Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA
ATUALIZAÇÃO DO COHECIMETO TAXOÔMICO DOS
EMATODA A COSTA BRASILEIRA E SUA ECOLOGIA
A PRAIA DE TAMADARÉ-PE (BRASIL).
VIRÁG VENEKEY
RECIFE
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
VIRÁG VEEKEY
V455c Venekey, Virág.
Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda na costa
brasileira e sua ecologia na praia de Tamandaré –PE (Brasil) / Virág
Venekey. - Recife: O Autor, 2007.
xxi, 144 folhas, il : figs., tabs.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, 2007.
Inclui bibliografia e Anexos.
1. Oceanografia. 2. Nematoda. 3. Taxonomia. 4. Praia. 5.
Ecologia. 6. Tamandaré-Brasil. I. Título.
UFPE
551.46 CDD (22. ed.) BCTG/2008-046
ads:
iii
ATUALIZAÇÃO DO COHECIMETO TAXOÔMICO DOS
EMATODA A COSTA BRASILEIRA E SUA ECOLOGIA
A PRAIA DE TAMADARÉ-PE (BRASIL).
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Oceanografia da Universidade
Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor em
Oceanografia, área de Oceanografia Biológica.
Orientadora: Dra. Verônica Gomes da Fonsêca-Genevois
Co-orientador: Dr. Paulo Jorge Parreira dos Santos
RECIFE, 2007
iv
v
DEDICO:
Ao meu pai Lajos Venekey (in memoriam).
vi
Magyarország (Geszti Péter)
Van egy ország,
ahol álmomban jártam:
Magyarország,
ahol az arcodban láttam
a magam arcát.
Az ölelésben bőség,
az igaz ügyben hűség voltál.
Én ezt az arcot már őrzöm,
Magyarország!
Hiszek az álmomban egy életen át...
Magyarország!
Te vagy a szívembe írva.
Magyarország!
Te vagy a lelkemre bízva.
Magyarország,
hát te vezess most engem,
és amit meg kell tennem segítsd!
Legyél a holnapban rejlő bizonyosság!
Én csak az életem bízom rád...
Van egy ország,
ahol álmomban jártam:
Magyarország,
ahol az arcodban láttam
a magam arcát.
Gyere és egyszer végre,
amikor új nap ébred, te várj!
Gyere és és bújj hozzám újra
Magyarország!
Én ezer év óta várlak már...
Magyarország!
Idegen földön ha járok,
Magyarország,
velem az út is megfordul haza hozzád.
Velem az ősök kérnek,
engedd, hogy benned éljek tovább,
ahogyan ők élnek bennem,
Magyarország!
Milliók áldása szálljon rád!
Hungria (Péter Geszti)
Tem um país,
onde estive em meus sonhos:
Hungria,
Onde vi no teu rosto,
o meu.
Num abraço a fartura,
na justiça você foi a lealdade.
Eu já conservo este rosto,
Hungria!
Acredito no meu sonho por uma vida...
Hungria!
Tu estás escrita no meu coração.
Hungria!
Tu estás confiada a minha alma.
Hungria,
então me conduza agora,
E me ajude no que preciso fazer!
Seja a certeza que se esconde no amanhã!
Eu te confio a minha vida...
Tem um país,
onde estive em meus sonhos:
Hungria,
Onde vi no teu rosto,
o meu.
Venha e finalmente,
quando o novo dia acorda, me espere!
Venha e se aconchegue novamente
Hungria!
Já espero há tanto tempo...
Hungria!
Se estou em terras estranhas,
Hungria,
Até o caminho volta comigo até você
Comigo os ancestrais pedem,
Permita que possa viver em você,
Assim como eles vivem em mim,
Hungria!
Que bênçãos de milhões sejam teus!
vii
Agradecimentos:
Ao meu pai por ser meu eterno exemplo...
À minha e por não deixar que eu desista, pelo exemplo de força, pela sua torcida,
carinho, pelas conversas via telefone, cartas, e-mails e durante as madrugadas húngaras...
Aos meus irmãos pelos “aperreios” que exercitam a minha paciência diariamente e me
ensinam a respeitar as diferenças...
A todos da família Venekey (incluindo os “agregados”) pela torcida e apoio mesmo
estando longe, pelas injeções de ânimo a cada “temporada húngara” e pelas inesquecíveis
reuniões... Saudades...
À minha orientadora Dra. Verônica Gomes da Fonsêca-Genevois pela orientação,
paciência, carinho de mãe, amizade, compreensão, puxões de orelha necessários e
principalmente por continuar acreditando na minha capacidade. Sem você não estaria onde
estou e não seria nem metade do que sou!!! Eterna gratidão!!!
Ao meu co-orientador Dr. Paulo Jorge Parreira dos Santos pela orientação, troca de
idéias, ajuda indispensável em muitos momentos deste trabalho e por sua expressão inspirada
“no final até um dia faz falta”.
A CAPES pelo apoio financeiro durante todo o curso na forma de bolsa de estudos.
Ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco e a todas as
pessoas que o compõem por terem me acolhido com carinho mais uma vez apesar de
formalmente estar vinculada ao Departamento de Oceanografia da UFPE.
Aos professores André, Clélia, Francisco, Lília, Mauro e Taciana por terem aceitado
participar da banca e pelas sugestões dadas.
viii
À Dra. Maria Eduarda Lacerda de Larrazabal e ao Dr. José Roberto Botelho de Souza
pelo incentivo e carinho em muitas situações durante estes quase cinco anos.
À Dra. Clélia Márcia Cavalcanti da Rocha pelo prazer de trabalharmos juntas em vários
trabalhos científicos e palavras de incentivo.
À coordenação do curso de Pós-graduação em Oceanografia da UFPE, nas pessoas de
Maria Elisabeth Araújo e Lília Pereira de Souza Santos pela atenção e ajuda, principalmente
na fase de transição do Mestrado/Doutorado.
Aos professores pelos ensinamentos transmitidos durante o curso especialmente: Dr.
Moacyr Araújo, Dra. Sigrid Neumann Leitão e Dr. Silvio Macedo.
À secretaria do curso de Pós-graduação em Oceanografia da UFPE, Myrna Lins, por me
ajudar em muitas situações e ter tido a paciência de discutir comigo inúmeras partes do
regimento do curso.
A todos os colegas e amigos da pós-graduação pelos momentos de aperreio, mas
também de alegria e descontração, em especial a Mônica Botter, Anita Rademaker e Jorge
Nunes.
A Alessandra pelo auxílio nas fotos dos “meus bichos” com uma paciência que ela
tem e por ser a minha idola em organização.
A todas as taxonomistas que me ajudaram nas identificações da nematofauna, em
especial: Dra. Tânia Nara, Dra. Wilfrida Decraemer, M.Sc. Nic Smol, M.Sc. Maria Cristina da
Silva e Alessandra Botelho.
À minha ex-co-orientanda Viviane Lira pelo seu jeito especial de carinho, por ser
“minha irmã caçula” (com direito a tudo que envolve esta relação) e pelo auxílio na triagem
das amostras e montagem de lâminas.
ix
Ao meu ex-co-orientando Geruso Vieira de Miranda Junior pelo exemplo de esforço,
auxilio na triagem das amostras e montagem de lâminas.
À minha “escraviária” favorita Lídia Lins que me deu uma mãozinha especial e
indispensável na conclusão da parte prática da tese.
A todos que fazem parte do Laboratório de Meiofauna pelos momentos de descontração
e conversas dentro e fora do laboratório e inúmeras ajudas indispensáveis.
A todos que fazem parte do Laboratório de Dinâmica de Populações por me receberem
sempre com carinho, pelas conversas e inúmeras ajudas indispensáveis, principalmente em
relação ao trabalho microscópico com o gênero novo.
A todos que fazem parte do Laboratório de Fitofisiologia por abrigar os “meus
filhinhos” do cultivo de Nematoda, pelas conversas descontraídas, milhares de caronas e todo
carinho a cada “visita”.
À amiga Priscila Porchat de Assis Murolo pelo carinho, por “aquelas palavras” que me
deixam sem jeito, amizade, incentivo em vários momentos, nossos “happy-hours”, momentos
filosóficos e por me acomodar inúmeras vezes em sua casa facilitando assim a minha vida.
Ao amigo Marcos Vinicius Meiado por ser um verdadeiro Miguio, companheiro para
muitos “programas de índio”, ouvido para todas as horas e ajuda indispensável com detalhes
da tese que ninguém tem paciência de revisar.
À toda família Sipkoi pelo carinho e inúmeras ajudas ao longo de todos esses anos.
Ao meu tio, Dr. István Venekei, por tantas vezes me acolher em seu laboratório na
Hungria, pelo seu interesse no meu trabalho no Brasil e incentivo. Estendo também meus
agradecimentos a todos que trabalham com ele pela recepção sempre tão carinhosa!!!
x
Ao Dr. István Andrassy, por ser meu ídolo na nematologia, por me receber com carinho
várias vezes em sua casa e as palavras de incentivo via e-mail e também pessoalmente!!!
A todos meus amigos que estão longe (infelizmente são muitos longe!!!) pelas palavras
de carinho e incentivo provando que a distância existe geograficamente: a turma húngara
(Dóri, Edina, Gyula, Ildi, Nándi e Panni), a portuguesa (Xuxu), a brasileira (Bianca, Binho,
Cadú, João Paulo, Manú, Naila, Tânia e Venina) e a turma do Potterish/MHQ (Celo, Dan,
Fernando, Logan, Paty e Vitor).
A todos os amigos que estão perto pelo carinho, incentivo, por ouvir meus desabafos e
os abraços apertados em momentos difíceis ao longo dos últimos 5 anos, em especial a turma
dos cinéfilos (Gal, Kelnner e Vicky) por tornarem meus finais de semana tão deliciosos
injetando ânimo para prosseguir com a tese.
Enfim, a todos que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.
xi
Lista de Figuras Pág.
01. Mapa do Brasil apontando os locais onde os diversos ambientes foram
estudados.............................................................................................................................
9
02. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para a
costa brasileira.....................................................................................................................
30
03. Número de gêneros de Nematoda registrados para a costa brasileira desde o inicio
dos estudos em 1920, bem como a porcentagem dos mesmos...........................................
31
04. Número de ordens, famílias, gêneros e gêneros exclusivos nos ambientes estudados
(PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO = Ilhas Oceânicas; BR = “Beach
Rocks”; SA = Salinas e AR = Artificiais)...........................................................................
32
05. Número de famílias de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos
ambientes na costa brasileira (PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO =
Ilhas Oceânicas; BR = “Beach Rocks”; SA = Salinas e AR = Artificiais).........................
35
06. Número de gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos
ambientes na costa brasileira (PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO =
Ilhas Oceânicas; BR = “Beach Rocks”; SA = Salinas e AR = Artificiais).........................
35
07. Resultado da análise de agrupamento sobre as listas taxonômicas nematofaunísticas,
destacando (colchete) o grupo dos estuários.......................................................................
36
08. Ordenação não-métrica das listas taxonômicas nematofaunísticas, agrupadas em três
ecossistemas: praia, estuário e costão.................................................................................
37
09. Mapa do litoral de Pernambuco com a localização da estação de coleta na praia de
Tamandaré (Modificado de Souza-Santos et al. 2003).......................................................
50
10. Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos em ciclos de maré na praia de
Tamandaré-PE.....................................................................................................................
56
11. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante o
estudo da influência do ciclo da maré em Tamandaré-PE, Brasil.......................................
60
12. Fotografias de microscopia eletrônica de varredura do Gen.n. sp.n. (Enchelidiidae)
encontrado em Tamandaré-PE Macho: A. Cabeça e região do anfídio, B. Cutícula, C.
Cavidade Bucal, D. Região caudal. Fêmea: E. Cabeça e Região do anfídio......................
62
13. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda em dois ciclos
(1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V =
vazante) dos meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE......
66
xii
14. Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda em dois ciclos (1 = primeiro, 2
= segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos
meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE...........................
67
15. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A =
detritívoros seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B =
predadores/onívoros), em dois ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-
mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio, julho, setembro e
novembro na praia de Tamandaré-PE.................................................................................
68
16. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M
= micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP =
predadores facultativos e P = predadores), em dois ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo) de
maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE....................................................
70
17. Ordenações não-métricas resultantes para cada mês separadamente dos estágios da
maré em Tamandaré-PE, Brasil..........................................................................................
73
18. Ordenação não-métrica resultante dos meses e estágios da maré em Tamandaré-PE,
Brasil (Cinza/Preto = Maio, Verde = Julho, Vermelho = Setembro, Azul = Novembro)...
74
19. Densidade total dos machos, fêmeas e juvenis de Mesacanthion hirsutum em dois
ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e
V = vazante) dos meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-
PE........................................................................................................................................
75
20. Densidade total dos machos, fêmeas e juvenis de Calomicrolaimus formosus em
dois ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P =
preamar e V = vazante) dos meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de
Tamandaré-PE.....................................................................................................................
76
21. Densidade total dos machos, fêmeas e juvenis de Latronema botulum em dois ciclos
(1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V =
vazante) dos meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE......
77
22. Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos durante coleta anual na praia de
Tamandaré-PE.....................................................................................................................
92
23. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante
coleta anual na praia de Tamandaré-PE, Brasil...................................................................
97
xiii
24. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto
inferior e estratos (0-10 e 10-20cm) ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-
PE........................................................................................................................................
99
25. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto
superior e estratos (0-10 e 10-20cm) ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-
PE........................................................................................................................................
100
26. Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda no ponto inferior e estratos (0-
10 e 10-20cm) ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-PE..................................
101
27. Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda no ponto superior e estratos (0-
10 e 10-20cm) ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-PE..................................
102
28. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A =
detritívoros seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B =
predadores/onívoros) no ponto inferior e estratos (0-10 e 10-20cm) ao longo da coleta
anual na praia de Tamandaré-PE.........................................................................................
103
29. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A =
detritívoros seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B =
predadores/onívoros) no ponto superior e estratos (0-10 e 10-20cm) ao longo da coleta
anual na praia de Tamandaré-PE.........................................................................................
104
30. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M
= micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP =
predadores facultativos e P = predadores), no ponto inferior e estratos (0-10 e 10-20cm)
ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-PE...............................................
105
31. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M
= micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP =
predadores facultativos e P = predadores), no ponto superior e estratos (0-10 e 10-
20cm) ao longo da coleta anual na praia de Tamandaré-PE...............................................
106
32. Ordenação não-métrica resultante dos pontos/estratos em Tamandaré-PE, Brasil (I =
Ponto Inferior; S = Ponto Superior)....................................................................................
108
xiv
Lista de Tabelas Pág.
01. Coordenadas geográficas dos locais coletados na costa brasileira, conforme
informados nos respectivos trabalhos (N.I. = Não informado) e o ambiente/ecossistema
onde foram classificados (N.C. = Não considerado)...........................................................
10
02. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM ONE-WAY em relação aos três
ecossistemas comparados....................................................................................................
37
03. Horários e amplitudes da maré nos dias de coleta no Porto de Suape-PE (ponto mais
próximo de Tamandaré-PE com medição de maré)............................................................
51
04. Abundâncias relativas (%) dos grupos de meiofauna nos meses estudados na praia
de Tamandaré-PE................................................................................................................
55
05. Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%,
Muito frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras),
encontrados em Tamandaré-PE ao longo dos estágios de maré..........................................
63
06. Freqüência de ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%,
Muito frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras),
encontrados em Tamandaré-PE ao longo dos meses estudados..........................................
64
07. Freqüência de ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%,
Muito frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras),
encontrados em Tamandaré-PE nos períodos diurno e noturno do dia...............................
71
08. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro
estágios da maré comparados..............................................................................................
72
09. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro
meses comparados...............................................................................................................
72
10. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro
pontos/estratos comparados (I = Ponto Inferior; S = Ponto Superior)................................
107
11. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação às quatro
estações do ano comparados...............................................................................................
107
12. Melhores resultados obtidos com análise BIOENV, correlacionando matrizes de
similaridade dos dados nematofaunísticos a matrizes construídas a partir das variáveis
ambientais medidos durante coleta anual em Tamandaré-PE, Brasil (Media mm,
Mediana mm e Desvio = parâmetros granulométricos; MO = Matéria Orgânica).............
108
xv
Resumo
Este estudo aborda três questões relacionadas à estrutura e funcionamento de
associações de Nematoda em três diferentes capítulos: 1) qual é a riqueza de Nematoda
marinhos de ambientes costeiros do Brasil e qual é o grau de similaridade, ao nível de
composição genérica, entre estes ambientes? 2) qual é o efeito da maré sobre a associação da
nematofauna na praia de Tamandaré-PE, Brasil? 3) quais são os padrões de variação espaço-
temporal da associação de nematofauna na praia de Tamandaré e que fatores podem
determinar esta variação? No primeiro capítulo é apresentada uma revisão do “Estado de
Arte” sobre os estudos da nematofauna marinha no Brasil (excluindo aqueles de mar
profundo). Como resultado é apresentada uma lista com nomenclatura atualizada contendo 6
ordens, 50 famílias, 291 gêneros e 231 espécies, dos quais, 1 família, 10 gêneros e 87 espécies
foram encontrados pela primeira vez no Brasil. Dividindo os ambientes em sete ecossistemas
(Praias Arenosas, Estuários, Fital, Ilhas Oceânicas, “Beach Rocks”, Salina e Artificial).
Verificou-se que até o presente momento Praias Arenosas apresentam a maior riqueza ao nível
de gênero (231) seguido por Estuários (142) e Fital (127). A composição da nematofauna nos
ambientes é similar à de outros locais amostrados mundialmente, sendo as famílias
Chromadoridae e Xyalidae as mais representativas. Agrupando os ambientes em três
ecossistemas (Praia, Costão e Estuário) foi determinado que todos são estatisticamente
diferentes em termos de composição ao nível de gênero, sendo os estuários os mais uniformes
entre si. No segundo capítulo é abordada a influência da maré sobre a nematofauna em dois
meses de chuvas (maio e julho de 1991) e dois de estiagem (setembro e novembro de 1991)
com um regime de 24 horas de coleta na praia de Tamandaré-PE. Seis réplicas aleatórias
foram retiradas com um tubo PVC de 3,7cm de diâmetro interno no médiolitoral superior, a
cada hora, durante dois ciclos de marés consecutivos. Em laboratório os Nematoda foram
triados, montados em lâminas permanentes e identificados ao vel de gênero e/ou espécie. A
associação dos Nematoda variou significativamente entre os meses, e também entre as marés,
ao nível de gênero. As espécies Mesacanthion hirsutum, Calomicrolaimus formosus e
Latronema botulum apresentaram comportamentos diferentes, tendo a primeira espécie
variado significativamente entre os meses e marés quanto à densidade total, enquanto as
outras duas espécies variaram apenas quanto à razão macho/fêmea. Os resultados sugerem que
os Nematoda migraram via camada sedimentar ou se dispersaram passivamente na coluna
xvi
d’água entre as marés e que foram afetados pelas mudanças sazonais. No terceiro capítulo é
verificada a influência de diversos parâmetros ambientais (granulometria, clorofila,
feopigmentos, matéria orgânica, temperatura, salinidade, pluviosidade mensal e velocidade do
vento) na distribuição espacial (sentido vertical) e temporal (estações do ano) da associação de
Nematoda na mesma praia. Quatro réplicas aleatórias foram coletadas com um tubo de PVC
de 3,7cm de diâmetro interno no médiolitoral inferior e superior, em dois estratos
sedimentares (0-10 e 10-20 cm) mensalmente durante um ano (outubro de 1997 a setembro de
1998). Em laboratório os Nematoda foram triados, montados em lâminas permanentes e
identificados ao nível de gênero e/ou espécie. A associação dos Nematoda variou
significativamente entre as estações do ano e também entre os pontos/estratos, diferenças estas
muito associadas às variações de Calomicrolaimus formosus. Quanto às estações do ano, o
verão foi mais eficaz nas densidades máximas da nematofauna sugerindo que o período
chuvoso é mais instável para esta associação. Quanto aos pontos de coleta, o médiolitoral
superior apresentou as máximas densidades devido à estabilidade sedimentar. Os fatores
ambientais agiram como estruturadores secundários para as populações de Nematoda, sendo a
sazonalidade (ou o conjunto de fatores que apresenta variações tipicamente sazonais)
apontada como o fator primário. Considerando os resultados unificados do segundo e terceiro
capítulos, foi determinada para Tamandaré a segunda maior lista taxonômica em praias
arenosas contendo 71 gêneros, incluindo o primeiro registro do gênero Diodontolaimus e das
espécies Mesacanthion hirsutum, Bathylaimus capacosus e Cynura cerambus para a costa
brasileira. Além destes resultados, o presente trabalho contribuiu também com a determinação
de um novo gênero para a família Enchelidiidae e uma nova espécie para o gênero
Synonchium.
Palavras-chave: Nematoda, Taxonomia, Praia, Ecologia, Tamandaré, Brasil
xvii
Abstract
This study analyzes three questions related to the structure and functioning of Nematoda
associations in three different Chapters: 1) how rich is the marine Nematoda from coastal
environments of Brazil and what is the similarity degree at the level of genera composition
between these environments? 2) what is the tidal effect on the nematofauna assemblage at the
beach of Tamandaré PE, Brazil? 3) what are the space-temporal variation patterns of the
nematofauna assemblages in Tamandaré beach and which factors can determine this
variation? In the first chapter it is presented a revision of the “Art status” about the marine
nematofauna studies in Brazil (excluding those about deep-sea). As a result it is presented a
list with updated nomenclature containing 6 orders, 50 families, 291 genera and 231 species,
from which, 1 family, 10 genera and 87 species were found firstly in Brazil. Separating the
environments in seven ecosystems (Sandy Beaches, Estuaries, Phytal, Oceanic Islands, Beach
Rocks, Saline and Artificial) was verified that until the present moment the Sandy Beaches
present the higher richness at genera level (231) followed by Estuaries (142) and Phytal (127).
The nematofauna composition in the environments is similar to other places sampled
worldwide, with the families Chromadoridae and Xyalidae becoming the most representative.
Grouping together the environments in three ecosystems (Beach, Rocky shore and Estuary)
was determined that all of them are statistically different in composition at genera level, with
the estuaries becoming the most uniform between themselves. In the second chapter the tidal
influence on the nematofauna is studied in two rainy months (May and July of 1991) and two
dry months (September and November of 1991) with a sampling of 24 hours at the beach of
Tamandaré-PE. Six random replicates were taken with a PVC tube of 3,7 cm of inner
diameter in the upper intertidal region, at each hour, during two consecutive tidal cycles. In
laboratory the Nematoda were sorted out, mounted on permanent slides and identified up to
genus and/or species level. The Nematoda assemblage varied significantly between months,
and also between tides, at genera level. The species Mesacanthion hirsutum, Calomicrolaimus
formosus and Latronema botulum presented different behaviors, the first species varying
significantly between months and tides concerning the total density, while the other two
species varied only regarding the male/female ratio. The results suggest that the Nematoda
migrated through sediment layers or dispersed passively through the water column between
tides and they were affected by the seasonal changes. In the third chapter is verified the
xviii
influence of different environmental variables (granulometry, chlorophyll-a, phaeopigments,
organic matter, temperature, salinity, monthly rainfall and wind velocity) in the spatial
(vertical profile) and temporal (year seasons) distribution of the Nematoda assemblage at the
same beach. Four random replicates were collected with a PVC tube of 3,7 cm of inner
diameter in the lower and upper intertidal region, monthly in two sediment layers (0-10 and
10-20 cm) during one year (from September 1997 to October 1998). In laboratory the
Nematoda were sorted out, mounted on permanent slides and identified up to genus and/or
species level. The Nematoda assemblage varied significantly between the year seasons and
also between the sampling stations/sediment layers, differences associated mainly to the
variations of Calomicrolaimus formosus. Regarding the year seasons, the summer was more
effective in the maximum densities of the nematofauna suggesting that the rainy season is
more unstable for this association. Regarding the sampling stations, the upper intertidal region
presented the maximum densities due to the sediment stability. The environmental variables
acted as secondary structurers to the Nematoda populations, the seasonality (or the group of
factors that present typically seasonal variations) pointed as the primary factor. Considering
the united results of the second and third chapters, was determined to Tamandaré the second
longest taxonomic list in sandy beaches, with 71 genera, including the first register to the
Brazilian coast of the genus Diodontolaimus and of the species Mesacanthion hirsutum,
Bathylaimus capacosus and Cynura cerambus. Beyond these results, the present work
contributed also with the determining of a new genus to the family Enchelidiidae and a new
species to the genus Synonchium.
Key-words: Nematoda, Taxonomy, Beach, Tamandaré, Brasil
xix
Sumário
AGRADECIMETOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
Introdução Geral ............................................................................................................ 1
1. CAPÍTULO 1..............................................................................................................
4
1.1. Introdução.............................................................................................................
5
1.2. Objetivos...............................................................................................................
7
1.3. Hipótese................................................................................................................ 7
1.4. Material e Métodos...............................................................................................
8
1.4.1. Metodologia em Laboratório........................................................................... 8
1.4.2. Análise dos Dados............................................................................................
11
1.5. Resultados.............................................................................................................
12
1.5.1. Lista Taxonômica da costa brasileira...............................................................
12
1.5.2. Praias Arenosas................................................................................................
32
1.5.3. Estuários...........................................................................................................
33
1.5.4. Fital..................................................................................................................
33
1.5.5. Ilhas Oceânicas................................................................................................ 33
1.5.6. “Beach Rocks”.................................................................................................
34
1.5.7. Salina................................................................................................................
34
1.5.8. Artificiais......................................................................................................... 34
1.5.9. Análises............................................................................................................
35
1.6. Discussão.............................................................................................................. 38
2. CAPÍTULO 2..............................................................................................................
44
2.1. Introdução.............................................................................................................
45
2.2. Objetivos...............................................................................................................
48
xx
2.3. Hipóteses...............................................................................................................
48
2.4. Material e Métodos...............................................................................................
49
2.4.1. Área de Estudo................................................................................................
49
2.4.2. Metodologia em Campo..................................................................................
51
2.4.3. Metodologia em Laboratório.......................................................................... 51
2.4.4. Análise dos Dados...........................................................................................
53
2.5. Resultados.............................................................................................................
55
2.5.1. Meiofauna.......................................................................................................
55
2.5.2. Nematofauna...................................................................................................
56
2.5.2.1. Lista Taxonômica......................................................................................
56
2.5.2.2. Diagnose preliminar de Enchelidiidae Gen. n. sp. n.................................
61
2.5.2.3. Distribuição temporal................................................................................
62
2.5.2.3. Estrutura da Comunidade..........................................................................
72
2.5.2.3. Estrutura populacional de algumas espécies.............................................
74
2.6. Discussão.............................................................................................................. 78
3. CAPÍTULO 3..............................................................................................................
84
3.1. Introdução.............................................................................................................
85
3.2. Objetivos...............................................................................................................
88
3.3. Hipóteses...............................................................................................................
88
3.4. Material e Métodos...............................................................................................
89
3.4.1. Área de Estudo................................................................................................
89
3.4.2. Metodologia de Campo...................................................................................
89
3.4.3. Metodologia em Laboratório.......................................................................... 90
3.4.4. Analise dos Dados...........................................................................................
91
3.5. Resultados.............................................................................................................
92
3.5.1. Meiofauna.......................................................................................................
92
3.5.2. Nematofauna...................................................................................................
93
3.5.2.1. Lista Taxonômica......................................................................................
93
3.5.2.2. Distribuição espaço-temporal................................................................... 98
3.5.2.3. Estrutura da Comunidade..........................................................................
107
3.6. Discussão.............................................................................................................. 109
xxi
4. Considerações Finais.................................................................................................. 114
5. Referências Bibliográficas..........................................................................................
116
AEXOS
129
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 1
Introdução geral
Nematoda livres são os metazoários mais representativos sendo numericamente
dominantes do bentos marinho e estuarino, atingindo densidades de vários milhões de
indivíduos/m
2
(Warwick & Price, 1979). Estes organismos fazem parte da meiofauna e
estão distribuídos desde a zona litorânea até grandes profundidades oceânicas e em
todas as latitudes, habitando todos os tipos de sedimentos (Heip et al., 1985). Platt &
Warwick (1980) concluíram que qualquer estudo sobre ambientes intermareais de praias
arenosas seria incompleto se os Nematoda não fossem incluídos. Mais ainda, Bongers &
Ferris (1999) afirmaram que de cada cinco animais multicelulares no nosso planeta,
quatro são do filo Nematoda.
Segundo Bouwman (1983a) a alta densidade dos Nematoda em sedimentos
estuarinos e marinhos esrelacionada a três fatores principais: a capacidade de ocupar
os espaços intersticiais, devido ao seu tamanho reduzido e ao seu formato fino; a
tolerância a vários tipos de estresses ambientais; e a diversidade da estrutura bucal, que
permite explorar uma ampla faixa de itens alimentares presentes no bentos.
Os trabalhos de Wieser (1953a), Wieser (1960) e Wieser & Kanwisher (1961)
dividiram os Nematoda, segundo sua diversidade bucal, em quatro grupos: o primeiro
grupo - com a cavidade bucal reduzida ou ausente, chamados de detritívoros seletivos
(1A); o segundo grupo - com a cavidade bucal ampla e sem dentes, denominados
detritívoros não-seletivos (1B); o terceiro grupo - com a cavidade bucal apresentando
dentes de tamanhos reduzidos, conhecido como raspadores (2A); e o quarto grupo com
dentes fortes ou mandíbulas na cavidade bucal denominado, conseqüentemente, de
predadores/onívoros (2B). Mais recentemente, Moens & Vincx (1997) fizeram uma
nova classificação baseada em observações laboratoriais, dividindo os nematódeos em
seis grupos: micrófagos, comedores de ciliados, detritívoros, raspadores, predadores
facultativos e predadores. Todos os grupos tróficos estão distribuídos horizontal e
verticalmente em praias arenosas (Heip et al., 1985) e suas interações com bactérias
afetam os processos dentro do ecossistema devido à decomposição da matéria orgânica
e mineralização dos nutrientes (De Mesel et al., 2006).
Praia pode ser definida como uma zona perimetral de um corpo aquoso, composta
de material inconsolidado, em geral arenoso ou mais raramente composta de cascalhos,
conchas de moluscos, etc., estendendo-se desde o nível de baixa-mar média para cima
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 2
até a linha de vegetação permanente, ou onde mudanças na fisiografia, com zona de
dunas ou falésias marinhas (Suguio, 1992).
As praias arenosas dominam costas abertas das regiões tropicais e temperadas
processando matéria orgânica através dos seus interstícios e devolvendo águas
“purificadas” e nutrientes para o mar. Esta filtração depende de processos físicos que
ocorrem entre os poros do sedimento e da atividade da fauna intersticial (McLachlan &
Turner, 1994).
As regiões intermareais nesses ambientes são instáveis devido à variação em
espessura da área de transição entre água e ar (Vannini & Chelazi, 1985), originando
alto estresse físico para a fauna marinha e, conseqüentemente, ocasionando uma
redução de densidade na macrofauna. Ao contrário, em alguns casos a densidade da
meiofauna aumenta, que este meio é propício ao seu desenvolvimento (Olafsson,
1991).
Entre os grupos da meiofauna, os Nematoda geralmente apresentam maiores
densidades em sedimentos mais finos e, em praias arenosas podem atingir densidades na
ordem de 100.000/m
2
(Gray & Rieger, 1971; Warwick, 1971), representando
frequentemente a metade ou mais de toda meiofauna (Coull, 1999). Ainda assim, este
número pode ser uma estimativa abaixo da realidade, já que a maioria dos trabalhos
considera apenas os primeiros 10 centímetros de sedimento, apesar dos Nematoda
penetrarem até vários metros de profundidade (McLachlan, 1977).
Ao contrário dos valores de densidade, a diversidade dos nematódeos é
geralmente maior em sedimentos mais grossos, podendo a dominância se alterar em
escalas temporais (Platt & Warwick, 1980). Vale ressaltar que a maioria dos estudos em
praias analisa este grupo de metazoários apenas ao nível de filo (Blome et al., 1999).
A mesma carência de trabalhos envolve a costa brasileira, sendo os estudos sobre
meiofauna de praias arenosas incluindo os de Medeiros (1984), Medeiros (1989),
Carvalho et al. (1992), Esteves et al. (1995), Bezerra et al. (1996); Bezerra et al. (1997),
Esteves & Fonsêca-Genevois (1997), Medeiros (1997), Rocha (1991), Santos (1997),
Silva (1997), Souza (1997), Wandeness et al. (1997), Nascimento (1998), Bezerra
(2001), Esteves (2002), Silva (2002), Moellmann (2003), Souza-Santos et al. (2003),
Silva (2006), Sobral (2006) e Maria (2007). Destes trabalhos apenas Medeiros (1997),
Bezerra (2001), Esteves (2002), Moellmann (2003) e Maria (2007) identificaram os
Nematoda a níveis taxonômicos baixos.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 3
A região de Tamandaré vem sendo estudada a algumas décadas quanto à fauna e
flora marinha, a exemplo do fitoplâncton (Moura & Passavante, 1994/1995), do
zooplâncton (Vieira, 2000), dos Cnidaria (i.e. Mayal & Amaral, 1990; Amaral, 1994;
Maida & Ferreira, 1995), dos Crustacea (Coelho e Ramos-Porto, 1995) e peixes recifais
(Ferreira et al. 1995). Incluem-se aqui os trabalhos de Carvalho et al. (1992), Silva
(1997), Souza (1997), Maranhão et al. (2000), Souza-Santos et al. (2003) relativos à
estrutura da comunidade de meiofauna.
Neste trabalho, o primeiro capítulo descreve o “Estado de Arte” sobre o estudo da
nematofauna brasileira, apresentando uma lista taxonômica do Filo, no sentido de
estimar a biodiversidade dos ecossistemas marinhos até então estudados.
A praia de Tamandaré é o foco principal deste estudo devido à abundância de
dados meiobentônicos seqüenciais, sem, no entanto, estimar a bioecologia da
nematofauna. Ribeiro (1999), assim como estudos anteriores, apontou os Nematoda
como o grupo dominante da meiofauna, registrando a variação deste grupo ao nível
temporal (estações do ano) e espacial (andar bêntico e perfil sedimentar). Silva (2002),
estudando os Copepoda Harpacticoida das mesmas amostras, também encontrou uma
variação temporal. Faz-se então necessário complementar os trabalhos citados,
estudando a nematofauna ao nível taxonômico baixo (gêneros e espécies) para verificar
a influência de diversos parâmetros ambientais sobre esta população. Para tal, dois
estudos foram realizados; o primeiro, abordando a influência da maré sobre a fauna em
dois meses de seca e dois de chuvas em regime de 24 horas de prospecção e, o segundo,
para verificar a influência de diversas variáveis ambientais na nematofauna na
distribuição espacial (sentido vertical) e temporal (estações do ano) da comunidade.
O estudo detalhado desta fauna contribui para o incremento do conhecimento
sobre a biodiversidade e ecologia de praias arenosas.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 4
Capítulo 1:
O Estado da Arte dos estudos taxonômicos da
nematofauna marinha na costa brasileira.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 5
1.1. Introdução
O filo Nematoda constitui um grupo que, apesar de deter um grande número de
espécies parasitas, possui cerca de 4 a 5 mil espécies de nematódeos de vida-livre
marinhos (Lorenzen, 1994). Este número parece bem reduzido quando comparado ao
total de 26646 espécies registradas para o filo, ainda mais quando as estimativas da
existência de cerca de um milhão de espécies (Hugot et al., 2001) ou até mesmo de 100
milhões (Lambshead, 1993) são consideradas.
As grandes especulações numéricas em relação aos Nematoda se baseiam na
pequena quantidade de espécies válidas, as quais são provenientes de um número
limitado de localidades (Coomans, 2001). Atesta Ferris (1994) que, à medida que maior
importância é dada aos nematódeos parasitas menor atenção é dispensada às espécies
que habitam os diversos ecossistemas terrestres e aquáticos. Aliado a isto se tem
também o fato de que os nematódeos de vida livre geralmente medem poucos
milímetros, dificultando, assim, consideravelmente os estudos taxonômicos (Heip et al.,
1982).
No Brasil, além das dificuldades apresentadas acima, até pouco tempo não
existiam especialistas neste grupo de animais, sendo que os primeiros registros de
Nematoda marinhos, de apenas três espécies (Alaimella truncata, Litotes minuta e
Synonema brasiliense), foram feitos pelo pesquisador americano (Cobb, 1920) na costa
da Bahia. Os estudos taxonômicos nessa área iniciaram-se efetivamente com os
trabalhos de Dr. Sebastian Gerlach na década de 50 (1954; 1956a; 1956b; 1957a;
1957b) que veio a convite da Universidade de São Paulo como pesquisador visitante.
Estes trabalhos, juntamente com os de Meyl (1956 e 1957), representaram um
importante passo inicial que resultou em 209 espécies, entre elas 106 novas para a
Ciência.
Após este registro inicial as pesquisas taxonômicas deste grupo foram retomadas
apenas na década de 90 e desde então, com a atuação de pesquisadores em diversas
universidades brasileiras, foi possível a conclusão de 10 teses (Medeiros, 1997; Netto,
1999; Bezerra, 2001; Esteves, 2002; Castro, 2003; Curvelo, 2003; Maranhão, 2003;
Moellmann, 2003; Pinto, 2003; Rocha, 2003), 6 dissertações (Rodrigues, 2002; Nunes,
2003; Silva (a), 2004; Silva (b), 2004; Lage, 2005; Maria, 2007), 5 monografias (Silva,
2001; Santos, 2002; Fonsêca, 2003; Miranda-Júnior, 2006; Oliveira, 2007) e diversos
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 6
artigos científicos (i.e. Netto & Gallucci, 2003; Fonsêca-Genevois et al., 2004; Fonsêca-
Genevois et al., 2006) até a presente data. Recentemente foram também publicadas as
descrições das primeiras espécies novas (Venekey et al. 2005; Castro et al. 2006;
Botelho et al. 2007) desde aquelas registradas por Gerlach e Meyl na década de 50.
Revisões de outros grupos bentônicos marinhos e não necessariamente referentes
à Meiofauna, foram feitos para a costa brasileira, a exemplo de Mollusca (Rios, 1994),
Annelida Polychaeta (Amaral & Nonato, 1996), corais construtores de recifes (Maida &
Ferreira, 1997) e Crustacea (Young, 1998). Registra-se aqui o Estado de Arte da
nematofauna através de listas taxonômicas e apresenta-se neste capítulo uma revisão da
nomenclatura aos níveis de gênero e espécie no sentido de congregar os dados nacionais
e, ainda, poder avaliar de forma comparada a biodiversidade da nematofauna em
ambientes marinhos e estuarinos.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 7
1.2. Objetivos
- Construir uma lista taxonômica com os gêneros e espécies de Nematoda livres
marinhos registrados para o Brasil em ambientes marinhos e estuarinos.
- Comparar a riqueza de gêneros entre diversos ambientes/ecossistemas
previamente estabelecidos.
- Analisar os padrões de similaridade entre os ambientes/ecossistemas
mencionados anteriormente.
1.3. Hipótese
- Os ecossistemas marinhos brasileiros são diferentes entre si quanto à
nematofauna.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 8
1.4. Material e Métodos
1.4.1. Metodologia em Laboratório
A construção das listas de gêneros e espécies registradas para a costa brasileira
baseou-se na bibliografia disponível, constituída de: teses (incluindo o presente
trabalho) (Medeiros, 1997; Netto, 1999; Bezerra, 2001; Castro, 2003; Curvelo, 2003;
Maranhão, 2003; Moellmann, 2003; Pinto, 2003; Rocha, 2003), dissertações
(Rodrigues, 2002; Nunes, 2003; Silva (a), 2004; Silva (b), 2004; Lage, 2005),
monografias (Silva, 2001; Santos, 2002; Fonsêca, 2003; Miranda-Júnior, 2006) e artigos
científicos (Cobb, 1920; Gerlach, 1954; Gerlach, 1956a; Gerlach 1956b; Gerlach,
1957a; Gerlach, 1957b; Netto & Gallucci, 2003; Esteves, 2004; Fonsêca-Genevois et
al., 2004; Fonsêca-Genevois et al., 2006).
Não foram usados resumos de congressos e de encontros científicos de outra
natureza, bem como os artigos científicos de abordagem ecológica que não
apresentaram a lista completa dos Nematoda encontrados no local estudado (i.e.
Kapusta et al., 2006; Pinto et al., 2006). Além disso, não foram considerados para este
estudo os trabalhos de Meyl (1956) e Meyl (1957) por se tratarem de gêneros de água
doce. No caso de duas publicações com a mesma lista (i.e. Santos, 2002 e Fonsêca-
Genevois et al., 2004) ou um trabalho publicando uma versão ampliada de um local (i.e.
Silva, 2001 e Silva (b) 2004), apenas o mais recente foi considerado.
Os nomes de gêneros e espécies encontrados na bibliografia disponível foram
cuidadosamente revisados, respeitando-se as sinonimizações e modificações de
nomenclatura. Para isso foram usados principalmente o “The Bremerhaven Checklist of
Aquatic Nematodes” (Gerlach & Riemann, 1973 e Gerlach & Riemann, 1974), arquivos
atualizados da Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent (Bélgica) e o
“site” Nemys (Deprez et al. 2005).
Após a revisão da nomenclatura, os táxons foram classificados seguindo Lorenzen
(1994). Todos os trabalhos consultados usaram apenas este sistema de classificação,
com exceção de Silva (b) (2004) que utilizou também Blaxter et al. (1998), motivo que
levou a escolher o primeiro sistema de classificação no presente trabalho.
Após a classificação, a bibliografia foi dividida em ambientes: Praias Arenosas,
Estuários, Fital, Ilhas Oceânicas, “Beach Rocks”, Salina e Artificial (placas de alumínio
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 9
e mímicas de algas); e posteriormente em ecossistemas: Praia, Costão e Estuário.
Trabalhos que abordavam mais de um ambiente foram divididos em várias listas. Os
ambientes encontram-se distribuídos em diversos pontos da costa brasileira, refletindo o
local onde os trabalhos foram realizados (Figura 01 e Tabela 01).
Figura 01. Mapa do Brasil apontando os locais onde os diversos ambientes foram estudados.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 10
Tabela 01. Coordenadas geográficas dos locais coletados na costa brasileira, conforme informados
nos respectivos trabalhos (N.I. = Não informado) e o ambiente/ecossistema onde foram classificados
(N.C. = Não considerado).
Coordenadas Trabalho
Latitude Longitude
Local de Coleta Ambiente Ecossistema
Cobb (1920) N.I. N.I. Bahia Praia Arenosa N.C.
Gerlach (1954) N.I. N.I. Lagoa Rodrigo de Freitas
– RJ
Estuário N.C.
Gerlach (1956a) N.I. N.I. (1) Cananéia, (2) Santos,
(3) São Sebastião e (4)
Porto Fino (Todos no
Estado de São Paulo)
Praia Arenosa Praia
Gerlach (1956b) (1) 7°00’S /
(2) 7°45’S /
(3) 9°05’S
N.I. (1) Paraíba e (2,3)
Pernambuco
Praia Arenosa Praia
Gerlach (1957a) 25°00’S N.I. Cananéia - SP Estuário Estuário
Gerlach (1957b) (1) N.I. / (2)
20°00’S / (3)
e (4) N.I.
N.I. (1) Bahia, (2) Espírito
Santo, (3) Rio de Janeiro e
(4) São Paulo
Praia Arenosa Praia
Medeiros (1997) 23°32’S 45°04’W Ilha Anchieta – SP Praia Arenosa Praia
Netto (1999) 3°51’S 33°49’W Atol das Rocas – RN Ilha Oceânica Costão
Bezerra (2001) 8°02’S 34°51’W Olinda – PE Praia Arenosa Praia
Silva (2001) 5°05’S 36°16’W Galinhos – RN N.C. N.C.
Rodrigues (2002) 8°04’S 34°52’W Recife – PE Estuário Estuário
Santos (2002) 23°44’S 42°00’W Arraial do Cabo – RJ N.C. N.C.
Castro (2003) 8°04’S 44°55’W Recife – PE Estuário Estuário
Curvelo (2003) 23°22’S 44°55’W Enseada de Picinguaba –
SP
Praia Arenosa Praia
Fonseca (2003) 28º12’S 48º38’W Laguna – SC Estuário Estuário
Maranhão (2003) 8°33’S 35°00’W Porto de Galinhas - PE Beach Rocks Costão
Moellmann (2003) N.I. N.I. Guarujá – SP e Peruíbe –
SP
Praia Arenosa Praia
Netto & Gallucci (2003) 27°29’S 48°30’W Ilha de Santa Catarina
SC
Estuário Estuário
Nunes (2003) 23°44’S 42°00’W Arraial do Cabo – RJ Artificial Costão
Pinto (2003) 32°02’S 52°07’W Rio Grande – RS Estuário Estuário
Rocha (2003) (1) 7°33’S -
8°55’S /
(2) 23°44’ S
(1)34°49’W -
35°11’W /
(2) 42°00’W
(1) Pernambuco
(2) Arraial do Cabo –RJ
Praia Arenosa
/ Fital
Praia / Costão
Esteves (2004) 22°55’S 43°05’W Coroa Grande – RJ Estuário Estuários
Fonsêca-Genevois et al. (2004) 23°44’S 42°00’W Arraial do Cabo – RJ Praia Arenosa Praia
Silva (a) (2004) 7°49’S 34°50’W Igarassú – PE Estuário Estuário
Silva (b) (2004) 5°05’S 36°16’W Galinhos – RN Salina Estuário
Lage (2005) 23°44’S 42°00’W Arraial do Cabo – RJ Fital Costão
Fonsêca-Genevois et al. (2006) 23°44’S 42°00’W Arraial do Cabo – RJ Artificial Costão
Miranda-Junior (2006) 0°55’N 29°21’W Arquipélago São Pedro e
São Paulo
Ilha Oceânica
/ Artificial
Costão /
Costão
Maria (2007) 22°24’S 42°33’W Baía de Guanabara – RJ Praia Arenosa Praia
Oliveira (2007) 8°25’S 34°55’W Praia do Cupe – PE Fital Costão
Presente trabalho 8°46’S 34°59’W Tamandaré – PE Praia Arenosa Praia
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 11
1.4.2. Análise dos Dados
A partir das listas taxonômicas foi construída uma planilha única de presença e
ausência dos gêneros. Os trabalhos de Cobb (1920) e Gerlach (1954) foram utilizadas
apenas para a determinação da riqueza genérica dos ambientes, não sendo considerados
para análises por se tratarem de listas com apenas 3 e 4 espécies, respectivamente.
Inicialmente foi aplicada sobre as listas taxonômicas uma Análise de
Agrupamento para estabelecer agrupamentos entre os trabalhos de acordo com as
similaridades. Posteriormente os ambientes previamente estabelecidos foram
reagrupados em apenas três ecossistemas (praias, estuários e costões) devido o número
reduzido de réplicas em cada categoria. Os ecossistemas foram comparados com a
aplicação de uma análise de similaridade (ANOSIM ONE-WAY), utilizando-se o índice
de Bray Curtis. Os resultados foram expressos também em uma Ordenação Não-Métrica
(MDS).
Todos os testes estatísticos foram feitos usando o Programa PRIMER (versão
5.1.2) (Clarke & Warwick, 1994) e o nível de significância adotado foi de 0,05.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 12
1.5. Resultados
1.5.1. Lista taxonômica da costa brasileira
Até o presente momento foram registrados 6 ordens, 50 famílias, 291 gêneros e
231 espécies para ambientes marinhos e estuarinos da costa brasileira. Dentre estes
táxons, 1 família, 10 gêneros (incluindo um gênero novo registrado aqui no Capitulo 2)
e 87 espécies foram descritos para a costa brasileira, estando eles marcados com
asterisco (*) na lista taxonômica abaixo.
Citações de nomes de espécies com a nomenclatura anterior se encontram entre
colchetes abaixo do nome atual.
Filo Nematoda
Classe Secernentia
Ordem Rhabditida
Família Alloionematidae
Paradoxorhabditis Khera, 1971
Família Cephalobidae
Acrobeles Kinstow, 1877
Eucephalobus Steiner, 1936
Heterocephalobus (Brzeski, 1960) Brzeski, 1961
Família Rhabditidae
Rhabditis Dujardin, 1845
Rhabditis marina Bastian, 1865
Classe Adenophorea
Sub-classe Enoplia
Ordem Dorylaimida
Família Dorylaimidae
Aporcelaimus Thorne e Swanger, 1936
Aporcelaimus gerlachi Meyl, 1956
Aporcelaimus paraconicaudatus Meyl, 1956
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 13
Aporcelaimus vanderlaani Meyl, 1957
Dorylaimus Dujardin, 1845
Dorylaimus brasiliensis Meyl, 1956*
Dorylaimus parasubtilis Meyl, 1956*
Dorylaimus rionensis Gerlach, 1954*
Dorylaimus santosi Meyl, 1957*
Dorylaimus sveltus Meyl, 1957*
Tylencholaimus De Man, 1876
Família Nygolaimidae
ygolaimus Cobb, 1913
Família Leptonchidae
Dorylaimoides Thorne e Swanger, 1936
Dorylaimoides paulbuchneri Meyl, 1956*
Leptonchus Cobb, 1920
Ordem Enoplida
Sub-ordem Enoplina
Família Enoplidae
Enoplus Dujardin, 1845
Enoplus schulzi Gerlach, 1952
Fenestrolaimus Filipjev, 1927
Família Thoracostomopsidae
Enoploides Ssaweljev, 1912
Enoploides longispiculosus Vitiello, 1967
Enoploides vectis (Gerlach, 1957) Wieser e Hopper, 1967*
[Enoploides brunette Gerlach, 1957]
Enoplolaimus De Man, 1893
Enoplolaimus connexus Wieser, 1953
Enoplolaimus distortus Gerlach, 1957*
Epacanthion Wieser, 1953
Epacanthion cf. buetschli (Southern, 1914) Wieser, 1953
Mesacanthion Filipjev, 1927
Mesacanthion hirsutum Gerlach, 1953
Mesacanthion longispiculum Gerlach, 1954
Mesacanthion proximum Gerlach, 1957*
Mesacanthion rigens Gerlach, 1957*
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 14
Mesacanthoides Wieser, 1953
Oxyonchus Filipjev, 1927
Oxyonchus dentatus (Ditlevsen, 1919) Filipjev, 1927
Paramesacanthion Wieser, 1953
Trileptium Cobb, 1933
Trileptium stylum Gerlach, 1956
Trileptium subterraneum (Gerlach, 1952) Cobb, 1933
Família Anoplostomatidae
Anoplostoma Bütschli, 1874
Anoplostoma hirtum Gerlach, 1956*
Anoplostoma subulatum Gerlach, 1957*
Anoplostoma viviparum (Bastian, 1865) Butschli, 1874
Chaetonema Filipjev, 1927
Chaetonema canellatum Gerlach, 1956*
Família Phanodermatidae
Crenopharyncx Filipjev, 1934
Phanoderma Bastian, 1865
Phanoderma tenuicaudum Allgén, 1951
Phanodermella Kreis, 1928
Phanodermopsis Ditlevsen, 1926
Phanodermopsis necta Gerlach, 1957*
Família Anticomidae
Anticoma Bastian, 1865
Anticoma aff. eberthi Bastian, 1865
Anticomopsis Micoletzky, 1930
Odontanticoma Platonova, 1976
Família Ironidae
Conilia Gerlach, 1956*
Conilia divina Gerlach, 1956*
Dolicholaimus de Man, 1888
Syringolaimus de Man, 1888
Syringolaimus cf. striatocaudatus De Man, 1888
Thalassironus de Man, 1889
Trissonchulus Cobb, 1920
Trissonchulus oceanus Cobb, 1920
[Dolicholaimus nudus Stekhoven, 1943]
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 15
Família Leptosomatidae
Barbonema Filipjev, 1927
Barbonema flagrum Gerlach, 1957*
Cylicolaimus de Man, 1889
Leptosomatum Bastian, 1865
Platycoma Cobb, 1894
Platycoma curiosa (Gerlach, 1955) Gerlach, 1962
[Platycomopsis curiosus Gerlach, 1955]
Platycomopsis Ditlevsen, 1926
Thoracostoma Marion, 1870
Família Oxystominidae
Halalaimus de Man, 1888
Halalaimus ciliocaudatus Allgén, 1932
Halalaimus gracilis de Man, 1888
Halalaimus longicaudata (Filipjev, 1927) Schneider, 1939
Halalaimus longicollis Allgén, 1932
emanema Cobb, 1920
Oxystomina Filipjev, 1921
Oxystomina acuta Gerlach, 1957*
Oxystomina affinis Gerlach, 1956
Oxystomina alpha Chitwood, 1936
Paroxystomina Micoletzky, 1924
Thalassoalaimus de Man, 1893
Thalassoalaimus brasiliensis Gerlach, 1956*
Wieseria Gerlach, 1956
Família Oncholaimidae
Adoncholaimus Filipjev, 1918
Metaparoncholaimus Filipjev, 1918
Metoncholaimus Filipjev, 1918
Meyersia Hopper, 1967
Oncholaimellus de Man, 1890
Oncholaimellus carlbergi Allgén, 1947
Oncholaimus Dujardin, 1845
[Oncholaimium Cobb, 1930]
Oncholaimus cavatus Gerlach, 1956
Oncholaimus cobbi (Kreis, 1932) Rachor, 1969
[Oncholaimium cobbi Kreis, 1932]
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 16
Oncholaimus gladius Gerlach, 1956
Oncholaimus cf. longispiculosus Gerlach, 1955
Oncholaimus manilius Gerlach, 1957*
Oncholaimus oxyuris Ditlevsen, 1911
Oncholaimus rapax Kreis, 1932
Pontonema Leidy, 1855
Pontonema ardens Gerlach, 1957*
Prooncholaimus Micoletzky, 1924
Prooncholaimus aransas Chitwood, 1951
Viscosia de Man, 1890
Viscosia glabra (Bastian, 1865) de Man, 1890
Viscosia keiensis Kreis, 1932
Família Enchelidiidae
Bathyeurystomina Lambshead e Platt, 1979
Belbolla Andrássy, 1973
Calyptronema Marion, 1870
Calyptronema cf. acuminatum Wieser, 1953
Calyptronema cf. denticulatum Micoletzky, 1930
Calyptronema pigmentatum Gerlach, 1957*
Calyptronema cf. setifer (Gerlach, 1953) Wieser, 1953
Eurystomina Filipjev, 1921
Eurystomina sawayai Gerlach, 1956*
Eurystomina terrícola de Man, 1907
Gen.n.*
Gen.n. sp. n.*
Pareurystomina Micoletzky, 1930
Polygastrophora de Man, 1922
Polygastrophora septembulba Gerlach, 1954
Symplocostoma Bastian, 1865
Subordem Tripyloidina
Família Tripyloididae
Bathylaimus Cobb, 1894
Bathylaimus australis Cobb, 1894
[Bathylaimus assimilis de Man, 1922]
Bathylaimus capacosus Hopper, 1962
Ingenia Gerlach, 1957*
Ingenia mirabilis Gerlach, 1957*
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 17
Tripyloides de Man, 1886
[annonchus Cobb, 1913]
Tripyloides amazonicus (Gerlach, 1957) Riemann, 1970*
[annonchus amazonicus Gerlach, 1957]
Tripyloides granulatus (Cobb, 1913) Wieser, 1956
[annonchus granulatus Cobb, 1913]
Família Rhabdodemanidae
Rhabdodemania Baylis e Daubney, 1926
Ordem Trefusiida
Família Trefusiidae
Cytolaimium Cobb, 1920
Cytolaimium conicum Gerlach, 1957*
[Trefusia conica Gerlach 1957]
Rhabdocoma Cobb, 1920
Trefusia De Man, 1893
Trefusialaimus Riemann, 1974
Família Lauratonematidae
Lauratonema Gerlach, 1953
Lauratonema hospitum Gerlach, 1956*
Lauratonema reductom Gerlach, 1953
Família Xenellidae
Xenella Cobb, 1920
Sub-classe Chromadoria
Ordem Chromadorida
Sub-ordem Chromadorina
Família Chromadoridae
Acantholaimus Allgén, 1933
Actinonema Cobb, 1920
Actinonema pachydermatum Lorenzen, 1972
Atrochromadora Wieser, 1959
Chromadora Bastian, 1865
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 18
Chromadora aff. nudicapitata Bastian, 1865
Chromadorella Filipjev, 1918
Chromadorella macris (Gerlach, 1956) Lorenzen, 1972*
[Trichromadora macris Gerlach, 1956]
Chromadorina Filipjev, 1918
Chromadorita Filipjev, 1922
[Allgéniela Strand, 1934]
Chromadorita cf. leuckarti (de Man, 1876)
Chromadorita tenuis (Schneider, 1906)
[Allgéniela tennuis Schneider, 1906]
Dichromadora Kreis, 1929
Dichromadora geophila (de Man, 1876) Kreis, 1929
Endeolophus Boucher, 1976
Euchromadora de Man, 1886
Graphonema Cobb, 1898
Hypodontolaimus de Man, 1886
Hypodontolaimus pumilio Gerlach, 1956*
Innocuonema Inglis, 1969
Karkinochromadora Blome, 1982
eochromadora Micoletzky, 1924
eochromadora bonita Gerlach, 1956*
ygmatonchus Cobb, 1933
Parachromadorita Blome, 1974
Parapinnanema Inglis, 1969
Prochromadora Filipjev, 1922
Prochromadorella Micoletzky, 1924
[Trichromadora Kreis, 1929]
Prochromadorella paramucrodonta (Allgén, 1929) Wieser, 1951
Prochromadorella spinosa Gerlach, 1957*
Prochromadorella tenuicaudata Gerlach, 1954
Ptycholaimellus Cobb, 1920
Rhips Cobb, 1920
Rhips ornate Cobb, 1920
Spiliphera Bastian, 1865
Spilophorella Filipjev, 1917
Spilophorella meyerabichi Gerlach, 1955
Steineridora Inglis, 1969
Trochamus Boucher e Bovée, 1972
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 19
Família Ethmolaimidae
Comesa Gerlach, 1956
Ethmolaimus de Man, 1880
Ethmolaimus cf. multipapillatus Paramonov, 1926
Filitonchus Platt, 1982
Gomphionchus Platt, 1982
Gomphionema Wieser e Hopper, 1966
Gomphionema compactum (Gerlach, 1957) Wieser e Hopper, 1966*
[eotonchus compactus Gerlach, 1957]
Gomphionema fellatur Wieser e Hopper, 1966
annolaimus Cobb, 1920
annolaimus complicatus Gerlach, 1957*
eotonchus Cobb, 1933
Paraethmolaimus Jensen, 1994
Família Cyatholaimidae
Acanthonchus Cobb, 1920
Acanthonchus viviparous Cobb, 1920
Cyatholaimus Bastian, 1865
Kraspedonema Gerlach, 1954
Longicyatholaimus Micoletzky, 1924
Marylynnia Hopper, 1977
Marylynnia choanolaimoides (Stekhoven, 1942) Hopper, 1977
[Longicyatholaimus cf. choanolaimoides Stekhoven, 1942]
Metacyatholaimus Stekhoven, 1942
Minolaimus Vitiello, 1970
annolaimoides Ott, 1972
Paracanthonchus Micoletzky, 1924
Paracanthonchus batidus Gerlach, 1957*
Paracanthonchus cochlearis Gerlach, 1957*
Paracanthonchus digitatus Gerlach, 1957*
Paracyatholaimoides Gerlach, 1953
Paracyatholaimoides multispiralis Gerlach, 1953
Paracyatholaimoides serpens Gerlach, 1957*
Paracyatholaimus Micoletzky, 1922
Paracyatholaimus paucipapillatus Gerlach, 1955
Paracyatholaimus separatus Wieser, 1954
Paracyatholaimus ternus Wieser, 1954
Paracyatholaimus vitraeus Gerlach, 1957*
Paralongicyatholaimus Stekhoven, 1942
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 20
Pomponema Cobb, 1917
Pomponema tautraense (Allgen, 1933) Lorenzen, 1972
[Longicyatholaimus tautraensis Allgén, 1933]
Praeacanthonchus Micoletzky, 1924
Família Selachinematidae
Cheironchus Cobb, 1917
Choanolaimus de Man, 1880
Choniolaimus Ditlevsen, 1918
Demonema Cobb, 1894
Gammanema Cobb, 1920
Halichoanolaimus de Man, 1886
Halichoanolaimus chordiurus Gerlach, 1955
Halichoanolaimus quattordecimpapillatus Chitwood 1951
Kosswigonema Gerlach, 1964*
Kosswigonema acanthum (Gerlach, 1957) Gerlach, 1964*
[Selachinema acanthum Gerlach, 1957]
Latronema Wieser, 1954
Latronema botulum Gerlach, 1956*
Latronema orcinum (Gerlach, 1952) Wieser, 1954
Richtersia Steiner, 1916
Richtersia imparis Gerlach, 1956*
Synonchiella Cobb, 1933
Synonchiella forceps (Gerlach, 1957) Gerlach, 1964*
[Trogolaimus forceps Gerlach, 1957]
Synonchium Cobb, 1920
Synonchium depressum Gerlach, 1954
Synonchium obtusum Cobb, 1920
Família Desmodoridae
Acanthopharynx Marion, 1870
Catanema Cobb, 1920
Chromaspirinia Filipjev, 1918
Chromaspirinia rabosa (Gerlach, 1956) Gerlach, 1963
[Desmodora rabosa Gerlach, 1956]
Croconema Cobb, 1920
Desmodora De Man, 1889
[Micromicron Cobb, 1920]
Desmodora aff. granulata Vincx e Gourbault, 1989
Echinodesmodora Blome, 1982
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 21
Eubostrichus Greef, 1869
Leptonemella Cobb, 1920
Metachromadora Filipjev, 1918
[Ichthyodesmodora Chitwood, 1951]
Metachromadora chandleri (Chitwood, 1951) Timm, 1961
[Ichthyodesmodora chandleri Chitwood, 1951]
Metachromadora clavata Gerlach, 1957*
Metachromadora onyxoides Chitwood, 1936
Metachromadora pneumática Gerlach, 1956*
Metachromadora aff. remanei Gerlach, 1951
Metachromadora aff. serrata Gerlach, 1963
Metachromadora spectans Gerlach, 1957*
Molgolaimus Ditlevsen, 1921
Onyx Cobb, 1891
Paradesmodora Stkehoven, 1950
Paradesmodora campbelli (Allgen, 1932) Gerlach, 1963
[Spirinia campbelli Allgén, 1962]
Perspiria Wieser e Hopper, 1967
Polysigma Cobb, 1920
Pseudochromadora Daday, 1889
Pseudochromadora cazca Gerlach, 1956
[Desmodora cazca Gerlach, 1956]
Pseudochromadora incubans Gourbault e Vincx, 1990
Pseudochromadora luticola (Timm, 1952) Andrassy, 1959
[Micromicron cephalatum Cobb, 1920]
Robbea Gerlach, 1956*
Robbea caelestis Gerlach, 1956*
Sigmophoranema Hope e Murphy, 1972
Spirinia Gerlach, 1963
Spirinia elongata Castro, Bezerra, Silva e Fonsêca-Genevois, 2006*
Spirinia parasitifera Bastian, 1865
Spirinia septentrionalis Cobb, 1914
Stygodesmodora Blome, 1982
Família Epsilonematidae
Bathyepsilonema Steiner, 1931
Bathyepsilonema bahiae Gerlach, 1957*
Epsilonema Steiner, 1927
Epsilonema espeeli Verschelde e Vincx, 1994
Metepsilonema Steiner, 1927
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 22
Perepsilonema Lorenzen, 1973
Perepsilonema kellyae Gourbault e Decraemer, 1988
Família Draconematidae
Dracognomus Allen e Noffsinger, 1978
Dracograllus Allen e Noffsinger, 1978
Draconema Cobb, 1913
[Drepanonema Cobb, 1933]
Draconema brasiliensis Venekey, Lage e Fonsêca-Genevois, 2005*
Draconema fluminensis Venekey, Lage e Fonsêca-Genevois, 2005*
otochaetosoma Irwin-Smith, 1918
Prochaetosoma Micoletzky, 1922
Prochaetosoma lugubre (Gerlach, 1957) Allen e Noffsinger, 1978*
[Drepanonema lugubre Gerlach, 1957]
Família Microlaimidae
Aponema Jensen, 1978
Bolbolaimus Cobb, 1920
Calomicrolaimus Lorenzen, 1971
Calomicrolaimus formosus Jensen, 1978
Microlaimus de Man, 1880
Microlaimus capillaris Gerlach, 1957*
Microlaimus formosus Gerlach, 1957*
Microlaimus spinosus Gerlach, 1957*
Spirobolbolaimus Soeatert e Vincx, 1988
Família Aponchidae
Synonema Cobb, 1920*
Synonema braziliense Cobb, 1920*
Família Monoposthidae
Monoposthia de Man, 1889
udora Cobb, 1920
udora besnardi Gerlach, 1956*
[Monoposthia besnardi Gerlach, 1956]
udora ilhabelae Gerlach, 1957*
[Monoposthia ilhabelae Gerlach, 1957]
Rhinema Cobb, 1920
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 23
Sub-ordem Leptolaimina
Família Leptolaimidae
Alaimella Cobb, 1920*
Alaimella truncata Cobb, 1920*
Anonchus Cobb, 1913
Anonchus mangrove Gerlach, 1957
Antomicron Cobb, 1920
Antomicron pellucidum Cobb, 1920
Assia Gerlach, 1957*
Assia laureata Gerlach, 1957*
Camacolaimus de Man, 1889
Chronogaster Cobb, 1913
Chronogaster alatum Gerlach, 1956*
Cricolaimus Southern, 1914
Cynura Cobb, 1920
Cynura cerambus Andrassy, 1973
Cynura uniformis Cobb, 1920
Dagda Southern, 1914
Deontolaimus de Man, 1880
Diodontolaimus Southern, 1914
Halaphanolaimus Southern, 1914
Ionema Cobb, 1920
Ionema cobbi (Steiner, 1916) Micoletzky, 1924
[Ionema ocellatum Cobb, 1920]
Leptolaimoides Vitiello, 1971
Leptolaimus de Man, 1876
Leptolaimus surdus Gerlach, 1957*
Listia Blome, 1982
Onchium Cobb, 1920
Paraphanolaimus Micoletzky, 1923
Paraphanolaimus cantor Gerlach, 1957*
Procamacolaimus Gerlach, 1954
Procamacolaimus cosmius Gerlach, 1956*
Stephanolaimus Ditlevsen, 1914
Família Peresianidae*
Manunema Gerlach, 1957*
Manunema proboscidis Gerlach, 1957*
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 24
Família Haliplectidae
Haliplectus Cobb, 1913
[Aegialospirinia De Conick, 1943]
Haliplectus bibulbosus (Schulz, 1935) Gerlach, 1956
[Aegialospirinia bibulbosa Gerlach, 1960]
Haliplectus floridanus Cobb in Chtwood, 1956
Haliplectus schulzi (De Conick, 1943) Gerlach, 1957
Setoplectus Vitiello, 1971
Família Tarvaiidae
Tarvaia Allgén, 1934
Família Aegialoalaimidae
Aegialoalaimus de Man, 1907
Cyartonema Cobb, 1920
Diplopeltoides Gerlach, 1962
Southernia Allgén, 1929
Família Tubolaimoididae
Tubolaimoides Gerlach, 1963
Família Ceramonematidae
Ceramonema Cobb, 1920
Ceramonema filum Gerlach, 1957*
Ceramonema rectum Gerlach, 1957*
Dasynemella Cobb, 1933
Dasynemella cincta Gerlach, 1957*
Dasynemoides Chitwood, 1936
Dasynemoides cristatus Gerlach, 1957*
Dasynemoides latus Gerlach, 1957*
Metadasynemella De Coninck, 1942
Metadasynemoides Haspeslagh, 1973
Pselionema Cobb, 1933
Pterygonema Gerlach, 1954
Família Paramicrolaimidae
Paramicrolaimus Wieser, 1954
Paramicrolaimus papillatus (Gerlach, 1956) Wieser e Hopper, 1967
[Microlaimus papillatus Gerlach, 1956]
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 25
Família Prismatolaimidae
Prismatolaimus de Man, 1880
Sub-ordem Desmoscolecina
Família Meyliidae
Boucherius Decraemer e Jensen, 1982
Gerlachius Andrássy, 1976
Família Desmoscolecidae
Desmogerlachia Freudenhammer, 1975
Desmolorenzenia Freudenhammer, 1975
Desmoscolex Claparède, 1863
Quadricoma Filipjev, 1922
Tricoma Cobb, 1893
Ordem Monhysterida
Família Monhysteridae
Diploleimella Allgén, 1929
Diplolaimella chitwoodi Gerlach, 1957
Diplolaimelloides Meyl, 1954
Diplolaimelloides cf. altherri Meyl, 1954
Gammarinema Kinne e Gerlach, 1953
Litotes Cobb, 1920* (gen. inq.)
Litotes minuta Cobb, 1920*
Monhystera Bastian, 1865
Thalassomonhystera Jacobs, 1987
Zygonemella Cobb, 1920
Zygonemella striata Cobb, 1920
Família Xyalidae
Ammotheristus Lorenzen, 1977
Amphimonhystera Allgén, 1929
Amphimonhystrella Timm, 1961
Cobbia de Man, 1907
Cobbia cf. dentata Gerlach, 1953
Daptonema Cobb, 1920
Daptonema curvatus Gerlach, 1957
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 26
[Theristus cf. curvatus Gerlach, 1956]
Daptonema setosus (Butschli, 1874) Lorenzen, 1977
[Theristus setosus Butschli, 1874]
Daptonema tenuispiculum (Ditlevsen, 1918) Wieser, 1956
[Theristus tenuispiculum Ditlevsen, 1918]
Daptonema trichinus Gerlach, 1956
[Theristus cf. trichinus Gerlach, 1956]
Elzalia Gerlach, 1957*
Elzalia floresi Gerlach, 1957*
Gnomoxyala Cobb, 1920
Gonionchus Cobb, 1920
Linhystera Juario, 1974
Metadesmolaimus Stekhoven, 1935
Metadesmolaimus cf. labiosetosus Stekhoven, 1935
Metadesmolaimus tersus (Gerlach, 1956) Lorenzen, 1972*
[Theristus tersus Gerlach, 1956]
Omicronema Cobb, 1920
Omicronema clavulatum Gerlach, 1957*
Omicronema litorium Cobb, 1920
Paramonohystera Steiner, 1916
[Leptogastrella Cobb, 1920]
Paramonohystera stricta (Gerlach, 1956) Wieser, 1956*
[Leptogastrella stricta Gerlach, 1956]
Promonhystera Wieser, 1956
Prorhynchonema Gourbault, 1982
Pseudosteineria Wieser, 1956
Pseudosteineria scopae (Gerlach, 1956) Wieser, 1959
[Steineria scopae Gerlach, 1956]
Retrotheristus Lorenzen, 1977
Rhynchonema Cobb, 1920
Rhynchonema cinctum Cobb, 1920
Scaptrella Cobb, 1917
Scaptrella cf. brevicaudata Gerlach, 1953
Scaptrella cincta Cobb, 1917
Steineria Micoletzky, 1922
Steineria ericia Gerlach, 1956
Steineria marcorum Gerlach, 1956
Steineria pavo Gerlach, 1957
Steineria tripartita Gerlach, 1957*
Stylotheristus Lorenzen, 1977
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 27
Theristus Bastian, 1865
Theristus acribus Gerlach, 1956*
Theristus flevensis Stekhoven, 1935
Theristus heterospiculoides Gerlach, 1953
Theristus macroflevensis Gerlach, 1954
Theristus metaflevensis Gerlach, 1954
Theristus pertenuis Bresslau e Stekhoven in Stekhoven, 1935
Theristus aff. rhynchonemoides Hopper, 1961
Theristus stranus Gerlach, 1957*
Trichotheristus Wieser, 1956
Trichotheristus heterus (Gerlach, 1957) Wieser e Hopper, 1967*
[Theristus heterus Gerlach, 1957]
Trichotheristus mirabilis (Stekhoven e De Conick, 1933) Wieser, 1956
[Steineria cf. mirabilis Stekhoven e De Connick, 1933]
Valvaelaimus Lorenzen, 1977
Xenolaimus Cobb, 1920
Xyala Cobb, 1920
Xyala striata Cobb, 1920
Família Sphaerolaimidae
Doliolaimus Lorenzen, 1966
Sphaerolaimus Bastian, 1865
Sphaerolaimus gracilis de Man, 1876
Sphaerolaimus lamasus Gerlach, 1956
Sphaerolaimus lodosus Gerlach, 1956
Sphaerolaimus cf. maeoticus Filipjev, 1922
Sphaerolaimus penicillus Gerlach, 1956
Subsphaerolaimus Lorenzen, 1978
Família Siphonolaimidae
Astomonema Ott, Rieger e Enderes, 1982
Parastomonema Kito, 1989
Siphonolaimus de Man, 1893
Siphonolaimus weismanni (zur Strassen, 1904) Steiner, 1916
Família Linhomoeidae
Anticyathus Cobb, 1920
Anticyathus trochus (Gerlach, 1957) Gerlach, 1963
[Prosphaerolaimus trochus Gerlach, 1957]
Desmolaimus de Man, 1880
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 28
Desmolaimus calvus Gerlach, 1956*
Didelta Cobb, 1920
Disconema Filipjev, 1918
Eleutherolaimus Filipjev, 1922
Eleutherolaimus obtusicaudatus Allgén, 1947
Halinema Cobb, 1920
Halinema varicans Gerlach, 1956*
Linhomoeus Bastian, 1865
Megadesmolaimus Wieser, 1954
Metalinhomoeus de Man, 1907
Metalinhomoeus filiformis (de Man, 1907) Stekhoven, 1935
Metalinhomoeus typicus de Man, 1907
Paralinhomoeus de Man, 1907
Paralinhomoeus conspicuus Gerlach, 1957*
Terschellingia de Man, 1888
Terschellingia communis de Man, 1888
Terschellingia longicaudata de Man, 1907
Terschellingia mora Gerlach, 1956*
Terschellingia papillata Gerlach, 1955
Família Axonolaimidae
Apodontium Cobb, 1920
Apodontium procerus Gerlach, 1957*
[Axonolaimus procerus Gerlach, 1957]
Ascolaimus Ditlevsen, 1919
Axonolaimus de Man, 1889
Axonolaimus caudostriatus Boucher, 1973
Axonolaimus demani De Conick e Stekhoven, 1933
Axonolaimus aff. steineri Timm, 1952
Axonolaimus tirrenicus Brunetti, 1941
Odontophora Bütschli, 1874
Odontophora paragranulifera Timm, 1952
Odontophora urothrix Gerlach, 1957*
Odontophoroides Boucher e Helléouët, 1977
Parodontophora Timm, 1963
Pseudolella Cobb, 1920
Pseudolella intermedia Gerlach, 1957*
Synodontium Cobb, 1920
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 29
Família Diplopeltidae
Araeolaimus de Man, 1888
Campylaimus Cobb, 1920
Diplopeltis Cobb in Stiles e Hassal, 1905
Diplopeltis cirrbatus (Berth, 1863) Cobb, 1891
Diplopeltula Gerlach, 1950
Diplopeltula intermedia Gerlach, 1954
Morlaixia Vincx e Gourbault, 1988
Southerniella Allgén, 1932
Família Comesomatidae
Actarjania Hopper, 1967
Cervonema Wieser, 1954
Comesoma Bastian, 1865
Comesoma arenae Gerlach, 1956
Comesoma sipho Gerlach, 1956*
Dorylaimopsis Ditlevsen, 1918
Hopperia Vitiello, 1969
Laimella Cobb, 1920
Metacomesoma Wieser, 1954
Paracomesoma Hope e Murphy, 1972
Paramesonchium Hopper, 1967
Pierrickia Vitiello, 1970
Sabatieria Rouville, 1903
Sabatieria breviseta Stekhoven, 1935
[Sabatieria quadripapillata Filipjev, 1922]
Sabatieria celtica Southern, 1914
[Sabatieria cupida Bresslau e Stekhoven in Stekhoven, 1935]
Sabatieria mortenseni (Ditlevsen, 1921) Filipjev, 1922
Sabatieria praedatrix de Man, 1907
Sabatieria pulchra (Schneider, 1906) Riemann, 1970
[Sabatieria claviculata Filipjev, 1918]
Sabatieria punctata Kreis, 1924
Sabatieria rota Gerlach, 1957*
Sabatieria supplicans Gerlach, 1956*
Setosabatieria Platt, 1985
Vasostoma Wieser, 1954
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 30
Entre as 6 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (21) e gêneros (142) (Figura 02).
0
5
10
15
20
25
Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Famílias
neros
Figura 02. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para a costa
brasileira.
Analisando o número de gêneros encontrados na costa brasileira verifica-se que,
após o inicio dos estudos em 1920 houve uma pausa de novos registros até os anos 50 e
posteriormente uma nova pausa até os anos 90 (Figura 03). Cerca de 39% dos gêneros
foram encontrados nos anos 50, os anos 90 contribuiram com um acréscimo de 22% na
lista e só nos últimos 7 anos (desde 2000) a lista cresceu com outros 39%.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 31
0
50
100
150
200
250
300
350
1920 1921-30 1931-40 1941-50 1951-60 1961-70 1971-80 1981-90 1991-00 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Anos
Nº
0
20
40
60
80
100
%
de Gêneros %
Figura 03. Número de gêneros de Nematoda registrados para a costa brasileira desde o inicio dos
estudos em 1920, bem como a porcentagem dos mesmos.
Os diversos ambientes (Praias Arenosas, Estuários, Fital, Ilhas Oceânicas, “Beach
Rocks”, Salina e Artificial) apresentaram várias diferenças em termos de composição de
táxons da nematofauna (Figura 04).
As praias arenosas mostraram-se os ambientes mais diversos em relação a todos
os táxons estudados: Ordens (6), famílias (48), gêneros (231) e gêneros exclusivos (61).
Estes ambientes foram os únicos que apresentaram todas as 6 ordens (Rhabditida,
Dorylaimida, Enoplida, Trefusiida, Chromadorida e Monhysterida) registradas para a
costa brasileira. Em ilhas oceânicas foi encontrado o segundo maior mero de ordens
(5) e de famílias (36), mas não de gêneros (113). Em relação a esta última categoria,
ilhas oceânicas apresentaram um número inferior quando comparadas aos estuários
(142) e ao fital (127).
Salinas e “Beach Rocks” demonstraram número semelhante de ordens e familias,
muito embora qualitativamente diferentes, sendo o primeiro ambiente apresentando uma
ordem a mais, enquanto que o segundo algumas famílias a mais.
Todos os ambientes registraram gêneros exclusivos com exceção dos substratos
artificiais (ANEXO 01).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 32
Figura 04. Número de ordens, famílias, gêneros e gêneros exclusivos nos ambientes estudados
(PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO = Ilhas Oceânicas; BR = “Beach Rocks”; SA =
Salinas e AR = Artificiais).
Apenas 15 gêneros, entre os 291, foram comuns a todos os ambientes:
Chromadorella, Daptonema, Desmodora, Dichromadora, Euchromadora, Marylynnia,
Metachromadora, Metalinhomoeus, Microlaimus, Oncholaimus, Sabatieria, Spirinia,
Terschellingia, Theristus e Viscosia (ANEXO 1).
Todos os 10 gêneros descritos para a costa brasileira foram encontrados pela
primeira vez em praias arenosas com exceção de Elzalia que foi registrado
primeiramente para estuários. Destes gêneros, apenas Elzalia e Synonema foram
registrados novamente após a sua descrição.
1.5.2. Praias Arenosas
Analisando 11 trabalhos científicos realizados em praias arenosas, foram
encontrados 6 ordens, 48 famílias e 231 gêneros nestes ambientes.
Entre os táxons encontrados 1 família (Peresianidae) e 9 gêneros (Assia, Conilia,
Ingenia, Kosswigonema, Litotes, Manunema, Robbea, Synonema e o gênero novo)
foram descritos para este ambiente.
neros
0
50
100
150
200
250
PA ES FI IO BR SA AR
Famílias
0
10
20
30
40
50
PA ES FI IO BR SA AR
Ordens
0
2
4
6
PA ES FI IO BR SA AR
Gêneros Exclusivos
0
10
20
30
40
50
60
70
PA ES FI IO BR SA AR
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 33
Entre as 6 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (20) (Figura 05) e gêneros (108) (Figura 06).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Xyalidae
(21), Chromadoridae (20)e Leptolaimidae (14).
1.5.3. Estuários
Analisando 8 trabalhos científicos realizados em estuários, foram encontrados 4
ordens, 33 famílias e 142 gêneros nestes ambientes.
Entre os táxons encontrados um gênero (Elzalia) foi descrito para este ambiente.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (14) (Figura 05) e gêneros (65) (Figura 06).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em
Chromadoridae (17), Xyalidae (16) e Desmodoridae (10).
1.5.4. Fital
Analisando 3 trabalhos científicos realizados em fital, foram encontrados 4
ordens, 31 famílias e 127 gêneros nestes ambientes.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (13) (Figura 07) e gêneros (67) (Figura 08).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em
Chromadoridae (20), Cyatholaimidae (12) e Desmodoridae (11).
1.5.5. Ilhas Oceânicas
Analisando 2 trabalhos científicos realizados em ilhas oceânicas, foram
encontrados 5 ordens, 36 famílias e 113 gêneros nestes ambientes.
Entre as 5 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (15) (Figura 05) e gêneros (61) (Figura 06).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 34
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em
Chromadoridae (16), Desmodoridae (11) e Cyatholaimidae (9).
1.5.6. “Beach Rocks”
Analisando um único trabalho científico realizado em “Beach Rocks”, foram
encontrados 3 ordens, 26 famílias e 76 gêneros nestes ambientes.
Entre as 3 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (13) (Figura 05) e gêneros (40) (Figura 06).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Xyalidae
(9), Desmodoridae (9) e Cyatholaimidae (8).
1.5.7. Salina
Analisando um único trabalho científico realizado em salina, foram encontrados 4
ordens, 19 famílias e 75 gêneros nestes ambientes.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (8) (Figura 05) e gêneros (38) (Figura 06).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em
Chromadoridae (13), Cyatholaimidae (8), Comesomatidae (7) e Xyalidae (7).
1.5.8. Artificiais
Analisando 3 trabalhos científicos realizados em ambientes artificiais, foram
encontrados 4 ordens, 17 famílias e 51 gêneros nestes ambientes.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior mero de
famílias (9) (Figura 05) e gêneros (31) (Figura 06).
Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em
Chromadoridae (14), Desmodoridae (6), Linhomoeidae (4) e Oncholaimidae (4).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 35
Famílias
0
5
10
15
20
PA ES FI IO BR SA AR
Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida
Figura 05.
Número de famílias de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos
ambientes na costa brasileira (PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO = Ilhas Oceânicas; BR
= “Beach Rocks”; SA = Salinas e AR = Artificiais).
Gêneros
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
PA ES FI IO BR SA AR
Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida
Figura 06.
mero deneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos
ambientes na costa brasileira (PA = Praias Arenosas; ES = Estuários; FI = Fital; IO = Ilhas Oceânicas; BR
= “Beach Rocks”; SA = Salinas e AR = Artificiais).
1.5.9. Análises
Verificou-se na Análise de Agrupamento que as listas taxonômicas originárias de
ambientes estuarinos se agruparam num único conjunto ao nível de similaridade de 45%
(Figura 07).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda... 36
Figura 07. Resultado da análise de agrupamento sobre as listas taxonômicas nematofaunísticas, destacando (colchete) o grupo dos estuários.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
37
Reagrupando os trabalhos em três ecossistemas (praia, costão e estuário) o ANOSIM
ONE-WAY indicou a existência de diferenças significativas (R
Global
=0,257; p<0,01;
N
permut
=10.000). Comparações entre pares de ecossistemas indicaram a existência de
diferenças entre todos os ecossistemas considerados (Tabela 02), o que pode ser observado
também na Ordenação não-métrica (Figura 08).
Tabela 02.
Valores resultantes da aplicação do ANOSIM ONE-WAY em relação aos três ecossistemas
comparados.
Ecossistemas R
Global
p (%)
permut
Praia x Costão 0,276 0,2 10000
Praia x Estuário 0,258 0,1 10000
Costão x Estuário 0,349 <0,1 10000
Figura 08.
Ordenação não-métrica das listas taxonômicas nematofaunísticas, agrupadas em três
ecossistemas: praia, estuário e costão.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
38
1.6. Discussão
Nematoda são os metazoários mais abundantes em quase todos os ambientes,
constituindo cerca de 80-90% da meiofauna e, sendo assim, dificilmente podem ser
negligenciados (McIntyre, 1971).
As pesquisas ecológicas envolvendo Nematoda se restringiam inicialmente ao estudo do
grupo como uma única unidade taxonômica, também considerada como uma unidade
funcional. Atualmente já se sabe que os Nematoda formam um grupo muito heterogêneo
ecologicamente e que ocupam posições tróficas bem diferentes na cadeia marinha (Heip et al.,
1982). Estudos ecológicos com detalhamento taxonômico maior foram possíveis com o
desenvolvimento da Taxonomia, que começou no final do século XIX com os trabalhos
pioneiros de autores como Cobb (i.e. 1890, 1891, 1894) e de Man (i.e. 1876, 1888).
O número de taxonomistas foi aumentando à medida que a microscopia evoluía, sendo
que nos anos 70 foram publicados em torno de 42 artigos cada ano entre 1971-1975 por 50
nematologistas marinhos, descrevendo cerca de 111 novos táxons anualmente (Gerlach,
1980). A partir dos anos 80 e, possivelmente devido ao desenvolvimento de técnicas
moleculares, observa-se um declínio da taxonomia clássica na maioria dos grupos de animais.
Torna-se, assim, a taxonomia tradicional cada vez mais estagnada e passando a atrair menos
cientistas (Wilson, 2000). Em relação aos Nematoda, grande parte desse fato se deve às
dificuldades de identificação pelo método clássico, o qual exige muita experiência e um
laboratório bem equipado (Coomans, 2001).
No Brasil o estudo da taxonomia dos Nematoda começou de forma significativa apenas
na década de 50 do século passado, com os trabalhos de Gerlach (1956a, 1956b, 1957a,
1957b), tardiamente quando comparado aos estudos do grupo ao nível mundial. O crescente
registro de gêneros e espécies no final do culo XX na costa brasileira, como demonstrado
pelos resultados deste capítulo, mostra que es havendo um florescimento taxonômico,
resultando em publicações, ao contrário da tendência mundial.
O aumento dos estudos no Brasil é provavelmente uma conseqüência da formação
acadêmica de nematologistas por meio de pós-graduações como o PINC (Postgraduate
International Nematology Course, Bélgica – http://www.pinc.ugent.be) ou de cooperações
com outros grupos como aquele por meio do Projeto Darwin (Inglaterra -
http://web.pml.ac.uk/nematode).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
39
Em termos gerais, outro aspecto que tem contribuído na desmistificação das
identificações nematológicas, tanto mundialmente como no Brasil, é o surgimento de chaves
pictóricas, a exemplo da Illustrated Guide” de Tarjan (1980) e da mais usada “Free-living
Marine Nematodes” que se divide em três volumes: “Enoplids” (Platt & Warwick, 1983),
“Chromadorids” (Platt & Warwick, 1988) e “Monhysterids” (Warwick et al. 1998).
Recentemente foi lançado um “site” contendo descrições originais de espécies de Nematoda
pela Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent (Bélgica): “Nemys” (Deprez et al.
2005).
Listas completas no âmbito mundial vêm sendo feitas anteriormente à publicação das
chaves pictóricas: Stiles & Hassal (1905), Baylis & Daubney (1926), Hope & Murphy (1972)
e o mais completo, Bremerhaven Checklist (Gerlach & Riemann,1973/1974). Compilações
taxonômicas maiores a respeito de regiões geográficas específicas, contendo listas completas,
de forma similar a esse capítulo, também foram publicadas: América do Norte (Cobb,
1920), costa leste da América do Norte (Wieser & Hopper, 1967), Antártida (Allgén, 1959),
Costa Chilena (Wieser, 1953b; Wieser, 1954; Wieser, 1956), Mar do Norte (Schuurmans
Stekhoven, 1935) e Mar Báltico (Schneider, 1939).
O conhecimento sobre a biogeografia dos Nematoda é fragmentado devido à falta de
amostragem em várias regiões. Algumas espécies de vida-livre e parasitas de plantas parecem
ter distribuição mundial, mas controvérsias a respeito da validação de populações de uma
mesma espécie ou com uma série de espécies crípticas (Coomans, 2001). Exceto por
evidências de transporte de Nematoda por meio de correntes de água, ventos, gelo,
embarcações ou aves (Gerlach, 1977; Coomans et al., 1985; Winoto Suatmadji et al., 1988;
Eyualem & Coomans, 1995) há poucas referências sobre sua dispersão passiva.
A literatura atual registra em torno de 450 gêneros de Nematoda marinhos (Heip et al,
1982), dos quais, segundo o presente resultado, 291 (cerca de 64%) foram encontrados em
um ou mais locais da costa brasileira. Aparentemente este número parece ser um resultado
significativo, mas até que ponto pode ser considerado assim se levarmos em conta o tamanho
da linha costeira brasileira (aproximadamente 8000 km) e a quantidade de áreas
completamente desconhecidas em termos de composição da nematofauna?
Comparativamente, na costa da Grã-Bretanha e Irlanda, o que corresponde a 4.500 km de
linha costeira, foram encontrados 170 gêneros (Warwick et al, 1998). Se levarmos em
consideração a variação de ambientes no Brasil e o tamanho da costa, o número de táxons
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
40
parece reduzido comparado a este último exemplo. Fleeger & Decho (1987) afirmavam em
sua revisão de que o esforço amostral feito em um determinado local é um fator que pode
influenciar na determinação da biodiversidade de grupos meiofaunísticos. Baseado nessa
declaração pode-se concluir que os resultados obtidos para a costa brasileira são
provavelmente uma subestimativa da real diversidade da nematofauna. Portanto, enquanto
grande parte da costa permanece sem estudos, a resposta para a significância dos resultados
encontrados aqui permanece incógnita.
Um outro fator que chama atenção, na lista taxonômica construída neste capitulo, é a
quantidade de táxons que sofreram alterações de nomenclatura desde seu primeiro registro na
costa brasileira. Considerando ao nível de espécies, cerca de 40 (17,3% dos 231) foram
registrados primeiramente sob outro nome, inclusive frequentemente dentro de outro gênero
ou até mesmo família. Este resultado gera uma insegurança em relação à confiança dos
registros das espécies encontradas nos trabalhos mais antigos.
Segundo Dubois (2005), a nomenclatura e as descrições de espécies devem ser feitas de
forma que dois taxonomistas trabalhando em lados opostos do globo terrestre possam
facilmente chegar a uma mesma conclusão, caso estejam estudando indivíduos da mesma
espécie. Atualmente é mais raro acontecerem descrições de uma mesma espécie sob nomes
diferentes devido às facilidades de comunicação desde o final do século passado, bem como a
disponibilidade de consulta, inclusive o envio, do “material tipo” dos táxons (Dubois &
Nemésio, 2007). Ainda assim recomenda-se, baseado nos resultados deste trabalho, buscar
sempre todo o histórico de descrições da espécie, principalmente quando esta é um registro
ocorrido antes do desenvolvimento da comunicação moderna, como a Internet. No caso da
nematofauna, o período de surgimento das chaves pictóricas e do “Nemys”, citados
anteriormente, deve ser considerado como o marco a partir do qual a duplicidade das
descrições taxonômicas pôde ser evitada mais facilmente.
Em termos de composição da lista taxonômica para a costa brasileira, os estudos
contribuíram com 1 família, 10 gêneros e 87 espécies novas para a Ciência. Entre estes táxons
Assia, Conilia, Ingenia, Kosswigonema e Litotes não foram ainda encontrados em outras
regiões do mundo, enquanto Elzalia, Manunema, Robbea e Synonema já foram registrados em
diversos ambientes marinhos fora do Brasil (Gerlach & Riemann, 1973/1974; Deprez et al.,
2005).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
41
As praias arenosas mostraram-se como os mais diversos em relação a todos os táxons
estudados (6 ordens, 48 famílias e 231 gêneros), resultado já esperado, uma vez que este
ambiente apresenta-se com o maior número de estudos realizados (11). Estuários, com um
número bem próximo de estudos (8), apresentaram o segundo maior número de gêneros (142),
mas não de ordens (4) ou famílias (33). Este fato está de acordo com o apontado por rias
pesquisas, de que comunidades bênticas de estuários apresentam um menor número de táxons
do que àquelas marinhas ou de água doce (Remane, 1933). Por outro lado, as listas
taxonômicas dos estuários estudados na costa brasileira são bem similares entre si, como foi
demonstrado pela Análise de Agrupamento, e o as mais distintas comparando com outros
ecossistemas (praia e costão), por sua vez comprovado pelo teste ANOSIM.
Os resultados acima podem ser explicados pela maior homogeneidade ambiental, ou
seja, menor quantidade de micro-habitats em um ambiente estuarino quando comparado com
praia ou costão. A respeito disso Flemming & Fricke (1983) afirmaram que os sedimentos do
ambiente de praia não são homogêneos, nem uniformes em sua distribuição, mesmo em
escalas relativamente pequenas, permitindo desta forma a existência de rios micro-habitats.
Outros autores, como Wieser (1959) e Hopper & Meyer (1967), também explicam que a
diversidade nos ambientes arenosos aumenta porque nestes ocorre um grande número de
nichos devido ao sedimento marinho se tornar mais heterogêneo quando a quantidade de silte-
argila decresce. Por outro lado, com relação ao costão, deve se levar também em consideração
que neste trabalho foram incorporados neste ecossistema os estudos realizados em fitais,
assim como em ambientes artificiais, aumentando ainda mais a heterogenidade de habitats.
Analisando os demais ambientes estudados, surpreendentemente as Ilhas Oceânicas
constituíram o segundo maior registro numérico de ordens (5) e famílias (36) e um número
considerável de gêneros (113). Tal fato pode estar relacionado com um elevado esforço de
amostragem em coletas pontuais devido às dificuldades logísticas.
As listas taxonômicas de Salina e “Beach Rocks” são resultantes de um único estudo em
cada um destes ambientes. Considerando esse fato, o número de gêneros encontrado, (75 e 76,
respectivamente) pode ser considerado expressivo, principalmente levando em conta que
existe o registro de gêneros exclusivos nesses ambientes. O mesmo pode ser dito em relação
aos estudos do Fital (apenas 3), reunindo uma lista de 127 gêneros, a terceira maior, incluindo
5 gêneros exclusivos.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
42
Os ambientes artificiais estudados (placas de alumínio e mímicas de algas) por outro
lado, não acrescentaram nenhum gênero à lista taxonômica da costa brasileira. Este fato já era
esperado uma vez que os generos colonizadores desses ambientes são oriundos de ambientes
naturais estudados previamente em outros trabalhos.
Considerando a composição de gêneros dos ambientes, observa-se que Xyalidae e
Chromadoridae aparecem como as famílias com maior número de gêneros. Este resultado
era esperado, que estas famílias são taxonomicamente as mais numerosas em termos de
quantidade de gêneros (Lorenzen, 1994).
O número reduzido de estudos sequenciais em vários ambientes dificulta a comparação
das listas taxonômicas. Apesar de serem encontrados 15 gêneros comuns aos 7 ambientes,
dentre os 291, seria precipitado tirar alguma conclusão em relação à isso. Qualquer padrão
ecológico ou morfológico não é distinguível entre eles: não possuem o mesmo tipo trófico,
cutículas são diferentes, não pertencem à mesma Ordem e não habitam o mesmo tipo de
sedimento. E de fato todos os 15 gêneros são táxons frequentemente registrados em trabalhos
sobre Nematoda marinhos, sejam ecológicos ou listas taxonômicas de alguma região. Outro
resultado que demonstra o número baixo de trabalhos é o fato de que aproximadamente 25%
dos gêneros registrados só foram encontrados em estudos específicos dentre os 29 existentes.
A composição dos ambientes separadamente é similar aos mesmos tipos de ambientes
amostrados em outros locais mundialmente. Considerando os dois ambientes com maior
número de estudos, em praias arenosas nenhum dos gêneros da lista é comum aos 11 trabalhos
considerados aqui. O gênero Metachromadora foi o mais comum em praias, sendo encontrado
em 10 trabalhos (ausente apenas em Bezerra, 2001). Este gênero ocorre com freqüência no
bentos marinho em geral (i.e. Ott, 1972; Blome, 1983; Tita et al. 1999; Nicholas, 2001). Nos
estuários, Anoplostoma, Daptonema, Metachromadora, Oncholaimus, Spirinia,
Terschellingia, Theristus e Viscosia aparecem nos 8 trabalhos considerados para este estudo.
Destes, apenas Anoplostoma não faz parte daquele grupo de 15 gêneros encontrados em todos
os ambientes. Este gênero é registrado com freqüência em estuários (i.e. Bouwman, 1983b;
Pinto et al., 2006). As ocorrências indicam o que afirmavam Heip et al (1985), que não
existem gêneros tipicamente de meio hipersalino e nem exclusivos de estuário.
O levantamento dos trabalhos da nematofauna deste capítulo possibilitou concluir que 1
família, 10 gêneros e 87 espécies foram descritos para a costa brasileira. Considerando os
gêneros isso significa que cerca de 3,5% do que foi encontrado não era conhecida pela
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
43
literatura mundial antes da realização dos estudos no Brasil. A quantidade de táxons novos
descobertos não surpreende. O conhecimento da biodiversidade nematológica mundial se
restringe praticamente aos estudos na Europa e América do Norte, sendo que cerca de 10%
das espécies conhecidas foram encontradas na Grã-Bretanha ou Irlanda (Lambshead, 2003).
A descrição de novos táxons, à medida que novas regiões são amostradas como no
Brasil, demonstra a necessidade de mais estudos e da contínua necessidade da taxonomia
tradicional. Para que as descrições de novos táxons continuem, o problema maior e mais
urgente é renovar o interesse em Taxonomia. Coomans (2001) afirma que o número de
taxonomistas praticantes é alarmantemente pequeno e continua decrescendo e mesmo que o
interesse de jovens cientistas seja despertado, em breve não haverá mais especialistas para
transferir o conhecimento. Obviamente o comentário de Coomans (2001) é anterior ao
desenvolvimento da Taxonomia no Brasil onde observa-se um aumento no interesse pela
Taxonomia, o qual pôde ser confirmado no THIRIMCO-2007 (Thirteenth Internacional
Meiofauna Conference). Neste encontro científico cerca de 25% dos trabalhos apresentados
em posters eram estudos taxonômicos.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
44
Capítulo 2:
Efeito do ciclo mareal na estrutura da comunidade
da nematofauna de uma praia arenosa tropical (Baía
de Tamandaré-PE, Brasil).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
45
2.1. Introdução
O termo “praia arenosa” tem sido utilizado na literatura para caracterizar uma série de
ambientes que variam desde praias de alta energia, exposta à ação das ondas, até planícies
estuarinas protegidas (McLachlan, 1983). Esses ambientes são os mais simples e dinâmicos de
todo o ecossistema marinho e se distribuem predominantemente nas zonas costeiras de regiões
temperadas e tropicais (McLachlan & Turner, 1994).
Nesses ecossistemas, as propriedades do sedimento como grau de seleção, tamanho, tipo
e formato do grão, porosidade e permeabilidade definem o ambiente intersticial (McLachlan
& Turner, 1994). Além disso, diversos fatores bióticos e abióticos como microfitobentos,
oxigênio disponível, temperatura e matéria orgânica também influenciam na fauna bêntica
(Giere, 1993). Esses fatores, por outro lado, são diretamente regulados pela energia e regime
das ondas e a amplitude de maré, principalmente na região intermareal onde o efeito dos
mesmos é maior (McLachlan, 1983).
À medida que a maré enche e seca, diversas mudanças ocorrem, tais como alterações na
dureza do sedimento ou na turbidez do ambiente (Palmer & Brandt, 1981). Desta forma, este
processo dinâmico determina a seqüência de habitats e o padrão de zonação dos organismos
(Fenchel, 1978). Apesar da reconhecida importância da maré, ainda assim a maioria das
amostragens de material biosedimentológico tem sido feita durante a baixa-mar, desprezando-
se os demais estágios desse ciclo (Dye, 1978).
Dentre a diversidade de organismos que habitam as regiões costeiras e as praias arenosas
destaca-se a meiofauna, que foi definida por Mare (1942) como o conjunto de animais retidos
entre as malhas de 1,0 e 0,042 mm. Segundo McIntyre (1969) este grupo faunístico apresenta
alta diversidade e densidade (freqüentemente em torno de 1 milhão de indivíduos por metro
quadrado) e, mesmo assim, a maioria dos trabalhos sobre a fauna bêntica em praias arenosas
aborda a macrofauna, cuja dimensão é maior que 1mm (McLachlan & Jaramillo, 1995).
Considerando a meiofauna de praias arenosas os Nematoda são freqüentemente o grupo
mais abundante (Heip et al., 1982). Apesar da alta dominância na meiofauna, estes são
tratados geralmente ao nível de filo, ainda que sejam conhecidos como um grupo muito
heterogêneo (Heip et al., 1985). Tal fato é comprovado nos trabalhos com identificação aos
níveis taxonômicos baixos, nos quais são frequentemente registradas, espécies novas para a
Ciência (Gheskiere et al., 2004).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
46
A diversidade destes animais reflete-se nas diferentes posições que as espécies de
Nematoda podem ocupar na teia trófica marinha, sendo estas tão grandes quanto entre ordens
da macrofauna (Heip et al., 1982). Além da diversidade alimentar, algumas espécies
incorporam matéria orgânica, desempenhando um importante papel na mineralização e
regeneração de nutrientes (Medeiros, 1997).
Sobre Nematoda em praias arenosas são registrados poucos trabalhos ecológicos
mundialmente que identificam gêneros e espécies, e estes se restringem principalmente a
regiões temperadas, tais como a Europa (i.e. Gheskiere et al., 2004; Gheskiere et al., 2005) e
Canadá (Sharma & Webster, 1983). Em regiões tropicais podem ser citados aqueles feitos na
Austrália (Nicholas & Hodda, 1999; Nicholas, 2001; Hourston et al., 2005) e Polinésia
Francesa (Gourbault et al., 1994).
As pesquisas realizadas com Nematoda na costa brasileira, abordando regiões
intermareais de praias arenosas seguem o padrão mundial, sendo este grupo identificado
apenas ao nível de filo (Souza-Santos et al., 2003) ou parte desta fauna ao nível de gênero
na maioria das vezes (Bezerra et al., 1997). Nestes estudos, quando existem as variações
temporais, quase sempre é utilizada a escala mensal, comparando a estrutura da comunidade
entre períodos “seco” e “chuvoso”.
Dentro da escala mensal, a alta variabilidade da composição quali-quantitativa da
nematofauna, assim como da meiofauna como um todo, é atribuída a uma série de fatores
ambientais e biológicos (Giere, 1993), porém segundo Ansari et al. (1990) os animais da
meiofauna apresentam menor variação de densidade e de biomassa do que os da macrofauna
em função destes fatores. Uma das características da meiofauna que explica isso é o ciclo de
vida mais curto quando comparado ao da macrofauna variando de 2-4 semanas na maioria dos
casos (Coull, 1999) e conseqüentemente sugerindo a necessidade também de estudos com
menor intervalo de tempo.
Em menor escala o efeito temporal recai também sobre os processos hidrodinâmicos,
como ação das ondas e das marés, que interferem na variabilidade da estrutura da meiofauna,
respondendo pela dispersão da globalidade dos grupos ou de taxa específicos (Palmer &
Brandt, 1981; Decho & Fleeger, 1988). Durante este processo os grãos das camadas
superiores de sedimento estão constantemente sendo ressuspendidos e depositados,
deslocando, conseqüentemente, as espécies intersticiais (Swedmark, 1964).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
47
Sterrer (1973) apontou a meiofauna como uma das faunas mais sedentárias e Gerlach
(1977) propôs que a dispersão desses organismos em larga escala poderia se processar através
de substratos flutuantes, incluindo gelo, folhas, algas ou por adesão às partículas
sedimentares. Os resultados de Bell & Sherman (1980), Hagerman & Rieger (1981) e Sibert
(1981) corroboraram as evidências da dispersão passiva na coluna d’água, enquanto Palmer &
Gust (1985) apontam o transporte por migração ativa, para dentro ou fora dos sedimentos,
como principal mecanismo de dispersão. Atribui-se ainda aos fatores abióticos relacionados à
hidrodinâmica a recolonização da meiofauna em áreas perturbadas (Sherman & Coull, 1980;
Tristle, 1980).
Além da dispersão o efeito da maré pode influenciar outros aspectos da fisiologia dos
organismos meiofaunísticos a exemplo da alimentação, como demonstraram Souza-Santos et
al. (1995) através de experimentos laboratoriais para Copepoda Harpacticoida.
Quanto ao efeito de maré sobre a nematofauna um dos poucos trabalhos existentes foi
realizado em um estuário por Steyaert et al. (2001) e demonstrou que as espécies realizam
uma repartição vertical dentro do mesmo gênero.
Em região tropical o efeito mareal sobre a dinâmica da comunidade meiofaunística em
áreas intermareais de praias arenosas foi abordado apenas pelos trabalhos de Silva (2006) e
Rocha et al. (2004), este último canalizando nos Tardigrada. Pretende-se abordar neste
capítulo a influência da maré sobre a nematofauna em dois meses de seca e dois de estiagem,
em regime de 24 horas de prospecção.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
48
2.2. Objetivos
- Verificar a influência dos ciclos mareais (estágios baixa-mar, enchente, preamar e
vazante) na nematofauna da praia arenosa tropical de Tamandaré-PE em duas situações de
estiagem (setembro e novembro) e duas situações de chuvas (maio e julho).
- Verificar a influência do ciclo nictimeral na nematofauna da mesma praia arenosa.
2.3. Hipóteses
- A variabilidade da nematofauna da praia arenosa tropical de Tamandaré-PE é
influenciada pelos estágios do ciclo de maré associado aos períodos de estiagem e de chuvas.
- A nematofauna desta mesma praia arenosa é influenciada pelo ciclo nictimeral.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
49
2.4. Material e Métodos
2.4.1. Área de Estudo
A cidade de Tamandaré (Figura 09) situa-se 110 km ao sul do Recife (08º46´20´´ S
34º59´13´´ W) entre as cidades de Rio Formoso e Barreiros possuindo uma população em
torno de 8153 habitantes (Fonte IBGE senso 1996). Encontram-se instalados também o
Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do Nordeste (CEPENE) IBAMA, que tem servido
de base para pesquisas oceanográficas, além da Reserva Biológica de Saltinho (Fonte: IBGE).
Tamandaré limita-se ao norte com o Pontal do Lira, ao sul com o estuário de
Mamucabinha, a leste com a linha de recifes e a oeste com a planície costeira. A região sofre
grande influência dos rios Mamucabas e Ilhetas, quanto ao aporte do material em suspensão e
à dissolução de sais marinhos, sobretudo na época de chuvas (Lira & Fonsêca-Genevois,
1998).
A população do local vive da monocultura da cana de açúcar, agricultura de
subsistência, pecuária e principalmente da pesca artesanal de peixes, camarão e lagosta. A
região possui alguns viveiros destinados ao cultivo de peixes e camarões. Existem 40
embarcações entre jangadas e barcos motorizados, preparados para a pesca de peixe e arrastos
de camarão (Ribeiro, 1999).
A Baía de Tamandaré possui uma profundidade média de 7 a 8m, caracterizada por
praias arenosas com sedimentos quartzosos, de granulometria variando de areia média a
grossa (Souza-Santos et al., 2003). Faixas de recifes de arenito, algumas vezes descontínuas,
correm paralelas à linha de praia, impedindo o impacto direto das ondas sobre a praia (Maida
& Ferreira, 1997).
O clima da região de acordo com Rebouças (1966/1967) é do tipo litorâneo, quente e
úmido (AS no sistema de Köppen), com temperaturas variando entre 25º e 30ºC e amenizados
pelos ventos alísios. Os ventos dominantes sopram do SE e do NE e a precipitação é
considerada elevada (Lira & Fonsêca-Genevois, 1998).
A média histórica da região dos últimos 50 anos demonstra que os meses de setembro a
fevereiro compreendem o período seco e os demais o chuvoso, com metade das chuvas
ocorrendo entre maio e julho (SEMA Secretaria do Meio Ambiente do Estado de
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
50
Pernambuco). O período de dia claro varia entre 12-13 horas/dia durante o ano, caracterizado
pelo padrão de região tropical.
Em termos de maré na região, esta é do tipo semi-diurna (dois ciclos completos por dia)
consistindo de marés com amplitude de aproximadamente 2,5m. Na Tabela 03 encontram-se
os valores das baixa-mares e preamares nos dias de coleta deste trabalho.
Figura 09.
Mapa do litoral de Pernambuco com a localização da estação de coleta na praia de Tamandaré
(Modificado de Souza-Santos
et al
. 2003).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
51
Tabela 03.
Horários e amplitudes da maré nos dias de coleta no Porto de Suape-PE (ponto mais próximo
de Tamandaré-PE com medição de maré).
Horário Amplitude
Maio (14/05/91 – 15/05/91) 10:04h
16:13h
22:23h
04:28h
0.0
2,3
0,1
2,3
Julho (11/07/91 – 12/07/91) 09:43h
15:51h
21:58h
04:06h
0.0
2.3
0.2
2.4
Setembro (09/09/91 – 10/09/91) 10:30h
16:32h
22:41h
04:51h
0.0
2.3
0.1
2.4
Novembro (22/11/91 – 23/11/91) 10:00h
16:06h
22:26h
04:36h
0.2
2.3
0.0
2.3
2.4.2. Metodologia em Campo
A estação de coleta se localiza nas coordenadas 08º46’20’’S, 34º59’13’’W, no
médiolitoral superior da praia de Tamandaré, em frente ao CEPENE.
O material bio-sedimentológico foi coletado com tubo PVC de 3,7 cm de diâmetro
interno, sendo este inserido nos sedimentos até 10 cm de profundidade, no médiolitoral
superior. Seis réplicas aleatórias foram retiradas a cada hora em dois ciclos de marés
consecutivos, perfazendo 24 horas de trabalho de campo em cada coleta. As amostragens
ocorreram em dois meses do período seco (setembro e novembro de 1991) e dois meses do
período chuvoso (maio e julho de 1991).
As amostras foram fixadas em campo com formalina neutra a 4% e transportadas
posteriormente para o Laboratório de Meiofauna do Departamento de Zoologia da UFPE.
2.4.3. Metodologia em Laboratório
As amostras bio-sedimentológicas foram colocadas em Becker de 1.000 ml, lavadas e
elutriadas sucessivamente (mínimo de 10 vezes). O sobrenadante resultante deste
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
52
procedimento foi vertido em peneiras geológicas de 0,045mm e fixado em solução de formol
a 4%.
A meiofauna foi quantificada em estudo prévio (Fonsêca-Genevois et al. dados não
publicados) utilizando-se uma placa de Dollfus sob microscópio estereoscópico. Após as
amostras serem estudadas em função da meiofauna (grandes grupos zoológicos) as réplicas de
cada hora de coleta foram reunidas num único recipiente plástico.
Para o estudo taxonômico dos Nematoda livres, que são objetivo deste trabalho, foram
retirados 50 animais para cada hora do dia com auxílio de estilete e colocados em cadinhos
para diafanização.
A diafanização dos animais foi efetuada através da técnica descrita por De Grisse
(1969), que consiste em introduzi-los seqüencialmente em três soluções: Solução 1: 99% de
Formol a 4% mais 1% de Glicerina (24 horas de repouso em dessecador); Solução 2: 95% de
Etanol mais 5% de Glicerina (10 horas em estufa); Solução 3: 50% de Etanol mais 50% de
Glicerina. Aproximadamente dez animais foram destinados à montagem de cada lâmina,
previamente preparada com um círculo de parafina, contendo uma gota de glicerina. A lâmina
foi fechada com uma lamínula, sendo o conjunto levado ao aquecimento até a parafina
derreter.
A identificação dos indivíduos aos níveis de gênero e espécies foi feita com o auxílio de
um microscópio óptico modelo OLYMPUS CX31RBSFA munido de câmara clara para
desenhos e medidas corpóreas. Foi utilizada a chave pictórica de Warwick et al. (1998), assim
como a bibliografia específica da Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent
(Bélgica) e do “site” Nemys (Deprez et al. 2005) para a determinação dos neros e espécies.
Para a confecção da lista taxonômica, a classificação proposta por Lorenzen (1994) foi
adotada.
Alguns animais do gênero novo foram separados para posterior realização de fotografias
de microscopia eletrônica de varredura na Seção de Biologia Marinha da Universidade de
Ghent (Bélgica). Para isto os animais foram retirados das lâminas e transferidos para cadinhos
contendo glicerina pura, onde água destilada era adicionada a cada meia-hora até que o
cadinho estivesse cheio com cerca de ¾ da solução. Após o repouso de uma manhã os animais
foram transferidos para outro cadinho contendo água destilada, onde foi realizado um
tratamento ultra-sônico para a retirada de impurezas, e posteriormente os animais foram
introduzidos num bloco com etanol (25%) para um processo gradual de desidratação.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
53
O processo de desidratação foi concluído com a utilização de soluções de etanol de 50%,
75%, 95% e 100% adicionadas a cada 2 horas durante um dia, e posteriormente repouso na
última concentração por uma noite. Após a desidratação os animais foram colocados num
tubo com fibras de vidro que foi impregnado com ouro, e então com o processo concluído as
fotografias foram tiradas usando um microscópio eletrônico de varredura modelo JEOL JSM
840.
Os gêneros encontrados foram agrupados em quatro tipos tróficos segundo Wieser
(1953a) (detritívoros seletivos-1A, detritívoros não-seletivos-1B, raspadores-2A e
predadores/onívoros-2B) e também em seis grupos tróficos segundo Moens & Vincx (1997)
(micrófagos, comedores de ciliados, detritívoros, raspadores, predadores facultativos e
predadores). No caso do gênero Metachromadora foi adotada o grupo trófico 2A na
classificação de Wieser (1953a) e de raspadores na classificação de Moens & Vincx (1997).
Foi ainda examinada a composição da população quanto ao sexo (macho, fêmea) e estágio de
vida (adulto e juvenil).
2.4.4. Análise dos Dados
As densidades médias para cada estágio da maré (baixa-mar, enchente, preamar e
vazante) foram calculadas usando os valores obtidos durante cada pico de maré, horário
anterior e posterior. Os resultados da densidade da fauna foram expressos em número de
indivíduos/10cm
2
de sedimento. A partir destes dados foram organizadas tabelas e construídos
gráficos para facilitar a visualização dos padrões de composição e abundância.
As análises estatísticas foram aplicadas utilizando-se os fatores mês (maio, julho,
setembro e novembro), estágios de maré (baixa-mar, enchente, preamar e vazante) e períodos
do dia (diurno e noturno). A comparação da estrutura da associação nematofaunística foi
realizada através da análise de similaridade (ANOSIM TWO-WAY) utilizando-se o índice de
Bray Curtis. Os resultados são visualizados também em uma Ordenação não-métrica (MDS).
Entre as espécies encontradas, três foram escolhidas, baseado nos resultados em termos
dos mais abundantes do Capítulo 3. A estrutura das populações destas espécies foi comparada
utilizando-se uma ANOVA multifatorial, testando a homogeneidade das variâncias
anteriormente com o Teste Não-Paramétrico de Sen & Puri. As médias foram comparadas a
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
54
posteriori com o teste Tukey. Além disso, tabelas de contingência foram geradas e foi
comparada a variação entre a razão macho/fêmea por meio de testes de Qui-quadrado.
A ANOSIM e o MDS foram feitos usando-se o programa PRIMER (versão 5.1.2)
(Clarke & Warwick, 1994), enquanto que a ANOVA e o Teste Tukey foram aplicados por
meio do programa STATISTICA (versão 5.0). Em todas as análises o nível de significância
adotado foi de 0,05.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
55
2.5. RESULTADOS
2.5.1. Meiofauna
Estudo prévio realizado por Fonsêca-Genevois e colaboradores (dados o publicados)
demonstrou que a Meiofauna foi composta por 10 grupos: Turbellaria, Gastrotricha,
Tardigrada, Nematoda, Polychaeta, Oligochaeta, Bivalvia, Copepoda Harpacticoida (adultos e
nauplius), Ostracoda e Acari.
O filo Nematoda constituiu o grupo meiofaunístico mais abundante em maio e setembro
e o segundo em julho e novembro, variando de 28,9 a 57,79% (Tabela 04).
Tabela 04.
Abundâncias relativas (%) dos grupos de meiofauna nos meses estudados na praia de
Tamandaré-PE.
Meses
Maio Julho Setembro ovembro
ematoda
57,79 28,90 54,89 34,29
Tardigrada
23,67 22,59 22,47 45,20
Copepoda
9,42 37,74 12,07 8,53
Turbellaria
5,01 3,03 2,10 2,15
Gastrotricha
0,93 3,42 0,25 4,55
Oligochaeta
0,65 0,85 2,66 3,12
Bivalvia
0,84 2,18 2,57 1,41
Polychaeta
1,53 0,51 2,44 0,59
Ostracoda
0,03 0,15 0,12 0,11
Acari
0,13 0,63 0,43 0,05
Considerando o total das amostras do período de estudo, Nematoda foi o grupo
dominante, perfazendo 45% do total de fauna coletada (Figura 10).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
56
Nematoda
45%
Tardigrada
31%
Copepoda
13%
Outros
11%
Figura 10.
Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos tegistrados durante o estudo da influência do
ciclo da maré em Tamandaré-PE, Brasil.
2.5.2. ematofauna
2.5.2.1. Lista Taxonômica
A fauna de Nematoda esteve representada por 4 ordens, 21 famílias, 48 gêneros e 41
espécies identificadas.
Filo Nematoda
Classe Adenophorea
Subclasse Enoplia
Ordem Enoplida
Subordem Enoplina
Família Enchelidiidae
Gen. n.
Gen.n. sp.n.
Eurystomina
Filipjev, 1921
Família Ironidae
Trissonchulus
Cobb, 1920
Família Oncholaimidae
Viscosia
De Man, 1890
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
57
Família Oxytominidae
Halalaimus
De Man, 1888
Oxystomina
Filipjev, 1921
Oxystomina
sp.
Wieseria
Gerlach, 1956
Wieseria
sp.
Família Thoracostomopsidae
Enoploides
Ssaweljev, 1912
Mesacanthion
Filipjev, 1927
Mesacanthion hirsutum
Gerlach, 1953
Trileptium
Cobb, 1933
Trileptium stylum
Gerlach, 1956
Subordem Tripyloidina
Familia Tripyloididae
Bathylaimus
Cobb, 1894
Bathylaimus capacosus
Hopper, 1962
Ordem Trefusiida
Família Lauratonematidae
Lauratonema
Gerlach, 1953
Lauratonema
sp.
Subclasse Chromadoria
Ordem Chromadorida
Subordem Chromadorina
Família Chromadoridae
Acantholaimus
Allgén, 1933
Chromadorita
Filipjev, 1922
Dichromadora
Kreis, 1929
Dichromadora
sp.
Endeolophus
Boucher, 1976
Innocuonema
Inglis, 1969
eochromadora
Micoletzky, 1924
eochromadora
sp.
Parachromadorita
Blome, 1974
Parachromadorita
sp.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
58
Família Cyatholaimidae
Marylynnia
Hopper, 1977
Marylynnia
sp.
Paracyatholaimoides
Gerlach, 1953
Paracyatholaimoides
sp.
Família Desmodoridae
Chromaspirinia
Filipjev, 1918
Chromaspirinia
sp.
Desmodora
De Man, 1889
Desmodora
sp.
Metachromadora
Filipjev, 1918
Metachromadora
sp.1
Metachromadora
sp.2
Metachromadora
sp.3
Metachromadora
sp.4
Família Epsilonematidae
Perepsilonema
Lorenzen, 1973
Perepsilonema
kellyae
Gourbault & Decraemer, 1988
Perepsilonema
sp.n.
Família Microlaimidae
Calomicrolaimus
Lorenzen, 1971
Calomicrolaimus formosus
Jensen, 1978
Microlaimus
De Man, 1880
Microlaimus
sp.
Família Selachinematidae
Latronema
Wieser, 1954
Latronema botulum
Gerlach, 1956
Synonchium
Cobb, 1920
Synonchium
sp.n.
Subordem Leptolaimina
Família Ceramonematidae
Metadasynemoides
Haspeslagh, 1973
Metadasynemoides
sp.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
59
Família Haliplectidae
Haliplectus
Cobb, 1913
Haliplectus
sp.
Família Leptolaimidae
Camacolaimus
De Man, 1889
Cynura
Cobb, 1920
Cynura cerambus
Andrassy, 1973
Diodontolaimus
Southern, 1914
Diodontolaimus
sp.
Procamacolaimus
Gerlach, 1954
Stephanolaimus
Ditlevsen, 1914
Stephanolaimus
sp.
Família Tarvaiidae
Tarvaia
Allgén, 1934
Tarvaia
sp.
Ordem Monhysterida
Família Axonolaimidae
Axonolaimus
De Man, 1889
Axonolaimus
sp.
Família Diplopeltidae
Araeolaimus
De Man, 1888
Família Xyalidae
Daptonema
Cobb, 1920
Daptonema
sp.1
Daptonema
sp.2
Elzalia
Gerlach, 1957
Elzalia
sp.
Paramonohystera
Steiner, 1916
Pseudosteineria
Wieser, 1956
Pseudosteineria scopae
Gerlach, 1956
Rhynchonema
Cobb, 1920
Rhynchonema
sp.1
Rhynchonema
sp. n.
Scaptrella
Cobb, 1917
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
60
Scaptrella
sp.
Theristus
Bastian, 1865
Theristus
sp.1
Theristus
sp.2
Família Comesomatidae
Paracomesoma
Hope e Murphy, 1972
Paracomesoma
sp.
Paramesonchium
Hopper, 1967
A identificação ao nível de espécie não foi inteiramente concluída, seja pela quantidade
de indivíduos a ser examinados, ausência de machos ou, em alguns casos, pelo estado de
conservação do material.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias
(10) e gêneros (25) (Figura 11).
0
3
6
9
12
15
Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida
0
5
10
15
20
25
Famílias
Gêneros
Figura 11.
Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante o estudo da
influência do ciclo da maré em Tamandaré-PE, Brasil.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
61
2.5.2.2. Diagnose preliminar de Enchelidiidae Gen. n. sp. n.
No presente trabalho foi encontrado um gênero novo da família Enchelidiidae (Ordem
Enoplida). A descrição é baseada em 10 machos e 11 fêmeas. O gênero encontrado foi
considerado novo devido à cutícula ornamentada, característica morfológica apresentada
apenas pelo gênero
Oncholaimoides
dentro da ordem Enoplida. Os espécimes encontrados em
Tamandaré, no entanto, apresentam a cutícula ornamentada com linhas longitudinais,
diferente de
Oncholaimoides
que possui cutícula com estriações. Além dessa característica, o
gênero novo apresenta apenas dois dentes, (a família possui três) e, estes são bífidos.
As demais características seguem os padrões encontrados dentro da família
Enchelidiidae: corpo alongado e afunilado anteriormente, cerdas cefálicas no padrão 6 + (6+4)
com o primeiro rculo papiliforme, lábios fusionados em um único anel, cavidade bucal
alongada com paredes bem esclerotizadas, contendo 2 dentes ocos bífidos e numerosos
dentículos, faringe alargada posteriormente com anel nervoso na porção mediana; anfídios
localizados posteriormente a cavidade bucal e apresentando dimorfismo sexual (formato bolso
nos machos e espiral incompleto simples nas fêmeas); sistema reprodutivo masculino com um
testículo do lado direito do intestino, espículas com “cabeça” e gobernáculo com apófise
dorsal; sistema reprodutor feminino didélfico com ovários refletidos e posicionados também
do lado direito do intestino; cauda apresentando o espinerete esclerotizado.
Algumas das características do Gen. n. sp. n. podem ser visualizados nas fotografias de
microscopia eletrônica (Figura 12).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
62
Figura 12.
Fotografias de microscopia eletrônica de varredura do Gen.n. sp.n. (Enchelidiidae) encontrado
em Tamandaré-PE Macho: A. Cabeça e região do anfídio, B. Cutícula, C. Cavidade Bucal, D. Região caudal.
Fêmea: E. Cabeça e Região do anfídio.
2.5.2.3. Distribuição temporal
Nenhum dos estágios do ciclo de maré apresentou todos os gêneros registrados para a
área estudada (Tabela 05). O número máximo de gêneros foi detectado na vazante (37),
seguindo-se em ordem decrescente da preamar (32), enchente (29) e baixa-mar (28).
Em relação à Frequência de Ocorrência a maioria dos gêneros apresentou-se rara em
algum dos estágios da maré, com exceção de
Axonolaimus
, Gen.n.,
Latronema
,
Mesacanthion
,
Metachromadora
,
Microlaimus
,
Perepsilonema
,
Pseudosteineria
e
Theristus
.
O gênero
Metachromadora
demonstrou a maior freqüência de ocorrência, sendo constante em
todos os estágios da maré.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
63
Tabela 05.
Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%, Muito
frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras), encontrados em Tamandaré-PE
ao longo dos estágios de maré estudados.
Baixa Enchente Preamar Vazante
Acantholaimus Raro Raro
Araeolaimus Raro Raro Raro
Axonolaimus Constante Constante Muito Freqüente Constante
Bathylaimus Comum Raro Raro Comum
Gen.n. Comum Comum Comum Comum
Calomicrolaimus Comum Comum Raro Raro
Camacolaimus Raro Raro Raro Raro
Chromadorita Raro Raro Raro Raro
Chromaspirinia Raro
Cynura Raro Raro Raro Raro
Daptonema Raro Raro Raro
Desmodora Raro
Dichromadora Raro
Diodontolaimus Raro
Elzalia Raro
Endeolophus Raro Raro Raro Raro
Enoploides Raro
Eurystomina Raro Raro Raro
Halalaimus Raro
Haliplectus Raro
Innocuonema Raro Raro
Latronema Comum Comum Comum Comum
Lauratonema Raro
Marylynnia Comum Comum Muito Freqüente Comum
Mesacanthion Muito Freqüente Comum Constante Constante
Metachromadora Constante Constante Constante Constante
Metadasynemoides Raro
Microlaimus Muito Freqüente Comum Muito Freqüente Muito Freqüente
eochromadora Raro Raro
Oxystomina Raro Raro
Parachromadorita Raro
Paracomesoma Raro Raro
Paracyatholaimoides Raro Raro Raro Raro
Paramesonchium Raro Raro
Paramonohystera Raro Raro
Perepsilonema Muito Freqüente Muito Freqüente Comum Muito Freqüente
Procamacolaimus Raro Raro Comum Raro
Pseudosteineria Muito Freqüente Comum Constante Muito Freqüente
Rhynchonema Raro
Scaptrella Raro Raro
Stephanolaimus Raro
Synonchium Raro Raro
Tarvaia Raro
Theristus Muito Freqüente Muito Freqüente Comum Comum
Trileptium Raro Raro Raro Raro
Trissonchulus Raro Raro
Viscosia Raro Raro Raro Raro
Wieseria Raro Raro Raro
Total
28 29 32 37
Nenhum dos meses apresentou todos os gêneros registrados para a área estudada (Tabela
06). Comparando os meses, setembro foi o que apresentou o maior número de gêneros (38),
seguido de novembro (25), julho (23) e maio (20).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
64
Tabela 06.
Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%, Muito
frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras), encontrados em Tamandaré-PE
ao longo dos meses estudados.
Maio Julho Setembro ovembro
Acantholaimus Raro
Araeolaimus Raro
Axonolaimus Muito Freqüente Constante Muito Freqüente Constante
Bathylaimus Raro Raro Muito Freqüente
Gen.n Muito Freqüente Raro Muito Freqüente
Calomicrolaimus Muito Freqüente Raro Raro Comum
Camacolaimus Raro Raro
Chromadorita Comum Raro Raro
Chromaspirinia Raro
Cynura Raro Raro Comum Comum
Daptonema Raro Raro
Desmodora Raro
Dichromadora Raro
Diodontolaimus Raro
Elzalia Raro
Endeolophus Raro Raro Comum
Enoploides Raro
Eurystomina Raro Raro Raro
Halalaimus Raro
Haliplectus Raro Raro
Innocuonema Raro
Latronema Comum Comum Muito Freqüente Raro
Lauratonema Raro
Marylynnia Comum Constante Comum Muito Freqüente
Mesacanthion Comum Muito Freqüente Muito Freqüente Constante
Metachromadora Constante Constante Muito Freqüente Constante
Metadasynemoides Raro
Microlaimus Raro Muito Freqüente Muito Freqüente Constante
eochromadora Raro Raro
Oxystomina Raro
Parachromadorita Raro Raro
Paracomesoma Raro
Paracyatholaimoides Raro Raro
Paramesonchium Raro
Paramonohystera Raro Raro
Perepsilonema Raro Muito Freqüente Constante Comum
Procamacolaimus Raro Raro Muito Freqüente
Pseudosteineria Raro Muito Freqüente Muito Freqüente Constante
Rhynchonema Raro
Scaptrella Raro Raro
Stephanolaimus Raro
Synonchium Raro
Tarvaia Raro
Theristus Muito Freqüente Constante Muito Freqüente Raro
Trileptium Raro Comum
Trissonchulus Raro Raro
Viscosia Raro Raro Raro Raro
Wieseria Raro
Total
20 23 38 25
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
65
Ainda com relação à Freqüência de Ocorrência todos os gêneros se apresentaram raros
em pelo menos um mês, com exceção de
Axonolaimus
,
Marylynnia
,
Mesacanthion
e
Metachromadora
. Nenhum gênero foi constante durante todo o período de coleta.
Metachromadora
e
Axonolaimus
apresentaram as maiores freqüências de ocorrência. O
primeiro apresentou-se constante em todos os meses, com exceção de setembro quando foi
muito freqüente, e o segundo foi constante em julho e novembro e muito freqüente em maio e
setembro.
Levando-se em consideração os meses separadamente, em termos de flutuação do
número de gêneros entre os estágios do ciclo de maré, maio foi o mês mais estável com
variações de 7 a 11. Em julho o número de gêneros variou de 9 a 15, em setembro de 8 a 23 e
em novembro de 13 a 19 (Figura 13).
Em termos de variações de densidade nos meses, a nematofauna apresentou as
densidades médias mais baixas em julho, quando variou de 38 a 84 ind/10cm
2
. O mês de maio
apresentou variações de densidade média entre 146 e 570 ind/10cm
2
, setembro entre 45 e
1013 ind/10cm
2
e novembro entre 84 e 334 ind/10cm
2
(Figura 13).
Comparando-se os quatro estágios do ciclo de maré (baixa-mar = B1 e B2, primeiro e
segundo ciclos; enchente = E1 e E2, primeiro e segundo ciclos; preamar = P1 e P2, primeiro e
segundo ciclos, e vazante= V1 e V2, primeiro e segundo ciclos), a densidade média da
nematofauna variou na baixa-mar de 45 (B2 julho) a 373 (B2 setembro) ind/10cm
2
, na
enchente de 45 (E2 setembro) a 1013 (E1 setembro) ind/10cm
2
, na preamar de 38 (P2 julho) a
452 (P2 Maio) ind/10cm
2
e na vazante de 41 (V2 julho) a 654 (P1 setembro) ind/10cm
2
(Figura 13).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
66
Figura 13.
Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda em dois ciclos (1 =
primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
Em termos de abundância dos gêneros, no mês de maio
Metachromadora
foi o mais
abundante durante todos os estágios da maré nos dois ciclos estudados variando de 49 a 89%.
Os gêneros
Calomicrolaimus
e
Mesacanthion
contribuíram com 14 e 10% durante a primeira
e segunda vazante, respectivamente. Os demais gêneros constituíram menos de 10% em
relação ao total da comunidade em maio (Figura 14).
No mês de julho
Metachromadora
continuou sendo o mais abundante, porém com
porcentagens menores (27 a 40%). Outros neros como
Perepsilonema
,
Axonolaimus
,
Marylynnia
,
Microlaimus
,
Pseudosteineria
e
Theristus
foram ocasionalmente computados em
mais de 10% em relação ao total (Figura 14).
No mês de setembro
Metachromadora
representou mais de 10% do total apenas na
segunda vazante. Neste mês
Perepsilonema
apresentou as maiores abundâncias (variando de
39 a 85%) em todos os estágios dos dois ciclos de maré estudados, com exceção da segunda
vazante, quando
Microlaimus
foi o mais abundante com 22% (Figura 14).
Maio
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
B 1 E 1 P 1 V 1 B 2 E 2 P 2 V 2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
0
5
10
15
20
25
Número de Generos
Densidade Número de Gêneros
Julho
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
B 1 E 1 P 1 V 1 B 2 E 2 P 2 V 2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
0
5
10
15
20
25
Número de Generos
Densidade Número de Gêneros
Setembro
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
B 1 E 1 P 1 V 1 B 2 E 2 P 2 V 2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
0
5
10
15
20
25
Número de Generos
Densidade Número de Gêneros
Novembro
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
B 1 E 1 P 1 V 1 B 2 E 2 P 2 V 2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
0
5
10
15
20
25
Número de Generos
Densidade Número de Gêneros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
67
No mês de novembro
Perepsilonema
representou mais de 10% do total apenas na
primeira enchente. Neste mês houve uma alternância da dominância entre
Microlaimus
(B1,
P2 e V2),
Axonolaimus
(E1 e E2) e
Pseudosteineria
(P1, V1 e B2). Outros gêneros como
Mesacanthion
,
Bathylaimus
e o Gen.n. apareceram ocasionalmente com mais de 10% em
relação ao total (Figura 14).
Figura 14.
Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda em dois ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo)
de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio, julho, setembro e
novembro na praia de Tamandaré-PE.
Quanto à classificação de ecologia trófica seguindo Wieser (1953a), no mês de maio
houve uma clara dominância dos raspadores (2A) durante todos os estágios dos dois ciclos de
maré com variação de 70 a 92% em relação ao total. Este resultado reflete a dominância do
gênero
Metachromadora
durante este mês, que possui cavidade bucal adaptada ao hábito
raspador. Os detritívoros seletivos (1A) estiveram ausentes durante as enchentes e preamares
dos dois ciclos e durante a vazante do segundo ciclo (Figura 15).
Maio
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
Metachromadora Mesacanthion Calomicrolaimus
Outros
Julho
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
Metachromadora Perepsilonema Axonolaimus
Marylynnia Microlaimus Pseudosteineria
Theristus
Outros
Setembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
Metachromadora Perepsilonema Axonolaimus
Microlaimus Pseudosteineria Theristus
Araeolaimus
Outros
ovembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
Microlaimus Axonolaimus Perepsilonema Pseudosteineria
Mesacanthion
Gen. n.
Bathylaimus
Outros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
68
Em julho os raspadores continuaram com as maiores abundâncias durante todo o
período estudado, variando de 46 a 60% em relação ao total. Neste mês todos os tipos bucais
estiveram presentes (Figura 15).
Em setembro os detritívoros seletivos dominaram em todos os estágios do ciclo de maré,
variando de 46 a 85%, com exceção da segunda vazante (apenas 12%), quando os raspadores
foram os mais abundantes com 40% em relação ao total. Neste mês também estiveram
presentes todos os tipos bucais (Figura 15).
Em novembro os detritívoros não-seletivos (1B) representaram 7 a 52% da abundância
total, dominando durante a E1, V1, B2 e E2. Este grupo se alternou em dominância com os
raspadores que variaram de 24 a 63% e foram os mais abundantes durante a B1, P2 e V2. Na
preamar do primeiro ciclo os predadores/onívoros dominaram com 37% (Figura 11). Os
detritívoros seletivos estiveram ausentes durante a segunda vazante (Figura 15).
Figura 15.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953a) (1A = detritívoros
seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros), em dois ciclos (1 =
primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
Maio
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
1A 1B 2A 2B
Julho
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
1A 1B 2A 2B
Setembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Ma
%
1A 1B 2A 2B
ovembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Ma
%
1A 1B 2A 2B
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
69
Seguindo a classificação de ecologia trófica de Moens & Vincx (1997), no mês de maio
os raspadores dominaram em todos os estágios do ciclo de maré com variação de 70 a 92%.
Os micrófagos estiveram ausentes durante a enchente do primeiro ciclo de maré, preamares
dos dois ciclos e vazante do segundo ciclo. Os comedores de ciliados não foram encontrados
na enchente e preamar do segundo ciclo. Os predadores facultativos foram observados na
baixa-mar de ambos os ciclos, enchente e vazante do segundo ciclo (Figura 16).
Em julho os raspadores continuaram com as maiores abundâncias durante todo o
período estudado, variando de 46 a 59% em relação ao total. Os predadores facultativos foram
registrados apenas na preamar do primeiro ciclo, enchente e vazante do segundo ciclo. Os
predadores não foram encontrados na enchente do segundo ciclo (Figura 16).
Em setembro os micrófagos dominaram em todos os estágios do ciclo de maré, variando
de 46 a 86%, com exceção da segunda vazante (apenas 12%), quando os raspadores foram os
mais abundantes com 34% em relação ao total. Neste mês os predadores facultativos
agruparam-se à comunidade na baixa-mar e vazante do primeiro ciclo e enchente do segundo
ciclo (Figura 16).
Em novembro os comedores de ciliados representaram 3 a 38% da abundância total,
dominando durante as enchentes dos dois ciclos. Durante a P1 e V1 os detritívoros foram
dominantes com 32 e 43%, respectivamente. Os demais estágios de maré foram dominados
pelos raspadores que variaram de 24 a 64% em relação ao total (Figura 16).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
70
Figura 16.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M =
micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP = predadores facultativos e P =
predadores), em dois ciclos (1 = primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V
= vazante) dos meses de maio, julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
Os períodos nictimerais foram similares em termos de composição ao nível de gêneros
de Nematoda. O período diurno registrou 36 gêneros, enquanto que no noturno foram
encontrados 41 (Tabela 07).
No período diurno não foram encontrados
Chromaspirinia
,
Dechromadora
,
Diodontolaimus
,
Enoploides
,
Innocuonema
,
Lauratonema
,
eochromadora
,
Oxystomina
,
Paramesonchium
,
Stephanolaimus
,
Tarvaia
e
Wieseria
. No período noturno não foram
registrados
Acanthonchus
,
Desmodora
,
Elzalia
,
Halalaimus
,
Haliplectus
,
Metadasynemoides
e
Rhynchonema
.
Em relação à freqüência de corrência a maioria dos gêneros se apresentou raro em
ambos os períodos estudados, e apenas o gênero
Metachromadora
se apresentou constante nos
dois períodos do dia.
Maio
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
M CF DF EF FP P
Julho
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
M CF DF EF FP P
Setembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
M CF DF EF FP P
ovembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
%
M CF DF EF FP P
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
71
Tabela 07.
Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%, Muito
frequente: entre 50 e 75%, Comum: entre 25 e 50% e Raro: <25% das amostras), encontrados em Tamandaré-PE
nos períodos diurno e noturno do dia.
Diurno oturno
Acantholaimus Raro
Araeolaimus Raro Raro
Axonolaimus Constante Muito Freqüente
Bathylaimus Comum Raro
Gen.n. Comum Comum
Calomicrolaimus Comum Comum
Camacolaimus Raro Raro
Chromadorita Raro Raro
Chromaspirinia Raro
Cynura Raro Raro
Daptonema Raro Raro
Desmodora Raro
Dichromadora Raro
Diodontolaimus Raro
Elzalia Raro
Endeolophus Raro Raro
Enoploides Raro
Eurystomina Raro Raro
Halalaimus Raro
Haliplectus Raro
Innocuonema Raro
Latronema Comum Comum
Lauratonema Raro
Marylynnia Comum Comum
Mesacanthion Muito Freqüente Muito Freqüente
Metachromadora Constante Constante
Metadasynemoides Raro
Microlaimus Muito Freqüente Muito Freqüente
eochromadora Raro
Oxystomina Raro
Parachromadorita Raro Raro
Paracomesoma Raro Raro
Paracyatholaimoides Raro Raro
Paramesonchium Raro
Paramonohystera Raro Raro
Perepsilonema Muito Freqüente Muito Freqüente
Procamacolaimus Comum Raro
Pseudosteineria Muito Freqüente Muito Freqüente
Rhynchonema Raro
Scaptrella Raro Raro
Stephanolaimus Raro
Synonchium Raro Raro
Tarvaia Raro
Theristus Muito Freqüente Comum
Trileptium Raro Raro
Trissonchulus Raro Raro
Viscosia Raro Raro
Wieseria Raro
Total
36 41
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
72
2.5.2.4. Estrutura da Comunidade
O ANOSIM TWO-WAY indicou a existência de diferenças significativas entre os
estágios da maestudados (R
Global
=0,126; p<0,01; N
permut
=10.000) e também entre os meses
(R
Global
=0,601; p<0,01; N
permut
=10.000), mas não entre os períodos do dia (R
Global
=0,047;
p=0,06; N
permut
=10.000). Comparações entre pares de estágios da maré mostraram diferenças
significativas entre todos os estágios com exceção da Vazante x Baixa-Mar e Vazante x
Preamar (Tabela 08).
Em relação aos meses, comparações entre pares indicaram a existência de diferenças
significativas entre todos os meses estudados (Tabela 09). As diferenças entre os estágios da
maré podem ser observadas nas Ordenações não-métricas de cada mês separadamente
(Figuras 17), e entre os meses, na Ordenação o-métrica com todos os meses juntos (Figura
18).
Tabela 08.
Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro estágios da
maré comparados.
Estágios da Maré R
Global
p (%)
permut
Vazante x Baixa-Mar 0,065 13,8 10000
Vazante x Enchente 0,215 0,1 10000
Vazante x Preamar -0,085 94,6 10000
Baixa-Mar x Enchente 0,137 1,2 10000
Baixa-Mar x Preamar 0,22 0,1 10000
Enchente x Preamar 0,182 0,5 10000
Tabela 09.
Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro meses
comparados.
Meses R
Global
p (%)
permut
Maio x Julho 0,584 <0,01 10000
Maio x Setembro 0,741 <0,01 10000
Maio x Novembro 0,948 <0,01 10000
Julho x Setembro 0,345 <0,01 10000
Julho x Novembro 0,624 <0,01 10000
Setembro x Novembro 0,528 <0,01 10000
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
73
Figura 17.
Ordenações não-métricas resultantes para cada mês separadamente dos estágios da maré em
Tamandaré-PE, Brasil.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
74
Figura 18.
Ordenação não-métrica resultante dos meses e estágios da maré em Tamandaré-PE, Brasil
(Cinza/Preto = Maio, Verde = Julho, Vermelho = Setembro, Azul = Novembro).
2.5.2.5. Estrutura populacional de algumas espécies
A densidade total da espécie
Mesacanthion hirsutum
variou significativamente entre os
estágios da maré (p<0,01) e também entre os meses (p<0,01) de acordo com uma Análise de
Variância Multifatorial (ANOVA). Durante as preamares e as vazantes
M. hirsutum
apresentou densidades totais significativamente maiores, assim como durante novembro,
comparando-se os meses, conforme o Teste Tukey (p<0,05) (Figura 19).
Considerando a população de
M. hirsutum
, esta foi composta principalmente por
juvenis, que foram dominantes durante julho, setembro e novembro. As fêmeas foram
dominantes em maio quando os machos foram ausentes. A razão machos/fêmeas não variou
significantemente entre os estágios da ma (x
2
= 6,77; p>0,05), mas variou
significativamente entre os meses (x
2
= 9,83; p<0,05).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
75
Figura 19.
Densidade total dos machos, meas e juvenis de
Mesacanthion hirsutum
em dois ciclos (1 =
primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
A espécie
Calomicrolaimus formosus
apresentou comportamento diferente de
M.
hirsutum
, com as densidades totais não variando significativamente nem em relação aos
estágios da maré (p=0,47), e nem em relação às meses (p=0,17), de acordo com a ANOVA
(Figura 20).
As fêmeas dominaram a população de
C. formosus
em praticamente todos os momentos
do estudo e apenas elas estiveram presentes nos meses julho e setembro. A razão
machos/fêmeas não variou significantemente entre os estágios da ma(x
2
= 2,53; p<0,05),
mas variou entre os meses (x
2
= 8,16; p<0,05).
Maio
0
10
20
30
40
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Julho
0
1
2
3
4
5
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Ma
Ind/10cm
2
Setembro
0
3
6
9
12
15
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Novembro
0
20
40
60
80
100
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Ma
Ind/10cm
2
Machos
Fêmeas
Juvenis
Total
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
76
Figura 20.
Densidade total dos machos, fêmeas e juvenis de
Calomicrolaimus formosus
em dois ciclos (1
= primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
A espécie
Latronema botulum
apresentou comportamento diferente de
M. hirsutum
e
similar à
C. formosus
com as densidades totais não variando significativamente nem em
relação aos estágios da maré (p=0,70) e nem em relação às meses (p=0,07), de acordo com a
ANOVA (Figura 21).
A população de
L. botulum
foi composta principalmente por juvenis que dominaram
durante todas as marés nos meses estudados com exceção de apenas algumas situações onde
as fêmeas foram as mais abundantes. A razão machos/fêmeas não variou significantemente
nem entre as marés (x
2
= 0,24; p<0,05) e nem entre os meses (x
2
= 1,63; p<0,05).
Maio
0
10
20
30
40
50
60
70
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Julho
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Setembro
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Novembro
0
3
6
9
12
15
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Machos
Fêmeas
Juvenis
Total
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
77
Figura 21.
Densidade total dos machos, meas e juvenis de
Latronema botulum
em dois ciclos (1 =
primeiro, 2 = segundo) de maré (B = baixa-mar, E = enchente, P = preamar e V = vazante) dos meses de maio,
julho, setembro e novembro na praia de Tamandaré-PE.
Maio
0
5
10
15
20
25
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Julho
0
5
10
15
20
25
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Setembro
0
5
10
15
20
25
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Novembro
0
5
10
15
20
25
B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2
Estágios da Maré
Ind/10cm
2
Machos
Fêmeas
Juvenis
Total
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
78
2.6. Discussão
O ambiente intersticial de praias arenosas tem a capacidade de se adaptar às flutuações
dos níveis de energia local por se tratar de um ambiente dinâmico, onde a areia, a água e o ar
estão constantemente se movendo (Brown & McLachlan, 1990).
Os processos de adaptação aos veis de erosão ou deposição local dependem do
gradiente de energia ao qual o sistema de praia é exposto (Flemming & Fricke, 1983) e
embora isto dependa de uma complexa combinação de fatores, as marés representam um dos
principais (Huling & Gray, 1976). Em perfil situado na Praia de Tamandaré, Souza Santos
et
al
. (2003) determinaram processos erosivos entre outubro e janeiro, sedimentação de janeiro a
junho e mudanças abruptas no perfil de praia entre junho e outubro.
Diversos autores relacionam o aumento do tamanho do grão de sedimento à diminuição
da dominância dos Nematoda em relação à meiofauna total. Outros grupos, como os
Copepoda, passam a ser dominantes em ambientes de praias arenosas onde o grão sedimentar
é maior (Gray & Rieger, 1971; Heip
et al
., 1982). Na baía de Tamandaré, durante este estudo,
os Nematoda representaram o grupo mais abundante apenas em maio e setembro. Nos outros
meses amostrados, julho e novembro, os Copepoda e os Tardigrada foram os mais
expressivos, respectivamente (Fonsêca-Genevois
et al
., dados não publicados). Ribeiro
(1999), durante estudo de um ano, encontrou para a mesma localidade o tamanho médio do
grão similar em maio, julho e setembro, porém maior em novembro. A autora aponta o
tamanho do grão como um dos fatores principais na estruturação da comunidade, como
provavelmente é o caso também no presente trabalho ao menos no mês de novembro.
A densidade mais alta do grupo Nematoda, determinada para Tamandaré foi de apenas
1.013 ind/cm
2
, bem inferior aos valores provenientes de estuários, onde o número es
frequentemente acima dos 10.000 ind/10cm
2
(Heip
et al
., 1982). Por outro lado os valores de
densidade estão dentro das variações encontradas em outros trabalhos realizados em praias
arenosas, seja em regiões temperadas, a exemplo de Gheskiere
et al
. (2005) na Itália (130 a
2.001 ind/10cm
2
) ou tropicais, como o trabalho de Bezerra
et al
. (1996) no Brasil (380 a 4.681
ind/10cm
2
).
Em termos de registro taxonômico, foram encontrados, neste Capítulo, 48 gêneros,
distribuídos em 21 famílias e 4 ordens. Considerando a flutuação do número de gêneros entre
os meses, estágios da mae períodos nictimerais, esta foi ocasionada, na maioria dos casos,
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
79
pela presença ou ausência dos chamados “gêneros de ocorrência rara” (ex:
Acantholaimus
,
Chromaspirinia
,
Dichromadora
,
Halalimus
,
Paracomesoma
,
Stephanolaimus
e
Tarvaia
).
O ANOSIM detectou variações significativas em termos de estrutura da comunidade dos
Nematoda entre os meses amostrados. De fato podem-se observar variações na densidade,
bem como na composição da nematofauna ao longo do estudo. Uma vez que os horários dos
estágios de maré, bem como suas amplitudes, são bem similares entre os meses, pode-se supor
que as diferenças entre os meses são decorrentes das mudanças em outras variáveis
ambientais.
Diversos estudos sobre a meiofauna, incluindo os Nematoda, associam as mudanças nas
densidades mensais às variações sazonais (Heip
et al
., 1985). Em regiões temperadas, onde as
estações são bem demarcadas, é comum encontrar densidades baixas durante os meses de
inverno, sendo explicadas por mudança na temperatura ou a diminuição de microfitobentos
(Rudnik
et al
., 1985; Santos
et al
., 1996). Em regiões tropicais os poucos trabalhos existentes
associam as mudanças na estrutura da comunidade ao ciclo de chuvas (Pattnaik & Rao, 1990;
Ingole & Parulekar, 1998).
A nematofauna de Tamandaré se apresentou de forma bem característica para cada mês
estudado. Considerando os extremos nimos e máximos de densidade nesse estudo, 38 e
1.013 ind/10cm
2
, em maio observaram-se flutuações com valores variando de baixos a
medianos e uma dominância clara do gênero
Metachromadora
sobre os demais. Em julho não
ocorreram flutuações consideráveis de densidades e as abundâncias entre os gêneros estiveram
mais bem distribuídas. Em setembro foram registradas as maiores flutuações de densidades,
de valores baixos a altos, e novamente uma clara dominância de um único gênero, neste caso
Perepsilonema
. Em novembro foram encontradas flutuações de densidades, de valores baixos
a medianos e a distribuição mais equilibrada de abundâncias, entre gêneros, durante todo o
estudo. Estas variações parecem estar ligadas às diferenças sazonais entre os meses. Maio e
setembro são meses de chuva e de seca atípicos, quando comparados com julho e novembro
que são, entre os meses amostrados, os momentos de maior chuva e seca, respectivamente.
Além do teste ANOSIM, a Ordenação Não-Métrica demonstrou também a separação clara dos
meses, ressaltando as diferenças marcantes entre eles.
A dominância de poucos ou de um único gênero foi também observada no México por
Vincx (comunicação pessoal) nos meses de chuva e seca atípicos.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
80
Ainda comparando os meses, são notáveis as densidades médias significativamente
menores no mês de julho, com valores sempre abaixo dos 150 ind/10cm
2
. Bezerra
et al
.
(1996) também determinaram as menores densidades de Nematoda no mês de julho estudando
uma praia arenosa tropical, Istmo de Olinda-PE, durante um ano com coletas mensais.
Em regiões temperadas foi detectado que no verão a maioria dos animais habita as
camadas próximas à superfície e no inverno eles migram para camadas mais profundas
(Harris, 1972). Em Tamandaré, e também no Istmo de Olinda, foram coletados apenas os 10
primeiros centímetros do sedimento, não permitindo verificar se ocorrem variações de
densidade nas camadas mais inferiores. No entanto, certamente os nematódeos se
dispersaram/migraram, seja via coluna sedimentar ou água.
Entre os gêneros, é marcante a dominância de
Metachromadora
em maio e de
Perepsilonema
em julho. Como foi visto no capítulo anterior, é comum a presença do gênero
Metachromadora
em praias arenosas. É necessário também ressaltar o fato de que além de ser
um táxon comum nestes ambientes,
Metachromadora
pode ser um dos gêneros mais
abundantes (Gheskiere
et al
., 2005). O gênero
Perepsilonema
também foi registrado em
outras praias arenosas tropicais com altas densidades (Gourbault & Decraemer, 1993),
inclusive no litoral pernambucano (Bezerra
et al.
, 1996; Bezerra, 2001). Acrescenta-se a este
fato que, não
Perepsilonema
foi dominante, mas também as duas espécies que compõem
este gênero em Tamandaré (
Perepsilonema kellyae
e
Perepsilonema
sp.n.) são as mesmas
encontradas por Bezerra (2001) como dominantes na nematofauna do Istmo de Olinda.
Além do fator mês, o teste ANOSIM detectou diferenças significativas entre as
densidades da comunidade nematofaunística dos diversos estágios da maré, com mudanças
mais intensas na enchente do que na vazante. Este último, quando comparamos todos os
estágios da maré, parece ser aquele que tem menor influência sobre a nematofauna em
Tamandaré-PE que não foram detectadas diferenças entre ele, quando comparado com o
imediatamente anterior (preamar) ou posterior (baixa-mar).
Segundo Huling & Gray (1976) as marés representam um fator determinante na zonação
e abundância da meiofauna como um todo. É evidente que as praias são bastante sensíveis às
mudanças nas condições ambientais, especialmente ao regime de ondas local respondendo a
curto e longo prazo aos diferentes níveis de energia (Fleeming & Fricke, 1983).
A influência do ciclo de maré na distribuição vertical dos organismos é demonstrada
pelas mudanças cíclicas do ambiente intersticial associado aos processos de mobilização do
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
81
sedimento, de hidrodinamismo causado pelas correntes de fundo e às diferenças nos níveis de
energia da onda incidente na coluna do sedimento (Boaden, 1968). De um modo geral, os
animais apresentam movimentos ascendentes durante a maré enchente, quando o sedimento
torna-se saturado com água e de forma oposta movimentos descendentes durante a baixa-mar
quando as camadas superficiais do sedimento ficam secas (McLachlan
et al
., 1977).
Silva (2006), estudando o efeito da maré na meiofauna em Maracaípe não encontrou
variações significativas nas densidades dos Nematoda, sugerindo que estes sejam organismos
resistentes ao hidrodinamismo existente durante a maré. Esta observação existiria apenas ao
nível de composição da nematofauna e gêneros dominantes, segundo Lins
et al
. (2007) que
estudaram o mesmo material coletado por Silva (2006).
Ao contrário dos resultados de Silva (2006), diversos autores sugerem que os Nematoda
são influenciados pela maré (Boaden & Platt, 1971; Palmer & Gust, 1985; Fegley, 1987;
Palmer, 1988). Os resultados deste Capítulo corroboram com este último grupo de autores e,
uma vez que geralmente as menores densidades médias totais foram encontradas durante a
baixa-mar, sugere-se que os Nematoda estejam migrando para camadas inferiores do
sedimento evitando a dessecação.
Trabalhos experimentais em laboratório determinaram para diversas espécies de
Nematoda que estas podem migrar até 7 cm, em uma hora, quando influenciados por algum
fator externo (Venekey, 2002). Baseando-se nestes resultados, entre ciclos de maré de 12
horas ou mesmo entre estágios de maré de 3 horas, os animais poderiam se enterrar no
sedimento, seja seguindo o ciclo do microfitobentos ou mesmo por fatores desfavoráveis à
fisiologia deles, tais como chuva (Esteves
et al.
, 1998) ou variações de temperatura (Coull,
1988).
Além das mudanças na estrutura da comunidade como um todo, foi possível também
verificar neste estudo a influência dos meses e dos estágios da maré na estrutura populacional
de algumas espécies. As três espécies escolhidas apresentaram comportamentos distintos.
Enquanto a população de
Mesacanthion hirsutum
, densidade total e também razão
macho/fêmea, variou significativamente entre os meses e o primeiro parâmetro também entre
os estágios da maré,
Calomicrolaimus formosus
e
Latronema botulum
não apresentaram
variações significativas em termos de densidade total para nenhuma dessas escalas temporais.
A espécie
C. formosus
variou significativamente quanto à razão macho/fêmea apenas entre os
meses. Entre as três espécies,
L. botulum
foi a que apresentou menor variação em termos de
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
82
razão macho/fêmea não diferindo significativamente nem entre os meses, e nem entre as
marés.
As respostas diferentes destas três espécies eram esperadas uma vez que elas são bem
distintas morfológicamente. Distribuições variadas de espécies relacionadas à morfologia
corporal já foram encontradas para os Copepoda Harpacticoida (Hockin, 1982) em praias
arenosas. Quanto aos Nematoda estas diferenças não são conhecidas ainda, mas baseando-se
em resultados para ambientes de fital (Warwick, 1977; Rocha
et al
., 2006), onde a
distribuição foi determinada para diferentes ornamentações de cutícula, é presumível que elas
sejam possíveis também em praias arenosas.
As espécies
M. hirsutum
e
L. botulum
são predadores apresentando armadura bucal bem
desenvolvida, porém possuem as outras características morfológicas diferentes, a exemplo de
cutícula (lisa x pontilhada) e anfídio (bolso x espiral). A espécie
C. formosus
é bem distinta
das anteriores sendo raspador e apresentando cutícula estriada e anfídio circular.
São poucos os estudos ao nível de espécie sobre efeito de maré na nematofauna. Um dos
poucos estudos foi realizado num estuário da Holanda por Steyaert
et al
. (2001). Os autores
também encontraram variações significativas entre as marés tanto para a densidade total da
nematofauna, como para diversas espécies.
Devido ao esquema de coleta desse estudo não se pode afirmar com certeza as causas de
possíveis migrações da nematofauna como um todo além da influência do ciclo de maré. Da
mesma forma não pode ser apontada uma explicação para as diferenças na resposta das
espécies em particular ao ciclo de maré, no entanto algumas sugestões podem ser feitas. Uma
delas seria a diferença óbvia entre hábitos alimentares das espécies que compõem a
comunidade. Estudos laboratoriais apontaram que até mesmo espécies do mesmo gênero
podem demonstrar preferências alimentares diferentes e consequentemente ocupar posições
diferentes no ambiente evitando uma competição que à primeira vista pareceria óbvia
(Venekey, 2002).
Uma outra explicação seria a própria morfologia corporal em termos de tamanho,
consequentemente uma migração diferenciada dentro da coluna sedimentar. Alguns autores
ressaltaram a influência do tamanho corporal sobre alguns aspectos da fisiologia dos
Nematoda como metabolismo (Gerlach
et al
., 1985) ou até mesmo mobilidade (Ullberg &
Ólafsson, 2003).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
83
O presente estudo levanta várias possibilidades quanto à influência dos parâmetros
morfológicos dos Nematoda, como cavidade bucal e tamanho corporal, nos processos de
migração durante os estágios da maré. Os resultados aqui apontam que, o comportamento
ecológico da associação nematofaunística como um todo, poderá ser compreendido melhor
com estudos aprofundados ao vel de espécie. Recomenda-se, portanto a identificaçao dos
Nematoda, em trabalhos futuros, pelo menos ao nível de gênero, e quando possível, também
ao nível de espécie.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
84
Capítulo 3:
Efeito das variáveis ambientais na estrutura da
comunidade da nematofauna de uma praia arenosa
tropical (Baía de Tamandaré-PE, Brasil).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
85
3.1. Introdução
A distribuição espacial e composição da meiofauna nos diversos ambientes dependem
de diversos fatores geológicos, químicos, físicos e atmosféricos, a exemplo do
hidrodinamismo, da salinidade, da temperatura, do teor de oxigênio, da granulometria e
natureza do substrato (Renaud-Mornant
et al.
, 1984). Em ambiente marinho esta comunidade
ocorre desde o supralitoral até as grandes profundidades abissais, sendo o grupo mais
abundante (Venberg & Coull, 1981).
Considerando o ecossistema marinho, as praias arenosas constituem os ambientes de
acesso mais fácil, sendo assim alvos de ampla exploração comercial e lazer (McLachlan,
1983) e a meiofauna pode ser ali encontrada com alta diversidade e densidade (Giere, 1993).
Nelas os padrões verticais e horizontais de distribuição dependem também da combinação dos
fatores físico-químicos, geológicos e atmosféricos, além de outros intrínsecos às comunidades
ali presentes (Giere, 1993; Silva
et al
., 1997).
A distribuição vertical depende principalmente das características do sedimento que
estão relacionadas às características do habitat. Em regiões intermareais com areia grossa os
organismos penetram até várias dezenas de centímetros e até mesmo metros (Souza-Santos
et
al
., 2004). Por outro lado, em ambientes estuarinos, onde o tamanho do grão sedimentar é
menor, a meiofauna fica restrita aos primeiros centímetros do sedimento por causa da oclusão
do espaço intersticial e redução na quantidade de oxigênio disponível em camadas mais
profundas (Fleeger & Decho, 1987). Em relação à distribuição horizontal, esta é afetada
principalmente pela ação da maré (McLachlan, 1983).
Além dos fatores abióticos, os biológicos também exercem influência na meiofauna,
principalmente a disponibilidade alimentar que condiciona a distribuição desta fauna em
mosaicos (Findlay, 1981), a quimiotaxia (Venekey, 2002), a predação (Hicks, 1984) e a
bioturbação (Schratzberger & Warwick, 1999).
A meiofauna de praias arenosas apresenta como principais grupos: Nematoda,
Copepoda Harpacticoida e Turbellaria (Giere, 1993), sendo o primeiro freqüentemente o mais
abundante. Este grupo, em praias arenosas protegidas, se concentra no sedimento próximo a
superfície, geralmente até os primeiros 10 centímetros, movendo-se para as camadas mais
profundas à medida que a maré avança e retornando posteriormente (Platt, 1977). Em praias
expostas, onde o ambiente intersticial tem maior teor de oxigênio, os Nematoda dispersam
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
86
verticalmente para até um metro ou mais (Heip
et al.
, 1985) e como resposta às correntes de
maior velocidade tendem a se enterrar (Fegley, 1987). A respeito disso, Palmer (1984) afirma
que o deslocamento vertical aparece como um comportamento para evitar o risco de serem
carreados pela erosão.
Além da dispersão via camada sedimentar, Fonsêca-Genevois
et al.
(2006) mostraram
em estudos experimentais em campo, que os Nematoda além de se dispersarem passivamente,
colonizam outros substratos que não sejam os sedimentos. Em mímicas de algas (plantas
artificiais utilizadas em aquários) Nunes (2003) demonstrou que existia uma colonização
específica nas diferentes cores das plantas, muito embora este fato careça ainda de
explicações.
Em praias arenosas tropicais Bezerra (2001) e Silva (2006) estudaram a distribuição e
repartição vertical dos Nematoda na camada sedimentar. Bezerra (2001) estudou os
nematódeos ao nível taxonômico baixo (gêneros e espécies) até 10 cm de profundidade,
dividido a amostra em estratos (0-2, 2-5, 5-10cm), e encontrou variações significativas ao
nível de distribuição dos gêneros e espécies. Silva (2006) estudou os nematódeos apenas ao
nível de filo até aproximadamente 50 cm de profundidade no sedimento e determinou uma
forte influência da estratificação sedimentar no grupo como um todo.
Um dos fatores que afetam verticalmente a nematofauna de praias é a disponibilidade do
recurso alimentar, o que pode ocasionar migrações ou a distribuição dos grupos tróficos
segundo os itens alimentares (Meyers & Hopper, 1966). No entanto, os fatores abióticos,
como a granulometria, também regulam a composição dos Nematoda ao nível de gêneros,
devido à influência direta na relação tamanho/forma do corpo (Roggen, 1970).
Em escalas temporais de meses ou anos em regiões temperadas, a maior abundância dos
Nematoda ocorre nos meses mais quentes, porém Coull (1988) afirmou existirem lacunas
sobre o assunto. A falta de padrão sazonal em alguns casos levou Li & Vincx (1993) a
comentarem que o ciclo de algumas espécies pode ser muito diferente entre latitudes, de ano
para ano e até em menor espaço de tempo. Algumas explicações foram propostas por Alongi
(1990) para explicar variações sazonais da nematofauna nestas regiões, a exemplo das
mudanças de temperatura e da disponibilidade de alimento (matéria orgânica e densidade de
microalgas). Em regiões tropicais, segundo Boucher (1990), os trabalhos são raros, e no
Brasil, aos níveis taxonômicos baixos, estes se restringem a Bezerra (2001), Esteves (2002) e
Moellman (2003), este último abordando alguns meses do ano.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
87
Na baía de Tamandaré, Carvalho
et al
. (1992) demonstraram que existia uma variação
espacial da meiofauna mediolitorânea e Maranhão
et al
. (2000) confirmaram haver uma
variação espacial nos ambientes recifais adjacentes à praia. Souza (1997) encontrou variação
mensal na comunidade meiofaunística e sugeriu um fenômeno de migração dos Copepoda
Harpacticoida e Nematoda entre os meses de outubro e novembro do médio litoral inferior
para o médio litoral superior. Ribeiro (1999), no entanto, estudando também mensalmente a
mesma área não confirmou este fenômeno muito embora tenha considerado a nematofauna ao
nível de grande grupo.
Neste capítulo aborda-se a variação espaço-temporal da nematofauna, a nível
taxonômico baixo, em função de diversos fatores ambientais, tais como: pluviosidade,
granulometria do sedimento, clorofila e salinidade.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
88
3.2. Objetivos
- Caracterizar a associação de nematofauna de uma praia arenosa tropical (Tamandaré-
PE).
- Verificar a variação temporal das associações de Nematoda da praia de Tamandaré
durante um ano (outubro de 1997 a setembro de 1998), relacionando-a às variáveis ambientais
como pluviosidade, granulometria do sedimento, clorofila e sedimento.
- Verificar a variação espacial (andar bêntico e perfil sedimentar) das associações de
Nematoda da mesma praia arenosa durante um ano (outubro de 1997 a setembro de 1998), sob
a influência de variáveis ambientais como pluviosidade, granulometria do sedimento, clorofila
e salinidade.
3.3. Hipóteses
- Existe variabilidade temporal nas associações de Nematoda na praia da Tamandaré-
PE, sendo estas influenciadas pelas variáveis ambientais.
- Existe variabilidade espacial (entre andares bênticos e estratos sedimentares) nas
associações de Nematoda na praia da Tamandaré-PE, sendo estas influenciadas pelas
variáveis ambientais.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
89
3.4. Material e Métodos
3.4.1. Área de Estudo
A descrição da área de estudo consta no Capítulo 2 desta tese (páginas 49 e 50).
3.4.2. Metodologia em Campo
As coletas foram realizadas mensalmente durante as marés de sizígia, no período de
outubro de 1997 a setembro de 1998, em frente ao CEPENE (Centro de Pesquisa e Extensão
Pesqueira do Nordeste). Dois pontos fixos foram marcados, distando sete metros entre si, no
médiolitoral superior e inferior, sendo o primeiro distando 22 metros da cerca do CEPENE.
O material bio-sedimentológico foi coletado utilizando-se um tubo de PVC de 3,7 cm de
diâmetro e 10 centímetros de comprimento. Em cada ponto de coleta foram coletadas 4
réplicas aleatórias de sedimento superficial (0 a 10cm) e da camada logo abaixo (10 a 20cm).
O material coletado foi colocado em recipiente de plástico e preservado com formol a 4%.
Para determinar a biomassa da clorofila e feopigmentos foram coletadas três amostras
com seringas plásticas de 2,5cm
2
de diâmetro, de sedimento superficial até 1 cm de
profundidade, em cada ponto fixo. Em seguida o sedimento foi transferido para um pote
plástico e acondicionado em isopor com gelo até a chegada em laboratório onde foi congelado
a –18
°
C. Foram também coletadas duas amostras com seringas de 2,5cm
2
de diâmetro ate a
profundidade de 5 cm no sedimento, uma para a determinação do teor em matéria orgânica e a
outra para o estudo da granulometria do sedimento.
Foram também coletadas amostras de água nos dois pontos fixos através de um buraco
cavado na areia para a leitura da salinidade e foi medida a temperatura do sedimento com
termômetro de mercúrio, introduzindo no solo cerca de 10 cm.
Os dados pluviométricos foram fornecidos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente SEMA, através da Diretoria de Recursos Hídricos DRHI. O referido
órgão forneceu uma tabela do posto de Ipojuca (Est. Exp. IPA), a qual continha a pluviometria
mensal dos anos 1997 e 1998.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
90
O Centro Integral de Defesa rea de Controle do Tráfego Aéreo, CINDACTA III, do
Ministério da Aeronáutica, através da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao vôo forneceu a
Escala Beaufort com a velocidade e características do vento e o Sumário Climatológico
Mensal contendo médias mensais da temperatura do ar dos anos de 1997 e 1998 para Recife.
Todo o processo de coleta das amostras e de análise dos fatores ambientais foi realizado
e descrito por Ribeiro (1999).
3.4.3. Metodologia em Laboratório
As amostras bio-sedimentológicas para o estudo meiofaunístico foram colocadas em
Becker de 1000 ml e lavadas sucessivamente (mínimo de 10 vezes). O sobrenadante foi
vertido em peneiras geológicas de 0,045mm e fixado em solução de formol a 4%. Após as
amostras serem estudadas por Ribeiro (1999) as réplicas de cada amostra (ponto-estrato-mês)
foram reunidas num único recipiente plástico.
Para o estudo taxonômico dos Nematoda livres foram retirados 50 animais por estrato de
coleta com auxílio de estilete e colocados em cadinhos para diafanização. O processo de
diafanização e de identificação dos animais seguiu a mesma metodologia descrita no Capítulo
anterior (páginas 52 e 53).
As amostras coletadas para o microfitobentos foram descongeladas, colocadas em tubos
de ensaio com 6ml de acetona pura sendo neste momento determinado o peso total da
amostra. Em seguida, foram mantidas em temperatura de aproximadamente 5
°
C na ausência
de luz. Após 12h, o sobrenadante foi utilizado para a determinação por meio de
espectofotometria, seguindo a metodologia de Lorenzen (1967).
O teor de matéria orgânica foi medida por meio do método de ignição. As amostras de
sedimento, previamente secas a 100
°
C, foram transferidas para cadinhos de porcelana pré-
pesados. Foram incineradas por 24 h a 500ºC em Forno Mufla, e removidas para o
dessecador. Após resfriamento à temperatura ambiente por 1h, pesou-se o cadinho com
sedimento e cinzas. Pela diferença dos pesos iniciais e finais obteve-se o peso da matéria
orgânica. O resultado foi dividido pelo peso inicial para se obter a percentagem da matéria
orgânica.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
91
3.4.4. Análise dos Dados
As análises dos dados da variação interanual da clorofila, feopigmentos e da
granulometria foram realizadas por Ribeiro (1999). Neste estudo foi analisada apenas a
variação da população nematofaunística a vel temporal (meses do ano) e espacial (andar
bêntico e perfil sedimentar) sob a influência dos fatores ambientais estudados pela citada
autora.
Os resultados da densidade da fauna foram expressos em número de indivíduos/10cm
2
de sedimento. A partir destes dados foram organizadas tabelas e construídos gráficos para
facilitar a visualização dos padrões de composição e abundância.
As análises foram feitas agrupando-se os meses em estações do ano (primavera:
setembro, outubro e novembro; verão: dezembro, janeiro e fevereiro; outono: março, abril e
maio; e inverno: junho, julho e agosto), pontos de coleta (médiolitotal superior e inferior) e
perfil sedimentar (0-10 e 10-20 cm). A comparação da estrutura da população
nematofaunística foi realizada com os dados transformados em log (x+1) e em seguida com a
aplicação de análises de similaridade (ANOSIM TWO-WAY), utilizando-se o índice de Bray
Curtis. Os resultados foram expressos também em Ordenações Não-Métricas (MDS).
Correlações foram estabelecidas com os parâmetros ambientais (temperatura do
sedimento, salinidade, granulometria, vento, temperatura do ar, matéria orgânica,
pluviosidade, clorofila e feopigmentos) por meio do BIOENV, no intuito de verificar quais
foram os fatores ambientais que melhor explicaram o padrão biológico da comunidade. Para
isto a matriz de similaridade entre os pontos, estratos e meses utilizou a distância Euclidiana
para os dados das variáveis ambientais estandardizados. A correlação de Spearman foi a
medida de associação utilizada entre a matriz da nematofauna e cada uma das matrizes
geradas a partir das variáveis ambientais.
Todos os testes estatísticos foram feitos usando o Programa PRIMER (versão 5.1.2)
(Clarke & Warwick, 1994). Em todas as análises o nível de significância adotado foi de 0,05.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
92
3.5. RESULTADOS
3.5.1. Meiofauna
Estudo prévio (Ribeiro, 1999) demonstrou que a Meiofauna foi composta por 14 grupos:
Cnidaria, Turbellaria, Gastrotricha, Tardigrada, Nematoda, Rotifera, Kinorhyncha,
Gastropoda, Bivalvia, Polychaeta, Oligochaeta, Copepoda Harpacticoida (adultos e nauplius),
Ostracoda e Acari.
Considerando o total das amostras do período de estudo, Nematoda foi o grupo
dominante, perfazendo 33% do total de fauna coletada (Figura 22).
Nematoda
33%
Copepoda
18%
Rotifera
24%
Turbellaria
15%
Outros
10%
Figura 22.
Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos durante coleta anual (outubro de 1997 a
setembro de 1998) na praia de Tamandaré-PE.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
93
3.5.2. ematofauna
3.5.2.1. Lista Taxonômica
A fauna de Nematoda esteve representada por 4 ordens, 25 famílias, 57 gêneros e 43
espécies identificadas.
Filo Nematoda
Classe Adenophorea
Subclasse Enoplia
Ordem Enoplida
Subordem Enoplina
Família Anoplostomatidae
Anoplostoma
Bütschli, 1874
Anoplostoma
sp.
Família Anticomidae
Odontanticoma
Platonova, 1976
Odontanticoma
sp.
Família Enchelidiidae
Eurystomina
Filipjev, 1921
Família Ironidae
Thalassironus
De Man, 1889
Thalassironus
sp.
Trissonchulus
Cobb, 1920
Família Oncholaimidae
Oncholaimellus
De Man, 1890
Oncholaimus
Dujardin, 1845
Viscosia
De Man, 1890
Família Oxytominidae
Halalaimus
De Man, 1888
emanema
Cobb, 1920
emanema
sp.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
94
Família Thoracostomopsidae
Enoploides
Ssaweljev, 1912
Mesacanthion
Filipjev, 1927
Mesacanthion hirsutum
Gerlach, 1953
Trileptium
Cobb, 1933
Trileptium stylum
Gerlach, 1956
Subordem Tripyloidina
Familia Tripyloididae
Bathylaimus
Cobb, 1894
Bathylaimus
capacosus
Hopper, 1962
Ordem Trefusiida
Família Lauratonematidae
Lauratonema
Gerlach, 1953
Lauratonema
sp.
Subclasse Chromadoria
Ordem Chromadorida
Subordem Chromadorina
Família Chromadoridae
Acantholaimus
Allgén, 1933
Chromadorita
Filipjev, 1922
Dichromadora
Kreis, 1929
Dichromadora
sp.
Endeolophus
Boucher, 1976
Innocuonema
Inglis, 1969
Prochromadorella
Micoletzky, 1924
Prochromadorella
sp.
Família Cyatholaimidae
Marylynnia
Hopper, 1977
Marylynnia
sp.
Paracyatholaimoides
Gerlach, 1953
Paracyatholaimoides
sp.
Família Desmodoridae
Chromaspirinia
Filipjev, 1918
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
95
Chromaspirinia
sp.
Desmodora
De Man, 1889
Desmodora
sp.
Eubostrichus
Greef, 1869
Metachromadora
Filipjev, 1918
Metachromadora
sp.1
Metachromadora
sp.2
Metachromadora
sp.3
Metachromadora
sp.4
Molgolaimus
Ditlevsen, 1921
Pseudochromadora
Daday, 1889
Pseudochromadora
sp.
Spirinia
Gerlach, 1963
Família Epsilonematidae
Perepsilonema
Lorenzen, 1973
Perepsilonema
kellyae
Gourbault & Decraemer, 1988
Perepsilonema
sp .n.
Família Microlaimidae
Calomicrolaimus
Lorenzen, 1971
Calomicrolaimus formosus
Jensen, 1978
Microlaimus
De Man, 1880
Microlaimus
sp.
Família Selachinematidae
Latronema
Wieser, 1954
Latronema botulum
Gerlach, 1956
Synonchium
Cobb, 1920
Synonchium
sp. n.
Sub-ordem Desmoscolecina
Família Desmoscolecidae
Tricoma
Cobb, 1893
Sub-ordem Leptolaimina
Família Ceramonematidae
Metadasynemoides
Haspeslagh, 1973
Metadasynemoides
sp.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
96
Família Leptolaimidae
Camacolaimus
De Man, 1889
Cricolaimus
Southern, 1914
Cynura
Cobb, 1920
Cynura cerambus
Andrassy, 1973
Procamacolaimus
Gerlach, 1954
Família Tubolaimoididae
Tubolaimoides
Gerlach, 1963
Tubolaimoides
sp.
Ordem Monhysterida
Família Axonolaimidae
Axonolaimus
De Man, 1889
Axonolaimus
sp.
Synodontium
Cobb, 1920
Synodontium
sp.
Família Diplopeltidae
Diplopeltula
Gerlach, 1950
Diplopeltula
sp.
Southerniella
Allgén, 1932
Southerniella
sp.
Família Linhomoeidae
Desmolaimus
De Man, 1880
Desmolaimus
sp.
Terschellingia
De Man, 1880
Família Monhysteridae
Diplolaimelloides
Meyl, 1954
Diplolaimelloides
sp.
Família Xyalidae
Cobbia
De Man, 1907
Cobbia
sp.
Daptonema
Cobb, 1920
Daptonema
sp.1
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
97
Daptonema
sp.2
Promonohystera
Wieser, 1956
Pseudosteineria
Wieser, 1956
Pseudosteineria scopae
Gerlach, 1956
Rhynchonema
Cobb, 1920
Rhynchonema
sp.1
Rhynchonema
sp. n.
Theristus
Bastian, 1865
Theristus
sp.1
Theristus
sp.2
Xyala
Cobb, 1920
Xyala
sp.
Família Comesomatidae
Paramesonchium
Hopper, 1967
A identificação ao vel de espécie o foi inteiramente concluída, seja pela quantidade
de indivíduos a ser examinados, ausência de machos ou, em alguns casos, pelo estado de
conservação do material.
Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias
(10) e gêneros (27) (Figura 23).
0
2
4
6
8
10
Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida
0
5
10
15
20
25
30
Famílias
Gêneros
Figura 23.
Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante coleta anual
(outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de Tamandaré-PE, Brasil.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
98
3.5.2.2. Distribuição espaço-temporal
Nenhum dos pontos de coleta, estratos ou meses amostrados apresentou todos os
gêneros registrados (Anexos 04 e 05). Comparando os pontos e estratos, o ponto inferior 10-
20 cm e o ponto superior 0-10cm detiveram o maior número de gêneros (33), seguido do
ponto inferior 0-10cm (32) e do ponto superior 10-20cm (27).
Comparando os meses, setembro foi o mes com o maior número de gêneros (27),
seguido de outubro e fevereiro com 24 gêneros cada.
Houve flutuação quando comparados os pontos de coleta e estratos em termos do
número de gêneros. Os estratos de coleta menos profundos (0-10 cm) apresentaram menor
flutuação (5 a 14 para ponto inferior e 5 a 15 para o superior) do que os mais profundos (10-
20 cm), (3 a 19 no ponto inferior e 3 a 14 no superior) (Figuras 23 e 24).
Em termos de variações de densidade o Ponto Inferior apresentou densidades quase
sempre inferiores, tanto no estrato de 0-10 (32 a 194 ind/10cm
2
) quanto no estrato 10-20 cm
(18 a 345 ind/10cm
2
) comparado aos estratos do Ponto Superior: 79 a 1.472 em 0-10 e 110 a
2.781 ind/10cm
2
em 10-20 cm (Figuras 24 e 25).
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
99
Figura 24.
Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto inferior e
estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de
Tamandaré-PE.
P. Inferior - 0-10cm
0
100
200
300
400
500
600
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Ind/10cm
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Número de Gêneros
Densidade Número deneros
P. Inferior - 10-20cm
0
100
200
300
400
500
600
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Ind/10cm
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Número de Gêneros
Densidade Número de Gêneros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
100
Figura 25.
Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto superior e
estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de
Tamandaré-PE.
Em termos de abundância dos gêneros,
Calomicrolaimus
se apresenta como o táxon
dominante na maioria dos meses estudados no Ponto Inferior 0-10 cm, com exceção de julho e
setembro, onde
Daptonema
é o mais abundante. No Ponto Inferior 10-20 cm a dominância é
mais equilibrada, aparecendo como gêneros com maior porcentagem ao longo dos meses
estudados:
Mesacanthion
(outubro),
Calomicrolaimus
(novembro e setembro),
Synonchium
P. Superior - 0-10cm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Ind/10cm
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Número de Gêneros
Densidade Número de Gêneros
P. Superior - 10-20cm
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Ind/10cm
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Número de Gêneros
Densidade Número de Gêneros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
101
(dezembro e janeiro),
Trileptium
(fevereiro),
Eubostrichus
(março),
Paracyatholaimoides
(abril e junho),
Microlaimus
(maio e julho),
Rynchonema
(agosto) (Figura 26).
Figura 26.
Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda no ponto inferior e estratos (0-10 e 10-
20cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de Tamandaré-PE.
No Ponto Superior 0-10 cm
Calomicrolaimus
aparece como dominante durante metade
do estudo (exceção de outubro, novembro, abril, junho, agosto e setembro). O mesmo ocorre
no estrato de 10-20 cm (exceção para outubro, novembro, janeiro, maio, junho e agosto)
(Figura 27).
P.Inf. 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
Calomicrolaimus Metachromadora Mesacanthion Paracyatholaimoides Theristus
Rhynchonema Trileptium Daptonema Outros
P.Inf. 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
Mesacanthion Marylynnia Trileptium Calomicrolaimus
Synonchium Paracyatholaimoides Theristus Microlaimus
Daptonema Metachromadora Rhynchonema Outros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
102
Figura 27.
Porcentagens dos gêneros dominantes de Nematoda no ponto superior e estratos (0-10 e 10-
20cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de Tamandaré-PE.
Quanto à classificação de ecologia trófica seguindo Wieser (1953a), no Ponto Inferior 0-
10 cm houve uma clara dominância dos raspadores (2A) durante todos os meses, com uma
variação de 44 a 78% em relação ao total, com exceção de julho, onde os mais abundantes
foram os detritívoros seletivos (1B) com 60%.
P.Sup. 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
Mesacanthion Latronema Metachromadora Calomicrolaimus
Theristus Trileptium Paracyatholaimoides Outros
P.Sup. 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
Mesacanthion Latronema Trileptium Metachromadora Calomicrolaimus Rhynchonema
Outros
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
103
No Ponto Inferior 10-20 cm ocorreu uma alternância de dominância entre raspadores
(2A) e predadores/omnivoros (2B). Os detritivoros seletivos formaram o grupo trófico
dominante num único momento do ano, em agosto (Figura 28).
Figura 28.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953a) (1A = detritívoros
seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros) no ponto inferior e
estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de
Tamandaré-PE.
P. Inf 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
1A 1B 2A 2B
P. Inf 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
1A 1B 2A 2B
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
104
No Ponto Superior 0-10 cm também foi observada uma alternância de dominância entre
raspadores (2A) e predadores/omnívoros (2B). O mesmo ocorreu no Ponto Superior 10-20
cm, com exceção apenas para o mês de maio onde os detritívoros seletivos dominaram com
42% (Figura 29).
Figura 29.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953a) (1A = detritívoros
seletivos, 1B = detritívoros não-seletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros) no ponto superior e
estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de
Tamandaré-PE.
P. Sup 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
1A 1B 2A 2B
P. Sup 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
1A 1B 2A 2B
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
105
Seguindo a classificação de ecologia trófica de Moens & Vincx (1997) no Ponto Inferior
0-10 cm os raspadores dominaram em todos os meses variando de 44 a 78%, com exceção de
julho onde os detritívoros formaram o grupo mais abundante com 60%. No Ponto Inferior 10-
20 cm a dominância se alternou entre detritívoros, raspadores e predadores (Figura 30).
Figura 30.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M =
micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP = predadores facultativos e P =
predadores), no ponto inferior e estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro
de 1998) na praia de Tamandaré-PE.
P. Inf. 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
M CF DF EF FP P
P. Inf. 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
M CF DF EF FP P
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
106
No Ponto Superior 0-10 cm os predadores dominaram em outubro, novembro e
setembro (72 a 82%) enquanto os raspadores dominaram nos demais meses (44 a 92%). No
Ponto Superior 10-20 cm a dominância novamente se alternou entre detritívoros e predadores,
sendo o primeiro mais abundante na maioria dos meses de estudo (dezembro a julho),
enquanto o segundo em outubro, novembro e setembro (Figura 31).
Figura 31.
Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M =
micrófagos, CF = comedores de ciliados, DF = detritívoros, EF = raspadores, FP = predadores facultativos e P =
predadores), no ponto superior e estratos (0-10 e 10-20 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a
setembro de 1998) na praia de Tamandaré-PE.
P. Sup. 0-10cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
M CF DF EF FP P
P. Sup. 10-20cm
0
20
40
60
80
100
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
%
M CF DF EF FP P
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
107
3.5.2.3. Estrutura da Comunidade
Levando-se em consideração a densidade, os dados foram comparados usando-se o
ANOSIM TWO-WAY, que indicou a existência de diferenças significativas entre os
pontos/estratos (R
Global
=0,396; p<0,01; N
permut
=10.000) e também entre as estações do ano
(R
Global
=0,301; p<0,01; N
permut
=10.000). Comparações entre pares de pontos/estratos
mostraram diferenças significativas entre todos, com exceção do Ponto Inferior 0-10 cm x
Ponto Superior 10-20 cm e Ponto Superior 0-10 cm x Ponto Superior 10-20 cm (Tabela 10).
Em relação às estações do ano, comparações entre pares indicaram a existência de diferenças
significativas entre todas as estações com exceção da Primavera x Inverno e de Verão x
Outono (Tabela 11). As diferenças entre os pontos e estratos podem também ser observadas
na Ordenação não-métrica (Figura 32).
Tabela 10.
Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação aos quatro
pontos/estratos comparados (I = Ponto Inferior; S = Ponto Superior).
Estações do Ano R
Global
p (%)
permut
I (0-10cm) x I (10-20cm) 0,399 1,1 10000
I (0-10cm) x S (0-10cm) 0,491 0,2 10000
I (0-10cm) x S (10-20cm) 0,233 6,4 10000
I (10-20cm) x S (0-10cm) 0,731 <0,01 10000
I (10-20cm) x S (10-20cm) 0,509 <0,01 10000
S (0-10cm) x S (10-20cm) 0,157 10,8 10000
Tabela 11.
Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWO-WAY em relação às quatro estações do
ano comparados.
Estações do Ano R
Global
p (%)
permut
Primavera x Verão 0,417 0,7 10000
Primavera x Outono 0,606 <0,01 10000
Primavera x Inverno 0,056 36,5 10000
Verão x Outono 0,156 10,0 10000
Verão x Inverno 0,435 1,1 10000
Outono x Inverno 0,278 4,9 10000
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
108
Figura 32.
Ordenação não-métrica resultante dos pontos/estratos em Tamandaré-PE, Brasil (I = Ponto
Inferior; S = Ponto Superior).
A relação entre Nematoda, durante a coleta anual de Tamandaré-PE, e as variáveis
ambientais, através do procedimento BIOENV, resultou na seleção de diversas matrizes, com
correlações baixas (<0,2) com aquela com os gêneros de Nematoda (Tabela 12).
Tabela 12.
Melhores resultados obtidos com análise BIOENV, correlacionando matrizes de similaridade
dos dados nematofaunísticos a matrizes construídas a partir das variáveis ambientais medidos durante coleta
anual em Tamandaré-PE, Brasil (Media mm, Mediana mm e Desvio = parâmetros granulométricos; MO =
Matéria Orgânica).
Correlação r
s
Conjunto de Variáveis
0,173 Media mm
0,166 Media mm; Mediana mm
0,124 Media mm; Mediana mm; Desvio
0,120 Media mm; Desvio
0,104 Mediana mm; Desvio
0,095 Desvio
0,087 Media mm; Mediana mm, Desvio, MO
0,086 Media mm; Desvio; MO
0,082 Mediana mm; Desvio, MO
0,081 Desvio; MO
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
109
3.6. Discussão
Em diversos momentos do presente trabalho foi ressaltado o fato de que os Nematoda
apresentam densidades menores em praias arenosas quando comparado, por exemplo, com as
dos estuários. No entanto este grupo pode atingir alta diversidade devido principalmente às
características do sedimento arenoso (Wieser, 1960; Hopper & Meyers, 1967).
Além da diversidade, o número de táxons também é alto e, segundo Heip & Decraemer
(1974), as praias arenosas abrigam mais “especialistas” do que os ambientes lamosos. O maior
número de nichos e micro-habitats em ambientes arenosos é indicado também pela
coexistência de espécies próximas taxonomicamente. Estas diferenças entre estuários e praias
foram comprovadas nos resultados do Capítulo 1 deste estudo.
Considerando a lista taxonômica deste capitulo somada à do anterior (páginas 56 a 60),
foi registrado em Tamandaré um total de 71 gêneros, a segunda maior lista para praias
arenosas brasileiras, inferior apenas a de Curvelo (2003), que encontrou 113 para a Enseada
de Picinguaba (estado de São Paulo). Comparando com listas de ambientes lamosos,
Tamandaré apresentou riqueza de gêneros inferior apenas à lista de Netto & Gallucci (2003),
que registraram 81 gêneros num manguezal do estado de Santa Catarina. Este resultado é
expressivo, mas deve se considerar o maior esforço amostral devido à unificação de duas
coletas distintas abrangendo diferentes horários do dia e também todos os meses do ano. Por
outro lado deve ser destacado o caráter fortemente pontual deste estudo no que se refere ao
espaço, que foram amostrados apenas um a dois pontos numa mesma área/transect da praia
de Tamandaré.
Ao vel de gênero
Diodontolaimus
e, ao nível de espécie,
Mesacanthion hirsutum
,
Bathylaimus capacosus
, e
Cynura cerambus
foram registrados pela primeira vez na costa
brasileira. Além dos novos registros foram também determinados um novo gênero da família
Enchelidiidae e uma nova espécie de
Synonchium
(família Selachinematidae).
A densidade total dos Nematoda, considerando todos os meses, variou entre 18 e 2.781
ind/10cm
2
, estando, como no Capitulo anterior (página 75), em conformidade com as
variações registradas em outras praias.
Souza-Santos
et al
. (2003) discutiram amplamente os resultados da meiofauna
originados das mesmas coletas usadas neste trabalho, incluindo os Nematoda, embora esses
autores considerem separadamente a família Epsilonematidae. A nematofauna da família
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
110
Epsilonematidae foi representada aqui apenas pelo gênero
Perepsilonema
que não esteve entre
os mais abundantes em nenhum momento do trabalho. Portanto nesta discussão são enfocadas
apenas as variações da associação nematofaunística, uma vez que o grupo, como um todo,
foi estudado anteriormente.
O trabalho de Souza-Santos
et al.
(2003) destaca as variações significativas na
meiofauna entre pontos, estratos e meses. A nematofauna de Tamandaré apresentou flutuações
em termos de riqueza ao vel de gêneros, quando comparados os estratos sedimentares, tanto
no ponto inferior como no superior. A flutuação entre os meses foi ainda mais expressiva,
chegando a dobrar de valor, variando entre 13 (abril) e 27 (setembro). No entanto, os gêneros
mais abundantes (i.e.
Calomicrolaimus
,
Paracyatholaimoides
,
Mesacanthion
,
Latronema
e
Rhynchonema
) tiveram presença constante ao longo de todo o estudo.
A comparação conjunta de pontos de coleta e estratos, considerando as densidades,
apontou variações significativas, segundo o ANOSIM, para a associação nematofaunística. A
diferença entre os pontos é mais expressiva do que entre estratos. Esta diferença ficou bem
evidente no MDS, no qual os pontos, inferior e superior, estão bem separados. quanto aos
estratos observa-se que existem diferenças apenas entre aqueles do ponto inferior.
Considerando as 48 situações do trabalho (2 pontos de coleta x 2 estratos sedimentares x
12 meses),
Calomicrolaimus formosus
foi o táxon mais abundante e mais freqüente,
ocorrendo em metade das ocasiões (24). Este resultado indica que as diferenças encontradas
pelo ANOSIM entre os pontos de coleta e entre os estratos do ponto inferior podem ser
relativas às mudanças na densidade desta espécie. De fato,
C. formosus
apresentou diferenças
marcantes entre os estratos do ponto inferior, preferindo a camada superior (0-10 cm), mas
não entre os do ponto superior, sendo dominante durante um espaço temporal igual (seis
meses). Esta espécie pareceu evitar a camada sedimentar com maior concentração de água
(Ponto Inferior 10-20 cm), uma vez que neste local esteve presente com números
expressivos em apenas duas situações do estudo.
Considerando os estudos em praias arenosas,
Calomicrolaimus
, assim como a família
Microlaimidae como um todo, não está entre os mais abundantes e nem entre os citados por
Tietjen (1977) como característicos para estes ambientes. Diversos trabalhos apontam esta
família como mais abundante em ambientes de mar profundo (Dinet & Vivier, 1979, Jensen,
1988; Vanhove
et al
., 1999). No entanto, alguns trabalhos têm registrado esta família,
inclusive o gênero
Calomicrolaimus
, como uma das dominantes em sedimentos arenosos, ou
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
111
com preferências por uma determinada região da praia. Blome (1983) destacou
C. arenarius
e
C.
tenuicollis
como espécies típicas da parte superior da região mediolitoral da ilha de Sylt
(Mar do Norte). Schratzberger & Warwick (1998) realizando experimentos em laboratório
também encontraram duas espécies deste gênero,
C. barbatus
e
C. honestus
, como as mais
abundantes e, além disso, como aquelas que melhor responderam aos distúrbios testados. No
litoral pernambucano Bezerra (2001) determinou a mesma espécie encontrada aqui,
C.
formosus
, como uma das dominantes, tanto para o sedimento, como para a água intersticial do
Istmo de Olinda.
A distribuição vertical dos Nematoda no sedimento pode ser influenciada por uma
variedade de fatores biológicos, químicos e sicos (Giere, 1993; Soetaert
et al
., 1994). Em
Tamandaré a nematofauna apresentou diferenças entre os dois estratos amostrados apenas no
Ponto Inferior.
McLachlan
et al.
(1981) afirmaram que a meiofauna é encontrada até a profundidade de
160 cm no sedimento e segundo McLachlan (1977) os Nematoda particularmente até 140 cm,
no entanto, a preferência é pelas camadas superficiais. A nematofauna nos 12 meses de coleta
apresentou maiores densidades no estrato superior (0-10 cm) durante 7 meses para o Ponto
Inferior e 5 para o Ponto Superior. Neste caso, o resultado é bem equilibrado, sendo as
diferenças apontadas entre os estratos do Ponto Inferior relativas à composição e abundância
dos gêneros da associação nematofaunística.
Em Tamandaré o estrato superior do Ponto Inferior foi dominado durante 10 meses do
estudo pela espécie
Calomicrolaimus
formosus
, enquanto que no estrato inferior apareceram
também as espécies
Mesacanthion hirsutum
,
Synonchium
sp.n.,
Trileptium stylum
,
Paracyatholaimoides
sp.,
Microlaimus
sp. e os gêneros
Eubostrichus
e
Rhynchonema
.
Entre as variáveis ambientais consideradas, nenhuma delas foi medida separadamente
para cada estrato sedimentar, sendo difícil explicar as diferenças entre os estratos. No entanto,
uma hipótese pode ser levantada em relação ao tamanho dos organismos.
C
.
formosus
possui
um comprimento menor (média de 847µm) quando comparado com a maioria das espécies
dominantes do estrato inferior (i.e.
M. hirsutum
- 1390 µm,
Synonchium
sp. - 1542 µm,
T.
stylum
2930 µm). Segundo Heip
et al.
(1982) animais de tamanho maior são mais comuns
do que os menores em estratos com baixas tensões de oxigênio, pois estas permanecem mais
úmidas e podem apresentar reduções de oxigenação durante a baixa-mar. Esta distribuição
entre as camadas sedimentares de acordo com o tamanho corporal não seria detectável no
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
112
Ponto Superior, devido à distância deste em relação à linha d’água, onde as camadas
sedimentares são mais uniformes em relação à umidade. Os autores relatam ainda que as
diferenças verticais podem também ser decorrentes de outras variações morfológicas, com
espécies com maior número de glândulas caudais e forte cutícula sendo mais abundantes em
estratos superficiais. No entanto em Tamanda nenhum destes padrões de distribuição
morfológica foi observado.
Ainda considerando sobre as camadas sedimentares, Ribeiro (1999) estudando a
meiofauna das mesmas amostras utilizadas no presente trabalho, também encontrou o mesmo
padrão, ou seja, diferenças entre os estratos apenas no Ponto Inferior. O referido trabalho
explica que tais resultados são provavelmente decorrentes da localização do Ponto Superior na
zona de retenção e do Ponto Inferior próximo da zona de ressurgência. Em sedimentos na
região entre-marés a fauna se concentraria principalmente na zona de retenção (Silva et al.,
1997), portanto no Ponto Superior, e os animais seriam afetados pela proximidade da zona de
ressurgência no Ponto Inferior, gerando esta diferença entre os estratos apenas neste último.
A meiofauna em Tamandaré, segundo Souza-Santos
et al.
(2003), além das diferenças
espaciais, apresentou também variações sazonais marcantes. Os autores determinaram grupos
de associações mensais, e baseando-se nesse resultado o presente trabalho fez comparações de
dados agrupando os meses em quatro estações. Comparando a associação nematofaunística
entre as 4 estações divididas previamente também foram encontradas diferenças significativas
segundo o ANOSIM. Assim, semelhante ao encontrado no Capítulo anterior, a associação
nematofaunística de Tamandaré nesta coleta também apresentou um forte padrão sazonal. As
densidades foram mais elevadas durante os meses mais secos (verão e primavera)
demonstrando novamente a influência dos ciclos de chuvas.
Giere (1993) enfatizou que a meiofauna, incluindo os Nematoda, é influenciada por
muitas variáveis ambientais. Em Tamandaré nenhuma das variáveis ambientais medidas se
destacou como sendo um melhor estruturador da associação nematofaunística, baseando-se
nas correlações fracas encontradas no BIOENV. Outros estudos realizados na área com a
meiofauna ao nível de grandes grupos foram unânimes em sugerir a sazonalidade (ou o
conjunto de fatores que apresenta variações tipicamente sazonais) como o fator de maior
influência (Souza, 1997; Carvalho
et al
., 1992). Souza-Santos
et al
. (2003) afirmaram que os
demais fatores foram de influência secundária para a meiofauna e neste estudo o mesmo pode
ser concluído para a nematofauna. Considerando a quantidade de variáveis ambientais
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
113
medidas nesse estudo e sem nenhum explicar especificamente as mudanças na associação
nematofaunística parece que outros fatos devem ser levados em consideração.
Sabe-se que a maioria das espécies de Nematoda estudadas em relação aos aspectos do
ciclo biológico tem o tempo de geração de menos de um mês, e mais frequentemente pouco
mais de uma semana (Moens & Vincx, 1998). É fato conhecido também que variáveis
ambientais como temperatura, salinidade e disponibilidade de recurso alimentar afetam o
potencial reprodutivo dos Nematoda (i.e.Tietjen & Lee, 1972; Findlay, 1982; Moens
et al
.,
1999). Isto indica que, se alguma mudança ambiental relevante ocorreu entre as coletas neste
trabalho, um mês seria tempo mais do que suficiente para que houvesse uma mudança na
composição ao vel de gêneros/espécies. Por outro lado isto também pode ser uma
explicação para as mudanças na dominância da associação nematofaunística em Tamandaré
entre os meses.
Hulings & Gray (1976) sugerem que em praias arenosas temperadas os fatores
biológicos são os mais importantes na determinação da estrutura da comunidade de meiofauna
no verão enquanto no inverno os fatores físico-químicos predominam. Assim, é provável que
em ambientes tropicais uma maior importância dos fatores biológicos ocorra ao longo de todo
o ano, sendo, possivelmente, as interações espécie específicas, como as interações tróficas
(Jensen, 1987), predominantes. No presente estudo, onde como fator ambiental biológico foi
medido apenas a biomassa do microfitobentos, a determinação de padrões de relação entre a
nematofauna e os fatores ambientais fica, portanto, bastante limitada.
Neste capítulo, assim como no anterior, os resultados sugerem que as variáveis
ambientais físico-químicas podem não ser suficientes para explicar os padrões de associação
nematofaunística em uma praia arenosa. Sugere-se desta forma que em estudos futuros que os
fatores biológicos sejam levados em consideração. No caso dos Nematoda detalhes
morfológicos como ornamentação da cutícula, tamanho corporal, mecanismos visuais e
sensoriais, entre outros, podem ser uma ferramenta auxiliar para compreender padrões de
composição e abundância de uma comunidade onde as variáveis ambientais por si não
determinam padrões claros.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
114
4. Considerações finais
No Capítulo 1 foi discutida a necessidade de mais estudos, envolvendo os Nematoda aos
níveis taxonômicos baixos, para que se possa ter um quadro mais completo da biodiversidade
da nematofauna do Brasil e seu posicionamento ao nível mundial. Os novos registros, e mais
ainda os táxons desconhecidos para a Ciência, encontrados neste trabalho apóiam totalmente
estas afirmações.
Tanto no estudo sobre a influência dos estágios de maré, como naquele sobre o efeito
das variáveis ambientais, não foi encontrada qualquer relação entre a flutuação da riqueza de
gêneros e as variações da densidade total dos Nematoda. Este resultado demonstra que o que
acontece no ambiente são apenas substituições na composição da associação sem afetar
efetivamente a riqueza de gêneros.
A maré se mostrou um fator determinante para a nematofauna da praia de Tamandaré,
tanto para a estrutura da comunidade como para as populações de algumas espécies. A
distribuição também variou espacialmente, mas esta variação foi maior horizontalmente do
que verticalmente. Quanto à distribuição vertical, as variações foram dependentes da
localização na praia. Tanto as diferenças horizontais, como as verticais, estão possivelmente
relacionadas à umidade diferenciada das camadas sedimentares que depende da distância em
relação à linha d’água e consequentemente da localização das zonas de retenção e de
ressurgência na praia.
Independente das influências da maré ou do espaço de praia, a sazonalidade (ou o
conjunto de fatores que apresenta variações tipicamente sazonais) foi o fator que mais afetou
as associações nematofaunísticas de Tamandaré. Isto ficou evidente ao comparar um grupo de
2 meses de chuva e de 2 meses de seca, assim como para as estações do ano de uma coleta de
12 meses. Sugere-se com este resultado que mesmo em regiões tropicais a nematofauna é
afetada pelas chamadas “mudanças estacionais ou intra-anuais”, sendo este fato importante
para considerações em estudos futuros.
Nenhuma das variáveis ambientais medidas explicou claramente as diferenças na
estrutura da comunidade e também não puderam ser explicadas mudanças repentinas na
dominância de gêneros entre um mês e outro imediatamente posterior. Este resultado sugere
que a escala mensal não é suficiente para entender completamente a variação da nematofauna
em Tamandaré.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
115
Sugere-se também, além disso, que detalhes morfológicos podem vir a ser uma
ferramenta importante para entender os padrões de composição e abundância dos Nematoda.
Detalhes morfológicos como ornamentação da cutícula, tamanho corporal, mecanismos
visuais e sensoriais, entre outros, podem ser uma ferramenta auxiliar para compreender
padrões de composição e abundância de uma comunidade onde as variáveis ambientais por si
só não determinam padrões claros.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
116
5. Referências Bibliográficas
Allgén, C.A. 1959. Further Zoological Results of the Swedish Antarctic Expedition 1901-1903: Free-
living Nematodes. Vol. V, N.2, 293p.
Alongi, D.M. 1990. Community dynamics of free-living nematodes in some tropical mangrove and
sandflats.
Bulletin of Marine Science
, 46. p.358-373.
Amaral, F.D. 1994. Morphological variation in the reef coral
Monastrea cavernosa
in Brasil.
Coral
Reefs
, 13. p.113-117.
Amaral, A.C.Z.; Nonato, E. F. 1996.
Annelida Polychaeta - Características, Glossário e Chaves para
Famílias e Gêneros da Costa Brasileira.
Campinas (SP): Ed. UNICAMP, 124 p.
Ansari, Z.A.; Ramani, P.; Rivonker, C.U.; Parulekar, A.H. 1990. Macrofauna and meiofaunal abundance
in six sandy beaches.
Indian Journal of Marine Sciences
, 19. p.159-164.
Baylis, H.A.; Daubney, R. 1926.
A synopsis of the families and genera of ematoda.
London: British
Museum (Natural History), 277p.
Bell, S.S.; Sherman, K.S. 1980. Tidal ressuspension as a mechanism for meiofauna dispersal.
Marine
Ecology Progress Series
, 3. p.245-249.
Bezerra, T.N.C.; 2001.
ematofauna de uma praia arenosa tropical (Istmo de Olinda Pernambuco
– Brasil).
Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica), Universidade Federal de Pernambuco, 114pp.
Bezerra, T.N.C.; Fonseca-Genevois, V.G.da.; Genevois, B. 1996. Distribuição horizontal e vertical da
meiofauna em uma região tropical intermareal (Isto de Olinda Pernambuco Brasil).
Trabalhos
Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco
, n.24. p.249-264.
Bezerra, T.N.C.; Genevois, B.; Fonseca-Genevois, V.G.da. 1997. Influência da granulometria na
distribuição e adaptação da meiofauna na praia arenosa do Istmo de Olinda-PE.
Oecologia Brasiliensis
, v.3.
p.107-116.
Blaxter, M.L.; De Ley, P.; Garey, J.; Liu, L.X.; Scheldeman, P.; Vierstraete, A.; Vanfleteren, J.R.;
Mackey, L.Y.; Dorris, M.; Frisse, L.M.; Vida, J.T.; Thomas, W.K. 1998. A molecular evolutionary framework
for the phylum Nematoda.
ature
, v. 392. p.71-75.
Blome, D. 1983. Nematode-ecology of a sandy beach on the North Sea Island of Sylt.
Microfauna
Meeresboden
, n.88. p.518-591.
Blome, D.; Schleier, U.; Von Bernem, K.U. 1999. Analysis of the small-scale spatial patterns of free-
living marine nematodes from tidal flats in the East Frisian Wadden Sea.
Marine Biology
, v.133. p.717-726.
Boaden, P.J.S. 1968. Water movement – a dominant factor in interstitial ecology.
Sarsia
, n.34. p.125-136.
Boaden, P.J.S.; Platt, H.M. 1971. Daily migration patterns in an intertidal meiobenthic community.
Thalassia Jugoslavia
, n.7. p.1-12.
Bodin, P. 1977. Les peuplements de Copépodes Harpacticoides (Crustacea) des sédiments meubles de la
zone interdale des côtes charentaises (Atlantique).
Memoirs du Museum ational d’Histoire aturelle Paris,
Serie A, Zoologie
, 104. p.1-120.
Bongers, T.; Ferris, H. 1999. Nematode community structure as a bioindicator in environmental
monitoring.
Trends in Ecology and Evolution
, v.16, n.6. p.224-228.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
117
Botelho, A.P.; Silva, M.C.; Esteves, A.M.; Fonsêca-Genevois, V. 2007. Four new species of
Sabatieria
Rouville, 1903 (Nematoda, Comesomatidae), from the Continental Slope of Atlantic Southeast.
Zootaxa
, n.
1402. p.39-57.
Boucher, G. 1990. Patterns of nematode species diversity in temperate and tropical subtidal sediments.
Marine Ecology
, v.11. p.133-146.
Bouwman, L.A. 1983a. Systematic, ecology and feeding biology of estuarine nematodes. Biologisch
Onderzoek Ems-Dollard Estuarium
. Publicaties en Verlagen 3.
Bouwman, L.A. 1983b. A survey of nematodes from the Sem estuary. Part. II. Species assemblages of
Guadalupe Islands (French West Indies).
Bulletin of Marine Science
, v.47. p.448-463.
Brown, A.C.; McLachlan, A. 1990.
Ecology of sandy shores
. Amsterdam. Elsevier Science Publishers.
328p.
Carvalho, I.B.; Fonseca-Genevois, V.G.da.; Genevois, B. 1992. Heterogeneidade espaço temporal da
meiofauna na baía de Tamandaré – Pernambuco, Brasil.
Biológica Brasílica
, v.4, n.1. p.43-56.
Castro, F.J.V. 2003.
Variação temporal da meiofauna e da nematofauna em uma área
mediolitorânea da Bacia do Pina (Pernambuco, Brasil).
Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica),
Universidade Federal de Pernambuco, 110p.
Castro, F.J.V.; Bezerra, T.N.C.; Silva, M.C.da.; Fonseca-Genevois, V.G.da. 2006.
Spirinia elongata
,
sp.nov. (Nematoda, Desmodoridae) from Pisa Basin, Pernambuco, Brazil.
Zootaxa
, v.1121. p.53-68.
Clarke, R.; Warwick, R.M. 1994. Changes
in marine communities: an approach to statistical analysis
and interpretation.
Plymouth. NERC. 187p.
Cobb, N.A. 1890. Arabian nematodes.
Proceedings of the Linnean Society of ew South Wales
, n.5
(2). p.449-468.
Cobb, N.A. 1891.
Anticoma
: a genus of free-living marine nematodes.
Proceedings of the Linnean
Society of ew South Wales
, n.5 (2). p.765-774.
Cobb, N.A. 1894.
Tricoma
and other new nematode genera.
Proceedings of the Linnean Society of ew
South Wales
, n.8 (2). p.389-421.
Cobb, N.A. 1920. One hundred new nemas (type species of 100 new genera).
Contributions to Science
of ematology
, v.9. p.217-343.
Coelho, P.A.; Ramos-Porto, M. 1995. Crustáceos da Região de Tamandaré, Estado de Pernambuco,
Brasil.
Boletim Técnico Científico do CEPEE
, v.3, n.1. p.57-80.
Coomans, A. 2001. Present status and future of nematode systematics.
ematology
, v.4, n.5. p.573-582.
Coomans, A.; Vincx, M.; Decraemer, W. 1985. Nematodes from a fresh-water pool on a coral island in
the Solomon Islands.
Hydrobiologia
, n.123. p.265-281.
Coull, B.C. 1988.
Ecology of the marine meiofauna
. In: Introduction to the study of meiofauna. Higgins,
R.P. & Thiel, H. (eds). Smithosonian Institution Press. p.18-38.
Coull, B.C. 1999. Role of meiofauna in estuarine soft-bottom habitats.
Australian Journal of Ecology
,
v.24. p.327-343.
Curvelo, R.R. 2003.
Variação da estrutura e distribuição da meiofauna na enseada de Picinguaba,
Ubatuba, SP.
Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica). Universidade de São Paulo. 145p.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
118
Decho, A.W.; Fleeger, J.W. 1988. Ontogenetic feeding shifts in the meiobenthic harpacticoid copepod
itocra lacustris
.
Marine Biology
, n.97. p.191-197.
de Grisse, A.T. 1969. Redescription ou modification de quelques techniques utilisés dans l’ étude des
nématodes phytoparasitaires.
Mededelingen Rijksfakulteit Landbouwwetenschappen Gent
, n.34. p. 351-369.
de Man, J.G. 1876. Contribution à la connaissance dês matodes marins do Golf de Naples.
Tijdschrift
der ederlandsche Dierkundige Vereeniging
, n.3. p.88-118.
de Man, J.G. 1888. Sur quelques Nématodes libres de la mer du Nord nouveaux ou peu connus.
Mémoires de la Societe Zoologique de France
, n.1. p.1-51.
de Mesel, I; Derycke, S.; Swings, J.; Vincx, M.; Moens, T. 2006. Role of nematodes in decomposition
processes: does within-trophic group diversity matter?
Marine Ecology Progress Series
, n.321. p.157-166.
Deprez, T. & al. 2005. Nemys. World Wide Web electronic publication. www.nemys.ugent.be, version
(11/2006).
Dinet, A,; Vivier, M.H. 1979. Le meiobenthos abyssal du Golfe de Gascogne. II. Les peuplements de
Nematodes et leur divesité specifique.
Cahiers de Biologie Marine
, n.20. p109-123.
Dubois, A. 2005. Proposals for the incorporation of nomina of higher-ranked taxa into the Code.
Bulletin
of Zoological omenclature
, n.62 (4). p.200-209.
Dubois, A.; Nemésio, A. 2007. Does nomenclatural availability of nomina of new species or subspecies
require the deposition of vouchers in collections?
Zootaxa
, n.1409. p.1-22.
Dye, A.H. 1978. An ecophysiological study of the meiofauna of the Swartkops estuary. I. The sampling
sites: Physical and chemical features.
Zoologica Africana
, n.13. p.1-18.
Esteves, A. M. 2002.
ematofauna da planície de maré de Coroa Grande, Baía de Sepetiba, RJ.
Tese
(Doutorado em Zoologia), Universidade Federal do Rio de Janeiro. 117p.
Esteves, A. M.; 2004. Free-living marine nematodes from Coroa Grande tidalflat (Sepetiba Bay, Rio de
Janeiro, Brazil).
Biociências
, v.12, n.12. p.185-186.
Esteves, A.M.; Fonsêca-Genevois, V.G.da. 1997. Microdistribuição da meiofauna na Coroa do Avião,
Pernambuco Brasil, com referência especial à utilização da análise de autocorrelação espacial.
Arquivos de
Biologia e Tecnologia
, v.4, n.1. p.89-95.
Esteves, A.M.; Absalão, R.S.; Silva, V.M.A.P.da. 1995. Padronização e avaliação da eficiência do método
de flotação com açúcar na extração da meiofauna de uma praia de areia grossa (Praia Vermelha, RJ).
Publicação
Especial do Instituto Oceanográfico
, São Paulo, n.11. p.223-227.
Esteves, A.M.; Bloise, C.; Nogueira, C. 1998. Variação espaço-temporal da meiofauna ao longo de um
período quinzenal num ponto fixo da praia Vermelha, RJ. In:
Anais do IV Simpósio de Ecossistemas
Brasileiros
V.
v.II. p.179-192.
Eyualem, A.; Coomans, A. 1995. Freshwater nematodes of the Galápagos.
Hydrobiologia
, n.299. p.1-51.
Fegley, S.R. 1987. Experimental variation of near-bottom current speeds its effects on depth distribution
of sand-living meiofauna.
Marine Biology
. v.95. p.183-191.
Fenchel, T.M. 1978. The ecology of micro- and meiobenthos.
Annual Review of Ecology and
Systematics
, n.9. p.99-121.
Ferreira, B.P.; Maida, M.; Souza, A.T. 1995. Levantamento inicial das comunidades de peixes recifais da
região de Tamandaré –PE.
Boletim Técnico Científico do CEPEE
, v.3, n.1. p.211-230.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
119
Ferris, V.R. 1994. The future of nematode systematics.
Fundamental and Applied ematology
, n.17.
p.97-101.
Findlay, S.E.G. 1981. Small scale spatial distribution of meiofauna on amud and sand flat.
Estuarine
Coastal and Shelf Science
, n.12. p.471-484.
Findlay, S.E.G. 1982. Effect of detrital nutritional quality on population dynamics of a marine nematode
(
Diplolaimella chitwoodi
).
Marine Biology
, n.68. p.223-227.
Fleeger, J.W.; Decho, A.W. 1987. Spatial variability of interstitial meiofauna: a review.
Stygologia
,
n.3.v.1. p.35-54.
Flemming, B.W.; Fricke, A.H. 1983.
Beach and nearshore habitats as a function of internal geometry,
primary sedimentary structures and grain size.
In: Sandy beaches as ecosystems. McLachlan, A. & Erasmus,
T. (Editores). The Hague: Dr. W. Junk Publishers. p.115-132.
Fonseca, G.F.C. 2003.
Distribuição espacial e variabilidade temporal da comunidade bêntica do
sistema estuarino de Laguna-SC.
Monografia (Graduação em Ciências Biológicas). Universidade Federal de
Santa Catarina. 107p.
Fonsêca-Genevois, V.; Santos, G.A.P.; Castro, F.J.V.; Botelho, A.P.; Almeida, T.C.M.; Coutinho, R.
2004. Biodiversity of marine nematodes from na atypical tropical coastal area affected by upwelling (Rio de
Janeiro, Brazil).
Meiofauna Marina
, v. 13. p.37-44.
Fonseca-Genevois, V.; Somerfield, P.J.; Neves, M.H.B.; Coutinho, R.; Moens, T. 2006. Colonization and
early succession on artificial hard substrata by meiofauna.
Marine Biology
, n.148. p.1039-1050.
Gerlach, S.A. 1954. Freilebende Nematoden aus der Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro).
Zoologischer Anzeiger
, n.153. p.135-143.
Gerlach, S.A. 1956a. Brasilianische Meeres-Nematoden 1. (Ergebnisse eines Studienaufenthaltes na der
Universitãt são Paulo),
Boletim do Instituto Oceanográfico de São Paulo
, v. V (1/2). p.3-69.
Gerlach, S.A. 1956b. Die Nematodenbeseiedlung des tropischen Brandungsstrandes von Pernambuco,
Brasilianische Meeres Nematoden II.
Kieler Meeresforsch
, v.12. n.2. p.202-218.
Gerlach, S.A. 1957a. Marine Nematoden aus dem Mangrove-Gebiet von Cananeia (Brasilianische
Meeres-Nematoden III). Abh. Math. – Naturw. Kl.
Academie der Wissenschaften Mainz
, v.5. p.129-176.
Gerlach, S.A. 1957b. Die Nematodenfauna des Sandstrandes na der küste von Mittelb (Brasilianische
Meeres-Nematoden IV).
Mittheihungen aus der Zoologischen Mueum in Berlim
, v.33, n.2. p.411-459.
Gerlach, S.A. 1977. Means of meiofauna dispersal.
Mikrofauna Meeresboden
, n.61. p.89-103.
Gerlach, S.A. 1980. Development of marine taxonomy upo to 1979.
Veroffentlichungen des Institut fur
Meeresforschung, Bremerhaven
, n.18. p.249-255.
Gerlach, S.A.; Riemann, F. 1973. The Bremerhaven Checklist of Aquatic Nematodes: A catalog of
Nematoda Adenophorea excluding the Dorylaimida.
Veroffentlichungen des Instituts fur Meeresforschung in
Bremerhaven
, Supplement, n.4. 404p.
Gerlach, S.A.; Riemann, F. 1974. The Bremerhaven Checklist of Aquatic Nematodes.
Veroffentlichungen des Instituts fur Meeresforschung in Bremerhaven
, Supplement, n.4 (Heft 2). 734p.
Gerlach, S.A.; Hahn, A.E.; Schrage, M. 1985. Size spectra of benthic biomass and metabolism.
Marine
Ecology Progress Series
, n.26. p.161-173.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
120
Gheskiere, T.; Hoste, E.; Vanaverbeke, J.; Vincx, M. Degraer, S. 2004. Horizontal zonation patterns and
feeding structure of marine nematode assemblages on an macrotidal, ultra-dissipative sandy beach (De Panne,
Belgium).
Journal of Sea Research
, n.52. 211-226.
Gheskiere, T.; Vincx, M.; Urban-Malinga, B.; Rossano, C.; Scapini, F.; Degraer, S. 2005. Nematodes
from wave-dominated sandy beaches: diversity, zonation patterns and testing of the isocommunities concept.
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.62. p.365-375.
Giere, O. 1993.
Meiobenthology: the microscopic fauna in aquatic sediments.
Berlin, Springer-Verlag,
328p.
Gourbault, N.; Decraemer, F. 1993. New species of
Glochinema
and
Metaglochinema
(Nematoda,
Epsilonematidae) from New Caledonia.
Zoologica Scripta
, v.22. n.3. p.223-227.
Gourbault, N.; Warwick, R.M.; Helléout, M.N. 1994. A survey of intertidal meiobenthos (especially
Nematoda) in coral sandy beaches of Moorea (French Polynesia).
Bulletin of Marine Science
, n.57. p.476-488.
Gray, J.S.; Rieger, R.M. 1971. A quantitative study of the meiofauna of an exposed sandy beach, at Robin
Hood’s Bay, Yorkshire.
Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom
, v.51. p.1-19.
Hagerman, G.M.; Rieger, R.M. 1981. Dispersal of benthic meiofauna by wave and current action in
Bogue Sound, N.C. USA.
Marine Ecology
, n.2. p.245-270.
Harris, R.P. 1972. Seasonal changes in the meiofauna population of an intertidal sand beach.
Journal of
the Marine Biological Association of the United Kingdom
, v.52. p.389-403.
Heip, C.; Decraemer, W. 1974. The diversity of nematode communities in the southern North Sea.
Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom
, n. 54. p.251-255.
Heip, C.; Vincx, M.; Smol, N.; Vranken, G. 1982. The systematics and ecology of free-living marine
nematodes.
Helminthological Abstracts Series B, Plant ematology
, n.51, v.1. p.1-31.
Heip, C.; Vincx, M.; Vranken, G. 1985. The ecology of marine nematodes.
Oceanography and Marine
Biology Annual Review
, v.23. p.399-489.
Hicks, G.R.F. 1984. Spatio-temporal dynamics of meiobenthic copepod and the impact of predation-
disturbance.
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology
, n.81. p.47-72.
Hockin, D.C. 1982. The effects of sediment particle diameter upon the meiobenthic copepod community
of an intertidal beach: a field and a laboratory experiment.
Journal of Animal Ecology
, n.51. p.555-572.
Hope, W.D.; Murphy, D.G. 1972. A taxonomic hierarchy and checklist of the genera and higher taxa of
marine nematodes.
Smithsonian Contributions to Zoology
, n.137, 101p.
Hopper, B.E.; Meyers, S.P. 1967. Population studies on benthic nematodes within a subtropical seagrass
community.
Marine Biology
, v.1. n.2. p.85-96.
Hourston, M.; Warwick, R.M.; Valesini, F.J.; Potter, I.C. 2005. To what extent are the characteristics of
nematode assemblages in nearshore sediments on the west Australian coast related to habitat type, season and
zone?
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.64. p.601-612.
Hugot, J.P.; Baujard, P.; Morand, S. 2001. Biodiversity in helminths and nematodes as a field of study: an
overview.
ematology
, n.3. p.199-208.
Huling, N.C.; Gray, J.S. 1976. Physical factors controlling abundance of meiofauna on tidal and atidal
beaches.
Marine Biology
, n.34. p.77-83.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
121
Ingole, B.S.; Parulekar, A.H. 1998. Role of salinity in structuring the intertidal meiofauna of a tropical
estuarine beach: Field evidence.
Indian Journal of Marine Science
, n.27. p.356-361.
Jensen, P. 1987. Feeding ecology of free-living aquatic nematodes.
Marine Ecology Progress Series
,
n.35. p.187-196.
Jensen, P. 1988. Nematode assemblages in the deep-sea benthos of Norwegian Sea.
Deep-Sea Research
I
, n.35. p.1173-1184.
Kapusta, S.C.; Wurdig, N.L.; Bemvenuti, C.E.; Pinto, T.K. 2006. Spatial and temporal distribution of
Nematoda in a subtropical estuary.
Acta Limnologica Brasiliensia
, n.18, v.2. p.133-144.
Lage, L. M. 2005.
Distribuição espaço-temporal da meiofauna associada a algas epiliticas em costão
rochoso, com ênfase aos ematoda livres (Arraial do Cabo – Rio de Janeiro, Brazil).
Dissertação (Mestrado
em Biologia Animal), Universidade Federal de Pernambuco, 65p.
Lambshead, P.J.D. 1993. Recent development in marine benthic biodiversity research.
Oceanis
, n.19. p.5-
24.
Lambshead, P.J.D. 2003.
Marine nematode biodiversity.
p.438-468 In: Nematology: Advances and
Perspectives. Volume1 Nematode Morphology, Physiology and Ecology. Chen,Z.X; Chen, S.Y.; Dickson,
D.W.(Eds.). CABI Publishing. 637p.
Li, J.; Vincx, M. 1993. The temporal variation of intertidal nematodes in the Westerschelede. I. The
importance of an estuarine gradient.
etherlands Journal of Aquatic Ecology
, v.27. p.319-326.
Lins, L.; Lima, R.C.; Silva, A.P.C.; Santos, P.J.P.; Fonseca-Genevois, V.G.; Esteves, A.M. 2007. Vertical
distribution of Nematoda in a tropical sandy beach (Maracaípe, Pernambuco, Brasil). In:
Thirteenth
International Meiofauna Conference (THIRIMCO).
Oral 14.
Lira, L.; Fonsêca-Genevois, V. 1998. Interações Biogeológicas da Baía de Tamandaré, Litoral Sul de
Pernambuco.
Caderno Ômega (Série Ciências Aquáticas)
, n. 4. p.85-108.
Lorenzen, C.J. 1967. Determination of chlorophyll and pheopigments: Spectofotometric Equations.
Limnology and Oceanography
, n.12. p. 343-346.
Lorenzen, S. 1994.
The phylogenetic systematics of free-living nematodes.
The Ray Society Institute,
n.162. 383p.
Maida, M.; Ferreira, B.P. 1995. Estudo preliminar sobre o assentamento de corais em um recife na baía de
Tamandaré-PE.
Boletim Técnico Científico do CEPEE
, v.3, n.1, p.23-36.
Maida, M.; Ferreira, B.P. 1997. Coral Reefs of Brazil: An overview.
Proc. 8
th
International Coral Reef
Simposium
, n.1. p.263-274.
Maranhão, G. M. B. 2003.
Distribuição espaço-temporal da meiofauna e da nematofauna do
ecossistema recifal de Porto de Galinhas, Ipojuca, Pernambuco, Brasil.
Tese (Doutorado em Oceanografia
Biológica), Universidade Federal de Pernambuco, 98p.
Maranhão, G.M.B.; Fonseca-Genevois, V.; Passavante, J.Z. de O. 2000. Meiofauna da área recifal da Baía
de Tamandaré (Pernambuco, Brasil).
Trabalhos Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco
,
v.28, n.1. p.47-59.
Mare, M.F. 1942. A study of the marine benthic community with special reference to the micro-
organisms.
Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom
, v.25. p.93-118.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
122
Maria, T.F. 2007.
ematofauna de 3 praias arenosas da Baía de Guanabara, RJ: uma abordagem
taxonômica e ecológica.
Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas Zoologia), Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 201p.
Mayal, E.M.; Amaral, F. 1990. Ecomorfose em alguns escleractíneos da costa Pernambucana.
Trabalhos
Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco
, v.21. p.239-251.
McIntyre, A.D. 1969. Ecology of marine meiobenthos.
Biological Reviews
, n.44. p.245-290.
McIntyre, A.D. 1971. Observations on the status of subtidal meiofauna research. Proceedings of the First
International Conference on Meiofauna. Hullings, (Editor).
Smithsonian Contributions to Zoology
, n.76. p.
149-154.
McLachlan, A. 1977. Studies on the psammolittoral meiofauna of Algoa Bay, South África. II. The
distribution, composition and biomass of the meiofauna and macrofauna.
Zoologica Africana
, v.12. p.33-60.
McLachlan, A. 1983.
Sandy beach ecology a review.
In: Sandy beaches as ecosystems. McLachlan, A.
& Erasmus, T. (eds). The Hague: Dr. W. Junk Publishers. p.321-381.
McLachlan, A.; Turner, I. 1994. The interstitial environment of sandy beaches.
Marine Ecology
, v.15.
p.177-211.
McLachlan, A.; Jaramillo, E. 1995. Zonation on sandy beaches.
Oceanography and Marine Biology
Annual Review
, n.33. p.305-335.
McLachlan, A.; Winter, P.E.D.; Botha, L. 1977. Vertical and horizontal distribution of sub-littoral
meiofauna in Algoa Bay, Soth Africa.
Marine Biology
, n.40. p.355-364.
McLachlan, A.; Wooldridge, T.; Dye, A.H. 1981. The ecology of sandy beaches in Southern Africa.
South African Journal of Zoology
, 16. p. 218-231.
Medeiros, L.R. de A. 1984. Meiofauna da região entre-marés do litoral norte do estado de São Paulo.
Ciência e Cultura
, São Paulo, n.36, p.930.
Medeiros, L.R. de A. 1989.
Meiofauna de Praia Arenosa da Ilha Anchieta, São Paulo.
Dissertação
(Mestrado em Oceanografia Biológica), Universidade de São Paulo. 388p.
Medeiros, L.R. de A. 1997.
ematofauna de Praia Arenosa da Ilha Anchieta, São Paulo.
Tese
(Doutorado em Oceanografia Biológica), Universidade de São Paulo. 388p.
Meyers, S.P.; Hopper, B.E. 1966. Attraction of the marine nematode,
Metoncholaimus
sp. to fungal
substrates.
Bulletin of Marine Science of the Gulf of Caribbean
, n.16. p.142-150.
Meyl, A.H. 1956. Beiträge zur freilebenden nematodenfauna brasiliensis, I. Acht neue nematodenarten der
überfamilie Dorylaimoidea.
ematologica
, v. I, n.4, p.311-325.
Meyl, A.H. 1957. Beiträge zur freilebenden Nematodenfauna Brasiliens II. Weitere neue oder wenig
bekannte Nematodenarten.
Kieler Meeresunters
,
.
n. 13. p.125-133.
Miranda-Júnior, G.V. 2006.
Meiofauna do Arquipélago de São Pedro e o Paulo (ordeste, Brasil),
com ênfase aos ematoda.
Monografia (Graduação em Ciências Biológicas). Universidade Federal de
Pernambuco. 60p.
Moellmann, A. M. 2003.
Variação espacial e temporal da meiofauna de duas praias arenosas do
estado de São Paulo e efeito do turismo sobre a meiofauna e os nematoda durante o verão.
Tese (Doutorado
em Oceanografia Biológica), Universidade de São Paulo, 155p.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
123
Moens, T.; Vincx, M. 1997. Observations on the feeding ecology of estuarine nematodes.
Journal of the
Marine Biological Association of the United Kingdom
, v.77. p.211-227.
Moens, T.; Vincx, M. 1998. On the cultivation of free-living marine and estuarine nematodes.
Helgolander Meeresunters
, n.52. p.115-139.
Moens, T.; Van Gansbeke, D.; Vincx, M. 1999. Linking estuarine intertidal nematodes to their suspected
food. A case study from the Westerschelde Estuary (SW Netherlands).
Journal of the Marine Biological
Association of the United Kingdom
, v.79. p.1117-1127.
Moura, R.T.; Passavante, J.Z.O. 1994/1995. Biomassa fitoplanctônica da Baía de Tamandaré, Rio
Formoso Pernambuco, Brasil.
Trabalhos Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco
, v.23.
p.1-15.
Nascimento, A.P. do. 1998.
Meiofauna mediolitorânea das praias urbanas de Pernambuco no
período de seca.
Dissertação (Mestrado em Biologia Animal), Universidade Federal de Pernambuco. 67p.
Netto, S. A., 1999.
Meiofauna and macrofauna communities of Rocas Attol.
Tese (Doutorado em
Ciências Biológicas). Universidade de Plymouth (Inglaterra), 117p.
Netto, S.A.; Gallucci, F. 2003. Meiofauna and macrofauna communities in a mangrove from the Island of
Santa Catarina, South Brazil.
Hydrobiologia
, v.505. p.159-170.
Nicholas, W.L. 2001. Seasonal variations in nematode assemblages on an Australian temperate ocean
beach; the effect of heavy seas and unusually high tides.
Hydrobiologia
, n.464. p.17-26.
Nicholas, W.L.; Hodda, M. 1999. The free-living nematodes of a temperate, high energy, sandy beach,
faunal composition and variation over space and time.
Hydrobiologia
, n.394. p.113-127.
Nunes, J. L. S. 2003.
Colonização da meiofauna em ambientes algal e mimético do infralitoral da ilha
de Cabo Frio, Arraial do Cabo-RJ, Brasil.
Dissertação Mestrado em Oceanografia, Departamento de
Oceanografia, CTG, UFPE. 105p.
Ólafsson, E. 1991. Intertidal meiofauna of four sandy beaches in Iceland.
Ophelia
, n.33, p.55-65.
Oliveira, D.A.S.de. 2007.
Meiofauna associada a macroalgas na Praia do Cupê (Ipojuca-PE-Brasil)
com referência aos Tardigrada e ematoda livres.
Monografia. Bacharelado em Ciências Biológicas.
UFRPE. 47p.
Ott, J. 1972.
Studies on the diversity of the nematode fauna in intertidal sediments.
In: Fifth Europian
Marine Biology Symposium. Battaglia, B. (Editor). p. 275-285.
Palmer, M.A. 1984. Invertebrate drift: behavioral experiments with intertidal meiobenthos.
Marine
Behavioral Physiology
, v.10. p.235-253.
Palmer, M.A. 1988. Dispersal of marine meiofauna: a review and a conceptual model explaining passive
transport and active emergence with implications for recruitment.
Marine Ecology Progress Series
, v. 48. p. 81-
91.
Palmer, M.A.; Brandt, R.R. 1981. Tidal variation in sediment densities of marine benthic Copepods.
Marine Ecology Progress Series
, v.4. p. 207-212.
Palmer, M.A.; Gust, G. 1985. Dispersal of meiofauna in a turbulent tidal creek.
Journal of Marine
Research
, n.43. p.179-210.
Pattnaik, A.; Rao, M.V.L. 1990. Composition and distribution of interstitial meiofauna of the sandy beach
at Golpapur South Orissa Coast.
Indian Journal of Marine Sciences
, n. 19. p.165-170.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
124
Pinto, T. K. O 2003.
As associações de meiofauna na região estuarina da Lagoa dos Patos-RS:
interações biológicas e efeitos antrópicos.
Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica), Fundação
Universidade do Rio Grande, 135p.
Pinto, T.K.; Austen, M.C.; Bemvenuti, C.E. 2006. Effects of macroinfauna sediment disturbance on
nematode vertical distribution.
Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom
, n.86. p.
227-233.
Platt, H.M. 1977. Ecology of free-living marine nematodes from an intertidal sandflat in Stragford Lough,
Northern Ireland.
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.5. p.685-693.
Platt, H.M.; Warwick, R.M. 1980.
The significance of free-living nematodes to the littoral ecosystem.
In: The shore environment, vol.2: Ecosystems. Price, J.H.; Irvine, D.E.G. & Farnham, W.F. (Editores),
Academic Press, London, 729-759p.
Platt, H.M.; Warwick, R.M. 1983.
Free-living Marine ematodes. Part I. British Enoplids.
Synopses
of the British Fauna (New Series). Cambridge University Press. No.28. 307p.
Platt, H.M.; Warwick, R.M. 1988.
Free-living Marine ematodes. Part II. British Chromadorids.
Synopses of the British Fauna (New Series). Brill, Leiden. No.38. 502p.
Rebouças, A.C. Sedimentos da baía de Tamandaré, Pernambuco. 1966/1967.
Trabalhos do Instituto de
Oceanografia da UFPE
., 7/8. p.187-206.
Remane, A. 1933. Verteilung und Organisation der benthonischen Mikrofauna der Kieler Bucht.
Wissenschaftliche Meeresunters (Kiel)
, n. 21. p.161-221.
Renaud-Mornant, J.; Bodin, P.; Bodiou, J.Y.; Boucher, G.; De Bovée, F.; Castel, J.; Coineau, N.; Courties,
C.; Gourbault, N.; Guidi, L.; Lasserre, P.; Soyer, J.; Tourné, T. 1984.
Estimation du rôle énergétique et
dynamique spatio-temporelle du meiobenthos en milieu littoral: échantillonnage et méthodologie.
Paris:
Centre National de la Rechersche Scientifique. 232p. (Rapport Final, 982002).
Ribeiro, V.S.S. 1999.
Relações dos fatores ambientais com a meiofauna na praia de Tamandaré, PE
– Brasil.
Dissertação (Mestrado em Biologia Animal), Universidade Federal de Pernambuco. 76p.
Rios, E.C. 1994.
Seashells of Brazil.
Rio Grande, Museu Oceanográfico Prof. E.C. Rios da FURG,
Edição, 386p.
Rocha, C.M.C. da. 1991.
Meiofauna da margem sul da Ilha de Itamaracá (PE), com especial
referência aos Tardigrada.
Dissertação (Mestrado em Oceanografia Biológica), Universidade Federal de
Pernambuco, 263p.
Rocha, C. M. C. da. 2003.
Efeito do substrato fital na comunidade meiofaunística associada com
ênfase aos nematoda livres.
Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica), Universidade Federal de
Pernambuco, 120p.
Rocha, C.M.C. da.; Fonseca-Genevois, V.G.; Castro, F.J.V.; Bezerra, T.N.C.; Venekey, V.; Botelho, A.P.
2004. Environmental interactions of
Battilipes pennaki
(Tardigrada, Heterotardigrada) in a tropical sandy beach
(Itamaracá, Pernambuco, Brasil).
Meiofauna Marina
, v.13, p.79-86.
Rocha, C.M.C. da; Venekey, V.; Bezerra, T.N.C.; Souza, J.R.B. 2006. Phytal marine nematode
assemblages and their relation with the macrophytes structural complexity in a Brazilian tropical rocky beach.
Hydrobiologia
, n.553. p.219-230.
Rodrigues, A.C.L. 2002.
Variação espacial da meiofauna com ênfase à nematofauna na Bacia do
Pina, Pernambuco Brasil.
Dissertação (Mestrado em Biologia Animal), Universidade Federal de
Pernambuco, 75p.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
125
Roggen, D.R. 1970. Functional aspects of the lower size – limit of nematodes.
ematologica
, v.16.
p.532-536.
Rudnik, D.T.; Elmgren, R.; Frithsen, J.B. 1985. Meiofaunal prominence and benthic seasonality in a
coastal marine ecosystem.
Oecologia
, n.16. p.157-170.
Santos, G.A.P. 2002.
Biodiversidade da nematofauna de uma área de ressurgência da costa
brasileira com especial referência ao efeito da predação de peixes sobre a meiofauna.
Monografia.
(Bacharelado em Ciências Biológicas), Universidade Federal de Pernambuco, 78p.
Santos, M. das G. B. 1997.
Efeito da poluição por coliformes fecais sobre a comunidade de meiofauna
nas praias urbanas de Pernambuco Brasil.
Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas), Universidade
Federal de Pernambuco, 78p.
Santos, P.J.P.; Castel, J.; Souza-Santos, L.P. 1996. Seasonal variability of meiofaunal abundance in the
oligo-mesohaline área of the Gironde Estuary, France.
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.43. p.549-563.
Schneider, W. 1939.
Freilebende und pflanzenparasitische ematoden.
In: Die Tierwelt Deutschlands.
Dahl, F. (Editor). Jena: Gustav Fischer Verlag. Part 36, 260p.
Schratzberger, M.; Warwick, R.M. 1998. Effects of physical disturbance on nematode communities in
sand and mud: a microcosm experiment.
Marine Biology
, n.130. p.643-650.
Schratzberger, M.; Warwick, R.M. 1999. Differential effects of various types of disturbances on the
structure of nematode assemblages: an experimental approach.
Marine Ecology Progress Series
, n.181. p. 227-
236.
Schuurmans-Stekhoven, J.H. 1935.
ematoda: Systematischer Teil, ematoda errantia.
In: Die
Tierwelt der Nord und Ostsee. Grimpe, G. & Wagler, E. (Editors). v.5b. 173p.
Sharma, J.; Webster, J.M.; 1983. The abundance and distribution of free-living nematodes from two
Canadian Pacific beaches.
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.16. p.217-227.
Sherman, K.; Coull, B.C. 1980. The response of meiofauna to sediment disturbance.
Journal of
Experimental Marine Biology and Ecology
, n.46. p.59-71.
Sibert, J.R. 1981. Intertidal hyperbenthic population in the Nanaimo Estuary.
Marine Biology
, n.64.
p.259-265.
Silva, A.P.C. da. 2002.
Ecologia de Copepoda Harpacticoida (Crustácea) na Praia Arenosa de
Tamandaré, Pernambuco.
Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas), Universidade Federal de
Pernambuco, 37p.
Silva, A.P.C. da. 2006.
Efeito da maré na distribuição vertical da meiofauna e de Copepoda
Harpacticoida na praia arenosa de Maracaípe (Pernambuco, Brasil).
Dissertação (Mestrado em
Oceanografia Biológica), Universidade Federal de Pernambuco, 56p.
Silva, G.S. da. 1997.
Prospecção do meiobenthos mediolitorâneo da baía de Tamandaré, litoral sul
de Pernambuco com especial ênfase aos Acari.
Dissertação (Mestrado em Oceanografia Biológica),
Universidade Federal de Pernambuco, 106p.
Silva, M. C. (a) 2004.
Meiofauna como estoque alimentar para peixes juvenis (Gobiidae e Gerridae)
do Canal de Santa Cruz, Itamaracá, Pernambuco com ênfase aos ematoda livres.
Dissertação (Mestrado
em Biologia Animal), Universidade Federal de Pernambuco, 79p.
Silva, N.R.R. 2001.
Distribuição dos ematoda livres em tanques evaporação da salina Diamante
Branco, Galinhos-R.
Monografia. (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Federal Rural de
Pernambuco. 41p.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
126
Silva, N.R.R. (b) 2004.
Distribuição espacial dos ematoda livres em um gradiente hipersalino do
ordeste Brasileiro.
Dissertação (Mestrado em Biologia Animal), Universidade Federal de Pernambuco, 62p.
Silva, V.M.A.P.; Grohmann, P.A.; Esteves, A.M. 1997. Aspectos gerais do estudo da meiofauna.
Oecologia Brasiliensis,
n.3. p.67-92.
Sobral, L.D.T. 2006.
Caracterização da comunidade de meiofauna da Praia do Catussaba (Stella
Mares, Salvador Bahia).
Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas), Universidade Federal da Bahia,
30p.
Soetaert, K.; Vincx, M.; Wittoeck, J.; Tulkens, M.; Van Gansbeke, D. 1994. Spatial patterns of
Westerschelde meiobenthos.
Estuarine, Coastal and Shelf Science
, n.39. p.367-388.
Souza, E.M. de J. 1997.
Estudo da meiofauna de uma praia da baia de Tamandaré, Pernambuco
(Brasil): efeito mareal, variação temporal e dispersão.
Dissertação (Mestrado em Biologia Animal),
Universidade Federal de Pernambuco, 89p.
Souza-Santos, L.P.; Castel, J.; Santos, P.J.P. 1995. Feeding rate of the epibenthic harpacticoid copepod
Harpacticus flexus
: laboratory experiments using fecal pellet counts.
Vie et Milieu
, n.45 (I). p. 75-83.
Souza-Santos, L.P.; Ribeiro, V.S.S.; Santos, P.J.P.; Fonsêca-Genevois, V. 2003. Seasonality of intertidal
meiofauna on a tropical sandy beach in Tamandaré Bay (Northeast Brazil).
Journal of Coastal Research
, SI 35.
p.269-277.
Souza-Santos, L.P.; Santos, P.J.P.; Fonseca-Genevois, V.G. 2004.
Meiofauna.
In: Oceanografia: um
cenário tropical. Eskinazi-Leça, E,; Neumann-Leitão, S; Costa, M.F. (Organizadores). Editora Bagaço. p.529-
554.
Sterrer
,
W. 1973. Plate tectonics as a mechanism for dispersal and speciation in interstitial sand fauna.
etherlands Journal of Sea Research
, n.7. p.200-222.
Steyaert, M.; Herman, P.M.J.; Moens, T.; Widdows, J.; Vincx, M. 2001. Tidal migration of nematodes on
an estuarine tidal flat (the Molenplaat, Schelde estuary, SW Netherlands).
Marine Ecology Progress Series
,
v.224. p. 299-304.
Stiles, C.W.; Hassal, A. 1905. The determination of generic types and a list of roundworm genera, with
their original and type species.
Bulletin Bureau of Animal Industry, U.S. Dept. of Agriculture
, n.79. 150p.
Suguio, K. 1992.
Dicionário de Geologia Marinha.
Biblioteca de Ciências Naturais. n.15. 317p.
Swedmark, K.B. 1964. The intersticial fauna of marine sand.
Biological Review
, n.39. p.1-42.
Tarjan, A.C. 1980.
An illustrated guide to the marine nematodes.
Florida, USA: University of Florida,
Institue of Food and Agricultural Sciences, 135p.
Tietjen, J.H. 1977. Population distribution and structure of the free-living nematodes of Long Island
Sound.
Marine Biology
, n.43. p.123-136.
Tietjen, J.H.; Lee, J.J. 1972. Life cycles of marine nematodes. Influence of temperature and salinity on the
development of
Monhystera denticulate
Timm.
Oecologia
, n.10. p.167-176.
Tita, G.; Vincx, M.; Desrosiers, G. 1999. Size spectra, body width and morphotypes of intertidal
nematodes: na ecological interpretation.
Journal of the Marine Biological Association of the United
Kingdom
, n.79. p.1007-1015.
Tristle, D. 1980. The response of a harpacticoid copepod community to a small scale natural disturbance.
Journal of Marine Research
, n.38. p.381-469.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
127
Ullberg, J.; Ólafsson, E. 2003. Free-living marine nematodes actively choose habitat when descending
from the water column.
Marine Ecology Progress Series
, v.260. p.141-149.
Vanhove, S.; Arntz, W.; Vincx, M. 1999. Comparative study of the nematode communities on the
southeastern Weddell Sea shelf and slope (Antártica).
Marine Ecology Progress Series
, n.181. p.237-256.
Vannini, M.; Chelazi, G. 1985. Behavioural adaptations to the tropical intertidal life.
Oebalia
, v.11. p.23-
37.
Venberg, W.B.; Coull, B.C. 1981.
Meiofauna.
In: Vernberg, F.J. & Vernberg, W.B. (Editores).
Functional adaptations of marine organisms. Academic Press. New York. p.147-177.
Venekey, V. 2002.
Microhabitat preferences in salt-marsh nematodes: is attraction towards bactéria
important?
Dissertação (Mestrado em Nematologia), University of Gent (Bélgica), 38p.
Venekey, V.; Lage, L.M.; Fonsêca-Genevois, V.G.da. 2005.
Draconema brasiliensis
and
Draconema
fluminensis
(Chromadorida, Draconematidae): two new species of free living nematodes from a rocky shore
affected by upwelling on the Brazilian coast.
Zootaxa
, n.1090. p.51-64.
Vieira, D.A.N. 2000.
Macrozooplâncton recifal da Baía de Tamandaré, Pernambuco-Brasil.
Tese
(Doutorado em Oceanografia Biológica), Universidade Federal de Pernambuco. 107p.
Wandeness, A.P.; Esteves, A.M.; Subrinho, S.J.R.P.; Nogueira, C.S.R. 1997. Meiofauna da zona entre-
marés da Praia dos Anjos, Arraial do Cabo, RJ.
Oecologia Brasiliensis
, v.3. p.93-106.
Warwick, R.M. 1971. Nematode associations in the Exe estuary.
Journal of the Marine Biological
Association of the United Kingdom
, v.51. p.439-454.
Warwick, R.M. 1977. The structure and seasonal fluctuations of phytal marine Nematoda associations of
the Isles of Scilly. In: Biology of Benthic Organisms.
Proceddings of 11
th
European Marine Biology
Symposium
. Oxford, Pergamon Press. p.577-585.
Warwick, R.M.; Price, R. 1979. Ecological and metabolic studies on free-living nematodes from estuarine
mud-flat.
Estuarine and Coastal Marine Science
, v.9. p.257-271.
Warwick, R.M.; Platt, H. M.; Sommerfield, P.J. 1998.
Free-living Marine ematodes. Part III. British
Monhysterids.
Synopses of the British Fauna (New Series). Shrewsbury: Field Studies Council. n.53. 296p.
Wieser, W. 1953a. Die Beziehung zwischen Mundhoehlengstalt, Ernaehrungsweise und Vorkommen bei
frelebenden marinen Nematoden. Eine oekologisch morphologische studie.
Arkive Zoologische
, ser. II, 4.
p.439-484.
Wieser, W. 1953b. Free-living marine nematodes. I. Enoploidea.
Acta Universitatis Lund (.F.2)
, v.
49(6). p.1-55.
Wieser, W. 1954. Free-living marine nematodes. II. Chromadoroidea.
Acta Universitatis Lund (.F.2)
,
v. 50(16). p.1-148.
Wieser, W. 1956. Free-living marine nematodes. III. Axonolaimoidea and Monhysteroidea.
Acta
Universitatis Lund (.F.2)
, v. 52(13). p.1-115.
Wieser, W. 1959. The effect of grain size on the distribution of small invertebrates inhabiting the beaches
of Puget Sound.
Limnology and Oceanography
, n.4. p. 181-194.
Wieser, W. 1960. Benthic studies in Buzzards Bay. II. The meiofauna.
Limnology and Oceanography
,
n.5. p.121-137.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
128
Wieser, W.; Kanwisher, J. 1961. Ecological and physiological studies on marine nematodes from a small
salt marsh near Woods Hole, Massachusetts.
Limnology and Oceanography
, n.6. p.262-270.
Wieser, W.; Hopper, B.E. 1967. Marine nematodes of the east coast of North America. I.Florida.
Bulletin
Museum of Comparative Zoology
, n.135. p.239-344.
Wilson, M.R. 2000. Loss of taxonomists is a threat to pest control.
ature
, n.147. p.559.
Winoto Suatmadji, R.; Coomans, A.; Rashid, F.; Geraert, E.; McLaren, D.A. 1988. Nematodes oof the
Krakatau Archipelago, Indonesia: A preliminary overview.
Philosophical Transactions of the Royal Society of
London
, B 322. p.369-378.
Young, P. S.; 1998.
Catalogue of Crustacea of Brazil
. Museu Nacional/RJ, v. 1. 718 p.
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
129
ANEXOS
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
130
AEXO 01. Lista de gêneros encontrados para os ambientes estudados na Costa Brasileira. Asteriscos indicam gêneros de ocorrência exclusiva para cada ambiente.
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Acantholaimus
X X X
Acanthonchus
X X X X
X
Acanthopharynx
X*
Acrobeles
X*
Actarjania
X*
Actinonema
X X X X
Adoncholaimus
X X X
Aegialoalaimus
X X
X
Ammotheristus
X*
Amphimonhystera
X X
Amphimonhystrella
X X
Anonchus
X*
Anoplostoma
X X X
Anticoma
X X X
Anticomopsis
X*
Anticyathus
X X
Antomicron
X X
Apodontium
X*
Aponema
X X
Aporcelaimus
X*
Araeolaimus
X X X
Ascolaimus
X X X X
Assia
X*
Astomonema
X X
Atrochromadora
X
X
Axonolaimus
X X X X X
Barbonema
X*
Bathyepsilonema
X*
Bathyeurystomina
X X
Bathylaimus
X X X X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
131
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Belbolla
X X
Gen. n deste trabalho
X*
Bolbolaimus
X X X X
Boucherius
X*
Calomicrolaimus
X X
Calyptronema
X X X
X
Camacolaimus
X X X X
Campylaimus
X*
Catanema
X
X
Ceramonema
X X X
Cervonema
X*
Chaetonema
X*
Cheironchus
X
Choanolaimus
X*
Choniolaimus
X
Chromadora
X X X X X
X
Chromadorella
X X X X X X
X
Chromadorina
X X X X
X
Chromadorita
X X X X
X
Chromaspirinia
X X X X X
Chronogaster
X*
Cobbia
X X X X
Comesa
X*
Comesoma
X X X X X
Conilia
X*
Crenopharyncx
X X X X
Cricolaimus
X
X
Croconema
X*
Cyartonema
X X X
Cyatholaimus
X X X X X
Cylicolaimus
X X X
Cynura
X*
Cytolaimium
X*
Dagda
X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
132
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Daptonema
X X X X X X
X
Dasynemella
X*
Dasynemoides
X X X
Demonema
X*
Desmodora
X X X X X X
X
Desmogerlachia
X*
Desmolaimus
X X X X X
X
Desmolorenzenia
X X
Desmoscolex
X X X X X
Deontolaimus
X*
Dichromadora
X X X X X X
X
Didelta
X*
Diodontolaimus
X*
Diplolaimella
X X X X
Diplolaimelloides
X X X
Diplopeltis
X X X
Diplopeltoides
X X
Diplopeltula
X X
Disconema
X*
Dolicholaimus
X X X
Doliolaimus
X*
Dorylaimoides
X*
Dorylaimopsis
X X X
Dorylaimus
X*
Dracognomus
X*
Dracograllus
X*
Draconema
X X X X
Echinodesmodora
X*
Eleutherolaimus
X X X X
Elzalia
X X
Endeolophus
X X
Enoploides
X*
Enoplolaimus
X X X
Enoplus
X X X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
133
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Epacanthion
X X X
Epsilonema
X X X X
Ethmolaimus
X X
Eubostrichus
X X X
Eucephalobus
X*
Euchromadora
X X X X X X
X
Eurystomina
X X X X X
X
Fenestrolaimus
X X
Filitonchus
X*
Gammanema
X X X
Gammarinema
X*
Gerlachius
X*
Gnomoxyala
X X
Gomphionchus
X*
Gomphionema
X X X X
Gonionchus
X*
Graphonema
X X X
X
Halalaimus
X X X X X
Halaphanolaimus
X*
Halichoanolaimus
X X X X X
X
Halinema
X*
Haliplectus
X X X
Heterocephalobus
X*
Hopperia
X X X
Hypodontolaimus
X X X X X
Ingenia
X*
Innocuonema
X X X
Ionema
X*
Karkinochromadora
X
X
Kosswigonema
X*
Kraspedonema
X X
Laimella
X X X
Latronema
X X X
Lauratonema
X*
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
134
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Leptolaimoides
X*
Leptolaimus
X X X
X
Leptonchus
X*
Leptonemella
X X
Leptosomatum
X X X
Linhomoeus
X X X X X X
Linhystera
X X
Listia
X*
Longicyatholaimus
X X X X X
Manunema
X*
Marylynnia
X X X X X X
X
Megadesmolaimus
X X X
Mesacanthion
X X X
Mesacanthoides
X*
Metachromadora
X X X X X X
X
Metacomesoma
X X
Metacyatholaimus
X X X
Metadasynemella
X*
Metadasynemoides
X X
Metadesmolaimus
X X X
Metalinhomoeus
X X X X X X
X
Metaparoncholaimus
X X X
Metepsilonema
X X X X
X
Metoncholaimus
X X X X X X
Meyersia
X*
Microlaimus
X X X X X X
X
Minolaimus
X*
Molgolaimus
X X X X X
Monhystera
X*
Monoposthia
X X X X X X
Morlaixia
X*
annolaimoides
X X
annolaimus
X*
emanema
X X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
135
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
eochromadora
X X X X X X
eotonchus
X X
otochaetosoma
X*
udora
X X X
ygmatonchus
X X
ygolaimus
X*
Odontanticoma
X X
Odontophora
X X X X X
Odontophoroides
X*
Omicronema
X X
Onchium
X X
Oncholaimellus
X X X
Oncholaimus
X X X X X X
X
Onyx
X*
Oxyonchus
X*
Oxystomina
X X X X X
Paracanthonchus
X X X X X X
Parachromadorita
X X X X
Paracomesoma
X X X X X
X
Paracyatholaimoides
X X X X
Paracyatholaimus
X X X X X X
Paradesmodora
X X X
Paradoxorhabditis
X*
Paraethmolaimus
X*
Paralinhomoeus
X X X
X
Paralongicyatholaimus
X X X X X
X
Paramesacanthion
X X
Paramesonchium
X X
Paramicrolaimus
X X
Paramonohystera
X X X X X
Paraphanolaimus
X*
Parapinnanema
X
X
Parastomonema
X*
Pareurystomina
X X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
136
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Parodontophora
X X X X
Paroxystomina
X*
Perepsilonema
X X X
Perspiria
X X X
Phanoderma
X X X X X
Phanodermella
X*
Phanodermopsis
X X
Pierrickia
X X
X
Platycoma
X X
Platycomopsis
X*
Polygastrophora
X X X
Polysigma
X X X
X
Pomponema
X X X X X X
Pontonema
X X X
X
Praeacanthanchus
X X
Prismatolaimus
X*
Procamacolaimus
X
X
Prochaetosoma
X X X
Prochromadora
X X
Prochromadorella
X X X X X
Promonhystera
X X X X X
Prooncholaimus
X X X X
X
Prorhynchonema
X*
Psammonema
X X
Pselionema
X X X X
Pseudochromadora
X X X X X
Pseudolella
X*
Pseudosteineria
X X X X
X
Pterygonema
X*
Ptycholaimellus
X X X X
X
Quadricoma
X X X X
Retrotheristus
X X X
Rhabditis
X X
Rhabdocoma
X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
137
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Rhabdodemania
X
X
Rhinema
X*
Rhips
X X X
Rhynchonema
X X X X
Richtersia
X X X
Robbea
X*
Sabatieria
X X X X X X
X
Scaptrella
X*
Setoplectus
X X
Setosabatieria
X X
Sigmophoranema
X X X X
X
Siphonolaimus
X X X X
Southernia
X X
Southerniella
X X
Sphaerolaimus
X X X X
Spiliphera
X X X
X
Spilophorella
X X X X X
X
Spirinia
X X X X X X
X
Spirobolbolaimus
X X X
Steineria
X X X X
Steineridora
X
X
Stephanolaimus
X X
Stygodesmodora
X*
Stylotheristus
X*
Subsphaerolaimus
X*
Symplocostoma
X X X X
X
Synodonthium
X X
Synonchiella
X X
Synonchium
X X
Synonema
X X
X
Syringolaimus
X X X X X
X
Tarvaia
X X
Terschellingia
X X X X X X
X
Thalassironus
X X
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
138
Praias Arenosas Estuários Fital Ilhas Oceânicas Beach Rocks Salina Artificial
Thalassoalaimus
X X
Thalassomonhystera
X X X X X X
Theristus
X X X X X X
X
Thoracostoma
X
X
Trefusia
X X X
Trefusialaimus
X*
Tricoma
X X X X X
Tricotheristus
X X X X
Trileptium
X
Tripyloides
X X X X
Trissonchulus
X X X X
Trochamus
X X X
Tubolaimoides
X*
Tylencholaimus
X*
Valvaelaimus
X*
Vasostoma
X*
Viscosia
X X X X X X
X
Wieseria
X X X
Xenella
X X
Xenolaimus
X*
Xyala
X*
Zygonemella
X*
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
139
AEXO 02.
Densidades médias dos gêneros encontrados nos estágios da maré durante o estudo da
influência do ciclo da maré em Tamandaré-PE, Brasil.
Baixa-mar Enchente Preamar Vazante
Acantholaimus
0,66 - - 0,05
Araeolaimus
- 0,34 2,24 1,00
Axonolaimus
14,70 33,46 8,18 12,10
Bathylaimus
3,32 4,51 4,24 3,69
Gen.n
.
2,95 5,45 5,11 5,42
Calomicrolaimus
2,28 0,92 1,15 9,96
Camacolaimus
0,46 0,16 0,25 1,00
Chromadorita
0,78 0,17 0,52 4,45
Chromaspirinia
- 0,04 - -
Cynura
0,63 1,86 1,04 2,59
Daptonema
2,08 - 0,32 7,92
Desmodora
- - 0,04 -
Dichromadora
- - - 1,47
Diodontolaimus
- - - 0,26
Elzalia
- - 0,17 -
Endeolophus
0,06 0,18 1,19 1,03
Enoploides
- - 0,04 -
Eurystomina
0,46 - 0,79 0,88
Halalaimus
- - 0,04 -
Haliplectus
- - 0,29 -
Innocuonema
- 0,14 - 1,47
Latronema
3,88 2,99 3,57 4,82
Lauratonema
- - - 0,73
Marylynnia
4,40 5,97 6,52 3,25
Mesacanthion
7,28 2,51 26,60 13,41
Metachromadora
55,30 96,83 74,40 63,07
Metadasynemoides
- - - 0,14
Microlaimus
24,54 12,28 14,91 23,49
eochromadora
0,06 - 0,20 -
Oxystomina
- 0,05 - 1,47
Parachromadorita
- - - 0,89
Paracomesoma
0,01 - - 0,05
Paracyatholaimoides
0,20 0,02 0,05 2,57
Paramesonchium
- 0,05 - 1,47
Paramonohystera
- 0,64 0,32 -
Perepsilonema
50,62 116,50 17,01 53,56
Procamacolaimus
3,33 0,39 4,33 2,90
Pseudosteineria
10,66 0,12 23,39 26,20
Rhynchonema
- 5,57 - -
Scaptrella
- - 0,05 0,27
Stephanolaimus
- - - 0,73
Synonchium
0,23 - 0,25 -
Tarvaia
0,01 - - -
Theristus
5,72 8,04 3,48 8,06
Trileptium
0,50 0,06 0,58 0,95
Trissonchulus
- 0,44 - 0,54
Viscosia
0,54 0,49 1,71 1,96
Wieseria
0,08 0,11 - 0,04
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
140
AEXO 03.
Densidades médias dos gêneros encontrados nos meses durante o estudo da influência do
ciclo da maré em Tamandaré-PE, Brasil.
Maio Julho Setembro ovembro
Acantholaimus
0,71 - - -
Araeolaimus
- - 2,67 -
Axonolaimus
10,04 6,21 20,80 31,39
Bathylaimus
- 0,21 0,80 14,74
Gen. n. - 1,21 2,48 15,24
Calomicrolaimus
12,34 0,09 0,02 1,86
Camacolaimus
- - 0,10 0,88
Chromadorita
5,59 0,08 0,25 -
Chromaspirinia
- - 0,04 -
Cynura
1,56 0,07 1,93 2,56
Daptonema
6,33 - 4,00 -
Desmodora
- 0,04 - -
Dichromadora
- - 1,47 -
Diodontolaimus
- - - 0,26
Elzalia
0,17 - - -
Endeolophus
- 0,06 0,51 1,90
Enoploides
- - 0,04 -
Eurystomina
- 0,16 0,73 1,24
Halalaimus
- 0,04 - -
Haliplectus
- 0,04 0,25 -
Innocuonema
- - 1,61 -
Latronema
6,05 0,81 5,70 2,70
Lauratonema
- - 0,74 -
Marylynnia
3,38 3,24 3,74 9,78
Mesacanthion
9,40 1,97 4,99 33,45
Metachromadora
245,78 25,74 9,06 9,01
Metadasynemoides
- - 0,14 -
Microlaimus
1,11 6,55 19,36 48,19
eochromadora
- - 0,20 0,06
Oxystomina
- - 1,52 -
Parachromadorita
0,16 - 0,73 -
Paracomesoma
0,06 - - -
Paracyatholaimoides
- - 2,64 0,20
Paramesonchium
- - 1,52 -
Paramonohystera
0,64 - 0,32 -
Perepsilonema
5,97 12,50 206,76 12,47
Procamacolaimus
- 0,20 0,86 9,88
Pseudosteineria
2,59 4,94 8,31 49,98
Rhynchonema
0,12 - - -
Scaptrella
- - 0,05 0,27
Stephanolaimus
- - 0,73 -
Synonchium
- - - 0,48
Tarvaia
- 0,01 - -
Theristus
12,69 3,92 8,08 0,60
Trileptium
- - 0,02 2,08
Trissonchulus
- - 0,54 0,44
Viscosia
1,55 0,11 1,59 1,46
Wieseria
- 0,23 - -
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
141
Anexo 04.
Densidades médias dos gêneros encontrados ao longo dos pontos de coleta e estratos durante o
estudo de coleta anual em Tamandaré-PE.
Ponto Inferior Ponto Superior
0-10cm 10-20cm 0-10cm 10-20cm
Acantholaimus
- 0,27 0,86 -
Anoplostoma
- 0,43 - -
Axonolaimus
1,46 1,52 2,38 0,72
Bathylaimus
0,25 - 1,00 1,27
Calomicrolaimus
47,41 9,72 133,06 170,06
Camacolaimus
- - - 0,19
Chromadorita
3,87 2,31 4,57 9,97
Chromaspirinia
0,25 - - -
Cobbia
0,12 - - -
Cricolaimus
- - - 8,49
Cynura
- - 0,13 -
Daptonema
12,35 4,37 1,00 -
Desmodora
0,33 - - -
Desmolaimus
- - 0,86 -
Dichromadora
- - 0,42 -
Diplolaimelloides
- - 0,19 0,64
Diplopeltula
- - - 2,42
Endeolophus
0,31 - - -
Enoploides
1,21 - - -
Eubostrichus
- 3,74 0,42 -
Eurystomina
0,62 0,51 - -
Halalaimus
- - 13,10 6,80
Innocuonema
- 0,67 3,81 -
Latronema
0,70 0,96 68,97 128,17
Lauratonema
- 0,19 - 1,21
Marylynnia
- 7,11 0,86 -
Mesacanthion
2,78 7,12 113,17 73,12
Metachromadora
4,01 0,71 38,11 64,27
Metadasynemoides
1,26 - 1,00 -
Microlaimus
0,28 4,75 2,21 1,81
Molgolaimus
- 0,05 - 0,90
emanema
- 0,67 - -
Odontanticoma
- 1,34 - -
Oncholaimellus
- - 0,42 16,59
Oncholaimus
0,35 1,00 - 2,14
Paracyatholaimoides
7,12 4,27 9,04 7,67
Paramesonchium
0,35 - - -
Perepsilonema
0,45 0,04 16,58 6,04
Procamacolaimus
0,35 0,05 8,12 -
Prochromadorella
- - 0,42 -
Promonhystera
0,25 0,67 - -
Pseudochromadora
0,18 - - -
Pseudosteineria
- - 0,54 -
Rhynchonema
8,23 2,61 1,42 13,00
Southerniella
- - - 0,49
Spirinia
4,98 0,72 6,28 -
Synodontium
- 0,43 - -
Synonchium
0,42 9,97 - 3,64
Terschellingia
1,46 0,54 1,61 0,49
Thalassironus
0,18 - - -
Theristus
5,96 4,95 15,61 5,20
Tricoma
- 1,01 - 1,21
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
142
Ponto Inferior Ponto Superior
0-10cm 10-20cm 0-10cm 10-20cm
Trileptium
3,00 15,17 29,32 95,03
Trissonchulus
- 0,20 0,55 -
Tubolaimoides
- - 1,72 -
Viscosia
1,09 4,34 3,13 14,33
Xyala
0,35 - - -
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
143
Anexo 05. Densidades médias dos gêneros encontrados ao longo dos meses durante o estudo de coleta anual em Tamandaré-PE.
Out ov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Acantholaimus - - - - - - - - 2,58 - 0,24 2,35
Anoplostoma - - 1,29 - - - - - - - - -
Axonolaimus 5,95 6,77 - - 0,56 4,67 0,76 - - - 0,69 8,73
Bathylaimus - - - - - - - 11,98 3,82 - 0,69 -
Calomicrolaimus 30,87 74,63 279,79 113,43 82,27 357,88 42,08 518,94 41,40 122,53 30,26 171,67
Camacolaimus - - - - - 2,34 - - - - - -
Chromadorita - - 1,40 1,87 5,05 24,95 3,29 32,46 4,34 16,47 7,67 30,44
Chromaspirinia - 0,69 - - - - - - - - - -
Cobbia - - - - 0,34 - - - - - - -
Cricolaimus - - - 25,47 - - - - - - - -
Cynura - - - - - - - - - - - 1,59
Daptonema 4,01 2,07 1,29 - 0,56 13,37 0,31 30,39 2,12 19,56 2,90 25,53
Desmodora - - - - - - - - - 0,90 - -
Desmolaimus - - - - - - - - 2,58 - - -
Dichromadora - - - - 1,26 - - - - - - -
Diplolaimelloides - - - - - - 0,76 - 1,91 - - -
Diplopeltula - - - 7,28 - - - - - - - -
Endeolophus - - - - 0,34 - - - - - - 2,00
Enoploides 1,94 - - - - - - - - 0,90 - 2,00
Eubostrichus - - - 0,45 1,82 35,64 0,62 0,76 - - 0,36 1,17
Eurystomina - - - 0,82 0,56 - - - 0,68 0,90 - 1,17
Halalaimus - - - 18,19 - - - 3,62 5,16 17,20 18,24 -
Innocuonema 2,00 - - - - - 0,38 23,95 5,16 - - -
Latronema 305,39 192,94 7,25 3,64 2,52 2,34 - - 28,74 - 54,88 1,17
Lauratonema - - - 3,64 0,56 - - - - - - -
Marylynnia 16,05 3,35 1,29 0,45 - - - 0,76 2,58 - - -
Mesacanthion 390,69 128,96 4,65 7,28 2,52 - - - 10,32 7,25 18,42 71,10
Metachromadora 137,13 84,07 - 4,46 - - 0,76 36,69 60,96 - 20,87 12,30
Metadasynemoides - - - - - 0,30 - 11,98 2,89 - - 2,00
Microlaimus 2,00 0,69 - 0,45 1,12 12,18 2,17 9,90 - 3,05 11,33 5,13
Molgolaimus - - - - - - - 10,87 - 0,14 - -
emanema 2,00 - - - - - - - - - - -
Odontanticoma 4,01 - - - - - - - - - - -
Oncholaimellus 13,90 25,87 - - 1,26 14,02 - - - 6,49 - -
Oncholaimus 0,97 - - - - - - 18,11 1,91 - - 1,17
Venekey, V. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda...
144
Out ov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Paracyatholaimoides 13,17 8,54 3,86 13,10 3,79 - 3,72 15,62 19,43 5,86 2,78 21,19
Paramesonchium 0,97 - - - - - - - - - - -
Perepsilonema - 43,12 - - 0,34 - - 72,45 - 0,90 6,75 -
Procamacolaimus 23,05 - - - - - - - - 2,42 - -
Prochromadorella - - - - 1,26 - - - - - - -
Promonhystera 2,00 0,69 - - - - - - - - - -
Pseudochromadora - - - - - - - - - - - 2,00
Pseudosteineria - - - - - 6,45 - - - - - -
Rhynchonema 1,94 2,76 7,10 25,93 5,67 6,45 0,31 23,23 7,64 7,62 3,73 14,69
Southerniella - - - - - - - - - - 1,49 -
Spirinia 7,36 - - - 3,79 0,59 - - 9,72 6,34 3,48 12,35
Synodontium - - 1,29 - - - - - - - - -
Synonchium - - 21,08 16,37 0,56 11,88 - - - - 0,69 1,17
Terschellingia 0,97 - 1,40 3,51 1,26 - 1,07 - - 1,04 1,49 7,86
Thalassironus - - - - - - - - - - - 2,00
Theristus - 1,38 33,38 6,66 14,49 45,75 - 40,10 4,03 - 1,05 5,86
Tricoma - - 2,58 4,09 - - - - - - - -
Trileptium 222,61 69,21 15,46 25,25 11,23 43,67 0,38 89,72 35,00 1,59 6,03 5,94
Trissonchulus - - - - - - - - - - 1,66 2,35
Tubolaimoides - - - - - - - - 5,16 - - -
Viscosia 4,01 - 7,73 25,47 19,69 - - - 9,19 6,48 0,81 4,76
Xyala 0,97 - - - - - - - - - - -
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo