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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DENSITOMÉTRICA DOS
EFEITOS DO ULTRA-SOM TERAPÊUTICO DE 1 MHz,
NA DOSE DE 0,5 OU 1 W/cm
2
, SOBRE O TECIDO
ÓSSEO DE CÃES.
TESE DE DOUTORADO
Douglas Severo Silveira
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DENSITOMÉTRICA DOS
EFEITOS DO ULTRA-SOM TERAPÊUTICO DE 1 MHz, NA
DOSE DE 0,5 OU 1 W/cm
2
, SOBRE O TECIDO ÓSSEO DE
CÃES.
por:
Douglas Severo Silveira
Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Cirurgia,
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para obtenção do grau de
Doutor em Medicina Veterinária.
Orientador: Prof. Dr. Ney Luis Pippi
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação Em Medicina Veterinária
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Tese de Doutorado
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DENSITOMÉTRICA DOS EFEITOS DO
ULTRA-SOM TERAPÊUTICO DE 1 MHz, NA DOSE DE 0,5 OU 1
W/cm
2
, SOBRE O TECIDO ÓSSEO DE CÃES.
elaborada por
Douglas Severo Silveira
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Medicina Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA
Ney Luis Pippi, Phd. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
João Eduardo Wallau Schossler, Dr. (UFSM)
Carmen Lice Buchmann de Godoy, Dra. (UFSM)
Fabiano Sellos Costa, Dr. (UFES)
Lenir Cardoso Porfírio, Dra. (UFES)
Santa Maria, 15 de março de 2007.
Dedicatória
A Andréia Weiss, por todo amor,
carinho, compreensão e amizade.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Santa Maria e ao Laboratório de Cirurgia
Experimental, pela oportunidade de realizar mais uma etapa.
Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade do Espírito Santo, ao
departamento de Medicina Veterinária e ao Hospital Veterinário, por me acolher de
braços abertos e disponibilizar os meios para a realização da parte experimental e
intelectual.
Ao Prof. Dr. Ney Luis Pippi, pela orientação, amizade e toda a paciência
dedicada a este longínquo orientado.
Ao Prof. Dr. Alceu Gaspar Raiser, que me iniciou na nobre arte cirúrgica e de
reabilitação, e fez despertar em mim o interesse pelo meio científico e pela docência.
Ao Prof. Dr. Fabiano Sellos Costa, pela co-orientação e grande auxílio no
desenvolver desta tese e também pela moradia.
Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Vulcano pela disponibilidade na realização dos
exames densitométricos.
Aos docentes do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária que
fizeram parte de minha formação e enriqueceram minha experiência clínico-cirúrgica.
Aos docentes diretamente envolvidos no decorrer deste trabalho: Prof. MSc.
Jair da Costa Jr.; Prof. MSc. Evandro Favarato; Prof. Dr. Gilson Fernandes da Silva;
Prof. MSc. Romildo Azevedo Jr.; Profª. Drª. Lenir Porfírio e Profª. Drª. Louisiane
Nunes.
Às eternas monitoras, estagiárias dedicadas e amigas queridas, Laura Conti e
Lorena Vescovi, pelo empenho e dedicação no decorrer deste e de outros trabalhos,
pela amizade e pelo carinho.
Aos estagiários: Guilherme Cabral Morais, Manuela Aleluia Drago, Mayarah
Gross Fregona, Pricila Aparecida Grasse Pietralonga, Sheila Nogueira Ribeiro,
Thiago Casagrande Trabach e Poliana Cassago pela ajuda no decorrer da
experimentação.
Ao doutorando e amigo Fabrício Braga pela amizade, paciência, convívio
distante e por toda a burocracia enfrentada em meu lugar.
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil.
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E DENSITOMÉTRICA DOS EFEITOS DO ULTRA-SOM
TERAPÊUTICO DE 1 MHz, NA DOSE DE 0,5 OU 1 W/cm
2
, SOBRE O TECIDO
ÓSSEO DE CÃES.
Autor: Douglas Severo Silveira
Orientador: Ney Luis Pippi
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 15 de março de 2007.
As lesões tendíneas nas extremidades distais dos membros, estão entre as mais
freqüentes alterações do aparelho locomotor da rotina clínico-cirúrgica humana e
animal e, não raro, necessitam de terapias adjuvantes para seu completo retorno às
funções fisiológicas. O ultra-som terapêutico (UST) é a modalidade mais utilizada
nas clínicas de reabilitação para tratar lesões tendíneas, mas devido à falta ou a
divergências de estudos específicos sobre seus efeitos no tecido ósseo, sua
utilização sobre as regiões distais dos membros, ricas em protuberâncias ósseas e
áreas desprovidas de cobertura muscular, sempre preocuparam os profissionais da
área médica. No intuito de esclarecer os efeitos do UST sobre o tecido ósseo, 18
cães foram divididos aleatoriamente em três grupos, onde receberam tratamento
ultra-sônico contínuo, de 1MHz, durante 5 minutos diários, por um período de 20
dias sobre a região crânio-distal do rádio e ulna. De acordo com os grupos pré-
determinados, a freqüência do UST aplicada foi de 0,5 ou 1 W/cm
2
. Foram
mensurados os níveis séricos de proteínas totais, albumina, cálcio total, cálcio
iônico, fósforo, fosfatase alcalina e fosfatase alcalina óssea no momento anterior ao
começo da terapia e após 4, 7, 11, 14 e 20 dias de tratamento. Também foram
radiografadas as regiões tratadas, para análise de densitometria óssea em imagens
radiográficas, antes da terapia e ao final do tratamento. Os exames laboratoriais
detectaram níveis séricos normais para os principais itens pesquisados, apenas a
albumina foi inferior aos valores de referência. As análises estatísticas dos
resultados obtidos evidenciaram que o UST causou alterações no metabolismo
mineral ósseo e na atividade dos osteoblastos, principalmente nos primeiros 7 dias
de aplicação, porém não alteraram a densidade mineral óssea, não importando a
dose utilizada (0,5 ou 1 W/cm
2
). Conclui-se que dentro dos parâmetros utilizados no
experimento, a utilização do UST em regiões ósseas protuberantes ou desprovidas
de cobertura muscular pode ser feita com segurança.
Palavras-chave: reabilitação; fisioterapia veterinária; densidade mineral óssea.
ABSTRACT
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil.
BIOCHEMICAL AND DENSITOMETRIC EVALUATIONS OF THE EFFECTS OF
THE THERAPEUTIC ULTRASOUND OF 1 MHz IN THE DOSAGE OF 0.5 OR 1
W/cm
2
ON THE BONE TISSUE OF DOGS.
Autor: Douglas Severo Silveira
Orientador: Ney Luis Pippi
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 15 de março de 2007.
Tendineous injuries on distal extremity of members are among the most frequent
alterations of the locomotor system in both human and animal clinic-surgical routine
and frequently adjuvant therapies are needed for the complete return of the
physiological functions. The Therapeutic Ultrasound (TUS) is the most commonly
used mode of treating tendineous injuries in rehabilitation clinics. However, due to
the lack or the disagreements on specific studies about its effects on bone tissues,
the use of TUS on distal regions of members, rich in bone protuberances and areas
without muscular covering, always worries the professionals of the medical area.
With the intention of clarifying the effects of TUS on bone tissue, 18 dogs were
separated randomly into 3 groups, in which they received continuous ultrasonic
treatment of 1 MHz for 5 minutes during 20 days on the cranium-distally region of the
radio and ulna. According to the pre-determined groups, the frequency of TUS
applied was of 0.5 or 1 W/cm
2
. The serum levels of total proteins, albumin, total
calcium, ionic calcium, phosphates, alkaline phosphatase and bone alkaline
phosphatase, were measured before the beginning of the therapy and after days 4,
7, 11, 14 and 20 of the treatment. The treated regions were also radiographed for
analysis of bone densitometry in radiographic images before the therapy and at the
end of the treatment. The laboratory exams detected normal serum levels for the
main items researched, excepted for albumin which was inferior to the reference
values. The statistic analysis of the results obtained show that the TUS caused
alteration on the mineral bone metabolism and on the activity of the osteoblasts,
especially on the first 7 days of the application, but did not alter the mineral bone
density, no matter what dose was used (0.5 or 1 W/cm
2
). One can conclude that for
the parameters in the experiment, TUS in regions of bone protuberances or deprived
of muscular covering can be applied with safety
Keywords: rehabilitation, veterinary physiotherapy, bone mineral density.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Profundidade média em que a intensidade do feixe é reduzida em
50% nos diferentes meios biológicos..............................................22
Tabela 2 – Porcentagem da onda incidente refletida pelas várias interfaces
teciduais .............................................................................................23
Tabela 3 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 1.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais
tempos de coletas (T1 a T5)..............................................................48
Tabela 4 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 2.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais
tempos de coletas (T1 a T5)..............................................................49
Tabela 5 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 3.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais
tempos de coletas (T1 a T5)..............................................................49
Tabela 6 – Valores médios obtidos na densitometria óptica em imagem
radiográfica (mmAl) dos Grupo 1, 2 e 3. Comparativo entre o
momento inicial do tratamento (T0) e o momento final do
tratamento (T5)...................................................................................50
Tabela 7 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 7º dia de tratamento (T2).51
Tabela 8 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento
(T3)......................................................................................................51
Tabela 9 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 14º dia de tratamento
(T4)......................................................................................................52
Tabela 10 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 20º dia de tratamento
(T5)......................................................................................................52
Tabela 11 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 4º dia de tratamento (T1).52
Tabela 12 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento
(T3)......................................................................................................53
Tabela 13 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 14º dia de tratamento
(T4)......................................................................................................53
Tabela 14 – Valores médios obtidos nos exames de densitometria óssea
(mmAL). Comparativo entre os grupos 1, 2 e 2 (G1, G2 e G3), no
momento inicial (T0), no momento final (T5) e entre o momento
inicial e o momento final (T0-T5)......................................................54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ultra-som terapêutico Sonopulse Special, de 1 e 3 MHz, e transdutor,
da marca Ibramed®.................................................................................38
Figura 2 – Detalhe do transdutor com duas áreas efetivas de radiação (ERA),
de 1 e 3,5 cm
2
, e do visor de cristal líquido do ultra-som terapêutico.38
Figura 3 – Terapia ultra-sônica com 1MHz, modo contínuo, direto, não
estacionário, com gel à base de água como meio acoplador,
intensidade de 0,5 W/cm
2
ou 1 W/cm
2
...................................................39
Figura 4 – Espectrofotômetro da marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, utilizado
para a leitura das absorvâncias das amostras de soros.....................41
Figura 5 - Chassis 24x30 cm, com marcações para o posicionamento padrão
do membro anterior a ser radiografado, e fixado lateralmente ao
centro do chassi uma escala densitométrica de alumínio
(“phanton”)..............................................................................................43
Figura 6 - Aparelho de raios-X da marca Omega
®
, modelo 100/100 T................44
Figura 7 – Posicionamento para projeção crânio-caudal da região distal do
rádio e ulna. Distância foco-filme de 90 cm, quilovoltagem fixa 65
KVp e tempo de exposição entre 0,02 e 0,05 segundos. .....................44
Figura 8 – Radiografia da extremidade distal do membro torácico esquerdo de
um cão. Projeção crânio-caudal. Posicionado lateralmente ao
membro encontra-se uma escala densitométrica de alumínio
(“phanton”)..............................................................................................45
Figura 9: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio. Fonte
Brinholi (2004). ........................................................................................46
Figura 10: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio: seleção da
área óssea a ser analisada (área retangular selecionada ao centro). 46
Figura 11: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio:
apresentação dos resultados.................................................................47
Figura 12 – Oscilações das médias de cálcio total, cálcio iônico e fósforo nos
grupos G1, G2 e G3, entre o momento inicial (T0) e o final do
tratamento (T5)........................................................................................49
Figura 13 – Oscilações das médias de fosfatase alcalina (FA) e fosfatase
alcalina óssea (FAO) nos grupos G1, G2 e G3, entre o momento
inicial (T0) e o final do tratamento (T5)..................................................50
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 1. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5)...................................70
Apêndice B – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 2. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5)...................................70
Apêndice C – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 3. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5)...................................70
Apêndice D – Valores médios do peso corpóreo dos animais (Kg) dos Grupo
1, 2 e 3. Comparativo entre o momento inicial do tratamento (T0) e
o momento final do tratamento (T5)....................................................71
Apêndice E – Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise
da densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio:
calibração da escala de alumínio (“phanton”)
...................................71
Apêndice F – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no momento anterior ao início
do tratamento (T0)................................................................................72
Apêndice G – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no momento anterior ao início
do tratamento (T0)................................................................................72
Apêndice H – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no momento anterior ao início
do tratamento (T0)................................................................................72
Apêndice I – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no quarto dia de tratamento
(T1).........................................................................................................73
Apêndice J – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no quarto dia de tratamento
(T1).........................................................................................................73
Apêndice L – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no sétimo dia de tratamento
(T2).........................................................................................................73
Apêndice M – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 11º dia de tratamento (T3).74
Apêndice N – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento (T3).74
Apêndice O – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 14º dia de tratamento (T4).74
Apêndice P – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 20º dia de tratamento (T5).75
Apêndice Q – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 20º dia de tratamento (T5).75
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 15
1.1 Objetivos.........................................................................................................18
1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................18
1.1.2 Objetivos específicos..................................................................................18
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 19
2.1 O Ultra-Som Terapêutico...............................................................................19
2.1.2 Características do Ultra-Som Terapêutico..................................................21
2.2 O Tecido ósseo e o Ultra-Som Terapêutico.................................................23
2.3 Marcadores do metabolismo ósseo .............................................................29
2.3.1 Cálcio e fósforo ..........................................................................................29
2.3.2 Marcadores de formação óssea .................................................................31
2.3.4 Fosfatase Alcalina e Fosfatase Alcalina Óssea..........................................32
2.4 Densitometria óssea ......................................................................................34
2 MATERIAL e MÉTODOS................................................................... 37
3.1 A terapia ultra-sônica.....................................................................................37
3.2 Tratamento controle.......................................................................................39
3.3 Exames bioquímicos......................................................................................40
2.3.1 Proteínas Totais .........................................................................................40
2.3.2 Albumina ....................................................................................................40
3.3.3 Cálcio Total e Cálcio Iônico ........................................................................41
3.3.4 Fósforo .......................................................................................................41
3.3.5 Fosfatase Alcalina e Fosfatase Alcalina Óssea..........................................42
3.4 Exames radiográficos e densitometria óssea..............................................42
3.5 A análise estatística.......................................................................................47
4 RESULTADOS................................................................................... 48
5 DISCUSSÃO ...................................................................................... 55
6 CONCLUSÃO..................................................................................... 60
REFERÊNCIAS..................................................................................... 61
APÊNDICES.......................................................................................... 69
15
1 INTRODUÇÃO
Os cães, em sua convivência com o homem, têm sido progressivamente
valorizados como animais de companhia, de trabalho ou como modelo experimental
no desenvolvimento de pesquisas, devido à semelhança de determinadas patologias
que ocorrem nessa espécie e no homem (RAISER, 2000).
Na rotina clínico-cirúrgica, da medicina humana e animal, são freqüentes as
alterações do aparelho locomotor, e seu completo retorno às funções fisiológicas
têm merecido atenção de clínicos, ortopedistas e fisioterapeutas, pois não raro
necessitam de adjuvantes para acelerar seu completo retorno à funcionalidade.
Em animais, os tendões mais freqüentemente lesionados estão localizados
nas porções distais dos membros e incluem os grupos flexores e extensores dos
membros anteriores e, não raro, dos membros posteriores (VAUGHAN, 1979;
BUTLER, 1985; KUMAR; SINGH; SHARMA, 1998).
Existem hoje, diversos métodos e práticas fisioterápicas que auxiliam e
aceleram a recuperação funcional dos tecidos. Entre eles encontra-se o ultra-som
terapêutico (UST), método amplamente utilizado na clínica de fisioterapia humana
(MORAES, 1999; FERNANDES, 2001) e em grande ascensão no tratamento de
animais acometidos por lesões do aparelho locomotor.
Passaram 70 anos desde que a interação entre ondas sonoras de alta (ultra)
freqüência e tecidos vivos foram inicialmente estudados e o uso de tal energia como
forma de tratamento foi inicialmente sugerido (SPEED, 2001; KODAMA, 2003). Uma
quantidade considerável de trabalhos laboratoriais tem sido realizada com o objetivo
de esclarecer seus efeitos sobre os tecidos (KITCHEN; PARTRIDGE, 1990;
KODAMA, 2003), mas ainda procuram-se embasamentos científicos para que sua
utilização seja mais profícua e técnica (KODAMA, 2003; SILVEIRA, 2003).
O ultra-som é definido como uma forma de vibração acústica com freqüências
muito altas para serem percebidas pelo ouvido humano, são vibrações mecânicas
da matéria produzidas por ondas longitudinais as quais comprimem e dilatam a
mesma a uma velocidade determinada a partir de um gerador (BROMILEY, 1993;
LONGO, 1996; YOUNG, 1998; MORAES, 1999).
O ultra-som é utilizado na área médica para inúmeras finalidades, desde
cirurgias, onde as intensidades utilizadas são de 5 a 300 W/cm
2
, passando pelos
16
métodos terapêuticos, entre 0,1 e 2 W/cm
2
, até os meios diagnósticos, onde a
intensidade dificilmente é superior a 0,05 W/cm
2
.
Considerado um instrumento indispensável por muitos fisioterapeutas, o UST
tem sido utilizado para tratamentos de uma grande variedade de patologias em
tecidos moles, como a cicatrização de úlceras (DYSON; SUCKLING, 1978) e feridas
cirúrgicas (OLSSON, 2005), o aumento da circulação sangüínea em tecidos
isquêmicos (HOGAN; BURKE; FRANKLIN, 1982), a regeneração muscular, o
estímulo à angiogênese (DIONÍSIO, 1998), o tratamento de tumorações malignas
(SPEED, 2001), a cicatrização tendinosa (HARVEY et al., 1975; ENWEMEKA, 1989
e ENWEMEKA; RODRIGUEZ; MENDOSA, 1990; JACKSON; SCHWANE;
STARCHER, 1991; GAN et al., 1995; GUM et al., 1997; RAMIREZ et al., 1997;
MORAES, 1999; BARROS JR, 2001; FERNANDES, 2001; SAINI et al., 2002;
SILVEIRA, 2003), além da utilização em procedimentos estéticos humanos como
combate a celulite e estrias, e no pós-cirúrgico imediato e tardio de cirurgias
corretivas cutâneas e ritidoplastias.
Sua utilização no tecido ósseo, in vivo e in vitro, para consolidação de
fraturas, pseudo-artroses e artrodeses, também tem sido extensivamente estudada,
porém utilizando doses de baixa freqüência associadas ao padrão pulsado
(DUARTE; XAVIER, 1983; KRISTIANSEN et al., 1997; AZUMA et al. 2001;
CARVALHO, 2001; GAMA, 2002; KODAMA, 2003; SOUSA, 2003).
Por suas características biofísicas, o ultra-som terapêutico sofre alterações
físicas ao passar pelos tecidos tratados, das quais pode-se citar: atenuação,
absorção, refração e reflexão, o que pode ocasionar a irradiação conjunta ou
acidental de tecidos adjacentes ao tecido tratado, com propriedades diferentes
destes. Tal situação fica bem evidenciada nos tratamentos tendíneos das
extremidades distais dos membros, onde se encontra uma fraca ou nenhuma
cobertura muscular ou adiposa entre o tendão a ser tratado e o tecido ósseo
adjacente.
A capacidade do tecido ósseo de manter-se em constante remodelação está
ligada a sua característica de converter a energia mecânica, gerada pela atividade
muscular e tensão gravitacional, em potenciais elétricos, estimulando assim os
osteoclastos e osteoblastos, as células responsáveis pelo metabolismo ósseo.
Duarte e Xavier (1983) afirmam que o ultra-som terapêutico pode mimetizar a
17
energia mecânica aplicada ao tecido ósseo, interferindo nos potenciais elétricos
gerados e, consequentemente, no seu metabolismo.
Estas alterações no metabolismo ósseo podem ser mensuradas através da
utilização de marcadores bioquímicos específicos (KLEEREKOPER, 2001;
SEIBEL; LANG; GEILENKEUSER, 2001). Por serem testes não invasivos, os
marcadores ósseos permitem coletar dados de maneira longitudinal de um mesmo
animal, reduzindo o número de animais e reduzindo os custos, o que faz destes
testes excelentes para estudos e pesquisas. Adicionalmente, dados coletados
repetidamente de um mesmo animal por longos períodos fortalecem as análises
estatísticas, enriquecendo os dados pesquisados (ALLEN, 2003).
O uso de marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo na prática clínica
tem se expandido de maneira considerável. Isto se deve ao surgimento de novos
métodos e de um melhor conhecimento sobre a fisiopatologia das doenças
osteometabólicas (VIEIRA, 1999). Os marcadores bioquímicos do metabolismo
ósseo associados a exames de densidade mineral óssea, podem vir a contribuir
para estudos dos efeitos do ultra-som terapêutico sobre o tecido ósseo.
Há escassez de trabalhos científicos relatando o efeito do ultra-som
terapêutico sobre o tecido ósseo sadio, assim como seus possíveis efeitos colaterais
quando aplicado, sobre outros tecidos, em regiões ósseas desprovidas de cobertura
muscular ou adiposa. Mesmo os relatos científicos da utilização do ultra-som
terapêutico para reparação de fraturas e pseudo-artroses (REUTER et al., 1984;
DYSON, 1990; TSAI et al., 1991; TSAI et al., 1992a; TSAI et al., 1992b;
FAGANELLO; CARVALHO, 1999; DOUAT, 2004; LEITE 2005) são conflitantes e
inconsistentes. Seja devido aos resultados encontrados que vão do aceleramento da
consolidação da fratura até o atraso na consolidação óssea e a formação de
pseudo-artroses; ou devido à ampla possibilidade de protocolos a serem realizados,
com o uso de diversas dosimetrias, diferentes freqüências, ou ainda pela falta de
confiabilidade dos relatos apresentados, em parte pelo pequeno número de
indivíduos pesquisados ou pela omissão de detalhes do projeto impedindo assim
sua fiel reprodução (KITCHEN; PARTRIDGE, 1990).
Sendo o ultra-som terapêutico, o procedimento mais utilizado em fisioterapia,
e as lesões tendíneas nos membros as patologias mais tratadas com ele, é
esperado que nas extremidades distais dos membros, desprovidos de cobertura
muscular, o tecido ósseo receba grande parte das ondas ultra-sônicas destinadas ao
18
tendão.
Pelas propriedades apresentadas pelo ultra-som terapêutico é de grande
importância para clínicos, ortopedistas e fisioterapeutas conhecer seus possíveis
efeitos sobre o tecido ósseo sadio, pois o sobre-aquecimento na interface
periósteo/osso, assim como um estímulo desigual às células responsáveis pelo
remodelamento ósseo, associados muitas vezes a membros que tendem a ficar
imobilizados por longos períodos de recuperação, podem levar a sérios danos e ou
traumas ósseos.
1.1 Objetivos
Face às considerações efetuadas, propõe-se como:
1.1.1 Objetivo geral
Avaliar os efeitos do ultra-som terapêutico sobre o tecido ósseo sadio.
1.1.2 Objetivos específicos
Avaliar através de exames bioquímicos e densitométrico:
- a reação do tecido ósseo sadio tratado com ultra-som terapêutico contínuo,
nas intensidades de 0,5 e 1 W/cm
2
, 5 minutos diários, durante 20 dias;
- a densitometria mineral óssea, em tecido ósseo sadio tratado com ultra-som
terapêutico contínuo, nas intensidades de 0,5 e 1 W/cm2, 5 minutos diários, durante
20 dias;
Propagar as técnicas de fisioterapia em medicina veterinária.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Ultra-Som Terapêutico
O ultra-som é definido como uma forma de vibração acústica com freqüências
muito altas para serem percebidas pelo ouvido humano. Considerando-se que o som
audível está numa freqüência entre 17 e 20 mil Hz, o ultra-som estando acima de
20.000 Hz não é audível ao ouvido humano. Com exceção das freqüências, a física
do ultra-som é igual ao som audível. As ondas sonoras são ondas mecânicas
longitudinais que podem se propagar em meio sólido, líquido e gasoso, sendo assim,
não se propagam no vácuo (BROMILEY, 1993; LONGO, 1996; YOUNG, 1998;
MORAES, 1999).
O ultra-som terapêutico compõe-se de um gerador que produz uma corrente
alternada de cerca de 0,75 a 3,0 MHz (KOTTKE; LEHMANN, 1994), a qual é
convertida em vibrações mecânicas ou acústicas por um transdutor, composto por
um material piezelétrico. Este é um disco ou cilindro de um material natural como o
quartzo ou uma cerâmica sintética chamada PZT (chumbo, zircônio e titânio), que
mantém suas características a temperaturas elevadas. Basicamente o transdutor é
constituído por um material piezelétrico inserido entre dois eletrodos e, quando se
aplica uma corrente alternada de alta freqüência, esse material toma-se um potente
gerador de ultra-som (KOTTKE; LEHMANN, 1994).
Entende-se, então, por ultra-som, vibrações mecânicas da matéria produzidas
por ondas longitudinais as quais comprimem e dilatam a mesma a uma velocidade
determinada a partir de um gerador. O meio deve possuir um certo grau de
elasticidade para permitir que as partículas resistam à deformação, formando áreas
de compressão e rarefação. Os aparelhos de ultra-sons usados para fisioterapia,
que se encontram no mercado, têm freqüências de 1 MHz e 3 MHz, sendo a
freqüência mais utilizada a de 1 MHz.
O ultra-som terapêutico, segundo pesquisas biofísicas, é o mais efetivo
agente de calor profundo (KOTTKE; LEHMANN, 1994; YOUNG, 1998), e seus
efeitos podem ser simplesmente divididos em efeitos térmicos, ou diatermia, efeitos
atérmicos, ou mecânicos e biológicos (SPEED, 2001):
- efeitos mecânicos: em conseqüência das vibrações longitudinais,
características do ultra-som, um gradiente de pressão é desenvolvido nas células
20
individuais. Como resultado desta variação de pressão negativa e positiva,
elementos da célula são obrigados a se moverem, sentindo assim um efeito de
micro-massagem. Este efeito aumenta o metabolismo celular, o fluxo sangüíneo e o
suprimento de oxigênio (KITCHEN; PARTRIDGE, 1990), ou seja, age como um
catalisador físico, acelerando as trocas celulares (MACHADO, 1991);
- efeitos térmicos: Ao lado do efeito de micro-massagem, ocorre uma elevação
na temperatura resultante da conversão de energia cinética em calor pelos tecidos.
A quantidade de calor local que pode ser obtido com o ultra-som depende do tipo de
tecido, aqueles com alto teor de proteína, como tendões e ossos, absorvem mais
energia que os de alto teor de gordura. Os principais efeitos fisiológicos terapêuticos,
resultantes do aumento da temperatura pela absorção do ultra-som terapêutico são:
um aumento na extensibilidade e diminuição da rigidez dos tecidos com colágeno;
alívio da dor por um aumento do limiar; e aumento da defesa do organismo
ocasionado pelo aumento do fluxo sangüíneo e vascularização (KITCHEN;
PARTRIDGE, 1990; YOUNG, 1998);
- efeitos biológicos: ao lado dos efeitos mecânicos, térmicos e químicos, o
modo de reação de órgãos isolados e também do organismo como um todo deve ser
considerado, a ação biológica é determinada pela interação de diversos fatores.
Entre os efeitos biológicos podemos citar: sedação/analgesia, relaxamento
muscular/espasmolítico, hiperemia, fibrinólise, aumento da permeabilidade de
membranas e aumento da regeneração tecidual (KITCHEN; PARTRIDGE, 1990;
MACHADO, 1991; YOUNG, 1998).
O ultra-som terapêutico pode ser aplicado no modo contínuo ou pulsado. No
pulsado, há períodos de repouso de energia, de modo que o efeito térmico é menos
pronunciado e o efeito mecânico é superior, possibilitando a abertura de campos de
tratamentos, onde não é desejável o efeito predominantemente térmico (KITCHEN;
PARTRIDGE, 1990). Os aparelhos comerciais de ultra-som terapêutico são
fabricados nas freqüências de 1 ou 3 MHz, sendo que devido a suas características
físicas acústicas, as ondas de maior freqüência (3 MHz) são absorvidas mais
superficialmente, de um a dois cm da superfície, enquanto as de menor freqüência
(1 MHz) penetram nos tecidos mais profundos, de quatro a cinco centímetros
(KITCHEN; PARTRIDGE, 1990; PAULA, 1994).
21
O contato entre o transdutor do ultra-som terapêutico e a pele deve ser
adequado para que não haja perda de onda, já que o ar é um péssimo condutor
(KOTTKE; LEHMANN, 1994, PAULA, 1994). Vários métodos estão disponíveis para
a aplicação do ultra-som terapêutico, entre eles o direto ou deslizamento, o
subaquático, o balão, o refletor, o funil, o paravertebral reflexo e o redutor de
cabeçote. Para a utilização do método direto, é necessária a utilização de um meio
acoplador, podendo este ser vaselina, óleo ou gel (MACHADO, 1991; KOTTKE;
LEHMANN, 1994 e PAULA, 1994). Os géis à base de água apresentam as melhores
características de transmissão do ultra-som terapêutico (KOTTKE; LEHMANN, 1994;
PAULA, 1994).
Em média, o tempo de aplicação do ultra-som terapêutico é de quatro a 10
minutos por área, sendo que, para grandes áreas, divide-se o segmento em três ou
quatro áreas iguais, e aplica-se o mesmo tempo por área (MACHADO, 1991;
KOTTKE; LEHMANN, 1994; PAULA, 1994). A aplicação pode ser de forma
estacionária ou não, sendo que a primeira pode levar a uma elevação muito rápida
da temperatura, ocasionando queimaduras. O aumento da intensidade não pode
compensar a diminuição do tempo de tratamento, porque os efeitos produzidos
pelas duas variedades são diferentes. Aumentar a intensidade pode elevar
excessivamente a temperatura do tecido, e conseqüentemente, pode ser indesejável
(PAULA, 1994).
2.1.2 Características do Ultra-Som Terapêutico
2.1.2.1 Atenuação
A amplitude e intensidade diminuem à medida que as ondas de ultra-som
terapêutico sob sua forma de feixe passam através de qualquer meio. Esta
diminuição de intensidade é causada pela difusão do som em meio heterogêneo,
pela reflexão e pela refração das ondas nas interfaces do meio. As ondas ultra-
sônicas com freqüência alta são mais rapidamente absorvidas que as de baixa
freqüência (KITCHEN; PARTRIDGE, 1990; KOTTKE; LEHMANN, 1994; PAULA,
1994; LONGO, 1996). Os valores de atenuação verificados em cada tipo de tecido
são mostrados na Tabela 1.
22
0Tabela 1 – Profundidade média em que a intensidade do feixe é reduzida em
50% nos diferentes meios biológicos.
TECIDO UST 1 MHZ UST 3 MHZ
Ósseo
2,1 mm ----
Cartilagenoso
6 mm 2 mm
Tendíneo
6,2 mm 2 mm
Muscular
9 mm 3 mm
Pele
11,1 mm 4 mm
Adiposo
50 mm 16,5 mm
Água
11.500 mm 3.833,3 mm
Adaptada de Longo, 1996.
2.1.2.2 Absorção
A absorção do ultra-som terapêutico acontece a nível molecular. Esta
absorção de ondas dentro do meio ocorre quando a energia vibracional é
transformada em energia molecular ou em movimentos aleatórios. Proteínas são as
que mais absorvem as ondas sonoras. Esta absorção resulta em aquecimento do
tecido, então tecidos com alto conteúdo protéico (ossos e tendões) se aquecem
muito mais que tecidos adiposos ou epiteliais (KOTTKE; LEHMANN, 1994; LONGO,
1996; Ter HAAR, 1999; MOROS et al., 2004).
A energia transportada pelo feixe ultra-sônico é atenuada conforme sua
passagem através dos tecidos, esta energia é perdida devido ao espalhamento do
feixe e de sua absorção. Assumindo que toda esta energia atenuada é
oportunamente absorvida, a razão de quanto calor é depositado nos tecidos, é dado
pelo produto do coeficiente da atenuação e da intensidade. (KITCHEN;
PARTRIDGE, 1990; Ter HAAR, 1999)
2.1.2.3 Reflexão
Quando o ultra-som trafega de um meio (tecido) para outro, pode ocorrer
reflexão de onda de som. Reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância
acústica dos meios forem diferentes. A quantidade de energia refletida depende da
diferença de impedância acústica dos meios, quanto maior a diferença das
impedâncias acústicas dos tecidos, maior será a reflexão (KOTTKE; LEHMANN,
23
1994; LONGO, 1996).
Como mostra a Tabela 2, ocorre pouca reflexão entre as camadas de tecidos
moles, ao contrário do que ocorre na superfície do osso (interface periósteo/osso),
onde até 40% da onda poderá ser refletida e 60% absorvida. A energia total no
periósteo será igual à incidência recebida, acrescida da onda refletida na interface
perisósteo/osso (mais 40%). Isto também causa ondas transversais no periósteo, as
quais também ajudam a aumentar a temperatura local. Como no periósteo não
existe o efeito de resfriamento proporcionado pela corrente sangüínea, esta situação
levará a um superaquecimento do local e conseqüente dor ao paciente (WELLS,
1977; NCRP, 1983; KOTTKE; LEHMANN, 1994; LONGO, 1996; MOROS et al.,
2004).
Tabela 2 – Porcentagem da onda incidente refletida pelas várias interfaces
teciduais
INTERFACES % REFLEXÃO
Água/tecido mole 0,2
Tecido mole/gordura 1
Tecido mole/osso 15 - 40
Tecido mole/ar 99,99
Adaptada de Longo, 1996.
2.1.2.4 Refração
Refração é um desvio da onda de som nas várias interfaces dos tecidos. A
onda de som penetrará no tecido ou interface a um ângulo (ângulo de incidência) e
sai destes tecidos ou interfaces em um ângulo diferente (ângulo de refração)
(KOTTKE; LEHMANN, 1994; LONGO, 1996), atingindo os tecidos adjacentes.
2.2 O Tecido ósseo e o Ultra-Som Terapêutico
O tecido ósseo é um dos mais resistentes e rígidos do organismo.
Constituinte principal do esqueleto tem como funções proteger órgãos vitais e alojar
a medula óssea, formadora de células do sangue. Também proporciona apoio aos
músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis e
constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas pela contração
24
muscular (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).
A matriz orgânica do tecido ósseo é formada principalmente por proteínas,
predominantemente colágenas (95 %), já o componente inorgânico é constituído por
hidroxiapatita (KAPLAN et al., 1994), mantendo a proporção de um terço de material
orgânico para dois terços de material inorgânico (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).
Os minerais, porção inorgânica, depositados no osso são responsáveis pela força
suportada por estes, por sua dureza e pela rigidez, enquanto as fibras colágenas
estão relacionadas com a flexibilidade do osso (KAPLAN et al., 1994).
Os dois tipos de tecidos ósseos são o trabecular, uma estrutura de aspecto
esponjoso; e o cortical, mais sólido e formado por lamelas ósseas concêntricas. Eles
se diferenciam estruturalmente e também quanto à distribuição espacial das células,
densidade da matriz mineralizada, distribuição dos vasos sangüíneos e área
ocupada pela medula óssea. Em função de sua maior superfície em relação ao
volume, o osso trabecular é metabolicamente mais ativo que o cortical (VIEIRA,
1999).
O crescimento ósseo começa na vida intra-uterina e continua na adolescência
até atingir a maturidade do esqueleto. Os ossos longos crescem através de dois
mecanismos: em comprimento pela ossificação endocondral; e em largura pela
ossificação intramembranosa. Mesmo após a maturidade do esqueleto, os ossos
continuam se remodelando durante toda a vida e adaptam suas propriedades
materiais às solicitações mecânicas sobre eles impostas (KAPLAN et al., 1994).
A remodelação é fundamental para a renovação do esqueleto e preservação
de sua qualidade. Nele a reabsorção é seguida da formação óssea em ciclos
constantes orquestrados pelas células do tecido ósseo, que incluem os osteoclastos,
osteoblastos e osteócitos (SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO, 2002).
O osso é um tecido metabolicamente ativo e, sob condições normais de
remodelamento, a formação óssea e a remodelação no esqueleto adulto são
formidavelmente acopladas de maneira que a formação óssea final equivale a sua
reabsorção final (KAPLAN, 1995), porém alterações nessa hemostasia esquelética
podem ocorrer por vários motivos (KAPLAN et al., 1994).
Este processo dinâmico do osso foi descrito primeiramente em 1892 pelo
fisiologista alemão Julius Wolff. Em seu enunciado, conhecido hoje como lei de
Wolff, o fisiologista descreve que o tecido ósseo sofre adaptação às diversas
25
solicitações externas. Em um local onde as tensões mecânicas sofridas pelo osso
passem a ser mais elevadas, existirá a deposição de matéria óssea, enquanto que,
em outro local, onde as tensões sejam diminuídas substancialmente, haverá uma
absorção do tecido ósseo (TRABUCHO, 2006). Estima-se que no humano adulto,
aproximadamente 25% do osso trabecular e 3% do osso cortical sejam renovados
anualmente.
As propriedades piezelétricas foram descobertas nos cristais por Pierre Curie
e seu irmão Jacques, em 1880 (DUARTE; XAVIER, 1983; BECKER, 1985), e
consistem nas variações das dimensões físicas de certos materiais sujeitos a
campos elétricos. Ao se colocar um material piezelétrico num campo elétrico, as
cargas se interagem e produzem tensões mecânicas. Basicamente a
piezeletricidade de um material é observada quando este material produz, sob carga
mecânica, uma polarização elétrica, convertendo portanto a energia mecânica em
energia elétrica; este é o efeito piezelétrico direto. Se inverter o processo, isto é, se
aplicar um campo elétrico a um material piezelétrico, este se deformará
mecanicamente, produzindo assim um efeito piezelétrico inverso (DUARTE;
XAVIER, 1983)
Certos cristais, como quartzo e turmalina, são piezelétricos, mas experiências
demonstrando a piezeletricidade dos ossos só foram realizadas em 1954 pelo
ortopedista japonês Iwao Yasuda, que utilizou tecido ósseo in vitro para demonstrar
sua capacidade piezelétrica. Os seus resultados foram confirmados em 1957 pelo
físico japonês Eiichi Fukada (DUARTE; XAVIER, 1983; BECKER 1985). As
propriedades de um perfeito transdutor de energia contidas nos ossos, e a presença
de cargas elétricas são vitais tanto para seu crescimento e remodelamento, como
para seu reparo em caso de fraturas. Estas cargas elétricas são geradas nos ossos
por cargas mecânicas, como o próprio peso da pessoa, a deambulação, a corrida,
ou até mesmo em repouso, quando a balística cardíaca produz uma onda de choque
e o impulso desta atinge o osso. Para todos estes estímulos mecânicos, o osso
apresenta uma resposta elétrica, que por sua vez ativa a divisão celular, mantendo o
equilíbrio entre remodelagem e absorção (DUARTE; XAVIER, 1983; LIRANI;
LAZARETTI-CASTRO, 2005).
Becker (1985) exemplifica que quando o osso é vergado, um potencial
negativo aparece no lado da compressão. Isto é explicado pelo deslocamento de
26
elétrons de suas posições originais na estrutura cristalina, durante o aperto,
migrando para a região onde ocorre a compressão do osso. Por outro lado, ocorre
um potencial positivo (pela ausência dos elétrons que migraram) na área onde o
osso está sendo esticado. Essas minúsculas cargas elétricas têm a propriedade de
estimular o periósteo, cujas camadas mais internas possuem células com
capacidade osteogênica.
Quando as cargas elétricas formadas no osso são positivas ocorre a
deposição de matriz óssea, e a absorção óssea ocorre quando estas cargas forem
negativas, sob influência direta das atividades de osteoblasto e osteoclastos,
respectivamente (CHARMAN, 1990).
Para Duarte e Xavier (1983), um fato interessante a respeito do ultra-som
terapêutico, é que ele se assemelha a este processo natural de crescimento e
remodelação óssea, pois quando as ondas atingem o osso por uma sucessão de
impulsos, cada um deles resulta em uma resposta em forma de um sinal elétrico do
osso, o alterando bioeletricamente.
Almejando alcançar respostas positivas, por parte desta propriedade
piezelétrica do tecido ósseo, vários autores utilizaram UST para tratar lesões ósseas
incidentes ou experimentais nas mais diversas espécies.
Reher et al. (1997) investigaram os efeitos do UST de 3 MHz, pulsado e
contínuo com doses de 0,1; 0,25; 0,5; 0,75; 1 e 2 W/cm
2
sobre culturas de células
ósseas, e concluíram que o UST em baixas doses (0,1 a 0,75 W/cm
2
) estimula a
síntese de proteínas da matriz óssea, porém altas doses (> 0,75 W/cm
2
) inibem esta
síntese quando comparadas ao controle. Os autores atribuíram os resultados
benéficos do tratamento, aos efeitos não-térmicos do UST.
Reher et al. (1999) agora estudando culturas de osteoblastos de mandíbula
humana, tratadas com UST, encontraram aumento significativo de fatores
angiogênicos nos osteoblastos irradiados, e concluíram que as melhores
intensidades foram as de 0,1 e 0,4 W/cm
2
quando a freqüência é a de 1 MHz.
Ryaby et al. (1989) pesquisando em culturas de células ósseas, descreveram
um aumento na incorporação do cálcio por estas células quando da utilização do
UST de baixa intensidade. Contudo, Naruse et al. (2003) não encontraram
evidências da absorção de cálcio pelas células expostas ao UST de baixa
intensidade. Porém notaram que os osteoblastos jovens responderam com um
aumento transitório dos níveis de osteocalcina e fator de crescimento de insulina 1
27
(IGF-1), dois marcadores que evidenciam atividade de formação óssea.
Sun et al. (2001), também utilizando cultura de células ósseas para investigar
o efeito do UST de 1 MHz em baixa intensidade (0,068 W/cm
2
), encontraram
significativo aumento de fosfatase alcalina e TNFα (Fator de necrose tumoral alfa) no
sétimo dia de avaliação, observaram ainda um aumento significativo do número de
osteoblastos e diminuição do número de osteoclastos, benefícios creditados ao
tratamento com UST.
Tsai et al. (1992b), em um experimento in vivo, avaliaram a cicatrização de
fraturas de tíbias de coelhos utilizando UST em doses de 0,5 e 1 W/cm
2
com 1,5
MHz de freqüência, e observaram aceleração da formação óssea na área de fratura
quando utilizado 0,5 W/cm
2
, porém encontraram supressão da reparação óssea
quando a dose foi de 1 W/cm
2
, não recomendando esta dose para utilização clínica
por ser deletéria à reparação óssea.
Faganello e Carvalho (1999) compararam os efeitos do UST de 1 MHz
contínuo, e 0,3 W/cm
2
de intensidade como os efeitos do UST de 1 MHz pulsado a
20% e intensidade de 0,3 W/cm
2
(SATA) sobre fraturas experimentais em ratas
osteopênicas. Seus resultados demonstraram que em regime contínuo houve
bloqueio da reparação óssea, já em regime pulsado houve a formação de calo ósseo
proeminente nos animais tratados quando comparados com o controle.
Leite (2005) avaliando morfológica e bioquimicamente a consolidação de
fraturas em fíbulas de ratos tratadas com UST pulsado de 1 MHz de freqüência em
intensidade de 0,5 W/cm
2
, encontrou aos sete dias de avaliação uma diminuição
significativa nos níveis séricos de fosfatase alcalina e cálcio nos animais tratados.
No 14º dia, encontraram os níveis séricos de fosfatase alcalina aumentados nos
animais não-tratados e os níveis de cálcio sérico próximos ao normal nos animais
tratados. Associados aos resultados morfológicos obtidos, a autora atribui ao UST
uma modulação dos níveis séricos de fosfatase alcalina e cálcio e uma aceleração
no processo de consolidação óssea.
Avaliando duas repetições de pulso de UST de 1 MHz, com dose de 0,5
W/cm
2
durante 3 minutos, na osteotomia experimental de tíbia de ratos, Douat
(2004) encontrou um aumento significativo nos níveis de fosfatase alcalina, aliados à
aceleração do processo de reparo quando comparados morfologicamente e
radiograficamente.
Apesar dos constantes e inúmeros estudos, a ação do ultra-som terapêutico
28
sobre o reparo tecidual ainda é pouco compreendida, sendo seu uso muitas vezes
fundamentado na experiência prática, o que resulta em procedimentos errôneos e
dificulta a popularização da técnica (GRAY, 1994; YOUNG, 1998; LIRANI;
LAZARETTI-CASTRO, 2005; SANTOS et al., 2005). PARTRIDGE (1987) afirma que
esta situação reflete a posição geral em fisioterapia, causada pela escassez de
pesquisas sobre a eficácia do ultra-som terapêutico. Santos et al. (2005),
encontraram queimaduras nas regiões tratadas com UST no modo contínuo em
doses consideradas altas (1 e 2 W/cm
2
) além de prejudicar o crescimento ósseo
normal em coelhos. BROMILEY (1993) também cita a ocorrência de fraturas,
destruição das superfícies articulares e necrose tecidual, após o tratamento de
animais por pessoas não qualificadas. Essas complicações são atribuídas pelo
autor, ao uso do ultra-som terapêutico em intensidades inadequadas, ou sobre
estruturas para as quais seu uso é contra-indicado.
A presença de osso no caminho de irradiação de ultra-som sempre elevou as
preocupações, tanto em diagnóstico como em aplicações terapêuticas (MOROS et
al., 2004), porque podem ser induzidas elevações de temperatura significantes
próximo a interface tecido mole/osso, devido ao fato do ultra-som ser altamente
absorvido no tecido ósseo e de haver a reflexão de ondas irradiadas. E a
conseqüente interferência destas ondas pode resultar em um aumento brusco da
intensidade irradiada (WELSS, 1977; NCRP, 1983; MOROS et al., 2004). Por
conseqüência, na terapia ultra-sônica térmica, a presença de osso no caminho das
ondas de ultra-som é considerada a principal desvantagem e normalmente é evitada
(MOROS et al., 2004).
O UST também tem sido historicamente contra-indicado no tratamento de
fraturas e em casos de união retardada ou não-união óssea, embora o real motivo
para esta contra-indicação não estar esclarecido (WATSON, 2007).
Há vários estudos sobre o UST no reparo ósseo, mas essencialmente estas
publicações mostram um benefício consistente quando utilizadas baixas
intensidades (<0,1 W/cm
2
) com UST pulsado (WATSON, 2007). O uso de baixas
intensidades tem demonstrado um aumento não significativo de temperatura nos
tecidos envolvidos, já com o uso de altas intensidades pode haver efeitos adversos
no sítio de fratura, enquanto em baixas intensidades com UST pulsado pode se
considerar um tratamento efetivo e seguro nestes casos (WATSON, 2007). Apesar
desta afirmação, é difícil saber qual a dose de energia necessária para estimular a
29
osteogênese em diferentes estados biológicos como, por exemplo, no osso normal,
no atraso de consolidação, ou no indivíduo osteoporódico. Há, ainda, a falta de
dados de segurança e possíveis maneiras de sensibilizar a resposta biológica à
estimulação mecânica e elétrica sobre as várias qualidades do osso (LIRANI;
LAZARETTI-CASTRO, 2005).
2.3 Marcadores do metabolismo ósseo
Os ossos encontram-se em constante processo metabólico de remodelação.
Isso inclui a degradação e reabsorção ósseas, que são mediadas pelos
osteoclastos, e os processos de estruturação e formação óssea mediadas pela ação
dos osteoblastos. A remodelação óssea é necessária para a manutenção da saúde
global e da firmeza da trama óssea. Para isso, é importante um equilíbrio entre os
processos de reabsorção e formação ósseas.
Em estados alterados do metabolismo ósseo, esses processos se dissociam,
ou seja, perdem o equilíbrio. Quando a reabsorção excede a formação, isso resulta
numa perda de osso que pode conduzir a fraturas, osteoporose ou outras desordens
do tecido ósseo. A utilização de marcadores bioquímicos específicos para esses
eventos de remodelação fornece dados analíticos em relação à taxa de
metabolismo, ou seja, doturnover ósseo (KLEEREKOPER, 2001; SEIBEL;
LANG; GEILENKEUSER, 2001).
2.3.1 Cálcio e fósforo
A maior parte do cálcio do organismo adulto é armazenada no osso, ou seja,
98% do cálcio encontra-se no esqueleto principalmente sob a forma de
hidroxiapatita, uma rede composta por cálcio e fósforo. Outros minerais como
fósforo, sódio, potássio e magnésio também são armazenados no tecido ósseo. O
cálcio é fundamental para vários processos metabólicos vitais, e a manutenção de
sua homeostasia no plasma tem mais prioridade que a necessidade de cálcio no
osso (KAPLAN et al., 1994; DIAGNÓSTICOS, 2006; GONZÁLES; SILVA, 2006).
O restante do cálcio, cerca de 2%, encontra-se no fluido extracelular e em
outros tecidos, principalmente nos músculos esqueléticos. O íon cálcio está entre os
principais componentes minerais do organismo e desempenha um papel
30
fundamental na mineralização óssea. A manutenção do equilíbrio dos níveis de
cálcio no organismo envolve diferentes órgãos: intestino delgado, rins e esqueleto
(DIAGNÓSTICOS, 2006; GONZÁLES; SILVA, 2006).
O cálcio circula sob duas formas principais, o cálcio iônico (que exerce a ação
biológica), e o cálcio ligado a proteínas e complexos. O primeiro corresponde em
circunstâncias normais, a 52% do total e o segundo, a 48%. É evidente com isto,
que qualquer alteração do nível de proteínas séricas, em especial a albumina, leva a
uma alteração do conteúdo total de cálcio no soro, sem que isto implique numa
alteração da fração ionizada (ROSOL; CAPEN, 1997; VIEIRA, 2004). Desta forma,
torna-se importante a determinação das proteínas totais e especificamente da
albumina para uma melhor dosagem dos níveis séricos de cálcio (ROSOL; CAPEN,
1997).
O íon cálcio tem um papel fundamental em muitos processos biológicos
fundamentais incluindo contração muscular, coagulação sanguínea, atividades
enzimáticas, excitabilidade neuronal, liberação hormonal, e permeabilidade de
membranas, além de ser um componente estrutural essencial do esqueleto. Por
isso, o preciso controle de cálcio nos fluídos extracelulares é vital para a saúde de
humanos e animais. Para manter constante a concentração sérica de cálcio, apesar
das constantes variações de excreção e absorção, um mecanismo de controle
endócrino está envolvido e consiste primariamente na interação de três hormônios
principais: paratireóideo, calcitonina e vitamina D. Outros hormônios também estão
relacionados a este controle sob certas condições, como os corticóides hormonais,
estrógenos, tiroxinas, somatotropinas, e glucagon (CAPEN, 1985).
O nível de cálcio sérico total nos mamíferos encontra-se entre 9,0 e 11,3
mg/dL, com alguma variação devido à espécie, idade, dieta, e tipo de mensuração
utilizada (CAPEN, 1985; KANEKO; HARVEY; BRUSS, 1997; GONZÁLES; SILVA,
2006). Estando os níveis séricos normais de proteínas totais e albumina entre 5,4 e
7,1, e 2,6 e 3,3 g/dL respectivamente (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 1997).
O fósforo é um dos constituintes mais abundantes do organismo, presente em
diferentes tecidos. Em um adulto normal, a maior parte encontra-se no osso (99%), e
o restante, nos tecidos moles e ligados a proteínas, lipídios e carboidratos. Sua
homeostase depende basicamente do controle da absorção (intestino delgado),
filtração e reabsorção renal e estoque de reserva que é feito no osso. Os
mecanismos de regulação do cálcio afetam também os níveis de fósforo, sendo seus
31
valores diretamente relacionados: a elevação de um significa a diminuição do outro
(DIAGNÓSTICOS, 2006; GONZÁLES; SILVA, 2006). Porém o controle dos níveis de
cálcio via endócrina é mais rigoroso (GONZÁLES; SILVA, 2006)
Em cães, os níveis séricos de fósforo inorgânico encontram-se entre 2,6 e 6,2
mg/dL (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 1997).
Tanto a dosagem de cálcio quanto a de fósforo constituem-se nos elementos
básicos de diagnóstico de qualquer doença ósteo-metabólica (VIEIRA, 2004).
2.3.2 Marcadores de formação óssea
O tecido ósseo possui algumas características muito peculiares, como sua
grande extensão e distribuição, e a presença de cristais radiopacos (hidroxiapatita).
Estes últimos propiciam a realização de exame do esqueleto de uma maneira muito
simples, através do emprego de técnicas de absorção de raios-X, quer qualitativas
(raios-X simples), quer quantitativas (densitometria óssea ou tomografia quantitativa)
(VIEIRA, 1999). Porém, os fenômenos metabólicos, fisiológicos ou patológicos, que
ocorrem no tecido ósseo só afetam significativamente sua estrutura radiopaca após
um lapso de tempo considerável. Isto torna estas técnicas limitadas para o estudo
dinâmico, e em tempo real, do metabolismo ósseo. Por isso o emprego de
metodologias que possam quantificar as substâncias que representam os processos
metabólicos ósseos em curso é de grande utilidade (VIEIRA, 1999; ALLEN, 2003).
Allen (2003) relata que os marcadores bioquímicos da remodelagem óssea
representam um avanço metodológico, não são invasivos, possuem custo
relativamente baixo, são amplamente disponíveis e têm a vantagem adicional de
poderem ser usados repetitivamente para medir alterações da remodelagem óssea
em períodos curtos de tempo.
Em situações fisiológicas os processos de reabsorção e formação ósseas são
fenômenos acoplados e dependentes. O predomínio de um sobre o outro resulta em
ganho ou perda de massa óssea. É esta capacidade de avaliação dinâmica que se
deseja em um marcador de remodelação óssea (SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO,
2002).
A reabsorção óssea é iniciada pelos osteoclastos, os quais corroem a
superfície óssea. Osteoblastos secretam nova matriz óssea que preencherá o
espaço absorvido (NAKAGAWA et al., 2005). Marcadores bioquímicos ósseos
32
refletem estes estágios do metabolismo ósseo. Marcadores de formação óssea
indicam a atividade dos osteoblastos, enquanto os marcadores de reabsorção óssea
indicam a atividade osteoclástica (VIEIRA, 1999; NAKAGAWA et al., 2005).
Fosfatase alcalina e fosfatase alcalina óssea são freqüentemente utilizadas para
monitorar a síntese óssea (NAKAGAWA et al., 2005), e a saúde óssea em cães,
pois serve como marcador diagnóstico e prognóstico no tratamento de cães com
disfunções músculos-esqueléticas ou metabólicas (ALLEN et al., 2000).
2.3.4 Fosfatase Alcalina e Fosfatase Alcalina Óssea
A fosfatase alcalina é um recurso amplamente utilizado em ortopedia
(MATOS; SANT’ANA, 2007). Embora a função da sua atividade no osso não esteja
completamente conhecida, estudos têm mostrado que essa enzima é essencial na
formação óssea normal e que a mensuração quantitativa da fosfatase alcalina, pode
ser um bom índice de formação óssea (Van STRAALEN et al., 1991).
Quatro variantes da fosfatase alcalina foram identificadas em animais:
fosfatase alcalina óssea, fosfatase alcalina intestinal, fosfatase alcalina hepática, e
em cães, fosfatase alcalina corticóide-induzida (SANECKI et al., 1968 apud ALLEN,
2003).
A fosfatase alcalina é medida através de sua atividade e corresponde à soma
de todas as isoformas presentes no soro (VIEIRA, 1999; SARAIVA; LAZARETTI-
CASTRO, 2002; DIAGNÓSTICOS, 2006), e seus valores de referência no soro de
cães estão situados entre 20 e 156 U/L (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 1997). Mais
de 90 % deste valor corresponde às isoformas hepática e óssea, em valores
correspondentes (VIEIRA, 1999; SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO, 2002;
DIAGNÓSTICOS, 2006). Em pacientes sem disfunção hepática e sem patologias
ósseas, a mensuração da isoforma óssea, não aparenta ser um índice mais sensível
de formação óssea que a fosfatase alcalina (FARLEY; BAYLINK, 1986; Van
STRAALEN et al., 1991; WOITGE; SEIBEL; ZIEGLER, 1996; VIEIRA, 1999). Porém,
na presença de patologias hepáticas, o diagnóstico preciso da atividade
osteoblástica fica severamente comprometido por causa da significante contribuição
da isoforma hepática da fosfatase alcalina. Conseqüentemente, alguns estudos têm
demonstrado que a mensuração da isoforma específica óssea no soro, pode prover
melhores índices da formação óssea (FARLEY; BAYLINK, 1986; Van STRAALEN et
33
al., 1991; VIEIRA, 1999).
A fosfatase óssea e a hepática são produtos de um mesmo gene, e diferem
somente no número e localização da glicosilação pós-translacional (FARLEY et al.,
1993; FARLEY; BAYLINK, 1995; VIEIRA, 1999; SANECKI et al., 1968 apud ALLEN,
2003), fazendo com que sejam isoformas ao invés de isoenzimas, ao contrário da
fosfatase corticóide-induzida que é produto de gene diferente da fosfatase alcalina,
fazendo dela uma verdadeira isoforma da fosfatase alcalina. (SANECKI et al., 1968
apud ALLEN, 2003).
Esta pequena diferença pós-translacional é suficiente para diferenciar
qualitativamente as isoformas hepática e óssea no soro (FARLEY et al., 1993). E
uma variedade de métodos têm sido descritos para diferenciá-las, baseados nas
diferenças à sensibilidade termo-estável (MOSS; WHITBY, 1971, apud FARLEY;
BAYLINK, 1995), diferenças à capacidade de aglutinação com germe de trigo (WGA)
(BERH; BARNET, 1986, apud FARLEY; BAYLINK, 1995), e a diferenças físicas
quanto a tamanho e cargas que permitem uma separação parcial por eletroforese
em géis de poliacrilamida (Van HOOF et al. 1857, apud FARLEY; BAYLINK, 1995).
Estes métodos variam em custo e complexidade, porém o método baseado na
inativação térmica é simples e relativamente eficiente (MATOS; SANT’ANA, 2007).
Matos e Sant’ana (2007) acreditam que a pouca literatura e a pequena
utilização da fosfatase alcalina óssea como marcador ósseo, deve-se à dificuldade
da dosagem laboratorial dessa enzima através dos testes ordinários de laboratório.
Porém o método da termo-inativação mostrou-se eficiente, simples, rápido e de
baixo custo, apresentando-se como alternativa viável de mensuração para o
metabolismo ósseo.
Farley et al., (1993) e Farley (1994) analisando diferentes métodos de
identificação da fosfatase alcalina óssea, concluíram que o método da termo-
inativação foi o preferível e mais específico quando comparados a outros métodos
de aglutinação e imunorradimétricos.
A mensuração da fosfatase alcalina óssea, possui vantagens sobre outros
testes de formação óssea, pois possui uma meia-vida longa (1-2 dias) e não é
grandemente afetada pela variação diurna no soro, ao contrário da osteocalcina, que
possui uma meia-vida curta (menos de 1 h) e sua variação diurna pode ser maior
que 30%. Além disto, a fosfatase alcalina óssea no soro já foi validada como um
índice de formação óssea, exceto em condições de hipocalcemia e osteomalácia
34
(Van STRAALENet al., 1991; FARLEY; BAYLINK, 1995; VIEIRA, 1999).
Komnenou et al. (2005), avaliaram o processo cicatricial de fratura diafisárias
em osso longos de cães através de exames físicos, radiográficos, e determinação
bioquímica da fosfatase alcalina, cálcio e fósforos séricos. Os animais foram
divididos em três grupos de acordo com o tipo de cicatrização apresentada através
dos exames clínicos e radiográficos em um total de 86 animais. Nos três grupos os
autores encontraram o mesmo padrão de mudança da atividade de fosfatase
alcalina em relação ao tempo de cicatrização. As mensurações de cálcio e fósforo
tiveram o padrão inverso e proporcional às alterações da fosfatase alcalina. A partir
dos resultados obtidos, os autores puderam concluir que a determinação da
fosfatase alcalina sérica durante o processo cicatricial pode ser uma ferramenta
adicional em fraturas com risco de desenvolver não-união.
No meio científico, a fosfatase alcalina óssea pode ser usada como um
indicador sensível dos efeitos da manipulação de dietas, intervenções cirúrgicas e
terapias farmacológicas no crescimento e na remodelação óssea (ALLEN et al.,
2000).
Quase todos os testes bioquímicos de formação e reabsorção aplicados em
estudos de função óssea incluem a análise da fosfatase alcalina óssea (FARLEY;
BAYLINK, 1995).
2.4 Densitometria óssea
Costa (2002) afirma que diferentes técnicas têm sido utilizadas para a
determinação da densidade mineral óssea na medicina humana e veterinária. Sua
utilidade tem sido descrita tanto para a padronização de valores normais, quanto
para o diagnóstico de diminuição de massa óssea.
Dentre as técnicas utilizadas para a avaliação da densidade mineral óssea em
medicina e veterinária, podemos destacar fotometria radiográfica (EKMAN et al.,
1970 apud COSTA 2006), a absorção direta por fótons (WENTWORTH et al., 1971
apud COSTA, 2006), análise por ativação de nêutrons (AL HITI et al., 1976 apud
COSTA, 2006), tomografia computadorizada (REICH et al., 1976 apud COSTA,
2006) e a densitometria óptica em imagens radiográficas (COSMMAN et al., 1991
apud COSTA, 2006; LOUZADA, 1994; LOUZADA et al., 1997; VULCANO et al.,
1997; VULCANO, 2001; RAHAL et al., 2002; BRINHOLI, 2004).
35
A densitometria mineral óssea por imagens radiográficas é uma técnica não
invasiva que pode ser utilizada na avaliação da densidade mineral óssea. Tem como
vantagens o baixo custo, rapidez e simplicidade de execução (LOUZADA, 1994,
COSTA, 2002; 2006).
Vulcano et al. (1997) concluíram que a técnica de densitometria óptica em
imagens radiográficas mostrou-se confiável, associando uma alta precisão com
sensibilidade e reprodutibilidade de resultados. Os autores ainda afirmam que esta
técnica possui como pontos positivos a fácil utilização na prática clínica, e os baixos
custos do procedimento em comparação com as demais técnicas utilizadas para a
avaliação da densidade mineral óssea.
A técnica de densitometria óptica em imagem radiográfica, consiste em
avaliação computacional através de programas (“software”), que processam as
imagens radiográficas do paciente, nas quais devem estar associadas a imagem de
uma escala de alumínio (“phanton”) como referencial densitométrico, fornecendo
assim um valor densitométrico final (COSTA, 2006).
Segundo Brinholi (2004), com a utilizão da densitometria óptica em
imagens radiográficas no auxílio da rotina diagnóstica veterinária, a possibilidade de
diferenciação entre as possíveis respostas do tecido ósseo relacionadas às doenças
ou terapias poderão ser resolvidas com maior precisão e rapidez.
RAHAL et al. (2002) avaliaram o hiperparatireoidismo nutricional, induzidos
em gatos jovens, através de exames bioquímicos de marcadores de formação óssea
e da densitometria óssea em imagens radiográficas, utilizando 10 gatos para
acompanhar a desmineralização óssea ocorrida nestes animais. Os autores
mensuraram os níveis séricos de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina, além da
densitometria óssea a cada quinze dias por um período de 60 dias. O exame
densitométrico foi realizado na zona metafisária do rádio e ulna direitos, em posição
crânio-caudal, e a medida da densidade mineral óssea, em milímetros de alumínio
(mmAl), foi realizada por meio de um programa computacional (software)
desenvolvido para medida de densidade óptica em filmes de raios-X contendo as
imagens radiográficas do rádio e ulna, região de partes moles adjacentes e escala
de alumínio (“phanton”). Através dos resultados obtidos, os autores concluíram que
a densitometria óssea em imagens radiográficas é um método eficiente para avaliar
a desmineralização óssea na patologia estuda.
Brinholi (2004) utilizou a densitometria óssea em imagens radiográficas para
36
avaliar 95 membros anteriores direitos de cães com a finalidade de estudar o efeito
do porte, da idade e do sexo sobre a densidade mineral óssea nestes animais. A
autora conclui que a densidade mineral não foi influenciada pela idade nem pelo
sexo dos animais, obtendo diferenças apenas entre os animais de portes diferentes,
citando que a densitometria óssea em imagens radiográficas pode ser uma
importante ferramenta na clínica e em pesquisas onde se necessite de medidas de
densidade óssea.
Costa (2002; 2006), avaliando os efeitos da tirotoxicose felina sobre o tecido
ósseo, os níveis séricos de cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, fosfatase alcalina
óssea e metaloproteinases de matriz, concluiu que a densitometria óssea em
imagens radiográficas proporciona a determinação seqüencial da densidade óssea
da extremidade distal do rádio de forma eficaz.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Dezoito cães, machos ou fêmeas, sem raça definida, clinicamente sadios,
provenientes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cachoeiro do Itapemirim
– ES, foram desverminados, submetidos a exames clínico e hematológico e
adaptados, por um período de 12 dias, ao consumo de ração comercial e ao canil do
Hospital Veterinário do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do
Espírito Santo, Alegres, ES – (CCAUFES).
Após o período de adaptação, os animais, com idade estimada entre um e
seis anos e pesando ao redor de 12 kg, passaram por uma coleta inicial de sangue
venoso, através da punção da veia jugular externa, para processamento das
análises bioquímicas e, a partir dessa, novas coletas foram realizadas em dias pré-
determinados até se completar 21 dias de experimentação.
Os animais tiveram ambos os membros anteriores tricotomizados entre região
crânio-proximal do rádio/ulna e a região dorso-distal do carpo para receberem o
tratamento ultra-sônico por um período de 20 dias. A tricotomia foi repetida
semanalmente.
De acordo com o protocolo utilizado, os animais foram divididos
aleatoriamente em três grupos (G1, G2 e G3) de igual número e submetidos aos
seguintes tratamentos:
G1: tratamento ultra-sônico apenas no membro torácico direito (MTD) com 0,5
W/cm
2
, recebendo o membro torácico esquerdo (MTE) um tratamento controle;
G2: tratamento ultra-sônico no membro torácico esquerdo com 1 W/cm
2
,
recebendo o membro torácico direito um tratamento controle;
G3: tratamento ultra-sônico em ambos os membros anteriores, sendo o
membro torácico direito tratado com 0,5 W/cm
2
, e o membro torácico esquerdo com
1 W/cm
2
;
3.1 A terapia ultra-sônica
A terapia ultra-sônica foi efetuada com um aparelho de ultra-som terapêutico
da marca Ibramed
® 1
modelo Sonopulse Special, microcontrolado, de 1 e 3 MHz de
freqüência (Figura 1), com cabeçote de 1 e 3,5 cm
2
de área efetiva de radiação
(ERA) (Figura 2).
1
IBRAMED, Industria Brasileira de equipamentos médicos: http://www.ibramed.com.br/
38
Figura 1 - Ultra-som terapêutico Sonopulse Special, de 1 e 3 MHz, e transdutor,
da marca Ibramed®.
Figura 2 – Detalhe do transdutor com duas áreas efetivas de radiação (ERA),
de 1 e 3,5 cm
2
, e do visor de cristal líquido do ultra-som terapêutico.
Todos os animais receberam sessões de 5 minutos diários por um período de
20 dias. O modo de aplicação foi o contínuo não estacionário, utilizando-se o gel a
base de água como meio acoplador (Figura 3). A intensidade de terapia utilizada foi
a de 0,5 W/cm
2
, no membro torácico direito, tanto para os animais do G1 quando do
39
G3, enquanto que o membro torácico esquerdo recebeu 1 W/cm
2
, nos animais do
G2 e G3. A freqüência utilizada foi a de 1 MHz, com área efetiva de radiação de 1
cm
2
.
Figura 3 – Terapia ultra-sônica com 1MHz, modo contínuo, direto, não
estacionário, com gel à base de água como meio acoplador,
intensidade de 0,5 W/cm
2
ou 1 W/cm
2
.
3.2 Tratamento controle
Nos animais do G1 e G2, os membros anteriores esquerdo e direito,
respectivamente, receberam um tratamento controle. O qual consistiu na utilização
do transdutor do aparelho de ultra-som terapêutico, para simular os mesmos
procedimentos da terapia ultra-sônica, inclusive com a utilização do gel acoplador,
pelo mesmo tempo do tratamento, porém estando o aparelho de ultra-som
desligado.
40
3.3 Exames bioquímicos
Foram coletados de todos os animais amostras de sangue um dia antes do
começo do tratamento ultra-sônico (tempo zero - T0), e novas coletas foram
realizadas após o 4º, 7º, 11º, 14º, e 20º dia de tratamento (T1, T2, T3, T4, e T5,
respectivamente).
As amostras foram coletadas sempre pela manhã, após um jejum alimentar
de no mínimo 8 horas, armazenadas em recipientes específicos para tais
finalidades, devidamente identificados para cada animal e encaminhados
imediatamente para o processamento laboratorial no Laboratório de Patologia
Clínica anexo ao Hospital Veterinários do CCAUFES. Todas as amostras de sangue
foram processadas em centrífuga laboratorial padrão, a 3.500 rotações por minuto
durante 5 a 10 minutos para obtenção do soro.
Foram mensurados no soro:
2.3.1 Proteínas Totais
Para mensuração sérica das proteínas totais utilizou-se o kit comercial
colorimétrico K031, da marca Bioclin
® 2
, baseado na metodologia de Biureto,
Os testes das amostras foram realizados seguindo a metodologia padrão do
kit comercial e a absorvância das amostras foram lidas em um espectrofotômetro da
marca Bioespectro
®3
, modelo SP-22 (Figura 4), na faixa espectral de 540 nm, sendo
o aparelho zerado com um teste branco e os resultados calculados em g/dL
(BIOCLIN, 2006b).
2.3.2 Albumina
Para mensuração sérica da albumina utilizou-se o kit comercial colorimétrico
K040, da marca Bioclin
®
, baseado na metodologia do verde de bromocresol. Os
testes das amostras foram realizados seguindo a metodologia padrão do kit
2
Bioclin – Quibasa, Química básica Ltda: www.bioclin.com.br
3
Bioespectro: http://www.equiparlab.com.br/htmls/catalogos/biospectro.pdf
41
Figura 4 – Espectrofotômetro da marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, utilizado
para a leitura das absorvâncias das amostras de soros.
comercial e a absorvância das amostras foram lidas em um espectrofotômetro da
marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, na faixa espectral de 630 nm, sendo o aparelho
zerado com um teste branco e os resultados calculados em g/dL (BIOCLIN, 2006a).
3.3.3 Cálcio Total e Cálcio Iônico
Para mensuração sérica do cálcio total e cálcio iônico utilizou-se o kit
comercial colorimétrico K040, da marca Bioclin
®
, baseado na metodologia da
cresolftaleína-complexona.
Os testes das amostras foram realizados segundo a metodologia padrão do
kit comercial e a absorvância das amostras foram lidas em um espectrofotômetro da
marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, na faixa espectral de 578 nm, sendo o aparelho
zerado com um teste branco e os resultados calculados em mg/dL (BIOCLIN, 2004).
3.3.4 Fósforo
Para mensuração sérica do fósforo utilizou-se o kit comercial colorimétrico
K020, da marca Bioclin
®
, baseado na reação do Molibdato de amônio.
42
Os testes das amostras foram realizados segundo a metodologia padrão do
kit comercial e a absorvância das amostras foram lidas em um espectrofotômetro da
marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, na faixa espectral de 650 nm, sendo o aparelho
zerado com um teste branco e os resultados calculados em mg/dL (BIOCLIN, 2002).
3.3.5 Fosfatase Alcalina e Fosfatase Alcalina Óssea
Para mensuração sérica da fosfatase alcalina e de sua isoforma óssea
utilizou-se o kit comercial colorimétrico K019, da marca Bioclin
®
, baseado na
metodologia de Roy modificada, e na termo-inativação para mensuração da isoforma
óssea.
Os testes das amostras foram realizados segundo a metodologia padrão do
kit comercial e a absorvância das amostras foram lidas em um espectrofotômetro da
marca Bioespectro
®
, modelo SP-22, na faixa espectral de 590 nm, sendo o aparelho
zerado com um teste branco e os resultados calculados em U/L (BIOCLIN, 2005).
3.4 Exames radiográficos e densitometria óssea
A mensuração da densidade mineral óssea foi realizada pela técnica de
densitometria óptica em imagem radiográfica. Para este procedimento, foi
necessária a realização de radiografia em projeção cranio-caudal de cada um dos
membros anteriores dos animais, abrangendo a região distal do rádio e ulna.
A primeira imagem radiográfica de cada animal foi realizada um dia antes do
começo do tratamento ultra-sônico (T0) e uma segunda radiografia foi realizada
após o 20º dia de tratamento (T5). As imagens foram obtidas em filmes radiográficos
de 24x30 cm, da marca KODAK
®4
, em chassis equipados em écran de terras raras.
Paralelamente e distante a 3 cm do membro radiografado, foi colocado uma escala
de alumínio (“phanton”) na porção centro-lateral do chassi, que serviu como
referencial densitométrico (Figura 5).
4
Kodak Health Group: www.kodak.com.br
43
Figura 5 - Chassis 24x30 cm, com marcações para o posicionamento padrão
do membro anterior a ser radiografado e, fixado lateralmente ao
centro do chassi, uma escala densitométrica de alumínio
(“phanton”).
A escala de alumínio é constituída de 20 degraus, sendo o primeiro com 0,5
mm de espessura, variando em seguida 0,5 mm a cada degrau, os quais possuem
uma área de 225 mm
2
cada.
Foi utilizado um aparelho de raios-X da marca Omega
®5
, modelo 100/100 T
(Figura 6). O aparelho foi posicionado a uma distância foco-filme de 90 cm e
mantida uma quilovoltagem fixa de 65 KVp para todos os animais, enquanto que a
miliamperagem por segundo foi determinada de acordo com a espessura da região
avaliada em cada animal, sendo 0,02 segundos o tempo mínimo de exposição e
0,05 o máximo (Figura 7). As radiografias foram reveladas em uma processadora
automática padrão.
As imagens radiográficas (Figura 8) foram então encaminhadas a Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista – UNESP,
Botucatu, SP, para serem digitalizadas através de um scanner de mesa e avaliadas
através do programa computacional Cromox
®
3.1 Vet, obtendo-se assim o resultado
5
Raicenter equipamentes radiológicos Ltda: www.raicenter.com.br
44
Figura 6 - Aparelho de raios-X da marca Omega
®
, modelo 100/100 T.
Figura 7 – Posicionamento para projeção crânio-caudal da região distal do
rádio e ulna. Distância foco-filme de 90 cm, quilovoltagem fixa 65
KVp e tempo de exposição entre 0,02 e 0,05 segundos.
45
Figura 8 – Radiografia da extremidade distal do membro torácico esquerdo de
um cão. Projeção crânio-caudal. Posicionado lateralmente ao
membro encontra-se uma escala densitométrica de alumínio
(“phanton”).
densitométrico de cada animal medidos em milímetros de alumínio (mmAl).
A região radiográfica avaliada pelo programa computacional foi a da metáfise
distal do rádio, 5 mm acima da cicatriz epifisária, utilizando-se da escala de alumínio
e dos tecidos moles, adjacentes à área avaliada, para comparação de densidade
óssea (Figuras 9 e 10). Foram realizadas três leituras consecutivas de cada região
avaliada para obtenção de um valor médio densitométrico.
Além dos exames radiográficos, os animais foram pesados no dia anterior ao
início do tratamento (T0) e ao final do tratamento (T1), com a finalidade de descartar
variações na densidade mineral óssea ocasionadas por alterações no peso corpóreo
dos animais.
46
Figura 9: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio. Fonte
Brinholi (2004).
Figura 10: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio: seleção da
área óssea a ser analisada (área retangular selecionada ao centro).
47
Figura 11: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio:
apresentação dos resultados.
3.5 A análise estatística
Os dados obtidos foram tabulados e receberam tratamento estatístico por
meio do programa SPSS
®6
(Statistical Package for Social Science), versão 14.0 para
Windows. Foram utilizados o teste de "t" pareado para a comparação das médias de
cada variável, nos diferentes tempos, dentro de cada grupo, e o teste "t" de Student
para a comparação das médias de cada variável nos diferentes tempos, entre os
grupos. Foi fixado o nível de significância de 5% para os testes estatísticos
Os animais submetidos ao experimento foram encaminhados a programas de
adoção.
6
SPSS Inc: www.spss.com/
4 RESULTADOS
As análises estatísticas das médias obtidas nos exames bioquímicos e
densitométrico, nos diferentes tempos de coletas, estão discriminados nos
Apêndices.
Os níveis séricos médios de proteínas totais e albumina foram 5,6 (± 2,1) g/dL
e 2,1 (± 0,5) g/dL respectivamente. As variações médias de proteínas totais só
apresentaram diferenças estatísticas em T4 (p=0,024), T3 (p=0,029) e T1 (p= 0,003),
respectivamente nos grupos G1, G2 e G3. As médias séricas de albumina
apresentaram variações significativas no G2 de T1 a T5 (p= 0,001), no G3 apenas
em T5 (p=0,022), e não variaram estatisticamente no G1. (Apêndices 4 a 6).
As médias dos exames séricos de cálcio total, cálcio iônico, fósforo, fosfatase
alcalina e fosfatase alcalina óssea foram: 9,6 (±2) mg/dL; 6,2 (±1,3) mg/dL; 4,4 (±1,1)
mg/dL; 47,6 (±31) U/L e 22,9 (±14,9) U/L.
Nas tabelas 3 a 5 são apresentadas as médias dos níveis séricos de cálcio
total, cálcio iônico, fósforo, fosfatase alcalina e fosfatase alcalina nos diferentes
tempos de coletas nos três grupos estudados, assim como suas análises estatísticas
através do teste “t” pareado dentro de cada grupo.
As figuras 12 a 13 mostram as oscilações das médias de cálcio total, cálcio
iônico, fósforo, fosfatase alcalina e fosfatase alcalina óssea durante os momentos
avaliados em G1, G2 e G3.
Tabela 3 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 1.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais tempos
de coletas (T1 a T5).
Cálcio Total (mg/dL) Cálcio Iônico (mg/dL) Fósforo (mg/dL)
Fosfatase Alcalina
(U/L)
Fosfatase Alcalina
Óssea (U/L)
Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p
T0 9,8 1,9 - 6,7 1,4 - 4,6 0,8 - 46,7 22,3 - 24,0 16,4 -
T1 9,1 1,9 0,606 5,9 1,2 0,376 3,8 1,1 0,048* 33,2 15,6 0,043* 16,4 9,1 0,088
T2 12,0 2,6 0,168 7,7 1,9 0,359 4,4 0,7 0,633 37,2 18,9 0,142 18,6 12,9 0,110
T3 10,7 2,1 0,161 6,6 1,2 0,792 3,8 1,6 0,108 53,1 30,4 0,335 24,9 16,9 0,717
T4 9,6 1,8 0,858 6,2 1,5 0,315 4,6 1,0 0,940 48,3 30,5 0,835 23,6 18,1 0,879
T5 9,1 0,9 0,521 5,6 0,8 0,130 5,1 1,7 0,417 50,3 43,5 0,858 19,8 11,1 0,279
* diferença significativa (p<0,05)
49
Tabela 4 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 2.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais tempos
de coletas (T1 a T5).
Cálcio Total (mg/dL) Cálcio Iônico (mg/dL) Fósforo (mg/dL)
Fosfatase Alcalina
(U/L)
Fosfatase Alcalina
Óssea (U/L)
Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p
T0 10,2 2,5 - 6,8 1,6 - 4,8 1,1 - 72,0 47,3 - 32,1 20,9 -
T1 7,7 1,7 0,127 5,3 1,4 0,184 4,0 0,9 0,002* 28,1 16,3 0,053 12,2 7,9 0,045*
T2 9,2 1,1 0,283 6,0 0,4 0,262 4,0 1,1 0,007* 49,1 32,7 0,071 22,3 14,8 0,081
T3 11,0 3,4 0,649 7,2 2,1 0,740 5,2 1,0 0,250 53,7 38,0 0,094 26,0 18,1 0,145
T4 9,8 1,0 0,781 6,3 0,5 0,569 4,6 1,1 0,247 55,9 36,7 0,169 27,9 17,9 0,229
T5 8,6 1,3 0,279 5,5 1,0 0,214 6,0 1,5 0,042* 38,7 30,8 0,028* 21,0 17,9 0,042*
* diferença significativa (p<0,05)
Tabela 5 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos do Grupo 3.
Comparativo entre o início do tratamento (T0) e os demais tempos
de coletas (T1 a T5).
Cálcio Total (mg/dL) Cálcio Iônico (mg/dL) Fósforo (mg/dL)
Fosfatase Alcalina
(U/L)
Fosfatase Alcalina
Óssea (U/L)
Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p Média ±DP p
T0 11,2 2,2 - 7,5 1,3 - 4,1 0,9 - 56,9 27,3 - 27,9 14,6 -
T1 9,8 0,2 0,210 6,4 0,4 0,144 3,4 0,7 0,078 30,3 11,5 0,015* 12,7 5,3 0,013*
T2 9,0 1,2 0,059 5,8 0,8 0,036* 3,8 0,3 0,345 36,9 14,3 0,024* 19,0 8,4 0,025*
T3 8,8 0,8 0,051 5,5 0,6 0,027* 4,0 0,5 0,797 56,5 44,0 0,970 27,5 19,0 0,952
T4 9,5 1,4 0,220 6,0 0,7 0,107 3,4 0,5 0,155 60,5 47,5 0,783 28,5 19,2 0,889
T5 7,5 1,2 0,005* 4,8 0,7 0,090 5,1 0,5 0,048* 50,1 19,2 0,500 28,0 11,2 0,969
* diferença significativa (p<0,05)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
T0 T1 T2 T3 T4 T5
TEMPOS
mg/dl
G1
G2
G3
Cálcionico
Fósforo
Cálcio Total
Figura 12 – Oscilações das médias de cálcio total, cálcio iônico e fósforo nos
grupos G1, G2 e G3, entre o momento inicial (T0) e o final do
tratamento (T5).
50
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
T0 T1 T2 T3 T4 T5
TEMPOS
U/L
G1
G2
G3
FAO
FA
Figura 13 – Oscilações das médias de fosfatase alcalina (FA) e fosfatase
alcalina óssea (FAO) nos grupos G1, G2 e G3, entre o momento
inicial (T0) e o final do tratamento (T5).
Na tabela 6 são apresentadas as médias obtidas na densitometria óptica em
imagem radiográfica e respectivas análises estatísticas entre T0 e T5, dentro dos
grupos experimentais, e, assim como a média do peso corpóreo dos animais, não
apresentou diferenças estatísticas (Apêndice 7).
Tabela 6 – Valores médios obtidos na densitometria óptica em imagem
radiográfica (mmAl) dos Grupo 1, 2 e 3. Comparativo entre o
momento inicial do tratamento (T0) e o momento final do
tratamento (T5).
MAD MAE
Média ±DP p Média ±DP p
TO 2,3 0,3 - 2,3 0,3 -
G1
T5 2,3 0,2 0,890 2,3 0,2 0,483
TO 2,2 0,3 - 2,1 0,2 -
G2
T5 2,2 0,2 0,410 2,2 0,2 0,403
TO 2,1 0,3 - 2,1 0,3 -
G3
T5 2,1 0,3 0,286 2,1 0,3 0,683
51
O teste “t” de Student, quando aplicado para a análise estatística entre os grupos,
revelou diferença significativa (p= 0,033) entre as médias de cálcio total de G1 e G2
no 7º dia de experimento (Tabela 7). Não houve nenhuma outra diferença estatística,
em qualquer outro momento, quando estes dois grupos foram avaliados.
Tabela 7 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 7º dia de tratamento (T2).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 5,89 1,84 5,20 0,70 0,408
Albumina (g/dL) 2,15 0,24 1,98 0,56 0,524
Cálcio total (mg/dL) 12,00 2,56 9,19 1,07
0,033*
Cálcio iônico (mg/dL) 7,72 1,92 6,02 0,36 0,059
Fósforo (mg/dL) 4,41 0,70 3,99 1,09 0,442
Fosfatase Alcalina (U/L) 37,18 18,85 49,06 32,75 0,459
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 18,55 12,87 22,29 14,79 0,650
* diferença significativa
(p<0,05)
Quando o mesmo teste foi aplicado entre G1 e G3, foram encontradas
diferenças estatísticas tanto nas médias de cálcio total, em T2 e T5, e cálcio iônico
em T2, quanto nas médias de fósforo, em T4 (Tabelas 8 a 10).
Tabela 8 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento (T3).
Grupo A Grupo C
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 5,89 1,84 5,49 0,71 0,634
Albumina (g/dL) 2,15 0,24 2,15 0,32 0,985
Cálcio total (mg/dL) 12,00 2,56 9,05 1,21
0,029*
Cálcio iônico (mg/dL) 7,72 1,92 5,80 0,81
0,048*
Fósforo (mg/dL) 4,41 0,70 3,78 0,30 0,068
Fosfatase Alcalina (U/L) 37,18 18,85 36,88 14,30 0,976
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 18,55 12,87 19,00 8,44 0,944
* diferença significativa
(p<0,05)
52
Tabela 9 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 14º dia de tratamento (T4).
Grupo 1 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 5,88 1,25 5,40 0,82 0,448
Albumina (g/dL) 2,18 0,29 2,31 0,37 0,511
Cálcio total (mg/dL) 9,64 1,79 9,55 1,41 0,921
Cálcio iônico (mg/dL) 6,16 1,49 6,00 0,71 0,817
Fósforo (mg/dL) 4,57 0,99 3,45 0,46
0,030*
Fosfatase Alcalina (U/L) 48,31 30,53 60,49 47,53 0,609
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 23,58 18,06 28,53 19,17 0,655
* diferença significativa
(p<0,05)
Tabela 10 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 20º dia de tratamento (T5).
Grupo 1 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 5,70 1,42 5,30 1,08 0,592
Albumina (g/dL) 2,28 0,44 2,15 0,40 0,614
Cálcio total (mg/dL) 9,10 0,94 7,47 1,21
0,026*
Cálcio iônico (mg/dL) 5,65 0,79 4,77 0,71 0,072
Fósforo (mg/dL) 5,10 1,74 5,11 0,50 0,995
Fosfatase Alcalina (U/L) 50,33 43,46 50,14 19,15 0,993
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 19,77 11,14 28,04 11,21 0,229
* diferença significativa
(p<0,05)
As análises do teste “t” de Student aplicadas sobre as médias de G2 e G3
mostraram diferenças estatísticas no cálcio total, em T1, e no fósforo durante T3 e
T4 (tabelas 11 a 13).
Tabela 11 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 4º dia de tratamento (T1).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 4,27 0,96 4,57 0,97 0,6018
Albumina (g/dL) 1,89 0,55 2,25 0,34 0,2119
Cálcio total (mg/dL) 7,73 1,66 9,80 0,21
0,0129*
Cálcio iônico (mg/dL) 5,31 1,44 6,35 0,40 0,1181
Fósforo (mg/dL) 4,03 0,92 3,39 0,66 0,1980
Fosfatase Alcalina (U/L) 28,12 16,28 30,33 11,54 0,7914
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 12,18 7,85 12,70 5,28 0,8963
* diferença significativa
(p<0,05)
53
Tabela 12 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento (T3).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 6,26 0,54 5,94 0,77 0,427
Albumina (g/dL) 1,91 0,73 2,24 0,40 0,353
Cálcio total (mg/dL) 11,04 3,45 8,82 0,79 0,156
Cálcio iônico (mg/dL) 7,17 2,13 5,54 0,59 0,102
Fósforo (mg/dL) 5,21 0,98 4,03 0,48
0,025*
Fosfatase Alcalina (U/L) 53,74 38,01 56,46 43,99 0,911
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 26,02 18,08 27,52 19,01 0,891
* diferença significativa
(p<0,05)
Tabela 13 – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 14º dia de tratamento (T4).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais (g/dL) 5,76 0,35 5,40 0,82 0,339
Albumina (g/dL) 2,09 0,44 2,31 0,37 0,387
Cálcio total (mg/dL) 9,81 1,00 9,55 1,41 0,715
Cálcio iônico (mg/dL) 6,29 0,51 6,00 0,71 0,438
Fósforo (mg/dL) 4,57 1,13 3,45 0,46
0,048
Fosfatase Alcalina (U/L) 55,90 36,65 60,49 47,53 0,855
Fosfatase Alcalina óssea (U/L) 27,95 17,86 28,53 19,17 0,957
* diferença significativa
(p<0,05)
As médias obtidas nos exames de densitometria óptica em imagem
radiográfica, não apresentaram diferenças significativas quando comparadas entre
os grupos estudados em T0 e T5, nem quando a interação entre os dois momentos
foi testada (Tabela 14)
54
Tabela 14 – Valores médios obtidos nos exames de densitometria óssea
(mmAL). Comparativo entre os grupos 1, 2 e 2 (G1, G2 e G3), no
momento inicial (T0), no momento final (T5) e entre o momento
inicial e o momento final (T0-T5).
Membro anterior direito Membro anterior esquerdo
Média ±DP p Média ±DP p
TO 2,3 0,3 0,705 2,3 0,3 0,379
T5 2,3 0,2 0,327 2,3 0,2 0,349
G1 - G2
T0-T5 - - 0,337 - - 0,173
TO 2,2 0,3 0,206 2,1 0,2 0,412
T5 2,2 0,2 0,263 2,2 0,2 0,360
G1 - G3
T0-T5 - - 0,071 - - 0,189
TO 2,1 0,3 0,392 2,1 0,3 0,924
T5 2,1 0,3 0,727 2,1 0,3 0,860
G2 - G3
T0-T5 - - 0,356 - - 0,837
55
5 DISCUSSÃO
A utilização do ultra-som terapêutico na reabilitação de humanos e animais
vem sendo estudada a várias décadas em diferentes tipos de tecidos orgânicos, in
vivo ou in vitro, por inúmeros autores (DUARTE; XAVIER, 1983; BECKER, 1985;
RYABY et al., 1987; CHARMAN, 1990; KITCHEN; PARTRIDGE, 1990; MACHADO,
1991; TSAI et al., 1992; BROMILEY, 1993, KOTTKE; LEHMANN, 1994; PAULA,
1994; LONGO, 1996; REHER et al., 1997, FAGANELLO; CARVALHO, 1999;
REHER et al., 1999; YUONG; 1998; MORAES, 1999; Ter HAAR, 1999;
FERNANDES, 2001; SPEDD,2001; SUN et al., 2001; NARUSE et al, 2003;
SILVEIRA, 2003; DOUAT, 2004; MOROS et al., 2004; LEITE, 2005; LIRANI;
LAZARETTI-CASTRO, 2005; SANTOS et al., 2005; WATSON, 2007), porém ainda
há uma busca por explicações técnicas e fisiológicas de sua capacidade de alterar o
metabolismo orgânico.
Quando os estudos do efeito do UST são voltados para o tecido o ósseo, a
procura é direcionada para seus efeitos no reparo e cicatrização de lesões ósseas
(REUTER et al., 1984; DYSON, 1990; TSAI et al., 1991; TSAI et al., 1992; TSAI et
al., 1992b; FAGANELLO; CARVALHO, 1999; DOUAT, 2004; LEITE 2005). Enquanto
que a presença do tecido ósseo sadio no caminho da irradiação de tecidos moles
ainda é motivo de preocupações (WELLS, 1977; NCRP, 1983; MOROS et al., 2004),
por conta de suas características de atenuação, absorção, reflexão e refração
(WELLS, 1977; NCRP, 1983; KITCHEN; PARTRIDGE, 1990; KOTTKE; LEHMANN,
1994; PAULA, 1994; LONGO, 1996; Ter HAAR, 1999; MOROS et al., 2004;) que são
acentuadas nas interfaces do tecido ósseo produzindo efeitos adversos (WELLS,
1977; NCRP, 1983; MOROS et al., 2004).
Os animais utilizados como modelo experimental, demonstraram ser ideais
neste estudo, tanto pelas semelhanças de determinadas patologias apresentadas
em cães e em humanos (RAISER, 2000), como pelas semelhanças anatômicas e
fisiológicas da região e tecidos estudados, permitindo assim a transposição dos
resultados obtidos com a medicina humana. Também a capacidade de adaptação à
rotina adotada e docilidade dos animais facilitou a aplicação da terapia e coleta das
amostras.
A freqüência, a intensidade e o modo de aplicação do UST utilizados no
56
estudo são os mais freqüentes quando do tratamento de lesões tendíneas
(RAMIREZ et al., 1997; ENWEMEKA; RODRIGUEZ; MENDOSA, 1990; SAINI et al,
2002; SILVEIRA 2003), as quais ocorrem principalmente nas extremidades distais
dos membros (VAUGHAN, 1979; BUTLER, 1985; KUMAR; SINGH; SHARMA, 1998),
desprovidas de cobertura muscular ou adiposa.
Ao contrário de Ryaby et al. (1989), Reher et al. (1997), Reher et al. (1999) e
Sun et al. (2001), que estudaram culturas celulares, o presente estudo trabalhou
com animais vivos, sem a realização de biópsias teciduais ou histomorfometrias,
apenas utilizando testes bioquímicos séricos para mensuração de marcadores de
formação óssea, e testes densitométricos para avaliação da densidade mineral
óssea.
Todos os testes realizados mostraram ser de fácil realização, não foram
invasivos e permitiram várias coletas de cada animal, sem interferir com a fisiologia
do mesmo, nem com os resultados obtidos. Foram de rápido processamento e
quando comparados com outros testes de mesma função, mostraram ter um custo
final reduzido. O que ratifica as afirmações de Allen (2003), Louzada, 1994, Vulcano
et al. (1997) e Costa (2002 e 2006).
Confirmando os resultados de Matos e Sant’ana (2007), o método da termo-
inativação para mensuração da fosfatase alcalina óssea mostrou-se simples e
relativamente eficiente como índice de formação óssea (Van STRAALENet al., 1991;
FARLEY; BAYLINK, 1995; VIEIRA, 1999)
As médias obtidas nos exames sorológicos de proteínas totais (5,6 ±2,1 g/dL),
cálcio total (9,6 ±2 mg/dL), fósforo (4,4 ±1,1 mg/dL) e fosfatase alcalina (47,6 ±31
U/L) mantiveram-se dentro dos parâmetros referenciais estabelecidos por Capen
(1985), Kaneko; Harvey; Bruss, (1997) e Gonzáles; Silva (2006), assim como as
médias de fosfatase alcalina óssea (22,9 ±14,9 U/L) (VIEIRA, 1999; SARAIVA;
LAZARETTI-CASTRO, 2002; DIAGNÓSTICOS, 2006). A média obtida no exame de
albumina (2,1 ±0,5 g/dL) ficou abaixo dos índices de referências, mesmo as médias
individuais sendo crescentes durante o experimento. Uma possível explicação para
isto é a origem destes animais (Centro de Controle de Zoonoses) e uma ração
comercial com baixos índices protéicos.
A média de cálcio iônico (6,2 ±1,3 mg/dL) ficou acima do índice de 52% (±
65%) do nível de cálcio total estabelecidos como valores de referência (CAPEN,
1985; ROSOL; CAPEN, 1997; VIEIRA, 2004).
57
As diferenças estatísticas encontradas nas avaliações dos níveis médios de
proteínas totais e albumina, que ocorreram principalmente nas médias de albumina
do G3 (Apêndices 4 a 6) não interferiram nos níveis de cálcio total, já que este não
variou estatisticamente senão no momento final (T5) do G3. Sendo que a média de
cálcio diminuiu enquanto houve um aumento nos níveis de albumina (Tabela 5,
Apêndice 6).
As oscilações nas médias séricas de cálcio total, cálcio iônico, fósforo,
fosfatase alcalina e fosfatase alcalina óssea (Figuras 12 e 13) seguiram um padrão
semelhante até o 4º dia de tratamento (T1) onde todos os níveis séricos
apresentaram queda, sendo significativas para fosfatase alcalina no G1, para a
fosfatase alcalina óssea no G2, e para ambas no G3. No G3 tanto a fosfatase
alcalina quanto a fosfatase alcalina óssea voltaram a oscilar estatisticamente no 7º
dia de tratamento (T2). O fósforo também diferiu significativamente no T1 para os
grupos 1 e 2 (Tabelas 3 a 5).
Estas oscilações foram diferentes das encontradas por Komneou et al. (2005).
Estes autores, estudando o processo cicatricial de fraturas em ossos longos,
encontraram um padrão proporcional e inverso das oscilações de fosfatase alcalina
quanto às variações de cálcio e fósforo, o que fisiologicamente encontra mais
suporte técnico, já que um aumento da atividade dos osteoblastos, verificados pelo
aumento da fosfatase alcalina, resulta em uma maior mineralização óssea com
conseqüente diminuição dos níveis séricos destes minerais (VIEIRA, 1999;
KLEEREKOPER, 2001; SEIBEL; LANG; GEILENKEUSER, 2001; NAKAGAWA et al.,
2005).
Sun et al. (2003) avaliando tecidos ósseos em culturas celulares tratados com
UST de baixa intensidade, e Douat (2004), que avaliou o UST pulsado em
osteotomias de ratos, encontraram aos sete dias de tratamento um aumento dos
níveis de fosfatase alcalina, contrariando os resultados achados no presente estudo.
Contudo, Leite (2005) avaliando a consolidação de fraturas em fíbulas de
ratos tratados com UST pulsado, encontrou resultados bioquímicos semelhantes aos
mostrados no presente estudo. Aos sete dias de avaliação, a autora encontrou uma
diminuição significativa dos níveis de fosfatase alcalina e cálcio sérico, o que atribuiu
ao UST pulsado como um efeito de modulão dos níveis sangüíneos destas
substâncias. Ainda em sua avaliação, a autora encontrou aos 14 dias um aumento
abrupto dos níveis de fosfatase alcalina mas níveis séricos normais de cálcio total
58
nos animais tratados. No presente trabalho, aos 14 dias de avaliação, apenas a
oscilação de cálcio iônico no G3 foi significativa, ainda apresentando uma diminuição
de valores em comparação com T0, diferindo dos resultados da autora.
Porém, quando as interações entre os diferentes grupos experimentais são
analisadas estatisticamente, aplicando o teste “t’ de Student, as diferenças nas
médias de fosfatase alcalina e fosfatase alcalina óssea não mais são encontradas,
porém aparecem diferenças significativas entre o cálcio total, cálcio iônico e fósforo
entre G1 e G3, e cálcio total e fósforo entre G2 e G3, mostrando que o tratamento
ultra-sônico em G3, produziu alterações metabólicas mais acentuadas,
possivelmente pela maior área irradiada – a irradiação foi feita nos dois membros
anteriores.
A densitometria óptica em imagem radiográfica mostrou-se fundamental para
a avaliação da estrutura mineral óssea (LOUZADA, 1994; LOUZADA et al., 1997;
VULCANO et al., 1997; VULCANO, 2001; RAHAL et al., 2002; BRINHOLI, 2004,
COSTA, 2002 e 2006). Mesmo não refletindo a dinâmica imediata que ocorre no
metabolismo ósseo, como sugerem Vieira (1999) e Allen (2003), suas análises
dentro de cada grupo (“t” pareado) e entre os grupos (“t” de Student), não
apresentaram variações estatísticas (Tabelas 6 e 14), mostrando que para o período
avaliado de 20 dias de tratamento de UST contínuo de 1 MHz, durante 5 minutos
não houve alterações na densidade óssea, não importando a dose aplicada (0,5 ou
1 W/cm
2
). Como após o 20º dia de aplicação, não há mais irradiação, ou seja, não
há mais estímulos sobre o tecido ósseo, pode-se supor que não haverá
modificações teciduais posteriores causadas pelo UST.
Os resultados obtidos na densitometria mineral óssea estudada, não
coincidem com os achados de Tsai et al. (1992); Reher et al. (1997), Reher et al.
(1999) e Faganello e Carvalho (1999). Apesar dos autores estudarem culturas
celulares ou cicatrização óssea, os mesmos afirmam que o UST contínuo em doses
maiores que 0,5 w/cm
2
é deletério ao tecido ósseo. Situação não encontrada com
nenhuma das doses utilizadas na presente pesquisa.
Com os resultados obtidos neste estudo, é possível afirmar que o UST de
1MHz, contínuo, em intensidades de 0,5 e 1 W/cm
2
por 5 minutos diários, durante 20
dias, interfere com o metabolismo dos minerais ósseos e atividade dos osteoblastos,
com reflexo nos níveis séricos de fosfatase alcalina óssea principalmente na
primeira semana de tratamento, mas nos parâmetros utilizados na pesquisa, estas
59
alterações de metabolismo não são suficientes para causar alterações ou danos
sensíveis à densidade óssea.
Aliado a estes resultados, o fato de que durante o experimento nenhum
animal mostrou desconforto, sinais de queimaduras, ou reação de dor aos
tratamentos efetuados, como os relatados por Bromiley (1993), Paula (1994) e
Santos et al. (2005), permite afirmar que o modo, a freqüência e as intensidades
ultra-sônicas aplicadas neste estudo são seguras ao tecido ósseo, quando utilizadas
para tratamento de lesões em tecidos moles em áreas com eminências ósseas ou
desprovidas de cobertura muscular. Junto a essa afirmação, sugere-se que estudos
semelhantes ao desenvolvido, adicionados de exames para marcadores de
reabsorção óssea e excreção urinária de cálcio, sejam aplicados com o intuito de
elucidar melhor as alterações metabólicas ocorridas no tecido ósseo.
60
6 CONCLUSÃO
Na vigência dos resultados obtidos e para os parâmetros utilizados no
presente experimento, é pertinente concluir que:
- o metabolismo dos osteoblastos e dos minerais ósseos é afetado pelo ultra-
som, especialmente na primeira semana de aplicação;
- a densidade mineral óssea não é afetada pelas ondas ultra-sonoras, não
importando a dose utilizada, 0,5 ou 1 W/cm
2
;
- a utilização do ultra-som terapêutico em regiões ósseas desprovidas de
cobertura pode ser utilizada com segurança;
- novos estudos utilizando marcadores bioquímicos de reabsorção óssea
devem ser conduzidos para melhor elucidar as alterações metabólicas no tecido
ósseo, geradas pelas ondas ultra-sônicas.
61
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69
APÊNDICES
70
Apêndice A – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 1. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5).
Proteínas Totais (g/dL) Albumina (g/dL)
Média ±DP p Média ±DP p
TO 5,5 1,0 - 1,6 0,4 -
T1 5,9 1,3 0,350 2,0 0,6 0,295
T2 5,9 1,8 0,356 2,1 0,2 0,080
T3 6,2 1,8 0,225 2,3 0,4 0,080
T4
5,9
1,3 0,024* 2,2 0,3 0,064
T5 5,7 1,4 0,443 2,3 0,4 0,092
* diferença significativa (p<0,05)
Apêndice B – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 2. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5).
Proteínas Totais (g/dL) Albumina (g/dL)
Média ±DP p Média ±DP p
TO 5,1 0,9 - 1,9 0,4 -
T1 4,3 1,0 0,146 1,9 0,5 0,888
T2 5,2 0,7 0,795 2,0 0,6 0,306
T3
6,3
0,5 0,029* 1,9 0,7 0,901
T4 5,8 0,3 0,130 2,1 0,4 0,094
T5 6,0 0,6 0,087
2,1
0,4 0,022*
* diferença significativa (p<0,05)
Apêndice C – Valores médios obtidos nos exames de proteínas totais e
albumina do Grupo 3. Comparativo entre o início do tratamento
(T0) e os demais tempos de coletas (T1 a T5).
Proteínas Totais (g/dL) Albumina (g/dL)
Média ±DP p Média ±DP p
TO 6,0 0,8 - 1,7 0,5 -
T1
4,6
1,0 0,003*
2,2
0,3 0,001*
T2 5,5 0,7 0,125
2,1
0,3 0,016*
T3 5,9 0,8 0,790
2,2
0,4 0,004*
T4 5,4 0,8 0,141
2,3
0,4 0,002*
T5 5,3 1,1 0,138
2,2
0,4 0,001*
* diferença significativa (p<0,05)
71
Apêndice D – Valores médios do peso corpóreo dos animais (Kg) dos Grupo
1, 2 e 3. Comparativo entre o momento inicial do tratamento (T0) e
o momento final do tratamento (T5).
Média ±DP p
TO 12,7 5,6 -
G1
T5 12,5 5,0 0,627
TO 12,9 3,6 -
G2
T5 12,9 3,6 0,981
TO 12,5 4,0 -
G3
T5 12,2 2,5 0,713
Apêndice E: Tela do programa computacional Cromox 3.1 Vet
®
para análise da
densidade mineral óssea da extremidade distal do rádio: calibração
da escala de alumínio (“phanton”).
72
Apêndice F – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no momento anterior ao início
do tratamento (T0).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,51 1,01 5,05 0,95 0,434
Albumina 1,58 0,45 1,87 0,35 0,232
Cálcio total 9,75 1,92 10,17 2,52 0,757
Cálcio iônico 6,70 1,40 6,79 1,63 0,925
Fósforo 4,61 0,80 4,81 1,07 0,715
Fosfatase Alcalina 46,65 22,30 72,04 47,32 0,262
Fosfatase Alcalina óssea 24,02 16,43 32,12 20,86 0,472
Apêndice G – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no momento anterior ao início
do tratamento (T0).
Grupo 1 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,51 1,01 6,01 0,79 0,369
Albumina 1,58 0,45 1,71 0,49 0,638
Cálcio total 9,75 1,92 11,22 2,25 0,252
Cálcio iônico 6,70 1,40 7,48 1,34 0,347
Fósforo 4,61 0,80 4,12 0,88 0,339
Fosfatase Alcalina 46,65 22,30 56,91 27,31 0,492
Fosfatase Alcalina óssea 24,02 16,43 27,85 14,59 0,678
Apêndice H – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no momento anterior ao início
do tratamento (T0).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,05 0,95 6,01 0,79 0,087
Albumina 1,87 0,35 1,71 0,49 0,519
Cálcio total 10,17 2,52 11,22 2,25 0,461
Cálcio iônico 6,79 1,63 7,48 1,34 0,438
Fósforo 4,81 1,07 4,12 0,88 0,250
Fosfatase Alcalina 72,04 47,32 56,91 27,31 0,513
Fosfatase Alcalina óssea 32,12 20,86 27,85 14,59 0,690
73
Apêndice I – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no quarto dia de tratamento
(T1).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,89 1,34 4,27 0,96 0,0367*
Albumina 1,97 0,56 1,89 0,55 0,8258
Cálcio total 9,15 1,92 7,73 1,66 0,2023
Cálcio iônico 5,92 1,19 5,31 1,44 0,4395
Fósforo 3,82 1,06 4,03 0,92 0,7326
Fosfatase Alcalina 33,21 15,63 28,12 16,28 0,5924
Fosfatase Alcalina óssea 16,38 9,15 12,18 7,85 0,4134
Apêndice J – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no quarto dia de tratamento
(T1).
Grupo 1 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,89 1,34 4,57 0,97 0,0794
Albumina 1,97 0,56 2,25 0,34 0,3218
Cálcio total 9,15 1,92 9,80 0,21 0,4284
Cálcio iônico 5,92 1,19 6,35 0,40 0,4246
Fósforo 3,82 1,06 3,39 0,66 0,4134
Fosfatase Alcalina 33,21 15,63 30,33 11,54 0,7239
Fosfatase Alcalina óssea 16,38 9,15 12,70 5,28 0,4131
Apêndice L – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no sétimo dia de tratamento
(T2).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,20 0,70 5,49 0,71 0,481
Albumina 1,98 0,56 2,15 0,32 0,541
Cálcio total 9,19 1,07 9,05 1,21 0,838
Cálcio iônico 6,02 0,36 5,80 0,81 0,551
Fósforo 3,99 1,09 3,78 0,30 0,659
Fosfatase Alcalina 49,06 32,75 36,88 14,30 0,423
Fosfatase Alcalina óssea 22,29 14,79 19,00 8,44 0,646
74
Apêndice M – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 11º dia de tratamento (T3).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 6,20 1,84 6,26 0,54 0,939
Albumina 2,34 0,45 1,91 0,73 0,247
Cálcio total 10,69 2,10 11,04 3,45 0,838
Cálcio iônico 6,63 1,19 7,17 2,13 0,599
Fósforo 3,79 1,57 5,21 0,98 0,091
Fosfatase Alcalina 53,08 30,45 53,74 38,01 0,974
Fosfatase Alcalina óssea 24,85 16,85 26,02 18,08 0,910
Apêndice N – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 3 (G3) no 11º dia de tratamento (T3).
Grupo 1 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 6,20 1,84 5,94 0,77 0,759
Albumina 2,34 0,45 2,24 0,40 0,696
Cálcio total 10,69 2,10 8,82 0,79 0,068
Cálcio iônico 6,63 1,19 5,54 0,59 0,072
Fósforo 3,79 1,57 4,03 0,48 0,733
Fosfatase Alcalina 53,08 30,45 56,46 43,99 0,880
Fosfatase Alcalina óssea 24,85 16,85 27,52 19,01 0,802
Apêndice O – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 14º dia de tratamento (T4).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,88 1,25 5,76 0,35 0,827
Albumina 2,18 0,29 2,09 0,44 0,710
Cálcio total 9,64 1,79 9,81 1,00 0,843
Cálcio iônico 6,16 1,49 6,29 0,51 0,847
Fósforo 4,57 0,99 4,57 1,13 1,000
Fosfatase Alcalina 48,31 30,53 55,90 36,65 0,705
Fosfatase Alcalina óssea 23,58 18,06 27,95 17,86 0,683
75
Apêndice P – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) no 20º dia de tratamento (T5).
Grupo 1 Grupo 2
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 5,70 1,42 6,02 0,57 0,621
Albumina 2,28 0,44 2,08 0,41 0,433
Cálcio total 9,10 0,94 8,57 1,29 0,433
Cálcio iônico 5,65 0,79 5,48 0,99 0,756
Fósforo 5,10 1,74 5,99 1,46 0,360
Fosfatase Alcalina 50,33 43,46 38,66 30,84 0,603
Fosfatase Alcalina óssea 19,77 11,14 20,95 17,85 0,893
Apêndice Q – Valores médios obtidos nos exames bioquímicos. Comparativo
entre o grupo 2 (G2) e o grupo 3 (G3) no 20º dia de tratamento (T5).
Grupo 2 Grupo 3
Média ± DP Média ± DP p
Proteínas totais 6,02 0,57 5,30 1,08 0,177
Albumina 2,08 0,41 2,15 0,40 0,757
Cálcio total 8,57 1,29 7,47 1,21 0,159
Cálcio iônico 5,48 0,99 4,77 0,71 0,186
Fósforo 5,99 1,46 5,11 0,05 0,191
Fosfatase Alcalina 38,66 30,84 50,14 19,15 0,456
Fosfatase Alcalina óssea 20,95 17,85 28,04 11,21 0,429
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