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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
MESTRADO EM PATOLOGIA TROPICAL
ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE CÁRIE DENTAL EM
JOVENS DE 18 ANOS DE MANAUS, AMAZONAS, BRASIL
DANIELE REIS DE ARAUJO MAGALHÃES
MANAUS
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
MESTRADO EM PATOLOGIA TROPICAL
DANIELE REIS DE ARAUJO MAGALHÃES
ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE CÁRIE DENTAL EM
JOVENS DE 18 ANOS DE MANAUS, AMAZONAS, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Patologia Tropical da Universidade
Federal do Amazonas, como requisito para obtenção
do título de Mestre em Patologia Tropical, na área de
concentração “Diagnóstico e Controle” e na linha de
pesquisa “Estratégias para o Controle e/ou
Diagnóstico”.
Orientadora: Profª. Dra. Ângela Delfina Bittencourt Garrido
Co-orientadora: Profª. Dra. Maria da Conceição de Oliveira
MANAUS
2007
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Ficha Catalográfica
(Catalogação na fonte realizada pela Biblioteca Central - UFAM)
M188c
Magalhães, Daniele Reis de Araujo
Cárie dentária e acessibilidade aos serviços de saúde
bucal: um estudo transversal com jovens de 18 anos de
Manaus, Amazonas, Brasil / Daniele Reis de Araújo
Magalhães. - Manaus: UFAM, 2007.
106 f.; il. color.
Dissertação (Mestrado em Patologia Tropical)
Universidade Federal do Amazonas, 2007.
Orientadora: Pro Dra. Ângela Delfina Bittencourt
Garrido
1. Boca – cuidado e higiene 2. Odontologia sanitária 3.
Cárie dentária - prevenção I.Título
CDU 616.314-002(043.3)
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DANIELE REIS DE ARAUJO MAGALHÃES
ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE CÁRIE DENTAL EM
JOVENS DE 18 ANOS DE MANAUS, AMAZONAS, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação do Mestrado em Patologia Tropical
da Universidade Federal do Amazonas, como
parte do requisito para obtenção do título de
Mestre em Patologia Tropical, na área de
concentração em “Diagnóstico e Controle” e
linha de pesquisa “Estratégias para o Controle
e/ou Diagnóstico”.
16 de novembro de 2007
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dra. Ângela Delfina Bittencourt Garrido, Presidente
Universidade Federal do Amazonas
Profª. Dra. Maria da Conceição de Oliveira, Membro Interno
Universidade Federal do Amazonas
Prof. Dr. Paulo JoBenevides dos Santos, Membro Externo
Universidade Estadual do Amazonas
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Dedicatória
A Deus,
meu Mestre.
A meu marido Petrucio
meu amigo e incentivador.
À memória de minha amada Mãe
que me ensinou a ter Fé,
A meus filhos Fernando Henrique e Maria Clara.
A paz de espírito nos leva à
virtude de permanecer na “medida
exata”, proporcionando-nos uma
coletânea de idéias e pensamentos
que nos facilitam encontrar, para
tudo, soluções harmoniosas.
Francisco Neto por Hammed
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Agradecimentos
A Deus;
Aos meus pais, Luis Antônio Teixeira de Araújo e Iara Reis de Araújo por sempre me
fazerem acreditar que para tudo na vida há solução;
Às minhas amadas irmãs, Gisele e Isabele pela cumplicidade, confiança e torcida ao longo de
todo esse período;
À amiga e auxiliar Sabrina Mendes pelo apoio, auxílio e responsabilidade;
À querida professora Dra. Júlia Ignez Sallem pela sua seriedade ao avaliar este trabalho e
pelos seus valiosos comentários, pertinentes observações e críticas, que em muito
contribuíram para o aprimoramento desta dissertação;
À querida professora Dra. Ângela Garrido pelas orientações, incentivo e amizade;
À Dra. Maria da Conceição de Oliveira pelo incentivo, confiança e entusiasmo com que
acompanhou a elaboração e finalização deste trabalho;
Ao amigo e Coronel de Exército, Carlos Cavalcante de A. R. Dias, pelo incentivo,
colaboração e importante avaliação deste trabalho;
À tão querida cunhada Simone Magalhães pelo apoio e cumplicidade nos momentos difíceis;
Aos funcionários da Junta Militar de Manaus, em especial ao Sr Claudionei dos Santos
Barboza (secretário), Arione e Márcio e militares da 12ª Cia de Guarda, pela paciência,
compreensão e apoio;
Aos jovens voluntários pela importante contribuição que deram à pesquisa;
Às amigas Patrícia Nahmias e Eliana Vitorino Schramm pelo companheirismo constante,
marcante otimismo e verdadeira amizade;
Aos colegas do Mestrado da Universidade Federal do Amazonas, em especial à Miele
Mesquita e Márcia Rachel Braga, pelos bons momentos;
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Ao amigo Felicien Vasquez pelo auxílio dado na análise estatística dos resultados;
Ao Prof.Dr. Nelson Fraiji, pela paciência, compreensão e estímulo que me ofereceu;
Aos secretários do curso Rafaela e Ronaldo, por estarem sempre dispostos a nos ajudar;
Aos jovens Cláudia, Wanessa, Amanda e Jean pela dedicação e empenho na organização e
anotação dos dados;
Ao Sr. Antônio Geraldo Rocha, gerente de informação do Instituto Municipal de
Planejamento Urbano (Implurb), pelo belíssimo trabalho que desenvolve neste renomado
órgão solícito e por ceder dados a respeito da geografia desta cidade com tanto entusiasmo;
À Dra Maria Aldacy Barroso Cordeiro da Equipe Técnica Municipal de ões de Saúde
Bucal /SEMSA pelas prestimosas informações relatadas a respeito da estrutura física e pessoal
da Odontologia Municipal;
Ao amigo Renildo pelos conselhos e auxílio espiritual.
AGRADEÇO
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RESUMO
A saúde bucal, na maioria dos municípios brasileiros, constitui ainda um grande
desafio aos princípios do Sistema Único de Saúde, pois ainda se configura em um dos
principais problemas de saúde bucal a serem equacionados. A cárie tem origem multifatorial e
dentro desta multifatoriedade estão as variáveis de acesso a serviços odontológicos. Os
objetivos deste estudo foram conhecer a prevalência e severidade da cárie por meio do índice
CPO-D (total de dentes cariados, perdidos e obturados), assim como a necessidade de
tratamento odontológico, além de testar suas associações com variáveis de acesso aos serviços
de saúde bucal e fatores relacionados aos hábitos de higiene, conhecimento e auto-percepção
da situação atual da saúde bucal de jovens de 18 anos do sexo masculino de Manaus,
Amazonas. Realizou-se um estudo transversal em uma amostra de jovens alistados (n=744)
nas Forças Armadas no ano de 2007, selecionados aleatoriamente no momento de suas
inscrições, onde foram usados critérios de diagnóstico da Organização Mundial de Saúde.
Aplicou-se um questionário para aferir o grau de conhecimento e cuidados com a própria
saúde bucal, o hisrico de suas visitas ao dentista e o tempo de residência em Manaus. Dados
relativos à escolaridade, renda familiar dia e endereço foram cedidos pela Junta Militar
após a autorização dos participantes. Para analisar a associação entre as variáveis categóricas
utilizou-se o teste do qui-quadrado de Pearson. Na comparação para duas médias foi utilizado
o teste t de Student e para mais de duas médias, a análise de variância (ANOVA). O teste não-
paramétrico de Kruskal-Wallis foi utilizado quando não satisfeita a condição de normalidade
dos dados. A prevalência de cárie encontrada foi de 90,7% e o índice CPO-D médio igual à
5,72. Cerca de 2,74 dentes por pessoa apresentaram-se com necessidade de tratamento e
apenas 51,3% da amostra possuía, pelo menos, 28 dentes. Os dentes mais afetados pela cárie
foram os molares inferiores e quase a metade dos jovens não apresentou nenhum dos quatro
terceiros molares presentes. Foi encontrada diferença estatisticamente significativa na
prevalência de cárie (CPO-D1), sendo os piores indicadores verificados nos grupos de renda
familiar até dois salários mínimos mensais, naqueles que visitam o dentista somente quando
sentem dor e em jovens que não se dedicam somente aos estudos. Quanto ao grau de
severidade da doença (CPO-D médio), os maiores índices foram associados às mesmas
variáveis de risco para elevada prevalência, além de se apresentar alto em jovens que
realizaram a última visita ao dentista há três anos ou mais, naqueles que realizaram tratamento
odontológico em serviços filantrópicos ou em associações/sindicatos e em jovens que evitam
visitar o dentista por medo de sentir dor; indicando serem estes, os grupos prioritários para
medidas preventivas e assistenciais. O estudo permitiu deduzir que o quadro odontológico dos
jovens de 18 anos do sexo masculino de Manaus é desfavorável devido à elevada prevancia
de cárie e altos índices CPOD e de necessidade de tratamento; além de demonstrar que o grau
de acessibilidade aos serviços de saúde bucal está intimamente relacionado às condições
sócio-econômicas da população estudada.
Palavras-chave: cárie dentária; índice CPOD; serviços de saúde bucal; jovem.
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ABSTRACT
The oral health, in the majority of Brazilian cities, further appoints a large challenge to
Brazilian Health Organization principles. In this context, the dental caries is one of the most
important oral health problems to be resolved. Dental caries has a multifactorial etiology,
including access to dental care variables. The aim of this study was to assess the prevalence
and severity of dental caries through the DMF-T index and the necessity for treatment among
18 years-old male in Manaus, North of Brazil. In addition, the associations between dental
caries and conditions of dental care accessibility, hygiene habits, self-consciousness and self
perception of oral condition were tested. A cross sectional study was carried out. A random
sample of 744, was selected from a list of Brazilian Force conscripts. Clinical data were
collected according to World Health Organization criteria. Previously formulated questions
about dental care report, self dental care and the time of residence in Manaus were collected
through interviews. Educational level, family income and address data were given by Military
Council, subsequent to volunteer’s authorization. To analyze the association between
categorical variables we used the Pearson’s qui-square test. In comparison of two averages
we used the Student’s t test and for more than two averages, the variance analyses (ANOVA).
The non-parametric test of Kruskal-Wallis was used when the normal condition data were not
satisfied. The statistical significance of associations was tested using the chi-square test and
Mann-Whitney test. The prevalence of dental caries was 90.7% and the mean DMF-T was
5.72. The mean number of teeth that needed treatment was 2.74 and only 51.3% of youth
presented at least 28 teeth. The inferior molar teeth were the teeth most affected by caries and
almost the half of youth didn’t show any third molar. Inequalities statistically significant were
found in caries prevalence (DMF-T 1), where the worst indicators were seen in groups with
family incomes until 2 Brazilian minimum wages, in which that visit the dentist just when feel
pain and in that no students only. Whatever the caries severity (DMF-T middle) the worst
registers were associated to the same risk variables of high prevalence, yonder to present high
in groups that visited the dentist more than 3 years, in which that used philanthropic and
associations dental services and in youth that don’t visit the dentist for fear; showing that these
groups need more treatment and preventive dental care. The study allowed to deduce that the
dental situation of 18 years-old male of Manaus is unfavorable due to high caries prevalence,
elevated DMF-T and dental care index; yonder to demonstrated that the accessibility to dental
care is intimately related to socioeconomic conditions of the studied population.
Keywords: dental caries; DMF-T index; dental care; youth.
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LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1
Estudos epidemiológicos da cárie dentária em jovens. Autores e ano da
publicação, ano do estudo, idade ou faixa etária estudada, CPO-D médio,
prevalência de cárie, % da amostra com todos os dentes naturais presentes
e localidade....................................................................................................
32
Tabela 1
Distribuição segundo a zona de residência dos jovens alistados nas forças
armadas 2007 na cidade de Manaus, Am......................................................
52
Tabela 2
Distribuição da renda, escolaridade, grau de dependência econômica e
tempo de residência em Manaus em relação às zonas da cidade...................
53
Tabela 3
Freqüência de escolaridade dos jovens estudados.........................................
54
Tabela 4
Distribuição da freqüência de escovação dentária, uso do fio dental,
motivo de não utilizar fio dental, importância do uso do fio dental, uso e
freqüência de uso de colutório bucal e tipo de colutório utilizado entre as
zonas de Manaus............................................................................................
57
Tabela 5
Distribuição da freqüência de visita ao dentista, tempo da última visita,
motivo da última visita, tipo de serviço utilizado, julgamento do
atendimento recebido pelo dentista e motivos para não freqüentar dentista
entre as zonas de Manaus..............................................................................
61
Tabela 6
Distribuição segundo o tipo de serviço em relação ao motivo da última
visita ao dentista............................................................................................ 62
Tabela 7
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de
higiene dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de
Manaus – Am................................................................................................
63
Tabela 8
Distribuição da prevalência de cárie segundo a zona de residência dos
jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am...........
64
Tabela 9
Distribuição do índice CPOD, dentes restaurados, cariados, extraídos, a
extrair ou realizar tratamento endodôntico dos jovens alistados nas forças
armadas 2007 na cidade de Manaus, Am......................................................
66
Tabela 10
Distribuição segundo os dentes mais afetados pela cárie na arcada superior
dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am.... 67
Tabela 11
Distribuição segundo os dentes mais afetados pela cárie na arcada inferior
dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am....
68
Tabela 12
Distribuição segundo o índice CPOD por quadrante dentário dos jovens
alistados nas forças armadas em 2007 na cidade de Manaus, Am................
69
Tabela 13
Distribuição segundo o número de dentes naturais presentes.......................
70
Tabela 14
Distribuição segundo o índice CPOD em relação à zona de residência dos
jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am...........
72
Tabela 15
Distribuição segundo a média de dentes com necessidade de tratamento
em relação à zona de residência dos jovens alistados nas Forças Armadas
2007 na cidade de Manaus, Am.....................................................................
72
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Tabela 16
Distribuição conforme a média geral de dentes tratados em relação à zona
de residência dos jovens alistados nas Forças Armadas 2007 na cidade de
Manaus, Am...................................................................................................
74
Tabela 17
Média do total de dentes naturais presentes dos jovens alistados em
relação às zonas de Manaus...........................................................................
74
Tabela 18
Valores médios de dentes com mancha ativa por indivíduo segundo à zona
da cidade........................................................................................................ 75
Tabela 19
Distribuição da prevalência de cárie conforme escolaridade, renda familiar
média e tempo de residência em Manaus dos jovens alistados nas forças
armadas 2007.................................................................................................
77
Tabela 20
Distribuição da prevalência de cárie segundo as variáveis de
conhecimento e cuidados com a saúde bucal dos jovens alistados nas
forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am...........................................
78
Tabela 21
Distribuição da prevalência de cárie segundo visita ao dentista dos jovens
alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am...................... 80
Tabela 22
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de
higiene bucal dos jovens alistados nas forças armadas 2007 “livres de
cáriena cidade de Manaus, Am...................................................................
81
Tabela 23
Distribuição conforme escolaridade, renda familiar média e tempo de
residência em Manaus dos jovens alistados nas forças armadas 2007 em
relação ao índice CPOD...............................................................................
82
Tabela 24 Distribuição segundo as variáveis de conhecimento e cuidados com a
própria saúde bucal dos jovens alistados nas forças armadas 2007 em
relação ao índice CPOD, Manaus Am...................................................... 84
Tabela 25 Distribuição segundo visita ao dentista dos jovens alistados nas forças
armadas 2007 em relação ao índice CPOD, Manaus – Am......................... 86
Tabela 26
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de
higiene bucal dos jovens alistados nas forças armadas 2007 em relação ao
índice CPOD, Manaus, Am..........................................................................
87
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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1
Representação gfica da relação entre os fatores primários e secundários
na etiologia da cárie.....................................................................................
15
Figura 2 Processos de desmineralização e remineralização dentária ........................ 17
Figura 3
Mapa geográfico da área urbana da cidade de Manaus............................... 38
Figura 4
Fluxo de atividades realizadas para a coleta dos dados............................... 44
Gráfico 1 Distribuição segundo o número de terceiros molares erupciondos dos
alistados nas forças armadas em 2007 na cidade de Manaus Am.............
71
Gráfico 2 Distribuição segundo a média de CPO-D em relação à zona de residência
dos alistados nas forças armadas em 2007 na cidade de Manaus Am...... 73
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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
%
Porcentagem
ANOVA
Análise de Variância
Ca
Cálcio
CDC Center Disease Control
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
Cia
Companhia
CIGS
Centro de Instruções de Guerra na Selva
CPO-D
Índice de dentes cariados, perdidos ou obturados.
CPO-S
Índice de superfícies cariados, perdidos ou obturados.
DATASUS
Banco de dados do Sistema Único de Saúde
DP
Desvio Padrão
Ei
Endodontia indicada
FDI
Federation Dentaire Internationale
IBGE
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
IMPLURB
Instituto Municipal de Planejamento Urbano
MS
Ministério da Saúde
OMS
Organização Mundial de Saúde
P
Fosfato
pH
Potencial de Hidrogênio
PIB
Produto Interno Bruto
PNAD
Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios
PNUD
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
SEMSA
Secretaria Municipal de Saúde
SM
Salário Mínimo
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TE
Tratamento Endodôntico
UFAM
Universidade Federal do Amazonas
WHO
World Health Organization
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SURIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................
14
1.1
A cárie dentária....................................................................................................... 14
1.2
A importância dos levantamentos epidemiológicos................................................ 19
1.3
Índice CPOD............................................................................................................ 20
1.4
A influência dos fatores sócio-econômicos na determinação da cárie................... 21
1.5
A saúde bucal no Brasil e no mundo....................................................................... 22
1.6
Acessibilidade aos serviços de saúde bucal............................................................ 33
1.6.1 Acessibilidade geográfica............................................................................... 34
1.6.2 Acessibilidade organizacional......................................................................... 35
1.6.3 Acessibilidade sócio-cultural.......................................................................... 35
1.6.4 Acessibilidade econômica............................................................................... 37
1.7
Aspectos geográficos e demográficos da cidade de Manaus....................................
37
1.8
Serviço militar..........................................................................................................
38
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................
41
2.1
Geral .........................................................................................................................
41
2.2
Específicos ...............................................................................................................
41
3 METODOLOGIA ..........................................................................................................
42
3.1
Delineamento do estudo........................................................................................... 42
3.2
Universo de estudo .................................................................................................. 42
3.2.1 População de referência.................................................................................. 42
3.2.2 Participantes.....................................................................................................
43
3.2.3 Critérios de elegibilidade.................................................................................
43
3.3
Fluxo de procedimentos ...........................................................................................
44
3.4
Detalhamento dos procedimentos ............................................................................
45
3.4.1
Seleção dos participantes................................................................................
45
3.4.2
Identificação e recepção dos participantes.................................................... 45
3.4.3
Calibração e concordância............................................................................. 46
3.4.4
Exame bucal...................................................................................................
46
3.4.5
Entrevista........................................................................................................
48
3.5
Definição da variáveis............................................................................................. 48
3.6
Análise estatística.......................... .......................................................................... 50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................
51
4.1 Aspectos gerais........................................................................................................ 51
4.2 Caracterização da População Estudada....................................................................
51
4.3 Distribuição da Cárie Dentária na População Estudada...........................................
64
4.4 Análise do CPOD.................................................................................................... 75
4.4.1 Análise da ocorrência de cárie em relação às variáveis sócio-
econômicas,
de hábitos de higiene oral e acessibilidade aos serviços de saúde bucal..........................
76
4.4.2 Análise da severidade da cárie em relação às variáveis sócio-
econômicas,
de hábitos de higiene oral e acessibilidade aos serviços de saúde bucal..........................
82
5 CONCLUSÕES ..............................................................................................................
93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................
94
APÊNDICES ........................................................................................................................
103
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1. INTRODUÇÃO
1.1 A cárie dentária
Iniciamos um novo século e já é chegado o momento de se refletir sobre o caminho da
odontologia em relação ao seu importante papel na manutenção da saúde bucal da população,
permitindo uma reflexão da profissão odontológica, de forma a causar um impacto no âmbito
da formação do Cirurgião-Dentista e na saúde bucal do brasileiro (QUELUZ, 2002).
A odontologia moderna está praticamente toda voltada para a prevenção, pois, sem
dúvida, é importante motivar e esclarecer continuamente que saúde bucal é uma parte
essencial da saúde geral e que a sua ausência, com a perda de dentes, leva o indivíduo a
desenvolver problemas de ordem funcional, psicossomática e social (QUELUZ, 2002).
Afinal, “saúde” abrange um conceito amplo e dinâmico, que envolve questões físicas,
mentais, psicossociais, morais, entre outras.
A saúde engloba todas as dimensões do ser
humano: física, emocional, social, intelectual, espiritual e profissional (SEGRE;
CARVALHO, 1997). Dentro desse contexto, a cárie dentária se configura em um dos
principais problemas de saúde bucal a serem equacionados (GOMES et al., 2004).
A cárie dental é uma doença ou processo crônico que progride muito lentamente,
sendo raramente autolimitante e, na ausência de tratamento, progride até que o dente seja
destruído. A destruição localizada dos tecidos duros dos dentes é o clássico sinal da doença,
que pode ser classificado desde a perda inicial de mineral até a sua total destruição
(THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995). muito tempo a cárie é reconhecida como uma
doença infecto-contagiosa, que resulta em uma perda de minerais dos dentes afetados, causada
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por ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta
(AXELSSON, 2000).
Esta doença tem um caráter multifatorial e seu aparecimento é dependente da interação
de fatores essenciais, como a microflora (bactérias acidogênicas e acidúricas), o hospedeiro
(dentes e saliva), a dieta (ingestão de carboidratos fermentáveis, especialmente a sacarose) e o
tempo de exposição do dente aos ácidos orgânicos produzidos pelas bactérias da placa dental.
Portanto, estes últimos são considerados fatores de risco que predispõem à cárie
(AXELSSON, 2000) (Figura 1).
Figura 1 Representação gráfica da relação entre os fatores primários e secundários na etiologia da
rie
FONTE: BARATIERI, 1998.
MICROBIOTA
S. mutans
(Substrato)
Higiene Oral
Flúor na Placa
DENTE
Idade
Flúor
Morfologia
Nutrição
Elementos
Nível de Carbonato
SUBSTRATO
Remoção Oral
Higiene Oral
Detergência do
alimento
Freqüência de Ingestão
Carboidrato (tipo, concentração)
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Para que a cárie possa ocorrer, esses fatores não devem apenas estar presentes, mas
também interagir em condições críticas, como por exemplo: um hospedeiro com tecidos
suscetíveis (dentes), colonizado por uma microbiota com potencial cariogênico, consumindo
com freqüência uma dieta rica em sacarose. Dessas condições, podem se desenvolver placas
dominadas por bactérias cariogênicas e, após certo período de tempo, aparecer as lesões de
cárie (AXELSSON, 2000).
Os fatores secundários, tais como a saliva, a exposição ao flúor, a higiene oral e outros,
aumentam ou diminuem a resistência dentária, a cariogenicidade do substrato local (dieta) e o
potencial cariogênico da microbiota; em outras palavras, podem modular a atividade da cárie
(WEYNE, 1998).
O dente apresenta em relação ao meio ambiente bucal não um comportamento estático,
mas sim, altamente dinâmico, sendo o acúmulo de bactérias sobre os dentes e a ingestão
freente de açúcar, os fatores responsáveis pelo desenvolvimento da cárie. Sempre que o
açúcar é ingerido, penetra na placa dental onde é convertido em ácido, provocando uma queda
instantânea do pH. Quando se atinge na cavidade bucal um pH crítico para o esmalte (5,5) e
para a dentina (6,5), estes perderão cálcio (Ca) e fosfato (P), sofrendo desmineralização”. O
pH permanece crítico por um tempo que varia de 20 minutos a horas, e então, retorna ao
normal. Assim, com o pH retornando a valores acima de 5,5 ou 6,5, respectivamente com
relação ao esmalte ou dentina, a saliva tentará repor os minerais perdidos pelo dente, havendo
sua “remineralização” (Figura 2) (CURY, 2003).
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Figura 2 – Processos de desmineralização e remineralização dentária
FONTE: BARATIERI et al., 1998.
Portanto, a cárie dentária será conseqüência do desequilíbrio entre os fatores de
desmineralização e remineralização, sendo função direta das condições que mantenham um
pH crítico na cavidade bucal (AXELSSON, 2000).
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Em seus clássicos estudos sobre cárie experimental em humanos, Von der Fehr et al.
(1970) citado por Cury (2003, p. 39) mostraram que, na ausência de higiene oral (isto é, com
espontâneo acúmulo de placa e bochechos nove vezes ao dia com solução de sacarose), sinais
clínicos de cárie de esmalte se desenvolveram dentro de três semanas. Quando o mesmo grupo
de pesquisa repetiu o estudo, mas introduzindo um controle químico da placa (bochechando
duas vezes por dia uma solução de clorexidina a 0,2%), os indivíduos não desenvolveram
cáries, mesmo fazendo o bochecho com a solução de sacarose nove vezes ao dia por três
semanas. Em outras palavras, quando os fatores etiológicos foram suprimidos ou eliminados, a
pré-condição para a existência de cáries ou não, e o o desenvolvimento de lesões,
desprezaram o fator “exposição à sacarose”.
Nas últimas décadas tem havido uma mudança no manejo da cárie dentária.
Atualmente, mais atenção tem sido dispensada a procedimentos preventivos devido à
atividade da cárie ter sido associada à freqüência de ingestão de úcar e ao baixo nível de
higiene oral (MOURA et al., 2006).
Algumas variáveis clínicas como a presença de manchas brancas ativas também
demonstram estar associadas à ocorrência de cárie, sendo importante o seu diagnóstico
precoce por gerar uma diminuição de tratamento restaurador em todas as faixas etárias
(MOURA et al., 2006). De acordo com estudos de Pitts (1983) e Shwartz et al. (1984), o
tempo médio para uma lesão inicial de cárie (mancha ativa) progredir através do esmalte
durava em média de 3 a 4 anos durante os anos 80. Atualmente, o padrão de progressão é
provavelmente mais lento, onde estudos dos anos 90 têm estimado um tempo médio de
progressão através do esmalte de 4 a 7 anos (MEJÁRE et al., 1999).
1.2 A importância dos levantamentos epidemiológicos
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A epidemiologia é um poderoso instrumento no campo do planejamento em saúde.
Portanto, obter respostas para essas questões é uma importante tarefa para os profissionais da
área, uma vez que a definição de programas de prevenção e tratamento de doenças bucais,
bem como o planejamento dos serviços, deve ser instruída pelo resultado de estudos
epidemiológicos. Quando criteriosos e realizados periodicamente em nível local, regional ou
nacional, e em condições homogêneas, esses levantamentos permitem identificar, avaliar e
monitorar a distribuição e tendências da prevalência e severidade das doenças. Levantamentos
em que se produzem dados confiáveis possibilitam o desenvolvimento de bons programas de
saúde bucal e o planejamento adequado da quantidade e do tipo de profissionais necessários
para a sua execução (MARCENES; BONEKER, 2000 citado por BALDANI et al. 2002,
p.02).
Segundo Peres et al. (2005), os levantamentos sicos em saúde bucal são utilizados
para coletarmos informações acerca da condição de saúde bucal e das necessidades de
tratamento de uma população, e, subsequentemente, para monitorizarmos as alterações nos
níveis e padrões de doenças, possibilitando, deste modo, avaliar a adequação e a eficácia dos
serviços que estão sendo fornecidos, e também, planejar ou modificar os serviços de saúde
bucal, bem como os programas de treinamento, se necessário.
Os métodos básicos de levantamento epidemiológico praticados pela Organização
Mundial de Saúde OMS (1997) para estimar as condições de saúde bucal e conhecer as
necessidades de tratamento estão hoje consolidados no método combinado de condições de
saúde e necessidade de tratamento OMS, permitindo obter informações para o planejamento
geral ou particularizado, inclusive localmente. Esses métodos permitem que os levantamentos
epidemiológicos realizados em qualquer país ou área possam ser comparados entre si,
concordando os pesquisadores que esses métodos devem ser empregados sempre que possível.
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1.3 Índice CPOD
O índice CPOD descrito por Klein; Palmer (1937) citado por Barbato et al. (2007,
p.1804) é o mais utilizado em levantamentos epidemiológicos para determinar a prevalência e
a incidência da cárie dentária. É empregado também no planejamento e avaliação de
programas de assistência odontológica em saúde pública, como ainda em pesquisas sobre
métodos preventivos. Apresenta características favoráveis, sendo objetivo e simples, que
determinaram sua utilização universal nesses últimos anos.
Este índice é composto por quatro fatores: dentes cariados (C), extraídos (E), com
extração indicada (Ei) e obturados (O). A inicial D acrescida ao final significa dente, para
diferenciar do índice CPOS, que estuda as superfícies dentárias. Os resultados o
apresentados considerando-se o total de dentes CPO segundo seus componentes. Tratando-se
de um índice de ataque de cárie, o número de dentes excluídos corresponde a elementos sadios
ou ainda não erupcionados (MOURA et al., 2006).
Estudos da década de 70 classificavam a cárie dentária como uma doença
“democrática” por atingir indivíduos de todas as classes sociais, indistintamente. O diferencial
estava na composição do índice CPO-D. Nas camadas sociais menos favorecidas, os
componentes relativos à necessidade de tratamento predominavam, enquanto que na
população de nível de renda mais alto, tendo maior acesso aos serviços odontológicos,
observava-se uma predominância de tratamento executado. Com o declínio da prevalência da
cárie, que ocorreu no mundo todo, a partir do final da década de 70 e início da cada de 80,
esse quadro começou a mudar. Os levantamentos epidemiológicos realizados a partir dessa
época mostram uma desigualdade de experiência de cárie entre as classes. Diminui a
experiência de cárie como um todo, mas existem indivíduos que exibem um grande número de
superfícies dentais com cárie. Essas pessoas, geralmente, fazem parte da camada populacional
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de menor renda. Aparentemente, o menor poder aquisitivo envolve um conjunto de fatores que
dizem respeito ao acesso a serviços de sde, nível educacional, estilo de vida, condições de
higiene, moradia e acesso a produtos, entre outros (MALTZ; SILVA, 2001).
1.4 A influência dos fatores sócio-econômicos na determinação da cárie
Vários estudos têm demonstrado a influência de fatores sociais e econômicos na
determinação da cárie, relacionando o nível socioeconômico à prevalência da cárie dentária.
Uma relação diretamente proporcional tem sido encontrada entre essas variáveis, ou seja,
quanto mais pobre a população, maior é a prevalência de cárie, ressaltando-se ainda que, nos
estratos sociais mais baixos, a doença raramente é tratada (RIHS et al., 2005).
Estudos epidemiológicos realizados no Brasil em localidades distintas e em momentos
históricos diferentes têm revelado nuances de um quadro complexo, evidenciando que as
iniqüidades sociais se expressam em termos de saúde-doença bucal, com maior prevalência
em indivíduos expostos às privações sociais, com menor acesso à educação, renda, água
fluoretada e escolaridade (TOMITA, 2001).
Diferentes condições demográficas, condições socioeconômicas (nível educacional,
renda familiar) e fatores higiênicos (freqüência de escovação dentária, uso do fio dental)
podem influenciar o desenvolvimento da cárie. Ao analisar os fatores sócio-econômicos
relacionados com a cárie dentária, deve-se considerar a etiologia das desigualdades sociais,
como a distribuição de renda, a falta de participação na riqueza nacional, o desemprego, o
atraso tecnológico em alguns setores e os elevados índices de analfabetismo. Além das
dificuldades de acesso aos serviços odontológicos, pessoas com diferenças pronunciadas de
renda também estão em desvantagem quanto à ocorrência de problemas de sde bucal,
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segundo constatação registrada nos levantamentos do Ministério da Saúde de 1986, 1993 e
1996 (BALDANI et al., 2002).
1.5 A saúde bucal no Brasil e no mundo
A prevalência da cárie dental vem diminuindo em todo o mundo, tanto em países
desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento (NARVAI et al., 1999; BUZALAF et al,
2001; LIMA; CURY, 2001; SILVA; MALTZ, 2001). Porém, o declínio em países
subdesenvolvidos e emergentes não é tão expressivo, evidenciando a ausência de políticas
públicas que produzam impacto na saúde bucal da população (MEDEIROS; WEYNE, 2001).
Reduções significativas têm sido encontradas na prevalência e na severidade da cárie
dentária em crianças em idade escolar de países industrializados (GOMES et al., 2007). Os
resultados encontrados por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde mostram um
declínio entre 60 e 80%, aumentando as populações “livres de cárie” no mundo (MEDEIROS;
WEYNE, 2001). Como possíveis causas para o declínio observado nos índices de cárie,
Moura et al. (2006) citam a adição de flúor à água de abastecimento público, o emprego em
larga escala de dentifcios fluorados e a reforma dos serviços de saúde.
Apesar das crescentes adversidades econômicas e políticas que afetam o nosso país e
da conseqüente desarticulação que atinge severamente a área social, em especial a da saúde,
há indícios de que está havendo uma redução na prevalência de cárie em certas faixas etárias
(MOURA et al., 2006). No Brasil, os resultados de pesquisas nacionais mostram uma média
de CPOD aos doze anos de 7,2 em 1969; 6,9 em 1986; 4,9 em 1993, 3,2 em 1996
(MEDEIROS; WEYNE, 2001) e 2,8 em 2003 (BRASIL, 2004). A saúde bucal, na maioria dos
municípios brasileiros, constitui ainda um grande desafio aos princípios do Sistema Único de
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Saúde - SUS, principalmente no que se refere à universalização e à eqüidade do atendimento
(GOMES et al., 2004).
Após extensa revisão de literatura, os resultados mostraram diferentes índices de
CPOD, tanto a nível nacional quanto internacional (Quadro 1). Em 1986, o Ministério da
Saúde - MS executou o primeiro levantamento epidemiológico de âmbito nacional na área de
Saúde Bucal, que foi realizado na zona urbana de 16 capitais, representativas das cinco
regiões brasileiras. A pesquisa foi realizada em crianças, adolescentes, adultos e idosos
obtendo dados relativos à cárie dentária, à doença periodontal e ao acesso a serviços. Nesse
estudo foi registrado um CPOD médio de 12,7 na faixa etária entre 15 e 19 anos (BRASIL,
1988). Decorridos dez anos, foi realizado o segundo levantamento epidemiológico nas 27
capitais brasileiras gerando dados relativos à cárie dentária apenas na população entre 6 e 12
anos, indicando um índice CPOD de 3,2 (BRASIL, 1996a).
Em 2003, o Ministério da Saúde realizou um projeto de levantamento epidemiológico
que teve como principal objetivo produzir informações sobre as condições de saúde bucal da
população brasileira e subsidiar o planejamento e avaliação de ações nessa área nos diferentes
níveis de gestão do Sistema Único de Saúde. Nesse estudo, os resultados constataram quanto à
cárie dentária na dentição permanente, que quase 70% das crianças brasileiras de 12 anos e
90,9% dos adolescentes de 15 a 19 anos apresentavam pelo menos um dente permanente com
experiência de cárie. Crianças brasileiras de 12 anos de idade e adolescentes de 15 a 19 anos
apresentaram, em média, índices CPOD de 2,8 e 6,2, respectivamente. Para essas idades, os
menores índices foram encontrados nas regiões Sudeste e Sul, enquanto médias mais elevadas
foram encontradas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. O estudo demonstrou as
desigualdades regionais nos componentes do índice CPOD aos 12 anos. Notou-se, por
exemplo, que as regiões Norte e Nordeste apresentaram médias mais altas de dentes cariados e
perdidos quando comparadas com as outras regiões brasileiras. Segundo a análise por porte
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populacional, foram reveladas condições mais desfavoráveis em municípios com populações
menores, onde crianças de 12 anos e adolescentes de 15 a 19 anos de municípios com menos
de 10.000 habitantes possuíram um CPO-D mais elevado, bem como uma dia maior de
dentes com cáries não tratadas (BRASIL, 2004).
Para a região Norte, a prevalência de cárie em jovens estudados entre 15 e 19 anos foi
de 89,5%, sendo encontrado um índice de experiência de cárie (CPO-D) de 6,14 dentes, onde
3,43 eram relativos à necessidade de tratamento. E embora a meta proposta pela Federação
Dentária Internacional - FDI (1982) para o ano 2000 fosse pelo menos 80% dos jovens de 18
anos com todos os dentes naturais presentes na boca, durante este levantamento foram
encontrados apenas 39,1% daqueles da região Norte com todos os dentes naturais. Em relação
ao acesso aos serviços de saúde bucal, cerca de 14% dos adolescentes brasileiros nunca
haviam ido ao dentista. Existiram desigualdades regionais marcantes, onde menos de 6% dos
adolescentes da Região Sul relataram nunca ter ido ao dentista enquanto que essa porcentagem
chegou a 16,45% na região Norte e quase 22% na Região Nordeste (BRASIL, 2004).
Um dos principais motivos da visita ao dentista foi a experiência de dor dentária,
relatada por mais de 30% dos adolescentes. A visita ao dentista para consulta de
rotina/manutenção foi relatada por 34% dos adolescentes. A porcentagem de pessoas
relatando uma situação de saúde bucal péssima, ruim ou regular foi de 44,7%, para a faixa
etária de 15 a 19 anos de idade. A dificuldade mastigatória (regular/ruim/péssima) nesta faixa
etária foi de 43,8% (BRASIL, 2004).
Quando comparado o índice CPO-D médio de municípios de cada região com e sem
abastecimento de água fluoretada, constatou-se que, em geral a prevalência de cárie e as
médias de experiência de cárie foram menores naqueles com água fluoretada. Resultado
contrário foi encontrado apenas na população entre 15 e 19 anos da região Norte, pois não
houve diferença significante entre a dia CPO-D em municípios com fluoretação da água e
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naqueles sem fluoretação; e na região Centro-Oeste, onde além da dia de cárie ter sido de
7,08 em municípios com água fluoretada e 6,8 em municípios sem fluoretação da água, a
porcentagem de indivíduos sem experiência de cárie (livres de cárie) foi também maior
naqueles municípios sem abastecimento de água fluoretada (9,08% com água fluoretada /
10,57% sem água fluoretada) (BRASIL, 2004).
Câmara Filho; Barbisan (1982) avaliaram o CPO-D de 1035 estudantes de 18 anos em
São Luís do Maranhão, observando uma prevalência de cárie de 99,05% da população
estudada e um CPOD médio de 12,37.
Queluz (2002) realizou um estudo em 200 escolares da rede pública e particular
da cidade de Piracicaba, São Paulo, chegando a um CPOD médio entre aqueles de 18 anos de
7,255. Segundo ele, o baixo nível socioeconômico da população influenciou diretamente na
maior prevalência da cárie dental, sendo explicada por diversas razões: a presença de maior
quantidade de hidratos de carbono na dieta da população de baixa renda, dificuldade no acesso
ao tratamento odontológico, problema econômico e menor prática de limpeza dos dentes.
Porém, observou-se que alunos de diferentes níveis socioeconômicos na idade de 18 anos não
apresentaram diferenças significantes quanto ao valor absoluto do índice CPO-D.
Em pesquisa realizada por Gomes et al. (2004) na cidade de Paulínia, São Paulo, entre
indivíduos de 18 anos, verificou-se que 85,7% da amostra não apresentou dentes perdidos e o
CPO-D médio observado nessa idade foi de 8,64.
Gushi et al. (2005a), durante pesquisa realizada com jovens de 15 a 19 anos do
Estado de São Paulo para avaliar a prevalência da doença e sua severidade de acordo com a
idade, sexo, etnicidade e abastecimento de água fluoretada, encontrou um índice CPO-D
médio de 6,44 e uma prevalência de cárie de 90,4%, não observando diferença estatística no
CPO-D em relação ao abastecimento de água fluoretada, mas sim, uma alta porcentagem de
indivíduos sem experiência de cárie (livres de cárie) em cidades com fluoretação da água.
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Zardetto (2004), durante avaliação das condições dentárias de jovens de 15 a 19 anos
de uma escola pública no bairro Vila Mariana da cidade de São Paulo, SP, encontrou um
CPO-D médio de 5,86 e 70,43% dos jovens com necessidade de tratamento. Enquanto que,
em pesquisa entre trabalhadores da construção civil de municípios da zona oeste do Estado de
São Paulo, detectou-se entre aqueles de 17 a 25 anos, uma dia de 6,7 dentes somente com
necessidade de tratamento (TOMITA, 2005).
Gushi et al. (2005b) realizaram estudo com objetivo de conhecer os fatores cio-
econômicos e de acesso aos serviços odontológicos associados com a prevalência e severidade
da cárie dentária entre adolescentes de 15 a 19 anos de idade no Estado de São Paulo e
concluíram que adolescentes não estudantes ou que estudam em escolas públicas, assim como
aqueles pertencentes a famílias com baixas rendas mensais estiveram nos grupos de maior
risco de ter cárie dentária. Em relação ao acesso aos serviços de saúde bucal, entre os
adolescentes que costumavam visitar o dentista, aqueles atendidos em postos de saúde pública
e os que procuravam o dentista em caso de urgência também estiveram nos grupos de
maior risco de ter cárie.
Gonçalves et al. (2002) ao avaliarem a situação dentária de homens de 18 anos
alistados no Exército Brasileiro na cidade de Florianópolis em Santa Catarina, obtiveram
resultados de prevalência de cárie de 81%, um índice CPO-D médio de 4,6 e apenas 1,2 dentes
por pessoa com necessidade de tratamento. Foi encontrada diferença estatisticamente
significativa tanto na prevalência quanto na severidade da cárie, sendo os piores indicadores
verificados nos grupos de menor escolaridade e renda.
Em estudo comparativo da prevalência, severidade e distribuição das cáries e os fatores
associados entre adultos jovens do sexo masculino da cidade de Florianópolis, obteve-se
reduções de 18,6% na prevalência e 26,7% na severidade das cáries entre avaliações
realizadas entre 1999 e 2003. Além desses resultados, observou-se um aumento de 18,6% da
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desigualdade em experiência à cárie dentária, onde indivíduos com baixo nível escolar, filhos
de mães com menos tempo de estudo e renda familiar menor que seis salários mínimos
mensais foram associados aos mais altos índices de cárie (BASTOS et al., 2005).
Peres et al. (2005) observaram um índice CPO-D médio de 5,7, uma proporção de
indivíduos sem experiência de cárie de 11,4% e uma proporção de indivíduos com 28 dentes
naturais de 67,2% durante pesquisa com jovens do sexo masculino alistados nas Forças
Armadas em Blumenau, Santa Catarina. Os pesquisadores concluíram neste trabalho que tanto
o nível educacional do estudado quanto o de sua mãe implicam na saúde bucal dos jovens.
Em Maringá, Paraná, uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário com uma
amostra de alistados nas Forças Armadas, determinou a prevalência de cárie entre eles em
82,6% e um índice CPO-D médio de 4,6, onde apenas uma média de 0,8 dente por indivíduo
apresentou necessidade de tratamento (AMARAL et al., 2006).
Menezes et al. (2001) em pesquisa sobre prevalência de cárie numa população com
faixa etária entre 15 e 65 anos na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, observaram
que o índice CPO-D para a faixa etária de 15 a 19 anos mostrou níveis de 6,75 para o sexo
masculino.
Em Pelotas, Rio Grande do Sul, a partir de estudo epidemiológico para investigar a
associação entre variáveis demográficas, sócio-econômicas e de cuidado com a sde bucal
com a atividade de cárie, foi verificado entre 24 jovens de 16 a 25 anos examinados, uma
prevalência de cárie igual a 79,16%. Associações individuais com a atividade de cárie foram
encontradas em grupos com renda familiar mensal menor que três salários mínimos, baixos
níveis de escolaridade e baixa freqüência de escovação dentária. Não encontraram diferenças
em relação à atividade de cárie quando associados às variáveis “sexo” e uso de fio dental”
(MOURA et al., 2006).
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Os índices contidos nos estudos epidemiológicos nacionais revelam a discrepância
entre níveis de escolaridade, renda familiar e aspectos culturais. Quanto à situação
internacional, dados revelam que nos países desenvolvidos, baixos índices de CPO-D são
encontrados, resultante de medidas de saúde pública e acesso à atenção odontológica.
Igualmente baixos são os índices levantados nos países subdesenvolvidos. na maioria dos
países em desenvolvimento, a industrialização e a falta de atenção à saúde bucal propiciam o
aumento da prevalência da doença (RIBEIRO et al., 2005).
A maioria das pesquisas concentra-se em crianças de 12 anos de idade, e mostram que
os índices da doença são mais altos nas Américas e relativamente baixos na África. Os países
da América do Norte e Central apresentam valores de CPO-D entre 1,4 e 1,7 e em alguns dos
países da América do Sul observou-se que a doença esteve presente de forma mais severa. No
Chile e Peru, por exemplo, mostrou-se um CPO-D acima de 6,5. A África, aqui representada
pelos países África do Sul, Etiópia, Nigéria e Egito, é o continente onde a cárie apresenta os
menores índices neste grupo etário (CPO-D 0,7 - 1,8). Dentre os países europeus, Alemanha
(CPO-D 2,6) e Portugal (CPO-D 3,2) obtiveram índices que os incluíram no patamar de
severidade moderada da doença. Na Finlândia, Holanda e Dinamarca, índices ainda menores
da doença foram encontrados (CPO-D 0,7 - 1,2), confirmando que esta é uma região onde
melhor se controla a cárie. Na região do Oriente Médio, os índices de CPO-D para 12 anos
variam bastante. No Líbano 5,0, Emirados Árabes 4,1 e no Iraque 1,1. Já em países do
continente asiático, como a China e a Índia, baixíssimos índices foram encontrados, 0,9 e 0,7,
respectivamente. Enquanto que, na Coréia do Sul (CPO-D 3,1) os números demonstram que a
doença se apresenta de forma moderada (RIBEIRO et al., 2005).
Na Hungria, os resultados do estudo epidemiológico realizado em jovens de 18 anos
mostraram uma prevalência de cárie naquele momento de 93,9%, um índice CPO-D médio de
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7,64 e uma proporção de 66,5% dos examinados possuidores de todos os dentes naturais na
boca (SZÓKE; PETERSEN, 2001).
Pesquisa semelhante foi realizada para se conhecer a prevalência de cárie de
adolescentes de 19 anos de idade de ambos os sexos em Stocolmo, Suíça, relacionando-a a
situação socioeconômica de cada indivíduo examinado, imigração e zona da cidade onde o
indivíduo residia. Antes do exame bucal específico, 682 jovens foram questionados quanto à
sua etnicidade, anos de residência na Suíça, nível cio-econômico e estilo de vida. Em seus
resultados, observou-se uma associação direta entre o baixo padrão sócio-econômico e uma
pobre saúde bucal. Adolescentes residentes em áreas de padrão social mais baixo mostraram
uma significante maior prevalência de experiência à cárie. Nesse estudo, foram encontrados
18% dos jovens livres de cárie e um índice CPO-D médio de 3,8, diferente dos anos 80
quando a média de dentes atacados pela cárie na mesma população era cerca de 9, indicando
que esta redução muito se deve à condição de se tratar as manchas na última década apenas
com procedimentos remineralizadores, diferente do que ocorria no passado quando eram
consideradas lesões de cárie e eram restauradas. Outro dado importante encontrado foi a
concentração das cáries em determinados indivíduos, onde 20% eram responsáveis por cerca
de 80% das lees cariosas. Nesse país constatou-se ser a imigração um significante fator de
risco para a alta prevalência de cáries (JULIHN, 2002).
Haugejorden; Magne (2005) analisaram indivíduos entre 12 e 18 anos de idade durante
estudo sobre a incidência de cárie na Noruega, verificando-se um declínio no índice de cáries
entre os 12 e 15 anos, porém um aumento considerável entre 15 e 18 anos de idade.
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, Israel, encontraram um índice médio de
6,77 dentes com experiência de cárie e 13% de indivíduos “livres de cárieentre recrutas
israelenses de 18 a 19 anos de idade (LEVIN; SHENKMAN, 2004). Em Ímola, na Ilia, os
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índices de CPO-D encontrados em uma população adolescente entre 12 e 16 anos de idade
foram, em dia, de 1,87 (GUADAGNI et al., 2005).
Nos Estados Unidos e Canadá, os recursos tecnológicos são muito eficientes e
permitem uma avaliação muito próxima da realidade. As informações técnicas
disponibilizadas para a comunidade científica também indicaram, em estudo com adolescentes
nos Estados Unidos, um distribuição polarizada de cavidades, de forma que a maioria das
lesões se concentrava em cerca de ¼ da amostra. Assim, enquanto 50% dos participantes se
apresentavam “livres de cárie”, 25% eram responsáveis por 75% de todas as cavidades
encontradas (MEDEIROS; WEYNE 2001).
Em pesquisa epidemiológica para avaliar a situação odontológica de indivíduos afro-
americanos residentes na cidade de Nova York, Estados Unidos, obteve-se resultados que
indicaram para a idade entre 18 e 34 anos uma média de 8,83 dentes com experiência de cárie
(BARROW et al., 2003). Um ano depois, Seibert et al. (2004) estudando a prevalência de
cáries no mesmo grupo étnico, encontraram entre adolescentes de 9 e 19 anos, uma
prevalência de 73% e um CPO-D médio de 7,93 entre os de sexo masculino.
Pontigo-Loyola et al. (2007) em recente estudo nas comunidades de Hidalgo, no
México, observaram que a prevalência da doença entre 12 e 15 anos foi de 48,6% e o índice
CPO-D, 1,15. Menos de 10% dos adolescentes tiveram um CPO-D maior ou igual a 4 e
somente 1,7% maior ou igual a 7.
Hopcraft; Morgan (2005) estudando a relação da experiência de cárie com fatores
socioeconômicos em recrutas do Exército Australiano entre 2002 e 2003, encontraram entre
17 e 20 anos de idade, 32,8% dos indivíduos sem experiência de cárie e 51% com menos de 2
dentes atacados pela cárie. Constataram durante a pesquisa que 26% dos indivíduos estudados
eram responsáveis por 66% dos dentes com experiência de cáries. Não observaram diferença
significativa em relação à experiência de cárie entre homens e mulheres, nem sequer uma
relação direta desta experiência com o nível de educação recebido pelos recrutas, onde, os
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participantes que não completaram a escola secundária tiveram um índice de cáries de 4,46,
cerca de 50% maior que aqueles que completaram a escola secundária, que foi de 2,97.
Entretanto, aqueles que completaram uma educação técnica ou qualificação terciária
obtiveram um índice de experiência de cárie de 4,09 e 4,53 respectivamente, índices estes
muito maiores do que aqueles que completaram apenas a escola secundária.
Quando Hopcraft; Morgan (2006) realizaram um estudo de prevalência de cáries,
utilizando além da avaliação visual, radiografias tipo “bitewing em indivíduos australianos
de 17 a 51 anos de idade relacionando ao consumo de água fluoretada, constataram um CPO-
D médio de 3,21 para a amostra entre 17 e 20 anos, sendo o primeiro molar o dente com maior
experiência de cárie e indivíduos consumidores de água fluoretada com o menor índice da
doença.
Na China, país mais populoso do mundo, em pesquisa com mais de 140.000
indivíduos, sendo 23.452 de 18 anos, foi observada uma dia de 1,6 dentes com experiência
de cárie nesses últimos (WANG et al., 2002). Em estudo realizado em Burkina Faso, África,
pesquisadores suíços chegaram a um CPO-D de 1,9 entre os jovens africanos de 18 anos
(VARENNE et al., 2004).
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Quadro 1
Estudos epidemiológicos da cárie denria em jovens. Autores e ano da publicação, ano do estudo,
idade ou faixa etária estudada, CPO-D médio, prevalência de cárie, % da amostra com todos os dentes
naturais presentes e localidade
Autores Ano do
Estudo
Idade/Faixa Etária CPO-D
Prevalên
cia
%
% com todos
os dentes
Localidade
Medeiros; Weyne, 2001 1969 12 7,2 Brasil
MS, 1988 1986 12 6,9 Brasil
MS, 1988 1986 15-19 12,7 Brasil
MS, 1993 1993 12 4,9 Brasil
MS, 1996 1996 6-12 3,2 Brasil
MS, 2004 2003 12 2,8 Brasil
MS, 2004 2003 15-19 6,2 90 Brasil
MS, 2004 2003 15-19 6,14 89,5 39,1 Região
Norte Brasil
Câmara; Barbisan, 1982 1979-
82
18 12,37 São Luis,
MA.
Gomes et al., 2000 2000 18 8,64 85,7 Paulínia, SP
Menezes et al., 2001 2001 15-19 6,75 C.Grande,
MS
Queluz, 2002 2002 18 7,255 Piracicaba,
SP
Gushi et al., 2002a 2002 15-19 6,44 90,4 Estado de
SP
Gonçalves et al., 2002 2002 18 4,6 81 Florianópo-
lis, SC
Peres et al., 2005 2005 18 5,7 88,6 67,2 Blumenau,
SC
Amaral et al., 2005 2005 18 4,6 82,6 Maringá,
PR
Moura et al., 2006 2006 16-25 - 79,16 Pelotas, RS
Szóke; Petersen, 2001 2001 18 7,64 93,9 66,5 Hungria
Julihn; Annika, 2002 2002 19 3,8 82 Suíça
Barrow et al., 2003 2003 18-34 afro-
americanos
8,83 NovaYork
EUA
Seibert, 2004 2004 9-19 afro-
americanos
7,93 73 Nova York,
EUA
Wang et al., 2002 2002 18 1,6 China
Varenne et al., 2004 2004 18 1,9 B. Faso,
África
Levin; Shenkman,2004 2004 18-19 6,77 87 Israel
Hopcraft; Morgan,2005 02-03 17-20 4 67,2 Austrália
Hopcraft; Morgan,2006 2003 17-20 3,21 Austrália
Guardagni et al., 2005 2005 12-16 1,87 Ímola, Itália
Pontigo-Loyola et. al,
2007
2007 12-15 1,15 48,6 Hidalgo,
México
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1.6 Acessibilidade aos serviços de saúde bucal
O conceito de acesso aos serviços de saúde é complexo e está relacionado à percepção
das necessidades de saúde, da conversão destas necessidades em demanda e destas em uso
(PINHEIRO et al., 2002).
Numa compreensão ampliada, acessibilidade pode ser definida como o grau de ajuste
entre as características dos recursos de saúde e as da população, no processo de busca e
obtenção de assistência à saúde. Este enfoque de grau de ajuste permite identificar os fatores
que facilitam ou obstaculizam a busca e obtenção desta assistência. O estudo da acessibilidade
deve considerar limites de espaço e tempo. Isto equivale a dizer que o conceito de
acessibilidade restringe-se a determinada maneira de conceber e enfrentar a doença. Dizer que
algo é ou não acessível vale tanto como dizer que está fora do indivíduo, o qual tem que
desejá-lo, buscá-lo e finalmente alcançá-lo. Uma vez estabelecida a relatividade temporal e
espacial do conceito, a questão é definir um conjunto de fenômenos aos quais se aplica o
conceito dentro dos modos de organização da assistência à saúde. Considera-se que o domínio
da acessibilidade se restringe ao processo de buscar e receber assistência à saúde. Assim como
a disponibilidade (presença de recursos e sua capacidade para produzir serviços) representa
um extremo do processo de busca e obtenção da assistência, a utilização (consumo real dos
serviços) vem a ser o outro extremo (FEKETE, 1995).
O padrão de utilização de serviços de saúde de um determinado grupo populacional é
predominantemente explicado por seu perfil de necessidades em saúde e o uso destes serviços
está condicionado também a inúmeros fatores internos e externos ao setor. A disponibilidade,
o tipo e a quantidade de serviços e recursos (financeiros, humanos, tecnológicos), a
localização geográfica, a cultura dos profissionais de saúde, a ideologia do prestador, entre
outros, são aspectos da oferta que influenciam o padrão de consumo dos indivíduos. Por outro
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lado, as escolhas individuais são cruciais, sendo que nem todas as necessidades se convertem
em demanda e nem todas as demandas são atendidas (PINHEIRO et al., 2002).
Apesar da reconhecida importância da saúde bucal, uma parcela importante da
população brasileira não tem acesso a serviços odontológicos, o SUS é um agente de grande
importância neste aspecto, porém ainda com um papel proporcionalmente pequeno, onde
dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios - PNAD /1998 mostraram que o
atendimento odontológico se apresentou com uma proporção muito mais alta de atendimentos
financiados pelo próprio bolso, e muito menos atendimentos financiados por planos de saúde e
pelo SUS (IBGE, 2000 apud BARROS; BERTOLDI, 2002, p. 710).
Entendida enquanto componente do processo de avaliação, considera-se que a
acessibilidade resulta de uma combinação de fatores de distintas dimensões, que podem ser
classificadas como de ordem geográfica, organizacional, sociocultural e econômica.
1.6.1 Acessibilidade geográfica
Esta dimensão diz respeito às variações entre as áreas e reflete a distância média entre
a população e os recursos. No entanto, acessibilidade geográfica não se mede apenas pela
distância, que uma determinada região pode apresentar características físicas que impeçam
ou dificultam o acesso da população. É o caso da existência de rios, morros, auto-estradas, e
outros. Assim sendo, a acessibilidade geográfica deve ser medida em função do tempo que,
pelos meios habituais de transporte, consome-se para obter assistência à saúde. Não é possível
fixar uma única medida ideal de acessibilidade geográfica, pois o tempo adequado para sua
análise depende do tipo de necessidade. Assim é que para serviços de emergência, a
acessibilidade geográfica deve ser necessariamente maior do que para outros tipos de serviços
(TRAVASSOS et al., 2000).
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Observa-se que a existência de alta acessibilidade geográfica necessariamente não
garante a possibilidade de utilização dos recursos por parte da população. Isto ocorre devido a
interferências de outros elementos que fazem com que a população não se utilize dos serviços
de saúde mais próximos de seu local de moradia. Cada um destes elementos (credibilidade do
serviço, preferência por médicos, existência de terceiro turno e outros) pode influir sobre a
acessibilidade geográfica teórica (FEKETE, 1995).
1.6.2 Acessibilidade organizacional
Esta dimensão da acessibilidade está representada pelos obstáculos que se originam
nos modos de organização dos recursos de assistência à saúde e está relacionada à oferta dos
serviços de saúde, o seu planejamento, sua organização (disposição de recursos), fluxo,
qualidade e resolutividade do serviço produzido (ASSIS et al., 2003). Os obstáculos podem
estar na entrada ou no interior da Unidade de Saúde. Os primeiros são relativos aos aspectos
que caracterizam o contato inicial com a Unidade, tais como demora em obter uma consulta,
tipo de marcação de horário, turnos de funcionamento. Os segundos se referem às
características que interferem com a assistência ao usuário dentro da Unidade como é o caso
do tempo de espera para ser atendido (FEKETE, 1995).
1.6.3 Acessibilidade sócio-cultural
Refere-se à apreciação dos fenômenos que determinam a busca de assistência à saúde
não em função de uma oferta de serviços organizada e hierarquizada, mas sim, pelas
necessidades estabelecidas pelos usuários (ASSIS et al., 2003). Representa a significação da
doença acerca do processo saúde-doença, tais como: percepção sobre o corpo e a doença,
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crenças relativas à saúde, tolerância à dor e credibilidade nos serviços de saúde, dentre outros
(FEKETE, 1995). Para os usuários dos serviços de saúde, a representação social do processo
saúde-doença é feita segundo a observação de uma desordem que ameace ou modifique a vida
individual, a inserção social e, portanto, gere desequilíbrio coletivo (ASSIS et al., 2003).
A assistência à saúde deve contemplar o conhecimento de que uma de suas
características mais importantes é a relação direta que se estabelece entre a equipe de saúde e
a população. É necessário que esta relação entre diferentes atores do processo se estabeleça de
forma adequada, tanto no primeiro contato com os serviços, como nos contatos subseqüentes.
Distintos autores chamaram atenção para os inconvenientes que podem produzir as
diferenças sócio-culturais entre profissionais de saúde e usuários dos serviços (FEKETE,
1995).
De maneira sucinta, os obstáculos relativos à acessibilidade cio-cultural podem ser
enfocados sob as perspectivas da população e do sistema de saúde. Quanto à população cabe
destacar: a percepção que o indivíduo tem sobre a gravidade de sua doença, etiologia, tipo de
tratamento e nível de conhecimento sobre a oferta de serviços de saúde; medo do diagnóstico
e das intervenções dele decorrentes; crenças e hábitos quanto aos cuidados com a saúde;
dificuldades de comunicação com a equipe de saúde e vergonha no caso de doenças que levem
à discriminação social. E quanto ao sistema de saúde deve-se considerar a formação de
profissionais de saúde desvinculada da realidade das condições de vida e de saúde da
população, a falta de preparo das equipes de saúde e das instituições frente à diversidade de
pacientes com distintas características sócio-culturais e incipiência dos processos de
participação dos usuários na organização dos serviços de saúde (FEKETE, 1995).
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1.6.4 Acessibilidade econômica
Partindo-se do pressuposto de que o acesso universal e igualitário às ações e serviços
de saúde é um princípio constitucional, não deveriam existir barreiras de ordem econômica à
utilização dos serviços. Observa-se, entretanto, que a oferta insuficiente de ações e serviços
faz com que o gasto em saúde das famílias brasileiras ainda seja elevado. Este gasto inclui o
consumo de tempo, energia e recursos financeiros para busca e obtenção da assistência à
saúde, os prejuízos por perda de dias de trabalho, as possíveis perdas decorrentes de
afastamento (licença dica) por doenças, o custo do tratamento (medicamentos) e outros
(TRAVASSOS et al., 2000).
Segundo Fekete (1995), o indicador mais utilizado para medir a acessibilidade
econômica é a taxa (nível) de emprego. Isto porque rios estudos têm demonstrado que
quanto maiores os níveis de emprego, maior a utilização dos serviços de saúde. No caso dos
serviços públicos de saúde, esse indicador tem um significado relativo, que em geral, estes
serviços são utilizados pela população de mais baixa renda, à exceção dos serviços de atenção
hospitalar. Assim sendo, o estudo da acessibilidade econômica deve estar estreitamente
vinculado a outras dimensões da acessibilidade.
1.7 Aspectos geográficos e demográficos da cidade de Manaus
Localizada no estado do Amazonas, região Norte do Brasil, a cidade de “Manaus”
ocupa uma área de 11.401 Km
2
, sendo um munipio predominantemente urbano, com menos
de 0,7% da população residindo na zona rural. Conforme dados relativos à pesquisa realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2004), a população de nossa cidade
era de cerca de 1.592.555 habitantes, sendo 67.239 jovens entre 18 e 19 anos, distribuídos em
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suas 6 macrorregiões (Norte, Leste, Sul, Centro-Oeste, Centro Sul e Oeste) com densidade
demográfica de aproximadamente 135 habitantes/km
2
, conforme dados cedidos pela gencia
de informação do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) em 06/08/2007
(Figura 3).
Figura 3 - Mapa geográfico da área urbana de Manaus
FONTE: IMPLURB, 2007.
1.8 Serviço militar
No Brasil, conforme a lei N
o
4375 de 17 de agosto de 1964, todos os brasileiros
naturalizados ou por opção o obrigados ao Serviço Militar, na forma da presente Lei e sua
regulamentação. As mulheres ficam isentas do Serviço Militar em tempo de paz e, de acordo
com suas aptidões, sujeitas aos encargos do interesse da mobilização (BRASIL, 1996b).
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O Serviço Militar inicial é prestado por classes constituídas de brasileiros nascidos
entre de janeiro e 31 de dezembro, no ano em que completam 19 (dezenove) anos de idade.
Para fins de seleção ou regularização de sua situação militar, todos os brasileiros deverão
apresentar-se, no ano em que completam 18 (dezoito) anos de idade, independente de Editais,
Avisos ou Notificações, em local e época que foram fixados na regulamentação da presente
Lei, quando alistados (BRASIL, 1996b).
Em Manaus, esta inscrição ocorre apenas na Junta de Serviço Militar, situada à Rua
Visconde de Mauá s/n Centro, subordinada à Secretaria Municipal de Segurança
Institucional.
O período de inscrição para o alistamento é entre o 1º dia útil de janeiro e último dia
útil de abril. Caso façam a inscrição fora deste período são obrigados a pagar multa. De
acordo com dados da própria Junta Militar de Manaus, verifica-se que, anualmente, cerca de
92 % dos jovens se inscrevem neste período.
Os jovens inscritos neste período recebem um documento que informa a data e horário
que os mesmos deverão retornar para realização de exame médico, odontológico e testes de
capacitação em quartel (12ª Cia de Guarda) localizado à estrada da Ponta Negra s/n, ao lado
do Cigs (zoológico do Exército).
Apesar da cárie dentária ser a doença bucal mais estudada em todo mundo, a maioria
dos estudos concentra-se em crianças em idade escolar, não havendo pesquisas suficientes
sobre a situação da doença em adultos jovens (TRUIN et al., 1993). Os poucos estudos
epidemiológicos de cárie em adultos jovens foram realizados quase que exclusivamente nos
países desenvolvidos (PERES et al., 2005).
É importante conhecer o comportamento da doença em todas as idades, a fim de se
permitir seu monitoramento epidemiológico. E, com a redução da prevalência e severidade da
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cárie em crianças observadas no país, aumentaram as possibilidades de expano da cobertura
de serviços para outros grupos populacionais, incluindo-se os adultos jovens (PERES et al.,
2005).
A avaliação da idade de 18 anos é importante para se ter uma representação do perfil
das doenças bucais em adultos jovens e, além disso, esta idade é referência para avaliação das
condições de saúde bucal em nível internacional, explicitada nas metas da OMS/FDI para o
ano 2.000 (FDI, 1982).
Estudos sobre saúde na juventude propõem elevada relevância por se tratar de motivos
que muitas vezes irão interferir na sua auto-estima, na formação de sua personalidade,
sexualidade, relacionamentos e condições para a sua entrada no mercado de trabalho
(MOURA et al, 2006).
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2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar a prevalência e severidade da cárie dental dos jovens do sexo masculino de 18
anos alistados no Serviço Militar Inicial das Forças Armadas na cidade de Manaus, no ano de
2007, por meio do índice CPOD (total de dentes cariados, perdidos e obturados).
2.2 Específicos
2.2.1 Analisar e correlacionar entre si as características cio-econômicas (renda familiar
média, escolaridade, situação de dependência econômica), demográficas (zonas de residência),
de histórico odontológico e de conhecimento (percepções quanto aos hábitos de higiene e
saúde oral) dos jovens do sexo masculino de 18 anos da cidade de Manaus;
2.2.2 Estudar a prevalência e severidade da cárie, relacionando-as às variáveis cio-
econômicas, demográficas, de conhecimento e de histórico odontológico dos jovens do sexo
masculino de 18 anos da cidade de Manaus.
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3. METODOLOGIA
3.1 Delineamento do estudo
Realizou-se um estudo descritivo transversal, onde as condições dentárias de jovens do
sexo masculino, alistados nas Forças Armadas em Manaus no ano de 2007, foram avaliadas
segundo o índice CPO-D e cruzadas com informações socioeconômicas, relativas aos hábitos
de higiene e saúde bucal e sobre o acesso a servos de saúde bucal.
A presente pesquisa epidemiológica teve seu projeto submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal do Amazonas (CEP-UFAM) e foi
aprovado em 09 de agosto de 2007, de acordo com o parecer n
o
1673.0.000.115/07.
3.2 Universo de estudo
3.2.1 População de referência
O estudo teve como população alvo, jovens de 18 anos do sexo masculino residentes
na cidade de Manaus, Amazonas. Considerando-se que a lei de alistamento militar obriga
todos os jovens do sexo masculino a se alistar nas Forças Armadas no ano em que completam
18 anos, entre o primeiro dia útil do ano e último dia útil do mês de abril, a população de
referência abrangeu 14.980 jovens. Esse quantitativo foi obtido na Junta Militar de Manaus,
em 02/05/2007 e representa o total de alistados no ano de 2007 até esta data.
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3.2.2 Participantes
Dos 14.980 jovens alistados, foram selecionados 786 participantes (748 + 5%) para
submeter-se ao exame bucal e fornecer as informações contidas no Apêndice B. Para a
determinação do número de 748 participantes considerou-se a taxa de 90,9% de prevalência
de rie, correspondente a média nacional de 2003 para as idades entre 15-19 anos, relatada
em estudo do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), um erro amostral de 2% e um vel de
confiança de 95%. Para tanto se utilizou a equação a seguir (WAYNE, 1987):
n = N.z
2
.p(1-p) onde: n – tamanho da amostra
d
2
.(N-1) + z
2
.p(1-p) N tamanho da população
d - precisão
p – prevalência
Z – valor tabelado
Para a seleção aleatória dos jovens foram utilizados os números seqüenciais de
inscrição na base de dados da Junta Militar, sendo selecionado por amostragem sistemática
um jovem a cada 19 inscritos.
3.2.3 Critérios de elegibilidade
Foram incluídos na pesquisa os jovens que concordaram em participar e assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice D).
Após a realização do exame bucal, foram excluídos do estudo os jovens com as
seguintes condições: que apresentassem um ou mais dentes decíduos ocupando local de dentes
permanentes, tivessem mais de 6 bandas ortodônticas ou que, por algum motivo, não tivessem
condições físicas ou psicológicas de responder ao questionário.
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Conforme o caso, todos os que tivessem alterações dentárias/mucosas, mesmo que não
pudessem participar da pesquisa, receberiam encaminhamento formal para atendimento nos
serviços de saúde especializados (Apêndice C).
3.3 Fluxo de procedimentos
Uma síntese do fluxo dos procedimentos encontra-se ilustrada na Figura 4.
Figura 4 - Fluxo de atividades realizadas para a coleta dos dados
N
A
J
UNTA
M
ILITAR
Seleção no Banco de Dados do nome
e número de inscrição dos
jovens
Recepção e explicação sobre a
Pesquisa
Leitura e assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido
Exame bucal
Selecionados Excluídos
Entrevistados
Se necessário, encaminhados
aos serviços especializados
para tratamento
Calibração e
Concordância
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Os detalhes dos procedimentos de cada etapa das atividades referidas na Figura 4 estão a
seguir descritos.
3.4 Detalhamento dos procedimentos
3.4.1 Seleção dos participantes
Os participantes foram selecionados na base de dados disponibilizada pela Junta Militar de
Manaus conforme descrito anteriormente. Utilizamos o número seqüencial de inscrição na base
de dados da Junta Militar, selecionando um jovem a cada 19 inscritos.
Solicitou-se ao secretário da Junta Militar que a cada 19 inscritos, o jovem
correspondente retornasse à Junta Militar entre 13 e 31 de agosto de 2007, a fim de facilitar a
reunião e identificação dos jovens selecionados para a pesquisa.
Seus dados de identificação (nome, data de nascimento e mero do registro na Junta
Militar) foram cadastrados na base de dados criada pela pesquisadora.
3.4.2 Identificação e recepção dos participantes
Entre os dias 13 e 31 de agosto de 2007, diariamente cerca de 60 a 70 rapazes
selecionados anteriormente compareceram à Junta Militar, onde receberam explicações sobre
a pesquisa e foi solicitado seu consentimento para participação da mesma por meio de leitura e
assinatura do TCLE (Apêndice D).
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3.4.3 Calibração e concordância
Para padronização do método do exame e critérios, foi realizada prévia calibração da
examinadora, através do exame de 30 voluntários realizado sucessivamente pela examinadora
e 02 cirurgiões-dentistas especialistas, analisados pelo índice Kappa.
3.4.4 Exame bucal
Cada participante foi examinado deitado em cadeira odontológica de campanha
montada em sala apropriada na Junta Militar. O exame foi realizado sob luz artificial, por uma
única examinadora paramentada por jaleco, gorro, máscara e um par de luvas descartáveis,
com um espelho n
0
05 e sonda exploradora n
o
05 estéreis.
A condição dental foi avaliada por meio do índice CPO-D modificado, composto pelos
6 fatores determinados (cariado, ausente, extraído, restaurado, hígido e com extração ou
tratamento endodôntico indicado) adicionados a um sétimo fator observado, a presença de
mancha ativa de cárie. O dente com este fator (mancha ativa de cárie) foi considerado hígido
na determinação do índice CPO-D. Os terceiros molares superiores e inferiores não foram
considerados na determinação do índice CPO-D (GONÇALVES et al., 2002; GOMES et al.,
2004).
Para registro dos dados foi criada uma ficha constando a identificação dos voluntários
e 32 lacunas correspondentes à situação de cada dente da arcada (Apêndice A).
Os exames foram realizados de acordo com a quarta edição do Manual de Instruções
para Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal da Organizão Mundial de Saúde
(OMS, 1997) que considera “cariados” aqueles dentes com sulco, fissura ou superfície lisa que
apresenta cavidade evidente ou tecido amolecido na base ou descoloração do esmalte ou de
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parede. Também cariados os dentes com restauração temporária, restauração definitiva
insatisfatória (com sinais de infiltração ou fratura), ou fraturas dentárias a nível de dentina. A
sonda exploradora somente foi empregada para confirmar evidências visuais de cárie nas
superfícies oclusal, vestibular e lingual/palatina. “Restaurados” foram aqueles com
restaurações definitivas sem sinal de fratura ou infiltração; “a extrair ou realizar tratamento
endodôntico”, aqueles dentes com cáries que indicaram envolvimento pulpar visível, aqueles
com fístula periapical associada, e restos radiculares; e “extraídos”, aqueles com evidência de
exodontia realizada por doença. Foram considerados “ausentes” aqueles elementos que não
erupcionaram.
Foram consideradas lesões de mancha ativa, as áreas de desmineralização do esmalte,
de coloração esbranquiçada, sem cavitação, de superfície opaca e pequena rugosidade
(MALTZ; CARVALHO, 1997).
Considerou-se um dente presente na boca quando qualquer parte dele fosse visível ou
pudesse ser tocada com a sonda exploradora. Quando um dente permanente e um decíduo
ocupavam o mesmo espo dentário, apenas a condição do permanente foi registrada. Dentes
supranumerários não foram classificados.
Em caso de vida entre dente cariado e dente hígido, classificamos como hígido;
entre dente cariado e dente com extração indicada, foi diagnosticado como cariado e, entre
primeiro e segundo pré-molar, como primeiro pré-molar (MENEZES et al., 2001).
Como descrito anteriormente, os indivíduos que apresentaram alteração bucal durante
o exame (dentes, língua ou mucosa) foram encaminhados à unidade de saúde pública
competente (Apêndice C).
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3.4.5 Entrevista
Adicionalmente, cada participante selecionado respondeu, após o exame, a um
formulário que dizia respeito à acessibilidade aos serviços de saúde bucal, bitos de higiene
oral e auto-definição do estado bucal dos participantes, motivos da procura e abandono do
tratamento odontológico e condições de dependência econômica. (Apêndice B).
3.5 Definição das variáveis
Decompomos as variáveis analisadas em três grupos, comentados a seguir:
a) Situação Odontológica:
- quanto à presença de cárie: presente ou ausente.
- quanto à situação de cada dente índice CPO-D (restaurados; cariados; com
exodontia ou tratamento endodôntico indicado; extraídos).
- necessidade de tratamento – dentes cariados ou com exodontia ou tratamento
endodôntico indicado.
- tratamento realizado – dentes restaurados ou extraídos
b) Acessibilidade :
- Geográficos: Zona da Cidade de Manaus de Residência do participante (Zona Norte,
Zona Leste, Zona Oeste, Zona Cetro-Oeste, Zona Centro-Sul e Zona Sul)
- Sócio-Econômicos:
- Escolaridade (Ensino Fundamental Completo ou Ensino Fundamental
Incompleto)
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- Renda Familiar Mensal Média (até 1 salário mínimo; de 1 a 2 salários mínimos; de 2
a 3 salários mínimos; de 3 a 4 salários mínimos ou acima de 4 salários mínimos).
- Se sempre residiu em Manaus: SIM ou NÃO -
- Condições de Dependência Econômica no momento da Pesquisa: somente estudando;
estudando e trabalhando; somente trabalhando ou sem estudar ou trabalhar.
- Histórico das Visitas ao Dentista
- Freqüência de visita ao Dentista: anualmente; semestralmente; de 2 em 2
anos; somente quando sente dor ou nunca foi ao dentista.
- Motivo da Última Visita: controle e profilaxia; tratamento; urgência ou
outros.
- Tipo de Serviço Utilizado: particular; público; associações ou sindicatos;
faculdades ou outros.
- Motivos para Não Freqüentar o Consultório:
- Julgamento do atendimento que costuma receber: péssimo; ruim; regular;
bom; muito bom ou excelente.
c) Auto-Percepção de sua Saúde e Higiene Bucal:
- Hábitos de Higiene Oral:
- Freqüência de escovação dentária diária: 1vez, 2 vezes, 3 vezes, 4 vezes ou
mais de 4 vezes.
- Uso do fio dental diariamente: SIM ou NÃO
- Motivo por não utilizar o fio dental
- Uso de colutório bucal diariamente: SIM ou NÃO
- Freqüência do uso colutório por dia: 1 vez, 2 vezes, 3 vezes ou mais de 3
vezes.
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- Marca Comercial ou tipo do colutório utilizado:
- Julgamento sobre sua saúde bucal: péssimo; ruim; regular; bom; muito bom ou
excelente.
- Julgamento de seus hábitos de higiene bucal: péssimos; ruins; regulares; bons; muito
bons ou excelentes.
- Importância que dá ao Uso do Fio Dental: nenhuma; menos que a escova; tanto
quanto à escova ou mais que a escova.
3.6 Análise estatística
Os dados foram analisados conforme cálculo das freqüências absolutas simples e
relativas para os dados qualitativos, e, média, mediana e desvio-padrão (DP) para os dados
quantitativos.
Para analisar a associação entre as variáveis categóricas utilizou-se o teste do qui-
quadrado de Pearson. Na comparação para duas médias foi utilizado o teste t de Student e
para mais de duas médias a análise de variância (ANOVA). O teste Não-paramétrico de
Kruskal-Wallis foi utilizado quando não satisfeita a condição de normalidade dos dados.
O software utilizado na análise foi o programa Epi-Info 3.3 for Windows desenvolvido
e distribuído pelo CDC (www.cdc.org/epiinfo
) e o nível de significância utilizado nos testes
foi de 5%.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Aspectos Gerais
O grau de concordância durante a calibração foi de 94% (índice Kappa), considerando
a situação observada em cerca de 960 elementos dentários examinados. Dentre os 786
selecionados, apenas 41 jovens não retornaram à Junta Militar. Dentre aqueles que
compareceram, nenhum recusou em participar do estudo. Um total de 745 conscritos foi
examinado sendo um dos jovens excluído do estudo por apresentar dois dentes decíduos
ocupando o local de dentes permanentes. Por este motivo, a amostra utilizada na análise foi
composta por 744 alistados no serviço militar no ano 2007 na Cidade de Manaus Am,
mantendo-se o erro amostral próximo de 2%.
4.2 Caracterização da População Estudada
Analisando a população de jovens inscritos nas Forças Armadas neste ano, verificou-se
que, dos 14980 rapazes, 22,1% residem em bairros situados na zona Norte, 19,2% na zona
Sul, 27,1% na zona Leste, 16,7% na zona Oeste, 8,8% na zona Centro Oeste e 6,1% na zona
Centro-Sul, mostrando concordância entre a população e a amostra selecionada
sistematicamente. Conforme análise da zona de residência dos jovens estudados, a maioria é
residente da zona Leste e a minoria da zona Centro Sul, como demonstra a tabela 1:
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Tabela 1
Distribuição segundo a zona de residência dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de
Manaus, Am
Zona N %
Norte 152 20,4
Sul 155 20,8
Leste 196 26,4
Oeste 133 17,9
Centro Oeste 64 8,6
Centro Sul 44 5,9
Total
744 100,0
n = número de jovens; % = percentual.
Ao realizar a análise de variáveis sócio-econômicas como escolaridade, renda familiar
média, tempo de residência em Manaus e grau de dependência econômica, observou-se que,
segundo a variável “renda familiar média”, mais de 55% da população estudada pertencia a
famílias que recebem até dois salários mínimos por mês. De um modo geral, 62,1% dos
jovens de 18 anos estudados completaram o nível escolar fundamental, sendo que 6,6%
encontram-se cursando o ensino superior atualmente. Observa-se que 83,2% dos participantes
do estudo sempre residiram em Manaus, município onde não há fluoretação da água de
abastecimento público e 16,8% dos jovens moraram em outras cidades, sendo o tempo
médio de residência em Manaus de cerca de sete anos e nove meses. Em relação ao grau de
dependência econômica, 53,8% dos jovens de 18 anos questionados não trabalham, 43%
estudam e 10,7% não tem qualquer atividade escolar ou econômica. Tem atividade
econômica, 46,2% dos jovens estudados. Em pesquisa realizada pela Rede Interagencial de
Informações para Saúde - RIPSA (2004) nas capitais brasileiras, para a cidade de Manaus a
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razão de dependência entre os jovens foi de 49,8%, sendo menor apenas que as observadas nas
cidades de Rio Branco, Boa Vista, Palmas e Macapá (Tabelas 2 e 3).
Observa-se uma crítica realidade entre a distribuição de renda nas zonas da capital
amazonense. Nota-se que mais da metade dos jovens que moram nas zonas Leste (69,4%),
Norte (59,2%) e Oeste (53,4%) pertencem a famílias com renda familiar dia de até 2
salários mínimos mensais; enquanto na zona Centro-Sul, 47,7% tem renda familiar acima de 4
salários mínimos. Nota-se também que esta situação está intimamente relacionada à
escolaridade média observada entre os rapazes das diversas zonas de Manaus. Não concluíram
o Ensino Fundamental aos 18 anos, 42,1% dos jovens estudados da zona Norte, 42,3% da
zona Leste e 41,4% da zona Oeste, demonstrando a íntima relação entre a situação econômica
e a privação ao ensino. Quanto à permanência em Manaus, atualmente parece ser a zona Norte
a que mais recebe jovens que já moraram em outros municípios (23,7%) (Tabela 2).
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Tabela 2
Distribuição da renda, escolaridade, grau de dependência econômica e tempo de residência em
Manaus em relão às zonas da cidade
n = número de jovens; % = percentual; SM = salário mínimo.
Renda (SM)
Total (n=744)
Norte
n (%)
Sul
N (%)
Leste
n (%)
Oeste
n (%)
Centro-Oeste
n (%)
Centro-Sul
n (%)
1 213 (28,6) 56 (36,8) 41(26,5) 56(28,6) 37(27,8) 16(25,0) 7 (15,9)
1 --- |2 201 (27,0) 34(22,4) 34 (21,9) 80 (40,8) 34(25,6) 12 (18,8) 7 (15,9)
2 --- |3 121 (16,3) 23 (15,1) 19 (12,3) 33 (16,8) 24(18,0) 17 (6,6) 5 (11,4)
3 --- |4 79 (10,6) 21 (13,8) 17 (11,0) 17 (8,7) 16(12,0) 4 (6,3) 4 (9,15)
>4 130 (17,5) 18 (11,8) 44 (28,4) 10 (5,1) 22(16,5) 15 (23,4) 21(47,7)
Escolaridade
Fund. Incompleto 282 (37,9) 64 (42,1) 56 (36,1) 83 (42,3) 55(41,4) 19 (29,7) 5 (11,4)
Fund.Completo 462 (62,1) 88 (57,9) 99 (63,9) 113(57,7) 78(58,6) 45 (70,3) 39 (88,6)
Dependência
econômica
Somente estudando 321 (43,1) 63 (41,4) 79 (51,0) 79 (40,3) 50(37,6) 30 (46,9) 20 (45,5)
Estuda e trabalha 227 (30,5) 43 (28,3) 42 (27,1) 58 (29,6) 46(34,6) 23 (35,9) 15 (34,1)
Somente trabalhando 117 (15,7) 30 (19,7) 19 (12,3) 38 (19,4) 21(15,8) 4 (6,3) 5 (11,4)
Não estuda/ trabalha 79 (10,7) 16 (10,5) 15 (9,7) 21 (10,7) 16(12,0) 7 (0,9) 4 (9,1)
Sempre morou em
Manaus
Sim 619 (83,2) 116(76,3) 130(83,9) 166(84,7) 112(84,2) 54 (84,4) 41 (93,2)
Não 125 (16,8) 36 (23,7) 25 (16,1) 30 (15,3) 21 (15,8) 10 (15,6) 3 (6,8)
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Tabela 3
Freqüência de escolaridade dos jovens estudados
Escolaridade Freqüência Percentual (%)
Fundamental Incompleto 282 37,9
Fundamental Completo 3 0,4
Médio Incompleto 341 45,8
Médio Completo 69 9,3
Superior Incompleto 49 6,6
Total 744 100,0
Quando questionados a respeito de sua higiene bucal, verificou-se que a 55,4% dos
jovens estudados referiram escovar os dentes três vezes ao dia, 75,5% não fazem uso do fio
dental e 71% não fazem uso de colutório bucal diariamente (Tabela 4). Estima-se que 75 a
80% dos cuidados de manutenção da saúde bucal possam ser realizadas pelo próprio
indivíduo, sendo a escovação o meio mais difundido para o controle de placa não profissional
em todo o mundo. Contudo a escovação por si não é sinônimo de limpeza, devido à sua
capacidade em controlar placa se restringir praticamente às superfícies livres dos dentes, tendo
acesso limitado às superfícies interproximais de molares e pré-molares (AXELSSON, 2000).
O controle químico da placa, aqui registrado pelos bochechos realizados com
colutório, é considerado um meio muito bom para prevenção, controle e redução da formação
da placa bacteriana, por ser um meio de boa acessibilidade supragengival e fácil
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procedimento. Porém, este meio se constitui limitado em áreas subgengivais e interproximais
de regiões de molares e pré-molares, além dos produtos serem pouco acessíveis devido ao
elevado custo. Deve ser usado como forma auxiliar e nunca substituto do controle mecânico
da placa (AXELSSON, 2000).
Ao relacionar esses hábitos de higiene oral às referidas zonas, notou-se que, 39,5% dos
jovens da zona Norte e 40,8% da Leste escovam os dentes menos de três vezes ao dia;
enquanto esses dados são relatados por 33,1% daqueles da zona Oeste; 29,7% da zona Centro-
Oeste; 24,5% da zona Sul e 22,7% da zona Centro-Sul (Tabela 4).
Ao questionar sobre o uso diário do fio dental, encontramos as menores porcentagens
de uso na zona Centro-Oeste (15,6%) e zona Oeste (21,8%). Dentre aqueles rapazes que não
usam fio dental diariamente, o motivo de maior prevalência relatado foi a falta de hábito ou de
costume, chegando a mais da metade das justificativas dos jovens das zonas Norte (53,6%),
Sul (56,5%), Leste (55,1%) e Oeste (52,9%), evidenciando a falta de instrução de higiene e
exemplo dos próprios familiares. Entretanto, embora haja um baixo relato de uso drio do fio
dental entre os jovens (24,5%), mais de 57% destes o julgam tão ou mais importante que a
escova dental. E, apesar de somente 15,6% dos jovens da zona Centro-Oeste utilizarem o fio
dental diariamente, 64,1% dos rapazes desta zona o julgam tão ou mais importante que a
escova. Inesperadamente, 28,6% dos jovens da zona Centro-Sul informaram o usá-lo por
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não ter em casa, já que esta é a zona de maior média de renda e onde mais de 70% dos jovens
julgam o fio dental tão ou mais importante que a escova (Tabela 4).
O colutório informado pelos jovens de Manaus, como sendo o mais utilizado por eles é
o da marca comercial Plax (Colgate), utilizado por cerca de 25,5% dos jovens que usam
colutório. Ao analisar este produto, verifica-se que ele contém como componentes ativos o
triclosan, excelente agente antiplaca e fluoreto de sódio. Porém, a não ser a versão Plax
“teen”, todas as outras contém álcool que, usado mais de duas vezes ao dia, conforme
recomendão do fabricante pode predispor a alguma irritação da mucosa oral (GOMES et al.,
2007). Entre outros bochechos utilizados não demonstrados na tabela estão o Malvatricin e
água com sal. Muitos não lembraram o nome ou tipo de bochecho que utilizam (cerca de
15%). Em relação ao hábito de usar colutório, os jovens da zona Centro-Sul parecem ser os
que mais fazem uso deste meio (50% destes), onde 45,5% disseram bochechar duas vezes ao
dia, sendo o Listerine a marca comercial mais utilizada nesta zona (40,91%) (Tabela 4).
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Tabela 4
Distribuição da freqüência de escovação dentária, uso do fio dental, motivo de não utilizar fio dental,
importância do uso do fio dental, uso e freqüência de uso de colutório bucal e tipo de colutório
utilizado entre as zonas de Manaus
Total
n = 744
Norte
n (%)
Sul
n (%)
Leste
n (%)
Oeste
n (%)
Centro Oeste
n (%)
Centro Sul
n (%)
Escovação
(ões) por dia
1 17 (2,3) 5 (3,3) 2 (1,3) 3 (1,5) 4 (3,0) 3 (4,7) 0 (0,0)
2 234 (31,5) 55(36,2) 36 (23,2) 77 (39,3) 40(30,1) 16 (25,0) 10 (22,7)
3 412 (55,4) 76 (50,0) 95 (61,3) 100(51,0) 77(57,9) 39 (60,9) 25 (56,8)
4 61 (8,2) 9 (5,9) 17 (11,0) 14 (7,1) 14 (7,1) 4 (6,3) 9 (20,5)
5 20 (2,7) 7 (4,6) 5 (3,2) 2 (1,0) 4 (3,0) 2 (3,1) 0 (0,0)
Usa fio
dental
diariamente
Sim 182 (24,5) 42 (27,6) 47 (30,3) 38 (19,4) 29(21,8) 10 (15,6) 16 (36,4)
Não 562 (75,5) 10(72,4) 108 (69,7) 158(80,6) 104(78,2) 54 (84,4) 28 (63,6)
Motivo para
não usar
o fio
Falta hábito 299 (53,2) 59 (53,6) 61 (56,5) 87 (55,1) 55 (52,9) 26 (48,1) 11 (39,3)
Não possui 132 (23,5) 26 (23,6) 25 (23,1) 35 (22,2) 27 (26,0) 11 (20,4) 8 (28,6)
Falta tempo 74 (13,2) 17 (15,5) 14 (13,0) 20 (12,7) 9 (8,7) 10 (18,5) 4 (4,3)
Não gosta 38 (6,8) 5 (4,5) 3 (2,8) 12 (7,6) 10 (9,6) 6 (11,1) 2 (7,1)
Dificuldade de
usar
18 (3,2) 3 (2,7) 4 (3,7) 4 (2,5) 3 (2,9) 1 (1,9)
3 (10,7)
Outros 1 (0,2) 0 (0,0) 1 (0,9) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)
Importância
do uso do
fio dental
Nenhuma 30 (4,0) 6 (3,9) 1 (0,6) 6 (3,1) 12 (9,0) 3 (4,7) 2 (4,5)
Menos que a
escova
217 (29,2) 36 (23,7) 35 (22,6) 68 (34,7) 47 (35,3) 20 (31,3)
11 (25,0)
Tanto quanto à
escova
401 (53,9) 89 (58,6) 94 (60,6) 103(52,6) 57 (42,9) 32 (50,0) 26 (59,1)
Mais que a
escova
96 (12,9) 21 (13,8) 25 (16,1) 19 (9,7) 17 (2,8) 9 (14,1) 5 (11,4)
Usa colutório
Sim 216 (29,0) 36 (23,7) 52 (33,5) 51 (26,0) 40 (30,1) 15 (23,4) 22 (50,0)
Não 528 (71,0) 116(76,3) 103 (66,5) 145(74,0) 93 (69,9) 49 (76,6) 22 (50,0)
Freqüência
de uso do
colutório
1 vez ao dia 72 (33,3) 7 (19,4) 18 (34,6) 16 (31,4) 16 (40,0) 8 (53,3) 7 (31,8)
2 vezes ao dia 107 (49,5) 22 (20,6) 27 (25,2) 24 (22,4) 21 (19,6) 3 (2,8) 10 (9,3)
3 vezes ao dia 29 (13,4) 5 (17,2) 6 (20,7) 10 (34,5) 2 (6,9) 4 (13,8) 2 (6,9)
> 3 vezes ao dia 8 (2,8) 2 (25,0) 1 (12,5) 1 (12,5) 1 (12,5) 0 (0,0) 3 (37,5)
Tipo de
colutório
Listerine 49 (22,7) 8 (22,2) 18 (34,6) 5 (9,8) 6 (15,0) 3 (20,0) 3 (20,0)
Cepacol 48 (22,2) 7 (19,4) 11 (21,2) 14 (27,5) 12 (30,0) 2 (13,3) 2 (9,1)
Plax 55 (25,5) 8 (22,2) 14 (26,9) 13 (25,5) 10 (25,0) 6 (40,0) 4 (18,2)
Periogard 8 (3,7) 1 (2,8) 2 (3,8) 1 (2,0) 2 (5,0) 1 (0,7) 1 (4,5)
Oral B 11 (5,1) 3 (8,3) 2 (3,8) 4 (7,8) 1 (2,5) 1 (6,7) 0 (0,0)
Outros 45 (20,8) 9 (25,0) 5 (9,6) 14 (27,5) 9 (22,5) 2 (13,3) 6 (27,3)
% = percentual; n = número de jovens.
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A fim de observar o acesso aos serviços de saúde bucal dos jovens estudados, foram
questionados dados sobre seu histórico odontológico, sendo informado que 27,1% costumam
visitar o dentista anualmente, 26,9% semestralmente, 25,3% somente quando sentem alguma
dor dentária e 14,8% de dois em dois anos. De acordo com os resultados da pesquisa, mais da
metade dos participantes visitaram o dentista pela última vez há menos de um ano (Tabela 5).
Estima-se que 30 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista, mesmo sendo o
Brasil, o país com o maior número de dentistas do mundo, tanto em termos absolutos quanto
em relação ao tamanho da população segundo a OMS (LACERDA et al., 2004), e,
infelizmente, em nosso município esta realidade não é diferente. Dos jovens entrevistados,
aproximadamente 6% disseram nunca ter ido ao dentista (Tabela 5), resultado este maior que
o encontrado por Bastos et al. (2005) em Florianópolis que foi de 4,54%, e menor que o
verificado por Gushi et al. (2005a) na população estudada em São Paulo (10,3%). Porém, a
consulta odontológica parece ter sido mais difundida nos últimos anos, pois na pesquisa do
MS (BRASIL, 2004) esta dado foi relatado por 16,45% dos adolescentes da região Norte.
Em média, 38,2% dos rapazes entrevistados informaram ter como motivo da
última visita a realização de tratamento odontológico, 35% para controle e prevenção,
26,1% para solucionar casos de urgência e 0,7% por outros fatores, resultados estes
significativamente mais curativos do que preventivos quando comparados ao estudo de
Gushi et al. (2005a), onde 59,4% da amostra relataram a última visita para controle,
7,4% para realizar tratamento e somente 17,79% por motivos de urgência. Esta
irregularidade na consulta odontológica foi observada também durante o levantamento
nacional do MS (BRASIL, 2004), onde 30% dos adolescentes procuraram o dentista
por motivo de dor dentária e apenas 34% relataram consultas preventivas ao dentista.
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Conforme o tipo de serviço de saúde bucal utilizado pelos alistados, 49,3% disseram
freentar o serviço público (postos de saúde, centros de referência, serviços de pronto
atendimento, policlínicas, etc.); 42,3%, consultório particular; 1,3%, serviços filantrópicos
(consultórios mantidos por instituições religiosas, organizações não-governamentais, grupos
políticos, etc.); 6,6%, associações ou sindicatos; 0,4%, faculdades de odontologia e outros,
0,1%. Estes dados relativos às consultas em consultório particular foram semelhantes aos
encontrados por Gushi et al. (2005a), onde 52,6% disseram utilizar tal serviço. No estudo de
Bastos et al. (2005) este índice foi ainda maior, cerca de 74% informaram submeter-se a
tratamento odontológico particular. Estas elevadas proporções provavelmente se devem à
popularização dos convênios odontológicos e, no caso de Manaus, ao elevado número de
consultórios odontológicos instalados na periferia da cidade, oferecendo um serviço de custo
mais acessível à população.
Cerca da metade dos jovens estudados utilizam o serviço público para tratamento
odontológico e 25% queixaram-se da dificuldade em conseguir consulta, provavelmente não
pela falta de postos de saúde e de cirurgiões-dentistas nas proximidades de sua residência, mas
pela considerada marginalização que se atribui aos jovens. Nos serviços de saúde pública a
prioridade de atendimento de crianças, gestantes e idosos quase sempre se torna “condãoe
não preferência para o atendimento. Além disto, muitas vezes estes jovens não se interessam
pela necessidade de se ter uma boa saúde bucal e desconhecem as conseqüências que a sua
falta pode lhe trazer (Tabela 5).
Quanto à freqüência de visita ao dentista, observa-se maior regularidade (pelo menos 1
vez ao ano) entre os jovens das zonas Centro-Sul (68,2%) e Sul (65,8%). Entre os que
procuram o dentista somente quando sentem dor, estão em grande maioria aqueles das zonas
Leste (30,1%), Norte (28,9%) e Oeste (27,1%). Nota-se também que cerca de 9,2% dos
estudados da zona Norte nunca visitaram o dentista (Tabela 5).
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Aparentemente, os jovens que estão mais tempo (três anos ou mais) sem visitar o
dentista são aqueles das zonas Leste (21,1%), Norte (21%) e Oeste (20,2%). Dentre os jovens
da zona Centro-Sul e zona Sul, 50% e 43%, respectivamente, relataram ter consultado o
dentista pela última vez apenas para controle e profilaxia. Já a maioria dos rapazes moradores
das outras zonas apenas procuraram o dentista após perceber algum problema e realizar
tratamento, e destes, 29% foram ao consultório odontológico por motivo de urgência (Tabela
5).
Os que mais utilizam o serviço público para tratamento odontológico são os jovens das
zonas Leste (56,8%), Norte (54,3%) e Oeste (54%). Aparentemente, os serviços filantrópicos
estão mais concentrados na zona Leste, onde foram relatados 55,6% dos atendimentos (Tabela
5).
Em relação ao julgamento do atendimento que costumam receber pelo cirurgião-
dentista, a grande maioria parece estar satisfeita (79,7% responderam achá-lo Bom, Muito
Bom ou Excelente), sendo esta relação mais associada àqueles que utilizam o serviço
particular (zonas Centro-Sul, 88,2%; Sul, 82,6% e Centro-Oeste, 83,9%), possivelmente pelo
fato de não haver dificuldade em conseguir consulta (Tabela 5).
Apesar da “falta de temposer o maior motivo informado sobre a falta de freqüência
no consultório odontológico, esta resposta foi mais intensa no grupo de jovens das zonas
Centro-Sul (56,4%), Sul (42,6%) e Centro-Oeste (39,7%) (Tabela 5).
A dificuldade em conseguir consulta foi queixa de 25% dos jovens, tendo sua maior
expressão entre aqueles da zona Oeste (30,2%), grupo que apresentou maior número de jovens
insatisfeitos com o atendimento recebido. Ressaltamos aqui, o “medo de sentir dor” com um
dos motivos também importantes (16%) pelos quais os jovens não costumam procurar o
dentista, situação esta mais comum entre os jovens das zonas Leste (20,9%) e Oeste (18,3%)
(Tabela 5).
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Tabela 5
Distribuição da freqüência de visita ao dentista, tempo da última visita, motivo da última visita, tipo
de serviço utilizado, julgamento do atendimento recebido pelo dentista e motivos para não freqüentar
dentista entre as zonas de Manaus
n = número de jovens; % = percentual.
Visita ao dentista
Total
Norte
n (%)
S
ul
n (%)
Leste
n (%)
Oeste
n (%)
Centro-Oeste
n (%)
Centro-
Sul
n (%)
Anualmente 202 (27,1) 38 (25,0) 43 (27,7) 49(25,0) 40 (30,1) 18 (28,1) 14 (31,8)
Semestralmente 200 (26,9) 34 (22,4) 59 (38,1) 42(21,4) 32(24,1) 17 (26,6) 16 (36,40)
De dois em dois anos 110 (14,8) 22 (14,5) 24 (15,5) 35(17,9) 16 (12,0) 7 (10,9) 6 (13,6)
Somente na dor 188 (25,3) 44 (28,9) 23 (14,8) 59(30,1) 36 (27,1) 20 (31,3) 6 (13,6)
Nunca foi ao dentista 44 (5,9) 14 (9,2) 6 (3,9 11 (5,6) 9 (6,8) 2 (3,1) 2 (4,5)
Última visita
Menos de 1 ano 366 (52,3) 70 (50,7) 94 (63,1) 86(46,5) 62 (50,0) 31 (50,0) 23 (54,8)
1 a 2 anos 209 (29,8) 39 (28,3) 36 (24,2) 60(32,4) 37 (29,8) 20 (32,3) 17 (40,5)
3 anos ou mais 125 (17,9) 29 (21,0) 19 (12,8) 39(21,1) 25 (20,2) 11 (17,7) 2 (4,8)
Motivo da última visita
Controle 245 (35,0) 52 (37,7) 64 (43,0) 49(26,5) 39(31,5) 20 (32,3) 21 (50,0)
Tratamento 267 (38,2) 45 (32,6) 61 (40,9) 79(42,7) 45 (36,3) 23 (37,1) 14 (33,3)
Urgência 183 (26,1) 40 (29,0) 22 (14,8) 56(30,3) 39 (31,5) 19 (30,6) 7 (16,7)
Estética 5 (0,7) 1 (0,7) 2 (1,3) 1 (0,5) 1 (0,8) 0 (0,0) 0 (0,0)
Tipo de serviço
Particular 296 (42,3) 53 (38,4) 74 (49,7) 64 (4,6) 48 (8,7) 31 (50,0) 26 (61,9)
Público 345 (49,3) 75 (54,3) 58 (38,9) 105(56,8) 67 (54,0) 26 (41,9) 14 (33,3)
Filantrópicos 9 (1,3) 1 (0,7) 2 (1,3) 5 (2,70 0 (0,0) 1 (1,6) 0 (0,0)
Associações ou
sindicatos
46 (6,6) 9 (6,5) 14 (9,4) 10 (5,4) 7 (5,60 4 (6,5) 2 (4,8)
Universidades 3 (0,4) 0 (0,0) 1 (0,7) 0 (0,0) 2 (1,6) 0 (0,0) 0 (0,0)
Outros 1 (0,1) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (0,5) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)
Julgamento do
atendiment
o
Péssimo 7 (1,0) 2 (1,4) 2 (1,3) 2 (1,1) 1 (0,8) 0 (0,0) 0 (0,0)
Ruim 34 (4,9) 6 (4,3) 7 (4,7) 11 (5,9) 6 (4,8) 1 (1,6) 3 (7,1)
Regular 101 (14,4) 24 (17,4) 17 (11,4) 28 (15,1) 21 (16,9) 9 (14,5) 2 (4,8)
Bom 348 (49,7) 64 (46,4) 74 (49,7) 97 (52,4) 54 (43,5) 36 (58,1) 23 (54,8)
Muito bom 131 (18,7) 24 (17,4) 28 (18,8) 30 (16,2) 26 (21,0) 11 (17,7) 12 (28,6)
Excelente 79 (11,3) 18 (13,0) 21 (14,1) 17 (9,2) 16 (12,9) 5 (8,1) 2 (4,8)
Motivo p/ não ir ao
consultório
Medo de sentir dor 110 (16,0) 21 (14,8) 15 (10,9) 38 (20,9) 23 (18,3) 8 (12,7) 5 (12,8)
Não ser bem tratado 40 (5,8) 7 (4,9) 7 (5,1) 9 (4,9) 7 (5,6) 7 (11,1) 3 (7,7)
Falta de tempo 250 (36,3) 51 (35,9) 57 (41,6) 53 (29,1) 42 (33,3) 25 (39,7) 22 (56,4)
Dificuldade de
conseguir consulta
172 (25,0) 37 (26,1) 33 (24,1) 46 (25,3) 38 (30,2) 13 (20,6) 5 (12,8)
Só quando sente dor 77 (11,2) 16 (11,3) 15 (10,9) 24 (13,2) 12 (9,5) 9 (14,3) 1 (2,6)
Desconhecimento da
necessidade
38 (5,5) 10 (7,0) 9 (6,6) 12 (6,6) 4 (3,2) 1 (1,6) 2 (5,1)
Outros 2 (0,3) 0 (0,0) 1 (0,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (2,6)
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Ao relacionar os maiores motivos da procura ao dentista com o tipo de serviço
odontológico utilizado pelos rapazes estudados, notou-se, considerando o serviço público e o
particular, que um maior número de rapazes que utilizam o serviço particular procurou o
dentista pela última vez por motivo de controle (51%), quando comparados àqueles que
utilizam o serviço público (22%). Ao contrário, por motivo de urgência, o serviço público foi
mais procurado (36,8%) que o serviço particular (13,9%) (Tabela 6). Aparentemente esta
questão identifica uma falta de credibilidade do serviço público junto à população, que o
procura mais em casos de urgência.
Tabela 6
Distribuição segundo o tipo de serviço em relação ao motivo da última visita ao dentista
Motivo Visita Particular Público Filantróp. Sind./Assoc
Univer. Outro
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
1-Controle 151 (51,0) 76 (22,0) 1 (11,1) 15 (32,6) 2 (66,7) 0 (0,0)
2-Tratamento 103 (34,8) 141 (40,9) 5 (55,6) 16 (34,8) 1 (33,3) 1 (100)
3-Urgência 41 (13,9) 127 (36,8) 3 (33,3) 12 (26,1) 0 (0,0) 0 (0,0)
4-Estética 1 (0,3) 1 (0,3) 0 (0,0) 3 (6,5) 0 (0,0) 0 (0,0)
n = número de jovens; % = percentual; filantróp. = filantrópico; sind./assoc. = sindicato ou associação;
univer. = universidade.
Procurou-se saber o entendimento dos participantes a respeito da própria saúde bucal e
hábitos de higiene oral. Pelo informado por meio da entrevista, a maioria julga a sua saúde
bucal “Boa” (43,4%), assim como seus bitos de higiene oral (45,6%), e cerca de 64,85%
dos indivíduos estudados parecem estar satisfeitos com a própria saúde (avaliação Boa, Muito
Boa ou Excelente). A porcentagem de pessoas relatando uma situação de saúde bucal péssima,
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ruim ou regular foi de 35,15%, taxa esta, menor que a encontrada pelo MS (BRASIL, 2004)
que foi de 44,7% para a faixa etária de 15 a 19 anos de idade (Tabela 7). Dentre os mais
insatisfeitos estão os jovens das zonas Leste (43,4%) e Oeste (42,2%). Quanto à higiene oral,
mais de 66% crêem realizá-la “Bem” (respostas Boa, Muito Boa ou Excelente), sendo 79,5%
da zona Centro-Sul a maior dia de pessoas que julgam higienizar a boca de forma
satisfatória (Tabela 7).
Tabela 7
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de higiene dos jovens alistados nas
forças armadas 2007 na cidade de Manaus – Am
n = número de jovens; % = percentual.
Total
n = 744
Norte
n (%)
Sul
n (%)
Leste
n (%)
Oeste
n (%)
Centro Oeste
n (%)
Centro Sul
n (%)
Julgamento
de sua saúde
bucal
Péssima 34 (4,6) 5 (3,3) 4 (2,6) 13 (6,6) 7 (5,3) 4 (6,3) 1 (2,3)
Ruim 62 (8,3) 7 (4,6) 10 (6,5) 22 (11,2) 17 (12,8) 5 (7,8) 1 (2,3)
Regular 174 (23,4) 42 27,6) 26(16,8) 50 (25,5) 32 (24,1) 13 (20,3) 11 (25,0)
Boa 323 (43,4) 68 44,7) 71(45,8) 79 (40,3) 53 (39,8) 31 (48,4) 21 (47,7)
Muito Boa 120 (16,1) 24 15,8) 35(22,6) 22 (11,2) 22 (16,5) 8 (12,5) 9 (20,5)
Excelente 31 (4,2) 6 (3,9) 9 (5,8) 10 (5,1) 2 (1,5) 3 (4,7) 1 (2,3)
Julgamento
de sua higiene
bucal
Péssima 9 (1,2) 2 (1,3) 0 (0,0) 3 (1,5) 4 (3,0) 0 (0,0) 0 (0,0)
Ruim 32 (4,3) 5 (3,3) 8 (5,2) 8 (4,1) 6 (4,5) 4 (6,3) 1 (2,3)
Regular 179 (24,1) 38(25,0) 28(18,1) 54 (27,6) 34 (25,6) 17 (26,6) 8 (18,2)
Boa 339 (45,6) 68 44,7) 77(49,7) 91 (46,4) 56 (42,1) 24 (37,5) 23 (52,3)
Muito Boa 138 (18,5) 26(17,1) 33(21,3) 28 (14,3) 24 (18,0) 17 (26,6) 10 (22,7)
Excelente 47 (6,3) 13 (8,6) 9 (5,8) 12 (6,1) 9 (6,8) 2 (3,1) 2 (4,5)
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4.3 Distribuão da Cárie Dentária na População Estudada
A prevalência de cárie (aqueles que têm ou tiveram experiência à cárie) entre os
jovens participantes da pesquisa foi de 90,7%, semelhante à encontrada em São Paulo (90,4%)
por Gushi et al. (2005a) e em Blumenau (88,6%) por Peres et al. (2005). No entanto, foi maior
que a prevalência de 81% registrada por Gonçalves et al. (2002) em Florianópolis, de 65,9%,
por Bastos et al. (2005) também em Florianópolis e 79,16% em Pelotas em estudos de Moura
et al.(2006). Comparado a pesquisas internacionais, a prevalência deste estudo foi muito mais
elevada que a encontrada na Austrália por Hopcraft; Morgan (2005) de 67,2%.
Não se encontrou diferença estatisticamente significativa entre a prevalência de cárie
nas diferentes zonas da cidade de Manaus (Tabela 8).
Tabela 8
Distribuição da prevalência de cárie segundo a zona de residência dos jovens alistados nas forças
armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
Cárie
Zona
Ausente Presente
Total
N
%
N
%
Norte 16 10,5 136 89,5 152
Sul 15 9,7 140 90,3 155
Leste 14 7,1 182 92,9 196
Oeste 11 8,3 122 91,7 196
Centro Oeste 8 12,5 56 87,5 133
Centro Sul 5 11,4 39 88,6 64
Total
69 9,3 675 90,7 744
p-valor = 0,769 (Qui-quadrado de Pearson); n = número de jovens, % = percentual; n =
número de jovens.
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Na presente pesquisa, o índice CPO-D médio foi de 5,72, similar ao observado por
Peres et al.(2005) em Blumenau, que foi de 5,7 e muito maior que os encontrados na China
por Wang et al.(2002) de 1,6 e por Varenne et al. (2004) em Burkina Faso na África de 1,9,
provavelmente não por haver maior oferta de serviços odontológicos nestes últimos países,
mas possivelmente pela alimentação menos rica em carboidratos fermentáveis e produtos
industrializados.
Necessidades de tratamento odontológico (cariados e com necessidade de
exodontia/endodontia) foram encontradas em 75,7% da população estudada, tendo em média
2,12 dentes com necessidade de restauração e 0,8 dente com necessidade de exodontia ou
tratamento endodôntico. Índices esses muito maiores que os encontrados por Gonçalves et al.
(2002) em Florianópolis onde apenas 40,7% de sua amostra necessitava de tratamento
odontológico, tendo em dia 1,2 dentes cariados (Tabela 9).
Observando-se os dados relativos à pesquisa do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004),
apesar de se notar que a prevalência de cárie naquele estudo foi de 89,5% na região Norte, ou
seja, menor que a encontrada nessa pesquisa, pode-se considerar que houve uma redução no
ataque de cárie no período entre 2003 e 2007. Naquele estudo, o CPO-D médio para a faixa de
15 a 19 anos da região Norte foi de 6,14, sendo o componente restaurado/obturado igual a 1,2
e o índice de necessidade de tratamento de 3,54, o maior entre todas as regiões brasileiras;
enquanto que na presente pesquisa estes componentes foram 1,65 e 2,74, respectivamente,
indicando ter havido uma possível redução da necessidade de tratamento odontológico dos
jovens de nossa cidade e a falta de ênfase no tratamento preventivo (Tabela 9).
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Tabela 9
Distribuição do índice CPO-D, dentes restaurados, cariados, extraídos, a extrair ou realizar tratamento
endodôntico dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
Variáveis (n = 744) Média DP Mediana Mín.
Máx.
CPOD 5,72 4,18 5 0 27
Restaurados 1,65 2,67 0 0 18
Cariados 2,12 2,20 2 0 12
Extraídos 1,22 1,70 1 0 11
A extrair ou realizar endodontia 0,80 1,46 0 0 9
DP = desvio padrão; mín = mínimo; máx = máximo; n = número de jovens.
Apesar dessa visível redução, ao se comparar os dados dos componentes relativos à
prevalência de cárie e índice CPO-D do jovens de 18 anos do sexo masculino desse estudo e
de pesquisas semelhantes realizadas na cidade de Florianópolis em Santa Catarina por Bastos
et al. (2005), e em Maringá no Paraná por Amaral et al. (2006), cujos índices CPO-D e de
necessidade de tratamento foram respectivamente 3,3/1,2 e 4,6/0,8; verifica-se o quanto o
quadro epidemiológico da doença em nossa cidade é desfavorável.
Além de considerar alta a dia do CPO-D dos jovens estudados, percebeu-se que
cerca de 51,22% deste índice dedica-se a dentes com necessidade de tratamento, maior que o
avaliado por Peres et al. (2005) em Blumenau que representou 40,3% do índice, demonstrando
que a experiência de cáries desses jovens não se encontra apenas no passado, mas que ainda
hoje constata-se que, em geral, estes jovens não possuem boas condições de saúde bucal. Mais
de 75% da população desse estudo estão, no momento, necessitando de tratamento
odontológico curativo, resultado próximo ao encontrado por Zardetto (2004) em uma
população de 15 a 19 anos de baixa renda em São Paulo que foi de 70,43%.
De acordo com o exame bucal realizado, os dentes mais afetados pela cárie dentária na
população estudada foram os molares inferiores, em especial o elemento 46 (primeiro molar
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inferior direito) (Tabelas 10 e 11). Hopcraft; Morgan (2007) também encontraram o primeiro
molar como o dente com maior experiência à cárie entre recrutas australianos. Segundo
Thylstrup; Fejerskov (1998), os primeiros molares inferiores são os dentes mais susceptíveis
ao acometimento da cárie provavelmente devido a ser o primeiro dente permanente a
erupcionar e a sua morfologia contemplar variados sulcos e fissuras.
Tabela 10
Distribuição segundo os dentes mais afetados pela cárie na arcada superior dos jovens alistados nas
forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
DS – dente superior; n = número de dentes; % = percentual.
Restaurado Extraído Cariado
Endodontia ou Exodontia a
realizar
Dente
(n = 744)
n
%
n
%
n
%
n
%
DS17 78
10,5
22
3,0
162
21,8
29
3,9
DS16 129
17,3
89
12,0
100
13,4
52
7,0
DS15 30
4,0
15
2,0
44
5,9
26
3,5
DS14 29
3,9
8
1,1
37
5,0
24
3,2
DS13 4
0,5
1
0,1
9
1,2
2
0,3
DS12 20
2,7
10
1,3
48
6,5
3
0,4
DS11 32
4,3
12
1,6
54
7,3
2
0,2
DS21 30
4,0
13
1,7
56
7,5
8
1,0
DS22 19
2,6
11
1,5
52
7,0
1
0,1
DS23 1
0,1
3
0,4
8
1,1
1
0,1
DS24 25
3,4
15
2,0
37
5,0
13
1,7
DS25 30
4,0
20
2,7
46
6,2
31
4,1
DS26 117
15,7
84
11,3
102
13,7
67
9,0
DS27 69
9,3
31
4,2
169
22,7
21
2,8
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Tabela 11
Distribuição segundo os dentes mais afetados pela cárie na arcada inferior dos jovens alistados nas
forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
DIdente inferior; n = número de dentes; % = percentual.
Não foi observada diferença estatística nas médias do CPO-D quando comparadas em
relação à cada hemiarcada dentária, conforme mostra a tabela 12.
Tabela 12
Distribuição segundo o índice CPO-D por quadrante dentário dos jovens alistados nas forças armadas
em 2007 na cidade de Manaus, Am
Variáveis (n = 744)
Média
DP
Mediana
Mín.
Máx.
Superior Direita (17 – 11) 1,44 1,50 1 0 7
Superior Esquerda (21 – 17) 1,45 1,50 1 0 7
Inferior Esquerda (3731) 1,41 1,00 1 0 7
Inferior Direita (41 – 47) 1,42 0,98 2 0 7
DP = desvio padrão; mín.=mínimo; máx.=máximo, n = número de dentes.
Restaurado Extraído Cariado
Endodontia ou Exodontia a
realizar
Dente
(n = 744)
n
%
n
%
n
%
n
%
DI37 136
18,3
74
9,9
178
23,9
70
9,4
DI36 140
18,8
166
22,3
90
12,1
70
9,4
DI35 29
3,9
10
1,3
35
4,7
12
1,6
DI34 14
1,9
2
0,3
8
1,1
2
0,2
DI33 -
-
1
0,1
2
0,3
-
-
DI32 1
0,1
-
-
4
0,5
-
-
DI31 1
0,1
1
0,1
3
0,4
-
-
DI41 1
0,1
-
-
3
0,4
1
0,1
DI42 -
-
-
-
2
0,3
-
-
DI43 -
-
1
0,1
3
0,4
-
-
DI44 8
1,1
4
0,5
9
1,2
1
0,1
DI45 29
3,9
8
1,1
32
4,3
12
1,6
DI46 144
19,4
169
22,7
93
12,5
88
11,9
DI47 111
14,9
78
10,5
195
26,2
64
8,6
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O número médio de dentes presentes na população estudada foi de 26,81 elementos,
sendo encontrado um número mínimo de 17 dentes (Tabela 13). No entanto, Gonçalves et al.
(2002) registraram em amostra semelhante à desta pesquisa, um número mínimo de 22 dentes
presentes na população estudada em Florianópolis. Um número mínimo de 20 dentes naturais,
incluindo os incisivos, caninos e pré-molares, satisfaz a maioria dos critérios para um
aceivel nível de saúde bucal (KÄYSER, 1984 apud AUKES et al., 1988, p.323).
A FDI (1982) estabeleceu uma meta para o ano 2000, onde 85% da população de 18
anos deveriam ter todos os dentes naturais presentes na boca. Nesse estudo observa-se
estarmos longe desta meta em nossa cidade, já que somente 51,3% dos estudados possuíam os
28 dentes presentes no momento do estudo, ao contrário dos dados obtidos por Gonçalves et
al. (2002) onde 82,5% da amostra possuíam os 28 dentes e por Gomes et al. (2004) em
Paulínia, onde esta meta foi superada, encontrando-se 85,7% dos jovens com todos os dentes
(Tabela 13). Entretanto, parece ter havido uma diminuição efetiva do número de exodontias
realizadas entre 2003 e 2007, provavelmente pela instituição de clínicas públicas
especializadas que oferecem tratamento endodôntico à população, pois no levantamento
nacional realizado pelo MS (BRASIL, 2004) apenas 39,1% dos jovens ente 15 e 19 anos da
região Norte apresentavam todos os dentes na cavidade oral.
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Tabela 13
Distribuição segundo o número de dentes naturais presentes
n = número de jovens; % = percentual.
Ao verificar a presença de terceiros molares na cavidade bucal, considerando presente
o elemento dentário a partir do momento em que qualquer parte dele pudesse ser visualizada
ou tocada com a ponta da sonda, foi observado que 42,7% dos jovens examinados não
possuíam nenhum dos quatro terceiros molares (elementos dentários 18, 28, 38 e 48) presentes
na boca aos 18 anos de idade. E que apenas 15,1% apresentavam os quatro terceiros molares
presentes (Gráfico 1). De acordo com vários estudos, a erupção dos terceiros molares costuma
ocorrer entre 17 e 21 anos (FIGUEIREDO; NAVARRO, 2007).
Total de dentes n %
17
1 0,1
18
1 0,1
19
3 0,4
20
3 0,4
21
6 0,8
22
10 1,3
23 20 2,7
24
36 4,8
25
53 7,1
26
78 10,5
27
151 20,3
28
382 51,3
Total
744 100,0
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Gráfico 1
Distribuição segundo o número de terceiros molares presentes nos alistados nas forças armadas em
2007 na cidade de Manaus, Am
15,1 (112)
11,4 (85)
16,4 (122)
14,4 (107)
42,7 (318)
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
Nenhum Um Dois Três Quatro
A observação do índice CPO-D foi distribuída proporcionalmente segundo a zona
geográfica da cidade em que o jovem residia, o sendo encontrada diferença estatisticamente
significante ao nível de 5% (p-valor = 0,080) do índice de CPOD em relação às zonas de
residência dos alistados na cidade de Manaus (Tabela 14). Os resultados demonstram que o
índice CPO-D foi alto em todas as zonas, observando, porém, que os intervalos das zonas
Leste e Oeste são mais preocupantes, que a análise demonstrou que todos os participantes
residentes nestas zonas estão em faixas de elevados índices CPO-D (Gráfico 2), e, além disso,
observamos que os componentes relativos à necessidade de tratamento (cariados e extração /
tratamento endodôntico indicado) são preponderantes na zona Leste (3,67), onde encontramos
a menor média de renda familiar mensal. Ao contrário, a média de dentes com necessidade de
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tratamento foi expressivamente menor na zona Centro-Sul (1,68), onde a média de rendimento
mensal observada foi relativamente maior (Tabelas 2 e 15).
Tabela 14
Distribuição segundo o índice CPO-D em relação à zona de residência dos jovens alistados nas forças
armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
Variáveis (n = 744)
n
Média DP Mediana
Mín. Máx.
Norte 152 5,07 3,68 5 0 18
Sul 155 5,39 4,22 5 0 20
Leste 196 6,36 4,21 6 0 19
Oeste 133 5,90 4,06 5 0 19
Centro Oeste 64 6,03 5,45 5 0 27
Centro Sul 44 5,25 3,44 5 0 11
p – valor = 0,080 (Teste de Kruskal-Wallis); n = número de jovens; DP = desvio-padrão, mín. = mínimo; máx.=
máximo .
Tabela 15
Distribuição segundo a média de dentes com necessidade de tratamento em relação à zona de
residência dos jovens alistados nas Forças Armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
Letras distintas indicam diferença estatisticamente significante ao vel de 5%. p valor < 0,001 (Teste
de Kruskal-Wallis); n = número de jovens; DP = desvio padrão; mín.= mínimo; máx. = ximo, CV =
coeficiente de variação, % = percentual.
Variáveis (n = 744) n dia DP Mediana Mín. Máx. CV %
Norte 152 2,76 (a) 2,78 2 0 13
100,72
Sul 155 2,44 (a) 2,81 2 0 15
115,16
Leste 196 3,67 (b) 3,10 3 0 16
84,56
Oeste 133 3,02 (ab) 3,06 2 0 17
101,32
Centro Oeste 64 2,90 (ab) 3,94 1 0 19
135,86
Centro Sul 44 1,68 (c) 2,10 1 0 8
125,00
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Gráfico 2
Intervalo de confiança para as médias CPO-D das zonas de residência dos alistados nas Forças
Armadas em 2007 na cidade de Manaus, Am
Zona
CPOD
SulOesteNorteLesteCentro SulCentro Oeste
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
95% CI for the Mean
CI – intervalo de confiança.
Analisando o intervalo de confiança (95% de IC) entre as zonas Leste, Norte, Oeste e
Sul, verifica-se um intervalo estreito, caracterizando uma homogeneidade na população para a
variável CPO-D, enquanto que para as zonas Centro-Oeste e Centro-Sul, os intervalos são
largos, caracterizando uma heterogeneidade nestas populações (Gráfico 2).
Ao avaliar a média de dentes com tratamento realizado (restaurados e extraídos) na
mesma população, verificou-se um valor de 2,79 dentes tratados por indivíduo, não
observando diferea estatisticamente significante ao nível de 5% (p-valor = 0,157) da média
de dentes tratados em relação às zonas de residência dos alistados (Tabela 16). Entretanto,
notou-se diferença no número de dentes presentes em relação às zonas da cidade (p-valor <
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0,001); indicando que os rapazes das zonas Leste e Oeste foram submetidos a maior número
de exodontias quando comparados aos jovens das outras zonas (Tabela 17).
Tabela 16
Distribuição conforme a média geral de dentes tratados em relação à zona de residência dos jovens
alistados nas Forças Armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
Variáveis (n = 744) N Média DP Mediana Mín. Máx.
Total de Jovens 744 2,79 3,01 2 0 18
Norte 152 2,31 2,77 1 0 11
Sul 155 2,94 3,34 2 0 17
Leste 196 2,69 2,92 2 0 18
Oeste 133 2,88 3,18 2 0 15
Centro Oeste 64 3,12 3,33 2 0 13
Centro Sul 44 3,57 3,05 3 0 11
p valor = 0,157 (ANOVA); n = número de jovens; DP = desvio padrão; mín. = mínimo; máx. =
máximo .
Tabela 17
Média do total de dentes naturais presentes dos jovens alistados em relação às zonas de Manaus
p-valor < 0,001 (Kruskal-Wallis); n = número de jovens; DP = desvio padrão; mín. = mínimo; máx. =
máximo; CV = coeficiente de variação, % = percentual.
Zona n Média DP Mín. Mediana Máx. Moda CV%
Norte 152 26,6(a) 1,76 19,0 28,0 28,0 28,0 6,52
Sul 155 27,27(a) 1,18 23,0 28,0 28,0 28,0 4,32
Leste 196 26,44(b) 1,82 18,0 27,0 28,0 28,0 6,88
Oeste 133 26,55(b) 1,94 19,0 27,0 28,0 28,0 7,30
Centro-Oeste 64 26,85(ab) 1,89 17,0 28,0 28,0 28,0 7,00
Centro-Sul 44 27,02(a) 1,86 19,0 28,0 28,0 28,0 6,88
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Maior importância deveria ser destinada à detecção dos fatores de risco potenciais
antes do acometimento da cárie e subseqüente cavitação, como por exemplo, avaliando-se a
ocorrência de manchas de cárie e utilizando métodos remineralizantes com procedimentos
simples e baratos para se evitar a cavidade e futuras restaurações, afinal, o custo do tratamento
preventivo é muitíssimo menor que o do tratamento curativo.
Encontrou-se, neste estudo, uma dia de 0,703 dente com mancha ativa por
indivíduo. Não foi observada diferença estatisticamente significante ao nível de 5% de
presença de mancha ativa em relação às zonas da cidade (p-valor = 0,967) (Tabela 18).
Tabela 18
Valores médios de dentes com mancha ativa por indivíduo segundo à zona da cidade
Zona n Média DP Mínimo Mediana Máximo CV%
Norte
152 0,76 1,10 0,00 0,00 5,00 144,73
Sul
155 0,67 1,19 0,00 0,00 6,00 177,61
Leste
196 0,71 1,11 0,00 0,00 8,00 156,33
Oeste 133 0,71 1,12 0,00 0,00 6,00 157,74
Centro-Oeste
64 0,66 1,15 0,00 0,00 5,00 174,24
Centro-Sul
44 0,61 0,94 0,00 0,00 3,00 154,09
P>0.05; n = número de jovens; DP = desvio padrão; CV = coeficiente de variação, % = percentual.
4.4 Análise do CPO-D
O índice CPO-D foi comparado às diversas variáveis de duas formas distintas.
Na primeira, estudou-se a ocorrência de cárie, considerando-a ausente (CPO-D=0)
nos casos de indivíduos “livres de ries” ou presente (CPO-D1). Na segunda,
analisou-se a severidade da doença, aqui representada pela média do índice CPO-
D, relacionado-a às variáveis já descritas anteriormente.
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4.4.1 Análise da ocorrência de cárie (CPO-D=0 ou CPOD1) em relação às variáveis
sócio-econômicas, de hábitos de higiene oral e acessibilidade aos serviços de saúde bucal
As maiores prevalências de cárie estiveram diretamente associadas aos mais baixos
níveis de renda familiar média, que entre os jovens com renda até dois salários mínimos
apenas 7,24% estavam em situação “livre de rie” (nunca desenvolveram a doença na
dentição permanente) (Tabela 19), semelhante ao observado por Gushi et al. (2005), Bastos et
al. (2005) e Gonçalves et al. (2002), que constataram que jovens pertencentes a famílias com
baixas rendas mensais estiveram nos grupos de maior risco de ter cárie.
Não se observou diferença na prevalência de cárie entre os que sempre residiram em
Manaus e os que moraram em outros municípios, e entre jovens com ou sem nível
fundamental completo, sendo diferente do encontrado nas pesquisas realizadas por Peres et al.
(2005), Bastos et al.(2005) e Gonçalves et al. (2002) onde a maior concentração de pacientes
com cárie foi observada em grupos de menor escolaridade.
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Tabela 19
Distribuição da prevalência de cárie conforme escolaridade, renda familiar média e tempo de
residência em Manaus dos jovens alistados nas forças armadas 2007
rie
Variável (n = 744)
Ausente
(n = 69)
Presente
(n = 675)
p-valor*
%
%
Escolaridade
0,109
Fundamental incompleto 20 29,0 262 38,8
Fundamental completo 49 71,0 413 61,2
Renda (SM)
1 21 30,4 192 28,4
1 ---| 2 9 13,1 192 28,4
2 ---| 3 9 13,1 112 16,6
3 ---| 4 11 15,9 68 10,2
> 4 19 27,5 111 16,4
Sempre residiu em Manaus
0,068
Sim 52 75,4 567 84,0
Não 17 24,6 108 16,0
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante ao nível de 5%.
* Teste do qui-quadro de Pearson; n = número de jovens; % = percentual; SM = salário mínimo.
Segundo dados do questionário, 59,4% dos jovens livres de cárie” informaram
escovar os dentes 3 vezes ao dia; 81,2% não utilizam o fio dental diariamente e 37,7%
utilizam colutório bucal pelo menos uma vez ao dia (Tabela 20).
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Tabela 20
Distribuição da prevalência de cárie segundo as variáveis de conhecimento e cuidados com a saúde
bucal dos jovens alistados nas forças armadas 2007 na cidade de Manaus, Am
rie
Variáveis (n = 744)
Ausente
(n = 69)
Presente
(n = 675)
p-valor*
Escovação por dia
n % n %
**
Uma - - 17 2,5
Duas 21 30,4 213 31,5
Três 41 59,4 371 55,0
Quatro 5 7,3 56 8,3
Mais de quatro 2 2,9 18 2,7
Usa fio dental diariamente
13 18,8 169 25,0 0,254
56 81,2 506 75,0
Motivo por não usar o fio dental (n=562)
**
Falta de habito ou costume 33 58,9 266 52,6
Não possui em casa 12 21,4 120 23,7
Não tem tempo 8 14,3 66 13,0
Não gosta 2 3,6 36 7,1
Dificuldade de usar 1 1,8 17 3,4
Outros - - 1 0,2
Importância do fio dental
2 2,9 28 4,1 0,414
Menos que a 17 24,6 200 29,6
Tanto quanto a 37 53,7 364 53,9
Mais que a 13 18,8 83 12,4
Usa algum colutório oral
26 37,7 190 28,1 0,096
43 62,3 485 71,9
Quantas vezes ao dia (n = 216)
6 23,1 66 34,7 **
18 69,2 89 46,8
2 7,7 27 14,3
Mais de - - 8 4,2
Tipo de colutório (n = 216)
13 50,0 36 18,9 **
Cepacol 5 19,3 43 22,6
Plax 3 11,5 52 27,4
Periogard - - 8 4,2
Oral B 2 7,7 9 4,8
Outros 3 11,5 42 22,1
* Teste do qui-quadrado de Pearson.
** Não é possível aplicar a estatística de teste, pois mais de 20% dos valores esperados é menor que 5; n
= número de jovens; % = percentual.
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Ainda a respeito dos jovens livres de cáries”, 36,2% costumam visitar o dentista
anualmente, 26,1%, semestralmente e 13,1% nunca foram ao dentista, resultados semelhantes
aos observados por Gushi et al. (2005a), onde 21,42% dos jovens que nunca foram ao dentista
eram “livres de cárie”, indicando que a falta de freqüência de visita ao dentista, por si só, não
determina maior probabilidade de ter cárie. Mais de 65% dos jovens “livres de cárie”
relataram ter feito a última visita há menos de um ano e 50% confirmaram freqüentar
consultório particular, 43,3% freqüentam serviço público e 6,7%, sindicatos ou associações.
Quando questionados a respeito do atendimento que costumam receber, 51,7% dos
participantes sem cárie o julgam Bom e 39,3% dizem não visitar o dentista com maior
freência por falta de tempo (Tabela 21).
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Tabela 21
Distribuição da prevalência de cárie segundo visita ao dentista dos jovens alistados nas forças armadas
2007 na cidade de Manaus, Am
Cárie
Variáveis (n = 744)
Ausente
n %
Presente
n %
p-valor*
Costuma visitar o dentista
Anualmente
25 36,2 177
26,2
0,009
Semestralmente
18 26,1 182
27,0
Dois em dois anos
7 10,1 103
15,3
Somente na dor
10 14,5 178
26,4
Nunca foi ao dentista
9 13,1 35 5,1
Última visita ao dentista (n = 700)
0,065
Menos de um ano
40 66,7 326
50,9
De um a dois anos
13 21,7 196
30,6
Três anos ou mais
7 11,6 118
18,4
Motivo da última visita (n = 700)
43 71,7 202
31,5 **
Tratamento
11 18,3 256
40,0
Urgência
6 10,0 177
27,7
Estética
- - 5 0,8
Tipo de serviço (n = 700) Particular 30 50,0 266
41,6 **
Público
26 43,3 319
49,8
Filantrópicos
- - 9 1,4
Associações ou sindicatos
4 6,7 42 6,6
Universidade
- - 3 0,5
Outros
- - 1 0,2
Julga o atendimento (n = 700) Péssimo 1 1,7 6 0,9 **
Ruim
- - 34 5,3
Regular
5 8,3 96 15,0
Bom
31 51,7 317
49,6
Muito bom
12 20,0 119
18,6
Excelente
11 18,3 68 10,6
Motivos para não freqüentar o consultório
**
Medo de sentir dor
1 1,8 109
17,2
Não ser bem tratado
2
3,6
38
6,0
Falta de tempo
22 39,3 228
36,0
Dificuldade em conseguir consulta
12 21,4 160
25,3
Só quando sente dor
6 10,7 71 11,2
Desconhecimento
12 21,4 26 4,1
Outros
1 1,8 1 0,2
* Teste do qui-quadrado de Pearson. p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente
significante ao nível de 5%.
** Não é possível aplicar a estatística de teste pois mais de 20% dos valores esperados é menor que 5; n
= número de jovens; % = percentual.
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Ao avaliar o julgamento a respeito de sua própria saúde bucal e seus hábitos de higiene
oral, 53,62 % dos “livres de cárie” julgam sua saúde bucal boa, muito boa ou excelente, e
82,6% acham seus hábitos de higiene bons, muito bons ou excelentes. Houve grande diferença
estatística em relação à situação de dependência econômica, pois 14,95% dos jovens que
apenas estudam apresentaram-se “livres de cárie” (CPO-D = 0); dos que estudam e trabalham
somente 4,84% estavam “livres de cárie”. Apenas 5,12% dos jovens que somente trabalham e
5,06% daqueles que não estudam nem trabalham estavam em situação “livre de cárie”,
evidenciando que o fator somente estudar indica menor predisposição a apresentar cárie
(Tabela 22). Não ser estudante também foi um fator indicador de mais alta prevalência de
cárie observado por Gushi et al.(2005a) e Bastos et al. (2005).
Tabela 22
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de higiene bucal dos jovens alistados
nas forças armadas 2007 “livres de cárie” na cidade de Manaus, Am
* Teste do qui-quadrado de Pearson. p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente
significante ao nível de 5%.
** Não é possível aplicar a estatística de teste pois mais de 20% dos valores esperados é menor que 5; n
= número de jovens; % = percentual.
Cárie
Variável
Ausente (n = 69)
Presente (n = 675)
p-valor*
Como julga sua sde bucal
N %
n %
<0,001
Péssima
1
1,4
33
4,9
Ruim
3
4,4
59
8,7
Regular
8
11,6
166
24,6
Boa
28
40,6
295
43,7
Muito boa 15 21,7 105 15,6
Excelente
14
20,3
17
2,5
Julga seus bitos de higiene
**
Péssima
-
-
9
1,3
Ruim
1
1,4
31
4,6
Regular
11
15,9
168
24,9
Boa
26
37,7
313
46,4
Muito boa
15
21,7
123
18,2
Excelente
16
23,3
31
4,6
Situação de dependência
Somente estudando
48
69,6
273
40,4
Estudando e trabalhando
11
15,9
216
32,0
Somente trabalhando
6
8,7
111
16,4
Não estuda e nem trabalha 4 5,8 75 11,2
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4.4.2 Análise da severidade da cárie (CPO-D médio) em relação às variáveis sócio-
econômicas, de hábitos de higiene oral e acessibilidade aos serviços de saúde bucal
Nesta análise, testou-se a severidade de ataque da cárie, medida pela média do índice
CPO-D, em relação às variáveis discutidas anteriormente. O maior índice CPO-D foi
observado nos alistados cuja renda familiar encontra-se entre 1-2 salários mínimos (6,22) e
abaixo de 1 salário mínimo (5,95), revelando que as condições de saúde bucal expressam as
desigualdades sociais. o houve diferença estatisticamente significativa entre os jovens do
grupo de nível fundamental incompleto e os de nível fundamental completo; assim como entre
aqueles que sempre residiram em Manaus e aqueles que residiram em outros municípios
(Tabela 23).
Tabela 23
Distribuição conforme escolaridade, renda familiar média e tempo de residência em Manaus
dos jovens alistados nas forças armadas 2007 em relação ao índice CPOD
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante ao nível de 5%.
* Teste t de Student; ** Teste de Kruskal-Wallis; DP = desvio padrão, SM = salário mínimo.
Variável dia DP
Mediana p-valor*
Escolaridade
0,104
Fundamental incompleto 6,04 4,02 5
Fundamental completo 5,52 4,26 5
Renda (SM)
0,004**
1 5,95 (a) 4,43 5
1 ---| 2 6,22 (a) 3,59 6
2 ---| 3 5,41 (ab) 3,79 5
3 ---| 4 5,15 (b) 3,74 5
> 4 5,18 (b) 5,04 4
Sempre residiu em Manaus
0,398
Sim 5,77 4,14 5
Não 5,43 4,33 5
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Segundo as variáveis de cuidados com a saúde bucal e conhecimento sobre higiene dos
dentes, observou-se que a maior prevalência de ataque de cárie esteve associada com a menor
frequência de escovão dentária diária (menos de três escovações diárias), porém esta
associação também não revelou diferea estatística significativa no que diz respeito ao uso de
fio dental e de colutório diariamente (Tabela 24). Provavelmente, a falta de uso do fio dental
não ter sido associada à prevalência e severidade da cárie nesse estudo e nas pesquisas de
Bastos et al. (2005) e Moura et al. (2006), possa ter ocorrido devido à difuculdade da técnica
utilizada de observar bem cáries interproximais, locais de acesso do fio dental.
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Tabela 24
Distribuição segundo as variáveis de conhecimento e cuidados com a própria saúde bucal dos jovens
alistados nas forças armadas 2007 em relação ao índice CPOD, Manaus – Am
Variável Média DP
Mediana p-valor*
Escovação (ões) por dia
Uma
6,65 (a)
3,80
5
0,008
Duas 6,41 (a)
4,47 6
Três 5,31 (b)
4,02 5
Quatro 6,00(ab
4,10 5
Mais de quatro 4,30 (c)
3,01 4
Usa fio dental diariamente Sim 5,62 4,14 5 0,697**
Não 5,75 4,19 5
Motivo por não usar o fio dental
0,495
Falta de hábito ou costume 5,75 4,04 5
Não possui em casa 5,81 4,54 5
Não tem tempo 6,20 4,27 6
Não gosta 6,47 4,09 5
Dificuldade de usar 4,83 4,12 3
Imporncia do fio dental Nenhuma 7,41 5,82 6 0,342***
Menos que a escova 5,76 3,82 5
Tanto quanto a escova 5,54 4,14 5
Mais que a escova 5,81 4,48 5
Faz uso de algum colutório oral
diariamente
Sim
5,34
4,30
4
0,105**
Não 5,89 4,12 5
Quantas vezes ao dia Uma 5,36 4,28 5 0,516
Duas 5,11 4,43 4
Três 6,37 4,29 5
Mais de três 4,50 2,20 4
Tipo de colutório Listerine 4,46 4,34 4 0,187
Cepacol 5,37 4,02 5
Plax 5,74 4,44 4
Periogard 6,25 3,61 6
Oral B 3,09 2,34 3
Outros 6,15 4,66 5
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante ao nível de 5%.
* ANOVA; ** Teste t de Student; *** Teste de Kruskal-Wallis; DP = desvio padrão.
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Entretanto, quando relacionado o índice CPO-D com variáveis de visita ao dentista,
verificou-se que os maiores índices de CPO-D estiveram diretamente associadas com a menor
frequência de visita ao dentista, com a última visita relativa a 3 anos ou mais, e sendo a última
visita por motivo de urgência ou estética, indicando que a falta de consultas preventivas
favorece a instalação de problemas odontológicos. Um dado interessante foi encontrado
naqueles que relataram nunca ter feito uma consulta odontológica e apresentar uma média de
3,09 dentes cariados ou com extração/tratamento endodôntico indicado por indivíduo,
sugerindo que o maior acesso aos cuidados odontológicos, por si só, não parece definir
melhores condições de saúde bucal. Observou-se que os maiores índices de CPO-D foram
associados àqueles que utilizam serviços filantrópicos ou de sindicatos/associações, indicando
que essas instituições mais do que outras preconizam o tratamento curativo ao preventivo
(Tabela 25).
A respeito da avaliação do tratamento odontológico que costumam receber e os
motivos que os fazem deixar de frequentar o dentista, os maiores índices CPO-D encontrados
foram relacionados àqueles que julgam o atendimento “ruim” e o “medo de sentir dor” como o
motivo mais prevalente para não visitar o dentista. Verificou-se que, muitos dos examinados
(65%) apenas procuram o consultório odontológico após a percepção de problemas, indicando
a falta de preocupação da população jovem em relação à prevenção. Isto também foi
demonstrado pela significante associação entre indivíduos que procuram o dentista em
casos de urgência e altos valores de CPO-D (7,24) (Tabela 25).
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Tabela 25
Distribuição segundo visita ao dentista dos jovens alistados nas forças armadas 2007 em relação ao
índice CPOD, Manaus – Am
Variável Média DP Mediana p-valor*
Visita o dentista Anualmente 5,37(a)
4,21
5
<0,001**
Semestralmente
5,86(ab)
4,18
5
Dois em dois anos
5,55(a)
3,67
5
Somente na dor
6,66(b)
4,42
6
Nunca foi ao dentista
3,09(c)
2,72
2
Última visita Menos de um ano 5,67(a)
4,19
5
0,026**
De um a dois anos
5,58(a)
3,72
5
Três anos ou mais
7,00(b)
4,78
6
Motivo da última visita Controle
4,30(a)
3,77
4
<0,001
Tratamento
6,36 (b)
4,04
6
Urgência
7,24(b)
4,31
7
Estética
8,00(b)
4,52
6
Tipo de serviço Particular 4,99(a)
3,69
5
<0,001**
Público
6,27(b)
4,23
6
Filantrópicos
8,33(c)
4,82
8
Associações ou sindicatos
8,28(c)
5,46
7
Universidade
6,33(b)
2,30
5
Julga o atendimento que recebe
0,034
Péssimo
4,71(a)
3,40
4
Ruim
8,09(b)
4,67
9
Regular
6,10(a)
4,13
5
Bom
5,82(a)
4,09
5
Muito bom
5,74(a)
4,07
5
Motivos para não freqüentar o
consultório Medo de sentir dor
7,22(a)
4,19
7
<0,001
Não ser bem tratado
6,98(ab)
4,48
6
Falta de tempo
5,59(b)
4,11
5
Dificuldade em conseguir consulta
6,16(b)
4,26
5
Só quando sente dor
4,88(c)
3,26
5
Desconhecimento
2,76(d)
3,37
1
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante ao nível de 5%.
* ANOVA; ** Teste de Kruskal-Wallis; DP = desvio padrão.
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Quando relacionados os índices CPO-D com o que cada participante acha da própria
saúde bucal e de seus hábitos de higiene dos dentes, percebe-se haver coerência em suas
percepções, evidenciando a facilidade de observação da saúde bucal pelo próprio paciente
jovem, que os piores índices da doença foram associados aos jovens que avaliaram sua
saúde bucal em péssimas condições e seus hábitos de higiene oral ruins (Tabela 26).
Novamente, o fato de estar somente estudando revelou estar associado não a menor
prevalência, mas também a menor severidade da doença.
Tabela 26
Distribuição segundo a auto-percepção da saúde bucal e hábitos de higiene bucal dos jovens alistados
nas forças armadas 2007 em relação ao índice CPOD, Manaus, Am
Variável Média DP Mediana
p-valor*
Julga sua sde bucal
<0,001**
Péssima
10,00(a)
5,57
10
Ruim 6,71(b)
3,81
6
Regular 6,43(b)
3,91
6
Boa 5,64(b)
4,08
5
Muito boa 4,13(c)
3,38
4
Excelente 2,03(d)
2,52
1
Julga seus hábitos de higiene bucal
<0,001**
Péssima 6,67(ab)
3,77
7
Ruim 7,84(a)
5,44
8
Regular 6,81(a)
4,51
6
Boa 5,67(b)
3,79
5
Muito boa 4,89(c)
3,92
4
Excelente 2,74(d)
3,29
2
Situação de dependência econômica
<0,001
Somente estudando 4,86(a)
3,92
5
Estudando e trabalhando 6,01(b)
4,15
6
Somente trabalhando 7,09(b)
4,58
6
Não estuda e nem trabalha 6,30(b)
3,95
6
p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamente significante aovel de 5%.
* ANOVA; ** Teste de Kruskal-Wallis; DP = desvio padrão.
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Entende-se que, ao comparar as características particulares de nosso município com os
observados, principalmente na região Sul, podemos considerar que Manaus não possui os
melhores indicadores sociais. Apesar de alguns indicadores econômicos de Manaus revelarem
que o produto interno bruto (PIB) per capita no ano de 2005 foi o terceiro maior do Brasil, não
superando apenas a cidade de Viria e Brasília, encontramo-nos em 1212º lugar em índice de
desenvolvimento humano (IDH) entre todos os municípios brasileiros, demonstrando ser uma
das capitais com maior desigualdade social e menor distribuição de renda do país. Em nossa
cidade, enquanto os 20% mais pobres da população apropriam-se de apenas 1,6% da renda
gerada no município, os 20% mais ricos ficam com 68% (PNUD, 2004). Além desses dados
que acentuam a desfavorável situação social de nossa cidade, temos também uma elevada taxa
de analfabetismo (8,42%) (IBGE, 2000).
Porém, o município de Manaus no Amazonas, apresenta uma estrutura de serviços de
saúde diferenciada da maioria dos municípios brasileiros, o que poderia apontar para padrões
de saúde bucal mais favoráveis.
De acordo com informações cedidas pelo Conselho Regional de Odontologia do
Amazonas em 2007, existem atualmente cerca de 1722 cirurgiões-dentistas ativos em nossa
cidade, totalizando uma relação de 1 dentista para cada 895 habitantes.
Atualmente, existe na Rede Municipal de Saúde um total de 133 gabinetes
odontológicos, distribuídos entre os 325 Cirurgiões-Dentistas contratados pela Secretaria.
Deste total de gabinetes, 14 destinam-se a serviços de urgência e 29 cirurgiões dentistas
atendem em escolas da rede pública de ensino. Oferece, além de serviços de clínica geral,
atendimento especializado nas áreas de Cirurgia Oral Menor, Endodontia, Periodontia,
Odontopediatria, para Portadores de Necessidades Especiais e Ortodontia. Pela Rede Estadual
de Saúde temos, na cidade de Manaus, 212 de dentistas atuando em consultórios
odontológicos distribuídos entre 32 Unidades de Saúde.
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Reconhecemos que tanto na Secretaria Municipal, quanto na Secretaria Estadual de
Saúde existem programas educativos e preventivos a escolares da rede pública de ensino, mas
a maioria dos programas inclui somente alunos até 12 anos de idade, desfavorecendo aqueles
jovens que também precisam de orientação e motivão.
O fato de termos verificado as maiores prevalências de experiência à cárie e de perda
dentária em indivíduos das zonas Leste e Oeste indica uma clara associação entre as
desigualdades sociais e a doença em nossa cidade, pois temos nessas zonas os maiores índices
de procura por atendimento público, menor renda familiar, menor escolaridade e menor hábito
de visita ao dentista. O planejamento de políticas blicas deve estar pautado no
conhecimento das necessidades da população, correlacionando causas, efeitos e soluções
possíveis aos problemas, dimensionando melhor os recursos disponíveis (PONTIGO-
LOYOLA et al., 2007).
Pinto (1997) apud Peres (2002, p.3) ressalta que a importância da indicação do
tratamento a ser realizado depende em grande parte da capacidade de oferta de serviços. A
cidade como um todo necessita de assistência odontológica, tanto de programas de promoção
de saúde bucal, mas também os que ofereçam a tríade educação/prevenção/restauração, haja
vista os altos percentuais de necessidades de tratamento.
Os estudos epistemológicos são instrumentos de gestão da saúde que revelam a
abrangência, capilaridade e extensão no tempo deste grande problema de saúde mundial que
afeta pessoas de países desenvolvidos, em desenvolvimento ou os bolsões sociais de miséria e
pobreza que se verifica no mundo atual.
São inúmeras as finalidades a que se destinam os levantamentos técnicos ou científicos
elaborados para avaliação da saúde bucal. Entretanto, em muitos casos, as interpretações e a
divulgação dos resultados muitas vezes não retornam para os segmentos sociais que serviram
de amostra para as pesquisas, restringindo e agravando o quadro de deficiência que se tem
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constatado em grande parte da sociedade brasileira, particularmente em áreas menos assistidas
ou em locais que, pela sua natureza, a educação e a cultura ainda não puderam desenvolver
melhor entre as pessoas, a necessidade de cuidarem melhor de sua saúde bucal, de modo
preventivo, antes da perda parcial ou total de seus dentes.
As pesquisas realizadas sobre a qualidade de vida, quanto ao aspecto da higidez física
entre jovens têm evidenciado o aumento da difusão de informações. São informações em
curso na mídia, para estimular este segmento populacional a desenvolver uma cultura social
que promova o cuidado efetivo com a saúde integral.
Particularmente, a população jovem do País constitui-se em um público alvo de uma
gama de estratégias necessárias e/ou intencionais (marketing, mídia, indústria de consumo e
de lazer) voltadas exclusivamente para este grupo (PERES et al., 2005).
Programas de prevenção de saúde bucal devem sensibilizá-los quanto à valorização do
perfil odontológico em relação à qualidade de vida, a ter dentes saudáveis para sorrir melhor,
comer melhor, relacionar-se com as pessoas com naturalidade, oferecer maior beleza por ter
um sorriso mais bonito, e indiretamente competir por empregos que necessitem de boa
aparência.
Um claro exemplo desta realidade é a seleção anual das Forças Armadas. Para as
Forças Armadas, o combatente (futuro soldado) tem que estar em plenas condições de saúde
para defender a nossa pátria, sendo a situação de saúde o primeiro ítem a ser avaliado. o se
faz provas para selecionar os melhores candidatos e a partir disto dar condições de
recuperação à sua saúde, e sim, o contrário. Anualmente, quase 10% dos inscritos são
eliminados por apresentar más condições de saúde bucal. Ou seja, o jovem poderia ser um
bom combatente, mas se não estiver em boas condições de saúde bucal é colocado em
condições de incapacidade para o serviço e sabemos que, em certos casos, o serviço militar
seria a única chance que ele teria para receber algum tratamento. Desta forma, os selecionados
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terão um ano de assistência médica e odontológica fornecida pelo corpo de saúde do Exército,
Marinha ou Aeronáutica. E os que não forem selecionados, continuarão com a saúde precária?
A marca da desigualdade é um fato que chama a atenção no cenário brasileiro,
provavelmente acentuado por aspectos sócio-estruturais como o saneamento, alimentação rica
em carboidratos entre os mais pobres, falta de rigor com a própria saúde geral e muitas vezes,
falta de informação. Em nossa cidade podemos citar também a falta de fluoretação da água,
que poderia ser um método simples e abrangente na tentativa de redução da doença.
Atualmente, pouquíssimas pessoas têm acesso à água fluoretada de companhias que vendem
água mineral com tal composto. O declínio da cárie, alcançado por meio do método de
fluoretação da água, oferece uma redução de até 65% da doença (LOPES; BASTOS, 1988
apud PERES; BASTOS, 2002, p.6).
evidências de traços culturais enraizados que impedem o bito diário de
escovação dentária pelo menos três vezes ao dia e da atitude exclusivamente corretiva, no
trato da saúde bucal. A quase totalidade dos entrevistados, ao representar o maior segmento
social brasileiro, na atualidade, demonstra pouca preocupação com a necessária atitude
preventiva. O ideal é que as pessoas, desde tenra idade, com o apoio da educação familiar e
escolar, fortaleçam seus hábitos de higiene, dando ênfase neste quadro, particularmente
aqueles que desejam ingressar no mercado de trabalho onde a apresentação pessoal e a saúde
o fatores determinantes para o sucesso individual.
Além das questões de auto-cuidado, não podemos esquecer de que os cirurgiões
dentistas são os responsáveis pela transmissão e ênfase na informação sobre prevenção em
saúde bucal, procurando gerar maior conscientização na população, que encontramos uma
enorme dificuldade de fazer as pessoas higienizarem seus dentes com a freqüência e dedicação
que a prática merece.
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A tendência de que muitos odontólogos têm de apenas culpar os pacientes pelo
acometimento dos problemas dentários, por saber que a grande maioria de suas causas se deve
à falta de uma boa higiene oral, muitas vezes gera constrangimento ao paciente, inibindo o
seu retorno ao consulrio.
Procurar humanizar os profissionais de saúde e fazê-los entender que o tratamento
odontológico, ainda hoje, é motivo de medo e ansiedade de grande parte da população é um
desafio para a conquista e aceitação do paciente. Neste trabalho quase 22% da amostra
demonstrou o medo da dor durante o tratamento ou de não ser bem tratado pelo profissional
dentista.
Este estudo foi transversal, sendo a exposição e o padrão da doença observados em um
momento único; sendo importante realizar investigações longitudinais para elucidar outros
fatores. Sugere-se a necessidade de enfatizar a prevenção e o controle da doença na tentativa
de se modificar o padrão epidemiológico da cárie em jovens, principalmente em grupos de
alto risco, estimulando o cirurgião-dentista a se preocupar com a realidade odontológica da
população e criar um esforço global da sociedade no sentido da busca da qualidade de vida em
nossa cidade.
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5. CONCLUSÕES
5.1 Baseado nos resultados, pode-se concluir que o quadro odontológico da população de
jovens de 18 anos do sexo masculino em Manaus é desfavorável devido à elevada
prevalência de cárie e altos índices CPO-D médio e de necessidade de tratamento;
5.2 A acessibilidade aos serviços de saúde bucal parece estar associada diretamente às
melhores condições sócio-econômicas, pois, na zona Centro-Sul, zona de renda familiar e
escolaridade mais favoráveis, encontram-se os menores índices de necessidade de
tratamento, menor média de exodontias realizadas e maior regularidade de visitas ao
dentista, principalmente por motivo preventivo; enquanto na zona Leste, onde se nota
médias de renda familiar e escolaridade menos favoráveis, encontra-se os maiores índices
de necessidade de tratamento, maior dia de exodontias realizadas, maior irregularidade
de visitas ao dentista, sendo esta quase sempre por motivo de urgência;
5.3 A maior prevalência de cárie foi encontrada em jovens que não se dedicam apenas aos
estudos e cuja renda familiar média é de até 2 salários mínimos;
5.4 Os maiores índices de CPO-D foram associados aos jovens cuja renda familiar é de até 2
salários mínimos, aos que escovam os dentes menos de três vezes ao dia, aos rapazes que
procuram o dentista somente quando sentem dor e aos que fizeram a última visita por
motivo de urgência ou “estética”. Apresentaram também elevado CPO-D, jovens que
utilizam serviços filantrópicos ou de associações/sindicatos para tratamento odontológico,
os que não procuram o dentista por medo de sentir dor e aqueles que não se dedicam
apenas aos estudos. o houve diferença no índice CPO-D entre jovens com ou sem nível
fundamental completo.
5.5 O índice CPO-D esteve diretamente associado à avaliação da higiene e saúde bucal dos
jovens, onde quanto melhor o julgamento, menor o índice CPO-D apresentado.
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APÊNDICE A – Ficha de Exame Individual
FICHA DE EXAME
Nº: NRA: DATA: NOME:__________________________________________________________
ARCADA SUPERIOR
dente Situação OBSERVAÇÕES dente Situação OBSERVAÇÕES
18 21
17 22
16 23
15 24
14 25
13 26
12 27
11 28
ARCADA INFERIOR
dente Situação OBSERVAÇÕES dente Situação OBSERVAÇÕES
38 41
37 42
36 43
35 44
34 45
33 46
32 47
31 48
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APÊNDICE B Formulário da Entrevista
FORMULÁRIO
Nº: NRA: DATA: NOME:__________________________________________________________
Endereço:_________________________________________________________________
Naturalidade:________________
1) Escova os dentes ( ) X ao dia
2) Usa fio dental diariamente: ( )SIM ( )NÃO
a)Caso o resposta seja não, por que motivo não utiliza?___________________
b)Que importância você dá ao uso do fio dental na limpeza dos dentes?
( ) Nenhuma importância
( ) Menos importante que a escova dental
( ) Tão importante quanto à escova dental
( ) Mais importante que a escova dental
3) Faz uso de algum colutório (bochecho) oral diariamente? ( )SIM ( )NÃO
a) Quantas vezes ao dia? ( ) vezes
b) Qual o tipo ou nome do bochecho?___________________
4) Você utiliza algum outro meio (ou objeto) sólido ou líquido que ajude na higiene da boca e
dentes?
( ) SIM ( ) NÃO Qual?___________________________
5) Costuma visitar o dentista:
( ) anualmente
( ) semestralmente
( ) de dois em dois anos
( ) somente quando sente dor
( ) nunca foi ao dentista
6) Caso a resposta da pergunta anterior o tenha sido a última alternativa, quanto tempo
foi sua última visita ao dentista ?
( ) menos de um ano
( ) de 1 a 2 anos
( ) 3 anos ou mais
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7) O motivo de sua última visita ao dentista foi para:
( ) controle
( ) tratamento
( ) emergência
( ) outros _________________
8) Que tipo de serviço odontológico você costuma utilizar?
( ) consultório Particular
( ) serviço Público
( ) serviços Filantrópicos
( ) associações ou Sindicatos
( ) outro______________
9) Como você julga o atendimento odontológico que costuma receber?
( ) Ruim (Péssimo)
( ) Regular
( ) Bom
( ) Muito Bom
( ) Excelente
10) Que motivos o faz deixar de freqüentar o consultório odontológico?
( ) medo de sentir dor
( ) medo de não ser bem tratado pelo dentista
( ) falta de tempo
( ) dificuldade de conseguir consulta
( ) procura quando sente dor
( ) desconhecimento da necessidade de visitar o dentista
( ) Outro:______________________________________________
11) Como você julga a sua saúde bucal?
( ) Péssima
( ) Ruim
( ) Regular
( ) Boa
( ) Muito Boa
( ) Excelente
12) Como você julga seus hábitos de higiene bucal?
( ) Péssimos
( ) Ruis
( ) Regulares
( ) Bons
( ) Muito Bons
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( ) Excelentes
13) Sempre morou em Manaus?
( ) Sim ( ) Não
14) Se não, há quanto tempo mora em Manaus? ___anos ____ meses
15) Em quais municípios você morou e por quanto tempo?
_______________ - _____ anos
_______________ - _____ anos
_______________ - _____ anos
_______________ - _____ anos
_______________ - _____ anos
16) No momento você está: ( ) somente estudando
( ) estudando e trabalhando
( ) somente trabalhando
( ) não estuda e não trabalha
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APÊNDICE C - Encaminhamento ao Serviço Odontológico
ENCAMINHAMENTO AO SERVIÇO DE SAÚDE :
_______________________________
Durante o exame bucal do Sr.____________________________ foi (foram)
encontrada (s) alguma (s) alteração (ões). Solicito a especial gentileza de avaliar e realizar
tratamento nas áreas indicadas abaixo:
( ) elementos dentários:____________________________________
( ) mucosa: _____________________________________________
( ) gengiva: _____________________________________________
Desde já, agradeço.
__________________________________________
DANIELE REIS DE ARAUJO MAGALHÃES
CRO 1658 / AM
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APÊNDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
MESTRADO MULTIDISCIPLINAR EM PATOLOGIA TROPICAL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, DANIELE REIS DE ARAUJO MAGALHÃES,
po sua autorização para examinar
seus dentes e solicito sua colaboração em responder perguntas que irão ajudar na realização da
pesquisa “Cárie dentária e acessibilidade aos serviços de saúde bucal: um estudo
transversal com jovens de 18 anos de Manaus, Amazonas, Brasil”. Pretendo verificar a
situação dentária de jovens na idade de alistamento militar para mostrar aos serviços de saúde
a necessidade ou não de se criar programas próprios para atender os jovens.
Você será examinado apenas uma única vez, sentado em uma cadeira apropriada. Examinarei
sua boca para verificar quantos dentes você tem, se os que têm estão saudáveis ou com cárie ou
obturados. Em nenhum momento você sentirá dor ou será feito qualquer tratamento. Depois de
examinar sua boca lhe farei perguntas sobre onde mora e nasceu, como você cuida de seus dentes, se
procura o dentista e quais os motivos e a forma como se sustenta ou é sustentado. Caso autorize,
conhecerei os dados sócio-econômicos que você forneceu à Junta Militar.
Sua participação é voluntária e se participar não terá nenhuma despesa ou receberá algo em
troca. Mesmo após sua autorização terá o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em
qualquer fase da pesquisa, independente do motivo e sem qualquer prejuízo à sua pessoa. As
informações fornecidas serão utilizadas apenas na realização desse projeto. Se você quiser saber mais
detalhes e os resultados da pesquisa, pode fazer contato com a pesquisadora DANIELE REIS DE
ARAUJO MAGALHÃES pelo telefone (92) 8802-6427 ou no endereço: Hospital Militar de Manaus
(Centro Odontológico) – Av. Ipixuna s/nº, Cachoeirinha.
Consentimento Pós-Informação
Eu, __________________________________________________________________ entendi o que a
pesquisa vai fazer e aceito participar de livre e espontânea vontade. Por isso dou meu consentimento
para inclusão como participante da pesquisa e atesto que me foi entregue uma cópia desse documento.
.....................................................................
............/........../.............
Assinatura do participante Data
Impressão do polegar,
caso não saiba escrever
o nome.
________________________________________________
Daniele Reis de Araujo Magalhães
Data: ........../........../.............
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