decrescido, permitindo que a Tailândia posicione-se a sua frente, até 2000. Apesar da
produção de crustáceos cultivados e capturados em 2001, ter atingido a mais de 8,4 milhões
de toneladas, este volume não atende ao consumo mundial, o que incentiva os pesquisadores
da área, procurar novas técnicas de manejo e de captura. Observa-se a importância que a
aqüicultura tem no mundo como produtora de alimentos e a participação significativa que o
Brasil vem apresentando nesse ramo do agronegócio.
De 1998 a 2003, as exportações de camarão do Brasil saltaram de meras 400 toneladas
para mais de 58 mil, com um terço deste total indo para os Estados Unidos. Mas agora os
produtores estão enfrentando um novo e sério desafio em seu maior mercado. Em 31 de
dezembro de 2004, a Southern Shrimp Alliance entrou com processo de dumping contra o
Brasil e cinco outros países, buscando impor tarifas de até 300%, e em fevereiro o
Departamento de Comércio determinou que havia base para prosseguimento por haver
indícios de "um grande dano" aos produtores americanos (ROHTER, 2004).
O Departamento do Comércio dos Estados Unidos, por solicitação dos advogados da
Associação Brasileira de Criadores de Camarão, reconheceram erros nas taxas aplicadas e
corrigiram os valores inicialmente anunciados. Com este resultado e tendo presente que a
liderança do Brasil no segmento de camarão pequeno/médio (51 – UP /Libras), com
crescimento médio de 16,2% ao ano, se ampliam as perspectivas de competitividade do
camarão brasileiro no mercado norte-americano. Especialmente quando se considera que a
participação do Brasil nesse segmento de mercado em 2003 foi da ordem de 25%, seguido
pela China com 20%, a qual, com a taxação de 53,68%, praticamente ficou fora do referido
mercado (ABCC, 2007).
Na América do Sul no ano de 2004, foram produzidos 172.105t, o Brasil, por sua vez,
contribuiu com 44% desta produção. A região Nordeste detém 93% desta produção, o que
promoveu a geração de 1,89 empregos diretos e 1,86 indiretos, chegando a um total de 3,75
empregos gerados por hectare, bem superiores ao máximo de 2,14 empregos por hectare na
agricultura irrigada (Sampaio e Costa, 2003).
No Brasil, em 2004, a produção do camarão foi aproximadamente 80.000 t, cerca de
10.000 t a menos que o ano anterior. Este decréscimo decorreu de problemas com barreiras
comerciais e declínio da produção pela ocorrência de doenças, o que culminou com queda nas
exportações (SALES et al., 2005).
Nordeste brasileiro concentra o maior número de fazendas e lidera a produção
nacional de camarão marinho. A necessidade de se conhecer o estado sanitário dos seus
cultivos tornou-se imperativa ao êxito da carcinicultura (VILA NOVA et al., 2006).