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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO
A integração dos aspectos de conforto ambiental no
projeto de escolas: uso da metodologia axiomática e de
exemplos simplificados.
Valéria Azzi Collet da Graça
Campinas
2008
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II
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
Valéria Azzi Collet da Graça
A integração dos aspectos de conforto ambiental no projeto de
escolas: uso da metodologia axiomática e de exemplos simplificados.
Tese apresentada à comissão de Pós-
graduação da Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Campinas,
como parte dos requisitos para obtenção
do tulo de Doutor em Engenharia Civil,
na área de concentração de Arquitetura
e Construção.
Orientadora: Profa. Dra. Doris C.C.K.Kowaltowski
Campinas
2008
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III
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE -
UNICAMP
G753i
Graça, Valéria Azzi Collet da
A integração dos aspectos de conforto
ambiental no projeto de escolas: uso da
metodologia axiomática e de exemplos
simplificados / Valéria Azzi Collet da Graça.--
Campinas, SP: [s.n.], 2008.
Orientador: Doris Catharine Cornelie Knatz
Kowaltowski
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo.
1. 2. 3. . I. Kowaltowski, Doris Catharine
Cornelie Knatz. II. Universidade Estadual de
Campinas. Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo. III. Título.
Título em Inglês: Integration of environmental comfort aspects in school
design: use of axiomatic design method and simplified
design examples
Palavras-chave em Inglês: Environmental comfort, Design methodology,
school design, Design education
Área de concentração: Arquitetura e Construção
Titulação: Doutor em Engenharia Civil
Banca examinadora: Lea C. L de Souza, Lucila C. Labaki, João R. D.
Petreche, Silvia M. G. Pina
Data da defesa: 30/01/2008
Programa de Pós-Graduação: Engenharia Civil
IV
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
A integração dos aspectos de conforto ambiental no
projeto de escolas: uso da metodologia axiomática e
de exemplos simplificados.
Valéria Azzi Collet da Graça
Tese de doutorado aprovada pela banca examinadora, constituída por:
Campinas, 30 de janeiro de 2008
V
Dedicatória
Para Mariana e Amanda, minhas filhas
queridas, que participaram ativamente
desta pesquisa, algumas vezes sendo
expulsas do computador e muitas vezes
me lembrando que a vida é um contínuo
processo de aprendizado e que uma
pequena pausa com um simples sorriso
é suficiente para enfrentar os desafios.
Para Orlando, meu marido, que me
incentivou em todos os momentos.
Para Antonio e Renata, meus pais, pela
educação, eterno companheirismo e
amor incondicionais.
VI
Agradecimentos
A Profa. Dra. Doris, pela orientação,
incentivo e eterna coragem para
enfrentar desafios.
Ao Prof. Dr. Petreche, por me transmitir
muita paz e segurança.
Ao Centro Federal de Educação
Tecnológica de São Paulo pelo incentivo
a Pesquisa.
Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Coordenador
da Área de Construção Civil do CEFET-
SP, pela confiança e coragem de
sempre aceitar e propor inovações.
Aos professores doutores Stelamaris
Rolla Bertolli, Lucila Chebel Labaki e
Paulo Scarazzato porque sempre
colaboraram pelo simples fato de serem
pessoas maravilhosas.
Resumo
GRAÇA, Valéria A.C. A integração dos aspectos de conforto ambiental no projeto
de escolas: uso da metodologia axiomática e de exemplos simplificados.
Campinas: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo UNICAMP, 2008.
272p. Tese (doutorado) Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,
UNICAMP, 2008.
Avaliações pós-ocupação de prédios escolares constatam problemas no ambiente
construído fruto de definições realizadas durante a fase de estudo preliminar, quando
são tomadas decisões referentes à implantação do projeto como um todo. Estes
problemas refletem o desconforto do ambiente educacional, tanto nas áreas
administrativas, como nas áreas pedagógicas. Alguns dos problemas que dificultam ou
influenciam as atividades pedagógicas se referem a aspectos de conforto ambiental.
Neste tema podem-se destacar três subáreas: conforto acústico, conforto térmico e
conforto visual. Cada subárea possui um campo de conhecimento específico (distinto) e
se utiliza de métodos (de avaliação, de desempenho, de decisão, entre outros) e de
dialetos próprios, pode-se dizer que existem especialistas que as desenvolvem.
Recomenda-se que, durante o processo de projeto de prédio escolar, a avaliação de
aspectos de conforto ambiental seja feita por estes especialistas. Os projetos de prédios
escolares da rede estadual de São Paulo são regulamentados e supervisionados pela
Fundação de Desenvolvimento Educacional (FDE), que fornece o programa
arquitetônico e documentação padronizada aos arquitetos que desenvolvem os
projetos. Esta pesquisa verificou como é realizado este processo sistematizado de
projeto, através da pesquisa junto aos escritórios de arquitetura, e observou que os
aspectos de conforto ambiental não são tratados como princípios de projeto, que o
produto arquitetônico (a edificação) é fruto da união de várias áreas e subáreas, sendo
VIII
que a integração de conforto térmico, acústico e visual carece de uma maior
sistematização.Propôs-se para amenizar os problemas de implantação de salas de
aula, a elaboração e aplicação de exemplos simplificados, que descrevem possíveis
configurações de salas de aula para o projeto de prédio escolar, avaliados por
especialistas de cada área (conforto rmico, acústico e visual). Optou-se por trabalhar
com a avaliação de especialistas para uma conceituação específica. Para a integração
dos aspectos de conforto ambiental, se propôs a aplicação da metodologia de projeto
axiomático no desenvolvimento de estudo preliminar de projeto para escola de Ensino
Fundamental e Médio do Estado de São Paulo, Brasil. Estas duas aplicações foram
desenvolvidas na disciplina de projeto do curso de tecnologia em construção civil
ministrado no CEFET-SP (Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo). Os
resultados se mostraram interessantes uma vez que despertou nos alunos, entre
outros, a importância de aspectos de conforto ambiental, do gerenciamento de
informação e do trabalho em equipe. A metodologia de projeto axiomático permitiu o
reconhecimento, por parte dos alunos, das interferências de diferentes campos de
estudo. Os exemplos de soluções foram utilizados na tomada de decisão, ora como
restrição de projeto, ora como diretriz de projeto. O estudo de caso no ensino de projeto
indica a possibilidade do uso de exemplos simplificados e da metodologia de projeto e
axiomático ao ambiente profissional junto ao FDE.
Palavras Chaves: conforto ambiental; metodologia de projeto; projeto de escolas;
ensino de projeto.
VIII
Abstract
The post-occupation-evaluations of school buildings in the State of São Paulo show that
most schools have problems caused by decisions made at the preliminary design stage.
These problems particularly cause discomfort to users in educational and administrative
areas of the schools. Many environmental comfort (thermal, acoustic and lighting)
problems affect pedagogical activities. Each comfort sub-area possesses its specific and
distinct knowledge and uses its own methods for evaluation, performance measurement
and design decision making. Due to the specificity of each environmental comfort
experts are recommended to judge aspects of comfort in school building design. This
theses presents the results of a research project which applied the use of simplified
design examples, evaluated by experts of environmental comfort, and the axiomatic
design method, to a preliminary design exercise of a primary school building for the
State of São Paulo, Brazil. The exercise was developed in a design discipline of a civil
construction technology course of CEFET-SP (Centro Federal de Educação de
Tecnológica de São Paulo). Public school buildings in the State of São Paulo are
regulated by a foundation FDE (Fundação de Desenvolvimento Educacional), which
provides standardized documentation to professional designers. School designs are
based on fixed architectural program information and the design process is supervised
by FDE. Easy access to school buildings, the design team and documentation facilitated
post-occupancy evaluations. These factors were important in the choice of the design
exercise. Simplified examples of design solutions, evaluated by specialists of each area
(thermal, acoustic and visual comfort) were developed to describe classroom
configuration possibilities in school building design. Expert evaluation was introduced to
enrich the typical professional design methods, devoid of comfort simulations or
calculations, of school buildings projects supervised by FDE. Analysis of the FDE design
IX
method also showed that environmental comfort is only regarded superficially by
indicated professionals and the axiomatic design method was considered an important
introduction for systemization of design information into the creative design process. To
test both the importance of the expert evaluated simplified design examples and the use
of the axiomatic methods in the design process of school buildings a teaching
experience was conducted in the civil construction course of CEFET-SP) in one of its
design disciplines. The results showed that students as teams, quickly learned to
assimilate the importance of environmental comfort in school building design, coming
from the simplified examples. They were able through the use of the axiomatic design
method to manage, at times conflicting, information in their design process.
Keywords: environmental comfort, design methodology, school design; design
education
X
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 19
2 OBJETIVOS ......................................................................................... 27
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 29
3.1 Escalas ............................................................................................. 30
3.2 Possibilidades estatísticas..................................................................... 44
3.3 Teoria da aprendizagem significativa e o uso de exemplos e da metodologia
axiomática............................................................................................... 47
3.4. Metodologia de projeto axiomático ......................................................... 58
3.5. Funções e definições do conforto ambiental............................................. 70
3.5.1 Funções e definições do conforto acústico............................................. 70
3.5.2 Funções e definições do conforto térmico .............................................. 74
3.5.3 Funções e definições do conforto visual ................................................ 79
3.6 Processo de projeto realizado pela Fundação de Desenvolvimento Educacional
(FDE) e alguns escritórios de arquitetura....................................................... 82
3.6.1 Fases de projeto indicadas pela Fundação de Desenvolvimento Educacional86
3.6.2 Fases de projeto analisadas pela Fundação de Desenvolvimento Educacional e as
especificações que afetam as funções de conforto térmico, acústico e visual. ...... 96
XI
3.6.3 Alguns exemplos de projeto realizados com o processo de projeto da FDE 100
3.7 Otimização de projeto ........................................................................ 107
4 METODOLOGIA E RESULTADOS.......................................................... 113
4.1 Fases de projeto de escolas realizadas por escritórios de arquitetura e definições de
conforto ambiental (acústico, térmico e visual) ............................................. 116
4.2 Análise estatística das variáveis de projeto (exemplos de soluções)............ 127
4.2.1 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas.................................... 127
4.2.1.1 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto acústico (GRAÇA,
2002b).................................................................................................. 128
4.2.1.2 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto térmico (GRAÇA,
2002b).................................................................................................. 131
4.2.1.3 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto visual (GRAÇA,
2002b).................................................................................................. 136
4.2.2 Análise da concordância do conjunto de respostas dos especialistas........ 142
4.2.2.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico ............... 144
4.2.2.2 Análise das respostas dos especialistas de conforto térmico................. 149
4.2.2.3 Análise das respostas dos especialistas de conforto visual................... 150
4.2.3 Análise da qualificação de cada variável de projeto. .............................. 152
4.2.4 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação diferenciada .......... 159
4.2.4.1 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação diferenciada de conforto
acústico................................................................................................ 159
4.2.4.2 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação diferenciada de conforto
térmico ................................................................................................. 161
4.2.4.3 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação diferenciada de conforto
Visual................................................................................................... 168
4.3- Aplicação de exemplos de soluções e de metodologia de projeto no ensino de
projeto.................................................................................................. 174
XII
4.3.1 Desenvolvimento de estudo preliminar................................................ 175
4.3.1.1 Descrição da componente curricular (disciplina CPCC3) ...................... 175
4.3.1.2 Descrição das atividades desenvolvidas na disciplina CPCC3............... 181
4.3.2 Avaliação da aplicação de exemplos simplificados e da metodologia de projeto.
........................................................................................................... 213
4.3.2.1 Avaliação comparativa dos estudos e do projeto existente.................... 213
4.3.2.2.Avaliação da componente curricular feita pelos alunos ........................ 219
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 229
Referências........................................................................................... 233
Anexo 1: Apresentação da metodologia de projeto........................................ 241
Anexo 2: Seminário quem sou eu .............................................................. 247
Anexo 3: Relatório de Visita Técnica .......................................................... 259
Anexo 4: Questionário de avaliação ........................................................... 269
XIII
Lista de Figuras
Fig. 1 Qualificação das configurações de implantação de salas de aula GRAÇA (2002).
............................................................................................................. 24
Fig. 3.1.1 Exemplos de escalas de avaliação gráfica (MATTAR, 1996) ............... 36
Fig. 3.1.2 Exemplos de escala de avaliação verbal ......................................... 36
Fig. 3.1.3 Exemplo de diferencial semântico (MATTAR, 1996 p.94).................... 38
Fig 3.1.4 Exemplo de escala de Stapel (MATTAR, 1996 p.95)........................... 39
Fig. 3.3.1 Estrutura da aprendizagem (FARIA, 1989)....................................... 48
Fig. 3.3.2A Contínuo na modalidade de aprendizagem por recepção (FARIA,1989)50
Fig. 3.3.2B Contínuo na modalidade de aprendizagem por descoberta (FARIA,1989)50
Fig. 3.3.3 Representação esquemática de diferenciação progressiva e de reconciliação
integrativa (MOREIRA e MASINI,1982, NOVAK,1981)..................................... 57
Fig. 3.4.1 Processo de projeto axiomático (GRAÇA, 2002a).............................. 62
Fig. 3.4.2 Exemplo de projeto desacoplado ................................................... 64
Fig. 3.4.3 Diagrama de junção e de fluxo do projeto desacoplado ...................... 65
Fig. 3.4.4 Exemplo de projeto acoplado ........................................................ 65
Fig. 3.4.5 Exemplo de projeto desacoplável................................................... 66
Fig. 3.4.6 Diagrama de junção e de fluxo do projeto desacoplável...................... 66
Fig. 3.5.1.1: Funções e parâmetros de conforto acústico para escolas................ 72
XIV
Fig. 3.5.2.1 Funções e Parâmetros do conforto térmico.................................... 78
Fig.3.5.3.1 Funções e Parâmetros do conforto visual....................................... 81
Fig. 3.6.1. Fases de projeto descritas por FAIA, 2005...................................... 83
Fig. 3.6.2 Modelo geral de projeto baseado em LANG (1987) e BARROSO-
KRAUSE(1998). ....................................................................................... 83
Fig. 3.6.3. Fluxo geral de etapas do desenvolvimento de projeto (adaptado de CTE,
1998 apud FABRÍCIO, BAÍA e MELHADO,1998). ........................................... 84
Fig. 3.6.4. O modelo de Asimow (baseado em Rowe, 1987).............................. 84
Fig.3.6.1.1 Programa arquitetônico (FDE,2003).............................................. 87
Fig. 3.6.2. 1 Itens analisados pela FDE e o projeto de acústica ......................... 98
Fig. 3.6.2.2 Itens analisados pela FDE e o projeto térmico................................ 99
Fig. 3.6.2.3 Itens analisados pela FDE e o projeto de conforto visual.................. 99
Fig.3.6.3.1 Escola Estadual em Campinas projetada por André Vainer e Guilherme
Paoliello................................................................................................ 102
Fig. 3.6.3.2 Escola estadual Jardim Umuarama............................................ 105
Fig. 4.2.1.1.1 Variáveis de projeto para conforto acústico. .............................. 129
Fig. 4.2.1.1.2 Qualificação das variáveis de conforto acústico feita pelos especialistas
........................................................................................................... 130
Fig. 4.2.1.2.1 Configurações das salas de aula e suas aberturas. .................... 133
Fig.4.2.1.2.2 Posições das orientações e direção dos ventos predominantes ..... 134
Fig. 4.2.1.2.3 Qualificação das variáveis de conforto térmico feita pelos especialistas
........................................................................................................... 135
Fig. 4.2.1.3.1 Variáveis de projeto para conforto visual .................................. 139
Fig. 4.2.1.3.2. Qualificação das variáveis de conforto visual realizada pelos
especialistas.......................................................................................... 141
Fig. 4.2.2.1.1 Respostas dos especialistas de conforto acústico ...................... 145
Fig. 4.2.2.1.2 Qualificação das variáveis de conforto acústico do quarto especialistas
........................................................................................................... 146
XV
Fig. 4.2.2.1.3 Respostas dos quatro especialistas de conforto acústico. ............ 147
Fig. 4.2.2.1.4 Respostas dos especialistas 1 e 4 de conforto acústico............... 148
Fig. 4.2.2.2.1 Respostas dos especialistas de conforto térmico........................ 149
Fig. 4.2.2.3.1 Respostas dos especialistas de conforto visual.......................... 151
Descrição.............................................................................................. 178
Fig.4.3.1.2.1 Escola Estadual projetada por Angelo Bucci e Álvaro Puntoni ....... 184
Fig. 4.3.1.2.2 Fluxograma do subgrupo de conforto acústico........................... 189
Fig. 4.3.1.2.3 Fluxograma do subgrupo de conforto térmico ............................ 191
Fig. 4.3.1.2.4 Fluxograma do subgrupo de conforto visual .............................. 193
Fig. 4.3.1.2.5 Fluxograma do subgrupo de conforto funcional.......................... 194
Fig. 4.3.1.2.6 Fluxograma do subgrupo de instalações elétricas ...................... 195
Fig. 4.3.1.2.7 Fluxograma do subgrupo de instalações hidráulicas ................... 196
Fig. 4.3.1.2.8 Fluxograma do subgrupo de estrutura...................................... 197
Fig. 4.3.1.2.9 Diagrama de fluxo de projeto.................................................. 205
Fig. 4.3.1.2.10 Estudo preliminar 1............................................................ 207
Fig. 4.3.1.2.11 Estudo preliminar 2............................................................ 208
Fig. 4.3.1.2.12 Estudo preliminar 3............................................................. 209
XVI
Lista de Tabelas
Tab 3.1.1 Síntese das escalas de mensuração.........................................................33
Tab. 3.1.2 Exemplo de escala de Thurstone, traduzida de TROCHIM (2002) ..........41
Tab. 3.1.3 Exemplo de escala Likert, traduzida de TROCHIN (2002).......................42
Tab. 3.1.4 Exemplo de escala de Guttman, traduzida de TROCHIN (2002) .............43
Tab. 3.2.1: Características das Escalas Básicas de Medição baseada em MATTAR
(1996), BUSSAB e MORETTIN (2003) e MORCILLO (2003)....................................45
Tab. 3.2.2. Possibilidades de uso de testes não paramétricos baseada em BUSSAB e
MORETTIN, 2003, MORCILLO, 2003; LOWRY, 2005..............................................46
Tab. 3.6.2.1. Influência no conforto ambiental dos itens analisados ou definidos pela
FDE em cada fase de projeto....................................................................................97
Tab. 3.6.3.1 Avaliação da Escola Estadual de Campinas .......................................103
Tab. 3.6.3.2 Avaliação da Escola Estadual Jardim Umuarama...............................106
Tab. 4.1.1 Modelo de pesquisa realizada nos escritórios de arquitetura.................118
Tab. 4.1.2 Respostas de escritórios de arquitetura das fases de projeto e
especificações de conforto......................................................................................120
Tab. 4.1.3 Fases de projeto e especificações (parâmetros) de conforto térmico, acústico
e visual. ...................................................................................................................124
Tab. 4.1.4 Maneiras de especificar o projeto de escritórios de arquitetura .............125
Tabela 4.2.1.1.1 Quantificação das variáveis acústicas de projeto.........................130
Tab. 4.2.1.2.1.Zoneamento bioclimático para o estado de São Paulo (baseado em
NBR15220-3/2005) .................................................................................................131
Tab. 4.2.1.2.2 Estratégias do zoneamento bioclimático para o estado de São Paulo
(baseado em NBR15220-3/2005)............................................................................132
XVII
Tab. 4.2.1.2.3 Grau de Pertinência das variáveis de projeto para conforto térmico 136
Tab. 4.2.1.3.1.Grau de Pertinência das variáveis de projeto para conforto visual...142
Tab. 4.2.2.1 Possibilidades estatísticas de acordo com a escala utilizada. ............143
Tab. 4.2.2.1.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico par a par.
................................................................................................................................145
Tab. 4.2.2.1.2 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico par a par.
................................................................................................................................148
Tab. 4.2.2.2.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto térmico par a par.150
Tab. 4.2.2.3.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto visual par a par151
Tab.4.2.3.1 Exemplo de variável qualificada como diferenciada.............................153
Tab.4.2.3.2 Exemplo de variável qualificada como semelhante e com precisão.....153
Tab.4.2.3.3 Exemplo de variável qualificada como semelhante e com precisão
prejudicada..............................................................................................................154
Tab.4.2.3.4 Indicador de qualificação das respostas dos especialistas para as variáveis
de projeto. ...............................................................................................................154
Tab.4.2.3.5 Qualificação das variáveis de conforto visual.......................................156
Tab.4.2.3.6 Qualificação das variáveis de conforto térmico. ...................................157
Tab.4.2.3.7 Qualificação das variáveis de conforto acústico...................................158
Tab.4.2.4.1.1 Questionário de entrevista à especialista de conforto acústico.........160
Tab. 4.2.4.1.2 Plano Fatorial de conforto acústico ..................................................160
Tab. 4.2.4.1.3 Respostas dos especialistas de acústica ao plano fatorial...............161
Tab.4.2.4.2.2 Plano Fatorial de conforto térmico.....................................................164
Tab. 4.2.4.2.3 Respostas dos especialistas de conforto térmico ao plano fatorial ..166
Tab. 4.2.4.2.4 Qualificação das variáveis de conforto térmico após o plano fatorial.167
Tab.4.2.4.3.1 Questionário de entrevista à especialista de conforto visual.............169
Tab.4.2.4.3.2 Plano Fatorial de conforto visual .......................................................171
Tab. 4.2.4.3.3 Respostas dos especialistas de conforto visual ao plano fatorial.....173
Tab. 4.2.4.3.4 Qualificação das respostas de conforto visual após o plano fatorial 174
Tab. 4.3.1.1.1 Programa de ensino.........................................................................178
Tab. 4.3.1.1.2 Avaliação dos saberes da componente curricular CPCC3...............179
XVIII
Tab. 4.3.1.1.3 Planejamento de atividades. ............................................................180
Tab. 4.3.1.1.4 Motivos de escolha do curso............................................................181
Tab. 4.3.1.1.5 Experiência profissional ...................................................................181
Tab. 4.3.1.1.6: Formação escolar............................................................................181
Tab. 4.3.1.2.1. Matriz de projeto realizada pelos alunos .........................................199
Tab. 4.3.1.2.2. Equações de projeto .......................................................................200
Tab 4.3.1.2.3. Equações de projeto simplificadas...................................................201
Tab. 4.3.1.2.4. Matriz de projeto simplificada e realizada pelos alunos ..................202
Tab. 4.3.1.2.5 Avaliação dos três estudos ..............................................................212
Tab. 4.3.2.1.1 Avaliação projeto existente ..............................................................214
Tab. 4.3.2.1.2 Avaliação do estudo preliminar 1 .....................................................215
Tab. 4.3.2.1.3 Avaliação do Estudo Preliminar 2.....................................................216
Tab. 4.3.2.1.4 Avaliação do Estudo Preliminar 3.....................................................217
Tab. 4.3.2.1.5 Síntese de avaliação dos estudos preliminares e do projeto existente218
Tab. 4.3.2.2.1 Avaliação feita pelos alunos do uso de exemplos de soluções........221
Tab. 4.3.2.2.2 Base conceitual das perguntas sobre aplicação da metodologia baseado
em ANDERSON et al, (2001) e WAAL P.e TELLES M. A (2004)............................222
Tab. 4.3.2.2.3 Avaliação feita pelos alunos do uso da metodologia de projeto axiomático
................................................................................................................................223
Tab. 4.3.2.2.4 Avaliação feita pelos alunos da visita técnica ..................................225
Tab. 4.3.2.2.5 Avaliação feita pelos alunos do tempo das atividades .....................226
Tab. 4.3.2.2.6 Avaliação feita pelos alunos do mapeamento de projeto .................227
19
1 INTRODUÇÃO
Avaliações s-ocupação de prédios escolares permitem constatar que existem
problemas no ambiente construído, fruto de definições realizadas durante a fase de
estudo preliminar, quando são tomadas decisões referentes à implantação do projeto
como um todo. Estes problemas refletem o desconforto do ambiente educacional, tanto
nas áreas administrativas, como nas áreas pedagógicas.
Observa-se que os problemas de implantação das áreas pedagógicas,
principalmente o local destinado às salas de aula, afetam um grande número de
pessoas, prejudicam a função principal da escola e acarretam grandes custos para a
correção, uma vez que englobam diversos ambientes e grandes áreas construídas.
Os principais problemas de implantação de salas de aula se relacionam às
questões de conforto ambiental, entre eles pode-se citar: ofuscamento do plano de
trabalho, nível de pressão sonora e tempo de reverberação superior ao recomendado,
desconforto térmico no período da manhã no inverno e no período da tarde no verão e
insolação direta sobre os alunos, entre outros (KOWALTOWSKI ET AL, 2001).
Estes problemas de desconforto ambiental prejudicam a aprendizagem de
diversas maneiras. Esta relação, entre ambiente construído e aprendizagem, vem
sendo objeto de estudo de vários autores. O texto de Schneider (2002) sintetiza as
pesquisas nesta área e divide os problemas em seis categorias: qualidade do ar,
ventilação e conforto térmico; iluminação; acústica; qualidade, estética e idade do
prédio; tamanho da escola e tamanho da sala. A ciência consegue associar a
20
qualidade do ar, ventilação e conforto térmico, iluminação e a acústica com a
aprendizagem. As pesquisas nestas áreas geralmente são focadas em um fator que
pode ser medido (temperatura, umidade, nível de pressão sonora, níveis de iluminação,
velocidade do ar).
Nas outras áreas (estética ou qualidade formal e visual da edificação e idade do
prédio; tamanho da escola e tamanho da sala) observa-se que as variáveis são
multidimensionais, sendo mais difícil de isolar suas medidas, identificar seus conceitos
e verificar seus efeitos com acurácia. A principal medida de seus efeitos é realizada
através de aplicação de testes padronizados e pode-se dizer que a maioria das
pesquisas é inconclusiva.
Associa-se que a qualidade ruim do ar provoca doenças que ausentam os
alunos da escola, o que prejudica o desempenho. Os efeitos da qualidade do ar se
referem à: irritação nos olhos, infecções nas vias aéreas superiores, náusea, fadiga ou
sonolência, dor de cabeça e vertigem. Estes sintomas são definidos como sick building
syndrome” pela Environmental Protection Agency (EPA, 2000).
A ventilação tem como função a remoção ou diluição de agentes de
contaminação oriundos principalmente da respiração, do suor, das roupas, de
perfumes, desodorantes, xampus, materiais de limpeza, material de construção ou do ar
poluído externo. Uma ventilação ruim provoca o aumento do dióxido de carbono vindo
da respiração, o que provoca dor de cabeça, sonolência, e falta de concentração. A
ventilação inadequada dos ambientes de trabalho contribui na maioria dos problemas
da qualidade do ar e está associada aos sintomas do sick building syndrome(NIOSH,
1989).
Pode-se dizer que as variáveis de conforto térmico, tais como, temperatura e
umidade, afetam a qualidade do ar de maneira significativa, porque a presença de
bactérias e fungos depende destes dois fatores. Algumas pesquisas mostram que o
desempenho, para atividades de raciocínio (matemática) e leitura, é melhor em salas
21
com níveis moderados de umidade (quarenta a setenta por cento) e temperatura (entre
20 e 23.3 graus Celsius). (Harner 1974, Wyon, Anderson e Lundqvist, 1979 apud
SCHNEIDER ,2002).
A maioria das pesquisas mostra que o conforto visual afeta o desempenho dos
alunos. Verificou-se que uma iluminação adequada melhora os resultados nos testes e
reduz a distração nas atividades. Além das questões relacionadas à economia de
energia, existe um consenso de que a luz natural proporciona uma condição melhor de
iluminação (Phillips, 1997; Mayron et al. 1974; Dunn et al 1985, Jago e Tanner, 1999,
apud SCHNEIDER (2002), BENYA, 2001; FAIA, 2005). Um estudo de HESCHONG
MAHONE GROUP (1999) mostrou que os alunos, que estudam em salas de aula com
maior incidência de luz natural, progrediram mais nos testes de matemática e de leitura
quando comparados a alunos que estudaram em salas com menor quantidade de luz
natural.
No conforto acústico é verificado que o melhor desempenho dos alunos está
associado às escolas que possuem menor ruído externo e que quanto maior o ruído
externo maior a quantidade de alunos insatisfeitos com suas salas de aula, e mais
ainda, que o excesso de ruído causa absenteísmo e ansiedade (Earthleman e
Lemasters, 1998 apud SCHNEIDER, 2002). Além disso, pesquisadores conseguiram
associar o nível de ruído na sala de aula com a habilidade de leitura, fala,
comportamento, atenção, concentração e pressão sanguínea. O nível de ruído alto
também pode induzir os sentimentos de incapacidade (Crandell et al, 1995; Fisher,
2000 apud SCHNEIDER 2002; ASHA, 1995.).
Os projetos arquitetônicos de escola da rede estadual de São Paulo são
realizados pela Fundação de Desenvolvimento Educacional (FDE) através de projeto
padrão ou através de contrato de serviços para projetos específicos. Neste contexto, o
projeto padrão vem sendo substituído por projetos específicos, uma vez que a maioria
dos terrenos não comporta mais este tipo de projeto. Os projetos arquitetônicos
específicos seguem as diretrizes constantes em catálogos de especificação da
edificação escolar (FDE, 2003). A partir destas diretrizes e mais ainda, da padronização
22
dos ambientes, o projetista organiza o espaço dentro de um determinado terreno
considerando a legislação local vigente.
A padronização gerou uma metodologia de avaliação baseada em checklist
elaborado pela FDE que considera um projeto apto como aquele que atende às
restrições, diretrizes e padronização dos catálogos. Observa-se que nem sempre um
projeto que atenda esta metodologia de avaliação soluciona os problemas relacionados
ao conforto rmico, acústico e visual, uma vez que esta avaliação é restrita a alguns
temas, ou seja, o checklist não está completo ou suficiente.
Nota-se que o projetista usa pouco material de referência enquanto cria a forma
(KOWALTOWSKI e LABAKI,1993; CHVATAL et al, 1997, 1998). Outras formas de
avaliação de projeto que incluam a participação da comunidade, a avaliação pós-
ocupação, as simulações, a avaliação do desempenho ambiental dos edifícios, ficam a
critério da equipe de projeto de cada escritório contratado e são raramente aplicadas ao
projeto, visto que, no mínimo, implicam um maior custo para o escritório.
A avaliação de projetos fornece critérios para o bom desempenho de alguns
aspectos da edificação. Assim, quando existem estes critérios, o projetista pode utilizá-
los para a tomada de decisão durante o processo de projeto. Quando existem pelo
menos duas alternativas que passaram pelos métodos de avaliação como sendo aptas
a serem escolhidas, a tomada de decisão será feita através de todos que englobam
atribuição de valores, otimização ou pela decisão por conveniência através do consenso
entre as pessoas envolvidas, quer o grupo de usuários, profissionais e especialistas ou
o grupo sócio, econômico e político.
O processo global de projeto envolve muitas variedades de procedimentos.
Acredita-se que a análise e avaliação de projetos podem contribuir de forma
significativa para melhoria de conforto acústico, visual e rmico de escolas,
ressaltando-se que a necessidade de se desenvolver métodos específicos de
avaliação focados nestes três aspectos. Neste sentido, esta pesquisa contribui através
da elaboração de exemplos simplificados (de implantação de salas de aula) avaliados
23
por especialistas, que podem auxiliar o projetista na tomada de decisão no início do
processo de projeto arquitetônico de escolas.
As avaliações de funcionalidade não serão abordadas nesta pesquisa. A
maioria destas avaliações são preparadas e executadas por pesquisadores que
possuem aprofundamento nas ciências sociais (JONG e VOORDt, 2002). Estas
avaliações geralmente englobam métodos com a participação do usuário atual (no caso
de avaliações pós-uso) ou futuro (no caso de avaliação pré-projeto) e dos envolvidos no
processo de projeto com o objetivo de se medir ou prever metas formuladas no
programa de necessidades. No caso das escolas estaduais de São Paulo, os
programas de necessidades para novas edificações são fornecidos pela FDE e, até o
momento, não se tem a participação do usuário final. Somente por este fato, percebe-se
que também neste tema a necessidade de maior pesquisa, uma vez que se pode
dizer que a avaliação funcional fica prejudicada.
Nesta pesquisa consideram-se como ponto de partida para a apresentação de
exemplos simplificados, a análise e avaliação de projetos arquitetônicos de escolas de
ensino fundamental e médio no estado de São Paulo, realizado por GRAÇA (2002). A
qualificação das configurações de implantação de salas de aula se deu através da
aplicação de questionário a três especialistas da área de cada conforto (térmico,
acústico e visual) baseado numa escala de cinco pontos (ótimo, muito bom, bom, ruim,
péssimo), como verificado em alguns exemplos da figura 1.
24
Conforto visual
:
Conforto acústico
Conforto térmico
Fig. 1 Qualificação das configurações de implantação de salas de aula GRAÇA
(2002).
25
Observa-se que as avaliações das variáveis de projeto feita pelos especialistas
caracterizaram-se por duas posições: primeiro, existem variáveis com avaliações
similares, caracterizadas por repostas dos especialistas com desvio padrão próximo do
valor zero, e segundo, existem variáveis com avaliações diferenciadas caracterizadas
por respostas dispares o que se reflete em um valor de desvio padrão acentuado.
Estas duas possibilidades de avaliação das configurações de sala de aula
permitem considerar que no primeiro caso, quando as avaliações dos especialistas são
similares, existe uma tendência de qualificação da variável, o que possibilita o seu uso
com certo grau de confiabilidade. Já no segundo caso, quando as avaliações dos
especialistas são dispares, pode-se dizer que são necessários mais elementos para a
avaliação das variáveis ou uma avaliação com um maior número de especialistas.
O objeto de estudo inicial desta pesquisa é tratar estes dois casos, de modo
que o projetista possa tomar decisões escolhendo variáveis de projeto que possuem
uma avaliação com certo grau de confiabilidade.
Para tomar as decisões o projetista precisa avaliar e comparar de uma maneira
genérica as variáveis de implantação de sala de aula. A palavra genérica, neste caso,
indica que o projetista tomará decisões considerando que uma determinada variável de
projeto possui uma tendência a produzir resultados com desempenho qualificado para o
conforto ambiental.
A avaliação dos especialistas é considerada como uma tendência (promessa)
de desempenho da variável que poderá ser realizada ou modificada com o maior
detalhamento da variável durante o desenvolvimento do projeto. Isto é, o desempenho
qualificado inicialmente como ruim de uma variável poderá ser modificado se durante o
processo de projeto forem adotadas medidas que o melhorem.
26
O ato de projetar apóia-se na comunicação, principalmente em representações,
sejam através de fluxograma, tabelas, organogramas, esboços, desenho cnico,
maquetes entre outros. Antes de partir para a representação gráfica de alternativas de
projeto (esboços), se faz a compreensão das diversas subáreas para o planejamento do
projeto. Neste momento, acredita-se que o uso da metodologia de projeto axiomático
pode contribuir, pois, esta metodologia utiliza um processo analítico, baseado em dois
axiomas e representado por mapeamento e fluxograma, o que permite ao projetista
identificar qual decisão está tomando e qual a conseqüência desta decisão para o
projeto como um todo. Além disso, também permite o reconhecimento e elaboração de
seqüência de atividades do projeto o que possibilita o gerenciamento das informações e
a interação de equipes de trabalho.
Face ao exposto, esta pesquisa qualifica as variáveis de projeto (exemplos
simplificados) considerando a utilização da escala semântica por especialistas da área
de conforto e aplica esses exemplos no desenvolvimento de projeto através do uso da
metodologia de projeto axiomático.
A estrutura do texto foi organizada em capítulos que se dividem em quatro
partes. A primeira (capítulo 3) relaciona-se à importância e contextualização da
pesquisa e teve como fundamentação teórica a estatística, a teoria de aprendizagem, a
metodologia de projeto axiomático, as definições de conforto ambiental para o projeto
de prédio escolar, o processo de projeto desenvolvido pela FDE e a otimização de
projeto. A segunda parte, capítulo 4 relaciona-se à metodologia e resultados desta
pesquisa, sendo dividida em três temas: a seção 4.1 mostra como alguns escritórios de
arquitetura prestadores de serviço ao FDE lidam com os aspectos de conforto ambiental
no processo de projeto de escolas, a seção 4.2 trata da qualificação das variáveis de
projeto através do uso de estatística. A terceira parte (seção 4.3), trata da aplicação de
exemplos e de metodologia de projeto através de elaboração de estudo preliminar
desenvolvido por alunos em sala de aula na disciplina de projeto de construção civil 2
no curso de Tecnologia ministrado no Centro Federal Federal de Educação Tecnológica
de São Paulo (CEFET-SP). O capítulo 5 trata das considerações finais e indica
possibilidades de futuras pesquisas. .
27
2 OBJETIVOS
A hipótese, desta tese, é que é possível avaliar conceitos de conforto ambiental
em exemplos simplificados de configurações de salas de aula para projetos de escolas,
através do uso de uma escala semântica e da opinião de especialistas, e considerar o
uso destes exemplos e da metodologia de projeto axiomático, para a integração dos
aspectos de conforto ambiental e de outras subáreas que envolvem o projeto de
construção civil.
Têm-se, portanto, como objetivos:
- Verificar o uso da escala semântica e as possibilidades estatísticas.
- Avaliar o conjunto de respostas dos especialistas.
- Avaliar a qualificação de cada configuração de sala de aula.
- Utilizar as configurações de salas de aula avaliadas como exemplos de
solução
- Aplicar a metodologia de projeto axiomático para a união de subáreas de
projeto, no projeto de uma escola.
29
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A revisão teórica trata sete temas que direcionam a escolha de materiais e
métodos desta pesquisa.
O estudo das escalas de mensuração, apresentado na seção 3.1, foi realizado
para esclarecer o uso da escala de cinco pontos e a sua quantificação para as
tipologias de salas de aula encontradas em GRAÇA (2002).
Os conceitos de estatística foram revisados para que se pudesse classificar o
problema e indicar método estatístico para a qualificação das respostas dos
especialistas (seção 3.2).
A aprendizagem significativa foi exposta na seção 3.3, para fundamentar o uso
de exemplos e da metodologia axiomática na aplicação realizada na disciplina de
projeto de construção civil ministrada no Centro Federal de Educação Tecnológica de
São Paulo.
Os conceitos da metodologia de projeto axiomático foram apresentados de
modo a permitir sua compreensão e para direcionar o tema das funções e definições de
conforto ambiental (seção 3.4) .
30
O tema referente às funções e definições do conforto ambiental, apresentado
na seção 3.5, considerou a representação do mapeamento entre requisitos funcionais e
parâmetros de projeto para delimitar a importância de cada aspecto de conforto, de
modo a auxiliar o desenvolvimento de um projeto de escola
baseado em exemplos de solução e na metodologia axiomática. Este tema também
forneceu diretrizes na pesquisa junto aos escritórios de arquitetura.
O estudo do processo de projeto realizado pela Fundação de Desenvolvimento
Educacional objetivou a compreensão da prática de projetos de modo a contribuir e
justificar o uso de exemplos e da metodologia de projeto axiomático (seção 3.6).
O tema referente à otimização de projetos verificou a forma que esta se realiza
de modo a auxiliar na tomada de decisão de parâmetros conflitantes de conforto
térmico, acústico e visual (seção 3.7)
3.1 Escalas
Utilizou-se como base de pesquisa os autores PEREIRA (1999), BUSSAB e
MORETTIN (2003) PARASURAMAN (1991), OLIVEIRA (2001) e MATTAR (1996).
Observou-se a distinção de escalas de mensuração, que caracterizam os tipos
de dados e tratamento estatístico, e de escalas de atitudes obtidas através de auto-
relato utilizadas para medir “preferências, opiniões, crenças”, estas geralmente se
enquadram em um dos modelos de escala de mensuração para se beneficiar do
tratamento estatístico de dados.
quatro tipos básicos de escalas de mensuração: escalas nominais, escalas
ordinais, escalas intervalares e escalas razão.
31
A escala nominal é aquela em que os números servem apenas para nomear,
identificar e (ou) categorizar dados sobre pessoas, objetos ou fatos. Os números que
formam as escalas nominais não passam de rótulos usados para identificar diferentes
categorias de respostas. Nesta escala pode-se afirmar que uma medida é diferente ou
não de outra, a única operação matemática permitida com as respostas das escalas
nominais é a contagem do número de respostas em cada categoria, por isso, a moda é
uma medida de posição apropriada.
As escalas ordinais ordenam os objetos que estão sendo estudados de acordo
com um processo de comparação, além de servirem também para nomear, identificar e
(ou) categorizar pessoas, objetos ou fatos. A escala ordinal indica a ordem de ranking
de um grupo de itens associados a determinadas características, mas não indica a
medida das diferenças entre os rankings.
A escala ordinal mede atributos que se distinguem em grau ou intensidade, de
forma que além das relações de igualdade/desigualdade, podem-se reconhecer
relações de ordem (maior ou menor). Tem sentido de direção definido, mas as unidades
de mensuração são desconsideradas, não possui um valor nulo conhecido, um eventual
código zero não terá valor de nulidade, mas de posição entre eventuais digos
positivos e negativos. Nesta escala, se reconhece uma hierarquia entre os atributos e
se define o sentido de orientação da escala. As medidas apropriadas são a moda e a
mediana.
A escala intervalar mede atributos de forma que os intervalos representam
quantidades regulares de atributos. Tem-se a definição de unidade de mensuração.
Pode-se afirmar que uma medida é igual ou diferente, maior ou menor e quanto maior
do que outra. Pode-se quantificar a diferença entre categorias da escala. A escala
intervalar possui um zero que corresponde a um ponto arbitrado para a origem das
unidades de medida.
32
As escalas de intervalo são muito utilizadas para medir atitudes, opiniões,
conscientização e preferências, onde a preocupação é estabelecer medidas relativas e
não absolutas. A escala intervalar permite operações aritméticas e a média, a mediana,
a moda são medidas de posição apropriadas.
A escala razão possui as mesmas características da escala intervalar, porém
possui um valor zero absoluto. Nas escalas de razão é perfeitamente possível e correto
comparar as medições absolutas efetuadas das características e inferir conclusões
sobre quanto uma medida é maior ou menor que as outras. Pode-se afirmar que uma
medida é igual ou diferente, maior ou menor, quanto maior e quantas vezes a outra
medida. As estatísticas apropriadas são as mesmas da escala intervalar (média,
mediana, moda).
Concluindo-se, os dados que apresentam somente propriedades nominal e
ordinal são classificados como dados não métricos, enquanto que dados com
propriedades de intervalo e razão são classificados como dados métricos. A
característica que diferencia esses dois tipos de dados é que as diferenças entre os
números têm significado preciso para dados métricos e não tem para dados não
métricos. Essas escalas podem ser sintetizadas através da tabela 3.1.1
33
Tab 3.1.1 Síntese das escalas de mensuração
Tipo escala intervalos O que medem Para que serve Medidas
apropriadas
Nominal Não possui
intervalos, Só
identifica
categorias.
Diferença e
contagem do
número de
respostas em
cada categoria
Nomear,
categorizar dados
sobre pessoas,
fatos ou objetos.
Moda
Dados não métricos
Ordinal Possui sentido
de direção
(crescente ou
decrescente),
valor zero
arbitrário,
intervalos não
representam
regularidade do
atributo.
Igualdade/
desigualdade,
maior e menor
(hierarquia entre
atributos)
Ordenar, nomear,
categorizar dados
sobre pessoas,
fatos ou objetos.
Moda e
mediana
Intervalar
Intervalos
representam
quantidades
regulares, valor
zero arbitrário.
Igualdade/
desigualdade,
maior e menor
(hierarquia entre
atributos) e
quanto maior.
Medir atitudes,
opiniões e
preferências.
Moda,
mediana e
média.
Dados métricos
Razão Intervalos
representam
quantidades
regulares, valor
zero é um valor
absoluto.
Igualdade/desigu
aldade, maior e
menor (hierarquia
entre atributos),
quanto maior e
quantas vezes
maior.
Concluir quanto a
magnitude
absoluta, informar
a posição e quanto
pessoas, objetos
ou fatos estão
distantes entre si
em relação à
determinada
característica.
Moda,
mediana,
média
geométrica
e média.
As escalas de atitudes procuram medir as crenças dos respondentes em
relação aos atributos do produto (componente cognitivo), os seus sentimentos em
relação às qualidades esperadas desses atributos (componente afetivo) e uma
combinação de crenças e sentimentos são assumidos para medir a intenção ou ação
(componente comportamental).
Mattar propõe a seguinte definição para atitude:
34
Atitude é uma predisposição sublimar da pessoa na determinação de
sua reação comportamental em relação a um produto, organização, fato
ou situação (MATTAR, 1996, p. 86).
A formação de uma atitude é resultante de: crenças, reflexos
condicionados, fixações, julgamentos, estereótipos, experiências,
exposições a comunicações persuasivas, troca de informações e
experiências com outros indivíduos etc. (MATTAR, 1996, p. 87).
Há uma variedade de métodos disponíveis para se estudar atitudes, Cook e
Seltiz (1964, p.38 apud OLIVEIRA, 2001) classificaram-nos em cinco categorias
principais:
Medidas cujas inferências são feitas a partir do auto-relato dos indivíduos, ou
seja, da declaração dos entrevistados sobre suas crenças, sentimentos e
comportamentos em relação a um objeto ou classe de objetos.
Medidas cujas inferências são feitas a partir da observação do comportamento
das pessoas em relação ao objeto.
Medidas cujas inferências são realizadas a partir da reação individual ou de
interpretações de um material relevante e parcialmente estruturado em relação
ao objeto.
Medidas cujas inferências são realizadas a partir do desempenho de tarefas e de
objetivos, podendo ser influenciado pela disposição em relação ao objeto.
Medidas cujas inferências o feitas a partir de reações psicológicas em relação
ao objeto.
As atitudes somente podem ser inferidas por mensuração indireta. O todo
abordado na primeira categoria é o mais direto das cinco abordagens e por isso, é
também o mais usado. Trata-se de questões que utilizam escalas, onde os
respondentes escolhem as posições mais adequadas para refletir seus sentimentos
(OLIVEIRA, 2001).
35
Mattar (1996) divide os procedimentos para medir atitudes em dois grupos de
técnicas: técnicas baseadas em observação e técnicas baseadas na comunicação entre
as pessoas. Nesta tese são abordadas algumas escalas utilizadas para técnicas
baseadas na comunicação entre pessoas e obtidas através de auto-relato.
O auto-relato consiste na técnica de solicitar às pessoas que respondam a um
questionário a respeito de suas atitudes.
As principais escalas de atitudes obtidas por auto-relato são: nominais
1
, de
avaliação, de ordenação
2
, escalas comparativas e de comparação parada
3
, diferencial
semântico, escala Stapel, escalas indiretas (de Thurstone e Likert), escalas
Guttman e escala Alpert
4
(MATTAR, 1996 e OLIVEIRA, 2001).
As escalas de avaliação são utilizadas para medir variáveis que envolvem
escalas ordinais, de intervalo e de razão. Solicita-se aos respondentes que assinalem
as suas atitudes em posições numa escala contínua ou numa escala de categorias
ordenadas. Existem três formas de construir uma escala de avaliação: gráfica, verbal e
itemizada
5
.
As escalas de avaliação gráfica compreendem a apresentação das opções de
respostas, desde o extremo mais favorável ao extremo desfavorável, de uma forma
visual contínua ou por figuras como se verifica no exemplo da figura 3.1.1.
1
As escalas nominais para medir atitudes compreendem números que são associados às respostas com
o único objetivo identificarem as categorias e facilitar o processamento de dados.
2
Escalas de ordenação compreendem solicitar aos respondentes que ordenem o classifiquem os objetos
de acordo com suas atitudes em relação a eles.
3
As escalas comparativas são julgamentos relativos entre um padrão de referência e o que se quer
comparar ou entre diferentes marcas.
4
A escala de Alpert é utilizada para se comparar dois objetos de estudo.
5
Nesta escala são feitas várias expressões verbais de opiniões sobre um determinado tópico. O seu
emprego é dificultado pela subjetividade das expressões.
36
Fig. 3.1.1 Exemplos de escalas de avaliação gráfica (MATTAR, 1996)
As escalas de avaliação verbal compreendem a apresentação de opções de
respostas pela identificação e ordenação das categorias através de expressão verbal.
Na figura 3.1.2 verificam-se alguns exemplos:
Fig. 3.1.2 Exemplos de escala de avaliação verbal
Na construção de escalas verbais é importante observar os seguintes itens:
número de categorias, número par ou ímpar de categorias e escalas balanceadas ou
não (MATTAR, 1996).
Os números de categorias usualmente variam de três a sete. Argumenta-se que
mais de sete categorias confundem os respondentes, sem incrementar a precisão da
- 0 +
Escala 1
Escala 2
Escala 3
_ Muito favorável
_ Um pouco favorável
_ Indiferente
_ Um pouco desfavorável
_ Muito desfavorável
_Ótimo _ Bom _ Regular _ Ruim_ Péssimo _Não sei
37
medição. Uma escala, por exemplo, de onze pontos aportaria um refinamento de
precisão à medida, mas, em contrapartida implicaria a perda de acurácia, que
dificilmente o pesquisador disporia de onze categorias distintas para a classificação
qualitativa do fenômeno estudado. Por uma questão prática (custo e aplicação) se
utilizam escalas de cinco pontos que podem ser reduzidas para uma escala de três
pontos, o inverso é impossível. As escalas de sete categorias podem ser utilizadas
quando se deseja captar pequenas nuanças na medida de atitude (MATTAR, 1996 e
PEREIRA, 1999).
A discussão do uso de escalas com número par ou ímpar de categorias, isto é,
do uso ou não do ponto neutro nas escalas, se concentra na possibilidade de erro ou
falta de número significativo de respostas. Quando não o ponto neutro, pode-se
inferir que mais pessoas se inclinem para um dos pontos da escala semântica quando
realmente não possuem esta tendência, ou quando o ponto neutro, pode-se reduzir
o número de respostas significativas. Acredita-se que a retirada ou não do ponto neutro
depende do público que se trabalha (FRIEDMAN e AMOO, 1999).
Uma escala pode ser balanceada ou não, isto é, pode ter o mesmo número de
categorias pró e contra, ou não. O argumento para se utilizar escalas desbalanceadas é
que se a distribuição das respostas tende mais para um lado do que para o outro, se
ganha informação ao poder aquilatar com mais precisão o grau a favor ou contra. Na
ausência do conhecimento de distribuição de respostas, tem-se que utilizar escalas
balanceadas (MATTAR, 1996).
A utilização de adjetivos para qualificação do espaço construído vem sendo
utilizada de forma sistemática através de uma técnica chamada de diferencial
semântico.
38
A oposição semântica veio a ser estudada e desenvolvida por Osgood
utilizando-se uma escala de sete pontos com categorização apenas nos extremos da
medida com a intenção de registrar as impressões de pessoas sobre determinados
conceitos (OSGOOD 1969 apud PEREIRA, 1999)
6
. Conforme exemplo da figura 3.1.3
Fig. 3.1.3 Exemplo de diferencial semântico (MATTAR, 1996 p.94).
Pode-se atribuir ou não valores numéricos para os sete pontos da escala. Esta
pontuação é considerada uma escala intervalar se for apresentada aos respondentes,
caso não sejam apresentados é considerada uma escala ordinal (MATTAR, 1996).
O diferencial semântico é um instrumento muito utilizado no estudo das
respostas aos estímulos arquitetônicos. Devido a sua popularidade o instrumento
ganhou aceitação no que resultou em sua utilização para fins não pretendidos. No
estudo ambiental onde o estímulo não é verbal e as respostas nem sempre se baseiam
na linguagem, existem alguns problemas (BECHTEL, 1987):
1- as respostas podem ser prejudicadas pela forma de apresentação do ambiente
2- as respostas podem ser induzidas pelo adjetivo
3- pouca representatividade da população a ser estudada
6
Osgood C E, Suci G & Tannenbaum P (1957) The Measurement of Meaning referência encontrada
também http://www.cultsock.ndirect.co.uk/MUHome/cshtml/
39
4- pouca representatividade do ambiente arquitetônico a ser estudado
O diferencial semântico é um método relativamente fácil de quantificar a
intensidade e o conteúdo de atitudes em relação a certos conceitos. O procedimento é
flexível e razoavelmente seguro, sendo mais simples para usar do que as escalas de
Thurstone e Guttman (OLIVEIRA, 2001).
A escala de Stapel é uma modificação da escala de diferencial semântico. Ela
consiste em uma escala de 10 pontos, cujos valores variam de +5 a 5, em que os
respondentes são instruídos a avaliar quão precisamente o adjetivo ou frase descrevem
o objeto que está sendo avaliado. A vantagem da escala de Stapel é que não
necessidade de desenvolver adjetivos bipolares (OLIVEIRA, 2001). A figura 3.1.4
mostra um exemplo.
Fig 3.1.4 Exemplo de escala de Stapel (MATTAR, 1996 p.95)
As escalas indiretas combinam um conjunto de respostas dos entrevistados
em relação ao objeto para determinar a sua posição na escala de atitudes. A
construção destas escalas é complexa e por este motivo verifica-se o uso sem o
desenvolvimento metodológico de seus autores (MATTAR, 1996).
40
As escalas indiretas verificadas foram: a escala de intervalos aparentemente
iguais de Thurstone, a escala somatória ou escala de Likert e a escala de Guttman.
Thurstone criou métodos diferentes para desenvolver uma escala
unidimensional. O método mais fácil de implementação é o de “escalas de intervalos
aparentemente iguais (“method of equal-appearing intervals”). As fases do
método,segundo TROCHIM (2002)
7
,contemplam:
1- A descrição do conceito que se pretende medir.
2- Criação de uma série de declarações por pessoas que compreendam o conceito
que se quer medir (geração de itens potenciais para a escala)
3- Classificação das declarações por pessoas que elencaram estas declarações
indicando valores de 1 a 11 (1 para os itens menos favoráveis ao conceito).
4- Análise estatística da classificação das declarações (considera a mediana,
primeiro e terceiro quartis, diferenças entre quartis)
5- Seleção final dos itens da escala (declarações com o mesmo valor de mediana e
menor diferença entre quartis, esta seleção não se baseia apenas na estatística,
se a pessoa que faz a escala achar a declaração confusa pode escolher a
seguinte)
6- Aplica-se a escala que possui os itens selecionados e apenas duas
possibilidades de respostas – concordo ou discordo.
7- A colocação do respondente na escala, feita através da média das respostas de
concordância.
Essa escala é relativamente cara e a sua definição final consome muito tempo.
Porém, uma vez definida, é fácil de ser administrada e de ser compreendida pelos
respondentes. Um ponto fraco dessa escala é que não permite identificar a intensidade
dos sentimentos em relação à determinada frase, pois os entrevistados somente
poderão concordar ou não com ela. Outras críticas a este todo se baseiam no fato
7
http://socialresearchmethods.nrt/kb/scalgen.htm acesso em 10/07/2006
41
de que o julgamento para escolher as afirmações que irão fazer parte da listagem
apresentada aos respondentes depende das atitudes dos "juízes” (OLIVEIRA, 2001).
Uma parte de exemplo dessa escala encontra-se na tabela 3.1.2, onde se quer
medir a atitude de uma pessoa em relação a AIDS, onde ela terá que responder se
concorda ou discorda de cada declaração. Cada declaração tem um valor que varia de
1 a 11 e a resposta final se dá pela média das respostas de concordância.
Tab. 3.1.2 Exemplo de escala de Thurstone, traduzida de TROCHIM (2002)
concordo discordo declaração
Pessoas com AIDS são como meus pais
Por que a AIDS pode ser prevenida, devemos concentrar esforços mais
na prevenção do que na cura.
Pessoas com AIDS merecem o que tem
AIDS afeta a todos
Pessoas com AIDS devem ser tratadas como qualquer pessoa
Em 1932, Likert propôs uma escala de cinco pontos, com um ponto médio para
registro de situação intermediária, de indiferença ou de nulidade, do tipo ótimo, bom,
regular, ruim e péssimo.
“O sucesso desta escala reside no fato de que tem sensibilidade de
recuperar conceitos aristotélicos de manifestação de qualidade:
reconhece a oposição entre contrários, reconhece gradiente e reconhece
situação intermediária... além disso, ela tem uma relação adequada entre
precisão e a acurácia da mensuração. Uma escala de, v.g., onze pontos
(de 0 a 10) aportaria um refinamento de precisão à medida, mas, em
contrapartida, implicaria a perda de acurácia, que dificilmente o
pesquisador disporia de onze categorias distintas para a classificação
qualitativa do fenômeno estudado”. (PEREIRA, 1999 p. 65).
A escala de Likert, ou escala somatória, tem semelhança com a escala de
Thurstone, pois diz respeito a uma série de afirmações relacionadas com o objeto
42
pesquisado. A diferença é que possui um grau de concordância ou discordância
(OLIVEIRA, 2001). Um exemplo desta escala se visualiza na tabela 3.1.3.
Tab. 3.1.3 Exemplo de escala Likert, traduzida de TROCHIN (2002)
Escala para estimar o nível de auto-estima de uma pessoa no trabalho
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
1- sinto-me bem sobre o meu trabalho no
meu emprego
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
2- como um todo, me entendo bem com os
outros trabalhadores.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
3- tenho orgulho da minha habilidade de
lidar com as dificuldades do trabalho
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
4- quando me sinto desconfortável no
trabalho, sei como lidar com esta situação.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
5- posso dizer que as outras pessoas do
trabalho são felizes com a minha presença
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
6- sei que serei capaz de lidar com o
trabalho o tempo que eu quiser
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
7- tenho orgulho da minha relação com
meu chefe
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
8- estou convicto que posso trabalhar sem
a assistência constante.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
9- sinto que faço contribuições úteis no
trabalho
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
10- posso dizer que meus colegas me
respeitam
Para cada ponto da escala podem ser atribuídos valores, os mais comuns são
de 0 a 4, de -2 a +2, de 1 a 5. Todas as escalas ímpares possuem um valor médio
geralmente designado como neutro ou indeciso. Também é possível usar uma escala
com “escolha forçada” isto é com número par de respostas sem permitir a escolha do
ponto neutro. Nesta situação o entrevistado é forçado a se inclinar para a concordância
ou não da declaração.
Pode-se assumir que os intervalos entre as categorias, dado por uma escala de
Likert, o regulares bem como assumir um zero absoluto isto é pode-se considerar a
escala de Likert como uma escala do tipo razão (PEREIRA, 1999).
A escala de Likert é unidimensional. As fases para desenvolvê-la, segundo
Trochim (2002), contemplam:
43
1- A descrição do conceito que se pretende medir.
2- Criação de uma série de declarações que possam ser medidas em uma escala
de 5 a 7 pontos de concordância ou não. Pode ser feito pelo pesquisador ou por
pessoas que compreendam o conceito que se quer medir, pode-se utilizar um
brainstorming para a criação dos itens, sendo desejável a obtenção de um
grande conjunto de itens, entre 80 e 100. (geração de itens potenciais para a
escala)
3- Classificação da pertinência das declarações por juízes geralmente se utiliza
uma escala de cinco.
4- Seleção dos itens da escala através de uma série de análises estatísticas.
5- Administra-se a escala e faz-se a soma dos itens.
A escala de Guttman é similar à escala de Likert, a diferença entre elas é que a
de Guttman é uma escala acumulativa, o que significa que a afirmações selecionadas
incorporam a idéia das afirmações anteriores (TROCHIN, 2002; OLIVEIRA, 2001).
Como se visualiza na tabela 3.1.4.
Tab. 3.1.4 Exemplo de escala de Guttman, traduzida de TROCHIN (2002)
Instruções: Marque as declarações que você concorda
Eu permitiria que um filho meu se casasse com um imigrante
Eu acredito que neste país poderiam permitir a entrada de mais imigrantes
Eu me sentiria confortável se um imigrante fosse meu vizinho
Eu me sentiria confortável se um imigrante viesse para minha comunidade
Eu ficaria bem se um novo imigrante se mudar para o meu bloco
Eu me sentiria confortável se meu filho se encontrasse com um novo imigrante
A escala de Guttman é unidimensional. As fases para desenvolvê-la, segundo
Trochim (2002), contemplam:
1- A descrição do conceito que se pretende medir.
2- Criação de uma série de declarações sobre o conceito. Pode ser feito pelo
pesquisador ou por pessoas que compreendam o conceito que se quer medir,
44
sendo desejável a obtenção de um grande conjunto de itens- entre 80 e 100.
(desenvolvimento de itens)
3- Classificação da pertinência das declarações, referentes ao conceito que se quer
medir, por juízes com respostas binomiais (sim ou não).
4- Desenvolvimento da escala cumulativa através de uma matriz ou tabela ou
escalograma que mostra as repostas dos juízes em cada item para formar
subconjuntos de itens com propriedades cumulativas, por exemplo, todos os
juízes que responderam sim para a questão 7 também responderam para o item
5, 8 e 9.
5- Administra-se a escala que é composta de declarações que devem ser
assinaladas pelos entrevistados em caso de concordância.
Observou-se que as escalas de mensuração (nominal, ordinal, intervalar e
razão) possuem definições claras quanto ao uso e estatísticas apropriadas. As escalas
de auto-relato deveriam se enquadrar em uma das escalas de mensuração, porém o
que se verifica é que elas podem ser utilizadas como escalas ordinal, intervalar ou
razão.
3.2 Possibilidades estatísticas
A intenção desta pesquisa foi verificar qual teste poderia ser feito para indicar
índices de confiabilidade nas respostas dos especialistas. Verifica-se na tabela 3.2.1 as
possibilidades estatísticas de acordo com a escala escolhida.
45
Tab. 3.2.1: Características das Escalas Básicas de Medição baseada em MATTAR
(1996), BUSSAB e MORETTIN (2003) e MORCILLO (2003)
Escala Característica Exemplos típicos Estatísticas possíveis
Nominal Identidade,
definição única
de números.
Marcas, Sexo, raças, cores,
tipos de lojas, regiões,
uso/não uso, gosta/não
gosta, e a toda variável a
que se possa associar
números para identificação.
Moda, percentagens, teste
binomial, teste Qui-quadrado,
Mcnemar, Cochran Q
Ordinal Ordem dos
números
Atitudes, preferências,
opiniões, classes sociais,
ocupações
Moda, Mediana, quartis, decis,
percentis, teste U, teste Mann-
Whitney, Kruskal Wallis,
Kolmogorov-Smirnov, Correlação
de postos.
Intervalo
Comparação de
intervalos.
Atitudes, opiniões,
conscientização,
preferências, números-
índices. Escala de
temperatura
Moda, Mediana, Média, intervalo,
amplitude total, amplitude média,
desvio médio, variância, desvio
padrão, teste z, teste t, análise de
variância, correlação de produto-
momento, teste Mann-Whitney
Kruskal Wallis, Kolmogorov-
Smirnov
Razão Comparação de
medidas
absolutas e de
proporções.
Idade, preço, número de
consumidores, volume de
vendas, renda, patrimônio.
Todos os do item anterior e mais:
média geométrica, média
harmônica, coeficiente de
variação.
Uma outra classificação se refere aos testes paramétricos e não paramétricos
(LOWRY, 2005
8
; BUSSAB e MORETTIN,2003; MORCILLO,2003
9
). Os testes
paramétricos fazem suposições dos parâmetros (propriedades) de distribuição da
população da quais os dados são retirados, na prática os testes paramétricos, tais como
testes T e análise de variância, assumem a distribuição normal da população. Estes
testes geralmente consideram que as medidas derivam de uma escala intervalar. os
testes não-paramétricos não fazem estas suposições, exemplos destes tipos de testes
são: qui-quadrado, teste Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, teste de postos sinalizadores
de Wilcoxon, teste de Friedman, teste de probabilidade exata de Fisher, Teste de
Kolmogorov-Smirnov .
8
http://faculty.vassar.edu/lowry/webtext.html acesso em 24/09/05
9
http://www.fcm.unicamp.br/centros/ciped/mp639/ acesso em 23/09/05
46
Tendo estas duas classificações e o possível enquadramento da escala como
intervalar, passou-se a verificar o objetivo do uso de estatística para esta pesquisa e
seu enquadramento em um destes testes.
O que se pretende é verificar se os especialistas geralmente emitem opiniões
parecidas, isto é: pode-se assumir que a maioria das respostas dos especialistas são
iguais? Esta análise é importante, pois verifica a viabilidade de qualificação de variáveis
de projeto considerando-se o uso de uma escala e da opinião de especialistas. Ela é
feita através de um teste de hipóteses.
As respostas dos especialistas não se enquadram em uma distribuição normal
o que elimina a possibilidade de tratamento estatístico que pressupõem este tipo de
distribuição, assim, para facilitar a busca por uma estatística apropriada formulou-se a
tabela 3.2.2.
Tab. 3.2.2. Possibilidades de uso de testes não paramétricos baseada em BUSSAB e
MORETTIN, 2003, MORCILLO, 2003; LOWRY, 2005.
Testes não
paramétrico
Utilização
Qui-quadrado
Análise de associação entre variáveis – análise bidimensional.
Avaliar a associação existente entre variáveis qualitativas (dados do tipo
categórico). O princípio básico deste método não paramétrico é comparar
as divergências entre as freqüências observadas e as esperadas.
Analysis of Categorical Frequency Data(análise de freqüência de dados
categóricos)
Teste de
probabilidade exata
de Fisher
Analysis of Categorical Frequency Data(análise de freqüência de dados
categóricos) – amostras pequenas
Teste Mann-Whitney
Significance of the Difference between the Means of Two Independent
Samples (diferença significativa entre medianas de duas amostras
independentes).
Comparação de duas populações com amostras independentes.
Kruskal-Wallis
“One-Way Analysis of Variance for Independent Samples (análise de
variância para amostras independentes).
Avaliar se três ou mais amostras são iguais ou diferentes, substitui a
análise de variância.
Teste de postos
sinalizadores de
Wilcoxon
Alternative to the t-test for correlated samples.” (alternativa ao teste T
para amostras correlacionadas).
Comparação de dados pareados
Teste de Friedman
One-Way Analysis of Variance for Correlated Samples”. (análise de
variância para amostras correlacionadas)
Teste de
Kolmogorov-Smirnov
Avalia se duas amostras têm distribuições semelhantes. O princípio básico
é comparar as freqüências acumuladas das duas amostras.
47
3.3 Teoria da aprendizagem significativa e o uso de exemplos e da
metodologia axiomática.
Nesta seção não será descrita toda a teoria de aprendizagem significativa,
apenas os elementos mais importantes relacionados ao uso de exemplos e da
metodologia de projeto axiomático.
Ao defender o uso da teoria de Ausubel, NOVAK (1981) afirma que:
Algumas das condições essenciais para uma sólida teoria
de aprendizagem aplicável a educação podem ser
encontradas na teoria de assimilação de Ausubel, por duas
razões: (1) epistemologicamente, conceitos parecem ser
os mais importantes componentes de intercâmbio cultural
e a teoria de Ausubel é especificamente voltada para a
aprendizagem de conceitos, e (2) muitas questões
educacionais podem ser decompostas em fatores que
lidam, primordialmente, com a qualidade e a extensão da
diferenciação progressiva e da reconciliação integrativa.
Estas idéias-chave, juntamente com o conceito básico de
aprendizagem significativa, podem ser usadas para
encarar muitas questões educacionais em um novo
sistema de referência. (p.75).
...as teorias que precederam a de Ausubel não foram
particularmente relevantes ao currículo e, por isso, não
constituíam uma parte importante no planejamento
curricular (p.110).
Se a aprendizagem deve ser significativa, o novo
conhecimento a ser aprendido, então, deve ter relevantes
conceitos-âncora disponíveis na estrutura cognitiva do
aprendiz. que uma série enorme de informações deve
ser aprendida em qualquer disciplina, somente os
conceitos mais gerais e mais inclusivos poderão oferecer
ancoragem em uma ampla variedade de situações de
aprendizagem (p.112).
48
Ausubel é um representante do cognitivismo
10
e propõe uma explicação teórica
do processo de aprendizagem. O conceito mais importante se denomina de
aprendizagem significativa (NOVAK, 1981; MOREIRA e MASINI, 1982). Na figura 3.3.1
observa-se uma rede conceitual que auxilia na compreensão desta teoria.
Fig. 3.3.1 Estrutura da aprendizagem (FARIA, 1989)
A organização ou estrutura cognitiva é uma rede de conceitos organizados de
modo hierárquico, de acordo com o grau de abstração e de generalização (abstrações
da experiência do indivíduo). O armazenamento de informações é organizado,
formando uma hierarquia conceitual onde elementos mais específicos de conhecimento
são ligados e assimilados a conceitos mais gerais, mais inclusivos (NOVAK,1981).
A estrutura cognitiva, segundo Ausubel, Novak e Hanesian (1980), se refere ao
conteúdo total e organizado de idéias de uma pessoa, assim, a aprendizagem
significativa ocorre quando o contexto de um assunto refere-se ao conteúdo e
organização de idéias na área específica de conhecimento da estrutura cognitiva do
indivíduo.
10
A psicologia cognitivista preocupa-se com o processo de compreensão, transformação,
armazenamento e uso da informação envolvida na cognição e tem por objetivo identificar padrões
estruturados desta transformação. A cognição é o processo através do qual o mundo de significados tem
origem. O cognitivismo procura descrever o que acontece quando o ser humano se situa, organizando o
seu mundo e distinguindo sistematicamente o igual do diferente.
49
A aprendizagem refere-se à aquisição de idéias na estrutura cognitiva do
indivíduo. Uma aquisição tanto pode ser mecânica como significativa. Não existe uma
dicotomia entre estas aprendizagens, elas são contínuas e podem coexistir. Por
exemplo, pode-se considerar uma determinada tarefa que envolva datas, nomes e
relação entre eles, como aprendizagem mecânica para a memorização de datas e
nomes, e também como aprendizagem significativa para a compreensão das relações
(FARIA, 1989).
A aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se
relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo, ela
ocorre quando esta nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes
na estrutura cognitiva de quem aprende. Na aprendizagem significativa estes conceitos
são denominados de subsunçores
11
ou idéias de esteio (MOREIRA e MASINI,1982;
PELIZZARI et al, 2002).
Moreira e Masini (1982) citam o seguinte exemplo: Em física, se os conceitos
de força e campo existem na estrutura cognitiva do aluno, eles servirão de
subsunçores para novas informações referentes a tipos de força e campo. Neste
processo de ancoragem a modificação do conceito subsunçor, isto é, este conceito
fica mais elaborado, inclusivo e abrangente.
O processo de formação de subsunçores ocorre antes da idade escolar, quando
a criança aprende por descoberta, formula, testa hipóteses e generaliza alguns
conceitos. Após a criança ter adquirido um ou dois mil conceitos (usualmente
reconhecido como o vocabulário funcional da criança) a diferenciação adicional destes
e o desenvolvimento de novos prossegue principalmente através de assimilação de
conceitos. Na idade escolar, a maioria das crianças possui uma estrutura conceitual
adequada que permite a aprendizagem receptiva significativa (NOVAK, 1981).
11
Subsunçores é uma palavra que tenta traduzir a palavra inglesa “subsumers” (Novak.1981).
50
A aprendizagem receptiva e a aprendizagem por descoberta são
desdobramentos da aprendizagem significativa. Na primeira, o que deve ser aprendido
é apresentado ao aprendiz em sua forma final, o aluno deverá atuar para relacionar os
materiais fornecidos à sua estrutura cognitiva. Na segunda, o conteúdo principal é
descoberto pelo aprendiz, o material instrucional é apresentado em forma de problema,
devendo o aluno descobrir algum princípio fundamental, alguma lei (MOREIRA e
MASINI,1982; FARIA, 1989).
As figuras 3.3.2A e 3.3.2B mostram que tanto a aprendizagem por descoberta
como a aprendizagem por recepção o contínuas e podem ser consideradas como
aprendizagem mecânica ou significativa.
Fig. 3.3.2A Contínuo na modalidade de aprendizagem por recepção
(FARIA,1989)
Fig. 3.3.2B Contínuo na modalidade de aprendizagem por descoberta
(FARIA,1989)
A
prendizagem
por recepção
Decoração de
tabelas de
multiplicação
Leitura ou a
maioria das
apresentações
em livro texto
Clarificação
de relações
entre
conceitos
Aprendizagem
mecânica
Aprendizagem
significativa
(1) (2) (3)
Aprendizagem por descoberta
Soluções tipo
quebra-
cabeça
ensaio-e-erro
Predonio
da produção
intelectual ou
interesse
permanente
na pesquisa
Pesquisa
científica
(nova música
ou
arquitetura).
Aprendizagem
mecânica
Aprendizagem
significativa
(1) (2) (3)
51
A aprendizagem significativa pressupõe: primeiro que o material a ser
aprendido seja potencialmente significativo, isto é, possui relação, de maneira não-
arbitrária e não literal (substantiva), com a estrutura de conhecimento e, segundo, que o
aprendiz manifeste disposição para relacionar, desta maneira, o novo material. A
primeira indica dois fatores principais: a natureza do material a ser aprendido e a
natureza da estrutura cognitiva do aluno. A segunda diz respeito à intenção do aluno,
isto é, mesmo que o material seja potencialmente significativo o aprendiz pode ter a
intenção de apenas memorizá-lo de maneira arbitrária e literal realizando a
aprendizagem mecânica (MOREIRA e MASINI,1982).
A aprendizagem mecânica ocorre quando a necessidade de apreender
novas informações e não existem conceitos relevantes na estrutura cognitiva do
indivíduo. Isto é, cada unidade de conhecimento tem que ser armazenada
arbitrariamente e pouca ou nenhuma interação ocorre entre a nova informação e aquela
armazenada. A aprendizagem mecânica é sempre necessária quando um indivíduo
adquire informação, em uma área de conhecimento, completamente não relacionada ao
que ele já sabe. Além disso, alguns tipos de informações possuem natureza sem
significado, como por exemplo, número de telefone e sílabas (NOVAK, 1981).
Ausubel, Novak e Hanesian (1980), ainda distingui três principais formas de
aprendizagens, que envolvem relacionamentos específicos entre as novas informações
e as idéias existentes na estrutura cognitiva do aprendiz: aprendizagem subordinativa,
aprendizagem superordenada e aprendizagem combinatória.
A aprendizagem subordinativa refere-se ao aprendizado de um novo conceito
ou proposição que podem ser subordinados a idéias preexistentes. Segundo
AUSUBEL; NOVAK e HANESIAN (1980),tem-se:
52
Uma vez que a estrutura cognitiva propriamente dita tende
a ser organizada hierarquicamente em relação ao nível de
abstração, generalização e abrangência das idéias, a
emergência de uma “nova” estrutura proposicional
significativa reflete mais tipicamente uma relação de
subordinação do novo material à estrutura cognitiva
existente. (p48)
A aprendizagem subordinativa pode ser classificada em subordinação derivativa
e subordinação correlativa. A primeira ocorre quando o material da aprendizagem é
compreendido como um exemplo de um conceito estabelecido ou uma forma de
ilustrar uma proposição geral adquirida. A segunda, subordinação correlativa ocorre
quando o conteúdo é uma extensão, elaboração, modificação ou qualificação de idéias
existentes (MOREIRA e MASINI,1982; FARIA, 1989).
Neste tipo de aprendizagem, verifica-se a importância do uso de exemplos para
a contextualização e assimilação de um conceito existente. Bem como demonstra que
na estrutura hierárquica de conhecimento, os exemplos se constituem em elementos
pouco inclusivos com função de ilustrar um conceito mais abrangente.
A aprendizagem superordenada refere-se ao aprendizado de um conceito mais
abrangente ou mais inclusivo a partir de idéias conhecidas do aprendiz. Segundo
AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN H (1980), tem-se que:
Aprendizagem do significado de um novo conceito ou
proposições que pode abranger idéias relevantes
“particulares” e “menos” inclusivas, presentes na
estrutura cognitiva (, p.52).
Neste tipo de aprendizagem verifica-se a formação de uma nova hierarquia
onde atributos essenciais do novo conceito são extraídos a partir de exemplos
existentes. Este novo conceito passa a ordenar os exemplos existentes que assumem
uma condição de subordinação. Por exemplo, à medida que uma criança desenvolve
conceitos de o, gato, vaca etc, ela pode aprender mais tarde que os conceitos
familiares destes animais podem ser agrupados e subordinados ao conceito de
mamífero (MOREIRA e MASINI,1982; FARIA, 1989).
53
Os exemplos na aprendizagem superordenada são organizados de modo a se
reconhecer características ou conceitos comuns. Neste caso eles demonstram os
elementos essenciais de um novo conceito.
A aprendizagem combinatória refere-se ao aprendizado de uma nova idéia que
não possua relação de subordinação ou ordenação de conceitos existentes. Neste caso
a relação se estabelece com um fundo ideacional genérico. Segundo FARIA (1989)
tem-se que:
Uma nova idéia representada por A relaciona-se na
estrutura cognitiva com outras idéias, por exemplo, B, C e
D, sem que estas últimas sejam mais abrangentes e nem
específicas. É necessário, porém, que a nova idéia A
tenha alguns atributos essenciais em comum com as
idéias preexistentes, as quais, portanto, são não arbitrárias
em relação a A (p.24).
Segundo Ausubel, Novak e Hanesian (1980), a grande maioria de novas
generalizações que os estudantes aprendem em ciências, matemática, estudos sociais
e ciências humanas, constitui-se exemplos de aprendizados combinatórios.
Na aprendizagem subordinada, a ocorrência do processo de subsunção conduz
à diferenciação progressiva do conceito e, nas aprendizagens superordenada e
combinatória, à medida que novas informações são adquiridas, elementos existentes
na estrutura cognitiva podem ser percebidos como relacionados e ser reorganizados
adquirindo novos significados, o que se denomina de reconciliação integrativa
(MOREIRA e MASINI,1982). Estes dois princípios são utilizados para facilitar
aprendizagem e auxiliam na programação do conteúdo a ser aprendido.
O princípio da diferenciação progressiva prevê que a organização do material
de aprendizagem é feita de maneira hierárquica, isto é, deve ser programado de forma
que idéias gerais e inclusivas sejam apresentadas antes e, progressivamente
diferenciadas, introduzindo os detalhes específicos necessários. Essa ordem de
apresentação corresponde à seqüência natural da consciência, quando um ser humano
54
é exposto a um campo inteiramente novo de conhecimento (MOREIRA e MASINI,1982;
FARIA, 1989, AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN,1980). Este princípio tem como
hipóteses que:
- é mais fácil para o ser humano captar aspectos diferenciados de um todo mais
inclusivo previamente aprendido, do que chegar ao todo a partir de suas partes
diferenciadas;
- a organização do conteúdo de uma disciplina, na mente do indivíduo, é uma
estrutura hierárquica na qual idéias mais inclusiva estão no topo da estrutura e,
progressivamente incorporam proposições, conceitos e fatos menos inclusivos e mais
diferenciados.
A diferenciação progressiva pode ser realizada utilizando-se uma rie de
organizadores hierarquizados em ordem decrescente de inclusão. Dessa forma, utiliza-
se um subsunçor relevante e inclusivo que proporciona apoio a cada unidade, e
também as idéias em cada unidade são progressivamente diferenciadas e organizadas.
Os organizadores iniciais12 fornecem uma idéia genérica que podem ser consideradas
como idéias de esteio subsunçores antes do aprendiz ser confrontado com um novo
material (MOREIRA e MASINI,1982).
Novak (1981) considera que os organizadores prévios são funcionais somente
quando servirem como pontes cognitivas isto é, elementos de ligação entre os
subsunçores relevantes e o novo material, em AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN (1980)
verifica-se que:
“...a principal função do organizador é preencher o hiato
entre o que o aprendiz sabe e o que ele precisa saber
antes que possa aprender, com sucesso, a tarefa com que
se defronta.” (p.148)
12
Na teoria de AUSUBEL (1980) denomina-se de organizadores prévios
55
A reconciliação integrativa é o princípio pelo qual o material instrucional deve
ser programado para explorar relações entre idéias, apontar similaridades e diferenças,
reconciliando inconsistências reais ou aparentes.
A reconciliação integrativa pode ser utilizada para auxiliar a aprendizagem
significativa em dois tipos de situações: a relação entre idéias e a relação das idéias
existentes e as novas idéias.
No primeiro caso pode-se encontrar os seguintes problemas:
- uso de diferentes termos para representar conceitos equivalentes o que pode
encorajar a aprendizagem mecânica.
- tópicos de um mesmo material apresentados em paralelo sem que se perceba
a relação entre os tópicos.
- conceitos aparentemente semelhantes podem ser compreendidos como se
fossem idênticos se não forem explicitadas as diferenças.
No segundo caso, que compreende a relação de novas idéias a idéias
existentes na estrutura cognitiva, a reconciliação integrativa pode auxiliar nas seguintes
situações:
- discriminar idéias novas que possuem analogia com idéias existentes, de
modo a distinguir diferenças e semelhanças. Se isso não ocorrer o novo material será
considerado idêntico à idéia já existente e não será aprendido.
- contradições entre idéias novas e antigas podem levar o aluno a recusar o
novo material ou assimilá-lo como entidade isolada. Neste caso a reconciliação
integrativa consiste em distinguir e comparar as idéias de modo a reorganizar a
estrutura cognitiva do aprendiz através de um subsunçor mais inclusivo.
Os organizadores podem ser utilizados para facilitar a reconciliação integrativa
quando indicam, explicitamente, de que forma as idéias novas o similares ou
diferentes das idéias existentes. Neste caso os organizadores passam a ser
subsunçores do novo material (MOREIRA e MASINI,1982).
56
Desta maneira, cada disciplina acadêmica possui uma estrutura de conceitos
articulada e organizada de maneira hierárquica através da diferenciação progressiva e
reconciliação integrativa. Esta estrutura é o sistema de informações de uma disciplina e
pode ser representado através de um diagrama bidimensional, também chamado de
mapa conceitual, visualizado na figura 3.3.3. onde as linhas grossas indicam a
diferenciação progressiva e linhas finas simbolizam a reconciliação integrativa.
Em um sentido amplo, mapas conceituais são apenas diagramas indicando
relações entre conceitos. Mais especificamente, no entanto, eles podem ser vistos
como diagramas hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de uma
disciplina ou parte de uma disciplina. Ou seja, sua existência é derivada da estrutura
conceitual de uma disciplina (MOREIRA, 1980).
Em princípio, esses diagramas podem ter uma, duas ou mais dimensões.
Mapas unidimensionais são apenas listas de conceitos que tendem a apresentar uma
organização linear vertical. Embora simples estes diagramas proporcionam apenas uma
visão grosseira da organização conceitual de uma disciplina. Mapas bidimensionais, por
outro lado, tiram partido não da dimensão vertical, mas também da horizontal e,
portanto, permitem uma representação mais completa das relações entre conceitos de
uma disciplina. Mapas com um maior número de dimensões permitiriam uma
representação ainda melhor dessas relações e possibilitariam a inclusão de outros
fatores que afetam a estrutura conceitual da disciplina. Entretanto, mapas
bidimensionais são mais simples e mais familiares. Além disso, mapas com mais de
três dimensões não mais seriam representações concretas de estruturas conceituais e
sim abstrações matemáticas de limitada utilidade para fins institucionais (MOREIRA,
1980).
Existem várias maneiras de traçar um mapa conceitual, isto é, existem
diferentes modos de mostrar uma hierarquia conceitual num diagrama. Além disso,
mapas conceituais traçados por diferentes especialistas numa mesma área
provavelmente refletirão pequenas diferenças em compreensão e interpretação das
relações entre os conceitos-chave dessa área. O ponto importante é que um mapa
57
conceitual deve ser sempre visto como "um mapa conceitual" e não "o mapa conceitual”
de um dado conjunto de conceitos. Ou seja, qualquer mapa conceitual deve ser visto
como apenas uma das possíveis representações de uma estrutura conceitual
(MOREIRA, 1980).
Fig. 3.3.3 Representação esquemática de diferenciação progressiva e de reconciliação
integrativa (MOREIRA e MASINI,1982, NOVAK,1981).
Novak (1981) afirma que para atingir a reconciliação integrativa, deve-se
organizar a instrução de modo a fazer um “sobe-desce” nas hierarquias conceituais, à
medida que novas informações são apresentadas.
Pode-se começar com conceitos mais gerais, porém é necessário ilustrar logo
como os conceitos subordinados estão a eles relacionados e então, voltar, através de
exemplos, a novos significados para os conceitos de ordem superior (NOVAK, 1981,
p.70).
Nesta afirmação se verifica a importância do uso de exemplos e seu potencial
tanto de assimilação como na modificação de um conceito. Em relação ao uso de
exemplos, Novak (1981) salienta que se devem selecionar exemplos suficientemente
gerais, para ser significativos a uma ampla faixa de alunos, e ainda assim, específicos
Conceitos gerais, mais inclusivos
Conceitos intermediários
Conceitos específicos,
pouco inclusivos
58
para ocasionar alguma diferenciação progressiva. Mesmo aprendizes adultos precisam
de alguma experiência concreta ao ingressar em uma nova área de estudo.
Esta organização hierárquica de acordo com um grau de abstração e
generalização encontra-se presente na metodologia de projeto axiomático (descrita na
seção 3.4). O processo de projeto é considerado como um processo de hierarquização
(de um nível mais genérico para um nível mais detalhado ou específico) feito através de
mapeamento entre domínios, de modo a desenvolver um processo de projeto onde se
pode verificar a importância e influência de cada elemento no todo. Nesta metodologia
pode-se considerar que o uso de matrizes pode estar relacionado à reconciliação
integrativa e, o mapeamento entre domínios e a hierarquização podem estar
relacionados à diferenciação progressiva.
3.4. Metodologia de projeto axiomático
13
A abordagem axiomática se originou da necessidade de desenvolver as bases
disciplinares para o ensino de projeto e manufatura no curso de engenharia mecânica,
em 1977, quando seu criador foi convidado para instituir o centro para pesquisa e
educação de manufatura no Massachusets Institute of Technology (MIT). Naquele
momento, Suh observou que o estabelecimento da base científica, através da
formulação de axiomas ou princípios seria a única maneira do campo de projeto e da
manufatura serem transformados numa disciplina (SUH,1990).
A proposição básica da abordagem axiomática é que existe um conjunto
fundamental de princípios que determinam uma boa prática de projeto, e que esta
pode ser refutada através de contra-exemplos que provem a falsidade dos axiomas.
13
Texto retirado de GRAÇA, 2002a
59
Suh acredita que a hipótese de que o projeto não pode ser situado em bases
científicas é desnecessária e incorreta, pois, na ausência de princípios ou axiomas, que
possam ser utilizados como base ou referência, as decisões de projeto podem ser
realizadas em bases empíricas, o que impede a codificação e transmissão do
conhecimento sobre o projeto14.
Os axiomas são declarações formais do que as pessoas sabem ou do
conhecimento do que as pessoas fazem ou usam diariamente. Assim, o
estabelecimento dos dois axiomas de projeto, surgiu da análise e da busca pelos
elementos comuns de uma série de projetos.
A prática em projeto tem sido caracterizada como um processo criativo
semelhante à arte. Os axiomas de projeto complementam e ajudam este processo
criativo proporcionando uma ferramenta analítica para avaliar e selecionar as idéias.
O projeto se constitui em quatro aspectos principais: a definição do problema
com a declaração coerente da questão, o processo criativo com a incorporação física
de soluções, o processo analítico que determina se a solução é racional ou correta e
uma checagem final da fidelidade do produto de projeto às necessidades originais
(SUH,1990).
A definição do problema e o processo criativo são altamente subjetivos.
Diferentes projetistas definem de modo peculiar o conjunto de requisitos e desenvolvem
diferentes soluções para os mesmos requisitos. Este fato pode ser associado a
diferentes paradigmas existentes na maneira de visualizar e desenvolver o mesmo
problema. Por outro lado, o processo analítico é determinístico e baseado em um
conjunto finito de princípios; neste processo foi inserida a base científica para o projeto.
14
Acredita que o melhor desempenho na engenharia pode ser obtido com o direcionamento do processo
de decisão em projeto através do uso de princípios fundamentais e metodologias adequadas
60
Após a definição do problema os processos criativo e analítico são
desenvolvidos em conjunto uma vez que é necessário abandonar ou descartar uma
idéia ruim rapidamente para permitir que o projetista crie outras idéias. Neste sentido os
axiomas de projeto, que são os princípios básicos para a análise e tomada de decisão,
ajudam o processo criativo. Na ausência de princípios básicos ou axiomas, o processo
analítico fica inoperante e o projeto passa a ser tratado mais como um processo criativo
misterioso do que como uma atividade sistemática ou racional.
A proposta da abordagem axiomática vem ao encontro do objetivo desta
pesquisa que trata da importância de racionalizar o processo de projeto de modo a
permitir a união de aspectos de conforto ambiental e de subáreas de projeto.
O processo de projeto se inicia com o reconhecimento de uma necessidade
social que representa uma visão do problema. Este reconhecimento, que pertence ao
domínio do cliente, pode ser feito com a utilização de métodos e técnicas que incluem a
avaliação pós-ocupação, a pesquisa de “mercado” junto aos usuários, a consulta a
especialistas envolvidos com o problema, entre outros.
Estes procedimentos geram uma série de informações que auxiliam no
reconhecimento do problema e que são transformadas pelo projetista em requisitos
funcionais que o objeto de projeto deve satisfazer.
O termo requisito funcional (RF) trata das características e limites (tolerância15)
que o projetista estipula para que o produto atenda às necessidades sociais. Este termo
possui um significado específico na metodologia de projeto axiomático, é definido como
o mínimo conjunto de requisitos independentes que caracterizam o objeto de projeto
(SUH,1990).
Os requisitos funcionais do projeto arquitetônico configuram a busca de
soluções que satisfaçam a qualidade do ambiente construído com base no pivô do
15
A tolerância caracteriza os limites aceitáveis de uma solução de projeto
61
processo: detectar as necessidades das pessoas que ocuparão o edifício. Como
Requisitos Funcionais (“Functional Requirements” FRs), dentro da teoria de Projeto
Axiomático, entende-se estritamente os objetivos, propriedades e atributos a serem
obtidos pelo processo de projeto. São os Requisitos Funcionais que determinam o alvo
a que se pretende chegar ao final do processo, especificamente o que é almejado no
edifício construído como respostas às necessidades identificadas. É a partir dos RFs
que são obtidos as diretrizes para o programa arquitetônico (MONICE, 2003).
A metodologia de projeto axiomático direciona o processo de tomada de
decisão à partir do reconhecimento do problema, considerando o projeto como um
processo iterativo de hierarquização, realizado através do mapeamento entre os
requisitos funcionais, que pertencem ao domínio funcional, e os parâmetros de projeto,
que pertencem ao domínio físico e são considerados como a incorporação física dos
requisitos funcionais. A partir deste ponto o processo projetual é direcionado pelos
axiomas de projeto.
Reconhece-se que os requisitos funcionais e os parâmetros de projeto podem
ser decompostos de maneira hierárquica, iniciando-se com níveis genéricos de decisão
em direção ao seu detalhamento, o que reduz a complexidade do processo uma vez
que o projetista limita suas decisões a um número reduzido de requisitos funcionais por
vez.
A decomposição dos requisitos funcionais é feita passo a passo, isto é ao
definir o requisito funcional (RF) em um determinado nível hierárquico, este poderá
ser decomposto quando for encontrada uma solução, um parâmetro de projeto (PP),
que o satisfaça. Utilizando-se as denominações da metodologia de projeto axiomático
diz-se que, o trabalho do projetista consiste em definir e decompor RFs e PPs de um
dado nível hierárquico, “zigzagueando” (de maneira iterativa) entre os domínios
funcionais e físico, conforme se verifica na figura 3.4.1.
62
Fig. 3.4.1 Processo de projeto axiomático (GRAÇA, 2002a).
Este processo de decisão baseado no mapeamento entre requisitos funcionais
e parâmetros de projeto e na hierarquização é direcionado por dois axiomas. O primeiro
trata da relação entre os requisitos funcionais e os parâmetros de projeto indicando
como decompô-los, o segundo trata da avaliação e complexidade de projetos. Estes
axiomas podem ser declarados de diversas maneiras:
Axioma 1:
Mantenha a independência entre requisitos funcionais ou,
Em um projeto aceitável, a relação entre RF e PP deve permitir que o ajuste
em um determinado PP para satisfazer o seu RF correspondente não afete
outros requisitos funcionais.
Axioma 2:
Minimize o conteúdo da informação ou,
O melhor projeto possui funções desacopladas (respeita o axioma 1) e o menor
conteúdo de informação.
Nota-se que a utilização do primeiro axioma (o da independência) permite a
racionalização do processo de projeto e a representação das decisões efetuadas que
são objetivos desta pesquisa. o segundo axioma (o da informação) permite um
o que como
Domínio
funcional
Domínio
físico
Requisito
funcional
Parâmetro de
projeto
63
critério de escolha entre os diversos projetos que obedecem ao primeiro axioma, e
também racionaliza o projeto, uma vez que, o critério de avaliação permeia todo o
processo de projeto.
Dos dois axiomas foram derivados oito corolários, que são considerados como
regras práticas de projeto que auxiliam na tomada de decisão. Também foram
demonstrados dezesseis teoremas16
Com o uso do axioma da independência os projetos podem ser classificados
em três grupos: desacoplado, acoplado e desacoplável. O projeto desacoplado satisfaz
o axioma uma vez que permite a definição de funções sem alterar outras; o projeto
acoplado viola o axioma pois uma função depende da outra e qualquer ajuste altera
várias funções o que é denominado de situação de compromisso; o projeto
desacoplável permite ajustes considerando-se uma seqüência (mais informação) que
não viole o axioma da independência.
O projeto definido como um processo de mapeamento entre os requisitos
funcionais e parâmetros de projeto pode ser representado pela equação 1 ou 2, onde o
vetor {RF} representa o conjunto de requisitos funcionais composto por m componentes,
o vetor {PP} o conjunto de parâmetros de projeto composto por n componentes e [A] a
matriz de projeto que indica os relacionamentos existentes entre os RFs e PPs e
caracteriza o projeto em relação ao axioma da independência isto é, identifica se o
projeto é acoplado, desacoplado ou desacoplável.
{RF} = [A] {PP} ou RFi =
Aij PPj eq. 1
RF1 A11 A12 ... A1n PP1 RF1 = A11PP1+A12PP2+ A1nPPn
RF2 A21 A21 ... A2n PP2 RF2 = A21PP1+A22PP2+ A2nPPn
: = : : : :
: : : : : RFm = Am1PP1+Am2PP2+ AmnPPn
RFm Am1 Am2 ... Amn PPn eq. 2
16
Acredita-se que a descrição dos axiomas é suficiente para a compreensão genérica da metodologia de projeto axiomático, por
esta razão não serão descritos os corolários e teoremas que podem ser encontrados em SUH, 1990
64
Os elementos da matriz podem ser representados pelo valor zero quando não
existe nenhuma relação entre o requisito funcional m e o parâmetro n ou por outro valor
quando existe essa relação. O projeto desacoplado possui os elementos da diagonal da
matriz com valores grandes, o que indica uma relação forte com os parâmetros
correspondentes e todos os outros elementos com valores iguais ou próximos a zero
como se verifica na figura 3.4.2.
RF1 a 0 DP1 RF1 = aPP1
RF
2 0 b DP2 RF2 = bPP2
Fig. 3.4.2 Exemplo de projeto desacoplado
Observa-se pela figura 3.4.2 que o projeto do tipo desacoplado satisfaz o
axioma da independência uma vez que a independência entre RFs se mantêm quando
cada parâmetro muda. Isto é, o RF1 pode ser realizado mudando-se o PP1 sem alterar
o RF2.
Para facilitar a representação do projeto, a metodologia utiliza o diagrama de
junção modular, que representa as junções dos módulos terminais de cada nível
hierárquico, e o diagrama de fluxo, que representa a seqüência de desenvolvimento dos
módulos de projeto, visualizados na figura 3.4.3. Os Módulos representam a relação
existente entre os parâmetros de projeto e os respectivos requisitos funcionais em um
determinado nível hierárquico; correspondem, portanto, à linha da matriz de cada
requisito funcional. São considerados terminais quando não necessitam de uma maior
decomposição.
65
Diagrama de junção modular. No caso do
projeto desacoplado a junção é feita pela
soma dos módulos
Diagrama de fluxo. No caso do projeto
desacoplado os módulos podem ser
desenvolvidos em paralelo.
Fig. 3.4.3 Diagrama de junção e de fluxo do projeto desacoplado
Na prática de projetos arquitetônicos, um parâmetro de projeto pode se
relacionar ou influenciar diversos requisitos. O que se faz necessário é verificar o grau
desta influência ou desta relação. No projeto desacoplado cada requisito funcional terá
apenas um parâmetro “controlador” definido com uma relação forte que permita o seu
controle e poderá ter outros com um grau de relacionamento muito fraco (próximo a
zero) de maneira que a alteração destes parâmetros com fraco relacionamento
mantenha o requisito dentro da tolerância especificada.
O projeto do tipo acoplado possui todos os elementos da matriz com valores
grandes, o que indica a existência de relação forte entre todos os parâmetros e
requisitos como se verifica na figura 3.4.4.
RF1 a b PP1 RF1 = aPP1 + bPP2
RF
2 c d PP2 RF2 = cPP1 + dPP2
Fig. 3.4.4 Exemplo de projeto acoplado
Observa-se pela figura 3.4.4 que o projeto do tipo acoplado viola o axioma da
independência uma vez que alterando-se qualquer parâmetro de projeto modificam-se
todos os requisitos funcionais, de tal maneira que esta alteração viole a tolerância
especificada para os requisitos.
66
Finalmente o projeto do tipo desacoplável possui os elementos da matriz
localizados na diagonal e os elementos situados acima ou abaixo da diagonal com
valores diferentes de zero, ou seja, a matriz é triangular como se verifica na figura 3.4.5.
RF1 a 0 PP1 RF1 = aPP1
RF2 b c PP2 RF2 = bPP1 + cPP2
Fig. 3.4.5 Exemplo de projeto desacoplável
Observa-se pela figura 3.4.5 que o projeto do tipo desacoplável respeita o
axioma da independência, desde que os ajustes sejam controlados por uma seqüência.
Neste exemplo primeiro define-se o RF1 através do PP1 e depois o RF2 modificando-se
apenas o PP2 o que não interfere com o RF1.
Esta seqüência pode ser representada considerando-se os módulos terminais
de projeto representados no diagrama de junção modular e o diagrama de fluxo,
visualizados na figura 3.4.6.
Diagrama de junção modular. No caso do
projeto desacoplavel a junção é feita pela
combinação dos módulos
Diagrama de fluxo. No caso do projeto
desacoplavel os módulos são desenvolvidos
considerando-se uma seqüência: Primeiro o
Módulo 1 depois o Módulo 2.
Fig. 3.4.6 Diagrama de junção e de fluxo do projeto desacoplável
No projeto desacoplável um determinado requisito funcional poderá possuir
diversos parâmetros com relacionamento forte e pelo menos um parâmetro
“controlador” que permita o ajuste do requisito funcional correspondente dentro dos
limites especificados. Este parâmetro controlador será o último a ser especificado, uma
vez que o requisito funcional correspondente pode sofrer influência de outros
67
parâmetros e que o controle será efetivo quando os outros parâmetros associados
estejam definidos e não se modifiquem mais.
O axioma da independência racionaliza o projeto, uma vez que o projetista
passa a identificar e representar a relação existente entre o requisito funcional e o
parâmetro de projeto. Este processo representado através da hierarquização dos
domínios funcional e físico permite ao projetista identificar qual decisão está tomando e
qual a conseqüência desta decisão para o projeto como um todo.
O axioma da informação se relaciona a quantidade de informação gerada para
se produzir o produto. No caso do projeto arquitetônico geralmente as informações para
a construção de um edifício se referem a desenhos e memoriais descritivos. Pode-se
dizer que um projeto demasiadamente restritivo em termos de sua implementação irá
gerar maior informação, uma vez que, a tolerância pequena estipulada pelo projetista
para satisfazer um RF pode gerar uma incorporação física (PP) única, que precise de
um grande detalhamento (informação) para ser confeccionado, isto geralmente é
acompanhado de um maior custo financeiro. Se for possível solucionar este mesmo RF
com menor informação, este projeto terá maior probabilidade de ser realizado.
Observa-se que o axioma da informação racionaliza o projeto, pois alerta o
projetista da necessidade de vincular o projeto com a sua implementação. De posse
deste axioma o projetista passa a escolher parâmetros que diminuam a complexidade
executiva isto é considerando a tecnologia local disponível.
A metodologia de projeto axiomático supõe que existem diversos parâmetros e
variações destes parâmetros físicos (soluções) que podem controlar um requisito
funcional. Cabe ao projetista escolhê-los de modo a manter a independência. Assim, ao
se deparar com um projeto acoplado, o projetista pode:
- definir (escolher dentro das diversas opções) outros parâmetros de controle do
requisito a fim de evitar uma situação de compromisso.
68
- unir as funções e seguir com a hierarquização optando-se por uma solução
desacoplável ou desacoplada com o detalhamento do projeto em níveis hierárquicos
inferiores.
- caso realmente não seja possível se evitar uma situação de compromisso para
algumas funções, realizar a otimização destas funções a fim de encontrar soluções de
compromisso em um determinado nível hierárquico, e após optar por um partido,
continuar o projeto com o uso da metodologia axiomática.
O uso desta metodologia antes de restringir a forma com que o projeto
arquitetônico é concebido, permite a estruturação e o mapeamento do processo durante
seu desenvolvimento. Isso possibilita ao menos três vantagens imediatas: elucidar os
pontos críticos do processo no instante exato em que o conflito entre as diversas partes
do sistema aparece e não após a conclusão do projeto, onde os danos podem ser
irreversíveis; facilitar a abordagem da questão de projeto, nos diferentes campos a que
ele se destina e finalmente, possibilitar a reutilização das informações anteriores em
futuros projetos similares, possibilitando um enriquecimento crescente das bases de
dados relativas a áreas específicas de projeto e que em um estágio inicial de
concepção ampara e incorpora a massa crítica para a criação de uma arquitetura
saudável (MONICE,2003).
A teoria de projeto axiomático foi aplicada por MONICE (2003), em um exemplo
de arquitetura, que concluiu por uma melhoria no gerenciamento e estímulo das idéias
criativas da fase inicial de projeto. A explicação desta melhoria foi: a teoria fornece uma
visão ampla da questão de projeto em vários aspectos, auxilia na verificação das
relações e implicações das decisões de projeto, bem como, na percepção de quais são
os pontos que podem ser executados simultaneamente ou que necessitam de uma
hierarquia de execução.
Para constituir um método de avaliação de projeto para conjuntos habitacionais
de interesse social, KOWALTOWSKI et al (2003) no estudo de métodos de projeto
considerou ao Método Axiomático ressaltando que o procedimento lógico, onde os
projetistas avançam passo-a-passo na tomada de decisões, também deveria
69
acrescentar coerência ao processo. O método axiomático é visto como uma importante
contribuição para a inclusão de dados qualitativos e para estruturar uma grande
quantidade de informações para enriquecer o processo. A documentação do processo
de decisão dá transparência ao processo de projeto e permite o registro da informação,
evitando conflitos e insatisfações entre os usuários do produto final. Apesar do fato de
que a subjetividade é inerente ao processo de projeto, um procedimento metodológico é
importante para aumentar as bases científicas do projeto.
GRAÇA (2002a) considerou o estudo do desenvolvimento de projetos e do
ambiente construído para escolas de educação infantil e constatou a necessidade de
sistematizar as informações geradas durante o processo de projeto e a necessidade de
criar vincular a tomada de decisão em projeto às necessidades do usuário. A
implementação investigativa da metodologia do projeto axiomático permitiu a
elaboração de um processo de projeto que racionalizou o processo e a informação
gerada, permitiu flexibilidade e união de forma clara as decisões de projeto à prática
pedagógica. Além disso, a metodologia permitiu,ainda, a organização do trabalho em
diversas equipes.
Acredita-se que, embora diferentes projetistas definam de modo peculiar o
conjunto de requisitos (funções) e desenvolvem diferentes parâmetros de projeto
(variáveis), é possível através do uso da metodologia de projeto axiomático, delinear a
importância (funções) de cada conforto e o que isto significa na incorporação física do
projeto. Neste momento, serão indicadas funções genéricas (requisitos funcionais) de
cada conforto e diretrizes (parâmetros de projeto) que podem ser considerados como
mapas conceituais.
70
3.5. Funções e definições do conforto ambiental
Nesta pesquisa assume-se que no desenvolvimento de um projeto de prédio
escolar, o conforto térmico, o acústico e o visual são prioritários e devem ser
considerados como fundamentos de projeto. Como citado, a falta destes confortos
prejudica a aprendizagem que é a função principal de uma escola.
Pode-se dizer que a importância destes confortos irá depender das funções que
lhe são atribuídas. Para a elaboração desta parte, optou-se por trabalhar cada aspecto
de conforto com o mapeamento entre requisitos funcionais e pametros de projeto da
metodologia de projeto axiomático17 (SUH,1998).
Faz-se importante ressaltar que são formulados a hierarquização e o
mapeamento genérico de funções e parâmetros relacionados a aspectos de conforto
acústico, térmico e visual, esta formulação tem caráter pessoal e deve ser considerada
como uma possível representação, não necessariamente a única ou a melhor.
3.5.1 Funções e definições do conforto acústico
Ao assumir que no desenvolvimento do projeto de escola o conforto acústico é
uma prioridade para a formação de ambiente de educação, pois sua falta prejudica a
aprendizagem, se coloca como função genérica proporcionar qualidade sonora para a
escola (RF1) e se tem como parâmetro de projeto o desenvolvimento de projeto de
acústica (PP1).
A qualidade sonora ou desempenho acústico de uma escola está relacionado
com a capacidade de proporcionar aos seus usuários condições adequadas para
17
Neste momento não serão desenvolvidas matrizes de projeto. Estas serão realizadas na aplicação da
metodologia na seção 6.1
71
realizar normalmente suas atividades, destaca-se neste sentido a comunicação verbal
entre pessoas.
“Ao dar forma e volume aos espaços, o arquiteto tem
como elemento sico de trabalho a superfície. As
formas e materiais adotados têm influência no
comportamento do som, determinando o desempenho
acústico do ambiente...” (SOUZA, ALMEIDA e
BRAGANÇA, 2003, p.34)
Nos estudos de avaliação pós-ocupação em escolas observa-se problemas
acústicos, que prejudicam a qualidade sonora, fruto de ruídos do entorno do terreno
(ruas com tráfego intenso), interferência de sons entre ambientes (salas de aula
próxima ao pátio ou a corredor largo e extenso) e ruído interno e tempo de
reverberação prolongado (KOWALTOWSKI et al 2001, ORNSTEIN e BORELLI, 1996).
Destas avaliações pode-se definir as funções ou requisitos funcionais (RFs)
para alcançar um bom desempenho acústico no projeto de escola: Amenizar os ruídos
externos (RF1.1), amenizar a interferências de sons e ruídos entre ambientes da escola
(RF1.2), reduzir a reverberação dentro do ambiente (RF1.3).
Para escolha dos parâmetros de projeto se tem como diretriz: Estudo acústico
do local de implantação do projeto (PP1.1), classificação acústica das atividades e
agrupamento (PP1.2), tratamento do ambiente (dimensões, formato e
materiais)(PP1.3).
Estas funções e parâmetros de projeto são representados pelo mapeamento da
figura 3.5.1.1. Onde se vê que:
1- Para satisfazer a função de amenizar os ruídos externos (RF1.1) o projetista terá
que fazer o estudo acústico do local de implantação do projeto (PP1.1).
2- As sub-funções para a elaboração do estudo do local de implantação são evitar a
interferências de fontes de ruído externo (RF1.1.1) e controlar o ruído externo
(RF1.1.2) onde o projetista estará definindo, respectivamente, o posicionamento
72
da edificação e aberturas (PP1.1.1) e barreiras acústicas e elementos externos
do/ao prédio (PP1.1.2). Nestas sub-funções observa-se que o RF1.1.2 será
desenvolvido se a situação real de projeto não puder ser resolvida com o
RF1.1.1.
3- Para amenizar a interferências de sons e ruídos entre ambientes da escola
(RF1.2) deve-se classificar a acústica das atividades e agrupá-las (PP1.2)
4- Para reduzir a reverberação dentro do ambiente (RF1.3) deve-se prever o
tratamento do ambiente considerando-se suas dimensões, formato e materiais
(PP1.3)
Funções do conforto acústico para o projeto da edificação escolar
Parâmetros de projeto do conforto acústico
Fig. 3.5.1.1: Funções e parâmetros de conforto acústico para escolas
73
A importância das definições do conforto acústico aparece em várias fases do
projeto, desde os primeiros croquis com o estudo de posicionamento tentando-se evitar
o ruído externo até o detalhamento com a definição de materiais para o isolamento e
isolação dos ambientes. Estas definições também dependem da escolha do lote.18
Cada um desses parâmetros de projeto requer decisões que podem estar
pautadas na experiência do projetista e em lculos da física. O conhecimento destes
cálculos influencia as decisões iniciais e vice-versa. Por exemplo, o estudo do
posicionamento da edificação pode se basear na vivência do projetista com o tipo
específico do terreno e seu entorno, estas decisões influenciam o parâmetro de projeto
de tratamento do ambiente que requer decisões de materiais de acabamento,
dimensões e da forma do ambiente. Ambas as decisões afetam os cálculos físicos.
Os requisitos funcionais RF1.1- amenizar os ruídos externos e RF1.2-amenizar
a interferências de sons e ruídos entre ambientes da escola, relacionam-se à parte da
acústica chamada de controle e prevenção de ruídos que é dividida em ruídos externos
à edificação e ruídos internos à edificação.
O requisito funcional RF1.3- reduzir o tempo de reverberação dentro do
ambiente, já trata da inteligibilidade no interior de cada ambiente, isto é após ter
definido e amenizado os efeitos dos ruídos entre ambientes e entorno, procura-se
proporcionar qualidade acústica de acordo com o uso de cada ambiente. Esta parte
envolve a definição, por parte do projetista, do formato e dimensão do ambiente, da
utilização de materiais de construção considerando-se sua capacidade de isolar e
absorver som (AMORIM,2007).
Nas definições de qualidade sonora para as salas de aula deve-se buscar a
distribuição sonora homogênea, tempo de reverberação adequado, boa inteligibilidade
do som e ausência de interferência de ruídos externos sobre o som de interesse,
18
As questões referentes a escolha do lote não são tratadas nesta tese.
74
geralmente a fala (no caso de escolas problemas com o ruído do ventilador são
citados).
3.5.2 Funções e definições do conforto térmico
Ao assumir que no desenvolvimento do projeto de escola o conforto térmico é
uma prioridade para a formação de ambiente de educação, pois sua falta prejudica a
aprendizagem, se coloca como função genérica proporcionar conforto rmico para a
escola e se tem como parâmetro de projeto (solução) o desenvolvimento de projeto de
térmico.
O conforto térmico de uma escola está relacionado com a capacidade de
proporcionar aos seus usuários condições adequadas para realizar normalmente suas
atividades, consoante Rivero tem-se que:
“...o conforto rmico das pessoas, que tem enorme
influência em sua saúde e em seu rendimento, vai
depender exclusivamente dos conhecimentos e da
preocupação do arquiteto para conseguir um melhor
comportamento térmico da envolvente.”
“... (O calor) não conhece barreiras e é possível opor-
lhe resistências de eficácia variável, mas nunca impedir
totalmente sua transmissão. Devemos imaginar que ao
redor de nós ocorrem processos contínuos de
transmissão de calor como produto das diferenças de
temperaturas provocadas por fontes como radiação
solar, o próprio corpo humano ou qualquer aparelho
gerador de calor. (RIVERO, 1986 p.14, 15)
Observa-se que as funções principais do projeto térmico devem ser realizadas
através do conhecimento destas trocas térmicas, sendo o local de implantação e o
conhecimento dos dados climáticos de grande importância.
75
Nos estudos de avaliação pós-ocupação observam-se problemas térmicos
referentes à orientação das salas de aula (leste ou oeste), temperaturas elevadas no
período da tarde no verão nas salas de aula e temperaturas baixas no período de
inverno, tios com grande exposição ao vento e falta de proteção contra insolação,
insolação direta sobre os usuários das salas de aula (KOWALTOWSKI et al 2001,
ORNSTEIN e BORELLI, 1996). Estes problemas poderiam ser amenizados se o
projetista tivesse realizado uma análise térmica do projeto.
RIVERO (1986, p.154), apresenta um procedimento de análise que inclui no
desenvolvimento de projeto as questões térmicas. Divide os procedimentos nas fases
de programa, anteprojeto e projeto.
Para o programa indica:
1- A análise de cada espaço considerando-se a atividade, o horário de ocupação e
hierarquizando-se prioridades.
2- Levantamento visual do entorno considerando-se fatos que possam afetar a
radiação solar ou a ventilação
3- Levantamento dos dados principais do clima (temperaturas máxima e mínima,
umidade relativa do ar, direção e velocidade predominante do vento).
4- Análise da necessidade e possibilidade econômica do uso de instalações
térmicas.
Para o anteprojeto indica:
1- Estudo da forma e orientação do volume do prédio
2- Definir localização dos espaços de acordo com a hierarquização realizada no
programa
3- Definir o tratamento dos espaços exteriores
4- Determinar os parâmetros principais da estrutura térmica do edifício.
5- Estabelecer critério sobre a proporção de área envidraçada e os todos de
proteção.
76
6- Estabelecer critério de ventilação por razões higiênicas e térmicas. Assegurar a
ventilação cruzada.
7- Estudo da insolação dos planos e espaços
Para o projeto indica:
1- Especificar materiais, espessuras e procedimentos para os fechamentos opacos
com base nos coeficientes de absorção, emissividade, resistência rmica e
amortecimento.
2- Definir os fechamentos transparentes e os tipos de proteção considerando os
períodos de frio e calor.
3- Definir os sistemas de ventilação higiênica e de verão (superfície de entrada e
saída, área e formas de abrir os dispositivos, divisórias internas que facilitem a
ventilação cruzada).
4- Definir elementos de construção e vegetação para os espaços exteriores.
Não se pode esquecer no caso das escolas do período de funcionamento, do
período de férias, da quantidade de alunos por classe, do tipo de atividade realizada e
do tipo de vestimenta utilizada. Estes fatores afetam os intercâmbios térmicos e a
escolha de soluções de projeto.
Destes procedimentos e das avaliações pós-ocupação pode-se definir as
funções ou requisitos funcionais (RFs) para alcançar um bom desempenho térmico no
projeto de escola: Amenizar a radiação solar do edifício como um todo (RF2.1),
Controle da ventilação (RF2.2), Controle da radiação solar (RF2.3) e proporcionar
conforto térmico no entorno da edificação (RF2.4).
Para escolha dos parâmetros de projeto se tem como diretriz: o estudo da
forma e orientação do volume do prédio (PP2.1), definir aberturas (PP.2.2), Definir
elementos de proteção para a radiação solar (PP2.3) e definir elementos de construção
e vegetação do entorno (PP2.4).
77
Estas funções e parâmetros de projeto são representados pelo mapeamento da
figura 3.5.2.1.19 Onde se vê:
1- Para amenizar a radiação solar do edifício como um todo (RF2.1) o projetista terá
que lidar com o estudo da forma e orientação do volume do prédio (PP2.1)
2- Para controlar a ventilação (RF2.2) terá que definir as aberturas (PP2.3)
3- As sub-funções para controlar a ventilação são: permitir a troca de ar de acordo
com a atividade desenvolvida (RF2.2.1) e possibilitar a ventilação higiênica
(RF2.2.2), onde o projetista estará definindo, respectivamente, o tamanho e
localização das aberturas (PP2.2.1) e os sistemas de ventilação (PP 2.2.2)
4- Para controlar a radiação solar (RF2.3) o projetista terá que definir os elementos
de proteção (PP2.3)
5- As sub-funções para controlar a radiação solar são: amenizar a radiação solar
nos planos horizontais (RF2.3.1), amenizar a radiação solar nos fechamentos
transparentes (RF2.3.2) e amenizar a radiação solar nos fechamentos opacos
(RF2.3.3) para tais funções, o projetista estará definindo, respectivamente, forma
e material de cobertura (PP2.3.1), tipos de proteção para os fechamentos
transparentes (PP2.3.2) e cor, textura, espessura e materiais dos fechamentos
opacos (PP2.3.3)
6- Para proporcionar conforto térmico no entorno da edificação (RF2.4) o projetista
deverá definir elementos de construção e vegetação (PP2.4).
19
As funções e parâmetros de projeto neste momento são genéricos, faz-se importante ressaltar a
necessidade de se verificar o local e o clima específico de implantação de projeto.
78
Funções do conforto térmico
Parâmetros de projeto do conforto térmico
Fig. 3.5.2.1 Funções e Parâmetros do conforto térmico.
A importância das definições do conforto térmico aparece em várias fases do
projeto, desde os primeiros croquis com o estudo da forma e posicionamento do volume
do prédio, tentando-se amenizar a radiação solar que incide no edifício até o
detalhamento com a definição de materiais de fechamento e detalhamento de caixilhos.
Assim como no conforto acústico, observa-se que cada um desses parâmetros
de projeto requer decisões que podem estar pautadas na experiência do projetista e em
cálculos da física. Mesmo que exista o conhecimento do projetista adquirido pela sua
Conforto térmico
RF2
Amenizar a radiação
solar no edifício
como um todo
RF2.1
Controle da
ventilação
RF2.2
Amenizar a radiaç
ão
solar nos
fechamentos opacos
RF2.3.3
Controle de
Radiação solar
RF2.3
Amenizar a radiação
solar nos
fechamentos
transparentes
RF2.3.2
Permitir a troca do ar
de acordo com a
atividade
desenvolvida
RF2.2.1
Possibilitar a
ventilação higiênica
e de verão
RF2.2.2
Amenizar a radiação
solar nos planos
horizontais
RF2.3.1
Proporcionar
conforto térmico no
entorno da
edificação
RF 2.4
Conforto térmico
RF2
Amenizar a radiação
solar no edifício
como um todo
RF2.1
Controle da
ventilação
RF2.2
Amenizar a radiaç
ão
solar nos
fechamentos opacos
RF2.3.3
Controle de
Radiação solar
RF2.3
Amenizar a radiação
solar nos
fechamentos
transparentes
RF2.3.2
Permitir a troca do ar
de acordo com a
atividade
desenvolvida
RF2.2.1
Possibilitar a
ventilação higiênica
e de verão
RF2.2.2
Amenizar a radiação
solar nos planos
horizontais
RF2.3.1
Proporcionar
conforto térmico no
entorno da
edificação
RF 2.4
79
vivência, é importante ressaltar que alguns parâmetros físicos devem ser checados,
pois auxiliam a ratificar ou retificar esta vivência.
3.5.3 Funções e definições do conforto visual
Ao assumir que no desenvolvimento do projeto de escola o conforto visual é
uma prioridade para a formação de ambiente de educação, pois sua falta prejudica a
aprendizagem, se coloca como função genérica proporcionar conforto visual para a
escola e se tem como parâmetro de projeto (solução) o desenvolvimento de projeto de
conforto visual. Segundo Corbella e Yannas, 2003 tem-se que:
Então, se diz que se está em conforto visual quando se
bem, quando não se tem nenhum incômodo visual
no ambiente, quando o nível de iluminação que se
precisa para ver os detalhes é correto, quando não se
tem grandes contrastes de luz que obrigue a forçar a
vista, nem ofuscamento produzido por zonas de
iluminação exagerada em relação ao resto do local,
nem reflexos que produzam distúrbios visuais (p.235).
O conforto visual de uma escola está relacionado com a capacidade de
proporcionar aos seus usuários condições adequadas para realizar normalmente suas
atividades. O nível de iluminação que um espaço deve ter depende da solicitação visual
que os seus usuários vão ter, isso é, do tipo ou finalidade a realizar e da idade das
pessoas que o utilizam. As atividades mais precisas e minuciosas requerem um nível
mais alto de luz.
A distribuição da luz no ambiente interno depende de um conjunto de variáveis:
a disponibilidade da luz natural, as obstruções externas, o tamanho, a orientação, a
posição e detalhes de projeto das aberturas, características óticas dos envidraçados,
tamanho e geometria do ambiente e refletividade das superfícies internas (NBR15215-
2:2005). A eficiência da luz natural depende da iluminação da abóbada celeste, do
80
ângulo de incidência da luz, da cor empregada no ambiente e da cor e natureza dos
vidros por onde penetra a luz (NETO, 1980).
A utilização correta da iluminação natural nos climas tropicais úmidos reduz de
forma significativa a utilização de luz elétrica, uma vez que, a característica deste clima
permite uma iluminação natural durante quase todo o período diurno anual. Uma
iluminação natural correta melhora a satisfação do usuário do ambiente e diminui o
consumo de energia (SCARAZZATO,1996). Deve-se lembrar dos problemas causados
pela entrada excessiva de luz e de radiação solar direta em um projeto de iluminação
natural nos trópicos.
Nos estudos de avaliação pós-ocupação de escolas, realizados em São Paulo,
observa-se problemas de iluminação, que prejudicam o conforto visual, fruto de:
distribuição não uniforme da iluminação, nível de iluminação fora das recomendações,
manutenção precária das lâmpadas, utilização padronizada de lâmpadas independente
do tamanho da sala, iluminação natural insatisfatória e ofuscamento no plano de
trabalho e lousa, (KOWALTOWSKI et al 2001, ORNSTEIN e BORELLI, 1996).
Destas avaliações e definições de conforto visual pode-se elencar as funções
ou requisitos funcionais (RFs) para alcançar um bom conforto visual no projeto de
escola: Garantir a Iluminação adequada com a função do ambiente (RF3.1) e Utilizar a
iluminação natural (RF3.2) Para escolha dos parâmetros de projeto se tem como
diretriz: escolha do sistema de iluminação artificial (PP3.1) e estudo da iluminação
natural (PP3.2).
Estas funções e parâmetros de projeto são representados pelo mapeamento da
figura 3.5.3.1. Onde se vê que:
1- Para satisfazer a função de garantir a Iluminação adequada com a função do
ambiente (RF3.1) o projetista terá que escolher o sistema de iluminação artificial
(PP3.1).
81
2- As sub-funções para utilizar a iluminação natural são: possibilitar o uso de luz
natural de acordo com a função do ambiente (RF3.2.1), permitir a passagem de
luz pelas aberturas (RF3.2.2), evitar o ofuscamento direto (RF3.2.3) e evitar o
ofuscamento por reflexão de superfícies (RF3.2.4) onde o projetista estará
definindo, respectivamente, a orientação dos ambientes e tipo de abertura
(PP3.2.1), tipo de caixilho e materiais transparentes (PP3.2.2), o emprego de
anteparos (PP3.2.3) e as cores dos ambientes (PP3.2.4).
Funções do conforto visual
Parâmetros de projeto do conforto visual
Fig.3.5.3.1 Funções e Parâmetros do conforto visual.
A importância das definições do conforto visual aparece em várias fases do
projeto, desde os primeiros croquis com o estudo da orientação dos ambientes e
definição do tipo de aberturas, tentando-se definir orientações que permitam uma maior
entrada de luz natural difusa nos ambientes, até o detalhamento com a definição de
cores dos ambientes e materiais transparentes.
82
Assim como no conforto acústico e térmico, observa-se que cada um desses
parâmetros de projeto requer decisões que podem estar pautadas na experiência do
projetista e em cálculos da física. Mesmo que realmente exista o conhecimento do
projetista adquirido pela sua vivência, é importante ressaltar que a simulação
computacional e métodos que auxiliam os cálculos de iluminação natural podem ser
utilizados para comparar soluções e tomar decisões. Além deste fato, ressalta-se
também, que modelos em escala reduzida podem ser utilizados, uma vez que, os
fenômenos de iluminação são bem reproduzidos nestes modelos (HOPKINSON,
PETHERBRIDGE e LONGMORE, 1975).
3.6 Processo de projeto realizado pela Fundação de Desenvolvimento
Educacional (FDE) e alguns escritórios de arquitetura.
Os empreendimentos de projeto geralmente são únicos, por esta razão
possuem um grau de incerteza e sua organização, usualmente, é realizada através da
divisão em fases de projeto de modo a controlar e gerenciar melhor as informações. As
fases de projeto são reconhecidas como o ciclo de vida de projeto (PMI, 2006)
20
.
Cada fase é marcada pelo término e entrega de “um produto” (uma parte do
projeto) que pode ser verificada ou checada, por exemplo: estudo de viabilidade,
detalhamento do projeto, protótipos, etc. As entregas ou fases de projeto são partes de
uma seqüência lógica utilizada para garantir a própria definição do produto. A conclusão
de uma fase geralmente é marcada pela revisão de modo a detectar e corrigir erros e
determinar se o projeto pode continuar. Podem-se citar alguns exemplos de estrutura
de fases de projeto retirados da prática dos escritórios de projetos e visualizados nas
figuras 3.6.1, 3.6.2 e 3.6.3.
20
Project Management Institute (PMI)
83
Análise do local
Seleção das equipes
Programa e Objetivos
Desenho Esquemático
Desenvolvimento de projeto
Documentação para construção
Licitação e Negociação
Administração da Construção
Fig. 3.6.1. Fases de projeto descritas por FAIA, 2005
Fig. 3.6.2 Modelo geral de projeto baseado em LANG (1987) e BARROSO-
KRAUSE(1998).
84
Fig. 3.6.3. Fluxo geral de etapas do desenvolvimento de projeto (adaptado de CTE,
1998 apud FABRÍCIO, BAÍA e MELHADO,1998).
Fig. 3.6.4. O modelo de Asimow (baseado em Rowe, 1987).
Muitos ciclos de projeto possuem nomes de fases e requisitos de trabalho
similares, porém poucos são idênticos. A maioria possui quatro ou cinco fases, e alguns
85
podem possuir nove ou mais fases. Subprojetos dentro de projetos também possuem
um ciclo de vida distinto. Por exemplo, uma firma de projeto de arquitetura contratada
para desenvolver um projeto, primeiro, se envolverá com a fase de definição do
contratante e, segundo, com a fase de implementação da construção. Contudo, o
projeto arquitetônico possui suas próprias fases, que vão do desenvolvimento
conceitual, definição e implementação. (PMI, 2006).
Embora os nomes difiram de indústria para indústria, os estágios reais
tipicamente seguem os passos comuns à resolução de problemas (problem solving):
definir o problema, elencar opções, escolher um caminho, implementar e avaliar.
Geralmente os projetos fazem parte de organizações maiores, por exemplo
organizações governamentais, organizações de sáude, agencias internacionais,
associações de profissionais entre outras. Cada organização possui uma cultura e um
tipo de estrutura organizacional, que irão influenciar o projeto no desenvolvimento de
suas etapas e seu produto final. No caso dos projetos de escola para a rede estadual
de São Paulo a organização governamental é a Fundação para o Desenvolvimento
Educacional (FDE)
A cultura da organização se verifica através de suas crenças, expectativas,
normas, políticas e procedimentos que podem criar resistência ou influenciar no projeto
quando se propõe uma abordagem pouco usual , ou quando os estilos de organização
forem diferentes (por exemplo, uma organização com cultura autoritária e outra com
cultura participativa) (PMI, 2006).
A estrutura organizacional irá influenciar na forma que se tomam decisões,
podendo-se elencar, pelo menos, a estrutura clássica hierárquica onde cada
empregado possui um superior, cada área possui uma especialidade, cada área
desenvolve sua parte do projeto, sem a necessidade de se comunicar com outras áreas
e, caso seja necessária a comunicação entre áreas, esta se fará pelo nível hierárquico
superior (PMI, 2006).
86
Não se pretende descrever a cultura e organização da FDE, apenas ressaltar
que por ser ela a organização que distribui, coordena e avalia os projetos, as empresas
contratadas irão seguir as suas definições, procedimentos e etapas de projeto, e
certamente esta influência será marcante para o projeto e seu produto final. Por este
motivo, considerou-se nesta seção a descrição das fases do processo de projeto
realizado pela Fundação de Desenvolvimento Educacional e prestadores de serviço
(seção 3.6.1), da influência do processo de projeto em aspectos de conforto ambiental
(seção 3.6.2), de definições de conforto ambiental nas fases de projeto realizadas por
escritórios de arquitetura (seção 3.6.3) e, finalmente de exemplos de projeto existentes
e realizados com o processo de projeto descrito (seção 3.6.4)
3.6.1 Fases de projeto indicadas pela Fundação de Desenvolvimento
Educacional
Os projetos arquitetônicos de escola da rede estadual de São Paulo são
realizados pela Fundação de Desenvolvimento Educacional (FDE) através de projeto
padrão ou através de contrato de serviços para projetos específicos.
Em entrevista com arquitetos da FDE em 20/05/05 foi informado que a prática
do projeto padrão vem caindo em desuso desde 2003, pois, o terreno esta cada vez
menor o que inviabiliza o uso de grandes taludes necessários para sua implantação.
O projetista contratado recebe como informações, para a elaboração do projeto,
o levantamento topográfico e o programa arquitetônico (fig. 3.6.1.1).
87
Fig.3.6.1.1 Programa arquitetônico (FDE,2003)
O projetista deve consultar os manuais editados pela FDE e as normas técnicas
pertinentes, sejam da ABNT ou outro órgão. No manual “Normas de apresentação de
projetos de edificações – Arquitetura e Paisagismo” (FDE, 2003) destacam-se:
1- NBR 5671 Participação profissional nos serviços e obras de engenharia e
arquitetura.
2- NBR 5261 Símbolos gráficos de eletricidade - princípios gerais para desenho de
símbolos gráficos.
3- NBR 5410 NB-3 Instalações Elétricas de baixa tensão.
4- NBR 6492 Representação de projetos de Arquitetura.
5- NBR 7191 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado.
6- NBR 9050 Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações,
espaço, mobiliário e equipamentos urbanos
7- Catálogo de Ambientes – Especificações da Edificação Escolar.
8- Catálogo de Componentes – Volume 1 e 2.
9- Catálogo de Serviços.
10- Vegetação e Paisagismo – Especificações da Edificação Escolar de Primeiro
Grau.
11- Catálogo de Mobiliário – Especificações do Mobiliário da Edificação Escolar.
88
12- Catálogo de Mobiliário – Distribuição do Mobiliário na Edificação Escolar.
13- Manual de Fiscalização de Obras e Serviços.
14- Manual de Técnico de Manutenção e Recuperação.
15- Identidade Visual / Sinalização – Especificações da Edificação Escolar de
Primeiro Grau.
Para o desenvolvimento do projeto arquitetônico são indicadas, nas “Normas de
apresentação de projetos de edificações Arquitetura e Paisagismo” (FDE, 2003), as
seguintes etapas: vistoria do local, estudo preliminar, anteprojeto e projeto
executivo, detalhadas a seguir.
A vistoria do local deve ser executada por todos os projetistas das várias
áreas técnicas envolvidas no projeto levantando-se os seguintes itens:
1- TOPOGRAFIA (conferir visualmente os dados constantes do levantamento
planialtimétrico; verificar se houve algum tipo de movimento de terra ou a existência de
construções clandestinas e conferir com a bússola a orientação magnética norte-sul).
2- ACESSOS (verificar os fluxos mais evidentes de circulação dos usuários potenciais
da vizinhança, observando a localização dos núcleos habitacionais e as vias
circundantes);
3- SERVIÇOS PÚBLICOS (indicar a existência e localização de serviços de redes de
água, de esgoto, de energia, de gás, de telefone, de iluminação pública, de
recolhimento de lixo, de pavimentação e de guias e/calçadas).
4- CONSTRUÇÕES EXISTENTES (registrar através de fotografias e fornecer os dados
de tipo do imóvel; de área; de tipo de cobertura; de áreas degradadas; de áreas em não
conformidade e de construções não cadastradas);
5- ZONEAMENTO (identificar a zona: rural, urbana);
6- AGENTES POLUIDORES (ruídos; vibrações; gases; odores; poeira; e esgoto a céu
aberto).
7- OUTRAS INFORMAÇÕES (fatores locais que podem determinar soluções
específicas de projeto: rios ou córregos - verificar com os moradores da região se
89
ocorre alagamentos; movimento de vias circundantes - baixa / alta; vias expressas;
ferrovias e linhas de alta tensão).
8- CARACTERÍSTICAS DA VIZINHANÇA: física e sociais.
Observa-se que alguns itens podem ser considerados relevantes para o
conforto ambiental, por exemplo: os acessos para o conforto funcional; a identificação
de ruídos, de vibrações, do movimento e tipo de vias circundantes para conforto
acústico; a orientação solar norte-sul e a característica física da vizinhança para os
confortos térmico e visual.
O estudo preliminar deve mostrar graficamente o partido arquitetônico
adotado em função das características específicas de cada terreno, bem como do
programa estabelecido para cada escola. O resultado gráfico é composto por desenhos
em escala de 1:200 da implantação com planta dos pavimentos e cobertura, cortes
transversais e longitudinais, elevações e estudo do movimento de terra.
O estudo preliminar de arquitetura é submetido à análise dos técnicos da FDE
com o intuito de verificar a adequação do projeto em relação às principais diretrizes
estabelecidas nos manuais técnicos para construções escolares, editados pela FDE.
Tem como objetivo, também, estabelecer um controle de ordem econômica, impedindo
a adoção de partidos arquitetônicos e/ou uso de materiais que impliquem em obras de
custos elevados.
O produto gráfico do estudo preliminar deve conter as seguintes informações na
IMPLANTAÇÂO:
- limites e curvas de nível do terreno;
- orientação NORTE-SUL;
- ruas circundantes;
- indicação de rios ou córregos;
- vegetação a preservar; a retirar / a ser replantada;
- acidentes notáveis;
90
- locação do prédio com indicação dos recuos;
- cotas de nível;
- modulação/cotas;
- identificação dos ambientes;
- posicionamento das aberturas;
- ampliação futura;
- beirais (projeção);
- brise (localização);
- vedos;
- locação da quadra de esportes;
- indicação dos acessos;
- legenda e indicação da área a construir / a demolir / existente (inclusive muros).
Basicamente são analisados os seguintes itens:
1- Insolação dos ambientes;
2- Ocupação de terreno resultante, considerando-se inclusive futuras ampliações;
3- Inter-relacionamento dos ambientes;
4- O número de pavimentos adotados para as edificações implantadas, em função
de fatores que o condiciona;
5- Área de cada ambiente e área total construída;
6- Movimento de terra e/ou muros de arrimo resultantes, em função do partido
arquitetônico adotado;
7- Principais elementos que caracterizam as edificações: tipo de estrutura, tipo de
cobertura (telhado e forro), tipo de vedo, uso de calhas, beirais e/ou brises;
8- Conveniência da localização dos acessos à escola;
9- Localização da quadra de esportes.
No estudo preliminar aparecem elementos importantes para o conforto
ambiental. O posicionamento das aberturas, vegetação, beirais, brises e vedos
influenciam os confortos acústico, térmico e visual. A orientação norte-sul afeta os
91
confortos térmico e visual. O conforto acústico também sofre influência da locação do
prédio e da relação das aberturas com as ruas e acessos, e locação de quadras de
esporte em relação.
O anteprojeto de arquitetura deve ser desenvolvido a partir do estudo
preliminar aprovado pela FDE. Deve conter as informações mínimas necessárias que
permitam uma estimativa de custos. Deve abranger, além dos aspectos referentes à
implantação no terreno, todas as edificações existentes, isto é, o prédio escolar
propriamente dito, passarelas de ligação entre os prédios, zeladoria e outros.
Os produtos gráficos apresentados devem conter: implantação, planta e cortes
de terraplenagem escala 1:200, plantas dos pavimentos, planta de cobertura, cortes
transversais e longitudinais escala 1:50, elevações escalas 1:50 ou 1:100. Os produtos
devem conter as informações discriminadas a seguir:
1- IMPLANTAÇÃO
Deverão constar todos os itens solicitados no Estudo Preliminar
complementados com os seguintes tópicos:
- croquis de localização do terreno (sem escala, logo acima do carimbo da FDE);
- referência de nível do levantamento topográfico (RN);
- amarração no terreno a partir de um ponto do levantamento topográfico;
- indicação de trilhas para deficientes visuais;
-indicação de vaga de Pessoa Portadora de Deficiência no passeio e estacionamento
interno;
- eixos de referência de acordo com modulação/cotas;
- indicação de juntas de dilatação;
- indicação dos equipamentos:
- canaletas de águas pluviais;
- alambrados de proteção;
- portões de acesso de alunos, administração e de veículos;
92
- locação dos mastros de bandeira/pórtico de identificação da escola;
- localização dos abrigos de entrada de energia, do abrigo de gás e de lixo;
- todos os equipamentos com o seu código específico da FDE;
- locação do reservatório de água;
- fechamento do terreno/ tipo de muro;
- áreas pavimentadas: tipo de piso, dimensões, caimentos de rampas, número e
dimensões dos degraus de escadas;
- áreas gramadas, taludes;
- muros de arrimo: locação, extensão e altura;
- tabela de áreas, conforme modelo FDE;
- tabela de sinalização visual, conforme modelo FDE;
- praça de recreação (quando solicitado);
- representações de paisagismo (seguir simbologia padrão FDE);
- fornecer as cotas para orientar a execução do plantio e numerar as espécies
empregadas;
- tabela geral de vegetação;
- cortes e detalhes dos tratamentos das áreas externas e componentes
complementares do projeto paisagístico;
- ampliação futura: deve ser prevista (em projeção) quando a capacidade final da escola
estiver definida no programa arquitetônico e/ou solicitada pela FDE.
2- PLANTA E CORTES DE TERRAPLENAGEM
- delimitação dos platôs;
- amarração no terreno;
- cotas de nível;
- taludes: inclinação e limites;
- zonas de corte e aterro;
- muros de arrimo: locação, extensão e altura;
- volume de corte e aterro;
- projeção da edificação com os eixos.
93
3-. PLANTAS DOS PAVIMENTOS - CORTES TRANSVERSAIS E
LONGITUDINAIS:
- eixos de referência de acordo com a modulação/cotas;
- identificação dos ambientes;
- cotas de nível;
- indicação dos componentes, instalações e equipamentos conforme manual
“Especificações de Edificação Escolar / AMBIENTES”;
- juntas de dilatação;
- tipo de telha, estrutura de sustentação, forro, inclinações, beirais, calhas;
- estrutura: tipo e pré-dimensionamento;
- paredes: tipo e espessura;
- revestimentos internos e externos (paredes, teto e pisos): indicação dos tipos;
- brises: localização, tipo, material, dimensões.
4- PLANTA DE COBERTURA
- eixos de referência;
- tipo e dimensões da telha;
- inclinação;
- estrutura de sustentação;
- arremates;
- dimensão e posição de calhas, lajes, e marquises: caimento e impermeabilização;
- posicionamento dos condutores e buzinotes;
- indicação do reservatório incorporado ao prédio, se for o caso.
5-. ELEVAÇÕES
eixos de referência;
revestimentos externos, indicação dos tipos/cores.
94
No anteprojeto os elementos importantes que afetam os confortos acústico,
térmico e visual são: indicação de equipamentos, fechamento do terreno (tipo de muro),
vegetação da área externa, delimitação de platôs e taludes, indicação dos
componentes, tipo de telha, forro, beirais, tipo e espessura de paredes, revestimentos
externos e definição completa de brises.
Na análise do anteprojeto de arquitetura é verificado se foram atendidas todas
as solicitações feitas pela FDE quando da análise do estudo preliminar e são
analisados, ainda, a indicação de componentes padronizados: é verificado se o
projetista está indicando, adequadamente, os componentes padronizados; o tipo de
piso e dimensões básicas das áreas externas pavimentadas e as áreas gramadas.
O projeto executivo de arquitetura deve conter todas as informações
necessárias para o perfeito entendimento do projeto e execução da obra. Deve ser
desenvolvido considerando-se as observações feitas pela FDE quando do anteprojeto.
O resultado gráfico é composto por: implantação, paisagismo (se solicitado) e
planta e cortes de terraplenagem em escala 1:200; plantas dos pavimentos, planta de
cobertura, cortes transversais e longitudinais em escala 1:50; elevações (pode ser em
escala 1:50 ou 1:100); ampliações e detalhes construtivos em escala adequada.
Os produtos gráficos apresentados devem conter além dos itens solicitados no
anteprojeto, as informações discriminadas a seguir:
1- IMPLANTAÇÃO
dimensionamentos de todos os elementos construtivos;
chamada dos detalhes e ampliações necessárias;
compatibilização com projetos de complementares;
notas e observações necessárias para a compreensão do projeto na obra.
2- PLANTA E CORTES DE TERRAPLENAGEM
95
dimensionamentos de todos os elementos construtivos;
chamada dos detalhes e ampliações necessárias;
legenda de corte e aterro definida em planta e em corte;
3-PLANTAS DOS PAVIMENTOS - CORTES TRANSVERSAIS E
LONGITUDINAIS
dimensionamentos de todos os elementos construtivos;
chamada dos detalhes e ampliações necessárias;
detalhes (encontro de estrutura e alvenarias, rufos, cobertura, alvenarias, forros,
paredes, brises, canaletas, receptáculos de águas pluviais e outros detalhes
necessários ao bom entendimento do projeto).
4- PLANTA DE COBERTURA
- dimensionamentos de todos os elementos construtivos;
chamada dos detalhes e ampliações necessárias.
5- ELEVAÇÕES
chamada dos detalhes e ampliações necessárias.
O arquiteto contratado é o responsável pela compatibilização entre as diversas
áreas cnicas envolvidas no projeto: arquitetura, estrutura, instalações hidráulicas e
instalações elétricas. No projeto executivo os elementos importantes para o conforto
ambiental se fazem pelo dimensionamento de todos os elementos construtivos e pelo
detalhamento.
No projeto executivo observa-se que as definições que afetam os confortos
térmico, acústico e visual são: o dimensionamento dos elementos construtivos,
detalhamento de forros, de brises, de cobertura.
96
A FDE faz análise do projeto de arquitetura, com o objetivo de verificar se todas
as informações contidas nos produtos gráficos foram entregues completos e na forma
de apresentação exigida. A qualquer momento, inclusive durante o andamento da obra,
a FDE pode solicitar ao arquiteto contratado, esclarecimentos ou complementações de
projeto que se fizerem necessários.
3.6.2 Fases de projeto analisadas pela Fundação de Desenvolvimento
Educacional e as especificações que afetam as funções de conforto
térmico, acústico e visual.
Para definir as especificações da FDE que afetam o conforto ambiental nas
fases de projeto fez-se a análise do catálogo da Fundação de Desenvolvimento
Educacional (FDE, 2003), descrito na seção 3.6.1. Observa-se neste catálogo que o
projeto se divide em vistoria do local, estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo
e que nestas fases a análise de alguns itens definem especificações que influenciam os
conforto térmico, acústico e visual, conforme se visualiza tabela 3.6.2.1.
A vistoria do local não é uma fase de projeto que possui uma avaliação, trata-se
de uma fase de checagem do local de modo a fornecer elementos para as fases
seguintes principalmente algumas restrições ao projeto. Observa-se que vários itens
analisados ou definidos nos elementos gráficos afetam os três confortos.
97
Tab. 3.6.2.1. Influência no conforto ambiental dos itens analisados ou definidos
pela FDE em cada fase de projeto.
Vistoria do local
Itens analisados ou definidos
nos produtos gráficos
Conforto
térmico
Conforto visual Conforto
acústico
Conferir orientação norte-sul X X
Verificar fluxos de circulação (vias
circundantes)
X
Verificar a presença de ruídos X
Características da vizinhança X X X
Estudo Preliminar
Itens analisados ou definidos
nos produtos gráficos
Conforto
térmico
Conforto
luminoso
Conforto
acústico
Insolação dos ambientes (orientação
norte-sul)
X X
Inter-relacionamento dos ambientes X
Área de cada ambiente X X X
Tipo de cobertura X X
Tipo de Vedos X X
Localização dos acessos à escola X
Localização de brises X X
Projeção de beirais X X X
Localização da quadra X
Posicionamento das aberturas X X X
Anteprojeto
Itens analisados ou definidos
nos produtos gráficos
Conforto
térmico
Conforto
luminoso
Conforto
acústico
Indicação de equipamentos X X
Fechamento do terreno / tipo de muros X X X
Tipo de piso externo X X
Paisagismo X X X
Pé direito X X X
Tipo de telha X X
Forro X X X
Tipo de parede e espessura X X
Revestimentos internos e externos
(parede, teto e piso)
X X X
Tipo, material e dimensões de brises X X X
Cores dos revestimentos externos X X
Projeto Executivo
Itens analisados ou definidos
nos produtos gráficos
Conforto
térmico
Conforto
luminoso
Conforto
acústico
Dimensionamento dos elementos
construtivos
X X X
Detalhamento de forros X X X
Detalhamento de brises X X
Detalhamento de cobertura X
Os itens analisados pela FDE ou definidos nos elementos gráficos dos projetos
são considerados como especificações que fazem parte de parâmetros de projeto
indicados na seção 3.5. As figuras 3.6.2.1, 3.6.2.2 e 3.6.2.3 mostram, nas caixas sem
98
numeração de parâmetro, onde estes itens se encaixam nos projetos de acústica,
térmica e conforto visual.
Fig. 3.6.2. 1 Itens analisados pela FDE e o projeto de acústica
99
Fig. 3.6.2.2 Itens analisados pela FDE e o projeto térmico
Fig. 3.6.2.3 Itens analisados pela FDE e o projeto de conforto visual
Observa-se que todos os itens analisados ou definidos nos produtos gráficos da
tabela 3.6.2.1 puderam ser incluídos nos parâmetros de projeto de conforto acústico,
térmico e visual da seção 3.5; em parte como parâmetro de projeto e em parte como
restrição. Por exemplo, o detalhamento de brises é um parâmetro de projeto para
“definir tipos de proteção dos fechamentos transparentes (PP2.3.2) o direito pode
ser uma restrição para o parâmetro de projeto “definir fechamentos transparentes
(tamanho e localização dos vãos)” (PP2.2.1).
Este fato é importante, pois, verifica-se que independente da divisão em fases
de projeto, o que é avaliado pela FDE estará presente em um projeto que considere
aspectos de conforto ambiental e a metodologia de projeto axiomático.
100
3.6.3 Alguns exemplos de projeto realizados com o processo de projeto da FDE
Nesta seção foram escolhidos alguns projetos de escolas
21
realizados por
escritórios de arquitetura que prestam serviços para a Fundação de Desenvolvimento
Educacional e foi realizada a análise de acordo com a metodologia proposta por
GRAÇA (2002).
Escola para alunos da à 4ª série do ensino fundamental da rede
estadual em Campinas projetada por André Vainer e Guilherme Paoliello
visualizada na figura 3.6.3.1. Possui bloco pavilhonar, quadra coberta contínua ao
volume da escola propriamente dita.
22
A quadra pode ser integrada ao pátio coberto de recreação (galpão), dando
origem ao espaço amplo que também é utilizado pela comunidade fora dos horários de
aulas. A transparência da veneziana metálica define parte do perímetro externo para
marcar visualmente o posicionamento da quadra esportiva. Na área restante evidencia-
se a estrutura projetada para fora do edifício e alinhada com o fechamento da quadra, o
que resulta em ambientes recuados em relação a seu contorno externo.
Segundo Paoliello, a opção pela instalação da quadra no piso térreo considerou
aspectos práticos que determinaram o desenvolvimento do projeto e levou à divisão do
conjunto em dois blocos, um deles ocupado apenas pelo equipamento esportivo. Dessa
forma, foi possível aproveitar o declive natural do lote para a construção da
arquibancada. Além disso, seu posicionamento permite que ela funcione como
extensão do galpão. Ao mesmo tempo, favorece a proteção acústica, pois reduz o vel
de ruídos que chegam às classes. A quadra tem piso cimentado pintado e cobertura
com telhas metálicas sobre treliça de aço.
21
Os projetos foram escolhidos pela facilidade de acesso a documentação e publicação. Os textos
explicativos são reproduzidos destas publicações. Utilizou-se o site da arcoweb
http://www.arcoweb.com.br/
22
Texto e figuras encontrados em http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura531.asp acesso em
04/09/2007
101
Os dois pavimentos superiores seguem a modulação-padrão (10,80 x 7,20
metros) para acomodar 13 salas de aulas, sala multiuso e sala dos professores. Esses
ambientes estão dispostos em dois vãos de 10,80 metros de largura e separados pelo
corredor de circulação com pilares na área central.
Os andares são interligados por duas escadas metálicas, posicionadas em
extremos opostos desse bloco. A mais larga, junto da quadra, é usada pelas crianças; a
mais estreita, junto da cozinha, atende professores e funcionários. A circulação vertical
é complementada pelo elevador, que garante acesso de portadores de necessidades
especiais aos pavimentos superiores.
Os acabamentos são simples e incluem telhas metálicas sobre laje, piso em
granilite e massa fina pintada nas salas de aulas e revestimento cerâmico nos
banheiros.
102
23
Fig.3.6.3.1 Escola Estadual em Campinas projetada por André Vainer e
Guilherme Paoliello
Utilizando-se a metodologia de avaliação descrita em Graça (2002) visualiza-se
a avaliação desta escola na tabela 3.6.3.1. Observa-se que existe coerência na opção
dos arquitetos quanto à localização da área recreativa e a avaliação dos especialistas
23
Foto encontrada em http://www.vainerepaoliello.com.br/
103
de acústica. Quanto ao conforto térmico a qualificação geral da escola é entre
péssimo/ruim, pois, não proteção solar nas salas de aula, isto também se verifica
nas fotos da figura 3.6.3.1. No conforto visual verificam-se 8 salas com boa qualificação
e 10 salas com orientação Norte sem proteção, por esta razão a qualificação geral
neste quesito foi entre ruim e bom.
Tab. 3.6.3.1 Avaliação da Escola Estadual de Campinas
Conforto acústico Conforto térmico Conforto visual
Possui área de recreação próxima
a um dos cantos do corredor que
dá acesso a todas as salas de
aula (variável 3) e considerada
pelos especialistas com um grau
de pertinência (G.P.) de 0,67, o
que equivale na escala semântica
entre bom e muito bom.
Possui 10 salas de aula com
abertura em parede oposta ao
corredor e orientação Norte
(variável 5B) e 8 salas de aula
com abertura em parede oposta
ao corredor e orientação Sul
(variável 5A).
As duas variáveis possuem grau
de pertinência 0,17, o que
equivale na escala semântica
entre péssimo e ruim.
Possui 10 salas de aula
quadradas e com abertura em
parede oposta ao corredor e
orientação Norte (variável 17B).
Grau de pertinência 0,25 na
escala semântica equivale a
ruim.
8 salas de aula com abertura
em parede oposta ao corredor e
orientação Sul (variável 17A).
Grau de pertinência 0,54 o que
corresponde a bom na escala
semântica.
3
N
5A
N
5B
N
17A
N
17 B
Fonte: GRAÇA, 2002
Indicação da Orientação Norte dos ambientes
e direção do vento predominante Sudeste
G.P.= 0,67 (na escala semântica
entre bom e muito bom)
G.P.= 0,17 (na escala semântica
entre péssimo e ruim)
G.P. = 0,39 (na escala
semântica entre ruim e bom)
(10*0,25+8*0,54)/18
A escola estadual Jardim Umuarama em São Paulo, visualizada na figura
3.6.3.2, foi realizada pelo Estúdio 6 Arquitetos. Seu projeto foi contemplado, em 2004,
no Prêmio Jovens Arquitetos do IAB/SP e do Museu da Casa Brasileira. Localizado
104
na região de Campo Limpo em São Paulo, o prédio foi erguido em área remanescente
do lote da escola estadual Moacyr de Castro Ferraz.
24
O lote era parcialmente ocupado por um dos blocos da escola existente,
removido para dar espaço ao novo prédio. O platô que os autores consideraram
adequado à implantação encontra-se em acentuado desnível em relação à rua - os
taludes variavam entre 3,5 e 12,5 metros de altura.
A edificação é constituída por volume único de quatro pavimentos. O prédio tem
as laterais mais longas marcadas pelas colunas pré-moldadas e pelas grandes janelas
que o caracterizam visualmente em seus dois pavimentos inferiores. Os elementos
vazados vedam a lateral da quadra coberta.
A circulação vertical é feita nas duas extremidades. A área didática foi
acomodada no térreo, onde existem 11 salas de aulas. O primeiro piso é ocupado por
algumas salas de aulas, salas de informática e de professores, diretoria e almoxarifado,
além de funções complementares ao programa escolar. A quadra e seu vazio superior
ocupam a maior parte do segundo e do terceiro pavimentos. Neste, agregados à
quadra, ficam o refeitório, a cozinha e a despensa. No andar mais alto, o local de
recreio divide espaço com a cantina e o grêmio.
Para vencer a distância entre a edificação e a via pública em cota mais elevada,
os autores recorreram a duas passarelas metálicas. Elas dão acesso ao conjunto em
pavimentos de ocupações distintas: pela mais alta, os alunos chegam à escola pela
área de recreio; a segunda, mais baixa, leva ao setor administrativo. Segundo os
autores, a disposição que coloca os espaços de uso comum nos dois pavimentos
superiores inverte a lógica tradicional da organização dos edifícios escolares. O
procedimento, justificam, evita a criação de áreas de lazer confinadas e sombreadas no
fundo do terreno
24
Textos e figuras encontrados em http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura727.asp
105
Fig. 3.6.3.2 Escola estadual Jardim Umuarama
N
106
Utilizando-se a metodologia de avaliação visualiza-se a avaliação desta escola
na tabela 3.6.3.2. Observa-se que a posição utilizada neste projeto da quadra não foi
uma variável de acústica avaliada em Graça (2002). Indica-se em pesquisa futura a
avaliação desta variável, uma vez que, vários projetos desenvolvidos para escolas
Estaduais vêm aplicando a quadra de esportes no pavimento superior às salas de aula.
Quanto ao conforto térmico, a qualificação geral da escola é próxima a ruim, pois, não
há a ventilação cruzada e nem há proteção solar nas salas de aula. No conforto visual a
qualificação também é próxima a ruim, provavelmente pelo fato de entrar luz direta do
sol do lado Norte e ocorrer ofuscamento, isto, pode ser observado visualmente nas
fotos da figura 3.6.3.2.
Tab. 3.6.3.2 Avaliação da Escola Estadual Jardim Umuarama
Conforto térmico Conforto visual
Possui 8 salas de aula com abertura em parede
oposta corredor e orientação Noroeste (variável
5G) Grau de Pertinência 0,29 na escala
semântica próximo de ruim e 7 salas de aula em
parede oposta ao corredor e orientação Sudeste
(variável 5F). Grau de pertinência 0,17 na escala
semântica entre ruim e péssimo.
Possui 8 salas com abertura em parede oposta
corredor e orientação Noroeste (variável 17F).
Grau de Pertinência 0,.25 na escala semântica
equivale a ruim e 7 salas de aula em parede
oposta ao corredor e orientação Sudeste (variável
17G). Grau de pertinência 0.17 na escala
semântica entre ruim e péssimo..
N
5F
N
5G
N
17F
N
17G
Fonte: GRAÇA, 2002
Indicação da Orientação Norte dos ambientes
e direção do vento predominante Sudeste
G.P.= 0,23 (na escala semântica próximo a ruim)
(8*0,29+7*0,17)/15= 0,23
G.P. = 0,23 (na escala semântica próximo a ruim)
(8*0,25+7*0,.17)/15 = 0,21
Observou-se nesta seção que:
- as decisões de projeto podem ser influenciadas por fatores físicos (terreno,
vizinhança, clima, etc), fatores organizacionais (estrutura, metodologia, fases de projeto,
avaliação, política, etc.), fatores econômicos e fatores pessoais (experiência, técnica,
desejo, etc.).
107
- o projeto arquitetônico trata vários parâmetros que podem ser conflitantes, assim o
projeto pode ser considerado como projeto ótimo, mesmo que possua avaliação ruim
em um ou mais aspectos de conforto.
No desenvolvimento do processo de projeto, independente dos fatores
intervenientes, a metodologia de projeto deve possibilitar a visualização de conflitos, o
gerenciamento de informações e tomada de decisão, a avaliação de aspectos de
conforto térmico, acústico e visual e, ao ser constatado uma avaliação ruim, prever
medidas que melhorem o desempenho destes aspectos.
3.7 Otimização de projeto
O propósito principal da teoria de otimização de projeto é ajudar o projetista na
seleção de um projeto que pertence a um conjunto de soluções viáveis do problema,
proporcionando direcionamento ao processo de decisão através da comparação entre
os projetos e da seleção do “melhor” (STADLER E DAUER, 1992).
Inicialmente as técnicas de otimização eram concebidas com um único objetivo,
como por exemplo, o custo ou o tamanho, o que não era adequado ao problema de
projeto que possui diversos parâmetros. Por este motivo, surgiu a pesquisa e o
desenvolvimento de tomada de decisão baseado em múltiplos critérios
(BALACHANDRAN, 1996).
A otimização prescreve um conjunto de variáveis de projeto de forma a
encontrar um conjunto específico de desempenhos. São estabelecidos os valores das
variáveis que ao mesmo tempo satisfazem as restrições e otimizam o conjunto de
objetivos.
Na teoria da decisão existem situações onde as decisões são feitas sem
objetivos explícitos, nestes casos objetivos apropriados são formulados durante e
depois do processo de decisão, sendo possível reconstruir a relação entre objetivos e
108
solução. Estas situações envolvem uma “racionalidade limitada” o que indica as
limitações das pessoas envolvidas, tais como: a falta de conhecimento que dificulta a
definição do problema e a sua imagem; a falta de soluções disponíveis (nem sempre
estão prontas e precisam ser encontradas) e a falta de conhecimento dos efeitos de
algumas soluções (LOON, 2002)
Na prática a garantia de encontrar o melhor projeto é ilusória, na verdade se
encontra o melhor projeto dentro de um conjunto existente de projetos (STADLER e
DAUER 1992). Raramente os projetistas podem identificar todas as soluções possíveis
de um problema, as decisões são realizadas de forma a satisfazer os requisitos em um
certo momento. Estas decisões podem ser vistas como subótimas ou como decisões
satisfatórias (ROWE,1992).
Introduzir o princípio de satisfação (minimizar risco e complicações), quer dizer
que as pessoas envolvidas se esforçam para encontrar um nível de aspiração limitado e
geralmente concreto. Descrever o critério de decisão como um vel específico de
aspiração (decisões satisfatórias), oferece vantagens práticas e teóricas pois
proporciona uma maneira não ambígua de medir se o objetivo foi alcançado (LOON,
2002).
Loon (2002) pontuou quatro categorias de concepção de ótimo e solução de
projeto ótimo:
- concepção de projeto interessada na forma ótima
- concepção de planejamento interessada com a escolha ótima
- concepção matemática interessada na aritmética ótima
- economia do “Bem-estar” (Welfare economics) interessada na distribuição ótima
A concepção de projeto interessada na forma ótima pode ser caracterizada por
três formas de otimalidade de projeto. Primeira, a qualidade ótima onde o arquiteto
acredita que a tarefa mais importante é criar um projeto com a maior qualidade
arquitetônica. Esta qualidade é definida pela discussão entre arquitetos e seus críticos
109
(apenas os profissionais podem decidir a qualidade arquitetônica). Segunda, a seleção
ótima e combinação de sub-soluções, onde assume-se que se pode encontrar um
projeto ótimo através de um processo ótimo que possibilte seleção e coleção de todas
as sub-soluções de maneira sistemática e explícita e a combinação das sub-soluções
selecionadas. Terceira, encontrar os requisitos e o caminho ótimo onde se assume que
os requisitos foram formulados pelo cliente de tal maneira que o projetista sabe
exatamente como alcança-los, a função do cliente é formular os requisitos e o projetista
encontrar soluções (LOON, 2002).
Muitas tentativas foram feitas para se unir metodologicamente estes três
aspectos. Abordagem de sistema como um meio matemático e pesquisa operacional
foram tomados como base. A idéia foi analisar o processo de projeto e dividí-lo em sub-
processos. Com o tempo tornou-se claro que o projeto ótimo não é a simples soma de
sub-projetos ótimo (LOON, 2002).
A concepção de planejamento interessada na escolha ótima assume que o
problema não pode ser amplamente quantificado e por esta razão técnicas quantitativas
não podem ser utilizadas. Para encontrar uma saída ótima um processo de
planejamento racional deve conter a enumeração de um número finito de alternativas,
avaliação e seleção de uma através de uma regra de decisão como a otimização.
Foram desenvolvidos modelos prescritivos, reconhecidos como processo de
aprendizado isto é, quanto mais os problemas forem esclarecidos e soluções
alternativas forem encontradas, melhor será a compreensão do problema e melhores
soluções serão encontradas. Se o processo for estruturado de maneira sistemática e
racional, automaticamente a melhor (ótima) planta será encontrada.
A concepção matemática interessada com a aritmética ótima assume que é
possível criar a representação matemática da realidade possibilitando soluções
matemáticas ótimas derivadas e validadas pela realidade. Na pesquisa operacional
vários modelos foram feitos para diferentes tipos de solução de problema, por exemplo,
programação linear. A otimização matemática é utilizada para vários problemas de
economia e comércio onde objetivos financeiros e organizacionais são otimizados.
110
Também foi utilizado no desenvolvimento urbano e de prédios com objetivos financeiros
e técnicos. Objetivos relacionados a qualidade do ambiente o foram objeto de estudo
da concepção matemática (LOON, 2002).
A economia do “Bem-estar” interessada na distribuição ótima permite a união
da decisão democrática de uma lado e do projeto realizado por uma equipe de outro. O
critério de Pareto
25
proporciona uma escala para medir o aumento no bem estar do
grupo.
Se um projeto for visto como uma plano de distribuição de custos e benefícios
entre as partes envolvidas o critério de Pareto pode ser aplicado. O projeto será
considerado ótimo quando não puder ser melhorado sem diminuir outros benefícios.
Segundo LOON (2002), os quatro conceitos podem ser definidos expandindo-se
o conceito de bem estar e o critério de Pareto para a fase de projeto:
O bem estar coletivo pode aumentar em resposta a
implementação de um projeto em particular se o nível de
bem estar de um ou mais membros do grupo aumentar
sem causar a queda de um ou outros membros abaixo do
mínimo estabelecido pelos mesmos (p.300).
A definição de projeto ótimo será:
O projeto ótimo será encontrado quando o nível de bem
estar de um ou mais membros de um grupo não pode ser
aumentado sem que outros caiam abaixo do limite mínimo
(p.300).
A descrição matemática do grupo de projeto ótimo será:
25 O critério de Pareto estabelece que o bem estar coletivo será ótimo logo que não for possível aumentar o bem estar de alguém
ou algum grupo sem diminuir o de outro.
111
O projeto será ótimo se a função objetivo não puder ser
aumentada (no caso de maximização) ou diminuída (no
caso de minimização) sem quebrar os limites dados pelas
pessoas envolvidas (p. 301).
Esta situação de compromisso também é chamada de decisão ótima de
“Edgeworth-Pareto”, assim divide-se as soluções de projeto em conjuntos que possuem
compromisso e em conjuntos sem compromisso ou conjunto ótimo e conjunto não ótimo
(STADLER E DAUER, 1992). Um exemplo de solução de compromisso aplicado na
arquitetura pode ser verificado em GRAÇA, KOWALTOWSKI e PETRECHE (2007a),
onde através da análise de projetos de arquitetura da tipologia escolar pode-se
estabelecer critérios de avaliação de aspectos de conforto e concluir por um conjunto
ótimo.
A equipe de projeto deve concordar em como escolher entre as alternativas que
se encontram dentro das restrições ou dentro do conjunto de solução de compromisso:
se decide por voto, ou se o cliente ou o projetista define ou através do consenso da
equipe. O projeto ótimo de acordo com a definição de LOON (2002) será:
O projeto ótimo é o projeto selecionado, entre as
alternativas que se encontram dentro do modelo
matemático definido pelas restrições, por um
procedimento explícito e aceito pelos envolvidos (p. 302).
Nesta pesquisa considera-se que na tomada de decisão, em diversas fases do
processo de projeto, os parâmetros de conforto térmico, acústico e visual são
conflitantes, por exemplo, para acústica da sala de aula talvez seja importante manter
os vidros fechados para amenizar os ruídos externos já para o conforto térmico a
abertura das janelas é importante para a ventilação. Necessariamente os parâmetros
conflitantes deverão ser escolhidos com conceitos de otimização. Os problemas
relativos à falta de soluções disponíveis e a falta de conhecimento dos efeitos de
algumas soluções podem justificar o uso de exemplos/diretrizes na tomada de decisão.
As diretrizes neste caso podem ser consideradas como restrições de um conforto em
outro.
112
Parafraseando Loon, 2002: Quando o interesse de todos os projetistas
(considerando-se nesta pesquisa como especialistas de conforto térmico, acústico e
visual) deve ser incorporado no projeto, não se pode prever o produto final, por este
motivo o gerenciamento do projeto deve se focar mais no processo (considerando-se,
nesta pesquisa, o uso da metodologia axiomática).
.
113
4 METODOLOGIA E RESULTADOS
26
A metodologia desta pesquisa se divide em três partes, a primeira trata das
questões relativas ao processo sistematizado de projeto da FDE realizado por
escritórios de arquitetura. A segunda parte trata das questões relativas ao uso da
escala semântica e da opinião de especialistas na qualificação de exemplos de
solução
27
de projeto. A terceira parte trata das questões referentes à aplicação destes
exemplos e da metodologia de projeto axiomático para a união de aspectos de conforto
ambiental e de outras subáreas que envolvem o projeto de construção civil.
A primeira parte foi realizada para responder as seguintes questões:
1- Como os escritórios que prestam serviço para a Fundação de Desenvolvimento
Escolar (FDE) tratam os aspectos de conforto térmico, acústico e visual?
2- Em que momento do processo de projeto, estes escritórios lidam com estes
aspectos de conforto ambiental?
Para responder estas questões foi elaborado e aplicado questionário a cinco
escritórios de arquitetura. Estes procedimentos encontram-se na seção 4.1
A segunda parte da metodologia, desenvolvida na seção 4.2, foi realizada para
responder as seguintes questões:
26
Optou-se por unir metodologia e resultados para facilitar a compreensão do texto
27
Consideram-se exemplos de soluções as configurações de salas de aula avaliadas pelos especialistas
de conforto térmico, conforto acústico e conforto visual. Também se utilizou para este mesmo fim o termo
variável de configuração de sala de aula.
114
1- É possível relacionar o conjunto de respostas dos especialistas?
2- Qual critério deve ser estabelecido para considerar a avaliação do conjunto de
respostas dos especialistas?
3- Como considerar a avaliação de cada variável (exemplo de solução)?
4- Como tratar as opiniões divergentes feitas pelos especialistas de algumas
variáveis?
Para responder estas questões foram elaboradas as seguintes etapas:
1- Identificar a concordância do conjunto das respostas dos três especialistas (seção
4.2.2):
- Definir o tipo de escala de mensuração da escala semântica utilizada para
qualificação de configurações de salas de aula.
- Verificar a possibilidade do uso de testes estatísticos para comparar o
conjunto das respostas dos especialistas.
- Formular critérios para estabelecer a possibilidade do uso da opinião de
especialistas para a qualificação de configurações de sala de aula.
- Aplicar testes estatísticos.
- Incluir mais um especialista quando necessário.
- Aplicar testes estatísticos
- Analisar resultados
2- Analisar a qualificação de cada configuração de sala de aula (seção 4.2.3):
- Estabelecer critério qualificação das variáveis de configuração de sala de aula.
- Separar as variáveis de configuração de salas de aula de acordo com os
critérios estabelecidos.
3- Tratar as variáveis de configuração de salas de aula com qualificação diferenciada
(seção 4.2.4) :
- Consultar especialistas para a elaboração do plano fatorial
- Entrevistar três especialistas.
115
- Analisar as respostas dos especialistas.
- Qualificar as configurações de salas de aula.
Os materiais utilizados foram:
- Configurações de salas de aula avaliadas por especialistas na dissertação de
mestrado: “Otimização de projetos arquitetônicos considerando parâmetros de
conforto ambiental: o caso das escolas da rede estadual de São Paulo” (GRAÇA,
2002) que está descrito na seção 4.2.1.
- Teste de Kruskal-Wallis e de Mann Whitney e software de tratamento de dados
estatísticos.
- Entrevistas com especialistas de conforto térmico, acústico e visual.
A terceira parte do método, seção 4.3, foi realizada para responder as seguintes
questões:
1- É possível aplicar os exemplos de soluções no desenvolvimento do projeto?
Em que momento esses exemplos são úteis?
2- É possível aplicar a metodologia de projeto axiomático no desenvolvimento de
um projeto?
3- Como avaliar a aplicação destas soluções e da metodologia?
Para responder estas questões foram elaboradas as seguintes etapas:
1- Aplicar os exemplos de soluções e a metodologia de projeto axiomático em um
projeto desenvolvido por alunos de curso superior na disciplina de projeto (seção 4.3.1).
- Descrição do curso e da pedagogia
- Descrição do perfil de aluno
- Descrição das atividades desenvolvidas em sala
2- Avaliar a aplicação da metodologia e dos exemplos (seção 4.3.2).
116
- comparar o projeto existente escolhido pelos alunos e os estudos preliminares
desenvolvidos com o mesmo programa arquitetônico e terreno.
- aplicar questionários de avaliação
Os materiais utilizados foram:
- Configurações de salas de aula constantes na dissertação de mestrado:
“Otimização de projetos arquitetônicos considerando parâmetros de conforto
ambiental: o caso das escolas da rede estadual de São Paulo” (GRAÇA, 2002).
- manual de normas de apresentação de projetos de edificações arquitetura e
paisagismo (FDE,2003)
- questionários respondidos pelos alunos.
- estudos preliminares realizados pelos alunos.
4.1 Fases de projeto de escolas realizadas por escritórios de
arquitetura e definições de conforto ambiental (acústico, térmico e
visual)
Nos catálogos de ambientes, componentes e equipamentos verifica-se que
alguns itens analisados ou definidos nas fases de projeto e indicados pela Fundação de
Desenvolvimento Educacional se encontram especificados. Por exemplo, para a sala
de aula as exigências ambientais, os componentes, instalações e equipamentos são:
- Pé direito mínimo: 3,00m.
- Área de iluminação mínima: 1/5 da área do piso.
- Área de ventilação mínima: 1/10 da área de piso.
- Laje obrigatória.
- Iluminação fluorescente.
- Nível mínimo de iluminamento: 500 lux.
- Iluminação natural à esquerda da lousa (vista de frente) ou iluminação zenital.
117
- Ventilação cruzada obrigatória através de caixilhos situados na parede oposta à das
janelas.
- Paredes com acabamento em cores claras e impermeáveis.
- Piso de material impermeável, resistente a tráfego intenso e abrasão.
- EF-15 esquadria de ferro/ ventilação cruzada (L= 180cm)
- EF-20 esquadria de ferro (180cm x 180cm) ou
- EF-06 esquadria de ferro (180cm x 150cm)
- FP-01 faixa de proteção para sala de aula
- FP-02 guarnição em madeira para exposição
- IL-45 luminária aberta com refletor para lâmpada fluorescente /2 x 32W
- LG-01 lousa quadriculada (C= 461cm)
- PM- porta a especificar (L= 82cm)
- MR-02 mural (135cm x 120cm) - 01 unidade
- 8 luminárias / lâmpadas fluorescentes / 32W (IL-45)
Estas indicações são compreendidas como diretrizes de especificação. Pode-se
dizer que talvez sejam utilizadas sem uma prévia análise das conseqüências para o
conforto ambiental. Por esta razão se fez pesquisa junto aos escritórios de arquitetura
para compreender como e em que momentos lidam com as questões de conforto no
processo de projeto.
A pesquisa foi direcionada por questionário, conforme se visualiza na tabela
4.1.1, aplicado nos meses de junho, julho e agosto de 2006 a cinco escritórios de
arquitetura que prestam serviços para a FDE. Este questionário foi elaborado
considerando-se as funções e parâmetros de conforto térmico acústico e visual
apresentados na seção 3.5
28
. Incluindo-se ainda questões referentes ao programa de
projeto e ao uso de simulação.
28
Utilizou-se o termo especificação e não parâmetro de projeto, pois junto com o parâmetro foi indicada a
função e acredita-se que os escritórios estejam mais habituados com esta terminologia.
118
Tab. 4.1.1 Modelo de pesquisa realizada nos escritórios de arquitetura
29
Há quantos anos desenvolve projetos de arquitetura?
( ) um ( ) 2-5 ( ) 6-10 ( ) mais de dez anos
Quantos projetos de escolas para a FDE este escritório já realizou?
( ) um ( ) 2-5 ( ) mais de cinco
Quantos projetos de escolas ou com programa para ensino este escritório já realizou?
( ) um ( ) 2-5 ( ) mais de cinco
Quais fases de projeto de arquitetura são desenvolvidas ou checadas por este escritório?
( )Programa arquitetônico de necessidades
( ) Vistoria do local
( ) Estudo preliminar
( ) Anteprojeto
( ) Projeto executivo
( ) outras fases? Quais.
Considerando as fases elencadas o que você considera ser desenvolvido em cada fase?
Caso a especificação não seja desenvolvida, por favor, coloque não se aplica.
Fase de
projeto
Especificações
Não
se
aplica
Utiliza-se
especificação
da FDE
Utilizam-se
outros métodos
de decisão.
Quais?
Definição de Indicadores de qualidade do projeto para conforto
ambiental (térmica, acústica, luminoso) (1)
Uso de questionários e entrevistas (2)
Avaliação do terreno (3)
Avaliação de custos(4)
Definição de diretrizes projetuais: Declaração de prioridades.(5)
Definição de atividades (layout e mobiliário) (6)
Posicionamento da edificação considerando o ruído externo. (7)
Controle do ruído externo através de barreiras acústicas e de
elementos externos do/ao prédio. (8)
Classificação da acústica dos ambientes e agrupamento (9)
Tratamento dos ambientes para reduzir a reverberação
(dimensão, formato e materiais) (10)
Estudo da forma e volume do prédio para amenizar a radiação
solar (Forma e Orientação da edificação) (11)
Definição das aberturas para possibilitar a troca de ar de acordo
com a atividade do ambiente (tamanho e localização).(12)
Definição da ventilação higiênica (sistema de ventilação ou tipo
de caixilho) (13)
Definição de forma e material de cobertura para amenizar a
radiação solar nos planos horizontais. (14)
Definição de tipos de proteção para fechamentos transparentes
(vidros), para amenizar a radiação solar.(15)
Definição de cor, textura e material dos fechamentos externos
opacos (alvenaria). (16)
Definição de orientação dos ambientes e tipo de abertura para
possibilitar o uso da iluminação natural. (17)
Definição do tipo de caixilho e materiais transparentes para
permitir a passagem de luz natural. (18)
Emprego de anteparos para evitar ofuscamento. (19)
Definição de cores nos ambientes internos para evitar
ofuscamento. (20)
Escolha do sistema de iluminação artificial. (21)
Desenvolvimento de simulação computacional térmica. (22) Qual programa?
Desenvolvimento de simulação computacional acústica. (23) Qual programa?
Desenvolvimento de simulação computacional para iluminação.
(24)
Qual programa?
29
Os números em parênteses após cada especificação foram colocados após as entrevistas para facilitar
a tabulação de dados.
119
Como resultado descreve-se abaixo as respostas de cada escritório.
Todos os escritórios realizam projetos de arquitetura mais de dez anos e
desenvolvem a vistoria do local, o estudo preliminar, o anteprojeto, e o projeto
executivo. Os escritórios 2, 3 e 5 consideram que o programa de projeto vem da FDE e
fiscalizam a execução da obra. Os escritórios 1,2 e 3 fazem a compatibilização dos
projetos complementares (estrutura, hidráulica, elétrica, telefonia).
O escritório 1 realizou um projeto escolar para a FDE e de 2 a 5 projetos de
escolas ou com programa para ensino.
O escritório 2 realizou de 2 a 5 projetos de escolas para a FDE. e mais de cinco
projetos de escolas ou com programa para ensino.
Os escritórios 3, 4 e 5 realizaram mais de cinco projetos de escolas para a FDE.
Os escritórios 2, 3 e 5 realizaram mais de cinco projetos de escolas ou com
programa para ensino.
O escritório 4 realizou um projeto de escola ou com programa para ensino.
Cada escritório elencou as especificações nas fases de projeto conforme se
visualiza na tabela 4.1.2.
120
Tab. 4.1.2 Respostas de escritórios de arquitetura das fases de projeto e especificações de conforto.
Seqüência de decisão das especificações
Escritório 1 Escritório 2 Escritório 3 Escritório 4 Escritório 5
Fase Especificação Fase Especif
Fase Espe
cif
Fase Especif Fase Especif
Vistoria (2)
(3)
Vistoria Uso de questionários e entrevistas (2)
Avaliação do terreno(3)
1
Vistoria (2)
(3)
Vistoria (1)
(2)
2
(1) (4)
(5) (9)
3
Estudo
Prelim.
(6) (7)
(11)
(12)
(17)
Estudo
Prelim.
(2) (3)
(5) (6)
(9) (11)
(12) (13)
(14) (15)
(17) (18)
4
Ante
projeto
(8) (10)
(13)
(14)
(15)
(16)
(18)
(19)
(20)
Estudo
Prel.
(1)
(3)
(5)
(6)
(7)
(9)
(11)
(12)
(13)
(14)
(17)
(18)
(19)
Estudo
prelim.
(1) (2)
(3) (4)
(5) (9) (11)
(14)
(17) (19)
(22) (23)
(24)
5
Projeto
Execut.
(21)
Ante
Projeto
(2)
(6)
(12)
(14)
Estudo
Prelim.
Definição de diretrizes projetuais: declaração de prioridades (5)
Definição de atividades (layout mobiliário (6)).
Posicionamento da edificação considerando o ruído externo (7)
Controle do ruído externo através de barreiras acústicas e de elementos
esternos do/ao prédio (8)
Classificação da acústica dos ambientes e agrupamento (9)
Estudo da forma e volume do prédio para amenizar a radiação solar (11)
Definição das aberturas para possibilitar a troca de ar de acordo com a
atividade do ambiente (tamanho e localização) (12)
Definição da ventilação higiênica (sistema de ventilação ou tipo de
caixilho) (13)
Definição de forma e material de cobertura para amenizar a radiação
solar nos planos verticais (14)
Definição de tipos de proteção para fechamentos transparentes, para
amenizar a radiação solar (15)
Definição de orientação dos ambientes e tipo de abertura para
possibilitar o uso da iluminação natural (17)
Definição do tipo de caixilho e materiais transparentes para permitir a
passagem de luz natural (18)
Emprego de anteparos para evitar ofuscamento (19)
Projeto
Execut.
(2) (6)
(12) (15)
(16) (21)
Ante
Projeto
Definição de atividades (layout dos ambientes) (6)
Escolha do sistema de iluminação artificia l(21)
Ante
Projeto
(6)
(12)
(13)
(15)
Ante
Projeto
(4) (6)
(11) (12)
(13) (14)
(15) (16)
(17) (18)
(19) (21)
Projeto
Execut.
Definição de cor, textura, e material de fechamentos externos opacos
(16)
Definição de cores nos ambientes internos para evitar ofuscamento (20)
Escolha do sistema de iluminação artificial (21)
Projeto
Execut.
(15)
(16)
(18)
(19)
(21)
Projeto
Execut.
(4) (6)
(8) (12)
(13) (15)
(16) (18)
(19) (21)
Não se aplica: (1) Definição de Indicadores de qualidade do projeto para conforto
ambiental (térmica, acústica, luminoso), (4) Avaliação de custos, (10) Tratamento dos
ambientes para reduzir a reverberação (dimensão, formato e materiais), (22, 23, 24)
Desenvolvimento de simulação computacional térmica, acústica e de iluminação.
Não se aplica:
(22, 23,24)
Não se aplica:
(2, 4, 8, 10, 20,
22, 23, 24)
Não se aplica:
(7,8,10,20,22,
23,24)
Não se aplica:
(1,2, 4, 7, 8, 10, 19,
20, 22, 23
30
, 24)
30
Só aplicou uma vez e o serviço foi terceirizado.
121
Observa-se na tabela 4.1.2 que nenhum escritório realiza simulações de
conforto térmico, acústico e visual, que a especificação 10 (Tratamento dos ambientes
para reduzir a reverberação (dimensão, formato e materiais)) só foi realizada pelo
escritório 2.
O escritório 2 nas observações destacou que:
“Os números atribuídos tentam simular a seqüência nas
quais as decisões de projeto são tomadas, mas é
importante considerar que para s o processo de
projeto é orgânico sendo que uma decisão influi na outra
e não raro altera aquelas que estão indicadas como
anteriores. Ou seja: anterior aqui pode também ser
entendido como prioritário. Não é a toa que a seqüência
está composta de poucas etapas (de 1 a 5) com muitos
itens em cada etapa: os itens são inextricavelmente
vinculados (não se pode avaliar um critério sem pensar
simultaneamente no outro.)”.
Por uma questão de metodologia desta pesquisa, optou-se por atribuir as fases
de projeto a cada seqüência de decisão do escritório 2. Como critério para tal atribuição
considerou-se a não separação dos itens de cada etapa elencada pelo escritório e a
quantidade de itens dos outros escritórios.
O escritório 5 também destacou que o método de trabalho não é linear. Por esta
razão alguns itens se repetem em várias fases de projeto. Embora o escritório 4 o
tenha comentado esta situação, em suas repostas verificam-se diversas especificações
em várias fases de projeto.
Este tipo de resposta ou comentário ratifica a importância de se trabalhar nas
fases de projeto considerando-se a tomada de decisão, em cada especificação, de um
nível genérico de decisão para um nível detalhado, isto é que decisões iniciais de
projeto influenciam as demais decisões e que o detalhamento de cada especificação
pode solucionar ou solicitar mudanças nas decisões iniciais. Com esta afirmação pode-
se dizer que é importante descartar no início de projeto decisões que durante o
detalhamento tenham que ser modificadas.
122
Para definir em que fase de projeto os parâmetros geralmente são realizados,
considerou-se a freqüência de respostas dos escritórios. Na tabela 4.1.2 observa-se
que:
- Todos os escritórios elencaram as especificações 5, 9,11 e 17 no estudo preliminar e
a 21 no projeto executivo.
- 80% dos escritórios elencaram a especificação 2 na vistoria do local, as
especificações 6,12 e 14 no estudo preliminar, a especificação 6 no anteprojeto e a 16
no projeto executivo.
- 60% dos escritórios elencaram a especificação 3 na vistoria do local, as
especificações 1, 3, 7,13, 18 e 19 no estudo preliminar e as especificações 13 e 15 no
anteprojeto e 15 no projeto executivo.
- 100% dos escritórios não desenvolvem as especificações 22,23 e 24.
- 80% dos escritórios não desenvolvem a especificação 10.
- 60% dos escritórios não desenvolvem as especificações 4, 8 e 20.
Como resultado pôde-se elencar cada especificação (parâmetro) nas fases de
projeto, conforme se visualiza na tabela 4.1.3. Utilizou-se como critério: alocar a
especificação na fase considerando-se a maior porcentagem de respostas dos
escritórios e tendo-se como critério mínimo que 60% dos escritórios indicam a
especificação em determinada fase.
As especificações (parâmetros) que não obedecem este critério (4, 8, 10, 20,
22, 23 e 24) foram indicadas em fase de projeto conforme critérios abaixo:
- a especificação 4 (avaliação de custos) foi alocada em todas as fases por ser uma
restrição ao projeto.
31
31
A especificação 4 não será objeto de estudo desta pesquisa, pois não se trata de uma questão de
conforto ambiental.
123
- a especificação 8 (Controle do ruído externo através de barreiras acústicas e de
elementos externos do/ao prédio.) foi alocada no anteprojeto e no projeto executivo,
pois, depende de especificações realizadas no estudo preliminar.
- especificação 10 (Tratamento dos ambientes para reduzir a reverberação (dimensão,
formato e materiais)) foi alocada em duas fases: no estudo preliminar, pois interfere na
definição da especificação 6, e no projeto executivo, pois, depende de especificações
do anteprojeto.
- a especificação 20 (Definição de cores nos ambientes internos para evitar
ofuscamento) foi alocada no projeto executivo, pois depende de definições de outras
especificações.
- as especificações 22, 23 e 24 (simulação computacional de térmica, acústica e
iluminação) não foram alocadas em nenhuma fase, pois se considera que se tratam de
ferramentas de auxílio ao projeto e que sua utilização depende do que se quer checar
ou decidir e do programa, por este motivo acredita-se que podem ser utilizadas em
qualquer fase.
- A especificação 25 (Definir elementos de construção e vegetação do entorno para
proporcionar conforto térmico do entorno) não fez parte do questionário e foi alocada no
anteprojeto, pois todas as especificações da FDE se encontram nesta fase de projeto.
124
Tab. 4.1.3 Fases de projeto e especificações (parâmetros) de conforto térmico,
acústico e visual.
Especificações alocadas segundo respostas dos escritórios
Fases de
projeto
100% 80% 60%
Especificações
alocadas segundo
critérios de
dependência ou
restrição
Vistoria do
local
32
- Uso de questionários e
entrevistas (2)
- Avaliação do terreno
(3)
Estudo
preliminar
- Definição de diretrizes
projetuais: Declaração
de prioridades.(5)
- Classificação da
acústica dos ambientes
e agrupamento (9)
- Estudo da forma e
volume do prédio para
amenizar a radiação
solar (Forma e
Orientação da
edificação) (11)
- Definição de
orientação dos
ambientes e tipo de
abertura para possibilitar
o uso da iluminação
natural. (17)
- Definição de atividades
(layout e mobiliário) (6)
- Definição das
aberturas para
possibilitar a troca de ar
de acordo com a
atividade do ambiente
(tamanho e
localização)(12)
- Definição de forma e
material de cobertura
para amenizar a
radiação solar nos
planos horizontais. (14)
- Definição de
Indicadores de
qualidade do projeto
para conforto ambiental
(térmica, acústica,
luminoso) (1)
- Avaliação do terreno
(3)
- Posicionamento da
edificação considerando
o ruído externo. (7)
- Definição da
ventilação higiênica
(sistema de ventilação
ou tipo de caixilho) (13)
- Definição do tipo de
caixilho e materiais
transparentes para
permitir a passagem de
luz natural. (18)
- Emprego de anteparos
para evitar ofuscamento.
(19)
- Avaliação de custos(4)
- Tratamento dos
ambientes para reduzir a
reverberação (dimensão,
formato e materiais) (10)
Anteprojeto
- Definição de atividades
(layout e mobiliário) (6)
- Definição da
ventilação higiênica
(sistema de ventilação
ou tipo de caixilho) (13)
- Definição de tipos de
proteção para
fechamentos
transparentes (vidros),
para amenizar a
radiação solar.(15)
- Avaliação de custos(4)
- Controle do ruído
externo através de
barreiras acústicas. e de
elementos externos
do/ao prédio. (8)
Definir elementos de
construção e vegetação
do entorno para
proporcionar conforto
térmico do entorno (25)
Projeto
executivo
- Escolha do sistema de
iluminação artificial. (21)
- Definição de cor,
textura e material dos
fechamentos externos
opacos (alvenaria). (16)
- Definição de tipos de
proteção para
fechamentos
transparentes (vidros),
para amenizar a
radiação solar. (15)
- Avaliação de custos(4)
-Controle do ruído
externo através de
barreiras acústicas e de
elementos externos
do/ao prédio (8)
- Tratamento dos
ambientes para reduzir a
reverberação (dimensão,
formato e materiais) (10)
- Definição de cores nos
ambientes internos para
evitar ofuscamento (20).
32
A vistoria do local não será objeto de estudo desta pesquisa, pois se trata de uma fase de checagem do local para fornecer
elementos para as fases seguintes.
125
Quanto à maneira que as especificações são realizadas, observa-se na tabela
4.1.4 que algumas especificações são realizadas de acordo com diretrizes da FDE,
algumas com outros todos de decisão e outras não foram indicadas métodos de
decisão.
Tab. 4.1.4 Maneiras de especificar o projeto de escritórios de arquitetura
Escritório 1 Escritório 2 Escritório 3 Escritório 4 Escritório 5
Esp. FDE Outros Esp. FDE Outros Esp. FDE Outros Esp. FDE Outros Esp. FDE Outros
1 Não se aplica 1 Sem indicação 1 X 1 X 1 Não se aplica
2 Sem indicação 2 Sem indicação 2 Não se aplica 2 X 2 Não se aplica
3 Sem indicação 3 Sem indicação 3 Sem indicação 3 X 3 X H
4 Não se aplica 4 Sem indicação 4 Não se aplica 4 X 4 Não se aplica
5 Sem indicação 5 Sem indicação 5 X 5 X 5 X
6 X 6 X 6 X 6 X 6 X I
7 Sem indicação 7 Sem indicação 7 B 7 Não se aplica 7 B
8 Sem indicação 8 A 8 o se aplica 8 Não se aplica 8 Não se aplica
9 Sem indicação 9 X 9 X C 9 X 9 X C
10 Não se aplica 10 A 10 Não se aplica 10 Não se aplica 10 Não se aplica
11 Sem indicação 11 Sem indicação 11 D 11 X 11 J
12 Sem indicação 12 Sem indicação 12 X E 12 X 12 X E
13 X 13 Sem indicação 13 X 13 X 13 X
14 X 14 X A 14 X F 14 X 14 X K
15 X 15 A 15 A
33
15 X 15 L
16 Sem indicação 16 X A 16 X G 16 X 16 M / G
17 Sem indicação 17 Sem indicação 17 X 17 X 17 J
18 X 18 X A 18 X 18 X 18 X
19 X 19 A 19 D 19 X 19 Não se aplica
20 Sem indicação 20 Sem indicação 20 Não se aplica 20 Não se aplica 20 Não se aplica
21 Sem indicação 21 X A 21 X 21 X 21 X
22 Não se aplica 22 Não se aplica 22 Não se aplica 22 Não se aplica 22 Não se aplica
23 Não se aplica 23 Não se aplica 23 Não se aplica 23 Não se aplica 23 N
24 Não se aplica 24 Não se aplica 24 Não se aplica 24 Não se aplica 24 Não se aplica
Obs. :
A= análise de materiais disponíveis no mercado
B= influência do terreno
C= separam quadra e área de recreação do setor pedagógico/ mesma indicação que a FDE
D= proposta do escritório/ vivência/ pesquisa
E= utiliza ventilação cruzada/ mesma indicação da FDE
F= evita recortes para facilitar a execução
G= critério estético
H= verifica topografia, acessos, insolação.
I= negociação com diversos agentes envolvidos.
J= insolação, partido do projeto, conceitos
K=limitação orçamentária
L= depende da plástica, técnica construtiva, da orientação do ambiente.
M= a textura depende da técnica construtiva
N= serviço terceirizado (realizado uma única vez)
33
Com quesitos de durabilidade, preço, manutenção, beleza e proteção contra vandalismo.
126
Na tabela 4.1.4 verifica-se que:
- 100% dos escritórios seguem as diretrizes da FDE para as especificações 6,14 e 18.
- 80% dos escritórios seguem as diretrizes da FDE para as especificações 9,13 e 21.
- 60% dos escritórios seguem as diretrizes da FDE para as especificações 5,12 e 16.
- Os escritórios 1 e 4 para todas as especificações indicadas, utilizam as diretrizes da
FDE.
- O escritório 2 para todas as especificações indicadas utiliza as diretrizes da FDE e/ou
análise de materiais disponíveis no mercado.
- Os escritórios 3 e 5, na maioria das especificações, seguem as diretrizes da FDE,
citam a tomada de decisão por influência do terreno, por questões construtivas, por
questões estéticas. Através da vivência, pesquisa, conceitos e partido de projeto.
- O escritório 5 destacou ainda a influência das restrições orçamentárias na tomada de
decisão.
Quanto à maneira de tomar decisões no projeto, nas observações, o escritório 3
acredita que a padronização da FDE auxilia no projeto e é fruto de um trabalho de longo
prazo. O escritório 5 acredita que os problemas das escolas são mais de diretoria do
que da equipe de projeto da FDE e que o conforto ambiental não tem sido a principal
questão que norteia o projeto, sendo os norteadores a funcionalidade (interação entre
ambientes) e a estabilidade da construção, fato também comentado pelo escritório 1. O
escritório 5 ainda ressalta que o custo elevado ou não previsto da contratação de
profissionais de conforto ambiental (térmico, acústico e visual) pode inviabilizar o
tratamento técnico destas questões.
127
4.2 Análise estatística das variáveis de projeto
34
(exemplos de
soluções)
A análise estatística foi realizada considerando-se as variáveis de projeto
avaliadas pelos especialistas (descritas na seção 4.2.1) e três fatores:
- a opinião dos especialistas isto é, se em média o conjunto das respostas dos
especialistas foram parecidos, para isso se aplicou o teste de hipóteses (descrito na
seção 4.2.2).
- a interpretação de cada variável (exemplo de solução): como qualificar as respostas
dos especialistas de cada configuração de sala de aula (descrito na seção 4.2.3)
- o planejamento fatorial das variáveis consideradas diferenciadas (descrito na seção
4.2.4).
4.2.1 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas.
Nesta seção o transcritos os procedimentos realizados em (GRAÇA, 2002b)
para a avaliação das configurações de salas de aulas por especialistas. Esta avaliação
considerou: para o conforto acústico sua localização em relação ao pátio, para o
conforto térmico suas aberturas, ventilação predominante e orientação e para o conforto
visual seu formato, suas aberturas e orientação.
A qualificação de cada configuração foi realizada através da opinião de três
especialistas com o uso de uma escala semântica contínua de cinco pontos, isto é os
especialistas poderiam marcar pontos intermediários entre os cinco pontos nominais. A
escala de cinco pontos (péssimo, ruim, bom, muito bom e ótimo) foi quantificada por
valores lineares distribuídos entre 0 e 1.
34
Variáveis de projeto neste caso se referem às configurações de salas de aula avaliadas pelos
especialistas de conforto rmico, acústico e visual. Estas variáveis são consideradas como exemplos de
soluções para a aplicação no processo de projeto arquitetônico.
128
4.2.1.1 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto
acústico (GRAÇA, 2002b)
As falhas decorrentes de problemas acústicos em relação à forma se
relacionam ao posicionamento de ambientes geradores de ruídos em cada tipologia. As
soluções para este tipo de problema consistem na aplicação de materiais acústicos
isolantes e fechamento de aberturas como portas e janelas. Existe certa dicotomia entre
parâmetros de conforto acústico e conforto térmico uma vez que o fechamento das
aberturas favorece as questões acústicas, mas prejudica a condição da ventilação.
A atividade da fala é importante na sala de aula, e a inteligibilidade depende do
ruído de fundo do ambiente, do tempo de reverberação e do nível sonoro da fala
(ERDREICH,1999). Equipamentos de amplificação da voz dificilmente são utilizados em
sala de aula. O ruído de fundo pode ser minimizado de acordo com a tipologia do
projeto, forma do ambiente, interferências entre salas e localização de atividades
ruidosas. O tempo de reverberação depende do volume da sala e dos tipos de materiais
de acabamento utilizados, pode-se considerar a adequação com volume ao uso como
uma restrição que deve atender a proporção volume/pessoa de 2.8 a 4.9 (SMITH et al,
1983).
A implantação da escola em ruas movimentadas é uma imposição que
dificilmente depende do projetista, portanto pode-se admitir o seguinte princípio de
projeto: a implantação de escolas em locais de grande tráfego deve considerar
tratamentos acústicos pertinentes.
Considerou-se como parâmetro acústico, para a fase de anteprojeto, a
minimização do ruído através da relação de proximidade de áreas com atividades
ruidosas próprias do ambiente interno escolar (pátio coberto ou quadra) à sala de aula
de acordo com a tipologia do projeto e do andar que a mesma se localiza. Assim foram
elaboradas, conforme figura 4.2.1.1.1, as seguintes variáveis.
129
Observações:
- portas das salas de aula voltadas para o corredor e se encontram fechadas
- janelas se localizam em parede oposta ao corredor e se encontram abertas e
- na tipologia 7 a área de recreação se localiza no pavimento térreo e a cobertura no pavimento superior.
Fig. 4.2.1.1.1 Variáveis de projeto para conforto acústico.
Foram realizadas entrevistas com três especialistas da área de conforto
acústico, direcionadas através de questionário considerando a escala de valores
semântica péssimo, ruim, bom, muito bom e ótimo para cada caso, como se verifica na
figura 4.2.1.1.2. Os especialistas que avaliaram as variáveis de projeto atuam na área
de conforto ambiental a pelo menos dez anos como pesquisadores e docentes.
Observou-se que todos os especialistas consideraram que não diferença na
qualificação de cada variável quanto ao pavimento (térreo, primeiro ou segundo andar)
de localização das salas de aula.
130
Fig. 4.2.1.1.2 Qualificação das variáveis de conforto acústico feita pelos especialistas
A escala para o parâmetro acústico foi quantificada através do grau de
pertinência obtido pela média das respostas dos três especialistas para cada variável,
associando-se o valor 1 para o parâmetro ótimo e zero para o parâmetro qualificado
como péssimo conforme se verifica na tabela 4.2.1.1.1.
Tabela 4.2.1.1.1 Quantificação das variáveis acústicas de projeto
variável
GP
variáve
l
GP
1 0,71
5 0,33
2 0,21
6 0,46
3 0,67
7 0,46
4 0,50
8 0,17
131
4.2.1.2 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto
térmico (GRAÇA, 2002b)
As falhas de projeto que decorrem da forma estabelecida no anteprojeto, se
relacionam principalmente à orientação solar e a ventilação das aberturas. As soluções
para estes tipos de falhas podem envolver a utilização de equipamentos de ar
condicionado, de vidros especiais, de brises e cortinas. Algumas destas soluções
podem gerar outros tipos de problemas, tais como consumo energético maior,
viciamento do ar interno da edificação gerando problemas de saúde, bem como a
criação de espaços e nichos para cultura de bactérias e pequenos animais.
No zoneamento bioclimático brasileiro (NBR15220-3/2005) a divisão do país
em 8 zonas relativamente homogênias quanto ao clima. No caso do Estado de São
Paulo, as 40 cidades classificadas se dividem conforme tabela 4.2.1.2.1:
Tab. 4.2.1.2.1.Zoneamento bioclimático para o estado de São Paulo (baseado
em NBR15220-3/2005)
% de
incidência
zona Estratégias
2,5 1
ABCF
7,5 2
ABCFI
42,5 3
BCFI
22,5 4
BCDFI
10 5
CFIJ
15 6
CDFHIJ
As estratégias/diretrizes para o projeto são caracterizadas de acordo com a
tabela 4.2.1.2.1. Observa-se através das tabelas 4.2.1.2.1 e 4.2.1.2.2 que o Estado de
São Paulo possui sua maior região englobando a zona 3, qualificada pelas estratégias
BCFI, que se referem, respectivamente à zonas de: 1) aquecimento solar da edificação
com a diretriz orientação solar; 2) de massa térmica para aquecimento com a diretriz de
uso de paredes internas pesadas; 3) zona de desumidificação com a diretriz de
renovação de ar interno através da ventilação e 4) zona de massa rmica de
132
evaporação e ventilação com a diretriz uso de paredes e coberturas com maior massa
térmica e ventilação cruzada.
Tab. 4.2.1.2.2 Estratégias do zoneamento bioclimático para o estado de São
Paulo (baseado em NBR15220-3/2005)
Diretrizes/ estratégias
% de
incidência das
estratégias
Detalhamento das estratégias de condicionamento
térmico passivo para edificações unifamiliares de
interesse social
A – zona de
aquecimento artificial
10
Durante o período de frio necessário utilizar roupas pesadas.
Uso de aquecimento artificial para amenizar desconforto
térmico no frio
B- zona de
aquecimento solar da
edificação
76
A forma, a orientação a implantação da edificação, a correta
orientação de superfícies envidraçadas, contribuem para
otimizar o aquecimento no período frio através da incidência
de radiação solar. A cor externa dos componentes é
importante no aquecimento dos ambientes aproveitando a
radiação solar.
C- zona de massa
térmica para
aquecimento
100
A adoção de paredes internas pesadas pode contribuir
para manter o interior da edificação aquecido.
D- zona de Conforto
térmico (baixa
umidade)
22,5
Caracteriza a zona de conforto térmico (a baixas
umidades).
F- zona de
desumidificação
(renovação de ar)
100
As sensações térmicas são melhoradas através da
desumidificação dos ambientes renovando-se o ar interno
por ar externo através da ventilação dos ambientes.
H- zona de
resfriamento
evaporativo e massa
térmica de
refrigeração
15
Em regiões quentes e secas, o conforto no período de verão
pode ser amenizado através da evaporação da água.
Utilizando-se vegetação, fontes de água ou recursos que
permitam a evaporação da água diretamente no ambiente
que se deseja resfriar.
I- zona de massa
térmica de
evaporação e
ventilação
97,5
J- zona de ventilação
10
I-Uso de paredes (externas e internas) e coberturas com
maior massa térmica, de forma que o calor armazenado em
seu interior durante o dia seja devolvido ao exterior durante a
noite quando as temperaturas externas diminuem.
I e J- Ventilação cruzada através da circulação de ar pelos
ambientes da edificação. Se o ambiente tem janelas em
apenas uma fachada, a porta deveria ser mantida aberta.
Verificar os ventos predominantes da região e o entorno.
133
As primeiras considerações em projeto que são usualmente feitas no processo
de criação da forma tratam da orientação solar e da ventilação através da localização
das aberturas dos ambientes que compõem o programa de projeto. A qualificação
desses parâmetros deve considerar as possíveis soluções de projeto. No caso de
orientação foram verificadas as orientações norte, sul, leste, oeste e as posições
intermediárias. No caso da ventilação foram consideradas a direção predominante do
vento em relação a orientação do ambiente e localização das aberturas (ventilação
cruzada em diferentes posicionamentos) (PRATA et al, 1997).
Portanto, foram qualificadas sete configurações de salas de aula considerando-
se as posições das aberturas. Estas configurações podem se apresentar em oito tipos
de orientação solar e direção do vento predominante. Representando um total de 56
variáveis de projeto representados nas figuras 4.2.1.2.1. e 4.2.1.2..2
Fig. 4.2.1.2.1 Configurações das salas de aula e suas aberturas.
134
8 orientações solares dos ambientes e direção do vento predominante
A B C D E F G H
N
N
N
N
N
N
N
N
Indicação da Orientação Norte dos ambientes
Direção do vento predominante Sudeste
Fig.4.2.1.2.2 Posições das orientações e direção dos ventos predominantes
Para qualificar estas variáveis de projeto foram realizadas entrevistas com três
especialistas da área de conforto térmico.
As entrevistas foram direcionadas através de questionário considerando a
escala de valores semântica péssimo, ruim, bom, muito bom e ótimo para cada caso
como se verifica na figura 4.2.1.2.3.
Os especialistas que participaram desta entrevista se caracterizam por estarem
neste ramo de atividade a mais de cinco anos (ministrando disciplinas afins ou
prestando serviços de assessoria à projetos).
135
Indicação da Orientação Norte dos ambientes
Direção do vento predominante Sudeste
Fig. 4.2.1.2.3 Qualificação das variáveis de conforto térmico feita pelos
especialistas
A escala semântica utilizada para qualificar as variáveis de projeto foi
quantificada através do grau de pertinência obtido pela média das respostas dos três
especialistas em cada variável, associando-se o valor 1 para o parâmetro ótimo e zero
para o parâmetro qualificado como péssimo conforme se verifica na tabela 4.2.1.2.3.
136
Tab. 4.2.1.2.3 Grau de Pertinência das variáveis de projeto para conforto
térmico
Quantificação de conforto térmico orientação e ventilação
Posição das
aberturas
A B C D E F G H
1 0,67 0,54 0,08 0,33 0,33 0,71 0,46 0,33
2 0,13 0,33 0,21 0,29 0,21 0,17 0,38 0,38
3 0,42 0,25 0,29 0,13 0,46 0,29 0,33 0,17
4 0,25 0,29 0,21 0,17 0,25 0,29 0,25 0,21
5 0,17 0,17 0,00 0,08 0,21 0,29 0,17 0,25
6 0,33 0,29 0,13 0,17 0,29 0,42 0,29 0,29
7 0,33 0,00 0,17 0,25 0,38 0,42 0,04 0,00
4.2.1.3 Variáveis de projeto avaliadas por especialistas de conforto
visual (GRAÇA, 2002b)
A utilização correta da iluminação natural pode reduzir de forma significativa a
utilização de luz elétrica na maioria dos climas. Nos climas tropicais existe ainda a
vantagem das características destes climas permitirem uma iluminação natural durante
quase todo o período diurno anual. Uma iluminação natural correta melhora a satisfação
do usuário do ambiente e diminui o consumo de energia (SCARAZZATO et al,1996).
A distribuição da luz no ambiente interno depende de um conjunto de variáveis,
tais como: disponibilidade da luz natural, obstruções externas, tamanho, orientação,
posição e detalhes das aberturas, características óticas dos envidraçados, tamanho e
geometria do ambiente e refletividade das superfícies internas. A eficiência da luz
natural depende da iluminação da abóbada celeste, do ângulo de incidência da luz, da
cor empregada no ambiente e da cor e natureza dos vidros por onde penetra a luz. A
manutenção e limpeza dos vidros também é um fator de influencia.
O planejamento do projeto visando a luz natural deve partir da identificação das
atividades desenvolvidas e das características dos objetos considerados importantes
137
dentro dos ambientes. A qualidade funcional é aquela exigida pelas atividades a serem
abrigadas por um ambiente, determinada em função do correto desenvolvimento de
tarefas visuais específicas. Relaciona-se às definições do espaço arquitetônico,
distribuição e direção de luz e ausência de ofuscamento. Na utilização de métodos de
avaliação procura-se garantir a qualidade funcional do ambiente projetado, ou aferir as
condições reais existentes.
Existem diversos métodos de avaliação de iluminação natural para as
edificações, estes métodos podem ser considerados como modelos que prevêem o
comportamento da luz natural no interior da edificação. Como a maioria dos modelos, é
realizada simplificações e abstrações da realidade para a formulação matemática do
problema. Pode-se dizer que os modelos são abstrações da realidade que possuem
certas limitações e que podem fornecer dados quantitativos e qualitativos da iluminação
natural no interior das edificações, podendo auxiliar o projetista a tomar decisões.
Vários métodos foram propostos a partir da década de 20, sendo que com a
crise de petróleo na década de 70, aumenta a necessidade de se criar ferramentas que
auxiliem no desenvolvimento de projetos e na avaliação quantitativa sobre a suficiência
ou não da luz natural (SCARAZZATO et al,1996). Estes métodos podem ser divididos
em três tipos: métodos gráficos simplificados, simulações com modelos em escala
reduzida e modelagem matemática através de simulações computacionais. Além
destes, pode-se incluir a Avaliação Pós-Ocupação que embora seja realizada após a
execução do ambiente, proporciona um feedback ao projeto que pode fornecer dados
para novos projetos através da utilização de banco de dados quantitativo e qualitativo
do ambiente construído.
Os métodos gráficos são de fácil aplicação, porém nota-se que a análise é
considera uma situação por vez, como por exemplo, um determinado horário em um
determinado dia. As simulações computacionais geralmente exigem uma série de
dados de entrada o que nem sempre é possível. também limitações teóricas que
são frutos de suposições que nem sempre são conhecidas pelos usuários do programa,
138
e os modelos em escala reduzida mostram-se efetivos para os lculos de iluminação
mas demandam tempo para a confecção de maquetes.
Percebe-se que os métodos de avaliação de iluminação natural se utilizam de
um conjunto de variáveis que muitas vezes ainda não estão formuladas na fase de
anteprojeto. Portanto a tomada de decisão nesta fase geralmente é realizada de forma
empírica confiando-se na experiência do projetista.
A complexidade da iluminação natural nos ambientes e os diversos parâmetros
que compõem sua avaliação, permitem considerar, na fase de anteprojeto, o uso de
instrumentos de avaliação que se baseiam no método de índices de confiabilidade, ou
seja no julgamento de especialistas quanto à orientação e formato dos ambientes para
qualificar anteprojetos de escolas.
Ambientes com o mesmo formato possuem iluminação diferenciada de acordo
com a orientação das fachadas (SCARAZZATO et al,1996). Assim sendo, pode-se dizer
que um dos fatores que contribuem para conforto luminoso e que modifica a forma do
projeto, portanto de relevância na fase de anteprojeto, se refere à orientação de
implantação das aberturas das salas de aula.
Verificando os projetos de escolas considerados nesta pesquisa, notou-se que
geralmente as paredes que possuem janelas permitem a abertura total do vão, além
disso a definição do caixilho com a indicação de seu tamanho exato e de seu modelo
geralmente é realizada em fase posterior no processo de projeto, por este motivo foi
simbolizado no questionário apenas a face de localização das aberturas das janelas
sem se considerar a área ou tipo de janela.
Salas de diferentes formatos e com a mesma área de aberturas e de piso
podem possuir diferenças na iluminação natural de acordo com o posicionamento da
abertura no ambiente. Verificou-se, através da análise dos projetos, que o formato
predominante das salas de aula é o quadrado, existindo algumas salas de formato
retangular.
139
O formato do ambiente e a orientação das aberturas são parâmetros de projeto
que se complementam, de modo que um influência o outro, ou seja, uma boa
orientação das aberturas pode ser prejudicada pelo formato da sala de aula e vice-
versa. Sendo assim o questionário considerou a fusão destes dois parâmetros através
da elaboração das variáveis de projeto representadas na figura 4.2.1.3.1:
Fig. 4.2.1.3.1 Variáveis de projeto para conforto visual
Para qualificar estas variáveis de projeto foram realizadas entrevistas com três
especialistas da área de conforto luminoso, direcionadas através de questionário
140
considerando a escala de valores semântica péssimo, ruim, bom, muito bom e ótimo
para cada caso como se verifica na figura 4.2.1.3.2.
Os especialistas que participaram desta entrevista se caracterizam por estarem
neste ramo de atividade (ministrando disciplinas afins e/ou prestando serviços de
assessoria a projetos) a mais de cinco anos.
141
Fig. 4.2.1.3.2. Qualificação das variáveis de conforto visual realizada pelos
especialistas.
142
As variáveis qualificadas pelos especialistas através do diferencial semântico
foram quantificadas através do grau de pertinência obtido pela média das respostas,
associando-se o valor 1 para a qualificação ótima e zero para a qualificação péssima,
conforme se verifica na tabela 4.2.1.3.1.
Tab. 4.2.1.3.1.Grau de Pertinência das variáveis de projeto para conforto visual.
4.2.2 Análise da concordância do conjunto de respostas dos
especialistas
Na revisão bibliográfica realizada sobre escalas (capítulo 3.1) observa-se que
se pode considerar a escala utilizada como uma escala de mensuração denominada
intervalar isto é, mede atributos de forma que os intervalos representam quantidades
regulares de atributos. Tem-se a definição de unidade de mensuração. Pode-se afirmar
que uma medida é igual ou diferente, maior ou menor e quanto maior do que outra. São
143
muito utilizadas para medir atitudes, opiniões, conscientização e preferências, onde a
preocupação é estabelecer medidas relativas e não absolutas.
As estatísticas possíveis para este tipo de escala são reproduzidas na tabela 4.2.2.1
Tab. 4.2.2.1 Possibilidades estatísticas de acordo com a escala utilizada.
Escala Estatísticas possíveis
Intervalo
Moda, Mediana, Média, intervalo, amplitude
total, amplitude média, desvio médio,
variância, desvio padrão, teste z, teste t,
análise de variância, correlação de produto-
momento, teste Mann-Whitney, Kruskal
Wallis, Kolmogorov-Smirnov
Na tabela 4.2.2.1 observa-se a presença de testes paramétricos e não
paramétricos. Nesta pesquisa considera-se que o conjunto de respostas dos
especialistas não supõe parâmetros de distribuição conhecidos, assim os testes
paramétricos foram descartados. Por este motivo a análise das repostas dos
especialistas considerou o teste de Kruskal-Wallis e o de Mann-Whitney. Os
procedimentos para a realização destes testes se encontram em MORCILLO (2003) e
BUSSAB (2003). Nesta pesquisa foi utilizado o software STATGWIN para sua
aplicação.
O teste de Kruskal-Wallis avalia se três ou mais amostras são iguais ou
diferentes, e o teste de Mann-Whitney avalia a existência de diferença significativa entre
duas amostras. Como critério para estabelecer a possibilidade do uso da opinião de
especialistas para a qualificação de configurações de sala de aula foi considerado que:
1- se pelo menos dois especialistas concordarem quanto à qualificação de todas as
variáveis, então é possível utilizar a opinião de especialistas baseada numa escala
semântica e parte-se para a análise de cada variável.
2- se houver empate isto é, o especialista 1 concorda com especialista 2, especialista 3
concorda com especialista 1, mas, especialistas 2 e 1 não concordam então se faz
necessário mais uma opinião.
144
3- se não houver concordância de nenhum especialista então o é possível qualificar
as variáveis de acordo com a opinião de especialistas, devendo-se procurar outros
meios para comparar as variáveis.
4.2.2.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico
Ao realizar o teste Kruskal-Wallis tendo como hipóteses:
Ho= o conjunto de respostas dos três especialistas são iguais
H1= o conjunto de respostas dos três especialistas são diferentes
Obteve-se como resposta a existência de diferença estatística significativa entre
as medianas dos três conjuntos considerando-se um nível de confiabilidade de 95%.
A figura 4.2.2.1.1 representa através de retângulos os quartis (q) 1,3, a mediana
através de uma cruz; a média, os limites superior e inferior são representados com um
traço; e os asteriscos são os valores atípicos. Estes valores são importantes para se ter
uma boa idéia da assimetria da distribuição dos dados. O quartil 1 ou q(0,25), o quartil 2
ou q(0,5) ou mediana e o quartil (3) ou q(0,75) são medidas de localização resistentes
de uma distribuição isto é, são medidas pouco afetadas por mudanças de uma pequena
porção dos dados. A média e o desvio padrão não são medidas resistentes (BUSSAB e
MORETTIN, 2003).
Ao analisar a figura 5.2.1.1 observa-se, por exemplo, que o especialista 1
possui mediana com valor 0,47, q(1) com valor 0,19, q(3) com valor 0,78, limite inferior
com valor zero, limite superior com valor 1 e média 0,47. No caso dos especialistas 2 e
3 coincidência entre q(1) e mediana. O especialista 1 possui as respostas
distribuídas na escala semântica, o especialista 2 possui a maioria das respostas entre
ruim e bom e o especialista 3 possui a maioria de respostas localizadas entre bom e
muito bom na escala semântica. O maior valor atribuído pelo especialista 2 foi 0,5, que
145
corresponde a bom na escala semântica, e o especialista 3 atribuiu o valor 0,75, que
corresponde a muito bom na escala semântica.
Fig. 4.2.2.1.1 Respostas dos especialistas de conforto acústico
Feita estas considerações partiu-se para o teste de Mann-Whitney para
comparar os especialistas par a par. As hipóteses foram:
Ho= o conjunto de respostas dos dois especialistas são iguais (1e2)(1e3)(2e3)
H1= o conjunto de respostas dos dois especialistas são diferentes (1e2)(1e2)(2e3)
Como resultado tem-se a tabela 4.2.2.1.1 onde se visualiza que não existe
diferença estatística significativa do conjunto de respostas do especialista 1 com os
especialistas 2 e 3 com um nível de confiabilidade de 95%. Porém os especialistas 2 e
3 possuem conjuntos de respostas estatisticamente diferentes.
Tab. 4.2.2.1.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico par
a par.
Conjunto de respostas iguais
Especialista 1 X X
Especialista 2 X
Especialista 3 X
escala
Desenho esquemático (Box
-
and
-
Whisker Plot)
Especialista 2
Especialista 3
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
Especialista 1
LI q1 q2 q3 LS
LI q3 LS
q1
q2
q1 q3
LI q2 LS
146
Observa-se que a análise estatística das respostas dos especialistas mostra
que houve empate isto é, o especialista 1 concorda com especialista 2, especialista 3
concorda com especialista 1, mas, especialistas 2 e 3 não concordam então se fez
necessário mais uma opinião.
Ao realizar entrevista com mais um especialista obteve-se, respostas que
variaram de ruim a muito bom/ ótimo, conforme se visualiza nas respostas sombreadas
na figura 4.2.2.1.2.
variável GP variável GP
1
5
2
6
3
7
4
8
Fig. 4.2.2.1.2 Qualificação das variáveis de conforto acústico do quarto
especialistas
Ao realizar novamente o teste Kruskal-Wallis tendo como hipóteses:
Ho= o conjunto de respostas dos quatro especialistas são iguais
H1= o conjunto de respostas dos quatro especialistas são diferentes
147
Obteve-se como resposta que o existe diferença estatística significativa
entre as medianas dos quatro conjuntos considerando-se um nível de confiabilidade de
95%.
O resultado gráfico se verifica na figura 4.2.2.1.3 onde se visualiza que a
mediana do especialista 4 se localiza entre as medianas dos demais especialistas.
Podendo-se chegar à conclusão que a avaliação feita por quatro especialistas da área
de conforto possibilitou uma resposta favorável no teste estatístico realizado.
Fig. 4.2.2.1.3 Respostas dos quatro especialistas de conforto acústico.
Feita estas considerações partiu-se para o teste de Mann-Whitney para
comparar os especialistas par a par. As hipóteses foram:
Ho= o conjunto de respostas dos dois especialistas são iguais (1e4)(2e4)(3e4)
H1= o conjunto de respostas dos dois especialistas são diferentes (1e4)(2e4)(3e4)
Como resultado tem-se a tabela 4.2.2.1.2, onde se visualiza que não existe
diferença significativa do conjunto de respostas do especialista 4 com os demais
especialistas com um nível de confiabilidade de 95%.
Desenho esquemático (Box-and-Whisker Plot)
escala
Especialista 1
Especialista 2
Especialista 3
Especialista 4
0
0.2 0.4 0.6 0.8
1
148
Tab. 4.2.2.1.2 Análise das respostas dos especialistas de conforto acústico par
a par.
Conjunto de respostas iguais
Especialista 1 X X
Especialista 2 X
Especialista 3 X
Especialista 4 X X
Observa-se que a análise estatística das respostas dos especialistas realizada
par a par, mostra que depois de realizada entrevista com mais um especialista é
possível afirmar que pelo menos dois especialistas possuem um conjunto de respostas
semelhante. Neste caso os especialistas 1 e 4 como se verifica na figura 4.2.2.1.4
Fig. 4.2.2.1.4 Respostas dos especialistas 1 e 4 de conforto acústico.
149
4.2.2.2 Análise das respostas dos especialistas de conforto térmico
Ao realizar o teste Kruskal-Wallis tendo como hipóteses:
Ho= o conjunto de respostas dos três especialistas são iguais
H1= o conjunto de respostas dos três especialistas são diferentes
Obteve-se como resposta a existência de diferença estatística significativa entre
as medianas dos três conjuntos considerando-se um nível de confiabilidade de 95%.
Ao analisar a figura 4.2.2.2.1 se verifica que os especialistas 1e3 possuem a
maioria de respostas localizadas entre 0,0 e 0,3 isto é, entre péssimo e ruim na escala
semântica enquanto o especialista 2 possui a maioria de respostas entre a e 0,3 e 0,5
isto é entre ruim e bom.
O maior valor atribuído pelos especialistas 1 e 2 foi 0,75 que corresponde a
muito bom na escala semântica e o especialista 3 atribuiu o valor máximo ótimo.
Fig. 4.2.2.2.1 Respostas dos especialistas de conforto térmico
Feita estas considerações partiu-se para o teste de Mann-Whitney para
comparar os especialistas par a par. As hipóteses foram:
Especialista 1
Especialista 2
Especialista 3
Desenho esquemático (Box-and-Whisker Plot)
0
0.2 0.4 0.6
0.8
1
escala
q1 q2 LS
LI
q3
q1 q2 LS
LI q3
LI q1 q3 LS
150
Ho= o conjunto de respostas dos dois especialistas são iguais (1e2)(1e3)(2e3)
H1= o conjunto de respostas dos dois especialistas são diferentes (1e2)(1e2)(2e3)
Como resultado tem-se a tabela 4.2.2.2.1 onde se visualiza que não existe
diferença significativa do conjunto de respostas dos especialistas 1 e 3 com um nível de
confiabilidade de 95%.
Tab. 4.2.2.2.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto térmico par a
par.
Conjunto de respostas iguais
Especialista 1 X
Especialista 2 X
Especialista 3 X
Observa-se que neste caso a análise estatística das respostas dos três
especialistas já mostra que dois especialistas concordam quanto à qualificação de
todas as variáveis, o que de acordo com a metodologia proposta, considera-se possível
utilizar a opinião de especialistas baseada numa escala semântica.
4.2.2.3 Análise das respostas dos especialistas de conforto visual
Ao realizar o teste Kruskal-Wallis tendo como hipóteses:
Ho= o conjunto de respostas dos três especialistas são iguais
H1= o conjunto de respostas dos três especialistas são diferentes
Obteve-se como resposta a existência de diferença estatística significativa entre
as medianas dos três conjuntos considerando-se um nível de confiabilidade de 95%.
Ao analisar a figura 4.2.2.3.1 se verifica que os especialistas 1e3 possuem a
maioria de respostas localizadas entre 0,25 e 0,35 isto é entre ruim e bom na escala
151
semântica enquanto o especialista 2 possui a maioria de respostas entre a e 0,0 e 0,25
isto é, entre péssimo e ruim.
O maior valor atribuído pelo especialista 1 foi 0,75 que corresponde a muito
bom na escala semântica e os especialistas 1 e 3 atribuíram o valor máximo ótimo.
Fig. 4.2.2.3.1 Respostas dos especialistas de conforto visual
Feita estas considerações partiu-se para o teste de Mann-Whitney para
comparar os especialistas par a par. As hipóteses foram:
Ho= o conjunto de respostas dos dois especialistas são iguais (1e2)(1e3)(2e3)
H1= o conjunto de respostas dos dois especialistas são diferentes (1e2)(1e2)(2e3)
Como resultado tem-se a tabela 4.2.2.3.1 onde se visualiza que não existe
diferença significativa do conjunto de respostas dos especialistas 1 e 3 com um nível de
confiabilidade de 95%.
Tab. 4.2.2.3.1 Análise das respostas dos especialistas de conforto visual par a
par
Conjunto de respostas iguais
Especialista 1 X
Especialista 2 X
Especialista 3 X
Desenho esquemático (Box-and-Whisker Plot)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
escala
LI q1 q2 LS
q3
LI q1 q3 LS
q2
LI q2 LS
q1 q3
Especialista 1
Especialista 2
Especialista 3
152
Observa-se que a análise estatística das respostas dos três especialistas
mostra que dois especialistas concordam quanto à qualificação de todas as variáveis, o
que de acordo com a metodologia proposta, considera-se possível utilizar a opinião de
especialistas baseada numa escala semântica.
4.2.3 Análise da qualificação de cada variável de projeto.
Ao observar as respostas dos especialistas, na seção 4.2.1, verifica-se
visualmente que algumas variáveis foram qualificadas de maneira semelhante, outras
de maneira diferenciada e/ou com uma tendência para um dos pontos da escala
semântica.
Inicialmente ao observar estes dados não foi possível relacionar um número de
desvio padrão para caracterizar o que se considera semelhante ou diferenciado. Para
se estabelecer o desvio padrão foi analisada a amplitude e o resíduo das respostas dos
três especialistas da seguinte maneira:
1- Variável com qualificação diferenciada se amplitude igual ou maior que 0,5
(respostas com uma diferença igual ou maior que dois pontos na escala semântica de
cinco pontos) e resíduo igual ou maior que 0,25 (resposta difere da média em um ponto
ou mais na escala semântica) conforme se visualiza no exemplo da tabela 4.2.3.1.
2- Variável com qualificação semelhante que indica uma tendência e
precisão se amplitude menor que 0,5 e resíduo menor que 0,25 conforme se visualiza
no exemplo da tabela 4.2.3.2.
3- Variável com qualificação semelhante que indica uma tendência para um
dos pontos da escala semântica, porém com quantificação numérica de baixa precisão
se amplitude menor que 0,5 e resíduo maior ou igual a 0,25 conforme se visualiza no
exemplo da tabela 4.2.3.3.
153
Tab.4.2.3.1 Exemplo de variável qualificada como diferenciada
Conforto Acústico Variável 3
Avaliação
Nota Resíduo Amplitude das respostas
Avaliador 1 0,5 0,17 0,00 (avaliador 1-avaliador 2)
Avaliador 2 0,5 0,17
0,5 0 (avaliador 2-avaliador 3)
Avaliador 3 1
0,33 0,5 0 (avaliador 3-avaliador 1)
média 0,67
Desvio padrão 0,29
Nota-se pela tabela 4.2.3.1 que na qualificação considerada como diferenciada,
a média das respostas dos especialistas carece de precisão, uma vez que, o resíduo é
alto (maior que 0,25), além disso, verifica-se que não é possível qualificar a variável
com uma tendência a um dos pontos da escala semântica uma vez que a dispersão das
respostas se encontra entre bom e ótimo (amplitude com valor igual a 0,50)
Tab.4.2.3.2 Exemplo de variável qualificada como semelhante e com precisão
Variável 1a
Orientação
a
Conforto Luminoso Sala de Aula 1
Avaliação
Nota Resíduo Amplitude das respostas
Avaliador 1 0 0,08 0,00 (avaliador 1-avaliador 2)
Avaliador 2 0 0,08 0,25 (avaliador 2-avaliador 3)
Avaliador 3 0,25 -0,17 0,25 (avaliador 3-avaliador 1)
Média 0,08
Desvio padrão 0,14
No caso da qualificação considerada como semelhante e com precisão
observa-se, através da tabela 4.2.3.2, que a diferença das respostas dos especialistas é
pequena (amplitude menor que 0,5) e por este motivo existe uma tendência a um dos
pontos da escala semântica e a média não possui grande influencia de uma das
respostas uma vez que o resíduo é baixo (menor que 0,25)
P R B MB O
154
A variável considerada semelhante e com precisão prejudicada, conforme se
visualiza na tabela 4.2.3.3, ocorre quando um dos avaliadores emite uma opinião
divergente dos demais dentro dos limites da amplitude estabelecida isto é, com uma
diferença de opinião que não ultrapassa dois pontos da escala semântica. Isto indica
que existe uma tendência nas respostas, embora a média tenha influência grande desta
resposta divergente (resíduo maior que 0,25).
Tab.4.2.3.3 Exemplo de variável qualificada como semelhante e com precisão
prejudicada
Variável 3d
Orientação d
Conforto Térmico Sala de Aula 2
Avaliação
Nota Resíduo Amplitude das respostas
Avaliador 1 0,38
0,25
0,38 (avaliador 1-avaliador 2)
Avaliador 2 0,00 0,13 0,00 (avaliador 2-avaliador 3)
Avaliador 3 0,00 0,13 0,38 (avaliador 3-avaliador 1)
média 0,13
Desvio padrão 0,22
Ao comparar o resíduo e a amplitude com o desvio padrão, podem-se
estabelecer critérios de avaliação da variável projeto através do uso de escala
semântica e das respostas de especialistas, utilizando-se apenas o desvio padrão,
conforme se visualiza na tabela 4.2.3.4:
Tab.4.2.3.4 Indicador de qualificação das respostas dos especialistas para as
variáveis de projeto.
Qualificação da variável Valores de desvio padrão
Variável com qualificação diferenciada 0,25 (maior ou igual a 0,25)
Variável com qualificação semelhante
que indica uma tendência para um dos
pontos da escala semântica.
0,20>Dp<0,25
(maior que 0,20 e menor que 0,25)
Variável com qualificação semelhante
que indica uma tendência e precisão
nas respostas dos especialistas
Dp0,20
(menor ou igual a 0,20)
P R B MB O
155
Com o uso da tabela 4.2.3.4 apresentam-se nas tabelas 4.2.3.5, 4.2.3.6 e
4.2.3.7 a qualificação das variáveis indicando-se a dia das respostas e o índice de
confiabilidade (desvio padrão). As variáveis com qualificação diferenciadas estão
representadas por células sombreadas e são objetos do planejamento fatorial da seção
4.2.4.
156
Tab.4.2.3.5 Qualificação das variáveis de conforto visual.
Variável
1
média Desvio
padrão
Variável
2
média Desvio
padrão
Variável
3
média Desvio
padrão
Variável
4
média Desvio
padrão
A
0,08 0,14
A
0,29 0,08
A
0,17 0,14
A
0,25 0,00
B
0,08 0,14
B
0,63 0,21
B
0,29 0,08
B
0,08 0,14
C 0,58 0,38 C 0,17 0,14 C 0,50 0,25 C 0,42 0,14
D 0,29 0,08 D 0,08 0,14 D 0,42 0,14 D 0,33 0,14
E 0,38 0,13 E 0,21 0,19 E 0,29 0,08 E 0,29 0,08
F
0,38 0,13
F
0,29 0,08
F
0,29 0,08
F
0,29 0,08
G
0,25 0,22
G
0,59 0,36
G
0,38 0,13
G
0,21 0,19
H
0,21 0,19
H
0,33 0,14
H
0,38 0,13
H
0,21 0,07
Variável
5
média Desvio
padrão
Variável
6
média Desvio
padrão
Variável
7
média Desvio
padrão
Variável
8
média Desvio
padrão
A
0,46 0,31
A
0,63 0,13
A
0,17 0,14
A
0,25 0,25
B
0,17 0,14
B
0,38 0,22
B
0,38 0,21
B
0,13 0,22
C 0,13 0,22 C 0,08 0,14 C 0,29 0,08 C 0,46 0,07
D 0,19 0,00 D 0,13 0,13 D 0,46 0,07 D 0,34 0,08
E 0,25 0,00 E 0,13 0,22 E 0,29 0,08 E 0,38 0,13
F
0,54 0,40
F
0,25 0,22
F
0,38 0,33
F
0,34 0,08
G
0,29 0,08
G
0,17 0,14
G
0,25 0,13
G
0,38 0,13
H
0,34 0,08
H
0,25 0,22
H
0,38 0,13
H
0,33 0,14
Variável
9
média Desvio
padrão
Variável
10
média Desvio
padrão
Variável
11
média Desvio
padrão
Variável
12
média Desvio
padrão
A
0,67 0,29
A
0,58 0,14
A
0,08 0,14
A
0,29 0,26
B
0,5 0,00
B
0,25 0,25
B
0,25 0,25
B
0,08 0,14
C 0,54 0,19 C 0,00 0,00 C 0,08 0,14 C 0,00 0,00
D 0,38 0,13 D 0,21 0,19 D 0,25 0,22 D 0,21 0,19
E 0,46 0,07 E 0,13 0,13 E 0,04 0,08 E 0,21 0,26
F
0,46 0,07
F
0,21 0,07
F
0,29 0,19
F
0,25 0,00
G
0,5 0,00
G
0,25 0,00
G
0,17 0,14
G
0,25 0,00
H
0,42 0,07
H
0,33 0,14
H
0,25 0,25
H
0,25 0,25
Variável
13
média Desvio
padrão
Variável
14
média Desvio
padrão
Variável
15
média Desvio
padrão
Variável
16
média Desvio
padrão
A
0,88 0,21
A
0,17 0,14
A
0,38 0,13
A
0,67 0,29
B
0,38 0,22
B
0,29 0,08
B
0,13 0,22
B
0,42 0,14
C 0,04 0,08 C 0,34 0,08 C 0,50 0,33 C 0,42 0,14
D 0,25 0,13 D 0,46 0,26 D 0,29 0,08 D 0,29 0,08
E 0,17 0,14 E 0,25 0,00 E 0,38 0,13 E 0,46 0,07
F
0,42 0,07
F
0,38 0,13
F
0,34 0,08
F
0,46 0,07
G
0,17 0,14
G
0,29 0,08
G
0,71 0,31
G
0,5 0,00
H
0,29 0,08
H
0,63 0,33
H
0,42 0,14
H
0,42 0,14
Variável
17
média Desvio
padrão
Variável
18
média Desvio
padrão
A
0,54 0,19
A
0,08 0,14
B
0,25 0,25
B
0,25 0,25
C 0,00 0,00 C 0,00 0,00
D 0,17 0,14 D 0,21 0,19
E 0,13 0,13 E 0,13 0,13
F
0,25 0,00
F
0,21 0,07
G
0,17 0,14
G
0,17 0,14
H
0,33 0,14
H
0,33 0,14
Obs. As setas indicam a orientação Norte
As células sombreadas indicam variáveis com qualificação
diferenciada, isto é, valor de desvio padrão 0,25
157
Observa-se pela tabela 4.2.3.5 que:
- Das 144 variáveis avaliadas pelos especialistas 124 pertencem ao grupo de
qualificação semelhante.
- Todas as variações das posições 4,6,10 e 13 tiveram qualificação semelhante.
- As avaliações com desvio padrão zero foram qualificadas como ssimo e
ruim, com exceção da variável 16G que foi qualificada como bom.
- A variável com maior média foi a 2b que se situa entre bom e muito bom na
escala semântica.
- A variável com maior desvio padrão é a 5F com uma variação de respostas na
escala semântica de ruim a ótimo.
Tab.4.2.3.6 Qualificação das variáveis de conforto térmico.
Variável
1
média Desvio
padrão
Variável
2
média Desvio
padrão
Variável
3
média Desvio
padrão
Variável
4
média Desvio
padrão
A
0,67 0,29 A 0,13 0,12
A
0,42 0,14
A
0,25 0,00
B
0,54 0,19 B 0,33 0,14
B
0,25 0,25
B
0,29 0,07
C
0,08 0,14 C 0,21 0,19
C
0,29 0,32
C
0,21 0,19
D
0,33 0,29 D 0,29 0,26
D
0,13 0,22
D
0,17 0,14
E 0,33 0,14 E 0,21 0,19 E 0,46 0,19 E 0,20 0,24
F
0,71 0,07 F 0,17 0,14
F
0,29 0,07
F
0,21 0,24
G
0,46 0,19 G 0,38 0,22
G
0,33 0,29
G
0,20 0,24
H
0,33 0,29 H 0,38 0,22
H
0,17 0,14
H
0,21 0,19
Variável
5
média Desvio
padrão
Variável
6
média Desvio
padrão
Variável
7
média Desvio
padrão
A
0,17 0,14
A
0,33 0,29
A
0,33 0,14
B
0,17 0,14
B
0,29 0,26
B
0,00 0,00
C
0,00 0,00
C
0,13 0,22
C
0,17 0,14
D
0,08 0,14
D
0,17 0,29
D
0,25 0,25
E 0,21 0,19 E 0,29 0,26 E 0,38 0,12
F
0,29 0,32
F
0,42 0,38
F
0,42 0,29
G
0,17 0,14
G
0,29 0,26
G
0,04 0,07
H
0,25 0,25
H
0,29 0,26
H
0,00 0,00
Obs.:
As setas com final em
flecha indicam a
orientação Norte e a outra
seta indica a direção do
vento predominante.
As células sombreadas
indicam variáveis com
qualificação diferenciada,
isto é, valor de desvio
padrão 0,25
158
Observa-se pela tabela 4.2.3.6 que:
- Das 56 variáveis avaliadas pelos especialistas, 35 tiveram avaliação
semelhante.
- As avaliações com desvio padrão zero foram qualificadas como péssima ou
ruim (variáveis 4a, 5c, 7b, 7h).
- A variável semelhante com melhor dia foi a 1f que se situa entre bom e
muito bom na escala semântica.
- A posição seis foi qualificada de maneira diferenciada pelos especialistas em
quase todas as orientações das salas de aula.
- As variáveis com maior desvio padrão são as 3c, 5f e 6f.
Tab.4.2.3.7 Qualificação das variáveis de conforto acústico.
Variável
média Desvio
padrão
1
0,65
0,18
2
0,28
0,15
3
0,72
0,26
4
0,44
0,24
5
0,31
0,12
6
0,40
0,24
7
0,49
0,18
8
0,18
0,24
As células sombreadas indicam variáveis
com qualificação diferenciada, isto é,
valor de desvio padrão 0,25
159
Observa-se através da tabela 4.2.3.7 que:
- Das 8 variáveis avaliadas pelos especialistas 7 tiveram avaliação semelhante.
- Nenhuma variável apresentou desvio padrão com o valor zero.
- A variável com qualificação semelhante e melhor média foi a 1, que se situa
entre bom e muito bom na escala semântica.
- A variável 3 possui o maior desvio padrão e também a maior média.
4.2.4 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação
diferenciada
As variáveis com qualificação diferenciada foram desmembradas em outros
fatores. Isto foi feito com consulta a um especialista de cada conforto ambiental com a
questão aberta: Quais as considerações feitas para avaliar o conforto ambiental destas
salas de aula?
4.2.4.1 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação
diferenciada de conforto acústico
Para o conforto acústico a variável três apresentou valor de desvio padrão que
a qualificou como diferenciada. A entrevista ao especialista para a elaboração do plano
fatorial foi conduzida através do questionário representado na tabela 4.2.4.1.1.
160
Tab.4.2.4.1.1 Questionário de entrevista à especialista de conforto acústico
Considerando a proximidade do pátio, conforme desenho, favor indicar:
Quais as considerações feitas para avaliar o conforto acústico destas salas de aula.
Legenda
- tipo de solução proposta (dificuldade em solucionar o problema, mas não o custo).
- a disposição da edificação funciona como elemento protetor.
Como resultado da entrevista ao especialista de conforto acústico, pode-se
elaborar o plano fatorial da variável 3, visualizado na tabela 4.2.4.1.2.
Tab. 4.2.4.1.2 Plano Fatorial de conforto acústico
Escalas semânticas
Legenda
Fator 1
A disposição da edificação para a
qualidade acústica da sala de
aula é:
Fator 2
A melhoria acústica de sala de
aula é:
(dificuldade técnica para melhorar
a qualidade acústica no interior da
sala de aula, não o custo).
Variável
3
Peso Peso
Observação: O peso significa a influencia de cada fator para a qualidade acústica da sala de aula,
e seu valor pode variar ser 1,2 ou 3.
161
O resultado da avaliação feita por três especialistas ao plano fatorial visualiza-
se na tabela 4.2.4.1.3.
Tab. 4.2.4.1.3 Respostas dos especialistas de acústica ao plano fatorial
Variável 3 Fator 1
peso
Fator 2
Peso
Média ponderada (MP)
Especialista 1
0,50 2,00 0,75 3,00 0,65
Especialista 2
0,25 2,00 0,50 3,00 0,40
Especialista 3
0,75 2,00 0,25 2,00 0,50
Média dos três especialistas 0,52 (próximo a bom)
Desvio padrão 0,10
Observa-se, na tabela 4.2.4.1.3, que para a variável 3 de acústica existem
divergências na avaliação de cada fator, mas, ao ser realizada a média ponderada de
cada especialista e comparando-se o desvio padrão ao “Indicador de qualificação das
respostas dos especialistas para as variáveis de projeto. (tab.4.2.3.4)” pode-se
considerar que, após a realização do plano fatorial, se trata de variável com qualificação
semelhante, o que indica uma tendência e precisão nas respostas dos especialistas,
neste caso com uma tendência próximo a bom.
4.2.4.2 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação
diferenciada de conforto térmico
Para a elaboração do plano fatorial, das variáveis de conforto rmico que
apresentaram valor de desvio padrão que as qualificaram diferenciada, foi realizada
entrevista ao especialista conduzida através do questionário representado na tabela
4.2.4.2.1.
162
Tab. 4.2.4.2.1 Questionário de entrevista à especialista de conforto térmico
CONFORTOTÉRMICO: Considerando as aberturas de janela, o formato do
ambiente e a orientação Norte, conforme desenho favor indicar: Quais as
considerações feitas para avaliar o conforto térmico destas salas de aula:
Observações:
- As setas indicam a posição Norte
- As setas com final em bolinhas os ventos predominantes.
- O branco simboliza corredor coberto
- O cinza ou azul simboliza a sala de aula.
- Os traços as posições das aberturas.
1A
Face Norte – proteção do corredor, face Sul OK
Ventilação direção e sentido do vento inclinado em relação às
aberturas
1D
Não proteção para insolação. O corredor não protege na
fachada Oeste (proteção parcial).
Ventilação igual a 1ª.
1H
Fachadas NE e NO (corredor) proteção insuficiente. Ventilação
tangente às aberturas – impossibilidade de ventilação cruzada.
2D
Insolação sem proteção a Oeste
Ventilação insuficiente: inclinada e abertura em fachadas
adjacentes, não é cruzada.
3B
Fachada Leste sem proteção.
Ventilação igual a 2D
3C
Insolação Leste: proteção parcial.
Ventilação – prejudicada uma das aberturas esta fora da direção
do vento (sentido oposto)
3G
Fachadas SE sem proteção e SO (corredor) proteção
insuficiente, sendo fachada Sul com problema menor.
Ventilação perpendicular à fachada, outra abertura adjacente; o
conjunto permite ventilação quase adequada.
5F
Insolação SE sem proteção
Ventilação perpendicular, abertura em apenas uma fachada
bem prejudicada.
5H
Insolação NE sem proteção.
Ventilação quase tangente – nenhuma.
6A
Abertura ao Sul – OK.
Vento oblíquo, apenas uma fachada com abertura – mais
prejudicada que 5F.
6B
Abertura ao Norte – proteção da varanda- OK.
Ventilação – Nenhuma
6D
Abertura a leste – varanda proteção parcial
Ventilação igual a 6ª.
N
N
N
N
N
N
N
N
N
N
N
N
163
6E
Insolação fachada SO – proteção da varanda insuficiente.
Ventilação tangente – nenhuma
6F
Insolação SE igual a variável 6E.
Ventilação perpendicular insuficiente por ser apenas uma única
fachada com abertura.
6G
Insolação – NO com varanda insuficiente pior que se fosse
abertura a sul.
Ventilação nenhuma.
6H
Insolação NE igual a 6G.
Ventilação quase tangente - nenhuma
7D
Insolação N e L sem proteção.
Ventilação oblíqua igual a 2D.
7F
Insolação NE e SE sem proteção.
Ventilação igual a 3G
Como resultado da entrevista ao especialista de conforto térmico, pode-se
elaborar o plano fatorial da variável 3, visualizado na tabela 4.2.4.2.2
N
N
N
N
N
N
164
Tab.4.2.4.2.2 Plano Fatorial de conforto térmico
Escalas semânticas
Legenda
Fator 1
Para o conforto térmico a direção
do vento em relação à abertura
é:
Fator 2
A relação das aberturas para
possibilitar a ventilação cruzada é:
Fator 3:
Solucionar a proteção solar das
aberturas de acordo com sua
orientação é:
1A
Peso Peso Peso
1D
Peso Peso Peso
1H
Peso Peso Peso
2D
Peso Peso Peso
3B
Peso Peso Peso
3C
Peso Peso Peso
3G
Peso Peso Peso
5F
Peso Peso Peso
N
N
N
N
N
N
N
N
165
5H
Peso Peso Peso
6A
Peso Peso Peso
6B
Peso Peso Peso
6D
Peso Peso Peso
6E
Peso Peso Peso
6F
Peso Peso Peso
6G
Peso Peso Peso
6H
Peso Peso Peso
7D
Peso Peso Peso
7F
Peso Peso Peso
N
N
N
N
N
N
N
N
N
N
166
O resultado da avaliação feita por três especialistas ao plano fatorial visualiza-se na tabela 5.4.2.3. (F = Fator, P=
Peso, M.P= média ponderada)
Tab. 4.2.4.2.3 Respostas dos especialistas de conforto térmico ao plano fatorial
Especialista 1 Especialista 2 Especialista 3
Variável
F1 P
F2 P
F3 P
M.P.
F1 P
F2 P
F3 P
M.P.
F1 P
F2 P
F3 P
M.P.
1A 0,5 3 0,75
3 1 1 0,68 0,75
2
0,75
2
1
3
0,86
0,5
2
0,5
3
1
2
0,64
1D 0,5 3 0,75
3 0,25
3 0,50 0,75
2
0,75
2
0,25
3
0,54
0,63
3
0,5
3
0,25
3
0,46
1H 0,25
1 1 3 0,25
3 0,57 0,25
1
0,25
1
0,5
3
0,40
0,5
2
0,25
3
0,5
3
0,41
2D 1 3 1 3 1 1 1,00 0,75
2
0,75
2
0,25
3
0,54
0,25
3
0,5
2
0,25
3
0,31
3B 1 3 1 3 0 3 0,67 0,75
2
0,75
2
0,25
3
0,54
0,25
2
0,33
3
0
3
0,19
3C 0 1 0 1 1 1 0,33 0,25
1
0,25
1
0,25
3
0,25
0,25
2
0,25
1
0,25
3
0,25
3G 0,75
3 0,75
3 0 3 0,50 0,25
2
0,25
2
0,75
3
0,46
0,13
3
0,13
2
0,25
3
0,18
5F 1 3 0 1 0,75
2 0,75 0
1
0
1
0,75
2
0,38
0,5
2
0,13
2
0,33
2
0,32
5H 0,25
2 0 1 0,25
3 0,21 0
1
0
1
0,5
2
0,25
0
1
0
2
0,33
3
0,17
6A 0,5 2 0 1 1 1 0,50 0
1
0
1
0,75
2
0,38
0,5
3
0,25
1
1
3
0,68
6B 0 1 0 1 1 1 0,33 0
1
0
1
1
3
0,60
0
2
0,25
2
1
3
0,50
6D 1 3 0 1 1 1 0,80 0
1
0
1
0,75
2
0,38
0,5
3
0,25
2
0,25
2
0,36
6E 0,75
3 0 1 0,75
2 0,63 0
1
0
1
0,75
1
0,25
0
1
0,25
1
0,25
3
0,20
6F 1 3 0 1 0,75
2 0,75 0
1
0
1
0,75
1
0,25
0,67
3
0,33
3
0,33
2
0,46
6G 0 1 0 1 1 1 0,33 0
1
0
1
0,75
3
0,45
0,33
2
0,33
3
0,13
3
0,26
6H 0 1 0 1 1 1 0,33 0
1
0
1
0,75
3
0,45
0,13
1
0,13
2
0,25
3
0,19
7D 1 1 1 3 0,25
2 0,75 0,75
2
0,75
2
0,75
3
0,75
0,67
3
0,5
3
0,25
3
0,47
7F 1 1 0,5 2 0,25
2 0,50 0,75
2
0,75
2
0,5
3
0,64
0,33
2
0,33
3
0,33
3
0,33
167
Observa-se, na tabela 4.2.4.2.3, que existem divergências na avaliação de cada
fator, mas, ao ser realizada a média ponderada de cada especialista e comparando-se
o desvio padrão (tabela 4.2.4.2.4) ao “Indicador de qualificação das respostas dos
especialistas para as variáveis de projeto”, (tab.4.2.3.4), pode-se considerar que, após a
realização do plano fatorial, todas as variáveis podem ser consideradas com
qualificação semelhante, com exceção das variáveis 2D, que apresenta o valor de
desvio padrão que a qualifica como variável diferenciada.
Tab. 4.2.4.2.4 Qualificação das variáveis de conforto térmico após o plano
fatorial.
Média
ponderada
especialista 1
Média
ponderada
especialista 2
Média
ponderada
especialista 3
Média dos três especialistas DESVIO
1A 0,68 0,86 0,64 0,73 (próximo a muito bom) 0,09
1D 0,50 0,54 0,46 0,50 (bom) 0,03
1H 0,57 0,40 0,41 0,46 (próximo a bom) 0,08
2D 1,00 0,54 0,31 0,62 0,29
3B 0,67 0,54 0,19 0,46 (próximo a bom) 0,20
3C 0,33 0,25 0,25 0,28 (próximo a ruim) 0,04
3G 0,50 0,46 0,18 0,38 (entre ruim e bom) 0,15
5F 0,75 0,38 0,32 0,48 (próximo a bom) 0,19
5H 0,21 0,25 0,17 0,21 (próximo a ruim) 0,03
6A 0,50 0,38 0,68 0,52 (próximo a bom) 0,12
6B 0,33 0,60 0,50 0,48 (próximo a bom) 0,11
6D 0,80 0,38 0,36 0,51 (próximo a bom) 0,20
6E 0,63 0,25 0,20 0,36 (entre ruim e bom) 0,19
6F 0,75 0,25 0,46 0,49 (próximo a bom) 0,21
6G 0,33 0,45 0,26 0,35 (entre ruim e bom) 0,08
6H 0,33 0,45 0,19 0,32 (entre ruim e bom) 0,11
7D 0,75 0,75 0,47 0,66 (entre bom e muito bom) 0,13
7F 0,50 0,64 0,33 0,49 (próximo a bom) 0,13
Observa-se na tabela 4.2.4.2.4 que dentre as variáveis com qualificação
semelhante, as variáveis 3B, 6D e 6F apresentaram valor de desvio padrão que as
qualificam como variável semelhante e com uma tendência para um dos pontos da
escala semântica. a variável 2D, observa-se que mesmo depois da realização do
plano fatorial ela continua com qualificação diferenciada, neste caso recomenda-se que
168
a avaliação dos especialistas seja feita de maneira presencial para que juntos cheguem
a um consenso.
4.2.4.3 Tratamento das variáveis de projeto com qualificação
diferenciada de conforto Visual
Para o conforto visual as variáveis que apresentaram valor de desvio padrão
que as qualificaram como diferenciada se apresentam na tabela 4.2.4.3.1, onde se vê,
também, os resultados do questionário aplicado em entrevista com o especialista para a
elaboração do plano fatorial.
169
Tab.4.2.4.3.1 Questionário de entrevista à especialista de conforto visual
CONFORTO VISUAL: Considerando as aberturas de janela, o formato do
ambiente e a orientação Norte, conforme desenho, favor indicar: Quais as
considerações feitas para avaliar o conforto visual destas salas de aula:
Observações: As setas indicam a posição Norte, O branco simboliza corredor coberto, O cinza ou
azul simboliza a sala de aula, os traços as aberturas.
1C
N
Profundidade, proteção (insolação), possibilidade de
distribuição adequada da luz (orientação beneficia)
2G
N
Problemas com insolação (maior dificuldade de
controle), iluminação em paredes adjacentes pode
resultar em boa iluminação
3C
N
Profundidade excessiva, iluminação inadequada,
prejuízo no “olhar para fora”.
5A N
Profundidade adequada, proteção solar simples, janela
para corredor com proteção mais ou menos simples.
5F
N
Profundidade adequada, proteção solar com alguma
complexidade.
6F N
Profundidade adequada, iluminação melhor que as
outras duas anteriores.
8A N
Profundidade adequada, dificuldade na proteção a Leste
9A
N
Profundidade inadequada.
11B
N
Profundidade adequada, problemas com orientação
solar (provável iluminação inadequada).
11H
N
Profundidade adequada, proteção oeste complicada
(provável iluminação inadequada).
12A N
Profundidade adequada, proteção leste complicada
(provável iluminação inadequada).
170
12 E N
Profundidade adequada, dificuldade de proteção
(provável iluminação inadequada).
12H
N
Profundidade adequada, dificuldade de proteção
(provável iluminação inadequada).
14 D
N
Forma adequada (se respeitados os limites de tamanho)
(sala 7X7m muito grande), com proteção, iluminação
pode não ser adequada.
14 H
N
Forma adequada (se respeitados os limites de tamanho),
com proteção, iluminação pode não ser adequada.
15C
N
Forma adequada (se respeitados os limites de tamanho),
com proteção, possibilidade de boa iluminação.
15G
N
Problemas de proteção, possível iluminação
inadequada.
16 A N
Depende da profundidade, iluminação inadequada.
17B
N
Iluminação possivelmente adequada, boa orientação da
janela.
18 A
N
Problemas com proteção, iluminação pode ser
inadequada.
Observa-se que em todas as respostas o especialista ressaltou a profundidade
da sala de aula e a complexidade para solucionar problemas de proteção solar dados
pela orientação ou complexidade de controle da insolação direta. Assim os fatores que
são novamente analisados pelos três especialistas são apresentados na tabela
4.2.4.3.2.
171
Tab.4.2.4.3.2 Plano Fatorial de conforto visual
Escalas semânticas
Legenda
- aberturas
Fator 1
Para o conforto visual a
profundidade desta sala de aula é:
Fator 2
A complexidade de solução para
a proteção da insolação direta
desta sala de aula é:
(muito complexo, muito simples)
1C
N
Peso Peso
2G
N
Peso Peso
3C
N
Peso Peso
5A N
Peso Peso
5F N
Peso Peso
6F N
Peso Peso
8A N
Peso Peso
9A
N
Peso Peso
11B
N
Peso Peso
172
11H N
Peso Peso
12A N
Peso Peso
12 E N
Peso Peso
12H
N
Peso Peso
15D N
Peso Peso
14 H N
Peso Peso
15C N
Peso Peso
15G N
Peso Peso
16 A N
Peso Peso
17B N
Peso Peso
18A N
Peso Peso
O resultado da avaliação feita por três especialistas ao plano fatorial visualiza-
se na tabela 4.2.4.3.3.
173
Tab. 4.2.4.3.3 Respostas dos especialistas de conforto visual ao plano fatorial.
Especialista 1 Especialista 2 Especialista 3
Variável
F 1 P F2 P M.P.
F 1 P F 2 P M.P
F1 P F 2 P M.P.
1C 0,50
1,00
1,00
1,00
0,75
0,50
1,00
0,75
2,00
0,67
0,25
2,00
1,00
3,00
0,70
2G 0,50
1,00
0,75
1,00
0,63
0,50
1,00
0,75
2,00
0,67
0,50
3,00
0,25
3,00
0,38
3C 0,00
3,00
1,00
1,00
0,25
0,25
3,00
1,00
1,00
0,44
0,00
3,00
1,00
1,00
0,25
5A 0,50
1,00
1,00
1,00
0,75
0,50
1,00
0,75
2,00
0,67
1,00
3,00
1,00
1,00
1,00
5F 0,50
1,00
0,75
2,00
0,67
0,50
1,00
0,25
3,00
0,31
0,75
3,00
0,25
3,00
0,50
6F 0,50
1,00
0,75
2,00
0,67
0,50
1,00
0,25
3,00
0,31
1,00
3,00
0,25
2,00
0,70
8A 0,50
1,00
0,25
2,00
0,33
0,25
3,00
0,50
2,00
0,35
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
9A 0,50
1,00
1,00
1,00
0,75
0,00
3,00
1,00
1,00
0,25
0,50
3,00
1,00
1,00
0,63
11B 0,50
1,00
0,00
3,00
0,13
0,50
1,00
0,25
3,00
0,31
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
11H 0,50
1,00
0,00
3,00
0,13
0,50
1,00
0,00
3,00
0,13
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
12A 0,50
1,00
0,25
2,00
0,33
0,50
1,00
0,25
3,00
0,31
1,00
3,00
0,50
2,00
0,80
12E 0,50
1,00
0,00
3,00
0,13
0,50
2,00
0,00
3,00
0,20
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
12H 0,50
1,00
0,00
3,00
0,13
0,50
2,00
0,25
3,00
0,35
1,00
3,00
0,00
3,00
0,50
14D 0,75
1,00
0,75
1,00
0,75
0,75
1,00
1,00
1,00
0,88
1,00
3,00
1,00
1,00
1,00
14H 0,75
1,00
0,75
1,00
0,75
0,75
1,00
0,75
2,00
0,75
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
15C 0,75
1,00
0,75
1,00
0,75
0,50
1,00
1,00
1,00
0,75
1,00
3,00
1,00
1,00
1,00
15G 0,75
1,00
0,25
2,00
0,42
0,25
2,00
0,25
3,00
0,25
1,00
3,00
0,00
3,00
0,50
16A 0,75
1,00
1,00
1,00
0,88
0,00
3,00
1,00
1,00
0,25
1,00
3,00
0,75
2,00
0,90
17B 0,75
1,00
0,75
1,00
0,75
0,50
1,00
0,50
2,00
0,50
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
18A 0,75
1,00
0,00
3,00
0,19
0,50
1,00
0,25
3,00
0,31
1,00
3,00
0,25
3,00
0,63
Observa-se, na tabela 4.2.4.3.3, que existem divergências na avaliação de cada
fator, mas, ao ser realizada a média ponderada de cada especialista e comparando-se
o desvio padrão (tabela 4.2.4.3.4) ao “Indicador de qualificação das respostas dos
especialistas para as variáveis de projeto. (tab.4.2.3.4)” pode-se considerar que, após a
realização do plano fatorial, todas as variáveis podem ser consideradas com
qualificação semelhante, com exceção da variável 16A, que apresenta o valor de desvio
padrão que a qualifica como variável diferenciada, neste caso recomenda-se que a
avaliação dos especialistas seja feita de maneira presencial para que juntos cheguem a
um consenso.
174
Tab. 4.2.4.3.4 Qualificação das respostas de conforto visual após o plano
fatorial
Média ponderada
especialista 1
Média ponderada
especialista 1
Média ponderada
especialista 1
Média dos três
especialistas DESVIO
1C 0,75 0,67 0,70 0,71 0,03
2G 0,63 0,67 0,38 0,56 0,13
3C 0,25 0,44 0,25 0,31 0,09
5A 0,75 0,67 1,00 0,81 0,14
5F 0,67 0,31 0,50 0,49 0,14
6F 0,67 0,31 0,70 0,56 0,18
8A 0,33 0,35 0,63 0,44 0,13
9A 0,75 0,25 0,63 0,54 0,21
11B
0,13 0,31 0,63 0,35 0,21
11H
0,13 0,13 0,63 0,29 0,24
12A
0,33 0,31 0,80 0,48 0,23
12E
0,13 0,20 0,63 0,32 0,22
12H
0,13 0,35 0,50 0,33 0,15
14D
0,75 0,88 1,00 0,88 0,10
14H
0,75 0,75 0,63 0,71 0,06
15C
0,75 0,75 1,00 0,83 0,12
15G
0,42 0,25 0,50 0,39 0,10
16A
0,88 0,25 0,90 0,68 0,30
17B
0,75 0,50 0,63 0,63 0,10
18A
0,19 0,31 0,63 0,38 0,18
4.3- Aplicação de exemplos de soluções e de metodologia de projeto
no ensino de projeto.
Neste capítulo é apresentado o desenvolvimento de estudos preliminares para
um programa de projeto de escola realizado na disciplina de projeto de construção civil
(CPCC3) do curso de tecnologia em Planejamento e Gestão de Empreendimento na
Construção Civil desenvolvido no Centro Federal de Educação Tecnológica de São
Paulo (CEFET-SP).
Na primeira parte (seção 4.3.1) descreve-se a disciplina através das atividades
desenvolvidas e do perfil do aluno, e, na segunda parte, avalia-se a aplicação (seção
4.3.2) através da comparação entre estudos preliminares e de auto-avaliação dos
alunos.
175
4.3.1 Desenvolvimento de estudo preliminar
O ensino de projeto pode ser feito de diversas maneiras que podem depender
dos objetivos da profissão a que se destina e da metodologia que se considera
apropriada para se atingi-los. No curso de Tecnologia, ministrado no CEFET-SP, na
disciplina de projeto 2, tem-se como objetivo que o aluno possa atuar na área da
construção civil de modo a gerenciar informações de diversos profissionais da área.
Para tal, considera-se importante que ele possua uma visão geral dos assuntos, isto é,
terá que conhecer as interferências que podem ocorrer entre os diferentes tipos de
projeto (arquitetônico e projetos complementares). O projeto arquitetônico é
desenvolvido, na disciplina de projeto 2, considerando-se a união de aspectos de
conforto ambiental (acústica, térmica, visual e funcional) e de projetos de estrutura,
hidráulica e elétrica.
4.3.1.1 Descrição da componente curricular (disciplina CPCC3)
O Curso Superior de Tecnologia em Planejamento e Gestão de
Empreendimentos na Construção Civil tem como objetivos (CEFET-SP, 2006):
- a formação tecnológica, científica, ambiental e cidadã do educando, através do
desenvolvimento de conhecimentos com foco na área da construção civil, que
possibilitem prospectar negócios, planejar e executar projetos e obras civis, bem como
fazer o gerenciamento e manutenção de complexos industriais, comerciais e
residenciais.
- o desenvolvimento da capacidade empresarial, com conhecimentos de administração
e gestão de recursos humanos, materiais, patrimoniais e financeiros;
- o desenvolvimento de postura pessoal profissional, visando o adequado
relacionamento com colegas e chefias, o auto-desenvolvimento e a colaboração
corporativa;
176
- o desenvolvimento de um profissional apto a gerenciar seu próprio empreendimento,
com a qualidade e a competitividade necessárias ao cenário multidisciplinar de
ambientes globalizados em constantes mudanças.
O modelo pedagógico do curso baseia-se no ensino por competências e no
aprendizado baseado em problemas (problem based learning – pbl) (CEFET-SP, 2006).
As práticas pedagógicas das componentes curriculares procuram trazer ao
aluno a realidade presente no mundo do trabalho. As competências desenvolvidas pelo
aluno são potenciais e demostradas em aplicações pedagógicas que modelem
situações presentes no ambiente de trabalho. Para que as competências, habilidades e
atitudes possam ser avaliadas, em geral, em cada componente curricular tem-se um
professor para cada 20 alunos.
A componente curricular CPCC3 tem por objetivos que o aluno possa identificar
soluções de projeto para os confortos térmico, visual, acústico e funcional, para a
estrutura, para hidráulica e elétricos, de modo a considerar o gerenciamento de
informações dos diversos campos de estudo e dos profissionais envolvidos. Por esta
razão ela é ministrada por dois professores, um com formação em engenharia civil e
outro com formação em arquitetura. É importante ressaltar que se trata de um curso
noturno e que a maioria dos alunos trabalha, portanto utiliza-se o tempo de sala de aula
para se desenvolver a maioria dos trabalhos.
Para tratar os diversos aspectos de construção civil, considera-se que o projeto
deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (arquitetos, engenheiros especialistas de
conforto térmico, acústico e visual entre outros) e é proposto o uso de metodologia para
o gerenciamento das informações da equipe de projeto.
No estudo de caso simulam-se o gerenciamento de informações de projeto, a
classe foi dividida em cinco grupos (térmico, visual, acústico, funcional e estrutura,
hidráulica e elétrica) e elaborou um único projeto considerando o uso da metodologia de
projeto axiomático e de exemplos de soluções.
177
A componente curricular CPCC3 propõe os seguintes problemas:
1 – A necessidade de desenvolver um projeto considerando os diversos profissionais
envolvidos. Como trabalhar em equipe?
2 – No projeto de edifícios existem diferentes interferências de diversos campos. Como
reconhecer as interferências de diferentes aspectos do projeto?
3 – A tomada de decisão requer uma avaliação das interferências e a escolha de uma
solução. Como escolher e apresentar o projeto demonstrando que esta solução é
a “melhor”?
O programa de ensino é apresentado na tabela 4.3.1.1.1, a avaliação dos saberes se
visualizam na tabela 4.3.1.1.2. e o planejamento das atividades se encontra na tabela
4.3.1.1.3.
178
Tab. 4.3.1.1.1 Programa de ensino
Programa de Ensino Pag.:
1/1
Mód. : Planejamento e
Gestão de Projetos na
construção Civil
Curso: Superior de
Tecnologia
Planejamento e Gestão
de Empreendimentos na
Construção Civil
Código da disciplina:
CPCC 3
Disciplina:
Projetos de Construção Civil 2
N. aulas : 05
Professor(es):
Bispo / Valéria
Bases
Item Competências
Descrição
T
C
I
Bibliografia:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto térmico.
Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto visual.
Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto acústico.
Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto funcional.
Identificar e analisar soluções de projeto
para a estrutura
Elaborar projetos considerando as
interferências dos diversos campos de
estudo.
Selecionar e classificar soluções de
projeto.
Planejar e organizar o tempo de
atividades.
Elaborar memoriais, atas de reuniões e
relatórios técnicos
Expressar de forma verbal pontos de
vista, conclusões e relatórios
15 Estudo das soluções para o conforto térmico
em diferentes etapas do projeto.
16 Estudo das soluções para o conforto visual
em diferentes etapas do projeto.
17 Estudo das soluções para o conforto acústico
em diferentes etapas do projeto.
18 Estudo das soluções para o conforto funcional
em diferentes etapas do projeto.
19 Estudo das soluções para a estrutura em
diferentes etapas do projeto.
20 Trabalho em equipe
21 Interpretação das soluções de projeto
22
Organização do trabalho através do uso de
organogramas, fluxogramas e/ou tabelas
23
Desenvolvimento de documentação escrita
com a descrição do processo da solução.
24 Oratória e persuasão verbal.
T
T
T
T
T
C
C
I
I
I
I
Básica:
Corbella, Oscar; Yannas,
Simos – Em busca de uma
arquitetura sustentável para
os trópicos – conforto
ambiental. Rio de Janeiro:
Revan, 2003.
Souza, Léa C.L.; ALMEIDA,
Manuela G.; BRAGANÇA,
Luís. Bê-a-bá da Acústica
Arquitetônica: ouvindo a
arquitetura. Bauru: L.C.L. de
Souza, 2003.
Ernest Neufert Arte de
projetar em arquitetura / São
Paulo : Gili, 2004
179
Tab. 4.3.1.1.2 Avaliação dos saberes da componente curricular CPCC3
Disciplina: Projetos de Construção Civil 2 Sigla: CPCC3
Etapa: 3
Aulas:5 Pré-requisitos: projeto 1 Semestre/Ano: 1/2007
Item Saber Avaliado Condições da Avaliação Nível para Aprovação
1
Identificar e analisar soluções de
projeto para o conforto térmico.
Consulta livre trabalho em equipe Apresentar pelo menos três de soluções para estudo
preliminar. Relatório de equipe
2 Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto luminoso.
Consulta livre trabalho em equipe Apresentar pelo menos três de soluções para o
estudo preliminar. Relatório de equipe
3 Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto acústico.
Consulta livre trabalho em equipe Apresentar pelo menos três de soluções para estudo
preliminar. Relatório de equipe
4 Identificar e analisar soluções de projeto
para o conforto funcional.
Consulta livre trabalho em equipe Apresentar pelo menos três de soluções para o
estudo preliminar. Relatório de equipe
5 Identificar e analisar soluções de projeto
para estrutura, hidráulica e elétrica.
Consulta livre trabalho em equipe Apresentar pelo menos três de soluções para o
estudo preliminar. Relatório de equipe
6 Elaborar projetos considerando a
interferências dos diversos campos de
estudo
Trabalho entre equipes Descrever as interferências dos diversos campos
através de representação gráfica e escrita.
7 Selecionar e classificar soluções de projeto Avaliação da relevância de cada solução
em comparação com as demais.
Classificar as soluções informando o sistema de
classificação adotado
8 Planejar e organizar o tempo de atividades Utilizar organogramas, fluxogramas e/ou
tabelas
Clareza e coerência no planejamento das atividades
9 Elaborar memoriais, atas de reuniões e
relatórios técnicos
Relatório individual em sala de aula Desenvolver documentação escrita e individual que
descreva o processo da solução.
10 Expressar de forma verbal pontos de vista,
conclusões e relatórios
Apresentação pública de fatos, dúvidas
e conclusões
Boa oratória e poder de persuasão
180
Tab. 4.3.1.1.3 Planejamento de atividades.
A classe que realizou os estudos preliminares no 1º semestre de 2007 foi
formada por 21 alunos que possuem o seguinte perfil:
- Média de idade 29,7 anos, podendo variar de 19 a 42 anos,
- 41% são do sexo feminino,
- 36 % possuem filhos.
- Os motivos de escolha do curso são verificados na tabela 4.3.1.1.4.
- A experiência profissional se encontra na tabela 4.3.1.1.5
- A formação escolar na tabela 4.3.1.1.6
Aula
1
Apresentação do curso, sistemas de avaliação, divisão dos grupos de trabalho.
Escolha do projeto a ser estudado, entrega da bibliografia, trabalho de pesquisa em grupos
temáticos sobre a área de estudo escolhida.
2 Apresentação (do professor) da metodologia de projeto axiomático e matrizes de projeto.
Apresentação do professor de exemplo de mapeamento de requisitos funcionais e parâmetros de
projeto.
3 Elaboração e montagem da apresentação dos grupos temáticos sobre seu campo de estudo
4 Apresentação e avaliação dos grupos de seus campos temáticos “Quem sou eu”
Apresentação do mapeamento entre requisitos funcionais e parâmetros de projeto
5 Visita técnica no local de implantação do estudo preliminar
6 Desenvolvimento por parte dos alunos das matrizes de projeto de cada campo de estudo
7 Entrega de relatório de visita técnica
Desenvolvimento por parte dos alunos da matriz de projeto do primeiro nível hierárquico – análise
de influência dos diversos campos de estudo.
8 Desenvolvimento por parte dos alunos da matriz de projeto do primeiro nível hierárquico – análise
de influência dos diversos campos de estudo.
Apresentação da matriz e fluxograma por cada equipe.
Apresentação do professor de alguns exemplos de soluções avaliados por especialistas.
9 Desenvolvimento do 1° estudo preliminar
10 Desenvolvimento do 1° estudo preliminar
11 Desenvolvimento do 2° estudo preliminar
12 Desenvolvimento do 2° estudo preliminar
13 Desenvolvimento do 3° estudo preliminar
14 Desenvolvimento do 3° estudo preliminar
15 Fechamento do trabalho dos três estudos
16 Apresentação dos três estudos indicando pontos positivos e negativos. Entrega de relatório e
Escolha de um estudo
17 Fechamento de notas e aplicação de questionário de avaliação.
181
Tab. 4.3.1.1.4 Motivos de escolha do curso
Escolha do curso citações
porcentagem
1- duração do curso 2 6%
2- ensino gratuito 9 26%
3- ensino no período noturno
4 11%
4- busca por uma nova área 12 34%
5- aprimoramento na área 7 20%
6- indicação de amigos 1 3%
Número de citações 35 100%
Tab. 4.3.1.1.5 Experiência profissional
Tab. 4.3.1.1.6: Formação escolar
Formação
Número
respostas
porcentagem
1- estadual 8
38%
2-técnico /estadual/federal 8
38%
3 supletivo 2
10%
4- superior/ tecnólogo 3
14%
total 21
100%
A partir deste momento se descreve as atividades desenvolvidas aula a aula no
primeiro semestre de 2007.
4.3.1.2 Descrição das atividades desenvolvidas na disciplina CPCC3
Na AULA 1 foram apresentadas as questões principais e o porquê de se
trabalhar com um projeto de edificação escolar estadual. Destacaram-se fatores como:
Respostas Experiência profissional
18%
Não possui experiência profissional
32%
Trabalham na área (instalações prediais hidráulica,
assistência técnica, projetos, mestre de obras,
orçamentista, projetista de formas, controle tecnológico
de obras, fiscalização de obras)
50%
Trabalham em outras áreas (vendas, informática,
recursos humanos, secretaria, logística, tele marketing,
guarda municipal, correio, mecânico, telecomunicações)
182
facilidade de aquisição de plantas dos edifícios, a existência de avaliação pós-ocupação
que detectam problemas referentes a aspectos de conforto ambiental, existência de
uma metodologia de projeto padronizada desenvolvida por arquitetos e engenheiros, e
facilidade de visita aos edifícios. Deu-se uma visão geral das cinco áreas temáticas e os
alunos se organizaram em dois grandes grupos. Nesta primeira aula, ainda houve a
pesquisa de material bibliográfico de cada área temática através de livros trazidos pelos
professores, biblioteca e acesso à internet para o desenvolvimento do seminário “quem
sou eu”. Neste seminário cada subgrupo deveria se apresentar e responder as
seguintes perguntas:
- o que define? Qual a importância?
- quais parâmetros de projeto?
- quais normas seguem?
- quais cálculos são realizados?
No primeiro semestre de 2007, a classe foi dividida em 2 grandes grupos e
cada grupo dividido em 5 subgrupos. Cada grupo escolheu uma escola existente para
visitar e desenvolver estudos preliminares com o mesmo programa e terreno da escola
visitada. Nesta pesquisa descreve-se o trabalho desenvolvido por um dos grupos. O
grupo 1 escolheu a escola Dr. Pedro Moraes Victor projetada por Angelo Bucci e Álvaro
Puntoni, visualizada na figura 4.3.1.2.1, localizada no bairro do Tremembé em São
Paulo.
A concepção pavilhonar é conseqüência da modulação estrutural adotada
atualmente pela FDE e, principalmente, do formato do terreno, próximo do triangular. A
extensão do edifício, de quase 95 metros (por 22 metros de largura), foi encaixada no
lote partindo do paralelismo com o maior lado do triângulo, ocupando quase toda a linha
dessa divisa
35
.
35
Texto e figuras encontrados em http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura672.asp acesso em 04/09/2007
183
Os autores ajustaram a topografia ao programa escolar, criando dois platôs
principais. Na porção sul, fica a entrada de alunos, com o chamado galpão (recreio
coberto) abrigando cantina e sanitários no térreo, e salas de aulas no piso superior.
Voltado para o norte, o outro núcleo tem ts pisos. No mais baixo estão a secretaria e
a diretoria, com entrada independente; acima (na mesma cota do galpão) ficam as salas
de informática e de múltiplo uso, além da biblioteca; no último pavimento se localiza
outro grupo de salas de aulas.
No centro da construção, entre os dois blocos laterais, a quadra coberta torna-
se ponto focal do projeto. Com pé-direito triplo, ela possui um terceiro acesso,
eventualmente utilizado como saída de alunos ou entrada de usuários da comunidade.
Destacam-se neste espaço três elementos. O primeiro o os brises de madeira, o
segundo elemento em destaque são as passarelas metálicas que interligam os dois
núcleos de salas de aulas. Como um grande H suspenso sobre o piso da quadra, o
conjunto foi atirantado às vigas da cobertura, que vencem vão de 22 metros. Por fim, o
último elemento a se destacar no espaço central da escola são os dois painéis criados
pelo artista plástico Speto, conhecido por seus grafites.
184
Fig.4.3.1.2.1 Escola Estadual projetada por Angelo Bucci e Álvaro Puntoni
36
36
figuras encontrados em http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura672.asp acesso em 04/09/2007
N
185
Na AULA 2 houve a apresentação da metodologia de projeto axiomático (vide
anexo 1). Após esta apresentação os alunos começaram a desenvolver o seminário
“quem sou eu” este trabalho se concluiu na AULA 3.
Na AULA 4 houve a apresentação de cada grupo com o tema “quem sou eu”.
Esta apresentação foi realizada com o objetivo de que cada subgrupo pudesse adquirir
conhecimento das outras áreas de projeto (vide anexo2). Na segunda parte da aula os
professores mostraram o mapeamento descrito na seção 3.5 e ainda modelos de
mapeamento para o conforto funcional, a estrutura, a hidráulica e elétrica. Foi explicado
que estes mapeamentos poderiam ser modificados, pois se tratam de uma possibilidade
e não necessariamente a única solução.
A visita técnica foi realizada pelo grupo e acompanhada pelos professores na
AULA 5, o relatório desta visita se encontra no anexo 3. Algumas observações dos
alunos foram:
Funcionalidade:
- A área da Administração fica longe das salas de aula (administração no nível 93,7 e as
salas de aula no nível 100,25) situação de insegurança.
- existem duas rampas para cadeirante: uma na entrada da escola e a outra pela
quadra de esporte, porém para ir a as salas de aula que ficam no piso existe
somente acesso pelo elevador.
- Na quadra não tem arquibancada.
- Os banheiros ficam distante das salas de aula.
- A biblioteca, laboratório, espaço de arte e sala de informática ficam próximos.
- Salas de aula com capacidade para 40 alunos, o mobiliário é composto por mesas e
cadeiras separadas e mesa do professor.
-Escadas com piso táteo no inicio e fim.
-o funcionamento e manutenção é feito por 5 funcionários administrativos incluindo a
diretora e 4 funcionários para limpeza, sendo dois no período da manhã/tarde e dois
para tarde/noite.
186
Conforto térmico:
- Lateral das salas com esquadrias (+vidro) sem nenhum tipo de proteção a incidência
de raios solares
- Teto e piso das salas de aula sem tratamento térmico.
- Paredes externas sem revestimento de argamassas
- Frio extremo no inverno e calor excessivo no verão.
- Não possui anteparos para controle de ventilação.
- Corredores e quadra com cobertura de telhas metálicas
- Corredores e quadra com aberturas laterais que permitem a circulação de ar frio.
- Incidência Lateral de raios solares na quadra.
Conforto visual
- As salas possuem lâmpadas fluorescentes,
- Na área externa foi observada iluminação com lâmpada de vapor de sódio e na
quadra de esportes lâmpada de vapor metálico.
- As lâmpadas ficam ligadas durante todo o dia nas salas de aula e setores
administrativos.
- Em certas ocasiões do dia há problemas de ofuscamento causado pela luz do sol no
setor administrativo e nas salas de aula.
- Nos corredores há brises de madeira.
-A topografia do terreno influenciou a orientação do prédio e os alunos consideraram
satisfatória a iluminação natural das salas.
- Sala de cinema utiliza folhas de papel Craft para impedir a interferência de
luminosidade.
Conforto acústico
- Escola projetada sem qualquer tipo de barreira acústica.
- Vão central para a quadra, sem elementos acústicos que impossibilitem a interferência
dos sons durante as atividades esportivas com as salas de aula.
- Sala de cinema sem tratamento acústico.
187
- Salas de aula com abertura para a ventilação voltada para o corredor, o que causa
interferência acústica entre os ambientes.
Instalações Hidráulicas
- Possui instalação de água fria; instalação de esgoto; instalação de água pluvial;
instalação de combate ao incêndio; instalação de gás.
- Descreveu-se quantidade de equipamentos
- A escola se utiliza de água fornecida pela concessionária Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
- O reservatório de água se encontra no primeiro piso, em uma área um pouco mais
elevada devido ao desnível existente do terreno.
- Foi verificado uma interdependência entre dois sistemas: o hidráulico e o estrutural.
Instalações elétricas
- Áreas externas iluminadas com lâmpadas de vapor de sódio de 150W;
- Iluminação da quadra de esportes com lâmpadas de vapor metálico de 250W;
- As áreas internas possuem lâmpadas fluorescentes;
- Nas salas de aula há oito pontos de luz no teto com 2 lâmpadas fluorescentes;
- um ponto de tomada baixa de 110V e um ponto de tomada alta de 110V nas salas
de aula;
- Os Quadros de Luzes estão posicionados nos corredores;
- Nas áreas externas: a instalação é aparente, com eletrodutos metálicos que passam
entre os pilares (interferência na estrutura – furação nos pilares);
Estrutura
- A estrutura mista (concreto + estrutura metálica), pilares, vigas e lajes pré-moldadas
de concreto para o corpo principal e perfis metálicos na sustentação e formação dos
mezaninos e cobertura.
- Uma das interferências observadas é a utilização de furos existentes nos pilares para
a passagem de eletrodutos de aço galvanizado.
188
- Os pilares também servem para a fixação de tubulações do sistema pluvial, de energia
elétrica e lógica.
- Os pilares, por estarem localizados em cantos e meios de paredes, não interferem na
funcionalidade das salas de aula, porém influenciam diretamente no posicionamento de
corredores e acessos entre os diversos ambientes da escola.
Na AULA 6 os alunos desenvolveram as matrizes de projeto e o diagrama de
fluxo de cada área temática. Nesta aula houve bastante solicitação de orientação dos
professores. O resultado de cada área temática se visualiza nas figuras 4.3.1.2.2,
4.3.1.2.3, 4.3.1.2.4, 4.3.1.2.5, 4.3.1.2.6, 4.3.1.2.7 e 4.3.1.2.8.
189
Requisitos funcionais
Parâmetros de Projeto
PP 1.1 PP 1.2 PP 1.3
RF 1.1
1 0,5 0
RF 1.2
0 1 0,5
RF 1.3
0 0 1
RF 1.1 =
PP 1.1 + 0,5 PP 1.2 + 0 PP 1.3
RF 1.2 =
0 PP 1.1 + 1 PP 1.2 + 0,5 PP 1.3
RF 1.3 =
0 PP 1.1 + 0 PP 1.2 + 1 PP 1.3
Matriz de projeto
Diagrama de fluxo
Fig. 4.3.1.2.2 Fluxograma do subgrupo de conforto acústico
Verifica-se na figura 4.3.1.2.2, que a seqüência de atividades para os alunos do
subgrupo de acústica é linear, primeiro eles deveriam pensar no tratamento acústico do
ambiente, segundo classificar a acústica dos ambientes e agrupa-los e depois estudar a
implantação do projeto. Não apresentaram o diagrama de fluxo do módulo 1.1
37
. Esta
organização não era a esperada pelos professores, que previam uma seqüência
também linear, mas iniciando-se pelo M1.2, depois M1.1 e M1.3 (GRAÇA,
KOWALTOWSKI e PETRECHE, 2007b). Este fato pode ter ocorrido, pois, os alunos no
37
Embora o nome do módulo devesse ser o do requisito funcional os alunos o nomearam pelo parâmetro
de projeto, pois, acharam mais fácil para desenvolver a matriz e diagrama de fluxo.
190
semestre anterior desenvolveram um projeto de residência a partir das definições de
cada ambiente para depois uni-los e implanta-los no terreno.
191
PP2.1 PP2.2 PP2.3 PP2.4
RF2.1 1 0 0,3 0,3
RF2.2 1 1 0 0,3
RF2.3 1 1 1 0,3
RF2.4 1 0 0 1
REF2.1=
PP2.1+0,3PP2.3+0,3PP2.4
REF2.2=
PP2.1+PP2.2+0,3PP2.4
REF2.3=
PP2.1+PP2.2+PP2.3+0,3PP2.4
REF2.4=
PP2.1+PP2.4
PP2.2.1 PP2.2.2
RF2.2.1
1 0,3
RF2.2.2
1 1
RF2.2.1=
PP2.2.1+0,3PP2.2.2
RF2.2.2=
PP2.2.1+PP2.2.2
PP2.3.1 PP2.3.2 PP2.3.3
RF2.3.1 1 1 0
RF2.3.2 0 1 0
RF2.3.3 0 0 1
RF2.3.1=
PP2.3.1+PP2.3.2
RF2.3.2=
PP2.3.2
RF2.3.3=
PP2.3.3
M2.2
Definir aberturas
M2.3
Def. elem. De proteção para
radiação solar
M2.1
Estudo de forma
e orientação do
volume do
prédio
M2.4
Definir
elementos de
construção e
vegetação do
entorno
M2.2.1
Definir
Fecha-
mento
M2.2.2
Definir
siste-
mas
C
M2.3.2
Proteção
fechamentos
transparentes
M2.3.3
Cor, textura e
fechamento
opacos
M2.3.1
Forma de
Material e
Cobertura
Fig. 4.3.1.2.3 Fluxograma do subgrupo de conforto térmico
192
Verifica-se na figura 4.3.1.2.3, que a seqüência de atividades para os alunos do
subgrupo de conforto térmico é linear e em paralelo. Primeiro eles deveriam pensar no
estudo da forma e orientação do volume do prédio, segundo poderiam trabalhar em
paralelo com a definição de aberturas e definição de elementos de construção e entorno
e depois destas definições poderiam definir os elementos de proteção para a radiação
solar. Esta organização era quase a esperada pelos professores, que previam uma
seqüência linear, também iniciando com o M2.1 e finalizando com o M2.3 mas após o
M2.1 seguiria o M2.4 e M.2.3. (GRAÇA, KOWALTOWSKI e PETRECHE, 2007b). Este
fato pode ter ocorrido, pois, os alunos desprezaram a pequena influencia do M2.4 no
M2.3, que eles próprios indicaram.
193
PP3.1 PP3.2
RF3.1
1 1
RF3.2
0 1
PP3.2.1 PP3.2.2 PP3.2.3 PP3.2.4
RF3.2.1
1 1 1 0.6
RF3.2.2
1 1 5 0
RF3.2.3
1 0.6 1 0,3
RF3.2.4
1 1 1 0,8
RF3.1
PP3.1+PP3.2
RF3.2
PP3.2
PP3.2.1+ PP3.2.3+ PP3.2.3 + 0,6 PP3.2.4
PP3.2.1+ PP3.2.2+ 0,5 PP3.2.3
PP3.2.1+ 0,6 PP3.2.2+ PP3.2.3+ 0,3 PP3.2.4
PP3.2.1+ PP3.2.2+ PP3.2.3+ 0,8PP3.2.4
M3.2.2
Definição do tipo
de caxilho e
materiais
transparentes
M3.2.4
Definição de Cores
M3.2.1
Definição da
orientação dos
ambientes e tipo
de abertura
M3.2.3
Emprego de
anteparos
Fig. 4.3.1.2.4 Fluxograma do subgrupo de conforto visual
Verifica-se na figura 4.3.1.2.4, que a seqüência de atividades para os alunos do
subgrupo de conforto visual é linear no primeiro nível hierárquico. Esta seqüência,
primeiro trabalhar com a iluminação natural e depois seguir com a iluminação artificial
era a esperada pelos professores (GRAÇA, KOWALTOWSKI e PETRECHE, 2007b). O
módulo de iluminação natural foi ainda seqüenciado de modo linear e em paralelo:
M 3.2 Estudo da iluminação
natural
M 3.1 escolha
do sistema de
iluminação
artificial
194
primeiro eles deveriam definir a orientação e tipo de abertura, para depois em paralelo
definir caixilhos e emprego de anteparos para finalmente definir cores.
PP 4.1 PP 4.2 PP 4.3 PP 4.4 PP 4.5 PP 4.6
RF 4.1
1 1 0 0 1 1
RF 4.2
0 1 0 0 0 0
RF 4.3
1 1 1 0 0 0
RF 4.4
1 1 0 1 1 0
RF 4.5
0 1 0 0 1 1
RF 4.6
1 1 0 0 1 1
RF 4.1 =
PP4.1 + PP 4.2 + PP 4.5 + PP 4.6
RF 4.2 =
PP 4.2
RF 4.3 =
PP4.1 + PP 4.2 + PP 4.3
PP 4.1.1 PP 4.1.2
RF 4.1.1 1 0
RF 4.1.2 0 1
RF 4.1.1 =
PP4.1.1
RF 4.1.2 =
PP 4.1.2
M4.3
Definição de
locais de
armazenamento
M4.2
Definição de
tipos de
ambiente
M4.1 Lay Out
M4.4
Definição de
locais para
exposição de
trabalhos
M4.5
Distribuir os
ambientes e
definir fluxo e
acesso de
usrios
M4.6
Atendimento ao
projeto
universal e as
leis de
acessibilidade
M4.1
.
2
M4.1.1
Fig. 4.3.1.2.5 Fluxograma do subgrupo de conforto funcional
Verifica-se na figura 4.3.1.2.5, que a seqüência de atividades para os alunos do
subgrupo funcional é linear e em paralelo: primeiro ocorre definições de tipos de
ambiente, depois o layout, em paralelo define-se locais de armazenamento e fluxos,
seguindo com a definição de locais de exposição e atendimento ao projeto universal.
RF4.4= PP4.1+PP4.2+PP4.4+PP4.5
RF4.5=PP4.2+PP4.5+PP4.6
RF4.6=PP4.1+PP4.2+PP4.5+PP4.6
195
Esperava-se que o atendimento ao desenho universal viesse logo após a definição de
tipos de ambientes.
PP 5.1 PP 5.2 PP 5.3 PP 5.4 PP 5.5 PP 5.6
RF 5.1 1 0 1 1 1 0
RF 5.2 0 1 0 0 0 0
RF 5.3 0 0 1 0 0 0
RF 5.4 0 0 0 1 1 0
RF 5.5 0 0 0 0 1 0
RF 5.6 0 0 0 0 0 1
Fig. 4.3.1.2.6 Fluxograma do subgrupo de instalações elétricas
Verifica-se na figura 4.3.1.2.6, que a seqüência de atividades para os alunos do
subgrupo de instalações elétricas é inicialmente em paralelo com as definições dos
módulos 5.2, 5.3, 5.5 e 5.6. O módulo 5.4 segue com as definições do módulo 5.4 e o
módulo 5.1 pode ser definido após esta definição. Esperava-se que a definição de
tomadas de uso específico e de uso geral também fossem em paralelo, e que a
iluminação externa também influenciasse o M5.1.
RF 5.1 = PP5.1+PP5.3+PP5.4+PP5.5
RF 5.2 = PP5.2
RF 5.3 = PP5.3
RF5.4 = PP5.4 +PP5.5
RF5.5 =PP5.5
RF5.6 =
PP
5.6
M5.6
Proj. de
aterramento e
disposição de
pára raios
M5.
5
Definir n
úmero
e disposição
das tomadas
de uso
específico
M5.
3
Definir
número
e disposição
de luminárias,
posição da
chave geral e
circuitos
M5.
2
Estudo de
distribuição de
postes, de
sensores de
chave,
dimensionar
M5.
4
Definir
número
e disposição
de tomadas,
posição da
chave geral e
circuit
os
M5.
1
Consulta a
concessionária e
disposição do
relógio de
entrada
196
PP 6.1 PP 6.2 PP 6.3 PP 6.4 PP 6.5 PP 6.6
RF 6.1 1 0 0 0 0 0 RF 6.1= PP6.1
RF 6.2 0,7 1 0 0 0 0 RF6.2 = 0,7PP6.1+PP6.2
RF 6.3 0,7 0,7 1 0,5 0 0 RF6.3 = 0,7PP6.1+0,7PP6.2+PP6.3
RF 6.4 0,7 0 0 1 0 0 RF6.4 = 0,7PP6.1+PP6.4
RF 6.5 0 0 0 0 1 0 RF6.5 = PP6.5
RF 6.6 0 0 0 0 0 1 RF6.6 = PP6.6
M6.5
Dimensionamento da
rede de esgoto
M6.2
Estudo para definição
de capacidade do
reservatório
M6.1
Verificação da capa-
cidade de atendimento
da demanda de água
M6.3
Disposição e
dimensionamento dos
pontos de água fria
M6.4
Disposição dos pontos
de água quente
M6.6
Captação e condução de
águas pluviais
Fig. 4.3.1.2.7 Fluxograma do subgrupo de instalações hidráulicas
No fluxograma apresentado pelo subgrupo de hidráulica verifica-se o
desenvolvimento inicial de três módulos em paralelo: dimensionamento da rede de
esgotos, atendimento à demanda e captação de águas pluviais. Após a definição do
M6.1, na visão dos alunos, pode-se em paralelo definir a capacidade do reservatório e a
disposição dos pontos de água quente, sendo que todas estas definições influenciam a
disposição e dimensionamento dos pontos de água fria. Esperava-se que as definições
de pontos de água fria e água quente pudessem ser feitos em paralelo e que após
estas definições poderia ser dimensionada a rede de esgotos.
197
PP 7.1 PP 7.2 PP 7.3 PP7.4
RF 7.1 1 0 0 0 RF 7.1 = PP7.1
RF 7.2 0 1 0 0 RF 7.2 = PP7.2
RF 7.3 0 0,7 1 0 RF 7.3 = 0,7PP7.2 + PP7.3
RF7.4 0 0,7 0 1 RF7.4 = 0,7PP7.2 + PP7.4
Fig. 4.3.1.2.8 Fluxograma do subgrupo de estrutura
No fluxograma apresentado na figura 4.3.1.2.8 observa-se que se podem
desenvolver os módulos 7.1 e 7.2 em paralelo. Depois da definição do M7.2 pode-se
trabalhar em paralelo com os módulos 7.4 e 7.3. Esperava-se que o M7.1 influenciasse
o M7.2 e que o M7.4 influenciasse o M7.3.
Todas estas observações foram passadas para os alunos no momento da
apresentação de cada grupo. Neste momento, foi solicitado que cada subgrupo fizesse
uma revisão, para que depois pudessem verificar a influência de uma área na outra.
198
Na AULA 7 e 8 os alunos tentaram verificar a influência dos diversos campos de
estudo através do desenvolvimento da matriz de projeto do primeiro nível hierárquico. A
solicitação de orientação e as discussões entre subgrupos foram grandes, o que levou
ao atraso de um dia no início do desenvolvimento do primeiro estudo preliminar. Assim
as apresentações da matriz (tab. 4.3.1.2.1), das equações de projeto (tab. 4.3.1.2.2) e
do fluxograma (fig. 4.3.1.2.9) ocorreram na AULA 9, após as correções solicitadas.
Houve a união de alguns módulos e manteve-se a numeração do menor
módulo:
- M1.1 (estudo acústico do local de implantação do projeto) e M2.4 (elementos de
construção e vegetação do entorno)
- M1.2 (classificação acústica das atividades e agrupamento) e M4.2 (definição de tipos
de ambientes), M4.3 (definição de locais de armazenamento de materiais didáticos) e
M4.4 (locais de exposição de trabalhos)
- M1.3 (tratamento do ambiente, dimensões, formato e materiais) com M3.2.4 (definição
de cores)
- M2.2 (definir aberturas), M3.2.1 (definição da orientação dos ambientes e tipo de
abertura) e M3.2.2 (definição de tipo de caixilhos e materiais transparentes)
- M2.3 (definir elementos de proteção para radiação solar) e M3.2.3 (empregos de
anteparos)
-M4.5 (distribuir ambientes, fluxo e acesso de usuários) com M4.6 (atendimento ao
projeto universal e às leis de acessibilidade).
199
Tab. 4.3.1.2.1. Matriz de projeto realizada pelos alunos
PP1.1 (estudo acústico do local de implantação) e
PP2.4 (elementos de proteção e construção do
entorno)
PP1.2 (classificação acústica das atividades e
agrupamento), PP4.2 (tipos de ambientes), PP4.3 e
PP4.4(locais de armazenamento de material didático
e exposição de trabalhos)
PP1.3 (tratamento do ambiente, dimensões, formato e
materiais) RF3.2.4 ( cores)
PP2.1 (estudo da forma e orientação do volume do
prédio)
PP2.2 ( aberturas), PP3.2.1(orientação dos ambientes
e tipo de abertura-lateral e/ou zenital), PP3.2.2 (tipo
de caixilho e materiais transparentes)
RF2.3 (elementos de proteção para radiação solar) e
RF 3.2.3 (emprego de anteparos)
PP 3.1 (sistema de iluminação artificial)
PP4.1 (estudo de layout dos ambientes)
PP4.5 (distribuir ambientes e definir fluxos e
acessosde usuários), PP4.6 (projeto universal e leis
de acessibilidade
PP5.1 (consulta a concessionária e posicionamento
do relógio de entrada)
PP5.2 (distribuição de postes, de sensores de chave,
dimensionamento de circuitos)
PP5.3 (n° e disposição de tomadas, posição da chave
geral de cada setor, distribuir circuitos)
PP5.4 (n° e disposição de tomadas, posição da chave
geral de cada setor, distribuir circuitos)
PP5.5 (n° e disposição das tomadas de uso
específico)
PP5.6 (projeto de aterramento e disposição de para-
raiso
PP 6.1 (verificar a capacidade para atender a
demanda e a necessidade de poço artesiano)
PP6.2 (definição de capacidade, tipo, de material e
posição - subterrâneo ou elevado)
PP6.3 (definição do n° e posição dos pontos de
atendimento/ dimensionamento)
PP6.4 (definição do n° e posição dos pontos de
atendimento/ dimensionamento)
PP6.5 (dimensionar a rede de esgoto - se necessário
projeto de estação de tratamento)
PP 6.6 (dimensionar e posicionar calhas, tubulações
de descida)
PP7.1 (execução de sondagem no terreno)
PP7.2 (definição de geometria e tipo de estrutura)
PP7.3 (alvenaria com espessura mínima de 19cm)
PP7.4 (projeto de elementos de concreto)
RF 1.1 (ameniz.ruídos externos) e RF2.4 proporcionar conforto térmico do
entorno da edificação)
1 0,5 0,3 0,7 0,7 0,3 0 0 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 1.2 (amenizar interferência de sons entre ambientes) RF4.2 (propiciar a
diversidade de ambientes), RF4.3 (armazenar materiais didáticos) e RF4.4
(exposição trabalhos)
0 1 0,3 0,3 0,3 0 0 0 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 1.3 (reduzir a reverberação) e RF3.2.4 evitar ofuscamento por reflexão de
superfícies
0,7 0,8 1 0,7 0,7 0 0 0,8 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 2.1 (amenizar a radiação solar no edificação como um todo )
0,3 1 0,3 1 0 0,3 0,3 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 2.2 (controle de ventilação), RF3.2.1 (possibilitar uso da luz natural de
acordo com a função do ambiente) e RF3.2.2 (permitir passagem de luz pelas
aberturas)
0,3 0,5 0,3 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 2.3(amenizar a radiação solar nos fechamentos transparentes) e RF 3.2.3
(evitar ofuscamento direto)
0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 3.1 (garantir a iluminação adequada com a função do ambiente)
0,3 0 0 0,3 0,7 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 4.1 (antender a densidade populacional)
0,3 0,5 0,3 0 0,3 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 4.5 (relacionar ambientes) e RF 4.6 (permitir acesso de todas pessoas aos
ambientes)
0 1 0 0,5 0,5 0 0 0,5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 5.1 (utilização da energia recebida)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 5.2 (iluminação externa adequada)
0 1 0 0 0 0 1 1 0 0,3 1 0 0 0 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 5.3 (iluminação interna adequada)
0 1 0 0 0,1 0,1 1 1 0 0,3 0 1 0 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0 0,7
RF 5.4 (disponibilidade de tomadas de energia dos ambientes)
0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0,3 0 0 0,1 0,1 0 0 0 0,5 0,5 0
RF 5.5 (disponibilidade de tomadas para equipamentos específicos.)
0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0,3 0 0 0,1 0,1 0 0 0 0,5 0,5 0
RF 5.6 (proteção adequada dos prédios contra descargass elétricas
atmosféricas)
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0,3 0,3 0,3 1 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0 0
RF 6.1 (utilizar água fornecida da concessionária)
0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RF 6.2 (disponibilidade de reservatório)
0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0,3 0,3 0 0 0 0,5 0 0,3
RF 6.3 (disponibilidade de água fria)
0 0,7 0 0 0,3 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0,5 1 0 0 0 0 0,3 0,7 0,7
RF 6.4 (disponibilidade de água quente)
0 0,7 0 0 0,3 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0,5 0 1 0 0 0 0,3 0,7 0,7
RF 6.5 (sistema de captação e condução resíduos sólidos e líquidos)
0 0,7 0 0 0,3 0 0 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0,3 0 0,7
RF 6.6 (sistema de captação e condução de água pluvial)
0 0 0 0 0,3 0,5 0 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0,3 0 0
RF 7.1 (fundação compatível com o tipo do solo)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,3 0 0 0 0 1 0 0 0
RF 7.2 (vão livres da irdem de 7,5m
0 0,3 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0,1 0,1 0,1 0 0,3 0,5 1 0 0
RF 7.3 (vigas e pilares embutidos)
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,3
0,3
0,1
0
0
0,3
0,3
0,3
0
0,5
1
1
1
RF 7.4 (coberturas devem ter lajes maciças)
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,3
0
0
0,1
0,3
0,5
0,5
0
1
200
Tab. 4.3.1.2.2. Equações de projeto
RF1.1 PP1.1+0,5PP1.2+0,3PP1.3+0,7PP2.1+0,7PP2.2+0,3PP2.3+0,5PP4.5
RF1.2 PP1.2+0,3PP1.3+0,3PP2.1+0,3PP2.2+0,3PP4.5
RF1.3 0,7PP1.1+0,8PP1.2+PP1.3+0,7PP2.1+0,7PP2.2+0,8PP4.1+0,7PP4.5
RF2.1 0,3PP1.1+PP1.2+0,3PP1.3+PP2.1+0,3PP2.3+0,3PP3.1+0,8PP4,1
RF2.2 0,3PP1.1+0,5PP1.2+0,3PP1.3+PP2.1+PP2.2+PP4.1
RF2.3 PP2.1+PP2.2+PP2.3
RF3.1 0,3PP1.1+0,3PP2.1+0,7PP2.2+PP2.3+PP3.1
RF4.1 0,3PP1.1+0,5 PP1.2+0,3PP1.3+0,3PP2.2+PP4.1
RF4.5 PP1.2+0,5PP2.1+0,5PP2.2+0,5PP4.1+PP4.5
RF5.1 PP5.1+0,5PP5.2+0,5PP5.3+0,5PP5.4+0,5PP5.5
RF5.2 PP1.2+PP3.1+PP4.1+0,3PP5.1+PP5.2+0,3PP5.6
RF5.3 PP1.2+0,1PP2.2+0,1PP2.3+PP3.1+PP4.1+0,3PP5.1+PP5.3+0,5PP7.2+0,7PP7.4
RF5.4 PP1.2+PP4.1+0,3PP5.1+PP5.4+0,3PP5.6+0,1PP6.3+0,1PP6.4+0,5PP7.2+0,5PP7.3
RF5.5 PP1.2+PP4.1+0,3PP5.1+PP5.5+0,3PP5.6+0,1PP6.3+0,1PP6.4+0,5PP7.2+0,5PP7.3
RF5.6 PP2.1+0,3PP5.3+0,3PP5.4+0,3PP5.5+PP5.6+0,7PP7.2
RF6.1 0,7PP1.2+PP6.1
RF6.2 0,7PP1.2+PP6.1+PP6.2+0,3PP6.3+0,3PP6.4+0,5PP7.2+0,3PP7.4
RF6.3 0,7PP1.2+0,3PP2.2+0,7PP4.1+0,7PP6.1+0,5PP6.2+PP6.3+0,3PP7.2+0,7PP7.3+0,7PP7.4
RF6.4 0,7PP1.2+0,3PP2.2+0,7PP4.1+0,7PP6.1+0,5PP6.2+PP6.4+0,3PP7.2+0,7PP7.3+PP7.4
RF6.5 0,7PP1.2+0,3PP2.2+0,3PP4.1+PP6.3+PP6.4+PP6.5+0,3PP7.2+0,7PP7.4
RF6.6 0,3PP2.2+0,5PP2.3+0,3PP4.1+PP6.6+0,3PP7.2
RF7.1 0,3PP6.2+PP7.1
RF7.2 0,3PP1.2+PP4.1+PP4.5+0,1PP6.2+0,1PP6.3+0,1PP6.4+0,3PP6.6+0,5PP7.1+PP7.2
RF7.3 0,3PP5.4+0,3PP5.5+0,1PP5.6+0,3PP6.3+0,3PP6.4+0,3PP6.5+0,5PP7.1+PP7.2+PP7.3+PP7.4
RF7.4 PP3.1+0,3PP6.2+0,1PP6.5+0,3PP6.6+0,5PP7.1+0,5PP7.2+PP7.4
Para facilitar o desenvolvimento do fluxograma, os alunos foram orientados à
inicialmente descartarem parâmetros com pouca influencia no requisito funcional, pois,
poderiam depois indicar restrições nestes parâmetros de modo que se pudessem
controlar estas pequenas influências. Assim as equações de projeto simplificadas são
visualizadas na tabela 4.3.1.2.3. e a matriz simplificada na tabela 4.3.1.2.4.
201
Tab 4.3.1.2.3. Equações de projeto simplificadas.
RF1.1 PP1.1+0,5PP1.2+0,7PP2.1+0,7PP2.2+0,5PP4.5
RF1.2 PP1.2
RF1.3 0,7PP1.1+0,8PP1.2+PP1.3+0,7PP2.1+0,7PP2.2+0,8PP4.1+0,7PP4.5
RF2.1 PP1.2+PP2.1+0,8PP4,1
RF2.2 0,5PP1.2+PP2.1+PP2.2+PP4.1
RF2.3 PP2.1+PP2.2+PP2.3
RF3.1 0,7PP2.2+PP2.3+PP3.1
RF4.1 0,5 PP1.2+PP4.1
RF4.5 PP1.2+0,5PP2.1+0,5PP2.2+0,5PP4.1+PP4.5
RF5.1 PP5.1+0,5PP5.2+0,5PP5.3+0,5PP5.4+0,5PP5.5
RF5.2 PP1.2+PP3.1+PP4.1+PP5.2
RF5.3 PP1.2+PP3.1+PP4.1+PP5.3+0,5PP7.2+0,7PP7.4
RF5.4 PP1.2+PP4.1+PP5.4+0,5PP7.2+0,5PP7.3
RF5.5 PP1.2+PP4.1+PP5.5+0,5PP7.2+0,5PP7.3
RF5.6 PP2.1+PP5.6+0,7PP7.2
RF6.1 0,7PP1.2+PP6.1
RF6.2 0,7PP1.2+PP6.1+PP6.2+0,5PP7.2+0,3PP7.4
RF6.3 0,7PP1.2+0,7PP4.1+0,7PP6.1+0,5PP6.2+PP6.3+0,7PP7.3+0,7PP7.4
RF6.4 0,7PP1.2+0,7PP4.1+0,7PP6.1+0,5PP6.2+PP6.4+0,7PP7.3+PP7.4
RF6.5 0,7PP1.2+PP6.3+PP6.4+PP6.5+0,7PP7.4
RF6.6 0,5PP2.3+PP6.6
RF7.1 PP7.1
RF7.2 PP4.1+PP4.5+0,5PP7.1+PP7.2
RF7.3 0,5PP7.1+PP7.2+PP7.3+PP7.4
RF7.4 PP3.1+0,5PP7.1+0,5PP7.2+PP7.4
202
Tab. 4.3.1.2.4. Matriz de projeto simplificada e realizada pelos alunos
PP1.1 (estudo acústico do local de implantação) e PP2.4
(elementos de proteção e construção do entorno)
PP1.2 (classificação acústica das atividades e
agrupamento), PP4.2 (tipos de ambientes), PP4.3 e
PP4.4(locais de armazenamento de material didático e
exposição de trabalhos)
PP1.3 (tratamento do ambiente, dimensões, formato e
materiais) RF3.2.4 ( cores)
PP2.1 (estudo da forma e orientação do volume do prédio)
PP2.2 ( aberturas), PP3.2.1(orientação dos ambientes e
tipo de abertura-lateral e/ou zenital), PP3.2.2 (tipo de
caixilho e materiais transparentes)
RF2.3 (elementos de proteção para radiação solar) e RF
3.2.3 (emprego de anteparos)
PP 3.1 (sistema de iluminação artificial)
PP4.1 (estudo de layout dos ambientes)
PP4.5 (distribuir ambientes e definir fluxos e acessosde
usuários), PP4.6 (projeto universal e leis de acessibilidade
PP5.1 (consulta a concessionária e posicionamento do
relógio de entrada)
PP5.2 (distribuição de postes, de sensores de chave,
dimensionamento de circuitos)
PP5.3 (n° e disposição de tomadas, posição da chave
geral de cada setor, distribuir circuitos)
PP5.4 (n° e disposição de tomadas, posição da chave
geral de cada setor, distribuir circuitos)
PP5.5 (n° e disposição das tomadas de uso específico)
PP5.6 (projeto de aterramento e disposição de para-raiso
PP 6.1 (verificar a capacidade para atender a demanda e
a necessidade de poço artesiano)
PP6.2 (definição de capacidade, tipo, de material e
posição - subterrâneo ou elevado)
PP6.3 (definição do e posição dos pontos de
atendimento/ dimensionamento)
PP6.4 (definição do e posição dos pontos de
atendimento/ dimensionamento)
PP6.5 (dimensionar a rede de esgoto - se necessário
projeto de estação de tratamento)
PP 6.6 (dimensionar e posicionar calhas, tubulações de
descida)
PP7.1 (execução de sondagem no terreno)
PP7.2 (definição de geometria e tipo de estrutura)
PP7.3 (alvenaria com espessura mínima de 19cm)
PP7.4 (projeto de elementos de concreto)
SOMA
RF 1.1 (ameniz.ruídos externos) e RF2.4 proporcionar conforto térmico do
entorno da edificação)
1 0,5 0 0,7 0,7 0 0 0 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3,4
RF 1.2 (amenizar interferência de sons entre ambientes) RF4.2 (propiciar a
diversidade de ambientes), RF4.3 (armazenar materiais didáticos) e RF4.4
(exposição trabalhos)
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1
RF 1.3 (reduzir a reverberação) e RF3.2.4 evitar ofuscamento por reflexão de
superfícies
0,7 0,8 1 0,7 0,7 0 0 0,8 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5,4
RF 2.1 (amenizar a radiação solar no edificação como um todo )
0 1 0 1 0 0 0 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2,8
RF 2.2 (controle de ventilação), RF3.2.1 (possibilitar uso da luz natural de
acordo com a função do ambiente) e RF3.2.2 (permitir passagem de luz pelas
aberturas)
0 0,5 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3,5
RF 2.3(amenizar a radiação solar nos fechamentos transparentes) e RF 3.2.3
(evitar ofuscamento direto)
0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3
RF 3.1 (garantir a iluminação adequada com a função do ambiente)
0 0 0 0 0,7 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2,7
RF 4.1 (antender a densidade populacional)
0 0,5 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1,5
RF 4.5 (relacionar ambientes) e RF 4.6 (permitir acesso de todas pessoas aos
ambientes)
0 1 0 0,5 0,5 0 0 0,5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3,5
RF 5.1 (utilização da energia recebida)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,5 0,5 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3
RF 5.2 (iluminação externa adequada)
0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
RF 5.3 (iluminação interna adequada)
0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0 0,7
5,2
RF 5.4 (disponibilidade de tomadas de energia dos ambientes)
0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0,5 0
4
RF 5.5 (disponibilidade de tomadas para equipamentos específicos.)
0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0,5 0
4
RF 5.6 (proteção adequada dos prédios contra descargass elétricas
atmosféricas)
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0 0
2,7
RF 6.1 (utilizar água fornecida da concessionária)
0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1,7
RF 6.2 (disponibilidade de reservatório)
0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0,5 0 0,3
3,5
RF 6.3 (disponibilidade de água fria)
0 0,7 0 0 0 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0,5 1 0 0 0 0 0 0,7 0,7
5
RF 6.4 (disponibilidade de água quente)
0 0,7 0 0 0 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0,7 0,5 0 1 0 0 0 0 0,7 0,7
5
RF 6.5 (sistema de captação e condução resíduos sólidos e líquidos)
0 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0,7 4,4
RF 6.6 (sistema de captação e condução de água pluvial)
0 0 0 0 0 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
1,5
RF 7.1 (fundação compatível com o tipo do solo)
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
1
RF 7.2 (vão livres da irdem de 7,5m
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 1 0 0 3,5
RF 7.3 (vigas e pilares embutidos)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 1 1 1 3,5
RF 7.4 (coberturas devem ter lajes maciças)
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,5
0,5
0
1
3
SOMA 1,7 12,8 1 5,9 4,6 2,5 4 10,5 3,2 1 1,5 1,5 1,5 1,5 1 3,4 2 2 2 1 1 2,5 5,2 3,4 5,1
203
Na matriz de projeto simplificada, tabela 4.3.1.2.4., os alunos foram orientados
a realizarem as somas nas colunas para verificarem a influência dos parâmetros de
projeto, isto é, o parâmetro com valor maior influência mais funções e, provavelmente,
deveria ser o primeiro a ser realizado, como é o caso do PP1.2 e PP4.1. Também foram
orientados a realizarem as somas nas linhas, neste caso, os menores valores
demonstram que os requisitos funcionais o pouco influenciados por outros
parâmetros, e poderiam também indicar que estas funções poderiam ser as primeiras a
serem desenvolvidas, como é o caso das RF1.2, RF7.1,RF4.1,RF6.1, porém é
necessário verificar a que se refere um valor maior que 1, por exemplo, a soma da linha
do RF6.6 possui um valor baixo (1.5) que indica a influência do seu próprio parâmetro
controlador (PP6.6) e também do PP2.3.
Observa-se nas tabelas 4.3.1.2.3 e 4.3.1.2.4 que, na visão dos alunos, o RF1.2
(amenizar interferência de sons entre ambientes através da classificação acústica das
atividades e agrupamento e propiciar a diversidade de ambientes através da definição
de tipos de ambientes) e o RF7.1 (fundação compatível com o tipo de solo através da
execução da sondagem do terreno); podem ser realizados em paralelo, pois, não
possuem influencia grande de outros parâmetros.
Após a definição do módulo 1.2 (M.1.2) pode-se realizar em paralelo
M.6.1(utilizar a água fornecida da concessionária / verificar a capacidade para atender a
demanda e a necessidade de poço artesiano) e o M.4.1 (atender a densidade
populacional / layout dos ambientes).
A partir da definição do M.4.1 segue-se com o M.2.1 (amenizar a radiação solar
do edifício como um todo / estudo da forma e orientação do prédio) e na seqüência o
M.2.2 (controle de ventilação / definição das aberturas, possibilitar uso da luz natural de
acordo com a função do ambiente / orientação dos ambientes e tipo de abertura e
permitir passagem de luz pelas aberturas/ tipo de caixilho e materiais transparentes).
A figura 4.3.1.2.9 mostra todo o fluxo de informações de projeto e a influência
de um módulo no outro. Nesta organização feita pelos alunos observa-se que:
204
- os módulos referentes a aspectos de conforto não são realizados em blocos, isto é,
não se desenvolve, por exemplo, todos os módulos de funcionalidade para depois
desenvolver os de conforto térmico.
- os módulos das equipes de conforto influenciam os módulos “técnicos” de estrutura,
hidráulica e elétrica. Esta concepção dos alunos foi observada em alguns comentários
do tipo “temos que esperar as decisões das outras equipes para iniciar nosso
trabalho” ou “faz o que quiserem que depois nós resolvemos a nossa parte”.
- a importância dada a alguns aspectos de acústica (agrupamento e classificação),
térmica (forma e orientação do volume do prédio) e visual (aberturas) foi tão grande
que a distribuição de ambientes e fluxos só pode ser feita após estas definições.
- os módulos de estrutura influenciam a maioria dos módulos de elétrica e hidráulica.
205
Fig. 4.3.1.2.9 Diagrama de fluxo de projeto
M 1.2
M 6.1
M 4.1
M 1.3
M 2.1
M 2.2
M 7.1
M 5.1
M 5.6
M 4.5
2.3
M 3.1
M 6.6
M 1.1
M 7.2
M 7.3
M 6.4
M 6.3
M 6.2
M 7.4
M 5.3
M 5.4
M 5.5
M 5.2
C
S
C
S
S
S
C
S
C
C
S
S
Acústica e térmico
Acústica e
funcional
Acústica e
visual
Térmica
Térmica e visual
Visual
Funcional
Estrutura
Hidráulica
Elétrica
C
C
M 6.5
C
C
S
C
soma
combinação
206
Na aula 9 ainda foram apresentados os exemplos de soluções de aspectos de
conforto térmico, acústico e visual elaborados no capítulo 5.
Na aula 10 os alunos indicaram as restrições e diretrizes de projeto para o
desenvolvimento de três estudos preliminares. Na acústica indicaram como restrição a
localização da área recreativa na frente das janelas, envolta pelo prédio e/ou entre
salas cobertas. Na estrutura as restrições foram vãos máximos de 7,50 m, direito
mínimo de 3,50 m. Na hidráulica as diretrizes foram locar banheiros próximos e na
mesma prumada entre andares. No conforto térmico as diretrizes foram: a orientação
das janelas das salas de aulas para norte, nordeste ou noroeste, para receber
quantidades mínimas de incidências solar; utilizar telhas de baixa condutibilidade
térmica, caso sejam utilizadas telhas metálicas, utilizar telhas com proteção térmica;
distribuições homogêneas das salas de aulas para melhor ventilação dos ambientes;
uso de janelas com sistemas basculantes nas salas de aulas, para controle de
ventilação e uso de alvenarias cerâmicas, pois tem baixa condutividade térmica.
0bserva-se que algumas diretrizes de conforto térmico como orientação de
janelas e todas as restrições de acústica se basearam nos exemplos de soluções
descritos no capítulo 5. No conforto visual não foi feita nenhum tipo de restrição ou
diretriz, isto pode ter ocorrido, pois, os módulos de conforto visual relacionados à
iluminação natural foram incorporados ou unidos aos módulos de funcionalidade e
conforto térmico.
A partir deste momento (aulas 11, 12, 13,14 e 15) foram desenvolvidos nos
laboratórios de informática três estudos (apresentados em implantações em escala de
1:200) o fechamento deste trabalho foi apresentado na aula 16. Nas figuras 4.3.1.2.10 ,
4.3.1.2.11 e 4.3.1.2.12 visualizam-se os três estudos.
207
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No Pavimento Térreo têm-se os seguintes ambientes:
Administração: Diretoria, Secretaria, Sala dos professores, Sanitários administrativos, Sala de uso variado, Sala de
Computação e Biblioteca.
Todos os ambientes estão com as janelas voltadas para o noroeste. As aberturas das portas dos ambientes
encontram-se na mesma área de circulação. A área desportiva: quadra de esportes está no pavimento térreo, porém
na área externa do prédio.
No Primeiro Pavimento têm-se os seguintes ambientes:
Pedagógico: Oito salas de aula e sanitários para os alunos.
Todos os ambientes estão com as janelas voltadas para o noroeste. Todos os ambientes estão com as portas
voltadas para a mesma área de circulação.
No Segundo Pavimento tem-se os seguintes ambientes
Pedagógico: Sete salas de aula, um laboratório e sanitários para os alunos.
Todos os ambientes estão com as janelas voltadas para o noroeste. Todos os ambientes estão com as portas
voltadas para a mesma área de circulação.
Prédio externo (refeitório)
Uma cozinha, uma cantina, ambiente com mesas para uso dos alunos e sanitários.
Janelas voltadas para sudoeste.
Circulações:
A escola possui uma grande área de circulação nos três pavimentos para o acesso a todos os ambientes. Para a
circulação vertical de um pavimento ao outro, a escola possui escadas de acesso e rampas retas com declividade de
8%. A escola possui dois portões de entrada, os dois estão na rua principal.
Tabelas:
Pavimento Térreo
Ambientes m
2
Secretaria 49,00
Diretoria 49,00
Sala dos Professores
49,00
Uso variado 49,00
Sala computação 49,00
Biblioteca 149,10
Sanitário Feminino 35,00
Sanitário Masculino 35,00
Primeiro Pavimento
Ambientes m
2
Salas de Aula 49,00
Sanitário Feminino 35,00
Sanitário Masculino 35,00
Segundo Pavimento
Ambientes m
2
Salas de Aula 49,00
Laboratório 49,00
Sanitário Feminino 35,00
Sanitário Masculino 35,00
Prédio externo (refeitório)
Ambientes m
2
Cantina 34,50
Cozinha 25,00
Sanitário Feminino 33,81
Sanitário Masculino 33,81
Fig. 4.3.1.2.10 Estudo preliminar 1
208
Sala 01 Sala 02 Sala 03 Sala 04 S ala 05
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Sala 09 Sala 10 Sala 11 Sala 12 Sala 13
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Sala de
Reforço 01
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Reforço 02
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SecretariaDiretoria
Sala dos
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Coordenador
Pedagógico
Almoxarifado
WC Masc.
Administração
WC Fem.
Administração
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Escada
Espelho
d'água
Sala de
Ed. Física
Vest.
Fem.
Vest.
Masc.
415.00 342.50 3 42.50 342.50 342.50 700.00 700.00 700.00
700.00
700.00
700.00
700.00
700.00
700.00
700.00
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700.00
700.00
700.00
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700.00
700.00
700.00
700.00
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0.00
+0.45
+4.40
+8.35
+12.30
Escala: 1/200
Corte A.A
Escala: 1/200
Corte B..B
Escala: 1/200
Pavimento
Escala: 1/200
Pavimento
Escala: 1/200
0,00
+0,45
4,40
+8,35
-0,45
Estacionamento
Reservatório
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No Pavimento Térreo tem-se: Administração: Diretoria, Secretaria, Almoxarifado, Coordenador pedagógico, Sala dos
professores, Sanitários administrativos. Vivência: Cozinha, Despensa, Refeitório, Cantina, Sanitário dos alunos,
Grêmio, Papelaria, Depósito de Materiais para Educação Física, Quadra de Esportes e Vestiários. Os ambientes
administrativos possuem janelas voltadas para o noroeste. A cozinha, despensa, refeitório, cantina, sanitário dos
alunos, grêmio e papelaria possuem janelas para sudeste. As aberturas das portas dos ambientes encontram-se na
mesma área de circulação. A área desportiva: quadra de esportes, o depósito de materiais para Educação Física e os
vestiários estão na área externa. No Primeiro Pavimento têm-se: Pedagógico: Sete Salas de aula, Uma Sala de
reforço, Laboratório, Sala Multiuso, Depósito e Biblioteca. Sanitário dos alunos. cinco salas de aula e a sala de
reforço com janelas voltadas para o noroeste. Duas salas de aula, o laboratório, a sala de multiuso, os sanitários dos
alunos e o depósito com as janelas voltadas para o sudeste. A biblioteca possui as janelas voltadas para o sudoeste.
No Segundo Pavimento tem-se: Pedagógico: Oito Salas de aula, Uma Sala de Reforço, Sala de Informática, Depósito
e Auditório. Sanitários dos alunos. Cinco salas de aula possuem janelas orientadas para noroeste, assim como a sala
de reforço. As demais três salas de aulas estão com as janelas voltadas para o sudeste, além da sala de informática e
os sanitários dos alunos. O auditório esna face sudoeste do empreendimento. Circulações: A escola possui uma
grande área de circulação horizontal nos três pavimentos para o acesso a todos os ambientes. Para a circulação
vertical de um pavimento ao outro, a escola possui duas escadas de acesso e uma rampa circular. A escola possui
quatro portões de entrada. Dois portões na rua principal. Um para o estacionamento. Um pela travessa lateral.
:
Pavimento Térreo
Ambientes m
2
Secretaria 49,00
Diretoria 49,00
Sala dos Professores 49,00
Coordenador Pedagógico 23,98
Sanitário da Administração 23,98
Almoxarifado 23,98
Cantina 49,00
Cozinha 49,00
Despensa 23,98
Grêmio 23,98
Sanitário dos Alunos (Masc. e Fem.)
24,50
Papelaria 23,10
Depósito de Materiais de Ed. Física 10,50
Vestuário Masculino 10,50
Vestuário Feminino 10,50
Primeiro Pavimento
Ambientes m
2
Salas de Aula 49,00
Sala de Reforço 48,66
Laboratório 79,46
Biblioteca 113,91
Sanitários dos alunos (Masc. e Fem.) 24,50
Depósito 24,50
Segundo Pavimento
Ambientes m
2
Salas de Aula 49,00
Sala de Reforço 48,66
Sala de Informática 79,46
Auditório 113,91
Sanitários dos alunos 24,50
Depósito 24,50
Fig. 4.3.1.2.11 Estudo preliminar 2
209
No pavimento térreo têm-se: Área desportiva dotada de 01 quadra e locais para circulação de alunos; Salas 01 e 02
(grandes) destinadas a aulas especiais, duas salas de reforço, cozinha/despensa e uma área com mesas destinada à
alimentação, que se encontram com as aberturas dos caixilhos voltadas à sudeste e com circulação sob uma marquise
de 5m; Na face noroeste temos aberturas de caixilhos de uma das salas especiais, a cantina, dois vestiários e duas
salas de esporte, as quais fornecem acesso direto à área livre de circulação do local de esportes;
Dois banheiros se encontram do lado oposto às salas existentes no pavimento térreo, cujas aberturas de janela estão
voltadas uma para sudeste e outra para noroeste;
Encontram-se também neste pavimento uma sala destinada a materiais de limpeza, dois pequenos sanitários para os
funcionários da manutenção e limpeza, a rampa de acesso para portadores de necessidades especiais que é
descoberta. Observa-se uma guarita e a escada de acesso ao primeiro pavimento;
No primeiro pavimento têm-se: Voltados para a face noroeste janelas de seis salas de aula, um laboratório de ciências
e um de informática, a iluminação e ventilação da escada, da biblioteca e da sala de material didático;
A sudoeste tem-se a abertura dos dois sanitários existentes no primeiro pavimento; com aberturas de caixilhos
direcionadas para a face sudeste, nesse pavimento, estão dispostas a secretaria, um hall de ligação com as salas de
coordenação, direção e professores e ainda sete salas de aula; as aberturas de portas estão voltadas para um
corredor amplo que, de um lado, acesso à rampa e, do outro, à escada citada anteriormente. Ambos os acessos
levam os alunos de um pavimento ao outro; a escola possui dois portões de entrada pela rua principal e um pela
travessa lateral existente.
Fig. 4.3.1.2.12 Estudo preliminar 3
Os pontos positivos e negativos de cada estudo foram apresentados na tabela
4.3.1.2.5.e as explicações dos alunos, para esta avaliação, foram:
210
1- Conforto funcional
Acessos e fluxos: estudo preliminar 2 avaliado como ótimo, pois sua forma
triangular facilita os acessos e fluxos.
Rampa: estudo preliminar 1 e 2 avaliados como bom pela localização da
rampa, o estudo preliminar 3 foi avaliado como regular, pois a rampa encontra-se
descoberta.
Relacionamento entre os ambientes: estudo preliminar 2 avaliado como
ótimo, pois sua forma triangular facilita a proximidade entre ambientes, possui sanitários
próximos as salas de aula, duas escadas localizadas em cada lado da escola e rampa
de acessibilidade, facilitando os acesso dos alunos para as salas de aulas, no estudo
preliminar 3, avaliado como bom, os sanitários estão do lado oposto as salas existentes
e no piso térreo.
Layout dos ambientes: todos os estudos foram avaliados como bom, pois se
utilizou a padronização da FDE
Acesso a sanitários/lanchonete: estudo preliminar 1 e 2 foram avaliados
como ótimo, pois todos os andares possuem sanitários e a lanchonete fica no rreo,
estudo preliminar 3, avaliado como bom, pois os sanitários encontram-se no térreo do
lado oposto as salas de aula.
2- Conforto acústico
Definição do tipo de ambiente: todos os estudos foram avaliados como bom.
Disposição dos ambientes para amenizar os ruídos: estudo preliminar 1e 3
avaliados como bom, pois a quadra de esporte fica distante das salas de aula. Estudo
preliminar 2 avaliado como ótimo, pois, além da quadra estar distante também se
encontra em nível abaixo das salas de aula.
211
3-Conforto térmico
Disposição dos ambientes para amenizar incidência de raios solar: todos
os estudos se preocuparam com a disposição do projeto arquitetônico com relação ao
sol.
Circulação de ar entre os ambientes: os estudos preliminares 1 e 2 foram
avaliados como bom, pois há possibilidade de ventilação cruzada.
4- Conforto Visual
Análise das aberturas: o estudo preliminar 2 teve avaliação boa, pois, o vão
central permite a passagem de luz natural nos corredores e nas salas de aula, se
necessário, através de aberturas de janelas das salas de aula para este vão.
5- Hidráulica, elétrica e estrutura
Em todos os estudos preliminares os itens de hidráulica, elétrica e estrutura
foram avaliados como bom, pois todos viabilizam os projetos e seguem as restrições
impostas.
212
Tab. 4.3.1.2.5 Avaliação dos três estudos
Estudo 1
Estudo 2
Estudo 3
Acessos e fluxos Bom Ótimo Bom
Rampa de acesso a deficientes Bom Bom Regular
Relacionamento entre os ambientes Bom Ótimo Bom
Definição de lay-out Bom Bom Bom
Funcionalidade
Acesso a sanitários/lanchonete Bom Bom Regular
Definição de tipos de ambientes
Bom Bom Bom
Acústico
Disposição de ambientes para amenizar ruídos Bom Ótimo Bom
Disposição de ambientes para amenizar incidência de raios solares
Bom Bom Bom
Térmico
Circulação de ar entre os ambientes Bom Bom Regular
Visual
Análise de aberturas Regular
Bom Regular
Prumada dos sanitários Bom Bom Bom
Hidráulica
Distância entre bocais onde existem tubulações Ótimo Ótimo Ótimo
Vãos livres de até 7,5m
Bom Bom Bom
Estrutura
Pé direito mínimo 3,5m de altura - relacionado a rampa Bom Bom Bom
Observa-se na explicação dos alunos o uso de exemplos de soluções para a
avaliação de conforto térmico (uso de ventilação cruzada citada na análise dos estudos
preliminares 1 e 2), e conforto visual (a possibilidade de aberturas em duas paredes
citada na análise do estudo preliminar 2).
A avaliação realizada pelos alunos mostra que para a implantação de projeto
(estudo preliminar) os itens que permitem escolha de um estudo para detalhamento se
referem à: funcionalidade (acessos e fluxos, rampas para deficientes, relacionamento
entre ambientes e acesso a lanchonete e sanitários), ao conforto acústico (disposição
de ambientes para amenizar ruídos), ao conforto térmico (circulação de ar entre
ambientes) e ao conforto visual (análise das aberturas). Após todo este processo os
alunos escolheram o estudo preliminar 2.
213
4.3.2 Avaliação da aplicação de exemplos simplificados e da
metodologia de projeto.
A avaliação da aplicação considerou a análise comparativa de aspectos de
conforto ambiental (térmico, acústico e visual) do projeto existente e dos três estudos
preliminares desenvolvidos pelos alunos (seção 6.2.1) e as respostas dos alunos ao
questionário de avaliação da componente curricular (seção 6.2.2.).
4.3.2.1 Avaliação comparativa dos estudos e do projeto existente.
Utilizando-se a metodologia de avaliação descrita em Graça (2002) e atualizada
nesta tese, visualizam-se, nas tabelas 4.3.2.1.1, 4.3.2.1.2, 4.3.2.1.3 e 4.3.2.1.4 a
avaliação do projeto existente e dos estudos preliminares 1, 2 e 3 respectivamente.
214
Tab. 4.3.2.1.1 Avaliação projeto existente
Conforto acústico Conforto térmico Conforto visual
Possui área de recreação
próxima a um dos cantos do
corredor que dá acesso a
todas as salas de aula
(variável 3) e considerada
pelos especialistas com um
grau de pertinência (G.P.) de
0,52, o que equivale na
escala semântica a bom.
Possui 7 salas de aula com
abertura em parede protegida
por corredor e orientação
Noroeste (variável 4F). Grau
de Pertinência 0,29 na escala
semântica próximo de ruim. 7
salas de aula em parede
protegida por corredor e
orientação Sudeste (variável
4G). Grau de pertinência 0,25
na escala semântica equivale
a ruim.
Possui 7 salas com abertura
em parede protegida por
corredor e orientação
Noroeste (variável 16F). Grau
de Pertinência 0,46 na escala
semântica próximo de bom. 7
salas de aula em parede
protegida por corredor e
orientação Sudeste (variável
16G). Grau de pertinência 0,5
na escala semântica equivale
a bom.
3
N
4F
N
4G
N
16F
N
16G
G.P.= 0,52 (na escala
semântica bom)
G.P.= 0,27 (na escala
semântica próximo a ruim)
(7*0,21+7*0,20)/14= 0,20
G.P. = 0,48 (na escala
semântica próximo a bom)
(7*0,46+7*0,50)/14 = 0,48
215
Tab. 4.3.2.1.2 Avaliação do estudo preliminar 1
+
5
,
5
5
m
i
=
8
%
i
=
8
%
+
5
,
5
5
m
+
3
,
7
0
m
S
a
l
a
1
S
a
l
a
2
S
a
l
a
3
S
a
l
a
4
W
.
C
F
e
m
i
n
i
n
o
W
.
C
M
a
s
c
u
l
i
n
o
S
a
l
a
5
S
a
l
a
6
S
a
l
a
7
S
a
l
a
8
L
a
b
o
r
a
t
ó
r
i
o
S
a
l
a
1
5
S
a
l
a
1
4
S
a
l
a
1
3
W
.
C
M
a
s
c
u
l
i
n
o
W
.
C
F
e
m
i
n
i
n
o
S
a
l
a
1
2
S
a
l
a
1
1
S
a
l
a
1
0
S
a
l
a
9
+
7
,
4
0
m
+
5
,
5
5
m
i
=
8
%
i
=
8
%
+
5
,
5
5
m
1
º
P
a
v
i
m
e
n
t
o
2
º
P
a
v
i
m
e
n
t
o
R
e
s
e
r
v
a
t
ó
r
i
o
(
Ø
3
m
)
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
7
5
7
5
7
7
7
7
7
7
7
7
5
7
5
7
7
7
7
7
7
7
7
7
3
,
3
1
,
5
1
,
5
3
,
3
2
3
,
2
1
,
5
2
3
,
2
1
,
5
1
,
5
3
,
3
1
,
5
3
,
3
1
1
2
2
1
,
5
3
,
3
2
3
,
2
3
,
3
7
7
7
7
5
5
1
,
5
1
,
5
7
7
2
1
,
3
7
7
7
7
7
7
7
T
é
r
r
e
o
+
0
,
0
m
+
1
,8
5
m
+
1
,
8
5
m
i
=
8
%
i
=
8
%
B
i
b
l
i
o
t
e
c
a
D
i
r
e
t
o
r
i
a
U
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C
F
e
m
i
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i
n
o
S
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l
a
c
o
m
p
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t
a
ç
ã
o
R
e
f
e
i
t
ó
r
i
o
5
5
5
6
,
9
C
o
z
i
n
h
a
C
a
n
t
i
n
a
W
C
M
a
s
c
W
C
F
e
m
E
s
t
a
c
i
o
n
a
m
e
n
t
o
Conforto acústico Conforto térmico Conforto visual
Possui área de recreação
próxima a um dos cantos do
corredor que dá acesso a
todas as salas de aula
(variável 3)
Possui 14 salas de aula com
possibilidade de aberturas em
paredes paralelas, sendo
uma protegida por corredor e
a outra com orientação
Noroeste (variável 1G)
Possui 14 salas de aula com
possibilidade de aberturas em
paredes paralelas, sendo
uma protegida por corredor e
a outra com orientação
Noroeste (variável 13G)
3
1 G
N
13G
N
G.P.= 0,52 (na escala
semântica bom)
G.P.= 0,46 (na escala
semântica próximo a bom)
G.P. = 0,17 (na escala
semântica entre péssimo e
ruim)
216
Tab. 4.3.2.1.3 Avaliação do Estudo Preliminar 2
Conforto acústico Conforto térmico Conforto visual
Possui área de recreação
próxima a um dos cantos do
corredor que dá acesso a 10
salas de aula (variável 3) e
considerada pelos
especialistas com um grau de
pertinência (G.P.) de 0,52
Possui área de recreação em
frente ao corredor que dá
acesso a 4 salas de aula
(variável 1) G.P = 0,71
Possui 10 salas de aula com
possibilidade de abertura em
paredes paralelas e
orientação Noroeste (variável
1G) (GP = 0,46) e 4 salas de
aula com possibilidade de
abertura em paredes
paralelas e orientação
Sudeste (variável 1F)
G.P.=0,71)
Possui 10 salas de aula com
possibilidade de abertura em
paredes paralelas e
orientação Noroeste (variável
13G) (GP = 0,17) e 4 salas de
aula com possibilidade de
abertura em paredes
paralelas e orientação
Sudeste (variável 13F)
G.P.=0,42)
1
3
N
1G
N
1F
N
13G
N
13F
G.P.= 0,57 (na escala
semântica próximo a bom)
(10x0,52 + 4*0,71)/14
G.P.= 0,53 (na escala
semântica próximo a bom)
(10*0,46+4*0,20)/14= 0,20
G.P. = 0,24 (na escala
semântica próximo a ruim)
(10*0,17+4*0,46)/14 = 0,24
1 2
3
4
5
1 2
1 2
3
4
5
1 2
217
Tab. 4.3.2.1.4 Avaliação do Estudo Preliminar 3
Conforto acústico Conforto térmico Conforto visual
Podem-se considerar : área
de recreação do lado oposto
ao corredor que dá acesso a
7 salas de aula (variável 2)
GP 0,21 e área recreativa
em frente ao corredor que dá
acesso a sete salas de aula
(variável 1) GP=0,71
Possui 7 salas com abertura
em parede oposta ao
corredor e orientação
Noroeste (variável 5F). GP
0,48. E 7 salas com abertura
em parede oposta ao
corredor e orientação
Sudeste (variável 5G). GP
0,17
Possui 7 salas com abertura
em parede oposta ao
corredor e orientação
Noroeste (variável 17F). GP
0,25. E 7 salas com abertura
em parede oposta ao
corredor e orientação
Sudeste (variável 17G). GP
0,17
3
N
5F
N
5G
N
17F
N
17G
G.P.= 0,46 (na escala
semântica próximo a bom)
(7*0,21+7*0,71)/14= 0,46
G.P.= 0,33 (na escala
semântica próximo a ruim)
(7*0,48+7*0,17)/14= 0,33
G.P. = 0,21 (na escala
semântica próximo a ruim)
(7*0,25+7*0,17)/14 = 0,21
218
A síntese das avaliações do projeto existente e dos estudos preliminares se
visualiza na tabela 4.3.2.1.5. e na figura 4.3.2.1.1
Tab. 4.3.2.1.5 Síntese de avaliação dos estudos preliminares e do projeto
existente
Conforto
acústico
Conforto
térmico
Conforto
visual
Projeto existente 0,52 0,20 0,48
Estudo preliminar 1 0,52 0,46 0,17
Estudo preliminar 2 0,57 0,53 0,24
Estudo preliminar 3 0,46 0,33 0,21
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE ESTUDO PRELIMINAR
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
Conforto
acústico
Conforto
térmico
Conforto
visual
DIA DOS VALORES
DE CONFORTO
Projeto existente
Estudo preliminar 1
Estudo preliminar 2
Estudo preliminar 3
Fig. 4.3.2.1.1 Avaliação de estudos preliminares e do projeto existente.
Ao comparar os estudos preliminares 1, 2 e 3 com o projeto existente pode-se
dizer que o projeto existente não é superior a estes estudos, apenas na avaliação de
aspectos de conforto visual ele é superior a todos os estudos.
Na descrição do processo de projeto observou-se que os alunos não indicaram
restrições de projeto para aspectos de conforto visual, talvez este seja um fato
219
importante que levou a uma avaliação ruim de todos os estudos preliminares, neste
aspecto.
Observa-se que, considerando-se aspectos de conforto térmico, visual e
acústico, o estudo preliminar 2 (EP2) é superior aos outros estudos, este fato coincide
com a escolha dos alunos. Em relação ao projeto existente ele (EP2) não consegue
eliminá-lo, pois, embora seja superior na avaliação de alguns aspectos de conforto
térmico e acústico, no conforto visual é inferior. Assim pode-se dizer que o conjunto de
projetos ótimos é formado pelo estudo preliminar 2 e o projeto existente.
Deste fato resulta que, com o uso de exemplos e de um processo de projeto
sistematizado, foi possível desenvolver estudos preliminares não inferiores ao projeto
existente e escolher um estudo através de uma avaliação que inclua aspectos de
conforto de conforto ambiental, bem como indicar possíveis falhas no processo de
projeto.
4.3.2.2.Avaliação da componente curricular feita pelos alunos
A Avaliação da componente curricular foi realizada, em junho de 2007, através
de questionário contendo questões relacionadas à compreensão dos conteúdos.
Também foram realizadas questões relativas ao desempenho dos professores que não
serão objeto desta pesquisa. O questionário encontra-se no anexo 4. Participaram
desta avaliação 21 alunos, na tabulação dos dados foram descartadas as respostas de
dois alunos, visto que, haviam mais.de seis questões com a resposta não tenho opinião
ou indeciso.
As questões relativas ao conteúdo da disciplina consideraram a importância do
uso de exemplos, o entendimento da metodologia de projeto axiomático, a importância
da visita técnica e o tempo de elaboração das atividades. Foram elaboradas 19
questões distribuídas da seguinte maneira:
220
- 4 relativas ao uso de exemplos (questões 2, 9,12 e 17),
- 8 relativas à metodologia de projeto axiomático (questões 1, 4, 5, 7, 11, 14,16 e 19),
- 3 relativas à visita técnica (questões 3,6 e 15),
- 2 relativas ao tempo para organização de trabalhos (questões 10 e 18) e
- 2 que podem ser relacionadas ao uso de exemplos e à metodologia de projeto
(questões 8 e 13).
O aluno ao responder a qualquer item do questionário, expressa o seu grau de
concordância ou discordância com a afirmação feita em uma escala de cinco pontos:
Concordo plenamente (CP), Concordo (C), não tenho opinião ou indeciso (NO),
Discordo (D), Discordo totalmente (DT).
As respostas são quantificadas da seguinte forma: CP > escore 5, C > escore 4,
NO > escore 3, D > escore 2, DT >escore 1. Desta maneira, com exceção das
respostas das questões 10 e 18 (que tratam do tempo para o desenvolvimento dos
trabalhos), o escore 5 está associado a uma opinião positiva do aluno em relação à
aquisição da aprendizagem do conteúdo e o escore 1 está associado a uma opinião
negativa.
Os resultados visualizam-se nas tabelas 4.3.2.2.1, 4.3.2.2.3, 4.3.2.2.4,
4.3.2.2.5 e 4.3.2.2.6.
221
Uso de Exemplos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
CP C NO D DT
2
9
12
17
Tab. 4.3.2.2.1 Avaliação feita pelos alunos do uso de exemplos de soluções
5
4
3
2
1
CP C NO
D DT
Média
das
respostas
2- Os exemplos avaliados por especialistas facilitaram a
escolha de um estudo preliminar
4
9
4
2
3,79
9- O uso de exemplos (gerais) foi indispensável para a
compreensão de conteúdos
15
1
3
3,63
12- Os exemplos avaliados por especialistas direcionaram
o desenvolvimento dos estudos preliminares 1
13
2
2
1
3,58
17- Os exemplos avaliados por especialistas mostraram o
que não se deve escolher no desenvolvimento dos
estudos preliminares. 1
14
1
3
3,68
Legenda:
Concordo plenamente (CP),
Concordo (C),
Não tenho opinião ou indeciso
(NO),
Discordo (D),
Discordo totalmente (DT).
Observa-se na tabela 4.3.2.2.1 que a média das respostas demonstra uma
opinião positiva dos alunos para o uso de exemplos de soluções:
- 68% concordam ou concordam plenamente que os exemplos de soluções avaliados
por especialistas auxiliam a avaliação de projetos (facilitam a escolha de um estudo
preliminar);
- 73% concordam ou concordam plenamente que o uso de exemplos (gerais) auxilia na
compreensão de conteúdos
- 79% concordam ou concordam plenamente que os exemplos de solução podem
fornecer diretrizes para o projeto (direcionaram o desenvolvimento dos estudos
preliminares)
- 74% concordam ou concordam plenamente que os exemplos de soluções podem
indicar restrições ao projeto (mostraram o que não se deve escolher no
desenvolvimento dos estudos preliminares).
222
Para avaliar a metodologia de projeto axiomático, considerou-se a revisão da
Taxionomia dos Objetivos Educacionais de Bloom. No domínio cognitivo existem seis
níveis de objetivos educacionais descritos na tabela 4.3.2.2.2 (BLOOM,1973; Anderson
et al, 2001; Forehand, M. 2005; Waal P e Telles M. A, 2004).
Tab. 4.3.2.2.2 Base conceitual das perguntas sobre aplicação da metodologia
baseado em ANDERSON et al, (2001) e WAAL P.e TELLES M. A (2004).
Taxonomia de BLOOM Taxonomia revisada
Nível/objetivos verbos Nível verbos
1- conhecimento:
lembrar ou recuperar
informações sobre o
material de
aprendizagem.
definir, descrever,
distinguir, identificar,
rotular, listar,
memorizar, ordenar,
reconhecer,
reproduzir
1- Lembrança: recuperar
ou reorganizar o
conhecimento da
memória para produzir
definições, fatos, listas
do material.
reconhecer,
recordar
2- compreensão:
entender a
informação ou o fato,
captar seu
significado, utilizá-la
em contextos
diferentes.
classificar, converter,
descrever, discutir,
explicar, generalizar,
identificar, inferir,
interpretar, prever,
reconhecer, redefinir,
selecionar, situar,
traduzir etc.
2-compreender:
construir significado
para diferentes de
funções
classificar,
comparar,
exemplificar,
explicar, inferir,
interpretar,
resumir.
3- Aplicação: aplicar
o conhecimento em
situações novas e
concretas
aplicar, construir,
demonstrar,
empregar, esboçar,
escolher, escrever,
ilustrar, interpretar,
operar, praticar,
preparar, programar,
resolver, usar etc.
3-aplicar: transportar ou
utilizar um procedimento
através da execução ou
implementação de algo
como modelos,
simulações, entrevistas
e apresentações.
executar, realizar
4- Analise: identificar
as partes e suas
inter-relações
analisar, calcular,
comparar,
discriminar, distinguir,
examinar,
experimentar, testar,
esquematizar,
questionar
4-analisar: distinguir o
material ou conceitos
em partes, determinar
como as partes se
relacionam com outra
ou com outra estrutura
proposta
atribuir,
diferenciar,
organizar,
distinguir.
5- Síntese: combinar
partes não
organizadas para
formar um todo
coerente.
compor, construir,
criar, desenvolver,
estruturar, formular,
modificar, montar,
organizar, planejar
projetar
5-avaliar: fazer
julgamentos baseados
em critérios e padrões
através de checagem ou
critica.
criticar, verificar,
recomendar,
relatar
6- Avaliação:
habilidade de julgar e
criticar o valor do
material para um
certo propósito.
avaliar, criticar,
comparar, defender,
detectar, escolher,
estimar, explicar,
julgar, selecionar
6- criar: unir os
elementos para formar
um todo funcional
Reorganizar,gerar,
planejar, produzir
223
Tab. 4.3.2.2.3 Avaliação feita pelos alunos do uso da metodologia de projeto
axiomático
5
4
3
2
1
CP C NO
D DT
Média
das
respostas
1- O uso da metodologia axiomática permitiu o
reconhecimento das interferências dos diversos campos
2
15
1
1
3,95
4- Consigo reconhecer a importância do uso da
metodologia de projeto axiomático
2
13
2
2
3,79
5- O uso da metodologia de projeto axiomático permitiu
um planejamento do grupo no desenvolvimento do
estudo preliminar 2
11
1
5
3,53
7- Consigo explicar a proposta de metodologia de projeto
axiomático
8
2
7
2
2,84
11- Consigo utilizar a metodologia de projeto axiomático
com um pouco de supervisão
13
6
3,37
14- Consigo analisar a aplicação da metodologia de
projeto axiomático e reconhecer pontos que devem ser
revistos 1
11
1
6
3,37
16- Consigo planejar e elaborar um projeto com a
metodologia de projeto axiomático
9
1
8
1
2,95
19- Consigo justificar e recomendar o uso da
metodologia de projeto axiomático
1
11
2
5
3,42
Legenda:
Concordo
plenamente (CP),
Concordo (C),
Não tenho opinião
ou indeciso (NO),
Discordo (D),
Discordo
totalmente (DT).
Observa-se na tabela 4.3.2.2.3 que a média das respostas demonstra uma
opinião positiva dos alunos para o uso da metodologia de projeto:
Uso de Metodologia de Projeto
0%
20%
40%
60%
80%
100%
CP C NO D DT
1
4
5
7
11
14
16
19
224
- 90% concordam ou concordam plenamente que o uso da metodologia permitiu o
reconhecimento das interferências dos diversos campos (nível de
conhecimento/lembrança).
- 79% concordam ou concordam plenamente que reconhecem a importância do uso da
metodologia de projeto axiomático (nível de conhecimento/lembrança).
- 69% concordam ou concordam plenamente que o uso da metodologia de projeto
axiomático permitiu um planejamento do grupo no desenvolvimento do estudo
preliminar (nível de conhecimento/lembrança).
- 47% não conseguem explicar a proposta de metodologia de projeto axiomático (nível
de compreensão).
-68% concordam ou concordam plenamente que conseguem utilizar a metodologia de
projeto axiomático com um pouco de supervisão (nível de aplicação)
- 63% concordam ou concordam plenamente que conseguem analisar a aplicação da
metodologia de projeto axiomático e reconhecer pontos que devem ser revistos (nível
de avaliação)
-47% não conseguem planejar e elaborar um projeto com a metodologia de projeto
axiomático (nível de síntese/criação)
-63% concordam ou concordam plenamente que conseguem justificar e recomendar o
uso da metodologia de projeto axiomático (nível de avaliação)
225
Tab. 4.3.2.2.4 Avaliação feita pelos alunos da visita técnica
5
4
3
2
1
CP C NO
D DT
Média
das
respostas
3- Os resultados da visita técnica foram utilizados na
elaboração dos estudos preliminares
8
7
4
4,00
6- A visita técnica permitiu reconhecer possíveis falhas
de projeto 7
10
2
4,16
15- A visita técnica foi fundamental para reconhecer o
contexto em que se insere o projeto
6
10
2
1
4,11
Legenda:
Concordo plenamente
(CP),
Concordo (C),
Não tenho opinião ou
indeciso (NO),
Discordo (D),
Discordo totalmente (DT).
Observa-se na tabela 4.3.2.2.4 que a média das respostas demonstra uma
opinião positiva dos alunos da visita técnica:
- 79% concordam ou concordam plenamente que utilizaram os resultados da visita
técnica para a elaboração de estudos preliminares
- 89% concordam ou concordam plenamente que foi possível reconhecer falhas de
projeto na visita técnica
- 84% concordam ou concordam plenamente que a visita técnica contextualiza o
projeto.
Visita Técnica
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
CP C NO D DT
3
6
15
226
Tab. 4.3.2.2.5 Avaliação feita pelos alunos do tempo das atividades
CP C NO D DT
Média
das
respostas
10- Considero que o tempo foi suficiente para
elaboração dos trabalhos
4
10
5
Escore das respostas
5 4 3 2 1
2,16
18- Acredito que os trabalhos sairiam melhores se
houvesse mais tempo
12 5
2
Escore das respostas
1 2 3 4 5
1,47
Legenda:
Concordo plenamente
(CP),
Concordo (C),
Não tenho opinião ou
indeciso (NO),
Discordo (D),
Discordo totalmente
(DT).
Observa-se na tabela 4.3.2.2.5 que a média das respostas demonstra uma
opinião negativa dos alunos do tempo para elaboração das atividades:
- 79% discordam ou discordam plenamente que o tempo foi suficiente para a
elaboração dos trabalhos.
- 89% concordam ou concordam plenamente que o trabalho sairia melhor se houvesse
mais tempo.
Avaliação do Tempo
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
CP C NO D DT
10
18
227
Tab. 4.3.2.2.6 Avaliação feita pelos alunos do mapeamento de projeto
5
4
3
2
1
CP C NO
D DT
Média
das
respostas
8- O mapeamento apresentado pelos professores
direcionou o meu estudo na minha área temática
1
13
2
3
3,63
13- As hierarquias de projeto apresentadas pelos
professores facilitaram a compreensão da importância e
das definições de cada área temática. 14
1
4
3,53
Legenda:
Concordo plenamente (CP),
Concordo (C),
Não tenho opinião ou indeciso (NO),
Discordo (D),
Discordo totalmente
(DT).
Observa-se na tabela 4.3.2.2.6 que a média das respostas demonstra uma
opinião positiva dos alunos do mapeamento de projeto:
- 79% concordam que o mapeamento apresentado pelos professores direcionou o
estudo na área temática
- 73% concordam ou concordam plenamente que as hierarquias de projeto facilitaram a
compreensão da importância e das definições da área temática.
Mapeamento de projeto
0%
20%
40%
60%
80%
100%
CP C NO D DT
8
13
228
As repostas do questionário demonstram uma opinião positiva dos alunos da
implementação de um processo de projeto baseado em exemplos de soluções e em
uma metodologia de projeto:
Quanto à avaliação do uso de exemplos simplificados, a maioria dos alunos
acredita que os exemplos de soluções auxiliaram na fase de avaliação dos estudos
preliminares, na compreensão de conteúdos e forneceram diretrizes e restrições para o
desenvolvimento de projeto.
Quanto à avaliação de quanto os alunos acreditam que aprenderam ou quais
níveis/ou objetivos educacionais adquiriram com o uso da metodologia, pode-se dizer
que:
- a maioria dos alunos adquiriu um nível de conhecimento/lembrança, pois reconhecem
a importância do uso da metodologia (processo de projeto).
- a maioria dos alunos adquiriu um nível de aplicação, pois conseguem utilizar a
metodologia com um pouco de supervisão.
- a maioria dos alunos adquiriu um nível de avaliação, pois, conseguem analisar a
aplicação da metodologia, reconhecer pontos que devem ser revistos e recomendar o
seu uso.
- menos da metade dos alunos adquiriu um nível de compreensão, pois a maioria não
consegue explicar a proposta de metodologia de projeto axiomático.
- menos da metade dos alunos adquiriu um nível de síntese/criação, pois a maioria não
consegue planejar e elaborar um projeto com a metodologia de projeto axiomático.
229
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa demonstrou a possibilidade de se considerar a avaliação de
aspectos de conforto ambiental de configurações de salas de aula através da
qualificação de especialistas, e a união de conceitos de conforto ambiental e de outras
subáreas que envolvem o projeto de construção civil através da incorporação destes
exemplos e da metodologia de projeto axiomático.
A metodologia de avaliação de aspectos de conforto ambiental de configuração
de salas de aula (exemplos de soluções) foi elaborada através do uso de estatísticas e
considerou três momentos:
- Primeiro, a concordância de todas as respostas de especialistas de cada conforto
onde foi possível verificar que com a entrevista de no mínimo três especialistas é
possível constatar a concordância das respostas de pelo menos dois, sendo que em
alguns casos fez-se necessário a entrevista a um quarto especialista.
- Segundo, foi verificada a qualificação de cada configuração de sala de aula onde foi
possível elaborar indicador de qualificação das respostas dos especialistas,
possibilitando a definição do tipo de variável e podendo-se neste caso utilizá-la ou
não como um exemplo de solução de configuração com desempenho qualificado.
- Terceiro foi elaborado metodologia para tratar as configurações que o tiveram
desempenho qualificado, de modo a verificar outros fatores para sua avaliação.
230
O desenvolvimento desta metodologia pode contribuir em dois momentos no processo
de projeto:
- No início do processo de projeto como um método de decisão que auxilia o projetista
na escolha de configurações de salas de aula que possuem uma qualificação de
desempenho para o conforto térmico, acústico e visual.
- Como um método para avaliação de novas configurações desenvolvidas pelos
projetistas.
O processo de projeto que considera o uso de exemplos de soluções e a
metodologia de projeto axiomático, para a união de aspectos de conforto ambiental e de
outras subáreas que envolvem o projeto de construção civil, foi aplicado em sala de
aula, através do desenvolvimento de estudos preliminares para a tipologia escolar e da
divisão da turma em cinco equipes ou subáreas (confortos térmico, acústico, visual,
funcional e equipe de estrutura, hidráulica e elétrica).
Observou-se na aplicação, que este processo de projeto contribui para a
melhoria compreensão das interferências das decisões de projeto, para indicar
restrições e para avaliar o projeto.
Os alunos, ao perceberem as interferências das subáreas, puderam organizar
as equipes ou etapas de trabalho de modo a evitar retrabalho ou incoerência nas
decisões de cada equipe, como por exemplo, a equipe de conforto acústico especificar
janelas anti-ruídos (com vidros duplos e sem abertura) e a equipe de conforto térmico
especificar janelas tipo basculante para a passagem de ar.
A aplicação ou avaliação dos estudos preliminares demonstrou que os alunos,
que neste caso possuíam pouca base conceitual relacionada a aspectos de conforto, de
estrutura, de hidráulica e de elétrica, conseguiram desenvolver estudos preliminares em
condições de formar parte de um conjunto ótimo de projeto quando comparado ao
projeto existente.
231
No desenvolvimento desta pesquisa verificou-se a possibilidade de novas
pesquisas:
- Os exemplos simplificados de projeto foram avaliados por especialistas sendo
necessário a averiguação destes resultados através da criação de protótipos, da
utilização de medidas físicas e da entrevistas aos usuários das escolas para ratificar
ou retificar estas avaliações.
- O desenvolvimento de banco de dados de exemplos de soluções de projeto
estruturado pelos aspectos de conforto e avaliado continuamente por especialistas,
o que permitirá a inserção de novas variáveis e a consulta dos projetistas.
- O desenvolvimento de um sistema integrado deste banco de dados à computação
gráfica (CAD), o que poderá fornecer ao projetista a avaliação “on-line” das variáveis
escolhidas facilitando o processo iterativo e a tomada de decisão em projeto.
- Aplicar o processo de projeto baseado nos exemplos de soluções e na metodologia
de projeto axiomático em turmas de arquitetura e verificar se este processo
prejudica ou auxilia na criatividade e na melhoria de aspectos de conforto ambiental
e demais áreas de projeto.
- Elaborar cartilha de uso do método para profissionais prestadores de serviço da
Fundação de Desenvolvimento Educacional e verificar se o uso melhora a qualidade
de aspectos de conforto ambiental de projetos escolares.
- Desenvolvimento de mapeamento de projeto (requisitos funcionais e parâmetros de
projeto) por especialistas de cada área, para que no processo de projeto possa ser
verificado se pelo menos estes requisitos funcionais foram considerados.
- O desenvolvimento de pesquisa e banco de dados que associe os parâmetros de
projeto implementados aos requisitos funcionais, o que poderá facilitar a escolha de
parâmetros de projeto pelo projetista em futuros projetos.
233
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241
Anexo 1: Apresentação da metodologia de projeto
242
243
244
245
247
Anexo 2: Seminário quem sou eu
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
259
Anexo 3: Relatório de Visita Técnica
260
Objetivo:
Vistoria solicitada pelos profºs Valéria e Bispo da matéria de CPCC2 (Projetos de
Construção Civil 2), onde devemos apurar dados para viabilizar nosso projeto com
relação a uma escola estadual. Esse relatório tem como objetivo passar diversas
informações sobre conforto funcional, térmico, visual, acústico, estrutura, instalações
hidráulicas e elétricas que foram observadas na visita técnica.
Histórico:
A visita técnica foi realizada no dia 16 de abril de 2007, no período noturno, na EE Dr.
Pedro Moraes Victor, localizada na Rua Boaventura Coletti s/nº. (travessa da Rua
Antônio de Mecina) ou na Rua Carlos Martel, 11. Essa escola estadual se encontra no
bairro Jd. Ataliba Leonel e no distrito do Tremembé, São Paulo-SP.
O projeto de instalação hidráulica foi realizado pelo projetista Jorge L. P. e como
desenhista o S. Filho, sendo o responsável o engenheiro elétrico e civil Eurico Freitas
Marques.
O projeto de instalação elétrica foi realizado pelo Eng° Elétrico e Civil Eurico Freitas
Marques
O projeto Executivo de Arquitetura foi realizado pelo Engº Leo Annunziata
O prazo de execução foi de 180 dias e o início de funcionamento da escola foi no inicio
de 2006.
Conforto Funcional
Desenvolvimento
Os ambientes da escola estão distribuídos da seguinte forma:
Planta Nivel 100,25
15 salas de aula e 2 salas de apoio ao estudo.
Planta Nivel 97,00
Refeitório, sala de informática, laboratório, sala de leitura e 2 blocos de sanitários.
Planta Nivel 93,75
Área administrativa.
Planta Nivel 92,40
Quadra poli esportiva e 2 blocos sanitários.
A área da Administração fica longe das salas de aula (administração no nível 93,7 e as
salas de aula no nível 100,25, portanto se houver algo nas salas de aula dois lances de
escada e lado oposto), existem duas rampas para cadeirante uma na entrada da escola
e a outra pela quadra de esporte, porém para ir até as salas de aula que ficam no
piso existe somente acesso pelo elevador, localizado ao lado da administração, lado
oposto da entrada principal e distante do acesso pela quadra. Na quadra não tem
arquibancada.
261
Os banheiros ficam distante das salas de aula, tem um para cadeirante, porém a porta
de entrada não tem as medidas para acesso de cadeirante; tem 2 bebedouros que
ficam ao lado dos sanitários
A biblioteca, laboratório, espaço de arte e sala de informática ficam próximos.
Salas de aula com capacidade para 40 alunos, os mobiliário é composto por mesas e
cadeiras separadas e mesa do professor.
Escadas com piso tateo no inicio e fim.
Para o funcionamento e manutenção desta escola 5 funcionários administrativos
incluindo a diretora e 4 funcionários para limpeza, sendo dois no período da
manhã/tarde e dois para tarde/noite;
Conclusão:
A área livre da escola deveria ser melhor aproveitada, a escola é pouco funcional.
O relacionamento entre os ambientes deve atender os acessos e fluxos de usuários de
forma eficiente e na escola visitada percebemos que isso não foi levado em
consideração, pois os banheiros ficam longe das salas para o aluno chegar tem que
descer um lance de escada.
Há um grande numero de alunos para os sanitários e refeitório existentes.
Evitar a lotação das salas de aula e assim ter um melhor aproveitamento do ambiente.
As rampas existentes deveriam ser próximas do elevador e também deveria haver
rampa para o 2º piso, assim se houvesse falta de energia os cadeirantes chegariam nas
salas de aula.
CONFORTO TÉRMICO
Itens avaliados:
– Capacidade de amenizar a radiação solar no edifício como um todo
Salas de Aula:
1º - Incidência Lateral de raios solares com “brises” em madeira (ângulo inadequado).
- Lateral das salas com esquadrias (+vidro) sem nenhum tipo de proteção a
incidência de raios solares.
3º Teto e piso sem barreiras térmicas.
4º Paredes externas sem revestimento de argamassas, maior condutividades térmica.
Características relatadas (diretora e professora): Frio extremo no inverno e calor
excessivo no verão.
- Controle da ventilação.
1º - Não possui circuladores de ar.
2º - Espaço físico inadequado a quantidade de alunos.
- Espaço “vão” de circulação e entrada de ar nas salas na lateral (alvenaria) , sem
distribuição homogênea na sala de aula.
4º- Não possui anteparos para controle de ventilação, visto que os “brises” não tem este
objetivo.
262
Nota: A iluminação artificial nas salas de aula não interfere no conforto térmico das
salas de aula.
- Quanto à definição da forma e materiais de cobertura.
Corredores:
1º - Incidência Lateral de raios solares.
2º - Cobertura de telhas metálicas sem atenuador de calor.
3º - Vãos de abertura laterais que permitem a circulação de ar frio.
Quadra:
1º - Incidência Lateral de raios solares
2º - Cobertura de telhas metálicas sem atenuador de calor.
3º - Vãos de abertura laterais que permitem a circulação de ar frio.
Refeitório / Pátio
1º - Incidência Lateral de raios solares
2º - Cobertura de telhas metálicas sem atenuador de calor.
3º - Vãos de abertura laterais que permitem a circulação de ar frio.
4º - Grande concentração de alunos em períodos comuns.
Conclusão:
- Implantação / Substituição dos “brises” existentes por “brises” adequados com
angulação correta.
- Implantação/Substituição das telhas existentes, por telhas com proteção/atenuador
térmico à base de silicato de cálcio, sílica diatomácea ou poliestireno expandido com
película refletiva.
- Fechamento de laterais para atenuação de circulação de ar frio.
- Fechamento das laterais com vitrais com sistema vasculante de abrir e fechar para
privilegiar ou conter ventilação.
- Implantação de circuladores de ar nas salas de aula.
- Colocação de cortinas na sala de aula.
- Utilização de isolantes térmicos pré-moldados de silicato de cálcio ou sílica
diatomácea.
- Adaptação de paredes duplas para isolamento tanto acústico quanto térmico.
- Utilização de pisos de madeiras para melhor conforto térmico no verão e inverno nas
salas de aulas.
263
- Revestir as paredes externas das salas de aulas com argamassa para aumentar a
barreira contra condutividade térmica por incidência solar.
- Utilizar como blocos de vedação, materiais cerâmicos, pois tem baixa condutividade
térmica.
- Utilizar nos vidros de salas de aula películas refletoras de raios solares.
- Utilizar nos tetos das salas de aulas forros, com funções de isolantes térmicos para
conter condutividade térmica das telhas e lajes, auxiliando na acústica dos ambientes,
ex: placas de DRY WALL, gesso ou PVC.
Conforto Visual
Desenvolvimento
A escola possui quinze salas de aula, duas salas de reforço, uma biblioteca, uma sala
de informática e um laboratório. iluminação artificial em toda a escola. As salas
possuem lâmpadas fluorescentes, na área externa foi observada iluminação com
lâmpada de vapor de sódio e na quadra de esportes lâmpada de vapor metálico.
As mpadas ficam ligadas durante todo o dia nas salas de aula e setores
administrativos.
Na quadra há dois painéis com desenhos de grafite que dificultam a passagem da luz
solar.
Em certas ocasiões do dia há problemas de ofuscamento causado pela luz do sol no
setor administrativo.
As paredes das salas não são claras até o teto em função de pilares e vigas aparentes.
Nos corredores há brises de madeira que facilitam a passagem da luz solar e bloqueiam
a incidência direta da luz solar.
Escola ao anoitecer.
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura
264
Corredor da escola.
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura
Conclusão
Evidenciamos que o aproveitamento da luz solar é importante para reduzir o consumo
de energia elétrica. A área de corredores e pátios, com brises, mostra a intenção dos
projetistas, além de criar um efeito visual diferenciado.
Devido a topografia do terreno, consideramos a orientação do prédio e a distribuição
das salas, satisfatórias. Embora, conforme relato, em certos períodos a luz solar
incidisse diretamente nas salas de aulas e áreas administrativas. Anteparos seriam uma
alternativa para este problema.
Paredes e tetos das salas tendendo a cor branca melhoram o fator de refletância,
melhorando assim a sensação de “claridade” do ambiente.
Conforto Acústico
Desenvolvimento:
Unidade Escolar com 15 salas de aula, 2 salas de reforço, biblioteca, sala de
informática e laboratório, área administrativa, quadra poliesportiva.
Elementos observados:
Escola projetada sem qualquer tipo de barreira acústica
Projeto sem qualquer tipo de tratamento acústico
Vão central para a quadra, sem elementos acústicos que impossibilitem a interferência
dos sons durante as atividades esportivas com as salas de aula.
Sala de cinema sem tratamento acústico, sendo utilizada folhas de papel Craft para
impedir a interferência de luminosidade.
265
Salas de aula com abertura para a ventilação voltada para o corredor, o que causa
interferência acústica entre os ambientes.
Conclusão:
Barreiras Acústicas nas áreas externas, tais como arborização, brises luxalon
Na sala de aula: utilizaríamos dry wall acústico para interferir em menor escala com os
outros ambientes
A quadra esportiva, por questão do barulho excessivo seria localizada em área fora das
salas de aula, o que melhora o som que foge ao controle em qualquer esporte.
A biblioteca ficaria próxima da área administrativa para melhor controle do barulho.
Instalações Hidráulicas
Desenvolvimento:
Por meio da vista técnica detectou-se que a construção possui as seguintes instalações
hidráulicas:
- instalação de água fria;
- instalação de esgoto;
- instalação de água pluvial;
- instalação de combate ao incêndio;
- instalação de gás.
Foi observado que:
Havia dois sanitários (um feminino e um masculino) para o uso dos alunos. Estes
sanitários possuíam ao todo: dezessete vasos sanitários com sistema de descarga com
válvula acionante; um mictório coletivo com despejo em calha metálica; dois lavatórios
coletivos com quatro torneiras cada um; além de quatro torneiras de limpeza, para
manutenção da higiene local;
Havia ainda, um bebedouro coletivo com seis torneiras;
Na área de prática de esportes em geral, havia dois bebedouros coletivos com um total
de seis torneiras; dois sanitários (um feminino e um masculino) possuindo dois vasos
sanitários e quatro lavatórios ao todo, além de um tanque para outras utilizações.
Na área da cozinha e cantina havia sete pias no total. Em uma outra área havia duas
pias.
Na área administrativa havia duas pias e quatro sanitários, com um total de seis
lavatórios e seis vasos sanitários.
A escola se utiliza de água fornecida pela concessionária Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo) por meio de uma rede existente na
região. Por esse motivo o foi necessário um projeto de utilização de poços
artesianos.
266
O reservatório de água que abastece a escola se encontra no primeiro piso, em uma
área um pouco mais elevada devido ao desnível existente do terreno. O reservatório é
dividido em duas partes. O reservatório foi construído com anéis de concreto armado
pré-moldado.
As instalações de água fria abastecem 14 ambientes diferentes sendo que ao todo
possui 77 pontos de atendimentos que estão bem posicionados. O material utilizado
nas partes aparentes: ferro galvanizado para os tubos e conexões.
Na escola não existe instalações de água quente.
A Sabesp é a coletora do esgoto da escola, que é conduzido por um sistema de esgoto,
por esse motivo não foi necessário o desenvolvimento de um projeto ETE (estação de
tratamento de esgoto). O material utilizado na instalação de esgoto nas partes
aparentes: ferro fundido para os tubos e conexões.
O sistema de captação e condução de água pluvial foi dimensionado para levar a água
da chuva da cobertura até as caixas de inspeção. As descidas dos tubos de quedas são
aparentes e fixadas nos pilares. Os caimentos atendem aos requisitos de projeto:
mínimo de 1,5% para calhas e de 5% para telhas metálicas. O material utilizado na
instalação de água pluvial nas partes aparentes ferro fundido para os tubos e conexões.
Na visita foi verificado uma a interdependência entre dois sistemas: o hidráulico e o
estrutural, devido à previsão dos espaçamentos no sistema estrutural necessários para
a passagem das tubulações do sistema hidráulico da construção.
Algumas fotos de instalações hidráulicas da escola, tiradas no dia da visita:
Considerações:
Por meio da visita técnica a escola e da observação dos projetos, foi verificado que a
instalação hidráulica da construção foi dimensionada e posicionada de maneira correta.
Como melhorias para a escola poderiam ser adotadas as seguintes medidas:
- Ampliação da quantidade de torneiras nos bebedouros e nos lavatórios para atender
de maneira adequada a demanda dos alunos;
- Inserção de equipamentos de prevenção de incêndio para que as instalações de
prevenção de incêndio possam ser utilizadas adequadamente em algum caso de
emergência;
- Utilização de vasos sanitários com sistema de “caixas acopladas”, que diminuiriam a
quantidade de litros de água utilizados todos os dias;
- Verificação através de estudo de viabilidade a criação de um sistema de reutilização
das águas pluviais;
- Em termos sociais, melhoramento dos sanitários para deficientes com acréscimo de
novos suportes de apoio fixados nas paredes para melhor locomoção dos usuários.
Instalações Elétrica
267
Unidade consumidora: Unidade Escolar com 15 salas de aula, 2 salas de reforço,
biblioteca, sala de informática e laboratório.
Entrada de Serviço de energia Elétrica: Concessionária: AES Eletropaulo.
Tensão: 220V / 127V.
Relação de Instalações:
Nas áreas externas foram observadas iluminação com lâmpadas de vapor de sódio de
150W;
Iluminação da quadra de esportes com lâmpadas de vapor metálico de 250W;
As áreas internas como: administração, diretoria, salas de aula, corredores, sanitários,
cozinha, cantina, refeitório e salas de apoio são iluminadas com lâmpadas
fluorescentes.
Nas salas de aula há oito pontos de luz no teto com 2 lâmpadas fluorescentes;
um ponto de tomada baixa de 110V e um ponto de tomada alta de 110V nas salas
de aula.
Áreas como administração, diretoria e sala de informática possuem tomadas especiais
para computadores;
Na cozinha e cantina pontos de tomadas de 110V e 220V para utilizar
eletrodomésticos;
Na escola há um sistema de alarme de incêndio e pontos de iluminação de emergência;
Os Quadros de Luzes estão posicionados nos corredores;
Há um sistema de proteção para descargas atmosféricas;
Nas áreas externas: a instalação é aparente, com eletrodutos metálicos que passam
entre os pilares (interferência na estrutura – furação nos pilares);
Na sala de aula: as instalações são embutidas, com 2 pontos para tomadas e 8 pontos
de iluminação (lâmpadas fluorescentes branca);
Elevador para deficientes físicos.
Algumas fotos de instalações elétrica da escola, tiradas no dia da visita:
Conclusão:
Observando as instalações elétricas da escola conclui-se que o projeto de instalações
elétricas foi elaborado considerando: o ambiente, localizando o número e o tipo de
iluminação e os pontos de utilização de energia elétrica para a utilização de
equipamentos.
Os caminhamentos dos condutores foram executados observando as interferências da
estrutura, prevendo-se furos nos pilares. Dimensionamento, definição do tipo e da
268
localização dos dispositivos: de proteção, de comando, de medição de energia elétrica,
foram feitos.
Estrutura
Desenvolvimento:
Estrutura: A estrutura observada é do tipo mista (concreto + estrutura metálica), onde
são utilizados pilares, vigas e lajes pré-moldadas de concreto para o corpo principal e
perfis metálicos na sustentação e formação dos mezaninos e cobertura.
Pilares: Os pilares apresentam 60cm de largura, 25cm de espessura e
aproximadamente 10m de comprimento, recebe as vigas, também de concreto pré-
moldado, de aproximadamente 90cm de largura, 25cm de espessura, com
comprimentos variados, de acordo com a necessidade do vão a ser vencido.
Vigas e lajes: Nas vigas são apoiadas as lajes, também de concreto pré-moldado, de
aproximadamente 20cm de espessura, 1m de largura e comprimento variando conforme
o vão, por onde passa algumas tubulações dos sistemas hidráulico, elétrico e de lógica.
Perfis: Foi possível observar três grandes perfis metálicos em formato I, dispostos
horizontalmente na parte superior de um vão existente na quadra poliesportiva. Esses
perfis, com aproximadamente 1m de altura, sustentam a estrutura do mezanino através
de tirantes metálicos. A estrutura do mezanino, além de ser atirantada em toda a sua
região central, é fixada nos pilares laterais através de parafusos.
Cobertura: A cobertura encontra-se apoiada em perfis metálicos dobrados, que
apresentam formatos variados e esbeltos, em função da leveza das telhas metálicas
utilizadas.
Fundação: Durante a visita, não foi possível analisar o tipo e características da
fundação utilizada no empreendimento.
Interferências: Uma das interferências observadas é a utilização de furos existentes nos
pilares para a passagem de eletrodutos de aço galvanizado. Os pilares também servem
para a fixação de tubulações do sistema pluvial, de energia elétrica e lógica. Os pilares,
por estarem localizados em cantos e meios de paredes, não interferem na
funcionalidade das salas de aula, porém influenciam diretamente no posicionamento de
corredores e acessos entre os diversos ambientes da escola.
Algumas fotos da estrutura da escola, tiradas no dia da visita:
Conclusão:
A visita foi de grande valia, pois possibilitou a vivência dos aspectos abordados em sala
de aula, proporcionando elementos para a realização do trabalho proposto e a análise
crítica do empreendimento visitado. Foi possível também, observar a inter-relação entre
os diversos segmentos envolvidos no presente estudo.
269
Anexo 4: Questionário de avaliação
270
Avaliação CPCC3 professores Bispo e Valéria
1 semestre 2007
Caros alunos
A componente curricular CPCC3 (projeto de construção civil 2) tem como competências:
1- Identificar e analisar soluções de projeto para o conforto térmico, conforto luminoso, conforto
acústico, conforto funcional, a estrutura, hidráulica e elétrica.
2- Elaborar estudos de projeto considerando as interferências dos diversos campos de estudo.
3- Selecionar e classificar soluções de projeto.
4- Planejar e organizar o tempo de atividades.
5- Elaborar memoriais, atas de reuniões e relatórios técnicos.
6- Expressar de forma verbal pontos de vista, conclusões e relatórios.
Para desenvolver estas competências os Problemas propostos foram:
1 A necessidade de desenvolver um projeto considerando os diversos profissionais envolvidos.
Como trabalhar em equipe?
2 No projeto de edifícios existem interferências de diversos campos. Como reconhecer as
interferências de diferentes aspectos do projeto?
3 A tomada de decisão requer uma avaliação das interferências e a escolha de uma solução de
compromisso. Como escolher e apresentar o estudo preliminar de projeto demonstrando que esta
solução é a “melhor”?
Agora é o momento de avaliação por parte de cada aluno desta componente curricular. Portanto as
respostas deste questionário têm por objetivo a análise do desenvolvimento de cada competência
de modo a identificar acertos e falhas no processo de ensino e aprendizagem. Considera-se
que esta avaliação não é um momento final do processo educativo, isto é, a resposta deste
questionário não tem por objetivo julgar de maneira categórica a aquisição da competência ou o
pelo aluno. Não se trata de uma avaliação quantitativa, esta foi realizada e encerrada durante
todo o semestre, portanto as respostas servem para realimentar o processo de ensino dos
professores e devem ser feitas com a máxima honestidade, pois disto depende a melhoria do
ensino.
271
Dados Pessoais
Nome
Data de Nascimento Estado Civil
Filhos: Não( ) S( ) Idade dos filhos
Motivos que o levou ao curso de Tecnologia de Gestão de Construção Civil
( ) Duração do curso
( ) Ensino Gratuito
( ) Ensino no período Noturno
( ) Busca por uma nova área profissional
( ) Aprimoramento na área profissional de atuação
( ) outros quais:
Experiência profissional (comece pela atual)
Descrição Empresa Duração
Formação Escolar
Formação Descrição Duração/
Ano de conclusão
Ensino médio
Supletivo
Graduação
Outros cursos
Questões com escala de valor – avaliação da componente curricular
Você encontrará várias afirmativas que, de um modo geral, refletem a compreensão de alguns
conteúdos da componente curricular. Ao lado de cada uma, existe uma escala na qual você deverá
assinalar com um X a alternativa que melhor expressa sua opinião sobre ela. O código é o seguinte:
CP Concordo plenamente
C Concordo
NO
Não tenho opinião ou estou indeciso
D Discordo
DT Discordo totalmente
Sempre que possível, evite usar a alternativa NO. Leia, com atenção, cada afirmativa antes de
expressar sua opinião.
272
O uso da metodologia axiomática permitiu o reconhecimento das
interferências dos diversos campos
CP
C
NO
D
DT
Os exemplos avaliados por especialistas facilitaram a escolha de um estudo
preliminar
CP
C
NO
D
DT
Os resultados da visita técnica foram utilizados na elaboração dos estudos
preliminares
CP
C
NO
D
DT
Consigo reconhecer a importância do uso da metodologia de projeto
axiomático
CP
C
NO
D
DT
O uso da metodologia de projeto axiomático permitiu um planejamento do
grupo no desenvolvimento do estudo preliminar
CP
C
NO
D
DT
A visita técnica permitiu reconhecer possíveis falhas de projeto CP
C
NO
D
DT
Consigo explicar a proposta de metodologia de projeto axiomático CP
C
NO
D
DT
O mapeamento apresentado pelos professores direcionou o meu estudo na
minha área temática
CP
C
NO
D
DT
O uso de exemplos (gerais) foi indispensável para a compreensão de
conteúdos
CP
C
NO
D
DT
Considero que o tempo foi suficiente para elaboração dos trabalhos CP
C
NO
D
DT
Consigo utilizar a metodologia de projeto axiomático com um pouco de
supervisão
CP
C
NO
D
DT
Os exemplos avaliados por especialistas direcionaram o desenvolvimento
dos estudos preliminares
CP
C
NO
D
DT
As hierarquias de projeto apresentadas pelos professores facilitaram a
compreensão da importância e das definições de cada área temática.
CP
C
NO
D
DT
Consigo analisar a aplicação da metodologia de projeto axiomático e
reconhecer pontos que devem ser revistos
CP
C
NO
D
DT
A visita técnica foi fundamental para reconhecer o contexto em que se
insere o projeto
CP
C
NO
D
DT
Consigo planejar e elaborar um projeto com a metodologia de projeto
axiomático
CP
C
NO
D
DT
Os exemplos avaliados por especialistas mostraram o que não se deve
escolher no desenvolvimento dos estudos preliminares.
CP
C
NO
D
DT
Acredito que os trabalhos sairiam melhores se houvesse mais tempo CP
C
NO
D
DT
Consigo justificar e recomendar o uso da metodologia de projeto axiomático CP
C
NO
D
DT
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