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ESTRATÉGIAS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE
DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMA DE
BOMBEAMENTO MONITORADO VIA
SUPERVISÓRIO
SAULO GOMES MOREIRA
CAMPO GRANDE
2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
ELÉTRICA
ESTRATÉGIAS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMA DE
BOMBEAMENTO MONITORADO VIA SUPERVISÓRIO
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Engenharia Elétrica.
SAULO GOMES MOREIRA
CAMPO GRANDE
2008
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ESTRATÉGIAS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMA DE
BOMBEAMENTO MONITORADO VIA SUPERVISÓRIO
SAULO GOMES MOREIRA
‘Este trabalho de dissertação foi julgado adequado como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica, Área de Concentração em
Energia e Linha de Pesquisa Energia, Planejamento, Operação e Controle de Sistemas
Elétricos’.
Banca Examinadora:
_____________________________________
Prof. Dr. Amâncio Rodrigues da Silva Júnior
Orientador
DEL/CCET/UFMS
_____________________________________
Prof. Dr. Valmir Machado Pereira
DEL/CCET/UFMS
_____________________________________
Prof. Dr. Jamil Haddad
UNIFEI/ITAJUBÁ
CAMPO GRANDE
2008
A Deus por ter me dado saúde e força para superar os
momentos de dificuldades durante o Mestrado e por me
presentear com uma vida maravilhosa.
Aos meus queridos pais, Gercino e Vera, e irmãos, Sandro
e Márcio, que apesar da distância sempre estiveram em
meu coração.
A minha namorada, Jeana, pelo apoio e carinho que nunca
me foram negados ao longo desta minha caminhada.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Professor Doutor Amâncio Rodrigues da Silva Jr., pela honra de
desenvolvermos juntos este trabalho e pela oportunidade de crescimento profissional
através dos trabalhos realizados no Laboratório de Eficiência Energética.
Ao amigo e parceiro de trabalho Wellington Rocha Araújo pelo compartilhamento do
conhecimento e pelo ânimo sempre presente para o desenvolvimento de novos projetos.
A ELETROBRÁS pelo suporte financeiro e a empresa De Lorenzo do Brasil pelo suporte
técnico para a implantação do LAMOTRIZ.
Aos Professores Doutores Valmir Machado Pereira, Félix Abrão Neto e Luciana Cambraia
Leite pelas contribuições prestadas durante a realização do trabalho.
Aos demais professores e funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMS,
em especial a Maria Isabel Coelho pela disponibilidade de sempre em ajudar.
Aos companheiros de profissão, os engenheiros eletricistas, Gervásio Saraiva Lara, João
César Okumoto, Rafael Nishimura, Adaílton Fleitas Menezes, Luiz Dotto e Celso Fumio
Watabe.
A equipe de estagiários do Laboratório de Eficiência Energética, Rafael Darbello Torres,
Luiz Fernando Tadashi Abe, Rodrigo Caldas Minari, Éverton Armoa Martos e Fabrício
Maia Perim.
Aos amigos Felipe Silva Belluci, Diego de Alcântara Lacerda, Róbson Fleming Ribeiro,
Ângelo Camargo Dalben, Diogo Carvalho e Rodrigo Coelho.
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência.
Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
Lao-Tsé
Dissertação apresentada a UFMS como parte dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Mestre em Engenharia Elétrica.
ESTRATÉGIAS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE
DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMA DE
BOMBEAMENTO MONITORADO VIA
SUPERVISÓRIO
SAULO GOMES MOREIRA
Fevereiro / 2008
Orientador: Dr. Amâncio Rodrigues da Silva Jr.
Área de Concentração: Energia.
Palavras-chave: Eficiência Energética, Sistema de Bombeamento, Motor de Alto
Rendimento, Inversor de Freqüência, Sistema Supervisório.
Número de Páginas: 92
RESUMO:
Devido à baixa eficiência dos sistemas de bombeamento existentes no setor industrial
(onde são responsáveis por aproximadamente 18% da força motriz utilizada) este trabalho
tem o objetivo de elaborar estratégias de ensaios em uma bancada de simulação para
verificação dos potenciais de eficiência energética nestes sistemas. O estudo foi realizado
no Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes LAMOTRIZ da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Foi utilizado um sistema de
bombeamento hidráulico composto por uma bomba centrífuga acionada por um motor de
indução de 1,5 cv. Todo o processo foi monitorado e controlado por um sistema
supervisório SCADA e novas funções foram desenvolvidas para representar sistemas
de bombeamento encontrados na prática. Na primeira simulação foi verificado que o
máximo de economia de energia obtida pelo uso do inversor de freqüência para controle de
vazão foi de aproximadamente 90% e que o uso de motor de alto rendimento possibilitou
uma redução de 6,18 a 8,93 % quando substituindo um motor standard de mesma potência.
Também foi observado que o uso do inversor de freqüência causou uma redução
significativa do fator de potência. Os resultados para a simulação de uma curva de vazão
variável mostraram que a utilização do inversor de freqüência em substituição à válvula de
estrangulamento proporcionou uma economia de energia de 71 % e também que a
substituição do motor standard por modelo de alto rendimento reduziu em 7,5 % o
consumo de energia. Para a simulação de um sistema funcionando com religamento
automático por nível, a utilização do inversor de freqüência possibilitou uma redução de
aproximadamente 73 % na energia consumida quando ajustado para trabalhar a uma
freqüência de 35 Hz.
Abstract of Dissertation presented to UFMS as a partial fulfillment of the requirements for
the degree of Master in Electrical Engineering.
SIMULATION STRATEGIES FOR ANALYSIS OF
ENERGY EFFICIENCY IN A PUMPING SYSTEM
MONITORED BY SUPERVISORY CONTROL
SAULO GOMES MOREIRA
February / 2008
Advisor: Amâncio Rodrigues da Silva Jr., Dr.
Area of Concentration: Energy.
Keywords: Energy Efficiency, Pumping System, High-Efficiency Motor, Frequency
Inverter, Supervisory System.
Number of Pages: 92
ABSTRACT:
Due to the low efficiency of pumping systems in the industrial sector (where it is
responsible for up to 18% of the motive power used) this work has the objective to
elaborate strategies of tests in a testing bench simulation to verify the energy efficiency
potentials in these systems. The study was held in the Laboratory of Energy Efficiency in
Motor Systems – LAMOTRIZ - of the Federal University of Mato Grosso do Sul - UFMS.
A hydraulic pumping system composed of a centrifugal pump driven by an 1.5 cv
induction motor was used. The whole process was monitored and controlled by a
supervisory system SCADA and new functions were developed to represent pumping
systems found in practice. In the first simulation it was verified that the maximum energy
saving achieved by using the frequency inverter to control the flow was approximately
90% and that the use of high efficiency motor provided a reduction ranging from 6,18 to
8,93 % when replacing a standard motor of the same power. It was also observed that the
use of frequency inverter did cause a significant reduction of the power factor. The results
for the simulation of a variable outflow curve showed that the use of frequency inverter ,
replacing the strangulation valve, provided an energy saving of 71 % and that the
replacement of the standard motor for a model of high efficiency reduced the energy
consumption in 7,5 %. For the simulation of a system functioning with automatic restart
by level, the use of the frequency inverter made possible a reduction of approximately 73
% in the consumed energy when adjusted to work on 35 Hz frequency.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. Justificativa ..................................................................................................................... 1
1.2. Objetivos ......................................................................................................................... 2
1.3. Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 3
2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SISTEMAS DE BOMBEAMENTO ............................. 4
2.1. Consumo e Conservação de Energia .............................................................................. 4
2.2. Consumo de Energia na Indústria Brasileira .................................................................. 7
2.3. Sistemas motrizes industriais ......................................................................................... 8
2.4. Eficiência em Motores Elétricos na Indústria .............................................................. 13
2.5. Motores de Alto Rendimento ....................................................................................... 15
2.6. Acionamento Eletrônico ............................................................................................... 19
2.7. Sistemas de Bombeamento ........................................................................................... 22
2.8. Características das Bombas Centrífugas e do Sistema de Bombeamento .................... 22
2.9. Leis de similaridade dos sistemas de bombeamento .................................................... 23
2.10. Conservação de Energia em Sistemas de Bombeamento ........................................... 24
3 SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ............................................................ 28
3.1. Automação Industrial ................................................................................................... 28
3.1.1. Analogia entre Automatismo e Corpo Humano ........................................................ 28
3.1.2. Histórico e Vantagens da Automação Industrial ....................................................... 29
3.2. Controlador Lógico Programável (CLP) ...................................................................... 32
3.2.1. Arquitetura Básica de um CLP .................................................................................. 34
3.3. Sistemas SCADA ......................................................................................................... 36
3.3.1. Componentes Físicos ................................................................................................. 37
3.3.2. Componentes Lógicos de um Sistema SCADA ........................................................ 38
3.4. Software Supervisório ................................................................................................... 39
3.5. Linguagem de Programação ......................................................................................... 39
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 40
4.1. O Convênio ECV 024/2004 – UFMS / ELETROBRÁS .............................................. 40
4.2. Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes – LAMOTRIZ .............. 40
4.3. Estação de Simulação da Bomba Centrífuga ................................................................ 44
4.4. Sistema supervisório - Indusoft Web Studio 6.1 .......................................................... 48
4.5. Implementações no supervisório .................................................................................. 50
4.5.1. Criação de funções no IWS ....................................................................................... 51
4.5.2. Função de acionamento por tempo ............................................................................ 52
4.5.3. Função de set-point automático ................................................................................. 53
4.5.4. Função de religamento automático por nível do reservatório ................................... 55
4.6. Metodologia dos ensaios .............................................................................................. 56
5 SIMULAÇÕES DE SISTEMAS DE BOMBEAMENTO ............................................... 58
5.1. Análise do sistema para faixa de vazão entre 0,1 e 2,6 m³/h ....................................... 58
5.1.1. Comparação entre o uso de válvula e de inversor de freqüência para controle de
vazão .................................................................................................................................. 59
5.1.2. Comparação entre a utilização de motor standard e de alto rendimento ................. 63
5.1.3. Comportamento do fator de potência ....................................................................... 66
5.2. Simulação de um sistema de bombeamento com curva de vazão variável.................. 69
5.2.1. Comparação entre o uso da válvula e do inversor de freqüência .............................. 72
5.2.2. Comparação entre o uso de motor standard e de alto rendimento ............................ 73
5.3. Sistema funcionado com religamento automático por nível (liga e desliga)................ 74
5.3.1. Freqüência mínima de operação do conjunto motor-bomba ..................................... 75
5.3.2. Comparação do consumo de energia para freqüência nominal (60 Hz) e demais
freqüências ........................................................................................................................... 76
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 78
6.1 Conclusões......................................................................................................................78
6.2 Recomendações para trabalhos futuros..........................................................................79
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 81
APÊNDICES .......................................................................................................................87
- Apêndice A –.................................................................................................................... 88
- Apêndice B – .................................................................................................................... 89
- Apêndice C – .................................................................................................................... 90
- Apêndice D –.................................................................................................................... 91
LISTA DE FIGURAS
2.1 - Consumo de energia elétrica ano a ano em TWh segundo o setor da economia. ....................... 6
2.2 - Evolução do consumo de eletricidade, energia total e PIB (1984-2000). .................................. 7
2.3 - Consumo de energia por setor no ano de 2006. .......................................................................... 7
2.4 - Consumo de energia final na indústria por uso final. ................................................................. 9
2.5 - Uso de energia para força motriz. .............................................................................................. 9
2.6 - Distribuição da força motriz por uso final. ............................................................................... 10
2.7 - Triângulo de potências para carga indutiva. ............................................................................. 12
2.8 - Curvas típicas: a) η x carga; b) cosφ x carga. ........................................................................... 15
3.1- Fluxo de Informações em um Sistema de Controle Digital....................................................... 32
3.2 – Arquitetura básica de um CLP ................................................................................................. 34
3.3 - Diagrama de um Sistema SCADA ........................................................................................... 38
4.1 – CLP Schneider Electric- Telemecanique instalado no painel de comando e proteção ............ 41
4.2 – Arquitetura da rede do LAMOTRIZ ........................................................................................ 43
4.3 – Rede de comunicação da bancada da bomba centrífuga .......................................................... 43
4.4 – Bomba centrífuga Schneider BC92-HSB ................................................................................ 44
4.5 – Fluxograma simplificado do sistema da bomba ...................................................................... 45
4.6 – Diagrama esquemático da estação da bomba centrífuga do LAMOTRIZ ............................... 46
4.7 – Estação de simulação da bomba centrífuga do LAMOTRIZ ................................................... 47
4.8 – Painel de comando e proteção ................................................................................................. 47
4.9 – Tela principal do sistema supervisório do LAMOTRIZ .......................................................... 48
4.10 – Tela de comando do sistema da bomba ................................................................................. 49
4.11 Janelas pop-up (a e b) usadas na função de set-point automático em modo contínuo e
descontínuo ....................................................................................................................................... 53
4.12 – Fluxograma do script do set-point automático ...................................................................... 54
4.13 – Janela de controle PID da bancada da bomba com indicação do SP de vazão. ..................... 57
5.1 – Função de set-point automático no modo contínuo ................................................................. 58
5.2 – Comparação entre uso de válvula e inversor de freqüência ..................................................... 59
5.3 Economia percentual obtida pela utilização do inversor de freqüência para controle de vazão
(associado ao uso do motor standard). ............................................................................................. 60
5.4 – Variação da potência com variação da rotação do motor. ...................................................... 62
5.5 – Variação da freqüência com variação da vazão (uso do inversor de freqüência). ................... 63
5.6 – Comparação entre utilização de motor standard com motor de alto rendimento (associados ao
uso de partida direta). ....................................................................................................................... 65
5.7 Economia percentual obtida pela substituição do motor standard pelo motor de alto
rendimento (associados ao uso de partida direta). ............................................................................ 65
5.8 – Comportamento do fator de potência com a variação da vazão. ............................................. 67
5.9 – Janela pop up da função de variação automática de vazão ...................................................... 69
5.10 – Curva simulada de consumo de água de um sistema de bombeamento................................. 70
5.11 – Curva de carga para os quatro conjuntos. ............................................................................. 71
5.12 – Consumo de energia elétrica (comparativo entre uso de válvula e inversor). ....................... 72
5.13 Consumo de energia elétrica (comparativo entre uso de motor standard e de alto
rendimento). ...................................................................................................................................... 73
5.14 – Janela de Comando do supervisório com função de religamento automático por nível ........ 74
5.15 – Variação do nível do reservatório para diferentes freqüências .............................................. 75
5.16 Consumo de energia do sistema de bombeamento funcionando com diferentes freqüências.
.......................................................................................................................................................... 76
LISTA DE QUADROS
4.1 – Características dos motores utilizados........................................................................ 44
4.2 – Função de acionamento por tempo ............................................................................. 52
4.3 – Função de religamento automático por nível ............................................................. 55
LISTA DE TABELAS
5.1 – Valores médios de rotação, freqüência e potências ativas medida e calculada. ......... 61
5.2 – Valores médios de potências para os motores standard e alto rendimento. ............... 64
5.3 – Consumo de energia e economia percentual com relação à freqüência nominal ....... 76
LISTA DE SIGLAS
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
BEN – Balanço Energético Nacional
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
CLP – Controlador Lógico Programável
CPU – Central Processing Unity
CSV – Comma-Separated Values
ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A
EPE – Empresa de Pesquisa Energética
GLD – Gerenciamento pelo Lado da Demanda
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IHM – Interface Homem-Máquina
IP – Internet Protocol
IWS – Indusoft Web Studio
LAMOTRIZ – Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes
MAP – Manufacturing Automation Protocol
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
MME – Ministério de Minas e Energia
OLE – Object Linking and Embedding
OPC – OLE for Process Control
PIB – Produto Interno Bruto
PID – Proporcional Integral Derivativo
PROCEL – Programa de Conservação de Energia Elétrica
PWM – Pulse Width Modulation
SCADA – Supervisory Control and Data Aquisition
TCP – Transmission Control Protocol
UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
VB – Visual Basic
XML – Extensible Markup Language
Capítulo 1 – Introdução___________________________________________________
_________________________________________________________________________
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Diante das recentes crises do sistema energético com as quais o Brasil conviveu, as
discussões em busca de soluções para o atendimento da crescente demanda observada nos
últimos anos se tornaram mais evidentes.
Busca por novas fontes de geração, ampliação e adequação dos sistemas de transmissão e
distribuição foram rapidamente citadas como formas de minimizar os impactos causados
pelas eventuais faltas de energia. Entretanto, uma solução mais econômica e de alcance
mais imediato está na eliminação do desperdício de energia elétrica, ou seja, na eficiência
energética.
O aquecimento da economia implica diretamente na ampliação do parque industrial
brasileiro, notoriamente reconhecido como o grande setor consumidor de energia elétrica.
Do total da energia consumida no país, estima-se, segundo a Empresa de pesquisa
energética - EPE (2007), que aproximadamente a metade (44%) é consumida pelo setor
industrial. Os motores destacam-se dentre as cargas elétricas de uma indústria
representando até 60% do total de energia elétrica consumida na mesma, de acordo com
Garcia (2003). Somando a esses dados o fato de que nos motores são verificadas grandes
parcelas de desperdício de energia (devido ao mau dimensionamento, falta de manutenção,
excesso de rebobinagens, não utilização de acionamento eletrônico, etc.) reforça-se a
importância de estudos direcionados à eficiência energética em sistemas motrizes.
Entre os processos que utilizam motores elétricos estão os sistemas de bombeamento
hidráulico, que representam 18% da força motriz utilizada na indústria (PEREIRA, 2007).
No Mato Grosso do Sul, além do crescimento do número de indústrias em instalação,
existe também uma significativa utilização de sistemas de bombeamento hidráulico no
setor agropecuário.
Capítulo 1 – Introdução___________________________________________________
_________________________________________________________________________
2
Portanto, o presente trabalho se mostra importante pelo fato de que os resultados aqui
apresentados possam servir de subsídio para a realização de investimentos na utilização de
acionamento eletrônico e na troca de motores convencionais por modelos de alto
rendimento em sistemas de bombeamento sejam eles no setor industrial ou nos setores
agropecuário e comercial.
1.2 Objetivos
Objetivou-se com o trabalho elaborar estratégias de ensaios em uma bancada de simulação
controlada via supervisório para verificação dos potenciais de eficientização energética em
um sistema de bombeamento hidráulico.
Especificamente, foram realizados ensaios visando o levantamento dos valores de vazão de
água do sistema, rotação (do motor), além da potência elétrica consumida pelo acionador e
a partir de então foram elaborados gráficos e quadros comparativos.
As medições foram feitas com diferentes conjuntos de “acionador + controle de vazão”.
São eles:
· Motor Standard + válvula pneumática;
· Motor Standard + inversor de freqüência;
· Motor de Alto Rendimento + válvula pneumática;
· Motor de Alto Rendimento + inversor de freqüência.
Visou-se fundamentalmente, através da implementação de novas funções para o sistema
supervisório, criar condições de representar o comportamento de sistemas de
bombeamento reais encontrados na prática e estabelecer qual tipo de motor e controle de
vazão são mais eficientes.
Espera-se que os resultados contribuam com os estudos de viabilidade econômica de
investimentos em métodos de conservação de energia em sistemas de bombeamento e
também para o aumento das atividades de pesquisa direcionadas à eficiência energética em
sistemas motrizes industriais no estado de Mato Grosso do Sul.
Capítulo 1 – Introdução___________________________________________________
_________________________________________________________________________
3
1.3 Estrutura do Trabalho
A estrutura deste trabalho é composta de 07 capítulos conforme a seqüência:
Capítulo 1 - Destaca o tema do trabalho e enfatiza os objetivos gerais e específicos.
Capítulo 2 - Apresenta a revisão bibliográfica relacionada à eficiência energética,
consumo de energia na indústria, motores elétricos de indução,
acionamento eletrônico, e descreve o estado da arte em conservação de
energia em sistemas de bombeamento.
Capítulo 3 - Descreve as características de sistemas de automação industrial (sistema
supervisório) e seus componentes.
Capítulo 4 - Apresenta o Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes
LAMOTRIZ, especificamente a estação de simulação da bomba
centrífuga, além de descrever quais são as metodologias de ensaio e
implementações no supervisório.
Capítulo 5 - Apresenta a análise e discussão dos resultados obtidos durante as
simulações.
Capítulo 6 - São apresentadas as conclusões sobre os resultados obtidos durante a
metodologia desenvolvida e as sugestões para novos trabalhos.
Capítulo 7 - São apresentadas as referências bibliográficas utilizadas para a
realização deste trabalho.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 4
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 2
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SISTEMAS DE
BOMBEAMENTO
2.1. Consumo e Conservação de Energia
A conservação de energia leva à exploração racional dos recursos naturais, conforme
ELETROBRÁS (2007). Uma maneira limpa e de baixo custo de se economizar energia
elétrica é combatendo o seu desperdício. A energia que está sendo desperdiçada poderá ser
utilizada para a alimentação de outra carga, sendo de baixo custo pelo fato da não
necessidade de novos investimentos, e limpa por não agredir o meio ambiente.
A preocupação quanto à possibilidade da falta de suprimento de energia elétrica remete à
necessidade de se avaliar de que forma esse tipo de energia vem sendo utilizado. Isso torna
evidente que o problema não se limita apenas à necessidade de gerar cada vez mais
energia, mas, primeiramente, a eliminar desperdícios, buscando o máximo de desempenho
com o mínimo de consumo, avalia a ELETROBRÁS (1998).
Entretanto, essa busca por consumo eficiente de energia não desponta como uma situação
fácil. Dos mais variados obstáculos para introdução da eficiência energética e conservação
de energia no setor elétrico podem-se citar os seguintes fatores: falta de conhecimento das
melhorias efetivas na utilização de energia elétrica por parte dos consumidores, falta de
comprometimento dos usuários de equipamentos elétricos com a redução do desperdício e
falta de capital dos consumidores para investimento em novas tecnologias que na maioria
das vezes são mais eficientes.
É importante definir a conservação de energia como a forma de utilizar a energia elétrica
de um modo mais eficiente, ou seja, melhorar a maneira de utilizá-la, sem abrir mão do
conforto e das vantagens que ela proporciona. Portanto, a conservação de energia pretende
diminuir o consumo, com isso uma diminuição dos custos, sempre levando em
consideração que não se perca a qualidade dos processos produtivos proporcionada pelo
uso da energia elétrica.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 5
_________________________________________________________________________
No cenário energético mundial pode-se perceber um grande aumento do desenvolvimento
humano e conseqüentemente um aumento do consumo de energia elétrica. Esse
significativo potencial de aumento de consumo de energia gera mais investimentos, que
por sua vez implicam na degradação do meio ambiente, caso sejam consideradas as atuais
formas de produção de energia. Embora o crescimento seja necessário, também deve haver
a preocupação com a preservação do meio ambiente, assim, medidas de minimização da
destruição dessa condição natural devem ser tomadas, é o que conclui Goldemberg (1998).
Segundo La Rovere (1985) e Dias (1999), a conservação de energia passa por seis níveis
de intervenção perante a comunidade, sendo eles:
· Eliminação de desperdício;
· Aumento da eficiência das unidades consumidoras;
· Aumento da eficiência das unidades geradoras;
· Reaproveitamento dos recursos naturais pela reciclagem e redução do
conteúdo energético dos produtos e serviços;
· Rediscussão das relações centro/periferia, no que tange ao transporte e à
localização de empresas produtoras e comerciais;
· Mudança dos padrões éticos e estáticos, a partir dos quais a sociedade
poderia penalizar os produtos e serviços mais energointensivos.
Para Dias et al. (2007), o papel da sociedade na conservação de energia ainda está aquém
do que o que realmente deveria ser. Para uma maior atuação da sociedade no papel de
conservar a energia, a mesma primeiramente deve ter o mínimo de conhecimento de como
os sistemas energéticos influem em seu cotidiano, quais as suas implicações no meio
ambiente e como isso resultaria em uma economia de capital e das reservas energéticas.
Segundo as metas estabelecidas pelo PROCEL (2007), caso seja mantida a estrutura atual
de uso de energia elétrica, projeta-se uma necessidade de suprimento, em 2015, em torno
de 780 TWh/ano. Caso os desperdícios sejam reduzidos, estima-se uma conservação anual
de até 130 TWh (equivalente a produção de aproximadamente duas usinas de Itaipu). Uma
das metas do PROCEL é a redução das perdas na transmissão e distribuição para um valor
próximo de 10%. Juntamente com a adoção do SELO PROCEL espera-se um aumento
médio de 10% no desempenho dos equipamentos que participam do programa.
Com a crise energética ocorrida nos anos de 2001 e 2002, o conhecido “apagão”, pôde-se
perceber com maior intensidade a importância e o papel dos esforços em melhorias nos
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 6
_________________________________________________________________________
usos finais de energia pelos diversos setores da sociedade. Significativas reduções do
consumo de energia foram verificadas, chegando em algumas regiões do país até a 20%.
Foram resultadas da introdução de tecnologias mais eficientes, substituições de eletricidade
por energia solar e gás (GN e GLP) e também de grandes alterações nos padrões de
comportamento, especialmente do consumidor residencial, é o que comenta Jannuzzi
(2001). Portanto, uma demonstração do potencial existente, a eficiência energética foi a
precursora das ações para o controle da demanda de eletricidade, comprovando o impacto
positivo das medidas conservacionistas.
A crise de energia mostrou duramente como a energia elétrica não é abundante, cita
Tolmasquim (2002). As conseqüências dela foram danosas para a economia do país,
resultando em um crescimento do PIB de 1,4% (IBGE, 2003), muito abaixo das
expectativas da época, deixando claro o quanto é estreita a relação entre desenvolvimento
econômico e oferta de energia, e a necessidade de um planejamento em longo prazo de
ampliação do parque gerador nacional.
O aumento contínuo do consumo de energia elétrica devido ao aumento populacional e ao
aumento da produção industrial exige um planejamento antecipado e execução de políticas
econômicas governamentais. Assim, essas políticas governamentais podem suprir a tempo
as necessidades de expansão da produção de energia.
Um dos estudos mais importantes na área do setor energético brasileiro a respeito da
formulação de políticas energéticas e orientações para o planejamento setorial é o BEN
Balanço Energético Nacional. A figura 2.1 ilustra o aumento do consumo de energia
elétrica no Brasil, com principal destaque para o setor industrial.
Figura 2.1 - Consumo de energia elétrica ano a ano em TWh segundo o setor da economia.
Fonte: BEN (2006).
TWh
Ano
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 7
_________________________________________________________________________
O mercado de eletricidade tem crescido continuamente a taxas superiores às do
crescimento do PIB, conforme ilustrado na figura 2.2. Portanto verifica-se a necessidade de
um correto planejamento antecipado para a expansão do sistema de geração e distribuição
no Brasil.
Figura 2.2 - Evolução do consumo de eletricidade, energia total e PIB (1984-2006).
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e Ministério de Minas e Energia
2.2. Consumo de Energia na Indústria Brasileira
O setor da economia brasileira que possui o maior consumo de energia é o industrial, com
44% desse consumo, conforme pode ser visto na figura 2.3. Para EPE (2007), a classe
industrial contribuiu com um consumo de energia elétrica de quase 154 GWh no ano de
2006. Dessa maneira, também é responsável por grande parcela do desperdício da mesma.
Portanto, são fundamentais estudos e investimentos para a conservação e uso eficiente de
energia nesse setor.
Industrial
44%
Residencial
25%
Outros 15%
16%
Figura 2.3 - Consumo de energia por setor no ano de 2006.
Fonte: EPE (2007).
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 8
_________________________________________________________________________
A produção industrial brasileira apresentou um aumento de 4,5% no período de janeiro de
2006 à janeiro de 2007. Destacaram-se os setores de alimentos (crescimento de 5,5%),
metalurgia básica (7,6%) e bebidas (13,1%), que se caracterizam por consumirem mais
energia elétrica relativamente aos outros ramos. O aumento de 3,4% no consumo de
energia, registrado de Janeiro de 2006 a Janeiro de 2007, reflete a tendência de avanço da
produção industrial, que pela sétima vez consecutiva mostra acréscimo na comparação com
o mês do ano anterior, é o que conclui EPE (2007).
A acelerada mudança do mercado nas últimas décadas obriga as empresas a acompanhar
um ritmo veloz através de inovações, que podem ser: de métodos, de processos, de
estratégias e de produtos, assim, com esse aumento da competitividade, a sobrevivência
no mercado é garantida. As empresas precisam constantemente melhorar seu desempenho
pela otimização de seus recursos (água, energia, matéria-prima e resíduos). A meta é
produzir mais com menos recursos, sem prejudicar a qualidade e segurança dos produtos,
processos e serviços.
Em uma indústria os empreendimentos são desenvolvidos inicialmente com alguns
propósitos particulares, mas, fundamentalmente, visam o lucro. Porém, estas empresas
fazem uso de recursos naturais e insumos para a produção de bens e de serviços que
movimentarão seus negócios. Portanto, o modelo de desenvolvimento econômico adotado
pela indústria é de fundamental importância quando se refere ao desenvolvimento
sustentável.
Young e Lustosa (2007) concluem que no sentido da utilização mais racional dos recursos,
o aumento da produtividade e tornar a empresa mais competitiva serão possíveis através
de inovações, como a redução de custos e/ou pela melhoria de seus produtos.
2.3. Sistemas motrizes industriais
Analisando o BEN 2002, Garcia (2003) cita que a fonte de energia no setor industrial de
maior participação é a elétrica, com 1/5 de contribuição, seguindo-se o bagaço de cana,
com maiores consumos que os combustíveis fósseis.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 9
_________________________________________________________________________
Apesar do calor (aquecimento direto e calor processo) ser o maior representante do
consumo de energia (86%), como observado na figura 2.4, suas fontes são principalmente
o coque e o bagaço de cana.
Figura 2.4 - Consumo de energia final na indústria por uso final.
Fonte: Garcia (2003).
A força motriz, que é objeto de estudo desse trabalho, é responsável por 11%. Contudo, a
força motriz tem como principal fonte a eletricidade, conforme ilustra a figura 2.5.
Figura 2.5 - Uso de energia para força motriz.
Fonte: Garcia (2003).
Em todos os setores industriais a força motriz é predominante, exceto aqueles que usam
eletrotermia e eletrólise, como ferro-gusa e aço, ferro-ligas e alumínio. Assim, um
predomínio da força motriz sobre os diversos setores, logo, os motores elétricos
correspondem a 60% da eletricidade consumida na indústria, comenta Garcia (2003).
Sendo assim, os motores são os responsáveis por grande parcela das perdas nas instalações
industriais, conseqüentemente, o potencial de redução do consumo de energia é enorme.
Muitas indústrias desperdiçam energia por causa de processos industriais ineficientes. Uma
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 10
_________________________________________________________________________
boa parte dos motores usados no Brasil é do tipo standard”, que possuem uma baixa
eficiência energética, ou então, estão sobredimensionados para o trabalho que estão
executando. Esse sobredimensionamento faz com que o motor trabalhe com um baixo fator
de potência. Com o uso de motores eficientes e processos que consomem menos energia,
uma indústria pode ter considerável redução no valor da conta de energia e contribuir para
a redução de impactos ambientais, como já dito anteriormente.
Os sistemas motrizes podem ser divididos em algumas áreas, sendo elas: refrigeração, ar
comprimido, compressão de processo, ventilação, bombeamento e equipamentos de
processo. Para Correia (2007), a divisão em porcentagem da força motriz, para
consumidores industriais de alta tensão, segundo essas áreas, é feita conforme mostra a
figura 2.6. Com isso, o estudo particularizado dessas áreas, através de métodos e práticas,
tem fundamental importância para o uso eficiente de energia e redução dos gastos com
energia elétrica dentro da indústria.
Figura 2.6 - Distribuição da força motriz por uso final.
Fonte: Correia (2007).
O motor de indução é o mais utilizado nos processos industriais. Suas principais vantagens
são: eliminação do atrito de todos os contatos elétricos, facilidade de se encontrar no
mercado e grande robustez. A sua construção, bastante simples, permite a redução do preço
final do produto, e ainda, possui uma gama bastante variada de aplicações, desde alguns
cv’s até centenas de cv’s. Além disso, proporciona vantagens econômicas quanto a sua
manutenção, é o que diz Haddad et al. (2001).
O motor elétrico tornou-se um dos mais notórios inventos do homem ao longo de seu
desenvolvimento tecnológico. Máquina de construção simples possui vantagens como:
custo reduzido, versátil, não poluente, facilidade de transporte, limpeza fácil, simplicidade
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 11
_________________________________________________________________________
de comando e pouca manutenção. Seus princípios de funcionamento, construção e seleção
necessitam ser conhecidos para que ele desempenhe seu papel relevante no mundo de hoje.
O motor de indução é formado basicamente por duas partes principais: o rotor e o estator.
O estator é a parte estacionária da máquina, enquanto que o rotor é a parte girante.
De todos os tipos de motores, o motor de indução de gaiola de esquilo é o mais simples e o
mais usado no aspecto construtivo, segundo Kosow (2000), pois não tem comutador, nem
anéis coletores, nem quaisquer contatos móveis entre o rotor e o estator. Esse tipo de
construção leva a muitas vantagens, inclusive a uma operação com reduzida manutenção,
indicando-se uma aplicação em localizações remotas, e sua operação em condições severas
de trabalho, onde a poeira e outros materiais abrasivos sejam fatores a serem considerados.
A potência que o motor consome da rede é diferente da potência que ele entrega a carga. A
potência entregue a carga é a potência que o motor consome de rede menos as perdas
internas do motor.
Assim, a potência absorvida da rede é dada pela equação (2.1).
S
= 3 .U.I (2.1)
Onde:
U = tensão entre fases (V);
I = corrente da carga (A);
S
= potência aparente trifásica absorvida de rede (VA).
A potência aparente (S) corresponde a soma das potências ativa e reativa. A potência ativa
(P) é a parcela da potência aparente (parte real) que realmente realiza trabalho, e a potência
reativa (Q) é a parcela da potência aparente (parte imaginária) que não realiza trabalho,
apenas é transferida aos elementos reativos (indutores e capacitores). Dessa forma,
observa-se na equação (2.2) a composição da potência aparente.
S = P + jQ (2.2)
Onde:
P = potência ativa (W);
Q = potência reativa (var).
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 12
_________________________________________________________________________
O motor elétrico não consome apenas potência ativa que é convertida em trabalho
mecânico, mas também reativa que não realiza trabalho, necessária para magnetização.
No triângulo de potências da figura 2.7 podem ser observados os vetores de potência ativa
(P) e reativa (Q), que somados resultam na potência aparente (S), segundo um ângulo φ. É
importante salientar que φ é o ângulo de defasagem da corrente em relação a tensão, e o
cos(φ), chamado de fator de potência corresponde à relação entre S e P, observada na
equação (2.3).
Figura 2.7 - Triângulo de potências para carga indutiva.
cos(φ) =
S
P
(2.3)
Carga resistiva: cos (φ) = 1;
Carga indutiva: cos (φ) atrasado;
Carga capacitiva: cos (φ) adiantado.
Assim, nas equações (2.4) e (2.5) temos a potência ativa e reativa, respectivamente.
P = S cos(φ) ou P = 3 .U.I.cos(φ) [W] (2.4)
Q = S sen(φ) ou Q = 3 .U.I.sen(φ) [var] (2.5)
Visando otimizar o aproveitamento de energia elétrica, a legislação brasileira estabelece
que o fator de potência a ser trabalhado seja 0,92. Isso porque o trânsito de energia reativa
no sistema sobrecarrega-o de maneira ineficiente (além de acarretar outros problemas), ou
seja, a energia ativa que poderia estar fluindo (gerando trabalho) está cedendo lugar à
energia reativa, ressaltando que a energia reativa não realiza trabalho.
Nos motores, por serem cargas predominantemente indutivas, o aumento do fator de
potência é feito através da ligação em paralelo de: capacitores ou motores síncronos super
excitados, sendo que o uso de capacitores é o mais usual por motivos de custo, facilidade e
φ
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 13
_________________________________________________________________________
baixa manutenção. O uso de motores síncronos super excitados geralmente se quando
ele faz parte da linha de produção da fábrica, assim tem-se a vantagem da não
necessidade do investimento inicial apenas para a correção do fator de potência.
Para Caderno Digital (2001), em motores maiores que 30 cv as perdas podem chegar a
10%. Caso a carga no eixo decresça, o rendimento também cai. Assim, o dimensionamento
inadequado do motor pode resultar em desperdício de energia.
A potência de saída não é igual a de entrada devido as perdas internas do motor. As perdas
de potência são divididas em:
· Perdas Joule: são as perdas que dependem da corrente. Perdas no
enrolamento do estator e nas barras do rotor;
· Perdas no ferro: são as perdas que dependem da indução magnética,
freqüência e qualidade do material ferromagnético;
· Perdas Mecânicas: são as perdas que dependem da rotação, perdas pelo
atrito e ventilação.
2.4. Eficiência em Motores Elétricos na Indústria
O motor de indução trifásico com rotor de gaiola de esquilo é largamente utilizado na
indústria, correspondendo a 75% dos motores existentes no Brasil. Na indústria, devido à
utilização de motores de maior porte este número é seguramente maior, isso porque os
25% restantes constituem-se de motores menores que 1 cv, monofásicos, com aplicações
em equipamentos residenciais como geladeiras, ar-condicionado, máquina de lavar, entre
outros, conforme Garcia (2003).
Alguns dos fatores que influenciam o desempenho do motor de indução são:
dimensionamento incorreto, desequilíbrio entre fases e variação da tensão de alimentação
em relação a nominal, comentam Campana et al. (1999). Para Garcia (2003), outros fatores
que influenciam diretamente no rendimento de um motor são: motor rebobinado, instalação
inadequada, alimentação elétrica e manutenção.
Para Almeida (2001), a manutenção do motor de indução como a lubrificação adequada
(nem a mais, nem a menos), ambiente limpo, boas conexões, são fatores que ajudam a
melhorar a operação desse equipamento, mas esse ambiente nem sempre é encontrado.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 14
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A maior ocorrência da falta do uso eficiente de um motor de indução é o seu
superdimensionamento. O superdimensionamento ocorre, geralmente, pela falta de
conhecimento sobre o ciclo de carga e os coeficientes de segurança, adverte Caderno
Digital (2001). Um exemplo disso é um sistema de bombeamento onde o engenheiro
mecânico aplica o coeficiente de segurança sobre a potência e o rendimento da bomba, o
engenheiro de processo aplica outro coeficiente sobre o valor da vazão necessária, ainda
assim o motor escolhido será aquele que possui potência imediatamente superior ao
calculado; ou então na hora da compra, o vendedor sugere um motor de grande potência,
pois assim, ele itrabalhar com “folga”. Esses são apenas alguns exemplos de casos em
que pode ocorrer superdimensionamento de um motor de indução.
Caso o motor trabalhe com baixos índices de carregamento haverá a diminuição do
rendimento a valores insatisfatórios. Segundo WEG (2007), a faixa de operação para se
obter um maior rendimento deve ser entre 75 e 100% da potência nominal.
Outro inconveniente do superdimensionamento é o baixo fator de potência. Quanto menor
o fator de potência maior serão as correntes que circularão desnecessariamente pelo motor
e pela rede. Além disso, segundo Campana et al. (1999), alguns outros prejuízos podem ser
citados: aumento do nível de corrente do circuito e o conseqüente incremento de perdas,
queima de motores causada pela flutuação de tensão, sobrecarga de equipamentos,
desgaste dos equipamentos de proteção e manobra, impossibilidade de instalação de novas
cargas em transformadores carregados (devido a utilização da capacidade instalada para a
potência reativa), e aumento de investimentos em condutores e equipamentos.
Como se pode perceber, as conseqüências de um baixo fator de potência implicam em uma
grande quantidade de problemas. Portanto é visto que a correção do mesmo para valores
mais elevados é de fundamental importância.
Foi com esse intuito que, a partir de 1994, o Brasil passou a penalizar financeiramente
empresas consumidoras que trabalhassem com fator de potência menor que 0,92. O total de
economia com a melhoria do fator de potência até 1999, foi estimada em cerca de 2.258
GWh, valor próximo ao total de energia elétrica consumida pelo setor público em 1998
concluem ELETROBRÁS (1998), Galvão et al. (1998) e BEN (1999).
Na figura 2.8 em a) e b) observa-se as relações Rendimento (η) x carga e Fator de Potência
(cosφ) x carga, respectivamente.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 15
_________________________________________________________________________
Figura 2.8 - Curvas típicas: a) η x carga; b) cosφ x carga.
2.5. Motores de Alto Rendimento
Os motores de alto rendimento, devido ao seu projeto de construção, possuem
características que fazem com que ele tenha uma performance melhor que os motores
convencionais, ou seja, podem fornecer a mesma potência no eixo que um motor do tipo
standard, porém consumindo menos energia da rede elétrica GUALBERTO (2007).
Aumentar o rendimento de um motor de indução significa diminuir as perdas, é o que diz
Schaeffer (2005). As perdas podem ser reduzidas de 20 a 50% com a otimização do projeto
e uso de materiais de melhor qualidade. A fabricação de um motor de alto rendimento leva
em consideração todas as perdas, procurando diminuí-las. Dentre as características
construtivas dos motores de alto rendimento, destacam-se:
· Chapas metálicas de melhor qualidade (aço silício);
· Maior volume de cobre, o que reduz a temperatura de operação;
· Enrolamentos especiais;
· Rotores tratados termicamente, reduzindo perdas rotóricas;
Rendimento
nominal
Fator de
Potência
nominal
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 16
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· Altos fatores de enchimento das ranhuras, que provêm melhor dissipação do
calor gerado;
· Anéis de curto-circuito dimensionados para reduzir as perdas Joule;
· Projetos de ranhuras do motor são otimizados para incrementar o
rendimento.
Com as modificações anteriormente citadas, os motores de alto rendimento apresentam
vantagens com relação aos motores standard como: menor temperatura de trabalho
(resultando em vida útil maior), menor necessidade de manutenção, menor nível de ruído e
vibrações (devido ao melhor balanceamento e menores tolerâncias de fabricação),
conforme Pereira (2007).
Ainda segundo Pereira (2007), devido a suas características construtivas, os motores de
alto rendimento são motores que possuem perdas menores que os motores standard,
resultando assim numa melhoria do rendimento. Este aumento do rendimento varia com a
potência do motor e com o fabricante, portanto não sendo um valor constante.
Como o custo da energia vem se tornando cada vez maior, a utilização de motores de alto
rendimento (mesmo que com um custo de investimento inicial maior que o custo de um
motor padrão) torna-se justificável na maioria dos casos. Esses motores de alto rendimento
reduzem os custos com o consumo de energia elétrica, além de proporcionar outros ganhos
à sociedade. Com o uso desses motores tem-se uma utilização mais racional dos recursos
naturais, conclui Gualberto (2007).
Para Lobosco e Dias (1988) nos estudos voltados à substituição de motores deve ser levado
em consideração o critério do retorno do capital, que se dará pela redução do consumo de
energia resultante da utilização do motor de melhor rendimento.
Em 17 de Outubro de 2001 foi promulgada a lei n° 10295, conhecida como Lei da
Eficiência Energética. A lei estabelecia a decisão de criar “níveis máximos de consumo
específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos
consumidores de energia fabricados ou comercializados no País”. Foi regulamentada pelo
Decreto n° 4059 de 19 de Dezembro de 2001.
Um ano após a criação e regulamentação da Lei da Eficiência Energética foi aprovado o
Decreto 4508/2002 que regulamentou os índices de eficiência energética para os
“motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo”. O decreto estabelece, no
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 17
_________________________________________________________________________
Art. 3°, que “o indicador de eficiência energética a ser utilizado é o rendimento nominal”.
A adoção dos índices propostos representou um passo adiante no desenvolvimento do
processo de substituição de motores padrão para os motores de alto rendimento.
Schaeffer (2005) fez o estudo a respeito dos índices propostos pelo Decreto 4.508/2002
para os motores de indução trifásicos de alto rendimento gaiola de esquilo e seus impactos,
entre eles: comparação com práticas internacionais, impacto potencial para os fabricantes,
impactos financeiros para os consumidores, consumo de matéria-prima, impacto sobre a
importação de motores, extensão dos índices para motores até 500 cv e os benefícios
trazidos à sociedade. Sua conclusão foi que a troca dos motores é altamente atrativa
financeiramente, além dos benefícios sociais e ambientais que traz, porém, como os custos
serão assumidos pelos consumidores finais, sugere-se a adoção de incentivos que possam
transferir uma parte do investimento evitado para o setor. Assumir parte dos custos
necessários para adaptação do setor fabril pode ser um exemplo de transferência de
investimentos.
A CEMIG (1997) analisou três situações para o uso de motores de alto rendimento em uma
indústria de cimento em Minas Gerais, são elas: - queima do motor original e
substituição por um motor novo; - substituição do motor original em boas condições por
um novo de alto rendimento e - aquisição de motores de alto rendimento para uma nova
instalação.
Os resultados desse estudo de caso mostram que o uso do motor de alto rendimento é uma
ótima opção. Principalmente quando ocorre queima de um motor padrão e a substituição
do mesmo por um de alto rendimento ou quando se adquire motores de alto rendimento
para uma nova instalação. Quando se trata da substituição de motores padrão em boas
condições de funcionamento pelos motores de alto rendimento a alternativa pode não ser
tão atrativa, mas nesse estudo de caso, por exemplo, dos três motores analisados (7.5, 20 e
75 cv), o motor de 75 cv foi uma boa alternativa de troca. Portanto, vale a pena considerar
a aplicação de motores de alto rendimento como forma de redução de custos para a
empresa, é a conclusão que CEMIG (1997) obtém desse estudo de caso.
No estudo realizado por Neto (2004) em uma indústria de armazenamento de grãos a
economia proveniente da substituição do motor standard por um motor de alto rendimento
de 30 cv em um dos aeradores proporcionaria um tempo de retorno do investimento neste
motor de 4,85 anos. É importante salientar, entretanto, que o tempo de retorno na maioria
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 18
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das vezes é diferente para cada consumidor, haja vista que a economia depende do
comportamento da curva de carga de cada um, da estrutura tarifária, entre outros fatores
que devem ser considerados.
Os motores de alto rendimento custam em geral 30% mais caro que os motores do tipo
standard, segundo Pereira (2007). Assim, uma análise econômica visa fornecer subsídios
para que a decisão seja tomada, se a substituição de motores do tipo standard pelos de alto
rendimento é viável ou não. Ressalta-se que a diferença de preço entre os motores foi
diminuída a partir da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os
modelos de alto rendimento.
A análise econômica deve levar em consideração fatores como:
· Rendimento dos motores sob análise – a confiabilidade da análise está
diretamente relacionada com a confiabilidade dos dados de rendimento;
· Número de horas em operação aplicações em que o motor opera poucas
horas geralmente o investimento em motores de alto rendimento não compensa
economicamente;
· Nível de carregamento o rendimento do motor depende da carga que es
sendo solicitada, quanto mais próximo do valor nominal maior será o rendimento;
· Custo da energia (R$/kWh) o custo da energia varia conforme o tipo de
consumidor e da concessionária;
· Vida útil do motor que a economia do uso de motores de alto
rendimento é possível, torna-se necessário estimar quanto ele ieconomizar durante a sua
vida útil;
· Taxa de juros a comparação das taxas referenciais com as diversas
alternativas é necessária para a aplicação do capital, que varia da perspectiva do usuário do
motor, como da sua disponibilidade financeira.
Pereira (2007) conclui ainda que o uso de motores de alto rendimento é altamente atraente
quando: em novas instalações; compra de pacotes incluindo motores; mudança nas
instalações (ampliação); alternativa para rebobinagem (queima); troca de motores mal
dimensionados; parte de um programa de eficientização; incentivo por parte de terceiros.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 19
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2.6. Acionamento Eletrônico
Com os grandes avanços conseguidos por estudos na área de eletrônica de potência, o
acionamento eletrônico tornou-se uma alternativa atraente quanto ao seu potencial
significativo de conservação de energia. O acionamento eletrônico pode ser usado tanto
como método de partida (soft-starters) ou como métodos de controle de vazão (inversores)
no caso de bombas centrífugas.
A energia elétrica distribuída no Brasil possui freqüência de 60 Hz, uma vez que a
velocidade do motor de indução trifásico é proporcional à freqüência das tensões e da
corrente de entrada e estes são alimentados diretamente pela rede, os motores de indução
atendem suas cargas satisfatoriamente bem quando usados em aplicações à velocidade
constante. Porém, em muitas aplicações, o controle de velocidade pode ser requerido e com
isso, o acionamento eletrônico se apresenta com o intuito de satisfazer essa necessidade, a
necessidade de um maior controle do motor, também garantindo com isso uma maior faixa
de operação do mesmo.
Além de garantir uma maior versatilidade ao motor de indução quanto ao seu controle, os
acionamentos eletrônicos também são utilizados como forma de conservar energia elétrica.
Como exemplo, pode ser usado para o controle de vazão em processos de bombeamento,
substituindo os controles tradicionais de forma muito mais eficiente, tais como válvula de
controle, by-pass, sistema on-off. Esses processos, largamente utilizados em indústrias,
possuem potencial de redução de energia elétrica na ordem de até 30% teoricamente,
comenta PROCEL (2004b).
Diminuir a entrada de energia, com o uso dos acionadores eletrônicos faz com que haja
uma redução do consumo de energia. Essa economia de energia além de trazer benefícios
para a conservação dos recursos naturais faz com que o capital investido para a compra do
equipamento tenha um retorno financeiro em curto período de tempo. Como exemplo, para
um sistema de bombeamento de grande porte operando com velocidades variáveis, estima-
se que o tempo de recuperação do capital investido seja da ordem de 3 a 5 anos, enquanto a
vida útil do equipamento é de 20 anos. Ou seja, haverá operação lucrativa em um período
de 15 a 17 anos apenas com a redução do consumo de energia elétrica, é o que diz
PROCEL (2005).
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 20
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Para Oliveira (2000), o avanço da eletrônica de potência dos últimos anos resultou no
surgimento de novos equipamentos e de novas topologias, destinados a modernizar as
técnicas convencionais de acionamentos elétricos para motores de indução. O soft-starter,
por exemplo, vem como equipamento de substituição aos métodos tradicionais de partida
(Y-Δ e compensadora) com muitas vantagens.
Um dos equipamentos muito utilizados para a alimentação de motores de indução trifásico
do tipo gaiola de esquilo são os inversores de freqüência. Eles permitem um acionamento
de velocidade variável, controlando a tensão e a freqüência da rede.
Para Ottoboni (2002), a tecnologia dos inversores evoluiu proporcionando características
de controle de velocidade e de torque em um motor de indução. O primeiro instante dessa
evolução foram os conversores de freqüência com controle escalar (controle da relação
tensão/freqüência V/f) e chaveamento PWM (modulação por largura de pulso), e
posteriormente, visando melhorar a performance dos conversores de freqüência foi
desenvolvido o modelo de controle vetorial.
O motor elétrico atende satisfatoriamente as exigências das aplicações à velocidade
constante, segundo Brasil (1998). Entretanto, muitas vezes é necessária a variação da
velocidade dos motores, como por exemplo, na utilização de um ventilador de velocidades
variadas.
Os inversores ajustam seus parâmetros de modo a manter o rendimento de um motor na
condição nominal de carga ou próximo dela, portanto. Assim, o inversor adapta-se
conforme as solicitações da carga acionada pelo motor, comentam Hanson et al. (1996).
Em suas análises (foram analisadas cinco situações) concluíram que para que fosse
vantajosa economicamente o investimento na compra de um acionador eletrônico
trabalhando de forma a reduzir o consumo de energia o motor deve operar entre 500 e 1000
horas por ano.
O princípio de funcionamento de um inversor de freqüência com controle escalar é aplicar
uma onda de tensão (V) de amplitude e freqüência (f) variáveis mantendo a relação V/f
sensivelmente constante. A onda de tensão aplicada ao motor é gerada por dispositivos
eletrônicos de potência chaveados a altas freqüências. Entretanto, cabe citar que outros
tipos de inversores que estão no mercado trabalham com técnicas diferentes da “V/f
constante”.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 21
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A técnica de modulação PWM consiste em aplicar uma sucessão de pulsos de tensão no
motor de indução, com amplitude igual a tensão contínua fornecida pelo retificador,
também, os pulsos são modulados com larguras diferentes, de forma a criar uma tensão
alternada de amplitude variável.
No esquema PWM o inversor coloca harmônicas de alta freqüência (acima da 17ª), de
forma que, mesmo em baixas velocidades, devido a ausência de harmônicos de baixa
freqüência (5ª, 7ª, 11ª e 13ª) a máquina não terá torques pulsantes que produzem oscilações
e nem perdas de aquecimento devido a presença destas.
A economia proporcionada pelo inversor de freqüência é dada em função da redução da
potência de entrada, do número de horas de funcionamento e do preço da energia elétrica,
comenta Arruda (1988).
Quando a necessidade apenas da variação de rotação e partidas suaves o inversor do
tipo escalar (relação V/f) pode ser usado com grande satisfação. Mas, quando um controle
mais eficaz é necessário o uso dos inversores tipo vetorial são os mais adequados, pois
controlam a tensão (V) e a freqüência (f) independentemente uma da outra, não mais
seguindo apenas a relação V/f, explica Araújo (2003).
É importante salientar que um inversor vetorial pode substituir um escalar, mas nem
sempre o escalar pode substituir um vetorial, contudo, nem toda aplicação é crítica o
bastante para o uso do inversor vetorial. O aspecto construtivo desses dois tipos de
inversores é semelhante, alguns fabricantes mudam apenas o software aplicativo para cada
tipo de controle, outros utilizam uma placa extra que, quando presente, transforma o
inversor escalar em vetorial. Como o preço do inversor vetorial é maior que o escalar, caso
a utilização não seja crítica, a utilização de inversores escalares poderá representar uma
economia razoável, analisa Araújo (2003).
O inversor escalar não oferece altos torques em baixas rotações, pois o torque é função
direta da corrente de alimentação (depende da tensão relação V/f). O inversor vetorial
por ter o controle de V” e de “f” independentes através do controle das correntes de
magnetização e do rotor adapta suas variáveis de acordo com a solicitação de torque da
máquina. O inversor vetorial é indicado para torque elevado com baixa rotação, controle
preciso de velocidade e torque regulável. o escalar é indicado para partidas suaves,
operação acima da velocidade nominal do motor e operação com constantes reversões,
concluem Rodrigues e Júnior (2002).
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 22
_________________________________________________________________________
2.7. Sistemas de Bombeamento
Uma bomba é um instrumento capaz de transferir energia de uma fonte para um líquido,
assim esse líquido pode realizar trabalho PROCEL (2005).
Objeto desse estudo, as bombas centrífugas são largamente encontradas em diversos ramos
de sistemas de bombeamento devido a: facilidades de instalação, manutenção barata,
flexibilidade de operação e investimento inicial baixo, comenta Sobrinho e Santos (1998).
Alguns exemplos de aplicações: irrigação, sistemas de água gelada (ar condicionado),
saneamento, indústrias químicas, petroquímicas, indústria açucareira, destilarias,
circulação de óleos entre outras diversas aplicações.
2.8. Características das Bombas Centrífugas e do Sistema de
Bombeamento
Uma bomba centrífuga pode operar a uma velocidade constante e produzir vazões que vão
de zero até um valor máximo, dependendo do projeto da bomba. Diversas são as variáveis
que dependem da sua capacidade, entre eles a carga total (H), a potência (P) e o
rendimento (η).
A potência que a máquina entrega ao líquido é diferente da potência consumida por ela.
Pode ser definida pela equação (2.6):
Pc = (γ.Q.H)/(75. η) (2.6)
Onde:
Pc – potência cedida ao líquido (cv);
γ – peso específico do líquido (kgf/m
3
);
Q – Vazão (m
3
/s);
H – carga da bomba (m);
η – rendimento da bomba.
A potência consumida da rede de energia elétrica por uma bomba centrífuga tocada por um
motor elétrico de indução trifásico é dada pela equação (2.7).
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 23
_________________________________________________________________________
Pe = √3.V.I.η.cosφ (2.7)
Onde:
Pe – potência consumida da rede elétrica por motor de indução trifásico (W);
V – tensão entre fases (V);
I – corrente (A);
cosφ – fator de potência;
η – rendimento da bomba.
2.9. Leis de similaridade dos sistemas de bombeamento
Dentre os fatores que influenciam na curva característica da bomba, cita-se a variação da
viscosidade do líquido, mudança do diâmetro do impelidor, entre outros. No entanto,
baseado no enfoque do presente trabalho cita-se a variação da rotação da bomba como
fator mais importante.
Para a variação da rotação tem-se a variação da vazão (Q), dada pela equação (2.8), da
carga (H), dada pela equação (2.9) e da potência absorvida, dada pela equação (2.10).
÷
÷
ø
ö
ç
ç
è
æ
=
1
1
N
N
QQ
(2.8)
2
1
1
÷
÷
ø
ö
ç
ç
è
æ
=
N
N
HH
(2.9)
3
1
1
÷
÷
ø
ö
ç
ç
è
æ
=
N
N
PP
(2.10)
Onde:
Q e Q
1
– vazão obtida com a nova rotação e vazão antiga, respectivamente (m³/s);
N e N
1
– nova rotação e rotação antiga, respectivamente (rpm);
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 24
_________________________________________________________________________
H e H
1
– nova carga e carga antiga (m);
P – potência absorvida com a nova condição (W);
P
1
– potência absorvida nas condições iniciais (Q
1
, H
1
e N
1
) (W).
2.10. Conservação de Energia em Sistemas de Bombeamento
A preocupação com a redução do consumo de energia em sistemas de bombeamento
remete às recentes e às prováveis futuras crises energéticas no Brasil. É motivada também,
em escala mundial, seja pela necessidade da contenção de despesas operacionais e/ou pela
tão difundida necessidade de redução dos impactos ambientais.
Segundo James et al. (2002) é possível se obter uma redução de no mínimo 25% do
consumo de energia em sistemas hidráulicos no mundo. Para isso, é necessária a
implantação de ações de eficiência energética que possibilitem o aumento do desempenho
desses sistemas.
A utilização de variadores eletrônicos de velocidade para o acionamento de certos tipos de
cargas industriais, dentre elas as bombas centrífugas, pode contribuir para uma redução de
aproximadamente 47 TWh/ano até 2015 na indústria européia, segundo estimativas de
Almeida et al. (2005).
Para Tsutiya (2001), no Brasil, as empresas de saneamento têm na energia elétrica o seu
mais alto custo operacional. Essa afirmação pode ser facilmente compreendida devido ao
fato de que muitas plantas de distribuição de água apresentam perdas por vazamentos,
bombas mal dimensionadas, além de enquadramento em estruturas tarifárias menos
vantajosas economicamente.
Para se ter uma idéia do alto consumo de energia elétrica em sistemas de bombeamento,
cita-se que o maior consumidor desse insumo no estado de São Paulo, um dos mais
desenvolvidos do país, é exatamente uma empresa de saneamento que abastece grande
parte dessa unidade federativa.
Segundo dados da ELETROBRÁS (2007), mais de 2% do consumo total de energia
elétrica do Brasil (aproximadamente 8,3 bilhões de kWh por ano) são consumidos por
empresas prestadoras de serviços de abastecimento de água. É importante ressaltar também
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 25
_________________________________________________________________________
que o aumento dos custos com energia elétrica dessas empresas geralmente é repassado ao
consumidor através da inclusão no reajuste de tarifas de água, ou seja, as empresas
certamente não absorvem todo o prejuízo vindo do desperdício de energia.
Dentre as possibilidades de redução do consumo de energia em sistemas de bombeamento
hidráulico, a eficientização do uso do elemento acionador (no caso o motor elétrico de
indução) pode trazer excelentes resultados.
No estudo de Machado (2007) as soluções apontadas como determinantes para a economia
de energia nos sistemas de bombeamento foram: substituição do motor standard por motor
de alto rendimento, adequação da potência do motor à carga, e utilização de inversores de
freqüência para controle de vazão.
Para sistemas em que a necessidade de controle de vazão de um fluído, PROCEL
(2004b) destaca os seguintes processos:
· Liga-desliga o motor liga quando a vazão atinge um limite inferior e desliga
quando atinge um limite superior. Devido ao fato de acontecer diversas partidas em
curtos espaços de tempos as partes elétricas e mecânicas são comprometidas. Um
sistema altamente ineficiente e gera muita manutenção, por isso muito pouco usado;
· By-Pass uma válvula de controle é utilizada para retornar o líquido da tubulação
de recalque para o reservatório de sucção. É o método menos eficiente e menos
usado para o controle de vazão em plantas industriais;
· Válvula de estrangulamento controla a vazão através da abertura ou do
fechamento parcial de uma válvula instalada em série com a bomba. É um método
comumente utilizado em processos industriais e possui um rendimento um pouco
maior que o controle by-pass;
· Acionamento eletrônico permite maior precisão do controle da vazão aliada a
uma significativa economia de energia.
Percebe-se que os controles “usuais” não possuem um rendimento satisfatório, ou seja, não
visam a eficiência no consumo de energia elétrica, portanto, o controle da vazão através do
acionamento eletrônico é uma alternativa altamente atraente quanto a economia de energia
elétrica.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 26
_________________________________________________________________________
Segundo os ensaios realizados por Schmdlin (2006) observou-se uma redução da potência
demandada por um conjunto moto-bomba de aproximadamente 50% quando utilizado o
inversor de freqüência ajustado para 45 Hz. Contudo, essa característica de funcionamento
(velocidade constante) não se aplica a todos os casos encontrados em sistemas de
bombeamento. Em certas aplicações a necessidade de que a vazão varie ao longo do
regime de funcionamento, e como exemplo, podem ser citados sistemas de irrigação que
recebem leitura de sensores de umidade estrategicamente instalados na terra de modo que a
informação repassada ao conjunto de bombeamento permita que este envie a quantidade
suficiente de água.
Segundo Silva Jr. (2004) a variação da velocidade dos motores em sistemas de
bombeamento e ventiladores, para controle de vazão e pressão, representa excelente
oportunidade para redução do consumo de energia. Em seu trabalho foi observada uma
economia de até 74,63% utilizando inversor de freqüência em aeradores de silos, sem
prejudicar a qualidade da conservação dos grãos.
Através de ensaios realizados em laboratório, Silva et al. (2007) destacam a redução de
consumo de energia elétrica da ordem de 16% em um sistema de bombeamento quando
substituído o motor standard por motor de alto rendimento. Entretanto, em sistemas
presentes em plantas industriais, deve-se tomar o cuidado de que uma possível substituição
de motores não seja feita indiscriminadamente, mas que antes haja uma avaliação da
viabilidade econômica do investimento a ser feito. Ou seja, deverá ser avaliada não apenas
a redução em kWh mas também a redução em Reais (R$) sendo que esta dependerá de
fatores particulares de cada consumidor, como o enquadramento tarifário, por exemplo.
Bardales et al. (2007) cita a importância do desenvolvimento de ferramentas
computacionais para facilitar a análise conjunta de eficiência do ponto de vista hidráulico e
energético em sistemas adutores de água. Da mesma forma Walski (1993) destacava o
uso de sistemas computadorizados otimizados como uma das importantes formas de se
obter um melhor nível de conservação de energia em sistemas de bombeamento.
Abrahamsem et al. (1998) através do desenvolvimento de técnicas de controle alternativas
ao controle pela relação tensão / freqüência (V/f constante) observaram uma redução no
consumo de energia em torno de 10% em um sistema de bombeamento operando com
carga variável.
Capítulo 2 – Eficiência Energética e Sistemas de Bombeamento 27
_________________________________________________________________________
Vieira Jr. et al. (2006), em estudo de eficiência energética voltado para uma estação
elevatória de água bruta em Belém, PA, adotaram técnicas de simulação através de
modelos matemáticos que mostraram uma redução de 22,7 % no consumo de energia com
a instalação de inversores de freqüência.
Em um estudo realizado em sistemas de bombeamento para fins de irrigação de arroz no
Rio Grande do Sul, Ocácia et al. (2002) observaram grandes parcelas de desperdício de
energia provenientes de superdimensionamento de bombas, baixo fator de potência,
utilização de bombas de baixa eficiência, entre outros.
Rooks e Wallace (2004) após avaliarem o potencial de conservação de energia advindo da
utilização variadores de velocidade em sistemas motrizes com carga variável, entre elas as
bombas centrífugas, destacam que a economia obtida é mais significante do que o simples
fato de se substituir o motor em funcionamento por outro de melhor rendimento. Todavia,
não deve ser desprezada esta última possibilidade que uma não depende da outra, ou
seja, em um sistema de bombeamento acionado por um motor standard e sem controle
eletrônico de velocidade o maior potencial de economia de energia provavelmente virá da
alteração do conjunto para motor de alto rendimento com inversor de freqüência.
Conforme Araújo (2003), a utilização de inversores de freqüência em sistemas de
bombeamento é viável quando o sistema apresenta condições de operação que necessite de
variação de vazão e pressão nas tubulações. Também quando a necessidade do controle
sobre a rotação, partida e desligamento do motor, com a finalidade de conservar e
racionalizar o uso de energia elétrica.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 28
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 3
SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
3.1. Automação Industrial
Segundo Pupo (2002), em automação industrial busca-se essencialmente a eliminação da
intervenção humana em um processo de produção, quer seja na operação de máquinas na
linha de produção ou no controle de processos que envolvam variáveis mensuráveis e a
partir das quais uma eventual atuação seja necessária para obtenção do produto ou
resultado final.
Ainda que acarrete na substituição de mão-de-obra ou mesmo da extinção de uma função
dentro da fábrica, a automação de uma indústria é indicada sempre quando se detecta a
necessidade de torná-la mais produtiva, além de promover a reciclagem do funcionário que
trabalhava na operação do processo antes de sua automatização (PUPO, 2002).
Conforme Warnock (1997), no mundo competitivo de hoje uma companhia deve ser
eficiente, manter boa relação custo-beneficio e ser flexível, se deseja sobreviver. Nas
industrias de manufatura e processos isto tem gerado grande aumento na demanda de
sistemas de controle industriais no sentido de otimizar as operações que envolvem
velocidade, confiabilidade, versatilidade e o fluxo da produção.
3.1.1. Analogia entre Automatismo e Corpo Humano
Segundo Schneider (2007), é possível fazer uma analogia de uma automação com os cinco
sentidos do corpo humano que correspondem aos sensores periféricos. Da mesma forma, as
mensagens provenientes de nossos órgãos correspondem às ordens de execução que a
automação deve seguir para assegurar o desenvolvimento de diferentes operações. Quando
um de nossos sentidos é ativado, as células nervosas (ou neurônios) reagem e transmitem
os estímulos para todo o organismo através das fibras nervosas.
Em uma automação, todos os fios e conexões que transmitem as informações geradas pelos
sensores são assimiláveis às fibras nervosas do corpo humano. Transmitidos por meio das
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 29
_________________________________________________________________________
fibras nervosas e agrupadas em "condutores" comuns - os nervos - os estímulos ou as
mensagens atingem os centros nervosos - a medula ou o encéfalo.
Todas as mensagens são centralizadas e interpretadas pelo cérebro que nos fornece
instantaneamente uma representação consciente do nosso corpo e do mundo que o
circunda. O cérebro, que memoriza as ações a executar com o aparecimento de uma
determinada mensagem, gera então um comando que, através dos nervos, ordena aos
músculos um movimento específico ou coordena um conjunto de movimentos.
Ainda conforme Schneider (2007), em um controlador, da mesma forma, o programa que
contém todas as operações a executar é armazenado em uma memória. As informações
geradas pelos sensores são transmitidas ao processador, que as compara com o programa
memorizado, interpretando-as; sempre que uma concordância entre o estado dos
sensores e o programa, o controlador envia comandos aos acionadores predispostos para a
execução das operações.
3.1.2. Histórico e Vantagens da Automação Industrial
A automação industrial se iniciou com o controle pneumático de medidas analógicas
tratadas com estratégias de controle clássico através de relés e solenóides. Grandes painéis
com instrumentos de medição analógicos ocupavam enormes espaços, inicialmente junto
às máquinas da linha de produção e posteriormente centralizada em imensas salas de
supervisão (MOORE, 1986).
A evolução da eletrônica a partir do surgimento de transistor e dos circuitos integrados fez
reduzir o tamanho e o custo dos painéis de supervisão, mas ainda atuando analogicamente
sobre o controle dos processos. O advento dos microprocessadores foi o grande avanço que
permitiu a digitalização dos processos com grande vantagem sobre o método analógico. As
vantagens proporcionadas identificadas por Moore (1986) foram:
· Flexibilidade proporcionada pela programação
Flexibilidade na aplicação do equipamento digital: as modificações em um processo
analógico exigem mudanças físicas, enquanto os equipamentos digitais necessitam de
uma atualização no software.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 30
_________________________________________________________________________
Flexibilidade na medição dos parâmetros do processo: grandezas medidas podem ser
modificadas para representar condições reais de um processo que não podem ser medidas
diretamente, evitando-se assim inferências na malha de controle.
Flexibilidade no desempenho do controle: ajustes podem ser programados com a finalidade
de se otimizar um processo em situações impossíveis para um operador numa planta
analógica.
· Melhora na Interface Homem-Máquina
Segundo Moraes e Castrucci (2001), Interface Homem-Máquina (ou simplesmente IHM) é
parte de um sistema supervisório que surgiu da necessidade de uma interface amigável,
eficiente e ergonômica entre sistemas de automação complexos e a equipe encarregada de
sua operação. Devem portanto ser construídas tendo o operador como usuário final e
representar o processo real.
Conforme Haaland (1996), o desenho de uma IHM é crítico para a operação da planta, pois
é a janela do operador para com o seu estado e controle. As informações mostradas e sua
aparência na tela são dirigidas ao operador e devem ser organizadas tendo isso em mente.
Os programas para construção de IHM’s atuais são de fácil configuração para o
engenheiro, ou mesmo para o operador podendo dispensar o programador.
Segundo Mintchel (2001), os IHM’s atuais devem oferecer a interface com o operador,
controle supervisionado e aquisição de dados, além de fornecer alarmes e informações para
os sistemas de planejamento corporativo.
· Aumento da controlabilidade
Apesar de não operarem em tempo real como os medidores analógicos, os medidores
digitais não são afetados por mudanças no ambiente e não necessitam de ajustes
mecânicos, medem sinais com baixo nível e com maior precisão.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 31
_________________________________________________________________________
· Capacidade de armazenamento de dados
Beneficia processos que requerem variações de um mesmo procedimento de manufatura,
os batch processes, e que são largamente empregados em automação.
· Incremento na detecção de defeitos e técnicas de manutenção
Como podem ser programados, circuitos digitais podem alertar quando determinado valor
está abaixo ou ultrapassa níveis aceitáveis. Na manutenção, o defeito pode ser rapidamente
consertado substituindo-se o módulo de circuito correspondente.
· Baixo custo por unidade
A compactação dos circuitos digitais proporciona sua produção em larga escala e com
baixo custo. A dissipação reduzida de potência aumenta a vida dos componentes e reduz o
consumo de energia.
· Baixo custo de instalação
A alta integração dos circuitos digitais dispensa o emprego das grandes instalações
exigidas pelos circuitos analógicos.
Todo o fluxo de informações em um sistema de controle digital pode ser observado na
figura 3.1. Os sensores captam sinais analógicos em determinado momento do processo e
convertem para sinal digital, possibilitando assim sua leitura pelo processador e pela
memória.
A partir da memória, os dados são enviados ao display onde será visualizada pelo
operador. E do processador os sinais digitais sofrem a conversão contrária, se
transformando em sinais analógicos, onde através dos atuadores serão inseridas no
processo, reiniciando assim o ciclo completo.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 32
_________________________________________________________________________
Figura 3. 1- Fluxo de Informações em um Sistema de Controle Digital
Fonte: Moore (1986).
3.2. Controlador Lógico Programável (CLP)
Os CLP’s são controladores microprocessados especiais que tem funções programadas
pelo usuário, que substituem relés e dispositivos de passo eletromecânicos. Segundo Natale
(2000) o CLP é “um computador com as mesmas características de um computador
pessoal, porém, é uma aplicação dedicada”.
Foram inicialmente projetados para esta função e aplicados em 1969 à linha de produção
da General Motors nos Estados Unidos como seqüenciadores de estado das máquinas.
Durante a década de 70, adquiriram instruções de temporização, contatores, operações
aritméticas, controle de impressão, movimentação de dados, operações matriciais,
terminais de programação TRC e controle analógico PID.
Segundo Simpson (1994), os CLPs foram inicialmente concebidos por um grupo de
engenheiros da divisão de hidramática da General Motors em 1968, levando-se em conta
os seguintes critérios:
· A máquina deve ser facilmente programada. Ela deve ter seqüências de
operação prontamente modificadas.
· Deve ser de fácil manutenção e reparação em módulos conectáveis.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 33
_________________________________________________________________________
· A unidade deve ser capaz de operar na planta com maior confiabilidade do que
um painel de relés.
· Deve ser fisicamente menor que um painel de controle de relés e assim reduzir
ao mínimo a necessidade de espaço no chão da fábrica.
· A unidade deve ser capaz de produzir dados para uma estação central e coleta
de dados.
· A unidade deve ter preço competitivo face aos relés e painéis de estado sólido
utilizados atualmente.
Conforme Coretti (1998), no final da década de 70 foram incorporados recursos de
comunicação aos CLP’s que, embora limitados, proporcionaram a integração entre
controladores distantes, tornando-os parte de um sistema integrado de fabricação e
operação de uma planta individual.
Na década de 80 houve a redução do tamanho físico e a introdução de módulos inteligentes
de E/S proporcionando alta velocidade e controle preciso em aplicações de
posicionamento. Foi introduzida a programação por software em microcomputadores e a
primeira tentativa de padronização de comunicação através do MAP (Manufactoring
Automation Protocol), também da General Motors (PUPO, 2002).
Na década de 90 houve a introdução de IHM, softwares supervisórios e de gerenciamento,
as interfaces para barramento de campo e os blocos de funções.
Devido a ampla gama de equipamentos e sistemas disponíveis para controle industrial,
aliada à crescente capacidade de recursos que o CLP vem agregando, existe a possibilidade
de se confundir outros equipamentos com ele. Para evitar tal equívoco, devem-se observar
as duas características básicas, que servem de referência para identificar um equipamento
de controle industrial como sendo um controlador lógico programável (JESUS, 2002):
· o equipamento deve executar uma rotina cíclica de operação enquanto em
funcionamento;
· a forma básica de programação deve ser realizada a partir de uma linguagem
oriunda dos diagramas elétricos de relés.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 34
_________________________________________________________________________
3.2.1. Arquitetura Básica de um CLP
A figura 3.2 representa a arquitetura básica de um CLP.
Figura 3. 2 – Arquitetura básica de um CLP
Fonte: Souza (2006).
· CPU (Unidade Central de Processamento)
A estrutura básica da CPU é composta pelo processador, sistema de memória e barramento
de dados, controle e endereço.
· Processador
Segundo Souza (2006), o processador é responsável pelo gerenciamento total do sistema,
controlando os barramentos de endereços, de dados e de controle, interpreta e executa as
instruções do programa de aplicação, controla a comunicação com dispositivos externos e
verifica a integridade de todo o sistema realizando relatórios ou diagnósticos do sistema
operacional.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 35
_________________________________________________________________________
· Sistema de Memória
Conforme Souza (2006), o sistema de memória da CPU é composto por: (i) memória do
sistema de operação, onde é armazenado o programa de execução desenvolvido pelo
fabricante, e que determina como o sistema deve operar, incluindo a execução dos
programas do usuário, controle de serviços periféricos, atualização dos módulos de
entrada/saída etc. (ii) memória de aplicação ou memória de usuário, onde o programa
desenvolvido pelo usuário, chamado de aplicação, é armazenado.
Ainda segundo Souza (2006), juntamente com o programa de aplicação, são armazenados
os dados do sistema em uma tabela para realização dos controles dos módulos de
entrada/saída utilizados. Cada ponto de entrada/saída conectado aos módulos tem um
endereço especifico na tabela de dados, o qual é acessado pelo programa de aplicação.
· Módulos de Entrada e Saída
Estes módulos realizam a comunicação entre a CPU e os dispositivos externos por meio
das entradas e saídas dos módulos, garantindo isolação e proteção à CPU. Os módulos de
entrada recebem os sinais dos dispositivos tais como sensores, chaves e transdutores e
convertem esses sinais em veis adequados para serem processados pela CPU. Os
módulos de saída enviam os sinais de controle aos dispositivos externos tais como motores
atuadores e sinalizadores. Esses sinais são resultantes da lógica de controle, pela execução
do programa de aplicação, ou podem ser forçados pelo usuário, independente da lógica de
controle (SOUZA, 2006).
· Fonte de Alimentação
Dispositivo responsável pela alimentação fornecida à CPU e aos módulos (circuitos) de
entrada/saída. Em alguns casos proporciona saída auxiliar de baixa corrente.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 36
_________________________________________________________________________
3.3. Sistemas SCADA
Segundo Melendez et. al. (2001), os sistemas de supervisão de processos industrias são
também conhecidos como sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition).
Os primeiros sistemas SCADA, basicamente telemétricos, permitiam mostrar o estado
corrente de processos industrias monitorando apenas sinais representativos de medidas e
estados de dispositivos através de um painel de lâmpadas e indicadores, sem que houvesse
qualquer interface de operação com o utilizador.
Atualmente os sistemas de automação industrial utilizam tecnologia de computação e
comunicação para automatizar a monitoração e controle dos processos industriais,
efetuando a coleta e análise de dados em ambiente complexo, e a respectiva apresentação
de modo amigável para os operadores, com recursos gráficos elaborados como animações
e conteúdo multimídia.
Para permitir isso, os sistemas SCADA identificam os tags, que são todas as variáveis
numéricas ou alfanuméricas envolvidas na aplicação, podendo executar funções
computacionais (operações matemáticas, lógicas, com vetores ou strings, etc) ou
representar pontos de entrada/saída de dados do processo que está sendo controlado. Neste
caso corresponde às variáveis do processo real (ex: temperatura, pressão, nível de água,
etc), se comportando como a ligação entre o controlador e o sistema. É com base nos
valores das tags que os dados são apresentados ao usuário (SILVA; SALVADOR, 2004).
Os sistemas supervisórios têm se mostrado de fundamental importância na estrutura de
gestão das empresas, fato pelo qual deixaram de ser vistos como meras ferramentas
operacionais, ou de engenharia, e passaram a ser vistos como uma relevante fonte de
informação. Segundo Uddin et. al. (2000), os sistemas de supervisão de processos
industrias desempenham três atividades básicas:
· Supervisão;
· Operação;
· Controle.
Na supervisão, incluem-se todas as funções de monitoramento do sistema, tais como
gráficos de tendências das variáveis analógicas ou digitais, relatórios em vídeo e
impressos, entre outros (CAMPBELL, 1988). A operação nos atuais sistemas SCADA
tem a vantagem de substituir as funções da mesa de controle, otimizando as opções de
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 37
_________________________________________________________________________
ligar e desligar equipamentos ou seqüência de equipamentos, ou ainda mudar o modo
de operação dos equipamentos de controle. No controle supervisório os algoritmos de
controle são executados numa unidade de processamento autônomo (CLP). Assim o
supervisório é responsável por ajustar o set-point do mecanismo de controle
dinamicamente, de acordo com o comportamento global do processo.
3.3.1. Componentes Físicos
Os componentes físicos de um sistema SCADA podes ser resumidos basicamente em:
sensores e atuadores, rede de comunicação, estações remotas e as estações de monitoração
central (microcomputadores).
Segundo Werneck (1996), os sensores podem ser analogamente comparados aos olhos,
pois capturam as informações relativas ao estado do processo físico industrial e as
transmitem ao controlador do processo, assim como os olhos capturam as imagens e as
transmitem ao cérebro. Os instrumentos de medição nas industrias tem os sensores como
elemento primário e podem ser classificados de acordo com o tipo de sinal transmitido,
podendo ser analógico ou digital.
O processo de controle e aquisição de dados se inicia nas estações remotas, CLP’s, com a
leitura dos valores atuais dos dispositivos que a ele estão associados e seu respectivo
controle. Os CLP’s são unidades computacionais específicas, utilizadas comumente nas
indústrias para ler entradas, realizar cálculos ou comandos e atualizar saídas.
A rede de comunicação é o modo como as informações fluem do CLP para os
microcomputadores, pode ser implementada através de redes Ethernet, fibras óticas, linhas
dial-up, rádio, etc. Assim, é possível conseguir uma intercomunicabilidade entre todos os
elementos da estrutura de automação através de um meio físico adequado definido para a
transmissão de dados, criando um sistema de comunicação em rede em que os elementos
podem trocar dados e compartilhar recursos entre si (TAIT, 1998).
As estações de monitoração são responsáveis por recolher as informações geradas pelas
estações remotas e agir em conformidade com os eventos detectados, sendo também
responsáveis pela interação com os operadores. Podem ser centralizadas num único
computador ou distribuídas por uma rede de computadores, de modo a permitir o
compartilhamento das informações obtidas (SILVA; SALVADOR, 2004).
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 38
_________________________________________________________________________
A figura 3.3 ilustra o diagrama de um sistema SCADA.
Figura 3. 3 - Diagrama de um Sistema SCADA
3.3.2. Componentes Lógicos de um Sistema SCADA
Internamente, os sistemas SCADA se dividem em blocos ou módulos, que vão permitir
maior ou menor flexibilidade e robustez, dependendo da aplicação desejada.
Basicamente, pode-se dividir um supervisório nos seguintes módulos:
· Núcleo de Processamento;
· Módulo de Comunicação com o CLP;
· Interface Gráfica;
· Históricos e Banco de Dados;
· Lógica de Programação Interna (Scripts);
· Comunicação com outros Sistemas SCADA.
A regra geral para o funcionamento de sistemas SCADA parte dos processos de
comunicação com os equipamentos de campo, cujas informações são enviadas para o
núcleo de processamento. O núcleo é responsável por coordenar e distribuir o fluxo de
informações para os demais módulos, até chegarem na forma esperada para o operador do
sistema, através da interface gráfica, possivelmente acompanhada de gráficos e animações.
Capítulo 3 – Sistemas de Automação Industrial 39
_________________________________________________________________________
3.4. Software Supervisório
Segundo Ogata (2003), o software supervisório é visto como o conjunto de programas
gerados e configurado no software básico de supervisão, implementando as estratégias de
controle e supervisão com telas gráficas de interfaceamento homem-máquina que facilitam
a visualização do contexto atual, a aquisição e tratamento de dados do processo e a
gerência de relatórios e alarmes. Este software deve ter entrada de dados manual, através
de teclado. Os dados serão requisitados através de telas com campos pré-formatados que o
operador deverá preencher. Estes dados deverão ser auto-explicativos e possuírem limites
para as faixas válidas. A entrada dos dados deve ser realizada por telas individuais,
seqüencialmente, com seleção automática da próxima entrada. Após todos os dados de um
grupo serem inseridos, esses poderão ser alterados ou adicionados pelo operador, que será
o responsável pela validação das alterações.
3.5. Linguagem de Programação
Uma linguagem de programação é um método padronizado para expressar instruções para
um computador. É um conjunto de regras sintáticas e semânticas usadas para definir um
programa de computador. Uma linguagem permite que um programador especifique
precisamente sobre quais dados um computador vai atuar, como estes dados serão
armazenados ou transmitidos e quais ações devem ser tomadas sob várias circunstâncias.
Uma das principais metas das linguagens de programação é permitir que programadores
tenham uma maior produtividade, permitindo expressar suas intenções mais facilmente do
que quando comparado com a linguagem que um computador entende nativamente (código
de máquina). Assim, linguagens de programação são projetadas para adotar uma sintaxe de
nível mais alto, que pode ser mais facilmente entendida por programadores humanos.
Linguagens de programação são ferramentas importantes para que programadores e
engenheiros de software escrevam programas mais organizados e com maior rapidez.
Linguagens de programação também tornam os programas menos dependentes de
computadores ou ambientes computacionais específicos. Isto acontece porque programas
escritos em linguagens de programação são traduzidos para o código de máquina do
computador no qual será executado em vez de ser diretamente executado.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 40
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 4
MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. O Convênio ECV 024/2004 – UFMS / ELETROBRÁS
Através do convênio ECV 024/2004 firmado entre as Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
ELETROBRÁS e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, objetivou-se
desenvolver ações de conservação de energia elétrica no estado de Mato Grosso do Sul. O
citado convênio refere-se a uma cooperação técnico-financeira para a implementação de
um Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes, com fins didáticos,
compreendendo atividades de ensino, pesquisa e extensão, onde possam ser avaliados
aspectos relacionados à Eficiência Energética em Consumidores Industriais. O convênio
visa também que os resultados obtidos em estudos na área de eficiência energética em
sistemas motrizes sejam disseminados entre as empresas de Mato Grosso do Sul que
também poderão utilizar a infra-estrutura do laboratório para estudos de casos específicos.
4.2. Laboratório de Eficiência Energética em Sistemas Motrizes –
LAMOTRIZ
Os procedimentos práticos foram realizados no Laboratório de Eficiência Energética em
Sistemas Motrizes LAMOTRIZ, onde é possível simular diversas condições operativas
de cargas comumente utilizadas pela indústria.
No LAMOTRIZ consegue-se demonstrar em linhas práticas os fenômenos eletromecânicos
envolvidos durante a operação de sistemas motrizes e suas influências no consumo de
energia elétrica.
Todos os equipamentos e instrumentos utilizados nas diversas estações do LAMOTRIZ
são industriais, ou seja, não são equipamentos com fins exclusivamente didáticos o que
poderia comprometer a realidade e aplicabilidade dos estudos.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 41
_________________________________________________________________________
Cada uma das cargas é instalada em bancadas de ensaio, que são independentes umas das
outras. O sistema de acionamento completo é composto por: quadro de medição; sistemas
de automação e medição integrados, capazes de controlar automaticamente a execução, a
coleta de dados e a emissão de relatórios.
Para acionar cada uma das cargas existe a opção pela utilização de um dos dois tipos de
motores e um dos três diferentes métodos de partida que, acoplados à carga, possibilitam a
visualização de várias formas de controle e operação de equipamentos industriais, sejam
eles similares ou de maior porte.
O LAMOTRIZ é composto por quatro “Estações de Simulação” correspondentes à:
· Bomba Centrífuga + Dinamômetro;
· Ventilador Centrífugo;
· Compressor de Ar;
· Correia Transportadora.
Cada estação de simulação possui uma bancada que inclui: Motores (de alto rendimento e
standard), Inversor de Freqüência, Chave Soft-Starter, Módulo de Carga, Controlador
Lógico Programável (CLP), visto na figura 4.1, e os equipamentos de acionamento e
proteção tais como contatores, disjuntores, chaves, botoeiras e sinaleiros. Todos os
parâmetros elétricos da entrada dos motores são medidos através desta bancada que ainda
armazena o sistema de aquisição dos dados mecânicos.
Figura 4. 1 – CLP Schneider Electric- Telemecanique instalado no painel de comando e proteção
O equipamento responsável pela medição dos parâmetros elétricos de entrada dos motores
é um medidor de energia multifunção que faz registros dos valores de tensão entre fases,
Capítulo 4 – Materiais e métodos 42
_________________________________________________________________________
entre fase e neutro, freqüência, correntes, potências ativas, reativas, aparentes e fator de
potência trifásico e monofásico.
O Controlador Lógico Programável (CLP) se comunica com o medidor multifunção via
interface serial com protocolo ModBus e todos os parâmetros medidos podem ser
visualizados e monitorados no computador na janela própria do software supervisório.
Através do sistema supervisório é possível variar de 0 a 120% a carga nominal do motor
elétrico sendo que este último pode ser o standard ou de alto rendimento, dependendo do
acoplamento à carga.
Ainda no sistema supervisório, pode ser escolhido o tipo de acionamento desejado:
· Sistema de partida direta através de contatores;
· Sistema de partida suave (soft-start);
· Sistema de partida eletrônica via inversor de freqüência.
Depois de selecionado um método de partida, o CLP enviará um sinal aos respectivos
contatores ficando os outros dois sistemas desconectados e intertravados.
Os dois sistemas de partida eletrônicos, soft-start e inversor de freqüência, têm seus
parâmetros definidos através do supervisório. Tempo de rampa de subida e descida,
velocidade e todos os outros parâmetros concernentes à operação da bancada são
visualizados e acessíveis pela tela do supervisório de cada estação.
Além de comandar a partida dos motores, o CLP também realiza a leitura dos parâmetros
de transmissores e sensores através de entradas e saídas digitais, entradas e saídas
analógicas e comunicação ModBus, sendo que a comunicação com o computador é feita
via porta de comunicação Ethernet.
Para que sejam devidamente monitorados e analisados, os motores possuem sensores tipo
PT-100 de temperatura. Esses sensores estão alocados na carcaça e em cada um dos
enrolamentos do estator.
Nos circuitos elétricos de acionamento, existem resistores shunt nas entradas e saídas de
modo a permitir a verificação de sinais de tensão e corrente.
A atualização dos dados observados na tela do supervisório é feita em um intervalo
máximo de 500 ms.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 43
_________________________________________________________________________
Nos sensores, transmissores e transdutores existem janelas que contêm o valor numérico e
sua respectiva unidade de medida.
Os motores possuem um sistema de conexão elétrica e mecânica que permitem agilidade e
rapidez na troca de posições além de oferecer proteção contra eventuais trocas de
polaridades.
Os quatro CLP´s são interligados via switch formando uma rede de comunicação em
padrão Ethernet, conforme o diagrama unifilar simplificado observado na figura 4.2. Na
figura 4.3 pode ser observada a rede de comunicação da bancada da bomba centrífuga.
Figura 4. 2 – Arquitetura da rede do LAMOTRIZ
Figura 4. 3 – Rede de comunicação da bancada da bomba centrífuga
Capítulo 4 – Materiais e métodos 44
_________________________________________________________________________
4.3. Estação de Simulação da Bomba Centrífuga
A estação de simulação do LAMOTRIZ utilizada neste trabalho foi a da Bomba
Centrífuga. O sistema é composto de uma bomba centrífuga marca Schneider, modelo
BC92-HSB, com tubulação de sucção e de recalque de 1 ½” e 1 ¼” (BSP)
respectivamente. A capacidade de vazão para o sistema do LAMOTRIZ é de até 2,6 m³/h
sendo a bomba acionada por motor de indução de 1,5 cv. Como pode ser visto na figura
4.4, a instalação da bomba se faz de forma mancalizada permitindo que seja trocado o
motor acoplado (alto rendimento ou standard).
Figura 4. 4 – Bomba centrífuga Schneider BC92-HSB
Os motores utilizados no sistema de bombeamento possuem os dados de placa
apresentados no quadro 4.1.
Característica
Motores
Standard Alto rendimento
Tensão (V)
220 / 380 220 / 380
Corrente nominal (A)
4,42 / 2,56 4,0 / 2,32
n° de pólos
2 2
Potência (cv / kW)
1,5 / 1,1 1,5 / 1,1
Rendimento (%)
78,6 83,0
Freqüência (Hz)
60 60
cos φ
0,83 0,87
Quadro 4.1 – Características dos motores utilizados.
A bomba movimenta a água entre dois tanques de acrílico transparente de 100 litros cada
um. A altura geométrica da instalação é de 2 m.
Acoplamento
Motor-Bomba
Capítulo 4 – Materiais e métodos 45
_________________________________________________________________________
Para o escoamento entre os tanques, existe um duto com válvula de retenção e duas
válvulas em paralelo, uma manual e outra do tipo solenóide controlada pelo CLP dessa
bancada. Para o devido monitoramento, os seguintes instrumentos estão instalados na saída
da bomba centrífuga:
· Uma válvula de retenção;
· Uma válvula proporcional de estrangulamento comandada pneumaticamente
através de posicionadores;
· Transmissor de pressão diferencial com indicação local de pressão em Kgf/cm;
· Transmissor de pressão diferencial para a indicação de vazão em m³/h através de
placa de orifício;
· Manômetro tipo petroquímico com escala em Kgf/cm;
· Transmissor de pressão diferencial com indicação local em litros para a medição
do nível no reservatório superior;
· Sensores de nível digitais para proteção contra transbordamento ou baixo nível de
trabalho da bomba.
A figura 4.5 apresenta o fluxograma do sistema de bombeamento do LAMOTRIZ.
Figura 4. 5 – Fluxograma simplificado do sistema da bomba
Capítulo 4 – Materiais e métodos 46
_________________________________________________________________________
Na figura 4.6 pode-se ter uma visualização detalhada da bancada da bomba e todos os seus
elementos constituintes.
Figura 4. 6 – Diagrama esquemático da estação da bomba centrífuga do LAMOTRIZ
Capítulo 4 – Materiais e métodos 47
_________________________________________________________________________
As figuras 4.7 e 4.8 apresentam as visualizações reais da bancada da bomba centrífuga e do
painel de comando e proteção, respectivamente.
Figura 4. 7 – Estação de simulação da bomba centrífuga do LAMOTRIZ
Figura 4. 8 – Painel de comando e proteção
Capítulo 4 – Materiais e métodos 48
_________________________________________________________________________
4.4. Sistema supervisório - Indusoft Web Studio 6.1
O LAMOTRIZ foi fornecido com todas as configurações do sistema supervisório, a
elaboração de telas gráficas, e os comandos a serem executados por ele, incluindo todos os
parâmetros elétricos e mecânicos de cada estação, com telas específicas para cada
elemento constituinte do sistema de medição, acionamento e carga, apresentado em tempo
real todas as informações advindas dos sensores de sinais elétricos e mecânicos.
Para cada uma das estações existe uma tela principal no software supervisório, com o
desenho esquemático do processo onde cada elemento (válvula, medidores, acionamento,
etc.) possui um link para abertura das telas de monitoração e configuração correspondentes.
Além disso, os principais componentes possuem “animação” representando o
funcionamento dos mesmos.
Na figura 4.9 pode ser observada a tela principal da estação de simulação da bomba
centrífuga.
Figura 4. 9 – Tela principal do sistema supervisório do LAMOTRIZ
Cada bancada possui basicamente seis telas de monitoração: Controle, PID, Banco de
Dados, Gráfico, Medidor e Relatório.
A tela “Controle” possui todos os comandos básicos necessários à operação da carga,
como: botão de liga/desliga, escolha do tipo de acionamento, função de religamento,
operação por tempo, controle de válvulas.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 49
_________________________________________________________________________
A tela “PID” possui os comandos complementares à tela “Controle”, como: controle de
set-point e valores de PID.
A tela do Banco de Dados armazena todos os valores elétricos e mecânicos obtidos durante
a realização dos testes. Os dados ficam armazenados em um arquivo do tipo comma-
separated values (csv) e podem ser obtidos em intervalos de até 0,3 segundos.
A tela “Gráfico” mostra, em tempo real, gráficos dos valores elétricos e/ou mecânicos a
serem escolhidos pelo usuário.
A tela “Medidor” mostra todas as medidas elétricas importantes, como: tensão, corrente,
demanda, fator de potência, as taxas de distorção harmônicas de tensão e corrente, potência
ativa, reativa e aparente e o consumo de energia ativa, reativa e aparente, além da
freqüência.
A opção “Relatório”, que foi implementada posteriormente ao fornecimento do laboratório,
mostra os dados referentes a cada teste, como: motor, tipo de acionamento, duração do
teste, quem o realizou, o consumo de energia ativa, reativa e aparente, além dos valores
médio, máximo e mínimo de tensão, corrente, fator de potência e potência ativa, reativa e
aparente.
A figura 4.10 ilustra a tela de comando do sistema de bombeamento do LAMOTRIZ.
Figura 4. 10 – Tela de comando do sistema da bomba
Capítulo 4 – Materiais e métodos 50
_________________________________________________________________________
O supervisório foi criado através do software Indusoft Web Studio versão 6.1 SP2 (IWS) e
posteriormente atualizado para a versão 6.1 SP3. O software IWS consiste de:
· Modo de desenvolvimento: módulo de criação de supervisórios.
· Modo Run-time: módulo de operação de sistemas de supervisão.
O software IWS possui os seguintes recursos:
· Integração com o sistema operacional Windows
®
através de menus, caixas de
dialogo e barra de tarefas.
· Configuração e manutenção de estações remotas on-line.
· Possibilidade de criação de scripts em VB Script.
· Compilação de arquitetura Microsoft DNA, com total suporte de OPC e XML.
· Suporte a aplicações em modo Web.
· Biblioteca de símbolos com mais de 100 objetos entre: motores, tubulações, botões,
alarmes, sinais luminosos, etc.
· Banco de Tags (inteiro, real, string e boolean).
· Cliente e servidor com comunicação em TCP/IP.
· Função de tradução.
· Ferramentas de depuração.
· Arquitetura aberta com intercâmbios entre tags e programas externos.
· Mais de 200 drivers para diversos produtos.
4.5. Implementações no supervisório
A partir do recebimento das bancadas do laboratório e do sistema supervisório os testes
com as mesmas foram iniciados. Dessa forma foram observadas algumas possibilidades de
alteração no supervisório para que os ensaios fossem melhorados.
A intenção de implementar novas funções no sistema supervisório se mostrou relevante
para que as análises possam parecer as mais fiéis possíveis a regimes de funcionamento de
sistemas de bombeamento reais encontrados nas indústrias. Ou seja, as condições de
Capítulo 4 – Materiais e métodos 51
_________________________________________________________________________
variação de carga do sistema de bombeamento durante um ensaio experimental devem ser
semelhantes à operação de um conjunto motor-bomba em uma empresa para que os
resultados observados quanto à eficiência energética sejam os mais confiáveis possíveis.
Na concepção inicial do projeto do sistema supervisório do LAMOTRIZ algumas
limitações foram observadas para que esse aspecto fosse atendido.
Contudo, de posse da licença do software é possível que o supervisório seja modificado de
acordo com a necessidade de cada bancada. Especificamente para a bancada do sistema de
bombeamento, objeto de estudo do presente trabalho, identificou-se a necessidade do
desenvolvimento de certas funções adicionais logo nos primeiros ensaios. A atuação dessas
funções e suas metodologias de desenvolvimento são descritas a seguir.
4.5.1. Criação de funções no IWS
O Indusoft Web Studio (IWS) possui uma linguagem própria, porém esta linguagem se
mostrou muito limitada quanto a funções e métodos, por esse motivo as novas sub-rotinas
foram escritas em Visual Basic Script (VB Script), a segunda linguagem do IWS.
As funções do IWS podem ser escritas em dois modos diferentes: por planilhas Math e por
Scripts. As planilhas Math utilizam apenas tags enquanto os Scripts são todos escritos em
VB Script e podem usar tanto tags quanto variáveis próprias.
Uma planilha Math é organizada da seguinte maneira: no topo, uma linha de comando
indica quando esse deve ser executado (Execution). Na parte inferior existem várias linhas
divididas em duas colunas, Tag e Expression, a primeira contém a variável para a qual será
atribuída o valor da Expression.
Os Scripts são organizados de modo semelhante: no topo, uma linha de comando indica
quando esse deve ser executado (Execution) e na parte de baixo ficam os scripts em
VBScript.
Existem dois tipos básicos de variáveis no supervisório: as tags, que são utilizadas tanto
pelo IWS como por scripts em VB Script, e as variáveis exclusivas do VB Script. Quando
se utiliza tags em algum script em VB Script necessita-se que seja colocado o símbolo “$”
antes do nome da variável.
As tags estão organizadas em três classes: “bc”, “geral” e “sp”, que correspondem
respectivamente à: variáveis da bomba, variáveis de controle das bancadas, e variáveis que
Capítulo 4 – Materiais e métodos 52
_________________________________________________________________________
são utilizadas na função do set-point automático, sendo que está ultima constitui-se de um
array de 20 posições.
4.5.2. Função de acionamento por tempo
A primeira função implementada no supervisório foi a criação de um sistema para
controlar o tempo de funcionamento das bancadas, criando assim um método para
padronização dos testes a serem realizados.
Esta função foi criada de modo misto, ou seja, uma parte dela foi escrita em VB Script e a
outra na linguagem do Indusoft.
O script em VB Script foi inserido no botão Ligar”, na tela “Comando”, script este que
verifica se a função de acionamento por tempo está selecionada e com base no valor do
tempo calcula quando que o motor deve ser desligado.
A partir de então o script criado no Indusoft atua, comparando o tempo atual com a
variável “bc.tempofin”, se a variável “bc.tempofin” for menor que o tempo atual o motor é
desligado. O Execution igual a 1 indica que o Math será executado a todo instante. O
quadro 4.2 apresenta as tags da função.
Execution: 1
Tag Expression
bc.tesys if(bc.indica_driver=3 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
bc.atv31 if(bc.indica_driver=2 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
bc.ats48 if(bc.indica_driver=1 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
Quadro 4.2 – Função de acionamento por tempo
A função “GetClock()” retorna a quantidade de segundos decorridos desde 01/01/1970
GMT à 00:00 hora.
· bc.tesys – Indica o estado atual do acionamento por Partida Direta.
· bc.atv31 – Indica o estado atual do acionamento por Inversos de Freqüência.
· bc.ats48 – Indica o estado atual do acionamento por Soft-Starter.
· bc.indica_driver Indica o modo de acionamento atual. 1-Soft-starter; 2-Inversor
de Freqüência; 3-Partida Direta.
· bc.tempofin – Indica o momento do desligamento da bomba.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 53
_________________________________________________________________________
4.5.3. Função de set-point automático
Também foi desenvolvida uma função capaz de variar a vazão automaticamente em
intervalos de tempo pré-determinados. Pode ser uma variação contínua ou descontínua. O
usuário do supervisório poderá colocar qual a variação do set-point de vazão em m³/h e
qual o tempo para que ela ocorra. São possíveis até 20 variações.
Para esta função foi necessária a criação de novas janelas pop-up, ilustradas na figura 4.11,
onde podem ser inseridos os valores de tempo e acréscimo, em modo contínuo ou
descontínuo.
a)
b)
Figura 4. 11 – Janelas pop-up (a e b) usadas na função de set-point automático em modo contínuo e
descontínuo
No momento em que o usuário liga o motor, um script no botão “Ligar” identifica se o set-
point irá variar e define quando a alteração será executada. O script no botão “Ligar” pode
ser observado no Apêndice B deste trabalho.
O restante do processo está presente no script principal. Inicialmente existe uma função
“If” verificando se o set-point irá variar continuamente ou descontinuamente. Caso seja
Capítulo 4 – Materiais e métodos 54
_________________________________________________________________________
continuamente, outro “If” identificará se já está no momento de alterar o set-point, só então
que um terceiro “If” verificará se o set-point ainda não alcançou o máximo já estipulado, se
não, o poderá ser acrescido (ou decrescido) e o tempo até a próxima alteração se
calculado.
Por outro lado, se o set-point for variar de modo descontínuo, cada uma das alterações
estará com a hora da troca, que foi calculado no script do botão ligar. Há um “If
verificando se está no momento certo de efetuar o acréscimo (ou decréscimo), e dentro
deste If” o set-point recebe a quantidade a ser aumentada, que está armazenada em um
array que contém todos os valores a serem acrescidos. Este array é controlado por uma
variável nomeada “Contador” e a cada vez que este script é executado o “Contador” é
aumentado em uma unidade. A Figura 4.12 representa o fluxograma do script de set-point
automático.
Figura 4. 12 – Fluxograma do script do set-point automático
Capítulo 4 – Materiais e métodos 55
_________________________________________________________________________
As variáveis presentes nessa função têm as seguintes definições:
· $bc.habilita – Variável que identifica o funcionamento da bomba, 0 indica ligado.
· $bc.sp_controle – Indica se a função de set-point automático está ligada.
· $bc.controle_sp – Indica se a função de SP automático está em modo contínuo ou
descontínuo, 0 e 1 indicam contínuo e descontínuo, respectivamente.
· $sp[X].bc_final – Indica o momento da alteração X no set-point.
· $sp[Y].bc_aumento – Indica o acréscimo (ou decréscimo) na alteração Y.
· $sp[Z].bc_tempo – Indica o tempo até a alteração Z.
· $bc.sp_pid – Indica o Set-Point de vazão atual da bomba.
· $bc.sp_usado – Indica o número total de alterações.
· BC_Contador – Variável de controle, indica qual alteração está sendo realizada
(presente apenas em modo descontínuo).
4.5.4. Função de religamento automático por nível do reservatório
A seguinte função foi criada para programar a bomba centrifuga para ser ligada quando o
reservatório superior atingir determinado volume e ser desligada quando atingir outro
volume, superior ao primeiro. Esta foi a única função escrita inteiramente em uma planilha
Math por não necessitar de funções muito complexas e trabalhosas.
Constitui-se de duas funções “If” para cada modo de acionamento. Um “If” verificando se
o volume do reservatório superior está acima do nível máximo, se estiver, a bomba será
desligada. E, em seguida, um segundo “If” verificando se o volume do reservatório
superior está abaixo do nível mínimo, se estiver, a bomba será ligada. O quadro 4.3
apresenta as tags desta função.
Execution: 1
Tag Expression
bc.tesys If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 3 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.tesys If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 3 AND bc.dinabomba = 2,1)
bc.ats48 If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 1 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.ats48 If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 1 AND bc.dinabomba = 2,1)
bc.atv31 If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 2 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.atv31 If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 2 AND bc.dinabomba = 2,1)
Quadro 4.3 – Função de religamento automático por nível
Capítulo 4 – Materiais e métodos 56
_________________________________________________________________________
Onde:
· bc.lit01 – Indica o volume atual no reservatório superior.
· bc.volume_max – Indica em qual volume a bomba deve ser desligada.
· bc.volume_min – Indica em qual volume a bomba deve ser religada.
· bc.dinabomba – Indica se o motor está conectado na bomba centrifuga ou no
dinamômetro. 1-Dinamômetro; 2-Bomba.
4.6. Metodologia dos ensaios
A metodologia dos testes práticos foi baseada na realização de ensaios e medições dos
parâmetros elétricos, mecânicos e hidráulicos do sistema de bombeamento.
Para efeito de comparação foram utilizadas características de consumo de água do sistema
(vazão de recalque) que foram repetidas para cada conjunto de “método de acionamento +
acionador”, sendo eles:
· Motor Standard + partida direta;
· Motor Standard + inversor de freqüência;
· Motor de Alto Rendimento + partida direta;
· Motor de Alto Rendimento + inversor de freqüência.
Quando é citada a utilização de partida direta como método de acionamento, deverá ser
entendido que o controle de vazão é executado pela válvula pneumática. Quando é citado o
uso do inversor de freqüência este mesmo será o responsável tanto pelo acionamento
quanto pelo controle de vazão (através da variação da freqüência de operação).
Foram efetuadas as seguintes simulações com o sistema de bombeamento:
· Análise do sistema para faixa de vazão entre 0,1 e 2,6 m³/h;
· Consumo de energia elétrica para sistema de bombeamento com curva de
vazão variável;
· Consumo de energia elétrica para sistema de bombeamento funcionando por
nível do reservatório.
Capítulo 4 – Materiais e métodos 57
_________________________________________________________________________
Para a primeira e segunda simulação, a válvula de controle ou o inversor de freqüência se
ajustavam automaticamente para manter os valores de vazão (set-point) constantes. Para a
terceira simulação foi utilizado o inversor de freqüência no modo manual.
Esses ajustes foram feitos na tela “PID” onde constam as seguintes variáveis:
· P – controle proporcional (utilizou-se valor pré-definido de fábrica);
· I – controle integral (utilizou-se valor pré-definido de fábrica);
· D – controle derivativo (utilizou-se valor pré-definido de fábrica);
· SP – Set-Point (valor desejado em m³/h);
· PV – Variável de processo (valor da vazão medida em m³/h);
· MV – Variável manipulada (abertura da válvula de controle em %).
A figura 4.13 apresenta a janela do supervisório para o controle da bancada da bomba
centrífuga.
Figura 4. 13 – Janela de controle PID da bancada da bomba com indicação do SP de vazão.
A válvula elétrica de retorno tem seu controle de forma automática de acordo com o nível
do reservatório inferior, ou seja, ela fica sempre aberta desde que o nível alto no
reservatório de sucção não seja atingido.
Os dados das simulações foram armazenados em arquivos do tipo “csv” sendo abertos
posteriormente no software Microsoft Excel 2007, onde foram elaborados os gráficos e
quadros comparativos. A taxa de amostragem dos dados foi de 250 ms.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 58
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 5
SIMULAÇÕES DE SISTEMAS DE BOMBEAMENTO
A partir da implementação das novas funções no supervisório foram iniciadas as
simulações propostas com o objetivo de serem avaliados os potenciais de eficiência
energética em sistemas de bombeamento.
5.1 Análise do sistema para faixa de vazão entre 0,1 e 2,6 m³/h
A presente análise tem o objetivo de obter uma visão geral do desempenho energético do
sistema de bombeamento em toda a sua faixa de funcionamento, ou seja, desde 0,1 até 2,6
m³/h. Isso permite que sejam visualizados os potenciais máximos e mínimos de economia
de energia através das técnicas utilizadas.
Foram utilizadas as funções desenvolvidas de acionamento por tempo e variação
automática da vazão (no modo set-point contínuo) do supervisório para que o sistema
operasse igualmente para todas as vazões analisadas. A figura 5.1 ilustra a janela pop-up da
função de set-point automático no modo contínuo.
Figura 5. 1 – Função de set-point automático no modo contínuo
A seguir são apresentados os resultados obtidos na comparação entre utilização de válvula
de estrangulamento e de inversor de freqüência. Também são apresentadas análises quanto
à substituição de motores e o comportamento do fator de potência.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 59
_________________________________________________________________________
5.1.1. Comparação entre o uso de válvula e de inversor de freqüência para controle
de vazão
A partir dos ensaios realizados no LAMOTRIZ, observou-se a relação entre a potência
elétrica demandada no motor e a vazão requerida pelo sistema, relação esta que pode ser
verificada pelas equações (2.6) e (2.7).
Os testes foram feitos variando a vazão em uma faixa de 0,1 m³/h a 2,6 m³/h, utilizando o
controle automático tanto para a válvula quanto para o inversor de freqüência, ou seja, de
acordo com o set point de vazão desejado a válvula regulava automaticamente sua abertura
e o inversor variava automaticamente a freqüência de alimentação do motor.
A figura 5.2 ilustra a comparação entre os conjuntos testados para diferentes vazões.
Figura 5. 2 – Comparação entre uso de válvula e inversor de freqüência
Como pode ser observado na figura 5.2, o uso do inversor de freqüência reduz
significativamente a potência elétrica utilizada dependendo da vazão de trabalho do
sistema de bombeamento.
A maior diferença observada foi de 549,62 W e foi registrada para a menor vazão (0,1
m³/h). Entretanto, quando a vazão se aproxima do valor máximo possível para o sistema de
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 60
_________________________________________________________________________
bombeamento do LAMOTRIZ, verifica-se que a potência com a utilização do inversor foi
maior do que a potência com o uso da válvula.
Para a vazão de 2,6 m³/h a potência média com o uso do inversor foi de 814,05 W e com o
uso da válvula foi de 757,64 W. Isso pode ser explicado pelo fato do inversor trabalhar
com alta freqüência de chaveamento e por isso a taxa de distorção harmônica torna-se mais
elevada, o que contribui para o aumento da potência.
A figura 5.3 mostra a economia percentual proporcionada pelo uso do inversor em
substituição à válvula para as vazões consideradas.
Figura 5. 3 – Economia percentual obtida pela utilização do inversor de freqüência para controle de
vazão (associado ao uso do motor standard).
O comportamento decrescente da curva do percentual de economia pode ser entendido pelo
fato de que para vazões menores as perdas inseridas no sistema de bombeamento são
maiores quando utilizado o método de estrangulamento da tubulação através de válvulas.
Por outro lado quando é utilizado o inversor de freqüência não ocorre esse problema pois o
motor é ajustado automaticamente para trabalhar em uma rotação suficiente para que
aquela vazão seja atendida.
A economia percentual poderá ser levada em consideração em cálculos de viabilidade
econômica de estudos direcionados ao investimento em variadores eletrônicos de
velocidade, no caso o inversor de freqüência, que os resultados poderão ser adaptados
para motores de maior potência.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 61
_________________________________________________________________________
A tabela 5.1 apresenta os valores médios de rotação, freqüência, potência medida e
calculada, além da diferença entre essas duas potências.
Vazão (m³/h)
Rotação média
(rpm)
Freqüência
(Hz)
Potência média (W)
MEDIDA
Potência média (W)
CALCULADA
0,1 843 14,05 45,09 10,57
0,2 882 14,7 47,75 12,11
0,3 946 15,76 50,47 14,93
0,4 991 16,52 53,64 17,18
0,5 1055 17,58 59,97 20,73
0,6 1145 19,08 65,71 26,48
0,7 1219 20,32 72,9 32,01
0,8 1338 22,3 83,92 42,31
0,9 1428 23,81 94,01 51,46
1 1543 25,71 108,67 64,80
1,1 1652 27,54 124,13 79,66
1,2 1771 29,51 141,15 98,03
1,3 1891 31,52 164,36 119,38
1,4 2017 33,62 184,9 144,90
1,5 2125 35,41 212,62 169,30
1,6 2247 37,44 240,77 200,15
1,7 2353 39,22 275,96 229,98
1,8 2512 41,87 315,03 279,98
1,9 2624 43,74 356,06 319,00
2 2761 46,01 404,53 371,38
2,1 2879 47,98 451,29 421,27
2,2 3015 50,25 505,13 483,76
2,3 3116 51,94 556,38 534,33
2,4 3243 54,04 620,64 601,88
2,5 3372 56,21 684,34 677,08
2,6 3510 58,5 763,45 763,45
Tabela 5.1 – Valores médios de rotação, freqüência e potências ativas medida e calculada.
A potência calculada na tabela 5.1 foi obtida através do uso da equação (2.10) e utilizando
como potência e rotação iniciais os valores medidos para a maior vazão, ou seja, 763,45 W
e 58,5 Hz para a vazão de 2,6 m³/h.
De forma simples, intencionou-se verificar se a variação dos valores medidos de potência
tem característica semelhante aos valores calculados através das equações conhecidas da
teoria.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 62
_________________________________________________________________________
Através da figura 5.4 pode ser observado um comparativo gráfico entre as potências ativas
medidas e calculadas.
Figura 5. 4 – Variação da potência com variação da rotação do motor.
Apesar das diferenças entre as potências medidas e calculadas, observadas principalmente
para as menores vazões, o gráfico permite verificar a característica cúbica da curva de
variação de potência com a variação da rotação da bomba, confirmando o exposto pela
equação (2.10).
A situação observada em que as diferenças percentuais entre os valores medidos e
calculados são maiores na faixa das rotações mais baixas se deve ao fato que como nessa
faixa a potência é muito pequena, qualquer fator externo que influencie na medição terá
uma representatividade muito maior do que na faixa de valores de rotação mais elevados.
Acima de 2 m³/h a diferença entre os valores medidos e calculados foi inferior a 9 %.
Ressalta-se que os equipamentos de medição possuem faixas de imprecisão o que justifica
a diferença dos valores teóricos e medidos.
Com a utilização do inversor como método de acionamento e controle de vazão no sistema
de bombeamento, também pôde ser observada a variação da freqüência de acordo com a
variação da vazão.
A figura 5.5 ilustra a variação da freqüência para os ensaios realizados com as diferentes
vazões.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 63
_________________________________________________________________________
Figura 5. 5 – Variação da freqüência com variação da vazão (uso do inversor de freqüência).
Analisando o gráfico das figuras 5.5 percebe-se a característica linear da variação da
potência em relação à variação da freqüência e rotação da bomba. Essa característica linear
é definida pela equação (2.8).
5.1.2. Comparação entre a utilização de motor standard e de alto rendimento
Além da comparação entre os métodos de controle de vazão do sistema, efetuou-se um
comparativo entre a utilização de motor de linha padrão (standard) e motor de alto
rendimento.
Como citado anteriormente, os motores standard e de alto rendimento têm rendimentos de
78,6 % e 83 %, respectivamente.
A comparação foi feita associando os motores à partida direta (controle de vazão pela
válvula) e os resultados podem ser vistos na tabela 5.2.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 64
_________________________________________________________________________
Vazão
(m³/h)
Potência média (W)
Motor padrão
Potência média (W)
Motor de alto
rendimento
Economia utilizando
motor de alto rendimento
0,1 603,92 551,08 8,75%
0,2 599,01 550,73 8,06%
0,3 599,82 548,72 8,52%
0,4 600,24 547,79 8,74%
0,5 599,98 547,15 8,81%
0,6 610,5 555,97 8,93%
0,7 620,75 565,92 8,83%
0,8 629,44 577,73 8,22%
0,9 639,16 584,42 8,56%
1 649,12 594,41 8,43%
1,1 660,18 603,24 8,62%
1,2 664,73 613,1 7,77%
1,3 676,28 622,26 7,99%
1,4 684,79 630,06 7,99%
1,5 692,06 639,69 7,57%
1,6 697,39 646,84 7,25%
1,7 704,6 653,94 7,19%
1,8 713 662,15 7,13%
1,9 720,64 670,04 7,02%
2 728,76 680,63 6,60%
2,1 738,15 689,43 6,60%
2,2 746,73 700,57 6,18%
2,3 755,73 708,94 6,19%
2,4 763,55 715,87 6,24%
2,5 766,57 715,59 6,65%
2,6 777,43 723,49 6,94%
Tabela 5.2 – Valores médios de potências para os motores standard e alto rendimento.
Analisando os dados da tabela, percebe-se que a economia percentual se situou em uma
faixa de 6,18 a 8,93% para todas as vazões analisadas (de 0,1 a 2,6 m³/h), resultando numa
economia média de 7,68%.
A potência média com o uso do motor standard foi de 603,92 W para a menor vazão (0,1
m³/h) e de 777,43 W para a maior vazão (2,6 m³/h). Com o uso do motor de alto
rendimento verificou-se valores de potência média de 551,08 W e 723,49 W para a menor
e para a maior vazão respectivamente.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 65
_________________________________________________________________________
O gráfico da figura 5.6 ilustra a variação da potência média durante os ensaios realizados
para diferentes vazões.
Figura 5. 6 – Comparação entre utilização de motor standard com motor de alto rendimento
(associados ao uso de partida direta).
Observa-se através do gráfico que a diferença de potência se manteve praticamente
constante para todas as vazões analisadas.
A variação do percentual de economia pode ser verificada no gráfico da figura 5.7.
Figura 5. 7 – Economia percentual obtida pela substituição do motor standard pelo motor de alto
rendimento (associados ao uso de partida direta).
A economia média observada foi abaixo da verificada em outros trabalhos, como o de
Silva et al. (2007), por exemplo, onde a redução foi da ordem de 16%. Entretanto, no
estudo referido não foram mencionados os rendimentos nominais dos motores utilizados
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 66
_________________________________________________________________________
(dados de placa) e conforme citado por Pereira (2007) o aumento do rendimento varia com
a potência do motor e com o fabricante, não sendo, portanto, um valor constante.
É importante destacar também que a portaria interministerial MME/MCT/MDIC n° 553 de
08/12/2005, estabelece o ano de 2009 como prazo para que os motores elétricos de indução
de rotor gaiola de esquilo fabricados no país tenham seus rendimentos adequados aos
valores mínimos de eficiência energética estabelecidos pelo decreto 4508 de
11/12/2002, a Lei da Eficiência Energética. Portanto, com a provável não distinção de
motores convencionais e de alto rendimento, espera-se que haja uma redução dos custos
dos motores em relação aos valores atuais e assim que os investimentos na substituição de
motores sejam ainda mais atrativos do que a condição que ora se observa.
De forma similar ao citado anteriormente, referente à economia advinda do uso do inversor
de freqüência, os percentuais de economia observados na comparação entre os motores
standard e de alto rendimento poderão ser utilizados em estudos de viabilidade econômica
para verificação do tempo de retorno do investimento. Outro fator importante é
contabilizar a economia em Reais (R$) a longo prazo que os motores têm vida útil em
torno de 20 anos.
5.1.3. Comportamento do fator de potência
O fator de potência certas vezes pode representar um percentual significativo da fatura de
energia em indústrias pois a utilização majoritária de motores de indução contribui para
que o consumo de energia reativa seja maior do que o previsto na Resolução 456 da
ANEEL. Valores abaixo de 0,92 passam a ser tarifados pelas empresas concessionárias e
se não corrigidos além de elevar bastante os custos com energia elétrica, limitam a
possibilidade de ampliação do sistema elétrico de uma empresa devido à sobrecarga dos
transformadores.
Dessa forma avaliou-se o desempenho do fator de potência para os quatro conjuntos do
sistema de bombeamento do LAMOTRIZ. A figura 5.8 ilustra o comportamento do fator
de potência para os quatro conjuntos analisados.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 67
_________________________________________________________________________
Figura 5. 8 – Comportamento do fator de potência com a variação da vazão.
Analisando a figura 5.8 pode ser observado que os valores de fator de potência médio se
situaram entre 0,3 e 0,8 para os quatro conjuntos durante todos os valores de vazão
analisados.
Conforme o esperado, para cargas menores o fator de potência se manteve em níveis mais
baixos. Com o aumento de carga o fator de potência também se elevou.
Com relação à comparação entre os quatro conjuntos utilizados nesse trabalho, os
resultados permitem algumas observações.
Primeiramente, que os melhores desempenhos foram observados quando da utilização da
partida direta, seja com motor de alto rendimento ou motor standard. Enquanto os dois
conjuntos que utilizaram o inversor de freqüência tiveram seus valores de fator de potência
situados entre 0,3 e 0,6 durante toda a análise, os conjuntos que utilizaram a partida direta
apresentaram valores entre 0,6 e 0,8 na maioria das vazões consideradas. A alta freqüência
de chaveamento do inversor contribui para que o fator de potência global do sistema
diminua. A avaliação da qualidade de energia não é o enfoque do presente trabalho,
entretanto para se constatar a verdadeira relação entre as taxas de distorção harmônicas e o
fator de potência sugere-se para trabalhos futuros que seja feita uma análise minuciosa dos
valores observados dessas duas grandezas, conforme estudo de Brito e Leão (2006),
utilizando o sistema de bombeamento do LAMOTRIZ.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 68
_________________________________________________________________________
O baixo nível de fator de potência quando da utilização do inversor de freqüência deve ser
levado em consideração nos estudos de viabilidade econômica para instalação desse tipo de
equipamento, pois, conforme os prejuízos citados por Campana et al. (1999), como queima
de motores causada pela flutuação de tensão, sobrecarga de equipamentos, entre outros,
alguns custos adicionais serão necessários para correção do fator de potência e que
conseqüentemente esses malefícios sejam minimizados.
Uma segunda observação refere-se ao fato de que principalmente para o uso da partida
direta o motor de alto rendimento apresentou melhor desempenho, quanto ao fator de
potência, do que o motor standard. Essa condição confirma as características apresentadas
nas placas dos motores. Os motores utilizados possuem fator de potência indicado em
placa de 0,83 para o motor standard e 0,87 para o de alto rendimento.
Nota-se também uma tendência de aumento do fator de potência conforme a vazão também
aumenta. Esse comportamento evidencia a importância do correto dimensionamento dos
motores, pois quanto mais os sistemas trabalharem a vazio maior será o consumo de
energia reativa e conseqüentemente maiores serão os custos com energia elétrica.
Portanto, dentre os quatro conjuntos analisados observou-se que o conjunto formado pela
associação do motor de alto rendimento com a partida direta é o mais econômico em
termos de energia reativa. Como em plantas industriais existem grandes números de
motores de indução o fator de potência pode representar um custo alto na composição do
valor final da fatura de energia elétrica de uma indústria. Dessa forma, caso seja possível a
utilização de motores de alto rendimento em substituição aos motores standard, além da
economia do consumo de energia elétrica ativa (contabilizado pelo kWh) também poderá
ser eliminada parte de um possível gasto com instalação de banco de capacitores para
futura correção do fator de potência.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 69
_________________________________________________________________________
5.2 Simulação de um sistema de bombeamento com curva de vazão
variável
A existência de um sistema totalmente automatizado e monitorado via supervisório permite
que sejam reproduzidas e simuladas situações semelhantes às encontradas nas indústrias,
caracterizando-se como uma das vantagens da estrutura do LAMOTRIZ.
Com base nessa idéia foram desenvolvidas algumas funções adicionais no sistema
supervisório, como descritas anteriormente, para que este possibilitasse a construção de
uma curva de consumo de água de um sistema de bombeamento.
A função de variação automática de vazão foi utilizada para que fossem comparados os
desempenhos, do ponto de vista da eficiência energética, dos quatro conjuntos analisados
nesse trabalho.
A figura 5.9 apresenta a janela pop up da função desenvolvida com os dados de variação
de vazão e o intervalo de tempo de cada variação.
Figura 5. 9 – Janela pop up da função de variação automática de vazão
Nos ensaios realizados para a curva de vazão simulada de acordo com os dados observados
na figura 5.9, foi adotado no supervisório um intervalo de aquisição de dados de 1 em 1
segundo. Posteriormente, esses dados foram integrados em intervalos de 30 segundos.
Ressalta-se que originalmente os dados são adquiridos a cada 250 ms no LAMOTRIZ,
porém, para evitar uma sobrecarga no banco de dados optou-se pelo aumento desse tempo.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 70
_________________________________________________________________________
As 20 variações representam uma curva de vazão em um intervalo de 8 horas. O propósito
baseia-se na consideração desta curva como uma curva característica de um sistema de
bombeamento de um eventual consumidor. A figura 5.10 apresenta a curva de vazão
simulada.
Figura 5. 10 – Curva simulada de consumo de água de um sistema de bombeamento.
Como exemplos de curvas com característica de vazão variável de forma descontínua
como a observada na figura 5.10 podem ser citados sistemas de bombeamento que tenham
sua vazão regulada conforme o nível de reservatório, ou seja, quanto mais baixo o nível
maior a quantidade de água a ser recalcada. Outro caso que pode ser citado são de sistemas
que recebam sinais de medição de sensores de umidade e que através da interpretação da
leitura destes o sistema supervisório possa enviar o sinal de controle para o inversor ou
válvula e então a freqüência ou abertura é ajustada automaticamente.
No estudo de Araújo (2003), o inversor de freqüência foi parametrizado em relação aos
tempos de resposta do controle integral derivativo (PID) , operando em malha fechada,
sendo que o ajuste foi feito de acordo com a leitura de sensores de pressão instalados no
sistema de irrigação. A comparação foi feita com um sistema convencional utilizando
válvulas solenóides para abertura de linhas do sistema de irrigação, diferentemente da
comparação proposta na presente simulação deste trabalho que efetua a comparação do
inversor de freqüência com uma válvula pneumática automaticamente controlada.
Na figura 5.11 pode ser observada a curva de carga dos quatro conjuntos analisados para a
curva de vazão da figura 5.10.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 71
_________________________________________________________________________
Figura 5. 11 – Curva de carga para os quatro conjuntos.
Esse tipo de funcionamento do sistema de bombeamento requer que exista um processo
com alto nível de automação pois a válvula ou o inversor tem seus parâmetros ajustados
automaticamente conforme a necessidade de suprimento de uma determinada vazão.
Na figura 5.11 pode ser verificada que a curva de carga para os quatro conjuntos
acompanha o comportamento da curva de vazão do sistema.
A característica da curva de carga influi diretamente e tem grande representatividade na
análise da viabilidade econômica de investimentos em métodos para a obtenção de um
melhor nível de eficientização energética. Para consumidores horosazonais, por exemplo, a
economia financeira obtida com a redução do consumo de energia pode ser muito maior
em relação a um consumidor enquadrado nas tarifas convencionais no caso da curva de
carga ser elevada no horário de ponta.
Como não foi o objetivo do presente trabalho, sugere-se que no futuro sejam realizadas
análises comparativas do investimento em métodos de eficiência energética em sistemas de
bombeamento para diferentes curvas de vazão (diferentes curvas de carga) e seu impacto
em clientes enquadrados nas estruturas tarifárias convencionais e horosazonais no Mato
Grosso do Sul, utilizando o sistema de bombeamento do LAMOTRIZ.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 72
_________________________________________________________________________
5.2.1. Comparação entre o uso da válvula e do inversor de freqüência
A partir de uma análise das curvas de carga apresentadas na figura 5.11 verifica-se que os
dois conjuntos que utilizaram inversor de freqüência como forma de controlar a vazão do
sistema de bombeamento apresentaram valores significativamente menores de potência do
que os conjuntos que utilizaram a válvula pneumática.
Essa diferença entre as curvas de carga pode ser observada também na curva de consumo
para cada conjunto, apresentada na figura 5.12.
Figura 5. 12 – Consumo de energia elétrica (comparativo entre uso de válvula e inversor).
Enquanto o consumo total para a curva de vazão simulada foi de 4921 Wh para o conjunto
formado pelo motor standard com uso da válvula, o consumo total do conjunto motor
standard com inversor de freqüência foi de 1449 Wh. Portanto, a economia verificada foi
de 71% com a substituição da válvula pelo controle de vazão através de inversor de
freqüência.
Ressalta-se, porém, que a economia percentual dependerá da característica da curva de
consumo de água. Curvas nas quais a vazão média estiver mais próxima da capacidade
nominal da bomba apresentarão menor economia na troca da válvula pelo inversor. A
vazão média para a curva simulada foi de aproximadamente 1,6 m³/h e de acordo com a
análise da figura 5.3 a economia referente a esse patamar de vazão foi em torno de 65 %,
valor próximo ao obtido nessa simulação (71%).
Economia
de 71 %
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 73
_________________________________________________________________________
5.2.2. Comparação entre o uso de motor standard e de alto rendimento
Da mesma forma como foi comparada o uso da válvula com o uso do inversor de
freqüência, também foi avaliada a economia proveniente da troca do motor standard por
motor de alto rendimento para a curva de vazão variável analisada.
As características de consumo de energia elétrica para os dois tipos de motores podem ser
observadas na figura 5.13.
Figura 5. 13 – Consumo de energia elétrica (comparativo entre uso de motor standard e de alto
rendimento).
O consumo de energia durante a simulação para o conjunto que utilizou o motor standard
foi de 4921 Wh. Por outro lado, o consumo verificado para o conjunto que utilizou o motor
de alto rendimento foi de 4553 Wh. Essa diferença de consumo observada (368 Wh)
corresponde a uma economia de 7,5 % quando se faz a opção pelo uso do modelo mais
eficiente de motor.
Conforme verificado anteriormente (item 5.1.2), quando variou-se a vazão de 0,1 a 2,6
m³/h, a economia advinda da troca do motor standard pelo de alto rendimento esteve entre
6,18 % a 8,93 %, correspondendo a uma economia média de 7,68 %. Portanto, a economia
observada para a presente situação de carga simulada situou-se bem próxima da economia
média observada anteriormente.
Economia
de 7,5 %
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 74
_________________________________________________________________________
5.3 Sistema funcionado com religamento automático por nível (liga e
desliga)
Atualmente, existem ainda um grande número de sistemas de bombeamento que trabalham
de acordo com o nível do reservatório de recalque. Ou seja, ao atingir um nível mínimo
pré-estabelecido o conjunto motor-bomba é acionado e é desligado ao atingir um nível
máximo também pré-definido.
Nesse tipo de funcionamento, na maioria dos casos, o motor trabalha sob a freqüência
nominal e com diversas partidas em curtos espaços de tempos. O excesso de partidas
prejudica as partes elétricas e mecânicas do motor fazendo com que haja um gasto maior
com a manutenção desse equipamento.
Com a utilização do inversor de freqüência, pode-se ajustar a velocidade mínima na qual o
motor funcionará para que o nível do reservatório esteja sempre acima do limite mínimo.
Nesta simulação foi utilizada a função de religamento automático por vel, desenvolvida
no supervisório. A figura 5.14 apresenta a janela de comando do supervisório onde foi
inserida a nova função.
Figura 5. 14 – Janela de Comando do supervisório com função de religamento automático por nível
Assim como na simulação para a curva de vazão variável (item 5.2), a taxa de amostragem
dos dados utilizada foi de 1 segundo. Essa taxa é suficiente para a análise energética do
sistema e evita que o banco de dados e posteriormente a elaboração de planilhas e gráficos
fique sobrecarregada.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 75
_________________________________________________________________________
5.3.1. Freqüência mínima de operação do conjunto motor-bomba
Foram utilizados nos ensaios, valores pré-definidos para o nível do reservatório superior,
sendo 20 % para o nimo e 70% para o máximo. Considerou-se o funcionamento durante
uma hora para cada um dos ensaios e o motor utilizado para todos os casos foi o de alto
rendimento.
Inicialmente, optou-se por trabalhar com sete valores de freqüência, sendo eles: 30 Hz ; 35
Hz ; 40 Hz ; 45 Hz ; 50 Hz ; 55 Hz e 60 Hz.
Entretanto para que a condição de nível mínimo do reservatório fosse atendida a freqüência
de 30 Hz não foi suficiente, conforme pode ser observado na figura 5.15.
Figura 5. 15 – Variação do nível do reservatório para diferentes freqüências
No gráfico da figura 5.15 podem ser visualizadas as variações do nível do reservatório para
os três menores valores de freqüência considerados. Verifica-se que o valor mínimo a ser
trabalhado nesse caso é de 35 Hz pois para esse valor o nível do reservatório tendeu-se a
estabilizar em torno de 54 %, suficiente para os limites estabelecidos.
Salienta-se também que conforme a freqüência aumenta, maior a quantidade de
acionamentos aos quais o motor será submetido. Para 40 Hz, por exemplo, como
observado na figura 5.15, no intervalo de uma hora ocorreram três religamentos, enquanto
que para 35 Hz o funcionamento do conjunto motor-bomba passou a ser ininterrupto.
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 76
_________________________________________________________________________
5.3.2. Comparação do consumo de energia para freqüência nominal (60 Hz) e demais
freqüências
Definidos, então, os valores de freqüência a serem utilizados, foram realizados ensaios de
uma hora para cada um deles. O consumo em Wh foi quantificado e os resultados podem
ser visualizados na figura 5.16.
Figura 5. 16 – Consumo de energia do sistema de bombeamento funcionando com diferentes
freqüências.
Como pode ser observado, para o funcionamento na freqüência nominal (60 Hz) o
consumo de energia para atender as condições estabelecidas foi significativamente maior
do que para os demais valores de freqüência. A tabela 5.3 apresenta o consumo em Wh e a
economia percentual de obtida para cada uma das freqüências analisadas.
Variáveis
Freqüências
60 Hz 55 Hz 50 Hz 45 Hz 40 Hz 35 Hz
Consumo
(Wh)
417,49 340,06 270,03 210,32 154,99 113,54
Economia
(%)
- 18,55 35,32 49,62 62,88 72,80
Tabela 5.3 – Consumo de energia e economia percentual com relação à freqüência nominal (60 Hz)
45 Hz
40 Hz
35 Hz
50 Hz
55 Hz
60 Hz
Capítulo 5 – Simulações de Sistemas de Bombeamento 77
_________________________________________________________________________
Conforme os resultados visualizados na tabela 5.3, a economia percentual variou entre
18,55 % e 72,80 %, sendo que o maior valor foi observado para o funcionamento do motor
a 35 Hz. A economia observada foi semelhante a observada em outros estudos, como por
exemplo em Schmidlin (2006) onde foi observada uma redução de aproximadamente 85%
da potência média para o sistema trabalhando em 30 Hz e de 50 % para a freqüência de 45
Hz. Entretanto, no trabalho citado não foi estabelecida uma certa condição de carga a ser
atendida pelo sistema de bombeamento, conforme a proposta desta simulação (manter
nível do reservatório entre 20 e 70%) que visa representar um sistema funcionando no
modo de religamento automático por nível.
É importante ressaltar que essa economia se aplica à situação simulada, onde os níveis
mínimos e máximos foram de 20 e 70 %, respectivamente. Outras condições, onde os
níveis analisados sejam diferentes, poderão apresentar percentuais de economia distintos, e
principalmente uma freqüência mínima diferente deste caso.
Os resultados apresentados para uma hora poderão ser expandidos para um período diário
desde que o comportamento do consumo de água seja o mesmo durante todo o tempo. A
partir de então, considerando as particularidades de cada consumidor, poderão ser
realizados cálculos de viabilidade econômica para analisar se é vantajoso ou não o
investimento na instalação de um inversor de freqüência.
Quanto à funcionalidade do supervisório para esse tipo de simulação, observou-se que o
desempenho foi conforme o esperado ao ser criada a nova função de religamento
automático por nível. A resposta do sistema aos comandos estabelecidos foi
completamente satisfatória para a proposta da simulação.
Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações 78
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 Conclusões
Com relação às novas funções concluiu-se que para a primeira implementação (criação de
um sistema para controlar o tempo de funcionamento da bancada da bomba centrífuga) o
desempenho foi conforme o esperado inicialmente e nenhum problema foi observado
durante os testes em que a função estava habilitada.
Verificou-se também que a atuação da função para variação automática da vazão em
intervalos de tempo pré-determinados, denominada como função de set-point automático,
correspondeu às expectativas iniciais durante os ensaios em que foi utilizada, uma vez que
a resposta do sistema aos parâmetros pré-estabelecidos foi extremamente satisfatória.
De maneira similar, para a função de religamento automático por nível, que objetiva
representar sistemas de bombeamento que funcionem como “liga-desliga” conforme os
níveis mínimos e máximos do reservatório, também não foram observados problemas
durante sua utilização.
Com relação ao desempenho do sistema de bombeamento, foram realizadas três
simulações.
A proposta da primeira simulação foi obter uma visão geral do desempenho energético do
sistema de bombeamento do LAMOTRIZ em toda a sua faixa de funcionamento, ou seja,
desde 0,1 até 2,6 m³/h. Para as análises efetuadas observou-se que a economia
proporcionada pelo uso do inversor de freqüência foi de até 90% (valor obtido para a
menor vazão) em relação ao uso da válvula pneumática. No comparativo entre os motores,
verificou-se uma economia média de 7,68 % com a substituição do motor standard pelo
modelo de alto rendimento. Concluiu-se também que a utilização do inversor de
freqüência, apesar da economia de energia ativa proporcionada, reduziu o fator de potência
do sistema. Enquanto os dois conjuntos (motor + método de acionamento) que utilizaram o
inversor de freqüência tiveram seus valores de fator de potência situados entre 0,3 e 0,6
Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações 79
_________________________________________________________________________
durante toda a análise, os conjuntos que utilizaram a partida direta apresentaram valores
entre 0,6 e 0,8 na maioria das vazões consideradas.
O objetivo da segunda simulação foi representar um sistema de bombeamento com uma
curva variável de vazão ao longo do dia. Enquanto o consumo total para a curva de vazão
simulada foi de 4921 Wh para o conjunto formado pelo motor standard com uso da
válvula, o consumo total do conjunto motor standard com inversor de freqüência foi de
1449 Wh. Portanto, a economia verificada foi de 71% com a substituição da válvula pelo
controle de vazão através de inversor de freqüência. Com relação aos motores, foi
observada uma redução de 7,5 % no consumo de energia para essa curva simulada quando
se faz a opção pelo uso do motor de alto rendimento em substituição ao motor standard.
A terceira simulação foi para um sistema de bombeamento funcionando através do nível do
reservatório de recalque. Foram considerados como níveis mínimo e máximo os
percentuais de 20 e 70 %, respectivamente. Utilizando o inversor de freqüência, comparou-
se o funcionamento na freqüência nominal 60 Hz com outras freqüências. Verificou-se
economia de aproximadamente 73% do consumo de energia para o conjunto motor-bomba
funcionando a 35 Hz. Os valores abaixo de 35 Hz foram insuficientes para manter o nível
do reservatório acima do limite mínimo.
Portanto, para as simulações realizadas foi claramente vantajosa a utilização de inversor de
freqüência em substituição aos métodos tradicionais para controle de vazão. Entretanto, o
percentual de economia obtido varia conforme a característica da carga e por isso cada
situação deve ser analisada criteriosamente para definir se a instalação desse tipo de
equipamento é economicamente viável. Deve-se tomar o cuidado também de adotar
medidas que compensem a diminuição do fator de potência proveniente da utilização de
inversores de freqüência pois em uma planta industrial com vários motores os custos
gerados com consumo excessivo de energia reativa podem ser altamente significativos.
O uso do motor de alto rendimento também se mostrou vantajoso nas situações analisadas
apesar da economia obtida ter sido abaixo da observada em outros trabalhos. Ressalta-se
que é importante contabilizar a economia em Reais (R$) a longo prazo que os motores
têm vida útil superior a 20 anos.
Salienta-se também que as metodologias adotadas para a elaboração das funções no
sistema supervisório poderão contribuir para o desenvolvimento de novas funções, sejam
em sistemas laboratoriais ou sistemas encontrados na prática, já que muitas empresas
Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações 80
_________________________________________________________________________
utilizam sistemas de controle e supervisão e o software utilizado neste trabalho é bastante
difundido em níveis industriais.
Destaca-se finalmente que o desenvolvimento das novas funções contribuiu de maneira
determinante para o êxito do trabalho uma vez que o objetivo inicial de representar o
comportamento de sistemas de bombeamento reais em laboratório foi alcançado. Dessa
maneira cria-se mais segurança para os investimentos na utilização de controladores
eletrônicos de velocidade e na troca de motores standard por modelos de alto rendimento,
atentando-se sempre para os prazos de retorno do capital investido para cada situação.
De forma complementar aos objetivos do trabalho, evidencia-se o grande valor técnico-
científico do convênio ECV 024/2004 entre a UFMS e a ELETROBRÁS, pelo qual foi
possível a implantação do LAMOTRIZ fomentando as atividades de pesquisas voltadas à
eficiência energética em sistemas motrizes que contribuem para a diminuição do
desperdício de energia elétrica e conseqüentemente cooperam com a minimização dos
impactos ao meio ambiente.
6.2 Recomendações para trabalhos futuros
Durante a realização da presente dissertação, algumas observações foram feitas e se
aplicam como sugestões para a realização de novos trabalhos. Destaca-se:
· Reproduzir a curva de um sistema de bombeamento real através de simulações no
LAMOTRIZ e comparar os resultados obtidos em laboratório com os resultados
observados na prática;
· A partir da utilização de inversores de freqüência, confrontar os benefícios obtidos
pela redução do consumo de energia com os prejuízos causados à instalação elétrica
devido ao aumento da taxa de distorção harmônica;
· Realização de estudo de viabilidade econômica da instalação de inversores de
freqüência e substituição de motores convencionais por alto rendimento para um
consumidor do Mato Grosso do Sul.
Capítulo 7 - Referências Bibliográficas 81
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Apêndices 87
_________________________________________________________________________
APÊNDICES
Apêndice A - Função para acionamento por tempo
Apêndice B - Função para set-point automático
Apêndice C - Função para religamento automático por nível do reservatório
Apêndice D - Lista de materiais da bancada da bomba centrífuga
Apêndices 88
_________________________________________________________________________
- Apêndice A –
Função para acionamento por tempo
Escrita de parte da função em VBS:
If $bc.actempo = 1 Then // Verifica o acionamento por tempo está ligado
$bc.tempofin = $GetClock() + $bc.tempo // Calcula o momento de parada (hora atual + tempo
ligado)
End If
Escrita de parte da função em IWS:
Tag Expression
bc.tesys if(bc.indica_driver=3 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
bc.atv31 if(bc.indica_driver=2 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
bc.ats48 if(bc.indica_driver=1 AND GetClock()=bc.tempofin,0)
Variáveis:
· bc.tesys - ligar ou desligar a bomba com acionamento Direto (1-ligado, 0-
desligado)
· bc.ats48 - ligar ou desligar a bomba com acionamento a partir do Soft-Start (1-
ligado, 0-desligado)
· bc.atv31 - ligar ou desligar a bomba com acionamento a partir do Inversor (1-
ligado, 0-desligado)
· bc.indica_driver - indica qual partida está sendo utilizada (1-soft-start,2-inversor,3-
direta)
Estrutura IF
if (condição , ações caso a condição seja verdadeira , ações caso a condição seja falsa)
Apêndices 89
_________________________________________________________________________
- Apêndice B –
Função para set-point automático
Escrita da função:
If $bc.habilita = 0 Then
If $bc.sp_controle = 1 Then // Verifica se a função de set-point está ligada
Call Sub Sp_auto ()
End If
End If
If ($bc.sp_controle = 1) And ($bc.controle_sp = 1) Then // Verifica se o script descontínuo esta
ligado
For contador = 0 To $bc.sp_usado // Faz contador variar até o numero de alterações
$sp[contador].bc_final = $GetClock()
For count = 0 To contador // Faz count variar até contador
$sp[contador].bc_final = $sp[contador].bc_final + $sp[count].bc_tempo
// Indica o tempo final de cada alteração
Next
Next
ElseIf ($bc.sp_controle = 1) And ($bc.controle_sp = 0) Then // Verifica se o script contínuo está
ligado
$sp[0].bc_final = $GetClock() + $sp[0].bc_tempo // Calcula o tempo final
End If
Sub Sp_auto (Bancada)
If $bc.controle_sp = 0 And Then // Verifica se o set-point está definido para variar
continuamente
If $sp[0].bc_final <= $GetClock() Then // Verifica se está no momento certo para mudar.
bc.sp_pid = $bc.sp_pid + $sp[0].bc_aumento
$sp[0].bc_final = $GetClock() + $sp[0].bc_tempo
End If
ElseIf $bc.controle_sp = 1 Then // Verifica se o SP es definido para variar
descontinuamente
If BC_Contador <= $bc.sp_usado Then
If $sp[BC_Contador].bc_final <= $GetClock() Then
$bc.sp_pid = $bc.sp_pid + $sp[BC_Contador].bc_aumento
BC_Contador = BC_Contador + 1
End If
End If
End If
End Sub
Apêndices 90
_________________________________________________________________________
- Apêndice C –
Função para religamento automático por nível do reservatório
Escrita no IWS
Tag Expression
bc.tesys If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 3 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.tesys If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 3 AND bc.dinabomba = 2,1)
bc.ats48 If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 1 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.ats48 If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 1 AND bc.dinabomba = 2,1)
bc.atv31 If (bc.lit01 > bc.volume_max AND bc.indica_driver = 2 AND bc.dinabomba = 2,0)
bc.atv31 If (bc.lit01 < bc.volume_min AND bc.indica_driver = 2 AND bc.dinabomba = 2,1)
Variáveis:
· bc.tesys - ligar ou desligar a bomba com acionamento Direto (1-ligado, 0-
desligado)
· bc.ats48 - ligar ou desligar a bomba com acionamento a partir do Soft-Start (1-
ligado, 0-desligado)
· bc.atv31 - ligar ou desligar a bomba com acionamento a partir do Inversor (1-
ligado, 0-desligado)
· bc.lit01 - indica o volume no reservatório superior
· bc.seg_manauto - indica se será usado o religamento ou não (1-sim, 2-não)
· bc.volume_min - volume mínimo no reservatório
· bc.volume_max - volume máximo no reservatório
· bc.indica_driver - indica qual partida está sendo utilizada (1-soft-start,2-inversor,3-
direta)
· bc.dinabomba - indica se está sendo usada a bomba ou o dinamômetro (1-dina,2-
bomba)
Apêndices 91
_________________________________________________________________________
- Apêndice D –
LISTA DE MATERIAIS - BANCADA DA BOMBA CENTRÍFUGA
Item
Descrição
Fabricante /
Modelo
Quant.
1
Bomba centrífuga: compatível com motor de 1,5 cv,
vazão mínima de 1 m
3
/h, dutos de entrada e saída de 1”
BSP. A bomba é de mancal, permitindo o acoplamento
de diferentes motores.
Schneider
Motobombas
MODELO: BC-
92S HA
1
2
Transdutor de torque e rotação: 0-10 Nm; saída -10 a 10
V; classe de precisão 0,2; para medição de torque em
máquinas rotativas; compatível com o Controlador
Lógico Programável (CLP) utilizado; sobrecarga 200%;
torque de quebra 280%.
HBM
T20WN/10NM
1
3
Reservatórios de água: construídos em acrílico
transparente com parede de no mínimo 10 mm, em
formato cilíndrico ou quadrado; capacidade para 100
litros. As entradas e saídas destes tanques são flangeadas
e com rosca de ¾” BSP, com flange usinada em
alumínio e anéis o’ring para a vedação. Todos os dutos
de chegada e saída dos tanques são flexíveis de modo a
preservar o acrílico contra esforços mecânicos e evitar
rachaduras.
Acriresinas / sob
encomenda / 100
litros
2
4
Válvula solenóide, duas vias, tipo diafragma, conexão
rosca BSP, diâmetro 1", normalmente fechada,
alimentação 24 Vcc, bobina classe F, TAG XV-02
AICAS / 521 1
5
Válvula solenóide, duas vias, tipo diafragma, conexão
rosca BSP, diâmetro 3/4", normalmente aberta,
alimentação 24 Vcc, bobina classe F, TAG XV-03
AICAS / 521 1
6
Válvula de controle, 2 vias, tipo globo, linear, diâmetro
3/4",conexão rosca BSP, normalmente aberta, atuador
eletropneumático, alimentação 24 Vcc, sinal de controle
4 a 20 Ma, TAG FV-01
Foxwall / RC-
WCB
1
7
Transmissor de Pressão diferencial, tipo capacitivo, com
corpo de o inox, Faixa de pressão: 0 750 mm H2O,
Alimentação: 24 VDC, Precisão: 0,5%, Proteção: IP 65,
compatível com a tubulação, pressão e potência; com
cabo de saída 2 metros; sinal de saída 4 a 20 mA, com
indicação local digital, TAG LIT-01
Siemens 1
8
Transmissor de Pressão manométrico tipo capacitivo,
com corpo de aço inox, Faixa de pressão: 0 10 bar,
Alimentação: 24 VDC, Precisão: 0,5%, Proteção: IP 65,
compatível com a tubulação, pressão e potência; com
cabo de saída 2 metros; sinal de saída 4 a 20 mA, com
indicação local digital, TAG PIT-01
Siemens 1
9
Transmissor de Pressão diferencial, tipo capacitivo, com
corpo de aço inox, Faixa de pressão: 0 – 5000 mm H2O,
Alimentação: 24 VDC, Precisão: 0,5%, Proteção: IP 65,
compatível com a tubulação, pressão e potência; com
cabo de saída 2 metros; sinal de saída 4 a 20 mA, com
indicação local digital TAG FIT-01
Siemens 1
Apêndices 92
_________________________________________________________________________
10
Chave de nível tipo bóia magnética, instalação lateral,
conexão rosca 1/2" NPT(M), corpo em polipropileno,
diâmetro da bóia 18 mm, 1 contato SPST 10 Watts.
CONTEC / RFS 4
11
Fonte de alimentação: 24 V DC, chaveada com
proteções, compatível com o sistema de controle,
sensores e transdutores.
MCE Microtécnica
/ chaveada/ CH-24
1
12 Dinamômetro
Schooltech / DLB
FF 1301
1
13
Placa de orifício, para tubulação de 3/4", material aço
inox 316, vazão máxima de 0 a 5 m3/h, montada entre
flanges com trecho reto e conexão rosca
Digitrol / TAG
FE-01
1
14 Manifold para transmissor de pressão diferencial Digitrol 1
15
Motor elétrico 1,5 cv indução, trifásico; 220/380 V; 4
pólos; 60 Hz; IP 55; convencional (standard) com
sensores do tipo PT 100 instalados nas bobinas do
estator e na carcaça.
WEG 1
16
Motor elétrico 1,5 cv; indução, trifásico. 220/380 V; 4
pólos; 60 Hz; IP 55; alto rendimento, com sensores do
tipo PT 100 instalados nas bobinas do estator e na
carcaça.
WEG 1
17 CLP - CPU premium UNITY N1 ETH 96KB
Schneider /
TSXP571634M
1
18 CLP - Módulo fonte alimentação TSX57 10
Schneider /
TSXPSY2600M
1
19 CLP - Rack standard
Schneider /
TSXRKY12
1
20 CLP - Placa 16 entrada digital 24Vcc com borneira
Schneider /
TSXDEY16D2
1
21 CLP - Placa 16 saída digital a rele com borneira
Schneider /
TSXDSY16R5
1
22 CLP - Placa 8 entrada analógica 0-10V/4-20MA
Schneider /
TSXAEY800
1
23 CLP - Placa 8 saída analógica 0-10V/4-20MA
Schneider /
TSXASY800
1
24 CLP - Placa entrada analógica multigama 16BI
Schneider /
TSXAEY414
1
25
Inversor de Freqüência: trifásico; para motor de 1,5 cv;
220 V; 60 Hz; comunicação via rede ModBus, entrada
para encoder; controle PID; entrada 0-10V analógica
para controle de velocidade.
Schneider /
Altivar 31 /
ATV31HU11M3X
A
1
26
Dispositivo de partida suave (Soft- Starter) trifásico; 220
V para motor de 1,5 cv comunicação via rede ModBus.
Schneider /
Altistart /
ATS48D17Q
1
27
Medidores de energia multifunção: Transdutor digital
multifunção (V,I, W,VA, Var, Hz, cos fi, THD)
trifásico; tensão; corrente; freqüência; potências ativas,
reativas e aparentes; fator de potência; THD% de tensão
e corrente; demanda; energia ativa; energia reativa
indutiva e capacitiva; medição True RMS; exatidão
básica 0,5 %; comunicação RS232; protocolo MODBUS
RTU.
Schneider /
Power Meter
Series 800 /
PM850U
1
28 Dispositivo de partida direta para motores Tesys / modelo U 1
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