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B.3 Escolhendo critérios de usabilidade
A escolha de valores de critério de medidas de usabilidade depende dos requisitos para o produto e as
necessidades da organização determinam os critérios. Os objetivos de usabilidade podem se relacionar a um
objetivo primário (p.ex. produzir uma carta) ou a objetivos menores (p.ex. localizar e substituir) ou objetivos
secundários (p.ex. apreensibilidade ou adaptabilidade). Ao focar os objetivos da usabilidade nos propósitos mais
importantes do usuário pode ser necessário ignorar muitas funções, mas provavelmente esta seja a abordagem
mais prática. Determinar objetivos de usabilidade através de objetivos menores pode permitir uma avaliação
antecipada no processo de desenvolvimento.
Pode ser necessário especificar critérios tanto para o nível mínimo aceitável quanto para o nível
esperado de usabilidade.
Ao determinar valores de critério para um grupo de usuários, os critérios podem ser determinados como
uma média (p.ex. tempo médio para completar uma tarefa não ser mais que 10 minutos), para indivíduos (p.ex.
todos os usuários podem completar a tarefa em 10 minutos), ou para uma porcentagem de usuários (p.ex. 90%
dos usuários podem completar a tarefa em 10 minutos).
Ao determinar critérios, deve-se tomar cuidado para que seja dado o peso apropriado para cada item de
medida. Por exemplo, para determinar critérios baseados em erros, pode ser necessário dar pesos que reflitam a
importância relativa de diferentes tipos de erros.
B.4 Tipos de medidas
As medidas de usabilidade devem ser baseadas em dados que reflitam os resultados de usuários
interagindo com o produto ou sistema de trabalho. É possível coletar dados através de meios objetivos, tais
como medidas de saída, de velocidade de trabalho ou de ocorrência de eventos particulares. Opcionalmente, os
dados podem ser coletados de respostas subjetivas de usuários expressando sentimentos, crenças, atitudes e
preferências. As medidas objetivas fornecem indicações diretas de eficácia e eficiência enquanto que as medidas
subjetivas podem estar ligadas diretamente com a satisfação.
Convém notar que é possível obter dados relacionados para cada componente de usabilidade a partir
de medidas objetivas ou subjetivas. Por exemplo, a satisfação pode também ser inferida de medidas objetivas do
comportamento dos usuários, e as estimativas de eficácia e eficiência também podem ser derivadas de opiniões
subjetivas que os usuários expressam sobre seus trabalhos e seus resultados.
A validade dos dados obtidos a fim de predizer o nível de usabilidade alcançado quando um produto é realmente
usado dependerá da extensão com a qual os usuários, tarefas e contexto de uso são representativos da situação
real e da natureza das medidas escolhidas.
Em um extremo alguém pode fazer medidas no “campo” usando uma situação real de trabalho como
base para a avaliação de usabilidade de um produto. No outro extremo alguém pode avaliar um aspecto
particular do produto em um “laboratório” no qual os aspectos do contexto de uso relevantes são recriados de
modo representativo e controlado. A vantagem de usar um laboratório baseado na abordagem é que ele oferece
oportunidade de exercitar um controle maior sobre as variáveis que podem ter efeitos críticos no nível de
usabilidade alcançada, e medidas mais precisas podem ser feitas. A desvantagem é que a natureza artificial de
um ambiente de laboratório pode produzir resultados irreais.
As avaliações podem ser conduzidas em diferentes pontos entre o cenário de campo e o de laboratório
dependendo das questões que precisam ser investigadas e da completude do produto que está disponível para
teste. A escolha de medidas e do ambiente para teste dependerá dos objetivos da atividade de medidas e seus
relacionamentos com o ciclo de projeto.
B.5 Medidas de eficácia e eficiência
B.5.1 Medindo eficácia
A eficácia é definida como a acurácia e completude com que os usuários atingem objetivos específicos.
Para medir acurácia e completude é necessário produzir uma especificação operacional de critérios para atingir
satisfatoriamente os objetivos. Isto pode ser expressado em termos de qualidade e quantidade de saídas, por
exemplo, a especificação de um formato requerido para documentos de saídas juntamente com o número e
extensão de documentos a serem processados.
A acurácia pode ser medida pela extensão com a qual a qualidade da saída corresponde com o critério
especificado e a completude pode ser medida como a proporção da quantidade alvo que foi alcançada.
Se uma única medida de eficácia é requerida, é possível combinar medidas de acurácia e completude. Por
exemplo, completude e acurácia podem ser calculadas como porcentagens e multiplicadas entre si resultando