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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA
ENTERITIDIS EM FRANGOS DE CORTE COM
ÁCIDOS ORGÂNICOS MANANOLIGOSSACARÍDEO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Joana Darc Lopes Bassan
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA
ENTERITIDIS EM FRANGOS DE CORTE COM ÁCIDOS
ORGÂNICOS E MANANOLIGOSSACADEO
Por
Joana Darc Lopes Bassan
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação
em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Medicina Veterinária
Preventiva, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Medicina Veterinária.
Orientadora: Profª. Drª. Maristela Lovato Flôres
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA ENTERITIDIS EM
FRANGOS DE CORTE COM ÁCIDOS ORGÂNICOS E
MANANOLIGOSSACARÍDEO
elaborada por
Joana Darc Lopes Bassan
Como requisito parcial para obtenção de grau de
Mestre em Medicina Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________
Maristela Lovato Flôres, Drª (UFSM)
(Presidente/Orientador)
___________________________________
Gláucia Denise Kommer, Drª (UFSM)
___________________________________
Geder Paulo Herrmann, Dr. (UFSM)
Santa Maria, 16 de agosto de 2007
Este trabalho é dedicado ao
meu filho Márcio Gabriel
pelo apoio, carinho e o amor
incondicional.
AGRADECIMENTOS
À Deus em tudo que tem realizado em minha vida, pois sem ele nada conseguiria.
À Ele toda honra, toda a glória e todo o meu louvor.
Ao meu esposo rcio por acreditar no meu trabalho, sempre apoiando em tudo,
inclusive para que este trabalho se realizasse.
Ao meu amado filho rcio Gabriel motivo de todo o meu empenho, esforço e
estímulo.
Aos meus pais Divor e Sirlei pelo carinho, apoio, paciência, empenho e ajuda com
o meu filho.
À minha orientadora Profª.Drª. Maristela Lovato Flores pelo apoio, dedicação e
amizade.
Ao meu amigo e professor Prof. Dr. Geder Paulo Herrmann pelo apoio, amizade e
por acreditar na minha capacidade.
Às Acadêmicas de Medicina Veterinária, bolsistas no projeto, Taiane Antoniazzi e
Eloísa Bianchi pela ajuda, empenho e dedicação.
À empresa Vetanco do Brasil pelo financiamento na pesquisa.
Aos colegas da Vetanco do Brasil: Mauro Felim e Javier Kuttel pelo apoio.
Aos meus colegas, mestres, Roberto Marinho Maciel, Gislaine Jacobsen,
Aleverson Barcelos e Stefanie Segabinazi pela amizade e coleguismo e, também, pelos
momentos de estudo e, também, momentos de descontração.
À minha colega e amiga Michele Trindade pela alegre amizade e apoio.
À equipe do Laboratório Central de Diagnósticos e Patologias Aviárias (LCDPA)
pela amizade, momentos de trabalho e pelos momentos de descontração.
À minha grande amiga “irmã” Dilma pela amizade e dedicação incondicional.
À equipe da Clínica Veterinária Pegadas pela compreensão e amizade.
À minha gatinha Valentina pela agradável companhia nos momentos da digitação
do trabalho.
Agrada-te do Senhor, e ele
satisfará os desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor,
confia nele, e o mais ele fará.
(Salmo 37:4-5)
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA ENTERITIDIS EM
FRANGOS DE CORTE COM ÁCIDOS ORGÂNICOS E
MANANOLIGOSSACARÍDEO
Autora: Joana Darc Lopes Bassan
Orientadora: Maristela Lovato Flores
Santa Maria, 16 de agosto de 2007
O objetivo deste estudo foi avaliar a ação de dois ácidos orgânicos (ácido fórmico e
ácido propiônico) e de um mananoligossacarídeo (MOS) adicionados à dieta no controle da
infecção intestinal por Salmonella Enteritidis (SE) em frangos de corte. Neste estudo de 39
dias foram
corte. Neste estudo de 39 dias foram utilizadas 150 aves, de um dia de idade, da linhagem
Cobb, lote misto, livre de SE, divididos em seis tratamentos (T) com 25 animais cada, onde:
T1 (dieta e ausência de infecção), T2 (dieta + ácidos orgânicos e ausência de infecção), T3
(dieta + ácidos orgânicos + MOS e ausência de infecção), T4 (dieta + ácidos
orgânicos e
infecção com SE), T5 (dieta + ácidos orgânicos + MOS e infecção com SE) e T6 (dieta e
infecção com SE). No dia após o alojamento, a cama foi instilada, com SE e, a cada sete
dias, cinco aves por grupo foram submetidas à eutanásia por deslocamento cervical,
necropsiadas e realizados os exames bacteriológicos para SE, utilizando-se fezes coletadas
sobre a cama de maravalha dos grupos, e das tonsilas cecais dos animais necropsiados. No 18º
dia, somente 60% das aves estavam infectadas nos tratamentos T4 e T5; no 25º dia, 40% das
aves no T4 e 20% no T5 estavam infectadas; no 32º dia 100% das amostras testadas foram
negativos em ambos os tratamentos (T4 e T5). Constatou-se que o T6 foi 100% positivo ao
32º dia, e no 39º dia reduziu em 20% o número de animais infectados. Dentro dos parâmetros
de avaliação deste experimento, os ácidos orgânicos e o mananoligossacarídeo adicionados à
dieta, possivelmente contribuíram no controle da infecção por SE nas aves testadas.
Palavras-chave: Salmonella Enteritidis, frango de corte, ácidos orgânicos,
mananoligossacarídeo, dieta, bacteriologia.
ABSTRACT
Master’s Dissertation
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
CONTROL OF THE INFECTION CAUSED BY SALMONELLA
ENTERITIDIS WITH ORGANIC ACIDS AND
MANNANOLIGOSACCHARIDE IN BROILERS
Author: Joana Darc Lopes Bassan
Advisor: Maristela Lovato Flores
Santa Maria, august 16
th
2007
The objective of this study work was to evaluate the effect of two organic acids (formic acid
and propionic acid) and of one mannanoligosaccharide added to the diet to control the
intestinal infection caused by Salmonella Enteritidis in broilers. In these 39 days of study it
was used 150 birds, 1-day-old, of the Cobb lineage, both sexes and free of Salmonella
Enteritidis. They were divided in 6 different treatments (T) with 25 birds each, where: T1
(diet and no infection), T2 (diet + organic acids + no infection), T3 (diet + organic acids +
mannanoligosaccharide and no infection), T4 (diet + organic acids and infection with
Salmonella Enteritidis) T5 (diet + organic acids + mannanoligosaccharide + and infection
with Salmonella Enteritidis) T6 (diet and infection with Salmonella Enteritidis). After
housing, the chicken litter was instilled on the 4
th
day with Salmonella Enteritidis and every
seven days, five birds from each group were killed through cervical dislocation. The necropsy
was performed and also the bacteriological exams to detect Salmonella Enteritidis using the
feces collected over the chicken litter of the groups bacteriological analysis of the cecal
tonsils was done as well. On the 18
th
day only 60% of birds were infected in treatments T4
and T5; on the 25
th
day, 40% of birds in T4 and 20% in the T5 were infected; on the 32
nd
day,
100% of tested samples were negative in both treatments. The T6 group was 100% positive
until the 32
nd
day, but on the 39
th
day, it got reduced in 20% of the number of infected
animals. In the experimental conditions of this study, the organic acids and the
mannanoligosaccharide added to the diet possibly contributted to control the infection caused
by Salmonella Enteritidis on tested birds.
Key words: Salmonella Enteritidis, broilers, organic acids, mannanoligosaccharide, diet,
bacteriology.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Composição da dieta, formulada com 30 Kg para cada grupo,
utilizada no experimento...............................................................................................
36
TABELA 2 – Resultados da análise para Salmonella Enteritidis em fezes e tonsilas
cecais de frangos de corte com e sem adição de ácidos orgânicos e MOS na
ração..............................................................................................................................
37
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Tratamentos realizados com a adição de dois ácidos orgânicos e um
mananoligossacarídeo (MOS) na dieta para controlar a infecção por Salmonella
Enteritidis em frangos de corte.........................................................................................
35
FIGURA 2 - Resultados percentuais de aves positivas para Salmonella Enteritidis em
tonsilas cecais de frangos de corte com e sem ácidos orgânicos e MOS na dieta,
durante o período experimental de 35
dias.....................................................................................................................................
38
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................
ABSTRACT.....................................................................................................
LISTA DE TABELAS.......................................................................................
LISTA DE ILUSTRAÇÕES..............................................................................
INTRODUÇÃO................................................................................................
12
CAPÍTULO 1...................................................................................................
15
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 15
CAPÍTULO 2..................................................................................................
31
CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA ENTERITIDIS EM
FRANGOS DE CORTE COM ÁCIDOS ORGÂNICOS E
MANANOLIGOSSACARÍDEO....................................................................................
31
RESUMO.......................................................................................................................... 31
ABSTRACT.....................................................................................................
32
INTRODUÇÃO...............................................................................................
33
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 35
RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................
37
CONCLUSÕES................................................................................................
41
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................
42
44
INTRODUÇÃO
As doenças entéricas, nos últimos anos, tornaram-se um dos maiores desafios para a
avicultura industrial mundial, acarretando perdas de produtividade, aumento de mortalidade
entre as aves e a contaminação de produtos de origem avícola para o consumo humano. Com
freqüência crescente, os produtos avícolas têm sido relacionados com toxinfecções
alimentares em humanos em vários países, sugerindo que os produtos elaborados com carne
de aves portadoras de bactérias possam ser fontes de infecção. A carne de aves pode ser
contaminada com Salmonella sp. quando a bactéria é transferida do conteúdo intestinal à
carcaça durante o processamento e o enfoque maior está voltado à saúde pública. A
ocorrência de surtos de salmonelose humana, relacionada aos produtos avícolas e
determinados por outros sorovares que não Salmonella Enteritidis (SE), tem diminuído
drasticamente na última cada. O isolamento de SE, seja em humanos ou aves, aumentou
sensivelmente, atingindo índices superiores a 50% das ocorrências em muitos países
(ANDREATTI FILHO, 2006).
De acordo com Snoeyenbos & Williams (1991), as aves domésticas constituem-se nos
maiores reservatórios de Salmonella existentes na natureza. As salmonelas são mais
freqüentemente relatadas em aves e produtos de origem aviária, particularmente por causa do
confinamento de uma grande população e das atividades dos programas nacionais para
isolamento e identificação.
Na produção em sistema de confinamento existem inúmeros fatores de risco que
podem contribuir para maior prevalência de Salmonella como falta de higiene na granja, a
presença de pragas nos locais de criação, a contaminação dos alimentos e água oferecidos, uso
indiscriminado de antimicrobianos de amplo espectro como promotores de crescimento e a
presença de animais portadores. A etapa de criação pode ser epidemiologicamente muito
13
importante na disseminação de Salmonella e, conseqüentemente, dar origem a um produto
contaminado. Trabalhos realizados no Brasil e em vários países desenvolvidos e em
desenvolvimento permitem indicar a Salmonella sp. como um dos principais microrganismos
presentes nas contaminações. Levantamentos realizados têm mostrado que 30% a 50% das
carcaças de frangos congeladas ou refrigeradas estão contaminadas por Salmonella sp.
(SILVA, 1998). A contaminação das aves pode ocorrer nas granjas, ou nas diversas etapas
posteriores de produção industrial, distribuição, comercialização e consumo, através da
chamada contaminação cruzada (BAIRD-PARKER, 1990).
Santos et al. (2000) observaram contaminação por salmonelas em carcaças de frangos
congeladas variando de 16% a 53,5 % em incidência, de acordo com as marcas pesquisadas
no comércio varejista de Jaboticabal, SP. Neste estudo, SE foi o sorotipo com maior
ocorrência, totalizando 60,4% dos isolamentos.
Oliveira et al. (2006), ao analisarem 51 amostras de material excretado por aves e 63
amostras de carcaças submetidas a análise bacteriológica e ao teste de sensibilidade a
antimicrobianos, observaram que o foram isoladas salmonelas do material excretado,
contudo, nas amostras de carcaças observa-se a taxa de 11,8%. Três sorotipos foram
identificados: Salmonella enterica sorovar Enteritidis, 50%; Salmonella enterica sorovar
Panamá, 33%; e Salmonella enterica sorovar Newport, 17%. No teste de sensibilidade as
salmonelas foram resistentes a ampicilina e tetraciclina e sensíveis a gentamicina,
metilmicina, carbenicilina e cloranfenicol.
A preocupação mundial com a ocorrência de resistência bacteriana e a
conseqüente proibição do uso de antibióticos promotores de crescimento (APCs) na
alimentação animal levou a uma busca por aditivos naturais que possam substituir os
antibióticos na produção de frangos em todo o mundo. Entre as alternativas está o uso do
mananoligossacarídeo (MOS), derivado de uma cepa específica de levedura, cujos efeitos
14
benéficos sobre o desempenho produtivo e saúde animal têm sido comprovados através de
pesquisas científicas conduzidas em diversos países (ROPPA, 2006).
As empresas exportadoras tiveram que se adaptar às exigências da União Européia e
adotar não apenas um produto, mas todo um programa que envolve manejo, treinamento,
padronização, qualidade da matéria prima e ingredientes. Atualmente, a indústria avícola
nacional está mais preparada para a substituição dos APCs, obtendo resultados zootécnicos
semelhantes aos que eram obtidos com o uso de antibióticos. Além disso, há vantagens
adicionais como uma maior integridade intestinal, redução da resistência bacteriana, controle
de contaminações no abatedouro, assim como uma melhor resposta imune (ROPPA, 2006).
O tratamento com antimicrobianos das rações contribui para a redução da incidência
de salmonelas nas criações de aves, e a adição de ácidos orgânicos às rações, principalmente
os ácidos graxos de cadeia curta, reduz as infecções por salmonelas em frangos, melhorando o
desempenho das aves (HINTON et al., 1985; OSTERMANN, 2005; JUNIOR & OLIVEIRA,
2006).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação de dois ácidos orgânicos (ácido
fórmico e ácido propiônico) e de um mananoligossacarídeo (MOS) adicionados à dieta no
controle da infecção intestinal por Salmonella Enteritidis (SE) em frangos de corte.
15
CAPÍTULO 1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O gênero Salmonella, nome este dado em homenagem a Daniel E. Salmon, Médico
Veterinário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA)
(SNOEYENBOS & WILLIAMS, 1991). A classificação do gênero Salmonella segue ao
esquema Kauffmann-White que divide o mesmo em duas espécies, S. enterica e S. bongori. A
S. enterica apresenta seis subespécies: enterica, salamae, arizonae, diarizonae, houtenae e
indica. Salmonella bongori apresenta uma única subespécie, a bongori. O gênero Salmonella,
é composto por 2.523 sorovares, baseados em reações bioquímicas e sorológicas. A partir
deste nível as salmonelas são classificadas em sorovares e agrupadas de acordo com seus
antígenos somáticos. Conforme Doyle & Cliver (1990), o Manual Bergey classifica as
salmonelas em 50 grupos, que recebem letras do alfabeto, A, B, C
1
, C
2,
D, etc., baseados na
composição do antígeno somático, sendo que 98% das salmonelas isoladas pertencem aos 12
primeiros grupos (POPOFF et al., 2003).
Historicamente o primeiro relato de toxinfecção alimentar produzido pela Salmonella
Enteritidis (SE) foi descrito por A. Gärtner, em 1888, na Alemanha, quando o mesmo isolou o
agente causal, Bacillus enteritidis, a partir da carne de um bovino e do baço de um homem
que havia falecido após ter consumido carne bovina crua (POPPE, 1999).
As modernas técnicas de produção, desenvolvidas principalmente nos anos 70,
trouxeram inúmeros benefícios, mas também podem predispor as aves a desafios patogênicos,
trazendo dessa forma riscos potenciais, não à população avícola como também à própria
população humana, através da contaminação dos alimentos advindos das aves. Um desses
efeitos indesejáveis, presentes na produção avícola industrial, resulta da ausência de uma
16
formação rápida da microflora intestinal natural, e essa ausência, predispõe os pintos à
contaminação por bactérias patogênicas (PETRI, 2002).
A salmonelose é uma das mais prevalentes e mais sérias formas de doenças de origem
alimentar, sendo freqüentemente associada ao consumo do ovo. Muitos levantamentos em
diferentes países têm demonstrado que de 30 a 50% das carcaças de frangos congelados ou
refrigerados estão contaminadas por Salmonella sp. Entretanto, o número de células por
carcaça é muito baixo e geralmente alcança entre cinco e 1.000 células. Muitos esforços têm
sido feitos para reduzir a incidência da contaminação e visam controlar a disseminação de
Salmonella sp. durante o desenvolvimento das aves; a desinfecção desses locais é realizada
com o objetivo de controlar a disseminação desses microrganismos (SILVA, 2005).
Nos últimos trinta anos, a ocorrência de infecção por Salmonella sp. no homem teve
um aumento significativo em vários países. Esse aumento foi observado inclusive em países
com excelentes serviços de saúde e facilidades laboratoriais. Pesquisas em vários países
demonstraram que as carnes tanto de frango quanto as vermelhas, são as maiores fontes de
salmonelose. A contaminação da ração animal tem sido apontada como fonte primária de
infecção nos animais, originando grande número de portadores de Salmonella sp, que são
clinicamente sadios, porém são potenciais disseminadores desse gênero de microrganismo e
possíveis agentes contaminantes durante o processo de abate (SILVA, 2005).
A principal via de transmissão de Salmonella sp é observada na cadeia alimentar. Sua
presença em animais, especialmente aqueles criados com objetivo comercial, mostra que esta
bactéria é considerada o mais incidente e relevante agente causal de enfermidade entérica.
Atualmente são as salmonelas paratíficas” que ameaçam a aceitação pública dos produtos
avícolas, sendo apontadas como principais responsáveis pelos surtos atribuídos às doenças
veiculadas por alimentos (RODRIGUES, 2005).
17
O trato intestinal das aves é o órgão mais importante no desenvolvimento da
imunidade geral inespecífica, pois diferentemente de todas as outras espécies animais, as aves
não apresentam linfonodos. Seus tecidos linfóides distribuem-se ao longo do trato intestinal,
sendo constituídos pelas placas de Peyer, tonsilas cecais e a bolsa de Fabricius que é uma
invaginação da parte final do trato digestório. Estes tecidos captam antígenos disponibilizados
no trato digestório que estimulam as lulas, produtoras de IgA e células T, para o
desenvolvimento de imunidade geral e inespecífica. Através do estímulo imunológico da
mucosa, há produção de anticorpos tipo IgA que bloqueiam os receptores e reduzem o número
de bactérias patogênicas na luz intestinal (JIN, 1997). O trato gastrintestinal realiza funções
básicas como a aquisição e assimilação de alimentos, como também mantêm uma barreira
protetora contra as infecções microbianas e virais (CROOM et al., 2000).
As infecções por Salmonella sp. são adquiridas por ingestão, sendo as tonsilas e as
placas de Peyer portas de entrada para algumas espécies, enquanto outras, que colonizam o
intestino, são invasivas, penetram nas células epiteliais e subseqüentemente, nos macrófagos
da mucosa. As salmonelas produzem doenças através da liberação de enterotoxinas,
citotoxinas e endotoxinas. Uma vez em contato com os macrófagos da lâmina própria ou das
placas de Peyer, as bactérias são fagocitadas, transportadas para os linfonodos regionais e
através da circulação portal, são conduzidas ao fígado (CARLTON & MCGAVIN, 1998). As
salmonelas são microrganismos intracelulares facultativos podendo, ao serem ligadas aos
macrófagos, não serem destruídas e ainda multiplicarem-se dentro destes, o que sugere a
resistência do microrganismo à fagocitose, resultando em uma tendência de cronificação das
doenças provocadas por estas bactérias por meses ou até anos. A severidade da enfermidade
tanto nas aves quanto nos humanos, depende da virulência da cepa, da linhagem e da faixa
etária (BARROW & LOWELL, 1991).
18
A salmonela sobrevive por meses no ambiente, mas é sensível à luz solar e aos
desinfetantes tais como fenóis, clorados e iodados. Ela necessita colonizar a porção distal do
intestino delgado ou o cólon para produzirem infecção, uma vez que a flora anaeróbica
normal do trato intestinal inibe o seu crescimento, além de bloquearem os acessos das
salmonelas aos sítios de adesão (OLIVEIRA, 2000). Contudo, fatores como terapia com
antibióticos, privação de alimento e água, estresse por transporte ou superlotação, alteram a
flora intestinal normal, predispõem à colonização intestinal pelas salmonelas, que aderem às
células intestinais por meio de fímbrias (QUINN et al., 1994).
A colonização intestinal por grande e diversificado número de bactérias é achado
normal nas aves. Entre as bactérias capazes de colonizar o trato intestinal das galinhas
encontram-se diferentes sorovares de Salmonella causadores de infecções em humanos. A
susceptibilidade da ave à colonização intestinal por Salmonella sp. é maior durante os
primeiros dias de vida, reduzindo-se à medida em que ocorre o crescimento da microbiota
intestinal normal (PIVNICK et al., 1982).
De acordo com Rodrigues (2005), a Salmonella Enteritidis e a Salmonella
Typhimurium presentes no intestino de aves sadias, são capazes de contaminar o meio
ambiente, além de outras aves. Dessa forma, por ocasião do abate, podem originar produtos
contaminados para o consumo humano.
De acordo com Quinn et al. (1994), a S. Enteritidis e a S. Typhimurium, do grupo das
paratíficas, podem produzir nas aves infecção subclínica, enterite e septicemia, podendo ser
transmitida via ovo. Felizmente, a pulorose e o tifo aviário encontram-se controlados na
maioria dos países com avicultura desenvolvida, pois o controle é feito mediante a eliminação
das aves positivas identificadas por bacteriologia e sorologia antes do início da produção,
observando-se regras de biossegurança.
19
Qualquer país que deseja controlar Salmonella Enteritidis, um sorotipo comum em
aves, precisa passar por estrito controle de importações, com união dos esforços entre
indústrias avícolas, associações avícolas, entidades de pesquisa e o governo. Planos Nacionais
têm sido implementados em muitos países, com o objetivo de controlar a infecção por
Salmonella em animais e principalmente proteger o consumidor (OIE, 2006).
Segundo Varnan & Evans (1991), infecções por Salmonella podem ser graves,
principalmente em pessoas muito jovens, idosas ou imunodeprimidas, sendo considerada
como dose infectante, contagens bacterianas entre 10
5
e 10
7
unidades formadoras de colônia
(UFC).
Nas aves, pode existir a transmissão para a progênie pela contaminação do ovo no
trato reprodutivo (LISTER, 1998) ou ao passar pela cloaca. Como no ovo contaminado o
ocorre morte embrionária, existe eclosão do pintinho, que se constitui em importante fonte de
infecção. A transmissão horizontal ocorre por via fecal-oral, sendo a água e ração
contaminadas veículos da infecção; o desenvolvimento do estado de portador pode contribuir
para a persistência do microrganismo no ambiente e conseqüente disseminação da
salmonelose. Outras fontes de transmissão incluem roedores, pássaros e outros animais, o que
favorecem a introdução e disseminação deste a bactéria em propriedades avícolas
(BERCHIERI JÚNIOR, 1995).
Nas aves, as salmoneloses têm três formas de apresentação: pulorose, causada pela
Salmonella Pullorum, tifo aviário, causado pela Salmonella Gallinarum (ambas hospedeiras
adaptadas às aves) e paratifo aviário, causado pelos demais sorovares de Salmonella (espécies
não-adaptadas às aves) (SNOEYENBOS & WILLIANS, 1991).
A pulorose pode acometer aves em todas as idades, sendo, porém mais comum nas aves
jovens, nas quais a mortalidade pode ser mais elevada, uma vez que apresenta uma forma
20
aguda septicêmica. Em aves adultas apresenta-se de forma crônica e localizada
(SNOEYENBOS, 1991).
As aves que sobrevivem podem apresentar empenamento ruim e crescimento inadequado
para a idade, porém nos casos de matrizes pesadas e poedeiras comerciais, cujo ciclo de vida é
maior, as mesmas conseguem crescer dentro dos parâmetros zootécnicos esperados e produzir
ovos, os quais podem estar contaminados, uma vez que uma das formas de transmissão é a
transovariana. Os sinais clínicos apresentados pelas aves doentes são: sonolência, fraqueza,
perda de apetite, retardo no crescimento, amontoamento, diarréia branca a branco-amarelada e
morte. Em algumas situações também se observa, cegueira e claudicação (BERCHIERI
JÚNIOR, 2000).
O tifo aviário, por sua vez, é uma enfermidade de caráter septicêmico, cujo curso pode ser
agudo ou crônico, aparecendo geralmente em plantéis de aves adultas (POMEROY &
NAGARAJA, 1991). As aves adultas infectadas pelo tifo aviário apresentam queda no
consumo de ração, sonolência, apatia, penas arrepiadas, cabeça pálida, cristas encolhidas e
diarréia amarelo-esverdeada a esverdeada. Poderá também ocorrer queda de postura
(BERCHIERI JÚNIOR, 2000). A distribuição é mundial, infectando principalmente aves
jovens, com até duas semanas de idade (NAGARAJA et al., 1991). As aves mais velhas
normalmente tornam-se portadoras assintomáticas e as aves adultas parecem ser mais
resistentes à doença (BERCHIERI JÚNIOR & BARROW, 1995).
O paratifo aviário é uma doença aguda ou crônica, causada por qualquer Salmonella
que não a S. Pullorum e a S. Gallinarum (BERCHIERI JÚNIOR, 2000). A transmissão das
salmonelas paratíficas pode ocorrer de forma vertical (via ovo) e/ou horizontal (via oral). A
transmissão horizontal pode ocorrer através da ingestão de água e/ou de ração contaminada,
bem como pela ingestão de material fecal (NASCIMENTO et al., 1996).
21
Segundo Barrow & Lovell (1991), a transmissão vertical, via ovo, da Salmonella
Enteritidis pode ocorrer devido à colonização nos folículos ováricos e oviduto ou por
contaminação fecal seguida de penetração através da casca.
Os sinais clínicos apresentados por aves infectadas pelas salmonelas paratíficas
dependem da idade das mesmas. As aves adultas não os apresentam de forma clara, sendo
raro que ocorram surtos agudos em condições naturais, nestes quadros observa-se:
inapetência, aumento no consumo de água, diarréia e desidratação. Nas aves jovens, fatores
ambientais, grau de exposição e a presença de infecções intercorrentes têm uma participação
importante na severidade de um surto, onde observa-se: sonolência, cabeça baixa, olhos
fechados, asas caídas, penas arrepiadas, anorexia, aumento no consumo de água, diarréia
aquosa profusa com empastamento de cloaca e tendência das aves a se aglomerarem junto à
fonte de calor. Em surtos superagudos com mortes ocorrendo no incubatório ou nos primeiros
dias de idade, as aves podem não apresentar sinais clínicos (NAGARAJA et al., 1991).
A presença de Salmonella sp. no intestino, na pele e entre as penas das aves pode
causar contaminação das carcaças durante o abate e o processamento. A bactéria, que foi
introduzida pelas aves no frigorífico, contamina as dependências e equipamentos,
comprometendo a qualidade do produto final para o consumo humano (HUMPHREY et al.,
1988).
A introdução de Salmonella sp. pode ser minimizada pelo uso de um programa de
biosseguridade. A água de beber das aves deve ser potável ou clorada. Carreadores mecânicos
de organismos incluindo sapatos e roupas de pessoas que manejam as aves podem estar
envolvidos na transmissão. Toda ação deve ser feita para controlar a introdução de salmonelas
por fômites. Ainda, a completa eliminação de aves infectadas do plantel deve ser realizada
(GAST, 2003).
22
Devido aos prejuízos causados por Salmonella sp., em todo o mundo, passou-se a
implementar medidas de controle na avicultura, sendo que dentre estas medidas deve-se
ressaltar os seguintes pontos: aves de reposição livres de Salmonella sp., controle de vetores,
higiene e desinfecção adequada das instalações, utilização de rações sem contaminação por
Salmonella sp., medidas de biossegurança nas propriedades e monitoramento microbiológico
ambiental e das aves. Normalmente, as carcaças contaminadas com Salmonella sp.
apresentam pequenos números de bactérias (< 100 UFC/carcaças de ave), a menos que haja
uma elevação de temperatura de resfriamento, ocorrendo, como conseqüência, uma intensa
multiplicação (MEAD, 1989; INGRAM & SIMOSEN, 1990).
A presença deste gênero, ainda que detectada por uma única unidade formadora de
colônia, em alimento é totalmente inadmissível (SILVA, 1997). Os alimentos mais
comumente envolvidos o: a carne moída, a lingüiça e a carne de aves (PELCZAR et al.,
1996).
Em relação as Salmonellas, sabe-se que são microrganismos Gram negativos,
aeróbicos, em forma de bastonetes, apresentando pleomorfismo. Todas são positivas à prova
de catalase e negativas à oxidase. São móveis por flagelos peritríquios, porém algumas são
imóveis, com ou sem cápsula e fermentadoras de açúcar. Encontram-se no intestino de
animais e do homem, são eliminadas pelas fezes que contaminam a água e solo (OLIVEIRA,
2000).
O Gênero Salmonella é membro da família enterobacteriaceae, são bastonetes Gram
negativos, medindo 0,7-1,5 µm x 2-5 µm, usualmente móveis por flagelos peritríquios, com
exceção dos sorotipos Gallinarum e Pullorum. Aeróbicas ou anaeróbicas facultativas, formam
colônias de 2 a 4mm de diâmetro. Reduzem nitratos em nitritos. Geralmente produzem gás
em meio com glicose e não fermentam a lactose. A temperatura para crescimento está entre 5
23
e 46ºC (ótima entre 35 e 37ºC) e pH para crescimento entre 6,0 e 7,0 (HOLT et al., 1994;
SIQUEIRA, 1995; OLIVEIRA, 2000; CAMPOS, 2002).
Para o isolamento de Salmonella sp., no enriquecimento não-seletivo utiliza-se,
geralmente, água peptonada a 1% ou caldo BHI (infusão de cérebro e coração), a uma
temperatura de incubação de 37 ou 42ºC. No enriquecimento seletivo, os caldos Rappaport-
Vassiliadis, Selenito-cistina e Tetrationato são recomendados e utilizados a temperatura de
42ºC (SIQUEIRA, 1995; OLIVEIRA, 2000).
O diagnóstico das infecções por enterobactérias é normalmente realizado pelo
isolamento e identificação da bactéria responsável pela infecção, e como não são exigentes
podem ser cultivadas em meios de uso geral (OLIVEIRA, 2000; TRABULSI & CAMPOS,
2002). Todas as enterobactérias crescem sobre ágar sangue (AS) e ágar MacConkey (MC) e
estes são usados rotineiramente para isolá-las nos laboratórios de diagnóstico. O ágar eosina-
azul-de-metileno (EMB) também pode ser usado no lugar do ágar MacConkey, pois permite
uma diferenciação preliminar entre enterobactérias e outras bactérias Gram negativas
(FARMER III, 1995). O meio sólido Verde Brilhante (VB), Rambach e XLD (xilose-lisina-
desoxicolato) são usados por serem mais seletivos que o ágar MacConkey (QUINN et al.,
1994; BACK, 2002).
No bioquimismo presuntivo, as amostras positivas apresentarão as seguintes
características: Urease-negativa, TSI-alcalino (bisel) com produção de gás positiva ou
negativa, LIA-alcalino na base e H
2
S positivo ou negativo e no meio SIM o H
2
S, o indol e a
motilidade são positivo. As colônias isoladas que apresentam essas características seguem
para diferenciação bioquímica definitiva e, se confirmado o perfil esperado, é determinada a
continuidade pela caracterização antigênica. A identificação final do sorotipo normalmente
ocorre em laboratórios credenciados ou de referência (OIE, 2006).
24
Em meio TSI (ferro tríplice açúcar) a produção de ácido sulfúrico (H
2
S) é positiva,
provocando coloração negra no fundo do tubo, não produzem indol, porém o citrato é
normalmente utilizado como fonte de carbono. A descarboxilização da lisina e da ornitina são
reações quase sempre positivas. A urease, fenilalanina e triptofano são negativas. Não
produzem lipase e desoxirribonuclease (JAWETZ et al., 1991; HOLT et al., 1994;
OLIVEIRA, 2000; CAMPOS, 2002).
O antígeno somático é parte da parede da célula, composto de lipopolissacarídeo, que
contém endotoxinas que produzem febre no hospedeiro, quando a toxina atinge a corrente
sangüínea. Os flagelos, que são compostos por material protéico, prolongam-se além da
parede da célula bacteriana, sendo responsáveis pela motilidade da mesma e possuindo
antígenos que são úteis na identificação final do agente (DOYLE & CLIVER, 1990).
Nas investigações da Salmonella, em que se utilizam características fenotípicas,
através de esquemas, tem-se uma classificação do sorovar e do fagotipo. A identificação dos
sorovares de Salmonella sp. é determinada principalmente pela caracterização sorológica das
amostras, com soros anti-Salmonella somáticos (O), flagelares (H) e capsulares (K ou Vi).
Este esquema permite o reconhecimento dos sorovares com base nas propriedades antigênicas
das fases um e dois das proteínas flagelares (antígenos H1 e H2), e pelos antígenos de
superfície (parede celular lipopolissacarídica, antígeno O) (LI et al., 1994).
Grande número de testes sorológicos tem sido desenvolvido para o diagnóstico de
infecção por Salmonella sp. em animais. Recentemente, outros testes como o ELISA, o
utilizados na rotina de diagnóstico de Salmonella (GAST, 2003; OIE, 2006). uma
tendência crescente para o uso no trabalho diário de métodos de detecção e contagem de
microrganismos, mais rápidos e econômicos do que os clássicos. Este fato tem determinado o
aparecimento de novos procedimentos, entre os quais se destacam as técnicas imunológicas,
25
conforme refere-se Benitez (2000), sobre o TECRA
®
UNIQUE
TM
Salmonella que possui alta
sensibilidade e especificidade na detecção de Salmonella sp.
A manutenção da flora desejável tem sido algum tempo obtida com o uso de
promotores de crescimento, os quais deprimem os microrganismos considerados indesejáveis
e proporcionam um meio favorável para aqueles considerados desejáveis. O aparecimento de
microrganismos resistentes pelo uso de antibióticos promotores de crescimentos (APCs) tem
se tornado freqüentes e determinando medidas severas por parte das Autoridades
Governamentais da Comunidade Européia e de outros países (BOLDUAN, 1999).
Setores da saúde pública do Brasil têm se manifestado contra os antibióticos e a sua
proibição em rações é eminente, seguindo a tendência mundial e obedecendo às normas
internacionais para o banimento completo como promotores de crescimento. Apesar dos
benefícios comprovados sobre o desempenho e saúde animal, o uso de APCs na alimentação
animal é um assunto de grande polêmica em todo o mundo (MILTENBURG, 2000). As
principais preocupações relacionadas à sua utilização na produção animal incluem a perda de
sua eficiência ao longo do tempo e o desenvolvimento de resistência bacteriana em humanos
(ROPPA, 2006).
Roppa (2004) afirma que o meio de atuação dos probióticos no organismo se refere
principalmente à inibição que estes exercem na colonização do intestino por bactérias
patogênicas. Os mecanismos através dos quais os probióticos reduzem as bactérias ou
bactérias patogênicas seriam: produção de substâncias bactericidas, competição por
nutrientes, alteração do metabolismo microbiano, estimulação do sistema imunológico,
competição por sítios de ligação e exclusão competitiva.
Os produtos de exclusão competitiva (EC), ou também chamados de probióticos, são
compostos por microrganismos vivos que, fornecidos às aves, beneficiam o hospedeiro
mediante estímulo das propriedades existentes na microbiota natural. dois aspectos
26
positivos no uso desses produtos na avicultura, ou seja, a determinação de melhores índices
zooeconômicos e a redução da colonização intestinal por alguns patógenos, entre os quais a
Salmonella sp. (JUNIOR & OLIVEIRA, 2006).
Os autores ainda afirmam que a via de administração desses produtos determina uma
melhor ou pior capacidade de colonização intestinal pelas bactérias presentes, sendo descritos
vários todos de tratamento, embora a campo, a adição à água de beber, ração e
pulverização sobre as aves sejam os mais utilizados. A indicação de uso dos probióticos ou
EC às aves, é que ocorra o mais precocemente possível, a fim de que as bactérias presentes
no produto colonizem e se multipliquem no trato intestinal, iniciando suas atividades
benéficas no hospedeiro antes desse ser contaminado por algum patógeno.
O termo exclusão competitiva é usado para descrever a capacidade de uma microbiota
impedir a colonização intestinal de outras bactérias. A administração de probióticos,
compostos por microrganismos da microbiota intestinal de aves normais, pode determinar
alguma proteção às aves receptoras contra a colonização por alguns patógenos,
particularmente Salmonella sp. São descritos vários métodos de administração da microbiota
intestinal, ou seja, por meio de pulverização sobre as aves, inoculação em ovos embrionados,
inoculação via cloaca, reutilização de cama, inoculação via endoesofágica e adição à ração ou
à água de bebida. O inóculo pode ser obtido a partir de fezes ou de conteúdo cecal recém-
colhidos (ZINPRIN, 1993; JUNIOR & OLIVEIRA, 2006).
Existem alternativas para auxiliar na modulação da função imunológica dos animais,
uma delas é a utilização de ácidos orgânicos, empregados na produção animal. São ácidos
graxos voláteis de cadeia curta, ou seja, ácidos fracos com menores proporções de carboxilas
dissociadas, em comparação aos ácidos fortes (ROPPA, 2006).
Os ácidos orgânicos, propiônico e o fórmico, quando misturados reduzem o pH e
passam a ter uma ação antibacteriana, particularmente contra bactérias Gram negativas. O
27
modo de ação dos ácidos orgânicos, amplamente utilizados principalmente no controle de
Salmonella sp., embora exercendo também controle sobre outras bactérias, é atribuído à
redução direta do pH intracelular por ionização dos ácidos não dissociados (BARBOSA &
TORRES, 1999).
A ação inibidora dos ácidos orgânicos na forma não dissociada é de 100 a 600 vezes
maior do que a forma dissociada, e podem permear a membrana celular por difusão e liberar
prótons no citoplasma celular (EKLUND, 1983). O influxo de prótons induz a acidificação do
citoplasma e dissipa o potencial de prótons da membrana, e inibindo a geração de energia
(DIEZ-GONZALES & RUSSEL, 1997).
Os ácidos orgânicos de diferentes classes (fórmico, láctico, propiônico, acético, cítrico,
butírico, e outros) têm sido amplamente utilizados na avicultura, tornando-se uma alternativa
aos antibióticos promotores do crescimento (APC) quando provocam um efeito
bacteriostático ou bactericida. Um estudo demonstrou que os ácidos orgânicos oriundos da
fermentação de Lactobacillus sp. promovem um efeito bacteriostático contra Salmonella
Enteritidis ao fornecer um microambiente para a colonização das bactérias ácida tolerantes
como o Lactobacillus, Propionibacterium e Butyrivibrio para a manutenção da acidez do trato
intestinal, além disso, protege os ácidos no trato gastrentérico, evitando a sua metabolização
(FERREIRA & ASTOLFI-FERREIRA, 2006).
A ação dos ácidos reduz o pH e conseqüentemente a flora patogênica, evitando a
destruição das vilosidades intestinais, mantendo a espessura da parede do intestino e da
membrana da mucosa normal, aumentando a absorção integral dos nutrientes (VETANCO,
2005).
Os ácidos orgânicos são completamente metabolizados pela ave no trato
gastrointestinal (TGI), e o controle efetivo dos patógenos contribui para a modulação da
resposta imunológica e conseqüente melhora do desempenho avícola. O uso de acidificadores
28
com base de ácidos orgânicos em alimentos balanceados para aves, pode dar rendimentos
comparados com os antibióticos promotores de crescimento (ADAMS, 2000).
O conceito moderno de probiótico foi definido por Fuller (1989) como sendo
microorganismos (MO) vivos que, suplementados constantemente na dieta, afetam
beneficamente o organismo animal, atuando no equilíbrio da microbiota intestinal. Os
prebióticos, segundo GIBSON & ROBERFROID (1995), são considerados ingredientes o
digestíveis que estimulam o crescimento e/ou a atividade de um limitado número de
microrganismos capazes de proporcionar um ambiente intestinal saudável ao hospedeiro. São
constituídos de complexos de glicomanonoproteínas, em particular de mananoligossacarídeos
(MOS), capazes de ligarem-se à fímbria das bactérias e inibir a colonização no TGI. Podem
também serem utilizados como nutrientes pelas bactérias. Alguns autores atribuem aumentos
na retenção de alguns minerais e a mineralização óssea à suplementação com prebióticos
(BRADLEY & SAVAGE, 1994; ONIFADE et al.; 1999).
A utilização dos prebióticos do tipo MOS para estabilizar a flora intestinal, reduz o
aparecimento de neoplasias por melhorar a atividade imunológica das aves e também com
resultados para o ganho de peso e conversão alimentar (FLEMMING & FREITAS, 2005).
Obtém-se um hidrolizado de leveduras através de tratamentos químicos e enzimáticos e a
célula deste microrganismo sofre um processo de lise e hidrólise enzimática ocorrendo uma
grande produção de oligossacarídeos de manose e glicose (PÉREZ et al., 2001).
O hidrolizado de Saccharomyces cerevisiae está constituído fundamentalmente por
oligossacarídeos de mananos e glicanos, peptídios de baixo peso molecular, vitaminas do
complexo B, aminoácidos, bases nitrogenadas, nucleosídeos e nucleotídeos. A parede celular
destas leveduras pode ser constituída aproximadamente de 90% polissacarídeos, 5-10% de
proteínas e 1% de lipídeos. Quando a célula de levedura é submetida a um processo de lise e
hidrólise enzimática, é liberado oligossacarídeo de mananos e glicanos, que são importantes
29
componentes de ação biológica, tais como prebióticos e imunomodulador para animais e
humanos (DE LOACH et al., 1992; 1995; SANCHES, 1997).
Santos et al. (2006) relatam que, diversos aditivos têm sido utilizados como
alternativas aos antibióticos promotores de crescimento em dietas de aves, entre eles o MOS
fosforilado, proporcionando condições favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos
benéficos do trato gastrintestinal, resultando em melhor digestão e maior absorção de
nutrientes.
A ligação das bactérias patogênicas no intestino das aves é freqüentemente mediada
pela ligação de lecitinas bacterianas aos receptores contendo D-manose e desta forma os
mananoligossacarídeos podem ser utilizados para diminuir a colonização por bactérias
indesejáveis (ESHDAT et al., 1978).
O sistema de defesa intestinal é significativamente melhorado e aprimorado com o uso
de mananoligossacarídeos fosforilados. A inclusão destes compostos nas dietas animais
promove uma alteração na população microbiana intestinal. Isto ocorre pela capacidade do
MOS se aderir às proteínas contendo manose, encontradas na superfície de bactérias que
contêm fímbrias do tipo 1, como Salmonela sp. e Escherichia coli. Desta forma, os
microrganismos patogênicos não se aderem aos carboidratos presentes na superfície das
células intestinais, sendo eliminados pelas fezes e, portanto, não causando lesões (ROPPA,
2006). O autor ainda afirma que, o controle da aderência da bactéria ao intestino do
hospedeiro implica em uma diminuição ou total inibição do processo infeccioso. Vários
mecanismos para este controle foram descritos na literatura e envolvem o bloqueio dos
receptores presentes na mucosa do intestino, o bloqueio da adesão da fímbria bacteriana, a
eliminação dos receptores existentes na mucosa do intestino e a inibição da produção da
adesina. As fímbrias do tipo 1 se ligam especificamente à manose através da lecitina presente
em suas extremidades, sendo que esta ligação também foi observada em células de
30
levedura. Esta ligação é denominada adsorção e pode ser visualizada ao microscópio óptico,
pois resulta em uma aglutinação das células de levedura.
31
CAPÍTULO 2
CONTROLE DA INFECÇÃO POR SALMONELLA ENTERITIDIS EM FRANGOS
DE CORTE COM ÁCIDOS ORGÂNICOS E MANANOLIGOSSACARÍDEO
CONTROL OF THE INFECTION CAUSED BY SALMONELLA ENTERITIDIS
WITH ORGANIC ACIDS AND MANNANOLIGOSACCHARIDE IN BROILER
Joana Darc Lopes Bassan
1
Maristela Lovato Flôres
2
Taiane Antoniazzi
2
Eloisa
Bianchi
2
Javier Kuttel
3
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a ação de dois ácidos orgânicos (ácido fórmico e
ácido propiônico) e de um mananoligossacarídeo (MOS) adicionados à dieta no controle da
infecção intestinal por Salmonella Enteritidis (SE) em frangos de corte. Neste estudo de 39
dias foram utilizadas 180 aves, de um dia de idade,
1
P
rograma de Pós
-
graduação em M
edicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Santa Maria, RS, Brasil. Francisco Crossetti, 355/ Aptº 202, 97050-210, Santa Maria, RS Brasil. E-
mail:
joanabassan@yahoo.com.br
. Autor para correspondência.
2
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), Laboratório Central de Diagnóstico de
Patologias Aviárias, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.
3
Empresa Vetanco do Brasil, Chapecó, SC, Brasil.
32
corte. Neste estudo de 39 dias foram utilizadas 150 aves, de um dia de idade, da linhagem
Cobb, lote misto, livre de SE, divididos em seis tratamentos (T) com 25 animais cada, onde:
T1 (dieta e ausência de infecção), T2 (dieta + ácidos orgânicos e ausência de infecção), T3
(dieta + ácidos orgânicos + MOS e ausência de infecção), T4 (dieta + ácidos
orgânicos e
infecção com SE), T5 (dieta + ácidos orgânicos + MOS e infecção com SE) e T6 (dieta e
infecção com SE). No dia após o alojamento, a cama foi instilada, com SE e, a cada sete
dias, cinco aves por grupo foram submetidas à eutanásia por deslocamento cervical,
necropsiadas e realizados os exames bacteriológicos para SE, utilizando-se fezes coletadas
sobre a cama de maravalha dos grupos, e das tonsilas cecais dos animais necropsiados. No 18º
dia, somente 60% das aves estavam infectadas nos tratamentos T4 e T5; no 25º dia, 40% das
aves no T4 e 20% no T5 estavam infectadas; no 32º dia 100% das amostras testadas foram
negativos em ambos os tratamentos (T4 e T5). Constatou-se que o T6 foi 100% positivo ao
32º dia, e no 39º dia reduziu em 20% o número de animais infectados. Dentro dos parâmetros
de avaliação deste experimento, os ácidos orgânicos e o mananoligossacarídeo adicionados à
dieta, possivelmente contribuíram no controle da infecção por SE nas aves testadas.
Palavras-chave: Salmonella Enteritidis, frango de corte, ácidos orgânicos,
mananoligossacarídeo, dieta, bacteriologia.
ABSTRACT
The objective of this study work was to evaluate the effect of two organic acids (formic acid
and propionic acid) and of one mannanoligosaccharide added to the diet to control the
intestinal infection caused by Salmonella Enteritidis in broilers. In these 39 days of study it
was used 150 birds, 1-day-old, of the Cobb lineage, both sexes and free of Salmonella
Enteritidis. They were divided in 6 different treatments (T) with 25 birds each, where: T1
(diet and no infection), T2 (diet + organic acids + no infection), T3 (diet + organic acids +
33
mannanoligosaccharide and no infection), T4 (diet + organic acids and infection with
Salmonella Enteritidis) T5 (diet + organic acids + mannanoligosaccharide + and infection
with Salmonella Enteritidis) T6 (diet and infection with Salmonella Enteritidis). After
housing, the chicken litter was instilled on the 4
th
day with Salmonella Enteritidis and every
seven days, five birds from each group were killed through cervical dislocation. The necropsy
was performed and also the bacteriological exams to detect Salmonella Enteritidis using the
feces collected over the chicken litter of the groups bacteriological analysis of the cecal
tonsils was done as well. On the 18
th
day only 60% of birds were infected in treatments T4
and T5; on the 25
th
day, 40% of birds in T4 and 20% in the T5 were infected; on the 32
nd
day,
100% of tested samples were negative in both treatments. The T6 group was 100% positive
until the 32
nd
day, but on the 39
th
day, it got reduced in 20% of the number of infected
animals. In the experimental conditions of this study, the organic acids and the
mannanoligosaccharide added to the diet possibly contributted to control the infection caused
by Salmonella Enteritidis on tested birds.
Key words: Salmonella Enteritidis, broiler, organic acids, mannanoligosaccharide, diet,
bacteriology.
INTRODUÇÃO
A Salmonella Enteritidis é um patógeno entérico de origem alimentar mais
freqüentemente relatado na literatura nas ocorrências de gastrenterite em seres humanos. A
importância deste microrganismo é em decorrência de sua prevalência significativa com
distribuição mundial nos lotes de frango de corte e suas implicações na saúde pública (GAST,
2003).
Nas aves, as salmonelas podem ser classificadas em quatro grupos de acordo com suas
manifestações clínicas, facilitando com este agrupamento o entendimento epidemiológico e
com isso, o auxílio na escolha da melhor estratégia de controle. A Salmonella Enteritidis
enquadra-se no grupo III, juntamente com a S. Typhimurium, sendo estes sorotipos os líderes
34
de causas de toxinfecções alimentares no homem, podendo ocasionalmente ser consideradas
patogênicas para aves, principalmente jovens (BACK et al; 2006).
Apesar de toda a monitoria industrial com o propósito da segurança alimentar, ainda
assim, essas infecções têm sido freqüentes, constituindo-se as aves em uma significativa fonte
de contaminação de salmonelas para o homem. O fato de o Brasil ser o maior exportador de
carne de aves e pela grande exigência dos países importadores, se reforça a necessidade de
maior controle (BACK et al; 2006).
Para auxiliar na prevenção e minimizar as infecções por bactérias patogênicas, são
adicionados ácidos orgânicos (AO) à dieta, pois estes alteram o pH, passando a ter uma ação
antibacteriana, particularmente contra bactérias Gram negativas (OSTERMAN, 2005). Os
ácidos orgânicos se usados corretamente junto com medidas nutricionais, de manejo e
biosseguridade, podem ser uma ferramenta poderosa para manter a saúde do trato intestinal
das aves, melhorando o rendimento zootécnico sem risco de resíduos, como os dos
antibióticos, na carne e ovos (PARTANEN & MROZ, 1999).
Roppa (2006) relata que, o MOS atua por bloqueio dos sítios de adesão de bactérias
resultando em uma melhora na imunidade, por permitir que os patógenos sejam apresentados
às células imunes como antígenos atenuados, sendo uma substituição a utilização do MOS
fosforilado aos antibióticos, o que tem sido recomendado em muitos países, principalmente
por empresas exportadoras de carne de frangos. Desta forma, a tendência internacional de
substituição de antibióticos promotores de crescimento por aditivos naturais parece
irreversível na produção avícola.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação de dois ácidos orgânicos (ácido fórmico e
ácido propiônico) e de um mananoligossacarídeo (MOS) adicionados à dieta no controle da
infecção intestinal por Salmonella Enteritidis (SE) em frangos de corte.
35
MATERIAL E MÉTODOS
As aves foram alojadas por 39 dias, no isolamento do Laboratório Central de
Diagnóstico de Patologias Aviárias (LCDPA) da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) e as análises laboratoriais foram realizadas no LCDPA. Utilizou-se 150 aves de corte
de um dia de idade, da linhagem Cobb, misto, com peso médio inicial de 43 gramas, livres de
Salmonella sp., adquiridas do Laboratório de Avicultura (LAVIC) da UFSM, com tratamentos
alocados em seis grupos (T1 a T6) com 25 unidades cada (Figura1), alojados em box 1,5 m
2
X 1,5 m
2
sobre cama de maravalha esterilizada e à temperatura climatizada próxima de 30ºC
e, após os 15 dias, mantida entre 18 a 24°C.
T1
Dieta Ausência de Ácido Ausência de infecção
T2
Dieta Ácido propiônico + fórmico Ausência de infecção
T3
Dieta Ácido propiônico + fórmico + MOS Ausência de infecção
T4
Dieta Ácido propiônico + fórmico Salmonella Enteritidis
T5
Dieta Ácido propiônico + fórmico + MOS Salmonella Enteritidis
T6
Dieta Ausência de Ácido Salmonella Enteritidis
Figura 1 Tratamentos realizados com a adição de dois ácidos orgânicos e
ummananoligossacarídeo (MOS) na dieta para controlar a infecção por Salmonella Enteritidis em
frangos de corte.
Foi cultivada uma amostra de SE, cedida pelo Laboratório de Enterobactérias do
Instituto Oswaldo Cruz, cultivada em meio de água peptonada (AP) a 37ºC, em seguida
transferida para o meio de ágar nutriente (AN). Após 24h a 37°C apresentaram uma
população de 3.800 colônias e provável concentração de 3x10
8
UFC/mL, padronizada
comparando com a escala 3 de Mac Farland.
As aves foram alojadas com um dia de idade, monitoradas para Salmonella sp, através
da avaliação bacteriológica do pool das fezes dos tratamentos. A dieta e a água também foram
analisadas para Salmonella sp. No quarto dia, Salmonella Enteritidis foi instilada e misturada
na cama de maravalha, de forma que todas as porções contivessem a bactéria. A partir do 11º
36
dia, a cada sete dias, num período de 39 dias, cinco aves de cada tratamento foram submetidas
a eutanásia por deslocamento cervical, necropsiadas e realizados exames bacteriológicos.
Foram coletadas para os exames amostras de fezes depositadas sobre a cama de maravalha de
todos os tratamentos, e também, das tonsilas cecais de cada ave.
Cada amostra analisada continha 1 grama, macerada em cadinho estéril e distribuída
em 9 mL de caldo de pré-enriquecimento não seletivo (peptona bacteriológica), incubada por
24h à 42ºC. Em seguida foi transferido 1 mL para um tubo contendo 9 mL de Tetrationato e 1
mL para um tubo de 9 mL de Rappaport-Vassiliadis incubados por 24 h à 42ºC. Depois de
realizado o cultivo em placas de ágar verde brilhante (VB) e ágar XLT
4
e incubados por 24 h
na estufa a 37°C, as colônias suspeitas de SE foram submetidas à prova sorológica com
antisoro somático polivalente e provas bioquímicas: Ágar tríplice de açúcar e ferro (TSI),
Ágar lisina-ferro (LIA), meio SIM (Sulphide Indol Motility), Caldo uréia e Citrato de
Simmons (QUINN et al.,1994; SIQUEIRA, 1995; OLIVEIRA, 2000).
A dieta formulada com milho e farelo de soja (Tabela 1), não continha nenhuma droga
com finalidade bactericida ou fungicida, para evitar interferências no experimento. A
quantidade de ácidos e MOS adicionados na ração foi de 4Kg/Ton. Nos tratamentos T1 e T6
as aves foram alimentadas com a dieta e ausência de ácidos. Adicionou-se na dieta o ácido
propiônico + ácido fórmico para o T2 e T4, e o ácido propiônico + ácido fórmico + MOS
foram adicionados na dieta dos T3 e T5.
Tabela 1 - Composição da dieta, formulada com 30 Kg para cada grupo, utilizada no experimento para as
aves.
INGREDIENTES PESO (Kg)
Milho 18,02
Farelo de soja 10,04
37
Óleo Vegetal 0,79
Fosfato Bicálcico 0,51
Calcário 0,37
Sal 0,09
Premix (vitaminas + minerais) 0,15
TOTAL 29,97
O projeto foi registrado e aprovado pelo comitê de Ética e Bem-Estar Animal da
UFSM sob o número 23081.000053/2006-77.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da análise bacteriológica para SE nas fezes e tonsilas cecais estão
apresentados na Tabela 2 e na Figura 2.
Tabela 2 - Resultados da análise para Salmonella Enteritidis em fezes e tonsilas cecais de frangos de corte
com e sem adição de ácidos orgânicos e MOS na ração.
DIA 11 DIA 18 DIA 25 DIA 32 DIA 39
% INF % INF % INF % INF % INF
TRATAMENTOS
+ - + - + - + - + -
Tonsilas
grupo 1
S/SE
000 100 000 100 000 100 000 100 000 100
Tonsilas
grupo 2
S/SE + AO
000 100 000 100 000 100 000 100 000 100
Tonsilas
grupo 3
S/SE + AO
+ MOS
000 100 000 100 000 100 000 100 000 100
Tonsilas
grupo 4
SE + AO
100 000 060 040 040 060 000 100 000 100
Tonsilas
grupo 5
SE + AO
+MOS
100 000 060 040 020 080 000 100 000 100
Tonsilas
grupo 6
SE
100 000 100 000 100 000 100 000 080 020
Fezes dos
grupos
000 100 20 80 20 80 20 80 000 100
38
Figura 2 - Resultados percentuais de aves positivas para Salmonella Enteritidis em tonsilas cecais de frangos de
corte com e sem ácidos orgânicos e MOS na dieta, durante o período experimental de 35 dias.
As análises confirmaram que as aves, a dieta e a água eram negativas para Salmonella
sp. no início do experimento. No 11º dia 100% das aves analisadas dos tratamentos T4 e T5
apresentaram resultados positivos para Salmonella Enteritidis. No 18º dia, somente 60% das
aves estavam infectadas nos tratamentos T4 e T5. Conforme Lambert & Stratford (1999), os
ácidos orgânicos não dissociados, penetram na parede celular da bactéria, na célula
bacteriana, são dissociados liberando o cátion (+) e o ânion (-). A forma catiônica reduz o pH
interno e as bactérias consomem energia para manter o equilíbrio e morrem, exercendo função
bactericida. O ânion do ácido se difunde livremente através da parede celular em sua forma
não dissociada, e a acumulação deste torna-se tóxica para a bactéria mediante mecanismos
complexos que implicam desbalanceamento aniônico conduzindo a problemas osmóticos
internos, interferindo na síntese de proteína. Os ácidos orgânicos na sua forma o dissociada
não poderão penetrar na parede celular da bactéria. Concordando com Silva et al. (2005),
onde os autores concluiram com sua pesquisa que os tratamentos com ácidos orgânicos na
concentração de 3,0% mostraram-se eficazes na inibição do crescimento da Salmonella sp. em
rações avícolas, em todas as repetições tanto após 24, 48 h e 7 dias de contato do produto com
a ração contaminada. E discordando dos autores Albuquerque et al. (1998) que em uma
100
100
100
60
60
100
40
20
100
0 0
100
0 0
80
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
7 14 21 28 35
DIAS PÓS-DESAFIO
% DE AVES POSITIVAS
(Tonsilas Cecais)
Ácidormico+propiônico Ácido fórmico+propiônico+MOS Controle +
39
pesquisa concluíram que os ácidos orgânicos apresentaram efeito irregular em termos de
atividade bactericida em dietas artificialmente contaminadas por Salmonella sp.
No 25º dia, observou-se infecção somente em 40% das aves no T4 (onde os ácidos
foram adicionados), e em 20% no T5 (onde o MOS foi adicionado), indicando um provável
efeito protetor dos componentes adicionados nesses dois tratamentos. Quando o MOS é
absorvido nas células M localizadas no interior das placas de Peyer estimula a imunidade
sistêmica e associada ao intestino, atuando como antígeno não patogênico e exercendo um
efeito semelhante o um adjuvante. Além disso, os mananoligossacarídeos fosforilados
derivados da parede celular da levedura Saccharomyces cerevisae cepa 1026 (MOS
fosforilado) inibem a colonização de patógenos através do bloqueio das fímbrias do tipo 1,
que permitem que esses patógenos ataquem a superfície epitelial do intestino (ROPPA, 2006).
Segundo Junior & Oliveira (2006), Salmonella Enteritidis possui fímbrias tipos 1 e/ou 3,
sendo em razão destas, a capacidade das bactérias patogênicas em lesar as células do
hospedeiro, sendo bloqueadas pelo MOS.
No 32º dia, 100% das amostras testadas foram negativas em ambos os tratamentos (T4
e T5), justificando a importância da utilização dos ácidos para controlar a infecção por SE, e
ressaltando ainda que o T6 que obteve a adição do MOS na ração, o número das aves
infectadas foi ainda menor no 25º dia do que no T4 (sem o MOS). Hooge (2006) relata que a
adição de altos níveis de MOS fosforilado (0,40%) na dieta de frangos jovens desafiados com
Salmonella reduzem as contagens de bactérias no ceco. Loddi et al. (2006) relatam em um
experimento que o MOS possui características específicas que permitem reduzir a colonização
de patógenos no organismo. Os mananoligossacarídeos da parede celular de leveduras podem
atuar bloqueando os sítios de ligação de bactérias patogênicas na mucosa intestinal,
diminuindo assim os danos à mucosa resultando em uma melhor utilização dos ingredientes
da dieta (SPRING et al., 2000).
40
Constatou-se que o T6 foi 100% positivo até o 32º dia, e no 39º dia reduziu em 20%.
Os resultados encontrados são semelhantes, OSTERMAN (2005) firma que a mistura de
ácidos orgânicos está entre aqueles que têm apresentado melhor consistência de resposta à
infecções. O tratamento 6 demonstrou a persistência da infecção e serviu de comparação com
os outros tratamentos (T4 e T5) com adição de ácidos orgânicos chegando à ausência da
recuperação da Salmonella Enteritidis nos dias 32 e 39 nas aves dos tratamentos T4 e T5.
Os ácidos e o MOS utilizados estavam associados a um transportador mineral, com a
função de garantir para que a dissociação destes ocorresse no ceco. Segundo Lambert &
Stratford (1999), a única forma de evitar que os ácidos orgânicos se dissociem no intestino da
ave é protegendo-os dentro de uma matriz que tenha a capacidade de passar na porção anterior
do aparelho digestivo sem desnaturalizar. Sem proteção contra o ambiente do trato
gastrointestinal, os ácidos orgânicos se dissociam antes de chegar aos segmentos do intestino
onde se encontra a bactéria que deverá ser atacada.
Nos tratamentos T2 (com os dois ácidos) e T3 (com os dois ácidos e o MOS), não
houve qualquer sinal clínico que indicasse reação ao uso dos produtos, demonstrando sua
inocuidade nas condições de avaliação clínica deste experimento.
As aves dos tratamentos T4 e T5 não apresentaram sinais clínicos, e na necropsia não
foram observadas lesões macroscópicas; no T6 dois animais apresentaram sinais clínicos. Na
ração dos tratamentos T3 e T5 foi utilizado um produto que continha o mananoligossacarídeo,
além do ácido fórmico e do propiônico. Para Martin (1994) os prebióticos do tipo MOS são os
de uso freqüente na indústria de rações, podendo ser utilizados como nutrientes pelas
bactérias eutróficas, e alguns autores atribuem a eles aumentos na retenção de minerais e uma
melhor mineralização dos ossos quando suplementados a dietas de aves.
À medida que as bactérias probióticas e MOS são administrados, a condição de
eubiose se torna permanente, impossibilitando o estabelecimento de Escherichia coli,
41
Clostridium sp. e Salmonella sp. aumentando o número de bactérias benéficas produtoras de
ácidos orgânicos como lático acético e butírico (ITO et al; 2004), o que se verificou a partir
do 25º dia no tratamento T5 da tabela 1.
As aves do tratamento T6, entre o 31º e 35º dias, apresentaram polidipsia,
arrepiamento de penas, prostração e asas caídas, concordando com os achados de Junior &
Oliveira (2006). Os mesmos autores citam ainda que a presença de sinais clínicos é comum
em aves jovens e ocasional em adultas. Morreram duas aves, com 31 e 35 dias
respectivamente, na necropsia apresentaram lesões macroscópicas de espleno e hepatomegalia
com petéquias, fígado friável, coração esbranquiçado e flácido e intestino hemorrágico.
Exames bacteriológicos das aves dos tratamentos 4 e 5 foram positivos para SE, estas porém
não apresentaram sinais clínicos. Junior & Oliveira (2006), relatam que os sorovares
pertencentes ao grupo paratifóide colonizam o trato intestinal sem determinar qualquer
sintomatologia, uma vez que não são específicos de aves, mas com adaptação suficiente para
persistir no intestino destas, possibilitando a eventual contaminação das carcaças e ovos.
CONCLUSÕES
Dentro dos parâmetros de avaliação deste experimento: a) Os ácidos orgânicos (fórmico e o
propiônico) e o mananoligosacarídeo foram inócuos, ou seja, não causaram dano ao
organismo das aves, considerando que não provocaram sinais clínicos nos grupos T2 e T3; b)
Os resultados indicam que os dois ácidos orgânicos e o MOS possivelmente contribuíram no
controle da infecção por Salmonella Enteritidis, pois nos grupos em que os mesmos foram
adicionados à dieta (T4 e T5) o número de aves infectadas reduziu a partir do 18º dia, em
relação ao 11º dia de experimento; c) A percentagem de aves infectadas no 18º dia foi menor
no T5 (com ácidos orgânicos e MOS) que no T4.
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