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demonstradas, porém aparentemente são menos evidentes (LANE et al., 2005). Como a
concentração de inibina nos dois maiores folículos é semelhante durante o processo de
divergência folicular, têm-se sugerindo que ela exerça principalmente ações endócrinas na
regulação do FSH (BEG et al., 2002; GINTHER et al., 2002a,b, 2003).
Do conjunto de folículos emergentes, normalmente apenas um é capaz de manter-se
estrogênio-ativo, proporcionando a manutenção do seu crescimento, passando pelo processo
de divergência folicular, atingindo assim a condição denominada de folículo dominante.
Durante o período de dominância, a diminuição dos níveis plasmáticos de FSH induz a atresia
dos subordinados, pois estes ainda são dependentes deste hormônio (GIBBONS et al., 1997;
GINTHER et al., 1997, 2000, 2002a).
Durante as fases finais do crescimento folicular, o LH passa a atuar nas CG, através dos
seus receptores funcionas permitindo que o folículo dominante se mantenha crescendo, com
considerável independência do FSH (EVANS & FORTUNE 1997; BAO et al., 1997a,b).
Estudos recentes demonstraram que na emergência folicular, algumas isoformas inativas do
receptor de LH já estão sendo transcritas nas CG (ROBERT et al., 2003). Porém, a proteína
capaz de se ligar ao LH somente é transcrita em momentos mais tardios, quando se espera que
a dominância já esteja estabelecida (EVANS & FORTUNE, 1997). Sendo assim, como
durante processo de divergência folicular o FSH encontra-se em níveis basais (GIBBONS et
al., 1997; GINTHER et al., 1997, 2000, 2002), existe um período em que o futuro folículo
dominante consegue manter seu crescimento mesmo em um ambiente com baixa
disponibilidade de gonadotrofinas.
Até pouco tempo, acreditava-se que as gonadotrofinas possuíam papel principal no
processo de divergência folicular (BADINGA et al., 1992; FORTUNE, 1994; GINTHER et
al., 1996). Considerava-se simplesmente que o folículo que primeiro adquirisse receptores
para LH nas CG, alteraria sua dependência de FSH para LH e seria o “escolhido” para exercer
dominância sobre os demais. Porém, atualmente entende-se que para que o processo de
seleção e dominância folicular ocorra, além das gonadotrofinas, são necessários outros
hormônios endócrinos, e principalmente fatores autócrinos e parácrinos produzidos no
ambiente ovariano (GINTHER et al., 2001; RHODES et al., 2001; GINTHER et al., 2002b;
BEG et al., 2002; HENDRIKSEN et al., 2003).
Aparentemente, a capacidade de aumentar antecipadamente a produção de estrógenos,
mesmo quando exposto a esta baixa concentração de gonadotrofinas é o que permite o maior
folículo, normalmente, se tornar o dominante (BADINGA et al., 1992; BEG et al., 2003). O
futuro folículo dominante inicia o seu crescimento mais cedo que os subordinados da onda
folicular (GINTHER et al., 1997). Aparentemente, ele emerge horas antes, e no segundo dia