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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DO DOSSEL DE
Brachiaria brizantha (Hochst ex. A. Rich.) cv. Marandu
MANEJADA COM DIFERENTES OFERTAS DE FORRAGEM
SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE
Daniel Rume Casagrande
Zootecnista
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2007
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ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DO DOSSEL DE
Brachiaria brizantha (Hochst ex. A. Rich.) cv. Marandu
MANEJADA COM DIFERENTES OFERTAS DE FORRAGEM
SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE
Daniel Rume Casagrande
Orientadora: Profa. Dra. Ana Claudia Ruggieri
Co-Orientador: Prof. Dr. Ricardo Andrade Reis
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2007
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
DANIEL RUME CASAGRANDE nascido no dia 21 de março 1983, na cidade
de Votuporanga, São Paulo, filho de Deolindo Casagrande Junior e Clélia Maria Rume
Casagrande. Iniciou o curso de Zootecnia na Universidade Federal de Viçosa (UFV),
em Viçosa-MG, no mês de março do ano de 2001 e obteve o título de Zootecnista em
Julho de 2005. Em agosto do mesmo ano, ingressou no curso de mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia na Faculdade de Ciência Agrárias e
Veterinárias UNESP – Campus Jaboticabal, sob orientação da Profa. Dra. Ana
Claudia Ruggieri e co-orientação do Prof. Dr. Ricardo Andrade Reis. Foi bolsista CNPq
no período de abril de 2006 a fevereiro de 2007. Foi admitido no curso de doutorado do
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia na Faculdade de Ciência Agrárias e
Veterinárias – UNESP – Campus Jaboticabal, o qual iniciará no mês de março de 2007.
iv
“Se a TV estiver fora do ar, quando passarem os melhores momentos da sua vida,
pela janela alguém estarei de olho em você, completamente paranóico.”
(Humberto Hessiger)
v
DEDICO
Aos meus pais,
Deolindo Casagrande Júnior e Clélia Maria Rume Casagrande.
MINHA GRATIDÃO E HOMENAGEM
OFEREÇO
À minha namorada,
Andresa Alves Feitosa e ao nosso (a) filho (a) que está chegando
COM TODO MEU CARINHO E AMOR.
vi
AGRADECIMENTOS
À UNESP/FCAV Campus de Jaboticabal, por intermédio do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, pela oportunidade e pelos ensinamentos oferecidos.
Aos meus pais, Deolindo e Clélia pela oportunidade que me propiciaram, além
do apoio, respeito, carinho, amor, paciência, conselhos, empenho que me deram em
todos os momentos da minha vida.
À professora Ana Cláudia Ruggieri, pela orientação, ensinamentos, paciência,
apoio, confiança estabelecida nesse nosso convívio.
Ao professor Ricardo Andrade Reis, pelos ensinamentos e conselhos para
realização desse trabalho.
Ao professor José Alberto Gomide, pelos ensinamentos recebidos e pelo
exemplo de ciência.
Ao doutores Carlos Guilherme Silveira Pedreira e Patrícia Menezes Santos,
pelas valiosas sugestões e pela discussão durante a defesa dessa dissertação.
A todos professores da UNESP/FCAV, pela contribuição na minha formação
profissional.
À minha namorada Andresa Alves Feitosa, pelo companheirismo, apoio,
dedicação, ajuda, carinho, amor, respeito e principalmente paciência e coerência
durante os momentos mais difíceis.
À minha e irmã Maria Carolina Rume Casagrande e cunhado Milton Guilherme,
pela ajuda no experimento durante o ano novo, além de todo apoio moral para
realização deste trabalho.
À todos da minha família que torceram, apoiaram durante toda minha vida
acadêmica.
À Estella e Juliane e aos estagiários: André e Divino, pela ajuda imprescindível
durante a execução desse experimento.
vii
A todos estagiários e pós graduandos do setor de forragem, Fedô, Ktraca, Gripi,
Mariana, Zoin, Nanica, Oliver, Amanda, Peba, Micheli, Rean, que sempre ajudaram na
execução desse experimento.
A todos os funcionários da FCAV em especial ao Delvequio, e Debonis pela
ajuda durante o experimento.
Aos amigos de república, Vidal e Lasanha que me acolheram e me suportaram
durante todo esse tempo.
Aos amigos Felipe, Catatau, Gui, Dani, Fedo, Muraka, Amanda, Gripi, Juci,
Maria Fernanda, Cíntia, e todos outros que sempre estavam presentes todos os
momentos.
Aos demais amigos e colegas, que me fizeram lembrar por alguns momentos
que existe muito mais além da ciência no dia-a-dia de Jaboticabal.
i
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................
3
3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................
11
3.1. Local e período do experimento.................................................................... 11
3.2. Clima..............................................................................................................
11
3.3. Descrição do solo e formação da cultura.......................................................
13
3.4. Descrição da área experimental e adubação do solo....................................
14
3.5. Delineamento experimental e tratamentos.................................................... 15
3.6. Animais experimentais e método de pastejo................................................. 16
3.7. Fase pré-experimental...................................................................................
16
3.8. Avaliação da pastagem..................................................................................
17
3.8.1. Massa de forragem.....................................................................................
17
3.8.2. Avaliação da densidade populacional de perfilhos.....................................
18
3.8.3 Características morfogênicas e estruturais de perfilhos..............................
18
3.8.3.1. Taxa de aparecimento de folhas e filocrono............................................
20
3.8.3.2. Número de folhas vivas por perfilho........................................................ 20
3.8.3.3. Duração de vida das folhas..................................................................... 20
3.8.3.4. Taxas de alongamento de folha e colmo, senescência...........................
21
3.8.4. Dinâmica de acúmulo de forragem.............................................................
21
3.9. Analises estatíticas........................................................................................ 23
ii
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................
26
4.1. Altura comprimida do dossel pré-pastejo.......................................................
26
4.2. Massa de forragem no pré-pastejo................................................................
27
4.3. Altura comprimida do dossel pós-pastejo......................................................
29
4.4. Massa de forragem no pós-pastejo............................................................... 31
4.5. Características morfogênicas e estruturais de perfilhos................................
34
4.5.1. Taxa de alongamento de folha................................................................... 34
4.5.2. Taxa de alongamento de colmo..................................................................
36
4.5.3. Taxa de senescência..................................................................................
39
4.5.4. Taxa de aparecimento de folha e filocrono.................................................
40
4.5.5. Duração de vida da folha............................................................................
43
4.5.6. Número de folhas vivas...............................................................................
44
4.5.7. Comprimento final da folha.........................................................................
45
4.5.8. Densidade populacional de perfilhos..........................................................
47
4.6. Dinâmica de acúmulo de forragem................................................................
52
5. CONCLUSÃO................................................................................................... 59
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................
60
iii
ÍNDICE DE TABELAS
Página.
Tabela 1: Precipitação pluvial e as médias mensais da temperatura do ar
mínima, média e máxima, durante o período experimental...............
12
Tabela 2: Precipitação pluvial acumulada e as médias da temperatura do ar
mínima, média e máxima, em cada ciclo de pastejo.........................
13
Tabela 3: Resultado das análises de fertilidade do solo na área experimental,
nos diferentes blocos, antes e após o período experimental.............
14
Tabela 4: Quadro de análise de variância para as variáveis: massa de
forragem e altura do dossel comprimido............................................
24
Tabela 5: Quadro de análise de variância para as variáveis de acúmulo de
forragem e características morfogênicas e estruturais do dossel......
25
Tabela 6: Altura do dossel comprimido (Hpré) no pré-pastejo de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem em cinco
ciclos de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, durante o período das águas.......................................
27
Tabela 7: Massa de forragem verde seca pré-pastejo (MVSpré) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem em cinco
ciclos de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, durante o período das águas........................................
28
Tabela 8: Altura do dossel comprimido (Hpós) no pós pastejo de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem em cinco
ciclos de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, durante o período das águas........................................
30
iv
Tabela 9: Massa de forragem verde seca pós-pastejo (MVSpós) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função de diferentes oferta de forragem
em cinco ciclos de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, durante o período das águas.......................................
31
Tabela 10: Densidade populacional de perfilhos vegetativos (DPPv) de
Brachiaria brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem
em quatro ciclos de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, durante o período das águas........................................
47
Tabela 11: Taxa de crescimento de folhas (TCf) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem em quatro ciclos de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente,
durante o período das águas.............................................................
53
Tabela 12: Taxa de crescimento de colmo (TCc) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem em quatro ciclos de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente,
durante o período das águas.............................................................
55
Tabela 13: Taxa de crescimento de forragem (TC) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem em quatros ciclos de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente,
durante o período das águas.............................................................
56
Tabela 14: Taxa de acúmulo de forragem (TAF) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem em quatro ciclos de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente,
durante o período das águas........................................
57
v
ÍNDICE DE FIGURAS
Página
.
Figura 1: Precipitação pluvial diária durante o período experimental..................
12
Figura 2: Valores diários da temperatura do ar, mínima, média e máxima, ao
longo do período experimental.............................................................
12
Figura 3: Croqui da área experimental............................................................... 14
Figura 4: Prato ascendente e dupla amostragem.............................................. 18
Figura 5: Altura do dossel comprimido no pré-pastejo (Hpré) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, em cinco ciclos de
pastejo durante o período das águas.....................................................
26
Figura 6: Altura do dossel comprimido no pós pastejo (Hpós) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas.....................................................................................................
30
Figura 7: Massa de forragem verde seca pós-pastejo (MVSpós) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das
águas.....................................................................................................
32
Figura 8: Equações de regressão, entre altura do dossel comprimido e massa
de forragem, utilizadas para estimativa de massa no ciclo de pastejo
inicial (zero), no pré e pós pastejo, para os tratamentos de 10 e 13 %
de oferta de forragem.............................................................................
33
Figura 9: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de folha (TAlF) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente,
durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em
cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade (P>0,05)......................................................................
35
Figura 10: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de folha (TAlF)
de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. dias seguidas da
mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).............................................
35
vi
Figura 11: Taxa de alongamento de colmo (TAlC) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas
sob pastejo intermitente, no período das águas ...................................
37
Figura 12: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de colmo (TAlC)
de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. dias seguidas da
mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).............................................
38
Figura 13: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de colmo (TAlC)
de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. dias seguidas da
mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).............................................
38
Figura 14: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de aparecimento de folha (TApF)
de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. dias seguidas da
mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).............................................
40
Figura 15: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de aparecimento de folha (TApF)
de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. dias seguidas da
mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).............................................
41
Figura 16: Efeito do ciclo de pastejo no filocrono de Brachiaria brizantha cv.
Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período das
águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP)
não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(P>0,05) ................................................................................................
42
Figura 17: Efeito do ciclo de pastejo no filocrono de Brachiaria brizantha cv.
Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período das
águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP)
não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(P>0,05) ................................................................................................
42
Figura 18: Efeito do ciclo de pastejo na duração de vida da folha (DVF) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente,
durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em
cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade (P>0,05) ....................................................................
43
vii
Figura 19: Efeito do ciclo de pastejo no número de folhas vivas (NFV) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente,
durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em
cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade (P>0,05) .....................................................................
45
Figura 20: Efeito do ciclo de pastejo no comprimento final da folha (CFF) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente,
durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em
cada tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade (P>0,05) .....................................................................
46
Figura 21: Densidade populacional de perfilhos vegetativos (DPPv) de
Brachiaria brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem,
em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas.....................................................................................................
48
Figura 22: Densidade populacional de perfilhos reprodutivo (DPPr) de
Brachiaria brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem,
em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas.....................................................................................................
49
Figura 23: Efeito do ciclo de pastejo na densidade populacional de perfilhos
reprodutivo (DPPr) de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada
sob pastejo intermitente, durante o período das águas. Médias
seguidas da mesma letra, em cada tratamento (OF) não diferem
entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância (P>0,05) ...............
50
Figura 24: Densidade populacional de perfilhos totais (DPPt) de Brachiaria
brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas.....................................................................................................
51
Figura 25: Efeito do ciclo de pastejo na densidade populacional de perfilhos
totais (DPPt) de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob
pastejo intermitente, durante o período das águas. Médias seguidas
da mesma letra, em cada tratamento (OF) não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05)....................................
52
Figura 26: Taxa de crescimento de folhas (TCf) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem, no quarto ciclo de pastejo,
em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas...........................................................................
54
viii
Figura 27: Taxa de crescimento de colmo (TCc) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem, no primeiro ciclo de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no
período das águas.................................................................................
55
Figura 28: Taxa de crescimento (TC, ) e acúmulo de forragem (TAF, ) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem,
no quarto ciclo de pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, no período das águas......................................................
57
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
OF = Oferta de forragem (% do PV/dia);
P = Pastejo;
CP = Ciclo de pastejo;
IAF = Índice de área foliar;
PV = Peso vivo (kg);
TAlF = Taxa de alongamento de folha (mm/dia/perfilho);
TAlC = Taxa de alongamento de colmo (mm/dia/perfilho);
TS = Taxa de senescência (mm/dia/perfilho);
TApF = Taxa de aparecimento de folhas (folhas/perfilho/dia);
DVF = duração de vida da folha (dias);
CFF = Comprimento final da folha (mm);
DPPv = Densidade populacional de perfilhos vegetativos (perfilhos/m
2
);
DPPr = Densidade populacional de perfilhos reprodutivos (perfilhos/m
2
);
DPPt = Densidade populacional de perfilhos totais (perfilhos/m
2
);
NFV = Número de folhas vivas (folhas);
CA = Carga animal (kg de PV);
S
piquete
= Área dos piquetes (ha);
MVS = Massa de forragem verde seca(kg/ha);
MVSpré = Massa de forragem verde seca no pré pastejo (kg/ha);
MVSpós = Massa de forragem verde seca no pós pastejo (kg/ha);
Hpré = altura do dossel comprimido no pré pastejo (cm);
Hpós = altura do dossel comprimido no pós pastejo (cm);
TCf = taxa de crescimento de folha (kg/ha/dia);
TSf = Taxa de senescência de folha (kg/ha/dia);
TCc = Taxa de crescimento de colmo (kg/ha/dia);
TC = Taxa de crescimento de forragem (kg/ha/dia);
TAF = Taxa de acúmulo de folha (kg/ha/dia).
x
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DO DOSSEL DE Brachiaria brizantha
(Hochst ex. A. Rich.) cv. Marandu MANEJADA COM DIFERENTES OFERTAS DE
FORRAGEM SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE
RESUMO O presente estudo foi realizado com o objetivo avaliar as
características morfogênicas e o acúmulo de forragem do dossel de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função de diferentes ofertas de forragem, em regime de
desfolha intermitente, ao longo da estação chuvosa. O experimento foi realizado no
setor de forragicultura da FCAV, no período chuvoso de 2005/2006. O delineamento
experimental foi em blocos ao acaso, utilizando o esquema de parcelas subdivididas,
com três repetições. Nas parcelas foi avaliado o efeito das ofertas de forragem (4, 7, 10
e 13 % de OF) e na subparcela o efeito dos ciclos de pastejo (CP). Foram avaliadas as
seguintes variáveis: altura do dossel comprimido, massa de forragem, dinâmica de
acúmulo de forragem e características morfogênicas e estruturais. Observou-se
aumento da altura do dossel comprimido com acréscimo da OF. Da mesma forma foi
verificado acréscimo na massa de forragem. Constatou-se aumento da massa de
forragem, pós pastejo, com a sucessão dos CP, exceto para OF de 4 %, que se
manteve constante (3181 kg/ha) ao longo dos CP. Apenas a taxa de alongamento de
colmo, das características morfogênicas sofreu alteração em função da OF, sendo que,
esta variável aumentou linearmente com a OF. A densidade de perfilhos vegetativos
aumentou linearmente com a intensidade de pastejo, no entanto, a densidade de
perfilhos reprodutivos e totais ajustou-se ao modelo quadrático. Observou-se tendência
de maior acúmulo de forragem nas OF intermediárias (7 e 10 %). Sendo assim, conclui-
se que OF ao redor de 8 % parece ser a mais indicada para o manejo de pastagem de
capim - Marandu em pastejo rotacionado.
Palavra-chave: Intensidade de pastejo, capim Braquiária, pastejo intermitente,
acúmulo de forragem, alongamento de colmo, morfogênese
xi
MORPHOGENETIC CHARACTERISTICS OF Brachiaria brizantha (Hochst ex. A.
Rich.) cv. Marandu SWARDS MANAGED WITH DIFFERENTS HERBAGE
ALLOWANCE UNDER INTERMITTENT STOCKING.
SUMMARY The present study aimed to evaluate the morphogenetic
characteristics and the herbage accumulation of Brachiaria brizantha cv. Marandu
swards in function different herbage allowance, managed on intermittent stocking during
the summer season. The experiment was carried out at Departamento de Zootecnia,
FCAV/UNESP, in the summer period of 2005/2006 year. The experimental design was
the complete randomized block, with split plot scheme, and three replications. In the plot
the effect of the herbage allowance was evaluated (4, 7, 10 and 13% of HA) and in the
split plot the effect of the grazing cycles (GC). There were evaluated the following
variables: height of the compressed sward, forage mass, forage accumulation dynamics
and morphogenetic and structural characteristics. An Increase of the compressed sward
height was observed with increment of HA. Thus, the increase in the herbage mass was
verified. An increase herbage mass after grazing was verified with the GC succession,
except for 4% of HA, which kept constant (3181 kg/ha) along GC. The stem elongation
rate, was the only morphogenetic characteristics altered in function of HA and, this
variable increased lineally with HA. The vegetative tiller density increased lineally with
the grazing intensity. However, reproductive and total density of tillers was adjusted to
the quadratic model. There was a tendency of larger forage accumulation in
intermediate HA (7 and 10%). As conclusion the HA around 8% showed the most
suitable for grassland management with Marandu-grassin rotational stocking.
Key words: Grazing intensity, Brachiaria-grass, intermittent stocking, forage
accumulation, stem prolongation, morphogenetic.
1
1. INTRODUÇÃO
A pecuária é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Gerando
milhares de empregos diretos e indiretos e tem uma participação significativa no
produto interno bruto. A pastagem é a principal fonte de alimentos para os bovinos,
visto que a grande maioria dos animais são criados em sistemas baseados na utilização
de pastagem, pelo menos em uma das fases do sistema de criação. Uma vez que o uso
de pastagem como base da alimentação do rebanho implica em reduções no custo de
produção e comparação a sistemas baseados na utilização de grãos.
No entanto, devido à competição com as atividades agrícolas, o crescimento da
pecuária nacional depende da intensificação do uso da terra e da profissionalização do
setor. Desta forma, estratégias de manejo que aumentem a produtividade e a eficiência
de utilização das pastagens devem ser profundamente estuda, com o intuito de
aumentar a capacidade suporte da pastagem e a produtividade animal aumentando a
lucratividade do setor.
A produção animal obtida em pastagem é o resultado do processo
fotossintético das plantas, que utiliza a energia solar para formação de biomassa que
deverá ser consumida e convertida em produto animal. Neste cenário, o controle da
desfolha é de extrema importância, pois se por um lado o animal tem que consumir a
maior quantidade de forragem possível, de preferência folhas, por outro,
necessidade da manutenção de um índice de área foliar (IAF) residual mínimo, de
forma que a planta tenha capacidade de transformar a energia solar em massa de
forragem, de modo a garantir a produtividade e persistência da pastagem.
Para tanto, é fundamental o correto manejo do pastejo, principalmente no
conhecimento não apenas do processo de transformação da forragem em produto
animal, mas, sobretudo, na dinâmica dos processos de crescimento e desenvolvimento
das plantas que compõem a pastagem e suas respostas morfofisiológicas em função
dos fatores interferentes. Assim, torna-se possível adequar o manejo do pastejo visando
à sustentabilidade do sistema de produção, com altas produtividades, respeitando os
limites ecofisiológicos das plantas forrageiras.
2
A intensidade da desfolha relaciona-se positivamente com a eficiência de
pastejo, no entanto, tem efeito negativo sobre a eficiência de utilização do pasto
(HODGSON, 1990). Além disso, a intensidade de pastejo afeta diretamente as taxa de
processos de acúmulo de forragem, como: fotossíntese bruta, respiração, produção
bruta de forragem, senescência e por fim, produção liquida de forragem (PARSONS et
al., 1983).
Pastos manejados com baixa intensidade de pastejo apresentam maiores
alturas e IAF, em conseqüência disso, maior taxa de fotossíntese bruta, entretanto têm
maiores perdas por respiração e por senescência. Em contra partida, pastos mantidos
com alta pressão de pastejo são caracterizados por uma menor altura e IAF inferior, o
que prejudica a fotossíntese bruta, no entanto reduz perdas por respiração e por
senescência.
Além do efeito da intensidade de pastejo sobre a dinâmica de acúmulo de
forragem, observa-se em gramíneas tropicais, que a intensidade de desfolha também
tem efeito direto no acúmulo de colmo, visto que as maiorias dessas forrageiras
intensificam o alongamento de colmo, mesmo no estádio vegetativo, o que provoca um
estreitamento da relação folha/colmo (CÂNDIDO et al; 2005).
A intensidade de desfolha pode ser avaliada de forma mais prática utilizando o
critério de oferta de forragem para determinar a carga animal a ser utilizada em uma
pastagem. Possibilitando ao pecuarista maior controle no manejo do pastejo,
proporcionando ao sistema aumento na produtividade e conseqüentemente na
rentabilidade do sistema.
Com isso objetivou-se com o presente trabalho avaliar as características
estruturais e morfogênicas e o acúmulo de forragem do dossel de Brachiaria brizantha
cv. Marandu em função de diferentes ofertas de forragem, em regime de desfolha
intermitente, ao longo da estação chuvosa.
Com isso objetivou-se com esse estudo avaliar o efeito de diferentes ofertas de
forragem em um pasto de Brachiaria brizantha cv. Marandu mantidos em lotação
intermitente sobre as características morfogênicas e estruturais, além da dinâmica de
acúmulo de forragem.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
Segundo HODGSON (1981), o desempenho de um animal em pastejo é função
da abundância da forragem presente na pastagem. Esse desempenho normalmente
aumenta em função de maiores produções de forragem, refletindo a influência da oferta
na quantidade de forragem consumida. O autor argumenta que o consumo de bovinos
em pastejo é maximizado quando a biomassa de forragem ofertada é três a quatro
vezes a quantidade consumida, potencializando assim o ganho de peso individual, visto
que o desempenho é condicionado pelo consumo de forragem. Esses resultados
também foram verificados por BARBOSA et al. (2006) que observaram maior ganho de
peso de novilhos em pastagem de capim - Tanzânia, quando foi ofertado ao animal 9,2
% do peso vivo (PV) de matéria seca de lâmina foliar verde. Por outro lado SOARES et
al.(2005) e CRANCIO et al. (2006) não detectaram diferenças de dois níveis ofertas de
forragem (8 e 14% do PV) no ganho de peso em pastagem nativa. Do mesmo modo,
GOMIDE et al. (2001), não verificaram efeito de duas ofertas de forragem (4 e 8 % do
PV) na produção de leite em pastagem de Brachiaria decumbens.
MOTT (1960) apresentou uma relação entre pressão de pastejo e ganho de
peso individual e por área em sistemas de pastagem. Em baixa pressão de pastejo, o
ganho individual é alto, no entanto, o ganho por área é prejudicado, em função da baixa
taxa de lotação. À medida que aumenta a pressão de pastejo um acréscimo no
ganho por área, com pouca redução no ganho por animal. Quando estas curvas se
cruzam tem-se a pressão de pastejo ótima. Porém, em altas pressões de pastejo, tanto
o ganho por área como o ganho individual tendem a diminuir. Portanto, deve-se
procurar manejar uma pastagem visando o ótimo da pressão de pastejo, com o intuito
de maximizar o ganho individual e por área, conjuntamente. Neste contexto, MOOJEN
& MARASCHIN, (2002), em pastagem nativa, encontraram que o ganho de peso de
novilhos foi máximo quando foi ofertado ao animal 13,4% do PV, porém, o maior de
acúmulo de forragem foi observado na oferta de forragem 11,5% do PV,
proporcionando maior ganho por área na oferta de 11% do PV. AGUINAGA et al. (2006)
também encontraram a mesma tendência em pastagem de azevém e aveia, manejadas
4
com diferentes alturas. Nesse trabalho, constatou-se maiores ganhos individuais em
pastagem mantida a 40 cm de altura, porém o ganho por área foi maior na altura entre
20 a 25 cm, o que correspondeu a uma oferta de 10% do PV.
A intensidade pastejo também tem efeito direto no acúmulo de forragem.
HODGSON (1990) demonstrou que pastos mantidos mais altos tiveram maior
crescimento de forragem, porém a maior taxa de senescência nestes pastos promoveu
redução no acúmulo de forragem. Nesse mesmo trabalho, HODGSON (1990)
apresentou uma relação teórica entre intensidade de pastejo e eficiência de pastejo (kg
de MS ingerida/kg de MS) e eficiência de utilização (kg de produto animal/kg de MS).
Assim, em baixas intensidades de pastejo têm-se reduzida taxa de lotação e por
conseqüência, alta oferta de forragem, tendo os animais, do ponto de vista individual,
alta ingestão de forragem, devido a pouca competição pelo alimento. Nessa condição, o
animal pode selecionar forragem de qualidade e sua eficiência de utilização (ganho de
peso) é elevada. Embora haja alta ingestão individual, mas devido à baixa lotação, a
ingestão de forragem por unidade de área é reduzida, o que faz com que a eficiência de
pastejo seja pequena, aumentando as perdas de forragem por senescência. Na
situação inversa, altas intensidades de pastejo, têm-se elevadas taxas de lotação e
consequentemente baixa oferta de forragem, tendo restrições no consumo tanto
quantitativamente como qualitativamente. Sendo assim, a eficiência de utilização é
baixa. Embora, a alta competição por alimentos faça com que a eficiência de pastejo
seja alta, e a perdas por senescência sejam mínimas. No entanto, se a intensidade de
pastejo for muito severa e mantida por um longo período de tempo, verifica-se
freqüentemente, indícios de degradação da pastagem, seja pela redução da
produtividade da pastagem (ALMEIDA et al. 2000) ou pelo aparecimento de plantas
indesejáveis no sistema (BARBOSA et al. 2006).
PARSONS et al. (1983) demonstraram o efeito da intensidade de pastejo no
balanço dos principais componentes fisiológicos que afetam o crescimento e a
utilização de pastagens. Nesse trabalho os autores constataram que pastos mantidos
sob baixa intensidade de pastejo, têm alta taxa de fotossíntese bruta, mas obtiveram
grandes perdas por respiração e por senescência. Entretanto, ao manejar estes
5
mesmos pastos com alta intensidade de pastejo, os autores observaram redução no
IAF, que acarretou em diminuição das taxas de fotossíntese bruta; mas com menores
taxas de respiração e de morte de tecidos.
Ao analisar a relação entre IAF e as taxas dos processos envolvidos com a
produção de forragem, constata-se que em dosséis mantidos com maior IAF
redução na produção liquida de forragem em função das maiores perdas,
principalmente por senescência e respiração, tanto em pastagens manejada com
lotação contínua (BIRCHAM & HODGSON 1983; PINTO et al. 2001; SBRISSIA 2004),
como em lotação intermitente (PARSONS et al. 1988).
PARSONS et al. (1983) avaliaram o crescimento de forragem num pasto
durante o período de rebrota, relacionando-o com o IAF e observaram que no início do
período de descanso (baixo IAF) há aumento linear da fotossíntese bruta e poucas
perdas por respiração, até atingir o máximo de acúmulo líquido de forragem (IAF ótimo).
A partir desse ponto, há estabilização da fotossíntese bruta e pequeno aumento nas
perdas por respiração; no entanto, um elevado acréscimo nas perdas por
senescência.
CHAPMAN & LEMAIRE (1993) apresentaram a relação entre as características
morfogênicas e as características estruturais de dosséis de plantas C3 em crescimento
vegetativo. As taxas de alongamento de folhas (TAlF) e de aparecimento de folhas
(TApF) e duração de vida da folhas (DVF), são características morfogênicas do perfilho,
que o condicionadas pelas variáveis ambientais (temperatura, nutrientes, água, luz,
etc). As características morfogênicas de perfilhos determinam as características
estruturais do dossel, como comprimento final da folha (CFF), densidade populacional
de perfilhos (DPP) e número de folhas vivas por perfilho (NFV). Estas determinam o IAF
do dossel. O IAF, condicionado pelo manejo, influencia a quantidade de luz
interceptada, sendo que esta age sobre a TAlF, TApF e DPP.
A maioria das gramíneas tropicais, tais como as do gênero Panicum e
Brachiaria, diferentemente das de clima temperado apresentam, mesmo em estádio
vegetativo, intenso alongamento de colmo (GOMIDE 2001) que resulta em
estreitamento da relação folha/colmo (SANTOS et al. 1999; GOMIDE 2001; CANDIDO
6
et al. 2005). Esta redução na relação folha/colmo tem efeito negativo sobre o
desempenho animal, visto que, não a massa de forragem, como também a
proporção de folhas, determinam o rendimento animal (STOBBS, 1973). MOORE &
SOLLENBERGER, (1997) também relataram que as características estruturais do
dossel têm grande influência sobre o comportamento ingestivo e o consumo de
forragem.
A proposta de SBRISSIA & DA SILVA (2001) para gramíneas do tipo C4, que
incluem no diagrama apresentado por CHAPMAN & LEMAIRE (1993) a quarta
característica morfogênica (alongamento de colmo), que interfere no comprimento final
da folha e sobre tudo na relação folha/colmo do pasto, deve ser analisada para o
entendimento dos processos de fluxos de tecidos em gramíneas tropicais. Neste
sentido, CÂNDIDO et al. (2005) em trabalho com Panicum maximum cv. Mombaça
observaram acréscimo de 93% na taxa de alongamento de colmo quando aumentaram
o período de descanso de 2,5 para 4,5 folhas/perfilho. Os autores justificaram esse
resultado pelo intenso e prolongado sombreamento mútuo dos perfilhos, com
comprometimento da relação vermelho/vermelho extremo e, conseqüentemente, do
perfilhamento e favorecimento do acúmulo de colmos (CHORY 1997; DAVIS &
SIMMONS 1994; DEREGIBUS et al. 1985).
Em estudos realizados com espécies forrageiras do gênero Panicum
(CARNEVALLI 2003; BARBOSA 2004), com o intuito de avaliar os componentes da
taxa de acúmulo de forragem em diferentes regimes de desfolha, observou-se aumento
linear da taxa de crescimento de folhas no início do período de rebrota. Quando o
dossel atingiu 95% de interceptação da radiação incidente (IL) o crescimento de folhas
se estabilizou, com tendência de redução. Em contrapartida, a taxa de senescência e
de acúmulo de colmos aumentou acentuadamente após o dossel obter 95% de IL. DA
SILVA (2004) apresentou dados semelhantes, para a Brachiaria brizantha cv. Marandu
em regime de desfolha intermitente. Sendo assim, verifica-se que utilizar o critério IL
para determinar do período de descanso da pastagem pode se tornar uma estratégia de
manejo que possibilita um controle do alongamento de colmo, proporcionando uma
melhor estrutura do dossel.
7
BRAGA et al (2006), realizaram estudo com ofertas de forragem variando de 5
a 20 % do PV em pastejo intermitente, em Brachiaria brizantha cv Marandu e
verificaram que tanto a altura pré-pastejo como a pós-pastejo variou de forma diferente
em cada tratamento ao longo do período experimental. Nos tratamentos de maior oferta
de forragem houve acréscimo da altura e da massa de forragem ao longo dos ciclos de
pastejo. Em virtude disso os autores concluíram que ofertas generosas trouxeram
conseqüências negativas sobre o acúmulo de forragem pelo dossel. Assim a
intensidade de pastejo é uma estratégia de manejo a ser utilizada com intuito de
controlar a altura do dossel ao longo dos ciclos de pastejo, e está relacionado com a
redução da taxa de alongamento de colmo.
DAVIS (1974) comentou que a taxa de alongamento de folha (TAlF) é pouco
afetada pela desfolha, sendo observada redução de 15 a 20%, somente quando todas
as folhas são removidas. BARBOSA et al. (2002) estudando efeito de dois resíduos pós
pastejo não encontraram efeito da intensidade de desfolha sobre a TAlF. DURU &
DUCROCQ, (2000a) não verificaram efeito dos regimes de corte na TAlF, mas
constataram acréscimo na TAlF (76 a 80%) quando a aplicação de nitrogênio aumentou
de 0 para 120 kg/ha. Da mesma forma GASTAL et al. (1992) verificaram que a é
diretamente relacionada com suprimento de nitrogênio à planta.
Segundo GRANT et al. (1981) o pastejo pesado reduz a taxa de alongamento
de folhas, porém favorece a taxa de aparecimento de folhas (TApF). De fato, quanto
menor o comprimento do pseudocolmo maior a taxa de aparecimento de folhas
(GRANT et al. 1981). GRASSELLI et al. (2000), estudando as características
morfogênicas de um relvado de Brachiaria decumbens sob lotação contínua, mediram
redução na taxa de aparecimento de folhas à medida que se aumentava a altura do
mesmo.
GARCEZ NETO et al., (2002), não detectaram efeito da altura de corte na
TApF. No entanto os autores ressaltam que o efeito de alturas de corte ou pastejo sobre
a TApF, normalmente, o justificados pela altura de bainhas remanescentes. Alguns
autores verificaram que o maior comprimento da bainha conduz a planta a uma menor
TApF (SKINNER & NELSON 1995; DURU & DUCROCQ 2000a). Isso se deve ao fato
8
de as folhas surgirem sucessivamente, de forma alternada, em níveis de inserção cada
vez maiores e ao processo natural de alongamento da bainha. Desse modo, a folha
percorre um maior trajeto entre seu ponto de conexão com o meristema e a
extremidade do pseudocolmo formado pelas bainhas das folhas mais velhas. No
entanto, o comprimento da bainha não é o único fator que interfere na TApF. A taxa
com que a folha se alonga e a temperatura (DURU & DUCROCQ 2000ab), entre outros,
agem simultaneamente determinando o aparecimento foliar.
Em trabalho com Panicum maximum cv. Mombaça GARCEZ NETO et al.
(2002) obtiveram efeito da aplicação de N na TApF. Neste trabalho, os autores
justificaram o acréscimo no aparecimento foliar devido a resposta da TAlF ao
suprimento de N, pois, folhas sucessivas aparecendo em níveis de inserção muito
próximos, mas sob elevadas taxas de alongamento, suportadas pelo suprimento
adicional de N, estabeleceriam maior TApF.
As características morfogênicas responsáveis pela determinação do
comprimento final da folha (CFF), são a taxa de alongamento de folhas e da duração do
período de alongamento dessa folha (GOMIDE, 1997). As primeiras folhas de um
perfilho, emergidas de um comprimento do pseudo-colmo curto, têm rápida emergência
e atingem pequenos comprimentos. As folhas subseqüentes fazem um percurso mais
longo para emergir, alcançando comprimentos maiores (SKINNER & NELSON, 1995).
Posteriormente, com o desenvolvimento do perfilho, instala-se o processo de
alongamento do colmo, o que resulta na elevação do ponto de crescimento (domo
apical), diminuindo o percurso para emergência das folhas, resultando em menor CFF
(GOMIDE, 1997).
A taxa de aparecimento de folhas é a principal característica morfogênica do
dossel, visto que, além de expressar a velocidade de formação de folhas, também
guarda forte relação com todos os componentes que determinam a estrutura do
relvado. Além disso, DAVIS, (1974) ressaltou que a TApF determina a taxa de
aparecimento de gemas com potencial para o aparecimento de novos perfilhos ”site
filling”. Assim GARCEZ NETO et al. (2002) detectaram correlação positiva entre a TApF
e o perfilhamento (r=0,75) do capim - Mombaça. No entanto, em condição de dosséis
9
muito densos, o perfilhamento é inferior ao potencial determinado pela TApF, em função
do forte competição entre indivíduos por assimilados e luz (SKINNER & NELSON
1992).
Em razão do papel da luz e dos assimilados de carbono no estímulo ao
desenvolvimento de gemas, o perfilhamento em um relvado, aumenta com a pressão de
pastejo (CARVALHO et al. 1999), guardando correlação negativa com o IAF
(PARSONS et al., 1983), desde que a pastagem não esteja em processo de
degradação. Sob pastejo intenso, o relvado se caracteriza por apresentar numerosos e
pequenos perfilhos e baixo IAF (CARVALHO et al, 1999).
O número de folhas vivas (NFV) por perfilho cresce à medida que novas folhas
surgem, enquanto não se instala e não se intensifica o processo de senescência e
morte das primeiras folhas, de baixo nível de inserção. Quando a taxa de senescência
se iguala a taxa de aparecimento de folhas, o número de folhas vivas atinge um valor
constante, próprio de casa espécie (GOMIDE & GOMIDE 2000). No entanto o NFV
pode sofrer influência de outros fatores como suprimento de nitrogênio (ALEXANDRINO
et al. 2004), altura de corte (GARCEZ NETO et al. 2002), entre outras variáveis
ambientais como luz, temperatura e água. A variação de algum desses fatores promove
alteração primeiramente na TApF e na duração de vida da folha (variáveis
morfogênicas), as quais são determinantes no número de folhas vivas.
A duração de vida da folha (DVF) pode ser estimada pela NFV e o intervalo
entre o aparecimento de duas folhas (BIRCHAM & HODGSON, 1983), assim a DVF
pode ser utilizada como uma medida prática de manejo, pois períodos de descanso
maiores que a DVF indicam grandes perdas por senescência graças ao sincronismo
entre aparecimento de uma folha jovem e morte de outra mais velha (HODGSON, 1990;
GOMIDE & GOMIDE, 2000), após a estabilização do número de folhas vivas. No
entanto, ao manejar uma pastagem com alta oferta de forragem, tem-se um resíduo alto
(BRAGA et al., 2006) e por tanto, nem todas as folhas são removidas pelo pastejo.
Dessa forma, se o peodo de descanso for igual a DVF, pode ocorrer morte das folhas
as quais não foram removidas no ciclo de pastejo anterior. Intensificando assim, o
processo de senescência.
10
Dessa forma, verifica-se a relevância do manejo baseado na oferta de forragem
sobre a dinâmica da produção primária da pastagem, por meio de avaliações de
características morfogênicas, uma vez que estes permitem uma análise do crescimento
vegetal, além de determinarem diretamente na estrutura do dossel, a qual tem grande
interferência no consumo de forragem, por parte do animal, e consequentemente no
desempenho do mesmo.
11
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local e período do experimento
O experimento foi conduzido no setor experimental de forragicultura do
Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária da
UNESP, Campus de Jaboticabal, SP, localizada a 21º15’22’’ de latitude sul, 48º18’58’’
de longitude oeste e 595 metros de altitude, durante o período de outubro de 2005 a
abril de 2006.
3.2. Clima
O clima de Jaboticabal é classificado como subtropical do tipo CWA de Köppen.
Os elementos meteorológicos obtidos durante a realização deste trabalho foram
extraídos de um conjunto de dados pertencentes ao acervo da área de
Agrometeorologia do Departamento de Ciências Exatas e estão apresentados nas
Tabelas 1 e 2 e nas Figuras 1 e 2, analisados por mês e por ciclo de pastejo (CP).
Tabela 1: Precipitação pluvial e as médias mensais da temperatura do ar mínima, média
e máxima, durante o período experimental.
Mes
Precipitação
(mm)
Temperatura
Mínima (ºC)
Temperatura
Média (ºC)
Temperatura
Máxima (ºC)
Novembro 41,7 18,8 24,3 31,4
Dezembro 242,6 19,2 23,5 29,5
Janeiro 237,0 20,3 25,0 31,3
Fevereiro 416,4 20,3 24,2 30,7
Março 136,9 20,4 24,5 31,0
12
Figura 1: Precipitação pluvial diária durante o período experimental.
Figura 2: Valores diários da temperatura do ar, mínima, média e máxima, ao longo do
período experimental.
13
Tabela 2: Precipitação pluvial acumulada e as médias da temperatura do ar mínima,
média e máxima, em cada ciclo de pastejo.
Ciclo de
pastejo
Precipitação
(mm)
Temperatura
Mínima (ºC)
Temperatura
Média (ºC)
Temperatura
Máxima (ºC)
1º CP 209,4 19,8 24,3 30,7
2º CP 210,9 20,4 25,5 32,5
3º CP 247,0 20,5 24,1 30,3
4º CP 86,9 20,4 24,3 30,9
3.3. Descrição do solo e formação da cultura
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico,
típico textura argilosa (ANDRIOLI & CENTURION, 1999). A pastagem de Brachiaria
brizantha (Hochst ex. A. Rich.) cv Marandu foi formada em novembro de 2003, após
correção do solo com calcário dolomítico (90% PRNT) para elevar a saturação por
bases para 60%, segundo recomendações de WERNER et al. (1996). Nesta ocasião,
foi realizada adubação de correção com fósforo, com aplicação de 60 kg/ha de P
2
O
5
na
forma de superfosfato simples.
Antes e após o período experimental foram feitas amostragens do solo,
coletando-as numa profundidade de 0 - 20 cm para análise da fertilidade do solo. As
análises das características químicas do solo foram realizadas no Departamento de
solos e adubos da FCAV – UNESP, Campus Jaboticabal (Tabela 3).
14
Tabela 3: Resultado das análises de fertilidade do solo na área experimental, nos
diferentes blocos, antes e após o período experimental.
Data Bloco pH MO P K Ca
2+
Mg
2+
V
CaCl
2
g/dm
3
mg/dm
3
mmol
c
/dm³ %
1 5,4 26 14 4,5 34 15 66
2 5,2 23 12 7,1 25 11 58
Outubro/2005
3 5,0 28 10 4,2 23 12 55
3.4. Descrição da área experimental e adubação do solo
O experimento foi instalado numa área de aproximadamente 6.000 m
2
, dividida
em 12 piquetes (unidade experimental), com área variando de 229,5 m
2
a 586,5 m
2
, de
acordo com a oferta de forragem (Figura 3).
Figura 3: Croqui da área experimental.
OF = 13%
S = 586,5 m
2
OF = 13%
S = 586,5 m
2
OF = 13%
S = 586,5 m
2
OF = 4%
S = 229,5 m
2
OF = 4%
S = 229,5 m
2
OF = 4%
S = 229,5 m
2
OF = 7%
S = 408 m
2
OF = 10%
S = 408 m
2
OF = 7%
S = 408 m
2
OF = 7%
S = 408 m
2
OF = 10%
S = 408 m
2
OF = 10%
S = 408 m
2
Bloco 1
Bloco 2
Bloco 3
15
A adubação de manutenção da área experimental consistiu da aplicação de 140,
30 e 100 kg/ha/ano de N; P
2
O
5
e K
2
O, na forma de uréia, superfosfato simples e de
cloreto de potássio, respectivamente. No dia 21/11/2005 aplicou-se metade da
adubação nitrogenada (70 kg/ha/ano) e toda a adubação potássica e fosfatada e no dia
26/01/2006 apenas os outros 70 kg/ha/ano de N.
3.5. Delineamento Experimental e Tratamentos
Foram estudadas ofertas de forragem (OF) de: 4, 7, 10 e 13% do PV. O ajuste da
carga animal foi feito de acordo com a (Eq 1).
OF
SMF
CA
piquete
= , (Eq1)
em que:
CA = Carga animal (kg de PV);
MF = Massa de forragem (kg/ha de MVS);
OF = Oferta de forragem (% do PV);
S
piquete
= Área do piquete (ha).
A carga animal para cada oferta foi ajustada em função da massa de forragem,
matéria verde seca (MVS) de cada piquete e do tamanho das parcelas, que variou de
200 a 600 m
2
entre a menor e maior oferta, respectivamente. Sendo assim, o número
de animais por parcela foi próximo, de forma a tirar o efeito de grupo e reduzir a
necessidade de animais. O número de animais por piquete foi determinado dividindo a
CA pelo peso médio dos animais.
O experimento foi realizado seguindo um delineamento em blocos casualizados,
com três repetições e medidas repetidas no tempo. Os blocos foram alocados em
função do histórico da área experimental.
16
3.6. Animais Experimentais e Método de Pastejo
Foram utilizadas vacas não lactantes e/ou novilhas da raça holandesa para o
pastejo, com peso médio aproximado de 450 kg. O primeiro pastejo ocorreu quando a
massa de forragem média era de 3.500 kg/ha em todos os piquetes.
Após pesagem dos animais e posterior seleção, estes foram sorteados entre os
tratamentos de acordo com a oferta de forragem pretendida e o tamanho do piquete.
O método de pastejo adotado foi de lotação intermitente, com período de
descanso fixo (21 dias), utilizando a técnica de “mob-granzing”. No primeiro e no
segundo ciclo de pastejo, as vacas permaneceram durante 12 horas, das 7:00 às 19:00
horas, dentro de cada piquete. Os animais foram levados apenas para beber água as
14:00 horas. Nos demais ciclos de pastejo (do terceiro ao quinto ciclo) os animais
permaneceram no piquete durante apenas oito horas, dividido em dois períodos de
quatro horas (manhã e tarde), das 6:30 às 10:30 e das 15:30 às 19:30 horas, durante o
mesmo dia. Este manejo foi adotado devido à ausência de sombras de bebedouros na
área experimental, aliado ao forte calor durante período experimental, principalmente
nos horários de sol a pino, que fazia com que os animais não pastejassem nesse
período, ficando apenas deitados, esperando para sair dos piquetes. Com isso, houve
acamamento da vegetação e rejeição dessas áreas acamadas, prejudicando a
estimativa da massa de forragem de pós pastejo. Este fato será discutido melhor
posteriormente, no item 4.4.
3.7. Fase Pré-Experimental
No dia 11/11/2005 a área experimental foi rebaixada, por meio de corte
mecânico, a fim de uniformizar a vegetação. Dez dias depois, foi realizada a primeira
adubação de cobertura (item 3.4.). Após a adubação a massa de forragem foi
monitorada semanalmente, pelo método da dupla amostragem (item 3.8.1.).
17
3.8. Avaliação da Pastagem
3.8.1. Massa de forragem
Para determinação da massa de forragem foi utilizado o todo da dupla
amostragem (SOLLENBERGER & CHERNEY, 1995), onde estimativas destrutivas são
associadas à altura do dossel (comprimido) pelo uso do prato ascendente (Figura 4).
O prato ascendente utilizado era de formato circular com 28 cm de raio, que
correspondeu a uma área de aproximadamente 0,25 m
2
. O peso do prato foi de 782
gramas, equivalente a uma pressão de 3,175 kg/m
2
.
Em cada piquete foram realizadas e registradas, ao acaso, 50 mensurações de
altura do dossel, além de outras quatro, sendo duas em pontos com maior e duas em
ponto de menor altura. Nestes pontos, a forragem foi cortada ao nível do solo e colhida,
observando os limites da periferia do disco. As amostras colhidas foram pesadas
inicialmente, separadas em matéria verde (colmo e folhas) e material morto. Na
seqüência, as diferentes frações foram secas em estufa com circulação de ar a 6C
por 72 horas e pesadas novamente. Após a obtenção dos pares de altura e massa de
forragem foi determinada a regressão linear, para cada tratamento (12 pares de altura e
massa de forragem). A partir da regressão linear e da média das 50 leituras feitas ao
acaso em cada piquete, estimou-se a média da massa de forragem verde em cada
piquete.
Este procedimento foi repetido antes da entrada dos animais (pré-pastejo) e logo
após a saída dos animais do piquete (pós-pastejo), em todos os ciclos de pastejo. No
primeiro ciclo de pastejo, foi feita apenas uma equação para estimar a massa de
forragem, que foi utilizada para todos os piquetes, variando apenas a altura dia de
cada piquete.
18
Figura 4: Prato ascendente e dupla amostragem.
3.8.2. Avaliação da densidade populacional de perfilhos
Para avaliação da densidade populacional de perfilhos foram colhidas em cada
unidade experimental, três amostras de forma destrutiva, ou seja, cortadas ao nível do
solo, delimitadas por uma moldura com área conhecida (0,25 x 0,25 cm). Depois de
colhidas, as amostras foram identificadas e levadas ao laboratório, onde foi efetuada a
contagem, separando os perfilhos em três categorias: vegetativos, reprodutivos e totais,
sendo que os perfilhos totais eram o somatório dos perfilhos vegetativos e reprodutivos.
3.8.3 Características morfogênicas e estruturais de perfilhos
Para avaliar as características morfogênicas e estruturais da gramínea em
estudo foram marcados 18 perfilhos em cada unidade experimental (piquete). A
marcação dos perfilhos foi feita no início de cada período de descanso, sendo este o
19
primeiro dia de avaliação. Estes perfilhos foram marcados seguindo um alinhamento
delimitado por duas estacas as quais ajudaram na identificação do local dos perfilhos.
Em cada piquete foram alocados três alinhamentos, em pontos representativos da
condição do relvado. Para cada alinhamento foram escolhidos seis perfilhos, espaçados
de 20 a 30 cm e identificados com fios de telefone coloridos (BIRCHAM & HODGSON,
1983). A cada ciclo de pastejo foi marcado um novo grupo de perfilhos para as
avaliações.
Os perfilhos foram avaliados duas vezes por semana durante todo período de
descanso da pastagem, em cada ciclo de pastejo. A cada avaliação, foram mesuradas
diversas características de cada perfilho: medição do comprimento do colmo+bainha
(mm), comprimento da lâmina foliar (mm) e contagem do número de folhas vivas. As
folhas foram classificadas como expandidas quando apresentavam a lígula visível e
mortas quando limbo foliar estivesse totalmente comprometido pela senescência. De
posse destes dados foram quantificadas as seguintes variáveis.
3.8.3.1. Taxa de aparecimento de folhas e filocrono:
Taxa de aparecimento de folhas (TApF) é o número de folhas aparecidas por
perfilho em um determinado período ou em uma determinada soma calórica expressa
em graus-dia (GD). A TApF foi calculada de acordo com a Eq. 2.
As folhas foram consideradas como novas quando estavam totalmente expostas,
ou seja, o aparecimento de uma folha foi considerado somente quando ela tinha
completado o crescimento. Para o cálculo em graus-dia foi considerado 15ºC e 40ºC
como temperatura mínima e xima basal respectivamente. Para calcular os valor de
graus-dias utilizou-se a Eq 3., visto que a temperatura mínima do ar sempre foi acima
da temperatura mínima basal da planta, e a temperatura máxima do ar está abaixo da
temperatura máxima basal .a temperatura. O filocrono é o intervalo de tempo
necessário para o aparecimento de duas folhas consecutivas e é calculado pelo inverso
da TApF.
20
DA
NP
NFN
TApF
=
, (Eq.2)
em que:
TApF = Taxa de aparecimento de folhas (folhas/perfilho/dia ou
folhas/perfilho/graus-dia);
NFN = Número de folhas novas aparecidas no período avaliado;
NP = Número de perfilhos;
DA = Duração do período avaliado (dias ou graus-dia).
)(
)(
TbTm
TmTM
GD +
=
, (Eq.3)
Em que:
GD = Graus-dias
TM = Temperatura máxima do ar;
Tm = Temperatura mínima do ar;
Tb = Temperatura mínima basal da planta.
3.8.3.2. Número de folhas vivas por perfilho:
O número de folhas vivas (NFV) é a média do numero de folhas expandidas por
perfilho.
3.8.3.3. Duração de vida das folhas:
A duração de viva das folhas (DVF) é o intervalo médio de tempo, em dias ou
graus-dia, entre o surgimento e a morte de uma folha. Sua obtenção foi com base na
Eq. 4.
21
FilocronoNFVDVF
=
, (Eq. 4)
em que:
DVF = Duração de vida das folhas (dias ou graus-dia);
NFV = Número de folhas vivas por perfilho;
Filocrono = dias/folha ou graus-dia/folha.
3.8.3.4. Taxas de alongamento de folha e colmo, senescência:
As taxas de alongamento foliar (TAlF) foram obtidas por meio da diferença entre
o comprimento final (último dia de avaliação) e inicial (primeiro dia de avaliação) das
lâminas foliares de cada perfilho dividido pelo número de dias. O mesmo procedimento
foi adotado para estimar o alongamento do colmo (TAlC). As taxas de senescência (TS)
foram obtidas pela diferença entre o comprimento da lâmina foliar inicial e final. Estas
características foram expressas em cm/dia/perfilho ou cm/graus-dia/perfilho.
3.8.4 Dinâmica de acúmulo de forragem
Com o intuito de obter as taxas de crescimento, senescência de folhas e colmo e
acúmulo de forragem, expressas em kg/ha/dia de MS, foram feitas as transformações
do crescimento linear em crescimento ponderal, pelo uso de um fator conversão
(mg/mm). Para isso, no último dia de avaliação, alguns perfilhos foram colhidos de
forma representativa, e em seguida levados ao laboratório. Posteriormente, a amostra
foi separada em lâminas foliares expandidas e emergentes e colmo. Em seqüência,
foram feitas as medições nestas frações obtendo o comprimento acumulado das
mesmas. Por fim, estas amostras foram levadas à estufa com circulação forçada de ar,
a 60ºC até peso constante e pesadas. Ao obter os valores de massa seca de cada
categoria de lâmina foliar e do colmo e dividiu-se estes valores por seus respectivos
22
comprimentos acumulado, desta forma, foi obtido valor dos fatores de conversão cada
fração em todas as unidades experimentais (Eq. 5; 6 e 7).
mmLFem
mgMSLFem
mmmgf =)/(1
, (Eq.5);
mmLFex
mgMSLFex
mmmgf =)/(2
, (Eq 6);
mmColmo
mgMSColmo
mmmgf =)/(3
(Eq 7);
Em que:
f
1
= fator de conversão para folhas emergente (mg/mm);
f
2
= fator de conversão para folhas expandidas (mg/mm);
f
3
= fator de conversão para colmo (mg/mm);
mgMSLFem = massa seca de lâmina foliar emergente (mg);
mmLFem = comprimento acumulado de lâmina foliar emergente (mm);
mgMSLFex = massa seca de lâmina foliar expandida (mg);
mmLFex = comprimento acumulado de lâmina foliar expandida (mm);
mgMSColmo = massa seca de colmo (mg);
mmColmo = comprimento acumulado de colmo (mm);
A taxa de crescimento de folhas, expressas em kg/ha/dia, foi calculada
multiplicando a TAlF pelo fator de conversão (f1) e pela densidade de perfilhos
vegetativos (DPPv). Do mesmo modo foi estimada a taxa crescimento de colmo. No
entanto para esta variável utilizou-se o TAlC, f3 e DPPv. Para determinar o crescimento
de forragem somou-se a TCf com a TCc. A taxa de senescência das folhas, expressas
em kg/ha/dia foi terminada pela multiplicação das variáveis TS, f2 e densidade
populacional de perfilhos totais (vegetativos + reprodutivos). O acúmulo de forragem foi
23
obtido pela diferença entre a taxa de crescimento (TC) e a taxa de senescência (Eq.
8;9, 10; 11 e 12).
DPPvTAlFfTCf
=
1
, (Eq.8);
DPPvTAlCfTCc
=
3
, (Eq. 9);
DPPtTSfTSf
=
2
, (Eq. 10);
TCcTCfTC
+
=
, (Eq. 11);
TSfPFTAF
=
, (Eq. 12);
Em que:
TCf =Taxa de crescimento de folhas (kg/ha/dia);
f
1
= fator de conversão para folhas emergente (mg/mm) (Eq. 5);
TAlF = taxa de alongamento de folha (mm/dia/perfilho);
DPPv = densidade populacional de perfilhos vegetativos (perfilhos/ha);
TSf = Taxa de senescência de folhas (kg/ha/dia);
f
2
= fator de conversão para folhas expandidas (mg/mm) (Eq. 6);
TS = taxa de senescência (mm/dia/perfilho);
DPPt= densidade populacional de perfilhos totais (perfilhos/ha);
TCc = Taxa de crescimento de colmo (kg/ha/dia);
f
3
= fator de conversão para colmo (mg/mm) (Eq. 7);
TAlC = taxa de alongamento de colmo (mm/dia/perfilho);
TC = Taxa de crescimento de forragem (kg/ha/dia
);
TACF = Taxa de acúmulo de forragem (kg/ha/dia
).
3.9. Análise estatística
As variáveis respostas foram submetidas inicialmente ao teste de esfericidade.
Para todas as variáveis não foi observado significância (P>0,10) nesse teste. Sendo
utilizou-se para analise dos dados um delineamento e parcelas subdivididas, avaliando
o efeito da OF na parcela e os CP nas subparcelas. Posteriormente realizou-se a
24
análise de variância, teste F. As médias foram avaliadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, sendo avaliadas somente quando foi encontrado efeito do CP ou
interação OF*CP. Para avaliação do efeito das ofertas de forragem isoladamente, foi
realizada análise de regressão e, para isto utilizou-se o PROC GLM do pacote
estatístico SAS (2002).
As variáveis: massa de forragem e altura do dossel comprimido, tanto no pré e
pós-pastejo, foram avaliadas em cinco pastejos (P, Tabela 3).
Tabela 4. Quadro de análise de variância para as variáveis: massa de forragem e altura
do dossel comprimido
CAUSA DE VARIAÇÃO GRAUS DE LIBERDADE
Ofertas de Forragem (OF) 03
Blocos (Bl) 02
Resíduo (a) 06
Parcelas 11
Pastejos (P) 04
OFxP 12
Resíduo (b) 31
Total corrigido 59
As demais variáveis foram avaliadas entre os pastejos, portanto, totalizando
quatro ciclos de pastejo (CP, Tabela 5). Sendo que não foram feitas avaliações no
período entre o corte de uniformização e o primeiro pastejo, em função da ausência dos
tratamentos.
25
Tabela 5. Quadro de análise de variância para as variáveis de acúmulo de forragem e
características morfogênicas estruturais do dossel
CAUSA DE VARIAÇÃO GRAUS DE LIBERDADE
Ofertas de Forragem (OF) 03
Blocos (Bl) 02
Resíduo (a) 06
Parcelas 11
Ciclo de pastejo (CP) 03
OFxCP 09
Resíduo (b) 24
Total corrigido 47
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
4.1. Altura do dossel comprimido no pré-pastejo
A altura do dossel comprimido no ppastejo (Hpré) variou (P=0,01) em função
das ofertas de forragem (OF), dos ciclos pastejos (CP) (P<0,0001) e da interação OFxP
(P<0,01).
Não foi observada na Hpré diferença (P>0,05) em função da OF no CP inicial
(zero). Esse resultado era esperado, visto que, todas as unidades experimentais
receberam as mesmas condições na fase pré-experimental. Nos demais pastejos a
Hpré aumentou linearmente (P<0,05) em função da OF (Figura 5), sendo justificado
pela menor carga animal nas maiores OF, que permitiu os animais submetidos a estas
OF, menor competição por alimento e possivelmente maior seleção da dieta durante o
pastejo. Dessa forma, houve maior quantidade de material remanescente após o
pastejo, nas maiores OF (Figura 7) propiciando assim maior altura no início do pastejo
subseqüente.
y = 0,9533x + 10,347
R
2
= 0,9188
y = 0,8667x + 17,783
R
2
= 0,9632
y = 22,0
y = 1,5567x + 14,193
R
2
= 0,9175
y = 0,5947x + 15,555
R
2
= 0,4768
10
15
20
25
30
35
40
4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
Altura (cm)
CP 0
CP 1
CP 2
CP 3
CP 4
Figura 5: Altura do dossel comprimido no pré-pastejo (Hpré) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas sob
pastejo intermitente, em cinco ciclos de pastejo durante o período das águas.
27
Na OF de 4% do PV, a menor Hpré foi encontrada no segundo CP, que diferiu
apenas do terceiro pastejo (Tabela 6). Os demais pastejos não diferiram entre si
(P<0,05). Nas OF de 7 e 10% do PV observou-se uma tendência de redução da Hpré
nos pastejos intermediários, onde no segundo pastejo obteve-se a menor altura. Na OF
de 13% do PV não foi constatada diferença da Hpré nos três primeiros pastejos, no
entanto a Hpré aumentou no terceiro e quarto ciclos de pastejo.
Tabela 6: Altura do dossel comprimido (Hpré) no pré-pastejo de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem em cinco ciclos de pastejo, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclo de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
------------------- cm -------------------
0 17,4 a AB 25,9 a A 23,2 a ABC 21,5 a C 17,8
1 16,7 c AB 22,8 ab AB 19,0 bc BC 23,9 a BC 7,2
2 14,0 b B 18,0 ab B 18,4 ab C 23,4 a C 15,5
3 21,1 b A 24,5 ab AB 25,6 ab AB 29,4 a AB 10,4
4 19,0 b AB 27,7 ab A 28,8 ab A 34,2 a A 12,8
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
4.2. Massa de forragem no pré-pastejo
A massa de forragem verde seca (Tabela 7) no pré-pastejo (MVSpré) também
variou em função das OF (P<0,01), dos CP (P<0,0001) e da interação OFxP
(P<0,0001).
28
Tabela 7: Massa de forragem verde seca pré-pastejo (MVSpré) de Brachiaria brizantha
cv. Marandu em função da oferta de forragem em cinco ciclos de pastejo, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclo de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
------------------- kg/ha -------------------
0 3156 a C 4031 a B 3754 a C 3577 a C 11,1
1 3649 b BC 5452 a A 4002 b BC 4155 b C 6,1
2 4020 b AB 4437 ab B 4496 ab B 5668 a B 10,3
3 4651 b A 5446 b A 5235 b A 6745 a A 7,2
4 4143 c AB 6078 a A 4652 bc AB 5725 ab B 7,5
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
A MVSpré não variou em função das OF no CP zero, semelhante ao ocorrido
com a Hpré, possivelmente devido a mesma justificativa apresentada para a mesma. O
valor médio observado nesse ciclo pastejo foi de 3.629 kg/ha de MVS. No primeiro CP
constatou-se maior MVSpré na OF de 7% do PV (P>0,05). No segundo e terceiro CP
houve aumento progressivo da MVSpré com acréscimo da OF. Porém, no ultimo
pastejo obteve-se, novamente, maior MVSpré na OF de 7% do PV que não diferiu
(P<0,05) da MVSpré observada na OF de 13% do PV. Vale a pena ressaltar que, com
exceção do primeiro pastejo no qual não houve variação desta variável em função da
OF, nos demais pastejos, a MVSpré foi sempre menor quando o pasto foi manejado
com 4% do PV.
Nas OF de 4, 10 e 13 % do PV, a MVSpré aumentou em cada ciclo de pastejo
até atingir os maiores valores no terceiro ciclo de pastejo, 4652; 5235 e 6745 kg/ha para
as OF de 4; 10 e 13 % do PV (Tabela 7). Na OF de 7% do PV ocorreu aumento na
29
massa de forragem no primeiro pastejo, seguido por uma redução no segundo pastejo,
e aumentando novamente no terceiro e quarto CP. Cabe ressaltar que no segundo CP,
apesar da redução na Hpré, principalmente nas OF menores, não foi observado este
efeito na MVSpré, indicando que houve um aumento da densidade de forragem verde
(folhas e colmo). Este fato foi possivelmente causado em decorrência da maior
densidade de perfilhos neste período, em resposta a segunda adubação, realizada após
o segundo pastejo, que será discutido posteriormente.
4.3. Altura do dossel comprimido no pós-pastejo
A altura do dossel comprimido no pós-pastejo (Hpós) variou em função das OF
(P<0,01), dos CP (P<0,0001) e da interação OFxP (P<0,05) (Tabela 8). Nas OF de 4 e
10 % do PV a Hpós não alterou durante os CP (P>0,05). Nas OF de 7 e 13% do PV
houve variação da Hpós com ao longo dos sucessivos pastejos, onde até o segundo
pastejo a Hpós manteve-se constante, aumentando no quarto e quinto pastejo. Na OF
de 10%, embora não tenha sido encontrado efeito significativo (P>0,05) do CP,
observa-se tendência similar às de OF de 07 e 13%.
Ao analisar o efeito da OF, observa-se aumento linear (P<0,01) na Hpós (Figura
6), possivelmente pela menor competição dos animais mantidos em pastagem com alta
OF pela forragem. Sendo assim a massa de forragem remanescente nesses
tratamentos foi maior (Figura 10). Aliado a isto, o maior alongamento de colmo em
pastos manejados com maiores ofertas, acentuou este efeito, pois a cada pastejo
observou maior quantidade de colmo no resíduo pós pastejo.
30
Tabela 8: Altura do dossel comprimido (Hpós) no s pastejo de Brachiaria brizantha
cv. Marandu em função das ofertas de forragem em cinco pastejo, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
04 07 10 13
CV%
------------------- cm -------------------
0 12,6 Ab 17,9 ABa 20,7 Aa 20,2 Ba 9,5
1 13,1 Aa 15,8 ABa 15,6 Aa 18,5 Ba 12,9
2 12,2 Ab 13,5 Bb 15,5 Ab 20,1 Ba 8,5
3 14,7 Ab 20,7 Ab 21,6 Aab 28,2 Aa 11,8
4 15,9 Ab 21,0 Aab 22,4 Aab 28,9 Aa 13,2
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
y = 0,994x + 10,006
R
2
= 0,9689
10
15
20
25
30
35
40
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
Altura (cm)
Figura 6: Altura do dossel comprimido no pós pastejo (Hpós) de Brachiaria brizantha cv.
Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas sob
pastejo intermitente, no período das águas.
31
4.4. Massa de forragem no pós-pastejo
A massa de forragem verde seca, colmo e folhas, (MVSpós) variou em função da
OF (P<0,01), CP (P<0,0001) e a interação OFxP (P<0,0001). As médias das MVSpós
em função das OF e do P estão apresentadas na Tabela 9. Assim como o ocorrido para
a Hpós, não foi encontrado efeito (P>0,05) na MVSpós em função dos P para as OF 04
e 10% do PV. Da mesma forma que ocorreu com Hpós, observou-se acréscimo com a
seqüência de CP na MVSpós nas OF de 07 e 13% do PV.
Tabela 9: Massa de forragem verde seca pós-pastejo (MVSpós) de Brachiaria brizantha
cv. Marandu em função de diferentes oferta de forragem em cinco pastejo,
em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das
águas
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
04 07 10 13
CV%
------------------- kg/ha -------------------
0 2780 Ab 2780b C 4480 Aa 3707 Bab 10,5
1 3678 Aa 3115 Ca 4105 Aa 3445 Ba 11,8
2 2780 Ac 3278 BCbc 4089 Ab 5334 Aa 7,7
3 3235 Ab 4190 ABb 4150 Ab 5696 Aa 9,2
4 3431 Ab 4374 Aab 4327 Aab 5236 Aa 13,2
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
O maior controle na MVSpós na OF 4%, que se manteve em 3.181 kg/ha de MS
durante todo o período experimental, foi devido a maior pressão de pastejo, aliada ao
período de descanso curto. Na OF de 10% embora não tenha ocorrido efeito dos CP, a
MVSpós foi alta desde o primeiro pastejo, com média geral de 4230 kg/ha. Nas outras
32
OF, embora o período de descanso tenha sido o mesmo, a baixa pressão de pastejo
não foi suficiente para controlar a massa de forragem que aumentou durante o período
experimental. Resultados similares foram encontrados por BRAGA et al (2006) em
estudo com Brachiaria brizantha cv. Marandu em pastejo intermitente, com diferentes
OF (5; 10; 15 e 20% do PV). Neste trabalho os autores não observaram efeito dos
sucessivos pastejos na massa de forragem do tratamento de 5% de OF, que se
manteve em média de 2.650 kg/ha no pós-pastejo, durante todo período experimental.
Sendo que, nas demais ofertas os autores constaram aumento da altura e da massa de
forragem, com a sucessão de pastejos.
A MVSpós aumentou linearmente (P<0,01) em função da OF (Figura 7). Houve,
nestas condições, acréscimo de 173 kg/ha de MVS para cada 1% de aumento na OF. A
maior oportunidade que o animal tem em selecionar a dieta ingerida nas menores
pressões de pastejo, faz com que haja baixa eficiência de pastejo (Hodgson, 1990), no
presente estudo, proporcionou um acréscimo na MVSpós nas maiores OF.
y = 173,04x + 2439,7
R
2
= 0,9877
3000
3750
4500
5250
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
MVS (kg/ha)
Figura 7: Massa de forragem verde seca pós-pastejo (MVSpós) de Brachiaria brizantha
cv. Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas sob
pastejo intermitente, durante o período das águas.
33
Ao comparar a MVSpré em relação a MVSpós, observa-se que no primeiro e
segundo pastejo, principalmente nas OF maiores (10 e 13%), constatou-se um erro na
estimativa da MVSpós, pois esta foi maior que a MVSpré. Possivelmente isto ocorreu
devido ao acamamento da forragem provocado pelos animais, onde passavam o dia
todo no piquete, que não possuía sombras, nem bebedouros. Aliado a isso, o forte calor
no período experimental fez com que os animais permanecessem deitados ou andando
em volta do piquete procurando uma saída. Esse fato provocou um acamamento
intenso da vegetação, reduzindo assim a altura do dossel nestes pontos. No entanto, a
massa de forragem não diminuiu, pois, a forragem acamada era rejeitada pelos
animais. Em conseqüência disso, ao realizar a amostragem de pós-pastejo, os pontos
utilizados para confeccionar a equação de regressão, entre massa e altura, estavam
alterados, ou seja, altura reduzida devido ao acamamento e a massa inalterada em
função da rejeição da forragem. Desta forma, houve uma maior inclinação da regressão
utilizada para calibração do prato ascendente no pós-pastejo (Figura 8).
y = 102,8x + 1370,6
R
2
= 0,8705
y = 210,83x + 110,87
R
2
= 0,8772
y = 153,42x + 607,84
R
2
= 0,8082
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
0 10 20 30 40 50 60 70
Altura (cm)
MVS (kg/ha)
Pré-Pastejo 1ºCP
Pós-Pastejo 1ºCP - OF 13%
Pós-Pastejo 1ºCP - OF 10%
Figura 8: Equações de regressão, entre altura do dossel comprimido e massa de
forragem, utilizadas para estimativa de massa de forragem no ciclo de
pastejo inicial (zero), no pré e pós pastejo, para os tratamentos de 10 e 13 %
de oferta de forragem.
34
Embora tenha sido observada redução na altura média do dossel no pós-pastejo
em relação pré-pastejo, a estimativa da MVSpós foi comprometida pela obtenção dos
pares de altura e massa utilizados na regressão.
4.5. Características morfogênicas e estruturais de perfilhos
4.5.1. Taxa de alongamento de folha
A taxa de alongamento de folha (TAlF) não foi afetada em função das diferentes
OF (P>0,05). A média observada foi de 17,5 mm/dia/perfilho ou 1,57 mm/graus-
dia/perfilho. Os resultados obtidos estão de acordo com as afirmações de DAVIS
(1974), onde o autor argumenta que a taxa de alongamento de folha é pouco afetada
pela desfolhação, sendo observadas pequenas reduções somente quando todas as
folhas do perfilho são removidas. GRASSELLI et al. (2000) e PETERNELLI (2003)
também não observaram efeito de diferentes intensidades de pastejo na TAlF em
pastagens de Brachiaria decumbens e brizantha, respectivamente. Da mesma forma,
BARBOSA et al. (2002) não observaram efeito de dois resíduos pós-pastejo sobre a
TAlF, em pastagem de capim - Tanzânia. Os valores obtidos no presente trabalho foram
maiores que a média encontrada por SBRISSIA (2004) de 12,4 mm/dia/perfilho, no
período de verão, trabalhando com a mesma gramínea, em pastos manejados sob
lotação contínua com diferentes alturas do dossel. Entretanto, esse autor constatou
acréscimo na TAlF nas maiores alturas de pastejo.
A TAlF variou (P<0,0001) em função dos CP (Figuras 9 e 10). Porém, a interação
OFxCP não foi significativa (P>0,05). Verificou-se aumento nessa variável a medida que
os ciclos de pastejos foram se sucedendo atingindo o maior valor no terceiro CP (22,89
mm/perfilho/dia e 2,10 mm/graus-dias/perfilho), no ultimo CP foi constatada redução no
alongamento de folhas, indicando que as condições ambientais não foram ideais nesse
CP.
35
13,7 c
22,9 a
18,1 b
15,3 bc
0
5
10
15
20
25
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TAlF (mm/dia/perfilho)
Figura 9: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de folha (TAlF) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante
o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento
(CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(P>0,05).
1,2 c
2,1 a
1,6 b
1,4 bc
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TAlF (mm/graus dias/perfilho)
Figura 10: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de folha (TAlF) de
Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante
o período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento
(CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(P>0,05).
As maiores TAlF, constatadas nos primeiros CP, sobretudo no terceiro CP,
podem ser justificadas pela maior precipitação pluvial nestes períodos (Tabela 2).
36
Aliado a isto, tem-se o efeito das adubações, principalmente da aplicação de nitrogênio,
visto que, esse elemento exerce grande efeito na TAlF (FAGUNDES, et al. 2006a).
As tendências observadas para a TAlF expressas em dias ou em graus-dias
foram semelhantes, indicando assim que, além da temperatura, outros fatores de ordem
ambientais atuam sobre esta variável. LEMAIRE & AGNUSDEI (2000), comparando as
TAlF em graus dias de planta C
3
e C
4
, indicaram que podem haver mais fatores
ambientais determinando as TAlF em plantas tropicais, em relação às de clima
temperado.
4.5.2. Taxa de alongamento de colmo
A taxa de alongamento de colmo (TAlC) aumentou em função da OF (P<0,01)
(Figura 11). Esse aumento na TAlC pode ser justificado pela maior massa de forragem
nas maiores OF (Figura 7), provocando assim, sombreamento mútuo entre os perfilhos
acarretando em uma intensa competição por luz.
CARNEVALLI (2003), trabalhando com Panicum maximum cv. Mombaça
submetido a diferentes regimes de desfolhação, demonstrou a relação entre a
interceptação luminosa (IL) e a TAlC. Nesse trabalho, a autora mostra uma
intensificação no alongamento de colmo após o dossel interceptar 95% da radiação
incidente. CÂNDIDO et al. (2005) também demonstram que quando se aumenta o
período de descanso de uma pastagem, há aumento da IL, refletindo assim numa maior
competição por luz entre indivíduos. Como conseqüência, os autores observaram
intensificação no alongamento de colmo. Desta forma, pode-se supor que no presente
trabalho, nas maiores OF, possivelmente a IL pelo dossel tenha atingido valores
superiores a 95%, justificando assim os valores obtidos.
37
y = 0,0917x + 0,9383
R
2
= 0,947
0
0,5
1
1,5
2
2,5
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
TAlC (mm/dia/perfilho)
Figura 11: Taxa de alongamento de colmo (TAlC) de Brachiaria brizantha cv. Marandu
em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas sob pastejo
intermitente, no período das águas.
O intenso alongamento de colmo nas ofertas de forragem mais generosas foi o
provável responsável pelo acréscimo nas alturas de pós-pastejo ao longo dos
sucessivos pastejo. Sendo assim, pode-se inferir que o acúmulo de massa de forragem
observado nas maiores OF foi devido principalmente ao acúmulo de colmos,
proporcionando assim, menor relação folha/colmo na MVS de pastos manejados com
altas OF, prejudicando a estrutura do dossel.
Houve efeito do CP na TAlC (P<0,0001) ( Figuras 12 e 13). Os CP intermediários
foram os que apresentaram maiores TAlC 2,89 e 2,04 mm/dia/perfilho no segundo e
terceiro CP, respectivamente. A maior TAlC no segundo e terceiro CP pode ser
justificada pela maior densidade populacional de perfilhos (DPP), juntamente com maior
número de folhas vivas (NFV) por perfilho neste período, visto que, estas duas variáveis
tem relação positiva com IAF. Deste modo, espera-se um maior IAF nestes períodos,
que aumentaria a IL, acarretando em uma acentuada competição por luz, refletindo em
maior alongamento do colmo. As tendências observadas para a TAlC expressa em dias
ou em graus-dias foram semelhantes, assim como obtido para TAlF.
38
0,6 d
2,9 a
2,0 b
1,3 c
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TAlC (mm/dias/perfilho)
Figura 12: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de colmo de Brachiaria
brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o
período das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento
(CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(P>0,05).
0,12 c
0,19 b
0,26 a
0,06 c
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TAlC (mm/graus-dias/perfilho)
Figura 13: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de alongamento de colmo de Brachiaria
brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período
das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
39
4.5.3. Taxa de senescência
Não houve efeito significativo para a taxa de senescência (TS) em função das
OF e dos CP (P>0,05). A média encontrada para TS foi de 3,83 mm/dia/perfilho.
Embora não tenha sido constatado efeito significativo da OF na TS, observou tendência
de aumento (P=0,08) desta variável nas maiores OF. As médias obtidas foram de 3,22
e 4,65 mm/dia/perfilho para as OF de 4 e 13% do PV, respectivamente, que
corresponde a um aumento de 44,4% entre a menor e a maior OF estudada. Este
aumento pode ser devido ao acréscimo na massa de forragem nas maiores OF (Figura
7) e consequentemente maior competição por luz nestes tratamentos.
PETERNELLI (2003) em pastagens, com a mesma gramínea, manejadas
diferentes OF (5 a 20% do PV), com período de descanso de 28 dias, encontrou
acréscimo linear da TS em função da OF. Os valores observados pelo autor variaram
de 7,6 a 15,1 mm/dia/perfilho, maiores que os obtidos no presente trabalho.
CARNEVALLI (2003) mostrou a intensificação da TS após o dossel interceptar 95% da
radiação fotossinteticamente ativa. Este comportamento pode explicar a menor TS no
presente trabalho, em comparação ao realizado por PETERNELLI (2003), visto que
neste trabalho o período de descanso foi de 21 dias. PEDREIRA (2006) em estudo com
Brachiaria. brizantha cv. Xaraés, a uma altura de resíduo de 15 cm, observou um
período de descanso médio de 22 dias para que o dossel interceptasse 95% da
irradiação fotossinteticamente ativa. Desta forma, pode-se inferir que dosséis
manejados com as maiores OF tenham atingindo 95% de IL e por um período menor
em relação ao trabalho realizado por PETERNELLI (2003) de 28 dias. Verifica-se então
que, o período de descanso deve ser variável em função da época do ano e da OF, de
modo que, a entrada dos animais em uma pastagem aconteça quando a IL for igual a
95%. No entanto, há a necessidade de trabalhos associando IL com oferta de forragem,
devido a grande escassez na literatura desse tipo de estudo.
40
4.5.4. Taxa de aparecimento de folha e filocrono
As Taxas de aparecimento de folha (TApF) e filocrono não variaram com a OF
(P>0,05), mas, houve efeito dos CP (P<0,0001). A interação OFxCP não foi significativa
(P>0,05).
No segundo e terceiro CP obteve-se os maiores valores (0,11 e 0,12
folhas/dia/perfilho ou 0,009 e 0,011 folhas/graus-dias/perfilho, respectivamente) para
esta variável (Figuras 14 e 15), enquanto que os menores foram observados no
primeiro e ultimo (CP 0,08 folhas/dia/perfilho ou 0,007 e 0,006 folhas/gruas-
dias/perfilho, respectivamente). Esta variação ocorrida na TApF pode ser justificada
pela resposta obtida da TAlF em função dos CP. Verifica-se assim, que folhas
sucessivas, aparecendo em níveis de inserção próximos, mas sob diferentes taxas de
alongamento, que são suportadas pelas variações das condições ambientais e
suprimento adicional de nitrogênio por meio da adubação, (item 4.5.1.), estabeleceram
diferenças na TApF.
0,08 b
0,11 a
0,12 a
0,08 b
0
0,05
0,1
0,15
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TApF (folhas/dia/perfilho)
Figura 14: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de aparecimento de folha de Brachiaria
brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o
período das águas. dias seguidas da mesma letra, em cada
tratamento (CP) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade (P>0,05).
41
0,007 b
0,009 a
0,011 a
0,006 b
0
0,002
0,004
0,006
0,008
0,01
0,012
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
TApF (folhas/graus
dias/perfilho)
Figura 15: Efeito do ciclo de pastejo na taxa de aparecimento de folha de Brachiaria
brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período
das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
Nos CP intermediários foram encontrados os menores períodos necessários para
aparecimento de duas folhas consecutivas, 9,39 e 9,03 dias no segundo e terceiro CP,
respectivamente (Figuras 16 e 17). Estes valores são maiores que os obtidos por
CORSI et al. (1994), para mesma gramínea forrageira, que variaram de 5,3 a 6,7
dias/folha. No entanto, o semelhantes aos valores encontrados por GONÇALVES
(2002) em lotação contínua no período do verão, os quais variaram de 7,4 a 13,0
dias/folha nos meses de novembro a fevereiro, e aos observados por PETERNELLI
(2003) em pastejo intermitente os quais variam de 8,1 a 10,7 dias/folha. Esse autor
também não observou efeito da OF no filocrono.
A relação funcional entre TAlF e o Filocrono (SBRISSIA, 2004), é uma possível
explicação para os dados obtidos. Esta relação é de natureza exponencial de modo
que, para altas taxas de alongamento foliar, acima de 13 mm/dia/perfilho, o filocrono
tendeu a se estabelecer por volta de 9 a 12 dias/folha/perfilho, mostrando assim que os
valores encontrados estão dentro do esperado.
42
12,8 a
9,4 b
9,0 b
13,6 a
2
4
6
8
10
12
14
16
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
Filocrono(dias/folha/perfilho)
Figura 16: Efeito do ciclo de pastejo no filocrono de Brachiaria brizantha cv. Marandu
manejada sob pastejo intermitente, durante o período das águas. Médias
seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
139,6 a
109,6 b
97,8 b
152,8 a
0
50
100
150
200
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
Filocrono (graus-
dias/folhas)
Figura 17: Efeito do ciclo de pastejo no filocrono de Brachiaria brizantha cv. Marandu
manejada sob pastejo intermitente, durante o período das águas. Médias
seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (P>0,05).
43
4.5.5. Duração de vida da folha
Para a característica duração de vida da folha (DVF) (Figura 18) constatou-se
efeito significativo apenas para os CP (P<0,0001). Os valores variaram de 36,83 a
48,63 dias, e, no terceiro ciclo de pastejo observou-se a menor DVF. Estes valores
estão próximos aos valores obtidos por Corsi et al. (1994) para Brachiaria brizantha,
que variaram de 37 a 47 dias e por GOMIDE et al. (1997) para Brachiaria decumbens,
cuja variação foi de 35,5 a 50 dias. Os valores da DVF no presente estudo, expressos
em graus dias, variaram de 400 a 547 graus dias, verificando a mesma tendência
ilustrada na Figura 18.
47,2 ab
42,3 b
36,8 c
48,6 a
15
30
45
60
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
DVF (dias/folha/perfilho)
Figura 18: Efeito do ciclo de pastejo na duração de vida da folha de Brachiaria brizantha
cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período das
águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
HODGSON, (1990) demonstrou o sincronismo entre o aparecimento de uma
folha jovem e morte de outra mais velha. Portanto, considerando uma planta totalmente
desfolhada o tempo de DVF é o tempo necessário para que este sincronismo aconteça.
Assim períodos de descanso maiores que a DVF implicam em grandes perdas por
44
senescência. No presente estudo, em todos os CP a DVF foi maior que o período de
descanso, o qual foi de 21 dias. Sendo assim, pode-se inferir que a primeira folha
expandida após o término do pastejo anterior, não entrou em processo de senescência
durante o CP estudado. Este fato pode ser uma possível explicação para as baixas
taxas de senescência obtidas neste trabalho. No entanto houve senescência das folhas
que não foram removidas por completo durante o pastejo. A variação encontrada ao
longo dos CP indica que, períodos de descanso baseado no número de dias fixos, está
sujeito a grande prejuízos no acúmulo de forragem, principalmente devido a
intensificação do processo de senescência (PEDREIRA, 2006)
A DVF foi calculada por meio de multiplicação entre o filocrono e o NFV (Eq. 3).
Em ambas as características foram encontrados efeito dos CP, no entanto, as
características filocrono e NFV tiveram tendências opostas. Desta forma, verificou-se
tendência da DVF similar à encontrada para o filocrono, mostrando assim, que esta
característica tem maior relação com duração de vida da folha, do que o NFV.
4.5.6. Número de folhas vivas
O número de folhas vivas (NFV) variou apenas em função dos CP (P<0,0001).
Não foi constatado efeito significativo para OF e a interação OFxCP (P>0,05). No
segundo ciclo de pastejo, foi verificado maior NFV, seguindo pelo terceiro CP e pelo
primeiro e quarto, as quais não diferiram entre si (Figura 19). Os valores variaram de
3,6 a 4,51 folhas/perfilho. CORSI et al. (1994) relataram valor de 7 folhas/perfilho para
capim-marandu, porém, estes autores contabilizaram as folhas emergentes, o que não
ocorreu no presente trabalho, onde apenas as folhas expandidas foram contabilizadas
como folhas vivas. Sendo assim, uma proximidade entres os valores relatados, pois
o capim-marandu tem em média de 1,2 a 1,8 folhas emergentes por perfilho. GOMIDE
et al (1997) encontraram valores próximos a 5 folhas/perfilho em Brachiaria brizantha.
45
3,6 c
4,1 b
4,5 a
3,7 c
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
NFV(folhas/perfilho)
Figura 19: Efeito do ciclo de pastejo no numero de folhas vivas de Brachiaria brizantha
cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período das
águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
Sabe-se que o NFV é relativamente constante para cada genótipo, ou seja,
quando uma folha senesce surge uma nova folha no mesmo perfilho (HODGSON
1990), desde que o perfilho não esteja em crescimento inicial. Nesse caso, o número de
folhas expandidas é igual ao número de folhas verdes, porém, quando se inicia o
processo de senescência de folhas o número de folhas expandidas é progressivamente
maior que o NFV, que tende a se manter constante (GOMIDE & GOMIDE 2000).
O NFV é decorrente do limitado tempo de vida da folha e do aparecimento de
novas folhas (CHAPMAN & LEMAIRE 1993), que é determinado por características
genéticas, é influenciado pelas condições ambientais e principalmente pelo suprimento
de nitrogênio (ALEXANDRINO et al. 2004). Assim, é possível justificar o efeito dos CP,
visto que a segunda aplicação de N foi realizada no inicio do segundo CP.
4.5.7. Comprimento final da folha
O comprimento final da folha (CFF) não foi alterado em função das OF (P>0,05),
a média obtida foi de 205,3 mm. Porém, verificou-se uma tendência (P=0,06) de
aumento linear nesta variável nas maiores ofertas de forragem. A média geral
46
encontrada para o tratamento de 4 % do PV foi de 194,0 mm e na maior OF esta média
foi de 210,5 mm.
O CFF (Figura 20) aumentou com avanço dos CP (P<0,0001), a interação
OFxCP o foi significativa (P>0,05). De acordo com GOMIDE & GOMIDE (1999), a
CFF é afetada principalmente pelo comprimento do pseudocolmo (envoltório de
bainhas). Assim, quanto maior o comprimento do pseudocolmo maior o espaço
percorrido pela folha para terminar o crescimento, consequentemente maior CFF.
Apesar do comprimento do pseudocolmo não ter sido avaliado neste experimento,
pode-se inferir que o alongamento do colmo está relacionado com o tamanho do
pseudocolmo, desde que a planta não esteja em estádio reprodutivo. Porém, o
alongamento do colmo em um CP reflete no comprimento do pseudocolmo no CP
subseqüente. Desta forma é possível explicar o resultado obtido para CFF. Essa
mesma explicação pode ser utilizada para explicar a tendência de aumento do CFF nas
maiores OF, visto que a TAlC aumentou linearmente com aumento da OF (Figura 11).
198,6 bc
186,2 c
223,5 a
212,8 ab
150
165
180
195
210
225
240
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
CFF (mm)
Figura 20: Efeito do ciclo de pastejo no comprimento final da folha (CFF) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo intermitente, durante o período
das águas. Médias seguidas da mesma letra, em cada tratamento (CP) o
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
47
4.5.8. Densidade populacional de perfilhos
A densidade populacional de perfilhos vegetativos (DPPv) e reprodutivos (DPPr)
e totais (DPPt) variaram em função da OF (P<0,05) e do CP (P<0,0001). No entanto,
apenas para DPPv a interação OFxCP foi significativa (P<0,05). Ao analisar o efeito da
OF em cada CP (Tabela 10) não foi encontrado efeito (P>0,05) para as OF na DPPv,
porém foram observados efeitos do CP diferentes em cada OF (P<0,0001).
Com exceção da OF de 4% do PV, a DPPv aumentou (P<0,05) no segundo
pastejo em relação ao primeiro. Embora não tenha sido verificado efeito do CP na DPPv
na OF de 4% do PV, observou-se a mesma tendência obtida nas outras OF. Este
aumento ocorreu, possivelmente, em resposta à aplicação de nitrogênio, visto que o
suprimento de N tem efeito positivo sobre o perfilhamento (FAGUNDES et al. 2006b). A
redução na DPPv na OF de 7% do PV foi em função do intenso florescimento neste
tratamento durante este CP (Figuras 22 e 23), visto que não houve interação entre
CPxOF para a densidade populacional de perfilhos totais (vegetativos e reprodutivos).
Tabela 10: Densidade populacional de perfilhos vegetativos (DPPv) de Brachiaria
brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem em cinco ciclos de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o
período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
------------------- perfilhos/m
2
-------------------
1 1025 Aa 787 Ba 1104 Ba 756 Ba 16,1
2 1913 Aa 1493 Aa 1929 Aa 1159 ABa 18,2
3 1639 Aa 1696 Aa 1234 Ba 1623 Aa 19,9
4 1058 Aa 1417 Aa 1371 Ba 996 ABa 14,5
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
48
Ao analisar o efeito da OF isoladamente, (Figura 21) observou-se decréscimo
linear (P<0,05) na DPPv. Nas condições experimentais, foi observada redução de 25,6
perfilhos/m
2
para cada unidade percentual do PV aumentado na OF. PETERNELLI
(2003) em estudo com a mesma gramínea com diferentes OF, também encontrou
resultado semelhante, com redução de 38,1 perfilhos/m
2
para aumento de uma unidade
percentual na OF. Isto pode ser justificado pela maior altura do dossel, tanto no pós
como no pré-pastejo, nos tratamentos de maiores OF, visto que, pastos mantidos mais
altos tem menor densidade populacional de perfilhos (PARSONS et al. 1983; BIRCHAM
& HODGSON, 1983; MATTHEW et al. 1995). A baixa intensidade luminosa incidente na
base do dossel, é um dos principais fatores que pode interferir no perfilhamento.
SBRISSIA (2004) trabalhou com o capim-marandu, em áreas manejadas em lotação
continua com carga variável em diferentes alturas do dossel e encontrou maiores taxas
de aparecimento de perfilhos em pastos mantidos com menor altura em relação a
dosséis mantidos com maior altura. O autor justifica este fato pela maior incidência de
luz na base do dossel e pelas maiores taxas de aparecimento de folhas verificadas sob
aquelas condições.
y = -25,567x + 1542,1
R
2
= 0,5711
1000
1150
1300
1450
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
DPPv (perfilhos/m
2
)
Figura 21: Densidade populacional de perfilhos vegetativos (DPPv) de Brachiaria
brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, no período das águas.
49
A DPPr aumentou de forma quadrática (P<0,01) em função da oferta de
forragem (Figura 22). Na maior pressão de pastejo, obteve-se melhor controle dos
perfilhos reprodutivos. Assim, verificou-se que a maior intensidade de pastejo
provavelmente provocou maior decapitação dos perfilhos antes que estes atingissem o
estádio reprodutivo (CASAGRANDE et al 2004).
y = -1,9383x
2
+ 36,547x - 67,994
R
2
= 0,7607
0
50
100
150
200
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
DPPr(perfilhos/m
2
)
FIGURA 22: Densidade populacional de perfilhos reprodutivo (DPPr) de Brachiaria
brizantha cv Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, no período das águas.
Não foi constatado nenhum perfilho reprodutivo nos primeiro CP. O corte de
uniformização, que ocorreu na fase pré-experimental, propiciou uma grande renovação
da população de perfilhos, e desta forma, esses novos perfilhos não atingiram o estádio
reprodutivo.
Com a sucessão dos CP observou-se acréscimo na DPPr, sendo observado no
terceiro CP a maior densidade de perfilhos reprodutivos (193,8 perfilhos/m
2
). A alta
DPPv no CP anterior, aliado ao estímulo da aplicação de N, provavelmente intensificou
o processo de desenvolvimento dos perfilhos. Consequentemente, maior número de
perfilhos atingiram o estádio reprodutivo no terceiro CP. No último CP houve redução da
DPPr devido a morte de perfilhos, sendo assim, confirmada pela redução da DPPt.
50
0 c
47,6 bc
193,8 a
81,8 b
0
50
100
150
200
250
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
DPPr (perfilhos/m
2
)
Figura 23: Efeito do ciclo de pastejo na densidade populacional de perfilhos reprodutivo
(DPPr) de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra,
em cada tratamento (OF) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância (P>0,05).
A DPPt ajustou-se em um modelo linear do segundo grau (P<0,05) em função da
OF (Figura 24). Houve acréscimo da DPPt até o ponto de máxima obtido na OF de 7,1
% do PV. Em OF maiores, houve redução da densidade de perfilhos. A redução
acentuada da DPPt na maior OF pode ter ocorrido devido à maior altura constatada
neste tratamento (Figura 6), que provavelmente aumentou a interceptação de luz pelo
dossel. Consequentemente, a quantidade de luz incidente na base deste dossel foi
inferior. Desta forma, o desenvolvimento das gemas basais, nestas condições, poderia
ser prejudicado, reduzindo assim o perfilhamento (CHAPMAN E LEMAIRE 1993). Os
dados do presente trabalho também estão de acordo com SKINNER & NELSON (1992)
as quais salientaram que o perfilhamento, em condição de dosséis muito densos, é
inferior ao potencial determinado pela TApF, em função do efeito de forte competição
entre indivíduos por assimilados e luz.
51
y = -7,9167x
2
+ 112,75x + 1108,4
R
2
= 0,7235
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
DPPt(perfilhos/m
2
)
Figura 24: Densidade populacional de perfilhos totais (DPPt) de Brachiaria brizantha cv
Marandu em função da oferta de forragem, em pastagens manejadas sob
pastejo intermitente, no período das águas.
No primeiro CP foi obtido a menor DPPt durante todo período experimental
(Figura 25). No entanto, no segundo e terceiro CP foram constatados aumentos
significativos para essa variável. Provavelmente, esse fato foi causado em função do
efeito favorável da aplicação de nitrogênio sobre o perfilhamento, que ocorreu no inicio
do segundo CP (MORAES et al. 2006). Desta forma houve um aumento na DPPv no
segundo CP, e, este aumento foi o responsável pela alta densidade de perfilhos totais
(vegetativos + reprodutivos). No terceiro pastejo, houve um intenso aumento na DPPr
(Figura 23), mantendo a densidade de perfilhos constante neste períodos. No entanto,
verificou-se redução desta variável no ultimo CP, possivelmente causado pela morte
acentuada desses perfilhos.
52
918 c
1671 a
1742 a
1292 b
0
500
1000
1500
2000
CP 2 CP 3 CP 4 CP 5
Ciclo de Pastejo
DPPr (perfilhos/m
2
)
Figura 25: Efeito do ciclo de pastejo na densidade populacional de perfilhos totais
(DPPt) de Brachiaria brizantha cv. Marandu manejada sob pastejo
intermitente, durante o período das águas. Médias seguidas da mesma letra,
em cada tratamento (OF) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância (P>0,05).
4.6. Dinâmica de acúmulo de forragem
As variáveis taxa de crescimento de folha (TCf), taxa de crescimento de colmo
(TCc), taxa de crescimento (TC) e taxa de acúmulo (TAF) variaram em função dos CP
(P<0,0001) e da interação OFxCP (P<0,05). No entanto, em nenhuma delas foi
observado o efeito da OF (P>0,05). Para a taxa de senescência de folha (TSF) o foi
constatado efeito significativo (P>0,05) em nenhum fator estudado, o fato dessa variável
não ter sido significativa provavelmente foi em função do alto coeficiente de variação
(CV = 57,1%) obtido para esta variável.
Não foi observado efeito da OF no primeiro e no terceiro CP (Tabela 11), sendo a
média destes períodos de 59,0 e 150,5 kg/ha/dia de massa de folha, respectivamente.
No segundo CP houve efeito da OF na TCf. Houve maior crescimento de folha em
pastos mantidos com menor OF, não diferindo das OF de 7 e 10 % do PV.
Provavelmente, a DPPv, a qual foi 35% maior no tratamento de 4 % do PV em relação
53
ao tratamento de 13% do PV de OF, justifica a resposta da TCf nesse CP, visto que a
TAlF não variou em função da OF.
Tabela 11: Taxa de crescimento de folhas (TCf) de Brachiaria brizantha cv. Marandu em
função da oferta de forragem em quatro ciclos de pastejo, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
--------------------------kg/ha/dia--------------------------
1 57,2 a B 51,2 a B 69,9 a B 57,6 a B 14,2
2 156,6 a A 117,5 ab AB 150,9 abA 82,1 b B 21,2
3 141,3 a A 179,2 a A 123,8 a AB 157,6 a A 28,3
4 55,6 b B 92,8 a B 82,1 ab B 59,4 b B 14,5
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
No ultimo CP, também foi verificado efeito da OF na TCf (P<0,05), que foi
ajustado em um modelo quadrático (P<0,05) (Figura 26). O crescimento de folha
aumentou com o acréscimo da OF até o ponto de máxima, observado na OF de 8,5 %
do PV. A tendência de aumento da DPPv, embora não significativa (P>0,05), observada
no ultimo CP nas OF intermediaria (7 e 10% do PV), pode ser uma possível explicação
para o efeito encontrado nesta variável, visto que não houve diferença na TAlF. Outra
possível justificativa é que a maior densidade de perfilhos, possivelmente gerou um
maior IAF (CHAPMAN E LEMAIRE 1993). Sendo assim, um maior IAF, promove
acréscimo na IL e consequentemente maiores taxas de fotossíntese bruta, refletindo no
crescimento de folhas. A redução na TCf na maior OF, possivelmente ocorreu devido a
maior massa de forragem obtida neste tratamento (Figura 7) que possivelmente causou
um aumento nas perdas por respiração (PARSONS et al. 1983). Outra justificativa para
54
redução desta variável em altas OFs é o deslocamento de assimilados para o intenso
alongamento de colmo observados nestas OFs (Figura 11).
y = -2,3028x
2
+ 40,237x - 54,409
R
2
= 0,9024
0
20
40
60
80
100
120
140
1 4 7 10 13
Oferta de forragem (% do PV)
Taxa de crescimento de folha
(kg/ha/dia)
Figura 26: Taxa de crescimento de folhas (TCf) de Brachiaria brizantha cv. Marandu em
função da oferta de forragem, no quarto ciclo de pastejo, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, no período das águas.
As médias da TCc obtidas durante o período experimental estão ilustradas na
Tabela 12. A TCc aumentou linearmente no primeiro CP (Figura 27) em função da OF,
no entanto, o incremento na TCc foi baixo, de 0,17 kg/ha/dia de massa de colmo para
cada unidade acrescida na OF. No segundo CP foi constatado intenso crescimento de
colmo na OF de 10 %do PV. Embora, tenha sido verificado efeito da OF, os dados não
ajustaram nos modelos linear e quadrático (P>0,05). Nos demais CP o foi observado
efeito das OF na TCc, mesmo sendo encontrado acréscimo linear na TAlC em função
da OF. No entanto, a resposta obtida para DPP que decresceu com aumento OF, pode
justificar a ausência de efeito da TCc em função da OF.
55
Tabela 12: Taxa de crescimento de colmo (TCc) de Brachiaria brizantha cv. Marandu
em função da oferta de forragem em quatro ciclos de pastejo, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das
águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
--------------------------kg/ha/dia--------------------------
1 3,7 b B 6,7 ab B 5,9 b B 12,7 a B 32,0
2 57,0 abA 50,3 ab A 103,4 a A 47,4 b A 29,7
3 42,0 a AB 47,8 a A 34,0 a B 50,8 a A 25,9
4 11,0 a B 30,9 a A 26,3 a B 23,2 a AB 37,17
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
y = 0,8733x - 0,1733
R
2
= 0,77
0
2
4
6
8
10
12
14
0 5 10 15
Oferta de forragem (% do PV)
Taxa de crescimento de
colmo (kg/ha/dia)
Figura 27: Taxa de crescimento de folhas (TCc) de Brachiaria brizantha cv. Marandu em
função da oferta de forragem, no primeiro ciclo de pastejo, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, no período das águas.
Para a TC (Tabela 13) e a TAF (Tabela 14) foi observado a mesma tendência de
resposta em função da OF. Visto que houve ausência de efeito (P>0,05) da TSf em
56
função dos fatores estudados. Em ambas as características houve efeito da OF
(P<0,05) no segundo e no quarto CP. No demais CP não foi observado efeito da
intensidade de pastejo. FAGUNDES et al. (1999), o encontraram efeito da
intensidade de pastejo sobre o acúmulo de forragem, em pastagens de Cynodon ssp.
No entanto, PINTO et al. (2001) verificaram maior acúmulo de forragem, em pastagens
de Tifton 85, mantida em alturas variando de 15 a 20 em relação as manejadas a 5 e 10
cm de altura. No segundo CP verificou-se maior crescimento de forragem em pastos
manejados com 10 % do PV de OF. Esse resultado ocorreu devido a maior TCc nesta
OF durante este período. Com isso, nesse tratamento, possivelmente houve
estreitamento da relação folha/colmo, alterando as características quantitativas e
qualitativas do dossel forrageiro podendo interferir no desempenho animal. No último
pastejo, observou-se efeito linear do segundo grau (P<0,05) na TC e TSF em função da
OF (Figura 28). Os pontos de máximas obtidos para a TC e TAF foram de 8,7 e 8,4 %
do PV, próximo ao ponto de xima obtido para a TCf, o que era esperado visto que
não houve efeito da OF nas TCc e TSf, nesse período.
Tabela 13: Taxa de crescimento de forragem (TC) de Brachiaria brizantha cv. Marandu
em função da oferta de forragem em quatros ciclos de pastejo, em
pastagens manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das
águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
--------------------------kg/ha/dia--------------------------
1 60,9 a B 58,0 a C 75,8 a B 70,3 a B 13,4
2 213,5 ab A 167,9 ab A 254,3 a A 129,6 b AB 22,4
3 183,0 a A 226,9 a AB 157,8 a AB 208,4 a A 25,9
4 66,6 c B 123,7 a BC 108,4 ab B 82,6 bc B 15,2
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
57
Tabela 14: Taxa de acúmulo de forragem (TAF) de Brachiaria brizantha cv. Marandu em
função da oferta de forragem em quatro ciclos de pastejo, em pastagens
manejadas sob pastejo intermitente, durante o período das águas.
Oferta de Forragem (% do PV) Ciclos de
Pastejo
4 7 10 13
CV%
--------------------------kg/ha/dia--------------------------
1 39,9 a B 38,5 a B 54,3 a C 47,1 a B 24,3
2 173,0 ab A 117,7 b AB 227,9 a A 105,1 b AB 21,0
3 153,0 a A 197,0 a A 132,0 a B 174,0 a A 30,4
4 51,8 ab B 92,2 a B 81,0 ab BC 51,0 b B 21,5
Médias seguidas da mesma letra minúscula linha e maiúscula na coluna o diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade (P>0,05).
TAF = -1,9556x2 + 32,791x - 46,436
R2 = 0,96
TC = -2,3028x2 + 40,237x - 54,409
R2 = 0,90
0
20
40
60
80
100
120
140
1 4 7 10 13
Oferta de Forragem (% do PV)
Taxa dos processos
(kg/ha/dia)
Figura 28: Taxa de crescimento (TC, ) e acúmulo de forragem (TAF, ) de Brachiaria
brizantha cv. Marandu em função da oferta de forragem, no quarto ciclo de
pastejo, em pastagens manejadas sob pastejo intermitente, no período das
águas.
Com exceção da TSf, onde não se verificou efeito (P>0,05) dos fatores em
estudo, todas as outras variáveis que determinam a dinâmica de acúmulo de forragem
58
foi verificado maiores valores nos CP intermediários (segundo e terceiro). Da mesma
forma, observou-se nos CP intermediários efeito positivo em todas as características
morfogênicas e estruturais, mostrando que estas variáveis têm grande influência sobre
a dinâmica de acúmulo de forragem. Assim sendo, o estudo destas variáveis possibilita
o entendimento de vários fatores que são responsáveis pela maior ou menor produção
de forragem, as quais determinam o potencial de produção animal em sistemas de
pastagem, visando o aumento da lucratividade da pecuária nacional.
59
5. CONCLUSÃO
Maior intensidade de pastejo promove controle na massa de forragem e,
consequentemente, reduz o alongamento de colmo.
O componente colmo contribui significativamente para a produção de forragem e
necessita ser melhor estudado com relação a suas características quantitativas e
qualitativas do pasto, para fins de otimizar a produção animal.
Oferta de forragem ao redor de 8 % do PV parece ser a mais indicada para o
manejo de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em sistema de pastejo
intermitente.
60
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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