Nessa época, as tecnologias eletrônicas, informáticas e cibernéticas
impregnam crescente e generalizadamente todas as esferas da sociedade
nacional e mundial; e de modo particularmente acentuado as estruturas de
poder, as tecnoestruturas, os think-tanks, os lobbies, as organizações
multilaterais e as corporações transnacionais, sem esquecer as corporações
da mídia. Esse pode ser o clima em que se forma, impõe e sobrepõe o
Príncipe Eletrônico, sem o qual seria difícil compreender a teoria e a prática
da política na época da globalização (IANNI, 2003, p.143).
Enquanto que, para Maquiavel o príncipe é uma pessoa, uma figura política, líder
ou condotierre, para Gramisci, o moderno príncipe é uma organização, mais especificamente
o partido político, Ianni (2003) informa que o Príncipe Eletônico ultrapassa os descortinos e
atividades dessas figuras clássicas da política.
... é uma entidade nebulosa e ativa, presente e invisível, predominante e
ubíqua, permeando continuamente todos os níveis a sociedade, em âmbito
local, nacional, regional e mundial. É o intelectual coletivo e orgânico das
estruturas e blocos de poder presentes, predominantes e atuantes em escala
nacional, regional e mundial, sempre em conformidade com os diferentes
contextos socioculturais e político-econômicos desenhados no novo mapa do
mundo (Idem, 2003, p.148).
A mídia é um dos elementos que permeia os diversos setores da sociedade e
retrata o que acontece no mundo. Este é exposto, constantemente, através de intelectuais
como jornalistas, fotógrafos, cineastas entre outros, que enriquecem e democratizam o espaço
midiático. Não se pode deixar de enfatizar o papel que a mídia tem de manipulação da
consciência, portanto, os meios técnicos como rádio, cinema, televisão, disco, CD, fax,
internet e outros, também podem ser chamados de técnicas sociais.
Faz-se necessário discutir essa temática para apresentar as diferentes faces da
tecnologia na sociedade vigente. Esses meios técnicos também impregnaram, organizaram e
dinamizaram o século XX. Estão inseridos nas relações sociais e promovem a comunicação
de indivíduos. O Príncipe eletrônico é o arquiteto da “ágora eletrônica” na qual todos estão
representados, refletidos, defletidos ou figurados, sem o risco da convivência nem da
experiência. (IANNI, 2003, p.155)
Todos os elementos que compõem essa nova realidade tecnológica influenciam da
mesma forma que os príncipes de Gramisci e Maquiavel influenciaram. É através dessas
tecnologias que os líderes políticos, a religião, os indivíduos, passam a atuar além dos
partidos , sindicatos e outros. O ouvinte o expectador recebem as informações de forma