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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA E INVENTÁRIO DE DIVERSIDADE DAS
COMUNIDADES DE MACRÓFITAS EM CINCO LAGOAS TROPICAIS:
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA, BIOMASSA E MACROINVERTEBRADOS
ASSOCIADOS
KATIA SENDRA TAVARES
ORIENTADORA: PROF
A.
DR
A.
ODETE ROCHA
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Ecologia e Recursos Naturais do
Centro de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de São
Carlos, como parte dos requisitos
para a obtenção do título de
Doutor em Ciências, área de
concentração em Ecologia e
Recursos Naturais.
SÃO CARLOS – SP
2007
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
T231cl
Tavares, Katia Sendra.
Caracterização limnológica e inventário de diversidade
das comunidades de macrófitas em cinco lagos tropicais :
composição florística, biomassa e macroinvertebrados
associados / Katia Sendra Tavares . -- São Carlos :
UFSCar, 2007.
132 f.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2007.
1. Limnologia. 2. Diversidade biológica. 3. Plantas
aquáticas. 4. Mudanças climáticas. 5. Fauna associada. I.
Título.
CDD: 551.48 (20
a
)
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Katia Sendra Tavares
CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA E INVENTÁRIO DE DIVERSIDADE DAS
COMUNIDADES DE MACRÓFIT AS EM CINCO LAGOAS TROPICAIS: COMPOSIÇÃO
FLORÍSTICA, BIOMASSA E MACROINVERTEBRADOS ASSOCIADOS
Tese apresentada à Universidade Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências.
Aprovada em 11 de maio de 2007
BANCA EXAMINADORA
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Presidente
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Profa. Dra. Odete Rocha
(Orientadora)
1° Examinador
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Prof. Drl José'GaÍízia Tundisi
PPG' ERN/UFSCar
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~oã')Júá;es Soares
~ PPG ERNIUFSCar
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.
Prof. Df. Antonio Fernando Monteiro Camargo
UNESP/Rio Claro-SP
2° Examinador
Examinador
Examinador
.~
Prof. Dr! Marcelo Pom'peo
USlP/São Paulo-SP
Aos meus pais,
Ilka e Sebastião
Eu caminho entre os homens como entre fragmentos do futuro:
desse futuro que perscruto.
E toda a minha arte e objetivo é unificar e manter unido
o que é fragmento e enigma e tenebroso acaso.
E como eu poderia suportar ser um homem,
se o homem não fosse também poeta e leitor de enigmas e redentor do acaso?
Redimir o passado e transformar todo 'foi' em um 'eu quis assim' - somente isto
eu chamaria de redenção.
F. Nietzsche
Os ideais que iluminaram o meu caminho
foram a bondade, a beleza e a verdade.
Albert Einstein
AGRADECIMENTOS
À orientadora Odete Rocha, pelos valiosos incentivos no empreendimento de idéias
e projetos. Pela orientação na realização deste e de muitos trabalhos. Pela paciência apoio e
compreensão. Pelo exemplo e pelas oportunidades proporcionadas, que foram fundamentais
para o meu crescimento pessoal e profissional. Pela grande amizade ao longo de tantos anos;
Ao Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais;
Ao Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) – USFCar, pela
disponibilização de apoio técnico e estrutural, para a execução de todas as etapas deste
trabalho;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela concessão
de bolsa de estudos durante o período de vigência do doutorado;
Aos Programas PROBIO e PRONEX, do Ministério do Meio Ambiente, pelo apoio
técnico e financiamento das pesquisas;
Ao Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), à Administração do
Parque Estadual do Rio Doce (PERD) e à Companhia Agrícola Florestal (CAF), em Minas
Gerais pela infra-estrutura e facilidades cedidas durante as coletas de campo;
À professora Maria Inês Salgueiro Lima, pelo auxílio profissional e pela amizade;
À Prof
a.
Susana Trivinho Strixino, pelo auxílio na identificação dos
macroinvertebrados;
À Prof
a.
Angélica Penteado Dias, pelo auxílio na identificação dos insetos terrestres;
Ao colega de trabalho João Durval Arantes Júnior, pelas análises de biovolume e a
grande ajuda na finalização deste trabalho;
Aos amigos José Valdecir de Lucca, Airton Santo Soares, Alcídio Culósio Filho,
pela grande ajuda nas coletas de campo, no processamento das amostras, nas análises de
laboratório e no desenvolvimento de outras muitas atividades;
Aos colegas do DEBE, Magno, Ana Lúcia, Roberta, Patrícia, Denise, Fernanda,
Rafael, Fabio e Elisa pela amizade, companheirismo e momentos de descontração. Pela
grande ajuda na análise das amostras e material de laboratório, fundamentais para a realização
deste trabalho;
À minha grande amiga Maria Alice, eterna companheira de ideais, projetos e sonhos.
Pela ajuda, pelo incentivo, pela força em todos os momentos. Pela grande amizade;
Ao grande Steevens, pela eterna amizade e companheirismo ao longo de tantos anos;
Aos meus grandes amigos Irene, Alex, Ana Cláudia, Fabinho, Ana Carolina e Tereza
que estiveram sempre presentes, proporcionando incentivo durante os bons e maus momentos.
À Isabel, Luciana e família, pela amizade sincera, os conselhos valiosos e o grande
incentivo de vida.
Aos meus eternos amigos Sylvia, Roberto, Marcinha, Guto, Thiago e Lu. Pela força,
carinho, incentivo e paciência. Pelo apoio psicológico, pelos momentos de descontração e
pelo companheirismo. Amigos que tiveram importância fundamental na finalização deste
trabalho e estarão para sempre no coração;
Aos colegas de curso e de república, Ana, Priscila, Magda, Helena, Mário, Eduardo,
Mateus, Paulo e Renner, pela força e pela amizade;
A todos que de alguma maneira estiveram presentes influenciando a realização deste
trabalho;
Aos meus irmãos, Erika e Leonardo, pelo enorme carinho, companheirismo, e
amizade;
Aos meus queridos pais, pelo apoio constante. Pela compreensão e pelo amor que
tenho recebido durante toda a vida.
RESUMO
No presente estudo cinco lagoas tropicais localizadas no estado de Minas Gerais foram
estudadas quanto às principais características físicas e químicas da água, à composição
florística e biomassa das macrófitas e quanto à composição da fauna de macroinvertebrados
associados aos bancos de macrófitas. A metodologia adotada foi a de rápidos inventários de
diversidade aquática, dentro da concepção “AquaRAP”. Quatro lagoas pertencentes ao
sistema lacustre do Médio Rio Doce (Lagoas Carioca, Verde, Águas Claras e Almécega)
foram amostradas no período chuvoso (dezembro de 2003) e no período de seca (maio de
2004). A Lagoa dos Tropeiros, localizada nas Áreas Alagadas de refluxo do rio Piumhi, um
rio transposto da bacia do Rio Grande para a Bacia do Rio São Francisco, foi amostrada em
outubro de 2006, início da estação chuvosa. As lagoas do Vale do Médio rio Doce tiveram
elevada transparência da água (Secchi variando de 2,0 a 2,9m), baixa condutividade da água
(20 a 38 µScm
-1
), pH variando de ligeiramente ácido a ligeiramente básico (6,22 a 8,39), e
bem oxigenadas (3,92 a 7,83 mg/L). Em dezembro de 2003 todas as lagoas encontravam-se
mesotróficas (P total variando de 17,38 a 21,62µg/L). Em maio de 2004 as lagoas Verde,
Águas Claras e Almécega encontravam-se oligotróficas (P total entre 13,14 a 14,11 µg/L). A
lagoa dos Tropeiros, foi classificada como mesotrófica (P total variando de 23,2 a 45,4 µg/L),
pH variando de neutro a básico (7,0 a 9,2), moderada condutividade (39,6 a 54,7 µScm
-1
) e
concentrações de oxigênio variando de baixas a moderadas (1,5 a 6,1mg/L). A ocorrência do
evento El-Niño nos anos de 2002 e 2003 alterou o regime pluviométrico na região do Vale do
Médio Rio Doce, levando a uma redução de quase 40% da precipitação anual, com marcante
diminuição no nível dos lagos. Como conseqüência a riqueza de macrófitas foi bastante
reduzida, com um total de 20 espécies de macrófitas. Por outro lado, elevada riqueza de
macrófitas foi registrada na Lagoa dos Tropeiros, com um total de 28 espécies. Entre as
lagoas do Vale do Médio Rio Doce não se verificou relação entre a quantidade de biomassa
por unidade de área e o tamanho das lagoas, nem entre a quantidade de biomassa o estado
trófico das mesmas. Em todas as cinco lagoas estudadas a fauna de macro-invertebrados
associados às macrófitas foi constituída predominantemente por representantes de Diptera da
família Chironomidae, corroborando um padrão amplamente difundido em águas doces. Foi
observada uma relação linear positiva entre a biomassa das macrófitas e a biomassa de
macroinvertebrados associados. A lagoa dos Tropeiros, apesar de inventariada uma única vez
teve maior riqueza de táxons, maior densidade e maior biomassa de macro-invertebrados
associados às macrófitas, sendo possivelmente um sítio de alta diversidade para ambas as
comunidades, macrófitas e macro-invertebrados associados. Foi obtida uma relação linear
positiva entre a biomassa das macrófitas e a biomassa dos macro-invertebrados associados
entre os pontos amostrados na Lagoa dos Tropeiros.
ABSTRACT
In the present study five tropical lakes located in Minas Gerais State were studied. The
methodology followed the scheme of rapid inventories of aquatic diversity as used in the
“AquaRAP” Program. Four lakes belonging to the Lacustrine System of the Middle Rio
Doce Valley (Carioca, Verde, Águas Claras e Almécega) were sampled in the rainy
(December 2003) and dry (May 2004). Tropeiros Lake located in the wetlands of Piumhi
River backwaters, a River formerly belonging to Rio Grande basin, but that had its course
changed to São Francisco basin, was sampled in October 2006, at the beginning of the rainy
season. The lakes of the Middle Rio Doce Valley had high water transparency (Secchi Disk
readings varying from 2.0 to 2.9m), low water conductivity (20 to 38 µScm
-1
), pH slightly
acid to slightly alkaline (6.2 8,4) and well oxygenated (3.9 to 7.8 mg/L). All lakes were
mesotrophic in December, 2003 (Total P varying from 17.38 to 21.62µg/L), but oligotrophic
in May, 2004, except Lake Carioca which was mesotrophic. Tropeiros Lake was found to be
mesotrophic at the sampling time. Total P varying from 23.2 a 45.4 µg/L) pH varying from
neutral to alkaline (7.0 to 9.2), moderate water conductivity (39.6 to 54.7 µScm
-1
) and oxygen
concentrations varying from low to moderate (1.5 a 6.1mg/L). The occurrence of a El-Niño
event in the years of 2002 and 2003 altered the regional pluviometric regime in the region of
the Valley of the Middle Rio Doce, MG, causing almost 40% reduction of the total annual
precipitation, with a marked decrease of the lakes water level. As a consequence, macrophyte
communities richness was low, with a total of 20 species of macrophytes only. On the other
hand a high species richness was observed in Tropeiros Lake, with a total of 28 species
registered. Among the studied lakes in the Middle Rio Doce Valley no relationship was found
between the biomass of macrophytes per unity area and the size of the lakes nor between the
amount of biomass and the trophic state of the lakes. In all five lakes studied the
macroinvertebrates communities associated with macrophytes were mainly constituted by
Chironomidae (Diptera) a pattern found in freshwaters world wide. A linear positive
relationship was found between the macrophyte biomass and the associated
macroinvertebrates biomass in Tropeiros Lake. Tropeiros Lake, although inventoried once
had a higher macrophyte taxa richness, higher macrophyte biomass and higher associated
macroinvertebrates biomass, probably representing a hot-spot of diversity for both,
macrophytes and associated macroinvertebrates communities.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1:
Localização geográfica e principais características morfométricas de quatro
lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, ordenadas por área............................
18
TABELA 2:
Coordenadas geográficas e principais características morfométricas da Lagoa
dos Tropeiros, Piumhí, MG.................................................................................
27
TABELA 3:
Critérios de classificação trófica para o Índice de Estado Trófico (IET),
segundo Carlson (1977), modificado por Toledo Jr. et al. (1983)......................
28
TABELA 4:
Totais anuais de precipitação pluviométrica para a região de do Vale do
Médio Rio Doce, para o período de 2001 a 2006................................................
32
TABELA 5:
Valores das variáveis físicas e químicas medidas na sub-superfície, no meio
dos bancos de macrófitas em cada ponto de amostragem, na região litorânea
de quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, em dezembro de 2003
(período chuvoso) e maio de 2004 (período seco)..............................................
34
TABELA 6:
Valores médios de transparência da água (profundidade do desaparecimento
visual do disco de Secchi), concentração de nutrientes, valor do Índice de
Estado Trófico (IET) e a classificação quanto ao estado trófico (ET) para as
quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, amostradas em dezembro de
2003 (período chuvoso) e maio de 2004 (período seco).....................................
37
TABELA 7:
Totais anuais de precipitação para a região de pluviométrica em Piumhí, MG,
em área próxima à Lagoa dos Tropeiros, para o período de 2001 a 2006...........
40
TABELA 8:
Valores das variáveis físicas e químicas medidas em 16 pontos de
amostragem na lagoa dos Tropeiros, MG, em outubro de 2006.........................
40
TABELA 9:
Valores de transparência da água,concentração de nutrientes, valor do índice
de estado trófico (IET) e a classificação quanto ao estado trófico (ET) para 16
pontos amostrados na lagoa dos Tropeiros, região de refluxo do rio Piumhi,
MG, em outubro de 2006.....................................................................................
42
TABELA 10:
Espécies de macrófitas aquáticas registradas em quatro lagoas do Vale do
médio Rio Doce (MG), em ordem alfabética, em dois períodos de
amostragem, dezembro de 2003 (verão chuvoso) e maio de 2004 (outono
seco), agrupadas por família e gênero/espécie, seguidas do hábito (forma de
vida) no ambiente aquático..................................................................................
44
TABELA 11:
Espécies de macrófitas registradas em cada uma das quatro lagoas estudadas
no Vale do Médio Rio Doce (MG), em dezembro de 2003 (período chuvoso)
e maio de 2004 (período seco).............................................................................
45
TABELA 12:
Distribuição espacial das espécies de macrófitas aquáticas na Lagoa dos
Tropeiros, MG.....................................................................................................
47
TABELA 13:
Espécies de macrófitas aquáticas registradas na Lagoa dos Tropeiros em
agrupadas por família e gênero/espécie, seguidas do hábito (forma de vida) no
ambiente aquático................................................................................................
56
TABELA 14:
Distribuição espacial de macrófitas aquáticas na Lagoa dos tropeiros, MG.......57
TABELA 15:
Ocorrência das espécies de macrófitas nas cinco lagoas estudadas. As lagoas
Carioca, Verde, Águas Claras e Almécega, no Vale do Médio Rio Doce foram
inventariadas em dezembro de 2003 e em maio de 2004, enquanto a Lagoa
dos Tropeiros, em Piumhi, MG, foi inventariada em outubro de 2006...............
65
TABELA 16:
Lista das espécies registradas e suas respectivas freqüências de presença (em
porcentagem) nos lagos amostrados no vale do Médio Rio Doce (MG), em
dezembro de 2003, período chuvoso...................................................................
66
TABELA 17:
Lista das espécies registradas e suas respectivas freqüências de presença (em
porcentagem) nos lagos amostrados no vale do Médio Rio Doce (MG), em
maio de 2004, período seco.................................................................................
67
TABELA 18:
Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas aquáticas
amostradas em diferentes pontos em quatro lagoas do Vale do Médio Rio
Doce, MG, em dezembro de 2003 (período chuvoso).........................................
69
TABELA 19:
Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas aquáticas
amostradas em diferentes pontos em quatro lagoas do Vale do Médio Rio
Doce, MG, em maio de 2004 (período seco).......................................................
69
TABELA 20:
Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em
cada ponto amostrado na Lagoa Carioca, MG, em dois períodos (dezembro de
2003, período chuvoso e maio de 2004, período
seco).....................................................................................................................
70
TABELA 21:
Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em
cada ponto amostrado na Lagoa Verde, MG, em dois períodos (dezembro de
2003, período chuvoso e maio de 2004, período
seco).....................................................................................................................
71
TABELA 22:
Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em
cada ponto amostrado na Lagoa Águas Claras, MG, em dois períodos
(dezembro de 2003, período chuvoso e maio de 2004, período seco)................
71
TABELA 23:
Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em
cada ponto amostrado na Lagoa Almécega, MG, em dois períodos (dezembro
de 2003, período chuvoso e maio de 2004, período seco)...................................
72
TABELA 24:
Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas, para cada ponto
amostrado na Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, em outubro de 2006.............
73
TABELA 25:
Composição taxonômica (grandes grupos) e densidade numérica de
invertebrados bentônicos associados às macrófitas aquáticas (numero de
indivíduos/0,5 m
2
) em diferentes pontos de amostragem nas Lagoas Verde e
Carioca, MG, em maio de 2004...........................................................................
74
TABELA 26:
Composição taxonômica e densidade numérica de invertebrados bentônicos
associados às macrófitas aquáticas (numero de indivíduos/0,5 m
2
) nos
diferentes pontos de amostragem da Lagoa dos Tropeiros, MG, em outubro de
2006.....................................................................................................................
78
TABELA 27:
Biomassa de macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas na lagoa
dos Tropeiros, Piumhí, MG, amostrados em outubro de 2006............................
88
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1:
Localização da região do Vale do médio Rio Doce em Minas Gerais e a área
do Parque Estadual do Rio Doce (adaptado de Mello, 1997). Abaixo a
imagem de satélite da região, indicando a localização das lagoas estudadas......
19
FIGURA 2:
Figura esquemática das quatro lagoas estudadas na região do Vale do médio
Rio Doce em Minas Gerais, mostrando o número e a localização dos pontos
de amostragem.....................................................................................................
20
FIGURA 3:
Vista geral da Lagoa Carioca, localizada no Parque Estadual do Rio Doce
(PERD), município de Marliéria, MG.................................................................
21
FIGURA 4:
Vista geral da Lagoa Verde, localizada em área da Companhia Agrícola
Florestal (CAF), no Vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG........
21
FIGURA 5:
Vista geral da Lagoa Águas Claras, localizada m área da Companhia Agrícola
Florestal no vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG.....................
22
FIGURA 6:
Vista geral da Lagoa Almécega, localizada em área da Companhia Agrícola
Florestal no vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG.....................
22
FIGURA 7:
Localização do Rio Piumhi na Bacia do Rio Grande e do Ribeirão Sujo na
Bacia do Rio São Francisco antes de 1958. (Fonte: Moreira Filho, 2004)..........
23
FIGURA 8:
Canalização do Rio Piumhi para o Ribeirão sujo após o enchimento da represa
de Furnas e construção do Dique de Capitólio, em 1963....................................
24
FIGURA 9:
Imagem de satélite mostrando a localização da Lagoa dos Tropeiros na região
de refluxo do rio Piumhí, MG..............................................................................
25
FIGURA 10:
Imagem de satélite mostrando a Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, próximo
ao canal de transposição e ao antigo leito do rio Piumhí, bem como a
localização dos pontos de coleta..........................................................................
26
FIGURA 11:
Amostrador utilizado para a coleta dos macroinvertebrados associados às
macrófitas.............................................................................................................
30
FIGURA 12:
Variação mensal de precipitação pluviométrica no Vale do Médio rio Doce,
Estação Pluviométrica de Dionísio, MG, para o período de 2001 a 2006...........
33
FIGURA 13:
Variação da precipitação pluviométrica em Piumhí, MG, em área próxima à
Lagoa dos Tropeiros, para o período de 2001 a 2006..........................................
39
FIGURA 14:
Comparação da riqueza de espécies de macrófitas aquáticas em quatro lagoas
do Vale do médio Rio Doce (MG), em dois períodos de amostragem.
Dezembro de 2003 (verão chuvoso) e maio de 2004 (outono seco)....................
46
FIGURA 15:
Bancos de macrófitas aquáticas amostrados na Lagoa Carioca, no Parque
Estadual do vale do Médio rio Doce, município de Marliéria, MG, na
amostragem realizada em dezembro de 2003......................................................
48
FIGURA 16:
Bancos de macrófitas aquáticas amostrados na Lagoa Verde, localizada em
área da Companhia Agrícola Florestal no Vale do Médio rio Doce, município
de Marliéria, MG, na amostragem realizada em dezembro de 2003...................
48
FIGURA 17:
Bancos de macrófitas amostrados na Lagoa Águas Claras, em área da
Companhia Agrícola Florestal no vale do Médio rio Doce, município de
Dionísio, MG, na amostragem realizada em dezembro de 2003.........................
49
FIGURA 18:
Bancos de macrófitas amostrados na Lagoa Almécega, em área da Companhia
Agrícola Florestal no vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG, na
amostragem realizada em dezembro de 2003......................................................
50
FIGURA 19:
Lagoa Carioca durante um período mais seco (A), mostrando margem
densamente colonizada por Mayaca fluviatilis e durante um período de maior
precipitação (B), onde o mesmo trecho de margem aparece totalmente coberto
pela água, tornando a comunidade de Mayaca fluviatilis totalmente submersa.
(C): Exemplares de Nymphoides indica, em trecho de margem não coberto
pela água. (D): Trecho de margem da lagoa carioca, colonizado pela espécie
emersa Bulbostilis capilaris.................................................................................
52
FIGURA 20:
Sequência de anomalias de temperatura, como desvios da temperatura média
dos oceanos em graus Celsius (escala em cores) durante o evento do El Niño
de 2002-2003.......................................................................................................
54
FIGURA 21:
Vista geral da Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, em outubro de 2006.............59
FIGURA 22:
Vista geral dos bancos de macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG,
amostrados quantitativamente em outubro de 2006.............................................
60
FIGURA 23:
Habenaria repens na Lagoa dos Tropeiros , Piumhí, MG, em outubro de 2006.
Exemplar no ambiente, crescendo sobre bancos de outras espécies de
macrófitas (a), planta inteira (b) e detelhe da flor (c)..........................................
61
FIGURA 24:
Riqueza de espécies de macrófitas em quatro lagoas do Vale do Médio Rio
Doce, MG, inventariadas em dezembro de 2003 e em maio de 2004, e na
Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG inventariada em outubro de 2006.................
63
FIGURA 25:
Dendrograma de similaridade em relação à composição de espécies de
macrófitas de quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, inventariadas
em dezembro de 2003 e maio de 2004 e a Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG,
inventariada em outubro de 2006.........................................................................
64
FIGURA 26:
Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às
macrófitas na Lagoa Carioca, MG, no período de maio de 2004........................
83
FIGURA 27:
Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às
macrófitas na Lagoa Verde, MG, no período de maio de 2004...........................
84
FIGURA 28:
Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às
macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, MG, no período de outubro de 2006..........
84
FIGURA 29:
Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da
fauna de macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes
pontos amostrados na Lagoa Carioca, Vale do Médio Rio Doce, em maio de
2004................................................………………………………………….....
86
FIGURA 30:
Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da
fauna de macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes
pontos amostrados na Lagoa Verde, Vale do Médio Rio Doce, em maio de
2004......................................................................................................................
86
FIGURA 31:
Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da
fauna de macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes
pontos amostrados na Lagoa dos Tropeiros, MG, em outubro de 2006..............
87
FIGURA 32:
Relação entre a biomassa de macroinvertebrados associados às macrófitas e a
biomassa das macrófitas por unidade de área, (g/m2 de peso seco) na lagoa
dos Tropeiros, Piumhí, MG, amostrados em outubro de 2006............................
89
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................
1.1. SISTEMAS LACUSTRES BRASILEIROS........................................................................
1.2. COMUNIDADES DE MACRÓFITAS ...............................................................................
1.3. COMUNIDADES DE MACROINVERTEBRADOS.............................................................
1.4.
ASSOCIAÇÃOES DE MACROINVERTEBRADOS E MACRÓFITAS AQUÁTICAS.............
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................
2.1.
OBJETIVO GERAL.......................................................................................................
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................
2.3. HIPÓTESES..................................................................................................................
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................
3.1. ÁREA DE ESTUDO........................................................................................................
3.1.1. Lagoas do Vale do Médio Rio Doce ............................................................
3.1.2. Sistema Lacustre da Região de Transposição do Rio Piumhi...................
3.1.2.1.
Lagoa dos Tropeiros (Rio Piumhí).....................................................
3.2.
CRONOGRAMA DE COLETAS......................................................................................
3.3.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO.............................................................................
3.3.1. Medidas de Variáveis Limnológicas............................................................
3.3.2. Amostragem e Análises das Macrófitas......................................................
3.3.3. Análise da Fauna de Macroinvertebrados Associada às Macrófitas.......
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................
4.1.
CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA............................................................................
4.1.1. Lagoas do Vale do Médio rio Doce..............................................................
4.1.1.1. Climatologia – Precipitação Pluviométrica.................................................
1
1
3
5
10
14
14
14
15
16
16
16
23
26
27
27
27
28
30
32
32
32
32
4.1.1.2. Características Físicas e Químicas da Água nas Lagoas do Vale do
Médio Rio Doce.........................................................................................
4.1.2. Lagoa dos Tropeiros.....................................................................................
4.1.2.1. Climatologia – Precipitação Pluviométrica.................................................
4.1.2.2. Características Físicas e Químicas da Água na Lagoa dos Tropeiros.........
4.2. INVENTÁRIO FLORÍSTICO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE MACRÓFITAS
AQUÁTICAS...............................................................................................................
4.2.1. Lagoas do Médio rio Doce............................................................................
4.2.2. Lagoa dos Tropeiros.....................................................................................
4.3. COMPARAÇÃO DA RIQUEZA E SIMILARIDADE NA COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA DA
COMUNIDADE DE MACRÓFITAS ENTRE AS LAGOAS................................................
4.4. PRESENÇA DE ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NAS LAGOAS ESTUDADAS.....
4.5. BIOMASSA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS .................................................................
4.5.1. A Biomassa das Macrófitas nas Lagoas do Vale do Médio Rio Doce......
4.5.2. A Biomassa das Macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, Pântano do Rio
Piumhi..........................................................................................................
4.6. COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA DA FAUNA ASSOCIADA ÀS MACRÓFITAS ...................
4.6.1. Lagoas do médio rio Doce............................................................................
4.6.2. Fauna Associada às Macrófitas na Lagoa dos Tropeiros .........................
4.7. ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS PRINCIPAIS GRUPOS TAXONÔMICOS EM TRÊS DAS
LAGOAS ESTUDADAS
.................................................................................................
4.8. DOMINÂNCIA E EQUITATIVIDADE NA COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS
ASSOCIADOS ÀS MACRÓFITAS.................................................................................
34
38
38
40
43
43
55
63
66
68
68
73
73
73
77
82
85
4.9. BIOMASSA DE MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS ASSOCIADOS ÀS
MACRÓFITAS NA LAGOA DOS TROPEIROS, MG......................................................
5. CONCLUSÕES...................................................................................................................
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................
ANEXO 1: Dados Climatológicos..........................................................................................
ANEXO 2: Variáveis Físicas e Químicas da Água em Quatro Lagoas do Vale do
Médio Rio Doce, MG, e na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG....................
ANEXO 3: Cálculos de Biovolume e de Biomassa dos Macroinvertebrados Associados
às Macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG.....................................
ANEXO 4: Valores de Abundância Relativa dos Macroinvertebrados Bentônicos em
Duas lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, (Lagoas Carioca e Verde)
e para a Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG...................................................
ANEXO 5: Valores de Biomassa de Macrófitas Aquáticas e de Biomassa de
Macroinvertebrados Associados e da razão entre estas variáveis,
na lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG..............................................................
ANEXO 6: Relação entre a Biomassa das Macrófitas e a Área dos Lagos.......................
ANEXO 7: Imagens de algumas das espécies de macrófitas aquáticas e de
macroinvertebrados associados a estas no presente estudo..........................
88
90
92
103
104
121
127
129
130
131
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. SISTEMAS LACUSTRES BRASILEIROS
Em toda a história da humanidade o estabelecimento das civilizações esteve em
grande parte relacionado com a sua proximidade a corpos d’água, uma vez que a água doce é
uma importante fonte primária de recursos. Nas sociedades modernas, seu uso está associado
principalmente à produção de alimentos e às atividades industriais (Tundisi, 2003; Pompêo &
Moschini-Carlos, 2003).
O funcionamento de rios e lagos é fortemente dependente e regulado por sua área de
drenagem (Wetzel, 2000). Ações antrópicas como o uso, a ocupação do entorno e
principalmente grandes intervenções nos sistemas aquáticos podem alterar a qualidade da
água e influenciar toda a ecologia desses ambientes, acarretando efeitos inesperados para o
ecossistema.
A formação dos lagos brasileiros está relacionada, na maioria dos casos, a processos
erosivos e sedimentológicos de rios, do mar e das águas pluviais (Trindade, 1984, Schaffer,
1985). Segundo Esteves (1988), além da atividade geológica, a extensa rede hidrográfica é
responsável pela maioria dos lagos brasileiros, podendo estes serem agrupados em 5 grupos:
lagos Amazônicos; lagos do Pantanal Matogrossense; lagos e lagunas costeiras; lagos
formados ao longo de rios de médio e grande porte; e lagos artificiais como represas e açudes.
2
Um sistema lacustre diferenciado, no Brasil é aquele existente na depressão
interplanáltica do Vale do Médio rio Doce, onde existem cerca de 160 lagos com
profundidades variando desde 30m até lagoas rasas e pantanosas como menos de 1m de
profundidade, não conectados à planície de inundação do rio. Estes lagos, formados no
quaternário, há cerca de 8.000 a 10.000 anos, originaram-se do barramento dos paleo-vales de
afluentes no antigo curso do Rio Doce e de subseqüentes períodos de enchimento e
abaixamento no nível d’água, sob grandes flutuações no balanço hídrico regional ao longo do
Holoceno (Meis & Tundisi, 1997)
No Brasil, a maioria os lagos são relativamente rasos, sendo dificilmente registradas
profundidades superiores a 20m (Esteves, 1988). Em decorrência disso, a região litorânea dos
ecossistemas de água doce é particularmente rica em espécies, tanto da flora quanto da fauna
e das comunidades microbianas. A alta diversidade observada nesta região é decorrente em
parte de um efeito de borda, tendo em vista que se trata do ecótone dos dois sistemas, o
aquático e o terrestre circundante; decorre ainda de uma maior heterogeneidade e
variabilidade nos fatores ambientais oferecendo uma ampla diversidade de nichos a serem
ocupados. Nesta região as macrófitas desempenham um papel fundamental para o
funcionamento do sistema (Howard-Williams & Lenton, 1975, Esteves, 1998). Além de
contribuírem com uma elevada taxa de produção primária, atuam como fonte de alimento e de
matéria orgânica, sendo também importantes na ciclagem de nutrientes e como fornecedoras
de habitats e de locais para o abrigo de diversas espécies animais.
Alguns fenômenos naturais como o acúmulo de matéria orgânica e a deposição de
sedimentos transportados por afluentes são os principais fatores relacionados ao processo de
desaparecimento dos lagos no decorrer do tempo, visto que numa escala geológica estes não
são permanentes (Wetzel, 1981).
3
Diversos autores têm ressaltado a importância da utilização racional dos recursos
hídricos brasileiros, enfatizando a necessidade de pesquisas sobre o metabolismo dos
ecossistemas aquáticos como base para o controle da qualidade da água e para a recuperação
de ecossistemas degradados (Esteves, 1988; Saijo & Tundisi, 1997; Tundisi & Barbosa, 1995;
Tundisi, 2003)
Neste contexto, coletas periódicas de dados e levantamentos de espécies visando o
melhor conhecimento e o monitoramento dos sistemas aquáticos constituem importantes
ferramentas para verificar modificações, avaliar a qualidade da água e contribuir com
propostas de preservação, controle de uso e recuperação do ambiente (Tundisi, 2003; Pompêo
& Moschini-Carlos, 2003).
1.2. COMUNIDADES DE MACRÓFITAS
As macrófitas aquáticas são, em sua grande maioria, vegetais superiores que
retornaram ao ambiente aquático, motivo pelo qual apresentam grande capacidade de
adaptação a diferentes tipos de ambientes (Esteves, 1988).
As macrófitas constituem um grupo heterogêneo e bastante diversificado nas águas
doces, compreendendo representantes de numerosas famílias de Pteridófitas e de
Angiospermas (mono e dicotiledôneas) adaptados à vida aquática. Apresentam grandes
variações morfológicas, dependendo do tipo de habitats que ocupam e de seus variados modos
de vida, sejam flutuantes, submersas ou emergentes.
As macrófitas têm sido importantes na história da humanidade desde tempos remotos,
desempenhando papel de destaque na alimentação humana. Devido ao alto teor de proteínas,
4
óleos e amido, as sementes, os rizomas e os frutos são as partes mais utilizadas para este fim.
O hábito de alimentar-se se sementes de macrófitas aquáticas é muito antigo. No Egito
Antigo, sementes de macrófitas aquáticas com folhas flutuantes eram transformadas em
farinha para a fabricação de pães e a espécie Cyperus papyrus teve grande importância não só
para a alimentação, mas também no desenvolvimento da escrita. Atualmente na China, Índia e
parte da África, várias espécies de macrófitas aquáticas são cultivadas para consumo,
principalmente como salada. Cultivada por chineses e indianos há mais de 7.000 anos, a
macrófita aquática mais importante na história da alimentação humana é a Oryza sativa,
conhecida como arroz, e atualmente presente na dieta de mais de 50% da população mundial.
No Brasil, as espécies mais utilizadas, depois do arroz, são o agrião (Nasturtium spp.) e o
inhame (Dioscorea spp.) (Esteves 1988).
Em diversos países macrófitas aquáticas têm sido utilizadas na indústria, para a
obtenção de celulose e como matéria prima na construção civil e em atividades artesanais.
Macrófitas aquáticas também apresentam alto valor ornamental, desempenhando importante
papel na história cultural de muitos povos orientais (Piedade & Junk, 2000).
Nos ecossistemas aquáticos continentais brasileiros, as extensas áreas ocupadas por
macrófitas aquáticas desempenham papel central na dinâmica desses ecossistemas.
Devido à sua íntima relação com o sistema, a presença de determinadas espécies de
macrófitas pode, muitas vezes ser indicadora do estágio sucessional, assim como do estado
trófico dos ambientes aquáticos. Como exemplo, pode-se citar o caso das espécies
Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes stratiotes que ocorrem em grande número em
ambientes eutrofizados, isto é, ambientes cujos corpos d’água encontram-se enriquecidos por
nutrientes, e da espécie Typha domingensis que quando ocupa grande parte do lago é
indicadora de assoreamento e estágio final da sucessão hidrárquica, quando o sistema passa de
aquático para o sistema terrestre de pântano.
5
Algumas espécies, por requererem altas concentrações de nutrientes, vêm sendo
utilizadas com sucesso na recuperação de rios e lagos poluídos (Notare, 1992; Salati et al.,
1998).
No Brasil ainda são necessários estudos básicos como o de identificação de
organismos, sendo a taxonomia uma ferramenta de fundamental importância para o
conhecimento da fauna e da flora associadas aos diferentes sistemas aquáticos (Pompêo &
Moschini-Carlos, 2003).
Os inventários florísticos e as avaliações quantitativas dos produtores primários
constituem uma importante ferramenta para o monitoramento da integridade dos
ecossistemas. A manutenção da diversidade biológica e dos processos funcionais em
ecossistemas de água doce depende de um conhecimento aprofundado de seus componentes
específicos. Engelhardt & Ritchie (2002), estudaram a influência da riqueza de macrófitas nos
processos relacionados aos ecossistemas aquáticos, enfatizando a importância da preservação
das espécies. Pompêo e Moschini-Carlos (2003), ressaltam que o número de trabalhos
publicados relacionados a macrófitas no Brasil é muito baixo, lembrando que cerca de 6,5%
do território nacional é coberto por áreas alagáveis (550.000 Km
2
).
Um levantamento bibliográfico feito por Pompêo & Moschini-Carlos (2003) mostrou
que grande parte das pesquisas sobre macrófitas na região sudeste do Brasil foram
desenvolvidas em reservatórios, principalmente no estado de São Paulo (Esteves, 1982;
Esteves e Barbieri, 1983; Menezes et al.,1993; Petracco, 1985; Meyer, 1996, Luciano &
Henry, 1998; Pompêo & Henry, 1997, 1998; Pompêo et al. 1997, 1999a, b, c, 2001), onde
estes são os corpos de água lênticos predominantes, já que lagos naturais são raros.
6
1.3. COMUNIDADES DE MACROINVERTEBRADOS
Entre as comunidades que habitam os ecossistemas aquáticos, a comunidade de
macroinvertebrados é uma das mais diversificadas, contendo representantes de quase todo filo
do reino animal, desde os protozoários até macroinvertebrados de grandes dimensões e alguns
vertebrados (Wetzel, 1981).
Os macroinvertebrados são importantes componentes dos ecossistemas aquáticos,
sendo difícil estimar sua importância na alimentação de diversos animais. Esses organismos
participam de um grande número de cadeias alimentares e ocupam diferentes níveis tróficos
dentro das cadeias, representado em muitos casos o principal item alimentar de vários
organismos aquáticos, especialmente dos peixes (Margalef, 1983). Como alimento, eles são
essenciais para a sobrevivência de peixes, anfíbios, répteis, aves e outros animais que
forrageiam-se (consomem) dessa comunidade, em especial a comunidade de insetos aquáticos
tanto em seus estágios terrestres quanto aquáticos (McCafferty, 1983).
As larvas de insetos destacam-se como um dos principais grupos de
macroinvertebrados constituintes da epifauna associada às macrófitas, sendo geralmente
encontradas em grande quantidade. Muitas permanecem associadas a este substrato, durante
parte do seu ciclo de vida, como por exemplo: Diptera, Ephemeroptera, Plecoptera, Odonata,
Hemiptera, Coleoptera, Neuroptera e Trichoptera, enquanto outros nele permanecem por toda
a vida, como os representantes dos filos Platyhelminthes, Nematoda, Anellida e Mollusca,
entre outros.
As populações de macroinvertebrados são influenciadas por um complexo de fatores
bióticos e abióticos, assim como pela interação entre eles. Esses fatores frequentemente
determinam a estrutura da comunidade que se estabelece. Entre os fatores mais relevantes,
destacam-se a natureza do substrato, a profundidade, as flutuações do nível da água, a
7
concentração de oxigênio dissolvido, a variação do potencial hidrogeniônico, o grau de trofia,
a competição entre as diferentes populações e as pressões de predação (Esteves, 1988) sendo
que alterações nesses fatores podem interferir na distribuição e abundância dos organismos
(Saether, 1979; Warnick, 1992).
Durante muito tempo a comunidade bentônica e a epifauna associada às macrófitas foi
pouco estudada nos ecossistemas de água doce das regiões tropicais, principalmente devido às
dificuldades de amostragem e identificação dos organismos (Esteves, 1988). Na última
década, no entanto, particularmente no estado de São Paulo, extensos inventários destas
comunidades têm sido realizados, no escopo do Programa Biota FAPESP (Correia &
Trivinho-Strixino, 1998; Melo & Froehlich, 2001; Salles et al., 2003; Roque et al., 2004;
Bispo & Froehlich, 2004).
É fundamental que a sociedade tenha conhecimento das conseqüências geradas pelo
uso e alterações dos ambientes naturais. Tais distúrbios podem levar a efeitos, a curto ou a
longo prazo, e até mesmo a mudanças irreversíveis não só da qualidade da água mas dos
próprios ecossistemas aquáticos. Por causa disso, nas últimas décadas estudos têm sido
realizados para verificar os efeitos da perturbação nos recursos hídricos e para aumentar nosso
conhecimento sobre o papel das comunidades de organismos aquáticos no funcionamento dos
ambientes naturais.
Organismos aquáticos que podem ser afetados por uma alteração ou atividade são
frequentemente analisados como parte importante de estimativas e estudos de impactos. Estes
estudos deveriam ser feitos antes da transformação de rios em reservatórios (represamento),
antes da construção de sistemas de irrigação, da implantação de fábricas que irão despejar
componentes tóxicos em rios ou lagos, atividades de mineração ou desmatamento, ou mesmo
da utilização de agrotóxicos sobre florestas ou alagados. Medidas da riqueza e da diversidade
8
de espécies de insetos aquáticos e suas relações com as variáveis físicas e químicas dos
ambientes, proporcionam índices muito úteis que servem de base para esses estudos.
Insetos aquáticos e organismos bentônicos nos sistemas aquáticos são também
monitorados a fim de se avaliar os efeitos que as mudanças na qualidade da água causam
sobre a vida aquática.
Os insetos aquáticos são importantes na dieta de muitos peixes. Por serem de certa
forma responsáveis pela conversão do material vegetal e detritos em tecido animal nos
ecossistemas de água doce, eles são de enorme importância para as cadeias alimentares nesses
sistemas estando relacionados à “produtividade” de peixes. Dessa forma, o grau em que um
ambiente aquático é capaz de suportar populações de peixes está, em parte, diretamente
relacionado com a abundância relativa de certos insetos aquáticos. Um manejo eficiente da
comunidade de peixes depende de estudos integrados que incluam a entomologia aquática.
Outra importante influência sobre a comunidade de peixes são os insetos aquáticos
predadores. Ninfas de Odonata, Hemiptera, Coleoptera e outras, atacam prontamente larvas de
peixes ou mesmo peixes pequenos. Embora esse tipo de predação seja de pequena
importância quando comparado a outros fatores, não deixa de ser um componente a ser
considerado (Fregadolli, 1996).
Também é importante mencionar o papel de muitos organismos aquáticos como
vetores de doenças que tiveram grande impacto sobre a humanidade. Entre elas podem ser
destacadas a malária, a febre amarela, a esquistossomose, a encefalite, e outras. Muitas destas
doenças têm vetores intermediários frequentemente associados aos habitats litorâneos nas
águas doces (Rebouças, 2002; Tundisi, 2003)
Outro fator que tem despertado uma grande preocupação em todo o mundo com
relação aos ambientes aquáticos é a introdução acidental ou deliberada de espécies invasoras,
sejam alóctones (oriundas de outras bacias hidrográficas) ou espécies exóticas (oriundas de
9
outros continentes) nos ecossistemas naturais Aparentemente a extinção de muitas espécies
pode estar associada à ocorrência de espécies invasoras.
Ambientes de água doce são particularmente sujeitos à invasões por espécies exóticas,
uma vez que a dispersão é facilitada pelo próprio fluxo de água, migração de aves e outros
fatores naturais.
Entre os vertebrados, o grupo de peixes destaca-se com relação à introdução de
espécies exóticas, apresentando graves conseqüências em diferentes partes do mundo (Zaret
& Paine,
1973). Um dos grandes desastres ecológicos do último século foi a significativa
redução na diversidade e as modificações na estrutura da fauna de peixes dos grandes lagos
africanos (Miller, 1989).
Dessa forma, a introdução de espécies exóticas em ambientes lacustres e as
conseqüentes alterações nas cadeias alimentares devem ocasionar impactos relevantes na
produtividade destes sistemas e pelo efeito cascata de níveis tróficos superiores sobre os
inferiores (top down effect), podem também ocasionar alterações nas comunidades
individuais.
As comunidades epifíticas e bentônicas também têm sido alvo de grandes perturbações
relacionadas à introdução de espécies exóticas. Nas últimas décadas, o aperfeiçoamento dos
meios de transporte marítimo e a ampliação das hidrovias têm facilitado a dispersão de
moluscos que são transportados a diferentes continentes, seja pela água de lastro ou por
incrustação no casco das embarcações. Este tem sido o caso de muitas espécies invasoras que
se tornaram pragas fora de suas áreas de distribuição natural. Entre alguns casos conhecidos
estão o mexilhão zebra (Dreissena polimorpha) o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) e
Melanoides tuberculata, um gastrópode da família Thiaridae. (Avelar et al., 2004; Darrigran
& Pastorino, 1995; Mansur et al., 2003; Mansur et al., 2004)
10
Tanto Limnoperna fortunei como Melanoides tuberculata já são consideradas espécies
invasoras nas águas doces brasileiras. Ambas possuem grande capacidade migratória e ampla
tolerância a condições ambientais adversas, estabelecendo-se facilmente em diferentes tipos
de ambientes (Darrigran et al., 2000; Suriani et al., 2007; França et al., 2007).
1.4. ASSOCIAÇÃOES DE MACROINVERTEBRADOS E MACRÓFITAS AQUÁTICAS
As macrófitas aquáticas desempenham um importante papel como substrato e local de
refúgio para muitas espécies de invertebrados aquáticos. A distribuição de muitas espécies de
macroinvertabrados está freqüentemente associada a diversas espécies de macrófitas. Alguns
grupos apresentam preferências, sendo encontrados em associação com determinadas espécies
de plantas aquáticas (Dvorak & Best, 1982).
Mudanças não somente na composição, mas também na abundância, diversidade e
distribuição das comunidades de macroinvertebrados aquáticos em ambientes lênticos estão
relacionadas à composição, biomassa, riqueza de espécies e distribuição das comunidades de
macrófitas aquáticas (McLachlan, 1969). Tal fato pode ser explicado pela atuação das
macrófitas como local de refúgio, proteção contra predadores e substrato para deposição de
ovos e também como fornecedoras de alimento direta e indiretamente, além de promoverem
microambientes de águas mais lênticas que são preferidos por algumas espécies de
invertebrados (Brown & Lodge, 1993).
Mudanças na distribuição e densidade e composição das comunidades de
macroinvertebrados associados a macrófitas são muito dependentes da área colonizada pelo
perifíton, da natureza química da planta (Harrod, 1964), da morfologia da planta, incluindo
11
número e tipo de folhas (Rosini, 1955), da fenologia das espécies (Dvorak & Best, 1982), do
tipo de vegetação, emersa ou submersa e tipo de raiz (Krecker, 1939).
Ao estudar a fauna associada às macrófitas, os moluscos gastrópodos são de
freqüente ocorrência. Recentemente tem despertado a atenção dos pesquisadores a invasão da
espécie exótica Melanoides tuberculata, um Gastropoda de origem asiática que tem
rapidamente invadido as águas doces em todo o mundo.
Melanoides tuberculata apresenta uma grande longevidade, capacidade de manter
densidades populacionais elevadas por longos períodos de tempo, crescimento rápido e taxa
de mortalidade baixa, reprodução do tipo partenogenética e são ovovivíparos (Bedê, 1992).
Esta espécie compete por espaço e alimento com outros gastrópodos (Bedê, 1992), tendo sido,
por isso, introduzido em muitos ambientes aquáticos brasileiros com o objetivo de controle
biológico de Biomphalaria spp. (Planorbidae), transmissor da esquistossomose. (Abílio,
2002). Entretanto, a densidade elevada de macrófitas em muitos ambientes pode reduzir o
efeito competitivo, possibilitando a coabitação desses gastrópodes (Bedê, 1992).
Junior, 1999, encontrou a espécie Melanoides tuberculata em dois lagos pertencentes
ao Parque Estadual do Rio Doce (MG), sendo estes mais abundantes em áreas com muita
atividade humana, onde a vegetação original da margem foi removida. Lucca & Rocha
(2006), registraram a ocorrência desta espécie em 19 de 20 lagos amostrados, neste mesmo
sistema.
Sabe-se que em lagos e lagoas, é muito provável que a preferência de habitats dos
macroinvertebrados está muito relacionada às características da vegetação. (Scheffer et al.,
1984)
O uso da água, poluição, canalização, desmatamento, e represamentos são somente
algumas das ameaças aos habitats e áreas úmidas associadas no mundo todo (Petts, 1990;
Allan & Flecker, 1993; Boon, 2000). Nossa habilidade em manejar estes sistemas dependerá
12
do conhecimento dos organismos, dos seus padrões de distribuição e das interações bióticas e
abióticas. O uso e manejo integrado ou a estratégia de conservação devem levar em conta os
padrões de distribuição espacial.
O aumento exponencial da população mundial e em conseqüência os crescentes
impactos antrópicos, devido a fatores como: o avanço da fronteira-agrícola, o aumento dos
sistemas viários, a poluição e a eutrofização generalizada dos recursos hídricos e as mudanças
climáticas globais, há sérios riscos de que ao final deste século ocorra uma perda considerável
de biodiversidade no planeta (Ministério do Meio Ambiente, 2003, Marengo, 2006).
Modelos computacionais baseados no crescente aumento das emissões de gases do
efeito estufa (GEE), indicam a possibilidade de impactos climáticos globais significativos
para os próximos 100 anos. Existe ainda muita incerteza com relação às possíveis mudanças
na precipitação pluviométrica e também quanto às modificações na freqüência de eventos
climáticos extremos, porém, as alterações mais significativas esperadas para o Brasil são: o
aumento de temperatura, modificações nos padrões de chuvas e alterações na distribuição de
eventos climáticos extremos tais como as secas, inundações, penetração de frentes frias,
geadas, tempestades severas, vendavais, granizo, etc. As evidências científicas mais recentes
apontam para uma intensificação da variabilidade climática associada aos eventos El Nino e
La Niña em função do aumento do efeito estufa (Nobre, 2001).
Os investimentos em inventários de biodiversidade e o número de pessoas capacitadas
para a realização destes inventários são insuficientes e há pouca esperança de que se mapeie a
diversidade biológica antes que grandes perdas se concretizem.
Na última década, uma nova abordagem nos levantamentos de biodiversidade tem
sido adotada, visando mapear rapidamente as áreas de maior diversidade, a qual tem sido
aplicada em ecossistemas aquáticos tropicais principalmente da América do Sul. Trata-se do
AquaRAP (Rapid Assessment Program ou Programa de Avaliação Rápida de Ecossistemas
13
Aquáticos), implementada por uma equipe multinacional e multidisciplinar de pesquisadores
Barbosa & Callisto, 2001; Chernoff, et al. 2001; Magalhães, 2001; Melo, 2001; Chernoff et
al., 2004).
O AquaRAP é uma colaboração entre a Conservation International e o Field Museum
de Chicago tendo como principal objetivo determinar o valor biológico e o estado de
conservação de ecossistemas de água doce tropicais para imediatamente disponibilizar os
resultados, assim como recomendações a importantes tomadores de decisão, como
autoridades governamentais, conservacionistas, cientistas e agências internacionais de
financiamento. As recomendações poderão ser implementadas por organizações
governamentais e privadas como programas efetivos de conservação da biodiversidade.
As expedições do AquaRAP visam mapear a heterogeneidade dos habitats, realizar
um inventário preliminar dos organismos que os caracterizam e correlacioná-lo com o grau de
integridade do ecossistema e com sua capacidade em manter importantes recursos biológicos
e processos ecológicos. Dessa forma, as bacias hidrográficas são identificadas como unidades
naturais de conservação que incorporam processos físico-químicos e biológicos, críticos para
a manutenção da biodiversidade. Seus resultados revelam o valor biológico de regiões pouco
conhecidas, cuja destruição poderia significar o desaparecimento de espécies importantes e
novas, sem que o homem sequer tomasse conhecimento de sua existência.
Esta é provavelmente uma abordagem que deverá ser cada vez mais adotada no
futuro, visando explorar e monitorar a biodiversidade do maior número de ecossistemas, ainda
que os inventários não sejam completos, devido às variações sazonais e inter-anuais na
ocorrência de algumas espécies.
14
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo ecológico das comunidades de macrófitas e macroinvertebrados
associados a estas em lagos naturais do Sudeste brasileiro, dentro da concepção de
levantamentos rápidos de biodiversidade (AquaRAP), visando ampliar o conhecimento
ecológico sobre as mesmas e contribuir para a preservação da biodiversidade aquática no
território nacional.
2.2.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Caracterizar limnológicamente cinco lagos naturais no sudeste brasileiro, quanto às
principais características físicas e químicas da água e suas relações com o clima regional e a
estação do ano no período de estudo.
- Avaliar a composição florística e a biomassa da comunidade de macrófitas nos
sistemas lacustres selecionados.
- Analisar a composição e a abundância das comunidades de macroinvertebrados
associados às comunidades de macrófitas nos sistemas lacustres selecionados.
- Avaliar o possível efeito de mudanças climáticas (El Niño) sobre a riqueza das
macrófitas nos lagos selecionados para este estudo.
15
2.3. HIPÓTESES
- A riqueza de espécies das macrófitas aquáticas nos algos naturais do sudeste
brasileiro varia de acordo com o estado trófico do ecossistema, sendo menor nos sistemas
mais eutrofizados;
- Em anos de El Niño, em que a precipitação pluviométrica for menor, ocorrerá
diminuição da riqueza das macrófitas.
- Existe uma relação positiva entre a quantidade de biomassa por unidade de área e o
tamanho das lagoas;
- Existe uma relação direta entre a quantidade de biomassa o estado trófico das lagoas;
- Há um aumento da biomassa da fauna associada com o aumento da biomassa de
macrófitas por unidade de área.
16
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. ÁREA DE ESTUDO
O presente trabalho foi realizado em cinco lagoas naturais do estado de Minas Gerais:
quatro no Vale do médio Rio Doce, e uma na região de transposição do rio Piumhi para o Rio
São Francisco. O sistema de lagoas naturais da bacia do Rio Doce encontra-se numa área
ainda pouco impactada enquanto aquela do Rio Piumhi encontra-se em área completamente
modificada pela ação antrópica.
3.1.1. Lagoas do Vale do Médio Rio Doce
Uma das áreas enfocadas neste trabalho é formada pela “Depressão Interplanáltica do
Vale do Rio Doce”, pertencente à região político-administrativa do Vale do Rio Doce
(CETEC, 1981).
É uma região de grande importância econômica para o Estado e o País, por constituir
um extenso pólo industrial conhecido como Zona Metalúrgica ou “Vale do Aço”, onde se
encontram importantes usinas siderúrgicas (USIMINAS, Dionísio e a Companhia Siderúrgica
Belgo-Mineira).
A zona geográfica do Rio Doce está situada na chamada Zona da Mata, que contém
uma rica rede de drenagem e remanescentes de Mata Atlântica. Originalmente a região era
quase toda coberta por floresta tropical úmida de Mata Atlântica. O intenso desmatamento
iniciado nas primeiras décadas do século XX restringiu a floresta original a pequenos
17
fragmentos espalhados ao longo da bacia. A presença de indústrias de celulose e carvão
vegetal na região substituiu grande parte da floresta de Mata Atlântica por grandes plantações
de eucalipto às margens do Rio Doce e após a confluência com o Rio Piracicaba (Moretto,
2001).
O sistema de lagos do Vale do Rio Doce foi formado no período Pleistocênico-
Holocênico, a partir de levantamentos de terra e formação de barragens naturais formadas no
curso do Rio Doce e seus tributários. É constituído por cerca de 130 corpos lacustres
preservados (entre os rios Piracicaba e Doce), estando cerca de 50 deles situados dentro do
Parque Estadual do Rio Doce (PERD).
O Parque Estadual do Rio Doce, fundado oficialmente em 1944, localiza-se entre as
coordenadas 42
0
38’30’’ e 48
0
28’18’’W e 19
0
48’18’ e 19
0
29’24’’S, constituindo uma área de
preservação de Floresta Tropical Úmida de 35.974 ha. e abrangendo parte dos municípios de
Marliéria, Timóteo e Dionísio. Seu sistema hídrico ocupa cerca de 6% de sua área. O limite
noroeste é feito pelo Rio Piracicaba e o leste pelo Rio Doce, fazendo fronteira com centros
urbanos, áreas agropastoris e extensos cultivos de eucalipto da Companhia Agrícola Florestal
(CAF).
Segundo (Andrade et al., 1997) a vegetação do Parque Estadual do Rio Doce é
constituída de um mosaico florestal em diferentes estágios de sucessão. Essa vegetação
apresenta uma forte interação com os lagos especialmente no que diz respeito à contribuição
da serrapilheira, no aumento da matéria orgânica particulada presente na água. Fora dos
limites do Parque, a vegetação é composta predominantemente de Eucaliptus sp, intercalados
por áreas de pastagens, culturas agrícolas e floresta natural.
A região também se caracteriza por apresentar clima quente e de características
úmidas de outubro a março e secas de abril a setembro. Sabe-se que o funcionamento dos
18
lagos da região, assim como os padrões de circulação vertical e a temperatura da água estão
diretamente relacionados a estas características climáticas (Tundisi et al, 1997).
Para o presente trabalho foram amostradas 4 lagoas no sistema lacustre do Rio Doce.
Estas haviam sido previamente selecionadas para a realização de estudos integrados, os quais
envolvem, além das macrófitas, outras comunidades (bentos e peixes), com base em
características como: a localização espacial, o grau de conservação e a presença ou ausência
de espécies exóticas.
As lagoas selecionadas foram: Lagoa Carioca, Lagoa Almécega, Lagoa Águas Claras
e Lagoa Verde, cujas coordenadas geográficas e principais características morfométricas são
apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1: Localização geográfica e principais características morfométricas de quatro lagoas do Vale
do Médio Rio Doce, MG, ordenadas por área. Valores de área e perímetro determinados a
partir de mapas da Embrapa. IDM = Índice de desenvolvimento de margem (de acordo com
Wetzel, 2001).
Lagoas Coordenadas geográficas
Área
(km
2
)
Perímetro
(km)
IDM
Profundidade
Máxima (m)
Carioca 19
o
45’20”S; 42
o
37’12”W 0,14 1,82 1,36 9,5
Verde 19
o
53’11”S; 42
o
35’11”W 0,23 2,83 1,65 8,5
Aguas Claras 19
o
49’02”S; 42
o
35’47”W 0,55 6,52 2,47 8,0
Almécega 19
o
51’43”S; 42
o
37’41”W 1,14 11,02 2,91 8,5
O mapa com a localização das lagoas é apresentado na Figura 1. A Figura 2 mostra um
esquema das lagoas com os pontos de amostragem.
19
Figura 1: Localização da região do Vale do médio Rio Doce em Minas Gerais e a área do
Parque Estadual do Rio Doce (adaptado de Mello, 1997). Abaixo a imagem de
satélite da região, indicando a localização das lagoas estudadas. Fonte: Embrapa
Monitoramento por Satélite.
20
Figura 2: Figura esquemática das quatro lagoas estudadas na região do Vale do médio Rio Doce
em Minas Gerais, mostrando o número e a localização dos pontos de amostragem.
As Figuras 3 a 6 mostram a vista geral das lagoas estudadas.
21
Figura 3: Vista geral da Lagoa Carioca, localizada no Parque Estadual do Rio Doce
(PERD), município de Marliéria, MG.
Figura 4: Vista geral da Lagoa Verde, localizada em área da Companhia Agrícola
Florestal (CAF), no Vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG.
22
Figura 5: Vista geral da Lagoa Águas Claras, localizada m área da Companhia Agrícola
Florestal do vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG.
Figura 6: Vista geral da Lagoa Almécega, localizada em área da Companhia Agrícola
Florestal (CAF), Município de Dionísio, Minas Gerais, Brasil.
23
3.1.2. Sistema Lacustre da Região de Transposição do Rio Piumhi
Formado pela junção dos córregos Destêrro, Jorça e Confusão, o rio Piumhi localiza-
se na região centro oeste do estado de Minas Gerais (Figura 7)
Até o final dos anos 50, as águas do rio Piumhi fluíam para o Sul, desaguando na
margem direita do Rio Grande. Em parte de seu percurso, o rio Piumhí atravessava uma
região de planície alagada com mais de 38 km de extensão. Esta região era conhecida como o
pantanal do rio Piumhi.
Figura 7: Localização do Rio Piumhi na Bacia do Rio Grande e do Ribeirão Sujo na Bacia
do Rio São Francisco antes de 1958. (Fonte: Moreira Filho, 2004).
24
No final da década de 50 e início dos anos 60, com a construção da represa de Furnas
sobre o rio Grande, foi necessária a construção de um dique de contenção para evitar que o
volume de água acumulado após o fechamento das comportas não inundasse acidentalmente a
cidade de Capitólio, localizada à margem esquerda do rio Piumhi, Além disso, foi efetuado
um sistema de drenagem para o rio Piumhi com a construção de cerca de 18 km de canais
através da região de pântano, alterando o curso deste rio, e desviando suas águas e as do
pântano para o córrego Água Limpa um afluente da margem esquerda do ribeirão Sujo, o qual
por sua vez é afluente da margem direita do rio São Francisco
(http://www.transpiumhi.ufscar.br ).
Figura 8: Canalização do Rio Piumhi para o Ribeirão sujo após o enchimento da represa de
Furnas e construção do Dique de Capitólio, em 1963. 1 = Rio Piumhi canalizado;
2 = Ribeirão Sujo canalizado; 3 = Ribeirão da Água Limpa; 4 = Parte do Rio
Piumhi represada pelo dique de Capitólio e depois canalizada para o Ribeirão
Sujo. (Fonte: Moreira Filho, 2004).
25
O leito do córrego Água Limpa foi totalmente dragado e alargado, assim como parte
do leito do ribeirão Sujo. Próximo à região do dique, formaram-se grandes lagos interligados,
cujas águas também precisaram ser desviadas para o canal de refluxo do rio Piumhí.
Entre as diversas alterações ambientais provenientes da transposição do rio Piumhí, da
bacia do rio Grande para a bacia do rio São Francisco, podem ser citadas a formação de um
conjunto de lagos na região do antigo leito do rio Piumhí e a drenagem do pântano (Figura 9).
Um destes lagos, o lago dos Tropeiros foi selecionado para este estudo (Figura 10).
Figura 9: Imagem de satélite mostrando a localização da Lagoa dos Tropeiros na região de refluxo do
rio Piumhí, MG. (Fonte: Google Earth, acesso em 15/03/2007).
26
Figura 10: Imagem de satélite mostrando a Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, próximo ao canal de
transposição e ao antigo leito do rio Piumhí, bem como a localização dos pontos de coleta.
Em amarelo estão destacados os pontos onde foi realizada a coleta quantitativa de ambos,
macrófitas e fauna de macroinvertebrados associada. Os pontos em branco indicam os locais
onde foram realizadas coletas quantitativas adicionais de macroinvertebrados em diferentes
bancos de macrófitas (Fonte: Google Earth, acesso em 15/03/2007).
3.1.2. Lagoa dos Tropeiros (Rio Piumhí)
A Lagoa dos tropeiros é uma lagoa rasa, com profundidade máxima de cerca de 3,0m
aproximadamente 3,8 km
2
de área e 2,6 km de perímetro e com um índice de desenvolvimento
de margem de 1,21 (Tabela 2).
27
Tabela 2: Coordenadas geográficas e principais características morfométricas
da Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG.
Coordenadas geográficas
Área
(km
2
)
Perímetro
(km)
IDM
20
o
33’57,82” S; 46
o
03’06,25” W 0,378 2,632 1,21
3.2. CRONOGRAMA DE COLETAS
As coletas foram realizadas nas lagoas do Vale do Rio Doce em dezembro de 2003
(verão, chuvoso); e em maio de 2004 (outono, seco) e na lagoa dos Tropeiros (área de
transposição do Rio Piumhí) em outubro de 2006.
3.3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
3.3.1. Medidas de Variáveis Limnológicas
As medidas das variáveis físicas e químicas da água, temperatura, pH, condutividade
elétrica e oxigênio dissolvido, foram obtidas a partir de leituras em um equipamento acoplado
a um multisensor da marca Horiba, modelo U10. Os valores de transparência da água foram
determinados pelo desaparecimento visual do Disco de Secchi. A concentração de nutrientes
(nitrogênio total e fósforo total) foi determinada nas imediações dos bancos de macrófitas nos
pontos amostrados, de acordo com a metodologia descrita em Valderrama (1981).
Para estimativa dos valores do índice de estado trófico (IET) e classificação do grau de
trofia optou-se pelo modelo de Carlson, modificado por Toledo Jr. et al. (1983): IET = 10 x
{6 – [ ln ( 48 / FT) ]/ ln 2 } onde FT é a concentração de fósforo total (µg. L
-1
). À partir dos
28
valores obtidos de IET , a classificação do estado trófico foi feita considerando os critérios
apresentados na Tabela 3:
Tabela 3: Critérios de classificação trófica para o Índice de Estado Trófico (IET), segundo
Carlson, modificado por Toledo Jr. et al. (1983).
critério Estado Trófico
IET < 44 Oligotrófico
44 < IET 54 Mesotrófico
54 < IET 74 Eutrófico
3.3.2. Amostragem e Análises das Macrófitas
Foram amostradas as comunidades de macrófitas aquáticas e fauna de
macroinvertebrados associados em quatro lagoas de diferentes tamanhos e diferentes estados
tróficos, pertencentes á região do médio rio Doce (MG), e uma lagoa na região de
transposição do Rio Piumhi para o rio São Francisco.
As amostragens foram realizadas em dois períodos do ano na região do Vale do Rio
Doce e em um período na região de transposição do Rio Piumhí, amostrando-se os diversos
bancos de macrófitas e determinando-se as características físicas e químicas da coluna d´água
e do sedimento na região litorânea.
A totalidade da região litorânea de cada corpo d’água foi percorrida utilizando-se um
barco a motor, em velocidade constante, a uma distância de no máximo 4m da margem.
Sempre que necessário foi feita descida do barco, caminhando-se em alguns trechos da
margem, para realização das coletas. Foram registradas todas as macrófitas aquáticas
presentes (emersas, flutuantes e submersas). Os exemplares foram fotografados e coletados
para herborização. Foram também registradas as espécies presentes em cada ponto de
amostragem, assim como as espécies predominantes através de avaliação visual e qualitativa
29
do grau de recobrimento da lâmina d’água. A identificação taxonômica foi feita por família,
gênero, e em alguns casos até espécie.
A identificação das espécies baseou-se em consultas à bibliografia especializada
(Hoehne, 1940, Fassett, 1957, Cook, 1974, Joly, 1975, Hoehne, 1979, Notare, 1992,
Kissmann, 1997, Lorenzi & Sousa, 1999, Pott & Pott, 2000), e pela comparação com o
material já identificado em coletas anteriores (Tavares, 2003).
A riqueza foi representada pelo número total de espécies registradas para cada lagoa
amostrada.
Uma freqüência de presença, expressa em porcentagem, foi calculada em relação à
ocorrência de cada espécie no total de lagos analisados. Os táxons foram classificados
segundo os critérios de Lobo & Leighton (1986), em: constantes: F> 50%, comuns: 10% < F
50% e raros: F 10%.
A similaridade da composição de comunidades de macrófitas entre os lagos, e entre os
dois sistemas, foi calculada a partir de matrizes do tipo presença/ausência, utilizando-se a
análise de agrupamento do tipo cluster, com a medida de similaridade de Sorensen
(Magurran, 1989) para dados qualitativos como coeficiente de associação, e método de
ligação do tipo UPGMA (média de grupo).
Alguns exemplares das espécies registradas foram coletados para a herborização.
Para a determinação da biomassa das macrófitas foi utilizado o método do quadrado
descrito por Westlake (1974), utilizando-se um quadrado de 0,25m
2
. Foram amostrados
bancos de macrófitas localizados nas regiões litorâneas das lagoas. Os bancos foram
escolhidos de forma a obter uma distribuição de amostragem representativa para cada lagoa.
O método de amostragem é descrito juntamente com a análise da fauna associada.
30
3.3.3. Análise da Fauna de Macroinvertebrados Associada às Macrófitas
Foram coletadas amostras quantitativas dos macroinvertebrados associados às
macrófitas em diferentes pontos na região litorânea dos cinco corpos de água estudados.
Todas as amostragens foram feitas com réplica.
O material foi coletado com um amostrador de 0,25 m
2
de abertura de boca (um
quadrado com 0,5m de lado) acoplado a uma rede “côncava” de 300 μm de abertura de malha
(Figura 11). O amostrador é colocado sobre o banco de macrófitas com o lado da rede voltado
para cima. Num movimento rápido o amostrador é invertido retendo todo o material (plantas e
fauna associada) na rede. As macrófitas são então retiradas e acondicionadas em sacos
plásticos etiquetados. Em seguida a rede é lavada sobre um recipiente grande para a remoção
do material aderido, que é então transferido para frascos menores (contendo solução de
formol a 10%). No laboratório, as macrófitas são lavadas sob jato fraco de água corrente para
a coleta dos organismos bentônicos. O material retido nas peneiras durante a lavagem é
adicionado ao material coletado no mesmo ponto. Posteriormente, esse material é triado em
bandejas trans-iluminadas, para a separação dos organismos, que são preservados em álcool a
70%.
Figura 11: Amostrador utilizado para a coleta dos macroinvertebrados associados às
macrófitas.
31
A identificação dos organismos foi feita em estereomicroscópio, utilizando-se as
chaves de identificação disponíveis (Merritt & Cummins, 1984; Roldan-Pérez, 1988; Epler,
1992, Trivinho-Strixino & Strixino, 1995, Righi, 1984; Brinkhurst & Marchese, 1993) e
recorrendo-se ao auxílio de especialistas, quando necessário.
A diversidade da fauna de macroinvertebrados associados ás macrófitas foi avaliada
apenas por meio de curvas de rarefação, as quais permitem uma análise gráfica da riqueza e
da equitatividade das populações. Nestas curvas, a riqueza de espécies é observada
diretamente no eixo X, enquanto a equitatividade é avaliada por meio da elevação das curvas
no eixo Y (Magurran, 2004).
A biomassa da fauna associada foi estimada a partir de seus pesos, calculados por
meio da determinação dos biovolumes dos organismos, pelo MSc. João Durval Arantes
Júnior. Para isso medidas das principais dimensões lineares foram realizadas em microscópio
Carl Zeiss Axioscop acoplado a um sistema de aquisição de imagens AxoVision, com câmera
Axiocam. A determinação das áreas foi feita automaticamente em computador por meio do
programa Axion Plus (Carl Zeiss) de dimensões lineares. Os cálculos dos biovolumes foram
feitos por meio de um programa Computacional, “Planktonscan” desenvolvido pelo referido
autor (Arantes Jr., 2006). Uma vez determinados os biovolumes, a biomassa em peso seco foi
calculada considerando-se o fator de conversão de 10% do biovolume como uma estimativa
do peso seco. Optou-se por adotar esta metodologia em vez da determinação da biomassa por
gravimetria após secagem em estufa, visando preservar o material para posterior identificação
taxonômica detalhada, recorrendo-se ao auxílio de especialistas.
4.1. CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA
Em relação aos totais anuais de precipitação (Tabela 4) observa-se que os anos de
2002 e 2003 foram anos de baixa precipitação pluviométrica, com um déficit pluviométrico
de cerca de 37,7 % em relação à média pluviométrica histórica, que resultaram em níveis de
água atípicos nas lagoas, transformando grande parte da região litorânea destes, em áreas
terrestres.
Observa-se a existência de forte sazonalidade em relação à precipitação, com uma
estação chuvosa bem definida, que corresponde ao período entre outubro e março, e uma
estação seca entre o período de abril a setembro. As épocas amostradas corresponderam ao
período chuvoso (dezembro de 2003) e ao período seco (maio de 2004).
Os dados referentes à precipitação pluviométrica na região mais próxima aos lagos
estudados foram obtidos junto ao Sistema de Tratamento Autônomo de Água e Esgoto da
prefeitura do Município de Dionísio, MG, e são apresentados na Figura 12.
4.1.1.1. Climatologia – Precipitação Pluviométrica
4.1.1. Lagoas do Vale do Médio rio Doce
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
32
Tabela 4: Totais anuais de precipitação pluviométrica para a região de do Vale do Médio Rio
Doce, para o período de 2001 a 2006. (Estação pluviométrica de Dionísio, MG,
dados fornecidos pela Companhia Agrícola Florestal (CAF, MG)
Total anual (mm)
2001 2002 2003 2004 2005 2006
1274,8 922,3 921,2 1669,2 1515,7 1313,9
0
100
200
300
400
500
600
700
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2001 2002 2003 2004 2005 2006
precipitação em mm
33
Figura 12: Variação mensal de precipitação pluviométrica no Vale do Médio rio Doce, Estação Pluviométrica de Dionísio, MG, para o
período de 2001 a 2006. (Fonte; SAAE, Dionísio, MG)
34
4.1.1.2. Características Físicas e Químicas da Água nas Lagoas do Vale do Médio Rio Doce
Os resultados relativos às medidas de variáveis físicas e químicas para as quatro
lagoas amostradas na região do Vale do Médio Rio Doce estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5: Valores das variáveis físicas e químicas medidas na sub-superfície, no meio dos bancos de macrófitas
em cada ponto de amostragem, na região litorânea de quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce,
MG, em dezembro de 2003 (período chuvoso) e maio de 2004 (período seco). m = média; dp =
desvio padrão; Prof = profundidade local; Cond = condutividade elétrica da água; OD =
concentração de oxigênio dissolvido; Temp = temperatura.
dez/03 mai/04
Ponto
Prof
(m)
pH
Cond
(μS.cm
-1
)
OD
(mg/l)
Temp
(
o
C)
pH
Cond
(μS.cm
-1
)
OD
(mg/l)
Temp
(
o
C)
P1
0,5 7,90 23 6,17 30 6,82 21 5,99 25,0
P2
0,5 7,98 22 5,75 30,25 6,67 21 6,47 25,0
P3
0,8 6,55 23 5,3 29,4 6,54 21 6,13 25,1
P4
0,25 6,79 23 5,6 30,2 6,56 20 6,25 25,0
m
7,31 22,75 4,46 29,96 6,65 20,75 6,21 25,03
Carioca
dp
0,74 0,5 2,5 0,39 0,13 0,5 0,20 0,05
P1
1 7,02 27 6,93 29,4 6,33 23 6,12 25,7
P2
1,75 7,03 27 7,26 29,5 6,43 21 6,33 25,6
P3
1,9 7,64 27 7,83 29,6 6,46 21 6,32 25,6
P4
1,7 7,88 27 7,64 29,5 6,52 21 6,59 25,8
m
7,39 27 7,42 29,5 6,44 21,5 6,34 25,68
Verde
dp
0,44 0,0 0,4 0,08 0,08 1 0,19 0,10
P1
1,4 8,39 35 6,8 29,1 6,98 30 6,66 25,9
P2
1,2 7,48 34 6,37 29,3 6,77 31 6,52 26,0
P3
0,9 6,93 35 5,5 29,4 6,64 31 6,71 25,7
P4
0,8 7,12 35 7,26 29,4 6,66 31 6,42 25,9
P5
0,6 6,70 34 7,35 29,4 6,35 31 6,45 25,7
P6
1,3 7,42 35 7,19 29,4 6,46 31 6,53 26,0
m
7,34 34,67 6,75 29,33 6,51 31 6,11 25,87
A. Claras
dp
0,59 0,52 0,71 0,12 0,22 0,41 0,11 0,14
P1
1,8 6,22 36 5,29 28,6 6,5 26 5,88 24,9
P2
1,25 6,52 35 4,1 28,5 6,49 27 6,2 25,7
P3
0,5 6,62 34 4,52 28,3 6,66 27 6,17 26,3
P4
1 6,9 34 6,16 28,9 6,62 27 6,66 26,6
P5
1,1 6,49 38 3,92 28,6 6,59 27 6,15 26,1
P6
1 6,76 35 6,84 29,2 6,42 27 6,21 26,1
m
6,59 35,33 5,14 28,68 6,55 27 6,21 25,95
Almécega
dp
0,24 1,51 1,18 0,32 0,09 0,41 0,25 0,59
A análise dos dados obtidos evidencia que o pH da água de superfície, em todas as
lagoas, foi próximo à neutralidade sendo, em geral, ligeiramente ácido, com exceção de
35
alguns pontos, no período chuvoso, onde se observou tendência ao alcalino, como nos pontos
1 e 2 da lagoa Carioca (7,9 e 7,98), no ponto 4 na Lagoa Verde (7,88) e no Ponto 1 na Lagoa
Águas Claras (8,39).
Lucca (2006), também observou valores de pH ligeiramente ácidos (variação de 4,36 a
7,31 na Lagoa Águas Claras; 4,84 a 7,67 na Lagoa Almecega; 4,57 a 8,07 na Lagoa Carioca e
4,5 a 7,75 na Lagoa Verde) com valores médios ao redor de 6,0 para as mesmas lagoas
estudadas, sendo os menores valores registrados no mês de dezembro de 2002. Neste mesmo
estudo, os maiores valores de pH foram registrados em junho de 2003, quando ocorre a
circulação da coluna d’água e há um incremento significativo na produtividade.
O pH pode ser influenciado por muitos fatores, entre eles, a geologia do local, a
decomposição de matéria orgânica e processos biológicos. Nos lagos do vale do Rio Doce o
pH, em virtude destes fatores é na maioria das lagoas ligeiramente ácido ou neutro (Tundisi et
al., 1997). Em um estudo realizado por estes autores em quinze lagos, os quais incluíam três
dos lagos aqui estudados (lagoas Carioca, Águas Claras e Almécega), os valores de pH
registrados para estas estes lagos foram semelhantes aos obtidos no presente estudo.
A condutividade elétrica da água foi baixa em todas as lagoas, variando entre 20 a 38
μS.cm
-1
. Para os dois períodos foi observado que nas lagoas de menor tamanho a
condutividade da água foi menor, particularmente na Lagoa Carioca. Os valores
provavelmente estão relacionados com uma maior quantidade de matéria orgânica nas lagoas
de maior tamanho. Trabalhos anteriores (Lucca, 2006 e Tundisi & Saijo, 1997) também
registraram valores baixos de condutividade para as lagoas da região do vale do rio Doce,
indicando que as características químicas destas lagoas têm se mantido relativamente
constantes.
As águas de superfície foram, em geral, bem oxigenadas em ambos os períodos, com
concentrações médias variando entre 4,46 e 7,42 μS/cm. Valores similares foram registrados
36
por Lucca (2006) e Moretto (2001). Os valores mais baixos observados durante o período
chuvoso em alguns pontos nas lagoas Carioca e Almécega, podem estar relacionados à
entrada de serrapilheira originária da Mata Atlântica circundante, a qual contribui, juntamente
com o material proveniente das macrófitas, para o aumento da concentração de matéria
orgânica no fundo das lagoas.
A temperatura da água de superfície foi elevada nos dois períodos, com os maiores
valores no verão.
Observou-se maior heterogeneidade espacial em relação às variáveis limnológicas
(pH, condutividade, oxigênio dissolvido e temperatura) no período chuvoso e maior
homogeneidade durante o período seco. Possivelmente tal fato decorre do abaixamento da
termoclina e início da desestratificação em maio, tendo em vista que a completa circulação
dos lagos no Vale do rio Doce ocorre anualmente no período de inverno e de seca, iniciando-
se nos meses de abril e completando-se nos meses de julho/agosto de cada ano (Tundisi et al.,
1981; Henry, 1995). Este padrão de estratificação foi observado apenas na região limnética,
tendo em vista que para os pontos localizados na região litorânea observa-se homogeneidade
na distribuição vertical das variáveis físicas e químicas em ambos períodos amostrados
(Tabelas 1 a 8 no anexo 2).
A aplicação do Índice de Estado Trófico (IET) evidenciou que todas as lagoas eram
semelhantes quanto ao grau de trofia, sendo classificadas como mesotróficas (Tabela 6).
Observa-se, no entanto, que o valor do índice é ligeiramente mais elevado nas lagoas Carioca
e Verde indicando uma maior concentração de fósforo nestes sistemas.
37
Tabela 6: Valores médios de transparência da água (profundidade do desaparecimento visual do
disco de Secchi), concentração de nutrientes, valor do Índice de Estado Trófico (IET) e a
classificação quanto ao estado trófico (ET) para as quatro lagoas do Vale do Médio Rio
Doce, MG, amostradas em dezembro de 2003 (período chuvoso) e maio de 2004 (período
seco).
Lagoas
Secchi
(m)
P Total (µ/L) N Total (µ/L)
IET
ET
dezembro 2003
Carioca 2,0 21,62 276,91
48
Mesotrófico
Verde 2,7 19,66 608,27
47
Mesotrófico
A Claras 2,4 19,01 625,23
46
Mesotrófico
Almécega 2,9 17,38 376,05
45
Mesotrófico
maio 2004
Carioca 1,1 21,29 251,47 48 Mesotrófico
Verde 2,5 13,14 149,71 41 Oligotrófico
A Claras 2 14,11 226,03 42 Oligotrófico
Almécega 2,5 13,46 149,05 41 Oligotrófico
Devido à sua vasta extensão territorial e localização, o Brasil apresenta climas muito
diferentes, assim como regimes de precipitação distintos e variáveis (Salati et al., 1999). Na
região onde se localiza o Sistema lacustre do vale do Rio Doce e os lagos estudados, como
indicam os dados apresentados, os períodos secos e chuvosos são bem definidos, gerando
forte estacionalidade. Tundisi (1997) aponta que por estar localizada na depressão
interplanáltica do Médio Rio Doce, a região está sujeita, durante todo o ano, aos ventos de
leste e de nordeste, os quais geram centros de elevada pressão subtropical, resultando em
elevadas temperaturas e massas de ar carregadas de umidade no período de outubro a março,
resultando em verões bastante chuvosos. De acordo com a precipitação média obtida em
séries históricas na estação meteorológica de Dionísio resultam em uma precipitação média de
1480,3mm e uma temperatura média do ar de 21,9°C (Lemos et al., 1981, in: Tundisi, 1997).
Segundo Wetzel (1983), a zona eufótica de uma lagoa corresponde à profundidade até
onde chega 1% da radiação incidente na superfície. Em todos os pontos amostrados, a
38
extensão da zona fótica foi considerada total, havendo luz suficiente para a realização da
fotossíntese em toda a coluna d’água.
Em função das características bióticas e abióticas no período de dezembro de 2003,
todas as lagoas foram classificadas como mesotróficas. No levantamento realizado em maio
de 2004, apenas a lagoa Carioca foi classificada como mesotrófica. As lagoas Verde, Águas
Claras e Almécega, apresentaram valores de fósforo ligeiramente menores, sendo
classificadas como Oligotróficas. Lucca (2006) registrou valores mais baixos de nutrientes
nestas mesmas lagoas em 2002 e 2003, classificando-as como oligotróficas, nos meses de
setembro e dezembro de 2002 e março e junho de 2003.
4.1.2. Lagoa dos Tropeiros
4.1.2.1. Climatologia – Precipitação Pluviométrica
A Figura 13 apresenta os dados de precipitação pluviométrica para Piumhi, MG, onde
se localiza a Lagoa dos Tropeiros. Observa-se pela série histórica que nesta região há uma
sazonalidade bem marcada em relação à precipitação, com um período de maior precipitação
que se estende de outubro/novembro a fevereiro/março. Desta forma o inventário realizado
para as macrófitas e para a fauna associada coincidiu com o início da estação chuvosa de
2006/2007. A análise da Figura evidencia uma estação seca bastante pronunciada que deve
provavelmente se refletir em uma variação no nível d’água na região do Pântano do Piumhí.
A Tabela 7 mostra os totais anuais de precipitação pluviométrica para os anos de 2001
a 2006 na região de Piumhí. Os totais anuais variaram entre 1.171,7 a 1.430,5 mm por ano,
mostrando ligeira variabiliade interanual, sem, contudo, refletirem as marcantes variações
observadas em 2002 e 2003 na região do Médio Rio Doce. Situando-se mais para o interior do
continente esta região aparentemente não foi afetada pelo evento do El Nino.
39
0
100
200
300
400
500
600
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2001 2002 2003 2004 2005 2006
precipitação em mm
Figura 13: Variação da precipitação pluviométrica em Piumhí, MG, em área próxima à Lagoa dos Tropeiros, para o período de 2001 a
2006. Dados fornecidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Piumhí, MG
40
Tabela 7: Totais anuais de precipitação para a região de pluviométrica em Piumhí, MG, em
área próxima à Lagoa dos Tropeiros, para o período de 2001 a 2006. Dados
fornecidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Piumhí, MG.
Total anual (mm)
2001 2002 2003 2004 2005 2006
1171,7 1430,5 1294,0 1778,5 1287,2 1362,6
4.1.2.2. Características Físicas e Químicas da Água na Lagoa dos Tropeiros
Os resultados relativos às medidas de variáveis físicas e químicas realizadas em 16
pontos na lagoa dos Tropeiros, em outubro de 2006, são apresentados na Tabela 8.
Tabela 8: Valores das variáveis físicas e químicas medidas em 16 pontos de amostragem na
lagoa dos Tropeiros, MG, em outubro de 2006. m = média; dp = desvio padrão; Prof
= profundidade local; Cond = condutividade elétrica da água; OD = concentração de
oxigênio dissolvido; Temp = temperatura. (P11 = conexão com o canal de
transposição, P10 = sedimento arenoso: areia fina e argila, poucas plantas).
Lagoa dos Tropeiros
Ponto Prof (m) pH
Cond
(μS.cm
-1
)
OD
(mg/l)
Temp
(
o
C)
P1
2 7,75 46,8 5,49 25,44
P2
1,95 7,76 43,08 5,92 25,58
P3
2 7,59 43,6 5,89 25,22
P4
1,5 7,68 43,25 5,49 25,4
P5
0,5 7,03 36,5 6,01 26,65
P6
1,5 7,63 53,25 3,46 25,25
P7
1,5 7,95 41,25 5,55 26,27
P8
1 7,52 42,66 5,1 25,86
P9
1 7,89 42,33 6,15 26,16
P10
2 9,2 46,33 5,47 25,58
P11
2 7,32 65 1,54 23,28
P12
1 7,32 39,66 5,24 24,9
P13
1 7,44 46,66 3,05 23,76
P14
1,5 7,87 46,5 3,94 24,27
P15
1,5 7,49 54,75 2,91 23,77
P16
1 7,64 44,33 4,46 24,73
m
7,69 45,99 4,72 25,13
dp
0,46 6,80 1,36 0,96
41
O pH da água de superfície foi em média, levemente alcalino, com exceção do ponto
10, onde se observou um valor de pH alcalino (9,2).
A grande maioria dos corpos d’água continentais tem pH variando entre 6 e 8. Num
biótopo, quanto mais próximos à neutralidade, mais ricas em espécies serão as comunidades
de organismos presentes (Esteves, 1988). Os valores de pH registrados da lagoa dos
Tropeiros, próximos da neutralidade, estiveram dentro de uma faixa de variação favorável,
possivelmente contribuindo, ainda que parcialmente, para a elevada diversidade de
organismos encontrada.
Em comparação às lagoas do vale do rio Doce, a condutividade elétrica da água foi
alta em todos os pontos amostrados, variando entre 41,25 a 65 μS.cm
-1
. Esses valores podem
ser justificados pela grande quantidade de macrófitas aquáticas presentes em toda a lagoa, e
que consequentemente ao serem decompostas liberam íons para a coluna d´água.
A coluna d´água da lagoa dos Tropeiros esteve em geral, pouco oxigenada, com um
valor médio de oxigênio dissolvido de 4,72 mg/L, comparável apenas àquele registrado para a
Lagoa Carioca no Vale do Médio Rio Doce (4,46 mg/L). A elevada quantidade de macrófitas
justificam esses valores mais baixos, em decorrência do consumo de oxigênio na oxidação da
matéria orgânica e particulada.
A temperatura da água na superfície foi elevada em todos os pontos amostrados,
variando de 23,28 a 26,65
o
C, em decorrência da sazonalidade térmica regional.
Os resultados relativos à medida à transparência da água, concentração de nitrogênio e
fósforo total e a classificação do estado trófico da Lagoa dos Tropeiros são apresentados na
Tabela 9.
42
Tabela 9: Valores de transparência da água,concentração de nutrientes, valor do índice de estado trófico
(IET) e a classificação quanto ao estado trófico (ET) para 16 pontos amostrados na lagoa dos
Tropeiros, região de refluxo do rio Piumhi, MG, em outubro de 2006. (T): Secchi =
profundidade da lagoa.
Lagoa dos Tropeiros
Pontos Secchi (m)
P Total
(µ/L)
N Total (µ/L)
IET ET
P1 1,7 24,88 152,32 50 mesotrófico
P2 1,7 32,38 195,37 54 mesotrófico
P3 1,7 23,25 196,02 49 mesotrófico
P4 1,5 (T) 25,21 151,66 50 mesotrófico
P5 0,5 (T) 32,06 282,78 54 mesotrófico
P6 1,5 (T) 30,43 159,49 53 mesotrófico
P7 1,5 (T) 88,50 368,23 68 eutrófico
P8 1,0 (T) 29,12 177,10 52
mesotrófico
P9 1,0 (T) 26,51 216,24 51
mesotrófico
P10 1,7 36,95 126,22 56 mesotrófico
P11 1,7 42,50 385,84 58 eutrófico
P12 1,0 (T) 37,60 193,41 56 eutrófico
P13 1,0 (T) 31,73 100,13 54 mesotrófico
P14 1,5 (T) 26,51 94,91 51 mesotrófico
P15 1,5 (T) 45,43 186,89 59 eutrófico
P16 1,0 (T) 38,26 227,98 56 eutrófico
Média
1,3 35,70 200,91 54
mesotrófico
dv
0,37 15,49 83,35 4,68
A transparência da água na Lagoa dos Tropeiros foi em geral inferior à das lagoas do
Médio Rio Doce, comparando-se os dados do período chuvoso. Somente na amostragem
realizada no período seco nas lagoas do Vale do Médio Rio Doce (maio de 2004) foi
registrado um valor de transparência menor que aqueles registrados na lagoa dos Tropeiros,
na Lagoa Carioca, obtendo-se o valor médio de 1,1m para a profundidade de desaparecimento
visual do Disco de Secchi.
Considerando-se os valores de profundidade do desaparecimento visual do Disco de
Secchi em todos os pontos amostrados nesta lagoa, a extensão da zona eufótica foi total,
havendo desta forma luz suficiente para a realização da fotossíntese em toda a coluna d’água.
Comparando-se os resultados obtidos no presente estudo para as lagoas do Vale do Médio Rio
Doce com aqueles obtidos na Lagoa dos Tropeiros no período climático correspondente
(período de seca) observa-se que esta última apresentou menores valores de transparência da
43
água (menor profundidade de visibilidade do Disco de Secchi), porém a maioria dos pontos
amostrados se situaram em locais de pequena profundidade Também é importante considerar
a grande quantidade de macrófitas aquáticas submersas presentes nesta lagoa. As
concentrações de fósforo da Lagoa dos Tropeiros foram mais elevadas do que as encontradas
nas lagoas do médio Rio Doce. Quanto ao nitrogênio total, no período amostrado foram
registrados na Lagoa dos Tropeiros valores mais elevados do que aqueles registrados nas
lagoas Carioca e Verde, e inferiores aos registrados nas lagoas Águas Claras e Almécega. Em
decorrência das características da água, e pela aplicação do índice de IET, a Lagoa dos
Tropeiros foi classificada como mesotrófica.
4.2. INVENTÁRIO FLORÍSTICO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS
4.2.1. Lagoas do Médio rio Doce
Considerando-se as quatro lagoas amostradas na região do médio rio Doce foi
registrado um total de 20 espécies de macrófitas aquáticas, distribuídas em 15 gêneros e 14
famílias (Tabela 10). 18 espécies foram observadas no período chuvoso (dezembro de 2003) e
11 espécies no período seco (maio de 2004). Dentre o total de espécies 12 são de hábito
emerso, 5 enraizadas com folhas flutuantes, 2 submersas livres e 1 flutuante livre.
44
Tabela 10: Espécies de macrófitas aquáticas registradas em quatro lagoas do Vale do médio Rio Doce (MG), em
ordem alfabética, em dois períodos de amostragem, dezembro de 2003 (verão chuvoso) e maio de
2004 (outono seco), agrupadas por família e gênero/espécie, seguidas do hábito (forma de vida) no
ambiente aquatico. EM = emersa, SL = submersa livre, EF = enraizada com folhas flutuantes, FL =
flutuante livre. O símbolo indica a presença da espécie em cada um dos períodos amostrados.
Família Gênero/espécie Hábito 12/2003 05/2004
1
Alismataceae
Echinodorus tenellus (Mart.) Buch. EM
2
Cabombaceae
Cabomba furcata Schult. & Schult. f. SL
3
4
5
6
Cyperaceae
Cyperus spp.
Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult.
Eleocharis mutata (L.) Roem & Schult.
Bulbostilis capilaris (L.) C. B. Clarke
EM
EM
EM
EM
7
Lentibulariaceae
Utricularia foliosa L. SL
8
Mayacaceae
Mayaca fluviatilis Aubl. EM
9
Menyantaceae
Nymphoides indica (L.) Kuntze EF
10
11
Nymphaeaceae
Nymphaea elegans Hook.
Nymphaea sp. (flores noturnas)
EF
EF
12
13
14
Onagraceae
Ludwigia sedoides (H. B. K.) Hara
Ludwigia sp.
Ludwigia torulosa (Arn.) H. Hara
EF
EM
EM
15
Polygonaceae
Polygonum sp. EM
16
Pontederiaceae
Eichhornia azurea (Sw.) Kunth EF
17
Salviniaceae
Salvinia auriculata Aubl. FL
18
Typhaceae
Typha domingensis Pers. EM
19
Xyridaceae
Xyris sp. EM
20
Poaceae
Gramínea não identificada EM
18 11
Uma comparação entre a riqueza (composição) de espécies entre as quatro lagoas para
os dois períodos amostrados pode ser visualizada na Tabela 11.
45
Tabela 11: Espécies de macrófitas registradas em cada uma das quatro lagoas estudadas no Vale do Médio
Rio Doce (MG), em dezembro de 2003 (período chuvoso) e maio de 2004 (período seco).
Lagoa Carioca
Lagoa Verde
N 12/2003 05/2004 N 12/2003 05/2004
1 Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta 1 Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
2 Bulbostilis capilaris 2 Nymphaea sp.
3 Mayaca fluviatilis Mayaca fluviatilis 3 Nymphaea elegans
4 Xyris sp. 4 Cabomba furcata
5 Nymphoides indica 5 Echinodorus tenellus
6 Nymphaea elegans Nymphaea elegans 6 Polygonum sp.
7 Ludwigia sp.
8 Cyperus spp. Cyperus spp.
A Claras
Almécega
N 12/2003 05/2004 N 12/2003 05/2004
1 Nymphaea elegans Nymphaea elegans 1 Eichhornia azurea Eichhornia azurea
2 Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta 2 Ludwigia sedoides Ludwigia sedoides
3 Utricularia foliosa 3 Typha domingensis Typha domingensis
4 Nymphaea sp. 4 Salvinia auriculata Salvinia auriculata
5 Echinodorus tenellus 5 Eleocharis mutata
6 gramínea 6 Ludwigia torulosa
7 Salvinia auriculata
As variações no número de espécies de macrófitas para os diferentes pontos
amostrados e para os dois períodos climáticos são representadas na Figura 14.
Nos lagos do Vale do rio Doce, os gêneros representados por maior número de
espécies foram Eleocharis (3 espécies), Ludwigia (3 espécies, das quais uma ainda não
identificada) e Nymphaea (2 espécies das quais uma ainda não identificada).
Observaram-se variações na riqueza de espécies entre os períodos amostrados. Em três
lagoas (Carioca, Águas Claras e Almécega) a maior riqueza de espécies foi registrada no
período chuvoso (dezembro de 2003), enquanto que na Lagoa Verde observou-se o contrário,
uma maior riqueza no período de seca (maio de 2004).
46
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Verde Carioca Águas Claras Almécega
número de espécies
dez/03
mai/04
Figura 14: Comparação da riqueza de espécies de macrófitas aquáticas em quatro lagoas do Vale do
médio Rio Doce (MG), em dois períodos de amostragem. Dezembro de 2003 (verão
chuvoso) e maio de 2004 (outono seco).
A distribuição espacial de macrófitas aquáticas nas quatro lagoas do Vale do Médio
rio Doce é apresentada na Tabela 12, com a listagem das espécies registradas em cada ponto
amostral, para os dois períodos amostrados. Uma vista geral das lagoas e dos bancos
amostrados é apresentada para todos os pontos amostrados (Figuras 15 a 18).
47
Tabela 12: Distribuição espacial das espécies de macrófitas aquáticas na Lagoa dos Tropeiros,
MG.
Lagoa Ponto Composição de espécies
12/2003 05/2004
P1
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
P2
Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
P3
Nymphaea elegans Nymphaea elegans
Carioca
P4
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
Eleocharis interstincta
P1
Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
P2
Eleocharis interstincta
Nymphaea sp.
Eleocharis interstincta
Cabomba furcata
P3
Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Verde
P4
Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
P1
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
P2
Eleocharis interstincta Eleocharis interstincta
P3
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Salvinia auriculata
P4
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
P5
Nymphaea elegans
Echimodorus tenellus
Eleocharis interstincta
A. Claras
P6
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
P1
Eichhornia azurea Eichhornia azurea
Salvinia auriculata
P2
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
P3
Eichhornia azurea Eichhornia azurea
P4
Ludwigia sedoides Ludwigia sedoides
P5
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
Eichhornia azurea
Almécega
P6
Eichhornia azurea Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
48
Figura 15: Bancos de macrófitas aquáticas amostrados na Lagoa Carioca, no Parque Estadual do vale
do Médio rio Doce, município de Marliéria, MG, na amostragem realizada em dezembro
de 2003. P1 (a); P2 (b); P3 (c) e P4 (d).
Figura 16: Bancos de macrófitas aquáticas amostrados na Lagoa Verde, localizada em área da
Companhia Agrícola Florestal no Vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG, na
amostragem realizada em dezembro de 2003. P1 (a) e P3 (b).
49
Figura 17: Bancos de macrófitas amostrados na Lagoa Águas Claras, em área da Companhia Agrícola
Florestal no vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG, na amostragem realizada
em dezembro de 2003. P1 (a); P2 (b); P3 (c) e P4 (d), P5 (e) e P6 (f).
50
Figura 18:
Bancos de macrófitas amostrados na Lagoa Almécega, em área da Companhia Agrícola
Florestal no vale do Médio rio Doce, município de Dionísio, MG, na amostragem realizada
em dezembro de 2003. P1 (a); P2 (b); P3 (c) e P4 (d), P5 (e) e P6 (f).
51
Os sistemas lacustres naturais no Brasil são caracterizados pela ocorrência de grande
riqueza de espécies de macrófitas aquáticas, as quais formam extensos bancos, podendo ser os
principais produtores primários destes sistemas (Esteves, 1988; Pott & Pott, 2000; Thomaz et
al. 2003;).
Os inventários florísticos e as avaliações quantitativas dos produtores primários
constituem uma importante ferramenta para o monitoramento da integridade dos
ecossistemas, sendo essenciais para a manutenção da diversidade biológica e dos processos
funcionais em água doce.
No primeiro estudo sobre macrófitas aquáticas, realizado por Ikusima & Gentil (1997)
no sistema lacustre do vale do Médio Rio Doce em 1985, foi registrado um total de 14 táxons
de macrófitas consideradas dominantes em quatro lagoas. Contudo o inventário foi
aparentemente parcial. No presente estudo, no qual apenas uma das lagoas, a Lagoa Carioca, é
coincidente com aquelas estudadas pelos autores citados, foram registradas 20 espécies em
quatro lagoas. Comparando-se este número com o inventário realizado por Tavares (2003) no
período de 2001 a 2002, para períodos climáticos similares, em três das lagoas aqui estudadas
(Carioca, Águas Claras e Almecega) observa-se que naquele período a riqueza de espécies foi
mais elevada, totalizando 27 espécies, comparada a apenas 17 espécies registradas no atual
estudo, para as mesmas lagoas. Houve, portanto, redução do número de espécies comparando-
se os dois levantamentos florísticos realizados. Embora a amostragem em apenas dois
períodos seja insuficiente para uma afirmação mais conclusiva sobre a redução na riqueza de
espécies, há indícios de que a diminuição no número de espécies seja decorrente do grande
déficit na precipitação pluviométrica, ocorrido nos anos consecutivos de 2002 e de 2003. Este
déficit acarretou marcante diminuição no nível de água das lagoas no final de 2003 e em 2004
e conseqüente redução na área litoral, a qual era anteriormente ocupada por extensos bancos
de macrófitas, como mostrado na Figura 19.
52
BA
C
D
Figura 19: Lagoa Carioca durante um período mais seco (A), mostrando margem densamente colonizada por
Mayaca fluviatilis e durante um período de maior precipitação (B), onde o mesmo trecho de margem
aparece totalmente coberto pela água, tornando a comunidade de Mayaca fluviatilis totalmente
submersa. (C): Exemplares de Nymphoides indica, em trecho de margem não coberto pela água. (D):
Trecho de margem da lagoa Carioca, colonizado pela espécie emersa Bulbostilis capilaris.
A partir de junho de 2002 estabeleceu-se um novo evento de El Niño, o qual se
prolongou até 2003 (Figura 20). Uma massa quente e seca ocasionou grande redução na
precipitação pluviométrica das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, e o sul das Regiões Norte e
Nordeste brasileiras. As temperaturas estiveram acima da média climatológica, entre 3° a 5° C
em geral, principalmente nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste brasileiras (Seluchi, 2002). Os
efeitos sobre o sistema lacustre do Médio Rio Doce foram bastante pronunciados,
particularmente em relação à precipitação pluviométrica que teve um déficit de 37,7 % em
relação ao valor médio das séries históricas.
53
Os possíveis efeitos das mudanças climáticas globais sobre a biodiversidade no Brasil
têm sido avaliados em estudos realizados pelo Ministério do Meio Ambiente (Marengo,
2006). Nestas simulações, um provável cenário decorrente de um aumento de 2 a 3
o
C na
temperatura global do planeta poderá levar á transformação de sistemas florestais para
sistemas não florestais com riscos de perda de mais de 40% das angiospermas. Para
ecossistemas de água doce não existem previsões. Contudo, tomando por base as alterações
no nível de água e a alteração na riqueza de macrófitas nas lagoas estudadas pode-se aventar a
hipótese de que grandes alterações nesta comunidade poderão vir a ocorrer.
54
Figura 20: Sequência de anomalias de temperatura, como desvios da temperatura média dos oceanos
em graus Celsius (escala em cores) durante o evento do El Niño de 2002-2003.Fonte
NASA (
http://sealevel.jpl.nasa.gov/elnino/index.html).
55
A espécie Eleocharis interstincta, (junco) tem sido dominante e constante nos 3
estudos já realizados com a comunidade de macrófitas naquele sistema de lagos. Trata-se de
uma espécie de ampla distribuição em todo o mundo, de hábito emerso, podendo tolerar
ambientes mais secos. Durante o período de estudo esta espécie ocupava extensas áreas em
três das lagoas estudadas. Na lagoa Almécega, onde E. interstincta não foi registrada, foi
observada outra espécie de macrófita emersa, a Typha domingensis (taboa).
É amplamente reconhecida a relação entre o número de espécies de macrófitas
aquáticas e a área dos sistemas aquáticos (Souza et al., 2002; Jones et al., 2003; Thomaz et al.,
2003). Contudo, para as lagoas estudadas, a maior riqueza de espécies ocorreu na Lagoa
Carioca, aquela com menor área e menor índice de desenvolvimento de margem. Outros
fatores, como a menor condutividade, maior concentração de fósforo e o grau de isolamento e
preservação da lagoa foram provavelmente determinantes da maior riqueza de macrófitas
observada.
A composição de espécies de macrófitas na lagoa Almécega diferiu
consideravelmente das demais lagoas, embora não tenham sido verificadas diferenças
marcantes quanto às características físicas e químicas da água, particularmente entre esta
lagoa e a lagoa Águas Claras, as quais apresentam localização mais próxima.
4.2.2. Lagoa dos Tropeiros
Para determinação da composição florística de macrófitas aquáticas na Lagoa dos
Tropeiros, esta foi explorada em quase a sua totalidade, utilizando-se barco a motor e um
barco a remo para os locais mais rasos ou de difícil acesso.
Além disso, foram realizados levantamentos em 28 pontos, visando uma melhor
representatividade amostral das macrófitas presentes, tendo em vista que a abordagem
adotada foi a do “survey” na concepção “AquaRAP”.
56
Na lagoa dos Tropeiros, localizada na região de refluxo do rio Piumhí, foi registrado
um total de 28 espécies de macrófitas aquáticas, distribuídas em 19 gêneros e 16 famílias
(Tabela 13), considerando-se duas amostragens, uma realizada em agosto e outra em outubro
de 2006. Dentre o total de espécies, 20 são de hábito emerso, 3 enraizadas com folhas
flutuantes, 4 submersas livres e 1 flutuante livre.
Tabela 13: Táxons de macrófitas aquáticas registradas na Lagoa dos Tropeiros em agrupadas por
família e gênero/espécie, seguidas do hábito (forma de vida) no ambiente aquático. EM =
emersa, SL = submersa livre, EF = enraizada com folhas flutuantes, FL = flutuante livre.
Família Gênero/espécie Hábito
Alismataceae Echinodorus tenellus (Mart.) Buch.
Sagittaria rhombifolia Cham.
EM
EM
Apiaceae Hydrocotile sp. EM
Cabombaceae Cabomba furcata Schult. & Schult. F. SL
Cyperaceae Cyperus spp.
Cyperus giganteus Vahl
Cyperus cf. sequiflorus
Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult.
Eleocharis sp.
Bulbostilis capilaris (L.) C. B. Clarke
EM
EM
EM
EM
EM
EM
Lentibulariaceae Utricularia foliosa L.
Utricularia hydrocarpa Vahl
Utricularia gibba L.
Utricularia breviscapa Wright ex Griseb.
SL
SL
FL
SL
Mayacaceae Mayaca fluviatilis Aubl. EM
Marantaceae Thalia geniculata L. EM
Melastomataceae Rhynchanthera novemnervia DC. EM
Nymphaeaceae Nymphaea elegans Hook. EF
Onagraceae Ludwigia helmintorrhiza (Mart.) Hara
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) Hara
Ludwigia sp.
EF
EM
EM
Orchidaeae Habenaria repens Nutt. EM
Pontederiaceae Eichhornia azurea (Sw.) Kunth
Pontederia cordata L.
EF
EM
Poaceae Gramínea não identificada EM
Scrophulariaceae Bacopa sp. EM
Typhaceae Typha domingensis Pers. EM
Xyridaceae Xyris sp.
EM
A distribuição espacial das espécies na Lagoa dos Tropeiros é apresentada na Tabela
14, com a listagem das espécies registradas em cada ponto amostral e uma indicação das
espécies presentes nas áreas adjacentes.
57
Tabela 14: Distribuição espacial de macrófitas aquáticas na Lagoa dos tropeiros. Espécies observadas
em 27 pontos, em outubro de 2006.
Pontos Composição do banco de macrófitas
espécies presentes nas
proximidades
P1
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Eichhornia azurea
P2
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Eichhornia azurea
Cyperus giganteus
P3
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
P4
Banco de Eichhornia azurea
Cabomba furcata
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa,
Utricularia foliosa
P5
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa,
Utricularia foliosa
Cabomba furcata
P6
Banco de Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa,
Utricularia foliosa
P7
Pontederia cordata (grande quantidade)
Sagittaria rhombifolia
Hydrocotile sp.
Utricularia hidrocarpa
Gramínea não identificada
Ludwigia leptocarpa
Cabomba furcata
P8
Banco de Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
P9
Eichhornia azurea
Utricularia hidrocarpa
P10
Eichhornia azurea (banco extenso)
Nymphaea elegans (grande quantidade)
Utricularia hidrocarpa
Cyperus giganteus
P11
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Eichhornia azurea
P12
Eichhornia azurea
Nymphaea elegans
Cyperus giganteus
P13
Cyperus giganteus
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Eichhornia azurea
P14
Banco de Cabomba furcata
P15
Eichhornia azurea
Utricularia hidrocarpa
Nymphaea elegans
Utricularia foliosa
Ludwigia leptocarpa
Cyperus giganteus
P16
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Cyperus giganteus
Eichhornia azurea
58
Continuação da Tabela 14:
P17
Utricularia hidrocarpa
Nymphaea elegans
Cyperus giganteus
Eichhornia azurea
P18
Eichhornia azurea
Utricularia hidrocarpa
Nymphaea elegans
Utricularia foliosa
Cyperus giganteus
P19
Eichhornia azurea (forma jovem)
Utricularia gibba (grande quantidade)
Habenaria repens (grande quantidade)
Ludwigia leptocarpa.(grandes arbustos)
Cyperus giganteus
P20
Eichhornia azurea (forma jovem)
Utricularia gibba (grande quantidade)
Ludwigia spp.
Nymphaea elegans (esparsas)
Cyperus giganteus
P21
Banco de Typha domingensis (ilha)
Ludwigia sp.
Xyris sp.
Nymphaea elegans
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Cabomba furcata
P22
Cabomba furcata (banco extenso)
Nymphaea elegans
Eichhornia azurea
Habenaria repens
Gramínea não identificada
P23
Eleocharis sp.
Xyris sp.
Thalia geniculata (banco extenso)
P24
Eichhornia azurea (banco extenso)
Nymphaea elegans
Thalia geniculata
Habenaria repens
Utricularia gibba
Cabomba furcata
Pontederia cordata
P25
Gramínea não identificada
Nymphaea elegans
Eichhornia azurea
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Ludwigia helmintorrhiza
P26
Eichhornia azurea
Nymphaea elegans
Ludwigia leptocarpa
Utricularia gibba
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Cabomba furcata
Cyperus giganteus
P27
Eichhornia azurea (banco extenso)
Habenaria repens (grande quantidade)
Utricularia gibba (grande quantidade)
Utricularia hidrocarpa
Utricularia foliosa
Cabomba furcata
Cyperus giganteus
Nymphaea elegans
59
Embora a freqüência de ocorrência de Nymphaea elegans e de Utricularia hidrocarpa
e U. foliosa seja elevada entre os pontos amostrais, existe grande heterogeneidade entre os
bancos de macrófitas. Observou-se desde a ocorrência de bancos mistos com 6 a 7 espécies
diferentes de macrófitas (Pontos 26 e 27), até bancos mono-específicos (Pontos 14, 22, 24 e
25).
Uma vista geral das macrófitas presentes na Lagoa dos Tropeiros no inventário
realizado em outubro de 2006 é apresentada na Figura 21.
A
B
Figura 21: Vista geral da Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, em outubro de 2006 (A) e (B).
60
Na Figura 22 são mostrados os bancos de macrófitas em cada ponto amostrado
quantitativamente.
Figura 22: Vista geral dos bancos de macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, amostrados
quantitativamente em outubro de 2006.
61
As margens desta lagoa são totalmente povoadas por Cyperus giganteus. A espécie
Typha domingensis foi observada em apenas um ponto da lagoa.
As plantas aquáticas visivelmente predominantes são as espécies Eichhornia azurea e
Nymphaea elegans, observadas formando extensos bancos sobre a lâmina d’água.
As espécies submersas Utricularia hydrocarpa, Utricularia foliosa e Cabomba furcata
foram registradas em praticamente toda a extensão da lagoa, sendo que as espécies de
Utricularia estiveram presentes na maioria dos pontos amostrados.
Nesta lagoa também foi encontrada a espécie Habenaria repens, uma orquídea de
ambientes alagados (Figura 23). Nos pontos onde foi observada, a população desta espécie
encontrava-se em grande densidade, crescendo sobre as raízes de outras plantas, em locais
muito rasos, ou em ilhas de vegetação.
Figura 23: Habenaria repens na Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, em outubro de 2006. Exemplar
no ambiente, crescendo sobre bancos de outras espécies de macrófitas (a), planta inteira (b) e
detelhe da flor (c).
A espécie emersa Ludwigia leptocarpa foi observada ao longo das margens da lagoa e
em maior densidade nos pontos 7, 15, 17 e 26, formando densos arbustos sobre ilhas de
62
vegetação flutuante ou nos locais mais rasos. Ludwigia helmintorrhiza, espécie de hábito
enraizado com folhas flutuantes, foi encontrada apenas no ponto 25.
Thalia geniculata, espécie emersa, foi observada formando extensos bancos no ponto
23.
O ponto 14 foi o único onde foi verificada a ocorrência de um pequeno banco
monoespecífico da espécie submersa Cabomba furcata.
A espécie flutuante livre Utricularia gibba, de forma semelhante à Habenaria repens,
foi encontrada em grande quantidade em locais mais rasos e em ilhas de vegetação flutuante,
crescendo sobre as raízes de outras plantas aquáticas.
63
4.3. COMPARAÇÃO DA RIQUEZA E SIMILARIDADE NA COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA DA
COMUNIDADE DE MACRÓFITAS ENTRE AS LAGOAS
Uma análise comparativa da riqueza de espécies de macrófitas aquáticas entre as cinco
lagoas estudadas é apresentada na Figura 24. Observa-se que a maior riqueza de espécies foi
registrada na Lagoa dos Tropeiros, apesar do inventário ter se realizado em apenas um
período climático, a estação seca. A riqueza de espécies de macrófitas nas lagoas do Vale do
Médio Rio Doce foi bastante baixa, com um valor máximo na Lagoa Carioca, na qual
ocorreram apenas 8 espécies. Assim, houve baixa riqueza e pouca variação no número de
espécies de macrófitas entre as lagoas.
riqueza de espécies
6
8
7
5
28
0
5
10
15
20
25
30
Verde Carioca Águas Claras Almécega Tropeiros
Figura 24: Riqueza de espécies de macrófitas em quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG,
inventariadas em dezembro de 2003 e em maio de 2004, e na Lagoa dos Tropeiros,
Piumhi, MG inventariada em outubro de 2006.
O resultado da análise da similaridade em relação à composição taxonômica das
macrófitas nas cinco lagoas estudadas é apresentado na Figura 25, a qual apresenta um
dendrograma com o agrupamento das lagoas.
64
Figura 25: Dendrograma de similaridade em relação à composição de espécies de macrófitas de
quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, inventariadas em dezembro de 2003 e
maio de 2004 e a Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG, inventariada em outubro de 2006.
Observa-se que as lagoas Águas Claras e Lagoa Verde são as mais similares quanto à
composição de espécies. A Lagoa Carioca, o corpo de água com a maior riqueza de espécies
de macrófitas entre as lagoas estudadas no Vale do Médio Rio Doce foi mais similar à Lagoa
dos Tropeiros. Apesar da riqueza de espécies da Lagoa Carioca ser muito menor, apenas 8
espécies comparada a 28 espécies na lagoa dos Tropeiros, das oito espécies com ocorrência na
Lagoa Carioca, 7 ocorreram também na Lagoa dos Tropeiros. A lagoa que mais se diferenciou
das demais em relação à composição de espécies foi a Lagoa Almécega. Esta lagoa tem
composição muito diferenciada daquela das outras três lagoas estudadas (Tabela 15) no Vale
do médio Rio Doce. Cinco entre as seis espécies com ocorrência nesta lagoa, são exclusivas
dela, sem ocorrência nas demais. Comparando-se com a Lagoa dos Tropeiros, quatro dentre
as seis espécies com ocorrência na Lagoa Almecega não ocorrem na Lagoa dos Tropeiros.
Destaca-se a presença da espécie Ludwigia sedoides que no sistema lacustre do Vale do
Médio Rio Doce só é encontrada nesta lagoa.
65
Tabela 15: Ocorrência das espécies de macrófitas nas cinco lagoas estudadas. As lagoas Carioca, Verde,
Águas Claras e Almecega, no Vale do Médio Rio Doce foram inventariadas em dezembro de
2003 e em maio de 2004, enquanto a Lagoa dos Tropeiros, em Piumhi, Mg foi inventariada em
outubro de 2006. O número 1 denota a presença.
Lagoas A Cla Alm Car Ver Trop
Gênero/espécie
Bacopa sp
1
Cabomba furcata
1
Cyperus spp.
1 1
Cyperus giganteus
1
Cyperus cf. sequiflorus
1
Echinodorus tenellus
1 1
Eichhornia azurea
1 1
Eleocharis interstincta
1 1 1 1
Bulbostilis capilaris
1 1
Eleocharis mutata
1
Eleocharis sp.
1
Habenaria repens
1
Hydrocotile sp.
1
Ludwigia helmintorrhiza
1
Ludwigia leptocarpa
1
Ludwigia sedoides
1
Ludwigia sp. (1)
Ludwigia sp. (2)
1 1
Ludwigia torulosa
1
Mayaca fluviatilis
1 1
Nymphaea elegans
1 1 1
Nymphaea sp.
1 1
Nymphoides indica
1
Polygonum sp.
Pontederia cordata
1
Rhynchanthera novemnervia
1
Salvinia auriculata
1
Sagittaria rhombifolia
1
Typha domingensis
1 1
Thalia geniculata
1
Utricularia foliosa
1 1
Utricularia hydrocarpa
1
Utricularia gibba
1
Utricularia breviscapa
1
Xyris sp.
1 1
Gramínea não identificada
1 1
66
4.4. PRESENÇA DE ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS NAS LAGOAS ESTUDADAS
A presença das diferentes espécies de macrófitas nas quatro lagoas estudadas no Vale
do Médio rio Doce, MG, é apresentada nas Tabelas 16 e 17 para o período chuvoso e seco,
respectivamente.
Tabela 16: Lista das espécies registradas e suas respectivas freqüências de presença (em porcentagem) nos lagos
amostrados no vale do Médio Rio Doce (MG), em dezembro de 2003, período chuvoso. O símbolo
indica a presença da espécie em cada um dos pontos amostrados. P = (%).
A. Claras Almécega Carioca L. Verde
Pontos
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1 2 3 4
P
Gênero/espécie
Cabomba furcata -
Cyperus spp. 5
Echinodorus tenellus 5
Eichhornia azurea 25
Eleocharis interstincta 60
Bulbostilis capilaris 5
Eleocharis mutata 10
Ludwigia sedoides 25
Ludwigia sp. 5
Ludwigia torulosa 5
Mayaca fluviatilis 5
Nymphaea elegans 45
Nymphaea mexicana 15
Nymphoides indica 5
Polygonum sp. -
Salvinia auriculata 5
Typha domingensis 30
Utricularia foliosa 5
Xyris sp. 5
gramínea 5
N de espécies/banco
2 2 3 3 4 2 3 4 4 2 4 3 4 1 2 4 1 2 1 1
N espécies/lagoa
6 6 8 2
67
Tabela 17: Lista das espécies registradas e suas respectivas freqüências de presença (em porcentagem) nos lagos
amostrados no vale do Médio Rio Doce (MG), em maio de 2004, período seco. O símbolo indica
a presença da espécie em cada um dos pontos amostrados. P = (%).
A. Claras Almécega Carioca L. Verde
Pontos
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1 2 3 4
P
Gênero/espécie
Cabomba furcata 5
Cyperus spp. 5
Echinodorus tenellus 5
Eichhornia azurea 25
Eleocharis interstincta 60
Bulbostilis capilaris -
Eleocharis mutata -
Ludwigia sedoides 15
Ludwigia sp. -
Ludwigia torulosa -
Mayaca fluviatilis 5
Nymphaea elegans 20
Nymphaea mexicana -
Nymphoides indica -
Polygonum sp. 5
Salvinia auriculata 10
Typha domingensis 30
Utricularia foliosa -
Xyris sp. -
gramínea -
N de espécies/banco
1 1 3 1 1 1 3 3 2 2 2 3 3 1 1 1 1 3 3 2
N espécies/lagoa
3 4 4 5
A espécie E. interstincta foi a única espécie considerada constante em ambos os
períodos, estando presente na maioria dos bancos amostrados nas lagoas Carioca, Verde e
Águas Claras, porém não ocorrendo na lagoa Almécega. Typha domingensis, Nymphaea
elegans, Eichhornia azurea e Ludwigia sedoides, foram espécies classificadas como comuns.
Com exceção de T. domingensis apresentaram, no entanto, diferentes freqüências para os dois
períodos amostrados. Nymphaea sp. foi comum somente no período chuvoso, não ocorrendo
no período seco. Nos dois períodos de amostragem, a maioria das espécies registradas foi
classificada como rara, sendo observadas em no máximo 2 bancos entre 20 amostrados.
No presente estudo as espécies dominantes foram Eleocharis interstincta e Nymphaea
elegans, seguidas por Eichhornia azurea, Ludwigia sedoides e Typha domingensis. Esta
68
relação de dominância tem se mantido inalterada nas lagoas estudadas, quando se comparam
os resultados reportados por Ikusima e Gentil (1997) e Tavares (2003). Assim, pode-se inferir
que embora ocorram variações interanuais na composição e na abundância relativa das
espécies, nestes lagos, que por estarem em área preservada de Mata Atlântica, não se
observam grandes alterações nas relações de dominância em intervalos de tempo
relativamente curtos, entre duas e três décadas.
4.5. BIOMASSA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS
4.5.1. A Biomassa das Macrófitas nas Lagoas do Vale do Médio Rio Doce
A biomassa dos vegetais pode ser uma forma mais adequada de avaliação da
importância relativa das diferentes espécies de macrófitas em um ecossistema aquático,
considerando-se que o tamanho é muito variável entre as espécies e também a dificuldade de
determinação da densidade numérica para algumas espécies, particularmente aquelas com
crescimento modular, como por exemplo, o caso da espécie Eichhornia azurea.
As Tabelas 18 e 19 apresentam respectivamente para os meses de dezembro de 2003 e
maio de 2004, os valores de biomassa das macrófitas em cada ponto amostrado, para as quatro
lagoas estudadas. Na determinação de biomassa foram amostrados apenas os bancos
localizados no corpo da lagoa, razão pela qual algumas espécies com ocorrência apenas na
região litorânea, que na época se encontrava fora da região inundada não foram amostrados.
69
Tabela 18: Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas aquáticas amostradas em
diferentes pontos em quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, em dezembro de
2003 (período chuvoso).
Biomassa total dezembro de 2003
Carioca Verde A. Claras Almécega
P1
95,04
40,15 41,35 111,75
P2
33,93 56,95 50,97 86,76
P3
22,11 46,61 70,4 147,25
P4
21,94 44,42 40,92 137,28
P5
21,03 144,1
P6
57,99 111,24
média
25,43 47,03 47,11 123,06
desv padrão
5,72 7,13 16,89 23,72
Tabela 19: Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas aquáticas amostradas em
diferentes pontos em quatro lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, em maio de 2004
(período seco).
Biomassa total maio de 2004
Carioca Verde A. Claras Almécega
P1
21,29 60,61 86,21 146,5
P2
69,04 65,83 83,28 111,93
P3
26,71 90,6 78,15 138,87
P4
51,49 107,42 115,63 136,49
P5
30,44 107,95
P6
93,66 133,35
média
42,13 81,11 81,22 129,18
desv padrão
22,23 21,87 28,12 15,57
Para o período chuvoso (dezembro de 2003), os menores valores de biomassa
ocorreram na Lagoa Carioca, com um valor médio de 25,43g de peso seco de macrófitas por
m
2
, enquanto os maiores valores foram registrados na Lagoa Almécega, onde a biomassa foi
cerca de três vezes superior àquela da Lagoa Carioca. Para as lagoas Verde e Águas Claras os
valores de biomassa foram ligeiramente mais elevados do que na Lagoa Carioca, mas bem
inferiores àqueles da Lagoa Almécega (Tabela18).
70
De maneira geral no período seco (maio de 2004) a biomassa das macrófitas foi mais
elevada do que no período chuvoso, (cerca de duas vezes maior), exceto na Lagoa Almécega
onde a biomassa média de macrófitas por metro quadrado foi aproximadamente a mesma
daquela registrada no período chuvoso (Tabela 19).
A contribuição das diferentes espécies para a biomassa total das macrófitas em cada
ponto amostrado é apresentada nas Tabelas 20 a 23, para as lagoas Carioca, Verde, Águas
Claras e Almécega, respectivamente.
Tabela 20: Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em cada ponto amostrado na
Lagoa Carioca, MG, em dois períodos (dezembro de 2003, período chuvoso e maio de 2004, período
seco). Seguidos dos valores de porcentagem de cada espécie na composição do banco.
Lagoa Carioca
12/2003
Peso seco
(g/0,5m
2
)
05/2004
Peso seco
(g/0,5m
2
)
P1
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
10,70 (45%)
13,06 (55%)
P1
Nymphaea elegans 21,29 (100%)
P2
Eleocharis interstincta 33,93 (100%)
P2
Eleocharis interstincta 69,04 (100%)
P3
Nymphaea elegans 22,11 (100%)
P3
Nymphaea elegans 26,71 (100%)
P4
Eleocharis interstincta 21,94 (100%)
P4
Eleocharis interstincta 51,49 (100%)
101,74
168,53
média 25,435
média 42,132
Na Lagoa Carioca, as espécies Nymphaea elegans e Eleocharis interstincta ocorreram
em bancos isolados monoespecíficos, exceto no ponto 1. A contribuição de Eleocharis
interstincta foi ligeiramente superior àquela de N. elegans (Tabela 20).
Na Lagoa Verde a biomassa das macrófitas foi maior no período seco, com cerca de
duas vezes aquela registrada no período chuvoso. Eleocharis interstincta foi a espécie
dominante, e a única ocorrendo nos pontos amostrados no período chuvoso. No período seco
ocorreram também as espécies Nymphaea elegans e Cabomba furcata, mas a contribuição
destas em termos de biomassa foi muito inferior à de Eleocharis interstincta (Tabela 21).
71
Tabela 21: Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em cada ponto amostrado na
Lagoa Verde, MG, em dois períodos (dezembro de 2003, período chuvoso e maio de 2004, período
seco). Seguidos dos valores de porcentagem de cada espécie na composição do banco.
Lagoa Verde
12/2003
Peso seco
(g/0,5m
2
)
05/2004
Peso seco
(g/0,5m
2
)
P1
Eleocharis interstincta 40,15 (100%)
P1
Eleocharis interstincta 60,61 (100%)
P2
Eleocharis interstincta 56,95 (100%)
P2
Eleocharis interstincta
Cabomba furcata
61,91 (94,05%)
3,91 (5,95%)
P3
Eleocharis interstincta 46,61 (100%)
P3
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
80,18 (88,5%)
10,42 (11,5%)
P4
Eleocharis interstincta 44,42 (100%)
P4
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
103,50 (96,35%)
3,92 (3,65%)
188,13
324,45
média 47,032
média 81,112
Os valores médios de biomassa das macrófitas na lagoa Águas Claras
foram similares àqueles registrados na Lagoa Verde e similarmente foram cerca de duas vezes
mais elevados no período seco do que no chuvoso (Tabela 22). Em relação à contribuição das
espécies, no período chuvoso as espécies E. interstincta e N. elegans ocorreram
conjuntamente na maior parte dos pontos amostrados. Também nesta lagoa, a contribuição de
E. interstincta em termos de biomassa foi superior àquela de N. elegans.
Tabela 22: Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em cada ponto amostrado na
Lagoa Águas Claras, MG, em dois períodos (dezembro de 2003, período chuvoso e maio de 2004,
período seco). Seguidos dos valores de porcentagem de cada espécie na composição do banco.
Lagoa Águas Claras
12/2003
Peso seco
(g/0,5m
2
)
05/2004
Peso seco
(g/0,5m
2
)
P1
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
22,4 (54,16%)
18,95 (45,83%)
P1
Eleocharis interstincta 86,21 (100%)
P2
Eleocharis interstincta 50,97 (100%)
P2
Eleocharis interstincta 83,28 (100%)
P3
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
9,23 (13,11%)
61,17 (86,88%)
P3
Eleocharis interstincta
Nymphaea elegans
68,93 (88,2%)
9,22 (11,8%)
P4
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
6,46 (15,8%)
34,46 (84,20%)
P4
Eleocharis interstincta 115,63 (100%)
P5
Nymphaea elegans
Echinodorus tenellus
11,18 (53,15%)
9,85 (46,85%)
P5
Eleocharis interstincta 30,44 (100%)
P6
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
24,24 (41,81%)
33,75 (57,99%)
P6
Nymphaea elegans
Eleocharis interstincta
39,15 (41,8%)
54,51 (58,2%)
282,66
487,07
média 47,11
média 81,178
72
Tabela 23: Valores de biomassa das espécies de macrófitas aquáticas encontradas em cada ponto amostrado na
Lagoa Almécega, MG, em dois períodos (dezembro de 2003, período chuvoso e maio de 2004,
período seco). Seguidos dos valores de porcentagem de cada espécie na composição do banco.
Lagoa Almécega
12/2003
Peso seco
(g/0,5m
2
)
05/2004
Peso seco
(g/0,5m
2
)
P1
Eichhornia azurea 111,75 (100%)
P1
Eichhornia azurea 146,5 (100%)
P2
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
Salvinia auriculata
49,93 (57,55%)
36,14 (41,65%)
0,69 (0,8%)
P2
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
42,74 (38,18%)
69,19 (61,82%)
P3
Eichhornia azurea 147,25 (100%)
P3
Eichhornia azurea 138,87 (100%)
P4
Ludwigia sedoides 137,28 (100%)
P4
Eleocharis interstincta 136,49 (100%)
P5
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
83,15 (57,7%)
60,95 (42,3% )
P5
Eichhornia azurea 107,95 (100%)
P6
Eichhornia azurea 111,24 (100%)
P6
Eichhornia azurea
Ludwigia sedoides
102,12 (76,58%)
31,23 (23,42%)
738,38
775,09
média 123,06
média 129,18
Na Lagoa Almecega, a biomassa de macrófitas foi bastante superior à das demais
lagoas estudadas, com ocorrência e elevada contribuição das espécies Eichhornia azurea e
Ludwigia sedoides (Tabela 23). Diferentemente do observado para as demais lagoas
estudadas, ambas as espécies estão presentes nos dois períodos, com contribuições relativas
similares. Aparentemente não houve relação entre o estado trófico das lagoas e a biomassa de
macrófitas, considerando-se que todos os lagos foram classificados como mesotróficos. A
lagoa Carioca, com o valor do Índice de Estado Trófico ligeiramente superior ao das demais,
foi aquela com a menor biomassa média de macrófitas.
Embora neste estudo apenas quatro lagos tenham sido avaliados quanto à biomassa de
macrófitas, observa-se de maneira geral, uma tendência de maior biomassa por unidade de
área quanto maior a área do lago (Anexo 6).
73
4.5.2. A Biomassa das Macrófitas na Lagoa dos Tropeiros, Pântano do Rio Piumhi
Para a análise da biomassa, foram coletadas macrófitas em 6 pontos desta lagoa.
Todos os bancos amostrados eram mistos, compondo-se de pelo menos três espécies de
plantas. A Tabela 24 apresenta os dados relativos à biomassa total de macrófitas por metro
quadrado, nos pontos amostrados.
Tabela 24: Valores de biomassa em peso seco (g/0,5m
2
) das macrófitas, para cada ponto amostrado
na Lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG, em outubro de 2006. m = média; dp = desvio
padrão.
Lagoa dos Tropeiros
Pontos Biomassa g/0,5m
2
P1
29,50
P2
24,80
P3
13,16
P4
48,55
P5
23,17
P6
13,34
m 25,42
dp
13,06
As espécies Nymphaea elegans, Uricularia hydrocarpa e Utricularia foliosa estiveram
presentes em todos os seis pontos. A maior biomassa foi obtida no ponto 4, localidade que
continha a espécie Eichhornia azurea.
A biomassa variou amplamente entre os pontos amostrados, com um mínimo de 13, 16
g/0,5m
2
no ponto 3 e o valor máximo de 48,55 g/0,5 m
2
no ponto 4.
4.6.
COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA DA FAUNA ASSOCIADA ÀS MACRÓFITAS
4.6.1. Lagoas do médio rio Doce
A composição taxonômica da fauna associada, avaliada em níveis taxonômicos
superiores (grandes grupos) para duas das lagoas estudadas no Vale do Médio Rio Doce,
apenas no período seco é apresentada na Tabela 25.
74
Tabela 25: Composição taxonômica (grandes grupos) e densidade numérica de invertebrados bentônicos
associados às macrófitas aquáticas (numero de indivíduos/0,5 m
2
) em diferentes pontos de
amostragem nas Lagoas Verde e Carioca, MG, em maio de 2004.
GRUPOS Lagoa Verde TOTAL Lagoa Carioca TOTAL
P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4
DIPTERA
Chironomidae (larvas e pupas) 36 146 97 41
320
250 1173 755 22
2200
Chaoborus
-
68 1
69
Culicidae 4 4 2
10
-
Ceratopogonidae
-
7
7
larvas 1
1
4 1
5
adultos 1
1
-
adulto: Chironomidae 4 1
5
1
1
pupas
-
8
8
OLIGOCHAETA 1 2 4 1
8
75 5 17
97
ODONATA
-
-
Zigoptera
-
1 9 1
11
EPHEMEROPTERA
-
-
Baetidae 3 1 1
5
10 2 1
13
Caenidae
-
1
1
TRICHOPTERA
-
-
Polycentropodinae
-
1 15 3 3
22
HEMIPTERA
-
-
Belastomatidae
-
1 2
3
Mesoveliidae
-
2
2
terrestre 3 3 5
11
1 1
2
COLEOPTERA
-
-
larvas 2 4 15
21
12 2
14
Hydrophilidae 1
1
-
Chrysomelidae
-
1 1
2
Gyrinidae
-
1
1
Curculionidae
-
1
1
ORTHOPTERA 3
3
6
6
HYMENOPTERA
-
-
Formicidae
-
18 4
22
LEPIDOPTERA
-
-
Geometridae 1
1
-
Outros 1
1
-
ARACHNIDA
-
-
Acari / Oribatei 2
2
-
Araneae / Tetragnatha 6 1
7
1
1
Araneae / tipo 1 6 1 5
12
2 3
5
Araneae / tipo 2 (negras) 6 1 2
9
-
Araneae / tipo 3 (espinhos) 1
1
-
Araneae / tipo 4 (mimetiza formiga) 1
1
-
CRUSTACEA
-
-
Decapoda (camarão de água doce) 2 9
11
1
1
MOLLUSA
-
-
Planorbidae
-
1
1
Terrestre
-
12
12
TOTAL 65 165 119 82
431
286 1311 858 52
2507
75
Em ambas as lagoas os Chironomidae (Diptera) foram os invertebrados associados às
macrófitas que ocorreram em maior abundância, estando presentes em todos os pontos.
Na Lagoa Verde quanto à abundância numérica, depois de Chironomidae, Araneae foi
o táxon que apresentou o maior número de representantes. As larvas de Coleoptera também
foram abundantes.
A maior densidade de Chironomidae foi observada no ponto 2, no qual o banco de
macrófitas era constituído por um extenso banco de junco (Eleocharis interstincta).
Oligochaeta também teve ocorrência em todos os pontos, ocorrendo em maior número no
ponto 3, ponto onde foi registrada a presença da macrófita Nymphaea elegans.
Os bancos de macrófitas na Lagoa Verde eram compostos predominantemente por
junco. Nos pontos 2 e 4, foi registrada a maior riqueza de táxons de grupos de
macroinvertebrados.
A maior biomassa de macrófitas aquáticas na Lagoa Verde foi registrada nos pontos 3
e 4. No ponto 4, onde foi registrada a maior biomassa de macrófitas, foi também observada a
maior riqueza de táxons de macroinvertebrados. Também foi neste ponto onde se registrou a
maior densidade numérica de Coleoptera e Hemiptera, sendo também o único local com
ocorrência de representantes dos grupos Lepidoptera, Orthoptera e Acari.
A contribuição de alguns exemplares de Nymphaea elegans e Cabomba furcata,
coletados nos pontos 2 e 3, não pode ser considerada significativa como substrato para os
macroinvertebrados associados, visto que representaram respectivamente 6% e 11,5% da
biomassa total amostrada. Não foi desta forma observada a existência de um padrão de
distribuição dos grupos de organismos dependente da ocorrência de desta ou daquela espécie
de macrófita. Entretanto, estes mesmos pontos foram os únicos onde foi registrada a presença
de camarões de água doce, (Macrobrachium sp.), táxon que, numericamente, também teve
contribuição significativa para a macrofauna de invertebrados desta lagoa.
76
Os representantes da Ordem Hemiptera (a maioria terrestres), também foram
abundantes, tendo ocorrido em 3 dos 4 pontos amostrados.
No ponto 1 foi observada a maior densidade de aranhas, entre estas, 6 do gênero
Tetragnatha, muito comum em ambientes aquáticos, pois se alimentam de organismos
aquáticos e semi-aquáticos. A maior densidade de Coleoptera foi observada no ponto 4.
Foram também abundantes as larvas de Diptera Culicidae. A importância dos artrópodes
terrestres nas regiões alagadas de florestas é bem conhecida nas várzeas amazônicas (Adis,
2000). Para os corpos de água existentes em fragmentos de Mata Atlântica, como é o caso das
lagoas do vale do Médio Rio Doce, este aspecto tem sido ainda pouco evidenciado.
Nos bancos amostrados nesta lagoa não foram encontrados representantes dos grupos
Odonata, Trichoptera, Lepidoptera, Arachnida e Mollusca.
Na Lagoa Carioca, organismos pertencentes a espécies da família Chironomidae
(Díptera) estiveram presentes em todos os pontos. A maior densidade foi observada no ponto
2, banco composto exclusivamente de junco (Eleocharis interstincta), e que representou o
maior valor de biomassa de macrófitas. Foi também no ponto 2 onde foi registrado o maior
número de representantes dos grupos Oligochaeta, Trichoptera e Coleoptera, sendo o ponto
onde foi encontrada a maior variedade de grupos e o único contendo Orthoptera e também um
exemplar de camarão de água doce (Macrobrachium sp) (Crustacea, Decapoda).
No ponto 1 (o mais próximo da entrada do barco), composto exclusivamente por
Nymphaea elegans, registrou-se a menor biomassa de macrófitas. Neste ponto foi encontrada
a maior densidade numérica de formigas (Hymenoptera, Formicidae), com todos os
exemplares na fase alada e também o maior número de representantes de Ephemeroptera.
No ponto 3, banco constituído exclusivamente por Nymphaea elegans, foi o único
local onde foram encontrados moluscos, sendo a maioria destes de origem terrestre. Também
neste ponto registrou-se a maior abundância de ninfas de Odonata.
77
Foram coletadas larvas de Trichoptera (Polycentropodinae) em todos os pontos
amostrados.
Nesta lagoa, a maior densidade de indivíduos foi registrada no ponto de maior
biomassa de macrófitas.
4.6.2. Fauna Associada às Macrófitas na Lagoa dos Tropeiros
A composição taxonômica e a densidade numérica dos invertebrados bentônicos
associados às macrófitas aquáticas na amostragem realizada em outubro de 2006 na Lagoa
dos Tropeiros é apresentada na Tabela 26. Similarmente ao observado para as lagoas Verde e
Carioca no vale do medo Rio doce, o grupo numericamente dominante na Lagoa dos
Tropeiros foram os Chironomidae, em todos os pontos amostrados. O segundo grupo mais
abundante foram os Trichoptera, diferentemente do observado nas lagoas do Vale do Médio
Rio Doce, onde o segundo grupo mais abundante foram os Arachnida na lagoa Verde e os
Oligochaeta na Lagoa Carioca.
78
Tabela 26: Composição taxonômica e densidade numérica de invertebrados bentônicos associados às macrófitas
aquáticas (numero de indivíduos/0,5 m
2
) nos diferentes pontos de amostragem da Lagoa dos
Tropeiros, MG, em outubro de 2006.
GRUPOS Lagoa dos Tropeiros TOTAL
P1 P2 P3 P4 P5 P6
DIPTERA
Chironomidae (larvas e pupas) 514 1185 854 1241 1790 559
6143
larvas 3 1 1
5
adulto: Chironomidae 1 1 1
3
pupas 6 8 6 7 2 1
30
OLIGOCHAETA 33 219 104 118 160 36
670
ODONATA
Anisoptera 10 4 5 1
20
Anisoptera (exúvias) 2 1 1
4
Zigoptera 36 30 12 20 18 3
119
Zigoptera (exúvias) 1 1 1
3
EPHEMEROPTERA
Baetidae 33 99 43 125 59 15
341
Caenidae 108 337 169 362 202 31
1101
Caenidae (adultos) 2 4 10 4
18
Leptophlebiidae 1
1
Polymitarcydae/Campsurinae/Asthenopus sp. 23 1 67
91
TRICHOPTERA
Hydroptilidae
3 6 4 6
19
Hydroptilidae/Hydoptilinae/Oxyethira sp.
436 312 138 108 104 188
1286
Hydroptilidae/Hydoptilinae/Oxyethira sp. (adultos)
2
2
Leptoceridae
2 32 1 10 19 1
65
Polycentropodidae/Polycentropodinae
26 27 14 405 16 6
494
Hydropsychidae
1 4 4 1
10
pupas não identificadas
1 2
3
HEMIPTERA
Belostomatidae 4
4
Coxiridae/Coxirinae/Sigara sp. 1 2 6 24 3
36
Mesoveliidae/Mesovelia sp. 27 12 2 4 1
46
Mesoveliidae/Mesovelia sp. (exúvia) 2
2
Naucoridae/ Naucorinae/ Pelocoris sp. 4 1 1
6
Nepidae/Ranatrinae/ Ranatra sp. 3
3
Nepidae/Ranatrinae/ Ranatra sp. (exúvias) 1
1
Notonectidae/Anisopinae/Notonecta sp. 64 50 2 24 20
160
Notonectidae/Anisopinae/Notonecta sp. (exúvias) 3 4 1 4
12
Pleidae/Neoplea sp. 1
1
HOMOPTERA 1 1
2
LEPIDOPTERA 1 1
2
PSOCOPTERA 1
1
COLEOPTERA
Hydrophilidae 1
1
ARACHNIDA
Acari/Hidracarina 52 54 23 13 15 24
181
Acari/Oribatei 3 2 3
8
Aranae/Tetragnathide/Tetragnatha 1
1
Aranae 1 1
2
Hidra 1
1
Hirudinea 10 14 15 11 1 4
55
Turbellaria 34
34
79
Continuação da Tabela 26:
VERTEBRATA
Peixe (alevinos) 3 1
4
Peixe (larvas) 3 1
4
desovas 4 4 3 3
14
TOTAL de indivíduos 1372 2449 1441 2574 2429 887
10992
Biomassa de macrófitas (g/0,5 m
2
) 29,5 24,8 13,16 48,55 23,17 13,34
Na lagoa dos Tropeiros, representantes dos grupos Diptera, Oligochaeta, Odonata,
Ephemeroptera, Trichoptera, Hemiptera, Acari e Hirudinea estiveram presentes em todos os
pontos, a maioria deles em grande densidade numérica, como os Chironomidae e os
Oligochaeta.
Comaparada às lagoas do rio Doce, esta lagoa apresentou um numero muito maior de
indivíduos por unidade de área, nos diferentes pontos amostrados.
Comparado à Lagoa dos Tropeiros, as duas lagoas do Vale do rio Doce (Carioca e
Verde) apresentaram um grande número de representantes terrestres que forrageiam no ao
ambiente aquático.
Os corpos de água estudados no Vale do Médio Rio Doce são ecossistemas cercados
por floresta de Mata Atlântica, enquanto a Lagoa dos Tropeiros no pântano do Rio Piumhí
trata-se de um ambiente é aberto e sem vegetal florestal na área de entorno.
A presença de árvores ao longo das margens de um corpo d’água pode influenciar de
diversas maneiras a estrutura da comunidade de macroinvertebrados associados ás macrófitas
aquáticas (Kirby, 1992). De acordo com este autor, elas proporcionam abrigo contra o vento,
que pode ser de grande importância para adultos de pequenos insetos voadores, como os
Ephemeroptera, proporcionando também um local de pouso após a emergência. Alguns
insetos com fase larval aquática, passam a maior parte da vida adulta em meio às árvores que
margeiam ou que estão sobre a água. Algumas larvas emergem da água e pupam em fendas
nos troncos. Alguns insetos colocam seus ovos em folhas e galhos que se curvam sobre a
80
água. Folhas e invertebrados que caem das árvores constituem importantes recursos
alimentares. Algumas espécies de invertebrados aquáticos vivem preferencialmente ou
exclusivamente em galhos e troncos submersos e em decomposição. O sombreamento
proporcionado pelas árvores pode tamponar as flutuações extremas de temperatura em locais
mais rasos.
Porém a presença de árvores nas margens nem sempre é benéfica. O sombreamento
pode inibir o crescimento de vegetação aquática, e proporcionar condições desfavoráveis para
invertebrados que preferem temperaturas mais altas. Além disso, as folhas mortas, caídas das
árvores, podem se acumular no corpo d’água, criando condições prejudiciais tanto à flora
quanto à fauna. Esses problemas tornam-se mais sérios no caso de pequenas lagoas. Quanto
maior o corpo d’água, mais amenos serão os efeitos.
As margens das lagoas povoadas por macrófitas tiveram grande importância para a
comunidade de invertebrados vivendo na interface entre o meio aquático e terrestre, como
pode ser observado nas Lagoas Verde e Carioca, como indicado pela grande quantidade de
animais terrestres encontrados junto às macrófitas. Para estes animais, os bancos de
macrófitas constituem importantes locais de forrageamento, abrigo, local de desova, etc.
Na lagoa Carioca, por exemplo, foi observado grande número de moluscos terrestres
no banco de N. elegans, no ponto 3. As folhas flutuantes próximas à margem, com suas
amplas superfícies, constituem locais propícios para serem explorados por moluscos
terrestres, como as lesmas e caramujos.
Segundo Kirby (1992), na maioria dos corpos d’água, as regiões litorâneas são os
locais mais importantes para os invertebrados. Uma parte dos invertebrados associados aos
ambientes aquáticos vivem sobre, ou entre, as macrófitas emergentes e as flutuantes, em
águas rasas.
81
As margens de uma lagoa podem ser completamente alteradas pelo manejo antrópico.
Na maioria dos casos, pouca atenção é dada às conseqüências. As margens dos corpos d’água
deveriam ser sempre manejadas com o objetivo de manter ou melhorar os habitats existentes
ou ampliar as características favoráveis à maior riqueza de espécies, que este ambiente já
possui. Mudanças às vezes desnecessárias podem destruir as comunidades de invertebrados
estabelecidas.
Em águas rasas, com rica vegetação marginal as comunidades de invertebrados
geralmente atingem maior riqueza. Estas se encontram associadas à vegetação mais densa nas
áreas alagadas, ou simplesmente úmidas na interface terra/água. Geralmente, uma estrutura de
vegetação bem variada nas margens de um corpo d’água tem grande influência na estrutura da
comunidade de macroinvertebrados, resultando em grande riqueza de táxons. Além disso, as
variações no nível da água (em períodos de seca e cheia), assim como variações existentes na
vegetação de margem, em decorrência da presença de animais que pastam, ou mesmo
decorrentes de atividades humanas (como uma estrada próxima à margem, e que é utilizada
para pesca), podem proporcionar heterogeneidade ambiental (ou maior diversidade de
habitats), resultando em uma maior variedade tanto de espécies de plantas como de espécies
de macroinvertebrados.
As lagoas são sistemas aquáticos muito variados tanto nas suas características
intrínsecas quanto em seu cenário. Uma lagoa com um histórico de águas não poluídas pode
abrigar uma fauna de considerável interesse. Esta fauna é de interesse ainda maior se a lagoa
localiza-se numa área que contém muitos outros corpos de água preservados (que contém uma
rica comunidade de invertebrados aquáticos), ou se a mesma for pobre em nutrientes, ou ainda
se é ácida ou muito básica (Boulton & Brock, 1999).
82
Uma lagoa sombreada geralmente contém menos espécies de macro-invertebrados do
que uma lagoa não sombreada. No entanto, alguns invertebrados são confinados às lagoas
sombreadas, especialmente em áreas de florestas (Kirby, 1992).
4.7. ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS PRINCIPAIS GRUPOS TAXONÔMICOS EM TRÊS DAS
LAGOAS ESTUDADAS
A contribuição relativa dos principais grupos de macroinvertebrados associados ás
macrófitas foi determinada para as lagoas Carioca e Verde no sistema lacustre do vale do
Médio Rio doce e para a Lagoa dos Tropeiros (Figuras 26 a 28). Observa-se que em termos de
abundância relativa os Díptera, (principalmente Chironomidae), contribuíram com 91% do
total na Lagoa Carioca, 78% na lagoa Verde e 55% na Lagoa dos Tropeiros sendo, portanto,
numericamente o grupo mais abundante na fauna associada às macrófitas nestas lagoas. Na
Lagoa dos Tropeiros observa-se, no entanto, a maior participação de outros grupos de insetos
aquáticos (fases imaturas).
83
DIPTERA 91,3%
OLIGOCHAETA 3,8%
ODONATA 0,4%
EPHEMEROPTERA 0,5%
TRICHOPTERA 0,8%
COLEOPTERA 0,7%
HYMENOPTERA 0,8%
MOLLUSCA 0,5%
OUTROS 0,8%
Figura 26: Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às macrófitas na Lagoa
Carioca, MG, no período de maio de 2004. Outros = Araneae, Crustacea, Orthoptera, Hemiptera
(porcentagens menores que 5%)
É bem estabelecido que em ambientes naturais ou relativamente preservados os
Diptera Chironomidae é o grupo mais ecologicamente importante nas águas doces em geral,
ocorrendo em altas densidades e diversidade. (Trivinho-Strixino e Strixino, 1995; Coffman,
1998; Armitage, 1995). O número de espécies de quironomídeos presentes na maioria dos
sistemas frequentemente representa 50% ou mais da riqueza total de macroivertebrados.
Embora no presente trabalho ainda não tenha sido realizada a identificação taxonômica dos
Chironomidae, a observação de morfotipos sugere que também nas lagoas taqui estudadas
este será o grupo mais diversificado. Araneae e Coleoptera adultos foram o segundo e terceiro
grupos com maior abundância relativa na Lagoa Verde, enquanto Trichoptera e
Ephemeroptera foram, exceto Chironomidae, os grupos mais relevantes na fauna associada ás
macrófitas da lagoa dos Tropeiros.
84
DIPTERA 78,1%
OLIGOCHAETA 1,8%
EPHEMEROPTERA 1,1%
HEMIPTERA 2,5%
COLEOPTERA 5,1%
ORTHOPTERA 0,6%
LEPIDOPTERA 0,4%
ACARINA 0,4%
ARANEAE 6,9%
CRUSTACEA 2,5%
Figura 27: Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às macrófitas na Lagoa
Verde, MG, no período de maio de 2004.
DIPTERA 55,4%
OLIGOCHAETA 6%
ODONATA 1,3%
EPHEMEROPTERA 15,2%
TRICHOPTERA 16,8%
HEMIPTERA 2,4%
ACARINA 1,7%
HIRUDINEA 0,5%
TURBELARIA 0,3%
OUTROS 0,16%
desovas 0,12%
Figura 28: Abundância relativa dos principais grupos componentes da fauna associada às macrófitas na Lagoa
dos Tropeiros, MG, no período de outubro de 2006. (Outros = Homoptera, Lepidoptera, Psocoptera,
Coleoptera, Araneae, Hidra e larvas de peixes).
85
4.8. DOMINÂNCIA E EQUITATIVIDADE NA COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS
ASSOCIADOS ÀS MACRÓFITAS
Uma análise das tendências da diversidade na comunidade de macro-invertebrados
associados às macrófitas aquáticas foi realizada por meio das curvas de rarefação (ou de
dominância) para as lagoas onde a estrutura taxonômica e a densidade numérica dos táxons
foi avaliada (Figuras 29, 30 e 31).
Nas lagoas Carioca e Verde, a maior diversidade, representada pela maior riqueza de
táxons e pela maior equitatividade ocorreu nos pontos com maior biomassa de macrófitas por
unidade de área (P2 na Lagoa Carioca e P4 na Lagoa Verde).
Na lagoa dos Tropeiros, observa-se que a menor diversidade, ocorre nos pontos P3 e
P6, os quais apresentam a menor biomassa de macrófitas por unidade de área. Os pontos com
maior biomassa (P1, P4 e P5) tiveram maior diversidade, representadas pela combinação de
maior riqueza e maior equitatividade. Em geral a abundância dos macroinvertebrados
relaciona-se positivamente e com a biomassa total das macrófitas, com a concetração de
matéria orgânica no sedimento e com o estado trófico do lago (Cyr, 1988). A maior riqueza,
densidade e biomassa dos macroinvertebrados associados às macrófitas na Lagoa dos
Tropeiros, quando comparadas àquelas observadas nas lagoas do Vale do Rio Doce podem ser
decorrentes da maior biomassa de macrófitas por unidade de área, e do mais elevado grau de
trofia desta lagoa.
86
0,1
1
10
100
1000
10000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
sequência de taxons
densidade numérica de cada taxon
P1
P2
P3
P4
Figura 29: Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da fauna de
macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes pontos amostrados na Lagoa
Carioca, Vale do Médio Rio Doce, em maio de 2004. P1: Nymphaea elegans; P2: Eleocharis
interstincta; P3: Nymphaea elegans P4: Eleocharis interstincta.
0,1
1
10
100
1000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516
sequência de taxons
densidade numérica de cada taxon
P1
P2
P3
P4
Figura 30: Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da fauna de
macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes pontos amostrados na Lagoa
Verde, Vale do Médio Rio Doce, em maio de 2004. P1: Eleocharis interstincta; P2: Eleocharis
interstincta e Cabomba furcata; P3 Eleocharis interstincta e Nymphaea elegans; e P4: Eleocharis
interstincta e Nymphaea elegans.
87
0,1
1
10
100
1000
10000
1 3 5 7 9 11131517192123252729313335
sequência de taxons
densidade numérica de cada taxon
P1
P2
P3
P4
P5
P6
Figura 31: Curvas do componente dominância (ou rarefação) em relação à diversidade da fauna de
macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas nos diferentes pontos amostrados na Lagoa
dos Tropeiros, MG, em outubro de 2006. P1, P2, P3 e P6: Nymphaea elegans, Utricularia
hidrocarpa, Utricularia foliosa; P4: Banco de Eichhornia azurea, com Cabomba furcata, Nymphaea
elegans, Utricularia hidrocarpa, Utricularia foliosa; P5: Nymphaea elegans,Utricularia hidrocarpa,
Utricularia foliosa, Cabomba furcata.
88
4.9. BIOMASSA DE MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS ASSOCIADOS ÀS MACRÓFITAS NA
LAGOA DOS TROPEIROS, MG
A estimativa da biomassa dos invertebrados associados às macrófitas aquáticas na
Lagoa dos Tropeiros é apresentada na Tabela 27. Os representantes dos Diíptera
(Chironomidae na quase totalidade) foram os que mais contribuíram em relação à biomassa.
Foram também importantes em termos de biomassa os representantes dos grupos Odonata e
Ephemeroptera. Embora os valores absolutos não possam ser diretamente comparados, devido
às diferenças metodológicas de amostragem, o padrão obtido no presente estudo, em relação
aos grupos de macroinvertebrados associados às macrófitas aquáticas com maior importância
em termos de biomassa, é bastante similar àquele observado por Trivinho-Strixino et al.
(1997) em lagoas marginais do Rio Mogi-Guaçu, Estação Ecológica do Jataí.
Tabela 27: Biomassa de macroinvertebrados associada às macrófitas aquáticas na lagoa dos Tropeiros,
Piumhí, MG, amostrados em outubro de 2006.
GRUPOS Biomassa (mg/m
2
) TOTAL
P1 P2 P3 P4 P5 P6
DIPTERA 390,74 897,74 645 937,5 1344,74 420
2317,86
OLIGOCHAETA 5,36 85,16 8,76 15,94 47,52 8,5
171,24
ODONATA 453,1 392,2 27,12 252,4 115,54 8,32
1248,68
EPHEMEROPTERA 48,84 583 37,36 1142,66 68,56 8,24
1888,66
TRICHOPTERA 87,54 86,08 27,38 172,94 31,88 12,4
418,22
HEMIPTERA
96,12 217,66 9,58 56,84 24,5 12,9
417,6
ARACHNIDA / Acari
15,48 3,1 3,26 3,12 2,96 2,38
30,3
OUTROS
22,78 121,78 123,3 47,58 57,12 4,86
377,42
biomassa total
1119,96 2386,72 881,76 2628,98 1692,82 477,6 9187,84
número de indivíduos
1371 2448 1442 2573 2429 886
11149
89
Verificou-se uma tendência para um aumento da biomassa de macroinvertebrados com
o aumento da biomassa de macrófitas por unidade de área, como pode ser visualizado na
Figura 32.
Figura 32: Relação entre a biomassa de macroinvertebrados associados às macrófitas e a biomassa
das macrófitas por unidade de área, (g/m
2
de peso seco) na lagoa dos Tropeiros, Piumhí, MG,
amostrados em outubro de 2006.
A abundância e a biomassa de macroinvertebrados associados ás macrófitas pode
variar grandemente entre diferentes espécies de macrófitas, dependendo da área e grau de
ramificaçaõ foliar, das características das raízes (Schramm et al., 1987) e de aspectos
relacionados com a velocidade de decomposição e liberação de matéria orgânica (Pieczyńska
et al., 1999; Cheruvelil et al., 2000, 1987). Estes autores verificaram que espécies de
macrófitas submersas como aquelas dos gêneros Utricularia, Ceratophyllum e Hydrila ou de
espécies flutuantes como Eichhornia continham uma maior abundancia numérica e maior
biomassa do que espécies como que Nuphar, Paspalidium e Panicum. No presente estudo a
90
maior densidade e biomassa de macroinvertebrados esteve também associada com plantas
submersas ou de folhas flutuantes como Ludwigia sedoides, Eichhornia azurea, Utricularia
foliosa, U. hydrocarpa e U. breviscapa as quais apresentavam folhas ou raízes altamente
ramificadas, fornecendo maior superfície para abrigo ou para alimento, pois suportam uma
rica comunidade perifítica.
5. CONCLUSÕES
Os padrões de estratificação térmica e química observados neste estudo nas lagoas do
vale do Médio rio Doce foram similares aos padrões já anteriormente registrados, por
diferentes autores, evidenciando que se tratam de lagos com estratificação térmica e química
no verão e maior homogeneidade no final do outono.
Em dezembro de 2003, o estado trófico das quatro lagoas pertencentes ao sistema de
lagos do Vale do Médio Rio Doce foi mesotrófico em função das concentrações de fósforo.
Em maio de 2004, as lagoas Verde, Águas Claras e Almécega, apresentaram valores de
fósforo ligeiramente menores, sendo classificadas como oligotróficas, o que aponta para
variações interanuais, tendo em vista que nos dois anos anteriores todas haviam sido
classificadas como oligotróficas.
A ocorrência do El Niño nos anos de 2002 e 2003 alterou o regime pluviométrico
regional, diminuindo notadamente o total de precipitação anual, e levando a uma diminuição
no nível dos lagos.
A riqueza de macrófitas foi menor durante o período de estudo quando comparada
com os inventários previamente realizados nestes lagos em anos imediatamente anteriores, um
provável reflexo do fenômeno El Niño.
91
A análise da comunidade de macrófitas nas lagoas do Vale do Médio Rio Doce e a
comparação com os levantamentos florísticos realizados em anos anteriores indicou uma
recente redução na riqueza de espécies, provavelmente em decorrência das mudanças
climáticas e das alterações no nível d’água .
Entre as lagoas estudadas a maior riqueza de espécies de macrófitas foi observada na
Lagoa dos Tropeiros, um corpo de água pertencente à bacia do Rio Piumhí, rejeitando-se
portanto a hipótese de que os lagos na área de Mata Atlântica, em áreas de maior preservação,
como são os lagos do Vale do Médio Rio Doce tenham maior riqueza de espécies de
macrófitas aquáticas.
Entre as lagoas do Vale do Médio Rio Doce não se verificou relação entre a
quantidade de biomassa por unidade de área e o tamanho das lagoas, nem entre a quantidade
de biomassa o estado trófico das mesmas, rejeitando-se portanto as hipóteses inicialmente
formuladas.
Em todas as cinco lagoas estudadas a fauna de macro-invertebrados associados às
macrófitas foi constituída predominantemente por representantes de Díptera da família
Chironomidae, corroborando um padrão amplamente difundido em águas doces.
Há uma tendência para aumento na biomassa de macroinvertebrados associados às
macrófitas com o aumento da biomassa de macrófitas por unidade de área, nos lagos
estudados.
A lagoa dos Tropeiros, apesar de inventariada uma única vez teve maior riqueza de
táxons, maior densidade e maior biomassa de macro-invertebrados associados às macrófitas,
sendo possivelmente um “hot-spot” de diversidade para ambas macrófitas e macro-
invertebrados associados.
92
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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102
ANEXOS
103
ANEXO 1:
Dados Climatológicos
Tabela 1: Valores mensais e total anual de precipitação pluviométrica em Dionísio, MG,
no período de 2001 a 2006. Dados fornecidos pela estação meteorológica da Companhia
Agrícola Florestal, (CAF), Belo Horizonte, MG.
Rio Doce
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Jan 198,8 244,7 304,6 346 265,9 6,2
Fev 31,6 184,2 17,2 260 183,7 71,8
Mar 32,4 143,5 114,9 162,8 333,2 180,4
Abr 10,2 55 78,4 234,3 71,9 51,6
Mai 26,4 1,2 18,6 24,4 11 3,8
Jun 6,6 23,8 0 11,1 26,4 0
Jul 2 0 0 14,3 0 3,2
Ago 41,2 0 5,5 0 1,5 1,5
Set 32,8 53,8 26,2 0 76,4 100,4
Out 53,3 58,2 15,2 84 24,4 137,9
Nov 260,2 67,2 86,4 115,6 329,9 284,5
Dez 579,3 90,7 254,2 416,7 191,4 472,6
Total anual
1274,8 922,3 921,2 1669,2 1515,7 1313,9
Tabela 2: Valores mensais e total anual de precipitação pluviométrica em Piumhi, MG, no
período de 2001 a 2006. Dados fornecidos pela estação pluviomética do Serviço Autônomo
de Água e Esgoto de Piumhi.
Piumhi
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Jan 166,4 143,3 495,9 397,9 260,1 147,6
Fev 100,4 452,9 72,7 416,6 122,7 199,8
Mar 172,8 85,8 131,1 108,8 103,9 276,4
Abr 17,1 8,6 40,4 29,9 27,1 9,7
Mai 34 77,1 34,6 53,5 80,4 16
Jun 0 0 0 15,3 14,5 19,7
Jul 9,9 20,2 0,4 51,8 9 0,4
Ago 61,5 4,2 19,3 1,3 0 13,6
Set 46,3 57,8 36,7 7,5 54,2 86,5
Out 82 50,5 50,7 148,9 105 178
Nov 104,9 130,8 242,8 193,2 162,5 153,2
Dez 376,4 399,3 169,9 371,8 347,8 261,7
Total anual
1171,7 1430,5 1294 1778,5 1287,2 1362,6
104
ANEXO 2:
Variáveis Físicas e Químicas da Água em Quatro Lagoas do Vale do Médio Rio Doce,
MG, e na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG.
Tabela 1: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Carioca, Município de Marliéria, MG, em diferentes pontos da região litorânea, em
dezembro de 2003. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da água em
microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC= temperatura da
água.
Região Litorânea:
P1
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 7,03 23,00 5,97 30,10
0,25 7,14 23,00 6,36 29,90
0,50 7,29 23,00 6,21 29,50
P2
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 8,00 22,00 0,86 30,40
0,25 7,95 22,00 0,63 30,10
0,50 7,98 22,00 0,00 29,90
P3
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 7,05 23 6,49 29,40
0,25 6,72 23 6,54 29,40
0,50 6,54 23 6,78 29,40
0,75 5,89 23 1,39 29,40
1,00 5,80 23 1,12 29,40
P4
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,79 23 5,60 30,20
0,25 6,79 23 5,31 30,00
105
Tabela 1: Continuação
Região Limnética:
Lagoa Carioca - Centro
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 8,31 23 6,79 29,2
0,50 8,28 23 7,11 29,2
1,00 8,25 23 6,78 29,0
1,50 8,17 23 7,01 29,0
2,00 8,21 23 6,93 29,0
2,50 8,13 23 7,03 29,0
3,00 8,11 23 6,42 28,9
3,25 7,74 23 4,78 28,4
3,50 7,60 23 4,09 28,2
3,75 7,26 22 2,33 27,5
4,00 7,12 21 1,56 27,0
4,25 6,98 19 0,00 26,4
4,50 6,54 19 0,00 26,0
4,75 6,02 22 0,00 25,4
5,00 5,85 30 0,00 25,0
5,25 5,97 44 0,00 24,5
5,50 5,83 60 0,00 24,0
5,75 6,14 72 0,00 23,5
6,00 6,32 74 0,00 23,2
6,50 6,39 78 0,00 22,6
7,00 5,57 79 0,00 22,4
7,50 6,05 80 0,00 22,2
8,00 6,14 83 0,00 22,0
8,50 6,19 85 0,00 21,9
8,90 6,26 93 0,00 21,9
106
Tabela 2: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Verde, Município de Dionísio, MG, em diferentes pontos da região litorânea, em
dezembro de 2003. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da água em
microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC= temperatura da
água.
Região Litorânea:
P1
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,45 28 7,23 29,3
0,5 6,63 27 6,77 29,3
1 6,91 27 6,48 29,3
1,5 6,92 27 6,16 29,3
1,9 6,93 27 6,55 29,3
P2
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,88 27 7,63 29,4
0,25 7,27 27 7,77 29,5
0,5 7,46 27 7,77 29,5
0,75 7,24 27 7,45 29,5
1 7,41 27 7,53 29,5
1,25 7,4 27 7,38 29,5
1,5 7,22 27 7,57 29,5
1,75 7,07 39 6,95 29,4
P3
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 7,29 27 7,82 29,5
0,25 7,30 27 7,89 29,5
0,5 7,40 27 7,76 29,5
0,75 7,36 27 7,55 29,4
0,9 7,20 27 6,13 29,2
P4
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 8,13 27 7,91 29,6
0,25 8,03 27 8,26 29,6
0,5 8,03 27 7,14 29,6
0,75 7,86 27 9,35 29,6
1 7,90 27 9,29 29,6
1,25 7,89 27 8,03 29,6
1,5 7,72 27 7,41 29,6
107
Tabela 2: Continuação
Região Limnética:
Lagoa Verde - Centro
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 7,88 27 8,4 29,3
0,5 8,12 27 8,51 29,4
1 8,19 27 7,64 29,4
1,5 8,14 27 8,24 29,4
2 8,18 27 8,25 29,4
2,5 8,19 27 7,98 29,4
3 8,04 27 7,71 29,3
3,5 7,92 27 8,24 29,3
4 7,95 27 7,73 29
4,5 6,15 28 1,71 26,8
4,75 6,06 28 1,6 26,7
5 6,01 27 1,3 26,5
5,25 5,9 27 0,45 26,4
5,5 5,77 28 0 26,1
5,75 5,57 34 0 25,9
Tabela 3: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Águas Claras, Município de Dionísio, MG, em diferentes pontos da região litorânea, em
dezembro de 2003. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da água em
microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC= temperatura da
água.
Região Litorânea:
P1
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 8,44 34 6,74 29,0
0,25 8,42 35 6,28 29,1
0,50 8,31 35 7,45 29,1
0,75 8,40 35 7,29 29,1
1,00 8,41 35 6,97 29,2
1,25 8,38 35 6,06 29,0
1,50 7,46 82 0,00 28,9
P2
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 8,24 34 7,21 29,3
0,25 8,23 34 7,12 29,3
0,50 7,20 34 6,60 29,3
0,75 6,85 35 6,97 29,4
1,00 6,90 34 7,23 29,4
1,25 6,50 50 3,11 29,6
108
Tabela 3: Continuação
P3
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,53 35 5,43 29,4
0,25 6,97 35 5,59 29,4
0,50 7,07 35 6,11 29,4
0,75 7,15 35 4,88 29,2
1,00 7,13 36 3,46 29,0
P4
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,89 34 8,19 29,4
0,25 7,31 34 6,68 29,3
0,50 7,28 35 3,61 28,6
0,75 6,11 59 0,25 28,1
1,00 6,21 72 0,18 28,1
P5
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,67 34 7,21 29,3
0,25 6,69 35 7,24 29,4
0,50 6,74 35 7,60 29,4
0,60 6,81 35 6,09 29,3
P6
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 7,30 35 7,56 29,4
0,25 7,40 35 7,38 29,4
0,50 7,51 35 7,55 29,4
0,75 7,57 35 7,06 29,4
1,00 7,45 35 7,33 29,4
1,25 7,27 36 6,27 29,3
1,35 6,43 65 2,31 29,1
109
Tabela 3: Continuação
Região Limnética
Águas Claras - Centro
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 7,62 35 7,67 29,4
0,50 7,55 35 7,68 29,4
1,00 7,64 35 8,08 29,4
1,50 7,58 35 7,77 29,4
2,00 7,61 35 7,15 29,4
2,50 7,71 35 7,90 29,4
3,00 7,39 35 7,85 29,4
3,50 7,36 35 7,12 29,3
4,00 7,28 35 6,92 29,1
4,25 7,44 35 6,84 28,8
4,50 3,38 35 6,88 28,5
4,75 7,25 35 6,48 28,1
5,00 7,09 34 6,48 27,7
5,25 7,01 34 5,69 27,4
5,50 6,92 34 4,53 27,1
5,75 6,75 33 2,34 26,7
6,00 6,84 31 0,45 26,3
6,25 6,52 31 0,00 26,2
6,50 6,24 34 0,00 25,9
7,00 5,93 40 0,00 25,5
7,50 5,92 79 0,00 25,0
8,00 6,06 128 0,00 24,7
fundo 6,24 159 0,00 24,6
Tabela 4: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Almécega, Município de Dionísio, MG, em diferentes pontos da região litorânea, em
dezembro de 2003. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da água em
microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC= temperatura da
água.
Região Litorânea:
P1
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,45 34 6,84 28,7
0,25 6,45 35 6,28 28,7
0,50 6,32 35 5,83 28,8
0,75 6,10 35 5,41 28,6
1,00 6,04 35 5,01 28,5
1,25 5,94 45 2,38 28,1
1,50 5,87 50 1,00 28,1
110
Tabela 4: Continuação
P2
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,69 34 6,07 28,6
0,25 6,64 35 5,83 28,7
0,50 6,61 35 4,98 28,6
0,75 6,53 35 3,52 28,5
1,00 6,13 39 0,12 28,0
1,25 5,88 94 0,00 27,6
P3
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,83 34 7,39 28,8
0,25 6,71 34 4,49 28,2
0,50 6,31 36 1,69 27,9
P4
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,93 35 7,26 29,4
0,25 7,13 35 7,22 29,4
0,50 7,31 35 7,30 29,4
0,75 7,34 35 6,85 29,4
P5
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 7,06 34 6,62 29,2
0,00 6,72 35 7,85 29,2
0,25 6,66 34 5,21 29,0
0,50 6,48 35 2,62 28,7
0,75 6,18 36 0,63 28,3
1,00 5,83 55 0,58 27,0
1,10 6,15 80 0,00 27,5
P6
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 6,79 35 7,41 29,2
0,25 6,82 35 7,19 29,2
0,50 6,81 35 7,15 29,2
0,75 6,77 35 7,35 29,2
1,00 6,62 35 5,11 29,0
fundo 6,57 34 2,25 28,5
111
Tabela 4: Continuação
Região Limnética
Lagoa Almécega - Centro
Prof. pH Cond. OD Temp.
0,00 8,27 35 6,62 28,8
0,00 8,36 35 6,82 28,8
0,00 8,36 35 6,41 28,8
0,50 8,43 35 6,74 28,9
1,00 8,38 35 6,36 28,9
1,50 8,45 35 6,49 28,9
2,00 8,42 35 6,46 28,9
2,50 8,44 35 6,59 28,9
3,00 8,43 35 6,37 28,9
3,50 8,49 35 6,69 28,9
4,00 8,46 35 6,59 28,9
4,50 8,31 35 6,61 28,9
5,00 8,19 35 6,74 28,9
5,50 8,00 35 5,81 28,9
5,75 7,69 36 3,64 28,6
6,00 7,47 37 2,52 28,4
6,25 7,32 37 1,43 28,2
6,50 7,17 38 0,00 28,0
6,75 7,03 39 0,00 27,8
7,00 6,94 40 0,00 27,7
7,50 6,78 48 0,00 27,5
fundo 6,71 250 0,00 27,2
Tabela 5: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Carioca, Vale do Médio Rio Doce, Município de Marliéria, MG, em diferentes pontos da
região litorânea, em maio de 2004. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da
água em microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC=
temperatura da água.
Região Litorânea
P1
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,96 21 6,06 24,9
0,25 6,94 21 6,03 25
0,5 6,87 21 6,02 25
0,75 6,86 21 5,99 25
1 6,68 21 6,22 25
1,25 6,64 21 6,15 25
1,5 6,76 21 5,5 25
112
Tabela 5: Continuação
P2
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,8 21 7,4 24,6
0,25 6,69 21 6,6 25
0,5 6,64 21 6,34 25
0,75 6,61 21 6,08 25
1 6,63 21 5,94 25
P3
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,53 21 6,33 25,1
0,25 6,57 21 6,13 25,1
0,5 6,51 21 6,25 25,1
0,75 6,54 21 5,92 25,1
1 6,54 21 6,02 25,1
1,25 6,56 21 4,28 25
P4
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,55 20 6,52 25
0,25 6,56 20 6,23 25
0,5 6,56 20 6,28 25
0,75 6,55 20 6,19 25
1 6,56 20 6,04 25
1,25 6,6 21 5,16 25
Região Limnética
Carioca - Centro
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,46 20 7,17 25,1
0,5 6,34 20 6,98 25,1
1 6,27 20 6,98 25,1
1,5 6,22 20 6,67 25,0
2 5,98 20 4,9 24,7
2,5 5,98 20 3,74 24,6
3 5,91 20 3,32 24,5
3,5 5,91 20 3,36 24,5
4 5,89 20 3,33 24,5
4,5 5,8 20 3,27 24,5
5 5,7 20 3,26 24,5
5,5 5,48 20 3,05 24,5
6 5,33 20 2,7 24,4
6,5 5,22 21 1,77 24,4
7 5,16 21 0,76 24,4
7,5 5,07 22 0 24,4
80 5,04 38 0 24,3
8,5 5,46 110 0 24,1
113
Tabela 6: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Verde, Vale do Médio Rio Doce, Município de Dionísio, MG, em diferentes pontos da
região litorânea, em maio de 2004. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da
água em microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC=
temperatura da água.
Região Litorânea
P1
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,23 27 5,82 25,6
0,25 6,38 22 6,07 25,6
0,5 6,35 22 5,89 25,7
0,75 6,35 22 6,68 25,7
P2
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,6 21 6,63 25,6
0,25 6,53 21 6,71 25,7
0,5 6,25 21 5,94 25,6
0,75 6,55 21 6,37 25,6
1 6,22 23 6,02 25,2
P3
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,66 21 5,68 25,7
0,25 6,58 21 7,06 25,8
0,5 6,53 21 6,59 25,7
0,75 6,54 21 6,6 25,6
1 6,41 22 5,65 25,1
1,25 6,05 25 3,32 24,7
P4
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,61 21 5,87 25,8
0,25 6,54 21 6,19 25,6
0,5 6,52 21 6,27 25,8
0,75 6,51 22 7,08 25,8
1 6,47 22 7,07 25,8
1,25 6,5 22 7,03 25,7
114
Tabela 6: Continuação
Região Limnética
Lagoa Verde - Centro
Prof. pH Cond. OD Temp.
0 6,56 22 7,3 25,8
0,5 6,47 22 7,26 25,9
1 6,46 22 7,97 25,9
1,5 6,38 22 7,67 25,9
2 6,38 22 8,01 25,9
2,5 6,46 222 7,41 25,9
3 6,33 22 7,65 25,9
3,5 6,27 22 7,87 25,9
4 6,19 22 7,66 25,8
4,5 6,05 22 7,82 25,8
5 5,93 22 7,99 25,8
5,5 5,75 22 8,52 25,8
6 5,65 23 8,16 25,8
6,5 5,59 23 7,39 25,8
7 5,55 23 7,66 25,8
7,5 5,52 23 7,82 25,8
8 5,49 22 7,32 25,8
8,5 5,47 22 7,84 25,8
9 5,04 90 1,67 25,9
Tabela 7: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Águas Claras, Vale do Médio Rio Doce, Município de Dionísio, MG, em diferentes
pontos da região litorânea, em maio de 2004. Prof.= profundidade local em metros; Cond. =
condutividade da água em microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em
mg/L; TºC= temperatura da água.
Região Litorânea
P1
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,84 30 6,89 29,0
0,25 6,54 31 6,75 29,1
0,5 6,53 31 6 29,1
0,75 6,52 31 5,94 29,1
1 6,41 31 5,9 29,2
1,25 6,35 31 5,75 29,0
1,5 6,38 31 5,57 28,9
115
Tabela 7: Continuação
Região Limnética
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,14 30 6,95 26
0,5 6,54 31 6 26
1 6,4 31 5,9 25,9
1,5 6,38 31 5,57 25,8
2 6,34 31 5,55 25,7
2,5 6,26 31 5,31 25,7
3 6,23 31 5,02 25,7
3,5 6,2 31 4,67 25,6
4 6,2 31 4,46 25,6
4,5 6,13 31 3,95 25,5
5 6,06 31 3,98 25,5
5,5 5,81 31 4,08 25,5
6 5,7 31 3,7 25,5
6,5 5,65 31 3,83 25,5
7 5,55 31 3,74 25,5
7,5 5,54 31 3,59 25,5
8 5,49 31 3,87 25,5
8,5 5,45 31 3,94 25,5
9 5,42 31 3,19 25,4
Tabela 8: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba Modelo
U10, na Lagoa Almécega, Vale do Médio Rio Doce, Município de Dionísio, MG, em diferentes pontos
da região litorânea, em maio de 2004. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da
água em microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC=
temperatura da água.
Região Litorânea
P1
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,82 26 6,26 25,5
0,25 6,75 26 6,75 25,5
0,5 6,77 26 6,92 25,3
0,75 6,72 27 6,1 24,4
1 6,02 27 2,7 23,9
1,25 5,95 38 6,55 23,9
116
Tabela 8: Continuação
P2
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,64 27 6,28 25,8
0,25 6,56 27 6,36 25,8
0,5 6,63 27 6,28 25,8
0,75 6,56 27 6,81 25,8
1 6,61 27 6,88 25,7
1,25 6,6 27 7,6 25,6
1,5 6,54 28 7,74 25,5
1,75 6,28 28 4,98 25,5
2 6,05 33 2,91 25,4
P3
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,67 27 5,77 26,3
0,25 6,65 27 5,95 26,3
0,5 6,67 27 6 26,3
0,75 6,65 27 6,35 26,2
1 6,65 27 6,81 26,2
P4
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,67 27 5,95 25,7
0,25 6,65 27 5,97 25,7
0,5 6,68 27 6,09 25,7
0,75 6,72 27 6,51 25,4
1 6,69 28 7,3 25,1
1,25 6,63 28 7,6 25,1
1,5 6,34 28 7,2 25,1
117
Tabela 8: Continuação
Região Limnética
Almécega - Centro
Prof (m) pH Cond. OD Temp.
0 6,73 27 6,15 26,4
0,5 6,65 27 6,2 26,2
1 6,65 28 7,84 26
1,5 6,63 28 8,04 25,9
2 6,61 28 8,42 25,9
2,5 6,63 28 8,46 25,8
3 6,58 28 8 25,8
3,5 6,63 28 8,99 25,8
4 6,61 28 8,73 25,7
4,5 6,52 29 8,77 25,7
5 6,48 29 8,93 25,7
5,5 6,19 29 9,54 25,7
6 6,11 29 8,68 25,7
6,5 6,06 29 8,63 25,7
7 6,02 29 9,31 25,7
7,5 5,96 29 9,11 25,7
8 5,9 29 8,78 25,6
118
Tabela 9: Valores das variáveis Físicas e Químicas medidas com a Sonda Multisensor Horiba
Modelo U10, na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG, em diferentes pontos da região litorânea, em
outubro de 2006. Prof.= profundidade local em metros; Cond. = condutividade da água em
microsiemens/cm; OD= concentração de oxigênio dissolvido na água em mg/L; TºC= temperatura da
água.
Lagoa dos Tropeiros
P1
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,69 48 6,67 26,3
0,5 7,91 47 6,62 26,1
1 7,95 46 6,62 25,7
1,5 7,53 46 4,11 24,6
2 7,68 47 3,47 24,5
P2
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,94 43 6,76 26,1
0,5 7,83 43 6,79 26
1 7,85 43 6,6 25,5
1,5 7,67 44 5,29 24,8
2 7,59 46 4,16 25,5
P3
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,6 42 6,73 25,7
0,5 7,66 42 6,68 25,7
1 7,68 43 6,6 25,3
1,5 7,63 43 6,38 25
2 7,42 48 3,06 24,4
P4
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,71 41 6,92 26,7
0,5 8,23 42 7,39 25,7
1 7,54 42 6,52 25
1,5 7,25 48 1,15 24,2
P5
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,08 36 6,38 26,8
0,5 6,99 37 5,64 26,5
P6
Prof. pH Cond. OD TºC
0 8,08 41 6,57 26,8
0,5 7,42 42 5,96 26,1
1 7,48 52 0,99 24,6
1,5 7,55 78 0,33 23,5
119
Tabela 9: Continuação
P7
Prof. pH Cond. OD TºC
0 8,37 40 6,76 26,7
0,5 7,89 41 6,04 26,3
1 7,8 42 4,94 26,2
1,5 7,76 42 4,48 25,9
P8
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,74 41 6,41 26,6
0,5 7,6 41 6,5 26,4
1 7,24 46 2,4 24,6
P9
Prof. pH Cond. OD TºC
0 8,05 41 6,53 26,5
0,5 7,99 41 6,8 26,5
1 7,65 45 5,14 25,5
P10
Prof. pH Cond. OD TºC
0 10,2 43 6,92 26,4
0 9,92 43 7,53 26,4
0,5 10,08 43 7,66 26,4
1 9,11 43 7,27 25,6
1,5 8 43 2,59 24,6
2 7,9 63 0,87 24,1
P11
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,37 41 3,44 24,1
0,5 7,3 41 3,22 24,1
1 7,25 41 2,77 24
1,5 7,24 44 0,63 23,7
2 7,3 54 0,29 23,1
2,5 7,43 94 0,24 22,1
3 7,4 140 0,21 21,9
P12
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,96 40 5,9 24,9
0,5 7,71 39 5,72 25
1 7,51 40 4,1 24,8
P13
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,58 43 4,73 24,4
0,5 7,43 43 3,38 24,1
1 7,33 54 1,05 22,8
120
Tabela 9: Continuação
P14
Prof. pH Cond. OD TºC
0 8,28 42 5,57 24,7
0,5 8 42 5,16 24,6
1 7,82 42 3,78 24,4
1,5 7,39 60 1,26 23,4
P15
Prof. pH Cond. OD TºC
0 8,28 42 5,57 24,7
0,5 8 42 5,16 24,6
1 7,82 42 3,78 24,4
1,5 7,39 60 1,26 23,4
P16
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,88 39 5,37 24,7
0,5 7,65 39 4,45 24,6
1 7,31 58 1,4 23,4
1,5 7,13 83 0,42 22,4
P17
Prof. pH Cond. OD TºC
0 7,88 42 5,42 24,9
0,5 7,66 41 4,9 24,8
1 7,4 50 3,07 24,5
121
ANEXO 3:
Cálculos de Biovolume e de Biomassa dos Macroinvertebrados Associados às Macrófitas
na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG.
Tabela 1: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 1 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P1
N
ind/ m
2
Vol.
mm
3
área L maior L menor res PS mg/m
2
12
56 77,43 63,53 1,90 0,30 23,17 7,74 Acari
13
33 26,82 31,80 5,94 0,43 27,94 2,68 Oligochaeta
14
10 49,41 29,90 5,61 1,23 48,81 4,94 Hirudinea
15
24 120,74 77,64 7,87 1,10 35,60 12,07 Trichoptera - Polycentropodinae
16
2 7,60 5,54 3,45 2,70 57,43 0,76 Trichoptera - Leptoceridae
17
17 64,48 38,77 6,63 0,48 39,22 6,45 outros
18
32 93,69 59,96 6,27 0,58 32,83 9,37 Hemiptera
19
159 244,19 248,62 7,23 0,39 15,50 24,42 Ephemeroptera
20
195 143,56 201,05 7,74 0,48 16,54 14,36 Trichoptera - Oxyethira 1
21
219 165,78 229,19 8,97 0,56 16,17 16,58 Trichoptera - Oxyethira 2
22
69 386,87 212,02 6,99 1,45 16,59 38,69 Hemiptera - Notonecta
23
47 2265,50 416,55 22,00 0,43 18,59 226,55 Odonata
total 863 3646,072 1614,55 364,6072
Tabela 2: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 2 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P2
N
Ind/m
2
Vol. área L maior
L
menor
res PS mg/m
2
1
57 170,56 108,90 6,59 0,67 16,54 17,06 Hemiptera - Notonecta
2
33 38,92 40,82 4,56 0,66 35,10 3,89 Trichoptera - Leptoceridae
3
14 30,41 25,10 4,82 0,83 45,90 3,04 Hirudinea
4
4 87,78 31,10 4,37 2,24 55,80 8,78 Trichoptera - Hydropsychidae
5
35 108,77 84,05 5,26 0,45 26,44 10,88 Trichoptera - Polycentropodinae
6
43 575,20 175,44 16,53 0,55 27,22 57,52 outros
7
1 3,34 2,75 3,12 3,12 59,38 0,33 Psocoptera
8
27 917,74 229,59 45,96 0,93 19,43 91,77 Hemiptera
9
42 1961,00 598,49 22,91 1,23 17,11 196,10 Odonata
10
23 2246,40 576,10 15,34 2,86 19,56 224,64 Ephemeroptera - Asthenopus
11
110 225,34 202,36 8,37 0,72 16,61 22,53 Oligochaeta 1
12
110 200,53 186,91 10,00 0,56 14,30 20,05 Oligochaeta 2
13
169 102,88 154,90 8,19 0,45 15,63 10,29 Trichoptera - Oxyethira 1
14
147 92,01 140,11 3,87 0,32 15,75 9,20 Trichoptera - Oxyethira 2
15
181 190,39 215,36 6,67 0,13 15,75 19,04 Ephemeroptera 1
16
138 168,06 175,41 5,22 0,24 16,67 16,81 Ephemeroptera 2
17
240 310,10 312,17 5,75 0,25 15,83 31,01 Ephemeroptera 3
18
47 15,53 20,40 1,27 0,35 28,33 1,55 Acari
total 1421 7444,944 3279,951 744,4944
122
Tabela 3: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 3 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P3
N
Ind/m
2
Vol. área L maior L menor res PS mg
21
130 62,99 99,71 13,94 0,42 16,86 6,30 Trichoptera - Oxyethira
22
69 47,88 61,18 4,87 0,31 16,23 4,79 Ephemeroptera 1
23
133 138,89 149,14 5,55 0,30 16,95 13,89 Ephemeroptera 2
24
13 135,59 56,43 17,64 0,35 42,40 13,56 Odonata
25
97 43,79 56,70 6,17 0,16 18,47 4,38 Oligochaeta
26
23 136,89 72,82 7,08 0,27 41,10 13,69 Trichoptera - Polycentropodinae
27
47 552,24 131,33 13,84 0,68 23,63 55,22 outros
28
16 67,28 36,71 7,67 0,54 51,63 6,73 Hirudinea
29
10 47,88 27,74 7,80 1,95 50,76 4,79 Hemiptera
30
31 16,29 16,68 1,80 0,21 37,83 1,63 Acari
total 569,0 1249,71 708,45 124,97
Tabela 4: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 4 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P4
N
Ind/m
2
Vol. área L maior L menor res PS mg
1
11 83,05 45,58 6,67 1,00 46,00 8,31 Trichoptera - Leptoceridae
2
13 15,56 13,54 1,80 0,91 47,27 1,56 Acari
3
67 21,89 40,83 3,16 0,27 18,70 2,19 Trichoptera - Oxyethira
4
54 284,22 151,36 8,24 0,27 18,70 28,42 Hemiptera
5
33 1262,00 342,65 15,38 0,43 18,60 126,20 Odonata
6
62 237,87 116,69 4,78 0,33 27,00 23,79 outros
7
56 4569,30 1194,00 22,13 1,23 16,27 456,93 Ephemeroptera - Asthenopus 1
8
12 392,20 146,56 6,68 2,02 34,59 39,22 Ephemeroptera - Asthenopus 2
9
108 79,73 101,55 7,09 0,38 15,79 7,97 Oligochaeta
10
280 471,19 476,09 10,68 0,32 15,55 47,12 Ephemeroptera 1
11
191 278,40 277,88 5,54 0,37 16,07 27,84 Ephemeroptera 2
12
142 249,71 213,57 5,46 0,43 16,30 24,97 Trichoptera
13
240 509,95 406,81 8,14 0,38 15,97 51,00 Trichoptera
14
1 2,20 2,31 4,61 4,61 63,38 0,22 Ephemeroptera - Leptophlebiidae
total 1270,00 8457,27 3529,42 845,73
123
Tabela 5: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 5 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P5
N
Ind/m
2
Vol. área L maior L menor res PS mg
1
146 309,66 303,93 92,10 1,72 15,70 30,97 Ephemeroptera - Caenidae
2
23 14,82 15,64 47,87 3,04 26,62 1,48 Acari
3
22 60,094 46,091 41,114 0,172 23,30 6,01 Trichoptera - Leptoceridae
4
22 66,72 45,64 38,25 0,40 32,26 6,67 Trichoptera - Polycentropodinae
5
36 577,68 166,12 51,18 0,82 28,02 57,77 Odonata
6
29 122,52 61,20 53,89 1,11 28,02 12,25 Hemiptera
7
61 33,13 47,39 83,43 0,95 18,90 3,31 Ephemeroptera - Baetidae
8
115 31,75 65,66 3,68 0,30 20,13 3,17 Trichoptera - Oxyethira
9
159 237,63 223,97 5,77 0,29 17,00 23,76 Oligochaeta
10
14 285,60 83,26 13,15 0,73 28,67 28,56 outros
10 627,00 1739,59 1058,89 173,96
Tabela 6: Dados de dimensões lineares e valores de biovolume e de peso seco calculados para os
macroinvertebrados bentônicos coletados no Ponto 6 da Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006.
N= número de indivíduos; PS= peso seco; L maior= maior dimensão linear em µm. L menor= menor dimensão
linear em µm.
P6
N
Ind/m
2
Vol. área L maior L menor res PS mg
1
10 64,50 31,88 3,55 1,02 54,25 6,45 Hemiptera
2
3 41,58 20,00 13,82 0,72 57,30 4,16 Odonata
3
7 24,33 20,14 6,47 0,81 43,44 2,43 hirudinea, lepidoptera, diptera, homoptera
4
24 11,94 14,19 1,36 0,42 30,89 1,19 Acari
6
41 39,13 39,70 4,07 0,12 34,14 3,91 Ephemeroptera - Caenidae
7
38 42,49 40,31 4,60 0,53 34,14 4,25 Oligochaeta
8
13 2,06 4,95 1,36 0,29 61,64 0,21 Ephemeroptera - Baetidae
9
189 44,79 89,18 4,01 0,30 16,94 4,48 Trichoptera - Oxyethira
10
9 17,23 13,64 3,62 0,88 56,63 1,72 Trichoptera
9 334,00 288,04 273,99 28,80
124
Tabela 7: Valores totais do número de indivíduos, do biovolume e de área calculados por aquisição de imagens
para os macroinvertebrados bentônicos coletados em seis pontos na Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em
outubro de 2006. ind.= número de indivíduos; vol= biovolume total em mm
3
; área = área total em mm
2
.
P1 P2 P3 P4 P5 P6
ind
863 1421 569 1270 627 334
vol
3646,07 7444,94 1249,71 8457,27 1739,589 288,0409
área
1614,56 3279,95 708,45 3529,42 1058,894 273,992
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
P1 P2 P3 P4 P5 P6
ind
vol
area
Figura 10: Valores totais do número de indivíduos, do biovolume e de área calculados por
aquisição de imagens para os macroinvertebrados bentônicos coletados em seis pontos na
Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG em outubro de 2006. ind.= número de indivíduos; vol=
biovolume total em mm
3
; área = área total em mm
2
.
125
Figura 8: Ilustração das imagens adquiridas por meio do sistema Axioscan (Sistema de aquisição de imagem
AxionPlus da Zeiss) e utilizadas para o cálculo da biomassa de macroinvertebrados. (imagens utilizadas para o
ponto P1, Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG, amostra coletada em outubro de 2006).
126
Figura 8- Continuação
127
ANEXO 4:
Valores de Abundância Relativa dos Macroinvertebrados Bentônicos em Duas
lagoas do Vale do Médio Rio Doce, MG, (Lagoas Carioca e Verde) e para a
Lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG.
Tabela 1: Abundância Relativa dos Principais Grupos de Macro-invertebrados Bentônicos coletados em maio de
2004 na Lagoa Verde, Vale do Médio Rio Doce, MG.
Lagoa Verde
GRUPOS TOTAL %
DIPTERA 337 78,1%
OLIGOCHAETA 8 1,8%
EPHEMEROPTERA 5 1,1%
HEMIPTERA 11 2,5%
COLEOPTERA 22 5,1%
ORTHOPTERA 3 0,6%
LEPIDOPTERA 2 0,4%
ACARINA 2 0,4%
ARANEAE 30 6,9%
CRUSTACEA 11 2,5%
Total 431
Tabela 2: Abundância Relativa (%) dos Principais Grupos de Macro-invertebrados Bentônicos coletados em
maio de 2004 na Lagoa Carioca, Vale do Médio Rio Doce, MG. N= número de indivíduos.
Lagoa Carioca
GRUPOS
N
TOTAL
%
DIPTERA 2290 91,3
OLIGOCHAETA 97 3,80
ODONATA 11 0,4
EPHEMEROPTERA 14 0,5
TRICHOPTERA 22 0,8
HEMIPTERA 7 0,3
COLEOPTERA 18 0,7
ORTHOPTERA 6 0,2
HYMENOPTERA 22 0,8
ARANEAE 6 0,2
CRUSTACEA 1 0,04
MOLLUSCA 13 0,5
Total 2507
128
Tabela 3: Abundância Relativa (%) dos Principais Grupos de Macro-invertebrados Bentônicos coletados em
outubro de 2006 na Lagoa dos Tropeiros, Vale do Médio Rio Doce, MG. N= número de indivíduos.
Lagoa dos Tropeiros
GRUPOS
N
TOTAL
%
DIPTERA
6181 55,4
OLIGOCHAETA
670 6,00
ODONATA
146 1,30
EPHEMEROPTERA
1695 15,20
TRICHOPTERA
1879 16,80
HEMIPTERA
271 2,40
ACARINA
189 1,70
HIRUDINEA
55 0,50
TURBELLARIA
34 0,30
OUTROS
18 0,16
larvas de peixes
8 0,07
desovas
14 0,12
Total 11152 100,0
129
ANEXO 5:
Valores de Biomassa de Macrófitas Aquáticas e de Biomassa de Macroinvertebrados
Associados e da razão entre estas variáveis, na lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG.
Tabela 1: Valores de Biomassa de Macrófitas e de Biomassa de Macroinvertebrados Associados e da razão
entre estas variáveis, na lagoa dos Tropeiros, Piumhi, MG, amostrados em outubro de 2006. A biomassa de
ambos é expressa em gramas de peso seco (g/m
2
).
Biomassa de
macroinvertebrados
(g/m
2
)
Biomassa de
macrófitas
(g/m
2
)
Razão BM/BI
P1
1,11996 31,5 0,0355
P2
2,38672 49,6 0,0481
P3
0,88176 26,32 0,0335
P4
2,62898 97,1 0,0270
P5
1,69282 46,34 0,0365
P6
0,4776 26,68 0,0179
Total
9,18784 277,54 0,0331
130
ANEXO 6:
Relação entre a Biomassa das Macrófitas e a Área dos Lagos.
y = 0,0084x - 0,0933
R
2
= 0,8534
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Figura 1: Relação entre a biomassa das macrófitas, em peso seco por unidade de área (g/m
2
) e a
área dos lagos (km
2
) em diferentes pontos amostrados nas lagoas Carioca, Verde, Águas
Claras e Almecega, Vale do Médio Rio Doce, MG, em dezembro de 2003.
y = 0,0079x - 0,234
R
2
= 0,5965
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Figura 2: Relação entre a biomassa das macrófitas, em peso seco por unidade de área (g/m
2
) e a
área dos lagos (km
2
) em diferentes pontos amostrados nas lagoas Carioca, Verde, Águas
Claras e Almecega, Vale do Médio Rio Doce, MG, em maio de 2004.
131
ANEXO 7:
Imagens de algumas das espécies de macrófitas aquáticas e de
macroinvertebrados associados a estas no presente estudo.
Figura 1: (A) Utricularia foliosa, detalhe da flor; (B) e (C) espécies de Utricularia e Cabomba
furcata na lagoa dos Tropeiros, MG; (C) Cabomba furcata, detalhe da flor; (E) e (F) Utricularia
hydrocarpa; (G) Utricularia breviscapa na lagoa dos Tropeiros, MG.
132
Figura 2: (A) e (B) Trichoptera, Polycentropodinae; (C) Ephemeroptera, Baetidae; (D) e (F) Hidras, (E)
Pupa de Chironomidae capturada pela macrófita Utricularia foliosa; (G) e (H) Acari, Hidracarina.
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