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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
ROSSELLE DALL’STELLA
BALANÇO ELETROLÍTICO E RELAÇÕES AMINOÁCIDOS SULFURADOS E
LISINA DIGESTÍVEIS PARA FRANGOS DE CORTE
CURITIBA
2008
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ROSSELLE DALL’STELLA
BALANÇO ELETROLÍTICO E RELAÇÕES AMINOÁCIDOS SULFURADOS E
LISINA DIGESTÍVEIS PARA FRANGOS DE CORTE
CURITIBA
2008
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Ciências Veterinárias,
Área de Concentração em Produção
Animal, Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná, como
parte das exigências para a obtenção do
título de Mestre em Ciências Veterinárias.
Orientador: Prof. Dr. Sebastião Aparecido
Borges
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que me deu a vida, que constantemente
ilumina meu caminho e pela oportunidade que me deu de alcançar os requisitos para
minha educação e formação profissional.
Agradeço de maneira especial aos meus pais, Raul e Rosane, pela
educação, pelo incentivo nos estudos, pela orientação e por torcerem pelo meu
sucesso.
Ao meu irmão Renato, pela ajuda e conselhos.
Ao professor Dr. Sebastião Aparecido Borges pela orientação e incentivo.
Ao professor Dr. Marson Bruck Warpechowski, pelo voto de confiança, pelo
incentivo, pelo aprendizado e orientação.
Aos professores Alex Maiorka e Fabiano Dahlke pelo auxílio.
À colega Michelly Opalinski pela amizade, disposição e auxílio prestado nos
experimentos.
Aos colegas de graduação e pós-graduação pela convivência e colaboração
na realização dos experimentos.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela concessão da bolsa de estudos.
À Universidade Federal do Paraná, pela oportunidade concedida para a
realização do curso.
À todos que de alguma forma contribuíram no desenvolvimento do trabalho.
'' ... O mundo está nas mãos daqueles que
sonham e tem a coragem de viver seus
sonhos ... ''
Paulo Coelho
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS............................
34
TABELA 2 - RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 1 A 7 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS.............................................................................
37
TABELA 3 -
RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 1 A 7 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS.............................................................................
39
TABELA 4 - COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS – FASE INICIAL.
48
TABELA 5 -
COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS – FASE DE
CRESCIMENTO.............................................................................. 49
TABELA 6 -
RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 1 A 7 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS............................................................................. 53
TABELA 7 - RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 1 A 21 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS............................................................................. 54
TABELA 8 - RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 22 A 42 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS............................................................................. 56
TABELA 9 - DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA CONSUMO
DE RAÇÃO...................................................................................... 57
TABELA 10 -
DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA GANHO
DE PESO.......................................................................................... 57
TABELA 11 -
RELAÇÃO METIONINA + CISTINA:LISINA DIGESTÍVEIS PARA
FRANGOS DE 1 A 42 DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS
ELETROLÍTICOS............................................................................. 59
TABELA 12 -
DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA CONSUMO
DE RAÇÃO........................................................................................ 59
TABELA 13 -
DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA GANHO
DE PESO........................................................................................... 60
TABELA 14 -
RENDIMENTO DE CARCAÇA, PARTES E GORDURA
ABDOMINAL DOS FRANGOS DE CORTE AOS 42 DIAS DE
IDADE............................................................................................... 61
QUADRO 1 -
RESULTADO DO AMINOGRAMA DO MILHO E FARELO DE
SOJA................................................................................................ 48
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
1.1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 1
1.2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 2
1.2.1 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO.............................................................. 2
1.2.1.1 Distúrbios do Equilíbrio Ácido-Básico................................................ 5
1.2.1.2 Aminoácidos X Equilíbrio Ácido-Básico............................................. 6
1.2.2 BALANÇO ELETROLÍTICO DA DIETA................................................ 7
1.2.2.1 Calculando o mEq da dieta................................................................ 10
1.2.2.2 Utilização de Sais para Correção do Balanço Eletrolítico.................. 11
1.2.2.3 Balanço Eletrolítico e Desempenho Zootécnico.................................
12
1.2.3 EXIGÊNCIAS EM AMINOÁCIDOS SULFURADOS..............................
17
1.2.4 FORMULAÇÃO DE RAÇÕES BASEADA EM PROTEÍNA IDEAL E
AMINOÁCIDOS DIGESTÍVEIS.............................................................
20
REFERÊNCIAS..............................................................................................
25
CAPÍTULO II
RESUMO........................................................................................................
29
ABSTRACT....................................................................................................
30
2.1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 31
2.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 32
2.2.1. LOCAL..................................................................................................
32
2.2.2 PERÍODO..............................................................................................
32
2.2.3 ANIMAIS................................................................................................
32
2.2.4 INSTALAÇÕES E MANEJO..................................................................
32
2.2.5 RAÇÕES EXPERIMENTAIS E TRATAMENTOS................................. 33
2.2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA......... 35
2.2.7 PARÂMETROS AVALIADOS E COLETA DE DADOS......................... 35
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................
36
2.3.1 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 7 DIAS DE IDADE.............. 36
2.3.2 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 21 DIAS DE IDADE............ 38
2.4 CONCLUSÕES........................................................................................ 40
REFERÊNCIAS..............................................................................................
41
CAPÍTULO III
RESUMO........................................................................................................
43
ABASTRACT................................................................................................. 44
3.1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 45
3.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 46
3.2.1 LOCAL...................................................................................................
46
3.2.2 PERÍODO..............................................................................................
46
3.2.3 ANIMAIS................................................................................................
46
3.2.4 INSTALAÇÕES E MANEJO..................................................................
46
3.2.5 RAÇÕES EXPERIMENTAIS E TRATAMENTOS................................. 47
3.2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISES ESTATÍSTICAS.....
50
3.2.7 PARÂMETROS AVALIADOS E COLETA DE DADOS......................... 51
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................
52
3.3.1 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 7 DIAS DE IDADE.............. 52
3.3.2 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 21 DIAS DE IDADE............ 54
3.3.3 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 22 A 42 DIAS DE IDADE.......... 56
3.3.4 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 42 DIAS DE IDADE............ 58
3.3.5 RENDIMENTO DE CARCAÇA, CORTES E GORDURA
ABDOMINAL DOS FRANGOS AOS 42 DIAS DE IDADE ....................
60
3.4 CONCLUSÕES........................................................................................ 63
REFERÊNCIAS..............................................................................................
64
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................
67
1
CAPÍTULO I
1.1 INTRODUÇÃO
Os aminoácidos sulfurados são os primeiros limitantes nas rações à base de
milho e farelo de soja utilizadas para frangos de corte.
Sabe-se que o desempenho melhora com o aumento da suplementação
dietética de metionina e cistina, até que o potencial ximo de crescimento do
animal seja alcançado. No entanto, a metionina e a cistina, quando em excesso, o
catabolizadas no organismo, gerando radicais ácidos que podem interferir no
equilíbrio ácido-básico do animal, podendo ocasionar acidose metabólica
(PATIENCE, 1990). A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem importância
fisiológica e bioquímica, visto que as atividades das enzimas celulares, as trocas
eletrolíticas e a manutenção do estado estrutural das proteínas dos organismos são
profundamente influenciadas por pequenas alterações do pH sanguíneo (MACARI et
al., 1994).
O balanço eletrolítico da dieta (BE), ou seja, a diferença entre os principais
cátions e ânions que representam a acidogenicidade ou alcalinidade da dieta,
também exerce efeitos sobre o equilíbrio ácido-básico dos animais. O BE pode ser
calculado em miliequivalente (mEq) por kg de ração, através da quantificação dos
três principais íons envolvidos nos processos metabólicos que são o sódio, o
potássio e o cloro. MONGIN e SAUVEUR (1977), sugeriram uma equação
simplificada para identificar a relação crítica destes eletrólitos para uso nas
formulações de rações. Subtraindo-se a quantidade de ânions (cloro) da quantidade
total de cátions (sódio e potássio) da dieta, encontra-se o valor do BE da dieta, dado
em mEq/kg. Através da adição de sais nas dietas, fontes de sódio, potássio ou cloro,
pode-se adequar o BE da mesma, conforme a necessidade do animal.
Objetivou-se neste trabalho avaliar os efeitos de crescentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis na dieta combinados com dois valores de balanço
eletrolítico, sobre o desempenho e rendimento de carcaça de frangos.
2
1.2 REVISÃO DE LITERATURA
1.2.1 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
A regulação dos líquidos do organismo compreende a manutenção de
concentrações adequadas de água e eletrólitos e a preservação da concentração de
íons hidrogênio dentro de uma faixa estreita, adequada ao melhor funcionamento
celular. A manutenção da quantidade ideal de íons hidrogênio nos líquidos
intracelular e extracelular depende de um delicado equilíbrio químico entre os ácidos
e as bases existentes no organismo, denominado equilíbrio ácido-básico (MACARI
et al., 1994).
A unidade de medida da concentração dos íons hidrogênio nos líquidos do
organismo é denominada pH. O pH normal do sangue das aves varia sob condições
fisiológicas, na faixa de 7,2 a 7,36 (TEETER et al., 1985). FURLAN et al. (1999)
observaram nas linhagens de frangos de corte Arbor Acres, Cobb, Hubbard, Isa e
Ross, pH sangüíneo médio de 7,31. BORGES (2001), trabalhando com frangos da
linhagem Cobb, encontrou valores de pH sanguíneo de 7,33.
A concentração do hidrogênio livre no organismo depende da ação de
substâncias que disputam o hidrogênio entre si. As substâncias que podem ceder
hidrogênio em uma solução, são denominadas ácidos, enquanto que as substâncias
que podem captar o hidrogênio nas soluções, são denominadas bases. A
concentração final do hidrogênio livre nos líquidos orgânicos, resulta do equilíbrio
entre ácidos e bases.
A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem grande importância fisiológica
e bioquímica, visto que as atividades das enzimas celulares, as trocas eletrolíticas e
a manutenção do estado estrutural das proteínas o profundamente influenciadas
por pequenas alterações na concentração hidrogeniônica (H
+
) do sangue (MACARI
et al., 1994). Entretanto, o equilíbrio ácido-básico não é definido somente em termos
da concentração dos íons hidrogênio no sangue (pH), mas deve-se incluir a pressão
parcial de dióxido de carbono (pCO
2
), bicarbonato (HCO
3
-
) e as bases em excesso
(PATIENCE, 1990).
O balanço entre os ácidos e as bases se caracteriza pela busca permanente
do equilíbrio. Face à maioria dos regimes alimentares, o metabolismo orgânico tende
a produzir um excesso de radicais ácidos, não em decorrência da produção de
3
substâncias intermediárias parcialmente oxidadas (ácido pirúvico e ácido láctico),
como da própria combustão completa dos substratos neutros assimilados. Assim, a
quantidade de ácido produzida pode variar, dependendo das modificações da dieta,
nível de atividade física ou em função de outros processos fisiológicos (MACARI et
al., 1994).
Para evitar que estes ácidos, ou mesmo, bases em excesso interfiram na
manutenção do pH sanguíneo, três mecanismos estão em atividade para manter o
equilíbrio ácido-básico: tampões extra e intracelulares; o ajuste respiratório da
concentração sangüínea de dióxido de carbono e a excreção dos íons hidrogênio ou
bicarbonato pelos rins. Os dois primeiros são responsáveis pela correção rápida das
alterações de pH, enquanto que os rins o responsáveis pela homeostasia ácido-
básica a longo prazo e pela excreção do excesso de íons hidrogênio
(CUNNINGHAM, 1992; SWENSON e REECE, 1993).
Os tampões são substâncias químicas que podem se combinar com ácidos
e bases, com a finalidade de prevenir as mudanças bruscas do pH quando às
mesmas são adicionadas quantidades relativamente pequenas de ácido (H
+
) ou
base (OH
-
). Os tampões consistem em um ácido fraco (o doador de prótons) e sua
base conjugada (o receptor de prótons). Sabe-se que o íon bicarbonato (HCO
3
-
) e o
dióxido de carbono (CO
2
) constituem-se no mais importante sistema tampão para
todos os vertebrados (LEHNINGER et al., 1995), responsável por 53% da
capacidade tamponante do plasma sanguíneo (SWENSON e REECE, 1993).
Com a queda do pH da solução, o bicarbonato capta os íons H
+
para cedê-
los novamente quando o pH estiver estabilizado e desta maneira, age contra as
modificações abruptas da reação. Entre os tampões do espaço extracelular, o
bicarbonato e as proteínas plasmáticas desempenham um papel relevante,
enquanto a hemoglobina e os fosfatos estão em primeiro plano no compartimento
intracelular (ÉVORA et al., 1999).
O dióxido de carbono é o produto final da oxidação completa de
carboidratos, lipídios e proteínas. Assim, o metabolismo animal gera, de forma
contínua, grandes quantidades de CO
2
nas células, tornando a pressão parcial de
dióxido de carbono (pCO
2
) tecidual mais elevada do que a pCO
2
sanguínea. Dessa
forma, uma vez que existe diferença de pressão, o dióxido de carbono difunde-se a
partir das células para o sangue e plasma. No plasma, uma parte do CO
2
interage
com substâncias tamponantes no interior de eritrócitos; outra fração considerável
4
reage com a hemoglobina para formar compostos carbamino-CO
2
e o restante do
CO
2
é hidratado para formar ácido carbônico (H
2
CO
3
), que é o mais importante ácido
formado no catabolismo dos nutrientes (MACARI et al., 1994).
Quando uma base entra no organismo, o H
2
CO
3
prontamente reage com
ela, produzindo HCO
3
-
e H
+
, conforme a equação abaixo:
CO
2
+ H
2
0
H
2
CO
3
H
+
+ HCO
3
-
No entanto, quando um ácido é adicionado ao sangue, o bicarbonato do
tampão prontamente reage com ele, diminuindo a quantidade de bases e alterando a
relação entre o bicarbonato e o ácido carbônico. O ácido carbônico produzido pela
reação do bicarbonato do tampão, se dissocia em CO
2
e água; o CO
2
é eliminado
pelos pulmões, recompondo a relação de 20:1 do sistema tampão:
CO
2
+ H
2
0
H
2
CO
3
H
+
+ HCO
3
-
O equilíbrio ácido-básico do meio circulante pode ser definido em função das
quantidades relativas dos componentes desse sistema, por meio da equação de
Henderson-Hasselbach:
pH = pK + log [HCO
3
-
]
[CO
2
]
A dissociação constante do ácido fraco é representada pelo K, e pK é o
logaritmo negativo de K. Neste contexto, o pK pode ser definido como o pH em que
o ácido e a base do sistema tampão estão em concentrações iguais. Assim, a
equação de Henderson-Hasselbalch mostra que o pH de uma solução que contém
tal sistema tampão é determinado pela proporção da base em relação ao ácido
(SWENSON e REECE, 1993).
Para um dado valor de pH em uma solução, a concentração para cada
agente (tampão), base [HCO
3
-
] e ácido [CO
2
] é fixa. Por exemplo, para um pH = 7,4,
a proporção de HCO
3
/CO
2
é igual a 20:1 e reflete o nível normal de HCO
3
-
no
plasma. A alteração absoluta de HCO
3
-
e CO
2
não altera o pH, enquanto a proporção
permanecer 20:1. Assim, o sistema tampão bicarbonato-dióxido de carbono
funciona, não pela alteração da razão 20:1 entre base conjugada e ácido fraco, mas,
5
ao contrário, mantendo essa razão em 20:1 e aumentando ou diminuindo a
quantidade total dos componentes do tampão (MACARI et al., 1994).
1.2.1.1 Distúrbios do Equilíbrio Ácido-básico
Desvios extremos do equilíbrio ácido-básico, em geral, acompanham
alterações profundas da função dos órgãos vitais e podem determinar a morte do
animal. Os principais distúrbios do equilíbrio ácido-básico são denominados alcalose
e acidose. Tanto uma quanto a outra podem ser de origem metabólica (acidose ou
alcalose metabólica) ou respiratória (acidose ou alcalose respiratória).
A acidose metabólica é caracterizada por um balanço positivo de íons
hidrogênio devido à adição de ácidos ao organismo ou à perda primária de
bicarbonato pelo líquido extracelular. As condições típicas que causam acidose
metabólica incluem: falha renal para excretar ácido ou reabsorver bicarbonato;
ingestão de ácido; excesso na produção endógena de ácido como ocorre no
diabetes melito e durante o jejum; produção anaeróbica de ácido láctico; aumento na
produção de ácido sulfúrico (alta ingestão de proteína) e diarréia, na qual o suco
pancreático, que contém bicarbonato, não é reabsorvido. Em todos esses casos, a
concentração de HCO
3
-
cai, e o pH também diminui (MACARI et al., 1994; ÉVORA et
al., 1999). A queda na [HCO
3
-
] resultará em queda em todas as bases-tampão do
líquido extracelular e hemáceas. O pH baixo estimula o sistema de controle
respiratório, resultando em aumento na ventilação alveolar e queda na pCO
2
.
A
compensação pela diminuição da pCO
2
elevará a proporção da base conjugada ao
ácido fraco em direção ao valor normal, porém, as baixas concentrações das bases
tampões persistirão até que o bicarbonato perdido seja reposto. Isto requer ação
corretiva renal: excreção de íons hidrogênio e restauração da [HCO
3
-
] plasmática
(SWENSON e REECE, 1993).
A alcalose metabólica é o desvio ácido-básico caracterizado por um balanço
negativo de íons H
+
e envolve o ganho de bases ou a perda de ácido no líquido
extracelular. Algumas condições que costumam resultar em alcalose metabólica são:
ingestão excessiva de substância alcalina, vômitos persistentes do conteúdo gástrico
e deficiência de potássio, quando as células tubulares renais liberam quantidades
inadequadas de íons H
+
na urina. Em todas estas situações, aumento da
concentração de bicarbonato no líquido extracelular, elevando o pH (MACARI et al.,
6
1994). A elevação do pH deprimirá a ventilação pulmonar, e a pCO
2
se elevará. Essa
compensação respiratória levará o pH de volta para baixo em direção ao nível
normal, mas todas as bases tampão do organismo permanecerão elevadas. A
correção renal consiste em excreção diminuída dos íons hidrogênio e
conseqüentemente excreção aumentada de bicarbonato (SWENSON e REECE,
1993).
1.2.1.2 Aminoácidos x Equilíbrio Ácido-Básico
A degradação das proteínas, dependendo dos aminoácidos que a compõem,
pode contribuir como fonte de ácidos ou bases. A oxidação de aminoácidos neutros,
como a alanina, não tem efeito sobre o equilíbrio ácido-básico, enquanto que os
aminoácidos dicarboxílicos (glutamina e aspartato) apresentam tendência a causar
alcalose metabólica. A oxidação de aminoácidos catiônicos (lisina, arginina e
histidina) pode resultar em acidose metabólica (PATIENCE, 1991). No caso do
aminoácido sulfurado metionina, 2 moles de ácido serão produzidos por mol de
aminoácido oxidado:
Metionina + 15O
2
uréia + 9CO
2
+ 7H
2
O + 2H
+
+ SO
4
=
Os ácidos dos fluídos corporais são originários da dieta consumida e do
metabolismo celular, e o classificados como: voláteis, orgânicos e não-voláteis
(fixos). As quantidades de ácidos orgânicos e não-voláteis produzidas na ave são
mínimas, quando comparadas com a quantidade de ácidos voláteis (BUTCHER e
MILES, 1994).
O ácido carbônico é o ácido volátil produzido em maior quantidade no
organismo. No entanto, devido a sua natureza volátil, todo o dióxido de carbono é
rapidamente expirado através dos pulmões assim que é formado.
Os ácidos orgânicos são derivados da incompleta oxidação de carboidratos
e lipídios. Em condições normais são produzidos em baixas concentrações, mas em
certas situações, como por exemplo, durante a fadiga muscular em que o ácido
lático se acumula ou quando os lipídios são utilizados como fonte de energia, a
produção de ácido aceto-acético e 3-hidroxibutírico aumenta (BUTCHER e MILES,
1994).
7
Os ácidos fixos ou não-voláteis originam-se da oxidação de determinados
componentes das proteínas, como o enxofre dos aminoácidos sulfurados (metionina
e cisteína), e o fósforo dos ácidos nucléicos e fosfolipídios nos seus respectivos
ácidos sulfúrico e fosfórico. A quantidade de ácidos fixos aumenta quando a
ingestão destes excede os requerimentos fisiológicos (MACARI et al., 1994).
Em média, 60 mEq de ácido sulfúrico são formados para cada 100 g de
proteína metabolizada (SWENSON e REECE, 1993). Tais ácidos fortes têm apenas
uma existência fugaz no organismo, porque eles imediatamente reagem com os
tampões do plasma, particularmente com o bicarbonato. No entanto, é desconhecido
o valor máximo de aminoácidos sulfurados que podem ser incorporados numa dieta,
sem que causem alteração no pH sanguíneo.
1.2.2 BALANÇO ELETROLÍTICO DA DIETA
Há muitos anos, diversas pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de
estudar o equilíbrio ácido-básico ou balanço eletrolítico das dietas, mostrando seus
reflexos no desempenho animal.
O balanço eletrolítico se define como a diferença entre os principais cátions
e ânions da dieta e representa a acidogenicidade ou alcalinidade metabólica da
mesma, podendo influenciar o crescimento, o apetite, o desenvolvimento ósseo, a
resposta ao estresse térmico e o metabolismo de certos nutrientes como
aminoácidos, minerais e vitaminas (PATIENCE, 1990).
As concentrações relativas dos eletrólitos na alimentação afetam
diretamente o equilíbrio ácido-básico das aves (PATIENCE, 1990). A importância
dos eletrólitos no equilíbrio ácido-básico é que estes, quando em solução,
comportam-se como íons. Os íons são quantificados em miliequivalentes, que
correspondem à milésima parte de um equivalente grama. O equivalente de uma
substância é a menor porção da substância, capaz de reagir quimicamente e,
corresponde ao peso atômico ou ao peso molecular, dividido pela valência.
De acordo com MONGIN (1981) e BORGES (2001), o sódio (Na
+
), o
potássio (K
+
) e o cloro (Cl
-
) são os íons fundamentais na manutenção da pressão
osmótica e equilíbrio ácido-básico dos líquidos corporais. E são os principais íons
considerados nas equações que estimam o balanço eletrolítico das rações, em razão
8
da sua importância eletrolítica e também em função de que a absorção destes é
superior à dos demais. BUTCHER e MILES (1994), afirmaram que as dietas animais
devem ter carga neutra, então todas as cargas negativas devem ser balanceadas
com as cargas positivas e que a soma total dos eletrólitos fornecidos na ração tem
influência direta na regulação do equilíbrio eletrolítico do animal.
O potássio é o principal cátion do fluído intracelular, enquanto que o Na
+
e o
Cl
-
são os principais íons do fluído extracelular. A osmorregulação é conseguida pela
homeostasia destes íons intra e extracelular. Em condições ótimas, os conteúdos de
água e eletrólitos são mantidos dentro de limites estreitos. Mas a perda de eletrólitos
(Na
+
ou K
+
), sem alteração no conteúdo de água do corpo, reduz a osmolalidade
destes fluídos.
O K
+
está envolvido em muitos processos metabólicos, incluindo o
antagonismo arginina-lisina, condução nervosa, formação do glicogênio, contração
muscular, síntese de proteínas teciduais, manutenção da homeostasia intracelular,
reações enzimáticas, balanço osmótico e equilíbrio ácido-básico (PATIENCE, 1990 e
BORGES, 2001). Conseqüentemente, mudanças na homeostase de K
+
podem
afetar as funções celulares. A sua importância no equilíbrio ácido-básico é relevante,
pois como a secreção de H
+
e K
+
envolve mudanças no Na
+
na borda luminal das
células tubulares, a secreção de H
+
competirá com o K
+
na troca pelo Na
+
.
Conseqüentemente, o aumento da secreção de H
+
deprimirá a secreção de K
+
e vice
versa. Do mesmo modo, um apreciável aumento na reabsorção de Na
+
facilitará a
excreção de K
+
. O nível de ingestão de Na
+
na dieta, a [Na
+
] plasmática e a carga de
Na
+
filtrado podem influenciar as taxas de excreção de K
+
(SWENSON e REECE,
1993). Neste caso, excesso de K
+
na dieta fará com que ocorra aumento da
eliminação deste K
+
e diminuição na eliminação de H
+
e esta é uma resposta à
alcalose metabólica.
Como ocorre com outros eletrólitos, o equilíbrio de K
+
é atingido igualando-
se a quantidade ingerida através dos alimentos com a quantidade excretada. A
regulagem do potássio está a cargo, principalmente, dos rins. Quando a aldosterona
aumenta, a urina elimina maior quantidade de K
+
e o nível de K
+
no sangue pode
diminuir. Outro mecanismo regulador baseia-se na permuta com o Na
+
nos túbulos
renais. A retenção de Na
+
é acompanhada pela eliminação de K
+
(SWENSON e
REECE, 1993; ÉVORA, 1999).
9
Atualmente, a importância do Na
+
na manutenção das funções vitais normais
é bastante conhecida. Ele é o principal cátion presente nos fluidos extracelulares,
atuando essencialmente no equilíbrio ácido-básico, na pressão osmótica corporal,
na atividade elétrica das células nervosas e do músculo cardíaco, na permeabilidade
celular e na absorção dos monossacarídeos e aminoácidos (GUYTON, 1985;
ÉVORA et al., 1999). Por ser o principal cátion do líquido extracelular e estar
obrigatoriamente acompanhado de um número igual dos ânions cloro e bicarbonato
(equilíbrio elétrico), o sódio é o principal responsável pela osmolalidade dos líquidos.
Dentre os principais mecanismos utilizados para o controle de sódio corporal
tem-se o sistema renina-angiotensina, o hormônio ADH e o mecanismo da sede.
Quando excesso de sódio na dieta, ocorre aumento na osmolalidade que
estimula a liberação de ADH e proporciona a sede. A água ingerida, irá diluir o
líquido extracelular e restaurará a [Na
+
] a níveis normais. No entanto a água vai
elevar o volume do líquido extracelular, promovendo inibição da secreção de
aldesterona e um aumento na taxa de filtração glomerular, e o excesso de sódio e
água serão excretados. No caso de deficiência de Na
+
no líquido extracelular, a taxa
de filtração glomerular diminuirá e estimulará a liberação de aldosterona pelo cortex
da supra-renal. Vale lembrar que a aldosterona tem efeito sobre a secreção do K
+
a
partir das células tubulares para o lúmen (SWENSON e REECE, 1993).
O ânion cloro (cloreto) é predominante no quido extracelular; sua função
principal é a manutenção do equilíbrio químico com os tions presentes. Sabe-se
que se o excesso de dio é excretado pelos rins, o cloreto normalmente o
acompanha. O cloro participa ainda do efeito tampão do sangue em intercâmbio com
o bicarbonato (SWENSON e REECE, 1993). Segundo MACARI (1994), o aumento
do Cl
-
plasmático favorece a retenção de H
+
e diminui a reabsorção de HCO3
-
pelos
rins, sendo esta uma resposta à alcalose metabólica.
O K
+
e o Na
+
são íons alcalogênicos, neste caso, quando suas
concentrações são aumentadas em relação à concentração do Cl
-
, o pH dos fluidos
corporais aumenta, podendo caracterizar a alcalose metabólica. No entanto, o Cl
-
é
um íon acidogênico, sua alta concentração na dieta contribui para a diminuição do
valor do balanço eletrolítico e neste caso, o pH pode diminuir e estando abaixo do
normal pode caracterizar acidose metabólica (MACARI et al., 1994).
10
1.2.2.1 Calculando o mEq da Dieta
A expressão mais difundida atualmente para determinar o balanço
eletrolítico da dieta é aquela desenvolvida por Mongin (1981).
Conforme visto anteriormente, para manter o equilíbrio ácido-básico, a ave
deve regular a ingestão e a excreção de ácidos. Nas situações em que o animal se
encontra em equilíbrio ácido-básico, sem excesso ou deficiência de ácido ou base,
pode ser descrita a seguinte equação:
(Cátions - Ânions)
ingeridos
= (Cátions - Ânions)
excretados
De acordo com MONGIN (1981), o resultado do poder ácido da ingestão de
Na
+
+ K
+
– Cl
-
, é igual à diferença de cátions e ânions excretados ((cátions -
ânions)
excretados
), mais a produção de ácido endógeno (H
+
endógeno
), mais as bases em
excesso (BEe) ou reservas alcalinas. A ingestão ótima de eletrólitos, em termos de
equilíbrio ácido-básico, pode minimizar a presença de BEe, tendendo a zero. O
requerimento ótimo do balanço de eletrólitos foi recomendado por Mongin (1981),
em termos de mEq (Na
+
+ K
+
- Cl
-
)/kg de ração em torno de 250 mEq/kg.
(Cátions - Ânions)
ingeridos
= (Cátions - Ânions)
excretados
+ H
+
endógeno
+ BEe
ou,
(Na
+
+ K
+
- Cl
-
)
ingeridos
= (Na
+
+ K
+
- Cl
-
)
excretados
+ H
+
endógeno
+ BEe
Todos os eletrólitos poderiam ser considerados nestas equações. Assim, a
equação eletrolítica completa seria: (Na
+
+ K
+
+ Ca
++
+ Mg
++
) - (Cl
-
+ SO
4
=
+ 2PO
4
=
+
HPO
4
-
). No entanto, alguns destes íons o são considerados devido à sua
importância secundária no equilíbrio ácido-básico. Pois, é o potencial eletrolítico dos
elementos que pode classificá-los em termos de importância no equilíbrio ácido-
básico do organismo. Por exemplo, o K
+
, Na
+
e Cl
-
têm maior potencial eletrolítico
que Mg
++
, S
=
, P
+5
e Ca
++
, sendo que o potencial eletrolítico destes é maior que Fe
++
,
Mn
++
, Zn
++
, Cu
++
, Se, Mo
++
, Co
++
e I
-
. Estes elementos traços têm capacidade de
funcionar como eletrólitos, mas estão presentes em pequenas quantidades nas
rações e em baixas concentrações nos tecidos das aves o que, naturalmente, reduz
seu impacto sobre o equilíbrio ácido-básico (BORGES, 2006b).
11
Por esta razão, a expressão foi reduzida para: Na
+
+ K
+
- Cl
-
(mEq/kg).
Sabe-se que as concentrações plasmáticas destes íons, têm papel preponderante
nos equilíbrios eletrolítico e ácido-básico por suas localizações em relação às células
e pelo desencadeamento da troca de fluídos pelas paredes celulares. Estes íons
também apresentam estreita relação com mecanismos compensatórios que
envolvem a mobilização de íons fundamentais no equilíbrio ácido-básico como
HCO3
-
e H
+
a nível renal.
Para o lculo do Balanço Eletrolítico da Dieta (BE) a partir dos valores
percentuais dos eletrólitos é empregada a seguinte fórmula:
BE = mEq de Na
+
+ mEq de K
+
– mEq de Cl
-
sendo o miliequivalente (mEq) calculado por:
% do eletrólito na dieta x 10000
Peso atômico do eletrólito
Como exemplo, considera-se uma formulação possuindo 0,20% de Na
+
;
0,58% de K
+
e 0,18% de Cl
-
. Então:
0,20 Na x 10000/23 = 86 mEq Na
+
0,58 K x 10000/39,1 = 148,4 mEq K
+
0,18 Cl x 10000/35,5 = 50,7 mEq Cl
-
Substituindo os valores encontrados na fórmula, tem-se:
BE = 86 + 148,4 – 50,7
BE = 183,7 mEq/Kg de ração
1.2.2.2 Utilização de Sais para Correção do Balanço Eletrolítico
Com a utilização de dietas com menor nível de proteína bruta, torna-se
necessário o conhecimento e correção dos valores de balanço eletrolítico das rações
12
de modo a garantir a expressão do máximo potencial produtivo dos animais. Este
fato é particularmente importante uma vez que, a redução da proteína bruta das
formulações se dá pela diminuição do farelo de soja, um ingrediente responsável
pelo fornecimento de potássio à formulação e, associado ao fato de que
aminoácidos sintéticos são utilizados, na sua maioria, em sua forma ácida e que os
ingredientes usualmente utilizados apresentam deficiência em sódio, as rações
passam a ser acidogênicas.
Muitas pesquisas demonstram que a correção do BE através da adição de
sais nas dietas é útil não só para melhorar o desempenho dos animais, mas também
é um meio bastante utilizado para minimizar os efeitos do desbalanço de eletrólitos
causado pelo estresse calórico (TEETER e SMITH, 1986; BORGES, 1997;
BORGES, 2001).
Nesse sentido, a suplementação de sais nas rações ou na água dos
animais, tem sido usada para aumentar a ingestão de íons específicos, corrigindo
mudanças no equilíbrio ácido-básico (MACARI et al., 1994; BORGES, 2006). A
suplementação é feita através da inclusão de compostos alcalinos para aumentar o
valor do balanço eletrolítico ou inclusão de compostos ácidos para diminuir o valor
do balanço eletrolítico, conforme a necessidade.
Entre os compostos alcalinos destacam-se:
- Bicarbonato de Potássio – KHCO
3
- Carbonato de Potássio – K
2
CO
3
- Bicarbonato de Sódio – NaHCO
3
E entre os compostos ácidos destacam-se:
- Cloreto de Potássio – KCl
- Cloreto de Amônio – NH4Cl
- Cloreto de Cálcio – CaCl
2
1.2.2.3 Balanço Eletrolítico e Desempenho Zootécnico
Diversos estudos têm sido realizados nos últimos anos para estimar os
melhores níveis de BE para as diferentes fases de desenvolvimento das aves.
13
BORGES et al. (1999), realizaram dois experimentos com o objetivo de
avaliar o desempenho de frangos de corte na fase pré-inicial (1 a 7 dias de idade),
que receberam dietas à base de milho e farelo de soja, contendo diferentes valores
de balanço eletrolítico (BE). No experimento I, os valores de BE foram de 145
(controle); 0; 120; 240 e 360 mEq/Kg de ração, mantendo-se os níveis de K
+
,
oscilando-se os níveis de Na
+
e Cl
-
. No experimento II, os valores de BE foram de
145 (controle); 354; 254; 154 e 54 mEq/Kg de ração, mantendo-se os níveis de Na
+
,
oscilando-se os níveis de K
+
e Cl
-
. Os diferentes valores de BE foram obtidos pela
adição de NaCl, NaHCO
3
, KHCO
3
e NH
4
Cl na ração. Os autores observaram efeito
quadrático para ganho de peso e conversão alimentar nos dois experimentos, e
efeito linear para o consumo de ração, sendo os resultados dependentes dos
eletrólitos utilizados para variar a relação eletrolítica da ração. Os valores ideais de
BE, para ganho de peso e conversão alimentar, variaram de 199 a 251 mEq/kg,
quando se fixou o K
+
, e de 119 a 127, quando se fixou o Na
+
. Os autores também
observaram que balanços eletrolíticos elevados (354 e 360 mEq/Kg) obtidas pela
suplementação de K
+
ou de Na
+
na ração, deprimiram o crescimento das aves.
Provavelmente em função de que as concentrações de K
+
(1,21%) e Na
+
(0,60%)
ultrapassaram a tolerância dos animais. O NRC (1994) sugere níveis de 0,30% de K
+
e 0,20% de Na
+
para frangos em todas as idades. ROSTAGNO et al. (2005),
prescrevem 0,59% de K
+
e 0,22% de Na
+
para aves na fase inicial e 0,58% de K
+
e
0,20% de Na
+
para a fase de crescimento.
RONDÓN et al. (2000) realizaram dois experimentos com o objetivo de
determinar as exigências de sódio (Na
+
) e cloro (Cl
-
) para frangos de corte Cobb na
fase pré-inicial (1 a 7 dias de idade) e o melhor balanço eletrolítico da ração. As
rações consistiram em uma dieta basal isocalórica (3.100 Kcal de EM/Kg),
isoprotéica (22% PB) e isoaminoacídica para metionina + cistina, isocálcica e
isofosfórica, com níveis de 0,10; 0,15; 0,20 (controle); 0,25; 0,30; e 0,35% de Na
+
(Experimento 1) ou Cl
-
(Experimento 2). No primeiro experimento, os autores
observaram efeitos quadráticos dos níveis de Na
+
sobre o ganho de peso (GP) e
conversão alimentar (CA) dos animais. O GP foi melhor para o nível de 0,26% de
Na
+
, entretanto a CA foi minimizada com 0,29% de Na
+
, recomendando-se o nível de
0,29% de Na
+
. Não foi observado efeito sobre o consumo de ração. No experimento
2, houve efeito quadrático dos níveis de Cl
-
sobre as variáveis ganho de peso e
conversão alimentar e efeito linear sobre o consumo de ração durante a primeira
14
semana de vida. Com base nas equações de regressão obtidas, obteve-se nível
ótimo de Cl
-
na ração estimado em 0,29% para GP e 0,28% para CA. Com relação
ao BE, no primeiro experimento, os frangos apresentaram melhor desempenho (GP
e CA), quando as rações apresentaram balanço eletrolítico de 304 e 319 mEq/kg.
Entretanto, no segundo experimento, o melhor desempenho foi observado quando
os animais consumiram rações contendo 250 ou 252 mEq/kg, concluindo que o
melhor balanço eletrolítico da ração se encontra na faixa de 250 a 319 mEq/kg para
frangos na fase pré-inicial.
OLIVEIRA et al. (2003) determinaram o efeito do balanço eletrolítico (205,
235, 265, 295 e 325 mEq/kg) da dieta e dos subprodutos avícolas (farinha de penas
hidrolisadas e farinhas de vísceras) sobre o desempenho de frangos de corte Cobb-
Vantress, de 1 a 21 dias. As rações foram formuladas de modo a serem isoprotéicas
com 21,4 % de PB, isoaminoacídicas, isoenergéticas com 3.050 Kcal de EM/Kg. Os
autores não observaram interações entre as farinhas e os balanços eletrolíticos
utilizados, exceto para a conversão alimentar, sendo que o ponto de mínimo
estimado foi para o nível de 292 mEq/Kg, independente do subproduto utilizado. A
utilização da farinha de vísceras proporcionou melhor desempenho das aves no
período inicial, quando comparado com a farinha de penas hidrolisadas. Os autores
também observaram que o aumento do BE elevou a umidade da cama. Esse efeito
pode ser atribuído ao aumento dos níveis de sódio das rações, através da inclusão
de bicarbonato de sódio para se obter os BE estudados, uma vez que, altos níveis
de sódio ocasionam aumentos significativos no consumo de água e,
conseqüentemente, elevação da umidade das excretas e excreção de sódio.
BORGES et al. (2002b), realizaram um experimento com o objetivo de
avaliar o efeito do balanço eletrolítico da ração sobre o desempenho de frangos de
corte de 21 a 42 dias de idade, durante o inverno. As rações foram formuladas à
base de farelo de soja e milho, contendo 20% de proteína bruta e 3.200 Kcal EM/Kg.
Os valores de balanço eletrolítico utilizados foram de 40, 140, 240 e 340 mEq/Kg de
ração, obtidos pela inclusão de Na
+
nas rações. A temperatura ambiente variou de
17 a 27°C durante o período experimental. Os autores observaram que dietas com
40 mEq/kg reduziram o consumo de ração e o ganho de peso, e dietas com 340
mEq/kg pioram a conversão alimentar. O ganho de peso e a conversão alimentar
apresentaram resposta quadrática sendo os pontos de máximo e mínimo de 235 e
202 mEq/kg. O consumo de ração foi máximo com 264 mEq/kg, mostrando que o
15
desbalanço Na:Cl causado pelos altos teores de Na
+
e/ou relações eletrolíticas
elevadas podem deprimir a ingestão. Os autores concluíram que o melhor BE para a
fase de crescimento está entre 202 e 235 mEq/Kg.
BORGES et al. (2003a), conduziram um experimento para avaliar o efeito do
balanço eletrolítico e da temperatura ambiente sobre o desempenho de frangos de
corte da linhagem Ross, de 1 a 42 dias de idade. Os valores de balanço eletrolítico
utilizados foram de 40, 140, 240 e 340 mEq/Kg de ração, sendo que as rações
experimentais foram acrescidas de NaHCO
3
e NH
4
Cl, ou KHCO
3
para obtenção dos
diferentes balanços eletrolíticos. Os animais foram distribuídos em duas salas com
controle de temperatura independente. Em uma sala a temperatura foi mantida
dentro da termoneutralidade (25°C) e na outra a temperatura (33°C) excedeu a zona
de conforto térmico dos animais. Os autores não observaram diferenças estatísticas
significativas entre os tratamentos na sala com a temperatura mais elevada. No
entanto, na sala onde os animais foram mantidos em ambiente termoneutro,
observou-se que o balanço eletrolítico de 240 mEq/Kg elevou o ganho de peso dos
animais no período de 1 a 21 dias e de 1 a 42 dias. O consumo de ração foi maior
nos tratamentos que continham balanço eletrolítico de 240 e 340 mEq/Kg durante o
período inicial e 240 mEq/Kg durante todo o período experimental. Através de
equação de regressão, os autores recomendaram o balanço eletrolítico de 240
mEq/Kg para a fase de 1 a 42 dias.
Em outro experimento, BORGES et al. (2003b) avaliaram o efeito do balanço
eletrolítico sobre o desempenho de frangos de corte da linhagem Cobb, de 1 a 42
dias de idade, durante o verão. As rações foram formuladas à base de milho e farelo
de soja, acrescidas de NaHCO
3
, NH
4
Cl ou KHCO
3
para obtenção dos balanços
eletrolíticos de 0, 120, 240 e 360 mEq/Kg. A temperatura ambiente mínima foi de
23°C e a máxima de 31°C durante todo o período experimental. Os autores
observaram efeito quadrático sobre o ganho de peso e conversão alimentar dos
animais de 1 a 21 dias, recomendando-se balanços eletrolíticos de 186 e 197
mEq/Kg, respectivamente. Para a fase de crescimento (21 a 42 dias) o valor de
balanço eletrolítico recomendado foi de 240 mEq/Kg.
De acordo com ADEKUNMISI et al. (1987), citados por UGIONI et al. (2004),
a determinação do BE ótimo pode variar de acordo com o nível de proteína bruta
(PB) da dieta, podendo ser diferente quando são utilizados aminoácidos sintéticos.
Nesse sentido, BORGES et al. (2002a), conduziram dois experimentos para avaliar o
16
efeito da PB e do BE sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias de
idade. No experimento I, foram utilizados frangos da linhagem Cobb, alimentados
com rações contendo 21 e 23% de PB e BE de 166 e 260 mEq/Kg. No experimento
II, foram utilizados frangos Avian Farms, alimentados com rações contendo 21 e
23% de PB e BE de 166, 260 e 360 mEq/Kg. Em ambos os experimentos não houve
interação entre os níveis de PB e BE. Os níveis de 21 e 23% de PB o afetaram o
desempenho das aves. No entanto houve efeito do BE sobre as variáveis
analisadas, sendo que em dietas pré-iniciais e iniciais o melhor desempenho foi
atingido com BE de 260 mEq/Kg.
UGIONI et al. (2004), também avaliaram os efeitos do balanço eletrolítico da
dieta e dos níveis de proteína bruta sobre o desempenho de frangos de corte Cobb,
durante a fase inicial. As dietas formuladas à base de milho e farelo de soja,
continham níveis de BE de 220, 250, 280 e 310 mEq/Kg, obtidos pela inclusão de
KCl, NaCl e NaHCO
3
, com 17 e 19% de proteína bruta. Os autores não observaram
interação entre os valores de BE e os níveis de PB da dieta. No entanto, observaram
efeito do nível da PB sobre o desempenho das aves, sendo os melhores resultados
obtidos com nível de 19% de PB. Não foi observado efeito do BE sobre os
parâmetros estudados, recomendando-se o nível de 220 mEq/Kg.
VIEITES et al. (2005), desenvolveu um experimento para determinar o
melhor valor de balanço eletrolítico em dois níveis de proteína bruta sobre o
desempenho e rendimento de carcaça e cortes nobres de frangos de corte da
linhagem Ross, de 1 a 42 dias de idade. Os frangos foram alimentados com duas
rações basais, uma com 20 % e outra com 23% de PB à base de milho e de farelo
de soja, combinadas com níveis de BE de 0; 50; 100; 150; 200; 250; 300 e 350
mq/kg. Os autores observaram efeito quadrático dos diferentes balanços eletrolíticos
sobre o ganho de peso e o consumo de ração dos animais para as duas seqüências
protéicas estudadas. O nível ótimo de BE para o ganho de peso foi de 179 e 185
mEq/Kg, enquanto que para o consumo de ração, os valores foram de 193 e 192
mEq/Kg para os animais alimentados com rações contendo 20% e 23% de PB,
respectivamente. Para o rendimento de carcaça e dos cortes nobres, os melhores
valores de BE encontrados foram similares aos de desempenho, recomendando-se,
portanto, um valor de BE na faixa de 179 a 190 mEq/kg como ótimo para frangos de
corte de 1 a 42 dias de idade.
17
1.2.3. EXIGÊNCIAS EM AMINOÁCIDOS SULFURADOS
À medida que a produção animal se torna mais eficiente, buscando uma
melhor qualidade dos produtos, as exigências dos animais em aminoácidos se
elevam. O melhoramento genético, associado à redução da conversão alimentar e
aumento da produção de carne magra, assim como as melhorias de manejo,
resultaram no aumento da densidade nutricional em aminoácidos.
A metionina é o primeiro aminoácido limitante em rações a base de milho e
farelo de soja para aves, participando da síntese protéica, sendo exigida para a
biossíntese de muitas substâncias importantes envolvidas no crescimento, como
creatina, carnitina, poliaminas, epinefrina, colina e melatonina (BAKER, 1994).
Segundo ALBINO et al. (1999), as aves utilizam grandes quantidades de
aminoácidos sulfurados durante o período de crescimento corporal e existem alguns
casos em que as necessidades podem ser atendidas com a suplementação de
aminoácidos industriais nas rações. A formulação de dietas práticas para aves é um
caso clássico, pois utilizando apenas alimentos convencionais, sem a
suplementação de fontes de metionina sintética, não é possível atender às
necessidades de metionina destes animais.
As fontes deste aminoácido encontradas em escala industrial hoje no
mercado são: DL-Metionina e a metionina hidróxi análoga (MHA), que pode ser
absorvida na forma de sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma de monômero, dímero ou
oligômero de ácido (MHA-FA).
De acordo com PACK (1995), a necessidade de manutenção para metionina
+ cistina é muito mais alta do que a de lisina. Pois, a lisina tem maior participação na
síntese protéica e os aminoácidos sulfurados (metionina + cistina) possuem papel
relevante na síntese de proteínas da plumagem. No entanto, existem muitos
trabalhos que comprovam a participação da metionina no bom desempenho e
principalmente na deposição de proteína na carcaça. MORAN (1994) e CAREW
(2003), mostraram que uma dieta deficiente em metionina reduz o ganho de peso, a
eficiência alimentar e o teor de proteína na carcaça.
Nesse sentido, ANDRADE et al. (2002), avaliaram o desempenho de frangos
de corte recebendo diferentes relações metionina + cistina: lisina (76, 69, 63 e 58%)
na fase pré-inicial e observaram melhor ganho de peso, consumo de ração e
18
conversão alimentar nas aves que consumiram dietas contendo níveis de met+cis de
0,79%, correspondendo à relação met+cis:lis de 76%.
Também, OLIVEIRA NETO et al. (2000), avaliaram o efeito de diferentes
níveis de metionina + cistina (0,756; 0,810; 0,866; 0,920 e 0,976%) sobre o
desempenho de pintos de corte de 1 a 21 dias. O consumo de ração o foi
influenciado pelos níveis de aminoácidos sulfurados. No entanto observaram
melhora linear no ganho de peso e resposta quadrática até o nível de 0,898% de
met+cis na conversão alimentar. Os autores recomendam nível de 0,898% de
met+cis total correspondente ao de 0,810% de met+cis digestíveis para melhor
desempenho das aves.
ATENCIO et al. (2004), avaliaram o efeito de diferentes relações metionina +
cistina:lisina digestíveis (63, 67, 71, 75 e 79%) sobre o desempenho de frangos de
corte machos Avian Farm, na fase de 1 a 21 dias. Os autores observaram efeito
linear positivo para ganho de peso e efeito quadrático para conversão alimentar,
sendo que a relação met+cis:lisina digestíveis recomendada para a fase foi de 70%.
Os mesmos autores, avaliaram o efeito de diferentes relações metionina +
cistina:lisina digestíveis (67, 71, 75, 79 e 83%) sobre o desempenho de frangos de
na fase de 24 a 38 dias e, também observaram efeito quadrático para ganho de
peso e conversão alimentar, sendo que a relação met+cis:lisina digestíveis estimada
para a fase foi de 72%.
Em outro experimento OLIVEIRA NETO et al. (2005), concluíram que na
fase de 1 a 21 dias de idade, frangos exigem 0,866% de met+cis total,
correspondente a 0,790% de met+cis digestível e a uma relação de 72% com a lisina
digestível, para melhor resposta de ganho de peso, e 0,898% de met+cis total,
correspondente a 0,822% de met+cis digestível e a uma relação de 74% com a lisina
digestível, para melhores resultados de conversão alimentar.
Também, SILVA JUNIOR et al. (2005), realizaram um experimento com o
objetivo de determinar as exigências em metionina + cistina total para frangos de
corte machos da linhagem comercial Ross nos períodos de 1 a 21 e 22 a 42 dias de
idade. Os autores observaram que os níveis de met+cis utilizados influenciaram de
forma quadrática o ganho de peso e a conversão alimentar, estimando-se o nível de
0,96% para maior ganho de peso e 0,93% para melhor conversão alimentar das
aves.
Também observaram efeito dos níveis de aminoácidos sobre o ganho de peso
e conversão alimentar na fase de crescimento, recomendando-se os níveis de 0,89%
19
e 0,90% para ganho de peso e conversão alimentar, respectivamente. Foi verificado
que níveis abaixo destes, reduziram o ganho de peso das aves.
Como foi observado nos trabalhos acima, a resposta de um animal a um
nutriente limitante, como a metionina, em geral segue uma resposta quadrática. Isso
significa que o desempenho animal melhora com o aumento da suplementação
dietética de metionina até que o potencial máximo de crescimento do animal, sob as
condições de manejo a que está submetido, seja totalmente expresso e que maior
adição de metionina não promove qualquer resposta adicional positiva no ganho de
peso (AMARANTE JR et al., 2005).
O NRC (1994) recomenda valores de metionina + cistina total para frangos
de corte de 0,90% para a fase de 1 a 21; 0,72% para 22 a 42; e 0,60% para 43 a 56
dias de idade, para dietas com 3.200 kcal de energia metabolizável. Entretanto, deve
ser considerado que o frango utilizado antes de 1994 era geneticamente diferente do
frango utilizado hoje.
ROSTAGNO et al. (2005) recomendam valores de metionina + cistina total
de 0,90% (0,81% digestível) para a fase de 1 a 21 e 0,83% (0,74% digestível) para
22 a 42. E relações metionina+cistina:lisina digestíveis de 71% para a fase de 1 a 21
dias e 72% dos 21 dias até o abate.
Com relação ao rendimento de carcaça e partes, AMARANTE JR et al.
(2005), observaram efeito dos níveis de metionina + cistina (0,664; 0,704; 0,744;
0,784; 0,824 e 0,864%) nas dietas sobre o rendimento de peito de frangos aos 42
dias. Os autores concluíram que é possível a utilização de um nível nutricional de
0,823% de met+cis total (0,739% de met+cis digestível) para o máximo desempenho
e rendimento de peito em rações de frangos de corte.
MORAN (1994) e CAREW (2003) também citaram que uma dieta deficiente
em metionina além de reduzir o ganho de peso, a eficiência alimentar e o teor de
proteína na carcaça, estimulam o consumo de ração, contribuindo com energia
adicional e, conseqüentemente, ocasionando acréscimo na deposição de gordura
corporal.
O aumento na deposição de gordura foi também comprovada por
RODRIGUEIRO et al. (2000), que realizaram um experimento com o objetivo de
avaliar diferentes níveis de metionina + cistina total (0,63; 0,69; 0,75; 0,81; 0,87 e
0,93%) em dietas para frangos de corte Hubbard, de ambos os sexos, no período de
22 a 42 dias de idade. Os autores verificaram que o aumento dos níveis de met+cis
20
da ração apresentaram, no ganho de peso, efeito quadrático e linear,
respectivamente para machos e meas. Sendo recomendada a exigência de
0,789% de met+cis total para os machos e o mínimo de 0,930% para fêmeas. O
consumo de ração foi influenciado de forma linear para ambos os sexos, diminuindo
à medida que se elevou o nível de met+cis na ração. O rendimento de gordura
abdominal foi menor nos machos, quando comparado ao das fêmeas, no entanto,
efeito linear foi observado em ambos os sexos. Dessa forma, o maior nível de
aminoácidos sulfurados 0,93% foi considerado melhor para menor deposição de
gordura abdominal.
Steinruck et al. (1990); citados por SCHEUERMANN et al. (1995),
verificaram que os frangos, quando em condições de livre escolha, rejeitaram as
dietas deficientes em metionina, o que evidencia que a ingestão deste aminoácido
está sujeita ao controle fisiológico. Conforme SUMMERS e LEESON (1985), dietas
levemente deficientes em metionina aumentam o consumo de ração, enquanto
deficiências mais severas inibem o mesmo.
EDMONDS e BAKER (1987), ao trabalharem com frangos de corte machos
no período de 1 a 21 dias de idade, observaram que o excesso de 4% de metionina
em ração à base de milho e farelo de soja reduziu o ganho de peso das aves. HAN e
BAKER (1993), observaram diminuição no ganho de peso, consumo de ração e
eficiência alimentar em frangos na fase inicial consumindo teores de metionina 4%
acima do recomendado pelo NRC (1994). Da mesma forma ACAR et al. (2001),
verificaram que o excesso de metionina na dieta (1,86%), reduziu o ganho de peso
de frangos nas fases pré-inicial e inicial.
1.2.4 FORMULAÇÃO DE RAÇÕES BASEADA EM PROTEÍNA IDEAL E
AMINOÁCIDOS DIGESTÍVEIS
Durante muitos anos a formulação de rações para aves foi baseada no
conceito de proteína bruta, que na maioria das vezes, fazia com que as dietas
tivessem níveis de aminoácidos desbalanceados, resultando em deficiência ou
excesso de vários destes (NONES, 2002). Os frangos não possuem alta exigência
em proteína bruta, mas precisam de quantidade suficiente para reserva de nitrogênio
e síntese de aminoácidos não essenciais. O excesso de aminoácidos na dieta não
21
contribui para melhorar o desempenho do animal, ou seja, não são utilizados
eficientemente. Quando em excesso sofrem desaminação e o nitrogênio é excretado
como ácido úrico pelas aves, sendo que esse processo reflete em gasto energético
para o animal (CANCHERINI et al., 2004).
Com a disponibilidade econômica dos aminoácidos sintéticos, as dietas
passaram a ser formuladas com níveis inferiores de proteína e com níveis de
aminoácidos mais próximos das necessidades do animal. A proposta de utilizar
aminoácidos sintéticos visa a redução nos custos de produção, em função da
redução do nível de proteína das dietas e um aumento na eficiência de utilização da
proteína, visto que objetiva o máximo uso de aminoácidos para a síntese protéica e
o mínimo como fonte de energia. Por último, visa também a redução dos efeitos
negativos do excesso de nitrogênio excretado no aumento da poluição ambiental.
A Proteína Ideal é um conceito para otimizar a utilização da proteína da dieta
(relação entre retenção e consumo de proteína) e minimizar a excreção de
nitrogênio. Estabeleceu-se que é uma mistura de aminoácidos ou proteínas com
completa disponibilidade na digestão e no metabolismo e cuja composição deve ser
idêntica às exigências do animal. Todos os 20 aminoácidos devem estar presentes
na dieta exatamente nos níveis exigidos para o máximo ganho em proteína e
mantença, e a relação entre eles deve ser preservada. Isso significa que nenhum
aminoácido está em excesso em comparação com os outros. Como conseqüência, a
retenção de proteína é máxima e a excreção de nitrogênio é mínima. Isso é possível
através de uma adequada combinação de concentrados protéicos e aminoácidos
sintéticos suplementados na dieta (LECLERCQ,1998).
A proposta da proteína ideal é que cada aminoácido essencial seja expresso
como relação ou percentagem de um aminoácido referência. Isto possibilita estimar
rapidamente a exigência de todos os aminoácidos, quando a exigência do
aminoácido referência estiver estabelecida. Esta proposta também permite manter
uma proporção entre todos os aminoácidos da dieta.
Entre os aminoácidos essenciais, a lisina foi escolhida como o aminoácido
referência pelas seguintes razões (PACK, 1995):
É o primeiro aminoácido limitante para suínos e o segundo para
aves (dietas a base de milho e farelo de soja);
É de análise relativamente simples;
22
Sua exigência é bastante conhecida;
Existe muita informação sobre sua concentração e
disgestibilidade nos ingredientes;
Sua suplementação é economicamente viável.
ARAÚJO et al. (2004), realizaram um experimento com o objetivo de avaliar
o desempenho de frangos de corte no período de 1 a 21 dias, alimentados com
dietas formuladas nos conceitos de proteína bruta e proteína ideal. As rações
formuladas à base de milho e farelo de soja, continham 21% de PB e 3.150 Kcal de
EM/Kg. As relações aminoácidos: lisina utilizadas na ração formulada no conceito de
proteína ideal foram de 48% de metionina, 77% de met+cis e 60% de treonina. Os
autores verificaram que as aves que foram alimentadas com a dieta formulada no
conceito de proteína ideal apresentaram, ao final de 21 dias, maior ganho de peso e
melhor conversão alimentar.
TOLEDO et al. (2004), realizaram dois experimentos com o objetivo de
avaliar o desempenho e analisar a viabilidade econômica comparativa entre os dois
conceitos protéicos, tanto para machos quanto para fêmeas de 1 a 42 dias de idade.
Observou-se que para ganho de peso, os frangos machos e fêmeas, que receberam
rações dentro do conceito de proteína ideal ganharam mais peso na fase inicial (1 a
21 dias), assim como no período total (1 a 42 dias) do experimento. Os autores
concluíram que dietas à base de milho e farelo de soja, formuladas para atender às
exigências de aminoácidos digestíveis, ou seja, pelo conceito de proteína ideal,
proporcionam melhor desempenho biológico em relação àquelas formuladas pelo
conceito de proteína bruta. As dietas formuladas por proteína ideal mesmo custando
mais por unidade protéica, devido à agregação de aminoácidos sintéticos,
promovem melhor eficiência produtiva, proporcionando maiores retornos
econômicos.
Existem vários trabalhos ressaltando o uso do conceito de proteína ideal
usando o perfil de aminoácidos totais, entretanto, as relações ideais de aminoácidos
devem ser baseadas em aminoácidos digestíveis, pois a digestibilidade pode
interferir nos perfis ideais. Este fato é importante em nutrição de aves,
principalmente quando se utiliza alimentos alternativos com digestibilidade diferentes
(BORGES, 2006a).
23
De acordo com MAIORKA (1998), existe uma grande variação na
digestibilidade dos aminoácidos não somente entre alimentos mas também o mesmo
alimento pode apresentar digestibilidade diferentes, o que acarreta uma dificuldade a
mais. Segundo ARAÚJO (1998), estas diferenças na digestibilidade podem ser
devido aos efeitos dos fatores anti-nutricionais presentes nos grãos, como também
dos efeitos do calor durante o processamento do alimento. O autor também salientou
que as fontes de aminoácidos sintéticos são facilmente absorvidas, estando
completamente disponíveis para serem metabolizadas, sendo esta mais uma
vantagem da utilização de aminoácidos industriais.
MAIORKA (1998), trabalhando com diferentes níveis de energia e forma
física da ração formuladas com aminoácidos totais e digestíveis, constataram que
frangos de corte alimentados com dietas formuladas com base em exigências de
aminoácidos digestíveis apresentaram maior ganho de peso em relação às aves
alimentadas com base em aminoácidos totais, não apresentando diferenças para
consumo de ração e conversão alimentar.
ARAÚJO et al. (2004), realizaram um experimento para estudar a redução
do nível protéico da dieta, através da formulação baseada em aminoácidos
digestíveis, sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, da
linhagem Cobb. Os quatro tratamentos consistiram em teores decrescentes de
proteína bruta: 22%, 20% e 18%, cujas rações foram formuladas com base em
aminoácidos digestíveis e um tratamento testemunha com 22% de PB e formulada
com aminoácidos totais. Os autores observaram que as aves alimentadas com as
dietas contendo 22% PB e formuladas com aminoácidos totais obtiveram,
estatisticamente o mesmo ganho de peso e conversão alimentar que as aves que
receberam dietas com 20% PB formuladas com aminoácidos digestíveis. Concluíram
que é possível trabalhar com dietas contendo menor nível protéico (20% PB) sem
afetar o desempenho das aves, quando a dieta for formulada com aminoácidos
digestíveis.
DARI et al. (2005), desenvolveram dois experimentos para avaliar dietas
formuladas com base em aminoácidos digestíveis e baixos teores de proteína bruta
suplementadas com aminoácidos sintéticos. Os autores observaram que em ambos
os experimentos, o ganho de peso das aves foi superior quando as dietas foram
formuladas com base em aminoácidos digestíveis.
24
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29
CAPÍTULO II
BALANÇO ELETROLÍTICO E RELAÇÕES AMINOÁCIDOS SULFURADOS E
LISINA DIGESTÍVEIS PARA FRANGOS DE CORTE NA FASE INICIAL
RESUMO
O experimento foi realizado para avaliar o efeito de diferentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis e balanço eletrolítico da dieta sobre o
desempenho de frangos de corte da linhagem comercial Ross, durante o período de
1 a 21 dias de idade. Foram utilizados 400 frangos machos, distribuídos em
delineamento inteiramente casualizado, adotando o esquema fatorial 2 X 4 (balanço
eletrolítico de 205 e 250 mEq/Kg e relações metionina+cistina:lisina digestíveis de
66; 73; 80 e 87%), totalizando 8 tratamentos com 5 repetições, sendo a unidade
experimental composta por 10 aves. Os frangos foram alojados em baterias,
equipadas com comedouros e bebedouros do tipo calha, recebendo água e ração à
vontade. As rações experimentais foram formuladas à base de milho e farelo de
soja, contendo 22% de proteína bruta e 3.050 Kcal EM/Kg. As dietas foram
formuladas seguindo o conceito de proteína ideal e aminoácidos digestíveis. Não
houve interação entre o balanço eletrolítico e as relações metionina+cistina:lisina
digestíveis. Não foi observado efeito significativo dos dois valores de balanço
eletrolítico sobre o desempenho dos animais. No entanto, observou-se efeito das
diferentes relações metionina+cistina:lisina digestíveis sobre o ganho de peso no
período de 1 a 7 dias e no período de 1 a 21 dias. A análise de regressão também
mostrou efeito das relações de aminoácidos sulfurados e lisina digestíveis sobre o
consumo de ração, recomendando-se a relação de 78% para obtenção do melhor
desempenho para ambas as fases.
Palavras-chave: Aves. Bicarbonato de Sódio. Cloreto de Sódio. Eletrólitos.
30
ELECTROLYTIC BALANCE AND RELATIONS OF SULFUR AMINO ACIDS AND
LYSINE DIGESTIBLE ON INITIAL PERIOD BROILERS
ABSTRACT
The experiment was carried out to evaluate the effect of different relations of
methionine+cystine:lysine digestible and electrolytic balance of feed on 1-to-21-days-
old-broilers performance. A total of 400 Ross male broilers were distributed in a
randomized experimental design in an factorial 2 x 4 scheme (electrolytic balance of
205 and 250 mEq/Kg and relations methionine+cystine:lysine digestible of 66, 73, 80
and 87%), distributed in 8 treatments with 5 replications and 10 birds per
experimental unit. Broilers were accomplished in batteries, with feed trough and
drinking trough of metal. Feed and water were ad libidum fed to broilers. The
experimental diets were based on corn and soybean meal, with 22% of crude protein
and 3.050 Kcal ME/Kg. Diets were formulated with ideal protein concept and
digestible amino acids. The results showed that there was no interaction between
electrolytic balance and relations of methionine+cystine:lysine digestible. The
electrolytic balance has no influence on the broilers performance. However, there
was effect of different relations of methionine+cysine:lysine digestibles on weight
gain in the period of 1-7 days old and 1-21 days old. The regression analyses
showed effect of relations of sulfur amino acids and lysine digestible on feed intake,
with better relation of 78% to get the better performance in both stages.
Key words: Broilers. Eletrolytes. Sodium Bicarbonate. Sodium Chloride.
31
2.1 INTRODUÇÃO
Os aminoácidos sulfurados são os primeiros limitantes nas rações à base de
milho e farelo de soja utilizadas para frangos de corte.
Sabe-se que o desempenho das aves melhora com o aumento da
suplementação dietética dos aminoácidos sulfurados metionina e cistina, até que o
potencial máximo de crescimento do animal seja alcançado. No entanto, a metionina
e a cistina, quando em excesso, são catabolizadas no organismo gerando radicais
ácidos que podem interferir no equilíbrio ácido-básico do animal, ocasionando
acidose metabólica. A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem grande
importância fisiológica e bioquímica, visto que as atividades das enzimas celulares,
as trocas eletrolíticas e a manutenção do estado estrutural das proteínas dos
organismos são profundamente influenciadas por pequenas alterações do pH
sanguíneo (MACARI et al., 1994).
O balanço eletrolítico da dieta (BE), ou seja, a diferença entre os principais
cátions e ânions que representam a acidogenicidade ou alcalinidade da dieta,
também exerce efeitos sobre o equilíbrio ácido-básico dos animais. O BE pode ser
calculado em miliequivalente (mEq) por kg de ração, através da quantificação dos
três principais íons envolvidos nos processos metabólicos que são o sódio, o
potássio e o cloro. MONGIN e SAUVEUR (1977), sugeriram uma equação
simplificada para identificar a relação crítica destes eletrólitos para uso nas
formulações de rações. Subtraindo-se a quantidade de ânions (cloro) da quantidade
total de cátions (sódio e potássio) da dieta, encontra-se o valor do BE da dieta, dado
em mEq/kg. Através da adição de sais nas dietas, fontes de sódio, potássio ou cloro,
pode-se adequar o BE da mesma, conforme a necessidade do animal.
Objetivou-se neste trabalho avaliar os efeitos de crescentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis na dieta combinadas com dois valores de balanço
eletrolítico, sobre o desempenho de frangos de corte nas fases pré-inicial e inicial.
32
2.2 MATERIAL E MÉTODOS
2.2.1 LOCAL
O experimento foi conduzido na sala de metabolismo do Setor de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba (PR).
2.2.2 PERÍODO
O experimento teve início no dia 15 de dezembro de 2006 e encerrou no dia
06 de janeiro de 2007, quando as aves completaram 21 dias de idade.
2.2.3 ANIMAIS
Foram utilizados 400 frangos de corte machos, da linhagem comercial Ross,
alojados do 1° ao 21° dia de idade.
As aves foram vacinadas contra Bouba Aviária, doença de Marek e doença
de Gumboro.
2.2.4 INSTALAÇÕES E MANEJO
As aves foram alojadas em baterias metálicas com dimensões de 0,98 x
0,90 x 0,50 m (c x l x h), construídas em arame galvanizado, divididas em 4 andares
e 2 gaiolas por andar, sendo cada gaiola equipada com um bebedouro e um
comedouro tipo calha. Nos primeiros 3 dias de vida, a água foi fornecida em
bebedouros tipo copo, específicos para pintinhos.
As rações dos comedouros foram mexidas 2 vezes ao dia (1 vez pela manhã
e 1 vez à tarde) a fim de estimular o consumo pelas aves. A água dos bebedouros
foi trocada diariamente. A ração e a água foram fornecidas à vontade durante todo o
período experimental.
Para o aquecimento das aves foram utilizados postes posicionados entre as
baterias, cada um contendo 4 lâmpadas elétricas de 100 e 150 W dispostas
linearmente com distância de 30 cm entre elas. Nos 5 primeiros dias de idade dos
animais, as lâmpadas permaneceram todas acesas durante as 24 horas do dia,
33
procurando-se manter a temperatura da sala constante em 32°C. A partir do 6° dia,
algumas lâmpadas foram desligadas. No entanto, os frangos continuaram a receber
fonte luminosa durante as 24 horas do dia.
A sala de metabolismo contém janelas cobertas por cortinas de plástico que
foram retiradas conforme a necessidade de renovação do ar e para manter a
temperatura ambiente adequada.
2.2.5 RAÇÕES EXPERIMENTAIS E TRATAMENTOS
As rações experimentais (Tabela 1) foram formuladas à base de milho e
farelo de soja, contendo 22% de proteína bruta e 3.050 kcal EM/kg.
As dietas foram formuladas seguindo o conceito de proteína ideal e
aminoácidos digestíveis, sendo que a lisina digestível foi mantida constante em
1,25% em todas as dietas, oscilando-se os teores de metionina. Os demais
aminoácidos também permaneceram constantes.
Nas rações, os níveis de Na
+
e K
+
foram os mesmos, oscilando-se somente
o nível de Cl
-
para obtenção dos valores de balanço eletrolítico desejados. Nas
rações que continham balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg não foram feitas
adequações. No entanto, foi adicionado bicarbonato de sódio em substituição parcial
ao cloreto de sódio para obtenção do balanço eletrolítico de 250 mEq/Kg conforme o
tratamento.
34
TABELA 1 – COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS
Ingredientes (%) Relação met+cis:lis digestíveis
Relação met+cis:lis digestíveis
66% 73% 80% 87%
66% 73% 80% 87%
BE 205 mEq/Kg
BE 250 mEq/Kg
Milho 53,30 53,16 53,01 52,34
53,10 52,05 52,61 52,68
Farelo de Soja 38,41 38,44 34,64 38,49
38,13 38,86 38,49 38,58
Óleo Vegetal 3,98 4,00 4,26 4,40
4,40 4,66 4,40 4,16
Calcário 1,14 1,14 1,14 1,14
1,14 1,14 1,14 1,14
Foscalcio 1,77 1,77 1,77 1,77
1,77 1,77 1,77 1,77
Bicarbonato de Na - - - -
0,30 0,30 0,30 0,30
Sal 0,53 0,53 0,53 0,53
0,29 0,26 0,25 0,24
L-Treonina 98,5% 0,06 0,06 0,06 0,06
0,06 0,06 0,06 0,06
L-Lisina 78% 0,21 0,21 0,21 0,21
0,21 0,21 0,21 0,21
DL-Metionina 99% 0,20 0,29 0,38 0,46
0,20 0,29 0,38 0,46
Premix* 0,40 0,40 0,40 0,40
0,40 0,40 0,40 0,40
Composição calculada
EM Kcal/Kg 3.050 3.050 3.050 3.050
3.050 3.050 3.050 3.050
Proteína Bruta (%)
Cálcio %
Fósforo Disponível
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
Na (%) 0,22 0,22 0,22 0,22
0,22 0,22 0,22 0,22
K (%) 0,87 0,87 0,87 0,87
0,87 0,87 0,87 0,87
Cl (%) 0,40 0,40 0,40 0,40
0,24 0,24 0,24 0,24
Balanço Eletrolítico 205 205 205 205
250 250 250 250
Lisina dig (%)
Met+cis dig (%)
1,25
0,82
1,25
0,91
1,25
1,00
1,25
1,08
1,25
0,82
1,25
0,91
1,25
1,00
1,25
1,08
Metionina dig (%) 0,51 0,60 0,68 0,77
0,51 0,60 0,68 0,77
Rel Met+Cis:Lis dig
Rel Tre:Lis dig
Rel Trp:Lis dig
0,66
0,65
0,18
0,73
0,65
0,18
0,80
0,65
0,18
0,87
0,65
0,18
0,66
0,65
0,18
0,73
0,65
0,18
0,80
0,65
0,18
0,87
0,65
0,18
NOTA* Suplemento Vitamínico e Mineral por Kg do produto: 9.000.000 UI Vit. A; 2.500.000 UI Vit. D3;
20.000mg Vit. E; 2.500mg Vit. K3; 1.500mg Vit. B1; 6.000mg Vit. B2; 3.000mg Vit. B6; 12.000mcg Vit.
B12; 1.250mg Ac. Fólico; 40.000mg Niacina; 12.000mg Ac. Pantotênico; 60.000mcg Biotina.
78.000mg Manganês; 50.100mg Ferro; 10.000mg Cobre; 55.000mg Zinco; 180mg Selênio; 700mg
Iodo. 110g Nicarbazina; 8g Avilamicina; 15g Colistina; 360g Cloreto de Colina; 10g Violeta Genciana.
Tratamentos:
T1 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 66%.
T2 - Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 73%.
T3 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T4 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 87%.
T5 Dieta com balanço eletrolítico de 250 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 66%.
35
T6 Dieta com balanço eletrolítico de 250 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 73%.
T7 Dieta com balanço eletrolítico de 250 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T8 Dieta com balanço eletrolítico de 250 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 87%.
2.2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISES ESTATÍSTICAS
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, adotando o
esquema fatorial 2 X 4 (Balanço Eletrolítico de 205 e 250 mEq/Kg X Relações
Metionina+Cistina:Lisina Digestíveis de 66; 73; 80 e 87%), totalizando 8 tratamentos
com 5 repetições, sendo a unidade experimental composta por 10 frangos.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com posterior uso de
regressão polinomial para cada variável estudada em função das diferentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis.
2.2.7 COLETA DE DADOS E PARÂMETROS AVALIADOS
Os dados de temperatura foram registrados diariamente às 8:00 horas,
utilizando-se um termômetro de máxima e mínima, sendo que as médias obtidas
durante o período experimental foram de 30,5°C e 22,8°C, respectivamente.
Foram realizadas pesagens das aves no 1°, 7° e 21°, assim como do
fornecimento e das sobras das rações de cada unidade experimental, para o cálculo
do ganho de peso médio, consumo médio de ração e conversão alimentar.
Os parâmetros de desempenho avaliados foram:
- Ganho de Peso Médio (GPM): Definido pela diferença das pesagens entre
o , e 21° dia de idade das aves, considerando-se o peso de todas as aves da
unidade experimental/n° de aves da unidade experimental.
- Consumo Médio de Ração (CR): Definido pela relação entre consumo de
ração pelas aves da unidade experimental (obtido pela diferença entre a quantidade
fornecida e a quantidade que sobrou na semana)/ n° ponderado de aves existentes
na unidade experimental.
36
- Conversão Alimentar: Relação entre consumo médio de ração/ ganho de
peso médio das aves.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
2.3.1 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 7 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos de 1 a 7 dias podem ser
observados na Tabela 2. Não foi observada interação (P0,10) entre o balanço
eletrolítico (BE) e as relações metionina+cistina:lisina digestíveis (met+cis:lis dig).
Provavelmente, isto tenha ocorrido porque os dois valores de BE trabalhados estão
próximos um do outro e mesmo que tenha havido um desequilíbrio ácido-básico no
organismo dos animais em função dos níveis mais elevados de aminoácidos
sulfurados, a proximidade dos valores de BE não permitiu a observação da sua
influência no equilíbrio iônico e por conseqüência, no desempenho dos animais
durante o período.
Da mesma forma não foi observado efeito (P0,10) do BE sobre as variáveis
de desempenho estudadas. Este fato pode também ser explicado pela pequena
amplitude existente entre os dois valores de BE utilizados no experimento. Apesar
de ambos estarem acima do valor de 140 mEq/kg estimado por MAIORKA et al.
(1998), estão dentro da faixa de 199 a 319, recomendada por BORGES et al. (1999)
e RONDÓN et al. (2000).
Foi observado efeito significativo das diferentes relações met+cis:lis
digestíveis (P=0,0016) sobre o ganho de peso dos frangos, sendo a melhor relação
estimada pela equação de regressão (Y= 266,2243 + 10,10429X +
0,06428571X², = 0,80) em 78%. Este resultado está acima do resultado
observado por GARCIA e BATAL (2005), que encontraram resposta quadrática das
relações met+cis:lis digestíveis testadas sobre o ganho de peso, cuja melhor relação
foi estimada em 75%. No entanto, está abaixo da relação recomendada por SKLAN
e NOY (2003) que obtiveram melhores resultados de ganho de peso e conversão
alimentar nos frangos alimentados com dietas contendo relações met+cis:lis
digestíveis de 81%.
37
A variação de resultados entre os trabalhos pode estar relacionada às
diferenças no nível de proteína e no perfil de aminoácidos das rações experimentais,
entre outros fatores, como genética, sexo e ambiente.
A resposta de um animal a um nutriente limitante, como a metionina, em
geral segue a lei dos retornos decrescentes. Isso significa que o desempenho animal
melhora com o aumento da suplementação dietética de metionina até que o
potencial máximo de crescimento do animal, sob as condições de manejo a que está
submetido, seja totalmente expresso e que maior adição de metionina não promove
qualquer resposta adicional positiva no desempenho (AMARANTE JR et al., 2005).
TABELA 2 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 1 A 7 DIAS
COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
205 155,79 127,09 1,222
250 154,21 125,69 1,232
66% 154,12 119,62 b 1,257
73% 158,43 131,24 a 1,230
80% 155,59 127,83 a 1,218
87% 152,00 126,85 ab 1,203
Probabilidades
BE 0,4002 0,4728 0,6577
MET+CIS:LIS 0,1397 0,0016 0,3571
BE*(MET+CIS:LIS) 0,4822 0,9442 0,6498
CV %
4,00 5,58 5,51
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*(MET+CIS:LIS) = interação
entre BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
O pior resultado para ganho de peso foi observado nas aves alimentadas
com ração contendo níveis de aminoácidos sulfurados inferiores ao recomendado
por ROSTAGNO (2005), provavelmente como conseqüência do desbalanço de
aminoácidos, causado pela deficiência ou nível marginal de metionina. Como a
metionina é o primeiro aminoácido limitante em dietas para frangos, sua deficiência
pode fazer com que outros aminoácidos não sejam aproveitados e a síntese protéica
seja prejudicada.
A análise de regressão revelou que a conversão alimentar e o consumo de
ração apresentaram, respectivamente, efeito linear (P0,05) e quadrático (P0,05)
para as diferentes relações met+cis:lis digestíveis.
38
Com o aumento da relação dos aminoácidos houve uma melhoria na
conversão alimentar dos animais (Y= 1,46785 - 30,77143X, = 0,85). Este
resultado concorda com ARAÚJO (1998) que citou que as exigências para se obter
uma melhora na conversão alimentar, são maiores que as exigências para ganho de
peso.
A relação de aminoácidos que proporcionou maior consumo de ração foi
estimada em 75% (Y= 67,36229 + 6,006669X - 0,04010204X², = 0,80).
Também foi observado que o nível mais elevado de aminoácidos sulfurados
deprimiu o consumo de ração, e este fato concorda com HAN e BAKER (1993) que
observaram que níveis elevados de aminoácidos sulfurados promovem efeito redutor
no consumo de ração.
2.3.2 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE 1 A 21 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos, no período de 1 a 21 dias estão
apresentados na Tabela 3.
Assim como ocorreu na fase pré-inicial (1 a 7 dias), não foi observada
interação (P0,10) entre o balanço eletrolítico (BE) e as diferentes relações
met+cis:lis digestíveis sobre o desempenho dos frangos.
Também, não foi observado efeito (P0,10) do BE sobre os dados de
desempenho estudados. Provavelmente esta resposta esteja associada ao fato de
que todas as dietas continham valores de BE dentro da faixa considerada ideal
por BORGES et al. (2002) e BORGES (2003), que concluíram que o melhor valor de
BE para a fase está entre 202 e 250 mEq/Kg.
Foi observado efeito das diferentes relações met+cis:lis digestíveis
(P0,0038) sobre o ganho de peso dos frangos, sendo a melhor relação estimada
em 78% (Y= 209,3310 + 296,4290X -1,888418X², = 0,99). Constatou-se que a
partir desta relação, não houve melhoria no ganho de peso, indicando que a
exigência em aminoácidos sulfurados das aves para ganho de peso foi atendida.
A relação ideal de aminoácidos sulfurados e lisina foi o mesmo encontrado
para a fase pré-inicial, indicando que as rações para as fases pré-inicial e inicial
podem conter a mesma quantidade de aminoácidos.
39
TABELA 3 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 1 A 21
DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
205 1268,41 944,35 1,343
250 1261,89 938,92 1,344
66% 1253,32 924,60 b 1,356
73% 1276,53 947,98 a 1,347
80% 1270,72 953,80 a 1,332
87% 1260,00 940,16 ab 1,340
Probabilidades
BE 0,4374 0,3238 0,9138
MET+CIS:LIS 0,2089 0,0038 0,3674
BE*MET 0,5695 0,4870 0,2750
CV %
3,58 4,29 5,23
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS= metionina+cistina:lisina digestíveis; BE*(MET+CIS:LIS) =
interação entre BE e MET
CV = Coeficiente de Variação
O resultado encontrado como a melhor relação de met+cis:lis digestíveis,
neste estudo, está acima daquela recomendada por OLIVEIRA NETO et al. (2005)
que realizaram um experimento para determinar a exigência de aminoácidos
sulfurados (metionina + cistina) para pintos de corte Avian Farm de 1 a 21 dias de
idade. Os autores concluíram que frangos mantidos em ambiente termoneutro,
exigem 0,866% de met+cis total, correspondente a 0,790% de met+cis digestível e a
uma relação de 72% com a lisina digestível, para melhor resposta de ganho de
peso. Próxima à relação de 71% recomendada por ROSTAGNO et al. (2005).
Também ATENCIO et al. (2004), avaliaram o efeito de diferentes relações
metionina + cistina:lisina digestíveis (63, 67, 71, 75 e 79%) sobre o desempenho de
frangos de corte machos Avian Farm, na fase de 1 a 21 dias. Os autores observaram
efeito linear positivo para ganho de peso e efeito quadrático para conversão
alimentar, sendo que a relação met+cis:lisina digestíveis recomendada para a fase
foi de 70%.
A conversão alimentar não foi afetada por nenhum dos tratamentos. O
resultado discorda de OLIVEIRA NETO et al. (2005) e BAKER e HAN (1994) que
observaram efeito quadrático positivo dos diferentes níveis de aminoácidos
sulfurados sobre a conversão alimentar, recomendando relação met+cis:lis
digestíveis de 75% e 72%, respectivamente.
A mortalidade no período total do experimento foi de 0,5%, não sendo
influenciada por nenhuma das variáveis estudadas.
40
2.4 CONCLUSÕES
Na fase inicial pode-se utilizar balanço eletrolítico entre 205 e 250 mEq/Kg
de ração.
A relação metionina+cistina:lisina digestíveis interfere no desempenho de
frangos nas fases pré-inicial e inicial. De acordo com os resultados obtidos podemos
recomendar a relação metionina+cistina:lisina digestíveis de 78% para melhor
desempenho zootécnico.
41
REFERÊNCIAS
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nutricionais de sódio e cloro e estimativa do melhor balanço eletrolítico da ração para
frangos de corte na fase pré-inicial. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n.4,
p.1162-1166. 2000.
ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas Brasileiras Para
Aves e Suínos. Composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa, MG:
Universidade Federal de Viçosa, 186p, 2005.
SKLAN, D., NOY, Y. Crude protein and essential amino acid requirements in chicks
during the first week posthatch. British Poultry Science. V. 44; P. 266–274, 2003.
43
CAPÍTULO III
BALANÇO ELETROLÍTICO E RELAÇÕES AMINOÁCIDOS SULFURADOS E
LISINA DIGESTÍVEIS PARA FRANGOS DE CORTE DE 1 A 42 DIAS DE IDADE
RESUMO
O experimento foi realizado para avaliar o efeito de diferentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis e balanço eletrolítico da dieta sobre o
desempenho e rendimento de carcaça de frangos de 1 a 42 dias de idade. Foram
utilizados 800 frangos machos, da linhagem comercial Ross, em delineamento
inteiramente casualizado, adotando o esquema fatorial 2 X 4 (balanço eletrolítico de
205 e 240 mEq/Kg na fase inicial e 180 e 210 mEq/Kg na fase de crescimento com
relações metionina+cistina:lisina digestíveis de 60; 70; 80 e 90% para ambas as
fases), totalizando 8 tratamentos com 5 repetições de 20 aves cada. Houve
interação entre o balanço eletrolítico da dieta e as relações metionina+cistina:lisina
digestíveis para o ganho de peso e consumo de ração no período de 22 a 42 dias de
idade, indicando que para altos níveis de aminoácidos sulfurados na dieta é
necessário fazer a correção do BE da dieta. Na fase inicial pode-se utilizar balanço
eletrolítico entre 205 e 240 mEq/Kg e recomenda-se relação de
metionina+cistina:lisina digestíveis entre 72 e 75%. Na fase de crescimento é
recomendado corrigir o balanço eletrolítico da ração para 210 mEq/Kg.
Palavras-chave: Aves. Bicarbonato de Sódio. Cloreto de Sódio. Eletrólitos.
44
ELECTROLYTIC BALANCE AND RELATIONS OF SULFUR AMINO ACIDS AND
LYSINE DIGESTIBLE ON 1-TO-42-DAYS-OLD BROILERS PERFORMANCE
ABSTRACT
The experiment was carried out to evaluate the effect of different relations of
methionine+cystine:lysine digestible and electrolytic balance of feed on 1-to-42-days-
old-broilers performance and carcass yield. The total of 800 Ross male broilers were
distributed in a randomized experimental design in an factorial 2 x 4 scheme
(electrolytic balance of 205 and 240 mEq/Kg to starter period and 180 and 210
mEq/Kg to growth period, with relations methionine+cystine:lysine digestible of 60,
70, 80 and 90%), distributed in 8 treatments with 5 replications and 20 birds per
experimental unit. Broilers were accomplished in a shet experimental, divided in
boxes. Feed and water were ad libidum fed to broilers. The results showed that there
was interaction between electrolytic balance and relations of
methionine+cystine:lysine digestible on feed intake only in a period of 22 to 42 days
old. To use the high levels of sulfur amino acids, it´s better to use higher values of EB
The electrolytic balance has no influence on the broilers performance on any period.
In the initial period we can to use EB between 205 and 240 mEq/Kg and recommend
relation of methionine+cysine:lysine digestibles between 72 and 75%. In the period of
22 to 42 days it´s recommended correct the EB to 210 mEq/Kg.
Key words: Broilers. Eletrolytes. Sodium Bicarbonate. Sodium Chloride.
45
3.1 INTRODUÇÃO
Os aminoácidos sulfurados são os primeiros limitantes nas rações à base de
milho e farelo de soja utilizadas para frangos de corte. Sabe-se que o desempenho
animal melhora com o aumento da suplementação dietética de metionina e cistina,
até que o potencial máximo de crescimento do animal seja alcançado. No entanto, a
metionina e a cistina, quando em excesso, são catabolizadas no organismo, gerando
radicais ácidos que podem interferir no equilíbrio ácido-básico do animal, podendo
ocasionar acidose. A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem grande importância
fisiológica e bioquímica, visto que as atividades das enzimas celulares, as trocas
eletrolíticas e a manutenção do estado estrutural das proteínas dos organismos são
profundamente influenciadas por pequenas alterações do pH sanguíneo (MACARI et
al., 1994).
O balanço eletrolítico da dieta (BE), ou seja, a diferença entre os principais
cátions e ânions que representam a acidogenicidade ou alcalinidade da dieta,
também exerce efeitos sobre o equilíbrio ácido-básico dos animais. O BE pode ser
calculado em miliequivalente (mEq) por kg de ração, através da quantificação dos
três principais íons envolvidos nos processos metabólicos que são o sódio, o
potássio e o cloro. MONGIN e SAUVEUR (1977), sugeriram uma equação
simplificada para identificar a relação crítica destes eletrólitos para uso nas
formulações de rações. Subtraindo-se a quantidade de ânions (cloro) da quantidade
total de cátions (sódio e potássio) da dieta, encontra-se o valor do BE da dieta, dado
em mEq/kg. Através da adição de sais nas dietas, fontes de sódio, potássio ou cloro,
pode-se adequar o BE da mesma, conforme a necessidade do animal.
Objetivou-se neste trabalho avaliar os efeitos de crescentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis na dieta combinados com dois valores de balanço
eletrolítico, sobre o desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte.
46
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 LOCAL
O experimento foi conduzido no galpão experimental da fazenda Cangüiri,
pertencente à Universidade Federal do Paraná, em Pinhais (PR).
Os aminogramas dos ingredientes das rações foram realizados pelo
laboratório CEAN da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS).
3.2.2 PERÍODO
O experimento teve início no dia 10 de março de 2007 e encerrou no dia 21
de abril de 2007, quando as aves completaram 42 dias de idade.
3.2.3 ANIMAIS
Foram utilizados 800 frangos de corte machos da linhagem comercial Ross,
alojados do ao 42° dia de idade, adquiridos da empresa Da Granja Agroindustrial,
sediada no município da Lapa, PR.
As aves foram vacinadas contra Bouba Aviária, doença de Marek e doença
de Gumboro.
3.2.4 INSTALAÇÕES E MANEJO
As aves foram alojadas em galpão convencional de alvenaria, forrado com
cama de maravalha, contendo direito de 3 m, cobertura com telha de cimento
amianto, piso de concreto, tela de arame malha 2,3 cm, mureta de alvenaria de 60
cm e laterais protegidas por cortinas de plástico amarelas, com sistema móvel de
catraca para sua movimentação no controle da temperatura interna. O galpão é
dividido em boxes de 1,45 m x 1,50 m, equipados com comedouros do tipo tubular e
bebedouros do tipo pendular.
A cama de maravalha foi reaproveitada de frangos de 42 dias, depois de um
manejo de retirada de cascão e penas. Os boxes somente receberam maravalha
47
nova na área do semi-círculo de proteção. No 21° dia, a cama de maravalha foi
revolvida.
Para o aquecimento dos animais nos primeiros 10 dias, utilizou-se em todos
os boxes, uma campânula equipada com lâmpada elétrica de 100 W. Após este
período, as campânulas foram desligadas e a temperatura ambiente foi regulada
através do manejo das cortinas.
A ração e a água foram fornecidas à vontade durante todo o período
experimental. Os comedouros foram mexidos 2 vezes ao dia (1 vez pela manhã e 1
vez à tarde) a fim de estimular o consumo pelas aves. Os bebedouros foram lavados
diariamente.
3.2.5 RAÇÕES EXPERIMENTAIS E TRATAMENTOS
A composição das rações experimentais pode ser observada nas Tabelas 4
e 5. As dietas foram formuladas à base de milho e farelo de soja, seguindo o
conceito de proteína ideal e aminoácidos digestíveis, sendo que a lisina digestível foi
mantida constante em 1,15% e 1,03% nas fases inicial e crescimento,
respectivamente. Os demais aminoácidos também permaneceram constantes,
oscilando-se somente os teores de metionina nas dietas.
A composição em aminoácidos do milho e do farelo de soja foi ajustada em
função dos resultados do aminograma (Quadro 1) feito nos ingredientes antes do
início do experimento.
Foi utilizada a metionina hidróxi análoga (MHA), como fonte de metionina.
Este análogo está disponível na forma líquida com concentração de 83%. Neste
caso, na formulação das dietas levou-se em consideração a concentração da MHA,
para ajustar o teor de metionina na dieta. A diferença química entre a DL metionina
e a MHA, é que esta última possui um grupamento hidroxila (OH) no lugar do
grupamento amina (NH2), localizado no carbono alfa da molécula. Como a MHA não
contem o grupamento amina, não é considerada aminoácido, e sim, fonte de
aminoácido, já que é convertida em metionina no organismo.
Nas rações, os níveis de Na
+
e K
+
foram os mesmos, oscilando-se os níveis
de Cl
-
para obtenção dos valores de balanço eletrolítico desejados. Nas dietas que
continham balanço eletrolítico menor não foram feitas adequações. No entanto, foi
48
adicionado bicarbonato de sódio em substituição parcial ao cloreto de sódio para
obtenção do balanço eletrolítico mais elevado.
TABELA 4 – COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS – FASE INICIAL
Ingredientes (%) Relação met+cis:lis digestíveis
Relação met+cis:lis digestíveis
60% 70% 80% 90%
60% 70% 80% 90%
BE 205 mEq/Kg
BE 240 mEq/Kg
Milho 53,48 53,28 53,10 52,91
53,35 53,18 52,99 52,77
Farelo de Soja 38,39 38,45 38,48 38,88
38,40 38,43 38,47 38,54
Óleo Vegetal 3,90 3,89 3,89 3,89
3,95 3,94 3,94 3,94
Calcário 1,09 1,09 1,09 1,09
1,09 1,09 1,09 1,09
Foscalcio 1,77 1,77 1,77 1,77
1,77 1,77 1,77 1,77
Bicarbonato de Na - - - -
0,27 0,27 0,27 0,27
Sal 0,52 0,52 0,52 0,52
0,32 0,32 0,32 0,32
L-Treonina 98,5% 0,06 0,06 0,06 0,06
0,06 0,06 0,06 0,06
L-Lisina 78% 0,21 0,21 0,21 0,21
0,21 0,21 0,21 0,21
Metionina Líquida 83% 0,18 0,33 0,48 0,63
0,18 0,33 0,48 0,63
Premix* 0,40 0,40 0,40 0,40
0,40 0,40 0,40 0,40
Composição calculada
EM Kcal/Kg 3.050 3.050 3.050 3.050
3.050 3.050 3.050 3.050
Proteína Bruta (%)
Cálcio %
Fósforo Disponível (%)
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
22
0,92
0,45
Na (%) 0,22 0,22 0,22 0,22
0,22 0,22 0,22 0,22
K (%) 0,87 0,87 0,87 0,87
0,87 0,87 0,87 0,87
Cl (%) 0,40 0,40 0,40 0,40
0,28 0,28 0,28 0,28
Balanço Eletrolítico 205 205 205 205
240 240 240 240
Lisina dig (%)
Met+cis dig (%)
1,15
0,69
1,15
0,81
1,15
0,93
1,15
1,04
1,15
0,69
1,15
0,81
1,15
0,93
1,15
1,04
Metionina dig (%) 0,46 0,58 0,71 0,84
0,46 0,58 0,71 0,84
Rel Met+Cis:Lis dig
Rel Tre:Lis dig
Rel Trp:Lis dig
0,60
0,61
0,19
0,70
0,61
0,19
0,80
0,61
0,19
0,90
0,61
0,19
0,60
0,61
0,19
0,70
0,61
0,19
0,80
0,61
0,19
0,90
0,61
0,19
NOTA* Suplemento Vitamínico e Mineral Garantia por Kg do produto: Vitamina A 2.250.000 UI;
Vitamina D3 600.000 UI; Vitamina E 5.000 mg; Vitamina K3 625 mg; Vitamina B1 375 mg; Vitamina
B2 1.500 mg; Vitamina B12 3.000 mcg; Ac. lico 315 mg; Niacina 10.000 mg; Ac. Pantotênico 3.000
mg; Biotina 20.000 mcg; Manganês 19.500 mg; Ferro 12.520 mg; Cobre 2.500 mg; Zinco 13.750 mg;
Selênio 45 mg; Iodo 175 mg; Nicarbazina 27,5 g; Avilamicina 2 g; Colistina 3,8 g; Cloreto de Colina 90
g; Violeta Genciana 2,5 g.
QUADRO 1 – RESULTADO DO AMINOGRAMA DO MILHO E FARELO DE SOJA
PB Aminoacidos Lis Met Cis Tre Tri Val Isol Leu Fe His Arg
total 0,22 0,16 0,17 0,26 0,05 0,36 0,25
0,90
0,34
0,21
0,37
Milho 6,8
digestível 0,19 0,15 0,14 0,22 0,04 0,31 0,23
0,88
0,32
0,20
0,34
Total 2,68 0,55 0,69 1,74 0,64 2,29 2,14
3,22
2,29
1,15
2,99
Soja 45
digestível 2,31 0,46 0,51 1,36 0,54 1,77 1,87
2,69
1,96
1,00
2,67
PB = Proteína Bruta; Lis = Lisina; Met = Metionina; Cis = Cistina; Tre = Treonina; Tri = Triptofano;
Val = Valina; Isol = Isoleucina; Leu = Leucina; Fe = Fenilalanina; His = Histidina; Arg = Arginina
49
TABELA 5 – COMPOSIÇÃO DAS DIETAS EXPERIMENTAIS – FASE CRESCIMENTO
Ingredientes (%) Relação met+cis:lis digestíveis
Relação met+cis:lis digestíveis
60% 70% 80% 90%
60% 70% 80% 90%
BE 180 mEq/Kg
BE 210 mEq/Kg
Milho 57,96 57,78 57,63 57,46
57,84 57,69 57,52 57,35
Farelo de Soja 32,49 32,54 32,55 32,64
32,51 32,54 32,57 32,60
Óleo Vegetal 5,42 5,42 5,42 5,42
5,47 5,46 5,46 5,46
Calcário 1,11 1,11 1,11 1,11
1,11 1,11 1,11 1,11
Foscalcio 1,71 1,71 1,71 1,71
1,71 1,71 1,71 1,71
Bicarbonato de Na - - - -
0,23 0,23 0,23 0,23
Sal 0,48 0,48 0,48 0,48
0,30 0,30 0,30 0,30
L-Treonina 98,5% 0,05 0,05 0,05 0,05
0,05 0,05 0,05 0,05
L-Lisina 78% 0,23 0,23 0,23 0,23
0,23 0,23 0,23 0,23
Metionina Líquida 83% 0,15 0,28 0,42 0,56
0,15 0,28 0,42 0,56
Premix* 0,40 0,40 0,40 0,40
0,40 0,40 0,40 0,40
Composição calculada
EM Kcal/Kg 3.200 3.200 3.200 3.200
3.200 3.200 3.200 3.200
Proteína Bruta (%)
Cálcio %
Fósforo Disponível (%)
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
20
0,90
0,43
Na (%) 0,20 0,20 0,20 0,20
0,20 0,20 0,20 0,20
K (%) 0,78 0,78 0,78 0,78
0,78 0,78 0,78 0,78
Cl (%) 0,37 0,37 0,37 0,37
0,27 0,27 0,27 0,27
Balanço Eletrolítico 180 180 180 180
210 210 210 210
Lisina dig (%)
Met+cis dig (%)
1,03
0,61
1,03
0,72
1,03
0,83
1,03
0,93
1,03
0,61
1,03
0,72
1,03
0,83
1,03
0,94
Metionina dig (%) 0,41 0,52 0,63 0,74
0,41 0,52 0,63 0,74
Rel Met+Cis:Lis dig
Rel Tre:Lis dig
Rel Trp:Lis dig
0,60
0,59
0,19
0,70
0,59
0,19
0,80
0,59
0,19
0,90
0,59
0,19
0,60
0,59
0,19
0,70
0,59
0,19
0,80
0,59
0,19
0,90
0,59
0,19
NOTA* Suplemento Mineral e Vitamínico Garantia por kg de produto: Mineral: Ferro 35.000 mg,
Cobre 50.000 mg, Manganês 35.000 mg, Zinco 30.000 mg, Iodo 600 mg, Selênio 90 mg, Vit.A
2.300.000 UI, Vit D
3
400.000 UI, Vit E 1.800 mg, Vit K
3
300 mg, Vit B
1
150 mg, Vit B
2
1.400 mg, Vit B
12
3.500 mcg, Ácido Pantotênico 2.000 mg, Ácido Nicotínico 7.000 mg, Piridoxina 250 mg, Ácido Fólico
150 mg, Biotina 20 mg, Colina 125 g, Anticoccidiano 125 g, Promotor 30 g, Antioxidante 20 g.
Tratamentos - Fase Inicial:
T1 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 60%.
T2 - Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 70%.
T3 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T4 Dieta com balanço eletrolítico de 205 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 90%.
50
T5 Dieta com balanço eletrolítico de 240 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 60%.
T6 Dieta com balanço eletrolítico de 240 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 70%.
T7 Dieta com balanço eletrolítico de 240 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T8 Dieta com balanço eletrolítico de 240 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 90%.
Tratamentos - Fase Crescimento:
T1 Dieta com balanço eletrolítico de 180 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 60%.
T2 - Dieta com balanço eletrolítico de 180 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 70%.
T3 Dieta com balanço eletrolítico de 180 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T4 Dieta com balanço eletrolítico de 180 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 90%.
T5 Dieta com balanço eletrolítico de 210 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 60%.
T6 Dieta com balanço eletrolítico de 210 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 70%.
T7 Dieta com balanço eletrolítico de 210 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 80%.
T8 Dieta com balanço eletrolítico de 210 mEq/Kg e relação metionina+cistina:lisina
digestíveis de 90%.
3.2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISES ESTATÍSTICAS
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, adotando o
esquema fatorial 2 X 4 [Balanço Eletrolítico de 205 e 240 mEq/Kg (fase inicial) e 180
e 210 mEq/Kg (fase de crescimento) X Relações Metionina+Cistina:Lisina
51
Digestíveis de 60; 70; 80 e 90%], totalizando 8 tratamentos com 5 repetições, sendo
a unidade experimental composta por 20 frangos.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com posterior uso de
regressão polinomial para cada variável estudada em função das diferentes relações
metionina+cistina:lisina digestíveis.
3.2.7 PARÂMETROS AVALIADOS E COLETA DE DADOS
Os dados de temperatura foram registrados diariamente às 8:00 horas,
utilizando-se um termômetro de máxima e mínima, e as médias obtidas durante o
período experimental foram de 29,5°C e 18,2°C, respectivamente.
Foram realizadas no , , 21° e 42° dia, pesagens das aves, do
fornecimento de ração e das sobras das rações de cada unidade experimental, para
o cálculo do ganho de peso médio, consumo médio de ração e conversão alimentar.
Ao rmino do período experimental (42 dias de idade), após um período de
jejum de 6 horas, foi abatida por deslocamento cervical 1 ave por repetição, para
cálculo de rendimento de carcaça e partes.
As aves abatidas foram pesadas, depenadas, evisceradas e pesadas
novamente para obtenção do peso de carcaça (incluindo cabeça e pés). Foram
pesadas as carcaças sem pés, cabeça e pescoço para então realizar os cortes de
peito com osso, coxas+sobrecoxas e asas. As tarefas de cortes de partes e retirada
da gordura abdominal foram realizadas pela mesma pessoa. Os dados foram
planilhados e foi efetuado o cálculo dos rendimentos em relação ao peso da carcaça
eviscerada, sangrada e depenada.
Os parâmetros de desempenho avaliados foram:
- Ganho de Peso Médio (GP): Definido pela diferença das pesagens entre o
,, 21° e 42° dia de idade das aves, considerando-se o peso de todas as aves da
unidade experimental/n° de aves da unidade experimental.
- Consumo Médio de Ração (CR): Definido pela relação do consumo de
ração pelas aves da unidade experimental (obtido pela diferença entre a quantidade
fornecida e a quantidade que sobrou na semana)/ n° ponderado de aves existentes
na unidade experimental.
52
- Conversão Alimentar: Relação do consumo médio de ração/ ganho de
peso médio das aves.
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.3.1 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE CORTE DE 1 A 7 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos de 1 a 7 dias de idade podem
ser observados na Tabela 6.
Não houve interação (P>0,05) entre o balanço eletrolítico (BE) e as relações
metionina+cistina:lisina digestíveis. Provavelmente, isto tenha ocorrido porque os
dois valores de BE trabalhados estão próximos um do outro e mesmo que tenha
havido um desequilíbrio ácido-básico no organismo dos animais em função dos
níveis mais elevados de aminoácidos sulfurados, a proximidade dos valores de BE
não permitiu a observação da sua influência no equilíbrio iônico e por conseqüência,
no desempenho dos animais durante o período.
Da mesma forma não se observou efeito do balanço eletrolítico sobre os
dados de desempenho. Este fato pode ser explicado pela pequena diferença
existente entre os dois valores de BE utilizados no experimento. Apesar de ambos
estarem acima do valor de 140 mEq/kg estimado por MAIORKA et al. (1998), estão
dentro da faixa de 199 a 319 recomendada por BORGES et al. (1999) e RONDÓN et
al. (2000).
Foi observado efeito das relações metionina+cistina:lisina digestíveis
(P=0,0138) sobre o ganho de peso dos frangos, sendo a melhor relação estimada
pela equação de regressão (Y = 0,0533 + 0,001539X 0,0000105X², = 0,86) em
73%. Este resultado está próximo do resultado observado por GARCIA e BATAL
(2005), que encontraram resposta quadrática significativa das relações met+cis:lis
digestíveis sobre o ganho de peso de frangos, cuja relação recomendada foi de
75%. SKLAN e NOY (2003) obtiveram melhores resultados de ganho de peso e
conversão alimentar nos frangos alimentados com dietas contendo relações
met+cis:lis digestíveis de 81%.
A resposta de um animal a um nutriente limitante, como a metionina, em
geral segue a lei dos retornos decrescentes. Isso significa que o desempenho animal
53
melhora com o aumento da suplementação dietética de metionina até que o
potencial máximo de crescimento do animal, sob as condições de manejo a que está
submetido, seja totalmente expresso e que maior adição de metionina não promove
qualquer resposta adicional positiva no desempenho (AMARANTE JR et al., 2005).
TABELA 6 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 1 A 7 DIAS
COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
205 115,1 107,9 1,067
240 114,5 108,4 1,055
60% 117,0 108,2 ab 1,079
70% 114,3 107,7 ab 1,061
80% 114,6 110,2 a 1,038
90% 113,2 106,3 b 1,067
Probabilidades
BE 0,6938 0,5699 0,3688
MET+CIS:LIS 0,4335 0,0138 0,1560
BE*MET+CIS:LIS 0,4049 0,6819 0,3123
CV %
4,483 2,578 3,906
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*MET+CIS:LIS = interação entre
BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
O pior ganho de peso foi observado quando os frangos se alimentaram de
rações contendo relação met+cis:lis digestíveis de 90%. Este resultado concorda
com HAN e BAKER (1993), que observaram diminuição no ganho de peso, consumo
de ração e eficiência alimentar em frangos na fase inicial consumindo teores de
metionina 4% acima do recomendado pelo NRC. Da mesma forma ACAR et al.
(2001), verificaram que o excesso de metionina na dieta (1,86%), reduziu o ganho
de peso de frangos na fase pré-inicial e inicial.
Não houve efeito do BE sobre a conversão alimentar mas, foi observado
efeito das relações metionina+cistina:lisina digestíveis (P<0,05) sobre a conversão
alimentar em frangos recebendo dietas com 205 mEq/kg, sendo a melhor relação
estimada pela equação de regressão (Y = 2,164 - 0,02996X + 0,0002, = 0,99)
em 75%.
54
3.3.2 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE CORTE DE 1 A 21 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos no período de 1 a 21 dias de
idade podem ser observados na Tabela 7.
Assim como ocorreu na fase pré-inicial (1 a 7 dias), não foi observada
interação (p>0,05) entre o BE e as relações met+cis:lis digestíveis sobre o
desempenho dos frangos. Também não foi observado efeito (p>0,05) do BE sobre
os dados de desempenho estudados. Provavelmente esta resposta esteja associada
ao fato de que todas as dietas continham valores de BE dentro da faixa
considerada ideal por BORGES et al. (2002) e BORGES et al. (2003), que
concluíram que o melhor valor de BE para a fase está entre 202 e 250 mEq/Kg.
TABELA 7 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 1 A 21
DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
205 1056,7 839,2 1,260
240 1048,8 841,0 1,248
60% 1053,7 825,3 b 1,277
70% 1047,6 840,5 ab 1,248
80% 1057,6 858,2 a 1,232
90% 1052,0 836,2 ab 1,258
Probabilidades
BE 0,5746 0,8135 0,5453
MET+CIS:LIS 0,9644 0,0299 0,4543
BE*MET+CIS:LIS 0,9936 0,6855 0,9089
CV %
3,791 2,963 4,723
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*MET+CIS:LIS = interação entre
BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
As relações de metionina + cistina:lisina digestíveis influenciaram de forma
quadrática (p = 0,0299) o ganho de peso, estimando-se pela equação de regressão
(Y = 0,2895250 + 0,0144905X 0,00009325X², = 0,84) a relação de 72%. Este
valor está próximo daquele encontrado por ROSTAGNO (2005), que recomendou a
relação de 71% para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. O resultado é
semelhante ao obtido por OLIVEIRA NETO et al. (2005), que desenvolveram estudo
para determinar a exigência de aminoácidos sulfurados (metionina + cistina) para
pintos de corte Avian Farm de 1 a 21 dias de idade mantidos em ambiente
55
termoneutro. Foram utilizadas as relações met+cis:lis digestíveis 62, 67, 72, 77 e
82%. Os autores concluíram que na fase de 1 a 21 dias de idade, necessitam
0,866% de met+cis total, correspondente a 0,790% de met+cis digestível e a uma
relação de 72% com a lisina digestível, para melhor resposta de ganho de peso.
Também ATENCIO et al. (2004), avaliaram o efeito de diferentes relações
metionina + cistina:lisina digestíveis (63, 67, 71, 75 e 79%) sobre o desempenho de
frangos de corte machos, na fase de 1 a 21 dias. Os autores observaram efeito
linear positivo para ganho de peso e efeito quadrático para conversão alimentar,
sendo que a relação met+cis:lisina digestíveis recomendada para a fase foi de 70%.
Observa-se que a relação met+cis:lis digestíveis de 60% foi a que
proporcionou piora no ganho de peso dos animais, mostrando que para essa relação
deficiência em aminoácidos sulfurados. É importante salientar que, quando o
frango de corte ingere uma dieta deficiente em metionina + cistina, a síntese protéica
torna-se limitada, resultando em ineficiente utilização dos demais aminoácidos
(BAKER, 1991).
A variação observada no ganho de peso das aves ocorreu de forma
independente ao consumo de ração, que não se alterou (p>0,05) em função dos
níveis de met+cis:lis digestíveis avaliados. Este resultado concorda com OLIVEIRA
NETO et al. (2000), que avaliaram o efeito de diferentes níveis de metionina + cistina
(0,756; 0,810; 0,866; 0,920 e 0,976%) sobre o desempenho de pintos de corte de 1
a 21 dias e observaram que o consumo de ração não foi influenciado pelos níveis de
aminoácidos sulfurados utilizados, mesmo que tenha sido observada melhora no
ganho de peso dos animais.
Ambos os resultados discordam do relato de SCHUTTE e PACK (1995), que
afirmaram que as aves possuem a capacidade de compensar o consumo marginal
de metionina, aumentando o consumo de ração para atender sua exigência,
indicando que a metionina pode regular o consumo de frangos de corte. Entretanto,
esse efeito da metionina sobre a regulação do consumo de ração não foi observado
neste estudo.
As relações met+cis:lis digestíveis o influenciaram (p>0,05) a conversão
alimentar. O resultado discorda de OLIVEIRA NETO et al. (2005) e BAKER e HAN
(1994) que observaram efeito quadrático positivo dos diferentes níveis de
aminoácidos sulfurados sobre a conversão alimentar, recomendando relação
met+cis:lis digestíveis de 75% e 72%, respectivamente.
56
3.3.3 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE CORTE DE 22 A 42 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos durante o período de
crescimento (22 a 42 dias de idade) podem ser observados na Tabela 8.
Observou-se interação entre o balanço eletrolítico da dieta e as diferentes
relações met+cis:lis digestíveis para o consumo de ração (P<0,0269), cujo
desdobramento pode ser observado na Tabela 9.
TABELA 8 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 22 A 42
DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
180 3580,1 1975,0 1,813
210 3558,0 1996,9 1,782
60% 3627,0 1972,2 1,840 b
70% 3551,5 1965,5 1,807 ab
80% 3586,9 2007,7 1,788 ab
90% 3511,0 1998,4 1,757 a
Probabilidades
BE 0,4703 0,0771 0,1066
MET+CIS:LIS 0,0635 0,0520 0,0274
BE*MET+CIS:LIS 0,0269 0,0096 0,6456
CV %
2,68 2,24 3,28
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*MET+CIS:LIS = interação entre
BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
O desdobramento da interação para consumo de ração mostra que para o
balanço eletrolítico de 180 mEq, não houve diferença entre as relações met+cis:lis
digestíveis utilizadas. Este resultado discorda de RODRIGUEIRO et al. (2000), que
citaram que o consumo pelas aves é influenciado, dentre outros fatores, pelos níveis
de aminoácidos essenciais da ração. SCHUTTE e PACK (1995) também afirmaram
que as aves possuem a capacidade de compensar o consumo marginal de
aminoácidos sulfurados, aumentando o consumo de ração para atender sua
exigência. No entanto, pode-se observar um efeito diferente das relações met+cis:lis
digestíveis quando o valor do BE aumentou para 210 mEq. O consumo de ração
diminuiu em função do aumento dos níveis de aminoácidos sulfurados. Neste caso,
a menor relação ou o menor teor de aminoácidos sulfurados na dieta provocou o
57
maior consumo de ração, o que era esperado visto que, os animais tendem a corrigir
a menor concentração de nutrientes pela maior ingestão de ração.
TABELA 9 – DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA CONSUMO RAÇÃO (Kg)
Relações Met+Cis:Lisina Digestíveis (%)
BE 60 70 80 90
180
3571,6 Aa 3536,9 Aa 3620,2 Aa 3579,2 Aa
210
3682,4 Aa 3566,3 Aa 3540,7 ABa 3442,8 Bb
Letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05) (maiúsculas na linha e minúsculas na
coluna)
Observou-se interação entre o balanço eletrolítico da dieta e as diferentes
relações met+cis:lis digestíveis para o ganho de peso (P<0,0096), cujo
desdobramento pode ser observado na Tabela 10.
TABELA 10 – DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA GANHO DE PESO (Kg)
Relações Met+Cis:Lisina Digestíveis (%)
BE 60 70 80 90
180
1930,8 Bb 1957,0 ABa 1993,2 ABa 2019,0 Aa
210
2013,6 Aa 1974,0 Aa 2022,2 Aa 1977,8 Aa
Letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05) (maiúsculas na linha e minúsculas na
coluna)
O desdobramento da interação para ganho de peso mostra que para o
balanço eletrolítico de 180 mEq, houve diferença entre as relações met+cis:lis
utilizadas, não podendo ser recomendada a relação met+cis:lis digestíveis de 60%.
No entanto, quando o balanço eletrolítico passou para 210 mEq, não foram
observadas diferenças das diferentes relações de aminoácidos sobre o ganho de
peso dos animais.
Analisando as duas interações, nota-se que a relação
metionina+cistina:lisina digestíveis menor propiciou bom resultado de ganho de peso
quando o balanço eletrolítico foi corrigido para 210 mEq. Assim, pode-se inferir que a
correção do BE das dietas pode minimizar falhas nas formulações práticas em
decorrência do uso equivocado da relação entre aminoácidos sulfurados e lisina
digestíveis.
Parece pertinente reavaliar as conclusões de pesquisas anteriores
recalculando o BE das rações utilizadas nos experimentos, pois OLIVEIRA NETO et
al. (2007), realizaram um experimento para determinar a exigência de metionina +
cistina para frangos dos 22 aos 42 dias de idade e observaram que os níveis
58
crescentes de aminoácidos não influenciaram o ganho de peso das aves. Em
contrapartida, o resultado de ganho de peso obtido neste estudo diverge dos
observados por RODRIGUEIRO et al. (2000) e ALBINO et al. (1999), que
constataram efeito significativo dos níveis de metionina + cistina total da ração sobre
o ganho de peso de frangos de corte dos 22 aos 42 dias e destacaram que as
melhores respostas foram obtidas com níveis de metionina + cistina superiores a
0,75%.
No entanto, as diferentes relações met+cis:lis digestíveis apresentaram
efeito linear (P<0,0264) sobre a conversão alimentar, sendo que com o aumento das
relações de aminoácidos sulfurados houve melhoria na conversão alimentar dos
animais (Y=1,999000 0,002680000X, = 0,99). O resultado deste estudo está
consistente com o encontrado por ARAÚJO (1998), que citou que as exigências para
se obter uma melhora na conversão alimentar, são maiores que as exigências para
ganho de peso.
Este resultado concorda parcialmente com OLIVEIRA NETO et al. (2007),
que desenvolveram um experimento para determinar a exigência de metionina +
cistina para frangos de corte de 22 a 42 dias. E apesar de não ter sido observado
efeito das diferentes relações sobre o ganho de peso dos animais, observaram que
a relação de 72% de met+cis:lisina digestíveis, proporcionou melhor conversão
alimentar nos frangos. No entanto BARBOSA et al. (2001), encontraram melhor
relação de met+cis:lis digestíveis de 82% para melhor conversão alimentar, sendo
que também não observaram efeito das relações estudadas sobre o ganho de peso
e consumo de ração.
3.3.4 DESEMPENHO DOS FRANGOS DE CORTE DE 1 A 42 DIAS DE IDADE
Os resultados de desempenho dos frangos durante o período total
experimental (1 a 42 dias de idade) podem ser observados na Tabela 11.
59
TABELA 11 - RELAÇAO METIONINA+CISTINA:LISINA DIGESTIVEIS PARA FRANGOS DE 1 A 42
DIAS COM DIFERENTES BALANÇOS ELETROLÍTICOS
Met+Cis:Lis
Digestíveis
BE
mEq/Kg
Consumo Ganho de Conversão
Ração (g) Peso (g) Alimentar
205/180 4636,8 2814,2 1,646
240/210 4607,0 2838,1 1,623
60% 4680,8 2798,0 b 1,672 b
70% 4599,1 2806,0 b 1,637 ab
80% 4644,5 2865,8 a 1,621 a
90% 4563,0 2834,7 ab 1,609 a
Probabilidades
BE 0,3479 0,0500 0,0697
MET+CIS:LIS 0,0611 0,0014 0,0073
BE*MET+CIS:LIS 0,0438 0,0115 0,7262
CV %
2,14 1,34 2,42
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*MET+CIS:LIS = interação entre
BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
Observou-se interação entre o balanço eletrolítico da dieta e as diferentes
relações met+cis:lis digestíveis para o consumo de ração (P = 0,0453), cujo
desdobramento pode ser observado na Tabela 12. Como ocorreu no período de
crescimento, o desdobramento da interação para consumo de ração mostra que no
balanço eletrolítico de 180 mEq, não houve diferença entre as relações met+cis:lis
utilizadas. Este resultado discorda de SCHUTTE e PACK (1995), que afirmaram que
as aves possuem a capacidade de compensar o consumo marginal de aminoácidos
sulfurados, aumentando o consumo de ração para atender sua exigência.
Pode-se observar um efeito diferente das relações met+cis:lis digestíveis
quando o valor do BE aumentou para 240/210 mEq. Neste caso, o consumo de
ração diminuiu em função do aumento dos níveis de aminoácidos sulfurados. Foi
observado que para a relação mais elevada de aminoácidos (90%), a correção do
BE reduz o consumo de ração.
TABELA 12 – DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA CONSUMO RAÇÃO (Kg)
Relações Met+Cis:Lisina Digestíveis (%)
BE 60 70 80 90
205/180
4633,6 Aa 4587,9 Aa 4681,5 Aa 4632,8 Aa
240/210
4729,1 Aa 4610,5 ABa 4594,7 ABa 4493,3 Bb
Letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05) (maiúsculas na linha e minúsculas na
coluna)
60
Observou-se interação entre o balanço eletrolítico da dieta e as relações
met+cis:lis digestíveis para o ganho de peso (P < 0,0115), cujo desdobramento pode
ser observado na Tabela 13.
TABELA 13 – DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO BE*MET PARA GANHO DE PESO (Kg)
Relações Met+Cis:Lisina Digestíveis (%)
BE 60 70 80 90
205/180
2758,9 Cb 2788,2 Ba 2853,2 ABa 2856,2 Aa
240/210
2836,8 Aa 2823,1 Aa 2877,8 Aa 2814,2 Aa
Letras distintas diferem entre si, pelo teste de Tukey (P<0,05) (maiúsculas na linha e minúsculas na
coluna)
O desdobramento da interação para ganho de peso mostra que para o
balanço eletrolítico de 205/180 mEq, houve diferença entre as relações met+cis:lis
utilizadas, sendo o melhor ganho observado com relações de 80 e 90%. No entanto,
quando o balanço eletrolítico passou para 240/210 mEq, não foram observadas
diferenças.
Entretanto, quando o balanço eletrolítico foi corrigido através da
suplementação de bicarbonato de dio, a relação metionina+cistina:lisina
digestíveis menor (60%) propiciou bom resultado de ganho de peso. Assim, pode-se
inferir que a correção do BE da dieta pode minimizar a queda de desempenho
decorrente de uso marginal de aminoácidos sulfurados nas dietas.
A relação met+cis:lis digestíveis de 60% resultou na pior conversão
alimentar. Mas as diferentes relações de aminoácidos resultaram em efeito linear
sobre esta variável, sendo que com o aumento das relações de aminoácidos
sulfurados houve melhoria na conversão alimentar dos animais (Y= 1,806 -
0,00244X, R² = 0,91) com BE de 210 mEq/Kg.
O balanço eletrolítico trabalhado pode ter influenciado a conversão alimentar
dos animais (P = 0,0697), recomendando-se o BE de 240/210 mEq para melhora
deste parâmetro.
3.3.5 RENDIMENTO DE CARCAÇA, CORTES COMERCIAIS E GORDURA
ABDOMINAL DOS FRANGOS AOS 42 DIAS DE IDADE.
Os resultados de rendimento de carcaça, cortes comerciais e gordura
abdominal podem ser observados na Tabela 14.
61
Não foi observada interação (p>0,05) entre o balanço eletrolítico e as
relações metionina+cistina:lisina digestíveis sobre o rendimento de carcaça,
rendimento de cortes e gordura abdominal dos frangos.
Não foi observado efeito (p>0,05) do BE sobre as características de carcaça
estudadas. Este fato pode ser explicado pela pequena diferença existente entre os
dois valores de BE utilizados no experimento.
O rendimento de carcaça não foi influenciado (p>0,05) pelas relações
met+cis:lis digestíveis utilizadas nas dietas experimentais. Resultados parecidos,
foram relatados por ATENCIO et al. (2004), que não observaram efeito dos níveis de
metionina + cistina sobre o rendimento de carcaça de frangos de corte no período de
24 a 38 dias de idade e RODRIGUEIRO et al. (2000) que trabalhando com diferentes
níveis de aminoácidos sulfurados em dietas de frangos na fase de crescimento e
acabamento, não observaram efeitos dos níveis de metionina + cistina sobre o
rendimento de carcaça das aves. Estes trabalhos discordam de SILVA JR. et al.
(2005), que verificaram efeito dos níveis de metionina e cistina em dietas de frangos
sobre o rendimento de carcaça das aves.
TABELA 14 RENDIMENTO DE CARCAÇA, PARTES E GORDURA ABDOMINAL DOS FRANGOS
DE CORTE AOS 42 DIAS DE IDADE.
Met+Cis:Lis
Digestíveis
Be
mEq/Kg
Carcaça
(g)
Asas (g) Coxa e
Sobrecoxa (g)
Peito
com Osso
Gordura
Abdominal
180 83,851 9,189 27,189 31,898 1,141
210 83,698 9,259 27,336 31,242 1,057
60% 83,857 9,045 27,615 30,192 b 1,051
70% 83,895 9,395 27,216 31,959 a 1,125
80% 83,941 9,350 27,059 31,786 a 1,179
90% 83,404 9,106 27,161 32,342 a 1,041
Probabilidades
BE 0,6988 0,5596 0,5469 0,0947 0,1576
MET+CIS:LIS 0,7527 0,1136 0,3973 0,0020 0,3017
BE*MET+CIS:LIS
0,6611 0,4404 0,5261 0,4278 0,6661
CV % 2,404 4,206 2,756 4,939 16,869
Médias seguidas de letras distintas, dentro de cada coluna, diferem pelo teste de Tukey (P0,05).
BE = Balanço Eletrolítico; MET+CIS:LIS = met+cis:lis digestíveis; BE*MET+CIS:LIS = interação entre
BE e MET+CIS:LIS
CV = Coeficiente de Variação
Não foi observado efeito (P>0,05) das relações de aminoácidos sobre o
rendimento de coxa+sobrecoxa e gordura abdominal. O trabalho discorda de
RODRIGUEIRO et al. (2000), que constataram redução linear no rendimento de
gordura abdominal de frangos de corte machos aos 42 dias de idade conforme
62
aumentaram o nível de metionina+cistina da ração de 0,63 para 0,93%. Também
ARAÚJO (1998), observou diminuição da gordura abdominal em 7% com o aumento
dos níveis de metionina + cistina de 0,70% para 0,85%.
De acordo com MORAN (1994) E CAREW (2003), uma dieta deficiente em
metionina estimula o consumo de ração, contribuindo com energia adicional e,
conseqüentemente, ocasionando acréscimo na deposição de gordura corporal. No
presente trabalho, não foi verificado efeito das relações met+cis:lis digestíveis sobre
o consumo de ração e em função disso não foi observada diferença na gordura
abdominal das aves.
Foi constatado efeito linear (P0,05) das relações met+cis:lis digestíveis
sobre o rendimento de peito dos frangos (Y = 26,86045 + 0,06278700X, = 0,74).
O resultado concorda parcialmente com MORAN (1994) e RODRIGUEIRO et al.
(2000), que verificaram efeito quadrático (P0,05) sobre o rendimento de peito.
SIBBALD e WOLINETZ (1986) haviam publicado que o requerimento de
aminoácidos essenciais, principalmente os sulfurados e a lisina, para máximo
rendimento de carne de peito, está acima do considerado adequado para o
crescimento. No entanto, SILVA JR. et al. (2005) não observaram diferença dos
níveis de aminoácidos sulfurados sobre o rendimento de peito de frangos aos 42
dias de idade.
63
3.4 CONCLUSÕES
Nas condições experimentais utilizadas pode-se concluir que:
Na fase inicial pode-se utilizar balanço eletrolítico entre 205 e 240 mEq/Kg e
recomenda-se relação de metionina+cistina:lisina digestíveis entre 73 e 75%.
Na fase de crescimento é recomendado corrigir o balanço eletrolítico da
ração para 210 mEq/Kg.
64
REFERÊNCIAS
ACAR, N.; BARBATO, G.F.; PATTERSON, P.H. The effect of feeding excess
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As exigências dos frangos em aminoácidos sulfurados é mais elevada na
fase inicial, período em que o animal está em rápido crescimento. Sabe-se que a
metionina é aminoácido limitante nas dietas destes animais e que sua deficiência
prejudica o bom desempenho das aves.
No presente trabalho, o pior resultado para ganho de peso das aves foi
observado naquelas alimentadas com ração contendo níveis de aminoácidos
sulfurados inferiores ao recomendado, provavelmente como conseqüência do
desbalanço entre os aminoácidos, causado pela deficiência ou nível marginal de
metionina. Como a metionina é o primeiro aminoácido limitante em dietas para
frangos, sua deficiência pode fazer com que outros aminoácidos não sejam
aproveitados e a síntese protéica seja prejudicada. Entretanto, a deficiência de
aminoácidos ocorreu somente na fase inicial, comprovando que a necessidade dos
frangos nesta fase é maior.
Houve melhoria no ganho de peso das aves com o aumento da
suplementação de metionina até um determinado ponto, ou seja, até que os animais
atingiram seu máximo potencial de crescimento, a partir daí, nenhuma resposta
positiva significativa foi observada. É importante ter o conhecimento de qual é a
relação ideal entre os aminoácidos, pois se sabe que o excesso de aminoácidos na
dieta não contribui para melhorar o desempenho do animal. Quando em excesso, os
aminoácidos sofrem desaminação e o nitrogênio é excretado como ácido úrico,
sendo que esse processo reflete em gasto energético para o animal. Além disso, a
metionina quando em excesso, é catabolizada no organismo gerando radicais
ácidos, que podem interferir no equilíbrio ácido-básico do animal.
Na fase de crescimento, foi observada influência dos dois valores de balanço
eletrolítico trabalhados sobre as relações de aminoácidos para ganho de peso e
consumo de ração. Os animais que consumiram dietas contendo a relação de
aminoácidos inferior (60%), responderam de forma satisfatória quando o balanço
eletrolítico foi corrigido pela adição de bicarbonato de sódio na dieta, tornando a
dieta mais alcalina. Assim pode-se inferir que a correção do balanço eletrolítico da
dieta pode minimizar falhas nas formulações decorrentes do uso equivocado de
níveis e relações entre os aminoácidos.
68
É interessante dar continuidade ao estudo, trabalhando com outros níveis de
aminoácidos e balanços eletrolíticos, para obtenção de dados que indiquem quais
são os limites máximos e mínimos dos nutrientes.
Também deixo a sugestão de se avaliar parâmetros sanguíneos, como
eletrólitos, pH, bicarbonato, pCO2 e outros que indiquem alterações no equilíbrio
ácido-básico, pois existe a possibilidade de que a metionina interfira como fonte de
ácidos no organismo, mas devido aos mecanismos regulatórios, como os sistemas
tampão, haja a correção do desequilíbrio antes que possa afetar o desempenho das
aves.
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