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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
TESE DE DOUTORADO
AVALIAÇÃO DO DANO OXIDATIVO E FUNÇÃO CARDIOVASCULAR
EM
DIFERENTES MODELOS DE HIPERHOMOCISTEINEMIA: PAPEL
PROTETOR DO FOLATO E DO ESTROGÊNIO
JAQUELINE BARP
ORIENTADORA: DRA. ADRIANE BELLÓ-KLEIN
PORTO ALEGRE, 2007
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
AVALIAÇÃO DO DANO OXIDATIVO E FUNÇÃO CARDIOVASCULAR
EM
DIFERENTES MODELOS DE HIPERHOMOCISTEINEMIA: PAPEL
PROTETOR DO FOLATO E DO ESTROGÊNIO
JAQUELINE BARP
ORIENTADORA: DRA. ADRIANE BELLÓ-KLEIN
TESE APRESENTADA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS: FISIOLOGIA, DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICA DA SAÚDE DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, COMO REQUISITO PARCIAL
PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
DOUTOR.
PORTO ALEGRE, 2007
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3
“A VIDA É UMA PEÇA DE TEATRO QUE NÃO PERMITE
ENSAIOS
...
POR ISSO, CANTE, RIA, DANCE, CHORE, AME E VIVA
INTENSAMENTE CADA MOMENTO DA SUA VIDA
...
...ANTES QUE A CORTINA SE FECHE E A PEÇA TERMINE
SEM APLAUSOS
.”
CHARLES CHAPLIN
4
DEDICO ESTE TRABALHO A MINHA FILHA,
BIANCA, A MAIOR E MELHOR REALIZAÇÃO DA
MINHA VIDA
, POR TORNAR TODOS OS DIAS
MUITO MAIS COLORIDOS
.
5
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profª Adriane Belló Klein, pela orientação,
pelo carinho, pela paciência, pela atenção e por toda sua confiança em
mim e no meu trabalho;
À Profª Ângela Wyse, pela colaboração nos protocolos utilizados
neste trabalho;
À Tânia, por estar sempre disposta e pronta para ajudar, e que
muito me ajudou na realização dos experimentos;
Aos colegas Paulo e Rafael pela grande ajuda, e companhia, nos
finais de tarde no laboratório fazendo o registro dos animais;
Às colegas da bioquímica Siomara e Cristiane pela colaboração no
tratamento dos animais;
Às colegas e amigas Helena, Roberta e a Júlia pela grande
colaboração na realização dos experimentos.
À minha colega e amiga Patrícia Bianchi, pelos finais de semana
no laboratório, pelas jantas no Bourbon, pela companhia e ajuda nos
experimentos.
A todos os amigos e colegas (e ex-colegas) do laboratório pelos
momentos de descontração, conversas, cafezinhos, enfim por tornarem
os dias mais agradáveis e menos cansativos;
Às minhas grandes amigas Lucila e Maristela por todos os bons
momentos e o apoio sempre que necessário;
6
À minha família, em especial a minha mãe, por todo o apoio e
amor que sempre me dedicou;
À minha sogra, por emprestar a casa e cuidar da Bianca para que
eu pudesse terminar o doutorado;
Ao meu marido, Eduardo, pelo apoio, paciência e ajuda, o meu
amor e o mais sincero agradecimento por tudo que já passamos juntos;
Por fim, gostaria de agradecer ao PPG - Fisiologia, à UFRGS e ao
CNPq por todo apoio e infra-estrutura para o desenvolvimento desta
tese.
7
SUMÁRIO
INDÍCE DE REAÇÕES........................................................................... 9
INDÍCE DE FIGURAS ......................................................................... 10
INDÍCE DE TABELAS ......................................................................... 12
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................. 13
ABSTRACT......................................................................................... 14
RESUMO............................................................................................ 16
1. INTRODUÇÃO................................................................................ 18
1.1 ESPÉCIES ATIVAS DE OXIGÊNIO ........................................................... 18
1.1.1 ESTRESSE OXIDATIVO E NITROSATIVO ............................................. 20
1.1.2 S
ISTEMAS DE DEFESA ANTIOXIDANTE............................................... 22
1.2 ESTROGÊNIOS ................................................................................ 25
1.2.1 ESTROGÊNIOS COMO ANTIOXIDANTES .............................................. 26
1.2.2 E
FEITOS DOS ESTROGÊNIOS SOBRE DOENÇAS CARDÍACAS...................... 27
1.2.3 Ó
XIDO NÍTRICO E ESTROGÊNIO...................................................... 30
1.3 HOMOCISTEÍNA ............................................................................... 31
2. HIPÓTESE ..................................................................................... 38
3. OBJETIVO GERAL.......................................................................... 38
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................... 38
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................ 40
4.1 ANIMAIS ....................................................................................... 40
4.2 P
ROTOCOLOS EXPERIMENTAIS ............................................................. 40
4.3 C
OLETA DE SANGUE ......................................................................... 43
4.4 S
ACRIFÍCIO DOS ANIMAIS E PREPARAÇÃO DOS HOMOGENEIZADOS.................. 43
4.5 C
ASTRAÇÃO (OVARIECTOMIA) ............................................................. 44
4.6 R
EGISTRO DA PRESSÃO ARTERIAL......................................................... 44
4.6.1 CANULAÇÃO ARTERIAL................................................................. 44
4.6.2 R
EGISTRO E PROCESSAMENTO DE SINAL ............................................ 45
4.6.3 R
EGISTRO DAS PRESSÕES VENTRICULARES ESQUERDAS......................... 46
4.7 DOSAGEM HORMONAL ....................................................................... 47
4.8 Q
UANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS ........................................................... 48
4.9 A
NÁLISE DE NITRITOS+NITRATOS (NOX)............................................... 48
4.10 Q
UIMILUMINESCÊNCIA (QL).............................................................. 48
4.11 S
UBSTÂNCIAS REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO (TBARS) ................... 49
4.12 A
NÁLISE DE CARBONILAS ................................................................. 50
4.13 C
APACIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL (TRAP) .......................................... 50
4.14 G
LUTATIONA S-TRANSFERASE (GST)................................................... 51
4.15 G
LUTATIONA PEROXIDASE (GPX)........................................................ 52
4.16 S
UPERÓXIDO DISMUTASE (SOD)........................................................ 53
4.17 C
ATALASE (CAT)........................................................................... 53
4.18 A
NÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................... 54
8
5. RESULTADOS ................................................................................ 55
5.1 EXPERIMENTO 1:............................................................................. 55
5.2 E
XPERIMENTO 2:............................................................................. 58
5.3 E
XPERIMENTO 3:............................................................................. 62
5.3.1 CORAÇÃO:............................................................................... 65
5.3.2 A
ORTA: .................................................................................. 73
5.3.3 E
RITRÓCITOS: .......................................................................... 74
5.4 EXPERIMENTO 4:............................................................................. 78
5.4.1 CORAÇÃO:............................................................................... 80
5.4.2 F
ÍGADO: ................................................................................. 89
6. DISCUSSÃO................................................................................... 97
6.1 EXPERIMENTO 1:............................................................................. 97
6.2 E
XPERIMENTO 2 .............................................................................. 99
6.3 E
XPERIMENTO 3 .............................................................................101
6.4 E
XPERIMENTO 4 .............................................................................108
7. CONCLUSÃO................................................................................ 114
8. REFERÊNCIAS ............................................................................. 115
ANEXO 1 - ARTIGO.......................................................................... 131
9
INDÍCE DE REAÇÕES
Reação 1: Formação das EAO, a partir da redução do O
2
................................... 19
Reação 2: Reação de Fenton............................................................................... 20
Reação 3: Reação de Haber – Weiss .................................................................. 20
Reação 4: Dismutação do radical superóxido pela SOD...................................... 22
Reação 5: Decomposição do peróxido de hidrogênio pela catalase.................... 23
Reação 6: Redução de hidroperóxidos (ROOH) pela glutatina peroxidase (GPx),
formando glutationa oxidada (GSSG) e regeneração da glutationa reduzida
(GSH) pela glutationa redutase (GR). .............................................................. 23
Reação 7: Exemplo de reação de detoxificação do cloro dinitrobenzeno (CDNB)
através da glutationa S-transferase (GST)....................................................... 24
Reação 8: Reação de redução de dissulfetos de glutationa e peróxido de
hidrogênio através do sistema tiorredoxina...................................................... 25
Reação 9: Exemplo de reação global de oxidação .............................................. 35
10
INDÍCE DE FIGURAS
Figura 1: A -Estrutura do 17 -estradiol. B -Ciclo antioxidante do 17 -estradiol . 27
Figura 2: A -Formação da Hcy. B -Mecanismo de geração de EAO pela Hcy ..... 33
Figura 3: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência em homogeneizado
cardíaco. .......................................................................................................... 56
Figura 4: Atividade da Catalase em homogeneizado cardíaco. ........................... 56
Figura 5: Atividade da SOD em homogeneizado cardíaco.................................. 57
Figura 6: Atividade da GST em homogeneizado cardíaco....................................57
Figura 7: Lipoperoxidação avaliada por TBARS em homogeneizado cardíaco. .. 59
Figura 8: Análise de carbonilas em homogeneizado cardíaco ............................. 59
Figura 9: Atividade da catalase em homogeneizado cardíaco ............................. 60
Figura 10: Correlação entre TBARS e atividade da catalase homogeneizado
cardíaco ........................................................................................................... 61
Figura 11: Atividade da SOD em homogeneizado cardíaco................................. 61
Figura 12: Atividade da GST em homogeneizado cardíaco ................................. 62
Figura 13: Dosagem de 17 -estradiol em plasma............................................... 64
Figura 14: Nitratos+Nitritos em homogeneizado cardíaco.................................... 65
Figura 15: Correlação entre os níveis de NOx e pressão arterial média em
homogeneizado cardíaco................................................................................. 66
Figura 16: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência em homogeneizado
cardíaco ........................................................................................................... 67
Figura 17: Correlação entre quimiluminescência e pressão arterial média em
homogeneizado cardíaco................................................................................. 68
Figura 18: Análise de carbonilas em homogeneizado cardíaco ........................... 69
Figura 19: Análise do TRAP em homogeneizado cardíaco................................. 70
Figura 20: Atividade da GST em homogeneizado cardíaco ................................ 70
Figura 21: Correlação entre quimiluminescência e a atividade da GST em
homogeneizado cardíaco................................................................................. 71
Figura 22: Atividade da GPx em homogeneizado cardíaco ................................. 72
Figura 23: Atividade da GST em homogeneizado de aorta...................................73
Figura 24: Atividade da GPx em homogeneizado de aorta...................................74
Figura 25: Nitratos+Nitritos em plasma ................................................................ 75
11
Figura 26: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência em eritrócito......... 76
Figura 27: Atividade da GST em eritrócito ........................................................... 77
Figura 28: pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) ................... 79
Figura 29: Nitratos+Nitritos em homogeneizado cardíaco.................................... 80
Figura 30: Correlação entre PDFVE e a NOx em homogeneizado cardíaco.........81
Figura 31: Lipoperoxidação avaliada por TBARS em homogeneizado cardíaco . 82
Figura 32: Correlação entre TBARS e PDFVE em homogeneizado cardíaco...... 83
Figura 33: Análise de carbonilas em homogeneizado cardíaco ........................... 84
Figura 34: Atividade da GST em homogeneizado cardíaco ................................. 85
Figura 35: Atividade da GPx em homogeneizado cardíaco ................................ 86
Figura 36: Correlação entre TBARS e a atividade da GPx em homogeneizado
cardíaco ........................................................................................................... 87
Figura 37: Atividade da SOD em homogeneizado cardíaco................................. 88
Figura 38: Atividade da catalase em homogeneizado cardíaco ......................... 889
Figura 39: Nitratos+Nitritos em homogeneizado hepático.....................................90
Figura 40: Lipoperoxidação avaliada por TBARS em homogeneizado hepático. 91
Figura 41: Análise de carbonilas em homogeneizado hepático ........................... 92
Figura 42: Atividade da GST em homogeneizado hepático ................................ 93
Figura 43: Atividade da GPx em homogeneizado hepático................................. 94
Figura 44: Atividade da SOD em homogeneizado hepático................................. 95
Figura 45: Atividade da catalase em homogeneizado hepático ........................... 96
12
INDÍCE DE TABELAS
Tabela 1: Pressão arterial média (mmHg) e freqüência cardíaca (bpm).............. 64
Tabela 2: Enzimas SOD e Catalase em homogeneizado cardíaco...................... 72
Tabela 3: Enzimas SOD e Catalase em sangue ................................................. 77
Tabela 4: PDFVE (mmHg), PSVE (mmHg), +dP/dt (mmHg/s), -dP/dt (mmHg/s),
FC (bpm) e HC (mg/g) ..................................................................................... 79
13
LISTA DE ABREVIATURAS
ATP – adenosina trifosfato
CAT - catalase
DNA – ácido desoxirribonucléico
+dP/dt - derivada positiva
-dP/dt - derivada negativa
EAN – espécies ativas de nitrogênio
EAO - espécies ativas de oxigênio
EO – estresse oxidativo
FC - freqüência cardíaca
GABA – ácido -aminobutírico
GPx - glutationa peroxidase
GR - glutationa redutase
GSH - glutationa reduzida
GSSG - glutationa oxidada
GST - glutationa S-transferase
Hcy – homocisteína
HHcy –hiperhomocisteinemia
LDL - lipoproteínas de baixa densidade
LPO - lipoperoxidação
NADPH – nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato
NO - óxido nítrico
NOS – óxido nítrico sintase
NOx – metabólitos do NO
PAM - pressão arterial média
PDFVE - pressão diastólica final no ventrículo esquerdo
PSVE - pressão sistólica ventrículo esquerdo
QL - quimiluminescência
RL – radicais livres
SOD - superóxido dismutase
TBARS - substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
TRAP - capacidade antioxidante total
TrxR - tioredoxina redutase
14
ABSTRACT
It is known that high concentrations of homocysteine (Hcy) are associated
with the increase of risk of cardiovascular disease and of cellular damage caused
by the formation of reactive oxygen species (ROS). It is also known that the
estrogen acts as a non enzymatic antioxidant involved in cardiovascular
protection. In this work we evaluated the effect of homocystinuria on myocardial
oxidative stress parameters, and the effect of hyperhomocysteinemia (HHcy) on
the same parameters and also on hemodynamics in rats with and without
estrogen.
Four experiments were performed. In experiment number one, sixteen
animals were divided in 2 groups (n=8/group): control and Hcy. These animals
received chronic treatment from the 6
th
to the 28
th
day of life with increasing doses
of Hcy and were killed one hour after the last dose. In the second experiment,
thirty rats were divided into four groups: Saline (n=8); Folate (n=6); Hcy (n=9) and
Folate+Hcy (n=7). These animals had received folic acid and/or Hcy from the 6
th
to
the 28
th
day of life and had been killed with 80 days of life. In the third experiment,
fourty eight animals were divided in 6 groups (n=8/group): NAIVE; NAIVE+Hcy;
Sham; Sham+Hcy; castrated and castrated+Hcy. These animals were castrated in
the 50
th
day of life and, after one week, they received an acute treatment with Hcy
for 72 hours at each eight hours and were killed one hour after the last dose. In the
fourth experiment, thirty two animals were divided into four groups (n=8/group):
control, castrated, methionine and castrated+methionine. These animals had been
castrated in the 70
th
day of life, and received methionine in drinking water for 30
days and were killed at the end of treatment.
In the homocystinuria model (experiment number one), there were no signs
of alterations in lipid peroxidation (LPO) in 28 day rats. However, antioxidant
enzyme activities of SOD and GST were increased in Hcy group. As this is a
chronic treatment, probably these enzymes are increased to minimize the
oxidative damage caused by Hcy. In the second experiment, the effect of the
homocystinuria was evaluated in animals with 80 days. It was observed an
increase in LPO in the animals that had received Hcy, but it returned to control
values with folate administration. The reduction of LPO in the presence of folate
confirms its capacity of minimize the damage caused by Hcy. We also observed
15
reduction in the enzyme activities of GST and catalase in the animals receiving
Hcy, which also returned to the control values with the administration of folate. It is
possible that Hcy increases the hydrogen peroxide concnetration in the
myocardium of these animals. From the results obtained, we can suggest that the
levels of Hcy can be reduced with folate, since high doses of folate had
significantly reduced the levels of oxidative stress caused by Hcy. In the acute
model of HHcy (experiment number three), myocardial oxidative stress increased
due to the administration of Hcy in the group without estrogen. This result has a
positive correlation with mean arterial pressure (MAP), that is, the higher LPO, the
higher MAP. This effect was not observed in groups with physiological estrogens
levels. It is possible that these findings are related to the antioxidant protection
offered by estrogen. Moreover, we observed a reduction in the activity of GST in
the group castrated+Hcy, which can be contributing for the oxidative damage
observed. In the HHcy model caused by the consumption of methionine
(experiment number four), we observed an increase in LVEDP in group
castrated+methionine. This result has a negative correlation with the nitric oxide
metabolites (Nox) showing that the animals that had an increased ventricular
diastolic pressure had presented lesser NO bioavailability. In this model we also
observed an increase in the myocardial oxidative stress due to the administration
of methionine in the group without estrogen. This result has a positive correlation
with LVEDP, that is, the animals with enhanced LPO also presented high
ventricular diastolic pressure, indicating a possible participation of oxidative stress
in ventricular dysfunction. These animals also presented an increase in the
activities of GST and GPx in group castrated+methionine, suggesting that chronic
treatment with methionine leads to an adaptation of the enzymatic antioxidant
system in the absence of the estrogen.
KEY WORDS: homocysteine, estrogen, antioxidant enzymes, oxidative damage,
methionine.
16
RESUMO
Sabe-se que concentrações elevadas de homocisteína (Hcy) estão
associadas com o aumento do risco de doenças cardiovasculares e com o dano
celular causado pela formação das espécies ativas de oxigênio (EAO). Sabe-se
também que o estrogênio atua como antioxidante não enzimático envolvido na
proteção cardiovascular. Foram objetivos deste trabalho avaliar o efeito da
homocistinúria sobre parâmetros de estresse oxidativo em tecido cardíaco; e
avaliar o efeito da hiperhomocisteinemia (HHcy) sobre parâmetros de estresse
oxidativo e hemodinâmicos em ratas com e sem estrogênio.
Este trabalho foi divido em 4 experimentos. No experimento 1 foram
utilizados 16 animais divididos em 2 grupos (n= 8/grupo): controle e Hcy. Estes
animais receberam tratamento crônico do dia ao 28° dia de vida com doses
crescentes de Hcy e foram mortos 1 hora após a última dose. No experimento 2
foram utilizados 30 ratos, divididos em 4 grupos: Salina (n=8); Folato (n=6); Hcy
(n=9) e Folato+Hcy (n=7). Estes animais receberam ácido fólico e/ou Hcy do 6° ao
28º dias de vida e foram mortos aos 80 dias de vida. No experimento 3, foram
utilizados 64 animais divididos em 6 grupos (n= 8/grupo): NAIVE; NAIVE+Hcy;
Sham; Sham+Hcy; castrada e castrada+Hcy. Estes animais foram castrados no
50° dia de vida e, após uma semana, receberam tratamento agudo com Hcy de 8
em 8 horas por 72 horas e foram mortos 1 hora após a última dose. No
experimento 4, foram utilizados 32 animais divididos em 4 grupos (n= 8/grupo):
controle, castrado, metionina e castrado+metionina. Estes animais foram
castrados no 70° dia de vida, receberam metionina na água de beber por 30 dias
e foram mortos logo após o final do tratamento.
No modelo de homocistinúria (experimento 1), não foram observadas
alterações na lipoperoxidação (LPO) cardíaca nos ratos com 28 dias. No entanto,
as atividades das enzimas antioxidantes SOD e GST estavam aumentadas no
grupo Hcy. Como este é um tratamento crônico, provavelmente estas enzimas
estão aumentadas de forma a minimizar o dano oxidativo causado pela Hcy.
no experimento 2, avaliou-se o efeito da Hhcy a longo prazo, em animais com 80
dias. Houve aumento na LPO dos animais tratados com Hcy que foi previnida com
a administração de folato. A redução da LPO na presença do folato confirma sua
capacidade de minimizar o dano causado pela Hcy. Observamos ainda a
17
diminuição na atividade das enzimas GST e catalase nos animais tratados com
Hcy o que resultaria em aumento da concentração de peróxido de hidrogênio no
tecido cardíaco. O tratamento com folato previniu a atividade das enzimas
antioxidantes. A partir dos resultados encontrados, podemos sugerir que os níveis
de Hcy podem ser reduzidos com folato, uma vez que altas doses de folato
reduziram consideravelmente os níveis de estresse oxidativo gerado pela Hcy. No
modelo de HHcy aguda (experimento 3), o estresse oxidativo cardíaco aumentou
em função da administração de Hcy no grupo sem estrogênio. Este resultado se
correlaciona positivamente com a pressão arterial (PA), ou seja, os animais com
maior LPO também apresentaram uma maior PA. Este efeito não foi observado
nos grupos com níveis estrogênicos fisiológicos. Acredita-se que estes resultados
sejam devidos à proteção antioxidante oferecida pelo estrogênio. Além disso,
observamos uma diminuição na atividade da GST nos animais castrados+Hcy, o
que pode estar contribuindo para o dano oxidativo observado. no modelo de
HHcy causado pelo consumo de metionina (experimento 4), observamos um
aumento na PDFVE no grupo castrado+metionina que se correlaciona
negativamente com os metabólitos do NO. Este resultado mostra que os animais
que tiveram disfunção ventricular apresentaram uma menor biodisponibilidade do
NO. Neste modelo observamos também um aumento no dano oxidativo cardíaco
em função da administração de metionina no grupo sem estrogênio. Este
resultado se correlaciona positivamente com a PDFVE, ou seja, os animais com
maior LPO também apresentam uma maior pressão ventricular diastólica,
indicando uma possível participação do estresse oxidativo na disfunção
ventricular. Estes animais ainda apresentaram um aumento na atividade das
enzimas antioxidantes GST e GPx no grupo castrado+metionina, sugerindo que o
tratamento crônico levou a uma adaptação do sistema antioxidante enzimático na
ausência do estrogênio.
PALAVRAS-CHAVE: homocisteína, estrogênio, enzimas antioxidantes, dano
oxidativo, metionina.
18
1. INTRODUÇÃO
O estrogênio endógeno está associado a um menor risco cardiovascular.
Um dos mecanismos cardioprotetores envolvidos têm como base o seu papel
como neutralizador de radicais livres e, por conseqüência, sua ação antioxidante.
Sabendo da importância de estudar os efeitos deletérios das espécies ativas de
oxigênio (EAO) iniciaremos abordando alguns conceitos básicos de estresse
oxidativo (EO).
1.1 ESPÉCIES ATIVAS DE OXIGÊNIO
Os radicais livres são definidos como qualquer espécie química capaz de
existência independente que contenha um ou mais elétrons desemparelhados,
sendo assim altamente reativos e capazes de atacar qualquer biomolécula
(Halliwell & Gutteridge, 1999).
A geração das EAO ocorre durante os processos de oxidação biológica.
Dentre os quais, podemos destacar a respiração celular acoplada à fosforilação
oxidativa, para formação de ATP na mitocôndria. Em várias reações enzimáticas
e não enzimáticas podem ser gerados compostos intermediários da redução
parcial do oxigênio (O
2
), sendo que podemos destacar: o ânion radical superóxido
(O
2
-
), o peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e o radical hidroxil (OH
). A formação
destas moléculas ocorre em aproximadamente 5% de todo processo de redução
do oxigênio até água.
19
OHOHOHOO
222
2-
22
HeHeHee
Superóxido peróxido de hidrogênio radical hidroxil
Reação 1: Formação das EAO, a partir da redução do O
2
.
Cada EAO tem suas próprias características, mostrando diferentes
reatividades e tempos de meia-vida (Droge, 2002; Valko et al., 2007).
O ânion radical superóxido (O
2
-
) é o primeiro intermediário da redução
monovalente do oxigênio à água; a partir do mesmo serão formadas as demais
EAO. A sua dismutação é catalisada pela enzima superóxido dismutase (Valko et
al., 2007). O peróxido de hidrogênio é o segundo intermediário do processo
oxidativo, podendo ser produzido indiretamente, pela redução univalente do
oxigênio, seguida da dismutação do ânion radical superóxido e/ou diretamente,
pela redução divalente do oxigênio molecular. Apesar de não ser um radical livre,
esta espécie ativa pode originar o radical hidroxil, o que seria bastante prejudicial
à célula, além de ter a propriedade de ser muito permeável através das
membranas biológicas (Halliwell & Gutteridge, 1999; Droge, 2002). O radical
hidroxil (OH
), por sua vez, é um dos mais potentes oxidantes dos sistemas
biológicos. Este radical livre possui a capacidade de atravessar as membranas e
pode reagir com biomoléculas, como lipídios insaturados e DNA, apesar de seu
curto tempo de meia vida, da ordem de 10
-9
segundos (Halliwell & Gutteridge,
1999).
A mais reativa destas espécies, o radical hidroxil, é formada através de
reações que necessitam a presença de íons metais de transição como o ferro e o
cobre. A reação do peróxido de hidrogênio com íons ferroso ou cúprico é
H
2
O
20
chamada de reação de Fenton (1894) que leva à produção do radical hidroxil,
altamente reativo (Reação 2).
H O Fe Cu Fe Cu OH OH
2 2
2 3 2
/ /
Reação 2: Reação de Fenton
O radical hidroxil também pode ser formado a partir da reação do ânion
superóxido com o peróxido de hidrogênio em presença de íons divalentes de
metais de transição, reação descrita por Haber-Weiss em 1934 (Reação 3).
H O O OH OH
2 2 2
2

Fe Cu/
Reação 3: Reação de Haber – Weiss
1.1.1 ESTRESSE OXIDATIVO E NITROSATIVO
O estresse oxidativo pode ser definido como “um distúrbio do equilíbrio pró-
oxidante/antioxidante em favor dos pró-oxidantes, levando ao dano potencial”
(Halliwell & Gutteridge, 1999). Além do estresse oxidativo (EO), também o
estresse nitrosativo, este gerado pelas espécies ativas do nitrogênio (EAN). O
óxido nítrico (NO
) é, fisicamente, um radical livre (RL), considerando o elétron
não pareado. Apesar de sua baixa reatividade, a difusão do NO é facilitada devida
a sua carga neutra em soluções aquosas e sua alta lipossolubilidade (Bredt,
2003). Estas propriedades químicas do NO determinam importantes interações
com vários tipos de enzimas e tornam este radical uma molécula potencialmente
tóxica. O NO reage facilmente com o radical superóxido produzindo o peroxinitrito
21
(ONOO
-
). A reação do peroxinitrito com biomoléculas diminui suas funções,
causando toxicidade e alterando vias de sinalização (Boveris, 1998; Tsikas,
2005).
Em princípio, o estresse oxidativo pode resultar de: diminuição da atividade
enzimática antioxidante, deficiência nutricional de antioxidantes ou outros
constituintes dietéticos essenciais pela inadequada ingestão ou absorção dos
nutrientes; ou produção aumentada de EAO e/ou EAN, pela exposição elevada ao
O
2
, a presença de toxinas, ou excessiva ativação de sistemas como as células
fagocíticas nas doenças crônicas inflamatórias (Halliwell & Gutteridge, 1999).
O estresse oxidativo pode causar dano a todos os tipos de biomoléculas,
incluindo DNA, proteínas e lipídios. O principal alvo celular do estresse oxidativo
pode variar dependendo da célula, do tipo de estresse imposto e da intensidade
do estresse. O estresse oxidativo intenso pode produzir danos irreversíveis
levando à morte celular (Halliwell & Gutteridge, 1999).
Além de seu efeito citotóxico, as EAO também atuam como mensageiros
em diferentes vias de sinalização intracelular. Um exemplo é a ativação do fator
nuclear
kappa B (NFB) induzida pelo peróxido de hidrogênio e bloqueada por
vários antioxidantes, incluindo a vitamina E (Murphy & Newsholme, 1999;
Dourado et al., 2006).
Um excesso de formação de radicais de nitrogênio é denominado estresse
nitrosativo. Os radicais de nitrogênio (RNs) produzidos por um aumento da
atividade da Óxido Nítrico Sintase (NOS), também podem contribuir para o
desencadeamento de reações radicalares envolvidas na quebra da homeostase
intracelular (Bredt, 2003).
22
1.1.2 SISTEMAS DE DEFESA ANTIOXIDANTE
Os organismos aeróbios possuem sistemas de defesa para se protegerem
contra os efeitos causados pelas EAO. Substâncias que neutralizam a ação dos
RLs na fase de iniciação ou propagação da lipoperoxidação, levando à formação
de produtos menos tóxicos, são chamadas de varredores (scavengers) como as
enzimas antioxidantes e tocoferóis. Aquelas que atuam absorvendo a energia de
excitação dos RLs, neutralizando-os, são chamadas de
quenchers como os
carotenóides e o ácido ascórbico. O sistema de defesa antioxidante é composto
de elementos enzimáticos e não enzimáticos.
Dentre as defesas enzimáticas responsáveis pela detoxificação das EAO,
salientam-se três enzimas: a superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a
glutationa peroxidase (GPx)(Sies, 1997).
A superóxido dismutase (SOD) é a enzima que catalisa a dismutação de
dois íons superóxido para formar peróxido de oxigênio (que é menos reativo e
pode ser degradado por outras enzimas) e oxigênio (Reação 4). Esta reação pode
ocorrer espontaneamente em pH fisiológico, porém, com presença da SOD, a
velocidade desta reação é 10
4
vezes maior (Fridovich, 1975; Yu, 1994; Halliwell &
Gutteridge, 1999).
222
SOD
2
OHOO2H2
Reação 4: Dismutação do radical superóxido pela SOD
A geração de peróxido de hidrogênio foi demonstrada como um evento
fisiológico diretamente relacionado ao consumo de oxigênio, sendo a catalase e
23
as peroxidases as enzimas que metabolizam este peróxido de hidrogênio à água
e oxigênio, impedindo assim a formação de radical hidroxil e conseqüente dano
celular. A catalase (CAT) está presente em todos os tipos de células de
mamíferos, porém ela é uma enzima altamente específica pois possui atividade
apenas para peróxidos de hidrogênio, de etila e de metila (Reação 5) (Chance,
1979).
2
2 2 2 2
H O O H O
Catalase
Reação 5: Decomposição do peróxido de hidrogênio pela catalase
Entre as peroxidases, a mais importante é a glutationa peroxidase. A
glutationa peroxidase (GPx) catalisa a redução de vários peróxidos,
principalmente do peróxido de hidrogênio e de hidroperóxidos orgânicos (Yu,
1994). Para a redução dos peróxidos, esta enzima utiliza o grupamento sulfidril da
glutationa reduzida, que pode ser reciclada pela interação da forma oxidada com
NADPH através da enzima glutationa redutase (Reação 6). Os grupamentos
sulfidril doam dois hidrogênios, formando uma ligação dissulfeto, que pode
transformar a molécula de peróxido em um álcool (R-OH), ou, no caso do
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), em água (Halliwell & Gutteridge, 1999).
R OOH +2GSH R OH +GSSG +H O
GPx
2
 2NADP2GSH2NADPHGSSG
GR
Reação 6: Redução de hidroperóxidos (ROOH) pela glutatina peroxidase (GPx),
formando glutationa oxidada (GSSG) e regeneração da glutationa reduzida
(GSH) pela glutationa redutase (GR).
24
Outra classe de enzimas que também têm um importante papel fisiológico
na detoxificação são as glutationa S-transferases (GSTs). Estas enzimas agem na
detoxificação de potentes agentes alquilantes, incluindo compostos
farmacologicamente ativos como herbicidas, pesticidas e xenobióticos. Como
pode ser visto na reação 7, as GSTs catalisam a reação destes compostos com o
grupamento -SH da glutationa, neutralizando assim seus sítios eletrofílicos e
transformando-os em produtos hidrossolúveis, que são mais facilmente
metabolizáveis (Habig, 1974).
CDNB
Reação 7: Exemplo de reação de detoxificação do cloro dinitrobenzeno (CDNB)
através da glutationa S-transferase (GST).
Mais recentemente, foi descrito outro sistema enzimático importante na
defesa antioxidante, o sistema tiorredoxina. Estas enzimas catalisam reduções,
utilizando vários substratos. As tiorredoxinas doam equivalentes redutores para
proteínas, dissulfetos de glutationa, peróxido de hidrogênio, entre outros. Tornam-
se oxidadas e são reduzidas pela tiorredoxina redutase (TrxR). Esta, por sua vez,
utiliza NADPH para reduzir pontes de dissulfeto da tioredoxina (Nordberg & Arner,
2001).
NO
2
NO
2
Cl
NO
2
NO
2
SG
+ GSH
GST
25
NADPH + TrxS
2
NADP + Trx (SH
2
)
Reação 8: Exemplo de reação de redução de dissulfetos de glutationa e peróxido
de hidrogênio através do sistema tiorredoxina.TrxS
2
tiorredoxina oxidada,
Trx (SH
2
) tiorredoxina reduzida, TrxR tiorredoxina redutase (adaptado de
Kuntz et al., 2007).
Dentre os compostos não enzimáticos, destacam-se a vitamina E (
-
tocoferol), a vitamina C (ácido ascórbico), o -caroteno (precursor da vitamina A)
e o tripeptídio glutationa. Cabe ainda salientar o poder antioxidante dos
estrogênios, devido à presença do grupamento hidrofenólico (Yu, 1994; Ferreira,
1997; Singal et al., 2000).
1.2 ESTROGÊNIOS
Os estrogênios de ocorrência natural são o 17 -estradiol, a estrona e o
estriol, sendo o estradiol o hormônio mais potente e o produzido em maior
quantidade e o estriol, o menos potente. A estrutura destes hormônios é formada,
basicamente, de um núcleo esteroidal de dezoito carbonos (Figura 1) (Williams,
1996).
TrxR
GSSG
2GSH
H
2
O
2
H
O+O
26
Os estrogênios, bem como os demais hormônios esteroidais, têm como
mecanismo de ação clássico a regulação da transcrição gênica. Através da sua
capacidade de atravessar as membranas celulares, ligam-se aos receptores
nucleares formando um complexo que se liga ao DNA, estimulando a transcrição
de alguns genes (Williams, 1996; Ganong, 1995). Mais recentemente, tem-se
estudado mecanismos de ação não clássicos, ou de efeito rápido, onde os
hormônios esteróides atuam na membrana plasmática. A ação na membrana
pode se dar através de efeitos não específicos na sua fluidez ou de ligações em
receptores de membrana específicos para hormônios esteróides (Wierman, 2007).
Estudos identificaram sítios de ligação para hormônios esteróides, com
moderada atividade e alta especificidade. Outra ação na membrana pode ser por
ligações com receptores de membrana de neurotransmissores, como o do GABA
(Brann, 1995; Wierman, 2007).
1.2.1 ESTROGÊNIOS COMO ANTIOXIDANTES
Sabe-se que a estrutura das moléculas estrogênicas influencia bastante na
sua atividade antioxidante, devido à presença de um grupamento hidrofenólico
(Figura 1-A). O 17 -estradiol, por exemplo, tem um potencial antioxidante
bastante relevante, uma vez que esse hormônio esteróide pode interferir no
processo de iniciação da LPO (Figura 1-B). Esta interferência se pela
modificação na rota reacional da peroxidação, evitando assim a sua propagação e
subseqüente geração das EAO (Ayres et al., 1998; Wierman, 2007). O dano ao
DNA também pode ser evitado por ação estrogênica, principalmente, pela inibição
da produção do O
2
-
(Ayres et al., 1998; Strehlow et al., 2003).
27
Figura 1: A - Estrutura do 17 -estradiol. B - esquema do ciclo antioxidante do
17 -estradiol quando exposto ao radical hidroxil OH
(adaptado de Prokai et
al., 2003).
Outra propriedade antioxidante dos estrogênios, além da atividade de
“scavenger” de radicais livres, é a ação sobre a regulação da atividade das
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase (GPx). Investigou-se a
atividade da GPx eritrocitária ao longo do ciclo menstrual e foi verificado um
aumento de sua ação enzimática quando houve picos de estrogênios ao longo do
ciclo (Massafra et al., 1998). Também foi observado que concentrações
progressivas de estradiol foram efetivas em bloquear a produção do ânion
superóxido (Arnal et al., 1996). Além disso, foi verificado que o estradiol de origem
exógena aumenta os níveis de SOD (Oberley et al., 1994) e diminui a expressão
de enzimas pró-oxidantes como a NADPH oxidase (Hua & Harrison, 2000).
1.2.2 EFEITOS DOS ESTROGÊNIOS SOBRE DOENÇAS CARDÍACAS
Os estrogênios têm significativa ação redutora do colesterol plasmático,
inibindo a aterogênese, por isso eles podem contribuir para reduzir a incidência de
HO
HO
hidroxila
fenólica
A
B
Enzima
28
infarto do miocárdio e outras complicações da doença vascular aterosclerótica em
mulheres na pré-menopausa (Hayashi et al., 2000). No entanto, altas doses de
estrogênios ativos por via oral parecem promover tromboses, por chegarem ao
fígado pelo sangue, em altas concentrações e alterarem a produção hepática dos
fatores de coagulação (Genuth, 1996).
As doenças cardiovasculares na pós-menopausa são devidas, em parte, ao
desenvolvimento de aterosclerose causada por deficiência de estrogênios. A
principal causa destas doenças é o aumento do LDL-colesterol e de triglicerídeos
como resultado de uma menor eliminação do LDL e outros lipídios pelo fígado e o
aumento da oxidação do LDL na membrana arterial (Kuhl, 1994).
Os hormônios esteróides sexuais, sobretudo, os estrogênios, possuem
uma grande relevância no funcionamento vascular. O 17ß-estradiol pode
aumentar a liberação de NO, quando administrado cronicamente. Pode ainda
fazer uma “up-regulation” da NO sintase endotelial (eNOS). Ao passo que o
mesmo tem ação sobre a musculatura lisa, como vasodilatador, se aplicado
agudamente (Barret-Connor & Bush, 1991; Di et al., 1999).
Os estrogênios têm se mostrado eficazes em reduzir a proliferação celular
na camada íntima e adventícia da parede vascular em vários modelos
experimentais. Esse efeito tem sido associado à ação do estrogênio na
modulação de fatores envolvidos nesse processo, como inibição da atividade da
proteína quinase ativada por mitógeno (MAPK) e/ou aumento da produção de NO
(Orshal et al., 2004). O estrogênio também pode prevenir a formação da placa
ateromatosa ao exercer ação inibitória na expressão de importantes fatores pró-
inflamatórios, como citocinas e moléculas de adesão, envolvidos no processo de
adesão e migração transendotelial (Pfeilschifter et al., 2002; Turgeon, 2006).
29
Muitos trabalhos têm apontado o NO como o principal mediador dos efeitos
induzidos pelo estrogênio sobre a função endotelial. O estrogênio é capaz de
estimular a síntese de NO em diferentes leitos vasculares, como artéria uterina,
micro-vasos da circulação mesentérica e muscular esquelética e na aorta
(Strehlow et al., 2003; Turgeon, 2006). Aumento da produção de NO, determinado
pela concentração urinária de seus metabólitos nitritos e nitratos, também tem
sido observado em mulheres na menopausa que recebem terapia de reposição
hormonal. O mecanismo mais provável para explicar o aumento da produção de
NO seria a maior atividade da eNOS decorrente da indução da expressão gênica
dessa enzima pelo estrogênio (Wassmann et al., 2001). É fato que o estrogênio,
ao se ligar em seu receptor nuclear, se transforma em fator de transcrição gênica,
que é reconhecido por regiões promotoras no DNA e modula a transcrição de
uma série de proteínas. Seqüências de reconhecimento do complexo
estrogênio/receptor têm sido detectadas na região promotora do gene que
codifica a eNOS, sugerindo que o estrogênio aumenta a expressão gênica dessa
enzima (Tostes et al., 2003; Orshal et al., 2004). Foi demonstrado ainda que a
ovariectomia promove redução significativa da expressão e atividade da eNOS
em diferentes leitos vasculares, e que o tratamento das fêmeas ovariectomizadas
com estradiol restaura a expressão e atividade dessa enzima para os níveis
observados em fêmeas não-castradas (Dantas et al., 2001). Outros estudos têm
demonstrado que o estrogênio pode aumentar a atividade da eNOS por
mecanismos não-genômicos. Por meio do tratamento de células endoteliais em
cultura com um composto impermeável à membrana celular (ligado à albumina),
Kim
et al. observaram que o estrogênio promove indução rápida da liberação de
NO. Isso sugere a existência de um sítio de ação para o estradiol na membrana
30
plasmática cuja ativação desencadeia a cascata de segundos mensageiros que
levam à ativação rápida da eNOS (Kim et al., 1999; Tostes et al., 2003).
1.2.3 ÓXIDO NÍTRICO E ESTROGÊNIO
O NO é sintetizado nos organismos vivos, principalmente, por um grupo de
enzimas denominadas óxido nítrico sintases (NOS) que convertem o aminoácido
L-arginina em L-citrulina e NO. A atividade da NOS é controlada por citocinas,
efetores e fatores de sinalização do NO para conexão do sistema imunológico
com os sistemas cardiovascular, nervoso e endócrino (Bergendi et al., 1999).
O NO é um gás hidrofóbico e uma vez gerado será capaz de difundir-se
através da membrana plasmática das células endoteliais. É responsável por
controlar o tônus vascular, conhecido como Fator de Relaxamento Derivado do
Endotélio (EDRF), responsável então pela vasodilatação e por inibir alguns
processos como: agregação plaquetária, adesão de leucócitos ao endotélio,
produção de endotelinas (peptídios com potente ação vasoconstritora) e causa
também variação na força de contração e na freqüência cardíaca (Nohl, 1993). O
NO é liberado quando ocorre: aumento do fluxo sangüíneo, aumento do estresse
de cisalhamento (
shear stress), aumento da pressão sangüínea arterial,
provocando então o relaxamento do vaso. Assim, podemos ver que o tônus
vasodilatador depende do NO que é regulado localmente, sendo este um
mecanismo de adaptação local que contribuirá para manter a pressão arterial
dentro de valores normais.
O estrogênio pode interferir positivamente nos mecanismos reguladores do
tônus vascular, promovendo cárdio-proteção. A cárdio-proteção estrogênio-
31
dependente é mediada em parte pela inibição da oxidação de lipoproteínas de
baixa densidade (LDL), pelo aumento da atividade das enzimas antioxidantes e
pela síntese aumentada de NO. Várias observações dão suporte a esta última
suposição:
1) O NO está relacionado com várias ações cardioprotetoras como, por exemplo,
vasodilatação, inibição da agregação plaquetária e crescimento de células do
músculo liso vascular (Dubey, 1994; Dubey et al., 1995; Aslan et al., 2001);
2) O tratamento de células endoteliais em cultura com 17
- estradiol estimula a
atividade da NOS constitutiva (Hishikawa et al., 1995);
3) Anéis de aorta retirados de fêmeas liberam mais NO do que o dos machos e
esta maior liberação está correlacionada com os níveis circulantes de estradiol
(Hayashi et al., 1992);
4) O bloqueio farmacológico da eNOS atenua a vasodilatação da circulação
uterina induzida por estradiol (Van-Buren et al., 1992). Em humanos, os níveis
circulantes de NO aumentam com o desenvolvimento folicular e se correlacionam
com os níveis de 17 - estradiol (Rosseli et al., 1994).
Embora existam indicações claras de que a função endotelial está alterada
pelo estrogênio, os efeitos sobre o tônus vascular e conseqüentemente sobre a
pressão arterial e a freqüência cardíaca, dependem da concentração do
estrogênio, tempo e via de administração.
1.3 HOMOCISTEÍNA
Estudos têm demonstrado que a proteção antioxidante dada pelo
estrogênio pode diminuir a oxidação da homocisteína.
32
A homocisteína é um metabólito importante gerado no metabolismo do
aminoácido (aa) metionina, sendo que as maiores vias do metabolismo da
homocisteína ocorrem nos rins e no fígado (Figura 2A). Possui duas rotas
essenciais: a transmetilação catalisada pela metionina sintase e a transulfuração
catalisada pela cistationina
sintase que formará cistationina e posterior
conversão à cisteína, um precursor da glutationa (GSH). A importância desta
segunda via é manter o “pool” intracelular de GSH e a sua regulação sob
condições de estresse oxidativo. Alterações no processo de transulfuração, que
usa a vitamina B
6
como co-fator, podem comprometer a capacidade tampão redox
celular relacionada com a patofisiologia de diferentes distúrbios relacionados com
a homocisteína (Andersson et al., 2000; Dimitrova et al., 2002a).
No ciclo da remetilação, a homocisteína regenera a metionina. Essa
transformação depende da aquisição de um grupo metil numa reação catalisada
pela metionina sintase (Figura 2A). A vitamina B
12
(cobalamina) é um co-fator
essencial para o funcionamento dessa enzima. O ácido fólico é outro elemento
essencial na via de remetilação, pois ele é o elemento essencial do ciclo do folato,
responsável pela conversão da homocisteína em metionina através da enzima
metionina sintase. A deficiência do folato está correlacionada com o
desenvolvimento de aterosclerose e com doença vascular cerebral e cardíaca
(Title et al., 2000; Dimitrova et al., 2002a). O tratamento com folatos e vitaminas
do complexo B (B
6
e B
12
) pode interromper o crescimento da área da placa
aterosclerótica em pacientes com concentrações elevadas de homocisteína
(Tavares et al., 2000). Deficiências de folato, vitamina B
6
ou B
12
podem levar à
descompensação do metabolismo da homocisteína e à hiperhomocisteinemia.
33
Autooxidação Estresse oxidativo indireto
eNOS desacoplada
Xantina oxidase
diminuição da atividade das enzimas antioxidantes
depleção de glutationa
NAD(P)H oxidase
Oxidação do óxido
nítrico induz disfunção
endotelial
Figura 2: A - Hcy é gerada em um ciclo através da S-adenosilmetionina (SAM) e S-
adenosilhomocisteína (SAH). A remetilação da Hcy revertida a metionina é realizada pela vit
B
12
, dependente de metionina sintase. Hcy é também convertida à cisteína através da via de
transulfuração, iniciada pela vit B
6
dependente de cistationina -sintase. O ciclo do folato gera
5-metiltetrahidrofolato (CH
3
THF) para a remetilação da Hcy. THF- tetrahidrofolato, CH
2
THF- 5-
10-metilenotetrahidrofolato, SO
4
-2
-ânion sulfato (adaptado de Jacobsen, 1998). B - Mecanismo
de geração de EAO pela Hcy. A auto-oxidação produz H
2
O
2
, efeitos oxidativos indiretos geram
superóxido. Estes na presença de metais de transição geram o radical hidroxil. O radical
hidroxil promove a lipoperoxidação e diminuindo a biodisponibilidade do NO produzindo o
peroxinitrito. (adaptado de Dayal, 2002)
Homocisteína
Metionina
Cistationina
Cisteína
Vit B
6
Cistationina
sintase
SO
4
-
2
+ H
2
O
urina
Transulfuração
Vit B
12
Remetilação
CH
3
THF
THF
CH
2
THF
Ciclo do
folato
Metionina
sintase
Hiperhomocisteinemia
Dano oxidativo
Lesão vascular
SAM
SAH
Glutationa
A
B
A
34
Concentrações elevadas de homocisteína estão associadas com o
aumento do risco de aterosclerose e trombose, por isso a hiperhomocisteinemia é
considerada um fator de risco independente no desenvolvimento de trombose
arterial e venosa (Signorello et al., 2002).
A homocistinúria é um erro inato do metabolismo de aminoácidos
sulfurados causado por uma severa deficiência na atividade da cistationina
-
sintase, caracterizada por um acúmulo de homocisteína e metionina, resultando
em alterações principalmente no sistema nervoso central e sistema vascular. Tem
sido demonstrado que este distúrbio leva a um aumento no dano celular pela
formação do ânion radical superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxil
que podem ser gerados diretamente pelo processo de auto-oxidação da
homocisteína (Figura 2B). As EAO geradas durante a oxidação da homocisteína
podem ser iniciadoras de lipoperoxidação, podendo levar a uma lesão oxidativa
do endotélio (Figura 2B) (Signorello et al., 2002).
Em 1969, McCully fez uma observação clínica ligando concentrações
plasmáticas elevadas de homocisteína com doença vascular. Relatou trombose
arterial extensa e aterosclerose grave em duas autópsias de crianças com
concentrações elevadas de homocisteína plasmática e homocistinúria. Com base
nessas observações, propôs que níveis elevados de homocisteína poderiam
causar doença vascular aterosclerótica (McCully, 1969). A teoria de McCully da
aterosclerose foi pela primeira vez comprovada na prática clínica por Wilcken e
Wilcken em 1976, que compararam níveis de homocisteína em pacientes com
doença vascular aterosclerótica com controles (Wilcken & Wilcken, 1976).
Estudos sugerem um papel realmente importante para a homocisteína no
desenvolvimento de doença vascular, pois ela pode promover oxidação do LDL-
35
colesterol, proliferação de células musculares lisas, ativação de plaquetas e
fatores de coagulação, e disfunção endotelial. Portanto, alterações no
metabolismo da homocisteína têm papel potencial na patogênese da
aterosclerose (Kuller & Evans, 1998; Kanani et al., 1999; Cole, 2001).
Boushey e colaboradores, sumarizaram num artigo de revisão um grande
número de evidências convincentes, associando níveis elevados de homocisteína
e doença vascular. Baseados nos dados da literatura, concluíram que o aumento
de 5
moL/L nos níveis de homocisteína total conferia o mesmo aumento de risco
para doença vascular que um aumento de 20mg/dL nos níveis de colesterol total
(Boushey et al., 1995).
A disfunção endotelial pode ser a causa básica para a ação pró-aterogênica
associada à hiperhomocisteinemia, e é manifestada pelo prejuízo na regulação do
tônus vascular, do fluxo sangüíneo e perda da função antitrombótica das células
endoteliais (Weiss et al., 2000; Sydow & Boger, 2001).
A homocisteína possui um grupo sulfidril reativo (-SH), que pode sofrer
oxidação a dissulfeto (RSSR), como demonstrado na reação 9, em pH fisiológico
na presença de oxigênio (Jacobsen, 2000).
2 RSH + O
2
RSSR + [O
2
-
] H
2
O
2
Reação 9: Exemplo de reação global de oxidação.
A produção de radicais livres durante a oxidação da homocisteína favorece
a disfunção endotelial. Quando adicionada ao plasma, a homocisteína é
rapidamente auto-oxidada, originando homocistina e homocisteína tiolactona, bem
como espécies ativas de oxigênio consideradas citotóxicas, tais como o
36
superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxil. Foi demonstrado ainda que
a homocisteína diminui a expressão e inibe a atividade da glutationa peroxidase
pelas células endoteliais, favorecendo a peroxidação lipídica (Domagala et al.,
1998; Welch & Loscalzo, 1998; Lawrence de Koning et al., 2003).
A hiperhomocisteinemia estimula a proliferação de células musculares lisas
pela inativação do óxido nítrico a partir dos peróxidos lipídicos produzidos pela
oxidação da homocisteína, gerando peroxinitrito, que deixa o endotélio mais
vulnerável aos danos promovidos pela homocisteína (Welch et al., 1997;
Domagala et al., 1998; Lawrence de Koning et al., 2003).
Romerio e colaboradores sugerem que o peroxinitrito, um potente oxidante,
gerado pela oxidação do NO pelo ânion superóxido, este produzido pela auto-
oxidação da homocisteína, é o principal mediador da lipoperoxidação na
hiperhomocisteinemia (Romerio et al., 2004). Outro estudo mostra que a
lipoperoxidação causada pela homocisteína é dependente do superóxido, mas
não do peróxido de hidrogênio (Heydrick et al., 2003).
Um outro possível mecanismo pelo qual a hiperhomocisteinemia pode
promover a aterogênese é por meio da redução da biodisponibilidade do óxido
nítrico, um potente agente antiagregante que exerce um importante papel na
regulação da função plaquetária. Ou ainda porque a hiperhomocisteinemia leva a
uma diminuição do transporte de arginina, importante para a biossíntese do óxido
nítrico (Domagala et al., 1998; Leoncini et al., 2003; Becker et al., 2005).
Outros estudos sugerem que o endotélio vascular, em pacientes com
deficiência de cistationina
-sintase, tem maior susceptibilidade para o dano
induzido pela homocisteína, e que esta induz a proliferação celular além de
impedir a regeneração do dano da célula endotelial (Dimitrova et al., 2002b). O
37
potencial da homocisteína produzir doença vascular está ligado quer à ação direta
desta sobre o endotélio e o sistema de agregação-coagulação, quer à ação
indireta sobre outros mediadores de aterosclerose, como oxidação do colesterol
LDL e efeito mitogênico no músculo liso da parede vascular (Tsai et al., 1996).
A homocisteína também causa dano diretamente na matriz vascular, por
afetar a função bioquímica e biossintética das células vasculares, além de
aumentar a lipoperoxidação e a formação de oxicolesterol altamente aterogênico
(Kanani et al., 1999).
Pacientes com hiperhomocisteinemia têm uma piora na vasodilatação
dependente do endotélio, enquanto a vasodilatação independente do endotélio
não é afetada significativamente. Podendo este resultado ser relacionado com o
dano oxidativo causado pela homocisteína na parede do vaso, uma vez que foi
demonstrado em estudos “in vitro” que a homocisteína aumenta o estresse
oxidativo (Virdis et al., 2001).
As propriedades vasodilatadoras das células endoteliais normais ficam
afetadas pelo excesso de homocisteína, devido principalmente à diminuição do
óxido nítrico, pelo aumento do ânion superóxido (Virdis et al., 2001).
Estudos demonstraram que altas concentrações de estrogênio, utilizado
em terapia de reposição hormonal, estão associadas com um decréscimo na
concentração sérica de homocisteína (Dimitrova et al., 2002a). Considerando que
o estrogênio está descrito amplamente como um antioxidante não enzimático,
envolvido na proteção cardiovascular e visto que este possui influência no
metabolismo da homocisteína, o presente estudo visa elucidar alterações
bioquímicas e fisiológicas desta interação.
38
2. HIPÓTESE
Sendo que a hiperhomocisteinemia está associada com o aumento do
estresse oxidativo e que os estrogênios apresentam propriedades antioxidantes, o
presente estudo busca testar a hipótese de que a retirada dos estrogênios poderia
alterar o perfil oxidativo e, assim, piorar a disfunção endotelial e miocárdica
promovida pela homocisteína em ratas.
3. OBJETIVO GERAL
Avaliar primeiramente o efeito de substâncias acumuladas na
homocistinúria sobre alguns parâmetros de estresse oxidativo em coração de
ratos jovens e adultos. Em adição, avaliar o efeito da hiperhomocisteinemia,
aguda e crônica, sobre parâmetros de estresse oxidativo e também parâmetros
hemodinâmicos em ratas adultas na presença ou ausência de estrogênio.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Homocistinúria – ratos jovens e adultos
1) Verificar o estresse oxidativo através das medidas de LPO, dosagem de
carbonilas, atividade das enzimas antioxidantes SOD, CAT e GST, em
coração de ratos submetidas ao modelo experimental de homocistinúria.
2) Verificar o efeito do folato sobre parâmetros oxidativos em coração de ratos
submetidas ao modelo experimental de homocistinúria.
Hiperhomocisteinemia aguda – ratas adultas castradas
39
1) Verificar o efeito da hiperhomocisteinemia sobre o estresse oxidativo através
das medidas de LPO, carbonilas, capacidade antioxidante total, atividade das
enzimas antioxidantes SOD, CAT, GPx e GST, em coração e aorta de ratas
submetidas ou não a castração.
2) Verificar o efeito sistêmico da hiperhomocisteinemia sobre o estresse oxidativo
através das medidas de LPO, capacidade antioxidante total, atividade das
enzimas antioxidantes SOD, CAT, GPx e GST, em sangue de ratas
submetidas ou não a castração.
3) Avaliar o metabolismo do NO através de seus metabólitos nitritos e nitratos,
em coração e plasma de ratas submetidas ou não a castração.
4) Avaliar os seguintes parâmetros hemodinâmicos: pressão arterial média e
freqüência cardíaca
Hiperhomocisteinemia crônica – ratas adultas castradas
1) Verificar o efeito da hiperhomocisteinemia sobre o estresse oxidativo através
das medidas de LPO, carbonilas, atividade das enzimas antioxidantes SOD,
CAT, GPx e GST, em coração de ratas submetidas ou não a castração.
2) Avaliar o metabolismo do NO através de seus metabólitos nitritos e nitratos,
em coração de ratas submetidas ou não a castração.
3) Avaliar os seguintes parâmetros relativos à mecânica cardíaca: freqüência
cardíaca, pressão ventricular esquerda sistólica, pressão ventricular esquerda
diastólica, primeira derivada temporal positiva da pressão (+dP/dt), a primeira
derivada temporal negativa da pressão (-dP/dt) e hipertrofia cardíaca.
40
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 ANIMAIS
Para este estudo foram utilizadas ratos Wistar machos e fêmeas
provenientes do Biotério do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Os animais foram mantidos em caixas plásticas com medidas de 270 x 260
x 310 mm, sendo quatro animais por caixa. Todos os animais foram mantidos em
ambiente com temperatura controlada (21°C) e ciclo “claro-escuro” de 12 horas.
Água e ração comercial foram oferecidas “ad libitum”.
4.2 PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS
Experimento 1:
Os animais foram distribuídos nos seguintes grupos experimentais, n=8 por grupo:
Grupo1 - Controle
Grupo 2 - Homocisteína
Estes grupos com ratos imaturos (machos e fêmeas) receberam tratamento
crônico com homocisteína que iniciou no 6° dia de vida e terminou no 28° dia com
doses crescentes de homocisteína (i.p.): do ao 13° dia, 0,3 mol/g de peso
corporal, do 14° ao 20° dia, 0,4 mol/g de peso corporal e do 21° ao 28° dia, 0,6
mol/g de peso corporal (Streck et al., 2002). Uma hora após a última dose os
animais foram mortos por decapitação.
41
Experimento 2:
Foram utilizados 30 ratos, divididos em 4 grupos:
Grupo I - Salina (n=8)
Grupo II - Folato (n=6)
Grupo III - Homocisteína (Hcy) (n=9)
Grupo IV - Folato + Hcy (n=7)
Protocolo de administração de Hcy e Folato em ratos Wistar:
Os animais receberam uma administração intraperitonial diária de ácido
fólico (5 mg/kg) (Lalonde et al., 1993) e/ou duas injeções diárias de Hcy (0,3-0,6
μmol/g p.c.) (Streck et al., 2002) do ao 28º dia de vida. Os animais controles
receberam semelhantes volumes de salina. Aos 80 dias, os animais foram mortos
por decapitação.
Experimento 3:
Os animais foram distribuídos nos seguintes grupos experimentais, n=8 por grupo:
Grupo I NAIVE controle: (NAIVE: animais que não foram submetidos a
nenhum tipo de estresse cirúrgico) fêmeas intactas, nas quais foi administrada
solução salina nas mesmas condições da homocisteína.
Grupo II – NAIVE homocisteína: fêmeas intactas, submetidas ao tratamento com
homocisteína, conforme protocolo descrito posteriormente.
Grupo III Sham controle: fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de castração,
nas quais foi administrada solução salina.
Grupo IV Sham homocisteína: fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de
castração, submetidas ao tratamento com homocisteína.
42
Grupo V – Castrada controle: fêmeas castradas, nas quais foi administrada
solução salina.
Grupo VI Castrada homocisteína: fêmeas castradas, submetidas ao
tratamento com homocisteína.
Estes grupos de ratas adultas foram castradas no 50° dia de vida e, após
uma semana de castração, receberam tratamento agudo com homocisteína
intraperitonial (0,6
mol/g peso) de 8 em 8 horas por 72 horas. Uma hora após a
última dose foram mortos por decapitação.
Experimento 4:
Foram utilizados 32 animais, sendo n=8 em cada grupo, distribuídos nos
seguintes grupos experimentais:
Grupo I – Sham controle: são fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de castração,
e que receberam água “ad libitum”.
Grupo II Castrada controle: são fêmeas castradas, e que receberam água “ad
libitum”.
Grupo III Sham metionina: são fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de
castração, submetidas ao tratamento com metionina.
Grupo IV Castrada metionina: são fêmeas castradas, submetidas ao
tratamento com metionina.
Estes grupos de ratas foram castradas no 70° dia de vida e receberam
metionina na água de beber por 30 dias na dose de 1 g/kg/dia (Ungvari et al.,
1999; Hagar, 2002). Com controle diário da ingesta de água. Logo após o final do
tratamento os animais foram anestesiados e mortos por deslocamento cervical.
43
4.3 COLETA DE SANGUE
No experimento 2 e 3 o sangue foi coletado ao final do tratamento para
posteriores dosagens. O sangue dos animais foi coletado através de punção do
plexo venoso retro orbital com um tubo de microhematócrito com uma das
extremidades quebrada em bisel (Halpern, 1951). Para isso, os animais foram
previamente anestesiados com éter etílico. Após a coleta, o sangue foi
centrifugado por 10 minutos a 3000 rpm em centrífuga refrigerada (Sorvall RC 5B
Rotor SM 24), os eritrócitos e o plasma retirados. O plasma foi congelado em
freezer a -80ºC para posteriores dosagens de estresse oxidativo e hormônios. Os
eritrócitos foram lavados com soro fisiológico (NaCl 0,9%), novamente
centrifugados e aliquotados. Uma parte foi ressuspensa em soro para medida de
lipoperoxidação, ao restante foi adicionado uma solução de ácido acético 1mM e
sulfato de magnésio 4mM, e as amostras foram congeladas em frezeer a –80°C
para posteriores dosagens das enzimas antioxidantes.
4.4 SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS E PREPARAÇÃO DOS HOMOGENEIZADOS
Os animais foram mortos por decapitação nos experimentos 1, 2 e 3 e por
deslocamento cervical no experimento 4. Os corações, fígados e aortas foram
retirados. A aorta foi retirada, congelada em nitrogênio líquido e macerada, após
diluída em cloreto de potássio (KCl) 1,15% (5mL por g de aorta) e procedido da
mesma forma que para o tecido. Os corações e fígados foram pesados e
homogeneizados em ultra-Turrax em KCl 1,15% (5mL por g de tecido para
coração e 9mL por mg de tecido para fígado), fluoreto de fenil metil sulfonila
44
(PMSF) na concentração de 100 mmol/L em isopropanol (10L por mL de KCl
adicionado). A suspensão foi centrifugada a 3000 rpm por 10min em centrífuga
refrigerada (Sorvall RC %B SM 24). O sobrenadante foi aspirado, separado em
alíquotas e congelado em freezer (–70°C), sendo utilizado posteriormente para as
análises bioquímicas (Llesuy et al., 1985).
4.5 CASTRAÇÃO (OVARIECTOMIA)
A castração foi realizada em ratas fêmeas com técnicas apropriadas e de
uso corrente em nosso laboratório. As fêmeas foram anestesiadas com quetamina
(90 mg/kg de peso do animal) e xilazina (10mg/kg de peso do animal), por via
intraperitoneal. Foi feita uma incisão na pele e tecido subcutâneo entre a última
costela e a coxa, a cerca de 1 cm da linha mediana. Após, uma segunda incisão
atingiu a camada muscular, abrindo a cavidade peritoneal. O ovário foi exposto,
efetuada uma ligadura abaixo da trompa uterina, retirado o ovário e suturada a
incisão da pele em planos separados, repetindo o procedimento no outro ovário
(Waynforth & Flecknell, 1992).
4.6 REGISTRO DA PRESSÃO ARTERIAL
4.6.1 CANULAÇÃO ARTERIAL
O procedimento cirúrgico bem como o cuidado pós-operatório, foram
baseados na descrição feita por Waynforth e Flecknell (1992). Um dia antes do
sacrifício dos animais, estes foram anestesiados novamente com quetamina (90
45
mg/Kg de peso corporal) e xilazina (10mg/Kg de peso corporal) e receberam
cateteres na artéria carótida, exteriorizados na região dorsal do pescoço. Os
cateteres foram confeccionados com tubos de Tygon PE-90, conectados a tubos
de polietileno PE-50 (Clay Adams, USA). A desobstrução das cânulas se deu
através da lavagem com heparina sódica (0,01 mL de Liquemine - Roche, 5000U)
em 0,1 ml de solução fisiológica de NaCl 0,9%, antes de cada registro de pressão.
A implantação das cânulas foi feita 24 horas antes da realização do registro de
pressão arterial.
4.6.2 REGISTRO E PROCESSAMENTO DE SINAL
Após as 72 horas de tratamento (experimento 3) foram feitos os registros
de pressão batimento-a-batimento nos animais acordados. Teve-se o cuidado de
mantê-los em local silencioso, evitando qualquer fator externo que interferisse na
medida da pressão. Era feita também uma adaptação, colocando-se os ratos na
sala onde eram feitos os registros uns 15 minutos antes. O tempo de registro da
pressão arterial (PA) e da freqüência cardíaca (FC) foi de 15 minutos.
Os registros foram adquiridos a partir da conexão da cânula, introduzida na
carótida, a um transdutor de pressão (P23Db, Gould-Statham, Oxford, CA, USA)
acoplado a um codificador de sinais Hewlett Packard (HP 8805) que se
encontrava ligado à placa analógico-digital CODAS (AT/MCA CODAS-DATAQ
Instruments, Inc., Akron, Ohion, USA) por um seletor de canais, em um
computador 486 (66 MHz e 8Mb RAM). A freqüência de amostragem para realizar
os registros de PA e FC foi de 2000 Hz. O programa utilizado (CODAS) permite
trabalhar diretamente com a onda de pulso, que é vista na tela do computador, e
46
os dados podem ser gravados em disco rígido. Neste mesmo programa, podem-
se executar cálculos a partir dos valores obtidos, assim é possível trabalhar com
valores de pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) para cada
batimento. A FC é obtida a partir do inverso do período, entre um pico e outro,
multiplicado por 60 (segundos). Após gravados os sinais em disco rígido, gera-se
uma planilha que pode ser analisada em programa Excel for Windows, a partir da
qual se obtém valores de PAM e FC e seus respectivos gráficos, para cada
animal experimental registrado.
4.6.3 REGISTRO DAS PRESSÕES VENTRICULARES ESQUERDAS
Na quarta semana após o início do tratamento (experimento 4) os animais
foram pesados e anestesiados com uma mistura de cloridrato de quetamina (90
mg/Kg de peso corporal) e cloridrato de xilazina (10mg/Kg de peso corporal) por
via intraperitoneal. Foi utilizado, para a canulação do ventrículo esquerdo via
artéria carótida direita, um cateter de polietileno (PE50) conectado a um
transdutor de pressão (Strain-Gauge-Narco Biosystem Transducer RP-155,
Houston, Texas, USA) e acoplado a um amplificador de sinais (Pressure Amplifier
HP 8805C). O catéter foi inserido até o ventrículo e sua posição foi determinada
pela observação da onda característica de pressão ventricular. Após 5 minutos de
estabilização, foram registradas a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo
(PDFVE), pressão sistólica ventricular esquerda (PSVE), freqüência cardíaca (FC)
e as derivadas positiva (+dP/dt índice de contratilidade) e negativa (-dP/dt
índice de relaxamento), expressas em mmHg/s. Os sinais analógicos foram
digitalizados (Windaq Data Acquisition System) com taxa de amostragem de
47
2000 Hz (Li et al., 2000). A PSVE foi determinada utilizando-se o programa
comercial Windaq associado ao sistema de aquisição. Este programa permite a
detecção dos valores máximos e mínimos da curva de pressão, batimento a
batimento, fornecendo os valores de pressão ventricular. A PDFVE foi
determinada pela detecção manual do ponto de inflexão no traçado da onda de
pressão diastólica do ventrículo esquerdo. Foram realizadas 20 detecções por
registro.
4.7 DOSAGEM HORMONAL
O método utilizado para dosar os estrogênios foi de quimiluminescência
por imunoensaio competitivo. O aparelho utilizado para esta medida foi o
IMMUNOLITE 2000, com os seguintes reagentes: substrato quimiluminescente
dioxietano (L2SUBM), reagente estradiol Wedge (L2E2A2), que é constituído pela
combinação de estradiol com fosfatase alcalina e esferas recobertas com um
anticorpo altamente específico para o estradiol (L2E212). O método se baseia na
competição, pelo anticorpo específico para estradiol, das moléculas de hormônio
da amostra analisada com as moléculas do estradiol ligadas à fosfatase alcalina.
A quantidade absoluta de hormônio na amostra foi calculada através de
uma curva padrão. Esta curva é obtida pela incubação de quantidades variadas
de hormônio autêntico com quantidades idênticas de anticorpos e de hormônio
marcado. A dosagem hormonal foi realizada no Laboratório Weinmann.
48
4.8 QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS
As proteínas foram quantificadas pelo método descrito por Lowry e
colaboradores, em 1951, que utiliza como padrão uma solução de albumina
bovina na concentração de 1 mg/mL. A medida foi efetuada em espectrofotômetro
a 625 nm e os resultados expressos em mg/ml.
4.9 ANÁLISE DE NITRITOS+NITRATOS (NOX)
Os nitratos foram determinados como nitritos totais (nitrito inicial mais nitrito
reduzido a partir de nitratos) após sua redução usando nitrato redutase de
Aspergillus sp. na presença de NADPH. A concentração de nitritos foi
determinada usando o reagente de Griess, onde um agente cromóforo com forte
absorbância em 540 nm é formado pela reação do nitrito com uma mistura de
naftil-etilenodiamina (0,1%) e sulfonilamida (1%). A absorbância foi medida em
espectrofotômetro para dar a concentração de nitrito. Uma curva padrão foi
estabelecida com concentrações seriais de nitrito de sódio (10
-8
a 10
-3
mol/L). Os
resultados são expressos em M de NOx (Granger et al., 1999).
4.10 LIPOPEROXIDAÇÃO POR QUIMILUMINESCÊNCIA (QL)
O método consiste em adicionar um hidroperóxido orgânico de origem
sintética ao homogeneizado de tecido, avaliando-se a capacidade de resposta
produzida pela amostra. A realização deste tipo de teste consiste no fato de que
os hidroperóxidos são espécies químicas bastante instáveis, reagindo com lipídios
49
por um mecanismo radicalar que gera produtos que emitem luz pela amostra em
estudo. A quimiluminescência (QL) foi medida em contador beta (LKB Rack Beta
Liquid Scintilation Spectrometer. O meio de reação no qual foi realizado o ensaio
consistiu em 3,5 mL de uma solução reguladora de KCl 140mmol/L, fosfatos 20
mmol/L, (pH 7,4), na qual foi adicionado 0,5 mL de homogeneizado ou 10
L de
eritrócito diluído em soro fisiológico. Os resultados são expressos em contagens
por segundo (cps), por miligrama de proteína, segundo Gonzalez Flecha et al.,
1991.
4.11 SUBSTÂNCIAS REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO (TBARS)
A técnica consiste em aquecer o material biológico a ser testado na
presença de ácido tiobarbitúrico, para medir espectrofotometricamente a
formação de um produto de coloração rósea. Para tanto, foi utilizada uma alíquota
de 0,25 mL de homogeneizado, à qual foram adicionados 0,75 mL de ácido
tricloroacético a 10%, que tem a função de desnaturar as proteínas presentes e
acidificar o meio de reação. Esta mistura foi, então, agitada e centrifugada durante
3 minutos a 1000g. Foram retirados 0,5 mL do sobrenadante e a este foram
adicionados 0,5 mL de ácido tiobarbitúrico 0,67%, que reagiu com os produtos da
lipoperoxidação formando um composto de coloração rosada. A mistura foi
incubada por 15 minutos a 100
o
C e resfriada. Em seguida, foi realizada a leitura
da absorbância a 535nm em espectrofotômetro. Utilizou-se padrão de
tetrametoxipropano. Os resultados são expressos em mol de malondialdeído
(MDA) por mg de proteína (Buege & Aust, 1978).
50
4.12 ANÁLISE DE CARBONILAS
A avaliação das carbonilas foi realizada de acordo com o método descrito
por Reznick & Packer (1994). Este método consiste na reação da
dinitrofenilhidrazina (DNPH) com as carbonilas das proteínas formando
hidrazonas que podem ser medidas espectrofotometricamente. É uma técnica
com alta reprodutibilidade podendo detectar níveis de carbonilas em vários
sistemas. Utilizada para medir dano à proteína, uma vez que carbonilas são
formadas a partir de quebras da ligação C-N dos aa que sofreram dano oxidativo.
O método consiste em incubar amostra de tecido ou plasma com 2,4
dinitrofenilhidrazina (DNPH 10 mmol/L) e 2.5mol/L HCl por 1h em temperatura
ambiente, no escuro. As amostras foram agitadas a cada 15 min e após foi
adicionado TCA 20% (p/v). A seguir ficaram no gelo por 10 min e em seguida
foram centrifugadas por 5 min a 1000 g, foi coletada a proteína precipitada. Essas
proteínas foram lavadas uma vez com TCA 10% e mais 3 vezes com
etanol:acetato de etila (1:1) (v/v). O precipitado final foi dissolvido em guanidina
6mol/L, em banho de 37ºC por 10 min, e lido a 360nm. Os resultados são
expressos em
mol de carbonilas por mg de proteína (Reznick and Parker, 1994).
4.13 CAPACIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL (TRAP)
Este método é importante para avaliar a capacidade antioxidante total dos
fluidos biológicos e pode determinar a capacidade do sistema em resistir às
condições de estresse oxidativo. Ainda, valores diminuídos podem ser associados
a patologias promovidas por aumentadas concentrações de radicais livres.
51
O método consiste em incubar uma mistura de 2,2'-azo-bis(2-
amidinopropano) (ABAP - 10 mM), usado como uma fonte de radicais livres, com
luminol (10 µM) em tampão glicina (0,1 mM - pH 8,6). Esta mistura foi levada ao
contador e a luminescência surgiu da oxidação do luminol pelos radicais livres. A
adição de Trolox (vitamina E hidrossolúvel) reduziu quase que completamente a
emissão de luz, demonstrando um tempo de indução que está linearmente
relacionado com a concentração de Trolox. Foi elaborada uma curva de
calibração com Trolox nas concentrações de 0,2 à 1 µM. O homogeneizado de
tecido foi adicionado ao invés do Trolox e se observou um tempo de indução que
também está relacionado com a quantidade de homogeneizado adicionado. A
quantidade total de antioxidantes presente no tecido pode ser avaliada (em
unidades de Trolox) por interpolação da medida do tempo de indução na curva de
calibração obtida com o Trolox (Evelson et al., 2001).
4.14 GLUTATIONA S-TRANSFERASE (GST)
As glutationas transferases são um grupo de enzimas que catalisam
reações de conjugação de glutationa com vários xenobióticos, tendo um
importante papel na detoxificação de agentes alquilantes. Todas as transferases
são ativas com o composto 1 cloro-2,4 dinitro benzeno (CDNB), sendo a
conjugação deste com GSH utilizada para quantificar-se sua atividade. A
formação do composto corado dinitro-fenil-glutationa (DNP-SG), foi medida
espectrofotometricamente a 340nm. Para realização deste ensaio foram utilizados
850L de solução tampão fosfato de sódio 0,2mol/L (pH = 6,5), 50L de GSH,
50L de homogeneizado de tecido ou eritrócitos e 150L de CDNB (20mmol/L). A
52
atividade da GST foi expressa em mol/min/mg de proteína (Mannervik &
Gluthenberg, 1981).
4.15 GLUTATIONA PEROXIDASE (GPX)
A enzima GPx catalisa a reação de hidroperóxidos com a glutationa
reduzida (GSH) para formar glutationa oxidada (GSSG) e o produto da redução
do hidroperóxido. Logo, sua atividade pode ser determinada medindo-se o
consumo de NADPH na reação de redução acoplada à reação da GPx.
A amostra foi previamente preparada adicionando-se uma mistura de
cianetos para inibir a atividade pseudo-peroxidase da hemoglobina,
transformando-a em cianometaemoglobina. Mede-se então, a atividade da
glutationa peroxidase em espectrofotômetro a 340nm, em um meio de reação que
contém: solução tampão fosfato 140 mmol/L e EDTA 1mmol/L, (pH 7,5;), NADPH
0,24 mmol/L; azida sódica 1mmol/L, utilizada para inibir a atividade da catalase;
GSH 5 mmol/L; glutationa redutase (GR) 0,25 U/mL e, por fim, hidroperóxido de
tert- butil 0,5 mmol/L.
Na cubeta, foram adicionados 330L de tampão, 50L de homogeneizado
de tecido, 500L de NADPH, 10L de azida sódica, 50L de GSH e 10L de GR.
A absorbância foi registrada por aproximadamente 3 minutos. Foram adicionados
50L de hidroperóxido de tert-butil e a diminuição da absorbância, devido ao
consumo de NADPH, foi monitorada por um tempo médio de 5 minutos. Os
resultados são expressos em mol por minuto por mg de proteína, segundo Flohé
& Gunzler (1984).
53
4.16 SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD)
A técnica utilizada para determinação da SOD está baseada na inibição da
reação do radical superóxido com o pirogalol. O superóxido é gerado pela auto-
oxidação do pirogalol quando em meio básico. A SOD presente na amostra em
estudo compete pelo radical superóxido com o sistema de detecção. Dado que
não se pode determinar a concentração, nem a atividade da enzima em termos de
substrato consumido por unidade de tempo, utilizou-se a quantificação em
unidade relativa. A oxidação do pirogalol foi detectada espectrofotometricamente
a 420 nm. A atividade da SOD foi determinada medindo-se a velocidade de
formação do pirogalol oxidado. No meio de reação, foram utilizados 973
L de
tampão Tris 50mmol/L (pH 8,2), 8L de pirogalol 24mmol/L, 4L de catalase
30mol/L. O aumento na absorbância foi acompanhado a 420nm durante 2
minutos. Esta curva obtida foi utilizada como branco. Foi também feita uma curva
padrão utilizando três concentrações distintas de SOD (Sigma, 0,25U, 0,5U e 1U),
através da qual foi obtida a equação da reta para realização dos cálculos. Os
resultados são expressos em U SOD/mg proteína, segundo Marklund, 1985.
4.17 CATALASE (CAT)
A atividade da catalase é diretamente proporcional à taxa de decomposição
do peróxido de hidrogênio e obedece a uma cinética de pseudo-primeira ordem.
Sendo assim, sua atividade pode ser medida através da avaliação do consumo do
H
2
O
2
.
54
Este teste consiste em avaliar a diminuição da absorbância no
comprimento de onda de 240nm, que é onde ocorre maior absorção pelo peróxido
de hidrogênio. Para a realização deste ensaio foram utilizados uma solução
tampão fosfato a 50mmol/L (pH=7,4) e peróxido de hidrogênio 0,3mol/L.
Em cubeta de quartzo, foram adicionados 955
L do tampão fosfato e 10L
de amostra do tecido. A cubeta foi colocada em espectrofotômetro e descontada
contra um branco de tampão fosfato. Após, foram adicionados 35L do H
2
O
2
e foi
feito o monitoramento da diminuição da absorbância a 240nm. Os resultados são
expressos em mol por miligramas de proteína (Aebi, 1984).
4.18 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Com base nos resultados das análises, foram calculadas as médias e os
desvios padrões da média para cada uma das medidas realizadas e para cada
um dos grupos estudados. Para a comparação entre os grupos foi aplicada
análise de variância (ANOVA) de uma via, complementado com o teste de
Student-Newmann-Keuls. Para comparação entre 2 grupos foi utilizado teste t
Student para dados não pareados. Para as análises de correlações foi utilizado o
teste de Pearson.
As diferenças foram consideradas significativas quando a análise
estatística apresentou p 0,05. O software GraphPad Instat, versão 3.00 para
Windows, foi utilizado como ferramenta computacional para análise estatística dos
dados.
55
5. RESULTADOS
5.1 EXPERIMENTO 1:
Dois grupos de ratos jovens (28 dias). 1) grupo controle: ratos intactos com
salina e 2) grupo homocisteína: ratos intactos com homocisteína, que tiveram o
tratamento com homocisteína iniciado no dia de vida e receberam tratamento
crônico com homocisteína nas seguintes doses:
6 - 13° dia: 0,3
mol/g de peso corporal.
14 - 20° dia: 0,4
mol/g
21 - 28° dia: 0,6 mol/g.
No 28° dia os animais foram mortos por decapitação. As medidas de
estresse oxidativo foram realizadas em homogeneizado de tecido cardíaco.
A LPO através da medida de quimiluminescência não apresentou diferença
significativa entre os grupos controle e homocisteína, como mostrado na figura 3.
Da mesma forma, a atividade da enzima antioxidante catalase (figura 4) também
é semelhante entre os grupos. as atividades das enzimas SOD e GST
apresentaram-se aumentadas no grupo homocisteína em relação ao controle; a
SOD apresentou um aumento de 24% (figura 5) e a GST de 38% (figura 6).
56
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Controle Homocisteína
QL (cps/mg prot)*1000
Figura 3: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência (em cps/mg prot) em
homogeneizado cardíaco (n=8/grupo).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Controle Homocisteína
Catalase (pmol/mg prot)
Figura 4: Atividade da catalase (em mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo).
57
0
2
4
6
8
10
12
Controle Homocisteína
SOD (U SOD/mg prot)
Figura 5: Atividade da SOD (em U/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). (*) P<0.05 quando comparado ao grupo controle. Utilizando
médiadpm e teste t-student.
0
1
2
3
4
5
6
7
Controle Homocisteína
GST (pmol/mg prot)
Figura 6: Atividade da GST (em mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). (*) P<0.05 quando comparado ao grupo controle. Utilizando
médiadpm e teste t-student.
*
*
58
5.2 EXPERIMENTO 2:
Os animais foram divididos em 4 grupos: (n=30)
I - Salina (n=8)
II - Folato (n=6)
III - Homocisteína (Hcy) (n=9)
IV - Folato + Hcy (n=7)
Protocolo de administração de Hcy e Folato em ratos Wistar:
Os animais receberam 1 administração intraperitonial diária de ácido fólico
(5 mg/Kg) (Lalonde et al., 1993) e/ou 2 injeções diárias de Hcy intraperitonial (0,3-
0,6
μmol/g p.c.) (Streck et al., 2002) do ao 28º dias de vida. Os animais
controles receberam semelhantes volumes de salina. Aos 80 dias, os animais
foram mortos.
A LPO avaliada através do método de TBARS apresentou um aumento de
200% no grupo III em relação ao grupo I (
P<0.001). No grupo IV, os valores da
LPO foram restabelecidos a níveis semelhantes ao grupo I (figura 7).
59
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
I II III IV
TBARS (umol/mg prot)
Figura 7: Lipoperoxidação avaliada por TBARS (mol/mg prot) em
homogeneizado cardíaco. (*) P<0,001 quando comparado aos demais grupos.
Utilizando médiadpm e ANOVA. I = salina (n=8), II = folato (n=6), III =
homocisteína (n=9), IV = folato + homocisteína (n=7).
O dano à proteína foi avaliado pela técnica de dosagem de carbonilas.
Observamos na figura 8 um dano 50% maior no grupo III quando comparado ao
grupo I (
P=0,002). E, novamente, o grupo que recebeu folato (IV) restabeleceu os
valores a níveis semelhantes ao grupo I.
0
5
10
15
20
25
I II III IV
carbonilas (nmol/mg prot)
Figura 8: Análise de carbonilas (proteínas oxidadas) (mol/mg prot) em
homogeneizado cardíaco. (*) P<0,002 quando comparado aos demais grupos.
Utilizando médiadpm e ANOVA. I = salina (n=8), II = folato (n=6), III =
homocisteína (n=9), IV = folato + homocisteína (n=7).
*
*
60
As atividades enzimáticas antioxidantes avaliadas foram a catalase, SOD e
GST. Na figura 9, observa-se que a catalase teve sua atividade aumentada em
300% no grupo III quando comparada aos demais grupos (
P<0,001).
0
10
20
30
40
50
60
70
I II III IV
CAT (pmol/mg prot)
Figura 9: Atividade da catalase (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco.
(*)
P<0,001 quando comparado aos demais grupos. Utilizando médiadpm e
ANOVA. I = salina (n=8), II = folato (n=6), III = homocisteína (n=9), IV = folato +
homocisteína (n=7).
Quando correlacionamos a lipoperoxidação, avaliada pelo método TBARS,
com a atividade da enzima catalase observamos uma importante correlação
positiva (r=0,7678; p0,0001). Mostrando que os animais que tiveram aumento de
lipoperoxidação apresentaram a atividade da catalase aumentada (figura 10).
*
61
0 20 40 60 80
0.0
0.5
1.0
1.5
tbars (umol/mg prot)
catalase (pmol/mg prot)
Figura 10: Correlação entre o TBARS (mol/mg prot) e a atividade da Catalase
(mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco. (r=0,7678; p
0,0001)
A SOD teve sua atividade diminuída em 22% no grupo III e 20% no grupo
IV quando comparada ao grupo I (P<0,05). Mostrando que a Hcy reduz a
atividade da SOD e o tratamento com folato não restabelece a atividade desta
enzima (figura 11).
0
2
4
6
8
10
12
I II III IV
SOD (U/mg prot)
Figura 11: Atividade da SOD (U/mg prot) em homogeneizado cardíaco.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo I. Utilizando médiadpm e ANOVA.
I = salina (n=8), II = folato (n=6), III = homocisteína (n=9), IV = folato + hcy (n=7).
*
*
62
a atividade da enzima antioxidante GST apresentou um aumento de
80% no grupo III quando comparada aos demais grupos (P<0,002). Ou seja, o
tratamento com folato (grupo IV) reverteu o aumento da atividade da GST
causado pela Hcy (figura 12).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
I II III IV
GST (pmol/mg prot)
Figura 12: Atividade da GST (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco.
(*) P<0,002 quando comparado aos demais grupos. Utilizando médiadpm e
ANOVA. I = salina (n=8), II = folato (n=6), III = homocisteína (n=9), IV = folato +
hcy (n=7).
5.3 EXPERIMENTO 3:
Os animais (ratas 50 dias) foram distribuídos nos seguintes grupos
experimentais (n=8/grupo):
Grupo I - NAIVE controle: intactas, recebendo solução salina.
Grupo II - NAIVE Hcy: intactas, tratadas com homocisteína.
*
63
Grupo III - Sham controle: submetidas à cirurgia fictícia de castração, recebendo
solução salina.
Grupo IV - Sham Hcy: submetidas à cirurgia fictícia de castração, tratadas com
homocisteína.
Grupo V – Castrada controle: castradas, recebendo solução salina.
Grupo VI - Castrada Hcy: castradas, tratadas com homocisteína.
Estes grupos de ratas adultas foram castradas no 50° dia de vida e
receberam tratamento agudo com homocisteína (0,6
mol/g peso) de 8 em 8
horas por 72 horas e foram mortos 1 hora após a última injeção.
Dosagem Hormonal:
Os hormônios foram medidos para que houvesse uma avaliação da
variação hormonal após a castração. Para isso, foram medidos os níveis de 17-
estradiol.
Os níveis hormonais foram avaliados (em pg / mL) no plasma. Observou-se
significativa redução dos níveis de 17-estradiol no grupo castrado em relação ao
controle (Figura 13). Os níveis de 17-estradiol foram 53% menores no grupo III
(14,31,1) em relação ao grupo V (30,7 2,8).
64
0
5
10
15
20
25
30
35
40
III V
17B-estradiol (pg/mL)
Figura 13: Dosagem de 17 -estradiol (em pg/mL) em plasma. III - Sham Controle
(n=6) e V - castrada controle (n=6).
(*) P<0,001 quando comparado ao grupo controle (III). Utilizando médiadpm e
test t student.
Pressão Arterial Média e Freqüência Cardíaca:
Observamos uma diferença significativa na pressão arterial média (mmHg)
quando comparamos o grupo VI com o grupo V, mostrando que a Hcy, na
ausência de estrogênio, aumenta a PAM. a freqüência cardíaca (bpm) não
apresentou diferenças significativas entre os grupos estudados (Tabela 1).
Tabela 1: Pressão arterial média (mmHg) e freqüência cardíaca (bpm) I - NAIVE
controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham Hcy, V - Castrada controle
e VI – Castrada Hcy. (n=4/grupo)
I II III IV V VI
PAM
84,32,8 85,53,8 84,33,5 91,23,3 85,03,0 96,22,2*
FC
33720 36624 35724 36134 35225 38720
(*) P<0.05 quando comparamos o grupo VI ao grupo V (teste t student).
*
65
5.3.1 CORAÇÃO:
A análise dos metabólitos do NO em tecido cardíaco apresentou-se
aumentada no grupo VI em relação ao grupo I (67%), IV (21%) V (45%),
observado na figura 14, os demais grupos não apresentaram diferenças
significativas.
0
2
4
6
8
10
12
I II III IV V VI
NOx (uM)
Figura 14: Nitratos+Nitritos (M) em homogeneizado cardíaco (n=8/grupo).
I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham Hcy, V -
Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, IV e V. Utilizando médiadpm e
ANOVA.
Quando comparamos os níveis de nitratos com a pressão arterial
observamos uma correlação positiva (r=0,7565; p0,0001). Mostrando que os
*
66
animais que tiveram níveis aumentados de nitratos também apresentaram
aumento na pressão arterial (figura 15).
0 5 10 15
60
70
80
90
100
110
PAM (mmHg)
nitrato (uM)
Figura 15: Correlação entre os níveis de nitratos (M) e pressão arterial média
(mmHg) em homogeneizado cardíaco. (r=0,7565; p
0,0001), foram utilizados os
24 animais que tinham registro de pressão.
A LPO apresentou-se aumentada no grupo VI em relação aos grupos
II (40%), IV (48%) e V (70%), como mostra a figura 16, os demais grupos
estudados não apresentaram diferenças significativas entre si.
67
0
5
10
15
20
25
I II III IV V VI
QL (cps/mg prot) *1000
Figura 16: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência (cps/mg prot) em
homogeneizado cardíaco (n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III -
Sham Controle, IV - Sham Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos II, IV e V. Utilizando médiadpm e
ANOVA.
Observamos uma correlação positiva (r=0,8498; p0,0001) entre a
quimiluminescência e a PAM , demostrando que os animais que tiveram aumento
da lipoperoxidação foram os mesmos que apresentaram a pressão arterial
elevada. Sugerindo que o aumento da pressão pode estar sendo provocado pelas
EAO (figura 17).
*
68
60 70 80 90 100 110
0
5
10
15
20
25
QL*1000 (cps/mgprot)
PAM (mmHg)
Figura 17: Correlação entre quimiluminescência (cps/mg prot) e pressão arterial
média (mmHg) em homogeneizado cardíaco.
(r=0,8498; p
0,0001), foram
utilizados os 24 animais que tinham registro de pressão.
Na figura 18, observamos que a oxidação de proteínas, avaliada pelo
método das carbonilas, não houve diferenças significativas na oxidação de
proteínas entre os grupos estudados.
69
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
I II III IV V VI
carbonilas (mmol/mg prot)
Figura 18: Análise de carbonilas (mmol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
A capacidade antioxidante total, avaliada pela técnica do TRAP (figura 19),
apresentou-se diminuída no grupo VI em relação aos grupos II (74%), IV (52%) e
V (50%).
70
0
10
20
30
40
50
60
70
I II III IV V VI
TRAP (uM Trolox/mg prot)
Figura 19: Análise do TRAP (M trolox/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI Castrada Hcy. (*) P<0,05 quando comparado
aos grupos II, IV e V. Utilizando médiadpm e ANOVA.
A atividade da enzima GST diminuiu no grupo VI em relação aos grupos
II (60%), IV (74%) e V (74%), figura 20.
0
5
10
15
20
25
30
35
I II III IV V VI
GST (pmol/mg prot)
Figura 20: Atividade da GST (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI Castrada Hcy. (*) P<0.05 quando comparado
aos grupos II, IV e V. Utilizando médiadpm e ANOVA.
*
*
71
Aqui também observamos uma correlação negativa (r=0,6520; p0,0006)
entre a atividade da enzima GST e a lipoperoxidação. Mostrando que os animais
que tiveram aumento de lipoperoxidação apresentaram a GST diminuída (figura
21).
0 10 20 30 40
0
5
10
15
20
25
QL*1000 (cps/mgprot)
GST(pmol/mg prot)
Figura 21: Correlação entre quimiluminescência (cps/mg prot) e a atividade da
GST (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco. (r=0,6520; p
0,0006)
A atividade de enzima antioxidante GPx diminuiu no grupo VI em relação
ao grupo V (40%). Em relação aos demais grupos, não houve diferenças
significativas (figura 22).
72
0
5
10
15
20
25
30
35
40
I II III IV V VI
GPx (nmol/min/mgprot)
Figura 22: Atividade da GPx (mol/min/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo V. Utilizando médiadpm e ANOVA.
As enzimas SOD e CAT não apresentaram diferenças significativas nas
suas atividades entre os grupos estudados (tabela 2).
Tabela 2: Atividade das enzimas SOD (U/mg prot) e catalase (mol/mg prot) em
homogeneizado cardíaco (n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III -
Sham Controle, IV - Sham Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
SOD CAT
I
9,901,72 26,503,16
II
12,041,25 28,922,16
III
17,193,84 27,593,97
IV
12,291,33 29,292,60
V
15,213,51 23,742,90
VI
10,320,91 34,064,32
*
73
5.3.2 AORTA:
A atividade da enzima GST em aorta diminuiu no grupo VI em relação aos
grupos II (54%) e IV (59%). Já os grupos II e IV apresentaram-se aumentados em
relação aos seus respectivos controles I (93%) e III (137%). O grupo VI não diferiu
do seu grupo controle V (figura 23).
0
1
2
3
4
5
6
7
I II III IV V VI
GST (pmol/mg prot)
Figura 23: Atividade da GST (mol/mg prot) em homogeneizado de aorta
(n=6/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy. Utilizando médiadpm e ANOVA.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos II e IV.
(#) P<0,05 quando comparado ao grupo III.
(¥) P<0,05 quando comparado ao grupo I.
A atividade da enzima antioxidante GPx aumentou no grupo VI em relação
ao grupo II (100%); o grupo IV também apresentou-se aumentado em relação ao
grupo II (70%). O grupo V apresentou-se aumentado em relação ao grupo I (82%)
(figura 24).
*
¥
#
74
0
5
10
15
20
25
30
35
40
I II III IV V VI
GPx (nmol/min/mg prot)
Figura 24: Atividade da GPx (mol/min/mg prot) em homogeneizado de aorta
(n=6/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham
Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy. Utilizando média
dpm e ANOVA.
(*)
P<0,05 quando comparado ao grupo II.
(¥) P<0,05 quando comparado ao grupo I.
5.3.3 SANGUE:
A análise dos metabólitos de NO em plasma, figura 25, apresentou-se
diminuída no grupo VI em relação ao grupo V (40%), os demais grupos não
apresentaram diferenças significativas.
¥
*
*
75
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
I II III IV V VI
NOx (uM)
Figura 25: A – Nitratos+Nitritos (M) em plasma (n=8/grupo). I - NAIVE controle, II
- NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham Hcy, V - Castrada controle e VI
Castrada Hcy.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo V. Utilizando médiadpm e ANOVA.
A LPO apresentou-se diminuída no grupo VI em relação aos grupos IV
(43%) e V (42%). O grupo II também se apresentou diminuído em relação ao
grupo I (33%). Os demais grupos estudados não apresentaram diferenças
significativas entre si (figura 26).
*
76
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
I II III IV V VI
QL (cps/mg prot)
Figura 26: Lipoperoxidação avaliada por quimiluminescência (cps/mg prot) em
eritrócitos (n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV -
Sham Hcy, V - Castrada controle e VI Castrada Hcy. Utilizando média
dpm e
ANOVA.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos IV e V.
(#) P<0,05 quando comparado ao grupo I.
A atividade da enzima GST diminuiu no grupo VI em relação ao grupo II
(58%) (figura 27), no entanto não apresentou diferença significativa com os
demais grupos. As enzimas antioxidantes SOD e CAT não apresentaram
diferenças significativas nas suas atividades entre os grupos estudados (tabela 3).
*
#
77
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
I II III IV V VI
GST (pmol/mg prot)
Figura 27: Atividade da GST (mol/mg prot) em eritrócitos (n=8/grupo). I - NAIVE
controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV - Sham Hcy, V - Castrada controle
e VI – Castrada Hcy.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo II. Utilizando médiadpm e ANOVA.
Tabela 3: Atividade das enzimas SOD (U/mg prot) e catalase (mol/mg prot) em
eritrócitos (n=8/grupo). I - NAIVE controle, II - NAIVE Hcy, III - Sham Controle, IV -
Sham Hcy, V - Castrada controle e VI – Castrada Hcy.
SOD CAT
I
12,883,01 11,180,67
II
11,151,60 15,252,48
III
11,531,64 15,732,30
IV
16,352,33 12,862,73
V
10,732,02 19,222,73
VI
17,822,48 19,541,84
*
78
5.4 EXPERIMENTO 4:
Os animais (ratas de 70 dias) foram distribuídos nos seguintes grupos
experimentais (n=8/grupo):
Grupo I Sham controle: fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de castração e
que receberam água “ad libitum”.
Grupo II – Castrada controle: fêmeas castradas e que receberam água “ad
libitum”.
Grupo III Sham metionina: fêmeas submetidas à cirurgia fictícia de castração,
submetidas ao tratamento com metionina.
Grupo IV Castrada metionina: fêmeas castradas, submetidas ao tratamento
com metionina.
Estes grupos de ratas adultas foram castradas no 70° dia de vida e
receberam metionina na água de beber por 30 dias na dose de 1 g/kg/dia
(Ungvari et al., 1999; Hagar, 2002). Ao final do tratamento foram anestesiadas,
canuladas, para análise da hemodinâmica cardíaca, e mortas por deslocamento
cervical.
Hemodinâmica Cardíaca:
Nestes animais, foi avaliada a pressão intraventricular esquerda e, na
tabela 4, observamos os seguintes parâmetros: pressão diastólica final no
ventrículo esquerdo (PDFVE), pressão sistólica ventrículo esquerdo (PSVE),
derivada positiva (+dP/dt), derivada negativa (-dP/dt), freqüência cardíaca (FC) e
hipertrofia cardíaca (HC). Observamos, na figura 28, que a PDFVE apresentou-se
79
aumentada no grupo IV em relação aos grupos I (108%), II (116%) e III (51%). Os
demais grupos não apresentaram diferenças significativas entre si.
Tabela 4: pressão diastólica final no ventrículo esquerdo (PDFVE em mmHg),
pressão sistólica ventrículo esquerdo (PSVE em mmHg), derivada positiva (+dP/dt
em mmHg/s), derivada negativa (-dP/dt em mmHg/s), freqüência cardíaca (FC em
bpm) e hipertrofia cardíaca (HC em mg/g). I - Sham controle, II - Castrada
controle, III - Sham metionina, IV - Castrada metionina. (n=8/grupo)
PDFVE PSVE -dP/dt +dP/dt FC HC
I
8,49±1,56 136±9 -6014±332 7290±388 228±6 2,59±0,12
II
8,20±1,43 129±6 -6763±132 6967±267 229±15 2,68±0,11
III
12,29±1,17 121±4 -5425±328 6484±494 216±12 2,88±0,14
IV
18,55±1,46*
132±8 -5472±406 6725±223 233±9 2,68±0,13
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando médiadpm e
ANOVA.
0
5
10
15
20
25
I II III IV
PDFVE (mmHg)
Figura 28: Pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) em mmHg
(n=8/grupo) I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando médiadpm e
ANOVA.
*
80
5.4.1 CORAÇÃO:
A análise dos nitritos + nitratos em tecido cardíaco apresentou-se diminuída
no grupo IV em relação ao grupo I (40%), II (36%), III (33%), observado na figura
29.
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
I II III IV
NOx (uM)
Figura 29: Nitratos+Nitritos (M) em homogeneizado cardíaco (n=8/grupo). I -
Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV - Castrada
metionina.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando médiadpm e
ANOVA.
Observamos também que houve uma correlação negativa (r=0,8708;
p0,0001) entre a PDFVE e os metabólitos de NO, mostrando que os animais que
tiveram aumento de pressão ventricular apresentaram uma menor
biodisponibilidade do NO (figura 30).
*
81
0.0 0.5 1.0 1.5
0
10
20
30
PDFVE (mmHg)
NOx (uM)
Figura 30: Correlação entre PDFVE (mmHg) e a NOx (M) em homogeneizado
cardíaco.
(r=0,8708; p
0,0001)
A LPO avaliada pelo método das substâncias reativas ao ácido tio-
barbitúrico (TBARS) apresentou-se aumentada no grupo IV em relação aos
grupos I (200%), II (92%) e III (103%), como mostra a figura 31. Observamos
ainda um aumento na LPO no grupo II em relação ao grupo I (50%).
82
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
I II III IV
TBARS (umol/mg prot)
Figura 31: Lipoperoxidação avaliada por TBARS (mol/mg prot) em
homogeneizado cardíaco (n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III
- Sham metionina, IV - Castrada metionina. Utilizando médiadpm e ANOVA.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III.
(#) P<0,05 quando comparado ao grupo I.
Observamos também que houve uma correlação positiva (r=0,7956;
p0,0001) entre a PDFVE e o TBARS, mostrando que os animais que tiveram
aumento de pressão ventricular também apresentaram a lipoperoxidação
aumentada (figura 32).
*
#
83
0 1 2 3 4
0
10
20
30
PDFVE (mmHg)
TBARS(umol/prot)
Figura 32: Correlação entre TBARS (mol/mg prot) e PDFVE (mmHg) em
homogeneizado cardíaco. (r=0,7956; p
0,0001)
Na figura 33, observamos que a oxidação de proteínas avaliada pelo
método das carbonilas apresentou-se aumentada no grupo IV em relação aos
grupos I (96%), II (110%) e III (66%); os demais grupos não apresentaram
diferenças significativas entre si.
84
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
I II III IV
carbonilas (mmol/mg prot)
Figura 33: Análise de carbonilas (mmol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina. (*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando
médiadpm e ANOVA.
A atividade da enzima GST aumentou no grupo IV em relação aos grupos I
(31%) e II (50%); os demais grupos não mostraram diferenças significativas entre
si (figura 34).
*
85
0
5
10
15
20
25
I II III IV
GST (pmol/mg prot)
Figura 34: Atividade da GST (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
(*)
P<0,05 quando comparado aos grupos I e II. Utilizando médiadpm e ANOVA.
A atividade da enzima antioxidante GPx aumentou no grupo IV em relação
aos grupos I (37%) , II (34%) e III (25%); os demais grupos não apresentaram
diferenças significativas entre si (figura 35).
*
86
0
5
10
15
20
25
30
35
I II III IV
GPx (nmol/min/mg prot)
Figura 35: Atividade da GPx (mol/min/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina. (*)
P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando
médiadpm e ANOVA.
Também observamos uma correlação positiva (r=0,7936; p
0,0001) entre a
atividade da enzima GPx e a lipoperoxidação. Mostrando que os animais que
tiveram aumento de lipoperoxidação apresentaram a GPx aumentada (figura 36).
*
87
0 10 20 30 40
0
1
2
3
4
TBARS(umol/prot)
GPx (nmol/prot)
Figura 36: Correlação entre TBARS (mol/mg prot) e a atividade da GPx
(mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco. (r=0,7936; p
0,0001)
A atividade de enzima antioxidante SOD aumentou no grupo IV em relação
ao grupo III (36%); em relação aos demais grupos, não houve diferenças
significativas (figura 37).
88
0
2
4
6
8
10
12
I II III IV
SOD (U/mg prot)
Figura 37: Atividade da SOD (U/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo III. Utilizando médiadpm e ANOVA.
A atividade de enzima antioxidante catalase aumentou no grupo IV em
relação ao grupo III (26%); em relação aos demais grupos, não houve diferenças
significativas (figura 38).
*
89
0
2
4
6
8
10
12
14
I II III IV
catalase (pmol/mg prot)
Figura 38: Atividade da catalase (mol/mg prot) em homogeneizado cardíaco
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina,
IV - Castrada metionina.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo III. Utilizando médiadpm e ANOVA.
5.4.2 FÍGADO:
A análise dos metabólitos do NO em tecido hepático, figura 39, não
apresentou diferenças significativas entre os grupos estudados.
*
90
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
I II III IV
NOx (uM)
Figura 39: A Nitratos+Nitritos (M) em homogeneizado hepático (n=8/grupo). I -
Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV - Castrada
metionina.
A LPO avaliada pelo método das substâncias reativas ao ácido tio-
barbitúrico (TBARS) apresentou-se aumentada no grupo IV em relação aos
grupos I (180%), II (77%) e III (180%), como mostra a figura 40. Observamos
ainda um aumento na LPO no grupo II em relação ao grupo I (60%).
91
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
I II III IV
TBARS (umol/mg prot)
Figura 40: Lipoperoxidação avaliada por TBARS (mol/mg prot) em
homogeneizado hepático (n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle,
III - Sham metionina, IV - Castrada metionina. Utilizando médiadpm e ANOVA.
(*) P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III.
(#) P<0,05 quando comparado ao grupo I.
Na figura 41, observamos que a oxidação de proteínas avaliada pelo
método das carbonilas apresentou-se aumentada no grupo IV em relação aos
grupos I (196%), II (127%) e III (89%); os demais grupos não apresentaram
diferenças significativas entre si.
*
#
92
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
I II III IV
carbonilas (mmol/mg prot)
Figura 41: Análise de carbonilas (mmol/mg prot) em homogeneizado hepático
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina. (*)
P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando
médiadpm e ANOVA.
A atividade da enzima GST diminuiu no grupo IV em relação ao grupo I
(30%); em relação aos demais grupos, não houve diferenças significativas
(figura 42).
*
93
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
I II III IV
GST (nmol/mg prot)
Figura 42: Atividade da GST (mol/mg prot) em homogeneizado hepático
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
(*) P<0,05 quando comparado ao grupo I. Utilizando médiadpm e ANOVA.
A atividade de enzima antioxidante GPx não apresentou diferenças
significativas entre os grupos estudados, figura 43.
*
94
0
20
40
60
80
100
120
140
I II III IV
GPx (nmol/min/mg prot)
Figura 43: Atividade da GPx (mol/min/mg prot) em homogeneizado hepático
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
A atividade de enzima antioxidante SOD diminuiu no grupo IV em relação
aos grupos I (30%), II (20%) e III (26%); os demais grupos não apresentaram
diferenças significativas entre si (figura 44).
95
0
2
4
6
8
10
12
14
16
I II III IV
SOD (U/mg prot)
Figura 44: Atividade da SOD (U/mg prot) em homogeneizado hepático
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina. (*)
P<0,05 quando comparado aos grupos I, II e III. Utilizando
médiadpm e ANOVA.
A atividade de enzima antioxidante catalase não apresentou diferenças
significativas entre os grupos estudados (figura 45).
*
96
0
10
20
30
40
50
60
I II III IV
catalase (pmol/mg prot)
Figura 45: Atividade da catalase (mol/mg prot) em homogeneizado hepático
(n=8/grupo). I - Sham controle, II - Castrada controle, III - Sham metionina, IV -
Castrada metionina.
97
6. DISCUSSÃO
6.1 EXPERIMENTO 1:
Sabe-se que a homocisteína aumenta o estresse oxidativo, por ser
facilmente oxidada e gerar radicais livres. Uma vez na circulação a homocisteína
é rapidamente auto-oxidada formando homocistina, dissulfetos mistos e também
as espécies ativas de oxigênio (Baydas et al., 2006). É sabido também que ela
atua nos vasos promovendo a disfunção endotelial, especialmente por oxidar o
LDL colesterol (Romerio et al., 2004). Também está amplamente estudado o
efeito do acúmulo de homocisteína sobre a função endotelial. Por este motivo,
procuramos elucidar, neste trabalho, como funciona o dano oxidativo gerado pela
homocisteína sobre o tecido cardíaco, uma vez que o aumento dos níveis de Hcy
é considerado um fator de risco para doença cardiovascular (Perry, 1999).
Inicialmente, testamos o efeito crônico da Hcy no coração, num modelo de
homocistinúria. A homocistinúria é um erro inato do metabolismo de aminoácidos
sulfurados, causado pela deficiência da enzima cistationina -sintase. O bloqueio
desta rota metabólica provoca acúmulo de homocisteína e metionina. A metionina
é formada em condições de excesso de homocisteína, que sofre metilação e é
convertida em metionina por ação da metionina sintase. As concentrações
normais de homocisteína variam de 5 a 15 mol/L, enquanto que as de metionina
são de aproximadamente 35 mol/L. Pacientes com deficiência da enzima
cistationina -sintase apresentam concentrações plasmáticas de homocisteína
acima de 200 mol/L, e de metionina até 2000 mol/L (Mudd et al., 2001).
Pacientes com homocistinúria desenvolvem, prematuramente, doença vascular
98
oclusiva, levando à trombose arterial e venosa (Davi et al., 2001; Robert et al.,
2005). A patogenia da lesão vascular determinada pela HHcy inclui lesão da
célula endotelial, crescimento da musculatura lisa vascular, maior adesividade
plaquetária, aumento da oxidação do LDL-colesterol com deposição na parede
vascular e ativação direta da cascata da coagulação (Durand et al., 2001). O
modelo de homocistinúria utilizado neste estudo está descrito na literatura, e
induz uma elevação nos níveis de homocisteína sanguínea para
aproximadamente 500
mol/L, promovendo uma hiperhomocisteinemia severa,
semelhante à encontrada na homocistinúria (Streck et al., 2002). Neste
experimento, foram utilizados ratos jovens (machos e fêmeas), sexualmente
imaturos, portanto sem a influência do estrogênio, que foram mortos logo após o
término do tratamento de três semanas. No nosso estudo observou-se aumento
da atividade das enzimas antioxidantes SOD e GST no grupo tratado com Hcy em
relação ao controle. Uma vez que a homocisteína aumenta a geração de EAO
durante a sua oxidação (Baydas et al., 2006), acredita-se que estas enzimas têm
suas atividades aumentadas por aumento nos substratos, ânion superóxido e
peróxido de hidrogênio. A GST também tem um importante papel na detoxificação
de xenobióticos, por isso ela está aumentada devido à intoxicação causada pela
homocisteína. Resultados semelhantes foram encontrados por Vilaseca-Busca e
colaboradores onde a atividade da SOD apresentou-se aumentada na
homocistinúria provavelmente devido a um aumento na produção de EAO
(Vilaseca-Busca et al., 2002). a catalase não apresentou alterações no
experimento 1 o que pode ser devido a uma inibição por NO. No entanto, não
houve aumento do dano oxidativo, avaliado através da LPO. Sugere-se que,
neste período de tratamento, as atividades enzimáticas aumentadas foram
99
suficientes para reverter o dano causado pela Hcy, ou ainda pode ter
compensado pela presença de antioxidantes não enzimáticos. Campolo e
colaboradores demonstraram que o aumento da Hcy aumenta a glutationa
reduzida (GSH), mas não altera LPO no plasma de humanos tratados com
metionina (Campolo et al., 2006). Estudos em humanos mostram que há um
aumento da LPO na homocistinúria em pacientes adolescentes e adultos (14 a 51
anos) e que isto está associado a um maior risco cardiovascular e trombótico
(Davi et al., 2001). Outro estudo também mostrou um aumento da LPO em fígado
de camundongos, com hiperhomocisteinemia severa causada por deficiência da
cistationina
-sintase (Robert et al., 2005). Não foi encontrado na literatura um
modelo de homocistinúria que avalie o estresse oxidativo cardíaco.
O dano oxidativo ao miocárdio pode contribuir para agravar o quadro da
HHcy que além da disfunção endotelial isso poderia contribuir para a disfunção
miocárdica.
6.2 EXPERIMENTO 2
Neste experimento, foi utilizado o mesmo modelo descrito no experimento
1 que induz uma elevação nos níveis de homocisteína sanguínea para
aproximadamente 500
mol/L, promovendo uma hiperhomocisteinemia severa,
semelhante à encontrada na homocistinúria (Streck et al., 2002). No entanto, 12
horas após o término do tratamento a concentração plasmática de homocisteína
retorna aos valores normais (Streck et al., 2004). Utilizando as mesmas doses de
homocisteína do experimento anterior e o mesmo tempo de tratamento, porém
analisando os animais adultos com 80 dias de vida, foi observado o estresse
100
oxidativo 52 dias após o término do tratamento. O objetivo foi verificar o efeito da
hiperhomocisteinemia (HHcy) severa, a longo prazo, sob parâmetros oxidativos
no tecido cardíaco. Este tratamento simula a homocistinúria, como foi citado
anteriormente. Para isso foram utilizados ratos machos, ou seja, sem influência do
estrogênio, uma vez que foi demonstrado que os androgênios não influenciam
no estresse oxidativo (Barp et al., 2002). Foi observado, neste modelo, um
aumento do dano oxidativo aos lipídios e às proteínas. Sabe-se que a HHcy
estimula a formação de ânion superóxido e de peróxido de hidrogênio,
promovendo um aumento no estresse oxidativo (Welch et al., 1997; Hogg, 1999;
Streck et al., 2004). Resultados semelhantes foram encontrados na literatura,
onde modelos de homocistinúria apresentam um aumento de LPO e aumento de
dano às proteínas em fígado e plasma (Davi, 2001; Robert, 2005). No entanto,
nos animais que receberam Hcy e folato foi observado que a LPO e o dano a
proteínas volta para valores semelhantes aos dos controles, ou seja o folato
impede o dano oxidativo no coração destes animais. O folato é um co-substrato
do ciclo de remetilação da metionina, que impede a formação de Hcy; por isso, o
tratamento com ácido fólico reduz a concentração plasmática de homocisteína
(Thambyrajah et al., 2000). Hagar demonstrou que o tratamento com folato, em
ratos infartados, reduz significativamente o dano oxidativo do miocárdio (Hagar,
2002). Malinow e colaboradores observaram uma redução da Hcy plasmática
em pacientes, com doença cardíaca isquêmica, que consumiram cereais
fortificados com ácido fólico (Malinow et al., 1999). Observamos também um
aumento nas atividades das enzimas antioxidantes CAT e GST, bem como uma
diminuição na atividade da SOD. É sabido que altas concentrações de peróxido
de hidrogênio ativam a catalase, no entanto, esse grande aumento nas espécies
101
ativas de oxigênio pode inibir a atividade enzimática da SOD, o que se chama de
inativação oxidativa (Li et al., 1999). o aumento observado na GST reflete a
detoxificação da Hcy, sendo que esta enzima é a principal responsável pelos
processos de detoxificação de xenobióticos. Heydrick e colaboradores sugerem o
aumento nos níveis de Hcy está associada a um aumento da LPO dose
dependente, e que esta não é inibida pelo aumento da catalase, mas é inibida
pelo aumento da SOD. E que altas doses de Hcy não alteram a atividade da GPx,
em cultura de células endoteliais (Heydrick et al., 2004). Baydas e
colaboradores e Huang e colaboradores demonstraram que o aumento na
concentração plasmática de Hcy inibe a atividade de enzimas antioxidantes como
a SOD e a GPx (Huang et al., 2001; Baydas et al., 2005). Quando protegemos
estes animais com folato, as atividades da catalase e da GST retornam a valores
controles, o que comprova ou reforça que o aumento da atividade enzimática foi
devido ao aumento na geração de EAO pela Hcy. Isso também é demonstrado na
correlação positiva encontrada entre a LPO e a atividade da catalase. Como
discutido anteriormente, o folato reduz os níveis de homocisteína e assim reduz o
dano oxidativo, retornando a atividade das enzimas aos seus valores basais.
6.3 EXPERIMENTO 3
Neste experimento foram utilizadas ratas sexualmente maduras castradas
ou não. A castração foi realizada para que tivéssemos grupos com e sem
estrogênio, sendo que a retirada dos estrogênios foi feita para simular a
menopausa. está estabelecido que na menopausa ocorre um aumento dos
níveis de Hcy e também um aumento no risco cardiovascular (Hak et al., 2000;
102
Chagas et al., 2003; Mosca et al., 2006). Por outro lado também está bem
estabelecido na literatura que a Hcy causa disfunção endotelial (Kuller & Evans,
1998; Kanani et al., 1999; Cole, 2001) e que o estrogênio tem ação antioxidante
(Ayres et al., 1998; Strehlow et al., 2003; Wierman, 2007). Então nosso próximo
passo foi estudar a influência do estrogênio no efeito oxidativo causado pela
homocisteína em coração, aorta e efeito sistêmico em termos de estresse
oxidativo, observando algumas alterações hemodinâmicas. A escolha dos tecidos
foi feita com base nos nossos objetivos. Primeiramente queríamos avaliar o efeito
no miocárdio, sendo que a Hcy é um fator de risco cardiovascular (Perry, 1999).
Na aorta queríamos comprovar o efeito sobre o endotélio e a avaliação sistêmica
foi realizada para observarmos o balanço entre os tecidos através dano oxidativo
sistêmico. Neste modelo foi avaliado agudamente o efeito da Hcy em animais
castradas ou não. O modelo de HHcy utilizado foi o descrito por Scherer e
colaboradores, que causa hiperhomocisteinemia severa (Scherer et al., 2007).
Primeiramente, foi feita análise hormonal para confirmar a diminuição dos níveis
de 17
-estradiol, após uma semana de castração. O grupo castrado apresentou
níveis significativamente menores de 17 -estradiol, como havia sido
demonstrado em trabalhos prévios realizados em nosso laboratório (Barp et al.,
2002).
Inicialmente, os animais foram cateterizados sob anestesia e após foram
realizadas as medidas hemodinâmicas em animal acordado. A avaliação
hemodinâmica apresentou diferenças significativas na pressão arterial média
apenas quando comparamos os animais castrados que receberam ou não a Hcy.
Observou-se que a Hcy aumenta a pressão arterial somente na ausência de
estrogênio. a freqüência cardíaca não apresentou alterações significativas
103
entre os grupos estudados, como demonstrado na literatura. Herrmann e
colaboradores demonstram não haver variação na pressão arterial, porém
observaram uma elevação da pressão diastólica ventricular esquerda (Herrmann
et al., 2006). Ungvari e colaboradores não observaram diferenças na pressão
arterial medida em artéria femural (Ungvari et al., 1999). Ambos os trabalhos
utilizaram tratamento crônico para indução de HHcy moderada, enquanto no
nosso trabalho utilizamos tratamento agudo para HHcy severa. Em contrapartida
a estes resultados, Mariotti e colaboradores demonstraram que a HHcy diminui a
pressão sangüínea avaliada pelo método de pletismografia caudal e não altera
produção de óxido nítrico (NO) plasmático (Mariotti et al., 2006).
O NO é amplamente conhecido como vasodilatador, porém sabe-se que
ele tem um importante papel na atividade cardíaca. Estudos recentes mostram
que inibindo a vasodilatação NO dependente, aumenta-se o índice de eventos
cardiovasculares, uma vez que o NO tem um importante papel na regulação do
metabolismo cardíaco, modulando a respiração mitocondrial. O NO atenua a
respiração mitocondrial por inibir os complexos I e II da cadeia de transporte de
elétrons e por interação coma citocromo oxidase (Suematsu et al., 2007). O NO
também atua na modulação da resposta cardíaca à isquemia/reperfusão. Além de
atuar como molécula cardioprotetora, e ser essencial para o funcionamento
normal do coração (Xu et al., 2004). Becker e colaboradores demontraram que a
HHcy inibe a regulação do consumo de oxigênio cardíaco pelo NO, e este efeito é
proporcional a concentração plasmática de Hcy. Sugerem também que a redução
da biodisponibilidade do NO pelo ânion superóxido é o maior impacto ao
metabolismo cardíaco causado pela Hcy, causando uma piora na vasodilatação
(Becker et al., 2005).
104
Visto esta importante função do NO no coração, achamos interessante
verificar os níveis de nitritos + nitratos (NOx) neste tecido. Os níveis de NOx
estão aumentados nas ratas castradas com Hcy. Estudos demonstram que a
HHcy reduz a biodisponibilidade do NO (Suematsu et al., 2007). Enquanto o
estrogênio aumenta a atividade da NOS e aumenta a produção de NO no coração
(Xu et al., 2004). Neste trabalho sugere-se que os níveis de NOx estão
aumentados no coração, pois a HHcy reduz a biodisponibilidade de NO
aumentando seus metabólitos. Como este tratamento é agudo é possível que
estes metabólitos ainda não tenham sido secretados. Quando correlacionamos a
pressão arterial com os níveis de NOx, observamos uma correlação positiva,
mostrando que os animais com maiores níveis destes metabólitos, supostamente
com menores concentrações de NO, apresentam uma maior pressão arterial.
Dantas e colaboradores mostram que a inativação do NO pelo ânion superóxido
pode colaborar para a disfunção endotelial e para a hipertensão, e que o
estrogênio por sua propriedade antioxidante tem efeito protetor contra o dano
endotelial (Dantas et al., 1999).
Quando analisamos o estresse oxidativo, observamos um aumento na
lipoperoxidação cardíaca, analisada pela técnica de quimiluminescência, no grupo
que recebeu Hcy e tinha baixa concentração de estrogênio. Isso demonstra um
aumento do dano oxidativo nestes animais, uma vez que não têm o efeito
antioxidante oferecido pelo estrogênio. o grupo com estrogênio que recebeu
Hcy não apresentou aumento da LPO. Quando correlacionamos a pressão arterial
com a LPO, observamos uma correlação positiva, mostrando que os animais que
apresentaram maior dano oxidativo também tiveram a pressão arterial mais
elevada. Estes animais são os que receberam Hcy e tinham baixa concentração
105
de estrogênio. Estes dados são corroborados por dados encontrados na literatura
que demonstram que a HHcy aumenta estresse oxidativo (EO) e a LPO no
sistema nervoso (Streck et al., 2003; Matté et al., 2004), e que o EO promove
dano cardíaco (Ungvari et al., 1999). Outro estudo mostra que o 17 -estradiol
diminui a expressão de pró-oxidantes em células endoteliais e recupera a função
cardíaca pós isquemia em coração de ratas (Xu et al., 2004). Neste experimento
não foi observado dano oxidativo a proteínas, provavelmente pelo tempo do
tratamento, uma vez que o dano a proteínas ocorre mais lentamente que o dano a
lípidios. Quando analisamos a capacidade antioxidante total nestes animais,
observamos uma diminuição nos antioxidantes não enzimáticos, avaliados em
conjunto pela técnica do TRAP, no grupo que recebeu Hcy e tinha baixa
concentração de estrogênio. Isso demonstra um maior dano oxidativo neste grupo
que teve aumento na LPO e diminuição da capacidade antioxidante total. Estudos
mostram que a Hcy in vitro induz a LPO e diminui as defesas antioxidantes não
enzimáticas, gerando um quadro de estresse oxidativo (Streck et al., 2003; Matté
et al., 2004). Observamos também que apenas a cirurgia já é um fator de estresse
oxidativo uma vez que os grupos em que foi feita a cirurgia fictícia apresentaram
uma menor capacidade antioxidante total quando comparado com os animais
intactos.
Spencer e colaboradores demonstraram que a combinação de estrogênio
com Hcy bloqueia significativamente a ação da Hcy (Spencer et al., 2004).
No coração observamos que houve um aumento do estresse oxidativo nos
animais castrados que receberam Hcy, uma vez que a QL apresentou-se
aumentada e houve uma diminuição nas enzimas GST e GPx, que são as
enzimas dependentes de glutationa. Novamente observamos que a diminuição na
106
atividade enzimática da GPx e GST são observadas no grupo com Hcy e com
baixa concentração de estrogênio, mostrando um efeito pró-oxidante da Hcy no
coração destes animais.
Suematsu e colaboradores demonstraram que o aumento do estresse
oxidativo pela Hcy reduz a atividade da GPx, diminui a biodisponibilidade de NO e
aumenta os níveis de superóxido (Suematsu et al., 2007).
O risco de infarto aumenta em 12% na HHcy moderada e de 20 a 30% dos
pacientes com doença coronariana apresenta HHcy moderada. Estes danos estão
associados ao poder oxidante da Hcy, uma vez que ela aumenta os níveis de
ânion superóxido e de peroxinitrito que são potentes oxidantes, além de diminuir o
NO e a atividade da NO sintase endotelial (eNOS), que tendem a manter a função
cardíaca (Spencer et al., 2004).
Quando correlacionamos a LPO com a atividade da GST observamos uma
correlação negativa, mostrando que os animais que apresentaram maior dano
oxidativo tiveram uma menor atividade antioxidante desta enzima. Isto sugere que
os animais que receberam Hcy, mas tinham a presença do estrogênio como
antioxidante, têm um menor dano oxidativo que os animais castrados e que
receberam Hcy, provavelmente porque o estrogênio impede o dano oxidativo
causado pela Hcy.
Robin e colaboradores demonstraram que em tecido sanguíneo e hepático,
não variação nos níveis de NOx após suplementação com metionina. E ainda
que a Hcy possa aumentar os níveis plasmáticos de cisteína e de GSH em ratos
espontaneamente hipertensos (SHR) (Robin et al., 2004).
Neste modelo foram avaliados também alguns parâmetros em aorta. No
entanto, devido à dificuldade em fazer a coleta desta artéria, por ela se apresentar
107
muito frágil nos animais que receberam Hcy, e romper facilmente enquanto era
retirada, foi possível avaliar a atividade de duas enzimas antioxidantes. As
enzimas escolhidas foram a GST e a GPx por participarem do metabolismo da
glutationa e por terem se mostrado alteradas no tecido cardíaco. Na aorta
observamos que a Hcy por si só, independente da ação do estrogênio, aumenta
os níveis de GST tentando reverter o dano causado pela Hcy. No entanto nos
animais que receberam Hcy e estavam castrados não houve um aumento da
GST. Possivelmente a formação de muitas EAO, inibiu a atividade enzimática da
GST (inativação oxidativa). a GPx apresentou-se aumentada quando houve a
castração, independente da presença de Hcy, mostrando que a retirada dos
estrogênios promove uma resposta adaptativa do sistema antioxidante
enzimático para combater o dano oxidativo em aorta. Este dano também é
observado quando temos Hcy e o estresse cirúrgico no grupo sham. Ou seja,
tanto a castração quanto a Hcy promovem aumento da atividade da GPx para
reverter o dano oxidativo causado por estes procedimentos. Barp e colaboradores
demonstraram que a castração induz um aumento do estresse oxidativo (Barp et
al., 2002). Chagas e colaboradores sugerem que a Hcy causa um efeito lesivo
direto ao endotélio e que este processo é dependente da biodisponibilidade de
oxigênio. Os autores sugerem um mecanismo de dano via radicais livres pelo
aumento do peróxido de hidrogênio (Chagas et al., 2003).
Em experimentos em anel de aorta isolados observou-se que a Hcy causa
uma redução da biodisponibilidade do NO e um importante aumento do estresse
oxidativo (Eberhardt et al., 2000). Outro estudo demonstra que a HHcy, causada
por altas doses de metionina, produz um efeito angiotóxico na aorta. Este efeito é
108
acompanhado de extenso dano endotelial, degeneração celular e características
degenerativas no processo mitocondrial (Matthias et al., 1996).
Também foi avaliado com este protocolo experimental, o estresse oxidativo
sistêmico, como marcadores periféricos, uma vez que é uma análise
minimamente invasiva e a mais utilizada na clínica médica. Observamos
sistemicamente que a LPO apresenta-se diminuída, bem como a atividade da
GST e os metabólitos do NO. Acredita-se que o vaso é o primeiro órgão-alvo de
dano causado pela Hcy, até pelo seu aspecto após o tratamento. Então para
proteger o vaso do dano oxidativo, possivelmente, são mobilizados antioxidantes
de outros órgãos. Palace e colaboradores demonstraram que órgãos como o
coração, o fígado e os rins podem depletar suas reservas de antioxidantes para
diminuir o estresse oxidativo sistêmico em resposta ao insulto isquêmico ao
miocárdio (Palace et al., 1999).
6.4 EXPERIMENTO 4
Outro objetivo deste trabalho foi ver o efeito da hiperhomocisteinemia
crônica, em ratas castradas e não-castradas. Porém, devido ao alto custo da Hcy,
fomos buscar na literatura um tratamento alternativo. O que encontramos foi que
o tratamento crônico com metionina na água de beber causa uma
hiperhomocisteinemia moderada, com valores de homocisteína entre 15
30mol/L (Welch & Loscalzo, 1998). Uma vez que a única fonte de Hcy no
organismo é o metabolismo da metionina, a administração crônica deste
aminoácido essencial pode levar à HHcy. O modelo de HHcy utilizado foi baseado
no estudo de Ungavari et al., 1999, o qual demonstrou uma elevação da
109
concentração plasmática de Hcy para valores de 23,6 mol/L, indicando HHcy
moderada. Em um estudo realizado por Hanratty et al., 2001, foram considerados
dois grupos de pacientes, tendo o primeiro recebido metionina oral e o outro
recebido homocisteína oral. Foi observado um aumento na homocisteína
plasmática e na concentração de metionina do primeiro grupo, sendo que no
segundo grupo foi observado um aumento na homocisteína plasmática, com
pouco efeito na concentração de metionina. Ambos os tratamentos indicaram
danos endoteliais, sugerindo que a homocisteína é o agente causador.
Após estabelecido o modelo, o objetivo foi o de demonstrar a disfunção no
ventrículo esquerdo em ratos, submetidos à hiperhomocistenemia (HHcy), a qual
foi correlacionada com o estresse oxidativo do miocárdio e redução de
metabólitos do NO.
Como demonstrado por outros autores, a Hcy contribui para a
mortalidade cardiovascular por ações no miocárdio, em adição aos efeitos
vasculares (Joseph et al., 2002; Joseph et al., 2003). Uma elevada concentração
da Hcy plasmática tem sido associada a danos no endotélio vascular, contribuindo
para doenças das artérias coronarianas, trombose e doenças cerebrovasculares
(Hermann et al., 2006). A HHcy pode também exercer efeitos deletérios no
coração, causando remodelamento cardíaco adverso, que se caracteriza por
fibrose intersticial e perivascular, resultando no aumento de rigidez do miocárdio
(Joseph et al., 2002). No entanto, o mecanismo pelo qual a elevação da Hcy
pode levar à redução da função mecânica do coração ainda está sob
investigação. Estudos destes mecanismos ainda são raros. Recentemente, tem
observou um aumento na concentração da Hcy plasmática em pacientes com
110
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), representado um fator de risco adicional
(Vassan et al., 2003).
Neste estudo, objetivamos investigar a função ventricular por meio do
cateterismo cardíaco de ratos com HHcy. Foi verificada uma elevação significativa
da PDFVE nas ratas com ausência de estrogênio. A menopausa foi induzida por
ovariectomia bilateral. Este procedimento foi utilizado baseado na observação de
que os níveis de Hcy aumentam significativamente em mulheres após a
menopausa. Isto pode justificar, em parte, o aumento do risco de doenças
cardiovasculares nessas mulheres (Verhoef et al., 1999; Sundstrom et al., 2004).
Uma vez que Spencer et al., 2004 demonstraram que a combinação de
Hcy e estrogênio inibem significativamente os efeitos adversos da Hcy, foi
observada somente a disfunção ventricular na ausência deste hormônio. Este
resultado reforça a característica cardioprotetora do estrogênio. Também
achamos um decréscimo na quantidade de nitritos+nitratos (NOx) no miocárdio de
ratos submetidos à ovariectomia e que receberam metionina, quando comparados
a outros grupos. Foi demonstrada uma correlação negativa bastante forte entre
NOx e PDFVE, indicando uma possível participação do decréscimo da
biodisponibilidade do NO na disfunção ventricular (Elahi et al., 2007). Esta
redução da biodisponibilidade do NO pode também ser resultante de uma
supressão indireta da atividade da NO sintase endotelial (eNOS) pela Hcy (Zhang
et al., 2000). Outro mecanismo para explicar a redução na biodisponibilidade do
NO é devido à formação de peroxinitrito, resultante da reação entre o NO e o
ânion superóxido (O
2
-
), o qual é reconhecido como sendo produzido pela reação
de oxidação da Hcy (Ungavari et al., 2002). Assim, a medida dos marcadores de
estresse oxidativo no miocárdio passa a ser de interesse. Neste trabalho foi
111
avaliado o dano oxidativo a lipídios por meio do TBARS. Este marcador está
aumentado em animais castrados, demonstrando que o estrogênio inibe o
estresse oxidativo no miocárdio. Barp et al., 2002, demonstraram este efeito uma
semana após a castração. Quando associados a castração e a
hiperhomocisteinemia, o estresse oxidativo foi potencializado e também se
verificou dano a proteínas avaliados por carbonilas. Estes achados corroboram o
estudo de Bayes et al., 2003, onde foi verificada uma associação entre a HHcy
induzido por metionina e a lipoperoxidação. Devi e colaboradores também
demonstraram que a HHcy aumenta o TBARS em miocárdio de ratos SHR,
sugerindo que a HHcy aumenta o estresse oxidativo e a LPO miocárdica (Devi et
al., 2006).
A terapia de reposição hormonal em ratas castradas ou administração de
SOD mimético foram associadas com uma melhor recuperação cardíaca após
isquemia-reperfusão (Xu et al., 2004). O estrogênio tem sido associado também
como protetor contra o estresse oxidativo induzido por Hcy, prevenindo injúria
endotelial (Dimitrova et al., 2002b).
Um dos resultados obtidos neste trabalho foi a verificação do aumento da
atividade das enzimas antioxidantes SOD, CAT, GPx e GST no grupo com
ausência de estrogênio associado com a administração da metionina. De fato, as
enzimas antioxidantes parecem responder ao desequilíbrio no estresse oxidativo
aumentando suas atividades numa tentativa de minimizar o dano oxidativo.
Resultados similares foram produzidos no nosso laboratório com a utilização de
outras situações de estresse oxidativo. Neste trabalho foi demonstrado que as
enzimas antioxidantes também se encontravam elevadas quando o estresse
oxidativo era induzido pela administração de tiroxina (Araujo et al., 2006).
112
Como a Hcy pode levar à produção do ânion superóxido e de peróxido de
hidrogênio (Chambers et al., 1999; Perna et al., 2003), o aumento da atividade
antioxidante pode ser devido a uma elevação nos substratos dessas enzimas. A
atividade da SOD e os metabólitos do NO apresentaram um padrão de oscilação
oposto. Isto significa que quanto maior a atividade da SOD, menor a quantidade
de metabólitos de NO. Esta alteração foi verificada em ratas castradas
submetidas a tratamento com metionina. A atividade aumentada da SOD pode ser
devida a um aumento da produção do ânion superóxido, o qual por sua vez
inativa o NO, conforme citado anteriormente. No grupo que recebeu metionina
com concentração fisiológica de estrogênio, a atividade da SOD não foi alterada,
sugerindo que a produção do superóxido pode também estar inalterada (Perna et
al., 2003; Suematsu et al., 2006).
De fato, o estrogênio pode preservar a biodisponibilidade do NO não
apenas pelo aumento da produção de NO, mas também por sua ação
scavenger,
reduzindo ou inibindo o estresse oxidativo (Virdis et al., 2000).
Nossos dados demonstram uma associação entre a HHcy e a disfunção
ventricular em ratas menopausadas, o qual foi correlacionado com a diminuição
da biodisponibilidade de NO, bem como com o aumento do dano oxidativo no
miocárdio. Estes achados demonstram a importância da restituição do balanço
NO/redox em mulheres menopáusicas de maneira a melhorar a função cardíaca
na HHcy, influenciando favoravelmente o prognóstico da insuficiência cardíaca.
Outro objetivo deste estudo foi verificar o efeito crônico da metionina como
causadora de HHcy sobre o fígado. O fígado é o principal órgão responsável pela
metabolização da metionina e da homocisteína, principalmente pela rota de
transulfuração da Hcy à cistationina (Robin et al., 2004).
113
No fígado não foram observadas alterações nos metabólitos do NO. Ji e
Kaplowitz sugerem que a HHcy piora quadros de doenças hepáticas e que a
biodisponibilidade do NO é importante no balanço redox nestes casos (Ji &
Kaplowitz, 2004). A lipoperoxidação hepática, avaliada pelo método do TBARS,
apresentou-se aumentada no grupo castrado que recebeu metionina. Observou-
se também um aumento no dano a proteínas avaliado pelo método das
carbonilas. Robert e colaboradores demonstraram que um aumento nas
carbonilas em fígado de camundongos com deficiência da cistationina
-sintase e
que esta deficiência é uma das causas da hiperhomocisteinemia (Robert et al.,
2005).
Outros estudos também mostram que a LPO é um importante mecanismo
na patogênese do dano hepático. E que o aumento nos níveis de Hcy promove
um aumento da LPO e do estresse oxidativo em fígado de ratos (Huang et al.,
2001; Robin et al., 2004).
Outro resultado obtido neste experimento foi a diminuição da atividade das
enzimas antioxidantes SOD e GST. Alguns estudos sugerem que a homocisteína
atua inibindo a atividade das enzimas antioxidantes no tecido hepático. Huang e
colaboradores demonstraram que o aumento nos níveis de Hcy, por depleção de
folato, resulta em uma diminuição da atividade da GPx e da SOD, sem alterar a
atividade da catalase em tecido hepático (Huang et al., 2001). Robin e
colaboradores mostraram uma diminuição significativa na atividade das enzimas
antioxidantes GPx e glutationa redutase em fígado de ratos SHR (Robin et al.,
2004). Estes dados no tecido hepático sugerem um grande dano oxidativo no
fígado, pois durante a metabolização da Hcy, ocorre a sua auto-oxidação e a
geração de espécies ativas de oxigênio.
114
7. Conclusão
1) A administração crônica de homocisteína a animais neonatos não aumenta o
dano oxidativo cardíaco avaliado imediatamente após o término do tratamento,
provavelmente pela aumentada atividade antioxidante no miocárdio.
2) A homocisteína, administrada cronicamente a ratos neonatos, induz aumento
do dano oxidativo ao miocárdio quando estes animais se tornam maduros, sendo
que esses danos foram minimizados pela suplementação com folato. Estes
dados sugerem que o folato atua como protetor cardiovascular na
hiperhomocisteinemia.
3) O dano oxidativo miocárdico foi induzido no miocárdio de fêmeas castradas
tratadas agudamente com homocisteína, efeito esse que não se observa na
presença de níveis estrogênicos fisiológicos. Estes dados apontam para um
efeito cárdio-protetor do estrogênio na hiperhomocisteinemia.
4) O tratamento crônico com metionina induz disfunção diastólica do ventrículo
esquerdo que foi associada à redução da biodisponibilidade do óxido nítrico
(NO), assim como ao aumento do dano oxidativo no miocárdio. Estes achados
sugerem a importância do balanço NO/redox na melhora da função cardíaca na
hiperhomocisteinemia.
115
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131
ANEXO 1
Artigo submetido à Life Science.
Ventricular dysfunction induced by methionine is related to myocardial
oxidative stress in female ovariectomized rats.
Barp, J.
1
; Schenkel, P.
1
; Llesuy, S.
2
, Wyse, A.T.S.
3
, Belló-Klein, A
1
Comprovante de submissão:
Dear Dr. Belló-Klein, Your submission entitled "Ventricular dysfunction
induced by methionine is related to myocardial oxidative stress in female
ovariectomized rats" has been received by Life Sciences
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