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maiores encontrados no Reino), coloração hialina, amarelada, esverdeada,
amarronzada ou mesmo preta, e forma globosa, alongada ou muitas vezes irregular,
podendo ter parede lisa ou ornamentada. Os tipos de esporos são distinguíveis em
função de sua ontogenia que, juntamente com características estruturais, formam a
base da taxonomia e da sistemática dos FMA (MORTON, 1988, p.267-324).
Para compensar a transferência de nutrientes minerais à planta, os fungos
simbiontes recebem carbono da planta hospedeira para o seu crescimento, das
células do córtex, região onde ocorre a formação dos arbúsculos, principal sítio de
transferência (GIANINAZZI-PEARSON & GIANINAZZI, 1983, p.197-209). O carbono
passa através da interface fungo-planta, onde os carboidratos, predominantemente a
sacarose, são liberados pelas células do hospedeiro, hidrolisados na interface
apoplástica por invertases à hexoses, as quais são absorvidas ativamente pelos
fungos (SIQUEIRA & FRANCO, 1988, p.125-166). O conteúdo de fosfolipídios das
células das raízes regula a simbiose, via fuga de carbono pela membrana, para
manter a atividade do fungo (GRAHAM & EISSENSTAT, 1994, p.179-185).
As micorrizas podem favorecer o crescimento das plantas atuando como
agente de controle biológico, aumentar a resistência das plantas nos períodos de
seca e de mudas na ocasião do transplante, consistir em fator de agregação das
partículas do solo (JEFFRIES, 1987, p.319-357) e pelo efeito físico das hifas
(SIQUEIRA, 1993, p.153-183).
A natureza das relações de especificidade é complexa e envolve
interações tríplices planta-solo-fungo. A eficiência de um determinado fungo é
influenciada pelo hospedeiro, sendo que certas associações hospedeiro-fungo são
mais eficientes que outras. As associações simbióticas entre FMA e raízes de
plantas apresentam baixa especificidade, ou seja, qualquer espécie de planta capaz
de desenvolver a micorriza pode ser colonizada por quaisquer destes fungos
(MOSSE, 1981). Desta maneira, as hifas externas dos FMA no solo, conectadas às
estruturas fúngicas dentro da raiz, estabelecem interconexões entre plantas de
mesma ou de diferentes espécies (NEWMAN & EASON, 1993, p.242-248).
Segundo Bethlenfalvay (1992, p.1-27), as interações obtidas entre as
populações de FMA autóctones e as espécies de plantas geneticamente melhoradas
para a agricultura atual, talvez possam desenvolver preferências genéticas entre os
simbiontes. Como resultado, a expressão fenotípica da associação dos FMA
(crescimento, produção, resistência a estresses, colonização da raiz e solo, etc.)