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RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ESTRATÉGIAS HORMONAIS DE INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE
ESTRO EM NOVILHAS DE CORTE ENTRE 12 E 14 MESES DE IDADE
AUTOR: JOSÉ FRANCISCO MANTA BRAGANÇA
ORIENTADOR: PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de março de 2007
O objetivo do presente estudo, foi o de desenvolver e avaliar dois protocolos de sincronização e ou indução de
estro em novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade, que possibilite o emprego da inseminação em tempo fixo
(IATF) após um curto controle de estro (48h). O primeiro trabalho experimental consistiu na avaliação da
necessidade de eCG no sistema BioRep quando utilizado em novilhas. Para tanto, foram empregadas 64
novilhas (Bos taurus x Bos indicus) divididas ao acaso em dois grupos: eCG (tratamento- n =32) e s/eCG
(controle -n=32). Em uma segunda etapa o grupo tratamento foi implantado em um número maior de fêmeas
(n=92), avaliando a consistência dos resultados obtidos no pré-experimento. No dia 0, as novilhas do grupo
tratamento receberam um pessário vaginal com 250mg de MAP por sete dias, e uma injeção intra-muscular (IM)
de 2,5mg de BE. No sexto dia, foram aplicados 250UI IM de eCG e 104µg Cloprostenol sódico na sub-mucosa
vulvar (smv). Após a retirada do MAP, as novilhas tiveram seu estro controlado por um período de 48h, sendo
inseminadas 12h após a manifestação do mesmo. As novilhas que não manifestaram o estro no período de
controle, receberam 100µg IM de GnRH e, após 16 a 24h, foram inseminadas por IATF. As novilhas do grupo
controle receberam o mesmo tratamento anterior, sem a aplicação do eCG. Os índices de concepção e prenhez
nos grupos tratamento (55,2% e 46,2%), mostrarem-se similares e ao serem agrupados foram significativamente
superiores aos do grupo controle (23,07% e 25,0%) respectivamente (P<0,05). Conclui-se que o emprego de
eCG, associado ao MAP, permite melhorar os índices de prenhez em novilhas de 12 a 14 meses de idade. Por sua
vez, o segundo experimento teve por objetivo avaliar o emprego de progestágeno em um sistema de
indução/sincronização de estro, utilizando eCG-GnRH-MAP-PG-GnRH (eMGPG) para novilhas de corte de 12 a
14 meses. Novilhas Bos taurus, predominante Red Angus, foram divididas aleatoriamente em dois grupos:
eMGPG (n=85) e eGPG (n=85). As novilhas do grupo eMGPG receberam 400UI de eCG (IM; dia -3) com a
finalidade de provocar um aumento de crescimento folicular, tornando-os mais responsivos ao GnRH. Após 72h,
os animais receberam uma injeção de GnRH (100µg; IM; dia 0) e um pessário vaginal contendo 250mg de
acetato de medroxi-progesterona (MAP) por sete dias. Na retirada do MAP (dia 7), foi aplicada uma dose de
5mg de Dinoprost, via submucosa vulvar. Nas 48h seguintes à retirada dos pessários, foi realizado o controle da
manifestação de estro e inseminação artificial (IA). As novilhas que não manifestaram estro nesse período,
receberam uma dose de 100µg de GnRH por via IM e IATF nas 16 a 24h seguintes. As fêmeas do grupo eGPG
receberam o protocolo similar ao anterior porém, sem o MAP. A percentagem de estro dos grupos eMGPG e
eGPG após a aplicação da prostaglandina foram de 23,5% (20/85) e 22,3% (19/85) respectivamente (p>0,05).
Igualmente, os índices de concepção e prenhez nos grupos eMGPG (65,0%; 13/20 e 37,6%; 32/85) e eGPG
(68,4%; 13/19 e 28,2%; 24/85) não diferiram estatisticamente. Com intuito de avaliar a resposta de folículos de
diferentes tamanhos após administração de eCG, novilhas de 12-14 meses foram aleatoriamente distribuídas para
receber 400UI de eCG (IM) na presença de folículos de 5,0, 8,5 e >10,0mm, durante o diestro. Os diâmetros
médios dos folículos no dia 3 da dinâmica foram, de 13mm, de 10mm e de 8mm nos grupos de folículos grandes,
de folículos médios e de folículos pequenos respectivamente. Conclui-se que a aplicação prévia de eCG para
aumentar o índice de folículos responsivos ao GnRH não substitui uma fonte de gestágeno na
sincronização/indução de estro em novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade. Pode-se concluir também que
algumas fêmeas, apesar da aplicação prévia de eCG, dependendo do momento do crescimento folicular em que
se encontram, não atingem um diâmetro folicular compatível com resposta ao GnRH.
Palavras-chaves: estro, inseminação artificial, ovulação, eCG, GnRH, novilhas.