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CRISTIANI DE SIQUEIRA BARBOSA
AVALIAÇÃO DO SELAMENTO DE RESTAURAÇÕES DE RESINA
COMPOSTA E DE CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO
POR RESINA EM DENTES BOVINOS, APÓS DIFERENTES MÉTODOS DE
PREPAROS CAVITÁRIOS
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte integrante dos
requisitos para a obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-
Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Especialidade Dentística
Orientadora: Prof
a
. Dra. Rebeca Di Nicoló
São José dos Campos
2005
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2
Dedico esse trabalho
A Deus, Mestre e Criador. Obrigada por tudo o que me destes!
Ao meu pai, José Francisco. Agradeço por seu amor incondicional,
sua confiança, amizade e bondade inigualável, pois sem seu apoio nada
disso seria possível.
À minha mãe, Claudete, uma pessoa especial. Agradeço pelo apoio
durante minha vida acadêmica, constante incentivo e muitas orações,
mostrando sempre que eu era capaz.
Aos meus irmãos Leandro e Elaini. Obrigada pelo apoio e amizade
que me deram em todos os momentos da minha vida. Sou muito feliz em ter
vocês sempre comigo.
À Bianca, Erivelto e Denise, amigos que sempre estiveram ao meu
lado, torcendo por mim.
Aos meus amores Gabriel e Isabela, bênçãos de Deus em minha vida.
Cada sorriso, cada gesto me incentivava nos momentos difíceis de
dedicação a este trabalho.
Aos meus amigos verdadeiros, de muito tempo, que mesmo sem
entender o porque de tudo isto, me incentivavam sempre, tentando aliviar
minha ansiedade e tensão frente às dificuldades.
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3
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Profª Drª Rebeca Di Nicoló,
Orientadora, professora e amiga de sempre.....
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam
sós. Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós.”
Obrigada por tudo!
4
Aos queridos professores da Disciplina de Odontopediatria, Prof. Dr.
João Carlos da Rocha, Prof. Dr. Marcelo Fava de Moraes e Prof. Dr. Silvio
Issáo Myaki, exemplos de vida para mim. Agradeço pela credibilidade e
apoio incondicional em todos os momentos.
5
À Profª Tit. Maria Amélia Máximo de Araújo,
Agradeço a Deus por ter te colocado mais uma vez no meu
caminho... Desta vez não só como professora, mas como uma amiga que
jamais sairá dos meus pensamentos e do meu coração.
Não tenho palavras para agradecer tamanha dedicação e amor em
todos os momentos. Muito Obrigada!
6
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, pela
oportunidade de realizar o curso de Pós-Graduação.
Ao Coordenador do Curso de Pós-Graduação, Prof. Adj. Clóvis
Pagani pelo incentivo e colaboração na realização deste trabalho.
A todos os professores do departamento de Odontologia
Restauradora, por todo o conhecimento transmitido e pela boa convivência
durante este curso, principalmente ao Prof. Dr. Carlos Rocha Gomes Torres,
grande amigo e companheiro em todos os momentos.
Aos colegas de mestrado pela amizade e por todos os momentos de
nossa convivência nesta etapa que se cumpriu.
Ao amigo Rodrigo Máximo Araújo. Obrigada pela disponibilidade em
ajudar durante a confecção do meu trabalho e por todos os momentos,
especialmente os felizes, que compartilhamos. Que bom poder sempre
contar com um amigo como você!
À amiga Anna Paula Nasraui, obrigada pelo apoio constante e auxílio
durante a parte experimental do meu trabalho. Que nossa amizade cresça a
cada dia.
À amiga Luciana Keiko Shintome, obrigada pela força quando eu
mais precisei. Sei que posso sempre contar com você.
7
À amiga Carolina Júdica Ramos, pelo companheirismo e amizade
sincera que vem crescendo desde a graduação.
Aos amigos Patrícia Bonvechio, Patrícia Itocazo, Alexandre Borges,
Alessandra Borges e Fernanda, sempre dispostos a me ajudar. Que essa
amizade consolidada nestes anos cresça cada vez mais.
Ao Prof. Ass. Ivan Balducci pela realização das análises estatísticas e
pela boa vontade em colaborar com a realização deste trabalho.
A todos os professores e funcionários do Departamento de
Odontologia Social e Clínica Infantil pelo carinho e apoio durante estes anos.
Agradecimento especial à técnica Betinha, que muito me ajudou.
Às funcionárias Rosângela, Cristina, Michelle e Josiana pela gentileza
e colaboração durante o curso.
Às funcionárias Cristina e Fátima, pelas conversas, pelo cafezinho
naquelas horas em que tudo parecia tão difícil.
A Prefeitura Municipal de São José dos Campos. Agradeço a
possibilidade de conciliar meu horário de trabalho com os horários da
Faculdade, a fim de que pudesse cumprir os créditos.
Às funcionárias da Seção de Pós-Graduação, Erena, Rosemary e
Maria Aparecida pela prestatividade e carinho constantes.
Às funcionárias da Biblioteca, em especial à Ângela de Brito Bellini
pelo auxílio na revisão bibliográfica deste trabalho.
8
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................... 09
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................... 11
RESUMO............................................................................................. 12
1 INTRODUÇÃO............................................................................. 13
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................... 18
2.1 Laser de Er:YAG......................................................................... 18
2.2 Resina Composta e sistema adesivo autocondicionante...... 31
2.3 Cimento de Ionômero de vidro modificado por resina........... 37
3 PROPOSIÇÃO............................................................................. 45
4 MATERIAL E MÉTODO............................................................... 46
4.1 Seleção e adequação dos dentes............................................. 46
4.2 Preparo dos espécimes............................................................. 46
4.3 Preparos cavitários.................................................................... 51
4.4 Restauração dos elementos dentários..................................... 54
4.5 Teste de Microinfiltração Marginal........................................... 57
5 RESULTADOS............................................................................. 64
5.1 Análise estatística..................................................................... 64
6 DISCUSSÃO............................................................................. 70
7 CONCLUSÃO............................................................................ 79
8 REFERÊNCIAS............................................................................ 80
ABSTRACT.......................................................................................... 90
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Remoção do tecido pulpar............................................ 47
FIGURA 2
Embutimento dos terços apicais das raízes dos
dentes em resina acrílica..............................................
48
FIGURA 3 Preparo dos espécimes................................................ 50
FIGURA 4 Divisão dos grupos experimentais................................ 51
FIGURA 5
Base de microscópio adaptada para adaptação da
caneta de alta rotação................................................
52
FIGURA 6 Aparelho de laser de Er:YAG Kavo Key- kavo............. 53
FIGURA 7
- Sistema adesivo com Primer autocondicionante
Clearfil SE Bond (Kuraray)............................................
55
FIGURA 8 Resina composta TPH (Dentsply)................................. 56
FIGURA 9
Acabamento e polimento com broca tronco cônica
diamantada n. 2135F (Gin Injecta LTDA) e discos
soflex (3M)....................................................................
56
FIGURA
10
Cimento de ionômero de vidro modificado por resina-
Vitremer (3M)................................................................
57
FIGURA
11
Com um lápis, foi delimitada a área correspondente a
1mm ao redor das margens das restaurações.............
58
FIGURA
12
Foram aplicadas três camadas de esmalte para
unhas vermelho em todo dente, com exceção de
0,5mm ao redor do preparo cavitário............................
59
10
FIGURA
13
Teste de microinfiltração marginal................................
60
FIGURA
14
Cada dente foi seccionado no sentido vestíbulo-
lingual em direção ao centro de cada restauração.......
61
FIGURA
15
Cortadeira Extec........................................................... 62
FIGURA
16
As partes cortadas foram coladas em lâmina de vidro
e devidamente identificadas.........................................
62
FIGURA
17
Corte dos dentes para avaliação ao microscópio......... 63
FIGURA.
18
Mensuração através do programa de imagens image
tool – 3.0.......................................................................
63
FIGURA
19
Gráfico de colunas (média±desvio padrão) dos dados de
infiltração marginal para as quatro condições
experimentais........................................................................
66
FIGURA
20
Gráfico de medias (para visualizar o efeito interação
estatisticamente não significante) dos valores de infiltração
marginal obtido para as quatro condições
experimentais........................................................................
68
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BIS-GMA Bisfenol A glicidil metacrilato
CIV Cimento de ionômero de vidro
CIV-MR Cimento de ionômero de vidro modificado por resina
HEMA 2-hidroxietil metacrilato
MPa MegaPascal
cm Centímetro
o
C Grau Celsius
h Horas
μm
Micrometro
mm Milímetro
min Minutos
Kg Quilograma
mW/cm
2
Miliwatts por centímetro quandrado
UDMA Uretano dimetil metacrilato
TEGDMA Trietileno Glicol Metacrilato
12
BARBOSA, C.S. Avaliação do selamento de restaurações de resina composta e
de cimento de ionômero de vidro modificado por resina em dentes bovinos,
após diferentes métodos de preparos cavitários. 2005. 87 f. Dissertação
(Mestrado em Odontologia Restauradora, Especialidade Dentística) – Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José
dos Campos, 2005
RESUMO
O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o selamento de restaurações de resina
composta e cimento de ionômero de vidro modificado por resina em cavidades de
classe V de 60 dentes bovinos diante das seguintes variáveis: preparo cavitário com
turbina de alta rotação e com laser de Er:YAG. Metade dos espécimes (n=30) foi
preparado com turbina de alta rotação e a outra metade (n=30) com laser de
Er:YAG. Dos dentes preparados com turbina de alta rotação, metade da amostra
(n=15) foi restaurada com resina composta e o restante com CIV modificado por
resina, ambos de acordo com as instruções dos fabricantes. O mesmo
procedimento foi realizado com os dentes preparados com laser de Er:YAG. Os
dentes foram submetidos à metodologia de microinfiltração marginal, empregando-
se a solução aquosa de nitrato de prata a 50%. Cada dente foi seccionado no
sentido vestíbulo-lingual. As partes cortadas foram coladas em lâmina de vidro e
devidamente identificadas, para avaliação e mensuração do grau de infiltração
marginal em lupa estereoscópica Stemi 2000- Karl Zeiss, com câmara digital
acoplada. A microinfiltração marginal foi mensurada com auxílio do programa Image
Tool- 3.0. Os resultados revelaram que independentemente do material utilizado, os
dentes preparados com laser de Er:YAG apresentaram menores valores para
microinfiltração m
arginal, sendo estes valores estatisticamente significantes.
PALAVRAS-CHAVE: Cimentos de ionômeros de vidro; laser de Er:YAG;
resinas compostas; estudo comparativo; materiais dentários; animal; in vitro.
13
1 INTRODUÇÃO
Com o intuito de oferecer mais conforto ao paciente e ao mesmo
tempo manter a qualidade do tratamento odontológico, novas técnicas e
materiais restauradores vêm sendo desenvolvidos ao longo do tempo. Desta
forma, o laser aparece como o principal representante desta fase de
inovação, pois a possibilidade de ausência de ruído durante o preparo
cavitário, diminuição da sensação dolorosa e realização de um preparo mais
conservador, pode tornar o tratamento restaurador muito mais atraente.
Nesse contexto, a possibilidade de utilização do laser em
odontopediatria torna-se bastante interessante, pois nesta especialidade o
profissional necessita não só apresentar domínio das técnicas restauradoras
como também saber lidar com os medos e anseios da criança frente ao
tratamento odontológico.
Stern & Sognnaes
60-1
(1964, 1965) e Goldman et al.
18
(1965) foram os
primeiros a investigar a transmissão do impacto da luz laser nos tecidos
dentais duros através da utilização do laser de rubi. As primeiras aplicações
clínicas da luz laser foram observadas no início da década de 80 em tecidos
moles. Mais recentemente, o laser passou a ser utilizado também em
Odontologia Restauradora.
14
As aplicações do laser em tecidos dentais duros e materiais
restauradores podem ser divididas nas seguintes categorias de acordo com
Pick & Miserendino
51
(1989): a) remoção da lesão de cárie dental; b)
prevenção da lesão de cárie dental; c) condicionamento da superfície do
esmalte; d) fusão de material cerâmico e e) esterilização de superfícies
dentais infectadas por bactérias.
Em Odontologia Restauradora, alguns tipos de laser vêm sendo
introduzidos para remoção do tecido cariado e selamento de fossas e
fissuras, dentre eles podemos destacar os lasers de Er:YAG e Nd:YAG.
Neste caso, os lasers provocam ablação através da vaporização ou remoção
explosiva de tecido mediada pela água (HOUSSAIN et al.
24
, 1999).
O laser de Er:YAG tem a vantagem de preparar cavidades sem
agredir o tecido pulpar (TOKONABE et al.
68
, 1999). A grande eficiência de
ablação pode ser explicada por um processo mecânico induzido
termicamente. A água possui grande absorção pela luz do laser,
conseqüentemente, a incidência da irradiação é absorvida numa camada fina
da superfície, causando um aquecimento repentino e vaporização da água.
Uma grande pressão de vapor leva então a micro-explosões com a erupção
de partículas e com uma cratera como correspondência morfológica. Como o
tecido não é completamente vaporizado, mas apenas desintegrado em
fragmentos, a energia radiante é convertida eficientemente em ablação, que
altera a estrutura morfológica do tecido. Nenhum processo de fundição que
15
pode levar a um considerável dano por calor ocorre nos tecidos adjacentes
(KELLER & HIBST
31
, 1995).
Assim como o preparo cavitário, os materiais restauradores também
são muito importantes para que se obtenha sucesso clínico.
Desde a introdução da técnica do condicionamento ácido proposto por
Buonocore
6
(1955) e o desenvolvimento das resinas compostas, a
Odontologia passou por uma revolução, que permitiu o desenvolvimento de
materiais estéticos restauradores capazes de se aderirem à superfície dental,
dando origem à chamada “Odontologia Estética Adesiva”. As resinas
compostas aparecem como grandes representantes desta era de materiais
restauradores graças ao desenvolvimento dos adesivos dentinários e das
técnicas de fotopolimerização.
As resinas compostas são formadas por uma matriz orgânica e uma
matriz inorgânica. A matriz orgânica é composta pelos monômeros BIS-GMA
(Bisfenol Glicidil Metacrilato) e UDMA (Uretano Dimetacrilato), de alto peso
molecular, diluídos no monômero TEG-DMA (Trietileno Glicol Dimetacrilato),
responsável por diminuir a viscosidade de BIS-GMA e UDMA. A matriz
inorgânica responsável pela resistência do material, apresenta vidro, sílica,
quartzo e zinco. As resinas compostas também apresentam um agente de
união (três metacriloxipropiltrimetoxi silano) e um agente iniciador que é
responsável pelo início da polimerização do material; sendo que nas resinas
quimicamente ativadas, o agente iniciador é o peróxido de benzoíla e nas
16
resinas fotopolimerizáveis é a canforoquinona (CHAIN & BARATIERI
11
,
1998).
Talvez a maior preocupação da Odontologia desde seu início foi
desenvolver um material que possuísse propriedades físicas semelhantes à
estrutura dental, capacidade de adesão ao esmalte e dentina, e resistência à
degradação na cavidade bucal (WALLS
71
, 1986).
Neste contexto, o cimento de ionômero de vidro (CIV) parece
preencher tais requisitos, pois de acordo com McLean & Wilson
40
(1977), os
CIV apresentam capacidade de adesão à estrutura dental através de
ligações iônicas e polar-adesão físico-química, biocompatibilidade ao dente e
coeficiente de expansão térmica linear semelhante ao das estruturas
dentinárias, combinando as melhores propriedades dos cimentos de silicato
e de policarboxilato de zinco.
A adição de componentes resinosos ao cimento de ionômero de vidro
na década de 80, proporcionou maior resistência ao material, maior controle
do tempo de trabalho, melhor combinação de cores e maior translucidez,
sem afetar a liberação de flúor, o que muito despertou a atenção dos
profissionais que atuam em Odontopediatria.
De acordo com Navarro & Pascotto
44
(1998), o cimento de ionômero
de vidro modificado por resina pode ser considerado o material de eleição
em determinadas situações em Odontopediatria, principalmente em função
devido a suas propriedades de adesão e biocompatibilidade, liberação de
17
flúor e coeficiente de expansão térmica linear similar à estrutura dentária,
permitindo um preparo conservador e acabamento e polimento na mesma
sessão.
Pelo exposto percebemos a necessidade de realizarmos um estudo
com o objetivo de comparar o selamento de restaurações de resina
composta e cimento de ionômero de vidro modificado por resina em
cavidades de classe V de dentes bovinos, preparadas com turbina de alta
rotação ou laser de Er: YAG.
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Laser de Er:YAG
No final da década de 80, foi realizada a primeira descrição do efeito
da ablação produzida pelo laser de Er:YAG sobre os tecidos dentais duros
(KELLER & HIBST
30
, 1989). Desde então, vários estudos in vitro foram
realizados a fim de se viabilizar seu uso na clínica odontológica.
A utilização do laser de Er:YAG possibilita a realização de preparos
cavitários sem agressão ao tecido pulpar (TOKONABE et al.
68
, 1999), pois
seu comprimento de onda coincide com o principal pico de absorção de
água, resultando em uma boa absorção tanto em esmalte como em dentina.
Quanto à morfologia do tecido irradiado, nenhuma alteração induzida
termicamente foi observada, exceto uma parte de dentina amarronzada
quando esta foi dissecada pela irradiação do laser. Esta descoloração pode
ser evitada umedecendo-se o dente com um spray fino de água. Com este
método, a radiação do laser Er:YAG promove uma cavidade limpa e com
19
ângulos nítidos em relação aos tecidos adjacentes e sem sinais de
rachaduras ou fusão das superfícies (KELLER & HIBST
30
, 1989; HOKE et al.
20
, 1990; KAYANO et al.
29
, 1991).
Burkes et al.
8
(1992) estudaram os efeitos do laser de Er:YAG na
estrutura de dentes humanos extraídos e sua relação no aumento de
temperatura do tecido pulpar. Dois dentes foram irradiados sem presença de
jato de água e três dentes foram irradiados na presença de água. Nos dentes
em que se utilizou o laser de Er:YAG sem presença de água, houve uma
mínima ablação do esmalte dentário. A microscopia eletrônica de varredura
mostrou fragmentos de esmalte dentário, fusão do esmalte, fendas e
cavidades com bordas lisas. A temperatura intrapulpar foi medida através de
um sensor térmico, onde se mensurou 27
o
C.
Quando o dente foi irradiado
na presença de água, tanto o esmalte dentário quanto a dentina foram
eficientemente ablacionados. A microscopia eletrônica de varredura revelou
presença de fissuras e crateras cônicas com projeções finas de esmalte
dentário remanescente.
Sekine et al.
57
(1994) verificaram a ação do laser de Er:YAG na
realização de preparos cavitários de classe V em dentes de cães, com o
objetivo de investigar as consequências da irradiação deste laser no tecido
pulpar, utilizando como grupo controle dentes preparados com turbina de alta
rotação. Os dentes foram divididos em dois grupos de acordo com a
profundidade do preparo (cavidade profunda: 500µm ou menos de dentina
20
remanescente e cavidade pouco profunda: mais que 500µm de dentina
remanescente) e foram avaliados após 1, 2, 4 e 7 dias e uma avaliação final
após 28 dias. Os resultados revelaram que as reações pulpares após a
utilização deste laser foram histologicamente aceitáveis. Neste experimento
concluiu-se que o laser de Er:YAG com 200mJ de energia por pulso mostrou-
se tão eficiente e seguro quanto a turbina de alta rotação na realização de
preparos cavitários.
Aoki et al.
4
(1994) avaliaram o efeito da aplicação do laser de Er:YAG
na remoção de lesões de cárie radicular em dentes humanos extraídos.
Metade da lesão de cárie foi removida com laser de Er:YAG e a outra metade
com turbina de alta rotação. O parâmetro utilizado foi 160 mJ por pulso de
energia com utilização de jato de água. Os resultados revelaram que o laser
de Er:YAG foi tão efetivo quanto a turbina de alta rotação na remoção de
lesões de cárie radicular. Entretanto, o tempo necessário para a realização
dos preparos foi bem maior nos dentes preparados com laser de Er:YAG.
Kumazaki
35
(1994) demonstrou a resolução de dois casos clínicos
onde foi utilizado o laser de Er:YAG para realização de preparos cavitários e
concluiu que a grande vantagem da utilização clínica do laser de Er:YAG em
Odontología Restauradora está na redução do medo do paciente, que se
mostra mais tranquilo frente ao tratamento.
Visuri et al.
70
(1996) compararam, em dentes humanos extraídos, a
adesão de compósito à dentina após o preparo da superfície dentinária com
21
laser de Er:YAG (350mJ/ pulso e 6Hz) ou preparo com broca com ou sem
condicionamento ácido prévio à inserção do material restaurador. Os
resultados revelaram que as amostras irradiadas com laser apresentaram
melhor adesividade quando comparados ao grupo que recebeu o
condicionamento ácido e do grupo controle. A microscopia eletrônica de
varredura mostrou que a superfície dentinária apresentava túbulos expostos
após o tratamento com o laser, o que também era possível após o
condicionamento ácido.
Dostálová et al.
16
(1997) avaliaram clinicamente o real efeito da
ablação exercida pelo laser de Er:YAG (345mJ de energia, 2Hz de repetição)
em pré-molares humanos com indicação ortodôntica de extração.
Defenderam que a idéia do superaquecimento do dente, e consequentes
danos ao tecido pulpar poderiam ser evitados se fossem utlizados os
parâmetros corretos. Após a extração, os dentes foram descalcificados por
seis semanas, corados com hematoxilina e eosina e seccionados
longitudinalmente. Foram então preparados para análise em microscopia de
luz. Os resultados confirmaram a segurança da ablação do laser de Er:YAG
tanto no esmalte quanto na dentina nas condições descritas. Além disso, não
observaram alterações estruturais ou mesmo indicadores de inflamação.
Pelagalli et al.
49
(1997) realizaram um estudo clinico envolvendo
sessenta pacientes para comparar a atuação do laser Er:YAG com a turbina
de alta rotação na remoção de lesões de cárie e confecção de preparos
22
cavitários. Os dentes foram tratados in vivo, e extraídos após um período de
dois dias, um mês, e um ano, a fim de observar o tecido pulpar, morfologia
da superfície, e a qualidade do preparo e da restauração. Observaram que o
laser Er:YAG foi seguro e eficaz na remoção do tecido cariado, confecção de
preparos cavitários e condicionador prévio ao condicionamento ácido e que
não houve comprometimento pulpar.
Cozean et al.
15
(1997) utilizaram o laser de Er:YAG em uma pesquisa
envolvendo sessenta pacientes (24 pacientes tratados com laser de Er:YAG
e 36 pacientes do grupo controle). Aproximadamente um terço dos dentes
tratados foram extraídos imediatamente após o tratamento, outros um terço
foram extraídos 48 horas pós-tratamento e o terço final foi extraído num
período de trinta dias pós-tratamento. Concluiu que o uso do laser de Er:YAG
no tratamento de tecidos dentais duros foi considerado seguro e efetivo na
remoção de lesões de cárie, confecção de preparos cavitários e
condicionamento da superfície.
Aoki et al.
3
(1998) compararam a utilização do laser de Er:YAG
(350mJ de energia por pulso) com o tratamento mecânico convencional com
brocas na remoção de tecido cariado em 31 dentes humanos extraídos. Foi
avaliado o tempo necessário para completa remoção do tecido cariado,
exame histopatológico da cavidade tratada, exame de microscopia eletrônica
de varredura da superfície e das secções e mensuração da microdureza
Knoop. Um tempo maior foi requerido para a remoção do tecido cariado com
23
a utilização do laser de Er:YAG quando comparado ao grupo controle.
Entretanto, o laser de Er:YAG ablacionou a dentina cariada efetivamente
com mínimo dano térmico à dentina intacta circundante. Além disso, um
pequeno grau de vibração foi observado no tratamento com o laser de
Er:YAG. A microscopia revelou micro-irregularidades características na
superfície de dentina irradiada.
Keller et. al.
32
(1998) estudaram os efeitos do laser de Er:YAG na
remoção do tecido cariado e compararam com métodos mecânicos de
remoção de lesão de cárie em uma amostra composta de 103 pacientes. O
tratamento com laser mostrou-se mais confortável quando comparado ao
tratamento mecânico, com diferença estatisticamente significante. Durante o
tratamento, a necessidade de anestesia local foi de 11 % para o preparo
mecânico comparado a 6% durante a aplicação do laser.
Takeda et al.
65
(1998) avaliaram a eficiência da utilização do laser de
Er:YAG na remoção da smear layer nas paredes do canal radicular de 36
dentes humanos extraídos, os quais foram divididos em três grupos. No
grupo 1 os dentes não sofreram a irradiação laser, no grupo 2 os dentes
foram irradiados com laser na potencia de 1W e no grupo 3 os dentes foram
irradiados com laser na potencia de 2W. Os dentes foram avaliados ao
microscópio eletrônico de varredura. O grupo controle apresentou um
depósito de debris e presença de smear layer obstruindo os canalículos
dentinários. Entretanto, as paredes dos canais radiculares irradiados com
24
laser de Er:YAG apresentaram-se livres de debris, com evaporação da smear
layer e túbulos dentinários abertos.
Kataumi et al.
27
(1998) avaliaram a adesão da resina ao tecido
dentinário irradiado pelo laser de Er:YAG (126mJ de energia por pulso) em
44 dentes humanos recém extraídos, por meio do teste de resistência
adesiva a tração. A microscopia eletrônica de varredura foi utilizada para
analisar a interface adesiva das amostras e as alterações morfológicas na
dentina irradiada causadas pelo condicionamento com ácido fosfórico a 37%.
Não houve diferença estatisticamente significante na resistência adesiva
entre a dentina irradiada e o grupo controle, onde o Clearfil Photo Bond foi
utilizado com condicionamento ácido. Este estudo mostrou que o laser de
Er:YAG afetou não somente a dentina superficial como também a
subsuperficial (20µm). A irradiação laser aumentou a resistência ácida da
dentina peritubular.
Niu et al.
45
(1998), compararam in vitro, a microinfiltração marginal de
restaurações de resina composta em cavidades de classe V preparadas com
laser de Er:YAG com turbina de alta rotação. Foram selecionados 48 dentes
humanos extraídos, divididos em três grupos de 16 dentes: a) grupo 1-
preparos cavitários com laser de Er:YAG e condicionamento com ácido
fosfórico a 30%; b) grupo 2- preparos cavitários com laser de Er:YAG; c)
grupo 3- preparos cavitários com turbina de alta rotação e condicionados
com ácido fosfórico a 30%. Os resultados revelaram não haver diferença
25
estatisticamente significante entre cavidades preparadas com laser de
Er:Yag e aquelas preparadas com turbina de alta rotação quanto a
microinfiltração marginal utilizando penetração de corante.
Khan et al.
33
(1998), investigaram a microinfiltração marginal em
cavidades de classe I restauradas com amálgama, resina composta e
cimento de ionômero de vidro após o preparo das cavidades com laser de
Er:YAG, e compararam os resultados obtidos com o método convencional,
utilizando turbina de alta rotação. Selecionaram 96 dentes humanos
extraídos, sendo metade deles preparados com laser de Er:YAG e a outra
metade preparada com turbina de alta rotação. Os dentes receberam as
restaurações com os materiais citados anteriormente. Concluíram não haver
diferença estatisticamente significante entre cavidades preparadas com laser
de Er-Yag e aquelas preparadas com turbina de alta rotação quanto a
microinfiltração marginal.
Moritz et al.
41
(1999) estudaram o efeito bactericida dos lasers de
Er:YAG, Nd:YAG e Ho:YAG em quarenta dentes humanos com tratamento
endodôntico, inoculados com Escherichia coli e Enterococcus faecalis. Os
resultados revelaram que os três lasers foram capazes de diminuir a
população bacteriana com mínima diferença em suas eficácias bactericidas.
Na potência de 1,5W, os melhores resultados foram obtidos com o laser de
Er:YAG, com potencial de eliminação de 99,64% das bactérias, seguido do
laser de Nd:YAG (99,16%) e do laser de Ho:YAG (99,05%).
26
Kameyama et al.
26
(2000) verificaram o efeito de condicionadores
ácidos na adesão da resina à dentina após a irradiação com laser de Er:YAG
e as características desta adesão. Para tanto, selecionaram oitenta dentes
bovinos, desgastados na região cervical a fim de se expor a dentina. Após
polimento, a superfície dentinária foi irradiada com laser de Er:YAG (100 mJ
de energia por pulso) e em seguida, condicionada com diferentes soluções
ácidas: ácido cítrico 10% (grupo 1), ácido cítrico 10% e cloreto férrico 3%
(grupo 2), ácido fosfórico 37% (grupo 3) e ácido fosfórico 65% (grupo 4). As
amostras foram restauradas com resina composta e submetidas ao teste de
resistência adesiva a tração. Os resultados sugeriram que a influência da
irradiação do laser de Er:YAG na dentina é mais profunda que a
profundidade de penetração da resina, e a análise dos cortes puderam
suportar tal sugestão. Os valores encontrados para resistência adesiva à
tração nos espécimes que sofreram condicionamento ácido foram menores
do que os valores encontrados nos espécimes que não receberam
condicionamento ácido nos grupos irradiados com laser. Fraturas coesivas
na dentina foram observadas em todos os espécimes irradiados.
Corona et al.
14
(2001) compararam a microinfiltração marginal em
restaurações classe V de resina composta em vinte molares permanentes
humanos, após preparo cavitário com turbina de alta rotação, abrasão a ar e
laser de Er:YAG, seguido ou não de condicionamento ácido. Concluíram que
cavidades preparadas com laser de Er:YAG, independentemente do
27
procedimento de condicionamento ácido, mostraram os maiores graus de
microinfiltração marginal, e os dentes preparados com turbina de alta rotação
seguidos de condicionamento ácido demostraram o melhor selamento
marginal.
Setien et al.
59
(2001) avaliaram o efeito do método de preparo cavitário
na microinfiltração marginal de restaurações de classe V de resina composta,
analisando a interface dente/ restauração e ultraestrutura da dentina. A
amostra foi dividida em oito grupos de nove dentes cada, de acordo com o
tipo de preparo cavitario: a) broca carbide n.8 esférica (grupo 1); b) ponta
diamantada n.801 (grupo 2); c) abrasão a ar KCP1000 (grupo 3); d) Sistema
Sonycs (grupo 4); e) laser de Er:YAG (grupo 5); f) abrasão a ar associada à
broca carbide (grupo 6); g) laser de Er:YAG asociado à broca carbide (grupo
7); h) laser de Er:YAG sem condicionamento ácido (grupo 8). Os preparos
cavitários foram realizados na junção cemento-esmalte nas faces vestibular e
lingual de cada dente e apresentavam 3mm de diâmetro e 1,5mm de
profundidade. Todas as cavidades foram restauradas utilizando-se adesivo
Single Bond e Silux Plus, exceto no grupo 8. Foi realizado o teste de
microinfiltração marginal com nitrato de prata e as amostras foram analisadas
sob microscopia eletrônica de varredura. Houve uma maior microinfiltração
dentinária nos grupos 5 e 7 comparados com todos os grupos, exceto o
grupo 3 (abrasão a ar). Apesar do grupo 8 apresentar menor microinfiltração
na dentina, não foi encontrado diferença estatisticamente significante dos
28
grupos 1, 2, 4 e 6. A microscopia eletrônica de varredura revelou ter ocorrido
hibridização na interface dentina/ resina em todos os grupos, exceto no
grupo 8, onde o preparo foi realizado com laser de Er:YAG e não foi
realizado o condicionamento ácido.
Roebuck et al.
54
(2001) estudaram, em 61 dentes humanos extraídos,
a influência de três diferentes valores de energia por pulso do laser de
Er:YAG (200mJ, 240mJ e 300mJ) na microinfiltração marginal de cavidades
de classe V restauradas com compômero (Compoglass). A microinfiltração
marginal foi observada em todos os grupos, tanto nas margens em dentina
como nas margens em esmalte. Concluíram que a confecção dos preparos
cavitários com laser de Er:YAG não influenciou a microinfiltração marginal
nas restaurações de Compoglass. Diferentes valores de energia por pulso
são necessários para um excelente selamento, tanto nas margens em
esmalte como nas margens em dentina, e para cada tipo de material
restaurador.
Kohara et al.
34
(2002), realizaram um estudo morfológico e de
microinfiltração marginal em trinta preparos cavitários classe V em dentes
decíduos humanos, realizados com broca diamantada em turbina de alta
rotação e laser de Er:YAG, utilizando a resina composta como material
restaurador. Os preparos realizados com laser de Er:YAG mostraram-se
mais irregulares, porém apresentaram melhores resultados quando
submetidos a penetração do corante.
29
Olgiesser et al.
46
(2003) verificaram as alterações de temperatura do
tecido pulpar durante o preparo cavitário e remoção de tecido cariado através
do laser de Er:YAG. Para tanto 175 dentes humanos recém extraídos e livres
de lesão de cárie foram preparados (preparos de classe I e classe V) e em
42 dentes humanos extraídos foi realizada a remoção do tecido cariado
através do laser de Er:YAG Opus 20. Foi inserido um termostato K-Type na
câmara pulpar dos dentes preenchidos com uma pasta condutora de calor.
Os resultados revelaram que em todos os grupos testados, o maior aumento
de temperatura foi menor que 5,5
o
C, que é considerado um valor crítico para
a vitalidade pulpar. Os maiores aumentos de temperatura foram observados
durante os preparos de classe I (3,13
o
C), aumentos médios nos preparos de
classe V em esmalte (2,38
o
C) e os menores aumentos foram encontrados
durante os preparos em cemento (2,10
o
C) e durante a remoção de tecido
cariado (1,21
o
C). Concluiram que os efeitos térmicos do laser de Er:YAG
Opus 20 para preparos cavitários e remoção do tecido cariado, foram
menores do que a temperatura crítica responsável por causar alterações
irreversíveis no tecido pulpar.
Cavalcanti et al.
10
(2003) investigaram, em trinta dentes bovinos, o
aumento de temperatura no tecido pulpar produzido no preparo cavitário
através do laser de Er:YAG ou turbina de alta rotação. Os dentes foram
divididos em três grupos, sendo que no grupo 1 os dentes foram preparados
com turbina de alta rotação sem refrigeração; no grupo 2 os dentes foram
30
preparados com turbina de alta rotação com refrigeração, e no grupo 3 os
dentes foram preparados com laser de Er:YAG (350 mJ de energia por pulso
e 10 Hz de frequência) sob refrigeração. O aumento de temperatura foi
avaliado através de um termostato acoplado ao computador. Os resultados
revelaram que tanto o laser de Er:YAG como a turbina de alta rotação devem
ser utilizados sempre com refrigeração para não causarem danos ao tecido
pulpar.
Takamori et al.
64
(2003) estudaram as vibrações geradas durante os
preparos cavitários com turbina de alta rotação e durante a irradiação com
laser de Er:YAG (50, 100, 145, 199, 300 e 350 mJ de energia) em dentes
humanos extraídos, através de um vibrômetro laser Doppler. Os resultados
mostraram que a broca em alta rotação causou maior vibração dentária e
maior ruído quando comparada ao laser de Er:YAG. Segundo os autores,
isto representa um fator em potencial quando se considera o fator medo e
aborrecimento provocado no paciente durante o preparo cavitário.
Schein et al.
56
(2003) avaliaram através de microscopia eletrônica de
varredura o padrão de interação entre dentina e resina após preparo cavitário
com laser de Er:YAG em dez discos de dentina obtidos de terceiros molares
extraídos. Cada disco recebeu dois preparos cavitários, sendo um realizado
com turbina de alta rotação e o outro com laser de Er:YAG (250 mJ de
energia, 4 Hz de freqüência). Cinco discos foram preparados para análise
morfológica da dentina condicionada e o restante recebeu o adesivo Single
31
Bond (3M) seguido da resina Z 100 (3M). Foram observadas que as
características morfológicas da dentina irradiada condicionada com ácido,
não foram favoráveis à difusão dos monômeros através da rede de colágeno.
O aspecto da interface dentina-resina da dentina irradiada, após
condicionamento ácido, mostrou finos tags e escassas zonas de
hibridização, os quais concordaram com a morfologia do substrato dentinário
irradiado e condicionado com ácido.
Tagami et al.
63
(2003) avaliaram clinicamente a sensibilidade dentária
durante o preparo cavitário e remoção de tecido cariado com laser de
Er:YAG (30-350 mJ/pulso) em 66 pacientes. As cavidades foram restauradas
com resina composta de acordo com as orientações do fabricante. Após o
tratamento, os pacientes foram interrogados quanto à sensibilidade dolorosa
através de uma escala visual (Visual Analogue Scale). Os resultados
revelaram que a remoção de tecido cariado e a confecção de preparos
cavitários para restaurações adesivas podem ser realizados com laser de
Er:YAG com pouco ou nenhum desconforto.
2.2 Resina composta e sistema adesivo autocondicionante
O principal mecanismo de retenção dos sistemas adesivos atuais
baseia-se na infiltração e posterior polimerização de monômeros resinosos
pela camada superficial de dentina, previamente desmineralizada por ácidos,
32
formando a camada híbrida (NAKABAYASHI et al.
43
, 1982). O
desenvolvimento de primers hidrofílicos, possibilitou o aumento da interação
entre as fibras colágenas e a resina fluida.
Os monômeros hidrofílicos são carregados para o interior da dentina
desmineralizada através de solventes orgânicos adicionados aos primers. Os
solventes penetram o fluido canalicular, penetrando nos microporos do tecido
dentinário, causando evaporação da água presente e permitindo que os
monômeros hidrofílicos entrem em contato com as fibras colágenas, e
quando polimerizam formam a camada híbrida (NAKABAYASHI et al.
43
,
1982). A camada híbrida é responsável pelo selamento dentinário, menor
microinfiltração marginal e diminuição da sensibilidade pós-operatória
(PASHLEY & CARVALHO
48
, 1997).
Até então, o condicionamento ácido do esmalte e dentina era feito
com ácido fosfórico a 37%, durante 15 a 30 segundos. Watanabe &
Nakabayashi
73
, em 1993, desenvolveram um primer autocondicionante que
era formado por uma solução aquosa de phenil-P 20% e de HEMA 30 %
para adesão em esmalte e dentina simultaneamente. Este primer reduzia o
tempo de trabalho, eliminando o passo de lavagem do ácido, além de evitar o
risco de colapso das fibras de colágeno dentinário.
Hoss
23
, em 1999, analisou o sistema autocondicionante Clearfil SE
Bond, sistema que envolve simultaneamente o condicionamento total do
esmalte e da dentina. Foi referido como sistema de sexta
geração.
33
Verificaram que este sistema apresenta um ácido mais fraco que o ácido
fosfórico, promovendo descalcificações mais rasas.
Pradelle-Plasse et al.
52
(2001) estudaram a microinfiltração marginal
na interface esmalte-dentina e resina composta em cavidades de classe v
preparadas nas faces vestibular e lingual na junção cemento-esmalte de 90
dentes humanos extraídos. Os dentes foram restaurados com a resina
composta microhíbrida RBC (filtek P60), com aplicação prévia dos seguintes
sistemas adesivos: Excite, um adesivo monocomponente; Prompt L Pop, um
sistema adesivo autocondicionante; o Clearfil SE Bond, sistema adesivo
autocondicionante; e o OptBond Solo, um adesivo monocomponente. A
infiltração na região oclusal da dentina foi similar nos quatro sistemas de
adesão à dentina. O sistema Prompt L-Pop apresentou os piores resultados
quanto à microinfiltração marginal na região cervical da dentina quando
comparados aos demais sistemas adesivos, que apresentaram resultados
semelhantes.
Agostini et al.
2
(2001) estudaram a resistência adesiva de três primers
autocondicionantes no esmalte e dentina de dentes decíduos. Foram
selecionados quarenta molares decíduos que, após o embutimento em
resina acrílica sofreram desgaste até exposição da dentina. Os materiais
testados foram: Prompt L (LP2, ESPE), Clearfil SE Bond (CSE, Kuraray
América), Etch and Prime 3 (EP, Degussa) e o controle foi feito com o Prime
& Bond NT (NT Dentsply/Caulk). Os sistemas adesivos foram aplicados de
34
acordo com as orientações do fabricante. Utilizou-se a resina composta
Pertac II (ESPE) para a construção do cone de resina para realização do
teste de cisalhamento. Os resultados mostraram haver diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos estudados. Para o esmalte, o
Prime & Bond NT apresentou os maiores valores para resistência adesiva
quando comparado aos demais produtos. Com uma média de 39 MPa, o
Clearfil SE Bond apresentou os maiores valores para resistência adesiva a
dentina de dentes decíduos.
Cardoso et al.
8
(2002) avaliaram a microinfiltração marginal nas
margens de dentina de restaurações classe II em resina composta, utilizando
quatro sistemas adesivos: Etch & Prime 3.0, Prime & Bond NT, Clearfil Liner
Bond 2V e o Clearfil SE Bond. Foram realizados quarenta preparos do tipo
Slot na junção cemento-esmalte de molares humanos recém extraídos que,
após a aplicação do sistema adesivo, foram restaurados com resina
composta Clearfil AP-X. Os espécimes foram submetidos ao teste de
microinfiltração e os menores valores de microinfiltração marginal foram
apresentados pelo sistema adesivo Clearfil SE Bond.
Yazici et al.
75
(2002) avaliaram a microinfiltração marginal dos
sistemas adesivos em restaurações de classe II de resina composta,
realizadas na junção cemento-esmalte de setenta pré-molares humanos
extraídos. Os dentes foram divididos em quatro grupos de acordo com o
sistema adesivo utilizado. No grupo 1 foi utilizado o Optibond FL, sistema
35
adesivo de quarta geração com vários passos; no grupo 2 utilizou-se o
Gluma One Bond, um sistema adesivo de quinta geração de frasco único; no
grupo 3 foi utilizado o Clearfil SE Bond, um sistema adesivo de quinta
geração com primer autocondicionante, no grupo 4 utilizou-se o Clearfil SE
Bond com condicionamento ácido prévio, e no grupo 5 foi utilizado o Prompt
L-Pop, sistema adesivo de sexta geração de frasco único. Todas as
restaurações foram realizadas com a resina composta condensável Solitaire.
Os dentes foram submetidos ao teste de microinfiltração marginal e foram
atribuídos escores para mensurar o grau de microinfiltração marginal. Não
houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quando se
avaliou a infiltração marginal nas paredes oclusais dos dentes restaurados.
Para as paredes gengivais, diferenças estatisticamente significantes foram
encontradas somente entre os grupos do Clearfil SE Bond e Prompt L-Pop e
entre os grupos Clearfil SE Bond com condicionamento ácido e Prompt L-
Pop. Os maiores valores para microinfiltração marginal foram observados no
grupo do sistema adesivo Prompt L-Pop.
Osorio et al.
47
(2003) avaliaram a microinfiltração marginal de três
sistemas adesivos em restaurações de classe V de resina composta. Foram
utilizados dois sistemas adesivos com primers acídicos: Clearfil SE Bond e
Etch & Prime 3.0, que foram comparados com um sistema adesivo
convencional: Scotchbond Multipurpose Plus. As cavidades de classe V
foram realizadas na junção cemento-esmalte de molares humanos, que
36
foram divididos em três grupos de acordo com o sistema adesivo utilizado.
Foi realizada a restauração em resina composta e em seguida os espécimes
foram imersos em solução de fucsina básica a 2% por 24 horas. Para o
esmalte, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos analisados. Na dentina, o Clearfil SE Bond apresentou os
valores mais baixos para penetração do corante quando comparado aos
demais grupos.
Abo et. al.
1
(2004) compararam a eficácia do sistema adesivo de
frasco único (AD Bond) com o sistema adesivo que apresenta primer
autocondicionante (Clearfil SE Bond) em restaurações classe V de resina
composta (Charisma), realizadas em vinte pré-molares humanos extraídos. O
teste de microinfiltração marginal foi realizado através da imersão das
amostras em solução de fucsina básica 0,5% por 2 horas. Os resultados
revelaram que o selamento criado pelo AD Bond foi inferior do que o
produzido pelo Clearfil SE Bond.
Santini et al.
55
(2004) avaliaram a microinfiltração em restaurações de
classe V de resina composta com ou sem a realização de bisel, utilizando
diferentes sistemas adesivos autocondicionantes. Foram utilizados 120 pré-
molares humanos extraídos, divididos em oito grupos de acordo com o
sistema adesivo utilizado: Prompt-L Pop, Adper Pomp, Clearfil SE Bond,
Prime & Bond NT com NRC, Xeno III, One Up Bond, AdheSe, e Prime &
Bond NT utilizando a técnica de condicionamento ácido total com ácido
37
fosfórico 36%. Para a realização do teste de microinfiltração foi utilizado o
Porcion Red como marcador. Não houve diferença estatísticamente
significante entre os grupos com bisel e sem bisel quando se utilizou o
sistema adesivo autocondicionante.
2.3 Cimento de Ionômero de vidro modificado por resina
O cimento de ionômero de vidro foi divulgado pela primeira vez em
1972, por Wilson & Kent
74
, com o objetivo de se desenvolver um material que
pudesse ser utilizado em dentes anteriores, em lesões de erosão,
cimentações, forramentos e bases.
De acordo com McLean & Wilson
40
(1977), os CIV combinam as
melhores propriedades dos cimentos de silicato e de policarboxilato de zinco
e possuem como principal característica a capacidade de adesão à estrutura
dental através de ligações iônica e polar-adesão físico-química (McLEAN &
WILSON
40
, 1977; LIN et al.
36
, 1992; HOSOYA & GARCIA-GODOY
22
, 1998)
como os cimentos de carboxilato de zinco.
Os CIV apresentam em sua composição a sílica (SiO
2
), alumina
(Al
2
O
3
) e fluoreto de cálcio (CaF
2
). A presença do flúor melhora as condições
de trabalho e aumenta a resistência do cimento, bem como sua liberação no
meio bucal, proporcionando a este material uma ação anti-cariogênica
(NAVARRO et al.
44
1998).
38
A reação de presa é essencialmente uma reação ácido-básica e se
inicia a partir do momento em que o pó é incorporado ao líquido. A camada
superficial do pó de vidro é dissolvida pelo ácido (íons hidrogênio), liberando
os íons cálcio e alumínio. Inicialmente há a formação de fluoreto de cálcio e
alumínio. O fluoreto de cálcio por ser instável, se dissocia e reage com o
copolímero do ácido poliacrílico formando cadeias de poliacrilato de cálcio,
reduzindo a mobilidade das cadeias poliméricas aquosas dando início a
formação da matriz de gel e conforme esta reação se processa, o cimento
endurece. Uma vez que os íons cálcio estão envolvidos, os íons alumínio
começarão a formar cadeias de poliacrilato de alumínio que são mais fortes e
insolúveis dando origem à formação da matriz final (WILSON & KENT
74
,
1972)
Na década de 80 foi desenvolvida a inovação mais recente deste
material, os CIV modificados por resina, que se caracterizam pela presença
de compostos metacrilatos fotoativados, pequenas quantidades de resinas
como 2-hidroxietil metacrilato (HEMA) ou bisfenol glicidil metacrilato (BIS-
GMA) no líquido ou no pó do CIV convencional (MATHIS & FERRACANE
39
,
1989). A principal vantagem deste material, quando comparado aos CIV
convencionais, é a redução da sensibilidade do material à perda ou
incorporação imediata de água devido ao endurecimento imediato
proporcionado pela fotopolimerização, além de apresentar melhores
resultados estéticos, menor tempo de presa, maior tempo de trabalho e
39
melhora em suas propriedades mecânicas (MATHIS & FERRACANE
39
,
1989;HINOURA et al.
19
, 1991; MOUNT
42
, 1994; CHO et al.
13
, 1995).
Vários trabalhos utilizando o cimento de ionômero de vidro como base
de restaurações, comprovam sua eficiência em testes de microinfiltração
marginal quando comparados a outros materiais restauradores (LOPES et
al.
37
, 1989; ARCÓRIA et al.
5
, 1990; HOLTAN et al.
21
, 1990; SMITH &
MARTIN
60
, 1992).
Mount
42
(1994) descreveu que o CIV possui uma capacidade de
liberação contínua e de absorção de flúor do meio bucal, quando há
diferença de concentração deste íon entre meio bucal e material restaurador.
Além disso, a presença constante de flúor na cavidade bucal ajuda a inibir a
formação da placa bacteriana. Sua adesão à estrutura dental está
relacionada com a prevenção da microinfiltração bacteriana, além disso, é
relatada a possibilidade do CIV ser utilizado como material restaurador
temporário, substituindo o óxido de zinco e eugenol em lesões de cárie
extensas.
Swift Junior et al.
62
(1995) avaliaram a resistência adesiva ao
cisalhamento de cinco CIV modificados por resina e um CIV convencional à
dentina em sessenta molares humanos recém extraídos, que tiveram sua
superfície oclusal desgastada até expor a dentina. Os dentes foram
distribuídos em seis grupos de dez dentes cada, sendo que o grupo 1 foi
restaurado com Fuji II LC (GC América); no grupo 2 os dentes foram
40
restaurados com Geristone (Den-Mat); no grupo 3 os dentes foram
restaurados com Photac-Fil (ESPE-Premier); no grupo 4 com Variglass VLC
(LD Caulk/Dentsply); no grupo 5 com Vitremer (3M Dental Products) e no
grupo 6 os dentes foram restaurados com Ketac-Fil Aplicap (ESPE-Premier).
Os resultados revelaram que, com exceção do Photac-Fil, todos os outros
CIV modificados por resina apresentaram valores de resistência adesiva
maiores que o grupo controle (Ketac-Fil).
Peutzfeldt
50
(1996) comparou a resistência adesiva à dentina e as
propriedades mecânicas de compômeros, CIV modificados por resina e CIV
convencionais em 192 molares humanos, desgastados até a dentina. Foram
utilizados sete CIV convencionais: Ketac-Fil, Ketac-Silver (ESPE), Fuji II, Fuji
IX, Miracle Mix (GC Corporation), ChemFil Superior, Base Line (De Trey-
Dentsply); três CIV modificados por resina: Photac-Fil (ESPE), Vitremer (3M),
Fugi II LC (GC Corporation) e dois compômeros: Dyract (De Trey-Dentsply),
Compoglass (vivadent). As amostras foram divididas em 24 grupos (n=8),
sendo dois grupos para cada material. Em um grupo o material foi aplicado
sobre a superfície dentinária ligeiramente seca, enquanto que no outro
grupo, o material foi aplicado em uma dentina que recebeu pré-tratamento
com condicionadores/primer, de acordo com a recomendação de cada
fabricante. Os resultados revelaram que quando a dentina não recebeu pré-
tratamento, os CIV modificados por resina e os compômeros apresentaram
valores de resistência adesiva menores que dos CIV convencionais. Por
41
outro lado, o pré-tratamento dentinário melhorou a resistência adesiva da
maioria dos materiais, sendo que os compômeros apresentaram os maiores
valores, seguidos dos CIV modificados por resina, que foram muito maiores
que os CIV convencionais.
Teixeira
67
(1998) avaliou o efeito do pré-tratamento dentinário através
do ensaio de cisalhamento, na resistência adesiva de um CIV modificado por
resina. Utilizou 48 incisivos bovinos que tiveram sua superfície dentinária
desgastada até expor uma área superior a 6mm de diâmetro. Os espécimes
foram divididos em quatro grupos de dez dentes cada sendo a) aplicação do
primer antes da inserção do CIV modoficado por resina; e os demais
receberam previamente a aplicação do primer e do CIV modificado por
resina, os seguintes tratamentos: b) ácido poliacrílico; c) ácido maleico;
d)laser. Os resultados revelaram que os pré-tratamentos utilizados
propiciaram efeitos diferentes e estatisticamente significantes sobre os
valores de resistência adesiva ao cisalhamento. O uso do primer mostrou um
dos valores mais altos de resistência aos esforços de cisalhamento, sendo
considerado o pré-tratamento de escolha para o Vitremer.
Magalhães et al.
39
(1999) avaliaram, em cavidades de classe v de 105
dentes humanos extraídos, a microinfiltração marginal de três CIV
modificados por resina e compararam com a infiltração exibida pelo cimento
de ionômero de vidro convencional e resina composta. A amostra foi dividida
em 5 grupos sendo que no grupo 1, os dentes foram restaurados com o CIV
42
convencional Ketac-Fil Aplicap (ESPE); no grupo 2, os dentes foram
restaurados com resina composta Z100 (3M) e utilizou-se o sistema adesivo
Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M); no grupo 3, utilizou-se o CIV
modificado por resina Vitremer (3M); no grupo 4, utilizou-se o CIV modificado
por resina Photac-Fil Aplicap (ESPE) e no grupo 5, os dentes foram
restaurados com resina composta modificada por poliácido Dyract (Dentsply).
Os resultados revelaram não haver diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos estudados quanto à microinfiltração marginal. Entretanto,
outros fatores incluindo propriedades físicas, estéticas, facilidade de
manipulação, efeito cariostático, custo e preferências do operador devem ser
considerados quando se vai selecionar um material restaurador para lesões
cervicais.
Chain et al.
12
(2000) compararam, em 105 molares humanos
extraídos, a resistência adesiva de um CIV modificado por resina, um CIV
convencional e derivados reforçados do mesmo. Os espécimes foram
divididos em sete grupos de 15 dentes cada. No grupo 1, os dentes
receberam a aplicação do Ketac-Fil-ESPE (CIV convencional); no grupo 2 foi
aplicado o Ketac Silver-ESPE (CIV convencional reforçado); no grupo 3 foi
aplicado o Miracle Mix- GC América (CIV convencional misturado); no grupo
4 foi utilizado o Variglass-Dentsply (resina modificado por poliácido); no
grupo 5 foi aplicado o Photac-Fil-ESPE (CIV modificado por resina de dupla
cura); no grupo 6 foi utilizado o Fuji II LC (CIV modificado por resina de dupla
43
cura) e o grupo 7 recebeu a aplicação do Vitremer-3M (CIV modificado por
resina de tripla cura). Os autores concluíram que, em relação à resistência
adesiva sob forças de cisalhamento, houve diferença estatisticamente
significante entre os materiais, sendo que o Fuji II LC e o Vitremer
apresentaram os maiores valores quando comparados aos outros materiais
testados.
Kawai & Takaoka
28
(2001) avaliaram o potencial de adesão de placa
bacteriana à três CIV modificados por resina (Fuji II LC, GC Corporation;
Photac-Fil Aplicap-PF, ESPE; Vitremer, 3M) e dois compômeros (Dyract,
Dentsply; Tetric, Vivadent) através de 12 discos confeccionados com cada
material. Os Streptococcus sobrinus B13 foram selecionados como bactéria
cariogênica. A quantidade de bactéria e de glucano aderidos aos espécimes
foram mensurados após 3, 8 e 24 horas de incubação com a bactéria
cariogênica e sacarose. Após 24h, tanto os compômeros quanto os CIV
modificados por resina apresentaram uma significante redução na
quantidade de bactérias e glucanos aderidos quando comparados com a
resina composta.
Jang et al.
25
(2001) estudaram, in vitro, o potencial de remineralização
dos cimentos de ionômero de vidro convencional e modificado por resina em
restaurações interproximais de molares permanentes. Concluíram que tanto
o cimento de ionômero de vidro convencional quanto o modificado por resina
44
podem ser considerados materiais anticariogênicos nas condições deste
estudo.
Castro & Feigal
9
(2002) estudaram, em dentes decíduos e
permanentes, a microinfiltração marginal de um novo cimento de ionômero
de vidro convencional (Fuji IXGP), em comparação com outro cimento
convencional (Fuji II), um cimento de ionômero de vidro modificado por resina
(Vitremer-3M) e uma resina composta (TPH). Os grupos que apresentaram
melhores resultados quanto a microinfiltração foram os restaurados com Fuji
IXGP, Vitremer e TPH.
Quo et al.
53
(2002), compararam a microinfiltração marginal de
restaurações de cimento de ionômero de vidro (CIV) convencional ou
modificado por resina em cavidades preparadas com turbina de alta rotação
e laser de Er:YAG. Foram realizados preparos de classe V em oitenta
molares permanentes, nas superfícies vestibular (com turbina de alta
rotação) e lingual dos dentes (com laser de Er:YAG). Os dentes foram
corados em solução de fucsina básica por 24 horas, seccionados e
analisados por estereomicroscópio. Concluíram que não houve diferença
estatisticamente significante na microinfiltração marginal entre os dois tipos
de preparo cavitário. A margem gengival apresentou maior índice de
microinfiltração que a margem oclusal para ambos os tipos de CIV.
45
PROPOSIÇÃO
O objetivo deste estudo foi avaliar o selamento de restaurações de resina
composta e cimento de ionômero de vidro modificado por resina em
cavidades de classe V de dentes bovinos diante das seguintes variáveis:
a) Método de preparo cavitário (turbina de alta rotação ou laser de
Er:YAG);
b) Tipo de material restaurador (resina composta ou cimento de
ionômero de vidro modificado por resina)
46
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Seleção e adequação dos dentes
Foram selecionados sessenta dentes incisivos bovinos, provenientes
de animais com idade média de três anos, hígidos e irrompidos. Após o
abate dos animais, os dentes foram imediatamente extraídos, limpos com
lâmina de bisturi e polidos com pedra pomes e água, por meio de uma
escova de Robinsom. A seguir, foram observados em estereomicroscópio
(Stemi 2000-C Carl Zeiss Jena) para verificar a inexistência de trincas ou
defeitos na superfície a ser preparada. Os dentes foram imersos em água
destilada e mantidos em freezer a -18
0
C por no máximo 12 horas até o
momento da sua utilização.
4.2 Preparo dos espécimes
47
Os terços apicais das raizes foram seccionados com disco de
carborumdum em torno de alta rotação (Nevoni) de forma a facilitar o acesso
ao tecido pulpar e padronizar o comprimento das raízes a fim de facilitar a
fixação dos dentes nos dispositivos de preparo cavitário e corte. O tecido
pulpar foi extirpado (Figura 1) com auxílio de limas endodônticas números 45
e 50 de 31mm (Maillefer) por via apical, sendo a câmara pulpar irrigada com
água destilada para remoção dos resíduos pulpares (TORRES
69
, 2001)
FIGURA 1- Remoção do tecido pulpar
Os dentes foram posicionados em uma matriz de silicona pesada
(Rodhorsil) para inclusão , sendo que um terço da raiz foi embutida em resina
acrílica (Jet- Clássico) de forma que se obtenha uma base adequada para
48
fixação dos espécimes no aparelho que foi utilizado para os preparos
cavitários e para o corte (Figura 2).
FIGURA 2- Embutimento dos terços apicais das raízes dos dentes em resina
acrílica
Os dentes foram divididos em quatro grupos de 15 dentes, de acordo
com o tipo de preparo realizado e material restaurador. No grupo I, os
preparos cavitários foram realizados com turbina de alta rotação, e os dentes
restaurados com resina composta TPH (Dentsply), utilizando-se o sistema
adesivo auto-condicionante Clear Fil SE Bond (Kuraray), de acordo com as
orientações do fabricante. No grupo II, os dentes foram preparados com
turbina de alta rotação e os dentes restaurados com CIV modificado por
resina Vitremer (3M), de acordo com as orientações do fabricante. No grupo
III, os dentes foram preparados com o laser de Er:YAG e posteriormente
restaurados com resina composta TPH (Dentsply), utilizando-se o sistema
49
adesivo auto-condicionante Clear Fil SE Bond (Kuraray), de acordo com as
orientações do fabricante. No grupo IV, os dentes foram preparados com
laser de Er:YAG e restaurados com CIV modificado por resina Vitremer (3M),
de acordo com as orientações do fabricante (Figuras 3 e 4).
50
FIGURA 3- Preparo dos espécimes
Dentes bovinos
N=60
Foi removido o tecido pulpar
através da região apical com
auxílio de limas endodônticas
Embutimento das raízes
em resina acrílica
N=30
Preparo cavitário de classe V
com laser de Er:YAG
N=30
Preparo cavitário de classe V com
Turbina de alta rotação
51
N=30
Preparo cavitário de classe V
com laser de Er:YAG
N=30
Preparo cavitário de classe V com
Turbina de alta rotação
Restauração
com vitremer
N=15
Restauração
com vitremer
N=15
Restauração
com resina
composta
N=15
Restauração
com resina
composta
N=15
FIGURA 4- Divisão dos grupos experimentais
4.3 Preparos cavitários
Metade dos espécimes (n=30) foram preparados com turbina de alta
rotação e a outra metade (n=30) com laser de Er:YAG.
52
4.3.1 Preparo convencional-turbina de alta rotação
Para que os preparos classe V pudessem ser padronizados,
utilizamos uma base de microscópio modificada (Figura 5), proposta por
Walter & Hokama
72
(1976), e aperfeiçoada por Gabrielli et al.
17
(1980). Os
preparos em turbina de alta rotação foram realizados com ponta diamantada
n. 4054 (metalúrgica Fava) sob refrigeração, com diâmetro de 3mm e
profundidade de 1,5mm. A cada seis preparos a ponta diamantada foi
substituída por uma nova.
FIGURA 5- Base de microscópio adaptada para adaptação da caneta de alta
rotação
4.3.2 Preparo com laser de Er:YAG
53
O aparelho de laser de Er:YAG (Figura 6) utilizado para a confecção
dos preparos cavitários, foi o modelo Kavo Key III Laser (Kavo Co. Germany)
com comprimento de onda de emissão de 2,94µm e energia por pulso
variável entre 60 e 500mJ.
Para que as dimensões dos preparos cavitários se aproximassem do
determinado, foi utilizada fita para-seladora para delimitar o preparo. O laser
foi focado a 12mm da superfície dentária, com 300mJ de energia por pulso, 4
Hz de freqüência, resultando em uma densidade de energia de 133,33J/cm
2
.
A profundidade dos preparos foi verificada com auxílio de sonda milimetrada.
FIGURA 6- Aparelho de laser de Er:YAG Kavo Key III- kavo
54
4.4 Restauração dos elementos dentários
Dos dentes preparados com turbina de alta rotação, metade da
amostra (n=15) foi restaurada com resina composta e o restante restaurado
com CIV modificado por resina, ambos de acordo com as instruções do
fabricante. O mesmo procedimento foi realizado com os dentes que foram
preparados com laser de Er:YAG.
4.4.1 Restauração dos elementos dentários com resina composta
Previamente a inserção da resina composta, aplicou-se o sistema
adesivo auto-condicionante Clearfil SE Bond (Kuraray) (Figura 7). Sobre a
dentina foi aplicado o primer e aguardou-se 20s seguido da aplicação de leve
jato de ar para remoção dos excessos. O próximo passo foi a aplicação do
Bond e fotopolimerização por 10s.
55
FIGURA 7- Sistema adesivo com Primer autocondicionante Clearfil SE Bond
(Kuraray)
A resina composta TPH (Dentsply) (Figura 8) foi inserida na cavidade
em três incrementos oblíquos de 1,5mm de espessura cada, com auxílio de
uma espátula de inserção de resina composta, e fotopolimerizada por 20s
cada incremento e utilização de matriz de acetato após a inserção da última
camada. Os dentes foram então armazenados em água destilada em estufa
bacteriológica a 37° e após 24h, receberam acabamento e polimento com
broca tronco cônica diamantada n. 2135F (Gin Injecta LTDA) e discos soflex
(3M) (Figura 9).
56
FIGURA 8- Resina composta TPH (Dentsply)
FIGURA 9- Acabamento e polimento com broca tronco cônica diamantada n.
2135F (Gin Injecta LTDA) e discos soflex (3M)
4.4.2 Restauração dos elementos dentários com CIV modificado por resina
O cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Figura 10)
Vitremer (3M) foi utilizado de acordo com as recomendações do fabricante,
na proporção de uma colher de pó para uma gota de líquido, incorporando o
pó ao líquido num tempo de 45s. Foi aplicado o primer presente no kit e
57
fotopolimerizado por 20s. Em seguida, o material foi inserido na cavidade
com auxílio de uma seringa centrix com uma ponta metálica tipo agulha e
matriz. Após sua inserção, o material foi fotopolimerizado com o aparelho
Optilux (Demetron Research Corp.) com intensidade de luz de 550mW/cm
2
,
por 40s e aguardamos 4min para sua autopolimerização. Em seguida,
removeu-se a matriz e o material foi protegido imediatamente com o finishing
gloss fornecido pelo fabricante e fotopolimerizado por 20s. Após 24h os
dentes receberam acabamento e polimento com broca tronco cônica
diamantada n. 2135F (Gin Injecta LTDA) e discos soflex (3M).
FIGURA 10- Cimento de ionômero de vidro modificado por resina- Vitremer
(3M)
4.5 Teste de microinfiltração marginal
58
Os dentes foram submetidos à metodologia de microinfiltração
marginal (Tay et al.
66
, 1995). Para que o corante não penetre pela porção
apical do dente bovino, esta porção foi vedada com adesivo Single-Bond
(3M) e resina Z-100 (3M).
Com um lápis, foi delimitada a área correspondente a 1mm ao redor
das margens das restaurações (Figura 11) e foram aplicadas em seguida,
três camadas de esmalte para unhas vermelho em todo dente, com exceção
de 0,5mm ao redor do preparo cavitário (Figura 12), para que essa região
ficasse exposta ao nitrato de prata a 50% (Torres
69
, 2001).
FIGURA 11- Com um lápis, foi delimitada a área correspondente a 1mm ao
redor das margens das restaurações
59
FIGURA 12- Foram aplicadas três camadas de esmalte para unhas vermelho
em todo dente, com exceção de 0,5mm ao redor do preparo
cavitário
Após a secagem do esmalte para unhas, os espécimes foram imersos
em água destilada. Os dentes foram imersos em solução aquosa recém
preparada de Nitrato de Prata a 50% durante 12h em escuro total, em um
recipiente envolto em papel alumínio. Em seguida, os dentes foram lavados
em água corrente por 10 minutos, imersos em solução reveladora de
radiografias (Kodak) e expostas à luz fluorescente por 6 horas. A seguir
foram lavados em água corrente por 2 horas (Figura 13).
60
FIGURA 13- Teste de microinfiltração marginal
Os dentes foram imersos em solução aquosa de nitrato de prata a
50% por 12 horas
Lavados em água corrente por 10 minutos
Solução reveladora de RX (KodaK)- 6h
Lavados em água corrente por 2 horas
61
Cada dente foi seccionado no sentido vestíbulo-lingual em direção ao
centro de cada restauração (Figura 14) em cortadeira-Extec (Figura 15). As
partes cortadas foram coladas em lâmina de vidro e devidamente
identificadas (Figura 16), para posterior avaliação e mensuração do grau de
infiltração marginal (Figura 17) em estereomicroscópio Stemi 2000- Karl
Zeiss acoplado a câmera digital, ao computador com o programa Image Tool-
3.0 (Figura 18). Os resultados foram submetidos à análise estatística.
FIGURA 14- Cada dente foi seccionado no sentido vestíbulo-lingual em
direção ao centro de cada restauração
62
FIGURA 15- Cortadeira Extec
FIGURA 16- As partes cortadas foram coladas em lâmina de vidro e
devidamente identificadas
63
FIGURA 17- Corte dos dentes para avaliação ao microscópio
FIGURA 18- Mensuração através do programa de imagens image tool – 3.0
PENETRAÇÃO
DO CORANTE
64
5 RESULTADOS
5.1 Análise estatística
Obteve-se sessenta dados (Tabela 1) que foram submetidos à análise
estatística por meio do programas computacionais: MINITAB (Minitab,
version 12.0, 1998) e STATISTICA (StatSoft, version 5.5, 2000).
A estatística descritiva consistiu no cálculo de médias e desvio padrão.
A estatística inferencial consistiu no teste de análise de variância (ANOVA)
dois fatores, efeito fixo. O estudo do efeito interação foi conduzido por meio
do gráfico de médias. O nível de significância escolhido foi o valor
convencional de 5%.
65
Tabela 1- Dados obtidos de infiltração marginal (mm)
Laser Broca
Resina CIV Resina CIV
0,14 0,92 1,74 1,75
0,19 1,45 1,20 2,74
0,23 2,00 1,06 3,04
0,24 1,44 1,37 2,49
0,25 1,20 1,75 1,84
0,33 1,38 1,35 3,15
0,53 1,28 1,21 2,38
0,54 1,38 1,05 3,76
0,59 1,01 1,64 1,57
0,70 1,75 1,66 1,00
0,71 1,49 1,58 2,34
0,71 1,54 2,32 2,56
0,75 1,08 1,31 1,99
1,38 1,15 1,96 3,97
1,45 1,34 1,36 3,17
66
FIGURA 19- Gráfico de colunas (média±desvio padrão) dos dados de infiltração
marginal para as quatro condições experimentais
Tabela 2- Média (±desvio padrão) dos dados de infiltração marginal (mm) obtidos
quanto ao tipo de resina sob ação de dois aparelhos
Material Restaurador
Tipo de preparo
CIV Resina
Linha
(média±dp)
Broca
Laser
coluna
(média±dp)
2.51±0.82
1.36±0.28
1.94±0.84
1.50±0.35
0.58±0.39
1.04±0.59
2.01±0.80
0.97±0.52
*n = 15
67
O relacionamento entre as variáveis experimentais é avaliado por meio
do teste de análise de variância, mostrado a seguir na Tabela 2.
Tabela 3- ANOVA (2 fatores) para os dados de infiltração marginal obtidos.
Efeito gl SQ QM F p
Aparelhos
Resina
Interação
Resíduo
Total
1
1
1
56
59
16,1824
12,0243
0,2065
14,4331
42,8463
16,1824
12,0243
0,2065
0,2577
62,79
46,65
0,80
0,0001*
0,0001*
0,3746
*p<0.05
Pelo teste ANOVA verifica-se que o efeito interação é estatisticamente não
significante. Pode-se dizer, então, que para o aparelho laser o aumento de
infiltração igual a 0,78mm obtido com o CIV frente à resina (de 0,58mm a
1,36mm) é próximo do aumento igual a 1,01mm obtido para a broca (de
1,50mm a 2,51mm).
68
FIGURA 20- Gráfico de medias (para visualizar o efeito interação estatisticamente
não significante) dos valores de infiltração marginal obtido para as
quatro condições experimentais
O teste de comparação múltipla de Tukey (5%) efetuado para as quatro
condições experimentais, indica que a condição estabelecida pela broca/CIV
é a menos favorável devido a um maior valor de infiltração marginal. A
condição estabelecida pelo laser / resina é a mais favorável, menor valor de
infiltração. Ocupam uma situação intermediária as condições: broca/resina e
laser/CIV.
69
Tabela 4. Formação de grupos de mesmo desempenho, após o teste de
comparação múltipla de Tukey (5%)
Aparelho Resina Média
Grupos Homogêneos
Broca
Broca
Laser
laser
Civ
Resina
Civ
resina
2,51
1,50
1,36
0,58
A
B
B
C
Pelo teste ANOVA, pode-se dizer que o efeito tipo de preparo é
estatisticamente significante. Pode-se dizer, então, que a broca (média de
infiltração igual a 2,01mm) induz a maiores valores de infiltração que o laser
(média igual a 0,97mm).
Ainda, pelo teste estatístico da ANOVA, que indica como significante o
efeito material restaurador pode-se dizer: o civ com média de infiltração igual
a 1,93mm induz a maiores valores de infiltração que a resina, média igual a
1,04mm.
70
6 DISCUSSÃO
Existe uma preocupação muito grande entre os pesquisadores de se
desenvolver materiais e técnicas restauradoras que simplifiquem os passos
operatórios de um tratamento restaurador, principalmente em
Odontopediatria, onde se tem a necessidade de associar o domínio da
técnica com a psicologia infantil, com intuito de tornar o tratamento o mais
agradável possível, eliminando assim a angústia da criança frente ao
tratamento odontológico. Isso fez com que estudássemos a eficiência do
laser de Er:YAG na realização de preparos cavitários, pois de acordo com
Tokonabe et al.
68
(1999), e Keller & Hibst
31
(1995), o laser tem a grande
vantagem de realizar preparos cavitários sem aumento de temperatura do
dente, com ausência de ruído e muitas vezes sem a necessidade de
anestesia local. Além disso, trabalhos clínicos demonstram essa eficácia na
remoção de tecido cariado e realização de preparos cavitários, o que
diminuiria a tensão do paciente frente ao tratamento odontológico,
principalmente quando nos referimos ao manejo do paciente infantil
(COZEAN et al.
15
, 1997; PELAGALLI et al.
49
, 1997; TAGAMI et al.
63
2003).
Outros aspectos a serem considerados são o tempo de trabalho
e a vibração. A utilização do laser de Er:YAG para realização de preparos
71
cavitários se mostrou mais demorada, porém proporcionou maior conforto ao
paciente devido à ausência de ruídos e vibração, que são proporcionados
pela caneta de alta rotação (TAKAMORI et al.
64
, 2003; TAGAMI et al.
63
,
2003) .
Talvez a maior preocupação em se utilizar o laser de Er:YAG na
realização de preparos cavitários seja o aumento de temperatura e possível
agressão ao tecido pulpar. A utilização de spray fino de água exerce papel
fundamental durante a realização do preparo cavitário, pois a literatura
mostra que não se observa nenhuma reação termicamente induzida no
tecido irradiado pelo laser de Er:YAG quando se associa ao spray de água
(KELLER & HIBST
30
, 1989; HOKE et al.
20
, 1990; KAYANO et al.
29
, 1991). Os
trabalhos mostram que o aumento da temperatura encontrada no tecido
pulpar após irradiação com laser de Er:YAG sempre foi inferior a 5
0
C, que
seria considerado um aumento de temperatura crítica ao tecido pulpar
(OELGIESSER et al.
46
, 2003; CAVALCANTi et al.
10
, 2003; BURKES et al.
7
,
1992; SEKINE et al.
57
, 1994) eliminando qualquer evidência de danos
irreversíveis ao tecido e comprovando sua eficiência clínica.
O laser de Er:YAG é capaz de promover cavidades limpas e com
ângulos nítidos em relação aos tecidos adjacentes e sem sinais de fusão ou
rachadura de superfície (KELLER & HIBST
30
, 1989; HOKE et al.
20
, 1990;
KAYANO et al.
29
, 1991). Estudos revelaram que a superfície dentinária
irradiada pelo laser de Er:YAG apresentou-se livre de debris, com
72
evaporação da smear layer e túbulos dentinários abertos (TAKEDA et al.
65
,
1998; KAMEYAMA et al.
26
, 2000). Estudo de Kataumi et al.
27
(1998) revelou
resultados significantes quanto à resistência adesiva a tração, confirmando
que o laser de Er:YAG afetou a dentina superficial e subsuperficial, pois essa
remoção da smear layer poderia favorecer o embricamento entre material
restaurador e dentina (SCHEIN et al.
56
, 2003), diminuindo a chance de
microinfiltração marginal.
Quando se compara a utilização do laser de Er:YAG com a broca
diamantada em alta rotação para a realização dos preparos cavitários quanto
ao grau de microinfiltração marginal, observa-se na literatura resultados
divergentes.
Em nosso estudo, pode-se dizer que o efeito tipo de preparo é
estatisticamente significante, uma vez que a broca (média de infiltração igual
a 2,01mm) induz a maiores valores de infiltração que o laser (média igual a
0,97mm).
Ao compararmos a utilização de laser de Er:YAG com a broca
diamantada em turbina de alta rotação para realização de preparos
cavitários, quanto à microinfiltração marginal, os resultados do nosso
trabalho revelaram que as amostras preparadas com laser de Er:YAG
apresentaram, em média, menor grau de microinfiltração marginal (0,97+
0,52) quando comparadas ao grupo preparado com broca em turbina de alta
73
rotação (2,01+0,80), independente do material restaurador utilizado,
concordando com trabalho de Kohara et al.
34
(2002).
Na maioria dos trabalhos encontrados na literatura, não há diferenças
estatisticamente significantes quanto a microinfiltração marginal quando se
utiliza broca diamantada em alta rotação ou laser de Er:YAG (NIU et al.
45
,
1998; KHAN et al.
33
,1998; ROEBUCK et al.
54
, 2001). Isso significa que diante
das vantagens e desvantagens de cada método cabe ao profissional decidir
qual meio utilizar. Isso vai depender da especialidade do profissional, perfil
do paciente atendido e classe social, visto que o laser de Er:YAG apresenta
um alto custo e resultados semelhantes aos conseguidos com a broca em
turbina de alta rotação.
Existem também trabalhos que mostram que independentemente da
realização de condicionamento ácido, os dentes preparados com laser de
Er:YAG apresentaram piores resultados quanto à infiltração marginal em
restaurações de classe V em resina composta (CORONA et al.
14
, 2001;
SETIEN et al.
58
, 2001); o que vem em desacordo com nosso trabalho. Nestes
casos devemos levar em consideração os parâmetros do laser de Er:YAG
utilizados nestes trabalhos, diferentes do que utilizamos.
Optamos por dois materiais restauradores utilizados com mais
freqüência em Odontopediatria, o cimento de ionômero de vidro modificado
por resina (Vitremer) e a resina composta (TPH).
74
O cimento de ionômero de vidro surgiu no final da década de 70 com a
finalidade de se obter um material que possuísse propriedades físicas
semelhantes à estrutura dental, capacidade de adesão ao esmalte e dentina,
e resistência à degradação na cavidade bucal (WALLS
71
, 1986). Atualmente,
sua utilização se deve a características como liberação de flúor,
biocompatibilidade e o coeficiente de expansão térmico linear semelhante à
estrutura dentária (MCLEAN & WILSON
40
, 1977).
Optamos por utilizar o Vitremer em nosso trabalho, devido ao fato de
ser um cimento de ionômero de vidro modificado por resina, que é
considerado o material de eleição em determinadas situações em
Odontopediatria, por permitir a realização de um preparo conservador e
acabamento e polimento na mesma sessão (NAVARRO & PASCOTTO
44
,
1997).
Quando comparados aos cimentos de ionômero de vidro
convencionais, observa-se neste material, a redução da sensibilidade deste à
perda ou incorporação imediata de água devido ao endurecimento imediato
proporcionado pela fotopolimerização, além de apresentar melhores
resultados estéticos, menor tempo de presa, maior tempo de trabalho e
melhora em suas propriedades mecânicas (MATHIS & FERRACANE
40
,
1989;HINOURA et al.
19
, 1991; MOUNT
42
, 1994; CHO et al.
13
, 1995).
A necessidade de se obter um material com essas características,
porém com maior resistência, melhor combinação de cores e maior
75
translucidez, sem afetar a liberação de flúor, na década de 80, fez com que
se desenvolvessem os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina
o que muito despertou a atenção dos profissionais que atuam em
Odontopediatria, devido a simplificação da técnica.
Desde a introdução da técnica do condicionamento ácido proposto por
Buonocore
6
(1955) e o desenvolvimento das resinas compostas, a
Odontologia passou por uma revolução, que permitiu o desenvolvimento de
materiais estéticos restauradores capazes de se aderirem à superfície dental,
dando origem à chamada “Odontologia Estética Adesiva”. As resinas
compostas apareceram como grandes representantes desta era de materiais
restauradores graças ao desenvolvimento dos adesivos dentinários e das
técnicas de fotopolimerização.
Através do teste estatístico da ANOVA realizado neste trabalho, pode-
se dizer que o cimento de ionômero de vidro modificado por resina (média
de infiltração igual a 1,93mm) induz a maiores valores de infiltração que o
apresentado pela resina composta (média igual a 1,04mm), sendo que esta
diferença não foi estatisticamente significante.
Os menores valores para a microinfiltração marginal foram
encontrados nos dentes restaurados com resina composta. Isto se deve ao
fato de se utilizar um sistema adesivo com primer hidrofílico (Clearfil SE
Bond), o que possibilitou o aumento da interação entre as fibras colágenas e
a resina fluida. De acordo com Nakabayashi et al.
43
(1982), os monômeros
76
hidrofílicos são carregados para o interior da dentina desmineralizada
através de solventes orgânicos adicionados aos primers. Os solventes
penetram o fluido canalicular, penetrando nos microporos do tecido
dentinário, causando evaporação da água presente e permitindo que os
monômeros hidrofílicos entrem em contato com as fibras colágenas, e
quando polimerizam formam a camada híbrida. Segundo Pashley &
Carvalho
48
(1997), a camada híbrida é responsável pelo selamento
dentinário, menor microinfiltração marginal e diminuição da sensibilidade pós-
operatória.
A utilização de um sistema adesivo com primer auto condicionante
permite ao operador a redução de erros durante o procedimento, visto que
ocorre uma diminuição dos passos operatórios. Em Odontopediatria a
utilização de um sistema adesivo auto condicionante permite diminuir o
tempo de cadeira do paciente, tornando o tratamento mais agradável e
ajudando o profissional nos casos onde a criança tem um comportamento
difícil. Por ser um primer auto condicionante, ocorre a redução do tempo de
trabalho, eliminando assim o passo de lavagem do ácido, além de evitar o
risco de colapso das fibras de colágeno dentinário.
A escolha pelo Clearfil SE Bond nesta pesquisa se deve ao fato de
apresentar os melhores resultados em trabalhos científicos quando
comparados a outros sistemas adesivos, tanto para resistência adesiva
quanto para microinfiltração marginal (PRADELLE-PLASSE et al.
52
, 2001;
77
AGOSTINI et al.
2
, 2001; CARDOSO et al.
8
, 2002; YAZICI et al.
75
, 2002;
OSORIO et al.
47
, 2003; ABO et. al.
1
, 2004).
Vários trabalhos utilizando o cimento de ionômero de vidro como base
de restaurações, comprovam sua eficiência em testes de microinfiltração
marginal quando comparados a outros materiais restauradores (LOPES et
al.
37
, 1989; ARCÓRIA et al.
5
, 1990; HOLTAN et al.
21
, 1990; SMITH &
MARTIN
59
, 1992).
Na literatura encontramos diversos trabalhos onde se comparou a
microinfiltração marginal entre restaurações de cimento de ionômero de vidro
modificado por resina e resina composta. Na maioria deles não se encontra
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos estudados,
mostrando que quando utilizados corretamente, ambos apresentam mesmo
comportamento clínico quanto a microinfiltração marginal (MAGALHÃES et
al.
38
, 1999; CASTRO & FEIGAL
9
, 2002; QUO et al.
54
, 2002).
O teste de comparação múltipla de Tukey (5%) efetuado para as quatro
condições experimentais, indica que a condição estabelecida pelo grupo
broca/CIV é a menos favorável devido a um maior valor de infiltração
marginal. Ocupam uma situação intermediária as condições: broca/resina e
laser/CIV. A condição estabelecida pelo laser/resina é a mais favorável,
menor valor de infiltração.
Trabalhos mostram que o cimento de ionômero de vidro modificado por
resina apresentava valores de resistência adesiva maiores que o cimento de
78
ionômero de vidro convencional (SWIFT JUNIOR et al.
62
, 1995;
PEUTZFELDT
50
, 1996, TEIXEIRA
67
, 1998; CHAIN et al.
12
, 2000), talvez pelo
fato de se realizar um pré-tratamento da dentina com um primer presente no
líquido da material, diminuindo a energia de superfície, permitindo melhor
adesão.
O grupo broca/resina e laser/CIV apresentaram resultados
semelhantes quanto a microinfiltração marginal. Sabe-se que o laser de
Er:YAG é responsável pela remoção da camada de smear layer presente na
dentina (TAKEDA et al.
65
,1998), esta remoção favorece a ação do primer
acidificado presente no material, melhorando assim a adesão. Por isso existe
uma situação mais favorável do laser em relação à broca quando se utiliza o
cimento de ionômero de vidro modificado por resina como material
restaurador.
Estudos recentes mostraram que a confecção dos preparos cavitários
com laser de Er:YAG seguida da restauração com resina composta
apresentaram resultados clínicos satisfatórios, uma vez que o laser de
Er:YAG remove a smear layer favorecendo assim a ação do
condicionamento ácido da superfície dentinária, permitindo a formação de
camada híbrida entre adesivo e dentina (KATAUMI et al.
27
, 1998;
KAMEYAMA et al.
26
, 2000; KOHARA et al.
34
, 2002).
79
7 CONCLUSÃO
Ao compararmos o selamento de restaurações de resina composta e
cimento de ionômero de vidro modificado por resina frente a diferentes tipos
de preparos cavitários, conclui-se que independentemente do material
utilizado, os menores valores de microinfiltração marginal ocorreram nos
preparos realizados com laser de Er:YAG e restaurados com resina
composta.
80
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ABSTRACT
The aim of this in vitro study was to evaluate the microleakage of composed resin
and resin modified glass ionomer cement restorations of bovine teeth before the
following variables: high speed turbine and Er:YAG laser. For this purpose 60 bovine
teeth were selected, from animals with medium age of three years old, without carie
lesions or fractures. Half of the specimens (n=30) were perpared with high speed
turbine and the other half (n=30) with Er:YAG laser From the prepared teeth with
high speed turbine, half of these sample (n=15) were restored with composed resin
and the remaining restored with resin modified glass ionomer cement both in
agreement with the manufacturer's instructions. The same procedure was
accomplished for the teeth that were prepared of Er:YAG with laser. The teeth were
submitted to the methodology of marginal microleakage, with aqueous solution of
silver Nitrate. Each tooth was split up in the bucal-lingual sense. The cutted parts
were agglutinated in glass sheet and properly identified, for evaluation and
mensurement of the degree of marginal microleakage in Karl Zeiss-
estereomicroscopy coupled to the the Image Tool - 3.0 program. The results showed
that independently of the material, teeth prepared with Er:YAG laser presented
smaller values for marginal microleakage, being these values estatisticaly significant.
KEYWORDS: Glass ionomer cements; Er:YAG laser; composed resins;
comparative study; dental materials; animal; in vitro.
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