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população humana-canina-vetor de forma adequada, a endemia local
permanecerá tendo o cão como o principal reservatório (DEANE, 1956).
Dantas-Torres (2006), propõe a necessidade de investigação da
real prevalência da infecção por Leishmania em cães domésticos, além
das espécies de Leishmania em outros possíveis reservatórios, sugerindo
estudos mais profundos da participação do gato doméstico. A
possibilidade dos animais domésticos participarem como fonte de
infecção sanguíneo de flebótomos pode favorecer a manutenção dos
mesmos no peridomicílio, pois foi observada a dificuldade de captura de
flebótomos, onde não existem animais domésticos (DIAS et al., 2003).
Os sinais clínicos mais freqüentemente observados nos cães são a
linfadenomegalia, emagrecimento progressivo, úlceras cutâneas,
descamação cutânea, onicogrifose, alopecia (FEITOSA et al., 2000,
MATTOS JÚNIOR et al., 2004). Uma ampla variação de sintomas pode
ser observada no cão, desde a ausência de alterações clínicas ou até
mesmo sintomas comuns a outras enfermidades, possibilitando classificar
clinicamente animal em sintomático, oligossintomático e assintomático
(BRASIl, 2003; GENARO, 1992; CIARAMELLA et al., 1997; NOLI, 1999;
FEITOSA et al., 2000). Em humanos, os fatores que predispõe o
desenvolvimento clínico da LV incluem a má nutrição e imunossupressão
( GUERIN, et al., 2002).
Os inquéritos diagnósticos caninos e humanos na década de 60,
eram realizados por punção de fígado, baço e raspado de pele, métodos
estes eficazes, mas de difícil utilização em massa (ADLER; THEODOR,
1932). A fixação de complemento (RFC) e a imunofluorescência indireta
(RIFI), mostraram boa sensibilidade porém baixa especificidade devido às
reações cruzadas com tripanossomatídeos e riquetsias (PAPPAS, 1984,
PAPPAS, 1985).
Na década de 70 surgiram exames sorológicos com técnicas que
apresentaram alta sensibilidade e especificidade, como o ELISA, Dot-
ELISA, ELISA-FML, BSM-Elisa; entretanto permaneceram reações