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JULIANA CINI PERRY
ESTUDO COMPARATIVO DOS MODELOS
ANIMAIS DE HIPÓXIA INTERMITENTE E
PRIVAÇÃO DE SONO EM RATOS
Tese apresentada à Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para
obtenção do Título de Doutor em Ciências.
São Paulo
2007
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JULIANA CINI PERRY
ESTUDO COMPARATIVO DOS MODELOS
ANIMAIS DE HIPÓXIA INTERMITENTE E
PRIVAÇÃO DE SONO EM RATOS
Tese apresentada à Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para
obtenção do Título de Doutor em Ciências.
Orientador:
Prof. Dr. Sergio Tufik
Co-orientador:
Profa. Dra. Vânia D’Almeida
São Paulo
2007
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Perry, Juliana Cini
Estudo comparativo dos modelos animais de hipóxia
intermitente e privação de sono em ratos / Juliana Cini Perry. --
São Paulo, 2007.
xix, 179 p.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola
Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em
Psicobiologia.
Título em inglês: Comparative study between intermittent
hypoxia and sleep deprivation in rats.
1. Hipóxia; 2. Privação de sono; 3. Memória;
4.Cardiovascular; 5. Rato.
iii
Esta tese foi realizada no Departamento de Psicobiologia
da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista
de Medicina, com o apoio financeiro da Associação
Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP), CAPES,
FAPESP (#04/04008-7) e CEPID (#98/14303-3).
iv
Eu amo a vida,
eis a minha verdadeira fraqueza.
Amo-a tanto,
que não tenho
nenhuma imaginação
para o que não
for vida.”
Albert Camus
v
Dedico essa tese aos meus pais, Regina Maria Cini Perry e
Luiz Eduardo Perry, que com extrema confiança,
indiretamente, acreditaram e contribuíram para o
desenvolvimento da ciência no Brasil.
vi
Aos meus pais científicos, Sergio Tufik e Maria Vital,
pela orientação,
pela amizade,
pela dedicação,
pelos exemplos de ética e profissionalismo,
pelo incentivo neste início de carreira científica.
Sempre serei grata por permitirem o meu amadurecimento pessoal e científico
com muito respeito e paciência.
À minha irmã científica, Monica Levy Andersen,
pelo exemplo de dedicação à Ciência,
por me apresentar novos rumos e novas maneiras de trabalhar,
pela sua irrestrita capacidade de ajudar, sempre!
e por todas as boas risadas...
Apesar das dificuldades que os cientistas brasileiros
enfrentam durante a vida acadêmica, não podemos
deixar de ter EXPECTATIVA:
na pesquisa de qualidade,
de maiores investimentos,
em reunir pesquisadores que amem a Ciência,
para transmitir o conhecimento às várias gerações.
vii
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Sergio que, ao longo desse período, escutou, vivenciou e
participou de todos os momentos.
À minha família, que sempre compreenderam as minhas ausências.
Aos meus irmãos André, Rafael e Carolina, pelo amor e pelo carinho que muitas
vezes foram transmitidos pelo método tradicional: pensamento positivo.
Aos meus queridos sobrinhos, Ana Beatriz e Eduardo, pelo amor incondicional de
que apenas as crianças são capazes.
Às minhas eternas amigas Carolina Pacheco, Flavia Guarinello, Isabela
Antunes, Letícia Sales, Ligia Papale, Luciane Bonetto, Tathiana Alvarenga,
Teresa Schutz e Vanessa Beijamini, pela presença, pelo apoio e pela dedicação
simplesmente incomparável.
A Vânia D’Almeida, pela co-orientação neste trabalho e auxílio na minha formação,
e por compreender as minhas dificuldades nas alterações bioquímicas que ocorrem
dentro de uma célula.
Aos alunos e funcionários do laboratório LEIM, em especial a Maria Perpeto
Socorro Bernardes, pelo exemplo de vida de alguém que não parou no tempo.
A todos os professores do curso de pós-graduação em Psicobiologia, pelas
importantes contribuições para minha formação, em especial a Maria Gabriela M.
Oliveira, pelo incentivo, e às professoras Ana Amélia Benedito Silva e Maria
Laura Pires, pelos inestimáveis conselhos estatísticos.
A todos os meus amigos de curso, Adriano Zager, Andressa da Silva, Angela
Reksidler, Francielli Ruiz, Neuli Tenório, Raquel Martins e Ricardo Lazzarini,
especialmente a Danielle Pereira, Francisco Godoi, Francisco Dubiela, Marcelo
Lima, Renata Koyama e Sergio Rolim, por todas as boas discussões e pela
imensa ajuda nos relatórios, nos artigos e na tese.
viii
À engenharia de Gases Medicinais da Escola Paulista de Medicina, em especial ao
engenheiro Virgilio Gustavo da Silva, pela amizade que se iniciou devido à
redução da concentração de oxigênio na sala da hipóxia.
Aos professores Cássia Bergamaschi e Ruy Campos e aos alunos Bruno Carillo
e Rafael Carvalho, pelo carinho e demonstração da verdadeira colaboração
científica.
A Marilde Costa e Tomé Pimentel, pela amizade e pelo apoio sempre presentes.
Aos amigos Alice Lima, Ricardo Marques, Waldermaks Leite, Solange da Silva,
Cristiano Resende, Manoel Novais, José da Costa, em especial Alberto
Nogueira, Diva Maria Lima, Ivan Xavier, pela amizade e auxílio direto em todos
os momentos durante a execução dos experimentos.
Aos professores Michael Decker e Andrew Escayg e aos amigos Gillian Hue, Ian
Beckford, Glenda Keating e Dan Miller, pelo carinho dispensado em uma terra
distante.
À Maria Cristina Jorge, pela paciência que só é possível para quem vive entre o
conhecimento.
A Magda Bignotto, pela amizade e todos os ensinamentos bioquímicos durante
todas as dosagens dos parâmetros bioquímicos associados ao risco cardiovascular.
Ao professor de inglês Geraldo Curi, pela capacidade de tornar a língua inglesa
mais acessível.
Aos servidores técnico-administrativos do Departamento, especialmente Nereide
Garcia, Júlio Nascimento e Valéria Acquilino.
A José Gilberto de Carvalho, pela ajuda prestada durante a execução deste
trabalho.
A Nelson da Silva, João Bosco e Sebastião da Silva, pelo “Bom-dia”, “Boa-
tarde”, “Boa-noite” e...”Bom-dia”, mais uma vez, tão simpáticos que faziam dos
momentos mais inusitados de trabalho momentos comuns.
ix
A Gui Mi Ko que, ao me apresentar o Wistar Hannover, proporcionou o sucesso
deste trabalho.
À Prof
a
. Dr
a
. Dulce Casarini, pela oportunidade de realizar as avaliações
neuroquímicas em seu laboratório, e à técnica responsável pelo HPLC, Luciana
Teixeira, pelo auxílio nas análises.
À Prof
a
. Dra. Marcia Nagaoka e ao Prof. Dr. Guus Schoorlemmer, por ter
disponibilizado seu tempo e laboratório para a realização dos experimentos de
gasometria.
À AFIP e FAPESP, pelo suporte financeiro, sem o qual não seria possível a
realização deste trabalho.
Aos animais que, com suas vidas, proporcionaram o desenvolvimento desta
pesquisa e contribuíram para a Ciência.
Meus sinceros agradecimentos.
Juliana
x
LISTA DE ABREVIATURAS
5-HIAA 5-hidroxindolacético
5-HT serotonina
AASM American Academic Sleep Medicine
ABD abdômen
ATP adenosina tri-fosfato
BRdU 5-bromo-2-deoxiuridina
CO
2
dióxido de carbono
CTRL controle
DA dopamina
DAT transportador de dopamina
DHBA diidroxibenzilamina
DOPAC ácido 3,4-diidroxifenilacetrico
DTT ditiotreitol
ECoG eletrocorticograma
EDTA ácido etilenodiamino tetra-acético
EEG eletroencefalográfico
EMG eletromiograma
EOG eletro-oculograma
EUA Estados Unidos da América
FA fluxo aéreo
FC freqüência cardíaca
GSHT glutationa total
HCO
3
- bicarbonato
HDL do inglês high density lipoprotein
HI hipóxia intermitente
HIF-1 fator de indução a hipóxia
HPLC do inglês high performance liquid chromatography
HRP do inglês horseradish peroxidase
HVA ácido homovanílico
IgG Imunoglobulinas G
LDL do inglês low density lipoprotein
L-DOPA L-3,4 diidroxifenilalanina
xi
MDA malondialdeído
MPTP 1 metil - 4 fenil -1,2,3,6-tetrahidropiridina
N
2
nitrogênio
NA noradrenalina
NREM do inglês non rapid eye movement
O2 oxigênio
pO
2
concentração de oxigênio arterial
pCO
2
concentração de dióxido de carbono arterial
PaO
2
pressão parcial de oxigênio arterial
PaCO
2
pressão parcial de dióxido de carbono arterial
PMSF fluoreto de fenilmetilsulfonila
PSP privação do sono paradoxal
PVDF fluoreto de polivinilidina
REM do inglês rapid eye movement
RS restrição do sono
SaO
2
saturação da oxihemoglobina
SAOS síndrome da apnéia obstrutiva do sono
SCD-1 estearoil-Coa desaturase
SDS dodecil sulfato de sódio
SREBP-1 proteína de ligação ao elemento de resposta a esterol
SSI fase I do sono de ondas lentas
SSII fase II do sono de ondas lentas
SSIII fase III do sono de ondas lentas
TH tirosina hidroxilase
TOR tórax
UV ultravioleta
VLDL do inglês very low density lipoprotein
VMAT
2
transportador de monoaminas vesicular
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
Curva de dissociação do oxigênio dos membros da expedição
conforme descrita no trabalho de Barcroft e colaboradores em 1923 . . 003
Figura 2:
Polissografia de um voluntário normal e de um paciente apnéico . . . . 009
Figura 3:
Desenho esquemático dos protocolos de hipóxia sustentada e hipóxia
intermitente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 014
Figura 4:
Traçado representativo do ciclo vigília-sono do rato durante 30
segundos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 019
Figura 5:
Aparelho de Hipóxia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 029
Figura 6:
Gráfico representativo das concentrações de O
2
. . . . . . . . . . . . . . . . . 030
Figura 7:
Tanque de privação de sono pelo método de plataforma única . . . . . . 031
Figura 8:
Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 3
ou 4 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 032
Figura 9:
Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou RS por 21
dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 033
Figura 10:
Delineamento experimental do experimento de HI e/ou PSP por 3 dias 034
Figura 11:
Delineamento experimental do experimento de HI e/ou RS por 21 dias 035
Figura 12:
Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 4
dias e HI e/ou RS por 21 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 037
Figura 13:
Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 3
dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 038
Figura 14:
Caixa de atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 043
Figura 15:
Labirinto em cruz elevado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 044
Figura 16:
Aparelho de esquiva inibitória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 045
Figura 17:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no número de entradas nos
braços abertos e fechados (%) em ratos submetidos ao labirinto em
cruz elevado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 051
Figura 18:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no número de entradas nos
braços abertos e fechados (%) em ratos submetidos ao labirinto em
cruz elevado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 052
Figura 19:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no número de entradas nos
braços fechados em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado . . 053
Figura 20:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP na concentração sérica de
corticosterona (ng/mL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 054
xiii
Figura 21:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) na
distância (cm) de ratos submetidos à caixa de atividade . . . . . . . . . . . 066
Figura 22:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) na
velocidade (cm/s) de ratos submetidos à caixa de atividade . . . . . . . . 067
Figura 23:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no
número de levantar de ratos submetidos à caixa de atividade . . . . . . . 068
Figura 24:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no
tempo de imobilidade de ratos submetidos à caixa de atividade . . . . . 069
Figura 25:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no
tempo de limpeza (s) de ratos submetidos à caixa de atividade . . . . . . 070
Figura 26:
Efeitos da exposição à PSP (4 dias), HI e/ou RS (4 e 20 dias) no
tempo de latência em ratos submetidos à sessão de treino da tarefa
de esquiva inibitória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 071
Figura 27:
Efeitos da exposição à PSP (rebote), HI e/ou RS (5 e 21 dias) no
tempo de latência em ratos submetidos à sessão de teste da tarefa de
esquiva inibitória. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
072
Figura 28:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na expressão da enzima
tirosina hidroxilase na substância negra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 075
Figura 29:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na expressão da enzima
tirosina hidroxilase no estriado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 076
Figura 30:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS na concentração sérica de
corticosterona (ng/mL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 077
Figura 31:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no peso corporal em ratos . . . . . . 108
Figura 32:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS no peso corporal em ratos . . . . . . . 109
Figura 33:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração
plasmática de homocisteína total (µM) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Figura 34:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração
plasmática de cisteína (µM) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Figura 35:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica
de triglicérides (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Figura 36:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica
de colesterol total (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
113
Figura 37:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica
da fração de HDL-colesterol (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Figura 38:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica
da fração de LDL-colesterol (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
xiv
Figura 39:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica
da fração de VLDL-colesterol (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Figura 40:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração
plasmática de homocisteína total (µM) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Figura 41:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração
plasmática de cisteína (µM) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Figura 42:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica
de triglicérides (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Figura 43:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica
de colesterol total (mg/dL) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Figura 44:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica
da fração de HDL-colesterol em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Figura 45:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica
da fração de VLDL-colesterol em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
xv
LISTA DE TABELAS E QUADRO
Tabela 1:
A relação dos valores dos gases no sangue arterial durante a
exposição aguda e crônica à hipóxia em humanos . . . . . . . . . . . . . . . . 004
Tabela 2:
Quantificação do valor de pH e da concentração dos gases pO2 e
pCO2 arteriais após 1, 5, 10 e 20 ciclos de hipóxia intermitente . . . . . . 050
Tabela 3:
Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado
e hipocampo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 056
Tabela 4:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração de
monoaminas no córtex frontal e estriado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 074
Tabela 5:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração das
vitaminas folato, B6 e B12 (nmol/L) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Tabela 6:
Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração das
vitaminas folato, B6 e B12 (nmol/L) em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Tabela 7:
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (3 dias) no peso corporal e nos
fatores bioquímicos de risco cardiovascular em ratos . . . . . . . . . . . . . . 135
Quadro 1:
Definição dos mecanismos descritos que podem levar ao quadro de
hipóxia e seus exemplos clínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 005
xvi
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x
LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xii
LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xv
LISTA DE QUADRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvi
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xix
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 001
1.1 Hipóxia: aspectos históricos e gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 001
1.2 Alterões respiratórias e cardiovasculares durante o ciclo vigília-sono . . . 005
1.3 Doenças respiratórias durante o sono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 007
1.4 Modelos experimentais de hipóxia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 011
1.5 Hipóxia intermitente: alterações comportamentais e neuroqmicas . . . . . . 014
1.6 Hipóxia intermitente: alterões cardiovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 016
1.7 Modelo experimental de privação de sono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 017
1.8 Privação de sono: alterações comportamentais e neuroquímicas . . . . . . . . 020
1.9 Privação de sono: alterações cardiovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 024
2 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 026
3 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 027
4 MATERIAL E MÉTODO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 028
4.1 Animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 028
4.2 Hipóxia intermitente (HI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 028
4.3 Privação de sono paradoxal (PSP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 030
4.4 Restrição de sono (RS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 031
4.5 Delineamento experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 032
4.5.1 Grupos experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 032
4.6 Análise do valor de pH e gases arteriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 039
4.6.1 Quantificação do valor de pH e da concentração dos gases O
2
e
CO
2
arterial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
039
4.7 Análise dos fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular . . . . . . 039
4.7.1 Coleta das amostras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 039
4.7.2 Quantificação da concentração de homocisteína e cisteína . . . . . . . 040
4.7.3 Quantificação da concentração de triglicérides, colesterol total e
frações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
040
4.7.4 Quantificação da vitamina B
6
e folato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 041
4.7.5 Quantificação da vitamina B
12
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
xvii
4.8 Análise da concentração sérica de corticosterona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
4.8.1 Coleta de sangue para obtenção de soro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
4.8.2 Quantificação de corticosterona sérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
4.9 Avaliação comportamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
4.9.1 Caixa de atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 042
4.9.2 Labirinto em cruz elevado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 044
4.9.3 Tarefa da esquiva inibitória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 045
4.10 Avaliação neuroquímica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 046
4.10.1 Determinação do conteúdo de monoaminas no enfalo de ratos . . 046
4.11 Avaliação da expressão da tirosina hidroxilase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 047
4.11.1 Extração de protnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 047
4.11.2 Dosagem de proteínas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 047
4.11.3 Western blotting . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 047
5 ANÁLISE ESTATÍSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 049
6 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 050
6.1 Avaliação do pH, da concentração dos gases pO
2
e pCO
2
arteriais após
exposição à hipóxia intermitente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
050
6.2 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na ansiedade em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado
051
6.3 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração sérica de corticosterona em ratos . . . . . . . . . . .
054
6.4 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado e
hipocampo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
055
ARTIGO I: Distinct behavioral and neurochemical alterations induced by
intermittent hypoxia or paradoxical sleep deprivation in rats . . . . . . . . . . . . . . . .
057
6.5 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono (basal,
4, 7, 14 e 21 dias) na atividade geral em ratos submetidos à caixa de
atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
065
6.6 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono (5 e 21
dias) e PSP (4 dias consecutivos) no aprendizado e retenção da memória
em ratos submetidos à esquiva inibitória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
071
6.7 Efeitos da exposição crônica à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono
(21 dias) na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado e
hipocampo em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
073
6.8 Efeitos da exposição crônica à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono
na expressão da enzima tirosina hidroxilase na substância negra e
estriado em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 075
xviii
ARTIGO EM REVISÃO: Intermittent hypoxia and sleep restriction: motor,
cognitive and neurochemical alterations in rats . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
078
6.9 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação/restrição de
sono paradoxal no peso corporal em ratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
108
6.10 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação/restrição de sono
paradoxal nos fatores bioquímicos associado ao risco cardiovascular . . . . .
110
ARTIGO II: Consequences of subchronic and chronic exposure to intermittent
hypoxia and sleep deprivation on cardiovascular risk factors in rats . . . . . . . . . .
125
6.11 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e privação de sono paradoxal
durante 3 dias nos fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular
134
7 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
7.1 Vantagens e limitações do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
7.2 Efeitos da exposição à hipóxia e/ou privação de sono paradoxal nas
avaliações comportamentais e neuroquímicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
138
7.3 Efeitos da exposição à hipóxia e/ou restrição de sono nas avaliações
comportamentais e neuroquímicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
143
7.4 Efeitos da exposição à hipóxia e/ou privação de sono nos fatores
bioquímicos sangüíneos associados ao risco cardiovascular . . . . . . . . . . . .
150
8 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
10 ANEXO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
ABSTRACT
xix
RESUMO
A síndrome da apnéia e hipoapnéia obstrutiva do sono (SAOS) caracteriza-se por
episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas superiores e está associada às
comorbidades cardiovasculares e cognitivas. Nos pacientes apnéicos não é possível
determinar se essas conseqüências estão relacionadas aos efeitos da hipóxia per se ou se
ocorrem devido à fragmentação do sono. Assim, propõe-se neste estudo a avaliação das
alterações comportamentais, cognitivas e cardiovasculares em um modelo animal que
associa hipóxia à privação de sono. Ratos Wistar machos adultos foram expostos a hipóxia
intermitente (HI-ciclos de 2 min de 21% a 10% de O
2
) das 7 às 19h e/ou privação de sono
paradoxal (PSP) pelo método da plataforma única durante três ou quatro dias. Para
observar os efeitos crônicos da exposição à HI e/ou restrição de sono (RS), os animais
foram expostos à hipóxia das 10 às 16h e/ou submetidos à RS das 16 às 10h do dia
seguinte durante 21 dias. Os resultados obtidos nesse estudo indicam que a PSP induziu
alterações comportamentais associadas à modificação da neurotransmissão adrenérgica. A
exposição crônica à HI reduziu a concentração de noradrenalina no estriado, modulando
seletivamente os sistemas de neurotransmissão sem modificar o comportamento e a
função cognitiva dos ratos. No entanto, o aumento da atividade motora nos ratos do grupo
RS não foi associado a alterações nas concentrações de catecolaminas e na expressão da
enzima tirosina hidroxilase no sistema nervoso central. A exposição à RS não modificou a
aquisição e a retenção da memória dos animais na tarefa de esquiva inibitória; entretanto,
durante a habituação foi observado prejuízo cognitivo. A PSP e a RS modificaram os
fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular. Embora as alterações induzidas
pela HI nos parâmetros bioquímicos sangüíneos sejam tempo-dependentes, a exposição à
HI associada à PSP reverteu as modificações induzidas pela PSP. Os resultados sugerem
que a hipóxia e a privação de sono modificam os sistemas nervoso central e cardiovascular
por vias distintas.
Palavras-chave: hipóxia; privação de sono; memória; sistema cardiovascular; rato.
Introdução
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Hipóxia: aspectos históricos e gerais
O diagnóstico e o tratamento da maioria das doenças respiratórias
passaram a depender da compreensão dos princípios fisiológicos da respiração e
das trocas gasosas. Algumas doenças respiratórias resultam da ventilação
inadequada, ao passo que outras ocorrem devido a anormalidades da difusão
através da membrana pulmonar e do transporte de gases dos pulmões para os
tecidos. A oxigenação inadequada dos pulmões ocasiona redução da concentração
de oxigênio sangüíneo e conseqüente deficiência de oxigênio tecidual. Essa
redução do teor de oxigênio denomina-se hipóxia.
O oxigênio é um elemento químico de símbolo O, número atômico 8 com
massa atómica 16 u. Na sua forma molecular, O
2
é um gás à temperatura
ambiente, incolor, insípido, inodoro, comburente, mas não combustível e pouco
solúvel em água. Representa aproximadamente 21% da composição da atmosfera
terrestre e é um dos elementos mais importantes da química orgânica, participando
de maneira relevante no ciclo energético dos seres vivos, sendo essencial na
respiração celular dos organismos aeróbios.
Em 1878, o fisiologista francês Paul Bert forneceu a primeira evidência
científica de que a falta do O
2
acarreta saturação incompleta do sangue, levando o
indivíduo a apresentar sintomas como “hiperventilação durante a realização do
exercício, náuseas, dores de cabeça e depressão” (Kellogg, 1978; Marotte, 2006).
Diante disso, iniciaram-se as pesquisas e as observações clínicas que
demonstraram que a hipóxia, aguda ou crônica, resulta em respostas fisiológicas
preditivas. A pesquisa dos mecanismos que induzem a hipóxia se destacou a partir
de 1900. Assim, entre 1921 e 1922, Joseph Barcroft conduziu uma expedição aos
Andes para coletar e analisar sistematicamente as respostas agudas e crônicas
que ocorrem durante o curso às altas altitudes. Durante essa expedição, em
altitudes diferentes, o grupo de pesquisadores monitorou as alterações na
ventilação, os valores do dióxido de carbono arterial e a oxigenação arterial. Além
dos parâmetros respiratórios, Barcroft e seus colaboradores foram submetidos à
Introdução
2
análise de alguns parâmetros sangüíneos antes da partida, ao nível do mar,
repetidamente durante a exposição às diferentes altitudes e, finalmente, durante a
descida das montanhas.
Dentre as análises realizadas, o resultado de maior relevância foi
encontrado no precursor das células sangüíneas, denominado célula reticular.
Barcroft observou o contraste nas concentrações dessas células entre os nativos
adaptados às altas altitudes em relação aos membros da expedição. Na primeira
semana, a 4.267 metros, foi observado um pico na concentração das células
reticulares e, após alguns dias, a concentração dessas células retornou aos níveis
basais. Entretanto, quando os membros da expedição retornaram ao nível do mar,
as células reticulares apresentaram valores reduzidos em relação à referência
basal. Após esse estudo, Barcroft demonstrou que essas moléculas modificavam
durante a respiração em diferentes altitudes e caracterizou como uma “função
respiratória do sangue” (Barcroft et al., 1923).
Posteriormente, esses resultados revelaram que as moléculas de
hemoglobina eram as principais responsáveis pelo transporte de O
2
. A Figura 1
ilustra a curva de dissociação da O
2
dos membros da expedição aos Andes
conforme descrita no trabalho de Barcroft e colaboradores em 1923. A curva de
saturação da hemoglobina com o O
2
, também denominada curva de dissociação da
oxihemoglobina, representa a relação entre a pressão parcial de oxigênio (PaO
2
) no
sangue e o percentual de saturação da hemoglobina. A afinidade da hemoglobina
pelo O
2
é um fenômeno dinâmico que pode ser afetado por diversos mecanismos;
portanto, a análise da curva de dissociação da oxihemoglobina e a influência de
diversos fatores na sua configuração propiciam o cálculo preciso do conteúdo,
transporte e consumo de O
2
do organismo, permitindo quantificar a função
respiratória e a cardíaca.
Introdução
3
Figura 1. Curva de dissociação do oxigênio dos membros da expedição conforme
descrita no trabalho de Barcroft e colaboradores em 1923.
Nas décadas que se seguiram após a expedição de Barcroft aos Andes,
muitos pesquisadores mostraram o interesse em descrever as respostas
respiratórias e hematológicas dos indivíduos e das populações expostas a uma
condição de hipóxia em altas altitudes. Diversos estudos demonstraram que a
exposição aguda à hipóxia em altas altitudes acarreta dessaturação da
oxihemoglobina, hiperventilação e redução da concentração do dióxido de carbono
(CO
2
). A Tabela 1 denota as alterações gerais nos valores dos gases no sangue
arterial induzidas pela exposição à hipóxia aguda e crônica nas altas altitudes.
Introdução
4
Tabela 1. A relação dos valores dos gases no sangue arterial durante a exposição
aguda e crônica à hipóxia em humanos.
Basal Hipóxia aguda Hipóxia crônica
pH ~ 7,4 > 7,5 ~ 7,5
PaO
2
> 85 mmHg < 70 mmHg ~ 80 mmHg
PaCO
2
~ 40-45 mmHg < 35 mmHg ~ 32 mmHg
SaO
2
> 93% < 80% 90%
HCO
3
¯
22-24 mEq/L > 22-24 mEq/L 16 mEq/L
Definição das abreviaturas: PaO
2
: pressão parcial de oxigênio; PaCO
2
: pressão
parcial de dióxido de carbono; SaO
2
: saturação da oxihemoglobina; HCO
3
¯
:
bicarbonato (Fonte: Perry e Decker, 2007).
O diagnóstico e o tratamento dos efeitos da hipóxia são baseados na
identificação da natureza e da freqüência da troca dos gases (crônico versus
intermitente; ambiental versus patológico). Ao contrário da hipóxia ambiental
induzida, as doenças respiratórias apresentam perfil ligeiramente diferente na
concentração dos gases no sangue arterial. Algumas doenças levam à ventilação
inadequada, enquanto outras apresentam alteração na difusão dos gases através
dos alvéolos, o que resulta no transporte reduzido dos gases dos pulmões aos
tecidos. Alguns dos mecanismos, como descrito no Quadro 1, podem desencadear
um quadro de hipóxia, como concentrações baixas de O
2
em decorrência de fatores
extrínsecos, observados em indivíduos normais expostos às altas altitudes, ou
naqueles indivíduos acometidos por uma alteração dos gases em conseqüência de
uma doença ou por intoxicação.
Introdução
5
Quadro 1. Definição dos mecanismos descritos que podem levar ao quadro de
hipóxia e seus exemplos clínicos.
Causas da hipóxia Definição Exemplo clínico
Hipóxia hipóxica
Baixas concentrações de O
2
na
atmosfera (redução do PaO
2
)
Altas altitudes
Hipóxia anêmica
Inadequação do transporte sangüíneo
de O
2
para os tecidos devido à
redução efetiva da concentração de
hemoglobina
Perda de sangue, anemia
Shunt
Redução da ventilação-perfusão e
difusão dos gases no alvéolo
Malformação
arteriovenosa
Hipóxia cardiogênica
Transporte inadequado do O
2
o pelo
sangue para os tecidos devido à
diminuição do débito cardíaco
Insuficiência cardíaca
congestive
Hipóxia histotóxica
Incapacidade dos tecidos de utilizar o
O
2
(inibição da atividade de enzimas
celulares)
Intoxicação por arsênico
ou deficiência de
vitaminas
Hipóxia
hipermetabólica
Aumento na demanda de ATP ou
metabolismo energético (hipertermia)
Febre alta
Definição das abreviações: PaO
2
: pressão parcial de oxigênio; ATP: adenosina
tri-fosfato (Fonte: Perry e Decker, 2007).
1.2 Alterações respiratórias e cardiovasculares durante o ciclo vigília-sono
Com o advento do registro eletroencefalográfico (EEG) por Hans Berger em
1929 e com a descrição de distintos padrões EEG presentes durante o sono por
Loomis, Harvey e Holvart em 1937, tornou-se evidente a relação entre a
fenomenologia do sono e os potenciais elétricos do sistema nervoso. Em 1953,
Aserinsky e Kleitman descreveram a ocorrência cíclica de movimentos oculares
rápidos durante o sono associada ao aumento da atividade cortical. No entanto, em
1957, Dement e Kleitman demonstraram que a atividade ocular ocorria
simultaneamente à fase dessincronizada do sono e estava relacionada com o
conteúdo dos sonhos, no ser humano, e, por isso, utilizaram a denominação de
“sono de movimentos oculares rápidos” (REM, do inglês rapid eye movement). O
Introdução
6
sono REM, por seu padrão do EEG análogo ao da vigília, porém associado à
acentuada diminuição do tônus muscular, foi denominado de sono paradoxal
1
por
Jouvet e Michel em 1959 (para revisão, ver Datta e MacLean, 2007).
Em mamíferos, a vigília e o sono representam dois estados fisiológicos
normalmente definidos por meio de registros EEG. As interações dos processos
circadiano e homeostático são conhecidas por regular o ciclo entre esses dois
estados (Borbély e Achermann, 1999). As alterações respiratórias e
cardiovasculares foram estudadas durante a vigília; entretanto, as verificações
durante o sono são escassas. Uma vez que cada sistema orgânico possui um papel
distinto na adaptação de mudanças de estado, torna-se fundamental a condução de
estudos visando investigar como esses sistemas são afetados pelo sono. Assim,
pode-se sugerir que existam dois tipos de fisiologia: a fisiologia da vigília e a
fisiologia do sono.
A respiração pode ser definida, de modo simplificado, como troca de gases
entre as células do organismo e a atmosfera. Durante a vigília, a respiração é
controlada pelos comandos ventilatórios voluntário ou comportamental e
involuntário ou metabólico, que respondem aos estados de hipoxemia, hipercapnia
e acidose, além de exercerem influência mecânica sobre a caixa torácica e o
parênquima pulmonar (Andersen e Bittencourt, 2008). Durante o sono, ocorre perda
do controle voluntário e diminuição da resposta ventilatória do controle metabólico,
além da hipotonia dos músculos respiratórios, que levam ao estado fisiológico de
hipoventilação (Douglas, 2005; Andersen e Bittencourt, 2008).
A atividade cardiovascular basal é maior durante a vigília e diminui ao longo
do período de sono. No sono non-rapid eye movement (NREM), ocorre um estado
de relaxamento cardiovascular, principalmente nos estágios 3 e 4 (Bittencourt et al.,
2003). Apesar de reduzida durante a maior parte do sono, essa atividade pode
aumentar e atingir níveis superiores aos observados durante a vigília. É comum a
pressão arterial sistêmica, a freqüência cardíaca e o débito cardíaco atingirem
valores inferiores ao basal durante os estágios 3 e 4 do sono NREM e níveis
1
Adotamos a denominação de sono de ondas lentas e sono paradoxal para referir aos estágios de sono em
ratos, e sono NREM e REM como referências em seres humanos.
Introdução
7
significativamente superiores aos da vigília na fase fásica
2
do sono REM
(Bonsignore et al., 1994; Bittencourt et al., 1998).
1.3 Doenças respiratórias durante o sono
Dentre as doenças respiratórias que ocorrem durante o sono destaca-se a
síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS). A SAOS é caracterizada por
episódios recorrentes de obstrução parcial ou total das vias aérea superiores, que
levam a interrupções intermitentes da ventilação, alteração dos gases arteriais e do
padrão normal de sono (American Academic Sleep Medicine – AASM, 1999). Na
maioria dos pacientes, esses eventos causam dessaturação da oxihemoglobina e,
em casos de eventos prolongados, hipercapnia, que freqüentemente são revertidos
por despertares, tornando o sono fragmentado (AASM, 1999).
A prevalência da SAOS na população americana (EUA) é de
aproximadamente 4% nos homens e de 2% nas mulheres, em indivíduos entre 30 e
60 anos de idade, que apresentam queixa de sonolência excessiva diurna e índice
de apnéia-hipopnéia maior que cinco por hora
3
(Young et al., 1993). Esses autores
também descreveram que, ao considerar somente o índice de apnéia-hipopnéia,
aproximadamente 24% dos homens e 9% das mulheres apresentam SAOS.
Como podem ser observadas na Figura 2, a apnéia e a hipopnéia levam a
pausas periódicas da respiração e hipoventilação alveolar. Em resposta à apnéia
ou hipopnéia, ocorre aumento do esforço respiratório que geralmente está
associado a despertares (<15 segundos), levando à fragmentação do sono (AASM,
1999). Além disso, a obstrução das vias aéreas superiores durante o sono acarreta
episódios de hipóxia (AASM, 1999).
2
O sono REM não tem estágios, mas apresenta eventos fásicos (intermitentes) e eventos tônicos (constantes durante todo o
episódio de REM). Exemplos dos eventos fásicos são os movimentos oculares rápidos e flutuações cardiorrespiratórias,
enquanto os eventos tônicos são a atonia muscular, a dessincronização do EEG, a perda do controle autonômico da
temperatura e a ocorrência do ritmo theta hipocampal.
3
O índice de apnéia-hipopnéia tem sido utilizado na maioria dos estudos como indicadores de gravidade da síndrome da
apnéia obstrutiva do sono (SAOS). O índice de apnéia-hipopnéia é determinado pelo número de episódios de apnéias e
hipopnéias por hora de sono, sendo classificado como leve (5 a 15 eventos), moderado (15 a 30 eventos) e grave (acima
de 30 eventos) (Young et al., 2002).
Introdução
8
Os critérios de diagnósticos da SAOS, segundo a força tarefa empreendida
pela American Academic Sleep Medicine (AASM, 2005), são baseados na
combinação das características clínicas do paciente associadas ao registro
polissonográfico. Dentre os sintomas clínicos relatados pelos pacientes destacam-
se: 1. sonolência diurna excessiva não relacionada a outros fatores e/ou; 2. dois ou
mais dos seguintes sintomas e sinais, não explicados por outras condições: asfixia
ou respiração difícil durante o sono, despertares noturnos recorrentes, sensação de
sono não-restaurador, fadiga diurna e dificuldade de concentração.
A monitoração durante a noite inteira, conduzida por um profissional
especialista em sono, é o padrão-ouro para o diagnóstico da SAOS. O registro
polissonográfico permite a avaliação simultânea de variáveis neurofisiológicas e
cardiorrespiratórias que refletem a quantidade e a qualidade do sono do paciente. A
SAOS acarreta redução do sono delta e do REM, aumentando a vigília e os
estágios 1 e 2 do sono NREM (Bittencourt et al., 2001). Segundo a AASM (2005),
um paciente pode ser diagnosticado com apnéia do sono se apresentar cinco ou
mais apnéias e/ou hipopnéias e/ou despertares relacionados a esforços
respiratórios por hora de sono.
Introdução
9
Figura 2. Polissonografia de um voluntário normal (A) e de um paciente apnéico (B).
Notar: episódio de apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono durante um período de 120 segundos,
aumento do esforço respiratório indicando a natureza obstrutiva do evento e, em função desse
evento, o paciente apresenta despertar e dessaturação. Abreviaturas: canais de registro do EEG
(C3-A2; C4-A1; O1-A2; O2-A1); eletro-oculograma (EOG); freqüência cardíaca (FC); fluxo nasal
(FA); tórax (TOR); abdômen (ABD); saturação da oxihemoglobina (SaO
2
).
ECG
FA
TOR
ABD
SaO
2
C3-A2
C4-A1
O1-A2
O2-A1
EOG
A
C3-A2C3-A2
C4-A1C4-A1
O1-A2O1-A2
O2-A1O2-A1
EOG-EEOG-E
SaO
2
SaO
2
Despertar
Apnéia
Hipopnéia
TORTOR
ABDABD
NA
ECGECG
EOG-DEOG-D
Desaturação
Desaturação
Despertar
Despertar
B
Introdução
10
Diversas evidências mostram que os pacientes com SAOS apresentam
sonolência excessiva diurna em decorrência dos repetidos números de despertares
durante o sono (Bittencourt et al., 2005), alterações cardiovasculares (Lavie et al.,
2000; Nieto et al., 2000; Peppard et al., 2000; Young et al., 2002; Bittencourt et al.,
2003; Lavie, 2004; Drager et al., 2007) e conseqüências metabólicas (Ip et al.,
2002; Punjabi e Polotsky, 2005; Vgontzas et al., 2005; Wolk e Somers, 2007). Além
disso, alterações neuropsicológicas podem estar presentes na SAOS como
prejuízos na memória, flutuações de humor, depressão, irritabilidade e ansiedade
(Bedard et al., 1991; Bedard et al., 1993; Engleman et al., 1994; Borak et al., 1996;
Engleman e Joffe, 1999; Beebe e Gozal, 2002; Naismith et al., 2004; El-Ad e Lavie,
2005; Kjelsberg et al., 2005; Naegele et al., 2006; Verstraeten, 2007).
Em relação às alterações da função cognitiva, os pacientes com SAOS
apresentam prejuízo na atenção, nas funções executivas
4
e na memória de longo
prazo (Adams et al., 2001; Sateia, 2003, Naegele et al., 2006; Quan et al., 2006).
Recentemente Verstraeten (2007), em extensa revisão da literatura, sugere que os
testes cognitivos associados a estudos de ressonância magnética funcional indicam
que a perda de sono tem importância maior como causa primária dos déficits
cognitivos que a hipoxemia.
As conseqüências das alterações neuropsicológicas são implicações nas
relações familiares e sociais e prejuízos cognitivos que afetam o desempenho
acadêmico e profissional. Essas alterações também podem contribuir não só para a
piora da qualidade de vida dos pacientes, como também para o aumento da
freqüência dos acidentes de trânsito. Estudos têm enfatizado a relação entre a
SAOS e acidentes de trânsito (George et al., 1987; Findley et al., 1992; Leger,
1994; Santos et al., 2004). Sassani e colaboradores (2004) relataram os custos e a
mortalidade relacionados a SAOS em acidentes de trânsito nos Estados Unidos e
apontaram uma análise do custo-benefício no tratamento desses motoristas. Esses
autores observaram que 800.000 motoristas apnéicos se envolveram em acidentes
automobilísticos que levaram a 1.400 óbitos e prejuízo de 15,9 bilhões de dólares.
Essa situação agrava-se quando os estudos populacionais indicam a alta
prevalência dessa doença nos adultos (Young et al., 2002).
4
Habilidade no planejamento de estratégias de resolução de problemas para a execução de metas mediada pelo córtex
frontal.
Introdução
11
Dentre as alterações cardiovasculares presentes nos pacientes com SAOS,
destaca-se a hipertensão arterial. Estudos mostram que a SAOS é um fator de risco
independente na hipertensão arterial, sendo que 40-60% dos apnéicos apresentam
essa alteração (Lavie et al., 2000; Roux et al., 2000; Young et al., 2002). A
variabilidade da prevalência de hipertensão nos pacientes apnéicos pode ocorrer
devido a características fenotípicas, como aumento da idade e do índice de massa
corpórea, história familiar e o gênero feminino (Drager et al., 2006).
Após um evento obstrutivo, as flutuações da pressão intratorácica induzidas
pelo esforço respiratório, a hipóxia e o despertar afetam o sistema nervoso
autônomo resultando em alterações na pressão arterial (Fletcher, 1995). Assim,
tem sido proposto que a hipóxia e a fragmentação do sono são fatores relacionados
às doenças cardiovasculares associadas à SAOS, pois ativam o sistema simpático
e alteram as respostas aos barorreceptores e quimiorreceptores (Leuenberger et
al., 1995; Narkiewicz et al., 1999; Leung e Bradley, 2001; Imadojemu et al., 2002).
Os dados da literatura sugerem que a hipóxia e a fragmentação do sono
são fatores relevantes relacionados com alterações presentes nos pacientes com
SAOS. Entretanto, apenas um estudo clínico conseguiu investigar isoladamente os
efeitos da fragmentação do sono e hipóxia (Ringler et al., 1990). Tal dificuldade se
dá devido à simultaneidade desses eventos, situação essa que não permite
determinar em estudos clínicos se as alterações observadas estão relacionadas
aos efeitos da hipóxia per se ou aos despertares constantes durante o sono.
1.4 Modelos experimentais de hipóxia
Dentre os mamíferos mais utilizados para o estudo da hipóxia, destacam-se
os roedores. Esses animais apresentam respostas similares àquelas observadas
em humanos, além de serem de fácil manutenção, especificamente os
camundongos, pela possibilidade do uso de ferramentas moleculares que
contribuem para uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos nas
respostas à hipóxia. Outros animais como o cão e o carneiro também são utilizados
para determinar os efeitos da hipóxia; no entanto, esses animais apresentam um
custo elevado de manutenção por longos períodos e limitações éticas.
Introdução
12
a) Hipóxia Sustentada
Os efeitos da hipóxia no organismo têm sido estudados com protocolos
experimentais que mimetizam alterações ambientais ou fisiopatológicas. Para
aprofundar a avaliação das alterações respiratórias que ocorrem em condições de
exposição a altas altitudes e em doenças pulmonares crônicas, criou-se o protocolo
de hipóxia sustentada, no qual a redução de concentração de O
2
é constante
(Figura 3A).
Em roedores, a hipóxia sustentada induziu aumento da vigília, redução do
sono paradoxal e fragmentação do sono de ondas lentas (Pappenheimer, 1984;
Laszy e Sarkadi, 1990). Após uma a duas semanas de exposição à hipóxia
sustentada, ocorreu uma recuperação parcial do sono de ondas lentas e do sono
paradoxal, embora o padrão de sono não tenha retornado aos valores obtidos
durante a avaliação basal (Pappenheimer, 1984).
b) Hipóxia Intermitente
Para reproduzir os distúrbios respiratórios que ocorrem durante o sono,
como a SAOS, é empregado o protocolo de hipóxia intermitente (HI). Nesse
modelo, os insultos da hipóxia geralmente têm duração de 10 a 30 segundos que
são alternados com períodos de concentração normal de O
2
(21%), denominados
normóxia (Figura 3B).
No modelo de hipóxia proposto por Gozal e colaboradores (2001a), os ratos
submetidos à HI apresentaram redução da concentração de oxigênio arterial (pO
2
)
arterial de 89,4 ± 3,2 mmHg para 44,2 ± 2,2 mmHg após o primeiro ciclo de hipóxia
e após 10 ciclos consecutivos foi de 36,7 ± 2,1 mmHg. A concentração de dióxido
de carbono arterial (pCO
2
) avaliada nos ratos do grupo controle foi de 35,7 ± 2,4
mmHg, enquanto nos animais do grupo HI ocorreu diminuição para 30,5 ± 1,7 e
26,7 ± 1,4 mmHg após o primeiro e décimo ciclo, respectivamente. Os autores não
verificaram alteração após o décimo ciclo de HI.
Ao contrário da hipóxia sustentada, Gozal e colaboradores (2001a)
observaram que os ratos expostos à HI na concentração de 10% de O
2
(12 horas
Introdução
13
da fase clara do ciclo) apresentaram redução da duração do sono de ondas lentas
e paradoxal após o primeiro dia de exposição à hipóxia. No segundo dia de
exposição, observou-se aumento de sono de ondas lentas e paradoxal nos ratos,
indicativo de rebote do sono, e entre os dias 3 a 14 de exposição à HI as
características do sono foram similares aos padrões basais. Entretanto, Hamrahi e
colaboradores (2001) desenvolveram um modelo de HI no qual os ratos eram
expostos a uma redução do O
2
somente durante o período de sono, para mimetizar
os efeitos dessa manipulação à SAOS. Em relação à arquitetura do sono, esses
autores demonstraram que os animais apresentaram aumento da vigília, redução
do sono paradoxal e múltiplos episódios de sono de ondas lentas de curta duração
semelhantes aos resultados da hipóxia sustentada. No período de rebote, os ratos
apresentaram redução da vigília e aumento do sono de ondas lentas e paradoxal.
Recentemente, após avaliação dos efeitos da hipóxia no padrão de sono,
Polotsky e colaboradores (2006) observaram que os camundongos expostos a um
insulto mais intenso de HI (5% de O
2
) apresentam redução da duração do sono de
ondas lentas e diminuição pronunciada de sono paradoxal durante a exposição à
hipóxia (fase clara do ciclo) acompanhada do rebote de sono paradoxal quando os
animais foram retirados da câmara de hipóxia (fase escura do ciclo). Portanto,
quando a HI é mais tênue (10% de O
2
), há menor modificação na arquitetura do
sono nos roedores (Gozal et al., 2001a; Veasey et al., 2004).
Introdução
14
Figura 3. Desenho esquemático dos protocolos de hipóxia sustentada (A) e hipóxia
intermitente (B).
Na hipóxia sustentada, a concentração de O
2
é mantida constante durante
horas, enquanto na hipóxia intermitente ocorrem variações da concentração de O
2
por segundo ou
minutos.
1.5 Hipóxia intermitente: alterações comportamentais e neuroquímicas
Apesar de a redução das concentrações de O
2
no sangue arterial exercer
estresse em todos os órgãos, o cérebro é particularmente vulnerável aos efeitos da
hipóxia (Choi, 1990). O dano neuronal induzido pela hipóxia em regiões específicas
do cérebro é acompanhado por alterações comportamentais e neuroquímicas
(Gozal et al., 2001a,b). Row e colaboradores (2002) verificaram que ratos expostos
à HI (14 dias) apresentaram aumento da atividade motora quando submetidos ao
campo aberto. Em relação às alterações cognitivas, alguns autores demonstraram
que a HI resulta em prejuízo na memória espacial tanto em ratos jovens (Gozal et
al., 2001a; Row et al., 2002) como em ratos idosos submetidos ao labirinto aquático
de Morris (Gozal et al., 2003a). Sabe-se que esse prejuízo da memória espacial
está associado ao tempo de exposição dos animais à HI, como demonstrado por
Gozal e colaboradores (2003b). No entanto, após a exposição crônica à HI (14 e 30
dias) essa alteração na memória não foi observada nos animais. Segundo os
10% O
2
21% O
2
21% O
2
2%-10% O
2
horas
segundos
segundos ou
minutos
Hipóxia sustentada
Hipóxia intermitente
10% O
2
21% O
2
21% O
2
2%-10% O
2
horas
segundos
segundos ou
minutos
Hipóxia sustentada
Hipóxia intermitente
horas
segundos
segundos ou
minutos
Hipóxia sustentada
Hipóxia intermitente
A
B
Introdução
15
autores, esse resultado pode estar associado ao efeito bifásico da HI observado
pelo ensaio de incorporação de 5-bromo-2-deoxiuridina (BrdU) no hipocampo.
Nessa análise que avaliou a proliferação neuronal observou-se que ratos expostos
à HI durante 1 e 3 dias apresentaram redução das células BrdU marcadas e, após
sete dias, não foi observada alteração desse parâmetro. A exposição à HI durante
14 e 30 dias produziu aumento da proliferação neuronal no hipocampo.
Estudos mostram que as alterações comportamentais em animais após a
HI podem estar associadas à participação do estresse oxidativo. Row e
colaboradores (2003) relataram que a exposição de ratos à HI durante 7 dias
acarretou aumento da peroxidação lipídica no córtex. Além disso, esses autores
demonstraram que a administração do antioxidante PNU-101033E (3 mg/kg; 2
vezes ao dia durante 7 dias) reverteu os efeitos cognitivos e neuroquímicos
produzidos pela HI. Veasey e colaboradores (2004) observaram que camundongos,
após a HI, apresentaram alteração de vários parâmetros associados ao estresse
oxidativo, como aumento da peroxidação lipídica, da oxidação de proteínas e
nitração em regiões associadas à vigília. Além disso, estudos mostram que a HI
induz a morte neuronal no córtex e na região CA
1
do hipocampo, sem alterar a
região CA
3
em ratos. Esses resultados dependem do tempo de exposição dos
animais à HI, uma vez que os autores observaram nos ratos um pico na morte
neuronal após 48 horas de exposição à HI, achado que não se manteve após 14
dias (Gozal et al., 2001b).
Outro fator importante a ser considerado é a idade dos animais. Ratos
(entre 10 e 25 dias de vida) expostos à HI apresentam maior vulnerabilidade à
morte neuronal nas regiões CA
1
e córtex quando comparados com os animais de 2,
5, 30, 60 ou 90 dias (Gozal et al., 2001b). Nesse sentido, Gozal e colaboradores
(2003a) demonstraram que ratos idosos (22-24 meses de idade) submetidos à HI
apresentaram morte neuronal no córtex e hipocampo mais pronunciada que
animais com três meses de idade.
Durante o período crítico do desenvolvimento cerebral, a hipóxia promove a
perda da integridade funcional do sistema dopaminérgico implicando relevantes
alterações comportamentais e cognitivas (Decker et al., 2003; 2005). Segundo
Decker e colaboradores (2003), filhotes de ratos Sprague-Dawley, com sete dias de
Introdução
16
vida, expostos à HI (6 horas por dia, durante 4 dias) apresentaram aumento do
transportador de monoaminas para a vesícula 2 (VMAT
2
) e do receptor D
1
, sem
alterar a expressão da tirosina hidroxilase e do transportador de dopamina (DAT)
no estriado, em comparação aos animais controle. Por outro lado, não foi
observada alteração dos valores da enzima tirosina hidroxilase, VMAT
2
, D
1
, DAT no
córtex pré-frontal e sensório-motor nos animais pós-hipóxia. Em ratos adultos, a
exposição aguda à HI foi associada à redução na síntese de noradrenalina (NA)
(Miwa et al., 1986; Roubein et al., 1981) e de dopamina (DA) no cérebro (Miwa et
al.,1986). No entanto, as concentrações de monoaminas retornam aos níveis
basais após 36 horas do insulto de hipóxia (Roubein et al., 1981). Além disso,
outros estudos (Broderick e Gibson, 1989; Henley e Bellush, 1989; Olson, 1988;
Akiyama et al., 1991; Li et al., 1996; Ohkuwa et al., 2003) relataram que a resposta
do metabolismo de monoaminas está associada ao protocolo de hipóxia
empregado. Diversos fatores como concentração de O
2
, duração da hipóxia, idade
e sexo dos animais podem contribuir para a disparidade dos resultados.
1.6 Hipóxia intermitente: alterações cardiovasculares
Durante a apnéia, variações na pressão intratorácica induzida pelo esforço
respiratório, eventos como hipoxemia e despertar do paciente afetam o sistema
nervoso autônomo e cardiovascular, acarretando aumento da pressão arterial.
Estudos experimentais com modelos animais têm demonstrado a relação entre a HI
e a hipertensão. Em cães, a obstrução das vias aéreas superiores durante o sono,
simulando variações na pressão intratorácica, hipoxemia e despertares induziram o
aumento da pressão arterial diurna após quatro semanas (Brooks et al., 1997).
Esses autores demonstraram que os efeitos se deram em decorrência da hipóxia
per se uma vez que, ao avaliarem somente o número de despertares, não
encontraram aumento de pressão arterial. Além disso, roedores também
apresentaram aumento da pressão arterial após a exposição crônica à HI (Fletcher
et al., 1992a; Hui et al., 2003; Zoccal et al., 2007).
Durante a hipóxia, o mecanismo envolvido na gênese da hipertensão
parece estar relacionado a diversos componentes que incluem aumento da
Introdução
17
atividade simpática (Fletcher et al., 1992a; Bao et al., 1997a; Narkiewicz et al.,
1997; Fletcher, 2003), alterações nas funções dos quimiorreceptores (Fletcher et
al., 1992b; Lesske et al., 1997; Garcia-Rio et al., 2000; Fletcher, 2003), aumento da
concentração de NA (Fletcher et al., 1987; Marrone et al., 1993; Dimsdale et al.,
1995; Hui et al., 2003) e DA (Hui et al., 2003), assim como redução da resposta
vascular ao óxido nítrico (Duchna et al., 2000) e aumento das concentrações
plasmáticas de endotelinas (Saarelainen et al., 1997; Kanagy et al., 2001).
A HI (5% de O
2
) também pode modificar o perfil lipídico em roedores
aumentando o colesterol total, os níveis de fosfolipídeos e o índice de triglicérides
em camundongos (Li et al., 2005a; 2006). Esses dados sugerem que a
hiperlipidemia induzida pela HI pode estar relacionada a mudanças nas vias de
síntese dos lipídeos ou na recaptação de colesterol no fígado (Li et al., 2005a).
Segundo Li e colaboradores (2007), ao contrário das respostas obtidas no
metabolismo de lipídeos após a exposição da HI a 5% de O
2
(Li et al., 2005a), a
exposição dos camundongos à HI com concentração maior de O
2
(10%) não
interferiu no metabolismo dos lipídeos.
1.7 Modelo experimental de privação de sono
O sono é fundamental para uma boa saúde mental e emocional, além de
apresentar importância essencial na manutenção saudável do organismo. Em
geral, o ser humano dorme 8 horas de sono alternadas com um período de
aproximadamente 16 horas de vigília. Atualmente, esse tempo tem-se reduzido em
função das atividades contemporâneas. Em conseqüência do cenário econômico, a
população brasileira é induzida a prolongar a jornada de trabalho para manter uma
condição digna de sobrevivência que, associada à deficiência da infra-estrutura de
transporte coletivo nas grandes cidades, culmina com a diminuição do período
disponível para descanso. Além isso, a exposição à luz artificial ampliou o período
das atividades de lazer, prolongando a vigília. Essas questões socioeconômicas e
culturais conduzem a uma redução dramática no tempo de sono. A restrição de
sono (RS) é uma preocupação social relevante devido às importantes implicações
no desempenho individual e na saúde, como por exemplo, o aumento da
Introdução
18
prevalência da hipertensão intrinsecamente associada a menos de 5 horas de sono
(Gottlieb et al., 2006, Gangwisch et al., 2006).
Dentre os modelos propostos para o estudo da privação do sono, destaca-
se a utilização de roedores que permitem o emprego de uma metodologia crônica e
pelo amplo conhecimento do seu ciclo vigília-sono descrito por Timo-Iaria e
colaboradores em 1970. Posteriormente, a descrição minuciosa da implantação de
eletrodos e do registro eletrofisiológico do ciclo vigília-sono do rato foi o tema
abordado no livro de Andersen e colaboradores em 2001. Segundo esses autores,
o padrão de sono do rato pode ser classificado em vigília, sono de ondas lentas
(SS
I
, SS
II
, SS
III
), sono pré-paradoxal e sono paradoxal. A Figura 2 ilustra um
traçado representativo do ciclo vigília-sono do rato no Laboratório de Sono de
Ratos da Universidade Federal de São Paulo.
Introdução
19
Figura 4. Traçado representativo do ciclo vigília-sono do rato durante 30 segundos.
Vigília (A): episódio de vigília caracterizado por dessincronização cortical (canal 1-ECoG) e tônus
muscular acentuado (canal 3-EMG). Sono de ondas lentas (B): padrões eletrocorticográficos de
sono de ondas lentas. Notam-se ondas sincronizadas, com alta amplitude e baixa freqüência (canal 1-
ECoG) e hipotonia muscular (canal 3-EMG). Sono paradoxal (C): episódio de sono paradoxal.
Destacam-se o ritmo teta (canal 1- ECoG) e atonia muscular (canal 3-EMG). Calibração: 1 segundo e
50μV, velocidade: 10 mm/s e tempo: 30 segundos. Sistema: EMBLA / Somnologica Sleep Diagnostic
System. Ilustração: Laboratório de Sono de Ratos da Universidade Federal de São Paulo. Citado em
Antunes, 2006.
A
B
C
Introdução
20
A privação de sono tem sido amplamente utilizada como instrumento para
estudar as funções do sono, bem como os mecanismos envolvidos nesse
comportamento. O primeiro modelo animal desenvolvido para o estudo dos efeitos da
privação sono foi proposto em cães por Marie de Manacéine em 1894 (para revisão,
ver Suchecki e D’ Almeida, 2008), e posteriormente adaptado para gatos (Jouvet et
al., 1964) e ratos (Cohen e Dement, 1965). Nesse procedimento, os animais eram
colocados sobre uma plataforma circular única de 6,5 cm de diâmetro e circundados
por água. Com a atonia muscular, característica da fase paradoxal de sono, os ratos
apresentavam perda do equilíbrio postural, caindo na água e conseqüentemente
acordando. Em 1981, Van Hulzen e Coenen introduziram a técnica da plataforma
múltipla na qual um animal é colocado em um tanque contendo sete plataformas,
evitando assim sua imobilização. Machado e colaboradores (2004) observaram que
tanto a técnica da plataforma única como da plataforma múltipla suprimem o sono
paradoxal durante 4 dias consecutivos, advindo daí a denominação “privação de sono
paradoxal” (PSP), embora também haja uma redução do sono de ondas lentas (-39%
e -31%, respectivamente). Posteriormente, ao se comparar as diferenças entre os dois
métodos de PSP, demonstrou-se que não existem diferenças estatisticamente
significativas nos parâmetros de sono dos animais nas duas técnicas empregadas
(Machado et al., 2006).
Diante da RS imposta à sociedade moderna, propôs-se um modelo animal
que mimetizasse essas condições. Assim, o protocolo experimental proposto por
Machado e colaboradores (2005) caracterizou-se por alojar diariamente os ratos sobre
uma plataforma circular em um tanque durante 18 horas (das16h às 10h do dia
seguinte), seguido de uma janela de sono de 6 horas (das10h às 16h). Nesse
procedimento experimental foram observadas redução de sono de ondas lentas e
supressão do sono paradoxal durante o período de 18 horas de RS. Entretanto, nas 6
horas em que era permitido que os animais dormissem, observou-se um rebote de
sono, preferencialmente de sono paradoxal.
1.8 Privação de sono: alterações comportamentais e neuroquímicas
Diversos paradigmas experimentais têm sido utilizados no estudo das
alterações comportamentais e dos substratos neuronais envolvidos na PSP. Dentre
Introdução
21
as alterações comportamentais induzidas pela PSP, destaca-se o aumento da
agressividade (Tufik et al., 1978), facilitando os ataques de pânico e convulsões (de
Paula e Hoshino, 2002), também o aumento expressivo dos reflexos genitais
(Andersen e Tufik, 2002; Andersen et al., 2003) e da atividade motora (Tufik e
Silveira Filho, 1983), que pode ser potencializado por drogas como anfetamina
(Frussa-Filho et al., 2004), cocaína (Andersen e Tufik, 2002; Andersen et al.,
2005a) e ecstasy (Andersen et al., 2006).
Em relação à função cognitiva, alguns autores constataram aumento do
sono paradoxal após a aprendizagem, correlação da porcentagem desse estágio de
sono com a aprendizagem processual em humanos e prejuízo da aquisição da
memória após privação de sono (Peigneux et al., 2001). Bonnet e Arand (2003)
sugeriram que a privação total, parcial e a fragmentação de sono apresentam um
impacto significativo no grau de sonolência e, conseqüentemente, no desempenho
psicomotor em humanos. Os efeitos da RS, no que se refere a dados qualitativos,
são similares àqueles observados após a privação total de sono. Entretanto, os
efeitos da privação de sono na cognição são mais complexos ou variáveis, com
base na freqüência e no grau de perda de sono (Bonnet e Arand, 2003).
Nos roedores, memórias hipocampo-dependentes são particularmente
sensíveis à privação de sono. Nesse sentido, alguns estudos têm demonstrado que
a privação de sono altera a memória espacial em ratos expostos ao labirinto
aquático de Morris (Beaulieu e Godbout, 2000) e também a aquisição e retenção da
tarefa de esquiva inibitória (Bueno et al., 1994; Dametto et al., 2002; Moreira et al.,
2003; Dubiela et al., 2005). A privação total de sono nas primeiras 5 horas após a
sessão de treino da tarefa de medo condicionado ao contexto induziu prejuízo da
consolidação da memória, enquanto a privação total de sono iniciada 5-10 horas
após o treino não teve nenhum efeito (Graves et al., 2003). Nesse estudo,
avaliando outra tarefa, o medo condicionado ao som, independente do tempo de
exposição à privação total de sono, não foi capaz de modificar a consolidação
dessa tarefa hipocampo-independente. Além disso, Godoi e colaboradores (2005)
também encontraram prejuízo na atenção visual de ratos privados de sono, abrindo
caminho para a utilização desses animais no estudo dos mecanismos subjacentes
aos efeitos da privação de sono sobre a atenção.
Introdução
22
Em particular, em relação à participação do estresse oxidativo nas
alterações observadas após a PSP, alguns autores têm demonstrado que ratos
privados de sono por meio do modelo da plataforma única apresentaram redução
dos níveis de glutationa total (GSH
T
) tanto no tálamo como no hipotálamo;
entretanto, não foi observada alteração no córtex, hipocampo, medula e cerebelo
(D’Almeida et al., 1998). Além disso, a PSP não altera os índices de necrose e
apoptose neuronal, independente do protocolo de PSP utilizado (Cirelli et al., 1999;
Hipolide et al., 2002). Portanto, a ausência de estresse oxidativo e da morte
neuronal nas áreas do cérebro correlacionadas à função cognitiva sugere que os
mecanismos que acarretam alteração de memória parecem não depender da
participação desses dois fatores.
Em virtude de o sono ser gerado por mecanismos ativos do tronco cerebral
(para revisão, ver Datta e MacLean, 2007), pode-se prever que as alterações
comportamentais observadas após a PSP sejam resultantes das alterações na ação
dos neurotransmissores que ocorrem pela privação de sono. Atualmente muitos
estudos estão sendo realizados para esclarecer a função dos diversos sistemas de
neurotransmissão envolvidos no ciclo vigília-sono, porém os mecanismos
moleculares e as interações entre esses dois processos ainda não foram
completamente elucidados. As evidências sugerem que neurotransmissores,
incluindo DA, NA, serotonina (5-HT), histamina, além de pequenas moléculas,
como a adenosina, podem influenciar a regulação do ciclo vigília-sono (Porkka-
Heiskanen et al., 2002; Boutrel e Koob, 2004; Siegel, 2004; Lima et al., 2007).
Lena e colaboradores (2005), empregando a metodologia de microdiálise,
demonstrou que as concentrações de DA estão elevadas no córtex pré-frontal
medial e no núcleo accumbens durante a vigília e o sono paradoxal em relação às
concentrações durante o sono de ondas lentas. Esses resultados sugerem que a
liberação de DA nas áreas de projeção neuronal ocorre durante o ciclo vigíla-sono.
Recentemente, Lima e colaboradores (2007) demonstraram redução do sono
paradoxal em ratos após infusão bilateral de 1 metil - 4 fenil -1,2,3,6-
tetrahidropiridina (MPTP) na substância negra pars compacta durante 3 dias
consecutivos.
Introdução
23
Desde a década de 70, experimentos conduzidos pelo nosso grupo
sugerem uma importante participação da DA nos efeitos da PSP. Em 1978, Tufik e
colaboradores relataram que ratos com PSP apresentavam resposta aumentada na
agressão e estereotipia induzida pela apomorfina. Nos anos seguintes, os
resultados mostraram que, além da apomorfina, a PSP intensifica os efeitos de dois
outros agonistas dopaminérgicos (bromocriptina e piribedil) (Tufik, 1981). Em outro
estudo, verificou-se que a injeção de haloperidol, um antagonista dopaminérgico,
em ratos privados de sono paradoxal 24 horas antes da administração da
apomorfina potencializava o comportamento agressivo (Tufik et al., 1987). Nesse
estudo, a administração do haloperidol antes da administração da apomorfina
bloqueava o comportamento agressivo nos ratos submetidos à PSP,
proporcionando maior suporte à teoria da supersensibilidade dos receptores
dopaminérgicos pós-sinápticos (Tufik et al., 1987).
Contudo, em virtude de a apomorfina ser um agonista misto de receptores
D
1
/D
2
, não foi possível determinar a partir daqueles experimentos quais os subtipos
de receptores dopaminérgicos estariam alterados após a PSP. Assim, Nunes e
colaboradores (1994), utilizando a análise autorradiográfica, demonstraram que a
PSP aumentou a ligação em receptor D
2
e não em D
1
, sugerindo que os receptores
D
2
sejam responsáveis pelas alterações previamente relatadas nos comportamentos
induzidos pela apomorfina após a PSP, conferindo maior evidência aos estudos
preliminares sobre os efeitos comportamentais dos estimulantes dopaminérgicos em
animais privados de sono paradoxal (Tufik et al., 1978; 1981; 1987). Posteriormente,
outros estudos corroboraram a hipótese de que a PSP induz supersensibilidade dos
receptores dopaminérgicos (Andersen e Tufik, 2002; 2005; Andersen et al., 2003;
2005a,b,c). Embora diversos estudos tenham abordado essa temática, ainda não
há consenso sobre os efeitos da PSP nas concentrações das monoaminas no
cérebro (Farooqui et al., 1996). Entretanto, Farooqui e colaboradores observaram
aumento na concentração de DA após a PSP.
Até o momento, mesmo após 50 anos de estudos sobre o sono REM, a
falta do conhecimento a respeito da geração, da manutenção e do significado
fisiológico do sono REM continua a ser um desafio para os pesquisadores (Mallick
et al., 2002).
Introdução
24
1.9 Privação de sono: alterações cardiovasculares
Estudos mostram que a PSP altera alguns parâmetros sangüíneos
associados ao risco cardiovascular. Em relação ao estresse oxidativo, apesar de a
PSP não modificar os níveis do produto de peroxidação lipídica (malondialdeído –
MDA) e de GSH
T
no plasma, ratos expostos à PSP por 4 dias pelo método da
plataforma única apresentaram aumento do status pró-oxidativo analisado por meio
do índice de MDA/GSH
T
(de Oliveira et al., 2002). Além disso, ratos expostos à
PSP por 4 dias apresentaram aumento na concentração de endotelinas, sugerindo
que a PSP pode contribuir para o desenvolvimento da hipertensão arterial e
aterosclerose por alterar os parâmetros sangüíneos relacionados às doenças
cardiovasculares (Palma et al., 2002). De fato, a PSP resulta em alterações
fisiológicas (Rechtschaffen e Bergmann, 2002) e cardiovasculares em ratos adultos
e idosos (Andersen et al., 2004a).
Nesses últimos anos, vários estudos têm atribuído a elevada concentração
de homocisteína plasmática ao risco de desenvolvimento e progressão de doenças
cardiovasculares. Entretanto, em ratos, a PSP reduziu os níveis plasmáticos de
homocisteína (de Oliveira et al., 2002; Andersen et al., 2004a). Nesse sentido,
Andersen e colaboradores (2004a) observaram em ratos jovens (3 meses de idade)
que a PSP reduziu as concentrações de triglicérides e de very low-density
lipoprotein (VLD-colesterol), aumentou os níveis de high-density lipoprotein (HDL-
colesterol) e de low-density lipoprotein (LDL-colesterol), sem alterar a viscosidade
sangüínea, o colesterol total, o folato e a vitamina B
12
. Por outro lado, em ratos
idosos (22-24 meses de idade), esse estudo mostrou que a PSP aumentou as
concentrações das frações de HDL e LDL-colesterol e da vitamina B
12
, reduziu a
viscosidade sangüínea, os triglicérides e o VLDL e não alterou os níveis de
homocisteína, folato e colesterol total.
Modelos experimentais são fundamentais na investigação científica e
apresentam duas funções básicas: a analítica (representar e explicar a natureza) e
a heurística (estimular a investigação e a criatividade) (para revisão, ver
Guimarães, 1993). A primeira pode ser testada observando-se a veracidade do
modelo, e a segunda, pela observação de sua utilidade (Lehmann, 1972). O uso
dos modelos animais é valioso porque oferece a oportunidade de distinguir os
Introdução
25
diferentes componentes associados a uma determinada condição patológica cuja
abordagem clínica é difícil ou inacessível (Guimarães, 1993). Entretanto, apesar da
possibilidade de experimentação animal, nem sempre os mesmos parâmetros
fisiológicos determinantes para a doença em humanos estão presentes ou
disponíveis para investigação em modelos animais. Um exemplo dessa condição é
a fragmentação de sono presente em humanos afetados por SAOS. Essa condição
está mais associada a prejuízos qualitativos que quantitativos do sono. Apesar
disso, os modelos atualmente disponíveis utilizam a privação do sono como a
condição mais semelhante ao observado em humanos (fragmentação do sono),
considerando a similaridade de vários eventos fisiológicos presentes e/ou influentes
para ambas as situações. Desta forma, os estudos envolvendo PSP podem auxiliar
o entendimento sobre sua contribuição nos efeitos deletérios observados nos
quadros de distúrbios respiratórios do sono.
Justificativa
26
2. JUSTIFICATIVA
A síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) é caracterizada por
episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas superiores e afeta
aproximadamente 5% da população, estando associada a comorbidades
cardiovasculares e cognitivas. Considerando que em estudos clínicos é difícil
dissociar os efeitos da fragmentação de sono e da hipóxia e, ainda, que em estudos
com modelos animais são determinados somente os efeitos isolados desses
fatores, foi proposta, neste estudo, a avaliação das alterações comportamentais,
cognitivas e cardiovasculares por meio de um novo modelo animal que associa a
hipóxia à privação de sono.
Objetivo
27
3. OBJETIVOS
Os objetivos deste estudo foram avaliar as alterações comportamentais,
cognitivas, neuroquímicas e os fatores bioquímicos sangüíneos envolvidos no risco
cardiovascular induzidos pela hipóxia intermitente e privação de sono paradoxal em
ratos.
3.1 Objetivos específicos
Os objetivos específicos estabelecidos foram os seguintes:
(1) Validar o protocolo de hipóxia intermitente em nosso laboratório;
(2) Verificar os efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de
sono paradoxal, durante 3 dias, na ansiedade e na concentração de
monoaminas no sistema nervoso central em ratos;
(3) Investigar os efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição
de sono, durante 21 dias, na atividade motora, na aquisição e retenção
da memória, na concentração de monoaminas e na expressão da
enzima tirosina hidroxilase no sistema nervoso central em ratos;
(4) Avaliar os efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou
privação/restrição de sono paradoxal, durante 4 e 21 dias, nos fatores
bioquímicos associados ao risco cardiovascular em ratos;
(5) Investigar se as alterações bioquímicas associadas ao risco
cardiovascular induzidas pela privação de sono paradoxal poderiam ser
antecipadas pela exposição à hipóxia intermitente em ratos.
Material e Método
28
4. MATERIAL E MÉTODO
4.1 Animais
Foram utilizados 163 ratos Wistar Hannover (HanTac:WH; Taconic, EUA)
machos, de 3 meses de idade, provenientes do Centro de Desenvolvimento de
Modelos Experimentais para a Medicina e Biologia – CEDEME – e 45 ratos Wistar
machos, de 3 meses de idade, provenientes do Biotério do Departamento de
Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Experimento 3 somente na
exposição à HI e/ou PSP durante 4 dias). Os animais foram mantidos com
temperatura de (22 ± 1ºC) e com ciclo de claro-escuro de 12 horas (das 7 às 19h)
controlados. Água e comida foram fornecidas à vontade aos animais durante todo o
experimento. Os ratos utilizados neste estudo foram mantidos e tratados de acordo
com as normas de experimentação animal, citadas no livro Princípios Éticos e
Práticos do Uso de Animais de Experimentação (Andersen et al., 2004b). Todos os
procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal de São Paulo (processo nº 0490/04).
4.2 Hipóxia intermitente (HI)
Para a realização da HI, que consiste na variação da concentração de O
2
de 21% a 10% a cada 2 minutos, os animais foram alojados dentro de uma câmara
de acrílico (80 x 54 x 58 cm). O fluxo dos gases nitrogênio (N
2
)
e O
2
dentro da
câmara foi alterado por um sistema automático de análise de oxigênio (Oxycycler
modelo A44XOV, Biospherix, Redfield, NY, EUA). A abertura da válvula para a
saída dos gases foi controlada por um sistema acoplado ao computador (Software
Oxycycler, Biospherix, Redfield, NY, EUA) programado para ajustar
automaticamente qualquer desvio da concentração de O
2
. As concentrações de gás
carbônico (CO
2
) (<0,01%), de umidade (40 a 50%) e de temperatura (22 a 24ºC)
foram controladas durante todo o experimento.
Material e Método
29
Figura 5. Aparelho de Hipóxia (Oxycycler modelo A44XOV, Biospherix, Redfield,
NY, EUA). Foram controladas e mantidas as concentrações de CO
2
(<0,01%), umidade
(40 a 50%) e temperatura (22 a 24ºC).
Material e Método
30
Figura 6. Gráfico representativo das concentrações de O
2
. Controle da variação da
concentração de O
2
de 21% a 10% a cada 2 minutos, dentro da câmara de hipóxia.
4.3 Privação de sono paradoxal (PSP)
Os animais foram submetidos à PSP pelo método da plataforma única
que consiste em colocá-los sobre uma plataforma circular de 6,5 cm de diâmetro
e 8 cm de altura em um tanque (23 x 23 x 12 cm) com água. Na tentativa de
minimizar o estresse proveniente do isolamento social, foi elaborada uma gaiola
de alumínio com orifícios (16 x 16 x 16 mm) e, com ela, recobertas todas as
superfícies externas, permitindo a mútua observação dos animais, o que reduzia
o estresse gerado pelo isolamento.
A atonia muscular presente no sono paradoxal faz com que o animal
acorde ao encostar as narinas ou, ainda, o corpo inteiro na água. Durante todo o
período de PSP, a sala foi mantida em condições de temperatura constante (22 ±
1ºC) e sob um ciclo claro-escuro de 12 horas, iniciando-se a fase clara às 7h da
manhã. A água dos tanques foi trocada diariamente.
Material e Método
31
Figura 7. Tanque de privação de sono pelo método de plataforma única. O
tanque foi adaptado para melhor circulação dos gases dentro do aparelho de hipóxia
e maior interação entre os animais.
4.4 Restrição de sono (RS)
Os animais foram submetidos à RS pelo método da plataforma única
(descrito no item 4.3). Diariamente, os ratos foram alojados sobre uma
plataforma circular em tanque com água, durante 18 horas (das 16 às 10h do dia
seguinte). Às 10h os animais foram alojados (n=6) em gaiolas de polipropileno
(41 x 34 x 17,5 cm), onde permaneceram até as 16h, permitindo-se assim 6
horas de sono (das 10 às 16h) (Machado et al., 2005). Quando os animais foram
agrupados, manteve-se o cuidado de alojar dois grupos distintos em uma mesma
gaiola. Esse procedimento foi adotado para minimizar as diferenças entre os
grupos.
Material e Método
32
4.5 Delineamento experimental
4.5.1 Grupos experimentais
Nos experimentos de HI e/ou PSP por 3 ou 4 dias, os ratos foram
distribuídos em quatro grupos:
(1) Controle (CTRL)
(2) Hipóxia intermitente (HI)
(3) Privação de sono paradoxal (PSP)
(4) Hipóxia intermitente associada à privação de sono paradoxal (HI-PSP)
Figura 8. Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 3 ou 4
dias. Os animais foram expostos à hipóxia durante a fase clara do ciclo (das 7 às 19h) e
durante a fase escura (das 19 às 7h), sendo mantidos com a concentração de O
2
igual a
21%. Os animais do grupo PSP foram submetidos à PSP pelo método da plataforma única
durante 3 ou 4 dias consecutivos. Os ratos do grupo HI-PSP foram alojados na câmara de
hipóxia e submetidos à HI concomitante à PSP. Os ratos do grupo CTRL e HI foram
mantidos isolados na sala de experimentação em um tanque com serragem, para
assemelharem-se às condições ambientais dos grupos PSP.
7-19h PSP
19-7h PSP
Período escuro
19-7h PSP
7-19h HI-PSP
7-19h HI 19-7h CTRL
19-7h CTRL
7-19h CTRL
3 ou 4 dias
Período claro
7-19h PSP
19-7h PSP
Período escuro
19-7h PSP
7-19h HI-PSP
7-19h HI 19-7h CTRL
19-7h CTRL
7-19h CTRL
3 ou 4 dias
Período claro
7-19h PSP
19-7h PSP
Período escuro
19-7h PSP
7-19h HI-PSP
7-19h HI 19-7h CTRL
19-7h CTRL
7-19h CTRL
3 ou 4 dias
Período claro
Material e Método
33
Nos experimentos de HI e/ou RS por 21 dias, os ratos foram distribuídos
em quatro grupos:
(1) Controle (CTRL)
(2) Hipóxia intermitente (HI)
(3) Restrição de sono (RS)
(4) Hipóxia intermitente associada à restrição de sono (HI-RS)
Figura 9. Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou RS por 21 dias.
Para a realização da hipóxia, os animais dos grupos HI e HI-RS foram alojados em gaiolas
com serragem e alocados na câmara de hipóxia das 10 às 16h, durante 21 dias
consecutivos. Diariamente, os animais dos grupos CTRL e HI foram alojados em gaiolas
individuais, e os ratos dos grupos RS e HI-RS foram transferidos para o tanque de PSP das
16 às 10h do dia seguinte. Os animais dos grupos CTRL e HI também foram alojados em
gaiolas individuais por 18 horas, com o objetivo de mimetizar as condições experimentais.
Período escuro
10-16h HI
21 dias
Período claro
7-10h
10-16h CTRL
19-7h CTRL
16-19h
19-7h CTRL
7-10h
16-19h
10-16h HI
7-10h
19-7h RS
16-19h
10-16h HI
7-10h
19-7h RS
10-16h CTRL
16-19h
Período escuro
10-16h HI
21 dias
Período claro
7-10h
10-16h CTRL
19-7h CTRL
16-19h
19-7h CTRL
7-10h
16-19h
7-10h
10-16h CTRL
19-7h CTRL
16-19h
19-7h CTRL
7-10h
16-19h
10-16h HI
7-10h
19-7h RS
16-19h
10-16h HI
7-10h
19-7h RS
16-19h
7-10h
19-7h RS
16-19h
10-16h HI
7-10h
19-7h RS
10-16h CTRL
16-19h
7-10h
19-7h RS
10-16h CTRL
16-19h
Material e Método
34
EXPERIMENTO 1:
EFEITOS COMPORTAMENTAIS E NEUROQUÍMICOS APÓS A EXPOSIÇÃO À
HIPÓXIA INTERMITENTE E PRIVAÇÃO DE SONO PARADOXAL EM RATOS
DURANTE 3 DIAS
Para a realização da HI, os animais foram alojados dentro da câmara de
hipóxia durante as 12 horas da fase clara do ciclo claro-escuro. Os animais do
grupo PSP foram mantidos na mesma sala de experimentação nos tanques de PSP
durante 3 dias consecutivos. Os ratos do grupo HI-PSP foram alojados na câmara
de hipóxia e submetidos à HI durante as 12 horas da fase clara do ciclo claro-
escuro, associada à PSP durante 24 horas consecutivas. Ao final dos 3 dias, os
animais foram sacrificados por decapitação, o sangue foi coletado para a dosagem
sérica de corticosterona, e o cérebro, removido para a dissecação do córtex,
estriado e hipocampo.
Figura 10. Delineamento experimental do experimento de HI e/ou PSP por 3
dias. Após 3 dias, os animais foram avaliados no labirinto em cruz elevado e
sacrificados para a coleta de tecido e sangue.
Habituação
PSP
0
3
Avaliação
comportamental/
coleta dos
tecidos e de
san
g
ue
HI e/ou PSP
3 dias
Material e Método
35
EXPERIMENTO 2:
ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS, COGNITIVAS E NEUROQUÍMICAS
INDUZIDAS PELA HIPÓXIA INTERMITENTE E RESTRIÇÃO DE SONO EM
RATOS DURANTE 21 DIAS
A atividade geral dos animais foi avaliada por meio da caixa de atividade
três dias antes do início do experimento (basal) e 4, 7, 14 e 21 dias após a
exposição à HI e/ou RS. Depois da avaliação comportamental, os animais
(n=9/grupo) foram decapitados, o sangue foi coletado para dosagem sérica de
corticosterona, e seus cérebros foram removidos para a dissecação do córtex pré-
frontal e estriado para a quantificação de monoaminas. Os experimentos foram
conduzidos, utilizando-se 9 ratos por grupo.
Para a avaliação cognitiva, diferentes grupos de ratos (n=12/grupo) foram
submetidos à sessão de treino da tarefa de esquiva inibitória após 4 e 20 dias de
exposição à HI e/ou RS e, depois de 24 horas, realizou-se a sessão de teste.
Somente nessa tarefa um grupo de ratos foi submetido à PSP durante 4 dias
consecutivos. Após 21 dias, os ratos (n=3/grupo) submetidos à tarefa de esquiva
inibitória foram decapitados, e seus cérebros removidos para a dissecação da
substância negra e do estriado para quantificação da expressão da enzima tirosina
hidroxilase.
Figura 11. Delineamento experimental do experimento de HI e/ou RS por 21
dias. Avaliação temporal da atividade motora e da função cognitiva. Após 21 dias,
os animais foram sacrificados para a coleta de tecido e sangue.
3
d
i
as
0
4
Motor/
Treino
esquiva
inibitória
21
Motor/
Teste
esquiva
inibitória /
coleta de
tecido e de
sangue
7
Motor
14
Motor
HI e/ou RS
Motor
basal
20
Treino
esquiva
inibitória
5
Teste
esquiva
inibitória
Material e Método
36
EXPERIMENTO 3:
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGÜÍNEOS ASSOCIADOS
AO RISCO CARDIOVASCULAR EM RATOS SUBMETIDOS À HIPÓXIA
INTERMITENTE E PRIVAÇÃO DE SONO PARADOXAL DURANTE 4 E 21 DIAS
Para realizar a avaliação do valor de pH e da concentração dos gases O
2
e
CO
2
arterial, foram coletadas amostras basais após 1, 5, 10 e 20 ciclos de HI (10%
a 21% de O
2
a cada 2 minutos). Os experimentos foram conduzidos, utilizando-se 5
ratos.
Para a realização da HI, os animais foram alojados dentro da câmara de
hipóxia durante as 12 horas da fase clara do ciclo claro-escuro. Os animais do
grupo PSP foram mantidos na mesma sala de experimentação, nos tanques de
PSP, durante quatro dias consecutivos. Os ratos do grupo HI-PSP foram alojados
na câmara de hipóxia e submetidos à HI durante as 12 horas da fase clara do ciclo
claro-escuro, associada à PSP durante 24 horas consecutivas. Ao final dos 4 dias
de HI e/ou PSP, os animais foram sacrificados por decapitação e o sangue foi
coletado. Os experimentos foram conduzidos, utilizando-se 10 ratos por grupo.
Para observar os efeitos da exposição crônica, os animais foram
submetidos à HI das 10 às 16h, durante 21 dias consecutivos. Diariamente, os
animais dos grupos HI e CTRL foram alojados em gaiolas individuais, e os ratos
dos grupos RS e HI-RS foram transferidos para o tanque de privação de sono das
16 às 10h do dia seguinte. Ao final dos 21 dias de HI e/ou RS, os animais foram
sacrificados por decapitação e o sangue foi coletado. Os experimentos foram
conduzidos, utilizando-se 9 ratos por grupo.
Material e Método
37
Figura 12. Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 4
dias e de HI e/ou RS por 21 dias. Após 4 e 21 dias, os animais foram sacrificados
para a coleta de sangue.
Habituação
PSP
0
4
Coleta de
sangue
HI e/ou PSP
21
Coleta de
sangue
0
HI e/ou RS
3 dias
Habituação
RS
3 dias
Material e Método
38
EXPERIMENTO 4:
AVALIAÇÃO DOS PARAMÊTROS BIOQUÍMICOS SANGÜÍNEOS ASSOCIADOS
AO RISCO CARDIOVASCULAR EM RATOS SUBMETIDOS À HIPÓXIA
INTERMITENTE E PRIVAÇÃO DE SONO DURANTE 3 DIAS
No experimento agudo, os animais foram expostos à HI durante a fase
clara do ciclo (das 7 às 19h) e durante a fase escura (das 19 às 7h), sendo
mantidos na câmara de hipóxia com a concentração de O
2
igual a 21% durante 3
dias. Os animais do grupo PSP foram submetidos à privação de sono pelo método
da plataforma única, durante 3 dias consecutivos. Os ratos do grupo HI-PSP foram
alojados na câmara de hipóxia e submetidos à HI concomitante à PSP.
Figura 13. Delineamento experimental dos experimentos de HI e/ou PSP por 3
dias. Após 3 dias, os animais foram sacrificados para a coleta de sangue.
0
3
Coleta de
sangue
Habituação
PSP
HI e/ou PSP
3 dias
Material e Método
39
4.6 Análise do valor de pH e gases arteriais
4.6.1 Quantificação do valor de pH e da concentração dos gases O
2
e CO
2
arterial
Para a realização dos ensaios de avaliação do valor de pH e da
concentração dos gases O
2
e CO
2
arterial no modelo de HI, utilizaram-se cinco
ratos, os quais foram anestesiados com halotano e canulados por meio de um tubo
de polietileno PE-10 na artéria femoral. Essa cânula foi conectada a um tubo de
polietileno PE-50, que foi inserido na camada subcutânea do animal e conectado,
na região dorsal, a uma cânula metálica. A cânula de polietileno foi preenchida com
NaCl a 0,9%, contendo heparina (50 U/mL) e penicilina G procaína (2000 U/mL). A
cirurgia e a cânula não alteraram as funções das patas posteriores dos ratos. Após
12 dias de recuperação da cirurgia, amostras de sangue (150 μL) foram coletadas
em capilares contendo heparina. As amostras basais (21% de O
2
) e após 1, 5, 10 e
20 ciclos de HI (2 minutos de 10% a 21% de O
2
) foram coletadas e imediatamente
analisadas por meio de um Blood Gas Analyzer (Instrumentation Laboratory 16/20,
Itália).
4.7 Análise dos fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular
4.7.1 Coleta das amostras
Para a avaliação dos parâmetros sangüíneos relacionados ao risco
cardiovascular, os animais foram decapitados no período das 9 às 11h. As
amostras para a dosagem de homocisteína e cisteína foram coletadas utilizando-se
tubos com anticoagulante (EDTA) e centrifugadas a 1.814 x g a 4ºC por 8 minutos.
Para a determinação da concentração de triglicérides, colesterol total e frações, das
vitaminas folato, B
6
e B
12
, as amostras foram coletadas em tubos secos, sem
anticoagulante, e centrifugadas a 2.469 x g a 20ºC por 20 minutos, em temperatura
ambiente. As amostras de plasma e soro foram armazenadas a -80°C para análise
posterior.
Material e Método
40
4.7.2 Quantificação da concentração de homocisteína e cisteína
A análise dos níveis das concentrações de homocisteína e cisteína totais
plasmáticas foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC – High
performance liquid chromatography), detector fluorimétrico e sistema isocrático,
como descrito por Pfeiffer e colaboradores (1999).
Para realizar a análise quantitativa, construiu-se uma curva de calibração a
partir de cinco soluções de homocisteína em concentrações crescentes de 3,125 μ
M, 6,25 μM, 12,5μM, 25,0μM e 50,0μM, uma curva de calibração a partir de cinco
soluções de cisteína em concentrações crescentes de 50 μM, 100 μM, 200 μM, 400
μM e 800 μM e de um padrão interno de cistamina com concentração constante de
10μM. Por interpolação, o programa de análise de dados do sistema de HPLC dá à
equação correspondente a quantificação dos níveis das concentrações de
homocisteína e cisteína plasmáticas nos ensaios.
Utilizou-se o HPLC (Shimadzu, Japão) composto por um injetor automático
de amostras SIL-10Advp, um detector de fluorescência RF-10AXL, uma coluna
analítica da marca Phenomenex C18 (modelo Prodigy ODS2, 150mm x 3,2mm e
micropartículas de 5,0μm) e uma pré-coluna C18 (modelo Alltech ODS, 30mm x
3,2mm e micropartículas de 5,0μm). Na coluna ocorreram as separações dos
compostos, enquanto a detecção da fluorescência se realizou com detector
ajustado para excitação a 385ηm e emissão a 515ηm. A análise cromatográfica foi
realizada com uma fase móvel composta de tampão ácido acético/acetato 0,1M (pH
5,5) com 30mL/L de metanol grau cromatográfico em um fluxo de 0,7mL/min.
4.7.3 Quantificação da concentração de triglicérides, colesterol total e frações
As concentrações de triglicérides, colesterol total e HDL colesterol foram
analisadas a partir do ensaio enzimático colorimétrico automatizado ADVIA 16/50®
(BAYER Diagnostics Corporation, Alemanha). Para a determinação da
concentração de LDL-colesterol foi empregada a fórmula de Friedewald: [LDL =
colesterol total - (HDL + triglicérides/5)]. Para o cálculo dos níveis de VLDL-
Material e Método
41
colesterol utilizou-se a fórmula: [VLDL = triglicérides/5]. Os resultados foram
expressos em mg/dL de sangue.
4.7.4 Quantificação da vitamina B
6
e folato
A dosagem da vitamina B
6
e a de folato foi baseada no método de Sharma
e Dakshinamurti (1992) para a aplicação em HPLC com detecção ultravioleta (UV)
e eluição isocrática. Para essa metodologia, utilizou-se um padrão de vitamina B
6
(piridoxal-5-fosfato – Sigma) e um de ácido fólico (Sigma), ambos com
concentração de 1 mg/dL (diluídos em H
2
O milliQ).
As amostras foram submetidas ao processo de extração com ácido
metafosfórico (Merck) a 10%, em uma proporção de 3:1, agitadas por 30 segundos
e depois centrifugadas em 1.232 x g por 20 minutos. Para a análise no HPLC, o
sobrenadante de cada amostra preparada foi transferido para tubos e colocado
para leitura. Todas as etapas da extração foram realizadas em microtubo escuro
para minimizar a degradação das vitaminas, que são fotossensíveis.
Utilizou-se o HPLC (Shimadzu, Japão) composto por um injetor automático
de amostras SIL-10Advp, um detector de UV SPD-10A vp, uma coluna analítica da
marca Phenomenex (modelo Bondclone C18, 300 x 3,9mm e micropartículas de 10
μm) e uma pré-coluna C18 (modelo Alltech ODS, 30 x 3,2mm e micropartículas de
5,0μm). Na coluna obtiveram-se as separações dos compostos detectadas por UV
ajustada para comprimento de onda de 290ηm. A análise cromatográfica foi
realizada com uma fase móvel composta de 18% de acetonitrila, 2% de ácido
metafosfórico a 5% em água milliQ, em um fluxo de 1mL/min. O tempo de retenção
foi de 2,93 minutos para a vitamina B
6
e 4,09 minutos para o folato. A concentração
sérica das vitaminas foi calculada em relação aos padrões de vitamina B
6
e folato.
Material e Método
42
4.7.5 Quantificação da vitamina B
12
Para a medida da vitamina B
12
, utilizou-se o sistema automático de
quimiluminescência ACS:180® (BAYER Diagnostics Corporation, Alemanha). Os
resultados foram expressos em pg/mL de sangue.
4.8 Análise da concentração sérica de corticosterona
4.8.1 Coleta de sangue para a obtenção de soro
Todos os animais dos grupos experimentais e controles foram submetidos à
coleta de sangue por decapitação. O sangue, imediatamente coletado em tubo seco,
sem anticoagulante, foi centrifugado a 2.469 x g a 20ºC por 20 minutos em
temperatura ambiente para a obtenção do soro, o qual foi armazenado em
eppendorfs de polietileno em freezer -80°C até o momento da realização das
dosagens. Todos os animais foram decapitados, de forma intercalada, entre 9 e 11h.
4.8.2 Quantificação de corticosterona sérica
A técnica de radioimunoensaio foi utilizada para determinar os níveis séricos
de corticosterona (ICN Biomedicals, Costa Mesa, CA, EUA) específicos para ratos e
camundongos. Os valores obtidos foram expressos em ng/mL.
4.9 Avaliação comportamental
4.9.1 Caixa de atividade
A caixa de atividade (Insight, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) consiste em
uma câmara de acrílico transparente (41 x 41 x 41 cm) com seis barras de
sensores. Tais sensores detectam o movimento do animal por meio do programa
Monitor de Atividades®, acoplado a um computador. A posição relativa do animal
foi calculada pela média aritmética dos sensores acionados nos eixos x e y.
Material e Método
43
Os animais foram colocados individualmente no centro da caixa de
atividade, e seu comportamento foi avaliado por 5 minutos. Durante a observação
foram registrados a distância percorrida (cm), a velocidade média (cm/s), a
freqüência de levantar (apoio somente nas patas posteriores, com o tronco
perpendicular ao chão da caixa de atividade), a duração de imobilidade (sem
nenhuma atividade motora, permanecendo estático em relação à cabeça, tronco e
patas), a duração de limpeza da pelagem, genitália e focinho (grooming) e os bolos
fecais. Foram utilizados cronômetros para o controle do tempo de duração de
imobilidade e limpeza. A caixa de atividade foi limpa com solução de etanol a 5%
após a observação de cada animal. Os ratos foram expostos à caixa de atividade
das 8 às 9h30min.
Figura 14. Caixa de atividade (Insight, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil). Avalia a
atividade motora do animal por meio de sensores que detectam o seu movimento pelo
programa acoplado a um computador (Monitor de Atividades®).
Material e Método
44
4.9.2 Labirinto em cruz elevado
O labirinto em cruz elevado foi proposto por Pellow (1985) para avaliar o
estado de ansiedade do animal. Consiste em dois braços opostos fechados e dois
opostos abertos, apresentando 38 cm de altura do chão. Os animais foram
colocados individualmente no centro do labirinto em cruz elevado, e seu
comportamento foi avaliado durante 5 minutos. Durante a observação, foi anotado o
número de entradas do animal nos braços abertos e fechados, a porcentagem do
tempo de permanência nesses braços, bem como o tempo de permanência no
centro do labirinto. O equipamento foi limpo com solução de etanol a 5% após a
observação de cada animal. Os ratos foram expostos ao labirinto em cruz elevado
em uma única sessão, no período das 8 às 9h30min.
Figura 15. Labirinto em cruz elevado. Aparelho proposto por Pellow, em 1985, para
avaliar o estado de ansiedade do animal.
Material e Método
45
4.9.3 Tarefa da esquiva inibitória
Após 20 dias de exposição à HI e/ou PSP, os animais foram submetidos à
sessão de treino da esquiva inibitória. A caixa de esquiva é dividida em dois
compartimentos iguais, os quais foram separados por uma porta-guilhotina. Na
sessão de treino, os animais foram alojados individualmente no compartimento
escuro da caixa de condicionamento e, após um período de habituação de 10
segundos, a porta-guilhotina foi aberta automaticamente. Ao atravessar o
compartimento, o animal recebeu um choque nas patas de 0,8 mA com duração de
1 segundo. Na sessão de teste, realizada 24 horas após a sessão de treino, os
animais foram submetidos ao mesmo procedimento; entretanto, não receberam o
choque nas patas. O tempo de latência da passagem para o compartimento escuro
foi registrado automaticamente nas sessões de treino e teste.
Figura 16. Aparelho de esquiva inibitória. Teste utilizado para avaliação da aquisição
e retenção da memória em roedores.
Material e Método
46
4.10 Avaliação neuroquímica
4.10.1 Determinação do conteúdo de monoaminas no encéfalo de ratos
Para a determinação da concentração de monoaminas, os animais foram
decapitados e seus encéfalos foram removidos para a dissecação do córtex frontal,
estriado e hipocampo. Todos os procedimentos de dissecação foram conduzidos
rapidamente em uma superfície contendo gelo seco. Foram anotadas as massas
dos tecidos a fresco, e esses foram armazenados a -80°C para análise posterior.
Os níveis endógenos de monoaminas foram analisados por cromatografia
de fase reversa com detecção eletroquímica e eluição isocrática, como descrito por
Naffah-Mazzacoratti e colaboradores (1992). Para tanto, utilizou-se o HPLC
(Shimadzu, Japão) composto por uma bomba modelo LC-10Advp (Shimadzu,
Japão), um detector eletroquímico L-ECD-6 A (0,5 V, Shimadzu, Japão) e um
injetor Rheodyne com loop de 100μL. Acoplado ao sistema, foi utilizada uma coluna
de fase reversa C18, 5μM (4,6 mm x 250 mm, Brownlee, Applied Biosystems,
Estados Unidos), com pré-coluna RP18, 7μM (15 x 3,2mm, Brownlee, Applied
Biosystems, Estados Unidos). A análise cromatográfica foi realizada com uma fase
móvel composta por fosfato de sódio dibásico 20mM, ácido cítrico 20mM, metanol a
10%, Na
2
EDTA 0,12 mM, ácido heptanessulfônico 566 ng/mL e pH 2,64, em um
fluxo de 0,8mL/min. As amostras foram homogeneizadas em 300 µl de ácido
perclórico (0,1 M) e centrifugadas 12.000 x g por 10 minutos. A quantificação das
monoaminas foi realizada pela comparação das áreas sob a curva das amostras,
dos padrões do precursor das catecolaminas L-3,4 - diidroxifenilalanina (L-DOPA),
da adrenalina, da noradrenalina (NA), da dopamina (DA) e dos seus metabólicos –
o ácido 3,4 -diidroxifenilacético (DOPAC) e o ácido homovanílico (HVA), da
serotonina (5-HT) e seu metabólico – o ácido 5 - hidroxindolacético (5-HIAA), além
do padrão interno diidroxibenzilamina (DHBA). Os valores obtidos foram expressos
em ng/g de tecido úmido.
Material e Método
47
4.11 Avaliação da expressão da tirosina hidroxilase
4.11.1 Extração de proteínas
Após a decapitação, os encéfalos foram dissecados rapidamente para a
retirada bilateral da substância negra e estriado. Essas estruturas foram
imediatamente congeladas em nitrogênio líquido, evitando-se assim a degradação
de seus conteúdos protéicos. Posteriormente, os tecidos isolados foram
homogeneizados por sonicação, em tampão de lise refrigerado (pH 7,4), contendo
50 mM de Tris-HCl, 120 mM de NaCl, 1% de NP-40, 0,1% de dodecil sulfato de
sódio (sodium dodecyl sulfate – SDS), 0,25% de deoxicolato de sódio, 0,25% de
ditiotreitol (dithiothreitol – DTT), 20 μM de fluoreto de fenilmetilsulfonila
(phenylmethylsulfonyl fluoride – PMSF) e tablete completo de inibidor de proteases
(Roche, Alemanha). O extrato foi então centrifugado a 10.000 x g, 4°C por
40 minutos. O sobrenadante correspondeu ao extrato protéico total, o qual foi
congelado a -80°C em alíquotas, para posterior dosagem de proteínas totais.
4.11.2. Dosagem de proteínas
A concentração de proteínas totais no extrato foi determinada pelo método
de Lowry (Lowry et al., 1951). A dosagem de proteínas foi realizada após lise do
tecido. Uma solução de soro albumina bovina (1 mg/mL) foi utilizada como padrão.
4.11.3 Western blotting
Para o experimento de imunodetecção (Western blotting), foi utilizada
metodologia-padrão, conforme descrito por Sambrook e Gething (1989).
Resumidamente, as amostras de 5 μg de proteína foram aplicadas em gel de
poliacrilamida-SDS a 10%. Após eletroforese, as proteínas foram transferidas para
a membrana de fluoreto de polivinilidina (polyvinylidene fluoride - PVDF), as quais
foram reagidas por 16 horas com anticorpo específico contra tirosina hidroxilase
(1:1000, Sigma, EUA) e β-tubulina III (1:5.000, Amesham, EUA). Em seguida, por
Material e Método
48
uma hora, com o anticorpo secundário conjugado com peroxidase (anti-mouse IgG
HRP 1:5.000, Pharmigen, EUA). A visualização foi realizada com o sistema de
quimioluminescência (ECL, Santa Cruz Biotechnology, EUA) e filmes Kodak T-Mat.
As bandas obtidas foram analisadas por densitometria óptica, com o auxílio do
software Image J, domínio público (http://rsb.info.nih.gov.ij/).
Análise Estatística
49
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os testes de Bartlett e Kolmogorov-Smirnov foram empregados para avaliar
a homocedasticidade das variâncias e distribuição normal dos dados,
respectivamente. Na ausência de homocedasticidade (Bartlett) e distribuição
normal (Kolmogorov-Smirnov), os dados foram transformados utilizando-se raiz
quadrada e representados pela média ± desvio-padrão (DP). O nível de
significância considerado foi p<0,05. O programa STATISTICA 6.0 foi empregado
para efetuar as análises.
As concentrações de O
2
e CO
2
arteriais e o valor de pH foram analisados
por meio da análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas, seguida do
teste post hoc de Newman-Keuls quando apropriado.
Todos os parâmetros avaliados na caixa de atividade e o número de
entradas nos braços fechados foram analisados por meio da ANOVA de uma via,
seguida do teste post hoc de Tukey quando apropriado. A porcentagem do tempo
de permanência e a do número de entradas nos braços abertos e nos braços
fechados foi analisada pelo teste não-paramétrico da ANOVA de Kruskall-Wallis,
seguido do teste U de Mann-Whitney quando apropriado. Os dados da esquiva
passiva dos grupos CTRL e PSP, durante 4 dias consecutivos, foram analisados
pelo teste t-Student para amostras independentes. Os dados dos outros grupos
foram analisados por meio da ANOVA de uma via, seguida do teste post hoc de
Tukey quando apropriado.
Os dados da concentração sérica de corticosterona das dosagens
neuroquímicas e de western blotting foram analisados por meio da ANOVA de uma
via, seguida do teste post hoc de Tukey quando apropriado.
Os resultados dos fatores bioquímicos sangüíneos associados ao risco
cardiovascular foram avaliados por meio da análise de co-variância (ANCOVA),
seguida do teste post hoc de Tukey quando apropriado.
Resultados
50
6. RESULTADOS
6.1 Avaliação do pH, da concentração dos gases pO
2
e pCO
2
arteriais após
exposição à hipóxia intermitente
Ao final do primeiro ciclo de hipóxia, foi observado aumento do pH arterial
em comparação à amostra basal [F
(4,16)
= 31,3; p<0,001]. Esse aumento no pH
manteve-se após 5, 10 e 20 ciclos de HI. Em relação à concentração dos gases
pO
2
e pCO
2
arteriais, verificou-se redução desses dois parâmetros nos animais
após 1, 5, 10 e 20 ciclos de HI, em comparação à concentração basal [F
(4,16)
=
123,9; p<0,001 e F
(4,16)
= 11,9; p<0,001, respectivamente].
Tabela 2: Quantificação do valor de pH e da concentração dos gases pO
2
e pCO
2
arteriais após 1, 5, 10 e 20 ciclos de hipóxia intermitente.
Basal 1 ciclo 5 ciclos 10 ciclos 20 ciclos
pH
7,46 ± 0,02 7,58 ± 0,02** 7,58 ± 0,01** 7,59 ± 0,02** 7,61 ± 0,01**
pO
2
92,8 ± 3,96 43,4 ± 4,33** 44,0 ± 3,74** 44,4 ± 4,50** 41,6 ± 5,81**
pCO
2
36,3 ± 4,78 28,2 ± 3,17* 28,8 ± 3,58* 28,8 ± 3,77* 25,1 ± 1,98**
Os valores estão representados pelas médias ± DP, pO
2
e pCO
2
em mmHg, ANOVA para
medidas repetidas, seguida do teste post hoc de Newman-Keuls. *p<0,01 e **p<0,001,
quando comparados aos parâmetros basais.
Resultados
51
6.2 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na ansiedade em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado
A Figura 17 ilustra a porcentagem do número de entradas, nos braços
abertos e fechados, dos ratos avaliados durante 5 minutos no labirinto em cruz
elevado. Em relação ao número de entradas nos braços abertos e fechados, não se
observou diferença estatisticamente significativa entre os grupos [H
(3,36)
= 1,53;
p=0,67].
Figura 17. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no número de entradas nos braços
abertos e fechados (%) em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado.
Os valores
estão representados pelas médias ± DP. ANOVA de Kruskal-Wallis.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Entradas nos braços abertos (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Entradas nos braços fechados (%)
Resultados
52
A Figura 18 ilustra a porcentagem do tempo total de permanência, nos
braços abertos, dos ratos avaliados no labirinto em cruz elevado. O teste não-
paramétrico, ANOVA de Kruskal-Wallis, mostrou que não houve diferença
estatística significativa no tempo de permanência nos braços abertos e fechados
[H
(3,36)
= 4,84; p=0,18].
Figura 18. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no tempo de permanência nos braços
abertos e fechados (%) em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado.
Os valores
estão representados pelas médias ± DP. ANOVA de Kruskal-Wallis.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Tempo nos braços abertos (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo nos braços fechados (%)
Resultados
53
Em relação ao número de entradas nos braços fechados, a ANOVA de uma
via mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (F
(3,32)
= 5,75;
p<0,003). A análise a posteriori mostrou que os ratos do grupo PSP apresentaram
aumento desse parâmetro em comparação aos animais dos grupos CTRL e HI.
Entretanto, essa diferença não foi observada nos ratos do grupo HI-PSP.
Figura 19. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no número de entradas nos braços
fechados em ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado.
Os valores estão
representados pelas médias ± DP. ANOVA de uma via, seguida do teste post hoc de Tukey. *
p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; # p<0,05 quando comparado ao grupo HI.
0
5
10
15
20
*
#
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Número de entradas nos braços fechados
Resultados
54
6.3 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração sérica de corticosterona em ratos
Os valores de corticosterona estão representados na Figura 20. A ANOVA
de uma via revelou diferença estatisticamente significativa entre os grupos [F
(3,30)
=
6,24; p<0,01]. Os ratos expostos à PSP apresentaram aumento na concentração
de corticosterona quando comparados aos animais dos grupos CTRL (p<0,05).
Nos ratos do grupo HI-PSP, a concentração de corticosterona foi maior quando
comparada aos ratos dos grupos CTRL (p<0,01) e HI (p<0,02).
Figura 20. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP na concentração sérica de
corticosterona (ng/mL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANOVA
de uma via, seguida do teste post hoc de Tukey. * p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; #
p<0,05 quando comparado ao grupo HI.
0
100
200
300
400
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
*
*
#
Corticosterona (ng/mL)
Resultados
55
6.4 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado e
hipocampo
A Tabela 3 ilustra os efeitos da HI e PSP na concentração de monoaminas
no córtex frontal, estriado e hipocampo. A ANOVA de uma via, seguida do teste
post hoc de Tukey mostrou que os ratos do grupo PSP apresentaram aumento
estatisticamente significativo na concentração de adrenalina estriatal em
comparação aos ratos dos grupos CTRL e HI [F
(3,32)
= 6,39; p<0,002]. Essa
alteração não foi observada no grupo HI-PS. Os ratos dos grupos PSP e HI-PSP
apresentaram aumento estatisticamente significativo na concentração do HVA no
hipocampo em comparação aos ratos do grupo CTRL [F
(3,29)
= 4,04; p<0,02]. Não
houve diferença estatisticamente significativa nas demais monoaminas analisadas
das amostras do córtex frontal, estriado e hipocampo.
Resultados
56
Tabela 3: Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado e
hipocampo.
CTRL HI PSP HI-PSP
Córtex frontal
L-DOPA 108,0 ± 61,1 158,5 ± 93,5 92,3 ± 50,4 108,9 ± 67,8
Adrenalina 22,3 ± 14,1 18,5 ± 3,8 25,3 ± 15,4 20,0 ± 14,3
NA 1500,6 ± 559,3 1682,0 ± 545,9 1449,1 ± 446,4 1454,3 ± 493,4
DA 11,4 ± 14,0 11,2 ± 6,3 7,8 ± 4,2 6,2 ± 4,5
DOPAC 65,3 ± 79,8 76,5 ± 66,1 83,6 ± 45,3 71,4 ± 40,1
HVA 88,5 ± 27,1 75,3 ± 17,0 86,1 ± 27,1 89,0 ± 18,3
5-HT 49,2 ± 28,0 73,2 ± 31,1 68,9 ± 38,8 44,5 ± 44,5
5-HIAA 34,2 ± 38,1 44,9 ± 53,2 22,9 ± 16,0 36,0 ± 57,8
Estriado
L-DOPA 190,0 ± 84,6 237,0 ± 220,9 175,6 ± 84,6 158,7 ± 92,3
Adrenalina 79,3 ± 20,5 66,8 ± 15,3 131,4 ± 49,0*# 102,9 ± 36,3
NA 1192,6 ± 341,1 1160,4 ± 328,0 1238,8 ± 321 1320,7 ± 464,1
DA 12127,2 ± 4468,0 13919,8 ± 4780,0 14687,2 ± 2060,0 15385,0 ± 2327,0
DOPAC 3087,9 ± 762,8 3564,9 ± 681,6 3565,8 ± 877,8 3529,6 ± 1107,0
HVA 635,8 ± 157,4 591,2 ± 295,2 840,0 ± 247,9 827,5 ± 237,2
5-HT 973,7 ± 332,2 862,0 ± 312,8 981,1 ± 316,6 985,1 ± 316,2
5-HIAA 985,5 ± 313,6 1104,2 ± 300,8 1249,5 ± 303,4 1195,1 ± 447,3
Hipocampo
L-DOPA 107,4 ± 71,0 143,4 ± 64,0 159,9 ± 84,2 157,2 ± 72,6
Adrenalina 49,0 ± 32,4 47,6 ± 17,6 70,3 ± 33,6 74,4 ± 51,3
NA 618,5 ± 190,3 670,6 ± 170,8 579,3 ± 234,1 658,4 ± 184,6
DA 68,9 ± 44,9 51,6 ± 34,8 70,2 ± 35,1 88,6 ± 59,0
DOPAC 116,7 ± 50,4 108,8 ± 50,7 135,8 ± 105,8 115,1 ± 35,7
HVA 681,2 ± 129,8 875,7 ± 124,1 1014,8 ± 320,6 * 1030,4 ± 306,2 *
5-HT 273,9 ± 111,8 432,5 ± 312,5 286,0± 180,4 328,1 ± 239,5
5-HIAA 115,0 ± 126,6 165,2 ± 135,3 92,0 ± 48,5 120,3 ± 74,0
Os valores estão representados pelas médias ± DP em ng/g de tecido úmido. ANOVA, seguida do
teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; # p<0,05 quando comparado
ao grupo HI. Definição das abreviaturas: L-3,4-diidroxifenilalanina= L-DOPA, noradrenalina= NA,
dopamina= DA, ácido 3,4-diidroxifenilacético= DOPAC, ácido homovanílico= HVA, serotonina= 5-HT
e ácido 5-hidroxindolacético= 5-HIAA.
Resultados – Artigo Publicado I
57
Resultados – Artigo Publicado I
58
Resultados – Artigo Publicado I
59
Resultados – Artigo Publicado I
60
Resultados – Artigo Publicado I
61
Resultados – Artigo Publicado I
62
Resultados – Artigo Publicado I
63
Resultados – Artigo Publicado I
64
Resultados
65
6.5 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono (basal,
4, 7, 14 e 21 dias) na atividade geral em ratos submetidos à caixa de atividade
As Figuras 21, 22, 23, 24 e 25 ilustram a atividade geral dos ratos avaliados
na caixa de atividade. A ANOVA de uma via mostrou que não houve diferença
estatística entre os grupos na avaliação basal nos seguintes parâmetros: distância
percorrida [F
(3,32)
=2,61; p=0,07], velocidade [F
(3,32)
=2,53; p=0,07], freqüência de
levantar [F
(3,32)
=0,47; p=0,70], duração de imobilidade (a estatística não pôde ser
concluída porque os valores obtidos nessa análise foram iguais a 0), grooming
[F
(3,32)
=0,88; p=0,46].
Resultados
66
Em relação à distância percorrida (Fig. 21), a ANOVA de medidas repetidas
mostrou que houve diferença estatística nos grupos [F
(3,32)
=11,05; p<0,001] entre os
dias de avaliação [F
(4,128)
=2,62; p<0,04] e interação entre os fatores grupo e tempo
(F
(12,128)
=2,69; p<0,003). O teste post hoc de Tukey mostrou que os ratos dos
grupos RS e HI-RS apresentaram aumento estatisticamente significativo na
distância percorrida em comparação aos grupos CTRL e HI. No entanto, no 21º dia,
os animais CTRL percorreram menor distância (21 dias) em comparação à medida
basal.
Figura 21. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) na distância
(cm) de ratos submetidos à caixa de atividade.
Os valores estão representados pelas
médias ± DP. ANOVA, seguida do teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,05 quando comparado ao grupo HI; §p<0,05 quando comparado à avaliação basal;
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
4 dias 7 dias 14 dias
basal
21 dias
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
#
#
CTRL
HI
RS
HI-RS
§
Distância (cm)
Resultados
67
Na avaliação da velocidade (Fig. 22), a ANOVA de medidas repetidas
mostrou que houve diferença estatística entre os grupos [F
(3,32)
=11,21; p<0,001];
entretanto, não ocorreu diferença estatística significativa na variável tempo de
exposição [F
(4,128)
=2,07; p=0,09]. O teste post hoc de Tukey mostrou que os ratos
dos grupos RS e HI-RS apresentaram aumento estatisticamente significativo tanto
na distância percorrida como na velocidade de locomoção em comparação aos
grupos CTRL e HI.
Figura 22. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) na velocidade
(cm/s) de ratos submetidos à caixa de atividade.
Os valores estão representados pelas
médias ± DP. ANOVA, seguida do teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,05 quando comparado ao grupo HI.
0
5
10
15
20
4 dias 7 dias 14 dias
basal
21 dias
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
#
#
CTRL
HI
RS
HI-RS
Velocidade (cm/s)
Resultados
68
Após quatro dias de exposição à HI e/ou RS, os ratos apresentaram
aumento no número de levantar quando comparados aos animais dos grupos CTRL
e HI. O mesmo comportamento também foi observado após 7, 14 e 21 dias. Após
exposições sucessivas dos animais à caixa de atividade, os ratos CTRL (14 e 21
dias) e HI (21 dias) diminuíram o número de levantar, enquanto ocorreu aumento
desse parâmetro em comparação à média basal no grupo HI-RS (grupo
[F
(3,32)
=17,26; p<0,001], tempo [F
(4,128)
=2,88; p<0,02] e interação [F
(12,128)
=5,25;
p<0,001]).
Figura 23. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no número de
levantar de ratos submetidos à caixa de atividade.
Os valores estão representados pelas
médias ± DP. ANOVA, seguida do teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,05 quando comparado ao grupo HI; §p<0,05 quando comparado à avaliação basal.
0
20
40
60
80
100
4 dias 7 dias 14 diasbasal
21 dias
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
#
#
#
§
CTRL
HI
RS
HI-RS
Número de levantar
§
§
§
Resultados
69
Os ratos dos grupos RS e HI-RS apresentaram redução estatisticamente
significativa no tempo de imobilidade, após 14 dias de exposição [F
(3,32)
=4,04;
p<0,01]. Não foram observadas alterações estatisticamente significativas nos outros
dias de avaliação.
Figura 24. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no tempo de
imobilidade (s) de ratos submetidos à caixa de atividade.
Os valores estão representados
pelas médias ± DP. ANOVA, seguida do teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao
grupo CTRL.
0
10
20
30
40
50
60
4 dias 7 dias 14 diasbasal
21 dias
**
CTRL
HI
RS
HI-RS
Tempo de imobilidade (s)
Resultados
70
Em relação à duração de limpeza (Fig. 25), observou-se, utilizando a
ANOVA para medidas repetidas, que não houve diferença estatística entre os
grupos após 4, 7, 14, e 21 dias de exposição à HI e/ou RS (grupo [F
(3,32)
=0,23;
p<0,87] e tempo [F
(4,128)
=0,77; p<0,55]).
Figura 25. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (basal, 4, 7, 14 e 21 dias) no tempo de
limpeza (s) de ratos submetidos à caixa de atividade.
Os valores estão representados
pelas médias ± DP. ANOVA para medidas repetidas.
0
10
20
30
40
50
60
4 dias 7 dias 14 diasbasal
21 dias
CTRL
HI
RS
HI-RS
Tempo de limpeza (s)
Resultados
71
6.6 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono (5 e 21
dias) e PSP (4 dias consecutivos) no aprendizado e retenção da memória em
ratos submetidos à esquiva inibitória
As Figuras 26 e 27 ilustram as sessões de treino e teste dos ratos
avaliados na tarefa de esquiva passiva. Os animais submetidos à PSP, HI e/ou RS
não apresentaram alteração estatisticamente significativa no tempo de latência
durante a sessão de treino, quando comparados aos animais do grupo CTRL [PSP
t-Student t=0,2; p=0,82; 4 dias F
(3,42)
=0,82; p=0,48; 20 dias F
(3,41)
= 0,91; p=0,44].
Figura 26. Efeitos da exposição à PSP (4 dias), HI e/ou RS (4 e 20 dias) no tempo de
latência (s) em ratos submetidos à sessão de treino da tarefa de esquiva inibitória.
Os
valores estão representados pelas médias ± DP. Teste t-Student (PSP comparada ao CTRL) e
ANOVA de uma via (HI e/ou RS comparado com o CTRL).
0
50
100
150
200
250
300
CTRL PSP HI RS HI-RS HI RS HI-RS
Sessão de treino (s)
4 dias
20 dias
Resultados
72
Em relação à sessão de teste da tarefa de esquiva passiva, foi observada
redução no tempo de latência no grupo PSP em comparação ao grupo CTRL [t-
Student; t=-3,11; p<0,006]. Observou-se, ainda, que não houve diferença estatística
entre os grupos na sessão de teste, após exposição à HI e/ou RS no 5º
[F
(3,42)
=0,74; p=0,53] e 21º dia de exposição [F
(3,41)
=0,18; p=0,91].
Figura 27. Efeitos da exposição à PSP (rebote), HI e/ou RS (5 e 21 dias) no tempo de
latência (s) em ratos submetidos à sessão de teste da tarefa de esquiva inibitória.
Os
valores estão representados pelas médias ± DP. Teste t-Student (PSP comparada ao CTRL) e
ANOVA de uma via (HI e/ou RS comparada com o CTRL). *p<0,05 quando comparado ao grupo
CTRL.
0
100
200
300
400
CTRL PSP HI RS HI-RS HI RS HI-RS
Sessão de teste (s)
5 dias
Rebote
21 dias
*
Resultados
73
6.7 Efeitos da exposição crônica à hipóxia intermitente e/ou restrição de
sono (21 dias) na concentração de monoaminas no córtex frontal, estriado e
hipocampo em ratos
A Tabela 4 ilustra os dados referentes à concentração de monoaminas no
córtex frontal e estriado. Em relação à concentração de monoaminas no córtex
frontal, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na
concentração de adrenalina [F
(3,29)
=0,6; p=0,61], NA [H
(3,35)
=2,0; p=0,57], DA
[F
(3,28)
=1,6; p=0,19], DOPAC [F
(3,30)
=1,8; p=0,16], HVA [F
(3,30)
=0,1; p=0,95], 5HT
[F
(3,30)
=1,9; p=0,15] e 5HIAA [F
(3,31)
=0,4; p=0,73].
Foi observada redução estatisticamente significativa na concentração de
noradrenalina no estriado dos ratos submetidos à HI e HI-RS, em comparação aos
ratos do grupo CTRL (p<0,001) e RS (p<0,001) [F
(3,32)
=35,8; p<0,001]. Os ratos dos
grupos RS (p<0,04) apresentaram aumento da concentração de 5HIAA em
comparação ao grupo CTRL [F
(3,30)
=8,0; p<0,001], e os ratos do grupo HI-RS, em
comparação aos grupos CTRL (p<0,001) e HI (p<0,03).
Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na
concentração de L-DOPA [H
(3,30)
=1,1; p=0,77], adrenalina [F
(3,30)
=0,9; p=0,46],
DOPAC [F
(3,31)
=1,7; p=0,17], DA [F
(3,32)
=0,5; p=0,66], HVA [F
(3,31)
=1,4; p=0,24] e 5HT
[F
(3,30)
=2,6; p=0,06] no estriado de ratos.
Resultados
74
Tabela 4. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração de
monoaminas no córtex frontal e estriado.
CTRL HI RS HI-RS
Córtex frontal
Adrenalina 150,0 ± 83,4 214,5 ± 80,5 185,5 ± 76,4 230,4 ± 204,7
NA 484,3 ± 157,4 569,1 ± 42,7 534,1 ± 83,2 558,1 ± 115,1
DA 124,5 ± 27,6 203,0 ± 103,5 157,0 ± 74,2 137,6 ± 48,0
DOPAC 145,0 ± 61,7 242,1 ± 91,4 200,8 ± 85,1 170,9 ± 116,2
HVA 467,1 ± 158,5 462,9 ± 175,3 498,7 ± 141,0 469,4 ± 133,2
5-HT 795,3 ± 439,8 657,9 ± 465,2 473,8 ± 228,5 413,4 ± 307,7
5-HIAA 242,5 ± 266,2 171,4 ± 116,2 176,3 ± 95,4 122,2 ± 59,3
Estriado
L-DOPA 69,1 ± 22,9 67,9 ± 20,4 62,3 ± 36,8 148,0 ± 135,7
Adrenalina 126,6 ± 73,9 112,5 ± 50,6 93,3 ± 28,9 151,2 ± 95,2
NA 532,5 ± 91,0 214,4±80,5*¥ 545,1 ± 109,7 205,8 ± 96,7*¥
DA 17297,4 ± 2277,7 17068,7±3117,5 18643,6 ± 4130,5 18098,9 ± 1999,4
DOPAC 3418,2 ± 673,3 3600,1±557,3 3969,1 ± 482,5 3807,1 ± 325,7
HVA 1253,0 ± 566,1 877,2±226,2 1038,1 ± 304,0 999,7 ± 311,3
5-HT 1688,1 ± 395,1 1211,9±257,9 1498,5 ± 345,8 1251,5 ± 517,8
5-HIAA 669,6 ± 116,4 798,6±116,3 895,2 ± 145,9* 1068,2 ± 274,1*#
Os valores estão representados pelas médias ± DP em ng/g de tecido úmido. ANOVA,
seguida do teste post hoc de Tukey. *p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; #p<0,05
quando comparado ao grupo HI; ¥p<0,05 quando comparado ao grupo RS. Definição das
abreviaturas: L-3,4-diidroxifenilalanina= L-DOPA, noradrenalina=NA, dopamina=DA, ácido
3,4-diidroxifenilacético=DOPAC, ácido homovanílico=HVA, serotonina=5-HT e ácido 5-
hidroxindolacético=5-HIAA.
Resultados
75
6.8 Efeitos da exposição crônica à hipóxia intermitente e/ou restrição de
sono na expressão da enzima tirosina hidroxilase na substância negra e
estriado em ratos
As Figuras 28 e 29 ilustram os dados referentes à expressão da enzima
tirosina hidroxilase. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os
grupos na expressão da tirosina hidroxilase tanto no estriado [F(4,45)=1,2; p=0,23]
quanto na substância negra [F(4,45)=0,9; p=0,46].
Substância negra
Figura 28. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na expressão da enzima
tirosina hidroxilase na substância negra.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANOVA de uma via. Definição de abreviatura: Tirosina hidroxilase=TH; Notar CTRL/choque: os ratos
utilizados nesse experimento foram os submetidos à tarefa de esquiva inibitória.
0
25
50
75
100
125
TH 60 KDa
α-Tubulina
55 KDa
CTRL
CTRL/choque
HI
RS
HI-RS
TH proteína (% CTRL)
Resultados
76
Estriado
Figura 29. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na expressão da enzima
tirosina hidroxilase no estriado.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANOVA
de uma via. Definição de abreviatura: Tirosina hidroxilase=TH; Notar CTRL/choque: os ratos
utilizados nesse experimento foram os submetidos à tarefa de esquiva inibitória.
A Figura 30 ilustra os valores séricos de corticosterona. A ANOVA de uma
via revelou diferença estatisticamente significativa entre os grupos [F
(3,27)
=5,31;
p<0,01]. Os ratos expostos à RS apresentaram aumento na concentração de
corticosterona quando comparados aos animais dos grupos CTRL (p<0,05) e HI
(p<0,01).
0
25
50
75
100
125
TH 60 KDa
α-Tubulina
55 KDa
CTRL
CTRL/choque
HI
RS
HI-RS
TH proteína (% CTRL)
Resultados
77
Figura 30. Efeitos da exposição à HI e/ou RS na concentração sérica de
corticosterona (ng/mL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANOVA
de uma via, seguida do teste post hoc de Tukey. * p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; #
p<0,05 quando comparado ao grupo HI.
0
100
200
300
400
CTRL
HI
RS
HI-RS
*
#
Corticosterona (ng/mL)
Resultados – Artigo em Revisão
78
Intermittent Hypoxia and Sleep Restriction:
Motor, Cognitive and Neurochemical Alterations in Rats
Juliana C. Perry
1
; Vânia D’Almeida
1,2
; Marcelo M.S. Lima
1
; Francisco R.L. Godoi
1
;
Maria Aparecida B.F. Vital
3
; Maria Gabriela M. Oliveira
1
and Sergio Tufik
1
;
(1) Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil
(2) Department of Health Sciences, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil
(3) Department of Pharmacology, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brazil
Number of pages: 26
Number of figures: 4
*Corresponding author:
Juliana Cini Perry
Department of Psychobiology - Universidade Federal de São Paulo
Rua Napoleão de Barros, 925
Vila Clementino – SP – São Paulo – Brazil
CEP: 04024-002
Phone # (55-11) 2149-0155
Fax # (55-11) 5572-5092
e-mail address: [email protected]
Resultados – Artigo em Revisão
79
Abstract
The present study evaluated the effects of intermittent hypoxia (IH) and sleep
restriction (SR) upon motor and cognitive function in rats. Also evaluated were
catecholamine concentrations and tyrosine hydroxylase (TH) protein expression in different
regions of the forebrain. Wistar Hannover rats were submitted to IH for 4 days and 21 days
(2 min room air - 2 min 10% O
2
for 1000-1600h), followed by SR for 18h (1600-1000h). Rats
were randomly assigned to four experimental groups: 1) control 2) IH 3) SR and 4) IH-SR.
In the inhibitory avoidance task, an additional group of rats was submitted to paradoxical
sleep deprivation (PSD) for 96 consecutive hours. Results showed that SR induced an
increase in motor activity without modifying catecholaminergic turnover in the frontal cortex
and striatum. The increase in exploratory activity in SR rats could be the result of impaired
habituation. Neither SR periods induced cognitive deficits in the inhibitory avoidance task
after 5 and 21 days. However, 96h of PSD impaired acquisition/retention in rats. Exposure
to IH did not affect motor and cognitive function but IH associated to SR increased motor
activity. After 21 days, IH and IH-SR groups norepinephrine concentration in the striatum
was reduced although
neither SR nor IH affected TH protein expression. Results herein
suggest that hypoxia and sleep loss exert distinct deleterious effects upon the central
nervous system.
Keywords:
hypoxia, sleep deprivation, motor, memory, norepinephrine, rat
Resultados – Artigo em Revisão
80
1. Introduction
Obstructive sleep apnea is characterized by repetitive obstruction of the
upper airways resulting in pauses in breathing and subsequent oxygen desaturation.
These alterations lead to arousals commonly associated with hypoxia and
consequently lead to sleep deprivation. The classic daytime manifestation of apnea
is excessive sleepiness but other symptoms such as cognitive deficits and fatigue
are commonly reported [33]. Several neurobehavioral morbidities with major impact
on public health and the economy may be related to obstructive sleep apnea. More
direct effects are seen in traffic and workplace accidents [13,14,29].
Both hypoxia and sleep deprivation have been suggested as contributors to
cognitive deficits observed in apnea patients [6]. Gozal’s group demonstrated that
exposure to intermittent hypoxia (IH) is associated with impairment of spatial
learning in adult rats, and with increased apoptosis in the cortex and CA
1
region of
the hippocampus [16]. Moreover, IH exposure during the development of the
nervous system (7-11 days of age) induced deficits in spatial working memory in
juvenile rats [9]. When hypoxia occurs during a critical period of brain development,
shortage of oxygen in the brain disrupts the functional integrity of the dopaminergic
system and induces motor alterations [9,10]. Exposure to IH in adult rats has been
associated with modified biosynthesis of both norepinephrine and dopamine in the
brain [24,31].
Studies in our laboratory have demonstrated that 96h of paradoxical sleep
deprivation (PSD) impairs attention [15] and acquisition/retention of an aversive task
[8,32]. PSD can lead to behavioral alterations, some of which have been attributed
to the catecholaminergic neurotransmission systems in the brain
[2,3,21,27,37,49,50]. Although the mean firing rate of dopaminergic neurons does
not change significantly throughout the sleep-wake cycle [30], paradoxical sleep is
Resultados – Artigo em Revisão
81
also characterized by an increase in dopamine release [22]. In fact, a recent study
has associated dopamine-mediated disturbances with paradoxical sleep [12].
In humans it is not possible to determine whether such effects are
related to hypoxia per se or whether they occur due to the frequency of arousals
induced by breathing alterations during sleep. Apneic patients showed a reduction in
delta sleep and rapid-eye-movement (REM) sleep, and prolonged sleep stages 1
and 2 [7]. We sought to establish the relevance of investigating the effects of sleep
deprivation when associated to hypoxia in our paradigm. Thus, this study was
designed to determine the effects of IH and sleep restriction (SR) on motor and
cognitive functions. In an attempt to comprehend the motor responses that
occurred subsequent to SR we assessed the effects of SR and SR-HI in areas
known to be linked to motor activity.
2. Material and Methods
2.1. Animals
Experiments were performed on 135 male adult Wistar Hannover rats
provided by the Centro de Desenvolvimento de Modelos Experimentais para
Medicina e Biologia (CEDEME) - Universidade Federal de São Paulo. The animals
were housed in groups of 5 in standard polypropylene cages in a room maintained
at 22
o
C with a 12:12h light-dark cycle (lights on at 0700 h) and allowed free access
to food and water. Rats used in this study were maintained and treated in
accordance with the guidelines established by the Ethical and Practical Principles
for the Use of Laboratory Animals. All animal procedures were approved by the
school’s Ethics Committee (CEP nº 0490/04).
Resultados – Artigo em Revisão
82
2.2. Intermittent Hypoxia (IH)
IH was induced in a purpose-built chamber (30 x 20 x 20 in., Oxycycler model
A44X0, Biospherix, Redfield, NY, USA) connected to a supply of O
2
and N
2
gas.
Sensors measured O
2
concentration, CO
2
concentration (<0.01%), humidity (40-
50%) and temperature (22-24ºC). Inflow of O
2
and N
2
into the chamber was
controlled by a computer programmed to produce cycles of 2 min room air - 2 min
10% O
2
. Rats were subjected to this schedule during the light period (1000-1600h).
The hypoxia procedure used in the present study reduced oxygen saturation to
about 50% [39]. The experimental protocol adopted in this investigation was similar
to that described by Gozal and colleagues [16].
2. 3. Sleep Restriction (SR)
This protocol is based on the same platform over water technique used in the
paradoxical sleep deprivation (see below), completely depriving the rats of
paradoxical sleep and also of an amount of slow-wave sleep [26]. Rats were
individually placed on a circular platform (6.5 cm in diameter) in a cage (23 x 23 x 29
cm) filled with water up to 1 cm below the platform level. During paradoxical sleep
the rats tend to fall off the platform and awaken due to muscular atonia. However,
different from the continuous 96h PSD, in this protocol the rats were kept on the
platforms for 18h (beginning at 1600h) and allowed to sleep for 6 hours (1000 to
1600h) every day for 21 days. Thus, there is a partial compensation for the sleep
loss [26]. Animals were initially exposed to either room air or IH for 6h prior to SR.
This particular time interval (1000h to 1600h) was chosen because it is when
paradoxical sleep has been found to attain its highest expression [26]. All animals
were exposed to a habituation period on the platforms for 1h a day for 3 days prior
Resultados – Artigo em Revisão
83
to the commencement of the SR protocol. After 21 days, SR (-4.4%) and IH-SR (-
3.3%) reduced body weight while control (7.2%) and IH (6.9%) rats gained weight
[39].
Throughout the study, the experimental room was maintained under
controlled temperature (22 ± 1
o
C) and a 12:12h light-dark cycle (lights on at 0700h).
Food and water were provided ad libitum and the water in the tank was changed
daily. The control groups used a similar individual cage containing bedding and
were kept in the same room as the experimental rats during the study.
2.4. Paradoxical Sleep Deprivation (PSD)
The animals were subjected to continuous PSD over a period of 4 days. Rats
were individually placed on a circular platform (6.5 cm in diameter) in a cage (23 x
23 x 29 cm) filled with water up to 1 cm below the platform level. During paradoxical
sleep the rats tend to fall off the platform and awaken due to muscular atonia. All
sleep-deprived animals were exposed to a habituation period for 1h a day for 3 days
prior to the commencement of the PSD protocol. After 4 days of PSD the rats
reduced body weight by 5.7% [39].
2.5. Measures of Motor Activity
The rats were exposed to the activity chamber 72h before the experimental
procedure (baseline) and 4, 7, 14 and 21 days after SR and/or IH. The locomotor-
recording chamber (Insight, Riberão Preto, São Paulo, Brazil) consisted of
transparent Plexiglas boxes (41×41×41 cm). A series of infrared photodiodes
positioned along one side of the cubicle and parallel to the floor projected infrared
beams to photoreceivers positioned on the opposite side of the cage. As the rodent
ambulated across the floor of the cubicle, the number and sequence of photo-beam
Resultados – Artigo em Revisão
84
interruptions reflected the total distance traveled (cm) and speed (seconds). A
second set of infrared photoreceivers located approximately 6 cm above the floor of
the cubicle detected the number of rearing events. A computer attached to the
photoreceivers kept a second-by-second count of beam interruptions in the X, Y,
and Z axis. Immobility time (seconds of lack of movement during testing) was
recorded by hand-operated chronometers, as was grooming time (seconds rubbing
face or any other part of body with the forepaws). Rats were observed individually
for 5 min. The apparatus was cleaned with a water-alcohol (5%) solution prior to
behavioral testing to eliminate possible bias due to odors left by previous rats.
2.6. Inhibitory Avoidance Task
The inhibitory avoidance test apparatus consisted of an automated shuttle-
box (Insight Instruments, Riberão Preto, São Paulo, Brazil) with a dark front glass
and a floor made of parallel stainless steel bars 5 mm in diameter spaced 15 mm
apart. The box (23 x 50 x 23 cm) is divided into two compartments of the same size
by a wall with a guillotine door. The walls of each compartment were either black or
white. The white compartment was illuminated while the black remained dark. In the
training session, the animals were individually placed in the light chamber facing the
wall. The door was opened and the time to enter the dark compartment was
recorded automatically by the apparatus. When the animal crossed to the other
compartment, the door was noiselessly lowered and a 0.8 mA footshock (aversive
stimulus) was applied through the grid floor for 1 second. The test session
conducted 24 h later was identical to the training except for the absence of the
footshock. After 30 seconds of habituation, the door was opened, and the time in
seconds taken by the rat to enter the dark compartment was recorded up to a
maximum of 300 seconds. Animals were removed from the chamber after crossing
Resultados – Artigo em Revisão
85
to the dark compartment or by reaching the time limit. In this memory test the
animals were submitted to only one trial of the learning task and the latency time
was evaluated to characterize acquisition. The apparatus was cleaned with a water-
alcohol (5%) solution before behavioral testing to eliminate possible bias due to
odors left by previous rats. Each animal was tested only once.
2.7. Catecholamine Quantification
After the motor behavioral task the animals were killed by decapitation. The
cortex and striatum were rapidly dissected on dry ice, weighed and stored at -80°C.
Frozen tissue was homogenized in 15 mL of 0.1 M perchloric acid containing 0.02%
Na
2
S
2
O
5
followed by addition of 10 µL of dihydroxybenzylamine (DHBA - 146.5
ng/mL) used as internal standard. After centrifugation (11,000 × g at 4ºC for 40 min),
the supernatant was filtered and analyzed by high performance liquid
chromatography (HPLC). The endogenous concentrations of the precursor L-DOPA,
epinephrine, norepinephrine, dopamine, and their metabolites 4-hydroxy-3-methoxy-
phenylacetic acid (DOPAC) and homovanillic acid (HVA) were measured by HPLC
using reverse phase chromatography coupled with electrochemical detection L-
ECD-6
A (0.5 V, Shimadzu) as described by Naffah Mazacoratti and colleagues [34].
Isocratic separation was obtained using an RP 18 Brownlee column (4.6 x 250 mm,
5 µM, Shimadzu) and RP 18 Brownlee pre-column (3.2 x 15 mm, 7µM) eluted with
the following mobile phase: 20 mM sodium dibasic phosphate, 20 mM citric acid,
containing 10% methanol, 0.12 nM Na
2
EDTA and 566 ng/mL heptanesulfonic acid,
pH 2.64, with a flow rate of 0.8 mL/min. The values obtained were expressed as
ng/g tissue wet weight.
Resultados – Artigo em Revisão
86
2.8. Tyrosine Hydroxylase (TH) Protein Expression
After inhibitory avoidance task the rats were decapitated and their brains
quickly dissected. The substantia nigra and striatum were immediately frozen in dry
ice until the lysis procedure was performed in a 1.5 mL eppendorf tube by sonication
in the presence of an ice-cold buffer containing 50 mM Tris (pH 8.0), 250 mM NaCl,
1% NP-40, 0.1% sodium dodecyl sulfate (SDS), 0.25% sodium deoxycholate, 2 mM
EDTA, 1 mM dithiothreitol (DTT), 20 μM phenylmethylsulfonyl fluoride (PMSF), and
protease inhibitors (Complete tablet; Roche, Indianapolis, IN, USA). After incubation
on ice for 30 min, extracts were centrifuged at 10,000 x g for 30 minutes at 4° C,
and the supernatants for protein extracts were collected and stored at -80°C for
further Western blotting analysis. The aliquot of supernatant was taken for total
protein analysis. Samples containing equal amounts of total protein (5 μg per lane)
were boiled with SDS sample buffer and electrophoresis on 10% SDS-
polyacrylamide gels in a Mini-Protean II Dual Slab Cell (Bio-Rad). Proteins were
electrophoretically transferred to polyvinylidene fluoride (PVDF) membranes using a
Mini-Transblot electrophoretic transfer cell (Bio-Rad). Each membrane was blocked
for 1 h with 10% nonfat dry milk/0.5% Tween-20 in Tris-buffered saline.
Subsequently, each PVDF was probed overnight at 4°C with monoclonal antibodies
against TH (1:5,000; Sigma, USA) or monoclonal antibodies against α-tubulin
(1:500; Sigma, USA), followed by several washes in TBST and incubation with a
secondary horseradish peroxidase-conjugated antibody (1:5,000; Pharmigen, USA)
for 60 minutes, and visualized by chemoluminescence (Santa Cruz Biotechnology,
USA). The bands were quantified by using ImageJ 1.32j public domain software
(http://rsb.info.nih.gov.ij/).
Resultados – Artigo em Revisão
87
2.9. Experimental Design
Rats were randomly assigned to the four experimental groups: 1) control, 2)
IH, 3) SR and 4) IH-SR. Seventy-two hours prior to the commencement of IH and/or
SR protocols and also on days 4, 7, 14 and 21 of the experimental period the same
group of rats were assessed for motor activity (n=9 per group, tested between
0800h and 1000h), as depicted in Figure 1.
The different groups of rats were submitted to IH, SR and IH-SR
(n=12/group) for 4 and 20 consecutive days and training in the inhibitory avoidance
task. An additional group of 12 rats was subjected to PSD for 96 consecutive hours
and trained and tested in this task. The training session occurred immediately after
the end of the sleep restriction on the last day (4 or 20) for SR and IH-SR, and
immediately after the end of the PSD period. The test session was performed 24
hours later (i.e, after 24 hours of recovery sleep).
Finally, rats for neurochemical (n= 9/group) and TH protein expression
(n=3/group) analysis were decapitated after 21 days (0900h), immediately at the
end of the last sleep restriction period. In order to evaluate whether the foot shock
the animals received after the inhibitory avoidance task would interfere with TH
expression, 3 naïve rats were used.
2.10. Statistical Analysis
Values shown are expressed as mean ± standard error of mean (SEM).
Homogeneity of variance was assessed by the Bartlett test and normal distribution
of the data by the Kolmogorov-Smirnov test. One-way analysis of variance (ANOVA)
was used to assess the data of inhibitory avoidance, catecholamine concentrations
and TH protein expression. A repeated measure ANOVA was used to analyze
activity chamber data. The Tukey post-hoc test was used to compare values at
Resultados – Artigo em Revisão
88
different time points. When the Bartlett test showed absence of homoscedasticity,
data were square transformed or analyzed by Kruskal-Wallis ANOVA. Independent-
samples t-test (groups) was used to analyze control and PSD group in inhibitory
avoidance. P< 0.05 was considered statistically significant.
3. Results
3.1. Experiment 1:
Effects of Intermittent Hypoxia and Sleep Restriction on Motor Behavior
There were no statistically significant differences in baseline evaluation
across groups for the following parameters: distance traveled [F
(3,32)
=2.61; p=0.07;
Fig. 1A], rearing [F
(3,32)
=0.47; p=0.70; Fig. 1B], speed [F
(3,32)
=2.53; p=0.07],
immobility time and grooming [F
(3,32)
=0.88; p=0.46]. Distance traveled is shown in
Figure 2A. Repeated ANOVA measures revealed significant differences between
groups [F
(3,32)
=11.04; p<0.001], time-points [F
(4,128)
=2.61; p<0.04] and interaction
between these two factors [F
(12,128)
=2.68; p<0.003]. SR and IH-SR significantly
increased distance traveled in the activity chamber after 4, 7, 14 and 21 days
compared to the control group. After 21 days, the control group showed a reduction
in distance traveled compared to baseline (p<0.01). Similar effects were observed in
speed analyses. As can be seen in Figure 2B, repeated-ANOVA measure of the
rearing data revealed significant differences between groups [F
(3,32)
=17.25;
p<0.001], time-point effects [F
(4,128)
=2.87; p<0.03] and interaction across group vs.
time-points [F
(12,128)
=5.25; p<0.001]. One-way ANOVA followed by Tukey test
showed that SR and IH-SR groups increase rearing after 4, 7, 14 and 21 days
compared to control group. Control and IH groups showed a reduction of rearing
Resultados – Artigo em Revisão
89
compared to baseline after 21 days (p<0.01). No significant differences across
groups were observed in grooming behavior and immobility time.
3.2. Experiment 2:
Effects of Subchronic and Chronic Intermittent Hypoxia and Sleep
Restriction on Acquisition/Retention in the Inhibitory Avoidance
No significant differences were observed in the latency time between control,
PSD [t-value= 0.2; p=0.82], 4 days [F
(3,42)
=0.82; p=0.48] and 20 days [F
(3,41)
=0.91;
p=0.44] in the experimental groups during the training sessions (Fig. 3A). The rats
submitted to PSD for 96h consecutively showed reduced latency to cross to the dark
compartment compared to the control group in the test session [t-value= -3.11;
p<0.01; Fig. 3B]. No significant change was observed in the latency time during test
session after 5 days [F
(3,42)
=0.74; p=0.53] and 21 days [F
(3,41)
=0.18; p=0.91]
exposure to IH and/or SR (Fig. 3B).
3.3. Experiment 3:
Effects of Chronic Intermittent Hypoxia and Sleep Restriction on
Catecholamine Concentrations and TH Protein Expression
The striatal norepinephrine concentration was reduced after chronic IH and
IH-SR compared to controls and SR groups [F
(3,32)
=35.8; p<0.001]. Differences
across groups for the other catecholamine concentrations analyzed in the frontal
cortex and striatum were not significant.
No significant statistical difference across groups was observed in TH protein
expression in the striatum [F
(4,45)
=1.2; p=0.23; Fig. 4A] and substantia nigra
[F
(4,45)
=0.9; p=0.46; Fig. 4B].
Resultados – Artigo em Revisão
90
4. Discussion
The purpose of the present study was to compare IH and SR in terms of their
effects on motor behavior, cognitive function and the catecholaminergic
neurotransmission system. SR induced an increase in motor activity without
modifying neurotransmission and TH expression in the frontal cortex and striatum.
Neither IH nor SR induced cognitive deficits on the inhibitory avoidance task.
However, 96h of PSD impaired acquisition/retention in rats. After 21 days, IH and
IH-SR reduced striatal norepinephrine concentration but did not affect TH protein
expression.
Under baseline conditions the experimental groups did not show statistical
differences in any of the motor activity parameters evaluated. After the treatments,
no statistically significant difference was observed in immobility time and grooming
behavior between groups. However, from day 4 on the rats in the control group
showed reduced locomotion and rearing frequency compared to their own baseline
and to SR and IH-SR groups, an effect that persisted until day 21 of exposure. The
SR and IH-SR groups showed no change in locomotion (distance travelled) at any
point compared to their respective baseline level. These results suggest that control
animals showed habituation to the apparatus, and this was impaired in SR or IH-SR
animals.
Several behavioral alterations induced by sleep deprivation are associated
with the dopaminergic system [2,3,4,49,50]. In 1978, Tufik and colleagues [49]
demonstrated that 96h of PSD in rats produced a significant increase in stereotypic
behaviors after apomorphine administration. In fact, PSD increased D
2
binding in
the striatum and nucleus accumbens in rats [35]. Approximately thirty years later,
Dzirasa and colleagues [12] demonstrated that dopamine plays a central role in
regulating sleep-wake states and that the action is mediated by the D
2
dopamine
Resultados – Artigo em Revisão
91
receptor pathway. However, according to our findings SR was not able to produce
alterations neither in catecholamine concentrations nor TH protein expression,
suggesting that the motor-exploratory alterations observed in SR an IH-SR rats are
not relate to alterations in catecholamine synthesis or release. There are other
neurotransmitters implicated in the regulation of sleep-wake cycle and motor
behavior. For instance, serotonergic neurons of the dorsal raphe nucleus decrease
their activity during non-rapid eye movement (NREM) sleep and are silent during
REM sleep [43] and localization of serotonin receptors in central motor-related
centers suggest that they are involved in locomotor activity, probably by modulating
the release of neurotransmitters such as gamma-aminobutyric acid (GABA) from
striatal neuron terminals [28]. Gabaergic system can participate in the behavioral
alterations induced by sleep deprivation since drugs acting through the GABA
A
and
GABA
B
receptors produced inhibition of exploratory activity [41,42].
Notwithstanding, one may consider an alternative explanation for the
increased locomotor activity in SR rats when compared to control group. Rats
actively explore an environment when first exposed to it and tend to decrease this
response (habituate) in subsequent exposures to the same context. Habituation to
an environment recognized as familiar can be taken as a memory index, since it is
one form of non-associative contextual learning [23]. This contextual learning is
dependent on the hippocampal formation, a structure that is known to be critically
involved in memory processes, being impaired by pharmacological [52] or surgical
[53] manipulation of this brain structure. Sleep deprivation is known to affect
hippocampus-dependent learning in tasks such as the spatial version of the Morris
water maze [5,20], contextual fear conditioning [19] or inhibitory avoidance [8,32].
Thus, it is conceivable that the observed increase in exploratory activity in SR rats
could be due to impaired habituation to the test apparatus.
Resultados – Artigo em Revisão
92
Consistent with the literature, our findings demonstrated that rats submitted
to 96h of PSD prior to training showed impaired acquisition/retention on inhibitory
avoidance tasks. On the other hand, the SR protocol did not impaired performance
in this aversive task, suggesting that the amount of sleep obtained in this protocol
was sufficient to protect against major cognitive dysfunction. Nevertheless, if
regarded as an index of learning, the absence of habituation in the locomotor
activity may indicate a certain degree of impairment induced by SR. Concerning the
absence of effect on avoidance learning, one should consider an alternative
explanation, as it is know that the intensity US can alter the response to amnesic
agents. For example, rats that received post-training intrahippocampal infusion of
tetrodotoxin show impaired avoidance learning when trained under a 0.8 mA
footshock intensity, but not if the shock was raised to 1.0 mA [44]. Thus, the lack of
effect on the inhibitory avoidance task could be not due to the absence of cognitive
impairment, but because of the intensity of the shock US used.
Despite the growing number of studies describing structural changes in the
post-hypoxic brain, events mediating TH regulation and catecholaminergic
neurotransmission have been relegated to only a few studies. In accordance to
Gozal and colleagues [18] our data showed that TH protein expression was not
altered after IH. Although chronic IH and IH-SR groups did not modify the TH
expression in the substantia nigra and striatum, both groups showed a reduction in
striatal norepinephrine concentration. In various regions of the rat brain, it has been
shown that norepinephrine concentrations decrease after exposure to acute hypoxia
[31,46]. Roubein and colleagues [46] found that levels of monoamines in brain
regions returned to initial concentrations after 36h in a hypoxic environment; these
findings suggest that the brain may conceivably be adapted to hypoxia [46]. The
present findings are consistent with previous studies [1,24,31,36,40,46] that
Resultados – Artigo em Revisão
93
characterized the pattern of the monoamine metabolism response and found that it
was consistent with the hypoxia protocol. Several factors such as oxygen
concentration, duration of hypoxia exposure, or age and sex of rats, may account for
discrepancies in the monoamine metabolism response.
A cumulative reduction in the amount of normal night sleep results in
decrements in daytime function and quality of life [11]. Rats submitted to a schedule
of 18 h of sleep deprivation a day showed a suppression of paradoxical sleep and
loss of deep slow wave sleep, which were partially compensated during the 6 h
sleep window [26]. Throughout the SR procedure, rats slept an average of 30-40%
of the time, corresponding to 8-9 h per day. PSD for 96 consecutive hours was
effective in producing a total suppression of paradoxical sleep and a significant loss
of slow wave sleep (39%) [25]. After 96h of PSD, the animals were submitted to a
training session for the inhibitory avoidance task and immediately placed in the
home cages for a 24h recovery period. It was found that that the average level of
paradoxical sleep was 104% compared to baseline conditions [25]. The effects of
sleep on memory may seem more complex or variable based upon the frequency
and degree of sleep loss. Results herein suggest that post-training modifications of
sleep architecture could impair the memory acquisition/retention processes. Some
studies demonstrated increases in paradoxical sleep after learning, learning
decrements after PSD, and specific correlations of sleep-stage percentage with
procedural learning in humans [38]. Others argue that the effects of PSD on learning
might be epiphenomena of stress [51]. However, adrenalectomy/corticosterone
replacement surgery did not modify the effect of PSD on acquisition rate,
demonstrating that the deficits in spatial task acquisition due to pre-training sleep
deprivation are not secondary to the adrenal stress response [48].
Resultados – Artigo em Revisão
94
Severe hypoxia/ischemia might obviously cause an extensive lesion to
susceptible brain neurons, which does not always result in neuronal death, but
rather is followed by a marked impairment of brain functioning, e.g., various
behaviors, stress response, learning and memory [16,45]. Exposure to IH is
associated with impairment of spatial learning in adult rats [16,47]. In this study the
rats submitted to IH did not show impaired habituation in the activity chamber (4, 7,
14 and 21 days) or impaired acquisition/retention in the inhibitory avoidance task (4
and 21 days). Some authors suggest that the alteration of spatial memory after IH
corresponds to a time-dependent effect, since the rats exposed to 7 days of IH
showed spatial memory impairment that disappeared after chronic IH protocol (14
and 30 days) [17], and these data could be interpreted as a biphasic effect of IH
during the hippocampal neurogenesis process. Therefore our results showed that
the absence of cognitive alteration in the IH group may be due to its time of
exposure to IH. Other difference between the present work and the others that
found impairments after IH exposure is the task, since we used inhibitory avoidance
and the effects were observed on the Morris Water Maze.
Studies using milder hypoxic insults have proven to be less disruptive to
sleep architecture [16]. Within this context, exposure to IH-RS increased motor
activity when compared to control group. Interestingly, this alteration was probably
due to the influence of SR on habituation and comes to prove that a certain amount
of adequate sleep may protect against the cognitive effects expected after hypoxia.
The present results suggest that hypoxia decreases striatal norepinephrine
concentrations without modifying behavior, and selectively modulates noradrenergic
neurotransmission system in the central nervous system. However, SR induces
behavioral alterations that are not related to the catecholaminergic turnover in the
frontal cortex and striatum. SR altered locomotor activity trough 21 days, an effect
Resultados – Artigo em Revisão
95
that was not intensified by the co-exposure to IH. On the whole, our results suggest
that IH and SR modify the central nervous system in different ways.
Resultados – Artigo em Revisão
96
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Acknowledgements
The catecholamine quantification was performed at the Kidney and Hormones
Laboratory of Nephrology of the Medicine Department of UNIFESP under the
supervision of Prof. Dulce Elena Casarini, PhD, with execution by Luciana Cristina
Teixeira. We are grateful to Angela Braga Reksidler for her excellent assistance in
the Western blot analyses. The authors would like to express their thanks to Ivan
Oliar, Diva Lima, Tomé Pimentel, and Marilde Costa for skilful technical assistance.
This work was supported by grants from Associação Fundo de Incentivo à
Psicofarmacologia (AFIP) and FAPESP (#04/04008-7 to JCP.; 97/0187-4 to VD’A
and CEPID #98/14303-3 to ST). VD’A, MGMO, MABFV and ST are recipients of
CNPq fellowships.
Resultados – Artigo em Revisão
103
Legends
Figure 1. Schematic representation of experimental design. Seventy two hours prior to
the commencement of intermittent hypoxia and/or sleep restriction, and on days 4, 7, 14
and 21 of the experimental period (from 0800 h to 1000 h), the rats were assessed for
motor activity. The rats were exposed to the inhibitory avoidance test 5 or 21 days after SR
and/or IH. After 21 days the rats were decapitated for neurochemical and TH protein
expression analysis.
Figure 2. Effects of intermittent hypoxia and sleep restriction on motor behavior. The
rats were exposed to the activity chamber 72h before commencement of the experimental
procedure (baseline) and 4, 7, 14 and 21 days after SR and/or IH.
(A) Distance traveled
(cm) and (B) rearing (number of times the animals stood on their hind legs) during 5
minutes. ¥p<0.05 compared to baseline; *p<0.05 compared to control group; #p<0.05
compared to IH group. Repeated ANOVA measures followed by Tukey test. Data are
expressed as mean ± SEM (n=9/group).
Figure 3. Effects of intermittent hypoxia and sleep restriction on the inhibitory
avoidance task.
The rats were exposed to the inhibitory avoidance task 4 and 20 days
after SR and/or IH. (A) Training session and (B) test session. *p<0.05 compared to control
group. T-test (control vs. SD) and one-way ANOVA (control vs. subchronic and chronic
groups). Data are expressed as mean ± SEM (n=11-12/group).
Figure 4. Western blot analysis of TH protein expression after intermittent hypoxia
and/or sleep restriction (21 days).
(A) substantia nigra and (B) striatum. A representative
immunoblot for each tissue is shown. One-way ANOVA was applied. Data are expressed
as mean ± SEM (n=3/group).
Resultados – Artigo em Revisão
104
0
4
Motor/
Memory
training
21
Motor/
Memory
test/
Tissue
collection
7
Motor
14
Motor
IH or SR
(21 days)
Baseline
Moto
r
20
Memory
training
5
Memory
test
Resultados – Artigo em Revisão
105
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
4 days 7days 14days
baseline
21days
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
#
#
control
IH
SR
IH-SR
¥
Distance (cm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
4days 7days 14daysbaseline
21days
*
*
*
*
*
**
*
#
#
#
#
#
#
#
Rearing
¥
¥
¥
¥
A
B
Resultados – Artigo em Revisão
106
0
100
200
300
control SD IH SR IH-SR IH SR IH-SR
Test session (s)
0
100
200
300
control SD IH SR IH-SR IH SR IH-SR
Training session (s)
A
B
*
5 days 21 days
Rebound
4 days 20 days
Resultados – Artigo em Revisão
107
A) substantia nigra
0
25
50
75
100
125
TH 60 KDa
α-Tubulin
55 KDa
control
shock control
IH
SR
IH-SR
TH protein (% of control)
B) striatum
0
25
50
75
100
125
TH 60 KDa
α-Tubulin
55 KDa
TH protein (% of control)
Resultados
108
6.9 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação/restrição de
sono paradoxal no peso corporal em ratos
Os resultados do peso corporal avaliado em diferentes tempos nos animais
submetidos à hipóxia e privação de sono estão descritos na Figura 31. A ANOVA
para medidas repetidas mostrou diferença significativa entre os grupos [F
(3,36)
=2,9;
p<0,05], tempo [F
(1,36)
=66,6; p<0,001] e a interação entre esses dois fatores
[F
(3,36)
=36,1; p<0,001]. Os animais do grupo CTRL apresentaram aumento
estatisticamente significativo comparado à avaliação basal (p<0.03). Os animais
submetidos à PSP durante 4 dias consecutivos apresentaram perda no peso
corporal quando comparados aos ratos do grupo CTRL. Todos os animais
experimentais tiveram o delta do peso corporal reduzido em comparação ao grupo
CTRL [F
(3,36)
=39,1; p=0,001; CTRL =1,8; HI = -0,2; PSP = -5,7; HI-PSP =-7,7].
Figura 31. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP no peso corporal em ratos. Os valores
estão representados pelas médias ± erro padrão da média. ANOVA de medidas repetidas, seguida
do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,001 comparado com o basal; #p<0,001 comparado com o
grupo CTRL.
350
380
410
440
470
Basal 4 dias
Peso corporal (g)
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
*
#
*
#
*
#
Resultados
109
No experimento crônico, verificou-se diferença estatística significativa entre
os grupos [F
(3,32)
=3,7; p<0,02], tempo [F
(4,128)
=46,3; p<0,001] e interação entre
esses fatores [F
(12,128)
=29,7; p<0,001]. Os ratos dos grupos HI (7, 14 e 21 dias) e
CTRL (14 e 21 dias) apresentaram ganho no peso corporal quando comparados à
avaliação do peso basal (p<0,001). A ANOVA, seguida do teste a posteriori de
Newman-Keuls, revelou que os ratos dos grupos RS (7, 14 e 21 dias) e HI-RS (4, 7
14 e 21 dias) apresentaram redução significativa no peso corporal em relação ao
peso basal (p<0,001). O delta do peso foi negativo após 21 dias nos grupos RS
(=-4,4) e HI-RS (=-3,3) comparados com os ratos dos grupos CTRL (=7,2) e HI
(=6,9) [F
(3,32)
=51,9; p<0,001].
Figura 32. Efeitos da exposição à HI e/ou RS no peso corporal em ratos. Os valores
estão representados pelas médias ± DP. ANOVA de medidas repetidas, seguida do teste
post hoc
de Newman-Keuls. *p<0,001 comparado com o basal; #p<0,001 comparado com o grupo CTRL.
300
330
360
390
420
450
480
Basal 4 dias 7 dias 14 dias 21 dias
Peso corporal (g)
CTRL
HI
RS
HI-RS
*
#
*
*
*
*
*
*
Resultados
110
6.10 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação/restrição de
sono paradoxal nos fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular
A Figura 33 ilustra os dados referentes à concentração plasmática de
homocisteína total. Não houve diferença estatisticamente significativa na
concentração plasmática de homocisteína [ANCOVA; F
(3,35)
=1,26; p=0,3] após
quatro dias de HI e/ou PSP.
Figura 33. Efeitos da exposição HI e/ou PSP (4 dias) na concentração plasmática de
homocisteína total (µM) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Homocistna (µM)
Resultados
111
Não houve diferença estatisticamente significativa na concentração
plasmática de cisteína [ANCOVA; F
(3,35)
=0,8; p=0,48; Fig. 34] após quatro dias de
HI e/ou PSP.
Figura 34. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração plasmática de
cisteína (µM) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA.
0
100
200
300
400
500
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Cistna (µM)
Resultados
112
A concentração de triglicérides foi reduzida após 4 dias de PSP [ANCOVA;
F
(3,35)
=5.5, p<0.01], quando combinada ou não com a HI (Fig. 35).
Figura 35. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica de
triglicérides (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA,
seguida do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,05 quando comparado ao grupo CTRL; #p<0,05
quando comparado ao grupo HI.
0
25
50
75
100
125
150
#
*
#
*
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
Triglicérides (mg/dL)
Resultados
113
Os ratos submetidos à PSP apresentaram aumento estatisticamente
significativo na concentração de colesterol total (ANOVA de Kruskal-Wallis/U-Mann-
Whitney [H
(3,40)
=9,9; p<0,02; Fig. 36], quando comparados aos ratos dos grupos HI
e HI-PSP [U=11; p<0,004 e U=23.5; p<0,05, respectivamente]. Não houve diferença
estatisticamente significativa entre os ratos dos grupos CTRL e HI-PSP.
Figura 36. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica de
colesterol total (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA, seguida do teste
post hoc de Newman-Keuls. #p<0,05 quando comparado ao grupo HI;
¥p<0,001 quando comparado ao grupo HI-PSP.
.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
#
¥
CTRL
HI
HI-PSP
PSP
Colesterol total (mg/dL)
Resultados
114
A Figura 37 ilustra os efeitos da HI e/ou PSP na concentração da fração de
HDL-colesterol. As concentrações séricas de HDL-colesterol [ANCOVA; F
(3,35)
=3,6;
p<0,02] foram maiores nos animais PSP em comparação aos grupos HI e HI-PSP
(p<0,05).
Figura 37. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica da
fração de HDL-colesterol (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ±
DP. ANCOVA seguido do teste
post hoc de Newman-Keuls. #p<0,05 quando comparado ao grupo
HI; ¥p<0,001 quando comparado ao grupo HI-PSP.
0
10
20
30
40
50
60
#
¥
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
HDL-colesterol (mg/dL)
Resultados
115
Não houve diferenças estatisticamente significativas na concentração de
LDL-colesterol entre os grupos [ANCOVA; F
(3,26)
=1,1; p<0,37], como ilustra a Figura
38.
Figura 38. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica da
fração de LDL-colesterol (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ±
DP. ANCOVA.
0
10
20
30
40
50
60
CTRL
HI
PSP
HI-PSP
LDL-colesterol (mg/dL)
Resultados
116
A ANCOVA, seguida da análise a posteriori, utilizando o teste de Newman-
Keuls, evidenciou que os ratos dos grupos RS e HI-RS apresentaram redução dos
níveis de VLDL-colesterol [ANCOVA; F
(3,35)
=6,2; p<0,01] em comparação aos
grupos CTRL e HI (p<0,001), como ilustra a Figura 39.
Figura 39. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração sérica da
fração de VLDL-colesterol (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ±
DP. ANCOVA, seguido do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,001 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,001 quando comparado ao grupo HI.
0
10
20
30
40
50
60
#
*
#
*
CTRL
HI
HI-PSP
PSP
VLDL-colesterol (mg/dL)
Resultados
117
Após a exposição à HI e/ou PSP, durante 4 dias, não houve diferença
estatística em relação à concentração de folato, vitamina B
6
e vitamina B
12
[ANCOVA;
F
(3,35)
=0,1; p=0,9, F
(3,35)
=1,2; p=0,3; F
(3,35)
=2,6; p=0,06, respectivamente].
Tabela 5.
Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (4 dias) na concentração das
vitaminas folato, B
6
e B
12
(nmol/L) em ratos.
CTRL HI PSP HI-PSP
Folato (nmol/L)
16,2±3,5 16,9±4,2 15,6±3,1 15,5±3,3
Vitamina B
6
(nmol/L)
10,1±0,9 9,6±1,3 10,1±2,0 9,2±1,6
Vitamina B
12
(nmol/L)
833,1±125,7 916,1±251,2 940,5±172,2 866,3±187,7
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA.
Resultados
118
Após 21 dias, os ratos submetidos à RS [ANCOVA; F
(3,31)
=5,5; p<0,01]
apresentaram redução estatisticamente significativa na concentração de
homocisteína em comparação aos animais dos grupos CTRL (p<0,01), HI (p<0,001)
e HI-RS (p<0,01), como ilustra a Figura 40.
Figura 40. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração plasmática de
homocisteína total (µM) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA, seguida do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,01 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,001 quando comparado ao grupo HI; ¥p<0,001 quando comparado ao grupo HI-RS.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
¥#
*
CTRL
HI
RS
HI-RS
Homocistna (µM)
Resultados
119
Em relação à concentração de cisteína (Fig. 41), foi observado aumento
estatisticamente significativo nos animais submetidos à HI-RS em comparação aos
grupos CTRL, HI e RS [ANCOVA; F
(3,31)
=7,2; p<0,001].
Figura 41. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração plasmática de
cisteína (µM) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA, seguida
do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,01 quando comparado ao grupo CTRL; #p<0,001 quando
comparado ao grupo HI; ‡p<0,01 quando comparado ao grupo RS.
0
100
200
300
400
500
#
*
CTRL
HI
RS
HI-RS
Cistna (µM)
Resultados
120
Os ratos dos grupos RS e HI-RS apresentaram redução estatisticamente
significativa na concentração de triglicérides em comparação aos ratos do grupo
CTRL [ANCOVA; F
(3,30)
=5.2; p<0.01; Fig. 42]. Entretanto, os animais do grupo HI
apresentaram aumento estatisticamente significativo desse parâmetro em
comparação aos grupos CTRL (p<0,005), RS (p<0.001) e HI-RS (p<0.001).
Figura 42. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica de
triglicérides (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA,
seguida do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,01 quando comparado ao grupo CTRL; #p<0,001
quando comparado ao grupo HI; ‡p<0,01 quando comparado ao grupo RS; ¥p<0,001 quando
comparado ao grupo HI-RS.
0
50
100
150
200
250
#
*
#
*
¥
*
CTRL
HI
RS
HI-RS
Triglicérides (mg/dL)
Resultados
121
A Figura 43 ilustra a concentração do colesterol total dos ratos. Após a
exposição crônica à HI e/ou RS, não houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos [ANCOVA; F
(3,31)
=0,2; p=0,9].
Figura 43. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica de
colesterol total (mg/dL) em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CTRL
HI
RS
HI-RS
Colesterol total (mg/dL)
Resultados
122
Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos nos
níveis de HDL-colesterol [ANCOVA F
(3,31)
=0,46; p=0,7], como mostra a Figura 44.
Figura 44. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica da
fração de HDL-colesterol em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA.
0
10
20
30
40
50
60
CTRL
HI
RS
HI-RS
HDL-colesterol (mg/dL)
Resultados
123
Em relação aos níveis de VLDL-colesterol (Fig. 45), houve diferença
estatisticamente significativa após exposição crônica [ANCOVA; F
(3,30)
=5,4; p<0,01].
Os ratos dos grupos RS e HI-RS apresentaram diminuição da concentração de
VLDL-colesterol em comparação ao grupo CTRL (p<0,001). Já nos ratos do grupo
HI observou-se aumento desse parâmetro em comparação aos grupos CTRL
(p<0,005), RS (p<0,001) e HI-RS (p<0,001).
Figura 45. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração sérica da
fração de VLDL-colesterol em ratos.
Os valores estão representados pelas médias ± DP.
ANCOVA, seguido do teste
post hoc de Newman-Keuls. *p<0,005 quando comparado ao grupo
CTRL; #p<0,001 quando comparado ao grupo HI; ‡p<0,001 quando comparado ao grupo RS;
¥p<0,001 quando comparado ao grupo HI-RS.
0
10
20
30
40
50
60
#
*
#
*
¥
*
CTRL
HI
RS
HI-RS
VLDL-colesterol (mg/dL)
Resultados
124
As concentrações de folato e vitamina B
12
permaneceram inalteradas após
a exposição crônica à HI e/ou RS [ANCOVA; F
(3,31)
=2,3; p=0,09; F
(3,32)
=0,5; p=0,6,
respectivamente]. Os ratos do grupo HI apresentaram redução da concentração de
vitamina B
6
[ANCOVA; F
(3,31)
=4,4; p<0,01] em comparação aos animais dos grupos
CTRL (p<0,05) e RS (p<0,05), como ilustra a Tabela 6.
Tabela 6. Efeitos da exposição à HI e/ou RS (21 dias) na concentração das
vitaminas folato, B
6
e B
12
(nmol/L) em ratos.
CTRL HI RS HI-RS
Folato (nmol/L)
27,4 ± 2,1 24,9 ±3,4 28,0 ± 2,7 27,5 ± 2,5
Vitamina B
6
(nmol/L)
13,7 ± 2,2 11,2 ± 1,3 *
14,0 ± 2,0 12,1 ± 1,8
Vitamina B
12
(nmol/L)
1066,7 ± 106,7 1267,8 ± 178,8 1354,2 ± 142,4 1419,7 ± 222,5
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA seguido do teste post hoc de
Newman-Keuls. *p<0,01 quando comparado ao grupo CTRL; ‡p<0,01 quando comparado
ao grupo RS.
Resultados – Artigo Publicado II
125
Resultados – Artigo Publicado II
126
Resultados – Artigo Publicado II
127
Resultados – Artigo Publicado II
128
Resultados – Artigo Publicado II
129
Resultados – Artigo Publicado II
130
Resultados – Artigo Publicado II
131
Resultados – Artigo Publicado II
132
Resultados – Artigo Publicado II
133
Resultados – Artigo Publicado II
134
6.11 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal durante 3 dias nos fatores bioquímicos associados ao risco
cardiovascular
A Tabela 7 mostra as alterações nos fatores bioquímicos de risco
cardiovascular nos ratos submetidos à HI e/ou PSP durante 3 dias. Não houve
diferença estatisticamente significativa no peso corporal dos ratos dos grupos CTRL
e HI em comparação ao peso basal [ANOVA para medidas repetidas; F
(3,32)
=26,82;
p=0,001]. Após 3 dias, os ratos dos grupos PSP e HI-PSP apresentaram redução
estatisticamente significativa nos valores de peso corporal em comparação à
avaliação de peso basal (p<0,001). Os animais submetidos à PSP, durante 3 dias
consecutivos, apresentaram perda no peso corporal quando comparados aos ratos
do grupo CTRL. Os animais dos grupos PSP e HI-PSP apresentaram variação do
delta do peso corporal em comparação ao grupo CTRL [ANOVA; F
(3,32)
=37,47;
p=0,001; CTRL=1,8; HI=0,9; PSP=-5,1; HI-PSP=-5,6].
A ANCOVA, seguida do teste post hoc de Newman-Keuls [ANCOVA;
F
(3,31)
=3,03; p<0,05], mostrou que houve diminuição estatisticamente significativa na
concentração de homocisteína dos ratos submetidos à PSP e à HI-PSP em
comparação aos ratos do grupo CTRL (p<0,01) e HI (p<0,03). As concentrações de
cisteína permaneceram inalteradas após a exposição à HI e/ou PSP [ANCOVA;
F
(3,31)
=0,93; p=0,43].
Os ratos dos grupos PSP e HI-PSP apresentaram redução estatisticamente
significativa na concentração de triglicérides [ANCOVA; F
(3,31)
=3,39; p<0,04] e
VLDL-colesterol [ANCOVA; F
(3,31)
=3,69; p<0,03] em comparação aos grupos CTRL
(p<0,001) e HI (p<0,001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre
os grupos na concentração de colesterol total e as frações HDL-colesterol e LDL-
colesterol [ANCOVA; F
(3,31)
=0,12; p=0,94; F
(3,30)
=0,52; p=0,67; F
(3,23)
=0,33; p=0,79,
respectivamente] e nos níveis séricos das vitaminas folato, B
6
e B
12
[ANCOVA;
F
(3,31)
=0,94; p=0,43; F
(3,31)
=0,45; p=0,71 e F
(3,31)
=1,02; p=0,39, respectivamente].
Resultados – Artigo Publicado II
135
Tabela 7. Efeitos da exposição à HI e/ou PSP (3 dias) no peso corporal e nos
fatores bioquímicos de risco cardiovascular em ratos.
CTRL HI PSP HI-PSP
Peso corporal inicial (g)
335,5 ± 18,0 340,5 ± 24,5 366,6 ± 62,0 348,6 ± 35,3
Peso corporal final (g)
340,2 ± 14,9 343,6 ± 24,3 347,2 ± 52,3 328,8 ± 30,6
Homocisteína (µM)
6,6 ± 0,7 6,1 ± 1,1 5,1 ± 0,6*# 4,9 ± 1,0*#
Cisteína (µM)
313,5 ± 27,7 306,2 ± 45,2 312,4 ± 16,9 326,1 ± 26,1
Triglicérides (mg/dL)
92,5 ± 26,0 104,0 ± 26,7 45,2 ± 18,6*# 43,4 ± 9,3*#
Colesterol total (mg/dL)
63,8 ± 9,8 60,5 ± 9,6 59,2 ± 18,8 60,2 ± 8,9
HDL (mg/dL)
42,5 ± 6,1 40,1 ± 6,7 42,1 ± 7,95 40,2 ± 4,8
LDL (mg/dL)
6,5 ± 1,9 5,6 ± 3,5 13,5 ± 8,19 11,3 ± 6,4
VLDL (mg/dL)
18,4 ± 5,3 21,0 ± 5,2 9,0 ± 3,7*# 8,6 ± 9,3*#
Folato (nmol/L)
27,6 ± 8,2 27,9 ± 7,6 28,5 ± 8,0 29,3 ± 6,9
Vitamina B
6
(nmol/L)
12,0 ± 1,5 11,1 ± 1,7 10,1 ± 1,5 10,4 ± 2,0
Vitamina B
12
(nmol/L)
1473,3 ± 255,2 1504,3 ± 248,5 1545,1 ± 238,9 1343,1 ± 212,8
Os valores estão representados pelas médias ± DP. ANCOVA, seguida do teste post hoc de
Newman-Keuls. *p<0,001 comparado com o grupo CTRL; #p<0,001 comparado com o grupo HI.
Discussão
136
7. DISCUSSÃO
7.1 Vantagens e limitações do modelo
No protocolo de hipóxia utilizado neste estudo, os animais foram alojados
dentro de uma câmara de acrílico e expostos à HI, que consiste na variação de O
2
de 10% a 21% a cada dois minutos por meio do fluxo dos gases N
2
e O
2
.
Durante o evento obstrutivo em indivíduos apnéicos, geralmente ocorre
dessaturação da oxihemoglobina de aproximadamente 80-85% e, em alguns
pacientes, esses níveis podem alcançar 60% (AASM, 1999). Nas primeiras horas
de exposição dos ratos a um ambiente com baixa concentração de O
2
, induzido
pela injeção de N
2
sem a adição de CO
2
, os ratos apresentaram aumento dos
valores de pH e redução do pO
2
e
pCO
2
arteriais (Tabela 2). Nossos dados
mostraram que a exposição dos ratos a ciclos de dois minutos de HI induziu, nos
animais, dessaturação da oxihemoglobina de aproximadamente 50%. A queda na
saturação do O
2
arterial observada neste estudo foi similar aos resultados relatados
por Gozal e colaboradores (2001a). Além da redução de pO
2
, os ratos também
apresentaram declínio de CO
2
no sangue (hipocapnia).
Nas primeiras horas da exposição a um ambiente com baixa concentração
de O
2
, ocorre aumento na freqüência respiratória, tendo-se como resultado a
redução de pCO
2
arterial (Pappenheimer, 1984). A hiperventilação em resposta à
hipóxia foi acompanhada por alcalose respiratória em decorrência da redução de
pCO
2
arterial, enquanto o pH do sangue está elevado e a concentração de
bicarbonato no sangue diminuída. Entretanto, Pappenheimer (1977) demonstrou
que o efeito da hipóxia no padrão de sono está mais relacionado à redução do O
2
do ambiente que aos efeitos secundários inerentes a alguns protocolos de hipóxia,
tal como a alcalose respiratória. Assim, em relação aos efeitos sobre o sistema
cardiovascular, foi verificado que o aumento da pressão arterial observado em ratos
após a exposição crônica à HI ocorre devido à hipóxia e não em resposta à adição
do CO
2
(Bao et al., 1997b).
Discussão
137
Para evitar a influência da hipocapnia ou hipercapnia (aumento de CO
2
no
sangue), alguns autores propuseram um protocolo experimental que utiliza uma
mistura composta pelos gases O
2
(10%) e CO
2
(2 a 5%) com balanço do gás N
2
(Decker et al., 2003; 2005). Os animais, quando expostos a essa composição de
gases, apresentam um estado de hipoxemia, sem desenvolver um quadro de
hipercapnia ou hipocapnia, e conseqüente acidose ou alcalose respiratória. Assim,
a adição de CO
2
na composição dos gases sustenta a concentração de CO
2
arterial
em uma escala normativa, o que mimetiza o quadro de hipóxia-isocapnia sem
corresponder à hipocapnia ou hipercapnia.
Durante o evento obstrutivo em humanos, a interrupção da ventilação
resulta em redução da ventilação alveolar. Em resposta a essa redução, ocorrem
hipercapnia e acidose respiratória. Embora a hipóxia-isocapnia minimize os
confundidores fisiológicos em potencial induzidos pela alteração da pCO
2
arterial
em ratos, essa metodologia não foi capaz de induzir o mesmo desarranjo ácido-
básico que acompanha o evento de apnéia. No entanto, é importante ressaltar que,
algumas semanas após a exposição à hipóxia sem a adição de CO
2
, similar ao
modelo de hipóxia utilizado neste estudo, os níveis de saturação da oxihemoglobina
são restaurados parcialmente, a hiperventilação diminui gradualmente e os níveis
do CO
2
estabilizam-se (West, 1982). Logo, podemos afirmar que a HI é um modelo
de SAOS incompleto, uma vez que os ratos não apresentam obstrução das vias
aéreas superiores e hipercapnia. Entretanto, ocorreu saturação da oxihemoglobina
de 50 a 60%, semelhante à observada nos pacientes com SAOS. Portanto, nessa
condição experimental, os ratos foram avaliados sobre o efeito da hipóxia per se.
Em relação ao padrão de sono, estudos que utilizaram protocolos de
hipóxia com concentrações de O
2
moderadas (10%) apresentaram efeitos sutis na
arquitetura do sono em roedores, em relação àqueles com concentrações mais
baixas de O
2
(5%) (Gozal et al., 2001a; Veasey et al., 2004; Polotsky et al., 2006).
Gozal e colaboradores (2001a) observaram redução na duração do sono de ondas
lentas e paradoxal nos ratos expostos à HI a 10% (ciclos de 90 segundos, 12 horas
por dia), sendo que essas alterações ocorreram somente após o primeiro dia de
exposição à hipóxia. No segundo dia, os autores observaram aumento de sono de
ondas lentas e paradoxal nos ratos, indicativo de rebote do sono. Já entre os dias 3
Discussão
138
a 14 de exposição à HI, as características do sono foram similares aos padrões
basais. No entanto, os pacientes apnéicos apresentam fragmentação do sono e
conseqüente redução do sono delta e do sono REM e aumento da vigília e dos
estágios 1 e 2 do sono NREM (Bittencourt et al., 2001). Assim, devido à ausência
de modelos animais adequados para fragmentação do sono, verificou-se a
relevância de investigar os efeitos da privação de sono associada à hipóxia.
7.2 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
paradoxal nas avaliações comportamentais e neuroquímicas
Os resultados mostraram que os ratos expostos à HI e/ou PSP
durante 3 dias consecutivos e avaliados no labirinto em cruz elevado não
apresentaram diferença nas porcentagens do tempo de permanência e no número
de entradas nos braços abertos e fechados. Porém, nos ratos submetidos à PSP,
foi observado aumento no número de entradas nos braços fechados em
comparação aos ratos dos grupos CTRL e HI. Nos parâmetros neuroquímicos,
observou-se aumento na concentração de adrenalina no estriado e de HVA no
hipocampo nos ratos submetidos à PSP. A alteração comportamental e o aumento
da concentração de adrenalina no estriado não foram observados quando a HI foi
associada à PSP. No entanto, foi observado aumento na concentração sérica de
corticosterona tanto nos ratos do grupo PSP quanto do grupo HI-PSP.
O labirinto em cruz elevado é o instrumento mais utilizado em modelos
animais para avaliação da ansiedade (Pellow et al., 1985; File, 1992). Esse modelo
foi baseado no conflito entre dois comportamentos inatos dos roedores: a esquiva
de ambientes abertos e a tendência a explorar novos ambientes (Pellow et al.,
1985). Os parâmetros analisados neste estudo foram as porcentagens do tempo
gasto e do número de entradas nos braços abertos e fechados. De fato, animais
tratados com drogas ansiolíticas entram mais vezes, bem como permanecem mais
tempo nos braços abertos. Por outro lado, animais tratados com drogas
ansiogênicas apresentam aumento do número de entradas e do tempo de
permanência nos braços fechados. Os resultados mostraram que a exposição à HI
Discussão
139
e/ou PSP por 3 dias não alteraram as porcentagens de permanência e o número de
entradas tanto nos braços abertos quanto nos braços fechados. Nesse sentido,
nosso grupo já demonstrou que ratos submetidos à PSP durante 4 dias
consecutivos não apresentaram alteração na ansiedade quando comparados aos
animais CTRL, utilizando os métodos plataforma única (Suchecki et al., 2002) e
plataforma múltipla (Andersen et al., 2005a).
Alguns estudos da literatura têm demonstrado que, além do comportamento
de ansiedade, o número de entradas nos braços fechados está associado à
atividade exploratória dos animais (Pellow et al., 1985; Pellow e File, 1986; File,
1992; Padovan e Guimarães, 2000). Nossos resultados mostraram que a PSP
aumentou o número de entradas nos braços fechados sem alterar a porcentagem e
que esse parâmetro pode estar associado ao aumento da atividade exploratória dos
animais submetidos ao labirinto em cruz elevado. No entanto, essa alteração não
foi observada nos ratos dos grupos HI e HI-PSP. Esses dados sugerem que a HI
reverteu o aumento do comportamento exploratório induzido pela PSP.
Os resultados obtidos na atividade exploratória corroboram dados
anteriores do nosso grupo, que demonstraram que a PSP aumentou a locomoção
dos ratos (Tufik e Silveira Filho, 1983). Porém, Andersen e colaboradores (2005a)
ao investigarem os efeitos da PSP durante 4 dias consecutivos, não observaram
alteração da atividade motora dos ratos avaliados no campo aberto. Essa
diversidade de resultados encontrados no modelo de PSP provavelmente está
associada à metodologia empregada. No estudo de Tufik e Silveira Filho (1983) e
neste estudo, os ratos foram submetidos à PSP pelo método da plataforma única,
enquanto Andersen e colaboradores (2005a) utilizaram o método da plataforma
múltipla, em que se mantêm grupos de 10 animais no tanque de PSP. O método
da plataforma única contém variáveis adicionais que podem mascarar a
interpretação dos resultados. Nesse método, o animal é submetido a, pelo menos,
dois tipos de estresse: isolamento social e imobilização (Kovalzon e Tsibulsky,
1984). Para minimizar o estresse proveniente do isolamento social, foi elaborada
uma gaiola de alumínio com orifícios, que permitia a mútua observação dos
animais. Uma vez que a imobilidade é um fator inerente ao método da plataforma
Discussão
140
única, especulamos que essa imobilização possa influenciar a atividade
exploratória dos animais quando submetidos a um novo ambiente.
Diversos autores demonstraram que as monoaminas como DA, NA e 5-HT
estão envolvidas na regulação do ciclo vigília-sono em mamíferos (Boutrel e Koob,
2004; Siegel, 2004). Além disso, os efeitos da privação de sono sobre o organismo
estão associados à alteração da neurotransmissão central. Considerando que as
variações nos sistemas de neurotransmissão, como dopaminérgico, noradrenérgico
e serotoninérgico influenciam o comportamento de ansiedade nos ratos (Handley e
McBlane, 1993; Maisonnette et al., 1993; Martijena et al., 1997) e que as regiões do
sistema límbico, tais como o núcleo accumbens, a amígdala, o hipocampo e o
córtex frontal, participam da manutenção do comportamento emocional (Goldstein
et al., 1996), avaliamos os efeitos da exposição à HI e/ou PSP na concentração de
monoaminas em regiões do cérebro dos ratos relacionadas à ansiedade. Nossos
resultados demonstraram que a HI, além de não modificar os parâmetros
comportamentais avaliados, também não alterou as concentrações de monoaminas
analisadas. Entretanto, a PSP aumentou significativamente a atividade exploratória
dos animais, bem como as concentrações de adrenalina no estriado. Um dado
relevante foi que essas alterações não foram encontradas nos ratos do grupo HI-
PSP.
Dados da literatura mostram que as projeções adrenérgicas no sistema
nervoso central estão amplamente envolvidas na regulação do ciclo vigília-sono
(Pace-Schott e Hobson, 2002; Berridge e Waterhouse, 2003). Os neurônios do
locus coeruleus estão em intensa atividade durante a vigília ativa, em menor
atividade durante a vigília relaxada, reduzem, ainda mais, sua atividade durante o
sono NREM e silenciam-se completamente durante o sono REM (Foote et al., 1980;
Aston-Jones e Bloom, 1981). De fato, a ativação de diversos fatores de transcrição
associados à vigília foi regulada positivamente pelo sistema adrenérgico (Cirelli et
al., 1996; Cirelli e Tononi, 2000). Além disso, ratos submetidos à PSP por 4 dias
consecutivos apresentam down-regulation dos receptores β-adrenérgicos em várias
áreas do cérebro (Hipolide et al., 1998) e alterações comportamentais induzidas por
agonistas e antagonistas noradrenérgicos (Andersen et al., 2005d).
Discussão
141
As alterações comportamentais observadas em resposta à ação de drogas
dopaminérgicas após PSP podem ser explicadas pela supersensibilidade de
receptores dopaminérgicos pós-sinápticos (Tufik et al., 1978; Tufik, 1981) ou
subsensibilidade dos receptores dopaminérgicos pré-sinápticos (Tufik et al., 1987).
Porém, contrariamente ao esperado, a concentração de DA, um neurotransmissor
amplamente associado ao ciclo vigília-sono, não se alterou após a exposição à
PSP por 3 dias em nenhuma das regiões estudadas.
Neste estudo, foi observado aumento na concentração de corticosterona
sérica nos ratos submetidos à PSP e à HI-PSP. Resultados similares, relativos à
PSP, foram previamente descritos por Suchecki e colaboradores (2002) e por
Andersen e colaboradores (2005b). O aumento de corticosterona poderia
influenciar as análises comportamentais e bioquímicas; entretanto, Andreatini e
Leite (1994) mostraram que a administração aguda de corticosterona induziu um
efeito ansiolítico nos ratos submetidos ao labirinto em cruz elevado. Além disso,
esses autores observaram que a administração repetida de corticosterona não
modificou o comportamento dos animais (Andreatini e Leite, 1994). Os ratos
expostos à HI associada à PSP durante 3 dias consecutivos apresentaram aumento
da concentração de corticosterona, sem modificar o comportamento e a
concentração de monoaminas no sistema nervoso central dos ratos. Logo, as
alterações induzidas pela PSP parecem não estar relacionadas a uma resposta ao
estresse propriamente dito.
O estresse é um fator inerente ao método de privação de sono. Na tentativa
de encontrar um grupo controle adequado para mimetizar o estresse induzido pela
privação de sono, pesquisadores do nosso grupo propuseram algumas alternativas.
Suchecki e Tufik (2000) testaram um grupo controle no qual os ratos foram alojados
em um tanque idêntico ao utilizado na privação de sono, mas mantidos sobre uma
grade. No entanto, esse grupo apresentou rebote de sono após o período de
privação, sugerindo que houve perda de sono. Posteriormente, outros estudos do
nosso grupo demonstraram que diferentes modalidades de estresse (natação
forçada, imobilização, choque nas patas e frio) também produziram alterações no
padrão de sono dos ratos (Palma et al., 2000; Papale et al., 2005). Esse fato
Discussão
142
dificulta a utilização de um grupo controle que minimize o estresse da privação de
sono sem modificar o padrão de sono.
Embora a exposição à HI (10% de O
2
) não ocasione modificações
relevantes no padrão de sono em ratos (Gozal et al., 2001a), a hipóxia induziu
prejuízo da memória espacial, bem como morte neuronal no córtex e na região CA
1
do hipocampo (Gozal et al., 2001a,b). Esses resultados variam conforme o tempo
de exposição dos animais à HI, uma vez que houve um pico na morte neuronal
após 48 horas de exposição à HI (Gozal et al., 2001a). Nossos resultados
mostraram que a HI, por um período similar (3 dias), não foi capaz de modificar
nenhum dos parâmetros comportamentais e neuroquímicos estudados. Entretanto,
os ratos do grupo HI-PSP não apresentaram alteração da atividade exploratória no
labirinto em cruz elevado, provavelmente pela influência da hipóxia no sistema
adrenérgico.
A hipóxia induz à redução da oxigenação no cérebro e apresenta
“vulnerabilidade seletiva” em locais específicos como nos neurônios do córtex, do
estriado e do hipocampo (Gozal et al., 2001a,b; Payne et al., 2004; Decker et al.,
2005). Ratos expostos a uma baixa concentração de O
2
apresentaram redução da
taxa de síntese e do turnover de NA e DA (Miwa et al., 1986). De fato, os neurônios
dopaminérgicos são sensíveis à hipóxia (Miwa et al., 1986; Decker et al., 2003,
2005). O cérebro possui reserva limitada de O
2
e pouca habilidade de manter-se
em ambientes anaeróbios; portanto, os neurônios reduzem a demanda metabólica
ao diminuírem sua atividade (Neubauer e Sunderram, 2004). Apesar do aumento
das concentrações de HVA no hipocampo, não foram observadas no presente
estudo alterações nas concentrações de adrenalina estriatal quando a PSP foi
associada à HI. De fato, a maioria dos neurônios responde ao insulto de hipóxia,
reduzindo a demanda metabólica.
Alguns estudos sugerem que a hipóxia, a perda ou a fragmentação de sono
interferem nos processos de homeostase e restaurativos que ocorrem durante o
sono (Bonnet, 1986; Beebe e Gozal, 2002). Os dados da literatura indicam que os
neurônios são considerados as células mais sensíveis ao ambiente de anoxia
(Bickler e Donohoe, 2002). Entretanto, eles têm a capacidade de adaptar-se a um
Discussão
143
ambiente limitado de O
2
e desencadear mecanismos para manter a integridade e
as funções do cérebro em circunstâncias fisiológicas desfavoráveis. Certamente, os
resultados obtidos quando a PSP foi associada à HI são mais difíceis de interpretar.
Provavelmente as respostas da hipóxia refletem as mudanças neurofisiológicas
devido às alterações no sistema de neurotransmissão. Durante o estado de vigília,
as concentrações do lactato cortical aumentam (Shram et al., 2002). Além disso,
ratos privados de sono apresentam redução nas concentrações extracelulares de
glicogênio do cérebro (Kong et al., 2002), sugerindo um aumento do metabolismo
neuronal. O lactato contribui ativamente para o fornecimento da demanda
energética neuronal que está diretamente relacionada à transmissão sináptica.
Entretanto, a disponibilidade reduzida do O
2
induz depleção de ATP no neurônio
devido à inibição da atividade glicolítica e mitocondrial (Kahlert e Reiser, 2004).
Portanto, a diminuição do metabolismo celular e conseqüente redução da atividade
neuronal implicam redução da transmissão sináptica.
Os resultados obtidos neste estudo indicam que a PSP induziu alterações
comportamentais associadas à modificação da neurotransmissão central. Os
animais expostos somente à HI não apresentaram alterações nos parâmetros
avaliados; entretanto, a associação da HI à PSP foi capaz de reverter o aumento
da atividade exploratória e da adrenalina no estriado induzido pela PSP. Ao
associar a PSP à depleção de oxigênio, os parâmetros comportamentais e
neuroquímicos foram similares aos valores encontrados nos ratos do grupo CTRL.
Assim, a investigação dos efeitos produzidos pela PSP e/ou HI em ratos
pode contribuir para o melhor entendimento dos efeitos da baixa oxigenação no
sistema nervoso central em condição de privação de sono.
7.3 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou restrição de sono
nas avaliações comportamentais e neuroquímicas
Após a exposição crônica, nossos dados mostraram que a RS aumentou a
atividade motora dos ratos, sem modificar a concentração das catecolaminas e a
Discussão
144
expressão da enzima tirosina hidroxilase. A exposição crônica à HI não foi capaz de
modificar nenhum dos parâmetros motores observados nos ratos; entretanto,
reduziu a concentração de NA no estriado dos animais. Essa alteração também foi
observada no grupo HI-RS. Na avaliação cognitiva, observou-se que a RS não
modificou a aquisição e a retenção da memória dos animais na tarefa de esquiva
inibitória; porém, foi observado prejuízo da habituação. Ao se considerar apenas a
distância percorrida, os ratos do grupo HI também apresentaram prejuízo da
habituação. Somente os ratos submetidos à PSP durante 4 dias consecutivos
apresentaram prejuízo na aquisição e retenção na tarefa de esquiva inibitória em
comparação ao grupo CTRL.
Em relação à avaliação motora realizada em diferentes tempos de
exposição à HI e/ou RS, nossos resultados demonstraram que, independente da
condição experimental, os ratos não apresentaram diferenças estatísticas em
nenhum dos parâmetros durante a avaliação basal. Por outro lado, a exposição à
RS e à HI-RS durante 4 dias aumentou a locomoção (distância percorrida), a
velocidade e freqüência de levantar. Esse aumento na atividade motora também
ocorreu após 7, 14 e 21 dias. As exposições sucessivas à caixa de atividade
reduziram a locomoção e a freqüência de levantar somente dos animais CTRL em
comparação à análise basal. Além disso, foi observada diminuição da freqüência de
levantar nos ratos do grupo HI em comparação ao basal. Em relação à duração de
imobilidade, após 14 dias foi verificada redução desse parâmetro nos ratos dos
grupos RS e HI-RS em comparação aos grupos CTRL e HI. Não foram observadas
diferenças estatísticas entre os grupos na duração de limpeza.
A HI não modificou nenhum dos parâmetros motores avaliados. No entanto,
Row e colaboradores (2002) verificaram que ratos neonatais (décimo dia pós-natal -
PN10) expostos à HI durante 14 dias apresentaram aumento da atividade motora
quando submetidos ao campo aberto, com 30 dias de idade. Esses dados são
corroborados pelo estudo de Decker e colaboradores (2003) que observaram
aumento da atividade motora em ratos jovens submetidos à HI durante a fase de
desenvolvimento neuronal (PN7-P11). Esses autores relataram que o aumento da
atividade motora está associado ao aumento de VMAT
2
e D
1
no estriado.
Entretanto, ratos expostos à hipóxia (2% de O
2
) durante a vida adulta apresentaram
Discussão
145
redução da atividade motora após uma única sessão de 20 minutos. Portanto, a
ausência de alteração motora nos animais do grupo HI neste estudo pode estar
relacionada a diferentes fatores como idade dos animais (neonatal versus adulto),
tempo de exposição à hipóxia (minutos versus dias) ou gravidade da hipóxia (2%
versus 10%).
A hipóxia moderada (10% de O
2
) está associada a alterações
comportamentais mediadas pelo aumento de perda neuronal (Goldbart et al., 2003;
Gozal et al., 2001a,b). Estudos mostram que a HI induz à morte neuronal no córtex
e na região CA
1
do hipocampo, sem alterar a região CA
3
de ratos (Gozal et al.,
2001a,b). Os autores observaram que essa alteração foi tempo-dependente, sendo
que o pico na morte neuronal ocorreu após 48 horas de exposição à HI (Gozal et
al., 2001a). Além disso, foi observada ausência dessa diferença após 14 dias de
exposição à HI (Gozal et al., 2001a).
A exposição à HI leva ao prejuízo na memória espacial, o que foi observado
tanto em ratos jovens (Gozal et al., 2001a; Row et al., 2002) como em ratos idosos
submetidos ao labirinto aquático de Morris (Gozal et al., 2003a). Neste estudo, ao
se observar o parâmetro distância percorrida, os ratos submetidos à HI
apresentaram prejuízo na habituação após serem submetidos a sucessivas
avaliações na caixa de atividade (4, 7, 14 e 21 dias). Porém, não foi verificado
prejuízo na aquisição e retenção da memória na tarefa de esquiva inibitória (5 e 21
dias). Nesse sentido, alguns autores sugerem que o prejuízo da memória espacial
está associado ao tempo de exposição dos animais à HI (Gozal et al., 2003b; Row
et al., 2007).
Gozal e colaboradores (2003b) demonstraram que ratos submetidos à HI
durante 7 dias apresentaram prejuízo na memória espacial quando avaliados no
labirinto aquático de Morris e, após a exposição crônica à HI (14 e 30 dias), essa
alteração na memória não foi observada. Segundo os autores, tal resultado pode
estar associado ao efeito bifásico da HI observado em função do aumento de
neurogênese no hipocampo. Nessa análise, que avalia a proliferação neuronal, foi
verificado que ratos expostos à HI durante 1e 3 dias apresentaram redução das
células marcadas para BrdU e, após 7 dias, não foi observada alteração desse
Discussão
146
parâmetro. Na análise realizada após 14 e 30 dias de exposição à HI, os ratos
apresentaram aumento da proliferação neuronal no hipocampo. Assim, podemos
sugerir que a ausência da alteração cognitiva no grupo de HI na esquiva inibitória
pode estar relacionada ao tempo de exposição à HI ou em função das diferenças
entre as tarefas da memória empregada nos dois estudos (esquiva inibitória versus
labirinto aquático de Morris).
Uma hipótese alternativa para explicar o aumento da atividade motora nos
ratos submetidos à RS poderia ser o prejuízo na habituação. Os ratos, quando
expostos a um novo ambiente, aumentam o comportamento exploratório (Thiel et
al., 1999). Após exposições subseqüentes ao mesmo contexto, sem a presença de
estímulos positivos ou aversivos, os animais apresentam tendência a diminuir essa
resposta. Portanto, considera-se a habituação uma tarefa de aprendizagem de
contexto não-associativa (Thiel et al., 1999; Leussis e Bolivar, 2006) e hipocampo-
dependente, caracterizada a partir de estudos que avaliaram os efeitos de lesões
(Wright et al., 2004) ou pela manipulação farmacológica (Vianna et al., 2001) nessa
região do encéfalo. Nesse sentido, alguns autores já demonstraram que a privação
de sono implica prejuízo de tarefas hipocampo-dependentes, tais como a versão
espacial do labirinto aquático de Morris (Beaulieu e Godbout, 2000; Guan et al.,
2004), o medo condicionado ao contexto (Graves et al., 2003) e a esquiva inibitória
(Bueno et al., 1994; Moreira et al., 2003; Dubiela et al., 2005). Assim, o aumento
observado na atividade exploratória nos ratos do grupo RS e HI-RS pode estar
relacionado ao prejuízo na tarefa de habituação. Consistente com a literatura,
nossos resultados demonstraram que ratos submetidos à PSP durante 4 dias
consecutivos apresentaram prejuízo na aquisição e na retenção da tarefa de
esquiva inibitória. O protocolo de RS não induziu nenhuma alteração nessa tarefa
aversiva. No entanto, alguns estudos verificaram que a intensidade do choque
(estímulo incondicionado) alterou a resposta aos fármacos que causam prejuízo
cognitivo (Quiroz et al., 2003). Assim, a administração intra-hipocampal de
tetrodoxina induziu prejuízo na aquisição e retenção da tarefa de esquiva inibitória
somente nos ratos que receberam um choque de 1,0 mA nas patas durante a
sessão de treino. Essa alteração não foi observada nos ratos treinados em uma
condição experimental com choque de 0,8 mA (Quiroz et al., 2003). Apesar da
análise de diversas intensidades de choque realizada previamente neste estudo, na
Discussão
147
condição experimental de RS a intensidade do estímulo incondicionado empregado
deveria ser reduzida. Por outro lado, a alteração discreta da arquitetura de sono
dos ratos, como ocorre no protocolo de RS, pode explicar a ausência dos efeitos da
RS na tarefa de esquiva inibitória.
A ritmicidade circadiana é definida como um padrão temporal com duração
de aproximadamente 24 horas, como por exemplo, o ritmo vigília-sono. Nesse
sentido, nosso grupo demonstrou que os ratos dormem aproximadamente 12-13
horas por dia, sendo aproximadamente 8-9 horas na fase clara e 4-5 horas na fase
escura (Machado et al., 2004). Os ratos submetidos ao protocolo experimental de
RS proposto por Machado e colaboradores (2005) concentram a fase de sono no
horário das 10h às 16h. Nesse período compensam a perda do sono paradoxal e
sono de ondas lentas. Durante todo o procedimento, os ratos dormem em média de
30-40% do tempo, o que corresponde a 8-9 horas por dia (Machado et al., 2005).
No entanto, durante o período de PSP por 4 dias consecutivos, os animais
submetidos ao método da plataforma única apresentaram supressão do sono
paradoxal e diminuição de 39% do tempo total de sono de ondas lentas (Machado
et al., 2004).
Após a sessão de treino da tarefa de esquiva inibitória, os ratos do
grupo PSP foram alojados em gaiolas contendo serragem, sendo permitido que os
animais dormissem. No período de rebote, observou-se aumento significativo na
porcentagem de sono paradoxal (104%) em comparação com o registro basal
(Machado et al., 2004). Nossos dados sugerem que diferentes intensidades de
perturbações na arquitetura do sono podem influenciar na aquisição e retenção da
memória. Além disso, uma mesma intensidade de PSP (4 dias consecutivos) em
diferentes horários (início: 8h, 14h, 20h e 2h) também induz prejuízo na memória
em ratos (Rolim, 2007).
Outro fator que pode interferir nos efeitos da PSP na memória é o estresse
inerente ao método empregado (Vertes e Eastman, 2000). Ratos adrelectomizados
e privados de sono apresentaram prejuízo na memória espacial no labirinto
aquático de Morris, demonstrando que o déficit na aquisição da tarefa está
associado à exposição pré-treino dos ratos à PSP e não aos efeitos secundários à
Discussão
148
resposta da adrenal ao estresse (Ruskin et al., 2006). Nesse sentido, nossos
resultados mostram que os ratos expostos à RS apresentaram aumento da
concentração de corticosterona previamente demonstrado nos ratos submetidos à
PSP durante 4 dias (Suchecki et al., 2002; Andersen et al., 2005b), e os ratos
submetidos à HI-RS não alteraram os níveis de corticosterona; no entanto,
apresentaram o mesmo prejuízo cognitivo que os animais restritos de sono.
Embora existam várias evidências dos efeitos deletérios da hipóxia e da
privação de sono no cérebro, pouco se conhece a respeito da regulação da
expressão da tirosina hidroxilase e da síntese das catecolaminas após a exposição
crônica a esses dois fatores. Nossos resultados mostram que as manipulações
experimentais não modificaram a expressão da enzima tirosina hidroxilase na
substância negra e no estriado. Além disso, apenas os ratos dos grupos HI e HI-RS
reduziram a NA no estriado. Entretanto, Li e colaboradores (1996) observaram em
ratos submetidos à HI (35 dias) aumento da concentração de NA e diminuição do
turnover de DA no hipotálamo e, conseqüentemente, aumento da atividade motora.
De acordo com Gozal e colaboradores (2005), nossos dados mostraram
que a expressão da proteína tirosina hidroxilase não foi alterada pela HI. Embora a
exposição crônica à HI e à HI-SR não tenha alterado a expressão da tirosina
hidroxilase na substância negra e no estriado, ambos os grupos apresentaram
redução na concentração de NA estriatal. De fato, as concentrações de NA
diminuem após a exposição à HI em diversas regiões do encéfalo (Roubein et al.,
1981; Miwa et al., 1986). Roubein e colaboradores (1981) verificaram que os níveis
de monoaminas retornaram às concentrações basais após 36 horas de exposição à
HI. Esses achados sugerem que o cérebro pode adaptar-se a uma condição de
baixa oxigenação (Roubein et al., 1981).
Evidências descritas na literatura sugerem que o sistema dopaminégico
desempenha um papel importante na regulação do sono (Tufik et al., 1978; Tufik,
1981; Andersen et al., 2005a,b,c; Andersen e Tufik, 2005; Dzirasa et al., 2006; Lima
et al., 2007). Nesse sentido, demonstrou-se que a lesão seletiva da via
nigroestriatal, que por sua vez provoca redução da neurotransmissão
dopaminérgica nessa via (Da Cunha et al., 2001; Perry et al., 2004) foi capaz de
Discussão
149
gerar importantes prejuízos no padrão de sono em ratos, em particular de sono
paradoxal (Lima et al., 2007). Contrariamente ao esperado, a concentração de DA
não apresentou alteração após a exposição à RS em nenhuma das regiões
estudadas. Estudos realizados por nosso grupo demonstraram que a PSP induziu
intensificação da resposta dopaminérgica (Tufik et al., 1978; Tufik, 1981),
evidenciada pelo aumento da agressividade e do comportamento estereotipado
induzidos por apomorfina, um agonista direto de receptores dopaminérgicos (Tufik
et al., 1978; Tufik, 1981). Tais achados levaram os autores a sugerir a hipótese de
que a PSP induzia supersensibilidade dos receptores dopaminérgicos pós-
sinápticos (Tufik et al., 1978; Tufik, 1981) e subsensibilidade dos receptores
dopaminérgicos pré-sinápticos (Tufik et al., 1987). Posteriormente, esse dado,
corroborado ao estudo autorradiográfico do encéfalo de ratos submetidos a 4 dias
consecutivos de PSP, mostrou aumento da densidade dos receptores D
2
no núcleo
accumbens e no caudado-putâmen (Nunes et al., 1994). Aproximadamente 30 anos
mais tarde, Dzirasa e colaboradores (2006) relataram que a DA participa
ativamente na regulação do ciclo vigília-sono e que sua ação foi mediada pelos
receptores D
2
dopaminérgicos. Porém, nossos dados mostraram que a RS não
modificou a expressão da enzima tirosina hidroxilase e a concentração de
catecolaminas em nenhuma das regiões observadas. A avaliação da expressão da
tirosina hidroxilase, enzima passo limitante na síntese de catecolaminas, é uma
ferramenta útil para avaliar a atividade funcional do sistema de neurotransmissão
catecolaminérgico no cérebro. Uma hipótese para explicar o aumento da atividade
motora observada nos ratos do grupo RS seria a supersensibilidade dos receptores
dopaminérgicos. Embora essa suposição possa ser razoável dentro do contexto da
PSP, ainda permanece desconhecido se os efeitos observados na atividade motora
dos ratos restritos de sono podem ser explicados por esse mecanismo.
Assim, nossos resultados demonstraram que as modificações no
comportamento e nos sistemas de neurotransmissão induzidas pela HI e pela PSP
são distintas. Além disso, diversos fatores, tais como: a concentração de oxigênio,
a duração da exposição à hipóxia, a idade dos ratos, podem influenciar a resposta
da hipóxia.
Discussão
150
7.4 Efeitos da exposição à hipóxia intermitente e/ou privação de sono
nos fatores bioquímicos sangüíneos associados ao risco cardiovascular
Os resultados observados mostraram que a exposição à HI durante 3 ou 4
dias não modificou os parâmetros bioquímicos avaliados. Os ratos submetidos à
PSP durante 4 dias apresentaram redução das concentrações de triglicérides e do
VLDL-colesterol em comparação ao grupo CTRL, e aumento das concentrações de
colesterol total e do HDL-colesterol nos ratos PSP em comparação ao grupo HI. As
concentrações de triglicérides e do VLDL-colesterol permaneceram reduzidas
quando a PSP foi associada à HI. Entretanto, os animais expostos à HI-PSP não
apresentaram nenhuma alteração dos níveis de colesterol total e do HDL-colesterol
como observado no grupo submetido à PSP. Todavia, não foram verificadas
diferenças estatísticas entre esses grupos nas concentrações de homocisteína,
cisteína, do LDL-colesterol e das vitaminas B
6
, B
12
e folato.
Após a exposição crônica à HI, foi observada redução dos níveis da
vitamina B
6
e aumento de triglicérides e do VLDL-colesterol. Os ratos dos grupos
RS e HI-RS apresentaram redução dos níveis de triglicérides e do VLDL-colesterol.
Nos ratos submetidos à RS por 21 dias, observou-se redução da concentração de
homocisteína; entretanto, os animais do grupo HI-RS não apresentaram alteração
desse parâmetro. Nesse grupo verificou-se aumento da concentração de cisteína
em comparação aos grupos CTRL, HI e RS. Não foram observadas alterações dos
níveis de colesterol total, HDL-colesterol e das vitaminas folato e B
12
entre os
grupos após a exposição crônica à HI e/ou RS.
A redução na concentração de oxigênio arterial induz alterações em todos
os sistemas, sendo o sistema cardiovascular, em particular, vulnerável aos efeitos
da hipóxia (Fletcher et al., 1992a,b; Fletcher, 1995; Bao et al., 1997a; Hui et al.,
2003). No entanto, após a exposição à HI durante 3 ou 4 dias não foi observada
nenhuma alteração dos parâmetros bioquímicos sangüíneos avaliados. Nossos
resultados diferem daqueles relatados por Li e colaboradores (2005a), que
demonstraram que a exposição à HI durante 5 dias (5% de O
2
– 12 horas na fase
clara do ciclo) aumentou as concentrações séricas dos triglicérides, de colesterol
total, de HDL-colesterol e dos fosfolipídeos em camundongos. Essa aparente
Discussão
151
contradição entre os dois estudos pode estar relacionada a dois fatores: 1)
Diferenças na gravidade da hipóxia: Li e colaboradores (2007) observaram que
concentrações de oxigênio, 5% versus 10%, foram capazes de produzir diferentes
alterações metabólicas; 2) Diferenças nas respostas metabólicas existentes entre
as espécies: camundongos versus ratos.
Durante a apnéia de sono em humanos, ocorrem variações na pressão
intratorácica induzida pelo esforço respiratório, hipoxemia e fragmentação de sono,
que afetam o sistema nervoso autônomo e o sistema cardiovascular. Nesse
sentido, estudos experimentais utilizando modelos animais também têm mostrado a
relação entre a hipóxia e a hipertensão. Em cães, a obstrução das vias aéreas
superiores durante o sono, simulando variações na pressão intratorácica,
hipoxemia e despertares, induziu aumento da pressão arterial diurna após quatro
semanas (Brooks et al., 1997). Neste estudo, entre os fatores avaliados, a hipóxia,
como sugerido pelos autores, tem um papel importante no aumento da pressão
arterial. Fletcher e colaboradores (1992a) demonstraram que a HI (5% de O
2
)
produziu aumento da pressão arterial em roedores. Essa alteração da pressão
arterial, após a HI prolongada, foi atribuída à modificação da sensibilidade dos
barorreceptores carótidos (Fletcher et al., 1992b; Lesske et al., 1997) e ao aumento
da atividade tanto do sistema nervoso simpático (Bao et al., 1997a; Fletcher, 2000)
como do sistema renina-angiotensina (Fletcher et al., 1999). Além disso, Hui e
colaboradores (2003), utilizando um protocolo de HI similar ao do presente estudo
(10% de O
2
), observaram aumento na pressão arterial dos ratos somente após 30
dias de HI. Assim, esses estudos sugerem que o aumento de pressão em ratos
submetidos à HI, independente da gravidade do insulto de hipóxia (5% ou 10%),
está relacionado ao tempo de exposição dos animais a essa condição
experimental.
Para elucidar essa questão, foram investigados os efeitos da exposição
crônica à HI e/ou RS nos parâmetros sangüíneos associados aos fatores de risco
cardiovascular em ratos. No modelo utilizado neste estudo, os ratos foram
submetidos ao protocolo de HI (5% de O
2
) no período das 10h às 16h durante 21
dias. Após a exposição crônica à HI, foram observados a redução da concentração
Discussão
152
da vitamina B
6
e o aumento dos níveis de triglicérides e do VLDL-colesterol nos
animais.
A vitamina B
6
é um dos componentes que participa da remoção da
homocisteína. Alguns estudos têm identificado a elevada concentração de
homocisteína plasmática como fator de risco ao desenvolvimento e progressão de
doenças cardiovasculares (Selhub, 1999). A homocisteína é um aminoácido
sulfurado que apresenta um grupo sulfidrila em sua estrutura. Esse aminoácido não
é um constituinte da dieta nem formador de proteínas, mas é produzido
exclusivamente como um produto intermediário do metabolismo intracelular da
metionina (Finkelstein e Martin, 2000). O metabolismo da homocisteína está situado
entre duas vias metabólicas: a da remetilação e a da transulfuração. Na
remetilação, para formar a metionina, a reação é dependente de folato e da
vitamina B
12
. Na via de transulfuração, que ocorre principalmente no fígado e nos
rins, a enzima cistationina β-sintase condensa a homocisteína com serina para
formar a cistationina por meio de uma reação irreversível dependente de vitamina
B
6
, formando, ao final, a cisteína. Assim, a vitamina B
6
pode alterar o metabolismo
da homocisteína reduzindo a atividade da enzima serina hidroximetiltransferase e
suprimindo o catabolismo da homocisteína (Selhub, 1999). No entanto, a redução
da vitamina B
6
induzida pela exposição crônica à HI não foi acompanhada pelo
aumento da concentração plasmática de homocisteína nem pela redução da
cisteína. Dados da literatura demonstraram que a deficiência da vitamina B
6
está
associada à elevação da concentração de homocisteína do plasma (Miller et al.,
1992), embora esse efeito seja menos pronunciado que a deficiência de folato
(Miller et al., 1994).
Em relação ao aumento sérico de triglicérides e do VLDL-colesterol após a
exposição crônica à HI, os dados observados evidenciaram um efeito tempo-
resposta da hipóxia. Li e colaboradores (2005b, 2006) verificaram que a HI durante
5 dias aumenta a síntese dos triglicérides no fígado por meio da up-regulation da
proteína de ligação ao elemento de resposta a esterol (SREBP)-1, e do aumento da
atividade da estearoil-CoA desaturase (SCD)-1, enzima de síntese de triglicérides
que acelera a síntese de ácidos graxos mono-insaturados, conseqüentemente
aumentando a síntese de triglicérides, elevando seus níveis tanto no fígado como
Discussão
153
no soro. Além disso, a HI aumenta a atividade de transcrição do fator de indução à
hipóxia (HIF)-1 (Cai et al., 2003, Yuan et al., 2005), sugerindo que a HIF-1 possa
regular a via do SREBP-1, aumentando assim a síntese dos lipídeos. Embora os
resultados obtidos na concentração de triglicérides no presente estudo não
corroboram os achados de Li e colaboradores (2005a) depois da exposição à HI (4
dias), foi observado aumento desse parâmetro bioquímico após a exposição
crônica (21 dias). Provavelmente, as diferenças do metabolismo entre as espécies
(rato versus camundongo) podem contribuir para uma resposta rápida da hipóxia no
perfil lipídico de camundongos devido ao metabolismo acelerado desses animais.
Além disso, não podemos refutar a hipótese de que a gravidade dos efeitos da
hipóxia associada ao tempo de sua exposição desempenha um papel importante
nas alterações do metabolismo dos lipídeos em ratos.
Dados da literatura mostram que a PSP por 4 dias pode alterar os
parâmetros sangüíneos associados ao risco cardiovascular (de Oliveira et al., 2002;
Andersen et al., 2004a). Em concordância, nossos resultados mostraram que a
PSP durante esse período aumentou o colesterol total e o HDL-colesterol em
comparação aos grupos HI e HI-PSP; entretanto, reduziu a concentração sérica de
triglicérides e do VLDL-colesterol em comparação ao grupo CTRL. Anteriormente,
nosso grupo demonstrou aumento da concentração de LDL-colesterol (Andersen et
al., 2004a) e redução da homocisteína plasmática em ratos submetidos a 4 dias de
PSP (de Oliveira et al., 2002; Andersen et al., 2004a). Todavia, os resultados
observados no presente estudo demonstraram por meio da análise de ANCOVA
que esses dois parâmetros bioquímicos sangüíneos estão relacionados à perda de
peso corporal observada nos ratos. Nossos resultados mostraram que, após 4 dias
de PSP, os ratos reduziram o peso em 5,7%, sendo essa redução mais
pronunciada nos animais do grupo HI-PSP (7,7%) em comparação à avaliação
basal. A perda de peso corporal induzida pela PSP já foi verificada em diversos
estudos (Kushida et al., 1989; Martins et al., 2006). Recentemente, Martins e
colaboradores (2007) demonstraram que alguns componentes do metabolismo de
lipídios podem ser influenciados pela perda de peso corporal dos ratos submetidos
à PSP. Esses autores avaliaram os efeitos da PSP em ratos que receberam uma
dieta líquida rica em lipídeos comparados com a dieta convencional. Ao contrário
do grupo PSP, os ratos do grupo HI não apresentaram diferença no peso em
Discussão
154
comparação à avaliação basal. Portanto, a perda de peso observada nos ratos do
grupo HI-PSP ocorreu em função da PSP e não em decorrência da exposição à HI.
Em particular, a PSP durante 3 dias consecutivos foi capaz de reduzir a
concentração de homocisteína sem a interferência da perda de peso dos animais
como verificado após a análise da ANCOVA. Provavelmente esse resultado está
associado à pequena variação na perda de peso corporal no terceiro dia de PSP (-
5,1%) em relação ao quarto dia (-5,7%).
No modelo de RS, proposto por Machado e colaboradores (2005), também
foi verificada a redução no peso corporal. Nossos resultados mostraram que a
perda de peso nos animais restritos de sono no quarto dia foi similar ao que ocorre
após PSP por 4 dias consecutivos. Também foi observado nos animais HI-RS que,
após 7, 14 e 21 dias de PSP, o peso dos animais não apresentou alteração
significativa em comparação à avaliação realizada no quarto dia de experimento.
Os animais do grupo CTRL e HI apresentaram aumento no peso corporal após 14 e
21 dias, quando comparado ao peso basal. A exposição crônica à RS induz
alterações similares àquelas observadas após exposição à PSP, durante 4 dias,
nas concentrações de triglicérides e do VLDL-colesterol. Entretanto, a RS não
modificou a concentração de colesterol total e do HDL-colesterol como observado
após a exposição de 4 dias à PSP. Além disso, foi verificado redução da
concentração de homocisteína nos ratos restritos de sono. Nessa avaliação, a
perda de peso corporal induzida pela RS não influenciou nos parâmetros
bioquímicos analisados. A redução da concentração de homocisteína, observada
nos ratos RS, poderia ser explicada pela alteração de algum componente presente
no metabolismo da homocisteína. Contudo, neste estudo não foi observada
modificação da concentração de cisteína e das vitaminas folato, B
6
e B
12
. Futuros
estudos serão necessários para verificar a influência da RS na redução da
concentração de homocisteína plasmática.
Os resultados obtidos na análise da homocisteína plasmática não podem
ser relacionados ao estresse embora o método da plataforma única, utilizada neste
experimento para induzir a PSP, seja considerado como procedimento estressante
para o animal (Rechtschaffen e Bergmann, 2002; Suchecki et al., 2002; Andersen
et al., 2005b). Nesse sentido, de Oliveira e colaboradores (2004) demonstraram
Discussão
155
que o estresse agudo de imobilização (1 hora) aumentou a concentração
plasmática de homocisteína; outros estresses, como o frio e a natação forçada, não
afetaram esse parâmetro, conforme o autor. Além disso, durante a exposição à
hipóxia, o ruído produzido pela entrada de gases na câmara pode ser considerado
um fator estressante para os animais. No entanto, estresse acústico não induziu
alterações cardiovasculares em ratos (Bao et al., 1999).
No presente estudo, os animais do grupo HI-PSP apresentaram redução da
concentração de triglicérides e VLDL-colesterol, o que pode ser atribuído à resposta
da PSP sobre essas variáveis, já que os animais expostos à HI durante 4 dias não
modificaram nenhum dos parâmetros bioquímicos avaliados. Entretanto, os animais
expostos à HI-PSP não apresentaram nenhuma alteração dos níveis de colesterol
total e HDL-colesterol como observado no grupo submetido à PSP. A redução da
demanda de oxigênio, componente essencial na cascata respiratória e na produção
de ATP, pode acarretar diminuição da atividade celular. Diversos estudos da
literatura têm demonstrado as interações da HI com o sistema cardiovascular;
porém, poucos trabalhos avaliam o efeito do pré-condicionamento induzido pela
exposição repetida à hipóxia (Maulik e Das, 2002). Provavelmente, a diminuição do
metabolismo celular em resposta à redução de oxigênio sangüíneo levaria a hipóxia
a reverter o aumento induzido pela PSP tanto no colesterol total como na fração de
LDL-colesterol.
Após uma exposição prolongada à HI-RS, foi observada a redução das
concentrações de triglicérides e do VLDL-colesterol nos ratos. Esses resultados
foram similares àqueles obtidos após a exposição de 4 dias. Dado relevante foi
ausência da alteração da concentração de homocisteína nos animais do grupo HI-
RS, os quais apresentaram aumento da concentração de cisteína. Esse resultado
corrobora o estudo de Cintra e colaboradores (2007), que demonstraram aumento
da concentração de cisteína plasmática nos pacientes apnéicos. Portanto, destaca-
se o modelo de HI-RS como uma ferramenta útil para a compreensão dos
mecanismos envolvidos no aumento da cisteína plasmática nos pacientes com
SAOS.
Discussão
156
Em relação às avaliações do sistema cardiovascular, um fator limitante do
presente estudo foi a análise pontual dos parâmetros. Dados da literatura têm
demonstrado que os efeitos da HI no sistema cardiovascular em ratos ocorrem
após uma longa exposição dos animais a esse protocolo (Fletcher et al., 1992a,b;
Fletcher, 1995; Bao et al., 1997; Hui et al., 2003). No entanto, Lai e colaboradores
(2006) observaram aumento da pressão arterial em ratos expostos à hipóxia
durante 5 dias. Essa aparente contradição entre os dois estudos pode estar
associada à metodologia empregada. No presente trabalho, realizou-se a avaliação
em um único momento dos parâmetros sangüíneos bioquímicos, enquanto no
estudo de Lai e colaboradores empregou-se uma avaliação refinada da pressão
arterial com a utilização da telemetria, permitindo a investigação de parâmetros
fisiológicos no ciclo de 24 horas. Futuros estudos, utilizando-se uma metodologia
mais refinada (telemetria), poderão contribuir para uma melhor avaliação da
influência da privação de sono e da hipóxia na ritmicidade do sistema
cardiovascular.
Tomados em conjunto, os resultados obtidos neste estudo indicam que a
PSP induziu alterações comportamentais associadas à modificação da
neurotransmissão adrenérgica central. Os animais expostos somente à HI não
apresentaram alterações nos parâmetros avaliados; entretanto, ao associar a
privação de sono à depleção de oxigênio, os parâmetros comportamentais e
neuroquímicos avaliados foram similares aos valores encontrados nos ratos do
grupo CTRL. A exposição crônica à HI reduziu a concentração de NA no estriado,
modulando seletivamente os sistemas de neurotransmissão central, sem modificar
o comportamento e a função cognitiva dos ratos. Todavia, o aumento da atividade
motora nos ratos restritos de sono não foi associado a alterações nas
concentrações de catecolaminas e na expressão da enzima tirosina hidroxilase no
sistema nervoso central. A exposição à RS não modificou aquisição e retenção da
memória dos animais na tarefa de esquiva inibitória; porém, foi observado prejuízo
cognitivo detectado somente na tarefa não-associativa. A PSP (4 dias) e a RS (21
dias) modificaram os fatores bioquímicos associados ao risco cardiovascular.
Embora as alterações induzidas pela HI nos parâmetros bioquímicos sangüíneos
sejam tempo-dependentes, a exposição à HI associada à PSP reverteu as
modificações induzidas pela PSP. Além disso, a HI não foi capaz de antecipar
Discussão
157
nenhuma alteração nos parâmetros bioquímicos sangüíneos, induzida pela PSP.
Nossos resultados sugerem que a HI e a RS modificam o sistema nervoso central e
o cardiovascular por mecanismos distintos.
Finalmente, os dados acima apresentados mostram que as respostas
obtidas neste estudo podem ser influenciadas em parte em função da privação de
sono paradoxal e não pela hipóxia per se. Nesse aspecto, estudos futuros que
avaliem os efeitos causados pela hipóxia deverão utilizar especificamente um
estímulo que leve à fragmentação de sono sem hipóxia para determinar se as
perturbações no sono podem, de forma independente, prejudicar as variáveis
analisadas. Assim, investigar se a associação da hipóxia e privação de sono
exercem alguma influência no sistema cardiovascular e sistema nervoso central
pode ser útil no desenvolvimento de um melhor modelo animal para avaliar
alterações presentes nas doenças respiratórias durante o sono.
Conclusões
158
8. CONCLUSÕES
O modelo animal testado, que associa hipóxia à privação de sono, através
da avaliação das alterações comportamentais, cognitivas e cardiovasculares,
demonstrou que:
(1) A PSP induziu aumento da atividade exploratória, que foi acompanhada
pelo aumento na concentração de adrenalina no estriado. Os animais
expostos à HI não apresentaram alterações nos parâmetros
comportamentais e neuroquímicos; no entanto, a associação com a
PSP reverteu as modificações induzidas pela PSP.
(2) Cronicamente, a HI reduziu a concentração de noradrenalina no
estriado sem modificar o comportamento motor e a função cognitiva
dos ratos. O aumento da atividade motora observado nos ratos
submetidos à RS não está associado às alterações nas concentrações
catecolaminérgicas e na expressão da enzima tirosina hidroxilase. A
exposição à RS não modificou a memória dos animais na tarefa de
esquiva inibitória; entretanto, foi observado prejuízo da habituação.
(3) A PSP, a RS e a exposição crônica à HI influenciaram os fatores
bioquímicos associados ao risco cardiovascular. A HI associada à PSP
reverteu as modificações induzidas pela PSP.
(4) A HI não foi capaz de antecipar nenhuma alteração nos parâmetros
bioquímicos sangüíneos induzidos pela PSP.
Com base nos resultados obtidos e nas condições experimentais do
presente trabalho, conclui-se que a hipóxia e a privação de sono modificam os
sistemas nervoso central e cardiovascular por vias distintas. Além disso, diversos
fatores, tais como: a concentração de oxigênio, a duração da exposição à hipóxia e
a idade dos ratos, podem influenciar a resposta da hipóxia nos parâmetros
avaliados.
Referências Bibliográficas
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Anexo
178
10. ANEXOS
Anexo 1: Carta de Aprovação do Comitê de Ética da UNIFESP
Anexo
179
Anexo 2: Ata de aprovação da tese.
Abstract
180
ABSTRACT
Obstructive sleep apnea (OSA) is characterized by repetitive obstruction of the
upper airways resulting in pauses in breathing and subsequent oxygen desaturation
and is associated with cardiovascular and cognitive comorbidities. However, it is not
possible to determine whether such effects in apneic patients are related to hypoxia
per se or whether they occur due to the frequency of arousals induced by breathing
alterations during sleep. Thus, this study was designed to determine the isolated
and combined effects of hypoxia and sleep loss in behavior, cognitive and blood
parameters related to cardiovascular risk in rats. Wistar male rats were exposed to
intermittent hypoxia (IH) during the light period (2 min room air - 2 min 10% O
2
for
12h/day) and/or paradoxical sleep deprivation (PSD - 24h/day) using the single
platform method. Consequences of chronic IH and/or sleep restriction (SR)
exposure were examined after 21 consecutive days of the hypoxia protocol from
1000-1600h followed by an SR period of 18h (1600 -1000h). Results showed that
PSD induced behavioral alterations associated to modification of adrenergic
neurotransmission. Chronic exposure to IH reduced the concentration of
norepinephine in the striatum, without modifying behavior and cognitive function in
rats. Indeed, the increase of motor activity observed in rats of the SR group was not
associated with the alterations in the concentration of catecholamine and tyrosine
hydroxylase protein expression in the central nervous system. Exposure to SR did
not affect acquisition/retention on the inhibitory avoidance task. PSD (4 days) and
SR (21 days) modified the biochemical factors associated with cardiovascular risk.
Although the alterations that were induced by IH in biochemical parameters of blood
are time dependant, exposure to IH associated with PSD reversed the alterations
induced by PSD. Our results suggest that hypoxia and sleep loss modify
cardiovascular and central nervous systems in distinct ways.
Keywords: hypoxia; sleep deprivation; memory; cardiovascular system; rat.
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