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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia
nudiflora) EM PASTAGEM NATURAL COM
APLICAÇÃO LOCALIZADA DE HERBICIDAS EM
DIFERENTES DOSES
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Júlia Gomes Farias
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora)
EM PASTAGEM NATURAL COM APLICAÇÃO
LOCALIZADA DE HERBICIDAS EM DIFERENTES DOSES
por
Júlia Gomes Farias
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia, Área de concentração em
Produção Animal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de:
Mestre em Zootecnia.
Orientador: Dr. Eduardo Londero Moojen
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
A comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora) EM
PASTAGEM NATURAL COM APLICAÇÃO LOCALIZADA DE
HERBICIDAS EM DIFERENTES DOSES
Elaborada por
Júlia Gomes Farias
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia
COMISSÃO EXAMINADORA:
Eduardo Londero Moojen, Dr.
(Presidente/Orientador)
Sérgio Luiz de Oliveira Machado, Dr.
(Universidade Federal de Santa Maria)
Julio Viégas, Dr.
(Universidade Federal de Santa Maria)
Santa Maria, 27 de fevereiro de 2008.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus
Pais, por todo apoio, carinho e
incentivo que tornaram possíveis
minhas realizações.
AGRADECIMENTOS
À fazenda Taperinha, na pessoa do Sr. Eduardo Londero Moojen, o qual além de
ceder a área e o equipamento, também foi orientador e participante ativo deste trabalho. Por
sua atenção paciência e dedicação meu obrigada e reconhecimento.
À Dow Agrociences pela doação dos herbicidas que tornaram possível a realização
deste trabalho.
Ao Prof. Sérgio Luiz de Oliveira Machado, por sua ajuda durante o
desenvolvimento do trabalho, e colaboração com seu vasto conhecimento em herbicidologia.
Ao Sr. Vilmar pela ajuda na manutenção do experimento e ao Sr. Ricardo
Antonello pela assistência técnica.
As minhas amigas, em especial a Lisandre de Oliveira a qual além da amizade
sempre se mostrou pronta a ajudar, seja em análises, trabalho a campo de forma essencial para
a realização deste trabalho.
Aos meus colegas de mestrado pela amizade e acolhimento. Em especial ao colega
e amigo Diego Barcelos Galvani pela ajuda na análise estatística sem a qual não seria possível
concluir este trabalho. A Iraline Brum pela ajuda na classificação de espécies e a Gláucia
Amaral, por toda sua ajuda nas disciplinas no decorrer do curso e imensa amizade, amizade
esta que levarei sempre em meu coração. A todos muito obrigada.
Ao Prof. José Henrique da Silva que mesmo com todas suas atividades mostrou-se
sempre disposto a ajudar.
À minha mãe a qual dedicou horas do seu tempo me ajudando em correções e
busca por material, sempre me acalmando e quando preciso me dando colo, a ela o meu muito
obrigada pela vida, dedicação, amor e eterna lição de vida que é conviver com ela. Mãe, mais
uma vez obrigada!
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora) EM
PASTAGEM NATURAL COM APLICAÇÃO LOCALIZADA DE
HERBICIDAS EM DIFERENTES DOSES
AUTORA: JÚLIA GOMES FARIAS.
ORIENTADOR: EDUARDO LONDERO MOOJEN.
Data e Local de Defesa: Santa Maria, 27 de fevereiro de 2008.
Com o objetivo de avaliar o efeito da aplicação localizada de herbicidas na vegetação
campestre, para controle do alecrim do campo, foi realizado um estudo de 2006/07 em uma
propriedade particular, no distrito de Santa Flora situado no município de Santa Maria, região
fisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul. O delineamento experimental foi em
parcelas subdivididas dispostas em blocos ao acaso com três repetições, em um arranjo
fatorial de (5x3)+1, sendo cinco herbicidas em três doses mais testemunha. As parcelas
corresponderam aos herbicidas, sendo locadas as doses 0; 360+96; 720+192 e 1080+288 g ha
-
1
do equivalente ácido (e. a.) de 2,4-D+picloran; 0; 1005; 2010 e 3015 g e.a. ha
-1
de 2,4-D; 0;
720; 1440 e 2160 g e.a. ha
-1
de triclopyr; 0; 90+90; 180+180 e 270+270 g e.a. ha
-1
de. 2,4-
D+picloran e 0; 120+120; 240+240 e 360+360 g e.a. ha
-1
de fluroxipir+picloran e a
testemunha. As sub-parcelas foram compostas por 8 quadros dispostos sobre uma transecta
fixa, onde se fez um levantamento anterior a aplicação, outro 60 dias após aplicação (DAA) e
um 353 DAA. Para a aplicação dos herbicidas, foi usado um “Aplicador Químico”. Os
resultados mostraram que todos herbicidas tiveram diferença significativa na redução no
número de hastes de alecrim em relação à testemunha, e não houve diferença significativa
entre os herbicidas. Todos herbicidas apresentaram diferença significativa na redução da
abundância do alecrim do campo, em relação à testemunha aos 60 e 353 DAA. No primeiro
levantamento não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação à média das
alturas de hastes de alecrim do campo. No terceiro levantamento, 353 DAA, o herbicida
fluroxipir+picloran locado na dose 360+360 g e.a ha
-1
apresentou maior redução na altura.
Palavras-chave: Campo nativo; controle químico; planta daninha; seletividade.
ABSTRACT
Dissertation of Mastership
Program of Post-Graduation in Animal Science
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brazil
CONTROL OF ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora) IN
NATURAL PATURE WITH LOCAL APPLICATION OF HERBICIDES
IN DIFFERENT DOSES.
AUTHOR: JÚLIA GOMES FARIAS.
ADVISER: EDUARDO LONDERO MOOJEN.
Date and defense’s place: Santa Maria, February, 28, 2008.
With the objective to evaluate the effect of local application of herbicides in grassland
vegetation to control of alecrim do campo, was conducted a study in 2006/07 in a private
property, located in district of Santa Flora municipality of Santa Maria, physiographic region
of the Depressão Central of Rio Grande do Sul. The experimental design was a split plot
arranged in blocks with three replications in a factorial arrangement of (5x3)+1, five
herbicides with three doses and the control. The plots corresponded to the herbicides, been
located the doses in zero; 360 +96; 720 +192 and 1080 +288 g ha
-1
of acid equivalent (a. e.) of
2.4-D + picloran; zero; 1005, 2010 and 3015 g ha
-1
of the a. e. of 2.4 D; zero; 720; 1440 and
2160 g ha
-1
of a. e. of triclopyr; zero; 90 +90; 180 +180 and 270 +270 g ha
-1
of a. e. of 2.4 D +
picloran and zero; 120 +120; 240 +240 and 360 +360 g ha-1 of a. e. fluroxipir + picloran. The
subplots were composed by 8 tables arranged on a flat line, where were made a survey prior
to application, one 60 and another 353 days after application (DAA). For the herbicides
application were used a "Chemical Applicator." The results showed that all herbicides had
significant difference in reducing the number of stems of alecrim do campo in relation to the
control, and there was no significant difference between the herbicides. All herbicides showed
a significant difference in reducing the abundance of alecrim do campo from the field, in
relation to the control in 60 and 353 DAA. In the first survey there was no significant
difference between treatments in relation to the average heights of alecrim do campo stems. In
the third survey, 353 DAA, the herbicide fluroxipir + picloran located in dose 360+360 g e.a
ha
-1
showed a greater reduction in height.
Key-Words: Chemical control; native pasture; selectivity; weed.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Percentual de hastes de alecrim do campo em pastagem natural aos 60 e 353
dias após a aplicação (DAA) de cinco herbicidas pós emergentes em três doses distintas sob
ação localizada em Santa Maria, RS, 2006/2007 .................................................................. 40
TABELA 2 –Abundância em percentagem de alecrim do campo em pastagem natural aos 60 e
353 dias após a aplicação (DAA) de cinco herbicidas pós emergentes em três doses distintas
sob ação localizada em Santa Maria, RS, 2006/2007 ............................................................ 41
TABELA 3 Altura (cm) de hastes de alecrim do campo em pastagem natural com aplicação
de cinco herbicidas pós emergentes em três doses distintas sob ação localizada em Santa
Maria, RS, 2006/2007 .......................................................................................................... 42
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A Lista de espécies identificadas nos levantamentos florísticos da área
experimental ....................................................................................................................... 52
SUMÁRIO
1 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO..........................................................................................10
2 CAPÍTULO II –REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................13
2.1 Pastagens naturais.............................................................................................................14
2.2 Manejo de pastagens naturais ..........................................................................................15
2.3 Plantas daninhas ...............................................................................................................15
2.4 Alecrim do campo (Vernonia nudiflora)...........................................................................15
2.5 Métodos de controle de plantas daninhas ........................................................................19
2.5.1 Prevenção.........................................................................................................................19
2.5.2 Controle químico..............................................................................................................20
2.5.3 Herbicidas auxínicos ........................................................................................................20
2.5.4 “Aplicador Químico” .......................................................................................................22
2.6 Eficácia de herbicidas no controle de plantas daninhas ..................................................22
3 CAPÍTULO III - EFEITO INICIAL DE HERBICIDAS EM DIFERENTES DOSES
NO CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora) EM PASTAGEM
NATURAL SOB AÇÃO LOCALIZADA ..............................................................................25
4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................43
5 CONCLUSÕES....................................................................................................................45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................46
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................47
1 CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
11
INTRODUÇÃO
No Rio Grande do Sul, as pastagens naturais são a base da pecuária extensiva de corte,
proporcionando, quando bem manejadas, um desempenho animal satisfatório. (FONTOURA
JUNIOR et al., 2007). Uma vez que áreas anteriormente exclusivas da pecuária passaram a ser
utilizadas na produção de grãos, e sendo que o mercado da carne mostra-se cada vez mais
competitivo, é de fundamental importância a intensificação da utilização dessas áreas, tendo
como passos principais o melhoramento da nutrição, genética e sanidade do rebanho
(SVICERO et al., 2008).
A vegetação campestre apresenta uma alta biodiversidade, contendo cerca de 600
espécies de Asteraceae, 400 de Poaceae, 150 de Fabaceae, totalizando aproximadamente 3000
espermatófitas campestres (BOLDRINI, 2002). Constitui uma comunidade vegetal composta
por diferentes espécies condicionadas por fatores ambientais abióticos como clima, relevo e
precipitação pluvial, bem como fatores bióticos como características da espécie, predadores e
doenças. A interferência antrópica na forma do manejo (pastejo, queima, aplicação de
herbicidas, entre outros) é capaz de desencadear alterações na comunidade favorecendo
algumas espécies e prejudicando outras (GOMAR et al., 2004).
Segundo Nabinger (1980) para promover o melhoramento do campo nativo é preciso
levar-se em consideração a composição do mesmo, tipo de cobertura vegetal, proporção e
qualidade das espécies, além de condições físicas. Uma vez conhecida a composição botânica
das pastagens naturais, torna-se mais acessível a tomada de decisão na forma de manejo,
melhorando os níveis de produção forrageira (NABINGER, 1997).
Apesar de sua importância, as pastagens no rios Grande do Sul em geral são mal
manejadas, o que resulta em baixa produtividade. O manejo inadequado destas pastagens
promove o aumento da frequência de plantas daninhas, principalmente das asteráceas, como
alecrim (Vernonia nudiflora), carqueja (Baccharis trimera), marias-moles ( Senecio spp), e
apiáceas como caraguatá (Eryngiun horridum) dentre outras (CELLA JÚNIOR, 2005). Ainda
que tais espécies façam parte do ecossistema onde se encontram, não contribuem de forma
contínua para a dieta do animal, sendo então caracterizadas como plantas daninhas no
contexto da produção animal (FONTOURA JUNIOR et al., 2007). Embora as espécies
daninhas sejam por vezes consumidas por ovinos, equídeos, búfalos e bovinos adultos durante
seu estágio inicial de crescimento, a medida que crescem tornam-se plantas grosseiras com
12
aumento de lignificação sendo muitas vezes impalatáveis ou mesmo tóxicas, deixando de ser
pastejadas (PELLEGRINI, 2005).
Água, luz, nutrientes e espaço são fatores essenciais, objeto da competição entre as
plantas daninhas e forrageiras desejáveis. Plantas daninhas além de não serem consumidas
diminuem o rendimento das forrageiras desejáveis. Isso se deve à melhor adaptação daquelas
espécies ao ambiente de competição (VITÓRIA FILHO, 1986; PEDREIRA, 1973). O
controle de plantas daninhas faz-se necessário para amenização de impactos na vegetação
campestre de valor forrageiro. Dentre os todos de controle existentes, pode-se destacar o
pastejo, a roçada, o uso de fogo, o arranquio,e o uso de herbicidas. (GOMES et al., 2000).
Fatores como o alto custo, reinfestação e grande demanda de tempo ocorrente no
método de roçadas, tornam o controle químico mais atrativo para o melhoramento de
pastagens (MACHADO, 1999).
A grande composição florística das pastagens naturais, muitas vezes torna o uso de
herbicidas desvantajoso, uma vez que reduz não o número de espécies daninhas como de
desejáveis, afetando espécies produtivas como fabáceas (CELLA JÚNIOR, 2005).
Uma alternativa de melhoramento das pastagens naturais, seria então a aplicação
localizada de herbicidas visando reduzir a competição de plantas daninhas, prática que vem
sendo adotada muito recentemente.
Visando a grande freqüência de espécies daninhas em pastagens naturais, e a
dificuldade de controle eficaz das mesmas sem agredir as demais forrageiras, o presente
trabalho objetivou avaliar o efeito da aplicação localizada com um aplicador químico de
herbicidas em diferentes doses na vegetação campestre, avaliando sua eficácia no controle do
alecrim do campo.
2 CAPÍTULO II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Pastagens naturais
Pode-se definir pastagens naturais como sendo um tipo de vegetação com predomínio
de poáceas perenes rizomatosas ou estoloníferas e de plantas herbáceas pertencentes a outras
famílias, com acentuada diversidade de espécies (MOHRDIECK, 1980), onde o conhecimento
das espécies orienta sobre práticas de manejo a serem utilizadas (GONÇALVES et al., 1990).
Além disso, a vegetação predominante varia de acordo com as condições climáticas do local
(PILLAR et al., 1992).
Pastagens naturais constituem a principal fonte de alimentação na produção bovina e
ovina, nas áreas de pecuária extensiva. Cerca de 80% do recurso forrageiro destinado a
pecuária provém de pastagens naturais, as quais mesmo apresentando capacidade inferior a
pastagens cultivadas continuam sendo a forma mais barata utilizada na produção de carne
(NABINGER, et al., 2005). Mesmo com toda riqueza florística das pastagens naturais, a
produção pecuária gaúcha tem apresentado baixos índices de produção, representados pela
natalidade, desmame e ganho de peso por unidade de área até o abate ou reprodução. Estes
apresentam baixos níveis levando a elevada idade de abate, prenhez e baixa produtividade em
kg/ha/ano (PELLEGRINI, 2005).
A persistência de espécies daninhas em pastagens naturais tem sido o maior objetivo de
pesquisadores e produtores rurais no sistema de produção extensivo, onde as pastagens
naturais vêm sendo utilizadas desde a introdução da pecuária na Região Sul, em meados do
século 17. O manejo inadequado ocorrente na exploração das mesmas torna de grande
importância a busca por formas de utilização sustentáveis deste recurso forrageiro bem como
da integração do mesmo nos sistemas de produção agropecuários com alternativas que possam
complementá-lo (MOOJEN; MARASCHIN, 2002).
O conhecimento da composição florística e a compreensão da sucessão vegetal são
fundamentais para um bom manejo das pastagens. A sucessão é um processo pelo qual ocorre
mudança na freqüência em uma associação de espécies, podendo ser substituída por outra. A
sucessão resulta em mudanças no habitat e de novas espécies de plantas dominantes. Portanto,
mudanças no habitat ou nas condições ambientais resultam em alterações na vegetação,
através da adaptação às novas condições (STODDART; SMITH, 1975; PITELLI, 1987).
15
As espécies de maior freqüência nas pastagens naturais do sul do Brasil são Paspalum
notatum (grama forquilha), Paspalum urvillei (capim das roças), Paspalum dilatatum (capim
melador), Axonopus compressus (grama tapete), Andropogon lateralis (capim caninha),
Bothriochloa saccharoides (pluma branca), Aristida intermedia (barba de bode), Aristida
altissima (barba de bode), Panicum spp, Chloris spp, Desmodium spp. (pega pega), Trifolium
polymorphum e Stylosanthes spp (MOHRDIECK, 1980).
A região da Depressão Central do Rio Grande do Sul é caracterizada por campos
mistos, constituídos por um grande número de espécies de poáceas das tribos Andropogoneae
e Paniceae. Em planícies e baixadas encontram-se formações de campos finos, com poáceas
de valor forrageiro. Em geral os campos apresentam tendência a se tornarem arbustivos
devido à alta freqüência de espécies arbustivas tais como Baccharis spp. (carquejas),
Vernonia spp. (alecrins) e Eryngium spp. (caraguatás) (JACQUES et al., 1995).
2.2 Manejo de pastagens naturais
Alterações em comunidades vegetais que resultem na redução de espécies de plantas
daninhas são de interesse da produção pecuária, uma vez conduzidas visando o favorecimento
de espécies de melhor qualidade. O melhoramento de pastagens naturais pode incluir, além da
introdução de espécies de melhor qualidade, a limpeza das pastagens (CELLA JÚNIOR,
2005).
Em pastagens naturais, as práticas de manejo visam aumentar a eficiência competitiva
das plantas forrageiras desejáveis, diminuindo assim, o processo de sucessão por plantas de
baixo valor forrageiro. Dessa forma, mantém-se a composição florística e cobertura vegetal
do solo, que garantam níveis satisfatórios de produtividade. O controle de espécies de plantas
daninhas é uma prática eficiente, no sentido de aumentar a produtividade destas áreas. Com a
remoção de plantas daninhas, os espaços por elas ocupados podem ser preenchidos por
forrageiras de boa qualidade (GONÇALVES et al., 1990).
A presença de plantas de baixa qualidade na pastagem natural é o reflexo de práticas
anteriores, onde o manejo inapropriado levou as espécies desejáveis a sofrerem uma maior
competição, seguido por diminuição na freqüência das mesmas, acelerando o processo de
sucessão (LYBECKER et al., 1991).
Conforme Burkart (1974) espécies asteraceas são plantas oportunistas. A maior parte
das plantas daninhas reflete um solo degradado, com acidez excessiva e falta de
16
macronutrientes. Sendo assim, a destruição de plantas daninhas não termina com os demais
problemas ocorrentes. Sem mudanças na forma de condução da área a ação, mesmo que
química, torna-se um paliativo, uma vez que as verdadeiras causas do empobrecimento da
pastagem não são resolvidas (VOISIN, 1967).
Além disso, o distúrbio provocado pelos herbicidas depende não do tipo de
herbicida, mas da forma de condução da aplicação, como dose e época de aplicação (GOMAR
et al., 2004).
2.3 Plantas daninhas
São consideradas plantas daninhas aquelas que não estão integradas à dieta do animal
em um sistema produtivo, as quais, em razão de sua freqüência de ocorrência, prejudicam o
sistema forrageiro pela diminuição de forrageiras desejáveis (NABINGER, 2002). Durante o
processo evolutivo as plantas daninhas passaram por um processo de adaptação, caracterizado
por elevada e prolongada produção de diásporos dotados de alta viabilidade e longevidade,
que apresentam alto índice de germinação (BURKART, 1974).
As plantas daninhas quando perenes, além de vigorosa reprodução vegetativa e alta
capacidade de regeneração de fragmentos, são bastante frágeis, de modo que as plantas se
fragmentam e não são totalmente arrancadas do solo. Ademais, estas plantas desenvolvem
mecanismos especiais que promovem grande habilidade de sobrevivência nos ecossistemas,
como produção de substâncias de natureza alelopática, hábito trepador e outros (BAKER,
1965).
Em áreas pouco alteradas (com baixo nível de intervenção antrópica), como pastagens
nativas utilizadas extensivamente, o clima, a temperatura e a precipitação, além das
características químicas e físicas do solo bem como a captura de recursos, são os principais
determinantes para a competição. Pode-se então dizer que plantas daninhas requerem para seu
desenvolvimento os mesmos fatores exigidos por outras plantas, ou seja, água, luz, nutriente e
espaço físico, estabelecendo um processo competitivo com forrageiras desejáveis, quando se
desenvolvem conjuntamente (DIAS, 1998).
Os efeitos causados pela presença de plantas daninhas não devem ser atribuídos
exclusivamente à competição, mas sim a uma resultante total de pressões ambientais, que
podem ser diretas (competição, alelopatia, interferência na colheita e outras) e indiretas
(hospedar insetos, doenças e outras). Esse efeito total denomina-se interferência. A
competição por espaço ocorre, fazendo com que as plantas então desejáveis assumam uma
17
arquitetura diferente daquela que possuem quando crescem livres da presença de outras
plantas, mudando o posicionamento de suas folhas, porque o espaço que deveriam ocupar
se encontra ocupado por outra planta (LORENZI, 1994).
Algumas espécies também apresentam modificações em sua arquitetura, porém essas
mudanças ocorrem independentemente de competição, resultado de anos de um processo
adaptativo. Algumas são dotadas de espinhos que podem causar ferimentos aos animais e
redução na disponibilidade de forragem. Outras espécies podem abrigar ectoparasitas (bernes,
carrapatos, moscas). Um problema relevante ocorre com espécies como o mio-mio (Baccharis
coridifolia), samambaia (Pteridium aquilinum), o cafezinho ou erva-de-rato (Palicourea
marcgravii), cambará (Lantana camara), maria-mole (Senecio brasiliensis) e outras inúmeras
espécies que, quando ingeridas (sementes, folhas ou raízes) pelo gado, causam intoxicação e
até a morte dos animais (TOKARNIA et al., 2000).
Diversas asteraceas apresentam baixo valor forrageiro e fácil propagação. Dessa
forma, falhas no manejo da lotação da pastagem podem resultar em sua abundância nos
campos. Por vezes, podem apresentar valor medicinal e ornamental, tendo plantas de valor
forrageiro e cultivadas como hortaliças (BURKART, 1974). Como exemplo tem-se a chicória
(Cichorium endivia) que vem apresentado aumento crescente de cultivo no Brasil,
constituindo-se atualmente da principal hortaliça folhosa consumida principalmente como
salada (REGHIN et al., 2007).
A família Asteraceae é muito bem representada no ambiente campestre do Rio Grande
do Sul, sendo muitas espécies de plantas daninhas. Observa-se agressividade na competição
com as forrageiras por produzirem substâncias químicas liberadas no meio que inibem ou
retardam a germinação, estabelecimento de competidoras ou ainda por rápida germinação dos
diásporos e estabelecimento da planta (FERREIRA et al., 2001).
2.4 Alecrim do campo (Vernonia nudiflora)
No Rio Grande do Sul, a Vernonia nudiflora é conhecida pelo nome vulgar de alecrim
do campo. É considerada uma planta invasora muito comum e com nível baixo de toxidez.
Está presente abundantemente na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul, devido
principalmente a características do solo e ao manejo das pastagens. A toxicidade desta planta
do ponto de vista de intoxicação espontânea é discutida. Para bovinos a Vernonia não é um
problema grave, pois o consumo da mesma é mínimo, mesmo pastando em campos infestados
(TOKARNIA et al., 2000).
18
A família Asteraceae é muito bem representada nos campos do Rio Grande do Sul,
sendo uma das famílias mais abundantes na região (BOLDRINI, 1997). Muitas espécies
pertencentes a esta família são consideradas invasoras e ruderais (GAVILANES;
D’ANGIERI-FILHO, 1991). Apresentam uma instalação de forma agressiva tanto por liberar
substâncias químicas inibidoras como pela rápida germinação (EGLEY, 1995).
O gênero Vernonia compreende mais de 900 espécies, ocorrentes nas Américas, Ásia
e África. O nome foi dado em homenagem ao botânico William Vernon (1811-1890 Epson
Surrev Inglaterra), que desenvolveu pesquisas inicialmente na América do Norte. É no
Brasil o gênero mais amplo entre as fanerógamas, com aproximadamente 600 espécies
(KISSMANN; GROTH, 1999).
Destacam-se alguns aspectos morfológicos na separação de espécies e distinção de
plantas dos demais gêneros. É um dos poucos gêneros que apresenta plantas arbóreas,
ocorrendo também espécies quase acaules. Muitas espécies apresentam uma estrutura singular
em sua parte subterrânea, denominada rizóforo ou xilopódio, o qual armazena água em
espaços intercelulares localizados em uma área entumecida com parênquima cortical, o que
permite uma maior adaptação em solos arenosos que não retém água. Estas reservas também
auxiliam em rebrotamentos a partir de gemas situadas acima. É comum a associação de raízes
com micorrizas, que são eficientes na absorção de nutrientes como fósforo e zinco, além de
fornecerem nitrogênio. As folhas, pêlos e inflorescência são de grande valia na diferenciação
taxonômica. Via de regra, todas as espécies apresentam folhas alternadas, já a inflorescência,
muitas vezes é de difícil definição (KISSMANN; GROTH, 1999).
O alecrim do campo é uma das espécies da família Asteraceae considerada como
planta daninha. Ocorre geralmente em solos secos e pedregosos, em campos ou beira de
matas, sendo nativo do Uruguai, Argentina e sul do Brasil (TAKEDA et al., 2001). É uma
planta perene e apresenta reprodução por sementes. Tem grande capacidade de recuperação e,
graças à presença de xilopódio, é resistente a períodos de seca. Sua morfologia é de planta
ereta, com 60-80 cm de altura em média, entouceirada com vários caules aproximados, os
quais ocorrem a partir do xilopódio. O caule é reto, cilíndrico com 1 cm em média de
espessura na base, ramificado na parte superior, com ramos igualmente retos que suportam a
inflorescência. É lenhoso e fibroso nas partes mais velhas, apresentando cor esverdeada e
tênue vilosidade nas partes jovens (KISSMANN; GROTH, 1999).
O alecrim do campo é intensamente folhado até a inflorescência, folhas estas simples e
sésseis, ocorrendo isoladamente em volta do caule e ramos em curtos intervalos. O limbo é
coriáceo, linear com 1,5-3,0 cm de comprimento por 0,5-2,0 mm de largura; superfícies lisas e
19
glabras de coloração verde-escura. Sua inflorescência apresenta numerosos capítulos
curtamente pedicelados, dispondo-se em corimbos na parte terminal dos ramos, com flores de
invólucro campanulado, tendo de 4-5 séries de filarias ovalado-oblongas, obtusas, com
capítulos de 8-20 flósculos e corola tubular a qual se abre em cinco lobos lineares com 9mm
de comprimento e coloração rósea ou violácea. Os frutos são oblongo-lanceolados, levemente
arqueados, com 2,8-3,3mm de comprimento por 0,6-1,0 mm de largura, papilho piloso, com
50-60 pêlos curto-ciliados, dispostos em séries com 6-7 mm de comprimento, que se
desprendem individualmente ou mesmo em grupos facilitando a dispersão dos aquênios
(KISSMANN; GROTH, 1999). Possui pólen tricolporado, subprolato de tamanho médio
(TAKEDA et al., 2001). O tempo de germinação é rápido, apresentando uma germinação
média de 75% nas temperaturas de 20 a 25º C (FERREIRA et al., 2001).
2.5 Métodos de controle de plantas daninhas
2.5.1 Prevenção
Diversos são os métodos de controle de plantas daninhas empregados tanto em
pastagens cultivadas com em pastagens naturais, dentre os quais pode-se ressaltar o controle
preventivo, seja na forma de capina manual, roçada mecânica, pressão de pastejo, fogo ou
controle químico.
A prevenção consiste em impedir a contaminação de uma área por uma determinada
espécie. Engloba assim todas as estratégias de manejo que impeçam a entrada e o
estabelecimento de novas plantas daninhas em áreas de pastagem. O sucesso de um programa
de prevenção irá depender basicamente da seriedade e da rigidez da aplicação dos princípios
recomendados. No entanto, também irá depender das espécies de plantas daninhas envolvidas.
As plantas que se disseminam pelo vento ou por pássaros e morcegos apresentam maior
dificuldade no controle de sua entrada em áreas onde ainda não estejam presentes. A escolha
do método de controle a ser utilizado, assim como a época em que deve ser efetuado, varia em
função do biótipo da planta daninha em questão e da área afetada (GONÇALVES, 1993).
20
2.5.2 Controle químico
A escolha dos herbicidas depende das espécies de plantas daninhas existentes na área,
bem como de seus estádios de desenvolvimento na época de aplicação (MELHORANÇA,
2002).
Herbicidas têm sido utilizados em grande escala no controle de plantas daninhas, tanto
em cultura de grãos, como em pastagens naturais. Segundo Carámbula (1996) o uso de
herbicidas além de controlar a competitividade exercida pela vegetação daninha, resulta na
não alteração do perfil do solo, numa contribuição para a redução da erosão, na retenção de
água e na conservação da umidade do solo.
A efetividade de um herbicida ocorre em função da absorção, translocação,
suscetibilidade e metabolismo da planta em relação ao mesmo, desta forma a dose requerida
bem como a formulação química adequada varia de acordo com cada espécie, de seu estádio
de desenvolvimento e atividade metabólica no momento da aplicação (SILVA et al., 2002).
Dentre os herbicidas registrados no Brasil, os princípios ativos 2,4D+picloran,
fluroxipir + picloran e triclopyr, têm lugar de destaque no mercado (SILVA et al., 2002).
2.5.3 Herbicidas auxínicos
Herbicidas auxínicos são também chamados herbicidas hormonais, reguladores de
crescimento e mimetizadores da auxina devido a sua similaridade estrutural com a auxina
natural das plantas. Esse grupo é de grande importância histórica, sendo que o 2,4-D foi o
primeiro composto orgânico sintetizado pela indústria utilizado como herbicida seletivo, bem
como foi o primeiro herbicida a ser usado em doses baixas ( 1 kg ha
-1
). Os herbicidas
auxínicos afetam o crescimento das plantas de maneira similar à auxina natural destas (AIA)
sendo, porém, mais persistentes e ativos. Todos são translocados via floema e xilema e,
portanto, podem controlar diversas plantas perenes (OLIVEIRA JUNIOR, 2007).
Há, entretanto, diferenças de translocação entre produtos e, para um mesmo produto,
diferenças entre espécies de plantas, efeitos no crescimento das plantas podem ser notados
mesmo em doses baixas e com exceção do picloran, não persistem no solo por mais de seis
meses, apresentando baixa toxicidade para mamíferos (OLIVEIRA JUNIOR, 2007).
Apresentam efetividade sobre as plantas dicotiledôneas daninhas, anuais ou perenes,
sendo seletivos para gramíneas em geral. Possuem como efeitos iniciais deformações nas
21
nervações e no limbo foliar; paralisação do crescimento e engrossamento das raízes,
principalmente na região das gemas, podendo também induzir o aparecimento de raízes
adventícias; tumores ao longo do caule da planta (principalmente nos nós), os quais estão
ligados à obstrução do fluxo do floema e morte de plantas suscetíveis, ocorrendo de forma
lenta, geralmente entre três e cinco semanas após a aplicação (OLIVEIRA JUNIOR, 2007).
O picloran é pertencente ao grupo químico derivado do ácido picolínico e tem por
nome químico sal trietanolamina do ácido 4 – Amino 3,5,6 tricloropicolínico. Apresenta
absorção foliar e radicular e nas aplicações via toco, busca-se aplicar o produto diretamente na
região do câmbio (floema) e é translocado através do plasmalena. Se aplicado no toco, é
transportado até as raízes. Por isso é fundamental que a aplicação ocorra imediatamente após
o corte, antes que se inicie o processo de cicatrização. (NUNES, 2001). Caracteriza-se por
intensa atividade em dicotiledôneas e por seu uso combinado em misturas com 2,4 D e
fluroxipir. Apresenta uma meia-vida de 90 dias e tem longa persistência no solo, podendo ser
encontrado até 3 anos após aplicação de forma pulverizada . Quanto à toxidez para animais
pastadores, são recomendadas duas semanas de diferimento tanto para machos quanto fêmeas
em estado de lactação (REDMON, 2006).
o triclopyr é pertencente ao grupo químico das piridinas, sendo seu nome químico
éster butoxietílico do ácido 3,5,6-tricloro-2-piridiloxiacético. Apresenta absorção sistêmica
seletiva, sendo absorvido por via foliar e pelas raízes. Necessita quatro horas para ser
absorvido pelas folhas, tendo translocação por toda a planta, acumulando-se nos tecidos
meristemáticos. (NUNES, 2001). Apresenta meia vida de 20-45 dias, com dia persistência
no solo, variando de acordo com o pH. Quanto mais baixo o pH, maior é o grau de adsorção e
menor é a mobilidade. Aconselha-se a retirada de animais da área por duas semanas a partir
da data de aplicação (REDMON, 2006). Sua atividade assemelha-se ao fluroxipir, o qual
possui meia vida de 34-63 dias variando de acordo com o tipo de solo (RODRIGUES;
ALMEIDA, 2005).
O fluroxipir é do grupo químico das piridinas, e seu nome químico é [(4-amino-3,5-
dicloro-6-fluoro-2-piridinil)oxi] ácido acético, 1-metilheptil éster, tendo absorção foliar e via
raiz e caule. Apresenta translocação por toda a planta, acumulando-se nos tecidos
meristemáticos (NUNES, 2001).
Quanto ao 2,4-D, apresenta curta persistência no solo, sendo em média 30 dias
(SANTOS et al., 2006). É do grupo químico dos fenoxiacéticos, e tem o nome químico de
éster ou sal amina do ácido 2,4-diclorofenoxiacético. Sua absorção se pelas folhas, raiz e
caule, com translocação apossimplástica. Neste caso, as moléculas difundem-se na cutícula,
22
movimentam-se pelos espaços intercelulares e penetram no floema, seguindo o curso dos
nutrientes (NUNES, 2001).
2.5.4 Aplicador químico
O aplicador químico é desenvolvido pela Wilke Indústria e Comércio sendo o
primeiro protótipo comercializado em 1997, em substituição ao pulverizador convencional.
Idealizado a partir da barra química utilizada em lavouras de arroz irrigado no controle de
arroz vermelho, permite uma aplicação localizada em campo nativo (PÉREZ, 2007).
O aplicador químico dispõe de uma plataforma química e tem como principal
limitação, a altura das plantas alvo, sendo recomendada uma diferença de estatura entre as
plantas forrageiras desejáveis e plantas daninhas. Por atuar sobre aplicação apical localizada,
a planta alvo tem que ser de porte ereto e com mais de 18 cm para o ocorrer contaminação
das demais espécies. Quanto maior a altura, maior será a área de aplicação e possível eficácia.
Em busca de melhorias e maior eficácia, o modelo vêm sofrendo constantes
modificações, tanto no material como forma de regulagem e distribuidores a fim de melhorar
cada vez mais sua forma de aplicação.
2.6 Eficácia de herbicidas no controle de plantas daninhas
O controle de plantas daninhas consiste em limitar sua infestação evitando a
competição com as forrageiras. De acordo com National Academy of Science (1971), a
finalidade do controle de plantas daninhas é manejar a vegetação visando incentivar o
desenvolvimento da pastagem a suplantar o das plantas daninhas, em um dado tempo e local.
Obteve-se controle superior a 90% de Schinus terebintifolius aos 60 e 180 DAA, com
aplicação pulverizada de 2,4-D+picloran, fluroxipir+picloran e triclopyr nas doses,
respectivamente de 3,72; 2,44
e 1,23 l ha
-1
.
(SANTOS et al., 2006).
Pellegrini (2005) observou controle de 77,5% 20 DAA de alecrim do campo, carqueja
e caraguatá, com uso de 2,4-D+picloran em pastagem nativa. Estudos realizados por Rozanski
et al. (2003) com fluroxipir-éster (200 g ha
-1
) em Sida cordifolia e Solanum palinacanthum
mostraram fitotoxicidade superior a 80%, enquanto Esquivel; Valle (2007) obtiveram controle
total de Mimosa albida com aplicação de picloran+fluroxipir e picloran+2,4-D, herbicida que
23
também foi testado no controle de Erygium horridum, nas doses de 4 l ha
-
1
, 5 l ha
-1
e 6 l ha
-1
com eficácia sem haver diferenças significativas entre os tratamentos (SANTOS et al., 2006).
3 CAPÍTULO III
EFEITO INICIAL DE HERBICIDAS EM DIFERENTES DOSES NO
CONTROLE DE ALECRIM DO CAMPO (Vernonia nudiflora) EM
PASTAGEM NATURAL SOB AÇÃO LOCALIZADA
25
Efeito inicial de herbicidas em diferentes doses no controle de alecrim do campo
(Vernonia nudiflora) em pastagem natural sob ação localizada
Initial effect of herbicides in different doses in control of alecrim do campo
(Vernonia nudiflora) in natural pasture with local application
Júlia Gomes Farias
I
Eduardo Londero Moojen
II
Sérgio Luiz de Oliveira
Machado
III
Diego Barcellos Galvani
IV
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o efeito da aplicação localizada dos herbicidas 2,4-
D+picloran (240 + 64 g l
-1
), 2,4-D (670 g l
-1
), triclopyr (480 g l
-1
), 2,4-D+picloran (60 + 60 g
l
-1
) e fluroxipir+picloran (80 + 80 g l
-1
), com o uso de um aplicador químico no controle do
alecrim do campo (Vernonia nudiflora) em pastagem natural, foi conduzido um estudo em
uma propriedade particular no distrito de Santa Flora, pertencente ao município de Santa
Maria, região fisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul, no período de agosto
de 2006 a novembro de 2007. O delineamento experimental foi de parcelas subdivididas
dispostas em blocos ao acaso, com três repetições em um arranjo fatorial (5x3)+1, sendo
cinco herbicidas em três doses mais a testemunha. As parcelas corresponderam aos
herbicidas, locadas as doses zero; 360 + 96; 720 +192 e 1080+288 g ha
-1
do equivalente ácido
(e. a.) de 2,4-D+picloran; zero; 1005; 2010 e 3015 g ha
-1
do e. a. de 2,4-D;
zero;720; 1440 e 2160 g ha
-1
do e. a. de triclopyr; zero; 90+90; 180+180 e 270+270 g ha
-1
do
e. a. de. 2,4 D+picloran e zero; 120+120; 240+240 e 360+360 g ha
-1
do e. a. de
fluroxipir+picloran. As subparcelas foram compostas por oito quadros dispostos sobre uma
I
Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Faculdade de Zootecnia, UFSM, Santa Maria-RS, Brasil. E-mail: [email protected].
Autora para correspondência.
II
Departamento de Zootecnia, UniversidadeFederal de Santa Maria, Santa Maria-RS, Brasil.
III
Departamento de Defesa Fitossatitária, UniversidadeFederal de Santa Maria, Santa Maria-RS, Brasil.
IV
Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens, Faculdade de Zootecnia, ESALQ/USP, Piracicaba-SP, Brasil.
26
transecta fixa, onde se fez um levantamento anterior à aplicação, outro 60 dias após a
aplicação (DAA) e mais um 353 DAA. Para aplicação dos herbicidas, foi usado um
“Aplicador Químico”. Os resultados mostraram que todos herbicidas tiveram diferença
significativa na redução do número de hastes de alecrim (Vernonia nudiflora) em relação à
testemunha, e não houve diferença significativa entre os herbicidas. Todos herbicidas
apresentaram diferença significativa na redução da abundância do alecrim do campo, em
relação à testemunha tanto 60 DAA, quanto 353 DAA. No primeiro levantamento não houve
diferença significativa entre os tratamentos em relação à média das alturas de hastes de
alecrim do campo. No terceiro levantamento, 353 DAA, o herbicida fluroxipir+picloran
locado na dose 360+360 g e.a ha
-1
apresentou maior redução na altura.
Palavras-chave: Campo nativo, controle químico, planta daninha.
ABSTRACT
With the objective to evaluate the effect of the local application of the herbicides 2.4-
D + picloran (240 +64 g l
-1
), 2.4-D (670 g l
-1
), triclopyr (480 g l
-1
), 2, 4-D + picloran (60 +60
g l
-1
) and fluroxipir + picloran (80 +80 g l
-1
), with the use of a chemical applicator in the
control of alecrim do campo (Vernonia nudiflora) in natural pasture, a study was conducted in
a private property in the district of Santa Flora, belonging to the municipality of Santa Maria,
physiographic region of the Depressão Central of Rio Grande do Sul, in the period of august
2006 to november 2007. The experimental design used was split plot arranged in blocks, with
three replicates in a (5x3)+1 factorial arrangement, five herbicides in three doses and the
control. The plots corresponded to herbicides, doses were locate in zero; 360 +96; 720 +192
and 1080 +288 g ha
-1
of acid equivalent of 2.4-D + picloran; zero; 1005, 2010 and 3015 g ha
-
1
of a. e. of 2.4-D; zero; 720; 1440 and 2160 g ha
-1
of a. e. of triclopyr; zero; 90 +90; 180
27
+180 and 270 +270 g ha
-1
of a. e. of. 2.4-D + picloran and zero; 120 +120; 240 +240 and 360
+360 g ha
-1
of a. e. of fluroxipir +picloran. The subplots were composed by 8 tables arranged
on a fixed line, where were made a survey prior to application, in 60 days after the application
(DAA) and another 353 DAA. For the application of herbicides, were used a chemical
applicator. The results showed that all herbicides had significant difference in reducing the
number of stems of alecrim do campo in relation to the control, and there was no significant
difference between the herbicides. All herbicides showed a significant difference in reducing
the abundance of alecrim do campo from the field, in relation to the control in 60 and 353
DAA. In the first survey there was no significant difference between treatments in relation to
the average heights of alecrim do campo’ stems. In the third survey, 353 DAA, the herbicide
fluroxipir + picloran in dose 360+360 g e.a ha
-1
showed a greater reduction in height.
Key-Words: Chemical control, native pasture, weed.
28
INTRODUÇÃO
A produção pecuária a campo vem sofrendo pressões quanti-qualitativas na produção
no mercado internacional. A parte correspondente a pastagens naturais, chamados Campos
Sulinos”, corresponde a 2,07% (176.496 km
2
) do território brasileiro, sendo as pastagens
subtropicais naturais responsáveis por aproximadamente 90% das pastagens naturais no Rio
Grande do Sul (CARVALHO, 2006). No estado do Rio Grande do Sul, as pastagens naturais
são a base da pecuária extensiva de corte (FONTOURA JUNIOR et al., 2007), e é
fundamental o conhecimento sobre as mesmas para posteriores tomadas de decisão.
O conhecimento da composição do campo nativo, tipo de cobertura vegetal, bem
como qualidade e proporção da abundância das espécies é crucial par o melhoramento do
mesmo, uma vez que, conhecida a composição florística da pastagem natural torna-se mais
segura a escolha da forma de manejo a ser adotada, e conseqüente aumento nos níveis de
produção (NABINGER, 1997).
O campo nativo é constituído por uma vasta comunidade vegetal, onde diferentes
espécies estão condicionadas por fatores ligados ao ambiente. Estima-se que cerca de 600
espécies de Asteraceae, 400 de Poaceae, 150 de Fabaceae, além de outras famílias façam parte
da vegetação campestre, totalizando aproximadamente 3000 espermatófitas campestres
(BOLDRINI, 2002).
O tipo de manejo adotado quer seja queima, pastejo, aplicação de herbicidas dentre
outros, tem ação sobre a comunidade, provocando alterações que favorecem algumas espécies
e prejudicam outras. A forma de manejo adotada é escolhida sempre visando à melhoria da
produção forrageira e por conseqüência a produção animal (GOMAR et al., 2004).
O manejo inadequado destas pastagens promove o aumento da freqüência de plantas
daninhas, principalmente das asteráceas, como alecrim (Vernonia nudiflora), carqueja
29
(Baccharis trimera) e maria mole (Senecio spp), e apiácejas como caraguatá (Eryngiun
horridum) dentre outras (CELLA JÚNIOR, 2005)..
A produtividade das pastagens nativas é influenciada pela presença de plantas
daninhas, ainda que estas pertençam ao ecossistema. Uma vez que estas plantas não são parte
da dieta contínua do animal são, no contexto da produção animal, denominadas daninhas,
ainda que por vezes sejam consumidas por ovinos, eqüídeos, búfalos e bovinos adultos
durante seu estágio inicial de crescimento (FONTOURA JUNIOR et al., 2007). O não-pastejo
dá-se principalmente à medida que estas plantas envelhecem, quando ocorre aumento de
lignificação tornando-as plantas grosseiras e impalatáveis ou mesmo tóxicas aos herbívoros,
(PELLEGRINI, 2005).
O controle de plantas daninhas faz-se necessário para amenização de impactos na
vegetação campestre de valor forrageiro. Dentre os todos de controle de espécies daninhas
existentes, pode-se destacar o pastejo, a roçada, o arranquio e o uso de herbicidas (GOMES et
al., 2000).
Segundo GIRARDI-DEIRO et al. (2000) a prática de roçada mecânica reduz em
média 55% de alho-macho (Sisyrinchium platense) em solos úmidos e 30,7% em solos secos.
Fatores como o alto custo e reinfestação no método de roçadas; grande demanda de tempo e
mão-de-obra no controle do arranquio; tornam o controle químico muito atrativo para o
melhoramento de pastagens (MACHADO, 1999).
O controle químico é recomendável em situações onde o controle mecânico é
inviável ou mesmo como complemento deste (SEMPLE, 1974). Porém muitas vezes, a grande
riqueza florística das pastagens naturais torna o uso de herbicidas desvantajoso, uma vez que
reduz não só o número de espécies daninhas como de desejáveis, afetando espécies produtivas
como fabáceas (CELLA JÚNIOR, 2005).
30
Uma alternativa de melhoramento das pastagens naturais, pode então ser a
aplicação localizada de herbicidas visando reduzir a competição de plantas daninhas, prática
que vem sendo adotada muito recentemente.
Visando a grande freqüência de espécies daninhas em pastagens naturais, e a
dificuldade de controle eficaz das mesmas, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito da
aplicação localizada de herbicidas em diferentes doses na vegetação campestre, avaliando sua
eficiência no controle do alecrim do campo.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Fazenda Taperinha, no município de Santa Maria, região
fisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul, no período de agosto de 2006 a
novembro de 2007. O experimento foi desenvolvido em uma área de pastagem natural que
vem sendo utilizada com bovinos de corte em um sistema de cria. O método de pastejo
utilizado foi o contínuo com lotação variável. No ano de 1993 a área foi calcareada e adubada;
desse ano até 1998 a área foi sobre-semeada com aveia (Avena strigosa), azevém (Lolium
multiflorum) e trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum) e adubada. A área vinha sendo roçada
anualmente com roçadeira mecânica (nos meses de janeiro e fevereiro) nos últimos 13 anos.
Adicionalmente vem sendo feito controle com enxada, aplicação localizada de glifosato ou
arranquio manual no capim anoni (Eragrostis plana), carqueja (Baccharis trimera) caraguatá
(Eryngium horridum) e maria mole (Senecio spp). O local apresentava como planta daninha
mais freqüente e praticamente única persistente o alecrim, apesar do uso das técnicas
anteriormente citadas.
31
O clima da região, de acordo com a classificação de Koppen, é do tipo Cfa
(subtropical úmido) (MORENO, 1961). O solo da área experimental é classificado como
argissolo vermelho distrófico arênico (EMBRAPA, 1999).
Em agosto de 2006 foi escolhida a área experimental bem como feita sua demarcação.
Ao final de setembro o campo foi roçado mecanicamente a uma altura de 7 cm, com o
objetivo de permitir um rebrote uniforme do alecrim.
Foram utilizados 16 tratamentos, sendo eles: T1 - 2,4-D+picloran nas doses 0; 360+96;
720+192 e 1080+288 g ha
-1
do equivalente ácido (e. a.); T2 - 2,4-D nas doses 0; 1005; 2010 e
3015 g e.a. ha
-1
; T3 - triclopyr nas doses 0; 720; 1440 e 2160 g e.a. ha
-1
; T4 - 2,4-D+picloran
90+90; 180+180 e 270+270 g e.a. ha
-1
; T5 - fluroxipir+picloran nas doses 0; 120+120;
240+240 e 360+360 g e.a. ha
-1
e T0 - testemunha.
Os tratamentos foram aplicados em dezembro, quando o peso seco de folhas do alecrim
atingiu em torno de 30 % do peso seco total da parte aérea, com altura média de 59 cm.
A aplicação dos tratamentos foi com umidade relativa do ar acima de 60% e
temperatura inferior a 30°C, a uma velocidade de deslocamento do trator de 6,5 km h
-1
, a uma
altura de 20 cm do solo, no período de 25 de novembro a 12 de dezembro. Foi utilizado um
aplicador químico. tratorizado da empresa Wilke Indústria e Comércio, o qual foi regulado
com antecedência para definir os volumes de calda (mistura de água e herbicida) utilizados
nos diferentes tratamentos, bem como altura de passagem.
O aplicador químico consiste em uma plataforma com 3,2m de largura por 1,30 de
comprimento, que apresenta bandejas superiores (com distribuidores) e inferiores
(acarpetadas) sendo um total de sete bandejas dispostas lado a lado. Cada bandeja possui sete
distribuidores os quais são ligados por um eixo central que repassa o líquido para canos
menores que umedecem cada um uma porção de corda que por sua vez irriga a bandeja
despejando o líquido por toda área do carpete que entra em contato com as plantas alvo.
32
A máquina é feita de chapa de aço 1200, sendo o seu interior forrado por chapa de aço
1200 galvanizada. Pesa 350 kg sem ser abastecida, tem um rendimento médio diário de 6-10
ha dia
-1
a uma velocidade média de 5km h
-1
. O gasto de herbicida varia conforme a área de
contato, ou seja quanto maior a abundância de plantas alvo maior será o gasto. Possui quatro
regulagens de vazão sendo 0, 1, 2 e 3, bem como regulagem de altura do solo variando de 18
a 40 cm. Sua área de ação é pouco menor que a área total da plataforma sendo de 3m de
largura por 1 de comprimento.
O pastejo da área foi interrompido por 15 dias a partir da aplicação dos tratamentos.
Foram demarcadas transectas, uma em cada parcela. As transectas tinham 8 m de
comprimento, sendo marcadas por estacas de madeira cravadas no solo dentro das parcelas.
Cada unidade amostral tinha 10 m de comprimento por 4 m de largura, existindo ruas entre as
mesmas para auxiliar no deslocamento e coleta de material.
Foi realizado um levantamento anterior à aplicação dos herbicidas, outro 60 dias após a
aplicação (DAA) e mais outro 353 DAA. Foram realizadas estimativas visuais da freqüência
de espécies e massa de forragem através do uso de um quadro de área igual a 0,25m
2
. Por
ocasião dos levantamentos, foi instalada uma trena para demarcar a transecta, na qual a cada
50 cm colocava-se o quadro estimando-se, então, a massa de forragem presente na área
delimitada pelo quadro e as espécies com contribuição significativa para a biomassa.
Registrou-se, ainda, o número e a altura de hastes de alecrim do campo .
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualisados, com três repetições
e oito subparcelas. Os dados foram submetidos à análise da variância que incluiu os efeitos
dos blocos, herbicidas, doses, períodos, subparcelas e das suas interações. Havendo efeitos
significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey. As análises foram realizadas
através do procedimento GLM do programa estatístico SAS (2004), ao nível de 5% de
probabilidade.
33
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A avaliação da eficácia do uso localizado de herbicidas em diferentes doses utilizando
o aplicador químico feita através da redução do número de hastes de alecrim do campo é
apresentada na Tabela 1.
Todos os herbicidas apresentam diferença significativa (P<0,05) na redução de hastes
em relação à testemunha, sendo que aos 60 DAA houve uma redução em média de 86% no
número de hastes de alecrim do campo. SANTOS et al. (2006) conseguiram eficácia superior
a 90% de aroeirinha (Schinus terebintifolius) e mata-pasto (Eupatorium maxilianii) utilizando
os tratamentos de 3,7 l ha
-1
de 2,4-D+picloran (240+64 g ha
-1
), 2,4 l ha
-1
de fluroxipir +
picloran (80+80 g ha
-1
) e 1,1 l ha
-1
de triclopyr (480 g ha
-1
).
O herbicida T5 na dose 4,5 l ha
-1
60 DAA mostrou maior eficácia diferindo do T2 na
dose 3 l ha
-1
, não diferindo dos demais herbicidas. No levantamento anterior a aplicação dos
herbicidas, constatou-se o número de 24,8 hastes de alecrim do campo por quadro,
correspondendo a 993.600 hastes ha
-1.
Por ocasião do sorteio uma das repetições do herbicida
T2 na dose 3 l ha
-1
mostrou um maior número de hastes do que as demais parcelas,
correspondendo a 33,52 hastes por quadro e 1.340,952 hastes ha
-1
, o que explica a aparente
diferença em sua eficácia.
Aos 353 DAA não houve diferença significativa entre os herbicidas, sendo que todos
diferiram da testemunha, quando houve uma redução em dia de 86% do número de hastes
de alecrim do campo, resultado este que mostra a alta eficácia da ação dos herbicidas testados
bem como a ação satisfatória do aplicador químico. Mesmo a testemunha apresentou redução
percentual de 15% no número de hastes de alecrim do campo, o que pode ter ocorrido devido
ao ciclo da planta ou mesmo por quebra das hastes por pisoteio dos animais presentes na área,
34
uma vez que nas partes mais velhas o caule se torna lenhoso e fibroso (KISSMANN ;
GROTH, 1999).
A ação química dos herbicidas pode ter sofrido intensificação pela a roçada mecânica
uma vez que esta aumentou a área de contato foliar (devido ao rebrotamento e enfolhamento)
gerando resultados significativos. Em estudo FERRI et al. (1998) concluíram que as espécies
de caraguatás e alecrim do campo não eram controladas com doses de 360 a 1080g ha
-1
de
glifosato independente da adição de 2,4-D ou não de forma pulverizada e que o fator limitante
para eficácia dos produtos foi a reduzida área foliar, a qual proporcionava uma menor
interceptação de gotas que as demais plantas daninhas.
GIRARDI-DEIRO et al. (2000), quantificaram um controle de 55% de plantas
daninhas em campo úmido e 30,7% em campo seco com roçada mecânica, PELLEGRINI
(2005) observou controle superior a 50%, mesmo em campo seco, além de aumento na
freqüência de leguminosas.
A avaliação da eficácia do uso de herbicidas de forma localizada em diferentes doses
em redução percentual da abundância do alecrim do campo tem valores apresentados na
Tabela 2.
A abundância do alecrim do campo no levantamento anterior a aplicação dos
herbicidas correspondeu em média a 60% da biomassa aérea presente nas unidades amostrais,
valor similar ao encontrado por PELLEGRINI (2005) em seu estudo que foi conduzido entra
a Serra do Sudeste e a Depressão Central, onde observou em média 51,1%.
Todos herbicidas, tanto aos 60 DAA, quanto aos 353 DAA, apresentaram diferença
significativa em relação à testemunha, a qual apresentou acréscimo em média de 24% na
abundância do alecrim nos levantamentos posteriores a aplicação. Aos 60 DAA, o herbicida
T5, na dose 4,5l ha
-1
, e o herbicida T1, na dose 1,5l ha
-1
, foram mais eficientes em relação ao
35
herbicida T2, nas doses 1,5 l ha
-1
e 3,0 l ha
-1
e não apresentaram diferença significativa dos
demais herbicidas.
No levantamento referente aos 353 DAA houve uma redução média da abundância de
alecrim do campo de 64%. Os herbicidas T1 nas doses 1,5 l ha
-1
e 3,0 l ha
-1
, o herbicida T2
nas doses 1,5 e 3,0 l ha
-1
, o herbicida T3 na dose 3,0 l ha
-1
,o herbicida T4 nas doses 1,5 l ha
-1
e 3,0 l ha
-1
e o herbicida T5 nas doses 1,5 e 4,5 l ha
-1
, se mostraram mais eficientes que o T2
na dose 3,0 l ha
-1
, não diferindo dos demais.
No levantamento anterior à aplicação dos herbicidas, constatou-se uma maior
abundância de alecrim do campo em uma determinada parcela, que por ocasião do sorteio,
correspondeu a uma das repetições do herbicida T2 na dose 3,0 lha
-1
, correspondendo a 69%
da abundância do quadro, o que explica a aparente diferença em sua eficácia.
Estudos realizados por ROZANSKI et al. (2000) com fluroxipir-éster (200 g ha
-1
) em
Sida cordifolia e Solanum palinacanthum mostraram fitotoxicidade superior a 80%, enquanto
ESQUIVEL; VALLE (2007) obtiveram controle total de Mimosa albida com aplicação de
picloran+fluroxipir e picloran+ 2,4-D, herbicida que também foi testado no controle de
Erygium horridum, nas doses de 4, 5
e 6 l ha
-1
, com eficácia sem haver diferenças
significativas entre os tratamentos (SILVA et al., 2002).
É preciso ressaltar que os trabalhos anteriormente citados, ao contrário deste estudo,
tiveram aplicação dos herbicidas de forma pulverizada, o que pode gerar melhores resultados
no que diz respeito ao controle de plantas daninhas, porém atinge todas as espécies
pertencentes à pastagem, promovendo uma menor seletividade do que a aplicação localizada.
A altura (cm) de hastes de alecrim do campo em pastagem natural com aplicação de
cinco herbicidas em doses distintas sob ação localizada tem seus valores expressos em altura
(cm) na Tabela 3.
36
Estes dados foram obtidos através da média das alturas das hastes de alecrim do
campo dentro dos quadros de forma que, quando ocorreu o rebrote, a haste mais nova, e por
conseqüência de menor altura, acabou diminuindo a média. Portanto, os valores referentes à
altura o correspondem à diminuição na altura de hastes, mas sim na média em cm das
mesmas.
No primeiro levantamento, realizado anteriormente à aplicação dos herbicidas, o
houve diferença significativa entre os tratamentos, uma vez que a área havia sido roçada
mecanicamente, para uma maior homogeneização, sendo a altura média 59 cm. No segundo
levantamento, 60 DAA, o herbicida T1 na dose 4,5 e o herbicida T5 nas doses 1,5 e 3,0 l ha
-1
mostraram uma maior redução na altura.
No terceiro levantamento, aos 353 DAA, o herbicida T5 na dose 4,5 l ha
-1
apresentou
maior redução na altura em relação aos herbicidas T1 nas doses 1,5 e 3,0 l ha
-1
, T2 na dose 4,5
l ha
-1
, T3 nas doses 3,0 e 4,5 l ha
-1
e T4 nas doses 1,5 e 4,5 l ha
-1
não diferindo dos demais. No
período que precedeu a aplicação dos herbicidas, a altura média do alecrim do campo era de
58 cm e aos 353 DAA esse valor caiu para 22 cm em média, ocorrendo aumento apenas na
testemunha que passou a ter uma dia de 92 cm de altura. Este dado observado na parcela
testemunha sugere que o crescimento das hastes foi maior que o rebrote. Como não houve
ação de herbicidas nas partes mais velhas, estas foram preservadas, mantendo a média da
altura cada vez mais alta.
A redução na altura comprova a existência de hastes pequenas, muito baixas as quais
baixam a dia de altura. Estas hastes são provavelmente gemas que conseguiram germinar
após a aplicação dos produtos, escapando à ação química. Uma estrutura chamada rizóforo ou
xilopódio a qual armazena água em espaços intercelulares é a maior responsável pela
adaptação de resistência à seca e a capacidade de rebrote a partir de gemas situadas na parte
subterrânea do caule.
37
O uso do aplicador químico é eficaz para controle do alecrim do campo, mesmo em
baixas concentrações dos herbicidas, tendo eficácia de 86% na redução de hastes de alecrim
do campo.
.
CONCLUSÃO
O uso do aplicador químico é eficaz para o controle do alecrim do campo, mesmo
com baixas concentrações de herbicidas, tendo eficácia de 86% na redução de hastes de
alecrim do campo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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40
Tabela 1 Percentual de hastes de alecrim do campo em pastagem natural aos 60 e 353 dias
após a aplicação (DAA) de cinco herbicidas pós emergentes em três doses
distintas sob ação localizada em Santa Maria, RS, 2006/2007
60 DAA
Dose l ha
-1
1,5 3,0 4,5
Princípio ativo
1
T1 92,1
ab
79,1
ab
89,9
ab
T2 83,1
ab
74,0
b
83,3
ab
T3 80,2
ab
90,4
ab
85,1
ab
T4 84,8
ab
82,0
ab
89,2
ab
T5 92,9
ab
84,7
ab
97,0
a
T0 16,0
c
353 DAA
Dose l ha
-1
1,5 3,0 4,5
Princípio ativo
1
T1 83,3
a
89,7
a
89,3
a
T2 85,8
a
80,2
a
88,0
a
T3 87,5
a
86,2
a
88,2
a
T4 88,8
a
81,9
a
72,2
a
T5 85,2
a
88,5
a
95,2
a
T0 15,5
b
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 4,19%
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 7,08%
Valores seguidos por letras minúsculas diferentes diferem significativamente entre os tratamentos dentro de cada
levantamento pelo teste de Tukey (P<0,05);
1
T1 = 2,4 D+picloran (240+64 g e.a. ha
-1
), T2= 2,4D (670 g e.a. ha
-1
), T3 = triclopyr (480g e.a. ha
-1
), T4 = 2,4
D+picloran (60+60 g e.a. ha
-1
), T5 = fluroxipir+picloran (80+80g e.a. ha
-1
) e T0 testemunha.
Tabela 2 Abundância em percentagem de alecrim do campo em pastagem natural aos 60 e
353 dias após a aplicação (DAA) de cinco herbicidas pós emergentes em três doses distintas
sob ação localizada em Santa Maria, RS, 2006/2007
60 DAA
Dose l ha
-1
1,5 3,0 4,5
Princípio ativo
1
T1 78,65
a
46,06
abc
66,24
ab
T2 33,14
bc
27,21
c
45,91
abc
T3 42,41
abc
65,47
ab
49,91
abc
T4 59,49
abc
54,62
abc
55,11
abc
T5 59,01
abc
63,22
ab
74,20
a
T0 -23,70d
353 DAA
Dose l ha
-1
1,5 3,0 4,5
Princípio ativo
1
T1 84,55
a
73,94
a
63,71
ab
T2 54,77
ab
30,48
b
51,51
ab
T3 59,57
ab
76,22
a
57,97
ab
T4 68,69
a
70,94
a
63,51
ab
T5 65,31
a
66,81
ab
72,22
a
T0 -23,57
c
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 21,71%
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 19,42%
Valores seguidos por letras minúsculas diferentes diferem significativamente entre os tratamentos em cada
levantamento pelo teste de Tukey (P<0,05);
1
T1 = 2,4 D+picloran (240+64 g e.a. ha
-1
), T2= 2,4D (670 g e.a.ha
-1
), T3 = triclopyr (480g e.a. ha
-1
), T4 = 2,4
D+picloran (60+60 g e.a. ha
-1
), T5 = fluroxipir+picloran (80+80g e.a. ha
-1
) e T0 testemunha.
Tabela 3 – Altura (cm) de hastes de alecrim do campo em pastagem natural com aplicação de
cinco herbicidas pós emergentes em três doses distintas sob ação localizada em
Santa Maria, RS, 2006/2007
Levantamento anterior a aplicação
Dose l ha
-1
1,5 3,0 4,5
Princípio ativo
1
T1 58,0
(A)
59,0
(A)
56,0
(A)
T2 58,3
(A)
58,0
(A)
59,0
(A)
T3 61,0
(A)
58,0
(A)
57,0
(A)
T4 61,0
(A)
55,0
(A)
59,3
(A)
T5 60,7
(A)
61,0
(A)
59,0
(A)
T0 58,0
(B)
60 DAA
T1 40,7
bc(B)
45,0
b(A)
17,7
f(B)
T2 35,0
bcd(B)
32,0
cd(B)
42,0
bc(B)
T3 32,0
cd(B)
32,0
cd(B)
41,3
bc(A)
T4 43,7
bc(B)
42,3
bc(B)
40,7
bc(B)
T5 21,0
de(B)
27,0
de(B)
33,0
bcd(B)
T0 72,3
a(AB)
353 DAA
#
T1 24,3
b(C)
25,3
b(B)
12,3
c(B)
T2 21,3
bc(C)
23,0
bc(C)
28,0
b(C)
T3 20,3
bc(C)
24,3
b(C)
26,3
b(B)
T4 26,0
b(C)
21,3
bc(C)
26,0
b(C)
T5 15,7
bc(C)
18,0
bc(C)
18,0
bc(C)
T0 92,0
a(A)
CV = 1,59%;
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 3,06%;
#
Dados analisados com transformação Log
10
(Y + 1,5), CV = 7,42%;
Valores seguidos por letras minúsculas diferentes diferem significativamente entre os tratamentos dentro de cada
levantamento pelo teste de Tukey (P<0,05);
Letras maiúsculas diferentes indicam diferenças significativas entre os levantamentos (P<0,05);
1
T1 = 2,4 D+picloran (240+64 g e.a. ha
-1
), T2= 2,4D (670 g e.a. ha
-1
), T3 = triclopyr (480g e.a. ha
-1
), T4 = 2,4
D+picloran (60+60 g e.a. ha
-1
), T5 = fluroxipir+picloran (80+80g e.a. ha
-1
) e T0 testemunha.
4 DISCUSSÃO
A avaliação da eficácia do uso localizado de herbicidas em diferentes doses utilizando
o aplicador químico foi feita através da redução percentual da abundância, altura e número de
hastes de alecrim do campo. Houve uma redução em média de 86% no número de hastes de
alecrim do campo resultado este que mostra a alta eficácia da ação dos herbicidas testados
bem como a ação satisfatória do aplicador químico.
A ação química dos herbicidas pode ter sofrido intensificação com a roçada mecânica
uma vez que esta aumentou a área de contato foliar (devido ao rebrotamento e enfolhamento)
gerando resultados significativos. Em um estudo Ferri et al. (1998) concluíram que as
espécies de caraguatás e alecrim do campo não eram controladas com doses de 360 a 1080g
ha
-1,
independente da adição de 2,4-D ou não e que o fator limitante para eficácia dos produtos
foi a reduzida área foliar, a qual proporcionava uma menor interceptação de gotas que as
demais plantas daninhas. Girardi-Deiro et al. (2000), quantificaram um controle de 55% de
plantas daninhas em campo úmido e 30,7% em campo seco com roçada mecânica,
Pellegrini (2005) observou controle superior a 50% com roçada mecânica, mesmo em campo
seco, além de aumento na freqüência de leguminosas.
A abundância do alecrim do campo era em torno de 60% no levantamento anterior a
aplicação dos herbicidas, valor similar ao encontrado por Pellegrini (2005) em seu estudo que
foi conduzido entra a Serra do Sudeste e a Depressão Central, onde observou em média 51,1%
de participação na abundância por plantas daninhas.
Estudos realizados por Rozanski et al. (2000) com fluroxipir-éster (200 g ha
-1
) em
Sida cordifolia e Solanum palinacanthum mostraram fitotoxicidade superior a 80%, enquanto
Esquivel; Valle (2007) obtiveram controle total de Mimosa albida com aplicação de
picloran+fluroxipir e picloran+ 2,4-D, herbicida que também foi testado no controle de
Erygium horridum, nas doses de 4, 5
e 6 l ha
-1
, com eficácia sem haver diferenças
significativas entre os tratamentos (SILVA et al., 2002).
É preciso ressaltar que os trabalhos anteriormente citados, ao contrário deste estudo,
tiveram aplicação dos herbicidas de forma pulverizada, o que pode gerar melhores resultados
no que diz respeito ao controle de plantas daninhas, porém atinge todas as espécies
pertencentes à pastagem, promovendo uma menor seletividade do que a aplicação localizada.
Nos dados de altura média de hastes do alecrim do campo, quando ocorreu o rebrote, a
haste mais nova, e por conseqüência de menor altura, acabou por levar a média para baixo.
44
Portanto, os valores referentes à altura não correspondem à diminuição na altura de hastes,
mas sim da altura de hastes novas. No período que precedeu a aplicação dos herbicidas, a
altura média do alecrim do campo era de 58 cm e aos 353 DAA esse valor caiu para 22 cm em
média, ocorrendo aumento apenas na testemunha que passou a ter uma média de 92 cm de
altura. Este dado observado na parcela testemunha sugere que o crescimento das hastes foi
maior que o rebrote. Como não houve ação de herbicidas nas partes mais velhas, estas foram
preservadas, apresentando valores superiores de altura das hastes.
As hastes novas são provavelmente gemas que conseguiram germinar após a aplicação
dos produtos, escapando à ação química. Uma estrutura chamada rizóforo ou xilopódio, a qual
armazena água em espaços intercelulares, é a maior responsável pela adaptação de resistência
à seca e a capacidade de rebrote a partir de gemas situadas na parte subterrânea do caule.
5 CONCLUSÕES
Os herbicidas testados usando o aplicador químico são eficazes para controle do
alecrim do campo, mesmo em baixas concentrações.
Uma vez que não houve diferenças significativas entre os tratamentos, entende-se
que se pode então usar o herbicida com menor persistência no solo na menor dose.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de no presente estudo não constar uma análise econômica quanto à utilização
destes herbicidas na limpeza do campo, como em qualquer outro método de limpeza, deve-se
considerar a viabilidade de sua utilização, bem como o retorno econômico resultante.
Mesmo sendo a limpeza química localizada dos campos um método muito
promissor, como em outros métodos, este apresenta determinadas limitações de uso, as quais
podem ser contornadas utilizando manejos adequados. Na busca por manejos que maximizem
cada vez mais o controle adequado de plantas daninhas, deve-se promover mais pesquisas que
respondam dúvidas ainda existentes, como melhor época e quantificação do efeito da roçada
mecânica.
Em resumo, nenhum dos métodos aplicados atualmente na limpeza de campo é
completo ou definitivo por si só, sendo necessários manejos complementares para resultados
satisfatórios e duradouros.
47
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VOISIN, A. Dinamica de los pastos. Tradução: Carlos Cuenca. Madrid: Tecnos, 1967, 452.
p.
52
ANEXOS
ANEXO A - Lista de espécies identificadas nos levantamentos florísticos na área
experimental.
-ACANTHACEAE
Ruellia sp.
-AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana
Alternanthera philoxeroides
-APIACEAE
Apium leptophyllum
Centella asiatica
Eryngiun horridum
Eryngiun sp.
Hydrocotyle exigua
-ASTERACEAE
Baccharis trimera
Berroa gnaphalioides
Chaptalia arechavaletae
Chaptalia sinuata
Chevreulia acuminata
Chevreulia sarmentosa
Conyza monorchis
Conyza chilensis
Facelis retusa
Gamochaeta simplicicaulis
Gamochaeta spicata
54
Hypochoeris radiata
Micropsis spathulata
Pterocaulon subvirgatum
Senecio sp1.
Senecio sp2
Senecio sp3
Soliva pterosperma
Vernonia nudiflora
Vernonia sp.
-CARYOPHYLLACEAE
Silene gallica
-CONVULACEAE
Dichondra sericea
-CRUCIFERAE
Capsella bursa-pastoris
-CYPERACEAE
Cyperus spp.
Cyperus esculentus
Cyperus ferax
-FABACEAE
Aeschynomene falcata
Desmodium adscendens
Desmodium barbatum
Desmodium incanum
Stylosanthes montevidensis
55
-HIPOXIDACEAE
Hypoxis decumbens
-IRIDACEAE
Herbertia pulchella
Sisyrinchium laxum
-JUNCACEAE
Juncus spp.
-MALVACEAE
Sida spp.
-OXALIDACEAE
Oxalis spp.
-POACEAE
Andropogon lateralis
Andropogon selloanus
Axonopus affinis
Briza macrostachya
Briza sp.
Calamagrostis montevidensis
Cynodon dactylon
Echinochoa crusgalli
Eleusine indica
Eragrostis lugens
Eragrostis neesii
Eragrostis plana
56
Dichanthelium decipiens
Dichanthelium sabulorum
Dichanthelium spp.
Paspalun notatum
Paspalum plicatulum
Paspalum urvillei
Piptochaetium montevidense
Setaria geniculata
Setaria parviflora
Sorghastrum albescens
Sporobulus indicus
-PLANTAGINACEAE
Plantago tomentosa
-POLYGONACEAE
Polygonum persicaria
-RUBIACEAE
Borreria verticillata
Richardia brasiliensis
-SOLANACEAE
Solanum americanum
-URTICACEAE
Urtica sp.
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