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ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE REAÇÃO DE MULHERES IDOSAS
por
Maria Angélica Binotto
_____________________
Dissertação Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física
da Universidade Federal de Santa Catarina como Requisito Parcial à Obtenção do
Título de Mestre em Educação Física
Fevereiro de 2007
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A DISSERTAÇÃO: ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE REAÇÃO DE
MULHERES IDOSAS.
Elaborada por Maria Angélica Binotto
e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora, foi aceita pelo Curso de Pós-
graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina e homologada
pelo Colegiado do Mestrado, como requisito parcial à obtenção do título de
MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Área de concentração: Atividade Física Relacionada à Saúde
Data: 26 de Fevereiro de 2007
_______________________________________
Prof. Dr. Juarez Vieira do Nascimento
Coordenador do Mestrado em Educação Física – UFSC
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Sidney Ferreira Farias - Orientador
_______________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Suely dos Santos - Membro Externo
_______________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Tânia Bertoldo Benedetti - Membro Interno
______________________________________
Prof. Dr. Elio Luis Petroski - Suplente
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iii
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha
família, pelo apoio e incentivo
incondicional na conquista deste
sonho, por ser o meu porto seguro.
iv
AGRADECIMENTOS
Dia desses, li uma mensagem que comparava a vida a uma viagem de trem, cheia
de embarques e desembarques. Diante do momento em que estou finalizando mais uma
etapa da minha formação profissional, me identifiquei com tal mensagem e farei uma
adaptação desta viagem de trem com momentos que vivenciei durante este processo, como
uma forma de agradecer pessoas importantes que contribuíram para minha formação.
A viagem inicia e pessoas importantes fazem parte dela desde o nascimento:
... meus pais, Olavo e Elenir, obrigado pela dom da vida, pela incentivo, compreensão e
apoio constante nesta caminhada.
... meus avós, Ângelo e Cândida, obrigado pelo exemplo de sabedoria, pelos conselhos e
pelo carinho.
A viagem continua e ao longo das estações da vida, embarcaram pessoas especiais
para mim, na qual gostaria de dedicar meus agradecimentos...
... minha irmã, Marília, obrigada pela compreensão da ausência, carinho, companheirismo,
mesmo separadas por quilômetros de distâncias o sentimento é de estarmos sempre juntas!
... aos professores,
Ao meu Orientador Sidney Ferreira Farias, pela confiança, incentivo e pela
oportunidade de concretizar este sonho.
Aos membros da banca examinadora, professora Suely dos Santos, nia Benedetti
e professor Elio Petroski que, gentilmente, aceitaram o convite para avaliar e colaborar
com a execução deste trabalho.
Ao professor Juarez Vieira do Nascimento, que como atual coordenador do curso
de mestrado, nos auxiliou em todos os momentos que precisamos.
Ao professor Adriano Borgatto pela paciência e auxilio na parte estatística do
trabalho.
A todos os professores do programa de pós-graduação em educação física que
deram sua contribuição ao repassar os conhecimentos por meio das disciplinas ministradas
ou durantes as conversas informais.
... aos colaboradores,
Ao Grupo de Atividades Físicas para a Terceira Idade, em especial às professoras
Tânia Benedetti e Marize Amorim pela confiança e crédito à pesquisa desenvolvida.
A todos as idosas que participaram do estudo. Muito obrigada.
v
As pessoas que auxiliaram na coleta dos dados: Ana, Amanda, Lucélia, Diego,
Iomar e Kristofher, obrigado pela dedicação.
À Capes pelo auxilio financeiro no ano do mestrado, que possibilitou uma maior
dedicação e aproveitamento do curso.
... aos amigos e colegas,
Ilca e Ariela agradeço pela excelente convivência diária, respeito e
companheirismo, pelas conversas freqüentes acompanhadas pelo bom chimarrão. Carmem
e Marcius (Manuela e Melissa), obrigada pela atenção e incentivo constante. Ficarão as
lembranças dos risos, dos sonhos profissionais e das histórias contadas após alguns
Chopps!
Amigos mestres pelo exemplo: Elusa, Mathias, Lisandra, Silvio, Catiana, Cassiano
Letícia e Marcelo.
Amigas separados por longas distâncias: Ana Raquel, Marivana, Ana Claudia,
Fernanda, obrigada pela torcida.
As minhas “irmãs” Grazi e Simone agradeço o carinho e apoio. Especialmente, a
Katia pela cumplicidade e incentivo durante este período que compartilhamos da mesma
orientação.
Colegas e futuros mestres: Mateus, Dedé, Kareen, Keila, Hector, Miguel, Jéssica,
André, Marcel e Maninho, valeu pelos momentos de convívio e companheirismo, desejo
sucesso a todos.
E por fim, sintam-se agradecidos todos aqueles que de uma forma ou outra
contribuíram para que esta etapa fosse concluída.
Particularmente, durante a passagem do trem pela estação “mestrado” defino que
foi uma passagem cheia de sonhos, expectativas, fantasias, conquistas, superações, medos,
decepções, aprendizado, amizades para uma vida toda e acima de tudo de amadurecimento
pessoal.
Agradeço muito por vocês fazerem parte da minha viagem e, principalmente, por
terem contribuído para aumentar minha “bagagem” de conhecimentos, e por mais que
nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão será o mesmo.
Agora, nesse momento, o trem está diminuindo sua velocidade para que
embarquem e desembarquem outras pessoas e para que novas experiências sejam vividas.
Minha expectativa aumenta e espero seguir com uma Boa Viagem!
vi
RESUMO
ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE REAÇÃO DE MULHERES IDOSAS
Autora: Maria Angélica Binotto
Orientador: Prof. Dr. Sidney Ferreira Farias
Data: 26 de fevereiro de 2007
Local: Universidade Federal de Santa Catarina/ SC/Brasil
Este estudo teve como objetivo verificar a relação entre a atividade física e o tempo de
reação de mulheres idosas praticantes de atividades físicas em um grupo de convivência de
Florianópolis/SC. A amostra selecionada de forma intencional constituiu-se de 234
mulheres idosas com idade média de 69,52±5,51 anos. A coleta dos dados foi realizada em
duas etapas distintas e compreendeu a mensuração do tempo de reação por meio do
instrumento Lafayette Instrument Multi-Choice Reaction Time Apparatus, Modelo 63014,
e a aplicação do Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ) para verificar a
atividade física habitual. Para avaliar o tempo de reação simples (TRS), foi utilizado
apenas um estímulo visual, enquanto que para o tempo de reação de escolha (TRE),
utilizou-se dois estímulos visuais. Os dados foram analisados no programa SPSS 11.5, por
meio da análise descritiva, análise de variância (ANOVA one-way), teste Tukey, correlação
de Pearson e análise de regressão simples e múltipla. Para todas as análises, os resultados
foram definidos como estatisticamente significativos para um valor de p0,05. Ao
caracterizar as idosas do estudo, observou-se que a maioria é casada (47,4%), possui baixo
nível de escolaridade (29,1%), é aposentada (42,3%), se considera satisfeita/muito
satisfeita com a saúde atual (76,5%), tem algum tipo de doença (90,6%), faz uso de
medicamentos (86,8%), é mais ativa fisicamente (82,1%) e não sofreu quedas no período
de um ano que antecedeu a pesquisa (70,5%). As idosas relataram uma prática semanal em
atividades físicas de 322,62 minutos e o tempo médio de participação no grupo de
convivência foi de 7,35 (±5,34) anos. Os valores médios do TRS e TRE do grupo foram de
418±97 ms e 458±73 ms, respectivamente, apresentando diferença significativa
entre os
valores. Considerando as variáveis TRS e TRE, observou-se diferença significativa entre
os valores médios para todas as faixas etárias (60 |-- 65, 65 |-- 70, 70 |--75, 75 |-- 80 e 80
anos). Na relação do tempo de reação com as características sócio-demográficas, variáveis
referentes ao estado de saúde, tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada,
houve diferença significativa do TRE para as faixas etárias de 70 |--75 e 75 |-- 80 anos,
com valores superiores às idosas da faixa etária de 60 |-- 65 anos. Constatou-se nestas
idosas que quanto maior é a idade cronológica maior é o tempo de prática em atividades
físicas; que, com o aumento da idade cronológica, as idosas tendem a diminuir o tempo
semanal dedicado as atividades físicas; entre as variáveis TRS e TRE observou-se uma
tendência linear e que o tempo de reação apresenta um aumento com o passar dos anos.
Não houve, no entanto, relação do tempo de reação com a atividade física habitual nas
idosas deste estudo.
Palavras-chaves: atividade física; tempo de reação simples; tempo de reação de escolha;
mulheres idosas.
vii
ABSTRACT
PHYSICAL ACTIVITY AND REACTION TIME OF ELDERLY WOMEN
Author: Maria Angélica Binotto
Advisor: Dr. Sidney Ferreira Farias, PhD
Date: February 26, 2007
Local: Federal University of Santa Catarina, SC, Brazil
This study aimed to verify the relationship between physical activity and reaction time
active elderly women from a Convivial group in Florianópolis, SC. The sample was
intentionally selected and was composed by 234 elderly women with mean age of
69.52±5.51 years. The data collection was accomplished in two different stages: a) the
measurement of the reaction time (RT) using the Lafayette Instrument Multi-Choice
Reaction Time Apparatus, Model 63014, and b) the application of the International
Questionnaire of Physical Activities (IPAQ) to estimate regular physical activity. To
evaluate simple reaction time (SRT), a single visual stimulus was given, while for the
choice reaction time (CRT), it was used two visual stimuli. The data were analyzed by the
SPSS program, version 11.5, using procedures of descriptive analyses, analysis of variance
(ANOVA one-way) and Tukey’s test, Pearson’s correlation and both simple and multiple
regression analyses. For all analyses, the significant level was set at p0.05. Elderly
women in the sample was mostly characterized as being married (47.4%), with low
education level (29.1%), being retired (42.3%), either satisfied or well satisfied with the
current health status (76.5%), having some kind of disease (90.6%), using medication
(86.8%), being more physically active (82.1%) and having no falls in the year before the
study (70.5%). The women reported a mean weekly practice of physical activities of
322.62 minutes and the mean length of enrollment in the convivial group was 7.35±5.34
years. The mean values of SRT and CRT were of 418±97 ms and 458±73 ms, respectively,
which was significantly different (p0.05). For SRT and CRT, it was observed significant
differences among mean values for all age groups (60-65, 65-70, 70-75, 75-80 and >80
yrs). For the relationships of RT with sociodemographic characteristics, health status,
length of physical activity, level of physical activity and time spent sitting down, there was
significant difference of CRT for the age groups of 70 -75 and 75-80 yrs, with higher
values for the 60-65 yrs age group. It was verified in this group that as they grew older, the
longer was the enrollment on the convivial group as well as they tended to reduce the
weekly time dedicated to physical activity. A linear tendency was observed for both SRT
and CRT and RT increased in older women. However, there was no relationship of RT
with regular physical activity among the elderly in this study.
Word-key: physical activity; simple reaction time; choice reaction time; elderly women.
viii
INDICE
Página
LISTA DE ANEXOS..................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... x
LISTA DE TABELAS....................................................................................................
xi
Capítulo
I.
INTRODUÇÃO..................................................................................................
Contextualização o objeto de estudo
Objetivos
Definição de Termos
1
II.
REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................
A Atividade Física e o Processo de Envelhecimento Humano
Desenvolvimento Motor e o Envelhecimento
Tempo de Reação e Envelhecimento
8
III.
METODOLOGIA DO ESTUDO......................................................................
Caracterização do Estudo
População e Amostra
Caracterização do Grupo de Convivência do Centro de Desportos
Instrumentos para a Coleta de Dados
Critérios para Classificação dos Dados
Procedimentos da Pesquisa
Variáveis do Estudo
Tratamento e Análise dos Dados
Delimitação do Estudo
Limitações do Estudo
20
IV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................
Características Sócio-demográficas e Estado de Saúde
Atividade Física Habitual e Tempo de Prática
Tempo de Reação Simples e Tempo de Reação de Escolha
Inter-relação entre Variáveis Investigadas no Estudo
33
V.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................
69
ANEXOS......................................................................................................................
80
ix
LISTA DE ANEXOS
Anexo Página
1.
Ficha de Identificação e Ficha controle para o tempo de reação simples e para
o tempo de reação de escolha...............................................................................
81
2.
Questionário para identificar dados sócio-demográfico e avaliar atividade
física habitual.......................................................................................................
85
3.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................................... 92
4.
Estudo Piloto........................................................................................................ 94
5.
Treinamento dos Entrevistadores.........................................................................
96
6.
Ilustração Gráfica da Transformação Logarítmica...............................................
98
7.
Representação gráfica da análise de resíduos das variáveis do estudo.................
100
x
LISTA DE FIGURAS
Figuras Página
1.
Instrumento utilizado para mensurar tempo de reação.........................................
24
2.
Esquema das etapas que compreenderam a coleta de dados, assim como o
número de participantes em cada etapa................................................................
29
3.
Valores percentuais de participação das idosas, durante uma semana
normal/habitual por pelos menos 10 minutos contínuos, de caminhadas, AF
moderadas e AF vigorosas....................................................................................
47
4.
Valores em percentuais dos diferentes domínios que compõe o IPAQ,
considerando os idosos que fazem mais de 10 minutos de atividades
contínuas...............................................................................................................
47
5.
Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de prática e
a idade das idosas.................................................................................................
59
6.
Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre a atividade física e a
idade das idosas....................................................................................................
60
7.
Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação
simples e a idade das idosas.................................................................................
61
8.
Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação
simples e o tempo de reação de escolha das idosas..............................................
62
9.
Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação
de escolha e a idade das idosas.............................................................................
64
xi
LISTA DE TABELAS
Tabelas Página
1.
Número de pessoas idosas para cada 100 indivíduos jovens por ano, segundo
Região e UF Brasil, 1991, 1996-2004..................................................................
8
2.
Variável do estudo e suas respectivas categorias................................................. 30
3.
Valores em freqüência (n) e percentual (%) das características sócio-
demográficas das idosas ......................................................................................
35
4.
Valores em freqüência (n) e percentuais (%) das variáveis relacionadas ao
estado de saúde das idosas do estudo...................................................................
36
5.
Valores em freqüência (n) e percentual (%) das doenças referidas de acordo
com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID 10)............................................................................
41
6.
Resultado dos diferentes domínios que compõe o IPAQ representados por
meio de freqüência (n), percentual (%), média, desvio padrão (DP) e mediana
da amostra total e parcial das idosas....................................................................
45
7.
Valores percentuais do tempo que as idosas permanecem sentadas (horas)
durante a semana, final de semana e ambos (total)..............................................
48
8.
Categorização da atividade física em menos ativos e mais ativos....................... 49
9.
Valores em freqüência (n), percentual (%), média e
desvio padrão (DP) da
idade e do tempo de prática (TP) das idosas classificadas de acordo com o
tempo de participação no grupo de convivência..................................................
50
10.
Valores em média, desvio padrão (DP), nimos e máximos
do tempo de
reação da amostra do estudo.................................................................................
51
11.
Valores em freqüência (n), percentual (%) média e desvio padrão (DP) do TRS
e TRE das idosas considerando as diferentes faixas etárias.................................
52
12.
Valores médios e de desvio padrão (DP) do TRS e TRE considerando a
faixa
etária e a escolaridade da amostra assim como os valores de p............................
53
13.
Valores médios e desvio padrão (DP)
do TRS e TRE considerando as variáveis
relacionadas ao estado de saúde, tempo de prática, nível de atividade
sica e
tempo sentada das idosas......................................................................................
54
14.
Correlação entre as variáveis
: idade, tempo de prática (TP), atividade física
(AF) tempo de reação simples (TRS) e tempo de reação de escolha
(TRE)....................................................................................................................
57
xii
15.
Análise da regressão simples para as medidas referentes às variáveis: tempo de
prática (anos), idade (anos), tempo de reação simples (ms), tempo de reação de
escolha (ms) e atividade física (min/sem). Valores calculados da estatística
F e
os níveis de significância......................................................................................
58
16.
Valores atribuídos para o TRE (ms) e valores calculados a partir da equação de
regressão para o TRS (ms)...................................................................................
63
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Enquanto seres humanos, umas das certezas que temos na vida é de que
envelhecemos. O envelhecimento é um processo particular, individual, é uma extensão
lógica dos processos fisiológicos do crescimento e desenvolvimento. A ênfase dada neste
trabalho será sobre a última parte do crescimento e desenvolvimento, deste período que é
contínuo.
A educação física enquanto área de estudo, tem investigado as diferentes fases pela
qual o ser humano passa ao longo da vida, ou seja, a infância passando pela adolescência,
fase adulta e o envelhecimento. Porém, a transformação do perfil etário da população,
verificada no século passado, fez com que esforços fossem direcionados para o
entendimento do processo de envelhecimento, com o objetivo de promover e propor
intervenções eficientes para os idosos viverem como mais qualidade. Neste sentido, a
atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo têm contribuído para isso.
De todas as dimensões que envolvem esta fase da vida, aparentemente a dimensão
física é a primeira a nos convencer de que estamos vivenciando este processo. Como a
função física é central para a maioria das nossas atividades diárias, alterações neste aspecto
afetam diretamente a parte cognitiva, psicológica, social e espiritual das pessoas.
Dentre as alterações que envolvem o processo de envelhecimento, a lentidão do
comportamento é uma delas, que gera influência nas tarefas diárias dos idosos e
conseqüentemente na qualidade de vida. Uma das formas de mensurar esta lentidão é por
meio de testes como a medida do tempo de reação, que tem sido reconhecido como uma
das melhores formas de verificar as mudanças cognitivas, particularmente pelo fato de
avaliar a capacidade do indivíduo de responder rápido aos eventos ambientais e de ser
muito sensível aos efeitos do envelhecimento.
Portanto, neste trabalho será abordado inicialmente o que tem sido estudado e quais
os principais achados que envolvem o objeto de estudo, seguido pela definição dos
2
objetivos do trabalho, revisão de literatura abrangendo os principais tópicos referentes ao
tema do estudo, descrição dos recursos metodológicos utilizados, apresentação dos
resultados e discussões e por fim as conclusões e recomendações pertinentes aos achados
desta investigação.
Contextualização do Objeto de Estudo
A mudança demográfica populacional resultando no aumento do número de idosos,
fez com que pesquisadores e gerontologistas buscassem medidas para compreender o
processo de envelhecimento. Este processo tornou-se um dos fenômenos que mais se
evidencia nas sociedades atuais (Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBGE, 2002).
Quando se buscam subsídios para caracterizar o envelhecimento constatamos
concepções diferenciadas e complementares a cerca do processo. De maneira geral
Haywood e Getchell (2004), definem o envelhecimento como um processo progressivo,
previsível, inevitável e que envolve a evolução e a maturação dos organismos vivos, assim
como, é tido como um processo que envolve enorme variação entre os seres humanos.
De acordo com Spirduso (2005), o termo envelhecimento é usado para se referir a
um processo ou conjunto de processos que ocorrem em organismos vivos e que com o
passar do tempo levam a uma perda de adaptatibilidade, deficiência funcional, e finalmente
a morte. Compreender os processos fundamentais do envelhecimento é essencial não
para determinar suas causas como também para avaliar a necessidade de procedimentos
para interferir e/ou retardar esse processo. Para Santos (2005)
o envelhecimento deve ser entendido como um processo múltiplo e complexo de
continuidades e mudanças ao longo da vida, com reduções e perdas, mas também
com incrementos e reorganizações de caráter funcional e estrutural; envolve
também o conceito de qualidade de vida influenciado pela integração de fatores
sociais e comportamentais (p.181-182).
Segundo Argimon e Stein (2005), o processo de envelhecimento pode ser
acompanhado pelo declínio das capacidades tanto físicas, como cognitivas dos idosos, de
acordo com suas características de vida.
As diferentes concepções possibilitam uma compreensão ampla do processo de
envelhecimento, proporcionando assim, intervenções eficazes na busca por um envelhecer
3
com qualidade de vida. Esta melhoria na vida tem contribuído significativamente para o
aumento da sobrevida nas últimas décadas.
A Organização Mundial da Saúde - OMS (2002), comemora o triunfo do
envelhecimento humano, mas o considera um dos maiores desafios a serem superados. É
neste contexto que a atividade física tem sido reconhecida como fundamental para
manutenção do bom funcionamento das funções vitais, ocasionando melhor desempenho
nas atividades cotidianas das pessoas idosas. Este fato, contribui para o aumento mundial
de grupos de atividades físicas para idosos, particularmente no Brasil.
O fato de as pessoas viverem mais tempo implica também em riscos de um maior
número de doenças e, por isso, existe uma grande preocupação por parte dos pesquisadores
e órgão governamentais do setor de saúde quanto aos aspectos relacionados à saúde do
idoso. Para Charchat-Fichman, Caramelli, Sameshima e Nitrini, (2005), o envelhecimento
da população é um fenômeno mundial que tem conseqüências diretas nos sistemas de
saúde pública.
A importância e os benefícios das atividades físicas nesta população são cada vez
mais evidentes e as pesquisas têm demonstrado o quando ela pode contribuir para a
qualidade de vida do idoso, principalmente em relação às atividades da vida diária.
Para Okuma (2002), cada vez mais estudos vêm evidenciando a atividade física
como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento,
possibilitando ao idoso melhoria na qualidade de vida. Visto que, ela tem potencial para
estimular várias funções essenciais do organismo, mostrando-se não como um
coadjuvante importante no tratamento e controle de doenças crônico-degenerativas
(diabetes, hipertensão, osteoporose), mas é também essencial na manutenção das funções
do aparelho locomotor, principal responsável pelo desempenho das atividades da vida
diária e pelo grau de dependência e autonomia do idoso. Porém, Segundo Jacob Filho
(2006), apesar do grande número de evidências que justificam os seus benefícios,
atualmente todos os avanços tecnológicos têm propiciado uma progressiva redução das
atividades física, seja no âmbito doméstico, trabalho e/ou no lazer.
Neste sentido, conforme Paffernbarger (1994), 50% do declínio atribuído ao
envelhecimento biológico é provocado pela atrofia do desuso. Sendo assim a atividade
física regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o
potencial de melhorar o bem-estar funcional e, conseqüentemente diminuir a taxa de
morbidade e mortalidade entre esta população.
4
O envelhecimento, enquanto processo natural, está relacionado a mudanças nos
aspectos ligados ao sistema biológico que são visíveis até mesmo pelo próprio indivíduo.
Em relação ao aspecto neurobiológico, segundo Woodruff-Park (1997), por volta dos 30
anos de idade, uma perda em eficiência de aproximadamente 1% ao ano correspondente
a uma perda de milhares de neurônios por dia, de um total de cem bilhões de neurônios.
Para Lupinacci, Rikli, Jones e Ross, (1993); Spirduso (2005), em decorrência do passar dos
anos a condução sináptica no sistema nervoso central pode ficar comprometida.
A diminuição da velocidade manifestada no comportamento, com o avanço da
idade, é uma das características marcantes no ciclo de vida humano. Quando reporta-se
especificamente ao envelhecimento Spirduso (2005), afirma que um dos sinais mais
evidentes desta etapa é a lentidão do comportamento, especialmente dos movimentos
físicos (comportamento motor). A quantificação das perdas de capacidades e habilidades
durante o envelhecimento poderia ser descrita como um decréscimo gradual que se inicia
em torno dos 20 a 30 anos de idade e acompanha o curso da vida.
A melhoria das capacidades físicas é altamente benéfica para o idoso, contudo a
necessidade de uma interação entre o processo de envelhecimento e o ambiente em
constante transformação. Conforme McDowell (2003), um aumento nos níveis de
atividades físicas, uma melhora no estilo de vida, podem influenciar na diminuição do
declínio da função neuro-cognitiva em homens e mulheres e mantê-los consideravelmente
mais eficientes, influenciando em um conjunto de tarefas cognitivas altamente sensíveis ao
processo de envelhecimento. Para Santos (2005), o indivíduo que tiver a oportunidade e a
possibilidade de praticar determinada habilidade motora terá capacidade de desenvolver
formas eficientes de executá-las de maneira fluente e eficaz, possivelmente sobrepondo-se
as próprias perdas de capacidade.
Conforme Gorman e Campbell, (1995), o déficit cognitivo em idosos, consiste em
lentidão leve, generalizada e perda de precisão, quando comparados com pessoas mais
jovens, e pode ser medido por testes objetivos que relacionem situações do cotidiano. Para
Santos (2005), a preocupação central refere-se à lentidão apresentada pelas pessoas idosas
e sua influência direta nas atividades da vida diária e conseqüentemente na qualidade de
vida. Embora aconteça de maneira individual, a velocidade com que os indivíduos iniciam,
executam e finalizam os movimentos aumenta gradual e inevitavelmente com o
envelhecimento.
A velocidade no processamento de informações durante o envelhecimento é
essencial em eventos diários, tais como em situações que envolvem dirigir um automóvel
5
com segurança, restabelecer o equilíbrio depois de uma queda e outros aspectos
relacionados ao funcionamento mental (identificação de estímulos, organização,
recuperação e memória de curto prazo) que influenciam direta ou indiretamente na
qualidade de vida dos idosos. Sendo assim, um acentuado aumento no tempo de reação
(TR) diante de estímulos móveis pode trazer conseqüências perigosas para as pessoas
idosas (Porciatti, Fiorentini, Morrone & Burr, 1999). Para Lord e Sturnieks, (2005),
quando uma pessoa está sujeita a um desafio ou diante de uma ameaça postural, a
capacidade de reagir rapidamente e de forma apropriada é importante para evitar quedas.
Para Spirduso (2005), os idosos demonstram limitações no processamento de
informações, estas estão aparentemente relacionadas aos processos centrais, em vez dos
periféricos, em qualquer idade os fatores do sistema nervoso central desempenham um
papel muito maior na velocidade do processamento cognitivo do que os fatores periféricos.
Considerando a importância dos processos centrais, uma das formas de avaliar a
integridade do sistema nervoso central é por meio do tempo de reação, tanto é que o
retardo no tempo de reação simples (TRS) é considerado uma das mudanças
comportamentais mais mensuradas e reconhecidas que ocorrem com o envelhecimento.
Diante disso, Spirduso (2005), afirma que o tempo de reação é um tipo de tarefa
psicomotora freqüentemente utilizada para determinar os efeitos do envelhecimento sobre
a capacidade de reagir a estímulos. Qualquer fator que possa estimular ou interromper a
função do sistema nervoso central (SNC) é refletido por uma alteração no tempo de reação.
Em relação às tendências e perspectivas dos focos de pesquisa nesta área, segundo
Santos (2005), a importância do movimento nos primeiros anos da vida foi e continua
sendo alvo de inúmeras pesquisas. Já em relação à vida adulta, nas últimas décadas,
estudiosos da área da saúde têm dado especial destaque aos benefícios de um estilo de vida
fisicamente ativo e, apenas recentemente, a participação da população idosa em programas
de atividades físicas vem sendo alvo de estudo e de incentivo tanto dos profissionais
quanto dos segmentos governamentais de saúde e de educação.
Portanto, o presente estudo, vem acrescentar conhecimentos, que principalmente
em nível nacional são limitados nesta área, assim como contribuir para uma melhor
compreensão da relação entre a atividade física e o processamento de informações da
população de idosos que vem aumentando a cada ano.
Quando retratamos especificamente as pesquisas envolvendo tempo de reação e
idosos, observa-se que a maioria dos estudos (Anstey, Dear, Christensen & Jorm, 2005;
Bunce, MacDonald & Hultsch, 2004; Falkenstein, Yordanova & Kolev, 2005; Henriksson
6
& Hirschfeld, 2005; Lupinacci, Rikli, Jones & Ross, 1993; Porciatti, Fiorentini, Morrone,
& Burr, 1999; Sparrow, Begg & Parker, 2006), relatam as diferenças existentes entre
indivíduos jovens e indivíduos idosos, destacando as mudanças e as variações do TR
considerando as diferentes faixas etárias. Poucos são os estudos (Hunter, Thompson &
Adams, 2001; Lupinacci, Rikli, Jones & Ross 1993; Rikli & Edwards, 1991) que
relacionam a atividade física com o tempo de reação.
Sendo assim, é importante enfatizar a necessidade de estudos sobre a relação da
atividade física com o processamento de informações em decorrência do processo de
envelhecimento.
Objetivos do estudo
Objetivo Geral:
Verificar a relação entre a atividade física e o tempo de reação de mulheres idosas
praticantes de atividades físicas em um grupo de convivência de Florianópolis/SC.
Objetivos Específicos:
a) Identificar as características sócio-demográficas (idade, estado civil, escolaridade e
ocupação) e o estado de saúde (satisfação com a saúde, problemas de saúde, uso de
medicamentos e quedas);
b) Identificar a prática de atividade física habitual e o tempo de prática das idosas no grupo
de convivência;
c) Identificar o tempo de reação simples e o tempo de reação de escolha das idosas do
estudo;
d) Verificar o tempo de reação simples e tempo de reação de escolha considerando a faixa
etária das idosas do estudo;
e) Verificar a relação do tempo de reação com as características sócio-demográficas (faixa
etária e escolaridade), estado de saúde (satisfação com a saúde, problemas de saúde, uso de
medicamentos e quedas), tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada das
idosas do estudo;
f)
Verificar a relação entre as variáveis: tempo de reação simples, tempo de reação de
escolha, idade, tempo de prática e atividade física.
7
Definição de Termos
Tempo de reação - é uma medida de resultado do desempenho que indica quanto
tempo uma pessoa leva para iniciar um movimento, ou ainda, o intervalo de tempo entre
um estímulo e o início de uma resposta de movimento e inclui não o movimento em si, mas
somente o tempo antes do movimento começar (Magill, 2000; Schmidt & Wrisberg, 2001).
Tempo de reação simples (TRS) - é o intervalo de tempo que decorre entre
apresentação de um estímulo não - antecipado até o início da resposta da pessoa (Schmidt
& Wrisberg, 2001).
Tempo de reação de escolha (TRE) - é o intervalo de tempo entre a apresentação de
um dos vários estímulos possíveis não-antecipados e o início de uma das várias respostas
possíveis (Schmidt & Wrisberg, 2001).
Desempenho ou Performance - tentativa observável de um indivíduo para produzir
uma ação voluntária (Schmidt & Wrisberg, 2001).
Atividade Física: qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos
esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso
(Caspersen, Powell, & Christenson, 1985)
8
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
A Atividade Física e o Processo de Envelhecimento Humano
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que está ocorrendo
também em nível nacional (Tabela 1). Segundo dados do Instituo Brasileiro de Geografia e
Estatística (2002), no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população mundial em número
absoluto de idosos.
Tabela 1
Número de pessoas idosas para cada 100 indivíduos jovens por ano, segundo Região e UF
Brasil, 1991, 1996-2004.
Região e UF 1991 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 21
25
28,1
29,3
30,7
28,9
31,7
31,2
32,1
33
Região Norte 10,9
12,9
15,9
16,7
17,3
14,7
16,6
15,7
16
16,3
Região Nordeste 18,4
22
24,1
24,6
26,3
25,5
27
27,6
28,5
29,4
Região Sudeste 25,4
30,3
34,5
35,8
37,7
34,8
37,9
37,5
38,6
39,7
Região Sul 24,1
28,6
28,8
31,5
31,2
33,4
36,6
36,1
37,1
38,2
Paraná 20,5
24,9
24,7
28
27,8
29,5
32,1
32,1
33,1
34,2
Santa Catarina 20,4
24,2
24,1
27,2
26,6
28,5
34,5
30,8
31,7
32,6
Rio Grande do Sul 29,7
34,8
35,7
37,5
37,2
40,1
42,4
43,3
44,5
45,8
Região Centro-Oeste 14,7
18,3
19,5
21,5
23,2
22,1
23,2
24,1
24,9
25,6
Fonte: IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD (1997-1999 e 2001), Censos Demográfico (1991 e 2000),
Contagem Populacional (1996) e projeções e estimativas demográficas (2002-2004).
A mudança demográfica populacional em direção ao aumento do segmento de
idosos e aumento na expectativa de vida, segundo Spirduso (2005), teve inicio no século
XX que em razão de um declínio nas taxas de mortalidade neonatal, infantil e materna. E
ainda, nos últimos anos, aumentos na expectativa de vida foram alcançados reduzindo-se a
9
mortalidade causada por doenças cardiovasculares. Com isso, as mortes provocadas por
doenças infecciosas foram substituídas por óbitos relacionados a doenças degenerativas
crônicas.
Este aumento da sobrevida que vem ocorrendo nas últimas décadas evidencia
dentre outras conseqüências às doenças ligadas ao envelhecimento, levando a um
dramático aumento dos custos assistenciais de saúde, além de importante repercussão
social com grande impacto na economia dos países. A maioria das evidências mostram que
a melhor forma de otimizar e promover a saúde no idoso é prevenir seus problemas
médicos mais freqüentes. Por outro lado, o sedentarismo, a incapacidade e a dependência
são as maiores adversidades da saúde associadas ao envelhecimento.
Especialmente o sedentarismo, segundo Jacob Filho (2006), apresenta uma elevada
prevalência em qualquer faixa etária, mas principalmente entre os idosos estes índices são
ainda mais alarmantes.
O aumento considerável da população de idosos fez com que esforços tanto de
pesquisadores quanto de órgão governamentais se voltassem para a mesma, com o intuito
de compreender os mecanismos deste processo, assim como propor intervenções eficientes.
Neste contexto é que surge a atividade física como uma opção importante para a melhoria
das capacidades funcionais do idoso refletindo nas atividades da vida diária e
conseqüentemente na qualidade de vida. Em estudo realizado por Koltin (2001), foi
investigada a associação entre a atividade física e a qualidade de vida em mulheres idosas
dos Estados Unidos, os resultados indicaram que, as mulheres que viviam
independentemente, tinham níveis de atividade física significativamente mais altos quando
comparadas com mulheres levemente dependentes, bem como, qualidade de vida, estado
de saúde física, relacionamento social e ambiente. As análises de correlação revelaram que
os níveis de atividade física estavam significativamente correlacionados com qualidade de
vida e a saúde física.
Neste sentido, o governo nos seus diferentes níveis, as instituições médicas e
científicas, as entidades não governamentais e a mídia devem divulgar o conceito de que a
atividade física é fundamental para a promoção da saúde do idoso e desenvolver ações
objetivas e concretas para viabilizar a prática regular de atividade física orientada nessa
faixa etária. Caldas (2003), aponta que a solução dos problemas representados pelo
envelhecimento da população inclui o delineamento de uma política que envolva todos os
setores da sociedade, e não apenas o governo e o incremento de programas de promoção de
saúde.
10
A qualidade de vida nos idosos engloba vários aspectos que estão relacionados a
função física, função emocional-cognitiva e função social e é dependente em grande parte
da saúde das pessoas e de como elas se sentem com relação a sua saúde (Spirduso, 2005).
De uma maneira mais ampla a OMS (1994), define qualidade de vida como a percepção
que indivíduo tem de sua posição de vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de
valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
É um conceito que incorpora de maneira complexa a saúde física, o estado psicológico, o
nível de dependência, as relações sociais, as crenças e a relação com as características do
ambiente.
Ao analisar o processo de envelhecimento como uma etapa da vida com ganhos e
perdas em diferentes áreas, a atividade física pode ser um meio para tentar equilibrar ou
minimizar o impacto das perdas biológicas e maximizar os ganhos psicossociais, devendo
fazer parte essencial da vida do indivíduo. Também a atividade física poderá proporcionar
uma maior autonomia e retardar o período de dependência na idade mais avançada,
favorecendo a qualidade de vida, principalmente no período posterior à aposentadoria do
indivíduo (Shephard, 1991).
Com o aumento da longevidade, o ser humano é exposto ou influenciado por um
número maior de situações ambientais, resultando numa maior diversidade de estilo de
vida e comportamento, e inevitavelmente um aumento do número de diferenças
individuais entre as pessoas idosas
(Santos, Dantas & Oliveira, 2004). Spirduso (2005),
complementa afirmando que o envelhecimento é uma experiência individual, uma vez que
as pessoas diferem não só em suas características e comportamentos, mas também na
maneira como elas mudam com o tempo. Os indivíduos herdam características,
comportamentos e predisposições diferentes, e uma vida inteira de interação com o meio
ambiente, desenvolvendo comportamentos únicos que magnificam estas diferenças. Para
Santos, Corrêa e Freudenheim, (2003), o estilo de vida (incluindo a prática regular de
atividades físicas, alimentação balanceada), exerce forte influência no desenvolvimento
motor dos indivíduos.
O processo de envelhecimento é caracterizado naturalmente por constantes
mudanças. Tanto é que Santos & Tani (1995), afirmam que o surgimento de inúmeros
modelos e teorias para explicar tal processo se deu em função da diversidade deste
fenômeno. Conforme Halstead, Myklebust e Myklebust, (1997), a previsão é que sujeitos
idosos saudáveis tendem a demonstrar com o passar dos anos, mudanças na performance
funcional, com generalizada lentidão da passada e diminuição na velocidade dos
11
movimentos, equilíbrio postural e condução dos estímulos, sendo que as mudanças
funcionais e a degradação podem estar relacionadas com a idade dos idosos.
Segundo American College of Sport Medicine - ACSM (1994), a atividade física
regular melhora a qualidade e a expectativa de vida do idoso e ainda recomendam que um
programa de atividade física para o idoso deve contemplar os diferentes componentes da
aptidão física, incluindo exercícios aeróbicos, de força muscular, de flexibilidade e de
equilíbrio. Lord e Castell (1994), afirmam que exercícios físicos regulares têm sido
recomendados como um forma de melhorar o equilíbrio, a força, a coordenação e o sistema
sensório motor contribuindo para a estabilidade de pessoas idosas. Gauchard, Gangloff,
Jeandel e Perrin, (2003), complementam dizendo que muitos estudos têm relacionado à
prática de atividades físicas com a qualidade do controle postural.
Estudos epidemiológicos de coorte em populações mais idosas demonstram que a
manutenção de um estilo de vida ativo em pessoas idosas está associada com a diminuição
do risco de quedas e fraturas na região do quadril (Feskanich, Willet & Colditz, 2002;
Mitniski, Graham, Mogilner & Rockwood, 2002), redução no declínio da massa muscular
e óssea (Going, Williams & Lohman, 1995; Spirduso, 2005) e menor incidência de
doenças cardiovasculares, respiratórias, neoplasias e obesidade (Paffenbarger, Hyde,Wing,
Lee, I-Min, Jung & Kampert, 1993; Rexrode, Buring & Manson, 2001).
Os efeitos benéficos da atividade física no sistema cognitivo também são
evidenciados nos estudos. Rikli e Edwards (1991), demonstraram que a atividade física é
uma forma de intervenção efetiva em relação à lentidão provocada pelo declínio cognitivo
e motor ocasionados pelo envelhecimento, particularmente quando mensurado por meio de
testes envolvendo tempo de reação, equilíbrio e flexibilidade. O exercício físico, mesmo
iniciado tardiamente na vida da pessoa, pode influenciar positivamente na velocidade do
processamento de informações. Segundo Haywood e Getchell (2004), idosos com estilos
de vida ativos exibem menor diminuição na velocidade de processamento de informações
do que adultos sedentários.
A lentidão comportamental relacionada com a idade tem sido observada tanto
tempo e de forma tão consistente que muitas teorias foram desenvolvidas para explicar o
fenômeno e divide-se em três categorias: as que explicam a lentidão comportamental via
modelo de processamento de informações, nas quais alguns estágios são mais afetados do
que outros; as que atribuem a lentidão às características ou aos atributos dos indivíduos em
envelhecimento; e as que explicam a lentidão como degradação biológica. As hipóteses
mais convincentes para explicar a lentidão relacionada com a idade são as baseadas na
12
deteriorização biológica incluindo o aumento do ruído neural, a lentidão geral da função do
sistema nervoso central e rupturas nas redes neurais (Spirduso, 2005).
Dentre as transformações decorrentes do envelhecimento, a alteração do equilíbrio
é um problema relativamente comum na população idosa, se tornando muitas vezes, uma
importante limitação na realização de atividades da vida diária, sendo considerada a
principal causa de queda nestes indivíduos (Maciel & Guerra, 2005). Para Guimarães,
Galdino, Martins, Vitorino, Pereira e Carvalho (2004), a instabilidade postural com a
ocorrência de quedas é uma característica do envelhecimento, representando um motivo de
preocupação para os idosos, pois pode acarretar incapacidade física e perda da
independência.
Quando nos reportamos à prevalência de quedas, Pereira, Buksman, Perracini, Py,
Barreto e Leite, (2001), afirmam que o número de quedas aumenta progressivamente com
a idade em ambos os sexos, em todos os grupos étnicos e raciais.
A ocorrência de quedas
por faixas etárias a cada ano representado em percentuais atinge 32% dos idosos entre 65 a
74 anos, 35% com idade entre 75 a 84 anos e 51% dos idosos acima de 85 anos. No Brasil,
30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano.
Para Spirduso (2005), as quedas no idoso têm habitualmente conseqüências mais
graves que nos outros grupos etários, quer a nível físico como, por exemplo, as fraturas ou
a nível psicológico representado, por exemplo, pelo medo de cair. Para Nnodim e
Alexander, (2005), as quedas são importantes causas de mortalidade e morbidade em
idosos, sendo responsáveis por 5,3% das hospitalizações de idosos nos Estados Unidos.
Quanto às quedas e seus possíveis fatores de interferência, Spirduso (2005), relata
que a incapacidade de corrigir uma perda de estabilidade repentina é resultado da
diminuição do tempo de reação, da diminuição da integração do sistema nervoso central,
da diminuição da força e de perda da mobilidade articular. Neste caso, o aumento do tempo
de reação a situações de perigo é um fator de risco intrínseco resultante de alterações
fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento. Além disso, as quedas estão
relacionadas a fatores de ordem neuromusculares-esqueléticos, distúrbios visuais, uso de
medicamentos, condições ambientais dentre outros.
Portanto, estudos (Lajoie, Girard & Guay, 2002; Lajoie & Gallagher, 2004)
apontam uma relação entre o envelhecimento, tempo de reação e a prevalência de quedas.
O tempo de reação depende de vários fatores que necessariamente são afetados pelo
envelhecimento resultando em um aumento no risco de quedas. Além disso, Hunter,
Thompson e Adams, (2001), afirmam que a lentidão no tempo de reação tem sido
13
identificado como preditor do aumento de dependência, institucionalização e mortalidade
na população de idosos.
Desenvolvimento Motor e o Envelhecimento
Durante algum tempo acreditou-se que os idosos não poderiam aprender
habilidades novas ou não tão eficazmente como os adultos e pessoas mais jovens.
Atualmente está emergindo uma nova concepção para o envelhecimento, no qual o idoso é
capaz de gerar mudanças e realizar adaptações de acordo com as suas experiências
anteriores. A aprendizagem de novas habilidades e a contínua prática poderá contribuir
para a melhora do desempenho motor de idosos.
Portanto, o desenvolvimento motor é caracterizado por mudanças no
comportamento motor ao longo da vida. As alterações na área motora, afetiva e cognitiva
decorrentes do avanço da idade interferem no comportamento motor do indivíduo
(Spirduso, 2005). O movimento acompanha o ser humano desde sua concepção até a idade
avançada, porém, ao longo de todo o ciclo vital vão ocorrendo mudanças em nível motor e
esta mudança, segundo Santos (2002), é a palavra-chave dentro do conceito de
desenvolvimento que não se refere apenas ao surgimento, mas também, a perda de
comportamentos.
Ao relacionarmos o comportamento motor e as quedas, Henriksson e Hirschfeld
(2005), abordam para a importância do entendimento das mudanças no comportamento
motor ocorrido com o envelhecimento a fim de elaborar programas de atividades físicas
direcionadas para prevenção de quedas em pessoas idosas.
Ao se referir à importância das experiências motoras no desenvolvimento motor
considerando diferentes fases, Santos (2004) argumenta:
a noção de que o papel das experiências motoras iniciais é importante para o
desenvolvimento humano tem sido amplamente disseminada e documentada.
Entretanto, poder-se-ia dizer que se o movimento é primordial nas etapas iniciais
da vida, durante o envelhecimento ele é imprescindível. Isto se deve á necessidade
do idoso em adaptar-se ao corpo em envelhecimento, o que reflete de forma
marcante no grau autonomia/independência desses indivíduos (p. 39).
A constatação de que as mudanças no desenvolvimento não cessavam no início da
idade adulta, fez com que muitos estudiosos percebessem que o desenvolvimento continua
14
ao longo de todo o curso de vida do ser humano. Essa constatação trouxe uma nova
perspectiva para o entendimento do processo de desenvolvimento a partir da década de 80,
visualizando o desenvolvimento, em particular, o desenvolvimento motor, dentro do ciclo
de vida como um fenômeno que envolve ganhos e melhorias de performances motoras e,
também, perdas e diminuições (Santos, Corrêa & Freudenheim, 2003).
A literatura sobre padrões de movimento do idoso é restrita, mesmo assim tem
sugerido que existe uma interação entre a demanda da tarefa e os processos que envolvem
o movimento e o desempenho (resultado). Em um estudo realizado por Santos, Dantas e
Oliveira (2004), observou-se apenas pequenas mudanças (declínio) de performance na
tarefa de subir degraus, de forma que os idosos não modificaram a coordenação da ação
apesar de alterar o controle, além de um aumento da variabilidade intertentativas
associados com a idade.
Estudo realizado por Santos, Corrêa e Freudenheim (2003), cujo objetivo foi
investigar o efeito da idade no desempenho de uma tarefa de “timing” antecipatório,
observou-se, particularmente, que com o avanço da idade haveria um aumento da
variabilidade de resposta, concluiu-se que houve um declínio significante de desempenho a
partir dos 70 anos de idade, evidenciando a importância de se considerar as diferenças
individuais, particularmente quando se trata de pessoas idosas.
A performance motora em idosos está relacionada ao sistema efetor mais em
termos de controle do que de força muscular, particularmente com a velocidade de
processamento de informações. Durante o envelhecimento um aumento do tempo de
resposta motora devido às modificações estruturais e funcionais do organismo (Santos &
Tani, 1995).
A aprendizagem de uma nova habilidade motora em idades mais avançadas é, em
geral, encarada como uma possibilidade, estudos envolvendo indivíduos idosos
demonstraram o efeito positivo da prática no desempenho de habilidades motoras. A
quantificação das perdas de capacidades e habilidades durante o envelhecimento poderia
ser descrita como um decréscimo gradual que se inicia em torno dos 20 a 30 anos de idade
e acompanha o curso da vida (Bastos & Santos, 2002).
Para Haywood e Getchell (2004), idosos com estilo de vida que participam de
atividades físicas pode atingir um desempenho em uma determinada habilidade
considerada de alto nível.
15
Tempo de Reação e Envelhecimento
O tempo de reação tem sido reconhecido como um dos melhores comportamentos
mensuráveis da integridade do sistema nervoso central, principalmente por refletir a
velocidade do processamento de informações. O estudo de como se comporta o tempo de
reação no ser humano não é apenas uma teorização importante, mas também resulta em
implicações práticas, particularmente em situações que envolvem segurança.
O processamento de informações é abordado por Schmidt e Wrisberg (2001),
como um processo que assume três estágios pela qual as informações devem passar. O
primeiro compreende na identificação do estímulo (percepção), o segundo na seleção da
resposta (decisão) e o terceiro estágio é a programação da resposta (ação). Os
pesquisadores tem se utilizado de vários métodos para conhecer melhor estes estágios e
identificar quanto tempo o processamento de informações dura em cada estágio. Muitas
destas pesquisas tem se concentrado na mensuração do tempo de reação como um das
medidas mais importantes da performance humana em muitas situções.
A redução da velocidade por meio da qual uma pessoa idosa consegue reagir e se
mover exerce influência substancial sobre todos os aspectos da vida. Para Spirduso (2005),
a velocidade mais lenta do tempo de reação e do tempo de movimento modificam os
comportamentos de motoristas idosos e contribuem para um crescente índice de acidentes.
Para Kosinski (2005), o TR tem sido a muitos anos, alvo de estudos para
profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que buscam a compreensão de aspectos
relacionadas ao funcionamento e comportamento do cérebro.
O tempo de reação é conceituado segundo Santos (1993), como o tempo de
processamento de informações necessário para uma determinada resposta, que, por sua
vez, permite fazer inferências sobre os mecanismos subjacentes que envolvem tal tarefa em
termos de performance, quanto menor for o tempo de reação maior a eficiência dos
mecanismos e processos centrais. Para Weineck (2000), por tempo de reação compreende-
se aquele tempo que decorre desde a apresentação de um sinal até o início de uma reação.
Para Spirduso (2005), o tempo de reação é o intervalo de tempo entre o início do estímulo
e o começo da resposta voluntária.
Para Schmidt e Wrisberg (2001), o TR é uma importante medida de desempenho,
indicando a velocidade e a eficácia da tomada de decisão, representando também o tempo
que um indivíduo leva para tomar decisões e iniciar ações. O tempo de reação tem uma
função importante em esportes (boxe, natação, corrida) e em atividades não esportivas
16
(tentar matar insetos, frear um carro para evitar um acidente). Pelo TR ser um componente
fundamental de muitas habilidades, muitos pesquisadores têm utilizado essa medida como
indicador da velocidade do processamento de informação.
A classificação do tempo de reação, segundo Welford, (1980); Luce, (1986);
Spirduso, (2005), é feita considerando três categorias: tempo de reação simples, tempo de
reação discriminatório e tempo de reação de escolha. O primeiro corresponde, somente
um estímulo e uma resposta diante de uma situação conhecida, o segundo acontece quando
alguns estímulos que devem ser respondidos, dentre eles vários não tem resposta e em
um deles está a resposta correta e por fim o tempo de reação de escolha, o usuário deve dar
uma resposta que corresponda ao estímulo, tal como pressionar uma chave que
corresponde a uma letra se a letra aparecer na tela. O enfoque deste estudo, em particular,
será sobre o TRS e o TRE.
O tempo de reação é usado como um possível índice dos efeitos do envelhecimento
sobre a integridade do sistema nervoso central. Para Spirduso (2005), no TRS e TRE, o
início do estímulo e a primeira resposta do músculo representam o processamento, pelo
SNC, quando a resposta é iniciada e o movimento inicia, outros mecanismos centrais são
responsáveis pelo controle e pela monitoração do movimento.
Para Haywood e Getchel, (2004); Spirduso (2005), pesquisadores têm
documentado um aumento no tempo de reação em função do processo do envelhecimento.
O retardo do TRS com o envelhecimento foi observado como uma das mudanças
comportamentais mais mensuradas e reconhecidas que ocorrem com o envelhecimento. O
tempo de reação de escolha aumenta ainda mais quando comparada com o tempo de reação
simples.
Segundo Anstey, Lord e Williams (1997), o tempo de reação é um importante
preditor da performance motora. A lentidão com o passar da idade tem sido demonstrada
através de tarefas cognitivas e motoras, incluindo tarefas que envolvam tempo de reação
simples e tempo de reação de escolha assim como tarefas que envolvam processamento de
informações mais complexas. Em estudo realizado por Ratdiff, Thapar e Mckoon, (2001),
na qual o efeito do envelhecimento em relação ao tempo de reação foi avaliado em duas
tarefas simples em sujeitos jovens e idosos (60 anos ou mais), concluíram que os sujeitos
idosos foram geralmente mais lentos do que os sujeitos jovens.
Em relação aos eventos centrais e periféricos que envolvem o tempo de reação
Lupinacci, Rikli, Jones e Ross, (1993); Spirduso (2005), relatam que para compreender
melhor o efeito da idade sobre a velocidade de resposta central e periférica, o tempo de
17
reação foi dividido em vários componentes (eletromiografia) e com isso foi descoberto que
o tempo de reação (TRS e TRE) inclui o tempo de processamento central (TPC), o tempo
pré-motor (TPM) e o tempo contrátil (TC) sendo assim, o TRS e o TRE revelam a lentidão
cumulativa relacionada com a idade que ocorre tanto no processamento central como
periférico.
De acordo com Lupinacci et al. (1993); Haywood e Getchell (2004), estudos têm
evidenciado que em idosos que têm mantido um estilo de vida fisicamente ativo
demonstraram uma menor perda no tempo de reação e em outras tarefas cognitivas quando
comparadas com idosos não ativos. Adicionalmente, estudos têm mostrado que o exercício,
mesmo iniciado tardiamente na vida, pode influenciar positivamente na velocidade do
processamento de informações.
Cohen, (1988); Clarkson (1978), sugerem que o nível de atividade cognitiva assim
como as atividades físicas são importantes para a manutenção do funcionamento cerebral
durante o envelhecimento. A participação em atividades físicas regulares melhora o tempo
de reação em sujeitos idosos.
Já, Schooler e Engstler-Schooler (1990), ressaltam a importância do envolvimento
social no processamento cognitivo, indicando que atividades ocupacionais diárias e
atividades culturais são importantes para manter o funcionamento mental durante o
envelhecimento.
Santos e Tani (1993), investigaram de que modo o tempo de reação (TR), tempo de
movimento (TM) e a performance numa tarefa de timing antecipatório estavam
relacionados e verificaram que o TR e o TM são medidas que quando aplicadas á
performance dos idosos podem caracterizar da lentidão da resposta apresentada.
Quando nos referimos especificamente ao TRE, Schmidt e Wrisberg (2001),
afirmam que pesquisas têm demonstrado que dois principais fatores afetam esta medida: a
quantidade de prática e a natureza da prática. Para um dado número de alternativas
estímulo-resposta, quanto maior a quantia de prática, menor o tempo de reação de escolha.
Além disso, à medida que a prática aumenta, a proporção de aumento em TR torna-se
menor, mesmo com o aumento do número de alternativas estímulo-resposta. Em estudo
realizado por Murrel (1970), com o objetivo de verificar o efeito da prática extensiva no
TRS e TRE em indivíduos com diferentes idades (57, 18 e 17 anos), os resultados apontam
que a diferença entre as idades é eliminada em grande medida pela quantidade de prática e
que a quantidade de prática para eliminar a diferença entre as idades está relacionada com
a complexidade da tarefa.
18
Segundo um estudo de revisão de literatura realizado Kosinski (2005), o tempo de
reação é uma medida que pode ser influenciada por inúmeros fatores dentre eles pode-se
destacar:
Idade: O efeito da idade no TR é influenciado também pela complexidade da tarefa.
O tempo de reação torna-se mais variável com idade. Uma tendência de indivíduos mais
velhos é quando incomodados por uma distração, tendem também a direcionar sua atenção
exclusiva a um estímulo, e ignoram outros estímulos, mais completamente do que pessoas
mais jovens. Lajoie e Gallagher, (2004); Kollock, (2004),
encontraram que pessoas mais
velhas tendem a ter um TR significativamente mais lento quando comparado com pessoas
mais jovens.
Sexo: Considerando os diferentes sexos: masculino e feminino e o TR, de acordo
com estudos o sexo masculino tem tempos de reação mais rápidos do que o feminino, e
que a desvantagem feminina não é reduzida pela prática (Adam, Paas, Buekers, Wuyts,
Spijkers & Wallmeyer, 1999; Dane & Erzurumlugoglu, 2003; Welford, 1980). Bellis
(1933), relataram que a hora média de pressionar uma chave em resposta a uma luz era 220
ms para homens e 260 ms para mulheres; para um estímulo sonoro a diferença era 190 ms
(homens) a 200 ms (mulheres). Barral e Debu (2004), encontraram que os homens eram
mais rápidos do que mulheres em visar um alvo, mas que as mulheres eram mais exatas.
Jevas e Yan (2001) relataram que deterioração com a idade no tempo de reação é o
mesmo tanto para homens quanto para mulheres.
Exercício: O exercício pode afetar o tempo de reação. Welford (1980) encontrou
que sujeitos fisicamente ativos tiveram tempos de reação mais rápidos, e Levitt e Gutin
(1971); Sjoberg (1975), demonstraram que os sujeitos que tiveram os tempos de reação
mais rápidos foram aqueles que se exercitavam suficientemente a 115 batimento por
minuto (bpm). Kashihara e Nakahara (2005), encontraram que o exercício vigoroso
melhorou o tempo de reação de escolha, mas somente para os primeiros 8 minutos após o
exercício. Collardeau, Brisswalter e Audiffren (2001), não encontraram nenhum efeito do
exercício de resistência nos corredores, mas encontraram que o exercício melhorou o
tempo de reação durante o exercício. Para Emery, Huppert e Schein (1995), o exercício
físico e a condição de saúde podem influenciar a velocidade do tempo de reação, assim
como o TR pode ser modificado de acordo com as mudanças ocorridas em função do
passar dos anos.
Excitação:
Um dos fatores mais investigados que afetam o tempo de reação é a
“excitação” ou estado da atenção, incluindo a tensão muscular. O tempo de reação é mais
19
rápido com um nível intermediário de excitação, sendo deteriorado quando o sujeito relaxa
ou está demasiadamente tenso (Broadbent, 1971; Welford, 1980).
Outros fatores como fadiga (Philip, Taillard, Sagaspe, Valtat, Sanchez-Ortuno,
Moore, & Bioulac, 2004; Takahashi, Nakata, Haratani, Ogawa & Arito, 2004), tipo de
personalidade (Robinson & Tamir, 2005), drogas estimulantes (Durlach, Edmunds &
Howard, 2002; McLellan, Kamimori, Bell, Smith, Johnson, & Belenky, 2005), lesões
cerebrais (Collins, Field, Lovell, Iverson, Johnston & Maroon, 2003), doenças em geral
(Smith, Brice, Leach, Tilley & Williamson, 2004), distração (Lee & Skerrett, 2001;
Richard, Wright, Prime, Shimizu, & Vavrik, 2002) e mão dominante (Dane &
Erzurumluoglu, 2003) são relatados na literatura como influenciadores no tempo de reação.
É de consenso na literatura que com o envelhecimento o tempo de reação vai
ficando mais lento. Muitos estudos (Clarkson, 1978; Porciatti, Fiorentini, Morrone & Burr,
1999; Gottsdanker, 1982; Murrell, 1970; Porciatti, et al. 2005; Surwillo,1973) tem
comparado a performance do tempo de reação entre indivíduos jovens e idosos concluindo
que o tempo de reação é mais lento entre os idosos.
O que fica evidente é que os estudos apontam para uma lentidão no processamento
de informações dos idosos quando avaliado por meio do tempo de reação. No entanto, é
pouco debatida a prática de atividades físicas na melhoria do sistema cognitivo, apesar de
muitos estudos demonstrarem respostas favoráveis. Neste sentido, elaborou-se um a
metodologia a fim de identificar a relação entre a atividade física e o tempo de reação, que
será descrita no capítulo a seguir.
20
CAPÍTULO III
METODOLOGIA DO ESTUDO
Caracterização do Estudo
Este estudo, se caracteriza como descritivo correlacional de corte transversal
(Thomas e Nelson, 2002).
População e Amostra
Constituiu-se por uma população de pessoas idosas participantes de atividades
físicas no grupo de convivência “Atividades Físicas e Danças Folclóricas da Terceira
Idade” do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina na cidade de
Florianópolis capital de Santa Catarina. A escolha do grupo foi intencional e se justifica
pelo mesmo apresentar características importantes para a realização deste estudo:
freqüência de participação nas atividades físicas semanais, participantes de diferentes
faixas etárias, idosas com diferentes tempos de tempo de participação e prática no grupo e
disponibilidade dos idosos em participar da pesquisa.
A população com aproximadamente 500 idosos foi selecionada de forma
intencional, seguindo os seguintes procedimentos:
a) Esclarecimento às coordenadoras do grupo sobre a intenção do estudo, seguido
de uma solicitação e autorização para sua realização neste grupo específico, assim como
autorização para uma consulta nos fichários a fim de obter informações referentes à idade e
ao tempo de prática em atividade física das idosas no grupo.
b) Realização de um convite às idosas com idade igual ou superior a 60 anos, a
participarem do estudo, esclarecendo os objetivos e a metodologia a ser utilizada.
21
A amostra não probabilística constituiu-se de 234 idosas do sexo feminino com
idade igual ou superior a 60 anos, participantes do grupo de convivência especificado
anteriormente.
Caracterização do Grupo de Convivência
Apesar do envelhecimento significativo da população brasileira, é somente a partir
da década de setenta que se pode notar um “interesse” e maior preocupação pela temática
do idoso, havendo assim uma verdadeira proliferação de programas, eventos e projetos
destinados aos idosos, com destaque para as Universidades da Terceira Idade; Grupos de
Convivência; Programas de Saúde, Conselhos Nacional Estadual e Municipal; Delegacias
do Idoso; Associações; campanhas; dentre muitos outros (Silva, 2005).
O terceiro programa de atividade física criado no Brasil, foi do Centro de Desportos
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1985. “Atividade Física para
Terceira Idade” com o objetivo de oportunizar a prática de atividades físicas recreativas,
buscando a manutenção da saúde e favorecendo a mudança do estilo de vida (Mazo, Lopes
& Benedetti, 2004).
O Programa de Atividade Física e Dança Folclórica da Terceira Idade da UFSC
segundo Ferneda, Sebastini, Giumbelli, Marques, Benedetti e Lopes (2004), tem sido
reconhecido e apontado pela comunidade como um trabalho bem sucedido na promoção e
manutenção da qualidade de vida dos idosos do município de Florianópolis.
O programa atende pessoas acima de 55 anos de ambos os sexos, duas e três vezes
por semana, com duração de 50 a 60 minutos, por meio de sessões de ginástica, recreação,
dança, volei e hidroginástica. As atividades desenvolvidas no grupo constam de exercício
sensório-motor envolvendo exercícios aeróbios, de alongamento, flexibilidade, equilíbrio,
força, resistência, relaxamento, ritmo, entre outros. Nas aulas de ginástica, hidroginástica e
dança, são utilizadas músicas que despertam maior interesse e prazer nos idosos. Diferentes
materiais de uso da ginástica ou reciclados são utilizados como: bolas, arcos, cordas,
halteres, pesos, step, caneleiras, elástico, jornais entre outras, com intuito de estimular os
idosos nas atividades. Enfim, as atividades priorizam uma atuação dos idosos buscando uma
redescoberta de seu corpo, trabalhando com as possibilidades corporais, atingindo também
as relações sociais (Ferneda, et al., 2004).
22
Para este estudo, fizeram parte da amostra idosas que participavam com uma
freqüência mínima de duas vezes semanal das atividades físicas no grupo, mais
especificamente das atividades de ginástica, dança, vôlei e hidroginástica.
Instrumentos para a Coleta de Dados
A coleta dos dados foi relizada em duas etapas distintas: primeira, mensuração do
tempo de reação por meio de um teste específico e segunda, avaliação das atividades
físicas habituais por meio da aplicação de um questionário em forma de entrevista,
contendo blocos sucessivos de perguntas. Ambas as etapas foram realizadas com todas as
idosas que participaram do estudo.
Procedimentos e Aplicação do Teste para mensurar Tempo de Reação
O teste para mensurar o tempo de reação foi aplicado utilizando um instrumento
especifico: Lafayette Instrument Multi-Choice Reaction Time Apparatus, Modelo 63014
(Figura 1). A unidade de medida que o aparelho opera é milisegundos (ms). As
participantes foram dirigidas a uma sala específica na qual procurou-se minimizar o
barulho que pudesse interferir na aplicação do teste. Durante a sua execução as
participantes estiveram sentadas em uma cadeira, á frente delas estava sobre uma mesa o
dispositivo (painel) na qual elas deveriam acionar para responder aos estímulos. A
participante foi posicionada próxima ao dispositivo a fim de não comprometer a
visibilidade do estímulo, porém, de forma que ela não pudesse visualizar o painel de
controle. As participantes foram orientadas a pressionar o mais rápido possível o
interruptor após o acendimento do diodo. Inicialmente, o aplicador forneceu informações
verbais para a participante sobre o funcionamento do aparelho e sobre a tarefa a ser
realizada. Após a participante ter observado o funcionamento do aparelho, iniciou-se a
realização das três tentativas de familiarização com o instrumento e com a tarefa, caso
estas tentativas não fossem suficientes para a compreensão da mesma, foi orientado para
que realizasse mais algumas tentativas. A seguir, foram executadas as seis tentativas
consecutivas válidas para o estudo a fim de avaliar o tempo de reação simples. As
participantes receberam informações adicionais, caso houvesse necessidade. A aplicação
do teste foi feita com todas as participantes do estudo pela mesma pessoa de forma
23
individual e os resultados foram anotados em uma ficha de identificação e controle (Anexo
1). Para análise dos dados foram excluídas as medidas extremas, ou seja, o maior e o
menor escore do total de seis tentativas, a fim de obter uma maior homogeneidade dos
dados, a partir disso, foram aplicados os procedimentos estatísticos para quatro medidas
dentre as seis mensuradas. Foi avaliado na mesma participante o tempo de reação simples
seguido pela mensuração do tempo de reação de escolha.
O sinal para o início de cada tentativa do teste foi marcado quando o aplicador
falasse a palavra “atenção” e após um intervalo variando entre 2 e 4 segundos ocorreria à
emissão do estímulo visual. O intervalo de tempo entre o sinal de “atenção” e a
apresentação do estímulo não-antecipado, chamado de pré-período, foi definido
aleatoriamente pelo aplicador para cada tentativa da participante.
Tempo de reação simples
Para avaliar o tempo de reação simples foi utilizado apenas um estímulo visual
(acendimento de apenas um diodo um estímulo luminoso). A participante foi orientada a
sentar na cadeira apoiando levemente o dedo indicador da mão dominante no interruptor
correspondente ao diodo que acenderia e que foi definido previamente. Optou-se por
adotar a mão dominante a fim de eliminar qualquer interferência gerada pela lateralidade,
visto que, a literatura considera que este fator pode influenciar nos resultados do tempo de
reação.
Tempo de reação de escolha
Para avaliar o tempo de reação de escolha foram utilizados dois estímulos visuais
(opção de acendimento de um ou outro diodo dois estímulos luminosos). A participante
foi orientada a sentar na cadeira e posicionar levemente os dedos indicadores de ambas as
mãos apoiando-os nos interruptores correspondentes às lâmpadas que poderiam acender.
Para mensurar o tempo de reação de escolha foi definida uma ordem seqüencial de
execução das tentativas (1ª, 2ª, e tentativas - mão dominante e 3ª e tentativas - mão
não dominante) sendo assim, de um total de seis tentativas, quatro foram realizadas pela
mão dominante e duas pela mão não dominante para todas as participantes.
24
Figura 1. Instrumento utilizado para mensurar tempo de reação.
Questionário para avaliar Nível de Atividade Física
O questionário utilizado neste estudo é composto por blocos sucessivos de
perguntas (Anexo 2). No primeiro bloco, foram respondidas as questões referentes às
características sócio-demográficas: idade, estado civil, escolaridade e situação ocupacional
assim como questões referentes ao estado de saúde: satisfação com a saúde, acometimento
por doenças, uso de medicamentos e quedas.
No segundo bloco de questões, foi verificado o nível de atividade física por meio
da aplicação do Questionário Internacional de Atividades Físicas IPAQ (forma longa)
adaptado para idosos (Benedetti, Mazo & Barros, 2004)
A OMS, CDC e instituto Karolinska (Suécia) reuniram os pesquisadores da área
para desenvolver e testar um instrumento para medir as atividades físicas de uso
internacional. Em 2001, o Comitê Executivo responsável pelo IPAQ publicou o relatório
parcial do seu desenvolvimento, indicando que o questionário apresentava características
psicométricas aceitáveis para o uso em estudos de prevalência da participação em
atividades físicas. No Brasil, Matsudo, Araújo, Matsudo, Andrade, Andrade, Oliveira e
Braggion, (2001), realizaram um estudo com o objetivo de determinar a validade e
reprodutibilidade do questionário internacional de atividade física (IPAQ-versão 8) em
uma amostra de sujeitos brasileiros. Os resultados mostraram que os coeficientes de
validade (0,46) e reprodutibilidade (rho=0,69) assemelham-se a outros instrumentos
internacionalmente utilizados, representando uma boa alternativa para comparações
internacionais. Benedetti et al. (2004a), realizaram um estudo de validação para a aplicação
25
do IPAQ em pessoas idosas, na qual apresentou um coeficiente de consistência de medidas
teste reteste de R=0,88, índice de correlação entre os escores derivados da média entre o
teste e reteste (rho=0,77), e as medidas de atividades físicas obtidas pelo pedômetro de
rho=0,27 e o Diário de Atividade Física adaptado de Bouchard rho=0,54, sendo
considerado o mais indicado para discriminar níveis gerais de atividades físicas nesta
população. Estes resultados demonstram que o IPAQ é um instrumento aceitável em
estudos populacionais, com boa estabilidade de medidas e precisão, discriminando
principalmente a atividade física em dois níveis: menos ativos e mais ativos. Para a
utilização com pessoas idosas, nas questões do IPAQ foram incluídos exemplos de
atividades que são comuns ás pessoas deste grupo etário. Além disso, o campo de
preenchimento das informações registra o tempo médio (horas e minutos) habitual para
cada dia da semana, ao invés de indicar apenas a freqüência semanal e o tempo total de
realização dessas atividades físicas para mulheres idosas (Benedetti et al., 2004a) e para
homens idosos (Benedetti, Antunes, Añez, Mazo, Petroski, Prelo).
O IPAQ é um instrumento específico que permite estimar o tempo semanal gasto
na realização de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa e em diferentes
contextos: atividades físicas realizadas no trabalho, transporte, atividades domésticas e
lazer. Existe também a possibilidade de estimar o tempo despendido em atividades
passivas (realizadas na posição sentada), como um indicador de sedentarismo.
O IPAQ divide-se em 13 questões distribuídas nas quatro seções e duas questões
referentes ao tempo sentado:
a) Seção I: Atividade Física no Trabalho
Esta seção, composta de quatro questões tem como objetivo verificar o nível de
atividade física durante o trabalho, seja remunerado ou voluntário, que os idosos realizam
numa semana usual e a intensidade das atividades físicas, durante o mínimo 10 minutos
contínuos.
b) Seção II: Atividade Física como Meio de Transporte
Esta seção composta de três questões tem como objetivo verificar a forma dos
idosos se deslocarem de um lugar para o outro em uma semana usual, incluindo todos os
meios de transporte durante no mínimo 10 minutos contínuos e sua intensidade.
c) Seção III: Atividade Física em Casa, Tarefas Domésticas e Atenção à Família.
Esta seção, composta de três questões, objetiva verificar as atividade físicas que os
idosos realizam em uma semana usual dentro e ao redor da sua casa ou apartamento.
26
Considera-se apenas as atividades físicas com duração de pelo menos 10 minutos
contínuos
d) Seção IV: Atividade Física de Recreação, Esporte, Exercício e Lazer.
As perguntas desta seção (três questões), referem-se às atividades físicas que os
idosos fazem numa semana usual unicamente por recreação, esporte, exercício e lazer.
Incluem-se apenas as atividades físicas que o idoso realiza por pelo menos 10 minutos
contínuos
e) Seção V: Tempo que Passa Sentado
Esta seção contém duas perguntas, refere-se ao tempo gasto em que o idoso
permanece sentado em casa, no grupo de convivência/idoso, na visita aos amigos e
parentes, na igreja, consultório médico, assistindo televisão, realizando trabalhos manuais e
no trabalho, durante seu tempo livre. Nesta seção não é incluído o tempo gasto sentado
durante o transporte ônibus e/ou carro, durante um dia da semana usual e um dia do final
de semana.
Critérios para Classificação dos Dados
Critério de classificação das doenças relatadas.
Para a classificação dos problemas de saúde referidos pelas idosas utilizou-se a
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde em
sua décima revisão, volume I (CID – 10).
A Classificação Internacional de Doenças (CID) é periodicamente revisada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma classificação de doenças pode ser definida
como um sistema de categorias atribuídas a entidades mórbidas segundo algum critério
estabelecido. Existem atualmente nove Centros Colaboradores da OMS para a
Classificação de Doenças e que prestam assistência aos países no desenvolvimento e no
uso de classificações relacionadas à saúde e, particularmente, no uso da CID (Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo/Organização Mundial de Saúde/Organização
Pan-Americana de Saúde, 1993). Atualmente existem vinte e uma categorias na qual as
doenças são classificadas, são elas:
Capítulo I- Algumas doenças infecciosas e parasitárias
Capítulo II- Neoplasias [tumores]
27
Capítulo III- Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos
imunitários.
Capítulo IV- Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas
Capítulo V- Transtornos mentais e comportamentais
Capítulo VI- Doenças do sistema nervoso
Capítulo VII- Doenças do olho e anexos
Capítulo VIII- Doenças do ouvido e da apófise mastóide
Capítulo IX- Doenças do aparelho circulatório
Capítulo X- Doenças do aparelho respiratório
Capítulo XI- Doenças do aparelho digestivo
Capítulo XII- Doenças da pele e do tecido subcutâneo
Capítulo XIII- Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
Capítulo XIV- Doenças do aparelho geniturinário
Capítulo XV- Gravidez, parto e puerpério
Capítulo XVI- Algumas afecções originadas no período perinatal
Capítulo XVII- Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas
Capítulo XVIII- Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,
não classificados em outra parte
Capítulo XIX- Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas
Capítulo XX- Causas externas de morbidade e de mortalidade
Capítulo XXI- Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de
saúde
Segundo a Organização Mundial da Saúde a CID transformou-se na classificação
diagnóstica padrão de uso internacional para muitos problemas de saúde e com finalidades
epidemiológicas, ou seja, análise da situação geral da saúde de grupos populacionais e
monitoração da incidência e prevalência das doenças.
Critério de classificação para nível de Atividade Física Habitual
O critério de classificação da atividade física habitual utilizado neste estudo seguiu
as recomendações internacionais (Pate, Pratt, Blair, Haskell, Macera & Bouchard, 1995),
determinando que os níveis de corte que apresentam benefícios para a saúde são definidos
pelo tempo gasto na semana (minutos por semana), considerando menos ativos os idosos
que realizam menos de 150 minutos de atividades moderadas e vigorosas por semana e
mais ativos os idosos que realizam um tempo igual ou superior a 150 minutos por semana.
28
Analise do tempo sentado
A análise do tempo sentado seguirá as recomendações propostas no Guideline for
data processing and analysis of the international physical activity questionnaire (2005). A
pergunta do IPAQ sobre o tempo que a pessoa permanece sentada é uma variável que serve
como um indicador e não é incluída como parte na contagem sumária da atividade física. O
dado refere-se ao comportamento sedentário e não é analisado considerando os níveis de
categorias apresentados. O IPAQ versão longa avalia uma estimativa de tempo sentado em
uma semana típica, nos dias que incluem a semana e o fim de semana e o tempo gasto
sentado durante a utilização de transporte.
Total do tempo sentado minutos/semana = minutos sentados por dia da semana X 5 +
minutos sentados por dia do final de semana X 2.
Média do tempo total sentado minutos/dia = (minutos sentados por dia da semana X 5 +
minutos sentados por fim de semana X 2)/ 7.
Para o cálculo do tempo total sentado o tempo no transporte não foi incluído e sim
analisado separadamente.
Procedimentos para a coleta dos dados
Primeiramente, foi obtida a autorização das idosas para a participação do estudo,
assim como a utilização dos resultados para a pesquisa, por meio da assinatura individual
do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 3), aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina sob o número
050-05, conforme Resoluções nº 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Em um segundo momento, foi realizado um estudo piloto (Anexo 4) para ajustes
relacionados aos procedimentos referentes a aplicação do teste para mensurar o TR e um
treinamento com os entrevistadores para a aplicação do IPAQ (Anexo 5).
E num terceiro momento, feito os devidos ajustes na aplicação do teste e o
treinamento para a aplicação do questionário na forma de entrevista, ocorreu a coleta dos
dados realizada em duas etapas distintas a primeira em março de 2006 e a segunda no
período de junho a agosto do mesmo ano. Na primeira etapa, foi realizada a aplicação do
teste para mensurar o tempo de reação simples e o tempo e reação de escolha, totalizando
uma amostra de 381 participantes. Na segunda etapa, foi feita a aplicação do IPAQ a fim
de obter o nível de atividade física habitual das idosas, nesta etapa obteve-se um total de
29
239 participantes. Destas quatro idosas foram excluídas do estudo por apresentarem
respostas incosistentes quando questionadas sobre a atividade física habitual e uma idosa
por relatar doença neurológica, resultando assim, um total de 234 idosas participante do
estudo (Figura 2). A perda amostral de 142 idosas, ocorrida da primeira para a segunda
etapa, possivelmente tenha ocorrido em função de fatores como: ausência na data e no
momento da coleta em função de atestado médico por doenças/fraturas ou por abandono
das atividades físicas no grupo estudado.
Figura 2. Esquema das etapas que compreenderam a coleta de dados assim como o
número de participantes em cada etapa.
Variáveis do Estudo
As variáveis que fizeram parte deste estudo foram: tempo de reação simples,
tempo de reação de escolha, tempo de prática no grupo, atividade física, características
sócio-demográficas (idade, estado civil, escolaridade e ocupação) e variáveis relacionadas
ao estado de saúde (satisfação com a saúde, problemas de saúde, uso de medicamentos e
quedas). A categorização de algumas delas está especificada na Tabela 2.
Coleta de dados
1ª Etapa 2ª Etapa
TRS TRE Aplicação do IPAQ
381 idosas 381 idosas
239 idosas
Exclusão: 5 idosas
234 idosas
30
Tabela 2
Variável do estudo e suas respectivas categorias
Variáveis Categoria/Critério
60 |-- 65
65 |-- 70
Faixa Etária
70 |-- 75
75 |-- 80
80
Casada
Viúva
Estado Civil
Separada/Divorciada
Solteira
Primário
Fundamental Incompleto
Escolaridade
Fundamental Completo
Médio Incompleto
Médio Completo
Superior
Somente aposentada
Pensionista
Aposentada e pensionista
Ocupação
Dona de casa
Aposentada, mas trabalha
Só trabalha
Muito Insatisfeita/Insatisfeita
Satisfação com a saúde
Nem satisfeita/Nem insatisfeita
Satisfeita/Muito satisfeita
Atividade física
< 150 min/sem = menos ativo
150 min/sem = mais ativo
Problema de Saúde
Sim
Não
Uso de medicamentos
Sim
Não
Quant. medicamentos
1-3
4-6
7
Acometimento de quedas
Sim
Não
Número quedas/ano
1-2
3-4
5
Tratamento e Análise dos Dados
Inicialmente os dados foram organizados em uma planilha de cálculo Microsoft
Excel versão XP para posterior análise no programa Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS), versão 11.5, adotando-se um nível de significância de p0,05. Para
31
caracterização das variáveis foram empregados procedimentos da estatística descritiva:
distribuição em freqüências e percentuais, medidas de tendência central (média aritmética)
e medida de dispersão (desvio padrão).
Para determinar os testes estatísticos a serem usados para as análises considerou-
se: os objetivos do estudo, a natureza dos dados, as escalas de medidas assim como a
normalidade dos dados. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de
Kolmogorov-
Smirnov.
Para verificar as diferenças entre o TRS e o TRE foi aplicado o teste t pareado”.
Para fins de comparação da variável tempo de reação com as características cio-
demográficas e variáveis referentes ao estado de saúde, tempo de prática, nível de
atividade física e tempo sentado foi aplicado a ANOVA one-way, caso houvesse diferença
significativa entre os valores médios, utilizou-se o teste de Tukey. Porém, como a ANOVA
one-way é um teste paramétrico, para a variável TRS em função de seus dados não
seguiram a normal, tornou-se necessário uma transformação para logaritmo (Ln), a fim de
normalizar os dados. Analisando os gráficos (Anexo 6), pode-se observar que quanto mais
próximos os pontos se encontrarem da reta maior é a normalidade dos dados, portanto,
transformando os valores da variável TRS para logaritmo foi possível utilizar um teste
paramétrico para realizar as análises. O mesmo procedimento de transformação foi
adotado, quando necessário, para outras variáveis do estudo, tornando possível a aplicação
da regressão simples e múltipla.
A relação entre as variáveis: idade, tempo de prática, atividade física, TRS e TRE
foi verificada por meio da correlação de Pearson e pela análise de regressão simples e
múltipla.
Para ajustar o modelo das equações de regressão e verificar o modelo mais
adequado para representar a relação entre as variáveis, observou-se as pressuposições
básicas considerando o conjunto de dados das variáveis de interesse propostas por Vieira
(2004), são elas: a relação entre as duas variáveis é linear; valores de X são fixos; a
variabilidade de Y, para qualquer valor de X, é sempre a mesma; o erro de uma observação
não está correlacionado com o erro de outra observação e para qualquer valor de X, os
valores de Y, tem distribuição normal. Além disso, foi feita uma análise de resíduos, para
tanto, define-se resíduo como as distâncias entre os valores observados e os valores
ajustados pelo modelo, considerando que a soma dos resíduos é zero. Para este estudo, a
análise dos resíduos foi feita por meio de gráficos, realizando primeiramente uma análise
dos modelos com os valores das variáveis sem transformação para após, caso fosse
32
necessário, analisar os modelos com os valores das variáveis transformadas em logaritmo.
Para estas análises, foi considerado que se os valores da variável resíduo padronizado não
apresentasse muitos valores discrepantes, variando entre +3 e -3, o modelo em estudo se
ajustaria bem aos dados. Para finalizar a análise, examinou-se a normalidade dos resíduos
por meio do teste Kolmogorov-Smirnov (Anexo 7). Portanto, a análise de resíduos permite
optarmos pelo modelo da equação mais adequada e que melhor representa a relação entre
os dados das variáveis do estudo.
Delimitações do Estudo
Foram admitidas para este estudo pessoas idosas com idade igual ou superior a 60
anos de idade, do sexo feminino que participam do grupo de convivência “Atividades
físicas e danças folclóricas da terceira idade” do Centro de Desportos da Universidade
Federal de Santa Catarina. Não foram incluídos na amostra idosas que auto referiram
portadoras de algum tipo de doença neurológica (doença de Alzheimer, Parkinson, derrame
cerebral, paralisia cerebral, isquemia) ou que durante a entrevista apresentaram
inconsistência das respostas fornecidas para as questões referentes ao questionário. Para
tanto os dados, assim como os resultados desta pesquisa poderão ser expandidos e
comparados somente com populações que apresentam características semelhantes.
Limitações do Estudo
Uso de uma tarefa relativamente simples e distante das habilidades que constituem
as tarefas da vida diária.
Pesquisas nacionais e em outros países utilizando o Questionário Internacional de
Atividade Física (International Physical Activity Questionnaire - IPAQ),
especificamente na população idosa, principalmente com o gênero feminino, ainda
são escassas, dificultando assim, comparações dos resultados com populações de
diferentes contextos sociais e culturais.
Ao fazer uso de questionários que se utilizam de eventos ocorridos no passado há o
risco do viés de memória. Neste estudo isto foi particularmente importante no que
concerne à realização das atividades físicas numa semana habitual.
33
CAPÍTULO IV
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo, os dados coletados foram agrupados, interpretados e analisados
considerando os objetivos da pesquisa, assim como comparados e confrontados com outros
estudos.
Para sistematizar a apresentação e a discussão dos resultados do presente estudo,
dividiu-se este capítulo em cinco seções.
Características Sócio-demográficas e Estado de Saúde
A caracterização da amostra estudada, por meio do levantamento de dados sócio-
demográficos: idade, estado civil, escolaridade e situação ocupacional e dados referentes
ao estado de saúde: satisfação com a saúde, problemas de saúde, uso de medicamentos e
acometimento por quedas são importantes para termos conhecimento do perfil das idosas
que fizeram parte da pesquisa e para que se possa fazer comparação com outros estudos
que se assemelham em relação às estas características.
A amostra deste estudo constituiu-se de 234 mulheres idosas participantes de
atividades físicas em um grupo de convivência. A média de idade foi de 69,52±5,51 anos,
com idades variando entre 60 e 84 anos, predominando uma freqüência de idosas na faixa
etária de 70 |-- 75 anos de idade e em menor freqüência idosas com idade 80 anos
(Tabela 3).
Quando analisamos o estado civil (Tabela 3), observou-se que a maioria das idosas
que fizeram parte deste estudo é casada com seu parceiro (47,4%), seguido de idosas
viúvas (39,3 %), separada/divorcida (9%) e por fim, em menor percentual as solteiras
(4,3%).
34
Esta prevalência de idosas casadas se diferenciou de outras regiões do Brasil. No
sudeste, a pesquisa realizada em São Paulo pelo projeto SABE (Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento) apontou uma maior prevalência de idosas viúvas (43%) do que idosas
casadas (41%) (Lebrão & Laurenti, 2000); e na região nordeste uma pesquisa realizada em
Jequié/BA demonstrou que os percentuais de idosas viúvas foi de 48,3% enquanto que as
casadas representaram 28,3% (Tribess, 2006).
Em relação à escolaridade observou-se que o baixo nível teve uma predominância
sobre os demais, sendo assim, 29,1% das idosas estudaram até a série do primário e
18,4% não concluíram o ensino fundamental. No entanto, 20,9% das idosas concluíram o
ensino médio e 10,3 % o ensino superior (Tabela 3).
Com isso, percebeu-se que o baixo vel de escolaridade das pessoas idosas deste
estudo são similares ao que ocorre a nível municipal, conforme demonstram os estudos
realizados Lebrão e Laurenti, (2003), ao realizarem um levantamento com idosos de São
Paulo, constataram que 46,4% da população tinham freqüentado a escola menos de 4 anos
e as mulheres quando comparadas com os homens apresentaram níveis mais reduzidos de
educação; Loyola Filho, Uchoa e Lima-Costa, (2006), em uma amostra representativa de
idosos (60 anos ou mais) residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas
Gerais, constataram uma predominância de baixa escolaridade (41,4% possuíam até
quatro anos completos de escolaridade); e a nível nacional, conforme levantamento feito
pelo IBGE (2002) no Brasil, a escolaridade dos idosos é baixa, principalmente entre as
mulheres. Apesar de ter ocorrido um aumento nos últimos anos, o número médio de anos
de estudo dos idosos responsáveis pelo domicílio, continuava sendo muito baixo com uma
média de 3,4 anos (3,1 anos para as mulheres).
Pode-se atribuir este resultado de baixo nível de escolaridade na população de
idosos, as características da sociedade e as políticas de educação prevalecentes na época,
quando o acesso à escola era ainda muito restrito e as mulheres, em particular, tinham que
priorizar o trabalho e os cuidados da família para auxiliar na renda familiar em detrimento
do estudo.
35
Tabela 3
Valores em freqüência (n) e percentual(n) das características sócio-demográficas das
idosas
Características sócio demográficas n %
Faixa Etária (anos)
60 |-- 65
51 21,8
65 |-- 70
67 28,6
70 |-- 75
69 29,5
75 |-- 80
34 14,5
80
13 5,6
Estado Civil
Casada 111 47,4
Viúva 92 39,3
Separada/Divorciada 21 9,0
Solteira 10 4,3
Escolaridade
Primário 68 29,1
Fundamental Incompleto 43 18,4
Fundamental Completo 38 16,2
Médio Incompleto 12 5,1
Médio Completo 49 20,9
Superior 24 10,3
Ocupação
Somente aposentada 99 42,3
Pensionista 51 21,8
Aposentada e pensionista 43 18,4
Dona de casa 27 11,5
Aposentada, mas trabalha 7 3,0
Só trabalha 7 3,0
Conforme Tabela 3, em relação à ocupação, os maiores percentuais representados
por 42,3% e 21,8% referem-se às idosas que são somente aposentadas e somente
pensionistas respectivamente. Enquanto 18,4% delas têm uma situação ocupacional de
aposentadas e pensionistas, 11,5% são apenas donas de casa. Observou-se também que 6%
realizam algum tipo de trabalho remunerado como fonte de renda, e destas 3% trabalham
mesmo depois de se aposentarem.
A partir dos resultados referentes à situação ocupacional das idosas, percebe-se que
a maior fonte de renda provém da aposentadoria, ou seja, dos recursos financeiros do
governo (INSS) ou do recebimento de uma pensão do cônjuge falecido. Portanto, uma
minoria exerce trabalho remunerado. De acordo com Chaimowicz (1997), uma das
características marcantes da população que envelhece no Brasil é de uma condição
financeira baixa, na qual a aposentadoria e a pensão constituem a principal fonte de
rendimentos da população idosa.
36
Os valores em freqüência e percentuais das variáveis relacionadas ao estado de
saúde: satisfação com a saúde, problemas de saúde, uso e quantidade de medicamentos
ingeridos e acometimento por quedas, estão representados na Tabela 4.
Tabela 4
Valores em freqüência (n) e percentual (%) das variáveis relacionada ao estado de saúde
das idosas
Variáveis n %
Satisfação com a saúde
Muito Insatisfeita/Insatisfeita 19 8,2
Nem satisfeita/Nem insatisfeita 36 15,4
Muito Satisfeita/Satisfeita 179 76,5
Problemas de Saúde
Sim 212 90,6
Não 22 9,4
Uso de Medicamentos
Sim 203 86,8
Não 31 13,2
Quantidade de Medicamentos
1-3 140 68,9
4-6 56 27,5
7
7 3,4
Acometidos por Quedas
Sim 69 29,5
Não 165 70,5
Número de quedas
1-2 63 91,3
3-4 5 7,2
5
1 1,4
Observou-se a percepção das idosas em relação à satisfação com a saúde, os
resultados apontam que a maioria, representado 76,5% (n=179), relatou estar muito
satisfeira/satisfeita com a saúde, enquanto 15,4% (n=36) relataram uma condição atual de
neutralidade, ou seja, nem satisfeita/nem insatisfeita quanto à saúde e uma minoria
representada por 8,2% (n=19) afirmou estar insatisfeita/muito insatisfeita com a saúde
atual.
Os achados em relação à satisfação com a saúde são semelhantes aos encontrados
por Mazo (2003), realizado com uma amostra constituída por 198 mulheres com a média
de idade de 73,6 anos, participantes de 33 grupos de convivência para idosos, da cidade de
Florianópolis/SC, na qual constatou que a maioria das idosas (66,2%) apresentou uma
satisfação com a saúde positiva, enquanto 33,8% uma satisfação com a saúde negativa.
Porém em estudo realizado Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003), houve uma predominância
dos idosos do sexo feminino em relação à percepção da saúde “regular” conforme
37
representa os percentuais: 32,7% tiveram uma percepção regular, 24,6% muito boa /boa, e
11,8% ruim/muito ruim.
Já, Lebrão e Laurenti (2005), em estudo com dados provenientes do Projeto SABE
com o objetivo de coletar informações sobre as condições de vida dos idosos (60 anos e
mais) residentes na área urbana do Município de São Paulo e avaliar diferenciais de coorte,
gênero e socioeconômicos com relação ao estado de saúde, acesso e utilização de cuidados
de saúde, encontraram que das 1.255 idosas entrevistadas, a maioria, representado por
55,4%, auto-avaliaram seu estado de saúde como regular ou má, enquanto 44,3 %
avaliaram seu estado de saúde como muito bom ou boa.
Portanto, observou-se que o estado subjetivo de saúde varia bastante entre as
pessoas idosas. A maneira como as pessoas vêem sua saúde depende de suas experiências
pessoais, nível de instrução e conhecimento, seus objetivos e os mecanismos que elas
utilizam para enfrentar as decepções e os fracassos ao longo de suas vidas.
Quanto à percepção do estado de saúde e a mortalidade, segundo Idler e Benyamini
(1997), estudos recentes têm demonstrado que os indivíduos que relatam estado de saúde
ruim/muito ruim têm riscos de mortalidade consistentemente mais altos que aqueles que
reportam melhor estado de saúde. Isso se confirma por meio do estudo realizado por Maia,
Duarte, Lebrão, Santos (2006), com o objetivo de analisar os fatores de risco para óbito
entre idosos, constataram que idosos que auto avaliaram-se estar em “má condição de
saúde”, mostraram-se com um risco de óbito 4,5 vezes maior quando comparados com
aqueles que disseram ter uma “boa condição de saúde”.
Entre as idosas, as doenças foram auto-referidas e 90,6% apresentam algum tipo de
doença, enquanto 9,4% relataram não ter nenhuma doença no momento em que foram
interrogadas (Tabela 3). Resultados similares foram encontrados em idosas participantes
do grupo de convivência. de Jequié/BA, na qual foi encontrado uma prevalência de 92,8%
de idosas que referiram a presença de doenças.(Tribess, 2006)
Quando se analisa a satisfação com a saúde e o acometimento por doenças,
observou-se que apesar de 90,6% das idosas serem portadores de pelo menos um tipo de
doença a maioria se considera muito satisfação/satisfeita com saúde atual. No estudo
realizado por Rodrigues e Alves (2005), as doenças crônicas foram fortemente
relacionadas com a autopercepção de saúde dos idosos, com isso, os idosos nas categorias
"uma doença crônica" e "quatro ou mais doenças crônicas" tiveram um risco 1,86 e 11,98
vezes maior, respectivamente, de autoperceber a sua saúde como ruim em relação àqueles
que não apresentavam doenças.
38
O uso de medicamentos foi relatado por 86,8% das idosas do estudo enquanto
13,2% afirmaram não fazer uso de qualquer tipo de medicamento diariamente. A grande
prevalência de usuárias de medicação, possivelmente se justifique pelo elevado número de
doenças que acometem esta população.
Em relação às idosas que fazem uso de medicação, quando interrogadas sobre a
quantidade de medicamentos ingeridos, a maioria (68,9%) faz uso diário de 1 a 3 tipos
diferentes de medicamentos. O uso de quatro ou mais medicamentos por dia,
caracterizando a polifarmácia, foi constatado por uma minoria das idosas do estudo. A
média de medicamentos ingeridos diariamente foi de 2,92 por idosa.
Resultados similares foram encontrados no estudo realizado por Loyola Filho,
Uchoa e Lima-Costa (2006), com o objetivo de investigar o consumo de medicamentos e
fatores associados (sócio-demográficos, estado de saúde e uso de serviços de saúde) em
uma amostra representativa de 1.598 pessoas com 60 anos ou mais de idade (56,2% sexo
feminino), residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,
encontraram uma
prevalência do uso de medicamentos de 72,1% e a média de
medicamentos consumidos pelas mulheres idosas foi igual a 2,56; quando se referem à
distribuição proporcional (%) do consumo de medicamentos e média do número de
medicamentos utilizados, encontraram que entre idosos do sexo feminino, 20,7% não
faziam uso de medicação, 34,9% usavam entre 1-2 medicamentos, 27,5% usavam entre 3-4
medicamentos e 2,56% usavam 5 ou mais medicamentos diariamente.
Quando nos referimos ao uso de medicamentos considerando a região sul do país,
prevalências semelhantes às encontradas neste estudo foram constatadas no Rio Grande do
sul em estudo realizado por Flores e Mengue (2005), na qual o uso de medicamentos entre
pessoas de faixa etária igual ou superior a 60 anos que vivem na comunidade foi 3,2
medicamentos por pessoa. Na região urbana de Maringá/PR, estudo realizado por Teixeira
e Lefèvre (2001), constatou que o consumo médio de medicamentos por idoso foi de 3,6
variando de uma a oito especialidades farmacêuticas.
No entanto, prevalência maior em relação ao uso de medicamentos foi encontrado
entre mulheres idosas (60 anos ou mais) que participavam de atividades realizadas em um
centro de convivência de idosos, Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ), na qual das 634 mulheres estudadas, 90,9%
tomam qualquer tipo de medicamento, e a média de medicamentos consumidos foi de 4,0
por mulher, verificou-se também que 52,7% das mulheres faziam uso de 1 a 4
39
medicamentos, 34,4% utilizavam entre 5 e 10 medicamentos e 3,8% utilizavam mais de 10
medicamentos regularmente (Monsegui, Rozenfeld, Veras & Vianna,1999).
Em relação ao perfil de quem usa medicamentos, Coelho Filho, Marcopito e
Castelo, (2004), constataram que em idosos residentes em áreas de diferentes níveis
socioeconômicos do Nordeste do Brasil, o uso de medicamentos prescritos tendeu a ser
maior entre idosos do sexo feminino, com idade mais avançada, bom nível
socioeconômico, com doenças crônicas e que visitavam regularmente os serviços de saúde.
O uso de uma ou mais medicações é muito comum nos idosos, e muitos
medicamentos podem afetar o equilíbrio aumentando o risco de quedas. Sendo assim,
Nnodim e Alexander (2005), recomendam que os medicamentos devem ser limitados
àqueles absolutamente essenciais.
Quanto à ocorrência de quedas, no período de um ano que antecedeu a pesquisa,
70,5% relataram não ter sofrido este evento, enquanto 29,5% afirmaram ter passado por
este acometimento neste período. Destas 91,3% relataram ter caído de 1 a 2 vezes,
enquanto 7,2% caíram 3 a 4 vezes e apenas 1,4% caíram 5 vezes durante o último ano.
As quedas são reconhecidas como um importante problema de saúde pública entre
os idosos, em decorrência da freqüência, da morbidade e do elevado custo social e
econômico decorrente das lesões provocadas. Estudos realizados nos Estados Unidos e na
Europa mostram que aproximadamente um terço da população acima de 65 anos sofreu
pelo menos uma queda durante o último ano (Tinetti, 1994).
No Brasil, em idosas de São Paulo do projeto SABE, o acometimento por quedas
atingiu 33% das participantes (Lebrão & Laurenti, 2005). Chaimowicz, Martins e
Assumpção (2000), observaram em uma amostra de idosos (homens e mulheres) que
residiam num bairro do Município de Campo Belo, Minas Gerais uma prevalência de 17%
que informaram ter sofrido queda nos 12 meses que precederam o estudo. Guimarães e
Farinatti (2005), em estudo realizado com um grupo de idosos com mais de 65 anos de
idade, participantes de um programa de atividades físicas, encontraram uma prevalência de
43% que relataram ter caído no ano que antecedeu à pesquisa, independente do sexo.
Em idosos americanos, estudo realizado por Hawk, Hyland, Rupert, Colonvega e
Hall, (2006), encontrou uma prevalência de quedas, referentes ao ano anterior à
investigação, de 44% em idosos com idade média de 73 anos, destacaram também que
uma maior prevalência de sofrer quedas, os idosos acima de 80 anos de idade.
Em um estudo de inquéritos multidimensionais domiciliares (1991/92 e 1994/95)
realizados por Perracini e Ramos, (2002), envolvendo um coorte de 1.667 idosos de 65
40
anos ou mais residentes na comunidade, município de São Paulo, SP, foi encontrado uma
prevalência de quedas no ano anterior ao primeiro inquérito de 30,9% e, desses, 10,8%
relataram duas ou mais quedas e no segundo inquérito, 29,1% dos idosos referiram ter
caído no ano anterior. Apontando uma diminuição na prevalência de queda destes idosos
nos dois inquéritos.
Em estudo de coorte transversal realizado por Lawlor, Patel e Ebrahim (2003), com
4.050 mulheres com idades entre 60-79 anos, onde a freqüência da queda foi analisada nos
últimos 12 meses que antecederam a pesquisa, concluíram que as doenças crônicas e a
utilização múltipla de medicamentos são importantes preditores de quedas.
Segundo dados nacionais obtidos pelos indicadores e dados básicos Brasil IDB
(2004), ao nos referirmos à proporção de internações hospitalares por causas externas, as
quedas são as mais freqüentes, responsáveis por 42,1% das causas de internação. Quando
analisamos especificamente a região sul por faixa etária e somente o sexo feminino
observou-se que idosas entre 60-69 anos tiveram no ano de 2004 uma proporção de
internações hospitalares por quedas, correspondente a 59,5%, enquanto as idosas de 70
anos ou mais tiveram uma proporção de 65,9% referentes às internações.
Ao fazermos uma análise das principais doenças, auto-referidas pelas idosas,
observa-se que as doenças do aparelho circulatório
seguida pelas doenças do sistema
osteomuscular/tecido conjuntivo e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas são as
que predominam sobre as demais, atingindo 98,7%, 61,9% e 26,9% das idosas,
respectivamente (Tabela 5).
De uma forma geral, estes dados confirmam o grande número de doenças crônico-
degenerativas que acometem os idosos. Este é um dado preocupante, principalmente por
considerar que as principais causas de incapacidades e limitações físicas são decorrentes
das doenças crônico-degenerativas. Para Spirduso (2005), uma pequena porcentagem de
pessoas idosas está livre de doenças crônicas, sendo que a maioria dos indivíduos de 70
anos é portador de mais de uma doença e as mais freqüentes são hipertensão arterial,
doença cardiovascular, artrite e osteoporose. Neste sentido, sugere-se a implementação de
estratégias de prevenção e tratamento das doenças crônico degenerativas.
41
Tabela 5
Valores em freqüência(n) e percentual (%) das doenças referidas de acordo com a
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde
(CID 10)
Categorias e os problemas de saúde referidos n %
Doenças do aparelho circulatório 231 98,7
Hipertensão Arterial 131 55,9
Hipercolesterolemia 66 28,2
Arritmia Cardíaca 13 5,5
Problemas cardíacos 11 4,7
Circulatório 6 2,5
Angina 2 0,8
Dislipidemias 2 0,8
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo 145 61,9
Osteoporose 45 19,2
Artrose 45 19,2
Dores Coluna 21 8,9
Artrite 17 7,2
Tendinite 7 2,9
Bursite 4 1,7
Reumatismo 4 1,7
Fibromialgia 2 0,8
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 63 26,9
Transtornos da glândula tireóide 36 15,3
Diabetes 27 11,5
Transtornos mentais e comportamentais 15 6,4
Depressão 13 5,5
Síndrome do Pânico 2 0,8
Doenças do aparelho digestivo 13 5,5
Hérnia (hiato, inguinal, abdominal) 6 2,5
Refluxo gastroesofágico 3 1,2
Gastrite 4 1,7
Doenças do ouvido e da apófise mastóide 12 5,1
Labirintite 12 5,1
Doenças do aparelho respiratório 11 4,7
Asma/Bronquite 7 2,99
Infecções pulmonares 3 1,2
Sinusite 1 0,4
Doenças de pele e do tecido subcutâneo 7 2,99
Urticária 7 2,99
Doenças do sistema nervoso 5 2,1
Distúrbios do sono (insônia, apnéia do sono) 5 2,1
Doença do olho e anexos 3 1,2
Glaucoma 2
Doenças do aparelho Geniturinário 2 0,8
Incontinência urinária 2 0,8
Doenças infecciosas e parasitárias 2 0,8
Hepatite 2 0,8
Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários 2 0,8
Anemia 2 0,8
42
As doenças relacionadas aos transtornos mentais e comportamentais, ao aparelho
digestivo, ao ouvido, ao aparelho respiratório, à pele e tecido subcutâneo, ao sistema
nervoso, aos olhos e anexos, ao aparelho geniturinário, a infecções e parasitas, ao sangue e
órgãos hematopoéticos também foram relatadas, porém com menor freqüência (Tabela 5).
Quando nos referimos as doenças, em específico do aparelho circulatório, observa-
se que a doença presente com maior freqüência é a hipertensão arterial atingindo 55,9%
das idosas seguida pela hipercolesterolemia (28,2%), dentre outras (Tabela 5).
A hipertensão arterial é altamente prevalente entre os idosos, tornando-se fator
determinante para a morbidade e mortalidade desta população (Brandão, Brandão, Freitas,
Magalhães & Pozzan, 2006).
De acordo com outros estudos, a hipertensão arterial também se apresentou mais
prevalente, quando comparadas com outras doenças auto referidas. Em idosos do projeto
SABE de São Paulo, a prevalência de hipertensão arterial foi de 56,3% nas idosas do sexo
feminino (Lebrão & Laurenti, 2005); na população idosa brasileira a partir de um estudo
descritivo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), encontrou-
se uma prevalência 43,9% para o sexo feminino (Lima-Costa, Barreto, & Giatti, 2003). Em
idosos (ambos os sexos) de Goiânia/GO, foi constatado uma predominância da hipertensão
arterial, acometendo 39,4% do total de idosos do estudo, com idades entre a 60 a 92 anos
(Silva, 2005).
A prevalência da hipertensão arterial entre os idosos é relativamente alta e,
considerando o envelhecimento populacional, é de se prever o aumento de recursos
necessários para o tratamento e prevenção das complicações dessa doença na população.
De acordo com Lebrão e Laurenti, (2003), a hipertensão arterial é a mais freqüente das
doenças crônicas não transmissíveis em todo o mundo. Nos idosos sua freqüência aumenta
bastante, levando uma grande demanda à assistência médica, diretamente ou pelas suas
complicações.
Quando nos referimos às doenças cardiovasculares, também presente nas idosas
deste estudo, segundo Tratado de Geriatria e Gerontologia, 30% das mortes por ano são
causadas por doenças cardiovasculares, quatro milhões ocorrem em países desenvolvidos,
dois milhões em países subdesenvolvidos e cerca de nove milhões, em países em
desenvolvimento, entre os quais está o Brasil (Brandão et al., 2006).
As doenças cardíacas se tornam alvo de atenção, principalmente porque aumentam
as chances de uma pessoa idosa vir a falecer, conforme estudo realizado por Maia et al.,
(2006), no município de São Paulo, na qual foram entrevistados 2.143 indivíduos com 60
43
anos ou mais, constatou-se que em relação às doenças auto referidas, a doença cardíaca
mostrou-se a mais importante, aumentando o risco de óbito em 2,7 vezes.
As doenças do sistema osteomuscular/tecido conjuntivo com maior prevalência são
representadas pela osteoporose 19,2% e artrose 19,2% (Tabela 5).
A osteoprorose tem se tornando um importante questão de saúde pública e
caracterizada-se pela fragilidade do tecido ósseo em relação a sobrecargas mecânicas,
tornando-se assim mais propensa a fraturas (ACMS, 2006; Khandwala, 1998). Para Chau
e Edelman (2002), ela causa invalidez pelas deformidades e incapacidades dos indivíduos
afetados, a incidência de fraturas aumenta com a idade e esta associada com o aumento da
mortalidade e declínio funcional, portanto, as fraturas de quadril reduzem o tempo de vida
em 21% para as mulheres. Pinto Neto, Soares, Urbanetz, et al. (2002), afirmam que,
especificamente para o idoso, o principal objetivo da prevenção da osteoporose é
minimizar as perdas de massa óssea e evitar as quedas.
De uma maneira geral, os problemas de saúde que acometem as articulações e
estruturas ósteo-musculares, estão associados à dor e a rigidez articular causando
limitações e incapacidade em relação à mobilidade articular (Elders, 2000).
Quanto às doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, os transtornos da
glândula tireóide (15,3%) e diabetes (11,5%) foram às identificadas (Tabela 5).
Em relação ao o hipotireoidismo, mais especificamente, ele é considerado um fator
de risco muito importante para doença cardiovascular em mulheres idosas. A detecção
precoce de doenças da tireóide em mulheres com mais de 50 anos pode ser uma opção
custo-efetivo na prevenção das doenças cardiovasculares nas mulheres brasileiras
(Bensenor, 2002).
Quanto a diabetes, ela se torna uma doença preocupante na população idosa pela
elevada freqüência de ocorrência e pelo fato de acarretar complicações vasculares. Essas
complicações contribuem para a queda da qualidade de vida dos idosos (Bourdel-
Marchasson, Dubroca, Manciet, Decamps, Emeriau, Dartigues, 1997) e mortalidade
(Panzran & Zabel-Langhenning, 1981).
Em relação à mortalidade por diabetes mellitus em idosos, em estudo realizado por
Coeli, Ferrerira, Drbal, Veras, Camargo Junior e Cascão (2002), foi encontrado que dos
291 óbitos por diabetes selecionados para o estudo, 150 eram por diabetes mellitus como
causa básica, e 141, por diabetes como causa associada. Dentre as conclusões do estudo
destaca-se que as taxas de mortalidade apresentaram crescimento contínuo com o avançar
da idade e que há uma proporção elevada de óbitos domiciliares (22%).
44
Portanto, neste grupo de idosas, assim como em outros estudos, também ficou
evidente o grande número de doenças que acomete esta população. Este resultado
demonstra a importância de intervenções com o objetivo de amenizar os agravos e
sintomas provocados pelas doenças ou até mesmo estratégias de prevenção específicas
para este público.
Atividade Física Habitual e Tempo de Prática
Detectar a quantidade de atividade física habitual realizada pelos idosos é de
fundamental importância, principalmente para propormos intervenções práticas coerentes
em relação ao tipo, a duração, a intensidade e a freqüência das atividades físicas propostas
a fim de amenizar os efeitos decorrentes do envelhecimento.
O IPAQ tem sido utilizado como um dos instrumentos de mensuração do nível de
atividade física em grandes grupos populacionais, boa precisão e de baixo custo.
Serão apresentados inicialmente os valores em freqüência, percentual, média,
desvio padrão e mediana dos diferentes domínios considerando todas as participantes do
estudo (n total) e apenas as idosas que realizaram atividade física de intensidade moderada
e/ou vigorosa com duração mínima de 10 minutos contínuos para cada domínio (n parcial),
ou seja, foram excluídas as idosas que apresentaram os valores zeros nos diferentes
domínios, conforme Tabela 6.
Considerando o total de idosas participantes do estudo, a média de atividade física
habitual do grupo foi de 322,62 min/sem. O domínio na qual o dispêndio de tempo numa
semana normal/usual foi maior, apresentando uma média semanal de 181,97 minutos, foi
no envolvimento em atividades de lazer, recreação e exercícios físicos. Provavelmente esta
predominância seja em função da característica do grupo em estudo, ou seja, um grupo de
convivência em que as idosas participam regularmente de atividades físicas.
45
Tabela 6
Resultado dos diferentes domínios que compõe o IPAQ representados por meio da
freqüência (n), percentual (%), média, desvio padrão (DP) e mediana da amostra total e
parcial das idosas.
Domínios do IPAQ n Total % Total Média (±DP) min/sem Mediana (min/sem)
AF Trabalho
234 100 6,132 (±37,038) 0
AF Transporte
234 100 67,618 (±75,924) 40
AF Domésticas
234 100 67,179 (±95,557) 30
AF Lazer, Recreação
234 100 181,979 (±124,189) 140
Tempo Sentada
Transporte 234 100 156,915 (±133,211) min/sem 130 min/sem
Dia de Semana 234 100 382,432 (±128,948) min/dia 382,5 min/dia
Fim de Semana 234 100 461,521 (±122,153) min/dia 470 min/dia
Domínios do IPAQ n Parcial % Parcial Média (±DP)min/sem Mediana (min/sem)
AF Trabalho
15 6,4 91,84 2 (±105,74) 50
AF Transporte
169 72,2 91,598 (±74,908) 70
AF Domésticas
139 59,4 111,489 (±101,1) 70
AF Lazer, Recreação
234 100 181,979 (±124,189) 140
Tempo Sentada
Transporte 227 97 161,753 (±132,320) min/sem 136 min/sem
Dia de Semana 234 100 382,432 (±128,948) min/dia 382,5 min/dia
Fim de Semana 234 100 461,521(±122,153) min/dia 470 min/dia
Quando analisou-se os domínios separadamente, considerando somente as idosas
que realizaram atividade física com duração mínima de 10 minutos contínuos (n parcial),
pode-se observar quanto ao domínio atividade física no trabalho, na qual inclui as
atividades que as idosas executam no seu trabalho remunerado ou voluntário, que é o
domínio na qual as idosas dedicam menos tempo durante uma semana normal/usual. Neste
estudo, 45,72% (107) realizam algum tipo de trabalho remunerado e/ou voluntário, destas a
maioria representada por 85,9% (92) realizam atividades leves como pintura, costura,
bordados e artesanatos em geral, enquanto 14,01% (15) se envolvem em atividades
moderadas.
No domínio da atividade física como meio de transporte, observou-se que 27,8%
não utilizam a atividade física como meio de transporte para se deslocar de um lugar para o
outro, enquanto a maioria (72,2%) utiliza-se deste meio, caminhando (97,6%) ou andando
de bicicleta (2,3%) como forma de deslocamento.
Nas atividades físicas realizadas no âmbito doméstico com duração mínima de 10
minutos contínuos, constatou-se que 40,6% não realizam estas atividades, enquanto 59,4%
46
dedicam-se às tarefas domésticas, destas a maioria se envolve em atividades físicas com
intensidade moderada e apenas 1,7% em intensidade vigorosa; totalizando uma média de
111,48 min/sem. e mediana de 70 min/sem.
Em relação ao domínio que considera atividades físicas de recreação, lazer, esporte
e exercício físico, destaca-se que todas as idosas participam destas atividades
semanalmente com duração mínima de 10 minutos contínuos, totalizando um tempo médio
semanal de 181,97 min. com valor da mediana igual a 140 min/sem. Destas, 47% adotaram
a caminhada como exercício físico no tempo livre atingindo uma média de 72,69 min/sem.
As atividades vigorosas, mais especificamente a musculação, foram citadas por apenas
0,85% das idosas, enquanto as atividades moderadas, predominantemente a ginástica e a
hidroginástica, foram realizadas por todas (100%), com duração média de 110,38 min/sem.
De acordo com estudo realizado por Yusut, Croft, Giles, Anda, Casper, Caspersen e
Jones (1996), foi verificado que entre os idosos americanos, 37% dos homens e 24% das
mulheres eram mais ativos no lazer.
Ao analisarmos a freqüência semanal de realização das atividades físicas de
recreação, lazer, esporte e exercício físico, conforme ilustra a Figura 3, observamos que a
caminhada com uma freqüência 3 dias na semana é realizada por 24,8% das idosas
enquanto 23,1% realizam a caminhada como atividade física com uma freqüência 2 dias
na semana. As atividades físicas moderadas são praticadas por 63,7% das idosas com uma
predominância sob a realização de 2 dias semanais, enquanto 36,3% realizam atividades
físicas de intensidade moderada com uma freqüência semanal 3 dias semanais. As
atividades físicas vigorosas são realizadas por uma minoria com uma freqüência semanal
2 dias na semana.
47
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Percentual (%)
Caminhada AF Moderada AF Vigorosa
Não realizam 2 dias/sem 3 dias/sem
Figura 3. Valores em percentuais da participação das idosas, durante uma semana
normal/habitual por pelos menos 10 minutos contínuos, de caminhadas, AF moderadas e
AF vigorosas.
Ao observarmos os quatro domínios que compõe o IPAQ (Figura 4), os resultados
indicam que o período de tempo (min/sem) de atividades moderadas e vigorosas realizadas
por pelo menos 10 minutos contínuos, apresentaram uma predominância das atividades
físicas de lazer, recreação (42,01%) seguidas das atividades físicas como meio de
transporte (30,33%), atividades físicas no âmbito doméstico (24,95%) e em menor
percentual a realização de atividades físicas no trabalho (2,68%).
Figura 4. Valores em percentuais dos diferentes domínios que compõe o IPAQ,
considerando os idosos que fazem mais de 10 minutos de atividades contínuas.
Em estudos realizados com idosas participantes de grupos de convivência, os
maiores percentuais foram encontrados para atividades físicas no âmbito doméstico,
conforme demonstram os resultados em pesquisas realizadas por Mazo (2003), na qual
destaca as atividades físicas domésticas (40%), de lazer/recreação (35%), as atividades de
transporte (22%), e uma pequena percentagem nas atividades físicas relacionadas com o
2,68%
30,33%
24,95%
42,01%
AF Trabalho
AF Transporte
AF Doméstico
AF Lazer, Recreação
48
trabalho (3.0%); e por Tribess (2006), na qual os percentuais para cada domínio foram
atividades domésticas (54,6%), atividade física de transporte (26,1%), de lazer/recreação
(15,6%) e uma pequena percentagem da atividade física no trabalho (3,7%).
O tempo sentado é analisado pelo IPAQ como um indicativo de sedentarismo. Este
domínio “tempo sentado” está relacionado ao tempo que as idosas permanecem sentadas
em diferentes locais, durante a semana e no fim de semana. Também se incluiu neste
domínio o tempo gasto sentado durante o transporte em ônibus, carro e outros veículos de
transporte. Todas as idosas deste estudo despendem tempo na posição sentada durante a
semana e no fim de semana, porém durante o final de semana a média é de 461,5 min/dia
enquanto durante a semana a média é de 382,4 min/dia, portanto, nos finais de semana o
tempo gasto sentado é maior do que em dias da semana, com uma diferença média de 79,0
min/dia. Quando analisa-se o tempo sentado destas idosas durante o transporte em veículos
a fim de se deslocar de um lugar para o outro, constatou-se que 97% delas gastam em
média 161,7 min/sem de tempo sentadas.
Em estudo realizado Mazo (2003), o tempo médio sentado no transporte para
idosas que participavam de grupos de convivência em Florianópolis/SC foi de 176
min/sem, enquanto o tempo médio durante a semana foi 421 min/dia e nos finais de
semana foi de 472 min/dia. Tribess (2006) encontrou que o tempo médio gasto sentado em
um dia de semana foi 405 min/dia, valor inferior ao tempo despendido durante o final de
semana (480 min/dia). Portanto, ambos os estudos apresentam resultados semelhantes aos
encontrados no presente estudo, sendo que este apresentou valores inferiores nos aspectos
analisados.
Tabela 7
Valores percentuais do tempo que as idosas permanecem sentadas (horas) durante a
semana, final de semana e ambos (total).
Tempo (horas) Dia da semana Fim de semana Total
% % %
5
28,2 10,7 19,7
5,01 – 10
67,1 78,2 76,5
10,01 – 15
4,7 11,1 3,8
Nota-se na tabela 7, ao observarmos o tempo gasto sentado (horas) relatados pelas
idosas, que a maioria delas permanece de 5,01 a 10 horas sentada por dia tanto nos dias da
semana (67,1%), quanto nos finais de semana (78,2%), sendo que esta tendência também
foi observada quando analisamos juntamente o tempo sentado durante os dias da semana e
os dias do final de semana (76,5%). De acordo com os relatos ao longo das entrevistas, as
49
idosas passam a maior parte deste tempo sentado realizando trabalhos manuais, assistindo
televisão ou recebendo visitas.
No estudo realizado por Benedetti (2004), quando analisado o tempo sentado total,
foi encontrado os maiores percentuais (58,11%), para as idosas que permaneceram um
tempo de 5,01-10 horas por dia nesta posição. Portanto, o estudo de Benedetti (2004),
apresentou um percentual inferior quando comparado com o presente estudo em relação à
permanência das idosas na posição sentada durante os dias da semana e dos finais de
semana. De qualquer forma o tempo que as idosas permanecem sentadas, em ambos os
estudos, é relativamente alto e segundo Lee e Skerrett (2001), isso pode resultar em
conseqüências que irão repercutir para maximizar os riscos de desenvolvimento de doenças
crônico-degenerativas, agravar as condições médicas além de contribuir para a diminuição
da funcionalidade com a idade.
Ao categorizar-se o nível de atividade física em dois níveis, observou-se uma
predominância de idosas mais ativas (82,1%) sobre as menos ativas (17,9%) com valores
médios em min/sem de 368,16 e 114,40 respectivamente, conforme Tabela 8.
Tabela 8
Categorização da atividade física em menos ativos e mais ativos
Categorização AF n % Média (±DP) min/sem
Mediana(min/sem)
Menos Ativos 42 17,9 114,40 (±21,07) 120
Mais Ativos 192 82,1 368,16 (±186,80) 318
Em estudos que avaliaram idosas, utilizaram o mesmo instrumento para mensurar o
nível de atividade física (IPAQ) e adotaram os mesmos critérios para categorizá-la foram
encontrados os seguintes resultados: 33,8% das idosas foram consideradas menos ativas e
66,2% mais ativas (Mazo, 2003); 45% das idosas do sexo feminino foram consideradas
menos ativas, enquanto 55% mais ativas (Benedetti, 2004).
Em suma, os percentuais de idosas mais ativas foram maiores no presente estudo
em função de suas característica particulares, ou seja, de ser um grupo específico que
participa de atividades físicas regulares.
O tempo de prática (TP) é uma variável do estudo relacionada ao tempo (anos
completos) em que as idosas praticam atividades físicas regularmente no grupo de
convivência selecionado para este estudo. Para tanto, foram consideradas como iniciantes,
as idosas que estavam começando as atividades no grupo ou as que ainda não tinham
completado um ano de participação nas atividades físicas do grupo, independentemente de
50
terem feito atividades físicas em outros lugares anteriormente. A classificação foi feita
considerando os anos completos de participação no grupo de convivência.
A participação e aderência em programas de atividades físicas pelos idosos
segundo Alonso, Santos e Junior (2006), dependem das características individuais,
ambientais e das particularidades da atividade proposta, assim como do conhecimento dos
benefícios que a atividade física proporciona.
Tabela 9
Valores em freqüência, percentual, média e desvio padrão (DP) da idade e do tempo de
prática(TP) das idosas classificadas de acordo com o tempo de participação no grupo de
convivência.
Classificação n % Idade média (±DP)anos TP média(±DP)anos
Iniciante
19
8,1
66,53(±4,58)
0
1-5
84
35,9
68,67(±5,33) 2,99 (±1,44)
6-10
66
28,2
70,03(±5,46) 8,06 (±1,35)
11-15
41
17,5
70,63(±5,73) 12,78 (±1,40)
16 - 20
24
10,3
71,50(±5,52) 17,29 (±1,33)
As idosas que fizeram parte deste estudo apresentaram um tempo médio de
participação no grupo de 7,35 (±5,34) anos. Ao verificarmos a Tabela 9, percebemos que
uma predominância (35,9%) de idosas que praticam atividades físicas no grupo com
uma média de 2,99 anos de prática. Observamos também que a adesão em atividades
físicas, no grupo de convivência, por um período de tempo longo é pequena, e isso,
possivelmente esteja ocorrendo em função de diversos fatores relacionados ao
envelhecimento, principalmente pelo acometimento e pelas limitações físicas decorrentes
das doenças
Em estudo realizado por Alonso, Santos e Junior (2006), com o objetivo de avaliar
a relação entre a percepção e a aderência em atividades físicas por idosos, na qual os
participantes, média de idade 66,5±5,7 anos, foram divididos em dois grupos: baixa
freqüência (uma ou duas sessões de atividades físicas semanal) e alta freqüência (três ou
mais sessões de atividades físicas semanal), encontraram uma correlação positiva (p<0,05)
entre as sessões semanais e a duração da sessão (r=0,40) e também entre as sessões
semanais e os anos de prática em atividade física (r=0,45)
.
A prática em atividades física
foi menor no grupo de baixa freqüência quando comparado com o grupo de alta freqüência
(2,1 ± 1,6; 11,4 ± 7,2 anos, respectivamente). Concluindo-se que quanto maior a percepção
da importância da atividade física, maior a freqüência, maior a duração das sessões e maior
o tempo de aderência em atividades físicas. Assim, a compreensão da importância da
51
atividade física parece ser um fator de destaque que influencia os idosos na aderência em
atividades físicas.
Tempo de Reação Simples e Tempo de Reação de Escolha
Neste estudo, o tempo de reação simples e o tempo de reação de escolha foram
mensurados como uma forma de verificar o processamento de informação de mulheres
idosas praticantes de atividades físicas.
Quando analisado os dois tipos de tempo de reação mensurados, observou-se que
ao compararmos as medidas das duas variáveis, os valores para o TRE, expressos em
millisegundos (ms), são superiores aos do TRS, possivelmente isso aconteça pelo fato do
TRE admitir uma escolha entre mais de uma opção (neste caso entre duas opções),
caracterizando-se como uma tarefa de maior complexidade cognitiva quando comparada
com o TRS que envolve somente uma opção. Os valores médios do TRS e TRE foram 418
ms e 458 ms respectivamente, apresentando diferença significativa (p=0,001), entre os
valores (Tabela 10). Este achado vai ao encontro com a afirmativa de Haywood e Getchel,
(2004); Spirduso (2005), de que quando são comparadas as medidas do TRS e TRE, este
último apresenta valores superiores ao tempo de reação simples.
Tabela 10
Valores em média, desvio padrão (DP), mínimos e máximos do tempo de reação da
amostra do estudo.
Tempo de Reação Média DP Máximo Mínimo
TRS
418* 97,49 839 275
TRE
458* 73,34 682 297
* Diferença significativa, para o nível de significância de 5% (p0,05), através do teste t de Student pareado.
Inter-relação entre variáveis investigadas no estudo
Nesta seção, será apresentado primeiramente o resultado do tempo de reação
considerando as diferentes faixas etárias das idosas, após serão relatados os achados
referentes à relação do tempo de reação com as características sócio-demográficas, estado
de saúde, tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada das idosas; e por fim
serão apresentados os resultados da relação entre as variáveis: tempo de prática, tempo de
reação simples, tempo de reação de escolha, atividade física e idade.
52
Quando nos referimos aos valores médios do TRS e do TRE considerando as
diferentes faixas etárias (Tabela 11), observamos que os maiores valores numéricos para o
TRS e TRE estão presentes nas idosas na faixa etária dos 75 |-- 80
anos de idade e os
menores valores numéricos tanto para o TRS quando para o TRE foram encontrados na
faixa etária dos 60 |-- 65 anos de idade, ou seja, nas idosas com menos idade. Portanto, os
dados apontam para uma tendência de que com o passar da idade cronológica, um
aumento do tempo de reação, com exceção da faixa etária 80 anos.
Tabela 11
Valores em freqüência (n), percentual (%) média e desvio padrão (DP) do TRS e TRE das
idosas considerando as diferentes faixas etárias.
Faixa etária n % TRS Média (
±
DP) TRE Média (
±
DP)
60 |-- 65 51 21,8
392
a
(±84,85) 426
b
(±67,36)
65 |-- 70 67 28,6
417
a
(±113,28) 457
b
(±75,21)
70 |-- 75 69 29,5
430
a
(±94,97) 470
b
(±66,96)
75 |-- 80 34 14,5
439
a
(±88,52) 486
b
(±80,10)
80
13 5,6
413
a
(±79,31) 464
b
(±62,41)
Médias seguidas por letras diferentes, nas linhas, diferem entre si pelo teste t pareado, considerando-se um nível de significância de 5%.
Nota-se, que as idosas da faixa etária 80 anos apresentaram valores numéricos
menores para o tempo de reação quando comparados com a maioria das faixas etárias,
possivelmente isso tenha acorrido pela influência de outros fatores que não foram
controlados neste estudo como ação de medicamentos e doenças.
Comparando as médias normalizadas (teste t pareado) para o TRS e para TRE
pode-se observar que há diferença significativa entre as variáveis considerando todas
faixas etárias, com valor p=0,024 para a faixa etária 80 anos de idade e p=0,00 para as
demais faixas etárias. Este achado corrobora com Lupinacci, et al. (1993), ao afirmarem
que o efeito da idade é mais visível com o aumento da complexidade da tarefa, havendo
um declínio cognitivo com a idade, principalmente em tarefas de maior complexidade.
Quanto aos resultados referentes à relação do TRS e do TRE com as características
sócio-demográficas do estudo, estão apresentados na Tabela 12.
53
Tabela 12
Valores médios e desvio padrão (DP) do TRS e TRE considerando a faixa etária e a
escolaridade e os valores de p.
TRS
TRE
Varíáveis dia (±DP) p-valor
Média (±DP) p-valor
Faixa Etária (anos)
0,091 0,002*
60 |-- 65 392 (±84,85) 425 (±67,36)
a
65 |-- 70 416 (±113,28) 456 (±75,21)
ab
70 |-- 75 431 (±94,87) 470 (±66,96)
b
75 |-- 80 438 (±88,52) 486 (±80,10)
b
80 413 (±79,31) 464 (±62,41)
ab
Escolaridade
0,830 0,280
Primário 423 (±84,14) 468 (±73,03)
Fundamental 418 (±96,26) 463 (±75,08)
Médio 419 (±110,42) 446 (±74,13)
Superior 405 (±99,63) 445 (±60,49)
Probabilidade do Teste F da ANOVA One-Way.
* Apresentam diferenças significativa para p 0,05
a,b
Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, considerando-se um vel de significância de
5%.
Os valores de Média (±DP) que não estão acompanhados por letras é porque o teste F foi não significativo, não havendo assim, a
necessidade de fazer o teste Tukey.
Ao analisarmos os valores médios do TRS e TRE considerando as diferentes faixas
etárias (Tabela 12), observou-se que não houve diferença significativa entre as medidas de
tempo de reação, com exceção da variável TRE que apresentou diferença significativa para
p0,05. Nota-se com isso, que as faixas etárias de 70 |--75 e 75 |-- 80 anos apresentaram
médias do TRE superiores estatisticamente às idosas da faixa etária de 60 |-- 65 anos.
Quanto à escolaridade, subdividida em quatro níveis, ao observarmos os valores
numéricos, os melhores resultados tanto para o TRS como para o TRE foram encontrados
em idosas com nível de escolaridade superior, porém com diferenças estatísticas não
significativas (Tabela 12)
No entanto, o estudo realizado por Alley, Suthers e Crimmins (2007), com uma
amostra representativa de idosos americanos, acima de 70 anos de idade, verificou que
quanto mais anos de instrução melhor o desempenho inicial em testes cognitivos e níveis
mais elevados de instrução estiveram associados a um declínio cognitivo mais lento nesta
população de idosos. Para Spirduso, (2005), o nível de instrução e o nível de escolaridade
estão correlacionados a uma melhoria da função cognitiva.
A relação do TRS e do TRE com as variáveis relacionadas ao estado de saúde,
tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada das idosas do estudo, estão
representados na Tabela 13.
54
Tabela 13
Valores médios e desvio padrão (DP) do TRS e TRE considerando as variáveis
relacionadas ao estado de saúde, tempo de prática, nível de atividade física e tempo
sentada das idosas.
Variáveis
TRS
TRE
Média (±DP) p-valor
Média (±DP) p-valor
Satisfação com a saúde
0,331 0,479
Muito Insatisfeita/Insatisfeita 432 (±122,21) 470 (±68,39)
Nem Satisfeita/Nem insatisfeita 428 (±88,01) 478 (±63,73)
Muito Satisfeita/Satisfeita 415 (±96,35) 457 (±75,78)
Problemas de Saúde
0,352 0,466
Sim 416 (±95,07) 456 (±71,97)
Não 438 (±119,05) 476 (±85,25)
Uso de Medicamentos
0,832 0,881
Sim 419 (±96,43) 458 (±72,32)
Não 416 (±92,59) 460 (±80,97)
Quantidade de Medicamentos
0,082 0,527
1-3 406(±93,35) 453 (±73,14)
4-6 446 (±105,25) 466 (±72,40)
7
437 (±108,05) 486 (±45,97)
Acometidos por Quedas
0,642 0,784
Sim 414 (±96,17) 456 (±76,69)
Não 420 (±98,26) 460 (±72,12)
Número de quedas
0,448 0,656
1-2 416 (±96,07) 455 (±76,27)
3-4 383 (±74,44) 431(±20,82)
Tempo de prática (anos)
0,306 0,406
Iniciante 384 (±79,72) 437 (±56,11)
1-5 413 (±99,01) 454 (±76,28)
6-10 432 (±103,52) 471 (±80,19)
11-15 427 (±96,18) 456 (±69,02)
16 -20 413 (± 88,28) 455 (±60,30)
Nível de atividade Física
0,854 0,613
Menos Ativos 421 (±100,06) 463 (±81,76)
Mais Ativos 418 (±97,18) 457 (±71,56)
Tempo sentado/dia semana
0,305 0,667
5 horas
405 (±97,66) 453 (±79,27)
5,01-10 horas 424 (±98,97) 459 (±71,77)
10,01-15 horas 407 (±88,92) 472 (±60,89)
Tempo sentado/fim de semana
0,475 0,463
5 horas
405 (±90,45) 444 (±78,67)
5,01 -10 horas 417 (±94,93) 458 (±72,97)
10,01-15 horas 438 (±120,46) 469 (±71,42)
Probabilidade do Teste F da ANOVA One-Way.
* Os valores de Média (±DP) que não estão acompanhados por letras é porque o teste F foi não significativo, não havendo assim, a
necessidade de fazer o teste Tukey.
Conforme Tabela 13, nas idosas do estudo, as variáveis relacionadas ao estado de
saúde, tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada não apresentaram
diferenças estatisticamente significativa para os valores médios do TRS e TRE.
Em relação à saúde, idosas que relataram satisfação com saúde apresentam
melhores resultados para o TRS e para o TRE, quando observamos os valores numéricos.
Apesar desta diferença não ser estatisticamente significativa, ela é importante porque a
55
auto percepção de saúde contempla não o aspecto emocional, mas também o aspecto
cognitivo que reflete no cotidiano dos idosos.
Quanto ao acometimento por quedas, apesar deste estudo demonstrar que não
houve diferença significativa para os valores do tempo de reação entre idosas que sofreram
este evento e aquelas que não passaram por este acometimento, estudos têm evidenciado
que o tempo de reação está relacionado com as quedas. De acordo, com Lord e Sturnieks
(2005), o tempo de reação retardado foi identificado como um fator de risco independente
para queda em idosos. Particularmente, o tempo de reação simples aumentado foi
encontrado como um fator de risco independente de quedas em mulheres idosas da
comunidade. Constataram também que mulheres que haviam sofrido quedas apresentam
um tempo de reação simples e de escolha significativamente mais lento do que aquelas que
não haviam sofrido este evento. Em estudo realizado por Lajoie et al. (2002), os achados
apontaram que os idosos que não sofreram quedas apresentaram significativamente tempo
de reação mais rápidos quando comparada com o outro grupo que havia apresentado queda
no último ano. Como conclusão do estudo, os autores afirmam que dentre as variáveis
analisadas o tempo de reação é um importante preditor de quedas em idosos.
Adicionalmente, a relação entre o histórico de quedas e o tempo de reação foi
apontado no estudo realizado por Lajoie e Gallagher (2004), encontraram que o tempo de
reação de 550 ms (milisegundo) ou mais foi o escore limite que significativamente
classifica 83% dos idosos que tiveram um histórico de quedas. Em estudo realizado por
Richerson, Morstatt, Vanya, Hollister e Robinson (2004), concluiu-se que a elevada
prevalência de quedas em idosos saudáveis e idosos diabéticos pode estar relacionada à
lentidão do tempo de reação.
No estudo realizado por Barnett, Smith, Lord, Williams e Baumand (2003), com
163 mulheres idosas com idade igual ou superior a 65 anos, residentes no sul e oeste de
Sidney/Austrália, com o objetivo de verificar se a participação em um programa de
exercício físico semanal, no período de um ano, melhoraria o equilíbrio, a força muscular,
o tempo de reação, a capacidade funcional e o estado de saúde e auxiliaria na prevenção de
quedas de idosas, os achados indicaram que a participação em um programa de exercício
físico semanal melhora o equilíbrio e reduz o risco de quedas em idosos da comunidade, as
demais variáveis não apresentaram diferença significativa entre os grupos de pré e pós-
teste.
Para o nível de atividade física, categorizado em menos ativo e mais ativo, quando
observa-se os valores numéricos, encontrou-se os melhores resultados, tanto para o TRS
56
quanto para o TRE, em idosas consideradas mais ativas (Tabela 13). O resultado de que
não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos de idosas mais ativas e
menos ativas poderia estar relacionada às características particulares das participantes do
estudo, principalmente pelo fato de todas realizam atividades físicas moderadas pelo
menos duas vezes semanais.
No entanto, a literatura aponta um melhor tempo de reação em mulheres idosas
consideradas mais ativas, Spirduso (2005), afirma que alguns estudos apontam que o baixo
nível de atividade física aumenta a lentidão do tempo de reação em homens e mulheres
idosas; Hunter, Thompson, & Adams, (2001), em estudo realizado concluem que idosas
ativas apresentam tempo de reação mais rápido quando comparadas com mulheres inativas
da mesma idade.
Para Lupinacci, at al. (1993), sujeitos aerobicamente ativos apresentam os
melhores escores para as variáveis de TRS e TRE, quando comparados com os menos
ativos.
Sendo assim, os programas de exercício físicos têm se mostrado como uma
alternativa na melhoria do tempo de reação, conforme evidencia o estudo realizado por
Rikli e Edwards (1991) com objetivo de avaliar o efeito de um programa de exercício
físico com duração de 3 anos na velocidade do processamento cognitivo em mulheres
sedentárias de 57-85 anos de idade, encontraram uma melhora significativa do TRS e TRE
por meio dos escores de pré e pós-teste no período do estudo, indicando a eficácia dos
exercícios físicos revertendo à lentidão, provocada pelo declínio da idade, na velocidade do
processamento de informações. Na tentativa de investigar a relação entre nível atividade
física, processamento de informações e nível cognitivo, Rikli, Jones e Ross, (1993),
realizaram estudo como objetivo de investigar se sujeitos com alto nível cognitivo,
fisicamente ativo, semelhante nível sócio-econômico e situação ocupacional diferem em
relação ao funcionamento cognitivo de sujeitos inativos, porém com o mesmo nível
cognitivo, sócio econômico e situação ocupacional. Os resultados demonstraram que
indivíduos com alto nível cognitivo habitual (professores universitários) e considerados
com alto nível de atividade física (exercícios aeróbicos), são significativamente mais
rápidos no processamento de informações mensuradas por meio do TRS e TRE do que
seus pares menos ativos.
O efeito de diferentes programas de atividades físicas no tempo de reação de
escolha de idosos institucionalizados foi verificado em estudo realizado por Carvalho,
Costa, Barreiro & Mota, (2006), na qual os resultados apontam para uma diminuição
significativa do tempo de reação de escolha nos diferentes programas assim como nos três
57
momentos distintos em que foram realizadas as medidas, concluindo com isso que
programas de atividades físicas são importantes ferramentas contra os efeitos causados
pelo envelhecimento, mais especificamente no declínio cognitivo.
O tempo sentada foi analisado considerando os dias da semana e o final de semana
e categorizados em 5 horas, 5,01-10 horas e 10,01-15 horas diárias que as idosas
permanecem nesta posição. Os valores numéricos médios para o TR (TRS e TRE), foram
melhores em idosas que permanecem menos tempo sentada, ou seja, igual ou menos que 5
horas diárias, tanto nos dias da semana quando nos dias do final de semana (Tabela 13).
Ao analisarmos a associação entre as variáveis do estudo (Tabela 14), observou-se
que existe associação significativa positiva para p0,05 entre as variáveis: idade e TRS e
entre TRS e TRE. Para as variáveis idade e tempo de prática e entre idade e TRE houve
uma associação positiva significativa para p0,01. Entre as variáveis atividade física e
idade houve uma associação significativa negativa para p0,01.
Tabela 14
Correlação entre as variáveis: idade, tempo de prática (TP), atividade física (AF), tempo
de reação simples (TRS) e tempo de reação de escolha (TRE)
Variáveis Idade TP AF TRS TRE
Idade
1 0,239** -0,257** 0,140* 0,246**
TP
1 0,027 0,058 0,036
AF
1 -0,081 -0,011
TRS
1 0,683*
TRE
1
* Correlação significativa (p0,05)
* * Correlação significativa (p0,01)
Portanto, apesar de observarmos que não houve associação entre atividade física e
tempo de reação, o estudo realizado por Hunter et al. (2001), encontrou associação entre a
estas variáveis, porém em uma faixa etária de mulheres com uma variação de idade ampla
(20-89 anos), quando comparamos com as idosas deste estudo. Em estudo realizado por
Spirduso (1975), foi encontrado que os idosos praticantes de atividades físicas eram
significativamente mais rápidos comparando com aqueles que não praticavam atividades
físicas tanto em tarefas do TRS quanto em tarefas de TRE.
Porém, na relação entre idade, atividade física e processamento de informações,
Lupinacci, et al. (1993); Spirduso (2005), afirmam que os efeitos das atividades físicas são
mais perceptíveis nas pessoas com mais idade, quando comparadas com os jovens,
supostamente porque um declínio na velocidade do processamento de informações com
58
o envelhecimento e a atividade física está fortemente associada com a redução deste
declínio.
Embora uma relação entre atividade física e tempo de reação não tenha sido
constatada neste estudo, possivelmente pelas características do programa de treinamento
que as idosas participam, evidências mostram que uma relação entre estas variáveis que
é suficiente para tomar decisões profissionais e políticas que incluam a atividade física
como um componente importante do estilo de vida de idosos.
Para verificar o quanto uma variável explica a variação de outra variável,
considerando determinadas variáveis deste estudo, foi aplicado o teste de regressão
simples. Os resultados serão apresentados somente para as variáveis que apresentaram uma
relação significativa estatisticamente para p 0,05 (Tabela 15).
Tabela 15
Análise da regressão simples
1
para as medidas referentes as variáveis: tempo de prática
(anos), idade (anos), tempo de reação simples (ms), tempo de reação de escolha (ms) e
atividade física (min/sem). Valores calculados da estatística F e os níveis de significância.
Tempo de Prática x Idade
c.v.
g.l. Q.M F
Relação Linear 1 379,01 14,018 *
Resíduo
232 27,03
R
2
= 0,057
Atividade Física x Idade
c.v. g.l. Q.M F
Relação Linear 1
589015,364
16,437*
Resíduo
232
35834,990
R
2
= 0,066
TR Simples x Idade
c.v. g.l. Q.M F
Relação Linear 1 0,287 6,370*
Resíduo
232 0,45
R
2
= 0,027
TR Simples x TR Escolha
c.v. g.l. Q.M F
Relação Linear 1 5,25 222,285*
Resíduo
232 0,024
R
2
= 0,489
TR Escolha x Idade
c.v.
g.l. Q.M F
Relação Linear 1
0,379 15,979*
Resíduo
232 0,024
R
2
= 0,064
* Significativo pelo teste F, para o nível de significância de 5% (p0,05).
1
Serão apresentados nas tabelas de análise de regressão apenas os graus de liberdade, os quadrados médios e
a estatística F, que as somas de quadrados correspondentes podem ser obtidas pela multiplicação dos gl
(graus de liberdade) x QM (quadrado médio).
59
Por meio do valor da estatística F, da Tabela 15, pode-se observar que existe uma
relação linear (ao nível de significância de 5% - confiança de 95%) entre as medidas do
tempo de prática e da idade. Nota-se também, por meio do valor de R
2
, que para a variável
idade do modelo de regressão linear explica apenas 5,7% da variação da variável tempo de
prática, ou seja, existe uma relação fraca entre as variáveis, e esta relação é explicada por
meio da seguinte expressão:
Tempo de prática = -8, 711 + 0, 231. Idade
Isto significa dizer que para uma pessoa idosa que tenha 70 anos de idade o tempo
de prática esperado seria de:
Tempo de prática = -8, 711 + 0, 231. 70 = 7,4 anos
A Figura 5 ilustra por meio de um gráfico a relação que existe entre as variáveis.
0
5
10
15
20
25
55 60 65 70 75 80 85 90 95
Idade (anos)
Tempo de Prática (anos)
Figura 5. Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de prática e a
idade das idosas.
A partir deste resultado, pode-se constatar que quanto maior é a idade cronológica
maior é o tempo de prática em atividades físicas no grupo, evidenciando a permanência das
idosas nas atividades físicas com o passar dos anos.
Dentre os fatores que contribuem para a permanência do idoso em programas de
atividades físicas está a percepção dos benefícios proporcionadas pela atividade física tanto
no aspecto físicos quanto psicológico e social.
Quando analisamos a relação entre a atividade física e a idade, pôde-se observar a
partir do valor da estatística F, da Tabela 15, a existência de uma relação linear (ao nível de
significância de 5% - confiança de 95%) entre as medidas. Nota-se, por meio do valor de
R
2
, que a variável idade do modelo de regressão linear explica apenas 6,6% da variação da
60
resposta da variável atividade física, ou seja, existe uma relação fraca entre as variáveis, e
esta relação é explicada por meio da seguinte expressão:
Atividade Física = 956, 135 + (-9, 113. Idade)
Portanto, para uma pessoa idosa com idade igual a 68 anos, o tempo em minuto por
semana (min/sem) de atividade física esperado seria de:
Atividade Física = 956, 135 + (-9, 113. 68) = 336,451 min/sem
A Figura 6 ilustra a relação que existe entre as variáveis.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
55 60 65 70 75 80 85 90
Idade (anos)
Atividade Física (min/sem)
Figura 6. Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre a atividade física e a
idade das idosas.
Observa-se que à medida que aumenta a idade cronológica, as mulheres idosas
tendem a diminuir o tempo semanal disponibilizado para as atividades físicas.
Este achado corrobora com Hunter et al. (2001), ao realizarem estudo envolvendo
217 mulheres saudáveis e independentes de Sydney, Austrália, encontraram uma
associação negativa significativa entre a idade e a atividade física, ou seja, o nível de
atividade física diminuiu linearmente ao longo da idade.
Estudos internacionais também relatam uma diminuição dos níveis de atividade
física com o passar da idade, principalmente entre o sexo feminino (Hillsdon, Brunner,
Guralnik & Marmot, 2005; Yusut et al. 1996). Particularmente, no estudo realizado por
Yusut et al. (1996), em idosos acima de 65 anos foi constatado que a houve uma redução
proporcional das atividades físicas à medida que os idosos envelheciam.
A tendência dos idosos se tornarem menos ativos com o passar dos anos traz
conseqüências como a diminuição da capacidade física, surgimento de doenças crônicas,
que contribuem para o processo degenerativo e afetam a capacidade funcional. De acordo
com Rosenberg e Moore (1998), os índices de incapacidade aumentam rapidamente, sendo
61
que, após os 75 anos, esta reduz a aptidão dos idosos para a vida independente e aumenta a
sua necessidade em relação à prestação de serviços formais e de tratamento em instituições
especiais.
Em relação à inatividade física dos idosos, Spirduso (2005), afirma que apesar de
estar claro que as atividades físicas trazem benefícios para os idosos em termos de
capacidade aeróbica, força muscular, flexibilidade, coordenação os índices de idosos
inativos fisicamente é muito grande. Enquanto as pessoas envelhecem, elas se tornam
menos ativas, quanto menos ativas, menos capacidade física e resistência elas possuem,
quanto menos capacidade física, menos estão dispostas a se tornarem ativas fisicamente e
assim um círculo vicioso se desenvolve.
Quando verificou-se a relação entre o tempo de reação simples e a idade, por meio do
valor da estatística F, da Tabela 15, pode-se observar que existe uma relação linear (ao
nível de significância de 5% - confiança de 95%) entre os valores das referidas variáveis.
Observou-se também, por meio do valor de R
2
, que a variável idade explica apenas 2,7%
da variação da resposta do tempo de reação simples, ou seja, existe uma relação fraca entre
as variáveis, e esta relação é explicada por meio da seguinte expressão:
Ln (TRS) = -1, 336 + 0, 006. Idade
Isto significa dizer que para uma idosa com idade igual a 75 anos o tempo de reação
simples esperado seria de:
Ln (TRS) = -1, 336 + 0, 006. 75 = 0, 412 ms
A Figura 7 - ilustra a relação que existe entre as variáveis.
-
100
200
300
400
500
600
700
800
900
55 60 65 70 75 80 85 90
Idade (anos)
TR Simples (ms)
Figura 7. Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação
simples e a idade das idosas.
62
Quando analisamos o comportamento do tempo de reação simples ao longo do
tempo observa-se, que um aumento com o passar dos anos. uma tendência das
idosas ficarem mais lentas em relação ao processamento de informações.
Outros estudos têm evidenciado o aumento do tempo de reação simples com o
aumento da idade, mesmo sendo uma tarefa simples de ser realizada (Spirduso, 2005).
Levando em consideração que as alterações na capacidade cognitiva do idoso
ocasionando a lentidão dos movimentos exercem influência sobre as atividades da vida
diária como dirigir um automóvel, reagir diante de um desequilíbrio, nas tarefas
domésticas este é um aspecto que merece atenção nos programas de intervenção como uma
das propostas de melhoria da qualidade de vida durante o envelhecimento.
Quanto as variáveis tempo de reação simples e tempo de reação de escolha, na Tabela
15, por meio do valor da estatística F, pode-se observar que existe uma relação linear (ao
nível de significância de 5% - confiança de 95%) entre as medidas de tempo de reação
simples e tempo de reação de escolha. Por meio do valor de R
2
, observa-se que a variável
tempo de reação de escolha do modelo de regressão linear explica 48,9% da variação do
tempo de reação simples, ou seja, existe uma relação entre as variáveis, e esta relação é
explicada por meio da seguinte expressão:
Ln (TRS) = -1, 833 + 2, 047. TRE
Isto significa dizer que para uma idosa que tenha um tempo de reação de escolha
igual a 0,458 ms o tempo de reação simples esperado seria de:
Ln (TRS) = -1, 833 + 2,047. 0, 458 = 0, 408ms
A Figura 8 ilustra a relação que existe entre as variáveis por meio de um gráfico.
100
200
300
400
500
600
700
800
900
200 300 400 500 600 700 800
TR Escolha (ms)
TR Simples (ms)
Figura 8. Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação
simples e o tempo de reação de escolha das idosas.
63
Ao observarmos a relação entre as duas variáveis de tempo de reação, verifica-se
que uma tendência crescente entre elas, ou seja, quando um aumento do tempo de
reação simples ocorre um aumento também do tempo de reação de escolha.
Com isso, observa-se que um comportamento semelhante entre as variáveis que
mensuram o tempo de reação, mesmo considerando que o TRE é uma tarefa mais
complexa cognitivamente quando comparada com o TRS.
Como a relação entre as variáveis foi considerada boa é possível estabelecer um
valor esperado para uma das variáveis, neste caso para TRS conhecendo o valor do TRE, o
inverso também é verdadeiro. Na tabela 16, foram atribuídos alguns valores aleatórios para
o tempo de reação de escolha e a partir destes valores foi calculado o tempo de reação
simples segundo equação da regressão.
Tabela 16
Valores atribuídos para o TRE (ms) e valores calculados a partir da equação de regressão
para o TRS (ms).
TRE (ms) TRS (ms)
345 324
366 338
34 32
410 370
392 356
476 423
386 352
275 28
408 368
518 461
525 468
Quando aplicamos a regressão simples para verificar a relação entre o tempo de
reação de escolha e a idade, por meio do valor da estatística F, da Tabela 15, pode-se
observar que existe uma relação linear (ao nível de significância de 5% - confiança de
95%) entre as medidas destas variáveis. Observou-se também, por meio do valor de R
2
,
que a variável idade explica apenas 6,4% da variação da resposta do tempo de reação de
escolha, ou seja, existe uma relação fraca entre as variáveis, e esta relação é explicada por
meio da seguinte expressão:
Ln (TRE) = -1, 300 + 0, 007 . Idade
Isto significa dizer que para uma idosa com idade igual a 65 anos o tempo de reação
de escolha esperado seria de:
64
Ln (TRE) = -1, 300 + 0, 007. 65 = 0, 429ms
A Figura 9 ilustra a relação que existe entre as variáveis.
200
300
400
500
600
700
800
55 60 65 70 75 80 85 90
Idade (anos)
TR Escolha (ms)
Figura 9. Diagrama de dispersão e reta ajustada para a relação entre o tempo de reação de
escolha e a idade das idosas.
Considerando a relação entre as variáveis tempo de reação de escolha e idade,
observa-se uma tendência de aumento do TRE com o passar da idade, tornando as idosas
mais lentas cognitivamente.
Portanto, assim como o tempo de reação simples o tempo de reação de escolha
apresenta uma tendência de aumentar com o passar dos anos nas idosas deste estudo,
demonstrando com isso a influência que a idade exerce sobre os componentes do
processamento de informação.
Considerando que a lentidão no processamento de informações interfere na
qualidade de vida dos idosos, as atividades físicas devem surgir como uma ferramenta para
amenizar esta lentidão, visto que a prática em atividades físicas vai proporcionar melhorias
no grau de proficiência da execução das atividades da vida diária, fazendo com que os
idosos sintam-se mais úteis e melhoram sua auto-estima.
A relação existente do tempo de reação (TRS e TRE) com as variáveis: idade,
tempo de prática e atividade física foi verificada por meio da aplicação do teste de
regressão múltipla. Os resultados estão apresentados na Tabela 16.
65
Tabela 16
Análise da regressão múltipla para as medidas referentes as variáveis tempo de reação
simples (ms), tempo de reação de escolha (ms), idade (anos), tempo de prática e atividade
física (min/sem). Valores calculados da estatística F e os níveis de significância.
Tempo de reação simples x idade, TP e AF
c.v. g.l. Q.M. F
Regressão 2 0,111 2,462
Resíduo 231 0,045
R
2
= 0,031
Tempo de reação de escolha x idade, TP e AF
c.v. g.l. Q.M. F
Relação Linear 2 0,027 5,246*
Resíduo 231 0,005
R
2
= 0,064
* significativo pelo teste F, para o nível de significância de 5% (p0,05).
Quando aplicamos a análise de regressão múltipla e verificamos o valor da
estatística F, na Tabela 16, pode-se observar que não existe relação significativa do tempo
de reação simples com as demais variáveis em estudo (ao nível de significância de 5% -
confiança de 95%). A partir do valor de R
2
, pode-se dizer que as variáveis: idade, tempo de
prática e a atividade física explicam 3,1% da variação do tempo de reação simples, ou seja,
existe uma relação do TRS com as demais variáveis, porém esta relação é fraca e explicada
por meio da seguinte expressão:
Ln (TRS) = -1, 259 + (0, 05. Idade) + 0,002 .TP + (- 6,687. AF) (a)
Por meio da equação (a), constata-se que a relação não é significativa para
nenhuma das variáveis em estudo, com valor de p= 0,063.
Quando analisamos a influência que as variáveis: idade, tempo de prática e
atividade física exercem sobre a variação do tempo de reação de escolha, pode-se observar
por meio do valor da estatística F, Tabela 16, que existe uma relação significativa
(p=0,002) do tempo de reação de escolha com pelo menos uma das variáveis em estudo, ao
nível de significância de 5%. Considerando o valor de R
2
pode-se observar que as
variáveis: idade, tempo de prática, atividade física do modelo de regressão múltipla
explicam 6,4% da variação do TRE, ou seja, uma relação fraca do TRE com as demais
variáveis, e esta relação é explicada por meio da seguinte expressão:
TRE = 0, 249 + 0, 003. Idade* + (0,00. TP) + (-2, 128. AF) (b)
* significativo para o valor de p0,05
66
No entanto, observa-se por meio da equação (b), que a relação do TRE com as
demais variáveis é significativa somente para as variáveis idade (p=0,001), ou seja, na
presença da variável idade as demais variáveis tornam-se não significativa nesta relação.
Sendo assim, quando observamos a influencia das variáveis: idade, tempo de
prática e atividade física no tempo de reação percebeu-se que somente a idade influencia
significativamente no tempo de reação de escolha.
67
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
As principais conclusões decorrentes desta pesquisa foram sintetizadas a partir da
análise e interpretação dos resultados e serão apresentadas de acordo com a estruturação
dos objetivos do estudo.
Participaram do estudo 234 mulheres idosas praticantes de atividades físicas em um
grupo de convivência de Florianópolis/SC, com uma média de idade de 69,52 (±5,51)
anos, onde a maioria declarou estado civil casada (47,4%), baixo nível de escolaridade
(29,1%) e aposentadas (42,3%).
Quanto ao estado de saúde a maioria (76,5%) relatou estar satisfeita/muito satisfeita
com a saúde atual. Um pequeno percentual de idosas esteve livre das doenças, portanto, a
grande maioria (90,6%), apresenta um ou mais de um tipo de doença, sendo que as
relacionadas ao aparelho circulatório foram as mais prevalentes. Quanto ao uso de
medicamentos constatou-se que a maioria (86,8%) faz uso diário, com uma média de 2,92
medicamentos por idosa. A ocorrência de quedas, no período de um ano que antecedeu a
pesquisa, foi relatado por 29,5% das participantes.
No que se refere à prática de atividade física habitual praticada por no mínimo 10
minutos contínuos, as idosas, em sua maioria (82,1%), foram consideradas mais ativas. A
média semanal do grupo dedicado a prática de atividade física foi de 322,62 minutos. Na
contribuição dos diferentes domínios da atividade física no dispêndio total em minutos por
semana de atividades físicas, destaca-se com maior prevalência as atividades de
lazer/recreação (42.01%).
Em relação ao tempo de prática das idosas no grupo, observou-se que o tempo
médio de participação foi de 7,35 (±5,34) anos.
Ao analisarmos o tempo de reação, os valores médios do TRS e TRE foram 418
ms e 458 ms respectivamente, apresentando diferença significativa, ao nível de 5% de
significância, entre os valores. Quando comparado os valores médios das variáveis TRS e
68
TRE observou-se diferença significativa para todas as faixas etárias (60 |-- 65, 65 |-- 70, 70
|--75, 75 |-- 80 e 80 anos).
Na relação entre os valores médios de TRS e TRE com as características sócio
demográficas do estudo: faixa etária e escolaridade, não houve diferença significativa, com
exceção da variável TRE que apresentou diferença significativa entre as diferentes faixas
etárias, na qual idosas na faixas etárias de 70 |--75 e 75 |-- 80 anos apresentaram médias do
TRE superiores estatisticamente às idosas da faixa etária de 60 |-- 65 anos. As variáveis
relacionadas ao estado de saúde, tempo de prática, nível de atividade física e tempo sentada
das idosas do estudo, não apresentaram diferenças estatisticamente significativa para os
valores médios do TRS e TRE.
Quando analisamos a relação entre as variáveis, constatou-se que houve associação
significativa positiva entre as variáveis: idade e TRS, TRS e TRE, idade e tempo de prática
e entre idade e TRE. A associação entre idade e atividade física foi significativamente
negativa. Porém, estas relações foram consideradas fracas, com exceção da relação entre
TRS e TRE.
A partir disso, pode-se constatar que: quanto maior é a idade cronológica maior é o
tempo de prática em atividades físicas das idosas no grupo especificado; com o aumento da
idade cronológica, as idosas tendem a diminuir o tempo semanal dedicado as atividades
físicas; entre as variáveis TRS e TRE observou-se uma tendência linear e que o tempo de
reação, apresenta uma tendência de aumento com o passar dos anos nas idosas do estudo.
Mediante os resultados obtidos, sugere-se que sejam propostas intervenções tendo
como público alvo às idosas com idade mais avançada, assim como, programas que
incluem além da prática de atividades físicas, atividades que estimulem o sistema cognitivo
dos idosos, tendo em vista, que as idosas apresentam um aumento do tempo de reação com
o passar dos anos, mesmo com a prática de atividades físicas. No entanto, possivelmente a
atividade física, neste caso, possa auxiliar para amenizar a lentidão no processamento de
informação que nesta fase da vida é uma característica marcante.
A partir dos objetivos traçados e dos resultados obtidos, verificou-se que não houve
relação do tempo de reação com a atividade física habitual.
Portanto, é necessário que sejam realizados mais estudos tendo como enfoque a
atividade física e o sistema cognitivo, principalmente de caráter longitudinal, a fim de
controlar as diferenças individuais decorrentes das mudanças ao longo do processo de
envelhecimento e os fatores que possam influenciar no tempo de reação.
69
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80
ANEXOS
81
ANEXO 1
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO E FICHA DE CONTROLE PARA O TEMPO
DE REAÇÃO SIMPLES E TEMPO DE REAÇÃO DE ESCOLHA
82
Ficha de Identificação
Data da coleta: ___/___/____ Local da coleta: _________________
Nome Idade (anos)
Turma
Quanto tempo a Sra pratica atividades físicas no
grupo da UFSC?
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
83
Tempo de Reação Simples
1ª Tent. 2ª Tent. 3ª Tent. 4ª Tent. 5ª Tent. 6ª Tent.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
84
Tempo de Reação de Escolha
1ª Tent. 2ª Tent. 3ª Tent. 4ª Tent. 5ª Tent. 6ª Tent.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
85
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO PARA IDENTIFICAR OS DADOS SÓCIO-
DEMOGRÁFICO E AVALIAR O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ)
86
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
MESTARDO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ATIVIDADE FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
Questões Sócio-demográficas
As informações a seguir estão relacionadas aos aspectos pessoais.
Horas do início da coleta:
______
1-Nome: _________________________________ 2 - Data da entrevista: ___/___/____
3-Idade: __________anos completos. 4 - Data de Nasc.: ____/____/_____
5-Estado Civil _______________ 6-Escolaridade:
__________________
7-Qual sua ocupação atual?
1
Aposentado, mas trabalha
2
Só aposentado
3
Só dona de casa
3
Pensionista
4
Aposentada e pensionista
5
Outro,
qual________________
8 - Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde?
1
muito insatisfeito
2
insatisfeito
3
nem satisfeito/ nem insatisfeito
4
satisfeito
5
muito satisfeito
9 - Atualmente a Sra. tem algum problema de saúde?
1
Sim.
2
Não
10 - Quais os principais problemas de saúde que a Sra. está enfrentando atualmente?
Especifique as doenças ou as seqüelas deixadas.
11 - Você usa algum tipo de medicamento?
1
Sim
2
Não
3
N.A
Quantos: ______________________________
12 - No último ano você sofreu algum tipo de queda?
1
Sim
2
Não
3
N.A
13 – Quantas quedas a Sra sofreu no último ano?
87
Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ
Forma longa, semana usual/normal, adaptado por Benedetti et al. (2004)
As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física em
uma semana normal/habitual
Para responder as questões lembre que:
Atividades físicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que
fazem respirar muito mais forte que o normal.
Atividades físicas moderadas são aquelas que precisam de algum esforço físico e que
fazem respirar um pouco mais forte que o normal.
Atividades físicas leves são aquelas que o esforço físico é normal, fazendo com a que
respiração seja normal.
DOMÍNIO 1- ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO:
Este domínio inclui as atividades que você faz no seu trabalho remunerado ou voluntário, e
as atividades na universidade, faculdade ou escola (trabalho intelectual). Não incluir as
tarefas domésticas, cuidar do jardim e da casa ou tomar conta da sua família. Estas serão
incluídas no Domínio 3.
1a. Atualmente você tem ocupação remunerada ou faz trabalho voluntário fora de sua casa?
( ) Sim ( ) Não – Caso você responda não. Vá para o Domínio 2: Transporte
As próximas questões relacionam-se com toda a atividade física que você faz em
uma semana normal/habitual, como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário. Não
inclua o transporte para o trabalho. Pense apenas naquelas atividades que durem pelo
menos 10 minutos contínuos dentro de seu trabalho:
1b.Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza
atividades VIGOROSAS como: trabalho de construção pesada, levantar e transportar
objetos pesados, cortar lenha, serrar madeira, cortar grama, pintar casa, cavar valas ou
buracos, subir escadas como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo
menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 1c.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
1c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza
atividades MODERADAS, como: levantar e transportar pequenos objetos, lavar roupas
com as mãos, limpar vidros, varrer ou limpar o chão, carregar crianças no colo, como parte
do seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo menos 10 MINUTOS
CONTÍNUOS?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.Vá para a questão 1d.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
88
1d.Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você
CAMINHA, NO SEU TRABALHO remunerado ou voluntário por pelo menos 10
MINUTOS CONTÍNUOS? Por favor, não inclua o caminhar como forma de transporte
para ir ou voltar do trabalho ou do local que você é voluntário.
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.para a Domínio 2 -
Transporte.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
DOMÍNIO 2 - ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE
Estas questões se referem à forma normal como você se desloca de um lugar para outro,
incluindo seu grupo de convivência para idosos, igreja, supermercado, trabalho, cinema,
lojas e outros.
2a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você
ANDA DE ÔNIBUS E CARRO/MOTO?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.Vá para questão 2b.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
Agora pense somente em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma
semana normal.
2b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você
ANDA DE BICICLETA para ir de um lugar para outro por pelo menos 10 minutos
contínuos? (Não inclua o pedalar por lazer ou exercício).
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.Vá para a questão 2d.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
2c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você
CAMINHA para ir de um lugar para outro, como: ir ao grupo de convivência para idosos,
igreja, supermercado, médico, banco, visita a amigo, vizinho e parentes por pelo menos 10
minutos contínuos?
(NÃO INCLUA as Caminhadas por Lazer ou Exercício Físico)
_____ horas ______min. _____dias por semana( ) Nenhum. Vá para o Domínio 3.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
89
DOMÍNIO 3 – ATIVIDADE FÍSICA EM CASA OU APARTAMENTO:
TRABALHO, TAREFAS DOMÉSTICAS E CUIDAR DA FAMÍLIA
Esta parte inclui as atividades físicas que você faz em uma semana normal/habitual
dentro e ao redor da sua casa ou apartamento. Por exemplo: trabalho doméstico, cuidar do
jardim, cuidar do quintal, trabalho de manutenção da casa e para cuidar da sua família.
Novamente pense somente naquelas atividades físicas com duração por pelo menos 10
minutos contínuos.
3a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz
Atividades Físicas VIGOROSAS AO REDOR DE SUA CASA OU APARTAMENTO
(QUINTAL OU JARDIM) como: carpir, cortar lenha, serrar madeira, pintar casa, levantar
e transportar objetos pesados, cortar grama, por pelo menos 10 MINUTOS
CONTÍNUOS?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 3b.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
3b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz
atividades MODERADAS AO REDOR de sua casa ou apartamento (jardim ou quintal)
como: levantar e carregar pequenos objetos, limpar a garagem, serviço de jardinagem em
geral, por pelo menos 10 minutos contínuos?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.Vá para questão 3c.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
3c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz
atividades MODERADAS DENTRO da sua casa ou apartamento como: carregar pesos
leves, limpar vidros e/ou janelas, lavar roupas a mão, limpar banheiro e o chão, por pelo
menos 10 minutos contínuos?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 4.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
DOMÍNIO 4- ATIVIDADES FÍSICAS DE RECREAÇÃO, ESPORTE, EXERCÍCIO
E DE LAZER
Este domínio se refere às atividades físicas que você faz em uma semana
normal/habitual unicamente por recreação, esporte, exercício ou lazer. Novamente pense
somente nas atividades físicas que você faz por pelo menos 10 minutos contínuos. Por
favor, não inclua atividades que você já tenha citado.
90
4a. Sem contar qualquer caminhada que você tenha citado anteriormente, quantos dias
e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você CAMINHA (exercício
físico) no seu tempo livre por PELO MENOS 10 MINUTOS CONTÍNUOS?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 4c.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
4b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz
atividades VIGOROSAS no seu tempo livre como: correr, nadar rápido, musculação,
canoagem, remo, enfim esportes em geral por pelo menos 10 minutos contínuos?
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 4d.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
4c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz
atividades MODERADAS no seu tempo livre como: pedalar em ritmo moderado, jogar
voleibol recreativo, fazer hidroginástica, ginástica para a terceira idade, dançar... pelo
menos 10 minutos contínuos?
____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum.Vá para o Domínio 5.
Dia da sem./turno
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Sábado
Domingo
Tempo
Manhã
horas/min.
Tarde
Noite
DOMÍNIO 5 - TEMPO GASTO SENTADO
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado em diferentes
locais como exemplo: em casa, no grupo de convivência para idosos, no consultório médico
e outros. Isto inclui o tempo sentado, enquanto descansa, assiste televisão, faz trabalhos
manuais, visita amigos e parentes, faz leituras, telefonemas e realiza as refeições. Não
inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, carro, trem e metrô.
5a. Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de semana normal?
UM DIA ______horas ____minutos
Tempo horas/min.
Dia da Semana
Um dia
Manhã Tarde Noite
5b. Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de final de semana
normal?
UM DIA ______horas ____minutos
91
Tempo horas/min.
Final da Semana
Um dia
Manhã Tarde Noite
Dados relacionados à entrevista.
1 - Tempo de duração da entrevista:
_______________________minutos.
2 - Observações relevantes referentes à entrevista realizada.
__________________________________________________
3 - Nome do
entrevistador_____________________________________________________
92
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
93
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezada Senhora:
Considerando a Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996, do
Conselho Nacional de Saúde e as determinações da Comissão de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos da UFSC, temos o prazer de convidá-la a
participar da pesquisa intitulada Atividade Física e Tempo de Reação de
Mulheres Idosas”, como projeto de pesquisa do Mestrado em Educação Física
da Universidade Federal de Santa Catarina.
Esta investigação tem por objetivo verificar a relação entre a atividade
física e o tempo de reação de mulheres idosas praticantes de atividades físicas
em um grupo de convivência de Florianópolis/SC.
A metodologia adotada prevê a aplicação de um teste que mensura o
tempo de reação e aplicação de um questionário (IPAQ) para avaliar o vel
de atividade física
Será garantido o sigilo das informações obtidas bem como o anonimato
dos participantes do estudo. Além disso, as informações coletadas serão
utilizadas exclusivamente para o desenvolvimento desta pesquisa.
A sua colaboração torna-se imprescindível para o alcance do objetivo
proposto.
Agradeço antecipadamente a atenção dispensada e coloco-me à sua
disposição para quaisquer esclarecimentos:
Prof ª Maria Angélica Binotto
e-mail: manbino[email protected] ou fone (48) 99530072).
De acordo com o esclarecido, aceito participar da pesquisa Atividade Física
e Tempo de Reação de Mulheres Idosas”, estando devidamente informado
sobre a natureza da pesquisa, objetivos propostos, metodologia empregada e
benefícios previstos.
Florianópolis, _____ de __________ de 2006.
________________________________________
Participante do estudo
94
ANEXO 4
ESTUDO PILOTO
95
O Estudo Piloto
Para que houvesse uma definição dos procedimentos de como seria a aplicação do
teste para medir o tempo de reação foi realizado um estudo piloto. O participante além de
fazer o teste respondeu algumas perguntas pessoais (nome, idade, turma) e uma pergunta
referente a quanto tempo praticava atividade física no referido grupo.
O estudo piloto contou com a participação de 26 mulheres idosas pertencentes ao
grupo que foi feito o estudo. A idade média do grupo foi de 71,35 ±7,95 anos com idades
variando de 61 a 86 anos
.
Os resultados em média e desvio padrão do tempo de reação
simples e tempo de reação de escolha foram respectivamente 0,434±0,102 e 0,463±0,085.
A média do tempo de prática no grupo foi de 10 anos.
Os aspectos que foram definidos com o estudo piloto compreenderam:
Tempo de duração da aplicação do teste que foi de aproximadamente 8 minutos,
sofrendo variações relacionadas ao tempo em que a pessoa demorava em compreender o
teste.
A principal dificuldade encontrada foi o entendimento da tarefa por parte da idosa,
com o estudo piloto percebeu-se que dar as informações e demonstrar a tarefa ao mesmo
tempo era uma das formas de maior compreensão das executantes. Ajustes referentes à
linguagem das informações a serem passadas por parte do aplicador e mudanças no tom da
voz foram aspectos considerados e definidos após o estudo piloto.
Um outro aspecto importante foi de que algumas mulheres, quando interrogadas
sobre o tempo que praticavam atividades físicas no grupo, não lembravam, isso fez com
que mantivéssemos esta pergunta no questionário de identificação, para após realizar uma
consulta na ficha de cadastro de todas as entrevistadas, confirmando este dado, caso a
resposta fosse igual ou obtendo esta informação, caso a participante não teria lembrado da
resposta no momento do questionamento. Quando a resposta dada pela participante era
diferente da contida no cadastro, optou-se por considerar como correta a informação
contida no cadastro, por perceber certa dificuldade das participantes em lembrar desta
informação.
96
ANEXO 5
TREINAMENTOS DOS ENTREVISTADORES
97
Treinamento dos Entrevistadores
O treinamento de capacitação para a aplicação do questionário internacional de
atividades físicas IPAQ versão 8 para idosos serviu para orientar os procedimentos dos
entrevistadores no momento da entrevista de forma a homogeneizar as condutas e assegurar
uma boa compreensão e entendimento do instrumento, minimizando assim, as
interpretações equivocadas e diferenciadas que pudessem comprometer os resultados. O
treinamento ocorreu na sala de estudos dos alunos do mestrado da UFSC em dias e horários
previamente agendados. A realização do treinamento foi conduzida por uma profissional de
educação física que possui conhecimento e experiência na aplicação do instrumento em
pesquisas. Os participantes do treinamento constituíram-se de profissionais e estudantes de
educação física da UFSC que possuam algum vinculo com o grupo de idosos a ser estudado
(ministrar aulas para os idosos, participação de coleta de dados de outras pesquisas
envolvendo o grupo). O treinamento se deu em duas etapas:
Primeira etapa:
- Considerações gerais sobre o estudo (importância, objetivos e aspectos
metodológicos);
- Leitura de todas as questões que compõe o instrumento, apontando as principais
dificuldades encontradas durante a aplicação, assim como sanando as dúvidas que iam
surgindo ao longo da leitura por parte dos aplicadores.
Segunda etapa:
- Aplicação do instrumento entre os próprios entrevistadores;
- Aplicação do instrumento com outras pessoas (adultos e idosos);
- Esclarecimentos de dúvidas sobre o instrumento e sua aplicação.
Feita a capacitação para a aplicação do instrumento, os aplicadores foram a campo.
Durante o período de coleta de dados a pesquisadora responsável sempre esteve presente e
disponível para sanar qualquer tipo dúvida que pudesse surgir ao longo da aplicação.
Ressalta-se também que a pesquisadora responsável aplicou 85% do total de questionários
que fizeram parte da pesquisa.
98
ANEXO 6
ILUSTRAÇÃO GRÁFICA DAS TRANSFORMAÇÕES LOGARÍTMICAS.
99
TR SIMPLES
Normal Q-Q Plot of TRS
Observed Value
,9,8,7,6,5,4,3,2,1
Expected Normal Value
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
(a)
TR ESCOLHA
Normal Q-Q Plot of LOGARTRS
Observ ed Value
0,0-,2-,4-,6-,8-1,0-1,2-1,4-1,6
Expected Normal Value
-,2
-,4
-,6
-,8
-1,0
-1,2
-1,4
-1,6
(b)
Normal Q-Q Plot of TRE
Observ ed Value
,7,6,5,4,3,2
Expected Normal Value
,7
,6
,5
,4
,3
,2
(c)
Normal Q-Q Plot of LOGATRE
Observ ed Value
-,2-,4-,6-,8-1,0-1,2-1,4
Expected Normal Value
-,2
-,4
-,6
-,8
-1,0
-1,2
-1,4
(d)
ATIVIDADE FÍSICA
Normal Q-Q Plot of AF
Observed Value
1400120010008006004002000-200
Expected Normal Value
1000
800
600
400
200
0
-200
(e)
Normal Q-Q Plot of LOGAF
Observed Value
7,57,06,56,05,55,04,54,0
Expected Normal Value
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
(f)
100
ANEXO 7
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ANÁLISE DE RESÍDUOS DAS
VARIÁVEIS DO ESTUDO.
101
60 70 80
-2
-1
0
1
2
3
IDADE
Standardized Residual
Residuals Versus IDADE
(response is TP)
5 6 7 8 9 10 11
-2
-1
0
1
2
3
Fitted Value
Standardized Residual
Residuals Versus the Fitted Values
(response is TP)
Approximate P-Value < 0.01
D+: 0,076 D-: 0,055 D : 0,076
Kolmogorov-Smirnov Normality T est
N: 234
StDev: 1,00180
Average: 0,0000528
210-1
,999
,99
,95
,80
,50
,20
,05
,01
,001
Probability
SRES1
Normal Probability Plot
Atividade Física x Idade
Atividade Física = a+b. Idade
60 70 80
-2
-1
0
1
2
3
IDADE
Standardized Residual
Residuals Versus IDADE
(response is AF)
200 300 400
-2
-1
0
1
2
3
Fitted Value
Standardized Residual
Residuals Versus the Fitted Values
(response is AF)
102
Average: 0,0002509
StDev: 1,00214
N: 234
Kolmogorov-Smirnov Normality T est
D+: 0,107 D-: 0,076 D : 0,107
Approximate P-Value < 0.01
-2 -1 0 1 2 3
,001
,01
,05
,20
,50
,80
,95
,99
,999
Probability
SRES1
Normal Probability Plot
TR Simples x Idade
Ln TRS = a+b.Idade
-0,95 -0,90 -0,85 -0,80
-2
-1
0
1
2
3
4
Fitted Value
Standardized Residual
Residuals Versus the Fitted Values
(response is LogTRS)
60 70 80
-2
-1
0
1
2
3
4
IDADE
Standardized Residual
Residuals Versus IDADE
(response is LogTRS)
Average: -0,0002697
StDev: 1,00183
N: 234
Kolmogorov-Smirnov Normality T est
D+: 0,093 D-: 0,048 D : 0,093
Approximate P-Value < 0.01
-1 0 1 2 3
,001
,01
,05
,20
,50
,80
,95
,99
,999
Probability
SRES4
Normal Probability Plot
103
TR Simples x TR Escolha
Ln TRS= a+b.TRE
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
-2
-1
0
1
2
3
TRE
Standardized Residual
Residuals Versus TRE
(response is LogTRS)
-1,3 -1,2 -1,1 -1,0 -0,9 -0,8 -0,7 -0,6 -0,5 -0,4
-2
-1
0
1
2
3
Fitted Value
Standardized Residual
Residuals Versus the Fitted Values
(response is LogTRS)
Average: 0,0000859
StDev: 1,00213
N: 234
Kolmogorov-Smirnov Normality T est
D+: 0,059 D-: 0,034 D : 0,059
Approximate P-Value: 0,048
-2 -1 0 1 2 3
,001
,01
,05
,20
,50
,80
,95
,99
,999
Probability
SRES6
Normal Probability Plot
TR Escolha x Idade
Ln TRE=a+b.idade
60 70 80
-2
-1
0
1
2
3
IDADE
Standardized Residual
Residuals Versus IDADE
(response is LogTRE)
-0,85 -0,80 -0,75 -0,70
-2
-1
0
1
2
3
Fitted Value
Standardized Residual
Residuals Versus the Fitted Values
(response is LogTRE)
104
Average: -0,0003226
StDev: 1,00213
N: 234
Kolmogorov-Smirnov Normality T est
D+: 0,028 D-: 0,034 D : 0,034
Approximate P-Value > 0.15
-2 -1 0 1 2 3
,001
,01
,05
,20
,50
,80
,95
,99
,999
Probability
SRES10
Normal Probability Plot
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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