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consenso, entre os autores, de que se trata de uma relação complexa e, por vezes,
assimétrica, no que diz respeito aos valores e objetivos entre essas duas
instituições...”.(p.9)
Nas considerações de Paro (2000), ele declara que, além de
contratempos como professores mal formados, a escola tem falhado também e
principalmente “porque que não tem dado a devida importância ao que acontece
fora e antes dela, com seus alunos.” (p.15)
Apesar dos inúmeros aspectos essenciais na relação família escola,
fatores estes como se observa, principalmente de ordem afetiva e moral, nota-se
que a tarefa de se construir uma parceria entre escola e família se faz mister, uma
vez que a escola não afirma ou talvez jamais tenha sustentado a posição de
substituta da família na função educadora, tão pouco, lhe caberá adotar uma
conduta de resistência e rivalidade, assentada em uma proximidade unilateral, que
venha a sujeitar à família, a partir da desmedida consideração de uma possível
ignorância e inaptidão desta última para educar e socializar.
A escola, portanto, também precisa dessa relação de cooperação
com a família, pois os professores necessitam compreender as dinâmicas internas
e o universo sócio-cultural experenciados pelos seus alunos, para que possam
respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem no providenciar de
um desenvolvimento nas expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado.
Precisam ainda, dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com
a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na
realização das tarefas, relacionamento com professores e colegas, atitudes,
valores, respeito às regras.
Muitas são as demandas que se colocam para a escola hoje. Ter por
função apenas “transmitir os conhecimentos acumulados pelas gerações passadas”
deixou de ser a muito tempo a função da escola, embora haja controvérsias e
polêmicas sobre o que, concretamente, essa instituição está fazendo na atualidade,
principalmente para com os filhos das classes menos favorecidas da sociedade.
Porém, é inegável que as demandas e as exigências da sociedade em relação à
escola, aumentaram muito.
O que se deseja, segundo a proposta de Alarcão (2001), muito
difundida e aceita hoje, é uma escola reflexiva, que se pensa continuamente a si
própria, revendo sua função social e organizativa, buscando proporcionar