais, com toda sua dinâmica de
cheias e drástica modificação de microhabitats, comunicação temporária com
ecossistemas adjacentes como lagoas marginais, brejos e alagadouros que
oferecem condições diversas as das calhas dos rios e são berçário e refúgio de
larvas e juvenis de várias espécies adaptadas e porque não especializadas em
função desta realidade ambiental.
Siluriformes
Dentro de Osthariophysi, a ordem Siluriformes é a mais diversificada e
amplamente distribuída, com aproximadamente 30 famílias, 412 gêneros e mais de
2400 espécies (N
ELSON, 1994). A maior diversificação de espécies é registrada nas
regiões sul-americanas, África e sudeste da Ásia (PINNA, 1998). Os fósseis mais
antigos remontam ao cretáceo superior, cerca de 65 milhões de anos. F
INK & FINK
62
(1981) sugerem uma monofilia evidente entre Characiformes e Siluriformes, sendo
Siluriformes mais recente que Characiformes, que junto com Cypriniformes e
Gonorhynchiformes formam a Superordem Osthariophysi. Os Siluriformes
neotropicais formam uma assembléia relacionada a 12 grupos monofiléticos, mas
não uma unidade monofilética (H
UTCHINS et al 2003).
Quanto as estratégias reprodutivas, a imensa maioria é de espécies
guardadoras de ninho ou apresenta estratégias relacionadas como os carregadores
bucais que, segundo B
ALON (1985), derivariam de guardadores de ninho. O caráter
precoce em Siluriformes, com todos seus caracteres reprodutivos, parece ser a
condição basal da Ordem, talvez uma sinapomorfia do grupo dentro de Ostariophysi.
Gymnotiformes
Trabalhos recentes têm posicionado Gymnotiformes como grupo irmão de
Siluriformes (H
UTCHINS et al, 2003) ambos derivados de estoques ancestrais
provavelmente relacionados à Characiformes (NELSON, 1994).
Todos os fósseis conhecidos e espécies de Gymnotiformes existentes
restringem-se aos neotropicos, encontrando-se maior diversidade na grande bacia
amazônica. Os dados referentes a sua biogeografia e sistemática, sugerem uma
origem sul-americana, a partir de ancestrais proximamente relacionados com os
atuais “catfishes” (Siluriformes), há aproximadamente 100 milhões de anos (durante
o Cretácio superior), quando afloravam os ramos da atual ictiofauna neotropical e se
dava a separação entre América do Sul e África (F
INK & FINK, 1981; MAISEY, 1993,
63
citados por C
AMPOS-DA PAZ & ALBERT, 1998). Segundo LUNDBERG et al (1998), os
Gymnotiformes tiveram sua grande especiação e dispersão durante o Cenozóico,
quando a América do Sul estava isolada e a moderna Bacia Amazônica se formou.
Quanto a padrões reprodutivos, os escassos trabalhos encontrados na
literatura mencionam a construção de ninhos, cuidado parental (K
IRSCHBAUM, 1979;
1984; BRITZ et al 2000; HUTCHINS et al, 2003 CRAMPTON & HOPKINS, 2005),
provavelmente sendo então a precocidade (sensu BALON, 1985) a característica
reprodutiva basal para o grupo.
Análise multivariada de agrupamentos em Siluriformes e Gymnotiformes
Aplicando-se a análise multivariada de agrupamento, utilizando o coeficiente
de Manhatam, sobre as variáveis reprodutivas em indivíduos pertencentes a 4
famílias, totalizando 12 espécies de Siluriformes e duas espécies da ordem
Gymnotiformes, obteve-se o dendrograma observado na figura 52 formado pelos
seguintes grupos :
Grupo 1- Formado pela espécie Conorhynchos conirostris, da família
Pimelodidae, apresenta grande porte, alta fecundidade, ovócitos pequenos, livres,
com tempo curto para a eclosão, e larvas que apresentam movimentos verticais na
coluna d`água (Tabelas 8 a 12).
Para os ovos, registram-se a coloração amarela o que é padrão em
Siluriformes, sendo este, provavelmente um atributo plesiomórfico nesta espécie,
pois relaciona-se à presença de carotenóides.
64
M
IKULIN & SOIN (1975) relacionam os carotenóides, presentes em ovos de
teleósteos às reações oxidativas, sendo encontradas maiores concentrações destes
lipídeos em ovos de grandes dimensões, devido à relação superfície/volume, ou em
ovos de espécies guardadoras, que se encontram comumente sujeitos a menores
concentrações de oxigênio. B
ALON (1985) classifica os carotenóides como pigmentos
respiratórios. Portanto, têm uma implicação funcional e ecológica, relacionada aos
sítios de reprodução, indispensáveis na composição de vitelo de ovos depositados
em ambientes pouco oxigenados, como ninhos ou aberturas bucais, que dependem
de programas comportamentais como “churning” (B
ALON, 1985) ou o movimento
incessante de nadadeiras para auxiliar na oxigenação, mas talvez dispensáveis em
ambientes oxigenados.
Considerando que a condição basal para a ordem estaria mais relacionada a
espécies guardadoras e aos atributos reprodutivos derivados desta condição,
presume-se que C. conirostris apresenta padrão reprodutivo apomórfico dentro de
Siluriformes, que contrastam com os caracteres plesiomórficos da cor do ovo e da
presença de capa gelatinosa, provavelmente simplesiomórficos em Siluriformes.
Grupo 2- Formado pela espécie Pseudoplatystoma corruscans, Pimelodidae
para a qual se destacam entre os atributos reprodutivos desta espécie, o
comprimento total médio e a fecundidade absoluta, que ultrapassa um milhão e meio
de ovócitos (Tabela 8).
Os ovos são amarelos e livres, as larvas são pequenas e realizam
movimentos verticais após a eclosão. Para esta espécie, assim como para a
anterior, considera-se o padrão reprodutivo registrado como apomórfico dentro de
65
Siluriformes e sinapomórfico dentro de Pimelodidae, como se discutirá mais adiante.
Grupo 3- Formado por Franciscodoras marmoratus membro da família
Doradidae, reconhecida como monofilética (P
INNA 1998) incluída na superfamília
Doradoidea que integra Achenipteridae, Ageneiosidae e Mochokidae, com
fecundação interna em Auchenipteridae (B
RITSKI et al 1988) e Ageneiosidae
(P
LANQUETTE et al 1996), para Mochokidae, a literatura registra a baixa fecundidade
e o longo tempo de embriogenia (HUTCHINS et al 2003). Synodontis multipunctatus
deposita seus ovos entre os ovos de ciclídeos, no lago Tanganica, e são incubados
bucalmente junto com os ovos destes indivíduos, exercendo intensa predação, após
a eclosão, dentro da boca da “madrasta” (H
UTCHINS et al, 2003). Franciscodoras
marmoratus é caracterizado pelas placas ósseas na lateral do corpo formando uma
seqüência de espinhos. Apresenta características reprodutivas intermediárias, pois
apesar da baixa fecundidade absoluta a fecundidade relacionada ao peso das
fêmeas reprodutoras é alto se comparado aos Siluriformes estudados neste trabalho
(Tabela 8), os ovos são pequenos, porém amarelos e adesivos, no entanto o tempo
de embriogênese é relativamente longo, próximo ao de espécies que realizam
cuidado parental (Tabela 11) e as larvas são pequenas e realizam movimentos
dispersivos como as de espécies pelagófilas (sensu B
ALON, 1985)Os atributos
reprodutivos desta espécie são um mosaico de plesiomorfias e apomorfias em
relação à ordem. Para Amblidoras hancockii a reprodução envolve a construção de
um ninho de bolhas entre a vegetação e os ovos são vigiados pelo macho até a
eclosão (H
UTCHINS et al, 2003)
Grupo 4- Formado por Pimelodus maculatus e Duopalatinus emarginatus
66
espécies da família Pimelodidae (P
INNA 1998), que apresentam porte mediano e
padrão de reprodução semelhantes à C. conirostris e P. corruscans, com baixos
valores de IGS, mas altos valores de fecundidade absoluta e número de ovócitos por
grama de desova (tabela 8), o tempo de embriogênese é curto e as larvas são
pequenas com movimentos dispersivos. Os ovos são livres e amarelos, o que
reforça a hipótese de que o padrão que envolve ovos pequenos, alta fecundidade,
curto tempo de embriogênese é sinapomórfico em Pimelodidae, pois ovos amarelos
em hipótese são remanescentes dos padrões reprodutivos primitivos.
Grupo 5- Formado por Pseudopimelodus charus e Rhamdia quelem
representantes das famílias Pseudopimelodidae e Heptapteridae (B
OCKMANN &
GUAZZELLI 2003), antes incluídas como subfamílias em Pimelodidae (PINNA 1998),
respectivamente. Possuem porte médio, altos valores de IGS e proximidades quanto
a variáveis quantitativas relacionadas à ovos e larvas. (tabelas 10 e 11) quanto as
variáveis qualitativas os ovos apresentam coloração verde esmeralda em P. charus,
uma autapomorfia nesta espécie em relação à Silruriformes, e amarelos em
Rhamdia, condição provavelmente simplesiomórfica em Siluriformes. As larvas de
ambas espécies realizam movimento vertical na coluna d`água, condição
provavelmente sinapomórfica em relação à Pimelodidae e plesiomórfica em
Ostariophysi.
Grupo 6- Composto pela espécie Trachelyopterus galeatus, representante da
família Auchenipteridae, com relações com Doradidae, Ageneiosidae (P
INNA, 1998),
compartilhando com esta última o caracter reprodutivo categórico “fecundação
interna” (B
RITSKI et al 1988; PLANQUETTE et al 1996).
67
Para T. galeatus registraram-se valores muito baixos de fecundidade relativo
ao peso das fêmeas, alto valor de IGS e tempo de embriogênese muito longo, dando
origem a larvas que realizam movimentos verticais dispersivos, condição
provavelmente apomórfica.
Os ovos são amarelos e fortememente adesivos, condições provavelmente
plesiomórficas. Argumenta-se que T. galeatus apresenta padrões reprodutivos
precoces, de acordo com a provável base evolutiva em Siluriformes, mas dentro
deste contexto a fecundação interna seria uma autapomorfia considerando, pela
sistemática atual do grupo, apenas Auchenipteridae, haja visto a proximidade
filogenética com Ageneiosidae (
PINNA, 1998) que compartilha do mesmo caracter
que dificilmente se trata de uma homoplasia portanto.
Grupo 7- Formado pela espécie Rhinelepis aspera Loricariidae, Hipostominae,
que apresenta padrão reprodutivo distinto de P. etentaculatus e H. francisci,
estudados também neste trabalho, pois apesar dos atributos simplesiomórficos
ovócitos com carotenóides, presença de capa gelatinosa, ausência de movimentos
larvais na coluna d`água, R aspera apresenta altos índices de fecundidade (tabela 8
e 9) além de outros registros quantitativos que aproxima a espécie de padrões
sazonais (sensu W
INEMILLER, 1989), sendo talvez um caso único em Loricariidae,
atributos autoapomórficos, portanto (VASCONCELLOS 2007, dados não publicados) já
que o padrão comportamental para o grupo é o cuidado parental realizado pelos
machos (G
ROSS & SARGENT, 1985 in SUZUKI et al., 2000, GEIS 1997) sobre ovos
grandes, amarelos e fortemente adesivos (AZEVEDO 1938, AGOSTINHO et al. 1982,
D
A-CRUZ & LANGEANI 2000, SUZUKI et al. 2000). R. aspera pode ser um exemplo da
68
pressão seletiva exercida pela sazonalidade das grandes bacias hidrográficas
neotropicais sobre as possibilidades genéticas e finalmente reprodutivas de todos os
grupos ictiológicos.
Grupo 8- Formado pela espécie Lophiosilurus alexandri espécie de grande
porte, conceituada como psamófila por S
ATO (1999) e SATO et al (2003), pertencente
à família Pseudopimelodidae (S
HIBATTA, 2003), apresenta atributos reprodutivos
singulares quanto aos valores de fecundidade relativa ao peso das fêmeas e
tamanho da larva recém eclodida (tabelas 8 e 11). Neste trabalho dois
Pseudopimelodidae são analisados e contrastam grandemente quanto aos atributos
reprodutivos, sendo P. charus apresenta padrões relacionados espécies pelagófilas,
enquanto que L. alexandri apresenta atributos relacionados a espécies guardadoras
(sensu B
ALON,1985) e este seria o padrão primitivo em Siluriformes. De acordo com
LUNDBERG (1991) em Pinna (1998) o caráter monofilético de Pseudopimelodinae
(atual Pseudopimelodidae) se dá em função de 5 sinapomorfias osteológicas, nesse
caso a discrepância registrada quanto aos atributos reprodutivos entre as duas
espécies é uma das maiores observadas neste trabalho para espécies com
parentesco reconhecido e argumenta-se que P. charus assume estratégia
reprodutiva altamente derivada e relacionada as variações ambientais anuais dos
grandes rios neotropicais, enquanto L. alexandri necessita de um ambiente estável e
específico para a construção do ninho, já que segundo S
ATO (1999) trata-se de um
psamófilo.
Grupo 9- Formado por Hypostomus francisci e Pterygoplichthys etentaculatus,
representantes da subfamília Hypostominae, assim como Rhinelepis aspera cujos
69
atributos reprodutivos também são analisados neste trabalho. H. francisci e P
etentaculatus apresentam como características reprodutivas principais a baixa
fecundidade, ovos grandes, amarelos e adesivos, com capa gelatinosa, todos estes
caracteres fundamentais em Siluriformes e em Loricariidae (A
ZEVEDO, 1938;
A
GOSTINHO et al., 1982; GROSS & SARGENT, 1985 in SUZUKI et al., 2000; GEIS, 1997;
D
A-CRUZ & LANGEANI, 2000 e SUZUKI et al. 2000, entre outros).
As larvas não realizam movimento vertical mas demonstram comportamento
de agrupamento e adesão, pela boca modificada em formato de ventosa, ao
substrato logo após a eclosão, ocorrido após um longo tempo de embriogenia.
O padrão de desenvolvimento geral das larvas de H. francisci e P.
etentaculatus é característico de espécies precoces no sentido literal do conceito
citado em B
ALON (1985), pois a eclosão resulta em indivíduos pigmentados, com
nadadeiras em adiantado estado de desenvolvimento que possibilitam movimentos
coordenados. Argumenta-se que tais especializações registradas para as larvas de
Loricariidae deste trabalho, são sinapomórficas, pois também foram registradas em
R. aspera e em outros Loricariidae (G
ARUTTI & FIGUEIREDO-GARUTTI, 2000). Os
atributos reprodutivos em Loricariidae têm em geral caráter plesiomórfico, mas com
aspectos inovadores e particulares à família. Dos três Hypostominae estudados,
argumenta-se que R. aspera apresenta a condição reprodutiva mais derivada,
apesar de seus atributos serem considerados primitivos em Pisces (B
ALON, 1985) em
função da dinâmica sazonal de seu ambiente. O mesmo autor estabelece como
importante fonte de rápida evolução e especiação a heterocronia ontogenética, que
pela alteração de fases de desenvolvimento promoveria a alteração da função
70
ecológica ou comportamentos programados nos indivíduos, restabelecendo o
caráter generalista e propiciando uma estratégia mais versátil decorrente ou
conseqüente das flutuações ambientais, dentro do contínuo proposto generalista
especialista. Ainda segundo B
ALON (op. cit.), nos organismos sempre haverá a
tendência na especialização em relação ao ambiente, porém se não houver um
caminho de retorno rápido ao caráter generalista (heterocronia ontogenética =
macroevolução), a linhagem evolutiva chegará a um ponto sem saída e se
extinguirá, portanto considera-se a evolução de generalistas para especialistas como
um caminho de mão dupla.
Grupo 10- Formado pelos Gymnotiformes Sternopygus macrurus e
Eigenmannia virescens para os quais se registraram padrões reprodutivos
relacionados a ovos grandes, amarelos e adesivos, baixos valores de fecundidade e
larvas grandes com altos valores para o tempo de eclosão. Essas condições talvez
sejam remanescentes da base ancestral que originou Characiformes e Siluriformes.
Não foi registrada, neste trabalho, a presença de capa gelatinosa envolvendo
os ovos, condição provavelmente simplesiomórfica em Siluriformes, sendo esta
condição uma possível homoplasia de Gymnotiformes com a maior parte dos
Characiformes. Os ovos amarelos, denotando a presença de pigmentos respiratórios
(M
IKULIN & SOIN, 1975; BALON, 1985), é uma condição que provavelmente precede a
separação das ordens em Ostariophysi .
Apesar de ser uma Ordem considerada derivada (F
INK & FINK, 1981; CAMPOS-
DA PAZ & ALBERT, 1998) com irradiação pelos neotrópicos posterior a Characiformes
e Siluriformes (L
UNDBERG et al,1998), as condições dos atributos reprodutivos são
71
majoritariamente plesiomórficas.
Análise multivariada de componentes principais em Siluriformes + Gymnotiformes.
Através da análise de componentes principais, aplicada sobre as variáveis
reprodutivas, obtidas atrvés de técnicas de hipofisação em Siluriformes e
Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco, foi possível observar a tendência de
dispersão dos pontos (espécies) em relação às variáveis reprodutivas mais
representativas da diversidade dos dados (figura 53).
Observa-se pela figura 54 que as espécies plotadas em função do primeiro e
segundo componentes principais, que explicam 60 % da variabilidade, formam
basicamente 2 grupos, posicionados principalmente em função do eixo X. O primeiro
grupo é formado pelas espécies Pseudoplatystoma corruscans, Conorhynchos
conirostris, Duopalatinus emarginatus, Franciscodoras marmoratus, Pimelodus
maculatus, Pseudopimelodus charus e Rhamdia quelen, espécies que apresentam
padrões reprodutivos relacionados a alta fecundidade relativa, ovos de pequenas
dimensões, presença de movimentos larvais na coluna d`água e outros atributos
próximos à espécies consideradas sazonais e oportunistas (sensu Winemiller, 1989)
considerados, neste trabalho, derivados de uma condição basal ou primitiva
relacionada à guardadores (sensu Balon, 1985),
Provavelmente, as pressões seletivas exercidas pela variação ambiental das
bacias neotropicais, pela instabilidade destes ambientes que modelaram o
72
patrimônio ou pool genético referente a fisiologia, morfologia e etologia reprodutiva,
principalmente em Pimelodidae.
O segundo grupo é formado por Trachelyopterus galeatus, Lophiosilurus
alexandri, Rhinelepis aspera, Hypostomus francisci, Pterygoplichthys etentaculatus,
Sternopygus macrurus, Eigenmannia virescens, espécies com ovos amarelos e
adesivos, altos valores para o tempo de eclosão e larvas de grandes dimensões.
Essas características reprodutivas são consideradas plesiomórficas, neste
trabalho, mais relacionadas às presumíveis condições ancestrais das ordens
Characiformes e Siluriformes.
Aplicando-se a análise de agrupamentos sobre os escores das espécies em
cada componente principal de maneira a expressar em um dendrograma, pelo
menos 80% de toda a variabilidade registrada foi obtido o agrupamento dos
Siluriformes e Gymnotiformes hipofisados (Figura 53) que reforça a percepção de
dois padrões distintos quanto as estratégias reprodutivas em Siluriformes +
Gymnotiformes: de um lado o esforço numérico, de outro o investimento unitário.
Análise multivariada aplicada a totalidade dos dados reprodutivos obtidos pela
hipofisação em Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes.
A submissão dos dados obtidos através da hipofisação em Characiformes,
Silutiformes e Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco, gerou tabelas de
correlação entre as variáveis em cada uma das análises efetuadas (Tabelas 23, 24 e
25) e foram encontradas correlações siginficativas entre as mesmas variáveis em
73
cada um dos tratamentos, reforçando o sentido de dependência entre as tais, em
vários casos essa dependência é mais óbvia e desmerece esclarecimentos como no
caso do diâmetro do ovo não hidratado e diâmetro do vitelo. Noutros casos, no
entanto, são observadas interessantes relações de dependência e alto valor de
correlação (índice de correlação de Pearson) como o observado para o comprimento
total corpópeo das fêmeas reprodutores e fecundidade absoluta registrada,
reforçando a idéia de que um dos atributos relacionados à espécies sazonais é o
grande porte, com uma grande cavidade corpórea capaz de abrigar uma enorme
quantidade de ovócitos, liberados de uma só vez durante o péríodo favorável
(W
INEMILLER, 1989), como por exemplo podemos citar P. corruscans, S. brasiliensis,
P. argenteus entre outros (SATO et al 2003)
O diâmetro do ovócito não hidratado mostrou relações positivas para o tempo
de eclosão e tamanho da larva recém eclodida, além da adesividade e coloração
amarela, contribuindo para a afirmação expressa em M
IKULIN & SOIN (1975), sobre a
relação superfície/volume como fator decisivo para a presença de pigmentos
carotenóides respiratórios em Teleósteos, porém mostrou relações nagativas para a
fecundidade, como já era esperado. O diâmetro do vitelo apresenta forte correlação
negativa com o movimento larval na coluna d`água, mostrando ser um fator que
realmente restringe a movimentação das larvas, como é observado em lupa, no
laboratório de reprodução. Segundo B
ALON (1985), a movimentação larval em
direção às regiões superficiais da coluna d’água se relaciona com a aquisição de
equilíbrio hidrostático pelo preenchimento da bexiga natatória; facilita trocas gasosas
devido à permanência por alguns instantes em regiões mais saturadas em oxigênio
74
para a difusão pelos órgãos respiratórios; distancia as larvas de regiões de eclosão
onde se concentram enzimas e outras proteínas de efeito deletério, além de facilitar
o processo de dispersão larval. Talvez os caracteres reprodutivos como ovos com
grandes concentrações vitelínicas de carotenóides relacionados ao fornecimento de
oxigênio para as reações mitocondriais, cuidado parental e ausência de movimento
vertical na coluna da água, sejam resposta adaptativa à predação e à anoxia, fatores
de maior importância na mortandade de ovos e larvas (K
AMLER, 1992) e estejam
intimamente relacionados em espécies guardadoras ou oriundas dessa base
evolutiva, como afirma B
ALON (1985).
O tempo de eclosão das larvas mostrou relação positiva, também, quanto a
cor do ovo, pois geralmente as espécies com ovos maiores, adesivos e amarelos
demoram mais tempo para a eclosão.
A presença de espículas ou tubérculos nupciais (F
INK & FINK, 1981, 1996) só
apresentou correlação significativa (fortemente significatva) para com a variável
presença de órgão adesivo larval, dois caracteres restritos a Characiformes, neste
trabalho.
O comportamento de vocalizar durante o manuseio para a extração do
sêmem dos machos apresentou relações significativas para com atributos
relacionados à alta fecundidade, ovos e larvas que pouco representam,
unitariamente, em termos de energia reprodutiva, padrão geral para Curimatidae,
Anostomidae e Prochilodontidae.
Análise de Agrupamentos em Peixes da bacia do rio São Francisco
75
A análise de agrupamentos aplicados à totalidade dos dados de peixes
hipofisados da bacia do rio são Francisco resultou na figura 56, na qual se pode
observar que as espécies agrupadas e discutidas anteriormente, quando da análise
de agrupamentos particular a cada ordem, mostraram de maneira geral novamente
menores índices de dissimilaridade. As principais mudanças em relação as análises
particulares a cada ordem se deu pelo agrupamento de Astyanax bimaculatus e
Acestrorhynchus lacustris, Tetragonopterus chalceus junto com os Curimatídeos
Stendachnerina elegans e Curimatella lepidura , o agrupamento em um único grupo
de Duopalatinus emarginatus, Franciscodoras marmoratus, Pimelodus maculatus,
Pseudopimelodus charus e Rhamdia quelen, separados em 5 grupos quando
analisados dentro de Siluriformes e a união da maioria das espécies conceituadas
como estrategistas de equilíbrio (S
ATO et al, 2003) em um único grande grupo
formado por Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias malabaricus, Hoplias lacerdae,
Pygocenthrus piraya, Myleus micans, Sternopygus macrurus, Eigenmannia
virescens e Rhinelepis aspera que compartilham, de maneira geral, caracteres
reprodutivos aqui considerados como basais em Characiphysi e Siluriphysi (F
INK &
FINK, 1996) portanto, plesiomórficos.
Análise dos componentes principais, aplicada a totalidade dos dados reprodutivos
em Peixes hipofisados da bacia do rio São Francisco.
Através da análise de componentes principais, aplicada sobre as variáveis
76
reprodutivas obtidas através de técnicas de hipofisação em Characiformes,
Siluriformes e Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco, foi possível observar a
tendência de dispersão dos pontos (espécies) em relação às variáveis reprodutivas
mais representativas da diversidade dos dados (Figuras 58 e 59). Pela baixa
variabilidade acumulada do primeiro e segundo componentes principais, a análise de
agrupamentos, aplicada sobre os escores das espécies nos 6 primeiros
componentes que somam cerca de 82 % de toda variabilidade inerente aos dados
registrados (Figura 57), mostrou-se como mais confiável para inferências biológicas
e como resultado foi obtida a formação de três grupos. O primeiro grupo é formado
por Pseudoplatystoma corruscans espécie que se distingue pelo porte e fecundidade
absoluta acima de todas as demais espécies, apresentando padrão reprodutivo
caracterizado principalmente grande fecundidade e alto valor de comprimento total,
além de vários caracteres considerados apomórficos em Siluriformes.
Esta espécie realiza grandes migrações para um único evento reprodutivo
anual (S
ATO & GODINHO, 2003), adaptação às condições sazonais e às dinâmicas
hidrológicas dos grandes rios Neotropicais. Dentro deste sentido de polarização de
caracteres, talvez P. corruscans seja o maior exemplo de especialização, dentro da
bacia do São Francisco.
O grupo seguinte é o maior nesta análise, pois compreende 23 das 35
espécies estudadas entre Characiformes e Siluriformes, formado por Astyanax
bimaculatus, Brycon orthotaenia, Saminus sp., Salminus hilarii, Acestrorhynchus
lacustris, Tetragonopterus chalceus, Steindachnerina elegans, Curimatella lepidura,
Leporinus obtusidens, Leporinus piau, Leporinus reinhardti, Leporinus taeniatus,
77
Leporellus vittatus, Schizodon knerii, Prochilodus costatus, Prochilodus argenteus,
Conorhynchus conirostris, Duopalatinus emarginatus, Franciscodoras marmoratus,
Pimelodus maculatus, Pseudopimelodus charus e Rhamdia quelen, espécies com
altos valores de fecundidade e ovos e larvas que pouco representam, em termos
unitários, do esforço energético total reprodutivo, sendo conceitudas por S
ATO et al
(2003) em sazonais e oportunistas
O terceiro e último grupo é formado por espécies das ordens Characiformes,
Siluriformes e Gymnotiformes cujos ovos grandes, adesivos e amarelos,
representam unitariamente, parte razoável do esforço reprodutivo e portanto
necessitam de cuidados em algum nível. Neste agrupamento estão as espécies
Trachelyopterus galeatus, Lophiosilurus alexandri, Rhinelepis aspera, Hypostomus
francisci, Pterygoplichthys etentaculatus, Sternopygus macrurus, Eigenmannia
virescens, Hoplerythrinus unitaeniatus, Hoplias malabaricus, Hoplias lacerdae,
Pygocentrus piraya e Myleus micans.
Por esta análise observa-se que existem dois extremos quanto as estratégias
reprodutivas que provavelmente se relacionam com as principais forças seletivas
polarizadoras dos atributos reprodutivos em peixes da bacia do rio São Francisco ,
de um lado o investimento numérico e no outro extremo o investimento unitário como
estratégias que garantem a passagem adiante do material genético dos indivíduos.
Sugere-se pela observação de como os atributos se distribuem nos diferentes
táxons, principalmente nos considerados primitivos, que o investimento numérico
seria derivado de uma condição ancestral de investimento unitário, pois existem na
maioria dos casos rastros provavelmente plesiomórficos junto com atributos
78
considerados apomórficos como alta fecundidade e ovos com carotenóides, ovos
pequenos e adesivos, movimentos dispersivos larvais e ovos grandes, adesivos e
amarelos, entre outros.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observando-se na literatura os registros fósseis em Osthariophysi, as
questões biogeográficas envolvidas, tendo em mente a grandiosidade do tempo de
surgimento dos táxons, dispersão pelos continentes e a infinidade de variações
ambientais pelos quais tais vertentes evolutivas passaram, incluindo neste contexto
as extinções provocadas por competição, fica evidente que qualquer trabalho em
filogenia ou inferências ecológicas sobre um passado tão remoto requer uma carga
grande de simplificação e abstração. Somado a isto, surgem indagações reflectivas
que mostram a fragilidade das inferências ecológico-evolutivas, como as questões
relacionadas ao tipo de mudanças, se gradualistas ou saltatórias? quais as
possibilidades de uma entidade evolutiva (indivíduo inserido em um grupo ou um
semaforonte) mudar suas estratégias em um relativo curto período de tempo?
Quantas possibilidades existem em seu genoma? Qual foi a última mudança
significativa, em seu ramo evolutivo, das táticas reprodutivas? Quantas espécies de
nossas bacias descendem de fenômenos paedomórficos recentes ?.
Mas de qualquer forma é assim que se constrói a ciência, com toda a
fragilidade implícita das teorias, hipóteses e modelos, que permitem inferências
futuramente debatidas, resultando em novas hipóteses, experimentos, teorias e
79
modelos, tornando a discussão mais profícua
Neste presente trabalho é defendida a tese de que os atributos reprodutivos
em peixes são mais próximos quanto mais próximo o parentesco evolutivo, e que
existem duas estratégias básicas em peixes da bacia do rio São Francisco. Uma
delas com base em características como precocidade, com investimento em
unidades reprodutivas e algum tipo de cuidado parental, ovos e larvas grandes,
competidores eficientes em ambiente estável, e outra considerando espécies
altrizes, com altos valores de fecundidade, baixo investimento em unidades
reprodutivas e grande investimento numérico.
As espécies desse segundo grupo foram provavelmete selecionadas, em
função das variações ambientais dos rios que aumentam em muito o volume de
suas águas durante o período das chuvas, com renovação dos habitats, pois
existem diferenças de turbidez, condutividade, velocidade de correntes, saturação
de oxigênio, oferta de alimentos e comunição entre ecossistemas distintos, como
lagoas e banhados, ricos em alimento e esconderijos para larvas e juvenis. Tendo
isto em mente, fica fácil deduzir que tais espécies, selecionadas por esse tipo de
dinâmica ambiental são diretamente afetadas pelos grandes barramentos das
companhias hidroelétricas, que acabam por implementar as forças seletivas que
favorecem espécies oportunistas e de equilíbrio (sensu W
INEMILLER, 1989). Todas as
espécies da bacia do rio São Francisco, que atualmente compõem a lista das
ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais (Lins et al, 1997) são de
migradores sazonais.
Estas duas realidades ambientais (ambientes estáveis e seus recursos x
80
ambientes variáveis e seus predicados) polarizaram os atributos reprodutivos em
Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes até o ponto atual.
Pela observação dos atributos reprodutivos em Osthariophysi, e de como os
caracteres se distribuem em táxons mais primitivos como Erythrinoidea, sugere-se
que Characiformes descendam de um grupo de proto-guardadores de ninho e
portanto, Characiformes, oportunistas e sazonais são derivados quanto as
estratégias reprodutivas, sendo a mesma afirmação válida para Siluriformes e para
Gymnotiformes.
Apesar de as estratégias reprodutivas ancestrais em peixes estarem
relacionadas a espécies pelagófilas, o que parece válido para Ostariophysi
(FINK &
FINK 1996, HUTCHINS et al 2003), BALON (1985) defende que uma vez construídos os
caminhos estes podem ser percorridos em qualquer direção, orientados pelas
pressões seletivas do ambiente, e neste sentido, a maior parte dos Characiformes e
boa parte Siluriformes estudados neste trabalho retoma padrões basais em
Osthariophysi, um fenômeno conhecido em filogenia como reversão ou pseudo-
plesiomorfia.
VI. CONCLUSÕES
Os atributos reprodutivos podem ser utilizados como ferramenta para filogenia
dos grupos ictiológicos da bacia do Rio São Francisco, pois muitos atributos
parecem ser conservativos, já que os dendrogramas obtidos refletem proximidades
filogenéticas.
81
A análise multivariada de agrupamentos e de componentes principais presta-
se como ferramenta para a elaboração de grupos com proximidades dos atributos
reprodutivos que refletem a percepção da sistemática tradicional em peixes.
As espécies estudadas de Characiformes, Siluriformes e Gymnotiformes
apresentam, quanto aos atributos reprodutivos, tanto caracteres apomórficos quanto
plesiomórficos. Mas a base primitiva provavelmente se relaciona a um grupo de
proto-guardadores e a condição derivada, selecionada pela transitoriedade e
dinâmica hidrológica características das grandes bacias neotropicais, observados
em vários grupos distintos da bacia do Rio São Francisco, relaciona-se a espécies
conceituadas por S
ATO et al (2003) como sazonais e oportunistas.
As polarizações de caracteres reprodutivos em Characiformes, Siluriformes e
Gymnotiformes ocorrem em função de duas condições ambientais distintas, a dos
ambientes estáveis e a dos ambientes variáveis.
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A
DAMS, P. B., 1980, Life history patterns in marine fishes and their consequences for
fisheries management. Fish Bull., v. 78, n. 1, pp. 1-12.
Agostinho, A.A., M.Y. Narahara, & H.M. Godinho.1982. Morfologia dos ovários de
82
Plecostomus commersonni (Valenciennes, 1840) Osteichthyes – Loricariidae:
desenvolvimento dos ovócitos e escala de maturidade. Revista Brasileira de
Biologia, Rio de Janeiro, 42 (1): 71-77.
A
LVIM, M. S. 1999. Composição e alimentação da ictiofauna em um trecho do alto
São Francisco, Munincípio de Três Marias-MG. Dissertação de Mestrado, 114p. São
Carlos-SP.
A
LVIM, M.C.C & A.C. PERET. 2004. Food resources sustaining the fish fauna in a
section of the Upper São Francisco River in Três Marias, MG, Brazil. Brazilian
Journal of Biology, São Carlos, 64 (2): 195-202.
Amorim, D. S. 1994. Elementos básicos de sistemática filogenética. Sociedade
Brasileira de Entomologia, São Paulo-SP, 314p.
A
NDRADE, D. R. & YASUI, G. S., 2003. O manejo da reprodução natural e artificial e
sua importância na produção de peixes no Brasil. Revista Brasileira de. Reprodução
Animal, v.27, n.2, p.166-172, Belo Horizonte-MG.
Araújo-Lima, C.; Goulding, M. 1998. Os frutos do tambaqui:ecologia, conservação
e cultivo na Amazônia. Brasília: Sociedade Civil Mamirauá/CNPq. 186 p. In: Chagas,
E. C. & Val, L. A. 2003 Efeito da vitamina C no ganho de peso e em parâmetros
hematológicos de tambaqui. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, no. 3, pp.
397-402 , Brasília-DF.
83
A
RAÚJO, F. G., DUARTE, S., GOLDBERG, R. S., FICHBERG, I. 2000. Ciclo reprodutivo de
Parauchenipterus striatulus (Pisces - Auchenipteridae) na represa de Ribeirão das
Lajes–RJ. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia. vol.52 n.3 Belo Horizonte-MG.
A
ZEVEDO, P. & GOMES, A. L., 1942, Contribuição ao estudo da biologia da traíra
Hoplias malabarica (Bloch, 1794). Boletim de Indústria Animal, 5(4): 15-64.
A
ZEVEDO, P. 1938. O cascudo dos açudes nordestinos “Plecostomus plecostomus”.
Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, 9: 211-224.
B
ALON, E.K., 1975, Reproductive guilds of fishes: a proposal and a definition. J. Fish.
Bd. Can., v. 32, n. 6, pp 821-864.
B
ALON, E.K., 1984, Patterns in the evolution of reproductive styles in fishes. pp. 35-
53. In: POTTS, G.W., & WOTTON, R. J. (eds.), Fish reproduction: strategies and
tactics. Academy Press, London.
B
ALON, E.K.,1985, Early life history of fishes: New development, ecological and
evolutionary perspectives. Dodrecht: Dr. W. Junk Publishers, 280 p.
B
ALON, E. K., 1990, Epigenesis and an epigeneticist: the development of some
alternative concepts on the early ontogeny and evolution of fishes. Guelph
Icthiology Reviews, n. 1, pp. 1-48.
B
AILEY, M & SANDFORD, G. 1998. The Ultimate Aquarium : A Definitive Guide to
84
Identifying and Keeping Freshwater and Marine Fishes. London, 256 p.
B
ARROS, L.N.V. & SANTOS, G.B.. 1996. Fecundity and spawning aspects of dogfish
Acestrorhynchus britskii Menezes, 1969 (Teleostei, Characidae). Arq. Bras. Med.
Vet. Zootec. 48(Supl.1): pp. 93-100. Belo Horizonte-MG.
B
OCKMANN, F.A. & G.M. GUAZZELLI, 2003. Heptapteridae (Heptapterids). p. 406-431.
In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the
Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS,
Brasil.
B
RAGA, F. M. S. 2001. Reprodução de peixes (osteichthyes) em afluentes do
reservatório de volta grande, rio grande, sudeste do brasil . Iheringia, Sér.
Zool. n.91 Porto Alegre.
B
RITO, M.F.G. & BAZZOLI, N. 2003. Reproduction of the surubim catfish (Pisces,
Pimelodidae) in the São Francisco River, Pirapora. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.
55(5): 624-633. Belo Horizonte-MG.
B
RITSKI, H. A., 1972, Peixes de água doce do Estado de São Paulo: sistemática. In:
Poluição e Piscicultura. Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai,
Faculdade de Saúde Pública da USP e Instituto de Pesca, C.P.R.N., 216p.
B
RITSKI, H.A.; Y. SATO & A.B.S. ROSA. 1984. Manual de identificação de peixes da
85
regão de Três Marias: com chaves de identificação para os peixes da bacia do
São Francisco. Brasília, Câmara dos Deputados - CODEVASF, 143p.
Britski, H.A.; Sato, Y. & Rosa, A.B.S. 1988, Manual de identificação de peixes da
região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da bacia do
São Francisco). 2
a
edição, Brasília, Câmara dos Deputados/ CODEVASF, 143p.
B
RITZ, R.; KIRSCHBAUM, F. & HEYD, A. 2000. Observations on the structure of larval
attachment organs in three species of gymnotiforms (Teleostei: Ostariophysi) Acta
Zoologica 81 (1), 57–67.
B
REDER, C.M.., JR., ROSEN, D. E. 1966. Modes of reproduction in fishes. Natural
History Press, Garden City, New York, 941 p.
B
UCKUP, P. 1998 Relationship of Characidinae and Phylogeny of Characiform fishes
(Teleostei : Ostariophysi). Pp 123-144 In: MALABARBA, L. R., REIS, R. E., VARI, R. P.,
LUCENA, Z. M. S. & LUCENA, C. A S. (eds.). Phylogeny and classification of
neotropical fishes. EDICPUCRS, Porto Alegre.
C
ARAMASCHI, E. M. P. 1979. Reprodução e alimentação de Hoplias malabaricus
(Bloch, 1794) na represa do rio Pardo (Botucatu, SP) (Osteichthyes,
Cypriniformes, Erythrinidae). Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, 144p.
86
C
AMPOS-DA-PAZ, R. & ALBERT, S. J. 1998. The Gymnotiform “Eels” of Tropical
America: A History of Classification and Phylogeny of South American Electric
Knifefishes (Teleostei: Ostariophysi: Siluriphysi). In: MALABARBA, L. R., REIS, R.
E., VARI, R. P., LUCENA, Z. M. S., LUCENA, C. A S. (eds.). Phylogeny and
classification of neotropical fishes. Porto Alegre: EDICPUCRS, p. 401-420.
C
ASTAGNOLLI, N.; ZUIM, S.M.F. 1985. Consolidação doconhecimento adquirido sobre
o pacu Colossoma mitrei (BERG,1895). Jaboticabal: FCAV/Unesp. In: R
AMIRE-
MUÑOZ, A. P. & CARNEIRO, D. J., 2002. Suplementação de lisina e metionina em
dietas com baixo nível protéico para o crescimento inicial do pacu, Piaractus
mesopotamicus (Holmberg).
Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 4, p. 909-916.
C
ASTAGNOLLI, N., CYRINO, J. E. P., 1986. Piscicultura nos trópicos. Manole, São
Paulo, 152p.
C
RAMPTON, W. G. R. & HOPKINS, C. D. 2005. Nesting and Paternal Care in the Weakly
Electric Fish Gymnotus (Gymnotiformes: Gymnotidae) with Descriptions of Larval
and Adult Electric Organ Discharges of Two Species. Copeia : pp. 48–60.
C
EMIG/CETEC. 2000. Guia ilustrado de peixes da bacia do rio Grande. Belo
Horizonte, CEMIG/CETEC, 144 p.
87
D
A-CRUZ, A. L. & F. LANGEANI. 2000. Comportamento reprodutivo do cascudo
Liposarcus anisitsi (Eigenmann & Kennedy, 1903) (Ostariophysi: Loricariidae:
Hypostominae) em cativeiro. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS,
Porto Alegre, 13: 109-115.
D
E SILVA, S. S., SCHUT, J. & KORTMULDER, K., 1985. Reproductive biology of six
Barbus espécies indigenous to Sri Lanka. Environ. Biol. Fish. v. 12, pp. 201-218.
D
IANA, J. S., 1995. Biology and ecology of fishes. Carmel: Biologycal Sciences
Press. 441 p.
D
URAND, J.R., 1978. Biologie et dynamique des populations d'Alestes baremoze
(Pisces, Characidae) du bassin tchadien.. Travaux et documents de l'ORSTOM,
98, Paris. 98. 332 p.
F
ERREIRA, R.M.A.; BAZZOLI, N.; RIZZO, E.; SATO, Y. 1996 - Aspectos reprodutivos da
piranha, Pygocentrus piraya (Teleostei, Characiformes), espécie nativa da bacia do
Rio Sâo Francisco. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 48 (supl. 1): 71-76.
F
OWLER, H. W. 1950. Os peixes de água doce do Brasil. Arq. Zool. São Paulo, v.6:
205-404.
F
INK, S.V. & FINK, W.L. 1981. Interrelationships of the Ostariophysan fishes
(Teleostei). Zool. J. Linn. Soc. London 72:297-353.
88
F
INK, S.V. & FINK, W.L. 1996. Interrelationships of the Ostariophysan fishes
(Teleostei) pp. 209-249 In Stiassny, M.; Parenti, L. R. & Johnson, G. D. 1996
Interlationship of fishes. Academic Press, San Diego, Califórnia, 496 p.
G
ARUTTI, V. & M.L. FIGUEIREDO-GARUTTI. 2000. Migração lateral de Liposarcus anisitsi
(Siluriformes: Loricariidae) no rio Preto, bacia do Alto Paraná, Brasil. Iheringia, Série
Zoológica, Porto Alegre, 88: 25-32.
G
AYET, M.; JÉGU, M.; BOCQUENTIN, J. & NEGRI, F. R. 2003. New characoids from the
upper cretaceous and paleocene of bolivia and the mio-pliocene of brazil:
phylogenetic position and paleobiogeographic implications. Journal of Vertebrate
Paleontology 23(1):28–46.
G
ARADI, P. & Z.M.P. NUNES. 1986. Resultados preliminares da propagação artificial
do mandiaçu, Duopalatinus emarginatus, Valenciennes, 1840. In: Estudos de
Piscicultura. Brasília, CODEVASF, p.17-27.
G
EIS, R. 1997. Peces gato: cuidados, crianza, espécies. Barcelona, Editorial
Hispano Europea, 64p.
G
ODOY, M.P. 1975. Família Erythrinidae. In: Peixes do Brasil - Subordem
Characoidei - bacia do rio Mogi Guassu, v. 3: 400-444. Franciscana, Piracicaba.
G
OMES, B. V. C. , R. S. SCARPELLI, R. S., ARANTES, F. P., SATO,Y., BAZZOLI, N. & RIZZO,
E.,2007 Comparative oocytemorphology and early development in three species of
89
trahiras from the São Francisco River basin, Brazil. Journal of Fish Biology 70, p.
1–18.
G
ONTIJO, V. P. M., RIBEIRO, D. M., VICTAL, J. L. V. & PARADA, C. A. 1983. Reprodução
de trairão em cativeiro. I - Fatores que afetam a produtividade das fêmeas. In:
Resumos do Encontro Anual de Aquicultura de Minas Gerais, 3. AMA, Belo
Horizonte, p.15-16.
H
AHN, N.S.; R. FUGI.; V.L.L. ALMEIDA; M.R. RUSSO &. LOUREIRO, V. E. 1997. DIETA E
ATIVIDADE ALIMENTAR DE PEIXES DO RESERVATÓRIO DE
SEGREDO, P.141-162. IN: A.A.
AGOSTINHO & L.C. GOMES (EDS.). RESERVATÓRIO DE SEGREDO: BASES ECOLÓGICAS PARA
O MANEJO
. MARINGÁ, EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, 387P.
H
ENNIG, W. 1950. Grundzüge einer Theorie der phylogenetischen Systematik. In
Amorim, D. S. 1994. Elementos básicos de sistemática filogenética. Sociedade
Brasileira de Entomologia, São Paulo-SP, 314p.
H
ENNIG, W. 1966. Phylogenetic systematics. In Amorim, D. S. 1994. Elementos
básicos de sistemática filogenética. Sociedade Brasileira de Entomologia, São
Paulo-SP, 314p
H
UTCHINS, M.; THONEY, D. A.; LOISELLE, P. V. & SCHLAGER, N. 2003. Grzimek’s
Animal Life Encyclopedia, 2nd edition. Volumes 4–5, Fishes I–II. Farmington
Hills, Canadá, 1047p.
90
I
HERING, R. VON. 1928. Da vida dos peixes. São Paulo, Companhia Melhoramentos
de S. Paulo, 149p.
I
HERING, R. VON. 1937. A method for inducing fish to spawn. Progr. Fish-Cult. 34:15-
16.
I
HERING, R. VON, P. AZEVEDO; C. PEREIRA JR. & D.M. CARDOSO. 1935. Hypophysis and
fish reproduction. In: INTERNATIONAL PHYSIOLOGY CONGRESS, 15, 1935,
Leningrad/Moscow. Proceedings... Leningrad/Moscow, p.211-212.
J
ÚLIO JR., H.F.; CUNICO, A.M.; GUBIANI, E.A.; FERNANDES, R.; DIAS, R.M.; GRAÇA, W.J.;
GOMES, L.C. 2003. Ictiofauna A Planície de Inundação do Alto Rio Paraná
Programa PELD/CNPq, Relatório anual 2003, pp 77-99. Maringá-PR.
KRAMER, D. L., 1978, Reproductive sazonality in the fishes of a tropical stream.
Ecology, v. 59, pp. 305-310.
K
IRSCHBAUM, F., 1979. Reproduction of the Weakly Eletric Fish Eigenmannia
virescens (Rhamphichtydae, Teleostei) in captivity. Behavioral Ecology and
Sociobiology 4, 334-335. Berlim, Germany.
K
IRSCHBAUM, F. 1984. Reproduction of Weakly Eletric Teleosts: Just an another
example of convergent development?. Enviromentaql Biology of Fishes Vol. 10,
91
No. 1/2 . 3-14
K
OURIL, J.; J. HAMÁCKOVA; Z. ADÁMEK; I. SUKOP; I. STINBRANYIOVÁ & R. VACHTA. 1996.
The artificial propagation and culture of young weatherfish (Misgurnus fossilis L.). In:
Kirchhofer, A., Helfti, D. (Eds.). Conservation of endangered freswater fish in
Europe. Basel: Birkhäuser Verlag, p.305-310.
K
AMLER, E. 1992. Early Life of Fish: An energetics approach. Chapman & Hall fish
and fisheries series 4, Londres, 268 p.
L
AMAS, I.R., GODINHO, A.L. 1996. Reproduction in the piranha Serrassalmus
spilopleura, a neotropical fish with an usual pattern of sexual maturity. Environ. Biol.
Fishes, v.45, p.161-168.
L
INS, L.V.; A.B.M. MACHADO; C.M.R. COSTA & G. HERMANN 1997. Roteiro metodológico
para elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção: contendo a lista
oficial de fauna ameaçada de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas,
55p.
L
OWE-MCCONNELL, R. H. 1987. Ecological studies in tropical fish communities.
Cambridge Univ. Press, Cambridge. 382 p.
L
UNDBERG, J. G., MARSHALL, L. G., GUERRERO, J., HORTON, B., MALABARBA, M. C. S. L.,
& WESSELING, F. 1998. The Stage for neotropical fish diversification: a history of
92
tropical South American rivers pp 13-48 In: MALABARBA, L. R., REIS, R. E., VARI,
R. P., LUCENA, Z. M. S. & LUCENA, C. A S. (eds.). Phylogeny and classification
of neotropical fishes. EDICPUCRS, Porto Alegre.
M
ACARTHUR, R.H. & WILSON, E.O., 1967, The theory of island biogeography.
Princeton Univ. Press, New jersey, 203p.
M
AZZONI, R. & E.P. CARAMASCHI. 1997. Observations on the reproductive biology of
female Hypostomus luetkeni Lacèpéde 1803. Ecology of Freshwater Fish,
Munksgaard, 6: 53-56.
M
EDEIROS, A. P. T;. CHELLAPPA, N. T. & CHELLAPPA, S. 2003. Aspectos reprodutivos do
cangati, Parauchenipterus galeatus Linnaeus (Osteichthyes, Auchenipteridae) da
Lagoa de Extremoz, Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia,
volume 20, No. 4. Curitiba-PR.
M
ENEZES, N.A. 1996. Methods for assessing freshwater fish diversity. In: C.E.M.
Bicudo & N.A. Menezes (Ed.). Biodiversity in Brazil: a first approach. São Paulo,
CNPq, 326p.
M
ENEZES, R.S. 1954. Hipofisação de peixes na prática de piscicultura. Fortaleza:
Ministério da Agricultura, Seção de Fomento Agrícola no Ceará, Publicação N
0
2,
40p.
93
M
ERRON, G. S., HOLDEN, K. K. & BRUTON, M. N., 1990, The biology and early
development of the African pike, Hepsetus odoe, in the Okavango Delta, Botswana.
Envir. Biol. of fishes.,v. 28: 215-235
M
IKULIN A.Y., S.G. SOIN, 1975. The functional significance of carotenoids in the
embryonic development of teleosts. Journal of. Ichthyology, Moscow, 15: 749-759.
M
OREIRA, C., 1919, Researches sur la reproduction de “Hoplias malabaricus (Bloch)
et sur l’ incubation d’ oeufs de Salmo fario au Brésil. Bull. Soc. Zool. France, 44:
329-336.
N
ELSON, J. S. 1994. Fishes of the world. New York: John Wiley & Sons, Inc. 3
rd
ed.,
600p.
N
OMURA, H., 1976, Ictiologia e piscicultura. Nobel, São Paulo, 118p.
N
OMURA, H., 1984, Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, 482 p.
N
OMURA, H.; M.J. OLIVIERI.; A.M.P. LELLIS & B.E. CALDO. 1975. Caracteres merísticos
e biologia do cascudo-bugio, Plecostomus ancistroides Ihering, 1911 (Pisces,
Loricariidae). Científica, Jaboticabal, 3 (2): 232-245.
O
RTÍ, G., 1997, Radiation of Characiform Fishes: Evidence from Mitocondrial and
Nuclear DNA Sequences In: K
OCLER, T. D. & STEPIEN, C. A. (eds) Molecular
94
Systematics of Fishes. Academy Press, pp. 219-243.
P
AIVA, M. P. 1972. Fisioecologia da traíra, Hoplias malabaricus (Bloch), no
nordeste brasileiro: crescimento, resistência à salinidade, alimentação e
reprodução. Universidade de São Paulo, Tese (Doutorado em Ciências), São
Paulo, 140p.
P
ERES, W. A. M. 2005. Análise da diversidade cariotípica de Characidae da bacia
do São Francisco. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos-SP, 103p.
P
IANKA, E. R., 2000, Evolutionary Ecology, Addison Wesley Educacional
Publishers, San Francisco, 512p.
P
INHEIRO, M. H. P., SILVA, J. W. B., NOBRE, M. I. S., PINHEIRO, A. F., 1991. Cultivo do
híbrido tambaouí, Colossoma macropomum Cuvier, 1818, com a pirapitinga, C.
brachypomum Cuvier, 1818, na densidade de 5.000 peixes/ha. Ciência
Agronômica 22 (1/2) pp. 77-87, Fortaleza-CE.
P
LANQUETTE, P., P. KEITH & LE BAIL, P. Y. 1996. Atlas des poissons d'eau douce de
Guyane (tome 1). Collection du Patrimoine Naturel, vol.22. IEGB-Muséum national
d'Histoire naturelle, Paris, INRA, CSP, Min. Env., Paris. 429 p
95
P
LANELLES, M. & REYNA, S. 1996. Conservation of samaruc, Valencia hispanica
(Valenciennes, 1846), (Pisces, Cyprinodontidae), an endemic and endangered
species, in the community of Valencia (east Spain). In: Kirchhofer, A., Helfti, D.
(Eds.). Conservation of endangered freswater fish in Europe. Basel: Birkhäuser
Verlag, p.329-335.
P
INNA, M. C. C. 1998. Phylogenetic relationship of Neotropical Siluriformes:
Historical overview snd Síntesis of hypotesies In: MALABARBA, L. R., REIS, R. E.,
VARI, R. P., LUCENA, Z. M. S. & LUCENA, C. A S. (eds.). Phylogeny and
classification of neotropical fishes. EDICPUCRS, Porto Alegre.
P
Y-DANIEL, L. H. R. & FERNANDES, C. C., 2005. Dimorfismo Sexual em Siluriformes e
Gymnotiformes (Ostariophysi) da Amazônia. Acta Amazônica, Vol 35 (1) 97-110.
Manaus-AM.
R
AMIREZ, A. P. M. & CARNEIRO, D. J. 2002. Suplementação de lisina e metionina em
dietas com baixo nível protéico para o crescimento inicial do pacu, Piaractus
mesopotamicus (Holmberg)
Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 4, p. 909-916.
R
EBELLO-NETO, P. X. 1979. Contribuição para o estudo da reprodução do pacu-
manteiga (Mylossoma sp.). Boletim técnico Emgopa No. 7, 41p. Empresa Gôiana
de Pesquisa Agropecuária, Goiânia-GO.
Reis, R. E; Kullander, S. O. & C.J. Ferraris, Jr. 2003. Checklist of the Freshwater
96
Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
R
IZZO, E.; SATO, Y.; BARRETO, B.P. & GODINHO, H.P. 2002. Adhesiveness and surface
patterns of eggs in neotropical freshwater teleosts. Journal of Fish Biology 61: 615-
632.
R
UHLÉ, C.1996. Decline and conservation of migrating brown trout (Salmo trutta f.
lacustris L.) of Lake Constance. In: Kirchhofer, A., Helfti, D. (Eds.). Conservation of
endangered freswater fish in Europe. Basel: Birkhäuser Verlag, Switzerland p.203-
223.
S
ANTOS, E., 1981, Peixes da água doce. In: Coleção Zoologia Brasílica. Itatiaia
Ltda., Belo Horizonte, v.2, 267p.
S
ANTOS, A. A. C. 2005. Ecologia alimentar do molé, Trachelyopterus galeatus
linnaeus, 1766 (siluriformes,auchenipteridae), em trechos inferiores dos rios santo
antônio e são josé (chapada diamantina, bahia). Sitientibus Série Ciências
Biológicas 5 (2): 93-98. 2005. Feira de Santana-BA.
S
ATO, Y. 1999. Reprodução de peixes da bacia do rio São Francisco: indução e
caracterização de padrões. São Carlos, 179p. Tese (Doutorado em Ciências - Área
de Concentração: Ecologia e Recursos Naturais) - Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde, Universidade Federal de São Carlos.
97
S
ATO, Y. 1988. Reprodução induzida do piau-rola (Leporellus vitattus). In:
COLETÂNEA DE RESUMOS DOS ENCONTROS DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE
AQÜICULTURA (AMA): 1982-1987. Brasília: CODEVASF, p.106.
S
ATO, Y.; E.L. CARDOSO & J.C.C. AMORIM,. 1987. Peixes das lagoas marginais do rio
São Francisco a montante da represa de Três Marias (Minas Gerais). Brasília:
CODEVASF, 42p.
S
ATO, Y.; N. FENERICH-VERANI; J.R. VERANI; H.P. GODINHO & E.V. SAMPAIO. 1998.
Induced reproduction and reproductive characteristcs of Rhinelepis aspera Agassiz,
1829 (Osteichthyes: Siluriformes, Loricariidae). Brazil. Arch. Biol. Techn. 4 (3):309-
314.
S
ATO, Y.; N. FENERICH-VERANI; J.R. VERANI; H.P. GODINHO & E.V. SAMPAIO. 1999.
Reproductive traits of the yellow-mandi catfish Pimelodus maculatus Lacépède
(Osteichthyes, Siluriformes) in captive breeding. Revista brasileira de Zoologia. 16
(4):981-986, 1999.
S
ATO, Y. & GODINHO, H. P. 1988. Adesividade de ovos e tipo de desova dos peixes
de Três Marias. In: Coletânea de Resumos dos Encontros da Associação
Mineira de Aqüicultura (AMA). CODEVASF, Brasília, pp.102-103.
98
S
ATO, Y. & H.P. GODINHO. 1999. Peixes da bacia do rio São Francisco. In: R.H. LOWE-
M
CCONNELL (Ed.). Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais.
Tradução: A.E.A.M. Vazzoler, A.A. Agostinho, P. Cunnighan. São Paulo, EDUSP,
534p.
S
ATO, Y & GODIHO, H. P. 2003. Migratory Fishes of the São Francisco River In:
Carolsfeld, J.; Harvey, B.; Ross, C. & Baer, A. . Migratory Fishes of Soth América,
Biology, Fisheries and Conservation Status. Word Fisheries Trust, Canadá, 360p.
S
ATO, Y.; N. FENERICH-VERANI; A. P. O. NUÑER; H.P. GODINHO & J. R. VERANI. 2003.
Padrões reprodutivos de peixes da bacia do São Francisco, p.229-274. In: H.P.
Godinho & A.L. Godinho (Orgs.). Águas, peixes e pescadores do São Francisco
das Minas Gerais. Belo Horizonte, PUC Minas, 468p.
S
HIBATTA, O.A., 2003. Pseudopimelodidae (Bumblebee catfishes, dwarf marbled
catfishes). p. 401-405. In: R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.)
Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre:
EDIPUCRS, Brasil.
S
ILVA, A. C. & VIANA, M. S. R. 2003. Época de desova do cangati, Trachycorystes
galeatus (Linnaeus, 1756), no Açude Pereira de Miranda (Pentecoste - Ceará -
99
Brasil). Revista Ciência Agronômica, volume 4, No. 1 pp. 5 – 10. Fortaleza-CE.
Suzuki, H.I. & Agostinho. A. A. 1997. Reprodução de peixes do reservatório de
Segredo, p.163-182. In: A
GOSTINHO, A. A. &. GOMES, L. C. (Eds.). Reservatório de
Segredo: bases ecológicas para o manejo. Maringá, Editora da Universidade
Estadual de Maringá, 387p.
S
UZUKI, H. I.; A.A. AGOSTINHO & K.O. WINEMILLER. 2000. Relationship between oocyte
morphology and reproductive strategy in loricariid catfishes of the Paraná River,
Brazil. Journal of Fish Biology, London, 57: 791-807.
T
RAVASSOS, H. Catálogo dos peixes do vale do rio São Francisco. Bol. Soc. Cear.
Agron. 1:1-66.
V
ARI, R. P., 1998. Higher level Phylogenetic Concepts within Characiformes
(Ostariophysi) a historical review, pp- 111-122 In:
MALABARBA, L. R., REIS, R. E., VARI,
R. P., LUCENA, Z. M. S. & LUCENA, C. A S. (eds.). Phylogeny and classification of
neotropical fishes. EDICPUCRS, Porto Alegre.
V
ASCONCELLOS, M. G. 2003. Caracterıísticas reprodutivas de três espécies de
Erythrinidae (Pisces: Characiformes) da bacia do Sâo Francisco, submetidas a`
hipofisacão. Tese de Mestrado, Centro de ciências biológicas e da saúde,
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP.
V
ALENTIN, J.L. 2000. Ecologia Numérica: Uma introdução à análise multivariada
100
de dados ecológicos.Interciência, Rio de Janeiro,118 p.
V
AZZOLER, A. E. M. 1996. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e
prática. Maringá, EDUEM, 169p.
W
ELCOME, R. L., 1969, The biology and ecology of fishes of a small tropical stream.
J. Zool., v. 158, pp. 485-529.
W
ETZMAN, S. H. & MALABARBA, L. 1998. Perspectives about the phylogeny and
classification of the Characidae (Teleostei; Characiformes) p. 161-170 In:
M
ALABARBA, L. R., REIS, R. E., VARI, R. P., LUCENA, Z. M. S. & LUCENA, C. A S. (eds.).
Phylogeny and classification of neotropical fishes. EDICPUCRS, Porto Alegre.
W
INEMILLER, K. O. 1989. Patterns of variation in life history among South American
fishes in seasonal environments. Oecologia, v.81: 225-241.
W
INEMILLER, K. O & ROSE, K. A. 1992. Patterns of life-history diversification in North
American fishes: implications for population regulation. Can. J. Fish. Aquat. Sci.,
v.49, n. 10: 2196-2218.
W
OOTON, R. J. 1984. Introduction: tactics and strategies in fish reproduction. Pp. 1-
12, In: P
OTTS, G. W. & WOTTON, R. J. (eds), Fish reproduction: strategies and
tactics. Academic Press.
W
OYNAROVICH, E. 1986. Tambaqui e pirapitinga: propagação artificial e criação de
alevinos. Brasília: CODEVASF, 68p.
101
W
OYNAROVICH, E. & L. HORVÁTH. 1989. A propagação artificial de peixes de águas
tropicais: manual de extensão. 2
a
edição revisada. Tradução de V.L.M. Chama.
Brasília: FAO/CODEVASF/CNPq, 225p.
W
OYNAROVICH, E. & L. HORVÁTH. 1980. The artificial propagation of warm-water
finfishes - a manual for extension. FAO Fish. Tech. Pap. 20:1-183.
102
VIII. Figuras
103
Figura 1- Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)
Figura 2- Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829
Figura 3- Brycon orthtaenia Günther, 1864
104
Figura 4- Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819)
Figura 5– Myleus Micans (Lütken, 1875)
105
Figura 6-Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875).
Figura 7- Salminus sp
Figura 8- Salminus hilarii Valenciennes, 1850.
106
Figura 9-Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz 1829)
Figura 10 - Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)
Figura 11 - Hoplias lacerdae Miranda-Ribeiro, 1908
107
Figura 12- Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836)
Figura 13 - Leporinus piau Fowler, 1941
Figura 14 - Leporinus reinhardti Lütken, 1875
108
Figura 15 - Leporinus taeniatus Lütken, 1875
Figura 16 - Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)
Figura 17 - Schizodon knerii (Steindachner, 1875)
109
Figura 18 - Steindachnerina elegans (Steindachner, 1875)
Figura 19 - Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889)
Figura 20 - Prochilodus costatus Valenciennes, 1850
Figura 21 - Prochilodus argenteus Agassiz, 1829
110
Figura 22 - Franciscodoras marmoratus (Reinhardt, 1874)
Figura 23 - Conorhynchos conirostris (Valenciennes, 1840)
Figura 24-Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)
111
Figura 25 - Lophiosilurus alexandri Steindachner, 1877
Figura 26 - Pimelodus maculatus La Cepède, 1803
Figura 27 - Pseudopimelodus charus (Valenciennes, 1840)
112
Figura 28 - Pseudoplatystoma corruscans (Spix & Agassiz, 1829)
Figura 29 - Duopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840)
Figura 30 - Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)
113
Figura 31 - Hypostomus francisci (Lütken, 1874)
Figura 32 - Pterygoplichthys etentaculatus (Spix & Agassiz, 1829)
114
Figura 33 - Rhinelepis aspera Spix & Agassiz, 1829
Figura 34 - Sternopygus macrurus (Block & Schneider, 1801)
Figura 35 - Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1842)
115
Figura 36 – Ovos de Myleus micans
116
Figura 37 – Detalhe do momento da eclosão em Myleus micans.
Figura 38- Larva recém eclodida de Myleus micans
117
Figura 39 – ovo de Leporellus vitattus
Figura 40 – Larva recém eclodida de Leporellus vitattus
118
Figura 41 – Ovócitos de Duopalatinus emarginatus
119
Figura 42 – Detalhe do embrião de Duopalatinus emarginatus
Figura 43- Larva recém eclodida de Duopalatinus emarginatus
120
Figura 44- Desova de Pterygoplichtys etentaculatus
Figura 45 – Ovos embrionados de Pterygoplichtys etentaculatus
121
Figura 46- Larva recém eclodida de Pterygoplichtys etentaculatus
Figura 47- Ovócito de Eigenmannia virescens
122
Figura 48 -Dendrograma mostrando o agrupamento de 21 espécies de Characiformes
analisadas quanto à 18 variáveis reprodutivas (coeficiente de Manhatan).
Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al= Acestrorhynchus
lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans, Cl=Curimatella lepidura, Lo= Leporinus
obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti, Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk=
Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus,
Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias lacerdae, Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Mm
Pp
H
l
Hm
Hu
Pa
P
c
S
k
L
v
L
t
Lp
L
r
Lo
C
l
Se
T
c
Al
Sh
Ssp
Bo
A
b
Dissimilarity
123
Figura 49 -Dispersão das espécies de Characiformes em função dos
primeiro e segundo componentes principais
.
Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Salminus sp, Sh=Salminus
hilarii, Al= Acestrorhynchus lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se=
Steindachnerina elegans, Cl=Curimatella lepidura, Lo= Leporinus obtusidens,
Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti, Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus
vittatus, Sk= Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus,
Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias lacerdae,
Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans
Observations (axes F1 and F2: 55 %)
Mm
Pp
Pa
Pc
Cl
Se
Sk
Lv
Lt
L
r
LpLo
Hl
Hm
Hu
Sh
Sb
A
l
Bo
Tc
A
b
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
-4 -2 0 2 4 6
-- axis F1 (34 %) -->
124
Figura 50- Contribuição das variáveis reprodutivas em
Characiformes para a dispersão das espécies nos eixos formados
pelos primeiro e segundo componentes principais.
.
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton,
IGS= índice gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade
relativa ao peso em gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV=
diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= tempo
de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da larva recém eclodida,
ADESIOV= adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval,
ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração
dos ovos, VOCAL= vocalizações reprodutivas, ESPICUL.= presença de espículas
em nadadeiras.
Variables and observations (axes F1 and F2: 55 %)
LT
K
IGS
FA
FRG std
DOH
DV
EP
EC
TE
LTL
A
DESIO
V
MOVELAR
A
DESILAR
CGEL
A
COROV
VOCALIZ
A
ESPÍCUL
A
-1
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5
-- axis F1 (34 %) -->
125
Figura 51- Dendrograma de dissimilaridade obtido, aplicando-se o índice de
distância métrica Euclidiana sobre a tabela de escores das espécies em relação
aos 4 primeiros componentes principais, que juntos respondem por 84% da
variação em Characiformes
.
Legenda: Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Saminus sp,Sh=Salminus hilarii,
Al= Acestrorhynchus lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans,
Cl=Curimatella lepidura, Lo= Leporinus obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti,
Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk= Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus,
Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl=
Hoplias lacerdae, Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
6,00 7,00
Mm
Pp
H
l
Hm
H
u
Pa
P
c
L
v
Lp
Lo
L
t
L
r
C
l
Se
S
k
T
c
Al
Sh
Sb
Bo
A
b
126
Figura 52-Dendrograma de dissimilaridade (coeficiente de Manhatan) obtido pela
análise multivariada de agrupamentos dos dados reprodutivos em Siluriformes.
Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm=
Franciscodoras marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia
quelen, Tg= Trachelyopterus galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf=
Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys etentaculatus , Sm= Sternopygus macrurus , Ev= Eigenmannia
virescens.
0,00 4,00 8,00 12,00 16,00 20,00 24,00 28,00
E
v
Sm
Pe
H
f
La
Ra
T
g
Rq
Pch
De
Pm
Fm
Pc
r
C
c
127
Figura 53- Dendrograma de dissimilaridade, obtido pela aplicação do índice métrico de
distância Euclidiana sobre os escores de cada espécie, nos 4 primeiros componentes em
Siluriformes
Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm= Franciscodoras
marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus
galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys
etentaculatus , Sm= Sternopygus macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
0,00 1,00 2,00
3,0
0
4,00 5,00 6,00 7,00
Ev
Sm
Pe
H
f
Ra
La
Tg
Rq
Pch
Pm
Fm
De
Cc
Pc
r
Dissimilarity
128
Figura 54 - Dispersão das espécies de Siluriformes + Gymnotiformes sobre o
primeiro e segundo componentes principais
Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm=
Franciscodoras marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen,
Tg= Trachelyopterus galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci ,
Pe= Pterygoplichthys etentaculatus , Sm= Sternoyigus macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
Ev
Sm
Pe
RaH
f
Rq
De
Pc
r
Pch
Pm
La
Tg
Cc
Fm
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
-6 -4 -2 0 2 4
-- axis F1 (45 %) -->
129
Figura 55- Contribuição das variáveis reprodutivas para a dispersão das espécies
nos eixos formados pelos primeiro e segundo componentes principais
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton, IGS= índice
gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao peso em gramas
das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico,
EC= espessura do córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da larva
recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval,
ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos.
LT
K
IGS
NOG
FA
FRG
DOH
DV
EP
EC
TE
LTL
A
DESIOV
MOVELAR
CGELA
COROV
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5
-- axis F1 (45 %) -->
130
Figura 56- Dendrograma de dissimilaridade, obtido através da análise de agrupamentos
(coeficiente de dissimilaridade de Manhatan), aplicada sobre os atributos reprodutivos
de 35 espécies de peixes da bacia do rio São Francisco.
0,00 4,00 8,00 12,00 16,00 20,00 24,00 28,00
Mm
Pp
E
v
Sm
Ra
H
l
Hm
H
u
Pe
H
f
La
T
g
Rq
Pch
De
Pm
Fm
Pc
r
C
c
Pa
P
c
S
k
L
v
L
t
Lp
L
r
Lo
Cl
Se
T
c
Sh
Sb
Bo
Al
A
b
Dissimilarity
131
Legenda Figura 56: Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia,
Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al= Acestrorhynchus lacustris, Tc=
Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans, Cl=Curimatella
lepidura, Lo= Leporinus obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus
reinhardti, Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk= Schizodon
knerii, Pc= Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus, Hu=
Hoplerythrinus unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias lacerdae,
Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans Pcr= Pseudoplatystoma
corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus,
Fm= Franciscodoras marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch=
Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus
galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf=
Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys etentaculatus , Sm=
Sternopygus macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
132
Figura 57-Dendrograma de dissimilaridade obtido através da aplicação do índice de
distância métrica sobre os escores década espécie nos 6 primeiros componentes
principais.
F
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00
Mm
Pp
E
v
Sm
H
l
Hm
Pe
H
f
Ra
La
T
g
Rq
Pch
De
Pm
Fm
Cc
Pa
Lo
L
v
L
t
Lp
L
r
P
c
C
l
Se
S
k
Hu
T
c
Sh
Sb
Bo
Al
A
b
Pc
r
Dissimilarity
133
Legenda Figura 57: Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia,
Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al= Acestrorhynchus lacustris, Tc=
Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans, Cl=Curimatella lepidura,
Lo= Leporinus obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti,
Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk= Schizodon knerii, Pc=
Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus
unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias lacerdae, Pp= Pygocenthrus
piraya, Mm=Myleus micans Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc=
Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm= Franciscodoras
marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq=
Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra=
Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys etentaculatus
, Sm= Sternopygus macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
134
Figura 58 – Dispersão das espécies de peixes do rio São Francisco em função do
primeiro e segundo componentes principais.
Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al= Acestrorhynchus
lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans, Cl=Curimatella lepidura, Lo= Leporinus
obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti, Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk=
Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus,
Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias lacerdae, Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans Pcr=
Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchus conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm= Franciscodoras
marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus
galeatus, La= Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys
etentaculatus , Sm= Sternopigus macrurus , Ev= Eigenmania virescens.
Observations (axes F1 and F2: 51 %)
Mm
Pp
Ev
Sm
Pe
Ra
H
f
Rq
De
Pc
r
Pch
Pm
La
Tg
Cc
Fm
Pa
Pc
Cl
Se
Sk
Lv
Lt
L
r
Lp
Lo
Hl
Hm
Hu
Sh
Sb
Al
Bo
Tc
Ab
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
-8 -6 -4 -2 0 24
-- axis F1 (35 %) -->
135
Figura 59 -Contribuição das variáveis reprodutivas para a dispersão das espécies
em função do primeiro e segundo componentes principais
Variables and observations (axes F1 and F2: 51 %)
LT
K
IGS
FA
NOG
FRG
DOH
DV
EP
EC
TE
LTL
ADESIOV
M OVELAR
ADESILAR
CGELA
COROV
VOCAL
ESP
Í
CULA
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
-1 -0,5 0 0,5 1
-- axis F1 (35 %) -->
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton, IGS= índice
gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao peso em gramas
das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico,
EC= espessura do córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da larva
recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval,
ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos,
VOCAL= vocalizações reprodutivas, ESPCL.= presença de espículas em nadadeiras.
136
IX. Tabelas
137
Tabela 1- Atributos biométricos e reprodutivos de Characiformes hipofisados da bacia do rio São Francisco.
Legenda: N= Número de indivíduos hipofisados, LT(cm) Tamanho corpóreo máximo das fêmeas reprodutoras, FA= Fecundidade absoluta: ovócitos extrusados +
ovócitos livres na cavidade celomática, FRG= Fecundidade relativa ao peso corporal de fêmeas.
ESPÉCIES
NLT
(c
m
)
F
A
FR
/G
CHARACIFORMES
M
éd
i
a
+ DP M
éd
i
a
+ DP M
éd
i
a
+ DP
Ast
y
anax bimaculatus
1
3
1
0
.7±
0
.
6
1
8
2
00
±4
88
4
871
±
97
Tetragonopterus chalceus
25 10.2±0.8 8881±3296
385
±
56
Brycon orthotaenia
14 52.1±4.5 402307±101631
169
±
34
Acestrorhynchus lacustris
15 20.7±2.5 51719±22507
623
±
77
Salminus sp
16 69.9±8.2 633933±258794
138
±
25
Salminus hilarii
10 28.3±3.3 53080±26676
201
±
24
Hoplerythrinus unitaeniatus
13 22.3±1.4 31733±5943
185
±
24
Hoplias malabaricus
07 32.7±4.2
23086
±
8578 52
±
5
Hoplias lacerdae
14 42.8±7.3 13336 ±9064
15
±
2
Leporinus obtusidens
13 38.3±7.9 403563±264949
447
±
54
Leporinus piau
17 22.8±1.8 68331±24932
356
±
56
Leporinus reinhardti
20 22.3±2.6 81293±2873
524
±
65
Leporinus taeniatus
08 23.1±2.8 53827.5±34885
276
±
123.4
Leporellus vittatus
15 21.6±2.7 44325±18098
398
±
37
Schizodon knerii
12 28.6±2.2
88 481
±
28510 319
±
65
Steindachnerina elegans
26 12.3±1.1
22 089
±
8710 810
±
148
Curimatella lepidura
10 14.1±0.8
40 864
±
8769 863
±
91
Prochilodus costatus
15 38.1±7.2
267 786
±
176094 316
±
34
Prochilodus argenteus
16 46.8±8.6
419 043
±
187731 252
±
32
Pygocentrus piraya
08 29.9±1.2 33454±6442 42,2±0,7
Myleus micans
11 34.2±2.7 22524 ± 6800 20 ± 2,5
138
Tabela 2- Valores médios de IGS, K (Fulton) e NOG em Characiformes da bacia do rio São Francisco, submetidos a hipofisão
Legenda: N=Número de observações, IGS= índice gonadossomático, K (Fulton)= Fator de condição, NOG=número de ovócitos por grama de desova
ESPÉCIES
NI
GS
K
(
F
u
l
to
n
)
N
OG
CHARACIFORMES
Média + DP dia + DP Média + DP
Ast
y
anax bimaculatus
13
18.20±1.99
1.64±0.13
4788±1
47
Tetragonopterus chalceus
25 15.43±2.09 2.10±0.15 2491±82
Brycon orthotaenia
14 12.31±2.13 1.68±0.13 1370±60
Acestrorhynchus lacustris
15 14.79±1.71 0,9±0,07 4211±78
Salminus sp
16 11.23±1.57 1.28±0.14 1223±71
Salminus hilarii
10 15.27±1.85 1.06±0.17 1322±84
Hoplerythrinus unitaeniatus
13 13.74±1.29 1.56±0.06 1340±64
Hoplias malabaricus
07 14.00±1.36 1.21±0.10 374±6
Hoplias lacerdae
14 6.94±0.91 0.98±0.08 220±4
Leporinus obtusidens
13 18.33±2.44 1.49±0.08 2440±83
Leporinus piau
17 15.66±2.15 1.57±0.14 2267±97
Leporinus reinhardti
20 19.06±1.99 1.35±0.14 2747±97
Leporinus taeniatus
08 15.00±0.60 1.13±0.13 1834± 95
Leporellus vittatus
15 17.85±1.51 1.07±0.12 2232±71
Schizodon knerii
12 12.93±2.44 1.17±0.03 2467±51
Steindachnerina elegans
26 17.95±2.95 1.40±0.15 4501±161
Curimatella lepidura
10 20.91±2.05 1.66±0.04 4126±95
Prochilodus costatus
15 25.79±2.32 1.43±0.22 1224±70
Prochilodus argenteus
16 23.72±2.54 1.57±0.20 1064±64
Pygocentrus piraya
08 8.97±1.34 2,92±0,07 479±14
Myleus micans
11 12.6±1.6 2.57±0.30 179±6
139
Tabela 3-Valores registrados para as variáveis quantitativas: DONH, DOH e DV relacionadas à unidades reprodutivas de
Characiformes da bacia do rio São Francisco
.
Legenda: DONH= Diâmetro do ovócito não hidratado, DOH= Diâmetro do ovócito hidratado, DV= diâmetro do vitelo.
ESPÉCIES
DONH DOH DV
CHARACIFORMES
Média + DP(µm)
Média + DP(µm)
Média + DP(µm)
Ast
y
anax b
i
maculatu
s
1027 0
±
30 8
1142 8
±
33 9
642 2
±
27 6
Tetragonopterus chalceus
1254.4
±
44.6 2369.8
±
76
,
2 813.1
±
46.8
Brycon orthotaenia
1479.6
±
53.2 3094.6
±
80
,
3 1139.3
±
58.5
Acestrorhynchus lacustris
1089.9
±
29.66 1375.3
±
23.8 935.5
±
30.7
Salminus sp
1613.2
±
59.5 3198.4
±
179
,
1 1300.8
±
62.7
Salminus hilarii
1631.7
±
55.9 3354.2
±
258
,
5 1473.7
±
74.9
Hoplerythrinus unitaeniatus
1406.4
±
55.5 1768.2
±
90
,
3 1199.9
±
42.9
Hoplias malabaricus
2115.15
±
31.4 2238.5
±
19
,
5 1727.0
±
29.0
Hoplias lacerdae
2276.7
±
48.4 2552.9
±
24
,
0 2077.7
±
41.3
Leporinus obtusidens
1245.9
±
39.2 2309.9
±
92
,
6 842.4
±
29.7
Leporinus piau
1347.8
±
49.3 3074.5
±
96
,
9 1202.1
±
49.8
Leporinus reinhardti
1067.1
±
55.1 2290.4
±
109
,
6 822.4
±
30.6
Leporinus taeniatus
1134.46
±
135 3116.0
±
378.0 1002.3
±
26.3
Leporellus vittatus
1357.1
±
49.5 3026.8
±
111
,
6 923.6
±
49.9
Schizodon knerii
1302.4
±
41.7 1414.9
±
39
,
9 822.5
±
32.2
Steindachnerina elegans
978.8
±
29.2 1644.1
±
80
,
7 642.3
±
22.9
Curimatella lepidura
1019.5
±
20.6 1953.1
±
69
,
7 676.8
±
23.2
Prochilodus costatus
1511.6
±
46.6 4023.0
±
262
,
7 1181.1
±
70.1
Prochilodus argenteus
1583.5
±
38
,
4 3875.4
±
352
,
5 1251.2
±
84.7
Pygocentrus piraya
1725.31
±
5.88 1905.48
±
46.66 1596.6
±
31.8
Myleus micans
2326
±
82 2352
±
98 2176.0
±
85.0
140
Tabela 4- Valores registrados para variáveis quantitativas relacionadas às unidades reprodutivas de Characiformes da bacia
do rio São Francisco
Legenda: EP=espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= Tempo de eclosão em horas-grau, LTL= tamanho da larva recém
eclodida.
ESPÉCIES
EP EC TE LTL
CHARACIFORMES
Média + DP
m
)
Média + Média + DP(HG)
Média + DP(µm)
Astyanax bimaculatus
212.1 ± 23.8 38.3±8.5 410±24 2281.1 ± 79.7
Tetragonopterus chalceus
775.9
±
42.0 2.4
±
0.4 499
±
9 2638.0
±
67.5
Brycon orthotaenia
975.1
±
50.0 2.5
±
0.3 509
±
7 3767.3
±
121.6
Acestrorhynchus lacustris
185.0
±
17.5 32
,
7
±
0
,
3 637
±
10 2278.3
±
47.2
Salminus sp
960.7
±
123.7 2.4
±
0.4 490
±
8 3944.2
±
141.8
Salminus hilarii
937.8
±
111.5 2.4
±
0.4 485
±
11 3869.9
±
121.4
Hoplerythrinus unitaeniatus
278.5
±
50.0 6.1
±
1.0 1060
±
48 4526.2
±
72.8
Hoplias malabaricus
248.4
±
20.7 6.0
±
0.1 1176
±
19 6611.0
±
124.2
Hoplias lacerdae
231.6
±
14.3 6.0
±
0.1 1219
±
40 6944.5
±
58.1
Leporinus obtusidens
731.4
±
49.0 2.4
±
0.3 477
±
11 2925.7
±
67.5
Leporinus piau
933.8
±
32.5 2.4
±
0.4 510
±
20 3315.6
±
99.1
Leporinus reinhardti
731.5
±
49.9 2.4
±
0.4 497
±
11 2653.3
±
65.5
Leporinus taeniatus
993.0
±
230.0 27
±
11.0 483
±
48 3304.0
±
91.4
Leporellus vittatus
1049.2
±
58.0 2.4
±
0.4 512
±
13 3560.0
±
280.0
Schizodon knerii
293.8
±
12.7 2.4
±
0.3 544
±
13 2783.7
±
95.3
Steindachnerina elegans
498.4
±
41.0 2.5
±
0.4 542
±
29 2742.2
±
53.2
Curimatella lepidura
635.7
±
32.9 2.4
±
0.3 600
±
75 2883.2
±
85.7
Prochilodus costatus
1418.5
±
134.6 2.5
±
0.4 488
±
49 4149.2
±
124.8
Prochilodus argenteus
1309.8
±
157.5 2.4
±
0.3 483
±
19 4279.5
±
76.1
Pygocentrus piraya
126.45
±
24.13 27.7
±
9.9 1013
±
17 3756.9
±
68.0
Myleus micans
171.0
±
25.0 47
±
10 1456
±
48 6448.0
±
363
141
Tabela 5- Valores registrados para as variáveis qualitativas, ADESIOV, CGELA e COROV relacionadas às unidades
reprodutivas de Characiformes espécies da bacia do rio São Francisco:
Legenda: ADESIOV= adesividade dos ovócitos, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovócitos.
ESPÉCIES
ADESIOV CGELA COROV
CHARACIFORMES
Ast
y
anax bimaculatus
Leve
Presente
Amarela, parda
Tetragonopterus chalceus
Leve
Ausente
Amarela
Brycon orthotaenia
Livre
Ausente
Verde-escuro,lilás
Acestrorhynchus lacustris
Leve
Presente
Marron, manchado
Salminus sp
Livre
Ausente
Verde-escuro, marron
Salminus hilarii
Livre
Ausente
Verde-escuro, marron
Hoplerythrinus unitaeniatus
Leve
Ausente
Amarelo
Hoplias malabaricus
Adesivo
Ausente
Alaran
j
ado
Hoplias lacerdae
Adesivo
Ausente
Alaran
j
ado
Leporinus obtusidens
Livre
Ausente
Cinza-
p
ardo
Leporinus piau
Livre
Ausente
Cinza-
p
ardo
Leporinus reinhardti
Livre
Ausente
Cinza-
p
ardo
Leporinus taeniatus
Livre
Ausente
Cinza-
p
ardo
Leporellus vittatus
Livre
Ausente
Cinza-
p
ardo
Schizodon knerii
Forte
Ausente
Cinza-
p
ardo
Steindachnerina elegans
Leve
Ausente
Amarelo-
p
ardo
Curimatella lepidura
Leve
Ausente
Amarelo-
p
ardo
Prochilodus costatus
Livre
Ausente
Cinza
Prochilodus argenteus
Livre
Ausente
Cinza
Pygocentrus piraya
Leve
Presente
Amarelo
Myleus micans
Leve Presente Amarelo
142
Tabela 6- Variáveis qualitativas ADESILAR= Órgão adesivo larval e MOVELAR=Movimento das larvas na coluna d`água,
relacionadas às unidades reprodutivas das espécies da bacia do rio São Francisco.
ESP
É
CIES
ADESILAR MOVELAR
CHARACIFORMES
Astyanax bimaculatus Presente
Presente
Tetragonopterus chalceus
Presente Presente
Brycon orthotaenia
Presente Presente
Acestrorhynchus lacustris
Presente Presente
Salminus sp
Presente Presente
Salminus hilarii
Presente Presente
Hoplerythrinus unitaeniatus
Ausente Presente
Hoplias malabaricus
Ausente
Ausente
Hoplias lacerdae
Ausente
Ausente
Leporinus obtusidens
Ausente Presente
Leporinus piau
Ausente Presente
Leporinus reinhardti
Ausente Presente
Leporinus taeniatus
Ausente Presente
Leporellus vittatus
Ausente Presente
Schizodon knerii
Ausente Presente
Steindachnerina elegans
Presente
Presente
Curimatella lepidura
Ausente Presente
Prochilodus costatus
Ausente Presente
Prochilodus argenteus
Ausente Presente
Pygocentrus piraya
Ausente
Ausente
Myleus micans
Ausente
Ausente
143
Tabela 7- Atributos reprodutivos comportamentais em machos das espécies de peixes da bacia do rio São Francisco,
submetidas a hipofisação: VOCAL= registro de vocalizações, ESPCL= presea de espículas em nadadeiras durante o
período reprodutivo
.
ESPÉCIES
VOCAL ESPCL
CHARACIFORMES
Astyanax bimaculatus
Ausente Presente
Tetragonopterus chalceus
Ausente Ausente
Brycon orthotaenia
Ausente Presente
Acestrorhynchus lacustris
Ausente Presente
Salminus sp
Ausente Presente
Salminus hilarii
Ausente Presente
Hoplerythrinus unitaeniatus
Ausente Ausente
Hoplias malabaricus
Ausente Ausente
Hoplias lacerdae
Ausente Ausente
Leporinus obtusidens
Presente Ausente
Leporinus piau
Presente Ausente
Leporinus reinhardti
Presente Ausente
Leporinus taeniatus
Presente Ausente
Leporellus vittatus
Presente Ausente
Schizodon knerii
Presente Ausente
Steindachnerina elegans
Presente Ausente
Curimatella lepidura
Presente Ausente
Prochilodus costatus
Presente Ausente
Prochilodus argenteus
Presente Ausente
Pygocentrus piraya
Ausente Ausente
Myleus micans
Ausente Ausente
144
Tabela 8- Atributos biométricos e reprodutivos de espécies de Siluriformes e Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco, submetidos
a hipofisação: LT(cm), FA, FRG.
Legenda: N= Número de indivíduos hipofisados, LT(cm) Tamanho corpóreo máximo das fêmeas reprodutoras, FA= Fecundidade absoluta: ovócitos extrusados +
ovócitos livres na cavidade celomática, FRG= Fecundidade relativa ao peso corporal de fêmeas.
ESPÉCIES
NLT
(c
m
)
F
A
FR
/G
SILURIFORMES
M
éd
i
a
+ DP
Média + DP dia + DP
Franciscodoras marmoratus
11
20.4
±
1.9
21 813
±
12611
202
±
38
Conorhynchos conirostris
4
64.5
±
3.7 663 179
±
147585 137
±
26
Trachelyopterus galeatus 8
17.1
±
1.9 3163
±
1011 37
±
4
Lophiosilurus alexandri
14
61.9
±
4.0 4 534
±
671 1.5
±
0.3
Pimelodus maculatus
26
32.1
±
1.7 124 690
±
34457 181
±
28
Pseudopimelodus charus 9
20.0
±
2.5 63 853
±
51038 161
±
21
Pseudoplatystoma corruscans
12
79.7
±
6.4 1 559 677
±
660759 126
±
22
Duopalatinus emarginatus 8
51.3
±
3.8 186 946
±
49534 173
±
22
Rhamdia quelen 10
29.8
±
3.4 41 334
±
41334 200
±
19
Hypostomus francisci 15
33.4
±
9.1 1465
±
792 4
±
1
Rhinelepis aspera 18
48.3
±
6.0 149 486
±
68547 98
±
15
Pterygoplichthys etentaculatus 12
34.0
±
2.7 593
±
404 4.2
±
0.4
GYMNOTIFORMES
Sterno
py
g
us macrurus 13
31 4
±
38
557
±
357
10
±
2
Eigenmannia virescens 12
21.9
±
.0.5 982
±
202 39
±
5.2
145
Tabela 9- Valores de IGS, K(Fulton) e NOG para Siluriformes e Gymnotiformes da bacia do rio São Francisco submetidos à
hipofisão
IGS= índice gonadossomático, K(Fulton)= Fator de condição, NOG=Número de ovócitos por grama de desova.
ESPÉCIES
NIGS K
(
Fulton
)
NOG
SILURIFORMES
Média + DP Média + DP Média + DP
Franciscodoras marmoratus
11
7.87
±
1.47
1.09
±
0.1
7
2566
±
145
Conorhynchos conirostris
4
5.97
±
0.91 1.16
±
0.11 2284
±
86
Trachelyopterus galeatus 8
10.61
±
1.15 1.65
±
0.10 351
±
5
Lophiosilurus alexandri
14
2.04
±
0.43 1.25
±
0.09 74
±
5
Pimelodus maculatus
26
5.53
±
0.76 1.17
±
0.12 3276
±
181
Pseudopimelodus charus 9
15.12
±
2.06 1.36
±
0.34 1067
±
32
Pseudoplatystoma corruscans
12
5.10
±
0.86 0.88
±
0.09 2468
±
82
Duopalatinus emarginatus 8
5.30
±
0.90 0.79
±
0.08 3.300
±
287
Rhamdia quelen 10
17.79
±
1.89 0.93
±
0.14 1128
±
42
Hypostomus francisci 15
11.79
±
1.59 0.90
±
0.10 37
±
1
Rhinelepis aspera 18
13.72
±
2.13 1.19
±
0.14 718
±
31
Pterygoplichthys etentaculatus 12
7.0
±
3.0 1.30
±
0.10 44
±
5
GYMNOTIFORMES
Sterno
p
y
g
us macrurus 13
8.36
±
1.98
0.16
±
0.03
123
±
4
Eigenmannia virescens 12
9.82
±
1.05 0.16
±
0.06 413
±
10
146
Tabela 10- Valores de DONH, DOH e DV em Siluriformes e Gymnotiformes hipofisados da bacia do rio São Francisco
DONH= Diâmetro do ovócito não hidratado, DOH= Diâmetro do ovócito hidratado, DV= diâmetro do vitelo.
ESPÉCIES
DONH DOH D
V
SILURIFORMES
Média + DP
m
)
Média + DP
m
)
Média + DP
m
)
Franciscodoras marmoratus
1267.2
±
44.8
1906.5
±
45.6
845.6
±
30
.3
Conorhynchos conirostris
1383.7 ± 36.1 2513.9
±
60.25 758.0
±
38.1
Trachelyopterus galeatus
2313.8 ± 57.1 3356.9
±
96.8 1668.6
±
74.3
Lophiosilurus alexandri
3056.7 ± 154.2 3570.1
±
94.9 2651.7
±
98.6
Pimelodus maculatus
1113.9 ± 37.0 1838.2
±
61.5 694.1
±
45.6
Pseudopimelodus charus
1662.2 ± 43.5 2665.9
±
45.2 1058.0
±
35.4
Pseudoplatystoma corruscans
1038.4 ± 42.6 1535.1
±
100.6 705.1
±
34.2
Duopalatinus emarginatus
1260.4 ± 25.9 1829.3
±
54 723
±
20.4
Rhamdia quelen
1471.6 ± 47.6 2640.3
±
109.2 955.2
±
32.5
Hypostomus francisci
3531.6 ± 61.6 3755.5
±
62.7 3378.5
±
53.9
Rhinelepis aspera
1584.0 ± 42.6 1752.5
±
49.7 1286.4
±
39.8
Pterygoplichthys etentaculatus
3342±155 3575
±
156 3146
±
156
GYMNOTIFORMES
Sterno
py
g
us macrurus
2997.
3
±
47.6
3099.3
±
31.5
2707.8
±
37.4
Eigenmannia virescens
1801.5±25.7 1.980.5
±
50.5 1572
±
32.7
147
Tabela 11- Valores de espaço perivitelínico, espessura do córion, tempo de eclosão e comprimento da larva recém
eclodida em Siluriformes e Gymnotiformes da bacia do São Francisco.
EP=espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= Tempo de eclosão em horas-grau, LTL= tamanho da larva recém eclodida.
ESPÉCIES
EP EC TE LTL
SILURIFORMES
dia + DP(µm) dia + DP(µm) dia + DP(µm) dia + DP(µm)
Franciscodoras marmoratus
192.2 ± 36.8 337.2 ± 27.0 1099 ± 41 2763,0 ± 57,0
Conorhynchos conirostris
453.2 ± 51.4 424.4
±
32.3 507
±
6 2796
,
6
±
81
,
1
Trachelyopterus galeatus
448.0 ± 38.4 402.5
±
46.8 3051
±
28 4171
,
9
±
95
,
6
Lophiosilurus alexandri
188.4 ± 24.1 270.8
±
11.3 1358
±
60 8405
,
1
±
104
,
2
Pimelodus maculatus
323.7 ± 44.3 248.3
±
44.3 394
±
9 2607
,
84
±
46
,
0
Pseudopimelodus charus
378.7 ± 42.6 425.3
±
28.6 496
±
14 3044
,
2
±
88
,
4
Pseudoplatystoma corruscans
264.7 ± 44.6 150.3
±
15.4 486
±
18 2876
,
0
±
81
,
9
Duopalatinus emarginatus
663.9 ± 176 181.8
±
29.5 494
±
24 2656.0
±
108
Rhamdia quelen
336.1 ± 75.9 506.4
±
38.2 488
±
21 2779.3
±
88.0
Hypostomus francisci
143.0 ± 16.6 45.5
±
9.4 2122
±
23 6314.9
±
99.4
Rhinelepis aspera
182.5 ± 29.6 50.6
±
6.6 1022
±
31 4175.8
±
104.5
Pterygoplichthys etentaculatus
75.0±13.0 48.7
±
10
3744
±
49 8163.0
±
187.0
GYMNOTIFORMES
Sternopygus macrurus
193.1 ± 19.7 2.6 ± 0.40 2342 ± 45 7173.6 ± 217.7
Eigenmannia virescens
229.7±20.6 2.57
±
0.34
1464 5000.1
148
Tabela 12- Atributos qualitativos em relação a ovócitos e larvas em Siluriformes e Gymnotiformes hipofisados da bacia do rio
São Francisco
ADESIOV= adesividade dos ovócitos, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovócitos.
ESPÉCIES
ADE
S
I
OV
CG
EL
A
CO
R
O
V
SILURIFORMES
Franciscodoras marmoratu
s
Adesivo
presente
A
marelo
Conorhynchos conirostris
Livre
presente Amarelo
Trachelyopterus galeatus
Fortemente adesivo
presente Amarelo
Lophiosilurus alexandri
Fortemente adesivo
presente Amarelo
Pimelodus maculatus
Livre
presente Amarelo
Pseudopimelodus charus
Livre
presente Verde
Pseudoplatystoma corruscans
Livre
presente Amarelo
Duopalatinus emarginatus
Livre
presente Amarelo
Rhamdia quelen
Livre
presente Amarelo
Hypostomus francisci
Fortemente adesivo
presente Amarelo
Rhinelepis aspera
Fortemente adesivo
presente Amarelo
Pterygoplichthys etentaculatus
Fortemente adesivo
presente Amarelo
GYMNOTIFORMES
Sterno
p
y
g
us macrurus
Adesivo
Ausente
A
marelo
Eigenmannia virescens
Levemente adesivo
A
usente
Amarelo
149
Tabela 13- Registro da presença/ausência das variáveis categóricas órgão adesivo larval e movimentos
verticais das larvas na coluna d`água: ADESILAR e MOVELAR, respectivamente.
ESPÉCIES
A
DESILAR MOVELAR
SILURIFORMES
Franciscodoras marmoratus
A
usente Presente
Conorhynchos conirostris
Ausente Presente
Trachelyopterus galeatus
Ausente Presente
Lophiosilurus alexandri
Ausente Ausente
Pimelodus maculatus
Ausente Presente
Pseudopimelodus charus
Ausente Presente
Pseudoplatystoma corruscans
Ausente Presente
Duopalatinus emarginatus
Ausente Presente
Rhamdia quelen
Ausente Presente
Hypostomus francisci
Ausente Ausente
Rhinelepis aspera
Ausente Ausente
Pterygoplichthys etentaculatus
Ausente Ausente
GYMNOTIFORMES
Sterno
py
g
us macrurus
Ause
n
te
A
usente
Eigenmannia virescens
A
usente
Ausente
150
Tabela 14- Grupos formados pela análise multivariada (coeficiente de Manhatan) em
Characiformes.
Grupo Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Size 1 3 13832
Ab Bo Al Tc Lo Hu Pp
Sb Se Lp Hm Mm
Sh Cl Lr Hl
Lt
Lv
Sk
Pc
Pa
Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al=
Acestrorhynchus lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se= Steindachnerina elegans,
Cl=Curimatela lepidura, Lo= Leporinus obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti,
Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus vittatus, Sk= Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus,
Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl=
Hoplias lacerdae, Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans.
Tabela 15 – Grupos formados pela aplicação da análise de agrupamentos (coeficiente de Manhatan) sobre
caracteres reprodutivos em Siluriformes.
Grupo Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8 Grupo 9 Grupo 10
Tamanho 1 1 1 2 2 1 1 1 2 2
Cc Pcr Fm Pm Pch Tg Ra La Hf Sm
De Rq Pe Ev
Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm= Franciscodoras
marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus galeatus, La=
Lophiosilurus alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys etentaculatus , Sm= Sternopygus
macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
151
Tabela 16 – Grupos formados pela aplicação da análise de agrupamentos (coeficiente de Manhatan) sobre os
atributos reprodutivos de 35 espécies de peixes da bacia do rio São Francisco.
Grupo Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8 Grupo 9 Grupo 10 Grupo 11
Tamanho 2 3 3 8 1 1 5 1 1 2 8
Ab Bo Tc Lo Cc Pcr Fm Tg La Hf Hu
Al Sb Se Lp Pm Pe Hm
Sh Cl Lr Pch Hl
Lt De Ra
Lv Rq Sm
Sk Ev
Pc Pp
Pa Mm
Ab= Astyanax bimaculatus, Bo= Brycon orthotaenia, Sb=Saminus sp, Sh=Salminus hilarii, Al= Acestrorhynchus lacustris, Tc= Tetragonopterus chalceus, Se=
Steindachnerina elegans, Cl=Curimatela lepidura, Lo= Leporinus obtusidens, Lp=Leporinus piau, Lr=Leporinus reinhardti, Lt=Leporinus taeniatus, Lv= Leporellus
vittatus, Sk= Schizodon knerii, Pc= Prochilodus costatus, Pa= Prochilodus argenteus, Hu= Hoplerythrinus unitaeniatus, Hm=Hoplias malabaricus, Hl= Hoplias
lacerdae, Pp= Pygocenthrus piraya, Mm=Myleus micans Pcr= Pseudoplatystoma corruscans , Cc= Conorhynchos conirostris, De= Duopalatinus emarginatus, Fm=
Franciscodoras marmoratus, Pm= Pimelodus maculatus, Pch= Pseudopimelodus charus, Rq= Rhamdia quelen, Tg= Trachelyopterus galeatus, La= Lophiosilurus
alexandri, Ra= Rhinelepis aspera, Hf= Hypostomus francisci , Pe= Pterygoplichthys etentaculatus , Sm= Sternopygus macrurus , Ev= Eigenmannia virescens.
152
Tabela 17- autovalores e variância acumulada
obtidas pela análise de componentes principais
aplicada sobre 20 variáveis reprodutivas em
Characiformes
F1 F2 F3 F4
Autovalores 6,189 3,793 2,679 1,781
variância % 34,383 21,070 14,886 9,894
acumulada% 34,383 55,453 70,339 80,233
Tabela 18- autovetores em Characiformes, contribuição
das variáveis para os 4 primeiros componentes que em
conjunto abrangem 80% da variação.
F1 F2 F3 F4
LT 0,021 0,450 0,138 -0,028
K 0,173 -0,052 0,057 0,520
IGS -0,266 -0,071 -0,240 0,168
FA -0,168 0,338 0,153 0,049
FRG -0,220 -0,381 0,005 -0,028
DOH -0,131 0,418 -0,126 0,131
DV 0,310 0,296 -0,004 0,024
EP -0,262 0,207 -0,073 0,024
EC 0,205 -0,100 0,141 0,473
TE 0,383 0,055 -0,092 -0,037
LTL 0,309 0,210 -0,133 -0,168
ADESIOV 0,273 -0,247 -0,034 -0,295
MOVELAR -0,370 -0,085 0,043 -0,087
ADESILAR -0,110 -0,077 0,493 -0,205
CGELA 0,105 -0,210 0,272 0,440
COROV 0,237 -0,212 -0,158 -0,246
VOCALIZA -0,240 -0,043 -0,426 0,134
ESPÍCULA -0,092 0,052 0,550 -0,133
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de
condição de Fulton, IGS= índice gonadossomático, FA=
Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao peso em
gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV=
diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC= espessura do
córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da
larva recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos,
MOVELAR=movimento larval, ADESILAR=órgão adesivo larval,
CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos, VOCAL=
vocalizações reprodutivas, ESPICUL.= presença de espículas em
nadadeiras.
153
Tabela 19 - Autovalores e variância acumulada para os
quatro eixos principais da análise dos componentes
principais relacionados a atributos reprodutivos em
siluriformes
F1 F2 F3 F4
Autovalor 7,250 2,379 2,057 1,276
variância % 45,316 14,872 12,858 7,978
acumulada% 45,316 60,187 73,045 81,023
Tabela 20 – Autovetores para os quatro primeiros
componentes que correspondem à 81% de varião dos
atributos reprodutivos em Siluriformes
F1 F2 F3 F4
LT 0,151 0,481 0,312 -0,050
K 0,067 -0,347 0,546 -0,074
IGS -0,017 -0,413 -0,253 -0,156
NOG 0,320 0,100 -0,010 0,031
FA 0,189 0,423 0,198 -0,021
FRG 0,334 -0,161 -0,115 -0,146
DOH 0,095 0,092 0,247 0,523
DV -0,338 0,035 0,104 0,029
EP 0,240 -0,121 -0,046 0,513
EC 0,232 -0,373 0,174 0,099
TE -0,319 -0,085 0,133 0,213
LTL -0,238 -0,117 0,011 0,522
ADESIOV -0,305 -0,106 0,233 -0,186
MOVELAR 0,354 -0,037 -0,034 -0,018
CGELA 0,150 -0,225 0,528 -0,176
COROV -0,298 0,122 0,176 -0,118
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de
condição de Fulton, IGS= índice gonadossomático, FA=
Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao peso
em gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado,
DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC=
espessura do córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau,
LTL= comprimento da larva recém eclodida, ADESIOV=
adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval,
ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa,
COROV= coloração dos ovos, VOCAL= vocalizações
reprodutivas, ESPICUL.= presença de espículas em
nadadeiras.
154
Tabela 21- Autovalores e variância acumulada dos componentes
principais na análise de componentes principais aplicada sobre varíveis
reprodutivas de 35 espécies de peixes da bacia do rio São Francisco.
F1 F2 F3 F4 F5 F6
Autovalores 6,604 3,118 1,945 1,839 1,110 0,996
variância % 34,757 16,412 10,236 9,680 5,845 5,243
acumulada% 34,757 51,169 61,405 71,085 76,930 82,173
Tabela 22 – Autovetores dos da análise de componentes principais
aplicados sobre variáveis reprodutivas em 35 espécies de peixes da bacia
do rio São Francisco
F1 F2 F3 F4 F5 F6
LT -0,058 0,463 -0,013 -0,250 -0,299 0,221
K 0,054 -0,114 0,010 0,062 0,438 0,816
IGS 0,244 -0,274 -0,188 -0,042 0,142 0,040
FA 0,082 0,427 -0,026 -0,201 -0,349 0,254
NOG 0,289 0,006 0,152 0,355 -0,226 -0,093
FRG 0,297 -0,191 0,090 0,278 -0,157 -0,036
DOH -0,023 0,300 -0,124 -0,012 0,251 -0,185
DV -0,316 -0,135 0,025 -0,259 0,039 -0,024
EP 0,246 -0,009 -0,162 -0,315 0,250 -0,191
EC -0,096 0,336 -0,052 0,380 0,394 -0,203
TE -0,325 -0,146 0,023 -0,052 0,055 -0,113
LTL -0,297 -0,100 -0,050 -0,171 0,100 -0,200
ADESIOV -0,263 -0,244 0,150 0,197 -0,188 0,117
MOVELAR 0,344 0,142 -0,014 0,106 0,025 -0,126
ADESILAR 0,179 -0,073 0,567 -0,131 0,070 -0,022
CGELA -0,172 0,294 0,102 0,394 0,172 0,074
COROV -0,262 -0,131 0,045 0,244 -0,311 0,020
VOCAL 0,229 -0,191 -0,447 -0,022 -0,149 0,018
ESPCL 0,145 0,015 0,572 -0,251 0,126 -0,091
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton,
IGS= índice gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade
relativa ao peso em gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV=
diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= tempo
de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da larva recém eclodida, ADESIOV=
adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval, ADESILAR=órgão adesivo
larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos, VOCAL=
vocalizações reprodutivas, ESPCL.= presença de espículas em nadadeiras.
155
Tabela 23- Matriz de correlação de Pearson obtida para os dados reprodutivos em Characiformes
LT K IGS NOG FA FRG DONH DOH DV EP EC TE LTL ADESIOV MOVELAR ADESILAR CGELA COROV VOCAL ESPICL
LT 1 -0,064 -0,239
-0,630 0,825 -0,626 0,526 0,547 0,480
0,144 -0,149 0,103 0,339 -0,294 -0,177 -0,021 -0,209 -0,341 -0,185 0,260
K -0,064 1 -0,143 -0,231 -0,084 -0,190 0,221 -0,123 0,239 -0,264
0,559
0,368 0,104 0,084 -0,405 -0,107
0,509
0,173 -0,248 -0,228
IGS -0,239 -0,143 1 0,399 0,161
0,551 -0,488
0,302
-0,530
0,345 -0,238
-0,548
-0,413
-0,439 0,564
-0,116 -0,159 -0,203
0,644
-0,176
NOG
-0,630
-0,231 0,399 1 -0,211
0,971 -0,862 -0,536 -0,850
0,005 -0,119
-0,579 -0,679
0,014
0,611
0,413 0,140 0,022 0,311 0,220
FA
0,825
-0,084 0,161 -0,211 1 -0,193 0,025
0,514
-0,040 0,327 -0,304 -0,362 -0,138
-0,538
0,304 0,152 -0,198
-0,492
0,090 0,318
FRG
-0,626
-0,190
0,551 0,971
-0,193 1
-0,832 -0,440 -0,831
0,046 -0,112
-0,569 -0,614
-0,048
0,586
0,302 0,138 0,078 0,405 0,118
DONH
0,526
0,221
-0,488 -0,862
0,025
-0,832
1 0,283
0,967
-0,269 0,265
0,782 0,873
0,243
-0,827
-0,286 -0,063 0,206
-0,485
-0,123
DOH
0,547
-0,123 0,302
-0,536 0,514 -0,440
0,283 1 0,278
0,637
-0,252 -0,226 0,131
-0,712
0,131 -0,155 -0,388
-0,441
0,235 -0,040
DV
0,480
0,239
-0,530 -0,850
-0,040
-0,831 0,967
0,278 1 -0,275 0,330
0,804 0,843
0,189
-0,825
-0,283 -0,034 0,168
-0,506
-0,086
EP 0,144 -0,264 0,345 0,005 0,327 0,046 -0,269
0,637
-0,275 1 -0,370
-0,570
-0,202
-0,708 0,515
0,099 -0,366
-0,445
0,366 0,086
EC -0,149
0,559
-0,238 -0,119 -0,304 -0,112 0,265 -0,252 0,330 -0,370 1
0,433
0,184 0,154
-0,465
-0,086
0,589
0,083 -0,311 0,019
TE 0,103 0,368
-0,548 -0,579
-0,362
-0,569 0,782
-0,226
0,804 -0,570 0,433
1
0,837 0,594 -0,878
-0,379 0,048
0,561 -0,498
-0,309
LTL 0,339 0,104 -0,413
-0,679
-0,138
-0,614 0,873
0,131
0,843
-0,202 0,184
0,837
1 0,383
-0,785
-0,346 -0,177
0,517
-0,407 -0,218
ADESIOV -0,294 0,084
-0,439
0,014
-0,538
-0,048 0,243
-0,712
0,189
-0,708
0,154
0,594
0,383 1
-0,468
-0,100 0,154
0,702
-0,367 -0,217
MOVELAR -0,177 -0,405
0,564 0,611
0,304
0,586 -0,827
0,131
-0,825 0,515 -0,465 -0,878 -0,785 -0,468
1 0,343 -0,256
-0,443 0,462
0,271
ADESILAR -0,021 -0,107 -0,116 0,413 0,152 0,302 -0,286 -0,155 -0,283 0,099 -0,086 -0,379 -0,346 -0,100 0,343 1 0,115 -0,109
-0,472 0,791
CGELA -0,209
0,509
-0,159 0,140 -0,198 0,138 -0,063 -0,388 -0,034 -0,366
0,589
0,048 -0,177 0,154 -0,256 0,115 1 0,070 -0,309 0,200
COROV -0,341 0,173 -0,203 0,022
-0,492
0,078 0,206
-0,441
0,168
-0,445
0,083
0,561 0,517 0,702 -0,443
-0,109 0,070 1 -0,245 -0,377
VOCAL -0,185 -0,248
0,644
0,311 0,090 0,405
-0,485
0,235
-0,506
0,366 -0,311
-0,498
-0,407 -0,367
0,462 -0,472
-0,309 -0,245 1
-0,533
ESPICL 0,260 -0,228 -0,176 0,220 0,318 0,118 -0,123 -0,040 -0,086 0,086 0,019 -0,309 -0,218 -0,217 0,271
0,791
0,200 -0,377
-0,533
1
Em negrito, valores significativos de correlação entre as variáveis (nível de significância alfa= 0,05 (teste bicaudal)).
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton, IGS= índice gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao
peso em gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= tempo de eclosão em
horas-grau, LTL= comprimento da larva recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval, ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa
gelatinosa, COROV= coloração dos ovos, VOCAL= vocalizações reprodutivas,ESPCL.= presença de espículas em nadadeiras, no período reprodutivo.
156
Tabela 24 -Fator de correlação de Pearson em atributos reprodutivos de Siluriformes da Bacia do Rio São Francisco.
LT K IGS NOG FA FRG DONH DOH DV EP EC TE LTL ADESIOV MOVELAR CGELA COROV
LT 1 0,027 -0,507 0,362
0,890
0,088 -0,281 0,318 -0,256 0,107 -0,053 -0,407 -0,399 -0,341 0,298 0,273 -0,051
K 0,027 1 0,035 0,063 -0,019 0,153 -0,033 0,140 -0,111 0,134
0,569
0,077 -0,053 0,210 0,136
0,848
-0,106
IGS -0,507 0,035 1 -0,322 -0,319 0,194 -0,049 -0,190 -0,058 -0,039 0,227 -0,040 0,102 -0,026 -0,011 -0,009 -0,110
NOG 0,362 0,063 -0,322 1 0,445
0,823 -0,821
0,137
-0,813 0,578
0,316
-0,698
-0,456
-0,671 0,856
0,344
-0,619
FA
0,890
-0,019 -0,319 0,445 1 0,233 -0,454 0,250 -0,423 0,148 0,022 -0,393 -0,345 -0,458 0,433 0,199 -0,280
FRG 0,088 0,153 0,194
0,823
0,233 1
-0,877
0,050
-0,886
0,514
0,594 -0,781 -0,572 -0,688 0,921
0,391
-0,717
DONH -0,281 -0,033 -0,049
-0,821
-0,454
-0,877
1 -0,080
0,990 -0,545
-0,420
0,799 0,597 0,688 -0,792
-0,197
0,701
DOH 0,318 0,140 -0,190 0,137 0,250 0,050 -0,080 1 -0,134 0,258 0,330 -0,137 -0,027 -0,228 0,202 0,117 -0,117
DV -0,256 -0,111 -0,058
-0,813
-0,423
-0,886 0,990
-0,134 1
-0,626
-0,526
0,791 0,575 0,700 -0,811
-0,242
0,744
EP 0,107 0,134 -0,039
0,578
0,148 0,514
-0,545
0,258
-0,626
1 0,503 -0,462 0,012
-0,608 0,547
0,214
-0,603
EC -0,053
0,569
0,227 0,316 0,022
0,594
-0,420 0,330 -0,526 0,503 1 -0,402 -0,353 -0,379
0,609
0,524
-0,566
TE -0,407 0,077 -0,040
-0,698
-0,393
-0,781 0,799
-0,137
0,791
-0,462 -0,402 1
0,801 0,734 -0,768
-0,215
0,596
LTL -0,399 -0,053 0,102 -0,456 -0,345
-0,572 0,597
-0,027
0,575
0,012 -0,353
0,801
1 0,418
-0,570
-0,194 0,439
ADESIOV -0,341 0,210 -0,026
-0,671
-0,458
-0,688 0,688
-0,228
0,700 -0,608
-0,379
0,734
0,418 1
-0,816
-0,007
0,747
MOVELAR 0,298 0,136 -0,011
0,856
0,433
0,921 -0,792
0,202
-0,811 0,547 0,609 -0,768 -0,570 -0,816
1 0,408
-0,796
CGELA 0,273
0,848
-0,009 0,344 0,199 0,391 -0,197 0,117 -0,242 0,214 0,524 -0,215 -0,194 -0,007 0,408 1 -0,122
COROV -0,051 -0,106 -0,110
-0,619
-0,280
-0,717 0,701
-0,117
0,744 -0,603 -0,566 0,596
0,439
0,747 -0,796
-0,122 1
Em negrito, valores significativos de correlação entre as variáveis (nível de significância alfa= 0,05 (teste bicaudal))
Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton, IGS= índice gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG=
Fecundidade relativa ao peso em gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC=
espessura do córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento da larva recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos,
MOVELAR=movimento larval, ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos.
157
Tabela 25- valores de correlação entre os atributos reprodutivos de 35 espécies de peixes do rio São Francisco
LT K IGS NOG FA FRG DONH DOH DV EP EC TE LTL ADESIOV MOVELAR ADESILAR CGELA COROV VOCAL ESPCL
LT 1 -0,172
-0,471
-0,209
0,848 -0,442
0,085
0,354
0,054 -0,051 0,191 -0,104 -0,007 -0,234 -0,015 -0,144 0,289 -0,055 -0,256 0,027
K -0,172 1 0,235 0,019 -0,091 0,143 -0,130 -0,052 -0,102 0,064 -0,105 -0,099 -0,127 0,023 0,010 0,125 -0,007 -0,094 0,094 0,004
IGS
-0,471
0,235 1 0,275 -0,162
0,614 -0,393
-0,192
-0,353 0,444 -0,350 -0,385
-0,311 -0,309
0,425
0,181
-0,510 -0,342 0,658
0,098
NOG -0,209 0,019 0,275 1 0,111
0,870 -0,778
-0,054
-0,769
0,213 -0,072
-0,587 -0,594
-0,314
0,729 0,408
-0,074 -0,250
0,351
0,255
FA
0,848
-0,091 -0,162 0,111 1 -0,091 -0,272 0,275 -0,287 0,114 0,084 -0,293 -0,225
-0,433
0,314 0,017 0,125 -0,259 -0,024 0,099
FRG
-0,442
0,143
0,614 0,870
-0,091 1
-0,653
-0,159
-0,621
0,282 -0,271
-0,499 -0,556
-0,223
0,614 0,438
-0,296 -0,196
0,553
0,262
DONH 0,085 -0,130
-0,393 -0,778
-0,272
-0,653
1 0,044
0,980 -0,396
0,037
0,821 0,711 0,545 -0,804
-0,277 0,214
0,483 -0,388
-0,183
DOH
0,354
-0,052 -0,192 -0,054 0,275 -0,159 0,044 1 -0,024 0,061
0,376
-0,028 0,063 -0,193 0,075 -0,111 0,188 -0,034 -0,080 -0,078
DV 0,054 -0,102
-0,353 -0,769
-0,287
-0,621 0,980
-0,024 1
-0,381
-0,106
0,799 0,681 0,534 -0,809
-0,238 0,121
0,464 -0,351
-0,134
EP -0,051 0,064
0,444
0,213 0,114 0,282
-0,396
0,061
-0,381
1 -0,223
-0,446
-0,240
-0,610 0,535
0,256
-0,451 -0,540 0,494
0,215
EC 0,191 -0,105
-0,350
-0,072 0,084 -0,271 0,037
0,376
-0,106 -0,223 1 0,068 0,042 -0,056 0,051 -0,288
0,716
0,053
-0,376
-0,230
TE -0,104 -0,099
-0,385 -0,587
-0,293
-0,499 0,821
-0,028
0,799 -0,446
0,068 1
0,787 0,650 -0,759
-0,283 0,259
0,532 -0,355
-0,234
LTL -0,007 -0,127 -0,311
-0,594
-0,225
-0,556 0,711
0,063
0,681
-0,240 0,042
0,787
1
0,436 -0,698
-0,320 0,129
0,517 -0,374
-0,230
ADESIOV -0,234 0,023 -0,309 -0,314
-0,433
-0,223
0,545
-0,193
0,534 -0,610
-0,056
0,650 0,436
1
-0,667
-0,139 0,192
0,703
-0,309 -0,201
MOVELAR -0,015 0,010
0,425 0,729
0,314
0,614 -0,804
0,075
-0,809 0,535
0,051
-0,759 -0,698 -0,667
1
0,339
-0,201
-0,609 0,428
0,276
ADESILAR -0,144 0,125 0,181
0,408
0,017
0,438
-0,277 -0,111 -0,238 0,256 -0,288 -0,283 -0,320 -0,139
0,339
1 -0,262 -0,224 -0,158
0,816
CGELA 0,289 -0,007
-0,510
-0,074 0,125 -0,296 0,214 0,188 0,121
-0,451 0,716
0,259 0,129 0,192 -0,201 -0,262 1 0,268
-0,516
-0,167
COROV -0,055 -0,094
-0,342
-0,250 -0,259 -0,196
0,483
-0,034
0,464 -0,540
0,053
0,532 0,517 0,703 -0,609
-0,224 0,268 1
-0,350 -0,403
VOCAL -0,256 0,094
0,658 0,351
-0,024
0,553 -0,388
-0,080
-0,351 0,494 -0,376 -0,355 -0,374
-0,309
0,428
-0,158
-0,516 -0,350
1 -0,258
ESPICL 0,027 0,004 0,098 0,255 0,099 0,262 -0,183 -0,078 -0,134 0,215 -0,230 -0,234 -0,230 -0,201 0,276
0,816
-0,167
-0,403
-0,258 1
Em negrito, valores significativos de correlação entre as variáveis (nível de significância alfa= 0,05 (teste bicaudal))
Legenda: Lt= Comprimento total das fêmeas reprodutoras, K= fator de condição de Fulton, IGS= índice gonadossomático, FA= Fecundidade absoluta, FRG= Fecundidade relativa ao peso em
gramas das fêmeas, DOH= Diâmetro do ovo hidratado, DV= diâmetro do vitelo, EP= espaço perivitelínico, EC= espessura do córion, TE= tempo de eclosão em horas-grau, LTL= comprimento
da larva recém eclodida, ADESIOV= adesividade dos ovos, MOVELAR=movimento larval, ADESILAR=órgão adesivo larval, CGELA= capa gelatinosa, COROV= coloração dos ovos VOCAL=
vocalizações reprodutivas,ESPCL.= presença de espículas em nadadeiras, no período reprodutivo.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo