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determinava condenação total para ascite. Como a decisão era de haver aproveitamento das
carcaças, marcando como ascite entrava em contradição com a legislação da UE, então foi
decidido denominar Síndrome Ascítica. A referida Circular diz: “1. Quando as carcaças de
frangos se apresentarem à inspeção post-mortem apenas com hidropericárdio e pequena
quantidade de líquido abdominal de cor clara ou âmbar, sem aderência e sem nenhum outro
comprometimento ou alteração, liberam se as mesmas para consumo, condenando-se as vísceras,
fígado e coração; 2. Quando houver presença de líquido ascítico aderente na cavidade abdominal
e/ou vísceras, também sem nenhuma outra alteração na carcaça, permite-se o aproveitamento
parcial dos membros (asas, coxas, sobrecoxas e pés), pescoço e peito sem osso, devendo a
operação de cortes e desossa de peito ser efetuada em local próprio após a inspeção final.
Condenam-se nesse caso as vísceras fígado e coração, bem como o restante da carcaça; 2.1.
Permite-se, opcionalmente, o aproveitamento integral das carcaças para industrialização através
de separação mecânica de carne, após a remoção do líquido e das partes afetadas pelas
aderências; 3. Quando as carcaças se apresentarem com distensão abdominal decorrente da
presença de grande quantidade de líquido ascítico no abdômen e/ou hidropericárdio, e também
quando houver intercorrência com outras alterações como congestão sangüínea, cianose,
anasarca, caquexia, entre outros, deverão ser totalmente condenadas”.
GONZÁLES & MACARI (2000), afirmam que o percentual de perdas (mortes e descartes
na linha de abate) é elevado nos lotes submetidos a condições que favorecem o desencadeamento
do problema: hipóxia, ventilação deficiente, frio, estresse e crescimento rápido com bom
desempenho inicial.
As perdas mundiais devido à ascite totalizam aproximadamente um bilhão de dólares por
ano e por isso, parâmetros indiretos, tais como, contagem de hemácias, viscosidade sangüínea e
hematócrito vêm sendo recomendados para o monitoramento dos plantéis que são utilizados na
seleção de aves resistentes à ascite. Sendo assim, a utilização de linhagens que apresentem baixos
valores de hematócrito, dentro do espectro de normalidade, e de um sistema de criação adequado,
poderiam minimizar as conseqüências dessa síndrome (SILVA, 2005).
A quantificação dos achados de inspeção post mortem, utilizada adequadamente, pode
gerar mais benefícios que a própria retirada do processo das carcaças e vísceras com alterações,
por possibilitar a tomada de ações preventivas sobre a matéria prima (ARMENDARIS, 2006).