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BRUNO MONTEIRO DA SILVA
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E ANALGÉSICA DA
ROPIVACAÍNA ISOLADA E ASSOCIADA AO FENTANIL OU
AO TRAMADOL, ADMINISTRADOS PELA VIA PERIDURAL
EM CÃES
ARAÇATUBA - SP
2007
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BRUNO MONTEIRO DA SILVA
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E ANALGÉSICA DA
ROPIVACAÍNA ISOLADA E ASSOCIADA AO FENTANIL OU
AO TRAMADOL, ADMINISTRADOS PELA VIA PERIDURAL
EM CÃES
Dissertação apresentada a Faculdade de
Odontologia da Universidade Estadual “Júlio
de Mesquita Filho”, Campus de Araçatuba,
para obtenção do Título de Mestre em
Ciência Animal, Área de Fisiopatologia
Médica e Cirúrgica.
ORIENTADORA: PROF
a
. ADJUNTO VALÉRIA NOBRE LEAL DE SOUZA
OLIVA
ARAÇATUBA - SP
2007
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Catalogação-na-Publicação (CIP)
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação – FOA / UNESP
Silva, Bruno Monteiro da
S586a Avaliação cardiorrespiratória e analgésica da ropivacaína
isolada e associada ao fentanil ou ao tramadol,
administrados pela via peridural em cães / Bruno Monteiro da
Silva. - Araçatuba : [s.n.], 2007
87 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia e Curso de Medicina Veterinária, 2007
Orientador: Profa. Dra. Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
1. Analgesia 2. Epidural 3. Extradural 4. Opióides 5. Sedação
CDD 636.0896
Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais (Laércio e
Dedico este trabalho aos meus pais (Laércio e Dedico este trabalho aos meus pais (Laércio e
Dedico este trabalho aos meus pais (Laércio e
Iraides), por sempre
Iraides), por sempre Iraides), por sempre
Iraides), por sempre estarem ao meu lado e me
estarem ao meu lado e me estarem ao meu lado e me
estarem ao meu lado e me
darem o que de mais importante tenho, a vida.
darem o que de mais importante tenho, a vida.darem o que de mais importante tenho, a vida.
darem o que de mais importante tenho, a vida.
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minha tia (Iris)
minha tia (Iris)minha tia (Iris)
minha tia (Iris), por ser motivo de admiração
, por ser motivo de admiração, por ser motivo de admiração
, por ser motivo de admiração e
e e
e
respeito, pessoal e profissional.
respeito, pessoal e profissional.respeito, pessoal e profissional.
respeito, pessoal e profissional.
“Não há diferença fundamental entre o
Homem e os animais nas suas faculdades
mentais (...) Os animais, como o Homem,
demonstram sentir prazer, dor, felicidade
e sofrimento.”
Charles Darwin
Agradecimentos
AgradecimentosAgradecimentos
Agradecimentos
À Deus, por sempre iluminar meus caminhos.
À minha orientadora, Professora Valéria Nobre Leal de Souza
Oliva, pela confiança, respeito, e ensinamentos dispensados durante todos
esses anos.
Ao Curso de Medicina Veterinária (UNESP) de Araçatuba, pela
oportunidade da realização deste trabalho.
Aos companheiros, Lídia, Verônica, Guillermo, e Carolina, pela
total ajuda na realização deste trabalho.
À Professora Silvia Helena Venturoli Perri, pelo auxílio na
análise estatística.
Aos Professores Marcos Franke e Marcelo, pelo apoio e
confiança.
A todos os professores e funcionários da UNESP de Araçatuba,
pela ajuda e carinho com que sempre me trataram.
À Camila, minha amiga e incentivadora de todos os momentos.
Aos amigos da Clínica Cães e Gatos Veterinária de Sorocaba, pela
compreensão e auxílio, principalmente nos momentos de ausência.
Á todos os amigos que sempre estiveram ao meu lado durante
esses anos de pós-graduação.
Às oito importantes cadelas (Teca, Susta, Tronquinho, Morfina,
Rajada, Atropina, Catita e Duda), que mesmo sem poderem optar,
permitiram a realização deste trabalho.
Ao laboratório Bayer pelo fornecimento de Advantage Max 3®.
Ao laboratório Fort-Dodge pelo fornecimento da vacina
Duramune®.
Ao
laboratório Astra-Zeneca pelo fornecimento do Naropin®.
SILVA, B. M. Avaliação cardiorrespiratória e analgésica da ropivacaína isolada
e associada ao fentanil ou ao tramadol, administrados pela via peridural em
cães. 2007. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) Faculdade de
Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2007.
RESUMO
A anestesia peridural é amplamente difundida no meio veterinário, utilizando-se o
anestésico local isolado ou associado aos opióides, capazes de promover aumento
do efeito analgésico. A ropivacaína é um fármaco relativamente novo, ainda pouco
utilizado em Veterinária. O fentanil é um opióide agonista e o tramadol é um opióide
de ação mista. Neste experimento, oito cães foram tranqüilizados com
acepromazina, submetidos à peridural com um dos protocolos a seguir: GR
(ropivacaína), GRF (ropivacaína + fentanil), GRT (ropivacaína + tramadol), em
volume total de 0,25 mL/kg. Durante o procedimento foram avaliados e comparados
os seguintes parâmetros vitais (FC, ƒ, temperatura retal, pressão arterial, e
gasometria do sangue arterial), os bloqueios sensitivo e motor (latência e duração de
ação), o grau de sedação, e a ocorrência de possíveis efeitos indesejáveis advindos
da administração de ropivacaína isolada ou em associação. A diminuição mais
intensa na FC ocorreu nos grupos GRF e GRT, e ocorreu hipotermia significativa nos
animais do GRF. Todos os grupos apresentaram sedação, sendo severa nos grupos
GRF e GRT. De maneira geral, o período de recuperação foi mais curto nos animais
do grupo GRT do que nos demais. O GRT também foi o que apresentou bloqueio
mais cranial. Foram observadas bradicardia, hipotermia e síndrome de Shiff-
Sherrington no peodo trans-anestésico em animais de todos os grupos. Decorridas
24 horas de período pós-anestésico, não foram evidenciados efeitos indesejáveis,
em nenhum dos grupos. GRF foi o grupo com maior duração de anestesia e
analgesia, GRT apresentou a menor duração de anestesia com analgesia
intermediária, e GR apresentou duração intermediária, com menor analgesia.
Palavras-chave: Analgesia. Epidural. Extradural. Opióides. Sedação. Bloqueio
sensitivo e motor.
SILVA, B. M. Cardiorespiratory and analgesic evaluation of ropivacaine
individually and in combination with fentanyl or tramadol, administered by
peridural via in dogs. 2007. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal)
Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba,
2007.
ABSTRACT
Peridural anesthesia is broadly applied in the Veterinary field, using the isolated local
anesthetic or in combination with opiates capable to increase the analgesic effect.
The ropivacaine is a relatively new drug, not much used in the Veterinary field yet.
The fentanil is an agonist opiate and tramadol is a mixed action opiate. In this
experiment, eight dogs were sedated with acepromazine and subjected to the
epidural anesthesia with one of the following protocols: GR (ropivacaine), GRF
(ropivacaine + fentanyl), GRT (ropivacaine + tramadol), in 0,25mL/Kg of total volume.
During the procedure, following vital signs were evaluated and compared (heart rate,
respiratory rate, rectal temperature, blood pressure and gasometry of arterial blood),
the sensory and motor blockade (latency and length of action), level of sedation and
the occurrence of possible side effects due to administration of ropivacaine
individually or in combination with other drugs. The highest decrease in the heart rate
occurred in the following GRF and GRT and also significant hypothermia in animals
of GRF. All groups presented sedation, even severe in the period of recovering was
shorter in the animals belonging to GRT than in others. The GRT was also the one
that presented the most cranial block. Bradycardia, hypothermia and Shiff-
Sherrington syndrom were observed in the transanesthetic period in animals
belonging to all of the groups. Twenty-four hours after the postanesthetic period, no
side effects were observed, in none of the groups. The GRF was the one with higher
length of anesthesia and analgesia, GRT presented the length of anesthesia with
intermediate analgesia and, GR group presented intermediate length, with lower
analgesia.
Keywords: Analgesia. Epidural. Extradural. Opioids. Sedation. Sensory and motor
blockade.
Lista de Figuras
Figura 1 - Imagem em espelho das moléculas de ropivacaína, em suas frações isoméricas
S(-) e R (+)..................................................................................................................18
Figura 2 - Animal posicionado durante o procedimento anestésico......................................35
Figura 3 - Posicionamento da Sonda de Foley no cólon descendente dos cães..................35
Figura 4 - Eletroestimulador Tônus – PDS Dolsch................................................................36
Figura 5 - Posicionamento dos eletrodos em região de metatarsos direito, para
realização da estimulação elétrica..............................................................................36
Figura 6 - Animal apresentando síndrome de Schiff-Sherrington, durante o procedimento
anestésico...................................................................................................................42
Figura 7 - Valores médios da freqüência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm), de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).......................................43
Figura 8 - Valores médios da freqüência respiratória (ƒ) em movimentos por minuto (mpm),
de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT)......................44
Figura 9 - Valores médios da temperatura retal (TR) em graus Celsius (ºC), de cães
submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao
fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT)............................................45
Figura 10 - Valores médios da pressão arterial sistólica (PAS) em milímetros de mercúrio
(mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT)......................46
Figura 11 - Valores médios da pressão parcial de oxigênio arterial (PaO
2
) em milímetros de
mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT).............................................................................................................................47
Figura 12 - Valores médios da pressão parcial de dióxido de carbono arterial (PaCO
2
) em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao
tramadol (RT)..............................................................................................................48
Figura 13 - Valores médios de íons bicarbonato no sangue arterial (HCO
3
) em mmol/L de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).......................................49
Figura 14 - Valores médios potencial hidrogênionico (pH) sanguíneo, de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT)....................................................................50
Figura 15 - Valores médios do déficit de base (DB) em mmol/L, de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT)....................................................................51
Figura 16 - Valores médios do tempo de latência, em minutos, de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao fentanil (GRF) e
ropivacaína associada ao tramadol (GRT)..................................................................52
Figura 17 - Número de cães que apresentaram micção ou defecação imediatamente após a
peridural, com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína
associada ao tramadol (RT).........................................................................................53
Figura 18a - Tempo médio de retorno de reflexo de esfincter anal , tônus de cauda e reflexo
interdigital, em minutos (min), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína associada
ao tramadol (GRT)......................................................................................................54
Figura 18b - Tempo médio de retorno de dor somática, dor visceral e posição quadrupedal,
em minutos (min), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT).............................................................................................................................55
Figura 19 - Número de cães segundo o grau de sedação em cada momento, de cães
submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao
fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT)............................................57
Lista de Tabelas
Tabela 1. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da freqüência cardíaca (FC), em
batimentos por minuto (bpm), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF), e ropivacaína associada
ao tramadol (RT)......................................................................................................43
Tabela 2. Média (
x
), erro padrão da média (EPM) e mediana (Md) da freqüência
respiratória (ƒ),em movimentos por minuto (mpm), de cães submetidos à anestesia
peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína
associada ao tramadol (RT).....................................................................................44
Tabela 3. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da temperatura (TR), em graus Celsius
(ºC), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT)..........................................................................................................................45
Tabela 4. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão arterial sistólica (PAS), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao
tramadol (RT)...........................................................................................................46
Tabela 5. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão parcial de oxigênio (PaO
2
)
em milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao
tramadol (RT)...........................................................................................................47
Tabela 6. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão parcial de dióxido de
carbono (PaCO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT).................................................................48
Tabela 7. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da concentração de bicarbonato
(HCO
3
), em mmol/L de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT)..........................................................................................................................49
Tabela 8. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do potencial hidrogeniônico (pH)
sanguíneo, de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT)..........................................................................................................................50
Tabela 9. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do déficit de base (DB), em mmol/L, de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT)....................................51
Tabela 10. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do período de latência, em minutos, de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína associada ao tramadol
(GRT).......................................................................................................................52
Tabela 11. Número e porcentagem de cães que apresentaram micção e/ou defecação logo
após a realização da anestesia peridural, com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT)..........................................................................................................................53
Tabela 12. Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do período de recuperação, em
minutos, de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT)..........................................................................................................................54
Tabela 13a. Número e porcentagem (%) de cães, quanto ao grau de sedação, submetidos
à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF)
e ropivacaína associada ao tramadol (RT).............................................................56
Tabela 13b. Grau de sedação mediano dos cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada
ao tramadol (RT).....................................................................................................57
Tabela 14. Região do bloqueio sensitivo mais cranial obtido em cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associado ao fentanil (GRF)
e ropivacaína associada ao tramadol (GRT), onde T = vértebra torácica e L =
vértebra lombar........................................................................................................58
Tabela 15. Alterações transanestésicas e na recuperação anestésica, ocorridas em cada
animal durante anestesia peridural realizada com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína associada ao tramadol (GRT).............59
Lista de Abreviaturas e Símbolos
x
- média
- delta
µ - mi
µg - micrograma
AL – anestésico local
bpm – batimentos por minuto
CEEA Comissão de Ética em
Experimentação Animal
COBEA Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal
DB – déficit de base
EPM – erro padrão da média
ƒ – freqüência respiratória
FC – freqüência cardíaca
GR – grupo ropivacaína
GRF – grupo ropivacaína/fentanil
GRT-grupo ropivacaína/tramadol
h - hora
HCO
3
- - íons bicarbonato
Hz - hertz
Kg – kilogramas
L - litros
mg - miligramas
min - minutos
mL – mililitros
mmHg – milímetros de mercúrio
mmol - milimol
MPA – medicação pré-anestésica
mpm – movimentos por minuto
ms – milisegundos
M0 – avaliação pré-anestésica
M1 – 15 minutos após medicação
anestésica
M2 20 minutos após a realização
da peridural
M3 - 40 minutos após a realização
da peridural
M4 - 60 minutos após a realização
da peridural
M5 - 80 minutos após a realização
da peridural
M6 - 100 minutos após a realização
da peridural
M7 média aritmética a partir dos
120 minutos da realização da
peridural
MF Animal em posição
quadrupedal
OSH - ovariosalpingohisterectomia
ºC – graus centigrados
PaCO
2
pressão parcial de dióxido
de carbono
PaO
2
– pressão parcial de oxigênio
PAS – pressão arterial sistólica
pH – potencial hidrogênionico
pKa – constante de dissociação
SAS – statistical analysis system
TR - temperatura retal
V – voltagem (voltz)
δ - sigma
κ – kappa
SUMÁRIO
1 Introdução e revisão de literatura...........................................................................13
1.1 Acepromazina......................................................................................................15
1.2 Anestésicos Locais..............................................................................................16
1.2.1 Ropivacaína......................................................................................................18
1.3 Opióides...............................................................................................................20
1.3.1 Fentanil.............................................................................................................22
1.3.2 Tramadol...........................................................................................................23
1.4 Erros de Punção e Efeitos Indesejáveis..............................................................25
2 Justificativa e objetivos...........................................................................................26
3 Material e método...................................................................................................27
4 Resultado................................................................................................................37
5 Discussão...............................................................................................................60
6 Conclusão...............................................................................................................72
Referências................................................................................................................73
Anexos.......................................................................................................................78
Introdução e Revisão de Literatura
13
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
A busca pela anestesia ideal é o grande desafio daqueles que se dedicam à
Anestesiologia. Procura-se o procedimento que permita miorrelaxamento, analgesia
e sedação, permitindo a realização de manipulações cirúrgicas, com o menor grau
de alterações fisiológicas. As técnicas de bloqueio anestésico local são menos
populares do que as de anestesia geral em Medicina Veterinária de pequenos
animais, pois estas últimas permitem a completa imobilização e o relaxamento do
paciente, constituindo-se em vantagem por trazer maior conforto e segurança à
equipe cirúrgica.
Contudo, as técnicas de bloqueio local constituem-se em excelentes opções,
especialmente aos pacientes de maior risco (SKARDA, 2002). A dor, por outro lado,
é um estímulo desencadeador do estresse e ativador do sistema autônomo o que
leva a efeitos adversos em vários sistemas e órgãos (LIU et al., 1995). Assim, é
obrigação do médico veterinário aliviar a dor s-operatória, não por seus efeitos
fisiológicos deletérios, mas também pela questão ética (OLIVA et al., 2004).
A anestesia peridural lombo-sacra
, reconhecidamente simples e segura, é a
técnica regional mais utilizada para procedimentos retroumbilicais em cães (OTERO,
2005a; SKARDA, 2002). O espaço peridural, também chamado de epidural ou
extradural, compreende o espaço entre a dura-máter e o canal vertebral. A injeção
de fármacos nesse espaço com a finalidade de anestesia ou analgesia foi realizado
pela primeira vez por Corning, em 1885
(INTELIZANO et al., 2002), sendo descrita,
alguns anos depois, por Bier (1899) (JONES, 2001). A utilização de opióides
associados aos anestésicos locais pela via peridural é uma boa opção, pois, além de
Introdução e Revisão de Literatura
14
promover anestesia cirúrgica, causa analgesia sinérgica, aliviando a dor (LIU et al.,
1995).
Apesar de ser considerada uma anestesia livre de complicações e com
reduzidos riscos, deve-se ter cautela, que animais debilitados podem não ser
capazes de compensar possíveis alterações cardiovasculares, que seriam facilmente
corrigidas em animais hígidos (INTELIZANO et al., 2002).
Esta anestesia é contra indicada, portanto, nas situações de hipovolemia ou
desordens de coagulação, doenças axonais centrais ou periféricas, e nos casos em
que infecção cutânea do local de punção. São citadas ainda, anormalidades
anatômicas (INTELIZANO et al., 2002; JONES, 2001), seja congênita ou por trauma,
que levem às dificuldades na técnica (INTELIZANO et al., 2002).
Alguns cuidados decorrentes da utilização das aplicações peridurais devem
ser considerados, a começar pelo preparo do local de punção, que a anti-sepsia
inadequada pode levar à meningite ou osteomielite (INTELIZANO et al., 2002;
OTERO, 2005a). Por outro lado, a agulha pode ser de difícil posicionamento no
espaço peridural, em decorrência de excesso de gordura lombar (JONES, 2001) ou
pela movimentação excessiva do animal durante o procedimento, com riscos de
traumatismos na medula espinhal ou cauda eqüina (INTELIZANO et al., 2002).
Podem ocorrer, ainda, irritações, inflamações ou fibrose nos tecidos adjacentes
devido a reações às soluções administradas (INTELIZANO et al., 2002).
Dentre os efeitos colaterais mais preocupantes em decorrência da ascensão
cranial da anestesia peridural estão a hipotensão, que ocorre por bloqueio simpático,
refletindo-se em vasodilatação e redução do retorno venoso ao coração. Podem
ocorrer a bradicardia resultante do bloqueio simpático e a depressão respiratória,
Introdução e Revisão de Literatura
15
pelo bloqueio da inervação motora da musculatura intercostal, e, às vezes, do nervo
frênico (CONCEIÇÃO, 2004). A vasodilatação, seguida por hipotensão e a falha na
redistribuição sangüínea podem contribuir, ainda, para o desenvolvimento de
hipotermia (SKARDA, 2002).
rios fármacos, com diversas propriedades e efeitos, têm sido administrados
pela via peridural. Diferentes anestésicos locais, que bloqueiam os canais de sódio e
impedem a despolarização das membranas (JONES, 2001; MASSONE, 2002)
podem ser utilizados, sendo a lidocaína e a bupivacaína os mais difundidos. A
ropivacaína, disponível recentemente no mercado, constitui-se em outra opção de
anestésico local. A associação de anestésicos locais aos opióides promove
incremento da analgesia e sedação devido a estes últimos atuarem em receptores
opiáceos localizados na medula e pela sua própria ação sistêmica, após a absorção
(INTELIZANO et al., 2002).
Independente dos fármacos utilizados é importante atentar-se ao volume total
injetado no espaço peridural, que pode variar de acordo com a finalidade da cirurgia,
ou mesmo da região que se deseja bloquear. O volume total utilizado deve variar de
0,20 a 0,26 ml/kg (INTELIZANO et al., 2002). A velocidade de infusão da solução
também é importante e deve variar de 30 a 60 segundos (JONES, 2001).
1. 1 ACEPROMAZINA
A medicação pré-anestésica promove sedação, analgesia, e menores efeitos
adversos, fazendo com que o ato anestésico seja mais agradável ao paciente, e
mais favorável ao trabalho do anestesista (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a).
Introdução e Revisão de Literatura
16
Os tranqüilizantes promovem um estado de redução da ansiedade, sem
causar perda de consciência e levam à diminuição da dose dos agentes indutores.
Os fenotiazínicos, como a acepromazina, são amplamente utilizados em Medicina
Veterinária e produzem, além da tranqüilização, alguns efeitos adversos que são
diretamente proporcional a dose, sem, aumentarem o efeito tranqüilizante, como às
vezes se deseja (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a; HALL et al., 2001).
A acepromazina atua no Sistema Nervoso Central, deprimindo o Sistema
Reticular, e bloqueando neurotransmissores como serotonina e dopamina
(CORTOPASSI; FANTONI, 2002a). Porém, também resultam em outros efeitos
centrais como hipotermia, diminuição da produção de salivas e secreções, efeito
antiemético moderado, e ação antiarrítmica (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a; HALL
et al., 2001; VALVERDE, 2004). Sabe-se que podemos encontrar, nos animais pré-
medicados com acepromazina, bradicardia sinusal ou bradiarritmias, especialmente
bloqueios atrioventriculares e sinoatriais (CORTOPASSI et al., 2002b), bem como
redução da pressão arterial decorrente da vasodilatação por bloqueio dos receptores
α-1-adrenérgicos (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a; HALL et al., 2001).
1. 2 ANESTÉSICOS LOCAIS
Anestésico local é a substância capaz de bloquear reversivelmente a
condução nervosa
(MASSONE, 2002; MILLER; KATZUNG, 2003). O primeiro
anestésico local estudado foi a cocaína, por volta de 1884 e, desde então, estes
fármacos foram evoluindo até surgirem substâncias mais eficazes e menos tóxicas,
como as disponíveis hoje no mercado (MASSONE, 2002).
Introdução e Revisão de Literatura
17
Os anestésicos locais são estruturalmente divididos em três partes: o grupo
aromático (ácido benzóico, ácido paraminobenzóico, e a xilidina), responsável pela
absorção do anestésico; a cadeia intermediária, que pode ser um éster ou uma
amida, a porção que lhe confere a potência anestésica; e o grupo amina, que
responde pela difusibilidade do fármaco e pelos seus efeitos tóxicos (MASSONE,
2002; MILLER; KATZUNG, 2003; VIANNA; MÓDOLO, 2000;). Além das
características estruturais, as características químicas que levam à vasodilatação ou
à vasoconstrição e à lipossolubilidade, são fatores a serem considerados na
absorção do fármaco. A associação a vasoconstritores aumenta a ação do
anestésico, diminuindo a sua absorção sistêmica (MASSONE, 2002).
A lipossolubilidade, o pKa, o pH do meio e a capacidade de se ligar a
proteínas plasmáticas não influenciam tão somente na absorção para eliminação do
anestésico mas, também, na permeabilidade e na capacidade de bloquear as
membranas celulares. Assim, a lidocaína e a bupivacaína possuem tempo de
latência de 5 a 10 minutos e 20 a 30 minutos, respectivamente, pela diferença de
solubilidade; e a bupivacaína e a ropivacaína possuem maior tempo de ação (3-6
horas), por apresentarem alta capacidade em se ligar às proteínas plasmáticas
(JONES, 2001). A concentração do anestésico local também é importante, na
medida em que as concentrações influenciam na qualidade do bloqueio (JONES,
2001; MASSONE, 2002), como pode ser evidenciado no caso da bupivacaína e da
ropivacaína que, em concentrações baixas, causam bloqueios motores menos
efetivos e, até mesmo, de menor tempo de duração (FELDMAN et al., 1996; JONES,
2001; SIMONETTI, 1995; SKARDA, 2002).
Introdução e Revisão de Literatura
18
1. 2. 1 ROPIVACAÍNA
A ropivacaína (N-propil pipecolil xilidida) é um anestésico local do grupo
amino-amida de longa duração de efeito, com pouca ação vasoconstritora local
(SIMONETTI, 1995) e peodo de latência semelhante ao da bupivacaína (ao redor
de 20 minutos) (OTERO, 2005b), que surgiu mais de 40 anos, a partir de estudos
de investigação da cardiotoxicidade da bupivacaína (SIMONETTI, 1995). Após
permanecer sem utilização clínica por algum tempo, voltou a ser estudada a partir de
1986 (SIMONETTI, 1995) e, desde então, tem se apresentado como anestésico local
efetivo no homem e em animais (FELDMAN et al., 1996).
A ropivacaína, assim como a bupivacaína, são compostos com isômeros
ópticos, ou seja, possuem conformação molecular espacial diferente, apesar da
mesma estrutura química. Ao contrário da bupivacaína, que é uma mistura racêmica
com isômero R(+) e S(-), a ropivacaína é comercializada apenas em sua fração S(-)
(Figura 1)(HURLEY, 1991; SIMONETTI, 1995).
Desta maneira, o isômero R(+) liga-se firmemente ao canal de sódio e é
dissociado mais lentamente que o S(-) justificando, assim, a maior cardiotoxicidade
da bupivacaína (CÔRTES, et al., 2003; SIMONETTI, 1995). Por esta propriedade
justifica-se a sua utilização clínica da ropivacaína.
FIGURA 1 - Imagem em espelho das moléculas de ropivacaína, em suas frações
isoméricas S(-) e R (+).
Introdução e Revisão de Literatura
19
Alguns aspectos físico-químicos da ropivacaína o semelhantes aos da
bupivacaína, como taxa de ligação protéica de 95% e pKa de 8,1. Porém, seu
coeficiente de partição (lipossolubilidade) está situado entre o da lidocaína e o da
bupivacaína
(SIMONETTI, 1995). A ropivacaína tem predileção pelo bloqueio de
fibras sensitivas, sendo o bloqueio das fibras motoras de menor intensidade e
duração (SIMONETTI, 1995), principalmente em baixas concentrações (0,5%). É
importante lembrar tamm que, por si só, a ropivacaína apresenta atividade
vasoconstritora (VIANNA; MÓDOLO, 2000). Assim, quando a concentração da
mesma é aumentada para 0,75% e 1,0%, além da diminuição do período de
latência, aumento tanto do bloqueio sensitivo quanto do motor (HURLEY, 1991;
SIMONETTI, 1995), tornando-se disponibilizada rapidamente, assim como a
bupivacaína. Côrtes et al. (2003), ao estudarem a ropivacaína e bupivacaína
levógera concluíram que esta última produz bloqueio motor mais lento e menos
intenso. Porém, quando associada ao fentanil, o bloqueio torna-se mais efetivo e
mais rápido.
A ropivacaína sofre dealquilação hepática, produzindo o PPX (pipecolil
xilidida) como principal metabólito, cuja toxicidade é 1/8 do produto originário. É
excretada pelos rins em concentrações baixas que va nos casos em que há infecção
cutânea do local de punção,am de 1 a 2% (SIMONETTI, 1995).
Quanto à toxicidade, sabe-se que a concentração plasmática da ropivacaína
deve ser em torno de 25% maior que a da bupivacaína para provocar sinais de
intoxicação (zumbidos, gosto metálico). Porém, tanto uma quanto a outra podem
causar convulsões na mesma dose, e a ropivacaína apresenta menores índices de
Introdução e Revisão de Literatura
20
letalidade e de incidência de arritmia cardíaca
apresentando, portanto, maior
margem de segurança entre a dose convulsiva e a letal (SIMONETTI, 1995). A dose
máxima utilizada é de 3 mg/kg e de 5 mg/kg quando associada a epinefrina
(SKARDA, 2002).
No homem, am da ropivacaína ser utilizada no espaço peridural com grande
segurança e confiabilidade (CONCEIÇÃO, 2004), também tem sido utilizada para
anestesia regional venosa de Bier (NOCITI, 2004), no espaço subaracnóide
(SOUZA, 2004) e, principalmente, em anestesias de parto, que não produz
alterações maternas ou fetais
(CASTIGLIA, 2004; CÔRTES, et al., 2003;). Também
é possível sua associação a outros fármacos, tais como aos alfa-2-agonistas, à
cetamina e aos opióides (SOUZA, 2004), sendo estes últimos os mais utilizados
devido ao incremento da analgesia.
Em um estudo realizado avaliando efeitos cardiorrespiratórios e analgésicos
da lidocaína, ropivacaína e lidocaína associadas à xilazina pela via peridural em
cães, encontrou-se estabilidade cardiorrespiratória nos animais anestesiados com
ropivacaína, bem como anestesia e miorrelaxamento satisfatório na região retro-
umbilical. Nesses animais também foi observado uma duração maior de anestesia
quando comparados aos tratados com lidocaína (GASPARINI, 1999).
1. 3 OPIÓIDES
Os opióides são analgésicos eficazes e seguros. Porém, podem resultar em
efeitos adversos como depressão respiratória, distúrbios gastrintestinais, e sedação
(FANTONI, 2002) sendo esta última, desejável em algumas situações. Sabe-se que
em alguns casos os opióides, como a morfina, são capazes de reduzir a
Introdução e Revisão de Literatura
21
concentração alveolar mínima dos anestésicos inalatórios (JONES, 2001; FANTONI,
2002).
Apesar dos efeitos colaterais poderem ser revertidos por antagonistas (como
a naloxona), muitos veterinários, principalmente no Brasil, demonstram certo receio
em seu uso devido a possíveis excitações e efeitos indesejáveis que podem ocorrer.
A excitação ocorre em casos de altas doses de opióides (FANTONI, 2002) e, a
depressão respiratória, que é dose dependente, apresenta baixa incidência em cães
e gatos (FANTONI, 2002). A taquipnéia desencadeada em alguns casos após a
administração de opióides ocorre por ação no centro termorregulatório do
hipotálamo, e não no centro respiratório (FANTONI, 2002).
O efeito analgésico e sedativo dos opióides dá-se pela ação em receptores
específicos: Mi (µ), Kappa (κ), Sigma (σ), e Delta (), tanto no mesencéfalo
(FANTONI, 2002; MIYAKE et al., 1998; OTERO, 2005b) quanto na medula
(EPIDURAL OPIATES, 1980; FANTONI, 2002), o que torna viável sua utilização
nestes bloqueios (EPIDURAL OPIATES, 1980), inclusive de maneira isolada.
Quando utilizados pela via peridural atravessam a dura-máter penetrando no
líquido cefalorraquidiano, e oferecendo vantagens sobre os anestésicos locais, como
analgesia, sem perda da função motora. Outra vantagem é a possibilidade de
escolha de acordo com a duração de ação (EPIDURAL OPIATES, 1980) e potência
(FANTONI, 2002).
Citam-se como vantagens dos opióides pela via peridural, a ausência de
bloqueio simpático e conseqüente ausência de hipotensão, a facilidade na
deambulação e a ausência de colapso cardiovascular ou convulsões (COUSINS;
MATHER, 1984).
Introdução e Revisão de Literatura
22
Naganobu et al. (2004), ao estudarem morfina e fentanil isolados ou
associados, pela via peridural em cães, evidenciaram alterações cardiorespiratórias,
como aumento da pressão parcial de dióxido de carbono e diminuição da pressão
arterial média e diastólica, quando os opióides foram utilizados de maneira
associada, sugerindo que apenas neste caso ocorre a depressão cardiorrespiratória.
1. 3. 1 FENTANIL
O fentanil é um opióide sintético, agonista µ, de curta duração de ação, com
potência analgésica de 75 a 125 vezes maior que a da morfina, e é capaz de reduzir
a concentração alveolar mínima dos anestésicos inalatórios (FANTONI, 2002;
OTERO 2005b). Seus curtos períodos de ação e de latência devem-se à alta
solubilidade, e por isso, é bastante utilizado no transoperatório ou em infusão
contínua (FANTONI, 2002). A dose, tanto da via intravenosa quanto pela via
peridural é de 1 a 5 µg/kg (OTERO, 2005b). O uso pela via peridural é bastante
discutido, que pela alta solubilidade e conseqüente cil permeabilidade pelas
meninges, seu tempo de ação é reduzido, diminuindo sua potência no líquido
cefalorraquidiano (JONES, 2001). Porém, apresenta vantagens como não provocar
liberação de histamina e, conseqüentemente, não causar hipotensão. No entanto, se
administrado pela via intravenosa e de forma rápida, pode causar apnéia e
bradicardia
(FANTONI, 2002).
A utilização do fentanil no espaço peridural tem sido amplamente estudada,
principalmente quando se trata de analgesia pós-operatória no homem. Em um
estudo concluiu-se que a associação de ropivacaína e fentanil, quando
administrados no espaço peridural, por infusão contínua ou com doses
Introdução e Revisão de Literatura
23
suplementares administradas pelo pprio paciente, produz efeito analgésico
satisfatório (SMEDVIG et al., 2001).
Em outros dois estudos em que se comparou a utilização de fentanil com
bupivacaína e ropivacaína em baixas concentrações por infusão contínua, foi
observado que, o bloqueio motor não foi completamente comprometido enquanto
que o efeito analgésico não foi afetado(BERTI et al., 2000; HODGSON; LIU, 2001).
Assim, comprovou-se que o fentanil é um analgésico eficaz quando administrado por
infusão contínua no espaço peridural, porém são necessárias maiores investigações
sobre seus efeitos, quando administrado em “bolus”.
1. 3. 2 TRAMADOL
O tramadol é um análogo sintético da codeína e, como o fentanil, possui efeito
analgésico (CAMPAGNOL et al., 2002; FANTONI, 2002). É um opióide agonista µ,
porém com baixa afinidade (CAMPAGNOL et al., 2002; FANTONI, 2002) e seu
metabólito (desmetiltramadol) possui maior afinidade (CAMPAGNOL, 2002) aos
receptores opióides. Apresenta mecanismo de ação misto, com atividade
bloqueadora monoaminérgica (GUEDES et al., 2002; INTELINZANO et al., 2002), o
que o caracteriza como um opióide atípico, não podendo ser totalmente revertido por
um antagonista (FANTONI, 2002). Apresenta como vantagem, a reduzida depressão
respiratória e o fato de não permitir degranulação de mastócitos com liberação de
histamina (FANTONI, 2002), o que normalmente ocorre com o uso de outros
opióides. A dose clinicamente utilizada, de 1 a 2 mg/kg, produz efeito analgésico de
no mínimo seis horas em animais e de até oito horas, no homem (FANTONI, 2002),
do mesmo modo esta tem sido a dose utilizada pela via peridural, tanto em cães
quanto em humanos.
Introdução e Revisão de Literatura
24
Sua utilização pela via peridural é uma realidade na anestesia médica
algum tempo, porém seu uso em Medicina Veterinária é recente em eqüinos (2000)
e em cães (2002) (GUEDES et al., 2002).
Em um estudo em que se objetivou avaliar os efeitos cardiorrespiratórios e
analgésicos do tramadol aplicado pela via peridural em cirurgia dos membros
pélvicos de cães, concluiu-se que, tanto a função hemodinâmica quanto a
respiratória, não foram alteradas; e a analgesia foi adequada, estendendo-se por um
período mínimo de quatro horas (GUEDES et al., 2002).
Um segundo estudo, em que foram comparados o tramadol e a clonidina,
ambos associados à lidocaína peridural, em cadelas submetidas à
ovariosalpingohisterectomia, demonstrou-se que a analgesia produzida pelo
tramadol não foi suficiente para que fosse realizado o procedimento, como ocorreu
com a clonidina, não sendo esta um associação eficaz para tal procedimento. Neste
estudo não foram observadas alterações cardiorrespiratórias (CAMPAGNOL et al.,
2002).
Num outro estudo, no qual foram comparados os efeitos da aplicação
peridural de morfina e tramadol pelas vias peridural e sistêmica, em cadelas
submetidas à ovariosalpingohisterectomia, concluiu-se que por ambas as vias não
ocorrem alterações cardiorrespiratórias significativas. Porém, nos animais
submetidos ao tratamento com tramadol, apesar de constatada a segurança de
técnica, a analgesia foi inferior quando comparados aos animais tratados com
morfina (MASTROCINQUE, 2005).
Introdução e Revisão de Literatura
25
1. 4 ERROS DE PUNÇÃO E EFEITOS INDESEJÁVEIS
Durante a punção peridural pode-se encontrar algumas dificuldades na
técnica, ou mesmo erros e, algumas alterações indesejáveis durante o trans-
anestésico, bem como no pós-anestésico, também podem ser verificadas.
Se, durante a punção, for obtido líquido cefalorraquidiano (LCR), a agulha
pode estar posicionada no espaço subaracnóide e o procedimento precisa ser
repetido ou, então, optar-se pela anestesia subaracnóide, aplicando-se 50% da dose
calculada para a anestesia peridural (JONES, 2001). A presença de sangue na
agulha revela erro na punção, e o procedimento deve ser interrompido já que
injeções intramusculares ou intravenosas de anestésicos locais podem levar à
toxicidade, convulsões, efeitos cardiopulmonares indesejáveis e ausência do
bloqueio regional (JONES, 2001). Além disso, a injeção de certas quantidades de
sangue autólogo (2 mL) no espaço peridural pode causar espasmos transitórios nos
membros pélvicos (SKARDA, 2002). Podem ocorrer ainda, alterações neurológicas
como: convulsões, coma, síndrome de Horner e de Schiff-Sherrington, assim como
prurido (JONES, 2001, OTERO, 2005a), e retenção urinária (HENDRIX et al., 1996).
Ishy (2001), estudando a utilização de lidocaína associada ao butorfanol pela
via peridural, não encontrou alterações neurológicas transitórias como esperava,
bem como prurido ou náusea, que seriam reações comumente observadas quando
receptores µ são ativados. No entanto Maia (2006), descreveu a ocorrência de
náusea e de vômitos em alguns dos cães anestesiados pela via peridural
associando-se opióides a ropivacaína Esta autora também constatou a incidência de
déficit propioceptivo em alguns dos animais.
Justificativa e Objetivo
26
2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVO
Apesar da ropivacaína ser utilizada na rotina médica e, experimentalmente,
no homem e em cães, algumas de suas características continuam desconhecidas,
principalmente no que se refere à sua associação com opióides. Desta maneira, são
necessários mais estudos a respeito do assunto, especialmente em relação à
aplicação pela via peridural.
Frente a estas afirmações, pretende-se estudar as características analgésicas
e cardiorrespiratórias da ropivacaína utilizada isoladamente ou associada à opióides
pela via peridural, com a finalidade de tornar efetivo e seguro seu emprego na rotina
Médica Veterinária. Objetiva-se, de maneira mais específica:
Determinar o tempo de latência da ropivacaína associada ao fentanil ou ao
tramadol, comparando-o com o seu uso isolado, quando administrados pela
via peridural;
Avaliar as alterações cardiorrespiratórias das diferentes associações;
Comparar o efeito e determinar o tempo dos bloqueios sensitivo e motor
proporcionado pela ropivacaína isolada ou associada aos opióides a serem
estudados;
Avaliar o grau de sedação das diferentes associações de opióides com a
ropivacaína;
Determinar e comparar a dispersão cranial pelo canal medular, de cada
associação pela via peridural;
Avaliar a ocorrência de efeitos colaterais da anestesia peridural com
ropivacaína isolada ou associada aos dois opióides estudados.
Material e Método
27
3 MATERIAL E MÉTODO
O estudo foi realizado no laboratório experimental de cirurgia e anestesiologia
do Curso de Medicina Veterinária da Unesp de Araçatuba. O projeto experimental foi
aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da Unesp
Araçatuba, estando de acordo os Princípios Éticos de Experimentação Animal
adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), registrado sob
o número 06/05.
Foram utilizadas oito cadelas adultas, sem raça definida, com pesos entre 9,6
e 16 kg (13,2 ± 0,7 kg) , provenientes do biotério central da UNESP em Botucatu. Os
animais foram alocados no canil do Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”,
da UNESP de Araçatuba, onde passaram por um período de adaptação de no
mínimo 30 dias. Após a realização de exame clínico completo para verificação do
estado de higidez do animal , os mesmos foram vermifugados
1
e vacinados com
vacina V10
2
.
Antes de cada procedimento anestésico, os cães foram submetidos a jejum
hídrico de duas horas e alimentar de 12 horas. Todos os animais foram utilizados
nos três protocolos anestésicos propostos, com intervalo mínimo de sete dias entre
cada um, constituindo-se, assim, controle de si próprios.
Ao início de cada procedimento, foram avaliados os seguintes parâmetros:
freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (ƒ) e temperatura retal (Tº) (M0). O
protocolo utilizado como medicação pré-anestésica (MPA) foi a acepromazina
3
, na
dose de 0,05 mg/kg pela via intravenosa e, decorridos 15 minutos, foram repetidas
1
Prazifen - Mogivet
2
Duramune® - Fort Dodge
3
Acepran® 0,2% - Univet
Material e Método
28
as mensurações dos mesmos parâmetros além da PAS e gasometria arterial
(momento M1). Neste momento colheu-se amostra de 0,5 mL de sangue arterial
para realização da gasometria. Em seguida foi realizado um botão anestésico com
0,2 mL de ropivacaína
4
, previamente tricotomizado, no local de inserção da agulha
para o bloqueio peridural. Decorridos aproximadamente cinco minutos e com o
auxílio de duas pessoas para a contenção física, foi realizado o bloqueio peridural.
Posicionou-se o animal em decúbito esternal, com os membros pélvicos estendidos
cranialmente e após anti-sepsia, uma agulha hipodérmica 40 x 8 foi introduzida no
espaço intervertebral lombo-sacro (L7-S1) a ultrapassar o ligamento amarelo,
atingindo o espaço peridural (BRADLEY et al., 1980; INTELIZANO et al., 2002) . A
localização correta da agulha foi confirmada pela observação da aspiração de uma
gota de solução fisiológica (NaCl 0,9%) instilada previamente no canhão da agulha e
também, pela falta de resistência na infusão do anestésico local (BRADLEY et al.,
1980; OTERO, 2005a)
. A aplicação do anestésico foi realizada de forma lenta
durante 60 segundos. Em seguida, o animal foi mantido em decúbito dorsal por
aproximadamente 15 minutos, para uma melhor difusão do anestésico. Após este
período, foi posicionado em decúbito lateral esquerdo para aferição dos pametros
(Figura 2).
4
Naropin® 0,75% - Astra Zeneca
Material e Método
29
Foram constituídos três grupos diferentes, com seqüência de alocação dos
animais em cada grupo de maneira aleatória, como se segue:
GR– Ropivacaína
4
(0,75%): 0,25 ml/kg;
GRF – Ropivacaína
4
(0,75%) + Fentanil
5
(2 µg/kg);
GRT – Ropivacaína
4
(0,75%) + Tramadol
6
(2mg/kg);
Nos grupos GRF e GRT foi acrescentada a ropivacaína ao opióide, resultando
em um volume total a ser administrado de 0,25 ml/kg.
O pesquisador que realizou a avaliação da anestesia não teve o
conhecimento prévio dos agentes utilizados, constituindo-se assim, um estudo cego.
Após a injeção peridural, a avaliação dos parâmetros e efeitos foi estudada a
cada 20 minutos pelo tempo necessário para que todas as funções sensitivas e
motoras iniciais fossem recuperadas (momentos M2 a MF). A veia cefálica foi
canulada, com um cateter 20G
7
para administração de ringer com lactato na taxa de
5 mL/kg/hora, por meio de uma bomba de infusão contínua
8
.
Parâmetros avaliados:
Freqüência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm), através da
auscultação cardíaca com o uso do estetoscópio;
Freqüência respiratória (f) em movimentos por minuto (mpm), através da
auscultação pulmonar com o uso de estetoscópio ou pela movimentação
torácica (inspiração e expiração);
Temperatura retal (TR) em ºC, mensurada com termômetro clínico digital.
5
Fentanest® 0,05 mg/ml – Cristália
6
Tramaliv® 100mg/2ml - Teuto
7
Angiocath® - BD
8
Bomba de Infusão Peristáltica ST550 – Samtronic – São Paulo-SP
Material e Método
30
Os animais não receberam qualquer fonte de calor externa (colchão térmico,
bolsas térmicas e fluidoterapia aquecida), desde que a temperatura retal não
atingisse valores inferiores a 36,5°C;
Pressão arterial sistólica no membro torácico, por meio de um “Doppler” ultra-
sônico
9
, com manguito posicionado na região rádio-ulnar do animal, e o
sensor posicionado na artéria digital comum palmar. Se a pressão arterial
sistólica atingisse valores inferiores a 80 mmHg, ou seja, caracterizando-se a
hipotensão segundo Drobatz e Littman (1997), a infusão de ringer com lactato
seria aumentada para 10 mL/kg/hora. Apesar dos métodos diretos serem
mais fidedignos, os métodos indiretos permitem valores confveis e são
menos invasivos
(NUNES, 2002).
Mensuração de gases sangüíneos
10
: através de amostras de sangue arterial
colhidas a partir de punção direta da artéria femoral com seringa e agulha de
insulina (13x35), previamente heparinizadas, sendo as amostras
acondicionadas em geladeira para posterior processamento, quando não era
possível processá-las no mesmo momento. Estas amostras foram colhidas
em três momentos: imediatamente após a realização da MPA, uma hora após
a administração peridural e ao final do experimento, quando o animal havia se
recuperado da anestesia.
Avaliação dos efeitos da anestesia peridural:
1. Determinação do período de latência: tempo decorrido entre a aplicação
peridural e a ocorrência de:
9
Doppler DV10 - Microem Produtos Médicos – Ribeirão Preto-SP
10
Aparelho de hemogasometria Roche – Omnic - Alemanha
Material e Método
31
Relaxamento do esfíncter anal: ausência de resposta de contração do
esfíncter frente ao toque da agulha.
Relaxamento da cauda: perda completa de nus de cauda quando elevada
manualmente.
Perda do reflexo interdigital: ausência de resposta ao pinçamento interdigital
com uma pinça do tipo Kelly com as extremidades revestidas por tubo de
látex, fechada até o segundo dente da cremalheira, em ambos os membros
pélvicos.
2. Micção ou defecação: observação da ocorrência de micção ou defecação
espontâneas, após a aplicação da injeção peridural.
3. Determinação do período hábil: observação da duração dos efeitos da
anestesia peridural como descritas a seguir:
Analgesia visceral: através da introdução de sonda de Foley
11
pelo reto até o
cólon descendente preenchendo-se o balonete com o volume de água
suficiente para causar desconforto abdominal (movimentação ou qualquer
reação manifestada pelo animal) conforme Gasparini (1999) e Ishy (2001).
Esse volume foi previamente testado com o animal em condições normais, ou
seja, sem quaisquer efeitos analgésicos ou sedativos, determinando-se o
volume individual mínimo capaz de produzir desconforto visceral. Considerou-
se o período de tempo entre a ausência de resposta ao estímulo até a
primeira resposta apresentada (Figura 3).
11
Sonda de Foley 24G - Solidor
Material e Método
32
Analgesia somática: observando-se a resposta frente à estimulação elétrica
com uma descarga
de 200 V e 30 Hz/20 ms
12
(NUNES et al., 2001), por 60
segundos ou menos, caso o animal manifestasse alguma reação. Qualquer
reação do animal tais como: movimento de cabeça, pescoço, membros ou
cauda foram consideradas como resposta positiva ao estímulo. O estímulo
elétrico foi aplicado no terço médio de metatarsos direitos, sendo que a
resposta foi avaliada por dois observadores (Figuras 4 e 5);
Bloqueio motor: tempo necessário para que o animal retornasse à posição
quadrupedal com deambulação normal.
Tempo de duração do relaxamento do esfíncter anal, do relaxamento da
cauda e da perda do reflexo interdigital, como descrito na avaliação do
período de latência. Considerou-se como término do efeito o momento de
primeira resposta aos estímulos.
4. Determinação do grau de sedação utilizando-se os seguintes escores:
0: animal alerta, respondendo prontamente aos estímulos externos;
1: animal com sedação/tranqüilização leve estado de relaxamento, calma e
sonolência;
2: animal com sedação/tranqüilização moderada – estado de relaxamento e
sonolência mais profundos, respondendo com dificuldade aos estímulos
externos;
3: animal apresentando grau de sedação profunda (hipnose transe que se
assemelha ao sono) alheio ao ambiente, mas podendo responder lentamente
aos estímulos externos (MAIA, 2006).
12
Eletroestimulador Tonus PDS – Dolsch LTDA – Porto Alegre-RS
Material e Método
33
5. Progressão cranial do bloqueio: avaliação da resposta de panículo cutâneo
pelo pinçamento da pele da região dorsal do animal com pinça hemostática tipo
Kelly, utilizada para avaliar a dispersão cranial do anestésico (bloqueio sensitivo);
6. Efeitos adversos: durante todo o procedimento experimental até
completarem-se 24 horas decorridas da realização da anestesia peridural, foram
observadas e anotadas as possíveis complicações da anestesia, tais como:
hipotermia, anúria, adipsia, anorexia, síndrome de Horner, síndrome de Shiff
Sherrington, espasmos musculares, prurido em região lombar, convulsão ou
coma.
Análise estatística
Na tabulação dos dados foram utilizados os programas Access e Excel,
definindo-se os seguintes momentos de avaliação:
M0: Avaliação anterior à medicação pré-anestésica;
M1: 15 minutos após a medicação pré-anestésica, e anterior à
realização da anestesia peridural;
M2: 20 minutos após a anestesia peridural;
M3: 40 minutos após a anestesia peridural;
M4: 60 minutos após a anestesia peridural;
M5: 80 minutos após a anestesia peridural;
M6: 100 minutos após a anestesia peridural;
Material e Método
34
M7: Correspondente às médias aritméticas obtidas a partir dos 120
minutos da anestesia peridural até o momento em que o animal
apresentou reflexo interdigital;
MF: Animal em posição quadrupedal
Os valores das variáveis freqüência respiratória e grau de sedação foram
analisados usando o teste de Friedman seguido do teste de Dunn para comparações
múltiplas.
As variáveis: tempo de recuperação anestésica, tempo de latência e peso
foram submetidas à análise de variância e as médias foram comparadas por meio do
teste de Tukey.
Os valores das variáveis micção e defecção foram analisados usando o teste
exato de Fisher.
Os demais dados foram submetidos à análise de variância com medidas
repetidas e as médias foram comparadas por meio do teste de Tukey. Para que os
dados fossem submetidos à análise de variância, os mesmos foram testados quanto
a sua normalidade e homogeneidade.
As análises estatísticas foram efetuadas empregando-se o programa SAS
(Statistical Analysis System), considerando o nível de significância em 5%, ou seja,
quando P < 0,05.
Material e Método
35
FIGURA 2 - Animal posicionado durante o procedimento anestésico.
FIGURA 3 - Posicionamento da Sonda de Foley no cólon descendente dos cães.
Material e Método
36
FIGURA 4 - Eletroestimulador Tônus – PDS Dolsch.
FIGURA 5 - Posicionamento dos eletrodos em região de
metatarsos direito, para realização da estimulação elétrica.
Resultado
37
4 RESULTADO
Ao serem conduzidos dos canis à sala de preparo anestésico, os cães,
algumas vezes, se apresentaram agitados e excitados devido à presença de
pessoas estranhas a eles no caminho. Dessa forma, foram levados a passeio até
que se tranqüilizassem e, na maioria das vezes defecaram e urinaram durante o
passeio. Na sala de preparação anestésica, os parâmetros vitais foram aferidos. Em
alguns casos as freqüências cardíaca e respiratória, encontraram-se elevadas em
virtude do estado de agitação dos cães.
Todos os bloqueios peridurais foram realizados com os animais apenas
sedados e, para isso tornar-se possível, foi necessário o auxilio de duas pessoas
para contenção dos mesmos. Os animais apresentaram algum desconforto durante
a realização da injeção peridural, apesar da realização previa do botão anestésico
com ropivacaína, talvez pelo tempo esperado ter sido insuficiente.
A freqüência cardíaca (FC) apresentou diminuição logo após a aplicação de
acepromazina, nos grupos em que a ropivacaína foi associada ao fentanil (GRF) e
ao tramadol (GRT), intensificando-se a partir de 20 minutos decorridos da aplicação
da anestesia peridural, até o final do procedimento. no grupo da ropivacaína
(GR), houve diminuão significativa da FC somente a partir dos 120 minutos do
início da anestesia ao momento em que os animais colocaram-se em posição
quadrupedal. Avaliando-se os grupos em cada momento, houve diferenças
estatísticas entre os grupos da ropivacaína isolada e da ropivacaína associada ao
tramadol, a partir dos 80 minutos do início da peridural, sendo observada diminuição
da FC em GRT neste período, com pequena elevação dos valores no momento final
(MF). De uma maneira geral em todos os grupos, houve redução da FC no decorrer
Resultado
38
do experimento, e essa redução foi um pouco mais acentuada e precoce nos grupos
onde os opióides foram associados (Tabela 1 e Figura 7).
Quanto à freqüência respiratória, em todos os grupos, os animais
apresentaram taquipnéia em M0 e, após a medicação pré-anestésica, houve
redução significativa deste parâmetro que permanecem dentro dos níveis de
normalidade até o final do procedimento. Não ocorreram diferenças significativas
entre os grupos em cada momento, que a diminuição dos valores da freqüência
respiratória foi pequena e gradual com o passar do tempo em todos os grupos
(Tabela 2 e Figura 8).
Também observou-se que em todos os grupos houve redução gradativa da
temperatura retal (TR), do início ao final do período anestésico. Porém, os valores
mantiveram-se dentro da normalidade para a espécie. De modo geral, ocorreu
alteração da TR de forma semelhante entre os grupos, com diminuição do parâmetro
de maneira gradual,
havendo diferença significante entre os valores observados ao
início e ao final do período anestésico. Não houve diferença entre os grupos em
cada momento (Tabela 3 e Figura 9).
Os dados da pressão arterial sistólica (PAS) aferida no membro torácico (MT),
demonstram redução significativa deste parâmetro no grupo da ropivacaína utilizada
na forma isolada a partir dos 80 minutos da realização da peridural (M5), quando
comparado aos 20 minutos da realização da mesma (M2). Não ocorreram diferenças
significantes nos grupos em cada momento (Tabela 4 e Figura 10).
Os valores de pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO
2
), de
pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial (PaCO
2
), de bicarbonato
arterial (HCO
3
-) e de Déficit de Base (DB) não apresentaram diferenças
Resultado
39
significativas, durante os momentos de cada grupo ou nos grupos em cada momento
(Tabelas 5, 6, 7 e 9; e Figuras 11, 12, 13 e 15).
No que se refere ao pH do sangue arterial, no grupo GR houve aumento
significativo no momento final quando comparado ao pH dos momentos M1 e M4.
Em GRF, o aumento foi gradativo, ao longo do período anestésico, mostrando-se
significativamente maior no momento final em relação a M1 (Tabela 8 e Figura 14).
A avaliação do peodo de latência não mostrou diferenças significativas entre
os grupos, em relação ao tempo de relaxamento do esfíncter anal, relaxamento de
cauda e perda do reflexo interdigital. Porém, mesmo não sendo significativo, notava-
se que, para a variável relaxamento do esfíncter anal, o grupo GRT apresentou
ausência deste reflexo um minuto mais tardio que o grupo GR. Quanto à ausência
do reflexo interdigital, os grupos GR e GRF apresentaram média de dois minutos a
menos quando comparado ao grupo GRT (Tabela 10 e Figura 16).
Logo após a realização da anestesia peridural, um dos animais do grupo GRF
apresentou micção espontânea. A defecação involuntária, logo após a realização da
peridural, ocorreu em dois dos 24 procedimentos anestésicos, sendo um em GR e o
outro a GRT (Tabela 11 e Figura17).
Na avaliação da recuperação da anestesia peridural, observou-se diferença
significativa entre os grupos na recuperação do tônus de cauda, onde o grupo GRT
apresentou um tempo de recuperação de aproximadamente 100 minutos menor que
os grupos GR e GRF. O retorno do reflexo interdigital também foi significativamente
menor no GRT em relação ao GR (80 minutos), e mesmo não se diferenciando
estatisticamente de GRF, houve uma diferença de 70 minutos em dia para o
GRT. Para o retorno à posição quadrupedal, o grupo GRF foi significativamente
Resultado
40
maior (100 minutos aproximadamente) que o grupo GRT, tendo o grupo GR levado
um tempo intermediário. Nos demais parâmetros avaliados, não ocorreram
diferenças significativas entre os grupos, obtendo-se os seguintes dados: o reflexo
de esfíncter anal no grupo GR foi em torno de 40 minutos menor que nos grupos
GRF e GRT. Para o retorno da dor somática, o tempo no grupo GRT foi de
aproximadamente 45 minutos menor que nos demais grupos. E para a recuperação
da dor visceral, o tempo de GRT foi de 30 minutos menor para GR e 70 minutos para
GRF (Tabela 12 e Figuras 18a e 18b).
A avaliação do grau de sedação mediano nos diferentes grupos evidenciou
que no GR, os animais apresentaram uma sedação moderada até M7, e no
momento final passaram a apresentar sedação leve. Quando se observou a
porcentagem dos animais segundo o grau de sedação foi visto, que no grupo GR o
maior grau de sedação ocorreu dos 40 aos 80 minutos após realização da anestesia
regional, onde 37,5% dos animais apresentaram sedação profunda, 50% sedação
moderada, e apenas 12,5% apresentaram sedação leve, chegando ao momento
final com 62,5% dos animais apresentando sedação leve e 37,5% sem sedação.
Para GRF, os animais apresentaram sedação profunda em todos os momentos,
tornando-se leve apenas em MF. Observando as porcentagens, nota-se que o alto
grau de sedação iniciou-se logo aos 20 minutos após a realização da peridural,
permanecendo assim até os 80 minutos da anestesia, onde 62,5% dos animais
apresentaram sedação profunda, 25% sedação moderada e 12,5% sedação leve.
No momento final, 12,5% apresentaram sedação moderada, 62,5% sedação leve, e
25% não apresentaram sedação. No GRT, os animais apresentaram, de maneira
geral, sedação profunda na primeira hora após a aplicação da anestesia, tornando-
Resultado
41
se moderada a partir de então, chegando a MF com sedação leve. Analisando as
porcentagens, o maior grau de sedação foi obtido aos 40 minutos do início da
anestesia onde 75% dos animais apresentaram sedação severa e 25%, moderada.
No momento final 12,5% dos animais apresentaram sedação profunda, 37,5% com
sedação moderada, 37,5% com sedação leve e 12,5% sem sedação (Tabelas 13a e
13b, e Figura 19).
No teste do panículo, o grupo GR foi o que mostrou menos variações na
altura do bloqueio (L5 a L2), enquanto os demais grupos apresentaram maiores
variações: GRF (L7 a T10) e GRT (L6 a T11). No entanto, a associação da
ropivacaína com o tramadol, é a que determinou um bloqueio mais cranial, pois
neste grupo três dos oito animais (37,5%), apresentaram bloqueio acima de L2,
seguido do GRF, onde em apenas um dos oito animais(12,5%), o bloqueio atingiu
vértebras acima de L2. O bloqueio com a ropivacaína isolada atingiu o espaço
máximo correspondente à vértebra L2 (Tabela 14).
Durante o período anestésico, as alterações mais comuns apresentadas pelos
animais foram a bradicardia, ocorrida em 91,7% dos animais em algum momento da
anestesia, seguido da hipotermia, que ocorreu em algum momento do trans-
anestésico em 58,3%. A síndrome de Shiff-Sherrington (Figura 6), ocorreu em 25%
dos procedimentos, e essas alterações aconteceram em todos os grupos. A
taquicardia ocorreu em um animal do grupo GRF (4,2%), e no grupo GR dois
animais (8,3%) apresentaram déficit proprioceptivo no membro pélvico esquerdo;
contudo, nas
24 horas após o experimento, ambos haviam recuperado este reflexo
(Tabela 15).
Resultado
42
No peodo s-anestésico, até que se completassem 24 horas do início da
anestesia, não foi constatada qualquer alteração clínica, como hipotermia, anúria,
adipsia, anorexia, síndrome de Horner, síndrome de Shiff Sherrington, espasmos
musculares, prurido em região lombar, convulsão ou coma, em nenhum dos animais.
FIGURA 6 - Animal apresentando síndrome de Schiff-
Sherrington, durante o procedimento anestésico.
Resultado
43
Tabela 1 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da freqüência cardíaca (FC), em
batimentos por minuto (bpm), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF), e ropivacaína associada
ao tramadol (RT).
FC (
x
± EPM)
Momentos
R RF RT
M0
93 ± 3 abA 107 ± 11 aA 100 ± 9 aA
M1
98 ± 16 aA 87 ± 11 abA 85 ± 9 bA
M2
72 ± 11 abA 73 ± 9 bcA 69 ± 8 cA
M3
69 ± 4 bA 69 ± 8 bcA 66 ± 6 cA
M4
73 ± 4 abA 76 ± 7 bcA 64 ± 10 cA
M5
75 ± 11 abA 65 ± 10 cAB 62 ± 7 cB
M6
75 ± 9 abA 68 ± 9 bcAB 59 ± 7 cB
M7
67 ± 8 bA 65 ± 8 cAB 58 ± 6 cB
MF
65 ± 8 bA 63 ± 7 cA 62 ± 9 cA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
0
20
40
60
80
100
120
140
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
Momento
FC (bpm)
R RF RT
FIGURA 7 - Valores médios da freqüência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm),
de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
44
Tabela 2 - Média (
x
), erro padrão da média (EPM) e mediana (Md) da freqüência
respiratória (ƒ),em movimentos por minuto (mpm), de cães submetidos à anestesia
peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT).
f
R RF RT
Momentos
x
± EPM
Md
x
± EPM
Md
x
± EPM
Md
M0
125 ± 33
115 aA
103 ± 33
62 aA
133 ± 30
122 aA
M1
29 ± 4
26 bA
26 ± 3
23 bA
39 ± 8
36 bA
M2
24 ± 3
22 bA
39 ± 19
19 bA
22 ± 3
19 bA
M3
23 ± 6
17 bA
20 ± 3
18 bA
16 ± 2
14 bA
M4
21 ± 6
15 bA
17 ± 2
17 bA
17 ± 2
14 bA
M5
16 ± 2
16 bA
15 ± 2
15 bA
15 ± 2
14 bA
M6
15 ± 2
13 bA
14 ± 2
12 bA
13 ± 2
12 bA
M7
15 ± 1
16 bA
15 ± 1
16 bA
13 ± 1
14 bA
MF
19 ± 2
20 bA
18 ± 2
18 bA
14 ± 1
14 bA
Medianas seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si (P>0,05).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
Momento
f (mpm)
R RF RT
FIGURA 8 - Valores médios da freqüência respiratória (ƒ) em movimentos por minuto (mpm),
de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
45
Tabela 3 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da temperatura (TR), em graus Celsius
(ºC), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
TR (
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M0
38,8 ± 0,1 aA 38,8 ± 0,2 aA 38,9 ± 0,1 aA
M1
38,4 ± 0,1 abA 38,6 ± 0,1 aA 38,5 ± 0,1 aA
M2
38,1 ± 0,1 bcA 37,8 ± 0,1 bA 38,0 ± 0,2 bA
M3
37,8 ± 0,1 cdA 37,6 ± 0,1 bcA 37,6 ± 0,2 bcA
M4
37,8 ± 0,1 cdA 37,5 ± 0,1 bcA 37,6 ± 0,2 bcA
M5
37,7 ± 0,1 cdA 37,4 ± 0,1 bcA 37,5 ± 0,3 bcA
M6
37,6 ± 0,1 dA 37,3 ± 0,2 cA 37,4 ± 0,3 cA
M7
37,4 ± 0,2 dA 37,3 ± 0,2 cA 37,4 ± 0,3 cA
MF
37,5 ± 0,2 dA 37,3 ± 0,2 cA 37,5 ± 0,3 bcA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
36,5
37,0
37,5
38,0
38,5
39,0
39,5
40,0
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
Momento
Temperatura (
o
C)
R RF RT
FIGURA 9 - Valores médios da temperatura retal (TR) em graus Celsius (ºC), de cães
submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao
fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
46
Tabela 4 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão arterial sistólica (PAS), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada
ao tramadol (RT).
PAS MT (
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
114 ± 3 abA 109 ± 6 aA 118 ± 8 aA
M2
121 ± 4 aA 112 ± 4 aA 121 ± 5 aA
M3
112 ± 3 abA 109 ± 4 aA 117 ± 7 aA
M4
114 ± 3 abA 109 ± 4 aA 117 ± 5 aA
M5
107 ± 3 bA 110 ± 4 aA 114 ± 6 aA
M6
109 ± 2 bA 112 ± 4 aA 116 ± 4 aA
M7
108 ± 3 bA 108 ± 3 aA 111 ± 3 aA
MF
109 ± 4 bA 109 ± 5 aA 112 ± 4 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
100
105
110
115
120
125
130
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
Momento
PAS (mmHg)
R RF RT
FIGURA 10 - Valores médios da pressão arterial sistólica obtida (PAS) em milímetros de
mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
47
Tabela 5 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão parcial de oxigênio (PaO
2
)
em milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural
com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína
associada ao tramadol (RT).
PaO
2
(
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
103,3 ± 3,2 aA 94,3 ± 6,0 aA 106,1 ± 4,2 aA
M4
99,6 ± 2,5 aA 97,7 ± 3,7 aA 98,2 ± 2,1 aA
MF
94,9 ± 5,3 aA 100,3 ± 4,2 aA 95,3 ± 3,4 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
30
32
34
36
38
40
M1 M4 MF
Momento
PaO
2
(mmHg)
R RF RT
FIGURA 11 - Valores médios da pressão parcial de oxigênio arterial (PaO
2
) em milímetros
de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína
(R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol
(RT).
Resultado
48
Tabela 6 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da pressão parcial de dióxido de
carbono (PaCO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT).
.
PaCO
2
(
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
33,1 ± 1,1 aA 33,6 ± 1,1 aA 32,3 ± 1,0 aA
M4
33,4 ± 0,9 aA 32,8 ± 1,4 aA 33,6 ± 1,2 aA
MF
32,2 ± 1,0 aA 31,8 ± 0,6 aA 32,4 ± 1,1 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
90
100
110
120
130
140
150
M1 M4 MF
Momento
PaCO
2
(mmHg)
R RF RT
FIGURA 12 - Valores médios da pressão parcial de dióxido de carbono arterial (PaCO
2
) em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada
ao tramadol (RT).
Resultado
49
Tabela 7 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) da concentração de bicarbonato
(HCO
3
), em mmol/L de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
.
HCO
3
(
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
19,8 ± 0,7 aA 19,8 ± 0,6 aA 19,5 ± 0,6 aA
M4
20,1 ± 0,5 aA 20,1 ± 0,9 aA 20,5 ± 0,7 aA
MF
20,9 ± 1,2 aA 20,3 ± 0,6 aA 20,1 ± 0,7 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
18
19
20
21
22
M1 M4 MF
Momento
HCO3- (mmol/L)
R RF RT
FIGURA 13 - Valores médios de íons bicarbonato no sangue arterial (HCO
3
) em mmol/L de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
50
Tabela 8 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do potencial hidrogeniônico (pH)
sanguíneo, de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
pH (
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
7,401 ± 0,014 bA 7,399 ± 0,007 bA 7,405 ± 0,009 aA
M4
7,402 ± 0,009 bA 7,408 ± 0,011 abA 7,403 ± 0,011 aA
MF
7,431 ± 0,014 aA 7,426 ± 0,004 aA 7,414 ± 0,009 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
7,30
7,35
7,40
7,45
7,50
M1 M4 MF
Momento
pH
R RF RT
FIGURA 14 - Valores médios potencial hidrogênionico (pH) sanguíneo, de cães submetidos
à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil
(RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
51
Tabela 9 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do déficit de base (DB), em mmol/L, de
cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
.
DB (
x
± EPM)
Momento
R RF RT
M1
-3,6 ± 0,8 aA -3,7 ± 0,5 aA -3,9 ± 0,6 aA
M4
-3,7 ± 0,5 aA -3,6 ± 0,9 aA -3,5 ± 0,6 aA
MF
-2,4 ± 1,3 aA -3,1 ± 0,5 aA -3,3 ± 0,6 aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
-5
-4
-3
-2
-1
0
M1 M4 MF
Momento
DB (mmol/l)
R RF RT
FIGURA 15 - Valores médios do déficit de base (DB) em mmol/L, de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
52
Tabela 10 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do período de latência, em minutos,
de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína associada ao tramadol (GRT).
Período de latência (
x
± EPM)
Variável
R RF RT
Relaxamento do esfíncter anal
2,1 ± 0,2 A 2,5 ± 0,3 A 3,1 ± 0,6 A
Relaxamento de cauda
1,5 ± 0,2 A 1,5 ± 0,2 A 1,6 ± 0,3 A
Perda do reflexo interdigital
4,3 ± 0,6 A 4,0 ± 0,5 A 6,0 ± 0,9 A
Médias seguidas de mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Relaxamento do esfincter anal Relaxamento de cauda Perda do reflexo interdigital
Tempo (min)
R RF RT
FIGURA 16 - Valores médios do tempo de latência, em minutos, de cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao fentanil
(GRF) e ropivacaína associada ao tramadol (GRT).
Resultado
53
Tabela 11 - Número e porcentagem de cães que apresentaram micção e/ou defecação logo
após a realização da anestesia peridural, com ropivacaína (R), ropivacaína
associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Avaliação de latência
Sim Não Total
Variável Grupo
N % N % N %
P
(1)
R 0 0,0 8 100,0 8 100,0
RF 1 12,5 7 87,5 8 100,0
Micção
RT 0 0,0 8 100,0 8 100,0
1,0000
R 1 12,5 7 87,5 8 100,0
RF 0 0,0 8 100,0 8 100,0
Defecção
RT 1 12,5 7 87,5 8 100,0
1,0000
(1)
Teste exato de Fisher.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sim Não Sim Não
Micção Defecação
N
o
de animais
R RF RT
FIGURA 17 - Número de cães que apresentaram micção ou defecação imediatamente após
a peridural, com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e
ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
54
Tabela 12 - Média (
x
) e erro padrão da média (EPM) do período de recuperação, em
minutos, de cães submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R),
ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Período de recuperação (
x
± EPM)
Variável
R RF RT
Reflexo esfíncter anal
91,4 ± 19,2 A 130,9 ± 23,3 A 137,9 ± 21,2 A
Tônus de cauda
249,8 ± 23,8 A 233,6 ± 17,9 A 135,9 ± 19,2 B
Reflexo interdigital
254,0 ± 30,4 A 241,9 ± 26,0 AB 171,4 ± 18,8 B
Dor somática
264,1 ± 21,3 A 269,5 ± 28,3 A 219,4 ± 18,6 A
Dor visceral
207,7 ± 40,3 A 249,1 ± 31,7 A 177,6 ± 22,9 A
Posição quadrupedal
294,1 ± 26,9 AB 338,5 ± 33,8 A 234,5 ± 16,4 B
Médias seguidas de mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
0
50
100
150
200
250
300
Reflexo em esfincter anal Tônus de cauda Reflexo interdigital
Tempo (min)
R RF RT
FIGURA 18a - Tempo médio de retorno de reflexo de esfíncter anal , tônus de cauda e
reflexo interdigital, em minutos (min), de cães submetidos à anestesia peridural
com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína
associada ao tramadol (GRT).
Resultado
55
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Dor somática Dor visceral Posição quadrupedal
Tempo (min)
R RF RT
FIGURA 18b - Tempo médio de retorno de dor somática, dor visceral e posição
quadrupedal, em minutos (min), de cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacna associada ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao
tramadol (RT).
Resultado
56
Tabela 13a - Número e porcentagem (%) de cães, quanto ao grau de sedação,
submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada ao
fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
.
Grau de sedação
Grupo Momento
Ausente Leve Moderado Profundo
M2 0 0,0 2 25,0 3 37,5 3 37,5
M3 0 0,0 1 12,5 4 50,0 3 37,5
M4 0 0,0 1 12,5 4 50,0 3 37,5
M5 0 0,0 1 12,5 4 50,0 3 37,5
M6 0 0,0 2 25,0 4 50,0 2 25,0
M7 0 0,0 2 25,0 4 50,0 2 25,0
R
MF 3 37,5 5 62,5 0 0,0 0 0,0
M2 0 0,0 1 12,5 2 25,0 5 62,5
M3 0 0,0 1 12,5 3 37,5 4 50,0
M4 0 0,0 1 12,5 2 25,0 5 62,5
M5 0 0,0 1 12,5 2 25,0 5 62,5
M6 0 0,0 2 25,0 1 12,5 5 62,5
M7 1 12,5 2 25,0 1 12,5 4 50,0
RF
MF 2 25,0 5 62,5 1 12,5 0 0,0
M2 0 0,0 0 0,0 3 37,5 5 62,5
M3 0 0,0 0 0,0 2 25,0 6 75,0
M4 0 0,0 1 12,5 2 25,0 5 62,5
M5 0 0,0 1 12,5 3 37,5 4 50,0
M6 0 0,0 2 25,0 3 37,5 3 37,5
M7 0 0,0 2 25,0 3 37,5 3 37,5
RT
MF 1 12,5 3 37,5 3 37,5 1 12,5
Resultado
57
0
1
2
3
4
5
6
7
M2
M3 M4 M5
M6 M7 MF M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
R
RF
RT
N
O
de animais
Ausente
Leve
Moderado
Profundo
Tabela 13b - Grau de sedação mediano dos cães submetidos à anestesia peridural com
ropivacaína (R), ropivacaína associada ao fentanil (RF) e ropivacaína
associada ao tramadol (RT).
.
Grau de sedação (Md)
Momento
R RF RT
M2 2 aA 3 aA 3 aA
M3 2 aA 2,5 abA 3 aA
M4 2 aA 3 aA 3 aA
M5 2 aA 3 aA 2,5 abA
M6 2 aA 3 aA 2 abA
M7 2 aA 2,5 abA 2 abA
MF 1 bA 1 bA 1,5 bA
Medianas seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem
entre si (P>0,05).
FIGURA 19 - Número de cães segundo o grau de sedação em cada momento, de cães
submetidos à anestesia peridural com ropivacaína (R), ropivacaína associada
ao fentanil (RF) e ropivacaína associada ao tramadol (RT).
Resultado
58
Tabela 14 - Região do bloqueio sensitivo mais cranial obtido em cães submetidos à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associado ao fentanil
(GRF) e ropivacaína associada ao tramadol (GRT), onde T = vértebra torácica e L
= vértebra lombar.
Altura do Bloqueio
Animal
GR GRF GRT
1 L2 L4 L1
2 L4 L2 L2
3 L5 L5 L6
4 L2 T10 T10
5 L4 L2 L2
6 L4 L5 L5
7 L3 L2 T11
8 L3 L7 L2
Resultado
59
Tabela 15 - Alterações transanestésicas e na recuperação anestésica, ocorridas em cada
animal durante anestesia peridural realizada com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao fentanil (GRF) e ropivacaína associada ao tramadol
(GRT).
Animal GR GRF GRT
1 Bradicardia Taquicardia _____
2 Hipotermia +
Bradicardia
Bradicardia +
Hipotermia
Bradicardia
3 Hipotermia +
Bradicardia +Déficit
Propioceptivo em MPE
Bradicardia Bradicardia +
Hipotermia
4 Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
Bradicardia +
Hipotermia
Bradicardia +
Hipotermia
5 Bradicardia Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
Bradicardia
6 Bradicardia Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
Bradicardia
7 Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
Shiff-Sherrington +
Hipotermia +
Bradicardia
8 Bradicardia + Déficit
Proprioceptivo em MPE
Bradicardia +
Hipotermia
Bradicardia +
Hipotermia
Discussão
60
5 DISCUSSÃO
Sabe-se que os fenotiazínicos são capazes de levar a uma bradicardia
sinusal, por bloqueios átrio-ventriculares e sinoatriais (CORTOPASSI et al., 2002b).
Por outro lado esses rmacos podem causar hipotensão por bloqueio α-1
adrenérgico periférico, e assim taquicardia compensatória (CORTOPASSI;
FANTONI, 2002a).
Mesmo contrariando o descrito por Ishy (2001) e Maia (2006), onde a FC
aumentou com a realização da anestesia peridural, neste estudo após a realização
da anestesia local houve diminuição da freqüência cardíaca, justificada pelo que
Vianna e Módolo (2000) e Miller e Katzung (2003), descreveram como capacidade
dos anestésicos locais causarem bradicardia sinusal por bloqueio sino-atrial e átrio-
ventriculares, descrito também como efeito da acepromazina. No entanto, Conceição
(2004), afirmou como sendo possível a ocorrência de bradicardia sinusal causada
pelos anestésicos locais, pelo bloqueio simpático. Porém, a seqüência de fármacos
associados: fenotiazínicos, anestésicos locais e opióides, sendo estes últimos
descritos por Cousins e Mather (1984), como causadores de pequenas alterações na
freqüência cardíaca, podem também ter contribuído para bradicardia encontrada
neste estudo. Como no presente trabalho não foi realizado o acompanhamento
eletrocardiográfico, não se pode afirmar que a bradicardia sinusal foi acompanhada
de bloqueio átrio-ventricular e/ou sinoatrial. Naganobu et al. (2004), quando
associaram o fentanil à morfina pela via peridural evidenciaram bradicardia, porém,
os autores não confirmaram este efeito ao utilizarem à morfina de maneira isolada.
Na freqüência respiratória encontramos apenas uma diminuição inicial à
valores normais para a espécie, que os fenotiazínicos, por produzirem efeitos
Discussão
61
calmantes nos cães (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a) e diminuírem a excitação,
levaram os mesmos a apresentarem tal queda, permanecendo de maneira inalterada
durante todo o período anestésico. Desse modo percebemos que mesmo quando
associamos os opióides pela via peridural eles não foram capazes de influenciar
neste parâmetro.
A ocorrência de diminuição da temperatura retal observada em 58,3% dos
animais era esperada, que os fenotiazínicos são capazes de diminuir a
temperatura corpórea (CORTOPASSI; FANTONI, 2002a) por efeito vasodilatador,
assim como por sua ação sobre o centro termorregulador no hipotálamo (MAIA,
2006; BROCK, 1994). Por outro lado, a aplicação pela via peridural de anestésicos
locais no espaço peridural causa bloqueio simpático, levando a vasodilatação que
intensifica a hipotermia, como foi descrito por Sessler e Ponte (1990); Cousins e
Mather (1984); Conceição (2004) e Skarda (2002). Campagnol et al. (2002), quando
associaram a lidocaína ao tramadol, encontraram hipotermia, que neste caso foi
atribuído ao fenotiazínico utilizado (acepromazina), e o ao bloqueio simpático,
causado pelo anestésico local.
Não houve ocorrência significativa de hipotensão que os valores de
pressão arterial sistólica (PAS) estiveram sempre em valores superiores a 80 mmHg,
o que é considerado valor limite por (DROBATZ; LITTMAN, 1997). Somente os
animais do grupo GR, apesar de manterem valores de PAS considerados dentro da
faixa de normalidade para a espécie, apresentaram redução dos valores da PAS a
partir dos 80 minutos da aplicação peridural, quando comparado aos valores
anteriores. A vasodilatação causada pelos fenotiazínicos (CORTOPASSI; FANTONI,
2002a), possivelmente potencializada pelo mesmo efeito causado pela aplicação
Discussão
62
peridural dos anestésicos locais (SESSLER; PONTE, 1990; COUSINS; MATHER,
1984; CONCEIÇÃO, 2004 e SKARDA, 2002), pode causar diminuição da pressão
arterial. Entretanto, tal alteração, observada em GR, não se reveste de importância
clinica, já que animais hígidos são capazes de corrigir tal hipotensão de forma
efetiva, o que pode não acontecer em animais doentes e/ou idosos (JONES, 2001).
Hurley et al. (1991), avaliando a pressão arterial média (PAM), encontraram
hipotensão em 31% dos animais anestesiados com ropivacaína pela via peridural.
No presente estudo, apesar de ter sido aferida somente a PAS, não foi encontrado
diminuição da mesma, mostrando resultados divergentes e diferindo também, dos
resultados descritos por Maia (2006) que evidenciou hipotensão em 30,76%, dos
animais tratados com ropivacaína isolada ou associada a um opióide. A utilização do
método não-invasivo (oscilométrico) que, segundo Nunes (2002) apresenta
desvantagens aos métodos invasivos, poderia explicar, em parte, a divergência de
resultados. Contudo, a evolução tecnológica têm dado maior fidedignidade aos
métodos de mensuração da pressão arterial por meio de oscilometria e doppler que,
por não serem invasivos, tem sido os mais utilizados clinicamente.
A pressão parcial de oxigênio (PaO
2
) manteve-se dentre os valores normais
para a espécie, demonstrando que a troca de gases nos pulmões foi eficiente. No
presente trabalho, não foi evidenciada a redução significativa da freqüência
respiratória dos animais de nenhum dos grupos, mantendo-se valores considerados
normais para a espécie. Não foram aferidos os valores de volume corrente e de
volume minuto. A pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO
2
), o bicarbonato
(HCO
3
-) e o ficit de base (DB) no sangue arterial, não se alteraram de maneira
significativa. Desta maneira, pode-se afirmar que não houve depressão respiratória,
Discussão
63
o que poderia ter ocorrido por um comprometimento da função, por um período
prolongado, dos músculos responsáveis pela respiração, em decorrência da
anestesia peridural (OTERO, 2005a), ou pelo efeito dos opióides (OTERO, 2005b).
O potencial hidrogênionico (pH) do sangue arterial, apesar de se manter
dentro dos valores de normalidade para a espécie, sofreu aumento significativo nos
grupos da ropivacaína quando se comparou os momentos MF com M1 e M4, e
associada ao fentanil quando se comparou MF com M1. A hiperventilação inicial que
poderia levar a uma alcalose (LUNA, 2002), ocorrida inicialmente em todos os
animais, poderia ter sido evidenciada em momentos mais próximos a essa
hiperventilação, e não no momento final, onde os animais teriam corrigido tal
condição.
Neste estudo foi encontrado um período de latência de 4,3 ± 06 minutos para
a ropivacaína usada isoladamente e de 4,0 ± 0,5 minutos na associação com o
fentanil e de 6,0 ± 0,9 minutos para a ropivacaína associada ao tramadol. O período
de latência estabelecido para a ropivacaína foi ligeiramente maior aos descritos por
Maia (2006) e por Feldeman et al.(1996), que obtiveram 3,5 ± 0,5 minutos e 2,9 ± 0,8
minutos, respectivamente. Até mesmo Hurley et al. (1991), utilizando a ropivacaína
em uma concentração maior, ou seja, a 1%, encontraram valores próximos (3,4 ± 0,9
minutos) os quais, mesmo com a adição de epinefrina, não foi alterado de maneira
significativa.
Ao se avaliar a ocorrência de defecação e a micção involuntária após a
realização da peridural, somente 12,5% dos animais apresentaram tal condição, e
sem nenhum padrão relacionado aos grupos, o que difere do apresentado por Maia
(2006), onde 25,6 % dos animais apresentaram micção involuntária, sendo que 50%
Discussão
64
desses cães haviam sido tratados com ropivacaína/petidina, e 23,1% apresentaram
defecação involuntária, porém este parâmetro não demonstrou nenhum padrão
quanto aos grupos testados. No presente estudo os animais foram conduzidos a
curtos passeios anteriores ao início do procedimento experimental o que os levou,
com grande freqüência, à defecação e/ou micção. Tal fato poderia explicar a
diferença existente em relação aos achados do trabalho de Maia (2006) no qual
houve ocorrência de bexiga e/ou cólon repleto e, não, por uma ação espasmogênica
da musculatura lisa, que Valverde (2004) descreveu como conseqüência da
utilização da morfina.
Os animais anestesiados com ropivacaína isolada apresentaram sedação
moderada durante a maior parte do período avaliado. Como não há relatos de
sedação ou mecanismos de sedação com a utilização deste anestésico local, pode-
se atribuir tal efeito à medicação pré-anestésica uma vez que, ao final do
experimento, a sedação mostrava-se menos intensa, coincidindo com o tempo de
duração de efeito da acepromazina segundo Hall et al. (2001).
Quando o anestésico local é associado aos opióides na aplicação pela via
peridural, ocorre absorção sistêmica destes, o que pode provocar sedação, além de
analgesia e depressão respiratória (FANTONI, 2002). A aplicação concomitante de
tranqüilizantes aos opióides, por outro lado, potencializa o efeito sedativo e
analgésico (OTERO, 2005b), o que foi comprovado neste estudo no qual, nos
animais anestesiados com fentanil associado ao anestésico local, ocorreu maior
sedação decorrente da aplicação pré-anestésica da acepromazina.
Notou-se que em GRF o grau de sedação foi profundo durante a maior parte
do experimento, tornando-se de intensidade leve apenas quando havia decorrido
Discussão
65
em média cinco horas e meia do inicio da anestesia. Esse fato pode ser atribuído ao
incremento do efeito analgésico/sedativo promovido pelo fentanil por esta via, como
foi descrito por Otero (2005b). Na associação ao tramadol, um opióide de ação mista
e menor potência sedativa (FANTONI, 2002; OTERO, 2005b), os cães apresentaram
um grau de sedação profundo, porém de menor duração quando comparado ao
ocorrido naqueles que receberam o fentanil. Tal sedação passou de profunda, na
primeira hora de anestesia peridural, a moderada a partir de então, de maneira
semelhante ao grupo GR. A intensidade de sedação foi atribuída, portanto, nestes
dois grupos, ao efeito da acepromazina.
O grupo no qual se associou a ropivacaína ao fentanil, apresentou o período
de recuperação mais longo no que se refere à recuperação de tônus de cauda, do
reflexo interdigital e do reposicionamento em posição quadrupedal. O tempo
necessário para a recuperação da sensibilidade visceral e somática também foi
maior neste grupo. Pode-se atribuir esses resultados, provavelmente, à
potencialização da ação do fentanil pela via peridural, descrita por Otero (2005b).
Côrtes et al. (2003), ao estudarem a anestesia peridural em cesarianas de
mulheres, relatou períodos de analgesia mais curtos na associação
bupivacaína/fentanil quando comparados ao decorrente da associação
ropivacaína/fentanil. Quando a ropivacaína foi utilizada isoladamente obtiveram-se
períodos de duração intermediária
. O tempo necessário para que os animais
retomassem a posição quadrupedal (294,1 ± 26,9 minutos), foi bastante semelhante
àquele observado por Maia (2006) (287,6 ± 22,8 minutos).
No presente estudo, os tempos referentes a outras variáveis (recuperação de
tônus de cauda, de reflexo interdigital, de dor somática e visceral) foram superiores
Discussão
66
(249,8 ± 23,8 minutos; 254,0 ± 30,4 minutos; 264,1 ± 21,3 minutos; e 207,7 ± 40,3
minutos, respectivamente) aos encontrados por Maia (2006), no qual a recuperação
do tônus de cauda e os tempos de duração de reflexo interdigital e de bloqueio
sensitivo foram de: 215,8 ± 14,3 minutos; 194,4 ± 18,4 minutos; e 161,8 ± 27,0
minutos, respectivamente.
De maneira inversa, o tempo de manutenção da ausência do reflexo de
esfíncter anal foi, neste estudo, de 91,4 ± 19,2 minutos, enquanto que Maia (2006),
relatam um período de 178, 7 ± 20,6 minutos.
Pequenas diferenças entre a metodologia usada neste trabalho e no
experimento realizado por Maia (2006), tais como período que o animal permaneceu
em decúbito dorsal após a aplicação peridural (10 minutos com aquela autora e 15
minutos no estudo em questão), assim como diferentes equipamentos utilizados,
podem explicar as variáveis nos resultados.
Com a associação da ropivacaína ao tramadol observou-se, no presente
estudo, períodos menores de recuperação do que os observados nos demais
grupos. Tal achado poderia ser explicado pelo fato deste opióide possuir potência
menor que a do fentanil, quando relacionamos ao receptor µ (OTERO, 2005b),
que produz seus efeitos também pela modulação central de noradrenalina e de
serotonina, como foi descrito por Fantoni (2002). Supõe-se, portanto, que o opióide
acabou por “diluir” o anestésico local (resultando em um valor ligeiramente menor
em mg/kg), diminuindo seu período de ação. A exceção destes achados ocorreu
exclusivamente no que se refere ao tempo decorrido para o restabelecimento do
reflexo do esfíncter anal, que, nos dois grupos onde se utilizou a associação com
opióides foi maior devendo-se, provavelmente, à maior analgesia presente.
Discussão
67
A avaliação da sensibilidade de dor visceral avaliada pela introdução da
sonda de Foley no cólon descendente de cães, tendo-se como referência um
estímulo basal para verificação do volume ideal para causar estimulo doloroso em
cada animal, mostrou ser uma forma de avaliação eficaz que 87,5% dos cães
apresentaram resposta positiva, contestando assim o questionamento realizado por
Maia (2006), no que diz respeito à funcionalidade deste teste. Naquele trabalho,
apenas 23% dos animais avaliados responderam ao estímulo, assim como no
trabalho de Gasparini (1999) e Ishy (2001), nos quais 26,6% e nenhum dos animais
apresentaram resposta positiva ao estímulo, respectivamente. Os achados deste
estudo permitiram-nos verificar grande variação individual nos volumes a serem
injetados no cuff da sonda de Foley (de 25 a 55 mL), o que poderia levar a
resultados falhos quando volumes iguais forem utilizados em todos os animais.
Desta maneira, torna-se necessária a determinação prévia do volume de água a ser
injetado em cada animal, a fim de provocar resposta positiva.
O bloqueio sensitivo, avaliado por meio do teste do panículo, foi estabelecido
na região lombo-sacra, no grupo em que se utilizou a ropivacaína isolada, variando
entre os espaços L5 e L2, o que confirmam os achados de Ishy (2001) e Gasparini
(1999), sendo que o último avaliou a associação lidocaína e ropivacaína.
Observou-se em todos os grupos uma grande variação quanto à região de
bloqueio sensitivo, porém notou-se que nos grupos onde os opióides foram
associados ao anestésico local, o bloqueio atingiu regiões mais craniais (GRF=T10 e
GRT= T11). Pode-se atribuir essa dispersão cranial à lipossolubilidade dos opióides
que atravessam rapidamente as barreiras até o liquido cefalorraquidiano, por meio
de artérias próximas as raízes nervosas. Portanto, o rápido débito das artérias
Discussão
68
radiculares versus o lento débito das veias peridurais, favorecem o gradiente de
concentração em direção às artérias radiculares e, assim, a transferência dessas
substâncias lipossolúveis pela medula e a sua fixação em receptores situados no
corno posterior da medula, produzindo um bloqueio mais cranial (ISHY, 2001).
Campagnol et al. (2002), concluiram que a associação lidocaína/tramadol não
foi suficiente para a realização de ovariosalpingohistectomia (OSH), ou seja, o
bloqueio resultante não alcançaria as vértebras T3 e T4, o que aconteceu com 25%
dos animais do GRT, no presente estudo. No entanto, Guedes et al. (2002),
observaram que o tramadol, pela via peridural, foi suficiente para causar analgesia
adequada por quatro horas em animais submetidos à cirurgia no joelho bloqueando,
portanto, uma região mais caudal que o exigido para uma OSH.
Neste trabalho, foram encontradas algumas alterações trans-anestésicas.
Segundo Otero (2005a), estas alterações estão relacionadas principalmente à
progressão cranial do bloqueio, que mais frequentemente refletem o equilíbrio
hemodinâmico, ao bloqueio simpático ou à absorção dos fármacos do espaço
peridural à circulação sistêmica.
Apenas em um cão observou-se taquicardia durante alguns momentos da
anestesia no grupo GRF. O mesmo animal apresentou bradicardia quando utilizado
no grupo GR e, não apresentou alteração de freqüência cardíaca quando submetido
à associação ropivacaína/tramadol (Grupo GRT). Observou-se que tal animal
apresentava características comportamentais particulares, demonstrando bastante
medo e submissão, o que poderia explicar as variações ocorridas com relação à
freqüência cardíaca, uma vez que os animais permaneceram apenas tranqüilizados
Discussão
69
e sujeitos, portanto, ao estresse resultante de manipulação e dos estímulos
ambientais.
Valverde (2004) descreve que opióides podem produzir alterações
gastrointestinais como: salivação, náusea, vômitos ou defecação involuntária. Tais
alterações não foram encontradas neste experimento.
A síndrome de Schiff-Sherrington, observada em 25% dos animais estudados,
difere dos valores encontrados por Maia (2006), que observou esta alteração em
7,5% dos animais estudados. Em um experimento realizado por Campagnol et al.
(2002), houve ocorrência desta síndrome em 66,6% e 16,6% dos animais após a
utilização lidocaína/clonidina e lidocaína/tramadol pela via peridural,
respectivamente. Esta alteração pode ser atribuída à difusão do anestésico local
para a região torácica. Mesmo que o bloqueio não atinja segmentos torácicos, como
ocorreu na maioria dos casos neste estudo, a impregnação das regiões medulares
dos segmentos torácicos pode ocasionar a síndrome. Tais ocorrências são mais
freqüentes quando o anestésico é infundido em velocidade rápida (OTERO, 2005a).
Outra alteração observada foi a ocorrência de déficit proprioceptivo do
membro pélvico esquerdo, que provavelmente deveu-se ao maior depósito do
fármaco do lado esquerdo do espaço peridural que, após 15 minutos da
realização da injeção peridural, os animais foram colocados neste decúbito lateral
para avaliação. Assim como o relatado por Maia (2006), somente animais tratados
com ropivacaína isolada apresentaram tal alteração. Estes resultados confirmam a
hipótese de Maia (2006) de que este fármaco isoladamente pode demorar mais a ser
absorvido do sítio de aplicação do que quando associado aos opióides, e contrariam
Discussão
70
Troncy et al. (2002), que relataram déficit motor quando da utilização de um
anestésico local (bupivacaína) associado ao butorfanol.
Inicialmente foi proposta a realização de acompanhamento dos animais por
um período de 24 horas após a anestesia, visando a observação de efeitos
colaterais como: hipotermia, anúria, adipsia, anorexia, síndrome de Horner,
síndrome de Shiff Sherrington, espasmos musculares, prurido em região lombar,
convulsão ou coma. A ocorrência de outros efeitos como retenção urinária e adipsia,
não foram avaliadas de maneira individual em todos os animais por não se
encontrarem em canis individuais, mas tentou-se minimizar essa falha palpando-se a
bexiga dos animais durante o período em questão. Não foram encontradas
evidências de retenção urinária em nenhum dos animais estudados, o que não
confirmam os relatos de Hendrix et al. (1996), de que esta seja uma das ocorrências
mais comuns nas anestesias peridurais.
De maneira geral, apesar da bradicardia e da hipotermia apresentadas em
alguns animais, as alterações paramétricas decorrentes de todos os protocolos
anestésicos utilizados são de pouco significado clínico e possivelmente de fácil
controle através de medicação e cuidados trans-anestésicos convencionais (uso de
fármacos vasoativos, aquecimento do paciente, etc). Tal afirmação corrobora com os
estudos de Mastrocinque (2005), Campagnol et al. (2002) e Guedes et al. (2002),
que, ao utilizarem tramadol pela via peridural, também não encontraram alterações
cardiorrespiratórias significativas que colocassem a vida de animais hígidos em
risco. Contudo, ressalta-se a necessidade de maior cuidado na utilização destes
protocolos em animais doentes ou idosos nos quais os mecanismos compensatórios
podem ser deficientes.
Discussão
71
A sedação de intensidade moderada, apresentada em todos os animais
parece ser suficiente para permitir a realização de procedimentos menores, sem a
necessidade de anestesia intravenosa ou inalatória adicional.
Analisando-se a recuperação anestésica verifica-se que, a associação
ropivacaína/fentanil, apesar de resultar em analgesia um pouco melhor, refletiu em
maior tempo de recuperação (338 minutos) sendo, portanto, indicada para
procedimentos mais longos, ou que requeiram analgesia mais prolongada ou menor
movimentação após o procedimento. quando a ropivacaína foi utilizada
isoladamente, a duração de efeito foi intermediário (294 minutos), porém com
analgesia menos intensa do que quando um opióides está associado. Tal técnica,
portanto, poderia ser recomendada para procedimentos menores que não requeiram
analgesia intensa. A associação do tramadol, por outro lado, reduziu o tempo de
recuperação (234 minutos), com uma boa analgesia, sendo recomendados para
procedimentos onde seja necessário um tempo menor de anestesia, com boa
analgesia e recuperação tranqüila e sem a ocorrência de dor intensa. Assim como o
relatado por Mastrocinque (2005), o tramadol, aplicado pela via peridural, promove
uma qualidade analgésica menor quando comparado a outros opióides, o que foi
confirmado no presente estudo.
Conclusão
72
6 CONCLUSÃO
Frente aos resultados encontrados e discutidos neste estudo, podemos
concluir que:
O período de latência da associação ropivacaína com o tramadol (6,0 ± 0,9
min), foi maior, seguido da ropivacaína (4,3 ± 0,6 min) e da ropivacaína
associada ao fentanil (4,0 ± 0,5 min);
As anestesias estudadas não produziram alterações respiratórias e
desequilíbrio ácido-básico significativos, porém a bradicardia ocorreu em
todos os protocolos utilizados;
O bloqueio motor de maior duração foi o do GRF (338,5 ± 33,8 min), seguido
de GR (294,1 ± 26,9 min) e GRT (234,5 ± 16,4 min).
As associações com opióides potencializaram a sedação, sendo que com o
fentanil a sedação foi mais intensa durante todo o período e, com o tramadol,
tal fato ocorreu somente no início do procedimento;
Quando os opióides foram associados ao anestésico local, houve uma
dispersão cranial levemente maior do que quando o mesmo foi utilizado
isoladamente;
Bradicardia, hipotermia, e síndrome de Schiff-Sherrington podem ocorrer no
trans-anestésico, quando utilizado a ropivacaína isolada ou associada ao
fentanil ou ao tramadol. Nas 24 horas de pós-anestésico, não foram
identificadas alterações que indicasse intoxicação, seja ela local ou sistêmica.
Referências 73
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Anexos
78
Anexos
Grupo Ropivacaína (GR)
Freqüência cardíaca (bpm)
Animal
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 90 198 136 70 90 152 132 114 120
2 80 60 56 64 60 56 70 58 52
3 102 70 56 60 80 80 68 52 52
4 90 80 98 78 66 66 54 58 56
5 100 120 60 80 76 68 60 61 50
6 100 86 56 84 70 70 88 87 72
7 80 98 64 64 80 60 70 51 52
8 100 68 48 52 60 50 56 54 63
Freqüência respiratória (mpm)
Animal
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 30 18 24 14 20 16 12 13 22
2 40 28 22 26 14 16 12 15 18
3 180 26 46 24 16 24 16 12 12
4 164 26 18 16 14 10 8 11 20
5 216 52 26 66 60 18 26 18 19
6 270 20 16 8 12 14 18 16 30
7 30 24 20 14 20 20 10 16 14
8 66 36 22 18 12 10 14 17 20
Temperatura retal (ºC)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 38,5 38 37,8 37,9 37,9 38 37,9 37,7 38,1
2 38,7 38,1 38,5 38 37,9 37,7 37,5 37,3 37,6
3 38,8 38,6 38,5 37 37,8 37,7 37,7 37,4 37,4
4 38,8 38,3 37,8 37,7 37,4 37,1 36,9 36,7 36,5
5 38,8 38,9 38,5 38,5 38,5 38,4 38,2 38,2 37,9
6 39,5 38,2 37,9 37,7 37,7 37,6 37,6 37,5 37,7
7 38,5 38,4 38 37,8 37,5 37,4 37,3 37,0 37,1
8 38,7 38,4 38,1 38 37,9 37,7 37,5 37,6 37,8
Pressão Arterial Sistólica (mmHg)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
1 124 142 126 122 112 112 120 124
2 110 110 110 120 120 110 120 110
3 114 120 100 98 90 102 96 90
4 110 112 102 110 110 100 104 92
5 130 128 124 120 104 114 109 112
6 110 110 112 120 104 100 97 110
7 118 122 112 112 110 118 111 114
8 98 122 110 112 102 112 108 120
Anexos
79
Pressão parcial de oxigênio arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 113,0 104,7 113,2
2 104,4 90,0 100,1
3 99,2 105,6 100,7
4 96,9 96,7 95,2
5 97,1 95,0 97,0
6 96,8 96,0 101,0
7 121,1 97,0 89,7
8 98,0 111,5 61,9
Pressão parcial de dióxido de carbono arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 30,3 30,5 28,2
2 38,0 38,6 33,4
3 34,7 32,1 31,3
4 33,9 33,8 34,8
5 30,7 33,3 29,4
6 32,0 31,4 29,8
7 29,1 32,5 36,5
8 36,2 35,0 33,8
Bicarbonato (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 18,3 19,5 19,2
2 22.9 21,9 20,7
3 20,8 20,1 19,4
4 19,0 19,7 21,8
5 19,8 19,9 19,1
6 16,1 17,3 17,5
7 20,1 21,5 28,9
8 21,6 21,2 20,6
Potencial hidrogeniônico
Animal M1 M4 MF
1 7,404 7,426 7,456
2 7,403 7,376 7,412
3 7,403 7,418 7,414
4 7,373 7,386 7,416
5 7,433 7,401 7,435
6 7,326 7,361 7,391
7 7,463 7,440 7,519
8 7,399 7,405 7,407
Anexos
80
Déficit de base (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 -5,3 -4,1 -3,5
2 -1,1 -2,7 -3,1
3 -2,8 -3,4 -4,0
4 -4,4 -4,4 -2,0
5 -2,9 -3,7 -3,7
6 -8,0 -6,7 -5,5
7 -1,7 -1,9 6,2
8 -2,4 -2,8 -3,2
Período de latência
Animal
Relax. esf .anal
(min)
Relax. cauda
(min)
Perda refl.
Interdig. (min) Micção Defecação
1 2 2 4 NÃO NÃO
2 1 1 1 NÃO NÃO
3 3 2 5 NÃO NÃO
4 2 1 4 NÃO NÃO
5 2 2 3 NÃO NÃO
6 3 2 5 NÃO NÃO
7 2 1 7 NÃO SIM
8 2 1 5 NÃO NÃO
Período de recuperação
Animal
Rec. Ref.
Esf. Anal
(min)
Rec. Tonus
de cauda
(min)
Rec. Ref.
Interdigital
(min)
Rec. Dor
Somática (min)
Rec. Dor Visceral
(min)
Posição
Quadrupedal
1 140 210 200 255 200 265
2 178 221 218 222 180 228
3 não houve 270 370 370 220 392
4 80 309 299 309 319 334
5 82 120 100 163 80 171
6 40 243 240 258 não houve 263
7 40 330 260 268 90 320
8 80 295 345 268 365 380
Grau de sedação
Animal M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 1 2 2 3 3 3 1
2 3 3 3 2 2 2 1
3 2 2 2 2 2 2 0
4 1 1 2 2 2 2 0
5 2 2 2 2 1 1 1
6 3 3 3 3 2 2 0
7 2 2 1 1 1 1 1
8 3 3 3 3 3 3 1
Anexos
81
Grupo Ropivacaína/Fentanil (GRF)
Freqüência cardíaca (bpm)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 150 160 128 118 126 130 122 113 100
2 80 68 64 54 70 56 52 57 50
3 84 80 76 70 80 54 84 58 88
4 60 60 60 82 66 48 52 53 50
5 120 82 50 50 60 48 58 46 44
6 124 104 90 70 70 66 68 74 68
7 124 74 62 56 66 60 56 64 52
8 92 66 54 54 68 60 54 52 52
Freqüência respiratória (mpm)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 26 26 20 15 15 16 16 16 14
2 24 20 14 12 10 10 10 10 8
3 92 30 32 20 32 14 20 18 28
4 20 16 14 18 18 12 12 16 18
5 240 44 172 40 20 28 26 18 18
6 220 34 34 18 10 16 10 11 10
7 32 18 18 13 18 15 12 19 18
8 172 20 10 22 14 10 8 13 26
Temperatura retal (ºC)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 39,3 38,7 38,1 38,1 38 38 38,1 38,2 38
2 38,4 38,7 37,2 37,2 37 36,9 36,8 36,8 37,1
3 39 38,4 37,9 37,9 37,7 37,8 37,7 37,7 37,9
4 38,6 38,7 37,3 37,4 37,7 37,5 37 37,4 37,7
5 39,4 38,7 38 37,8 37,6 37,4 37,3 36,9 36,8
6 39,3 38,6 38 37,5 37,3 36,9 36,9 36,5 36,6
7 38,2 38,3 37,9 37,5 37,5 37,3 37,2 37,4 37,3
8 38,1 38,3 37,8 37,7 37,3 37,2 37,1 37,2 37,2
Pressão Arterial Sistólica (mmHg)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
1 124 120 108 108 110 106 116 114
2 106 90 88 88 88 90 94 94
3 108 118 105 100 108 108 111 112
4 80 100 130 108 112 110 96 92
5 102 108 104 118 102 118 110 110
6 104 118 114 108 122 118 116 136
7 132 130 110 120 120 130 118 110
8 115 110 110 125 120 115 104 100
Anexos
82
Pressão parcial de oxigênio arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 13,2 112,8 127,7
2 110,5 91,6 91,4
3 80,1 92,5 94,6
4 94,8 78,1 94,3
5 101,1 104,2 101,5
6 58,4 105,6 105,2
7 105,2 98,9 92,8
8 100,8 97,5 94,9
Pressão parcial de dióxido de carbono arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 31,8 35,0 32,7
2 37,0 40,2 31,4
3 31,4 28,3 30,2
4 32,0 28,6 32,0
5 32,1 30,2 33,3
6 38,8 33,0 29,5
7 29,9 31,3 30,7
8 35,5 35,7 34,5
Bicarbonato (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 21,9 23,9 21,4
2 21,6 22,8 20,1
3 18,9 17,5 19,0
4 18,7 16,9 19,7
5 20,4 20,2 21,4
6 18,2 18,4 18,5
7 17,9 18,7 19,4
8 20,7 22,7 23,2
Potencial hidrogeniônico
Animal M1 M4 MF
1 7,430 7,455 7,437
2 7,387 7,371 7,427
3 7,403 7,412 7,423
4 7,392 7,393 7,410
5 7,428 7,446 7,427
6 7,369 7,366 7,416
7 7,399 7,398 7,421
8 7,387 7,424 7,450
Anexos
83
Déficit de base (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 -1,4 0,4 -2,0
2 -2,7 -2,3 -3,3
3 -4,6 -5,9 -4,1
4 -4,6 -6,5 -3,9
5 -2,3 -2,7 -2,3
6 -5,2 -5,8 -4,7
7 -5,4 -5,0 -4,1
8 -3,6 -1,3 -0,1
Período de latência
Animal
Relax. Esf. anal (min) Relax. Cauda (min) Perda. Refl. Interdig. (min) Micção
Defecação
1 2 1 3 SIM NÃO
2 3 1 6 NÃO NÃO
3 2 2 5 NÃO NÃO
4 2 2 3 NÃO NÃO
5 4 2 6 NÃO NÃO
6 2 1 2 NÃO NÃO
7 2 1 4 NÃO NÃO
8 3 2 3 NÃO NÃO
Período de recuperação
Animal
Rec. Ref. Esf.
Anal (min)
Rec. Tonus de
cauda (min)
Rec. Ref.
Interdigital (min)
Rec. Dor
Somática
(min)
Rec. Dor
Visceral (min)
Posição
Quadrupedal
1 120 160 180 210 212 220
2 não houve 304 304 394 304 394
3 100 269 353 376 360 411
4 80 280 314 317 300 362
5 100 180 205 220 246 251
6 80 200 140 200 não houve 295
7 202 242 219 219 222 272
8 234 234 220 220 100 503
Grau de sedação
Animal M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 3 3 3 3 3 3 2
2 3 3 3 3 3 3 1
3 3 3 2 2 1 1 0
4 3 2 2 2 2 1 1
5 2 2 3 3 3 3 1
6 2 2 3 3 3 3 1
7 1 1 1 1 1 0 0
8 3 3 3 3 3 2 1
Anexos
84
Grupo Ropivacaína/Tramadol (GRT)
Freqüência cardíaca (bpm)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 153 140 118 108 132 104 106 94 120
2 88 78 68 70 66 60 60 64 72
3 74 80 68 56 58 60 46 50 48
4 68 68 70 60 50 46 56 47 46
5 114 65 48 54 48 46 43 44 46
6 104 96 66 68 64 72 60 64 62
7 104 80 54 54 46 58 50 52 54
8 92 72 56 54 48 50 48 49 44
Freqüência respiratória (mpm)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 210 70 14 14 18 12 14 14 16
2 48 16 20 16 16 14 10 14 14
3 56 30 28 14 12 20 12 12 14
4 36 18 16 14 10 10 10 14 12
5 231 52 32 28 30 24 26 15 16
6 148 64 36 14 24 14 11 11 10
7 240 18 18 14 12 16 12 13 20
8 96 42 8 12 12 10 10 11 12
Temperatura retal (ºC)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 39 39 38,2 38,2 38,2 38,5 38,5 38,5 38,8
2 39,5 39 38,1 38,2 38,1 38,1 37,9 38,0 38,2
3 38,7 38,5 37,9 37,6 37,6 37,7 37,6 37,4 37,2
4 38,5 38 37,1 36,6 36,3 35,9 35,8 35,8 36,3
5 38,7 38,7 37,9 38,1 38,1 37,9 37,8 37,6 37,4
6 38,7 38,4 38,5 37,8 38 37,9 37,8 37,7 37,7
7 39,5 38,7 38,3 37,3 37,2 37,1 37,1 36,8 36,9
8 38,4 38 37,7 37,1 37,1 37,1 37 37,0 37,1
Pressão Arterial Sistólica (mmHg)
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
1 94 132 112 110 110 120 100 116
2 104 112 108 106 110 106 101 102
3 126 122 112 112 108 108 108 100
4 120 110 100 110 100 110 106 110
5 160 140 150 150 144 120 123 130
6 94 108 108 108 92 104 109 122
7 122 110 104 112 114 128 113 118
8 122 135 142 126 132 130 124 100
Anexos
85
Pressão parcial de oxigênio arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 128,0 101,5 107,2
2 88,2 101,3 94,5
3 105,2 98,9 85,8
4 107,0 89,8 100,6
5 96,9 99,3 95,6
6 102,9 96,0 94,0
7 114,6 108,3 78,9
8 105,7 90,7 105,7
Pressão parcial de dióxido de carbono arterial (mmHg)
Animal M1 M4 MF
1 27,9 32,3 28,9
2 35,5 39,1 36,7
3 34,9 31,0 35,1
4 33,6 36,7 33,5
5 29,8 30,0 32,3
6 29,8 31,0 29,4
7 34,3 32,8 28,3
8 32,4 36,1 34,7
Bicarbonato (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 18,4 21,2 17,9
2 20,2 22,1 21,7
3 20,6 18,4 21,4
4 20,7 22,7 22,4
5 18,4 19,4 19,4
6 17,0 17,5 17,0
7 21,9 22,2 20,0
8 18,5 20,4 21,1
Potencial hidrogeniônico
Animal M1 M4 MF
1 7,443 7,440 7,416
2 7,380 7,374 7,395
3 7,396 7,394 7,409
4 7,414 7,404 7,442
5 7,415 7,413 7,398
6 7,380 7,375 7,386
7 7,430 7,450 7,460
8 7,379 7,371 7,407
Anexos
86
Déficit de base (mEq/l)
Animal M1 M4 MF
1 -4,6 -2,2 -5,3
2 -3,7 -2,5 -2,1
3 -3,3 -5,5 -2,3
4 -2,7 -2,0 -1,1
5 -4,3 -3,8 -4,3
6 -6,4 -6,2 -6,1
7 -1,1 -1,1 -2,7
8 -5,3 -4,3 -2,7
Período de latência
Animal Relax. Esf. anal (min) Relax. cauda (min) Perda refl. Interdig. (min) Micção
Defecação
1 2 1 5 NÃO NÃO
2 2 1 8 NÃO NÃO
3 3 2 6 NÃO NÃO
4 1 1 1 NÃO NÃO
5 5 3 7 NÃO NÃO
6 2 2 7 NÃO SIM
7 4 1 5 NÃO NÃO
8 6 2 9 NÃO NÃO
Período de recuperação
Animal
Rec. Ref. Esf.
Anal (min)
Rec Tonus de
cauda (min)
Rec. Ref.
Interdigital
(min)
Rec. Dor
Somática (min)
Rec. Dor
Visceral (min)
Posição
Quadrupedal
1 80 60 100 150 130 160
2 60 152 180 278 261 278
3 não houve 144 203 213 186 260
4 225 139 199 204 não houve 228
5 160 120 100 180 80 195
6 120 80 249 276 226 276
7 160 152 140 172 160 197
8 160 240 200 282 200 282
Grau de sedação
Animal M2 M3 M4 M5 M6 M7 MF
1 2 3 2 2 2 1 1
2 3 3 3 3 3 3 2
3 3 3 3 2 2 2 2
4 3 2 2 2 1 2 1
5 3 2 1 1 1 1 0
6 2 3 3 3 3 3 3
7 2 3 3 3 2 2 1
8 3 3 3 3 3 3 2
Anexos
87
Peso (Kg)
Animal
1 10,9
2 13,9
3 14,6
4 14,7
5 9,6
6 14,3
7 14,2
8 13,7
Livros Grátis
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