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JUSSARA KARINA BERNARDON
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES
FÍSICO-MECÂNICAS DE DIFERENTES RESINAS
COMPOSTAS
Florianópolis
2007
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JUSSARA KARINA BERNARDON
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES
FÍSICO-MECÂNICAS DE DIFERENTES RESINAS
COMPOSTAS
.
Florianópolis
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade Federal
de Santa Catarina como requisito para a obtenção do
título de Mestre em Odontologia, área de
concentração em Dentística.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri
Co-Orientador: Prof. Dr. Luiz Clovis Cardoso Vieira
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JUSSARA KARINA BERNARDON
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DE
DIFERENTES RESINAS COMPOSTAS.
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de MESTRE EM
ODONTOLOGIA - ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DENTÍSTICA
e aprovada em sua forma
final pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Florianópolis, 09 de março de 2007.
Prof. Dr. Ricardo de Souza Vieira
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri
Orientador
Prof. Dr. Guilherme Carpena Lopes
Membro
Profa. Dra. Elaine Vilela Maia
Membro
4
...É ter sensibilidade para
expressar "eu preciso de você”. É
ter capacidade de dizer "eu te
amo". É ter humildade da
receptividade.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que
você ama.
Jamais desista dos seu sonhos..
Jamais desista de ser feliz, pois a
vida é um espetáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas
de fatores que demonstrarem o
contrário.
Pedras no caminho? Guardo
todas... Um dia vou construir um
castelo!
Fernando Pessoa
PALCO DA VIDA
Ser feliz não é ter um céu sem
tempestade, caminhos sem
acidentes, trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão,
esperança nas batalhas, segurança
no palco do medo, amor nos
desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o
sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso,
mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos
aplausos, mas encontrar alegria no
anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a
pena viver, apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da
própria história. É não ter medo dos
próprios sentimentos. É saber falar
de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para
receber uma crítica, mesmo que
injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança
livre, alegre e simples, que mora
dentro de cada um de nós. É ter
maturidade para falar "eu errei". É
ter ousadia para dizer "me perdoe..".
5
A Deus,
Por andar à minha frente enquanto buscava o caminho,
Por andar ao meu lado, quando já tinha encontrado,
Por me carregar nos braços quando estive na eminência de
perder o rumo...
Obrigada pelas provas concretas da Sua existência,
Pelos anjos que conheci,
Pela certeza de que enquanto correto eu andar, nada me
faltará!
Sem VOCÊ eu nada seria!
6
A vocês, meu porto seguro, eu dedico este trabalho, como forma de
agradecer e dizer que valeu a pena todo o esforço para juntos
realizarmos este sonho!!!!
À minha mãe Terezinha,
Por toda dedicação e renúncia para que eu conseguisse
chegar até aqui. Quantos risos compartilhados, dores divididas,
sonhos realizados, resultado de um amor incondicional, fonte
inesgotável de incentivo e razão de viver; de intensidade tal
capaz de superar os desafios mais brutais.
Por ser Pai, Mãe Amiga, Conselheira e dona de uma
sabedoria única sobre VIDA! Quem dera um dia, eu chegar a
seus pés... meu mundo, minha vida, meu orgulho, obrigada por
ter me apoiado sempre!
EU TE AMO!
Ao meu irmão Jairo,
Que desde sempre foi meu ‘guarda-costas”...
Obrigada pelo mimo, pela proteção, pelo cuidado, pela
preocupação em me tornar assertiva, por me auxiliar nas
decisões, por administrar minhas coisas, por entender
minha ausência... saiba que mesmo longe estive mais perto
do que você possa imaginar!
EU AM
O VOCÊ
!
Ao meu Pai (in memoriam)
A saudade é grande, mas compreensível ....
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Dedico este trabalho também ao meu orientador,
Professor Dr. Luiz Narciso Baratieri
Como forma de agradecer humildemente a confiança em
mim depositada, os desafios e as oportunidades. Cada página
deste trabalho é fruto do incentivo que encontrei todas às vezes
que procurei sua orientação, mesmo quando foi além do
meramente acadêmico. Embora a palavra obrigada e seus
sinônimos sejam insuficientes para expressar minha gratidão é
o máximo e o mínimo que encontro para dizer-lhe, de forma
simples, obrigada! Muito obrigada por estar sempre por perto!
Suas atitudes são, para mim, exemplos a seguir!
8
A Disciplina de Dentística da UFSC o meu sincero muito obrigada!
A oportunidade de realizar um sonho e a forma carinhosa com que sempre
me trataram permanecerá marcada em meu coração; só pessoas especiais como
vocês seriam capazes de amenizar a dureza dessa jornada, durante a qual
abdicamos de pessoas e coisas que amamos em busca do crescimento
profissional. Muito me orgulha estar no meio de GRANDES HOMENS nesta fase
de crescimento profissional, amadurecimento pessoal, e solidificação do meu
caráter. Minha admiração e respeito!
Ao professor Dr. Luiz Narciso Baratieri, mais uma vez meu muito
obrigada!
Ao professor Dr. Luiz Clovis Cardoso Vieira, meu co-orientador, pela
confiança em mim depositada, pelos ensinamentos, atenção e paciência desde a
época da graduação. Obrigada pela convivência alegre e demonstração de
carinho em cada brincadeira...
Ao pofessor Dr Sylvio Monteiro Júnior, pela responsabilidade e desafios.
Trabalhar ao seu lado no laboratório foi um aprendizado único do que é ser
professor, no sentido mais amplo da palvra.
Ao professor Dr Mauro Amaral Caldeira de Andrada, exemplo de
generosidade, organização e dedicação. Obrigada pela preocupação constante e
disposição em ajudar.
Ao professor Dr. Élito Araújo, por tanta dedicação. É, o senhor tem razão,
paternidade e ensino se confundem ....minha eterna gratidão!
Ao professor Hamilton Pires Maia, pelos ensinamentos básicos de
materiais dentários que me possibilitaram entender de forma simples, a
grandiosidade do assunto deste trabalho; por estar ao meu lado sempre e
transmitir segurança para eu encarar esse desafio; por ter sido amigo... meu
eterno carinho!
Ao professor Cléo Nunes de Souza, pela atenção e palavras que foram
fundamentais para eu seguir em frente. Serei eternamente grata!
Ao professor João Roberto Sanford Lins, por compartilhar todas as suas
experiências durante o ano de estágio para a docência, por seu carinho e atenção,
que foram primordiais na minha caminhada.
Ao professor César Alves de Andrade, cuja presença e conduta traduzem
o amor ao ensino.
À Léa e ao Richard, funcionários da disciplina de Dentística, pela forma
carinhosa que me receberam e pela presteza que sempre me atendem!
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À professora Dra. Elaine Vilela Maia, por dedicar tempo e conhecimento
na leitura deste trabalho e assim contribuir para torná-lo ainda melhor. Obrigada
por, mesmo longe, estar tão presente em minha vida. Sua trajetória é, para mim,
incentivo a prosseguir sempre; minha admiração aumenta a cada ano... Você é
muito especial !
Ao professor Dr. Antônio Carlos Cardoso, de quem recebi a primeira
grande oportunidade que mudou o rumo da minha vida, serei eternamente grata!
Durante o estágio na oclusão, tive certeza daquilo que realmente eu queria ser e
fazer. Obrigada por acreditar que eu seria capaz, até quando eu mesma
duvidava.
Ao professor de Engenharia Mecânica Dr. Edson da Rosa, pela atenção,
doação e cordialidade nas inúmeras vezes que precisei de sua ajuda. Obrigada
por permitir a realização dos ensaios no laboratório de Engenharia, sem que nada
me faltasse. Ter a confiança, amizade, carinho e o respeito de um ser humano tão
digno é, para mim, motivo de muito orgulho.
Aos professores e amigos Mirian Marly Becker, Edson Medeiros de
Araújo Jr, Guilherme Carpena Lopes e Gilberto Arcari, cujo apoio e incentivo
foram fundamentais para que eu acreditasse e lutasse pela realização deste
sonho.
Aos agora doutores, Fabiano Marson, Fabiano Araújo, Isana, Luís,
Lizete, Mere, Naudi, Paula, Renata, Sérgio, pela agradável convivência e
disposição em ajudar. À Renata, também sou grata pelas sugestões.
Aos colegas de mestrado, Flávia, Fernando, Gustavo, Kazuza,
Leandro, Lessandro, Mônica, Luis, Tiago, pela competência e por todas as
atitudes!
Aos novos colegas Beatriz, Fábio, Letícia, Jackeline, Luciana, pela
simplicidade com que praticam a palavra amizade!
Aos alunos da nova turma de mestrado, Eduardo, Júnio, Luana, Lívia,
Marcelo, Max, Neimar, Renan, Scheila e Silvana por me fazerem sentir
especial... o carinho demonstrado diariamente serve de incentivo para trabalhar e
ajudar cada vez mais.
À amiga Kazuza com quem compartilhei grande parte dos minutos vividos
no curso. Quantas aventuras, inúmeras descobertas, troca de experiências,
quanto crescimento... Nos momentos difíceis, rezamos juntas e muito! Uma
amizade onde não se distinguia quem era quem; quantos me chamaram de
Kazuza... afinidade? Também, mas eu diria mais, muito mais... respeito, verdade
sempre, e muito diálogo; quanto choro, quanta maturidade... Obrigada por ter sido
suporte em momento difícil de minha vida! Ainda temos muito que aprender! Que
essa amizade dure toda a nossa existência!
À Letícia e Rodrigo pelo carinho e zelo nas etapas finais deste trabalho.
Lê, não tenho palavras para agradecer a ajuda, o incentivo, o brilho no olhar que
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traduzia sua empolgação ao ler mais uma etapa deste trabalho ... nasce aqui uma
grande e sincera amizade!
À Jacke, outra grande amizade que nasce com este trabalho, meu muito
obrigada por tudo!
Ao meu amigo-irmão Eduardo (DUDU), ser humano especial, pelo carinho,
respeito e cuidado quando mais precisei; pelas conversas e opiniões, enfim, por
tudo, minha eterna gratidão!
As amigas-irmãs de há muito Sabrine, Rebeca, Tati, Carol (Litle), Nana,
Fabíola, Fabi, que dão o verdadeiro sentido à palavra amizade. Cada
telefonema, cada encontro foi uma injeção de ânimo e alívio por saber que nunca
estaria só.
À Fê Boing, Cami e Gustavo (Paizão), ex-alunos que conquistaram lugar
de destaque no rol dos meus amigos, por estarem sempre por perto, pelo carinho,
respeito, compreensão e por terem auxiliado na execução de vários trabalhos,
inclusive este.
A Professora Dr. Lia Leal, alma generosa que amenizou a apereza da
correção gramatical com o carinho e comidinha de mãe.
Ao meu ANJO Rafa e sua mãe, pela presença acolhedora, proteção,
orientação e auxílio no meu crescimento espiritual, indispensável para alcançar o
que chamamos de FELICIDADE !!!
A inesquecível generosidade da Marisa, Élia, Vilma, Zilda, Soli, Tio
Selmo, Tia Eloirdes e Tia Neudite, pelo cuidado com minha mãe, permitindo-
me ficar ausente para concluir esta jornada.
Aos alunos de Pós-Graduação da Engenharia Mecânica da UFSC,
Henrique e Pedro, pelo auxílio constante na realização dos ensaios mecânicos e
cálculo dos resultados finais.
À empresa FGM, especialmente nas pessoas de Friedrich Mittelstãdt,
Bianca Mittelstãdt, Márcia Meier e Letícia Ferri, pela gentil doação da resina
composta Opallis, pela confiança depositada e presteza nas informações
necessárias para a realização deste trabalho.
Aos formandos de Odontologia da UFSC 2006/2, turma que lecionei
pela primeira vez, pelos momentos que passamos juntos, pela paciência, carinho,
amizade, respeito, que levarei para sempre na memória e no coração.
Aos alunos e estimados amigos Paty, Arina, Duda, Tamara, Déia,
Débora, Monique, Renato, Nortinho, Fernanda, Mariane, Marina, Amiel,
Guga, Digo, Leandro, Anabeli, Joaquim, Antonini, João Gustavo, Ana,
Cris, Juliana, Fesinha, Ângela, Márcia, Gabi e tantos outros, que fazem
tamanho esforço valer a pena... Obrigada pelos bons momentos!
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Aos amigos, colegas da pós-graduação, pelo companheirismo nas
disciplinas de núcleo comum. Em especial: Aline, César, Cleide, Magal, Maria
Helena e Rui pelos momentos de descontração, quanta risada!
À Rosângela e à Terezinha, funcionárias da Baratieri Clínica
Odontológica, pela presteza e carinho com que sempre me atenderam.
Às secretárias do Departamento de Estomatologia da Universidade Federal
de Santa Catarina, Renata, Valda e Luciane, sempre muito prestativas.
À secretária da Pós-Graduação em Odontologia Ana Maria Frondolozo
pela atenção dispensada.
A professora Liene Campos, pela revisão deste trabalho.
A bibliotecária Vera Ingrid pela revisão atenciosa da bibliografia e auxílio,
juntamente com a Márcia, na procura dos artigos utilizados.
Ao bacharel em estatística Caio Sena de Paula, pela análise dos
resultados e paciência no esclarecimento das dúvidas.
A todos os funcionários do curso de Odontologia da UFSC, em
especial à D.Talita (Clínica integrada), à D. Verônica (laboratório pré-clínica), ao
Laurinho (laboratório de pesquisa) e à Sônia, à Fátima e ao Carlos que foram
indispensáveis para o bom andamento da clínica, durante o estágio para a
docência.
Ao Fábio, funcionário da empresa Poli Brasil/SP, pela atenção e ajuda na
realização de um estudo piloto.
À Universidade de Taubaté (UNITAO), mormente a Professora de
Engenharia de Materiais Dra. Ana Paula Rosifini Alves e o funcionário
Aralto pela dedicação e auxílio na realização de alguns testes; e aos
Professores da Disciplina de Dentística, pelo recebimento cordial. Meu muito
obrigada!
Aos meus TIOS e PRIMOS...
Aos amigos mais distantes, que nem por isso se tornaram menos
importantes...
Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFSC.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste sonho.
A vocês MUITO OBRIGADA por serem personagens no palco da minha
vida!!!!
12
Para ser grande, sê inteiro: nada teu
exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
porque alta vive.
Ricardo Reis
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BERNARDON, Jussara Karina. Avaliação comparativa das propriedades físico-
mecânicas de diferentes resinas compostas. 2007. 114 f. Dissertação (Mestrado
em Odontologia – opção: Dentística) – Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a contração volumétrica e as propriedades
mecânicas de 6 compósitos híbridos [Opallis (OP), Filtek Z250 (FZ), Tetric Ceram
(TC), FillMagic (FM), EsthetX (EX), Charisma (CH)] e um nanocompósito [Filtek
Supreme (FS)]. O percentual de contração volumétrica de amostras com 15 μl de
volume (n=5) foi determinado usando um mecanismo de monitoramento por vídeo
imagem (Acuvol
, Bisco) após 10 min da fotopolimerização do compósito com
aparelho de luz halógena Optilux 501, com 600mW/cm², durante o tempo
recomendado pelo fabricante. Resistência à tração diametral, resistência flexural e
módulo de elasticidade foram determinadas seguindo a especificação nº 27 da ADA.
Para o teste de compressão, confeccionaram-se amostras com 3mm de diâmetro e
6mm de altura. Os testes ANOVA e Tukey (p<0,05) revelaram diferenças
estatisticamente significantes entre os materiais avaliados, para todos os ensaios
realizados, que apresentaram os seguintes resultados em ordem decrescente de
médias: 1) contração volumétrica (CH)>(TC)>(FM)>(OP)>(EX)>(FZ)>(FS); 2)
resistência à compressão FZ= OP>=CH>=EX>=FM>=TC>=FS, entretanto FS # CH;
3) resistência à tração diametral: FS=FZ=OP>=TC=FM>=EX=CH; 4) resistência
flexural: FZ>FM=TC=FS=OP>EX=CH e 5) módulo de elasticidade: FZ>FS>OP>TC>
EX- FM>CH. Diante dos resultados comprovou-se que a composição do material
influenciou diretamente o comportamento físico-mecânico dos compósitos. De
maneira geral, as resinas com maior conteúdo de carga (Filtek Z250, Filtek Supreme
e Opallis), apresentaram os melhores resultados entre os materiais avaliados.
Palavras-chave: Resinas Compostas. Resistência. Materiais Dentários.
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BERNARDON, Jussara Karina. Avaliação comparativa das propriedades físico-
mecânicas de diferentes resinas compostas. 2007. 114 f. Dissertação (Mestrado
em Odontologia – opção: Dentística) – Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
The purpose of this research was to evaluate the volumetric shrinkage and the
mechanical properties of six hybrid composite resins [Opallis (OP), Filtek Z250 (FZ),
Tetric Ceram (TC), FillMagic (FM), EsthetX (EX), Charisma (CH)] and one
nanocomposite [Filtek Supreme (FS)]. The volumetric shrinkage of 15 μl volume
samples of composite resin (n=5) was determined by a video imaging equipment
(Acuvol
, Bisco) after 10 min of light curing (Optilux 501, 600mW/cm
2
intensity).
Diametral tensile strength, Flexural strength, Young’s modulus and compressive
strength were tested according to the statement number 27 of the American Dental
Association (ADA). For the compressive strength, 3mm diameter x 6mm height
samples were made. The ANOVA and Tukey (p<0,05) statistical analysis tests
revealed significant differences between the evaluated materials in all performed
trials, which presented the following results, in decreasing order of averages:
1)volumetric shrinkage (CH)>(TC)>(FM)>(OP)>(EX)>(FZ)>(FS); 2) compressive
strength FZ=OP>=CH>=EX>=FM>=TC>=FS whereas FS # CH; 3) diametral tensile
strength FS=FZ=OP>=TC=FM>=EX=CH; 4) flexural strength FZ>FM=TC=FS=OP
>EX=CH and 5) Young’s modulus FZ>FS>OP>TC>EX=FM>CH. The results
indicated that the composition of the materials directly influenced the physical and
mechanical behavior of the composite resins. Among the composite resins studied,
the composites with higher filling content (Filtek Z250, Filtek Supreme and Opallis),
showed better performance.
Key-words: Composite resins. Material resistance. Dental materials.
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OP- resina composta Opallis
FZ- resina composta Filtek Z250
FS- resina composta Filtek Supreme
FM- resina composta FillMagic
TC- resina composta Tetric Ceram
EX- resina composta EsthetX
CH- resina composta Charisma
MEV - microscopia eletrônica de varredura
BisGMA - Bisfenol A–Glicidil metacrilato
BisEMA - Bisfenol A-etileno metacrilato
UDMA - Uretano dimetacrilato
TEGDMA -Trietilenoglicoldimetacrilato
vol% - percentual de contração volumétrica da resina composta
%vol - percentual, em volume, de carga inorgânica da resina composta
n- número de corpos-de prova
N- newtons
MPa- mega pascal
GPa - giga pascal
mm- milímetro
μm - micrometro
RC - resitência à compressão
Rtd - resitência à tração diametral
Rf - resitência flexural
ME- Módulo de elasticidade
∆F- variação da força
d- variação do deslocamento
F- força máxima de fratura
L- distância entre os suportes
d- diâmetro do cropo-de-prova
h- altura do corpo-se-prova
b- largura do corpo-de-prova
16
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................18
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................21
2.1 RESINAS COMPOSTAS.......................................................................................22
2.2 CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO....................................................................27
2.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS............................................................................38
3 PROPOSIÇÃO .........................................................................................................51
4 MATERIAL E MÉTODO...........................................................................................53
4.1 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA............................................................................56
4.1.1 Confecção dos corpos-de-prova e execução do teste..................................57
4.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS ...........................................................................60
4.2.1 Confecção dos corpos-de-prova.....................................................................60
4.2.2 Realização do ensaio mecânico .....................................................................63
4.2.2.1 Resistência à compressão...............................................................................63
4.2.2.2 Resistência à tração diametral.........................................................................64
4.2.2.3 Resistência flexural e módulo de elasticidade.................................................65
4.2.2.3.1 Cálculo da resistência flexural......................................................................66
4.2.2.3.2 Cálculo do módulo de elasticidade...............................................................67
4.3 TRATAMENTO ESTATÍSTICO..............................................................................67
5 RESULTADO............................................................................................................68
5.1CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA..............................................................................69
5.2. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO........................................................................70
5.3 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DIAMETRAL..............................................................70
5.4 RESISTÊNCIA FLEXURAL...................................................................................71
5.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE..............................................................................72
6 DISCUSSÃO.............................................................................................................73
6.1 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA.............................................................................74
6.1.1 Metodologia e relevância clínica.....................................................................74
6.1.2 Discussão dos resultados ...............................................................................76
6.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS ...........................................................................79
6.2.1 Resistência à compressão...............................................................................81
6.2.2 Resistência à tração diametral........................................................................83
6.2.3 Resistência flexural..........................................................................................85
17
6.2.4 Módulo de elasticidade..................................................................................86
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................89
REFERÊNCIAS..........................................................................................................91
APÊNDICES A a Q....................................................................................................98
18
19
1 INTRODUÇÃO
Há muito, fabricantes e pesquisadores vêm se empenhando para desenvolver
resinas compostas que apresentem uma combinação ideal de propriedades físicas e
mecânicas. Isto tem resultado em uma variedade de resinas de diferentes
categorias.
Segundo Albers (2002), um material restaurador ideal deve ser capaz de se
unir adesivamente ao esmalte e à dentina; manter a cor e o brilho superficial ao
longo do tempo; ser resistente ao desgaste e à fratura e garantir integridade
marginal, entre outros. Embora as resinas compostas fotopolimerizáveis, disponíveis
comercialmente, preencham grande parte desses requisitos (BARATIERI; RITTER,
2001; ERNST et al., 2006), o comprometimento da integridade marginal decorrente
da contração de polimerização (CALHEIROS et al., 2004; KLEVERLAAN; FEILZER,
2005) e a fratura das restaurações sob esforços mastigatórios ainda representam
um grande desafio (HICKEL; MANHART, 2001; CALHEIROS et al., 2006).
Visto que as propriedades físicas e mecânicas das resinas compostas são
determinadas pela sua composição, que consiste basicamente de uma matriz
resinosa onde estão imersas partículas de carga inorgânicas silanizadas
(PEUTZFELDT, 1997), modificações, justamente na formulação das resinas
compostas vêm sendo realizadas para evitar a ocorrência de falhas nesses
materiais, ampliando sua aplicação clínica e laboratorial e prolongando a
longevidade das restaurações (SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002;
MITRA; WU; HOLMES, 2003).
Prova disso foi a adição de monômeros de menor peso molecular, como o
uretano dimetacrilato (UDMA) e o Bisfenol A-etileno metacrilato (Bis-EMA), na matriz
resinosa dos compósitos mais recentes, que reduziu os elevados valores de
contração de polimerização encontrados nas resinas compostas mais antigas, as
quais apresentavam apenas a combinação de monômeros Bisfenol A–Glicidil
metacrilato (Bis-GMA) / Trietilenoglicoldimetacrilato (TEGDMA) em sua composição
(SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002; YAP et al., 2002).
Modificações no conteúdo de carga inorgânica têm contribuído igualmente
para reduzir os valores de contração de polimerização, por diminuir a quantidade de
matriz resinosa, e também para aumentar a resistência mecânica do compósito sob
estresse mastigatório (KIM; ONG; OKUNO, 2002; CALHEIROS et al., 2004).
20
Com base na concentração e no tamanho médio das partículas de carga
inorgânica, as resinas compostas foram classificadas por Albers et al. (2002) em:
micropartículas, híbridas, condensáveis, flow. Atualmente, adicionaram-se a tal
classificação as resinas de nanopartículas, também chamadas de nanocompósitos
(MITRA; WU; HOLMES, 2003). Vale ressaltar que essas classificações foram
usadas como referência para padronizar a denominação dos compósitos citados
neste estudo.
Embora testes in vivo sejam preferencialmente recomendados para avaliar a
performance clínica das resinas compostas, pois verificam na íntegra o
comportamento do material, são dispendiosos e demoram a gerar resultados, além
de envolver questões éticas. Logo, por sua praticidade, testes in vitro se tornam uma
opção significativa para predizer o comportamento clínico dos novos materiais
(WILLEMS, 1995).
Uma vez que o complexo de forças mastigatórias atuantes sobre as
estruturas dentais produz estresses de tração, compressão e cisalhamento
(O’BRIEN, 1997), a resistência mecânica do material pode ser avaliada por meio de
ensaios mecânicos de resistência à compressão, resistência à tração diametral,
resistência flexural, módulo de elasticidade, tenacidade, entre outros (CRAIG;
POWERS, 2004; ANUSAVICE, 2005). Enquanto que para avaliar a contração de
polimerização das resinas compostas, metodologias como dilatometria de mercúrio
(KLEVERLAAN; FEILZER, 2005), dilatometria de água (SULIMAN; BOYER; LAKES,
1994), medidas de contração linear e medidas de densidade têm sido
freqüentemente utilizadas, porém, apresentam limitações e desvantagens (SHARP
et al., 2003; TIBA et al., 2005). Recentemente, mecanismos de vídeo e imagem,
como, por exemplo, o AcuVol, têm sido empregados de forma promissora para
avaliar a contração de polimerização do compósito (SHARP et al., 2003).
Diante do exposto e considerando a importância de se conhecer o
comportamento físico-mecânico das resinas compostas de diferentes categorias e
composições, disponíveis comercialmente, este estudo in vitro teve como objetivo
avaliar comparativamente o percentual de contração volumétrica e os valores de
resistência à compressão, resistência à tração diametral, resistência flexural e
módulo de elasticidade de 6 compósitos híbridos e 1 nanocompósito, como possível
forma de predizer o comportamento clínico desses materiais.
21
22
2 REVISÃO DE LITERATURA
1
2.1 RESINAS COMPOSTAS
A resina composta foi desenvolvida com o propósito de obter um material
restaurador durável e estético. A partir da reação de monômeros vinílicos e
epóxicos, em 1952, Raphael L. Bowen desenvolveu um monômero de cadeia longa
e multifuncional, chamado BisGMA, ao qual incorporou partículas de carga
inorgânica silanizadas, resultando em um material restaurador com propriedades
superiores às das resinas acrílicas ativadas quimicamente (RAAQ) disponíveis até
então. A essa combinação de dois ou mais materiais diferentes, Bowen (1963)
denominou resina composta, também chamado de compósito (ANUSAVICE;
PHILLIPS, 1998). Desde então, modificações na estrutura desses materiais
conduziram à melhoria de suas propriedades físicas e mecânicas, ampliando sua
aplicação clínica e laboratorial.
Atualmente, as resinas compostas de uso odontológico são materiais
fotopolimerizáveis, formados basicamente por uma matriz resinosa onde estão
imersas partículas de carga inorgânicas recobertas por um organo-silano, que
garante a união química entre os dois constituintes do material (PEUTZFELDT,
1997). Segundo Willems et al. (1993), a composição da matriz resinosa e a natureza
e a quantidade de carga inorgânica incorporada no compósito definem as suas
propriedades físicas e mecânicas, além do comportamento clínico do material.
Quanto à composição da matriz resinosa orgânica, Peutzfeldt (1997)
descreveu que o dimetacrilato de alto peso molecular, BisGMA ou resina de Bowen,
continua sendo o monômero mais comumente empregado nos compósitos dentais.
Considerando que o alto peso molecular confere ao monômero alta viscosidade,
esses materiais eram de difícil manipulação e impediam a adição de grande
quantidade de partículas de carga inorgânica na matriz resinosa. Para controlar a
viscosidade, monômeros dimetacrilatos de baixo peso molecular, como o TEGDMA,
foram empregados como diluente. O tamanho reduzido da molécula de TEGDMA
resultou em um considerável aumento na contração da matriz resinosa devido à
redução, ainda maior, dos espaços entre os monômeros após a polimerização.
Sideridou; Tserki; Papanastasiou (2002) acrescentaram que, embora a mistura
BisGMA/TEGDMA esteja presente em 90% dos compósitos atuais, os fabricantes
1
Baseada na NBR 10520: 2002 da ABNT
23
têm substituído grande parte do TEGDMA por monômeros de alto peso molecular,
como BisEMA e UDMA, mas com viscosidade inferior à do BisGMA. Assim, as
propriedades dos compósitos melhoraram, entre elas a contração de polimerização.
O BisEMA, também chamado BisGMA etoxilado, é um monômero obtido por
modificação na molécula de BisGMA. A substituição dos grupamentos pendentes de
hidroxila por um átomo de hidrogênio reduziu a viscosidade e, além disso, reduziu a
absorção de água, que é responsável pela degradação hidrolítica das partículas e
enfraquecimento da resina composta sob forças mastigatórias. Assim, contribuiu,
também, para melhorar as propriedades mecânicas do material. Por ter peso
molecular inferior ao BisGMA, o monômero UDMA apresenta menor viscosidade,
permitindo adicionar partículas de carga sem a necessidade de misturar monômeros
diluentes, como TEGDMA. Ainda, considerando que o tamanho da molécula de
UDMA é maior que a molécula de TEGDMA, a contração de polimerização da matriz
resinosa é reduzida. Alta flexibilidade e elevado grau de conversão também
caracterizam esses monômeros.
Segundo Rawls e Upshaw (2005), a incorporação de partículas de carga
inorgânica teve como objetivos primários fortalecer a resina composta e reduzir a
quantidade de matriz resinosa no material. Os autores explicaram que, além de
melhorar o manuseio, o aumento na fração volumétrica de carga inorgânica reforça
a matriz resinosa, resultando no aumento da dureza e da resistência à fratura do
material sob forças mastigatórias, além de contribuir para a diminuição do seu
desgaste. Dessa forma, propriedades mecânicas, como resistência à compressão,
resistência à tração e módulo de elasticidade (rigidez) foram aperfeiçoadas. Outro
benefício que os autores relataram com o aumento na quantidade de carga
inorgânica foi a redução na contração volumétrica do material.
Além da concentração, as partículas de carga misturadas à matriz resinosa
também podem variar em forma, composição e tamanho. Quanto à morfologia,
partículas esferoidais estão presentes na grande maioria dos compósitos, embora se
encontrem, também, partículas de formatos irregulares (NAGEM FILHO, 1999).
Segundo Kim; Ong; Okuno (2002), o formato esférico permite adicionar uma
quantidade maior e mais bem distribuída de partículas de carga na matriz resinosa,
diminuindo o espaço interpartículas e aumentando a resistência do material. Quanto
à composição, Nagem Filho (1999) relatou que materiais como sílica coloidal
pirolítica e vidros cerâmicos, tais como: lítio-alumínio e bário-estrôncio ou zinco,
24
prevalecem ao quartzo. Explicou que as partículas de quartzo são altamente rígidas,
enquanto as partículas de vidro são resilientes, e conseqüentemente, capazes de
melhor absorver as forças mastigatórias evitando que as tensões sejam transferidas
para a matriz resinosa e ocasione microfraturas na restauração.
De acordo com a concentração e o tamanho médio das partículas de carga,
as resinas compostas foram classificadas por Albers (2002) em micropartículas,
híbridas, condensáveis e flow; recentemente, seguindo os mesmos critérios de
classificação, surgiram os compósitos de nanopartículas, também chamados de
nanocompósitos (MITRA; WU; HOLMES, 2003).
Segundo Albers (2002), as resinas de micropartículas são constituídas por
partículas de tamanho médio de 0,04μm adicionadas à matriz resinosa na
concentração de 50% a 60% em peso, proporcionando ao compósito elevado
polimento, porém baixa resistência às forças mastigatórias. Os compósitos híbridos
apresentam tanto macro como micropartículas associadas no mesmo material com
um conteúdo total de carga entre 50% e 78% em peso. O tamanho das partículas
maiores varia entre próximo de 1μm a 5μm, com tamanho médio de partícula entre
0,6μm e 0,8μm, enquanto as micropartículas, de 0,04μm, estão presentes entre 7%
e 15% do conteúdo, em peso, da parte inorgânica da resina composta. Quanto aos
compósitos condensáveis e flow, o autor não especificou o tamanho médio de
partícula de carga e percentual em peso. Relatou, apenas, que compósitos
condensáveis apresentam alto percentual de partículas de carga inorgânica,
conferindo ao material alta viscosidade. Já os compósitos flow apresentam
baixíssima viscosidade e reduzido conteúdo de carga inorgânica.
De acordo com Leinfelder (1995), o desenvolvimento de compósitos híbridos
representou o grande avanço das resinas compostas restauradoras. O autor
explicou que a combinação de partículas de sílica coloidal de tamanho micrométrico
com partículas maiores resultou em materiais com aceitável resistência mecânica
para ser empregado em dentes posteriores, ao mesmo tempo que manteve o brilho
superficial das resinas de micropartículas, sendo indicado, também, para restaurar
dentes anteriores.
Com o objetivo de avaliar a performance clínica de restaurações adesivas
diretas realizadas através do condicionamento ácido total e utilizando o compósito
híbrido Filtek Z100 pela técnica incremental, Baratieri e Ritter (2001) confeccionaram
726 restaurações classe I e II. No baseline, 24% dos dentes restaurados
25
apresentaram sensibilidade pós-operatória. Após 4 anos, os autores observaram
apenas 8 restaurações (2,5%) com fratura marginal visível clinicamente e 47 (6,5%)
com descoloração do ângulo cavo superficial. Durante esse período, nenhuma
restauração necessitou de substituição, comprovando a eficácia das restaurações
adesivas diretas ao longo do tempo.
Nesse mesmo ano, Busato et al. (2001) avaliaram a performance clínica de 6
anos das resinas híbridas Filtek Z100, Charisma e Tetric Ceram empregadas em
restaurações classe II. Após avaliar um total de 77 restaurações, os autores
observaram que embora 15% delas (6 com Tetric Ceram e 7 com Charisma)
tivessem sido substituídas, as demais apresentaram-se satisfatórias do ponto de
vista clínico.
Dentro dessa categoria, Wilson et al. (2002) ressaltaram que a partir de
modificações na matriz resinosa do compósito Filtek Z100, na qual parte do BisGMA
e TEGDMA foi substituída por monômeros de alto peso molecular, UDMA e BisEMA,
foi desenvolvida a matriz resinosa do compósito Filtek Z250, na qual foram
incorporadas partículas de carga inorgânica em 62% do volume. Segundo os
autores, esse material exibe menor contração de polimerização e maior resistência à
fratura quando comparado a seu precursor Filtek Z100.
Atualmente, fabricantes e pesquisadores apostam na utilização da
nanotecnologia na formulação de resinas compostas para obter materiais com
propriedades físicas e mecânicas ainda mais promissoras. Segundo Mitra; Wu;
Holmes (2003), nas resinas de nanopartículas ou nanocompósitos, como foram
classificadas, o emprego de partículas exclusivamente nanométricas, de tamanho
médio de 20nm e 75nm, foi feito de forma controlada. Algumas partículas
permaneceram dispersas na matriz resinosa, enquanto outras foram aglomeradas
originando nanoagregados de 0,6µm a 1,4µm, de forma que cada partícula foi
silanizada individualmente, mesmo aquelas contidas no interior do nanoagregado.
Assim, durante o desgaste, somente pequenas partículas seriam perdidas e não o
nanoagregado como um todo, mantendo o brilho original ao longo do tempo. E mais:
a habilidade de controlar a área superficial das partículas possibilitou utilizar menor
quantidade de matriz resinosa na composição, reduzindo a contração de
polimerização. Segundo os autores, isso também contribuiu para maior adição de
partículas de carga, proporcionando baixo desgaste e alta resistência mecânica ao
material. Concluíram esclarecendo que a nanotecnologia resultou em resinas
26
compostas que apresentam o polimento e a manutenção do polimento das resinas
de micropartículas e a resistência mecânica dos compósitos híbridos, além de menor
contração de polimerização. Os autores apresentaram a resina Filtek Supreme como
precursora da categoria de resinas de nanopartículas.
Com o objetivo de comparar a performance clínica do nanocompósito Filtek
Supreme aos compósitos híbridos (Tetric Ceram, EsthetX) e condensáveis
(Pyramid), Dresch et al. (2006) confeccionaram, in vivo, um total de 148
restaurações classe I e II, sendo 25% para cada resina composta. Após um ano de
avaliação, concluíram que os nanocompósitos apresentaram desempenho clínico
similar ao dos compósitos híbridos e condensáveis.
Mesma conclusão foi obtida no trabalho realizado por Ernst et al. (2006) com
objetivo de comparar a performance clínica de 2 anos desse material com a resina
híbrida Tetric Ceram, avaliando 112 restaurações classe II. Nesse período, os
autores observaram que 4% das restaurações de ambos os compósitos
apresentaram comprometimento na adaptação marginal, e 2% do grupo da resina de
nanopartículas apresentaram, também, descoloração das margens. Os autores
ainda relataram fratura de uma restauração de cada grupo, exigindo sua
substituição. Nenhum caso apresentou sensibilidade pós-operatória. Como não
foram encontradas diferenças significativas entre os dois compósitos para nenhum
critério avaliado, os autores comprovaram a eficácia dos nanocompósitos quando
empregados em restaurações de dentes posteriores.
Além da combinação de monômeros e partículas de carga, um sistema de
ativação também está presente na composição das resinas compostas. Embora
esse sistema possa ser químico, as resinas para restaurações adesivas diretas,
disponíveis comercialmente, são fotopolimerizáveis. Sendo assim, segundo Albers
(2002), a obtenção de propriedades favoráveis em resinas compostas fotoativadas
depende, em parte, de um grau de conversão satisfatório. Dentre outros fatores que
podem influenciar o grau de conversão desses materiais estão: o tempo de
exposição; a distância e o ângulo entre a resina e fonte de luz e a espessura do
incremento. Rueggeberg; Caughman; Curtis Júnior (1994) explicaram que, ao
atravessar o compósito, a luz reduz consideravelmente sua intensidade,
comprometendo a cura do material; logo, o grau de conversão é proporcional à
quantidade de luz à qual os compósitos são expostos. Ao investigarem a
interdependência entre o tempo de exposição e a intensidade de luz emitida na cura
27
de diferentes espessuras de resina composta, os autores observaram que para curar
adequadamente incrementos de resinas compostas de até 2mm de espessura é
necessário, no mínimo, empregar uma intensidade de luz de 400mw/cm
2
durante
40s. Isto representa uma densidade de energia de 16J/cm
2
. Convém ressaltar que a
densidade de energia é obtida multiplicando o tempo de exposição pela intensidade
de luz emitida pelo aparelho fotopolimerizador (ALBERS, 2002).
Albers (2002) não apenas concordou que um grau de conversão satisfatório
exige energia próximo de 16J/cm
2
, em incrementos que não ultrapassem 2mm de
espessura, mas também acrescentou que a distância da fonte de luz ao incremento
de resina composta deve ser de 1mm, com a ponteira posicionada formando um
ângulo de 90º com sua superfície.
Recentemente, Calheiros et al. (2006) observaram que uma densidade de
energia de 12J/cm
2
é suficiente para obter um grau de conversão satisfatório para
resinas compostas com conteúdo de carga próximo a 60% em volume.
Segundo Anusavice e Phillips (1998), compósitos à base de BisGMA
apresentam, em média, um grau de conversão de 50% a 60%.
2.2 CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO
A contração de polimerização das resinas compostas permanece como um
dos maiores obstáculos para o sucesso clínico dos procedimentos restauradores
adesivos. Revendo trabalhos publicados na literatura sobre a performance de
restaurações em dentes posteriores, Hickel e Manhart (2001) observaram que a
média de falhas para restaurações adesivas diretas com resina composta foi de 0%
a 9% comparado a variação de 0% a 7,5% para restaurações cerâmicas e 0% a
4,4% para restaurações cerâmicas tipo CAD/CAM. Segundo os autores, as
principais razões para falha das restaurações foram: desadaptação marginal, cárie
secundária, sensibilidade pós-operatória, fratura e desgaste.
Segundo Peutzfeldt (1997), durante o processo de polimerização das resinas
compostas, as moléculas de monômeros se unem através de ligações covalentes
para formar o polímero. Como a distância determinada por forças de Van der Walls
(de 0,3nm a 0,4nm) entre as moléculas de monômero é maior do que a distância das
ligações covalentes (0,15nm) estabelecidas durante a reação de polimerização,
ocorre aproximação molecular, reduzindo o volume do material.
28
Segundo Yap et al. (2002) a diferença entre o volume inicial e o volume final
do compósito expressa a quantidade da contração volumétrica sofrida pela resina
composta, e sua magnitude será determinada pelo tamanho das moléculas dos
monômeros presentes na matriz resinosa e pelo grau de conversão do material, que
é definido pelo número de ligações covalentes formadas durante a polimerização do
compósito. Dessa forma, quanto maiores forem as moléculas dos monômeros para
um mesmo volume de material, menor será o número de ligações que serão
estabelecidas entre os monômeros e, portanto, menor será a contração de
polimerização da resina composta.
Ferracane (2005) enfatizou que todos os compósitos contemporâneos
contraem, resultando em uma redução volumétrica que varia de 1,5% a 5%,
dependendo da estrutura molecular do monômero, da quantidade de partículas de
carga adicionadas à matriz resinosa e do grau de conversão alcançado pelo
compósito.
Segundo Bausch et al. (1982), a contração volumétrica de polimerização pode
ocorrer de forma livre ou em condições restritas. Os autores consideraram a
contração volumétrica livre aquela que ocorre quando a resina composta ativada não
está aderida a nenhuma superfície, tendo-se o valor da contração total do material.
Nessas circunstâncias, a contração vai sendo distribuída de forma homogênea em
todo o compósito, resultando em uma alteração de volume livre de estresse. Já a
contração volumétrica restrita ocorre quando as resinas compostas estão confinadas
no interior de uma cavidade e não podem mais contrair-se livremente. Dessa
maneira, durante a realização de restaurações adesivas diretas, quando o
incremento de resina composta é aderido às paredes do preparo cavitário e
fotopolimerizado, este é impedido de se contrair livremente e gera tensões na
interface adesiva. Os autores salientaram que, embora o estresse possa ser
parcialmente aliviado pelo escoamento do material antes de atingir o ponto de
geleificação, as reações fotoativadas ocorrem rapidamente, e o tempo disponível
para o compósito escoar não é suficiente para alívio total das tensões. Dessa forma,
quando as forças de tensão superam a resistência de união promovida pelos
sistemas adesivos, a interface adesiva se rompe formando fendas e,
conseqüentemente, microinfiltração marginal, sensibilidade pós-operatória e recidiva
de cárie. No entanto, esses autores enfatizaram que uma situação intermediária
pode ocorrer em compósitos com alto módulo de elasticidade. Em tais casos, a falta
29
de plasticidade para alívio das tensões resultou em estresse no interior do material,
podendo gerar rachaduras na matriz resinosa, comprometendo a restauração. Para
utilização clínica, os autores sugeriram compósitos que apresentem baixa contração,
baixa viscosidade e um intermediário módulo de elasticidade para compensar o
estresse durante sua polimerização. Justificaram a importância de determinar a
contração volumétrica do material afirmando que, embora fosse possível empregar a
resina composta através de uma técnica restauradora não-adesiva, as tensões
geradas pela contração do material seriam reduzidas, mas, certamente, haveria a
formação de uma fenda marginal decorrente da redução no seu volume,
comprometendo a longevidade clínica das restaurações.
Segundo Suh (1999) deve-se considerar que a reação de polimerização
envolve tanto o desenvolvimento como o alívio das tensões. Nos estágios iniciais da
polimerização, fase pré-gel, as cadeias poliméricas se formam de modo linear e com
mobilidade, permitindo que as tensões induzidas pela contração de polimerização
sejam dissipadas através do escoamento do material. À medida que a reação
progride, na fase pós-gel começam a formar-se ligações cruzadas entre as cadeias,
dificultando o escoamento. Embora isso melhore as propriedades mecânicas do
material, o aumento do módulo de elasticidade contribui para o aumento de tensões
na restauração ou na interface adesiva ().
Davidson; De Gee; Feilzer (1984) avaliaram a influência das forças da
contração de polimerização sobre a interface adesiva utilizando o sistema adesivo
Scotchbond (3M ESPE). Três parâmetros foram utilizados para avaliação: primeiro
foi determinada a resistência de união do sistema adesivo; depois, medidas lineares
da força de contração de cada resina através de um tensilômetro; e, por fim, a
microinfiltração marginal em modelos tridimensionais de cavidades classe V
restauradas em incremento único. Segundo os autores, quando a contração é
restrita a uma direção (contração linear restrita), a adesão não é afetada. Porém,
quando acontece em condição restrita tridimensionalmente (contração volumétrica
restrita), nenhuma adesão à dentina seria capaz de suportá-la. Portanto, quando o
incremento é aderido a um pequeno número de paredes na cavidade, a contração
pode ser compensada pelo escoamento da resina composta. Entretanto, essa
liberação de tensões não acontece quando a cavidade apresenta só uma superfície
livre, onde essas tensões podem alcançar até 20MPa, dependendo da configuração
da cavidade. Em função da efetiva força coesiva da resina composta, não vai
30
acontecer uma falha coesiva e sim uma falha adesiva na interface com a dentina. Os
autores concluíram que não só devem ser desenvolvidos adesivos com maior força
de união, como também resinas compostas com menor contração de polimerização
e desenhos cavitários apropriados para restaurações desse tipo.
Ao estudar o comportamento da resina composta durante a polimerização
livre e restrita, Davidson e De Gee (1984) observaram que somente parte dos
valores de contração obtidos em condições livres foi transmitida à interface adesiva,
atribuindo a liberação de tensões à capacidade de fluxo interno e escoamento na
superfície livre de cada resina.
Além de fendas marginais, a tensão originada pela contração de
polimerização em condições restritas pode provocar uma deflexão nas cúspides a
ponto de fraturar a estrutura dental. Suliman; Boyer; Lakes (1994) realizaram um
estudo com o objetivo de comparar a contração livre de compósitos com diferentes
conteúdos de carga (85% peso e 62% em peso), e a deformação de cúspide
resultante da contração do mesmo volume de material, quando aderido às paredes
cavitárias de um preparo MOD de pré-molares. Valores percentuais de contração
volumétrica livre (vol%) foram obtidos através de um dilatômetro contendo água
destilada. Nesse estudo, o compósito altamente particulado exibiu os maiores
valores de contração livre (3,2 vol% ou 1,1 lin%) e maior deformação de cúspide
(0,91lin%). Já o compósito com menor conteúdo de carga exibiu menor contração
livre (2,6 vol% ou 0,9 lin%) e menor deformação de cúspide (0,58 lin%), justificado,
segundo os autores, pelo baixo grau de conversão alcançado pelo compósito. Outro
achado importante foi que a deformação de cúspide, representando os valores de
contração em condições restritas, foi menor que os valores de contração livre (lin%)
registrados para o mesmo material. Para os autores provavelmente essa diferença
foi decorrente da formação de fendas entre o compósito e o dente, da capacidade de
escoamento do material, ou de ambos. Sugeriram que o elevado módulo de
elasticidade e, consequentemente, a menor capacidade de escoamento devido ao
alto conteúdo de carga do compósito, pode ser responsável pelo maior valor de
contração restrita obtido no estudo, quando comparado ao compósito com menor
conteúdo de carga. Concluíram que, embora a contração livre sozinha não possa
predizer a intensidade exata da contração restrita, representada nesse estudo pela
deflexão de cúspide, clinicamente é desejado utilizar compósitos que tenham baixa
contração de polimerização.
31
Rawls e Upshaw (2005) descreveram duas abordagens genéricas que têm
sido utilizadas para superar o problema de concentrações de tensões e falhas
marginais observadas nas resinas fotoativadas: redução na contração volumétrica
livre do material, ao alterar a química, a composição do sistema de resina, ou
ambos, e técnicas clínicas desenvolvidas para driblar os efeitos da contração de
polimerização quando o material é confinado ao preparo cavitário. A primeira é a
solução mais desejada, razão de pesquisas intensas e grandes esforços realizados
atualmente para desenvolver resinas com baixa contração volumétrica de
polimerização.
Vários métodos de medir a contração volumétrica livre estão descritos na
literatura. Baseados em evidências científicas de que a contração de polimerização
não ocorre uniformemente em toda a resina, Smith e Schoonover (1953)
descartaram os métodos de medição linear de contração e desenvolveram um
aparelho simples para medir a contração volumétrica livre dos compósitos. Os
autores elaboraram um dilatômetro que consistia em um tubo capilar preenchido
com mercúrio no qual a contração volumétrica dos compósitos foi determinada
hidrostaticamente.
Entretanto, observando que esses dilatômetros foram efetivos apenas para
determinar a contração volumétrica de materiais fotopolimerizáveis, De Gee;
Davidson; Smith (1981) modificaram tal dispositivo permitindo-lhe registrar
alterações dimensionais de forma contínua, de todos os tipos de materiais não-
metálicos, independente da forma do espécime.
Bausch et al. (1982) também enfatizaram a utilização de medidas de
contração volumétrica empregando, por exemplo, modelos de dilatômetros de
mercúrio semelhantes ao usado por De Gee; Davidson; Smith (1981), pois
consideraram indispensável que o método possa determinar a contração volumétrica
do material, independente do formato da amostra. Entretanto, os autores
contestaram a avaliação da contração livre da resina composta com base na
contração linear por não simular a realidade das situações clínicas.
Tiba et al. (2005) discordaram do cálculo da contração volumétrica de
materiais a partir de valores de contração linear, alegando que tal método assume
que a contração linear é isotrópica, ou seja, apresenta as mesmas propriedades em
todas as dimensões e direções, o que pode não ser sempre o caso.
32
Medidas de densidade também têm sido usadas para calcular a contração
volumétrica de resinas compostas. Tiba et al. (2005) comentaram que essa técnica
envolve peso do espécime antes e após a fotopolimerização e usam os valores para
calcular a gravidade específica antes de determinar a contração volumétrica do
material. Além de múltiplos passos, o método é subjetivo para um número
considerável de variáveis.
Sharp et al. (2003) descreveram e validaram um novo método para
determinar a contração volumétrica que emprega um mecanismo de vídeo e
imagem, denominado AcuVol. Através dessa técnica, as imagens da amostra de
resina composta foram capturadas usando uma câmara de vídeo e transferidas a um
computador. Um software específico possibilitou calcular o percentual de contração
volumétrica empregando dois modos de medição: single-view (visão única) e multi-
view (visão múltipla). Após a captura da imagem inicial, o material foi
fotopolimerizado e a porcentagem de contração volumétrica foi registrada após 10
min. da fotoativação. Os resultados obtidos através do modo single-view, no qual
apenas um ângulo da imagem foi utilizado para cada medição, foram comparados
aos do modo multi-view, no qual a amostra foi rotacionada e a média de 20
diferentes angulações foi estabelecida como o ponto de medida para registrar o
percentual de contração. Os autores mediram, ainda, a contração volumétrica
através da dilatometria de mercúrio e compararam os valores obtidos com os
resultados do Acuvol. Não foram encontradas diferenças significativas nos
percentuais de contração de polimerização obtidos entre os modos multi-view e
single-view e obtidos através da dilatometria de mercúrio. Diante desses resultados,
os autores enfatizaram que o modo single–view deve ser o preferido para determinar
a contração volumétrica empregando o Acuvol, uma vez que é muito mais rápido e
mais simples de executar do que o multi-view. Concluíram que a técnica de vídeo e
imagem reproduz resultados comparáveis aos obtidos pelo dilatômetro e
compensam o manuseio com o mercúrio e os possíveis erros existentes na técnica
de medição da densidade do compósito.
Tiba et al. (2005) enfatizaram outras vantagens dessa metodologia
comparada a outros métodos para medir a contração de polimerização. Destacaram
a sua praticidade e a capacidade de monitorar a contração volumétrica durante todo
processo de polimerização, e também os vários pontos benéficos do software do
aparelho. Além do cálculo automatizado da contração volumétrica em tempo real,
33
dispensando a necessidade de um operador para executar a medição, o software
permite que o operador veja a superposição das imagens antes e após a
fotopolimerizacão, proporcionando uma sensação visual da quantidade de contração
que ocorreu.
Nos compósitos, a matriz resinosa apresenta uma associação de monômeros,
predominando a combinação BisGMA/TEGDMA. Feilzer e Dauvillier (2003)
avaliaram o efeito das concentrações de 30%, 50% e 70% de TEGDMA nas
propriedades físicas e mecânicas de compósitos experimentais. As pastas
apresentaram concentrações variáveis do sistema polimérico BisGMA/TEGDMA,
enquanto a quantidade de partículas de vidro silanizadas com 1,53μm de diâmetro,
incorporadas em 50% do volume do compósito, se mantinha constante em todas as
pastas. Dentre as propriedades avaliadas estavam a contração volumétrica, o grau
de conversão e as propriedades viscoelásticas dos compósitos. Os valores de
contração volumétrica para as concentrações 30%, 50% e 70% de TEGDMA,
medidos através de um dilatômetro de mercúrio, foram 3,5vol%; 4,6vol% e 5,7vol%,
respectivamente. Quanto ao grau de conversão, valores similares foram encontrados
para as concentrações de 50% e 70% de TEGDMA. Quanto ao comportamento
viscoelástico, os autores levantaram a hipótese de que a redução na viscosidade do
compósito conforme aumentava a quantidade de TEGDMA possivelmente permitiria
um maior alívio do estresse decorrente da contração de polimerização;
conseqüentemente, maior seria o alívio das tensões, resultando em menor estresse
na interface adesiva. Entretanto, os autores observaram que o escoamento dos
compósitos, ao serem ativados, não ocorria em tempo suficientemente prolongado
para aliviar as tensões geradas pelos altos valores de contração volumétrica com o
aumento de TEGDMA, sendo capaz de aliviar apenas 20% do estresse gerado.
Segundo Albers (2002), a contração de polimerização livre, típica do sistema
de resina Bis-GMA/TEGDMA, varia de 3% a 5%.
Em 1983, estudando a contração de polimerização volumétrica de 27 resinas
compostas de diferentes composições por meio de dilatômetro de mercúrio,
Goldman (1983) observou que os valores variaram de 1,67% a 5,68%. Quatro
fatores foram considerados importantes: quantidade e tipo de monômero reagente,
grau de conversão e quantidade de ar incorporado na mistura de compósitos
quimicamente ativados. Foi observado que as resinas compostas com elevado
percentual de carga apresentaram contração maior de 3% e que um deles mostrou a
34
maior contração entre os materiais fotoativados. Esses resultados foram atribuídos à
possível presença de monômeros de baixo peso molecular na composição da fase
orgânica.
Resinas compostas com diferentes combinações entre monômeros e
diluentes estão hoje disponíveis no mercado. Na resina Filtek Z250, a substituição
do conteúdo de BisGMA por monômeros de menor peso molecular (UDMA e
BisEMA) reduziu a contração de polimerização e aumentou a resistência à fratura e
o grau de conversão, quando comparado ao predecessor Filtek Z100. Após um ano
de avaliação clínica em restaurações classe I e II, Wilson et al. (2002) concluíram
que o compósito Filtek Z250, quando utilizado com o sistema adesivo Single Bond,
responde satisfatoriamente e pode ser empregado como alternativa apropriada para
restaurar dentes posteriores.
Além de modificações na composição da matriz resinosa, Bowen (1963)
observou que a incorporação de partículas de carga reduzia consideravelmente a
contração volumétrica de polimerização do compósito. Empregando um dilatômetro
de mercúrio, verificou que ao adicionar 55% em volume (70% em peso) de partículas
de quartzo silanizada à matriz resinosa BisGMA, a contração de polimerização
volumétrica livre do compósito reduziu de 6,2% para 2,7%.
Walls; McCabe; Murray (1988) avaliaram a contração de polimerização de
resinas compostas fotoativadas por meio de um transdutor de mínima carga e
determinaram, também, o conteúdo de partículas de carga presentes nos
compósitos estudados, que variou entre 48% e 68% em volume. A contração dos
materiais variou entre 1,91% a 2,93%, de forma que, quanto mais carregado o
material, menores foram os valores de contração de polimerização registrados.
Nesse sentido, Herrero; Yaman; Dennison (2005) avaliaram a contração
volumétrica de compósitos altamente carregados com partículas de carga,
denominados condensáveis. Um linômetro registrou valores de contração linear que
foram convertidos em contração volumétrica usando fórmula proposta por De Gee
et al. (1993) onde: vol% = 3lin% - 0,03 (lin%)
2
+ 0,0001 (lin%). Os valores
percentuais de contração volumétrica obtidos variaram de 1,2vol% a 1,8vol%.
Segundo os autores, esses baixos valores se devem aos diferentes tipos e
quantidades de partículas presentes em cada compósito condensável.
Dasch; Lohbauer; Petschelt (2006) encontraram uma variação nos valores de
contração de 9vol% a 10vol% para os compósitos flow; 3vol% a 6vol% para os
35
materiais provisórios e 2,5vol% e 3,1vol% para as resinas Filtek Z250 e Tetric
Ceram, respectivamente. Para os autores, diferenças significativas observadas entre
as variadas categorias dos compósitos se devem à diferença na quantidade de
partículas inorgânicas presentes em cada uma.
Empregando o mecanismo de vídeo e imagem (AcuVol), Burgess e Winkler
(2006) determinaram a contração volumétrica de 10 compósitos comerciais de
diferentes categorias e um compósito experimental. Os autores relataram que as
resinas compostas com maior conteúdo de carga (média 60% em volume)
geralmente apresentavam valores de contração volumétrica significativamente
inferior ao dos compósitos com menor conteúdo de carga inorgânica (média 40% em
volume). Dentre os materiais testados, foram encontradas diferenças
estatisticamente significantes entre as resinas Filtek Supreme (1,86vol%) e EsthettX
(2,73vol%). Os autores sugeriram que, na clínica, seja dada preferência aos
compósitos com baixa contração volumétrica, quando suas propriedades físicas e
mecânicas forem similares.
Além disso, De Gee; Kleverlaan; Feilzer (2006) consideraram o baixo estresse
de contração outro requisito de extrema importância na resina composta para reduzir
problemas referentes ao selamento marginal e às fraturas de esmalte. Segundo os
autores, compósitos de baixa contração geralmente apresentam alto estresse de
contração quando aderem às paredes do preparo cavitário. Através de um
dilatômetro de mercúrio e máquina de ensaio universal, os autores observaram
valores de contração volumétrica (vol%) e estresse de contração (MPa)
correspondentes a: Filtek Z250 2,3vol% e 13,9MPa; Charisma 3,3vol% e 15,3MPa;
Tetric Ceram 3,2vol% e 12,8MPa; Filtek Supreme 2,5vol% e 15,1MPa.
Embora o aumento na quantidade de carga inorgânica reduza a contração
volumétrica livre, Suh (1999) esclareceu que isso poderá elevar o módulo de
elasticidade do material, anulando o efeito da redução da tensão de contração em
condições restritas. O autor explicou que até atingir o ponto gel a resina sofre certo
escoamento, porém é incapaz de aliviar as tensões clinicamente significantes, que
são aquelas ocorridas após a geleificação. Para o autor, a cinética de polimerização
das resinas fotopolimerizáveis deve ser considerada em conjunto com a contração e
módulo de elasticidade. Concluiu que o fato de uma resina apresentar baixa
contração não significa necessariamente que produzirá baixas tensões,
36
principalmente se a baixa contração é resultado de um elevado conteúdo de carga
inorgânica.
Considerando que compósitos com baixa contração volumétrica não
necessariamente apresentam baixo estresse de contração de polimerização,
Calheiros et al. (2004) realizaram um estudo para avaliar a relação existente entre
estresse de contração de polimerização e microinfiltração marginal em cavidades
classe V restauradas com um único incremento, por compósitos de baixa contração
de polimerização (Aelite LS, e Inten-S) e híbridos (Heliomolar e Filtek Z250). Os
resultados do estresse de contração mostraram uma forte correlação positiva com os
resultados da microinfiltração marginal. O compósito Aelite LS de baixa contração
volumétrica (1,56vol%) quando aderido às paredes do preparo resultou no maior valor
de estresse de contração de polimerização encontrado no estudo (9,4MPa), diferindo
estatisticamente dos outros compósitos. Da mesma forma, os maiores índices de
microinfiltração marginal foram registrados para o compósito Aelite LS, mas sem
diferir estatisticamente dos compósitos Filtek Z250 e Inten-S. Segundo os autores, o
alto valor de estresse encontrado no compósito de baixa contração pode ser
decorrente do seu alto conteúdo de partículas de carga (74%vol), resultando em alto
módulo de elasticidade, o que, aparentemente, reflete no comportamento
viscoelástico do material. Diante dos resultados obtidos, os autores enfatizaram que a
magnitude do estresse de contração não pode ser estimada com base apenas nos
valores finais de contração volumétrica e módulo de elasticidade, mas deve
considerar também a capacidade de escoamento do material. Nesse sentido,
sugeriram a influência do conteúdo de partículas do compósito e não apenas do grau
de conversão do material, no alívio das tensões.
Bernardon et al. (2006) avaliaram a relação existente entre contração
volumétrica livre e microinfiltração marginal de cavidades classe V, restauradas de
forma incremental, com compósitos híbridos (Renew e Polofill Supra) e de baixa
contração de polimerização (Aelite Ls e Grandio). De acordo com os resultados
obtidos, os autores concluíram que os compósitos com baixos valores de contração
volumétrica livre apresentaram menor microinfiltração marginal em dentina quando
empregados, de forma incremental, em restaurações classe V.
Avaliando a interferência de diferentes intensidades de luz e tempos de
fotoativação na contração de polimerização de resinas compostas através de
medidas lineares, Knezevick et al. (2005) observaram que, embora não exista
37
diferença estatisticamente significante na contração linear das resinas compostas
estudadas, é recomendável iniciar a fotopolimerização com baixa intensidade de luz
para diminuir a contração da resina composta na fase pré-gel, permitindo maior
alívio das tensões e, conseqüentemente, reduzindo a quantidade de estresse
transmitida para a interface adesiva.
Kleverlaan e Feilzer (2005) realizaram um estudo, in vitro, com objetivo de
avaliar a contração de polimerização, as tensões de contração, o módulo de
elasticidade e a capacidade de escoamento de 17 compósitos de diferentes
composições, disponíveis comercialmente. Os valores de contração foram obtidos
através da dilatometria de mercúrio, enquanto as demais variáveis estudadas foram
obtidas através da análise do estresse. De maneira geral, aos 30 min após a
fotopolimerização, a contração volumétrica variou de 2% a 5,63% em volume e o
estresse de contração, de 3,3MPa a 23,5MPa. Para as resinas flow, os valores de
contração volumétrica foram maiores e variaram entre 4,17vol% e 5,63vol%. O
estresse de contração variou de 3,3MPa a 16MPa. Nas demais categorias, foram
observadas variações de 2vol% a 3,42vol% para a contração volumétrica e 8,4MPa a
23,5MPa para o estresse de contração, sendo 3,15vol% e 12,8MPa os valores
observados na resina híbrida Tetric Ceram; 2,33vol% e 13,9MPa na Filtek Z250 e
2,51vol% e 15,1MPa na resina Filtek Supreme. Segundo os autores, os quatro
parâmetros estudados mostraram uma interessante interligação que é dependente
dos sistemas de monômeros e das partículas de carga constituintes do material. Uma
relação inversa entre módulo de elasticidade e contração de polimerização foi
observada: as resinas de baixa viscosidade apresentaram alta contração volumétrica
e baixo módulo de elasticidade quando comparadas aos demais compósitos com
maior conteúdo de carga inorgânica, que apresentavam baixa contração volumétrica e
maior módulo de elasticidade. Os autores ressaltaram que o aumento na
concentração de TEGDMA aumentou a contração e o estresse gerado pela contração
de polimerização, por elevar o grau de conversão das duplas ligações. Em resumo, o
aumento no conteúdo de partículas resultou em menor contração de polimerização,
maior módulo de elasticidade e mais estresse. Concluíram que o emprego de resinas
compostas de baixa contração nem sempre é favorável do ponto de vista clínico.
Compósitos de baixa contração podem resultar em alto estresse, caso a estrutura
dental não seja capaz de ceder, ocasionando, eventualmente, pobre adaptação
marginal, dor pós-operatória e fratura da estrutura dental.
38
2.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS
Um dos principais requisitos para assegurar longevidade ao tratamento
restaurador adesivo é utilizar compósitos que sejam resistentes às tensões
provenientes das forças mastigatórias. Segundo O’Brien et al. (1997), quando essas
forças são aplicadas sobre uma restauração, resultam em tensões complexas no
interior do material, que podem ser de tração, compressão ou cisalhamento. Essas
tensões provocam deformações de natureza elástica (reversível) e plástica
(irreversível), ou ambos, que podem exceder a resistência mecânica do compósito,
fraturando-o. Uma vez que as propriedades mecânicas são medidas da resistência
do material à deformação ou fratura sob uma força aplicada, determinar tais
propriedades se torna indispensável para predizer o comportamento clínico da
resina composta (ANUSAVICE, 2005). Como são materiais de natureza friável e,
geralmente, fracos em tração, as suas propriedades mecânicas são usualmente
determinadas por testes de resistência à compressão, resistência à tração diametral,
resistência flexural e módulo de elasticidade (CRAIG; POWERS, 2004).
Segundo Willems (1995), as forças mastigatórias decrescem da região de
molar para a região de incisivos, sendo, em média, 578N no primeiro e no segundo
molar, 311N, 222N e 178N, em pré-molares, caninos e incisivos, respectivamente.
Sendo a tensão produzida no material igual à força aplicada dividida pela área em
que ela atua, Craig e Powers (2004) exemplificaram que uma força de
aproximadamente 400N aplicada em uma restauração de aproximadamente 4mm
2
de área de superfície resulta em tensões de aproximadamente 100 MPa.
Nesse sentido, Rawls e Upshaw (2005) consideraram os valores de
resistência à compressão, à tração diametral e módulo de elasticidade do esmalte
(384MPa, 10MPa, 84GPa) e dentina (297MPa, 52MPa e 18GPa), excelentes
padrões mecânicos para determinar a resistência ideal das resinas compostas
especialmente para uso em dentes posteriores.
Watts (1994) já enfatizava que o desempenho clínico de uma restauração
está relacionado com uma combinação na qual o módulo de elasticidade do material
restaurador e da estrutura dental se assemelham. De acordo com o autor, as
discrepâncias acentuadas entre os módulos de elasticidade resultariam em tensões
na interface adesiva, que poderiam ser resultantes de alterações térmicas e
mecânicas, ou ambas, quando em função na cavidade bucal.
39
Laboratorialmente, forças de tração aplicadas em uma estrutura produzem
tensões de tração, e forças de compressão produzem tensões compressivas. Já
quando esta última é empregada no centro de uma barra, no teste de flexão,
tensões de compressão, tração e cisalhamento são produzidas, simulando, in vitro,
as tensões complexas resultantes das forças mastigatórias. Craig e Powers (2004)
acrescentaram que forças de compressão também produzem tensões de tração em
uma estrutura, quando discos de material friável (6mm de diâmetro x 3mm de
espessura) são comprimidos diametralmente em uma máquina de teste até a fratura.
Craig e Powers (2004) ressaltaram ainda a importância de serem
determinados, também, valores de resistência à compressão do material,
considerando a variedade de forças compressivas que atuam na mastigação, em
especial no segmento posterior. Os autores esclareceram que quando são aplicadas
forças de compressão em uma estrutura, a fratura pode ocorrer como resultado de
tensões complexas que se dissipam nas laterais do cilindro como forças de
cisalhamento, resultando em forças de tração na porção central da massa,
ocasionando fratura do corpo-de-prova. Devido ao mecanismo de dissipação de
tensões sob forças de compressão, os autores enfatizaram que para se obter
laboratorialmente resultados reproduzíveis para o teste de compressão é necessário
utilizar corpos-de-prova cilíndricos que tenham um comprimento de duas vezes seu
diâmetro.
Anusavice (2005) relatou que no teste de resistência flexural, ou flexão de três
pontos, quando uma carga contínua é aplicada no centro do corpo-de-prova, este
flexiona resultando concomitantemente em tensões compressivas na sua região
superior e tensões de tração na região inferior, até a fratura. Nesses casos, Craig e
Powers (2004) acrescentaram que a fratura ocorrerá por tensões de tração, dada a
incapacidade do material em deformar-se plasticamente e reduzir as tensões de
tração na extremidade das suas trincas, resultando na sua fratura. A especificação
n
o
27 da ADA (1998) recomenda que os valores de resistência à flexão de resinas
compostas fotopolimerizáveis para uso direto sejam superiores a 50MPa.
Entretanto, as tensões de tração ou compressão induzem deformações
elásticas no material, que permitem um alívio do estresse antes da fratura. A
constante obtida da razão entre a tensão elástica e a deformação resultante é
denominada módulo de elasticidade e representa a rigidez do material.
Clinicamente, quanto menor o módulo de elasticidade, maior será a capacidade de
40
deformação do material sob tensões. Anusavice (2005) enfatizou que a dentina é
capaz de suportar uma deformação plástica significativa sob cargas compressivas
antes de fraturar, devido a seu módulo de elasticidade (11,7GPa) ser de 3 a 7 vezes
menor que o do esmalte (33GPa), servindo de parâmetro de referência para resinas
compostas restauradoras.
Segundo Obici (2003), as propriedades mecânicas estão fortemente
relacionadas com o conteúdo de carga (% em peso ou % em volume) e matriz
resinosa que compõem o material e podem ser alteradas, dependendo das
características da fonte de luz. Calais e Söderholm (1988) acrescentaram, também,
a importância de uma união efetiva entre a carga e a matriz resinosa. Segundo os
autores, quando a resina composta é submetida aos esforços mastigatórios, as
tensões complexas resultantes no interior do material são absorvidas pela matriz
resinosa e transferidas, via agente de ligação (organo-silano), às partículas
inorgânicas que são estruturas mais duras e mais resistentes. Concluíram que,
embora melhorias nas propriedades físicas e mecânicas dos compósitos sejam em
grande parte relacionadas às partículas de carga inorgânica, uma adequada união
entre a carga e a matriz resinosa é essencial para a longevidade do compósito. Em
adicional ao estresse, Soderholm et al. (1984) explicaram que a matriz resinosa do
compósito é também conhecida por absorver grande quantidade de água, capaz de
ocasionar degradação hidrolítica das partículas de carga e falhas na união
matriz/carga, comprometendo a resistência mecânica e ao desgaste do material.
Quanto ao conteúdo de carga, Bowen (1963) concluiu que a resina BisGMA,
quando reforçada com sílica tratada com vinil-silano, resultou em um material com
baixa solubilidade, sorção de água, coeficiente de expansão térmica e contração de
polimerização, bem como elevado módulo de elasticidade e resistência à
compressão e à tração, passando a apresentar propriedades físicas e mecânicas
mais próximas das do esmalte e da dentina. Entretanto, o autor observou que a
resina composta que continha partículas de sílica inseridas na matriz resinosa, mas
sem a presença do vinil-silano como agente de união carga/matriz, apresentou maior
sorção de água e solubilidade após equivalente período de imersão em água,
comprometendo a resistência mecânica desses materiais.
Bowen (1964) ressaltou que a melhora nas propriedades físicas parecia estar
mais correlacionada com o tamanho e a morfologia da partícula de carga do que
com o percentual de matriz resinosa. O autor observou que, embora a forma das
41
partículas, individualmente, não interferia nos valores de resistência mecânica do
material, partículas esféricas de tamanho reduzido permitiam que fosse adicionada
maior quantidade de carga à matriz resinosa do que partículas irregulares,
aumentando os valores de resistência mecânica do material. Enfatizou que o
tratamento das partículas com vinil silano reduziu o conteúdo de matriz resinosa na
composição do material, aumentando a resistência mecânica da resina composta e
aproximando o módulo de elasticidade aos valores do esmalte e da dentina
humanos.
Com o mesmo objetivo, Suzuki et al. (1995) incorporaram 72,3% em peso de
partículas de carga à matriz resinosa, contendo UDMA/TEGDMA, de uma resina
composta experimental. Quanto à forma e ao tamanho, foram avaliadas partículas
esféricas de tamanhos médios 9,88µm, 2,01µm, 0,62µm, 0,20µm e partículas
irregulares de tamanhos médios 9,46µm e 1,97µm. Estatisticamente evidenciaram
que as resinas formuladas com partículas esféricas de tamanho reduzido
apresentam maior dureza superficial. A resistência à compressão foi inversamente
proporcional ao tamanho da partícula. Quando foi comparado apenas o fator forma,
não houve diferença nas propriedades mecânicas entre partículas esféricas e
irregulares de tamanhos similares.
Kim; Ong; Okuno (2002) relacionaram a morfologia e o conteúdo de partículas
de carga às propriedades mecânicas de 14 diferentes compósitos. Quanto à
morfologia, partículas pré-polimerizadas permitiram adicionar um menor conteúdo de
carga ao compósito, enquanto partículas esféricas permitiram adicionar maior
conteúdo de carga inorgânica ao material. Logo, compósitos com partículas
esféricas (Filtek Z100 e Palfique Toughwell) que apresentavam maior conteúdo de
partículas resultaram em alta resistência flexural (de 120MPa a 129MPa) e módulo
de elasticidade (de 12GPa a 15GPa). Já compósitos com partículas pré-
polimerizadas (Metafil CX, Silux Plus, Heliomolar, Palfique Estelite), por permitir
incorporar menor quantidade de partículas de carga à matriz orgânica, resultaram
em valores reduzidos de resistência flexural (59MPa) e módulo de elasticidade
(3,4GPa). Assim, tanto a morfologia quanto a quantidade influenciaram nas
propriedades mecânicas dos compósitos avaliados. Os autores observaram que os
compósitos com partículas de carga correspondentes a aproximadamente 55% do
seu volume apresentaram os maiores valores de resistência a fratura. A resina
42
Charisma, que continha 56% em volume de partículas de carga irregulares,
apresentou 113MPa de resistência flexural e 10GPa de módulo de elasticidade.
Ainda com objetivo de avaliar o efeito do tamanho e do conteúdo de partículas
de carga em algumas propriedades de resinas compostas experimentais, Li et al.
(1985) confeccionaram duas séries de resinas constituídas por partículas de
borosilicato de bário silanizado imersas em uma matriz resinosa de polietileno e de
polimetacrilato: uma contendo como base partículas de 2µm, incorporadas em
volumes variáveis de 20%, 40%, 45%, 50% e 53%, e outra contendo partículas de
15µm, em frações volumétricas de 20%, 40%, 50%, 60% e 65%. De acordo com os
resultados, o aumento na concentração de partículas melhorou a dureza, a
resistência à compressão e a tenacidade, diminuindo a sorção de água. Segundo os
autores, o tamanho das partículas de carga parece ter moderada influência sobre as
propriedades testadas. As resinas com partículas de 15µm tiveram melhor
desempenho quanto a profundidade de polimerização, resistência à compressão e
sorção de água.
Em 1998, ao avaliar o efeito do tamanho das partículas de carga (0,7µm, 1µm
ou 1,4µm) e da concentração do iniciador canforquinona (0,1%, 0,25%, 0,5% e
0,75%) na resistência à compressão e à tração diametral de resinas compostas à
base de Bis-GMA e TEGDMA, Kalliyana Krishman e Yamuna (1998) observaram
que o aumento na concentração de canforquinona de 0,1% para 0,25% elevou os
valores de resistência à compressão e à tração diametral, entretanto os valores
máximos foram obtidos por concentrações de 0,25% a 0,5%. Melhores propriedades
mecânicas foram encontradas nas resinas formuladas com tamanho médio de
partículas de carga entre 0,7µm e 1,0µm. Os valores de compressão obtidos
variaram de 231MPa a 281MPa, e os valores de resistência à tração diametral
variaram de 36MPa a 52MPa.
Segundo Anusavice e Phillips (1998), as propriedades mecânicas, tais como
resistência à compressão e à tração e módulo de elasticidade aumentam em função
da fração volumétrica de partículas. Os autores observaram que a incorporação
máxima de partículas de carga inorgânica na matriz resinosa pode ser obtida
quando os espaços entre as partículas maiores forem preenchidos por partículas
menores.
Considerando que o conteúdo de partículas se sobrepõe como fator
importante na determinação das propriedades mecânicas das resinas compostas,
43
Reges et al. (2002) avaliaram o conteúdo de carga em peso e volume de resinas
compostas híbridas, micropartículas e flow. Os resultados percentuais em peso e
volume respectivamente encontrados foram: Filtek Z250 (79% e 62%); Tetric Ceram
(74% e 57%); FillMagic (76% e 58%), comprovando que a composição quantitativa
de carga, tanto em peso como em volume, coincide com os valores demonstrados
na literatura, para todos os compósitos avaliados.
Chung (1990) avaliou o efeito do conteúdo de carga inorgânica e dos
componentes da matriz resinosa nas propriedades mecânicas dos compósitos. As
resinas compostas eram constituídas pelos sistemas de monômeros (BisGMA,
UDMA, ou ambos) e com conteúdos de partículas de carga inorgânica variando
entre 58.2% e 74,2% em volume. Embora o grau de conversão tenha variado entre
43,5% e 73,8%, não apresentou correlação com as propriedades mecânicas dos
compósitos avaliados. Já o aumento na fração volumétrica de carga inorgânica
aumentou os valores de resistência à tração diametral e os valores de dureza
Knoop. Segundo o autor, o aumento da resistência mecânica com o aumento na
concentração das partículas de carga pode também estar relacionado com o agente
de união carga/matriz.
A influência da composição da matriz resinosa sobre as propriedades
mecânicas da resina composta foi avaliada por Asmussen e Peutzfeldt (1998)
através de 30 diferentes formulações experimentais variando a relação entre os
monômeros TEGDMA e BisGMA (30:70, 40:60, 50:50, 60:40, 70:30), e substituindo
BisGMA por UDMA em incrementos sucessivos de 10 mol% em todas as
formulações. A substituição de BisGMA por TEGDMA aumentou a resistência à
tração diametral, mas reduziu a resistência à flexão. Já a substituição de BisGMA ou
TEGDMA por UDMA melhorou a resistência flexural e à tração diametral. O módulo
de elasticidade foi consideravelmente influenciado pela incorporação em
concentrações variadas do monômero UDMA a determinadas combinações
BisGMA/TEGDMA, reduzindo ou aumentando seus valores.
As resinas compostas fotoativadas são caracterizadas por alta resistência à
compressão e baixa resistência à tração. Brosh et al. (1999) observaram que os
valores de resistência à tração diametral de compósitos híbridos foram
correspondentes a 20% dos valores encontrados para resistência à compressão. Os
valores de resistência à compressão variaram de 198MPa a 300MPa, sendo
221MPa Tetric Ceram e 282MPa Charisma. Os valores de resistência à tração
44
diametral variaram entre 38,8MPa e 54,6MPa, sendo 50MPa Tetric Ceram e
44,9MPa Charisma. Os autores explicaram que quando uma tensão de tração é
desenvolvida na restauração, fendas se abrem e se propagam no interior do
material, resultando em falha catastrófica. Observaram também que não existe
correlação entre os valores de resistência à tração e à compressão dos compósitos,
concluindo que a alta resistência à compressão não pode predizer a habilidade do
material em resistir à tração. Os autores enfatizaram que o teste de resistência a
tração diametral é muito mais sensível para predizer as diferenças entre as resinas
compostas testadas do que o teste de resistência à compressão.
Avaliando a influência da concentração de partículas de carga inorgânica e do
grau de conversão nas propriedades mecânicas dos compósitos de diferentes
composições, Chung e Greener (1990) encontraram uma correlação positiva entre a
resistência à tração diametral e a concentração de partículas de carga inorgânica,
indicando que a resistência à tração diametral do material é maior quando o
conteúdo de carga inorgânica também é maior. Ao estimar o grau de conversão, os
autores observaram uma variação de 43,5% a 73,8%, mas nenhuma correlação com
as propriedades mecânicas foi encontrada. Diante dos resultados obtidos, os
autores consideraram que as propriedades mecânicas das resinas compostas são
influenciadas mais pelo conteúdo de partículas de carga do que pela matriz
resinosa, particularmente na restauração de dentes posteriores. Cabe ressaltar que
a concentração das partículas de carga dos compósitos avaliados neste estudo
variou de 58,2% a 74,2% em volume; os valores de resistência à tração diametral
obtidos ficaram entre 39,8MPa e 60,6MPa, e os valores de resistência à
compressão foram de 242,3MPa a 324,7MPa.
Obici (2003) observou que os métodos de fotoativação afetam diferentemente
as propriedades mecânicas dos compósitos: enquanto a densidade de energia
empregada no material se manteve constante, fontes com alta intensidade de luz
não afetaram significativamente a resistência à compressão, à tração diametral e a
resistência flexural do compósito Filtek Z250. Para o teste flexural, o autor observou
que, mesmo quando empregadas diferentes densidades de energia, os valores se
mantinham similares.
Miyazaki et al. (1996) observaram que, mesmo empregando diferentes
intensidades de luz em diferentes tempos de fotoativação (30s com 400mW/cm
2
, 60s
com 200mW/cm
2
e 120s com 100mW/cm
2
), os valores de resistência flexural,
45
módulo de elasticidade e resistência à fratura para um mesmo compósito (Clearfil
AP-X, Herculite XRV, Palfique Estelite, Z100) foram similares entre si, porque foram
irradiados com a mesma densidade de energia (intensidade de irradiação vezes
tempo de exposição). A resistência flexural dos compósitos avaliados variou entre
85MPa e 154MPa, e o módulo de elasticidade variou de 5,7GPa a 14GPa. Os
maiores valores de resistência flexural e módulo de elasticidade foram observados
no compósito que apresentou maior conteúdo de carga inorgânica: 70% em volume;
e os menores valores foram relacionados ao compósito com menor conteúdo de
carga: 53% em volume.
Calheiros et al. (2006) observaram que, similarmente ao grau de conversão,
as propriedades mecânicas não aumentaram linearmente com o aumento da
densidade de energia, mas o estresse de contração aumentou consideravelmente.
Ressaltaram que estabelecer um ajuste entre ótimas propriedades físicas e mínimo
estresse de contração é de extrema importância para alcançar longevidade nos
procedimentos restauradores com resina composta, e concluíram que uma
densidade de energia de 12J/cm
2
pode ser suficiente para garantir alta resistência
flexural, módulo de elasticidade e grau de conversão, além de mínimo estresse de
contração de polimerização em compósitos com diferentes conteúdos de carga:
micropartículas (46% em volume) e híbrido (60% em volume).
Além de avaliar a influência do método de fotopolimerização direto e indireto
na resistência flexural e no módulo de elasticidade de compósitos com diferentes
composições, Ferracane e Ferracane (2002) correlacionaram esses valores com a
porcentagem de peso de partículas de carga. Quanto à técnica de fotoativação, os
autores observaram que o método direto (luz halógena com intensidade de
600mW/cm
2
) tendeu a fornecer maiores valores de resistência flexural e módulo de
elasticidade do que o método indireto (Triad II). Independentemente do mecanismo
de fotoativação, a porcentagem em peso de partículas de carga apresentou
correlação positiva com os valores de resistência flexural e módulo de elasticidade.
Quando fotopolimerizados pelo método direto, os compósitos contendo em média
55% em peso de carga inorgânica apresentaram médias de 80MPa de resistência
flexural e 6,2GPa de módulo de elasticidade, enquanto resinas como a Filtek Z250
(82% em peso) apresentaram, respectivamente 150MPa e 12GPa; Tetric Ceram
(77% em peso) apresentou 112MPa e 10GPa e EsthetX (73% em peso) apresentou
121MPa e 9GPa, respectivamente.
46
Uma vez que a cavidade oral é um ambiente úmido, a sorção de água
também pode influenciar o comportamento mecânico do material através do
mecanismo de degradação hidrolítica que, segundo Soderholm et al. (1984), resulta
no aparecimento e na propagação de fendas na matriz resinosa, bem como na
perda de partículas de carga. Os autores observaram que materiais cuja composição
incluía partículas de quartzo ou sílica coloidal são menos sensíveis à degradação
hidrolítica do que compósitos contendo vidro de bário ou estrôncio.
Em tal sentido, Calais e Söderholm (1988) avaliaram a influência da
composição da partícula de carga recoberta com silano e do tempo de
armazenagem em água sobre a resistência à flexão em compósitos experimentais.
Um dos materiais apresentava partículas irregulares de quartzo de tamanho
variando entre 5µm e 40µm; outro, partículas irregulares de vidro de bário variando
entre 5µm e 20µm, e o último, partículas esféricas de sílica porosa com tamanho
médio de 5µm. O grupo controle apresentava apenas matriz resinosa. A resistência
flexural de todos os compósitos avaliados reduziu após armazenagem em água. No
grupo controle, a redução na resistência flexural foi de 50%, levando os autores a
concluir que a água teve efeito mais danoso na matriz resinosa do que na interface
matriz/partícula. Além da influência da umidade, a redução de 40% na resistência
flexural e a alta freqüência de linhas de fratura observadas no compósito contendo
sílica porosa foram relacionadas à natureza porosa e ao tamanho reduzido da
partícula de sílica, que pode não oferecer resistência suficiente a tensões
complexas. Os autores concluíram, ainda, que as partículas de vidro de bário
apresentam maior susceptibilidade à degradação hidrolítica do que as partículas de
quartzo.
Abe et al. (2001) avaliaram a influência da água no módulo elástico de
compósitos com conteúdos de carga variando entre 37%vol e 62%vol. Para tal, um
grupo foi mantido em ambiente seco por 24h e os demais armazenados em água por
24h e por 1, 3 e 6 meses. Os autores observaram que a armazenagem em água por
24h foi suficiente para reduzir o módulo elástico de todos os materiais testados
quando comparada com a de meio seco. Com o aumento no tempo de
armazenagem em água, alguns compósitos mantiveram valores similares aos
obtidos em 24h, enquanto outros apresentaram valores inferiores. Os autores
atribuíram essas diferenças aos efeitos da sorção da água, que pode plastificar a
47
matriz resinosa e degradar a interface matriz/partícula, concluindo que a sorção de
água reduz levemente a resistência à deformação elástica do material.
Cruz et al. (1992) concordaram que, além da hidrólise das partículas de
carga, a absorção de água pela matriz orgânica também pode alterar as
propriedades do material por ser a água um agente plastificante e de solubilização.
Ao avaliar a sorção de água em resinas compostas de diferentes percentuais em
peso de partículas de carga inorgânica (84,2%; 85,2% e 74,3%), os autores
observaram que a maior sorção de água ocorreu nas primeiras 48h e manteve-se
estável até 7 dias, aumentando novamente próximo a 30 dias. Verificaram ainda
que, ao final dos 30 dias, os materiais absorveram igual quantidade de água com
velocidades diferentes, levando-os a suspeitar de que tal fato se relacione às
prováveis diferenças na composição dos monômeros que apresentam diferente
capacidade higroscópica.
Para avaliar a influência do agente de união e da viscosidade da resina
composta na resistência flexural, módulo de elasticidade, resistência a fratura e
dureza Knoop, após 24h e 1 e 6 meses, Musanje e Ferracane (2004) utilizaram três
formulações de resinas experimentais com baixa, média e alta viscosidade, obtidas
através da mistura de TEGDMA/UDMA/BisGMA nas respectivas proporções:
47:33:16% em peso; 30:33:33% em peso; 12:33:51% em peso. Os compósitos
continham 71,3% em peso de partículas de vidro de estrôncio silanizado e 12,6% em
peso de sílica silanizada ou o mesmo percentual de sílica, mas sem tratamento com
silano. Nesse estudo, o tratamento da superfície com silano não interferiu nas
propriedades mecânicas do material, embora os autores tenham enfatizado que a
maioria das partículas do compósito (71,3% em peso) era de vidro de estrôncio
silanizado, responsável pelo similar comportamento observado nos diferentes
grupos. Segundo os autores, uma vez que alto grau de conversão não se traduz em
excelentes propriedades mecânicas, a viscosidade média, obtida com igual
proporção TEGDMA/UDMA/BisGMA, permite alcançar um balanço entre o grau de
conversão satisfatório e boas propriedades mecânicas do material. Quanto ao
período de armazenagem em água, resultados similares foram obtidos para as
propriedades avaliadas, comparando os diferentes períodos, exceto para
microdureza. Mesmo diante desses resultados, os autores consideram a degradação
hidrolítica e a lixiviação na matriz resinosa, decorrentes da água, fatores capazes de
reduzir significativamente algumas propriedades do compósito.
48
A influência do tempo de estocagem em água (24h e 30 dias) na resistência
flexural, dureza e módulo de elasticidade de compósitos indiretos e um compósito
híbrido convencional foi avaliada por César; Miranda Júnior; Braga (2001). Os
autores concluíram que polimerização adicional de compósitos indiretos, embora
aumente o grau de conversão, não necessariamente proporciona aumento nas
propriedades mecânicas ou melhora a resistência à degradação hidrolítica da resina
composta. Em relação ao tempo de estocagem, os autores observaram que 30 dias
de armazenagem em água afetou a dureza, tanto dos compósitos indiretos como do
híbrido avaliado, mas não houve alterações na sua resistência flexural nem no seu
módulo de elasticidade, quando comparado ao tempo de armazenagem de 24h.
Oysaed e Ruyter (1986) avaliaram a solubilidade e a sorção de água, bem
como a quantidade de degradação química na água de compósitos contendo
partículas de carga de diferentes composições (quartzo, sílica amorfa e vidro de
bário, estrôncio, zinco, alumínio e zircônia) e concentrações em volume de 65% a
62%; de 52% a 54% e inferior a 45%. Segundo os autores, com exceção de um
material, compósitos com maior conteúdo de carga inorgânica apresentavam menor
sorção e menor solubilidade após 3 meses de imersão em água. Dentre os materiais
avaliados, as partículas de vidro de zinco, bário e estrôncio foram as que perderam
maior quantidade de íons. O silício foi o elemento mais solúvel, independente da
composição da partícula, exceto em um compósito que apresentou silício e
estrôncio. Outros elementos solubilizados, em quantidades de 5% a 10% em peso
foram bário, alumínio, zinco e zircônia. Segundo os autores, em compósitos que
apresentem tais partículas, a lixiviação de íons pode afetar a estabilidade hidrolítica
e a união entre matriz e partícula, através do agente de união (organo-silano),
comprometendo as propriedades mecânicas do material. Os autores concluíram que
a lixiviação dos íons inorgânicos provenientes das partículas depende do tratamento
e da composição da partícula de carga.
Yin et al. (2002) compararam as propriedades físicas e mecânicas de um
compósito experimental de baixa contração de polimerização com as resinas
compostas disponíveis comercialmente. Valores de contração de polimerização
foram obtidos empregando a máquina de teste AcuVol, e a resistência flexural e à
tração diametral foram determinadas por métodos aceitos universalmente. Segundo
os autores, a resina experimental contendo partículas de carga presentes em 87%
em peso e 74% em volume resultou no mais baixo valor de contração volumétrica
49
sem comprometer as demais propriedades mecânicas do material A contração
volumétrica observada no compósito experimental foi de 1,5vol%, enquanto a
resistência flexural e à tração diametral foram de 150MPa e 40MPa,
respectivamente. Já o compósito Filtek Z250 contraiu 2,2vol% e apresentou
resistência flexural de 112MPa e resistência à tração diametral de 52MPa.
Mitra; Wu; Holmes (2003) realizaram um estudo com objetivo de comparar as
propriedades físicas e mecânicas de um compósito (Filtek Supreme) constituído por
partículas de sílica de tamanho nanométrico de 20nm e 75nm e nanoaglomerados
de sílica e zircônia com aproximadamente 0,6μm, imersas em matriz resinosa
contendo BisGMA, BisEMA, TEGDMA e UDMA, às propriedades dos compósitos
híbridos e microparticulados disponíveis comercialmente. Os valores de resistência à
compressão, resistência à tração diametral e resistência flexural do nanocompósito
foram equivalentes aos resultados observados nos compósitos híbridos avaliados, e
muito maiores do que os observados no compósito de micropartículas. Os autores
concluíram que o sistema de nanocompósito apresenta alta translucidez, alto
polimento e retenção do polimento, similarmente aos compósitos de micropartículas,
além de manter a resistência ao desgaste e propriedades mecânicas dos híbridos.
Ao avaliar a resistência à tração diametral de compósitos de diferentes
composições, Lopes et al. (2004) observaram que o nanocompósito Filtek Supreme
apresentou 49,9MPa, não diferindo dos compósitos híbridos Filtek Z250 com
48MPa, Tetric Ceram com 46MPa e EsthetX com 45MPa. Concluíram que a
quantidade média de partículas de carga ou características da composição podem
ter maior influência na resistência à compressão diametral do que o tamanho e a
distribuição das partículas dos compósitos testados.
Ao avaliar as propriedades físicas e mecânicas de diferentes categorias de
compósitos, Lu et al. (2005) observaram que, com exceção da resina Renamel, os
compósitos microparticulados apresentaram menor resistência mecânica do que os
demais compósitos híbridos e nanocompósito testados. Os autores observaram que
a maioria da contração volumétrica de polimerização ocorreu nas primeiras 24h, e o
nanocompósito Filtek Supreme apresentou os menores valores de contração de
polimerização. Os valores encontrados para os testes de resistência à compressão
oscilaram entre 298MPa e 252MPa; resistência à tração diametral entre 35MPa e
54MPa; resistência flexural entre 140MPa e 73MPa. Os valores de módulo de
elasticidade e contração de polimerização (após 1h) para os compósito Filtek
50
Supreme, Tetric Ceram e EsthetX foram 11GPa e 1,68vol%; 9,2GPa e 2,56vol%;
7GPa e 1,65vol%, respectivamente.
Ao avaliar a fração inorgânica em peso e as propriedades mecânicas de
compósitos híbridos, microparticulados e nanopartículas, Beun et al. (2007)
observaram que os compósitos com maior percentual de carga inorgânica em peso
também apresentaram os maiores valores nas propriedades mecânicas avaliadas. O
percentual em peso de partículas de carga inorgânica variou entre 40% (Durafill) e
85% (Grandio). Os autores explicaram que as partículas esféricas permitem maior
carregamento nos compósitos e também aumentam sua resistência à fratura, uma
vez que o estresse mecânico tende a se concentrar nos ângulos e nas
protuberâncias das partículas irregulares. Porém, para o compósito Filtek Supreme,
constituído apenas por partículas esféricas, os autores observaram menor
percentual em peso de partículas de carga (77%) e, também, valor levemente
inferior de resistência flexural (115MPa) comparado a outros compósitos híbridos,
levando os autores a concluir que a presença de partículas exclusivamente esféricas
resulta em valores inferiores de resistência flexural. O módulo de elasticidade variou
entre 2,6GPa (Durafill) e 14,2GPa (Grandio) e a resistência flexural entre 50,5MPa
(Durafill) e 123,4MPa (Z100). O compósito híbrido Tetric Ceram com
aproximadamente 80% em peso de partículas irregulares apresentou módulo de
elasticidade e resistência flexural de 118MPa e 7GPa, respectivamente. Eles
enfatizaram que os compósitos de micropartículas apresentaram os valores mais
baixos em todos os critérios avaliados.
51
52
3 PROPOSIÇÃO
Os objetivos do presente estudo, in vitro, foram:
1) Comparar o percentual de contração volumétrica de 6 compósitos híbridos
e 1 nanocompósito, usando um mecanismo de vídeo e imagem (AcuVol, Bisco,
Schaumburg, EUA).
2) Comparar os valores de resistência à compressão, resistência à tração
diametral, resistência flexural e módulo de elasticidade de 6 compósitos híbridos e 1
nanocompósito.
53
54
4 MATERIAL E MÉTODO
Neste trabalho foram avaliados 7 compósitos de uso direto, sendo 6 híbridos
e 1 nanocompósito, todos na cor A2. Os critérios de inclusão desses materiais
foram: diferentes tipos de partículas de carga em forma, composição, percentual em
peso e tamanho médio, assim como a variedade de monômeros na matriz orgânica.
As resinas compostas e a descrição de sua composição estão no QUADRO I.
Com a finalidade de avaliar a contração de polimerização e o comportamento
mecânico das resinas compostas, foram realizados os testes de contração
volumétrica, resistência à compressão, resistência à tração diametral, resistência
flexural e módulo de elasticidade.
M
E
V
Opallis
(OP)
Filtek Z250
(FZ)
Filtek Supreme
(FS)
Tetric ceram
(TC )
FillMagic
(FM)
EstethX
(EX)
Charisma
(CH)
Monômeros
% Carga:
%vol/%peso
Composição das
partículas de carga
Tamanho das
partículas
Tempo de
fotoativação (s)
Lote
Fabricante
BisGMA
BisEMA
TEGDMA
BisGMA
BisEMA
TEGDMA
UDMA
BisGMA
TEGDMA
UDMA
Àbase de
metacrilatos
BisGMA
BisEMA
TEGDMA
BisGMA
TEGDMA
58%vol/78,5% peso
62%vol/79%peso
Reges et al. (2002)
59%vol/78,5%peso
57%vol/74%peso
Reges et al. (2002)
58%vol/76%peso
56%vol/73%peso
Ferracane e Ferracane ( 2002)
55%vol/72%peso
Kim et al. (2002)
Dióxido de Silício,
Vidro de Bário-
Alumínio-Silicato
Zircônia/sílica
Zircônia/Sílica
Vidro de Bário,
Vidro de Fluorsilicato
de Bário e Alumínio
Dióxido de Silício,
Vidro Borosilicato de
Flúor e Alumínio
Dióxido de Silício,
Vidro de Fluorsilicato de
Bário e Alumínio.
Variando entre
0,04um e 3um.
Tam. Méd.
0,5µm
Variando entre
0,04um e 3um.
Tam. Méd.
0,6µm
75nm e 20nm.
Nanoaglomerado
variando entre
0,6µm e 1,4µm
Variando entre
0,04um e 3um.
Tam. Méd.
0,7µm
Variando entre
0,04um e 3um.
Tam. Méd.
0,5µm
Variando entre
0,04um e 1um.
Tam. Méd.
0,6µm
Variando entre
0,02um e 2 um.
Tam. Méd.
0,7µm
30 s
20 s
20 s
20 s
40 s
20 s
40 s
FGM
IVOCLAR
VIVADENT
VIGODENT
DENTSPLY
HERAEUS
KULZER
Compósitos
G 05149
4WJ
5JH
BisGMA
BisEMA
TEGDMA
UDMA
Quadro I- Resinas compostas utilizadas no estudo, descritas de acordo com as instruções do fabricante.
Dióxido de Silício,
Dióxido deTitânio,
Vidro de Bário, Boro
Flúor e Alumínio
3M ESPE
010088
3M ESPE
0404012
019/05
01
56
4.1 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA
A porcentagem de contração volumétrica foi determinada por meio de um
mecanismo de vídeo e imagem, através da máquina de teste AcuVol (Bisco,
Schaumburg, EUA), operando no modo de visualização simples (Single View), como
proposto por Sharp et al. (2003).
A máquina de teste AcuVol contêm em seu interior uma câmara de vídeo
(Sony XC75-X) responsável por filmar a amostra em tempo real, registrando o
percentual de contração volumétrica que ocorre durante a realização do teste (FIG.
1). Essa máquina é acoplada a um computador dotado de um software específico
(MIOD Detection Technologies) para determinar os valores de contração volumétrica
dos compósitos a partir da captura e digitalização das imagens das amostras antes,
durante e após a fotopolimerização.
Figura 1- Máquina de teste AcuVol (Bisco, Schaumburg, EUA): A) local onde se encontra a câmara
de vídeo interna (Sony XC75-X); B) compartimento onde são inseridos e manuseados os corpos-
de-prova.
Para que as imagens das amostras possam ser capturadas, incrementos de
resinas compostas são inseridos em um pedestal de teflon central, que está
focalizado pela câmera de vídeo interna ajustada com uma lente Macro 45mm, a
uma distância de 10cm (FIG. 2A e 2B).
A
B
57
O processo de contração volumétrica é monitorado a cada segundo, durante
todo o período de realização do teste, permitindo ao software calcular o percentual
de contração volumétrica automaticamente com base na diferença de volume da
amostra registrada antes e após a foativação.
4.1.1 Confecção dos corpos-de-prova e execução do teste
Para cada resina composta foram confeccionados 5 corpos-de-prova com
15μl (±1) de volume, totalizando 35 amostras.
Para evitar que o corpo-de-prova fosse manuseado por muito tempo fora da
máquina de teste e isso pudesse interferir nos resultados de contração do material, o
pesquisador foi calibrado previamente para retirar, diretamente da bisnaga de resina
composta, incrementos com volumes próximos a 15μl. Assim, com auxílio de uma
espátula de inserção para resina composta (Goldstein Flexi-Thin nº 1, Hu-Friedy, Rio
de Janeiro, Brasil), cada incremento foi retirado diretamente da bisnaga e
manipulado pelo pesquisador, calçado com luvas odontológicas, realizando
movimentos circulares até obter um incremento com formato esférico. O incremento
foi posicionado no pedestal da máquina (FIG. 2A e 2B) e, após o pesquisador aferir
o volume da amostra no monitor do computador, aguardou-se 2 min. para o
escoamento do material.
Figura 2A Figura 2B
Figura 2A e 2B- Imagens aproximadas do compartimento onde foram posicionados os corpos-de-
prova, vista frontal (2A) e superior (2B): c) pedestal; d) lente Macro 45mm; e) corpo-de-prova.
10cm
c
d
e
d
c
10cm
e
58
Após esse tempo, pré-determinado em estudo piloto, a imagem inicial da
amostra foi capturada e digitalizada pelo sofware do AcuVol, que registrou o
perímetro da amostra, utilizando uma linha pontilhada virtual. Essa imagem ficou
armazenada no programa, como volume inicial da amostra (FIG. 3).
Figura 3- Vizualizaçao da imagem do corpo-de-prova no software específico (MIOD Detection
Technologies): Volume, registro numérico do volume do corpo-de-prova (µl); Shrinkage
(contração), registra o percentual de contração volumétrica do material (%vol) e Slope (brilho),
registra a luminosidade do corpo-de-prova. A seta aponta a linha pontilhada que demarca o
perímetro do mesmo
.
Em seguida, o incremento de resina composta foi fotopolimerizado com
aparelho de luz halógena Optilux 501 (Demetron, Kerr Co, Danbury, EUA) com
intensidade de 600mw/cm
2
, durante o tempo recomendado pelo fabricante, descrito
no QUADRO I. A intensidade de luz foi verificada antes da fotoativação de cada
corpo-de-prova, no radiômetro acoplado no próprio fotopolimerizador. A distância
entre a fonte de luz e a amostra foi padronizada em 1mm, com a ponteira
posicionada formando um ângulo de 90º com a superfície do compósito, através de
um dispositivo metálico acoplado na ponta do fotopolimerizador (FIG. 4A e 4B).
59
Figura 4A Figura 4B
Figuras 4A e 4B- 4A) Dispositivo utilizado para padronizar a distância entre a ponta ativa do
fotopolimeizador e a superfície do corpo-de-prova acoplado na ponta ativa do fotopolimerizador;
4B) Dispositivo em posição na máquina de teste.
Após a fotopolimerização, outra linha pontilhada virtual contornou o perímetro
do volume final apresentado pelo material (FIG. 5A). Uma vez que as linhas estavam
representadas na mesma imagem, foi possível visualizar a contração da amostra, na
diferença entre a linha virtual pontilhada inicial e a linha pontilhada final (FIG. 5B).
Concomitantemente, o percentual de contração volumétrica, calculado de forma
automatizada pelo software, foi registrado numericamente, a cada segundo, no item
Shrinkage (contração), visível no monitor (FIG. 5A), durante o tempo de 10 min. Vale
ressaltar que esse tempo também foi pré-estabelecido em estudo piloto, o qual
demonstrou que, a partir desse período, o percentual de contração volumétrica
passou a apresentar valores similares, não sendo necessário manter a amostra por
tempo superior na máquina de teste.
Os dados foram disponibilizados pelo programa, em forma de arquivo de texto
(doc.), contendo, além dos valores percentuais de contração volumétrica a cada
segundo, durante 10 min, o dia, mês, hora, minuto, segundo, volume e brilho da
amostra que estava sendo filmada (TAB. 1, APÊNDICE A).
60
4.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS
Os ensaios mecânicos foram realizados de acordo com os parâmetros
estabelecidos pela especificação nº 27 da ADA (1977,1998), para materiais
restauradores à base de resina composta, e o teste de resistência à compressão foi
aplicado tomando por base a metodologia utilizada por Kalliyana Krishman e
Yamuna (1998) e Brosh et al. (1999). Para a execução dos testes foi utilizada uma
máquina de ensaio Universal EMIC, modelo DL-3000 (EMIC, São José dos Pinhais,
Brasil).
4.2.1 Confecção dos corpos-de-prova
Para todos os ensaios mecânicos foram confeccionados 8 corpos-de-prova de
cada grupo. Na confecção das amostras foi empregada uma matriz metálica
bipartida com dimensões pré-estabelecidas para cada teste (QUADRO II). Para
facilitar a retirada dos corpos-de-prova, a matriz metálica teve seus extremos,
superior e inferior, isolados com vaselina sólida, através de um aplicador descartável
(Cavibrusch, FGM Produtos Odontológicos, Joinville, Brasil). Com auxilio de uma
espátula de inserção (Goldstein Flexi-Thin nº1, Hu-Friedy, Rio de Janeiro, Brasil), a
matriz metálica, posicionada sobre uma tira de poliéster (Proben, Dentsply, Rio de
Figura 5A Figura 5B
Figura 5A- Registro numérico do percentual de contração volumétrico, calculado
automaticamente, no item Shrinkage (contração). Figura 5B- Em maior aumento, visualização da
contração ocorrida no corpo-de-prova, determinada através da diferença entre a linha virtual
pontilhada inicial (superior) e a linha pontilhada final (inferior).
61
Janeiro, Brasil), foi preenchida com incremento(s) de resina(s) composta(s), como
descrito no QUADRO II. Antes da fotoativação, outra tira de poliéster foi posicionada
sobre a matriz metálica e pressionada com uma placa de vidro para garantir a
planificação dos corpos-de-prova.
A fotoativação dos incrementos foi realizada durante o tempo recomendado
pelo fabricante, descrito no QUADRO I, por um aparelho de luz halógena Optilux 501
(Demetron, Kerr Co, Danbury, EUA) com intensidade de luz de 600mw/cm
2
,
monitorada antes da fotoativação de cada corpo-de-prova através do radiômetro
acoplado no próprio aparelho.
Os excessos de resina composta foram removidos com auxílio de uma
lâmina de bisturi n° 12 (Solidor, Rio de Janeiro, Brasil) e lixas de óxido de alumínio e
carbureto de silício de granulação 600, empregadas manualmente, ou ambos.
Em todos os ensaios, as amostras de cada grupo foram imersas,
separadamente, em recipientes plásticos de cor preta com água destilada, onde
permaneceram armazenadas a 37°C por 24h.
A
B
C
A
B
C
A
B
C
Compressão
Tração Diametral
Flexão
4.2.2 Realização do ensaio mecânico
4.2.2.1 Resistência à compressão
Após aferir a área da secção transversal com um paquímetro nômio
(Digimess LTDA, São Paulo, Brasil) cada amostra foi submetida ao ensaio de
resistência à compressão. Seguindo a metodologia proposta por Brosch et al.
(1999), dois dispositivos metálicos de base plana foram acoplados aos mordentes
superior e inferior de uma máquina de teste. O corpo-de-prova foi inserido entre as
bases metálicas, de maneira tal que a força compressiva fosse exercida no sentido
longitudinal da amostra (FIG. 6). A máquina de teste, com célula de carga de 5KN,
foi programada para exercer uma força compressiva com velocidade de avanço de
0,5mm/min, até a fratura do corpo-de-prova.
A resistência à compressão do material foi calculada em megapascal (MPa)
dividindo a força máxima, obtida em newtons (N), pela área da secção transversal
Figura 6- Ensaio mecânico de resistência à compressão: A) corpo-de-prova; B) base para
posicionamento do corpo-de-prova; C) base utilizada para comprimir o corpo-de-prova.
A
B
C
63
64
do cilindro, de acordo com a fórmula descrita por Kalliyana Krishman e Yamuna
(1998):
RC =
onde RC é a resistência à compressão (MPa), F é a força máxima de fratura obtida
em newtons (N) e r é o raio do corpo-de-prova (1,5mm).
4.2.2.2 Resistência à tração diametral
Após certificar a área de secção transversal com um paquímetro nômio
(Digimess LTDA, São Paulo, Brasil), a amostra foi posicionada diametralmente entre
as bases metálicas (FIG. 7) da máquina de teste. Para facilitar a estabilização da
amostra, um papel de seda umedecido em água, com aproximadamente 0,5mm de
espessura foi posicionado entre a amostra e a placa metálica, em cada lado do
espécime (ADA, 1977).
Figura 7- Ensaio mecânico de resistência à tração diametral: A) corpo-de-prova posicionado
diametralmente entre as bases metálicas; B) base para posicionamento do corpode prova; C)
base utilizada para comprimir o corpo-de-prova.
F
πr
2
A
B
C
65
A amostra foi comprimida continuamente, com velocidade de avanço de
0,1mm/min, até a fratura. A resistência à tração diametral foi calculada em
megapascal (MPa) através da fórmula (ADA 1977):
Rtd =
onde Rtd é a resistência à tração diametral (MPa); F é a força máxima de fratura
obtida em newtons (N); d é o diâmetro do corpo-de-prova (mm) e h é a altura do
corpo-de-prova (mm).
4.2.2.3 Resistência flexural e módulo de elasticidade
O ensaio mecânico para registro da resistência flexural e cálculo do módulo
de elasticidade foi realizado através de um teste de carga de três pontos, executado
na máquina de teste Universal com célula de carga de 2KN.
De acordo com a especificação nº 27 preconizada pela ADA (1998), foi
utilizado um aparato constituído de uma base fixada ao mordente inferior da
máquina de ensaio, composta de dois apoios de secção circular de 2mm de
diâmetro cada, montados paralelamente e com 20mm de distância entre seus
centros, sobre o qual foi apoiado o corpo-de-prova. Para exercer a força de
compressão, foi utilizado outro dispositivo, acoplado ao mordente superior do
equipamento, também com secção circular de 2mm de diâmetro (FIG. 8A e 8B).
Para a realização do teste, esse dispositivo foi posicionado no centro do corpo-de-
prova, paralelamente e eqüidistante dos outros dois apoios localizados na base
metálica onde esse estava apoiado. A máquina foi configurada para exercer uma
carga compressiva contínua até a fratura do corpo-de-prova, à velocidade de
0,75mm/min e registrar a carga máxima em newtons (N).
2F
πdh
66
Figura 8A Figura 8B
Figuras 8A e 8B– 8A) Dispositivos acoplados à màquina de teste; 8B) Desenho esquemático do
teste de flexão de três pontos com as medidas das hastes e distância do vão estabelecidos pela
ADA nº27.
4.2.3.1 Cálculo da resistência flexural
Os valores, em megapascal (MPa), de resistência flexural (Rf) foram
calculados utilizando a seguinte fórmula (ADA 1998):
Rf=
onde Rf é a resistência flexural (MPa), F é a carga máxima (N), L é a distância (mm)
entre os apoios, isto é, 20 mm; b é largura do corpo-de-prova (mm) e h é a altura
do corpo-de-prova (mm).
3FL
2bh
2
A
B
C
2mm
20mm
Corpo-de-prova
67
4.2.3.2 Cálculo do módulo de elasticidade
Os valores do módulo de elasticidade (ME), em MPa, foram calculados
utilizando a fórmula aplicada no trabalho de Musange e Ferracane (2004), em
seguida foram convertidos em GPa, dividindo o valor obtido por 1.000:
M E=
onde L é a distância entre os suportes, isto é, 20 mm; b é a largura dos espécimes, h
é altura dos espécimes e ∆F/∆d é o coeficiente angular da reta (a) que representa os
dados experimentais obtidos no gráfico força x deslocamento, na equação y= ax±b,
para cada corpo-de-prova.
4.3 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Os resultados de contração volumétrica, resistência à compressão,
resistência à tração diametral, resistência flexural e módulo de elasticidade foram
analisados estatisticamente através da análise de variância (one-way ANOVA) e
teste de comparação múltipla de Tukey (p < 0,05). Vale ressaltar que, para análise
estatística dos resultados do teste de contração, para cada resina composta foram
considerados os valores registrados nos últmos 20 segundos, do tempo de 10
minutos, dos 5 corpos-de-prova avaliados.
∆ F . L
3
∆d. 4bh
3
68
69
5 RESULTADO
A estatística descritiva dos resultados obtidos nos testes de contração
volumétrica, resistência à compressão, resistência à tração diametral, resistência
flexural e módulo de elasticidade são apresentados nas TAB. 2 a 6, respectivamente
(APÊNDICES B, C, D, E, F). No presente estudo, o teste paramétrico de análise de
variância (one-way ANOVA) rejeitou a hipótese de igualdade, demonstrando
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos testados, para todos os
ensaios realizados (TAB. 7 a 11, APÊNDICES B, C, D, E, F). Em seguida, as
diferenças existentes entre os grupos testados foram identificadas através do teste
de comparação múltipla de Tukey, e os resultados obtidos estão representados,
para cada teste separadamente, nas TAB.12 a 16 que apresentam, também, valores
de média e desvio-padrão.
Os valores originais dos corpos-de-prova das resinas avaliadas estão
descritos, individualmente, nas TAB. 17 a 19 (APÊNDICES G a I), para cada
propriedade avaliada.
5.1 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA
Tabela 12-
Resultado da comparação múltipla do teste de Tukey para os percentuais de
contração volumétrica. Para letras iguais, não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre as médias, para um p<0,05.
Aplicando o teste de comparação múltipla de Tukey, observou-se diferença
estatisticamente significante entre todas as resinas avaliadas. Em ordem crescente
de média, seguem–se as resinas Filtek Supreme, Filtek Z250, EsthetX, Opallis
FillMagic, Tetric Ceram e Charisma.
Grupos
Médias (%vol)
Desvio-Padrão(%vol) Agrupamento Teste Tukey
Filtek Supreme 2,27
0,07
A
Filtek Z250 2,71
0,09
B
EsthetX 2,77
0,17
C
Opallis 3,08
0,16
D
FillMagic 3,19
0,13
E
Tetric Ceram 3,29
0,25
F
Charisma 3,53
0,19
G
70
5.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Tabela 13-
Resultado da comparação múltipla do teste de Tukey para os valores de
Resistência à Compressão. Para letras iguais, não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre as médias, para um p<0,05.
Aplicando o teste de comparação múltipla de Tukey, observou-se que as resinas
Opallis e Filtek Z250 tiveram comportamento estatístico semelhante e apresentaram
maior valor de resistência à compressão dentre os grupos testados, seguidos da
resina Charisma, que não apresentou diferença estatística da resina Opallis, mas foi
estatisticamente diferente da resina Filtek Z250. Menor valor de resistência à
compressão do que esses grupos foi demonstrado pelas resinas EsthetX, FillMagic e
Tetric Ceram; entretanto, não houve diferença estatística destas para a resina
Charisma, que apresentou valor numérico superior, nem para a resina Filtek
Supreme, que apresentou valor numérico inferior a esses grupos.
5.3 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DIAMETRAL
Tabela 14-
Resultado da comparação múltipla do teste de Tukey para os valores de
Resistência à Tração Diametral. Para letras iguais, não foram observadas
diferenças estatisticamente significantes entre as médias, para um p<0,05.
Grupos Médias (MPa) Desvio-padrão(MPa) Agrupamento Teste Tukey
Filtek Z250
358,69
18,61
A
Opallis
335,30
22,44
A
B
Charisma
309,61
20,73
B
C
EsthetX
293,41
30,55
C
D
FillMagic
292,36
32,30
C
D
Tetric Ceram
280,83
14,70
C
D
Filtek Supreme
272,24
22,31
D
Grupos Médias (MPa) Desvio-Padrão (MPa) Agrupamento Teste Tukey
Filtek Supreme
48,90
3,10
A
Filtek Z250
47,84
4,58
A
Opallis
45,04
4,69
A B
Tetric Ceram
41,37
3,37
B
FillMagic
39,93
3,38
B
C
EsthetX
38,65
3,31
C
Charisma
35,91
4,46
C
71
Aplicando o teste de comparação múltipla de Tukey, observou-se que as
resinas Filtek Supreme, Filtek Z250 e Opallis tiveram comportamento estatístico
semelhante e apresentaram os maiores valores numéricos de resistência à tração
diametral dentre os materiais testados. Menor valor de resistência à tração diametral
do que desses grupos foi demonstrado pelas resinas FillMagic e Tetric Ceram;
todavia, não houve diferença estatística destas para a resina Opallis, que
apresentou superior valor numérico de resistência à tração diametral, e para as
resinas EsthetX e Charisma, que apresentaram valores numéricos inferiores a
esses, embora similares estatisticamente entre si.
5.4 RESISTÊNCIA FLEXURAL
Tabela 15
Resultado da comparação múltipla do teste de Tukey para os valores de
Resistência Flexural. Para letras iguais, não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre as médias, para um p<0,05.
Aplicando o teste de comparação múltipla de Tukey, observou-se a formação
de três grupos distintos: primeiramente a resina Filtek Z250, que apresentou o maior
valor médio de resistência flexural. Apresentando valores intemediários e não
estatisticamente diferentes entre si, seguiram-se as FillMagic, Tetric Ceram, Filtek
Supreme e Opallis. Finalmente, as resinas EsthetX e Charisma, que apresentaram
valores numéricos inferiores, mas não estatisticamente significantes entre si.
Grupos
Médias (MPa)
Desvio-padrão (MPa) Agrupamento Teste Tukey
Filtek Z250 169,01
11,09
A
FillMagic 144,55
7,07
B
Tetric Ceram 143,14
10,36
B
Filtek Supreme 136,54
8,21
B
Opallis 135,26
4,84
B
EsthetX 129,69
8,73
C
Charisma 126,53
10,32
C
72
5.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE
Tabela 16-
Resultado da comparação múltipla do teste de Tukey para os valores de Módulo
de Elasticidade. Para letras iguais, não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre as médias, para um p<0,05.
Aplicando o teste de comparação múltipla de Tukey, observou-se que a resina
Filtek Z250 apresentou o maior módulo de elasticidade, sendo estatisticamente
superior aos demais grupos avaliados. Em ordem decrescente de média seguiram-
se as resinas Filtek Supreme, Opallis, Tetric Ceram e EsthetX, que apresentaram
resultados estatisticamente significantes entre si, seguidas da resina FillMagic, cujo
módulo de elasticidade se mostrou estatisticamente similar ao da resina EsthetX e
numericamente inferior ao dos demais grupos. E, por último, a resina Charisma, que
apresentou o menor valor numérico de módulo de elasticidade, mostrando-se
estatisticamente semelhante à resina FillMagic (GRAF., 1 a 7, APÊNDICES J a Q)
Grupos
Médias (GPa)
Desvio-Padrão(GPa) Agrupamento Teste Tukey
Filtek Z250
11,80
0,60
A
Filtek Supreme
10,41
0,26
B
Opallis
9,84
0,29
C
Tetric Ceram
9,23
0,30
D
EsthetX
8,73
0,22
E
FillMagic
8,33
0,34
E
F
Charisma
8,00
0,32
F
73
74
6 DISCUSSÃO
6.1 CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA
6.1.1 Metodologia e relevância clínica
A contração decorrente da polimerização é uma característica inerente às
resinas compostas, que resulta em uma redução no volume total do material
(PEUTZFELDT,1997; FERRACANE, 2005). Entretanto, sua relevância clínica
durante o procedimento restaurador se relaciona às tensões geradas na interface
adesiva quando o material é impedido de se contrair livremente durante a
fotopolimerização (BAUSCH et al.,1982; DAVIDSON; DE GEE; FEILZER, 1984;
SULIMAN; BOYER; LAKES, 1994; SUH, 1999). Quando essas tensões superam a
resistência de união adesiva, há formação de fendas, favorecendo a microinfiltração
marginal e reduzindo a longevidade clínica das restaurações (DAVIDSON; DE GEE;
FEILZER, 1984).
Muito embora autores (BAUSCH et al.,1982; DAVIDSON; DE GEE; FEILZER,
1984; SULIMAN; BOYER; LAKES, 1994; BURGESS; WINKLER, 2006; RAWLS;
UPSHAW, 2005) tenham observado que a magnitude das tensões geradas pela
contração do material depende de diversos fatores, estes afirmaram que compósitos
com baixa contração, desde que apresentem viscosidade suficiente para alívio do
estresse, resultam em fendas menores, recomendando preferencialmente a
utilização de compósitos com essas características para restaurações adesivas
diretas.
Entretanto, mesmo que fosse possível o alívio de todas as tensões por meio
de diferentes técnicas de fotoativação, ainda haveria a formação de uma fenda
marginal decorrente da redução no volume do material que poderia comprometer a
integridade da interface dente/restauração (BAUSCH et al.,1982), justificando a
importância de se avaliar, na sua totalidade, a contração de polimerização do
compósito.
Laboratorialmente, o total do percentual de redução volumétrica só pode ser
determinado quando o compósito fotoativado não estiver aderido a nenhuma
superfície capaz de impedí-lo de se contrair livremente (PEUTZFELDT,1997).
75
Quando são atendidas essas condições de teste, determina-se a contração
volumétrica livre do material (BAUSCH et al.,1982).
Vários métodos de medir a contração livre de compósitos estão disponíveis
na literatura, como: dilatometria de mercúrio (SMITH; SCHOONOVER, 1953;
BOWEN, 1963; DE GEE; DAVIDSON; SMITH, 1981; BAUSCH et al.,1982;
GOLDMAN, 1983; DAVIDSON; DE GEE; FEILZER, 1984; FEILZER; DAUVILLIER,
2003; KLEVERLAAN; FEILZER, 2005; DE GEE; KLEVERLAAN; FEILZER, 2006),
dilatometria de água (SULIMAN; BOYER; LAKES, 1994), medidas de contração
linear e medidas de densidade, entre outros (SHARP et al., 2003; TIBA et al., 2005).
No entanto, cada método tem limitações e desvantagens, como: a molheabilidade do
compósito pela medição líquida; dificuldade de calibração requerida para medir a
densidade das amostras (SHARP et al., 2003; TIBA et al., 2005); erros na pesagem
ou a necessidade de assumir uma contração isotrópica para cálculo da contração
linear dos compósitos (CALHEIROS et al., 2004), atitude essa contestada por
diversos autores (SMITH; SCHOONOVER, 1953; BAUSCH et al., 1982; SHARP et
al., 2003; TIBA et al., 2005).
Diante das dificuldades citadas para aplicar tais metodologias, Sharp et al.
(2003) descreveram e validaram um novo método para determinar a contração
volumétrica que emprega um mecanismo de vídeo e imagem denominado AcuVol.
Como vantagens desse método, Tiba et al. (2005) destacaram a sua praticidade e a
capacidade de monitorar a contração volumétrica durante todo o processo de
polimerização. Segundo esses autores, o software do aparelho tem vários pontos
benéficos: além do cálculo automatizado da contração volumétrica em tempo real,
dispensando a necessidade de um operador para executar a medição, o software
permite que o operador veja a superposição das imagens antes e após a
fotopolimerizacão, proporcionando-lhe visualizar a quantidade de contração que
ocorreu.
Diante de tais vantagens, e considerando o fato de ser esta uma metodologia
inovadora e pouco explorada na literatura (SHARP et al., 2003; BERNARDON et al.,
2006; BURGESS; WINKLER, 2006), neste trabalho foi utilizado o AcuVol para
determinar a contração volumétrica livre dos compósitos selecionados.
76
6.1.2 Discussão dos resultados
No ensaio de contração de polimerização os materiais apresentaram a
seguinte ordem decrescente de médias (MPa) (TAB. 12):
Os valores de contração volumétrica livre dos compósitos avaliados variaram
entre 2,27vol% (Filtek Supreme) e 3,52vol% (Charisma), similares aos encontrados
na literatura para resinas de composição semelhante as testadas neste estudo
(BOWEN, 1963; GOLDMAN, 1983; WALLS; MCCABE; MURRAY, 1988; SULIMAN;
BOYER; LAKES, 1994; ALBERS, 2002; FEILZER; DAUVILLIER, 2003; BURGESS;
WINKLER, 2006; FERRACANE, 2005; BERNARDON et al., 2006; DASCH;
LOHBAUER; PETSCHELT, 2006; DE GEE; KLEVERLAAN; FEILZER, 2006).
Segundo Sharp et al. (2003) e Tiba et al. (2005), os resultados obtidos com essa
metodologia são comparáveis aos valores obtidos no teste de dilatometria de
mercúrio, que representa uma metodologia já consagrada na literatura. Isso reforça
os achados deste estudo, ao comparar os percentuais de contração dos materiais
testados aqui com os percentuais obtidos nos trabalhos de Burgess e Winkler,
(2006); De Gee; Kleverlaan; Feilzer (2006); Kleverlaan e Feilzer (2006) que através
dos dilatomêtros encontraram uma variação entre 2vol% e 3,77vol%, em compósitos
com conteúdo de carga próximo a 60% em volume.
As variações dos resultados também reforçam as conclusões de Ferracane
(2005), quando afirmou que todos os compósitos contemporâneos contraem durante
a polimerização, resultando em uma redução volumétrica que varia entre 1,5% e 5%,
dependendo da estrutura molecular do monômero, da quantidade de partículas de
carga adicionadas à matriz resinosa e do grau de conversão alcançado pela resina
composta.
Nesse sentido, buscando evitar a influência do grau de conversão do
compósito na contração dos materiais avaliados, as amostras foram fotoativadas
empregando valores de densidade de energia de pelo menos 12J/cm
2
, considerado
na literatura como mínimo necessário para obter grau de conversão satisfatório em
compósitos contendo monômeros como BisGMA e TEGDMA em sua matriz resinosa
CH>TC>FM>OP>EX>FZ>FS
77
(MIYAZAKI et al., 1996; CALHEIROS et al., 2006). Assim, esse fator não será
abordado como possível justificativa para os diferentes percentuais de contração
volumétrica.
Durante a polimerização da resina composta, diferentes moléculas de
monômeros se unem por meio de ligações covalentes para formar o polímero
(PEUTZFELDT, 1997). Uma vez que a distância determinada por forças de Van der
Walls (0,3nm-0,4nm) existente entre as moléculas de monômero é maior do que a
distância estabelecida pelas ligações covalentes (0,15nm), durante a reação de
polimerização observa-se uma redução do volume do material (PEUTZFELDT,
1997), e sua magnitude será determinada pela combinação das moléculas dos
monômeros de diferentes pesos moleculares, presentes na composição da matriz
resinosa (PEUTZFELDT, 1997; SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002).
Enquanto o TEGDMA resulta em maior contração do compósito, em virtude do
tamanho reduzido de sua molécula, conferindo ao monômero baixo peso molecular,
a presença do BisGMA, com maior peso molecular, resulta em menor número de
ligações estabelecidas entre os monômeros e, conseqüentemente, menor contração
de polimerização do material (YAP et al., 2002; SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2002).
Isso pode explicar o maior percentual de contração volumétrica encontrado na
resina composta Charisma que, mesmo apresentando BisGMA em sua composição,
exige adição de grande quantidade de TEGDMA para controlar a viscosidade do
material. Assim, o tamanho reduzido da molécula de TEGDMA aumenta
consideravelmente a contração da matriz resinosa, pois promove uma redução,
ainda maior, dos espaços entre os monômeros após a polimerização
(PEUTZFELDT, 1997; KLEVERLAAN; FEILZER, 2005). Por outro lado, os menores
valores de contração volumétrica observados nas resinas Filtek Supreme e Filtek
Z250 podem ser justificados pela adição de outros monômeros, como BisEMA e
UDMA, aos monômeros BisGMA e TEGDMA em sua composição, concordando com
Wilson et al. (2002). Como esses monômeros apresentam peso molecular inferior ao
do BisGMA, mas superior ao do TEGDMA, influenciam positivamente a viscosidade,
permitindo adicionar menor quantidade de TEGDMA para controlar sua viscosidade,
resultando em materiais com menor contração volumétrica (SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2002; KLEVERLAAN; FEILZER, 2005).
78
Essa hipótese também pode justificar os valores intermediários das resinas
EsthetX e Opallis, que, comparados aos compósitos citados anteriormente, não
apresentam UDMA em sua composição. Entretanto, o percentual mais elevado de
contração volumétrica do compósito Tetric Ceram, comparado aos demais
compósitos avaliados, pode ser justificado pela presença de UDMA, que tem baixo
peso molecular e ausência de BisEMA na composição de sua matriz resinosa
(SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002). Entretanto, a questão relacionada
à influência dos componentes monoméricos não pôde ser discutida para a resina
FillMagic, porque os monômeros da sua matriz resinosa não são especificados pelo
fabricante.
Além da matriz resinosa, o percentual de carga inorgânica também influenciou
diretamente os valores de contração volumétrica dos compósitos. As resinas que
apresentaram maior percentual volumétrico de carga inorgânica tenderam a
apresentar, também, os menores valores de contração, corroborando os achados de
Bowen (1963); Walls; MCCabe; Murray (1988); Herrero; Yaman; Dennison (2005);
Burgess e Winkler (2006); Dasch; Lohbauer; Petschelt (2006).
O baixo percentual de contração observado no nanocompósito Filtek
Supreme reforça a colocação de Mitra; Wu; Holmes (2003) de que a nanotecnologia
resulta em materiais com baixa contração de polimerização, devido à habilidade de
controlar a área superficial das partículas de carga que, ao serem agrupadas em
forma de nanoagregados, permitem utilizar menor quantidade de matriz resinosa na
composição do material, maior responsável pela contração do material.
Segundo Suliman; Boyer; Lakes (1994), embora a contração livre sozinha não
possa predizer a intensidade do estresse que provoca na interface adesiva, para
restaurações adesivas diretas, a literatura sugere utilizar compósitos que
apresentem menor percentual de contração possível, viscosidade suficiente para
permitir escoamento do material, e, conseqüentemente, alívio das tensões geradas
pela contração do compósito durante a polimerização, e módulo de elasticidade
semelhante ao da dentina (BAUSCH et al., 1982). Neste estudo, observou-se que,
de maneira geral, os compósitos avaliados apresentaram valores de contração de
polimerização variando entre 2,27vol% e 3,52vol%; viscosidade compatível à dos
compósitos híbridos e módulo de elasticidade variando entre 8GPa e 11,8GPa, que
se aproximam do valor relatado para dentina, de 12GPa (RAWLS; UPSHAW, 2005),
sugerindo bom desempenho clínico desses materiais.
79
6.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS
Visto que as propriedades mecânicas são medidas da resistência do material
à deformação ou fratura sob uma força aplicada (ANUSAVICE, 2005), testes de
resistência à compressão (BOWEN, 1963, 1964; LI et al., 1985; CHUNG;
GREENER, 1990; SUZUKI et al., 1995; KALLIYANA KRISHMAN; YAMUNA, 1998;
BROSH et al., 1999; MITRA; WU; HOLMES, 2003; LU et al., 2005), resistência à
tração diametral (CHUNG, 1990; KALLIYANA KRISHMAN; YAMUNA, 1998; BROSH
et al., 1999; YIN et al., 2002; MITRA; WU; HOLMES, 2003; LOPES et al., 2004; LU
et al., 2005), resistência flexural (BOWEN, 1963, 1964; CESAR; MIRANDA JUNIOR;
BRAGA, 2001; FERRACANE; FERRACANE, 2002; KIM; ONG; OKUNO, 2002; YIN
et al., 2002; MITRA; WU; HOLMES, 2003; MUSANJE; FERRACANE, 2004; LU et al.,
2005; CALHEIROS et al., 2006; BEUN et al., 2007) e módulo de elasticidade
(BOWEN, 1963, 1964; WATTS, 1994; MIYAZAKI et al., 1996; ABE et al., 2001;
CESAR; MIRANDA JUNIOR; BRAGA, 2001; FERRACANE; FERRACANE, 2002;
KIM; ONG; OKUNO, 2002; MUSANJE; FERRACANE, 2004; LU et al., 2005;
CALHEIROS et al., 2006; BEUN et al., 2007) são frequentemente realizados para
avaliar o comportamento mecânico dos compósitos, pois simulam, in vitro, as
tensões complexas que atuam sobre as restaurações, em especial as realizadas no
segmento posterior.
Vários estudos na literatura comprovam que melhorias nas propriedades
mecânicas das resinas compostas estão relacionadas ao aumento na fração
volumétrica de partículas de carga (BOWEN, 1963, 1964; LI et al., 1985; CHUNG,
1990; CHUNG; GREENER, 1990; SUZUKI et al., 1995; MIYAZAKI et al., 1996; KIM;
ONG; OKUNO, 2002; CALHEIROS et al., 2006; BEUN et al., 2007), concordando
com os achados deste trabalho, no qual as resinas que apresentaram os melhores
valores de resistência, nas propriedades mecânicas avaliadas, foram a Filtek Z250 e
a Opallis, ambas com as maiores frações volumétricas de partículas de carga
inorgânica: 62%vol e 58%vol, respectivamente. Entretanto, esses percentuais se
aproximavam muito das demais resinas compostas avaliadas, sugerindo que, além
da fração volumétrica, outros fatores devem ser levados em consideração para
justificar o comportamento diferenciado dos materiais que apresentam percentuais
de carga inorgânica similares.
80
Nesse sentido, achados na literatura sugerem que as propriedades
mecânicas da resina composta podem ser influenciadas por fatores relacionados à
composição do material, como: concentração do fotoativador (KALLIYANA
KRISHMAN; YAMUNA, 1998); agente de união entre carga-matriz (BOWEN;
WASHINGTON, 1963, 1964; CALAIS; SÖDERHOLM, 1988); composição e
percentual de matriz resinosa (CHUNG; GREENER, 1990; PEUTZFELDT, 1997;
ASMUSSEN; PEUTZFELDT, 1998; SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU,
2002), além de alterações no tamanho, na forma, na composição e na distribuição
das partículas de carga inorgânica (BOWEN, 1964; LI et al., 1985; CHUNG;
GREENER,1990; SUZUKI et al., 1995; MIYAZAKI et al., 1996; KIM; ONG; OKUNO,
2002; YIN et al., 2002; FERRACANE; FERRACANE, 2002; MITRA; WU; HOLMES,
2003; LOPES et al., 2004; LU et al., 2005; CALHEIROS et al., 2006) podem ainda
ser influenciadas pelo sistema de fotoativação empregado (MIYAZAKI et al., 1996;
FERRACANE; FERRACANE, 2002; OBICI, 2003; CALHEIROS et al., 2006). Sendo
assim, no decorrer da discussão, sempre que possível tais fatores serão abordados
para justificar as diferenças observadas nas propriedades mecânicas entre as
resinas compostas avaliadas.
Muito embora Kalliyana Krishman e Yamuna (1998) tenham observado que o
aumento na concentração da canforquinona de 0,1% a 0,25% e 0,5% resultou em
melhora das propriedades mecânicas da resina composta, a concentração dos
agentes ativadores presentes nos materiais empregados neste estudo não foi
disponibilizada pelos fabricantes, não sendo possível correlacioná-los com os
resultados obtidos aqui.
Embora a literatura seja controversa quanto à influência do aumento no grau
de conversão dos compósitos nas propriedades mecânicas do material (CHUNG,
1990; CHUNG; GREENER, 1990; MIYAZAKI et al., 1996; CÉSAR; MIRANDA
JUNIOR; BRAGA, 2001; OBICI, 2003; CALHEIROS et al., 2006), alguns estudos
demonstram que, mesmo utilizando diferentes densidades de energia, não existem
alterações significativas nas propriedades mecânicas do material (CÉSAR;
MIRANDA JUNIOR; BRAGA, 2001; OBICI, 2003; CALHEIROS et al., 2006). Com a
finalidade de eliminar a influência da fotoativação nas propriedades mecânicas dos
compósitos avaliados, neste trabalho o sistema de fotopolimerização foi
padronizado, respeitando as indicações da ADA nº 27 (1998). Assim, empregando
um aparelho de luz halógena (Optilux 501) posicionado o mais próximo possível do
81
material, incrementos de até 2mm de espessura de resina composta foram
fotopolimerizados com intensidade de 600mw/cm
2,
durante o tempo mínimo
recomendado pelo fabricante, descrito no QUADRO I.
Muito embora essa metodologia exija emprego de diferentes densidades de
energia (12J/cm
2
, 18J/cm
2
, 24J/cm
2
) para fotopolimerizar cada incremento dos
diferentes compósitos avaliados, convém salientar que uma densidade mínima de
12J/cm
2
foi empregada na fotopolimerização das amostras, em todos os testes
realizados. Assim, a técnica de fotoativação empregada permite valores de
densidade de energia que, segundo a literatura, são indicados como suficientes para
obter um grau de conversão satisfatório de compósitos restauradores
(RUEGGEBERG; CAUGHMAN; CURTIS JUNIOR, 1994; ALBERS, 2002;
CALHEIROS et al., 2006).
6.2.1 Resistência à compressão
No ensaio de resistência à compressão, os materiais apresentaram a seguinte
ordem decrescente de médias (MPa) (TAB. 13):
A resistência à compressão dos materiais avaliados variou entre 359MPa
(Filtek Z250) e 272MPa (Filtek Supreme), valores compatíveis com os encontrados
na literatura para compósitos híbridos (BROSH et al., 1999; CHUNG; GREENER,
1990). Lu et al. (2005) verificaram que a resina Filtek Supreme apresentou valores
compatíveis com os dos compósitos EsthetX e Tetric Ceram, concordando com os
resultados aqui obtidos, mas discordando dos achados de Mitra; Wu; Holmes,
(2003), que encontraram, em seu estudo, valores de resistência à compressão da
Filtek Supreme superiores aos do atual estudo e semelhança entre essa e a resina
Filtek Z250, diferindo dos resultados obtidos aqui, nos quais a resina Filtek Supreme
apresentou o menor valor de resistência à compressão dentre os materiais
avaliados. Essas divergências podem ser atribuídas às variações na metodologia
empregada entre os estudos.
FZ=OP>=CH>=EX>=FM>=TC>=FS; entretanto FS # CH
82
Os valores similares de resistência à compressão encontrados entre as
resinas Opallis e Filtek Z250, constituídas por matriz resinosa de diferentes
composições, associados às diferenças estatisticamente significantes observadas
entre os compósitos Filtek Supreme e Filtek Z250, constituídas por matriz resinosa
idêntica (QUADRO I), sugerem que além da composição da fase orgânica, outros
constituintes do material, como, por exemplo, conteúdo de carga inorgânica,
parecem exercer maior influênica na resistência à compressão do material.
Entretanto, se considerarmos que o menor valor foi observado na resina Filtek
Supreme, pode-se inferir que diferenças no tamanho e na distribuição das partículas
de carga inorgânica podem influenciar na resistência à compressão do material.
Neste estudo, enquanto os demais compósitos avaliados apresentam, em sua
composição, partículas de carga de tamanhos variados, em média 0,7μm, a resina
Filtek Supreme se caracteriza por apresentar exclusivamente partículas de carga de
tamanho nanométrico (20nm) (QUADRO I), dispersas ou agrupadas em forma de
aglomerados de sílica (MITRA; WU; HOLMES, 2003), concordando com os achados
de Suzuki et al. (1995), que observaram valores de resistência à compressão
inversamente proporcional ao tamanho das partículas de carga.
Cumpre salientar que o nanoagregado, além de ser envolto externamente
pelo agente de ligação organo-silano, internamente as partículas nanométricas que
o constituem também são silanizadas individualmente (MITRA; WU; HOLMES,
2003). Logo, quando o material é submetido às forças de compressão, as tensões
são absorvidas pela matriz resinosa e transferidas, via agente de ligação (organo-
silano), para as partículas de carga que são estruturas mais duras e mais resistentes
(CALAIS; SÖDERHOLM, 1988). Como pode ser observado no QUADRO I, a Filtek
Supreme apresenta partículas, dispersas ou em forma de nanoagregados,
exclusivamente de tamanho nanométrico. Acredita-se que o tamanho diminuto das
partículas pode ter favorecido a formação e a propagação de trincas sob forças mais
elevadas de compressão, tanto no interior do nanoaglomerado como na fase
dispersa do material, resultando em baixos valores de resistência à compressão,
concordando com os achados de Calais, Söderholm (1988), quando afirmam que o
tamanho reduzido das partículas de sílica pode não oferecer resistência suficiente
frente às tensões complexas.
Uma vez que a cavidade oral é um ambiente úmido, a sorção de água
também pode influenciar no comportamento mecânico da resina composta. Segundo
83
Söderholm et al. (1984), a matriz resinosa do compósito é capaz de absorver água
que, através do mecanismo de degradação hidrolítica, pode plastificar a matriz
resinosa, enfraquecer a superfície da partícula por hidrólise e ocasionar uma
pressão osmótica na interface de união (organo-silano), atuando como um possível
local de concentração de estresse e propagação de trincas, iniciadas na matriz
resinosa. Como no presente estudo os corpos-de-prova da resina Filtek Supreme
permaneceram armazenados em água por 24 h, período que, segundo Abe et al.
(2001), é suficiente para ocasionar alterações no comportamento mecânico do
material, supõe-se de possível envolvimento da água nos baixos valores de
resistência à compressão desse material.
Embora se observem diferenças estatisticamente significantes entre os
materiais avaliados, na sua totalidade os valores obtidos foram similares ou se
aproximaram dos valores de resistência à compressão para esmalte (384MPa) e
dentina (297MPa) relatados na literatura, considerados como excelentes padrões de
comparação para os materiais restauradores, principalmente os empregados no
segmento posterior (RAWLS; UPSHAW, 2005). Sendo assim, pode-se considerar
que todos os compósitos avaliados apresentam valores de resistência à compressão
satisfatórios do ponto de vista clínico.
Vale ressaltar que a natureza friável das resinas compostas faz com que se
apresentem resistentes às forças de compressão e cisalhamento, mas fracas às
forças de tração, quando submetidas a tensões complexas. Assim, clinicamente, a
falha nas restaurações dificilmente ocorrerá em decorrência das tensões de
compressão, sendo resultante, na grande maioria das vezes, das tensões de tração
(BROSH et al., 1999; CRAIG; POWERS, 2004; RAWLS; UPSHAW, 2005).
6.2.2 Resistência à tração diametral
No ensaio de resistência à tração diametral, os materiais apresentaram a
seguinte ordem decrescente de médias (MPa) (TAB. 14):
FS=FZ=OP>=TC=FM>=EX=
84
A resistência à tração diametral dos compósitos avaliados variou entre 48MPa
(Filtek Supreme) e 36MPa (Charisma), compatível com resultados encontrados na
literatura para compósitos híbridos (KALLIYANA KRISHMAN; YAMUNA, 1998;
BROSH et al., 1999; CHUNG; GREENER, 1990; YIN et al., 2002), mas inferiores a
resistência à tração da dentina de 52MPa (CRAIG; POWERS, 2004; RAWLS;
UPSHAW, 2005).
O comportamento similar do nanocompósito Filtek Supreme e os compósitos
híbridos Filtek Z250 e Opallis também foi observado no estudo de Lopes et al.
(2004), no qual sugeriram que a quantidade média de partículas de carga ou
alterações na composição da matriz resinosa podem ter maior influência na
resistência à tração diametral do que o tamanho e a distribuição das partículas dos
compósitos testados. De fato, mesmo que sutilmente, esses materiais apresentaram
maiores percentuais de partículas de carga em volume, comparados aos demais
compósitos avaliados, sendo 62%vol para o compósito Filtek Z250, 59%vol para
Filtek Supreme e 58%vol para Opallis (QUADRO I), concordando com os achados
de Chung; Greener (1990), que encontraram uma correlação positiva entre a
resistência à tração diametral e a concentração de partículas de carga inorgânica,
indicando que a resistência à tração diametral do material é maior quando o
conteúdo de carga inorgânica também é maior.
Quanto à composição da matriz resinosa, Asmussen e Peutzfeldt (1988)
observaram que a substituição de quantidade de BisGMA ou TEGDMA por UDMA
aumenta a resistência à tração diametral. Isso pode estar relacionado ao aumento
da flexibilidade proporcionado por esse monômero (SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2002) ou, ainda, à restrição no deslizamento de um segmento
de polímero em relação ao outro, promovida pelo grupo uretano, que favorece a
formação de pontes de hidrogênio no co-polímero e aumenta a resistência do
material, servindo como possível explicação para os elevados valores de resistência
à tração diametral observados nos compósitos FilteK Z250 e Filtek Supreme, cuja
composição inclui BisGMA, BisEMA, UDMA e TEGDMA. Essa mesma explicação
pode justificar os menores valores apresentados pelos compósitos Charisma e
EsthetX, que, segundo o fabricante (QUADRO I), não apresentam UDMA em sua
composição.
Cumpre lembrar que a presença do BisEMA na matriz resinosa proporciona
redução na absorção de água pelo compósito e, consequentemente, reduz a
85
degradação hidrolítica das partículas e enfraquece a resina composta sob forças
mastigatórias (PEUTZFELDT, 1997; SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU,
2002), podendo justificar o elevado valor de resistência à tração diametral observado
na resina Opallis, mesmo sem apresentar UDMA em sua composição. Entretanto, o
fato de a resina EsthetX ter matriz resinosa similar à da resina Opallis, a
concentração dos monômeros não é disponibilizada pelos fabricantes e pode ter
influenciado os diferentes resultados observados entre esses materiais.
De acordo com Brosh et al. (1999), o teste de resistência à tração diametral é
mais sensível para predizer as diferenças entre as resinas compostas testadas do
que o teste de compressão, muito embora para os autores não exista correlação
entre os dois testes. Essa afirmação está de acordo com o comportamento da resina
Filtek Supreme, que embora tenha apresentado baixo valor de compressão, seu
desempenho sob forças de tração diametral foi elevado e equivalente,
estatisticamente, ao da Filtek Z250 e ao da Opallis, que apresentaram os melhores
resultados, tanto no teste de resistência à tração diametral como no teste de
resistência à compressão.
6.2.3 Resistência flexural
No ensaio de resistência flexural, os materiais apresentaram a seguinte
ordem decrescente de médias (MPa) (TAB. 15):
,
A resistência à flexão dos compósitos avaliados variou entre 168MPa (Filtek
Z250) e 126MPa (Charisma), compatível com resultados encontrados na literatura
para compósitos híbridos (MIYAZAKI et al., 1996; KIM; ONG; OKUNO, 2002) e
superior ao valor de 50MPa, recomendado para resinas compostas pela
especificação n
o
27 da ADA (1998).
Embora o teste de flexão exerça, no corpo-de-prova, tensões compressivas e
de tração concomitantemente, a natureza friável do material, aliada à incapacidade
em deformar-se plasticamente e assim reduzir as tensões de tração na extremidade
das suas trincas, faz com que o material frature, na grande maioria dos casos, sob
FZ>FM=TC=FS=OP>EX=C
86
tensões de tração (CRAIG; POWERS, 2004; ANUSAVICE, 2005). Neste estudo,
essa informação procede, pois os valores obtidos com a resina Filtek Z250 foram
superiores aos dos demais compósitos, tanto no teste de resistência flexural como
no teste de resistência à tração diametral, que também promove fratura sob tensões
de tração. A mesma observação é feita para os compósitos EsthetX e Charisma, que
apresentaram os menores valores em ambos os testes.
Sendo assim, compreende-se a afirmação de Asmussen e Peutzfeldt (1988)
de que a substituição de Bis-GMA ou TEDGMA pelo UDMA resultou em aumento da
resistência à tração diametral e também aumentou a resistência à flexão. Dessa
forma, as justificativas aplicadas para o comportamento das resinas Filtek Z250,
Charisma e EsthetX, no teste de resistência flexura, podem justificar os mesmos
critérios discutidos previamente no teste de resistência à tração diametral.
Embora as resinas Filtek Supreme e Filtek Z250 apresentem matriz resinosa
de composição idêntica, a resina Filtek Supreme apresentou valor estatisticamente
inferior ao da Filtek Z250. Esse comportamento pode ser justificado pelos achados
de Beun et al. (2007), ao informar que a presença de partículas exclusivamente
esféricas na composição da resina composta resulta em valores inferiores de
resistência flexural. Da mesma forma, os compósitos que apresentaram maior
percentual em peso de carga inorgânica também obtiveram maiores valores de
resistência flexural, concordando com os achados deste trabalho e com os achados
de Ferracane e Ferracane (2002), no qual, independente do mecanismo de
fotoativação empregado, a porcentagem em peso de partículas de carga apresentou
correlação positiva com os valores de resistência flexural e módulo de elasticidade
dos compósitos avaliados.
6.2.4 Módulo de elasticidade
Calculados a partir do teste de resistência flexural, os valores do módulo de
elasticidade dos materiais apresentaram a seguinte ordem decrescente de médias
(GPa) (TAB.16):
FZ>FS>OP>TC> EX=FM>=CH
87
O módulo de elasticidade das resinas estudadas variou entre 11,8GPa (Filtek
Z250) e 8GPa (Charisma), valores similares aos encontrados na literatura para
compósitos híbridos e nanoparticulado (MIYAZAKI et al., 1996; FERRACANE;
FERRACANE, 2002). As resinas Filtek Z250, Tetric Ceram e EsthetX apresentaram
valores de módulo de elasticidade similares aos encontrados nos estudos de
Ferracane e Ferracane (2002) e Lu et al. (2005) que também avaliaram esses
materiais.
Uma vez que o módulo de elasticidade determina a rigidez do material e sua
capacidade em se deformar elasticamente, aliviando, em parte, as tensões
provocadas pelas forças mastigatórias antes da fratura, cabe destacar a colocação
de Anusavice (2005), segundo o qual a dentina é capaz de suportar uma
deformação plástica significativa sob forças complexas antes de fraturar, devido a
seu módulo de elasticidade (11,7GPa) ser de 3 a 7 vezes menor que o do esmalte
(33GPa), servindo de referência para resinas compostas restauradoras. Neste
estudo, a resina composta Filtek Z250, que apresentou módulo de elasticidade
semelhante ao da dentina, apresentou melhor comportamento em todas as
propriedades mecânicas avaliadas. Já a resina Charisma, que apresentou valores
mais distantes do da dentina, apresentou pior comportamento nas propriedades
mecânicas avaliadas, exceto na resistência à compressão. Sendo assim, o presente
trabalho está de acordo com a afirmação de Anusavice (2005), quando afirmou que
módulos semelhantes ao da dentina resultam em materiais com melhores
propriedades mecânicas. Com base nessa análise, pode-se sugerir que o módulo de
elasticidade é uma propriedade diretamente relacionada ao comportamento
mecânico do compósito.
Beun et al. (2007) e Ferracane e Ferracane (2002) afirmaram que há uma
influência direta do percentual em peso de carga inorgânica no módulo de
elasticidade dos compósitos, corroborando os achados deste trabalho, durante o
qual se observou, de maneira geral, um comportamento linear dos compósitos
avaliados, ao considerar essas variáveis. O mesmo comportamento se repetiu ao
considerar o percentual volumétrico de carga inorgânica, corroborando as
afirmações de Miyazaki et al. (1996) e Anusavice e Phillips (1998).
Entretanto, o módulo de elasticidade não está relacionado apenas com as
propriedades mecânicas do material, também exerce influência no alívio das tensões
resultantes da sua contração de polimerização (BAUSCH et al., 1982; SULIMAN;
88
BOYER; LAKES, 1994; WATTS, 1994; SUH, 1999; CALHEIROS et al., 2004;
KLEVERLAAN; FEILZER, 2005). Nesse sentido, a falta de plasticidade,
característica de compósitos com elevado módulo de elasticidade, dificulta o alívio
das tensões geradas pela contração, resultando em estresse no interior do material,
o que pode gerar rachaduras na matriz resinosa, tornando-o menos resistente às
forças mastigatórias (BAUSCH et al., 1982; WATTS, 1994; SUH, 1999). O elevado
conteúdo de partículas de carga inorgânica presente nesses materiais também
reduz a capacidade de escoamento da matriz resinosa, gerando maior tensão na
interface adesiva e favorecendo o aparecimento de fendas seguidas de
microinfiltração marginal (SULIMAN; BOYER; LAKES, 1994; SUH, 1999;
CALHEIROS et al., 2004).
Diante do exposto, acredita-se que o módulo de elasticidade exerça maior
influência no estresse gerado pela contração do material quando a resina composta
está unida às paredes da cavidade do que no percentual de contração volumétrica
livre do material, que consistiu em um dos critérios aqui avaliados. Mesmo assim, ao
analisar os resultados, observou-se predominância de uma relação inversa entre
módulo de elasticidade e os valores percentuais de contração volumétrica livre dos
compósitos avaliados, corroborando os achados de Kleveerlan e Feilzer (2005).
89
90
7 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos comprovaram que a composição do material influenciou
diretamente o comportamento físico-mecânico dos compósitos avaliados, sendo
difícil determinar um único fator isolado que justifique o desempenho desses
materiais. De maneira geral, as resinas com maior conteúdo de carga inorgânica, em
peso e volume (Filtek Z250 e Opallis), apresentaram melhor desempenho quanto à
contração de polimerização, resistência à compressão, resistência à tração
diametral, resistência flexural e módulo de elasticidade.
O desempenho da resina Filtek supreme (alto percentual de partículas
inorgânicas) também esteve entre os melhores. Embora essa resina tenha
apresentado o menor valor para o teste de resistência à compressão, provavelmente
devido à natureza e a disposição das suas partículas de carga inorgânica, esse
esteve próximo ao valor de resistência à compressão da dentina, que é considerada
um excelente padrão mecânico para determinar a resistência ideal das resinas
compostas restauradoras.
91
92
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98
99
APÊNDICE A- Tabela 1, exemplo da tabela disponibilizada pelo progarama
MIOD Detection Technologies (AcuVol), contendo os valores percentuais
de contraçao volumétrica de segundo a segundo para um corpo-de-
prova.
Year Month Day Hour Minute Second Volume Shrinkage Slope
2005 5 27 1 37 54 15.67840 0.027980 20.420000
2005 5 27 1 38 20 15.678999 2.223148 19.490173
2005 5 27 1 38 20 15.676872 2.232961 19.471098
2005 5 27 1 38 21 15.671810 2.256333 19.543352
2005 5 27 1 38 21 15.668007 2.273891 19.667629
2005 5 27 1 38 22 15.663441 2.294973 19.436417
2005 5 27 1 38 23 15.664257 2.291203 19401733
2005 5 27 1 38 23 15.660404 2.308992 19.491329
2005 5 27 1 38 24 15.652056 2.347535 19.465319
2005 5 27 1 38 24 15.653065 2.342872 19.329479
2005 5 27 1 38 25 15.652599 2.345028 19.473988
2005 5 27 1 38 25 15.649149 2.360954 19.566475
2005 5 27 1 38 26 15.643435 2.387332 19.580925
2005 5 27 1 38 27 15.641138 2.397934 19.447977
2005 5 27 1 38 27 15.638996 2.407829 19.479769
2005 5 27 1 38 28 15.643566 2.386726 19.517342
2005 5 27 1 38 28 15.635674 2.423164 19.332371
2005 5 27 1 38 29 15.634094 2.430459 19.338150
2005 5 27 1 38 29 15.630217 2.448361 19.335260
2005 5 27 1 38 30 15.629681 2.450834 19.401733
2005 5 27 1 38 30 15.626245 2.466695 19.592485
2005 5 27 1 38 31 15.625357 2.470792 19.430635
2005 5 27 1 38 32 15.623074 2.481336 19.216763
.
.
.
2005 5 27 1 48 12 15.020016 3.302596 19.125000
2005 5 27 1 48 13 15.011028 3.344862 19.057066
2005 5 27 1 48 13 15.020041 3.347103 16.691919
2005 5 27 1 48 15 15.010029 3.334081 19.209240
2005 5 27 1 48 16 15.020004 3.336414 19.252718
2005 5 27 1 48 17 15.020001 3.344384 19.225544
2005 5 27 1 48 18 15.010051 3.323206 19.157608
2005 5 27 1 48 19 15.002065 3.333145 19.002718
2005 5 27 1 48 19 15.000036 3.347893 19.070652
2005 5 27 1 48 20 15.000010 3.349095 19.125000
2005 5 27 1 48 20 15.000000 3.348545 19.091212
100
APÊNDICE B- Estatística descritiva do teste de contração volumétrica.
TAB. 2 apresenta as medidas de posição e dispersão dos dados do
percentual de contração volumétrica dos últimos 20 s, do tempo de 10 min, dos 5
corpos-de-prova avaliados, observada entre os grupos.
Tabela 2- Estatística descritiva do teste de contração volumétrica. São apresentados os
valores de n, média, desvio-padrão e intervalo de confiança para um nível de
significância de 95%.
Grupos n Média (vol%) Desvio-Padão (vol%) %vol - 95% vol% +95%
Opallis 111 3.08 0.19 3.04 3.12
Filtek Z250 124 2.71 0.25 2.66 2.75
Filtek Supreme 127
2.27 0.13 2.25 2.29
Tetric Ceram 128 3.29 0.16 3.26 3.31
FillMagic 110 3.19 0.17 3.16 3.23
EstethX 129 2.77 0.09 2.75 2.79
Charisma 128 3.53 0.07 3.52 3.54
Através do teste one-way ANOVA (TAB. 7), rejeitou-se a hipótese de
igualdade entre os grupos Estatística do teste igual a 853,45 com nível de
significância menor que 0,0001.
Tabela 7- Resultado do teste one-way ANOVA para o ensaio de contração volumétrica.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F p-value
Modelo 6 134.67 22.45
Erro 832 21,88 0,03
Total 22.45 838 156.55
853,45 <0,0001
101
APÊNDICE C- Estatística descritiva do ensaio de resistência à compressão.
TAB. 3 apresenta as medidas de posição e dispersão dos dados para a
resistência à compressão observada entre os grupos.
Tabela 3- Estatística descritiva do teste de resistência à compressão. São apresentados os
valores de n, média, desvio-padrão e intervalo de confiança para um nível de
significância de 95%.
Grupos n Média (MPa) Desvio-Padão (MPa) MPa -95% MPa +95%
Opallis 8 335,30 22,44 316,54 360,30
Filtek Z250 8 358,69 18,61 343,13 388,90
Filtek Supreme 8 272,24 22,31 253,59 296,60
Tetric Ceram 8 280,83 14,70 268,54 299,54
FillMagic 8 292,36 32,30 265,35 325,90
EstethX 8 293,41 30,55 267,87 330,90
Charisma 8 309,61 20,73 292,28 346,90
Através do teste one-way ANOVA (TAB. 8), rejeitou-se a hipótese de
igualdade entre os grupos. Estatística do teste igual a 13,55 com nível de
significância menor que 0,0001.
Tabela 8- Resultado do teste one-way ANOVA para o ensaio de resistência à compressão.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F p-value
Modelo 6 46122,79 7687,131
Erro 49 27793,15 567,2071
Total 55 73915,93
13,55 <0,0001
102
APÊNDICE D- Estatística descritiva do ensaio de resistência à tração diametral.
TAB. 4 apresenta as medidas de posição e dispersão dos dados para a
compressão volumétrica, observada entre os grupos.
Tabela 4- Estatística descritiva do teste de resistência à Tração Diametral. São apresentados
os valores de n, média, desvio-padrão e intervalo de confiança para um nível de
significância de 95%.
Grupos n Média (MPa) Desvio-Padão (MPa) MPa -95% MPa +95%
Opallis 8 45,04 4,69 41,11 48,96
Filtek Z250 8 47,84 4,58 44,00 51,67
Filtek Supreme 8 48,90 3,10 46,31 51,48
Tetric Ceram 8 41,37 3,37 38,55 44,18
FillMagic 8 39,93 3,38 37,10 42,76
EstethX 8 38,65 3,81 35,47 41,84
Charisma 8 35,91 4,46 32,18 39,64
Através do teste one-way ANOVA (TAB. 9) rejeitou-se a hipótese de
igualdade entre os grupos. Estatística do teste igual a 12,06 com nível de
significância menor que 0,0001
Tabela 9- Resultado do teste one-way ANOVA para o teste de resitência à Tração Diametral.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F p-value
Modelo
6 1135,15 189,19
Erro 49 768,77 15,69
Total 55 1903,92
12,06 <0,0001
103
APÊNDICE E- Estatística descritiva do ensaio de resisitência flexural.
TAB. 5 mostra as medidas de posição e dispersão dos dados para a
compressão volumétrica, observada entre os grupos.
Tabela 5- Estatística descritiva do teste de resistência flexural. São apresentados os valores
de n, média, desvio-padrão e intervalo de confiança para um nível de
significância de 95%.
Grupos n Média (MPa) Desvio-Padão (MPa) MPa -95% MPa +95%
Opallis 8
135,26 4,84 131,93 138,86
Filtek Z250 8 169,01 11,09 160,55 176,42
Filtek Supreme 8
136,54 8,21 131,04 142,79
Tetric Ceram 8 143,55 10,36 136,14 150,96
FillMagic 8 144,14 7,07 139,52 149,63
EstethX 8 129,69 8,73 123,78 136,27
Charisma 8 126,53 10,32 119,17 133,94
Através do teste one-way ANOVA (TAB. 10), rejeitou-se a hipótese de
igualdade entre os grupos. Estatística do teste igual a 24,25 com nível de
significância menor que 0,0001.
Tabela10- Resultado do teste one-way ANOVA para o teste de resistência flexural.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F p-value
Modelo 6 11514,03 1919,00
Erro 63 4984,63 79,12
Total 69 16498,65
24,25 <0,0001
104
APÊNDICE F- Estatística descritiva do módulo de elasticidade.
TAB. 6 abaixo mostra as medidas de posição e dispersão dos dados para a
compressão volumétrica, observada entre os grupos.
Tabela 6- Estatística descritiva do Módulo de Elasticidade. São apresentados os valores de
n, média, desvio-padrão e intervalo de confiança para um nível de significância
de 95%.
Grupos n Média (GPa) Desvio-Padão (GPa) GPa -95% GPa +95%
Opallis 8
9,84 0,29 9,63 10,04
Filtek Z250 8 11,80 0,60 11,37 12,23
Filtek Supreme 8
10,41 0,26 10,23 10,59
Tetric Ceram 8 9,23 0,30 9,02 9,45
FillMagic 8 8,33 0,34 8,09 8,58
EstethX 8 8,73 0,22 8,58 8,89
Charisma 8 8,00 0,32 7,93 8,20
Através do teste one-way ANOVA (TAB. 11) rejeitou-se a hipótese de
igualdade entre os grupos. Estatística do teste igual a 155,69 com nível de
significância menor que 0,0001.
Tabela 11- Resultado do teste one-way ANOVA para o Módulo de Elasticidade
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F p-value
Modelo 6 104,94 17,49
Erro 63 7,08 0,11
Total 69 112,01
155,69 <0,0001
APÊNDICE G- Tabela 17, valores originais da força aplicada, em Newton (N), e a respectiva resistência à
compressão (MPa) dos corpos-de-prova (n=8), para as resinas avaliadas.
Opallis
Filtek Z250
Filtek Supreme
Tetric Ceram
FillMagic
EsthetX
Charisma
n
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa
)
n1 2445,05 346,08 2350,31 332,67 2095,47 296,60 1967,88 278,54 1729,37 244,78 1746,11 247,75 2055,05 290,88
n2 2410,64 341,21 2395,17 339,02 2005,68 283,89 1840,29 260,48 1730,21 244,90 1814,71 256,68 2104,23 297,84
n3 2140,83 303,02 2518,81 356,52 2022,92 286,33 2116,62 299,54 1990.56 281,75 2041,78 289,00 2027,51 286,98
n4 2437,28 344,98 2656,72 376,04 2056,40 291,07 1829,26 258,92 2208,09 312,54 2023,34 286,40 2450,84 346,90
n5 2545,51 360,30 2514,15 355,86 1711,49 242,25 2019,95 285,91 2232,54 316,00 2263,97 320,45 2204,13 311,98
n6 2540,50 359,59 2488,36 352,21 1688,39 238,98 1991,90 281,94 2302,48 325,90 2337,80 330,90 2347,69 332,30
n7 2170,36 307,20 2747,57 388,90 1970,42 278,90 2020,80 286,03 2097,59 296,90 2068,63 292,80 2118,08 299,80
n8 2260,80 320,00 2602,03 368,30 1836,19 259,90 2086,29 295,30 2233,24 316,10 2284,04 323,29 2191,56 310,20
105
106
APÊNDICE H- Tabela 18, valores originais da força aplicada, em Newton (N), e a respectiva resistência à tração
diametral (MPa) dos corpos-de-prova (n=8), para as resinas avaliadas.
Opallis
Filtek Z250
Filtek Supreme
Tetric Ceram
FillMagic
EsthetX
Charisma
n
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa
)
n1 1353,37 47,89 1337,38 50,89 1422,32 50,33 1280,17 45,30 1070,48 37,88 1102,14 39,00 1174,76 41,57
n2 1458,21 51,60 1193,13 42,22 1261,52 44,64 1164,59 41,21 1141,42 40,39 1222,52 43,26 1171,09 41,44
n3 1242,30 43,96 1461,10 51,70 1375,13 48,68 1156,58 40,93 1099,59 38,91 1027,81 36,37 1074,44 38,02
n4 1095,36 38,76 1362,13 48,20 1426,28 50,47 1095,07 38,75 1113,16 39,39 1088,01 38,50 904,03 31,99
n5 1085,74 38,42 1280,17 45,30 1310,13 46,36 1121,63 39,69 1297,13 45,90 1080,66 38,24 987,96 34,96
n6 1287,80 45,57 1169,68 41,39 1542,43 54,58 1942,79 36,90 1039,68 36,79 883,97 31,28 1042,79 36,9
n7 1393,21 49,30 1374,00 48,62 1316,91 46,60 1333,35 47,19 1240,61 43,90 1218,57 43,12 816,71 28,9
n8 1265,48 44,78 1536,21 54,36 1398,87 49,50 1157,24 40,95 1025,83 36,30 1114,85 39,45 946,71 33,5
107
APÊNDICE I- Tabela 19, valores originais da força aplicada, em Newton (N), e a respectiva resistência flexural
(MPa) dos corpos-de-prova (n), para as resinas avaliadas.
Opallis
Filtek Z250
Filtek Supreme
Tetric Ceram
FillMagic
EsthetX
Charisma
n
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
Força
(N)
Tensão
(MPa)
n1 36,78 137,96 41,54 155,80 38,73 145,25 35,26 132,26 40,20 150,75 34,76 130,35 33,80 126,75
n2 36,19 135,73 44,26 166,01 32,57 122,14 39,29 147,34 40,49 151,84 34,02 127,61 30,58 114,68
n3 36,49 136,85 42,68 160,05 36,05 135,22 36,78 137,96 40,06 150,23 34,92 129,72 39,74 149,06
n4 35,26 132,26 46,18 173,18 40,46 151,76 38,48 144,30 40,47 151,78 35,56 133,35 36,17 135,64
n5 36,85 138,30 44,26 166,01 34,22 128,33 35,12 131,73 37,04 138,90 32,78 122,96 31,78 119,20
n6 36,67 133,78 43,62 163,58 35,56 133,35 42,45 159,19 37,93 142,25 38,52 144,45 33,09 124,10
n7 33,98 127,45 47,50 178,16 36,77 137,89 39,81 149,30 36,18 135,70 31,56 118,35 31,66 118,76
n8 37,27 139,79 50,49 189,34 36,90 138,41 38,09 142,84 35,99 134,98 34,87 130,78 33,09 124,10
APÊNDICE J- Gráfico 1, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular
(a), a partir da equação y=ax+b, usado para o cálculo do módulo de elasticidade
dos corpos-de-prova da resina Filtek Z250 (n=8).
y =81,73x - 13,935
0
10
20
30
40
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y = 77,45x - 19,934
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 78,09x - 16,534
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 76,97x - 33,364
0
10
20
30
40
50
60
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 78,01x - 13,299
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 77,85x - 19,934
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Desloca mento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 80,88x - 3,5124
0
10
20
30
40
50
60
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Desloca mento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y =80,79x - 26,313
0
10
20
30
40
50
60
00,511,5
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
108
109
APÊNDICE L- Gráfico 2, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular (a)
a partir da equação y=ax+b usado para o cálculo do módulo de elasticidade dos
corpos-de-prova da resina Filtek Supreme (n=8).
y = 80,01x - 0,1284
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP1
Linear (CP1)
y = 82,24x - 3,0453
0
5
10
15
20
25
30
35
40
00,20,40,60,8
Desloca mento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 85,85x - 1,2643
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 85,28x - 6,8697
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 81,76x - 1,8993
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 80,80x - 3,0453
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 85,92x - 12,217
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 83,92x - 7,3879
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
110
APÊNDICE M- Gráfico 3, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento
(mm) obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente
angular (a), a partir da equação y=ax±b, usado para o cálculo do módulo de
elasticidade dos corpos-de-prova da resina Opallis (n=8).
y = 81,37x - 34,227
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
00,20,40,60,81
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y =77,44x - 12,804
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Deslocam ento(mm )
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 78,08x -30,054
0
10
20
30
40
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 76,96x - 4,0673
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 78,02x - 8,9879
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 77,85x - 5,3426
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 80,88x + 1,0382
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 80,81x + 1,3432
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
111
APÊNDICE N- Gráfico 4, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular (a)
a partir da equação y=ax+b usado para o cálculo do módulo de elasticidade dos
corpos-de-prova da resina Tetric Ceram (n=8).
.
y = 76,49x - 2,0869
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y = 75,04x + 6,7875
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Desloca mento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 73,16x - 6,1128
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 73,18x - 6,519
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 73,95x + 1,9877
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 70,35x + 1,9422
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
00,20,40,60,81
Deslocamento ( mm)
Força ( N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 71,32x + 1,416
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 73,29x + 0,6429
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
00,20,40,60,81
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
112
APÊNDICE O- Gráfico 5, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular (a)
a partir da equação y=ax+b usado para o cálculo do módulo de elasticidade dos
corpos-de-prova da resina EstehtX (n=8).
y = 69,94x - 11,312
0
5
10
15
20
25
30
35
40
00,20,40,60,811,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y = 72,58x - 5,5017
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 70,42x + 2,3653
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 67,87x - 4,9269
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 69,86x - 11,312
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 68,18x - 4,4955
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 70,18x - 2,7641
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 72,60x - 5,677
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
113
APÊNDICE P- Gráfico 6, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular
(a), a partir da equação y=ax+b, usado para o cálculo do módulo de elasticidade
dos corpos-de-prova da resina FillMagic (n=8).
y = 65,97x - 3,4648
0
10
20
30
40
50
00,20,40,60,81
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y =66,74x - 9,6252
0
10
20
30
40
50
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y = 70,34x + 2,0418
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y = 71,67x - 3,5962
0
10
20
30
40
50
00,20,40,60,81
Deslocame nto (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y = 62,72x - 7,6707
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 65,84x - 10,034
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 63,46x - 12,202
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Foa (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 67,38 + 0,5527
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
114
APÊNDICE Q- Gráfico 7, parte linear dos gráficos força (N) x deslocamento (mm)
obtidos no teste de resistência flexural e determinação do coeficiente angular
(a), a partir da equação y=ax+b, usado para o cálculo do módulo de elasticidade
dos corpos-de-prova da resina Charisma (n=8).
y =63,88x - 2,0869
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 1
Linear (CP 1)
y = 63,95x - 4,4941
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 2
Linear (CP 2)
y =63,08x + 2,5582
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 3
Linear (CP 3)
y =63,82x - 4,3156
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 4
Linear (CP 4)
y =64,88x - 1,2751
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 5
Linear (CP 5)
y = 61,04x - 3,0929
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 6
Linear (CP 6)
y = 64,45x + 0,1327
0
5
10
15
20
25
30
35
0 0,10,20,30,40,50,6
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 7
Linear (CP 7)
y = 65,10x - 7,8118
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Deslocamento (mm)
Força (N)
CP 8
Linear (CP 8)
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