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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ESTRATÉGIAS HORMONAIS DE
INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO EM
NOVILHAS DE CORTE ENTRE 12 E 14
MESES DE IDADE
TESE DE DOUTORADO
José Francisco Manta Bragança
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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ESTRATÉGIAS HORMONAIS DE
INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO EM NOVILHAS DE
CORTE ENTRE 12 E 14 MESES DE IDADE
por
José Francisco Manta Bragança
Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em
Fisiopatologia da Reprodução, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Medicina Veterinária.
Orientador׃ Prof. Paulo Bayard Dias Gonçalves
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária
A comissão examinadora, abaixo assinada,
aprova a Tese de Doutorado
ESTRATÉGIAS HORMONAIS DE INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE
ESTRO EM NOVILHAS DE CORTE ENTRE 12 E 14 MESES DE IDADE
elaborada por
José Francisco Manta Bragança
como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Medicina Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
________________________________________
Paulo Bayard Dias Gonçalves, Dr (UFSM)
(Presidente/Orientador)
________________________________________
Jairo Pereira Neves, Dr (UNB)
________________________________________
Alceu Mezzalira, Dr (UDESC)
________________________________________
Marlon Nadal Maciel, Dr (UFSM)
__________________________________
Marcelo Soares, Dr (UFSM)
Santa Maria, 12 de março de 2007.
4
Esse trabalho é dedicado
à minha esposa, Sônia, e
minhas filhas, Sofia,
Juana e Manuela
5
AGRADECIMENTOS
À minha esposa Sônia, pelo seu carinho, amor, amizade e pelo seu exemplo de força
e perseverança em superar as dificuldades da vida.
Às minhas filhas, pela grata oportunidade de ser pai.
Aos meus irmãos e demais familiares, pelo apoio e carinho nos vários períodos de
minha vida.
Ao meu orientador, Dr Paulo Bayard Dias Gonçalves, pela orientação e, antes de
tudo, pela amizade, paciência e sinceridade em mostrar-me os meus erros e acertos.
Ao Dr. João Francisco Coelho de Oliveira, pelas sugestões prestadas ao trabalho, sua
amizade sincera e atenção dedicada.
Ao meu primeiro orientador, Dr. Jairo Pereira Neves, pelo estímulo na minha
profissão e sua eterna amizade.
Aos alunos de graduação e pós-graduação do laboratório BioRep, pelo carinho e
amizade que sempre demonstraram.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, pela
transmissão de conhecimentos.
Aos funcionários da Coordenação do referido programa, na pessoa do Sr. Vanderlan,
sempre prestativo nos meus assuntos estudantis.
Aos funcionários da Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais, na pessoa do
Sr Luiz Marchiotti, pela atenção dispensada durante o curso.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de estudo ao longo do curso.
Aos funcionários da Granja Quatro Irmãos e Estância São Francisco, pela cedência
dos animais para a realização dos estudos experimentais.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste
trabalho.
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RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ESTRATÉGIAS HORMONAIS DE INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE
ESTRO EM NOVILHAS DE CORTE ENTRE 12 E 14 MESES DE IDADE
AUTOR: JOSÉ FRANCISCO MANTA BRAGANÇA
ORIENTADOR: PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de março de 2007
O objetivo do presente estudo, foi o de desenvolver e avaliar dois protocolos de sincronização e ou indução de
estro em novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade, que possibilite o emprego da inseminação em tempo fixo
(IATF) após um curto controle de estro (48h). O primeiro trabalho experimental consistiu na avaliação da
necessidade de eCG no sistema BioRep quando utilizado em novilhas. Para tanto, foram empregadas 64
novilhas (Bos taurus x Bos indicus) divididas ao acaso em dois grupos: eCG (tratamento- n =32) e s/eCG
(controle -n=32). Em uma segunda etapa o grupo tratamento foi implantado em um número maior de fêmeas
(n=92), avaliando a consistência dos resultados obtidos no pré-experimento. No dia 0, as novilhas do grupo
tratamento receberam um pessário vaginal com 250mg de MAP por sete dias, e uma injeção intra-muscular (IM)
de 2,5mg de BE. No sexto dia, foram aplicados 250UI IM de eCG e 104µg Cloprostenol sódico na sub-mucosa
vulvar (smv). Após a retirada do MAP, as novilhas tiveram seu estro controlado por um período de 48h, sendo
inseminadas 12h após a manifestação do mesmo. As novilhas que o manifestaram o estro no período de
controle, receberam 100µg IM de GnRH e, após 16 a 24h, foram inseminadas por IATF. As novilhas do grupo
controle receberam o mesmo tratamento anterior, sem a aplicação do eCG. Os índices de concepção e prenhez
nos grupos tratamento (55,2% e 46,2%), mostrarem-se similares e ao serem agrupados foram significativamente
superiores aos do grupo controle (23,07% e 25,0%) respectivamente (P<0,05). Conclui-se que o emprego de
eCG, associado ao MAP, permite melhorar os índices de prenhez em novilhas de 12 a 14 meses de idade. Por sua
vez, o segundo experimento teve por objetivo avaliar o emprego de progestágeno em um sistema de
indução/sincronização de estro, utilizando eCG-GnRH-MAP-PG-GnRH (eMGPG) para novilhas de corte de 12 a
14 meses. Novilhas Bos taurus, predominante Red Angus, foram divididas aleatoriamente em dois grupos:
eMGPG (n=85) e eGPG (n=85). As novilhas do grupo eMGPG receberam 400UI de eCG (IM; dia -3) com a
finalidade de provocar um aumento de crescimento folicular, tornando-os mais responsivos ao GnRH. Após 72h,
os animais receberam uma injeção de GnRH (100µg; IM; dia 0) e um pessário vaginal contendo 250mg de
acetato de medroxi-progesterona (MAP) por sete dias. Na retirada do MAP (dia 7), foi aplicada uma dose de
5mg de Dinoprost, via submucosa vulvar. Nas 48h seguintes à retirada dos pessários, foi realizado o controle da
manifestação de estro e inseminação artificial (IA). As novilhas que o manifestaram estro nesse período,
receberam uma dose de 100µg de GnRH por via IM e IATF nas 16 a 24h seguintes. As fêmeas do grupo eGPG
receberam o protocolo similar ao anterior porém, sem o MAP. A percentagem de estro dos grupos eMGPG e
eGPG após a aplicação da prostaglandina foram de 23,5% (20/85) e 22,3% (19/85) respectivamente (p>0,05).
Igualmente, os índices de concepção e prenhez nos grupos eMGPG (65,0%; 13/20 e 37,6%; 32/85) e eGPG
(68,4%; 13/19 e 28,2%; 24/85) não diferiram estatisticamente. Com intuito de avaliar a resposta de folículos de
diferentes tamanhos após administração de eCG, novilhas de 12-14 meses foram aleatoriamente distribuídas para
receber 400UI de eCG (IM) na presença de folículos de 5,0, 8,5 e >10,0mm, durante o diestro. Os diâmetros
médios dos folículos no dia 3 da dinâmica foram, de 13mm, de 10mm e de 8mm nos grupos de folículos grandes,
de folículos médios e de folículos pequenos respectivamente. Conclui-se que a aplicação prévia de eCG para
aumentar o índice de folículos responsivos ao GnRH não substitui uma fonte de gestágeno na
sincronização/indução de estro em novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade. Pode-se concluir também que
algumas fêmeas, apesar da aplicação prévia de eCG, dependendo do momento do crescimento folicular em que
se encontram, não atingem um diâmetro folicular compatível com resposta ao GnRH.
Palavras-chaves: estro, inseminação artificial, ovulação, eCG, GnRH, novilhas.
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ABSTRACT
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
HORMONAL STRATEGIES
FOR ESTRUS INDUCTION/SYNCHRONIZATION IN 12-14 MONTHS
OLD BEEF HEIFERS
AUTOR: JOSÉ FRANCISCO MANTA BRAGANÇA
ORIENTADOR: PAULO BAYARD DIAS GONÇALVES
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de março de 2007
The aim of this study was to develop and evaluate two protocols for estrus synchronization and/or induction in
12-14 months old beef heifers, which would allow the use of timed artificial insemination (TAI) after a short
period of estrus detection (48h). The first experiment consisted of evaluating whether eCG was a necessary
component in the BioRep system to be used in heifers. To address this question 64 heifers (Bos taurus x Bos
indicus) were randomly divided into 2 groups: eCG (treatment – n=32) and no eCG (controle – n=32). A second
experiment was performed with the objective of increasing the number of animals in the eCG group to evaluate
the consistency of the results obtained in the first experiment (n=92). On day 0 animals from group treatment
received a vaginal pessary containing 250mg of medroxyprogesterone acetate (MPA) for 7 days, along with an
intramuscular (IM) injection containing 2.5mg of estradiol benzoate (EB). On day 6 animals were treated with
250IU of eCG (IM) and g of cloprostenol sodium in the vulvar submucosa (VSM). After MPA withdrawal
heifers were checked for estrus manifestation for 48h and were inseminated 12 hours after estrus detection.
Heifers which did not manifest estrus during the 48h observation received g of GnRH (IM) and were
inseminated 16 to 24h later by TAI. Heifers in the control group received a similar treatment except for the eCG
injection which was not used. Because results from treatment group on first and second experiments were not
different, pooled conception (55.2%) and pregnancy (46.2%) rates were compared to control rates (23.07% and
25.0% respectively) showing a significant improvement of those rates. We conclude that the use of eCG
associated with MPA improves pregnancy rates of 12-14 months old beef heifers. Our second objective was to
evaluate the use of progestogens in a system of estrus induction/synchronization using eCG-GnRH-MPA-PG-
GnRH (eMGPG) in 12-14 months old beef heifers. Bos taurus heifers, mostly Red Angus, were randomly
divided into 2 groups: eMGPG (n=85) and eGPG (n=85). Heifers on group eMGPG received 400IU of eCG (IM;
day -3) with the objective of inducing an increase in follicular growth, leading to higher responsiveness of
follicles to GnRH. Seventy-two hours after eCG injection animals were given GnRH (g; IM; day 0) and a
vaginal pessary containing 250mg of MPA for 7 days. At MPA withdrawal (day 7) 5mg of Dinoprost was
injected into the VSM. Fourty-eight hours after pessary withdrawal estrus detection followed by AI was
performed. Heifers which did not manifest estrus received g of GnRH (IM) and were inseminated 16 to 24h
later by TAI. Females from group eGPG received a protocol similar to group eMGPG, except for MPA which
was not used. Percentage of estrus manifestation on groups eMGPG and eGPG after prostaglandin injection were
23.5% (20/85) and 22.3% (19/85) respectivelly (p>0.05). Similarly, conception and pregnancy rates on groups
eMGPG (65.0%; 13/20 and 37.6%; 32/85%) and eGPG (68.4%; 13/19 and 28.2%; 24/85) were not statistically
different. To evaluate the response of follicles with different sizes after eCG administration, 12-14 months old
heifers were randomly divided into groups of animals containing follicles of 5.0 (small), 8.5 (medium) and
>10.0mm (large) to receive 400IU of eCG (IM) during diestrus. Follicular diameters on day 3 of the control of
follicular growth by ultrasound were 13mm, 10mm and 8mm on groups of large, medium and small follicles,
respectively. We conclude that the use of eCG prior to the regular hormonal protocol, with the objective of
increasing the follicular responsiveness to GnRH does not replace a source of progestagen during the
synchronization/induction of estrus in 12-14 months old beef heifers.Furthermore, some females despite the prior
administration of eCG depending upon their stage of follicular development do not reach a diameter compatible
with GnRH responsiveness.
Key words: estrus, artificial insemination, ovulation, eCG, GnRH, heifers.
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LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
FIGURA 1:
Esquema das aplicações hormonais empregadas nas novilhas de 12 a 14 meses
de idade dos grupos tratamento (eCG-confirmação). As novilhas do grupo controle apenas
não receberam a aplicação de eCG no dia 6............................................................................67
9
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
TABELA 1: Índices de concepção e prenhez de novilhas de 12 a 24 meses de idade
submetidas à indução de estro e ovulação com e sem eCG......................................................69
10
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2
FIGURA 1: Representação esquemática das aplicações hormonais nas novilhas de 12 a 14
meses de idade do grupo eMGPG. As novilhas no grupo eGPG apenas não receberam o
pessário vaginal de MAP entre os dias 0 e 7. ...........................................................................81
FIGURA 2: Percentagem de novilhas de 12 a 14 meses de idade manifestando estro em
relação à aplicação da prostaglandina nos grupos eGPG e eMGPG.........................................84
FIGURA 3: Crescimento dos folículos com diâmetro de 5mm a partir da aplicação ou não de
eCG em novilhas de corte com 12 a 14 meses de
idade..........................................................................................................................................86
FIGURA 4: Crescimento folicular após a aplicação de eCG nos grupos de folículos pequenos
(5mm), médios (8,5mm) e grandes (>10mm) em novilhas de 12 a 14 meses de idade............87
11
LISTA DE ABREVIATURAS
3 βHSD: enzima 3 beta hidroxi esteróide deshidrogenase
BE: benzoato de estradiol
CIDR-B: dispositivo de liberação lenta de progesterona para uso bovino
cm: centímetro
D: densidade
DHPA: dihidroxiprogesterona acetofenonida
eCG: gondaotrofina coriônica eqüina
FSH: hormônio folículo estimulante
FSH-P: hormônio folículo estimulante suíno
GnRH: hormônio liberador de gonadotrofinas
h: hora
hCG: gonadotrofina coriônica humana
IA: inseminação artificial
IATF: inseminação em tempo fixo
IGF: fator de crescimento semelhante a insulina
IGFBPs: proteínas ligadoras do fator de crescimento semelhante a insulina
IM: intramuscular
LH: hormônio luteinizante
MAP: acetato de medroxi-progesterona
mg: miligrama
MGA: acetato de melengestrol
ml: mililitro
mm: milímetro
ng: nanograma
P450 17α: enzima citocromo P450 17 alfa hidroxilase
P450 arom: enzima P450 aromatase
P450 scc: enzima citocromo P450 clivadora de cadeia
PG: prostaglandina
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PRID: dispositivo de liberação rápida de progesterona
RE β: receptor de estradiol subunidade beta
RP: receptor de progesterona
RNAm: ácido ribonucléico mensageiro
Smv: submucosa vulvar
StAR: proteína reguladora esteróidogênica
UI: unidade internacional
µg: micrograma
µm: micrômetro
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... .14
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 18
2.1 Eficiência Reprodutiva ......................................................................................... 18
2.2 Puberdade ............................................................................................................. .19
2.2.1 Feedback negativo do estradiol 17β no início da puberdade ........................... .21
2.2.2 Fase lúea de curta duração................................................................................. 24
2.3 Desenvolvimento e Dinâmica Folicular ............................................................... 26
2.3.1 Desenvolvimento Folicular na espécie Bovina...................................................26
2.3.2 Dinâmica Folicular na espécie Bovina...............................................................28
2.4 Sincronização e Indução de estro .........................................................................34
2.4.1 A progesterona e ou progestágenos no controle do ciclo estral .........................35
2.4.1.1 Combinações de progesterona e/ou progestágenos com estradiol .................... 38
2.4.1.2 Sistemas de aplicação intravaginal de progesterona e/ou progestágenos ..........41
2.4.2 A prostaglandina e seus análogos no controle do ciclo estral ............................45
2.4.3 O GnRH e seus análogos no controle do ciclo estral ........................................ 50
2.4.4 A gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) na sincronização de estro ................. 57
3. CAPÍTULO 1: Avaliação do emprego do eCG em um programa hormonal de
sincronização de estro e ovulação em novilhas de corte com 12 a 14 meses de
idade..........................................................................................................................62
4. CAPÍTULO 2: Programa de sincronização/ indução de estro e ovulação para
novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade ......................................................77
5. DISCUSSÃO ............................................................................................................96
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................103
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................104
1 INTRODUÇÃO
A bovinocultura de corte, no Brasil, é caracterizada por uma baixa eficiência
produtiva e reprodutiva, sendo a primeira altamente influenciada pela reprodução. A idade em
que inicia a puberdade é determinante da eficiência da vida reprodutiva de fêmeas bovinas
(SCHILLO et al., 1992). Além desse fator, a baixa taxa de natalidade, a elevada idade à
primeira cria, o percentual reduzido de ventres produtivos no rebanho e a elevada idade ao
abate são os principais fatores responsáveis pela baixa eficiência do setor pecuário
(GOTTSCHALL, 1999).
Sendo assim, o aumento da produtividade da pecuária de corte no Estado do Rio
Grande do Sul e no Brasil, tem sido colocado como uma alternativa de melhoria do resultado
econômico das empresas dedicadas à atividade. Esse processo passa pela melhoria dos
indicadores de reprodução e produção do rebanho, congregando mudanças no nível
tecnológico incorporado aos sistemas de produção, principalmente no manejo alimentar,
sanitário e melhoramento genético reprodutivo (BERETTA et al., 2001). Em rebanhos de cria,
as novilhas e as vacas primíparas, representam aproximadamente 40% do total de ventres
produtivos, de modo que especial atenção deve ser dada a estas categorias, caso seja desejado
um incremento nos indicadores de eficiência produtiva (GOTTSCHALL, 1999). O manejo
correto da novilha (nutricional, sanitário) é essencial para maximizar a resposta produtiva e o
desempenho reprodutivo do rebanho (HOLMES, 1989; SPIRE, 1997).
De acordo com GONÇALVES (2003), a antecipação da idade ao primeiro parto e a
obtenção de menores intervalos entre partos o pontos fundamentais na produtividade da
pecuária. As matrizes com seu primeiro terneiro ao e submetidas ao segundo entoure,
constituem o ponto crítico da atividade de cria, pois tanto o baixo índice de matrizes prenhes
ao final da estação, como um maior intervalo entre partos, refletem a baixa eficiência da
atividade.
Com a primeira parição aos quatro anos de idade, o nível de desfrute do rebanho fica
em torno de 10%. Esse índice é quase duplicado se a primeira parição ocorrer aos 3 anos de
idade e atingirá 40% com o primeiro parto, ocorrendo aos 24 meses. Isto mostra que a
antecipação da idade ao primeiro parto proporciona incrementos no desfrute e nas receitas
obtidas com a pecuária (FRIES; ALBUQUERQUE, 1999). As fêmeas que entram em
15
reprodução com um ano de idade desmamam 0,7 terneiros a mais em sua vida reprodutiva do
que as que o colocadas em reprodução a partir dos dois anos de idade (MORRIS, 1980).
Portanto, fêmeas que parem aos dois anos de idade tem uma maior eficiência biológica e uma
maior lucratividade ao produzirem mais quilogramas de terneiros durante a sua vida
(ROCHA; LOBATO, 2002). As demais vantagens de se acasalar novilhas mais jovens, estão
relacionados os seguintes elementos: um menor intervalo para se obter retorno do
investimento, aumento da vida produtiva da fêmea, aumento do número de terneiros por ano,
menor demanda de pastos para fêmeas de reposição, que passam a ser manejadas junto ao
rebanho de reprodução, além de diminuir a participação de animais improdutivos ou em recria
na composição do rebanho (SHORT et. al., 1994; ROCHA; LOBATO, 2002). Assim, a
precocidade sexual e um maior percentual de novilhas e vacas parindo e concebendo nos
primeiros dias das respectivas estações devem ser metas para rebanhos de gado de cria
(LESMEISTER, et. al., 1973; GAINES, 1994; HILL, 1996).
Nesse sentido, a indução e /ou sincronização de estro como biotécnica reprodutiva,
surge como uma ferramenta de manejo auxiliar, para o aumento da eficiência produtiva e
econômica da atividade pecuária (ODDE, 1990). Através da sincronização, o período de
inseminação artificial (IA) pode ser reduzido de 21 dias para o mínimo de algumas horas, no
caso da inseminação artificial em tempo fixo (IATF), dependendo do método escolhido
(DEUTSCHER, 1991; BÓ et al., 2004; BRAGANÇA et al., 2004). Quando aplicada na
primeira estação reprodutiva possibilita incrementar o índice de repetição de cria nas
primíparas, principalmente por concentrar as parições no início da temporada. Programas de
sincronização de estro em novilhas oferecem uma rie de benefícios, destacando-se entre as
principais: previsão do momento do estro e IA, a redução de custos de mão de obra, redução
do período de parição com conseqüente uniformidade de produtos e um menor tempo de
observação dos partos e a maior praticidade na execução de programas de IA (GREGORY;
ROCHA, 2004).
Sendo assim, os principais grupos de substâncias hormonais, empregadas no
controle do ciclo estral de bovinos são os gestágenos e as prostaglandinas. Associações
hormonais são também utilizadas, entre elas, gestágenos com estrógenos; gestágeno,
estrógeno e prostaglandina; gestágeno, estrógeno, prostaglandina e GnRH ou hCG; GnRH e
prostaglandina e GnRH e hCG (PURSLEY et al., 1995; MORAES, et al, 2001; THATCHER
et al., 2001). No sul do Brasil, Uruguai e Argentina, pessários impregnados com gestágenos
ou progesterona têm sido desenvolvidos para sincronização de estro em bovinos
(CAVESTANY, 1996; MORAES; JAUME, 1997). Os índices de prenhez obtidos em vacas e
16
novilhas com pessários vaginais impregnados com acetato de medroxi-progesterona (MAP)
variam de 40% a 65%, associando a inseminação artificial (IA) com controle de estro e
inseminação artificial em tempo fixo (IATF); (MORAES; JAUME, 1997; PORTELA Jr et al.,
2001; BRAGANÇA et al., 2004).
Por outro lado, eCG tem sido utilizada para aumentar a fertilidade em fêmeas
tratadas com gestágenos pela sua atividade tanto de hormônio folículo estimulante (FSH)
como luteinizante (LH). Esta combinação oferece vantagens, pois ambos efeitos são
necessários no desenvolvimento folicular (SORENSEN, 1982). Quando utilizado em baixas
doses (300 a 500 UI) para estimular o crescimento folicular na retirada do gestágeno em
programas de indução de estro, tem mostrado resultados variáveis (MIALOT et al., 2003;
BARUSELLI et al., 2004).
protocolos de sincronização de estro que utilizam o GnRH, a iniciar uma nova
onda de crescimento folicular e /ou promover a ovulação de um folículo dominante no
momento da IA, têm sido desenvolvidos para gado de corte e de leite (GEARY; WHITTIER,
1998; PERRY et al., 2002; PURSLEY et al., 1998). Quando administrado em estádios
aleatórios do ciclo estral, o GnRH determina a ovulação do folículo dominante com >9mm ou
a sua atresia, e induz a emergência de uma nova onda de crescimento folicular dentro de 2 a 3
dias em vacas, e 1.5 dias em novilhas após o tratamento (MACMILLAN; THATCHER, 1991;
PURSLEY et al.,1995).
No entanto, associações hormonais que utilizam GnRH e prostaglandina (Ovsynch,
Select-synch), quando empregadas em animais que estão ciclando, resultam em percentagem
de prenhez superior do que em fêmeas em anestro e novilhas. Estudos revelam que 85% de
vacas respondem a primeira injeção de GnRH e unicamente 54% das novilhas (PURSLEY et
al., 1995; MARTINEZ et al., 1999). Além disso, 19% de novilhas retornam ao estro antes da
aplicação de prostaglandina, o que torna o emprego da IATF impossível (WILTBANK et al.,
1997). Resultados confirmam que o emprego do GnRH nem sempre resulta em ovulação do
folículo presente e, conseqüentemente, na emergência de uma nova onda de crescimento
folicular. Este fato se traduz em índices de prenhez para novilhas que não superam os 20%
(PURSLEY et al., 1995).
Dessa forma, o objetivo destes estudos foi propor e avaliar alternativas hormonais
que possibilitem a indução e ou sincronização de estro em novilhas entre 12 a 14 meses de
idade. Nesse sentido, o primeiro estudo consistiu na avaliação do efeito do eCG em um
protocolo hormonal que associa acetato de medroxi-progesterona (MAP) ao benzoato de
estradiol na emergência de uma nova onda folicular, e permite a IA após curto período de
17
controle de estro e IATF. O segundo estudo tratou de desenvolver um protocolo, baseado em
eCG, para aumentar o índice de folículos responsivos ao GnRH e, usar o corpo lúteo como
fonte natural de gestágeno, na sincronização e/ou indução de estro, permitindo também o
emprego da IA com controle de estro e IATF.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM FÊMEAS BOVINAS
O Brasil é um país com grande potencial para a produção de carne bovina. No entanto,
apresenta baixa eficiência produtiva e reprodutiva. Assim, KING (1983) define eficiência
reprodutiva como o número de crias produzidas durante o período de vida da mea no
rebanho, sugerindo que o intervalo do nascimento ao primeiro parto (idade à primeira cria) e,
também, entre partos são os principais componentes que afetam a performance reprodutiva da
fêmea. Ainda, a baixa taxa de natalidade, o percentual de ventres produtivos no rebanho e a
elevada idade ao abate o outros principais fatores responsáveis por essa baixa eficiência
(GOTTSCHALL, 1999).
Nesse sentido, GONÇALVES (2003) afirma que os índices de produção são
decorrentes da pouca importância dada ao manejo das matrizes, as quais, muitas vezes são
colocadas em segundo plano, esquecendo-se da importância da tríade do manejo (sanitário,
reprodutivo e nutricional), uma vez que a mesma é responsável pela melhora desses índices
produtivos. Os rebanhos de cria, novilhas e vacas primíparas representam, aproximadamente,
40% do total de ventres produtivos, e especial atenção deve ser dedicada a estas categorias.
Desta maneira, o desenvolvimento de fêmeas de reposição é uma fase crítica em sistemas de
produção de pecuária de corte, em que a idade média ao primeiro parto, no Brasil, esacima
de 40 meses de idade, em conseqüência de uma alimentação e manejo inadequados
(SEMMELMANN et al., 2001).
Olhando do ponto de vista econômico, quando o sistema produtivo baseia-se na
primeira parição, aos quatro anos de idade, o nível de desfrute do rebanho fica em torno de
10%. Esse índice pode ser quase duplicado, se a primeira parição ocorrer aos 3 anos de idade
e atingirá 40% com o primeiro parto, aos 24 meses de idade, e abate dos machos entre 12 e 13
meses. Fica claro que a decisão/ oportunidade de utilização de fêmeas sexualmente mais
precoces terá reflexo direto na eficiência, rentabilidade e competitividade da pecuária bovina
nacional (FRIES; ALBUQUERQUE, 1999). Novilhas que venham a parir aos dois anos de
idade apresentam um maior tempo de vida reprodutiva e, em decorrência, mais terneiros
produzidos em relação à fêmeas que parem por primeira vez aos três anos (PATTERSON et
al., 1992).
19
Em relação a este ponto, SHORT et al. (1994), apresentam as principais vantagens e
desvantagens de acasalar as novilhas precocemente. Como vantagens foram relacionadas: 1)
menor intervalo para se obter um retorno do investimento; 2) menor demanda de pastos para
fêmeas de reposição, que passam a ser manejadas junto com o rebanho de produção; 3) e,
também, o aumento da vida reprodutiva com maior número de terneiros nascidos por ano. Por
outro lado, entre as desvantagens os autores citam: 1) aumento dos custos (manejo e
alimentação) para que a novilha possa entrar em reprodução mais cedo; 2) aumento da perda
de terneiros em decorrência de partos distócicos e outros problemas relacionados, incluindo
custos, investimentos em manejo para lidar com os problemas de parto; 3) as vacas de 2 anos
de idade teriam uma menor taxa de retorno a reprodução no ano seguinte, quando comparadas
a vacas mais velhas; 4) as fêmeas de 2 anos produziriam um menor número de terneiros que
seriam desmamados com menor peso. Esta última desvantagem é ainda mais séria quando se
quer entourar fêmeas entre 14 e 15 meses e, sabe-se que o peso/condição corporal quando a
terneira é desmamada responde por 2/3 a 3/4 do peso/condição corporal necessários para a
concepção.
Analisando os fatos anteriormente enumerados, bastante evidente se torna a
importância da diminuição da idade de cobertura e antecipação da idade ao primeiro parto,
buscando incrementar os índices de produção e eficiência reprodutiva do rebanho. Desta
maneira, o objetivo principal de um sistema de recria de reposição é desenvolver novilhas que
tenham alcançado a puberdade e ciclem regularmente, antes do início da primeira estação de
acasalamento.
2.2 PUBERDADE EM FÊMEAS BOVINAS
O início da puberdade é definida como o primeiro comportamento estral
acompanhado pelo desenvolvimento de um corpo lúteo que é mantido pelo período
característico da espécie (KINDER et al., 1987). Em outras palavras, o início da puberdade
relaciona-se ao primeiro estro da novilha, seguido por uma fase lútea fisiológica. Na fêmea
bovina, esta fase envolve a transição de um período de inatividade ovariana para outro, no
qual as ovulações regulares ocorrem (MORAN et al., 1989).
No começo da puberdade, uma onda de GnRH promove a liberação de uma onda de
LH da hipófise anterior, a qual estimula a ovulação de um folículo pré-ovulatório. Assim, o
eixo reprodutivo hipotâlamico-hipofisiário-gonadal atua como um sistema regulador da
20
reprodução, sendo o hipotálamo o componente final para regular o início da puberdade em
novilhas (NAKADA et al., 2002). Por sua vez, o estradiol-17β e a inibina, regulam direta e
indiretamente a secreção de GnRH e gonadotrofinas nas novilhas pré-púberes (DAY et al.,
1987; DODSON et al., 1988). Desta forma, o mais consistente evento endócrino observado
antes da puberdade, assim como no anestro pós-parto, é a baixa freqüência dos picos de LH
(DAY et al., 1987).
A funcionalidade do eixo reprodutivo inicia durante o período embrionário. Os
neurônios hipotalâmicos secretores começam a aparecer por volta do 3 dia do período
embrionário, e a hipófise começa a secretar gonadotrofinas a partir da 10° semana deste
período. A necessidade da integridade do eixo reprodutivo é importante no período
intrauterino, para completar a diferenciação sexual e a descida testicular nos machos
(HUTSON et al., 1997). As concentrações de FSH em soro de fetos do sexo feminino bovino
aumentaram nos dias 120 e 150 de gestação, e a aparição de folículos primordias, primários,
secundários e antrais iniciais, aconteceram nos dias 74, 91, 120 e 150, respectivamente
(TANAKA et al., 2001).
Após o nascimento, o desenvolvimento do sistema reprodutivo da novilha acontece
em duas etapas: um aumento no crescimento de todo o trato reprodutivo entre 3 e 4 meses
de idade, seguido de uma fase em que o crescimento diminui e antecede uma nova fase de
aceleração antes da primeira ovulação (DESJARDINS; HAFS, 1969). Quando os índices de
crescimento relativo (ganho de peso por dia/ peso ao nascer x 100) foram examinados, os
ovários cresceram três vezes mais rápido do que o corpo por inteiro até a puberdade. Outros
parâmetros da genitália interna, tais como, peso da cérvix, útero, vagina, e altura do epitélio
luminal, tiveram seu crescimento no mesmo ritmo do corpo aos seis meses de idade e a
partir desta etapa até a puberdade em um ritmo maior (MORAN et al., 1989).
Estas diferenças no crescimento e desenvolvimento são conseqüências de variações
na concentração de gonadotrofinas, que aceleram a proliferação folicular e a produção de
estrógeno determinando a diferença na velocidade de crescimento dos tecidos
(HONARAMOOZ et al., 2004). O que restringe a atividade reprodutiva no período pós-natal
parece ser a diminuição da secreção de GnRH impedindo a completa função gonadal, de
modo que os mecanismos responsáveis por esta inibição de secreção podem ter origem central
ou periférica. O controle da reprodução por meio do sistema nervoso central em novilhas é
exercido principalmente pelas gonadotrofinas (FSH e LH; MORAN et al., 1989). As
concentrações dessas gonadotrofinas estão em níveis elevados em fêmeas pré-púberes quando
21
comparadas às fêmeas que alcançaram a puberdade, indicando que a hipófise é capaz de
sintetizar e armazenar FSH e LH antes da puberdade (KINDER et al., 1987).
NAKADA et al. (2000) delinearam um ensaio experimental com o objetivo de
avaliar as mudanças, nos níveis plasmáticos dos hormônios reprodutivos em novilhas, desde o
nascimento até a puberdade. Variações semanais nos referidos hormônios mostraram a
existência de três períodos breves entre o nascimento e a puberdade, com interessantes
variações. O primeiro período, na primeira semana de nascimento, mostrou relações
recíprocas entre os hormônios esteróides e as gonadotrofinas. No momento do nascimento, as
concentrações dos esteróides foram maiores do que em qualquer outra fase, diminuindo
posteriormente. O segundo período acontece aproximadamente na quarta semana de idade,
quando surge um aumento nas concentrações dos hormônios, LH, estradiol-17β, testosterona
e inibina imunoreativa. E, um terceiro período, que compreende as últimas cinco semanas
anteriores à primeira ovulação, em que um aumento nos níveis do estradiol-17β é seguido
pelo aumento nos níveis de LH. Os resultados deste ensaio sugerem que as mudanças
hormonais regulares, iniciadas dez dias após o nascimento, até as quatro semanas de vida e
nas últimas semanas prévias à primeira ovulação, são importantes ao desenvolvimento das
funções reprodutivas.
2.2.1 Feedback negativo do Estradiol 17β
ββ
β
no início da puberdade em bovinos
Estudos experimentais revelaram que novilhas, a partir de 1 até os 3 meses de idade, já
apresentam um sistema hipotalâmico-hipofisiário-gonadal funcionalmente maduro (BARNES
et al., 1980; NAKADA et al., 2002). Isto permite que tenham a capacidade de desencadear os
eventos endócrinos que induzem o estro. Entretanto, uma alta sensibilidade ao efeito de
feedback negativo ao estradiol não permite a ocorrência de manifestação estral (SCHILLO,
2003). O estradiol é um importante regulador do eixo hipotalâmico-hipofisiário-gonadal e o
fator responsável pela indução de uma onda pré-ovulatória de LH, ao aumentar a
sensibilidade da hipófise anterior ao GnRH, promovendo a sua liberação na corrente
circulatória (NETT et al., 2002). Portanto, baixas concentrações de estradiol exercem um
efeito de feedback negativo na liberação tônica de LH (SCHILLO et al., 1992).
Os esteróides gonadais alteram a habilidade da hipófise anterior de sintetizar e ou
secretar as gonadotrofinas. De maneira geral, um efeito curto (menos do que 24h) do estradiol
é estimulatório para a síntese e secreção de LH. O efeito de estímulo decorre, tanto por um
22
aumento na síntese de LH como por uma sensibilidade aumentada ao GnRH resultando na
síntese de receptores para este hormônio liberador de gonadotrofinas. Ao contrário, o efeito da
progesterona é inibitório à síntese e secreção do LH. Relacionado aos efeitos dos esteróides na
síntese e secreção de gonadotrofinas estes podem ser mediados via interação direta de um
receptor do hormônio esteróide com o elemento de resposta no gene da gonadotrofina, como
parece ocorrer no efeito do estradiol com a sub-unidade β do LH e, indiretamente via o
hormônio esteróide alterando a produção de outra proteína a qual, em conseqüência afeta a
gonadotrofina. Isto parece ser o que acontece com o estradiol inibindo a expressão do gene
β da ativina que leva assim, à diminuição da síntese de FSH. Além destas vias, o fato de
alterar a produção de hormônios em outros órgãos que influenciam a atividade dos
ganadotropos tipo, a progesterona suprimindo a secreção de GnRH do hipotálamo, como
conseqüência levando a uma expressão de receptores para o mesmo (NETT et al., 2002)
O feedback negativo, exercido pelo estradiol, mantém um modo de secreção de
gonadotrofina de baixa freqüência. No entanto, com a proximidade da ocorrência da
puberdade, o efeito de feedback negativo na secreção de LH diminui e, como conseqüência,
promove um aumento drástico na secreção e freqüência de pulso de LH nas últimas semanas
anteriores à puberdade (SCHILLO et al., 1982; DAY et al., 1984; DAY et al., 1987.
RODRIGUES et al., 2002). Este aumento de freqüência de pulsos é pré-requisito para o início
da puberdade em novilhas, tornando-se evidente nos cinqüenta dias prévios ao início da
mesma e é acompanhado pela diminuição da amplitude de pulso de LH (DAY et al., 1987).
As freqüências de pulso de LH variaram de um a quatro pulsos a cada 24 h do dia -130
aos 46 anteriores à puberdade, chegando a um pulso por hora, dias antes do início da
mesma. Este aumento pré-puberal na freqüência de pulsos de LH, é essencial a estimular um
aumento na produção de estradiol até veis que possibilitem a indução da primeira onda pré-
ovulatória de gonadotrofinas por feedback positivo (DAY et al., 1986).
Estudos experimentais revelaram que o estradiol aumenta o número de receptores de
GnRH, resultando no aumento da sensibilidade da hipófise ao mesmo. LOOPER et al. (2003)
verificaram que o número de receptores de GnRH na hipófise, aumentou em vacas tratadas
com dispositivos intravaginais contendo estradiol (P < 0.05). Entretanto, este número o
mudou em animais tratados com progesterona. Estes resultados suportam a evidência que o
tratamento de vacas em anestro, com estradiol similar aos níveis verificados durante uma fase
lútea do ciclo estral, pode aumentar o número de receptores de GnRH necessários para o
reinício da ciclicidade, como também desempenhar um papel importante antes da onda pré-
ovulatória de gonadotrofina, anterior ao início da puberdade.
23
O estradiol, por outro lado, influencia a atividade de sistemas de neuropeptídeos e
neurotransmissores no cérebro, que afetam a secreção de GnRH (SMITH; JENNES, 2001).
PETERSEN et al., (2003) demonstraram a ação do estradiol em neurônios de GnRH
diretamente por seus receptores (RE β) ou, indiretamente, atuando em neurônios sensíveis ao
estradiol, situados na região periventricular anteroventral. É sugerido que o estradiol reprime
a expressão do gene do GnRH, porém esta repressão é transitória e superada de forma
indireta, por sinais dependentes de estradiol liberados pelos neurônios da região anteriormente
citada. Também, estudos anteriores mostraram o papel desempenhado pelos neuropeptídeos
opióides na transmissão dos efeitos do estradiol durante a maturação sexual na novilha,
regulando a secreção das gonadotrofinas (WOLFE et al., 1991). Neurotransmissores e
neuropeptídeos, tais como Àcido aminobutírico γ, Neuropeptídeo Y, Neurotensina, β
Endorfina, polipeptídeo Vasoativo intestinal e catecolaminas apresentam um papel
estimulatório ou inibitório na regulação do funcionamento neuronal do GnRH, por ligar-se e
ativar receptores específicos de membrana que estão expressos nos neurônios de GnRH.
Com a proximidade da primeira ovulação, desenvolve-se um efeito inibitório agudo
dos opióides endógenos. A supressão dessa inibição mostra que ela é acompanhada de um
efeito estimulatório dos neurônios sobre a secreção de GnRH. A diminuição progressiva do
efeito inibitório dos opióides ajusta o período em que ocorrerá a primeira ovulação. O efeito
supressor dos opióides parece acontecer, em parte, através da inibição do sistema neuronal
dopaminérgico, ou pela inibição generalizada dos neurônios secretores de GnRH a outros
estímulos excitatórios (HONARAMOOZ et al., 2000).
SMITH; JENNES (2001) revelaram que o estradiol direciona a secreção de GnRH, por
acoplar sinais neuronais circadianos da região supraischiamática aos neurotransmissores e
neuropeptídeos que regulam a secreção de GnRH. Por sua vez, em trabalhos realizados
anteriormente, DAY et al (1987) demonstraram que a distribuição de neurônios de GnRH no
hipotálamo, durante o desenvolvimento embrionário, estava determinado bem antes do
nascimento na maioria das espécies. No entanto, suas funções de morfologia e poder de
biossíntese ainda mostravam-se imaturas. Ainda, o conteúdo hipotalâmico e o número de
receptores para o GnRH não muda durante a maturação sexual das novilhas. Desta forma, a
regulação do início da puberdade em fêmeas pré-púberes é dependente da maturação dos
neurônios de GnRH e não da falta de receptores para esse fator liberador na hipófise anterior.
DAY et al. (1987) mostraram, também, que a diminuição do feedback realizado pelo
estradiol, na secreção do LH, durante o período pré-puberal em novilhas, pode resultar de uma
diminuição na concentração de locais de ligação para o mesmo no hipotálamo e hipófise
24
anterior. Os resultados revelaram uma diminuição na densidade de receptores para o estradiol
na região do hipotálamo anterior, médio basal e hipófise anterior, nas proximidades do
surgimento da puberdade. Entretanto, os receptores para o GnRH, na hipófise anterior, o
apresentaram mudanças nesse momento. É sugerido que a diminuição nos locais de ligação
para o estradiol, 50 dias antes de iniciar a puberdade, leve a supressão do feedback negativo
sobre a secreção de LH, provocando o aumento de liberação pulsátil do mesmo. Sendo assim,
a freqüência da liberação pulsátil de LH torna-se o melhor indicador do momento da
puberdade e, o aumento de freqüência de pulso estimula o crescimento folicular e a síntese de
esteróides no ovário.
Também, o aumento pré-puberal no LH pode resultar de um decréscimo na habilidade
do estradiol em inibir a secreção de GnRH do hipotálamo e de uma diminuição no feedback
negativo, causado por ele diretamente na hipófise, uma vez que a responsividade hipofisiária
ao GnRH aumenta no período pré-puberal. Com isto, quando é suprimido o efeito de feedback
negativo do estradiol na secreção do LH, os folículos aumentam a produção de estradiol, o
que causa a primeira onda pré ovulatória de LH (ovulação) e o surgimento da puberdade.
Dessa forma, o mecanismo de contenção da atividade gonadal das fêmeas bovinas pré-
púberes envolve um período inicial pós-natal, em que o mecanismo gonadostático ainda não
está bem desenvolvido e o bloqueio acontece precariamente por uma inibição central. Após o
quinto s, a gônada secreta estradiol, inibindo a secreção de GnRH, evento que diminui
progressivamente com a maturação sexual. Paralelamente, o Sistema Nervoso Central se torna
mais responsivo a neuro-hormônios estimuladores, como a norepinefrina. Para conter essa
onda de estímulos, o sistema opioidérgico assume o bloqueio até que ocorra a primeira
ovulação (WOLFE et al., 1991).
2.2.2 Fase lútea de curta duração
A maioria das novilhas que apresentam um estro puberal, ao seu primeiro
comportamento estral observado, também têm uma elevação transitória dos níveis plasmáticos
das concentrações de progesterona antes desse primeiro estro. Esta elevação foi maior em
novilhas mostrando estro puberal, em relação àquelas que não o mostraram (KINDER et al.,
1987). Nesse sentido, GONZALEZ PADILLA (1975) detectaram dois incrementos das
concentrações de progesterona no período pré-puberal, precedendo a puberdade em novilhas.
Estes aumentos da progesterona devem desempenhar um papel importante nas mudanças
25
endócrinas, levando ao estabelecimento de secreções de gonadotrofinas e hormônios gonadais
que são característicos da fêmea adulta.
Quando as novilhas foram ovariectomizadas durante o período de aumento dos níveis
de progesterona, estes diminuíram a concentrações basais pré-púberes. Isto provou, de que a
origem da progesterona era ovariana. Por outro lado, os exames microscópicos dos ovários
revelaram a presença de um tecido luteal embebido dentro do ovário, o qual não pode ser
observado quando avaliado em sua superfície (BERARDINELLI et al., 1979). Este evento
acontece, também, em cordeiras pré-púberes em sua ovulação inicial, em ovelhas em anestro
estacional, em vacas no pós-parto e em primatas pré-púberes. Ainda, a indução da ovulação
pelo emprego de GnRH em ovelhas no anestro e em vacas no período de pós-parto leva ao
aparecimento de um corpo lúteo de vida curta (HUNTER, MG., 1991).
Da mesma maneira, a ovulação pode preceder algumas, mas o todas, às elevações
nos níveis de progesterona. Portanto, em alguns casos, a primeira ovulação é sucedida pela
formação de um corpo lúteo de vida curta e, em outras, a própria ovulação falha em ocorrer.
Essas tentativas de ovulação, seguidas pela ocorrência de ovulações silenciosas, é o que
acontece muitas vezes ao redor do momento do início da puberdade em novilhas (MORAN et
al., 1989). Neste sentido, QUIRKE et al. (1985) verificaram um número médio de 1,6
ovulações antes da ocorrência do primeiro comportamento estral em cordeiras de diferentes
raças. Isto reflete que essas cordeiras ovularam mais do que uma vez, antes de exibirem seu
primeiro comportamento estral.
Tratando-se de vacas de corte no período pós-parto, como citado anteriormente, uma
curta fase lútea ocorre seguindo à primeira ovulação. Esta curta exposição a progesterona é
pensada ser necessária para reprogramar o eixo reprodutivo e retomar, assim, uma ciclicidade
estral normal. Em continuação a essa primeira exposição a progesterona pós-parto, os
receptores para oxitocina foram down-regulados e uma fase lútea de duração normal foi
estabelecida (ZOLLERS et al., 1993).
Os animais cobertos ao início dessa fase de ciclo curto conceberam, e seus embriões
foram transportados ao útero (BREUEL et al., 1993). Entretanto, eles não se tornam prenhes,
uma vez que o corpo lúteo formado regrediu antes que o reconhecimento materno da prenhez
tenha ocorrido. Além disso, reduzir ou eliminar os ciclos curtos estrais expondo as vacas em
anestro a progesterona, também aumentou a proporção delas que formaram um corpo lúteo
normal em continuação ao tratamento (FIKE et al., 1997) e, nessas vacas pós-parto, como em
novilhas peri-puberais, o gestágeno induziu a ovulação (YAVAS; WALTON, 2000; HALL et
al., 1997).
26
Recentemente, SILVEIRA et al. (2005) procuraram elucidar a ação dos gestágenos,
especificamente o acetato de medroxi-progesterona (MAP) e o benzoato de estradiol (BE) no
mecanismo de regressão prematura do primeiro corpo lúteo pós-parto. Nesse sentido, o efeito
da pré-exposição da ão do MAP e do BE na expressão dos receptores de estrógeno (sub-
unidades alfa e beta) junto ao receptor de progesterona no endométrio e corpo lúteo foram
avaliados após, a primeira ovulação pós-parto.
Essa pré-exposição, no primeiro ciclo estral pós-parto, resultou em uma maior
expressão endometrial do receptor de progesterona nos grupos que receberam MAP em
relação ao grupo sem MAP. Além disso, mostrou um bloqueio da expressão dos receptores
beta de estrógeno no tecido endometrial. Em relação ao corpo lúteo, os animais sem MAP
apresentaram uma maior expressão desses receptores o que indicou regressão luteal. Por outro
lado, os animais que receberam MAP, a altura do epitélio glandular endometrial e o número
total de células luteais grandes foram maiores do que no grupo controle, sem MAP. A
upregulation nos receptores de progesterona (RP) endometriais provocada pela associação de
MAP e BE, deixa evidente a inibição da cascata luteolítica, após a primeira ovulação pós-
parto. Ainda, o importante bloqueio nos REβ do endométrio, causado pela pré-exposição aos
gestágenos, demonstra fase de diestro, comprovando o mecanismo de proteção à luteólise
prematura do primeiro CL pós-parto. Este quadro é sugerido acontecer também, na novilha ao
início da puberdade.
O uso de gestágenos para induzir a puberdade em novilhas pré-púberes foi relatado em
vários estudos experimentais (GONZALEZ-PADILLA et al., 1975; ANDERSON et al.,
1996). A remoção do implante com gestágeno induz a puberdade em uma alta percentagem de
fêmeas, porém a fertilidade ao primeiro estro aumenta com a idade da novilha (KINDER et
al., 1987). Portanto, o pré-tratamento com gestágenos antes da indução da ovulação pode
iniciar a ciclicidade estral e eliminar, ou ao menos reduzir, a ocorrência de ciclos estrais
curtos.
2.3 DESENVOLVIMENTO E DINÂMICA FOLICULAR
2.3.1 Desenvolvimento folicular na espécie Bovina
O crescimento folicular começa na vida fetal antes do parto. No ovário fetal bovino, a
região cortical e a medular podem ser identificadas entre os 40 aos 70 dias pós-concepção, e a
27
oogônia entra em meiose entre os dias 75 a 80, continuando até ao redor dos 150 dias de
gestação (ERICKSON, 1966). Em determinada etapa, o oócito passa a ser rodeado por uma
simples camada de lulas da granulosa, de forma achatada (células da pré-granulosa), e
torna-se enclausurado em uma membrana basal, a formar os folículos primordiais (VAN
VOORHIS, 1999). Estes folículos são verificados diretamente na córtex ovariana, sobre a
superfície do epitélio e rodeando o ovário por inteiro (VAN WEZEL; RODGERS, 1996),
compondo um pool que apresenta ao redor de 133.000 folículos no ovário da fêmea, até a
idade de 4 a 6 anos. Após este momento, inicia-se uma redução lenta, através de atresia e/ ou
ovulação, chegando a fêmea, ao redor dos 20 anos de idade, ao estoque de quase zero
(ERICKSON, 1966).
A membrana basal, que circunda as células da pré-granulosa nesses folículos, separa
os compartimentos das células da teca e granulosa durante o desenvolvimento folicular. Essa
membrana consiste principalmente de Colágeno tipo IV, laminina e fibronectina
(BAGAVANDOSS et al., 1983), sofrendo um extensivo remodelamento durante o processo
de crescimento. Na espécie bovina os folículos primordiais aumentam ao redor de 3.17 x 10
5
na sua superfície de área, tornando-se o folículo pré-ovulatório (VAN WEZEL; RODGERS,
1996), e a origem celular da membrana basal pode vir a ser do compartimento da teca ou
granulosa (BAGAVANDOSS et al., 1983; LAVRANOS et al., 1994; ZHAO; LUCK, 1995).
O processo de recrutamento inicia com a formação dos folículos ditos primários, nos
quais, as células que o rodeiam tornam-se cubóides em seu formato e proliferam (células da
granulosa). A partir do momento que estas lulas se multiplicam, e um número maior de
camadas celulares rodeiam o oócito, o folículo passa a denominar-se secundário. Então,
cavidades intracelulares desenvolvem-se e tornam-se cheias de fluído folicular. Essas
cavidades, ao reunirem-se, formam o antro folicular, constituindo, a partir desse momento, os
folículos ditos, terciários. Estes folículos durante seu crescimento poderão vir a tornar-se,
dominantes ou, entrar em atresia.
Os fatores que ativam os folículos primordiais a entrarem em um grupo de folículos
em crescimento ainda não estão totalmente elucidados. Entretanto, o cultivo de seções
corticais de ovários fetais bovinos, diminuiu a proporção de folículos primordiais e aumentou
a proporção de folículos primários (WANDJI et al., 1996). Assim, a remoção de um inibidor
ovariano local ou o acesso aumentado a nutrientes pode levar a que os folículos primordiais
iniciem seu crescimento. Uma vez que esses folículos entram em desenvolvimento eles
poderão vir a sofrer o evento da atresia ou culminando com a ovulação. Até hoje, pouco se
tem revelado sobre a regulação do crescimento de folículos pré-antrais. No entanto, o
28
hormônio folículo estimulante (FSH), fatores de crescimento, esteróides ovarianos e o oócito
são sugeridos como indutores ou reguladores desse evento (ADVIS et al., 1989; WANDJI et
al., 1992; KUMAR et al., 1997).
O crescimento de folículos ao redor de 2mm é independente de gonadotrofinas, que,
BRAW- TAL; YOSSEFI (1997), observaram o crescimento de folículos primordiais in vitro
na ausência delas em meio livre de soro. No entanto, existem evidências de que receptores
para o FSH seriam ativos funcionalmente, durante o desenvolvimento pré-antral. Em ovários
bovinos, fetais e adultos, a expressão desses receptores foi detectada em folículos,
apresentando uma ou duas camadas de células da granulosa ( XU et al., 1995; PERRY et al.,
2000), e a ligação do FSH foi observada em células da granulosa de folículos primários
(WANDJI et al., 1992).
Seções corticais ovarianas de ratas em cultivo, quando adicionado FSH e hCG,
mostraram um aumento no número de folículos com mais do que seis camadas de células da
granulosa e com a presença das lulas da teca, sugerindo que o receptor para o FSH em
folículos pré-antrais foi capaz de iniciar os mecanismos de sinal de tradução (PARROT;
SKINER, 1999). Entretanto, o desenvolvimento folicular foi arrestado no estádio de folículo
primário em animais knockout para FSH sem anormalidades residindo em oócitos, células da
teca e granulosa (KUMAR et al., 1997). O crescimento e diferenciação posterior de um
folículo primordial em um folículo ovulatório leva ao redor de 60 dias (LUSSIER et al.,
1987). Por outro lado, os folículos antrais, com diâmetro igual ou maior do que 2mm, o
responsivos à gonadotrofinas demonstrado pela ocorrência de ondas de crescimento folicular
(WEBB et al., 1999).
2.3.2 Dinâmica Folicular na espécie Bovina
O acompanhamento diário das estruturas ovarianas, através do emprego da ultra-
sonografía, revelou que os bovinos apresentam ondas de crescimento folicular durante o ciclo
estral. Este modelo é repetido em quase todas as etapas de vida da fêmea. Além do ciclo
estral, acontece também, durante os períodos de gestação, do pós-parto e da pré-puberdade, ao
redor de duas semanas de vida (PIERSON; GINTHER, 1984; 1988). Em fêmeas gestantes as
ondas foliculares se tornam menos pronunciadas durante os últimos cinco meses de gestação,
sendo os diâmetros dos folículos dominantes e subordinados menores (GIBBONS et al.,
1999).
29
Este processo de continuado crescimento e regressão dos folículos antrais, que leva ao
desenvolvimento de um folículo pré-ovulatório, é conhecido como dinâmica folicular. Uma
fêmea bovina apresenta, geralmente, entre duas a três ondas de crescimento folicular e,
raramente, de uma a quatro ondas foliculares (SÁVIO et al., 1988; GINTHER et al., 1989). O
folículo pré-ovulatório é derivado da última onda, sendo o folículo dominante capaz de ovular
se a luteólise ocorrer naturalmente ou de forma induzida (FORTUNE, 1994). Ciclos estrais
com três ondas foliculares têm maior duração do que aqueles com duas ondas. Isso porque o
retardamento do estro, devido à falha da ovulação do segundo folículo dominante, faz com
que o terceiro folículo da terceira onda requeira um período adicional para completar seu
desenvolvimento antes da ovulação. Em ciclos com três ondas de crescimento folicular as
ondas emergem em média nos dias 2, 9 e 16 e, nos ciclos com duas ondas, nos dias 2 e 11
(LUCY et al., 1992; FORTUNE, 1994; FORTUNE et al., 2001).
Em média, 95% dos ciclos estrais mostram de duas a três ondas de crescimento
folicular. Apesar de todos os fatores que afetam o desenvolvimento folicular não estarem
totalmente elucidados, pode-se afirmar que a fertilidade não é afetada pelo número de ondas.
No entanto, fatores de origem nutricionais, ambientais (estresse calórico), ligados à raça, à
idade, ao anestro lactacional, podem vir a modificar o padrão de crescimento folicular. A
fêmea amamentando apresenta, também, ondas de crescimento folicular. Porém, o folículo
dominante resultante dessas é incapaz de ovular pela inibição exercida pela mamada na
liberação da onda pré-ovulatória de LH. O balanço energético negativo presente no período de
pós-parto, tanto em vacas de corte como de leite, leva à uma inibição da liberação de LH, o
que retarda o retorno ao estro (LUCY et al., 1992). A partir de sete dias pós-parto, se
encontram presentes no ovário folículos com diâmetro em torno de 8mm ou mais. O número
desses folículos aumenta com o aumento do período pós-parto em fêmeas acíclicas e
amamentando (SPICER; ECHTERNKAMP, 1986).
A dinâmica folicular em animais pré-púberes e, prestes a alcançar a puberdade,
relembra aquela da fêmea no pós-parto. Também, na pré-puberdade, existe a ocorrência de
ondas de crescimento folicular (EVANS et al., 1994a, 1994b; ADAMS et al., 1994) nas quais
o diâmetro dos folículos dominantes e subordinados foi verificado que aumenta com o avanço
da idade, sendo maior entre 2 a 8 e 24 a 40 semanas. O intervalo inter-ovulatório (que é o
período entre duas ovulações seqüenciais) após a primeira ovulação foi curto (7.7 dias),
contendo apenas uma onda folicular com um corpo lúteo resultante dessa primeira ovulação,
tendo um diâmetro menor, e uma vida curta também menor, em relação ao corpo lúteo
subseqüente (EVANS et al., 1994a; ADAMS, 1998). Por outro lado, o segundo intervalo
30
inter-ovulatório (20,3 dias) foi similar na sua duração ao intervalo inter-ovulatório
subseqüente (EVANS et al., 1994a). Todos os mecanismos que controlam a dinâmica
folicular em novilhas sexualmente maduras estão presentes em novilhas pré-púberes com
36 semanas de idade (ADAMS, 1999).
A maioria dos estádios de desenvolvimento folicular m sido caracterizados e
algumas definições relacionadas ao evento são aceitas. Inicialmente, a fase de recrutamento,
na qual um grupo de folículos em torno de 3mm de diâmetro são estimulados por um aumento
transitório do FSH. A inibição tanto de FSH como do hormônio luteinizante (LH), suprime o
crescimento folicular ao redor dos 2 a 4mm. Entretanto, quando níveis fisiológicos de FSH
foram aplicados por 48h o crescimento de folículos com 5 a 8mm foi estimulado (GONG et
al., 1996). A máxima concentração de FSH ocorreu quando o futuro folículo dominante
atingiu uma média de 4mm de diâmetro, após o qual essas concentrações declinaram,
alcançando níveis basais ao momento da fase de seleção (GINTHER et al., 1996; 2000).
Trabalhos experimentais avaliaram as mudanças na expressão de receptores para FSH
e enzimas esteróidogênicas, em torno do momento do recrutamento folicular. A expressão de
RNAm para receptores de FSH aumentaram nos estádios iniciais (3 a 5mm) do recrutamento,
(12 a 48h após o início da onda), permanecendo constante durante o período de 96h (BAO et
al., 1997). Por outro lado, a expressão de enzimas esteróidogênicas tipo: citocromo P 450
clivagem de cadeia (P450 scc), citocromo P 450 17 α - hidroxilase (P 450 17α), 3 β-
hidroxiesteróide desidrogenase (3 β HSD) e citocromo P450 aromatase (P450 arom) também
foram caracterizadas durante essa fase (BAO; GARVERICK, 1998).
A expressão de P450 scc e P450 arom, foram detectadas nas células da granulosa de
um grupo de folículos (> 4mm) nas 12 h do início da onda de crescimento folicular (BAO et
al., 1997) e, após as 12h, essa expressão se mantém nos mesmos folículos que crescem dos 6
aos 9mm de diâmetro (BAO; GARVERICK, 1998). a expressão do RNAm da enzima P
450 17 α foi detectada na camada de células da teca dos folículos recrutados com diâmetro
menor do que 5mm, aumentando esta expressão durante os momentos iniciais do
recrutamento, de 12 a 24 h, após o início da onda (BAO et al., 1997).
Procurando determinar os mecanismos que estão associados com o recrutamento
folicular GONG et al. (1996) desenvolveram um modelo bovino de agonista do GnRH, no
qual com o emprego deste os animais são tornados hipogonadotrópicos e o crescimento
folicular é arrestado no diâmetro de mais ou menos 4mm. A reposição do FSH, neste modelo,
permitiu a ocorrência do recrutamento e o desenvolvimento folicular até aproximadamente
31
8mm. GARVERICK et al. (2002) utilizando este mesmo modelo de agonista de GnRH,
verificou a indução pelo FSH da expressão das enzimas P 450 scc e P450 arom nas células da
granulosa e a expressão aumentada da mesma P 450 scc, nas lulas da teca durante o
recrutamento do desenvolvimento folicular. Além destas, também o RNAm da proteína
reguladora esteróidogênica aguda (StAR) foi verificada nas células da teca de folículos
saudáveis, com diâmetro de 4mm. Esta proteína reguladora facilita o transporte de colesterol
da membrana externa mitocondrial em direção à membrana interna e é considerada como um
passo limitante na esteróidogênese (BAO et al., 1998).
Ao final da fase de crescimento comum, inicia-se a chamada fase de divergência ou
seleção. A mesma é caracterizada pelo crescimento continuado do maior folículo,
denominado de folículo dominante, e uma redução do crescimento dos folículos menores do
grupo, os quais tornam-se os subordinados. O diâmetro dio do folículo dominante, no
momento da seleção, é de 8,5mm (KULICK et al., 2001). Os folículos subordinados atingem
diâmetro menor que os folículos dominantes, independentemente do número de ondas
foliculares. O diâmetro máximo dos folículos subordinados varia de 6,2 a 7,1mm (BORGES
et al., 2001). Estes começam a regredir aparentemente no momento em que o folículo
destinado a ovular torna-se dominante (PIERSON; GINTHER, 1988).
A diferença no diâmetro entre folículos, referida como seleção ou divergência
folicular, é conseqüência de uma taxa de crescimento aumentada do folículo dominante em
relação aos seus subordinados. Algumas características distinguem os folículos dominantes
dos recrutados. Dentre elas está uma maior concentração de estradiol no líquido folicular do
folículo dominante. Além disso, in vitro, suas células da granulosa secretam mais estradiol. A
secreção de estradiol, e talvez andrógenos, está associada à fase final do aumento nas
concentrações de FSH e a manutenção de seus níveis basais. A expressão do RNAm, para o
receptor de FSH nas células da granulosa e para o LH nas lulas da teca, são maiores nos
folículos dominantes do que nos recrutados.
Nas células da granulosa, os níveis de RNAm para a enzima P450
arom
encontram-se
elevados entre os dias 0 e 2 do início da onda. No entanto, níveis de RNAm para a enzima
P450 17α hidroxilase (converte progestinas em andrógenos) nas células da teca, estão
elevados entre os dias 2 e 4, junto às concentrações altas de estradiol do folículo selecionado
no dia 4. Os níveis de RNAm para a enzima P450
scc,
nas lulas da granulosa, também estão
aumentadas no mesmo folículo em relação aos folículos recrutados nos dias 0 e 2. Por outro
lado, os níveis de RNAm, para a proteína StAR, não é detectada nas células da granulosa.
32
Porém, são nas células da teca, no dia 2 da onda, no folículo selecionado (FORTUNE et al.,
2001).
A proteína StAR, como citado anteriormente, está envolvida na regulação do
transporte do colesterol, através da membrana mitocondrial, para ser convertido em
pregnenolona. Altos níveis de colesterol, dentro das mitocôndrias das células da teca, são
requeridos para sintetizar andrógenos, os quais o metabolizados pelas células da granulosa
em estradiol 17β. É sugerido que a redução da produção de andrógenos pelas células da teca
está associada à atresia folicular (BAO; GARVERICK, 1998). Pelo citado, o folículo
dominante apresenta maiores níveis de RNAm para enzimas responsáveis pela síntese de
andrógenos e progestágenos e para receptores de gonadotrofinas, do que os folículos
recrutados (FORTUNE et al., 2001).
EVANS; FORTUNE (1997) procuraram associar as diferenças, no modelo de
expressão do RNAm, para os receptores de LH e FSH ao processo de seleção do folículo
dominante na espécie bovina. Desta forma, folículos dominantes e subordinados foram
coletados em torno do momento da seleção folicular (dia 2 a 3 da onda), com a finalidade,
dentre outras, de medir a expressão de RNAm para os receptores de gonadotrofinas e
produção de estradiol. Os resultados demonstraram uma maior expressão de RNAm para o
receptor de FSH nas células da granulosa do folículo dominante, coletado em torno do dia 3
da onda, comparado aos demais (subordinados). No entanto, no dia 2 da onda folicular, a
expressão entre os folículos não difere. Em relação à expressão para o receptor de LH, nas
células da granulosa, não diferenças entre as classes de folículos e os dias avaliados. Por
outro lado, veis detectáveis surgiram nas células da teca. Apesar de não serem diferentes
entre os folículos dominantes e subordinados, no dia 2 da onda folicular, os folículos
subordinados têm uma menor expressão do RNAm para receptor de LH no dia 3. A secreção
de estradiol, nos folículos dominantes, é maior do que nos subordinados, pelo dia 2 da onda
folicular.
O processo de seleção folicular ocorre em ausência de veis de RNAm para
receptores de LH detectáveis nas células da granulosa. Também, ocorre na ausência de
diferenças entre as classes de folículos avaliadas, quanto aos níveis de RNAm para receptor
de FSH nas células da granulosa e receptor de LH nas células da teca. Isso sugere que a
regulação da expressão para receptores de gonadotrofinas o é parte do processo de seleção
do folículo dominante.
GINTHER et al. (2001), após a redução experimental do LH, seguindo o momento
esperado da seleção folicular (8,5 - 9mm), obteve uma redução do diâmetro do maior folículo,
33
concentrações reduzidas no fluído folicular de estradiol e IGF livre. As concentrações de LH,
quando reduzidas, antes do momento esperado da seleção não afetou o diâmetro dos dois
maiores folículos ou as concentrações de fatores no fluído folicular do maior folículo. Os
resultados obtidos indicam que o LH manifesta seu papel no crescimento e função do maior
folículo, após o começo da seleção folicular. Por outro lado, altos níveis de IGF livre
encontrados no fluído folicular do maior folículo, acenam para a importância desse peptídeo
na foliculogênese.
Nesse sentido, a atuação do sistema IGF, no desenvolvimento folicular, é dado por
estimular a proliferação das células da granulosa e, juntamente as gonadotrofinas, promover a
diferenciação das células do folículo. O sistema IGF é composto dos dois ligantes (IGF I e II),
dois receptores (tipo I e II), e seis proteínas ligadoras de IGF, as IGFBPs (1, 2, 3, 4, 5 e 6). As
ações do IGF o mediadas principalmente através dos receptores tipo I e moduladas pelas
IGFBPs, as quais inibem a diferenciação e crescimento folicular induzido pelas
gonadotrofinas. Desta forma, mudanças nos níveis das IGFBPs levam a mudanças na
biodisponibilidade de IGF, regulando a ação das gonadotrofinas nas células do folículo
(FORTUNE et al., 2001).
RIVERA et al. (2001), procurando demonstrar a influência das mudanças nos níveis
das IGFBPs no processo de seleção folicular, detiveram-se no possível papel da IGFBP-4 no
referido processo. È importante salientar que a IGFBP-4 é a proteína de ligação que inibe a
ação do IGF em uma variedade de tecidos, os folículos subordinados têm altos níveis de
IGFBP-4 em relação ao dominante e a esteroidogênese é inibida pelas células ovarianas in
vitro. Os efeitos inibitórios sobre o IGF podem ser antagonizados por ação de proteases
específicas para IGFBP-4.
O fluído folicular obtido de folículos pré-ovulatórios de ciclos estrais naturais
apresenta atividade proteolítica para IGFBP-4. Essa atividade é realizada por uma
metaloprotease. Além disso, o fluído folicular do folículo dominante apresenta níveis altos e
significativamente diferentes dessa atividade proteolítica, em relação aos subordinados ao
redor do dia esperado da seleção folicular. Sendo assim, sugere-se que a aquisição, por parte
do folículo dominante de uma atividade proteolítica para as IGFBPs-4, é fundamental no
processo de dominância folicular. A protease IGFBP-4, reduzindo os níveis dessas proteínas,
proporciona uma maior biodisponibilidade de IGFs a manter o crescimento e
desenvolvimento continuado do folículo selecionado em resposta à ação do FSH (RIVERA et
al., 2001).
34
Portanto, o crescimento do folículo, antes da fase de seleção, requer para o seu
desenvolvimento a presença do FSH. Após a referida fase, pulsos de LH são requeridos.
Então, as concentrações de FSH são progressivamente diminuídas, até alcançarem seus níveis
basais, no momento da seleção folicular, no qual o continuado crescimento do folículo e a
produção folicular de estradiol, necessitam pulsos de LH. O folículo dominante continua seu
desenvolvimento até que a quantidade de estradiol seja suficiente para a indução da onda
ovulatória de LH e para que ocorra a ovulação do folículo (WILTBANK et al., 2002).
2.4 SINCRONIZAÇÃO E INDUÇÃO DE ESTRO NOS BOVINOS
A sincronização, e/ou indução de estros, é a biotécnica reprodutiva que permite
manipular o ciclo estral, com a utilização de substâncias hormonais. As ondas foliculares
podem ser também controladas por meios físicos. A cauterização de um folículo dominante
ou a sua supressão com fluído folicular bovino, livre de esteróides, é seguido por uma
liberação de FSH e a emergência de uma nova onda (MAPLETOFT et al., 2000). Da mesma
forma, a aspiração folicular guiada pelo ultrassom, técnica esta utilizada em programas de
FIV para obtenção de oócitos, resultam na emergência sincronizada de uma nova onda
folicular 1,5 dias após (BÓ et al., 1995).
Em termos práticos, é importante diferenciar sincronização de indução de estros. A
sincronização consiste em encurtar ou prolongar o ciclo estral através da utilização de
hormônios ou associações hormonais que induzam a luteólise ou prolonguem a vida do corpo
lúteo. Ao contrário, a indução de estros consiste em induzir o estro em fêmeas que estejam em
anestro por meio, também, do emprego de hormônios ou práticas de manejo. Assim, são
processos distintos e aplicáveis a diferentes categorias de animais (MORAES et al., 2001).
A história desta biotécnica, junto ao emprego da inseminação artificial na espécie
bovina, é o testemunho de como as descobertas na ciência sica podem ser aplicadas ao
avanço das técnicas utilizadas para o manejo reprodutivo nestes animais de produção (BEAL,
2002). O primeiro sucesso na sincronização de estros foi relatado em 1948 (CHRISTIAN;
CASIDA, 1948) e, a partir desta data, a pesquisa tem focado no desenvolvimento de
programas e produtos de sincronização. Inúmeras revisões sobre o assunto refletem o nível de
interesse que o tema “sincronização e ou indução de estros” desperta (ODDE, 1990;
LARSON; BALL, 1992; SEGUIN, 1997; WILTBANK, 1997; ROCHE et al., 1997).
35
Historicamente, o controle do ciclo estral em bovinos tem sido baseado em dois
princípios. O primeiro incluiu programas caracterizados pelo controle da fase lútea, quer
dizer, sem o conhecimento preciso da dinâmica folicular e controlando a duração de vida do
corpo lúteo (HANSEL; CONVEY, 1983). O segundo, e mais recente método, envolve a
manipulação tanto da dinâmica folicular como luteal (MAPLETOFT et al., 2000)
O controle do corpo lúteo, que resulta em estro e ovulação, é facilitado pelo emprego
de progesterona e ou progestágenos (substâncias estas similares a progesterona) por um
determinado período de tempo. Durante o tratamento com o esteróide a ocorrência de estro e
ovulação acontece dentro de 2 a 8 dias após a retirada da fonte de progestágeno. A segunda
maneira de realizar o controle do corpo lúteo envolve a administração de um agente
luteolítico, o qual encurta a vida do mesmo e o surgimento de estro e ovulação em um período
de 48 a 120 h após a aplicação.
Pelo referido anteriormente, as principais substâncias empregadas na sincronização de
estros são a prostaglandina e seus análogos (ácidos graxos com propriedades tipo hormonal) e
a progesterona e os progestágenos (hormônios esteróides). Buscando melhorar a eficiência
dos programas de sincronização baseados no emprego de progesterona e ou prostaglandina
(PGF 2 α), o crescimento folicular e a regressão do corpo lúteo são sincronizados pela
utilização de estrógenos, GnRH e seus agonistas, quer dizer, esteróides e hormônios
polipeptídeos, respectivamente (MACMILLAN; THATCHER, 1991; PURSLEY et al., 1995).
Além destas substâncias, alguns programas incluem preparações de gonadotrofinas
placentárias tipo, gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) (MACIEL et al., 2001; BASTOS et
al., 2003; BRAGANÇA et al., 2004; SILVEIRA et al., 2005) uma glicoproteína com atividade
rica de FSH, e a gonadotrofina coriônica humana (hCG), glicoproteína com atividade de LH
(BARROS; NOGUEIRA, 2001).
2.4.1 A Progesterona e/ou progestágenos no controle do ciclo estral em meas
bovinas
A história da progesterona data do ano de 1903, quando um jovem ginecologista de
nome Ludwig Fraenkel verificou que, a remoção de um corpo lúteo do ovário de uma coelha a
poucos dias da cobertura, evitava a gestação. Esta foi a primeira evidência de que o ovário,
além de liberar o oócito, contribuía com o corpo lúteo para a manutenção da gestação. O
nome progesterona foi dado por Willard Allen (HEAP; FLINT, 1979), no entanto, o
36
isolamento e síntese dessa substância classificada quimicamente como esteróide foi, pela
primeira vez, relatado em 1929 (CORNER; ALLEN, 1929).
A mesma é produzida pelo corpo lúteo e se apresenta no sangue de forma livre e
ligada à proteínas, com componentes de desaparição rápida (2 a 3 minutos), média (10 a 28
minutos), e lenta (54 minutos; IMORI, 1967; WATSON, 1986). Além de manter a gestação,
prepara o cérebro para que os estrógenos provoquem o comportamento estral e, diminui,
também, a frequência de liberação de GnRH. Para a obtenção de uma função lútea normal,
seguindo a maturação e ovulação folicular logo após, a aplicação de gonadotrofinas e GnRH,
é necessário um pré-tratamento com progesterona, buscando um adequado desenvolvimento
de receptores para o LH no folículo pré- ovulatório (HUNTER et al., 1986; INSKEEP et al.,
1988). Ao ser empregada para induzir e sincronizar o estro suas principais ações são as de
retardar qualquer maduração folicular que pudesse ter iniciado durante o tratamento e,
também, assegurar o comportamento estral e uma função lútea normal, associadas com a
maturação folicular e ovulação nos dias seguintes ao seu emprego (ODDE, 1990).
CHRISTIAN; CASIDA (1948) foram os primeiros a confirmar o sucesso da aplicação
de progesterona na sincronização de estro na espécie bovina. Para isso, novilhas eram tratadas
com injeções diárias de 25 ou 50mg de progesterona, pelo período de 14 dias, iniciando no dia
14 do ciclo estral. Embora o estro e a ovulação fossem suprimidos nas fêmeas tratadas com
50mg do esteróide, estas apresentavam estro nos 5 a 6 dias após a suspensão do tratamento.
Por outro lado, as novilhas que receberam a dose de 25mg de progesterona, também tiveram
seu estro suprimido. No entanto, apenas 50% delas tiveram sua ovulação evitada
(CHRISTIAN; CASIDA, 1948).
Trabalhos experimentais posteriores verificaram que a progesterona, quando utilizada
por períodos maiores do que o tempo de duração do corpo lúteo, (> 14 dias) resultavam em
um estro sincronizado. Porém, com baixa fertilidade (TRIMBERGER; HANSEL, 1955;
WILTBANK et al., 1965). O tratamento de novilhas ciclando ou mesmo vacas com baixos
níveis de progesterona resultou na formação de folículos persistentes até a retirada do pessário
vaginal (SIROIS; FORTUNE, 1990; FORTUNE et al., 2001). Este esteróide, quando aplicado
junto à presença de um corpo lúteo, suprime o crescimento do folículo dominante em uma
maneira dose dependente (ADAMS et al., 1992). Entretanto, as doses de progesterona
empregadas ao controle de estro no bovino apresentam um menor efeito supressivo na
secreção de LH do que o mostrado pelo corpo lúteo do ciclo. Os folículos persistentes são
caracterizados por um período de dominância aumentado e uma maior produção de estradiol
(SIROIOS; FORTUNE, 1990), surgindo por uma aumentada pulsatilidade de LH, que ocorre
37
logo após a regressão do corpo lúteo. Porém, a ovulação fica reprimida pelos baixos níveis de
progesterona empregados na sincronização.
Nesse sentido, MIHM et al. (1999), estudando o efeito da persistência do folículo
dominante na maturação do oócito, demonstrou que quase todos os oócitos recuperados de
folículos, que tiveram sua dominância aumentada por sobre um período de 12 dias, iniciaram
sua maturação final antes do surgimento da onda endógena de LH, fato contrário ao
acontecido em oócitos de folículos dominantes por 4 dias. A maturação final do oócito
ocorreu de forma sincronizada no núcleo e citoplasma. No entanto, a maturação folicular e do
oócito foi diferenciada, mostrando pequena expansão das células do cúmulus, apesar da
ruptura da vesícula germinal e da possibilidade dos folículos não demonstrarem mudanças na
esteroidogênese e inibina "A", indicativos da luteinização.
Os folículos, ainda persistentes, demonstraram alterações intrafoliculares na
esteroidogênese e inibina "A", as quais podem preceder o início de atresia. Além disso, 50%
dos oócitos recuperados de folículos persistentes mostraram grandes vacúolos, indicando
possíveis mudanças degenerativas dentro do ooplasma. A quebra da vesícula germinal foi
acompanhada pelo processo final da retração das células do cúmulus e uma reorganização das
organelas intracelulares, característica da retomada da meiose no folículo dominante, após a
onda de gonadotrofina. Portanto, a maturação final do oócito à metáfase I é iniciada, na
maioria dos folículos dominantes com um período de dominância superior a nove dias, antes
da onda de gonadotrofina. Todavia, a habilidade ovulatória é mantida e pode levar à ovulação
de um oócito envelhecido, o que se traduz em taxas de prenhez subseqüentes reduzidas.
Uma das vantagens dos tratamentos baseados no emprego de progesterona e/ou
progestágenos, além de permitir a sincronização de estro em meas ciclando, é a
possibilidade de induzir a retomada da ciclicidade em vacas em anestro. O tratamento de
fêmeas amamentando, no período do pós-parto com progestágenos exógenos, mantém o
folículo dominante para que o mesmo alcance sua maturação final e ovule após a retirada do
hormônio (para revisão: YAVAS; WALTON, 2000).
Além disso, a administração pré-puberal de progesterona permite adiantar a puberdade
em novilhas. SHORT et al., (1976), por meio de estudo experimental relata que a eficiência
dos tratamentos hormonais, em induzir e sincronizar o estro, é maior em novilhas pré-púberes
de 13 a 15 meses de idade do que naquelas muito jovens, com menos de 9 meses.
ANDERSON et al. (1996), por outro lado, em trabalho experimental, investigaram o
mecanismo pelo qual a administração de progesterona exógena adianta a puberdade em
novilhas de corte. Os resultados obtidos nesse experimento permitiram concluir que o
38
emprego desse hormônio adiantou a puberdade por elevar a secreção de LH após a retirada do
mesmo. Além disso, a progesterona acelera o decréscimo do efeito de feedback negativo peri-
puberal, promovido pelo estradiol na secreção de LH. Resultados alcançados por RASBY et
al., (1998) chegaram a mesma conclusão. A eficácia dos progestágenos de induzirem a
puberdade é influenciada por alguns fatores, entre os quais se destacam a idade, a raça, o peso
corporal e o grau de desenvolvimento folicular da fêmea prévio ao início do tratamento
(ANDERSON et al., 1996).
A sincronização com progestágenos baseia-se no princípio de que essas substâncias
exógenas podem manter uma concentração sanguínea subluteal de progestágeno, durante o
período necessário à permitir a regressão do corpo lúteo. Em ausência de um corpo lúteo, a
retirada da fonte de progestágeno resultará em um estro sincronizado (MACMILLAN;
PETERSON, 1993). Os progestágenos atuam simulando a presença de um corpo lúteo
funcional, provocam uma retro-alimentação negativa sobre a secreção de gonadotrofinas
levando 5 a 6 dias após sua suspensão a manifestação de estro, a qual é continuada por ciclos
estrais normais (PORRAS; GALLINA, 1992). Essas substâncias sintéticas apresentam uma
vida dia maior do que a progesterona e tornam-se ativos pela via oral tipo, o acetato de
Melengestrol (MGA) (WIRGTH; MALMO, 1992), por via subcutânea, como implantes e,
intramuscular como el Norgestomet (17 α acetoxi 11 β metil 19 preg 4 ene, 20
Dione) (MACMILLAN; PETERSON, 1993). No bovino a resposta à sincronização de estro
com progestágenos pode ser modificada pela duração do tratamento, o seu estado de
ciclicidade da fêmea tratada, seu estado nutricional, sua composição corporal, sua idade, sua
raça e a época do ano (PORRAS; GALINA, 1992).
2.4.1.1 Combinações de progesterona e/ ou progestágenos com estradiol no controle
do ciclo estral dos bovinos
As baixas taxas de concepção obtidas após o emprego de progestágenos, na forma
oral, procurando sincronizar estro nos anos 60, promoveram uma revisão de conceitos por
parte dos pesquisadores. Novos fatos renovaram o interesse das equipes de pesquisa no
desenvolvimento de esquemas de sincronização, envolvendo progestágenos exógenos. A ação
potencializadora do estrógeno junto à progesterona, aliado ao surgimento também da
prostaglandina e, posteriormente, de seus análogos como potentes agentes luteolíticos,
39
condicionou a formação de métodos de sincronização de estros que combinam um curto
período de exposição à progestágenos (< 14 dias) com drogas luteolíticas (BEAL, 1996).
Esses tratamentos procuram sincronizar o crescimento folicular, de maneira que todos os
animais apresentassem um folículo em crescimento e com capacidade de ovular no momento
da administração da prostaglandina ou da remoção da fonte de progesterona (BÓ, 2000).
WILTBANK (1961) mediu os efeitos de várias formas e níveis de estrógenos,
sozinhos ou em combinações com gonadotrofinas no ciclo estral de novilhas de corte. Seus
resultados mostraram que aplicações únicas, variando de 50, 25, 20, 10 e 5mg de valerato de
estradiol; de 100, 50 e 25mg de estrona e de 25mg de um produto estrogénico natural, (este
produto era 95% estrona e 10
6
UI/g) causavam a regressão inicial de um corpo lúteo em mais
de 50% das fêmeas tratadas. Essa regressão aconteceu em torno de 7 dias após a aplicação.
Quanto ao uso do valerato de estradiol, os resultados variaram de acordo com o estádio do
ciclo estral no momento de sua aplicação. A administração de 5mg desse produto no oitavo
dia do ciclo estral causou regressão do corpo lúteo antes do 17° dia do ciclo. As doses de 3
mg e 1mg foram ineficientes. Além disso, o autor conclui que fêmeas que recebem estrógenos
ao final do ciclo tendem a apresentar ovários císticos.
WILTBANK; KASSON (1968) procuraram avaliar a eficiência de um método de
sincronização de estro, associando estrógeno a um progestágeno oral. Dessa forma, os animais
foram alimentados por 9 dias com o DHPA (16-α-17 dihidroxiprogesterona acetofenonida)
nas doses de 75mg e 400 mg/dia/cabeça e uma aplicação de valerato de estradiol na dose de
5mg ao segundo dia de alimentação. O estro foi sincronizado em 95% das 66 novilhas
tratadas com 400mg da DHPA e 54% dessas conceberam no estro sincronizado. Entretanto,
52% de 33 novilhas controle conceberam ao primeiro serviço. A redução da dose do
progestágeno para 75mg mostrou, da mesma forma, ser eficiente em sincronizar o estro.
Ainda, 77% dos animais tratados manifestaram estro em um período de 3 dias, enquanto 72%
do grupo controle o manifestaram dentro de 21 dias.
Posteriormente, LEMON (1975) analisou a ação do uso de estrógenos, sozinhos ou em
associação com progestágenos, na formação e regressão do corpo lúteo da fêmea cíclica. Para
isto, ele comparou o desempenho do benzoato de estradiol junto ao do valerato de estradiol. O
efeito luteolítico ocorreu em quase todas as fêmeas que receberam a aplicação de benzoato de
estradiol nos dias 9, 12, e 15 do ciclo estral. A regressão luteal aconteceu, em média, três dias
antes do que o observado fisiologicamente. Resultados similares foram obtidos nos animais
que receberam valerato de estradiol no dia 9, e em menor extensão nos dias 6, 12 e 15. Estes
permitiram-lhe sugerir que o benzoato de estradiol é um agente luteolítico mais eficiente
40
sobre um período maior do ciclo do que o valerato de estradiol. A conseqüência dos efeitos da
aplicação de estrógenos é que a duração de vida do corpo lúteo é alterada, comparada a de um
ciclo fisiológico.
BÓ et al. (1993) avaliaram os efeitos do valerato de estradiol no crescimento e
regressão dos folículos, em uma onda folicular e na emergência da próxima onda. Com o
emprego de ultrassom, as fêmeas que mostravam um corpo lúteo tiveram seu estro
sincronizado através de uma aplicação de 500µg de Cloprostenol via muscular. O dia da
ovulação foi considerado dia 0. Assim, as fêmeas foram divididas em grupos a receber
valerato de estradiol na dose de 5mg nos dias 1, 3 e 6, o que representa o início, metade ou
final da fase de crescimento folicular, respectivamente. Os dias 1 e 3 correspondem ao
período anterior ou posterior do processo da seleção folicular. O valerato de estradiol
suprimiu o crescimento do folículo dominante presente. Os diâmetros desse folículo, em
novilhas tratadas nos dias 1 e 3 foram menores do que os do grupo controle. O tratamento no
dia 6 não alterou o início da regressão folicular e retardou a emergência da próxima onda.
Assim, o efeito supressivo do valerato de estradiol depende do estádio folicular no momento
da aplicação.
Em experimento posterior, et al. (1995) afirmam que o estradiol 17β dado em
combinação com um progestágeno, suprime o desenvolvimento de um folículo dominante e
resulta na emergência sincronizada de uma nova onda de crescimento folicular 4,3 dias após o
tratamento. Desta forma, hormônios esteróides começaram a ser utilizados procurando alterar
o crescimento folicular. A progesterona exógena mostrou suprimir o crescimento do folículo
de uma maneira dose-dependente, enquanto o estradiol induz o folículo à atresia, dependendo
da fase. Segundo et al. (2000), 1mg IM como 5mg de estradiol 17 β é eficaz em suprimir
o crescimento folicular. O efeito supressivo desse esteróide no folículo ovariano em fêmeas
tratadas com progestágeno, é exercida indiretamente através de uma rota sistêmica do que
diretamente no ovário.
Recentemente, O' ROURKE et al. (2000), por meio de trabalho exprimental,
demonstraram que a dose e rota de aplicação do benzoato de estradiol afeta as concentrações
de FSH e estradiol em sangue. Utilizando o benzoato, por via intravaginal (cápsula de
gelatina) e intramuscular, observaram que esta última via de aplicação resulta em uma maior
concentração de estradiol na corrente sangüinea, causando uma maior redução nos níveis do
FSH do que pela via intravaginal. O estradiol, transitoriamente, suprime o FSH em uma
maneira dose-dependente. Entretanto, as concentrações de FSH começam a aumentar 1 a 2
41
dias após o uso do benzoato de estradiol, enquanto o estradiol em declínio ainda está elevado.
As concentrações de estradiol alcançadas dependem do derivado de estradiol empregado. O
estradiol 17 β é a forma natural mais potente de estradiol. Na sua absorção, o benzoato de
estradiol é imediatamente convertido em estradiol 17 β tendo, assim, potência similar ao
mesmo. O valerato de estradiol tem uma forma de ação mais longa, metabolizado em um
maior período, sendo mais potente que o benzoato de estradiol.
Além dos estrógenos, a atresia do folículo dominante ovariano tem sido induzida pela
administração de progesterona, testosterona ou análogos do GnRH. Por outro lado, a
luteinização ou ovulação de um folículo dominante é obtida empregando gonadotrofina
coriônica humana (hCG) ou análogos do GnRH (CAVALIERI et al., 1997).
2.4.1.2 Sistemas de aplicação intravaginal de progesterona e/ ou progestágenos em
bovinos
Além da forma injetável, o fornecimento de progestágenos através do alimento, da
água potável, em implantes sub-cutâneos também os sistemas de liberação intravaginal
(esponjas e plástico) são preconizados (para revisão: GORDON, 1976; RATHBONE et al.,
2001; MORAES et al., 2001). Alguns dispositivos intravaginais utilizados são: o dispositivo
interno de liberação de progesterona (PRID, Ceva - Austrália) e o dispositivo de liberação
interna controlada de droga (Eazibreed, CIDR-B, Hamilton, Nova Zelândia) (MACMILLAN;
PETERSON, 1993). Eles induzem níveis similares de progesterona plasmática e os mantêm
pelo período de 7 a 8 dias, veis estes, em valores semelhantes aos de uma fase lútea (6 a 8
ng/ ml), diminuindo ao redor dos 12 a 14 dias a valores em torno dos 2 a 4ng /ml ou menores
ainda (ROCHE; IRELAND, 1981; MUNRO; MOORE, 1986; MUNRO, 1987; SIROIS;
FORTUNE, 1990; MACMILLAN; PETERSON, 1993).
O PRID é um anel de aço inoxidável, em forma espiralada, envolto por uma camada
de borracha de silicone, a qual é impregnada com 1,55g de progesterona natural. Seu diâmetro
aproximado é de 4 cm, e seu comprimento de 12 cm. Ele possui uma corda de nylon em uma
de suas extremidades, que facilita sua remoção. As taxas de retenção destes implantes
mostraram-se satisfatórias, tanto em novilhas como em vacas. Além do mais, estudos
demonstraram que as quantidades de progesterona liberadas pelo produto são suficientes para
inibir estro e ovulação (para revisão: RATHBONE et al., 1998).
MAUER et al. (1975) mostraram que esses dispositivos intravaginais aumentam os
níveis sangüíneos de progesterona de <1ng/ml a 6ng/ml, dentro de 90 minutos após sua
42
inserção. As concentrações mantidas são suficientes para prevenir o estro por períodos de 21
dias. Ainda, observaram que as fêmeas manifestaram o estro sincronizado 16 a 48h, após a
remoção do PRID. Esse foi mantido por 21 dias. MACMILLAN et al. (1991) citam que as
médias das concentrações de progesterona plasmática em novilhas ovariectomizadas, nas 24h
após a inserção do PRID variaram de 12ng/ml a 6ng/ml. O aumento nessas concentrações
podem ser influenciadas pelo pré-tratamento com estrógeno ou progesterona. Porém, parecem
ser menores em animais cíclicos tratados com PRID.
ROCHE (1976) empregou o PRID associado a uma injeção de 5mg de benzoato de
estradiol e 50mg de progesterona na sua inserção. Este foi mantido por 12 dias. A taxa de
retenção em vacas e novilhas foi de 92% e 98%, respectivamente. Entre 93% das novilhas e
90% das vacas manifestaram estro até 6 dias da remoção do PRID, sendo a maior
percentagem de fêmeas em estro nas 48h da remoção do mesmo. As taxas de prenhez ficaram
em torno de 50%.
CUMMING et al. (1982) em experimento com gado de leite, relatam que a fase do
ciclo estral, na qual o PRID é inserido, é um fator importante que influencia o intervalo entre
a sua remoção e a ovulação. Sugerem, ainda, a colocação do PRID na metade da fase luteínica
do ciclo ( 13 a 14 dias) ou a associação deste ao benzoato de estradiol sem levar em conta a
fase do ciclo estral. Quando apenas o PRID é inserido sem conhecer o momento do ciclo
estral, os níveis de progesterona podem variar amplamente na sua remoção, o que causa
variações no momento de manifestação estral e ocorrência da ovulação.
SMITH et al. (1984) combinaram o emprego do PRID por curto período de tempo (6 e
7 dias) a uma aplicação de prostaglandina (25µg) no dia anterior ou na remoção do
dispositivo. O grupo controle consistiu de fêmeas que tiveram seu estro controlado durante 25
dias do período reprodutivo. As taxas de prenhez não mostraram diferenças significativas
entre os grupos, ficando em 82% no grupo PRID-6 + PG-6; 73% no PRID-7 + PG-6 e 72% no
grupo controle. O grupo PRID-7 + PG-6 apresentou um intervalo maior ao início do estro
(75h), a partir da aplicação do agente luteolítico, e uma melhor sincronia do mesmo,
proporcionando um controle sobre o estro e a ovulação.
No Brasil, objetivando avaliar a resposta de fêmeas cruzadas zebú aos tratamentos
com implantes intravaginais de progesterona, BARUSELLI et al. (2001), empregaram PRID
em vacas com terneiro ao por um período de 9 dias, junto a uma cápsula de 10mg de
benzoato de estradiol. No momento da retirada do dispositivo, administraram-se 500µg de
cloprostenol, um análogo da prostaglandina sintético e mais 500UI de eCG. Todas as fêmeas
43
foram inseminadas 56h após a retirada dos dispositivos intravaginais. As taxas de prenhez
alcançadas ficaram em torno de 48,1%.
No que tange ao dispositivo intravaginal, denominado comercialmente CIDR-B ele
consta de um implante em forma de "T", composto de silicone com um molde de nylon
impregnado com 1,9g de progesterona. Uma corda de nylon é presa ao dispositivo para
facilitar sua retirada da vagina. Sua utilização inclui o emprego de uma cápsula de gelatina
contendo 10mg de benzoato de estradiol. As taxas de retenção variaram de 99% em novilhas
tratadas, por períodos de 4 a 15 dias e de 98% em vacas de leite tratadas por 4 a 7 dias
(MACMILLAN et al., 1991).
MACMILLAN; PETERSON (1993) avaliaram o desempenho do CIDR-B, por 7 dias,
junto a uma aplicação de prostaglandina, no momento de sua retirada. Obtiveram 52,6% das
fêmeas em estro e inseminadas, nas 48h da retirada do dispositivo e 37,6% nas 72h da
remoção. A taxa de prenhez ao primeiro serviço foi de 57,7%. Por outro lado, avaliando o uso
do CIDR-B, por 10 dias junto à aplicação de prostaglandina, 2 dias antes da remoção ou na
remoção, aumentou de forma significativa a percentagem de animais em estro as 48h da
retirada do CIDR-B (82% vs 65%), diminuindo a percentagem das inseminadas às 72h (11%
vs 23%).
Os mesmos autores testaram o desempenho do estrógeno como agente luteolítico, na
forma de benzoato de estradiol associado ao CIDR-B. Dessa forma, 443 novilhas de 12 a 14
meses de idade tiveram o CIDR-B inseridos por 12 dias junto à aplicação de uma cápsula de
gelatina com benzoato de estradiol via intravaginal, na dose de 10mg no dia da inserção, ou
essa dose em uma injeção intramuscular (2 ml). O emprego do benzoato de estradiol via
vaginal foi da mesma forma eficiente do que a aplicação muscular. As taxas de prenhez foram
similares entre os grupos ficando em torno de 60%.
No nosso meio, os resultados de trabalhos de campo, testando o desempenho do
CIDR-B na sincronização de cio e ovulação, são variáveis. Sua utilização em fêmeas com cria
ao resultam em taxas de prenhez que variam de 30 a 65%. As taxas de sincronização de
estro variam de 70 a 95% (BARUSELLI et al., 2001; BORGES; GREGORY, 2001; PRAÇA
et al., 2001; SANTOS et al., 2001). No entanto, cabe ressaltar que o custo é um fator limitante
na expansão da utilização desses dispositivos nos rebanhos, dadas as circunstâncias atuais que
vive a pecuária do Estado.
Com vistas nesse problema, no Rio Grande do Sul, MORAES; JAUME (1997)
desenvolveram um pessário vaginal para facilitar a administração de progestágenos, de forma
eficiente e com baixo custo. O mesmo consiste de um cilindro de esponja de densidade alta
44
(D: 33) com 4 cm de diâmetro, 10 cm de comprimento e um orifício central de 1,2 cm, tendo
em uma de suas extremidades um fio de algodão com 35 cm de comprimento, atado em cruz,
para facilitar a retirada do pessário após seu período de atuação. O hormônio escolhido para
liberação via mucosa vaginal é o acetato de medroxi-progesterona (MAP), em uma
concentração de 250mg por pessário. O dispositivo é denominado de Sincrobovi.
Inicialmente, seu período de atuação é de nove dias.
Os experimentos realizados por MORAES; JAUME (1997), procurando verificar
indicadores do desempenho do Sincrobovi, mostraram uma amplitude de perda do pessário,
variando de 9% a 33%, percentagens de prenhez com observação de estro entre 65% a 75% e
sem observação de estro variando de 50% a 65%. Em um dos ensaios em que foi empregado
estradiol (1 mg cipionato de estradiol), na colocação do pessário e a inseminação com horário
pré-fixado nas 56h após a remoção do mesmo, obtiveram-se uma taxa de prenhez de 48%.
PORTELA, Jr et al. (2001), em trabalho experimental procurou identificar o melhor
momento para aplicação de inseminação com horário pré-fixado, após tratamento com
progestágeno. Para isso, utilizou MAP na concentração de 250mg (Sincrobovi) por 7 dias
junto à aplicação de 5mg de benzoato de estradiol na colocação do pessário. As fêmeas foram
divididas em grupos e inseminadas nas 48, 56, 60 e 72h da retirada do pessário. Não foi
considerado a percentagem de prenhez e sim o percentual de não retorno, que variou de
54,5% a 59,5% após as inseminações com tempo fixo. Os resultados o indicativos de que o
MAP, na forma do Sincrobovi, associado a 5mg de benzoato de estradiol no momento da sua
colocação, permite o emprego de inseminação artificial pré-fixada a partir das 56h da sua
retirada.
MAHFUZ et al. (2001) compararam, em duas propriedades, as taxas de prenhez e
custo por prenhez de dois programas para controle do ciclo estral, com o emprego da
inseminação artificial em tempo pré-fixado. Um dos grupos recebeu uma aplicação de 75µg
de um análogo de prostaglandina (D-cloprostenol) via submucosa vulvar e a inseminação nas
78 a 82h após sem controle de estro. O segundo, o emprego intravaginal de MAP (Sincrobovi)
junto à aplicação intramuscular de 1mg de benzoato de estradiol na colocação do pessário,
com a inseminação sendo realizada dentro das 53 a 56h após a retirada do mesmo. O MAP foi
mantido por 9 dias. As taxas de penhez não diferiram entre tratamentos (P>0,05). Para o
grupo com MAP essas ficaram entre 48,8% e 54,5%. No grupo prostaglandina entre 36,8% e
37,9%. Quanto ao fator custo, o tratamento com MAP foi mais econômico, em
aproximadamente 20%, em relação à aplicação única de prostaglandina, realizando uma
simulação do emprego dos tratamentos em 100 vacas.
45
BRAGANÇA et al. (2004) trabalhando com novilhas de apenas 12 a 14 meses,
empregaram o MAP intravaginal associado ao benzoato de estradiol para sincronizar a
emergência de uma nova folicular. Este programa associou a inseminação artificial logo após
um curto período de controle de estro (48 h) e a inseminação em tempo fixo (IATF), seguindo
a sincronização da ovulação pelo análogo de GnRH. Os níveis de prenhez obtidos com o
tratamento ficaram ao redor de 46%. Pelo referido, o emprego do MAP em forma de esponjas
intravaginais (Sincrobovi), permite obter índices de prenhez que variam de 40% a 65%, após
inseminações com horário pré-fixado e ainda com custos acessíveis. O desenvolvimento
destes sistemas de aplicação de progestágenos tem facilitado o seu emprego nos programas de
sincronização de estro. A característica comum de todos estes sistemas é a aplicação de
estradiol ao início do tratamento, buscando encurtar a duração de vida do corpo lúteo e
terminar a onda folicular existente, induzindo a emergência de um novo folículo (DISKIN et
al., 2002).
2.4.2. A Prostaglandina e seus análogos no controle do ciclo estral bovino
A história da prostaglandina começa com dois ginecologistas norte americanos, os
quais observaram que a adição do fluido seminal humano promovia a contração uterina. Isso
em 1930 (BAIRD, 1972; CHALLIS, 1979). Posteriormente, em 1937, VON EULER verificou
que substâncias das vesículas seminais de machos ovinos, estimulavam fortes contrações da
musculatura lisa. Assim, ele sugere para essa substância portadora de tal atividade biológica o
nome de “prostaglandina por pensar ser essa, derivada da glândula prostática (CHALLIS,
1979). No ano de 1966, BABCOCK suspeita do efeito luteolítico para esse agente, fato
posteriormente verificado em ratos por PHARISS; WYNGARDEN (1969). Somente em
1971, por meio de trabalho realizado por GODING e colaboradores estabelece-se que a
prostaglandina de origem uterina é um fator luteolítico em ovinos (BARRET et al., 1971;
GODING et al., 1972). Posteriormente, continuando na pesquisa sobre essa substância, várias
equipes de trabalho demonstraram que a mesma também é luteolítica na espécie bovina
(ROWSON et al., 1972; LAUDERDALE et al., 1972; LIEHR et al., 1972). Sendo assim, após
esses achados passa a prostaglandina a ser o agente farmacológico com ampla utilização na
sincronização de estro (NEVES et al., 1979; 1980; ODDE , 1990; LARSON; BALL, 1992).
Além de causar a contração da musculatura lisa, ela modifica a pressão sangüínea e é
o primeiro produto descoberto derivado do ácido araquidônico. Todas as prostaglandinas são
variações de um ácido graxo insaturado, chamado ácido prostanóico. Apresentam em sua
46
estrutura 20 átomos de carbono, um anel de ciclopentano mais duas cadeias laterais. Todas
elas possuem um grupo hidroxila no carbono 15. Seis grupos de prostaglandinas têm sido
identificadas: A, B ,C, D, E e F. A PGF
2
α (PGF) é a de maior importância na reprodução
animal, sendo uma luteolisina natural em muitas escies; junto com a PGE são as mais
abundantes e mais estudadas (INSKEEP, 1973; GONZÁLEZ, 2002).
A secreção de PGF pelo útero não gestante é responsável pelo término da fase lútea na
fêmea bovina, ao causar a regressão do corpo lúteo. Ela é liberada pelo endométrio como
resultado da liberação de pulsos de ocitocina da hipófise posterior. Nesse sentido, o estradiol
produzido pelo folículo dominante da última onda folicular, estimula a ação da ocitocina por
induzir a síntese de seus receptores. Esse processo de regressão luteal, envolve uma via
venosa arterial pela qual a prostaglandina alcança o corpo lúteo e induz a luteólise em ovinos
(DEL CAMPO; GINTHER, 1973; MAPLETOFT; GINTHER, 1974), em bovinos
(GINTHER, 1974) e suínos (DEL CAMPO; GINTHER, 1973). Foi verificado que os pulsos
de prostaglandina, coincidem em 96% com os pulsos de ocitocina (BINELLI, 2000).
Estudos recentes, realizados por LEUNG; WATHES (2000), investigaram o efeito do
estradiol e o papel do seu receptor, na regulação da expressão endometrial do receptor da
ocitocina, no útero bovino. Os resultados obtidos mostram que o estradiol exerce seus efeitos
via seus receptores. O estradiol facilita a transcrição do gene do receptor da ocitocina,
aumentando-a rapidamente. Porém, uma regulação do receptor endometrial da ocitocina,
ainda ocorre na ausência do estradiol.
Também, os efeitos das prostaglandinas nos ruminantes domésticos têm sido relatados
logo após experimentos realizados in vivo e in vitro. Eles incluem uma pida redução no
fluxo sangüíneo luteal, mudanças na fluidez da membrana, atividade alterada das enzimas
esteroidogênicas, alteração da conformação da cromatina nuclear, diminuição no número de
pequenas células luteais, liberação de ocitocina luteal e diminuição na prostaciclina luteal. Os
efeitos das prostaglandinas, no sinal de transdução, incluem um decréscimo nos receptores de
gonadotrofinas, o não acoplamento do receptor de LH e adenilciclase, estímulo da atividade
fosfolipase C, aumento do inositol trifosfato elcio livre intracelular e alteração da atividade
da proteína quinase C (MILVAE et al., 1996).
As prostaglandinas são sintetizadas em inúmeras células quando requisitadas, não o
armazenadas e m uma meia vida biológica muito curta (para revisão: MORAES et al.,
2001). Variados são os eventos patológicos nos quais acontece uma elevação nos níveis de
prostaglandinas, entre eles: febre, traumatismos, queimaduras, asma, pneumonia, diarréia,
aborto, endometriose e inflamação. O sêmen é o líquido orgânico em que residem as maiores
47
quantidades de prostaglandinas, sendo as do grupo E as predominantes. O carneiro e o homem
são as espécies que apresentam maior concentração de PG no seu sêmen. Por sua vez, touro,
cavalo e cão as têm em menor quantidade. Elas podem ser absorvidas pelo trato genital
feminino provocando a contração das paredes, o que favorece o transporte dos
espermatozóides (para revisão: GONZÁLEZ, 2002).
Uma vez absorvidas dentro da corrente sangüínea, são rapidamente inativadas por
oxidação durante sua passagem através dos pulmões. Após, a administração intramuscular de
doses luteolíticas recomendadas, sua concentração plasmática aumenta por 10 minutos, tendo
um declínio em 90 minutos. Numerosas são as vias de aplicação, e em doses reduzidas no
trato reprodutivo. Cita-se a infusão intrauterina, a injeção na parede do útero, a administração
intravaginal e a injeção intraovariana. A maioria dessas vias o são de cil aplicação,
dificultando seu uso em condições de campo (COLAZO et al., 2002).
SUÑE et al. (1985), objetivando tornar economicamente viável a sincronização de
estros no Estado do Rio Grande do Sul, testaram a redução da dose de prostaglandina e o
número de injeções, associando o emprego da via de aplicação submucosa vulvar a um
sistema de inseminação durante dez dias. O análogo sintético de prostaglandina utilizado foi o
Dinoprost. As doses empregadas foram de 25µg e 5µg, na via intramuscular e submucosa
vulvar, respectivamente. Cerca de 75% das vacas apresentaram estro nos primeiros dez dias
de serviço, e maior manifestação de estro dentro das 72h, após a aplicação de 5µg do produto
via submucosa vulvar.
CASTILHO et al. (1997) testaram a resposta do corpo lúteo de vacas Nelore, solteiras,
e em período de pós-parto, à aplicação de um análogo da prostaglandina (Cloprostenol), por
via intramuscular ou sub-mucosa vulvar. Após, confirmada a presença de corpo lúteo por
meio de estudo ultrasonográfico, metade dos animais foram tratados com 500µg pela via
intramuscular, e a outra metade recebeu a dose de 250µg via sub-mucosa vulvar. Os
resultados indicaram, que o emprego da via vulvar foi eficiente em induzir estro em vacas,
com a vantagem de utilizar metade da dose. As percentagens de meas em estro foram de
48% e 45% para o uso da via vulvar e intramuscular respectivamente.
Os análogos sintéticos da prostaglandina, entre eles o Cloprostenol e o Dinoprost, são
mais potentes que a sua forma natural. Ainda, sintéticos como o Fenprostaleno e Alfaprostol
são utilizados (WIRGTH; MALMO, 1992). Eles funcionam como agentes luteolíticos em
vacas que estão ciclando regularmente, determinando a queda dos níveis de progesterona,
desenvolvimento folicular e pico de LH dentro de três dias (para revisão: MORAES et al.,
48
2001) Além dessa sua ação luteolítica e estimuladora do miométrio, são empregadas na
indução do parto e do aborto (WIRGTH; MALMO, 1992).
Em trabalho experimental, SALVERSON et al. (2002) compararam a eficiência de
duas fontes de prostaglandina na performance reprodutiva de novilhas. Dessa forma,
utilizaram os análogos Cloprostenol e Dinoprost trometamina. A resposta ao estro, taxa de
concepção e prenhez foram avaliadas, não mostrando diferenças no desempenho dos dois
produtos. O pico de estro ocorreu 60h após a aplicação dos tratamentos.
A prostaglandina natural secretada pelo útero não grávido, é responsável pela
luteólise. O corpo lúteo se torna sensível à sua ação, em torno do dia 6 a 7 após o estro.
Trabalhos demonstraram que a não resposta à prostaglandina, por parte de um corpo lúteo, em
sua fase inicial de desenvolvimento, não é devida a falta de receptores para prostaglandina.
Da mesma forma, a prostaglandina induz as mesmas mudanças em um corpo lúteo em fase
inicial de crescimento, como as estabelecidas em sua fase de maturidade. Por exemplo, existe
uma depleção da vitamina C e a inibição de certos genes chaves. Um importante passo
estimulado pela prostaglandina na metade do ciclo, porém não no corpo lúteo inicial, é a
indução de um gene que regula o passo limitante na produção da prostaglandina
(cycloxygenase). Desta maneira, é especulado que a prostaglandina, cause um feedback
positivo no corpo lúteo maturo, que leva a produção intraluteal de prostaglandina a qual
participa na luteólise. Este acontecimento parece não estar presente no corpo teo em início
de desenvolvimento (WILTBANK, 1997).
Uma vez estabelecido que a prostaglandina é luteolítica, programas começaram a ser
desenvolvidos com o seu uso, buscando sincronizar o estro na espécie bovina e, assim,
melhorar a eficiência reprodutiva. Existem, no entanto, limitações para o seu emprego.
Primeiro, a não resposta do corpo lúteo inicial ao tratamento com o hormônio, o que pode ser
solucionado aplicando uma segunda dose de prostaglandina, com um intervalo que permita
todas as fêmeas apresentarem um corpo lúteo responsivo e funcional. Esse intervalo deve ser
de 10 a 14 dias. Segundo, a prostaglandina não induz ao ciclo vacas em anestro. E, terceiro, as
fêmeas manifestam estro, em tempos variáveis, logo após o tratamento. Essa variabilidade no
período de estro é devida a diferenças entre fêmeas no crescimento folicular, e não devido a
diferenças no período de regressão luteal (WILTBANK, 1997).
que em um ciclo estral fisiológico, a regressão do corpo lúteo depende da secreção
pulsátil de PGF em torno do dia 16 (ZARCO et al., 1988; THATCHER et al., 1989), quando
se aplica PGF (natural ou sintética) como agente luteolítico em um grupo de fêmeas entre os
dias 6 a 16, promove a regressão luteal e um bom grau de sincronização de estros
49
(STEVENSON et al., 1984; WATS; FUQUAY, 1985; HERNÁNDEZ et al, 1994), devido a
que muitas fêmeas manifestam estro simultaneamente (HURNIK et al., 1975). Essa
manifestação de estros ocorre entre as 48 e as 96 h (KING et al, 1982; ZARCO et al., 1985;
THATCHER et al., 1989) ou dentro das 144 h após a aplicação da PGF (MACMILLAN;
HENDERSON, 1984; FOLMAN, 1990; ROSENBERG et al., 1990; FINDLAY et al., 1992).
O momento exato entre a aplicação de prostaglandina e a manifestação de estro vai
depender da população de folículos no ovário. Vacas que não apresentem um folículo
dominante entrarão em estro após aquelas com um folículo dominante em fase final de
desenvolvimento. Esta é a razão pela qual existem variações no período de manifestação
estral, entre os animais logo da administração da droga. Neste sentido, os resultados
provenientes da inseminação com horário pré-fixado após a aplicação de prostaglandina,
mostram-se baixos não superando os 20 a 40% (para revisão: MORAES et al., 2001).
O intervalo ao estro após a injeção de prostaglandina é afetada pela idade, raça,
condição corporal e ou balanço energético e outros fatores fisiológicos. Em relação à idade, a
percentagem de resposta em novilhas é de 85 a 95% (HERNÁNDEZ et al., 1994) em vacas de
40 a 60% (ZARCO et al, 1990), podendo ser de 85 a 90% (MACMILLAN; HENDERSON,
1984; FINDLAY et al., 1992). Concentrações em soro de progesterona também alteram o
intervalo ao estro, após a aplicação (para revisão: RATHBONE et al., 2001). Apesar do
emprego da prostaglandina em animais de raças européias induzir altas taxas de manifestação
de estro, 70 a 97%, os resultados obtidos quando se trabalha com raças zebuínas são
conflitantes e variáveis, menores do que 50% mesmo na presença de corpo lúteo funcional até
taxas que superam os 70% (BARROS et al., 2000).
Estudos realizados em novilhas (KING et al., 1982; WATTS; FUQUAY, 1985),
verificaram o tempo transcorrido entre a aplicação do luteolítico e a manifestação do estro,
quando aplicado em diferentes fases do diestro. Novilhas que receberam o luteolítico nas
fases iniciais tiveram uma manifestação precoce de estro (47,6 h) do que as novilhas injetadas
em fases tardias (59,7h; KING et al., 1982). Nas fêmeas, o estro manifestou-se mais cedo
quando apresentavam um folículo com diâmetro maior do que 15mm, relacionadas às
portadoras de folículos medianos (10mm) e pequenos (5mm ou menos) (ZARCO et al., 1985).
TANABE; HANN (1984) também estudaram o efeito da aplicação da prostaglandina
em diferentes estádios do ciclo estral. Para isto, o agente luteolítico (dinoprost) foi injetado
via intramuscular na dose de 25 µg, nos dias 7, 11 e 15 do ciclo. O estro foi induzido em
91,3% das fêmeas em um período de 80h após aplicação. Com o avanço do ciclo, aumentou a
percentagem de fêmeas manifestando estro, diferença esta não significativa: 86,0% das que
50
receberam no dia 7, 90,0% para as do dia 11 e 98,0% nas do dia 15. O estro ocorreu dentro de
um período de 48h nas fêmeas tratadas no dia 7, estendendo-se sobre 72h para as tratadas nos
dias 11 e 15. Nas 72h pós-injeção a indução do estro foi elevada nos animais tratados no dia 7
(100,00%) ou dia 15 (95,9%); no entanto, somente a metade (48,9%) das tratadas no dia 11
tiveram seu estro induzido. A variação na distribuição do início do estro mostrou diferença
significativa (P< 0,001). O estádio do ciclo ao qual as fêmeas receberam a aplicação do agente
luteolítico, não só afetou as variações do início do estro como também o grau de sincronia.
Uma variante do emprego de prostaglandina, na sincronização, utiliza para
inseminação as fêmeas que entram em estro já após a primeira aplicação hormonal. Os
animais são observados por doze dias logo da primeira dose. As não reagentes recebem uma
segunda dose e são inseminadas após o aparecimento de estro, o qual se manifesta entre 48 a
96h. O protocolo com uma aplicação somente de prostaglandina, preconiza a observação de
estro por um período de cinco a sete dias e inseminação de todas as fêmeas que estiverem em
estro. No quinto ao sétimo dia, é aplicada uma dose de hormônio em todas as vacas que não
ciclaram. O sistema preconizado por SUÑE et al (1985), aliando o emprego de 1/5 da dose
recomendada de prostaglandina (minidose) via submucosa vulvar a dez dias de observação de
estro, resultou em médias de 75% das fêmeas manifestando estro durante o período de
serviço. O programa consiste em dez dias de inseminação. Observa-se estro nos primeiros
cinco dias, inseminando-se as que manifestarem estro. No quinto dia, a aplicação de uma
mini-dose do produto na submucosa vulvar e inseminação por mais cinco dias.
MAHFUZ et al. (2001), empregando metade da dose recomendada (75 µg), via
submucosa vulvar, no quinto dia de um programa de dez dias, e a inseminação artificial sendo
realizada, sem observação de estro, entre as 78 e as 82h após o tratamento obtiveram taxas de
prenhez entre 36 a 38%. Foram utilizadas novilhas entre 30 e 36 meses de idade.
É importante ressaltar que o emprego da minidose não é preconizado para outro
sistema que não o de 10 dias. É um programa para acasalamento de novilhas e vacas ciclando,
não sendo empregado em fêmeas em programa de transferência de embriões. Se uma
percentagem menor do que 20 a 25% das fêmeas demonstrarem estro nos primeiros cinco
dias, o programa deve ser suspenso, pois reflete que grande parte das fêmeas não está ciclando
(para revisão: MORAES et al. 2001).
A PGF
2
α pode ser utilizada em combinação com progestágenos, com a finalidade de
promover uma melhor sincronização de estro, especialmente se for administrada entre 24 e
48h antes da retirada da fonte de progesterona. Considera-se que o aumento da secreção
pulsátil de LH durante o período entre a luteólise induzida pela prostaglandina exógena e a
51
remoção do progestágeno permita um crescimento mais uniforme do folículo pré-ovulatório
entre os animais (BARROS et al., 2000).
2.4.3 O GnRH e seus análogos no controle do ciclo estral em bovinos
Os primeiros trabalhos realizados por HARRIS e colaboradores foram pioneiros no
estudo do GnRH nos anos de 1940 e 1950. Eles sugeriram a partir de suas observações que o
hipotálamo regulava as secreções da hipófise anterior, por liberar substâncias as quais eram
transportadas via vasos porta hipofisiários à hipófise (FRASER, 1979). O hormônio liberador
de gonadotrofinas é um decapeptídeo secretado e armazenado no hipotálamo (BOSU, 1982),
que apresenta estrutura similar em espécies como, a ovina, canina, suína, e humana (ORY,
1983). Ele é sintetizado a partir de neurônios neurosecretórios, situados na porção média basal
do hipotálamo (THATCHER et al., 1993). Os neurônios do GnRH são originários da placa
olfativa embrionária. Durante a vida fetal, esses neurônios migram para o cérebro ao longo do
nervo terminal. Assim, dessa forma, os neurônios que controlam a reprodução têm origem
externa ao sistema nervoso central (CALDANI et al., 1993).
A histidina e o triptofano, segundo e terceiro aminoácidos que compõem sua cadeia,
são fundamentais para a ativação do sistema adenil ciclase e a liberação de gonadotrofinas
(COY; SCHALLY, 1978; STEWART, 1981). Sua inativação acontece quando a clivagem
ocorre entre as posições 6 e 7 por enzimas proteolíticas do cérebro (STEWART, 1981).
Entretanto, substituições ocorrendo no terminal carbono da cadeia e na posição 6 aumentam a
sua resistência a degradação enzimática e assim, prolongam sua meia vida (FUJINO et al.,
1972; ORY, 1983). O RNA do GnRH tem sido verificado na hipófise, placenta, ovário,
miométrio, endométrio e próstata (CHEGINI et al., 1996; KANG et al, 2000).
O GnRH é liberado em uma maneira pulsátil dos neurônios em direção a rede de vasos
do sistema porta hipotálamico-hipofisário. Por intermédio dessa rede, alcança as células
gonadotrofos na hipófise anterior. Nessas células, o GnRH liga-se à receptores específicos de
membrana celular promovendo uma série de eventos, os quais incluem microagregação e
interiorização do receptor de GnRH, ativação do sinal de transdução de segundo mensageiro,
e nova síntese de LH e FSH e liberação de LH. A interiorização dos receptores para o GnRH
após se ligar ao GnRH, induz um transitório estado de insensibilidade nas células do
gonadotrofos ao GnRH. Em situações normais, novos receptores para o GnRH o
sintetizados retornando à superfície das lulas gonadotrofos, recuperando dessa forma, a
sensibilidade ao estímulo subseqüente do GnRH (D' OCCHIO et al., 2000).
52
Este decapeptídeo foi por primeira vez sintetizado em 1970 (MATSUO et al., 1971),
surgindo no mercado como uma ferramenta ao tratamento de cistos foliculares no bovino.
KITTOK et al. (1973) relataram que repetidas ou uma prolongada exposição ao GnRH pode
ser necessário a imitar uma onda pré-ovulatória de LH em vacas, e essas repetidas doses
causam a retomada de ciclos estrais fisiológicos em fêmeas portadoras de cistos fokiculares. É
aceito que o GnRH atua no desenvolvimento folicular ovariano e na função do corpo lúteo de
maneira indireta via a liberação induzida de LH e FSH da hipófise. A administração de GnRH
eleva essas gonadotrofinas na circulação periférica dentro de 2 a 4h. As gonadotrofinas se
ligam a seus receptores específicos nas células luteais e foliculares (TWAGIRAMUNGU et
al., 1992; 1995). CHENAULT et al. (1990), tratando novilhas holandesas, com várias doses
de acetato de fertirelin (10 a 500µg), buserelin e gonadorelina verificaram incrementos nos
níveis de LH e FSH, nas 2 a 5 h após a aplicação dos mesmos. STEVENSON et al. (1993)
verificaram resultados similares com o emprego do análogo receptal (8µg) e RETTMER et al.
(1992) com o acetato de fertirelin (200µg), nos aumentos dos níveis de LH, nas primeiras
horas da aplicação (1 a 5 h).
KAWATE et al. (1991), por meio de estudo experimental, examinaram o número de
receptores para o GnRH, na hipófise anterior de bovinos durante o ciclo estral. Os resultados
permitiram sugerir que o número de receptores para o GnRH, diminuíram da porção final da
fase média lútea, em direção ao início dessa fase. O número inferior de receptores no início da
fase luteal pode resultar de um decréscimo durante a onda de gonadotrofina, que ocorre na
fase folicular. Por sua vez, o número desses aumenta para o final da fase luteal (dias 11 a 17).
Sendo assim, a resposta da liberação de LH à administração de GnRH em vacas é
relativamente reduzida no início e metade da fase luteal porém, alta na fase folicular. O
aumento do número de receptores para o GnRH, precede a um incremento da sensibilidade ao
mesmo requerido para a ocorrência de uma onda de gonadotrofinas.
As alterações promovidas na estrutura química da molécula natural do GnRH, provoca
a síntese de seus potentes análogos. Entre eles encontram-se a Buserelina, a Gonadorelina e o
acetato de Fertirelina. Os análogos estabilizam a molécula contra ataques enzimáticos,
aumentam a ligação à membranas e proteínas plasmáticas, e aumentam a afinidade do
agonista para com o receptor do GnRH (THATCHER et al., 1993). Além do mais, apresentam
uma vida média longa em circulação. Essas propriedades permitem que os análogos possam
ser empregados em doses inferiores as da forma natural (D' OCCHIO et al., 2000).
53
CHENAULT et al. (1990), avaliando as mudanças nas concentrações plasmáticas, de
FSH e LH, seguido de várias doses de análogos de GnRH, entre eles, a buserelina,
gonadorelina e o acetato de fertirelina, concluiram que o acetato de fertirelina é 2,5 a 10 vezes
mais potente que a gonadorelina; entretanto, a buserelina é aproximadamente 10 a 20 vezes
mais potente que o acetato de fertirelina para a liberação de FSH e LH na espécie bovina.
O emprego do GnRH tem efeitos variáveis na função do corpo lúteo, dependendo do
momento do ciclo no qual o tratamento é iniciado. O uso do GnRH, próximo ou junto a onda
pré-ovulatória de LH, atenuou as concentrações de progesterona em soro durante os primeiros
7 dias do ciclo. De forma similar, a exposição de um corpo lúteo em desenvolvimento (dia 2
do ciclo) à secreção de LH, induzida pelo GnRH, causou um decréscimo nas concentrações de
progesterona durante o ciclo. A aplicação de GnRH ao estro, elevou a proporção de lulas
luteais grandes no corpo lúteo ao dia 10 do ciclo. Por outro lado, a função e desenvolvimento
folicular podem ser também regulados pelo emprego de GnRH ou de seus análogos durante a
fase luteal do ciclo estral (THATCHER et al., 1993).
Em resposta ao GnRH, o maior folículo existente sofre ovulação ou continua sua
regressão por atresia, dependendo do seu estádio de desenvolvimento. O GnRH ou análogos
induzem à ovulação e formação de um corpo lúteo em fêmeas durante a fase luteal inicial
como também, em aquelas sem um corpo lúteo funcional (P
4
<1ng/ml), no momento do
tratamento. A onda de LH induzida pelo GnRH é responsável pela ovulação de um folículo
funcionalmente dominante em sua fase de crescimento. Essa ovulação induzida é associada a
um decréscimo na concentração de estradiol similar ao acontecido quando da destruição do
folículo. Causando a ovulação, a ocorrência de estro espontâneo é inibida. O tratamento com
o GnRH altera o diâmetro de um folículo dominante durante a sua fase de crescimento,
Porém, não na sua fase de regressão. Assim, o GnRH não muda o destino do folículo
comprometido à atresia. Independentemente do estádio ovariano ao tratamento, uma nova e
sincronizada onda de crescimento folicular (5 a 10mm) emerge 2 dias após a aplicação do
GnRH (TWAGIRAMUNGU et al., 1995).
Segundo MARTINEZ et al. (1999) avaliando os efeitos da aplicação de LHp (origem
suína) e do GnRH no folículo dominante de uma onda de crescimento folicular, observaram
que o GnRH aplicado em fases desconhecidas do ciclo causa luteinização ou ovulação do
folículo dominante e sincroniza a emergência de uma nova onda. Porém, sua eficiência parece
ser afetada pelo estádio de desenvolvimento folicular no momento do tratamento. Uma nova
onda folicular somente foi induzida quando a ovulação ocorreu em resposta ao tratamento.
Ainda, o GnRH mostra-se mais eficiente em induzir ovulação em vacas do que em novilhas.
54
Uma nova onda de crescimento folicular ocorreu 1,3 dias pós-tratamento em animais que
ovularam em resposta ao mesmo.
Em decorrência dos efeitos do GnRH e seus análogos na dinâmica folicular, esses
passam a ser empregados no desenvolvimento de novos programas de sincronização de estro
em combinação com a prostaglandina. Empregados na sincronização da ovulação,
possibilitam o emprego da inseminação com horário pré-fixado, sem necessidade de controle
de estro.
TWAGIRAMUNGU et al. (1992) determinaram o efeito de um análogo do GnRH
(8µg Buserelin), aplicado 6 dias antes de uma injeção de prostaglandina (500µg Cloprostenol)
na precisão do estro, taxas de prenhez, concepção e sincronização. Foram utilizadas novilhas
e vacas nos 60 dias pós-parto. O grupo controle recebeu somente 2ml de solução salina. As
fêmeas tiveram seu estro controlado do dia 0 (início do tratamento) ao dia 10, sendo
inseminadas 12h após a manifestação do mesmo. Durante o período de tratamento, o número
de vacas em estro, taxas de concepção e prenhez foram idênticas nos dois grupos. Entretanto,
entre o dia 0 e 6, a proporção de fêmeas exibindo estro foi inferior no grupo GnRH em relação
ao grupo controle: 4,2% vs 34,6%, respectivamente (P<0,01). A taxa de sincronização de
estro após o dia 6 foi maior no grupo tratado do que no grupo controle 83,3% vs 50,0% (P<
0,01).
Através desses resultados, os pesquisadores sugerem que o pré-tratamento com um
análogo do GnRH, seis dias antes de uma injeção de prostaglandina, dispensa a necessidade
do controle de estro nos primeiros 6 dias do tratamento, sem alterar as taxas de prenhes e
concepção. Este protocolo hormonal foi denominado Select –synch, sendo o primeiro
protocolo estabelecido utilizando análogos de GnRH. Como relatado anteriormente, necessita
da detecção do estro e as taxas de prenhez alcançadas são variáveis (20,8%, LEMASTER et
al., 2001; 53%, STEVENSON et al., 2000; 40%, KOJIMA et al., 2000).
Baseados nas percentagens de fêmeas em estro, nas 24 a 72h após a luteólise induzida
pela aplicação de prostaglandina, TWAGIRAMUNGU et al. (1995) desenvolveram uma nova
estratégia a permitir a inseminação artificial sem controle de estro. Para isso, uma segunda
dose de GnRH foi aplicada 54h após a aplicação de prostaglandina, junto ao momento da
realização da inseminação, para sincronizar a onda de LH e a ovulação do folículo
selecionado. As taxas de prenhez foram similares entre os animais inseminados, sem controle
de estro (GnRH) e 12h após a manifestação do mesmo (33/69 vs 47/79, respectivamente;
P>0,16). Este protocolo leva o nome de Cosynch, sendo uma modificação do anterior
55
mostrando taxas de prenhez da ordem de 40% a 54% (LAMB et al., 2001; GERY et al., 2001
a, b).
PURSLEY et al. (1995) considerando os resultados obtidos através do emprego do
GnRH, associado à prostaglandina pelas mais variadas equipes de pesquisa (THATCHER et
al., 1989; MACMILLAN; THATCHER, 1991) propõem um novo programa de sincronização
de estro e ovulação, permitindo a inseminação em tempo pré-fixado. Este torna-se conhecido
pelo nome, Ovsynch, sendo amplamente utilizado em rebanhos de gado de leite, em quais
falhas na detecção de estro contribuem para as baixas taxas reprodutivas. O programa consiste
de uma primeira aplicação intramuscular de GnRH (100µg), sem levar em conta o estádio do
ciclo estral. Esse primeiro GnRH procura induzir a ovulação no folículo existente no
momento do tratamento dando início a uma nova onda folicular. Após 7 dias, uma injeção de
prostaglandina (35mg) é aplicada com a finalidade de regredir o corpo lúteo presente. Se esse
é decorrente da injeção inicial de GnRH, terá tempo para responder ao agente luteolítico. Nas
48h após, uma segunda dose de GnRH (100µg) é empregada com a finalidade de promover a
ovulação do folículo dominante. A inseminação artificial é realizada das 16 a 18h após o
último tratamento hormonal, sem controle de estro.
O período entre as aplicações de GnRH são suficientes a permitir a emergência de um
novo folículo, que esse alcance um tamanho pré-ovulatório e seja sensível à onda induzida de
LH. Comparando o desempenho do programa, 90,0% das vacas e 54,0% das novilhas ovulam
a partir do primeiro GnRH. Isto mostra uma maior eficácia do programa em vacas do que em
novilhas. A diferea na dinâmica folicular entre as duas categorias de gado pode explicar
essa diferença. Os animais sincronizados ovulam entre 24 e 32h após a segunda aplicação de
GnRH. As taxas de concepção ficam em torno de 50,0% (PURSLEY et al., 1995).
FRICKE et al. (1998) procuraram diminuir os custos do programa Ovsynch. Para isto,
utilizaram 50% da dose recomendada de GnRH (50µg). As taxas de sincronização (84,9% vs
83,1%) e concepção (41,0% vs 41,1%) não mostraram diferença significativa entre os grupos,
dose reduzida e original, respectivamente. A diminuição da dose empregada de GnRH
produziu uma redução de custos sem comprometer a eficácia do programa de sincronização.
Resultados similares foram encontrados por OLIVEIRA et al. (2001) em vacas zebú, os quais
empregaram também metade da dose de GnRH. Além disso, utilizaram a metade da dose de
prostaglandina recomendada, via submucosa vulvar. A redução de custos não comprometeu a
fertilidade.
56
O programa Ovsynch, no nosso meio, vem sendo utilizado com resultados os mais
diversos. BARROS et al. (2000) utilizou o protocolo em vacas lactantes (60 a 90 dias pós-
parto) e não lactantes. As taxas de prenhez após a inseminação em tempo fixo foram de
47,7% e 44,9% para as duas categorias, respectivamente. MARTINEZ et al. (2001)
trabalhando com vacas com cria ao obteve 63,6% de prenhez no grupo Ovsynch e 61,9%
no grupo controle (inseminação no cio observado). RIBEIRO et al. (2001), avaliando o
programa em novilhas, obtiveram somente 20,0% de prenhez. PANTOJA et al. (2001), por
sua vez, obtiveram 33,3% em vacas sem terneiro ao pé, 30,0% nas amamentando e 40,0% em
vacas com presença de corpo lúteo (ciclando). O protocolo Ovsynch não é eficiente em
animais em anestro. Seu emprego resulta em taxas de prenhez em torno de 15% a 19%
(BARUSELLI et al., 2001).
A falha de ovulação, após a aplicação de GnRH, reside em que a capacidade do
folículo responder ao mesmo, ou seus análogos depende do estádio de desenvolvimento
folicular ao momento da aplicação. A não ocorrência de ovulação, nesse momento, se traduz
no aparecimento de estro prematuro e reduzida fertilidade das fêmeas tratadas (MARTINEZ
et al., 2002). O diâmetro do folículo dominante é alterado após o GnRH, quando na sua fase
de crescimento ou plateau. Porém, o acontece o mesmo quando cursa na sua fase de atresia
ou regressão. À medida que o folículo entra em atresia perde receptores para o LH, o
permitindo ao mesmo responder ao GnRH. Esse fato explica o porquê é uma reduzida
percentagem de fêmeas a atingirem a ovulação.
Resultados experimentais comprovaram que o tratamento com o GnRH não muda o
destino do folículo comprometido a atresia e, conseqüentemente, não o recupera da mesma.
Na realidade, o GnRH altera a distribuição folicular no ovário por aumentar o número de
folículos de tamanho médio e diminuir os folículos maiores por luteinização ou atresia
(TWAGIRAMUNGU et al., 1992; 1995). MOREIRA et al. (2000) sugerem que a fase lútea,
entre os dias 5 e 10 do ciclo estral, seja o momento ideal para o início de uma programa que
tem o GnRH como indutor de uma onda de crescimento folicular. Nessa fase, os folículos
apresentam diâmetros de 10 a 13mm com capacidade para ovular. Por outro lado, aplicações
de GnRH, em fases tardias do ciclo (dia 15), podem não resultar em ovulação e formação de
um corpo lúteo. Também, a aplicação ao início do ciclo (dia 2 ou 3) a ovulação ocorreu de
maneira espontânea, e o folículo dominante existente carece de um diâmetro possível de
responder ao GnRH (< 9mm). Além do mais, folículos dominantes menores apresentam um
menor número de células da granulosa e um menor número de receptores para LH nessas
células. Nesses casos, a ovulação induzida promoverá o desenvolvimento de um corpo lúteo
57
menor, com menor capacidade de secretar progesterona, influenciando também na fertilidade
(MACMILLAN et al., 2003). Da mesma forma, existem fêmeas que mostram estro antes da
aplicação da prostaglandina, provavelmente, não ficando prenhes após a inseminação pré-
fixada. A incidência desses estros foi de 6% a 9% em vacas que receberam a prostaglandina 6
dias após o primeiro GnRH, e de 12% a 13% nas fêmeas que receberam o agente luteolítico
em um intervalo de 7 dias enquanto em novilhas esses índices giraram ao redor de 18%
(MARTINEZ et al., 2002).
Nesse sentido, estudos demonstraram que a adição de uma fonte de progesterona
exógena (CIDR), em um programa que associa GnRH e prostaglandina (tipo Ovsynch),
melhorou as taxas de prenhez em novilhas (MARTINEZ et al., 2002), assim como, é
preconizado na vaca s-parto iniciar os tratamentos hormonais com progesterona, buscando
estimular o sistema hipotálamo- hipofisiário, associando a outras substâncias hormonais para
obter a ovulação: GnRH, gonadotrofinas exógenas e estrógenos (CAVESTANY, 2003). Por
tanto, pelo referido, o diâmetro folicular é um dos fatores que afeta a probabilidade que a
ovulação ocorra ou não, em resposta ao GnRH.
2.4.4 A GONADOTROFINA CORIÔNICA EQÜINA (eCG) NA
SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO DA ESPÉCIE BOVINA
COLE; HART (1930) foram os primeiros a demonstrar a presença de uma substância
gonadotrópica no soro de égua prenhe. Trata-se de um hormônio glicoprotéico, secretado
pelos cálices endometriais da égua (COLE; GOSS, 1943). Entretanto, ALLEN; MOOR
(1972) demonstraram que os cálices endometriais que produzem o eCG o de origem
placentária. Assim, deriva o nome gonadotrofina coriônica eqüina (eCG). Esta glicoproteina
surge no sangue entre os dias 37 a 40 da gestação, e suas concentrações aumentam
rapidamente com picos ao redor dos 55 a 75 dias, declinando posteriormente e tornando-se
não detectável entre os dias 120 a 150 (ALLEN, 1969). A característica especial desse
hormônio é que apesar de ser uma única substância, apresenta atividade biológica do FSH e
do LH. É o eCG que estimula as ovulações secundárias da égua a partir dos 40 dias de
gestação, assegurando, por meio disso, o desenvolvimento da mesma (SILVA, 1978).
Pela sua ação folículo estimulante torna-se o eCG, junto ao FSH, os principais
produtos comercias na superovulação dos animais domésticos. As preparações comerciais são
purificadas do soro da égua prenhe e da hipófise do suíno (FSH-P), respectivamente. A base
de sua ação é a de ligação e ativação de receptores de FSH nas células da granulosa,
58
principalmente dos folículos de tamanho médio e pequenos, estimulando o crescimento
continuo desses, provavelmente pelo fato de inibir a apoptose (ARMSTRONG, 1993).
O eCG, ainda, em virtude a sua estrutura, reage muito bem com receptores de LH no
bovino, os foliculares e os do corpo lúteo. Assim, sua atividade biológica para as duas
gonadotrofinas, o FSH e o próprio LH (STEWART; ALLEN, 1981). Por outro lado, a
preparação de FSH-P, consiste em uma combinação de moléculas de FSH e LH em uma
proporção que varia em torno de 0.3 a 1.0 (CHUPIN COMBARNOUS; PROCUREUR,
1984). Uma característica desta preparação é seu baixo conteúdo de ácido siálico, ao contrário
do que apresenta o eCG. Este baixo conteúdo em ácido siálico confere ao FSH-P uma média
vida curta in vivo. Por isso, o seu emprego deve ser em doses repetidas (GAY et al, 1970). Ao
contrário, o eCG é um fármaco de meia vida longa, cuja duração pode chegar até 3 dias
(MURPHY; MARTINUK, 1991).
DOTT et al. (1979) verificaram a ação do eCG na população folicular de ovelhas. Eles
observaram quando do emprego desta glicoproteina, um aumento no número de folículos o
atrésicos com diâmetros de > de 3mm e a diminuição no número de folículos não atrésicos
entre os 2 a 2.9mm. Ainda, o perfil de esteróide nos folículos estimulados pelo eCG em todos
os casos foi dominado totalmente pelo estrógeno. Anteriormente, MCKENZIE; KENNEY
(1973), em estudo experimental, tinham verificado as características histológicas dos folículos
de novilhas baixo a ação das gonadotrofinas eCG e hCG (gonadotrofina coriônica humana).
Seus resultados levaram a afirmar de que ambas substâncias afetam todos os folículos antrais,
determinando a ocorrência de ovulação ou atresia dos mesmos. E, ainda, algum grau de
luteinização acompanhou os sinais de atresia da maioria dos folículos. Também, esta atresia
observada, iniciou na parede folicular, em que mudanças degenerativas foram vistas nas
células murais da granulosa. Entretanto, as células do cúmulus mostraram-se normais e
mitóticamente ativas. Essas células viáveis do cúmulus são provavelmente a razão pela qual o
oócito tem habilidade de manter sua capacidade.
MOOR et al. (1984) trabalhando também com a espécie ovina, verificaram que a
administração de eCG induziu em 28% de oócitos, modificações no modelo de síntese, as
quais são normalmente associadas com maturação. Uma avaliação da esteroidogênese
mostrou que, tanto a produção total como a secreção de estrógeno, foram aumentadas nos
folículos tratados com essa gonadotrofina. Isto levou-os a sugerir que em animais tratados
com eCG o modelo de desenvolvimento e esteroidogênese é perturbado em muitos folículos.
Uma ativação prematura do compartimento germinal resulta em oócitos não viáveis e
envelhecidos e, também, em um trato reprodutivo impróprio.
59
Ainda, CHUPIN; SAUMANDE (1979) avaliaram um novo tratamento para o controle
do ciclo estral junto a uma baixa dose de eCG. Este tratamento consistiu de um implante de
progestágeno (SC21009-Norgestomet) por 9 dias, com uma injeção de 5 mg de valerato de
estradiol ao começo do tratamento e 0,5mg de análogo de prostaglandina dois dias antes da
remoção do implante. No primeiro ensaio, 500UI de eCG foram injetadas dois dias antes (n =
61 vacas) ou na remoção do implante (n = 62 vacas). Os índices de prenhez foram altos e
similares nos dois tratamentos (67,2 e 67,7% respectivamente), com uma percentagem maior
de gêmeos no grupo que recebeu o eCG dois dias antes da remoção do progestágeno. O efeito
do dia da aplicação de prostaglandina, relativo ao do eCG, demonstrou que a eficiência da
aplicação do eCG dependeu na duração da estimulação.
Em um segundo ensaio, o tratamento hormonal anteriormente descrito, foi comparado
com o tratamento de eCG e um análogo de prostaglandina em vacas da raça Normanda,
amamentando. Em ambos os casos, o eCG (600UI) e o análogo de prostaglandina foram
aplicados juntos. Observaram-se maiores taxas de ovulação (medidas por palpação retal), no
caso da aplicação em conjunto destas substâncias, nos dois dias anteriores da remoção do
progestágeno.
Por outro lado, MONNIAUX et al. (1984) estudaram a ão do eCG na população
folicular de novilhas ciclando com idade de 18 meses. As mudanças observadas no número de
folículos, após o emprego do eCG, sugeriram que a ação dessa glicoproteina difere entre
folículos de diferentes tamanhos, em particular, entre folículos pré-antrais e os grandes
folículos antrais. O eCG aumentou o número de folículos pré-antrais (<180 µm), aumentando
a taxa de crescimento desses folículos. É possível, também, que o eCG tenha estimulado o
crescimento de grandes folículos antrais transitoriamente, sendo finalizado pela onda pré-
ovulatória de LH. Também, o eCG preveniu algum folículo normal de tornar-se atrésico ou,
ainda, recuperou algum desses folículos atrésicos, retornando eles a um padrão normal do seu
crescimento. Os autores sugerem que os grandes folículos antrais prevenidos de tornar-se
atrésicos, ou recuperados dos estádios iniciais de atresia, devam ser hábeis em sofrer a
ovulação ou, ainda, em luteinizar, após a onda pré-ovulatória de LH. Esses folículos que
luteinizam ou ovulam após o eCG, não sempre são normais.
A partir desses e outros estudos posteriores (MULVVEHILL; SREENAN, 1977;
ROCHE et al., 1992; KASTELIC et al., 1997) e, baseados ainda nas propriedades do eCG,
tais quais criar condições de crescimento folicular e de ovulação, esta substância passa a ser
empregada em programas de sincronização e/ ou indução de estros nas variadas espécies. O
seu emprego tem-se mostrado compensador em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade, em
60
animais recém paridos (período pós parto inferior a 2 meses) e em animais com condição
corporal comprometida (BASTOS et al., 2004; BARUSELLI et al., 2004; DUFFY et al.,
2004), como também, em novilhas pré-púberes e púberes (LAROCCA; MARTINEZ, 1983;
BRANDÃO et al., 2005).
Assim, MACIEL et al. (2001) procuraram avaliar a eficiência de programas hormonais
associados ao desmame temporário, na indução da ovulação em vacas de corte criadas
extensivamente. Para isso, utilizaram vacas entre 50 e 70 dias após o parto e em condição
corporal entre 2 e 3 (1-5), as quais em um dos grupos experimentais receberam uma
associação hormonal de MAP, benzoato de estradiol (BE) e eCG. Os resultados alcançados
refletiram o efeito benéfico do emprego do eCG no incremento dos índices de prenhez antes
de 80 dias pós-parto. O eCG, na dose de 500UI, foi aplicado nas 24h da retirada do
progestágeno.
BARUSELLI et al. (2003) trabalhando com vacas da raça Nelore, aos 75 dias de pós-
parto, após um programa hormonal baseado no emprego de eCG, verificaram que o grupo que
recebeu a referida substância na retirada do progestágeno apresentou uma maior taxa de
prenhez após a IATF (38,9% vs 55,1%) e, ainda, ao avaliar a condição ovariana dos animais
tratados constataram que o efeito positivo do eCG aumentou conforme o grau de anestro
desses animais. Nos animais cíclicos, por outro lado, o foi verificado efeito positivo do
tratamento com o eCG.
No mesmo sentido, BASTOS et al. (2004) procuraram desenvolver um programa
hormonal para induzir estro e ovulação em vacas com 60 a 75 dias de pós-parto e sobre
estresse nutricional. Dito programa associou MAP e BE na sincronização de emergência de
uma onda folicular ao eCG, o qual junto a um agente luteolítico, foi aplicado nas 24h
anteriores a retirada do progestágeno. A ovulação foi induzida pelo GnRH nas fêmeas que não
manifestaram estro nas 48h após a retirada do progestágeno. O desmame dos terneiros foi
realizado por 96h (da aplicação do eCG ao final da inseminação artificial em tempo fixo
IATF). Os resultados revelaram o melhor desempenho das fêmeas que receberam eCG e com
condição corporal > 2.5, as quais obtiveram 66,6% de prenhez. Ao contrário, meas com
condição corporal entre 2.0 e 2.5, obtiveram índices de prenhez ao redor dos 35%.
Em estudos recentes, SILVEIRA et al. (2005) procurando desenvolver um sistema
hormonal de indução de estro, avaliaram o melhor momento da aplicação do BE e eCG nessa
associação. O emprego do eCG busca permitir um maior crescimento folicular compatível
com uma melhor resposta ovulatória ao GnRH possibilitando, assim, o emprego de IATF.
Para isso, foi realizado a dinâmica folicular do sistema hormonal desenvolvido (MAP + BE +
61
eCG + GnRH), verificando-se que o emprego do eCG, nas 24h da retirada do MAP,
possibilitou um maior crescimento folicular, resultando em uma diferença na curva de
crescimento e um maior diâmetro do folículo dominante ao momento do emprego do GnRH,
comparado aos demais grupos (P=0.0001). Os folículos alcançaram um diâmetro médio de
13mm nas 72h da aplicação do eCG.
Na mesma oportunidade os autores, baseando-se em que a ação do eCG é dose
dependente, procuraram avaliar o desempenho de diferentes doses dessa gonadotrofina
exógena. Foram testadas as doses de 300UI, 400UI e 500UI aplicadas no mesmo momento
(24h da retirada do MAP). Os resultados de prenhez nos grupos 78.7% (214/272; G300 =
76.9%, 70/91; G400 = 80.0%, 68/85; G500 = 79.2%, 76/96; não mostraram diferença
significativa. A manifestação média de estro dos grupos, nas 48h da retirada do MAP, ficou
em 55.9% (152/272) e a ocorrência de partos gemelares em 4.4% (12/272). A possibilidade da
redução da dose de eCG (300UI) permite diminuir os custos do sistema empregado, sem
comprometimento do seu desempenho.
62
3. CAPÍTULO 1
TRABALHO A SER ENVIADO PARA PUBLICAÇÃO:
AVALIAÇÃO DO EMPREGO DO eCG EM UM PROGRAMA
HORMONAL DE INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO E
OVULAÇÃO EM NOVILHAS DE CORTE ENTRE 12 A 14
MESES DE IDADE
José Francisco Manta Bragança
; Guilherme de Medeiros Bastos
; João
Francisco Coelho de Oliveira
; Luis Felipe Kruel Borges
; Paulo Bayard
Dias Gonçalves
Ciência Rural, 2007
63
AVALIAÇÃO DO EMPREGO DO eCG EM UM PROGRAMA HORMONAL DE
INDUÇÃO/SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO E OVULAÇÃO EM NOVILHAS DE
CORTE ENTRE 12 A 14 MESES DE IDADE
EVALUATION OF THE USE OF eCG IN AT HORMONAL PROGRAM FOR
INDUCTION/SYNCHRONIZATION OF ESTRUS AND OVULATION IN 12- 14
MONTHS OLD BEEF HEIFERS
José Francisco Manta Bragança
1
; Guilherme de Medeiros Bastos
4
; João Francisco
Coelho de Oliveira
3
; Luis Felipe Kruel Borges
1
; Paulo Bayard Dias Gonçalves
2
1
Médico Veterinário, aluno do Programa de Pós-Graduação da UFSM.
2
Professor Titular, Doutor, Dpto. de Clínica de Grandes Animais, UFSM.
3
Professor Adjunto, Doutor, Dpto. de Clínica de grandes Animais, UFSM.
4
Professor Substituto, Doutor, UNICENTRO-PR
Hospital Veterinário. CEP: 97105-900, fone: 55-2208484, Santa Maria, RS. E-mail:
bayard@biorep.ufsm.br. Autor para correspondência.
RESUMO
O presente estudo realizou uma avaliação acerca do efeito do tratamento com eCG e
acetato de medroxi-progesterona (MAP), sobre a eficiência reprodutiva em novilhas de corte.
Para tanto, em uma primeira etapa (pré-experimento), foram utilizadas 64 novilhas cruzadas
(Bos taurus x Bos índicus), de 12 a 14 meses de idade, divididas ao acaso em dois grupos:
eCG (n=32) e controle (n=32). Na segunda etapa, utilizou-se um número maior de fêmeas
(n=92) da mesma idade e padrão fenotípico, buscando confirmar os resultados alcançados no
grupo eCG. Fêmeas dos grupos tratamento (eCG e confirmação), no dia 0 (início do
64
tratamento), receberam durante sete dias um pessário vaginal, contendo 250mg de MAP, junto
a uma injeção intramuscular (IM) de benzoato de estradiol (BE) na dose de 2,5mg. Nas 24h
antes da retirada do pessário (dia 6), foi aplicado 104µg de Cloprostenol sódico, via sub-
mucosa vulvar e uma injeção IM de 250UI de eCG. Após a retirada dos pessários (dia 7), as
fêmeas tiveram seu estro controlado pelo período de 48h, sendo inseminadas nas 12h da sua
manifestação. As fêmeas que não manifestaram estro nesse período receberam uma injeção
IM de 100µg de GnRH, e, após 16-18h, foram inseminadas sem observação do mesmo
(IATF). As fêmeas do grupo controle receberam o mesmo tratamento hormonal anterior sem
o emprego do eCG. Nas 48h da retirada do MAP, 75,0% (24/32), 52,0% (48/92) e 40,6%
(13/32) das fêmeas manifestaram estro nos grupos tratamento e controle respectivamente, não
mostrando diferença significativa. Em relação aos índices de concepção (eCG- 50,0% (12/24);
confirmação -60,4% (29/48)) e prenhez (eCG- 46,9% (15/32); confirmação- 45,6% (42/92))
nos grupos tratamento, estes mostrarem-se similares e ao serem agrupados foram
significativamente superiores aos do grupo controle (23,07% (3/13); 25,0% (8/32)
respectivamente (P<0,05). Conclui-se que o emprego de eCG, associado ao MAP, permite
melhorar os índices de prenhez em novilhas de 12 a 14 meses de idade.
Palavras chaves: novilhas de corte, IATF, eCG, sincronização de estro.
ABSTRACT
The present study evaluated the effect of eCG and medroxyprogesterone acetate
(MAP) on the reproductive efficiency of beef heifers. Initially, a preliminary experiment
comprehending sixty-four 12-14 months old crossbred (Bos taurus x Bos indicus) beef heifers
randomly assigned to groups eCG (n=32) and control (n=32) was performed. In a second
65
moment, ninety-two heifers of same age and fenotipic background were used as a replicate of
the first experiment to confirm the preliminary results. Animals from group eCG received an
intravaginal sponge pessary containing MAP (250 mg) on day 0 (beginning of treatment) for
7 days, along with an intramuscular (IM) injection of estradiol benzoate (2.5 mg). Twenty-
four hours before sponge withdrawal (day 6), cloprostenol sodium (104 µg) was injected in
the vulvar submucosa along with an IM injection of eCG (250 IU). After sponge withdrawal
on day 7 estrous detection was carried out for forty-eight hours, and animals were inseminated
twelve hours after being observed in estrous. Animals which did not manifested estrous
received an IM injection of GnRH (100 µg) and were inseminated 16-18 hours later without
estrous detection. Animals in the control group were treated according to the same hormonal
protocol used for group eCG except for the eCG injection which it was administered. At
forty-eight hours after sponge withdrawal 75,0% (24/32), 52,0% (48/92) e 40,6% (13/32) of
the animals were detected in estrous from treatment and control groups, respectively, without
any significant difference among groups. Conception rates (preliminary experiment (eCG-
50,0% (12/24); replicate –60,4% (29/48)) and pregnancy rates (preliminary experiment –
46,9% (15/32); replicate 45,6% (42/92)) in the treatment groups were similar between the
two experiments. Data from both experiments were pooled and compared to control group
(23,07% (3/13); 25,0% (8/32) indicating a significant improvement in conception and
pregnancy rates, respectively (P<0,05). We conclude that the use of eCG associated with
MAP improves pregnancy rates of 12-14 months old beef heifers.
Keys words: breed heifers, IATF, eCG, estrus synchronization.
66
INTRODUÇÃO
A pecuária de corte no Brasil, ou de maneira geral, é caracterizada por uma baixa
eficiência produtiva e reprodutiva. A idade que atingem a puberdade (SCHILLO et al., 1992),
a baixa taxa de natalidade e a elevada idade a primeira cria, estão entre os principais fatores
responsáveis por essa reduzida eficiência, tendo na nutrição e no manejo inadequados as
principais causas (GOTTSCHALL, 1999).
Muitos são os fatores que influenciam a idade à puberdade na novilha de corte e,
quando esta não é alcançada ao início da estação de monta, compromete a fertilidade e a
eficiência reprodutiva. Assim, tratamentos direcionados à indução da puberdade aumentam a
eficiência reprodutiva, uma vez que permitem que as fêmeas completem seu primeiro estro
sub-fértil antes do início da estação de monta. Essas novilhas, cobertas nessa época, irão parir
no começo da estação de produção, produzindo terneiros mais pesados ao desmame e tendo
mais tempo para restabelecerem suas reservas corporais no pós-parto (RASBY et al., 1998;
VOGG et al., 2004).
Trabalhos experimentais têm demonstrado que o emprego de gestágenos induz
ciclicidade em vacas em anestro (SMITH et al., 1987; FIKE et al., 1997) e a puberdade em
novilhas (SHORTet al., 1976; ANDERSON et al., 1996). Em novilhas pré-púberes, a
aplicação de progesterona e estradiol 17β induzem formação de um corpo lúteo e atividade
cíclica (GONZALEZ-PADILLA et al., 1975). Da mesma forma, a associação de estrógenos a
gestágenos seria útil para elevar a taxa de manifestação de estro e de prenhez em novilhas
próximas da puberdade (LAMMOGLIA et al., 1998; RASBY et al., 1998; BRIDGES et al.,
1999).
Por outro lado, o eCG em novilhas estimula o crescimento folicular ovariano de uma
maneira dose dependente, prevenindo a atresia de alguns folículos o atrésicos e, inclusive,
67
recuperando folículos atrésicos iniciais (MONNIAUX et al. 1984). Com essa finalidade, o
eCG tem sido utilizado no momento da retirada do progestágeno para estimular o crescimento
folicular (BÓ et al. 2003). Trabalhando com vacas no pós-parto, têm alcançado resultados
significativamente superiores quando o eCG é aplicado 24 h da retirada do pessário vaginal
em um sistema misto que inclui observação de estro e IATF (MACIEL et al. 2001; BASTOS
et al. 2003).
Baseados nesses resultados, nossa hipótese é a de que a aplicação de eCG um dia antes
da retirada do progestágeno em novilhas de corte pré-púberes e no início da puberdade (peri-
púberes), promoveria um maior crescimento folicular, permitindo a presença de um folículo
com diâmetro capaz de responder ao pico pré-ovulatório de LH induzido pelo GnRH. Além
disso, possibilitará a sincronização da ovulação para utilizar a IATF. Ainda, o progestágeno é
importante para a atividade cíclica em fêmeas que ainda não a iniciaram.
Assim, o objetivo deste experimento foi verificar o efeito do eCG associado ao
tratamento hormonal com acetato de medroxi-progesterona (MAP), sobre a eficiência
reprodutiva de novilhas de corte, com idade de 12 a 14 meses.
MATERIAL E MÉTODOS
Os ensaios experimentais foram executados em duas etapas. A primeira etapa foi
conduzida em uma propriedade particular situada em Santa Flora, distrito do município de
Santa Maria, localizado na região Centro Oeste do Estado do Rio Grande do Sul (latitude 29°
51’ 02,48” e longitude 53° 46’ 02,01”). A partir dos resultados obtidos neste experimento, foi
implantada a segunda etapa, utilizando-se um número maior de fêmeas. Esta foi executada em
uma propriedade no município de Rio Grande, na região Sudoeste do Estado (latitude 31° 46
19” e longitude 52° 20’ 33”).
68
Para o primeiro experimento, foram utilizadas 64 novilhas mestiças (Bos tuarus x Bos
índicus), com idade variando entre 12 a 14 meses, e sendo criadas em pastagens naturais de
forma extensiva, divididas em dois grupos denominados eCG (n= 32) e controle (n= 32).
Utilizando-se uma escala de 1 a 5 (1 magra e 5 gorda), foram selecionadas as novilhas em
condição corporal (cc) 3 e peso vivo médio (pvm) de 298 Kg. Em um segundo experimento,
foram utilizadas 92 novilhas para confirmar os resultados do grupo eCG. Neste último
experimento, os animais eram também mestiças (raça base a Red Angus), com 12 a 14 meses
de idade, criadas em condições similares as do grupo anterior, e apresentando cc 3 e pvm de
280 Kg. Considerando que não houve diferença de prenhez entre os dois grupos tratamentos,
os resultados foram agrupados e comparados com o grupo controle.
As novilhas do grupo eCG receberam no dia 0 (início do tratamento) um pessário
vaginal contendo 250 mg de acetato de medroxi-progesterona (MAP), durante sete dias, e
uma injeção via intramuscular (IM) de 2,5 mg de benzoato de estradiol (BE). No dia 6, foi
aplicada uma dose de 104µg de cloprostenol sódico via submucosa vulvar (smv) e 250 UI de
eCG IM. No dia 7, realizou-se a retirada do pessário vaginal seguido do controle de estro por
48 h. Durante esse período, a inseminação artificial foi realizada de maneira tradicional, com
intervalos de 12 h após a manifestação de estro. As novilhas que não apresentaram estro no
final das 48 h de controle, receberam uma dose de 100 µg de GnRH (IM) e foram
inseminadas entre 16 e 24 h após, sem controle de estro (inseminação artificial em tempo
fixo- IATF). Os animais do grupo controle receberam o mesmo tratamento hormonal, mas
sem a aplicação de eCG no dia 6. A Figura 1 mostra o esquema hormonal empregado em
novilhas dos grupos tratamento (eCG- confirmação).
69
Figura 1: Esquema das aplicações hormonais empregadas nas novilhas entre 12 e 14
meses de idade dos grupos tratamento (eCG-confirmação). As novilhas do grupo controle
apenas não receberam a aplicação de eCG no dia 6.
As inseminações foram realizadas com sêmen originário de uma mesma partida, tendo
os parâmetros motilidade, vigor e concentração, avaliados previamente. Para o diagnóstico de
gestação, realizado 35 a 40 dias após as inseminações, utilizaram-se os recursos de um
aparelho ultrassonográfico (Pie Medical). Para a análise estatística, os índices de concepção e
prenhez, expressos em percentuais, foram analisados pelo teste de ANOVA em um modelo
estatístico para dados categóricos, utilizando o PROC CATMOD (CATEGORICAL DATA
ANALYSIS PROCEDURES) no programa estatístico SAS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os percentuais de concepção nos grupos tratamentos foram de 50% (12/24, durante o
primeiro experimento) e de 60,4% (29/48, na confirmação, p= 0,4013). Ao agrupar os
resultados, os índices de concepção foram significativamente superiores ao utilizar eCG do
que no grupo controle (p= 0,0341, Figura 1). De maneira similar, os índices de prenhez nos
grupos tratamentos foram de 46,9% (15/32, no primeiro experimento) e de 45,6% (42/92, na
MAP
BE PG + eCG GnRH IATF
Estro + IA
Dias 0 6 7 8 9 10
70
confirmação, p= 0,9048). Os resultados agrupados de prenhez do grupo tratamento foram
significativamente superiores (p= 0,0358) ao grupo controle (Tabela 1).
O maior índice de concepção nas novilhas que receberam eCG pode ser devido ao
incremento nas concentrações plasmáticas de progesterona conforme descrito por MARQUES
et al. (2003) aliado ao aumento dos índices de ovulação, principalmente em aqueles animais
que ainda não estão ciclando ou se encontram em anestro e foram tratadas com essa
gonadotrofina.
Um ponto importante nesse sentido, diz respeito ao diâmetro máximo do folículo
dominante quando do emprego do GnRH na indução da ovulação. A produção de um embrião
viável requer a ovulação de um oócito competente, uma adequada produção de progesterona
pelo corpo lúteo e um adequado ambiente uterino (PERRY et al., 2005). A possibilidade de
promover um maior crescimento folicular após, o emprego do eCG como nos grupos
tratamento, permite a obtenção de um folículo com diâmetro compatível de uma melhor
resposta a onda pré-ovulatória do LH, induzida pelo GnRH. Ainda, esse maior folículo pré-
ovulatório dará origem a um corpo lúteo com maior tamanho e capacidade de produzir
maiores concentrações de progesterona.
MACNATTY et al., (1979) sugeriram que o desenvolvimento de um corpo lúteo
fisiológico, depende do folículo pré-ovulatório apresentar um adequado número de células da
granulosa, um adequado número de receptores para o LH nas células da teca e granulosa, com
capacidade de sintetizar quantidades suficientes de progesterona após luteinização. Um maior
crescimento folicular, o desejado após o emprego do eCG, permitirá alcançar essas
características e, a ovulação de um folículo de maior diâmetro, reverterá em um corpo lúteo
maior. Também, o aumento das concentrações plasmáticas de progesterona no diestro do ciclo
subseqüente à IATF, pode melhorar o desenvolvimento embrionário e a manutenção da
gestação (BARUSELLI et al., 2004) por permitir uma maior produção de interferon τ (INF-τ)
71
e a inibição de liberação de prostaglandina ao redor do dia 16 após a inseminação (MANN ;
LAMMING, 2001).
Grupos Vacas (n) Concepção (%)
Prenhez (%)
IATF Total
eCG 32
50,00 (12/24)a
37,50 (3/8)
46,90(15/32)a
Confirmação 92
60,4 (29/48)a
29,50(13/44)
45,60(42/92)a
s/eCG 32
23,00 (3/13)b
26,30 (5/19)
25,00 (8/32)b
IATF: inseminação em tempo fixo;
TABELA 1: Índices de concepção e prenhez de novilhas de 12 a 14 meses de idade
submetidas à indução de estro e ovulação com e sem eCG. *Diferença entre grupos (P< 0,05).
Ao contrário, o baixo índice de prenhez alcançado pelo grupo controle (25%) mostra
que apenas o tratamento com gestágeno e estradiol não permitiu estimular ou induzir a
maioria das fêmeas a ciclicidade estral. Com isto, o estado puberal das novilhas ao início do
tratamento podem ter afetado os índices de prenhez referidos. BYERLEY et al (1987) relatam
que baixos índices de prenhez e concepção são esperados quando novilhas são cobertas ao seu
primeiro estro.
Resultados experimentais obtidos por SIROIS ; FORTUNE (1988) revelaram ainda,
que o crescimento folicular em novilhas é dado em forma de ondas foliculares e o modelo
comum de desenvolvimento é o de três ondas de crescimento folicular. Em animais ao início
72
da puberdade, entretanto, várias ondas se sucedem antes da primeira ovulação, os folículos
crescem e regridem continuamente até que, níveis de estradiol produzidos por eles sejam
suficientes para desencadear a onda pré-ovulatária de LH. Nesses períodos de crescimento, os
folículos crescem e regridem sem alcançar o diâmetro compatível com o evento da ovulação.
O emprego do eCG junto ao gestágeno, nos dois grupos tratamentos possibilitou as fêmeas
tratadas, o pronto estabelecimento do ciclo, um maior crescimento folicular e uma melhor
sincronização do estro.
Por outro lado, os índices de prenhez obtidos na IATF ficaram aquém do esperado,
variando de 37,5% (3/8) e 29,5% (13/44) nos grupos tratamento e 26,3% (8/32) para o grupo
controle. Talvez, algumas novilhas falharam em ovular, devido ao folículo não ter alcançado
um diâmetro compatível com o GnRH na indução da ovulação. SARTORI et al (2001)
mostraram que folículos, ao redor de 10mm de diâmetro, adquirem capacidade ovulatória. No
entanto, necessitam de uma maior dose de LH para ovular quando comparados a folículos
com mais do que 12mm. Além disso, a competência de desenvolvimento do oócito é
adquirida gradualmente e aumenta com o desenvolvimento folicular (MACHATKOVA et al.,
2004), como também a fertilidade do oócito ovulado pode ser menor do que os provenientes
de uma ovulação natural (BYERLEY et al., 1987). Desta maneira, a maturação alterada
oocitária compromete a fertilização (WEHRMAN et al., 1993). Acredita-se, assim, que estes
resultados sejam a explicação para os índices de prenhez alcançados na IATF, aliado a
ocorrência de perdas embrionárias ou mortalidade fetal por inadequado desenvolvimento do
oócito resultante de uma ovulação induzida de folículos menores do que 10mm.
Nossos resultados, no entanto, mostraram que a sincronização e ou indução de estros
em novilhas de 12 a 14 meses de idade é uma ferramenta de manejo interessante para o
desempenho reprodutivo destas fêmeas. A precoce manifestação de estros em fêmeas tratadas
com eCG, após a retirada do MAP (41,0%), mesmo não apresentando diferença significativa
73
entre os grupos avaliados, possibilitou que um número expressivo das mesmas manifestassem
estro e tivessem a possibilidade de conceberem ao início da estação de monta. Como
conseqüência, as novilhas irão parir ao início da estação de produção. Este fato é importante
em novilhas de primeira cria, que necessitam de um maior tempo pós-parto para a
recuperação do mesmo e, ainda, continuar o seu desenvolvimento corporal. Aliado a isto, a
associação do MAP ao eCG baseados nos resultados obtidos nas duas etapas do estudo
experimental permitiram alcançar veis de prenhez ao redor de 50% em três dias de
inseminação artificial.
CONCLUSÃO
A associação de eCG à suplementação com acetato de medroxi-progesterona, PGF
2
α e GnRH, permite um incremento nos índices de prenhez em novilhas de 12 a 14 meses de
idade, independentemente de estar ou não ciclando.
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77
4. CAPÍTULO 2
TRABALHO A SER ENVIADO PARA PUBLICAÇÃO:
PROGRAMA DE SINCRONIZAÇÃO/ INDUÇÃO DE ESTRO E
OVULAÇÃO PARA NOVILHAS DE CORTE COM 12 A 14
MESES DE IDADE
José Francisco Manta Bragança; Rogério Ferreira; Rosane Silveira
Loguercio; Rodrigo Camponogara; Luciano Loguercio; João Francisco
Coelho de Oliveira; Paulo Bayard Dias Gonçalves
Ciência Rural, 2007
78
PROGRAMA DE INDUÇAÕ/SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO E OVULAÇÃO PARA
NOVILHAS DE CORTE COM 12 A 14 MESES DE IDADE
PROGRAM FOR SYNCHRONIZATION/INDUCTION OF ESTRUS AND
OVULATION IN 12- 14 MONTHS OLD BEEF HEIFERS
José Francisco Manta Bragança
1
; Rogério Ferreira
1
; Rosane Silveira Loguercio
2
;
Rodrigo Camponogara
3
; Luciano Loguercio
4
; João Francisco Coelho de Oliveira
5
;
Paulo Bayard Dias Gonçalves
6
1
Médico Veterinário, aluno do Programa de Pós-Graduação da UFSM;
2
Médica Veterinária, Doutora da Equipe do Laboratório BioRep UFSM;
3
Aluno de Graduação do Curso de Medicina Veterinária da UFSM;
4
Médico Veterinário Autônomo- Granja 4 Irmãos- Rio Grande;
5
Professor Adjunto, Doutor, Dpto. de Clínica de grandes Animais, UFSM;
6
Professor Titular, Doutor, Dpto. de Clínica de Grandes Animais, UFSM
Hospital Veterinário. CEP: 97105-900, fone: 55-2208484, Santa Maria, RS. E-mail:
bayard@biorep.ufsm.br. Autor para correspondência.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a aplicação de eCG previamente a uma associação
hormonal de análogos de GnRH e PGF2α procurando melhorar a resposta ovulatória dos
folículos em novilhas de corte de 12 a 14 meses. Novilhas Bos taurus, predominante Red
Angus, com 12 a 14 meses de idade foram divididas aleatoriamente em dois grupos: eMGPG
(n=85) e eGPG (n=85). As novilhas do grupo eMGPG receberam 400UI de eCG (IM; dia 0)
com a finalidade de provocar um aumento de crescimento folicular, tornando-os mais
responsivos ao GnRH. Após 72h os animais receberam uma injeção de GnRH (100µg; IM) e
um pessário vaginal contendo 250mg de acetato de medroxi-progesterona (MAP), por sete
dias. Na retirada do MAP (dia 7) foi aplicada uma dose de 5mg de Dinoprost, via submucosa
vulvar. Nas 48h seguintes à retirada dos pessários foi realizado o controle da manifestação de
79
estro e inseminação artificial (IA). As novilhas que não manifestaram estro, nesse período,
receberam uma dose de 100µg de GnRH por via IM e foram inseminadas sem observação de
estro nas 16 a 24h seguintes (IATF). As fêmeas do grupo eGPG receberam o protocolo
similar ao anterior, porém sem o MAP. A percentagem de estro dos grupos eMGPG e eGPG,
após a aplicação da prostaglandina, foram de 23,5% (20/85) e 22,3% (19/85), respectivamente
(p>0,05). Igualmente, os índices de concepção e prenhez nos grupos eMGPG (65,0%; 13/20 e
37,6%; 32/85) e eGPG (68,4%; 13/19 e 28,2%; 24/85) não diferiram estatisticamente. Com
intuito de avaliar a resposta de folículos de diferentes tamanhos após administração de eCG,
novilhas de 12-14 meses foram aleatoriamente distribuídas para receber 400UI de eCG (IM)
na presença de folículos de 5,0, 8,5 e >10,0mm, durante o diestro. Os diâmetros médios dos
folículos no dia 3 da dinâmica foram, de 13mm, de 10mm e de 8mm nos grupos de folículos
grandes, de folículos médios e de folículos pequenos respectivamente. Conclui-se que a
aplicação prévia de eCG para aumentar o índice de folículos responsivos ao GnRH não
substitui uma fonte de gestágeno na sincronização/indução de estro em novilhas de corte com
12 a 14 meses de idade. Pode-se concluir, também, que algumas fêmeas, apesar da aplicação
prévia de eCG, dependendo do momento do crescimento folicular em que se encontram, não
atingem um diâmetro folicular compatível com resposta ao GnRH.
Palavras chaves: novilhas de corte, MAP, indução de estro, eCG, GnRH.
ABSTRACT
Our aim was to evaluate whether eCG prior to the application of a hormonal
association of GnRH and PGF2α analogs would improve the ovulatory response of follicles
in 12-14 months old beef heifers. Bos taurus heifers, mostly Red angus, 12-14 months old
were divided randomly into two groups: eMGPG (n=85) and eGPG (n=85). Group eMGPG
80
received an intramuscular (IM) injection of eCG (400 IU) on day zero with the objective of
inducing in increase in follicular growth making follicles more responsive to GnRH. Seventy-
two hours after eCG injection animals received one GnRH injection (100µg; IM) and a
vaginal pessary containing 250mg of medroxyprogesterone acetate (MAP) for 7 days. After
MAP withdrawal (day 7) 5mg of Dinoprost were injected into the vulvar submucosa. Fourty-
eight hours after the MAP withdrawal estrus detection and artificial insemination (AI) were
performed. Heifers which were not detected in estrus received GnRH (100µg; IM) and were
inseminated without estrus detection between 16 and 24 hours after GnRH injection. Females
from group eGPG received a hormonal protocol similar to group eMGPG, but did not receive
MAP. Estrus rates after prostaglandin application in groups eMGPG and eGPG were 23.5%
(20/85) and 22.3% (19/85) respectively (p>0.05). Similarly, conception and pregnancy rates
in groups eMGPG (65.4%; 13/20 and 37.6%; 32/85) and eGPG (68.4%; 13/19 and 28.2%;
24/85) were not significantly different from each other. In order to evaluate the response of
follicles of different sizes to eCG treatment, 12-14 months old heifers were randomly
distributed according to follicular size (5.0, 8.5 and >10.0mm) to receive eCG (400IU; IM)
during diestrus. The average follicular diameters on day 3 of the follicular dynamic were 13,
10 and 8mm in groups with large, medium and small follicles, respectively. We conclude that
the use of eCG prior to the application of the hormonal protocol used, with the objective of
increasing the rate of follicles responsive to GnRH, does not replace the use of a progestin for
the induction/synchronization of estrus in 12-14 months old beef heifers. We also conclude
that depending upon the stage of follicular development the follicles of some heifers do not
reach a developmental stage compatible with GnRH responsiveness in response to eCG.
Key words: Breed heifers, MAP, estrus induction, eCG, GnRH.
81
INTRODUÇÃO
Na busca de uma ótima produtividade na pecuária torna-se interessante que as
novilhas de reposição concebam ao início da estação de monta e venham a parir aos dois anos
de idade. Para isso, programas de sincronização e/ ou indução de estros surgem como
ferramentas efetivas, ao aumentar a proporção de fêmeas que concebem nesse período e,
ainda, por promoverem a redução da estação reprodutiva e a uniformidade dos terneiros
nascidos (DZIUK; BELLOWS, 1983).
A esse respeito, programas que associam o GnRH à prostaglandina têm sido
desenvolvidos e amplamente utilizados em bovinos de corte (TWAGIRAMUNGU et al.,
1992; 1995) e de leite (PURSLEY et al., 1995; SCHMITT et al., 1996; WILTBANK, 1997)
permitindo, ainda, a inseminação artificial sem controle de estro (IATF). Eles utilizam o
GnRH para iniciar uma nova onda de crescimento folicular e/ou para induzir a ovulação de
um folículo dominante. Apesar de folículos com diâmetros de 10mm terem a capacidade de
ovular em resposta ao LH na espécie bovina, um diâmetro de 12mm foi requerido para a
totalidade dos folículos ovularem (SARTORI et al., 2001).
Assim sendo, os protocolos de IATF, baseados na associação GnRH e prostaglandina,
quando empregados em novilhas, não têm resultado em índices de prenhez satisfatórios como
aqueles alcançados em vacas, não superando os 15% a 20% (PURSLEY et al., 1995;
RIBEIRO et al., 2001), aliado a uma alta percentagem de fêmeas (15 a 34%) que apresentam
ciclo estral curto (SCHMITT et al., 1996). A primeira razão para essa baixa resposta parece
estar relacionada com a inabilidade de sincronizar a onda folicular com o GnRH, nesta
categoria.
Após uma aplicação de GnRH em estádios aleatórios do ciclo estral, 64% a 75% das
vacas no pós-parto, tanto de corte como de leite ovularam (GEARY et al., 1998;
82
THOMPSON et al., 1999), enquanto apenas 48% a 60% das novilhas ovularam em resposta
ao mesmo tratamento (MACMILLAN; THATCHER, 1991; PURSLEY et al., 1995;
MOREIRA et al., 2000). Essa falha resulta também em novilhas mostrando estro
anteriormente à aplicação da prostaglandina, não permitindo assim, o emprego da IATF.
Aliado a estes estros prematuros a ocorrência de uma incompleta regressão luteal, após a
indução da luteólise, colabora com as falhas na concepção (BURKE et al., 1996). MOREIRA
et al (2000) mostraram que o corpo lúteo, induzido pela primeira aplicação de GnRH, pode
não vir a regredir completamente após a aplicação de prostaglandina, interferindo no sucesso
do programa.
Assim, a incidência de estros anteriores à prostaglandina foi de 6% a 9% em vacas que
a receberam 6 dias após a primeira aplicação de GnRH, e de 12% a 13% nas fêmeas que
receberam o agente luteolítico em um intervalo de 7 dias, enquanto que em novilhas estes
índices foram de 18% ( MARTINEZ et al., 2002). Os autores mostraram que a inclusão de
um CIDR-B em uma associação hormonal de GnRH e prostaglandina para a utilização de
IATF preveniu a manifestação prematura de estro entre a primeira aplicação de GnRH e o
agente luteolítico, aumentando os índices de prenhez em novilhas de corte.
Por outro lado, o eCG pela sua ação folículo estimulante, tem sido o produto de
escolha para promover um maior crescimento folicular em vacas no pós-parto (MACIEL et
al., 2001; SILVEIRA et al., 2003; BASTOS et al., 2004) e em novilhas (KERR et al., 1991) .
SILVEIRA et al. (2005), por meio de estudo ultrasonográfico verificaram que a aplicação do
eCG um dia antes da retirada do progestágeno (MAP), quando os folículos apresentavam
diâmetro de 8mm, estimulou o crescimento dos mesmos, permitindo a estes alcançarem um
diâmetro de aproximadamente 13mm no dia 9 (72h após o emprego do eCG). Este diâmetro é
compatível com uma melhor resposta ovulatória ao desafio com o GnRH.
83
Desta forma, a hipótese aqui defendida consistiu na utilização do eCG antes da
aplicação de GnRH (em uma associação com análogo de prostaglandina) para aumentar o
tamanho folicular e a resposta ao GnRH. Ainda, possibilitaria o desenvolvimento de um corpo
lúteo de maior tamanho, com potencial de produzir maiores concentrações de progesterona,
funcionando, assim, como uma fonte de progestágeno necessária para a manutenção do
crescimento folicular até o momento da indução da luteólise.
Portanto, o objetivo deste experimento foi o de desenvolver um programa hormonal de
sincronização e ou indução de estros para inseminação artifcial em tempo fixo (IATF) de
novilhas de 12 a 14 meses de idade, após um curto controle de estro (48h). O referido
programa baseia-se na prévia aplicação de eCG (-72h) a uma associação de GnRH e
prostaglandina, porcurando-se avaliar ainda, a necessidade de um progestágeno para evitar a
manifestação precoce de estro e sincronizar a ovulação.
MATERIAL E MÉTODOS
a) Experimento 1
O ensaio experimental foi realizado em uma propriedade particular, situada no
município de Rio Grande, na região Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul (latitude 31°
46’ 19” e longitude 52° 20’ 33”). Para tanto, foram utilizadas 170 novilhas Bos taurus
(predominantemente da raça Red Angus), com idade de 12 a 14 meses, constituindo um peso
vivo médio de 280 Kg e apresentando uma condição corporal 4 (escala de 1 a 5). As novilhas
não tiveram seu estado de ciclicidade avaliado previamente. Após pesagem e avaliação da
condição corporal, as novilhas foram identificadas com a colocação de um brinco auricular e
84
divididas aleatoriamente em dois grupos experimentais denominados: eMGPG (n=85) e
eGPG (n=85).
As fêmeas do grupo eMGPG receberam no dia 0 (início do tratamento) uma injeção
(IM) de eCG na dose de 400 UI. Nas 72 h posteriores, foi aplicado 100µg de GnRH (IM) e
colocado um pessário intravaginal com 250mg de acetato de medroxi-progesterona (MAP),
que permaneceu por sete dias. No sétimo dia, procedeu-se a retirada do pessário vaginal, e a
aplicação de 125µg de cloprostenol sódico (análogo sintético das Prostaglandinas), via sub-
mucosa vulvar (smv). Após a retirada do pessário, as fêmeas tiveram seu estro controlado por
um período de 48h (dias 8 e 9), sendo esse controle realizado em dois turnos, por um tempo
médio de 1,5h. As novilhas que manifestaram estro, nesse período, foram inseminadas de
maneira convencional (12h após a manifestação); enquanto que aquelas que não o
apresentaram no final das 48h de controle do mesmo foram reunidas e receberam uma
segunda aplicação de GnRH, na dose de 100µg (IM), sendo inseminadas sem controle de
estro (IATF) nas 16 a 24h seguintes (Figura 1). Por sua vez, as meas do grupo eGPG
receberam o mesmo tratamento anterior com a diferença de o receberem o pessário vaginal
de MAP.
Figura 1: Representação esquemática das aplicações hormonais nas novilhas de 12 a
14 meses de idade do grupo eMGPG. As novilhas no grupo eGPG apenas o receberam o
pessário vaginal de MAP entre os dias 0 e 7.
MAP
eCG GnRH PG GnRH IATF
Dias -3 0 7 9 10
Estro + IA
85
O sêmen empregado foi proveniente de uma única partida e teve seus parâmetros de
motilidade e vigor avaliados previamente, ao início do experimento (segundo normas
sugeridas pelo CBRA), sendo a inseminação artificial realizada por técnico experiente. Os
índices reprodutivos considerados foram percentagens de estro, de concepção e de prenhez.
Para a análise estatística, os resultados expressos em percentuais foram analisados através do
qui-quadrado, utilizando-se o PROC CATMOD, no programa estatístico SAS.
b) Experimento 2
Em decorrência dos resultados obtidos no experimento de campo não terem sido os
esperados, verificou-se o efeito do programa hormonal, utilizado no experimento 1, na
dinâmica folicular ovariana. Especificamente, foi avaliado o crescimento folicular após a
aplicação de eCG em novilhas com folículos de diferentes tamanhos, visando uma melhor
resposta ao GnRH. O eCG foi aplicado em novilhas com folículos de 5mm (emergência), de
8,5mm (seleção) e > 10mm (dominância). Para isto, foram empregadas 24 (de um grupo de
50) novilhas de 12 a 14 meses de idade, da raça Red Angus, com peso vivo médio de 280 Kg
e condição corporal de 3 a 4, as quais tiveram, previamente, seu ciclo estral pré-sincronizado
pela aplicação de duas injeções de análogo de Prostaglandina com 14 dias de intervalo.
Após a segunda dose do agente luteolítico, as fêmeas passaram a ter seu estro
controlado por um período de 72h em dois turnos diários, com intervalo de 12h, por 1,5h. À
medida que manifestavam o estro, eram separadas para comporem o grupo da avaliação da
dinâmica folicular. No 10° e 11° dia da manifestação do estro foi realizada a punção folicular
em todas as fêmeas, as quais tiveram seus folículos maiores de 5mm aspirados utilizando um
transdutor setorial de 7,5MHz, acoplada a uma guia de biópsia e um aparelho de ultra-som
Pie-Medical-Scanner 200, objetivando a emergência de uma nova onda folicular.
86
O primeiro dia em que se encontrou um folículo com diâmetro de 5mm foi
considerada a emergência da onda folicular (GINTHER et al., 1989). Todas as fêmeas eram
portadoras de um corpo lúteo, verificado com auxílio do ultra-som, para que o efeito do eCG
no crescimento do folículo ocorresse sob efeito de níveis de progesterona endógena.
Ao segundo dia da punção, iniciou-se o controle da dinâmica e a aplicação de eCG na
dose de 400UI (IM) nas fêmeas com folículos de 5mm, formando o grupo de novilhas com
folículos pequenos. À medida que as fêmeas alcançavam os diâmetros determinados para cada
grupo (8,5mm grupo folículos médios e >10mm grupo folículos dominantes) recebiam o eCG
na dose de 400UI (IM). A partir desse momento, a dinâmica folicular era avaliada até que
fosse alcançado o diâmetro folicular maior do que 10mm, para uma melhor responsividade ao
GnRH. As fêmeas do grupo controle não receberam a aplicação do eCG e apenas tiveram sua
dinâmica de crescimento folicular acompanhada.
Durante o acompanhamento da dinâmica de crescimento folicular, diariamente eram
tomadas e registradas as medidas do maior e segundo maior folículo e determinadas. A sua
localização exata no ovário em um mapa ovariano, para a continuação da seqüência diária de
medições. Os diâmetros dos folículos dominante e subordinado foram medidos pela maior
distância (mm), entre dois pontos da cavidade antral dos folículos a partir de 4mm.
Na análise estatística, o diâmetro folicular foi comparado, utilizando um modelo de
análise de variância para dados repetidos no PROC MIXED do pacote estatístico SAS. Os
efeitos principais grupo e hora e a interação grupo x hora foram determinados e a diferença
do diâmetro folicular entre os grupos em determinada hora foram comparados pelo “estimate
statement”, também no SAS.
87
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As percentagens de fêmeas em estro nos grupos eMGPG e eGPG, após a aplicação da
prostaglandina, foram de 23,5% (20/85) e de 22,3% (19/85) respectivamente, não exisitindo
diferença entre esses resultados. Entretanto, um percentual de 21% das fêmeas do grupo
eGPG (4/19) manifestou estro anteriormente a aplicação do agente luteolítico. A esse respeito
MARTINEZ et al. (2002) revelaram, também, em novilhas de corte, índices de estro nesse
mesmo período da ordem de 18%. Está demonstrado na figura 2 a percentagem de novilhas
em estro, em relação à aplicação de prostaglandina, nos diferentes grupos estudados.
0
2
4
6
8
10
12
14
-24 0 12 24 36 48
Peodo as prostaglandina (h)
Estro (%)
eMGPG eGPG
Figura 2: Percentagem de novilhas de 12 a 14 meses de idade manifestando estro em
relação à aplicação da prostaglandina nos grupos eGPG e eMGPG.
A manifestação precoce de estro nas fêmeas do grupo eGPG (dia 7) indica falha de
ovulação do folículo ao momento da aplicação do primeiro GnRH. Essa ausência de ovulação
88
é devida ao folículo não apresentar um diâmetro compatível com uma melhor resposta ao
indutor da ovulação ou por estar no início da onda folicular no momento do GnRH. Portanto,
se o primeiro tratamento com GnRH não induzir a ovulação de um folículo dominante, não
haverá um sincronismo na formação do corpo lúteo e, consequentemente, da resposta à
prostaglandina.
O evento da ovulação ocorre após o folículo atingir um tamanho superior a 10mm,
provavelmente em conseqüência da aquisição de um número significativo de receptores para
o LH nas células da granulosa (XU et al., 1995, SARTORI et al., 2001). Por isso, foi testada a
hipótese de aumentar o crescimento folicular, utilizando eCG antes da primeira aplicação de
GnRH. Além disso, era esperado que a resposta de estro das novilhas sem o pessário vaginal
fosse similar àquelas que receberam MAP, tendo em vista um aumento do tamanho folicular
por ação do eCG e, conseqüentemente, um maior tamanho do corpo lúteo e uma maior
produção de progesterona. Apesar dos níveis de progesterona não terem sido avaliados, a
manifestação de estro foi mais concentrada no grupo que recebeu MAP.
Da mesma meneira, as novilhas que receberam o pessário vaginal de MAP junto à
aplicação do primeiro GnRH (grupo eMGPG) o manifestaram estro antes da aplicação da
prostaglandina. É sabido que a progesterona bloqueia a pico ovulatório do LH (CHRISTIAN;
CASIDA, 1948; SIRIOS; FORTUNE, 1990). Esses resultados indicam que ao menos parte
das novilhas estavam em fase média do diestro, no momento da aplicação do eCG, e não
tiveram um folículo responsivo ao GnRH, demonstrando mais uma janela de falha à indução
da ovulação em que o eCG não contribuiu ao crescimento folicular.
O estudo da dinâmica folicular revelou que novilhas que receberam eCG no momento
da emergência de uma onda folicular (novilhas do grupo com folículos pequenos - 5mm), não
apresentaram um folículo maior do que 10mm para responder ao GnRH (Figura 3). As
novilhas do grupo de folículos pequenos tiveram um comportamento similar ao das novilhas
89
do grupo controle (sem eCG) quanto a dinâmica de crescimento folicular, explicando a baixa
resposta ao GnRH.
.
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
0 1 2 3 4 5
DIAS APÓS eCG
DIÂMETRO FOLICULAR (mm)
Controle eCG
GRUPO: NS
DIA: p<0,0001
GRUPO*DIA: NS
Figura 3: Crescimento dos folículos com diâmetro de 5mm a partir da aplicação ou
não de eCG em novilhas de corte com 12 a 14 meses de idade.
Por outro lado, as novilhas dos grupos médios e grandes apresentaram folículos com
10mm ou superiores no terceiro dia após a aplicação de eCG (Figura 4). Quando o folículo
estava na fase de divergência (grupo de folículos médios no momento do eCG), alguns
folículos estavam entrando em atresia no quarto dia após o eCG, reduzindo a dia do
tamanho folicular neste grupo. Esses achados evidenciam que os folículos com 10mm e
alguns com 8,5mm no momento do eCG atingem o tamanho ideal para responder ao GnRH,
demonstrando a importância do tamanho folicular nesse sistema de indução da ovulação e
IATF.
90
Os índices de concepção (65,0% - 13/20 e 68,4% - 13/19) e prenhez (37,6% - 32/85 e
28,2% - 24/85) foram similares entre os grupos eMGPG e eGPG, respectivamente.
Numericamente, o programa Ovsynch tem resultado também em percentagens de prenhez
entre os 25% e 35% quando empregados em novilhas (SCHMITT et al., 1996; PURSLEY et
al., 1997). O índice geral de 22,9% (39/170) de novilhas que manifestaram estro entre a
aplicação de prostaglandina e GnRH demonstra a necessidade do controle de estro nas 48h
seguintes da aplicação de prostaglandina.
Figura 4: Crescimento folicular após a aplicação de eCG nos grupos de folículos
pequenos (5mm), médios (8,5mm) e grandes (>10mm) em novilhas de 12 a 14 meses de
idade.
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
0 1 2 3 4 5
DIAS APÓS eCG
DIÂMETRO FOLICULAR (mm)
Pequenos
Médios
Grandes
*
*
*
*
*
*
*
*
*
GRUPO: p<0,0001
DIA: p<0,0001
GRUPO*DIA: p=0,09
91
Quando computados apenas os índices alcançados após a IATF, a percentagem de
prenhez foi de 29,2% (19/65) e 16,6% (11/66) nos grupos eMGPG e eGPG, respectivamente.
Esses resultados são evidências da falta de sincronismo no tamanho folicular e,
conseqüentemente, da ovulação, provavelmente em decorrência da falta de resposta ao
primeiro GnRH. Por outro lado, apesar de geralmente não ocorrer a ovulação de folículos
menores do que 11mm em resposta ao GnRH, quando isso ocorre, os índices de prenhez são
menores e os de mortalidade embrionária e fetal são maiores, em decorrência de baixas
concentrações de progesterona e menor capacidade embrionária de produzir interferon tau
(GEARY et al., 2005; PERRY et al., 2005), podendo justificar uma pequena parte dos baixos
índices de prenhez no sistema estudado.
Um fato agravante nos resultados de prenhez é a idade de 12 a 14 meses das novilhas.
Esta categoria de animais apresenta, no programa Ovsynch, taxas de ovulação, após a primeira
injeção de GnRH, da ordem de 50% (MARTINEZ et al., 1999), ao passo que em vacas esse
índice varia de 64% (VASCONCELOS et al., 1999) a 90% (PURSLEY et al., 1995). A
dinâmica folicular das novilhas explica esse menor desempenho em relação a vacas adultas.
Igualmente, devemos levar em conta que muitas novilhas possam não ter atingido a
puberdade, mesmo recebendo uma fonte de progestágeno (MAP), como no caso das fêmeas
do grupo eMGPG. A esse respeito, a ciclicidade das meas não foi avaliada ao início dos
trabalhos, mas somente idade, peso e condição corporal, para refletir exatamente a realidade
do manejo reprodutivo empregados nas empresas rurais. Nesse sentido, a percentagem de
prenhez é da ordem de 19% inferior em novilhas inseminadas em seu estro puberal, quando
comparadas a suas contemporâneas inseminadas ao seu terceiro estro (BYERLEY et al.,
1987).
92
CONCLUSÃO
O tamanho folicular, concepção e prenhez não é incrementada pela utilização de MAP
em um programa de indução/sincronização de estro que associa, eCG, GnRH, PG, GnRH.
Ainda, os índices de prenhez em novilhas entre 12 a 14 meses de idade, com o emprego de
eCG três dias antes da primeira aplicação de GnRH, estão dentro da amplitude descrita para o
programa Ovsynch.
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96
5. DISCUSSÃO
Este estudo procurou desenvolver e avaliar o desempenho reprodutivo de dois
programas hormonais para sincronização e ou indução de estro e ovulação em novilhas de
corte com idade entre 12 e 14 meses. Os referidos programas associam o emprego da IATF,
após curto período de detecção de estro (48h).
O aumento da produtividade da pecuária de corte, tanto no Brasil como no Estado do
Rio Grande do Sul, tem sido colocado como uma alternativa de melhoria do resultado
econômico das empresas dedicadas à atividade (BERETTA et al., 2001). Nesse sentido, tanto
o Brasil como nosso Estado têm um grande potencial para a produção de carne bovina,
entretanto, apresentam baixa eficiência, tendo propriedades onde as fêmeas têm idade ao
primeiro parto entre 36 e 42 meses e intervalo entre partos variando de 18 a 24 meses. Assim,
a antecipação da idade ao primeiro parto e a diminuição do intervalo de partos o pontos
fundamentais na produtividade da pecuária de corte.
A esse respeito, FRIES; ALBUQUERQUE (1999) revelam que quando o sistema
produtivo baseia-se na primeira parição aos quatro anos de idade, o nível de desfrute do
rebanho fica em torno de 10%. Esse índice de desfrute pode ser quase duplicado, se a primeira
parição ocorrer aos 3 anos de idade e atingirá 40% com o primeiro parto aos 24 meses de
idade e abate dos machos aos 12 a 13 meses. Nessa tendência da intensificação da produção
de bovinos de corte, empresas rurais começam a acasalar suas novilhas pela primeira vez aos
12 a 14 meses de idade, no conhecido “sistema um ano”. Nesses casos, o ponto central de
interesse está no conhecimento de que existe maior eficiência biológica nas fêmeas que parem
pela primeira vez aos dois anos de idade, havendo potencialmente maior lucratividade, pois a
vaca produziria mais quilogramas de terneiro durante sua vida produtiva. Além disso, a
redução do intervalo de gerações resulta em um maior ganho genético do rebanho como
também, diminui a participação de animais improdutivos ou em recria na composição do
rebanho.
Os hormônios esteróides (progesterona e estradiol) influenciam a síntese de
gonadotrofinas hipofisiárias (LH e FSH). Assim, durante o ciclo estral bovino, a produção de
97
esteróides gonadais é caracterizada por concentrações altas de progesterona e baixas de
estradiol na circulação. No entanto, ao final do ciclo estral, o corpo lúteo regride e o folículo
dominante da última onda folicular torna-se o folículo pré-ovulatório, secretando quantidades
aumentadas de estradiol. No período de pró-estro, acontece o declínio das concentrações de
progesterona e aumento das concentrações de estradiol, como resultado, o aumento de
freqüência dos pulsos de LH finalizando com uma onda pré-ovulatória do mesmo, juntamente
com o início do estro (SIROIS; FORTUNE, 1990). Tanto os estrógenos (folicular) como a
progesterona (do corpo lúteo) influenciam a maneira de secreção das gonadotrofinas durante o
ciclo estral e também afetam o crescimento folicular e desenvolvimento do corpo lúteo
(MARTINEZ et al., 2001).
O emprego de esteróides ovarianos, na manipulação do desenvolvimento folicular, tem
sido revisado e relatado nesta tese (WILTBANK, 1961; WILTBANK; KASSON, 1962; BÓ et
al., 1993; 1995; O ROURKE et al., 2000). Eles revelaram a sincronização da emergência de
uma nova onda de crescimento folicular, após a combinação de estrógenos e progesterona.
Alguns ensaios experimentais mostraram também que o emprego de progesterona ou
progestágenos induz a puberdade em novilhas de corte com o desenvolvimento de um corpo
lúteo e início de ciclicidade (GONZALEZ-PADILLA et al., 1975; SHORT et al., 1976;
ANDERSON et al., 1996).
Por outro lado, o eCG cria condições de crescimento folicular e de ovulação e seu
emprego tem-se mostrado compensador em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade, em
animais nos-parto (MACIEL et al., 2001; BASTOS et al., 2004; SILVEIRA et al., 2005) e
em baixas condições nutricionais (BARUSELLI et al., 2004). Recentemente BARUSELLI et
al (2004), em ensaio experimental realizado com novilhas da raça Nelore, verificaram um
aumento na taxa de ovulação e nas concentrações plasmáticas de progesterona após, o
emprego de eCG. Do mesmo modo, SILVEIRA et al (2005), mediante acompanhamento da
dinâmica folicular em vacas no pós-parto, observaram que o eCG aplicado nas 24h da retirada
do MAP, quando o folículo apresentava diâmetro ao redor dos 8mm, promoveu um maior
crescimento folicular o qual, permitiu ao folículo alcançar diâmetros ao redor dos 13mm,
diâmetro este, compatível com uma melhor resposta a onda pré-ovulatória do LH induzida
pelo GnRH.
Baseado nessas considerações, o primeiro experimento procurou avaliar o efeito da
aplicação de eCG em uma associação hormonal que utiliza o MAP e BE na sincronização de
emergência de uma nova onda de crescimento folicular. Assim, o emprego do eCG objetivou
um adicional efeito nesse crescimento, para o desenvolvimento de um sistema eficaz de
98
indução de estro/ ovulação e o emprego da IATF, após curto período de controle de estro
(48h) em novilhas de corte com apenas 12 a 14 meses de idade.
Os resultados alcançados de manifestação de estro, após as 48h da retirada do MAP
nos grupos tratamento (75,0% - eCG; 52,0% - confirmação) e controle (40,6%), o
mostraram diferença significativa. Porém, 25,0% e 31,0% das novilhas manifestaram estro
nas primeiras 24h da retirada do progestágeno nos grupos de tratamento (eCG; confirmação)
respectivamente, sendo a ocorrência de manifestação de estro nas fêmeas do grupo controle,
nas 48h dessa. Quando do emprego de progestágeno na sincronização de estro, o pico de
manifestação do mesmo ocorre nas 48 da retirada da fonte de esteróide. Esses resultados
concordam com os alcançados por outros grupos de pesquisa (RAMIREZ-GODINEZ et al.,
2000) nos quais, o emprego do eCG encurtou o intervalo da retirada do progestágeno à
manifestação de estro.
Essa manifestação precoce nos sugere a presença de um folículo dominante no
momento da retirada do progestágeno, com capacidade de ovular espontaneamente logo após
a luteólise induzida. Assim, a aplicação de eCG, junto ao agente luteolítico 24h da retirada do
MAP, possibilitou ao folículo um crescimento e maturação final. Estudos revelaram que uma
boa sincronia de estro é alcançada quando da presença de um folículo dominante na retirada
do progestágeno (AUSTIN et al., 1999).
Quando avaliados os índices de concepção e prenhez, os resultados obtidos nos grupos
tratamento (eCG- confirmação) de 50% e 46,9%; 60,4% e 45,6% respectivamente foram
superiores e estatisticamente diferentes aos do grupo controle (23,07% e 25,0%). Isso nos
revela que o emprego de eCG favoreceu o desempenho reprodutivo nas novilhas com ele
tratadas. Entretanto, os resultados obtidos na IATF ficaram aquém do esperado. Acreditamos
que muitas novilhas falharam em responder ao GnRH quando da sincronização da ovulação
para o emprego da IATF. Essa falha na resposta pode ter sido devida ao folículo não
apresentar um diâmetro compatível com uma melhor resposta ao GnRH em algumas fêmeas.
A esse respeito, PERRY et al. (2005) confirmam que a ovulação de folículos menores
do que 11mm no seu diâmetro, resultaram em índices de prenhez diminuídos e mortalidade
embrionária aumentadas. Aliado a isso, muitas fêmeas, mesmo sendo tratadas com
progestágenos, podem não ter alcançado a puberdade visto que o verificamos o seu estado
de ciclicidade ao início dos trabalhos. Este fato foi evidente em novilhas do grupo controle.
Outro método a sincronizar a emergência de uma onda de crescimento folicular é o de
induzir a ovulação ou luteinização de um folículo dominante presente ao momento do
tratamento. Assim, o GnRH e o próprio LH o as substâncias de escolha nessa indução
99
(MACMILLAN; THATCHER, 1991, MARTINEZ et al., 1999). A administração de GnRH
exógeno ou de seus análogos estimulou a liberação de FSH e LH. Além disso, o intervalo do
tratamento com GnRH ou LH e a emergência de uma nova onda folicular têm sido relatadas a
ser de aproximadamente 2 dias (PURSLEY et al., 1995; TWAGIRAMUNGU et al., 1995;
MARTINEZ et al., 1999). Entretanto, a ovulação aconteceu somente quando um folículo
dominante ativo estava presente ao momento do tratamento, sincronizando efetivamente a
emergência de uma nova onda (KASTELIC; MAPLETOFT, 1998). Em estudos anteriores,
MACMMILLAN; THATCHER, (1991) tinham reportado que, após a aplicação de GnRH ou
seus análogos, verificava-se a ovulação ou luteinização do folículo presente ao momento do
tratamento.
Protocolos hormonais que consistem em duas injeções de GnRH, aplicadas com
intervalo de 9 dias e uma injeção de prostaglandina dois dias antes da aplicação do segundo
GnRH, foram desenvolvidos e denominados de protocolos Ovsynch (PURSLEY et al., 1995).
Esses protocolos têm permitido alcançar índices aceitáveis de fertilidade a IATF, realizada
nas 16 a 24h após o segundo GnRH em vacas adultas. Os resultados em novilhas, porém,
foram inferiores, ficando ao redor dos 15% a 20% (PURSLEY et al., 1995; WILTBANK,
1997).
Por outro lado, uma percentagem de meas têm sido detectadas em estro
precocemente entre o primeiro GnRH e a prostaglandina, impedindo o emprego de IATF ao
final do protocolo. Esse evento foi atribuído à baixa incidência de ovulação ao primeiro
GnRH (50%). O emprego de GnRH ou de seus análogos, em diferentes estágios de
crescimento do folículo da primeira onda folicular, resultou em 56% (GnRH) ou 78% (pLH)
(MARTINEZ et al., 1999) de ovulação nas novilhas tratadas. Além disso, verificou-se que as
concentrações de progesterona circulantes ao momento do tratamento podem influenciar a
maior ou menor resposta ao GnRH nessas novilhas. Assim, a resposta ovulatória diminuiu de
89% no dia 3 para 56% no dia 6, até chegar a 22% no dia 9 do ciclo.
Além disso, o estágio do folículo dominante interferiu na mesma resposta na qual,
folículos dominantes, menores do que 8mm no diâmetro, o ovularam após o tratamento,
apesar de 50% delas o terem feito. É esperado que a ovulação induzida pelo segundo GnRH
venha a ser completada caso o folículo dominante tenha sido selecionado e adquirido
receptores para o LH previamente (XU et al., 1995). A inserção de um CIDR-B entre o
primeiro GnRH e o agente luteolítico resultou em aumentos nos índices de prenhez das
novilhas tratadas (MARTINEZ et al., 2000).
100
A partir dessas considerações, desenhamos e implantamos o segundo experimento, em
que procuramos desenvolver um protocolo hormonal para sincronização e/ou indução de estro
em novilhas de corte de apenas 12 a 14 meses de idade que permita associar também o
emprego de IATF após um curto período de controle de estro (48h). O referido protocolo
baseou-se no emprego de um análogo de GnRH na indução de emergência de onda folicular.
Tentando melhorar a reposta folicular ao GnRH, buscamos estimular o crescimento do
folículo previamente mediante o uso de eCG, baseados na ação folículo estimulante deste. A
referida gonadotrofina exógena foi empregada nas 72h prévias à aplicação de GnRH levando
em conta os resultados da dinâmica folicular realizada por SILVEIRA et al. (2005) os quais,
tinham verificado o efeito no folículo da aplicação de eCG nas 24h anteriores a retirada da
fonte de progestágeno (MAP). Os resultados desse estudo revelaram que, após 72h do eCG,
os folículos alcançavam o melhor diâmetro para uma melhor resposta ao GnRH (13mm).
Sendo assim, a nossa hipótese consistiu em que o maior crescimento do folículo,
proporcionado pelo emprego de eCG, permitiria ao mesmo uma melhor resposta ovulatória
quando da aplicação do GnRH, além uma melhor sincronização da emergência de onda
folicular. Aliado a isso, um folículo de maior diâmetro no momento de sua ovulação dará
origem a um corpo lúteo de maior calibre, com condições de produzir mais progesterona.
Estes níveis plasmáticos de esteróide produzidos seriam suficientes para manter o crescimento
do folículo até a indução da luteólise.
As percentagens de meas, manifestando estro após a indução da luteólise, foram de
23,5% (20/85) e 22,3% (19/85) nos grupos eMGPG e eGPG, respectivamente. Entretanto,
21,0% (4/19) das novilhas do grupo eGPG manifestaram no intervalo do primeiro GnRH e da
prostaglandina. Por outro lado, nenhuma das que recebeu o MAP junto ao GnRH o fez.
MARTINEZ et al (2002) reportam índices de 18% de novilhas em estro anteriormente à
aplicação do agente luteolítico, revelando a falta de ovulação do folículo quando da aplicação
de GnRH. Isso nos remete à necessidade de uma fonte de progestágeno para evitar a
manifestação de estro e ovulação precoces nesse intervalo, o que causa uma assincronia de
emergência de onda folicular e sincronização de ovulação. A hipótese de um maior
crescimento folicular, resultante da prévia aplicação de eCG que, por sua vez, reverteria em
um maior corpo lúteo com potencial de produzir maiores concentrações de progesterona, não
foi mantida.
Os índices de concepção 65,0% (13/20) e 68,4% (13/19) e prenhez de 37,6% (32/85) e
28,2% (24/85) nos grupos eMGPG e eGPG,respectivamente, não mostraram diferença
significativa, assim como os índices de prenhez oriundos da IATF de 29,2% (19/65) no grupo
101
eMGPG e 16,6% (11/66) no grupo eGPG também não. Numericamente os índices de prenhez
alcançados com o protocolo Ovsynch em novilhas situam-se também nos 25% a 35%
(SCHMITT et al., 1996; PURSLEY et al., 1997). Estes resultados refletem a pobre sincronia
de ovulação alcançada durante o tratamento, concluindo-se que muitas fêmeas não
apresentassem um folículo de diâmetro compatível a uma melhor resposta ao GnRH quando
da sincronização da ovulação para o emprego de IATF. Por outro lado, muitas novilhas
podem ter ovulado folículos menores, resultando em corpos lúteos pequenos, concentrações
de progesterona inferiores e perdas embrionárias e de prenhez aumentadas (PERRY et al.,
2005).
O acompanhamento da dinâmica folicular, a qual avaliou o efeito do eCG em várias
fases do crescimento folicular, mostrou que fêmeas que receberam a gonadotrofina exógena
no momento de emergência de onda (grupo de folículos de 5mm) comportaram-se
similarmente as fêmeas que não a receberam (grupo controle). O intervalo de 72h entre o eCG
e o GnRH neste grupo não permitiu que as fêmeas tivessem um folículo com diâmetro
compatível a uma melhor resposta ovulatória ao último, sob níveis de progesterona endógena
oriundos de um corpo lúteo. Isso significa que, ao falharem em responder ao primeiro GnRH,
não tiveram sua emergência de onda sincronizada e, por conseguinte, a ovulação, refletindo-se
em baixos índices de prenhez na IATF principalmente.
Por outro lado, as novilhas dos grupos de folículos dios (8,5mm) e grandes
(>10mm) quando do momento da aplicação de eCG têm chances de apresentar, ao momento
da aplicação de GnRH, um folículo com condições de melhor resposta ovulatória. Nesse
momento de crescimento folicular, os folículos já apresentam uma maior quantidade de
receptores para o LH (XU et al., 1995), que se traduz em capacidade de resposta ao LH. Pelo
referido, o diâmetro folicular passa a ser fator crítico no sucesso dos protocolos avaliados,
tanto quando sincronizamos a ovulação com GnRH para o emprego de IATF (primeiro e
segundo experimento) como quando da sincronização de emergência de uma nova onda de
crescimento folicular (segundo experimento) pelo emprego desse hormônio.
Os protocolos desenvolvidos e avaliados para o emprego em novilhas de 12 a 14
meses de idade promoveram índices de prenhez satisfatórios, se considerarmos que ao redor
de 45% das fêmeas têm condições de conceberem após 3 dias de inseminação artificial. Além
do mais, surge a possibilidade de conceberem ao início da estação de monta, fator crítico
nesta categoria. Isso se justifica pelo fato de que virão a parir ao início da estação de
produção, tendo mais tempo de recuperação no pós-parto e condições de repetição de cria,
102
que um dos gargalos na produção pecuária é o desempenho reprodutivo das fêmeas
primíparas.
103
6. CONCLUSÕES
O emprego da eCG, 24h antes da retirada do MAP, incrementa os índices de
prenhez, indepedentemente do estado de ciclicidade das novilhas;
A eCG, aplicada previamente a uma associação de GnRH e prostaglandina
para a sincronização de emergência de um nova onda de crescimento folicular
e da ovulação, não incrementa os índices de prenhez, necessitando uma fonte
de progestágeno para evitar a manifestação precoce de estro e sincronizar a
ovulação.
104
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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