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FARIA, R. Avaliação da temperatura gerada e do tempo gasto durante
o preparo do tecido ósseo com a utilização de brocas de diferentes
sistemas de implantes. 2005. 100f. Dissertação (Mestrado em
Odontologia Restauradora, Especialidade em Prótese Dentária) –
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade
Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar a temperatura gerada e o tempo gasto
durante o preparo do tecido ósseo comparando brocas de três sistemas de
implantes: Conexão, Nobel e 3i. Utilizaram-se amostras de osso cortical de
fêmur bovino e um aparato especialmente idealizado para se padronizar os
procedimentos nos ensaios. As perfurações foram feitas com brocas de 2,0 e
3,0mm de diâmetro, até a profundidade de 13mm, a uma velocidade de 1500
rpm com pressão intermitente de 2kg, sob constante irrigação de solução de
soro fisiológico 0,9% à temperatura ambiente (24 ±1
o
C). Os corpos-de-prova
foram mantidos imersos em água a 36±1
o
C durante as perfurações. As
temperaturas foram medidas com termopares inseridos no osso a 1mm da
perfuração, em profundidades de 5 e 13mm e registradas com o auxílio de um
coletor de dados (ADS 2000 IP – Links, Brasil) conectado a um computador. Os
dados de temperatura foram analisados pelo teste RM ANOVA (3 fatores),
considerando um fatorial tipo 2 x 3 x 2 (diâmetro x broca x profundidade). A
profundidade foi o fator repetido. Os dados do tempo foram analisados pelo teste
ANOVA (2 fatores), considerando um fatorial de 2 x 3 (diâmetro x broca). As
análises foram seguidas pelo teste de Tukey (5%). Com relação à temperatura,
os resultados indicaram que a melhor condição experimental foi obtida para a
broca Conexão de diâmetro 2mm na profundidade de 5mm (36,10±0,52
o
C) e a
condição menos favorável foi para a broca Nobel de diâmetro 2mm na
profundidade de 13mm (38,84±1,15
o
C). Com relação ao tempo a melhor
condição experimental foi obtida para a broca Nobel de diâmetro 3mm
(6,80±0,79s) e a condição menos favorável foi para a broca 3i de diâmetro 2mm
(99,40±18,70s). O efeito diâmetro foi significante podendo-se afirmar que,
independentemente do tipo de broca, para 2mm (59,13 ±31,10s) supera 3mm
(11,67±4,89s). Concluiu-se que os maiores valores de temperatura foram obtidos
para a profundidade de 13mm, independentemente do tipo de broca. O aumento
do diâmetro induziu uma diminuição da temperatura para as brocas 3i e Nobel e
um aumento para as brocas Conexão. Os tempos de perfuração das brocas 3i
foram maiores que os das demais, não afetando, porém na temperatura gerada.
Nenhuma temperatura registrada excedeu o limite biológico.
PALAVRAS-CHAVE: Implantes dentários; osseointegração, geração de
calor, osso, perfuração.