O uso de Kluyveromyces marxianus na biorremediação de soro de queijo proveniente
de resíduos da indústria alimentícia é muito viável, devido ao fato desta espécie produzir β-
galactosidase, enzima fundamental na hidrólise da lactose, em galactose e glicose, açúcares
rapidamente metabolizáveis pela levedura (OHTA et al., 1998). Alguns trabalhos vem sendo
realizados utilizando-se esta levedura na produção de extratos de levedura, produção de
aromas, realçadores de aromas e enzimas (REVELLION et al., 2000).
1.5. Panorama Atual da Indústria de Laticínios no País
(dados coletados do Anuário Milkbizz 2001/2002)
No Brasil, o segmento de laticínios é o mais expressivo da indústria de alimentos. Em
2001, o setor obteve um faturamento da ordem de US$ 8,00 bilhões, correspondentes a 1,59%
do PIB nacional, de US$ 504 bilhões, e a 16,78% das vendas totais das indústrias de
alimentos do País, estimadas em US$ 47,67 bilhões. O Brasil é o sexto produtor mundial de
leite, sendo sua produção em 2002 da ordem de 21,1 bilhões de litros, volume que representa
4,2% da produção mundial, que foi de 499,1 bilhões de litros. Em 2002, a produção de leite
da América Latina foi de 140,6 bilhões de litros e esse volume representou cerca de 28,2% do
total mundial.
Os países que lideraram a produção de leite foram: Estados Unidos da América –
53,4%; Brasil – 15,0%; México - 6,8%; Argentina – 5,8%; Canadá - 5,8%; Colômbia -4,1% e
os demais – 9,10%. Se considerada somente a produção dos países que fazem parte do
Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), a participação brasileira representa 67,9%
do total. Em 2002, estima-se que cerca de 37,3% do leite produzido no Brasil foram
consumidos e/ou processados sem a fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF),
demonstrando a existência de muitas indústrias que operam na ilegalidade. Esse índice já foi
muito maior, mas para um país que deseja competir no mercado internacional, a porcentagem
ainda é muito grande. Em Minas Gerais, possivelmente, a situação seja até pior, devido a sua
tradição na produção dos chamados queijos artesanais, produzidos sem inspeção do
Ministério da Agricultura ou do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Segundo as informações do Ministério da Agricultura, a capacidade instalada da
indústria de laticínios brasileira, em abril de 2001, apresentava a seguinte caracterização: mais
de 500 mil litros/dia - 1,01%; de 300 a 500 mil litros - 1,01%; de 100 a 300 mil litros - 3,25%;
de 50 a 100 mil litros - 3,85%; de 20 a 50 mil litros - 18,46%; de 10 a 20 mil litros - 17,49%;