Para Rouet (1996, p. 3) “[...] links são relações entre esses nós. Ex.: associações
semânticas, expansões, definições, exemplos, virtualmente qualquer tipo de relação pode ser
imaginada entre dois trechos de textos.”
O hipertexto é composto por dois tipos de links fixos e móveis. Os links móveis
mudam a aparição conforme a vontade de quem produz e os fixos são estão sempre no mesmo
lugar do site.
Segundo Xavier (2002), são três as funções dos links: função dêitica, função
coesiva, função cognitiva. A função dêitica tem um caráter catafórico. O link ou hiperlink
dêitico seleciona, foca a atenção do leitor, aponta para um lugar “concreto”, um lugar onde a
informação pode ser acessada a qualquer momento. Será o link dêitico que ajudará o leitor a
focar a atenção, para, assim, o leitor fazer uma leitura melhor em cada bloco de informação
subseqüente. Os links que têm função coesiva, como o próprio nome diz, fazem o papel da
coesão. Eles amarram, ligam as informações de forma coerente, de forma semântico-
discursiva. Os links que têm a função cognitiva são os links encapsuladores de sentido.
Portanto, ao produzir é importante que ele seja colocado no hipertexto estrategicamente para
acionar os modelos de esquemas, frames, (scripts) que os leitores têm representados na
memória, pois, assim, o leitor fará as hipóteses e as inferências da melhor maneira, segundo
Xavier (2000).
O hipertexto é um texto multilinear, composto pela fragmentação e pela
intertextualidade, possibilitando a visualização de textos na obra e não apenas sugerido por
referências, pois os entrelaces estão visíveis e instigam, aproximam o leitor, convidando-o a
participar. “[...] A hipertextualização multiplica as ocasiões de produção de sentido e permite
enriquecer consideravelmente a leitura” (LÉVY, 1996, p.43). A construção hipertextual torna
manifesta a intertextualidade, presentificando os textos com os quais o autor dialoga e que em
uma obra impressa geralmente estão apenas instituídos. A relação de intertextualidade é
potencializada no hipertexto.
Para haver, de fato, a intertextualidade é necessário que as relações sejam
reconhecidas pelo leitor. Então, “[...] para ser entendida, a intertextualidade requer visão de
mundo, multiplicidade de leituras, certa experiência de cultura, pois sem isso, perde-se o jogo,
perde-se o sentido” (RAMAL, 2002, p. 85). A intertextualidade hipertextual acontece
constantemente, inclusive entre textos de signos diferentes em épocas diferentes.
Na medida em que o hipertexto gera associações com outras leituras, entende-se que
nele a relação de intertextualidade é uma constante, visto ser esta uma interação en-
tre textos, um diálogo entre textos de signos diferentes, entre épocas diferentes: A
idéia da intertextualidade permite pensar no diálogo entre épocas diferentes e entre
diversos pontos de vista. Não se trata de negar o passado nas vozes do futuro, mas