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UFRRJ
INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
TESE
DESENVOLVIMENTO DO CICLO E
DESEMPENHO AGRONÔMICO DO MAMOEIRO
SOB CULTIVO ORGÂNICO EM AMBIENTE
PROTEGIDO
Luiz Aurélio Peres Martelleto
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
DESENVOLVIMENTO DO CICLO E DESEMPENHO
AGRONÔMICO DO MAMOEIRO SOB CULTIVO
ORGÂNICO EM AMBIENTE PROTEGIDO
LUIZ AURÉLIO PERES MARTELLETO
Sob a Orientação do Professor
Raul de Lucena Duarte Ribeiro
Tese
submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de
Doutor em Ciências, no Curso de
Pós-
Graduação em Fitotecnia, Área
de Concentração em Produção
Vegetal.
Seropédica, RJ
Janeiro de 2007
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634.65
M376d
T
Martelleto, Luiz Aurélio Peres,
1963-
Desenvolvimento do ciclo e
desempenho agronômico do mamoeiro
sob cultivo orgânico em ambiente
protegido/ Luiz Aurélio Peres
Martelleto. 2007.
192 f. : il.
Orientador: Raul de Lucena
Duarte Ribeiro.
Tese (doutorado)- Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro,
Instituto de Agronomia.
Bibliografia: f. 179-192.
1. Mamão - Cultivo Teses. 2.
Agricultura orgânica Teses. I.
Ribeiro, Raul de Lucena Duarte,
1937- II. Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Instituto
de Agronomia. III. Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
LUIZ AURÉLIO PERES MARTELLETO
Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Ciências, no
Curso de Pós-Graduação em Fitotecnia, área de Concentração em Produção Vegetal.
TESE APROVADA EM 19/01/2007 (Data da defesa)
Raul de Lucena Duarte Ribeiro, Ph.D. UFRuralRJ
(Orientador)
Sérgio Lúcio David Marin, Dr. FAESA, ES.
Antonio de Goes, Dr. UNESP/Jaboticabal,SP
Margarida Goréte Ferreira do Carmo, Dra. UFRuralRJ
Marco Antônio da Silva Vasconcellos, Dr. UFRuralRJ
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho e esta realização:
À minha mãe Apolônia Arenais Peres Marteleto e meu pai Sizenando Marteleto,
exemplos de perseverança, dignidade, honestidade e amor. Muito abrigado pela educação e
ensinamentos.
À Mariluci Sudo Martelleto (Mari), minha querida esposa, do meu lado em todos os
momentos. Muito obrigado pelos quase 17 anos de convívio.
À Bárbara Thie Sudo Martelleto, um presente de Deus.
À Gabriela Kimi Sudo Martelleto (Gabi), mais um presente de Deus.
Filhas, vocês são motivos de luta, incentivo, alegria e esperança num futuro melhor.
AGRADECIMENTOS
Queremos expressar nossos agradecimentos a todos aqueles que colaboraram para o
desfecho do presente trabalho, notadamente:
Em primeiro lugar a Deus.
Ao professor Raul de Lucena Duarte Ribeiro, pela orientação prestativa, eficiente,
amiga e confortável segurança transmitida no desenvolvimento dos trabalhos e publicação dos
resultados.
À PESAGRO-RIO pela oportunidade de valoração profissional.
À UFRuralRJ mais uma vez pelo privilégio do ensino e convivência intelectual.
Ao professor Antônio Carlos de Souza Abboud e à Professora Margarida Goréte
Ferreira do Carmo, na Coordenação do Curso de Pós-graduação em Fitotecnia, pela
competência e atenção.
Ao chefe da PESAGRO-RIO/EEM, Júlio César da Silva Monteiro de Barros pelo
apoio e incentivo a ingressar no curso de doutorado.
Aos Pesquisadores da PESAGRO-RIO/EES: Maria do Carmo de Araújo Fernandes,
Maria Luiza de Araújo e Marco Antônio de Almeida Leal pela recepção em Seropédica e
montagem dos experimentos.
Ao Marcelo, Senhora Edir, Kátia e Mônica pela grandiosa colaboração com a minha
família no momento do nosso estabelecimento em Seropédica.
Aos professores: Marco Antônio da Silva Vasconcellos e Rubens Briançon Busquet
pelo convívio amigável e sugestões no trabalho.
Aos pesquisadores da Embrapa/Agrobiologia: Dejair Lopes de Almeida e José
Guilherme Marinho Guerra pela contribuição e apoio nos trabalhos na Fazendinha.
Aos funcionários da PESAGRO-RIO/EES: Maria Aparecida Ferreira Guedes José
Antônio Ribeiro Timóteo, Adevalci Francisco Lima, Joel Vicente, Celso Telles de Almeida,
Geovani Pinheiro Lima, João Oliveira dos Santos, Luiz Carlos Grégio, Benedito Perrut e
Manoel José Cristino pela grande ajuda na montagem das estruturas dos ambientes
protegidos.
Aos funcionários da Fazendinha: Pedro Alves de Oliveira, José Maria Santos Soares,
Sr. Antônio e Roberto Silva de Oliveira pela significante ajuda na condução dos
experimentos.
Aos colegas de turma: Antônio Carlos, Humberto e José Dias pelo companheirismo na
hora dos estudos e nos momentos de descontração.
Aos alunos da graduação, na época: Rodrigo Junqueira, Tiago, José Antônio e Tales,
pela ajuda nos trabalhos braçais.
Por fim, a todos que contribuíram para a conquista desse título: Tios Manuel e Estela,
Juan Francisco de Caycho Carrión, Artimiro e Dona Maria Amélia (in memorian), Dona Zenir
(in memorian), Shinobu Sudo (in memorian), Mariluci Sudo Martelleto, Sérgio Lúcio David
Marin, Maurício Ballesteiros, José Geraldo, José Ricardo, Luiz e Gerlea Aguiar e Jairo do
CPGF.
BIOGRAFIA
Luiz Aurélio Peres Martelleto, é um dos 12 filhos de um casal de pequenos produtores
rurais (Apolônia e Sizenando) estabelecidos no município de Cambuci-RJ. Nasceu em 20 de
julho de 1963.
Casado com Mariluci e tem duas filhas: Bárbara Thie e Gabriela Kimi.
Desde jovem direcionou seu desenvolvimento profissional para o setor agrícola,
concluindo o Curso Técnico em Agropecuária pelo Colégio Agrícola de Cambuci em 1983.
Ingressou no curso de agronomia pela UFRuralRJ em 1986, graduando-se no final do
ano de 1990.
Foi bolsista pelo CNPq durante graduação e aperfeiçoamento.
Pesquisador da PESAGRO-RIO desde o ano de 1994, tendo ingressado através de
concurso público.
Concluiu o curso de Mestrado em Fitotecnia, também pela UFRuralRJ, no ano de
1995.
Ingressou no curso de doutorado em fitotecnia no início do ano de 2003.
RESUMO
MARTELLETO, Luiz Aurélio Peres. Desenvolvimento do ciclo e desempenho agronômico
do mamoeiro sob cultivo orgânico em ambiente protegido. 2007. 192p. Tese de
Doutorado em Fitotecnia, Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, Seropédica, RJ.
O estudo foi conduzido no Sistema Integrado de Produção Agroecológica - S.I.P.A.
(Fazendinha Agroecológica Km 47), situado em Seropédica,RJ, tendo como objetivos
acompanhar o desenvolvimento do ciclo e avaliar o desempenho agronômico do mamoeiro
sob manejo orgânico, comparando duas formas de condução da planta (com e sem bifurcação
do tronco), em ambiente natural e em três tipos de ambiente protegido. Para tanto, mudas de
mamoeiro da cultivar Baixinho de Santa Amália, grupo ‘Solo’, foram transplantadas para três
estruturas contíguas: (a) estufa (cobertura de plástico), (b) estufa sombreada (cobertura
adicional de sombrite 30% sobre o plástico) e (c) telado (cobertura de sombrite 30%);
estabelecendo-se, ao lado, uma área de cultivo em ambiente natural. Nas estufas (a e b), as
laterais e frentes foram revestidas com tela anti-afídica. Nesses quatro tratamentos, 50% das
plantas hermafroditas tiveram o tronco bifurcado por meio de incisão da gema apical, logo
após a determinação do sexo. Registraram-se, ao longo de 12 meses de cultivo: temperatura,
umidade relativa do ar e luminosidade em cada ambiente. Quanto ao desenvolvimento do
mamoeiro: altura da planta, diâmetro do tronco, níveis de enfolhamento, área foliar e períodos
de tempo para cumprimento de fases do ciclo, foram monitorados. Realizou-se, ainda, estudo
da biologia floral e das características dos frutos produzidos. Os tratos culturais empregados
obedeceram às normas técnicas da produção orgânica. Para comparação entre ambientes de
cultivo, adotou-se o método da “análise conjunta de experimentos”. A bifurcação do tronco
reduziu a altura da planta prolongando o cultivo do mamoeiro nos ambientes cobertos. No
entanto, teve influência negativa no número e no peso médio dos frutos. Nas estufas
(coberturas de plástico e de plástico mais sombrite) houve aumentos em relação a: altura da
planta, nível de enfolhamento, área foliar e sobrevida das folhas. Por outro lado, ocorreram
reduções da incidência da varíola (folhas e frutos) e da mancha fisiológica nos frutos. Nos
ambientes sombreados, os percentuais de frutos pentândricos e carpelóides foram mais baixos,
ao contrário de flores estaminadas. No telado, registrou-se menor proporção de frutos
atingindo padrão comercial. Na estufa, ocorreram benefícios do ponto de vista agronômico,
destacando-se: antecipação do florescimento e do início da colheita, além da aceleração do
amadurecimento dos frutos na planta. Embora tenha havido aumento do número de frutos
pentândricos, carpelóides e aplastados, o cultivo na estufa proporcionou aumento altamente
significativo da produção de frutos comercializáveis (em torno de 67%) em comparação ao
ambiente natural. Os resultados obtidos indicaram potencial para o cultivo orgânico do
mamoeiro sob condições de estufa, em função dos ganhos expressivos de produtividade e
sanidade, além de precocidade e aceleração da colheita.
Palavras-chave: agricultura orgânica, Carica papaya, cultivo protegido
ABSTRACT
MARTELLETO, Luiz Aurélio Peres. Cycle development and agronomic performance of
papaya under organic cultivation in protected environment. 2007. 192p Thesis,
Doctor Science in Crop Science, Institute of Agronomy, Department of Crop Science,
Federal Rural University of Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brazil.
A study was conducted at the Integrated System of Agroecological Production (a Research
Farm, located in Seropédica, State of Rio de Janeiro), to evaluate the cycle development and
the agronomic performance of papaya under organic management, comparing two ways of
growing the plant (with and without trunk bifurcation) in three types of protected
environment. Papaya seedlings, cv. Baixinho de Santa Amália ("Solo" group), were
transplanted to contiguous structures as follows: (a) greenhouse (plastic covering), (b)
shadowed greenhouse ('sombrite' net - 30%, over the plastic sheet), and (c) screenhouse
('sombrite' net - 30%, exclusively), side-by-side to an area for papaya cultivation under
natural conditions. The greenhouse lateral and frontal parts were protected with anti-aphid
screen. In these four treatments, 50% of the hermaphrodite plants were submitted to an
incision of the apical bud, soon after sex determination. For a 12 months period of cultivation:
temperature, relative air humidity and light radiation were measured in each environment.
Regarding to development of papaya: plant height, basal trunk diameter, number of leaves per
plant, foliar area, and periods of time to complete phases of the cycle were determined. A
study of floral biology and of fruits characteristics also corried out. Cultural practices agreed
with technical rules of organic agriculture. For comparisons among differents environments,
the “jointly experiment analysis" method was adopted. Trunk bifurcation reduced plant height
thus extending the time period of papaya production cycle under covered environments.
However, there was negative influence in number and average weight of harvested fruits. In
the greenhouses (plastic and plastic plus sombrite coverings) there were increases with respect
to: plant height, number of leaves, foliar area and time-life of leaves in the plant. In addition,
there were reductions in the incidence of black spot (leaves and fruits) and of fruit skin
freckles. In the shaded environments, percents of pentandric and carpeloid fruits were lower,
opposite to that of estaminate flowers. In the screnhouse (only sombrite net), a decreased
proportion of fruits reaching commercial standart occurred. In the greenhouse (plastic
covering), other benefitial effects were noticed, such as: anticipation of flowering and fruit
harvesting, due to the acceleration of fruit ripening in the plant. Although an increase in the
number pentandric, carpeloid and deformed, fruits was observed cultivation in the greenhouse
also induced a highly significant increment in yield of marketable fruits (around 67%)
compared with the natural environment. The results obtained indicated potential for organic
papaya cultivation under greenhouse conditions, as judging by the expressive gain in
productivity and plant health, besides the acceleration of the cycle.
Keywords: organic agriculture, Carica papaya, protected cropping
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Delineamento experimental adotado: blocos ao acaso com repetições dentro de
cada bloco para comparar o manejo das plantas (normais e bifurcadas) nos diferentes
ambientes. .........................................................................................................................18
Quadro 2. Análise química do solo da área experimental nas profundidades de 0-20 e 20-40
cm, correspondente a cada ambiente de cultivo do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004). ...18
Quadro 3. Modelo estatístico para análise conjunto dos experimentos. .................................19
Quadro 4. Datas, no período pós-transplantio do mamoeiro correspondentes ao
monitoramento de caracteres fenológicos, nos diferentes ambientes de cultivo. .............20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Quantidade de luz fotossinteticamente ativa (mmoles/cm
2
/s) nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (julho de 2004,
Seropédica, RJ). ................................................................................................................25
Tabela 2 Quantidade de luz fotossinteticamente ativa (mmoles/cm
2
/s) nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (fevereiro de 2005,
Seropédica, RJ). ................................................................................................................25
Tabela 3. Médias mensais de temperatura máxima nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................................27
Tabela 4. Médias mensais de temperatura mínima nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................................29
Tabela 5. Temperaturas médias mensais nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................30
Tabela 6. Amplitude térmica mensal (
0
C) nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................32
Tabela 7. Umidade relativa do ar mensal (%) nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................33
Tabela 8. Características ligadas ao desenvolvimento do ciclo nos diferentes ambientes d
cultivo orgânico do mamoeiro. TAS = Período de tempo do transplantio até sexagem;
ABF = altura de inserção do botão floral no momento da sexagem; TAPFH = tempo do
transplantio até antese da primeira flor hermafrodita; NFEAF = número de folhas
emitidas até antese da primeira flor; AIPF = altura de inserção da primeira flor em
antese; NLFBF = número de lóbulos da folha anexa ao primeiro botão floral; NLFPF =
número de lóbulos da folha anexa à primeira flor hermafrodita; TAIC = tempo do
transplantio até colheita do primeiro fruto; TSF = tempo da sexagem até a floração;
TFPC = tempo da primeira floração até início da colheita; TDSPC = tempo da sexagem
até colheita (Seropédica/RJ, 2004). ..................................................................................36
Tabela 9. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no crescimento em
altura (cm) do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .............................................................................42
Tabela 10. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de
crescimento em altura (cm) do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................44
Tabela 11. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a taxa de crescimento em altura do mamoeiro ‘Baixinho
de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o primeiro ano
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ............................................................................................47
Tabela 12. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
crescimento em diâmetro basal do tronco (cm) do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).........49
Tabela 13. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de
crescimento em diâmetro basal do tronco do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................52
Tabela 14. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a taxa de crescimento em diâmetro basal do tronco do
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico,
durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................................55
Tabela 15. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
folhas emitidas por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes
ambientes, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)......57
Tabela 16. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativos e o número de folhas emitidas por planta de mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o
primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................................................59
Tabela 17. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
folhas funcionais presentes por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante
o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ....................................61
Tabela 18. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o número de folhas funcionais por planta de mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o
primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................................................64
Tabela 19. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no comprimento
médio da folha-índice
1
(cm) do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................65
Tabela 20. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o comprimento médio da folha-índice nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ durante o
primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................................................68
Tabela 21. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na área foliar da
folhaíndice* (cm
2
) do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .................................................................69
Tabela 22. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a área foliar da folha-índice nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ durante o primeiro ano
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ............................................................................................72
Tabela 23. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias
da emergência à senescência das folhas do mamoeiros ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................73
Tabela 24. Coeficientes de correlação linear (r) entre parâmetros ligados ao desenvolvimento
vegetativo, severidade da varíola e o tempo de permanência das folhas na planta, durante
o primeiro ano de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ............................................................................................76
Tabela 25. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias
da emergência do botão floral até antese no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................78
Tabela 26. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o número de dias da emergência do botão floral até antese,
no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ............................................................................................81
Tabela 27. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias
da emergência do antese floral até colheita do fruto no mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).........82
Tabela 28. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos pentândricos naturalmente abortados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
..........................................................................................................................................85
Tabela 29. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos pentândricos desbastados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .................88
Tabela 30. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número
total de frutilhos pentândricos por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .................91
Tabela 31. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ e a expressão de
pentandria em diferentes ambientes durante o primeiro ano de produção orgânica
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ............................................................................................94
Tabela 32. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos carpelóides naturalmente abortados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .96
Tabela 33. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos carpelóides manualmente desbastados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)........................................................................................................................99
Tabela 34. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número
total de frutilhos carpelóides por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).102
Tabela 35. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ e o número de
frutilhos carpelóides em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o primeiro ano
de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005).......................................................................105
Tabela 36. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
flores estaminadas por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............107
Tabela 37. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ e o número de
flores estaminadas por planta, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o
primeiro ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005). ................................................110
Tabela 38. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos hermafroditas perfeitos abortados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................112
Tabela 39. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos normais desenvolvidos por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).115
Tabela 40. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número
total de frutos hermafroditas perfeitos (abortados + desenvolvidos) por planta de
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................118
Tabela 41. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ e o número de
frutilhos perfeitos por planta, em diferentes ambientes de cultivo, durante o primeiro ano
de produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................................121
Tabela 42. Efeitos do tipo de ambiente e da bifurcação artificial do tronco no número de
órgãos reprodutivos (flores normais + flores estaminadas + flores carpelóides + flores
pentandras) por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, acumulados durante o
primeiro ano em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).....................................123
Tabela 43. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutos comercializáveis por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............126
Tabela 44. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o peso dos
frutos comercializáveis colhidos por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).129
Tabela 45. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae no folíolo principal da folha-índice
1
do
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ..........................................................................................133
Tabela 46. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas e níveis de
incidência da varíola (n
o
de lesões necróticas) na folha-índice
1
, do mamoeiro ‘Baixinho
de Santa Amália’ em diferentes ambientes de cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................135
Tabela 47. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae em frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, computados na superfície diretamente exposta aos fatores climáticas, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............137
Tabela 48. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae na meia-face do fruto do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, menos exposta aos fatores climáticos, durante o primeiro
ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ..............................140
Tabela 49. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número
total de lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho
de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ..........................................................................................143
Tabela 50. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o diâmetro
médio das lesões provocadas por Asperisporium caricae/fruto do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................147
Tabela 51. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a incidência
da mancha fisiológica pequena nos frutos do mamoeiro da ‘Baixinho de Santa Amália’
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).152
Tabela 52. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou características
ligadas ao desenvolvimento da planta e do fruto e o nível da incidência da MFP em
diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005). ................................156
Tabela 53. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou características
ligadas ao desenvolvimento da planta e do fruto e o nível da incidência da MFP (no mês
seguinte), em diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005). .................157
Tabela 54. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a quantidade
de frutos deformados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............159
Tabela 55. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o teor de
sólidos solúveis totais (
0
Brix) nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).161
Tabela 56. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre as medidas
de comprimento e largura dos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............164
Tabela 57. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na
relação:comprimento/largura do fruto do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante
o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ............166
Tabela 58. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na espessura da
polpa dos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de
produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)...........................................168
Tabela 59. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
sementes por fruto do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro não de
produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)...........................................170
Tabela 60. Efeitos do tipo de ambiente protegido e da bifurcação artificial do tronco e do tipo
de ambiente no peso médio dos frutos comercializáveis do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................172
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estruturas para cultivo protegido do mamoeiro: estufa sombreada (esquerda) e
estufa (direita)...................................................................................................................14
Figura 2. Telado (2A) e ambiente natural (2B) para cultivo do mamoeiro .............................15
Figura 3. Incisão da gema apical (3A); aspectos da planta aos sete dias (3B); aos 30 dias (3C)
e aos 90 dias (3D) após a incisão......................................................................................17
Figura 4. Arranjo espacial dos mamoeiros nos quatro ambientes de cultivo (I = planta não
incisada, tronco único; Y = planta incisada, tronco bifurcado). .......................................17
Figura 5. A: frutilho pentândrico; B: da esquerda para a direita - frutilhos carpelóides,
frutilhos normais e flores estaminadas. ............................................................................21
Figura 6. A seta indica a posição da folha-índice, adotada para quantificação da incidência da
varíola. ..............................................................................................................................22
Figura 7. Exemplos de frutos acometidos pela varíola em diferentes níveis de severidade no
momento da avaliação. .....................................................................................................23
Figura 8. A = Exemplo de fruto acometido pela mancha fisiológica pequena (MFP); B=
dispositivo contendo nove áreas de 1 cm
2
para contagem do número médio de lesões da
MFP por fruto...................................................................................................................23
Figura 9. Percentuais médios de luz fotossinteticamente ativa, atingindo o dossel das plantas
nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (julho de
2004; Seropédica/ RJ).......................................................................................................26
Figura 10. Percentuais médios de luz fotossinteticamente ativa, atingindo o dossel das plantas
nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (fevereiro
de 2005; Seropédica/ RJ). .................................................................................................26
Figura 11. Médias mensais de temperatura máxima registradas nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................27
Figura 12. Médias mensais de temperatura mínima registradas nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................28
Figura 13. Temperaturas médias mensais nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................30
Figura 14. Médias de amplitude térmica registradas nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................................31
Figura 15. Médias mensais de umidade relativa do ar nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................................33
Figura 16. Evolução da sexagem: percentuais de plantas hermafroditas identificadas nos
diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004). .............34
Figura 17. Índices de velocidade de sexagem (IVS) referentes a plantas hermafroditas e
fêmeas nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ,
2004).................................................................................................................................35
Figura 18. Altura de inserção do primeiro botão floral no momento da sexagem do mamoeiro
nos diferentes ambientes de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004). .............................38
Figura 19. Período de tempo até completa sexagem, início da floração e primeira colheita do
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ nos diferentes ambientes de cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004).......................................................................................................40
Figura 20. Efeito da bifurcação artificial do tronco no crescimento em altura do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico em diferentes
ambientes (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...........................................................................41
Figura 21. Efeitos da bifurcação do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de crescimento
em altura do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .............................................................................45
Figura 22. Efeito da bifurcação artificial do tronco no diâmetro basal (medido a 15 cm do
solo) em mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo
orgânico, durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................48
Figura 23. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
crescimento em diâmetro basal do tronco do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E= Estufa, ES=
Estufa sombreada, T= Telado e AN= Ambiente Natural. ................................................51
Figura 24. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de
crescimento em diâmetro basal do tronco do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................53
Figura 25. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre a emissão de folhas principais pelo
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico,
durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005)........................................................56
Figura 26. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a emissão de
folhas pelo mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E=estufa; ES=estufa sombreada; T=telado;
AN=Ambiente natural. .....................................................................................................60
Figura 27. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
folhas funcionais por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................62
Figura 28. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no comprimento
das folhas principais do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano
de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)..............................................................67
Figura 29. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na área foliar* da
folha-índice do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). * Estimada, segundo Alves & Santos (2002), com
base na folha-índice (= folha madura com flor em antese na axila no dia da avaliação). 71
Figura 30. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias
da emergência à senescência de folhas do mamoeiros ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................74
Figura 31. Efeitos da bifurcação do tronco e do tipo de ambiente no número de dias da
emergência do botão floral até sua antese no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................79
Figura 32. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias
da antese floral até colheita do fruto no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E = estufa, ES = estufa
sombreada, T = telado e AN = ambiente natural..............................................................83
Figura 33. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos pentândricos naturalmente abortados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................86
Figura 34. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos pentândricos desbastados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .......................................89
Figura 35. Efeito do modo de condução do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ sobre o
número médio de frutilhos pentândricos por planta, durante o primeiro ano de produção
orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005)...............................................................................92
Figura 36. Efeito do tipo de ambiente de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ sobre o número médio de frutilhos pentândricos por planta, durante o primeiro
ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005). .................................................................93
Figura 37. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos carpelóides naturalmente abortados por mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .97
Figura 38. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos carpelóides manualmente desbastados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................100
Figura 39. Efeito do modo de condução das plantas do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
sobre o número médio de frutilhos carpelóides, durante o primeiro ano de produção
orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).............................................................................103
Figura 40. Efeito do tipo de ambiente de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ sobre o número de frutilhos carpelóides, durante o primeiro ano de produção
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ..........................................................................................104
Figura 41. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
flores estaminadas por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............108
Figura 42. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutilhos hermafroditas normais abortados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................113
Figura 43. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
frutos vingados por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro
ano de produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005). ................................................116
Figura 44. Efeito do modo de condução do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ sobre o
número médio de frutos hermafroditas perfeitos (abortados + desenvolvidos) por planta,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).119
Figura 45. Efeito do tipo de ambiente de cultivo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
sobre o número total de frutilhos hermafroditas perfeitos (abortados + desenvolvidos)
por planta, durante o primeiro ano de produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).120
Figura 46. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
órgãos reprodutivos (frutilhos normais + flores estaminadas + frutilhos carpelóides +
frutilhos pentândricos) por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, acumulado
durante o primeiro ano de maturidade em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
........................................................................................................................................124
Figura 47. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre o número de frutos comercializáveis
por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção
em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). .........................................................127
Figura 48. Efeito do tipo de ambiente sobre o número de frutos comercializáveis por planta
de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............................................................128
Figura 49. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre o peso dos frutos colhidos
comercializáveis por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............130
Figura 50. Efeito do tipo de ambiente sobre o peso de frutos comercializáveis colhidos por
planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). ...............................................................131
Figura 51. Peso de frutos de padrão comercial em diferentes ambientes, durante o primeiro
ano de produção orgânica do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’. (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................132
Figura 52. Efeito do tipo de ambiente sobre o número médio de lesões provocadas por
Asperisporium caricae presentes no folíolo principal da folha-índice do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................134
Figura 53. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae na meia-face do fruto do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’ exposta aos fatores climáticos, durante o primeiro ano de
produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)...........................................138
Figura 54. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae na meia-face do fruto do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, menos exposta aos fatores climáticos, durante o primeiro
ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).....................................................141
Figura 55. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................144
Figura 56. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de
lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005)......................................................................................................................145
Figura 57. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o diâmetro
médio das lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ..........................................................................................149
Figura 58. Efeitos médios da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
diâmetro das lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). ..........................................................................................150
Figura 59. Efeitos médios da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
nível de incidência da mancha fisiológica pequena nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005). * Escala de notas de severidade da MFP: Zero - ausência de MFP; um - até
3 MFP por cm
2
; Dois - de 3 a 9 MFP por cm
2
; Três de 9 a 27 MFP por cm
2
e Quatro =
superior a 27 MFP por cm
2
.............................................................................................153
Figura 60. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o nível de
incidência da mancha fisiológica pequena nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005). * Escala de notas de severidade da MFP: Zero - ausência de MFP; um - até
3 MFP por cm
2
; Dois - de 3 a 9 MFP por cm
2
; Três de 9 a 27 MFP por cm
2
e Quatro =
superior a 27 MFP por cm
2
.............................................................................................154
Figura 61. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o teor de
sólidos solúveis totais (
0
Brix) nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).163
Figura 62. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na quantidade de
sementes por fruto do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de
produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005)...........................................171
SUMÁRIO
1. INDRODUÇÃO 1
1.1. A Agricultura Orgânica...............................................................................................1
1.2. O Cultivo do Mamoeiro ..............................................................................................2
1.3. O Cultivo em Ambiente Protegido .............................................................................3
2. REVISÃO DA LITERATURA 5
2.1. Origem e Classificação Botânica do Mamoeiro. ........................................................5
2.2. Genética do Sexo em Mamoeiro.................................................................................5
2.3. O Ambiente e o Mamoeiro..........................................................................................5
2.4. Biologia Floral do Mamoeiro......................................................................................6
2.5. Aspectos Relacionados à Frutificação e à Qualidade dos Frutos do Mamoeiro.........7
2.6. A cultivar Baixinho de Santa Amália .........................................................................8
2.7. O Mosaico do Mamoeiro ............................................................................................8
2.8. Varíola ou Asperisporiose do Mamão ........................................................................8
2.9. Mancha Fisiológica do Mamão...................................................................................9
2.10. O Cultivo Protegido ..................................................................................................10
2.10.1. Radiação luminosa ................................................................................................10
2.10.2. Temperatura do ar em ambiente protegido ...........................................................11
2.10.3. Umidade relativa do ar em ambiente protegido....................................................11
2.10.4. Efeito estufa em ambiente protegido ....................................................................11
2.10.5. Ventilação .............................................................................................................12
2.11. O Mamoeiro em Ambiente Protegido.......................................................................12
3. MATERIAL E MÉTODOS 14
3.1. Localização do Experimento.....................................................................................14
3.2. Construção dos Ambientes Protegidos .....................................................................14
3.3. Preparo das Mudas....................................................................................................15
3.4. Tratos Culturais e Manejo Orgânico do Mamoeiro ..................................................15
3.4.1. Plantio e condução das plantas..............................................................................15
3.4.2. Ocorrência e controle de pragas............................................................................16
3.5. Incisão da Gema Apical do Tronco...........................................................................16
3.6. Esquema Experimental .............................................................................................17
3.7. Registros de Componentes Microclimáticos ............................................................19
3.7.1. Temperatura do ar à sombra..................................................................................19
3.8. Caracteres Relacionados ao Desenvolvimento Fenológico ......................................19
3.9. Caracteres Relacionados ao Início da Maturidade das Plantas.................................20
3.9.1. Sexagem................................................................................................................20
3.9.2. Primeira flor hermafrodita perfeita .......................................................................21
3.10. Avaliações Relacionadas ao Tempo de Desenvolvimento do Botão Floral até a
Antese........................................................................................................................21
3.11. Tempo de Vida das Folhas Principais Ciclagem de Folhas...................................21
3.12. Número de Dias para o Desenvolvimento dos Frutos Ciclagem de Frutos ...........21
3.13. Efeito dos Ambientes e do Manejo das Plantas na Biologia Floral..........................21
3.13.1. Aborto natural de órgãos reprodutivos .................................................................21
3.13.2. Contagem dos frutos carpelóides e pentândricos desfrutados ..............................21
3.14. Avaliações Relacionadas à Fitossanidade.................................................................22
3.14.1. Ocorrência da varíola ou pinta preta nas folhas do mamoeiro..............................22
3.15. Avaliações Pós-Colheita ...........................................................................................22
3.15.1. Ocorrência de lesões da varíola ou pinta preta no fruto........................................22
3.15.2. Ocorrência de mancha fisiológica pequena (MFP)...............................................23
3.15.3. Teores de sólidos solúveis totais no fruto .............................................................24
3.15.4. Medidas pomológicas ...........................................................................................24
3.16. Produtividade ............................................................................................................24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
4.1. Análises dos Componentes Microclimáticos nos ambientes de cultivo ...................25
4.1.1. Luz solar fotossinteticamente ativa.......................................................................25
4.1.2. Temperatura ambiente...........................................................................................26
4.1.3. Umidades relativas do ar registradas nos diferentes ambientes............................32
4.2. Início da Maturidade do Mamoeiro ..........................................................................34
4.2.1. Sexagem................................................................................................................34
4.2.2. Outras avaliações relativas ao início da maturidade .............................................35
4.3. Comportamento Fenológico das Plantas...................................................................40
4.3.1. Altura da planta.....................................................................................................40
4.3.2. Diâmetro basal do tronco ......................................................................................48
4.3.3. mero de folhas principais emitidas...................................................................55
4.3.4. Número de folhas funcionais ................................................................................60
4.3.5. Comprimento das folhas principais ......................................................................64
4.3.6. Área foliar.............................................................................................................68
4.4. Avaliações Temporais de Fases Fenológicas............................................................72
4.4.1. Período de tempo da emergência à senescência das folhas ..................................72
4.4.2. Período de tempo da emergência do botão floral até antese.................................77
4.4.3. Período de tempo da antese floral à colheita do fruto...........................................81
4.5. Tipos Florais .............................................................................................................84
4.5.1. Ocorrência de pentandria ......................................................................................84
4.5.2. Ocorrência de carpeloidia .....................................................................................95
4.5.3. Ocorrência de flores estaminadas .......................................................................106
4.5.4. Ocorrência de flores hermafroditas perfeitas......................................................111
4.6. Estruturas Reprodutivas Presentes no Mamoeiro ..................................................122
4.7. Produção de Frutos Comercializáveis.....................................................................125
4.7.1. Número de frutos comercializáveis por planta ...................................................125
4.7.2. Peso dos frutos comercializáveis por planta .......................................................128
4.8. Ocorrência de Varíola ou Asperisporiose nas Folhas do Mamoeiro ......................132
4.9. Qualidade dos Frutos na Fase de Pós-Colheita.......................................................135
4.9.1. Ocorrência da varíola nos frutos colhidos...........................................................135
4.9.2. Ocorrência da mancha fisiológica pequena (MFP) nos frutos............................150
4.9.3. Ocorrência de frutos deformados........................................................................158
4.9.4. Teor de sólidos solúveis totais nos frutos ...........................................................160
4.10. Medidas pomológicas .............................................................................................163
4.10.1. Comprimento, largura e relação comprimento/largura do fruto .........................163
4.10.2. Espessura da polpa dos frutos .............................................................................167
4.10.3. Número de sementes por fruto............................................................................169
4.10.4. Peso médio dos frutos .........................................................................................171
4.11. Ocorrência de Mancha Anelar ................................................................................173
5. CONCLUSÕES 174
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 179
1
1. INDRODUÇÃO
1.1. A Agricultura Orgânica
A chamada “revolução verde” concretizou um modelo de produção agrícola, iniciado
entre fins do século XIX e início do século XX, fundamentado no avanço da ciência e na
inovação tecnológica. O desenvolvimento de variedades de plantas cultivadas, a descoberta
dos fertilizantes químicos e dos pesticidas, a invenção da máquina a vapor levando à troca
da tração animal pelas “rotações por minuto” dos tratores; e a separação de pecuária e
produção vegetal (EHLERS, 1996), são os maiores exemplos dessas mudanças ocorridas,
exemplificando o carro-chefe da chamada agricultura convencional vigente e preponderante
no mundo.
A elevação acentuada dos preços dos insumos agrícolas causou severo impacto
negativo na agricultura e, como destacaram Miyasaka et al. (1983), despertou nos produtores
rurais o reconhecimento da necessidade de se reduzir custos e/ou otimizar os retornos
financeiros da atividade agropecuária.
A adoção de tecnologias marcadas pela exigência de capitalização na agricultura
convencional e a necessidade de produzir cada vez mais para uma população sempre
crescente, refletiram, como afirma Cordeiro (1993), na intensificação da desigualdade
econômico-social e, muitas vezes, em degradação ambiental.
Segundo Altieri (1989), esses acontecimentos promoveram a supressão de importantes
formas de uso da terra, tais como: cultivo compartilhado, arrendamento do trabalho, acesso a
suprimento de água e pastos, além do estreitamento da base genética das espécies cultivadas.
Somado a isto, como assinala Chaboussou (1987), acarretaram a destruição ambiental e o
desequilíbrio biológico do agroecossistema, pelo uso de agroquímicos em excesso,
favorecendo a incidência de pragas e doenças.
O avanço da agricultura orgânica é a reação a essa exploração agropecuária, que além
de produzir alimentos por vezes contaminados com resíduos de agrotóxicos, tem causado
freqüentes intoxicações no trabalhador rural pelo manuseio inapropriado desses insumos
industrializados (Embrapa, 1988; EHLERS, 1996).
A agricultura orgânica busca o caminho da sustentabilidade, estando centrada na baixa
dependência de insumos externos e sintéticos, no uso de recursos renováveis e disponíveis no
local, na capacidade de manutenção da produtividade, na diversidade biológica e cultural e no
saber das comunidades rurais (GLIESSMAN, 1990).
A geração de tecnologia para um sistema orgânico de produção busca, sobretudo,
segundo Souza (1998), o manejo adequado da matéria orgânica; a recuperação e manutenção
das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo; a redução do ataque de pragas e
agentes fitopatológicos; e o alcance de produtividade em bases sócio-econômicas condizentes.
A conscientização da sociedade sobre a necessidade de preservação ambiental, somada
à preocupação do consumidor com a qualidade de sua alimentação, tem impulsionado o
mercado global de alimentos orgânicos em ritmo acelerado.
O mercado de produtos de origem orgânica, passada a fase de restrito respaldo político
e econômico, experimentou nos últimos anos, a começar pelo continente Europeu, forte
impulso, em razão da crescente demanda dos consumidores por alimentos saudáveis
(SYLVANDER, 1993), sendo, na atualidade, de repercussão e significativa abrangência
geográfica.
Levantamentos realizados desde 1997 apontam que o consumo de alimentos orgânicos
cresceu, em média, 40% ao ano. O comércio mundial de orgânicos movimentou US$ 17,5
bilhões em 2000 e cerca de US$ 21 bilhões em 2001. O avanço, em relação a 1997,
impressiona, pois, naquele ano, atingiu-se apenas US$ 10 bilhões (TODAFRUTA, 2006).
2
A área cultivada com orgânicos no Brasil é da ordem de 100 mil hectares, ou 0,04% da
área agrícola total. A produção nacional está ainda longe da de países como Argentina (três
milhões de hectares, ou 1,77% da área total cultivada), Itália (958.687 hectares, ou 6,46%),
EUA (900.000 hectares, ou 0,22%) e Alemanha (452.279 hectares, ou 2,64%) (CHARITY,
2001).
O Brasil, em função de sua extensão territorial, população e mercado consumidor,
além de condições edafoclimáticas variáveis, candidata-se a assumir posição de vanguarda na
agroecologia, para o que irá necessariamente requerer pesquisas em sistemas alternativos de
produção.
1.2. O Cultivo do Mamoeiro
Marcante na história da produção nacional de mamão, nas últimas quatro décadas, é a
característica migratória da cultura, em decorrência do agravamento da doença conhecida
como mosaico ou mancha anelar, a qual vem obrigando o deslocamento para locais
supostamente isentos de inóculo do vírus causador.
No final da década de 60, São Paulo destacava-se como o maior produtor de mamão
do Brasil (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL, 1978). A região de Monte Alto era
considerada a capital brasileira do mamoeiro. O surgimento das primeiras referências do
mosaico e seu progresso naquela região praticamente dizimou a cultura, perdendo o Estado
de São Paulo a sua hegemonia (COSTA et al., 1969; RUGGIERO, 1988). Desde então, o
mamoeiro no Brasil passou a ser cultivado de “maneira cigana”, devido à disseminação da
doença em nível nacional (MEDINA, 1989).
Durante os anos 1970, a supremacia do cultivo do mamoeiro no Brasil, ainda com
preponderância de plantas dióicas, passou para o Estado do Rio de Janeiro, que chegou a
possuir a maior área de produção no país, cerca de 2.200 hectares (ALVES, 2003). Segundo
este último autor, isto representava metade da área cultivada com mamão no território
brasileiro.
A partir da década de 1980 ocorreu a introdução no Estado do Pará de plantas de
mamoeiro hermafroditas, do tipo Havaí”, denominado de mamão do grupo ‘Solo’. Por
apresentar baixíssima taxa de polinização cruzada, essa variedade revolucionou a cultura do
mamão no país, dispensando a necessidade de manter mamoeiros machos no pomar (ALVES,
2003). Coincidindo com essa mudança de paradigma, os novos centros produtores de mamão
passaram a ser o norte do Espírito Santo e o sul da Bahia. Nessa época, o Brasil elevou-se à
condição de maior produtor mundial de mamão do mundo (MARIN et al., 1995).
O que resgatou a importância da cultura do mamoeiro no Brasil, a partir do final da
década de 1970, conforme afirma Marin (1983; 1988), foi justamente a introdução no país de
cultivares hermafroditas de origem havaiana (grupo Solo”) e de híbridos hermafroditas de
origem chinesa (grupo “Formosa”). Quatro anos depois dessas introduções, a safra nacional
foi duplicada e o Brasil retomou o primeiro lugar como produtor mundial da fruta (FAO,
1995).
A despeito das adversidades, o país lidera atualmente a produção de mamão do
planeta, tendo atingido uma cifra estimada em 1.600.000 toneladas no ano de 2004,
correspondendo a uma área cultivada de cerca de 40.000 hectares (FAO, 2003).
Outro impulso dado para o desenvolvimento da cultura do mamoeiro no Brasil, de
acordo com Marin & Silva (1996), foi a introdução e seleção, para as condições da Região
Norte do Espírito Santo, da cultivar 'Sunrise Solo 72/12', coordenado pela Empresa Capixaba
de Pesquisa Agropecuária (EMCAPA), atual INCAPER. Esta cultivar ocupou cerca de 60 %
da área cultivada com mamoeiro ‘Solo’ no país e destacou-se por apresentar, dentre outras
características desejáveis, polpa mais consistente que a cv. 'Sunrise Solo', da qual se originou,
viabilizando, a partir de 1990, sua comercialização para mercados mais distantes.
3
Marin (2001) registrou que o cultivo do mamoeiro é uma atividade agrícola de alta
rentabilidade e de grande importância econômico-social, destacando-se o Brasil, à época,
como o maior exportador da fruta in natura. ALVES (2003) assinalou que no ano de 2000
existiam cerca de 160.000 empreendimentos agrícolas explorando a cultura, comprovando sua
acentuada importância para o país.
Em 1997, o mercado mundial de mamão apontava o Brasil como segundo maior
exportador da fruta in natura. Com a abertura do mercado norte americano, as exportações
brasileiras foram significativamente incrementadas, saltando de 9,8 para 22,8 mil toneladas,
no triênio 1998/2001 (AGRIANUAL, 2002). Segundo a FAO (2003), o Brasil é o país que
mais produz mamão em escala internacional, concentrando 31,6% da oferta mundial, seguido
de: Nigéria com 13,9%, México com 10,7%, Indonésia com 9,1% e Índia com 8,4%.
No mercado interno, o mamão se enquadra como uma das frutas mais apreciadas pela
população. Segundo a Frutifatos (2002), através de pesquisa realizada na rede de
supermercados em São Paulo, o mamão só perdeu em quantidade consumida para a banana.
Nesta mesma pesquisa, foram surpreendentemente computados cerca de 5% de mamões
comercializados como de origem orgânica.
Ainda o maior entrave para o cultivo do mamoeiro é a virose denominada de mosaico.
Muitas pesquisas têm sido conduzidas, objetivando solucionar o problema e, neste contexto, o
cultivo protegido têm-se mostrado extremamente eficaz, pois dificulta ou mesmo impede a
entrada de vetores (afídeos) do vírus, também promovendo aumento de produtividade e
melhoria da qualidade da fruta (NOGUEIRA FILHO et al., 1994; SHEEN et al., 1998;
CORRÊA & CANESIN, 2000; SABBAG et al.; 2000; CANESIN et al., 2002; FOLTRAN,
2003).
Embora pareça um contra-senso cultivar frutíferas no interior de estruturas de proteção
em meio a uma vastidão de terras agricultáveis, essa alternativa reveste-se de interesse para o
mamoeiro. Trata-se de uma cultura altamente influenciada pelas adversidades climáticas,
especialmente sujeita ao ataque de pragas e doenças, condições que podem reduzir
drasticamente a produtividade e o padrão comercial do fruto colhido. Por outro lado, o cultivo
em sistema orgânico, irá, certamente, agregar valor à colheita e, conseqüentemente, melhorar
o rendimento econômico da cultura.
Na Espanha (Ilhas Canárias), sabe-se da existência de mais de 2300 hectares de
banana cultivada em estufas e nesse mesmo país, no ano de 2002, o mamoeiro Baixinho de
Santa Amália ocupava uma área de 150 hectares dedicada ao cultivo em sistema protegido
(RUGGIERO et al., 2003; RODRÍGUEZ PASTOR, 2006).
Na literatura disponível não foram encontradas referências sobre o cultivo orgânico do
mamoeiro. Todavia, sabe-se da existência de pomares comerciais certificados, nesta forma de
cultivo, como na Caliman Agrícola S/A, maior exportadora de mamão do Brasil e localizada
no estado do Espírito Santo.
A condução de mamoeiros do grupo ‘Solo’, com duas hastes produtivas (bifurcação do
tronco), desde o início de floração, não é referenciada. Trata-se, desta feita, de um trabalho
inédito neste sentido. Na verdade, estudos conduzidos referem-se, tão somente, à recepa de
plantas adultas para que voltem a produzir em menor altura, ou de mamoeiros que passaram
por crestamento devido a geada. Em ambas as situações (recepa ou revegetação pós-geada),
conserva-se, dependendo do vigor da planta, até cinco hastes produtivas.
1.3. O Cultivo em Ambiente Protegido
Em nível mundial, estima-se que a área cultivada em estufas seja da ordem de 200 mil
hectares (HANAFI & PAPASOLOMONTOS, 1999). No Brasil, a extensão gira em torno de
dois mil hectares, sendo 900 hectares somente no estado de São Paulo. Neste Estado
4
aproximadamente 59% são destinados ao cultivo de hortaliças e cerca de 39 % à produção de
plantas ornamentais (FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO, 1999).
Vecchia & Koch (1999) apontaram que São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul como
Estados que lideram a produção agrícola em ambiente protegido, com destaque para hortaliças
e flores; e, afirmaram, ainda, que o cultivo protegido de hortaliças no Brasil ocupava quase
1400 hectares em 1998.
Os termos cultivo protegido e plasticultura, segundo Bliska Jr. & Honório (1996), são
muitas vezes confundidos devido ao uso comum de material industrializado à base de
polietileno para a cobertura das instalações. No entanto, o termo plasticultura cobre outras
instâncias relacionadas à agricultura, como: revestimento de canais, lonas para silos, mulches
etc. Já, o termo cultivo protegido abrange, especificamente, as técnicas de proteção de plantas
contra intempéries climáticas, pragas e doenças.
Os primeiros estudos de repercussão com polietileno de baixa densidade na
agricultura, incluindo a cobertura morta do solo, iniciaram-se na França (Nantes) ao final da
década de 1950 (os chamados “túneis de Nantes”). A partir de então, a utilização do plástico
nas atividades agrícolas assumiu grande importância e suas aplicações se diversificaram; no
Brasil, a difusão dessa tecnologia iniciou-se nos anos 1970 (SIQUEIRA, 1996; GOTO, 1993).
Nas Regiões Sul e Sudestem havido pronunciado interesse de produtores por novas
tecnologias de cultivo em ambiente protegido capazes de possibilitar produtividade superior,
melhorar a qualidade do produto colhido, principalmente fora de épocas convencionais, com
reflexos vantajosos quanto à renda auferida (FURLAN, 2001).
O objetivo deste estudo foi de avaliar o desenvolvimento do ciclo e o desempenho
agronômico do mamoeiro, conduzido no sistema orgânico de cultivo, comparando duas
formas de condução da planta (com e sem bifurcação do tronco), no ambiente natural e em
três tipos de ambiente de proteção nas condições edafoclimáticas de Seropédica, Região
Metropolitana do estado do Rio de Janeiro.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Origem e Classificação Botânica do Mamoeiro.
A origem do mamoeiro e da própria Carica papaya L. não foi até hoje precisamente
determinada. Um dos motivos para isto, como destacou Manshardt (1992), foi a disseminação
de sementes durante as migrações humanas em datas remotas. De acordo com Badillo (1971),
o mamoeiro é, muito provavelmente, nativo do noroeste da América do Sul, vertente oriental
dos Andes que pende para as Antilhas, sendo, por essência, uma planta tipicamente tropical.
Carica papaya pertence à família botânica Caricaceae, a qual engloba cinco gêneros e
34 espécies. Como relataram Costa & Pacova (2003), C. papaya é a única espécie
comercialmente importante. Por outro lado, muitas outras espécies possuem características
valiosas do ponto de vista do melhoramento genético, destacando-se a resistência ao vírus do
mosaico presentes em C. cauliflora Jacq. e C. candicans A. Gray (Malaguti et al., 1957).
2.2. Genética do Sexo em Mamoeiro
A espécie cultivada C. papaya apresenta três tipos de flores: femininas, masculinas e
hermafroditas, sendo a morfologia floral geneticamente controlada por um único par de genes
(STOREY, 1938). Esses tipos florais permitem a classificação das plantas em dióicas
(mamoeiro macho e mamoeiro fêmea) e monóicas ou hermafroditas. No mamoeiro, formam-
se inflorescências, as quais podem ser rácemos pendulosos longos ou curtos, sempre inseridos
nas axilas das folhas (STOREY, 1987; BADILLO, 1993).
Nas plantas hermafroditas as flores geralmente surgem em rácemos curtos, enquanto
nas plantas fêmeas as flores também formadas em rácemos curtos, não são estaminadas; nas
plantas masculinas, em contrapartida, as flores ocorrem em rácemos longos, sendo
prioritariamente estaminadas e com ovário rudimentar.
A expressão do sexo no mamoeiro, como referido, é controlada geneticamente.
Entretanto, a freqüência dos tipos florais é fortemente influenciada por fatores ambientais
(temperatura e umidade). Além disso, o montante de nitrogênio disponível para o mamoeiro
hermafrodita pode promover esterilidade feminina e deformações florais que culminam no
aparecimento de frutos impróprios para a comercialização, denominados de carpelóides
(cara-de-gato) e/ou pentândricos (COUTO & NACIF, 1999; DANTAS et al., 2002).
O cultivo de plantas hermafroditas deve ser sempre priorizado na produção comercial
de mamão do grupo ‘Solo’, pois origina frutos que melhor atendem aos aspectos e interesses
mercadológicos.
Outro problema de ocorrência comum em mamoeiro, também influenciado pelas
condições ambientais, é a “reversão sexual das plantas”. Assim, em plantas masculinas as
flores desenvolvem ovário, tornando-se hermafroditas, ao passo que em plantas hermafroditas
as flores apresentam o órgão feminino atrofiado, o que caracteriza a chamada estaminação ou
esterilidade de verão (COUTO & NACIF, 1999).
Nas plantas hermafroditas ocorre grande variação da morfologia floral, proporcionada
pela combinação entre suas estruturas reprodutivas. As flores podem apresentar de dez
estames e cinco carpelos a cinco estames e dez carpelos (STOREY, 1938). Segundo
Lassoudiére (1968), o surgimento de suas variantes florais parece estar ligado a fatores
microclimáticos prevalentes no momento da ontogenia floral.
2.3. O Ambiente e o Mamoeiro
O desenvolvimento de técnicas agronômicas visando à adaptação de espécies
cultivadas a situações específicas, exige pesquisas demoradas incluindo estudos fenológicos
(REIS, 1997).
6
Para obtenção de máxima produtividade o prolongamento do período de atividade
fotossintética é de suma importância (PIMENTEL, 1998). A maior ou menor capacidade de
enfolhamento do mamoeiro é reconhecidamente influenciada por fatores climáticos. Sabe-se
que, ventos fortes (CLEMENTE & MARLER, 2001) e temperaturas baixas (ALLAN, 2002)
podem afetar negativamente tanto o número de folhas lançadas, quanto a área foliar, a massa
seca das folhas e, até mesmo, a sua permanência na planta.
O mamoeiro, diferentemente da maioria das espécies frutíferas, apresenta
características peculiares. Assim, sob condições de ambiente ideais, a partir do momento em
que a planta alcança a maturidade, ocorre, simultaneamente, o lançamento de folhas e flores.
Entretanto, as folhas não permanecem ativas durante todo o período de desenvolvimento do
fruto originado em sua axila, entrando em senescência antes do ponto de colheita (SILVA et
al., 2003).
Silva et al. (2003), estudando o comportamento de mamoeiros do grupo ‘Solo’ na
Baixada Fluminense, constataram valores máximos de expansão foliar, teor de matéria seca e
comprimento do pecíolo em torno de 50 dias após emergência.
Quanto à frutificação do mamoeiro, parâmetros climáticos podem interferir, com
reflexos no rendimento da cultura, desde o momento da polinização até a subseqüente
fertilização do ovário. Dependendo das condições ambientais podem ocorrer falhas na
frutificação, intensificadas pelo genótipo da cultivar, pela irrigação, níveis de aeração e de
fertilidade, além de pragas e doenças (MEDINA, 1989).
Costa & Pacova (2003) destacaram que mamoeiros hermafroditas são particularmente
sensíveis ao meio ambiente, sendo que o clima quente e seco impede o desenvolvimento do
ovário, o que também ocorre durante noites com alta umidade relativa do ar.
No processo denominado de carpeloidia, baixas temperaturas durante a noite
transformam os estames numa estrutura carnosa e que por vezes adere parcial ou totalmente à
parede dos carpelos. Em conseqüência, há produção de frutos deformados, os quais são
inapropriados para o comércio. Costa & Pacova (2003) citaram que o fenômeno é notório, sob
temperaturas contínuas superiores a 36
0
C e sob chuvas freqüentes, mais adequadas para o
mamoeiro uma umidade relativa do ar na faixa de 70 a 80%.
Sendo uma planta tropical muito exigente em temperaturas altas, o mamoeiro quando
cultivado em lugares com temperatura média em torno de 25
0
C, normalmente produz: frutos
de excelente sabor, com alto teor de sólidos solúveis; é de rápido crescimento vegetativo;
precocidade e grande produtividade (MANICA, 1982).
2.4. Biologia Floral do Mamoeiro
A maior parte dos estudos sobre a fisiologia da floração do mamoeiro registra
influência marcante de fatores ambientais. O desenvolvimento dos órgãos reprodutivos resulta
de um número processos independentes, porém altamente coordenados. Usualmente se inicia
com a percepção de um determinado fator ambiental, o qual determina a diferenciação celular,
convergindo para a formação do primórdio floral (DEFAVARI & MORAES, 2002).
A transição do ciclo vegetativo para o reprodutivo é reconhecidamente uma fase
crítica no desenvolvimento das plantas, sendo controlada por fatores ambientais
(KOORNNEEF et al., 1998; DEFAVARI & MORAES, 2002). Por outro lado, acredita-se que
na fase juvenil as plantas possuam mecanismos de origem endógena que previnem a floração
até que estejam suficientemente desenvolvidas para suprirem com assimilados as estruturas
reprodutivas e a conseqüente formação de sementes (DAVIES, 1995).
No mamoeiro, a fase vegetativa é relativamente curta. Marin et al. (1995), Martelleto
et al. (1997) e Marin (2001), observaram que a determinação do sexo na cv. Baixinho de
Santa Amália é completada por volta dos três meses após o plantio, o que evidencia que a fase
vegetativa havia terminado há mais de 30 dias.
7
O ambiente ao qual a cultura do mamoeiro fica exposta pode influir expressivamente
na produtividade, no padrão e na qualidade dos frutos. Assim, anomalias vinculadas à
biologia floral, são, muitas vezes, associadas a componentes climáticos, tais como:
temperatura, radiação solar, pluviosidade e umidade relativa do ar (AWADA & IKEDA,
1953; AWADA, 1958; CHIA & MANSHARDT, 2001).
No Brasil, poucos são os estudos relativos à biologia floral do mamoeiro. Conforme
afirmaram Ronse & Smets (1999), informações existentes sobre biologia reprodutiva,
ontogenia e estrutura floral do mamoeiro, restringe-se basicamente às condições do Havaí, da
Índia e da África do Sul.
Mekako & Nakasone (1975), estudando genótipos hermafroditas de mamoeiro, do
grupo ‘Solo’, no Havaí, constataram o número médio de 49 dias da emergência do botão
floral à antese. Sippel et al. (1989), por seu turno, computaram 10 semanas para a cultivar
Sunrise Solo nas condições da África do Sul. Já, na Venezuela, Parés et al. (2002) reportaram
um período de pouco mais de 30 dias para a cultivar Cartagena Amarilla.
O período necessário ao desenvolvimento floral difere, assim, consideravelmente entre
regiões. Por exemplo, Sharma & Bajpai (1969), trabalhando na Índia, estipularam em 80 dias
o prazo para complementação deste evento, independentemente do tipo de flor produzida. A
explicação para tais discrepâncias passa, certamente, pelas diferenças entre genótipos e
condições climáticas locais (ARKLE JUNIOR & NAKASONE, 1984; MEDINA, 1989;
SIPPEL et al., 1989).
A antese dos botões florais do mamoeiro ocorre durante o crepúsculo diário, como
verificado por Sharma & Bajpai (1969) e por Mekako & Nakasone (1975). É presenciada das
17 às 20 horas para todos os tipos florais, sendo que a deiscência das anteras inicia-se seis
horas antes. Os estigmas são receptivos, desde dois dias antes até três dias após a antese.
Sabe-se que o percentual de flores carpelóides, que originam frutos anormais em
mamoeiro, é significativamente correlacionada com temperatura mínima ambiente e taxa de
crescimento da planta. Por outro lado, temperaturas muito elevadas influenciam no processo
reprodutivo de mamoeiros hermafroditas, provocando aumento do número de flores
masculinas (AWADA, 1958; ALMEIDA et al., 2003).
2.5. Aspectos Relacionados à Frutificação e à Qualidade dos Frutos do Mamoeiro
Após iniciar a floração, o mamoeiro mantém a fase reprodutiva durante todo o ciclo de
vida. Todavia, no curso desse ciclo, ocorrem flutuações climáticas que poderão resultar em
distúrbios na floração e no desenvolvimento dos frutos, podendo interferir negativamente no
rendimento da cultura (COSTA & PACOVA, 2003).
O desenvolvimento completo dos frutos do mamoeiro, desde a antese até o pleno
amadurecimento, varia em função das condições climáticas, como temperatura média e
umidade relativa do ar, cumprindo um padrão sigmoidal característico, ao longo do tempo
(CALEGARIO et al., 1997).
Durante os meses frios do ano, dependendo de sua intensidade, pode haver quebra na
qualidade dos frutos a comercializar. A Universidade do Havaí (1970) destacou que no
inverno a concentração de açúcares no mamão é menor que no verão, chegando a diferenças
da ordem de 2 a 4%.
Assim, temperaturas inferiores a 19
0
C são prejudiciais ao mamoeiro (HARKNESS,
1967; MORIN, 1967), tanto quanto temperaturas acima de 35
0
C, podendo comprometer
seriamente a produtividade (MEDINA, 1989). Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado
de São Paulo (1977), para uma produção comercial satisfatória, o mamoeiro necessita de
temperatura média anual superior a 19,2
0
C.
Por fim, o nível de desenvolvimento do fruto no momento da colheita afeta a sua
qualidade e seu tempo útil de armazenamento (CALEGARIO et al., 1997).
8
2.6. A cultivar Baixinho de Santa Amália
O ‘Baixinho de Santa Amália’, pertence ao grupo ‘Solo’ e é tido como um mutante
natural de porte baixo, oriundo, provavelmente, da cultivar ‘Sunrise Solo’. O crescimento em
altura do mamoeiro é importante do ponto de vista agronômico e herança se deve a dois genes
recessivos (GIACOMETTI & FERREIRA, 1988; MARIN, 2001).
De acordo com Marin et al. (1995), a cv. ‘Baixinho de Santa Amália’ foi selecionada
na Fazenda Santa Amália, município de Linhares, ES. As primeiras flores surgem de 50 a 70
cm do nível do solo e as colheitas iniciam-se no oitavo ou nono mês após o plantio, com a
produção situando-se em torno de 50 t/ha/ano. Os frutos pesam 550g em média, com polpa
vermelho-alaranjada e pouco consistente. Não é recomendado para exportação, sobretudo por
produzir frutos de formato oblongo e pela qualidade inferior da polpa. Mesmo no mercado
interno, sua aceitação é prejudicada pelo fato de produzir parte dos frutos com peso
ultrapassando 650g.
Ainda assim, Marin et al. (1995) recomendaram, para as condições de cultivo do norte
do Espírito Santo, a cultivar 'Baixinho de Santa Amália’ dentre outras como: 'Sunrise Solo',
'Sunrise Solo Line 72/12', ' e 'Tainung 01'.
2.7. O Mosaico do Mamoeiro
O que mais limita atualmente o rendimento da cultura do mamoeiro no Brasil é a
“mancha anelar” ou “mosaico”, uma virose transmitida por afídeos (COSTA, 2002;
VENTURA & COSTA, 2002).
A transmissão do vírus do mosaico do mamoeiro (VMM-Ma) no campo pode também
ocorrer mecanicamente, mas os insetos vetores são agentes principais de disseminação que se
dá rapidamente no pomar, tão logo as primeiras plantas se tornem infectadas. Existem
diversas espécies de pulgões transmissores da doença, com destaque para: Myzus persicae
Sulzer, Aphis gossypii Glover, A. fabae Scopoli. e Toxoptera citricidus Kirkaldy (REZENDE
& COSTA, 1986; ZAMBOLIM & ZAMBOLIM, 2002).
A cultivar Sunrise Solo, introduzida em 1975/76, bem como as suas descendentes
(linhagem 72/12, Baixinho de Santa Amália, Golden, etc), com vocação para os mercados
interno e/ou externo, são todas altamente suscetíveis ao vírus do mosaico (MARIN et al.,
2003).
2.8. Varíola ou Asperisporiose do Mamão
No campo, diversas doenças podem inviabilizar a cultura do mamoeiro, incluindo as
viróticas: mosaico e meleira e algumas doenças fúngicas (LIBERATO et al., 1994).
A varíola ou asperisporiose é uma dessas doenças fúngicas, sendo que o nível de
incidência depende de vários fatores, como: regime de chuvas, temperatura reinante, sistema
de irrigação etc., que interferem no tempo de molhamento do filoplano e da superfície exposta
dos frutos (ROTEM, 1979; HUBER & GILLESPIE, 1992; VALE & ZAMBOLIM, 1996). A
umidade do ambiente é considerada fundamental, afetando diversos eventos do ciclo de
infecção, desde a deposição do esporo até a formação da lesão (ZADOKS & SHEIN, 1979;
JONES, 1986), com a temperatura regulando a velocidade desse processo (BERGAMIN
FILHO et al., 2002).
A primeira descrição da varíola no Brasil deve-se a Maublanc (1913), no Estado do
Rio de Janeiro. Atualmente, no Brasil, é uma doença comum nas regiões produtoras de maior
importância do país (Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Ceará, Paraná etc.) (LIBERATO &
ZAMBOLIM, 2002).
O agente causal da varíola é o fungo Asperisporium caricae (Speg.) Maubl., (Sin.:
Cercospora caricae Speg., Pucciniopsis caricae Earle) (ELLIS & HOLLIDAY, 1972). Como
descreve Holliday (1980), o fungo apresenta estromas subepidérmicos, erumpentes, formando
conidióforos curtos, onde são produzidos conídios equinulados e bicelulares, geralmente
9
isolados, com forma elipsóide, periforme ou clavada, distintamente verrucosos. É um fungo
de difícil cultivo in vitro, pois cresce muito lentamente em meio de cultura (CHAMBERS &
RIGKENBERG, 1987).
Os sintomas da doença são facilmente visualizados, constituindo pústulas negras na
superfície abaxial das folhas e nos frutos. Ide et al. (2001) detectaram que a cultivar Baixinho
de Santa Amália apresenta índice de infecção intermediário entre diversos materiais genéticos
analisados sob condições naturais.
Pela alta freqüência com que normalmente ocorre e pelos danos que pode ocasionar ao
mamoeiro, particularmente diminuindo o valor comercial dos frutos, a varíola constitui um
dos mais sérios problemas da cultura (BERGAMIN FILHO & KIMATI, 1997; CHIACCHIO,
1985; NISHIJIMA et al., 1994; OLIVEIRA et al., 2000). No entanto, apesar da importância
da varíola para o mamoeiro, poucos estudos têm sido realizados visando à adoção de
estratégias de manejo integrado para minimizar seus efeitos prejudiciais (SANTOS &
BARRETO, 2003).
2.9. Mancha Fisiológica do Mamão
O cultivo comercial do mamoeiro, conforme já mencionado, tem apresentado vários
entraves, dentre os quais se inclui a mancha fisiológica do mamoeiro (MFM). A MFM tem
causado graves prejuízos à cultura, promovendo perda de qualidade no aspecto estético e,
conseqüentemente, a baixa cotação comercial do fruto (KAISER et al., 1996; LIMA, 2003).
Sua origem ainda não está suficientemente esclarecida, apesar de ter sido relatada no Havaí,
desde a década de 1960 (ISHII & HOLTZMANN, 1963).
Distúrbios fisiológicos dessa natureza promovem ainda efeitos prejudiciais quanto ao
sabor do fruto, refletindo-se na aceitação do produto por parte do consumidor (RAMOS et al.,
2003).
Tudo leva a crer que a MFM não envolve qualquer fitopatógeno. A par da etiologia,
permanecem desconhecidas as interações que influenciam a ocorrência de tal anormalidade
(ELOISA et al., 1994).
As indicações são de que sua incidência está relacionada a fatores do ambiente e ao
microclima da cultura (ELOISA et al., 1994; KAIZER et al., 1996; FERREGUETTI, 2002;
UENO et al., 2002).
Reyes & Paull (1994) descreveram a MFM como induzindo manchas escuras na casca
dos frutos, sobretudo na face exposta à radiação solar mais intensa. Estudos realizados no
norte do estado do Rio de Janeiro (Lima, 2003), demonstraram que a severidade dessa
anomalia correlaciona-se aos meses mais frios e secos do ano (junho a agosto).
Reis et al. (2003) constataram acentuado déficit hídrico no solo antecedendo épocas de
maior incidência da MFM, sugerindo, à semelhança do que é registrado em frutos de
pimentão (Aloni et al., 1998), que esta situação proporcionaria variações demasiadas da
pressão de turgescência nas células do pericarpo, o que provocaria os sintomas. Ueno et al.
(2002) também afirmaram que plantas submetidas a estresse hídrico produziram frutos com
maior incidência da MFM. Torrellardona (1983) assinalou que a insuficiência de água, no que
afeta a assimilação de nutrientes, principalmente cálcio e boro, estaria relacionada com o
distúrbio fisiológico.
Sob temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar, conforme estabeleceu Ebert
(1986), citado por Kluge et al. (2001), há intensa transpiração, promovendo maior força de
dreno pelas folhas e, conseqüentemente, arrastando nutrientes dos frutos. Nesse sentido,
Ramos et al. (2003) encontraram, em situação de incidência da MFM, maior teor de cálcio no
pedúnculo do fruto de mamão do que no limbo foliar, sugerindo que isto poderia estar
associado à manifestação da doença.
10
A cultivar 'Sunrise Solo', atualmente a de maior aceitação no mercado interno,
apresenta seu rendimento limitado a 40 a 60 t/ha/ano, sendo severamente acometida pela
MFM, da mesma forma que a cv. Baixinho de Santa Amália, seu mutante natural
(OLIVEIRA, Jurandi et al., 2005). A cultivar ‘Golden’, introduzida mais recentemente
mostra-se tolerante à doença e, por esta razão, tornou-se a mais importante para exportação.
Apresenta, contudo, produtividade mais baixa e qualidade de polpa, inferior às demais
cultivares do grupo ‘Solo’, além de ainda sujeita a elevadas taxas de segregação genética
(MARIN et al., 2002; MARIN et al., 2003). O seu porte alto, é outro parâmetro depreciativo,
sendo inclusive inadequada para o cultivo protegido.
Segundo Marler (1994), luminosidade, temperatura ambiente, água e nutrientes
minerais, podem afetar drasticamente os processos fisiológicos em mamoeiro. Isoladamente
ou em conjunto, estes fatores correlacionam-se fortemente com algumas anomalias
verificadas nos frutos de C. papaya, incluindo MFM (REYES & PAULL, 1994; LIMA,
2003).
Do ponto de vista alimentar, a presença da MFM, tanto em mamões do grupo
Formosa quanto do grupo Solo, é sinal positivo, pois, de acordo com Souza et al. (2003)
os frutos sintomáticos contêm até 12% a mais de vitamina C do que aqueles isentos do
distúrbio.
2.10. O Cultivo Protegido
2.10.1. Radiação luminosa
A utilização de estruturas cobertas com filmes plásticos resulta em várias
modificações micrometeorológicas que regulam o sistema planta-ambiente. Nesses ambientes
protegidos, a densidade de fluxo de radiação é sempre menor que a verificada externamente,
em razão da reflexão e da absorção pelo material da cobertura plástica (MARTIN et al., 1982;
KURATA, 1982; SENTELHAS et al., 1999).
Conforme Seeman (1979), associado à incidência da radiação solar, o processo
convectivo originário do saldo da radiação é inibido pela cobertura, retendo o ar quente e o
vapor d`água. Por conseqüência, alterações são provocadas nos diversos elementos
meteorológicos, em relação ao ambiente externo.
O polietileno de baixa densidade (PEBD) é o material mais empregado na agricultura
mundial. Apresenta adequada transparência, deixando passar, em média, 70 a 90% da
radiação solar, atingindo no máximo 95%, conforme verificaram Martin & Robledo, 1981;
Monteiro et al., 1985; Robledo de Pedro, 1987; Mills et al., 1990; Farias et al., 1993, se bem
que casos de interceptação de até 35% da luz, entre 11 e 13 horas, foram relatados por Farias
et al. (1993).
Sentelhas et al. (1999) observaram que as telas de malha ocupando 50% de superfície,
nas cores: branca, verde e preta, diminuíram a radiação solar global em, respectivamente 26,6,
41,2 e 55,4%.
Ricierce & Escobedo (1996) construíram túneis cobertos com polietileno e túneis com
polietileno revestido com tela apresentando 50% de interceptação da luz solar; verificaram
que a transmissão da radiação foi de 60% no primeiro caso e de apenas 18% no segundo.
Kittas et al. (1999) revelaram que as telas de sombreamento usualmente adotadas para
cobertura de estruturas de proteção podem afetar significativamente alguns comprimentos de
onda, sobretudo na faixa do azul. Seguindo a mesma linha, Gliessman (2001) afirmou que na
sombra ocorre uma menor quantidade de luz na faixa do vermelho e do azul
comparativamente à luz na faixa do verde e do infravermelho. Assim, os telados
11
proporcionam mudanças na qualidade da luz incidente, podendo acarretar comportamentos
diferenciais da plantas cultivadas.
O sombreamento com telas pretas de polipropileno reduz a luminosidade no ambiente
interior, de forma a atenuar as temperaturas. Existe, todavia, o problema da redução da
radiação luminosa, o que pode comprometer a fotossíntese das plantas, bem como o
incremento da radiação na faixa do infravermelho poderá ser excessiva. Alem disso, alguns
tipos de sombreamento artificial podem reduzir a renovação do ar, com reflexos na
temperatura interna (GONZALEZ & CAMACHO, 1993).
2.10.2. Temperatura do ar em ambiente protegido
De acordo com Seeman (1979), a temperatura do ar no interior de ambientes
protegidos é afetada por diversos fatores, tais como: tipo de cobertura plástica, dimensões e
cubagem da estrutura, ângulo de incidência da radiação solar e tipo de solo. Como atestaram
Farias et al. (1993), a temperatura do ar é dependente da energia solar, da reflexão dessa
energia e da reirradiação pelos objetos presentes no interior do ambiente protegido, da
condutividade através da cobertura e das laterais, da renovação do ar e da troca de calor com o
solo.
Guiselini (2002) destacou que, em ambientes protegidos, cobertos por filmes plásticos,
a alternativa mais simples e barata com o intuito de melhorar as condições do ambiente
interno é a ventilação natural, pelo uso de telas de sombreamento (forro e laterais).
2.10.3. Umidade relativa do ar em ambiente protegido
Os valores de umidade relativa do ar dentro de ambientes protegidos são bastante
variáveis e estão relacionados à temperatura. Assim, para um mesmo conteúdo de vapor de
água no ar, a umidade é inversamente proporcional à temperatura. Entretanto, com a
ocorrência de chuvas eleva-se a concentração de vapor de água no ambiente, diminuindo o
déficit de saturação (SEEMAN, 1979). Portanto, como também estabeleceram Farias et al.
(1993) e Al-Jamal (1994), o efeito das coberturas de plástico sobre a temperatura e umidade
relativa do ar depende fortemente das condições atmosféricas reinantes.
Em ambientes protegidos, a umidade relativa do ar está diretamente relacionada com a
temperatura; diminui durante o dia e aumenta durante a noite, podendo variar, dentro de um
período de 24 horas, de 30 a 100% (MÍNGUEZ, 1999).
Em geral, a umidade relativa é maior do que no ambiente externo. Farias et al. (1993)
assinalaram máximas de 95,6 a 99,2% no ambiente protegido contra 91,4 a 99,0% verificadas
a céu aberto. Pezzopane et al., (1994) também registraram valores mais altos no ambiente
protegido, destacando que os máximos ocorrem à noite ou nas primeiras horas da manhã.
No cultivo protegido, em regiões tropicais, as temperaturas ultrapassam comumente a
faixa mais propícia ao mamoeiro. Assim, como indicou Andriolo (1999), a redução da energia
solar incidente, nos meses mais quentes do ano, pode atenuar os efeitos prejudiciais de
temperaturas excessivas, com o inconveniente, porém, de reduzir simultaneamente o fluxo de
radiações disponíveis para a fotossíntese.
2.10.4. Efeito estufa em ambiente protegido
O efeito estufa em ambientes protegidos é especialmente importante. Siqueira (1994)
explicou que este efeito ocorre em função do bloqueio (maior ou menor) que os materiais
plásticos promovem quanto às radiações de longo comprimento de onda (5000 a 35000 nm)
emitidas a partir do solo e das plantas em direção à atmosfera.
Furlan (2001) ressaltou que, no campo da plasticultura, permanece intensa a procura
por materiais que apresentem níveis mais baixos de transmissão térmica. Assim, um maior
equilíbrio de temperatura no interior do ambiente protegido, principalmente no período
12
noturno pode resultar em aumento de produtividade. Foi enfatizando que o filme plástico para
cobertura não deve ser selecionado apenas pelo preço e pela vida útil, mas também pela
qualidade da radiação solar admitida.
2.10.5. Ventilação
Um dos sérios problemas do cultivo em ambientes protegidos é o calor interno
acumulado, ao longo do dia, em função da radiação solar incidente. As diferenças de
temperatura entre o ambiente externo e o interno induzem variações de pressão, alterando,
conseqüentemente, o fluxo de ar (SEEMAN, 1979). Em condições tropicais, mecanismos que
favoreçam a ventilação natural contribuem para a qualidade do ambiente interno, promovendo
melhoria quanto às características psicométricas do ar.
Segundo Farias et al. (1994), a velocidade dos ventos no interior de estufas é
significativamente menor que externamente. Tal fato configura uma vantagem, pois melhora a
eficiência das aplicações foliares, diminui o risco de danos mecânicos às plantas e a
disseminação de propágulos de fitopatógenos. Por outro lado, contribui para reduzir o tempo
de molhamento foliar, com isto desfavorecendo os processos de infecção (FURLAN, 2001).
No interior de estufas ventiladas ocorre a troca do ar úmido pelo ar mais seco e menos
quente, o que também contribui para o aumento da evapotranspiração (RIGHI, 2002).
Nas regiões onde prevalecem altas temperaturas e baixa umidade do ar, o resfriamento
de ambientes protegidos é de extrema importância para viabilizar os cultivos (BOULARD et
al., 1997; KITTAS et al., 1999).
O grau de ventilação natural depende basicamente do formato e da exposição da
instalação, do tipo de material de revestimento e das características climáticas regionais.
Boulard et al. (1997) afirmaram que a ventilação natural é um dos principais mecanismos de
controle meteorológico em ambientes protegidos, mas ainda representa uma técnica pouco
estudada devido à complexidade de seu diagnóstico.
2.11. O Mamoeiro em Ambiente Protegido
Trabalhos envolvendo o cultivo do mamoeiro em ambiente protegido com tela de
propileno (tipo sombrite) têm demonstrado ser possível reduzir a incidência do mosaico.
Todavia, sob condições de baixa incidência da luz solar, as plantas apresentam maior
crescimento em altura, comparativamente ao cultivo a pleno sol, desaconselhando o uso de
cultivares de porte alto. Por outro lado, com a cultivar Baixinho de Santa Amália, este
problema tem sido contornado (RODRÍGUEZ PASTOR & GALAN, 1995; RODRÍGUEZ
PASTOR, 2002; RUGGIERO et al., 2003). Kimura (1997), empregando esta cultivar sob
telado de sombrite (30% de interceptação de luz) e em estufa revestida de polietileno
(cobertura) e sombrite (laterais), verificou sua adaptação pelo crescimento vigoroso, além da
ausência de sintomas de mosaico, no decorrer do primeiro ano de produção.
Corrêa (1998) e Corrêa et al. (2000) em cultivos sob telados com 30 e 40% de
interceptação da luz solar, que a altura das plantas até os sete meses foi comparável à do
ambiente natural de cultivo. Já Canesin et al. (2003), observaram que proteções representando
sombreamento influíram no desenvolvimento do ‘Baixinho de Santa Amália’, promovendo
aumentos em torno de 16%, 5 % e 19 %, para altura da planta, comprimento das folhas e
altura de surgimento de flores.
Ambientes protegidos com telas anti-afídicas têm proporcionado redução de até 100%
da incidência do mosaico do mamoeiro, conforme verificaram Nogueira Filho et al. (1994),
Sheen et al. (1998), Corrêa & Canesin, (2000) e Foltran (2003).
Sabbag et al. (2000) também citaram que em ambiente telado e reduzindo em 30 a
40% de luz, não foi registrada ocorrência do mosaico, enquanto que em área contígua e sem
proteção detectaram-se 50% e 37,5% de plantas infectadas pelo vírus, respectivamente para as
cultivares Baixinho de Santa Amália e Sunrise Solo line 72/12. Nogueira Filho et al. (1994)
13
reportaram que somente a proteção lateral com tela, deixando-se o teto descoberto, não foi
suficiente para evitar a disseminação dessa doença.
Corrêa & Canesin (2000) constataram, sob cobertura de sombrite com 30% e 40% de
interceptação da luz solar, que a produtividade da cultivar Baixinho de Santa Amália não foi
afetada, o mesmo não ocorrendo com a cultivar Sunrise Solo Line 72/12, que teve rendimento
inferior ao do plantio a pleno sol. Ao contrário, o Baixinho de Santa Amália mostrou máxima
produção (126 t/ha/ano) no ambiente com 30% de redução de luz. Nesse mesmo estudo, peso,
comprimento e diâmetro dos frutos, para ambas as cultivares, não foram influenciados pelos
diferentes tratamentos. A produtividade superior da cv. Baixinho de Santa Amália deveu-se,
sobretudo, ao maior número de frutos por planta, registrado no ambiente protegido.
Sabbag et al. (2000) fizeram estimativas de custo e lucratividade com as cultivares
Baixinho de Santa Amália e Sunrise Solo, em telado com 30 e 40% da redução de luz solar,
concluindo que o sistema mostrou-se bastante promissor. Para a primeira das cultivares,
contabilizaram um lucro operacional de mais de US$14.000,00/ha/ano.
Canesin et al. (2002) verificaram que a cv. Baixinho de Santa Amália, por ser de porte
menor que as do tipo “Formosa”, adaptou-se melhor às condições de ambiente protegido. O
telado estimulou o crescimento do mamoeiro, conforme já haviam observado Nogueira Filho
et al. (1994) e Rodríguez Pastor & Galan (1995). O ambiente protegido não teve efeito sobre
o início de florescimento e, mais uma vez, não foram detectadas plantas com sintomas do
mosaico.
Nas cultivares do grupo ‘Solo’ o início do florescimento ocorre em cerca de três a
quatro meses após o transplantio das mudas para o campo e a colheita em torno de nove
meses (LIBERATO & ZAMBOLIM, 2002). Corrêa (1998) ainda com o Baixinho de Santa
Amália’ cultivado em telados com 30 e 40% de interceptação da luz solar computaram
expressivo número de botões florais aos 57 dias após o transplantio, superando o encontrado
no ambiente natural.
Canesin et al. (2003), por seu turno, não detectaram qualquer influência do ambiente
sombreado sobre o período de tempo decorrido até o florescimento do mamoeiro.
As possibilidades de aumento da produtividade e diminuição de perdas devidas ao
mosaico e outras importantes doenças parasitárias podem compensar os gastos necessários
para montagem das estruturas de proteção.
No caso específico da produção orgânica, o cultivo protegido é particularmente
apropriado, uma vez que pesticidas sintético-industriais não têm permissão de uso. Em
adendo, a forte demanda e o prêmio, relativos ao produto orgânico no mercado nacional,
poderão contribuir, ainda mais, para ressarcir os custos das instalações e de sua
operacionalização.
14
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização do Experimento
O estudo foi conduzido no Sistema Integrado de Produção Agroecológica - SIPA
(“Fazendinha Agroecológica Km. 47”), situado no município de Seropédica, Região
Metropolitana do estado do Rio de Janeiro (latitude de 22
0
45` S, longitude de 43
0
42` W,
altitude aproximada de 33m). O SIPA é um projeto de cooperação técnica entre a
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a Embrapa Agrobiologia e a Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio/Estação Experimental de
Seropédica), representando uma área de 70ha exclusivamente dedicada à pesquisa em
agricultura orgânica (Almeida et al., 1999).
O clima da região é caracterizado por um período chuvoso e quente, que normalmente
perdura de outubro a março, e por um período de transição que vai de abril a setembro. No
inverno, as chuvas são esporádicas, tornando o clima ameno e seco (GUERRA, 1993).
3.2. Construção dos Ambientes Protegidos
Construiu-se uma estrutura tipo túnel, com 25,0m de comprimento, 8,0 m de largura,
-direito de 3,0m e cumeeira atingindo 4,5m, coberta com polietileno de baixa densidade
(PEBD) e revestida nas laterais e frentes com tela clarite anti-afídica (malha de 0,24 mm). Na
metade dessa estrutura (Figura 1), utilizou-se tela sombrite (30% de interceptação de luz)
sobre o plástico, sendo, dessa forma, estabelecidos dois ambientes de 12,5 m de comprimento
por 8,0 m de largura, aqui denominados de estufa (E) e de estufa sombreada (ES).
.
Figura 1. Estruturas para cultivo protegido do mamoeiro: estufa sombreada (esquerda) e
estufa (direita).
Ao lado da estrutura descrita, montou-se um telado (T) (Figura 2A) de dimensões
idênticas (12,5 x 8,0 m), revestido apenas com sombrite (30% de interceptação de luz) e
também com pé-direito de 3,0 m. A área vizinha ficou reservada para cultivo do mamoeiro em
ambiente natural (AN) (Figura 2B).
15
2A 2B
Figura 2. Telado (2A) e ambiente natural (2B) para cultivo do mamoeiro
3.3. Preparo das Mudas
As mudas de mamoeiro foram preparadas na casa-de-vegetação do SIPA. Utilizaram-
se sementes da cultivar Baixinho de Santa Amália obtidas de duas plantas hermafroditas, sem
sintomas de viroses, apresentando alto potencial produtivo e frutos de adequado padrão
comercial, que compunham um estande de mamoeiros sob sistema orgânico de produção no
próprio local.
O substrato de semeadura teve a seguinte composição volumétrica: três partes de
subsolo argiloso, uma parte de esterco bovino curtido e ½ parte de “cama” de aviário. Com
essa mistura, abasteceram-se copos plásticos descartáveis, com capacidade para 500ml. A
semeadura foi realizada em dezembro de 2003, depositando-se três sementes por recipiente.
Posteriormente procedeu-se o desbaste de plântulas, conservando-se a mais vigorosa em cada
copo.
3.4. Tratos Culturais e Manejo Orgânico do Mamoeiro
3.4.1. Plantio e condução das plantas
As covas, com 40 cm de diâmetro e 40 cm de profundidade, foram adubadas com 16
litros de esterco bovino curtido, 1 kg de farinha de ossos, 200 gramas de pó de conchas
marinhas e 50 g de sulfato de potássio.
Em cada ambiente de cultivo foram preparadas 24 covas, no espaçamento de 2,0 x
1,9m. O transplantio deu-se no dia 03/03/2004, utilizando três mudas/cova. Na montagem do
experimento, as mudas foram separadas por tamanho, casualizando as menores, médias e
maiores dentro de cada bloco e, ainda, buscando colocar mudas de porte equivalentes numa
mesma cova.
Em média, as mudas de mamoeiro, no momento do transplantio apresentavam as
seguintes características:
. Altura: 24,8 cm;
. Diâmetro do tronco (a 10 centímetros do coleto): 0,9 cm;
. Número de folhas emitidas: 16,7;
. Número de folhas por planta: 10,4;
. Comprimento da folha mais desenvolvida: 16,8 cm.
As plantas foram mensalmente adubadas com “cama” de aviário (1,5 l/cova) e
bimensalmente com sulfato de potássio (50 g/cova). Pulverizações quinzenais foram
16
procedidas, alternadamente, com o biofertilizante líquido Agrobio (2%) (FERNANDES et al.,
2000) e com a calda bordalesa (1%), ambos fornecidos pela Estação Experimental de
Seropédica (Pesagro-Rio). As ervas espontâneas foram controladas por meio de cobertura
morta (palha de grama Batatais) e de roçadas periódicas.
As irrigações foram efetuadas com mangueira plástica, evitando-se molhar a parte
aérea das plantas e qualquer estresse hídrico ao longo da experimentação.
3.4.2. Ocorrência e controle de pragas
Desde o transplantio, as plantas foram monitoradas quanto à ocorrência de insetos e
ácaros capazes de ocasionar danos. As principais pragas identificadas e os respectivos meios
de controle estão abaixo relacionados:
- Ácaro rajado
Em todos os ambientes de cultivo estabelecidos, o ácaro rajado (Tetranychus urticae
Koch, 1836 Acari: Tetranychidae) representou o primeiro problema de ordem fitossanitária
detectado, cerca de um mês a contar do transplantio do mamoeiro (abril/2004). Foram
suficientes duas aplicações de calda sulfocálcica (1%) + óleo de sementes de Nim (0,5%),
para um controle absoluto da população. No mês de janeiro de 2005, houve ressurgência do
ácaro somente na estufa e na estufa sombreada, quando se recorreu à mesma via de controle.
-Mosca branca
A ocorrência de Mosca branca (Trialeurodes variabilis Quaintanca, 1900
Hemíptera: Aleyrodidae) foi inicialmente detectada em maio de 2004 e apenas na estufa,
tendo sido usada a mesma mistura (sulfocálcida + nim) com êxito no seu controle. A partir de
dezembro de 2004, esse inseto voltou a ocorrer, mas somente na estufa sombreada, sendo que
nos meses seguintes (janeiro e fevereiro) apareceu também na estufa, repetindo-se a estratégia
de controle.
- Cigarrinha verde
A ocorrência de cigarrinha verde (Solanasca bordia Langlitz, 1964Homoptera:
Cicadellidae), causando fitotoxidade, iniciou-se em outubro de 2004 nas plantas cultivadas no
telado. Em janeiro de 2005, praguejou também os mamoeiros da estufa e da estufa sombreada.
Para controle, efetuaram-se pulverizações de produto, à base do fungo antagonista
Metarhizium spp. (2%), alternadas com calda sulfocálcica + nim. Além disso, foram
instaladas armadilhas luminosas em todos os ambientes de cultivo.
3.5. Incisão da Gema Apical do Tronco
Quando da ocorrência dos primeiros botões florais, foi realizada a sexagem,
mantendo-se a planta hermafrodita mais vigorosa em cada cova.
Após a determinação do sexo, assegurou-se 100% de indivíduos hermafroditas, sendo
que 50% deles, obedecendo ao modelo experimental proposto, tiveram suas gemas apicais
incisadas visando à bifurcação do tronco.
A operação foi realizada no dia 06/05/2004 e consistiu em efetuar-se um corte
longitudinal, em relação ao tronco, dividindo a gema apical em duas partes similares, até
aproximadamente 3 cm de profundidade (Figura 3).
17
3A 3B 3C 3D
Figura 3. Incisão da gema apical (3A); aspectos da planta aos sete dias (3B); aos 30 dias (3C)
e aos 90 dias (3D) após a incisão.
3.6. Esquema Experimental
A distribuição das plantas nos diferentes ambientes: estufa, estufa sombreada, telado e
ambiente natural obedeceu ao croqui abaixo ilustrado (Figura 4).
Estufa Estufa sombreada
I Y I Y Y I I Y I Y I Y
Y I I Y Y I Y I Y I I Y
I Y I Y Y I I I Y Y I Y
I I Y Y I Y
I Y I I Y Y
Telado
Ambiente natural
I Y I Y I Y
I Y I Y Y I
Y I I Y Y I I Y I Y Y I
I Y I Y Y I I Y I Y Y I
I I Y Y I Y
I I Y Y I Y
Figura 4. Arranjo espacial dos mamoeiros nos quatro ambientes de cultivo (I = planta não
incisada, tronco único; Y = planta incisada, tronco bifurcado).
O delineamento experimental adotado, dentro de cada ambiente, foi o de blocos ao
acaso com três repetições dentro de cada bloco, ou seja, 12 plantas normais e 12 plantas de
tronco bifurcado por ambiente. O Quadro 1 ilustra a distribuição dos graus de liberdade,
idêntica para os quatro ambientes.
18
Quadro 1. Delineamento experimental adotado: blocos ao acaso com repetições dentro de
cada bloco para comparar o manejo das plantas (normais e bifurcadas) nos diferentes
ambientes.
CAUSA DA VARIAÇÃO GL QM F
BLOCOS 3 VB VB/VR
TRATAMENTOS 1 VT VT/VR
RESÍDUO 19 VR
TOTAL 20
Para comparar o comportamento do mamoeiro nos diferentes ambientes de cultivo,
adotou-se a análise conjunta de experimentos. Para tanto, os preceitos de base estatística
destacada por Banzatto & Kronka (1989) foram respeitados, conforme abaixo discriminado:
1- Os experimentos foram montados com o mesmo número de tratamentos e de
repetições;
2- Foram implantados em áreas contíguas, praticamente planas e com solo de
características físicas e química semelhantes (Quadro 2); mediu-se, ainda, a
profundidade do horizonte A em todas as covas e que variou segundo cada
ambiente: estufa = 30,4 cm, estufa sombreada = 32,2 cm, telado = 36,9 cm e
ambiente natural = 37,8cm.);
Quadro 2. Análise química do solo da área experimental nas profundidades de 0-20 e 20-40
cm, correspondente a cada ambiente de cultivo do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004).
pH em
cmol.dm
-3
mg.dm
-3
PROFUNDIDADE
AMBIENTE
água Al Ca + Mg Ca Mg
P K
Estufa 5,7 0,0 2,6 1,5 1,1 36 38
0 a 20cm Estufa sombreada 5,9 0,0 2,8 1,5 1,3 56 48
Telado 5,6 0,0 3,0 1,8 1,2 38 90
Ambiente natural 5,3 0,0 2,0 1,0 1,0
70 53
Estufa 5,3 0,0 2,3 1,4 0,9 8 13
20 a 40cm Estufa sombreada 5,2 0,1 1,4 0,9 0,5 19 40
Telado 5,8 0,0 3,1 2,1 1,0 7 54
Ambiente natural 4,7 0,2 2,4 1,4 1,0
7 17
- Laboratório de solos da Embrapa Agrobiologia - Seropédica,RJ.
3- As práticas culturais foram idênticas e simultâneas nos quatro ambientes de
cultivo.
A despeito desses cuidados, a análise conjunta entre ambientes somente foi procedida
após checagem da grandeza dos quadrados médios residuais das análises individuais,
conforme preconizou Pimentel Gomes (2000). Este autor destacou que, cumpridas essas
exigências, como no presente caso, pode-se proceder a análise conjunta desde que o quociente
entre os quadrados médios for menor que 7,0 (relação inferior a 7:1), ou seja, que haja
homocedastia entre as variâncias.
19
Obedecidas as condições anteriormente descritas, empregou-se o modelo estatístico
constante do Quadro 3.
Quadro 3. Modelo estatístico para análise conjunto dos experimentos.
CAUSA D VARIAÇÃO G.L QM F
BLOCOS NOS LOCAIS 12 QMBL QMBL/QMR
TRATAMETNOS (T) 1 QMT QMT/QMR
LOCAL (L) 3 QML QML/QMR
INTERAÇAO (TXL) 3 QM (TXL) QM (TXL)/QMR
RESÍDUO 76 QMR
TOTAL 95
Nos casos em que o quociente entre ambientes era superior à relação exigida (7:1),
descartaram-se os discrepantes. Foram, assim, consideradas novas análises de variância
conjunta, apenas para as situações (ambientes protegidos) que apresentavam, juntamente com
o ambiente natural, relação dentro do limite admitido.
3.7. Registros de Componentes Microclimáticos
3.7.1. Temperatura do ar à sombra
Instalou-se em cada ambiente um termômetro de máxima e mínima, através do qual
obtiveram-se, desde o transplantio do mamoeiro as variações diárias de temperatura do ar.
Os termômetros foram fixados no teto de dispositivo de madeira, isolado das paredes e
aberto apenas para o lado sul de forma a evitar exposição direta aos raios solares. Tais
instrumentos foram instalados no centro de cada ambiente de cultivo, a cerca de 1,80 m do
nível do solo.
3.7.2. Umidade relativa do ar
Nos dispositivos dos termômetros, instalou-se também um psicrômetro. Os dados de
umidade relativa do ar foram coletados por volta das 09 horas de dias sem chuva. A média
dos valores registrados, dentro de cada mês, foi adotada para comparações entre os ambientes
de cultivo.
3.7.3. Luz solar fotossinteticamente ativa
Para conhecer o nível de luz fotossinteticamente ativa no interior dos ambientes
protegidos e no ambiente natural, realizaram-se nos dias 26 e 27/07/2004 e 05 e 08/02/2005
(de sol pleno), medições da intensidade de luz incidente no filoplano do mamoeiro, em
diferentes horários e três pontos distintos de cada ambiente.
A quantidade de luz fotossinteticamente ativa, que ultrapassava as coberturas dos
ambientes protegidos foi aferida por meio do aparelho Portable Photosynthesis System (IRGA
Li-cor 6200). Esse aparelho fornece dados em mmoles/cm
2
/s.
3.8. Caracteres Relacionados ao Desenvolvimento Fenológico
Para acompanhar o desenvolvimento das plantas de mamoeiro, foram considerados
diversos parâmetros fenológicos, mensalmente aferidos nos dias consignados no Quadro 4, a
saber:
- altura da planta: medida da base do tronco até a gema apical;
- diâmetro basal do tronco: medido a 15 cm do nível do solo;
20
- número de folhas emitidas e/ou taxa de emissão de folhas novas: foram fixadas
agulhas às folhas em início de crescimento (ao redor de 5 cm de comprimento)
para identificação daquelas ainda não computadas;
- número de folhas ativas ou funcionais presentes em cada planta;
- comprimento do pecíolo de folhas com flor (em antese) na axila;
- comprimento da nervura principal de folhas apresentando flor (em antese) na axila.
Na fase pré-florescimento, utilizou-se para medição a folha mais desenvolvida;
- comprimento total da folha: pela soma entre o comprimento do pecíolo e da
nervura principal;
- Área foliar: aplicando-se a metodologia descrita por Alves & Santos (2002), com
base no comprimento da nervura principal da folha-índice.
Quadro 4. Datas, no período pós-transplantio do mamoeiro correspondentes ao
monitoramento de caracteres fenológicos, nos diferentes ambientes de cultivo.
Período Data Dias após transplantio
1 03/03/04 a 02/04/04 0 a 30
2 02/04/04 a 03/05/04 30 a 61
3 03/05/04 a 01/06/04 61 a 90
4 01/06/04 a 01/07/04 90 a 120
5 01/07/04 a 02/08/04 120 a 152
6 02/08/04 a 01/09/04 152 a 182
7 01/09/04 a 02/10/04 182 a 213
8 02/10/04 a 02/11/04 213 a 244
9 02/11/04 a 02/12/04 244 a 274
10 02/12/04 a 02/01/05 274 a 305
11 02/01/05 a 02/02/05 305 a 336
12 02/02/05 a 04/03/05 336 a 366
Com as variáveis: altura da planta, diâmetro basal do tronco e número de folhas
emitidas por planta foram determinadas as taxas de crescimento entre cada duas avaliações
consecutivas. Tais taxas foram calculadas da maneira indicada por Benincasa (1988), segundo
a fórmula:
Tc=A2-A1/T2-T1
Sendo:
A1 = valor da variável no tempo T1;
A2 = valor da variável no tempo T2
T2-T1 = intervalo de tempo entre duas avaliações consecutivas.
3.9. Caracteres Relacionados ao Início da Maturidade das Plantas
3.9.1. Sexagem
A operação foi realizada quando do primeiro botão floral surgido, com o mesmo
medindo entre 0,5 e 1,0 cm de comprimento, conservando-se as hermafroditas. Nesta ocasião
determinou-se a altura de inserção do botão floral em relação ao nível do solo, bem como o
número de folhas emitidas até esta altura, registrando-se, ainda, o número de lóbulos na folha
correspondente ao início da floração. Anotou-se, também, o número de dias decorridos do
transplantio das mudas até a data da sexagem.
21
3.9.2. Primeira flor hermafrodita perfeita
Contou-se o número de dias decorridos do transplantio das mudas até a antese da
primeira flor hermafrodita perfeita, medindo-se, também, a altura de inserção na planta e o
número de lóbulos da folha contígua a da primeira floração.
3.10. Avaliações Relacionadas ao Tempo de Desenvolvimento do Botão Floral até a
Antese
A cada mês, até cumprir-se o ciclo de um ano, marcou-se a folha que apresentava o
menor botão floral visível, através de uma agulha de seringa descartável inserida no pecíolo.
Feito isto, acompanhou-se o desenvolvimento do principal botão floral até a antese. A agulha
permaneceu na posição até o mês seguinte, quando foi então substituída por barbante de
algodão. Em sua totalidade as plantas foram monitoradas pelo método descrito.
3.11. Tempo de Vida das Folhas Principais Ciclagem de Folhas
Aproveitando as mesmas marcações estabelecidas, contou-se, a cada mês, o número de
dias desde a emissão da folha até a senescência. Essas avaliações foram efetuadas de
03/05/2004 a 02/04/2005) em todas as plantas do experimento.
3.12. Número de Dias para o Desenvolvimento dos FrutosCiclagem de Frutos
Sempre no 10
0
dia de cada mês, cobrindo um total de 12 avaliações (de 10/06/2004 a
10/05/2005). Identificou-se, em cada planta, uma flor em antese e foi computando o período
até o máximo desenvolvimento do fruto.
3.13. Efeito dos Ambientes e do Manejo das Plantas na Biologia Floral
3.13.1. Aborto natural de órgãos reprodutivos
Desde maio de 2004, coletou-se e contou-se, semanalmente, o número de flores com
esterilidade feminina (estaminadas) e o número de frutilhos normais, frutilhos carpelóides e
frutilhos pentândricos abortados em cada planta (Figura 5).
A B
Figura 5. A: frutilho pentândrico; B: da esquerda para a direita - frutilhos carpelóides,
frutilhos normais e flores estaminadas.
Essas determinações ocorreram até cumprir-se um ano, do ciclo do mamoeiro e na
totalidade das plantas.
3.13.2. Contagem dos frutos carpelóides e pentândricos desfrutados
Contou-se o número de frutos carpelóides e pentândricos aderidos na planta no final
de cada mês, descartando-os. Essas determinações ocorreram até cumprir-se um ano, do ciclo
do mamoeiro e na totalidade das plantas.
22
3.14. Avaliações Relacionadas à Fitossanidade
3.14.1. Ocorrência da varíola ou pinta preta nas folhas do mamoeiro
Na terceira semana de cada mês, até completar-se um ano do transplantio das mudas
de mamoeiro, quantificou-se a incidência e severidade da varíola em 100% das plantas. Foram
procedidas contagens do número de lesões necróticas no folíolo principal da folha-índice,
correspondendo à sexta folha ativa a contar da recentemente aberta (Figura 6) (IDE et al.,
2001).
Figura 6. A seta indica a posição da folha-índice, adotada para quantificação da incidência da
varíola.
3.15. Avaliações Pós-Colheita
3.15.1. Ocorrência de lesões da varíola ou pinta preta no fruto
Na segunda semana de cada mês colheu-se um fruto por mamoeiro e avaliou-se, no
ponto de consumo a incidência e severidade da varíola ou pinta preta segundo os critérios a
seguir descritos:
A- Contagem do número de lesões presentes na superfície mais exposta e naquela
menos exposta à infecção pelo fungo (Figura 7).
Folha
-
índice
-
6
a
folha ativa
a contar do
top” do dossel
.
23
Figura 7. Exemplos de frutos acometidos pela varíola em diferentes níveis de severidade no
momento da avaliação.
B- Medição do diâmetro das três maiores lesões em cada uma das superfícies do fruto
(mais e menos exposta à infecção pelo fungo).
3.15.2. Ocorrência de mancha fisiológica pequena (MFP)
Novamente na segunda semana de cada mês colheu-se um fruto por mamoeiro e
avaliou-se, no ponto de consumo, a incidência e a severidade da mancha fisiológica
pequena (Figura 8A) nas superfícies mais e menos expostas.
Para tal, empregou-se uma escala de notas (variando de 0 a 4), a seguir caracterizadas:
- Zero ausência de MFP.
- Um até 3 MFP por cm
2
.
- Dois de 3 a 9 MFP por cm
2
.
- Três de 9 a 27 MFP por cm
2
.
- Quatro superior a 27 MFP por cm
2
.
As contagens do número de MFP foram procedidas com auxílio de um dispositivo de
poliéster quadriculado em nove áreas de 1 cm
2
(Figura 8B).
8A 8B
Figura 8. A = Exemplo de fruto acometido pela mancha fisiológica pequena (MFP); B=
dispositivo contendo nove áreas de 1 cm
2
para contagem do número médio de lesões da MFP
por fruto.
24
3.15.3. Teores de sólidos solúveis totais no fruto
Ainda na segunda semana de cada mês colheu-se um fruto por mamoeiro e
analisaram-se, no ponto de consumo, os teores de sólidos solúveis totais (
0
Brix). Essa
avaliação foi realizada por meio de refratômetro de bancada.
3.15.4. Medidas pomológicas
Nos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2005 efetuaram-se mediadas de peso,
comprimento, diâmetro maior, espessura da polpa e número de sementes por fruto.
3.16. Produtividade
Desde novembro de 2004 até outubro de 2005, na totalidade das plantas, realizaram-se
colheitas semanais registrando-se o número de frutos produzidos. Aqueles que se adequavam
à comercialização, foram contados e pesados para aferir a produtividade em cada ambiente de
cultivo e modo de condução da planta.
Foram considerados comercializáveis os frutos que apresentavam peso superior a 200
g. O grau de aceitação do produto orgânico foi equilatado em locais de venda no varejo,
destacando-se a Feira Cultural Ecológica, coordenada pela ABIO (Associação de Agricultura
Biológica do Rio de Janeiro) e situada no bairro da Glória, zona sul da cidade do Rio de
Janeiro.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Análises dos Componentes Microclimáticos nos ambientes de cultivo
4.1.1. Luz solar fotossinteticamente ativa
Nas Tabelas 1 e 2, Figuras 9 e 10 são apresentados os valores absolutos e os valores
percentuais de luz fotossinteticamente ativa incidente no dossel das plantas de mamoeiro,
transpassando os materiais de cobertura dos ambientes de proteção (estufa, estufa sombreada
e telado), em comparação com ambiente natural de cultivo. As aferições foram procedidas no
transcorrer de dois dias ensolarados de julho de 2004 e de fevereiro de 2005.
Tabela 1. Quantidade de luz fotossinteticamente ativa (mmoles.cm
-2
.s
-1
) nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (julho de 2004, Seropédica,
RJ).
Horário de medição Estufa Estufa sombreada
Telado Ambiente natural
8h 1080 499 577 1569
10h 1211 532 831 1639
12h 1019 510 989 1607
14h 1022 505 844 1591
Média 1083 511,5 810,3 1602
Interceptação média da
radiação solar
32,4 % 68,1 % 49,4 %
Tabela 2 Quantidade de luz fotossinteticamente ativa (mmoles.cm-
2
.s
-1
) nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (fevereiro de 2005,
Seropédica, RJ).
Horário de medição Estufa Estufa sombreada
Telado Ambiente natural
8h 809 495 718 1756
10h 1288 676 904 1914
12h 1518 695 1107 1901
Média 1205 622 910 1857
Interceptação média da
radiação solar 35,1 % 66,5 % 51,0 %
26
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
8h 10h 12h 14h
%
Estufa sombreada Telado Estufa Ambiente natural
Figura 9. Percentuais médios de luz fotossinteticamente ativa, atingindo o dossel das plantas
nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (julho de 2004;
Seropédica/ RJ).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
8h 10h 12h
%
Estufa sombreada Telado Estufa Ambiente natural
Figura 10. Percentuais médios de luz fotossinteticamente ativa, atingindo o dossel das plantas
nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro em dia de sol pleno (fevereiro de
2005; Seropédica/ RJ).
Em ambas as épocas de medição (inverno e verão), verificou-se que a estufa
sombreada permitiu entrada de cerca de 1/3 da luz fotossinteticamente ativa; por outro lado, a
estufa e o telado admitiram, respectivamente 2/3 e ½ da radiação solar nas ocasiões de
aferição.
4.1.2. Temperatura ambiente
A - Temperaturas máximas
Na Figura 11 e na Tabela 3 são apresentadas as médias mensais de temperatura
máxima registradas, em cada ambiente de cultivo do mamoeiro.
27
24
26
28
30
32
34
36
38
40
mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
Temperatura (ºC)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 11. Médias mensais de temperatura máxima registradas nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Tabela 3. Médias mensais de temperatura máxima nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Estufa Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
A*
B C
Mar/04 37,3 35,3 31,6 32,1 5,2 3,2 -0,5
Abr/04 38,0 35,1 32,9 33,9 4,1 1,2 -1,0
Mai/04 33,9 30,4 28,6 29,5 4,4 0,9 -0,9
Jun/04 32,6 28,9 28,0 29,2 3,4 -0,3 -1,2
jul/04 29,6 26,6 25,7 26,5 3,1 0,1 -0,8
Ago/04 34,0 29,6 28,5 29,4 4,6 0,2 -0,9
set/04 35,7 32,0 30,9 31,5 4,2 0,5 -0,6
out/04 33,4 30,0 28,9 29,7 3,7 0,3 -0,8
Nov/04 35,5 32,8 31,7 32,2 3,3 0,6 -0,5
dez/04 34,8 32,4 31,2 32,0 2,8 0,4 -0,8
jan/05 35,4 33,0 31,8 33,1 2,3 -0,1 -1,3
fev/05 37,0 32,8 32,5 33,4 3,6 -0,6 -0,9
Média anual 34,8 31,6 30,2 31,0 3,7 0,5 -0,8
Efeito (%) +10,7 +1,8 -2,7 -
* A = Diferenças entre estufa e ambiente natural; B = Diferenças entre estufa sombreada e
ambiente natural; C = Diferenças entre telado e ambiente natural.
As temperaturas mais elevadas foram registradas, como esperado, no interior da
estufa, enquanto que as menores foram verificadas no telado. A maior diferença de
28
temperatura, em relação ao ambiente natural, chegando a 5,2
0
C ocorreu no mês de março de
2004, período inicial de cultivo na estufa.
As temperaturas máximas que mais se aproximaram daquelas verificadas no ambiente
natural corresponderam à estufa sombreada. Diferenças registradas de apenas 0,5
0
C
mostraram-se inferiores àquelas encontradas na comparação entre estes tipos de ambientes
procedida por Guiselini (2002) no estado de São Paulo.
O efeito da cobertura de plástico sem sombrite na estufa, mesmo com as laterais
fechadas apenas com tela anti-afídica, representou uma elevação média anual acima de 10%
em relação ao ambiente natural. Por outro lado, o telado, embora tenha apresentado os
menores valores de temperatura máxima, não acarretou redução apreciável desta variável
climática.
B - Temperaturas mínimas
Na Figura 12 e na Tabela 4, são apresentadas as médias mensais de temperatura
mínima registradas em cada ambiente de cultivo do mamoeiro.
14
16
18
20
22
24
26
mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
Temperatura (ºC)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 12. Médias mensais de temperatura mínima registradas nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
29
Tabela 4. Médias mensais de temperatura mínima nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Estufa Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural A* B C
mar/04 20,9 20,7 20,4 21,5 -0,4 -0,8 -1,1
abr/04 20,4 20,7 20,9 21,2 -0,8 -0,5 -0,3
mai/04 18,1 17,4 17,5 17,6 0,5 -0,2 -0,1
jun/04 17,5 16,7 16,7 17,0 0,5 -0,3 -0,3
jul/04 16,9 15,6 15,9 16,0 0,9 -0,4 -0,1
ago/04 16,5 15,2 15,2 14,8 1,7 0,4 0,4
set/04 19,8 18,6 18,5 18,6 1,2 0,0 -0,1
out/04 19,9 19,0 19,1 19,0 0,9 0,0 0,1
nov/04 21,8 20,6 20,5 20,6 1,2 0,0 -0,1
dez/04 22,9 21,9 21,5 21,9 1,0 0,0 -0,4
jan/05 24,0 22,9 23,0 23,3 0,7 -0,3 -0,3
fev/05 22,7 21,8 21,5 21,8 0,9 0,0 -0,3
Media anual 20,1 19,3 19,2 19,4 0,7 -0,2 -0,2
Efeito(%) +3,4 -0,8 -1,0 -
* A = Diferenças entre estufa e ambiente natural; B = Diferenças entre estufa sombreada e
ambiente natural; C = Diferenças entre telado e ambiente natural.
Com exceção dos meses de março e abril de 2004, as temperaturas mínimas mais altas
foram registradas no interior da estufa. Nos demais ambientes protegidos, as mínimas
estiveram muito próximas daquelas ocorridas no ambiente natural.
C Temperaturas médias
Na Figura 13 e na Tabela 5, são apresentadas temperaturas médias mensais registradas
em cada ambiente de cultivo do mamoeiro.
30
20
22
24
26
28
30
32
mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
Temperatura (ºC)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 13. Temperaturas médias mensais nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Tabela 5. Temperaturas médias mensais nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Estufa Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural A* B C
mar/04 29,1 28,0 26,0 26,8 2,3 1,2 -0,8
abr/04 29,2 27,9 26,9 27,5 1,7 0,4 -0,6
mai/04 26,0 23,9 23,0 23,5 2,5 0,4 -0,5
Jun/04 25,0 22,8 22,4 23,1 1,9 -0,3 -0,7
Jul/04 23,2 21,1 20,8 21,2 2,0 -0,1 -0,4
ago/04 25,2 22,4 21,9 22,1 3,1 0,3 -0,2
set/04 27,8 25,3 24,7 25,0 2,8 0,3 -0,3
out/04 26,7 24,5 24,0 24,3 2,4 0,2 -0,3
nov/04 28,7 26,7 26,1 26,4 2,3 0,3 -0,3
dez/04 28,8 27,1 26,3 26,9 1,9 0,2 -0,6
jan/05 29,8 28,1 27,5 28,3 1,5 -0,2 -0,8
Fev/05 29,8 27,3 27,0 27,6 2,2 -0,3 -0,6
Media anual 27,4 25,4 24,7 25,2 2,2 0,2 -0,5
Efeito (%) +8,0 +0,8 -2,1 -
* A = Diferenças entre estufa e ambiente natural; B = Diferenças entre estufa sombreada e
ambiente natural; C = Diferenças entre telado e ambiente natural.
Os valores mais altos de temperaturas médias mensais foram registrados no interior da
estufa, o que coincidiu com os resultados de estudos semelhantes ao presente (Mills et al.
1990; Farias et al. 1993; Guiselini 2002). As menores médias de temperatura, em
contrapartida, prevaleceram no telado.
31
As aferições de temperatura do ar durante o ciclo do mamoeiro indicaram a estufa
sombreada como a estrutura de proteção que mais se aproximou do ambiente natural de
cultivo.
A maior dissimilaridade, em relação às temperaturas médias, frente ao ambiente
natural, caracterizou a estufa, sendo que o telado, ao contrário, reduziu de maneira
significativa essa variável climática.
Pereira et al. (2002) destacaram que, mesmo sob condições de luz e umidade
favoráveis aos processos bioquímicos, estes sofrem alterações se a temperatura estiver fora
dos limites considerados ideais. Dentro desses extremos existe uma faixa ótima de
temperatura, que, no caso do mamoeiro, segundo Manica (1982), situa-se ao redor dos 27
0
C.
Sendo assim, as temperaturas médias na estufa (27,4
0
C) apontam-na como a estrutura mais
indicada para o cultivo protegido da fruteira.
Por outro lado, cabe destacar que temperaturas excessivas observadas, por vezes, na
estufa ultrapassando os 35
0
C, ainda com base no que assinalou Manica (1982), poderia
comprometer aspectos reprodutivos e, conseqüentemente, a produção de frutos pelo
mamoeiro, o que, contudo, não ocorreu no estudo aqui relatado.
D Amplitude térmica
Na Figura 14 e na Tabela 6, são apresentados os valores médios mensais de amplitude
térmica, registrados em cada ambiente de cultivo do mamoeiro.
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
ºC
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 14. Médias de amplitude térmica registradas nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
32
Tabela 6. Amplitude térmica mensal (
0
C) nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Estufa Estufa
sombreada
Telado Ambiente
natural
A* B C
mar/04 16,4 14,6 11,2 10,6 5,8 4,0 0,6
abr/04 17,4 14,5 11,9 12,7 4,7 1,8 -0,8
mai/04 15,8 13,1 11,1 11,9 3,9 1,1 -0,8
jun/04 15,1 12,3 11,3 12,3 2,8 0,0 -1,0
jul/04 12,7 11,0 9,8 10,5 2,2 0,5 -0,7
ago/04 17,5 14,4 13,3 14,6 2,9 -0,2 -1,3
set/04 15,9 13,4 12,4 13,0 2,9 0,4 -0,6
out/04 13,5 10,9 9,8 10,7 2,8 0,2 -0,9
nov/04 13,7 12,1 11,2 11,5 2,2 0,6 -0,3
dez/04 11,9 10,5 9,6 10,0 1,9 0,5 -0,4
jan/05 11,5 10,2 9,1 9,9 1,6 0,3 -0,8
fev/05 14,4 11,0 10,9 11,6 2,8 -0,7 -0,7
Media anual 14,7 12,3 11,0 11,6 3,0 0,7 -0,6
Efeito (%) +20,7 +6,1 -5,5 -
* A = Diferenças entre estufa e ambiente natural; B = Diferenças entre estufa sombreada e
ambiente natural; C = Diferenças entre telado e ambiente natural.
As médias mais elevadas de amplitude térmica, para todos os meses do ano, foram
registradas no interior da estufa. No período primavera/verão, em qualquer dos ambientes de
cultivo, registraram-se os maiores valores de temperatura média e também os menores valores
de amplitude térmica. Quanto a esta última variável, no telado, foram encontrados os mínimos
valores, correspondentes a janeiro de 2005.
Tanto no telado quanto na estufa sombreada, os valores relativos à amplitude térmica
ficaram próximos aos do ambiente natural de cultivo.
A maior dissimilaridade entre as amplitudes térmicas, frente ao ambiente natural, foi
verificada na estufa, durante o mês de março de 2004, durante o início do cultivo. A estufa,
por seu turno, representou o ambiente de máxima amplitude térmica (20,7%), com diferença
de até 5,8
0
C em comparação ao ambiente natural de cultivo.
4.1.3. Umidades relativas do ar registradas nos diferentes ambientes
Na Figura 15 e na Tabela 7 são apresentadas médias mensais de Umidade relativa do
ar, registradas em cada ambiente de cultivo do mamoeiro.
33
65
70
75
80
85
90
95
100
mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
UR (%)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 15. Médias mensais de umidade relativa do ar nos diferentes ambientes de cultivo
orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Tabela 7. Umidade relativa do ar mensal (%) nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do
mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Estufa Estufa
sombreada
Telado Ambiente
natural
A* B C
mar/04 81,3 85,8 84,1 86,1 -4,8 -0,3 -2,0
abr/04 83,6 93,6 94,9 90,4 -6,8 3,2 4,5
mai/04 84,0 95,5 98,3 95,2 -11,2 0,3 3,1
jun/04 84,9 97,8 90,9 89,7 -4,8 8,1 1,2
jul/04 84,1 82,7 84,4 80,6 3,5 2,1 3,8
ago/04 85,1 86,2 81,5 72,0 13,1 14,2 9,5
set/04 76,3 79,5 72,6 67,3 9,0 12,2 5,3
out/04 73,5 76,5 68,9 68,4 5,1 8,1 0,5
nov/04 77,0 77,4 69,1 70,4 6,6 7,0 -1,3
dez/04 81,7 83,4 72,7 69,3 12,4 14,1 3,4
jan/05 83,4 90,0 78,7 80,7 2,7 9,3 -2,0
fev/05 79,5 81,5 82,1 81,5 -2,0 0,0 0,6
Media anual 81,2 85,8 81,5 79,3 1,9 6,5 2,2
Efeito (%) +2,3 +8,3 +2,8 -
* A = Diferenças entre estufa e ambiente natural; B = Diferenças entre estufa sombreada e
ambiente natural; C = Diferenças entre telado e ambiente natural.
Em razão de constituir um parâmetro climático bastante variável e de dificultosa
aferição, considerando as médias mensais, a UR não foi um diferencial marcante entre os
ambientes de cultivo do mamoeiro. De modo geral, na estufa sombreada a UR foi comumente
mais alta e no ambiente natural ocorreu o contrário.
34
4.2. Início da Maturidade do Mamoeiro
4.2.1. Sexagem
Na Figuras 16 observa-se a evolução percentual relativa à sexagem dos mamoeiros nos
diferentes ambientes de cultivo.
Dias após transplantio
40 42 44 46 48 50 52 54 56 58
%
0
20
40
60
80
100
120
Estufa
Estufa sombreda
Telado
Ambiente natural
Figura 16. Evolução da sexagem: percentuais de plantas hermafroditas identificadas nos
diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004).
A determinação do sexo realizada entre 42 e 57 dias após o transplantio das mudas,
refletiu a precocidade da cultivar Baixinho de Santa Amália. Em outras cultivares do grupo
Solo, no sistema convencional de produção, é comum esta operação, ser efetuada entre 90 e
120 dias a contar do transplantio (RUGGIERO, 1988; MARIN et al., 1995; MARTELLETO
et al., 1997; COSTA & PACOVA, 2003).
Canesin et al. (2002), trabalhando com a cv. Baixinho de Santa Amália, sob manejo
convencional, procederam sexagem entre 60 e 90 dias pós-transplantio para o local definitivo.
Portanto, pode-se destacar que o manejo orgânico aqui adotado favoreceu o desenvolvimento
inicial do mamoeiro em todos os ambientes de cultivo, antecipando a sexagem como
conseqüência.
Na Figura 17 são apresentados os Índices de Velocidade de Sexagem (IVS) para
plantas hermafroditas e fêmeas, adaptado de Maguire (1962), e originalmente empregado em
estudos relacionados à germinação de sementes. Este índice é calculado pela fórmula: IVS=
N1/D1 + N2/D2 + ... + Nn/Dn, onde: N= número de plantas propícias à sexagem no dia da
contagem e D= número de dias desde o transplantio até o momento da contagem.
35
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
IVS
0
2
4
6
8
Planta hermafrodita
Planta fêmea
Figura 17. Índices de velocidade de sexagem (IVS) referentes a plantas hermafroditas e
fêmeas nos diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro (Seropédica/RJ, 2004).
Nota-se que os ambientes de cultivo pouco influenciaram a velocidade de sexagem,
com referência às plantas hermafroditas. quanto às plantas fêmeas, cultivadas na estufa e na
estufa sombreada, foi necessário um período de tempo para sexagem superior ao telado e ao
ambiente natural de cultivo.
Independente do ambiente de cultivo as plantas hermafroditas mostraram-se mais
precoces quanto à maturidade.
Os resultados indicaram que possivelmente devido à maior exposição, na fase juvenil,
aos fatores climáticos (ventos, chuvas etc) houve antecipação da maturidade sexual, no que
diz respeito às plantas fêmeas.
4.2.2. Outras avaliações relativas ao início da maturidade
a) Tempo decorrido do transplantio até sexagem (TAS)
Na Tabela 8 são fornecidos os valores médios relativos ao tempo desde o transplantio
das mudas até o momento da sexagem nos diferentes ambientes de cultivo, assim como
aqueles concernentes aos diversos outros aspectos do desenvolvimento do ciclo da cv.
Baixinho de Santa Amália..
36
Tabela 8. Características ligadas ao desenvolvimento do ciclo nos diferentes ambientes d cultivo orgânico do mamoeiro. TAS =
Período de tempo do transplantio até sexagem; ABF = altura de inserção do botão floral no momento da sexagem; TAPFH = tempo do
transplantio até antese da primeira flor hermafrodita; NFEAF = número de folhas emitidas até antese da primeira flor; AIPF = altura de
inserção da primeira flor em antese; NLFBF = número de lóbulos da folha anexa ao primeiro botão floral; NLFPF = número de lóbulos
da folha anexa à primeira flor hermafrodita; TAIC = tempo do transplantio até colheita do primeiro fruto; TSF = tempo da sexagem até
a floração; TFPC = tempo da primeira floração até início da colheita; TDSPC = tempo da sexagem até colheita (Seropédica/RJ, 2004).
Ambiente TAS
ABF**
TAPFH**
NFEAF
AIPF*
NLFBF**
NLFPF TAIC**
TSF* TFPC**
TDSPC**
Estufa 49,7a
1
49,2ab 82,0b 32,8a 56,4b 10,5a 11,0 231,9b 32,4b 149,9b 182,2b
Estufa sombreada 51,1a 52,2a 88,2a 34,3a 61,5a 9,7b 11,0 250,5a 37,1a 162,3a 199,4a
Telado 49,2a 52,2a 88,8a 34,4a 61,8a 9,5b 11,0 254,1a 39,6a 165,3a 205,0a
Ambiente natural 49,3a 46,3b 85,3ab 33,5a 52,2b 10,6a 11,0 248,6a 36,0ab 163,4a 199,4a
DMS 1,9 3,3 4,7 2,0 4,2 0,8 --- 6,4 4,4 5,9 6,3
CV (%) 4,0 7,1 5,9 6,5 7,7 8,8 --- 2,8 13,1 4,0 3,4
QMmaior/QMmenor 3,5 3,9 2,0 3,0 2,4 1,7 --- 4,5 2,1 1,6 2,8
1)
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (* = p<0,05 e ** p<0,01).
37
Os ambientes protegidos não interferiram de modo significativo quanto ao tempo
decorrido até sexagem.
Os valores, variando entre 49,2 e 51,1 dias situaram-se próximos aos verificados na
Índia por Khuspe & Ugale (1977), entre 45 e 48 dias do transplantio à emergência da
primeira flor para a cultivar de mamoeiro Washington.
b) Altura de inserção do primeiro botão floral no momento da sexagem (ABF)
e altura de inserção da primeira flor em antese (AIPF).
Na Tabela 8 e na Figura 18 estão consignados os valores médios relativos à altura
de inserção do primeiro botão floral no momento da sexagem e a altura de inserção da
primeira flor perfeita em antese, nos diferentes ambientes de cultivo do mamoeiro.
A análise conjunta dos experimentos revelou diferença significativa (p<0,01) pelo
teste de Tukey. Assim, as plantas cultivadas na estufa sombreada e no telado exibiram os
primeiros botões florais em altura do tronco superior àquelas cultivadas no ambiente
natural, não havendo diferença entre os três tipos de estruturas de proteção.
Os resultados indicaram que a maior interceptação da luz proporcionada pelo telado
e pela estufa sombreada elevou a altura de inserção do primeiro fruto nas plantas.na
estufa, os valores, quanto a esta variável, foram comparáveis aos do ambiente natural.
38
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Altura (cm)
40
42
44
46
48
50
52
54
Figura 18. Altura de inserção do primeiro botão floral no momento da sexagem do
mamoeiro nos diferentes ambientes de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004).
c) Período de tempo do transplantio até antese da primeira flor hermafrodita
(TAPFH)
Na Tabela 8 consta o tempo transcorrido do transplantio à antese da primeira flor
hermafrodita, variando de 82,0 dias na estufa até 88,8 dias no telado. Subhadabrandhu &
Nontaswatsri (1997), assinalaram períodos mais longos para outras cultivares de mamoeiro,
chegando a 152 dias para representantes do grupo ‘Solo ’.
A análise conjunta dos experimentos revelou que as plantas cultivadas na estufa
anteciparam a floração, em comparação ao telado e à estufa sombreada, não diferindo,
todavia, do comportamento das plantas sob ambiente natural.
No geral, os resultados indicaram que a interceptação da luz solar promovida pelo
sombrite teve peso marcante no retardamento da maturidade da cv Baixinho de Santa
Amália em cultivo protegido.
d) Número de folhas emitidas ou número de nós até antese da primeira flor
(NFEAF)
39
Os ambientes protegidos não interferiram neste aspecto fenológico. Assim, mesmo
com as expressivas diferenças verificadas entre os ambientes de cultivo, com respeito a
fatores climáticos, sobretudo temperatura e luminosidade, não houve influência
significativa sobre a taxa de emissão de folhas pelo mamoeiro, durante a fase juvenil.
O número de nós ou de folhas principais emitidas até o surgimento da primeira flor
hermafrodita perfeita variou, em média, de 32 a 35. Estes valores são inferiores aos
constatados por Subhadabrandhu & Nontaswatsri (1997), nas condições da Tailândia, 51
nós para a cultivar Eksotika do grupo ‘Solo’. Na Índia, em contrapartida, Khuspe & Ugale
(1977) registraram valores ainda menores (18 -20 nós) do que os do presente estudo para a
cv. Washington, embora referindo-se distintamente a plantas fêmeas.
e) Número de lóbulos da folha anexa ao primeiro botão floral (NLFBF) e
número de lóbulos da folha anexa à primeira flor hermafrodita (NLFPF)
O telado e a estufa sombreada, diferentemente da estufa, afetaram
significativamente o número de lóbulos da folha anexa ao primeiro botão floral. Todavia, a
primeira flor hermafrodita perfeita só ocorreu na axila de folha principal com mínimo de 11
lóbulos. Segundo Medina (1989), o mamoeiro pode apresentar folhas principais com até 13
lóbulos.
Comumente, no mamoeiro, a primeira flor emergida, em razão do menor vigor da
planta, é uma fêmea estéril e sempre anexa a uma folha de nove lóbulos. Este fenômeno
teve maior freqüência no telado e na estufa sombreada.
f) Períodos de tempo até colheita do primeiro fruto
Na Tabela 8 e na Figura 19 pode-se constatar tempo decorrido até o início da
colheita (primeiro fruto), o tempo da sexagem à floração, da primeira floração até início da
colheita, e da sexagem à colheita. As análises conjuntas dos experimentos estabeleceram os
menores valores para as plantas cultivadas na estufa, com exceção do período entre
sexagem e floração que se igualou ao do ambiente natural, o que se reveste de interesse
quanto à perspectiva do cultivo protegido do mamoeiro.
40
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente natural
Do transplantio à sexagem Da sexagem à floração Da floração à colheita
Figura 19. Período de tempo até completa sexagem, início da floração e primeira colheita
do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ nos diferentes ambientes de cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004).
Esses resultados permitem deduzir, que as variáveis climáticas próprias do cultivo
protegido (temperatura radiação solar) induziram o encurtamento das fases do ciclo do
mamoeiro, quando comparado ao cultivo em ambiente protegido.
A expressiva antecipação da colheita (cerca de 17 dias) verificada na estufa é muito
vantajosa do ponto de vista agronômico e mercadológico, possibilitando oferecer o mamão
em épocas de maior cotação, com os conseqüentes ganhos para o produtor.
4.3. Comportamento Fenológico das Plantas
4.3.1. Altura da planta
O modelo linear de regressão foi o que melhor representou a evolução da altura das
plantas, incisadas ou não, nos diferentes ambientes de cultivo, como se verifica pela Figura
20.
41
Estufa (E)
TU = 12,7x + 36,4
R2 = 0,98
TB = 10,2x + 36,2
R2 = 0,98
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês após transplantio
Altura (cm)
Tronco único
Tronco Bifurcado
Estufa Sombreada (ES)
TU = 11,8x + 37,2
R2 = 0,97
TB = 10,8x + 34,9
R2 = 0,98
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês após transplantio
Altura (cm)
Tronco único
Tronco Bifurcado
Telado (T)
TU = 9,73x + 42,9
R2 = 0,97
TB = 8,1x + 44,1
R2 = 0,97
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês após transplantio
Altura (cm)
Tronco único
Tronco Bifurcado
Ambiente Natural (AN)
TU = 9,0x + 36,9
R2 = 0,98
TB = 8,2x + 37,4
R2 = 0,97
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês após transplantio
Altura (cm)
Tronco único
Tronco Bifurcado
Figura 20. Efeito da bifurcação artificial do tronco no crescimento em altura do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico em diferentes
ambientes (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Nota-se que a incisão apical do mamoeiro, cerca de dois meses após o transplantio,
representou uma pequena redução da altura das plantas, entre dois e quatro meses a contar
da operação. Isto apenas acarretou tênue efeito no R-quadrado, conseqüentemente não
afetando o ajuste do modelo matemático de regressão, porém diminuindo o coeficiente
angular da reta de progressão da altura em quaisquer dos ambientes de cultivo.
A manter-se esta linearidade do crescimento em altura, pode-se prever que os
mamoeiros irão atingir o teto da estufa ou da estufa sombreada (aprox. 4,0 m) por volta de
27 meses de idade, para as plantas normais, e por volta de 33 meses no caso das plantas
bifurcadas. Já no telado, montado com 3,0 m de pé-direito, pode-se projetar ciclos de
colheita até 26 e 32 meses, respectivamente para tronco único e bifurcado.
Na Tabela 9 observa-se que, a partir de junho de 2004, ocorreu efeito significativo
(P<0,01) do tipo de condução dos mamoeiros sobre a altura. Ao final de um ano de cultivo,
as plantas não incisadas eram, em média, 9,5% mais altas que as de tronco bifurcado.
42
Tabela 9. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no crescimento em altura (cm) do mamoeiro Baixinho de
Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
abr/04 33,8 34,3 33,5b
31,3b
38,4a
32,9b 5,7 3,5 13,3
mai/04 59,0 59,6 59,3#
60,1a
61,6a
55,5b 4,0 2,8 9,2
jun/04 75,8a*
73,3a 77,5a
76,8a
76,5a
67,5b 2,2 4,3 7,6
jul/04 89,7a 80,5b 88,0a
87,5a
86,6a
78,3b 4,8 4,4 6,7
ago/04 100,4a
87,6b 98,3a
98,0a
93,8a
86,0b 3,7 4,5 6,2
set/04 106,9a
93,9b 105,9a
106,1a
98,3b
91,5c 2,4 4,6 6,0
out/04 115,3a
102,5b 117,3a
116,7a
104,0b
97,6c 1,7 4,9 5,9
nov/04 125,7a
112,8b 128,6a
127,6a
114,9b
105,9c 1,8 5,6 6,2
dez/04 134,8a
119,8b 138,8a
136,3a
122,0b
112,0c 1,8 5,6 5,8
jan/05 144,9a
130,4b 151,4a
146,5a
131,1b
121,8c 3,0 6,5 6,2
fev/05 154,9a
139,8b 160,5a
158,0a
140,0b
130,9c 3,4 6,3 5,6
mar/05 164,8a
149,2b 169,6a
169,5a
149,0b
140,0c 4,6 6,9 5,7
Efeito (%)
-- -9,5 +21,2
+21,0
+6,4
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos; # = As médias não puderam ser comparadas
estatisticamente.
43
De modo geral, as plantas cultivadas na estufa e na estufa sombreada não
apresentaram entre si diferenças em relação à altura, sendo, todavia, superiores às do telado
e do ambiente natural. O telado proporcionou maior porte dos mamoeiros quando
comparado ao ambiente natural de cultivo.
Ao final de um ano, observaram-se diferenças da ordem de 21,2%, 21,0% e 6,4%,
respectivamente para estufa, estufa sombreada e telado, tendo como referência o ambiente
natural.
O estímulo de apenas 6,4% quanto à altura das plantas cultivadas no telado, foi
inferior ao valor de 10,6% constatado por Canesin et al. (2003) para a mesma cultivar. Isto
se deve, em parte, ao fato de que as plantas bifurcadas (de menor porte) foram também
computadas na análise conjunta do presente estudo.
O efeito estimulante do sombreamento do mamoeiro quanto à altura,
especificamente para a cv. Baixinho de Santa Amália foi igualmente registrado por
Nogueira Filho et al. (1994), Rodríguez Pastor & Galan (1995) e Canesin et al. (2002). Ao
contrário, Kimura (1997), Corrêa (1998) e Corrêa et al. (2000), não detectaram diferenças
entre ambientes sombreados ou não sobre este parâmetro fenológico.
O interessante é que quando se compara o comportamento das plantas crescidas na
estufa com aquelas da estufa sombreada, o efeito do sombreamento é anulado,
possivelmente pela interação com a temperatura ambiente, sempre mais elevada na estufa.
Taxa de crescimento em altura
Na Tabela 10 e Figura 21, verifica-se que somente em junho e julho de 2004
ocorreram efeitos significativos (P<0,01) do tipo de condução das plantas em relação à taxa
de crescimento em altura. Em um ano de cultivo, a diferença entre as médias mensais de
crescimento, consideradas em conjunto, situou-se em torno de 11% a favor dos mamoeiros
de tronco único.
44
Tabela 10. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de crescimento em altura (cm) do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
1 9,9
10,2 9,5b
7,6b
14,6a
8,5b 5,2 3,25 42,34
2 24,9
25,8 26,3a
28,7a
24,0ab
22,5b 4,6 3,89 20,07
3 16,9a
13,2a 17,5a
16,7a
14,2b
12,0b 3,3 2,33 20,21
4 13,9a
7,1b 10,5a
10,8a
10,1a
10,8a 4,9 2,56 31,84
5 10,7a
7,1b 10,3a
10,4a
7,3b
7,7b 2,2 1,69 24,82
6 6,5a
6,3a 7,6a
8,1a
4,4b
5,6b 2,2 1,84 37,47
7 8,3a
8,6a 11,4a
10,6a
5,8b
6,1b 3,9 2,31 35,80
8 10,7a
10,2a 11,3a
11,3a
10,9ab
8,3b 4,8 2,69 33,73
9 9,1a
7,5a 10,3a
8,9a
7,8ab
6,3b 3,6 2,53 39,89
10 10,4a
10,6a 12,6a
10,4ab
9,2b
9,8ab 1,7 2,90 36,18
11 10,0a
9,5a 9,5b
11,5a
9,0b
9,1b 6,1 1,92 25,74
12 10,3a
9,6a 9,6b
11,7a
9,1b
9,5b 4,8 1,80 23,56
Média anual 11,8a
10,5b 12,2a
12,2a
10,5ab
9,7b 4,0 0,5 6,4
Efeito (%) -
-11,1 +25,9
+26,3
+8,5
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
45
Modo de condução da planta
Mês
0 2 4 6 8 10 12
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
30
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
Mês
0 2 4 6 8 10 12
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Estufa
Estufa sombreda
Telado
Ambiente natural
Figura 21. Efeitos da bifurcação do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de
crescimento em altura do mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Houve efeito significativo (P<0,05 e P<0,01) do ambiente de cultivo em relação às
taxas de crescimento em altura do mamoeiro. Ao longo do primeiro ano, as plantas
cultivadas na estufa e na estufa sombreada não se diferenciaram entre si, mas foram
46
superiores em porte àquelas do telado e do ambiente natural, sendo que nestes dois últimos
tratamentos as taxa de crescimento em altura foram similares.
Ao final desse período de cultivo, as plantas crescidas na estufa, na estufa
sombreada e no telado apresentaram, respectivamente, 25,9%, 26,3% e 8,5% de estímulo
quanto à altura, comparativamente ao ambiente natural.
As temperaturas mais baixas durante o inverno afetaram negativamente a taxa de
crescimento das plantas, especialmente naquelas cultivadas no telado e no ambiente natural.
Esses resultados novamente apontam para perspectivas vantajosas da utilização de
cobertura de plástico no cultivo protegido do mamoeiro.
c) Correlação da taxa de crescimento em altura e variáveis climáticas ou ligadas ao
ciclo vegetativo
Na Tabela 11, são apresentados os valores de correlação linear verificados entre o
incremento mensal em altura e variáveis climáticas ou ligadas ao desenvolvimento
vegetativo do mamoeiro, em cada ambiente de cultivo.
47
Tabela 11. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a taxa de crescimento em altura do mamoeiro Baixinho de
Santa Amália, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o primeiro ano
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variável Correlação (r)
1
Temperatura máxima 0,28**
Temperatura média 0,26*
Temperatura mínima 0,14
Amplitude térmica 0,30**
Luminosidade -0,30**
Umidade relativa do ar 0,20
Diâmetro basal do tronco 0,38**
N
0
de folhas emitidas/planta 0,22*
N
0
de folhas funcionais/planta 0,40**
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,45**
Comprimento da nervura da. folha-índice 0,50**
Comprimento da folha-índice 0,48**
Comprimento dos entrenós 0,49**
Área foliar 0,50**
Altura da planta 0,58**
Taxa de crescimento em diâmetro do tronco. 0,30**
Taxa de emissão foliar 0,34**
1)
r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26
ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
Os efeitos de temperaturas, em termos médios e ao final de um ano de cultivo, são
opostos - e praticamente de mesma magnitude que aqueles devidos à luminosidade em
cada ambiente de cultivo. Por exemplo, quando se compara o crescimento das plantas na
estufa com a estufa sombreada, praticamente o dobro da quantidade de luz
fotossinteticamente ativa incidindo na primeira, compensou, em referência ao crescimento
do mamoeiro, a temperatura média em torno de 3
o
C inferior da estufa sombreada.
Quando se compara, por seu turno, a estufa sombreada com o telado, na primeira
houve maior crescimento das plantas em altura, não obstante a proximidade das
temperaturas médias (em torno de 27
0
C) entre os dois ambientes de cultivo. Possivelmente,
diferenças relacionadas à entrada de luz fotossinteticamente ativa, amplitude térmica e
umidade relativa do ar, foram suficientes para alterar o crescimento em altura das plantas.
na comparação entre telado e ambiente natural, não ocorreram diferenças
significativas, quanto ao crescimento do mamoeiro em altura. Nesses dois ambientes de
cultivo, os valores de temperatura, amplitude térmica e umidade relativa do ar foram
semelhantes, sendo a luminosidade o único fator discrepante.
48
4.3.2. Diâmetro basal do tronco
O modelo matemático de regressão correspondente á equação logarítmica foi o que
melhor se adequou à evolução do diâmetro basal do tronco do mamoeiro nos diferentes
ambientes (Figura 22).
Estufa
TU = 4,8Ln(x) + 1,5
R
2
= 0,99
TB= 4,5Ln(x) + 1,5
R
2
= 0,99
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
diâmetro (cm)
Tronco único
Tronco bifurcado
Estufa sombreada
TU = 3,7Ln(x) + 1,8
R
2
= 0,95
TB= 3,5Ln(x) + 1,8
R
2
= 0,97
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
diâmetro (cm)
Tronco único
Tronco bifurcado
Telado
TU = 2,9Ln(x) + 1,9
R
2
= 0,98
TB = 2,6Ln(x) + 2,1
R
2
= 0,98
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
diâmetro (cm)
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente natural
TU = 3,3Ln(x) + 2,0
R
2
= 0,98
TB = 3,1Ln(x) + 2,1
R
2
= 0,98
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
diâmetro (cm)
Tronco único
Tronco bifurcado
Figura 22. Efeito da bifurcação artificial do tronco no diâmetro basal (medido a 15 cm do
solo) em mamoeiro Baixinho de Santa Amália, em diferentes ambientes de cultivo
orgânico, durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
A partir do final de junho de 2004, exceção para o mês de novembro do mesmo ano,
detectou-se efeito significativo (P<0,05 ou P<0,01) do tipo de indução dos mamoeiros
sobre o diâmetro basal do tronco (Tabela 12). Assim, a bifurcação pela incisão da gema
apical afetou negativamente e de forma continuada ao longo do primeiro ano de cultivo
o crescimento das plantas com base no diâmetro basal do tronco.
49
Tabela 12. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o crescimento em diâmetro basal do tronco (cm) do
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
abr/04 1,6
1,7 1,7ab 1,5b
1,7ab
1,7a 4,4 0,2 13,5
mai/04 3,9
4,0 4,3a 3,8b
3,5b
4,0ab 2,1 0,3 11,2
jun/04 5,6a*
5,5a 6,2a 5,3bc
5,0c
5,6b 3,5 0,4 8,9
jul/04 7,5a
7,3b 8,3a 7,3b
6,6c
7,4b 3,5 0,4 6,5
ago/04 8,2a
7,6b 9,1a 8,0b
6,9c
7,7b 1,9 0,4 7,0
set/04 8,9a
8,3b 10,0a 9,0b
7,2d
8,2c 4,1 0,4 6,5
out/04 9,3a
8,7b 10,7a 9,4b
7,4d
8,4c 3,7 0,4 6,0
nov/04 9,7a
9,3a 11,5a 9,6b
7,8d
8,8c 3,3 0,4 6,1
dez/04 9,9a
9,4b 11,9a 9,7b
7,9d
8,9c 2,8 0,5 6,2
jan/05 10,1a
9,7b 12,4a 9,7b
8,1c
9,5b 3 0,4 5,6
fev/05 10,2a
9,8b 12,5a 9,8b
8,2c
9,6b 4,3 0,5 5,9
mar/05 10,4a
10,0b 12,6a
9,9b
8,3c
9,8b 5,4 0,5 6,2
Efeito (%)
-
-3,8 +29
+1,4
-14,8
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
50
Com referência ao modo de condução dos mamoeiros, independentemente dos
ambientes de cultivo, o coeficiente de variação (CV%) sofreu a um progressivo decréscimo
à medida que as plantas se desenvolveram. Assim, ao término de um ano de cultivo, a
diferença entre as plantas incisadas e não incisadas situou-se em apenas 3,8%,
relativamente ao diâmetro basal do tronco, o que, na prática, pouco pode representar.
Desde o primeiro mês e até completar-se um ano de cultivo, houve efeito
significativo (P<0,01) dos ambientes em relação ao diâmetro basal do tronco do mamoeiro.
Na fase juvenil, verificou-se um maior crescimento, em diâmetro basal do tronco,
nas plantas cultivadas na estufa e sob ambiente natural. A partir d, independentemente do
modo de condução das plantas, o diâmetro basal do tronco na estufa fo i sempre superior aos
outros ambientes de cultivo. Quanto a este parâmetro fenológico, os valores decresceram na
estufa sombreada, ambiente natural e telado, nesta ordem.
Observa-se, pela Figura 23, que a maior velocidade de crescimento em diâmetro
basal do tronco do mamoeiro correspondeu aos quatro primeiros meses de cultivo. Entre o
quinto e o sétimo mês, sobretudo, na estufa sombreada, no telado e no ambiente natural,
este crescimento apresentou considerável desaceleração.
51
Modo de condução da planta
TU = 3,7Ln(x) + 1,8
R2 = 0,98
TB= 3,4Ln(x) + 1,9
R2 = 0,99
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
Diâmetro (cm)
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
(E) = 4,7Ln(x) + 1,5
R2 = 0,99
(ES) = 3,6Ln(x) + 1,7
R2 = 0,96
(AN) = 3,3Ln(x) + 2,0
R2 = 0,98
(T) = 2,7Ln(x) + 2,0
R2 = 0,97
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
Diâmetro (cm)
(E) (ES) (T) (AN)
Figura 23. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
crescimento em diâmetro basal do tronco do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E= Estufa, ES=
Estufa sombreada, T= Telado e AN= Ambiente Natural.
Ao final de um ano, os aumentos, em termos de diâmetro basal do tronco, foram de
29,0% para a estufa e de somente 1,4% para a estufa sombreada, comparativamente ao
ambiente natural de cultivo.
Essa marcante diferença a favor do cultivo em estufa pode ser de grande vantagem,
já que esta variável fenológica tem alta correlação com a produção de frutos, conforme já
destacou Marin (2000).
Taxa de crescimento do diâmetro basal do tronco
Somente nos meses de junho, julho e outubro de 2004 ocorreram efeitos
significativos (P<0,05 ou P<0,01) do modo de condução das plantas quanto à taxa de
crescimento em termos do diâmetro basal do tronco (Tabela 13 e Figura 24).
52
Tabela 13. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de crescimento em diâmetro basal do tronco do
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
1 0,8 0,8 0,9a
0,7b
0,8a
0,9a 4,4 0,2 27,8
2 2,2 2,3 2,6a
2,2b
1,9c
2,3ab 1,4 0,4 20,5
3 1,7a* 1,5a 1,9a
1,5b
1,5b
1,6ab 2,9 0,3 25,5
4 2,0a 1,8b 2,1a
2,1a
1,6b
1,8b 5,4 0,3 21,3
5 0,7a 0,4b 0,8a
0,7a
0,3b
0,3b 5,6 0,3 69,0
6 0,7a 0,7a 0,9a
1,0a
0,4b
0,6b 4,3 0,3 60,8
7 0,4a 0,4a 0,8a
0,4ab
0,2b
0,2b 4,1 0,4 139,4
8 0,4b 0,8a 0,7a
0,5ab
0,4b
0,3b 3,7 0,4 95,4
9 0,2a 0,2a 0,4a
0,2ab
0,1b
0,1b 2,2 0,4 243,9
10 0,4a 0,5a 0,7a
0,03b
0,3ab
0,7a 6,1 0,5 154,7
11 0,1a 0,1a 0,1a
0,1a
0,1a
0,1a 1,7 0,1 99,4
12 0,1a 0,1a 0,1a
0,1a
0,1a
0,2a 6,5 0,2 160,3
Média anual 0,80a 0,78b 1,0a
0,8#
0,6c
0,8b 4 0,04 7,2
Efeito (%) - -3,0 +32,7
+4,9
-15,4
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
53
Modo de condução da planta
Mês
0 2 4 6 8 10 12 14
diâmetro (cm)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
Mês
0 2 4 6 8 10 12 14
diâmetro (cm)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente natural
Figura 24. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a taxa de
crescimento em diâmetro basal do tronco do mamoeiro Baixinho de Santa Amália,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Considerando a média entre as taxas de crescimento mensal, ao final de um ano de
cultivo, as plantas não incisadas apresentaram diâmetro apenas 3,0% superior àquelas de
tronco bifurcado.
54
Houve efeito significativo (P<0,005 e P<0,01) dos ambientes de cultivo em relação
às taxas de crescimento do diâmetro basal do tronco até o décimo mês pós-transplantio. As
plantas cultivadas na estufa apresentaram taxas superiores de crescimento em quase todo o
período de avaliação.
Ao final do primeiro ano de cultivo, a diferença entre estufa e ambiente natural
chegou a 32,7%. Já a estufa sombreada proporcionou um aumento de apenas 4,9%,
enquanto no telado houve decréscimo de 15,4%, em comparação ao ambiente natural de
cultivo.
c) Correlação entre taxa de crescimento em diâmetro basal do tronco e
variáveis climáticas e ou ligadas ao desenvolvimento vegetativo
Na Tabela 14 encontram-se os valores de correlação linear entre o incremento
mensal em termos do diâmetro basal do tronco e variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo do mamoeiro, em cada ambiente de cultivo.
55
Tabela 14. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a taxa de crescimento em diâmetro basal do tronco do
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico,
durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variáveis Correlação (r)
1
Temperatura máxima 0,01
1
Temperatura média 0,04
Temperatura mínima 0,14
Amplitude térmica -0,03
Luminosidade 0,50**
Umidade relativa do ar -0,30**
Diâmetro basal do tronco -0,12
N
0
de folhas emitidas/planta 0,13
N
0
de folhas funcionais/planta 0,09
Comprimento do pecíolo da folha-índice -0,17
Comprimento da nervura da. folha-índice 0,01
Comprimento da folha-índice 0,07
Comprimento dos entrenós 0,02
Área foliar -0,1
Altura da planta 0,06
Taxa de crescimento do diâmetro basal do tronco. -0,15
Taxa de emissão foliar -0,03
* r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26
ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
Nota-se que o fator climático, em cada ambiente, que mais contribuiu para a taxa de
crescimento em diâmetro basal do tronco foi a luminosidade. A umidade relativa do ar
também mostrou relevância. É possível que a interação entre umidade e temperaturas
noturnas mais elevadas, responda pelo maior desenvolvimento do diâmetro basal do tronco
ocorrido na estufa, em comparação ao ambiente natural de cultivo, onde a luminosidade foi
total.
4.3.3. Número de folhas principais emitidas
O modelo matemático de regressão linear foi o que melhor se adequou aos valores
de emissão cumulativa de folhas pelo mamoeiro (Figura 25).
56
Estufa
TU = 12,0x + 12,6
R
2
= 0,99
TB = 16,4x - 1,8
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único
Tronco bifurcado
Estufa sombreada
TB = 15,3x + 1,4
R
2
= 0,99
TU = 11,8x + 12,6
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único
Tronco bifurcado
Telado
TU = 10,9x + 13,9
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente natural
TB = 12,3x + 14,8
R
2
= 0,99
TU = 11,2x + 15,9
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único
Tronco bifurcado
Figura 25. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre a emissão de folhas principais
pelo mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico,
durante o primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
A partir de agosto de 2004, detectou-se efeito significativo (P<0,05 ou P<0,01) do
modo de condução das plantas no número de folhas principais emitidas (Tabela 15).
Conforme esperado, os mamoeiros com tronco bifurcado, apresentaram maior número de
folhas por planta em qualquer dos ambientes de cultivo.
57
Tabela 15. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de folhas emitidas por planta de mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, em diferentes ambientes, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
abr/04 23,8 24,2 23,7a
23,5a 24,5a
24,3a 2,7 1,2 6,6
mai/04 38,0 37,8 37,3a
37,4a 38,2a
38,7a 4,9 1,6 5,4
jun/04 49,0a* 49,6a 50,3a
48,8a 48,6a
49,5a 2,6 2,0 5,4
jul/04 61,7a 60,8a 61,5a
59,7b 61,0ab
62,8a 3,3 1,9 4,0
ago/04 71,3a 72,8a 72,7ab
71,3b 69,7b
74,5a 2,9 2,1 3,8
set/04 80,2b 84,4a 83,6ab
82,0b 78,2c
85,4a 3,3 2,6 4,1
out/04 93,2b 103,7a 101,4a
99,4b 92,6c
100,3a 3,8 3,0 4,1
nov/04 104,9b
119,6a 117,3a
113,2b 105,8c
112,9b 2,5 3,7 4,3
dez/04 117,0b
135,5a 131,6a
128,0a 118,6c
126,8b 1,5 4,3 4,4
jan/05 128,3b
145,9a 149,0a
143,2b 134,3c
131,8c 2,0 5,3 5,0
fev/05 140,4b
163,9b 164,5a
158,2b 148,9c
136,9d 2,4 5,9 5,1
mar/05 152,4b
181,3a 180,5a
171,2b
163,5c
152,3d 2,2 6,4 5,0
Efeito (%)
-
+18,9 +18,6
+12,4
+7,4
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
58
Ao completar-se o primeiro um ano de cultivo, considerando os ambientes em
conjunto, a diferença entre o número de folhas emitidas pelas plantas não incisadas situou-
se 18,9% a menos do que aquelas com bifurcação do tronco.
A partir do quarto mês do transplantio, houve efeito significativo (P<0,05 ou
P<0,01) dos ambientes de cultivo em relação ao número de folhas emitidas por plantas.
Assim, nos ambientes protegidos as plantas emitiram mais folhas do que no ambiente
natural. A estufa foi o ambiente onde ocorreu máxima emissão de folhas, superando o
ambiente natural em 18,6%. Já no telado, a diferença atingiu pouco mais de 7%.
Os valores de emissão foliar pelas plantas não incisadas foram superiores àqueles
verificados por Allan et al. (1987), de 9 a 10 folhas por mês/planta, sob temperaturas de
36
0
C durante o dia e de 28
0
C durante a noite; com temperaturas mais baixas (20
0
C/dia e
12
0
C/noite) a emissão foliar foi reduzida à metade (4 a 5 folhas por mês/planta).
Nas condições subtropicais de cultivo da África do Sul, Sippel et al. (1989) com a
cultivar Sunrise Solo computaram emissão mensal em torno de 6 folhas por planta e
citaram que no Havaí (região tropical) é comum a emissão de 8 a 9 folhas por mês para
outra cultivar do mesmo grupo Solo.
Além da temperatura ambiente, no presente estudo, a amplitude térmica representou
uma importante variável climática relacionada à velocidade de emissão de folhas pelo
mamoeiro, como atestam os valores de correlação constantes da Tabela 16.
59
Tabela 16. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativos e o número de folhas emitidas por planta de mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o
primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variáveis Correlação (r)
1
Temperatura máxima 0,27**
Temperatura média 0,26*
Temperatura mínima 0,31**
Amplitude térmica 0,29**
Luminosidade -0,05
Umidade relativa do ar 0,1
Diâmetro basal do tronco 0,28**
N
0
de folhas emitidas 0,37**
N
0
de folhas funcionais/planta 0,69**
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,39**
Comprimento da nervura da folha-índice 0,31**
Comprimento da folha-índice 0,30**
Comprimento dos entrenós 0,31**
Área foliar -0,07
Altura da planta 0,29**
Taxa de crescimento em diâmetro basal do tronco. 0,34**
Taxa de emissão foliar 0,18
* r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26
ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
Importante salientar que inicialmente as plantas no ambiente natural de cultivo
acompanharam o padrão de emissão de folhas nos ambientes protegidos, ficando aquém da
estufa em apenas algumas das épocas de avaliação. O maior vigor das plantas cultivadas na
estufa justificaria esses resultados, já que a taxa de emissão foliar apresenta estreitas
correlações com diversos componentes ligados ao desenvolvimento vegetativo do
mamoeiro (altura da planta, diâmetro do tronco, número de folhas ativas etc). Além disso, o
crescimento da planta é positivamente influenciado pelas temperaturas, sempre mais
elevadas na estufa, com diferenças expressivas nos períodos de inverno e primavera.
Na chegada do verão, com a conseqüente elevação de temperatura e aumento da
precipitação pluviométrica, as plantas cultivadas no ambiente natural mostraram reduzida
capacidade de emitir folhas devido à direta exposição às intempéries, o que vem corroborar
as afirmações de Clemente & Marler (2001) e de Allan (2002).
O modelo matemático de regressão linear foi o que melhor se adequou aos valores
relativos ao número cumulativo de folhas emitidas (Figura 26).
60
Modo de condução da planta
TU = 11,5x + 13,8
R
2
= 0,99
TB = 14,2x + 5,8
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
E = 14,2x + 5,4
R
2
= 0,99
ES = 13,5x + 7.0
R
2
= 0,99
T= 12,4x + 9,9
R
2
= 0,99
AN = 11,6x + 15,9
R
2
= 0,99
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Mês
Número de folhas.pl.
E ES
T AN
Figura 26. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a emissão
de folhas pelo mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E=estufa; ES=estufa sombreada; T=telado;
AN=Ambiente natural.
4.3.4. Número de folhas funcionais
Na Tabela 17 e na Figura 27, constam os valores referentes ao número de folhas
ativas ou funcionais presentes por planta. Observa-se que a partir de julho de 2004, ou seja,
três meses após a incisão apical, ocorreram efeitos significativos (P<0,05 ou P<0,01),
independentemente do ambiente de cultivo. Como esperado, as plantas de tronco bifurcado
apresentaram número mais elevados de folhas funciona is do que aquelas não incisadas.
61
Tabela 17. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de folhas funcionais presentes por planta de
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
abr/04 11,9a 12,4a 12,6a
11,8a
11,9a 12,3a 4,7 1,0 11,2
mai/04 19,4a 19,2a 20,0a
19,7a
18,1a 19,4a 2,3 1,3 8,5
jun/04 28,3a 28,6a 30,3a
28,0ab
28,0ab 27,3b 5,3 2,8 12,8
jul/04 38,3a 38,5a 40,1a
39,8a
37,5b 35,9b 4,3 2,3 7,9
ago/04 36,3b 43,3a 44,9a
46,2a
33,3b 34,8b 2,8 2,9 9,6
set/04 32,5b 40,2a 42,1a
42,9a
28,6b 31,8b 2,5 3,1 11,2
out/04 32,6b 45,5a 43,7a
43,7a
33,0c 35,7b 3,2 2,3 7,9
nov/04 40,5b 50,5a 54,3a
51,6a
41,8b 34,1c 2,8 3,1 8,9
dez/04 34,9b 50,6a 50,3a
45,9#
36,8b 38,0b 13,2 2,2 10,0
jan/05 40,1b 56,1a 54,0a
51,1#
46,4b 40,9c 12,3 3,2 12,9
fev/05 36,2b 56,0a 47,3a
49,8a
45,2b 42,3b 4,7 4,2 11,9
mar/05 38,2b 56,1a 42,2c
55,5a
48,8b
42,0c 3,4 4,0 11,1
Média anual 32,4b 41,4a 40,2a
38,9ª
34,1b 32,9b 3,6 1,5 5,3
Efeito (%) - +27,2 +22,2
+18,3
+3,8
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos; # = A média não pode ser testada
estatisticamente em razão da heterocedasticidade da variância.
.
62
Modo de condução da planta
0
10
20
30
40
50
60
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Número de folhas.pl.
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Número de folhas.pl.
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 27. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
folhas funcio nais por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro
ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Ao final do primeiro ano de cultivo, considerando as médias mensais em conjunto, o
número de folhas funcionais nas plantas não incisadas foi 27,7% inferior do que naquelas
que tiveram o seu tronco bifurcado.
A partir do segundo mês do transplantio, houve efeito significativo (P<0,05 ou
P<0,01) do ambiente de cultivo em relação ao número de folhas funcionais presentes por
planta. Esse número, exceção do mês de fevereiro de 2005, foi sempre superior nas estufas
do que no telado e no ambiente natural. De modo geral, os ambientes protegidos
favoreceram esse parâmetro de desenvolvimento vegetativo do mamoeiro.
63
Assim, em comparação ao ambiente natural de cultivo, a estufa, a estufa sombreada
e o telado, proporcionaram aumentos médios do número de folhas funcionais por planta de,
respectivamente, 27,7%, 22,2% e 3,8%.
Importante observar que o número de folhas funcionais se elevou até o quarto mês
pós-transplantio no telado e no ambiente natural, porém, até o oitavo mês nos cultivos da
estufa e da estufa sombreada. Depreende-se que o menor grau de desfolhamento,
principalmente no inverno, reflete as menores oscilações da temperatura próprias das
estruturas cobertas com o plástico.
Pelos dados da Tabela 18 fica demonstrado o efeito positivo da temperatura
ambiente sobre a retenção de folhas ativas por planta. No entanto, outras variáveis
climáticas e parâmetros ligados ao desenvolvimento vegetativo do mamoeiro também
guardam forte correlação com o enfolhamento da planta. Além disso, outros aspectos
devem ser considerados, como a incidência da varíola que pode acelerar a senescência e
que das folhas.
64
Tabela 18. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o número de folhas funcionais por planta de mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o
primeiro ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variável Correlações (r)
1
Temperatura máxima 0,41**
Temperatura média 0,40**
Temperatura mínima 0,22*
Amplitude térmica 0,43**
Luminosidade -0,33**
Umidade relativa do ar 0,29**
Altura da planta 0,47**
Diâmetro basal do tronco 0,52**
N
0
de folhas emitidas/planta 0,40**
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,50**
Comprimento da nervura da folha-índice 0,54**
Comprimento da folha-índice 0,19
Comprimento dos entrenós 0,49**
Área foliar 0,40**
Taxa de crescimento em altura 0,36**
Taxa de emissão foliar 0,39**
* r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26
ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
O número mais alto de folhas funcionais por planta no telado em comparação ao
ambiente natural, sobretudo durante a estação de verão, possivelmente reflete o efeito do
sombreamento, visto que foi estabelecida estreita correlação com o fator luminosidade.
4.3.5. Comprimento das folhas principais
Na Tabela 19 observa-se que a partir do final de junho de 2004, ou seja, cerca de
dois meses após a incisão apical das plantas, ocorreu efeito significativo (P<0,05 ou
P<0,01) dos tratamentos em relação ao comprimento da folha-índice. Assim, as plantas não
incisadas, independentemente do ambiente de cultivo, revelaram maior crescimento das
folhas.
65
Tabela 19. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no comprimento médio da folha-índice
1
(cm) do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
abr/04 36,9
37,4 35,3b
35,3b
41,3a
36,5b 2,5 3,9 13,7
mai/04 71,2
72,2 73,4a
73,0a
69,1a
71,2a 1,7 4,4 8,0
jun/04 87,6a
86,2a 92,0
87,3a
79,8b
88,5a 3,2 6,2 9,4
jul/04 91,5a
81,8b 92,2a
91,1a
80,5b
82,9b 2,8 4,0 6,0
ago/04 86,1
66,3b 81,5a
74,5b
74,7b
74,2b 6,0 8,7 15,0
set/04 80,3a
70,6b 83,8a
79,2b
66,1d
72,6c 1,3 3,6 6,2
out/04 92,4a
87,1b 102,5a
94,6b
79,3d
82,5c 2,6 4,4 6,4
nov/04 100,9a
92,1b 113,3a
101,1b
88,4c
84,0d 2,7 3,9 5,2
dez/04 98,4a
93,4b 107,4a
95,3b
91,6c
89,1c 5,3 4,0 5,5
jan/05 102,7a
96,8b 114,4a
96,0b
91,9c
96,7c 3,0 6,1 8,0
fev/05 101,5a
96,9b 110,4a
99,5b
92,5c
94,2c 2,6 4,2 5,5
mar/05 100,2a
96,9 106,5a
103,0a
93,1b
91,8b 2,7 5,0 6,7
Média anual
95,3a
87,6b 102,5a
92,9b
84,7c
85,6c 3,2 2,4 3,6
Efeito (%) -
-8,1 +19,7
+ 8,5
-1,1
-
1
Folha com flor em antese na axila no dia da avaliação; * Médias seguidas pela mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos
experimentos.
66
Ao término de um ano de cultivo, excetuando-se os primeiros quatro meses, a
diferença para comprimento médio da folha-índice entre plantas incisadas e não incisadas
situou-se em torno de 8% em favor das primeiras.
Com exceção do segundo mês pós-transplantio, houve efeito significativo (P<0,05
ou P<0,01) do ambiente de cultivo em relação ao comprimento da folha-índice. No
primeiro mês de cultivo, o telado favoreceu o crescimento das folhas; porém, a partir do
terceiro mês o desenvolvimento foliar foi mais estimulado na estufa e, ao contrário,
reduzido no telado.
Ao final do ano, na estufa e na estufa sombreada detectaram-se aumentos médios
de, respectivamente, 19,7%, e 8,5%, em relação ao ambiente natural.
Canesin et al. (2003) mediram o comprimento das folhas do mamoeiro cv. Baixinho
de Santa Amália, com cinco meses de idade anotando valores médios de 90,2 e 89,3cm,
respectivamente, para condições de ambiente natural e de telado (30% de sombreamento).
Esses valores, considerando plantas de mesma idade, são, de modo geral, superiores aos
presentemente obtidos, porém não ultrapassam os 93,4 cm medidos na estufa para plantas
de crescimento normal (tronco único).
Cabe ressaltar que as medidas foram tomadas no mês de julho correspondendo à
estação de inverno, quando o crescimento das folhas do mamoeiro foi afetado
negativamente em qualquer dos ambientes de cultivo (figura 28).
67
Modo de condução da planta
0
20
40
60
80
100
120
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Compr. Folhas (cm)
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
20
40
60
80
100
120
140
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Compr. folhas (cm)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 28. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no comprimento
das folhas principais do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Pelos resultados obtidos depreende-se que a estufa favoreceu consideravelmente o
crescimento das folhas, parâmetro que se relaciona diretamente com a área foliar do
mamoeiro (ALVES & SANTOS, 2002).
A temperatura ambiente e caracteres ligados ao vigor das plantas mostraram forte
correlação com o comprimento das folhas do mamoeiro (Tabela 20). Por outro lado,
constatou-se pouca influência da luminosidade e da umidade relativa do ar sobre essa
variável fenológica.
68
Tabela 20. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o comprimento médio da folha-índice nos diferentes
ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro Baixinho de Santa Amália durante o primeiro
ano (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variável Correlação (r)
1
Temperatura máxima 0,59**
Temperatura média 0,58**
Temperatura mínima 0,41**
Amplitude térmica 0,60**
Luminosidade -0,12
Umidade relativa do ar 0,04
Altura da planta 0,59**
Diâmetro basal do tronco 0,77**
N
0
de folhas emitidas/planta 0,43**
N
0
de folhas funcionais/planta 0,54**
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,99**
Comprimento da nervura da folha-índice 0,90**
Comprimento da folha-índice 0,37**
Comprimento dos entrenós 0,90**
Área foliar 0,48**
Taxa de crescimento em altura 0,44**
Taxa de emissão foliar 0,31**
* r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26
ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
.
4.3.6. Área foliar
Pela Tabela 21, observa-se que a partir de junho de 2004, ou seja, cerca de dois
meses após a incisão apical das plantas, ocorreu efeito significativo (P<0,05 ou P<0,01)
desse tratamento em relação à área foliar. Assim, as plantas não incisadas,
independentemente do ambiente de cultivo, forneceram os valores mais elevados quanto a
este parâmetro.
69
Tabela 21. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na área foliar da folhaíndice* (cm
2
) do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
abr/04 264,8
1
263,4 249,9b
234,1b
330,6a
241,6b 2,8 71,9 35,6
mai/04 1338,5
1357,5 1423,4a
1381,4a
1256,9a
1330,2a 1,4 198,7 19,3
jun/04 1648,5a
1542,6a 1855,8a
1610,6b
1280,3c
1635,5ab 2,6 228,5 18,8
jul/04 1791,a
1466,1b 1842,8a
1728,3ab
1340,3c
1604,2b 2,1 184,1 14,8
ago/04 1732,7a
930,6b 1467,1a
1418,4a
1168,8a
1272,2a 3,7 246,8 24,3
set/04 1296,8a
887,8b 1242,8a
1105,7a
932,7b
1087,9ab 2,0 162,2 19,5
out/04 1760,9a
1409,7b 2025,7a
1794,0a
1096,8c
1424,6b 3,4 258,2 21,3
nov/04 2111,4a
1580,6b 2606,0a
1926,5b
1413,2c
1438,2c 4,7 235,0 16,7
dez/04 2069,3a
1704,8b 2417,6a
1899,5b
1624,8c
1606,2c 5,8 241,9 16,8
jan/05 2304,2a
1873,5b 2680,1a
1927,0b
1754,9b
1993,2c 5,2 324,1 20,3
fev/05 1994,8a
1724,1b 2248,2a
1876,6b
1601,5c
1711,6c 4,7 229,8 16,2
mar/05 1744,9a
1605,0b 1890,0a
1866,4a
1471,3b
1472,1b 3,8 267,6 20,9
Média anual
1671,5a
1362,1b 1829,1a
1564,0b
1272,7d
1401,5c 4,7 116,9 10,3
Efeito (%) -
-18,5 +30,5
+11,6
-9,2
-
* Estimada segundo Alves & Santos (2002), da folha-índice (folha madura com flor em antese na axila no dia da avaliação);
1
Médias
seguidas pela mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos
experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
70
Transcorrido um ano de cultivo, a diferença média, quanto à área foliar, entre
plantas normais e de tronco bifurcado situou-se em torno de 18,5%, com superioridade
das primeiras.
Importante destacar que as plantas bifurcadas apresentaram folhas de tamanho
reduzido, porém compensando essa deficiência pela maior quantidade de folhas
principais por planta.
Exceto quanto ao segundo mês pós-transplantio, houve efeito significativo
(P<0,05 ou P<0,01) dos ambientes de cultivo em relação à área foliar.
No primeiro mês de cultivo, o telado favoreceu a área foliar, superando os outros
ambientes. Porém, a partir do terceiro mês o desenvolvimento das folhas foi mais
acentuado na estufa.
Considerando os 12 meses de cultivo, observou-se que a estufa e a estufa
sombreada proporcionaram aumentos médios de, respectivamente, 30,5%, e 11,6% de
área foliar comparativamente ao ambiente natural, ao passo que no telado houve
decréscimo de 9,2%.
Pela Figura 29 pode-se constatar que a área foliar se expandiu até o quarto mês
após o transplantio. Em contrapartida, nota-se um sensível declínio entre o quarto e o
sétimo mês, ou seja, no correr da estação de inverno. Allan (2002) já havia assinalado
que temperaturas baixas são desfavoráveis ao crescimento do mamoeiro em termos de
área foliar. Clemente & Marler (2001), por sua vez, apontaram que regime de ventos em
ambientes desprotegidos, como também prejudiciais ao incremento de área foliar do
mamoeiro.
71
Modo de condução da planta
0
500
1000
1500
2000
2500
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Área foliar (cm )
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05
Mês
Área foliar (cm )
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 29. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na área
foliar* da folha-índice do mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro
ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). * Estimada, segundo Alves &
Santos (2002), com base na folha-índice (= folha madura com flor em antese na axila no
dia da avaliação).
Os valores da Tabela 22 evidenciam a importância da temperatura ambiente
sobre a área foliar do mamoeiro. Por outro lado, luminosidade e umidade relativa do ar
pouco influíram com respeito a esse parâmetro de crescimento.
72
Tabela 22. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e a área foliar da folha-índice nos diferentes ambientes de
cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’ durante o primeiro ano
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variáveis Correlação (r)
1
Temperatura máxima 0,57**
Temperatura média 0,56**
Temperatura mínima 0,36**
Amplitude térmica 0,58**
Luminosidade -0,05
Umidade relativa do ar 0,1
Altura da planta 0,53**
Diâmetro basal do tronco 0,75**
mero de folhas emitidas/planta 0,42**
Número de folhas funcionais/planta 0,49**
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,83**
Comprimento da nervura da folha-índice 0,99**
Comprimento da folha-índice 0,90**
Comprimento dos entrenós 0,33**
Área foliar 0,50**
Taxa de crescimento em altura 0,41**
Taxa de emissão foliar 0,29**
* r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r >
0,26 ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
Conforme afirmou Guiselini (2002), plantas submetidas a sombreamento tendem
a ter sua área foliar aumentada para captação de maior quantidade de energia,
garantindo, assim, os processos fotossintéticos. No entanto, os mamoeiros cultivados na
estufa sombreada não apresentaram área foliar superior àqueles cultivados na estufa,
indicando que outros fatores podem ser também importantes quanto à expressão dessa
variável fenológica, além do próprio sombreamento.
O sombreamento pode ter tido contribuição efetiva sobre a área foliar não
somente pela menor quantidade de radiação solar atingindo o dossel da planta, mas,
também pelo microclima peculiar do telado, favorecendo o desenvolvimento das folhas,
mas apenas na fase juvenil. Em adendo, o efeito sombreamento foi sobremaneira
reduzido pelas crescentes diferenças da temperatura e vigor das plantas, atuando em
conjunto dentro de cada ambiente de cultivo.
4.4. Avaliações Temporais de Fases Fenológicas
4.4.1. Período de tempo da emergência à senescência das folhas
Quanto ao tempo de vida das folhas na planta, houve, em diversos períodos,
efeito significativo (P<0,05) dos tratamentos (Tabela 23). No entanto, em termos
médios e após um ano de observação, pode-se verificar que as plantas de tronco
bifurcado apresentaram senescência foliar mais precoce do que as plantas normais.
73
Tabela 23. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias da emergência à senescência das folhas do
mamoeiros Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
abr/04 111,4a
116,5a 125,1a 129,6a 102,7b 98,6b 3,3 8,5 9,7
mai/04 99,8a 99,1a 107,5a 102,0b 94,1# 94,2c 4,3 5,9 7,7
jun/04 106,9a
85,1b 100,4a 102,7a 94,2a 86,6a 3,5 9,0 12,2
jul/04 108,8a
102,1b 112,6a 115,2a 104,0b 89,9c 1,9 6,2 7,7
ago/04 102,3a
97,9a 102,8ab 105,8a 96,7b 95,1b 3,8 6,5 8,5
set/04 105,6a
104,5a 105,1b 114,1a 103,1bc
98,0c 3,8 5,3 6,7
out/04 111,3a
105,9b 103,1b 119,3a 109,2b 102,8b 3,4 7,1 8,6
nov/04 111,3a
103,7b 107,5b 123,4a 105,3b 93,8c 2,1 8,6 10,5
dez/04 116,1a
114,1a 118,0a 130,7# 103,9b 107,8b 6,5 5,7 9,9
jan/05 129,4a
122,5b 128,8# 137,9a 121,6# 115,5b 5,1 9,0 20,5
fev/05 147,5a
146,4a 166,2a 172,1a 130,1b 119,3b 5,3 15,3 13,7
mar/05 163,5a
165,1a 179,3a 171,4a 159,8b 146,7c 5,1 10,9 8,7
Média anual 117,8a
113,6b 121,4b 127,0a 110,4c 104,0d 5,8 3,6 4,1
Efeito (%) - -3,6 +16,7
+22,1
+6,2
-
* Médias seguidas pela mesma letra na linha, par manejo e para ambiente, não diferem entre si pelo teste de tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio
do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos; # = A média não pode ser testada
estatisticamente em razão da heterocedasticidade da variância.
74
O tempo de permanência das folhas nas plantas não incisadas foi apenas 3,6%
mais longo que naquelas de tronco bifurcado, ou seja, aproximadamente quatro dias.
Como podem ser observado na Figura 30, os períodos mais curtos de vida útil
das folhas foram registrados no inverno e na primavera.
Modo de condução da planta
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
Mês do lançamento
Número de dias
Tronco único
Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
Mês do lançamento
Número de dias
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 30. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
dias da emergência à senescência de folhas do mamoeiro Baixinho de Santa Amália,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Houve efeito significativo (P<0,05) dos ambientes de cultivo sobre o tempo de
vida útil das folhas no mamoeiro, independentemente do modo de condução das plantas.
Na maioria das datas de avaliação durante o ano, o tempo de vida das folhas foi
maior nas estruturas cobertas com o plástico do que no telado e no ambiente natural de
cultivo.
Os ambientes protegidos (estufa, estufa sombreada e telado), em comparação ao
ambiente natural, estenderam o tempo de permanência das folhas na planta em,
respectivamente, 16,7%, 22,1% e 6,2%.
75
Os níveis de correlações consignados na Tabela 24 indicaram que a importância
de diversos parâmetros fenológicos, ligados ao vigor da planta, regulando o tempo de
vida útil das plantas. O mesmo se aplica à severidade da varíola, o que já era esperado,
visto que a doença causa desfolhamento prematuro do mamoeiro.
76
Tabela 24. Coeficientes de correlação linear (r) entre parâmetros ligados ao desenvolvimento vegetativo, severidade da varíola e o tempo de
permanência das folhas na planta, durante o primeiro ano de cultivo orgânico do mamoeiro Baixinho de Santa Amália (Seropédica/RJ,
2004/2005).
MÊS DA AVALIAÇÃO
PARÂMETRO
mai/04
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 Fev/05
mar/05 abr/05
Correlação (r)
2
Altura da planta 0,50 0,36 0,55 0,48 0,46 0,45 0,37 0,42 0,55 0,42 0,59 0,37 0,46**
Diâmetro basal do
tronco
0,38 0,45 0,24 0,29 0,25 0,28 0,13 0,12 0,33 0,17 0,42 0,39 0,29**
DCLOFA
1
0,31 0,28 0,56 0,32 0,29 0,09 0,23 0,21 0,24 0,23 0,22 0,20 0,26*
Comp. do pecíolo 0,35 0,43 0,36 0,27 0,19 0,36 0,21 0,19 0,35 0,28 0,45 0,41 0,32**
Comp. da nerv.
Principal da folha
0,22 0,30 0,35 0,45 0,19 0,37 0,34 0,33 0,27 0,19 0,42 0,25 0,31**
Comp. da folha 0,33 0,41 0,37 0,49 0,20 0,38 0,26 0,39 0,35 0,27 0,46 0,39 0,36**
Comp. dos
entrenós
0,09 0,14 0,69 0,36 0,37 0,20 0,35 0,40 0,28 0,31 0,19 0,02 0,28**
Área foliar 0,24 0,31 0,36 0,46 0,20 0,37 0,34 0,32 0,27 0,19 0,43 0,26 0,31**
Severidade da
varíola (folhas)
-0,77 -0,51 -0,44 -0,73 -0,43 -0,53 -0,39 -0,55 -0,57 -0,36 -0,76 -0,63 -0,56**
1
DCLOFA = Diâmetro do caule no local de origem da folha avaliada; * r de +0,20 a +0,26 ou de - 0,20 a - 0,26 = significativo a 5% de probabilidade;
**r > 0,26 ou < - 0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
2
valores relativos a 96 pareamentos.
77
4.4.2. Período de tempo da emergência do botão floral até antese
Na grande maioria das avaliações mensais efetuadas, houve efeito significativo
(P<0,05 ou P<0,01) do modo de condução das plantas em relação ao tempo de
embotamento (Tabela 25). Em termos médios, após um ano de observações, as plantas não
incisadas mostraram encurtamento do período decorrido entre a emergência do botão floral
e a fase de antese.
78
Tabela 25. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias da emergência do botão floral até antese
no mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa
sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
abr/04 41,4a 41,7a 38,3d
40,6c
44,6a
42,7b 5,8 1,6 5,1
mai/04 37,1b 37,8b 35,9c 37,0b
38,9a
38,2a 2,3 1,1 4,0
jun/04 48,b 50,4a 44,5c
47,8b
53,5a
51,1a 3,6 2,6 6,9
jul/04 42,5b 43,5a 40,1c
41,4b
45,6a
44,8a 3,1 1,3 4,1
ago/04 34,3a 34,8a 33,1b
33,8ab
35,2a
36,2a 6,6 1,4 5,5
set/04 38,5b 39,4a 38,2b
38,5b
40,0a
39,3ab 3,0 1,2 4,0
out/04 36,4b 37,1a 36,0b
36,2ab
37,5a
37,2ab 2,6 1,3 4,8
nov/04 33,9a 33,8a 33,8b
34,4a
34,1ab
33,2b 1,3 0,6 2,4
dez/04 33,1b 33,5a 32,5ab
33,2b
34,0a
33,5ab 2,7 0,7 2,8
jan/05 37,6a 38,1a 37,4b
37,5b
37,3b
39,3ab 2,3 1,2 4,1
fev/05 41,3a 41,1a 39,4b
41,7a
42,1a
41,6a 1,4 1,2 3,7
mar/05 43,1b 43,7a 43,4ab
42,5b
43,1b
44,6a 2,7 1,5 4,5
Média anual
38,9b 39,6a 37,7c
38,7b
40,5a
40,1a 2,0 0,5 1,5
Efeito (%) - +1,8 -6,0
-3,5
+1,0
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
79
A julgar pela média anual, o modo de condução da planta pouco afetou o
período da emergência do botão floral até antese. A diferença foi de apenas 1,7%, ou
seja, de menos de um dia para as plantas de tronco único.
Houve efeito significativo (P<0,05) dos ambientes de cultivo em relação ao
tempo de embotamento. De modo geral, na estufa e na estufa sombreada, nesta ordem,
período de tempo necessário ao pleno desenvolvimento do botão floral foi menor do que
no telado e no ambiente natural. Por outro lado, entre o telado e o ambiente natural não
houve diferença. Em comparação ao ambiente natural, a estufa e a estufa sombreada
proporcionaram redução desse período de, respectivamente, 6,0 %, e 3,5%.
Mekako & Nakasone (1975), trabalhando com cultivar hermafrodita do grupo
‘Solo, assinalaram o valor médio de 49 dias para completo desenvolvimento do botão
floral. Este valor está próximo àqueles máximos verificados no telado e no ambiente
natural, notadamente no inverno.
Conforme afirmaram Pares et al. (2004), Parés (1998), Sippel (1989) e Mekako
& Nakasone (1975), o tempo para pleno desenvolvimento do botão floral pode ser
também definido pelas condições climáticas. De fato, constata-se pela Figura 31 que o
tempo de embotamento foi sempre maior nas épocas de temperaturas amenas (outono e
inverno), o inverso acontecendo nas estações mais quentes do ano (primavera e verão).
Modo de condução da planta
0
10
20
30
40
50
60
mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05
Número de dias
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05
Número de dias
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 31. Efeitos da bifurcação do tronco e do tipo de ambiente no número de dias da
emergência do botão floral até sua antese no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Os registros efetuados ao longo do ano indicaram que temperaturas elevadas, em
certas épocas do cultivo experimental, exerceram papeis preponderantes, acelerando a
80
fase de embotamento do mamoeiro. Por sua vez, a quantidade de radiação luminosa
parece não ter tido influência significativa.
Em relação a esse parâmetro fenológico, os valores obtidos foram
significativamente inferiores aos encontrados por Sippel et al. (1989). Estes últimos
autores, estudando a cultivar Sunrise Solo cerca de 70 dias para complementação do
desenvolvimento floral. Arkle Junior & Nakasone (1984), também com a cultivar
Sunrise Solo computaram 63 dias, em média, para a completa ontogenia floral.
Parés (1998) e Parés et al. (2004), avaliando mamoeiros do grupo ‘Solo
cultivados sob temperatura média de 28
0
C, registraram 29,4 a 35,0 dias, situando-se a
média em torno de 30 dias para plantas hermafroditas.
Pela Tabela 26, observa-se que a temperatura ambiente influenciou
marcadamente o processo de desenvolvimento floral do mamoeiro, ao contrário da
luminosidade e da umidade relativa do ar, que pouco contribuíram.
81
Tabela 26. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao
desenvolvimento vegetativo e o número de dias da emergência do botão floral até
antese, no mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variável Correlações (r)
1
Temperatura máxima -0,52**
Temperatura média -0,51**
Temperatura mínima -0,46**
Amplitude térmica -0,53**
Luminosidade 0,13
Umidade relativa do ar -0,09
Altura da planta -0,44**
Diâmetro basal do tronco -0,56**
Número de folhas emitidas/planta -0,25*
Número de folhas funcionais/planta -0,34**
Comprimento do pecíolo da folha-índice -0,54**
Comprimento da nervura da folha-índice -0,52**
Comprimento da folha-índice -0,55**
Comprimento dos entrenós -0,32**
Área foliar -0,52**
Taxa de crescimento em altura -0,34**
Taxa de emissão foliar -0,33**
* r de +0,20 a +0,26 ou de -0,20 a -0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r >
0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de probabilidade;
1
valores relativos a 96 pareamentos.
Vale reenfatizar que as temperaturas têm efeito direto sobre o vigor vegetativo
do mamoeiro. O mesmo se aplica aos aspectos ligados ao vigor da planta, quanto ao
papel preponderante exercido sobre a fase de floração do mamoeiro.
4.4.3. Período de tempo da antese floral à colheita do fruto
Em metade das avaliações mensais realizadas, detectou-se efeito significativo
(P<0,05) do modo de condução da planta em relação ao tempo para desenvolvimento do
fruto até o “ponto” de colheita (Tabela 27 e Figura 32). Em termos médios,
considerando um ano de acompanhamento, as plantas de tronco bifurcado necessitaram
de menos tempo para cumprimento dessa fase fenológica.
82
Tabela 27. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de dias da emergência do antese floral até colheita do fruto
no mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
DATA
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa sombreada
Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
10/jun 154,0a*
154,9a 149,6c 154,5b
159,8a 154,1b 4,0 2,8 2,4
10/jul 149,5a 145,8b 146,3ab
151,5a
148,2ab
144,6b 2,2 5,4 4,8
10/ago 147,4a 143,2b 140,3b 148,0a
142,2ab
150,6a 3,4 6,7 6,0
10/set 139,4a 137,0b 137,2b 143,5a
134,8b 137,2b 1,3 4,3 4,0
10/out 137,8a 133,9b 136,5b 142,8a
132,4c 131,7c 2,7 4,1 3,9
10/nov 133,4a 132,3a 133,7b 137,0a
132,0b 128,7c 2,9 2,9 2,9
10/dez 136,1a 134,5a 135,9ab
140,0a
134,5b 130,8b 4,7 4,4 4,2
10/jan 131,5a 129,5b 128,1b 132,2a
132,5a 129,2b 5,5 3,0 3,0
10/fev 145,0a 144,5a 138,3b 146,9a
145,8a 148,1a 3,1 6,4 5,8
10/mar 148,0a 144,6b 138,5c 146,3b
151,5a 148,8ab 4,7 4,2 3,7
10/abr 154,4a 156,3a 153,6b 160,7a
153,3b 153,8b 2,6 4,6 3,9
10/mai 160,9a 160,9a 158,2a
163,7a
160,5a
161,1a 4,7 4,3 3,5
Média anual
144,8a 143,1b 141,4c 147,3a
144,0b 143,2b 2,2 1,6 1,4
Efeito (%) - -1,2 -1,3
+2,9
+0,6
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas, distintamente para modo de condução da planta e para tipo de ambiente, não diferem entre si pelo teste
de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos.
83
Modo de condução da planta
120 130 140 150 160 170
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
Antese floral
Número de dias até a colheita
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
120 130 140 150 160 170
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
Antese floral
Número de dias até a colheita
E ES T AN
Figura 32. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
dias da antese floral até colheita do fruto no mamoeiro Baixinho de Santa Amália,
durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005). E = estufa, ES
= estufa sombreada, T = telado e AN = ambiente natural.
A julgar pela média anual, o modo de condução da planta pouco afetou o
período da antese floral até o “ponto” de colheita do fruto. A diferença foi de apenas
1,2%, ou seja, de menos de dois dias para as plantas de tronco bifurcado.
Houve efeito significativo (P<0,05) dos ambientes de cultivo sobre o tempo para
desenvolvimento do fruto até a colheita. Pela média anual, na estufa essa fase foi a mais
curta. Ao contrário, o período mais prolongado ocorreu na estufa sombreada. O telado e
o ambiente natural proporcionaram períodos intermediários e bastante próximos.
Em todos os ambientes de cultivo, o menor período de tempo para os frutos
completarem o desenvolvimento correspondeu aos meses de primavera e verão, o
inverso tendo lugar no outono e no inverno.
A estufa, comparada ao ambiente natural, promoveu antecipação do ponto de
colheita do fruto em 1,3%, ou seja, em cerca de dois dias. Já a estufa sombreada
postergou a colheita em 2,9% ou quatro dias, enquanto que o telado não mostrou
influência.
84
4.5. Tipos Florais
4.5.1. Ocorrência de pentandria
4.5.1.1. Número de frutilhos pentândricos naturalmente abortados
Apenas no mês de janeiro de 2005 houve efeito significativo (P<0,01) da
bifurcação do tronco em relação ao número de frutilhos pentândricos naturalmente
abortados (Tabela 28). No entanto, na média das 12 avaliações consecutivas, ocorreu
maior proporção de pentândricos nas plantas não incisadas. Os valores computados
totalizaram, em cada mês, 10 e 06 de frutos pentândricos por 100 plantas. Assim, a
bifurcação do tronco diminuiu em cerca de 37% a incidência de frutilhos pentândricos
abortados.
85
Tabela 28. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos pentândricos naturalmente abortados por
planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália’ durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,00*
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00 ---
Jul/04 0,02a
0,00a 0,04#
0,00
0,00 0,00 --- 489,9
Ago/04 0,06a
0,04a 0,21#
0,00
0,00 0,00 --- 231,7
Set/04 0,10a
0,04a 0,21#
0,00
0,00 0,00 --- 361,9
Out/04 0,21a
0,19a 0,58#
0,08
0,00 0,00 13,1 316,6
Nov/04 0,48a
0,33a 1,33#
0,08
0,00 0,21 2,1 227,3
Dez/04 0,04a
0,02a 0,08a
0,00
0,00 0,04a 1,7 535,1
Jan/05 0,17a
0,12b 0,5a
0,00
0,17b 0,00 3,9 387,9
Fev/05 0,04a
0,04a 0,17
0,00
0,00 0,00 ---
Mar/05 0,04a
0,00a 0,08
0,00
0,00 0,00 --- 674,3
Abr/05 0,04a
0,02a 0,08a
0,00
0,04a 0,00 2,1 575,5
Mai/05 0,00
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00 ---
Média anual 0,10a
0,06b 0,28#
0,01a
0,02a 0,02a 1,60 0,03 279,1
Efeito (%) -
-37,3 +1250,0
-33,3
-16,7 -
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
86
Não obstante a falta de normalidade das variâncias e a pequena quantidade de
frutilhos pentândricos abortados, na estufa registrou-se a maior ocorrência com cerca de
1250% a mais do que no ambiente natural, o qual praticamente se igualou à estufa
sombreada e ao telado.
A máxima quantidade de frutilhos pentândricos abortados se deu nas plantas não
incisadas, crescendo no ambiente de estufa e no correr de novembro de 2004 (Figura
33). Assim, é provável que as temperaturas mais elevadas e próprias da estufa
favoreceram a formação desse tipo floral ou, na verdade, induziram sua maior abscisão
natural. Por outro lado, nas plantas não incisadas, possivelmente o maior vigor dos
ramos poderia estimular o surgimento de frutilhos pentândricos.
Modo de condução da planta
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos pentândricos
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos pentândricos
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 33. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de frutilhos pentândricos naturalmente abortados por mamoeiro Baixinho de
Santa Amália durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
87
4.5.1.2. Número de frutilhos pentândricos desbastados
Observou-se que somente em outubro de 2004 houve efeito significativo
(P<0,05) do modo de condução das plantas em relação ao número de frutilhos
pentândricos descartados na operação de “desfrute” (Tabela 29). Em termos médios, foi
descartado maior número destes frutilhos nas plantas não incisadas, em cada mês, cerca
de 25 frutilhos para cada 100 plantas, enquanto que aquelas com bifurcação do tronco
registraram-se apenas 13 frutilhos para este mesmo número de indivíduos, ou seja, cerca
de 49% a menos do que nas plantas com arquitetura de tronco normal.
88
Tabela 29. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos pentândricos desbastados por mamoeiro
Baixinho de Santa Amália durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,02a*
0,10a 0,25#
0,00
0,00
0,00 --- 436,9
Jul/04 0,00a
0,06a 0,08#
0,04#
0,00
0,00 --- 555,7
Ago/04 0,27a
0,23a 0,8a
0,00
0,00
0,17b 3,81 158,2
Set/04 0,10a
0,25a 0,67#
0,04#
0,00
0,00 48,21 404,3
Out/04 0,48a
0,31b 1,29#
0,1a
0,00
0,17a 1,88 406,1
Nov/04 0,06a
0,08a 0,25#
0,00
0,00
0,04 12,00 504,7
Dez/04 0,29a
0,17a 0,54a
0,00
0,00
0,38a 1,50 282,8
Jan/05 0,17a
0,00a 0,17a
0,00
0,00
0,17a 1,28 508,9
Fev/05 0,04a
0,02a 0,08a
0,00
0,00
0,04a 2,11 575,5
Mar/05 0,48a
0,08b 1,04#
0,04#
0,04#
0,00 63,74 294,2
Abr/05 0,90a
0,19a 2,00#
0,00
0,00
0,17 36,36 197,7
Mai/05 0,17a
0,02a 0,29a
0,00
0,00
0,08a 4,11 428,3
Média anual
0,25a
0,13a 0,63#
0,02#
0,00
0,10 11,04 160,3
Efeito (%) -
-49,0 +520,7
-79,3
-96,6
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
89
Houve heterogeneidade da variância dentro dos ambientes de cultivo, impedindo
que a maioria das médias mensais pudesse ser comparada. Entretanto, no mês de agosto de
2004 pode-se constatar efeito significativo (P<0,01), com um número mais elevado de
frutilhos descartados na estufa comparativamente ao ambiente natural. Em termos anuais,
na estufa registraram-se, cerca de 521% de frutilhos descartados a mais do que no
ambiente natural. Nas plantas cultivadas no telado, não foi computado nenhum desses
frutilhos pentândricos.
Pela Figura 34 nota-se que a máxima quantidade de frutilhos pentândricos
descartados se deu nas plantas de tronco não bifurcado, crescendo no ambiente de estufa.
Os dois picos de descarte correspondem à virada do inverno para a primavera e durante os
meses de março e abril (outono), sendo este último mais pronunciado.
Modo de condução da planta
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos pentâdricos
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
0,5
1
1,5
2
2,5
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos pentândricos
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 34. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número
de frutilhos pentândricos desbastados por mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
90
4.5.1.3. Total de frutilhos pentândricos (número de flores pentandras)
Durante os meses de janeiro, março, abril e maio de 2005 houve efeito significativo
(P<0,01) do modo de condução de planta sobre o total de frutilhos pentândricos (Tabela
30). Maior incidência dessa anomalia ocorreu na população de plantas não incisadas.
91
Tabela 30. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número total de frutilhos pentândricos por mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,02a 0,10a 0,25#
0,0
0,0
0,0 --- 436,9
Jul/04 0,02a 0,06a 0,13#
0,0
0,0
0,0 --- 496,3
Ago/04 0,33a 0,27a 1,00a
0,0
0,0
0,2b 5,5 347,3
Set/04 0,21a 0,29a 0,88#
0,04#
0,0
0,0 65,8 364,1
Out/04 0,69a 0,50a 1,88#
0,2a
0,0
0,2a 1,3 404,2
Nov/04 0,54a 0,42a 1,58#
0,1a
0,0
0,3a 2,4 238,0
Dez/04 0,33a 0,19 0,63a
0,0
0,0
0,4a 1,2 258,6
Jan/05 0,38a 0,10a 0,63a
0,0
0,17b
0,17b 5,2 257,3
Fev/05 0,08a 0,06a 0,25#
0,0
0,0
0,0 9,7 457,5
Mar/05 0,52a 0,08b 1,13#
0,04a
0,04a
0,0 1,0 282,6
Abr/05 0,94a 0,21b 2,08#
0,0
0,04a
0,2a 2,9 192,3
Mai/05 0,25a 0,02b 0,30#
0,0
0,0
0,1 10,1 304,9
Média anual 0,36a 0,19b 0,89#
0,03#
0,02#
0,12 17,70 154,2
Efeito (%) - -47,0 +632,3
-71,4
-82,9
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
92
Em termos médios anuais, foram computados mais desses frutilhos nas plantas
não incisadas. A bifurcação do tronco diminuiu em 47% a ocorrência de flores
pentandras.
A maior incidência de frutos pentândricos correspondeu à estação da primavera
(Figura 35).
Tronco único
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos pentândricos
Abortados
Desfrutados
Tronco bifurcado
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos pentândricos
Abortados
Desfrutados
Figura 35. Efeito do modo de condução do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
sobre o número médio de frutilhos pentândricos por planta, durante o primeiro ano de
produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Nos meses de agosto de 2004 e de janeiro de 2005 houve efeito significativo
(P<0,01) dos ambientes de cultivo sobre a pentandria. Na estufa ocorreu maior
quantidade de frutos pentândricos do que no ambiente natural. Nos demais ambientes
não se pode tirar conclusões com respaldo estatístico, dado à condição errática dos
dados e ou número diminuto de frutilhos pentândricos.
Não obstante essas dificuldades, a análise estatística quando possível, indicou
maior ocorrência desses frutilhos na estufa, alcançando cerca de 632% a mais do que no
ambiente natural, com referência à média anual. Nota-se que os ambientes sombreados
restringiram o percentual de frutilhos pentândricos pelo mamoeiro, embora essa
assertiva não tenha sido comprovada.
Tanto na estufa quanto no ambiente natural de cultivo, o máximo número de
frutilhos pentândricos (abortados + desfrutados) se deu por ocasião da primavera
(Figura 36).
93
ESTUFA
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
ESTUFA SOMBREADA
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
TELADO
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
AMBIENTE NATURAL
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
Figura 36. Efeito do tipo de ambiente de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ sobre o número médio de frutilhos pentândricos por planta, durante o
primeiro ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Pode-se portular que as condições climáticas reinantes no inverno, em conjunto
com o desenvolvimento vegetativo do mamoeiro, favoreceram a pentandria.
De acordo com Nakasone (1978), Nakasone (1980), Arkle Junior & Nakasone
(1984) e Sippel et al.(1989), os fatores que interferem na mudança de sexo em
mamoeiros hermafroditas ocorrem 40 a 56 dias antes da antese.
Os valores da Tabela 31 indicaram que as temperaturas reinantes, sobretudo nos
meses mais frios do ano, influenciaram a pentandria, da mesma maneira que caracteres
ligados ao vigor das plantas. Quanto à quantidade de luz fotossinteticamente ativa e à
umidade relativa do ar, exerceram pouca influência ou seus efeitos foram mascarados
pelos outros fatores mencionados.
94
Tabela 31. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ e a expressão de pentandria em diferentes ambientes durante o primeiro ano de produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).
ÉPOCA DA ONTOGENIA FLORAL abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04 out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
MÊS DO REGISTRO DA PENTANDRIA jun/04
jul/04 ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
Correlação
(r)
2)
Temperatura máxima 0,35
1)
0,25 0,52 0,42 0,55 0,51 0,3 0,33 0,29 0,43 0,56 0,4
0,41**
Temperatura média 0,35 0,25 0,52 0,42 0,55 0,51 0,29 0,34 0,3 0,44 0,56 0,4
0,41**
Temperatura mínima -0,29
0,21 -0,5 0,41 0,52 0,51 0,27 0,36 0,3 0,44 0,55 0,39
0,26*
Amplitude térmica 0,35 0,25 0,51 0,4 0,54 0,5 0,3 0,31 0,28 0,41 0,56 0,4
0,40**
Luminosidade 0,03 -0,03 0,14 0,04 0,07 0,12 0,25 0,1 0,07 0,02 0,08 0,1
0,08
Umidade relativa do ar
-0,36
-0,24 -0,26
0,41 0,25 0,12 -0,04
0,1 0,12 0,02 -0,55
-0,39
-0,1
Altura da planta -0,01
0,06 0,22 -0,08
0,12 0,09 0 0,2 0,08 0,26 0,35 0,23
0,13
DCLIFP
3
0,05 0,07 0,33 0,16 0,34 0,34 0,25 0,42 0,22 0,46 0,55 0,46
0,31**
N
0
de folhas emitidas/planta
-0,06
0,09 0,08 0,13 0,13 0,08 0,13 -0,06 0,1 -0,06
-0,07
-0,14
0,03
N
0
de folhas funcionais/planta
0,16 0,21 0,16 0,28 0,24 0,15 -0,07
-0,05 0,15 -0,17
-0,29
-0,21
0,05
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,11 0,2 0,15 0,09 0,32 0,4 0,19 0,43 0,33 0,39 0,47 0,28
0,28**
Compr. da nerv. princ. da folha-índice 0,08 0,17 0,23 -0,01
0,13 0,28 0,24 0,33 0,33 0,28 0,33 0,19
0,22*
Comprimento da folha-índice 0,11 0,21 0,18 0,07 0,28 0,38 0,21 0,43 0,35 0,38 0,45 0,27
0,27**
Comprimento dos entrenós 0,11 0 0,01 -0,02
0,1 0,08 -0,07
0,2 0,04 0,29 0,35 0,25
0,11
Área foliar
0,08 0,17 0,23 -0,01
0,13 0,29 0,26 0,34 0,36 0,28 0,33 0,2
0,22*
1)
valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
correlação média anual;
3
DCLIFP = diâmetro do tronco no local de inserção
dos frutilhos pentândricos; * r de +0,20 a +0,26 ou de -0,20 a -0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
95
Os estudos de correlação apontaram que a temperatura do ar influenciou
positivamente a formação de frutos pentândricos. Paradoxalmente, a maior ocorrência
de pentandria tem lugar na estufa onde a temperatura foi sempre superior. Porém,
reenfatizando, o vigor da planta parece ser ainda mais importante para maior ocorrência
do fenômeno da pentandria em mamoeiro.
4.5.2. Ocorrência de carpeloidia
4.5.2.1. Número de frutilhos carpelóides naturalmente abortados
Não houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em
relação ao número de frutilhos carpelóides naturalmente abortados (Tabela 32).
Entretanto, nota-se uma tendência de que mamoeiros de tronco único (normais) abortem
maior número desses frutilhos. Nas plantas não incisadas computaram-se, em média
mensal, oito frutilhos para cada 10 plantas, enquanto que nas plantas com tronco
bifurcado registraram-se, para o mesmo espaço de tempo e número de plantas, cerca de
cinco frutilhos, ou seja, 34,3% a menos.
96
Tabela 32. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos carpelóides naturalmente abortados por
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,02a*
0,04a 0,08#
0,00
0,00
0,00 -- 0,1 535,1
Jul/04 0,27a
0,58a 1,58#
0,00
0,00
0,13 8,4 0,5 159,9
Ago/04 0,27a
0,65a 1,17#
0,04#
0,08#
0,46 19,7 0,9 245,3
Set/04 1,60a
1,02a 4,43#
0,53a
0,04#
0,29a 1,4 0,5 395,6
Out/04 1,63a
1,13b 3,50a
1,29b
0,00
0,71b 5,1 1,1 119,5
Nov/04 2,83a
1,48a 7,23#
0,92a
0,08#
0,38a 4,3 0,6 276,5
Dez/04 0,73a
0,35a 1,57#
0,17a
0,29a
0,13a 2,7 0,3 317,9
Jan/05 1,15a
0,48a 2,03#
0,13b
0,46ab
0,67a 6,6 0,5 222,6
Fev/05 0,48a
0,15a 1,02#
0,04b
0,04b
0,21a 6,5 0,2 470,5
Mar/05 0,29a
0,08a 0,42a
0,00
0,04#
0,29a 1,8 0,6 466,7
Abr/05 0,23a
0,17a 0,53#
0,04a
0,13a
0,17a 6,1 0,3 442,5
Mai/05 0,33a
0,33a 1,04#
0,17a
0,04a
0,17a 5,3 0,3 394,4
Média anual
0,82a
0,54a 1,98#
0,27ab
0,10b
0,30a 6,6 0,2 133,0
Efeito (%) -
-34,3 +562,1
-9,2
-65,5
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
97
Detectou-se efeito significativo (P<0,05 ou P<0,01) do tipo de ambiente sobre o
número de frutilhos carpelóides naturalmente abortados. Após o ciclo de um ano de
produção, comparativamente ao ambiente natural de cultivo, na estufa houve aumento
médio de 562,1% e no telado redução de 65,5% de frutilhos carpelóides abortados,
sendo que na estufa sombreada a ocorrência foi equivalente.
A maior quantidade de frutilhos carpelóides abortados foi característica das
plantas não incisadas e corresponderam às estações de primavera e verão (Figura 37).
Essas observações indicaram que temperaturas mais elevadas têm papel importante na
formação de frutilhos carpelóides e/ou podem favorecer a abscisão natural dos mesmos.
Por outro lado, o vigor do ramo de onde o fruto se originou, em adendo, pode predispor
para o fenômeno da carpeloidia.
Modo de condução da planta
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos carpelóides
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
1
2
3
4
5
6
7
8
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos carpelóides
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 37. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de frutilhos carpelóides naturalmente abortados por mamoeiro Baixinho de
Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005).
98
4.5.2.2. Número de frutilhos carpelóides desbastados
Apenas nos meses de agosto e setembro de 2004 e de abril de 2005 houve efeito
significativo (P<0,05 ou P<0,01) do modo de condução de planta em relação ao número
de frutilhos carpelóides descartados. Esse número foi muito pouco expressivo, variando
de um a cinco frutilhos carpelóides desbastados por planta de mamoeiro, em termos
médios mensais e respectivamente para tronco único e tronco bifurcado (Tabela 33).
99
Tabela 33. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos carpelóides manualmente desbastados por
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,29a*
0,40a 1,13a
0,00 0,00 0,25b 2,5 0,5 172,7
Jul/04 0,10a
0,48a 0,88#
0,04a 0,00 0,21a 3,5 0,7 333,9
Ago/04 1,25a
0,50b 2,58a
0,27# 0,00 0,67b 3,9 0,9 139,6
Set/04 1,56a
0,88b 2,83a
1,17ab 0,00 0,88b 6,9 1,3 158,6
Out/04 0,65a
0,40a 1,78#
0,27# 0,00 0,00 7,6 0,7 170,6
Nov/04 0,35a
0,27a 1,17#
0,04a 0,00 0,04a 1,0 0,4 177,0
Dez/04 0,63a
0,46a 1,43#
0,17a 0,25a 0,33a 1,1 0,4 278,1
Jan/05 0,65a
0,14a 1,27#
0,04a 0,13a 0,17a 4,6 0,3 386,7
Fev/05 1,23a
0,33a 2,54#
0,00 0,00 0,58 14,2 1,3 210,0
Mar/05 1,25a
0,63a 2,21a
0,79b 0,29b 0,46b 6,9 1,0 145,5
Abr/05 2,43a
1,39b 5,32#
0,67b 0,33b 1,33a 6,3 0,6 154,2
Mai/05 1,53a
0,40a 3,17a
0,00
0,00
0,63b 3,2 0,9 137,9
Média anual
0,99a
0,52b 2,21a
0,29b
0,10b
0,46b 1,1 0,4 68,4
Efeito (%) -
-47,3 +376,4
-36,8
-78,3
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
100
Em determinadas épocas houve efeito significativo (P<0,05 ou P<0,01) do
ambiente de cultivo em relação ao número de frutilhos carpelóides desfrutados.
Em termos médios, ao final de um ano de produção, as plantas da estufa
sombreada se equipararam àquelas do ambiente natural quanto à quantidade de frutilhos
carpelóides desfrutados. Na estufa computaram-se 376,4% a mais e no telado 78,3% a
menos desses frutilhos do que no ambiente natural de cultivo.
Nos primeiros meses pós-transplantio (junho e julho de 2004), observou-se
maior formação de frutilhos carpelóides nas plantas incisadas (Figura 38).
Modo de condução da planta
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos carpelóides
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
1
2
3
4
5
6
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos carpelóides
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 38. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de frutilhos carpelóides manualmente desbastados por planta de mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
Incidência mais elevada de frutilhos carpelóides desfrutados relacionou-se às
plantas de tronco único cultivadas na estufa. Houve dois picos de descartes, um deles,
101
mais discreto, na virada do inverno para a primavera e o segundo, mais intenso, durante
o outono.
Essas observações indicam que fatores sejam importantes, além da temperatura
ambiente, indicada por Awada (1958), Chia & Manshardt (2001) e Costa (2003), como
principal responsável pela carpeloidia em mamoeiro.
4.5.2.3. Total de frutilhos carpelóides (número de flores carpelóides)
Apenas nos meses de setembro e outubro de 2004 e de fevereiro de 2005 houve
efeito significativo (P<0,05) do modo de condução de planta de mamoeiro sobre o
número total de frutilhos carpelóides (Tabela 34). Ao final de um ano de produção,
contatou-se que a bifurcação do tronco reduziu em 41,4% a ocorrência de frutos
carpelóides.
102
Tabela 34. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número total de frutilhos carpelóides por planta de mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,31a 0,44a 1,25a
0,04#
0,19
0,25b 2,7 0,9 243,5
Jul/04 0,38a 1,06a 2,50#
0,04#
0,00
0,33 9,6 0,7 235,2
Ago/04 1,52a 1,15a 3,79a
0,29#
0,08#
1,17b 2,8 1,4 257,6
Set/04 3,17a 1,90b 7,25#
1,67a
0,04#
1,17a 1,8 1,8 378,4
Out/04 2,27a 1,52b 5,25#
1,63a
0,00
0,71a 4,8 1,1 276,1
Nov/04 3,18a 1,75a 8,38#
0,96a
0,13#
0,42a 4,9 0,7 278,4
Dez/04 1,35a 0,81a 3,00#
0,33a
0,54a
0,46a 1,3 0,5 227,4
Jan/05 1,79a 0,62a 3,25#
0,17#
0,58a
0,83a 2,3 0,7 276,1
Fev/05 1,71a 0,48b 3,50#
0,04#
0,04#
0,79 12,1 190,4
Mar/05 1,54a 0,71a 2,63a
0,79b
0,33#
0,75b 3,9 1,3 173,2
Abr/05 2,67a 1,56a 5,79#
0,71b
0,46b
1,50a 4,2 0,7 149,4
Mai/05 1,83a
0,73a 4,13#
0,17a
0,04#
0,79a 5,6 0,6 341,6
dia anual
1,81a
1,06b 4,23#
0,57a
0,19#
0,76a 1,6 0,3 146,0
Efeito (%) -
-41,4 +453,2
-25,9
-75,5
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
103
Pode-se observar na Figura 39 que a maior formação de frutos carpelóides
ocorreu para as plantas não incisadas por ocasião da primavera. Da mesma forma, a
maior quantidade de frutilhos abortados ocorreu, também, nessa época. Já, a maior
efetivação destes frutos se deu no outono, marcadamente no mês de abril.
Tronco único
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos carpelóides
Abortados
Desfrutados
Tronco bifurcado
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos carpelóides
Abortados
Desfrutados
Figura 39. Efeito do modo de condução das plantas do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ sobre o número médio de frutilhos carpelóides, durante o primeiro ano de
produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Considerando as médias anuais, houve diferenças significativas entre ambientes
de cultivo quanto ao número de frutilhos carpelóides produzidos por planta. Na estufa,
ocorreu maior quantidade desses frutilhos por mês (cerca de 42 para cada 10 plantas) do
que no telado com média próxima a dois frutilhos por grupo de 10 plantas. A estufa
sombreada e o ambiente natural praticamente se igualaram na manifestação da referida
anomalia, respectivamente com médias em torno de seis e oito carpelóides por 10
plantas.
Pelos valores da Figura 40 observa-se que, sobretudo na estufa e para a estufa
sombreada, a maior incidência de frutilhos carpelóides (abortados + desfrutados) se deu
por ocasião da primavera.
104
ESTUFA
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
ESTUFA SOMBREADA
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
TELADO
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
AMBIENTE NATURAL
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número de frutilhos
Abortados
Desfrutados
Figura 40. Efeito do tipo de ambiente de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ sobre o número de frutilhos carpelóides, durante o primeiro ano de
produção (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Segundo Lassoudiére (1968), o surgimento de variantes florais é resultante de
fatores microclimáticos prevalentes no momento da ontogenia floral. De acordo com
Nakasone (1978), Nakasone (1980), Arkle Junior & Nakasone (1984) e Sippel et al.
(1989), esses fatores que interferem na mudança do sexo em plantas hermafroditas
ocorrem de 40 a 56 dias antes da antese.
Os resultados das correlações, no momento da ontogenia floral, incluindo
variáveis climáticas e caracteres vegetativos do mamoeiro contribuíram para aquilatar
sua participação no fenômeno da carpeloidia (Tabela 35). As temperaturas reinantes,
sobretudo nos meses mais frios do ano, tiveram influência sobre a formação de frutilhos
carpelóides, da mesma maneira que caracteres ligados ao vigor da planta. Já, a
quantidade de luz fotossinteticamente ativa e a umidade relativa do ar, apresentaram
pouca importância, sendo ofuscados pelos fatores primeiramente mencionados.
105
Tabela 35. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ e o número de frutilhos carpelóides em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o primeiro ano de produção
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
ÉPOCA DA ONTOGENIA FLORAL abr/04 mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04 out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05 mar/05
VARIÁVEL/MÊS DO REGISTRO DA CARPELOIDIA
jun/04 jul/04 ago/04
set/04
out/04 nov/04
dez/04
jan/05
fev/05 mar/05
abr/05 mai/05
Correlação (r)
2)
Temperatura máxima 0,51
1)
0,56 0,63 0,68
0,71 0,77 0,57 0,42 0,48 0,46 0,75 0,72 0,61**
Temperatura média 0,52 0,58 0,64 0,68
0,71 0,77 0,57 0,43 0,49 0,46 0,75 0,72 0,61**
Temperatura mínima -0,37 0,59 0,33 0,61
0,68 0,77 0,59 0,45 0,50 0,45 0,74 0,70 0,50**
Amplitude térmica 0,50 0,55 0,63 0,66
0,70 0,76
0,55
0,40
0,47
0,45 0,75 0,72 0,60**
Luminosidade 0,15 0,14 0,23 0,07
0,01 0,06
0,06
0,12
0,14
0,05 0,17 0,16 0,11
Umidade relativa do ar -0,58
-0,59
-0,36
0,62
0,43 0,28
0,14
0,18
0,18
0,08 -0,74 -0,61
-0,08
Altura da planta -0,08 0,02 0,09 0,28
0,30 0,38
0,30
0,30
0,24
0,33
0,35 0,43 0,24*
Diâmetro basal do tronco 0,21 0,26 0,34 0,11
0,25 0,39 0,32 0,43 0,44 0,35 0,41 0,27 0,32**
DCLIFC
3
0,25 0,11 0,45 0,53
0,54 0,59
0,46
0,50
0,52
0,47
0,60 0,66 0,47**
N
0
de folhas emitidas/planta 0,01 0,38 0,10 0,05
0,12 0,04
0,08
-0,12
-0,04
-0,07
0,01 -0,05
0,04
N
0
de folhas funcionais/planta 0,23 0,15 0,12 0,32
0,37 0,14
0,14
-0,06
-0,12
-0,20
-0,35 -0,36
0,03
Comprimento do pecíolo da folha-índice 0,13 0,38 0,30 0,32
0,60 0,64
0,48
0,53
0,37
0,51
0,48 0,48 0,44**
Compr. da nerv. princ. da folha-índice 0,17 0,24 0,36 0,24
0,40 0,53
0,53
0,47
0,27
0,48
0,37 0,38 0,37**
Comprimento da folha-índice 0,15 0,29 0,33 0,32
0,57 0,63
0,51
0,54
0,36
0,53
0,47 0,47 0,43**
Comprimento dos entrenós -0,09 0,28 0,03 0,22
0,19 0,29
0,18
0,28
0,24
0,29
0,26 0,35 0,21*
Área foliar 0,17 -0,08
0,37 0,28
0,41 0,55
0,56
0,52
0,28
0,48
0,38 0,39 0,36**
1)
valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
correlação média anual;
3
DCLIFC = diâmetro do tronco no local de inserção de
frutilhos carpelóides; * r de +0,20 a +0,26 ou de -0,20 a -0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
106
Se temperaturas mais elevadas têm correlação positiva quanto à formação de
frutilhos carpelóides, como explicar sua maior abundância na estufa na estação de
inverno.
Este fato corrobora as afirmações de Andrade (1980), Papa (1984) e Marin
(2001) de que o vigor da planta, superior na estufa, conforme visto anteriormente, e
refletido, principalmente, pelos valores de diâmetro basal do tronco, dimensões das
folhas e área foliar, é preponderante na indução da carpeloidia em mamoeiro.
4.5.3. Ocorrência de flores estaminadas
Pelos valores da Tabela 36, observa-se que de novembro de 2004 a maio de
2005, épocas de maior incidência de flores estaminadas, houve efeito significativo
(P<0,05) do modo de condução das plantas. Em termos médios, após um ano de
monitoramento, foi computado número mais elevado de flores estaminadas nas plantas
com bifurcação do tronco do que naquelas não incisadas, alcançando uma diferença de
ordem de 77%.
107
Tabela 36. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de flores estaminadas por planta de mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,7a*
1,0a 0,1#
0,6b
1,9a 0,9b 4,7 0,9 163,4
Jul/04 0,8a
0,3a 0,13#
1,0a
0,7a 0,3a 10,3 0,9 259,9
Ago/04 0,0
0,0 0,0
0,0
0,0 0,0 --- -- --
Set/04 0,04a
0,1a 0,1a
0,2a
0,0 0,0 2,9 0,3 193,5
Out/04 0,5a
0,5a 0,2#
0,6a
1,3a 0,0 1,9 1,1 164,1
Nov/04 1,3b
3,7a 1,6
5,4
2,8 0,3 11,4 -- 83,0
Dez/04 4,8b
9,6a 7,4a
8,0a
7,0a 6,3a 2,1 3,7 67,3
Jan/05 10,1b
16,3a 19,4a
15,9a
8,9b 8,6b 5,7 5,6 55,2
Fev/05 21,4b
31,9a 15,8c
33,8a
33,8a 23,3b 3,2 7,7 37,7
Mar/05 34,9b
57,7a 40,7
61,6a
37,5b 45,4b 2,9 16,1 45,5
Abr/05 14,9b
40,4a 21,0b
41,7a
23,0b 25,0b 4,3 12,8 60,5
Mai/05 19,1b
45,2a 22,4b
50,1a
29,3b
26,8b 2,9 13,0 53,1
Média anual
8,8b
15,5a 10,7b
18,2a
12,2b
11,4b 3,4 3,8 41,1
Efeito (%) -
+ 76,7 -5,9
+ 59,6
+ 6,8
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
108
Houve efeito significativo (P<0.05), em várias das avaliações mensais, do
ambiente de cultivo sobre a ocorrência de flores estaminadas. Na maioria das vezes os
ambientes sombreados (estufa sombreada e telado), estimularam a manifestação desse
tipo floral.
Em termos médios anuais na estufa sombreada registrou-se máxima ocorrência
de flores estaminadas, cerca de 60% a mais que no ambiente natural de cultivo. O
telado, por outro lado, não se diferenciou estatisticamente do ambiente natural.
A maior quantidade de flores estaminadas ocorreu em plantas bifurcadas e
cultivadas na estufa sombreada, seguida do telado, com maior intensidade por ocasião
do verão e outono (Figura 41). Essas observações indicaram que baixa luminosidade
associada às temperaturas mais altas, favoreceu a formação de flores estaminadas. Por
outro lado, o número superior desse tipo floral em plantas com tronco bifurcado,
possivelmente decorreu do menor vigor das hastes produtivas.
Modo de condução da planta
0
10
20
30
40
50
60
70
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de flores estaminadas
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
70
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de flores estaminadas
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 41. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de flores estaminadas por planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
109
As correlações entre fatores climáticos e caracteres vegetativos do mamoeiro e a
quantidade de flores estaminadas apontam efeito positivo para baixa luminosidade e
menor vigor das plantas (Tabela 37).
110
Tabela 37. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ e o número de flores estaminadas por planta, em diferentes ambientes de cultivo orgânico, durante o primeiro ano de produção
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
VARIÁVEL/MÊS DE AVALIAÇÃO
Jun/04 Jul/04 Ago/04
Set/04 Out/04 Nov/04 Dez/04 Jan/05 Fev/05 Mar/05 Abr/05 Mai/05
Correlação (r)
2
Temperatura máxima -0,42
1
-0,18
0 0,11
-0,24
-0,08
0,04
0,41 -0,44
-0,11
-0,18
-0,25
-0,11
Temperatura média -0,41 -0,20
0 0,11
-0,23
-0,10
0,03
0,39 -0,44
-0,09
-0,16
-0,24
-0,10
Temperatura mínima 0,33 -0,25
0 0,09
-0,14
-0,17
0,02
0,31 -0,41
-0,05
-0,11
-0,17
-0,09
Amplitude térmica -0,43 -0,14
0 0,12
-0,27
-0,03
0,05
0,44
-0,45
-0,12
-0,19
-0,27
-0,11
Luminosidade -0,06 -0,25
0 -0,12
-0,31
-0,57
-0,11
-0,20
-0,29
-0,13
-0,21
-0,30
-0,26*
Umidade relativa do ar 0,09
0,29
0 0,18
-0,06
0,19
0,11
0,32
0,42
0,19 0,18 0,20 0,19
Altura da planta -0,12 0,12
0 -0,02
-0,05
0,04
-0,15
0,15
-0,19
-0,13
-0,18
-0,14
-0,08
Diâmetro basal do tronco -0,40
-0,10
0 0,10
-0,26
-0,06
-0,01
0,37
-0,45
-0,07
-0,12
-0,20
-0,10
DCLIFE
3
-0,33 -0,05
0 -0,02
-0,17
-0,38
-0,36
-0,05
-0,53
-0,38
-0,51
-0,55
-0,37**
N
0
de folhas emitidas/planta -0,17 -0,05
0 0,01
-0,22
0,32
0,42
0,44
0,16
0,25
0,45 0,41 0,28**
N
0
de folhas funcionais/planta -0,21 -0,01
0 0,11
0,00
0,41
0,59
0,49
0,45
0,44
0,69 0,68 0,47**
Comprimento do pecíolo da folha-índice
-0,34 -0,25
0 0,05
-0,12
-0,04
0,06
0,38
-0,01
0,09
-0,10
-0,20
0,01
Compr. da nerv. princ. da folha-índice -0,44 0,00
0 0,03
-0,16
-0,10
-0,08
0,21
0,05
0,13
-0,11
-0,20
-0,03
Comprimento da folha-índice -0,39 -0,20
0 0,04
-0,14
-0,07
0,02
0,35
0,01
0,11
-0,11
-0,21
-0,01
Comprimento dos entrenós -0,05 0,13
0 -0,03
0,09
-0,15
-0,45
-0,28
-0,26
-0,28
-0,47
-0,41
-0,28**
Área foliar -0,43 -0,03
0 0,01
-0,18
-0,12
-0,07
0,20
0,04
0,12
-0,13
-0,21
-0,04
1)
valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
correlação média anual;
3
DCLIFC = diâmetro do caule no local de inserção das
flores estaminadas; * r de +0,20 a +0,26 ou de -0,20 a -0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
111
Assim, as condições de temperaturas vigentes no decorrer do verão e outono,
associadas com as características vegetativas da planta e ao nível de interceptação da luz
em cada ambiente de cultivo, influíram na expressão de flores estaminadas no
mamoeiro.
A influência da temperatura favorecendo a ocorrência desse tipo floral já foi
relatada por Manica (1982) e por Couto & Nacif (1999). Porém, não foram encontrados
relatos correlacionando o sombreamento e nível de vigor do ramo produtivo à
manifestação da anomalia em mamoeiros hermafroditas.
4.5.4. Ocorrência de flores hermafroditas perfeitas
4.5.4.1. Número de frutilhos normais abortados
Houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em relação
ao número de frutilhos normais naturalmente abortados em determinadas épocas de
avaliação (Tabela 38). Entretanto, em termos médios anuais, não houve diferença
quanto à abscisão natural de frutilhos normais entre mamoeiros de tronco único ou
bifurcado.
112
Tabela 38. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos hermafroditas perfeitos abortados por
planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa
sombreada
Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 0,8a* 0,5a 1,6# 0,2a 0,1a 0,6a 6,3 0,7 139,3
Jul/04 3,5a 4,2a 5,6a 3,0b 2,6b 4,3ab 3,9 2,0 67,4
Ago/04 2,9a 4,3a 3,6a 3,7a 3,3a 3,8a 1,7 1,7 63,7
Set/04 2,4a 2,5a 2,3a 2,6a 2,3a 2,5a 2,3 1,4 77,0
Out/04 2,4a 1,9b 2,1ab 3,2a 1,4b 1,8b 1,9 1,1 68,4
Nov/04 2,0a 1,8a 3,3a 2,6ab 0,3# 1,5b 1,9 1,1 88,0
Dez/04 2,1a 1,1b 2,8a 1,0b 1,6b 1,1b 2,2 0,9 73,7
Jan/05 1,5a 0,8b 2,5# 0,7ab 0,9a 0,5b 3,3 0,4 140,4
Fev/05 1,1a 0,4a 2,6# 0,2a 0,1a 0,2a 1,9 0,3 298,1
Mar/05 1,1a 0,5a 2,6# 0,4a 0,2a 0,2a 2,5 0,4 341,1
Abr/05 1,4a 0,7b 2,3a 1,0b 0,5b 0,5b 4,7 1,0 120,9
Mai/05 2,8a
1,9b 3,0a
2,8a
2,1ab
1,7b 3,6 1,1 68,5
Média anual
2,0 a
1,7 a 2,9 a
1,8 b
1,3 c
1,5 bc 4,5 0,5 33,2
Efeito (%) -
-14,5 +85,0
+14,3
-17,7
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
113
Houve efeito significativo (P<0,05) do tipo de ambiente de cultivo sobre o
número de frutos normais abortados em várias das avaliações mensais realizadas.
Prevaleceu, na maioria dessas avaliações, a abscisão natural de frutilhos normais
na estufa. Em termos médios anuais, na estufa registrou-se cerca de 85% a mais de
abortamento do que no ambiente natural. Na estufa sombreada houve menor ocorrência
de abortamento do que na estufa, porém superando o telado e o ambiente natural de
cultivo do mamoeiro.
A maior quantidade de frutilhos normais abortada correspondeu às plantas não
incisadas e às estações de outono e inverno (Figura 42).
Modo de condução da planta
0
1
2
3
4
5
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos normais abortados
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
1
2
3
4
5
6
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos normais
abortados
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 42. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de frutilhos hermafroditas normais abortados por planta de mamoeiro Baixinho
de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
4.5.4.2. Número de frutilhos normais desenvolvidos
Na Tabela 39 observa-se que na maioria das épocas de avaliação, não houve
efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta sobre o número de
114
frutilhos normais até pleno desenvolvimento. Entretanto, em termos médios anuais,
de-se constatar que nos mamoeiros com tronco bifurcado um menor número de
frutilhos perfeitos não abortados.
115
Tabela 39. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutilhos normais desenvolvidos por planta de
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 9,3b*
11,7a 13,5a
10,2ab
7,0b
11,2ab 2,1 4,3 53,1
Jul/04 15,2a
9,0b 15,1a
15,8a
9,6b
8,0b 3,3 5,3 56,9
Ago/04 11,4a
11,1a 11,8ab
12,3a
8,5b
12,3a 1,4 3,4 39,3
Set/04 9,4a
10,0a 14,0a
13,3a
4,7b
6,8b 2,6 3,2 43,5
Out/04 10,2a
11,2a 15,3a
15,0a
7,5b
5,0b 2,7 2,9 36,0
Nov/04 6,6a
5,4b 9,0a
9,1#
4,1b
2,0c 5,5 1,8 68,5
Dez/04 8,2a
6,7a 11,8ab
5,8b
5,8b
6,5b 6,8 2,6 45,3
Jan/05 5,6a
4,3b 9,3a
3,8b
2,7b
4,0b 5,4 2,2 58,5
Fev/05 5,0a
5,1a 8,1a
4,0b
2,4#
5,6ab 3,3 2,6 68,2
Mar/05 9,3a
6,1b 9,7a
4,6b
5,6b
11,0a 5,0 3,7 63,1
Abr/05 11,4a
13,5a 17,6a
10,3b
6,6b
15,2a 3,8 3,8 39,7
Mai/05 9,9a
12,1a 17,5a
9,2bc
6,0c
11,4b 2,8 3,8 45,6
Média anual
9,1a
8,6b 12,7a
9,4b
5,9d
7,3c 4,7 1,3 19,9
Efeito (%) -
-5,5 72,6
28,8
-19,2
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
116
Em média, para cada planta não incisada e cada uma com tronco bifurcado
houve, respectivamente, o vingamento de 9,1 e 8,4 frutilhos normais/mês, ou seja, a
bifurcação do tronco afetou negativamente o número de frutos perfeitos em apenas
5,5%.
Houve efeito significativo (P<0,05) do tipo de ambiente de cultivo em relação ao
número de frutos normais desenvolvidos. Em todas as ocasiões (acompanhamentos
mensais) na estufa ocorreu a maior proporção de frutos perfeitos não abortados (média
de 12,7 frutos/mês). O valor mínimo foi registrado nas condições de telado (média de
5,9 frutos/mês). A estufa sombreada e o ambiente natural proporcionaram valores
intermediários, respectivamente de 9,4 e de 7,3 frutos/planta/mês, diferença esta
estatisticamente significativa.
Nos ambientes de baixa luminosidade (estufa sombreada e telado), o maior
número de frutos desenvolvidos ocorreu em plantas jovens (em torno de quatro meses
após o transplantio) e na estação de inverno (Figura 43). Ao contrário, na estufa e no
ambiente natural de cultivo os registros ocorridos tiveram lugar em plantas de idade
mais avançadas e no outono.
Modo de condução da planta
0
2
4
6
8
10
12
14
16
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos normais vingados
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Número de frutilhos normais vingados
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 43. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de frutos vingados por planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante
o primeiro ano de produção orgânica (Seropédica/RJ, 2004/2005).
117
A maior quantidade de frutos normais desenvolvidos ocorreu nas plantas sem
bifurcação do tronco e na estufa. As menores freqüências de frutos normais,
independentemente do ambiente de cultivo corresponderam à primavera e ao verão.
4.5.4.3. Total de frutos hermafroditas perfeitos (abortados e
desenvolvidos)
Pelos dados da Tabela 40 observa-se que, independentemente do ambiente de
cultivo, apenas nos meses de novembro e dezembro de 2004 e janeiro e março de 2005,
houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em relação ao
mero total de frutos hermafroditas normais totais por mamoeiro. Em termos médios
anuais, não se detectou diferença entre plantas incisadas ou não incisadas sobre este
parâmetro de avaliação.
118
Tabela 40. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número total de frutos hermafroditas perfeitos (abortados +
desenvolvidos) por planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005).
s
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa
sombreada
Telado Ambiente
natural QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Jun/04 10,1a
12,2a 15,2a 10,4bc 7,2c 11,8ab 2,1 4,4 52,3
Jul/04 18,7a
13,2a 20,7a 18,7ab 12,2b 12,4b 2,7 6,4 52,3
Ago/04 14,3a
15,4a 15,5ab 16,0a 11,7b 16,1a 1,5 4,1 36,4
Set/04 11,8a
12,5a 16,3a 15,8a 6,9b 9,4b 2,8 4,1 44,2
Out/04 12,6a
13,0a 17,5a 18,2a 8,8b 6,8b 3,3 3,4 35,1
Nov/04 8,7a
7,3b 12,3a 11,7a 4,4b 3,4b 6,4 3,0 49,8
Dez/04 10,3a
7,8b 14,6a 6,8b 7,4b 7,5b 4,0 2,9 41,2
Jan/05 7,1a
5,1b 11,8a 4,5b 3,6b 4,5b 5,9 2,4 52,6
Fev/05 6,1a
5,5a 10,7a 4,2b 2,5# 5,8b 3,4 2,9 81,8
Mar/05 10,4a
6,7b 12,3a 5,0b 5,8b 11,1a 4,3 4,2 65,1
Abr/05 12,9a
14,2a 19,9a 11,4c 7,1d 15,7b 2,9 3,8 37,1
Mai/05 12,8a
14,0a 20,4a
11,9bc
8,1c
13,1b 2,7 4,3 42,4
Média anual 11,3a
10,6a 15,6a
11,2b
7,1c
9,8b 5,0 1,7 20,0
Efeito (%) -
-6,2 +59,2
+14,3
-27,6
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
119
Pode-se observar pela Figura 44 que a maior abscisão de frutos normais, teve
lugar nos primeiros meses de produção.
Tronco único
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número total de frutilhos normais
Abortados
Vingados
Tronco bifurcado
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Número total de frutilhos normais
Abortados
Vingados
Figura 44. Efeito do modo de condução do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’
sobre o número médio de frutos hermafroditas perfeitos (abortados + desenvolvidos)
por planta, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005).
Em termos médios, abrangendo o primeiro ano de produção, houve efeito
significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo em relação ao número total de frutilhos
normais. A maior freqüência, para a maioria das épocas, ocorreu na estufa (média de
15,6 frutilhos/planta/mês), representando 59,2 % a mais que no ambiente natural de
cultivo (média de 9,8 frutilhos/planta/mês). A menor ocorrência foi registrada no telado
(média de 7,1 frutilhos/planta/mês), ou seja, 27,6 % a menos que no ambiente natural.
na estufa sombreada (média de 11,2 frutilhos/planta/mês), havendo equivalência
estatística em relação ao ocorrido no ambiente natural de cultivo.
120
Na Figura 45 verifica-se que, independentemente do ambiente de cultivo, a
maior quantidade de frutos normais (abortados + desenvolvidos) se deu por ocasião do
outono e do inverno.
ESTUFA
0
5
10
15
20
25
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Meses correntes
Número de frutos hermafroditas
normais
Vingados Abortados
ESTUFA SOMBREADA
0
5
10
15
20
25
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Meses correntes
Número de frutos hermafroditas
normais
Vingados Abortados
TELADO
0
5
10
15
20
25
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Meses correntes
Número de frutos hermafroditas
normais
Vingados Abortados
AMBIENTE NATURAL
0
5
10
15
20
25
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Meses correntes
Número de frutos heramfroditas
normais
Vingados Abortados
Figura 45. Efeito do tipo de ambiente de cultivo do mamoeiro ‘Baixinho de Santa
Amália’ sobre o número total de frutilhos hermafroditas perfeitos (abortados +
desenvolvidos) por planta, durante o primeiro ano de produção orgânica (Seropédica/RJ,
2004/2005).
Os valores das correlações entre fatores climáticos e caracteres vegetativos do
mamoeiro, estimadas por ocasião da ontogenia floral (40 a 56 dias antes da antese) e a
quantidade de frutos normais produzidos por planta são apresentados na Tabela 41.
121
Tabela 41. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou ligadas ao desenvolvimento vegetativo do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ e o número de frutilhos perfeitos por planta, em diferentes ambientes de cultivo, durante o primeiro ano de produção orgânica
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
ÉPOCA DA ONTOGENIA FLORAL abr/04
mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05
fev/05 mar/05
VARIÁVEL/MÊS DO REGISTRO DA
FRUTIFICAÇÃO jun/04
jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05
fev/05 mar/05 abr/05 mai/05
Correlação
(r)
2)
Temperatura máxima
0,39
1
0,34 0,14 0,45 0,45 0,49 0,54 0,66 0,57 0,34 0,56 0,47 0,51**
Temperatura média
0,41 0,33 0,13 0,41 0,46 0,47 0,55 0,67 0,58 0,36 0,56 0,51 0,52**
Temperatura mínima
-0,22
0,21 -0,04 0,23 0,49 0,43 0,56 0,67 0,59 0,40 0,55 0,22 0,49**
Amplitude térmica
0,38 0,35 0,14 0,52 0,42 0,51 0,53 0,65 0,55 0,30 0,55 0,43 0,49**
Luminosidade
0,17 -0,15 0,09 -0,20 -0,47 -0,36 0,08 0,07 0,20 0,36 0,33 0,15 0,05
Umidade relativa do ar
-0,42
-0,30 -0,05 0,34 0,72 0,56 0,11 0,39 0,22 -0,15 -0,56 -0,56 0,09
Altura da planta
0,22 0,61 0,19 0,47 0,67 0,65 0,44 0,42 0,28 0,21 0,11 0,19 0,37**
Diâmetro basal do tronco
0,42 0,39 0,22 0,52 0,47 0,52 0,60 0,65 0,59 0,41 0,48 0,48 0,52**
DTLIFHP
3
0,13 0,40 0,01 0,23 0,21 0,35 0,53 0,55 0,43 0,48 0,22 0,21 0,37**
N
0
de folhas emitidas/planta
0,19 -0,09 0,05 0,34 0,42 0,29 0,20 0,18 0,11 -0,17 0,19 0,26 0,19
N
0
de folhas funcionais/planta
-0,01
-0,21 -0,02 0,08 0,15 0,04 -0,24 -0,25 -0,16 -0,35 -0,17 -0,12 -0,14
Comprimento do pecíolo da folha-índice
0,18 0,35 -0,07 0,25 0,36 0,34 0,26 0,34 0,45 0,37 0,28 0,32 0,34**
Compr. da nerv. princ. da folha-índice
0,23 0,37 0,05 0,22 0,34 0,27 0,09 0,14 0,36 0,33 0,24 0,20 0,25*
Comprimento da folha-índice
0,21 0,37 -0,03 0,25 0,37 0,33 0,23 0,30 0,44 0,37 0,28 0,30 0,33**
Comprimento dos entrenós
0,02 0,51 0,09 0,09 0,18 0,26 0,19 0,17 0,12 0,26 -0,05 -0,04 0,14
Área foliar
0,22 0,38 0,05 0,23 0,34 0,28 0,08 0,14 0,35 0,33 0,24 0,19 0,24*
1)
Valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
correlação média anual;
3
DTLIFC = diâmetro do tronco no local de inserção
dos frutilhos perfeitos; * r de +0,20 a +0,26 ou de -0,20 a -0,26 = significativo a 5% de probabilidade; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
122
Temperaturas mais elevadas e maior vigor das plantas representaram peso
positivo sobre a formação de frutilhos normais; já a quantidade de luz
fotossinteticamente ativa e a umidade relativa do ar tiveram pouca influência ou foram
ofuscados pelos fatores principais apontados.
Os resultados indicaram que o vigor da planta, com base nos valores do diâmetro
basal do tronco, diâmetro da haste produtiva etc, é ainda mais importante que a
temperatura ambiente na formação de frutilhos perfeitos pelo mamoeiro.
4.6. Estruturas Reprodutivas Presentes no Mamoeiro
Após um ano de atingida a maturidade, no cultivo orgânico do ‘Baixinho de
Santa Amália’, verificou-se, em todos os ambientes testados, efeito significativo
(P<0,05) da bifurcação do tronco em relação ao número total de estruturas formadas.
As plantas com tronco bifurcado superaram as plantas não incisadas quanto à
formação de órgãos reprodutivos nos quatro ambientes de cultivo. A maior diferença
ocorreu no ambiente natural, onde as plantas de tronco bifurcado apresentaram 48,7% a
mais de estruturas reprodutivas do que aquelas de tronco único (Tabela 42). No telado,
em contrapartida, a diferença foi a menor entre os modos de condução dos mamoeiros,
situando-se em apenas 11,5%.
123
Tabela 42. Efeitos do tipo de ambiente e da bifurcação artificial do tronco no número
de órgãos reprodutivos (flores normais + flores estaminadas + flores carpelóides +
flores pentandras) por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália, acumulados
durante o primeiro ano em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Estufa
Estufa
Sombreada
Telado
Controle
Média
DMS
CV(%)
Tronco único 329,8b
326,2b 172,1a
213,0b 260,3B
Tronco bifurcado 425,0a
395,4a 191,9a
316,8a 332,3A
Quadrado médio 5121,9
6980,6 1029,8
5264,7
CV(%) 19,0 23,2 17,6 27,4
Efeito do modo de
condução (%) 28,9 21,2 11,5 48,7 27,7
Média 377,4A
360,8A 182,2C
264,9B 296,3 51,8 22,9
Efeito do ambiente
(%) +42,5 +36,2 -31,2 -
*Médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1% de
probabilidade. Em negrito a análise conjunta
Na análise conjunta dos experimentos, nos diferentes ambientes de cultivo,
houve diferença significativa (27,7%) para o número de estruturas reprodutivas,
superior nas plantas com tronco bifurcado.
Ao completar-se um ano de avaliação, verificou-se efeito também significativo
(P<0,01) do ambiente de cultivo em relação a esse parâmetro. A estufa e a estufa
sombreada superaram o ambiente natural em 42,5%, 36,2%, respectivamente. O telado,
ao contrário, foi superado em 31,2% pelo ambiente natural de cultivo com respeito à
formação de órgãos reprodutivos.
Considerando os vários tipos florais (Figura 46) pode-se observar o efeito da
bifurcação do tronco e do ambiente de cultivo na formação de cada um deles durante o
primeiro ano de maturidade em cultivo orgânico.
124
Modo de condução da planta
0
50
100
150
200
250
300
350
Tronco único Tronco
bifurcado
Número total de estruturas reprodutivas
Frutilhos pentândricos
Frutilhos carpelóides
Flores estaminadas
Frutilhos normais
Ambiente de cultivo
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente natural
Número total de estruturas reprodutivas
Frutilhos pentândricos
Frutilhos carpelóides
Flores estaminadas
Frutilhos normais
Figura 46. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de
órgãos reprodutivos (frutilhos normais + flores estaminadas + frutilhos carpelóides +
frutilhos pentândricos) por planta de mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, acumulado
durante o primeiro ano de maturidade em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
A bifurcação artificial do tronco do mamoeiro aumentou o número total de
órgãos reprodutivos. Todavia, este aumento é principalmente devido ao acúmulo de
flores estaminadas, não havendo praticamente influência na formação de flores normais.
Em contrapartida, o menor vigor da haste produtiva, decorrente da incisão apical,
diminuiu a ocorrência de flores carpelóides e pentandras.
Apenas na estufa, o número de flores normais por planta superou o de flores
estaminadas. Ficou evidente que o sombreamento, mormente sob temperaturas mais
elevadas torna-se favorável à ocorrência do fenômeno da estaminação no mamoeiro.
Não obstante ter ocorrido na estufa o maior número de flores carpelóides e
pentândricas, estas anomalias não chegaram a prejudicar o rendimento agronômico das
plantas, comparativamente os demais ambientes de cultivo.
125
Assim, o total de flores carpelóides e pentândricas na estufa, representou cerca
de 33 % do número de flores normais naquele ambiente. Este percentual é superior ao
limite de 10% para tais defeitos, indicado por Marin (2001) e por Costa (2003) como
máximo tolerado nos trabalhos de seleção genética de mamoeiro do grupo ‘Solo’. No
entanto, a produtividade da cv. Baixinho de Santa Amália foi muito além daqueles
obtidos nos outros tratamentos.
Os resultados descritos indicariam que, se o sombreamento artificial das plantas
em estufa fosse efetuado do quarto ao sexto mês de cultivo, quando as plantas já
apresentavam expressivo vigor, possivelmente haveria maior proporção de flores
hermafroditas perfeitas, com o conseqüente aumento da produção comercial.
A julgar pelos dados do presente estudo, a produtividade do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’ não está diretamente ligada à maior ou menor ocorrência de
carpeloidia e pentandria. Na verdade, o elevado número de frutilhos carpelóides e
pentândricos registrados na estufa, serviu como indicativo do bom estado de vigor das
plantas, o que também guarda forte correlação com a formação de flores normais.
Parece imprescindível, contudo, no caso de cultivo em estufa o desbaste de frutilhos
defeituosos.
4.7. Produção de Frutos Comercializáveis
4.7.1. Número de frutos comercializáveis por planta
Para a maioria das colheitas mensais, não houve efeito significativo (P<0,05) do
modo de condução da planta sobre o número de frutos comercializáveis (Tabela 43).
Considerando a média de todas as colheitas ao longo do primeiro ano de produção, a
bifurcação do tronco afetou negativamente este parâmetro de avaliação.
126
Tabela 43. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de frutos comercializáveis por planta de mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 5,4a* 5,8a 9,4a
3,5bc
3,3c 6,2b 5,2 2,8 65,4
Dez/04 12,3a 6,0b 12,4a
11,9a
6,7b 5,7b 2,8 4,1 59,0
Jan/05 10,6a 10,0a 11,3a
11,1a
7,7b 11,1a 1,9 3,3 41,5
Fev/05 10,8a 11,5a 16,7a
15,3a
5,1b 7,5b 4,4 3,9 45,5
Mar/05 9,4a 9,6a 13,3a
13,6a
7,3b 3,7c 3,9 2,6 35,9
Abr/05 7,2a 5,1b 10,4a
6,0b
4,3b 4,0b 4,5 2,3 48,8
Mai/05 7,5a 6,4a 11,5a
5,0b
4,8b 6,6b 6,2 2,8 53,0
Jun/05 3,5a 2,8b 5,6a
2,9b
1,5# 2,6b 5,7 2,1 87,5
Jul/05 5,1a 4,2a 7,9a
2,9b
1,8# 6,1a 5,7 2,5 70,1
Ago/05 5,5a 3,4b 3,9b
2,7b
4,1b 7,0a 5,1 2,2 66,1
Set/05 5,8a 6,4a 7,5a
5,6ab
3,8b 7,4a 2,5 2,4 52,7
Out/05 7,1b
9,4a 12,0a
6,7b
4,3b
10,0a 2,2 2,8 44,8
Média anual
7,5a 6,6b 9,7a
7,3b
4,6c 6,5b 5,2 1,1 20,9
Efeito (%) -
-12,0 +49,2
+12,3
-29,2
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
127
Assim, as plantas sem bifurcação do tronco produziram, em média, ao longo do
primeiro ano 7,5 frutos comercializáveis/planta/mês, enquanto que as de tronco
bifurcado forneceram 6,6 frutos/planta/mês, ou seja, cerca de 12% a menos que as
primeiras.
Na Figura 47 observa-se que a incisão apical das plantas repercutiu sobre o
número de frutos comercializáveis, especificamente no mês de dezembro de 2004.
Modo de condução da planta
0
2
4
6
8
10
12
14
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Número de frutos
comercializáveis/planta
Tronco único Tronco ifurcdo
Figura 47. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre o número de frutos
comercializáveis por planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Nos meses de abril e agosto de 2005, a redução foi mais expressiva para as
plantas com bifurcação do tronco, por conseqüência do alto número de flores
estaminadas registrado cerca de quatro a cinco meses antes.
Apenas no mês de agosto de 2005 no ambiente natural de cultivo ocorreu maior
quantidade de frutos comercializáveis do que na estufa. Assim, considerando as médias
das colheitas ao longo do ano, a estufa (9,7 frutos/planta/mês) foi significativamente,
superior ao ambiente natural (6,5 frutos/planta/mês), o que, por sua vez, se igualou à
estufa sombreada (7,3 frutos/planta/mês). Por outro lado, a produção no telado (4,6
frutos/planta/mês) foi significativamente inferior àquelas registradas no ambiente
natural e na estufa sombreada. No geral, a estufa produziu 49,2% a mais e o telado
29,2% a menos, em comparação ao ambiente natural de cultivo do mamoeiro.
Pela Figura 48 pode-se verificar que as maiores colheitas de frutos
comercializáveis ocorreram nas estufas e no transcorrer do verão, enquanto que as
menores corresponderam ao inverno, principalmente na estufa sombreada, no telado e
no ambiente natural. Isto se deveu, em parte, à questão ligada à estaminação de flores e
seu alto percentual registrado, sobretudo nos ambientes acima citados, cerca de quatro a
cinco meses antecedendo as colheitas.
128
Ambiente de cultivo
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Número de frutos
comercializáveis/planta
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 48. Efeito do tipo de ambiente sobre o número de frutos comercializáveis por
planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção
em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
4.7.2. Peso dos frutos comercializáveis por planta
No primeiro ano de produção, para a maioria das colheitas mensais, não houve
efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta sobre o peso dos frutos
comercializáveis (Tabela 44). As plantas não incisadas, exceção para outubro de 2005,
produziram quantidade superior. Levando em conta a totalidade das colheitas ao longo
do ano, a bifurcação do tronco reduziu significativamente o peso dos frutos
comercializáveis produzidos por planta de mamoeiro.
129
Tabela 44. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o peso dos frutos comercializáveis colhidos por planta de
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 1,48a*
1,50a 2,86a
0,80c
0,70c
1,60b 6,3 0,72 62,9
Dez/04 3,55a
1,48b 4,20a
2,84b
1,57c
1,46c 3,6 1,17 60,9
Jan/05 3,05a
3,05a 3,92a
2,94b
2,07
3,27a 2,5 0,91 39,1
Fev/05 3,71a
3,75a 6,41a
4,41b
1,50#
2,61c 4,2 1,26 53,9
Mar/05 3,10a
3,21a 5,13a
3,79b
2,38c
1,28d 5,8 0,96 39,9
Abr/05 2,48a
1,66b 3,61a
1,63b
1,53b
1,52b 4,8 0,81 50,9
Mai/05 2,54a
2,04a 3,61a
1,31c
1,66c
2,57b 4,9 0,87 50,0
Jun/05 1,03a
0,80b 1,69a
0,73b
0,42#
0,83b 5,9 0,63 111,9
Jul/05 1,66a
1,41a 2,50a
0,88#
0,57#
2,20a 2,5 1,14 139,5
Ago/05 1,73a
1,12b 1,29b
0,81b
1,28b
2,34a 6,8 0,72 66,0
Set/05 1,87a
2,21a 2,65a
1,79ab
1,34b
2,38a 3,1 0,87 56,1
Out/05 2,42b
3,11a 4,34a
2,03bc
1,38c
3,30ab 4,1 1,13 53,7
Média anual
2,39a
2,12b 3,53a
2,00b
1,37*
2,12b 6,2 0,38 22,2
Efeito (%) -
-11,3 +66,5
-5,7
-35,4
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
130
As plantas sem bifurcação do tronco produziram ao longo do primeiro ano de
produção 2,39 kg/planta/mês de frutos comercializáveis, enquanto as bifurcadas
produziram 2,12 kg/planta/mês, ou seja, cerca de 11,3% a menos que as primeiras.
Pela Figura 49, detecta-se que a diferença máxima entre plantas incisadas e não
incisadas, quanto ao peso dos frutos de padrão comercial teve lugar no mês de dezembro de
2004. Em decorrência do menor número de frutos por planta, o peso desses frutos foi o
menor nas colheitas desde abril de 2005 a agosto do mesmo ano, novamente como reflexo
do alto percentual de flores estaminadas, registrado nos quatro a cinco meses anteriores, nas
plantas de tronco artificialmente bifurcado.
Modo de condução da planta
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Frutos comercializáveis (Kg/planta)
Tronco único Tronco bifurcado
Figura 491. Efeito da bifurcação artificial do tronco sobre o peso dos frutos colhidos
comercializáveis por planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro
ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Houve efeito significativo dos ambientes de cultivo em todas as avaliações possíveis
no que diz respeito ao peso dos frutos de padrão de mercado colhidos por planta de
mamoeiro.
De maneira quase invariável, na estufa assinalou-se o maior peso de frutos
comercializáveis produzidos por planta. Apenas em agosto de 2005 no ambiente natural
ocorreu produção superior desses frutos. Considerando as médias das colheitas, ao longo do
prime iro ano de produção, a estufa (3,53 kg/planta/mês) proporcionou produtividade
significativamente mais elevada que o ambiente natural (2,12 kg/planta/mês), o qual, por
sua vez, não diferenciou da estufa sombreada (2,00 kg/planta/mês). no telado (1,37
kg/planta/mês), a produção ficou aquém daquela no ambiente natural de cultivo. Sendo os
valores médios computados, a estufa produziu 66,5% a mais e o telado 35,4% a menos que
o ambiente natural.
Pela Figura 50, pode-se constatar que os maiores pesos em frutos de padrão
comercial colhidos por planta ocorreram, sobretudo na estufa e no transcorrer do verão,
enquanto os menores corresponderam à chegada do inverno.
131
Ambiente de cultivo
0
1
2
3
4
5
6
7
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Frutos comercializáveis (Kg/planta)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 50. Efeito do tipo de ambiente sobre o peso de frutos comercializáveis colhidos por
planta de mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
As quedas de produção no outono e especialmente no inverno devem ser atribuídas
às temperaturas excessivas na floração do mamoeiro, conforme resultados de pesquisas
divulgados (Medina, 1989). Todavia, como na estufa (sempre mais quente) obteve-se
máxima produtividade é possível que outro ou outros fatores venham a atuar no
comprometimento da produção de frutos de padrão comercial, agravando a formação de
flores estaminadas em detrimento das normais, sobretudo em plantas de mamoeiro menos
vigorosas.
Na Figura 51 acham-se os valores relativos ao peso total de frutos comercializáveis
por plantas no transcorrer do primeiro ano de colheita. Cada planta cultivada na estufa
produziu, em média, 42,2 kg, enquanto na estufa sombreada, no ambiente natural e no
telado, colheram-se, respectivamente, 24,0; 25,0 e 16,4 kg por planta.
132
Ambiente de cultivo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Frutos comercializáveis (kg/planta)
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente natural
Figura 51. Peso de frutos de padrão comercial em diferentes ambientes, durante o primeiro
ano de produção orgânica do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’. (Seropédica/RJ,
2004/2005).
De acordo com Giacometti & Ferreira (1988), uma cultivar de mamoeiro do grupo
Solo , com boa capacidade produtiva deveria render entre 15 e 20 kg de frutos de padrão
comercial por planta no primeiro ano de colheita. A produtividade das plantas no telado
situou-se dentro dessa faixa; no ambiente natural e na estufa sombreada situou-se pouco
acima do limite superior; e na estufa ultrapassou largamente esse valor.
Conforme destacam Marin et al. (1995), em cultivo convencional a cv. Baixinho de
Santa Amália, com cerca de 1650 plantas/ha, produz em torno de 50t/ano. Isto representaria
uma produção por planta da ordem de 30,3 kg/ano.
A produção de frutos na estufa sombreada, no telado e no ambiente natural ficou
aquém dos 30 kg/ano. Em contrapartida, a produção obtida na estufa superou em 28,2% o
valor estimado por Marin et al. (1995).
Os resultados demonstraram, portanto, que o sistema orgânico empregado não
deixou a desejar no que diz respeito à produtividade do mamoeiro e apontaram para a
viabilidade do cultivo protegido (estufa) da cv. Baixinho de Santa Amália.
4.8. Ocorrência de Varíola ou Asperisporiose nas Folhas do Mamoeiro
Pelos dados da Tabela 45 observa-se que, independentemente do ambiente de
cultivo, não houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em relação
à incidência da varíola, causada por Asperisporium caricae, lesionando as folhas de
mamoeiro.
133
Tabela 45. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de lesões provocadas por Asperisporium
caricae no folíolo principal da folha-índice
1
do mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
jun/04 18,0a* 15,2a 15,6 18,2 18,1 14,3 2,9 10,4 81,8
jul/04 27,7a 27,4a 23,5b 26,3b 20,8b 39,5a 1,8 10,5 50,2
ago/04 46,8a 46,3a 31,7b 26,6b 57,9a 69,8a 6,7 18,4 51,9
set/04 1,5a 1,3a 1,2ab 1,1b 0,8b 2,4a 1,6 1,3 123,4
out/04 14,2a 12,9a 5,8b 6,1# 19,1a 23,2a 6,5 8,2 98,2
nov/04 7,6a 7,9a 1,8# 2,2# 18,6a 8,5b 1,8 8,8 188,1
dez/04 2,0a 1,9a 0,1# 0,4# 4,7a 2,5b 1,9 2,2 216,9
jan/05 0,3a 0,3a 0,2ab 0,1b 0,6# 0,3a 1,9 0,2 245,3
fev/05 0,2a 0,2a 0,1b 0,0# 0,5a 0,3ab 6,6 0,4 2,84,3
mar/05 0,0a 0,2a 0,0# 0,0# 0,3# 0,1# 9,6 0,4 547,7
abr/05 0,6a 1,0a 0,0# 0,0# 0,1# 3,3# 231,9 1,6 257,3
mai/05 0,0
0,0 0
0
0
0 0,0 0,0 0,0
Média anual
9,9a
9,5a 6,7b
6,8b
11,8a
13,7a 2,2 2,3 31,5
Efeito (%) -
- -51.3
-50.5
-13.7
-
1
Sexta folha ativa, a contar da folha mais nova já aberta; * Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de
condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo
maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente
em razão de heterocedasticidade da variância.
134
A bifurcação do tronco não afetou o nível de incidência da varíola nas folhas do
mamoeiro em qualquer dos ambientes de cultivo estudados.
Com relação aos ambientes, ocorreu heterocedasticidade entre as variâncias dos
tratamentos em diversas épocas de amostragem. Não obstante, houve efeito significativo
(P<0,05) quanto à ocorrência da doença. As médias anuais computadas adequaram-se à
comparação do efeito dos diferentes ambientes de cultivo do mamoeiro sobre o nível de
incidência e severidade da varíola. Esse efeito mostrou-se perceptível dois meses e meio
após o transplantio das mudas, com maior intensidade de ataque da doença nas plantas
cultivadas no ambiente natural.
A partir do mês de junho de 2004, quando a varíola ocorreu de modo mais
severo, as diferenças se intensificaram, separando os ambientes cobertos com plástico
(estufa e estufa sombreada) dos restantes (telado e ambiente natural).
Relativamente ao número de lesões necróticas na folha-índice do mamoeiro, as
médias anuais acusaram reduções, ultrapassando os 50% na estufa e na estufa
sombreada, em comparação ao ambiente natural; já no telado, essa redução situou-se,
apenas, ao redor de 14%. Mesmo no período de máxima incidência da varíola, esses
níveis de redução mantiveram-se proporcionais e acentuados.
Nos três primeiros meses (abril, maio e junho de 2004), pós-transplantio das
mudas, o número de lesões na folha-índice atingiu patamares muito mais altos do que
no restante do período de avaliação, que se estendeu até março de 2005,
independentemente do ambiente de cultivo (Figura 52). As mudas já portavam a doença
antes de transplantadas e este inóculo primário, muito possivelmente, contribuiu para o
surto inicial verificado.
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
Número de lesões de varíola/folíolo da folha-índice
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 52. Efeito do tipo de ambiente sobre o número médio de lesões provocadas por
Asperisporium caricae presentes no folíolo principal da folha-índice do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005).
As leituras referentes à folha-índice caracterizaram-se por valores próximos a
zero em julho de 2004, indicando a significativa influência dos fatores climáticos sobre
a epidemia da doença.
135
Nos meses de agosto, setembro e outubro, as avaliações da doença pela folha-
índice indicaram sua maior ocorrência no telado e no ambiente natural de cultivo. A
partir de novembro/04 a março de 2005, a varíola teve ocorrência desprezível em
todos os ambientes de cultivo do mamoeiro.
O ressurgimento da varíola em agosto de 2004 e sua progressiva diminuição a
partir de setembro do mesmo ano, reforça a indicação da forte influência dos parâmetros
climáticos sobre a doença. Os dados da Tabela 46 revelam que, sobretudo, pluviosidade
e umidade relativa do ar têm efeito condicionante sobre a severidade da doença.
Tabela 46. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas e níveis de
incidência da varíola (n
o
de lesões necróticas) na folha-índice
1
, do mamoeiro ‘Baixinho
de Santa Amália’ em diferentes ambientes de cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005).
Variável Climática
Ambiente
Pluviosidade
Temperatura
ambiente
Amplitude
térmica
U.R. do
ar
Estufa 0,773
**2
-0,357 0,492 0,528
Estufa sombreada 0,810** -0,266 0,519 0,866**
Telado 0,463 -0,428 0,47 0,526
Ambiente natural 0,607* -0,448 0,435 0,607*
1
Sexta folha ativa, a contar da folha mais nova já aberta;
2
correlações baseadas no
confronto mês a mês entre a quantidade de doença e cada fator climático; * valor significativo
pelo teste t a 5% de probabilidade; ** valor significativo pelo teste t a 1% de probabilidade.
A quantificação da varíola pela contagem do número de lesões presentes na
folha-índice, ainda que considerando as complexas variáveis envolvidas, permitiu
concluir que os ambientes protegidos (estufa e estufa sombreada) estabeleceram
microclima favorável ao cultivo do mamoeiro, pelo menos no que diz respeito a esta
doença, que é mantida sob controle apenas com o auxílio de pulverizações de calda
bordalesa (1%), admitidas pelas normas técnicas da agricultura orgânica vigentes no
Brasil.
Os resultados aqui descritos corroboram Adikaram & Wijépala (1995) e
Rezende & Fancelli (1997), os quais postularam que a varíola é mais severa durante
períodos chuvosos e em regiões com prevalência de alta umidade relativa do ar.
Considerando que o desfolhamento prematuro do mamoeiro devido à varíola
pode ser um fator limitante da produtividade, principalmente em sistemas orgânicos, o
cultivo protegido sob cobertura de plástico detém potencial compensatório com respeito
ao investimento adicional requerido.
4.9. Qualidade dos Frutos na Fase de Pós-Colheita
4.9.1. Ocorrência da varíola nos frutos colhidos
4.9.1.1. Número de lesões na superfície do fruto diretamente exposta aos
fatores climáticos
Pela Tabela 47, verifica-se que, independentemente do ambiente de cultivo,
apenas para os frutos colhidos em novembro de 2004 e março de 2005 houve efeito
significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em relação à ocorrência do fungo
Asperisporium caricae. Todavia, considerando as médias anuais, os tratamentos não
136
afetaram significativamente o nível de incidência da varíola nos frutos do mamoeiro por
ocasião do ponto de colheita.
137
Tabela 47. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de lesões provocadas por Asperisporium caricae em
frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, computados na superfície diretamente exposta aos fatores climáticas, durante o primeiro ano de
produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
Nov/04 28,3b
36,4a 34,7ab
40,5a 25,4b
28,6ab 4,8 13,6 55,1
Dez/04 40,8a
36,3a 59,9a
46,8a 28,0b
19,6b 2,4 14,0 47,5
Jan/05 19,7a
21,0a 24,1#
28,4# 21,7a
7,4b 3,6 5,1
101,1
Fev/05 19,0a
20,6a 15,9ab
28,2a 25,3a
9,8b 5,6 10,5 69,8
Mar/05 9,9b
12,6a 8,6b
12,7ab 14,9a
8,8b 4,7 6,4 77,0
Abr/05 4,6a
4,8a 3,0b
3,0b 4,8b
8,2a 3,6 2,7 75,7
Mai/05 3,8a
8,0a 1,0#
0,9# 5,7#
15,9 17,2 -- 120,4
Jun/05 4,6a
4,9a 0,5#
0,4# 6,2#
11,9 10,7 -- 101,9
Jul/05 9,7a
17,2a 1,0#
0,6# 8,9#
43,3 8,1 -- 103,9
Ago/05 16,1a
23,8a 3,4#
1,8# 17,9b
56,7a 1,9 17,7
136,9
Set/05 19,0a
24,6a 4,1#
3,6# 31,3b
48,3a 2,0 14,6
127,7
Out/05 21,7a
24,7a 5,2#
6,0# 28,0b
53,7a 1,4 16,6
116,9
Média 16,4a
19,6a 13,4c
14,4c 18,2b
26,0a 2,8 3,5 25,1
Efeito (%)
-
+
19,5 -48,5
-44,6
-30,0
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
138
No primeiro mês de colheita (novembro/2004) houve expressiva ocorrência da
varíola na meia-face do fruto, mais exposta aos fatores climáticos, principalmente nas
plantas que sofreram bifurcação do tronco.
As análises estatísticas realizadas no transcorrer das seguidas avaliações
mensais, demonstraram heterocedasticidade das variâncias dentro de ambientes de
cultivo. Assim, diversas médias não puderam ser comparadas. Respeitada esta
prerrogativa, fez-se a comparação entre os ambientes, no que se refere à manifestação
espontânea da varíola nos frutos colhidos.
Houve efeito significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo com relação à
ocorrência da doença, em todas as épocas que permitiram comparações.
Inicialmente, como pode ser observado pela Figura 53, houve maior incidência
da doença na estufa e na estufa sombreada, sobretudo nesta última. Posteriormente, a
intensidade da doença foi sendo reduzida em todos os ambientes. Nota-se que, a partir
da estação de outono, houve uma inversão dos resultados, registrando-se maior
quantidade de lesões da varíola nos frutos colhidos no telado e principalmente no
ambiente natural de cultivo do mamoeiro.
Modo de condução da planta
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Número de lesões/meia-face
mais exposta do fruto
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
70
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Número de lesões/meia-face mais
exposta do fruto
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 53. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de lesões provocadas por Asperisporium caricae na meia-face do fruto do
mamoeiro Baixinho de Santa Amália exposta aos fatores climáticos, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
139
Em termos anuais foram computados, respectivamente para estufa e estufa
sombreada médias de 13,4 e de 14,4 lesões por meia-face de cada fruto. Já no telado
foram assinalados, em média, 18,2 lesões por fruto, valor este significativamente
inferior ao do ambiente natural de cultivo (26,0 lesões por fruto).
Assim, tanto estufa quanto estufa sombreada induziram alta redução da varíola
nos frutos do mamoeiro, representando 48,5% e 44,6%, em comparação ao ambiente
natural de cultivo. No telado essa redução foi menos intensa (30,0%), porém ainda
muito expressiva.
4.9.1.2. Número de lesões da varíola na superfície do fruto menos
exposta aos fatores climáticos
Na Tabela 48, observa-se que, independente do ambiente de cultivo, somente
para os frutos colhidos em março de 2005, houve efeito significativo (P<0,05) do modo
de condução da planta quanto ao nível de incidência da varíola na meia-face do fruto
exposta. De modo geral, a bifurcação do tronco não afetou significativamente a
manifestação da doença nos frutos do mamoeiro em ponto de colheita.
140
Tabela 48. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número de lesões provocadas por Asperisporium caricae na
meia-face do fruto do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, menos exposta aos fatores climáticos, durante o primeiro ano de produção em
cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 10,6a* 14,7a 10,3b
7,3b 13,8ab
19,2a 6,8 8,9 93,1
Dez/04 9,2a 12,7a 6,6b
9,7ab 15,0a
12,5ab 6,2 7,7 91,7
Jan/05 6,5a 5,1a 4,8a
4,4a 4,6a
9,4a 5,8 5,0
114,0
Fev/05 7,0a 5,8a 3,7b
6,0b 10,3a
5,7b 3,5 4,0 80,6
Mar/05 3,1b 4,3a 1,9b
2,1b 6,9a
3,8ab 6,5 3,3 116,0
Abr/05 1,9a 1,8a 0,2#
0,6# 2,6b
4,0a 1,9 2,3 203,6
Mai/05 1,1a 1,8a 0,2#
0,3# 1,4b
3,8a 5,4 2,3 251,5
Jun/05 1,4a 1,4a 0,0#
0,1# 1,2#
4,4 18,8 1,5 135,8
Jul/05 3,3a 6,6a 0,4#
0,2# 2,6#
16,7 26,5 6,3 165,2
Ago/05 6,9a 7,8a 0,4#
0,2# 4,4#
24,5 7,4 6,95
123,7
Set/05 8,7a 13,4a 0,7#
1,3# 11,1b
31,0a 5,7 10,2
139,1
Out/05 9,8a 11,1a 0,5#
0,7# 6,9#
33,6 8,2 6,55
82,27
Média anual
5,8a 7,2a 2,5c
2,7# 6,7b
14,0a 6,3 1,6 39,5
Efeito (%) -
+24,1 -82,1
-80,7
-52,1
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
141
Mais uma vez, ocorreu heterocedasticidade entre as variâncias dos experimentos,
fazendo com que diversas médias mensais não pudessem ser comparadas
estatisticamente. Quando possível, fez-se a comparação entre os ambientes de cultivo,
no que se refere à manifestação espontânea da varíola na meia-face de frutos maduros.
Houve efeito significativo (P<0,05) do ambiente em relação à ocorrência da
doença. Desde as primeiras colheitas, como pode ser constatado na Figura 54, verifica-
se maior intensidade da doença nos frutos colhidos no telado e no ambiente natural de
cultivo.
Modo de condução da planta
0
2
4
6
8
10
12
14
16
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Número de lesões da varíola
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
número de lesões da varíola
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 54. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de lesões provocadas por Asperisporium caricae na meia-face do fruto do
mamoeiro Baixinho de Santa Amália, menos exposta aos fatores climáticos, durante o
primeiro ano de cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Com o correr do tempo, a varíola diminuiu em todos os ambientes. A partir de
abril de 2005 (sexto mês de colheita), na estufa e na estufa sombreada os sintomas da
doença na meia-face do fruto, menos exposta aos fatores climáticos, praticamente
desapareceram. Por outro lado, no telado e principalmente no ambiente natural, a partir
de junho de 2005, o nível de incidência da varíola se elevou consideravelmente.
142
Inicialmente, em todos os ambientes de cultivo ocorreram níveis significativos
da doença na meia-face voltada para o tronco do mamoeiro. Maior severidade da varíola
correspondeu aos primeiros meses de colheita no telado e no ambiente natural, talvez
um reflexo da influência do vento na disseminação dos esporos do fungo. Por outro
lado, na estufa e na estufa sombreada a baixa ventilação minimizou a evolução da
doença nas meias-faces menos expostas dos frutos.
Ao final do primeiro ano de colheita foram registradas, respectivamente para
estufa e estufa sombreada, as médias de 2,5 e 2,7 lesões por meia-face de fruto. no
telado (6,7 lesões por meia-face de fruto) a ocorrência da doença foi maior que nas
estufas, porém significativamente inferior ao ambiente natural de cultivo (14,0 lesões
por meia-face de fruto). Assim, os ambientes protegidos: estufa, estufa sombreada e
telado foram capazes de reduzir drasticamente a quantidade de doença nos frutos do
mamoeiro com percentuais respectivos de 82,1%, 80,7% e 52,1% em comparação ao
ambiente natural.
4.9.1.3. Número total de lesões da varíola por fruto
Pela Tabela 49, constata-se que, independentemente do ambiente de cultivo, para
os frutos colhidos nos meses de novembro de 2004 e março de 2005, houve efeito
significativo (P<0,05) do modo de condução da planta sobre o nível de ocorrência de
lesões da varíola nos frutos. Em termos médios, considerando o primeiro ano de
produção, a bifurcação do tronco não afetou significativamente a manifestação da
varíola nos frutos do mamoeiro em ponto de consumo.
143
Tabela 49. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o número total de lesões provocadas por Asperisporium caricae
nos frutos do mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 38,9b 51,0a 45,0a 47,8a 39,2a
47,8a 3,3 16,6 48,5
Dez/04 50,0a 49,0a 66,5a 56,5ab 43,0bc
32,1c 1,6 16,5 43,7
Jan/05 26,2a 26,1a 28,8a 32,9a 26,3ab
16,8b 2,7 10,1 50,7
Fev/05 26,0a 26,4a 19,5b 34,2a 35,6a
15,5b 6,7 12,3 61,4
Mar/05 13,0b 16,9a 10,5b 14,8ab 21,8a
12,6b 6,8 8,3 73,3
Abr/05 6,5a 6,6a 3,2c 3,6c 7,3b
12,3a 4,0 3,3 66,5
Mai/05 4,8a 9,8a 1,2# 1,2# 7,0#
19,8 16,9 -- 118,2
Jun/05 6,0a 6,3a 0,5# 0,5# 7,4#
16,3 12,6 -- 98,0
Jul/05 13,1a 23,8a 1,4# 0,8# 11,5#
60,0 10,3 -- 106,7
Ago/05 23,1a 31,5a 3,8# 2,0# 22,3b
81,2a 2,7 24,6 136,8
Set/05 27,7a 38,0a 4,8# 4,9# 42,4b
79,3a 2,0 23,9 113,2
Out/05 31,5a 35,8a 5,8# 6,7# 34,9b
87,3a 2,5 20,2 95,2
Média anual
22,2a 26,8a 15,9c 17,1c 24,9b
40,1a 3,0 4,0 21,4
Efeito (%) -
-20,7 -60,3
-57,4
-37,9
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
144
De maio a outubro de 2005, ocorreu heterocedasticidade entre as variâncias
dos experimentos. Assim, diversas das médias mensais não puderam ser comparadas.
Respeitada esta prerrogativa, fez-se a comparação entre os ambientes, no que se refere à
manifestação espontânea da varíola nos frutos colhidos.
Houve efeito significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo em relação ao nível
de incidência da doença, em todas as épocas que permitiram comparações. Assim, os
diferentes microclimas proporcionados pelos ambientes, nos quais os mamoeiros foram
cultivados, independentemente do modo de condução da planta, afetaram de uma forma
ou de outra a manifestação da varíola nos frutos.
Nas primeiras colheitas (Figura 55), houve maior intensidade da doença sobre os
frutos colhidos na estufa e na estufa sombreada, superando significativamente o telado e
o ambiente natural de cultivo (Figura 56). Mais tarde, a intensidade da doença se
inverteu e de fevereiro a outubro de 2005 o ambiente natural mostrou quantidade de
varíola que os ambientes protegidos.
Modo de condução da planta
0
5
10
15
20
25
30
Tronco único Tronco bifurcado
Número de lesões de varíola
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Ambiente de cultivo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Número de lesões de varíola
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Figura 55. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
145
Modo de condução da planta
0
10
20
30
40
50
60
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Número de lesões/fruto
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Número de lesões/fruto
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 56. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
número de lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
A partir das colheitas de abril de 2005, a severidade da doença foi sendo bastante
reduzida em todos os ambientes de cultivo, mantendo-se em níveis baixos na estufa e na
estufa sombreada. Por outro lado, no telado e, sobretudo, no ambiente natural a partir de
junho e até outubro de 2005 sua intensidade se elevou consideravelmente.
Ao final do primeiro ano de colheitas mensais, em termos médios, foram
computados, respectivamente para estufa e estufa sombreada 15,9 e 17,1 lesões por
fruto. No telado (24,9 lesões por fruto) houve maior ocorrência da doença do que nas
estufas, sendo, porém, significativamente inferior ao ambiente natural (40,1 lesões por
fruto). Assim, os ambientes protegidos: estufa, estufa sombreada e telado, foram
capazes de desfavorecer consideravelmente a manifestação da varíola nos frutos do
mamoeiro, representando 60,3%, 57,4% e 37,9% de redução comparativamente ao
ambiente natural de cultivo.
Os resultados indicaram, que inicialmente a maior severidade da varíola nos
ambientes mais protegidos (estufa e estufa sombreada) ocorreu em razão do transplantio
de mudas sintomáticas e pela dificuldade de se evitar o molhamento das folhas durante
146
as irrigações. Por outro lado, no telado e no ambiente natural talvez a maior ventilação
tenha diminuído o tempo de molhamento das folhas, interferindo na dinâmica da
doença.
Com a senescência das folhas baixeiras, e o aumento da altura de inserção dos
frutos, a par da chegada de condições macroclimáticas mais propícias à doença (meses
chuvosos), na estufa e na estufa sombreada pôde-se colher frutos menos infectados pela
varíola.
Comparando a ocorrência de varíola entre as meias-faces mais e menos exposta
do fruto, as diferenças foram expressivas. Na estufa, os frutos apresentaram, em média,
81,5% de lesões a mais na face externa; na estufa sombreada 81,2% a mais; no telado
63,2% a mais e no ambiente natural 53,8% a mais.
4.9.1.4. Diâmetro das lesões no fruto
Pelos valores da Tabela 50, nota-se que independentemente do ambiente de
cultivo, para as colheitas de março, maio, julho e agosto de 2005, houve efeito
significativo (P<0,05) do modo de condução da planta em relação à severidade da
varíola, com base no diâmetro das lesões.
147
Tabela 50. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o diâmetro médio das lesões provocadas por Asperisporium
caricae/fruto do mamoeiro Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 3,0a
3,2a 3,4a 3,2ab 3,2ab
2,7b 3,1 0,5 22,2
Dez/04 3,3a
3,7a 3,7ab 3,8a 3,4ab
3,0b 1,7 0,7 26,6
Jan/05 3,1a
3,1a 3,0ab 3,7a 3,0ab
2,8b 2,4 0,7 27,4
Fev/05 4,0a
4,0a 3,5b 4,3ab 4,5a
3,7ab 2,0 0,8 27,8
Mar/05 3,1b
3,5a 2,9b 3,3ab 3,9a
3,1b 3,5 0,7 27,5
Abr/05 2,3a
2,2a 1,7b 1,8b 2,7a
2,7a 5,6 0,8 46,1
Mai/05 1,7b
2,1a 0,9b 1,1b 2,4a
3,0a 1,7 0,8 55,6
Jun/05 1,5a
1,5a 0,4c 0,4c 3,1a
2,3b 3,3 0,6 49,3
Jul/05 1,5b
1,9a 0,8c 0,6c 2,3b
3,2a 2,7 0,7 51,0
Ago/05 2,3b
2,8a 1,6b 1,3b 3,3a
3,9a 2,1 0,6 33,3
Set/05 2,9a
3,0a 1,7c 1,9c 3,5b
4,5a 2,3 0,7 32,2
Out/05 3,3a
3,1a 1,9c 2,3c 3,6b
4,9a 1,1 0,7 30,0
Média anual
2,7b
2,8a 2,1c 2,3b 3,2ab
3,3a 3,3 0,2 10,6
Efeito (%) -
-3,6 -36,4
-30,3
-3,0
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, distintamente para modo de condução da planta e para tipo de ambiente, não diferem entre
si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos
experimentos.
148
As plantas de tronco bifurcado propiciaram condições para uma melhor
colonização da superfície dos frutos pelo fungo a julgar pelo diâmetro das lesões.
Embora significativo, o aumento foi da ordem de apenas 3,6%, o que pouco
representaria em termos de padrão para mercado.
No transcorrer das 12 seguidas avaliações mensais, as variâncias dos
experimentos mostraram-se homogêneas. de-se, portanto, fazer a comparação entre
ambientes de cultivo em todas as épocas do ano, no que se refere à manifestação da
varíola, com base na dimensão das lesões nos frutos maduros.
Houve efeito significativo (P<0,05) dos ambientes de cultivo em qualquer das
épocas de avaliação, quanto ao diâmetro médio das lesões.
Nas primeiras colheitas (Figura 57), registraram-se lesões de diâmetro
aproximado em todos os ambientes. Entretanto, a partir de fevereiro/2005 observou-se
tendência para redução do tamanho dessas lesões, marcadamente, nos casos da estufa e
da estufa sombreada (Figura 58). Do quinto mês de colheita em diante a doença foi
sendo bastante diminuída nos frutos colhidos das duas estufas. No início do inverno
(junho), mesmo nas estufas, os frutos voltaram a apresentar lesões maiores, porém
sempre de dimensões significativamente inferiores àquelas nos frutos colhidos do telado
e do ambiente natural.
149
Modo de condução da planta
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Diâmetro das lesões/fruto(mm)
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
1
2
3
4
5
6
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
Diâmetro das lesões/fruto (mm)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 57. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o
diâmetro médio das lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do
mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo
orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
150
Modo de condução da planta
3,3
3,8
2
2,1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Tronco único Tronco bifurcado
Diâmetro das lesões/fruto(mm)
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Ambiente de cultivo
2,9
3,1
4
3,8
1,4
1,5
2,5
2,9
0
1
2
3
4
5
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Diâmetro das lesões/fruto(mm)
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Figura 58. Efeitos médios da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre
o diâmetro das lesões provocadas por Asperisporium caricae nos frutos do mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005).
Ao final de um ano de colheitas, foram registradas, em média, na estufa e na
estufa sombreada lesões de 2,1 e 2,3 mm, respectivamente. Já no telado e no ambiente
natural os frutos apresentaram lesões maiores (3,2 e 3,3 mm, respectivamente)
indicando condições mais predisponentes à colonização dos frutos por A. caricae.
Assim, a estufa e a estufa sombreada inibiram o parasitismo do fungo,
dificultando a colonização dos frutos do mamoeiro, a julgar pela redução de 36,4% e
30,3% do diâmetro médio das lesões, comparado ao ocorrido no ambiente natural.
Conforme destacaram Rezende & Fancelli (1996), pode-se colher frutos menos
lesionados pela varíola, evitando-se o molhamento dos mesmos, por efeito de irrigações
controladas, o que teve lugar nas estufas com a prerrogativa queda das folhas mais
velhas e com o aumento da altura de inserção dos frutos na planta.
4.9.2. Ocorrência da mancha fisiológica pequena (MFP) nos frutos
Pelos dados apresentados na Tabela 51 depreende-se que, independentemente do
ambiente de cultivo, somente para os frutos colhidos em novembro e dezembro de 2004
151
e janeiro e abril de 2005, houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução do
mamoeiro em relação à ocorrência da mancha fisiológica pequena nos frutos.
Considerando a média relativa ao primeiro ano de produção, esse tratamento influenciou
significativamente a incidência do distúrbio fisiológico.
152
Tabela 51. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a incidência da mancha fisiológica pequena nos frutos do
mamoeiro da Baixinho de Santa Amália durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 0,9a* 0,7b 0,8ab
0,5b 1,0a
0,9ab 2,9 0,5 73,2
Dez/04 1,2a 0,9b 0,8ab
0,9a 1,0a
1,3a 1,6 0,5 71,2
Jan/05 1,1a 0,8b 1,1ab
0,7b 0,8b
1,3a 2,8 0,5 71,8
Fev/05 1,2a 1,0a 1,0a
1,2a 1,1a
1,1a 1,8 0,4 44,6
Mar/05 1,5a 1,4a 1,5a
1,4a 1,3a
1,6a 1,2 0,4 40,6
Abr/05 1,7a 1,6b 1,6b
1,4b 1,5b
2,1a 4,7 0,5 40,3
Mai/05 1,2a 1,2a 1,2ab
0,8b 1,1b
1,6a 3,3 0,4 44,4
Jun/05 1,4a 1,4a 1,2b
1,5ab 1,3ab
1,6a 3,8 0,4 41,3
Jul/05 2,2a 2,2a 2,2a
2,1a 2,3a
2,1a 1,7 0,4 25,7
Ago/05 2,4a 2,4a 2,1b
2,1b 2,6a
2,9a 1,9 0,4 19,3
Set/05 2,1a 2,0a 2,1ab
1,8b 2,0ab
2,3a 1,9 0,5 29,4
Out/05 2,1a 2,1a 2,1a
2,1a 2,1a
2,1a 2,2 0,5 31,5
Média anual 1,6a 1,5b 1,5b
1,4b 1,5b
1,7a 2,2 0,17 14,93
Efeito (%) -
-7,5 -15,0
-20,2
-12,1
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, distintamente para modo de condução da planta e para tipo de ambiente, não diferem entre
si pelo teste de Tukey (P>0,05). QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro dos
experimentos.
153
As plantas com tronco bifurcado desfavoreceram a manifestação da MFP. Esta
redução, embora significativa, foi da ordem de apenas 7,5%, o que possivelmente em
termos de qualidade do fruto para o mercado não represente ganho compensatório.
Na maioria das avaliações mensais realizadas houve efeito significativo (P<0,05)
do ambiente de cultivo em relação ao nível de incidência da MFP. Conseqüentemente,
em termos médios anuais o efeito do ambiente foi significativo. Constatou-se, por outro
lado, que a manifestação da MFP se deu sobretudo na meia-face do fruto mais exposta
aos fatores climáticos (Figura 59).
Modo de condução da planta
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Tronco único Tronco bifurcado
Nota média*/fruto
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Ambiente de cultivo
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Nota média*/fruto
Meia-face mais exposta Meia-face menos exposta
Figura 59. Efeitos médios da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre
o nível de incidência da mancha fisiológica pequena nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho
de Santa Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico
(Seropédica/RJ, 2004/2005). * Escala de notas de severidade da MFP: Zero - ausência
de MFP; um - até 3 MFP por cm
2
; Dois - de 3 a 9 MFP por cm
2
; Três de 9 a 27 MFP
por cm
2
e Quatro = superior a 27 MFP por cm
2
.
Pela Figura 60 constata-se que ocorreu significativa variação da intensidade da
MFP ao longo do ano e entre os ambientes de cultivo, demonstrando a complexidade
que envolve esse fenômeno fisiológico.
154
Modo de condução da planta
0
1
2
3
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Nota média*/fruto
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Nota média*/fruto
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 60. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o nível
de incidência da mancha fisiológica pequena nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de
Santa Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ,
2004/2005). * Escala de notas de severidade da MFP: Zero - ausência de MFP; um - até
3 MFP por cm
2
; Dois - de 3 a 9 MFP por cm
2
; Três de 9 a 27 MFP por cm
2
e Quatro =
superior a 27 MFP por cm
2
.
A incidência da MFP elevou-se à medida que as plantas tornaram-se mais
velhas. No ambiente natural de cultivo, ocorreu a maior intensidade da MFP, superando
de forma significativa aquelas dos ambientes protegidos, sobretudo em relação à estufa
sombreada.
Em termos médios anuais, foram registradas nos frutos colhidos na estufa, estufa
sombreada e telado, respectivamente, as notas 1,5, 1,4 e 1,5, as quais, diferenciaram as
estruturas de proteção do ambiente natural (nota de 1,7). Os ambientes protegidos
parecem ter contribuído para reduzir a incidência do distúrbio fisiológico nos frutos do
mamoeiro, computando-se diferenças da ordem de 15,0%, 20,2% e 12,1%, quando
estufa, estufa sombreada e telado, respectivamente, foram comparados ao ambiente
natural.
A meia-face dos frutos mais exposta aos fatores climáticos, colhidos na estufa,
apresentaram 52,6% mais de MFP do que meia-face menos oposta. Esta situação foi
155
análoga na estufa sombreada (58,8% a mais), no telado (63,1% a mais) e no próprio
ambiente natural (61,9% a mais). Tais diferenças indicaram que fatores climáticos,
como a radiação solar excessiva, podem predispor os frutos ao lesionamento pela MFP.
Os resultados, contudo, não condizem com REIS et al. (2003), os quais encontraram
maior ocorrência de lesões na meia-face do fruto menos exposta ao sol.
Lima (2003), por seu turno, afirmou que a manifestação da MFP tem maior
intensidade em ambientes de alta luminosidade, o que está de acordo com os resultados
presentemente obtidos.
A explicação das possíveis causas da magnitude de ocorrência da MFP é de
difícil interpretação. Talvez, vários fatores de ordem climática ou inerente às plantas
precisam atuar em conjunto para o distúrbio se manifestar.
As correlações constantes das Tabelas 52 e 53 apontaram para a participação,
não somente de parâmetros ambientais, mas ainda de características da própria planta de
mamoeiro, na ocorrência da MFP.
156
Tabela 52. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou características ligadas ao desenvolvimento da planta e do fruto e o
nível da incidência da MFP em diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o primeiro ano de
produção (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Variável
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 Correlação (r)
2
Temperatura máxima -0,07
1)
-0,2 -0,2 -0,1 0,08 -0,1 -0,1 -0,1 -0,02 - - - -0,08
Temperatura média -0,05 -0,2 -0,2 -0,1 0,1 -0 -0,1 -0,1 -0,03 - - - -0,06
Temperatura mínima -0,01 -0,1 -0,1 -0,1 0,16 0,25 0,1 0,19 -0,06 - - - 0,04
Amplitude térmica -0,1 -0,3 -0,3 -0,11 0,05 -0,1 -0,1 -0,1 0,02 - - - -0,11
Luminosidade 0,17 0,73 0,5 0,04 0,12 0,38 0,41 0,08 0,14 0,29 0,24 0,19 0,27**
Umidade relativa do ar -0,27 -0,6 -0,3 0,1 0 -0,1 0 0 0,08 - - - -0,12
Altura da planta -0,02 -0,5 -0,5 0,14 0,05 -0,1 -0,1 0,06 0,04 -0,46 0,02 0,03 -0,11
Diâmetro basal do tronco -0,05 -0,1 -0,1 -0,01 0,04 0,05 -0 -0 0,03 -0,31 0,03 0,03 -0,03
N
o
de folhas emitidas/planta -0,17 -0,3 -0,3 -0,12 -0,01 -0,2 -0,2 -0,1 0,01 -0,24 -0,2 0,06 -0,15
N
o
de folhas presentes/planta
-0,24 -0,2 -0,2 -0,01 -0,15 -0,2 -0,1 -0 0 -0,06 -0,2 -0 -0,12
Área foliar -0,04 -0,3 -0,3 0,14 -0,03 0,02 0 -0,1 -0,18 -0,31 0 -0,1 -0,09
SST (
0
Brix) dos frutos 0,19 -0 0,36 0,16 0,23 0,04 0,32 -0,1 0,08 -0,28 0,27 0,13 0,11
Largura da polpa do fruto 0,2 0,3 -0 -0,02 0 0,27 0,45 0,07 0 0,3 0,21 0,04 0,15
Relação n
o
sementes/g de
fruto -0,09 -0,1 -0,2 -0,11 -0,05 -0,2 -0,3 0,08 0,05 -0,16 -0,2 -0,1 -0,11
Severidade da varíola no
fruto -0,31 -0,3 -0,3 0,07 -0,15 0,18 0,29 -0,1 0,16 0,36 0,11 -0,1 0
1)
Valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
Correlação média anual; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
157
Tabela 53. Coeficientes de correlação linear (r) entre variáveis climáticas ou características ligadas ao desenvolvimento da planta e do fruto e o
nível da incidência da MFP (no mês seguinte), em diferentes ambientes de cultivo orgânico do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
out/04 nov/04 dez/04
jan/05 fev/05 mar/05
abr/05 mai/05
jun/05 jul/05 ago/05 set/05
Variável/Mês de avaliação da
MFP
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05
mar/05
abr/05 mai/05
jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Correlação (r)
2
Temperatura máxima -0,11
1)
-0,16 0,08 -0,09 0,1 -0,4 -0,1 -0,1 0,02 -0,34 -0,11
Temperatura média
-0,1 -0,15 0,09 -0,1 0,1 -0,3 -0,1 -0,1 0,03 -0,32 -0,09
Temperatura mínima
-0,01 -0,14 0,12 -0,11 0,1 0,73 0,28 -0,2 -0,06 -0,22 0,05
Amplitude térmica
-0,13 -0,16 0,05 -0,08 0,1 -0,5 -0,1 -0,1 0,02 -0,38 -0,13
Luminosidade
0,23 0,15 0,3 0,09 0,22 0,73 0,4 0,08 0,28 0,32 0,21 0,14 0,26**
Umidade relativa do ar
-0,31 -0,1 -0,2 0,03 -0,11 0,16 -0,1 0,13 -0,04 -0,23 -0,07
Altura da planta -0,02 -0,09 -0,1 0,14 0,05 -0,5 -0,1 0,06 0,04 -0,46 0,02 0,03 -0,08
Diâmetro basal do tronco
-0,05 -0,04 0,05 -0,01 0,04 -0,1 -0 -0 0,03 -0,31 0,03 0,03 -0,03
N
o
de folhas emitidas/planta
-0,17 -0,22 -0,2 -0,12 -0,01 -0,3 -0,2 -0,1 0,01 -0,24 -0,2 0,06 -0,14
N
o
de folhas presentes/planta
-0,24 -0,18 -0,2 -0,01 -0,15 -0,2 -0,1 -0 0 -0,06 -0,2 -0 -0,12
Compr. do pecíolo da folha-índice
0 -0,09 0,02 0,16 0,03 -0,4 0,01 -0,1 -0,14 -0,35 -0,1 0,01 -0,07
Comp. nerv. princ. da folha-índice
-0,04 -0,06 -0,1 0,14 -0,03 -0,3 0,01 -0,1 -0,17 -0,32 -0 -0,1 -0,08
Comp. da folha-índice
-0,01 -0,09 -0 0,16 0,02 -0,4 0,01 -0,1 -0,16 -0,35 -0 -0 -0,08
Comp. dos entrenós
0,11 0,1 0,04 0,17 0,05 -0,1 0,02 0,12 0,01 -0,17 0,14 -0 0,04
Área foliar
-0,04 -0,06 -0,1 0,14 -0,03 -0,3 0 -0,1 -0,18 -0,31 0 -0,1 -0,08
1)
Valores de correlação linear de Pearson relativos a 96 pareamentos;
2)
Correlação média anual; **r > 0,26 ou < -0,26 = significativo a 1% de
probabilidade.
158
Segundo Oliveira, Lincoln et al. (2005) a radiação luminosa promove um
aumento de temperatura da planta o que afetaria o déficit de pressão de vapor e, em
conseqüência, modularia, indiretamente, o movimento estomático e a atividade
transpiratória. Isto, por sua vez, influenciaria a pressão de turgescência nos vasos
laticíferos e o volume de látex produzido. No caso do mamão, a hipótese mais
consistente é de que, sob estas condições, ocorreria extrusão do conteúdo dos laticíferos
para o tecido subepicárpico (Eloisa et al, 1994), dando origem às lesões da MFP.
As correlações para as épocas em que houve picos de incidência de MFP (março
e agosto de 2005), principalmente no ambiente natural de cultivo, apontaram para um
efeito combinado da luminosidade com temperaturas mínimas, concordando com
Downton (1981). Em contrapartida, discordando deste último autor, fatores como menor
amplitude térmica, idade e vigor da planta induziriam maior severidade da MFP.
Também, ao contrário das conclusões de Lima (2003), em trabalho realizado no
norte fluminense, temperaturas elevadas e maior amplitude térmica tenderam a
desfavorecer a manifestação da MFP. Os estudos associaram maior disponibilidade de
água para a planta (Eloisa et al. (1994) e ocorrência de períodos de baixa temperatura
(Downton, 1981) ao processo de formação de lesões da MFP.
Correlações significativas envolvendo características do desenvolvimento
vegetativo do mamoeiro e nível de incidência da MFP não foram presentemente
verificadas. A menor ocorrência da doença nos frutos de plantas com tronco bifurcado,
provavelmente, foi conseqüência do sombreamento promovido pelo maior número de
folhas/planta.
O teor de sólidos solúveis totais, número de sementes, espessura da polpa e
ocorrência da varíola nos frutos não guardaram qualquer tipo de correlação com a
manifestação da MFP no mamoeiro, sob as condições estudadas.
4.9.3. Ocorrência de frutos deformados
Na estufa e no ambiente natural houve efeito significativo (p<0,05) do modo de
condução da planta sobre a quantidade de frutos deformados ou aplastados, ao longo do
primeiro ano de produção (Tabela 54).
159
Tabela 54. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre a quantidade de frutos deformados por planta de mamoeiro
‘Baixinho de Santa Amália’ durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
* Médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Letras minúsculas seguidas nas colunas referem-se
aos manejos dentro dos ambientes. Letras maiúsculas seguidas na coluna e na linha referem-se, respectivamente, aos efeitos do manejo e dos diferentes
ambientes pela análise conjunta dos experimentos (em negrito). QM1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QM2 = quadrado médio
do resíduo menor dentro dos experimentos. # = médias não comparadas estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
Estufa Estufa Sombreada Telado Ambiente natural Média anual QM1/QM2 DMS CV(%)
Tronco único 7,3a 1,3a 0,3 2,0a 2,7A
Tronco bifurcado 0,92b 0,3a 0,0 0,0b 0,3B
Quadrado médio 16,4 1,9 0,3 2,8
CV (%) 99,3 175,8 337,2 168,6
Efeito (%) -87,4 - - -100
Média anual 4,1# 0,8A 0,2# 1,0A 1,5 1,5 1,1 363,3
Efeito (%) +310 -20 -80 -
160
A bifurcação do tronco do mamoeiro fez diminuir significativamente o número
de frutos deformados. Devido à produção mais baixa, com menor número de frutos em
cada ramo duplicado, não houve registros de deformações, quer no telado quer no
ambiente natural de cultivo. Na estufa sombreada, não houve diferença significativa
entre plantas incisadas e não incisadas quanto à proporção de frutos deformados.
A bifurcação do tronco na estufa reduziu em cerca de 87% a quantidade de
frutos deformados. Estes resultados demonstraram a eficácia dessa prática (incisão da
gema apical) para o mamoeiro Baixinho de Santa Amália.
Na estufa, em que as plantas apresentaram maior vigor e maior produção de
frutos, obviamente, foi também o ambiente onde ocorreu o número mais alto de frutos
deformados. No telado, verificou-se, por outro lado, a valor mínimo de deformação.
4.9.4. Teor de sólidos solúveis totais nos frutos
Pela Tabela 55, constata-se que somente para frutos colhidos em novembro e
dezembro de 2004 e janeiro e abril de 2005, houve efeito significativo (P<0,05) do
modo de condução da plantas em relação ao teor de sólidos solúveis totais. Em termos
anuais, a bifurcação do tronco não afetou significativamente este parâmetro, importante
no que diz respeito à qualidade do mamão.
161
Tabela 55. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o teor de sólidos solúveis totais (
0
Brix) nos frutos do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Mês
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Nov/04 10,1a
9,9b 10,7a
9,3c
10,2b
9,9b 3,2 0,5 6,2
Dez/04 10,1a
9,6b 10,7a
9,0c
9,8b
9,8b 3,8 0,6 8,4
Jan/05 11,6a
10,9b 12,0a
10,7b
10,4b
12,1a 2,5 0,8 9,3
Fev/05 12,2a
11,9a 12,7a
11,4b
11,5b
12,5ab 2,7 0,7 7,1
Mar/05 12,1a
12,4a 12,9#
12,2a
11,7#
12,2a 5,2 1,3 32,4
Abr/05 12,5a
12,1b 13,1a
12,5b
11,4c
12,3b 3,4 0,6 6,9
Mai/05 12,9a
12,9a 13,7a
12,8b
11,9c
13,3ab 2,8 0,6 5,6
Jun/05 12,6a
12,4a 13,3a
12,1b
12,3b
12,2b 2,9 0,5 4,9
Jul/05 11,6a
11,6a 12,2a
11,5ab
10,8#
11,8ab 1,5 0,6 9,1
Ago/05 11,3a
11,2a 12,1a
11,2b
11,2b
10,6b 3,0 0,6 6,8
Set/05 11,1a
11,1a 11,6a
10,6b
11,0b
11,2ab 3,3 0,6 7,0
Out/05 11,1a
11,3a 11,8a
11,0b
10,7b
11,1b 3,5 0,5 6,4
Média anual
11,6a
11,4a 12,2a
11,2c
11,1c
11,6b 1,8 0,3 3,0
Efeito (%) -
-1,7 +5,2
-3,4
-4,3
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referente ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos; # = Média não comparada estatisticamente em razão de heterocedasticidade da variância.
162
Com exceção dos meses de março e junho de 2005, as variâncias dentro dos
experimentos se mostraram homogêneas, o que possibilitou as comparações entre todos
os ambientes de cultivo. Houve efeito significativo (P<0,05) do ambiente em relação
aos teores de sólidos solúveis totais em todas as épocas analisadas.
Na estufa, foram colhidos durante todo o ano, frutos com as maiores médias de
sólidos solúveis totais (12,2
0
Brix), superando o ambiente natural (11,6
0
Brix) em mais
de 5%. Já, na estufa sombreada (11,2
0
Brix) e no telado (11,1
0
Brix) os teores de sólidos
solúveis totais foram os menores.
Maior teor de sólidos solúveis em frutos de mamão produzidos em estufa do que
em ambiente natural foi verificado por Sheen et al (1998). Baixos teores sob telados
foram encontrados por Allan et al. (1987). Por outro lado, Canesin et al. (2003), com a
cv. Baixinho de Santa Amália não verificaram diferenças significativas na comparação
entre telados e ambiente natural, quanto aos teores de sólidos solúveis totais nos frutos
colhidos.
No presente estudo, os valores médios registrados nos frutos colhidos em
qualquer dos ambientes de cultivo situam-se dentro ou acima da faixa de 8,8 a 11,7
0
Brix, indicada por Carvalho et al. (1992) e Fagundes et al. (1999) para mamões do
grupo Solo. Segundo Gayet et al. (1995), os frutos de cultivares do grupo Soloo
recomendáveis para consumo in natura quando apresentam pelo menos 11,5
0
Brix.
Assim, a estufa foi o ambiente que, ao longo do ano, possibilitou colheitas de frutos
atingindo tal patamar de qualidade, o inverso acontecendo no telado e da estufa
sombreada.
Os maiores valores de sólidos solúveis totais nas estufas e no ambiente natural
corresponderam ao mês de maio de 2005, enquanto que no telado ocorreram no mês de
junho de 2005 (Figura 61). Ao final do inverno e início da primavera, em todos os
ambientes de cultivo esses valores foram os menores.
163
Modo de condução da planta
9
9,5
10
10,5
11
11,5
12
12,5
13
13,5
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
SST nos frutos (ºBrix)
Trono únio Trono ifurdo
Ambiente de cultivo
8,5
9,5
10,5
11,5
12,5
13,5
14,5
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
SST nos frutos (ºBrix)
Estufa Estufa sombreada Telado Ambiente natural
Figura 61. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre o teor
de sólidos solúveis totais (
0
Brix) nos frutos do mamoeiro ‘Baixinho de Santa Amália’,
durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
4.10. Medidas pomológicas
4.10.1. Comprimento, largura e relação comprimento/largura do fruto
Pelos dados da Tabela 56, observa-se que nas avaliações correspondentes a
primavera e inverno houve efeito significativo (P<0,05) do modo de condução da planta
para as medidas de comprimento e largura dos frutos No entanto, em termos médios
anuais, se detectaram diferenças significativas entre plantas de tronco único e aquelas de
tronco bifurcado somente quanto ao comprimento dos frutos.
164
Tabela 56. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente sobre as medidas de comprimento e largura dos frutos do mamoeiro
Baixinho de Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Comprimento do fruto
Estação do
ano
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
Verão 11,0a 11,3a 11,4a 10,0b 11,6a 11,7a 3,2 1,0 12,1
Outono 11,2a 11,7a 11,1bc
10,7c 11,6b 12,3a 1,4 0,7 8,0
Inverno 11,4a 11,5a 11,4ab
10,8b 11,8a 11,9a 1,9 0,7 8,0
Primavera 11,2b
11,6a 11,0a
11,3a
11,6a
11,5a 1,9 0,6 7,4
Média 11,2b 11,5a 11,2b 10,7c 11,6ab 11,9a 2,8 0,4 5,7
Efeito % -
2,7 -5,9
-10,1
-2,5
-
Largura do fruto
Estação do
ano
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
Verão 7,5a 7,4a 7,7a 7,4ab 7,2b 7,4ab 1,7 0,4 8,6
Outono 7,3a 7,4a 7,4a 6,6b 7,4b 7,9a 1,8 0,5 9,4
Inverno 7,6b 7,8a 7,7a 7,5a 7,8a 7,9a 4,0 0,6 9,4
Primavera 7,4a
7,4a 7,4a
7,2a
7,6a
7,4a 2,2 0,6 10,9
Média 7,5a 7,5a 7,5a 7,2b 7,5a 7,7a 2,7 0,3 5,4
Efeito % -
0,0 -2,6
-6,5
-2,6
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo,
não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio
do resíduo menor dentro dos experimentos.
165
Das plantas com tronco bifurcado foram colhidos, em média, frutos mais
alongados (11,5 cm) contra 11,2 cm para as plantas de tronco único. Essa diferença foi
da ordem de 2,7%, o que não representaria muito em termos práticos.
Nos frutos colhidos na primavera e no verão, a relação comprimento/largura
(Tabela 57) foi afetada pelo modo de condução a planta. As plantas de tronco bifurcado
apresentaram maior relação, com tendência à formação de frutos com formato mais
alongado. Todavia, em termos médios anuais, não houve efeito do modo de condução
da planta quanto a este parâmetro pomológico.
166
Tabela 57. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na relação:comprimento/largura do fruto do mamoeiro Baixinho de
Santa Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Relação: comprimento/largura do fruto
MANEJO
AMBIENTE
Estação do
ano
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada
Telado
Ambiente
natural QMr1/QMr2
DMS
CV(%)
Verão 1,47b 1,55a 1,48ab 1,36b 1,62a 1,58a 3,4 0,15 13,2
Outono 1,54a 1,59a 1,50a 1,63a 1,56a 1,56a 2,4 0,13 10,9
Inverno 1,50a 1,49a 1,50a 1,45a 1,51a 1,52a 2,2 0,13 11,1
Primavera 1,52b
1,58a
1,51a
1,58a
1,53a
1,57a 3,50 0,12 9,8
Média 1,51a 1,55a 1,50a 1,51a 1,56a 1,56a 1,4 0,09 8,0
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos.
167
Constatou-se efeito significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo em relação ao
comprimento dos frutos durante o ano de experimentação. Os mais compridos no
ambiente natural e telado e os mais curtos na estufa e na estufa sombreada.
Na estufa e na estufa sombreada o comprimento dos frutos do mamoeiro foi
reduzido em 5,9% e em 10,1% comparativamente ao ambiente natural, respectivamente.
Também ocorreu efeito significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo em relação
à largura dos frutos, mas somente para aqueles colhidos no verão e no outono. Nestas
estações do ano, no ambiente natural e na estufa os frutos mostraram-se mais largos do
que na estufa sombreada e no telado.
Não houve efeito significativo do ambiente de cultivo sobre a
relação:comprimento/largura dos frutos. Portanto, de modo geral, o formato dos frutos
da cv. Baixinho de Santa Amália não sofreu maior influência.
Os resultados indicaram que o sombreamento reduz, sobretudo, o comprimento
dos frutos. Este efeito é marcante com respeito aos frutos cujo desenvolvimento teve
lugar nas épocas de maior duração e intensidade da luz solar, ou seja, para as colheitas
realizadas no verão e no outono. Por outro lado, a aumentada largura dos frutos, além da
quantidade de luz, parece ser mais intensamente influenciada em razão direta da
temperatura.
4.10.2. Espessura da polpa dos frutos
Observa-se que em nenhuma das estações do ano houve efeito significativo
(P<0,05) do modo de condução da planta sobre este parâmetro pomológico (Tabela 58).
168
Tabela 58. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na espessura da polpa dos frutos do mamoeiro Baixinho de Santa
Amália, durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Estação do
ano
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
verão 17,2a
17,3a 17,9a
16,6b 17,3ab
17,1ab 2,4 1,3 13,0
outono 16,9a
17,0a 17,0b
14,3c 17,5b
19,0a 2,5 1,3 9,8
inverno 17,8a
19,1a 18,4ab
17,0b 19,1a
19,3a 2,8 1,8 13,0
primavera 18,7a
18,7a 18,4ab
18,1b 18,5ab
19,7a 2,3 1,6 11,2
Média 17,7a
18,0a 17,9a
16,5b 18,1a
18,8a 2,4 0,9 6,4
Efeito (%) -
+1,7 -4,8
-12,2 -3,7
-
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos.
169
Ocorreu efeito significativo (P<0,05) do ambiente de cultivo em todas as épocas
de avaliações sobe a espessura da polpa dos frutos. No outono, a espessura da polpa dos
frutos colhidos no ambiente natural foi superior à dos colhidos na estufa e no telado.
Na estufa sombreada, de forma constante, os frutos apresentaram espessura
menor da polpa. Os frutos colhidos na estufa (17,9 mm de polpa), no telado (18,1 mm) e
no ambiente natural (18,8 mm) foram equivalentes entre si e superiores aos produzidos
na estufa sombreada (16,5 mm).
4.10.3. Número de sementes por fruto
Apenas para os frutos colhidos no verão, houve efeito significativo (P<0,05) do
modo de condução da planta sobre o número de sementes por fruto (Tabela 59). Em
termos médios anuais, não se registrou influência significativa do tratamento quanto a
esta característica dos frutos do mamoeiro.
170
Tabela 59. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no número de sementes por fruto do mamoeiro Baixinho de Santa
Amália, durante o primeiro não de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Estação do
ano
Tronco
único
Tronco
bifurcado
Estufa
Estufa sombreada Telado
Ambiente
natural
QMr1/QMr2
DMS CV(%)
Verão 422,7a
377,1b 456,3a
428,3ab 319,3b
395,7ab 2,0 118,1 38,7
Outono 438,4a
444,9a 466,0a
396,7a 413,2a
490,7a 2,4 102,2 30,3
Inverno 416,1a
417,1a 389,3a
440,0a 440,3a
396,8a 2,5 97,9 30,8
Primavera 307,9a
304,1a 291,6a
301,1a 358,4a
272,9a 1,9 107,8 46,2
Média 396,2a
385,3a 400,8a
390,4a 382,8a
389,0a 3,2 56,6 19,0
* Médias seguidas pela mesma letra nas linhas horizontais, referentes ao modo de condução da planta ou ao tipo de ambiente de cultivo, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P>0,05); QMr1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QMr2 = quadrado médio do resíduo menor dentro
dos experimentos.
171
Em qualquer das épocas de avaliação, as variâncias dentro dos experimentos
mostraram-se homogêneas, quanto à quantidade de sementes por fruto, possibilitando
comparações via análise estatística.
Apenas para os frutos colhidos no verão ocorreu efeito significativo (P<0,05) do
ambiente de cultivo sobre este parâmetro de avaliação. Naquela estação do ano, os
dados da estufa (média de 456,3 sementes/fruto), da estufa sombreada (428,3
sementes/fruto) e do ambiente natural (395,7 sementes/fruto) foram estatisticamente
equivalentes. Os frutos colhidos na estufa continham mais sementes que aqueles
provenientes do telado (319,3 sementes/fruto). No entanto, em termos anuais, os
ambientes de cultivo não interferiram nessa característica pomológica.
Reconhecendo-se que em ambientes protegidos interferência na polinização
cruzada, representando barreira física contra insetos e restringindo a ventilação, os
resultados indicaram o expressivo percentual de autopolinização das flores
hermafroditas do mamoeiro, fenômeno já constatado por Nakasone (1980) e por Marin
(2003).
Na Figura 62, considerando os valores referentes à estufa e ao ambiente natural,
observa-se que os frutos colhidos no outono (abril), ou seja, fecundados 130 a 135 dias
antes tendem a apresentar maior quantidade de sementes. Ao contrário, aqueles colhidos
na primavera (outubro), ou seja, fecundados 150 a 155 dias antes continham menor
quantidade de sementes. Estas observações demonstraram que sob temperaturas mais
elevadas a autopolinização é favorecida.
Modo de condução de planta
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Verão
Outono
Inverno
Primavera
Número de sementes/fruto
Tronco único Tronco bifurcado
Ambiente de cultivo
0
100
200
300
400
500
600
Verão
Outono
Inverno
Primavera
Número de sementes/fruto
Estufa Estufa sombreada
Telado Ambiente natural
Figura 62. Efeitos da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente na
quantidade de sementes por fruto do mamoeiro Baixinho de Santa Amália’, durante o
primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
4.10.4. Peso médio dos frutos
Independentemente do ambiente de cultivo não houve efeito significativo
(p<0,05) do modo de condução da planta sobre o peso médio dos frutos
comercializáveis (Tabela 60).
172
Tabela 60. Efeitos do tipo de ambiente protegido e da bifurcação artificial do tronco e do tipo de ambiente no peso médio dos frutos
comercializáveis do mamoeiro Baixinho de Santa Amália durante o primeiro ano de produção em cultivo orgânico (Seropédica/RJ, 2004/2005).
Estufa Estufa Sombreada Telado Ambiente natural
Média
anual
QM1/QM2 DMS CV(%)
Tronco único 363,2a 276,1a 303,5a 326,7a 317,4A
Tronco bifurcado 366,2a 276,1a 302,1a 325,4a 317,5A
QM do resíduo 1457,8 324,9 1179,2 947,3
CV (%) 10,5 6,5 11,3 9,4
Média anual 364,7A 276,1D 302,8C 326,1B 317,5 4,5 23,9 9,8
Efeito (%) +11,8 -15,3 -7,1 -
* Médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Letras minúsculas seguidas nas colunas referem-se
ao modo de condução da planta. Letras maiúsculas seguidas na coluna e na linha referem-se, respectivamente, ao modo de condução e ao tipo de ambiente de
cultivo pela análise conjunta dos experimentos (em negrito). QM1 = Quadrado médio do resíduo maior dentro dos experimentos; QM2 = quadrado médio do
resíduo menor dentro dos experimentos.
173
Em contrapartida, após um ano de seguidas colheitas semanais, verificou-se efeito
significativo (p<0,05) do ambiente de cultivo em relação ao peso médio dos frutos.
A estufa (364,7g/fruto) superou o ambiente natural (326,1g/fruto), o qual se
diferenciou do telado (302,8g/fruto), que, por sua vez, superou a estufa sombreada
(276,1g/fruto).
Comparativamente ao ambiente natural de cultivo, a estufa proporcionou aumento
de 11,8% no peso médio dos frutos; já o telado e a estufa sombreada, induziram redução de
7,1% e 15,3%, respectivamente.
4.11. Ocorrência de Mancha Anelar
Durante os 28 meses de cultivo monitorado nenhuma planta em qualquer dos
ambientes de cultivo apresentou sintomas do vírus causador desta doença.
Uma das possíveis explicações para tal fato seria o progressivo nível de equilíbrio
biológico, que é notório no SIPA (Fazendinha Agroecológica Km 47) no transcorrer dos 13
anos de sua existência.
Outro aspecto que pode ter contribuído para a não ocorrência da doença foi a
sistemática eliminação das folhas velhas dos mamoeiros em toda área experimental,
sabendo-se que a cor amarela, de acordo com Lazzari & Lazzarotto (2005), atrai os
pulgões vetores do vírus.
174
5. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos pode-se listar como mais relevantes, as seguintes
conclusões sobre:
Ambientes protegidos
1. Ao longo de todo o ano, nas estruturas de proteção cobertas com o plástico
(estufa e estufa sombreada) as temperaturas foram mais elevadas, no telado as
temperaturas foram compatíveis às do ambiente natural de cultivo.
2. A estufa admite 2/3 da luz fotossinteticamente ativa no dossel das plantas; a
estufa sombreada apenas 1/3 e o telado a metade da quantidade de luz.
3. À medida que as plantas vão se desenvolvendo e em dias ensolarados, a umidade
relativa do ar é mais alta no interior de ambas as estufas.
Desenvolvimento das plantas
1. Independentemente do tipo de ambiente de cultivo, plantas hermafroditas estão
aptas à sexagem antes das plantas fêmeas.
2. Nos ambientes cobertos com plástico, as plantas fêmeas apresentam menor velocidade de
sexagem.
3. O tipo de ambiente de cultivo não influencia no tempo transcorrido desde o
transplantio das mudas até sexagem das plantas hermafroditas.
4. Plantas cultivadas em ambientes sombreados têm seus primeiros botões florais
emergidos em altura da planta superior àquelas cultivadas no ambiente natural o
surgimento de flores hermafroditas perfeitas é postergado.
5. Os ambientes protegidos não interferem no número de folhas emitidas por planta ou
no número de nós até a antese da primeira flor hermafrodita perfeita.
6. A primeira flor hermafrodita perfeita só ocorre na axila de folhas principais com 11
lóbulos.
7. As plantas cultivadas na estufa antecipam a floração e, por conseqüência, as
primeiras colheitas de frutos.
8. As taxas mais aceleradas de crescimento em altura da planta são verificadas no
segundo e terceiro meses de cultivo.
9. As taxas mais aceleradas de crescimento em diâmetro basal do tronco ocorrem no
segundo, terceiro e quarto meses de cultivo.
10. O modelo matemático que melhor se adequa ao crescimento da planta em altura e à
emissão foliar é o linear, enquanto que para o crescimento em diâmetro basal do
tronco é o logarítmico.
Modo de condução das plantas
1. A incisão da gema apical, para bifurcação do tronco do mamoeiro permite retardar o
crescimento da planta em altura, o que representa mais tempo para de cultivo sob
estruturas de proteção.
2. A incisão apical reduz o diâmetro basal do tronco.
3. O número de folhas principais emitidas pelas plantas que sofrem o processo de
bifurcação do tronco é maior do que naquelas não incisadas. Todavia, as folhas são
menos desenvolvidas e, conseqüentemente, a área por unidade foliar é reduzida.
4. A ciclagem de folhas (tempo de vida útil), o tempo de embotamento e o tempo
necessário para pleno desenvolvimento dos frutos são mais curtos nas plantas de tronco
bifurcado.
175
5. A bifurcação do tronco do mamoeiro permite diminuir a formação de frutos
pentândricos e carpelóides. No entanto, induz maior número de flores estaminadas e
não na quantidade de frutos perfeitos. Por conseguinte, não há vantagem em termos de
produção comercial para plantas gema apical incisada. Este modo de condução do
mamoeiro ainda influencia negativamente no número e no peso médio de frutos
comercializáveis.
6. Nas plantas de mamoeiro que passam pela bifurcação do tronco há uma expressiva
redução da ocorrência de frutos fisicamente deformados ou aplastados.
7. Frutos colhidos de plantas com o tronco bifurcado são mais compridos, porém com
espessura de polpa, número de sementes e peso médio similares aos de plantas normais
(não incisadas).
Influência do tipo de ambiente de cultivo sobre o desenvolvimento do
mamoeiro
1. Nos ambientes de cultivo cobertos com o plástico o crescimento da planta em
altura é estimulado.
2. O ambiente de cultivo com cobertura exclusiva de plástico favorece o crescimento
das plantas em termos de diâmetro do basal do tronco; já o telado, ao contrário, tem
efeito negativo sobre este parâmetro, tido como balizador da produtividade do
mamoeiro.
3. Os ambientes de cultivo quando protegidos propiciam maior emissão de folhas
principais.
4. O ambiente de cultivo coberto com o plástico acarreta maior número de folhas ativas
(funcionais), folhas de tamanho superior e, conseqüentemente, incremento da área
foliar por planta.
5. O ambiente de cultivo coberto com o plástico sem sombreamento adicional aumenta
o tempo de sobrevida das folhas na planta. Por outro lado, acelera o período de
embotamento e o tempo necessário para o pleno desenvolvimento dos frutos.
6 Nos mamoeiros cultivados sob condições de maior sombreamento o tempo
necessário para pleno desenvolvimento dos frutos é, ao contrário, prolongado.
7. No ambiente coberto apenas com o plástico há um aumento marcante da formação
de frutos pentândricos, carpelóides e fisicamente aplastados. Em contrapartida, as
plantas produzem menor quantidade de flores estaminadas e maior número de frutos
perfeitos, o que é altamente relevante sob o ponto de vista comercial. O número e o
peso dos frutos comerciais produzidos na estufa ultrapassam em, respectivamente, 60%
e 66% aqueles colhidos no ambiente natural de cultivo.
8 Em condições de sombreamento artificial o mamoeiro apresenta menor proporção de
frutos carpelóides e pentândricos. Por outro lado, ocorre maior formação de flores
estaminadas.
9. O ambiente de cultivo, quando apenas telado, afeta negativamente a formação de
frutos de padrão comercial.
10. O ambiente de cultivo coberto com o plástico reduz drasticamente o nível de
incidência e a severidade da varíola nas folhas e nos frutos do mamoeiro.
11. Em ambientes protegidos, sobretudo naquele coberto com plástico, colhem-se
frutos menos acometidos pela mancha fisiológica pequena.
12. O mamoeiro cultivado em condições de sombreamento artificial produz frutos cujo
teor de sólidos solúveis totais é mais baixo, têm menor espessura de polpa, dimensões e
peso inferiores.
176
13. A estufa (cobertura única com o plástico) favorece a produção de frutos com menor
relação comprimento-largura, não afeta o número médio de sementes por fruto, o qual
apresenta maior peso médio e teor mais elevado de sólidos solúveis totais.
177
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme explicitado em diversos dos capítulos do texto, o objetivo principal do
estudo foi o de aquilatar o potencial do cultivo protegido na produção orgânica do
mamão.
Nesse sentido, torna-se de interesse uma série de considerações a respeito, fruto do
acompanhamento diuturno desse cultivo ao longo da experimentação.
As análises estatísticas procedidas indicaram aspectos positivos das estruturas
cobertas com o plástico, em termos de sanidade da planta, capacidade produtiva e vigor
vegetativo. Essas vantagens, do ponto de vista agronômico, foram quantificadas e
discutidas no corpo da tese.
A título de complementação, e visando ao desdobramento de pesquisas, sempre
tendo os agricultores como público-alvo, são a seguir listadas e comentadas algumas
informações julgadas importantes, ainda que não tenham sido objeto de tratamento
estatístico:
1. As estruturas de proteção tipo túnel foram montadas com esteios de
massaranduba e arcos de vergalhão recobertos com tubos de plástico (mangueira preta).
Esses esteios de sustentação podem se substituídos por sabiá ou sansão do campo
(Mimosa caesalpiniaefolia Benth.), ou mesmo pelo eucalipto (Eucalyptus spp.) desde
que submetido a tratamento prévio contra podridões fúngicas ou danos por cupim;
2. A cobertura do solo traz relevantes benefícios, tais como retenção da umidade e
redução da temperatura do horizonte superficial, assim estimulando a biota do sistema
solo-planta. No caso presente, essa cobertura foi assegurada com palha originada da
roçada de grama batatais. Outros materiais podem ser empregados e produzidos in situ,
como por exemplo, palha de leguminosas anuais (crotalárias, mucunas etc) cultivadas
em rotação com o mamoeiro. Coberturas vivas com leguminosas perenes e de hábito
rasteiro, como o amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & W.C. Gregory) ou o
estilozante (Stylosantes ssp.) poderiam ser testados para a mesma finalidade;
3. Irrigação por gotejamento não parece se a mais indicada, pois cria condições
favoráveis ao confinamento do sistema radicular do mamoeiro. Por outro lado, é
imprescindível evitar-se o molhamento de folhas e frutos, durante as irrigações, para
controle da varíola. O uso de microaspersores ou mesmo da mangueira plástica seriam
mais indicadas, inclusive por viabilizar a cobertura viva do solo com leguminosas ou,
como opção de renda extra, o cultivo intercalar de espécies de porte baixo;
4. Após o ‘pegamento’ das mudas transplantadas do mamoeiro e seu crescimento
inicial, torna-se possível o cultivo de várias espécies de ciclo rápido na estufa, cuja
escolha irá depender das condições climáticas da cada região. Hortaliças folhosas,
condimentos, espécies ornamentais (flores de corte), morangueiro, plantas medicinais
etc. poderiam fazer parte do sistema, inferindo maior renda e contribuindo para
otimizar custos. À medida que os mamoeiros sombreassem o ambiente abaixo do
dossel, espécies tolerantes como a taioba (Colocasia antiquorum Schott.) ou a bertalha
(Basella rubra L.) poderiam ser cultivadas em sucessão;
5. Mesmo com o emprego de tela anti-afídica não foi possível evitar o ingresso de
pragas nas estruturas de proteção. A dificuldade reside na freqüente entrada e saída do
pessoal responsável pelo cultivo, além de fendas e pequenas aberturas sempre presentes
em túneis construídos de forma rústica. No estudo aqui relatado, foram adotadas
medidas de controle, com base em pulverizações periódicas. Assim, tratamentos com
calda sulfocálcica a 1% + óleo de sementes de nim (Azadiracta indica A. Juss,) a 0,5%
178
foram suficientes para satisfatório controle de danos causados pelo ácaro, pela mosca
branca e pela cigarrinha verde. Quanto à varíola, além do controle proporcionado pelo
ambiente mais seco da estufa e pelo não molhamento de folhas e frutos, a calda
bordalesa (1%), adicionada de leite bovino integral (5%) foi aplicada a intervalos
regulares, em caráter preventivo;
6. Para expansão do cultivo orgânico do mamoeiro em ambiente protegido haverá
necessidade de se instaurar um programa de melhoramento genético-específico. Esse
programa deverá buscar a reunião de características como porte baixo, padrão
comercial dos frutos (formato, tamanho e consistência), tolerância aos efeitos
fitotóxicos de insetos-pragas, a par da capacidade produtiva.
179
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