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ou seja, por uma questão social e conseqüentemente cultural é a tipologia do
“poder”, disposta de forma centralizada no lote (mencionada na página 18), a
mais valorizada e almejada pelos usuários das diferentes classes sociais, no país.
Assim, partindo-se, como mostra a figura 11, da maior área construída possível
no menor lote (relação financeira mais interessante para os investidores e
empresas construtoras; uma vantagem que não deveria diminuir a qualidade do
objeto construído (LUCINI, 1996)), conclui-se que o espaço externo comum mais
amplo e favorável à satisfação das necessidades básicas humanas individuais
das pessoas
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é o apresentado na opção A.
Porém, para que, na primeira opção, as relações espaciais, que acabam sendo
dimensionais, sejam positivas à satisfação dessas necessidades, devem ser
capazes de gerar ambiência, sentido de territorialidade, permanência, equilíbrio,
identidade, harmonia, segurança, para que o espaço seja efetivamente apropriado
por seus usuários. Para isto esta alternativa tipológica deve considerar: a escala
humana, criando proporções humanas adequadas ao bem estar das pessoas; o
tamanho do espaço externo com maior concentração de áreas verdes agrupadas,
proporcional à altura dos edifícios e ao número de usuários; uma maior segurança
dentro do conjunto e em seus acessos; a diversidade de funções através da
coexistência das residências, comércios e serviços; uma melhor adequação
climática, com insolação, ventilação e utilização de fachadas prejudicadas pela
orientação, sempre que possível, para os serviços e comércios; e o melhor custo
de manutenção
10
; o que atenderá as necessidade humanas individuais citadas
anteriormente, melhorando a qualidade de vida das pessoas
11
(LUCINI, 1996).
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Consideradas como: necessidades humanas: territorialidade, privacidade, identidade, ambiência,
harmonia, segurança e estabilidade; necessidades individuais: habitação própria com áreas
verdes; que devem ser associadas às necessidades das atividades promotoras e produtoras da
habitação: maior número de pessoas; economia de solo urbano, de rede sanitária, de rede
rodoviária; e maior espaço comum (SZÜCS).
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Em função de uma menor área de fachadas, menor quantidade de escadas e elevadores (se
necessários), menor área de circulação, menor área de manutenção de telhados, menor índice de
infiltrações, e divisão do condomínio entre um maior número de moradores e ainda, a existência
de serviços e comércios (LUCINI, 1996).
11
Em função de um menor número de doenças pela maior ventilação dos ambientes, menores
despesas com deslocamentos, pela proximidade dos comércios e serviços. Consideração das
diversidades humanas para garantir maior conforto, eficiência e segurança no uso dos ambientes
para o maior número possível de pessoas, o que leva à diminuição de doenças e problemas