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Austrália, Nova Zelândia, Irlanda do Norte, África do Sul, Estados Unidos (região Nordeste),
México e Bélgica, gemas de coloração mais alaranjada são preferidas (EL BOUSHY;
RATERINK, 1992; GOUVEIA et al., 1996; MARUSICH; BAUERNFEIND, 1981; NYS, 2000;
PRABAKARAN et al., 2001; SUNDE, 1992). No Norte da França, no Sul da Inglaterra e na
Finlândia, os consumidores preferem gemas de coloração intermediária, enquanto que na Irlanda,
no Norte da Inglaterra e na Suécia, a preferência é por gemas de cor pálida (SUNDE, 1992;
NYS, 2000). No Brasil, consumidores de algumas regiões preferem gemas de ovos bem
pigmentadas (PONSANO et al., 2002b; 2004), havendo diferenças de preferência entre regiões
metropolitanas e interioranas. Em muitas áreas de mercado ao redor do mundo, consumidores e
indústrias que produzem alimentos contendo ovos em sua formulação (maionese, misturas para
bolos, produtos de confeitaria, massas, e outros) preferem gemas de ovos fortemente coloridas,
sendo difícil resistir ou ignorar essa tendência cultural e comercial (AKIBA et al., 2001;
BAUERNFEIND, 1972; EL BOUSHY; RATERINK, 1992; MARUSICH; BAUERNFEIND,
1981; PONSANO et al., 2002b; WILLIAMS, 1992).
Com o advento da industrialização e dos grandes avanços nos campos da medicina e da
higiene no início do século XIX, uma mudança fundamental nas estruturas sociais começou a se
desenvolver. O resultado foi a migração da população rural e a concentração de setores
industrializados da sociedade em cidades, um aumento exponencial sustentado da população e,
em conseqüência, uma mudança fundamental na situação de suprimento de alimentos. A
pequena propriedade rural foi substituída pelo empreendimento agrícola racionalizado focado na
maximização da produção, visando suprir as necessidades da população crescente com produtos
essenciais, particularmente, proteína animal (LATSCHA, 1990).
Na época de produção extensiva de aves, a pigmentação dos produtos não apresentava
problemas, pois a alimentação com milho, o livre acesso das galinhas à grama verde e a
oportunidade de se alimentarem por si mesmas garantiam uma adequada pigmentação às gemas
de ovos, embora a taxa produção fosse baixa (BOSMA et al., 2003; KLAUI; BAUERNFEIND,
1981; LATSCHA, 1990; MARUSICH; BAUERNFEIND, 1981).
Atualmente, com os métodos de criação intensivos, o peso da pigmentação recaiu sobre o
milho amarelo, que nem sempre produz resultados adequados sem a ajuda de quantidades
significativas de corantes provenientes de fontes externas. Além disso, a seleção genética de
linhagens animais de alta produção com menor ingestão de ração e o uso de dietas com baixo
teor de fibras resultaram em uma ingestão menor de xantofilas para serem transferidas e
depositadas nas gemas que, consequentemente, se tornaram de coloração mais clara