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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS - ODONTOPEDIATRIA
AVALIAÇÃO DAS RESTAURAÇÕES ATRAUMÁTICAS EM
PRÉ-ESCOLARES
VANESSA CONSTANT BARRETO
PORTO ALEGRE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS - ODONTOPEDIATRIA
AVALIAÇÃO DAS RESTAURAÇÕES ATRAUMÁTICAS EM
PRÉ-ESCOLARES
Vanessa Constant Barreto
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos obrigatórios para obtenção do
título de mestre em Odontologia, na área de
concentração em Clínica Odontológica
Odontopediatria.
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Cançado
Figueiredo
PORTO ALEGRE
2007
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
B273a Barreto, Vanessa Constant
Avaliação das restaurações atraumáticas em pré-escolares / Vanessa
Constant Barreto. – 2007.
77 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Odontologia. Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Clínica Odontológica (Odontopediatria), Porto Alegre, 2007.
Orientadora: Márcia Cançado Figueiredo.
1. Tratamento restaurador atraumático 2. Cimento ionômero de vidro
3. Dente decíduo 4. Pré-escolares I. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Faculdade de Odontologia II. Título.
CDU 616.314-053.2
Bibliotecária responsável: Eloisa Futuro Pfitscher CRB 10/598
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, meus exemplos de vida, por me incentivarem e apoiarem
sempre em qualquer decisão, pelo respeito à minha opção profissional, pela
compreensão nos momentos em que estive ausente e pelo amor incondicional.
Aos meus amigos pelas palavras encorajadoras.
Aos meus pacientes que foram motivadores durante a jornada, cientes de que
é para eles o benefício da constante busca de atualização dos meus conhecimentos
a fim de assisti-los sempre baseada em evidências científicas de modo a continuar
promovendo saúde.
Aos funcionários da secretaria do Programa de Pós Graduação e a todos que,
direta ou indiretamente, contribuíram para a concretização desta etapa.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por haver me
recebido como aluna do programa de pós-graduação.
A minha Professora Orientadora, Dra. Márcia Cançado Figueiredo pela
paciência de ensinar e sabedoria com que desenvolveu suas atividades não
medindo esforços para que o trabalho fosse concluído com êxito.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento
desta pesquisa, em especial meu sincero agradecimento às crianças pertencentes
às creches comunitárias, a seus pais por me confiarem seus filhos e as educadoras
tornando possível à execução e conclusão deste estudo.
Aos meus amigos e familiares pela compreensão nos meus momentos de
impaciência e ansiedade, por me ouvir nas fases de conflitos, pela ausência em
muitas oportunidades e pelas palavras de conforto e coragem para que eu
persistisse neste caminho.
Aos professores do programa de Pós-Graduação pela dedicação durante
esses dois anos, e por me orientarem a buscar as melhores evidências científicas,
de modo que eu possa fazer as melhores escolhas para realizar uma odontologia de
qualidade.
Aos funcionários cujo apoio administrativo colaborou para a realização de
mais essa edição da turma de mestrado.
Aos meus primeiros professores, por me despertaram o gosto pela pesquisa,
elemento fundamental para o desenvolvimento da saúde bucal.
Aos meus colegas de curso agradeço pela parceria, pelos momentos de
descontração, pelas palavras de conforto e por dividir minhas angustias.
Ao querido estagiário Antonio Iponema pela presteza e dedicação apoiando e
participando em inúmeras etapas do estudo.
RESUMO
Proposição: o objetivo deste trabalho foi avaliar, após doze meses, qualitativamente
o desempenho clínico e o tempo gasto na execução de 86 restaurações
atraumáticas realizadas em pré-escolares de creches comunitárias do município de
Porto Alegre, utilizando o cimento de ionômero de vidro de alta viscosidade (Vitro-
Molar/DFL). Metodologia: foram selecionadas 42 crianças com necessidades
restauradoras, inseridas em um programa educativo-preventivo. As respectivas
restaurações foram avaliadas seguindo os critérios USPHS modificado e analisadas
estatisticamente pelo teste não paramétrico Mann- Whitney (p<0,05).
Resultados: encontrou-se 94,2% de retenção das restaurações envolvendo uma ou
mais superfícies em dentes decíduos. O tempo médio despendido para execução da
restauração foi de 4,47 minutos segundo análise de variância.
Conclusão: concluí-se que as restaurações atraumáticas são indicadas para serem
utilizadas em pré-escolares, por apresentarem um bom desempenho clínico e
agilidade no atendimento.
Palavras-chave: 1. Tratamento Restaurador Atraumático – 2. Cimento ionômero de
vidro – 3. Dente decíduo - 4. pré-escolares.
ABSTRACT
Objective: the aim of the present study was to qualitatively assess the clinical
performance, after 12 months, of 86 atraumatic restorations bonded with high-
viscosity glass ionomer cement (Vitro-Molar/DFL), in preschoolers from Porto
Alegre-based day care centers, in southern Brazil, and also to assess the length of
the treatment. Methods: a total of 42 children who required restorative treatment
were selected from a preventive educational program. The restorations were
assessed using the modified USPHS criteria and statistically analyzed by the non-
parametric Mann-Whitney test (p<0.05). Results: the restorations on one or more
surfaces of deciduous teeth had a retention rate of 94.2%. According to the analysis
of variance, the length of restorative treatment averaged 4.47 minutes. Conclusion:
atraumatic restorations are recommended in preschoolers, since they have a good
clinical performance and allow prompt treatment.
Keywords: atraumatic restorations; glass ionomer cement; deciduous teeth;
preschoolers.
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Quadro 1: Seqüência da Restauração ARTs e ARTs selantes; 49
Quadro 2: Critérios de Avaliação USPHS ; 50
Tabela 1: Critérios de qualidade da restauração com relação ao sexo ; 53
Tabela 2: Critérios de qualidade da restauração quanto a variável atividade de
cárie;
53
Tabela 3: Critérios de qualidade da restauração quanto ao tipo de restauração;
55
Tabela 4: Critérios de qualidade da restauração quanto à localização dos dentes
na arcada;
55
Tabela 5: Comportamento das ARTs em relação aos critérios clínicos avaliados ;
56
Tabela 6: Tempo gasto por restauração em minutos. 57
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ART - TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO;
ARTs - RESTAURAÇÃO ATRAUMÁTICA;
BPOC - PACOTE BÁSICO PARA ATENÇÃO A SAÚDE BUCAL;
CETL - COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICO-LINEAR;
CIV - CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO;
CIVmr - CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO POR RESINA;
ECC - CÁRIE PRECOCE DA INFÂNCIA;
FDI- FEDERAÇÃO DENTÁRIA INTERNACIONAL;
FO - FACULDADE DE ODONTOLOGIA;
MG - ESTADO DE MINAS GERAIS;
min – MINUTOS;
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE;
PASCC - PROJETO ATENÇÃO À SAÚDE DAS CRECHES COMUNITÁRIAS;
POA - PORTO ALEGRE;
RS- ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL;
s – SEGUNDOS;
SP- ESTADO DE SÃO PAULO;
UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL;
UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E CULTURA;
USPHS –UNITED STAGE PUBLIC HEALTH SERVICE.
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS E TABELAS
LISTA DE SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO 11
2 OBJETIVOS 14
3 REVISÃO DA LITERATURA 15
3.1 ASPECTOS PSICO-COMPORTAMENTAIS 18
3.2 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS SOBRE O ART 21
3.2.1 Remoção da dentina cariada 21
3.2.2 Desempenho clínico das ARTs 23
3.2.3 Considerações clínicas ART selantes 29
3.3 CIMENTO IONÔMERO DE VIDRO 32
3.3.1 Adesividade 34
3.3.2 Biocompatibilidade 37
3.3.3 Coeficiente de expansão térmica 39
3.3.4 Liberação de flúor 40
3.4 TEMPO GASTO PARA REALIZAÇÃO DAS ARTs 42
4 METODOLOGIA 44
4.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO 44
4.2 DELINEAMENTO 44
4.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA 45
4.4 CAPACITAÇÃO E CALIBRAGEM 46
4.5 OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA 47
4.5.1 Levantamento das Necessidades 47
4.5.2 Realização das ARTs 48
4.5.2.1 Sequencia de realização ARTs 49
4.5.3 Avaliação do ARTs 50
4.5.4 Aferição do Tempo 51
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 51
5 RESULTADOS 52
6 DISCUSSÃO 57
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 65
8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 67
9 REFERENCIAS 66
APENDICES 78
APENDICE 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido às crianças
APENDICE 2 Ficha de Exame Clínico
APENDICE 3 Ficha de Avaliação das ARTs - USPHS
APENDICE 4 Resolução Comitê de Ética em Pesquisa FO-UFRGS
APENDICE 5 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido às creches
ANEXOS 83
ANEXO 1 Principais Carências Sociais do Município de Porto Alegre
ANEXO 2 Manual para Levantamento Epidemiológico SB Brasil- 2003
1 INTRODUÇÃO
A Odontologia, assim como o mundo globalizado, está em constante
transformação, abandonando o modelo tradicional de caráter assistencial, tecnicista
e curativo, para adotar um modelo de promoção de saúde, com ênfase em medidas
educativas, preventivas e de mínima intervenção oportunizando uma visão integral
do paciente e humanização do atendimento (WEYNE, 1997).
A atuação odontológica baseada nos sinais e seqüelas da cárie não contribuiu
para melhora dos padrões desta doença, ao contrário aumentou o número de dentes
restaurados no ciclo restaurador repetitivo (ELDERTON, 1999). Deste modo,
trabalhar na base prevenindo a ocorrência de um problema ao invés de repor o que
foi perdido é mais simples e economicamente mais viável (IMPARATO, 2005).
De acordo com Starfield (2004), a saúde bucal não pode ser vislumbrada sob
uma ótica singular, dissociada da saúde como um todo, isto é, as mudanças na
prática odontológica serão alcançadas no momento em que se redirecionarem os
esforços para uma forma de atuação holística e não segmentada em um órgão
específico. É necessário o entendimento do todo e não somente das partes. Assim,
todo sistema de serviços de saúde tem duas metas principais:
1 - Otimizar a saúde da população através do emprego do
conhecimento mais avançado sobre a causa das doenças, manejo das
moléstias e maximização da saúde.
2- Minimizar as disparidades nos subgrupos populacionais para
garantir eqüidade no acesso aos serviços, com o objetivo de alcançar um
nível ótimo de saúde.
Com isto, a atenção efetiva não se limita ao tratamento da doença em si, mas
deve sim levar em consideração o contexto no qual a doença ocorre e onde vive a
pessoa (STARFIELD, 2004).
Segundo Oliveira e Alves (1997), a cárie, assim como outras doenças, é
socialmente determinada sendo influenciada direta ou indiretamente pelas condições
concretas de vida da pessoa, pelos fatores biológicos, características políticas,
econômicas e ambientais.
Um espaço social para promoção de saúde é qualquer lugar onde exista
potencial para melhorar as condições de vida de uma pessoa, sendo assim, as
ações de apoio para promover a saúde bucal deveriam permear uma organização
por inteiro, atuando em diversos níveis. As escolas são um exemplo, pois se pode
incluir tópicos de saúde bucal em seu currículo, e também provisão de treinamento
para professores e funcionários, permitindo o desenvolvimento de comportamentos
saudáveis em relação a saúde pessoal e coletiva (BRUNACCI; CARNEIRO, 1998).
A utilização estratégica das escolas/creches fundamenta-se, no
entendimento de que elas são espaços sociais, capazes de se apropriar do papel de
democratizar e multiplicar o saber. É uma instituição importante, para a integração
da comunidade, por ser onde se inicia o processo educativo permitindo serem
desenvolvidas ões de saúde, esporte, assistência social, entre outras, passando a
ser um veículo para a conquista de maior qualidade de vida para a população
(MOYSÉS; WATT, 1999; van PALENSTEIN; HELDERMAN; MIKX-NIJMEGEN,
2002).
Segundo Figueiredo et al. (1996), um dos problemas de saúde blica da
maioria dos paises subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, refere-se à
dificuldade de redução e/ ou eliminação das doenças bucais mais prevalentes: cárie
e periodontal, que se estabelecem precocemente na primeira infância, sendo que
5% das crianças entre 1 e 2 anos de idade apresentam lesão de cárie ativa o
cavitada. Este índice aumenta gradativamente, sendo que aos 5 anos, 3 em cada 4
crianças apresentam dentes cariados cavitados.
Sendo assim, a fim de evitar a instalação e/ou desenvolvimento de condições
bucais patológicas, a odontologia tem voltado suas atenções para medidas de
enfoque educativo e preventivo, que no caso de crianças, devem ser estendidas aos
pais e/ou responsáveis, para conscientizá-los das suas necessidades odontológicas
e de seus filhos (WALTER; FERELLE; ISSAO, 1999).
É sabido que, educar e prevenir sem ter a possibilidade de tratar os
problemas de saúde na comunidade, debilita os efeitos desta educação. Portanto,
atividades de educação e de prevenção em odontologia devem andar de mãos
dadas com as atividades restauradoras (FRENCKEN, 1997).
Dentro deste contexto o Tratamento Restaurador Atraumático (ART)
representa uma estratégia para ampliar o acesso à saúde bucal, pois possibilita uma
abordagem de amplo impacto e de cobertura populacional, uma vez que alia o
caráter educativo/preventivo a uma intervenção restauradora minimamente invasiva
de interceptação da evolução da doença.
O ART, por requerer um mínimo de desgaste da estrutura dentária e a
manutenção do dente na arcada, se encaixa nos modernos conceitos de promoção
de saúde devendo ser encarado não apenas como um tratamento curativo, mas sim,
como um programa contínuo educativo, preventivo e restaurador (TOSTES, 1998).
Portanto, utiliza-lo em pré-escolares seria relevante para melhorar a saúde bucal
dessa população.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Realizar ações restauradoras através da utilização das Restaurações
Atraumáticas (ARTs) em crianças da faixa etária pré-escolar de quatro creches
comunitárias da macro região centro-sul do Município de Porto Alegre - RS,
inseridas em um programa odontológico de base educativo-preventivo restaurador.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar após doze meses, o comportamento clínico das Restaurações
Atraumáticas (ARTs) utilizando ionômero de vidro VITRO MOLAR DFL, realizadas
em crianças de faixa etária entre dois a seis anos, observando os seguintes critérios:
localização dos dentes na arcada, tipo de restauração, atividade de cárie, retenção
da restauração, forma anatômica, integridade marginal, descoloração marginal, cor
do material, rugosidade superficial e cárie secundária;
Monitorar o tempo gasto para a realização das restaurações;
3 REVISÃO DA LITERATURA
Como mencionado anteriormente, a Odontologia o deve ter seu foco de
atuação restrita a odontotécnica e atendimento individual, mas sim estar preparada
para as necessidades das pessoas, famílias, comunidades, isto significa voltar-se
para uma atenção de saúde integral, hierarquizada, de trabalho em equipe e
compreensão da realidade em que vive a população (MOYSÉS et al., 2003).
O espaço da escola transcende a necessidade restrita de educação formal e
convivência cotidiana, sendo portanto uma extensão da comunidade, onde pode-se
desenvolver e controlar facilmente ações em saúde bucal e atingir hábitos saudáveis
(MOYSÉS et al., 2003).
No documento “Promoción de la Salud mediante las Escuelas”, de 1995 a
Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) reconhece a relação positiva entre
educação e saúde, pois a boa saúde apóia um aprendizado proveitoso e vice-versa.
Neste contexto, Escolas Promotoras de Saúde têm como meta genérica atingir
estilos de vida saudáveis para toda população escolar por meio do desenvolvimento
de ambientes que apóiem e conduzam à promoção de saúde, no entanto, observa-
se que mesmo instituindo-se programas educativos e preventivos nas escolas, as
crianças que já possuem a doença cárie não podem ficar sem tratamento.
Baía e Salgueiro (2000), ao realizarem programa de promoção de saúde
englobando manobras educativas, preventivas e curativas, concluíram que,
promover educação em saúde bucal, sem ter a possibilidade de tratar os problemas
presentes na comunidade compromete os efeitos da educação/prevenção.
Bijella (1995), realizando um programa odontológico em pré-escolares de 4 a
5 anos em Bauru-SP, comprovou a importância de organizar um subsistema
odontológico que integre as áreas de educação em saúde, com ações preventivas e
curativas. Via de regra, a necessidade de resolução dos problemas de saúde bucal,
requer a utilização de técnicas de mínima intervenção, a exemplo da Técnica
Restauradora Atraumática (ARTs).
Relativo à saúde bucal da população de Porto Alegre, o Ministério da
Saúde/SB Brasil (2003) examinou cinco faixas etárias, sendo duas destas na fase
pré-escolar (18 -36 meses e 5 anos) identificando os seguintes problemas:
CÁRIE DENTÁRIA Na idade de 0-5 anos, esta doença tem uma
prevalência crescente e mantendo apenas 55% das crianças livres de cárie aos 5
anos. A necessidade de atendimento fica evidente quando se verifica que 70% dos
dentes cariados não foram restaurados.
SANGRAMENTO GENGIVAL Alterações gengivais foram
observadas em 9,23% das crianças de 5 anos de idade.
É sabido que existe uma grande polarização das doenças bucais, e
que o declínio da destas não ocorre de maneira igual e simétrica entre os grupos de
crianças.
Sem vida, as más condições de saúde bucal, a pouca oferta e a
dificuldade de acesso aos serviços, foram fatores que influenciaram o
desenvolvimento, do Tratamento Restaurador Atraumático (ART).
O ART foi inicialmente criado, para atender a uma população que não
tinha acesso ao tratamento dentário convencional, pela inexistência de energia
elétrica e o alto custo dos equipamentos odontológicos móveis. Em meados de
1980, na Tanzânia, inclui-se o ART como parte de um programa de atenção à saúde
bucal da Faculdade de Odontologia de Dar es Salaam, sendo posteriormente
indicado também para: comunidades rurais, pacientes traumatizados, especiais e
excluídos sociais (SMITH et al.,1990; FRENCKEN et al.,
1994; FRENCKEN, 1997).
Em 1994, por ser de baixo custo, eficaz e não utilizar equipamentos
odontológicos sofisticados foi preconizado pela OMS, com metas de erradicar a
doença cárie em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento
(FRENCKEN,1997; HOLMGREN; FRENCKEN, 2001). Em 1998 o ART foi aprovado
pela Federação Dentária Internacional (FDI), e reconhecida em 2001 como a técnica
de máxima prevenção e mínima intervenção (SCHRIKS; van AMERONGEN, 2003).
De acordo com Mickenautsch, Munshi e Grossman (2002) o custo das
restaurações atraumáticas (ARTs) são 50% mais baratas que as restaurações
convencionais. Sendo assim, estes achados estimularam e encorajaram o
desenvolvimento das ARTs (FRENCKEN; HOLMEGREN, 2001).
Segundo o Manual do Tratamento Restaurador Atraumático, OMS (1997), o
ART
consiste em um todo de remoção do tecido cariado através da escavação da
dentina infectada das cavidades cariosas usando apenas instrumentos manuais, sob
isolamento relativo, sem anestesia e, após a limpeza da cavidade o seu imediato
preenchimento com cimento de ionômero de vidro (CIV), em pacientes engajados
em um Programa com bases educativas e preventivas (FRENCKEN; HOLMGREN,
2001).
Constata-se a partir de pesquisas com esta técnica, que o objetivo de tratar
apenas pessoas que não têm acesso a uma odontologia convencional, está
ultrapassado, disponibilizando a ARTs como mais uma opção ao cirurgião-dentista
para o tratamento de seus pacientes tanto em âmbito privado quanto no blico
(SMALES; YIP, 2000).
Em 2003, van Palestein, Lo e Holmgren, propuseram a utilização da ARTs
nos planejamentos de serviços de atenção à saúde bucal também em países
desenvolvidos utilizando o Pacote Básico para Atenção a Saúde Bucal (BPOC),
embasados no contexto de promoção de saúde bucal consiste em: tratamento de
emergência, exposição ao flúor e tecnologia de tratamento apropriada à realidade da
população (ARTs). Segundo estes autores, a extensão de cada componente do
pacote, bem como as técnicas para sua implementação irão variar com as condições
e necessidades de cada população.
3.1 ASPECTOS PSICOCOMPORTAMENTAIS
Weisntein (1998), enfatizou que os fatores sociais atuam direta ou
indiretamente como agentes causadores de muitas doenças, inclusive da cárie que
acomete crianças em tenra idade (cárie precoce da infância- ECC) sugerindo para o
tratamento da mesma a utilização do ARTs.
Existe um grande número de pessoas que, tendo ou não passado por
traumas no consultório odontológico, não se deixam atender, pois não suportam o
ruído da alta rotação, nem a vibração, temem a agulha ou a sensação da anestesia.
(SLAVUTZKY, 2000).
A ARTs elimina, ou ao menos diminui este desconforto. Ressalta-se ainda os
casos de pacientes que não suportam o uso do isolamento absoluto por terem a
sensação de muito desconforto. Dentro deste grupo ainda poder-se-ia incluir o grupo
de pais que se sentem mal de ver os filhos pequenos submetidos ao uso do
isolamento absoluto, que embora dê ao profissional melhores condições de trabalho,
pode causar sensações desagradáveis ao paciente. Para estes tipos de pacientes
ou grupos de pessoas as restaurações atraumáticas são de muita importância.
(SLAVUTZKY, 2000).
Baia e Salgueiro (2000), após avaliação de um programa utilizando a cnica
do ART obtiveram 98% de aceitação por parte das crianças por não fazer uso de
anestesia, nem do equipamento tradicional e também na maioria das vezes, não
provocar dor.
Horowitz (1998), relata serem as ARTs indicadas para lesões de cárie
estabelecidas, por facilitarem o tratamento restaurador em crianças, uma vez não
existir a necessidade de anestesia geral e ser de custo bastante reduzido.
Frencken et al. (1994), constataram em um estudo na zona rural da Tailândia,
que a técnica foi bem aceita pelas crianças que compareciam ao tratamento. Lo et
al. (2001), também constataram a aceitação das ARTs pelas crianças devido a não
utilização de anestesia local e o relato de pouco ou nenhum desconforto durante o
tratamento restaurador.
Na China em uma avaliação longitudinal de dois anos da técnica de ARTs,
Wan et al. (1999), observaram que houve aceitação pela maioria dos escolares, por
ser simples, sugerindo sua difusão como tratamento restaurador de eleição em seu
país. Constataram que 93% das crianças, não relataram dor durante o tratamento e
86% estariam dispostas a receberem um novo tratamento com a utilização desta
técnica.
Realizando um estudo com crianças na primeira infância, Figueiredo et al.
(1999), concluíram que o ART é uma alternativa de tratamento à estes pacientes
devido sua grande dificuldade de manejo em clínica. Mudanças comportamentais
com relação à mãe e/ou responsável pelo bebê, como uma maior tranqüilidade,
também foram observadas, sendo justificado pelo fato da técnica ART ter sido
realizada rapidamente e sem a utilização de anestesia local.
Sampaio (2005) também observou uma diminuição da tensão emocional que
favoreceu o relacionamento mãe e bebê, fazendo com que ambos se sentissem
mais seguros e exteriorizando expressões faciais de descontração em relação à
técnica.
Em estudo comparativo entre a técnica ARTs e o tratamento com a técnica
convencional através da avaliação do comportamento psicológico de escolares, pelo
controle dos batimentos cardíacos avaliados durante todo o procedimento: ao entrar
na sala, no início da escavação da dentina cariada, durante a escavação da dentina
mais profunda, durante a colocação da matriz e cunha, no momento da inserção do
material e ao fim do tratamento. Concluíram que a utilização de instrumentos
manuais causaram um menor desconforto em relação aos instrumentos rotatórios
(Schriks; van Amerongen, 2003; Deery, 2005).
Deery (2005), ainda afirma que houve uma relação direta entre os escores e
os batimentos cardíacos durante todos os períodos.
Figueiredo et al. (2005) em estudo longitudinal de avaliação de dois anos em
comunidades desfavorecidas assistidas pelo Programa Saúde da Família no
município de Governador Valadares - MG observaram uma expressiva e satisfatória
mudança comportamental, uma vez que as 197 crianças com média de idade 8,38
anos estavam mais conscientes em relação à manutenção da saúde bucal e
adquiriram hábitos de higiene bucal (apenas 26 crianças apresentaram placa visível)
e, destas 173 tornaram-se cárie inativa.
3.2 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
3.2.1 Remoção da dentina cariada
Os primeiros registros sobre a remoção parcial do tecido dentinário cariado
sugerem que o processo de cárie em dentina é paralisado logo que a cavidade é
selada, mesmo que alguns microrganismos permaneçam viáveis (BESIC, 1943).
Os achados encontrados na literatura quanto aos efeitos exercidos pelos
selantes de sulcos e fóssulas, aplicados em lesões de cárie incipientes constataram
que as lesões seladas parecem não progredir, quando o material se mantém
firmemente aderido ao dente, mesmo quando se tratar de lesões envolvendo
dentina. Pacientes devem ser chamados periodicamente para avaliação da retenção
do selante e a possibilidade de progressão das lesões. Um limitado número de
microrganismos persistem sob as restaurações, porém, não parecem ser capazes de
dar continuidade ao processo destrutivo da estrutura dentária. As lesões tendem a
se tornar estéreis com o tempo (HANDELMAN et al., 1973; GOING; 1984; SWIFT,
1988).
Swift (1988), através de resultados de trabalhos publicados na literatura sobre
o selamento de sulcos e fóssulas, observou que a significante diminuição no número
de microrganismos viáveis em lesões sob selantes intactos e a desprezível
progressão de cárie, resultam principalmente da barreira criada pelos selantes,
impedindo a entrada de nutrientes para os microorganismos.
Efeitos na microflora bucal também foram observados por Mertz-Fairhurst et
al. (1998), demonstrando que os microorganismos remanescentes sob restaurações
e selantes mostravam-se em número e patogenicidade diminuída em relação à cárie
e que a liberação de fluoreto do CIV contribuiu ainda mais para baixar o número de
estreptococos mutans na placa dental. Corroboram com este estudo, outras
evidências científicas as quais demonstram uma diminuição da quantidade de
microorganismos após o selamento de restaurações, pois este procedimento impede
o acesso destes aos nutrientes, de forma a torná-los inviáveis (WEERHEIJM;
GROEN, 1999; MALTZ et al., 2002; TUICHINSKI; FRAGA; ZARIFE, 2004).
Weerheijm e Gröen (1999), revisaram os resultados de possíveis medidas
para proteger a estrutura dentária e paralisar a progressão da lesão após a remoção
parcial da dentina cariada através de três medidas: isolar o processo carioso do
ambiente bucal; remover a dentina infectada e utilizar material restaurador
cariostático.
Pinto (2001), com o objetivo de avaliar as alterações clínicas, microbiológicas
e radiográficas de lesões profundas de cárie, após a remoção parcial do tecido
cariado e selamento das cavidades encontrou alterações significativas quanto à
coloração e consistência, onde o tecido, inicialmente amarelado e amolecido,
mostrou-se predominantemente castanho-escuro e endurecido. Em relação à
quantidade de unidades formadoras de colônias, foi observada uma redução
significativa no número de lactobacilos, estreptococos mutans e do total de bactérias
viáveis em aerobiose e em anaerobiose.
Massara, Alves e Brandão (2002), em estudo de análise clinica, estrutural e
química das ARTs, observaram que após três meses da aplicação do CIV, houve
uma redução de microorganismos reforçando que a ARTs cria condições para
remineralização dentinária, e que pela ação do CIV e remoção da dentina infectada
ocorre a paralisação da lesão ao fundo da cavidade (dentina densa, compacta e com
fibras colágenas organizadas). Ainda segundo os autores, o parâmetro para a
remoção do tecido cariado é parar a escavação quando a dentina remanescente na
cavidade oferece resistência aos instrumentos cortantes manuais , ou seja , saindo
em “ lascas ”. Com essas evidências clínicas sabe-se que deve ser parada a
remoção do tecido, que neste caso é chamado de dentina afetada, que está
contaminada por uma pequena porcentagem das bactérias e toxinas, mas tem
grande potencial de remineralização, reorganização e reparação, ao contrário da
dentina que foi removida, chamada de infectada, que se apresenta amolecida,
totalmente desorganizada, com aumento de contaminação bacteriana e não possui
capacidade de ser reparada.
Bonecker, Toi e Cleaton-Jones (2003), ao estudar a flora microbiológica
cultivável na dentina depois da escavação manual das lesões de cárie utilizando a
ARTs e ao examinar as associações entre os resultados microbiológicos e o
tamanho da cavidade, cor da dentina e sua consistência, obtiveram que o nível de
microorgaismos entre as duas amostras de dentina coletada antes e após a
escavação apresentaram uma redução significante na freqüência e na proporção
total de microorganismos viáveis de contagem e estreptococos mutans, mas não de
lactobacilos. Os autores também afirmam que o preparo cavitário produz mudança
clínica na coloração e consistência da dentina remanescente, mas que o tamanho
da cavidade, a cor da dentina e a consistência não são indicadores absolutos de
crescimento microbiano em uma cavidade preparada pela técnica da ARTs.
3.2.2 Desempenho Clinico da ARTs
Os primeiros resultados clínicos encontrados na literatura utilizando a técnica
do ARTs na zona rural da Tailândia foram publicados em 1994, por Frencken et al.,
onde constataram após ano uma taxa de 93% de sucesso em dentes permanentes.
Em estudo realizado na BeClínica da Faculdade de Odontologia (FO) da
UFRGS, com um grupo de 50 bebês, Figueiredo et al. (1999), concluíram, após um
ano de avaliação do tratamento preconizado, 84.62% dos pacientes o
apresentaram nenhuma nova lesão de cárie. Baia e Salgueiro (2000), concluíram
que o ARTs proporcionou uma adequação do meio bucal das crianças, sem causar
danos quantitativos mas sim qualitativos na microflora, selecionando os
microrganismos tornando-a menos cariogênica.
Lo e Holmgren (2001) em avaliação das ARTs em pré-escolares com idade
média de 5 anos após 12 e 30 meses, obtiveram respectivamente: 91% e 79% de
sucesso das restaurações de superfície oclusal, 79% e 70% cervical e 75% e 51%
nas restaurações de mais de uma superfície em dentes posteriores. Houve uma
maior falha nas restaurações de dentes anteriores envolvendo mais de uma
superfície onde metade das restaurações foram perdidas no primeiro ano.
Taifour et al. (2003) em estudo após 3 anos de comparação entre as
restaurações de CIV e amálgama constaram que houve diferença estatisticamente
significante entre a longevidade das restaurações de uma ou mais superfícies em
favor das ARTs, sendo 86,1% e 79,6% para ARTs e amálgama respectivamente no
primeiro ano e de 48,7% e 42,9% no terceiro ano. As falhas mais recorrentes foram
devido a perda da restauração ou por defeitos marginais.
Vários outros estudos avaliaram a performance das restaurações ARTs
concluindo terem elas um comportamento satisfatório e muitas vezes melhor quando
comparadas com a restauração de amálgama e de resinas composta, principalmente
na dentição decídua (YIP; SMALES, 2002; TAIFOUR et al.,2003; MANDARI;
FRENCKEN; van’t HOF, 2003; GAO et al., 2003).
Um estudo de comparação da qualidade das ARTs e das restaurações de
amálgama foi conduzido entre estudantes secundários de MzuMzu, Malwi.
Estudantes da primeira série em 1987, que necessitavam de no mínimo 2
restaurações de uma superfície foram selecionados, e dividindo a boca em
quadrantes, cada participante recebeu as duas restaurações (CIV e amálgama). Os
89 pares de cavidades oclusais foram divididos ao acaso em 2 grupos e as
impressões destas restaurações e seus subsequentes modelos foram feitos em
sequência, após 6 meses, 1 ano, 2 anos e 3 anos. A qualidade das restaurações foi
determinada através dos modelos utilizando critérios estabelecidos pelo serviço
público de saúde. Desgaste na espessura da restauração, perda de contorno,
integridade marginal e textura da superfície foram avaliadas separadamente. A
durabilidade foi determinada pelo escore resultante de todos os critérios. Como
resultados encontraram que as restaurações de amálgama tiveram performance
melhor em todos os critérios, porém esta diferença não foi estatisticamente
significante exceto no quesito contorno. Os dados referentes à durabilidade da ARTs
após 3 anos (81%) foram menores que os obtidos nas restaurações de Amálgama
(90,4%) (p=0,67) (SHOLTE; VAN AMERONGEN; SMITH; VAN HAASTRECHT,
2003).
Honkala et al. (2003) também comparou a longevidade das ARTs às
restaurações de Amálgama em modelo de boca divida de molares decíduos. As
restaurações foram avaliadas de acordo com critério USPHS no período de 8.3
meses e posteriomente aos 22 meses, observando que ao final ambos materiais
apresentaram-se resistentes obtendo-se 89,6% de sucesso, sendo que houve uma
falha de 5,7% das ARTs em relação as restaurações de amálgama.
Bresciani (2003), avaliando 155 ARTs em molares permanentes de 97
crianças da rede pública, obteve 97,3, 93,7 e 89,6% de sucesso respectivamente
para 6, 12 e 24 meses de acompanhamento, porém, o alto índice de cárie inicial
pareceu exercer um papel negativo no sucesso das restaurações, devido ao
aparecimento de grande número de cáries secundárias responsáveis por 43% das
falhas das ARTs.
Mandari, Frencken e Van’t Hof (2003), em estudo de comparação das ARTs
às restaurações de amálgama, verificaram após 6 anos que 2% das ARTs tiveram
presença de cárie secundária, contra 10% das de amálgama. Relativo ao sucesso
das restaurações, obteve-se segundo o critério USPHS, uma taxa de 72,3% para as
ARTs, sendo que as falhas mais comuns foram a perda total do material (26,58) e
defeitos marginais (28%). Ainda após 6 anos, os autores puderam observar que
20,23% das ARTs apresentavam uma inadequada forma anatômica.
Comparando as restaurações realizadas pelo ARTs com instrumentos
rotatórios e manuais, Taifour et al. (2003), concluíram que as restaurações
realizadas por ambas as técnicas não tiveram diferenças estatísticamente
significantes. As principais falhas observadas após 3 anos foram o desgaste ou
defeitos nas margens das restaurações, sendo que a qualidade das restaurações
variou entre os operadores (p=0,01). Os autores salientam a importância do ARTs
associada às atividades educativas e preventivas realizadas em projetos de saúde
bucal escolar.
Yu et al. (2004) em um estudo de 2 anos, compararam a durabilidade das
restaurações realizadas em uma clínica dentária utilizando ARTs (instrumentos
manuais), e restaurações convencionais utilizando instrumentos rotatórios
restauradas com 2 diferentes tipos de CIV encapsulados convencionais (FUJIIX
GP
®
e KETAC MOLAR APLICAP
®
), em 82 cavidades de uma superfície e 53 em
mais de uma superfície respectivamente. Uma liga encapsulada de amálgama
também foi colocada em 32 cavidades de uma superfície em 60 crianças com idade
média entre 7,4 anos. Os resultados demonstraram não haver nenhuma diferença
significativa encontrada na durabilidade das restaurações entre 7 dos 9 grupos
tratados (p=0,99). Entretanto, os 2 grupos contendo FUJI IX
®
e KETAC MOLAR
®
colocados em cavidades de mais de uma superfície utilizando ARTs demonstraram
uma menor durabilidade (p<0,001).
Hu et al. (2004), avaliando longitudinalmente durante 6 anos 294 ARTs de
acordo com o protocolo da OMS, realizadas em 197 escolares por 5 diferentes
profissionais, obtiveram como resultados uma taxa de durabilidade das pequenas
restaurações oclusais de 75% e de 61% para as extensas (p<0,05). Quanto ao
desgaste avaliado para ambas restaurações no primeiro ano foram em torno de 48
micrômetros, significantemente maior que aqueles dos anos seguintes, os quais
tiveram desgaste em torno de 20 a 25 micrômetros (p<0,05). Sob o ponto de vista de
integridade marginal, no quinto ano, 93% das pequenas restaurações oclusais
apresentaram-se satisfatórias contra 80% para as extensas, utilizando o critério
USPHS. Os autores ainda afirmaram que apesar das ARTs terem sido efetivas
durante os 6 anos de avaliação e a durabilidade das mesmas terem sido alta, estas
estão relacionadas ao tamanho e ao tipo da lesão cariosa.
Em 2005, Figueiredo et al., após 2 anos avaliaram 969 restaurações ARTs
através do teste qui-quadrado para avaliar a associação do número de superfícies
com a retenção da restauração, quando analisados separadamente dentes decíduos
e permanentes. Quando analisado somente os dentes decíduos, observou-se
associação estatisticamente significativa quanto a retenção da restauração em
relação ao número de superfícies restauradas, ou seja, segundo este estudo, em
dentes decíduos as restaurações de uma superfície foram mais retentivas, uma vez
que de 254 restaurações ARTs apenas 11 estavam ausentes e das 309 de + de 1
superfície 67 foram perdidas (p< 0,0001).Para os dentes permanentes, segundo
teste exato de Fisher não se observou associação estatisticamente significativa
entre o número de superfícies restauradas e a retenção das restaurações ARTs,
onde apenas 2 de 188 estavam ausentes e mais de uma superfícies 4 ausentes de
102 (p = 0,19).
Frencken, Taifour e Van’t HoF (2006), em um estudo onde foram executadas
por 8 profissionais 1117 restaurações divididas em 2 grupos de crianças com a
média de idade variando entre 6 a 9 anos (Grupo I - 370 crianças ARTs e Grupo II
311 crianças - restaurações convencionais de amálgama). Em todas as análises
as ARTs foram superiores as restaurações convencionais de amálgama, exceto no
6.3 anos, onde obtiveram como resultados 66,1 % e 57,0% retenção nas ARTs e
nas restaurações convencionais de amálgama respectivamente. Para os autores a
hipótese nula testada, é de que não diferença entre a “sobrevida” das ARTs
utilizando o CIV de alta viscosidade, quando comparadas às restaurações
convencionais de amálgama em dentes permanentes.
Figueiredo et al.(2007) agora em acompanhamento longitudinal de 3 anos das
ARTs avaliou-se 593 restaurações encontrando-se 79,9% e 88,0% de retenção das
restaurações em dentes decíduos e permanentes, respectivamente. Estes
resultados foram estatisticamente significantes (teste qui-quadrado -
p<0,0001),sendo que das 197 crianças avaliadas, apenas 26 apresentaram placa
visível com presença de sangramento gengival. Os autores concluíram que este
programa baseado na educação/prevenção para a saúde e utilização de
restaurações ARTs mudou o cenário caótico desta população carente estudada.
Ersin et al.(2006), em estudo de boca dividida comparam após seis, doze e
vinte e quatro meses o comportamento clínico das restaurações de CIV e resina
composta em crianças entre 6 a 10 anos e obtiveram 100%, e 83,1,1% de sucesso
para as ARTs envolvendo uma superfície e mais de uma superfície respectivamente
após 12 meses. As restaurações foram avaliadas de acordo o critério USPHS. Para
os diferentes aspectos clínicos avaliados observou-se ao final de dois anos que
85,8% e 75,4% das ARTs apresentaram forma anatômica adequada sendo estes
respectivamente para uma e mais de uma superfície respectivamente. No critério
rugosidade superficial, aproximadamente 90% possuíam superfície lisa. Quanto a
integridade marginal 80,6% e 57,9% das ARTs de uma superfície e mais de uma
superfície respectivamente apresentaram-se evidência de fenda na margem da
restauração, no entanto, as restaurações de mais de uma superfície 24,6% das
ARTs estavam soltas na cavidade ou fraturadas. Para descoloração marginal
observou-se 75,0% sem descoloração na margem da restauração para restaurações
de uma superfície e 22,2% das ARTs tinham uma leve pigmentação na margem da
restauração àquelas de mais de uma superfície.
3.2.3 Considerações Clinicas das ARTs Selantes
Maltz e Carvalho (1997) afirmam que lesões oclusais incipientes podem estar
presentes nos estágios iniciais de irrupção, uma vez que a função mecânica bucal é
reduzida, o acúmulo de placa (biofilme) é favorecido e a escovação dificultada.
Quando estas lesões iniciais de dentes em irrupção estiverem associadas à
presença de biofilme e lesões cariosas em outras superfícies dentárias recomenda-
se o controle profissional em curtos intervalos. Segundo os autores, quando o dente
entra em oclusão funcional, dois fatores contribuem para a paralisação da lesão, a
função mecânica que reduz o acúmulo de biofilme nessa superfície, e a escovação
que se torna um procedimento de fácil execução, assim sendo, lesões iniciais nas
superfícies oclusais são igualmente passíveis de controle como em qualquer outra
superfície, no entanto, para pacientes que não respondem ao tratamento baseado
no controle da atividade da doença, onde as lesões incipientes apresentam sinais de
evolução durante o tratamento, indica-se o selamento de sulcos e fóssulas. Este
selante quando permanece intacto criará uma barreira física entre a superfície
oclusal e o meio bucal impedindo conseqüentemente a progressão da lesão.
Quando os dentes atingem o plano oclusal independente do tipo ou profundidade
dos sulcos e/ou ssulas ocorrerá facilmente a desorganização do biofilme, perda do
material (proteção mecânica) e o selamento fisiológico.
Taifour et al. (2003), em estudo piloto com acompanhamento de cinco anos
do selamento de superfícies oclusais de molares recém irrompidos com uso de CIV
de alta viscosidade, comparou fóssulas e fissuras seladas (grupo teste) e não
seladas (grupo controle) e obteve como resultado que as superfícies seladas
apresentaram 50% menos chance de desenvolver lesões de cárie.
Estudo de boca dividida com 208 crianças de idade variando entre 6 e 8
anos, comparando CIV mr (Vitremer
®
3M ESPE) e CIV convencional (KETAK
BOND
®
3M ESPE) em relação a retenção e o efeito preventivo foi realizado por
Pardi et al. em 2003. Após cinco anos 64% das crianças do grupo teste e 73% do
grupo controle foram reexaminadas, constatando que houve uma perda completa de
74,2% do CIVmr e 89,0% do CIV convencional. Após cinco anos em relação à
experiência de cárie observaram que 21,5% e 34,2% dos grupos teste e controle
respectivamente, apresentaram novas lesões de carie sugerindo que o selamento de
fóssulas e fissuras é efetivo na prevenção da cárie dentária de superfícies oclusais.
Lopez, Rafalin e Berthold (2005) avaliaram a aceitação e efetividade do ARTs
na prevenção de cáries em 118 crianças com idade média de 5 anos e observaram
que 93% das crianças tiveram boa aceitação da técnica e a consideraram
confortável. Também avaliaram 370 restaurações e 193 selantes após 2 anos e
observaram que após 2 anos 66% das restaurações e 35% dos selantes ainda
estavam presentes.
Van’t Hof et al.(2006) em estudo de meta-análise selecionando a base de
dados Medline e Pubmed sobre o uso de selantes oclusais com CIV de alta
viscosidade em dentes decíduos e permanentes constataram que ARTs selantes
aplicados em cavidades não cavitadas utilizando CIV de alta viscosidade com a
técnica de pressão digital, têm uma maior longevidade estatisticamente significante
quando comparadas aos selantes com CIV convencional após um ano. Os autores
ainda concluíram que a ARTs é benéfica na promoção da saúde bucal, não somente
nos países em desenvolvimento, mas também nos países mais desenvolvidos.
Papa et al. (2007) compararam a performance clínica em estudo experimental
de boca cruzada, de 2 CIV de alta viscosidade KETAC MOLAR
®
(3M/ESPE) e FUJI
IX
®
(GC Corporation), usada nas ARTs e ARTs selantes. Para tal, 79 crianças entre
6 e 9 anos participaram deste estudo, sendo que 99 primeiros molares permanentes
receberam ARTs selantes com KETAC MOLAR
®
(3M/ESPE) e 98 com FUJI IX
®
(GC Corporation). Foram realizadas também, 141 ARTs em dentes decíduos
envolvendo uma ou mais superfícies e o acompanhamento foi de 3, 6 e 12 meses.
As ARTs selantes aos 3 meses para ambos materiais apresentaram um declínio
estatisticamente significante (Wilcoxon, Mann-Whitney e Log-Rank test p<0,05%),
porém alta e similar resistência de ambos materiais foi observada após 12 meses,
sendo portanto, indicados para a utilização como selante de fóssulas e fissuras e
ARTs com pressão digital.
Shulze et al.(2007), em estudo de modelo boca dividia, realizando a
comparação entre a utilização de um selante resinoso - CLEANPRO
®
- 3M/ESPE e
um ionomérico (FUJI VII
®
– GC Corporation-India), como selamento de 196 fóssulas
e fissuras de primeiro molares permanentes em 64 crianças concluíram após dois
anos que o selante resinoso apresentou resultados superiores.
3.3 CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO - CIV
Os cimentos de ionômero de vidro, também denominado cimento ionomérico
ou cimento de polialcenoato de vidro são compostos de e líquido, no três
constituintes essenciais: a sílica (SiO
2
), a alumina (AlO
3
) e o fluoreto de cálcio
(CaF
2
). O líquido é uma solução aquosa de ácidos polialcenóicos com a inclusão de
aceleradores de presa (MITRA, European Patent Application N
o
88312127.9,
publication N
o
0323120).
Seguindo a seqüência evolutiva dos CIVs, em 1988, surgiram os ionômeros
modificados por resina. Esses contêm monômeros resinosos que permitem uma
ativação da polimerização através de luz. Estes cimentos preservam as vantagens
clínicas dos cimentos convencionais e apresentam propriedades físicas superiores,
minimizando os problemas de sensibilidade ao acabamento imediato e de
desidratação, comuns aos cimentos convencionais (MITRA, European Patent
Application N
o
88312127.9, publication N
o
0323120).
Com o surgimento da técnica ART, houve a necessidade de melhorar as
propriedades físicas dos cimentos ionoméricos convencionais para que pudessem
ser usados, em áreas sujeitas à esforços mastigatórios, pois falhas mais freqüentes
referem-se ao desgaste, deficiências marginais, fraturas e/ou quedas das
restaurações (FRENCKEN et al., 1994). Então, surgiram no mercado ionômeros de
alta viscosidade, que possuíam melhores propriedades físicas como menor
solubilidade e maior resistência ao desgaste e ainda mantendo sua ativação
química, fator indispensável para técnica. As propriedades foram melhoradas de
forma que a resistência a compressão desses cimentos é superior aos cimentos
convencionais e modificados por resina. Entretanto, as forças de tração e adesão
dos ionômeros modificados por resina são maiores. (PEREIRA et al, 2002)
A reação de geleificação dos CIVs de alta viscosidade segue o padrão geral
da reação dos cimentos convencionais. Os cimentos de ionômero de vidro
caracterizam-se pela presença de uma reação do tipo ácido-base que se inicia a
partir da mistura do pó ao líquido para formar um sal hidrogel, que atua como matriz
de ligação (NAVARRO; PASCOTTO, 1998).
Diante do grande número de estudos reportando os vários aspectos da ARTs,
Frencken; Amerongen e Holmgren, (2004) em estudo de meta análise englobando
como base de dados cinco ensaios clínicos randomizados envolvendo restaurações
atraumáticas em dentes permanentes com CIV comparadas às restaurações em
amálgama, por um período máximo de 3 anos, puderam dividir a literatura em dois
períodos (publicações de 1987 a 1992 e de 1995 em diante). A análise mostrou que,
nos estudos anteriores restaurações de 1 face de amálgama possuíam durabilidade
estatisticamente significante maior que as ARTs, após 1, 2 e 3 anos. Estes
resultados sofreram inversão nos estudos posteriores, onde não houve diferença
estatisticamente significante entre os dois tipos de restauração.
Apesar das propriedades físicas ainda não serem ideais, os cimentos de
ionômero de vidro são o material de escolha para a técnica do ART, pois possuem
outras qualidades que indicam sua utilização. Dentre essas pode-se citar: reação
química (geleificação), adesividade às estruturas dentárias, biocompatibilidade,
coeficiente de expansão térmica linear próxima a do dente e liberação de flúor.
(NAASAN; WATSON, 1998).
De acordo com Bonow e Oliveira (2001) em estudo de meta análise concluiu
que o tratamento restaurador atraumático pode ser uma alternativa quando näo
condiçöes de realizar um tratamento convencional, uma vez que o cimento de
ionômero de vidro ainda necessita de melhorias nas suas propriedades mecânicas.
3.3.1 Adesividade
É uma característica importante para a indicação dos CIV como material de
escolha na técnica ART. O ionômero apresenta união química à estrutura dentária
proveniente da quelação dos grupos carboxílicos dos poliácidos como cálcio
existente na apatita do esmalte e da dentina. Devido a maior mineralização do
esmalte, a força de união é maior nele do que na dentina (NAASAN; WATSON,
1998; PEREIRA et al., 2002).
Os cimentos ionoméricos têm adesão química à estrutura dental, tanto ao
esmalte quanto à dentina (HOSOYA; GARCIA-GODOY, 1998; FRENCKEN;
HOLMGREN, 1999).
A adesão dos CIV é dada por meio de ligações químicas fracas tipo Van der
Vaals, e não de maneira mecânica como os materiais resinosos. Os valores de
adesão, porém, são bem menores quando comparados aos adesivos dentinários e,
em muitos testes de adesão, sejam de tração ou cisalhamento, encontram-se
valores baixos quando se avaliam os ionômeros. Porém quando os corpos de prova
são avaliados em lupa estereoscópica observa-se a permanência do CIV na
superfície dentária (esmalte ou dentina), sugerindo que o valor baixo de adesão não
é o valor real, pois na realidade o cimento fraturou-se, sendo medido o valor de
resistência do material, e não a resistência adesiva (HOSOYA, GARCIA-GODOY,
1998; THEAN et al. 2000).
Um requisito fundamental para uma adesão efetiva é um substrato livre de
biofilme, sangue, saliva e outros agentes que possam contaminá-lo. A superfície a
ser restaurada deve ser condicionada com ácido poliacrílico, sendo que a
concentração e o tempo mais indicados são 10% por 10 segundos. Mesmo sendo
um ácido fraco não deve exceder 20 segundos, para evitar sensibilidade s-
operatória (NAVARRO; PASCOTTO, 1998).
O provável mecanismo de adesão ao dente dos cimentos convencionais é
teoricamente baseado em um processo dinâmico de trocas iônicas. O ácido
poliacrílico irá penetrar nas estruturas dentárias, quebrando a ligação iônica da
hidroxiapatita e conseqüentemente liberando cálcio e fosfato para o meio. Os íons
positivos de cálcio, livres, se ligarão aos íons negativos de fosfato, do cimento para
constituir a neutralidade elétrica. É formada uma camada elétrica intermediária de
difusão/absorção de fosfatos de cálcio e alumínio e poliacrilatos na interface
cimento/dente, a qual é firmemente presa a superfície dental (BRESCIANI, 2003).
Cefaly (2003) testou in vitro e in vivo a resistência adesiva à tração às
estruturas dentais (antes e após armazenagem em soluções para desmineralização)
em dois cimentos de ionômero de vidro indicados para o ARTs: Ketac Molar
®
- ESPE
(alta viscosidade) e Fuji IX
®
; foi usado para controle CIV convencional (Ketac Fil
®
).
Para a avaliação clínica, 30 restaurações com os 2 tipos de CIV foram realizadas em
cavidades envolvendo duas ou mais superfícies em dentes permanentes, por meio
da técnica do ARTs. As restaurações (59) foram avaliadas segundo os critérios
usados no USPHS. Os dados foram submetidos aos testes de Fisher e McNemar. O
Fuji IX
®
apresentou maiores resistências que o Ketac Molar
®
. A desmineralizaçäo
reduziu a resistência adesiva de ambos materiais. Em relaçäo à avaliaçäo clínica,
após 1 ano, duas restauraçöes falharam: uma restauraçäo foi substituída e uma
restauraçäo apresentava defeito marginal. Näo houve diferença estatística entre os
materiais. O comportamento clínico de ambos materiais foi considerado satisfatório
em restauraçöes envolvendo duas ou mais superfícies, com alta porcentagem de
sucesso do tratamento após 1 ano (96,6%).
Em estudo para estabelecer qual o material que apresenta melhor difusão
para a pressão digital ARTs , realizada para acomodar o CIV e selar as margens da
restauração e as fóssulas e fissuras adjacentes, obteve-se com melhor desempenho
o Fuji IX
®
em relação ao Ketak Molar
®
, havendo uma diferença estatisticamente
significante entre o comprimento de expansão dos 2 CIVs (t= 2,5 34, p= 0,013) o
qual ficou confinado a 0,25 mm da fenda. (t= 2,83; p=0,007) com o Fuji IX
expandindo mais adiante da fenda (10,25 +/- 1,17mm) que o Ketac Molar
®
(7,66 +/-
4,21mm). O Fuji IX
®
parece ter maior poder selante quando considerada a expansão
do CIV na ARTs (SINDHU; GROSSMAN, 2004).
3.3.2 Biocompatibilidade
A biocompatibilidade é definida como a habilidade de um material promover
uma resposta apropriada do organismo envolvido quando da utilização específica.
Os cimentos ionôméricos convencionais são biocompatíveis com as
estruturas dentárias sendo que apenas no momento de sua presa inicial, devido a
presença do ácido poliacrílico ainda não totalmente tamponados, o cimento poderá
agir como irritante pulpar em preparos profundos ou próximos à polpa, entretanto
este poder ácido vai diminuindo com o tempo e o alto peso molecular não permite
sua difusão pelos túbulos dentinários até a polpa. (NAASAN; WATSON, 1998).
Shimada et al. (2004), avaliou a resposta pulpar in vivo das resinas flow,
comparadas ao amálgama e ao CIV. Cavidades cervicais foram preparadas em
dentes de macacos, e foram divididas randomicamente em dois grupos. Primeiro
grupo com resina flow e outro grupo com CIV ou amálgama. Os dentes foram
extraídos após 3, 30 e 90 dias e 5 microsecções foram feitas e coradas para
observação bacteriana. Não houve reação inflamatória, necrotica ou abcesso da
pulpar em nenhum dos grupos experimentais.
A literatura tem demonstrado que quando o cimento de ionômero de vidro é
utilizado como material de forramento em uma cavidade que tenha pelo menos 1mm
de dentina remanescente entre o fundo do preparo e a câmara pulpar, não risco
de sensibilidade pós-operatória devido ação irritante do material, que essa
quantidade de dentina é suficiente para tamponar o pH ácido oriundo da reação de
presa inicial do cimento (NAASAN; WATSON,1998).
De acordo com Yap et al., (2004) a rugosidade superficial, é sempre maior
nos cimentos ionoméricos do que nas resinas compostas, fato este que não contra-
indica, de maneira alguma, a utilização desses materiais na clínica, assim como não
implica que o CIV, por ser mais rugoso e permitir conseqüentemente maior retenção
de biofilme, irá possibilitar o desenvolvimento de novas lesões de cárie, pois ele
também apresenta propriedade de liberação de flúor.
Van Duinen et al. (2004) demonstram que o cimento de ionômero de vidro
adjacente à estrutura dentária e em contato com fluídos orais freqüentemente eleva
os níveis de Cálcio e Fosfato, isso indica que com o tempo o processo contínuo de
troca aumenta a qualidade da restauração de cimento de ionômero de vidro desde a
parte externa da restauração até a junção com a estrutura dental. Ainda afirma que
entre a dentina e o cimento de ionômero de vidro uma camada intermediária
contendo flúor-carbonato apatita.
Silva e Zuanon (2006) em estudo laboratorial de análise da rugosidade
superficial de quatro cimentos de ionômero de vidro convencionais quimicamente
ativados comumente utilizados no tratamento restaurador atraumático (Fuji IX
®
,
Ketac Molar
®
, Vidrion R
®
e Vitromolar
®
) apresentaram resultados estatisticamente
semelhantes entre si (p>0.05). Com relação à rugosidade superficial, os materiais
podem ser classificados em ordem crescente de rugosidade da seguinte maneira:
Ketac Molar
®
< Vidrion R
®
< Fuji IX
®
< Vitromolar
®
. Assim as autoras concluíram
que, dentre os cimentos de ionômero de vidro avaliados, Fuji IX
®
, Ketac Molar
®
e
Vidrion R
®
apresentaram rugosidade superficial aceitável, enquanto o Vitromolar
®
apresentou rugosidade superficial consideravelmente maior que os demais
materiais.
3.3.3 Coeficiente de Expansão térmica
As estruturas dentárias esmalte e dentina, assim como os outros materiais
restauradores, sofrem alterações dimensionais em função das alterações térmicas
que ocorrem na boca. As mudanças de temperatura irão causar espaços na
interface dente/restauração proporcionais aos coeficientes de dilatação ou contração
(CETL - coeficiente de expansão térmica linear) dos materiais e do dente. Por esta
interface poderão penetrar os fluidos orais, podendo causar irritação pulpar e
recidiva de cárie (NAVARRO; PASCOTTO, 1998).
Ainda segundo Navarro e Pascotto (1998), os CIV apresentam valores de
coeficiente de expansão térmica muito próximos ao das estruturas dentárias,
podendo ser usados para dar suporte ao esmalte sem apoio, sem comprometer a
resistência final da restauração e com reduzido índice de infiltração marginal. A
capacidade dos CIV de unir-se quimicamente ao dente, aliado ao seu coeficiente de
expansão térmica linear semelhante à dentina contribuem para manutenção do
vedamento marginal e para a maior longevidade das restaurações realizadas com a
técnica do ARTs.
Bullard et al. (1998) estudaram a correlação entre o CETL e a microinfiltração
de vários materiais restauradores e encontraram o uma correlação positiva entre os
fatores. Os CIV têm o CETL semelhante ao da estrutura dentária e, deste modo, a
estrutura dentária e o material iriam se expandir e contrair de maneira similar.
Os ionomêros convencionais possuem um coeficiente de expansão térmica
linear melhor do que dos ionômeros modificados por resina, que mostram valores
semelhantes aos do amálgama ou das resinas compostas. (NAVARRO;
PASCOTTO, 1998).
3.3.4 Liberação de flúor
A liberação de flúor dos CIV tem sido relatada por diversos autores
(KIELBASSA; MULLER; GARCIA-GODOY, 1999; CHRISTENSEN, 2000; GAO;
SMALES; GALE, 2000; SMALES; GAO, 2000).
Os íons flúor são incorporados ao vidro durante a sua manufatura, para agir
como desoxidante e para modificar a temperatura de fundição do vidro.
Imediatamente após mistura do pó de vidro com o ácido poliacrílico, esses íons flúor
são liberados da superfície das partículas de vidro. Mesmo depois da presa final do
cimento, a matriz permanece porosa suficientemente para a movimentação livre de
íons hidroxila (OH-) e flúor, sendo que as partículas de vidro também são
relativamente porosas, permitindo que esses íons possam se movimentar
constantemente dentro do corpo da restauração (NAASAN; WATSON, 1998).
A liberação de flúor dos CIV segue determinado padrão, como sendo maior
nas primeiras 24 horas, decrescendo na primeira semana e nas semanas
subseqüentes esta liberação é estabilizada (van AMEROGEN, 1999; RAGGIO,
2001). Em meios ácidos, a liberação de flúor dos ionômeros tende a ser maior o que
seria benéfico, se levada em consideração à atividade de cárie do paciente, uma vez
que, se representa muitas lesões de cárie, inicialmente, seu meio bucal estará mais
ácido, favorecendo a maior liberação de flúor do ionômero, que auxiliará na fase de
remineralização dos tecidos dentários expostos ao meio bucal (CARVALHO; CURY,
1999).
De acordo com Navarro e Pascotto (1998), a liberação de flúor é considerável
nas primeiras 24 ou 48 horas, diminuindo a seguir e se estabilizando como o passar
do tempo, porém mantendo a liberação por toda a vida da restauração. É
demonstrado também na literatura que incorporação de flúor em grandes
quantidades quando da aplicação de géis fluoretados. Devido ao fato de ocorrer
tanto a liberação quanto a incorporação de flúor, os cimentos ionoméricos podem ser
considerados como reservatórios de flúor intra-bucais (NAASAN; WATSON, 1998;
NAVARRO; PASCOTTO, 1998). Esta presença do flúor no meio bucal tem se
mostrado um eficiente mecanismo de prevenção de cárie. Esta propriedade
cariostática dos CIVs está diretamente ligada à liberação de flúor (NAASAN;
WATSON, 1998; NAVARRO; PASCOTTO, 1998; SMALES; GAO, 2000).
De acordo com Kielbassa; Muller e Garcia-Godoy (1999), o efeito preventivo
da liberação de flúor pelos materiais está relacionado com a diminuição da perda de
minerais adjacentes a restauração. Nestes estudos, os CIV de alta viscosidade e
modificado por resina, mostraram uma tendência de inibição da desmineralização,
não observada para os compômeros.
Segundo Christensen (2000), os cimentos de ionômero de vidro
convencionais são os que mais liberam flúor para o meio bucal. Esse autor ainda
relata que os cimentos de alta viscosidade, ou seja, os indicados para o ART,
possuem liberação de flúor semelhante aos convencionais. Entretanto, alguns
autores verificaram que os CIV de alta viscosidade, às vezes possuem liberação de
flúor inferior aos CIV convencionais. Estes mesmos autores relatam que os CIV
reincorporam flúor e liberam para o meio bucal. A reincorporação de flúor é mais
eficaz quando se faz tratamento com aplicação tópica de flúor acidulado,
apresentado diferenças estatisticamente significativas quando comparadas a outras
soluções. (GAO; SMALES; GALE, 2000).
Weerheijm, et al. (1993), em estudo sobre o efeito do cimento de ionômero de
vidro sobre a dentina cariada, verificou que, em 45% da amostra, a dentina tornou-se
com consistência endurecida.
As propriedades vantajosas do CIV, incluindo sua liberação de flúor, sua
adesão química à estrutura dentária e sua biocompatibilidade com os tecidos orais,
tornam este material potencialmente adequado para o ART (BAÍA; SALGUEIRO,
2000; YIP; SMALES, 2002).
3.4 TEMPO DAS ARTs
O ART apresenta-se como um tratamento que contempla o caráter educativo,
preventivo juntamente ao restaurador, e ainda possui alta aceitação por parte dos
pacientes por diminuir o desconforto e ser de rápida execução, como citado
anteriormente (FRENCKEN et al., 1994).
Os primeiros estudos acompanhando o tempo de execução das restaurações
atraumáticas foram realizados em 1996 por Frencken et al.(1994), utilizando-se dos
CIVs convencionais onde obtiveram como tempo médio 22 min e 10 s variando entre
19 min e 8 s a 23 min 6 s para restaurações de uma superfície em dentes
permanentes. A partir deste estudo, outros surgiram envolvendo também dentes
decíduos já com a utilização de CIV indicado para ARTs. Para Smales e Yip (2000) o
tempo médio de execução das ARTs em uma superfície de dentes decíduos foi de 9
min e 10 s com variação superior ou inferior de 2 min e 10 s. Tempo aproximado foi
encontrado por Ho, Smales e Fang (1999) com a média de 11min e 9 seg e variação
de 3 min e 20 seg.
Lo e Holmgren (2001) observaram o tempo de execução das restaurações
atraumáticas envolvendo uma ou mais superfícies e como resultado obtiveram uma
média de 10 min e 5 s. No mesmo ano, Lo et al. (2001) avaliaram o tempo de
execução destas restaurações tanto para dentes decíduos quanto para
permanentes, encontrando uma média semelhante de 10,5 min ± 4,0 min para
dentes decíduos e 10,8 min ± 3,6 min para dentes permanentes.
Yip e Smales (2002) observaram o tempo médio de 9 min e 10 s para
restaurações envolvendo uma ou mais superfícies em dentes decíduos.
Para Schriks e Amerongen (2003) o ARTs, despende um tempo
significativamente menor do que o necessário para a realização do tratamento
cirúrgico-restaurador.
4 METODOLOGIA
4.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO
O estudo foi realizado em creches comunitárias, conveniadas ao Programa
Convênio Creches Comunitárias participantes do Projeto Atenção à Saúde das
Creches Comunitárias (PASCC), localizadas no Município de Porto Alegre – RS.
O PASCC é uma das facetas do Programa Convênios Creches Comunitárias,
originado em 1993, com o apoio social da Prefeitura de Porto Alegre em parceria
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) através do programa Fundo do Milênio.
O Programa tem como principal objetivo a qualificação do atendimento em
creches e pré-escolas sem fins lucrativos, instituições comunitárias, escolhidas por
seu alto grau de vulnerabilidade social (Anexo 1). Atualmente o programa
contempla 20 instituições estratificadas em 5 macro-regiões (Norte, Nordeste,
Centro-sul, Sul e Sudeste).
4.2 DELINEAMENTO
Este estudo é definido como descritivo de intervenção clínica onde foram
avaliadas após doze meses as ARTs, utilizando-se o cimento de ionômero de vidro
VITRO MOLAR*.
*DFL Indústria e Comércio Ltda CIV – VITRO MOLAR- Lote 01/2008 – 06010161.
4.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA
Foram examinadas 183 crianças regularmente matriculadas nas quatro
creches da macro-região centro sul do município de Porto Alegre e selecionadas
para o estudo, 42 pré-escolares com necessidades restauradoras.
A seleção da macro-região ocorreu partir de um sorteio.
4.3.1 Critérios de Inclusão das Crianças
Os critérios de inclusão para as crianças obedeceram aos seguintes
requisitos:
Pertencer a faixa etária entre 2 a 6 anos, com situação regular de
matrícula nas creches selecionadas para o estudo;
Assinatura dos pais e/ou responsáveis do termo de consentimento livre e
esclarecido, na qual autoriza a participação da criança no programa (Apêndice 1).
Apresentar atividade de cárie em dentes decíduos e/ou permanentes com
lesões cariosas cavitadas de profundidade rasa ou média, compatíveis com a
indicação do ARTs, bem como dentes decíduos e/ou permanentes em irrupção
compatíveis com a indicação das ARTs como selamento de fóssulas e fissuras
oclusais.
4.3.2 Critérios de Exclusão
Os critérios de exclusão das crianças selecionadas para a participação do
programa, bem como para a execução das ARTs foram:
Apresentar alguma debilidade orgânica geral ou enfermidade crônica;
Apresentar alguma condição que contra-indique ou impossibilite a
realização da técnica, como: cavidades profundas com evidência clínica de
envolvimento pulpar, presença de fístula, edema, dor espontânea ou persistente e
mobilidade dentária não compatível com estágio de rizólise;
4.4 CAPACITAÇÃO E CALIBRAGEM
Os exames clínicos para o levantamento da condição bucal dos pré-escolares
foram realizados nas creches, pela própria pesquisadora capacitada e calibrada
previamente ao início das atividades. Os critérios avaliados estão de acordo com o
levantamento epidemiológico SB Brasil (2003), com a inclusão das lesões de cárie
ativa não cavitadas. Salienta-se aqui que o critério para lesão não cavitada (lesão de
mancha branca ativa), foi considerado no exame clínico como dente hígido, porém,
com necessidade de tratamento de remineralização seguindo a orientação do
manual SB Brasil (2003).
Quanto às alterações gengivais (presença de sangramento gengival e/ou
placa visível) e maloclusão, a avaliação incluiu todas as idades (Anexo 2).
A cirurgiã-dentista realizou a calibração intra-examinador em uma
determinada creche não selecionada para o estudo, apresentando um teste Kappa
de 95%, para o critério cárie de coroa, 97% para necessidade de tratamento, 81%
alteração gengival. Os exames foram repetidos em um intervalo de sete dias,
obtendo-se uma concordância 97%, 98% e 83% respectivamente para cada critério.
Ao longo dos exames do levantamento epidemiológico, para minimizar erros
pessoais, foram repetidos 10% dos exames (com exceção do índice de sangramento
gengival), sorteando ao acaso as repetições, realizando-os novamente com um
intervalo de sete dias.
A avaliação final das restaurações foi realizada por uma outra examinadora
calibrada previamente em outro estudo, apresentando um Kappa de: 0,57 para
retenção da restauração, 0,68 forma anatômica, 0,63 integridade marginal, 0,75
descoloração marginal, 0,77 cor do material, 0,75 rugosidade superficial, 0,79 cárie
secundária.
4.5 OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA
O primeiro passo do programa foi o agendamento de uma reunião para um
levantamento situacional de acordo com as necessidades de cada creche, para o
estabelecimento de um vínculo (cirurgiões-dentistas/creches) e uma
dessensibilização da equipe da escola promovendo uma maior integração entre os
participantes do programa. Na seqüência, foi realizada uma reunião com
educadores/cuidadores, pais e/ou responsáveis das crianças partícipes, onde foi
exposto o programa pela pesquisadora apresentando os pontos principais e ao
mesmo tempo foi entregue o documento, termo de consentimento livre e esclarecido
para conhecimento do seu conteúdo e formalismo exigido com a respectiva
assinatura e devolução do mesmo, confirmando assim o seu interesse na
participação deste estudo (Apêndice 1).
As atividades educativo-preventivas ocorreram paralelamente, durante todo o
período deste estudo, consistindo na abordagem de diferentes temas sobre
odontologia dirigidos aos educadores e pais em reuniões periódicas nas creches, e
às crianças em atividades lúdicas com escovação supervisionada, contemplando o
carater educativo e preventivo do programa ART, estimulando a formação de hábitos
de saúde bucal.
4.5.1 Levantamento das necessidades
Foram realizados os exames clínicos odontológicos nas crianças na faixa
etária de 2 a 6 anos, pela cirurgiã-dentista calibrada, utilizando odontoscópio e
sonda da OMS (Sonda CPI) sob luz natural. Antes do exame foi realizada uma
escovação supervisionada a fim de uma correta observação clínica da presença ou
ausência de lesões não cavitadas. Os dados foram registrados em fichas e
tabulados no programa EPIBUCO (Apêndice 2).
4.5.2 Realização da ARTs
As ARTs, foram realizadas nas próprias creches pela pesquisadora e um
auxiliar. As crianças que possuíam necessidades restauradoras receberam as
restaurações atraumáticas quando indicadas, ou caso contrário, foram
encaminhadas ao Curso de Extensão Universitária: Bebê Clínica da Faculdade de
Odontologia (FO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para
tratamento.
Os critérios indicativos dos dentes selecionados para receber ARTs foram
(FRENCKEN; HOLMGREN, 2001):
Presença de lesão cariosa em dentina em profundidade rasa ou média;
Ausência de sintomatologia dolorosa espontânea, mobilidade ou fístula;
Abertura suficiente da cavidade para completa utilização de instrumentos
manuais;
Estar em irrupção com ou sem lesão de mancha branca ativa (selamento de
fóssulas e fissuras).
4.5.2.1 Seqüência da Restauração ARTs e ARTs selantes (FRENCKEN;
HOLMGREN, 2001):
Quadro 1
Seqüência da Restauração ARTs
Seqüência da Restauração ARTs selantes
A. Organização dos instrumentos antes do preparo
cavitário;
B. Isolar o campo operatório com rolos de algodão;
C. Examinar o dente cariado (remoção da placa
com bolinhas de algodão molhadas, seguida de
secagem da superfície com bolinhas de algodão
secas);
D. Acessar a lesão cariosa e, quando necessário,
alargar a entrada da cavidade com instrumento
cortante manual;
E. Remover a dentina infectada, amolecida e
desmineralizada, com cureta dentinária, fazendo
movimentos circulares de raspagem;
F. Limpar e secar a cavidade com bolinhas de
algodão;
G. Limpar a cavidade e/ou fóssulas e fissuras com
um gel do ácido poliacrílico à 11% por 10
segundos, ou pelo tempo recomendado pelo
fabricante;
H. Manipular o CIV - VITRO MOLAR conforme a
indicação de seu fabricante.
I. Restaurar a cavidade. O CIV deve ser inserido
com uma espátula de inserção, preenchendo a
cavidade. Após o início da perda do brilho do
material, pressiona-se com o dedo polegar por
30 s e posteriormente desliza-se a ponta do
dedo suavemente de vestibular para lingual e de
mesial para distal para que o material seja
espalhado por toda a superfície oclusal, “técnica
da pressão digital”. Convém salientar que para
as restaurações de classe II utilizou-se matriz
metálica 0,5mm.
J. Remover o excesso do CIV com o esculpidor;
K. Verificar e ajustar a oclusão usando papel
articular;
L. Aplicar uma camada de adesivo auto
polimerizável - DFL ;
M. Remover os rolos de algodão.
A. Isolar o dente com rolos de algodão. Conservar
a área de tratamento livre de saliva.Remover
gentilmente a placa e restos da alimento das
partes mais profundas das fóssulas e fissuras
com a sonda exploradora.
B. Lavar as fóssulas e fissuras usando bolinhas de
algodão molhadas.
C. Aplicar o condicionador ou o líquido do ionômero
de vidro dentro das fóssulas e fissuras de
acordo com as instruções do fabricante.
Condicionar pelo tempo indicado.
D. Lavar imediatamente as fóssulas e fissuras
usando bolinhas de algodão molhadas para
remover o condicionador, Lavar por 2-3 vezes.
E. Secar as fóssulas e fissuras com bolinhas de
algodão.
F. Manipular o ionômero de vidro e aplicar em
todas as fóssulas e fissuras com a ponta
arredondada da espátula de inserção. Recobrir
um pouquinho além da região das fóssulas e
fissuras com o cuidado de não recobrir as
cúspides do dente.
G. Esfregar um pouco de vaselina no dedo
indicador enluvado.
H. Pressionar o ionômero de vidro manipulado para
dentro das fóssulas e fissuras com o dedo
indicador (técnica da pressão digital). Então,
remover o dedo lateralmente após alguns
segundos.
I. Remover o excesso visível de ionômero de vidro
com o esculpidor ou um escavador grande.
J. Verificar a oclusão usando papel articular e
ajustando até ficar confortável.
K. Aplicar uma camada de adesivo auto
polimerizável - DFL ;
L. Remover os rolos de algodão.
M. Pedir ao paciente para não comer por, no
mínimo, 1 hora após o procedimento
4.5.3 Avaliação do ART
Transcorrido os doze meses de duração do estudo, as crianças foram
reavaliadas. Antes do exame, houve a desorganização do biofilme através de
escovação supervisionada, após os dentes foram secos com bolinhas de algodão,
examinados em local iluminado e com auxílio de uma fonte de luz acoplado aos
óculos e uso de sonda exploradora número 5.
A avaliação seguiu os critérios estabelecidos por Ryge (1980), a examinadora
observou as variáveis clínicas referentes ao exame das restaurações baseada na
ficha de avaliação seguindo os critérios USPHS modificado (Apêndice 3 ).
Cada critério avaliado continha três a quatro variáveis para aferir a qualidade
clínica apresentada pela restauração.
Quadro 2
Critério avaliado
Retenção da restauração
Forma anatômica
Integridade marginal
Descoloração marginal
Cor do material
Rugosidade superficial
Cárie secundária
Critérios modificadores
Localização dos dentes na arcada
(anterior/posterior)
Tipo de restauração
(1 superfície/+ de 1 superfície)
Atividade de cárie (ativo/inativo)
Presença de placa (presente/aus)
Dente avaliado d ou P
Sexo (fem/masc)
Idade
4.5.4 Aferição do Tempo de Realização das ARTs
Para aferição do tempo gasto na realização das restaurações foi utilizado um
relógio cromômetro digital*. O tempo zero (0T) foi contado a partir do dente
isolado, pronto para o início da realização da restauração. À fim de se obter um
menor tempo de trabalho optou-se por trabalhar em hemi-arcos.
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Para análise do desempenho clínico foi aplicado o Teste Não Paramétrico
Mann-Whitney, ao nível de significância de 5% (p<0,05), enquanto que para análise
do tempo gasto para realização das restaurações foi aplicado a Análise de Variância
(p=0,785).
4.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FO/UFRGS, e
aprovado em Ata n
o
08/06 em 15/08/2006 de acordo com a resolução n
o
196 de 10
de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Apêndice 4).
Antes de aderirem ao estudo, os pais e/ou responsáveis foram informados
sobre todos os objetivos e etapas do estudo, riscos e benefícios e somente após
assinaram o termo de consentimento informado.
Este estudo dispensou a aprovação pelo comitê de Ética em Pesquisa da
Prefeitura de Porto Alegre visto que o município presta apenas um apoio social às
creches, não sendo de sua competência o gerenciamento dessas, portanto, fez-se
necessário apenas a assinatura do termo de consentimento informado pelas
coordenadoras responsáveis por cada creche sorteada (Apêndice 5).
___________________________________________________________________
* Technos Double Time
5 RESULTADOS
Do total de 42 pré-escolares, houve uma perda de 33,4% após o período de
doze meses sendo reexaminados 28 crianças. Destas 52,3% e 47,7% foram do sexo
masculino e feminino respectivamente, com uma média de idade de 2,94 anos para
um desvio padrão de 0,90, distribuídos entre as quatro creches. A distribuição das
ARTs quanto a idade foi de 5,8% aos 3; 25,6% aos 4; 37,2% aos 5 e 31,4% aos 6
anos.
Com relação à avaliação das ARTs, do total de 111 realizadas, 86 foram em
dentes decíduos e 25 foram ARTs selantes em dentes decíduos e/ou permanentes.
Para uma análise estatística mais fidedigna em relação à qualidade das
restaurações, os ARTs selantes foram excluídos da amostra, uma vez que 92%
destes foram totalmente perdidos.
Das ARTs avaliadas 55,8% envolviam uma superfície e 44,2% envolviam
mais de uma superfície, sendo estas mais freqüentes em dentes posteriores
(84,9%).
A média de restauração por crianças foi de 3,1 restaurações com um desvio
padrão de 1,49.
Destas 28 crianças reavaliadas 84,9% eram cárie inativas e 15,1% cárie
ativas, bem como, 14,0% apresentavam sangramento genvival e 41,9% presença de
placa visível, o que estatisticamente não interferiu nos critérios de qualidade das
ARTs avaliadas.
Em relação aos critérios clínicos referentes à qualidade das ARTs encontrou-
se os resultados abaixo seguido de suas legendas:
Tabela 1: Critérios de qualidade da restauração com relação ao sexo:
Sexo
Masculino Feminino
Critérios de qualidade da
restauração
N % N %
P
LISA 32 74,4 35 92,1
LEVE RUG 7 16,3 2 5,3
IRREG 1 2,3 1 2,6
LASCA/FRAT 3 7,0 0 0,0
RUGOSIDAD
SUPERFICIA
Rank médio 44,41
A
37,14
B
0,035
BASE 43 38
Não houve diferença significativa para ambos os sexos nos critérios avaliados
exceto para rugosidade superficial, onde o sexo masculino apresentou níveis
significativamente maiores que no feminino.
Tabela 2: Critérios de qualidade da restauração quanto a variável atividade de cárie
Carie
Inativo Ativo
Critérios de qualidade da
restauração
N % N %
P
S/ DESCOL
50 73,5 6 46,2
C/ DESC MARG
15 22,1 4 30,8
PIGMENTADO
3 4,4 3 23,1
DESCOLOR
MARGINAL
Rank médio 38,98
B
51,58
A
0,029
BASE 68 13
Houve diferença estatisticamente significante quanto a descoloração marginal no
caso de crianças com atividade de cárie.
Tabela 3: Critérios de qualidade da restauração quanto ao Tipo de restauração
TIPO RESTAURAÇÃO
1 superf + de 1 superf
Critérios de qualidade da
restauração
N % N %
P
PRES
36 75,0 12 31,6
AUS S/ TROCA
11 22,9 22 57,9
AUS C/ TROCA
1 2,1 4 10,5
RETENC
Rank médio 35,02
B
54,21
A
<0,001
BASE 48 38
N DESGAST
32 68,1 6 17,6
DESGAS S/ EXP
12 25,5 18 52,9
DESGAS C/ EXP
3 6,4 10 29,4
ANATOM
Rank médio 31,72
B
53,82
A
<0,001
OK
36 76,6 6 17,6
FENDA S/ EXP
7 14,9 15 44,1
FENDA C/ EXP
4 8,5 7 20,6
FRAT/AUSEN
0 0,0 6 17,6
INTEG
MARG
Rank médio 30,39
B
55,66
A
<0,001
S/ DESCOL
35 74,5 21 61,8
C/ DESC MARG
11 23,4 8 23,5
PIGMENTADO
1 2,1 5 14,7
DESCOL
MARG
Rank médio 38,34
B
44,68
A
<0,001
DTE
43 91,5 18 52,9
DIF ACEIT
4 8,5 16 47,1
COR
MATER
Rank médio 34,45
B
50,06
A
<0,001
LISA
44 93,6 23 67,6
LEVE RUG
3 6,4 6 17,6
IRREG
0 0,0 2 5,9
LASCA/FRAT
0 0,0 3 8,8
RUGOS
Rank médio 36,43
B
47,32
A
0,002
BASE 47 34
Para todos os critérios de qualidade avaliados, verificou-se que as restaurações com
mais de uma superfície apresentaram escores significativamente maiores do que as
de uma superfície, representando um pior comportamento clínico daquelas
restaurações.
Tabela 4: Critérios de qualidade da restauração quanto a localização dos dentes na
arcada
Dente Anterior / Posterior
Posterior Anterior
Critérios de qualidade da
restauração
N % N %
p
PRES
46 63,0 2 15,4
AUS S/ TROCA
24 32,9 9 69,2
AUS C/ TROCA
3 4,1 2 15,4
RETENC
Rank médio 40,26
B
61,69
A
0,001
BASE 73 13
N DESGAST
38 54,3 0 0,0
DESGAS S/ EXP
24 34,3 6 54,5
DESGAS C/ EXP
8 11,4 5 45,5
ANATOM
Rank médio 37,50
B
63,27
A
<0,001
ADEQUADA
42 60,0 0 0,0
FENDA S/ EXP
18 25,7 4 36,4
FENDA C/ EXP
9 12,9 2 18,2
FRAT/AUSEN
1 1,4 5 45,5
INTEG
MARG
Rank médio 36,78
B
67,86
A
<0,001
S/ DESCOL
47 67,1 9 81,8
C/ DESC MARG
18 25,7 1 9,1
PIGMENTADO
5 7,1 1 9,1
DESCOL
MARG
Rank médio 41,71
A
36,45
A
0,395
DTE
56 80,0 5 45,5
DIF ACEIT
14 20,0 6 54,5
COR
MATER
Rank médio 39,10
B
53,09
A
0,014
LISA
61 87,1 6 54,5
LEVE RUG
5 7,1 4 36,4
IRREG
2 2,9 0 0,0
LASCA/FRAT
2 2,9 1 9,1
RUGOS
Rank médio 39,27
B
52,00
A
0,011
BASE 70 11
Para os critérios de qualidade, exceto para descoloração marginal, os dentes
anteriores apresentaram escores significativamente maiores, portanto pode-se
afirmar que qualitativamente a restauração atraumática apresenta um melhor
comportamento em dentes posteriores.
Tabela 5: Comportamento das ARTs em relação aos critérios clínicos USPHS
avaliados
Critérios de qualidade da restauração N %
PRES 48 55,8
PARCIALM AUS S/ TROCA 33 38,4
RETENC
AUS C/ TROCA 5 5,8
BASE 86
N DESGAST 38 46,9
DESGAS S/ EXP 30 37,0
ANATOM
DESGAS C/ EXP 13 16,0
ADEQUADA 42 51,9
FENDA S/ EXP 22 27,2
FENDA C/ EXP 11 13,6
INTEG MARG
FRAT/AUSEN 6 7,4
S/ DESCOL 56 69,1
C/ DESC MARG 19 23,5
DESCOL
MARG
PIGMENTADO 6 7,4
DTE 61 75,3
COR MATER
DIF ACEIT 20 24,7
LISA 67 82,7
LEVE RUG 9 11,1
IRREG 2 2,5
RUGOS
LASCA/FRAT 3 3,7
BASE 81
Em relação ao critério retenção, observou-se que 55,8% das ARTs
permaneceram completamente presentes, 38,4% parcialmente presentes sem
necessidade de troca e 5,8% ausentes com necessidade de restauração imediata,
totalizando uma taxa de sucesso de 94,2%. Com relação à forma anatômica 46,9%
apresentaram-se com uma correta anatomia não desgastadas, 37,0% desgastadas,
porém sem dentina ou material de base expostos e 16,0% apresentavam perda
substancial de material deixando dentina e/ou material de base expostos.
Quanto a integridade marginal 51,9% das ARTs apresentaram-se sem
evidência visível de fendas ao longo da margem da restauração sem trancar a
sonda, 27,2% com alguma falha ao longo da margem, sonda tranca em algum ponto
mas sem exposição de dentina ou material de base, 13,6% com evidência visível de
fenda na margem da restauração com exposição de dentina ou material de base e
7,4% a restauração apresentou-se solta na cavidade, fraturada ou mesmo ausente.
No que se refere à descoloração marginal observou-se que 69,1%
apresentaram-se sem descoloração evidente, 23,5% com leve pigmentação na
margem da restauração e 7,4% com pigmentação evidente, sem possibilidade de
polimento. Quanto, a cor do material 75,3% das ARTs se apresentaram da mesma
cor e tranlucidez do dente e 24,7% não tinham a mesma cor ou translucidez do
dente mas a diferença é aceitável. Finalmente, em relação à rugosidade superficial,
pode-se afirmar que 82,7% apresentaram-se com superfície lisa, 11,1% com
superfície opaca e leve rugosidade, 2,5% com irregularidades superficiais e 3,7%
com irregularidades profundas, e superfície lascada ou fratura.
Tabela 6: Tempo gasto por restauração em minutos
Tempo por restauração (minutos)
Creche
Média
Desvio-
padrão
Mínimo Máximo
Mato Grosso 4,85 0,75 3,29 5,52
Vó Maria 3,97 0,70 3,34 4,73
Amocasmo 4,46 1,84 2,94 7,21
Batilanos 4,39 1,40 2,05 6,59
Total 4,47 1,26 2,05 7,21
O tempo médio de realização das restaurações foi de 4 minutos e 47 segundos,
sendo que através da Análise de Variância, com p=0,785, verificou-se não haver
diferença significativa no tempo médio de restauração em relação as diferentes
creches.
6 DISCUSSÃO
O tratamento da doença cárie é sempre realizado através do controle da
atividade da doença do paciente, procedimentos restauradores podem ser ou não
componentes deste tratamento. O importante é ter em mente que mesmo em
população como a estudada com grande necessidade de procedimentos
restauradores, somente a implementação destes não promoveria melhora na saúde
bucal das crianças.
Ao eleger a ARTs como forma de tratamento, pais, cuidadores e crianças
foram envolvidos de modo a propiciar o desenvolvimento das ações promotoras de
saúde, contribuindo para o resultado efetivo. A ARTs se caracteriza por contemplar
uma odontologia preventiva e conservadora de mínima intervenção e máxima
prevenção, aplicável a qualquer idade por sua rápida execução, de boa aceitação
para o paciente, menos dolorosa, realizável em qualquer local. Além de deter
vantagens como: simplicidade, eficiência aliada ao seu baixo custo, flexibilizando,
portanto, sua aplicabilidade, uma vez que sua tecnologia pouco sofisticada atende
adequadamente às necessidades coletivas.
Este trabalho avaliou após doze meses a qualidade de 111 ARTs, 86
restaurações e 25 selantes, sendo que as ARTs selantes não foram estatisticamente
analisados devido a perda de 92% da retenção destes. Reforçando, Papa et al.
(2007) observaram aos 3 meses, que as ARTs selantes apresentavam uma perda
estatisticamente significante. Lopez, Rafalin e Berthold (2005) também verificaram
após dois anos, que apenas 35% das ARTs selantes ainda estavam presentes em
boca.
Para Pardi et al. (2003) o selamento de fóssulas e fissuras é efetivo na
prevenção da rie dentária de superfícies oclusais. Sabe-se que o selante cria uma
barreira física entre a superfície oclusal e o meio bucal impedindo
conseqüentemente a progressão da doença. Para Maltz e Carvalho (1997) pacientes
que não respondem ao tratamento baseado no controle da atividade de doença e
apresentam lesões de cárie em outras superfícies, são indicados os selantes de
fóssulas e fissuras, porém quando os dentes atingem o plano oclusal independente
do tipo ou profundidade das fissuras ocorrerá facilmente a desorganização do
biofilme, selamento fisiológico e provável perda do material.
Taifour et al. (2003), demonstraram que o selamento com CIV de alta
viscosidade em molares recém irrompidos diminuíram em 50% as chances de
aparecimento de lesões cariosas.
Dos resultados deste trabalho, no que diz respeito aos critérios clínicos
avaliados nas ARTs obteve-se uma diferença estatisticamente significativa no critério
rugosidade superficial do material com relação ao sexo, sendo que as ARTs
apresentaram-se mais rugosas para o sexo masculino (tabela 1). Acredita-se,
segundo relatos das educadoras, que esta diferença deve-se ao fato de que os
meninos em sua maioria alimentavam-se diariamente em maior quantidade do que
as meninas, e que eles em geral não respeitavam a recomendação de permanecer
sem ingerir alimentos no intervalo de uma hora após a realização dos ARTs.
Relativo à atividade de cárie das crianças estudadas encontrou-se uma
diferença estatisticamente significativa para o critério de descoloração marginal, no
caso das crianças cárie ativas (15,1%) (tabela 2). Cabe ressaltar que apesar da
atividade de cárie presente não foi observado nenhum caso de cárie secundária na
avaliação das ARTs, o que pode ser justificado pelo efeito preventivo e propriedade
cariostática do CIV, diretamente ligada à liberação de flúor do material utilizado na
restauração (NAASAN; WATSON, 1998; NAVARRO; PASCOTTO, 1998
KIELBASSA; MULLER; GARCIA-GODOY ,1999; SMALE; GAO, 2000;). Este
resultado encontrado deve-se provavelmente à atividade de cárie presente em
outros dentes desde o exame inicial, os quais não foram tratados devido a contra-
indicação da ARTs e o não comparecimento das crianças na Bebê Clínica para
receber o tratamento convencional.
Quanto as outras crianças que se tornaram cárie inativos (84,9%),
apresentaram-se com uma boa saúde bucal, dado este consentâneo à outros
trabalhos da literatura, como o de Figueiredo et al. (1999), onde concluíram que
após um ano 84.62% das crianças estudadas o apresentaram nenhuma nova
lesão de cárie. Baia e Salgueiro (2000) também afirmaram que as ARTs
proporcionam uma adequação do meio bucal de crianças sem causar danos
quantitativos mas sim qualitativos na microflora bucal, tornando-a menos
cariogênica. Mandari, Frencken e Van’t Hof (2003), após avaliação de seis anos,
verificaram que apenas 2% das ARTs apresentaram cárie secundária.
Em contra partida, Bresciani (2003) em seu trabalho, identifica representativo
aparecimento de cáries secundárias apontando-as como a responsável pelas falhas
nas ARTs.
Com relação ao tipo de ARTs realizadas em uma ou mais superfícies (tabelas
3), observou-se uma melhor performance clínica naquelas que envolviam apenas
uma superfície, este dado é reforçado por outros estudos da literatura que avaliaram
as ARTs quando comparadas com a restauração de amálgama e de resinas
composta, principalmente na dentição decídua. (YIP; SMALES, 2002; TAIFOUR et
al.,2003; MANDARI; FRENCKEN; van’t HOF, 2003; GAO et al., 2003). Ainda de
acordo com estes resultados, Lo e Holmgren (2001) obtiveram em dentes
posteriores 91% de sucesso nas ARTs envolvendo uma superfície e 75% em mais
de uma superfície.
Taifour et al. (2003), também constatou após um ano, que houve diferença
estatisticamente significante entre a longevidade das ARTs de uma ou mais
superfícies, quando comparadas às restaurações de amálgama 86,1% e 79,6%
respectivamente.
Lopez, Rafalin e Berthold (2005) observaram após 2 anos, que das 370 ARTs
realizadas 66% ainda estavam presentes. Para HU et al. (2004), após 6 anos a taxa
de durabilidade é de 75% e de 61% para as ARTs pequenas e extensas
respectivamente.
Após 2 anos, Figueiredo et al.(2005) avaliaram a associação do número de
superfícies com a retenção das ARTs, e encontraram que para dentes decíduos, as
ARTs envolvendo uma superfície foram mais retentivas (86,0%). Sucesso
semelhante foi encontrado por Ersin et al.(2006), que obtiveram 100%, e 83,1% de
sucesso para as ARTs envolvendo uma e mais de uma superfície respectivamente
após 12 meses, e 96,7% e 83,1% após avaliação de 24 meses. No entanto a quanto
à integridade marginal após 12 meses 24,6% das restaurações de mais de uma
superfície estavam soltas na cavidade ou fraturadas.
Em relação aos critérios de qualidade avaliados quanto à localização dos
dentes na arcada (tabela 4), exceto para descoloração marginal, os dentes
anteriores apresentaram escores significativamente maiores, permitindo afirmar que
qualitativamente as ARTs apresentam um melhor comportamento em dentes
posteriores.
Estes resultados estão de acordo com os de Lo e Holmgren (2001),
encontraram após doze meses, uma maior falha nas restaurações em dentes
decíduos anteriores envolvendo mais de uma superfície. Metade das ARTs foram
perdidas nesse período. Também Hu et al.(2004) afirmaram que apesar das ARTs
terem sido efetivas a durabilidade das mesmas está relacionada ao tamanho e ao
tipo da cavidade.
Inúmeros trabalhos da literatura reforçam os resultados aqui encontrados, as
ARTs apresentaram 94,2% de êxito, sendo que no critério integridade marginal
obteve-se um comportamento satisfatório em 92,7% das ARTs e 7,4% soltas na
cavidade, fraturada ou mesmo ausentes (tabela 5). Estes dados foram compatíveis
com aqueles relatados na literatura por diversos autores, os quais justificam o bom
desempenho em devido à utilização do CIV de alta viscosidade e indicação precisa
das ARTs (MANDARI; FRENCKEN; VANT’HOF, 2003; FIGUEIREDO et al., 2005;
FRENCKEN; TAIFOUR; VAN’T HOF, 2006; FIGUEIREDO et al., 2006; ERSIN et al.,
2006).
Uma adequada forma anatômica (tabela 5) foi observada ao final destes 12
meses (83,9%), tanto para as restaurações ARTs envolvendo uma ou mais de uma
superfície. Acredita-se que com o decorrer do tempo este percentual não deverá
diminuir, uma vez que Mandari, Frencken e van’t Hof em 2003 avaliando após 6
anos a forma anatômica das restaurações ARTs, observaram que apenas 20,2%
das mesmas apresentavam uma deficiente forma anatômica.
Notadamente, as falhas mais freqüentes das restaurações ARTs citadas na
literatura, deve-se à perda da restauração ou a alterações na integridade marginal
das mesmas.
Talvez pelo tempo de avaliação, os resultados aqui encontrados demonstram
que 79,1% das restaurações ARTs apresentaram-se com uma boa integridade
marginal (tabela 5), sendo que apenas,13,6% evidenciava fenda visível na margem
da restauração com exposição de dentina ou material de base. O trabalho de Ersin
et al.(2006), contribui para reforçar estes resultados, uma vez que obtiveram 80,6%
das restaurações ARTs, tanto envolvendo uma ou mais superfícies sem evidência
de fenda na margem da restauração. Hu et al.(2004) após 5 anos, também
avaliando a integridade marginal, observaram que 93% das pequenas restaurações
oclusais apresentaram-se satisfatórias contra 80% para as extensas.
No que se refere à descoloração marginal, observou-se que 92,6%
apresentaram-se sem descoloração evidente e 7,4%, com pigmentação evidente,
sem possibilidade de polimento. Para Ersin et al. (2006) ao final de dois anos,
22,2% das restaurações ARTs apresentaram-se sem descoloração evidente. Este
resultado foi beneficiado pela cor do material utilizado (tabela 5), que ressaltou a
capacidade estética das restaurações, pois 90,0% das restaurações ARTs
realizadas neste trabalho apresentaram-se após 12 meses com cor semelhante à
cor do dente e 82,7% lisas sem rugosidade superficial (tabela 5).
Um dado muito interessante e importante por ser pouco discutido e citado na
literatura, refere-se ao tempo médio gasto na realização das restaurações ARTs.
Efetivamente este dado poderá servir como parâmetro para estabelecer o custo
benefício das mesmas, em planejamentos estratégicos na elaboração de programas
odontológicos de base educativa, preventiva e restauradora, principalmente em
ações de atenção às crianças. O tempo médio encontrado foi de 4 min e 47 s com
variação de 2,0-/3,2+ min, sendo que através da análise de variância (p=0,785),
verificou-se não haver diferença significativa no tempo médio da realização das
restauração em relação as diferentes creches.
A variável tempo de execução das restaurações ARTs, tem diminuído com o
decorrer dos anos, devido a introdução de novos cimentos de ionômero de vidro de
alta viscosidade, condensáveis e de fácil manipulação. À exemplo, o tempo médio
que Frencken et al., obtiveram em 1996 foi um de 22 minutos e 10 segundos
variando entre 19 minutos e 8 segundos a 23 minutos 6 segundos para
restaurações ARTs de uma superfície em dentes permanentes, considerando que à
época utilizava-se os CIVs convencionais. Ho, Smales e Fang em 1999,
encontraram uma média de 11 minutos e 9 segundos com variação de 3 minutos e
20 segundos.
O tempo encontrado na literatura mais aproximado foi com os trabalhos de
Smales et al. (1997), Lo e Holmgren (2001) e de Yip e Smales (2002) que
observaram um tempo médio de aproximadamente 9 minutos para a realização das
restaurações ARTs, envolvendo uma ou mais superfícies em dentes decíduos. Essa
diferença do tempo encontrado neste estudo com os resultados da literatura deve-
se talvez pela falta de clareza nas metodologias quanto ao momento inicial da
cronometragem do início da execução da técnica.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto aos critérios avaliados encontrou-se um ótimo desempenho clínico,
elevado índice de retenção e integridade marginal; adequadas forma anatômica,
coloração do material e rugosidade superficial. Analisando o fator tempo, constatou-
se que este foi reduzido, contribuindo para agilidade no atendimento. Observou-se
ainda, a permanência da mudança dos hábitos de higiene e uma melhora nos
padrões de saúde bucal das crianças, uma vez que não houve nenhum caso de
cárie secundária. A ARTs é uma medida de impacto, podendo ser indicada para pré-
escolares por possibilitar uma melhora da condição de saúde bucal desta
população.
Pode-se afirmar que o envolvimento e acompanhamento profissional aliados
a capacidade de diagnóstico e execução bem como, a escolha do CIV de alta
viscosidade (Vitromolar/DFL), contribuíram para os resultados obtidos, favorecendo
o excelente comportamento clínico.
Apesar da simplicidade da ARTs, esta requer uma boa compreensão de sua
filosofia, do processo da doença cárie, do material utilizado e da técnica atual para
assegurar resultados exitosos.
Para finalizar, cabe destacar que toda pesquisa científica em qualquer área
do conhecimento humano, especificamente na Odontologia adquire sentido se
estiver voltada para a melhora da qualidade de vida dos pacientes, minimizando o
sofrimento causado pela dor de dente, superando desigualdades e contribuindo
para construção de um futuro onde todos possam apresentar um sorriso saudável.
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56. PINTO, A. Avaliação Clínica, microbiológica e radiográfica de lesões de
cárie de molar decíduo, após remoção parcial de dentina cariada. Porto
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FO – UFRGS.
57. PROJETO SB 2000: Condições de saúde bucal da população brasileira na
ano de 2000: Manual do Examinador./ Secretaria de Políticas de Saúde,
Departamento de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção básica,
Área Técnica de Saúde Bucal, Brasília – DF, 2001, 49 p.
58. RAGGIO, D. Avaliação, in vitro, da microinfiltração liberação de fluoreto e
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no Tratamento Restaurador Atrumático(TRA). São Paulo, 2001.106p. Tese
(Mestrado em Odontopediatria) – FOUSP.
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pilot study on new dental filling materials and preparation procedures in
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APÊNDICES
APENDICE 1
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A promoção da saúde bucal das crianças é um dos compromissos da Odontologia
atual, e, quanto mais cedo às crianças entram em contato com hábitos saudáveis de dieta
e higiene, mais chances elas têm de não serem afetadas pelas doenças bucais. Para isso,
as medidas de educação para a saúde bucal e prevenção são importantes para a
promoção da saúde bucal de toda a população.
Serão realizadas atividades voltadas às faixas etárias das crianças da creche,
abordando temas como cárie, higiene bucal, dieta saudável, dentição de leite e
permanente, bem como medidas preventivas contra a cárie e outras doenças bucais.
A doença cárie é uma doença que afeta dente e que se não tratada pode progredir
até a completa destruição do mesmo. Para a realização da restauração do dente é
necessária a remoção do tecido cariado. O tratamento da cárie mais utilizado é a remoção
mecânica com o uso de brocas em alta e/ou baixa rotação.
Atualmente, vem–se utilizando uma técnica de mínima invasão chamada
Tratamento Restaurador Atraumático (ART). Esta técnica de tratamento para cárie dentária
é realizada com instrumentos manuais para remoção da cárie, sem a necessidade do uso
de anestesia, seguida do preenchimento da cavidade com um material adesivo e que libera
flúor. Este procedimento não necessita do equipamento odontológico, portanto pode ser
realizado na creche de seu filho.
Para as crianças que possuírem cavidades de cárie, pretendemos aplicar esta
técnica, pois estamos realizando um trabalho com o objetivo de avaliar, ao longo de um
ano, dentes decíduos nos quais foram utilizados o Tratamento Restaurador Atraumático
(ART) para remoção da lesão de cárie.
O seu(a) filho(a) (ou a criança pela qual é responsável) apresenta o(s) “dente(s) de
leite” nas condições próprias para serem aplicados na pesquisa. Se obtivermos sua
autorização, esse(s) dente(s) será usado na pesquisa acima esclarecida e submetido aos
estudos necessários.Os resultados desta pesquisa beneficiarão os trabalhos a serem
realizados em outras crianças, visando à melhoria da saúde bucal das mesmas.
Os atendimentos serão realizados na própria creche de seu filho, pela cirurgiã-
dentista Vanessa C. Barreto. Convém lembrar que a criança para participar deste trabalho
não deve ter nenhum problema de saúde geral. A criança poderá ter mais de um dente
envolvido na mesma pesquisa. Saliento que as crianças poderão ser desligadas da
pesquisa a qualquer momento sem nenhum prejuízo. Em caso de dúvidas ou havendo
qualquer sintomatologia, favor entrar em contato através dos telefones (51) 91617033.
Alguns casos da pesquisa (apenas os dentes e não o rosto) serão fotografados
para fins de documentação e apresentação.
Sendo assim, eu _______________________________________
RG nº.________autorizo meu filho (a) a participar da referida pesquisa.
Porto Alegre, _____ de _____________ de 2006.
Assinatura do responsável
APENDICE 2
Ficha de Exame Clínico
EXAMINADORESCOLASETOR CENSITÁRIO
MUNICÍPIO FLÚORESTADO ANOS FLUORETAÇÃO
QUADRA / VILA LOC. GEOG.
INFORMAÇÕES GERAIS
Idade em anos
Sexo
Realização
do Exame
Grupo Étnico
Idade em meses
(somente para bebês)
N
0
Identificação
CÁRIE DENTÁRIA E NECESSIDADE DE TRATAMENTO
Coroa
Raiz
Trat.
Coroa
Raiz
Trat.
18 17 16 15 14 13 12 11 2827262524232221
55 54 53 52 51 6564636261
48 47 46 45 44 43 42 41 3837363534333231
85 84 83 82 81 7574737271
Todos os grupos etários. Condição de Raiz, somente de 35 a 44 e 65 a 74 anos
ANORMALIDADES DENTOFACIAIS
DENTÃO
ESPAÇO
Apinhamento na
rego de incisivos
Espaçamento na
rego de incisivos
Diastema em
milímetros
Desalinhamento
maxilar anterior
em mm
Desalinhamento
mandibular
anterior em mm
OCLUSÃO
Overjet maxilar
anterior em mm
Overjet mandibular
anterior em mm
Mordida aberta vertical
anterior em mm
Relação molar
ântero-posterior
MÁ-OCLUSÃO
(5 anos)
DAI
(12 e 15-19 anos)
mero de I,C, e
PM perdidos
AG
(5 anos)
CPI
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
12 anos
15-19 anos
35-44 anos
65-74 anos
PIP
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
35-44 anos
65-74 anos
Todos os grupos etários
ALTERAÇÕES TECIDO MOLE
DOENÇA PERIODONTAL
FLUOROSE DENTÁRIA
12 anos e 15-19 anos
USO DE PRÓTESE
NECESSIDADE DE
PTESE
Sup Inf
EDENTULISMO
Sup Inf
15-19, 35-44 e 65-74 anos
ORIG./DUP.
EXAMINADORESCOLASETOR CENSITÁRIO
MUNICÍPIO FLÚORESTADO ANOS FLUORETAÇÃO
QUADRA / VILA LOC. GEOG. EXAMINADORESCOLASETOR CENSITÁRIO
MUNICÍPIOMUNICÍPIO FLÚORFLÚORESTADOESTADO ANOS FLUORETAÇÃOANOS FLUORETAÇÃO
QUADRA / VILA LOC. GEOG.
INFORMAÇÕES GERAIS
Idade em anos
Sexo
Realização
do Exame
Grupo Étnico
Idade em meses
(somente para bebês)
N
0
Identificação
INFORMAÇÕES GERAIS
Idade em anos Idade em anos
SexoSexo
Realização
do Exame
Realização
do Exame
Grupo ÉtnicoGrupo Étnico
Idade em meses
(somente para bebês)
Idade em meses
(somente para bebês)
N
0
IdentificaçãoN
0
Identificação
CÁRIE DENTÁRIA E NECESSIDADE DE TRATAMENTO
Coroa
Raiz
Trat.
Coroa
Raiz
Trat.
18 17 16 15 14 13 12 11 2827262524232221
55 54 53 52 51 6564636261
48 47 46 45 44 43 42 41 3837363534333231
85 84 83 82 81 7574737271
Todos os grupos etários. Condição de Raiz, somente de 35 a 44 e 65 a 74 anos
CÁRIE DENTÁRIA E NECESSIDADE DE TRATAMENTO
Coroa
Raiz
Trat.
Coroa
Raiz
Trat.
18 17 16 15 14 13 12 11 282726252423222118 17 16 15 14 13 12 11 2827262524232221
55 54 53 52 51 656463626155 54 53 52 51 6564636261
48 47 46 45 44 43 42 41 383736353433323148 47 46 45 44 43 42 41 3837363534333231
85 84 83 82 81 757473727185 84 83 82 81 7574737271
Todos os grupos etários. Condição de Raiz, somente de 35 a 44 e 65 a 74 anos
ANORMALIDADES DENTOFACIAIS
DENTÃO
ESPAÇO
Apinhamento na
rego de incisivos
Espaçamento na
rego de incisivos
Diastema em
milímetros
Desalinhamento
maxilar anterior
em mm
Desalinhamento
mandibular
anterior em mm
OCLUSÃO
Overjet maxilar
anterior em mm
Overjet maxilar
anterior em mm
Overjet mandibular
anterior em mm
Overjet mandibular
anterior em mm
Mordida aberta vertical
anterior em mm
Mordida aberta vertical
anterior em mm
Relação molar
ântero-posterior
Relação molar
ântero-posterior
MÁ-OCLUSÃO
(5 anos)
MÁ-OCLUSÃO
(5 anos)
DAI
(12 e 15-19 anos)
mero de I,C, e
PM perdidos
AG
(5 anos)
CPI
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
12 anos
15-19 anos
35-44 anos
65-74 anos
CPI
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
12 anos
15-19 anos
35-44 anos
65-74 anos
PIP
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
35-44 anos
65-74 anos
PIP
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
17/16 11 26/27
47/46 31 36/37
35-44 anos
65-74 anos
Todos os grupos etários
ALTERAÇÕES TECIDO MOLE
DOENÇA PERIODONTAL
FLUOROSE DENTÁRIA
12 anos e 15-19 anos
USO DE PRÓTESE
NECESSIDADE DE
PTESE
Sup InfSup Inf
EDENTULISMO
Sup InfSup Inf
15-19, 35-44 e 65-74 anos
ORIG./DUP.ORIG./DUP.ORIG./DUP.
APENDICE 3
Ficha de avaliação das restaurações Data da restauração : ___/___/2006
Paciente: _________________________________Idade: _____anos ______meses
Paciente cárie ativo: Sim ( ) Não ( )
Presença de placa visível: Sim ( ) Ant. /Post. Não ( )
Dente avaliado: Decíduo ( ) _____ou Permanente ( )_____
Tipo de restauração: 1 superfície: :O( )M( )D( )V( )L( ) + de 1 superfície:( ) O( )M(
)D( ) V( )L( ) selamento oclusal ( )
1- Retenção da restauração – Escores: A ( ) B ( ) C ( )
A: Restauração completamente presente.
B: Restauração parcialmente perdida, sem necessidade de troca imediata.
C: Restauração perdida, com necessidade de restauração imediata.
2- Forma anatômica - Escores: A ( ) B ( ) C ( )
A: A restauração apresenta uma correta anatomia, não desgastada.
B: A restauração está desgastada, porém sem dentina ou material de base exposto.
C: Existe perda substancial de material, deixando dentina ou material de base expostos.
3-Integridade marginal - Escores: A ( ) B ( ) C ( ) D ( )
A: Sem evidência visível de fendas ao longo da margem, na qual a sonda exploradora não tranca.
B: A sonda exploradora tranca em alguma falha ao longo da margem, mas sem exposição de dentina ou material
de base.
C: Evidência visível de uma fenda na margem da restauração, com exposição de dentina ou material de base.
D: A restauração está solta na cavidade, fraturada, falta alguma parte da restauração ou a mesma está ausente.
4-Descoloração marginal – Escores A ( ) B ( ) C ( )
A: Sem descoloração evidente da margem da restauração.
B: Leve pigmentação na margem da restauração.
C: Pigmentação evidente, sem possibilidade de polimento.
5-Cor do material - Escores: A ( ) B ( ) C ( )
A: Restauração é da mesma cor da estrutura dentária adjacente, em cor e translucidez.
B: A restauração não tem a mesma cor nem a mesma translucidez do dente, mas a diferença é aceitável.
C: A restauração não tem a mesma cor nem a mesma translucidez do dente, não sendo aceitável esta diferença.
6-Rugosidade superficial - Escores: A ( ) B ( ) C ( ) D ( )
A: Superfície lisa, sem irritação dos tecidos adjacentes.
B: Superfície opaca, leve rugosidade.
C: Superfície com irregularidades superficiais.
D: Irregularidades profundas estão presentes. A superfície está fraturada ou lascada.
7-Cárie secundária - Escores: A ( ) B ( )
A: A restauração é considerada livre de cárie.
B: É detectada cárie secundária.
APENDICE 5
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A promoção da saúde bucal das crianças é um dos compromissos da Odontologia
atual, e, quanto mais cedo às crianças entram em contato com hábitos saudáveis de dieta
e higiene, mais chances elas têm de não serem afetadas pelas doenças bucais. Para isso,
as medidas de educação para a saúde bucal e prevenção são importantes para a
promoção da saúde bucal de toda a população.
Serão realizadas atividades voltadas às faixas etárias das crianças da creche,
abordando temas como cárie, higiene bucal, dieta saudável, dentição de leite e
permanente, bem como medidas preventivas contra a cárie e outras doenças bucais.
A doença cárie é uma doença que afeta dente e que se não tratada pode progredir
até a completa destruição do mesmo. Para a realização da restauração do dente é
necessária a remoção do tecido cariado. O tratamento da cárie mais utilizado é a remoção
mecânica com o uso de brocas em alta e/ou baixa rotação.
Atualmente, vem–se utilizando uma técnica de mínima invasão chamada
Tratamento Restaurador Atraumático (ART). Esta técnica de tratamento para cárie dentária
é realizada com instrumentos manuais para remoção da cárie, sem a necessidade do uso
de anestesia, seguida do preenchimento da cavidade com um material adesivo e que libera
flúor. Este procedimento não necessita do equipamento odontológico, portanto pode ser
realizado na creche de seu filho.
Para as crianças que possuírem cavidades de cárie, pretende-se aplicar esta
técnica, pois será realizado um trabalho com o objetivo de avaliar, ao longo de um ano,
dentes decíduos nos quais foram utilizados o Tratamento Restaurador Atraumático (ART)
para remoção da lesão de cárie.
Se obtivermos sua autorização, esse(s) dente(s) será usado na pesquisa acima
esclarecida e submetido aos estudos necessários.Os resultados desta pesquisa
beneficiarão os trabalhos a serem realizados em outras crianças em outros ambientes
coletivos, visando à melhoria da saúde bucal das mesmas.
Os atendimentos serão realizados na própria creche, pela cirurgiã-dentista
Vanessa C. Barreto. Saliento que a Creche podese desligar da pesquisa a qualquer
momento sem nenhum prejuízo. Em caso de dúvidas ou havendo qualquer sintomatologia
de alguma das crianças, favor entrar em contato através dos telefones (51) 91617033.
Alguns casos da pesquisa (apenas os dentes e não o rosto) serão fotografados
para fins de documentação e apresentação.
Sendo assim, eu __________________________________________ RG
nº._________ autorizo a creche _________________________________
participar da referida pesquisa.
Porto Alegre, _____ de _____________ de 2006.
Assinatura da responsável pela creche
ANEXOS
ANEXO 1
Principais Carências Sociais do Município de Porto Alegre
Nível de desenvolvimento e qualidade de vida
< 0,50 muito baixo;
0,50 < 0,70 nível baixo,
0,70 < 0,80 nível médio;
0,80 < 1,0 um nível alto.
Nível de Vulnerabilidade Social
< 0,50 muita alta;
0,50 < 0,70 nível alto;
0,70 < 0,80 nível médio
0,80 < 1,0 nível baixo
Composição do Índice Condições de Vida
Dimensões e Variáveis
R
ENDA
Renda Média dos Responsáveis p/ domicílios em SM
Desigualdade de Renda
E
DUCAÇÃO
Taxa de Alfabetização
N º Médio de Anos de Estudo dos Responsáveis p/Domicílios
% de Responsáveis p/ Domicílios c/11 anos e Mais de Estudo
L
ONGEVIDADE
Taxa de Mortalidade Infantil
Índice de Envelhecimento
I
NFÂNCIA E
A
DOLESNCIA
Taxa de Escolarização de Crianças de 4 a 6 anos
Taxa de Escolarização de Crianças de 7 a 14 anos
Taxa de Escolarização de Crianças de 15 a 17 anos
C
ONDIÇÕES
H
ABITACIONAIS
% de Domicílios c/Abastecimento de Água Adequado
%de Domicílios c/Esgotamento Sanirio Adequado
% de Domicílios c/Recolhimento de Lixo Adequado
Composição do Índice de Vulnerabilidade Social
Dimensões e Variáveis
Classificação das Regiões
Alta
dia
Baixa
Muito
Baixa
Condições de Vida
Centro
Noroeste
Norte
Cruzeiro
Humaita, Ilhas, Navegantes
Eixo Baltazar
Partenon
Centro-sul
Leste
Cristal
Sul
Nordeste
Lomba do Pinheiro
Restinga
Extremo-sul
Glória
Baixa
Vulnerabilidade Social
Alta
Muito
Alta
Centro
Noroeste
Norte
Humaita, Ilhas, Nav.
Cristal
Extremo-sul
Leste
Partenon
Eixo Baltazar
Centro-sul
Sul
Nordeste
Cruzeiro
Restinga
Lomba do Pinheiro
Glória
R
ENDA
% de Responsáveis p/Domicílios s/Rendimentos
% de Responsáveis p/Domicílios c/Rendimentos até 1 SM
% de Responsáveis p/Domicílios c/Rendimentos até 2 SM
E
DUCAÇÃO
% de Responsáveis p/Domicílios Não Alfabetizados
% de Responsáveis p/Domicílios c/Menos de 4 anos de Estudo
% de Responsáveis p/ Domicílios c/Menos de 8 anos de Estudo
L
ONGEVIDADE
Taxa de Mortalidade Infantil
Índice de Envelhecimento
V
ULNERABILIDADE
I
NFANTO
-
JUNVENIL
% de Crianças e Adolescentes
Taxa de Homicídios
H
ABITAÇÃO
% de Domicílios em Aglomerados Subnormais
%de Domicílios em Situação de Irregularidade Fundiária
ANEXO 2
M
INISTÉRIO DA
S
AÚDE
S
ECRETARIA DE
P
OLÍTICAS DE
S
AÚDE
D
EPARTAMENTO DE
A
TENÇÃO
B
ÁSICA
Á
REA
T
ÉCNICA DE
S
AÚDE
B
UCAL
Projeto SB2000
Condições de Saúde Bucal da População Brasileira no ano 2000
Manual do Examinador
Série C. Projetos, Programas e Relatórios; n. 53
Tiragem: 2.000 exemplares
Área Técnica de Saúde Bucal
Esplanada dos Ministérios, bloco G, sala 635
Tel.: (61) 315-2728 / 225-6290
Fax: (61) 226-3192 (aos cuidados da AT Saúde Bucal)
CEP: 70.058-900, Brasília, DF
E-mail: cosab@saude.gov.br
Internet: http://www.saude.gov.br/sps/programas/bucal/principal.htm
Sítio
do Projeto SB2000: http://www.sb2000.cjb.net
FICHA
CATALOGRÁFICA
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área
Técnica de Saúde Bucal.
Projeto SB2000: condições de saúde bucal da população brasileira no ano 2000: manual do examinador /
Secretaria Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica, Área Técnica de Saúde Bucal. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2001.
49 p. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios; n. 53)
ISBN 85-334-0398-4
1. Saúde Bucal - Epidemiologia. 2. Saúde Pública. I. Brasil. Ministério da Saúde. II. Brasil.
Secretaria de Políticas de Saúde. III. Brasil. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de
Saúde Bucal. IV. Título. V. Série.
NLM WU 18.5
DB8
Este documento teve como base o Manual do Recenseador - Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 4
a
edição do Oral Health Surveys - basic methods da Organização Mundial da Saúde (1997) e o Caderno de Instruções do Levantamento
das Condições de Saúde Bucal - Estado de São Paulo, 1998 - Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo.
Exames
Os exames serão feitos utilizando-se espelho bucal plano e a sonda da OMS (sonda CPI)
para levantamentos epidemiológicos, sob luz natural, com o examinador e a pessoa
examinada sentados. Preferencialmente, o local para realização dos exames deve ser bem
iluminado e ventilado e próximo a uma fonte de água.
Os diferentes espaços dentários serão abordados iniciando pelo terceiro molar até o
incisivo central do hemiarco superior direito (do 18 ao 11), passando em seguida ao
incisivo central do hemiarco superior esquerdo e indo até o terceiro molar (do 21 ao
28), indo para o hemiarco inferior esquerdo (do 38 ao 31) e, finalmente, concluindo
com o hemiarco inferior direito (do 41 ao 48).
Um dente é considerado presente na boca quando apresenta qualquer parte visível
ou podendo ser tocada com a ponta da sonda sem deslocar (nem perfurar) tecido
mole indevidamente.
Se permanente e decíduo ocupam o mesmo espaço, registra-se apenas a condição
do dente permanente.
Na dúvida quanto ao diagnóstico, colocar sempre o índice que representa a melhor
condição para o paciente. Ex: dúvida quanto ao critério cariado ou hígido, coloca-
se sempre como hígido.
Cárie Dentária e Necessidade de Tratamento
Para não será avaliada a condição da raiz na faixa etária estudada, portanto registra-se o
código 9 (dente excluído) em todas as caselas correspondentes. Serão empregados
códigos alfabéticos para dentes decíduos e numéricos para dentes permanentes.
Cárie Dentária
Os códigos e critérios são os seguintes (para decíduos entre parênteses):
0(A) - Coroa Hígida.
Não há evidência de cárie. Estágios iniciais da doença não são levados em
consideração. Os seguintes sinais devem ser codificados como hígidos:
manchas esbranquiçadas;
descolorações ou manchas rugosas resistentes à pressão da sonda CPI;
sulcos e fissuras do esmalte manchados, mas que o apresentam sinais visuais
de base amolecida, esmalte socavado, ou amolecimento das paredes,
detectáveis com a sonda CPI;
áreas escuras, brilhantes, duras e fissuradas do esmalte de um dente com
fluorose moderada ou severa;
ATENÇÃO: Todas as lesões questionáveis devem ser codificadas como dente hígido.
1(B) - Coroa Cariada.
Sulco, fissura ou superfície lisa apresenta cavidade evidente, ou tecido amolecido na
base ou descoloração do esmalte ou de parede ou há uma restauração temporária
(exceto ionômero de vidro). A sonda CPI deve ser empregada para confirmar
evidências visuais de cárie nas superfícies oclusal, vestibular e lingual. Na dúvida,
considerar o dente hígido.
Nota: Na presença de cavidade originada por cárie, mesmo sem doença no momento
do exame, como regra de decisão considerar o dente atacado por rie,
registrando-se cariado.
2(C) - Coroa Restaurada mas Cariada.
Há uma ou mais restaurações e ao mesmo tempo uma ou mais áreas estão cariadas.
3(D) - Coroa Restaurada e Sem Cárie.
uma ou mais restaurações definitivas e inexiste rie primária ou recorrente. Um
dente com coroa colocada devido à cárie inclui-se nesta categoria.
ATENÇÃO: Com relação aos códigos 2(C) e 3(D), apesar de ainda não ser uma prática
consensual, a presença de ionômero de vidro em qualquer elemento dentário
será considerada, neste estudo, como condição para elemento restaurado.
4(E) - Dente Perdido Devido à Cárie.
Um dente permanente ou decíduo foi extraído por causa de cárie e não por outras
razões. Essa condição é registrada na casela correspondente à coroa. Dentes
decíduos: aplicar apenas quando o indivíduo está numa faixa etária na qual a
esfoliação normal não constitui justificativa suficiente para a ausência.
5(F) - Dente Perdido por Outra Razão.
Ausência se deve a razões ortodônticas, periodontais, traumáticas ou congênitas.
ATENÇÃO: O código para decíduos (F) nestes casos deverá ser mais utilizado na faixa
etária de 18 a 36 meses, uma vez que, a partir dos 5 anos, geralmente o espaço
vazio se deve à exfoliação natural e deverá ser codificado como coroa não
erupcionada (código “8”).
6(G) - Selante.
um selante de fissura ou a fissura oclusal foi alargada para receber um compósito
ou selamento com cimento ionômeo de vidro. Se o dente possui selante e está
cariado, prevalece o código 1 ou B (cárie).
7 (H) Código não avaliado por nós.
8(K) - Coroa Não Erupcionada.
Quando o dente permanente ou decíduo ainda não foi erupcionado, atendendo à
cronologia da erupção. Não inclui dentes perdidos por problemas congênitos, trauma
etc.
T(T) - Trauma (Fratura).
Parte da superfície coronária foi perdida em conseqüência de trauma e não há
evidência de cárie.
9(L) - Dente Excluído.
Aplicado a qualquer dente permanente que não possa ser examinado (bandas
ortodônticas, hipoplasias severas etc.).
Necessidade de Tratamento
Os códigos e critérios para as necessidades de tratamento são:
0 - Nenhum Tratamento.
A coroa hígida, o dente não deve receber qualquer tratamento.
1 - Restauração de uma superfície dentária
2 - Restauração de duas ou mais superfícies dentárias
3 - Coroa por qualquer razão
4 - Faceta Estética
5 - Tratamento Pulpar e Restauração.
O dente necessita tratamento endodôntico previamente à colocação da restauração
ou coroa, devido à cárie profunda e extensa, ou mutilação ou trauma.
6 - Extração
Um dente é registrado como indicado para extração, dependendo das possibilidades de
tratamento disponíveis, quando:
a cárie destruiu o dente de tal modo que não é possível restaurá-lo;
a doença periodontal progrediu tanto que o dente está com mobilidade, há dor
ou o dente está sem função, ou a extração é necessária por razões ortodônticas
ou estéticas, ou devido à impactação.
7 - Remineralização de Mancha Branca - Fluorterapia
8 - Selante
A indicação de selantes de fóssulas e fissuras não é uma unanimidade entre os cirurgiões-
dentistas, havendo profissionais que não o indicam em nenhuma hipótese. Sua
indicação, conforme regra de decisão adotada pela FSP-USP, será feita na presença
simultânea das seguintes condições:
o dente está presente na cavidade bucal há menos de 2 (dois) anos;
o dente homólogo apresenta cárie ou foi atingido pela doença;
há presença de placa clinicamente detectável, evidenciando higiene bucal
precária.
Nota a respeito das necessidades de tratamento:
Os códigos 1 (restauração de uma superfície), 2 (restauração de 2 ou mais superfícies), 7
(remineralização de mancha branca) ou 8 (selante) serão usados para indicar o tratamento
necessário para:
tratar as cáries iniciais, primárias ou secundárias;
tratar a descoloração de um dente ou um defeito de desenvolvimento;
reparar o dano causado por trauma, abrasão, erosão ou atrição; ou
substituir restaurações insatisfatórias ou selantes se existirem uma ou mais das
seguintes condições:
margem deficiente, permitindo ou em vias de permitir infiltração na dentina. A
decisão deve ser tomada com base no senso clínico do examinador, após ter
inserido a sonda CPI na margem entre a restauração e o tecido duro ou após
observar uma significativa descoloração do esmalte adjacente;
excesso marginal, causando irritação local do tecido gengival e não podendo
ser removido por meio de um ajuste da restauração;
fratura, que possa causar a perda da restauração ou infiltração marginal;
9 - Sem Informação
Quando, por alguma razão, não for possível definir a necessidade de tratamento do
dente. Via de regra, quando a condição da coroa for 9 (dente excluído), assinala-se 9
também na necessidade de tratamento. Na condição em que a coroa foi considerada
não-erupcionada (8) ou dente perdido (4 ou 5), também deve ser assinalado 9 na casela
referente à necessidade de tratamento.
Doença Periodontal
Índice de Alterações Gengivais - AG
Sangramento gengival é um sinal objetivo e facilmente detectável de alteração gengival,
aceito pela maioria dos profissionais e de simples compreensão pela população. Muitos
índices de sangramento têm sido sugeridos, sendo que a maioria deles emprega uma
variável dicotômica na determinação de ausência ou presença de sangramento. Por ser
simples, não suscetível à interpretação subjetiva, e requerer um tempo pequeno de exame,
é largamente utilizado em levantamentos e triagens de grupos populacionais e indicado
para uso em saúde pública.
Este índice será utilizado neste levantamento para registrar as alterações gengivais em
crianças, durante o exame da dentição para cárie dentária, quando serão observadas as
características das coroas dentárias. Quando for observado, após o exame, qualquer sinal
de sangramento em 3 ou mais coroas, será indicada presença de sangramento (código 1).
Se durante este exame, não for observado este sinal, será registrada ausência de
sangramento (código 0). Preenche-se a casela com o código 9 para situações em que o
exame não possa ser realizado ou para as faixas etárias nas quais este exame não é
proposto.
Espera-se com este exame estimar a proporção de crianças com sinais evidentes de
inflamação gengival e que necessitam, dentre outros aspectos, de higiene oral.
Quadro Resumido dos códigos aplicados para Exame
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