Capítulo 4
Pelotas e os novos usos do Patrimônio
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Novos usos para edificações de interesse histórico e cultural: lições da produção arquitetônica pelotense
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de número de pavimento e a preservação da altura da cobertura os pés direitos se
diminuem e isso pode ser notadamente percebido pelos usuários da edificação.
QUANTO AO SISTEMA
A reutilização se baseou na inserção de novos sistemas em um casco edificado
pré-existente (fachada e volumetria da cobertura), que por sua vez também
representa o sistema histórico-cultural da edificação de modo isolado e também de
sua representatividade em seu entorno e na cidade de um modo mais amplo.
Figuras 147, 148 e 149 -
SISTEMA
Eu poderia ter mantido os três pavimentos, mas tinha que ser com
outro sistema estrutural, o prédio estava caindo. Talvez com um
projeto com recursos maiores e com mais tempo.
Se fez um reforço na estrutura, porque as paredes não tinham
fundação nenhuma, estavam trincando se fez um cintamento (...) é
uma questão de intervenção, é uma cirurgia, uma invasão. Tu tens
uma parede de 60 centimetros de espessura e tens que colocar um
elemento invasor, uma viga de concreto para amarrar aquilo, para
mim e para a maioria das pessoas que trabalham com restauração,
ainda é limitado em termos de técnicas, acho que deveria haver
outra maneira, que não fosse tão agressiva, invasiva
Utilizar elementos e materiais diferentes de uma época, marcar
bem a intervenção no edifício (...) utilização de elementos
contemporâneos, como aço, tipo vidro e também porque as
exigências e os costumes são totalmente diferentes e se tu fores
seguir fielmente a utilização do imóvel, tu não tens como adaptar,
como utilizar, porque as necessidades são totalmente diferentes.
Houve uma seqüência, uma pesquisa. O que deveria ter maior era
uma coisa mais profunda, que sem custos é impossível fazer, que
é a questão da arqueologia, de se estudar o solo, estudar uma
coisa muito mais profunda que no Barão da Conceição até
aconteceu de aparecer restos mortais nas escavações, então isso
ai não se tinha aberto para esse tipo de coisas, que são coisas que
se deixou de lado, então isso é um pesar de tudo. Era dinheiro do
governo estadual, então se deixou de lado rápido para, em nenhum
momento não haver intervenção na obra, aquela coisa.
(...)a sala principal era todo em estuque, todo trabalhado
rendilhado que se tirou sem grandes técnicas, se arquivou eles e
se colocou num depósito (...) já estava previsto que todo esse
andar que tinha um significado maior do prédio que tinha
elementos no forro, elementos arquitetônicos era extremamente
elaborado, então esse forro ia para o auditório, ia para onde as
pessoas teriam mais acesso, que era extremamente expressivo,
mas o orçamento dos artífices tornou a restauração inviável.
Na fachada foi mais ao nível de limpeza e de restauração de
pequenos adornos, pequenas colunas. Limpeza de pedras de
cantaria, que estavam pintadas com tintas, várias camadas, se
botou uma pessoa que não tinha experiência nisso, mas com
sensiblidade de tirar sem danificar a pedra. Então ele foi com uma
ponteira batendo na tinta e tirando ela dos arcos e soleiras.
fonte: acervo próprio, 2007 Trechos da entrevista – fonte: LEITZKE, 2007