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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
EXIGÊNCIAS DE LISINA E DE METIONINA + CISTINA
DIGESTÍVEIS PARA AVES DE CORTE DA LINHAGEM ISA
LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Dáphinne Cardoso Nagib Nascimento
Médica Veterinária
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
EXIGÊNCIAS DE LISINA E DE METIONINA + CISTINA
DIGESTÍVEIS PARA AVES DE CORTE DA LINHAGEM ISA
LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Dáphinne Cardoso Nagib Nascimento
Orientador (a): Prof. Dr. Nilva Kazue Sakomura
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de Jaboticabal,
como parte das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Zootecnia (Produção Animal).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Novembro de 2007
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
Dáphinne Cardoso Nagib Nascimento - nascida em 22 de setembro de 1980,
na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, é médica veterinária, formada pela
Universidade Federal de Uberlândia em janeiro de 2005. Ingressou no curso de
mestrado em agosto de 2005, no curso de zootecnia área de produção animal, da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias do Campus de Jaboticabal Unesp.
Defendeu Dissertação em novembro de 2007.
A minha família,
Wellington, Kásmia
e Carolina,
Dedico
AGRADECIMENTOS
Á Deus;
Á minha orientadora, Prof. Dra. Nilva Kazue Sakomura, pela oportunidade, pelos
ensinamentos e amizade;
À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Unesp Jaboticabal, SP, pela
oportunidade de realização deste curso;
Ao Conselho Nacional de Pesquisa Tecnológico (Cnpq) pela concessão da bolsa
de estudo;
À empresa Ajinomoto, pelo fornecimento dos aminoácidos industriais, em
especial ao Dr. Eduardo Nogueira pela atenção dispendida;
Aos funcionários do aviário, Robson, Isildo, Vicente e João, pela ajuda
indispensável e pela amizade;
A todos amigos que trabalham ou trabalharam no aviário, pelo carinho e apoio
em todas as atividades do setor: Simara Marcato, Nei André, Ellen Fukayama, César,
Sandra Pinheiro, Gustavo (Dito), Melina (Mel), Íris, Juliano, Felipe, Randy, Carlos
Gabriel (Perna), Rafael (Stink), Eduardo (Soslaio), e em especial ao Jefferson C.
Siqueira pela amizade e inestimável ajuda nesse trabalho e a Leilane R. B. Dourado
pela confiança e ótimo convívio durante esses anos;
Aos amigos, sempre presentes, Gerusa Alves, Leonardo Pascoal, Pedro
Watanabe, Josemir, Guido, Urbano, Rizal, Alessandro, Suzana, e em especial a Juliana
dos Santos pelo carinho e pelas palavras de apoio em momentos difíceis;
As meninas da sessão de pós-graduação Karina, Valeria, Márcia, Nina e as
telefonistas Ana e Eliana pela paciência e atenção;
Ao pessoal da fabrica de ração, Sandra, Osvaldo e Hélio;
Aos professores Dr. Euclides Braga Malheiros e Dr. Renato Luis Furlan pelas
sugestões na melhoria da qualidade desse trabalho;
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DETABELAS.....................................................................................................
ii
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................
iv
RESUMO..................................................................................................................... vi
ABSTRACT..................................................................................................................
vii
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS..............................................................
1
Introdução.................................................................................................................
1
Efeito dos níveis de lisina e de metionina + cistina sobre o desempenho de
frangos de corte...........................................................................................................
2
Efeito dos níveis de lisina e de metionina + cistina sobre as características de
carcaça e composição corporal de frangos de corte................................................... 9
Referencias...............................................................................................................
12
CAPITULO 2 – EXIGÊNCIAS DE LISINA DIGESTÍVEL PARA AVES DE CORTE
DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO................................. 19
Introdução.................................................................................................................
20
Material e Métodos................................................................................................... 21
Resultados Discussão..............................................................................................
28
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase inicial
(1 aos 28 dias de idade).............................................................................................
28
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase de
crescimento (28 aos 56 dias de idade)........................................................................
34
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase de
terminação (56 aos 84 dias de idade)......................................................................... 38
Conclusões............................................................................................................... 44
Referencias...............................................................................................................
44
CAPÍTULO 3 - EXIGÊNCIAS DE METIONINA + CISTINA DIGESTIVEL PARA
AVES DE CORTE DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO... 48
Introdução.................................................................................................................
49
Material e Métodos................................................................................................... 50
Resultados Discussão.............................................................................................. 57
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label
na fase inicial (1 aos 28 dias de idade)....................................................................... 57
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label
na fase de crescimento (28 aos 56 dias de idade)...................................................... 64
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label
na fase de terminação (56 aos 84 dias de idade)........................................................
68
Conclusões............................................................................................................... 74
Referências...............................................................................................................
74
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2 - EXIGÊNCIA DE LISINA DIGESTIVEL PARA AVES DE CORTE DA
LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Páginas
Tabela 1 -
Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial (1
a 28 dias).............................................................................................................. 23
Tabela 2 - Composição percentual das rações experimentais p
ara a fase de
crescimento (56 a 84 dias)....................................................................................... 24
Tabela 3 -
Composição percentual das rações experimentais para a fase final (1 a
28 dias)......................................................................................................................
25
Tabela 4 -
Temperaturas máximas, mínimas e médias semanais durante o período
experimental................................................................................................................
26
Tabela 5-
Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais,
peso relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis
crescentes de lisina digestível na ração, no período de 1 aos
28 dias de
idade...........................................................................................................................
29
Tabela 6 -
Equações ajustadas para o consumo de lisina digestível (CL), ganho de
peso (GP), conversão alimentar
(CA), deposição de proteína (DP) e gordura (DG)
corporal e peso relativo das penas
(PR) em função dos níveis de lisina digestível
(Lis), coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de lisina estimados (NLE) com o
uso dos diferentes modelos........................................................................................
30
Tabela 7 - Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais
,
peso relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis
crescentes de lisina digestível na ração, no período de 28 aos 56 dias de idade......
35
Tabela 8 -
Equações ajustadas para o consumo de ração (CR), consumo de lisina
digestível (CL), ganho de peso (GP) e teor de proteína (PP) das penas em função
dos níveis de lisina digestível (Lis), coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de
36
lisina estimados (NLE) com o uso dos diferentes
modelos
...........................................................................................................................................
Tabela 9 -
Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais,
peso relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis
crescentes de lisina digestível na ração, no período de 56 aos 84 dias de idade... 40
Tabela 10 -
Equações ajustadas para o consumo de lisina digestível (CL) e o peso
relativo das penas (PR) em função dos níveis de lisina digestível (Lis), coeficientes
de determinação (R
2
) e níveis de lisina estimados (NLE) com o uso dos diferentes
modelos.......................................................................................................................
41
Tabela 11- Médias de rendimento de carcaça, peito desossado e com osso,
coxa, sobrecoxa e porcentagem de gordura abdominal de aves ISA Label,
recebendo níveis crescentes de lisina digestível na ração, aos 84 dias de
idade.........................................................................................................................
43
Tabela 12 - Equação ajustada para os dados de r
endimento de carcaça (RC) em
função dos níveis de lisina digestível da ração (Lis), coeficiente de determinação
(R
2
) e nível de lisina estimado (NLE) com o uso dos diferentes
modelos....................................................................................................................
44
CAPÍTULO 3 - EXIGÊNCIA DE METIONINA + CISTINA DIGESTIVEL PARA AVES DE
CORTE DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Páginas
Tabela 1 - Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial
(1 a 28
dias).................................................................................................................. 52
Tabela 2 -
Composição percentual das rações experimentais para a fase de
crescimento (28 a 56 dias)....................................................................................... 53
Tabela 3 - Composição percentual das rações experimentais para a fase final (56 a 84
dias).................................................................................................................. 54
Tabela 4 -
Temperaturas máximas, mínimas e médias semanais durante o período
experimental............................................................................................... 55
Tabela 5 - Médias de desempenho, deposiçõ
es de proteína e gordura corporais, peso
relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes
de metionina+cistina digestível na ração, no período de 1 aos 28 dias de
idade.................................................................................................................... 58
Tabela 6- Equações ajustadas para o consumo de metionina+cistina digestível (CM),
ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e deposição de proteína corporal (DP)
em função dos níveis de metionina+cistina digestível (M), coeficientes de
determinação (R
2
), e níveis de metionina + cistina estimados (NMCE) com o uso dos
diferentes modelos............................................................ 60
Tabela 7 - Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso
relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis
crescentes de metionina+cistina digestível na ração, no período de 28 aos 56 dias de
idade............................................................................... ...........................
65
Tabela 8 - Equações ajustadas para o consumo de metionina+cistina (CM) e
conversão alimentar (CA), em função dos níveis de metionina+cistina digestível (M),
coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de metionina+cistina estimados (NMCE)
com o uso dos diferentes modelos............................................................ 66
Tabela 9 - Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso
relativo e teor de proteína das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes
de metionina+cistina digestível na ração, no período de 56 aos 84 dias de
idade............................................................................................................. 69
Tabela 10 -
Equações ajustadas para o consumo de ração (CR), consumo de
metionina+cistina
(CM) e conversão alimentar (CA), em função dos níveis de
metionina+cistina digestível (M), coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de
metionina+cistina estimados (NMCE)
com o uso dos diferentes
modelos..................................................................................................................... 70
Tabela 11- Médias de rendimento de carcaça, peito desossado e com osso, coxa, 73
sobrecoxa e porcentagem de gordura abdominal de aves, ISA Label, recebendo níveis
crescentes de metionina+cistina digestível na ração, aos 84 dias de
idade.........................................................................................................................
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2 - EXIGÊNCIA DE LISINA DIGESTIVEL PARA AVES DE CORTE DA
LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
páginas
Figura 1 -
Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração adequado
para maximizar o GP, estimado p
or meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de 1 a 28 dias
de idade...................................................................................................................
32
Figura 2 -
Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração adequado
para melhora a CA, estimado por meio da equação quadrática, para aves ISA
Label no período de 1 a 28 dias de idade...............................................................
33
Figura 3 - Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração
adequado
para maximizar o GP, estimado por meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de 28 a 56 dias
de idade...................................................................................................................
38
CAPÍTULO 3 - EXIGÊNCIA DE METIONINA + CISTINA DIGESTIVEL PARA AVES DE
CORTE DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
páginas
Figura 1- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para maximizar o GP de machos ISA Label, no período de 1
aos 28 dias de idade, estimado por meio do primeiro intercepto da equação
61
quadrática com o platô do LRP................................................................................
Figura 2- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para maximizar o GP de fêmeas ISA Label, no período de 1 aos
28 dias de idade, estimado com o uso do LRP........................................................
61
Figura 3- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para melhorar a CA, estimado por meio do primeiro intercepto
da equação quadrática com o platô do LRP,
para aves ISA Label no período de 1
aos 28 dias de idade................................................................................................
63
Figura 4- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração adequado para max
imizar a DP, estimado por meio do primeiro intercepto
da equação quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de 1
aos 28 dias de idade................................................................................................
63
Figura 5- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para melhorar a CA, estimado por meio do primeiro intercepto
da equação quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de
28 aos 56 dias de idade...........................................................................................
67
Figura 6- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para melhorar a CA de machos ISA Label, no período de 56 aos
84 dias de idade, estimado com o uso do LRP........................................................
71
Figura 7- Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível
na
ração
adequado para melhorar a CA de fêmeas ISA Label, no período de 56 aos
84 dias de idade, estimado com o uso do modelo quadrático.................................
72
EXIGÊNCIAS DE LISINA E DE METIONINA + CISTINA DIGESTÍVEIS PARA AVES
DE CORTE DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
RESUMO - Foram conduzidos seis experimentos para determinar as exigências de
lisina (Lis) e de metionina + cistina (Met+cis) digestíveis para aves de corte da
linhagem ISA Label de ambos os sexos em sistema semi-confinado durante as fases
inicial (1 aos 28 dias), crescimento (28 aos 56 dias) e final (56 aos 84 dias). Em cada
experimento um total de 480 aves foram alojadas em 24 piquetes. Cada piquete
dispunha de área coberta de 3,13 m
2
e área de pastejo de 72,87 m
2
. O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2 (níveis
de aminoácido e sexo) com três repetições de 20 aves cada. Os níveis de lisina
digestível avaliados foram: 0,850; 0,970; 1,090; 1,210% na fase inicial; 0,750; 0,870;
0,990; 1,110% na fase crescimento e 0,640; 0,760; 0,880; 1,000% na fase final. Os
níveis de Met+cis digestível avaliados foram: 0,532; 0,652; 0,772; 0,892% na fase
inicial; 0,515; 0,635; 0,755; 0,875% na fase de crescimento e 0,469; 0,589; 0,709;
0,829% na fase final. Avaliou-se o desempenho, característica de carcaça, deposição
de proteína e gordura corporal, peso e teor de proteína das penas. De acordo com os
resultados recomenda-se níveis de lisina digestível para ambos os sexos de 1,041%;
1,006% e 0,760% na ração para as fases inicial, crescimento e final, respectivamente.
Na fase inicial o nível de Met+cis digestível na ração, indicado para machos é de
0,728% e para fêmeas é de 0,774%. Na fase de crescimento recomenda-se o nível de
0,716% de Met+cis digestível na ração para aves de ambos os sexos. Na fase final o
nível de Met+cis digestível indicado para melhorar o desempenho de machos é 0,756%
e de fêmeas é 0,597% na ração.
Palavras-chave: aminoácidos, exigência nutricional, frango tipo caipira, frango tipo
colonial
REQUIREMENTS OF DIGESTIBLE LYSINE AND METHIONINE+CISTINE FOR ISA
LABEL BROILERS IN FREE-RANGE
ABSTRACT Six assay were carried out to determine digestible lysine and
methionine+cys requirements for ISA Label, for both sex, in free range system on
starter phase (1 to 28 days), grower phase (28 to 56 days) and finisher phase (56 to 84
days).
480 birds were distributed into 24 pens, each one composed by shelter (3.13 m
2
)
and pasture (72.87m
2
). Experimental design was a completely randomized with 8
treatments as factorial arrangement (four levels of amino acids and two sexes) with
three replicates of 20 birds. The digestible lysine levels were 0.850; 0.970; 1.090;
1.210% for starter phase; 0.750; 0.870; 0.990; 1.110% for grower phase and 0.640;
0.760; 0.880; 1.000% for finisher phase. The digestible methionine+cys levels were
0.532; 0.652; 0.772; 0.892% for starter phase; 0.515; 0.635; 0.755; 0.875% for grower
phase and 0.469; 0.589; 0.709; 0.829% for finisher phase. The parameters analyzed
were performance, carcass yield, body protein and fat deposition, weight and protein in
the feathers. The digestible lysine level estimated, for both sex, were 1.041%; 1.006%
e 0.760% in the diet for starter phase, grower phase and finisher phase, respectively. In
the starter phase, the digestible methionine+cys level estimated for males was 0.728%
and 0.774% for females. For grower phase, the digestible methionine+cys level
estimated was 0.716% for both sexes. For the finisher phase, the methionine+cys level
were 0.756% and 0.597% for males and females, respectively.
Key Words: amino acids, broilers, nutrition requirement, naked- neck birds
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO
Entre os sistemas de produção avícola, a criação de frangos tipo caipira tem
crescido, sendo praticada o apenas por pequenos e médios produtores como uma
atividade de subsistência, mas também por produtores que, em busca de uma atividade
mais rentável, visam atender as exigências de um mercado consumidor emergente.
Frente a essa nova vertente da avicultura brasileira, o Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (MAPA) normatizou o sistema de produção de frangos
coloniais ou caipiras (Oficio Circular DOI/DIPOA n° 007/99 de 19.05.1999). Esse Ofício
contém os critérios estabelecidos para a produção, abate, controle laboratorial e
certificação de frangos criados sem o uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores
de crescimento ou ingredientes de origem animal na ração. Segundo SILVA et al.
(2002), as especificações contidas nesse documento atraíram uma parcela do mercado
consumidor mais exigente, que se dispõe a pagar mais por produtos diferenciados que
possam proporcionar uma alimentação mais saudável.
De acordo com VAROLI JUNIOR et al. (2000) as aves de corte tipo caipira
apresentam menor teor de gordura na carne do peito quando comparadas com aves de
corte de linhagens convencionais de mesma idade e criadas sob as mesmas condições.
O sistema de criação é outro fator que contribui para a aceitação dos produtos oriundos
de aves tipo caipira, pois de acordo com a legislação brasileira, as aves devem ter
acesso a uma área de pastejo individual de pelos menos 3m
2
. Desse modo, as aves
criadas segundo essas normas têm a possibilidade de consumirem insetos e
forrageiras, podendo contribuir para a obtenção de produtos com pigmentação e sabor
diferenciados.
Atualmente, existem no mercado linhagens de crescimento lento com
características favoráveis para esse sistema de produção, entretanto, a escassez de
informações específicas, principalmente acerca do manejo e da nutrição dessas aves,
pode constituir um grande entrave.
Na avicultura, a maior parte dos custos de produção é com a alimentação, desta
forma a adoção de programas nutricionais adequados, com dietas devidamente
balanceadas é fundamental para a lucratividade dessa atividade.
Diversos estudos foram conduzidos para avaliar as exigências nutricionais de
frangos de corte nas diferentes fases de criação, no entanto essas informações
possuem aplicabilidade restrita para aves de crescimento lento, uma vez que essas
aves diferem geneticamente do frango de corte convencional, além de serem criadas
em sistema semi-confinado, esperando-se, portanto, que suas exigências nutricionais
sejam diferenciadas.
Esse estudo foi conduzido com o objetivo de determinar as exigências de lisina e
de metionina + cistina digestíveis, para aves de corte de crescimento lento da linhagem
ISA Label, criadas em sistema semi-confinado nas fases inicial, de crescimento e final.
Efeito dos níveis de lisina e de metionina + cistina sobre o desempenho de
frangos de corte
No Brasil, as dietas formuladas para aves utilizam-se basicamente do milho e do
farelo de soja como fontes de energia e proteína, respectivamente. Essa combinação
de ingredientes normalmente resulta em dietas deficientes em alguns aminoácidos
essenciais, como a metionina e a lisina, sendo necessária à sua suplementação por
meio de aminoácidos industriais, para que as aves possam ter suas exigências
nutricionais satisfeitas e expressar o seu potencial genético.
Muitos estudos têm sido conduzidos para avaliar as exigências de aminoácidos
para frangos de corte, uma vez que esses nutrientes participam de importantes
processos metabólicos, influenciando diretamente o desempenho das aves. Contudo,
estudos conduzidos para determinar as exigências de aminoácidos de frangos de corte
do tipo caipira ainda são escassos.
De acordo com vários autores (BAKER & HAN, 1994; BERCOVICI, 1998;
COSTA et al., 2001; ISHIBASHI & YONEMOCHI, 2002) as exigências de aminoácidos
das aves são influenciadas por uma série de fatores, tais como linhagem genética,
sexo, densidade populacional, teor de proteína e energia das rações, condições
ambientais e estado sanitário dos animais. Desta forma, as exigências de aminoácidos
para aves tipo caipira criadas em sistema semi-confinado podem diferir daquelas
recomendadas para frangos de corte de linhagens convencionais, criadas em sistemas
intensivos.
Nos estudos nutricionais utilizando rações práticas, a lisina tem sido considerada
o segundo aminoácido limitante para o crescimento e desenvolvimento de frangos de
corte, depois da metionina (COSTA et al., 2001; ISHIBASHI & YONEMOCHI, 2002;
LANA et al., 2005). Além disso, sabe-se que a lisina é um aminoácido essencial cujo
principal papel fisiológico consiste na síntese de proteínas musculares, estando
envolvida em menores proporções em outros processos metabólicos (BAKER & HAN,
1994; COSTA et al., 2001; LANA et al., 2005). Adicionalmente, BAKER & HAN (1994)
relataram que as análises para determinação dos níveis de lisina nos alimentos são
mais simples em comparação aos aminoácidos sulfurosos e ao triptofano.
Com base nessas informações, a lisina tem sido considerada o aminoácido de
referência em formulações que utilizam o conceito de proteína ideal. A razão para o uso
desse conceito se deve ao fato de que a relação entre a lisina e os outros aminoácidos
essenciais permanece, em grande parte, inalterada, apesar de uma série de fatores
dietéticos, ambientais e genéticos afetarem as exigências de aminoácidos (BAKER &
HAN, 1994).
O National Research Council (NRC, 1994) recomendou para frangos de corte de
ambos os sexos os níveis de 1,10; 1,00 e 0,85% de lisina total para as fases inicial (0 a
3 semanas), crescimento (3 a 6 semanas) e final (6 a 8 semanas), respectivamente,
quando rações com 3200 kcal de EM/kg são utilizadas. Posteriormente, as Tabelas
Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al., 2000) trouxeram informações
detalhadas, apresentando as exigências com base em aminoácidos digestíveis, de
acordo com o sexo, o nível energético da ração e o programa de alimentação adotado.
Para frangos de corte machos ou lotes mistos, considerando o programa de três rações,
os autores recomendaram 0,381; 0,337 e 0,294% de lisina digestível / 1000 kcal de EM
da ração, para aves de 1 a 21, 22 a 42 e 43 a 49 dias de idade, respectivamente.
Em sua última edição, as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO
et al., 2005) detalharam ainda mais as recomendações, fazendo referências adicionais
ao potencial de desempenho das aves. Considerando um programa alimentar de cinco
rações, esses autores recomendaram para frangos de corte machos, de desempenho
regular, quantidades equivalentes a 0,445; 0,373; 0,344; 0,320 e 0,295% de lisina
digestível / 1000 kcal de EM da ração, para aves de 1 a 7, 8 a 21, 22 a 33, 34 a 42 e 43
a 46 dias de idade, respectivamente. Para meas de desempenho regular os autores
recomendaram 0,444; 0,361; 0,318; 0,286 e 0,260% de lisina digestível / 1000 kcal de
EM da ração.
Existe considerável número de publicações que avaliaram os efeitos dos níveis
de lisina sobre as variáveis de desempenho, características de carcaça e composição
corporal de frangos de corte, entretanto, as conclusões dos diferentes estudos muitas
vezes são conflitantes.
HAN & BAKER (1991) avaliaram as exigências de lisina digestível para frangos
machos de crescimento lento (New Hampshire x Columbian) e de crescimento
acelerado (Hubbard x Hubbard) no período de 8 a 21 dias de idade, e não verificaram
diferenças entre as linhagens quando as exigências foram expressas como
porcentagem da ração. Os autores recomendaram 1,01% de lisina digestível para
maximizar o ganho de peso e 1,21% para melhorar a eficiência alimentar das aves de
ambas as linhagens. Os resultados demonstraram ainda que a eficiência de utilização
da lisina da dieta para ganho de peso não variou entre as linhagens no período de 8 a
21 dias.
Posteriormente, HAN & BAKER (1993) conduziram uma série de experimentos
para avaliar, entre outros fatores, os efeitos dos níveis de lisina digestível da ração, do
sexo e da linhagem genética sobre o desempenho de frangos de corte de 8 a 22 dias
de idade. Os autores verificaram que o ganho de peso foi similar entre os sexos
quando dietas deficientes em lisina foram oferecidas. Entretanto, quando foram
oferecidas rações contendo níveis de lisina digestível iguais ou superiores a 1,02%, os
machos cresceram mais rapidamente. Não foram detectadas diferenças nas exigências
de lisina entre as linhagens de crescimento lento ou acelerado, sendo recomendados
níveis de 1,02% e 1,12% de lisina digestível na ração para maximizar o ganho de peso
e a eficiência alimentar nos machos, e 0,92% e 1,02% para maximizar as mesmas
variáveis nas fêmeas.
Em outro estudo para determinar as exigências de lisina digestível para frangos
de corte Ross de 21 a 42 dias de idade, HAN & BAKER (1994) recomendaram com
base no ganho de peso e na eficiência alimentar níveis de 0,85 e 0,89% para machos e
0,77% e 0,85% para fêmeas, respectivamente.
Em condições brasileiras, CONHALATO et al. (1999a) testaram níveis crescentes
de lisina para frangos Hubbard machos, de 1 a 21 dias de idade e recomendaram os
níveis de lisina digestível de 1,05% e 1,03%, para maximizar o ganho de peso e
melhorar a conversão alimentar das aves, respectivamente. Para frangos de mesmo
sexo e linhagem, na fase de 22 a 42 dias, CONHALATO et al. (1999b) recomendaram
níveis de lisina digestível de 1,02% e 0,98%, com base no ganho de peso e na
conversão alimentar, respectivamente.
COSTA et al. (2001) avaliaram rações contendo níveis crescentes de lisina para
frangos de corte Ross de ambos os sexos, em diferentes períodos de criação. As
exigências de lisina digestível foram estimadas como sendo 1,183% e 1,044% para
machos e 1,129% e 1,023% para fêmeas, nas fases de 1 a 21 e 22 a 40 dias,
respectivamente.
Ao avaliar as exigências de lisina digestível para frangos machos da linhagem
Avian Farm, no período de 1 a 21 dias, LANA et al. (2005a) recomendaram o mínimo de
1,17% de lisina digestível na ração quando as relações ideais foram mantidas. Para
aves da mesma linhagem, nas mesmas condições LANA et al. (2005b) recomendaram
1,075% de lisina digestível na ração, para o período de 22 a 42 dias de idade.
AMARANTE JUNIOR et al. (2005a) trabalharam com frangos machos da
linhagem Ross, e recomendaram níveis de lisina digestível de 1,03% e 0,926% para a
fase de 22 a 42 e 43 a 49 dias, respectivamente.
A variação nas recomendações dos níveis de lisina para frangos de corte nas
diferentes fases de criação e a escassez de trabalhos que utilizaram linhagens de
crescimento lento, criadas em sistemas alternativos, podem ser consideradas diretrizes
para a realização de estudos que favoreçam a obtenção de padrões nutricionais
específicos, mais adequados à linhagem e ao sistema de criação.
A metionina é considerada o primeiro aminoácido limitante para o
desenvolvimento das aves, quando rações à base de milho e farelo de soja são
utilizadas. Além disso, desempenha várias funções no organismo das aves, tendo efeito
no sistema imune (KALINOWSKI et al., 2003), na deposição de proteína (HRUBY,
1998), no metabolismo de lipídeos (JENSEN, 1990) e no metabolismo energético
(BOOMGARDT & BAKER, 1973). Outras funções da metionina incluem a doação de
radicais metil, sendo precursora para a biossíntese de cistina, através do mecanismo de
trans-sulfuração. Por isso, as recomendações deste aminoácido na dieta devem ser
expressas como metionina + cistina. Realça-se, no entanto, que tal mecanismo é
irreversível, sendo extremamente importante o fornecimento de quantidades adequadas
de metionina nas dietas (RADEMACHER, 2001).
De acordo com VIEIRA et al. (2004), as exigências de metionina + cistina obtidas
através de ensaios de dose-resposta são dependentes do vel de proteína dietético e
da forma como a proteína é balanceada nas dietas experimentais. JENSEN (1990)
verificou que dietas contendo 20% ou menos de PB, conduzem à deficiências de
metionina + cistina, resultando no aumento da deposição de gordura abdominal. De
acordo com SUMMERS et al. (1992) e MORAN (1994), esses resultados são
possivelmente explicados pelo fato de dietas deficientes em metionina estimularem o
aumento do consumo de ração, contribuindo com energia adicional e
conseqüentemente ocasionando acréscimo na deposição de gordura corporal.
Por outro lado, SILVA et al. (1997) verificaram que as exigências de metionina +
cistina aumentaram com a elevação do nível protéico da ração. Segundo LEMME
(2005), o aumento nos níveis de um determinado aminoácido na ração melhorará o
desempenho das aves até que um outro aminoácido se torne o primeiro limitante,
sendo que as aves respondem a níveis elevados de proteína quando balanço correto
de aminoácidos é atingido. Com base nisso, para que padrões nutricionais adequados
sejam obtidos, torna-se necessário considerar as relações existentes entre os
aminoácidos presentes na ração.
De acordo com o padrão de proteína ideal proposto por ROSTAGNO et al.
(2005), as relações para metionina e para metionina + cistina digestíveis com a lisina
são de 39 e 71% para frangos na fase inicial (1 a 21 dias), e 40 e 72% para frangos na
fase de crescimento (22 a 42 dias), respectivamente. Considerando um programa
alimentar de cinco rações, as exigências de metionina + cistina digestível para frangos
machos de desempenho regular serão 0,924; 0,790; 0,755; 0,714 e 0,669%, para aves
de 1 a 7, 8 a 21, 22 a 33, 34 a 42 e 43 a 46 dias de idade, respectivamente.
Diversos estudos encontraram efeito dos níveis de metionina + cistina da ração
sobre o desempenho de frangos de corte. Contudo, devido principalmente as diferenças
entre linhagens e condições experimentais, os resultados dos experimentos diferem.
ATENCIO et al. (2004) utilizaram frangos machos, da linhagem Avian Farm, para
avaliar as exigências de metionina + cistina digestível nas diferentes fases de criação e
recomendaram os níveis de 0,808; 0,767 e 0,668% para maximizar o desempenho das
aves nas fases de 1 a 20, 24 a 38 e 44 a 56 dias de idade, respectivamente.
Para avaliar o desempenho de pintos de corte Aviam Farm submetidos a níveis
crescentes de metionina + cistina na fase de 1 a 21 dias de idade, OLIVEIRA NETO et
al. (2005), recomendaram níveis de 0,790% e 0,822% de metionina + cistina digestível
na ração para otimizar o ganho de peso e a conversão alimentar, respectivamente.
AMARANTE JÚNIOR et al. (2005b) avaliaram o efeito dos níveis de metionina +
cistina sobre o desempenho de frangos de corte machos da linhagem Ross nos
períodos de 22 a 42 e de 43 a 49 dias de idade. As recomendações para maximizar o
desempenho das aves foram de 0,739% e 0,655% de metionina + cistina digestível na
ração para as fases de 22 a 42 e 43 a 49 dias, respectivamente.
SILVA JUNIOR et al. (2006) estudaram o desempenho de fêmeas da linhagem
Ross nas fases de 1 a 21 e 22 a 42 dias, submetidas a níveis crescentes de metionina
+ cistina na ração. Os autores recomendaram o nível estimado de 0,96% de metionina
+ cistina na ração, independente da fase de avaliação.
Considerando que as penas são ricas em queratina, sendo esta uma proteína
composta por altas concentrações de aminoácidos sulfurosos, possivelmente os níveis
de metionina + cistina da ração terão influencia sobre o empenamento das aves. Com
base nessa informação é possível formular a hipótese de que as exigências de
metionina + cistina de linhagens com empenamento lento sejam menores que as
exigências de linhagens de empenamento rápido.
Para verificar essa hipótese, KALINOWSKI et al. (2003a) avaliaram níveis
crescentes de metionina + cistina em rações para frangos de linhagens de
empenamento lento (Ross x 308) e empenamento rápido (Ross x 3F8) no período de 1
a 21 dias de idade. Os autores recomendaram 0,89% e 0,94% de metionina + cistina
digestível na ração para as aves de empenamento lento e empenamento rápido,
respectivamente.
Em outro estudo KALINOWSKI et al. (2003b) avaliaram as mesmas linhagens
em período diferente (21 a 42 dias) e recomendaram níveis de 0,83% e 0,88% de
metionina + cistina digestível na ração para melhorar o desempenho das aves de
empenamento lento e rápido, respectivamente.
Os estudos de KALINOWSKI et al. (2003a; 2003b) confirmaram que o
empenamento das aves pode influenciar as exigências de metionina + cistina,
demonstrando que aves de empenamento rápido exigem níveis de metionina + cistina
superiores aos exigidos por aves de linhagem de empenamento lento.
Apesar das bases fisiológicas de utilização dos aminoácidos serem as mesmas,
independente da linhagem considerada, as diferenças no empenamento existentes
entre as linhagens, bem como possíveis diferenças nas taxas de deposição de gordura
e proteína corporal, podem contribuir para que as respostas aos níveis de metionina +
cistina da ração sejam diferenciadas, especialmente para aves de crescimento lento
criadas em sistemas alternativos.
Efeito dos níveis de lisina e de metionina + cistina sobre as características de
carcaça e composição corporal de frangos de corte.
Além do desempenho, as características de carcaça devem ser consideradas em
estudos para avaliar as exigências de aminoácidos das aves. O rendimento de carcaça
e de cortes são características que terão influência direta na rentabilidade da atividade,
sendo aspectos relevantes tanto para produtores como para consumidores.
As linhagens comerciais de frango de corte existentes atualmente no mercado
apresentam altos rendimentos de carcaça e cortes, impostos pelo intenso
melhoramento genético realizado nessas linhagens ao longo do tempo. Contudo o
melhoramento genético não é o único responsável pela expressão dessas
características, sendo também influenciadas por outros fatores, destacando-se a
nutrição.
De acordo com DONALDSON et al. (1965), a relação proteína: energia das
dietas influencia o desenvolvimento das diferentes partes da carcaça. Além disso, os
níveis nutricionais das dietas podem maximizar a produção de carne nas carcaças,
especialmente em se tratando de aminoácidos essenciais como lisina e metionina
(MENDES, 1990).
Em estudo para determinar as exigências de lisina para frangos de corte de 3 a 6
semanas de idade, HAN & BAKER (1994) observaram aumento linear no peso absoluto
e no rendimento de peito das aves.
Da mesma forma, LECLERQ et al. (1998) observaram que a suplementação de
lisina em concentrações acima das exigências para máximo ganho de peso resultou em
efeitos específicos sobre as características de carcaça, principalmente sobre o
rendimento de peito. Resultado semelhante foi observado por BILGILI et al. (1992), que
além de demonstrarem o aumento do rendimento de peito em função do aumento da
ingestão de lisina, observaram diminuição da gordura abdominal.
Em estudo para avaliar as exigências de lisina digestível, VALÉRIO et al. (2003)
não observaram efeito dos níveis de lisina digestível da ração sobre o rendimento de
carcaça de frangos de corte 22 a 42 dias de idade, entretanto observaram aumento
linear no peso absoluto e no rendimento de peito das aves.
Segundo TESSERAUD et al. (1992) deficiências de lisina proporcionam redução
no peso dos músculos das aves, especialmente os do peito. LECLERQ (1998) relata
que esse fato pode estar relacionado com o tipo de fibras que compõem os diferentes
músculos da carcaça, sendo os músculos do peito compostos por fibras
predominantemente do tipo glicolíticas.
Em relação aos efeitos dos níveis de metionina + cistina sobre as características
de carcaça, RODRIGUEIRO et al. (2000) observaram aumento no rendimento de
carcaça e de peito de frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade. Os autores
recomendaram níveis de 0,814 e 0,930% de metionina + cistina digestível para
maximizar o rendimento de carcaça, e 0,822 e 0,828% para maximizar o rendimento de
peito de machos e fêmeas, respectivamente.
Trabalhando com frangos de corte machos de 24 a 38 dias de idade, ATENCIO
et al. (2004) não verificaram efeitos dos níveis de metionina + cistina da ração sobre os
rendimentos de carcaça e cortes nobres das aves. Entretanto, quando trabalharam com
aves no período de 44 a 56 dias, observaram que os rendimentos de peito e carne de
peito aumentaram aos níveis estimados de 0,709 e 0,706% de metionina + cistina
digestível, respectivamente.
AMARANTE JÚNIOR et al. (2005b) observaram efeitos positivos do aumento dos
níveis de metionina + cistina na ração sobre os rendimentos de carcaça e de peito de
frangos de corte dos 22 aos 42 dias.
Nos estudos que visam determinar as exigências de aminoácidos para frangos
de corte, a avaliação da composição corporal torna-se de grande importância, pois de
acordo com HAN e BAKER (1993) as diferenças nas exigências de aminoácidos
observadas entre diferentes linhagens, possivelmente ocorrem em função das
diferenças na composição corporal dessas aves. Adicionalmente, esses autores
relataram que as diferenças nas exigências de aminoácidos entre linhagens de
crescimento lento e crescimento rápido, ocorrem somente quando modificações na
proporção proteína: gordura corporal são verificadas, caso contrário as exigências não
se alteram.
Diversos estudos avaliaram os efeitos dos níveis de lisina e de metionina +
cistina da ração sobre a composição corporal de frangos de corte.
CONHALATO et al. (1999a) verificaram que os níveis de lisina da ração
influenciaram as deposições de proteína e gordura da carcaça quando trabalhou com
frangos de 1 a 21 dias de idade. Os autores observaram que as deposições de proteína
e gordura na carcaça aumentaram aos níveis estimados de 1,08 e 1,04% de lisina
digestível na ração, respectivamente.
Contrariando esses resultados, BUTERI (2003) não encontrou efeitos dos níveis
de lisina digestível da ração sobre as deposições de proteína e gordura corporal de
frangos machos e fêmeas, no período de 1 a 21 dias de idade. No período de 22 a 42
dias, o mesmo autor verificou que os machos tiveram a deposição de proteína corporal
modificada em função dos níveis de lisina das rações.
Considerando os efeitos dos níveis de metionina + cistina, RODRIGUEIRO et al.
(2000) não observaram modificações no teor de proteína da carcaça de frangos de
corte de ambos os sexos aos 42 dias de idade. Entretanto, os autores verificaram que à
medida que os níveis de metionina + cistina da ração aumentaram, a deposição de
gordura na carcaça reduziu.
Ao avaliarem os efeitos dos níveis de metionina + cistina da ração para frangos
de corte, AMARANTE JÚNIOR et al. (2005b) verificaram redução linear na deposição
de gordura abdominal em função dos níveis de metionina + cistina da ração para aves
de 22 a 42 dias de idade. Para frangos de 43 a 49 dias os autores verificaram que a
deposição de gordura abdominal reduziu até o nível estimado de 0,722% de metionina
+ cistina na ração. JENSEN et al. (1990), também observaram redução na deposição
de gordura abdominal em aves de ambos os sexos aos 42 dias de idade, quando essas
receberam níveis crescentes de metionina + cistina na ração.
Por outro lado, BARBOSA et al. (2002) e RODRIGUEIRO et al. (2000) não
observaram efeito dos níveis de metionina + cistina da ração sobre a deposição de
gordura abdominal de frangos de corte.
Aves criadas em sistemas semi-confinados têm a possibilidade de se
movimentarem livremente, o que possivelmente contribui para que essas aves tenham
um teor de gordura reduzido na carcaça. Considerando que aves da linhagem ISA
Label possuem o pescoço pelado, e que as características de empenamento dessas
aves são diferenciadas, é possível esperar para que suas exigências de aminoácidos
sejam alteradas.
Portanto, para que as bases da avicultura alternativa possam ser consolidadas, é
necessário que padrões nutricionais específicos para as linhagens de crescimento lento
sejam estabelecidos, possibilitando que essa atividade se torne cada vez mais lucrativa,
atraindo dessa forma novos investidores.
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CAPÍTULO 2 - EXIGÊNCIAS DE LISINA DIGESTÍVEL PARA AVES DE CORTE DA
LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Exigências de Lisina Digestível para Aves de Corte da Linhagem ISA Label em
Sistema Semi-Confinado
Resumo - Foram realizados três experimentos para determinar as exigências de
lisina digestível para aves da linhagem ISA Label, de ambos os sexos, em sistema
semi-confinado durante as fases: inicial (1 a 28 dias), crescimento (28 a 56 dias) e final
(56 a 84 dias). Em cada experimento foi utilizado um total de 480 aves, que foram
alojadas em 24 piquetes. Cada piquete dispunha de uma área coberta de 3,13 m
2
e
uma área de pastejo de 72,87 m
2
. O delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 4x2 (níveis de lisina e sexo) com
três repetições de 20 aves cada. Os níveis de lisina digestível avaliados foram: 0,850;
0,970; 1,090; 1,210% na fase inicial; 0,750; 0,870; 0,990; 1,110% na fase crescimento e
0,640; 0,760; 0,880; 1,000% na fase final. Foram mensuradas as variáveis de
desempenho, característica de carcaça, deposição de proteína e gordura corporal, peso
e teor de proteína das penas. Na fase inicial o nível de lisina digestível recomendado foi
de 1,041%, correspondendo ao consumo estimado de lisina digestível de 11,17 g para
aves de ambos os sexos. Para a fase de crescimento recomenda-se 1,006% de lisina
digestível na ração, correspondendo a um consumo estimado de lisina digestível de
26,54 g para machos e 22,29 g para fêmeas. Para a fase final o nível recomendado foi
de 0,760% de lisina digestível, correspondendo ao consumo de lisina digestível
estimado em 33,22 g e 23,74 g para machos e fêmeas, respectivamente.
Palavras-chave: aminoácidos, criação alternativa, exigência nutricional, frango caipira,
frango colonial
INTRODUÇÃO
A criação de frangos no sistema caipira enquadra-se entre os modelos de
produção agropecuária que atendem a requisitos estabelecidos pelos ofícios e
normativas do Ministério da Agricultura, diferenciando-se desta maneira, dos modelos
convencionais. O sistema caipira de produção de aves de corte foi normatizado por
meio do oficio circular DOI/DIPOA 007/99 de 19/05/1999 pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, em que as aves são denominadas frangos
caipira, colonial, tipo caipira, estilo caipira, tipo colonial ou estilo colonial. Neste sistema
apenas linhagens específicas de crescimento lento o permitidas, devendo as aves
após 25 dias de idade ter acesso a uma área externa de no mínimo de 3m
2
de
vegetação/ave. Além disso, a alimentação deve ser constituída por ingredientes
exclusivamente de origem vegetal, sem o uso de promotores de crescimento.
Atualmente existem linhagens genéticas que reúnem características desejáveis
para a criação em sistemas alternativos com acesso ao ar livre. As aves da linhagem
ISA Label, caracterizadas pelo pescoço pelado e a coloração predominantemente
avermelhada, se adaptam bem a esses tipos de sistemas, por apresentarem
características como a rusticidade e o crescimento lento.
As informações disponíveis para produtores interessados na produção do frango
tipo caipira são referentes principalmente ao manejo, sendo escassas informações
detalhadas a respeito das suas necessidades nutricionais. Nesse contexto faz-se
necessário a realização de estudos que busquem estabelecer as exigências de
nutrientes para as aves que se enquadram nesse tipo de sistema.
Dentre os principais nutrientes diretamente envolvidos no desenvolvimento das
aves encontra-se a lisina, que é um aminoácido essencial orientado principalmente para
deposição de proteína corporal, participando em menores proporções em outros
processos metabólicos (BAKER & HAN, 1994). Nesse contexto, dietas deficientes em
lisina poderão ter efeitos diretos sobre desenvolvimento muscular, afetando o
desempenho, características de carcaça, além da composição corporal das aves.
O presente estudo teve o objetivo de determinar as exigências de lisina digestível
para aves da linhagem ISA Label de ambos os sexos, criadas em sistema semi-
confinado nas fases inicial (1 a 28 dias), crescimento (28 a 56 dias) e final (56 a 84
dias).
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados três experimentos no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAV / UNESP,
Jaboticabal SP, no período de 21 de março a 14 de junho de 2006, para determinar
as exigências de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label de ambos os sexos
em sistema semi-confinado nas fases inicial (1 a 28 dias), crescimento (28 a 56 dias) e
final (56 a 84 dias).
Em cada fase, foram utilizadas 480 aves (240 machos e 240 fêmeas), vacinadas
no incubatório contra as doenças de Marek, Bouba e Gumboro. Adicionalmente as
aves foram vacinadas no primeiro dia de vida contra coccidiose, no 13
o
dia receberam
vacina contra Newcastle, no 18
o
dia contra Gumboro (cepa intermediaria) e no 35
o
dia
de idade receberam a segunda dose das vacinas contra Newcastle e Gumboro (cepa
forte).
As instalações experimentais foram constituídas de 24 piquetes, cada um
dispondo de um abrigo e uma área de pastejo. Cada abrigo possuía um pé-direito de
2,0 m coberto com telhas de cimento amianto, laterais de tela galvanizada providas de
cortinas plásticas, piso cimentado com área útil de 3,13 m
2
, forrado com cama de
maravalha (5 cm de espessura), onde localizavam-se um comedouro tubular e um
bebedouro do tipo pendular. A área de pastejo, cercada por tela galvanizada, possuía
uma área total de 72,87 m
2
, contendo predominantemente gramíneas do gênero
Paspalum, caracterizando o sistema semi-confinado.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), em
esquema fatorial 4x2 (níveis de lisina digestível e sexo) totalizando oito tratamentos,
com três repetições, sendo cada unidade experimental constituída de 20 aves.
Na fase inicial, as aves alojadas com um dia de idade, permaneceram limitadas
ao abrigo até o 21º dia, tendo acesso, a partir de então, à área de pastejo, na qual elas
eram diariamente soltas às 8h, e recolhidas para o abrigo às 18h. Paralelamente foram
criados em galpão convencional dois lotes, machos e fêmeas, sendo destes utilizadas
480 aves (240 machos e 240 fêmeas) nas fases de crescimento e final. Desta maneira
as aves permaneceram no galpão convencional até o 28º e 5 dia, respectivamente, e
receberam rações formuladas para atender suas exigências em cada fase (NRC, 1994).
Para cada fase, foram formuladas rações basais, à base de milho e farelo de
soja, para atender as exigências nutricionais das aves de acordo com as
recomendações do NRC (1994), exceto em aminoácidos. Essas mesmas rações foram
suplementadas com L-lisina HCl em substituição ao ácido L-glutâmico e amido,
resultando em rações isoenergéticas e isonitrogênicas contendo 0,850; 0,970; 1,090 e
1,210% na fase inicial (Tabela 1); 0,750; 0,870; 0,990 e 1,110% na fase de crescimento
(Tabela 2) e 0,640; 0,760; 0,880 e 1,000% de lisina digestível na fase final (Tabela 3).
Os níveis de lisina digestível na ração foram estabelecidos com base nas exigências de
lisina digestível para frangos de corte, uma vez que trabalhos que determinam as
exigências de aminoácidos para aves de crescimento lento são escassos. Os demais
aminoácidos foram suplementados, quando necessário, em quantidades adequadas
para que as relações de aminoácidos digestíveis não ficassem abaixo daquelas
preconizadas por ROSTAGNO et al. (2005) na proteína ideal. Durante todo o período
experimental as aves receberam ração e água à vontade e diariamente foram
registradas as temperaturas máximas e mínimas no interior das instalações, sendo
esses dados utilizados para os cálculos das médias semanais (Tabela 4).
As variáveis de desempenho avaliadas no final de cada experimento foram o
ganho de peso (g/ave), o consumo de ração (g/ave), o consumo de lisina (g/ave) e a
conversão alimentar. No 84º dia, três aves de cada parcela (72 no total), com peso
corporal próximo ao da média da parcela 10%) foram submetidas a um jejum
alimentar de 12 h, sendo em seguida abatidas para avaliar as características de
carcaça. Depois de escaldadas, depenadas e evisceradas, as aves foram pesadas,
sendo os cortes (peito, filé de peito, coxa e sobrecoxa) realizados em seguida.
Tabela 1. Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial (1 a
28 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
– 2,2
g, vit. B
2
6 g, vit. B
6
3,3 g, vit. B
12
0,016 mcg, ácido pantotênico 13 g, vit.
Nível de lisina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,850 0,970 1,090 1,210
Milho 65,027 65,027 65,027 65,027
Farelo de soja 27,978 27,978 27,978 27,978
Óleo de soja 1,134 1,134 1,134 1,134
Calcário 1,129 1,129 1,129 1,129
Fosfato bicálcico 1,713 1,713 1,713 1,713
Sal comum 0,416 0,416 0,416 0,416
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,080 0,166 0,251 0,337
L-Lisina HCl 0,000 0,153 0,306 0,459
L-Treonina 0,000 0,016 0,096 0,175
L-Arginina 0,000 0,000 0,016 0,143
L-isoleucina 0,000 0,000 0,003 0,082
L-valina 0,000 0,000 0,051 0,142
Ácido L-glutâmico 2,100 1,757 1,200 0,133
Amido 0,150 0,238 0,407 0,859
Cloreto de Colina 70% 0,070 0,070 0,070 0,070
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 19,291 19,291 19,291 19,291
EM (kcal/kg) 3000 3000 3000 3000
Cálcio (%) 0,940 0,940 0,940 0,940
Fósforo Disponível (%) 0,420 0,420 0,420 0,420
Sódio (%) 0,190 0,190 0,190 0,190
Metionina + Cistina digestível (%) 0,604 0,689 0,774 0,859
Lisina digestível (%) 0,850 0,970 1,090 1,210
Treonina digestível (%) 0,615 0,631 0,709 0,787
Arginina digestível (%) 1,129 1,129 1,145 1,271
Triptofano digestível (%) 0,196 0,196 0,196 0,196
Isoleucina digestivel(%) 0,706 0,706 0,709 0,787
Valina digestível (%) 0,768 0,768 0,818 0,908
K
3
2,5 g, ácido fólico 1 g, selênio -250 mg, antioxidante 100.000 mg e
veículo q.s.p. - 1.000 g.
Tabela 2. Composição percentual das rações experimentais para a fase de
crescimento (28 a 56 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
– 2,2
g, vit. B
2
6 g, vit. B
6
3,3 g, vit. B
12
0,016 mcg, ácido pantotênico 13 g, vit.
K
3
2,5 g, ácido fólico 1 g, selênio -250 mg, antioxidante 100.000 mg e
veículo q.s.p. - 1.000 g.
Nível de lisina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,750 0,870 0,990 1,110
Milho 69,884 69,884 69,884 69,884
Farelo de soja 23,657 23,657 23,657 23,657
Óleo de soja 0,912 0,912 0,912 0,912
Calcário 1,230 1,230 1,230 1,230
Fosfato bicálcico 1,305 1,305 1,305 1,305
Sal comum 0,315 0,315 0,315 0,315
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,047 0,134 0,222 0,309
L-Lisina HCl 0,000 0,153 0,306 0,459
L-Treonina 0,000 0,006 0,085 0,164
L-Arginina 0,000 0,000 0,032 0,159
L-isoleucina 0,000 0,000 0,027 0,109
L-valina 0,000 0,000 0,061 0,155
L-triptofano 0,000 0,000 0,000 0,013
Ácido L-glutâmico 2,250 1,920 1,267 0,170
Amido 0,150 0,234 0,447 0,904
Cloreto de Colina 70% 0,050 0,050 0,050 0,050
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 17,800 17,800 17,800 17,800
EM (kcal/kg) 3050 3050 3050 3050
Cálcio (%) 0,870 0,870 0,870 0,870
Fósforo Disponível (%) 0,340 0,340 0,340 0,340
Sódio (%) 0,150 0,150 0,150 0,150
Metionina + Cistina digestível (%) 0,540 0,626 0,713 0,799
Lisina digestível (%) 0,750 0,870 0,990 1,110
Treonina digestível (%) 0,560 0,566 0,644 0,722
Arginina digestível (%) 1,009 1,009 1,040 1,166
Triptofano digestível (%) 0,174 0,174 0,174 0,187
Isoleucina digestível (%) 0,636 0,636 0,663 0,744
Valina digestível (%) 0,701 0,701 0,762 0,855
Tabela 3. Composição percentual das rações experimentais para a fase final (56 a
84 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
– 2,2
g, vit. B
2
6 g, vit. B
6
3,3 g, vit. B
12
0,016 mcg, ácido pantotênico 13 g, vit.
Nível de lisina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,640 0,760 0,880 1,000
Milho 75,046 75,046 75,046 75,046
Farelo de soja 18,918 18,918 18,918 18,918
Óleo de soja 0,686 0,686 0,686 0,686
Calcário 1,196 1,196 1,196 1,196
Fosfato bicálcico 1,113 1,113 1,113 1,113
Sal comum 0,238 0,238 0,238 0,238
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,003 0,090 0,178 0,265
L-Lisina HCl 0,000 0,153 0,306 0,459
L-Treonina 0,000 0,000 0,073 0,153
L-Arginina 0,000 0,000 0,049 0,176
L-isoleucina 0,000 0,000 0,032 0,114
L-valina 0,000 0,000 0,051 0,144
L-triptofano 0,000 0,000 0,000 0,020
Ácido L-glutâmico 2,400 2,077 1,384 0,280
Amido 0,150 0,233 0,480 0,942
Cloreto de Colina 70% 0,050 0,050 0,050 0,050
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 16,137 16,137 16,137 16,137
EM (kcal/kg) 3100 3100 3100 3100
Cálcio (%) 0,800 0,800 0,800 0,800
Fósforo Disponível (%) 0,300 0,300 0,300 0,300
Sódio (%) 0,120 0,120 0,120 0,120
Metionina + cistina digestível (%) 0,460 0,550 0,630 0,720
Lisina digestível (%) 0,640 0,760 0,880 1,000
Treonina digestível (%) 0,500 0,500 0,570 0,650
Arginina digestível (%) 0,880 0,880 0,920 1,050
Triptofano digestível (%) 0,150 0,150 0,150 0,170
Isoleucina digestível (%) 0,560 0,560 0,590 0,670
Valina digestível (%) 0,630 0,630 0,680 0,770
K
3
2,5 g, ácido fólico 1 g, selênio -250 mg, antioxidante 100.000 mg e
veículo q.s.p. - 1.000 g.
Tabela 4. Temperaturas máximas, mínimas e médias semanais durante o período
experimental.
O rendimento de carcaça foi calculado em relação ao peso vivo após jejum,
sendo os rendimentos de cortes e gordura abdominal, calculados em relação ao peso
da carcaça depenada e eviscerada. Foi considerada gordura abdominal todo o tecido
adiposo aderido ao redor da cloaca, moela e dos músculos abdominais adjacentes.
Além do desempenho e características de carcaça, foram determinadas as deposições
de proteína e gordura corporal, por meio de abates comparativos no início (grupos
referência) e final de cada experimento. Os grupos referência foram constituídos por
aves de ambos os sexos, com peso próximo 10%) ao peso médio inicial, totalizando
nove aves (3 repetições de 3 aves) para cada sexo, em cada um dos experimentos. No
término de cada experimento, três aves de cada parcela com peso próximo 10%) ao
peso médio da mesma foram selecionadas, totalizando 72 aves. As aves referentes aos
abates comparativos (inicial e final) após um jejum alimentar de 24 horas, para o
esvaziamento completo do trato digestivo, foram pesadas, abatidas por deslocamento
cervical e, após a obtenção de uma amostra representativa das penas de cada ave,
TemperaturaC)
Semana
Máximas Mínimas Médias
1 35,0 21,5 28,2
2 34,0 20,5 27,2
3 33,8 18,6 26,2
4 35,0 14,5 24,7
5 35,5 13,3 24,4
6 34,4 13,8 24,1
7 32,2 14,8 23,5
8 31,5 12,9 22,2
9 30,2 13,8 22,0
10 29,5 12,9 21,2
11 30,2 13,5 21,8
12 32,2 12,6 22,4
essas foram completamente depenadas e pesadas novamente. Pela diferença entre o
peso após o jejum e o peso das aves depenadas obteve-se o peso absoluto das penas.
O peso relativo das penas (%) foi obtido pela razão entre o peso absoluto das
penas e o peso das aves em jejum multiplicado por 100.
As aves depenadas e as amostras das penas de cada ave foram devidamente
identificadas e acondicionadas em freezer (-8ºC), sendo posteriormente processadas
para a realização das análises laboratoriais.
O processamento das aves consistiu em autoclavagem a 127°C e 1,5 atm,
utilizando-se autoclave (AV 225, PHOENIX, São Paulo) provida de recipientes de
inox. As aves de 1 dia de idade foram autoclavadas durante três horas, enquanto as
aves de idades superiores foram durante cinco horas. Após esses procedimentos, as
amostras foram homogeneizadas em liquidificador industrial (8 L SKYNSEM, São
Paulo), secas em estufa a 55°C por 72 horas e moídas em micro moinho (A11 BASIC
IKA, São Paulo), sendo analisados os teores de matéria seca, extrato etéreo e proteína
bruta de acordo com as metodologias descritas por SILVA & QUEIROZ (2002).
As penas foram trituradas com o uso de tesoura e homogeneizadas
manualmente, sendo as amostras submetidas às análises de matéria seca, extrato
etéreo e proteína bruta, segundo os mesmos procedimentos utilizados para as
amostras das aves.
Os teores de proteína e gordura das aves depenadas e das penas foram
calculados separadamente, pelo produto dos teores desses componentes determinados
nas amostras pelos pesos das aves depenadas e das penas, respectivamente. A
composição corporal foi obtida pela soma das composições das aves depenadas e das
penas. Pela diferença entre a composição corporal no inicio e final de cada fase,
obteve-se as deposições de proteína e gordura para cada período de criação.
As variáveis de desempenho, características de carcaça e composição corporal
foram submetidas a análises de variância, sendo posteriormente realizadas análises de
regressão, considerando-se os níveis de lisina digestível da ração como variável
independente. As estimativas dos níveis ótimos de lisina foram feitas por meio dos
modelos Linear Response Plateau (LRP) e/ou polinomial quadrático. Também foi
utilizado o procedimento descrito por BAKER et al. (2002) no qual o nível ótimo de lisina
foi estimado por meio do primeiro ponto de intersecção da curva quadrática com o platô
do modelo LRP. As análises estatísticas foram realizadas com o uso do software SAEG
9.0 (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas), desenvolvido na Universidade
Federal de Viçosa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase inicial (1
aos 28 dias de idade)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 1 aos 28 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 5.
Os níveis de lisina digestível da ração influenciaram todas as variáveis avaliadas,
exceto a porcentagem de proteínas nas penas (PP) (P>0,05). Da mesma forma,
observou-se efeito de sexo para todas as variáveis, com exceção da deposição de
gordura corporal (DG) (P>0,05). Apesar da magnitude das respostas ter variado entre
os sexos em todas as variáveis analisadas, a ausência da interação (P>0,05) entre os
níveis de lisina da ração e o sexo indicou que os comportamentos das respostas de
machos e de fêmeas são semelhantes. As estimativas obtidas pelas equações de
regressão ajustadas para as variáveis de cada sexo individualmente confirmaram essa
hipótese, justificando o ajuste de apenas uma equação para ambos os sexos.
As equações de regressão obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes
de determinação (R
2
) e os níveis de lisina digestível estimados (NLE) são apresentados
na Tabela 6.
Tabela 5. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína
das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de lisina digestível na ração, no período
de 1 aos 28 dias de idade.
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CL = consumo de lisina digestível; GP = Ganho
Nível de lisina digestível (%) Probabilidade
Variável Sexo
0,850 0,970 1,090 1,210
Geral CV (%)
Lis Sexo
Lis x
sexo
M 1078,00 1120,67 1076,67 1142,33 1104,42
a
CR (g)
F 1036,33 1076,00 963,33 1075,33 1037,75
b
3,40 <0,01
<0,01
NS
Geral 1057,17
BC
1098,34
AB
1020,00
C
1108,83
A
M 9,16 10,87 11,74 13,82 11,40
a
CL (g)
F 8,81 10,44 10,50 13,01 10,69
b
3,71 <0,01
<0,01
NS
Geral
8,99
C
10,66
B
11,12
B
13,42
A
M 587,97 621,85 648,09 633,73 622,91
a
GP (g)
F 529,17 571,67 566,88 575,15 560,72
b
3,25 <0,01
<0,01
NS
Geral 558,57
B
596,76
A
607,49
A
604,44
A
M 1,835 1,804 1,661 1,803 1,776
b
CA (g/g)
F 1,960 1,884 1,699 1,869 1,853
a
3,76 <0,01
<0,05
NS
Geral 1,898
A
1,844
A
1,680
B
1,836
A
M 116,75 130,09 142,50 132,58 130,48
a
DP (g)
F 105,96 117,08 122,23 117,81 115,77
b
5,14 <0,01
<0,01
NS
Geral 111,35
C
123,58
B
132,36
A
125,19
AB
M 49,22 48,89 48,54 45,07 47,90
DG (g)
F 53,41 53,17 48,22 41,03 48,96
7,94 <0,01
NS NS
Geral 51,31
A
51,03
A
48,38
A
43,05
B
M 5,99 6,34 6,64 6,23 6,30
b
PR (%)
F 6,42 6,65 6,94 6,78 6,70
a
4,71 <0,05
<0,01
NS
Geral 6,21
B
6,49
AB
6,79
A
6,51
AB
M 86,92 88,66 88,11 89,06 88,19
b
PP (%)
F 90,56 89,53 90,69 89,81 90,15
a
1,71 NS <0,01
NS
Geral 88,74 89,10 89,40 89,44
de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura corporal;
PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Tabela 6. Equações ajustadas para o consumo de lisina digestível (CL), ganho de
peso (GP), conversão alimentar (CA), deposição de proteína (DP) e
gordura (DG) corporal e peso relativo das penas (PR ) em função dos
níveis de lisina digestível (Lis), coeficientes de determinação (R
2
), e níveis
de lisina estimados (NLE) com o uso dos diferentes modelos.
Não foi realizado um ajuste adequado pelos modelos linear, quadrático ou LRP
aos dados de consumo de ração (CR) das aves uma vez que estes modelos não foram
significativos (P>0,05) pela analise de variância da regressão. o consumo de lisina
digestível (CL) aumentou de forma linear com os níveis de lisina da ração.
As respostas de ganho de peso (GP) foram ajustadas adequadamente pelos
modelos LRP e quadrático. Pelo modelo LRP o nível ótimo de lisina na ração, estimado
pelo intercepto da reta ascendente com o platô, foi de 0,999%.
Modelo Variável / equação NLE (%) R
2
Consumo de lisina digestível (g) -
Machos e Fêmeas
Linear CL = - 0,764491 + 11,4642 Lis --- 0,94
Ganho de peso (g) - Machos e Fêmeas
LRP GP = 288,0728 + 318,232 Lis (p/
Lis<0,999%)
0,999 1,00
Quadrático GP = - 281,998 + 1598,12 Lis - 715,774
Lis
2
1,116 0,99
Baker et al. (2002)
-281,998 + 1598,12 Lis - 715,774 Lis
2
=
605,96
1,041 ---
Conversão alimentar (g/g) - Machos e
Fêmeas
Quadrático CA = 5,90205 - 7,77436 Lis + 3,63325 Lis
2
1,070 0,65
Deposição de proteína corporal (g) -
Machos e Fêmeas
Quadrático DP = - 271,185 + 735,498 Lis – 336,689
Lis
2
1,092 0,97
Deposição de gordura corporal (g) -
Machos e Fêmeas
Quadrático DG = -18,1415 + 155,257 Lis – 86,520 Lis
2
0,897 1,00
Peso relativo de penas (%) - Machos e
Fêmeas
Quadrático PR = - 4,86127 + 21,4092 Lis – 9,90931
Lis
2
1,080 0,89
Por meio da primeira derivada da equação quadrática foi estimado o nível de
lisina digestível de 1,116%, como sendo o adequado para maximizar o GP das aves de
ambos os sexos. De acordo com LAMBERSON & FIRMAM (2002) o modelo quadrático
pode proporcionar super-estimativas das exigências, especialmente quando os
tratamentos não estão uniformemente distribuídos acima e abaixo das exigências
esperadas. Outra crítica a esse modelo é que a equação quadrática descreve a
redução na resposta da variável em questão imediatamente após o ponto de xima, o
que na prática ocorre somente com concentrações elevadas capazes de produzir
toxicidade, supostamente bem acima do nível adequado para maximizar o
desempenho.
Com base no modelo LRP, o nível estimado de 0,999 % de lisina digestível na
dieta pode ser interpretado como sendo o nível de lisina a partir do qual não ocorrerá
incremento sobre o GP das aves. Essa abordagem estática dos fenômenos biológicos
pode conduzir à sub-estimativas dos níveis ótimos, uma vez que as respostas das aves
às variações nos níveis nutricionais da dieta obedecem a “lei dos mínimos retornos”,
fato esse que não é considerado no ajuste do modelo LRP.
Considerando as críticas realizadas ao modelo quadrático e ao LRP, BAKER et
al. (2002) propuseram um método de determinação das exigências por meio do primeiro
ponto de intersecção da curva quadrática com o platô do LRP. Com o uso desse
método, o nível de lisina digestível na ração adequado para maximizar o GP das aves
foi estimado em 1,041% (Figura 1), correspondendo ao consumo estimado de 11,17 g
de lisina digestível por ave, durante o período experimental. Considerando a
possibilidade de super-estimativas com o uso do modelo quadrático e sub-estimativas
com o uso do LRP, esse todo parece ser coerente uma vez que gerou uma
estimativa intermediária.
Ao avaliarem os efeitos dos níveis de lisina da ração sobre o GP de frangos de
corte no período de 1 a 21 dias, CONHALATO et al. (1999a) estimaram o nível de 1,05
% de lisina digestível como sendo adequado para maximizar o GP das aves,
correspondendo a um consumo de lisina digestível de 16,65 g para cada kg de GP. Em
outro estudo com frangos na fase inicial, LANA et al. (2005a) recomendaram níveis de
1,17% de lisina digestível para otimizar o GP das aves, correspondendo ao consumo de
16,51 g de lisina digestível por kg de GP. No presente estudo, o consumo médio de
lisina digestível para cada kg de GP foi estimado em 17,93 g para machos e 19,92 g
para as meas, sugerindo que as aves de crescimento lento apresentam menor
eficiência de utilização da lisina para GP quando comparadas às aves de corte de
crescimento acelerado.
Figura 1. Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração adequado para
maximizar o GP, estimado por meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de 1 a 28
dias de idade.
Para a conversão alimentar (CA), foi possível o ajuste dos dados apenas pelo
modelo quadrático, sendo estimado o nível de 1,070% de lisina digestível (Figura 2),
como sendo adequado para minimizar essa variável, correspondendo ao consumo
estimado de 11,50 g de lisina digestível por ave durante o período de 1 a 28 dias de
idade. Em estudo com frangos de corte no período de 1 a 21 dias de idade, COSTA et
al. (2001) recomendaram 1,183 e 1,129% de lisina digestível na ração para minimizar a
CA de machos e fêmeas, equivalendo a um consumo estimado de 11,45 e 10,16 g de
lisina digestível, respectivamente. Em outro estudo, CONHALATO et al. (1999a)
recomendaram 1,030% de lisina na ração, correspondendo ao consumo estimado de
12,17 g de lisina digestível para minimizar a CA de frangos de corte machos. Apesar
dos resultados terem sido diferenciados com base nas recomendações em
porcentagem da ração, observou-se que o consumo de lisina digestível necessário para
minimizar a CA das aves de linhagens de crescimento rápido e de crescimento lento é
semelhante.
Os resultados de desempenho do presente estudo demonstram que, na fase
inicial, a quantidade de lisina consumida pelas aves da linhagem ISA Label para
otimizar as variáveis de desempenho é próxima às quantidades consumidas pelas aves
de linhagens de crescimento acelerado. Entretanto, as aves ISA Label são menos
eficientes em utilizar a lisina da dieta para ganhar peso, uma vez que necessitam
consumir uma quantidade maior de lisina para cada Kg de peso ganho.
Figura 2. Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração adequado para
melhora a CA, estimado por meio da equação quadrática, para aves ISA
Label no período de 1 a 28 dias de idade.
O nível estimado de lisina digestível para maximizar a deposição de proteína
corporal das aves na fase inicial foi de 1,092%, obtido com o uso do modelo quadrático.
CONHALATO et al. (1999a), trabalhando com frangos de corte Hubbard no período de
1 a 21 dias, relataram que a taxa de deposição protéica elevou-se até o nível de
1,080% de lisina digestível.
HAN & BAKER et al. (1991; 1993), trabalharam com linhagens de crescimento
lento e crescimento acelerado no período de 8 a 22 dias de idade. Os resultados
demonstraram que as linhagens apresentaram composição protéica corporal
semelhante, sendo a exigência de lisina, expressa em porcentagem da dieta, a mesma
para as duas linhagens.
Apesar de o presente estudo ter sido realizado com aves de crescimento lento, o
nível de lisina recomendado para maximizar a deposição de proteína (1,092%) foi
próximo ao recomendado por CONHALATO et al. (1999a) (1,080%), que trabalharam
com linhagem de crescimento acelerado. Essa semelhança sugere que as aves de
crescimento lento, nesse caso ISA Label, têm sua composição protéica influenciada
pelos níveis de lisina de forma semelhante às aves de corte convencionais no período
inicial de vida, conforme observado nos estudos de HAN & BAKER (1991; 1993).
A deposição de gordura corporal reduziu de forma quadrática a partir do nível
estimado de 0,897% de lisina digestível na ração. Resultados semelhantes foram
encontrados por SCHEUERMANN et al. (1995) e HURWITZ et al. (1998), que
afirmaram que o aumento dos níveis de lisina no período de 1 a 21 dias, reduz a
deposição de gordura corporal das aves.
Os níveis de lisina influenciaram o peso relativo das penas (PR) de forma
quadrática, tendo aumentado até o nível estimado de 1,080% de lisina digestível na
ração.
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase de
crescimento (28 aos 56 dias de idade)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 28 aos 56 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 7.
Observou-se efeito de sexo (P<0,01) em todas as variáveis avaliadas, com
exceção do peso relativo das penas (PR) (P>0,05). Os níveis de lisina digestível da
ração influenciaram o ganho de peso (GP) (P<0,05), o consumo de ração (CR)
(P<0,01), o consumo de lisina (CL) (P<0,01) e o teor de proteína das penas (PP)
(P<0,01).
Tabela 7. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína
das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de lisina digestível na ração, no período
de 28 aos 56 dias de idade.
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CL = consumo de lisina digestível; GP = Ganho
Nível de lisina digestível (%) Probabilidade
Variável Sexo
0,750 0,870 0,990 1,110
Geral
CV
(%)
Lis Sexo
Lis x
sexo
M 2648,67
Aa
2644,33
Ba
2639,67
Ca
2635,00
Da
2641,92
CR (g)
F 2279,67
Ab
2273,67
Bb
2172,33
Db
2218,00
Cb
2235,92
1,01 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 2464,17 2459,00 2406,00 2426,50
M 19,87
Da
23,01
Ca
26,13
Ba
28,99
Aa
24,50
CL (g)
F 17,10
Db
19,78
Cb
21,51
Bb
24,40
Ab
20,70
1,01 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 18,49 21,40 23,82 26,70
M 1209,83 1233,83 1266,17 1258,17 1242,00
a
GP (g)
F 953,67 966,50 959,17 965,17 961,12
b
3,52 <0,05
<0,01
NS
Geral 1081,75
B
1100,16
AB
1112,67
A
1111,67
A
M 2,189 2,143 2,086 2,095 2,128
b
CA (g/g)
F 2,398 2,357 2,267 2,300 2,331
a
4,15 NS <0,01
NS
Geral 2,293 2,250 2,176 2,197
M 219,05 244,21 244,51 260,89 242,16
a
DP (g)
F 187,52 208,06 201,07 195,43 198,16
b
7,66 NS <0,01
NS
Geral 203,28 226,13 222,80 228,16
M 147,54 128,71 128,99 131,41 134,16
a
DG (g)
F 134,24 122,57 117,55 113,15 119,38
b
9,44 NS <0,01
NS
Geral 140,89 125,64 123,27 122,28
M 5,07 5,60 5,06 6,04 5,44
PR (%)
F 5,69 5,65 6,07 6,18 5,90
10,99
NS NS NS
Geral 5,38 5,63 5,57 6,11
M 83,18
Db
89,24
Aa
88,57
Ba
88,00
Ca
87,25
PP (%)
F 89,21
Ca
89,64
Aa
89,45
Ba
88,47
Da
89,19
1,60 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 86,23 89,44 89,01 88,24
de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura corporal;
PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Observou-se efeito da interação entre os níveis de lisina e o sexo para o CR, CL
e o PP (P<0,01). Esses resultados demonstraram que o comportamento das respostas
de machos e fêmeas foram diferenciadas para essas variáveis.
As equações obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes de
determinação (R
2
) e os níveis de lisina estimados (NLE) são apresentados na Tabela 8 .
Tabela 8. Equações ajustadas para o consumo de ração (CR), consumo de lisina
digestível (CL), ganho de peso (GP) e teor de proteína das penas (PP) em
função dos níveis de lisina digestível (Lis), coeficientes de determinação
(R
2
), e níveis de lisina estimados (NLE) com o uso dos diferentes modelos.
Modelo Variável / equação NLE
(%)
R
2
Consumo de ração (g) - Machos
Linear CR = 2677,31 – 38,0556 Lis
--- 1,00
Consumo de ração (g) - Fêmeas
Quadrático CR = 3217,49 – 1907,01 Lis –896,991 Lis
2
1,063 0,67
Consumo de lisina digestível (g) - Machos
Linear CL = 0,322913 + 26,0646 Lis
--- 0,99
Consumo de lisina digestível (g) - Fêmeas
Linear CL = 1,92470 + 20,2434 Lis
--- 0,99
Ganho de peso (g) – Machos e Fêmeas
LRP
GP = 966,6284 + 153,494 Lis (p/ Lis <
0,948)
0,948 1,00
Quadrático GP = 736,833 + 712,205 Lis – 337,095 Lis
2
1,056 0,99
Baker et al. (2002)
736,833 + 712,205 Lis - 337,095 Lis
2
=
1112,14
1,006 ---
Teor de proteína das penas (%) - Machos
LRP PP = 45,2778 + 50,533 Lis (p/ Lis < 0,851)
0,851 1,00
Quadrático PP = -20,9032 + 225,530 Lis – 115,067 Lis
2
0,980 0,99
Baker et al. (2002)
-20,9032 + 225,530 Lis – 115,067 Lis
2
=
88,28
0,874 ---
Teor de proteína das penas (%) - Fêmeas
Quadrático PP = 70,3073 + 43,5551 Lis – 24,4914 Lis
2
0,889 0,99
Com base no desdobramento da interação, observou-se que os níveis de lisina
da ração influenciaram o CR dos machos de forma linear decrescente, enquanto que
nas fêmeas o CR foi influenciado de forma quadrática, reduzindo até o nível estimado
de 1,063% de lisina digestível na ração. De acordo com BOORMAN (1979), a
composição da proteína da dieta tem efeito direto sobre o consumo voluntário de ração,
sendo que um desbalanceamento grave em aminoácidos produz decréscimo no CR,
enquanto um desbalanceamento não muito severo produz um aumento do CR. No
presente estudo, a redução no CR observada em função do aumento dos níveis de
lisina, possivelmente foi devido à melhoria do perfil geral de aminoácidos da dieta, à
medida que a lisina e os outros aminoácidos limitantes foram suplementados nas
rações.
O consumo de lisina digestível (CL) das aves de ambos os sexos aumentou
linearmente com os níveis de lisina da ração.
As respostas de ganho de peso (GP) possibilitaram um ajuste adequado pelos
modelos LRP e quadrático. Pelo modelo LRP o nível ótimo de lisina na ração foi
estimado em 0,948%. Por meio da primeira derivada da equação quadrática foi
estimado o nível de lisina digestível de 1,056%, como sendo o adequado para
maximizar o GP das aves de ambos os sexos no período de 28 a 56 dias. O ponto
estimado pela primeira intersecção da curva quadrática com o platô do LRP foi de
1,006%, sendo este o nível de lisina digestível considerado mais adequado para
melhorar o GP das aves (Figura 3). Esse nível correspondeu a um CL estimado de
26,54 g para machos e de 22,29 g para meas, durante o período de 28 a 56 dias de
idade.
Figura 3. Representação gráfica do nível de lisina digestível na ração adequado para
maximizar o GP, estimado por meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de 28 a 56
dias de idade.
Considerando-se o teor de proteína nas penas (PP), observou-se que as
respostas de machos e de fêmeas foram diferenciadas. Para os machos os modelos
quadrático e LRP proporcionaram ótimos ajustes, sendo o primeiro ponto de
intersecção da curva quadrática com o platô do LRP estimado em 0,874% de lisina
digestível na ração. Para as fêmeas foi possível ajustar apenas o modelo quadrático
sendo o nível ótimo estimado em 0,889% de lisina digestível na ração.
Com base nos resultados de GP e CL dos machos e fêmeas, foi possível calcular
a eficiência de utilização da lisina da dieta para ganho de peso, sendo estimado um
consumo de lisina digestível de 21,37 g por kg de GP nos machos, e 23,19 g por kg de
GP nas fêmeas, indicando que os machos foram mais eficientes que as fêmeas.
Exigência de lisina digestível para aves da linhagem ISA Label na fase de
terminação (56 aos 84 dias de idade)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 56 aos 84 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 9.
Observou-se efeito de sexo (P<0,01) em todas as variáveis avaliadas, com
exceção de deposição de gordura corporal (DG) (P>0,05).
Os níveis de lisina digestível da ração influenciaram a conversão alimentar (CA)
(P<0,05), o consumo de lisina digestível (CL) (P<0,01) e o peso relativo das penas (PR)
(P<0,01), não tendo nenhum efeito (P>0,05) sobre as demais variáveis.
Observou-se efeito (P<0,01) da interação entre os níveis de lisina e o sexo para
o CL e o PR, evidenciando que as respostas de machos e fêmeas foram diferenciadas
para essas variáveis.
As equações obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes de
determinação (R
2
) e os níveis de lisina digestível estimados (NLE) são apresentados na
Tabela 10.
Com base no desdobramento da interação, observou-se que os níveis de lisina
da ração influenciaram o CL dos machos e das fêmeas de forma linear crescente,
sendo que, para cada unidade acrescida na porcentagem de lisina da ração o CL dos
machos aumentou aproximadamente 45 g, enquanto nas fêmeas esse aumento foi de
aproximadamente 30 g, durante o período de 56 aos 84 dias de idade.
Considerando-se a CA, não foi possível descrever o comportamento dos dados
por meio dos modelos propostos, sendo utilizado apenas teste de dias para
comparar os resultados. Pelo teste de Duncan observou-se (P<0,05) que o pior
resultado de CA foi obtido com a dieta mais deficiente em lisina (0,640%) (Tabela 9).
Uma vez que as médias de CA obtidas com os demais tratamentos (0,760; 0,88 e
1,00%) foram iguais (P>0,05) entre si, recomendou-se o nível de 0,760% de lisina
digestível como sendo o mais adequado para melhorar a CA das aves, correspondendo
a um consumo de lisina digestível de 33,22 g e 23,74 g para machos e fêmeas,
respectivamente, durante o período de 56 a 84 dias de idade.
Tabela 9. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína
das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de lisina digestível na ração, no período
de 56 aos 84 dias de idade.
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CL = consumo de lisina digestível; GP = Ganho
Nível de lisina digestível (%) Probabilidade
Variável
Sexo
0,640 0,760 0,880 1,000
Geral
CV
(%)
Lis Sexo
Lis x sexo
M 4463,67
4201,55
4405,67
4455,00 4381,47
a
CR (g)
F 3175,33
3136,33
3007,33
3167,67 3121,67
b
3,17 NS <0,01
NS
Geral 3819,50
3668,94
3706,50
3811,33
M 28,57
Da
31,93
Ca
38,77
Ba
44,55
Aa
35,95
CL (g)
F 20,32
Db
23,84
Cb
26,46
Bb
31,68
Ab
25,57
3,35 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 24,45 27,89 32,62 38,12
M 1273,33
1271,27
1269,00
1315,00 1282,15
a
GP (g)
F 822,33 856,33 824,50 853,67 839,21
b
3,55 NS <0,01
NS
Geral 1047,8 1063,80 1046,75
1084,33
M 3,507 3,305 3,474 3,388 3,418
b
CA (g/g)
F 3,865 3,663 3,643 3,712 3,712
a
2,61 <0,05
<0,01
NS
Geral 3,686
A
3,484
B
3,558
B
3,550
B
M 273,11 278,82 307,94 260,10 280,00
a
DP (g)
F 182,96 184,59 202,22 204,21 193,49
b
8,71 NS <0,01
NS
l Geral 228,03 231,70 255,08 232,15
M 190,49 169,65 217,40 201,17 194,68
DG (g)
F 198,00 174,31 180,28 199,31 187,87
13,80
NS NS NS
Geral 194,24 171,98 198,84 200,24
M 5,14
Ba
4,69
Ca
4,63
Da
5,18
Aa
4,91
PR (%)
F 6,15
Bb
5,54
Cb
6,20
Ab
4,74
Da
5,66
6,86 <0,05
<0,01
<0,01
Geral 5,65 5,12 5,42 4,96
M 86,93 87,34 87,88 86,30 87,11
a
PP (%)
F 85,49 86,23 86,27 86,18 86,04
b
0,94 NS <0,01
NS
Geral 86,21 86,79 87,08 86,24
de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura corporal;
PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Tabela 10. Equações ajustadas para o consumo de lisina digestível (CL) e o peso
relativo das penas (PR) em função dos níveis de lisina digestível (Lis),
coeficientes de determinação (R
2
) e níveis de lisina estimados (NLE) com o
uso dos diferentes modelos.
Modelo Variável / equação NLE (%)
R
2
Consumo de lisina digestível (g) - Machos
Linear CL = -1,48208 + 45,6547 Lis
--- 0,98
Consumo de lisina digestível (g) - Fêmeas
Linear CL = 0,50200 + 30,5767 Lis
--- 0,98
Peso relativo de penas (%) - Machos
Quadrático PR = 16,2390 – 28,4365 Lis + 17,3636 Lis
2
0,819 0,99
Para o peso relativo das penas (PR), observou-se que as respostas de machos e
de fêmeas foram diferenciadas. Os níveis de lisina influenciaram o PR dos machos de
forma quadrática, tendo reduzido até o nível estimado de 0,819% de lisina digestível na
ração. Para o PR das fêmeas não foi possível o ajuste de nenhum dos modelos
propostos, sendo utilizado apenas o teste de comparação de médias conforme
apresentado na Tabela 9.
As médias de rendimento de carcaça (RC), peito desossado (PD), peito com
osso (PO), coxa (CX), sobrecoxa (SC) e porcentagem de gordura abdominal (GA) de
aves da linhagem ISA Label de ambos os sexos aos 84 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes características são apresentadas na Tabela 11.
Não observou-se efeito (P>0,05) da interação entre os níveis de lisina da ração e
o sexo para nenhuma das características de rendimento avaliadas, indicando que
machos e fêmeas respondem aos níveis de lisina da ração de forma semelhante para
essas variáveis.
Verificou-se efeitos de sexo (P<0,01) em todas as características de rendimento,
com exceção do RC e SC, que não diferiram (P>0,05) entre os machos e fêmeas.
Os níveis de lisina digestível da ração influenciaram (P<0,01) apenas o RC das
aves, que melhorou de forma quadrática até o nível estimado de 0,835% de lisina
digestível na ração (Tabela 12). Esses resultados estão de acordo com os encontrados
por COSTA et al. (2001) e BORGES et al. (2002), que verificaram melhoria no
rendimento de carcaça com o aumento dos níveis de lisina da ração, quando
trabalharam com frangos de corte de 22 aos 40 e 22 aos 42 dias de idade,
respectivamente. No entanto, outros estudos (CONHALATO et al.,1999b; VALERIO et
al., 2003 e AMARANTE JUNIOR et al., 2005a) não observaram efeito dos níveis de
lisina sobre o rendimento de carcaça de frangos de corte.
Tabela 11. Médias de rendimento de carcaça, peito desossado e com osso, coxa, sobrecoxa e porcentagem
de gordura abdominal de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de lisina digestível na
ração, aos 84 dias de idade.
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúsculas) ou colunas (minúsculas) não
diferem entre (P>0,05) si pelo teste de Duncan; RC = Rendimentos (%) de carcaça; PD = Peito desossado; PO
= Peito com osso; CX = Coxa; SC = Sobrecoxa; GA = Porcentagem de gordura abdominal; CV = Coeficiente
de Variação; NS = Não significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Nível de lisina digestível (%) Probabilidade
Variável
Sexo
0,640 0,760 0,880 1,000
Geral CV (%)
Lis Sexo
Lis x
sexo
M 79,69 79,78 80,19 78,45 79,53
RC (%)
F 77,06 77,40 80,89 78,06 78,35
1,76 <0,01
NS NS
Geral 78,37
B
78,59
B
80,54
A
78,26
B
M 18,52 19,27 17,85 17,86 18,38
b
PD (%)
F 20,43 20,18 20,51 20,52 18,64
a
3,92 NS <0,01
NS
Geral
19,48 19,72 19,18 19,19
M 25,73 25,69 24,87 24,59 25,22
b
PO (%)
F 27,32 27,27 26,69 26,55 26,96
a
2,54 NS <0,01
NS
Geral 26,52 26,48 25,78 25,57
M 13,78 13,93 13,92 13,98 13,90
a
CX (%)
F 12,62 13,03 12,81 13,12 12,90
b
3,85 NS <0,01
NS
Geral 13,20 13,48 13,37 13,55
M 15,46 15,36 15,52 15,47 15,45
SC (%)
F 15,54 15,49 15,45 15,35 15,46
2,39 NS NS NS
Geral 15,50 15,42 15,49 15,41
M 3,32 3,09 3,84 2,96
3,30
b
GA (%)
F 5,42 4,58 5,41 4,42 4,96
a
18,12 NS <0,01
NS
Geral 4,37 3,84 4,62 3,69
Tabela 12. Equação ajustada para os dados de rendimento de carcaça (RC) em
função dos níveis de lisina digestível da ração (Lis), coeficiente de
determinação (R
2
) e nível de lisina estimado (NLE)com o uso de
diferentes modelos.
Modelo Variável / equação NLE (%) R
2
Rendimento de carcaça (%)
Quadrático RC = 49,4691 + 72,4497 Lis – 43,3611
Lis
2
0,835 0,49
CONCLUSÕES
Recomenda-se para aves da linhagem ISA Label de 1 aos 28 dias de idade o
nível de 1,041% de lisina digestível na ração.
Para aves no período de 28 aos 56 dias de idade, recomenda-se o nível de
1,006% de lisina digestível na ração.
Durante o período de 56 aos 84 dias de idade, recomenda-se o nível de 0,760%
de lisina digestível na ração.
REFERÊNCIAS
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relação aminoacídica, para frangos de corte de 1a 21 dias de idade, sob condições de
estresse por calor. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.32, n.2, p.361-371,
2003.
CAPÍTULO 3 - EXIGÊNCIAS DE METIONINA + CISTINA DIGESTÍVEL PARA AVES
DE CORTE DA LINHAGEM ISA LABEL EM SISTEMA SEMI-CONFINADO
Exigências de Metionina + Cistina Digestível para Aves de Corte da Linhagem ISA
Label em Sistema Semi-Confinado
Resumo - Foram realizados três experimentos para determinar as exigências de
metionina + cistina (Met+cis) digestível para aves da linhagem ISA Label, de ambos os
sexos, em sistema semi-confinado durante as fases: inicial (1 a 28 dias), crescimento
(28 a 56 dias) e final (56 a 84 dias). Em cada experimento foi utilizado um total de 480
aves, que foram alojadas em 24 piquetes. Cada piquete dispunha de uma área coberta
de 3,13 m
2
e uma área de pastejo de 72,87 m
2
. O delineamento experimental utilizado
foi o inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 4x2 (níveis de Met+cis e
sexo) com três repetições de 20 aves cada. Os níveis de Met+cis digestível avaliados
foram: 0,532; 0,652; 0,772; 0,892% na fase inicial; 0,515; 0,635; 0,755; 0,875% na fase
de crescimento e 0,469; 0,589; 0,709; 0,829% na fase final. Foram mensuradas as
variáveis de desempenho, característica de carcaça, deposição de proteína e gordura
corporal, peso e teor de proteína das penas. Na fase inicial o nível de Met+cis digestível
recomendado para machos foi de 0,728% na ração e de 0,774% para fêmeas,
correspondendo aos consumos estimados de Met+cis digestível de 7,61g e 8,11g,
respectivamente. Para a fase de crescimento recomenda-se 0,716% de Met+cis
digestível na ração, correspondendo a um consumo estimado de 20,77 g para os
machos e 16,68 g de Met+cis digestível para as meas. Na fase final os níveis de
Met+cis digestível recomendados foram de 0,756% para machos e 0,597% para
fêmeas, correspondendo aos consumos de Met+cis de 30,58 g e 19,47 g,
respectivamente.
Palavras.chave: aminoácidos, criação alternativa, exigência nutricional, frango caipira,
frango colonial
INTRODUÇÃO
As atividades agropecuárias, de um modo geral, permitem que os produtores
trabalhem com margens de lucro bastante reduzidas quando comparadas com
atividades de outros setores, exigindo máxima eficiência do ponto de vista gerencial.
A produção de frangos de crescimento lento em sistemas alternativos de criação
tem atraído novos produtores, não apenas por demandar baixos investimentos com a
implantação, mas também por possibilitar que maiores preços de venda do produto final
sejam atingidos, o que favorece a rentabilidade da atividade.
Na avicultura, o custo com a alimentação representa aproximadamente 70% do
custo de produção, sendo necessário, portanto, que sejam fornecidas dietas
balanceadas de acordo com as necessidades das aves, proporcionando xima
eficiência de utilização da dieta e ótimo desempenho dos animais.
Dentre os nutrientes essenciais diretamente envolvidos no desempenho das
aves encontram-se os aminoácidos, especialmente a metionina, que é o primeiro
aminoácido limitante para esses animais quando dietas à base de milho e soja são
utilizadas. Além disso, desempenha várias funções no organismo das aves, tendo efeito
no sistema imune (KALINOWSKI et al., 2003), na deposição de proteína (HRUBY,
1998), no metabolismo de lipídeos (JENSEN, 1990) e no metabolismo energético
(BOOMGARDT & BAKER, 1973). Outras funções da metionina incluem a doação de
radicais metil, sendo precursora para a biossíntese de cistina, através do mecanismo de
trans-sulfuração. Por isso, suas recomendações na dieta devem ser expressas como
metionina + cistina. Realça-se, que tal mecanismo é irreversível, sendo extremamente
importante o fornecimento de quantidades adequadas de metionina nas dietas
(RADEMACHER, 2001).
De acordo com os resultados KALINOWSKI et al. (2003a; 2003b) os níveis de
metionina + cistina das rações podem influenciar o empenamento das aves,
evidenciando que aves de linhagens de empenamento rápido exigem níveis de
metionina + cistina superiores aos exigidos por aves de linhagem de empenamento
lento. Considerando que as aves da linhagem ISA Label possuem o desenvolvimento
tardio quando comparadas com aves de linhagens de frangos convencionais (SANTOS
et al., 2005), e considerando ainda que as aves dessa linhagem possuem
características diferenciadas de empenamento, é possível que essas respondam aos
níveis de metionina + cistina da dieta de maneira diferenciadas daquela observada para
frangos de corte convencionais.
O presente estudo teve o objetivo de determinar as exigências de metionina +
cistina digestível para aves da linhagem ISA Label de ambos os sexos, criadas em
sistema semi-confinado nas fases inicial (1 a 28 dias), crescimento (28 a 56 dias) e final
(56 a 84 dias).
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados três experimentos no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAV / UNESP,
Jaboticabal – SP, no período de 10 de julho a dois outubro de 2006, para determinar as
exigências de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label de ambos
os sexos em sistema semi-confinado nas fases inicial (1 a 28 dias), crescimento (28 a
56 dias) e final (56 a 84 dias).
Em cada fase, foram utilizadas 480 aves (240 machos e 240 fêmeas), vacinadas
no incubatório contra as doenças de Marek, Bouba e Gumboro. Adicionalmente as aves
foram vacinadas no primeiro dia de vida contra coccidiose, no 13
o
dia receberam vacina
contra Newcastle, no 18
o
dia contra Gumboro (cepa intermediaria) e no 35
o
dia de idade
receberam a segunda dose das vacinas contra Newcastle e Gumboro (cepa forte).
As instalações experimentais foram constituídas de 24 piquetes, cada um
dispondo de um abrigo e uma área de pastejo. Cada abrigo possuía um pé-direito de
2,0 m coberto com telhas de cimento amianto, laterais de tela galvanizada providas de
cortinas plásticas, piso cimentado com área útil de 3,13 m
2
, forrado com cama de
maravalha (5 cm de espessura), onde localizavam-se um comedouro tubular e um
bebedouro do tipo pendular. A área de pastejo, cercada por tela galvanizada, possuía
uma área total de 72,87 m
2
, contendo predominantemente gramíneas do gênero
Paspalum, caracterizando o sistema semi-confinado.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), em
esquema fatorial 4x2 (níveis de metionina + cistina digestível e sexo) totalizando oito
tratamentos, com três repetições, sendo cada unidade experimental constituída por 20
aves.
Na fase inicial, as aves alojadas com um dia de idade, permaneceram limitadas
ao abrigo até o 21º dia, tendo acesso, a partir de então, à área de pastejo, na qual elas
eram soltas às 8h e recolhidas para o abrigo às 18h. Paralelamente foram criados em
galpão convencional dois lotes, machos e fêmeas, sendo destes utilizadas 480 aves
(240 machos e 240 fêmeas) nas fases de crescimento e final. Desta maneira as aves
permaneceram no galpão convencional até o 28º e 5 dia, respectivamente, e
receberam rações formuladas para atender suas exigências em cada fase (NRC, 1994).
Para cada fase, foram formuladas rações basais, à base de milho e farelo de
soja, para atender as exigências nutricionais das aves de acordo com as
recomendações do NRC (1994), exceto em aminoácidos. Os níveis de aminoácidos,
exceto metionina + cistina, foram estabelecidos com base nas relações ideais propostas
por ROSTAGNO (2005), tomando-se como referência os níveis de lisina digestível
estabelecidos, para cada fase, nos experimentos descritos no Capítulo 2.
As rações basais, deficientes em metionina + cistina, foram suplementadas com
DL-metionina em substituição ao ácido L-glutâmico e amido, resultando em rações
isoenergéticas e isonitrogênicas contendo níveis de metionina + cistina digestível de
0,532; 0,652; 0,772; 0,892% para a fase inicial (Tabela 1), 0,515; 0,635; 0,755; 0,875%
para a fase de crescimento (Tabela 2) e 0,469; 0,589; 0,709; 0,829% para a fase final
(Tabela 3). Os níveis de metionina + cistina digestível na ração foram estabelecidos
com base nas exigências de metionina + cistina digestível para frangos de corte, uma
vez que trabalhos que determinam as exigências de aminoácidos para aves de
crescimento lento são escassos. Durante todo o período experimental as aves
receberam ração e água à vontade e diariamente foram registradas as temperaturas
máximas e mínimas no interior das instalações, sendo esses dados utilizados para os
cálculos das médias semanais (Tabela 4).
Tabela 1. Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial (1 a
28 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
2,2
g, vit. B
2
– 6 g, vit. B
6
– 3,3 g, vit. B
12
– 0,016 mcg, ácido pantotênico – 13 g, vit. K
3
2,5 g, ácido fólico – 1 g, selênio -250 mg, antioxidante – 100.000 mg e veículo q.s.p.
- 1.000 g.
Nível de metionina + cistina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,532 0,652 0,772 0,892
Milho 65,112 65,112 65,112 65,112
Farelo de soja 28,744 28,744 28,744 28,744
Óleo de soja 1,203 1,203 1,203 1,203
Calcário 1,127 1,127 1,127 1,127
Fosfato bicálcico 1,709 1,709 1,709 1,709
Sal comum 0,416 0,416 0,416 0,416
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,000 0,119 0,240 0,362
L-Lisina HCl 0,218 0,218 0,218 0,218
L-Treonina 0,051 0,051 0,051 0,051
Ácido L-glutâmico 1,000 0,875 0,750 0,622
Amido 0,150 0,156 0,160 0,166
Cloreto de Colina 70% 0,070 0,070 0,070 0,070
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 19,293 19,293 19,293 19,293
EM (kcal/kg) 3000 3000 3000 3000
Cálcio (%) 0,940 0,940 0,940 0,940
Fósforo Disponível (%) 0,420 0,420 0,420 0,420
Sódio (%) 0,190 0,190 0,190 0,190
Metionina + Cistina digestível (%) 0,532 0,652 0,772 0,892
Metionina digestível (%) 0,207 0,387 0,506 0,626
Lisina digestível (%) 1,041 1,041 1,041 1,041
Treonina digestível (%) 0,673 0,673 0,673 0,673
Arginina digestível (%) 1,154 1,154 1,154 1,154
Triptofano digestível (%) 0,203 0,203 0,203 0,203
Isoleucina digestível(%) 0,795 0,795 0,795 0,795
Valina digestível (%) 0,783 0,783 0,783 0,783
Tabela 2. Composição percentual das rações experimentais para a fase de
crescimento (28 a 56 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
– 2,2
g, vit. B
2
6 g, vit. B
6
3,3 g, vit. B
12
0,016 mcg, ácido pantotênico 13 g, vit.
K
3
2,5 g, ácido fólico 1 g, selênio -250 mg, antioxidante 100.000 mg e
veículo q.s.p. - 1.000 g.
Nível de metionina + cistina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,515 0,635 0,755 0,875
Milho 68,819 68,819 68,819 68,819
Farelo de soja 25,894 25,894 25,894 25,894
Óleo de soja 1,203 1,203 1,203 1,203
Calcário 1,228 1,228 1,228 1,228
Fosfato bicálcico 1,288 1,288 1,288 1,288
Sal comum 0,314 0,314 0,314 0,314
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,000 0,122 0,243 0,364
L-Lisina HCl 0,257 0,257 0,257 0,257
L-Treonina 0,063 0,063 0,063 0,063
L- Valina 0,035 0,035 0,035 0,035
Ácido L-glutâmico 0,500 0,372 0,247 0,119
Amido 0,150 0,155 0,159 0,166
Cloreto de Colina 70% 0,050 0,050 0,050 0,050
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 18,000 18,000 18,000 18,000
EM (kcal/kg) 3050 3050 3050 3050
Cálcio (%) 0,870 0,870 0,870 0,870
Fósforo Disponível (%) 0,340 0,340 0,340 0,340
Sódio (%) 0,150 0,150 0,150 0,150
Metionina + Cistina digestível (%) 0,515 0,635 0,755 0,875
Metionina digestível (%) 0,260 0,381 0,501 0,621
Lisina digestível (%) 1,006 1,006 1,006 1,006
Treonina digestível (%) 0,654 0,654 0,654 0,654
Arginina digestível (%) 1,076 1,076 1,076 1,076
Triptofano digestível (%) 0,186 0,186 0,186 0,186
Isoleucina digestível (%) 0,676 0,676 0,676 0,676
Valina digestível (%) 0,775 0,775 0,775 0,775
Tabela 3. Composição percentual das rações experimentais para a fase final (56 a
84 dias).
1
Uniquimica - manganês, 75.000 mg; ferro, 50.000 mg; zinco, 70.000 mg; cobre,
8.500 mg; cobalto, 200 mg; iodo, 1.500 mg e veículo q.s.p. 1.000 g.
2
Uniquimica - vit. A - 12.000.000 UI, vit. D
3
- 2.200.000 UI, vit. E - 30 g, vit. B
1
2,2
g, vit. B
2
– 6 g, vit. B
6
– 3,3 g, vit. B
12
– 0,016 mcg, ácido pantotênico – 13 g, vit. K
3
2,5 g, ácido fólico – 1 g, selênio -250 mg, antioxidante – 100.000 mg e veículo q.s.p.
- 1.000 g.
Nível de metionina + cistina digestível (%)
Ingredientes (%)
0,469 0,589 0,709 0,829
Milho 75,293 75,293 75,293 75,293
Farelo de soja 19,866 19,866 19,866 19,866
Óleo de soja 0,761 0,761 0,761 0,761
Calcário 1,197 1,197 1,197 1,197
Fosfato bicálcico 1,103 1,103 1,103 1,103
Sal comum 0,254 0,254 0,254 0,254
Suplemento. Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100
Suplemento. Vitamínico
2
0,100 0,100 0,100 0,100
DL-Metionina 0,000 0,122 0,245 0,367
L-Lisina HCl 0,121 0,121 0,121 0,121
Ácido L-glutâmico 1,000 0,873 0,745 0,616
Amido 0,150 0,160 0,166 0,171
Cloreto de Colina 70% 0,050 0,050 0,050 0,050
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição
calculada
Proteína bruta (%) 16,031 16,031 16,031 16,031
EM (kcal/kg) 3100 3100 3100 3100
Cálcio (%) 0,800 0,800 0,800 0,800
Fósforo Disponível (%) 0,300 0,300 0,300 0,300
Sódio (%) 0,120 0,120 0,120 0,120
Metionina + cistina digestível (%) 0,469 0,589 0,709 0,829
Metionina digestível (%) 0,236 0,356 0,476 0,596
Lisina digestível (%) 0,760 0,760 0,760 0,760
Treonina digestível (%) 0,515 0,515 0,515 0,515
Arginina digestível (%) 0,907 0,907 0,907 0,907
Triptofano digestível (%) 0,156 0,156 0,156 0,156
Isoleucina digestível (%) 0,577 0,577 0,577 0,577
Valina digestível (%) 0,647 0,647 0,647 0,647
Tabela 4. Temperaturas máximas, mínimas e médias semanais durante o período
experimental.
As variáveis de desempenho avaliadas no final de cada experimento foram:
ganho de peso (g/ave), consumo de ração (g/ave), consumo de metionina + cistina
(g/ave) e conversão alimentar. No 84º dia, três aves de cada parcela (72 no total), com
peso corporal próximo ao da média da parcela 10%) foram submetidas a um jejum
alimentar de 12 h, sendo em seguida abatidas para avaliar as características de
carcaça. Depois de escaldadas, depenadas e evisceradas, as aves foram pesadas,
sendo os cortes (peito, filé de peito, coxa e sobrecoxa) realizados em seguida. O
rendimento de carcaça foi calculado em relação ao peso vivo após jejum, sendo os
rendimentos de cortes e gordura abdominal, calculados em relação ao peso da carcaça
depenada e eviscerada. Foi considerada gordura abdominal todo o tecido adiposo
aderido ao redor da cloaca, moela e dos músculos abdominais adjacentes.
TemperaturaC)
Semana
Máximas Mínimas Médias
1 35,0 20,5 27,7
2 35,0 18,5 26,7
3 34,2 17,0 25,6
4 34,0 14,5 24,2
5 35,5 13,3 24,4
6 34,2 14,8 24,5
7 32,2 14,2 23,7
8 33,5 15,2 24,3
9 31,2 15,0 23,1
10 32,5 14,8 23,6
11 34,9 14,5 24,7
12 34,2 14,6 24,4
Além do desempenho e características de carcaça, foram determinadas as
deposições de proteína e gordura corporal, por meio de abates comparativos no inicio
(grupos referência) e final de cada experimento. Os grupos referência foram
constituídos por aves de ambos os sexos, com peso próximo (±10%) ao peso médio
inicial, totalizando nove aves (3 repetições de 3 aves) para cada sexo, em cada um dos
experimentos. No término de cada experimento, três aves de cada parcela com peso
próximo 10%) ao peso médio da mesma foram selecionadas, totalizando 72 aves. As
aves referentes aos abates comparativos (inicial e final) após um jejum alimentar de 24
horas, para o esvaziamento completo do trato digestivo, foram pesadas, abatidas por
deslocamento cervical e, após a obtenção de uma amostra representativa das penas de
cada ave, essas foram completamente depenadas e pesadas novamente. Pela
diferença entre o peso após o jejum e o peso das aves depenadas obteve-se o peso
absoluto das penas. O peso relativo das penas (%) foi obtido pela razão entre o peso
absoluto das penas e o peso das aves em jejum multiplicado por 100.
As aves depenadas e as amostras das penas de cada ave foram devidamente
identificadas e acondicionadas em freezer (-8ºC), sendo posteriormente processadas
para a realização das análises laboratoriais.
O processamento das aves consistiu em autoclavagem a 127°C e 1,5 atm,
utilizando-se autoclave (AV 225, PHOENIX, São Paulo) provida de recipientes de
inox. As aves de 1 dia de idade foram autoclavadas durante três horas, enquanto as
aves de idades posteriores foram durante cinco horas. Após esses procedimentos, as
amostras foram homogeneizadas em liquidificador industrial (8 L SKYNSEM, São
Paulo), secas em estufa a 55°C por 72 horas e moídas em micro moinho (A11 BASIC
IKA, São Paulo), sendo analisados os teores de matéria seca, extrato etéreo e proteína
bruta de acordo com as metodologias descritas por SIVA & QUEIROZ (2002).
As penas foram trituradas com o uso de tesoura e homogeneizadas
manualmente, sendo as amostras submetidas às análises de matéria seca, extrato
etéreo e proteína bruta, segundo os mesmos procedimentos utilizados para as
amostras das aves.
Os teores de proteína e gordura das aves depenadas e das penas foram
calculados separadamente, pelo produto dos teores desses componentes determinados
nas amostras, pelos pesos das aves depenadas e das penas, respectivamente. A
composição corporal (proteína e gordura) foi obtida pela soma das composições das
aves depenadas e das penas. Pela diferença entre a composição corporal no inicio e
final de cada fase, obteve-se as deposições de proteína e gordura para cada período de
criação.
As variáveis de desempenho, características de carcaça e composição corporal
foram submetidas a análises de variância, sendo posteriormente realizadas análises de
regressão, considerando-se os níveis de metionina + cistina digestível das rações como
variável independente. As estimativas dos níveis ótimos de metionina + cistina foram
feitas por meio dos modelos Linear Response Plateau (LRP) e/ou polinomial quadrático.
Também foi utilizado o procedimento descrito por BAKER et al. (2002) no qual o nível
ótimo de metionina + cistina foi estimado por meio do primeiro ponto de intersecção da
curva quadrática com o platô do modelo LRP. As análises estatísticas foram realizadas
com o uso do software SAEG 9.0 (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas),
desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label na
fase inicial (1 aos 28 dias de idade)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 1 aos 28 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 5.
Os níveis de metionina+cistina digestível da ração influenciaram todas as
características avaliadas, com exceção do consumo de ração (CR), da deposição de
gordura corporal (DG) e do peso relativo das penas (PR) (P>0,05). Da mesma forma,
observou-se efeito de sexo para todas as características, exceto para a conversão
alimentar (CA) e para a deposição de gordura corporal (DG) (P>0,05).
Tabela 5. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína das
penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de metionina+cistina digestível na ração, no
período de 1 aos 28 dias de idade.
Nível de metionina + cistina digestível (%) Probabilidade
Variável
Sexo
0,532 0,652 0,772 0,892
Geral CV (%)
MC Sexo MC x sexo
M 1085,83 1087,50 1079,17 1057,50 1077,50
a
CR (g)
F 1006,02 963,64 1016,42 1053,13 1009,80
b
5,15 NS <0,01 NS
Geral 1045,92 1025,57 1047,80 1055,31
M 5,80 7,09 8,33 9,43 7,66
a
CM (g)
F 5,37 6,28 7,85 9,39 7,22
b
5,38 <0,01 <0,05 NS
Geral 5,59
D
6,69
C
8,09
B
9,41
A
M 513,97
Ba
574,64
Aa
576,48
Aa
565,65
Aa
558,52
a
GP (g)
F 471,66
Bb
492,64
Bb
542,10
Ab
546,80
Ab
513,30
b
3,41 <0,01 <0,01 <0,05
Geral 492,81 533,64 559,29 556,22
M 2,11 1,89 1,87 1,87 1,94 CA
(g/g)
F 2,13 1,96 1,87 1,93 1,97
3,04 <0,01 NS NS
Geral 2,12
B
1,92
A
1,87
A
1,90
A
M 100,21 113,07 117,65 119,63 112,64
a
DP (g)
F 89,78 100,80 116,55 113,81 105,23
b
6,32 <0,01 <0,05 NS
Geral 94,99
C
106,94
B
117,10
A
116,72
A
M 42,59 38,10 37,58 34,92 38,29
DG (g)
F 39,05 34,41 33,80 42,40 37,42
12,24 NS NS NS
Geral 40,82 36,25 35,69 38,66
M 6,06 6,39 5,99 6,15
6,15
b
PR (%)
F 5,98 6,55 6,74 7,06 6,58
a
6,39 NS <0,05 NS
Geral 6,02 6,47 6,37 6,61
M 85,56 87,14 87,89 87,56
87,03
b
PP (%)
F 88,80 87,62 91,56 89,40 89,35
a
1,47 <0,05 <0,01 NS
Geral 87,18
B
87,38
B
89,73
A
88,48
AB
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CM = Consumo de metionina + cistina digestível;
GP = Ganho de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura
corporal; PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas
Foi observado efeito da interação (P<0,05) entre os níveis de metionina+cistina
da ração e o sexo para o ganho de peso (GP), evidenciando que para essa variável
esses fatores não atuam de forma independente, sugerindo que o comportamento das
respostas dos machos é diferente daqueles observados para as fêmeas.
As equações de regressão obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes
de determinação (R
2
) e os níveis de metionina+cistina digestível estimados (NMCE) são
apresentados na Tabela 6.
O consumo de metionina+cistina digestível (CM) aumentou de forma linear
crescente com os níveis de metionina+cistina da ração. Como não houve efeito dos
níveis de metionina+cistina sobre o consumo de ração, é provável que o aumento do
consumo de metionina+cistina seja responsável pela melhora no ganho de peso das
aves, especialmente nas fêmeas, que responderam de forma linear crescente.
Para o GP, o efeito da interação indicou a necessidade do ajuste de equações
distintas para machos e fêmeas. Considerando-se os machos, foi possível realizar um
bom ajuste por meio dos modelos LRP e quadrático. Pelo modelo LRP o nível ótimo de
metionina+cistina na ração foi estimado em 0,645 %. Por meio da primeira derivada da
equação quadrática foi estimado o nível de metionina+cistina digestível de 0,765%,
como sendo o adequado para maximizar o GP dos machos.
O primeiro ponto de intersecção da curva quadrática com o platô do LRP foi de
0,665%, sendo este o nível de metionina+cistina digestível considerado mais adequado
para melhorar o GP dos machos ISA label no período de 1 a 28 dias (Figura 1),
correspondendo ao CM de 6,93 g por ave, durante o período experimental.
Para as fêmeas, observou-se um comportamento linear crescente do GP em
função dos níveis de metionina+cistina da ração, sendo possível um bom ajuste com o
uso do modelo LRP (Figura 2). Com o uso deste modelo foi possível estimar o nível de
0,803% de metionina+cistina como sendo o mais adequado para maximizar o GP das
fêmeas, correspondendo ao CM de 8,42 g por ave no período de 1 aos 28 dias de
idade.
Tabela 6. Equações ajustadas para o consumo de metionina+cistina digestível (CM),
ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e deposição de proteína
corporal (DP) em função dos níveis de metionina+cistina digestível (M),
coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de metionina+cistina estimados
(NMCE) com o uso dos diferentes modelos.
Com base nesses resultados foi possível estimar que os machos exigem 12,41 g
de metionina+cistina digestível por kg de GP, enquanto as fêmeas exigem 16,40 g por
kg de ganho de peso, indicando que estas são mais exigentes. Esse resultado pode ser
explicado com base nas diferenças do peso relativo das penas (PR) e do teor de
proteína das penas (PP), observada entre machos e fêmeas. O maior valor de PR,
observado para as fêmeas aos 28 dias, sugere que essas m um empenamento mais
acelerado que os machos, concordando com os relatos de PESTI et al. (1996).
Modelo Variável / equação NMCE
(%)
R
2
Consumo de metionina+cistina (g) –
Machos e Fêmeas
Linear CM = - 0,247727 + 10,7948 M --- 0,99
Ganho de peso (g) - Machos
LRP GP= 239,42 + 514,13 M (p/ M < 0,645%)
0,645 1,00
Quadrático GP= - 153,593 + 1927,23 M -1259,57 M
2
0,765 0,96
Baker et al.
(2002)
- 153,593 + 1927,23 M -1259,57 M
2
= 571,04
0,665 ---
Ganho de peso (g) - Fêmeas
LRP GP = 308,7667+296,271 M (p/ M < 0,803%) 0,803 0,95
Linear GP= 349,29+230,188 M --- 0,92
Conversão alimentar (g/g) – Machos e
Fêmeas
LRP CA = 3,0226 – 1,685 M (p/ M < 0,675%) 0,675 1,00
Quadrático CA = 4,32868 - 6,2515 M + 3,9578 M
2
0,789 0,99
Baker et al.
(2002)
4,32867 - 6,25147 M – 3,95779 M
2
= 1,885 0,710 ---
Deposição de proteína corporal (g) –
Machos e Fêmeas
LRP DP = 40,962 + 101,188 M (p/ M < 0,751%) 0,751 1,00
Quadrático DP = - 43,486 + 375,536 M – 219,126 M
2
0,856 0,99
Baker et al.
(2002)
- 43,486 + 375,535 M – 219,125 M
2
= 116,91
0,810 ----
Considerando que as penas possuem altas concentrações de cistina, infere-se que as
fêmeas direcionam maior proporção da metionina+cistina consumida para o
empenamento, quando comparadas com os machos, explicando a menor eficiência de
utilização da metionina para o ganho de peso.
Figura 1. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para maximizar o GP de machos ISA Label, no período de 1 aos
28 dias de idade, estimado por meio do primeiro intercepto da equação
quadrática com o platô do LRP.
Figura 2. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para maximizar o GP de fêmeas ISA Label, no período de 1 aos 28
dias de idade, estimado com o uso do LRP.
Para a CA foi possível o ajuste simultâneo dos modelos quadrático e LRP. Com
base na equação quadrática foi possível estimar o nível de 0,789% de metionina+cistina
digestível na ração. Com o uso do modelo LRP, o intercepto da reta ascendente com o
platô estimou o nível de 0,675% de metionina+cistina digestível, como sendo o vel a
partir do qual não houve resposta na CA das aves. O nível de metionina+cistina na
ração considerado mais adequado para melhorar a CA das aves de ambos os sexos foi
obtido por meio da primeira intersecção da curva quadrática com o platô do LRP, sendo
estimado em 0,710% de metionina+cistina digestível na ração (Figura 3),
correspondendo ao consumo médio de 7,42 g de metionina+cistina digestível, durante o
período experimental.
A deposição de proteína corporal (DP) foi influenciada pelos níveis de
metionina+cistina da ração, sendo possível o ajuste dos modelos LRP e quadrático.
Pelo LRP foi estimado um nível de 0,751% de metionina+cistina digestível na ração.
Pelo modelo quadrático, o ponto de xima foi correspondente ao nível estimado de
0,856%. O nível de metionina+cistina digestível mais adequado para maximizar a DP
das aves foi estimado como sendo 0,810%, obtido pela primeira intersecção da curva
quadrática com o platô do LRP (Figura 4). Esse resultado se assemelha ao obtido por
OLIVEIRA NETO et al. (2005), que estimaram em 0,818% de metionina+cistina na
ração, como sendo o nível adequado para maximizar a DP de frangos de corte de 1 aos
21 dias de idade.
Apesar do efeito dos níveis de metionina+cistina da ração observado sobre o PP
das aves, não foi possível ajustar nenhum dos modelos propostos. Pelo teste de
Duncan (P<0,05) observou-se que os maiores valores de PP foram obtidos com os
níveis de 0,722 e 0,892% de metionina+cistina digestível na ração.
Figura 3. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para melhorar a CA, estimado por meio do primeiro intercepto da
equação quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de
1 aos 28 dias de idade.
Figura 4. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para maximizar a DP, estimado por meio do primeiro intercepto da
equação quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de
um aos 28 dias de idade.
Os resultados do presente estudo evidenciaram que as fêmeas da linhagem ISA
Label atingem sua máxima resposta de GP com um nível mais elevado de
metionina+cistina na ração (0,803%), quando comparadas com os machos (0,665%),
no período de 1 a 28 dias. Este fato demonstra que as recomendações finais devem ser
diferenciadas para machos e fêmeas, apesar dos níveis ótimos estimados com base na
CA (0,710%) e na DP (0,810%) terem sido os mesmos para ambos os sexos. Assim,
uma recomendação final mais condizente com as necessidades de cada sexo, foi
obtida pela média dos níveis recomendados para melhorar o GP, CA e a DP de machos
e de fêmeas. Para machos obteve-se o valor de 0,728% de metionina+cistina digestível
((0,665% + 0,710% +0,810%) / 3 = 0,728%), enquanto que para fêmeas o nível obtido
foi de 0,774% de metionina+cistina digestível ((0,803% + 0,710% + 0,810%) / 3 =
0,774%).
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label na
fase de crescimento (28 aos 56 dias)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 28 a 56 dias de idade e o resumo das análises
estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 7.
Observou-se efeito do sexo para todas as variáveis avaliadas, exceto para o PR
(P>0,05), que foi semelhante entre os machos e as fêmeas. Os níveis de
metionina+cistina da ração influenciaram todas as variáveis, com exceção do DP, PR e
PP (P>0,05). As equações obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes de
determinação (R
2
) e os níveis de metionina+cistina estimados (NMCE) são
apresentados na Tabela 8.
.
Tabela 7. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína
das penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de metionina+cistina digestível na ração,
no período de 28 aos 56 dias de idade.
Nível de metionina + cistina digestível (%) Probabilidade
Variável
Sexo
0,515 0,635 0,755 0,875
Geral CV (%)
MC Sexo
MC x
sexo
M 2924,38 2851,83 2916,67 2907,50 2900,10
a
CR (g)
F 2399,03 2303,00 2324,69 2323,00 2337,43
b
1,76 <0,05
<0,01
NS
Geral
2661,71
A
2577,42
B
2620,68
AB
2615,25
AB
M 15,06
Da
18,11
Ca
22,02
Ba
25,44
Aa
20,16
CM (g)
F 12,36
Db
14,62
Cb
17,55
Bb
20,33
Ab
16,21
1,82 <0,01
<0,01
<0,01
Geral
13,71
16,37
19,79
22,88
M 1141,93 1132,33 1184,17 1178,33 1159,20
a
GP (g)
F 875,69 880,26 893,61 886,04 883,90
b
1,83 <0,05
<0,01
NS
Geral
1008,81
B
1006,30
B
1038,89
A
1032,19
A
M 2,561 2,519 2,463 2,468 2,503
b
CA
(g/g)
F 2,739 2,617 2,601 2,622 2,645
a
1,61 <0,01
<0,01
NS
Geral
2,650
A
2,568
B
2,532
B
2,545
B
M 213,18 215,86 243,56 220,93 223,38
a
DP (g)
F 165,54 172,25 174,80 144,93 164,38
b
8,11 NS <0,01
NS
Geral
189,36 194,06 209,18 182,93
M 141,61 141,04 119,97 175,83 144,61
a
DG (g)
F 105,65 104,11 103,97 113,67 106,85
b
11,18 <0,01
<0,01
NS
Geral
123,63
B
122,58
B
111,97
B
144,75
A
M 4,30 5,12 5,12 5,48
5,00
PR (%)
F 5,25 4,52 5,99 5,28 5,26
14,13 NS NS NS
Geral
4,76 4,82 5,56 5,38
M 86,96 85,45 87,21 88,20
86,96
b
PP (%)
F 88,36 87,30 89,28 86,81 87,94
a
1,28 NS <0,05
NS
Geral
87,66 86,38 88,25 87,51
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CM = Consumo de metionina + cistina digestível;
GP = Ganho de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura
corporal; PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Tabela 8. Equações ajustadas para o consumo de metionina+cistina (CM) e
conversão alimentar (CA), em função dos níveis de metionina+cistina
digestível (M), coeficientes de determinação (R
2
), e níveis de
metionina+cistina estimados (NMCE) com o uso do diferentes modelos.
Modelo Variável / equação NMCE
(%)
R
2
Consumo de metionina + cistina (g) -
Machos
Linear CM = -0,143097 + 29,2099 M
--- 0,99
Consumo de metionina + cistina (g) -
Fêmeas
Linear CM = 0,668857 + 22,3673 M
--- 0,99
Conversão alimentar (g/g) – Machos e
Fêmeas
LRP CA = 3,005564 - 0,68948 M (p/ M< 0,677%) 0,677 1,00
Quadrático CA = 3,54716 - 2,59294 M + 1,65419 M
2
0,784 0,99
Baker et al.
(2002)
3,54716 - 2,59294M + 1,65418 M
2
= 2,5386 0,716 ---
O consumo de ração (CR) foi influenciado pelos níveis de metionina+cistina,
porém não foi possível ajustar nenhum dos modelos propostos. Pelo teste de Duncan
(P<0,05) foi possível detectar diferença significativa no CR somente entre o primeiro
(0,515%) e o segundo (0,635%) nível estudado, tendo este último apresentado um CR
inferior. Considerando que a dieta basal era a mais deficiente em metionina+cistina
(0,515%), uma possível justificativa para esse resultado relaciona-se ao fato das aves
possuírem a capacidade de compensar o consumo marginal de aminoácidos,
aumentando o consumo de ração para minimizar as deficiências (SCHUTTE e PACK,
1995).
Observou-se interação (P<0,01) entre os níveis de metionina+cistina da ração e
o sexo somente para o CM.
Embora o ganho de peso (GP) tenha sido influenciado (P<0,05) pelos níveis
crescentes de metionina+cistina na ração, não foi possível o ajuste dos modelos linear,
quadrático ou LRP. O teste de Duncan evidenciou que as dietas contendo 0,755 e
0,875% de metionina+cistina produziram GP semelhantes entre si, sendo superiores
àqueles proporcionados pelas dietas contendo 0,515 e 0,635% de metionina+cistina,
que também não diferiram entre si. Provavelmente os melhores resultados de GP
alcançados com os dois últimos níveis de metionina+cistina da ração, sejam
decorrentes de uma relação metionina/ lisina da dieta mais próxima das relações ideais
preconizadas por ROSTAGNO et al. (2005).
Considerando-se os dados de conversão alimentar (CA), a ausência de interação
(P>0,05) entre os fatores estudados indicou que as respostas de machos e fêmeas
foram semelhantes, justificando o ajuste de equações utilizando-se os dados
provenientes de ambos os sexos. O modelo quadrático e o LRP proporcionaram bons
ajustes dos dados de CA, sendo recomendados com o uso desses modelos os níveis
de 0,784% e 0,677% de metionina+cistina digestível na ração, respectivamente.
O primeiro ponto de intersecção da curva quadrática com o platô do LRP
estimou o nível de 0,716% de metionina+cistina digestível na ração (Figura 5), sendo
este o nível considerado o mais adequado para melhorar a CA de aves ISA Label de
ambos os sexos, no período de 28 aos 56 dias de idade. O nível de 0,716% na ração
correspondeu aos CM estimados de 20,77g de metionina+cistina digestível para
machos, e de 16,68g de metionina+cistina digestível para fêmeas, respectivamente,
durante o período experimental.
Figura 5. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para melhorar a CA, estimado por meio do primeiro intercepto da
equação quadrática com o platô do LRP, para aves ISA Label no período de
28 aos 56 dias de idade.
Apesar dos níveis de metionina+cistina da ração terem afetado (P<0,01) a
deposição de gordura corporal (DG) das aves de forma bastante acentuada, não foi
possível um ajuste adequado por nenhum dos modelos propostos. Pelo teste de
Duncan observou-se que a dieta contendo 0,875% de metionina+cistina digestível
proporcionou a maior DG, sendo que as dietas que continham os demais níveis de
metionina+cistina proporcionaram valores semelhantes entres si. Considerando o nível
de 0,875% de metionina+cistina na dieta, a relação metionina+cistina:lisina (87%) ficou
bastante acima daquela preconizada por ROSTAGNO et al. (75%), resultando em um
desequilíbrio nutricional. Este desequilíbrio pode limitar o crescimento de tecido magro,
direcionando a energia excedente para os adipócitos, o que pode explicar a maior DG
das aves que receberam o nível de 0,875% de metionina+cistina na ração.
O nível estimado de 0,716% de metionina+cistina digestível na ração parece
adequado para maximizar o desempenho de aves da linhagem ISA Label no período de
28 a 56 dias de idade, uma vez que, mesmo naquelas variáveis cujos modelos não se
ajustaram, a melhor expressão das mesmas foi com um nível próximo a 0,716% de
metionina+cistina.
Exigência de metionina + cistina digestível para aves da linhagem ISA Label na
fase de terminação (56 aos 84 dias)
As médias de desempenho e composição corporal de aves da linhagem ISA
Label de ambos os sexos, no período de 56 a 84 dias de idade e o resumo das análises
estatísticas para as diferentes variáveis são apresentadas na Tabela 9.
Tabela 9. Médias de desempenho, deposições de proteína e gordura corporais, peso relativo e teor de proteína das
penas, de aves ISA Label, recebendo níveis crescentes de metionina+cistina digestível na ração, no
período de 56 aos 84 dias de idade.
Variável Sexo Nível de metionina + cistina digestível (%) Geral CV (%)
Probabilidade
0,469 0,589 0,709 0,829 MC Sexo
MC x
sexo
M 4137,50
Aa
4155,83
Aa
4046,67
Aa
4020,44
Aa
4090,11
CR (g)
F 3205,00
Bb
3222,50
Bb
3191,67
Bb
3529,55
Ab
3287,18
2,02 <0,05
<0,01
<0,01
Geral 3671,25 3689,17 3619,17 3774,99
M 19,40
Da
24,48
Ca
28,69
Ba
33,33
Aa
26,47
CM (g)
F 15,03
Db
18,98
Cb
22,63
Bb
29,26
Ab
21,47
2,03 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 17,22 21,73 25,66 31,29
M 1199,00 1217,83 1209,33 1208,09 1208,56
a
GP (g)
F 807,17 826,50 822,33 799,74 813,93
b
2,84 NS <0,01
NS
Geral 1003,08 1022,16 1015,83 1003,91
M 3,452
Ab
3,413
Ab
3,346
Ab
3,330
Ab
3,385
CA (g/g)
F 3,973
Ba
3,900
Ba
3,880
Ba
4,416
Aa
4,042
2,43 <0,01
<0,01
<0,01
Geral 3,713 3,657 3,613 3,873
M 248,39 258,95 259,59 234,73 250,41
a
DP (g)
F 173,31 179,75 193,38 184,32 182,69
b
10,30 NS <0,01
NS
Geral 210,85 219,35 226,48 209,52
M 254,00 253,60 222,44 259,53 247,39
a
DG (g)
F 204,77 196,73 195,17 187,59 196,06
b
14,17 NS <0,01
NS
Geral 229,39 225,16 208,80 223,56
M 6,09 6,19 5,64 6,16 6,02
PR (%)
F 6,41 6,22 6,45 5,97 6,26
8,91 NS NS NS
Geral 6,25 6,20 6,05 6,06
M 85,39 86,40 86,71 85,33 85,96
PP (%)
F 86,21 86,88 86,63 86,75 86,62
1,24 NS NS NS
Geral 85,80 86,64 86,67 86,04
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúscula) ou colunas (minúscula) não diferem
entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; CR = Consumo de ração; CM = Consumo de metionina + cistina digestível;
GP = Ganho de peso; CA = Conversão alimentar; DP = Deposição de proteína corporal; DG = Deposição de gordura
corporal; PR = Peso relativo das penas; PP = Teor de proteína das penas; CV = Coeficiente de Variação; NS = Não
significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Observou-se efeito de sexo para todas as variáveis avaliadas, com exceção
(P>0,05) do PR e do PP das aves. Os níveis de metionina+cistina digestível da ração
influenciaram o CR, o CM e a CA das aves na fase final, não exercendo efeito (P>0,05)
sobre as demais variáveis avaliadas. A interação entre os fatores estudados, observada
para o CR, o CM e a CA, evidenciou que as respostas aos níveis de metionina+cistina
da ração são dependentes do sexo, no período de 56 a 84 dias de idade.
As equações obtidas para as diferentes variáveis, os coeficientes de
determinação (R
2
) e os níveis de metionina+cistina estimados (NMCE) são
apresentados na Tabela 10.
Tabela 10. Equações ajustadas para o consumo de ração (CR), consumo de
metionina+cistina (CM) e conversão alimentar (CA), em função dos níveis de
metionina+cistina digestível (M) da ração, coeficientes de determinação (R
2
), e
níveis de metionina+cistina estimados (NMCE) com o uso dos diferentes
modelos.
Modelo Variável / equação NMCE (%)
R
2
Consumo de ração (g) - Machos
Linear CR = 4339,08 -383,626 M
--- 0,80
Consumo de ração (g) - Fêmeas
Quadrático CR = 5019,95 – 6434,04 M + 5562,18 M
2
0,578 0,89
Consumo de metionina+cistina digestível (g) -
Machos
Linear CM = 1,60462 + 38,3222 M
--- 0,99
Consumo de metionina+cistina digestível (g) -
Fêmeas
Linear CM = -3,58371 + 38,6116M
--- 0,98
Conversão alimentar (g/g) - Machos
LRP CA = 3,66551 - 0,443899 M (p/ M < 0,756 %)
0,756 0,98
Linear CA = 3,6211 - 0,363024 M
--- 0,96
Conversão alimentar (g/g) - Fêmeas
Quadrático CA = 7,58984 - 12,6098 M + 10,5562 M
2
0,597 0,93
O desdobramento da interação demonstrou que os machos reduziram o CR em
função do nível de metionina+cistina da ração de forma linear decrescente, enquanto
que nas fêmeas o CR reduziu a o nível estimado de 0,578% de metionina+cistina
digestível, aumentando com níveis superiores. Essa redução do CR com o aumento do
nível de metionina+cistina da ração possivelmente ocorreu devido ao melhor balanço de
aminoácidos, alcançado com a suplementação de DL-metionina nas rações
experimentais.
O CM variou de forma linear crescente em função do nível de metionina+cistina
da ração em ambos os sexos.
Considerando-se a CA, ficou evidente que os machos respondem a níveis mais
elevados de metionina+cistina digestível nas rações, quando comparados com as
fêmeas. Para os machos, apesar de o modelo linear ter se ajustado aos dados, foi
possível a obtenção do nível ótimo com o uso do LRP, sendo esse valor estimado em
0,756% de metionina+cistina na ração (Figura 6), correspondendo no período ao CM de
30,58 g de metionina+cistina digestível, por ave durante o período de 56 a 84 dias.
Para as fêmeas, somente o modelo quadrático possibilitou um ajuste adequado aos
dados, sendo estimado o nível de 0,597% de metionina+cistina na ração (Figura 7),
correspondendo ao CM estimado de 19,47 g de metionina+cistina digestível por ave
durante o período de 56 a 84 dias de idade.
Figura 6. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível adequado para
melhorar a CA de machos ISA Label, no período de 56 aos 84 dias de idade,
estimado com o uso do LRP.
Figura 7. Representação gráfica do nível de metionina+cistina digestível na ração
adequado para melhorar a CA de fêmeas ISA Label, no período de 56 aos 84
dias de idade, estimado com o uso do modelo quadrático.
As médias de rendimento de carcaça (RC), peito desossado (PD), peito com
osso (PO), coxa (CX), sobrecoxa (SC) e porcentagem de gordura abdominal (GA) de
aves da linhagem ISA Label de ambos os sexos aos 84 dias de idade e o resumo das
análises estatísticas para as diferentes características são apresentadas na Tabela 11.
As características de carcaça das aves não foram influenciadas pelos níveis de
metionina+cistina digestível da ração (P>0,05). Estes resultados estão de acordo com
aqueles relatados por BARBOSA et al. (2002) e RODRIGUEIRO et al. (2000), que
também não observaram efeito dos níveis de metionina+cistina sobre os rendimentos
de carcaça, partes nobres e gordura abdominal (%) de frangos de corte.
Tabela 11. Médias de rendimento de carcaça, peito desossado e com osso, coxa, sobrecoxa e porcentagem de
gordura abdominal de aves, ISA Label, recebendo níveis crescentes de metionina+cistina digestível na
ração, aos 84 dias de idade.
Nível de metionina + cistina digestível (%)
Probabilidade
Variável
Sexo
0,469 0,589 0,709 0,829
Geral
CV
(%)
MC Sexo MC x sexo
M 77,81 76,42 79,18 77,17 77,64
RC (%)
F 76,84 75,78 77,12 76,60 76,59
2,30 NS NS NS
Geral 77,33 76,10 78,15 76,88
M 18,93 19,15 18,40 18,53 18,75
b
PD (%)
F 19,98 20,16 21,67 20,78 20,65
a
4,68 NS <0,01 NS
Geral 19,45 19,66 20,03 19,66
M 25,81 26,37 25,14 25,28 25,65
b
PO (%)
F 26,52 27,54 28,42 27,63 27,53
a
3,21 NS <0,01 NS
Geral 26,17 26,96 26,78 26,46
M 13,62 13,89 13,88 14,60 14,00
a
CX (%)
F 13,44 13,25 13,50 12,92 13,28
b
4,20 NS <0,01 NS
Geral 13,53 13,57 13,69 13,76
M 15,80 15,92 15,77 15,78 15,82
SC (%)
F 15,80 16,29 15,75 16,05 15,97
4,24 NS NS NS
Geral 15,80 16,10 15,76 15,92
M 3,69 3,92 3,84 3,14 3,65
b
GA (%)
F 5,32 5,96 4,79 5,64 5,43
a
15,68 NS <0,01 NS
Geral 4,51 4,94 4,32 4,39
Para cada variável, médias seguidas de letras iguais nas linhas (maiúsculas) ou colunas (minúsculas) não
diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Duncan; RC = Rendimentos (%) de carcaça; PD = Peito desossado; PO
= Peito com osso; CX = Coxa; SC = Sobrecoxa; GA = Porcentagem de gordura abdominal; CV = Coeficiente de
Variação; NS = Não significativo (P>0,05); M = Machos; F = Fêmeas.
Quanto ao efeito do sexo, observou-se que as fêmeas apresentaram valores
superiores de PD, PO e GA, apresentando valores inferiores de CX quando
comparados com os machos, aos 84 dias de idade. Essa diferença entre machos e
fêmeas, observada para os rendimentos de carcaça, cortes e GA foram similares
àquelas observadas no experimento descrito no capítulo 2, e evidenciaram que as
fêmeas, apesar de depositarem maior quantidade de gordura abdominal, proporcionam
maior rendimento de carnes nobres, como a do peito.
CONCLUSÕES
Recomenda-se para aves ISA Label, no período de 1 aos 28 dias de idade,
níveis de metionina+cistina digestível na ração de 0,728% e 0,744%, para machos e
fêmeas, respectivamente.
Para aves ISA Label de ambos os sexos, no período de 28 aos 56 dias de idade,
recomenda-se o nível de 0,716% de metionina+cistina digestível na ração.
No período de 56 aos 84 dias de idade, recomendam-se níveis de
metionina+cistina digestível na ração de 0,756% e 0,597% para machos e fêmeas,
respectivamente.
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