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Muitas são as tentativas de classificação das teorias da aprendizagem,
para melhor compreender seus pressupostos, sejam elas associacionistas, do
processamento da informação, construtivistas, interacionistas. Embora tais
classificações ofereçam uma sistematização do assunto, existe entre os estudiosos
que toda e qualquer classificação são passíveis de críticas (Campos, 1982). Uma
determinada teoria ou abordagem do processo de aprendizagem irá privilegiar um ou
outro aspecto do fenômeno educacional, conduzindo inevitavelmente a vários tipos
de reducionismo (MIZUKAMI, 1986).
Numa abordagem humanista, por exemplo, o centro é relação
interpessoal, colocando a dimensão humana como sendo o núcleo do processo,
enquanto numa abordagem comportamentalista, a ênfase recai sobre a dimensão
técnica, ou seja, nos aspectos objetivos, mensuráveis e controláveis do processo.
Embora estas abordagens evidenciem determinados aspectos em detrimento de
outros, suas propostas procuram entender e explicar aspectos específicos do
processo ensino-aprendizagem e que não deve ser desconsiderada, além de
possibilitarem, do ponto de vista lógico, uma variedade de aplicações pedagógicas.
O conhecimento humano, desta forma poderá ser explicado
diferentemente no que se refere a sua gênese e desenvolvimento, conduzindo a
visões particulares de homem, mundo, cultura, sociedade, educação, etc. Para
Mizukami (1986) as abordagens não constituem sistemas fechados e não são as
únicas fontes de respostas possíveis e completas para a situação de ensino-
aprendizagem. Foram elaboradas para explicar de forma sistematizada
determinados fenômenos e sua aceitação ou rejeição irá depender do confronto com
os dados do real, conduzindo a um processo permanente de discussão entre teoria
e prática e, mais, fornecem diretrizes para a ação docente, mas a elaboração que
cada professor fará delas é individual e intransferível.
Serão analisadas, a seguir, com mais detalhes as abordagens
comportamental, construtivista e a sócio-histórica da aprendizagem, sendo dentre
outras, as que mais têm influenciado os professores (MIZUKAMI,1986;
CAMPOS,1982; BIGGE,1977; PFROMM NETO, 1987; COLL, PALACIOS &
MARCHESI, 1996). Por outro lado, entendemos que uma interação entre as três irá
melhor fundamentar o conceito de “estilos de aprendizagem” que será abordado
neste estudo.