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each, as it would be if both commodities were manufactured in England, or both in
Portugal.
England may be so circumstanced that to produce the cloth may require the labour
of 100 men for one year; and if she attempted to make the wine, it might require the
labour of 120 men for the same time. England would therefore find it her interest to
import wine, and to purchase it by the exportation of cloth.
To produce wine in Portugal might require only the labour of 80 men for one year,
and to produce the cloth in the same country might require the labour of 90 men
for the same time. It would therefore be advantageous for her to export wine in
exchange for cloth. This exchange might even take place notwithstanding that the
commodity imported by Portugal could be produced there with less labour than in
England. Though she could make the cloth with the labour of 90 men, she would
import it from a country where it required the labour of 100 men to produce it,
because it would be advantageous to her rather to employ her capital in the
production of wine, for which she would obtain more cloth from England, than she
could produce by diverting a portion of her capital from the cultivation of vines to
the manufacture of cloth.” (Idem, p.82).
Décadas depois da publicação do livro de Ricardo, o pensamento
neoclássico representou importante ruptura dentro da tradição liberal. Vimos
anteriormente a distinção que faz Léon Walras entre ciência e arte. Agora, é
preciso ressaltar a teoria do valor que o autor apresenta. Esta rompe com a idéia
do valor-trabalho que está na base das propostas de Smith e Ricardo. De acordo
com Walras, uma mercadoria é algo útil e que, ao mesmo tempo, posse ser
apropriado, permutado e produzido industrialmente. Algo pode ser vital, mas não
será uma mercadoria se não cumprir esses requisitos, como acontece com a luz do
sol. Subjacente a esta discussão está a noção de escassez, ou raridade. É esta que
determina o valor das mercadorias a serem trocadas.
“Compreende-se (...) qual é aqui o sentido das palavras raro e raridade. Um
sentido científico, como o das palavras velocidade em mecânica e calor em física.
Para o matemático e para o físico, a velocidade não se opõe à lentidão, nem o calor
ao frio, como se dá na linguagem vulgar: a lentidão não passa, para um, de uma
velocidade menor, o frio não passa, para o outro, de um calor menor. Um corpo, na
linguagem da ciência, tem velocidade desde que se mova e tem calor desde que
tenha qualquer temperatura. Do mesmo modo, aqui, a raridade e a abundância não
se opõem uma à outra: por mais que seja abundante, uma coisa é rara, em
Economia Política, desde que seja útil e limitada em quantidade, exatamente como
um corpo tem velocidade em mecânica, desde que percorra certo espaço em certo
tempo. Isso quer dizer que a raridade é a relação entre a utilidade e a quantidade,
ou a utilidade contida na unidade de quantidade, como se diz que a velocidade é a
relação entre o espaço percorrido e o tempo gasto em percorrê-lo, ou o espaço
percorrido na unidade de tempo. (...) O fato da limitação na quantidade das coisas
úteis, que as torna raras, tem três conseqüências:
1) As coisas úteis limitadas em quantidade são apropriáveis. (...)
2) As coisas úteis limitadas em quantidade são valiosas e permutáveis. (...)
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