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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E
COMUNICAÇÃO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ASPECTOS ERGONÔMICOS, SINTOMAS
MÚSCULO-ESQUELÉTICOS E
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM
USUÁRIOS DE LAN HOUSE
Aluno: André Rocha Zapater
Bauru/SP
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E
COMUNICAÇÃO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ASPECTOS ERGONÔMICOS, SINTOMAS
MÚSCULO-ESQUELÉTICOS E
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM
USUÁRIOS DE LAN HOUSE
Relatório apresentado com vista à Defesa
da Dissertação de Mestrado no Programa
de Pós-Graduação em Desenho Industrial,
Área de Concentração: Desenho do
Produto; Linha de Pesquisa: Ergonomia, da
Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” –
Campus Bauru, sob orientação do Prof. Dr.
José Carlos Plácido da Silva.
Bauru/SP
2008
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MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. José Carlos Plácido da Silva
Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Universidade Estadual Paulista – Bauru/SP
Prof. Dr. Alberto De Vitta
Membro da Banca Examinadora
Universidade do Sagrado Coração – Bauru/SP
Prof. Dr. Luis Carlos Paschoarelli
Membro da Banca Examinadora
Universidade Estadual Paulista – Bauru/SP
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra a aqueles que através de seu amor, ensinamento, luz, estímulo,
companheirismo e compreensão, possibilitam minha trajetória, a minha existência
o meu ser. Meus Grandes e Amados Pais (Manoel e Ondina) meus Grandes e
Amados Irmãos (Aline e Renato) e a minha Grande e Amada Esposa (Juliana).
AGRADECIMENTOS
Ao Deus divino, por minha existência e por Sua presença todos os dias da minha
vida guiando-me, iluminando-me, abençoando-me, estimulando-me e livrando-me
de todo mal.
Aos meus amados pais, Manoel e Ondina, pelos carinhos, brincadeiras,
conversas, ensinamentos, por seus exemplos de vida e dedicação na formação
de uma família concreta e amável, além do empenho e apoio constante em minha
formação humana e profissional, ou seja, simplesmente por serem meus Amados
Pais.
À minha amada e adorada esposa, Juliana, por seu amor, carinho, compreensão
e dedicação com que vem me amando e apoiando nessa trajetória e em minha
vida, além é claro da grande e fundamental contribuição na realização deste
trabalho.
Aos meus grandes amigos e irmãos, Aline e Renato, pelo carinho, amor,
companheirismo e dedicação com que sempre me amaram e me apoiaram em
toda minha vida.
Aos meus amados sobrinhos, Lucas e Julia, pelo amor, carinho, compreensão e
contribuição na realização deste trabalho.
Ao meu grande amigo, Professor Alberto De Vitta, por seus ensinamentos,
conselhos, orientações e amizade, e é claro que por sua expressiva dedicação
pelos ensinamentos profissionais, científicos e humanos com que me demonstra o
verdadeiro e prazeroso papel de ser educador.
Ao meu orientador, Professor Dr. José Carlos Plácido da Silva, pelos seus
ensinamentos e orientações para a realização deste trabalho e para minha vida
profissional acadêmica.
Ao Professor Dr. Luis Carlos Paschoarelli pelas orientações e contribuições na
realização deste trabalho.
Ao Professor Dr. Carlos Roberto Padovani por seus ensinamentos, orientações e
contribuições na elaboração metodológica e estatística deste trabalho.
Aos colegas do mestrado e principalmente ao amigo Rodrigo Spinosa pela
amizade, apoio e incentivo na realização deste.
À Jose Roberto pelo apoio e contribuição na disponibilização do estabelecimento
para a realização deste trabalho.
Aos adolescentes que fizeram parte desta pesquisa.
A todos, minhas admirações e muito obrigado!
RESUMO
Introdução: Com a expansão das LAN houses, verificou-se uma grande inserção destas na
vida das crianças, adolescentes e jovens que passaram a utilizar frequentemente, tornando-
se preocupante ao depararmos com a freqüência e tempo de utilização, além dos riscos a
que estes usuários podem estar expostos. Objetivo: Avaliar a associação entre os aspectos
ergonômicos elucidados pela freqüência das condições posturais e freqüência de uso de
computadores, com os sintomas músculo-esqueléticos, idade e gênero em usuários de uma
LAN house do município de Bauru/SP. Materiais e Métodos: Foram sujeitos 100
adolescentes de 14 a 19 anos usuários de uma LAN house da cidade de Bauru. O
procedimento dividiu-se em três etapas: Caracterização da população e aplicação dos
questionários referentes à utilização de computadores e vídeo-game, sintomas músculo-
esqueléticos e o nível de atividade física habitual dos usuários; registro e análise postural e
organização e caracterização dos dados. A análise dos dados deu-se pela visualização
direta das variáveis, o estudo das freqüências, realizado pelo teste estatístico não-
paramétrico de Mann-Whitney e para as análises das associações lineares entre as
variáveis, utilizou-se a técnica de correlação dos postos de Spearman. Resultados: O
estudo revelou que 61% dos adolescentes freqüentaram de 1 a 2 vezes por semana a LAN
house, 70% também utilizaram computador e/ou vídeo-game em sua residência e 24% na
escola. Para as condições posturais, verificou-se percentual considerável nas condições
inadequadas para o sistema músculo-esquelético. Valores consideráveis de sintomas
músculo-esqueléticos foram observados nos últimos seis meses, verificando maior
sintomatologia nas regiões da coluna vertebral, ombros e punho e mão. Em relação ao
nível de atividade física, 89% dos usuários enquadraram-se como sedentários. Nos dados
referentes às associações, observou-se maior presença de sintomatologia no gênero
feminino em relação ao masculino e que, quanto maior a freqüência de uso de
computadores, piores são as condições posturais e que, quanto maior os escores das
condições posturais, maiores são os sintomas nas mulheres sedentárias; além de que quanto
menor idade, piores as condições posturais e que quanto maior a idade, maior a
sintomatologia músculo-esquelética, nos adolescentes usuários de LAN house.
Considerações finais: Portanto, verifica-se a existência de fatores de risco nestes
ambientes e há necessidade de maior orientação destes usuários quanto à prática de hábitos
mais saudáveis para o corpo humano, para a prevenção de possíveis problemas músculo-
esqueléticos e promoção da saúde.
Palavras-chave: LAN house; ergonomia; sintomas músculo-esqueléticos; sedentarismo.
ABSTRACT
Introduction – With the expansion of LAN houses, it has been checked a wide insertion of
them in the children, teenagers and young people’s lives that often use them, it has been
becoming preoccupying to come upon the frequency and time of utilization, besides the
risk these users might be exposed. Aim – To evaluate the association among elucidated
ergonomic aspects for the frequency of the posture conditions and frequency of use of the
computers, with muscle skeletal symptoms, the age and the gender in member of a LAN
house in Bauru, São Paulo. Material and Methods – A hundred 14 to 19 year-old
teenagers users of a LAN house in Bauru have been liable. The procedure was divided in
three steps: Characterization of population and application of questionnaires regard to the
utilization of computers and video game, muscle skeletal symptoms and the level of usual
physical activity of users; Posture register and analysis and data organization and
characterization. Data analysis has been the direct visualization of variables, the study of
frequencies held by non-parametric statistical test of Mann-Whitney and for the analysis of
linear associations between variables, it was used the technique of correlation of posts
Spearman. Results – The study has detected that 61% of the teenagers have visited the
LAN house once to twice a week, 70% have used their computers and or video games in
their houses too and 24% at school. To the posture conditions, it has been checked a
reasonable percentage in the unsuitable conditions to the muscle skeletal system.
Considerable values of muscle skeletal symptoms have been checked in the last six
months, finding out a greater symptomatology on the vertebral spine, shoulders, fist and
hands. In relation to the physical activity level, 89% of the users adapted as sedentaries.
The data concerning to the association have been checked a greater presence of
symptomatology in the female gender related to the male one and that as much the user of
computers the posture conditions are worse and as much the scores of posture conditions
the more the sedentary women, besides the younger, the worse the posture conditions are
and the older, greater the muscle skeletal symptomatology in teenagers users in LAN
houses. Final considerations: However, it’s been checked the existence of risk factors in
these environments and there’s the necessity of a higher orientation of the users as for
practicing of healthier habits to the human body, to the prevention of possible muscle
skeletal problems and health promotion.
Keywords: LAN house; ergonomics; muscle-skeletal symptoms; sedentariness.
SUMÁRIO
1 Introdução ............................................................................................................... 13
2 Revisão Bibliográfica .............................................................................................. 14
2.1 Conceituação e caracterização dos estabelecimentos de LAN
house............................................................................................................
14
2.2 Disponibilidade e uso de computador e de vídeo-game .............................. 15
2.3 A problematização da utilização de computadores e video-games para a
saúde das crianças e adolescentes ...............................................................
18
3 Proposta de Pesquisa ............................................................................................... 23
4 Objetivos ................................................................................................................. 25
5 Materiais e Métodos ................................................................................................ 26
5.1 Local de Estudo ............................................................................................... 26
5.2 Sujeitos ............................................................................................................ 27
5.3 Materiais e Equipamentos ............................................................................... 28
5.4 Procedimentos ................................................................................................. 28
5.5 Análise dos dados ........................................................................................... 36
5.6 Comitê de Ética em Pesquisa .......................................................................... 37
6 Resultados ............................................................................................................... 38
7 Discussão ................................................................................................................ 48
8 Considerações Finais ............................................................................................... 55
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 57
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Equipamentos e mobiliários...................................................................... 27
Figura 2 - Posto individual......................................................................................... 27
Figura 3 - Vista Posterior (Registro Fotográfico) ...................................................... 30
Figura 4 - Perfil Direito (Registro Fotográfico) ........................................................ 30
Figura 5 - Perfil Esquerdo (Registro Fotográfico) ..................................................... 31
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Questões referentes as variáveis contidas na ficha de registro das
condições posturais segundo as categorias adequadas e inadequadas .......................
32
Quadro 2 – Questões referentes às variáveis contidas na ficha de registro da
utilização de computadores e vídeo-game e a respectiva categorização ....................
34
Quadro 3 – Questões referentes as variáveis contidas na ficha de registro das
condições posturais e respectiva categorização .........................................................
35
Quadro 4 – Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house,
segundo as variáveis referentes às angulações dos segmentos ..................................
40
Quadro 5 – Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house,
segundo as variáveis referentes ao posicionamento dos segmentos ..........................
41
Quadro 6 – Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house,
segundo as variáveis referentes aos apoios dos segmentos ........................................
42
Quadro 7 – Distribuição das freqüências dos sintomas músculo-esqueléticos
referidos pelos adolescentes, segundo os segmentos corporais e respectivos
momentos ...................................................................................................................
43
Quadro 8. Percentual do nível de atividade física nos usuários de LAN house ........ 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Percentual de usuários quanto ao local de utilização ............................. 38
Tabela 2 – Percentual de freqüência de utilização segundo o local de uso .............. 39
Tabela 3 – Medidas descritivas dos escores percentuais das variáveis uso de
computador, condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos, segundo
gênero .......................................................................................................................
45
Tabela 4 - Medidas descritivas dos escores percentuais das variáveis uso de
computador, condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos, segundo nível
de atividade física .....................................................................................................
45
Tabela 5 – Medidas da associação linear de Spearman entre as variáveis .............. 46
Tabela 6 - Medidas de associação linear entre os escores percentuais segundo
gênero e atividade física .........................................................................................
46
1 INTRODUÇÃO
Em 1996, em uma cidade da Ásia, iniciou-se e difundiu-se uma nova forma de
entretenimento e de interação entre o homem e o computador, sendo denominada de LAN
house, proporcionando, através da utilização da tecnologia, uma revolução no mercado de
entretenimento, lazer e trabalho.
Estes estabelecimentos foram multiplicando-se rapidamente em todo o mundo,
não diferindo no Brasil, onde este processo revolucionário iniciou-se no final de 1998 com
a abertura do primeiro estabelecimento de LAN house na cidade de São Paulo, expandindo
expressivamente em todo o país.
Com a expansão destes estabelecimentos, verificou-se uma grande e comum
inserção das LAN houses na vida dos indivíduos, principalmente das crianças,
adolescentes e jovens que passaram a utilizar frequentemente estes estabelecimentos,
passando horas conectados e ligados através de computadores em rede e à internet em sites
de entretenimento, relacionamento e comunicação e em jogos recreativos e de ação.
Este fato se torna preocupante ao depararmos com a freqüência e tempo de
utilização, além dos riscos a que estes usuários podem estar expostos, entre eles, riscos
ergonômicos dos estabelecimentos e os riscos físicos dos usuários.
Sendo assim, torna-se fundamental o desenvolvimento de estudos ergonômicos
que tenham como foco estes estabelecimentos e os seus usuários, já que não existem
estudos na literatura internacional e nacional sobre o assunto.
Considerando o exposto, o objetivo do presente trabalho é: avaliar a associação
entre os aspectos ergonômicos elucidados pelas condições posturais e freqüência de uso de
computadores, com os sintomas músculo-esqueléticos, idade e gênero em usuários de uma
LAN house do município de Bauru/SP.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Conceituação e caracterização dos estabelecimentos de LAN house
O mundo urbanizado vem sofrendo mudanças bruscas em relação aos modos e
costumes de vida, devido às circunstâncias da vida moderna e principalmente com o
avanço da globalização e dos meios tecnológicos. Nos tempos atuais, é freqüente ver
crianças, nos primeiros anos de vida, utilizando habilmente equipamentos tecnológicos
como aparelhos celulares, video-games, aparelhos de DVD, computadores, entre muitos
outros. Neste sentido, verifica-se que o contato com essas interfaces tecnológicas tornou-se
um fenômeno normal e freqüente em praticamente toda a humanidade.
Acompanhando toda essa evolução dos meios tecnológicos, surgiram
estabelecimentos como as LAN houses, com o objetivo de possibilitar essa interface
tecnológica entre o homem e o computador, através dos recursos proporcionados por esta
interação.
Os estabelecimentos de LAN house, fisicamente, são lojas comerciais
caracterizadas por diversos computadores de última geração conectados através de uma
rede estruturada em um ambiente de alta tecnologia, com ar-condicionado e poltronas
confortáveis, onde vários usuários se divertem com as últimas novidades do ramo de jogos
e internet de banda larga, todos conectados em um único ambiente virtual (DIAS, 2007).
Etimologicamente o termo LAN foi extraído das letras iniciais da palavra
inglesa “Local Area Network”, que quer dizer “rede local” e House de “casa,
estabelecimento comercial”; traduzindo assim uma loja ou local de entretenimento
caracterizado por ter diversos computadores de última geração conectados em rede de
modo a permitir a interação entre dezenas de indivíduos.
As LAN houses são opções de entretenimento extremamente novas no
mercado, sendo inicialmente introduzidas e difundidas no continente Asiático, mais
especificamente, na Coréia do Sul, em 1996. No Brasil, este processo inicializou-se no
final de 1998, através do empresário Sunami Chun, brasileiro, descendente de coreano, que
inaugurou a primeira loja na cidade de São Paulo. Mas, o aumento considerável desses
estabelecimentos no Brasil somente veio a ocorrer a partir do ano 2000 (MONKEY, 2005).
De acordo com dados da Associação Brasileira de LAN houses, no ano de
2003, existiam cerca de 3000 estabelecimentos no Brasil, estimando a existência de
aproximadamente três milhões de jogadores e movimentando aproximadamente 300
milhões de reais por ano (SGARIONI, 2003).
Dados estimados, contidos na internet, demonstram que haja atualmente pouco
mais de 6000 estabelecimentos no Brasil (LANHOUSING, 2007). Mais especificamente
na cidade de Bauru, dados fornecidos pela Secretaria de Planejamento (SEPLAN) da
Prefeitura Municiplal de Bauru, demonstra que até o final de dezembro de 2006 existiam
na cidade aproximadamente 30 estabelecimentos de LAN house.
Nos dias atuais, o conceito destes estabelecimentos está mudando, deixando de
ser apenas um local de entretenimento e diversão, para ser também de trabalho. Isto é
observado principalmente nos estabelecimentos mais atualizados que oferecem ao seu
público uma grande variedade de serviços além dos jogos tradicionais. As pessoas não
mais se deslocam a uma LAN house apenas para se divertirem, muitas usam o espaço para
trabalho, no qual têm à sua disposição facilidades como internet rápida para comunicação
com clientes, trabalhos escolares, declaração de impostos, transações financeiras, softwares
de trabalho como office, scanner, impressora, fax e serviço de fotocópia. Alguns
estabelecimentos mais sofisticados oferecem até mesmo aluguel de máquinas digitais,
webcam e cópia de arquivos para CD, DVD ou disquetes (DIAS, 2007).
Com a expansão das LAN houses, os usuários passaram a frequentar
assiduamente estes estabelecimentos, passando horas conectados a computadores, fato que,
somado às atividades diárias dos indivíduos, é preocupante, pois os usuários, ao
permanecerem por tempo prolongado nestes estabelecimentos, podem estar expostos a
diversos fatores de risco, os quais somados aos outros advindos das atividades diárias,
podem trazer prejuízos severos à saúde. No caso do público infantil e adolescente, estes
fatores podem ser mais preocupantes por estarem em fase de formação da consciência e da
estrutura corporal (ZAPATER et al. 2004).
2.2 Disponibilidade e uso de computador e de video-game
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios de Acesso a
Internet, realizado em 408 mil e 148 indivíduos de 851 municípios, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todo território brasileiro no ano de 2005,
verificou que 9.845.292 (18,6%) residências possuíam computadores, sendo que 7.244.685
(13,7%) destas tinham alguma forma de conexão à internet (BRASIL, 2005).
Neste mesmo estudo, verificou-se que 21% das pessoas participantes,
acessaram a internet em algum local (domicílio, local de trabalho, estabelecimentos de
ensino, centro público de acesso gratuito ou pago, domicílios de outras pessoas ou
qualquer outro local), por meio de computadores, pelo menos uma vez, no período de
referência dos últimos três meses em 2005. Considerando a população por faixas etárias,
verificou-se que a utilização da internet estava mais concentrada nos grupos etários mais
jovens, sendo que, no grupo de 15 a 17 anos de idade, 33,9 % dos indivíduos acessaram
essa rede, sendo este resultado maior que as demais faixas etárias do estudo. Em relação à
finalidade de acesso a internet, verificou-se que as maiores proporções foram referentes a
educação e aprendizado (71,7%), comunicação com outras pessoas (68,6%) e atividades de
lazer (54,3%). Em relação à freqüência de utilização, a grande maioria utilizou pelo menos
uma vez por dia (BRASIL, 2005).
O mundo urbanizado tem importante interferência na saúde das crianças e
adolescentes, através de maior exposição às infecções, doenças relacionadas à poluição
ambiental, violência urbana e mudança no estilo de vida. Entre as mudanças no estilo de
vida, encontra-se o maior acesso aos meios de comunicação (GRACEY, 2002).
Assim, a exposição dos jovens aos meios de comunicação é um fenômeno
crescente no mundo. Roberts (2000), em estudo realizado nos Estados Unidos da América
com crianças e adolescentes na faixa etária de oito a dezoito anos, evidenciou que 70% de
suas famílias possuíam video-game e mais de dois terços computador em seu domicílio.
Por sua vez, aproximadamente 21% tinham computador e 45% video-game em seu próprio
quarto.
Outros dados importantes dessa pesquisa mostram que, indiferentemente do
dia, 48% dos adolescentes entre oito e treze anos usam o computador e 45% o video-game.
Por sua vez, 55% dos adolescentes entre quatorze e dezoito anos utilizam o computador e
30% o video-game todos os dias (ROBERTS, 2000).
Outros países também relatam uso considerável e freqüente destas tecnologias
nesta faixa etária. Em Hong Kong, Ho e Lee (2001) estudaram 2110 adolescentes e
verificaram que 82% usam computador em média por 2,5 horas ao dia. Em um estudo
realizado na Europa em 1997, foram realizadas uma série de pesquisas sobre a relação das
crianças e adolescentes com os meios de comunicação (ROE, 2000). Dois desses estudos
(VAN DER VOORT, BEENTJES e BOVILL, 1998; JOHNSSON-SMARAGDI,
d’HAENENS e KROTZ, 1998), realizados na Alemanha, Inglaterra, Suíça, Holanda,
Bélgica e França, demonstram que 41 a 85% das crianças e adolescentes entre seis e
dezessete anos têm computador na sua residência e 12 a 20% possuem este aparelho em
seu próprio quarto.
Por sua vez, os pré-escolares também usufruem dos novos meios de
comunicação. Recentemente, em uma pesquisa realizada, com amostra representativa dos
Estados Unidos da América com pais de crianças pré-escolares evidenciou que o uso do
computador e video-game é também freqüente nesta faixa etária. Dentre as crianças de
quatro a seis anos, 50% utilizam video-game e 70% computador, sendo que 10% o usam
diariamente (RIDEOUT, VANDEWATER e WARTELLA, 2003 apud CASTELLANOS,
2004).
Os computadores e video-games estão presentes, também, na realidade de
crianças e adolescentes brasileiros. As escolas, inclusive da rede pública estadual e
municipal de algumas cidades brasileiras, têm disponibilidade de computadores para uso
dos alunos (GAZETA, 1999). Rocha, Casaroto e Sznelwar, (2003), estudaram 126 escolas
da cidade de São Paulo e encontraram uma freqüência de uso desta tecnologia em 78% das
escolas no ensino fundamental e 63% no ensino médio.
O estudo KIDDOS, realizado em vários países da América do Sul, incluindo o
Brasil, estudou o perfil do relacionamento entre as crianças e os meios de comunicação.
Este estudo incluiu uma amostra de 1503 crianças e adolescentes brasileiros, com idade
entre seis a 11 anos e mostrou que 54% acessam frequentemente a internet e 58% jogam
semanalmente o video-game (CASTELLANOS, 2004).
A utilização dos jogos eletrônicos e dos computadores por crianças e
adolescentes tem aspectos positivos e negativos. Crianças manuseando teclas e fascinadas
pelo movimento, sons e cores e os adolescentes, estimulados pela curiosidade e pela
interação com seus amigos, brincam e utilizam o computador e video-game, com diferentes
formas e objetivos (CASTELLANOS, 2004). O computador e os jogos eletrônicos podem,
também, ser considerados e utilizados como auxílio pedagógico (ROCHA CASAROTO E
SZNELWAR, 2003; ANDERSON, FUNK e GRIFFITHS, 2004). Estes podem estimular o
gosto pela pesquisa e ajudar no desenvolvimento intelectual, no que se refere às dimensões
psicomotora, cognitiva e afetiva (SILVA, 1999; BARROS, 1999).
Por outro lado, a literatura médica relata alguns problemas associados ao uso
freqüente destes aparelhos por crianças e adolescentes, tais como: convulsões por foto-
estimulação (EMES, 1997), redução do nível de atividade física (SILVA, 1999), obesidade
(VANDEWATER, SHIM e CAPLOVITZ, 2004), dependência ao jogo (TEJEIRO e
BERSABÉ, 2002), comportamentos agressivos (EMES, 1997; ROBINSON et al. 2001),
sintomas e lesões músculo-esqueléticas (KATZ et al. 2000; BURKE e PEPER, 2002;
TAZAWA e OKADA, 2001; MACGREGOR, 2000; GUAN KOH, 2000; WOOD, 2001;
JACOBS e BAKER, 2002).
2.3 A problematização da utilização de computadores e video-games para a saúde das
crianças e adolescentes
Pouca atenção foi dada às relações entre o computador e o homem no momento
em que, a partir dos anos 70, a informática começou a ser introduzida na vida das pessoas.
Atualmente, à medida que números crescentes de crianças e adultos passam boa parte de
seu tempo diante de computadores, as atividades estão se tornando cada vez mais
sedentárias e repetitivas, com a tendência para problemas ergonômicos e de saúde para
seus usuários (VAN DER LINDEN, GUIMARÃES e FOGLIATTO, 2000).
O avanço da informática, que tanto facilitou as nossas vidas, tem contribuído
de forma expressiva nessa problemática. A informatização foi criando progressivamente
muitas atividades em que as pessoas trabalham sentadas por muitas horas diante de um
computador, com a atenção presa, os olhos ocupados, no mesmo campo de visão, as mão
trabalhando no teclado ou manuseando documentos, podendo movimentar pouco o resto do
corpo. Cresceram as queixas de fadiga visual e corporal e começaram a aparecer doenças
decorrentes do trabalho (BRANDIMILLER, 2002).
As principais doenças relacionadas ao trabalho são referentes aos Distúrbios
Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho (DORT – tradução de “Work Related
Musculoskeletal Disordens”). São transtornos funcionais, mecânicos e lesões de músculos
e/ou tendões e/ou nervos e mais raramente de vasos sanguíneos e tegumentos, ocasionadas
pela utilização biomecanicamente incorreta, que resulta em fadiga, queda do desempenho
no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, evolui para uma síndrome
dolorosa crônica. Tais distúrbios podem apresentar-se como fadiga, falta de resistência,
fraqueza, tremores, sensações de peso, falta de coordenação, dormência, dor ou irritação
dos membros ou regiões afetadas, formigamentos, dificuldade ao executar movimentos
precisos, entre outros. (LITTLEJOHN, 1998; HAGBERG, 1996).
O termo DORT é atualmente recomendado pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) em substituição ao termo Lesões por Esforços Repetitivos (LER). O modelo
etiopatogênico dos DORT é multicausal, ressaltando-se os fatores biomecânicos,
psicossociais, susceptibilidade individual e os relacionados com a organização do trabalho.
Os fatores biomecânicos envolvidos incluem posturas inadequadas, atividades repetitivas e
monótonas, movimentos com força excessiva e atividades prolongadas com repouso
insuficiente (LITTLEJOHN, 1998; HAGBERG, 1996).
Os DORT constituem um problema mundial de saúde pública, sendo a
principal doença ocupacional dos Estados Unidos (YENG, et al. 2001). Alguns estudos
evidenciam que os usuários de computador têm maiores riscos de desenvolver estes
distúrbios, principalmente localizados nos membros superiores (GERR, MARCUS e
MONTEILH, 2004).
Conforme Castellanos (2004), o termo DORT não é aplicável à faixa etária
pediátrica, pois as crianças e adolescentes não exercem habitualmente atividade
profissional. Entretanto, alguns dos fatores implicados na ocorrência desses distúrbios são
aplicáveis aos adolescentes, como o uso inadequado de alguns aparelhos (entre eles o
computador e video-game) e os movimentos repetitivos e prolongados e as posturas
inadequadas.
Puccini1 e Bresolin (2003) relatam que a utilização excessiva de computadores
por crianças e adolescentes, em situação de lazer (jogos eletrônicos) ou de trabalho, por
várias horas durante o dia, vem determinando dores músculo-esqueléticas localizadas ou
difusas em vários pontos. Além disso, essa situação afasta a criança de outras atividades
físicas e facilita a ocorrência de obesidade, ansiedade, dor torácica, cefaléia e fadiga. A
criança pode apresentar a chamada tenossinovite dos digitadores – LER (lesões por
esforços de repetição) ou DORT (distúrbio ósteo-muscular relacionado ao trabalho).
As dores associadas ao uso de computadores e video-game tem sido ainda
pouco estudadas na faixa etária pediátrica. A relação entre o uso de computador e a
presença de síndromes ou lesões no sistema músculo-esquelético ainda não foi
devidamente estudada nesta faixa etária. Até o presente momento, existem na faixa etária
pediátrica alguns estudos realizados fora do Brasil, que evidenciaram correlação estatística
entre o relato de dor e desconforto e o uso de computador (TEJEIRO e BERSABÉ, 2002;
BURKE e PEPER, 2002; JACOBS e BAKER, 2002).
Por outro lado, muitas pesquisas mostram um número muito grande de
indivíduos, entre seis e quinze anos, portadores de problemas músculo-esqueléticos,
principalmente os relacionados com a coluna vertebral (ESTEVES, 1993). As dores
músculo-esqueléticas constituem uma das principais causas de dores agudas, crônicas e
recorrentes na faixa etária pediátrica. No Brasil, algumas pesquisas evidenciam estes
dados. Uma pesquisa com amostra de 730 estudantes da 5ª e 6ª série da cidade de Bauru,
encontrou prevalência de sintomas em uma ou mais regiões da coluna vertebral em 42%
dos meninos e 66% das meninas (DE VITTA et al. 2007). Outro estudo realizado por
Castellanos (2004) evidenciou presença de 40% de sintomatologia em crianças e
adolescentes.
A ocorrência de problemas músculo-esqueléticos está relacionada às
condições ocupacionais e de lazer a que as pessoas estão submetidas no dia-a-dia. Entre
essas condições, a permanência na postura sentada tem sido apontada como um fator
determinante, pois promove diversos fatores de risco à saúde (GIL COURY, 1994).
Vale salientar que a principal postura que se adota para a utilização de
computadores é a postura sentada. Atualmente, as afecções posturais sobre o corpo
humano devida aos efeitos da postura sentada têm sido consideradas como um sério
problema de saúde pública, pois atingem alta incidência na população economicamente
ativa, crianças e adolescentes.
A postura sentada gera várias alterações nas estruturas músculo-esqueléticas da
coluna lombar. Aumenta em aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo do disco
intervertebral, todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) são
alongadas, reduz a circulação de retorno dos membros inferiores e promove desconfortos
na região do pescoço e membros superiores (GIL COURY, 1994).
Caso o indivíduo sentado realize posturas incorretas por longo período - flexão
anterior do tronco, falta de apoio lombar e falta de apoio do antebraço - as alterações são
potencializadas, sendo que a pressão intradiscal aumenta para mais de 70%. Este fato pode
predispor o indivíduo a maiores índices de desconfortos gerais, tais como dor, sensação de
peso e formigamento em diferentes partes do corpo e, principalmente, a processos
degenerativos, como a hérnia de disco (GIL COURY, 1994).
Murphy, Buckle e Stubbs (2002), em um estudo com escolares ingleses,
verificaram que estes realizaram várias posturas incorretas, como flexão anterior do tronco
e da cabeça, ausência de apoio lombar, dos antebraços e pés. O conjunto de hábitos
posturais incorretos, adotados pelas crianças desde o primário é motivo de preocupação,
pois o esqueleto está em fase de formação e as estruturas músculo-esqueléticas possuem
menor suportabilidade à carga, sendo, portanto, mais susceptíveis a deformações e lesões.
O problema principal do mau uso do computador por jovens e crianças são os
efeitos futuros; o sedentarismo associado ao uso abusivo do computador pode trazer
precocemente prejuízos significativos, típicos de idades mais avançadas (LAGE e LEITE,
2003).
Outro problema frequentemente encontrado nas atividades diante do
computador, refere-se ao sedentarismo. Verifica-se uma redução habitual do nível de
atividade física da população mundial nos tempos atuais, trazendo prejuízos significativos
para a saúde da população. Amostras de algumas localidades brasileiras apontam que a
prevalência do sedentarismo no tempo de lazer em adultos é em torno de 70% (BLOCH,
1998).
Silva e Malina (2000), ao investigarem o nível de atividade física de
adolescentes, notaram uma alta prevalência de sedentarismo, alertando para uma maior
probabilidade de permanecerem sedentários na vida adulta, não usufruindo assim dos
efeitos benéficos da atividade regular sobre a saúde. De Vitta et al. (2007) evidenciam este
fato, ao verificar, através de estudo com 261 escolares da cidade de Bauru, que 81% dos
meninos e 97% das meninas classificaram-se como sedentárias.
A atividade física habitual tem sido reconhecida como um componente
importante de um estilo de vida saudável (TWISK, 2001). Blair et al. (1989) sugerem
várias razões para explicar a possível relação causal entre a atividade física e a saúde em
crianças e adolescentes: as crianças sedentárias parecem ser mais susceptíveis para
desenvolverem patologias degenerativas em idade adulta; a atividade física nas crianças
induz alterações biomecânicas, fisiológicas e psicológicas, persistindo de forma benéfica
durante a vida adulta; os hábitos saudáveis adquiridos na infância parecem persistir durante
a vida adulta.
Desta maneira, a presença do computador na vida das pessoas apresenta
desafios para todos aqueles que estão envolvidos com o planejamento e projeto dos
espaços e instalações de trabalho e com a saúde da população. Muitas questões ainda se
encontram sem solução adequada e novos questionamentos surgem com o
desenvolvimento das novas tecnologias que submetem os usuários a novos
constrangimentos, de natureza física e cognitiva (NAGAMACHI, 1996; SMITH, 1997).
Levando-se em conta a escassez de estudos, tanto nacionais como
internacionais, e a importância do assunto, é de fundamental contribuição que a
Fisioterapia em conjunto com o Design, possam através da Ergonomia desenvolverem
estudos que realmente contribuam visando o bem estar da comunidade e, neste caso
específico, das crianças e adolescentes usuário dos estabelecimentos de LAN house.
Segundo Ahonen, Launis e Kuorinka, (1989), o sucesso na melhoria dos locais de trabalho
requer a colaboração entre designers, profissionais da saúde, do trabalho e trabalhadores.
3 PROPOSTA DE PESQUISA
O interesse inicial no delineamento deste estudo, surgiu após discussões dos
pesquisadores em encontros do Grupo de Pesquisa “Desenho Industrial: projetos e
interfaces” da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual
Paulista e do Grupo de Pesquisa “Qualidade de Vida e Prevenção” da Universidade do
Sagrado Coração, sobre programas ergonômicos e preventivos direcionados aos fatores de
risco presentes nas atividades diárias da população, em especial os fatores de risco
presentes na vida das crianças e adolescentes.
Nestes encontros, foi dada maior atenção aos fatores de risco presentes à
utilização de computadores, já que é notório o aumento da utilização desse equipamento
pelo público infantil, devido à facilidade de acesso a este meio, o avanço tecnológico, a
globalização, entre outros; possibilitando o contato cada vez mais precoce aos fatores de
risco que as atividades diante do computador podem fornecer, como os relacionados a
postura sentada, as posições estáticas, repetitividade, sedentarismo, e até alguns tipos de
doenças como as lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios ósteo-musculares
relacionados ao trabalho (DORT), entre outras. Em especial, nos chamaram a atenção os
estabelecimentos de LAN house devido à maioria de seus usuários serem crianças,
adolescentes e jovens que utilizam freqüentemente e por tempo prolongado este meio de
entretenimento.
Estas discussões tomaram forma a partir da elaboração do artigo:
"Consequências físicas da utilização de computadores pelo público infantil: uma revisão",
realizado durante a disciplina Design ergonômico e projeto na interface tecnologia x
usuário, e apresentado e publicado no 6° ERGODESIGN: 6° Congresso Internacional de
Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-Tecnologia e 1° Simpósio Internacional
de Design Ergonômico e Interfaces Homem X Tecnologia (ZAPATER et al. 2006).
Tendo essa sugestão do delineamento do projeto, pudemos reunir junto às áreas
de fisioterapia e de desenho industrial, conhecimentos específicos sobre os aspectos
anatômicos, fisiológicos e biomecânicos do corpo humano e em especial conhecimentos
ergonômicos, possibilitando, assim, embasamentos fundamentais e importantes para uma
contribuição significativa ao meio científico, além de possibilitar o desenvolvimento desse
estudo.
Hipóteses Iniciais do Estudo
Inicialmente, algumas hipóteses geraram preocupação, levando a discussões
que possibilitaram a formulação das hipóteses reais da dissertação. Dentre as hipóteses
iniciais, sugeríamos que os estabelecimentos de LAN houses poderiam apresentar certos
fatores de risco para seus usuários, como em relação aos fatores ergonômicos dos
mobiliários e equipamentos, além de possibilitar agravos em relação aos fatores físicos do
próprio usuário, como os hábitos posturais incorretos perante a postura sentada e o nível de
atividade física.
Sugestões levaram a acreditar que essas hipóteses influenciavam diretamente
nos sintomas músculo-esqueléticos: quanto maior a presença dos fatores de risco
ergonômicos maior seriam os constrangimentos com as posturas adotadas e a freqüência de
sintomas; quanto maior fossem os fatores de risco perante a postura corporal adotada,
maior seria a sintomatologia; e quanto menor o nível de atividade física dos usuários,
maior seria a presença de sintomas e os constrangimentos posturais, concretizando,
portanto as hipóteses da dissertação.
Hipóteses da Dissertação
As hipóteses do presente estudo são:
O uso freqüente do computador interfere nas sintomatologias músculo-
esqueléticas e, quanto maior a utilização, maior a sintomatologia;
Os usuários que apresentarem piores configurações posturais, apresentarão
maior freqüência sintomatológica;
Usuários que apresentarem menor nível de atividade física terão maiores
sintomatologias músculo-esqueléticas.
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Avaliar a associação entre os aspectos ergonômicos elucidados pela freqüência das
condições posturais e freqüência de uso de computadores, com os sintomas músculo-
esqueléticos, o nível de atividade física, idade e gênero em usuários de uma LAN house do
município de Bauru/SP, possibilitando contribuir com o design de postos de atividades das
LAN Houses.
4.2 Objetivos Específicos
Descrever o perfil de participação dos aspectos ergonômicos, elucidados pela
freqüência de uso de computadores e video-game e as condições posturais dos usuários de
uma LAN house do município de Bauru/SP.
Descrever o perfil de participação dos sintomas músculo-esqueléticos nos usuários
de uma LAN house do município de Bauru/SP.
Descrever o perfil de participação do nível de atividade física nos usuários de uma
LAN house do município de Bauru/SP.
Apresentar as discussões e contribuições para o design de postos de atividades para
LAN Houses.
5 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa transversal descritiva, cujas variáveis foram
representadas pelas posturas corporais adotadas, freqüência de utilização de computadores
e video-game, nível de atividade física e sintomas músculo-esqueléticos percebidos. Para
tal, realizou-se durante o ano de 2006, um estudo de campo com os usuários de uma LAN
house do município de Bauru, SP.
5.1 Local de Estudo
A pesquisa de campo ocorreu em um estabelecimento de LAN house
localizado no maior Núcleo Habitacional da América Latina, Núcleo Mary Dota, periferia
do município de Bauru, São Paulo, Brasil. A LAN house em questão apresenta-se como
um estabelecimento de grande porte, estando no mercado há três anos, transformando-se
em um dos maiores estabelecimentos do ramo no município, com aproximadamente sete
mil usuários cadastrados, sendo estes de todas as faixas etárias, gêneros e níveis sociais.
Conta com uma área de 100m², possuindo 30 computadores de última geração,
dispostos em quatro bancadas fixas, de produção própria, com divisões unitárias de
aproximadamente 78 centímetros de largura, 80 centímetros de altura, profundidade de 70
centímetros e borda oval.
Todos os postos / áreas de utilização são equipados com cadeiras tipo poltrona
(Modelo Cavaletti – Regulagem do Relax), com regulagem mínima da altura do assento de
47 centímetros e máxima de 57 centímetros, regulagem do ângulo do assento-encosto,
além de ser equipada com dispositivo para travamento e liberação do sistema Relax, ajuste
de tensão da mola responsável pela mobilidade do assento/encosto e disposta com cinco
pés.
Os postos de utilização com os devidos equipamentos e mobiliários podem ser
visualizados na Figura 1 e 2.
Figura 01 – Equipamentos e mobiliários
Figura 02 – Posto individual
5.2 Sujeitos
Foram sujeitos da pesquisa 100 adolescentes, de 14 a 19 anos, sendo 66 do
gênero masculino e 34 do feminino, usuários de uma LAN house da cidade de Bauru. Para
a respectiva faixa etária, foram obtidos quinze adolescentes de 14 anos, dezenove de 15
anos, dezenove com 16 anos, dezoito adolescentes com 17 anos, dezessete de 18 anos e
doze adolescentes de 19 anos.
Como critério para inclusão no estudo, os usuários tiveram que apresentar
freqüência de utilização superior ou igual a 10 vezes, no respectivo período (janeiro a
novembro de 2006) e apresentarem-se, no momento da realização da pesquisa, com idade
referente à faixa etária do estudo.
O proprietário da LAN house foi informado sobre os objetivos e etapas da
pesquisa, o qual aceitou participar da mesma, disponibilizando o estabelecimento através
da assinatura do termo de consentimento (Anexo 1). Os sujeitos foram informados pelo
mesmo procedimento, autorizando a sua participação através de assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido (Anexo 2).
Para o cálculo da amostragem do estudo, o número de indivíduos foi
distribuído proporcionalmente, por meio de processo sistemático, nas idades de 14 a 19
anos, através de levantamento realizado no cadastro de clientes da empresa, no período de
janeiro a março de 2006, indicando uma população amostral para o estudo de 97
indivíduos.
5.3 Materiais e Equipamentos
Os materiais e os equipamentos para a produção, coleta e organização das
informações de interesse foram os seguintes:
um microcomputador (Note book - Acer Aspire 3100-1868);
uma impressora (Pixma NP 180 Canon);
Máquina Fotográfica Digital (Sony DSC H2 – 6MP);
Ficha de registro postural (Anexo 3);
Questionário 1 – Sócio-demográfico e caracterização da população (Anexo 4);
Questionário 2 – Sintomas músculo-esqueléticos percebidos (Anexo 5);
Questionário 3 – Nível de atividade física (Anexo 6);
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).
5.4 Procedimentos
Para a consecução do objetivo geral proposto para o trabalho, o procedimento
dividiu-se em três etapas: a Etapa A, referente à caracterização da população, avaliação do
nível habitual de atividade física e presença de sintomas músculo-esqueléticos; a Etapa B,
correspondente ao registro e análise postural dos usuários de LAN house, e a Etapa C
referente à organização e caracterização dos dados.
Etapa A: Caracterização da população e aplicação de questionários.
Os questionários foram aplicados após os usuários serem atendidos pelo
proprietário do estabelecimento e serem questionados sobre a idade; caso se enquadrassem
na faixa etária do estudo, eram indagados pelo mesmo sobre a disponibilidade de
participarem voluntariamente da pesquisa. Após esta abordagem e aceitando participar do
estudo, o usuário dirigia-se ao pesquisador, o qual em sessão única, explicava os objetivos
e procedimentos do estudo, aplicando em seguida o termo de consentimento livre e
esclarecido e os instrumentos investigativos. Após a entrevista, o usuário encontrava-se
liberado para usufruir do estabelecimento. Os questionários baseavam-se em questões
sócio-demográficas, frequência de uso de computadores, nível de atividade física e
sintomas músculo-esqueléticos.
As variáveis sócio-demográficas e caracterização da população foram coletadas
mediante um questionário desenvolvido pelo próprio pesquisador para esse estudo,
contendo questões referentes à identificação do usuário e frequência de uso de
computadores em LAN house, no trabalho, no domicílio, na escola ou em escolas
especializadas (Anexo 4).
Em relação aos sintomas músculo-esqueléticos, utilizou-se o Questionário
Nórdico (DICKINSON et al. 1992), adaptado para a cultura brasileira por Barros (2003) e
reorganizado para este estudo. O instrumento original é composto de três questões: a
primeira pergunta: se o sujeito sentiu desconfortos (formigamento, dor, sensação de peso,
dormência) nos últimos seis meses, em regiões específicas do corpo (pescoço, ombro,
cotovelo, punho e mão, coluna dorsal, coluna cervical, coluna lombar, quadris, coxas e
nádegas, joelhos, tornozelos e pés); a segunda, se sentiu desconfortos nos últimos sete dias,
nas mesmas regiões corporais; e a terceira, se nos últimos seis meses o sujeito deixou de
fazer atividades normais por causa de alterações nos segmentos corporais já citados.
A adaptação deste instrumento consistiu na elaboração de uma planilha, na
qual o indivíduo era questionado sobre sentir sintomas músculo-esqueléticos nos últimos
seis meses, no último mês, nos últimos sete dias e no mesmo dia da entrevista e sobre a
intensidade da sintomatologia, nas mesmas regiões corporais do Questionário Nórdico
(anexo 5).
O nível de atividade física habitual dos usuários foi avaliado através do
questionário de atividade física para crianças (PAQ-C), validado por Crocker et al. (1997)
(anexo 6). O PAQ-C, em suma, investiga o nível de atividade física moderada e intensa de
crianças e adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do questionário.
Contudo, o PAQ-C tem a limitação de não discriminar a intensidade, freqüência e duração
das atividades e de não estimar o gasto calórico no período.
O questionário é composto por nove questões sobre a prática de esportes e
jogos e as atividades físicas na escola e no tempo de lazer, incluindo o final de semana.
Cada questão tem valor de 1 a 5 e o escore final é obtido pela média das questões,
representando o intervalo de muito sedentário (1) a muito ativo (5). Os escores 2, 3 e 4
indicam as categorias sedentário, moderadamente ativo e ativo, respectivamente. Sendo
assim, a partir do escore, pode-se classificar os indivíduos como ativos ou sedentários.
Ativos são aqueles que têm escores maior ou igual a três ( 3) enquanto sedentários são os
indivíduos que apresentm escores menores que três (<3) (CROCKER et al. 1997).
O PAQ-C também inclui perguntas sobre o nível comparado de atividade,
sobre a média diária do tempo que assistem televisão (que também indica tempo em
atividade sedentária), e sobre a presença de alguma patologia que impedisse a atividade
física regular na semana avaliada, porém esses dados não entram no cômputo do escore. O
preenchimento do questionário pelo usuário leva em torno de vinte minutos. Os dados
referentes a estas questões não foram abordados neste estudo, já que não interferiam no
resultado final.
Etapa B: Registro e Análise Postural
Para o registro das condições posturais, foram realizados três registros
fotográficos, sendo esses, em vista posterior, perfil direito e perfil esquerdo (Figuras 03, 04
e 05) em situação real de utilização pelos usuários, efetuados pelo próprio pesquisador,
após 20 minutos de o usuário ter iniciado as atividades no computador. Para tal,
considerou-se qualquer atividade em que o sujeito estivesse na postura sentada utilizando o
computador.
Figura 04 - Perfil Direito
Figura 03 – Vista Posterior
Figura 05 - Perfil Esquerdo
Após o registro fotográfico, esses dados foram transmitidos a um computador e
analisados e registrados em laboratório através de ficha elaborada para este estudo, baseada
na ficha de registro postural descrita por Oliveira (1996), acrescentadas as informações
referentes à posição corporal em utilização de computadores.
Para a adaptação do instrumento, considerou-se o acréscimo de variáveis em
relação à posição da cabeça, posição dos membros superiores (ombros, braços, braço-
antebraço e punho-mão), e informações sobre o posicionamento do tronco.
A ficha de registro postural apresentou quinze variáveis referentes a regiões
corporais, sendo cada variável classificada de acordo com sua posição (Anexo 3). A seguir,
visualizam-se as informações contidas no instrumento:
a) Informações sobre as relações entre os segmentos corporais (perna-coxa,
tronco-coxa, cabeça-tronco, ombro-tronco, braço-tronco, braço-antebraço, punho-mão,
cruzamento dos membros inferiores e tronco);
b) Informações sobre os apoios dos segmentos corpóreos na mobília, chão ou
na mesa (apoio plantar, apoio lombar, base de pressão na cadeira, local de apoio na
cadeira, apoio do antebraço e apoio da cabeça);
c) Informações sobre a utilização da mobília e computador.
Etapa C: Organização e caracterização dos dados
Após a aplicação dos questionários e do registro postural, os dados foram
tabulados e analisados em planilha da Microsoft office excel 2003, possibilitando a análise
do resultado direto de cada variável e as associações entre elas.
Os resultados diretos das variáveis referentes à freqüência de utilização,
condições posturais, sintomas músculo-esqueléticos e nível de atividade física foram
representados pelo percentual encontrado, sendo que para os dados diretos das condições
posturais foram estabelecidos apenas duas categorias considerando como Adequadas as
variáveis recomendadas ao corpo humano e Inadequadas as não recomendadas ao corpo
humano (Quadro 1), conforme Gil Coury (1994) e Iida (1990).
Quadro 1: Questões referentes às variáveis contidas na ficha de registro das condições posturais
segundo as categorias adequadas e inadequadas
Condição Postural Posicionamento – Região
Corpórea
Adequada Inadequada
Apoio plantar Apoiado
Parcial
Sem Apoio
Ângulo perna – coxa Igual a 90°
Maior que 90°
Menor que 90°
Cruzamento dos mmii Sem cruzamento
Cruzamento no tornozelo
Cruzamento no joelho
Apoio do antebraço Apoiado na cadeira e/ou na mesa Sem apoio
Ombros Neutro
Elevado ou anterior ou abduzido
Posições combinadas
Braço
Neutro
Estendido ou abduzido ou
cruzamento da linha média
Posições combinadas
Ângulo braço – antebraço Igual a 90°
Maior que 90°
Menor que 90°
Ângulo punho – mão
Neutro
Estendido ou flexionado
Desvio radial ou desvio ulnar
Posições combinadas
Ângulo tronco – coxa De 90° a 110°
Igual a 90°
Menor que 90° ou maior que 90°
Apoio lombar Apoiado
Parcialmente apoiado
Sem apoio
Tronco Neutro
Flexionado ou rodado ou inclinado
Posições combinadas
Cabeça
Alinhada
Anterior ou posterior
Inclinada ou rodada
Posições combinadas
Apoio da cabeça
Sem apoio
Apoio no encosto da cadeira
Apoio na mão
Base de apoio da cadeira Nádegas e coxas
Somente nádegas
Nádegas, membro inferior e pé
Local de apoio das na cadeira Todo assento
1/3 médio do assento
1/3 anterior do assento
Já para a verificação das associações entre as variáveis, os resultados foram
categorizados, aplicando-se uma fórmula para a transformação dos resultados, em escores
percentuais para cada variável.
Fórmula geral:
Valor mínimo 0%
Total de pontos X
Valor máximo 100%
Valor máximo – valor mínimo 100%
Total de pontos – valor mínimo X
(total de pontos – valor mínimo)
X = x 100%
Valor máximo – valor mínimo
Para o cálculo dos dados referentes à freqüência de uso de computadores,
primeiramente foram categorizadas as respostas das questões referentes ao uso, freqüência
de uso na semana e duração do uso em diferentes situações, conforme visualiza-se no
quadro a seguir.
No quadro 2, visualizamos as questões contidas no questionário de
informações sócio-demográficas (anexo 4), referentes a essas situações e respectivas
categorizações.
Quadro 2: Questões referentes às variáveis contidas na ficha de registro da utilização de
computadores e video-game e a respectiva categorização
Questões Respostas
10 a 20 = 1
20 a 30 = 2
Em 2006, quantas vezes (em média) você utilizou a LAN house?
30 a 40 = 3
Mais de 40 = 4
1 a 2 dias por semana = 1
3 a 4 dias por semana = 2
Quantos dias por semana, em média, você freqüenta a LAN house?
5 dias por semana = 3
Somente Finais de semana = 4
Todos os dias da semana = 5
1 a 2 horas = 1
Por quantas horas você permanece na LAN house? (a cada vez que freqüenta)
3 a 4 horas = 2
4 a 5 horas = 3
Mais de 5 horas = 4
Não usa = 0
1 a 2 dias por semana = 1
Caso utilize computador no local de trabalho, quantos dias por semana, em
média, você usa?
3 a 4 dias por semana = 2
5 dias por semana = 3
Todos os dias da semana = 4
Não usa = 0
Caso utilize computador no local de trabalho, por quantas horas em média você
permanece, utilizando-o? (a cada vez que utiliza)
1 a 2 horas = 1
3 a 4 horas = 2
4 a 5 horas = 3
Todo período = 4
Não usa = 0
1 a 2 dias por semana = 1
Caso utilize computador e/ou vídeo game em casa, quantos dias por semana, em
média, você utiliza?
3 a 4 dias por semana = 2
5 dias por semana = 3
Somente nos finais de semana = 4
Todos os dias da semana = 5
Não usa = 0
Caso utilize computador e/ou video-game em casa, por quantas horas você
permanece, utilizando-o? (a cada vez que freqüenta)
1 a 2 horas = 1
3 a 4 horas = 2
4 a 5 horas = 3
Mais de 5 horas = 4
Não usa = 0
Caso utilize o computador na escola, quantos dias por semana você o utiliza?
1 a 2 dias por semana = 1
3 a 4 dias por semana = 2
Todos os dias da semana = 3
Não usa = 0
Caso utilize computador na escola, por quantas horas você permanece
utilizando-o?
1 a 2 horas = 1
3 a 4 horas = 2
4 a 5 horas = 3
Mais de 5 horas = 4
Após a categorização dos resultados, o escore da freqüência de uso de
computadores foi calculada através da somatória dos pontos acumulados nas respostas das
questões referentes à utilização de computadores, variando do valor mínimo de 3 pontos ao
máximo de 37 pontos, transformando o resultado em porcentagem (0 a 100%), por meio da
seguinte fórmula de cálculo.
(somatória dos pontos – 3)
% Freq. de uso =
x 100%
34
Para o cálculo do escore das condições posturais dos usuários de LAN house,
utilizou-se o mesmo procedimento, e a categorização foi realizada pela ficha de registro
postural (anexo 9), conforme quadro a seguir.
Quadro 3: Questões referentes às variáveis contidas na ficha de registro das condições posturais e
respectiva categorização
Condição Postural Posicionamento – Região
Corpórea
Hemicorpo Direito Hemicorpo Esquerdo
Apoio plantar
Apoiado = 1
Parcial = 2
Sem Apoio = 3
Apoiado = 1
Parcial = 2
Sem Apoio = 3
Ângulo perna – coxa
Igual a 90° = 1
Maior que 90° = 2
Menor que 90° = 3
Igual a 90° = 1
Maior que 90° = 2
Menor que 90° = 3
Cruzamento dos mmii
Sem cruzamento = 1
Cruzamento no tornozelo = 2
Cruzamento no joelho = 3
Sem cruzamento = 1
Cruzamento no tornozelo = 2
Cruzamento no joelho = 3
Apoio do antebraço
Apoiado na cadeira e/ou na mesa = 1
Sem apoio = 2
Apoiado na cadeira e/ou na mesa = 1
Sem apoio = 2
Ombros
Neutro = 1
Elevado ou anterior ou abduzido = 2
Posições combinadas = 3
Neutro = 1
Elevado ou anterior ou abduzido = 2
Posições combinadas = 3
Braço
Neutro = 1
Estendido ou abduzido ou
cruzamento da linha média = 2
Posições combinadas = 3
Neutro = 1
Estendido ou abduzido ou
cruzamento da linha média = 2
Posições combinadas = 3
Ângulo braço – antebraço
Igual a 90° = 1
Maior que 90° = 2
Menor que 90° = 3
Igual a 90° = 1
Maior que 90° = 2
Menor que 90° = 3
Ângulo punho – mão
Neutro = 1
Estendido ou flexionado = 2
Desvio radial ou desvio ulnar = 3
Posições combinadas = 4
Neutro = 1
Estendido ou flexionado = 2
Desvio radial ou desvio ulnar = 3
Posições combinadas = 4
Ângulo tronco – coxa*
De 90° a 110° = 1
Igual a 90° = 2
Menor que 90° ou maior que 90° = 3
Apoio lombar*
Apoiado = 1
Parcialmente apoiado = 2
Sem apoio = 3
Tronco*
Neutro = 1
Flexionado ou rodado ou inclinado = 2
Posições combinadas = 3
Cabeça*
Alinhada = 1
Anterior ou posterior = 2
Inclinada ou rodada = 3
Posições combinadas = 4
Apoio da cabeça*
Sem apoio = 1
Apoio no encosto da cadeira = 2
Apoio na mão = 3
Base de apoio da cadeira*
Nádegas e coxas = 1
Somente nádegas = 2
Nádegas, membro inferior e pé = 3
Local de apoio das na cadeira*
Todo assento = 1
1/3 médio do assento = 2
1/3 anterior do assento = 3
* Variáveis corporais únicas.
A freqüência das condições posturais foi obtida através da somatória de pontos
acumulados entre o valor mínimo de 23 e máximo de 70 pontos, transformando o resultado
em porcentagem (0 a 100%), por meio da fórmula de cálculo.
(somatória dos pontos – 23)
% Postural = x 100%
47
Os sintomas músculo-esqueléticos foram categorizados atribuindo zero (0) para
ausência e um (1) para presença de sintomas. A freqüência de sintomas músculo-
esqueléticos foi verificada pela somatória dos pontos, considerando como valor máximo 36
pontos, referentes à presença de sintomas em todos os momentos e regiões corpóreas, não
incluindo-se os dados referentes à intensidade da sintomatologia, conforme Anexo 5. O
resultado percentual da freqüência de sintomas foi obtido pela mesma forma de cálculo,
visualizada a seguir.
(somatória dos pontos)
% Sintomas =
x 100%
36
5.5 Análise dos Dados
Para o cálculo amostral do estudo, foram levantados os usuários que
freqüentaram o estabelecimento pelo menos uma vez no período de janeiro a abril de 2006.
A partir desses dados, o número de indivíduos foi distribuído proporcionalmente, nas
idades de 14 a 19 anos por procedimento sistemático, livre e esclarecido, concedendo-se
uma aceitação de 75%, com nível de confiança de 95% e erro de estimação de 10%,
indicando uma quantidade amostral de 97 indivíduos, conforme procedimento
metodológico, descrito por Silva (1998).
Para melhor elucidação dos resultados, concentrou-se nas Tabelas 1, 2 e nos
quadros 4, 5, 6, 7, 8 os dados referentes à descrição direta do perfil de participação das
variáveis quanto a freqüência de utilização, condição postural, sintomas músculo-
esqueléticos e nível de atividade física, enquanto nas demais, destina-se aos resultados das
associações.
A visualização direta das variáveis referente às condições posturais deu-se por
duas categorias, representando-se as condições adequadas com a cor verde e as
inadequadas com a cor vermelha. Para o nível habitual de atividade física, utilizou-se o
mesmo procedimento utilizando a cor verde para a representação do nível ativo e vermelho
para sedentário; já os sintomas músculo-esqueléticos foram representados por quatro
diagramas referentes aos respectivos momentos de avaliação.
O estudo das freqüências dos escores quanto à freqüência de uso de
computadores, condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos segundo gênero e
nível de atividade física (Tabelas 3 e 4), foi realizado pelo teste estatístico não-paramétrico
de Mann-Whitney (NORMAN e STREINER, 1994), através do software Jandel Sigmastat.
Todas as conclusões estatísticas foram discutidas no nível de significância de 5% de
probabilidade.
Para as análises das associações lineares entre as variáveis (Tabela 5 e 6),
utilizou-se a técnica de correlação dos postos de Spearman (ZAR, 1999).
5.6 Comitê de Ética em Pesquisa
Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade do Sagrado Coração, sobre
protocolo 044/06.
6 RESULTADOS
Na Tabela 1 e 2, visualizam-se o perfil de participação dos aspectos
ergonômicos, elucidados pela freqüência de uso de computadores e video-game, locais de
utilização, duração e uso.
TABELA 1: Percentual de usuários quanto ao local de utilização
Percentual de usuários
Local de utilização
Sim Não
LAN house 100% -
Residência 70% 30%
Escola 24% 76%
Trabalho 11% 89%
Do total de adolescentes que freqüentaram em algum momento a LAN House,
38% utilizaram mais de 40 vezes o estabelecimento no referido período-critério do estudo,
61% freqüentaram de 1 a 2 vezes por semana e 88% permaneceram de 1 a 2 horas fazendo
uso do estabelecimento a cada vez em que freqüentaram. Em relação ao uso de
computadores e/ou video-game na residência, verificou-se que, dos adolescentes (70%)
que também utilizam destes equipamentos na própria residência, 30% utilizam diariamente
e 54% de 1 a 4 horas a cada período de uso; considerando os usuários que fazem uso do
computador na escola (24%), 23% utilizaram de 1 a 2 vezes por semana e de 1 a 2 horas.
Dos 11% dos adolescentes que utilizam no local de trabalho, 8% fazem uso mínimo de 5
vezes por semana e 7% de 1 a 2 horas por dia.
TABELA 2: Percentual de freqüência de utilização segundo o local de uso.
Local Utilização Variável (%)
10 a 20 35
20 a 30 14
30 a 40 13
Q. de uso
+ de 40 38
1 a 2 61
3 a 4 21
5 7
Finais de semana 5
Dias da semana
Todos os dias 6
1 a 2 88
3 a 4 10
4 a 5 1
LAN house
(100%)
Q. de horas
+ de 5 1
1 a 2 18
3 a 4 10
5 4
Finais de semana 8
Dias da semana
Todos os dias 30
1 a 2 28
3 a 4 26
4 a 5 7
Residência
(70%)
Q. de horas
+ de 5 9
1 a 2 23
3 a 4 1
Dias da semana
Todos os dias 0
1 a 2 23
3 a 4 1
4 a 5 -
Escola
(24%)
Q. de horas
+ de 5 -
1 a 2 2
3 a 4 2
5 4
Dias da semana
Todos os dias 3
1 a 2 7
3 a 4 2
4 a 5 1
Trabalho
(11%)
Q. de horas
Todo período 1
No Quadro 4, verificam-se os dados referentes ao percentual de participação
das condições posturais dos adolescentes, usuários da LAN house, segundo as variáveis
referentes às angulações dos segmentos.
Quadro 4. Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house, segundo as
variáveis referentes às angulações dos segmentos.
34%
28%
37%
14%
18%
66%
72%
63%
86%
82%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Adequado
Inadequado
Ângulo
Perna-coxa
D
E
Ângulo
Tronco - coxa
Ângulo
Braço
antebra
ç
o
D
E
Os dados elucidados no Quadro 4, demonstram que as condições posturais dos
adolescentes, no momento do registro fotográfico, referentes a angulação dos segmentos
corporais, apresentaram percentual considerável na categoria inadequada. Para o ângulo
obtido entre a perna e a coxa, observou-se que 82% dos usuários apresentaram no membro
inferior direito condições inadequadas e 86% no esquerdo; já para a angulação entre o
tronco e a coxa, 63% encontraram-se inadequados e, em relação ao ângulo braço-
antebraço, 72% permaneceram com um condição inadequada do segmento direito e 66%
do esquerdo respectivamente.
As condições posturais das variáveis referentes ao posicionamento dos
segmentos dos adolescentes usuários de LAN house podem ser visualizadas no Quadro a
seguir.
Quadro 5. Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house, segundo as
variáveis referentes ao posicionamento dos segmentos.
21%
38%
38%
80%
63%
60%
48%
10%
66%
66%
79%
62%
62%
20%
37%
40%
52%
90%
34%
34%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Adequado
Inadequado
Verifica-se que as condições posturais referentes ao posicionamento dos
segmentos corporais obtiveram resultados expressivos na condição inadequada, sendo que
as variáveis com maior percentual inadequado foram as referentes à posição da cabeça
(90%), posição do punho e da mão (62%) e posição do tronco (79%). Já para as condições
referentes ao cruzamento dos membros inferiores e posição do braço, a maioria dos
usuários apresentou condições adequadas.
Em relação às condições posturais referentes aos apoios dos segmentos
corporais dos adolescentes usuários de LAN house, observa-se, no Quadro 6, que as
variáveis referentes ao apoio plantar, apoio lombar, apoio do antebraço e o local do apoio
na cadeira apresentaram resultados importantes, com a maioria dos usuários
permanecendo, no momento do registro fotográfico, em condições inadequadas para o
corpo humano.
Cruzamento
do MI
D
E
Posição
Cabeça
Posição
Ombro
D
E
Posição
Braço
D
E
Posição
Punho-Mão
D
E
Posição
Tronco
Quadro 6. Percentual das condições posturais dos usuários de LAN house, segundo as
variáveis referentes aos apoios dos segmentos.
48%
94%
97%
42%
47%
21%
13%
11%
52%
6%
3%
58%
53%
79%
87%
89%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Adequado
Inadequado
Já em relação às variáveis apoio da cabeça e distribuição do apoio na cadeira a
maioria dos usuários apresentou condições adequadas para o corpo humano.
O Quadro 7 destina-se a demonstrar o perfil de participação das freqüências de
sintomas músculo-esqueléticos nos últimos seis meses, último mês, última semana e no dia
da coleta, segundo os segmentos corporais.
Apoio Plantar
D
E
Apoio Lombar
Apoio
Antebraço
D
E
A
p
oio Cabe
ç
a
Distribuição
A
p
oio Cadeira
Local
A
p
oio Cadeira
Quadro 7. Distribuição das freqüências dos sintomas músculo-esqueléticos referidos pelos
adolescentes, segundo os segmentos corporais e respectivos momentos.
Últimos seis meses
Último mês
Última semana
Dia
Verificaram-se freqüências consideráveis de sintomas músculo-esqueléticos
nos adolescentes nos últimos seis meses, sendo que 36% dos usuários apresentaram
sintomatologia na coluna cervical, 38% na coluna torácica, 35% na coluna lombar, 31% na
região dos ombros, 29% na região do punho e da mão, 27% em um ou em ambos os
joelhos e 20% nos tornozelos e pés. Em relação à presença de sintomatologia no dia da
entrevista, não se observaram resultados expressivos, sendo que a região corporal que
apresentou maior freqüência neste momento foi a coluna lombar com 10% de incidência.
No Quadro 8, pode ser observado o nível de atividade física dos adolescentes
usuários de LAN house. Constatou-se que 89% dos usuários se enquadram como
sedentários e somente 11% como ativos.
Quadro 8. Percentual do nível de atividade física nos usuários de LAN house.
11% 89%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Ativo
Sedentário
Nível
Atividade
Física
A Tabela 3 destina-se a demonstrar as medidas descritivas dos escores
percentuais das variáveis uso de computador, condições posturais e sintomas músculo-
esqueléticos, segundo a variável gênero.
Tabela 3. Medidas descritivas dos escores percentuais das variáveis uso de computador,
condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos, segundo gênero.
Significância estatística – p< 0,05
Visualiza-se diferença significativa (p<0,05) no cruzamento dos sintomas
músculo-esqueléticos com o gênero, verificando uma presença maior da sintomatologia no
gênero feminino (P50 - 11,11) em relação ao masculino (P50 - 8,33). Em relação ao
cruzamento dos escores referentes ao uso de computadores e condições posturais com o
gênero, não se observaram resultados estatisticamente significativos.
Na Tabela 4, visualizam-se medidas descritivas dos escores percentuais das
variáveis uso de computador, condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos,
segundo nível de atividade física.
Tabela 4. Medidas descritivas dos escores percentuais das variáveis uso de computador,
condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos, segundo nível de atividade física.
Escore Percentual Nível de
Atividade
Física
Medida Descritiva
Uso Postural Sintomas
Valor Mínimo 0,00 21,28 0,00
P50 20,59 42,55 13,89
Valor Máximo 67,65 76,60 44,44
Média 21,12 41,92 15,11
Sedentário
Desvio-padrão 13,41 10,81 12,29
Valor Mínimo 5,88 25,53 0,00
P50 20,59 38,03 8,33
Valor Máximo 35,29 51,06 19,44
Média 20,85 40,23 7,07
Ativo
Desvio-padrão 11,35 9,15 5,74
Escore Percentual
Medida Descritiva
Gênero
Uso Postural Sintomas
Valor Mínimo 0,00 21,28 0,00
8,33
*
Mediana (Md) 20,59 40,13
Masculino
Valor Máximo 67,65 63,83 50,00
Média 21,66 41,42 12,33
Desvio-padrão 13,53 9,62 10,89
Valor Mínimo 0,00 21,28 2,78
11,11*
Mediana (Md) 17,65 44,68
Feminino
Valor Máximo 52,94 76,60 58,33
Média 19,98 42,36 17,89
Desvio-padrão 12,43 12,44 13,16
No cruzamento dos escores percentuais das variáveis uso de computador,
condições posturais e sintomas músculo-esqueléticos com o nível de atividade física, não
foi observada significância estatística.
Verificamos através da Tabela 5 as medidas da associação linear de Spearman
entre as variáveis quantitativas (idade, uso de computador, condições posturais e sintomas
músculo-esqueléticos).
Tabela 5. Medidas da associação linear de Spearman entre as variáveis.
Associação Coeficiente Correlação
Idade X Uso - 0,032
Idade X Postura
- 0,267
*
Idade X Sintomas
0,373
*
Uso X Postural - 0,019
Uso X Sintomas 0,068
Postural X Sintomas - 0,176
* Significância estatística – p< 0,01
Verifica-se, mediante a associação estatística, significância nas associações
entre idade e as condições posturais e entre a idade e os sintomas músculo-esqueléticos,
demonstrando que quanto menor é a idade, piores são as condições posturais e que quanto
maior a idade, maiores os sintomas. As demais associações não obtiveram resultados
estatisticamente significativos.
Na Tabela 6, podemos visualizar as medidas de associação linear entre os
escores percentuais do uso de computador, condições posturais e sintomas músculo-
esqueléticos, segundo gênero e nível de atividade física.
Tabela 6. Medidas de associação linear entre os escores percentuais segundo gênero e
atividade física.
Masculino Feminino
Associação
Sedentário Ativo Sedentário Ativo
Uso X Postural
0,064 0,084
- 0,587
*
0,198
Uso X Sintomas
- 0,107 0,066 0,290 0,293
Postural X Sintomas
0,085 - 0,230
- 0,614
*
0,150
* Significância estatística – p< 0,01
Observa-se significância estatística nas associações entre os escores uso de
computadores e condições posturais (p<0,01) e condições posturais com os sintomas
músculo-esqueléticos (p<0,01) no grupo das mulheres sedentárias. Verificando assim, que
quanto maior o escore da freqüência de uso de computadores piores são os das condições
posturais e que, quanto maiores são os escores das condições posturais, maiores são os
referentes aos sintomas, neste respectivo grupo.
7 DISCUSSÃO
Os dados do presente estudo demonstram alta freqüência e tempo de utilização
de computadores e video-game pelos adolescentes usuários de LAN house, verificando-se
que a grande maioria dos adolescentes freqüentou esses estabelecimentos semanalmente
por 1 a 2 horas no mínimo, ininterruptas, além de terem utilizados diariamente estes
equipamentos em outros locais, como em seu próprio domicílio, escolas e no local e
trabalho.
Nos últimos tempos, algumas pesquisas, principalmente no exterior, têm
avaliado o acesso e o uso do computador e de jogos eletrônicos na faixa pediátrica. Mas
especificamente no Brasil, verifica-se uma carência de estudos sistemáticos abrangendo a
disponibilidade de uso destes equipamentos pelos adolescentes, encontrando-se apenas um
estudo pioneiro e de extrema significância e importância, elaborado por Castellanos
(2004).
Castellanos (2004), ao avaliar e caracterizar a presença de dor, síndromes e
lesões do sistema músculo-esqueléticos em 791 alunos adolescentes da cidade de São
Paulo (SP), relacionando-as com a utilização de computadores e video-game, verificou que
a idade inicial da utilização destes equipamentos foi em média 8 anos e que 99% dos
alunos relataram uso do computador e 58% do video-game. Com relação à disponibilidade
do aparelho, 97% referiu ter computador e 77% video-game em seu próprio domicílio;
além disso, 50% possuem computador e 57% video-game em seu próprio quarto, sendo
que as principais atividades realizadas no computador foram o uso em pesquisas na
internet (69%), programas que permitem a troca de mensagens em tempo real (60%), jogos
eletrônicos (30%) e tarefas escolares (25%).
Em relação ao local de utilização, 96% relataram utilizar o computador em sua
própria residência, 13% no colégio e em outros locais, incluindo as LAN houses. A
freqüência e tempo de utilização de uso de computador e video-game foi considerável, pois
cerca de 35% dos alunos afirmaram usar o computador todos os dias da semana e 25% o
utilizaram por no mínimo duas horas.
Os dados supracitados, apesar de serem realizados em outro local de estudo e
apresentarem dados divergentes quanto ao local de utilização, evidenciam dados
importantes quanto à freqüência e tempo de utilização, que podem ser comparados
diretamente com este estudo, onde se verificou uma grande utilização destes equipamentos,
sendo que dos 100 adolescentes investigados, todos os adolescentes (100%) utilizaram a
LAN house, 61% utilizaram no mínimo de uma a duas vezes semanais e 88% de uma a
duas horas. Destes adolescentes usuários de LAN house, 70% também utilizam este
equipamento em sua própria residência, sendo que 30% o utilizam diariamente e 28% de
uma a duas horas, além dos que também fazem uso destes equipamentos na escola e no
ambiente de trabalho. Quanto ao local de utilização, a pesquisa de Castellanos (2004), por
ter sido realizada em escolas particulares da cidade de São Paulo, apresentou baixo
percentual de utilização do computador e video-game nos estabelecimento de LAN house e
maior percentual de utilização na própria residência, divergindo portanto dos dados
encontrados na presente pesquisa.
Isto pode ser explicado pela diferença do local de aplicação, critérios de
amostragem, considerando que os usuários da presente investigação apresentaram como
critério de inclusão a utilização da LAN house, e por uma possível diferença sócio-
econômica, já que o estabelecimento em questão situa-se em um núcleo habitacional de
classe médio-baixa na periferia de Bauru (SP), sendo menos freqüente a presença destes
equipamentos, conectados à internet de banda larga, em próprio domicílio. Deve-se
considerar que a maior parte das atividades realizadas nos estabelecimentos de LAN house,
necessitam deste meio de conexão para a interação entre os usuários e o computador.
Outros estudos realizados em outros países também possibilitam a verificação
de uma alta freqüência e tempo de utilização pelas crianças e adolescentes, como os
estudos de Van deer Voort, Beentjes e Bovill, (1998) e de Ho e Lee (2001), que
verificaram que 54% e 82% respectivamente, dos adolescentes fazem uso frequente de
computador. Em relação ao video-game, Jirasatmathakul e Poovorawam (2000)
observaram que 83% dos alunos tailandeses fazem uso frequente de video-game e nos
Estados Unidos, 67% dos alunos fazem uso frequente deste equipamento (BURKE e
PEPER, 2002).
Com relação às condições posturais, os adolescentes na presente pesquisa, no
momento do registro fotográfico, permaneciam em condições posturais inadequadas, ou
seja, desvantajosas para a maior parte das regiões do corpo humano. Nas variáveis relativas
à angulação dos segmentos, como as referentes aos ângulos formados entre a perna e a
coxa, 86% dos adolescentes permaneciam com a angulação do membro inferior esquerdo e
82% do direito inadequado, em relação ao ângulo formado entre o tronco e a coxa, 63%
dos adolescentes o apresentaram inadequado e para a angulação entre o braço e o antebraço
72% e 66% dos usuários apresentaram condições inadequadas no membro superior direito
e esquerdo respectivamente.
O mesmo verificou-se nas condições posturais referentes às variáveis relativas
ao posicionamento dos segmentos, em que todas as variáveis apresentaram resultados
expressivos nas condições inadequadas, sendo que as que apresentaram maior freqüência
foram em relação ao posicionamento da cabeça com 90%, 62% em relação ao segmento
formado entre o punho e a mão e 79% em relação ao posicionamento do tronco.
Considerando as condições posturais referentes aos apoios dos segmentos, também se
verificou alta freqüência de resultados nas condições inadequadas, observando-se que pelo
menos 87% dos usuários apresentaram apoio plantar de um ou ambos os pés em condições
inadequadas, 79% com apoio lombar inadequado, 53% com um ou ambos os apoios dos
antebraços e 52% com o local de apoio das nádegas na cadeira em condições inadequadas.
Em concordância com o presente estudo, Silva et al. (2006), ao avaliarem os
aspectos ergonômicos de adolescentes durante o uso de computador na escola, observaram
que 100% dos adolescentes apresentaram ergonomia inadequada em um ou mais aspectos
posturais avaliados. Com relação à postura, todos os parâmetros (cabeça, braços,
antebraços, punhos, região lombar e membros inferiores) foram considerados inadequados
em 51% dos alunos, quatro dos cinco parâmetros em 31% e três dos cinco em 13%.
Considerando o percentual dos parâmetros posturais, verificaram que 77% dos
adolescentes apresentavam posturas inadequadas em relação à cabeça, 98% dos braços e
antebraços, 85% em relação ao punho, 76% região lombar e 92% considerando-se o
posicionamento dos membros inferiores.
Resultado semelhante é exposto por Castellanos (2004), que ao analisar a
postura de adolescentes em frente ao computador, durante uma aula de informática,
concluiu que todos os alunos avaliados apresentavam posturas inadequadas.
Oliveira (1996), ao realizar um estudo diagnóstico sobre a postura das crianças
em sala de aula, verificou resultados semelhantes ao presente estudo: as posturas foram
consideradas, na maior parte, desvantajosas ao corpo humano, no que se refere às mesmas
condições posturais referentes à postura sentada abordada neste estudo.
Apesar de estas pesquisas terem sido realizadas em locais distintos ao do
presente estudo, ou seja, em escolas e não em LAN house, verificaram-se características
ambientais semelhantes, pois ambas foram realizadas em locais e situações onde
adolescentes utilizavam computadores para as mais variadas tarefas. Deste modo,
observam-se resultados ergonômicos alarmantes, pois as questões posturais foram
consideradas inadequadas em todos os estudos.
Correlacionando os escores das condições posturais com a idade, observa-se
significância estatística, apresentando maiores escores (piores condições posturais) os
adolescentes com menor idade. Dados não encontrados em outras pesquisas. Tal fato pode
ser explicado pela falta de experiência e pela pequena habilidade para exercer os
movimentos exigidos nas mais variadas atividades do dia-a-dia, além do nível de
conhecimento dos adolescentes sobre as situações de risco e como preveni-las.
Observou-se, na presente investigação, presença considerável de sintomas
músculo-esqueléticos, sendo que o momento que apresentou maior freqüência foi em
relação aos últimos seis meses, com 38% na coluna torácica, 36% na coluna cervical, 35%
coluna lombar, 31% na região dos ombros, 29% na região dos punhos e mão, 27% dos
joelhos e 20% nos tornozelos e pés. Ao observar os resultados dos testes estatísticos,
verificou-se diferença estatística entre os gêneros, com predomínio no sexo feminino.
Castellanos (2004), em seu estudo, observou presenças de sintomas músculo-
esqueléticos na coluna vertebral em 23% do total de adolescentes, sendo que, destes, 22%
referiram dor na coluna cervical, 21% na torácica e 10% na coluna lombar; para os
membros superiores, observou-se 9% dos adolescentes referindo alguma sintomatologia.
Os sintomas músculo-esqueléticos foram mais evidenciados no sexo feminino em relação
ao masculino.
O mesmo verifica-se no estudo de De Vitta et al. (2007) que, ao avaliarem os
sintomas músculo-esqueléticos em 730 estudantes de 5° e 6° séries de escolas municipais
de Bauru (SP), notaram que a prevalência de sintomas em uma ou mais regiões da coluna
foi de 42% nos meninos e 66% nas meninas.
No presente estudo, além de considerável presença de sintomas na população
dos adolescentes investigados, verificou-se maior predomínio no gênero feminino. Na
literatura médica, há diferenças na percepção da dor, na forma de se relacionar com a dor
e, possivelmente, no relato de dor entre os gêneros. Segundo Rossetto (2000), o gênero
feminino apresenta um limiar mais baixo e menor tolerância à dor, assim como maior
prevalência de dor em todas as faixas etárias.
O predomínio de desconfortos nas mulheres é confirmado por De Vitta et al.
(2007), ao caracterizarem os desconfortos músculo-esqueléticos em diferentes grupos
compostos por critérios de faixa etária, gênero e tipo de ocupação. Os mesmos autores
descrevem algumas explicações para as diferenças entre os gêneros. Entre elas o primeiro
fator está relacionado à força física, que é menor nas mulheres do que nos homens. Isso faz
com que o gasto energético das mulheres seja maior, em comparação com os dos homens,
quando expostas a demanda similar, fator que aumenta o risco de sobrecarga músculo-
esquelética. O segundo, refere-se ao planejamento das estações de trabalho, que são
inadequadas para as mulheres, pois são projetadas com base em medidas antropométricas
de homens. Como conseqüência, tendem a ocorrer posturas inadequadas, com aumento dos
riscos de lesões músculo-esqueléticas (KELSH e SAHL, 1996; DE ZWART, 1997).
Outra explicação sugerida na literatura é de ordem psicossocial. Acredita-se
que as mulheres de fato não têm mais sintomas do que os homens, mas se queixam com
maior freqüência do que eles. Talvez as mulheres tenham mais liberdade social para falar
sobre seus sintomas e sentimentos, ou talvez elas tenham capacidade de auto-observação
mais desenvolvida, devendo-se ambos os eventos a fatores sociais e educacionais (DE
VITTA et al. 2007).
No presente estudo, observou-se correlação estatística entre idade e sintomas:
quanto maior a idade dos adolescentes maior é a sintomatologia músculo-esquelética.
Alguns estudos mostram na faixa etária pediátrica uma correlação positiva
entre o maior limiar da dor com aumento da idade, entre eles dois realizados no Brasil
(CASTELLANOS, 2004; DUARTE, GOULART E PENNA, 1999). Segundo Castellanos
(2004) as únicas variáveis que demonstram importância clínica na predição da dor, na
análise multivariada, foram o sexo e/ou a idade.
A relação entre o uso de computador e a presença de dor na coluna vertebral é
bastante controversa na literatura científica. Burke e Peper (2002) encontraram correlação
estatística entre a utilização de jogos eletrônicos e tempo de uso de computador com a
presença de desconforto na região da coluna vertebral, ao contrário do estudo de
Castellanos (2004), onde foi evidenciada correlação entre o uso de computador ou
videogame e a presença de dor na análise univariada, sendo negativa a correlação na
análise multivariada. Neste estudo, apesar da alta freqüência e duração de uso de
computadores pelos adolescentes, não foi observada significância estatística na correlação
da freqüência de uso de computadores com os sintomas músculo-esqueléticos.
Os dados da presente investigação demonstram que 89% dos adolescentes
classificaram-se como sedentários. Fato alarmante, considerando-se os fatores de riscos
que o sedentarismo pode trazer ao corpo humano, principalmente no que se refere ao
público adolescente.
Por meio desta, não verificou diferença significante entre os gêneros. A
correlação das medidas de associação linear entre os escores percentuais segundo gênero e
nível de atividade física, apresentou significância estatística na correlação entre o escore
freqüência de uso de computadores com o escore das condições posturais e das condições
posturais com os sintomas músculo-esqueléticos nas mulheres sedentárias.
Resultado semelhante ao encontrado por De Vitta et al. (2007) que, ao analisar
o nível de atividade física em 261 estudantes de escolas municipais, encontraram altas
prevalências de sedentarismo chegando a 97% nas mulheres.
Guedes et al. (2001) ao analisarem os níveis de prática de atividade física
habitual de adolescentes matriculados em escolas municipais do município de Londrina
(PR), verificam que 46% dos adolescentes homens e 64% das mulheres foram
considerados inativos ou muito inativos.
O mesmo encontrado por Silva e Malina (2000), onde 85% dos adolescentes do
gênero masculino e 94% do feminino foram considerados sedentários.
A alta prevalência do sedentarismo entre os adolescentes deste estudo, merece
atenção. Os níveis de atividade física diminuem da adolescência para a vida adulta
(KEMPER, 1994). Os coeficientes de correlação entre o nível de atividade física na
adolescência e na vida adulta, indicando que indivíduos inativos quando jovens tendem a
ser inaativos na vida adulta. Uma vez que os adolescentes da amostra praticam pouca
atividade física, há maior probabilidade de permanecerem sedentários na vida adulta, não
usufruindo assim dos efeitos benéficos da atividade regular sobre a saúde.
Apesar dos resultados acima mencionados, não apresentarem correlação
significante entre a freqüência de uso de computadores com as condições posturais e entre,
as condições posturais com os sintomas músculo-esqueléticos, verifica-se, que ao analisar
estas mesmas correlações entre os escores percentuais segundo o gênero e atividade física,
as mulheres sedentárias apresentaram significância estatística para tal.
Benefícios da prática de atividade física associados à saúde e ao bem-estar,
assim como riscos predisponentes ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções
orgânicas relacionados ao sedentarismo, são amplamente apresentados e discutidos na
literatura (GUEDES et al. 2001). A atividade física apresenta uma relação inversa com as
patologias degenerativas, músculo-esqueléticas entre outras, isto é, indivíduos ativos
tendem a apresentar menor mortalidade e morbidade por essas patologias (CDC/ Centers
for Disease Control and Prevention, 1996), além das alterações positivas sobre a imagem
corporal e postural, provocadas pela realização do exercício físico (MELLO E TUFIK,
2004).
Desta forma verifica-se a magnitude e importância da pratica regular de
atividade física para a nossa saúde e formação humana.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta investigação, realizada com adolescentes usuários de LAN
house, verificou uma completa ausência de dados sistemáticos na literatura cientifica
nacional e internacional sobre o assunto e principalmente no que se refere ao âmbito do
local de estudo, pois os estabelecimentos de LAN house expandem-se rapidamente em
todo o mundo e os usuários, principalmente crianças e adolescentes, freqüentam
assiduamente estes estabelecimentos; suscitando assim a realização de importantes estudos
científicos que objetivem estes estabelecimentos, a população usuária e os fatores de risco
que possam vir a ocorrer para o corpo humano.
Os dados da presente investigação, fornecem materiais relevantes,
cientificamente, da população estudada, pois os adolescentes usuários de LAN house
expressaram:
Altas freqüências de uso de computadores, estando exposto desta maneira aos fatores
de risco que esta interação homem-computador possibilita entre elas, a postura sentada,
postura estática, sedentarismo, repetição, entre outras.
Condições posturais inadequadas para à maior parte das variáveis corpóreas
estudadas.
Presença considerável de sintomas músculo-esqueléticos nos adolescentes, sendo que
as mulheres apresentaram significativamente mais sintomas.
Baixos níveis de atividade física, onde 89% dos adolescentes enquadraram-se como
sedentários.
Correlação estatística, sendo que, quanto menor a idade, piores são as condições
posturais frente ao computador.
Correlação estatística, sendo que, quanto maior a idade, maior a sintomatologia
músculo-esquelética relatada.
Correlação estatística entre a freqüência de uso de computador e as condições
posturais e entre essa e os sintomas músculo-esqueléticos nas mulheres sedentárias.
As hipóteses iniciais do estudo apresentavam algumas sugestões de correlação que os
autores sugeriam encontrar no decorrer do estudo, o que não veio a ocorrer.
A correlação entre freqüência de uso de computadores e os sintomas músculo-
esqueléticos não apresentou significância estatística.
A correlação entre condições posturais e os sintomas músculo-esqueléticos, somente
ocorreu segundo o gênero e nível de atividade física.
Os níveis de atividade física, não correlacionam estatisticamente com os sintomas
músculo-esqueléticos.
Com o exposto, verifica-se uma carência de estudos sistemáticos na área da
saúde, design e ergonomia, contemplando principalmente o público infantil e adolescente,
os estabelecimentos de LAN house e as possíveis conseqüências físicas que o avanço
tecnológico e a interação entre o homem e o computador podem trazer, principalmente
nesta faixa etária, onde o desenvolvimento motor, o aprendizado e a consolidação de
hábitos saudáveis são mais expressivos. Desta forma, no presente estudo, verificou-se que
os adolescentes estão expostos a diversos fatores de risco para sua saúde, o que alerta a
importância da continuidade deste e de outros estudos que possam vir a surgir com a
finalidade de oferecer contribuições úteis ao planejamento de medidas, como programas
educacionais, de conscientização e intervenções ergonômicas visando à manutenção, à
melhoria e à promoção do bem-estar físico dos adolescentes, além dos benefícios aos
próprios estabelecimentos, através das intervenções ergonômicas e do design ergonômico
das LAN houses.
Sendo assim, fica um desafio e um estímulo aos profissionais da área da saúde,
fisioterapia e design, para que possamos através de suas ciências e principalmente da
ergonomia, desenvolver estudos sistemáticos na tentativa de solucionar estes problemas.
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Anexo 1
Anexo 2
TERMO DE CONSENTIMENTO
TÍTULO DO PROJETO: Aspectos ergonômicos, sintomas músculo-esqueléticos e nível de
atividade física em usuários de LAN house.
CITAR ENDEREÇO COMPLETO E TELEFONE: Departamento de Pós-graduação da Faculdade
de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista, Campus Bauru –
UNESP/FAAC. Telefone: 3103-6057 – 9777-4151.
PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Prof Titular José Carlos Plácido da Silva.
LOCAL EM QUE SERÁ DESENVOLVIDA A PESQUISA: Universidade Estadual Paulista,
Universidade do Sagrado Coração e Patrão – Jogos em rede e Internet por hora.
· Resumo: O presente trabalho propõe a análise ergonômica em um estabelecimento de
lan house da cidade de Bauru e o levantamento do perfil de seus usuários, quanto as
posturas adotadas, dados sócio-demograficos, nível de atividade física e desconfortos
músculo-esqueléticos percebidos; verificando a possibilidade de relação entre esses fatores.
Para tal, serão sujeitos 97 adolescentes, de 14 a 19 anos, de ambos os gêneros, usuários de
uma lan house da cidade de Bauru.
· Riscos e Benefícios: Não haverá nenhum risco para os usuários. Em relação aos
benefícios, os dados da pesquisa, gerarão conhecimentos para entender as relações entre as
variáveis estudadas e, futuramente, utilizá-los para a aplicação de programas visando
melhorar a qualidade de vida dos sujeitos e dos estabelecimentos de Lan House.
· Custos e Pagamentos: Não existirão encargos adicionais associados à participação dos
sujeitos neste estudo.
· Confidencialidade
Eu
___________________________________________ , entendo que, qualquer
informação obtida sobre mim, será confidencial. Eu também entendo que meus registros de
pesquisa estão disponíveis para revisão dos pesquisadores. Esclareceram-me que minha
identidade não será revelada em nenhuma publicação desta pesquisa; por conseguinte,
consisto na publicação para propósitos científicos.
· Direito de Desistência: Eu entendo que estou livre para recusar minha participação neste
estudo ou para desistir a qualquer momento e que a minha decisão não afetará
adversamente minha utilização do estabelecimento ou causar perda de benefícios para os
quais eu poderei ser indicado.
· Consentimento Voluntário: Eu certifico que me foi lido o texto de consentimento e
entendi seu conteúdo. Uma cópia deste formulário ser-me-á fornecida. Minha assinatura
demonstra que concordei livremente em participar deste estudo.
Assinatura do participante da pesquisa: .............................................................................
Data / /
Eu certifico que expliquei ao Sr. ________________________________ ,acima, a
natureza, propósito, benefícios e possíveis riscos associados à sua participação nesta
pesquisa, que respondi todas as questões que me foram feitas e testemunhei assinatura
acima.
Assinatura do Pesquisador Responsável: ...........................................................................
Data / /
UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA
Anexo 3
FICHA - REGISTRO POSTURAL
POSICIONAMENTO HEMICORPO RESULTADO
Direito ( ) Apoiado ( ) Sem apoio ( ) Parcial
Apoio Plantar
Esquerdo ( ) Apoiado ( ) Sem apoio ( ) Parcial
Direito ( ) = 90° ( ) < 90° ( ) > 90°
Perna - Coxa
Esquerdo ( ) = 90° ( ) < 90° ( ) > 90°
Direito ( ) sem cruzam. ( ) cruz. tornoz. ( ) cruz. joelho
Cruzam.dos MMII
Esquerdo ( ) sem cruzam. ( ) cruz. tornoz. ( ) cruz. joelho
Tronco - Coxa
- - - - - - - - - - ( ) = 90° ( ) < 90° ( ) > 90°
Apoio Lombar
- - - - - - - - - - ( ) Apoiado ( ) Sem apoio ( ) Parcial
Direito ( ) Apoiado -
Cadeira
( ) Apoiado -
Mesa
( ) Sem apoio
Apoio do Antebraço
Esquerdo ( ) Apoiado -
Cadeira
( ) Apoiado -
Mesa
( ) Sem apoio
Cabeça
- - - - - - - - - - ( ) Alinhada ( ) Anterior ( ) Posterior
( ) Inclinada ( ) Rodada
Apoio da Cabeça
- - - - - - - - - - ( ) Livre ( ) Apoio -
Cadeira
( ) Apoio -
Mão
( ) Nádegas e
Coxas
( ) Somente
nádegas
( )
Nádegas/Mi/Pé
Base de Apoio - Cadeira
- - - - - - - - - -
( ) 1/3 Méd. ( ) 1/3 Ant. ( ) 1/3 Post.
Direito ( )
Neutro
( )
Elevado
( )
Anterior
( )
Abduzido
Ombros
Esquerdo ( )
Neutro
( )
Elevado
( )
Anterior
( )
Abduzido
Braço
Direito ( )
Neutro
( )
Estendido
( )
Abduzido
( ) Cruz.
linha-méd.
Esquerdo ( )
Neutro
( )
Estendido
( )
Abduzido
( ) Cruz.
linha-méd.
Direito ( ) = 90° ( ) < 90° ( ) > 90°
Braço - Antebraço
Esquerdo ( ) = 90° ( ) < 90° ( ) > 90°
Punho - Mão
Direito ( ) Neutro ( ) Desv. Rad. ( ) Desv. Ulnar
( ) Estendido ( ) Flexionado
Esquerdo ( ) Neutro ( ) Desv. Rad. ( ) Desv. Ulnar
( ) Estendido ( ) Flexionado
Tronco
- - - - - - - - - - ( ) Neutro ( ) Flexionado
ou Inclinado ou
Rodado
( ) Posições
combinadas
unesp
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Mestrado em Desenho Industrial
Laboratório de Er
g
onomia e Interfaces
Anexo 4
INFORMAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS
Nome: Sexo: ( ) masc.
( ) fem.
Idade: Altura: Peso:
Endereço:
Bairro:
Telefone:
3. Você é destro?
_____________________________________________________________________________
4. Estado Civil:
_____________________________________________________________________________
5. Escolaridade:
_____________________________________________________________________________
6. Quantos dias por semana, em média, você freqüenta a lan house?
_____________________________________________________________________________
7. Por quantas horas você permanece na Lan House? (a cada vês que freqüenta)
Solteiro
Casado
Sim
N
ão
Divorciado
Separado
Outros
1ª a 4ª série
5ª à 8ª série
2º grau
3° grau
incompleto
3° grau
completo
1 dia por semana
2 dias por semana
3 dias por semana
4 dias por semana
5 dias por semana
Somente nos finais
de semana
1 hora
3 horas
2 horas
6 horas
5 horas
4 horas
7 horas ou
mais
Somente no
horário de corujão
unesp
UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Mestrado em Desenho Industrial
8. Durante o tempo em que você esta na lan house, você permanece?
O tem
p
o todo sentado
Levanta-se um
p
ouco
(p
ara ir ao banheiro
,
conversar com a
m
i
g
os
,
tomar á
g
ua
,
etc.
)
Levanta-se fre
q
üentemente
_________________________________________________________________________
9. Para que motivo, você utiliza a lan house?
Pes
q
uisas na interne
t
Jogos eletrônicos
Trabalhos
-
escolares
Orkut, MSN, fotolog
_________________________________________________________________________
10. Você freqüenta alguma outra lan house, sem ser esta?
_________________________________________________________________________
11. Você utiliza computadores e/ou vídeo game em casa?
________________________________________________________________________
12. Caso utilize computador e/ou vídeo game em casa, quantos dias por semana, em média,
você utiliza?
___________________________________________________________________________
13. Caso utilize computador e/ou vídeo game em casa, por quantas horas você permanece,
utilizando? (a cada vês que freqüenta)
Email
Trabalho - profissional
Sim
N
ão
Q
ual.:
Sim
N
ão
1 dia por semana
2 dias por semana
4 dias por semana
Todos os dias
5 dias por semana
Somente nos finais
de semana
3 dias por semana
1 hora 4 horas
7 horas ou
mais
2 horas 5 horas
3 horas 6 horas
14. Para que, você utiliza computador em casa?
Pes
q
uisas na interne
t
Jogos eletrônicos
Trabalhos
-
escolares
Orkut, MSN, fotolog
_________________________________________________________________________
11. Você faz aulas de computação na escola em que estuda, ou em escolas especializadas?
_______________________________________________________________________________
16. Caso utilize o computador na escola, quantos dias por semana você utiliza?
_________________________________________________________________________
17. Caso utilize computador na escola, por quantas horas você permanece utilizando?
Email
Trabalho - profissional
Sim
N
ão
1 dia por semana
2 dias por semana
4 dias por semana
5 dias por semana
3 dias por semana
1 hora 4 horas
7 horas ou
mais
2 horas 5 horas
3 horas
6 horas
Anexo 5
SINTOMAS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Como você
caracteriza essa dor
REGIÃO
Quando você teve essa dor
fraca
Pescoço
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
forte
fraca
Ombros
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
forte
fraca
nos últimos 6 meses
Parte superior
das costas
no último mês
moderada
na semana passada
hoje
forte
fraca
Cotovelos
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
severa
fraca
Punhos/Mãos
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
forte
fraca
Parte inferior
das costas
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
forte
fraca
nos últimos 6 meses
no último mês
Quadril/Coxas
moderada
na semana passada
hoje
forte
fraca
Joelhos
nos últimos 6 meses
no último mês
na semana passada
hoje
moderada
forte
fraca
nos últimos 6 meses
no último mês
Tornozelos e
Pés
moderada
na semana passada
hoje
forte
Anexo 6
Livros Grátis
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