Ao trocar experiências com a SIR percebe-se que naquele espaço Samira apresenta
dificuldades maiores, talvez por se exigir mais dela e ter pouco tempo para desenvolver as
atividades previstas pela professora. Nesta situação acontece algo interessante, porque depois de
ter discutido sobre isto, Bia refere que no ano seguinte gostaria de ter um espaço para retirar
Samira da sala e trabalhar sozinha com ela. Desenvolve-se a seguinte discussão:
Bia: É, eu estava falando, esse ano a gente ficou nessa coisa da turma, do vínculo, de se achar,
pra o ano que vem vou tentar sair um módulo com ela, porque no meio de toda a turma é muita
informação, é muita coisa girando e eu não consigo, é muito estímulo e eu acho que ela tem
condições de ir mais, mas precisa sentar do lado e não dá pra ser assim, a gente senta um pouco,
aí vem as crianças, todo o tempo...
SIR: Eu fiquei pensando, essa coisa de sair, não sei o quanto isso vai mudar muito pra ela, até
porque lá na SIR ela trabalha sozinha e a coisa tem que andar mais por onde ela vai aceitando, a
gente vai inserindo o novo, depois que aquilo já é conhecido.
Bia: Ao mesmo tempo, estabelecer de sentar e ver alguma coisa, eu não consigo muito tempo
com ela, com todos juntos, é muito menor o meu tempo, até porque ela levanta e sai mesmo...
SIR: Isso que eu quis dizer...
Bia: Mas, se eu estou sozinha e ela sai correndo eu corro atrás
SIR: Mas tu não consegue fazer ela voltar pra aquela produção.
Bia: Sim, mas daí em cima do novo que ela está fazendo, eu proponho outra coisa. Na sala já não
dá tanto, ela levantou já tem outro aqui, e até que eles são bem pacientes, eles sabem... em
princípio eu não me preocupava muito com isso, porque eu achava bem isso, se ela tem tantos
atendimentos, aqui é o lugar da socialização, de vir pra cá aprender as rotinas, mas ao mesmo
tempo tem essa coisa, ela precisa aprender a ler e a escrever... ao mesmo tempo eu percebo esse
crescimento dela, tanto da fala, quanto da rotina, de pegar uma folha e saber que tem alguma
coisa pra fazer, mesmo que ela diga, “isso eu não quero”, mas ela sabe que passa por aqui, de
passar pelos colegas e ver que eles fazem alguma coisa, ela também pega o giz e também quer
fazer, essas coisas todas tem, mas quem sabe ela pode mais, não sei, nesse sentido. É a tentativa
de colocar outras questões pra ela, que nesse grupão não estou conseguindo, porque nem na hora
do jogo, eu tenho crianças, meninos, que não brincam, por exemplo, a brincadeira deles é futebol
na sala e uma bola na sala não dá, então, eu tenho que estar sempre junto nessa hora do jogo pra
estar olhando o que estão fazendo, então, é difícil sentar nesse momento com ela. Nisso a
estagiária é muito boa, ela consegue, enquanto está com ela, ver atividades de escrita, pintura, de
sentar, orientar, não, mas vem cá, faz aqui, muito interessante.
Reunião SIR e professora – pg. 80
Bia parece supor que com ela seria diferente e que não vai mudar de idéia enquanto não
experimentar. No decorrer da reunião com a prof. da SIR trocam experiências, no sentido de
comparar atividades realizadas nos dois espaços, sugere idéias, aceita contribuições para um