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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
GREYSON VITOR ZANATTA ESPER
ESTUDO COMPARATIVO DO EMPREGO DA ELETROACUPUNTURA E
CLORIDRATO DE MEPERIDINA NA ANALGESIA DE CADELAS
SUBMETIDAS A CASTRAÇÃO CIRÚRGICA.
CURITIBA
2005
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GREYSON VITOR ZANATTA ESPER
ESTUDO COMPARATIVO DO EMPREGO DA ELETROACUPUNTURA E
CLORIDRATO DE MEPERIDINA NA ANALGESIA DE CADELAS
SUBMETIDAS A CASTRAÇÃO CIRÚRGICA.
Dissertação apresentada como requisito para a
obtenção do título de Mestre. Curso de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias, Setor de
Ciências Agrárias, Universidade Federal do
Paraná.
Orientadora: Profª. Dra. Itaira Susko
CURITIBA
2005
ii
“... ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um
sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem
discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se
reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender”.
Paulo Freire
iii
Dedico aos meus pais Gilson e Regina.
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pela compreensão, respeito e apoio incondicional em todos os
momentos de minha vida.
A Deus por ter me dado forças nos momentos de desespero, me mantendo
seguro e convicto de minhas responsabilidades e meu caráter, não permitindo
desviar de meus objetivos mesmo encontrando grandes dificuldades.
Ao Profª. Dra.Itaíra Susko, pela orientação, paciência, e todos esses anos de
convivência agradável e de aprendizado.
À minha filha Maria Sol, que no meio deste trabalho nasceu e me despertou o
outro lado da vida que não conhecia, o de ser Pai.
Aos meus irmãos e irmã que me apoiaram e incentivaram para a conclusão deste
trabalho.
À Heloisa, amiga e namorada, presente nos momentos da execução do
experimento, nos momentos da elaboração da dissertação, e ainda assim,
continuou do meu lado me dando força e estímulos.
Ao Olicies pela enorme ajuda nos procedimentos cirúrgicos dos animais, nas
colheitas. Amigo de todas as horas, e de extrema importância para realização
desta dissertação.
Aos acadêmicos Théo e Marilú, pela amizade, paciência, e por ajudar nos exames
laboratoriais e colheitas de materiais.
Ao Rogério, companheiro de projeto de mestrado, que dividiu comigo os materiais
anestésicos dos animais do experimento e me incentivou para o término da
pesquisa.
À Dona Zenaide, pela ajuda dentro e fora do centro cirúrgico, e pelos conselhos
nas horas de desespero da urgência em executar este projeto.
Ao Laboratório Álvaro que realizou os exames laboratoriais deste projeto.
v
Aos colegas da pós-graduação Thais, Ricardo e Renato pela agradável
convivência.
À Raquel, Terezinha e Rochadelle que me orientaram na parte estatística do
projeto.
Aos Funcionários do Hospital, Miria, Regiane, Abdinego, D. Terezinha, D. Eunice,
Leni, Sirlei e Luciana ótimas pessoas, que me ajudaram diretamente ou
indiretamente para execução do trabalho.
Aos Médicos Veterinários Wagner, Fábio e Wistuba e outros, que me
empregaram e confiaram em meus serviços permitindo que eu tivesse recursos
financeiros, suficientes para a realização do mestrado.
À funcionária da biblioteca Simone que foi prestativa, principalmente na etapa
final desta dissertação.
À Profª. Silvina da Rosa que orientou no acerto final da gramática deste estudo.
À UFPR Campus Palotina e equipe que dispuseram do espaço físico para a
execução desta pesquisa.
Finalmente, ensejo os meu sinceros agradecimentos, à todos que colaboraram
direta ou indiretamente na elaboração desta dissertação.
vi
SUMÁRIO
....................................................................................................................................ii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES..................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS........................................................................................... xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E DE SIGLAS......................................................... xv
RESUMO.............................................................................................................. xvi
ABSTRACT......................................................................................................... xvii
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 3
2.1 FISIOPATOLOGIA DA DOR.................................................................................3
2.1.1 Mecanismos de nocicepção...............................................................................3
2.2 MECANISMOS DE MODULAÇÃO DA DOR......................................................6
2.2.1 Métodos de avaliação da dor.............................................................................9
2.3 IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DA DOR.................................................11
2.4 ACUPUNTURA.....................................................................................................12
2.4.1 História e aplicação da acupuntura para a analgesia....................................... 12
2.4.2 Eletroacupuntura............................................................................................. 13
2.4.3 Mecanismo de ação da acupuntura..................................................................15
2.5 ANALGESIA......................................................................................................... 16
2.5.1 Analgesia por opiódes..................................................................................... 16
2.6 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA)..........................................................17
2.7 INDUTORES E MANTEDORES DA ANESTESIA GERAL..............................18
2.8 OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA (OSH).............................................. 19
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 21
3.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.................................................................21
3. 2 UNIDADES EXPERIMENTAIS..........................................................................21
3.3 PROTOCOLO ANESTÉSICO.............................................................................. 23
3.3.1 Medicação Pré Anestésica (MPA).................................................................. 23
3.3.2 Indução Anestésica..........................................................................................23
3.4 AVALIAÇÃO PARAMÉTRICA.......................................................................... 23
3.4.1 Pré-operatório..................................................................................................24
3.4.2 Trans-operatório.............................................................................................. 24
3.4.3 Pós-operatório................................................................................................. 25
3.5 ANÁLISES LABORATORIAIS........................................................................... 29
3.5.1 Dosagem de cortisol........................................................................................ 29
3.5.2 Hemogasometria arterial................................................................................. 29
vii
4 MÉTODOS ESTATÍSTICOS.............................................................................. 30
5 RESULTADOS................................................................................................... 31
5.1 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA)..........................................................31
5.2 INDUÇÃO E MANUTENÇÃO ANESTÉSICA.................................................. 31
5.3 MENSURAÇÕES PARAMÉTRICAS.................................................................. 31
5.3.1 Freqüência cardíaca.........................................................................................31
5.3.2 Freqüência respiratória....................................................................................33
5.3.3 Freqüência do pulso arterial............................................................................ 35
5.3.4 Pressão Arterial Sistólica.................................................................................37
5.3.5 Saturação de oxigênio (SpO2).........................................................................39
5.3.6 Temperatura corpórea retal............................................................................. 41
5.3.7 Cortisol plasmático..........................................................................................43
5.3.8 pH do sangue arterial.......................................................................................45
5.3.9 Pressão arterial de oxigênio.............................................................................47
5.3.10 Pressão arterial de dióxido de carbono..........................................................49
5.3.11 Bicarbonato arterial....................................................................................... 51
5.3.12 Excesso de Base............................................................................................ 53
5.3.13 Tempo de preenchimento capilar e coloração de mucosa.............................55
5.3.14 Escala de contagem variável......................................................................... 59
6 DISCUSSÃO...................................................................................................... 62
6.1 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA.........................................................................63
6.2 FREQÜÊNCIA CARDÍACA.................................................................................64
6.3 PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA.................................................................... 64
6.4 SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO (SpO2)................................................................65
6.5 TEMPERATURA.................................................................................................. 65
6.6 PRESSÃO ARTERIAL DE OXIGÊNIO (PaO2).................................................. 66
6.7 ANÁLISE DO pH, PaCO2, EXCESSO DE BASE e BICARBONATO
ARTERIAL.................................................................................................................. 66
6.8 CORTISOL............................................................................................................ 67
6.9 ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA...................................................................... 67
7 CONCLUSÃO.................................................................................................... 69
REFÊRENCIAS..................................................................................................... 70
viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DOS ACUPONTOS E 36, VB 34, E BP 6 NO CÃO.
............................................................................................................................ 22
FIGURA 2 - ESTIMULAÇÃO DOS ACUPONTOS PELAS AGULHAS DE
ACUPUNTURA LIGADAS A ELETRODOS DO APARELHO DE
ELETROACUPUNTURA.................................................................................... 24
FIGURA 3 - PALPAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA DE ACORDO COM A
ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL, OBSERVANDO RESPOSTA À
MANIPULAÇÃO, NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO EM
CADELAS TRATADAS COM EA OU MP E SUBMETIDAS A OSH................. 27
FIGURA 4 - AGULHAS COLOCADAS E CONECTADAS AOS ELETRODOS
PARA O ESTÍMULO ELÉTRICO COM O APARELHO DE
ELETROACUPUNTURA.................................................................................... 31
FIGURA 5 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA
CARDÍACA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP E DOS
MOMENTOS EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-
OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR,
2005.................................................................................................................... 33
FIGURA 6 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA
RESPIRATÓRIA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................35
FIGURA 7 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA DO
PULSO ARTERIAL EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................37
FIGURA 8 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL SISTÓLICA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM
ix
CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................39
FIGURA 9 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL SPO2 EM FUNÇÃO
DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO NO PERÍODO TRANS-
OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR,
2005.................................................................................................................... 41
FIGURA 10 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL TEMPERATURA
CORPÓREA RETAL EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................43
FIGURA 11 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL CORTISOL
PLASMÁTICO EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA-PR, 2005..............................45
FIGURA 12 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL DO pH ARTERIAL
EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO NOS
PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................................ 47
FIGURA 13 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL DE OXIGÊNIO EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM
CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................49
FIGURA 14 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL DE DIÓXIDO DE CARBONO EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS
EA E MP EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-
OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR,
2005.................................................................................................................... 51
FIGURA 15 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL BICARBONATO
ARTERIAL EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................53
FIGURA 16 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL DO EXCESSO DE
BASE EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO
x
NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005............................................ 55
FIGURA 17 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO TEMPO DE
PREENCHIMENTO CAPILAR NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 56
FIGURA 18 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO TEMPO DE
PREENCHIMENTO CAPILAR NO PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 56
FIGURA 19 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO TEMPO DE
PREENCHIMENTO CAPILAR NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 57
FIGURA 20 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 57
FIGURA 21 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 58
FIGURA 22 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH........................................................................................ 58
FIGURA 23 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA ESCALA DE
CONTAGEM VARIÁVEL DO M7 NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA,
NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH............................................................... 60
FIGURA 24 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA ESCALA DE
CONTAGEM VARIÁVEL DO M8 NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA,
NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH............................................................... 60
xi
FIGURA 25 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA ESCALA DE
CONTAGEM VARIÁVEL DO M9 NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA,
NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH............................................................... 61
xii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - PARÂMETROS AVALIADOS PARA VERIFICAÇÃO DA
ANALGESIA EM DIFERENTES MOMENTOS, NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS
E PÓS-OPERATÓRIO DURANTE O EXPERIMENTO REALIZADO EM
PALOTINA-PR................................................................................................... 26
TABELA 2 - PARÂMETROS AVALIADOS PARA A MENSURAÇÃO DA DOR,
PELA ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL, DURANTE OS DIFERENTES
MOMENTOS NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO...........................28
TABELA 3 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQÜÊNCIA
CARDÍACA NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS.......................................... 32
TABELA 4 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQUENCIA
RESPIRATÓRIA (MOV/MIN) NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS
MOMENTOS....................................................................................................... 34
TABELA 5 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQUENCIA DO
PULSO ARTERIAL NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA
(EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS...............................36
TABELA 6 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL SISTÓLICA NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS
MOMENTOS....................................................................................................... 38
TABELA 7 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA SATURAÇÃO DE
OXIGÊNIO NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS.......................................... 40
TABELA 8 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA TEMPERATURA
CORPOREA RETAL NOS ANIMAIS TRATADOS COM
xiii
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS
MOMENTOS....................................................................................................... 42
TABELA 9 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO CORTISOL
PLASMÁTICO NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA)
E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS....................................... 44
TABELA 10 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO pH ARTERIAL NOS
ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA
(MP) E DURANTE OS MOMENTOS.................................................................. 46
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL DE OXIGÊNIO NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS
MOMENTOS....................................................................................................... 48
TABELA 12 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL DE DIOXIDO DE CARBONO NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS
MOMENTOS....................................................................................................... 50
TABELA 13 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO BICARBONATO
ARTERIAL NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS.......................................... 52
TABELA 14 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO EXCESSO DE
BASE NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS.......................................... 54
TABELA 15 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DA ESCALA DE CONTAGEM
VARIÁVEL DA ANALGESIA NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO NOS
MOMENTOS 7, 8 E 9, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS AOS TRATAMENTOS
MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA NA OSH.......................................... 59
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E DE SIGLAS
°C - graus Celsius
ACTH - hormônio adrenocorticotrofico
ADH - hormônio antidiurético
ALT - alanina transferase
BE - excesso de base
BP 6 - baço pâncreas 6
CAM - concentração alveolar média
DL
50
- dose letal em 50%
E 36 - estômago 36
EA - eletroacupuntura
FC - freqüência cardíaca
FPA - freqüência de pulso arterial
FR - freqüência respiratória
GABA - ácido gama amino-butírico
HCO
3
- bicarbonato
Hz - hertz
IM - intramuscular
IV - intravenoso
L
1
- vértebra lombar 1
M - momento
m/s - metros por segundo
min. - minuto
MmHg - milímetros de mercúrio
MP - meperidina
MPA - medicação pré anestésica
- número
PaCO
2
- pressão arterial de dióxido de carbono
PaO
2
- pressão arterial de oxigênio
PAS - pressão arterial sistólica
PR - Paraná
% - Por cento
RPM - rotações por minuto
SC - subcutâneo
SNC - sistema nervoso central
SpO
2
- saturação de pulso de oxigênio
T - temperatura
T
12
- vértebra torácica 12
UFPR - Universidade Federal do Paraná
VB 34 - vesícula biliar 34
xv
RESUMO
A eletroacupuntura é uma técnica utilizada para obtenção da analgesia ou
hipoalgesia, apresentando-se como um todo prático, de baixo custo e mínimos
efeitos colaterais. Este estudo teve como objetivo comparar os efeitos analgésicos
do cloridrato de meperidina e da eletroacupuntura em cadelas (n=18) submetidas
a ovário-salpingo-histerectomia. As fêmeas eram clinicamente saudáveis, sem
raça definida, com idade de 3 a 6 anos e peso entre 4 a 8 kg. A amostragem foi
dividida em dois grupos: com eletroacupuntura (GEA, n=9) e o outro com
cloridrato de meperidina (GMP, n=9). No GEA foi realizada a aplicação de eletro-
estimulação bilateral nos acupontos estômago 36 (E36), baço-pâncreas 6 (BP6),
vesícula-biliar 34 (VB34); e o GMP com administração de cloridrato de meperidina
(3mg/kg IM) e a reaplicação a cada 40 minutos. Os tratamentos, GEA com o
estimulo elétrico e o GMP com aplicação da Meperidina, iniciaram-se por 20
minutos no período pré-operatório e estenderam até o final do trans-operatório. O
estímulo elétrico no GEA teve como freqüência o modo denso-disperso (3–1000
Hz) de onda quadrada e corrente alternada. Antes do procedimento especifico os
animais dos grupos GEA e GMP foram tranqüilizados com acepromazina
(0,05mg/kg IV). O trans-operatório teve início com indução anestésica com
propofol (3mg/kg IV) e manutenção com o mesmo fármaco (0,5mg/kg/min IV) por
infusão contínua. Foram monitorados os parâmetros vitais, hemogasometria e
concentração de cortisol plasmático nos períodos pré, trans e pós-operatório para
avaliação da analgesia. A analgesia pós-operatória imediata foi aferida através da
escala de contagem variável, seguindo a observação a “cego”, cuja a somatória
pode variar de 0 a 18, onde 0 significa a ausência de dor e 18 a dor severa. A
análise estatística utilizada foi a de variância ANOVA – longitudinal, realizada para
comparação dos efeitos dos tratamentos, dos momentos e da interação entre
tratamento e momento nos períodos pré, trans e pós-operatório. O contraste entre
as médias dos grupos foi verificado pelo teste de Tukey. Os resultados mostram
que o tratamento com meperidina, em comparação com o tratamento eletro-
estimulação, proporcionou, durante o período trans-operatório, menores
alterações nas freqüências cardíaca, respiratória e no pulso arterial, verificando-
se um melhor desempenho analgésico. No período pós-operatório imediato pode-
se verificar que a analgesia realizada pelo tratamento da eletro-estimulação foi
superior ao tratamento com meperidina, pela escala de contagem variável, apesar
desta ser uma mensuração subjetiva da dor.
Palavras–chave: Dor; Analgesia; Eletroacupuntura; Cloridrato de Meperidina.
xvi
ABSTRACT
Electroacupuncture is a technic used to get analgesia or hypoalgesia, as a
pratice method, with low cost and minimal side effects. This study aimed at
comparing the analgesic effects of meperidine hydrochloride and
electroacupuncture in bitches (n=18) undergoing ovariosalpingohysterectomy.
Females were clinically healthy, mixed breed, with age varying from 3 to 6 years
and weight between 4 to 8 kg. Sampling was distributed into two groups: one with
electroacupuncture (GEA, n=9) and another with meperidine hydrochloride (GMP,
n=9). At GEA was used electro-stimulation bilateral application at the acupoints:
stomach 36 (E36), spleen-pancreas 6 (BP6) and gallbladder 34 (VB34); and GMP
received meperidine hydrochloride (3 mg/kg IM) and reapplication each 40
minutes. The treatments, GEA with electrical stimulus and GMP with meperidine
application had begun in preoperative during 20 minutes and extended to the end
of the transoperative period. At GEA used, electro-stimulation square wave and
alternate current dense-disperse mode were (3–1000 Hz). Before the specific
procedure, both GEA and GMP animals were sedated with acepromazine (0,05
mg/kg IV). Transoperative had begun with anesthesia induction with propofol (3
mg/kg IV) and maintenance was obtained with same drug (0,5 mg/kg/min IV) by
continued infusion. Vital endpoints, hemogasometry and plasma cortisol
concentration were monitored before, during and after the surgical procedure. The
postoperative immediate analgesia was measured by the variable counting scale,
following “blind observation”, whose sum ranges from 0 to18, where 0 means no
pain and 18 serious pain. The statistical analysis used was ANOVA longitudinal
variance carried out to compare the effect of the treatments, the momentum and
the interaction between treatment and momentum. The before, during and after
the surgical procedure contrast between group means was verified by Tukey test.
Results indicated that the meperidine therapy, compared with the electro-
stimulation procedure, provided less changes during the transoperative period
cardiac and respiratory rates, and in the arterial pulse, a better analgesic
performance. In the immediate postoperative period, it was noted that analgesia
was better with electro stimulation than with meperidine, although the variable
counting scale be a pain subjective measure.
Key words: Pain; Analgesia; Electro-acupuncture; Meperidine Hydrochloride.
xvii
1 INTRODUÇÃO
A manifestação da dor, nas sociedades antigas, era compreendida como
uma forma de punição enviada pelos deuses, era sentida no corpo como uma
invasão dos maus espíritos. Atualmente, segundo pesquisas mais recentes, a dor
está relacionada às transformações dos estímulos ambientais em potenciais de
ação que, das fibras nervosas periféricas, são transferidas para o Sistema
Nervoso Central (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p. 323-325).
A dor desencadeia a ativação de receptores específicos e pronuncia-se por
meio de respostas neurais a estímulos nociceptivos potencialmente capazes de
causar lesões teciduais. Apresenta-se como uma experiência subjetiva que é
acompanhada de alterações como o medo, a ansiedade e até mesmo o nico
(BENSON, et al. 1996a, p. 40).
O propósito da dor é, sobretudo, desencadear um mecanismo de proteção
do corpo, manifestando-se sempre que qualquer tecido estiver sendo lesado, o
que faz com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso (GUYTON e
HALL, 1997, p.551).
A dor é classificada em dois tipos principais: aguda e crônica. A dor aguda
é, também, chamada de rápida, pontada, alfinetada. Normalmente com curta
duração, ela é sentida 0,1 segundo depois do estímulo doloroso. Geralmente é
resultante de um estímulo químico, térmico e mecânico, podendo ser controlada
através de fármacos analgésicos. A dor crônica é, também, chamada de lenta,
surda, latejante. Começa após 1 segundo ou mais do estímulo doloroso e vai
aumentando lentamente durante um período de tempo, podendo estender-se por
meses ou anos. Esta dor crônica, geralmente, está associada à destruição de
tecidos (GUYTON e HALL, 1997, p.551,552; BENSON, 1996a, p. 42,43).
Para o controle da dor, graças à descoberta do ópio, que data de
civilizações antigas, foram utilizados os opiáceos; posteriormente outros fármacos
trouxeram maior segurança à aplicabilidade destes analgésicos, atualmente
muitos empregados em Medicina Veterinária (FANTONI e MASTROCINQUE,
2002, p. 326).
1
Os opióides endógenos têm desempenhado importante papel como
analgésico, uma vez que, por fazerem sinapse no corno dorsal da medula
espinhal, causam inibição pré e pós-sináptica das fibras de entrada de dor
(GUYTON e HALL, 1997, p. 555).
A acupuntura é uma terapêutica capaz de promover analgesia, sobretudo a
eletroacupuntura, com a vantagem de se apresentar como um método prático e
de baixo custo. Além disto, este processo permite o tratamento da dor com
mínimos efeitos colaterais (OLIVEIRA e PRADO, 2000, p.957).
A eletroacupuntura, nos últimos tempos, tem obtido destaque nos meios
científicos e despertado um interesse diversificado. Inúmeras são as pesquisas
sobre a acupuntura que se vêm realizando nas várias áreas da Medicina tanto
humana quanto animal. Essa terapêutica tem se destacado, particularmente, nos
tratamentos cirúrgicos com a eletroacupuntura, cujos resultados apresentam
características similares à da analgesia por opióides (BESSER, et al., 1980,
p.948; SUYUN, et al., 2000; BOSSUT, MALVEN e STROMBERG ,1986, p. 669);
SKARDA, et al. 2001, p.35).
KOTANI et al. (2001, p.355) relatam que a analgesia através da acupuntura
aumenta o nível de estresse e, em conseqüência, a concentração de cortisol no
plasma sangüíneo. Eles sugerem que a eletroacupuntura interfere na ativação
hipofisária liberando o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). No entanto, estudos
semelhantes não registram a mesma conclusão (XIE, et al. 2001, p. 598,599), o
que implica a necessidade de realização de outras pesquisas para aferir a
correlação da analgesia por eletroacupuntura e a concentração do cortisol.
Tendo em vista estas considerações, o objetivo deste trabalho foi comparar
a analgesia obtida através do método de eletroacupuntura nos acupontos
estômago 36, vesícula biliar 34 e baço-pâncreas 6, com o cloridrato de
meperidina. Por meio do processo comparativo pretendeu-se aferir a
concentração do cortisol no plasma sangüíneo, a hemogasometria e os
parâmetros vitais, nos períodos pré, trans e pós-operatório e avaliar a dor pelo
método da escala de contagem variável no período pós-operatório imediato, em
cadelas submetidas a castração cirúrgica.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 FISIOPATOLOGIA DA DOR
2.1.1 Mecanismos de nocicepção
Conceituada em 1986, pela Associação Internacional para o Estudo da
Dor, como “uma experiência sensorial e emocional desagradável que está
associada a lesões reais ou potenciais”, a dor tem sido considerada como
importante mecanismo de proteção para o corpo porque provoca, no individuo,
uma reação para remover o estimulo doloroso (FANTONI e MASTROCINQUE,
2002, p. 323; SOUZA et al., 2001, p. 08).
Os receptores específicos para a dor, os nociceptores, que são as
terminações nervosas livres de fibras aferentes A-delta e C, estão localizados na
pele, tecido celular subcutâneo e fáscias. Estas terminações nervosas estão
classificadas em três tipos: as mecânicas, as polimodais e as termomecânicas.
Elas se manifestam quando estimuladas ou ativadas e transportam
simultaneamente o estímulo doloroso por uma classe de fibras específicas
(BENSON et al., 1996a, p. 42; FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p. 324;
GOZZANI, 2003, p. 18-20).
Desta classe de fibras específicas, destacam-se as fibras delgadas,
mielinizadas (tipo A-delta), que respondem à estimulação térmica ou mecânica e
transportam os sinais de dor em uma velocidade de 5 a 30 m/s, provocando dor
rápida e aguda. O grupo das polimodais, que também integra os nociceptores,
pode ser estimulado de várias formas, como, por exemplo, os estímulos intensos
de natureza química, térmica ou mecânica. Os de natureza térmica são
provocados pelo frio ou pelo calor. O estímulo térmico do calor é o que apresenta
maior freqüência e, geralmente, corresponde a uma temperatura acima 45ºC. As
fibras não mielinizadas (tipo C) transportam os sinais de dor em uma velocidade
de 0,5 a 2 m/s, provocando uma dor lenta, cuja tendência é tornar-se cada vez
mais intensa durante um período de tempo. Estas fibras não mielinizadas
apresentam sinais de dor em porcentagens diferenciadas, dependendo da
espécie animal. Pode-se correlacioná-las da seguinte forma: no gato 50%; no rato
3
80 a 90%; no macaco e no homem 95% (BURGESS e PERL, 1973, p. 29-40;
DUBNER e BENETT, 1983, p. 381-383; GUYTON e HALL, 1997, p. 552-553).
Os nociceptores dos músculos o, primeiramente, mediados pelas fibras
C polimodais e estimulados por substâncias como a bradicinina, histamina,
serotonina ou cloreto de potássio e respondem, também, a forte pressão. Os
nociceptores A-delta e C constituem um plexo da cápsula articular, ligamentos e
membranas adventícias dos vasos sanguíneos que irrigam as articulações. Estes
nociceptores são sensíveis a estímulos mecânico e químico, incluindo, também, a
sensibilização por prostaglandinas (COGGESHALL et al., 1983, p. 185-188).
A intensidade da dor pode diferir conforme a sua localização como a dor
visceral pode apresentar-se de maneira diferente da dor superficial em vários
aspectos. As lesões viscerais localizadas, nos seus mais variados tipos,
raramente causam dor intensa, no entanto, qualquer fator que cause a
estimulação difusa de terminações nervosas por toda uma víscera pode provocar
dor intensa. A isquemia, os estímulos químicos, os espasmos e a hiperdistensão
de uma víscera oca são exemplos de fatores que podem causar esta estimulação
difusa. A relação da proporção de fibras A:C na inervação visceral 1:8 a 1:10 e da
pele é de 1:2 (CEVERO, 1983, p. 1-4; JANIG e MORRISON, 1986, p. 87-114).
Os receptores mecânicos ou mecanorreceptores, existentes na
musculatura lisa de todas as vísceras ocas, pertencentes ao tipo A-delta e C,
respondem a estímulos mecânicos leves, cuja tensão é aplicada ao peritônio, à
contração e à distensão da musculatura lisa. As estimulações viscerais, tais como
a hipóxia e a inflamação tissular, resultam em sensibilização de receptores de alto
limiar e de nociceptores silenciosos, previamente não-responsivos, e perfazem
40% a 45% da inervação visceral aferente do cólon. Estes nociceptores
contribuem para a tradução do sinal na dor visceral crônica, nas alterações
prolongadas dos reflexos espinhais e na regulação autonômica anormal dos
órgãos internos. A sensibilização desses receptores persiste mesmo após a
cessação do estímulo nociceptivo, o que, por sua vez, é traduzida por alterações
das funções motora e sensitiva (hiperalgesia visceral) (KRAYCHETE e
GUIMARÃES, 2003, p.835,836).
O glutamato, uma substância neurotransmissora, secretada na medula
espinhal pelas terminações das fibras nervosas da dor tipo A-delta, é o provável
responsável pela dor rápida ou aguda (GUYTON e HALL, 1997, p.553).
4
O tecido quando lesionado, através de isquemia, traumatismo ou
inflamação, libera substâncias químicas que excitam o tipo químico de dor
mediada pela bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos,
aceticolina, prostaglandinas, leucotrienos, tromboxana, fator de ativação
plaquetária e enzimas proteolíticas. Além destas substâncias químicas, as
prostaglandinas e a substância P acentuam a sensibilidade das terminações
nervosas e são especialmente importantes para a dor crônica e lenta transmitida
pelas fibras C. A liberação destas substâncias, principalmente a P, é lenta dentro
da medula espinhal, podendo ocasionar o aumento da sua concentração por um
período de segundos ou minutos (GUYTON e HALL, 1997, p. 552).
vários neurotransmissores nas terminações dos nervos aferentes,
incluindo: a somatostatina, substância P, peptídeo vasoativo intestinal,
colecistoquinina, peptideo liberador de gastrina, aspartato, glutamato,
angiotensina II, encefalina, dinorfina e o peptideo relacionado com a calcitonina
(YAKSH, 1986, p. 165-195).
Os impulsos nociceptivos gerados pelos nociceptores são transmitidos
primeiramente aos corpos celulares das fibras aferentes que se encontram nos
gânglios espinhais e estendem-se por prolongamentos centrais dos axônios e que
estão agrupadas em filamentos radiculares que penetram na medula espinhal,
pelo sulco lateral dorsal, atingindo a coluna dorsal da substância cinzenta
(COGGESHALL et al., 1983, p. 185-188). Na substância cinzenta da medula
espinhal encontram-se 10 lâminas, de acordo com a morfologia celular bioquímica
das unidades celulares e da atividade celular. Diante de estímulos de diferentes
naturezas estas lâminas estão assim divididas: as localizadas na coluna dorsal,
abrangem as lâminas de I-VI; as que se encontram na coluna ventral,
correspondem às lâminas de VII a IX e as que estão ao redor do centro do canal
corresponde à X lâmina (BENSON et al., 1996a, p. 43).
A transmissão discriminativa da dor, postulada por Melzack e Casey, perfaz
o caminho da medula espinhal para as estruturas encefálicas e é realizada por
meio dos tratos neoespinotalâmico, pela coluna dorsal pós sináptica e pelo
espinocervicotalâmico. Na coluna dorsal encontram-se grossas fibras em conjunto
que constituem o “Controle Central do Gatilho”, cuja função é ativar rapidamente o
processo do controle central para o córtex, anteriormente à chegada das
informações nociceptivas ascendentes. Além disso, essa transmissão
5
discriminativa da dor percorre também o caminho medial que consiste nos tratos
paleoespinotalâmico, espinorreticulotalâmico, espinomesencefálico e
proprioespinhal. É por este caminho medial que se transportam os impulsos de
ordem motivacional e afetiva da dor (BENSON et al., 1996a, p.46).
2.2 MECANISMOS DE MODULAÇÃO DA DOR
A Teoria do Controle Portão, descrita por Melzac e Wall em 1965, constitui
a primeira evidência concreta da influência modulatória no mecanismo de
processamento da dor. Esta teoria enfatiza o mecanismo neurofisiológico que
controla a percepção de um estímulo nociceptivo, integrando a aferência do
processo de informação ascendente com a modulação descendente do encéfalo
(FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p.325; AZEVEDO et al., 2003, p. 95-166).
Segundo Guyton e Hall (1997, p.553) a Teoria do Controle do Portão,
também chamada de via paleoespinotalâmica, transmite a dor, sobretudo, pelas
fibras periféricas da dor lenta e da dor crônica do tipo C e transmite, também,
alguns sinais pelas fibras do tipo A-delta, que terminam quase inteiramente nas
lâminas II e III da substância cinzenta nas extremidades da coluna dorsal. O
núcleo das extremidades da coluna dorsal é denominado de substância
gelatinosa. Conduzem, a maioria dos sinais através de um ou mais neurônios de
fibra curta adicionais, antes de entrarem nas lâminas V a VIII, dando origem a
longos axônios que se juntam às fibras da via rápida em direção ao encéfalo.
Sendo assim, o controle da passagem do estímulo nociceptivo através da medula
espinhal é determinado pela atividade relativa entre as fibras sensitivas, de modo
que as fibras de grosso calibre inibem a transmissão (fechamento do portão),
enquanto as fibras de fino calibre facilitam a transmissão (abertura do portão)
(BENSON et al. 1996a, p. 50).
Melzack, em 2001, ao observar a existência da percepção da dor mesmo
na ausência do estimulo sensitivo (como ocorre na dor do membro fantasma) e ao
descrever o corpo como uma unidade, concluiu que esta teoria é falha (apud.
TROUT, 2005, p. 486).
Esta teoria “forçou os pesquisadores, médicos e biólogos a aceitarem o
cérebro como um sistema ativo que filtra, seleciona e modula impulsos”. Isto
significou um avanço em relação ao reconhecimento da contribuição do cérebro
6
não só para a percepção da dor suprema, mas também para o reconhecimento da
natureza da dor (TROUT, 2005, p. 486). Segundo TROUT (2005, p. 486, 487),
Melzack tem dedicado seus estudos à teoria do controle do portão, com base nos
quais fez uma recapitulação conhecida como “neuromatrix”. Neuromatrix é
explicada como uma “assinatura da dor”, na qual ocorrem alterações do sistema
nervoso, ou seja, nas ligações sinápticas e na distribuição espacial determinada
por impulsos nervosos, de acordo com a experiência passada do indivíduo (dor,
estresse, resposta imune) em relação a um estimulo nocivo.
O controle da informação da dor, provocada por impulsos sensoriais
ascendentes, ocorre por fibras descendentes de estrutura telencefálica, através
do sistema supra-espinhal. Este sistema tem considerável influência na
transmissão sináptica do corno dorsal ao longo do sistema de projeção
somatosensorial ascendente. Por sua vez, o sistema inibitório está constituído
pelos seguintes sistemas: cortical e diencéfalo; substância cinzenta periaquedutal
mesencefálica e substância cinzenta periventricular, ricas em encefalinas e
receptores opióides; parte da medula rostroventral, principalmente a rafe, do
núcleo magno, dos núcleos subjacentes e do corno dorsal da medula espinhal A
atividade serotonérgica dos axônios mesencefálicos promove a inibição seletiva
entre os neurônios e interneurônios nociceptivos das projeções dos tratos
espinotalâmico, espinomesencefálico e espinorreticular. Os neurônios
noradrenérgicos também contribuem para a ativação do sistema inibitório
endógeno (KERR, 1975, p. 325-329; WESTLUND e COULTER, 1980, p.235-238).
A dor aguda tem função de alerta, está diretamente ligada à lesão tecidual
e, geralmente, desaparece com a resolução do processo patológico. Apresenta-se
bem delineada temporalmente e está associada a alterações neurovegetativas,
tais como: taquicardia, hipertensão arterial, sudorese, palidez, expressão facial de
intenso desconforto, agitação psicomotora e ansiedade. A dor crônica pode ser
considerada como a que persiste além do tempo razoável para a cura de uma
lesão ou a que está associada a processos patológicos crônicos, que causam dor
contínua ou recorrente, em intervalos de meses ou anos. Para este tipo de dor
não resposta neurovegetativa, pois os sistemas neuronais a elas se adaptam
(TEIXEIRA e PIMENTA, 1994, p. 05,06; BONICA, 1990, p. 30-31).
Os neurônios intrínsecos do corno dorsal da medula espinhal localizam-se
principalmente nas lâminas I, II e V e, em menor concentração, na VII e X
7
lâminas, liberando encefalina que é um opióide endógeno. Está, também,
localizado nas lâminas I e V outro opióide endógeno que produz a dinorfina. As
encefalinas agem nas sinapses terminais com os neurônios, com a soma e
projeções proximais dos dendritos. A dinorfina parece prover opióides pré-
sinápticos na entrada de neurônios primários aferentes, inibindo a substância P
no controle da dor (BASBAUM, 1985, p. 152-154).
A dor tem característica individual. Cada indivíduo possui a própria
capacidade cerebral para suprimir a entrada da dor no sistema nervoso, ativando
o sistema de controle da dor. Muitas fibras nervosas, derivadas dos núcleos
periventriculares e da área da substância cinzenta periaquedutal, secretam
encefalinas nas suas terminações, como as fibras no núcleo magno da rafe. As
fibras nervosas que terminam no corno dorsal da medula espinhal secretam
serotonina nas suas terminações. A serotonina, por sua vez, faz com que os
neurônios locais da medula espinhal secretem encefalina. Com isso, acredita-se
que a encefalina cause inibição pré-sináptica e pós-sináptica das fibras de
entrada da dor, tanto do tipo C como a do tipo A delta (GUYTON e HALL, 1997,
p.555).
Estudos realizados mais de 25 anos demonstraram que injeções de
quantidades diminutas de morfina no núcleo periventricular, em torno do terceiro
ventrículo ou na área da substância cinzenta periaquedutal do tronco cerebral,
causavam um grau extremo de analgesia. Agentes semelhantes à morfina
também foram experimentados, comprovando-se sua atuação em muitos outros
pontos do sistema da analgesia, inclusive nos cornos dorsais da medula espinhal.
Com estas considerações, percebe-se que os receptores envolvidos no
mecanismo da analgesia, antes considerados como receptores da morfina, devem
ter algum transmissor semelhante à morfina e podem ser secretados
naturalmente (GUYTON e HALL, 1997, p. 555).
A descoberta do receptor para a morfina trouxe um grande impulso para a
pesquisa, principalmente, a relacionada à existência de uma substância endógena
que fosse capaz de atuar no organismo animal. Em 1975, pesquisadores como
Hughes e cols. isolaram, a partir do cérebro de porco, dois pentapeptídios, com
potente atividade agonista opióide, os quais foram chamados de encefalinas
(GÓRNIAK, 1996, p. 142). Com base nestas experiências, foram constatadas e
relatadas 12 substâncias semelhantes aos opiáceos, em diferentes pontos do
8
sistema nervoso. Estas substâncias produziam-se através da degradação de três
grandes moléculas protéicas: a pro-opiomelanocortina, a proencefalina e a
prodinorfina. Entre as mais importantes destas substâncias opióides, estão a β-
endorfina, a metencefalina, a leuencefalina e a dinorfina (GÓRNIAK, 1996, p. 142;
GUYTON e HALL, 1997, p. 555).
A serotonina, nos últimos anos, tem sido intensamente estudada como um
neurotrasmissor envolvido na modulação da dor. Este neurotransmissor tem sido
associado, conforme sua concentração, com a diminuição e/ou com o aumento do
limiar da dor, possibilitando uma potência maior dos fármacos opióides (KHO e
ROBERTSON, 1997, p. 267). Segundo DRAEHMPAEHL e ZOHMANN (1997, p.
40), em um estudo realizado por Auerswald em 1982, no qual se estimularam
pontos de acupuntura por meio elétrico em ratos, foi constatado o aumento do
limiar da dor em 227%. Em uma atividade artificialmente produzida, aumentou-se
o neurotrasmissor serotonina, em conjunto com a eletroacupuntura, provocando
o aumento de 336 a 445% no limiar da dor daqueles pacientes.
2.2.1 Métodos de avaliação da dor
A identificação mais simples para a sensação da dor consiste nas
alterações comportamentais dos pacientes, as quais envolvem a observação da
reação em resposta aos estímulos nociceptivos agudos (DUBNER e BENNETT,
1983, p. 382). Essas alterações são básicas para o reconhecimento clínico.
Embora a dor seja subjetiva e não possa ser observada ou avaliada diretamente,
a expressão exterior define seu impacto sobre os animais. Os comportamentos
que indicam um estado de dor podem ser influenciados por diversos fatores,
como a reação do próprio indivíduo, a raça, o ambiente e a natureza do estímulo
doloroso (HANSEY, 1996, p.86).
Para a identificação da dor em animais, a utilização de escalas é
fundamental, podendo ser realizada por quatro métodos subjetivos: escala
descritiva, escala analógica, escala numérica e escala de contagem variável
(TEIXEIRA, 2005, p. 32, 33).
As possíveis diferenças surgidas no decorrer da monitoração desses
pacientes podem ser minimizadas através de escalas escritas, que são muito
utilizadas para avaliação em pediatria. Os métodos de escala mais comumente
9
empregados em Medicina Humana e Veterinária são a escala análogica visual e a
escala de contagem variável (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p.325;
HARDIE, 2002, p. 58-62).
A escala de contagem variável é o método que pode mesclar as variáveis
fisiológicas e as alterações comportamentais. A somatória deste teste avalia a
analgesia pelo menor valor (TEIXEIRA, 2005, p. 32).
Em animais de laboratório, realizam-se várias técnicas para avaliar a dor,
como, por exemplo, injetar substâncias irritantes em peritônio de camundongos,
manter o animal em uma placa aquecida e observar o seu incômodo a respeito da
dor térmica e, ainda, observar a motilidade da cauda do rato quando submetido
ao aquecimento do aparelho Tail Flick (FUKUYAMA, 1998, p. 15).
Segundo SKARDA et al. (2001, p. 26-28), a avaliação da dor em eqüinos
pode ser realizada pelo reflexo da latência e da retirada da pele, submetida a uma
estimulação de radiação de calor e pela distenção retal através da inflação de um
balonete no reto para a estimulação visceral.
A dor que responde à injúria causa alterações como hiperventilação,
aumento da secreção de catecolaminas e outros hormônios endócrinos. Quando
ocorre o aumento do tônus simpático neural e da secreção das catecolaminas,
subseqüentemente um aumento da freqüência cardíaca, resistência periférica,
pressão sangüínea e consumo de oxigênio. Associado a esta reação há, também,
o aumento do cortisol, ACTH, glucagon, cAMP, ADH, hormônio de crescimento,
renina e, concomitantemente, diminuição da insulina e testosterona (BONICA,
1990, p. 40-45).
Elevações significativas do cortisol têm sido associadas a procedimentos
anestésicos e cirúrgicos em cães. Tem-se verificado o aumento dos níveis deste
hormônio, principalmente após cirurgias, o qual é relacionado à severidade do
trauma operatório. Este aumento é mais significativo nos procedimentos intra-
abdominais do que nos realizados na superfície corpórea, tanto no homem quanto
em cavalos e em cães (FANTONI e MASTROCINQUE, 2001, p. 25).
O ACTH e a beta-endorfina possuem em comum o mesmo precursor,
portanto, somente a dosagem deles não permite diferenciar se o aumento ocorre
em resposta à analgesia ou ao estresse. Com isso BOSSUT, MALVEN e
STROMBERG (1986, p. 669) dosaram níveis de prolactina do plasma sanguineo,
associando-os a concentrações de beta-endorfina, para avaliar a analgesia
10
conferida pela eletroacupuntura em ovelhas, submetidas ao pinçamento,
perfuração e calor cutâneos.
2.3 IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DA DOR
A dor apresenta aspectos negativos, tanto nos humanos quanto nos
animais, podendo ser reconhecida pela ativação da resposta ao estresse. Neste
caso, a cura de lesão geralmente é prejudicada, pois o paciente apresenta
aumento do consumo de energia e diminuição da ingestão de alimento (energia),
tornando-se mais propenso a um balanço energético negativo. Há evidência maior
de alteração da recuperação pós-anestesia e um risco mais elevado de
complicações pós-operatórias; a respiração torna-se menos eficiente; o
aumento do risco de automutilação e de feridas profundas (HELLEBREKERS,
2002, p. 115,116).
A dor manifestada durante um período prolongado pode assumir um
caráter crônico, tornando-se, dessa forma, mais difícil de ser tratada. Além disso,
por conta do estresse prolongado, a resistência geral do corpo às infecções
diminui, aumentando a incidência de complicações (HELLEBREKERS, 2002, p.
118).
A identificação da dor pode ser avaliada pelo comportamento animal, em
estados de depressão ou agressividade, por alterações posturais, pela relutância
em deitar em virtude da área dolorida, pela freqüência respiratória aumentada,
com inspirações curtas, em animais com dor torácica. Em gatos, é observável
perda do hábito de se lamber para higienização dos pêlos (FANTONI e
MASTROCINQUE, 2002, p. 325).
As alterações de resposta à dor no eixo neuroendócrino são fatores que
contribuem para os efeitos deletérios sobre o organismo, uma vez que a elevação
do cortisol, epinefrina e norepinefrina desencadeiam manifestações no sistema
cardiovascular, como o aumento no consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco,
a hipóxia miocárdica e a arritmia atriais e/ou ventriculares de grande repercussão
clínica; em adição pode ocorrer o desequilíbrio eletrolítico (FANTONI e
MASTROCINQUE, 2001, p. 25).
11
2.4 ACUPUNTURA
2.4.1 História e aplicação da acupuntura para a analgesia
Os primeiros indícios de uso da acupuntura datam de 5mil anos. Os
pesquisadores têm relatado referências à acupuntura no campo da Veterinária a
partir do ano de 900 a.C., na China, quando esta medicina era realizada em
cavalos. No ocidente, ela foi introduzida somente no século XVIII pelos jesuítas e,
a partir do século XX, entre as décadas de 20 e 30, foi difundida na França, por
Souliet de Morant e seus discípulos. No Brasil, a acupuntura foi introduzida em
1950 pelo professor Frederico Spaeth (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997, p.
02, LUNA, 2002, p. 337).
Acupuntura é a arte de introduzir agulhas ou estiletes sobre pontos com
resistência elétrica reduzida e que se encontram espalhados na superfície
corpórea. São denominados de acupontos e inter-relacionam-se, formando os
meridianos. A palavra acupuntura origina-se do latim: acus - agulha; pungare
perfurar (IAMAGUTI et al., 1981, p. 20; DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997, p.
06; LUNA, 2002, p.337). Os principais meridianos o em número de 14 : 12 são
bilaterais e simétricos e os outros 2 estão distribuídos na linha média ventral e
dorsal. No homem, cada membro possui 3 meridianos dorsais e 3 ventrais, os
quais promovem conexões energéticas internas entre órgão e vísceras. São
denominados: pulmão, intestino grosso, rim, bexiga, fígado, vesícula-biliar,
coração, triplo-aquecedor, intestino delgado, pericárdio, estômago e baço-
pâncreas (YAMAMURA, 1998, p. 05).
A acupuntura possui algumas variações denominadas de:
eletroacupuntura, moxabustão, acuinjeção e laser (DRAEHMPAEHL e
ZOHMANN, 1997, p.56).
A utilização da acupuntura - Medicina Tradicional Chinesa tem função
terapêutica preventiva e curativa nos desequilíbrios da Energia Interna
(YAMAMURA, 1998, p.04). DRAEHMPAEHL e ZOHMANN (1997, p. 07)
descrevem algumas indicações para tratamento em animais, principalmente no
caso de doenças referentes ao aparelho locomotor, enterites, cistites, retenção de
placenta, metrite, doenças da pele, entre outras.
12
A analgesia por acupuntura é uma técnica utilizada para rios tipos de
procedimentos cirúrgicos (pré, trans e pós-operatório), como os realizados por
SUYUN et al. (2000); IAMAGUTI et al. (1981, p. 20-22) e MCGRATH e WRIGHT
(1981, p. 502-504) na histerectomia, ovário-salpingo-histerectomia e incisão na
linha média abdominal, respectivamente. Os acupontos mais utilizados para
analgesia da região abdominal, conforme diversos autores, são: estômago 36,
baço-pâncreas 6, vesícula-biliar 34, fígado 4, intestino delgado 5, bexiga 18,
bexiga 19, bexiga 20, bexiga 21, bexiga 22, bexiga 23 e bexiga 24 (MCGRATH e
WRIGHT, 1981, p. 502-504; MCKEE e ROONEY, 2000; MOK, 2000; SUYUN
et.al., 2000; KOTANI et. at., 2001, p. 350).
O uso da acupuntura no período pré-operatório permite a redução da dose
dos analgésicos opióides utilizados na medicação pré-anestésica e na
recuperação pós-cirúrgica conforme observação em humanos (KOTANI et al.
2001, p. 354-355).
2.4.2 Eletroacupuntura
O efeito analgésico da estimulação elétrica tem sido reconhecido há muitos
séculos. Há 2.500 a.C., os Egípcios utilizavam peixes elétricos para tratamentos
de dores de cabeça e de artrites (LYNCH e SIMPSON, 2002, p. 49).
A eletroestimulação ganhou mais ênfase no século XX, na década de 60,
quando os pesquisadores Melzack e Wall defenderam a teoria da comporta,
fundamentando a estimulação elétrica no auxílio do controle e da modulação da
dor por meio do aparelho de estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS)
(KIRSCH e LERNER, 2002).
O resultado desses estudos sobre a utilização do aparelho de TENS e
outros similares estimulou novas tentativas de aplicação em outras áreas, cuja
conseqüência foi a associação de seu uso à acupuntura, constituindo-se,
portanto, a eletroacupuntura: uma técnica que proporciona anestesia, analgesia e
hipoalgesia (DRAEHPAEHL e ZOHMANN, 1997, p. 57). Inúmeras pesquisas
vêem se realizando nas várias áreas da Medicina, tanto humana quanto animal. A
eletroacupuntura, aplicada nos tratamentos cirúrgicos, tem revelado resultados
com características similares à da analgesia por opióides (BESSER et al., 1980,
13
p. 948; SUYUN et al., 2000; KOTANI et al., 2001, p. 355; SKARDA et al., 2001, p.
35).
O aparelho de eletroacupuntura é composto por reguladores de intensidade
e de freqüência e de moduladores de voltagens. Apresentam também saídas de
corrente elétrica aos pares (pólo negativo para sedação; pólo positivo para
tonificação do acuponto). Estes aparelhos possuem várias formas de ondulação,
de acordo com a área de uso e o tratamento a ser utilizado: contínua, denso-
dispersa e intermitente. A eletroacupuntura limita os estímulos de baixa
freqüência de 2 a 8 Hz, e os de alta freqüência, por sua vez, de 15 a 100 Hz. Na
anestesia usam-se aparelhos com oito saídas no mínimo e uma tensão, potência
(até 10 mA no máximo) e freqüência (até 2.000 Hz ) variáveis. A freqüência e a
tensão devem ser, muitas vezes, aumentadas porque uma acomodação na
estimulação do paciente, com isso pode-se alcançar uma reação analgésica ou
hipoalgésica (DRAEHPAEHL e ZOHMANN, 1997, p 40,41). Freqüentemente a
estimulação de baixa freqüência resulta na ativação de endorfina e encefalina, ao
passo que a de alta freqüência libera dinorfina, galamina e GABA (LUNDEBERG
e VICTORIN, 2002, p.4-6).
Alguns estudos sobre a aplicação da eletroacupuntura têm demonstrado a
ocorrência da elevação nas concentrações de endorfinas, que pode ser resultante
do aumento da produção, redução da recaptação e eliminação desse peptídeo
endógeno (HAN, et.al., 1991, p. 297,298). O tratamento com acupuntura em
animais de laboratório tem revelado, em algumas pesquisas, o aumento da
atividade serotoninérgica além da observação do envolvimento dos opióides
endógenos (BEITZ e LEE, 1992, p. 86-90; KHO e ROBERTSON, 1997, p. 267-
270; CHENG e POMERANZ, 1981, p.88-90). Outro fator que poderia estar
associado ao efeito analgésico da acupuntura é o estresse, pois o mesmo
promove a liberação de peptídeos opióides endógenos, os quais são capazes de
produzir analgesia. Porém, esta hipótese tem sido questionada por alguns
pesquisadores, que procuraram demonstrar a ocorrência de concentrações
plasmáticas elevadas de cortisol no homem e em animais submetidos a
eletroacupuntura, sugerindo a ativação hipofisária com liberação do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) (KOTANI et al., 2001, p. 353-355). Estes resultados,
no entanto, não foram observados no estudo citado por XIE et al. (2001, p.
598,599). Segundo LUNA e TAYLOR (1994, p. 20,21) as diferenças entre os
14
resultados podem estar associadas aos pontos selecionados, às características
do estímulo elétrico e ao comportamento dos animais avaliados.
A analgesia por estímulo elétrico depende também do ponto estimulado e
do sexo, obtendo as fêmeas uma melhor resposta, conforme estudo realizado em
eqüinos por BOSSUT et al. (1984, p. 624,625).
Em dores crônicas, a eletroacupuntura tem se apresentado como adjuvante
da terapia antiálgica, potencializando a analgesia mediada por fármacos
convencionais e reduzindo os efeitos colaterais observados pelo uso prolongado
dos mesmos (HAMZA et al. 1999, p. 1625,1626; LEE et al. 1975, p.1135;
GHONAME et al. 1999, p. 843-845). Na anestesia geral inalatória pode-se
observar a redução da concentração alveolar mínima (CAM), conferindo maior
segurança, sobretudo para pacientes de alto risco (TAY et al. 1982, p.223,224;
TSENG et al. 1981, p. 127,128).
A meia-vida da analgesia por eletroacupuntura após o término do estimulo
no homem é de 15 a 17 minutos e de 8 a 13 minutos no coelho; entretanto, na
prática, observa-se uma ação analgésica pós-operatória de várias horas de
duração (LUNA, 2002, p. 340).
2.4.3 Mecanismo de ação da acupuntura
Na Teoria do Controle do Portão, descrita por Melzac e Wall em 1965,
conforme menciona FANTONI e MASTROCINQUE (2002, p. 325), afirma-se que
a substância gelatinosa e as áreas do sistema nervoso central podem bloquear a
transferência das informações entre os nervos aferentes e os neurônios na
medula espinhal (CASSU, 2002, p.42,43). Assim, alguns pesquisadores acreditam
que a eletroacupuntura age no controle da dor pela teoria do controle do portão.
Também relatos da ação inibitória da dor no encéfalo e de outras áreas do
sistema nervoso central, no entanto seu mecanismo de ação ainda não está
totalmente esclarecido (MAYER et al., 1977, p. 371; TAKESHIGE et al., 1991,
p.115-117; CASSU, 2002, p. 42).
A acupuntura não é mediada somente pela ativação dos opióides
receptores, mas também por alguns neurotransmissores como a serotonina
(CHENG e POMERANZ, 1981, p. 88,90; KHO e ROBERTSON, 1997, p.267-268).
15
A secção completa da coluna contralateral e da ventrolateral elimina os
efeitos analgésicos da acupuntura do acuponto Zusanli (E 36), porém a
transecção da coluna dorsal na região T 12 e L 1 ou cordectomia superficial
lateral não afeta a analgesia (KHO e ROBERTSON, 1997, p. 266).
2.5 ANALGESIA
2.5.1 Analgesia por opiódes
cerca de dois mil anos, os opióides eram utilizados para analgesia.
Esta utilização data de civilizações antigas quando o suco da papoula foi
descoberto (Papaver somniferum) e recebeu o nome de ópio (GÓRNIAK, 1996, p.
141).
O termo opióide pode ser aplicado a qualquer substância endógena ou
sintética que produza efeito semelhante ao da morfina. Este efeito pode ser
acompanhado de reações adversas, como a depressão respiratória e as
disfunções gastrintestinais: mito e constipação (FANTONI e MASTROCINQUE,
2002, p.326).
Estes fármacos produzem ações nos receptores específicos do Sistema
Nervoso Central (SNC) e da coluna dorsal (pré e pós sinapticamente), inibindo o
estímulo da dor (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p.327,328; GOZZANI,
2003, p.22).
Os opióides variam na sua especificidade para receptores e na sua eficácia
sobre os diferentes tipos de receptores. Podem se apresentar distintamente em
três categorias principais, os agonistas, que se ligam a todos os receptores, os
agonistas parciais e os agonistas-antagonistas mistos, que agem seletivamente
nos receptores, e os antagonistas que bloqueiam os receptores dos opióides
(GÓRNIAK, 1996, p. 140-142; FANTONI et al., 2000, p. 24).
Dentre os receptores µ (mu), κ (kappa), δ (delta) e σ (sigma), foram
descritos subtipos que possuem efeitos diferentes como µ1, κ3, δ1 e δ2, que
associam a analgesia supra-espinhal µ2, δ2 e κ1 com analgesia espinhal,
podendo apresentar efeito adverso ventilatório com o receptor µ2 (MATHER,
2001, p.51). Em estudos realizados com ratos Strains, geneticamente modificados
para apresentarem diferentes subtipos de receptores, NEILAN et al. (2003, p.
16
255,256) usaram um fármaco seletivo para receptor µ1 agonista (DALDA)
comparado com a morfina e obtiveram resultados diferentes de analgesia,
conforme a afinidade apresentada pelos ratos para os receptores µ1.
Uma das medidas empregadas para reduzir ou prevenir a dor pós-
operatória é a analgesia preemptiva. Esta técnica consiste em controlar o estado
de hipersensibilidade dos neurônios do corno dorsal da medula espinhal pela
administração de analgésicos, antes mesmo que o estímulo doloroso se inicie e
sensibilize o sistema nervoso (FANTONI e MASTROCINQUE, 2004, p. 24).
LASCELLES et al. (1997, p. 470,471), utilizando a meperidina na analgesia pré e
pós-operaratória de ovário-salpingo-histerectomia em cadelas, obtiveram como
resultado a prevenção de alodínia quando empregaram a analgesia preemptiva.
A meperidina, opióide agonista, possui moderada analgesia, sua potência é
1/10 da dose quando comparada à morfina. A sua administração deve ser via IM
ou SC, pois pela via intravenosa (IV) pode causar liberação de histamina e
hipotensão em doses excessivas em cães. Pode-se associar com acepromazina e
produzir uma sedação profilática bastante eficiente e analgesia, sendo empregada
em animais de risco, como, por exemplo, portadores de piometra, sem que haja
hipotensão ou depressão respiratória importante. Neste caso, recomenda-se a
dose da meperidina (1mg/kg) pela via intramuscular e a acepromazina (0,05
mg/kg) pela via intravenosa (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002, p. 328,329;
FANTONI et al., 2000, p. 25). A duração do efeito é relativamente curta, de
aproximadamente 30 a 60 minutos (LEMKE, 1999, p.130,131). A recomendação
de FANTONI et al. (2000, p. 25) é de reaplicação a cada 2 a 4 horas, na dose de
1 a 4mg/kg intramuscular ou subcutânea para cães.
2.6 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA)
A medicação pré-anestésica tem a função de diminuir o fármaco indutor.
Ao realizar a MPA, com uma neuroleptoanalgesia, ou seja, um tranqüilizante e um
opióide, pode-se diminuir a dose do tiobarbitúrico pela metade, comparando-o
com um procedimento realizado sem MPA. Outra função da medicação pré-
anestésica seria a de retirar os possíveis efeitos colaterais dos fármacos indutores
(MASSONE, 1999, p.17,18).
17
O maleato de acepromazina, derivado da fenotiazina, é muito utilizado na
Medicina Veterinária, como agente pré-anestésico em cães. Sua fórmula
molecular é C
23
H
26
N
2
O
5
S; seu peso molecular é de 442,5; seu ponto de fusão
situa-se entre 220 e 240º C e seu pH a 0,1% é de 5,2 com DL
50
via IV em ratos 70
mg/kg. Pode ser administrado pelas vias IV, SC, IM e oral. A dose é de 0,5 a 1,5
mg/kg. Produz supressão do sistema nervoso simpático, com isso diminui a
pressão arterial, bloqueia os receptores alfa-adrenérgicos, aumenta a pressão
venosa central, produz bradicardia intermitente e bradipnéia nos cães, por isso é
necessário que sua aplicação seja feita em conjunto com sulfato de atropina, para
minimizar ou previnir os efeitos vagais (SPINOSA e GÓRNIAK, 1996, p. 132,133).
Segundo a afirmação de BROCK (1994, p. 498,499), o uso de doses baixas (0,05
mg/kg ou menos) de acepromazina no cão proporciona um efeito sedativo mais
pronunciado no período máximo de 1 a 2 horas, ao passo que o uso de doses
mais elevadas pode prolongar esse efeito para 4 a 6 horas. Este pré-anestésico
ocasiona uma depressão do centro termorregulador no hipotálamo que está
associada à vasodilatação periférica e tem como conseqüência a hipotermia.
2.7 INDUTORES E MANTEDORES DA ANESTESIA GERAL
A anestesia geral intravenosa geralmente proporciona a depressão do
Sistema Nervoso Central, mas, para promover uma anestesia cirúrgica, é
necessário fazer sua combinação com outros fármacos. Os anestésicos gerais
são usados para induzir o paciente ao estado de inconsciência. A administração
do anestésico geral por repetidas vezes, em “bolus” ou pela infusão contínua,
mantém a depressão mental para o ato cirúrgico (BENSON et al., 1996b, p.210).
O Propofol (2.6-diisopropilfenol) é um fármaco utilizado na anestesia geral
para indução e manutenção anestésica em forma de “bolus” ou infusão contínua e
possui uma ação sedativa e hipnótica com mínima analgesia. A administração de
opióides, como a morfina e 2 agonista como a medetomidina, na medicação pré-
anestésica, pode fazer com que a dose convencional de 6 a 8mg/kg diminua para
2 a 4 mg/kg (ROBERTSON et al., 1992, p. 1027,1028; THURMON et al., 1994, p.
363,364). Nos estudos realizados por PITCHUMONI et al. (2000, p.1478,1479)
sobre a endoscopia gastrintestinal, em humanos, foram comparados: o propofol
associado ao fentanil com o midazolam associado a meperidina. O resultado
18
obtido foi de maior conforto e sedação para aqueles pacientes que receberam o
propofol e fentanil. A estrutura química destes anestésicos não está relacionada
com os barbitúricos, com os esteróides ou com os derivados de eugenol, pois
apresentam uma ação curta, muito lipossolúvel, de rápida eliminação e curta vida
média (THURMON et al. 1994, p.363).
A composição do profopol é escassa em água, possui água com óleo,
contendo 10% de óleo de soja e 1,2% de lecitina de ovo, isotônico, não irritante e
pH neutro (WATNEY e PABLO, 1992, p.205). Com isso, pode ser diluido para
perfazer um volume maior de aplicação, unicamente com glicose a 5%, facilitando
seu manejo para infusão contínua (SUMANO et al., 1994, p. 204,205).
O propofol é um anestésico geral intravenoso, por isso induz a depressão
do sistema nervoso central, aumentando o efeito inibitório do neurotransmissor
ácido gama aminobutírico (GABA). O lugar de ação deste fármaco é diferente dos
benzodiazepínicos e, em humanos, observa-se sinergismo entre ambos. No
entanto, ele produz uma redução generalizada da atividade metabólica cerebral,
bem como das pressões intracraniana e cerebral, à qual se atribui a diminuição da
pressão da artérial sistêmica (RANSON e GROSS, 1994, p. 1888,1890).
A sua distribuição é rápida, convertida em metabólitos inativos, e, como
conseqüência, uma rápida recuperação com pequeno efeito acumulativo
(ROBERTSON et al., 1992, 1028; RANSON e GROSS, 1994, p. 1888).
2.8 OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA (OSH)
A técnica de OSH descrita por FOSSUM (1997, p.523,524) preconiza
raspagem dos pêlos e anti-sepsia da cartilagem xifóide até o púbis, incisão
cutânea pré-retro-umbilical com auxílio de bisturi e tesoura na região da linha
alba. A seguir, o corno uterino esquerdo é localizado e procede-se à pediculação
dos feixes, fascículos e ligadura arteriovenoso dos ovários com fio poliglactina
910 nº 3.0, valendo-se de três pinças hemostáticas, com incisão entre a primeira
e segunda, seguido de ligadura circular e transfixante. O mesmo procedimento é
realizado no corno uterino direito e colo uterino. Após as ligaduras, efetua-se o
procedimento de omentalização, conforme sugerido por FINGLAND (1998, p.
1543).
19
A sutura da parede abdominal é realizada conforme FINGLAND (1996, p.
378), padrão em Sultan com fio de poliglactina 910 3.0. O tecido subcutâneo é
com fio de categute 3.0 em padrão contínuo simples e a pele com fio de
mononáilon nº 3.0 e padrão interrompido simples.
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
No presente experimento foram estudados 18 cães, fêmeas, clinicamente
saudáveis, sem raça definida, com peso de 4 a 8 kg, idade de 3 a 6 anos,
provenientes do canil do Campus de Palotina UFPR, divididos aleatoriamente
em 2 grupos com 9 animais cada um.
3.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
As fêmeas selecionadas foram vacinadas, vermifugadas e submetidas à
avaliação física e laboratorial (hemograma, ALT e creatinina) no laboratório clínico
do Hospital Veterinário. Na seqüência, os cães foram alojados em canis
individuais por um período de 10 dias para adaptação, onde receberam
alimentação balanceada e água ad libitum”. Após o período de adaptação, foram
submetidas a ovário-salpingo-histerectomia, diferindo os grupos experimentais
somente pela analgesia empregada:
Grupo EA: eletroacupuntura.
Grupo MP: administração de cloridrato de meperidina
1
.
Em ambos os grupos foram verificados parâmetros vitais e dosagem de
cortisol no sangue; foi feita a análise de gases sanguíneos nos períodos pré, trans
e pós-operatório e análise subjetiva da dor, utilizando-se uma escala de contagem
variável, no período pós-operatório imediato. As análises de cortisol e
hemogasometria foram realizadas em laboratório particular
2
.
3. 2 UNIDADES EXPERIMENTAIS
Grupo EA (eletroacupuntura) A analgesia para o procedimento foi
realizada através de eletroacupuntura, utilizando o aparelho da marca eletro-
estimulador Sikuro, modelo DS100C, tendo como pontos de acupuntura:
estômago 36, baço-pâncreas 6, vesícula-biliar 34.
1
Dolosal, Cristalia, Itapira – SP, Brasil.
2
Laboratório Álvaro de Análises Clínicas, Cascavel –PR, Brasil.
21
O ponto Tsu-san-li (Estômago 36) está localizado aproximadamente 3 cm
distal à cabeça da fíbula, lateral à face lateral da tuberosidade tibial; o ponto
Yang-ling-chuan (Vesícula biliar 34) está localizado na junção proximal entre a
tíbia e a fíbula, entre o músculo tibial cranial e osculo fibular; o ponto San-yin-
chiao (Baço pâncreas 6) está localizado 2 cm proximal ao maléolo medial, na face
medial da tíbia, na altura do cruzamento com a veia safena medial conforme
ilustrado na FIGURA 1.
A inserção das agulhas de acupuntura
3
teve início após a tranqüilização
com maleato de acepromazina e a estimulação com aparelho de
eletroacupuntura
4
através de corrente elétrica de freqüência mista, modo denso-
disperso (3 1000 Hz), onda quadrada e corrente alternada. O período de
estimulação foi de 95 minutos, tendo início no período pré-operatório, 20 minutos
antes da intervenção cirúrgica.
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DOS ACUPONTOS E 36, VB 34, E BP 6 NO
CÃO.
Fonte: Draehmpaehl e Zohmann (1997), modificado.
Grupo MP (cloridrato de meperidina) As cadelas deste grupo receberam
Cloridrato de meperidina intramuscular na dose de 3 mg/Kg a cada 40 minutos,
3
Agulhas de acupuntura descartáveis, Korean style, Suzhou Huanqiu Acupuncture Medical Appliance Co.
Ltd, Daoqian, China.
4
Eletro-estimulador DS100C, Sikuro Sistemas e Equipamentos Eletronicos Ltda, RJ – Brasil.
22
totalizando 3 aplicações, e a primeira dose foi aplicada 20 minutos antes da
intervenção cirúrgica.
3.3 PROTOCOLO ANESTÉSICO
3.3.1 Medicação Pré Anestésica (MPA)
As fêmeas foram tranqüilizadas com Maleato de acepromazina
5
na dose de
0,05mg/Kg aplicado na veia cefálica, com auxílio de seringa de plástico de 1 ml,
provida de agulha descartável de 25 x 6 mm. Em seguida, dependendo do grupo
experimental a ser avaliado, foi realizada a administração da meperidina ou a
utilização da eletroacupuntura.
3.3.2 Indução Anestésica
Vinte minutos após a MPA, foi realizada a indução anestésica com
administração de di-iso propil-fenol
6
na dose de 3mg/Kg, por via intravenosa.
Em seguida, os animais foram intubados e a manutenção anestésica foi
realizada com infusão contínua por bomba de infusão
7
, de di-isopropil-fenol na
dose de 0,5 mg/Kg/min.
3.4 AVALIAÇÃO PARAMÉTRICA
Os grupos experimentais foram submetidos à avaliação das funções vitais:
freqüência cardíaca, aferida por auscultação através da estetoscopia; pulsação
arterial, por meio da palpação da artéria femoral; freqüência respiratória, pela
observação dos movimentos dos músculos intercostais e abdominais;
temperatura retal, através da termometria
8
retal; tempo de preenchimento capilar
pela compressão digital da gengiva sobre os dentes incisivos; coloração da
mucosa por observação direta da mucosa oral; pressão arterial sistólica pelo
aparelho de pressão não invasiva,
9
com auxílio de Doppler vascular
10
. Neste
5
Acepran 0,2%, Univet, São Paulo – SP, Brasil.
6
Propoabbott, Abbott, North Chicago, USA
7
Nutrimat,B Braun
8
Termômetro de mercúrio Becton & Dickson.
9
Sphygmomanometro, Michigan
10
Doppler vascular DV 10, Microem produtos Médicos Ltda, Ribeirão Preto, SP – Brasil.
23
mesmo momento, foram colhidos 3ml de sangue da veia jugular externa para a
determinação do cortisol plasmático. Da artéria femoral foi colhido 2ml para
realização da hemogasometria, utilizando-se seringa de plástico de 3ml,
previamente heparinizada, e agulha 25 x 6 mm, que foi imediatamente fechada
com adaptador de borracha e acondicionada em recipiente com água e gelo, para
ser encaminhada ao laboratório.
3.4.1 Pré-operatório
O período pré-operatório iniciou-se após a administração do maleato de
acepromazina, seguida da administração da meperidina intramuscular ou da
inserção das agulhas de acupuntura nos acupontos citados acima, adicionando-
se o estimulo com o aparelho de eletroacupuntura, perfazendo nos 2 grupos um
tempo de 20 minutos (FIGURA 2).
FIGURA 2 - ESTIMULAÇÃO DOS ACUPONTOS PELAS AGULHAS DE
ACUPUNTURA LIGADAS A ELETRODOS DO APARELHO
DE ELETROACUPUNTURA.
3.4.2 Trans-operatório
O período trans-operatório compreendeu o inicio da indução anestésica até
o término da anestesia, perfazendo 75 minutos.
Após nível adequado da anestesia geral, que permitiu a cirurgia, as
pacientes foram submetidas à ovário-histerectomia, realizadas pelo mesmo
24
cirurgião, com o mesmo tempo cirúrgico de aproximadamente 30 minutos. A
preparação e a técnica empregada foram as preconizadas por FOSSUM (1997, p.
523-524).
Neste período, com 75 minutos, foram realizadas novas colheitas
sanguíneas e novamente verificadas as funções vitais. Para tanto, este período foi
dividido em 6 momentos, sendo o intervalo entre cada momento de 15 minutos,
nos quais foram realizadas as aferições das funções vitais, conforme descrito no
período pré-operatório, exceto a pressão arterial que foi aferida a cada 30 minutos
completando 3 aferições (momentos).Também foram mensurados a saturação de
oxigênio e o pulso, pela oximetria de pulso
11
.
As colheitas de sangue para determinação do cortisol plasmático foram
realizadas com intervalo de 30 minutos, iniciando 30 minutos do início da indução
anestésica que compreendeu o momento 3 e momento 6 como descrito na
TABELA 1.
Aos 45 minutos deste período foi realizada a segunda colheita para o
exame hemogasométrico, no momento 4, conforme TABELA 1.
Após o término do período trans-operatório, a infusão contínua de propofol
e o estímulo elétrico foram cessados e as agulhas de acupuntura retiradas.
3.4.3 Pós-operatório.
O período pós-operatório teve início com o término da cirurgia e da infusão
contínua de propofol, bem como a retirada das agulhas de acupuntura para o
grupo EA. A observação clínica foi feita durante 60 minutos e, neste período,
foram avaliadas as funções vitais a cada 15 minutos, perfazendo 4 aferições. A
pressão arterial foi mensurada a cada 30 minutos, iniciando-se aos 15 minutos do
período pós-operatório, totalizando 2 mensurações. A colheita de sangue para
dosagem de cortisol plasmático foi realizada após 30 minutos do início deste
período e a colheita de sangue arterial para análise hemogasométrica foi
realizada aos 45 minutos, de acordo com a TABELA 1.
11
Oxímetro de pulso e saturação de O2: Digioxi PO-900, Digicare tecnologia e biomédica, RJ – Brasil.
25
TABELA 1 - PARÂMETROS AVALIADOS PARA VERIFICAÇÃO DA ANALGESIA EM DIFERENTES MOMENTOS, NOS
PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO DURANTE O EXPERIMENTO REALIZADO EM PALOTINA-PR
Tempo/ minutos
Mep.
0’ 20’ 35’
Mep.40´
50’ 65’
Mep.80´
80’ 95’ 110’ 125’ 140’ 155’ 170’
Momentos/
parâmetro
(M0)
Pré.
MPA
(M1)
Trans.
Ind.
(M2) (M3) (M4) (M5) (M6)
(M7)
Pós. (M8) (M9) (M10) (M11)
Freqüência Cardíaca
Batimento / minuto
X X X X X X X X X X X X
Freqüência Pulso Arterial
Pulso / minuto
X X X X X X X X X X X X
Freqüência Respiratória
Movimento / minuto
X X X X X X X X X X X X
Pressão Sangüínea Arterial
Sistólica (mmHg)
X X X X X X
Cortisol (µg/dl)
X X X X
Saturação de Hemoglobina
Sp O2 %
X X X X X X
Temperatura °C X X X X X X X X X X X X
Coloração da mucosa
X X X X X X X X X X X X
Preenchimento Capilar /
segundos X X X X X X X X X X X X
HEMOGASOMETRIA (MMHG) X X X
26
A mensuração da dor foi realizada por meio da resposta à pressão manual
sobre a ferida cirúrgica e da interpretação da observação dos itens descritos na
tabela de escala de contagem variável (TABELA 2) (FIGURA 3) a cada 15
minutos, num total de 3 aferições. Tendo em vista a melhor confiabilidade da
observação, a mensuração foi realizada sempre pelos mesmos 3 observadores,
em todos os animais, seguindo a técnica de observação “cega”, pela qual os
observadores não sabiam a qual dos grupos de analgesia pertenciam as cadelas.
Após o término das aferições do pós-operatório foram administrados
amoxicilina
12
e cetoprofeno
13
pela via subcutânea na dose de 20 mg/Kg e 2 mg/Kg
respectivamente em todos os animais.
FIGURA 3 - PALPAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA DE ACORDO COM A
ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL, OBSERVANDO
RESPOSTA À MANIPULAÇÃO, NO PERÍODO PÓS-
OPERATÓRIO IMEDIATO EM CADELAS TRATADAS COM
EA OU MP E SUBMETIDAS A OSH
12
Agemoxi L.A., Agener União, Embu-Guaçu – SP, Brasil.
13
Ketojet, Agener União, Embu-Guaçu – SP, Brasil.
27
TABELA 2 - PARÂMETROS AVALIADOS PARA A MENSURAÇÃO DA
DOR, PELA ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL,
DURANTE OS DIFERENTES MOMENTOS NO PERÍODO
PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
Parâmetro
Critérios Escore
0min.
(M0)
15min.
(M1)
30min.
(M2)
Freqüência
Cardíaca
< 10% maior que o valor pré –
operatório
0
11 a 30% maior que o pré -
operatório
1
31 a 50 % maior que o pré –
operatório
2
>50% maior que pré –
operatório
3
Padrão
Respiratório
Normal 0
Moderada torácica 1
Respiração torácica 2
Vocalização
Ausente 0
Vocaliza quando tocado 1
Vocaliza 2
Agitação
Dormindo ou calmo 0
Agitação leve 1
Agitação moderada 2
Agitação severa 3
Resposta à
Manipulação
Sem resposta 0
Mínima, tenta se movimentar 1
Vira a cabeça para o local,
vocaliza
2
Tenta morder, rosna 3
Observação
Totalmente acordado, fica em
pé e caminha
0
Fica em pé, mas sem firmeza 1
Tenta ficar em pé, mas não
consegue
2
Consegue levantar a cabeça 3
Apenas abre os olhos 4
Não responde 5
Fonte: Hardie (2002), modificado.
28
3.5 ANÁLISES LABORATORIAIS
3.5.1 Dosagem de cortisol
Da veia jugular externa foi colhido 5ml de sangue em vacuotainer com
EDTA. No laboratório do Hospital Veterinério foi centrifugado a 3000 RPM,
durante 5 minutos, após o plasma foi acondicionado em flaconetes identificados e
mantidos em freezer a temperatura de –20 ºC até análise conjunta de todas as
amostras. O método utilizado para determinar as concentrações plasmáticas de
cortisol foi o radioimunoensaio.
3.5.2 Hemogasometria arterial
Foram colhidos 2ml de sangue da artéria femoral em seringas plásticas
descartáveis de 3ml previamente heparinizadas. Após a retirada do ar, as
seringas foram vedadas por meio de uma borracha acoplada na extremidade da
agulha e imediatamente acondicionadas em um recipiente de propriedade isolante
térmico com água e gelo e encaminhada e ao laboratório para, no máximo em 3
horas, proceder-se à análise dos gases sangüíneos. O método utilizado foi o
hemogasômetro AVL
14
.
14
Aparelho de hemogasometria marca AVL/Roche modelo compact 03.
29
4 MÉTODOS ESTATÍSTICOS
Foi utilizada a análise estatística ANOVA longitudinal para comparação
dos efeitos dos tratamentos, dos momentos e da interação entre tratamento e
momento, utilizando-se o software SAS (Statistical Analysis System) versão
8.02.
O Teste de Tukey foi utilizado para comparar as diferenças entre as médias
da interação tratamento versus momento e entre as dias do efeito momento,
sendo a diferença mínima para alfa=0,05.
A estatística foi considerada significativa quando p<0,05.
As Hipóteses testadas nesta análise foram:
H
0
: As médias de resposta correspondentes aos dois tratamentos são
paralelas, isto é, não existe a interação entre tratamento e momento;
H
0
: As médias de resposta correspondentes aos dois tratamentos são
iguais, isto é, não existe efeito dos tratamentos;
H
0
: As médias de resposta correspondentes aos tratamentos são paralelas
ao eixo de abscissas, isto é, não existe efeito momento.
Nas próximas TABELAS são apresentados os resultados das comparações
dos efeitos dos dois tratamentos de analgesia levando-se em consideração os
momentos pré, trans e pós-operatórios, isto é, considerando-se a interferência da
evolução temporal no efeito dos tratamentos.
30
5 RESULTADOS
5.1 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA)
A administração de acepromazina produziu tranqüilização suficiente,
permitindo a aplicação das agulhas de acupuntura (FIGURA 4).
FIGURA 4 - AGULHAS COLOCADAS E CONECTADAS AOS
ELETRODOS PARA O ESTÍMULO ELÉTRICO COM O
APARELHO DE ELETROACUPUNTURA
5.2 INDUÇÃO E MANUTENÇÃO ANESTÉSICA
A indução ocorreu de forma suave com a administração do propofol
intravenoso seguida da intubação com tubo endotraqueal adequado e
manutenção com o mesmo fármaco indutor.
5.3 MENSURAÇÕES PARAMÉTRICAS
5.3.1 Freqüência cardíaca.
Não houve interação entre tratamento versus momento, quando p<0,05,
isto é, os dois tratamentos foram paralelos nos 12 momentos observados.
Observa-se ainda, pela análise de variância, que o efeito tratamento e o efeito
31
momento são significantes, p<0,05, ou seja, os dois tratamentos e os momentos
tiveram influência sobre a Freqüência Cardíaca.
As médias dos momentos foram avaliadas, pelo teste de Tukey, para
verificar onde essas diferenças ocorreram. Através desta análise, observou-se,
que M1 difere de M5, M6, M7, M8 e M9, e M3 e M6 são diferentes entre si,
conforme TABELA 3.
Observa-se na FIGURA 5 uma curva maior do grupo eletroacupuntura que
o grupo meperidina comparando as médias principalmente no período trans-
operatório M1 até M7.
TABELA 3 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQÜÊNCIA
CARDÍACA NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 132.66 (43,15)a 125,33 (36,66)a
129,00 (39,03)ABC*
M1 120,00 (32,37)a 111,11 (20,17)a
115,55 (26,56)C
M2 143,78 (40,37)a 117,78 (33,11)a
130,78 (38,23)ABC
M3 120,89 (27,47)a 121,78 (22,28)a
121,33 (24,27)BC
M4 148,00 (41,47)a 127,44 (27,90)a
137,72 (35,88)ABC
M5 160,44 (40,12)a 146,22 (27,86)a
153,33 (34,30)AB
M6 166,78 (30,05)a 148,44 (35,41)a
157,61 (33,23)A
M7 168,00 (40,59)a 136,44 (53,04)a
152,22 (48,61)AB
M8 157,11 (45.33)a 144,44 (46,23)a
150,78 (44,89)AB
M9 154,67 (53,33)a 148,00 (49,07)a
151,33 (49,83)AB
M10 140,00 (60,86)a 142,66 (40,39)a
141,33 (50,13)ABC
M11 140,88 (60,58)a 136,44 (43,98)a 138,67 (51,41)ABC
Média/Tratamentos 146,10 (44,67)A 133,84 (37,79)B
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
32
FIGURA 5 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA
CARDÍACA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP E
DOS MOMENTOS EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS
PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS
SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
5.3.2 Freqüência respiratória
Na análise de variância para a Freqüência Respiratória, apresentada na
TABELA 4, verificou-se que existe o efeito do tratamento, quando p<0,05, isto
é, as freqüências respiratórias no tratamento EA e no tratamento MP são
diferentes.
33
FREQÜÊNCIA CARDÍACA
Momentos
(batimentos/min.)
105
115
125
135
145
155
165
175
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
EA
MP
TABELA 4 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQUENCIA
RESPIRATÓRIA (MOV/MIN) NOS ANIMAIS TRATADOS
COM ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 38,22 (28,15)a 37,77 (13,87)a 38,00 (21,53)A*
M1 36,33 (24,00)a 31,77 (22,77)a 34,05 (22,81)A
M2 40,00 (48,90)a 29,77 (17,56)a 34,89 (35,03)A
M3 42,22 (34,64)a 27,11 (24,39)a 34,67 (30,09)A
M4 46,22 (48,50)a 22,00 (11,83)a 34,11 (35,44)A
M5 44,11 (49,92)a 19,55 ( 7,86)a 31,83 (35,89)A
M6 37,33 (28,21)a 18,66 ( 7,21)a 28,00 (22,16)A
M7 44,88 (23,81)a 27,56 (18,16)a 35,22 (22,39)A
M8 36,88 (15,84)a 34,44 (14,82)a 35,67 (14,94)A
M9 34,66 (17,20)a 34,22 (17,10)a 34,44 (16,64)A
M10 29,55 (9,68)a 36,00 (16,49)a 32,78 (13,53)A
M11 29,33 (11,48)a 30,44 (15,80)a 29,89 (13,41)A
Média/Tratamentos 38,31 (30,34)A 29,11 (16,70)B
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
No tratamento EA, a freqüência aumentou nos momentos 2, 3, 4, 6 e 7,
houve um decréscimo no início de M4 e M7 até M10. O tratamento com MP
diminuiu a freqüência nos momentos 2, 3, 4 e 5 aumentando no início de M6 até
M8. A FIGURA 6 demonstra as médias para a FR entre os tratamentos.
34
FIGURA 6 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA
RESPIRATÓRIA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E
MP EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E
PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
EM PALOTINA - PR, 2005
5.3.3 Freqüência do pulso arterial
Verifica-se, pela análise de variância da Freqüência do Pulso Arterial, que a
diferença entre os dois tratamentos é significante a 5% de probabilidade,
conforme TABELA 5.
A variação foi constatada entre os momentos M1 e os momentos M4, M5,
M6, M7, M8 e M9, ou seja, o momento M1 difere dos demais momentos citados,
quando p<0,05.
35
FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA
Momentos
(mov. respiratório/min)
16
22
28
34
40
46
52
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
EA
MP
TABELA 5 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA FREQUENCIA
DO PULSO ARTERIAL NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0
117,78(32,81)a 104,88(38,09)a
111,33 (35,12)AB*
M1
107,00(24,15)a 100,00(18,81)a
103,50 (21,31)B
M2
120,78(39,56)a 110,22(19,87)a
115,50 (30,85)AB
M3
132,11(31,32)a 117,55(16,49)a
124,83 (25,41)AB
M4
144,89(29,34)a 127,67(18,48)a
136,27 (25,38)A
M5
145,78(27,45)a 127,78(24,01)a
136,77 (26,68)A
M6
150,89(24,94)a 133,44(22,88)a
142,16(24,89)A
M7
158,78(40,11)a 126,11(44,43)a
142,44(44,37)A
M8
145,78(43,42)a 140,22(44,99)a
143,00(42,98)A
M9
140,89(46,95)a 139,66(40,71)a
140,28(42,63)A
M10
132,44(56,39)a 127,44(48,13)a
129,94(50,93)AB
M11
123,78(55,55)a 123,89(38,61)a
123,83(46,41)AB
Média/Tratamentos 135,07 (39,94)A 123,24 (33,94)B
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
No tratamento EA a freqüência aumentou no início do M1 e continuou a se
elevar até o M7 havendo um decréscimo no início de M7 até M11. O tratamento
MP aumentou a freqüência no início do momento 1 até o M6 havendo um
pequeno decréscimo até M7, mas tornou a aumentar até M8 e decaiu novamente
até M11. A FIGURA 7 demonstra as médias para a FPA entre os tratamentos.
36
FIGURA 7 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL FREQÜÊNCIA
DO PULSO ARTERIAL EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS
EA E MP EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ,
TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
5.3.4 Pressão Arterial Sistólica
Na análise de variância apresenta na TABELA 6, observou-se que existe
diferença entre os momentos. Esta diferença foi observada entre os momentos
M2 e M4.
37
FREQÜÊNCIA PULSO ARTERIAL
Momentos
(Pulso arterial/min.)
95
105
115
125
135
145
155
165
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
EA
MP
TABELA 6 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL SISTÓLICA NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0
108,44(15,12)a 111,67(25,26)a 110,05(20,26)AB*
M2
115,22(27,22)a 132,56(26,56)a 123,89(27,58)A
M4
107,89(11,56)a 97,67(26,10)a 102,78(20,27)B
M6
112,33(17,54)a 108,89(28,11)a 110,61(22,80)AB
M8
116,56(21,99)a 119,11(20,09)a 117,83(20,47) AB
M10
118,44(26,38)a 122,33(17,74)a 120,39(21,90)AB
Média/Tratamentos 113,14(20,17)A 115,37(25,67)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
No tratamento EA apresentaram-se médias constantes no decorrer dos
momentos. O tratamento MP aumentou a pressão arterial no início do momento 0
até o M2 houve um decréscimo até M4, mas tornou a aumentar até M8 e
continuou constante até o momento 14. A FIGURA 8 demonstra as médias para a
PAS entre os tratamentos no decorrer dos momentos.
38
FIGURA 8 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL SISTÓLICA EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS
EA E MP EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ,
TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA
Momentos
mmHg
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
0 2 4 6 8 10
MP
EA
5.3.5 Saturação de oxigênio (SpO
2
)
A análise de variância da SpO
2
mostra que existe o efeito momento,
conforme TABELA 7. Esta diferença ocorre entre o momento M6 e os momentos
M1 e M3.
39
TABELA 7 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA SATURAÇÃO
DE OXIGÊNIO NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M1 90,44(5,25)a 86,56(7,29)a 88,50(6,48)B*
M2 90,89(5,95)a 91,33(7,73)a 91,11(6,69)AB
M3 87,56(10,00)a 88,78(7,45)a 88,17(8,57)B
M4 90,22(4,12)a 90,56(6,35)a 90,39(5,19)AB
M5 90,89(6,11)a 92,33(4,50)a 91,61(5,26)AB
M6 93,11(4,23)A 95,44(2,08)A 94,28(3,44)A
Média/Tratamentos 90,52(6,18)A 90,83(6,56)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
Observou-se o mesmo padrão de comportamento com as variações
ocorrendo dentro do limite fisiológico. A FIGURA 9 relata as médias para SpO
2
entre os tratamentos no decorrer dos momentos.
40
FIGURA 9 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL SPO
2
EM
FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NO PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
Saturação de oxigênio
Momentos
(Saturação O2%)
84
86
88
90
92
94
96
98
1 2 3 4 5 6
MP
EA
5.3.6 Temperatura corpórea retal
Observou-se através da análise de variância da Temperatura Corpórea
Retal, TABELA 8, que a interação tratamento versus momento foi significativa. A
maior diferença observada dentre do tratamento EA está entre o momento M0 e
os momentos M2 até M8, e no tratamento MP o momento M0 não difere do
momento M1. A diferença entre os momentos, verificada na análise de variância,
ocorre no momento M0 e nos momentos M6 e M7, que se diferenciam dos
demais.
41
TABELA 8 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA TEMPERATURA
CORPOREA RETAL NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0
38,59(0,51)a 39,03 (0,42)a 38,81(0,50)A*
M1
37,62(0,48)a 38,00(0,58)a 37,81(0,55)B
M2
37,21(0,63)b 37,67(0,80)b 37,44(0,74)BCD
M3
37,16(0,74)b 37,36(0,89)b 37,26(0,80)BCDE
M4
36,93(0,78)b 37,03(0,89)b 36,98(0,81)DE
M5
36,88(0,91)b 36,91(1,05)b 36,89(0,95)DE
M6
36,69(1,11)b 36,44(1,19)b 36,57(1,12)E
M7
36,88(1,25)b 36,34(1,21)b 36,61(1,22)E
M8
37,26(1,27)b 36,38(1,20)b 36,82(1,28)DE
M9
37,48(1,43)b 36,73(1,16)b 37,10(1,32)CDE
M10
37,56(1,38)a 37,27(1,18)b 37,41(1,25)BCD
M11
37,84(1,46)a 37,56(1,28)a 37,70(1,34)BC
Média/Tratamentos 37,34(1,12)A 37,23(1,22)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
O tratamento EA demonstrou valores médios mais estáveis, com uma
tendência a elevação da temperatura a partir de M6. A FIGURA 10 relata as
médias para a temperatura entre os tratamentos no decorrer dos momentos.
42
FIGURA 10 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL
TEMPERATURA CORPÓREA RETAL EM FUNÇÃO
DOS TRATAMENTOS EA E MP EM CADA
MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-
OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
EM PALOTINA - PR, 2005
Temperatura
Momentos
(Graus Celsius)
36,0
36,6
37,2
37,8
38,4
39,0
39,6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
EA
MP
5.3.7 Cortisol plasmático
Na TABELA 9, observou-se na análise de variância do cortisol plasmático
que o efeito momento é significante. Esta diferença ocorreu devido ao
momento M0 que se diferencia dos demais.
43
TABELA 9 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO CORTISOL
PLASMÁTICO NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 6,80(6,05)a 5,31(3,86)a
6,05(4,99)B*
M3 13,32(6,87)a 12,38(3,91)a
12,85(5,45)A
M6 9,00(10,46)a 12,41(4,24)a
11,43(4,03)A
M9 12,74(7,36)a 17,07(7,65)a
14,67(7,69)A
Média/Tratamentos 10,71(6,42)A 11,79(6,52)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
Os dois tratamentos apresentaram um aumento do cortisol até o M3. O
tratamento MP apresentou, a partir do M3 até M6, um valor constante. No
tratamento EA houve um decréscimo do cortisol a partir de M3 até M6. E os dois
tratamentos, após M6, ocorreu um aumento do nível da variável e com maior valor
no tratamento MP. A FIGURA 17 demonstra comparativamente as médias para o
cortisol plasmático entre os tratamentos no decorrer dos momentos.
44
FIGURA 11 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL CORTISOL
PLASMÁTICO EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E
MP EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS
E PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A
OSH EM PALOTINA-PR, 2005
CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA de CORTISOL
Momentos
(mg/dl)
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 3 6 9
MP
EA
5.3.8 pH do sangue arterial
Observou-se, pela análise de variância do pH do Sangue Arterial, TABELA
10, que a interação tratamento versus momento é significativa. A diferença foi
observada entre o tratamento EA no momento M0 e o tratamento MP no momento
M4 e, ainda dentro do tratamento MP, entre os momentos M0 e M4.
A variação significativa entre os momentos, verificada na análise de
variância, ocorreu entre o momento M0 e os momentos M4 e M8.
45
TABELA 10 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO pH ARTERIAL
NOS ANIMAIS TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA
(EA) E MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 7,38(0,04)a 7,40(0,05)a
7,39(0,04)A
M4 7,35(0,06)ab 7,31(0,05)b
7,33(0,06)B
M8 7,36(0,06)ab 7,35(0,07)ab
7,35(0,06)B
Média/Tratamentos 7,36(0,05)A 7,35(0,07)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
O tratamento MP apresentou valores médios altos em comparação ao
tratamento EA no pré-operatório. No trans-operatório, M4, notou-se uma
diminuição e, no pós-operatório , M8, verificou um discreto aumento no pH. No
tratamento EA apresentou-se de uma forma constante, não se registrando
grandes alterações das médias no decorrer dos momentos, conforme FIGURA 12.
46
FIGURA 12 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL DO pH
ARTERIAL EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP
EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E
PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A
OSH EM PALOTINA - PR, 2005
pH
Momentos
7,30
7,32
7,34
7,36
7,38
7,40
7,42
0 4 8
MP
EA
5.3.9 Pressão arterial de oxigênio
A Pressão Arterial de Oxigênio (PaO
2
) apresentou diferença significativa
entre o tratamento EA e MP, conforme observado na TABELA 11.
47
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL DE OXIGÊNIO NOS ANIMAIS TRATADOS
COM ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 78,38(3,04)a 83,50(6,70)a
80,94(5,70)A*
M4 76,28(4,94)a 80,04(9,31)a
78,16(7,48)A
M8 76,51(7,64)a 85,01(6,05)a
80,76(7,99)A
Média/Tratamentos 77,05(5,41)A 82,85(7,50)B
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
O tratamento MP apresentou valores médios altos em comparação ao
tratamento EA. O MP apresentou um decréscimo da PaO
2
a partir do M0 até M4,
ocorrendo da mesma forma no tratamento EA. E em seguida no M4 até M8 houve
um aumento da PaO
2
no tratamento MP, que não ocorreu com a mesma
intensidade no tratamento EA. A FIGURA 13 demonstra as dias para a PaO
2
entre os tratamentos no decorrer dos momentos.
48
FIGURA 13 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL DE OXIGÊNIO EM FUNÇÃO DOS
TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO NOS
PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
Pressão Arterial de O
2
Momentos
(mmHg)
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
0 4 8
MP
EA
5.3.10 Pressão arterial de dióxido de carbono
A Análise de Variância da Pressão Arterial de Dióxido de Carbono
detectou-se somente a diferença entre os momentos, conforme TABELA 12. Esta
diferença ocorreu entre os momentos M0 e M4.
49
TABELA 12 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL DE DIOXIDO DE CARBONO NOS ANIMAIS
TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 36,21(6,37)a 31,77(4,01)a
33,98(5,65)B*
M4 39,37(6,03)a 38,56(4,14)a
38,96(5,04)A
M8 37,52(6,77)a 36,57(5,95)a
37,04(6,21)AB
Média/Tratamentos 37,70(6,29)A 35,63(5,44)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
O tratamento MP apresentou valores médios baixos em comparação ao
tratamento EA. O MP apresentou um aumento da PaCO
2
a partir do M0 até M4,
ocorrendo da mesma forma no tratamento EA. E em seguida no M4 até M8 houve
uma diminuição da PaCO
2
nos tratamentos MP e EA. A FIGURA 14 relata as
médias para a PaCO
2
entre os tratamentos no decorrer dos momentos. Apesar de
estar dentro dos parâmetros fisiológicos a PaCO
2
mantém uma discreta elevação
nos M4 e M8 em ambos os tratamentos.
50
FIGURA 14 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL PRESSÃO
ARTERIAL DE DIÓXIDO DE CARBONO EM FUNÇÃO DOS
TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO NOS
PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH EM PALOTINA - PR, 2005
Pressão Arterial de CO
2
Momentos
mmHg
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
0 4 8
MP
EA
5.3.11 Bicarbonato arterial
Observou-se na TABELA 13, na análise de variância, o bicarbonato arterial
não apresentou diferenças significativas na análise de variância, ou seja, nas
médias da interação entre tratamento versus momento, do efeito tratamento e do
efeito momento.
51
TABELA 13 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO
BICARBONATO ARTERIAL NOS ANIMAIS
TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA (EA) E
MEPERIDINA (MP) E DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 20,25(1,82)a 20,90(1,79)a
20,57(1,78)A*
M4 21,07(1,26)a 20,83(1,79)a
20,95(1,51)A
M8 20,63(2,14)a 20,37(2,20)a
20,50(2,11)A
Média/Tratamentos 20,65(1,74)A 20,70(1,87)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
No período pré-operatório, o tratamento MP apresentou valores médios
maiores em comparação ao tratamento EA. No período trans-operatório aferido
no M4, notou-se uma discreta diminuição e, no período pós-operatório, uma
queda no bicarbonato arterial. No tratamento EA, no período pré-operatório,
verificaram-se valores médios inferiores ao tratamento MP, houve um aumento no
trans-operatório, M4, e em seguida no pós-operatório, M8, o bicarbonato arterial
diminuiu, mas manteve-se superior à dia do tratamento MP, conforme
demonstra FIGURA 15.
52
FIGURA 15 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL
BICARBONATO ARTERIAL EM FUNÇÃO DOS
TRATAMENTOS EA E MP EM CADA MOMENTO
NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E PÓS-
OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
EM PALOTINA - PR, 2005
Bicarbonato Arterial
Momentos
mmol/l
20,0
20,1
20,2
20,3
20,4
20,5
20,6
20,7
20,8
20,9
21,0
21,1
21,2
0 4 8
MP
EA
5.3.12 Excesso de Base
Através da análise de variância do Excesso de Base, verificou-se que não
houve diferenças significativas, ou seja, não existe interação entre tratamento
versus momento, não existe o efeito tratamento e não existe o efeito momentos,
conforme observado na TABELA 14.
53
TABELA 14 - VALORES MÉDIOS E DESVIO PADRÃO DO EXCESSO
DE BASE NOS ANIMAIS TRATADOS COM
ELETROACUPUNTURA (EA) E MEPERIDINA (MP) E
DURANTE OS MOMENTOS
Momentos
Tratamentos
EA MP
Média/Momentos
M0 -4,11(2,06)a -3,34(1,52)a
-3,73(1,80)A*
M4 -4,23(1,65)a -4,73(2,08)a
-4,48(1,84)A
M8 -3,94(2,21)a -4,07(2,46)a
-4,01(2,27)A
Média/Tratamentos -4,09(1,92)A -4,05(2,06)A
* Desvio Padrão entre parênteses.
Médias seguidas das mesmas letras minúscula nas linhas significam que não
diferença entre os momentos em cada tratamento e médias globais seguidas de letra
maiúscula distintas diferença significativa – p<0,05.
O tratamento MP apresentou valores médios maiores em comparação ao
tratamento EA no pré-operatório, mas, no trans-operatório, M4, notou-se uma
diminuição e, no pós-operatório, M8, verificou-se um discreto aumento na curva.
O tratamento EA apresentou-se constante, não havendo grandes alterações no
decorrer dos momentos, de acordo com a FIGURA 16.
54
FIGURA 16 - GRÁFICO DAS MÉDIAS PARA A VARIÁVEL DO EXCESSO
DE BASE EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS EA E MP
EM CADA MOMENTO NOS PERÍODOS PRÉ, TRANS E
PÓS-OPERATÓRIO NOS ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
EM PALOTINA - PR, 2005
Excesso de Base
Momentos
mEq/l
-5,0
-4,8
-4,6
-4,4
-4,2
-4,0
-3,8
-3,6
-3,4
-3,2
-3,0
0 4 8
MP
EA
5.3.13 Tempo de preenchimento capilar e coloração de mucosa
O resultado do tempo de preenchimento capilar (TPC) e coloração de
mucosa para os períodos pré, trans e pós-operatório não apresentou diferenças
significativas.
As FIGURAS 17, 18 e 19 demonstram os resultados das freqüências de
TPC e as FIGURAS 20, 21 e 22 os resultados das freqüências de coloração de
mucosas.
55
FIGURA 17 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO
TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR NO
PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO NOS TRATAMENTOS
MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
Pré-Operatório
0%
100%
11%
89%
1 2
Tempo de Preenchimento Capilar
EA
MP
FIGURA 18 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO
TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR NO
PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Trans-Operatório
19%
81%
13%
87%
1 2
Tempo de Preenchimento Capilar
EA
MP
56
FIGURA 19 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DO
TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR NO
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO NOS TRATAMENTOS
MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA, NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS A OSH
Pós-Operatório
13%
87%
31%
69%
1 2
Tempo de Preenchimento Capilar
EA
MP
FIGURA 20 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO PRÉ-
OPERATÓRIO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Pré-Operatório
0%
100%
0%
100%
Rosea Hipo
Coloração da Mucosa
EA
MP
57
FIGURA 21 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO TRANS-
OPERATÓRIO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Trans-Operatório
87%
13%
94%
6%
Rosea Hipo
Coloração da Mucosa
EA
MP
FIGURA 22 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
COLORAÇÃO DE MUCOSA NO PERÍODO PÓS-
OPERATÓRIO NOS TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Pós-Operatório
0%
100%
0%
100%
Rosea Hipo
Coloração da Mucosa
EA
MP
58
5.3.14 Escala de contagem variável
O resultado obtido na análise desta escala para verificação da analgesia
pós-operatória imediata demonstrou freqüências significativas nos momentos 7, 8
e 9.
A TABELA 15 e FIGURAS 23, 24 e 25 demonstraram os resultados da
freqüência da escala de contagem variável para verificação da analgesia pós-
operatória imediata. No primeiro momento do pós-operatório (M7), houve uma
pequena variação entre os tratamentos, no que diz respeito à analgesia. No
momento seguinte (M8) o tratamento EA mostrou-se superior ao tratamento MP,
no terceiro momento (M9), o tratamento EA continuou sendo superior ao
tratamento MP.
TABELA 15 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DA ESCALA DE
CONTAGEM VARIÁVEL DA ANALGESIA NO PERÍODO
PÓS-OPERATÓRIO NOS MOMENTOS 7, 8 E 9, NOS
ANIMAIS SUBMETIDOS AOS TRATAMENTOS
MEPERIDINA E ELETROACUPUNTURA NA OSH
Momentos
Classificação por
somatória
M7 M8 M9
EA* MP** EA MP EA MP
Analgesia 0
ponto - - 1 4% - 2 7% -
Hipoalgesia 1 a 6
pontos 14 52% 16 59% 14 52% 9 33% 15 56% 10 37%
Dor moderada 7
a 12 pontos 13 48% 11 41% 12 44% 18 67% 10 37% 17 63%
Hiperalgesia 13 a
18 pontos 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
EA – Eletroacupuntura; ** MP – Meperidina
59
FIGURA 23 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL DO M7 NO
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Momento 7
48%
52%
41%
59%
Dor leve Dor moderada
EA
MP
FIGURA 24 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL DO M8 NO
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Momento 8
44%
67%
4%
52%
33%
sem dor Dor leve Dor moderada
EA
MP
60
FIGURA 25 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FREQÜÊNCIA DA
ESCALA DE CONTAGEM VARIÁVEL DO M9 NO
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO NOS
TRATAMENTOS MEPERIDINA E
ELETROACUPUNTURA, NOS ANIMAIS SUBMETIDOS
A OSH
Momento 9
37%
56%
7%
63%
37%
sem dor Dor leve Dor moderada
EA
MP
61
6 DISCUSSÃO
A administração do maleato de acepromazina produziu uma tranqüilização
permitindo a aplicação das agulhas de acupuntura com uma dose de 0,05 mg/kg.
Conforme descrito por BROCK (1994, p. 498,499) o uso de doses baixas (0,05
mg/kg ou menos) de acepromazina no cão confere efeito sedativo mais
pronunciado no período máximo de 1 a 2 horas.
A acupuntura dos pontos para analgesia da região abdominal depende da
preferência e conhecimento do acupunturista, uma vez que uma ampla
variação desses acupontos, como estômago 36, baço-pâncreas 6, vesícula-biliar
34, fígado 4, intestino delgado 5, bexiga 18, bexiga 19, bexiga 20, bexiga 21,
bexiga 22, bexiga 23 e bexiga 24 (MCGRATH e WRIGHT, 1981, p. 502-504;
MCKEE e ROONEY, 2000; MOK, 2000; SUYUN et.al., 2000; KOTANI, et. at.,
2001, p. 350).
MCGRATH e WRIGHT (1981, p. 505-507) puderam verificar que os pontos
baço-pâncreas 6, estômago 36 e vesícula biliar 34 foram eficazes para indução
da analgesia cirúrgica durante a realização de laparotomia em 90% dos cães
estudados. Estes mesmos pontos também produziram analgesia durante
estimulações cutânea e visceral, apresentando-se 75% dos cães sonolentos ou
calmos quando tratados com eletrocupuntura bilateral ou unilateral (CASSU,
2002, p. 114,115). Os pontos utilizados neste trabalho foram os mesmos citados
acima por CASSU (2002, p. 51) e MCGRATH e WRIGHT (1981, p.502-504).
Foram aplicados bilateralmente, com isso um total de 6 acupontos, produzindo os
efeitos esperados em relação a analgesia.
Em relação a analgesia por opióide, a dose do cloridrato de meperidina
preconizada por FANTONI et al. (2000, p. 25) é de 1 a 4mg/kg, porém em
associação com acepromazina recomenda-se 1mg/kg, desde que o paciente
esteja debilitado (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002a, p. 328,329). Neste
trabalho utilizou-se a dose de 3mg/kg, a cada 40 minutos de acordo com LEMKE
(1999, p.130-131), pois a duração do efeito é relativamente curta: entre 30 a 60
minutos, embora FANTONI, et al. (2000, p. 25) recomenda reaplicação de 2 a 4
horas para cães.
62
Os parâmetros estudados neste experimento foram: as freqüências
cardíaca e respiratória, o pulso arterial, a coloração de mucosa, a pressão arterial
sistólica, o tempo de preenchimento capilar, a temperatura retal, a saturação de
oxigênio, as pressões arteriais de oxigênio e dióxido de carbônico, pH,
bicarbonato arterial, excesso de base e o cortisol. Vários destes parâmetros foram
utilizados nos estudos de SKARDA, et al. (2001, p. 25-28) que pesquisaram a
analgesia visceral, os efeitos cardiovasculares e respiratórios da
eletroacupuntura, mensurando a freqüência cardíaca e respiratória, pressão
arterial média, análise dos gases sanguíneos. Já BOSSUT, MALVEN e
STROMBERG (1986, p. 621-623) no estudo da analgesia induzida em ovelhas,
utilizaram somente as concentrações de prolactina e β-endorfina. Em outro estudo
comparativo entre a ação do tramadol e da morfina na analgesia,
MASTROCINQUE e FANTONI (2001, 26,27) aferiram as concentrações de
cortisol, catecolaminas, glicose e norepinefrina. Verificou-se, assim, uma
infinidade de parâmetros para se aferir a dor e o que se apresentou mais de
acordo com este estudo foi o trabalho realizado por SKARDA et al. (2001, p. 25-
28).
6.1 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA
CASSU (2002, p. 66,67), avaliando o efeito respiratório de cães submetidos
a eletroacupuntura com estímulos de dor através do calor, pinçamento e
insuflação de balão retal, não observou diferença entre os grupos de
eletroacupuntura bilateral, eletroacupuntura em pontos falsos, eletroacupuntura
unilateral e animais não tratados por eletroacupuntura. Discordando desse
resultado, o presente estudo demonstrou diferença significativa entre os
tratamentos, apresentando uma maior média no grupo eletroacupuntura. A dor
que responde à injúria causa alterações como hiperventilação, aumento da
secreção de catecolaminas e outros hormônios endócrinos (BONICA, 1990, p. 40-
45). Porém, neste estudo não houve diferença da concentração do cortisol
plasmático entre os tratamentos, mas apenas um aumento das médias no período
trans-operatório.
63
6.2 FREQÜÊNCIA CARDÍACA
No trans-operatório deste experimento a variável freqüência cardíaca foi
maior no tratamento EA em comparação ao MP apresentando uma diferença
significativa. Este resultado difere, por tanto, do que apresentou TSENG et al.
(1981, p. 127,128), os quais, estudaram o efeito da acupuntura na modificação da
concentração alveolar nima em cães e observou que não houve diferença
significativa na freqüência cardíaca entre os grupos eletroacupuntura por 30
minutos antes da anestesia e o outro com eletroacupuntura continuada durante a
anestesia. CASSU (2002, p. 66-79) avaliando os efeitos cardíacos de cães
submetidos a eletroacupuntura com estímulos de dor por meio do calor,
pinçamento e inflação de balão retal, também não observou diferença entre os
grupos estudados. Porém SKARDA et al. (2001, p. 34) testando a analgesia
visceral e cutânea, em cavalos, com eletroacupuntura, verificaram um aumento na
freqüência cardíaca logo após o estímulo máximo da insuflação do balão retal,
aumentando o limiar da dor, apresentando similaridade com este experimento.
6.3 PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA
Não houve diferença significativa de pressão arterial sistólica entre os
tratamentos no atual estudo, seus resultados estão de acordo com os de
MCGRATH e WRIGHT (1981, p. 505-507), que estudaram a analgesia em cães,
avaliado-a com três tratamentos: eletroacupuntura nos pontos estômago 36
isolado, pontos estômago 36, vesícula-biliar 34 e baço-pâncreas 6 e pontos
falsos. Observaram pequena diminuição de pressão arterial média apenas em
animais tratados com eletroacupuntura no ponto estômago 36 e no grupo tratado
com eletroestimulação em pontos falsos, não registrando alteração significativa na
pressão arterial no tratamento com eletroacupuntura no ponto estômago 36 e
associações. O presente trabalho está também de acordo com CASSU (2002, p.
70,71) que não verificou qualquer alteração cardiovascular ou na pressão arterial
sistólica entre os grupos ou entre os tempos, quando realizou a eletroacupuntura
nos pontos estômago 36, vesícula-biliar 34 e baço-pâncreas 6 em cães
submetidos aos estímulos dolorosos cutâneo e visceral. Diferentemente, SKARDA
et al. (2001, p.34) testando a analgesia visceral e cutânea em cavalos, através da
64
eletroacupuntura, descreveram um aumento da pressão arterial média logo após
o estímulo máximo da insuflação do balão retal.
6.4 SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO (SpO
2
)
Neste estudo, a SpO
2
nos períodos pré, trans e pós-operatório não
apresentou diferença significativa entre os tratamentos. O mesmo comportamento
foi observado no trabalho realizado por CASSU (2002, p. 68,69) para a analgesia
em cães, submetidos aos tratamentos com eletroacupuntura uni e bilateral, em
pontos falsos e animais não tratados por eletroacupuntura, não apresentando
nenhuma alteração significativa.
6.5 TEMPERATURA
As aferições encontradas neste estudo foram semelhantes às encontradas
por CASSU (2002, p. 80,81) que, no estudo realizado em cães para analgesia e
avaliação uni ou bilateral do estímulo com eletroacupuntura, avaliou a
temperatura e observou uma queda discreta ao longo do tempo. Ele referiu esta
diminuição ao uso da acepromazina, que resultou em uma vasodilatação e
depressão dos mecanismos termorreguladores do hipotálamo (BROCK, 1994, p.
498,499). No presente estudo, ambos os grupos foram tratados com maleato de
acepromazina e, no período trans-operatório, não apresentaram diferenças de
temperatura entre si. No entanto, no período pós-operatório, apresentou-se uma
diferença significativa de temperatura entre os momentos: a EA mostrou uma
elevação em relação à meperidina, diferindo do resultado apresentado por
CASSU (2002, p. 80,81) para este período. Em especial, uma cadela apresentou
hipertermia (40,2º C) no período pós-operatório. Segundo LUNA (2002, p. 340),
quando realizada a eletroacupuntura, se o aumento da temperatura for acima de
40,0º C, isto pode estar associado à secreção dos opióides endógenos, indicando
um bom nível de analgesia.
65
6.6 PRESSÃO ARTERIAL DE OXIGÊNIO (PaO
2
)
A PaO
2
no período pré-operatório apresentou diferença significativa, ou
seja, uma diminuição no grupo EA em comparação ao grupo MP, possivelmente
devido ao estresse, pois a excitação ocasiona hiperventilação e consumo de
oxigênio BONICA (1990, p. 40-45). No gráfico deste estudo, observa-se que,
neste mesmo período a concentração de cortisol plasmático no grupo EA é maior
que o grupo MP. No período trans-operatório não ocorreu diferença significativa
entre os tratamentos, sendo que neste período apresentou uma diminuição na
PaO
2
nos dois tratamentos, verificando com isso o aumento no consumo de
oxigênio devido às alterações de resposta à dor no eixo neuroendócrino
(FANTONI e MASTROCINQUE, 2001, p. 25), devido o ato cirúrgico da OSH. No
entanto, o período pós-operatório apresentou diferença significativa com uma
elevação da PaO
2
nos dois tratamentos mais evidenciado no grupo MP,
provavelmente a analgesia mais eficiente do tratamento meperidina.
6.7 ANÁLISE DO pH, PaCO
2
, EXCESSO DE BASE e BICARBONATO
ARTERIAL
O tratamento EA ao longo do momento 0 ao 4, períodos pré e trans-
operatório, apresentou um aumento do bicarbonato arterial e da PaCO
2
,
resultando em uma discreta diminuição da BE e diminuição do pH. No tratamento
MP no momento 0 ao 4 apresentou um pequeno consumo de bicarbonato arterial
e um aumento da PaCO
2
resultando em um maior valor de BE refletindo na
diminuição do pH. Quando se compara o momento 4 nos dois tratamentos pode-
se notar uma diferença significativa: menor valor o pH do tratamento MP. Desta
forma, o grupo EA, neste estudo, apresentou pH dentro dos valores fisiológicos de
acordo com SKARDA et al. (2001, p. 36) na analgesia cutânea e visceral com
tratamentos de eletroacupuntura e acupuntura em eqüinos verificando também pH
constante. o grupo com MP o pH ficou abaixo de 7,35, portanto um valor
inferior aos valores fisiológicos nesta espécie (CUNNINGHAM, 1999, p. 503).
66
6.8 CORTISOL
O cortisol plasmático nos períodos pré, trans e pós-operatório não
apresentou diferença significativa entre os tratamentos neste estudo. Resultado
semelhante foi observado por XIE et al. (2001, p.598,599) quando realizaram
eletroacupuntura com alta intensidade (80-120Hz) e baixa intensidade (20Hz) em
cavalos. KOTANI et. al. (2001, p.353-355) não observaram o mesmo e sim o
aumento do cortisol nos períodos trans e pós-operatório em cirurgias abdominais,
por meio da inserção de agulhas intradérmicas em pontos de acupuntura, mas
verifiram analgesia no período pós-operatória em humanos. Porém BOSSUT,
MALVEN e STROMBERG (1986, p.674,675), avaliaram ovelhas submetidas ao
pinçamento, perfuração e calor cutâneo, com o tratamento de eletroacupuntura
aferindo a concentração plasmática de prolactina e endorfinas, comprovando o
aumento da beta-endorfina, mas com o aumento dos níveis de prolactina no
plasma sangüíneo, sugerindo com isso a não ativação hipofisária com liberação
do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), não havendo relação entre estresse e
eletroacupuntura. As diferenças entre os resultados podem estar associadas aos
pontos selecionados, às características do estímulo elétrico e ou comportamento
dos animais avaliados (LUNA e TAYLOR, 1994, p. 20,21).
6.9 ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA
A dor aferida pela escala de contagem variável, no período pós-operatório,
neste estudo apresentou uma diferença significativa, pois o tratamento com EA
obteve uma menor escala sugerindo um maior efeito analgésico. O mesmo
resultado foi obtido por KOTANI et. al. (2001, p. 354,355), em pacientes humanos
submetidos a cirurgia abdominal reduzindo assim a quantidade de analgésicos no
período pós-operatório pela metade. HAMZA et al. (1999, p. 1625,1626),
GHONAME et al. (1999, p. 843-845) utilizaram a eletroacupuntura como
adjuvante da terapia antiálgica em dores crônicas em humanos, potencializando a
analgesia mediada por fármacos convencionais e reduzindo os efeitos colaterais
observados pelo uso prolongado dos mesmos.
67
Como esta escala é utilizada de uma forma subjetiva, não se pode afirmar
com precisão qual é o aumento deste limiar (TEIXEIRA, 2005, p. 32, 33).
68
7 CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos e nas condições do presente
experimento pode-se concluir que:
O tratamento meperidina utilizando a dose de 3 mg/kg em comparação ao
tratamento eletroacupuntura nos pontos estômago 36, vesícula biliar 34 e
baço/pâncreas 6, proporcionou uma menor alteração nos parâmetros vitais,
principalmente freqüências cardíaca e respiratória e pulso arterial no período
trans-operatório.
A hipótese da indução de estresse pelo tratamento eletroacupuntura não foi
confirmada neste estudo, uma vez que os animais não apresentaram alterações
das concentrações plasmáticas de cortisol.
No período pós-operatório imediato pode-se pressupor que a analgesia ou
hipoalgesia do tratamento eletroacupuntura é superior ao tratamento meperidina
pela escala de contagem variável. Como esse método é uma análise subjetiva da
dor, novos estudos serão necessários para comprovar esta diferença do limiar da
dor.
69
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