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2.3. Recipientes para substrato
O cultivo sem solo surgiu como técnica racional, que busca otimização no uso
da água, do espaço, do tempo, dos nutrientes e da mão-de-obra. Algumas variantes
do cultivo sem solo foram desenvolvidas, destacam-se a hidroponia tipo NFT
(“Nutrient Film Technique”) e cultivo em substratos. No cultivo em substratos
utilizam-se recipientes preenchidos de material (substrato) que servem de
sustentação para as plantas, por onde a solução nutritiva é percolada e drenada
pela parte inferior (FURLANI et al., 1999). Como em geral o uso do substrato está
relacionado ao uso de recipientes, a forma e o tamanho deste limitam o volume para
o crescimento das raízes, quando comparados ao cultivo no campo, e influenciam
na dinâmica da movimentação da água neste restrito volume. Neste caso, as
características físicas do substrato como espaço poroso e densidade devem ser
consideradas, uma vez que quanto menor a altura do recipiente, mais difícil será a
drenagem. Portanto, em recipientes mais baixos, o substrato deve ser menos denso
e mais poroso (KAMPF, 2000).
O cultivo de hortaliças do tipo fruto em substratos acondicionados em
contentores (recipientes) de tamanho reduzido, especialmente sob irrigação por
gotejamento, restringe o crescimento das raízes a um volume limitado de água,
cujas condições de contorno são determinadas pelos limites físicos do contentor,
disponibilidade de água e nutrientes, nível de salinidade e aeração no substrato. O
reduzido volume de raízes, associado à pequena quantidade de água armazenada
no substrato, requer que as irrigações sejam em regime de alta freqüência e de
baixo volume, o que torna o manejo adequado da irrigação decisivo para a obtenção
de altos rendimentos e a otimização do uso de água e de nutrientes pelas plantas
(MAROUELLI; CARRIJO; SILVA, 2003). Nesmith e Duval (1999), citados por Pereira
e Martinez (1999), também observaram que a absorção de nutrientes é afetada pela
restrição do desenvolvimento das raízes, causada pelo tamanho do recipiente.
A altura do recipiente limita a altura do substrato e, assim, a capacidade de
recipiente, determinando o volume de macroporos ou espaço de aeração (DRZAL;
CASSEL; FONTENO, 1999). Práticas de irrigação utilizadas são da mesma forma
essenciais na definição das características de porosidade, assim como a forma