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sua participação ativa no processo educativo. Os preconceitos e estereótipos de
qualquer natureza devem ser eliminados da educação.
4. Um compromisso efetivo para superar as disparidades educacionais deve ser
assumido. Os grupos excluídos - os pobres; os meninos e meninas de rua ou
trabalhadores; as populações das periferias urbanas e zonas rurais; os nômades e os
trabalhadores migrantes; os povos indígenas; as minorias étnicas, raciais e
lingüísticas; os refugiados; os deslocados pela guerra; e os povos submetidos a um
regime de ocupação - não devem sofrer qualquer tipo de discriminação no acesso às
oportunidades educacionais.
5. As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências
requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de
acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte
integrante do sistema educativo. (Conferência Mundial sobre a Educação para
Todos, grifo nosso)
E ainda traz:
1.3. DEFINIR POLÍTICAS PARA A MELHORIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
20. As pré-condições para a qualidade, eqüidade e eficácia da educação são
construídas na primeira infância, sendo os cuidados básicos e as atividades de
desenvolvimento e educação infantis condições essenciais para a consecução dos
objetivos da educação básica. Esta deve corresponder às necessidades, interesses e
problemas reais dos participantes do processo de aprendizagem. A relevância dos
currículos pode ser incrementada vinculando-se alfabetização, habilidades
matemáticas e conceitos científicos aos interesses e primeiras experiências do
educando, como, por exemplo, aquelas relativas à nutrição, saúde e trabalho.
Enquanto muitas necessidades variam consideravelmente entre os países e dentro
deles e, portanto, a maior parte de um currículo deva ser sensível às condições
locais, há também muitas necessidades universais e interesses comuns que devem
ser levados em conta nos programas educacionais e no discurso pedagógico.
Questões como a proteção do meio ambiente, uma relação equilibrada
população/recursos, a redução da propagação da AIDS e a prevenção do consumo de
drogas são problemas de todos, igualmente.
21. As estratégias específicas, orientadas concretamente para melhorar as condições
de escolaridade, podem ter como foco: os educandos e seu processo de
aprendizagem; o pessoal (educadores, administradores e outros); o currículo e a
avaliação da aprendizagem; materiais didáticos e instalações. Estas estratégias
devem ser aplicadas de maneira integrada; sua elaboração, gestão e avaliação devem
levar em conta a aquisição de conhecimentos e capacidades para resolver problemas,
assim como as dimensões sociais, culturais e éticas do desenvolvimento humano. A
formação dos educadores deve estar em consonância aos resultados pretendidos,
permitindo que eles se beneficiem simultaneamente dos programas de capacitação
em serviço e outros incentivos relacionados à obtenção desses resultados; currículo e
avaliações devem refletir uma variedade de critérios, enquanto que os materiais,
inclusive a rede física e as instalações, devem seguir a mesma orientação. Em alguns
países, a estratégia deve incluir mecanismos para aperfeiçoar as condições de ensino
e aprendizagem, de modo a reduzir o absenteísmo e ampliar o tempo de
aprendizagem. Para satisfazer as necessidades educacionais de grupos que não
participam da escolaridade formal, fazem-se necessárias estratégias apropriadas à
educação não-formal. Estas incluem e transcendem os aspectos já mencionados, e
podem ainda conceder especial atenção à necessidade de coordenação com outras
formas de educação, o apoio de todos os parceiros envolvidos, os recursos
financeiros permanentes e a plena participação da sociedade. Encontramos um
exemplo deste enfoque aplicado à alfabetização no "Plano de Ação para a
Erradicação do Analfabetismo antes do Ano 2000", da UNESCO.
Outras estratégias podem ainda recorrer aos meios de comunicação para satisfazer as
necessidades educacionais mais amplas de toda a comunidade devendo, todavia,