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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ACESSOS DE
CAPIM-COLCHÃO (Digitaria nuda) E RESPOSTA À
AMETRINA
Viviane Cristina Vieira
Bióloga
JABOTICABAL, SP – BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ACESSOS DE CAPIM-
COLCHÃO (Digitaria nuda) E RESPOSTA À AMETRINA
Viviane Cristina Vieira
Orientadora: Profa Dra Janete Apparecida Desidério Sena
Co-orientador: Prof. Dr. Pedro Luís da Costa Aguiar Alves
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para a obtenção do título de
Doutora em Agronomia (Genética e Melhoramento de
Plantas).
JABOTICABAL, SP – BRASIL
Julho de 2007
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Vieira, Viviane Cristina
V665c
Caracterização molecular de acessos de capim-colchão (Digitaria
nuda) e resposta à ametrina / Viviane Cristina Vieira. – – Jaboticabal,
2007
viii, 58 f.; 28 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientadora: Janete Apparecida Desidério Sena
Banca examinadora: Robinson Antonio Pitelli, Josélia Oliveira
Marques, Núbia Maria Correia, José Eduardo Garcia
Bibliografia
1. Gene psbA. 2. Planta daninha. 3. PCR-RAPD. I. Título. II.
Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 632:574.8
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço
Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
VIVIANE CRISTINA VIEIRA -
nascida em 09 de março de 1976, na cidade de Jaboticabal - SP, é Bacharel em
Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais, formada pelo Centro
Universitário de Araraquara - UNIARA, Araraquara - SP, em 18 de fevereiro de 2000. O
título de mestre em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) foi obtido junto à
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” Câmpus de Jaboticabal, em 28 de julho de 2003.
“A inexperiência é o que permite
a um jovem fazer aquilo que
um homem mais velho sabe
que é impossível
James Thaurber
Aos meus pais Oswaldo e Antonia (in memorian),
por serem a minha vida!
Aos meus irmãos Vera, Vânia, Wanda,
Osvaldo, Odilson, Vilmara, Valdirene
e aos sobrinhos Fabiana, Rodrigo,
Tiago, Rafael, Larissa, Andressa,
Kaique, Lucas, Caroline, Lívia
e Isabela, por todo o amor,
alegria e ternura.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo privilégio de desfrutar da vida e iluminar meu caminho;
À Prof
a
Dra Janete Apparecida Desidério Sena, por ter sido minha orientadora e
a quem tenho respeito. Agradeço pela orientação, ensinamentos e por toda confiança
em mim depositada;
Ao Prof. Dr. Pedro Luís da Costa Aguiar Alves, não pela co-orientação, mas
pela paciência, dedicação, confiança e exemplo de profissionalismo;
Ao Prof. Dr. Manoel Victor Franco Lemos, por ter me recebido em seu laboratório
e por toda ajuda prestada;
Aos membros da banca examinadora: Dr. Robinson Antonio Pitelli, Dra Josélia
Oliveira Marques, Dra Núbia Maria Correia e Dr. José Eduardo Garcia, pelas
contribuições extremamente valiosas;
À Simone Cristina Picchi, pela amizade sincera, exemplo profissional, dedicação
e por toda ajuda prestada durante a execução deste trabalho;
Aos colegas do Laboratório de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas, em
especial, à Mariluce P. Nepomuceno, ao Tiago Furtado Bachega, José Valcir Fidelis
Martins e Marco Antonio Farias, pela paciência a uma bióloga e por toda ajuda durante
as análises agronômicas;
Ao Maurício Egídio Cantão e Luciano Takeshi Kishi, pela ajuda nas análises de
bioinformática;
Aos amigos do Laboratório de Genética de Bactérias e Biotecnologia Aplicada:
Ana Maria, Camila, Elaine, Eliane, Irlan, Janaína, Juliana Costa, Juliana Rossi, Juliana
Xavier, Larissa, Martinha, Najara, Natália, Paula, Paulo, Sandrinha, Suzana e Vivian,
pela amizade e por estarem serem prontos a me ajudar.
Aos colegas aqui não citados e também aos que foram em busca dos seus
ideais, deixando muitas saudades;
À Lucília Macedo Mandú Tremiliosi, pela amizade, palavras de incentivo e pelas
longas conversas de desabafos no bar do “Quirino”;
À minha tia Ilda Rosales Fabiano, pelo apoio, torcida em todos os momentos e
carinho;
Aos funcionários do Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária, em
especial ao Aldo e a D. Lucinda, pela amizade;
À FCAV/UNESP Câmpus de Jaboticabal e ao corpo docente do Programa de
Mestrado e Doutorado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas);
À Fundação CAPES, pela concessão da bolsa;
A todos que contribuíram direita ou indiretamente na realização deste trabalho.
i
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.......................................................................................
LISTA DE FIGURAS........................................................................................
RESUMO.........................................................................................................
SUMMARY......................................................................................................
Página
iii
iv
vii
viii
1. INTRODUÇÃO............................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................
4
2.1. Interferência das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar...
4
2.2. Controle químico e mecanismo de ação dos herbicidas..................
2.3. Descrição do gênero Digitaria..........................................................
5
9
2.4. Técnica de PCR - RFLP...................................................................
2.5. Técnica de RAPD.............................................................................
12
13
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
17
3.1. Coleta de acessos de capim-colchão...............................................
3.2. Eficácia agronômica da ametrina no controle de Digitaria nuda......
17
17
3.3. Teores de clorofila a, b e total..........................................................
18
3.4. Extração e quantificação de amostras de DNA do tecido vegetal....
19
3.5. Aplicação da técnica de PCR - RFLP para o gene psbA.................
3.5.1. Análise dos fragmentos de restrição.............................................
3.6. Seqüenciamento e análise das seqüências.....................................
3.7. Marcadores RAPD na análise da diversidade genética de Digitaria
nuda..................................................................................................
20
21
22
23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................
4.1. Eficácia agronômica da ametrina no controle de Digitaria nuda......
4.2. Teor de clorofila das folhas..............................................................
4.3. Análise dos fragmentos de restrição dos produtos amplificados.....
4.4. Análise dos fragmentos seqüenciados.............................................
4.5. Análise da similaridade genética entre os acessos por RAPD.........
26
26
33
36
39
43
ii
5.
5. CONCLUSÕES............................................................................................
48
6.
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................
49
iii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Seqüências dos oligonucleotídeos iniciadores arbitrários e seus
respectivos números de acesso à coleção......................................................
Página
24
Tabela 2. Matriz de similaridade genética entre os acessos de D. nuda
obtida pelo método do coeficiente de NEI (1986)...........................................
45
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Plantas de capim-colchão (D. nuda) mantidas em casa de
vegetação. (A) estágio de crescimento vegetativo e (B) estágio de
inflorescência...................................................................................................
Figura 2. Relação número de folhas/planta dos acessos de D. nuda usadas
como plantas testemunhas e no tratamento antes da aplicação da
ametrina. Média de pelo menos três repetições ± erro padrão.......................
Página
11
27
Figura 3. Porcentagem de controle visual dos acessos de D. nuda,
avaliados aos 7 (A), 14 (B), 21 (C) e 28 (D) DAA da ametrina na dose de
2400 g i.a./ha. Média de pelo menos três repetições ± erro padrão...............
Figura 4. Rebrota dos acessos 10 (A) e 14 (B) de D. nuda aos 28 DAA da
ametrina. Planta testemunha (T); Tratamento com ametrina a 2400 g i.a./ha
(H)....................................................................................................................
28
29
Figura 5. Relação número de folhas/planta dos acessos de D. nuda usadas
como plantas testemunhas e no tratamento antes da aplicação da
ametrina. Média de cinco repetições ± erro padrão........................................
Figura 6. Porcentagem de controle visual dos acessos de D. nuda,
avaliados aos 7 (A) e 14 (B) DAA da ametrina na dose de 2400 g i.a./ha.
Média de cinco repetições ± erro padrão........................................................
30
31
Figura 7. Suscetibilidade dos acessos de D. nuda submetidos ao
tratamento com ametrina (2400 g i.a./ha) avaliados aos 7 (A) e 14 (B) DAA.
Tratamento com ametrina (H); Plantas testemunhas (T)................................
32
v
Figura 8. Teor de clorofila total (UR) das folhas dos acessos de D. nuda
avaliados aos 7 (A), 14 (B), 21 (C) e 28 (D) DAA da ametrina. Média de
pelo menos três repetições ± erro padrão.......................................................
34
Figura 9. Teor de clorofilas a, b e total (mg/gMF) das folhas das plantas
testemunhas dos acessos de D. nuda. Média de três repetições ± erro
padrão.............................................................................................................
Figura 10. Amplificação dos acessos de D. nuda com os iniciadores P1 e
P2. MM = marcador molecular (“1kb Plus DNA Ladder”); CN = controle
negativo. Os números acima das canaletas referem-se aos acessos............
35
36
Figura 11. Produto de amplificação de uma região conservada do gene
psbA digerido com a enzima MaeI. MM = marcador molecular (“Mass
Ruler
TM
DNA Ladder Low Range ready-to-use”); ND = fragmento não
digerido. Os números acima das canaletas referem-se aos acessos.............
Figura 12. Alinhamento da seqüência dos nucleotídeos de uma região do
gene psbA de D. nuda, tendo referência as espécies S. vulgaris (ref.
AF061287) e O. sativa (ref. M36191). A seta indica o acesso e a posição
que sofreu a mudança de base C-T. O retângulo indica a seqüência de
corte da enzima MaeI......................................................................................
37
41
Figura 13. Alinhamento da seqüência dos aminoácidos de uma região do
gene psbA de D. nuda, tendo referência as espécies S. vulgaris (ref.
AF061287) e O. sativa (ref. M36191). O retângulo indica a posição em que
ocorreu a troca de aminoácidos......................................................................
Figura 14. Amplificação dos acessos de D. nuda com o iniciador de número
249. A seta indica o polimorfismo gerado para o acesso 2. MM = marcador
42
vi
molecular (“1kb DNA Ladder”); CN = controle negativo. Os números acima
das canaletas referem-se aos acessos...........................................................
44
Figura 15. Amplificação dos acessos de D. nuda com o iniciador de número
290. MM = marcador molecular (“1kb DNA Ladder”); CN = controle
negativo. Os números acima das canaletas referem-se aos acessos............
Figura 16. Filograma de similaridade genética entre os acessos de D. nuda,
obtido pela matriz de similaridade genética. Os números referem-se aos
acessos...........................................................................................................
44
46
vii
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ACESSOS DE CAPIM-COLCHÃO
(Digitaria nuda) E RESPOSTA À AMETRINA
RESUMO - As plantas daninhas da família Poaceae são as principais plantas
que infestam a cultura de cana-de-açúcar. As espécies de gramíneas conhecidas por
capim-colchão, estão entre as de maior ocorrência nas lavouras de cana-de-açúcar no
Brasil. Atualmente o uso do controle químico está sendo o mais empregado para
controle de Digitaria, porém alguns relatos de falha no controle, principalmente com
referência a herbicidas pertencentes ao grupo das triazinas, que bloqueiam a cadeia
fotossintética, no fotossistema II. As técnicas moleculares estão sendo bem
recomendadas para análise da diversidade genética em plantas daninhas. Para a
caracterização molecular vinte iniciadores foram utilizados para o RAPD e, para o PCR-
RFLP utilizou-se de dois iniciadores específicos P1 e P2 e a enzima de restrição MaeI.
O seqüenciamento foi realizado com o amplicom produzido com os iniciadores P1 e P2.
Para o tratamento químico utilizou-se a ametrina. Com isso, esse trabalho teve como
objetivos: caracterizar dez acessos de Digitaria spp. por marcadores RAPD e PCR-
RFLP, sequenciar uma região conservada do gene psbA e verificar possíveis
associações entre o polimorfismo desse gene e a resposta fenotípica à ametrina. Pela
análise molecular não houve variabilidade genética entre os acessos e todos
apresentaram a mesma resposta fenotípica ao herbicida utilizado. Com esses
resultados, concluiu-se que o capim-colchão dos dez acessos estudados pertence à
espécie Digitaria nuda e não foi observada relação entre a ocorrência de polimorfismo e
a suscetibilidade à ametrina, provavelmente porque todos os acessos estudados foram
controlados na dose recomendada do herbicida.
Palavras-chave: gene psbA, planta daninha, RAPD, seqüênciamento, triazina
viii
MOLECULAR CHARACTERIZATION OF ACCESSIONS OF CRABGRASS
(Digitaria nuda) AND RESPONSE TO AMETRYN
SUMMARY - The weed of family Poaceae are the most important infesting
sugarcane crop plants. The gramineous species known as crabgrass are among the
ones with high occurrence in Brazil sugarcane crop. Presently the use of chemical
control is being the most common way used for the control of Digitaria, but with few
controlling occurrences fails, with emphasis for those herbicides belonging to triazine
group which block the photosynthetic chain at the photosystem II level. Molecular
techniques are being recommended for the analysis of the genetic diversity such weed.
For the molecular characterization twenty primers were used for RAPD and for the PCR-
RFLP a set of two specific primers P1 and P2 were used together with restriction
enzyme MaeI. The DNA sequencing was performed with an amplicon sample produced
with the primers P1 and P2. For the chemical treatment control ametryn was selected.
Thus this work had objectives as follows: to characterize ten accessions of Digitaria spp.
by RAPD and PCR-RFLP markers, and to sequence a conserved region of the psbA
gene so as to investigate the possible polymorphic associations of this gene in response
to the phenotypic response to ametryn. For the molecular analysis it did not have
genetic variability among the accessions and all had presented the same phenotypic
response to the used herbicide. Based on the obtained results, it is concluded the
crabgrass that ten collected accessions belong to the species Digitaria nuda, and it was
not observed any relation among the polymorphism and susceptibility to ametryn
probably because all the studied accessions had been controlled in the recommended
dose of the herbicide.
Key words: psbA gene, RAPD, sequencing, triazine, weed
1
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, destacando-se os
Estados de São Paulo, Paraná, Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro
como os principais produtores (SEVERO, 2003). A produção brasileira de cana-de-
açúcar na safra de 2005/2006 atingiu algo em torno de 423 milhões de toneladas
(AGRIANUAL, 2006).
Dentre os fatores responsáveis pela limitação da produtividade da cana-de-
açúcar, a interferência imposta pelas plantas daninhas é considerada como um dos
mais importantes. As plantas daninhas chegam a reduzir a produtividade desta cultura
em mais de 80% (SILVA, 2006), dependendo dos fatores inerentes à cultura, às plantas
daninhas, ao meio e ainda, ao período de convivência cultura-plantas daninhas
(PITELLI, 1985).
As plantas da família Poaceae (gramíneas) são as principais plantas infestantes
da cultura de cana-de-açúcar, tanto nas áreas de plantio, como nas áreas de soqueiras.
O gênero Digitaria inclui cerca de 300 espécies que ocorrem em regiões tropicais e
subtropicais de ambos os hemisférios (CANTO-DOROW, 2001a) e estão entre as de
maior freqüência nas lavouras de cana-de-açúcar no Brasil. No Estado de São Paulo,
este gênero apresenta 13 espécies descritas e a diferenciação visual dessas espécies
torna-se difícil de ser feita no campo devido à grande semelhança morfológica entre
elas (DIAS et al., 2003). A diferenciação é realizada basicamente pelas características
morfológicas da espigueta (DIAS et al., 2005a).
O manejo de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar tem sido realizado
pelo uso combinado do controle químico (aplicação de herbicidas) com o controle
mecânico (cultivador). Atualmente, o emprego de herbicidas constitui-se numa prática
indispensável e usual nos canaviais, em virtude das extensas áreas de plantio e do
elevado custo da mão-de-obra. A eventual falha no controle pode comprometer a
produção da cana-de-açúcar, além de proporcionar aumento nos custos de produção
(VIDAL et al., 2006).
2
Dentre os herbicidas registrados para a cultura da cana-de-açúcar no Brasil,
destacam-se os pertencentes ao grupo químico das triazinas, principalmente a
ametrina, pela eficiência no controle, quantidade de produtos comercializados e pelo
tempo que esses estão sendo utilizados no Brasil.
As triazinas são herbicidas que bloqueiam a cadeia fotossintética do transporte
de elétrons, no fotossistema II (FSII), por se ligarem à proteína D1 e competirem com a
plastoquinona Q
B
pelo sítio de ligação. O mecanismo de resistência às triazinas é a
perda da ligação da molécula do herbicida ao sítio específico da proteína D1 (HOLT et
al., 1993). A base molecular da resistência é uma simples mudança no par de bases na
região conservada do gene cloroplastídico psbA, que codifica a proteína D1, resultando
na substituição do aminoácido serina na posição 264 pela glicina, reduzindo a afinidade
do herbicida pelo sítio de ligação na proteína (TREBST, 1987; SINNING et al., 1989).
A resistência não é herdada pelo genoma nuclear, mas pela herança maternal do
DNA citoplasmático existente dentro do cloroplasto (MACHADO, 1982).
Consequentemente, a resistência às triazinas não é transmitida via len. Dessa forma,
toda progênie de uma planta resistente será também resistente (CHRISTOFFOLETI et
al., 1994).
O surgimento de plantas daninhas resistentes deve-se, entre outros fatores, à
prolongada utilização de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação. Deste modo,
biótipos sofrem elevada pressão de seleção com esses herbicidas (WINKLER et al.,
2002).
Um dos objetivos a ser alcançado no manejo integrado de plantas daninhas é a
prevenção da seleção de biótipos resistentes a herbicidas. Portanto, é de vital
importância que a presença de biótipos resistentes a esse herbicida seja detectada o
mais cedo possível, de maneira que as estratégias de manejo possam ser
estabelecidas.
Nesse sentido, a biologia molecular vem-se tornando uma importante ferramenta
nos estudos com plantas daninhas. Pesquisas sobre a variabilidade genética com o uso
de marcadores moleculares, como RAPD (DNA polimórfico amplificado ao acaso) e
PCR-RFLP (Reação da polimerase em cadeia - Polimorfismo no comprimento de
3
fragmentos de restrição), por exemplo, permitem estimar a variabilidade genética dentro
e entre espécies, além de servirem como ponto de partida para estudos de manejo
dessas plantas, pois, aliadas ao seqüenciamento permitem localizar genes de
resistência, bem como possíveis mutações relacionadas ao surgimento de indivíduos
resistentes em determinadas espécies.
A detecção dessas alterações moleculares tem importância fundamental para
viabilizar técnicas de controle, como o químico, uma vez que poderá haver respostas
diferenciadas de possíveis materiais à ação de herbicidas, incrementando ou reduzindo
a eficiência de controle.
Assim, o presente trabalho teve como objetivos caracterizar acessos de capim-
colchão (Digitaria spp.) por marcadores RAPD e PCR-RFLP, sequenciar uma região
conservada do gene psbA e verificar possíveis associações entre o polimorfismo desse
gene e a resposta fenotípica ao herbicida ametrina.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Interferência das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar
O termo interferência refere-se ao somatório de pressões que sofre uma
determinada cultura decorrente da presença de plantas daninhas no ambiente comum.
Essa interferência pode ser direta, por meio da competição pelos recursos essenciais
ao crescimento (luz, água, nutrientes etc.), da alelopatia, do parasitismo, da
interferência na colheita e nos tratos culturais e, indireta, quando as plantas daninhas
atuam como hospedeiras intermediárias de pragas, doenças e nematóides (PITELLI,
1987). Segundo VIDAL et al. (2005a), plantas daninhas são vegetais superiores que
ocorrem espontaneamente nas áreas de interesse agronômico e prejudicam o
crescimento e o desenvolvimento das plantas cultivadas.
Uma cultura, ao ser implantada em determinado agroecossistema, encontra no
solo certa quantidade de diásporos que vão emergir espontaneamente durante o ciclo
da vida da planta cultivada. Neste período, estabelece-se uma relação de interferências
envolvendo a cultura e a comunidade infestante e é do balanço final desta relação que
se tem a produtividade da planta cultivada e a quantidade de propágulos produzidos
pelas plantas daninhas (PITELLI, 1985).
Os fatores que afetam o grau de interferência entre as plantas daninhas e as
plantas cultivadas foram descritos em um esquema proposto por BLEASDALE (1960),
posteriormente adaptado por BLANCO (1972) e PITELLI (1985). Segundo este
esquema, o grau de interferência depende de fatores ligados à própria cultura (espécie,
espaçamento e densidade de plantio), à comunidade infestante (composição específica,
densidade e distribuição) e às condições específicas em que ocorre a associação entre
a cultura e a comunidade infestante, principalmente às condições edáficas, climáticas e
de tratos culturais. Além disso, depende também da época e da extensão do período
em que ocorre a convivência entre as plantas daninhas e a cultura (PITELLI, 1985).
5
As plantas daninhas são consideradas importantes fatores que sistematicamente
afetam de maneira significativa a economia agrícola (CHRISTOFFOLETI, 1988). Essas
plantas são um dos principais fatores bióticos presentes no agroecossistema da cana-
de-açúcar que têm a capacidade de interferir no desenvolvimento e na produtividade da
cultura (KUVA et al., 2003). Algumas espécies de plantas daninhas podem prejudicar o
rendimento do processo produtivo, alterando a eficiência das operações realizadas na
cultura e a industrialização do produto colhido. As práticas de cultivo e colheita podem
ser dificultadas pela presença de plantas de grande porte ou plantas trepadeiras
(MATTOS, 2000).
Em virtude das conseqüências da interferência imposta pelas plantas daninhas,
seja ela direta ou indireta, o controle destas é inquestionável. Portanto, reduzir ou
eliminar essa interferência consiste num trato cultural de fundamental importância. Para
tanto, existem vários métodos de controle de plantas daninhas, como: preventivo,
cultural, mecânico, físico e químico.
2.2. Controle químico e mecanismo de ação dos herbicidas
O controle químico pelo uso de herbicidas é uma cnica mais avançada, que
exige do agricultor melhores conhecimentos técnicos e uma organização racional para o
trabalho. Além disso, com o crescente custo e escassez da mão-de-obra, esse método
de controle passou a ter maior aceitação por parte dos agricultores. No Estado de São
Paulo, a classe de herbicidas é a que tem respondido pelo maior valor das vendas de
defensivos agrícolas. Em 2006, foi responsável por 43,1% do faturamento total paulista,
ou seja, US$ 348,1 milhões. Do total de 104.233 toneladas de defensivos agrícolas
vendidas para a agricultura paulista em 2006, em quantidade de produto comercial, os
herbicidas representaram 46,4% ou 48.370 toneladas. As vendas de herbicidas estão
voltadas, principalmente, para cana-de-açúcar, soja e milho (IEA, 2007). Para a cultura
da cana-de-açúcar estão registrados 35 herbicidas, envolvendo produtos puros e
misturas formuladas com outros herbicidas (RODRIGUES & ALMEIDA, 2005).
6
Os herbicidas atualmente em uso e que apresentam mecanismo de ação de
inibição da fotossíntese são pertencentes aos grupos C1 (triazinas e triazinonas), grupo
C2 (uréias substituídas e amidas) e grupo C3 (benzotiadiazoles). O local de ação
destes herbicidas é na membrana do cloroplasto, onde ocorre a fase luminosa da
fotossíntese, mais especificamente no transporte de elétrons (CHRISTOFFOLETI,
1997).
O mecanismo de resistência às triazinas se dá pela perda da ligação da molécula
do herbicida ao sítio específico da proteína D1 (HOLT et al., 1993), codificada pelo gene
cloroplastídico psbA. A mudança de um único par de bases na região conservada do
gene, resultando na substituição do aminoácido serina (AGT) pela glicina (GGT), reduz
a eficiência fotossintética e pode causar uma redução significativa em relação à taxa de
crescimento e habilidade competitiva (GRONWALD, 1994).
Entre os herbicidas do grupo químico das triazinas tem-se a ametrina (2
etilamino-4-isopropilamino-6-metiltio-s-triazina) seletiva para a cultura da cana-de-
açúcar, podendo ser absorvida tanto pelo sistema radicular como pelas folhas, o que
condiciona sua aplicação desde a pré-emergência até a s-emergência das plantas
daninhas. Ela é indicada para o controle de plantas daninhas monocotiledôneas e
dicotiledôneas, em dosagens que variam de 1,2 a 4,0 kg i.a./ha, dependendo da textura
do solo e/ou do estádio de desenvolvimento das plantas. Quando absorvida pelas
raízes, a ametrina é facilmente translocada pelo xilema, com movimento acrópeto,
acumulando-se nos meristemas. A movimentação pelo floema é reduzida. Quando
aplicada nas folhas, a translocação da ametrina é mínima, atuando como um herbicida
de contato, causando destruição dos tecidos de transporte. Nas plantas suscetíveis, os
sintomas começam por clorose intervenal nas folhas, evoluindo para clorose completa e
necrose. Os tecidos velhos mostram mais injúria que os novos. As raízes não são
afetadas (RODRIGUES & ALMEIDA, 2005).
Uma planta é suscetível aos herbicidas inibidores do fotossistema II se o
herbicida se acoplar ao composto Q
B
componente do sistema fotossintético e, assim,
impossibilitar a ocorrência do transporte do elétron até a plastoquinona. Dessa forma
7
não existe a produção de ATP, pois o transporte de elétrons é interrompido, bem como
a produção de NADPH2 (CARVALHO, 2004).
Porém, numa planta daninha resistente um processo de mutação no
composto Q
B
de tal maneira que o herbicida não consegue acoplar-se ao composto,
impedindo o transporte de elétrons. Assim, a resistência é conferida por uma mudança
no local de ação do herbicida (CHRISTOFFOLETI, 1997).
Como mencionado anteriormente, a ametrina, é um herbicida que atua no
fotossistema II. O FSII contém o centro de reação P680 e consiste de vários
polipeptídios, incluindo um complexo central de seis polipeptídios integrais, ligados não
covalentemente e codificados pelo DNA do cloroplasto. Dois destes, com massas
moleculares de 33 e 31 kDa, são chamados de D1 e D2, respectivamente, ligam-se
diretamente ao P680 e a certas quinonas necessárias para a oxidação da água.
Também associados ao complexo central do FSII e à interface lúmen-membrana estão
três polipeptídios periféricos codificados pelo genoma nuclear. O centro de reação P680
recebe energia luminosa por ressonância indutiva de um total de 250 moléculas de
clorofila a e b e de numerosas xantofilas, presentes no complexo coletor de luz (CLII)
(MARENCO & LOPES, 2005).
A aplicação desse herbicida nas plantas resulta no bloqueio do transporte de
elétrons no FSII e, portanto, também indiretamente bloqueia a transferência de energia
de excitação das moléculas de clorofila para o centro de reação do FSII. As moléculas
de clorofila excitadas (clorofila singlete) formam clorofila triplete. Essa clorofila reage
com oxigênio molecular formando o oxigênio singlete. A presença da clorofila triplete e
do oxigênio singlete inicia a peroxidação dos lipídeos e, conseqüentemente, causando
danos às membranas, que podem ser quantificados por medidas de liberação de
eletrólitos (KUNERT & DODGE, 1989). Os cloroplastos se desintegram quando as
plantas tratadas com triazinas são expostas à luz, enquanto nas plantas mantidas no
escuro não há efeito sobre os cloroplastos (BARTELS, 1985).
A resistência de plantas daninhas a herbicidas é a capacidade inerente e
herdável de alguns biótipos, dentro de uma determinada população, de sobreviver e se
reproduzir após a exposição à dose de um herbicida, que normalmente seria letal a uma
8
população normal (suscetível) da mesma espécie (KISSMANN, 1996). a tolerância é
diferenciada da resistência, pois é uma característica inata da espécie em sobreviver a
aplicações de herbicida na dose recomendada, que seria letal a outras espécies, sem
alterações marcantes em seu crescimento e desenvolvimento. Assim como a tolerância,
a suscetibilidade, também, é uma característica inata de uma espécie. Porém nesse
caso, alterações com efeitos marcantes no crescimento e desenvolvimento da
planta, como resultado de sua incapacidade de suportar a ação do herbicida
(CHRISTOFFOLETI et al., 2000).
Desde o primeiro relato feito por RYAN (1970), que observou biótipos resistentes
de Senecio vulgaris às triazinas, tem se observado um número crescente de espécies
de plantas daninhas com biótipos resistentes o somente às triazinas, mas também a
outras classes de herbicidas. Atualmente, biótipos resistentes ao inibidor do FSII têm
sido listados em 65 espécies de daninhas (HEAP, 2003).
Para o capim-colchão, relatos de tolerância ao diuron em diversos campos de
produção da cana-de-açúcar, onde os herbicidas dos grupos químicos das triazinas e
uréias substituídas vinham sendo utilizados de forma repetitiva vários anos (DIAS et
al., 2003). DIAS et al. (2005b) verificaram que, ao estudar populações de Digitaria spp.
submetidas a diferentes tratamentos, encontraram índices de tolerância ao GR
50
. O
índice GR
50
representa a dose do herbicida necessária para reduzir 50% do
crescimento de uma população de planta, normalmente calculado a partir do acúmulo
de biomassa ou da porcentagem de controle (DIAS et al., 2003). Desta forma, o
controle químico desta planta daninha está se tornando cada vez mais problemático,
dependendo, sobretudo da espécie de Digitaria, que pode apresentar tolerância às
triazinas.
O surgimento de biótipos de plantas daninhas resistentes a certos herbicidas tem
ocorrido em áreas onde é prática comum o uso repetido e subseqüente dos mesmos
herbicidas ou diferentes herbicidas, mas com o mesmo mecanismo de ação. Esse tipo
de situação ocorre geralmente em sistemas intensivos de monocultivo, onde os
herbicidas são aplicados com o objetivo de eliminar quase toda a comunidade de
plantas daninhas incidentes (CHRISTOFFOLETI et al., 1994).
9
2.3. Descrição do gênero Digitaria
O gênero Digitaria pertence à família Poaceae (anteriormente Gramineae),
subfamília Panicoideae, tribo Paniceae. No Brasil ocorre um complexo de plantas do
gênero Digitaria, com diferenciação visual a campo bastante difícil, por isso, o nome
vulgar capim-colchão é aplicado indistintamente (KISSMANN, 1997).
Este gênero foi caracterizado como plantas anuais ou perenes, rizomatosas ou
não, cespitosas eretas, ou cespitoso-estoloníferas, decumbentes ou estoloníferas.
Colmos floríferos eretos ou geniculados na base. Inovações intra ou extravaginais.
Prefoliação convoluta. Bainhas foliares menores ou maiores do que os entrenós,
glabras ou com indumento, tornando-se ou não fibrosas na maturidade; lâminas
lineares, lanceoladas até oval-lanceoladas, agudas, glabras ou com indumento, planas,
involutas ou convolutas, atenuadas ou arredondadas na base; lígula membranosa ou
membranoso-ciliada, truncada, arredondada ou triangular, inteira a laciniada (CANTO-
DOROW, 2001b).
O Brasil é o país das Américas com maior número de espécies de Digitaria. A
riqueza específica nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste é mais ou menos
equivalente, havendo um decréscimo expressivo na região Norte. Nessas regiões, as
espécies habitam formações geralmente abertas como campos naturais, cerrados,
sendo comum em locais alterados. Algumas espécies têm sido utilizadas como
forragem, outras se destacam por serem plantas daninhas de culturas (CANTO-
DOROW & LONGHI-WAGNER, 2001).
Quatorze espécies deste gênero foram encontradas no Estado de São Paulo: D.
corynotricha, D. neesiana, D. insularis, D. eriantha, D. fuscescens, D. connivens, D.
sejuncta, D. filiformis, D. violascens, D. horizontalis, D. bicornis, D. sanguinalis, D.
ciliaris (CANTO-DOROW, 2001a) e D. nuda (DIAS et al., 2003). Dentre essas espécies,
D. horizontalis, D. ciliaris e D. nuda são encontradas como planta infestante da cultura
de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo (LORENZI, 2000; DIAS et al., 2003). D.
sanguinalis é mais freqüente apenas na região Sul do país (DIAS, 2004).
10
A espécie D. nuda (Figura 1) foi descrita como planta anual, decumbente, com
altura entre 14 - 70 cm. Colmos floríferos geniculados na base, glabros; nós glabros ou
pilosos. Bainhas de 2 - 4 cm de comprimento, glabras ou hirsutas, tricomas
tuberculados, esparsos ou densos, em toda a sua extensão ou somente nas margens.
Lâminas de 1,5 - 8 cm de comprimento, 2 - 5 mm de largura, lanceoladas a oval-
lanceoladas, planas, face abaxial glabra ou pilosa, tricomas tuberculados, densos ou
esparsos, em toda a sua extensão, face adaxial pilosa, tricomas tuberculados densos
ou esparsos, em toda a sua extensão ou na região ligular, escabras nas margens e
sobre as nervuras, nas faces abaxial e adaxial. Lígula de 0,6 - 2 mm de comprimento,
membranosa, arredondada, erosa. Panícula 1,4 - 5,5 cm de comprimento, ramos
unilaterais em número de 2 - 6, de 2 - 4,5 cm de comprimento, ráquis alada, 0,6 mm de
largura, glabra ou pilosa, tricomas tuberculados de 2 - 5 mm de comprimento, esparsos
em toda a sua extensão, margens escabras. Espiguetas em número de dois por nó, 2 -
2,4 mm de comprimento, 0,6 - 0,7 mm de largura, lanceoladas; gluma inferior ausente;
gluma superior 0,9 - 1,2 mm de comprimento, 0,3 - 0,5 mm de largura, até ½ do
comprimento do lema inferior, aguda, pilosa, tricomas agudos, esbranquiçados,
esparsos, nas margens e entre as nervuras, ultrapassando o ápice da gluma; lema
inferior 2 - 2,1 mm de comprimento, 0,6 - 0,7 mm de largura, agudo, piloso nas margens
e entre as nervuras laterais, tricomas agudos, densos, ultrapassando o ápice do lema
em 0,2 - 0,4 mm; pálea inferior ausente; antécio superior 1,8 - 2,2 mm de comprimento,
0,4 - 0,6 mm de largura, com flor bissexuada, lanceolado, agudo, com papilas em
fileiras longitudinais, castanho claro na maturidade. Anteras 0,3 - 0,4 mm de
comprimento. Cariopse 1,2 mm de comprimento, 0,4 - 0,6 mm de largura, lanceolada,
zona do embrião ½ do comprimento da cariopse (CANTO-DOROW, 2001b).
Quanto ao hábitat, cresce em ambientes variados, sendo muito comum em locais
perturbados, especialmente à beira de rodovias, terrenos baldios, lavouras
abandonadas e calçamentos. Vegeta em solos arenosos, secos ou úmidos. Floresce o
ano inteiro, com predomínio de fevereiro a abril (CANTO-DOROW, 2001b).
11
Figura 1.
Plantas de capim-colchão (D. nuda) mantidas em casa de vegetação. (A)
estágio de crescimento vegetativo e (B) estágio de inflorescência.
A
B
12
2.4. Técnica de PCR – RFLP
A técnica de PCR envolve a síntese enzimática in vitro de milhões de cópias de
um segmento específico de DNA na presença da enzima DNA polimerase. A reação de
PCR se baseia no anelamento e extensão enzimática de um par de oligonucleotídeos
(pequenas moléculas de DNA de fita simples) utilizados como iniciadores (“primers”)
que delimitam a seqüência de DNA de fita dupla alvo da amplificação. Estes iniciadores
são sintetizados artificialmente de maneira que suas seqüências de nucleotídeos sejam
complementares a seqüências específicas que flanqueiam a região alvo (FERREIRA &
GRATTAPAGLIA, 1998).
O polimorfismo observado na técnica de RFLP ocorre porque o DNA de
indivíduos geneticamente distintos difere na seqüência de nucleotídeos ao longo da fita.
A presença ou ausência de seqüências especificas de 4 a 8 pares de bases,
reconhecidas e clivadas pelas enzimas de restrição, pode variar entre diferentes
indivíduos, gerando polimorfismo. Diferenças na seqüência de DNA dos indivíduos pode
também resultar de inserções, deleções ou outros rearranjos (translocações, inversões)
que alterem a distância entre pares de sítios de restrição. Ao ser submetido à clivagem
com uma enzima de restrição, o DNA de indivíduos geneticamente distintos é cortado
nos sítios de restrição, gerando fragmentos de diferentes tamanhos. A base genética do
polimorfismo observado resulta assim de mutações nos sítios de restrição ou de
inserções, deleções e rearranjos entre estes sítios (FERREIRA & GRATTAPAGLIA,
1998).
A técnica de RFLP é uma ferramenta molecular simples e eficiente que pode ser
empregada para se detectar variabilidade genética em regiões conservadas não
específicas, como também em regiões específicas entre indivíduos de uma mesma
espécie, entre espécies diferentes ou mesmo entre populações (PICCHI, 2002).
A técnica de PCR-RFLP é uma junção das duas técnicas descritas e também foi
empregada por CHEUNG et al. (1993) para o estudo de diversas espécies de plantas
daninhas, incluindo Brassica napus, Chenopodium spp. e Amaranthus spp., no qual
obtiveram muito sucesso.
13
Em 1999, FREY et al. utilizaram a técnica de PCR-RFLP para verificar a
resistência à triazina em S. vulgaris, tendo como fragmento de estudo o produto de
amplificação de uma região conservada do gene psbA.
Estudos feitos por STANKIEWICZ et al. (2001) com biótipos resistentes e
suscetíveis à triazina em Solanum nigrum, também fizeram uso da análise de restrição
a partir do fragmento amplificado do gene psbA. Essa análise permitiu separar os
indivíduos suscetíveis e resistentes, tendo como base os padrões de restrição.
FRAGA & TASENDE (2003) estudaram o mecanismo de resistência ao simazine
em Sonchus oleraceus, pela técnica de PCR-RFLP e utilizaram a enzima de restrição
MaeI para digerir os fragmentos. Os padrões de restrição obtidos foram correlacionados
com os fenótipos suscetíveis e resistentes das plantas em estudo.
A cnica de PCR-RFLP também foi utilizada por SIBONY & RUBIN (2003) para
detectar resistência em Amaranthus blitoides à atrazine, utilizando-se do produto de
PCR do gene psbA. Os resultados obtidos por esse marcador, confirmaram a
resistência observada nos biótipos para atrazine.
Essa técnica tem sido muito bem empregada em estudo com plantas daninhas,
pois pode ser utilizada como um diagnóstico molecular na busca de um indivíduo
resistente dentro de uma população estudada.
2.5. Técnica de RAPD
A técnica de RAPD trata-se, segundo FERREIRA & GRATTAPAGLIA (1998),
basicamente de uma variação da técnica de PCR, com duas características distintivas,
sendo: a utilização de um oligonucleotídeo iniciador único ao invés de um par de
oligonucleotídeos e o oligonucleotídeo único tem seqüência arbitrária, portanto sua
seqüência alvo é desconhecida. É utilizada para caracterização genética de espécies
quando se desconhecem maiores informações genéticas.
Para que haja amplificação de um fragmento RAPD no genoma analisado, duas
seqüências de DNA complementares ao oligonucleotídeo arbitrário devem estar
14
suficientemente adjacentes (< 4000 pares de bases) e em orientação oposta, de
maneira a permitir a amplificação exponencial de um segmento de DNA pela DNA
polimerase. Em função da grande quantidade de DNA produzido, este segmento pode
ser visualizado diretamente na forma de uma banda num gel de eletroforese
(FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).
A natureza molecular do polimorfismo RAPD não é inteiramente conhecida.
Entretanto, evidências experimentais indicam que diferenças de apenas um par de
bases (mutações de ponto) o suficientes para causar a não complementaridade do
oligonucleotídeo com o sítio de iniciação (“priming site”) e assim impedir a amplificação
de um segmento (WILLIAMS et al., 1990). Outras fontes de polimorfismo podem incluir
deleções de sítios de iniciação ou inserções que colocam dois sítios de iniciação
adjacentes a uma distância acima daquela que a DNA polimerase é capaz de percorrer.
Assim, o polimorfismo genético detectado pelos marcadores RAPD tem natureza
binária, isto é, o segmento amplificado (banda no gel) está presente ou ausente
(FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).
Os marcadores RAPD apresentam algumas vantagens em relação a outros
métodos de análise do DNA. Por estar fundamentada na amplificação de DNA, essa
técnica pode ser simples e rápida. Um conjunto único de oligonucleotídeos arbitrários
pode ser utilizado para qualquer organismo. Por não utilizar sondas, é eliminada a
necessidade de radioisótopos ou marcação o radioativa. Outra grande vantagem é a
quantidade mínima de DNA necessária para análise genotípica de um indivíduo. Esses
marcadores também, permitem gerar uma grande quantidade de polimorfismo de
segmentos de DNA, distribuídos por todo o genoma do organismo. Por se basear em
PCR, a cnica de RAPD é muito mais sensível na detecção de polimorfismo ao nível
de DNA (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).
A técnica de RAPD tem sido bem difundida para análise da variabilidade
genética envolvendo plantas. Foram observados alguns trabalhos desenvolvidos com
outras plantas daninhas, como o de VIEIRA (2003), que analisou a variabilidade
genética em acessos de trapoeraba (Commelina benghalensis) em comparação à
resposta fenotípica ao herbicida glifosato. Pela análise de dados do marcador RAPD,
15
houve uma considerável variabilidade genética entre os acessos estudados e este não
permitiu agrupar, distintamente, os acessos tolerantes e sensíveis ao glifosato.
Essa técnica foi utilizada também por MARTINS et al. (2003) na análise da
variabilidade genética de acessos de egéria (Egeria spp.), coletados em sete
reservatórios de geração de energia do Estado de São Paulo. Este marcador
demonstrou a existência de variabilidade genética entre as populações.
CARDOSO et al. (2003) avaliaram a sensibilidade a herbicidas de acessos de
aguapé coletados no Estado de São Paulo. A escolha das plantas geneticamente
diferentes foi feita com base em estudos de variabilidade genética, nos quais se utilizou
a técnica de RAPD.
WINKLER et al. (2003) utilizaram da análise por RAPD na determinação da
diversidade genética de populações de leiteira (Euphorbia heterophylla) resistentes a
herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase. Pela técnica detectou-se o
coeficiente médio de similaridade de 40%, constatando-se então variabilidade genética
entre as populações.
Em 2005, CARDOSO et al. realizaram um estudo com marcadores RAPD para
caracterizar geneticamente populações de alface-d’água (Pistia stratiotes), coletadas
em 15 reservatórios de hidrelétricas do Estado de São Paulo. Esse marcador revelou
que a grande maioria dos reservatórios estudados (93%) apresentou índice de distância
genética inferior a 0,30 entre as populações, formando um grupo definido.
VIDAL et al. (2005b) avaliaram por RAPD, o grau de similaridade genética entre
acessos de picão-preto resistentes aos herbicidas inibidores da enzima acetolactato
sintase (ALS), bem como a relação entre coeficiente de similaridade genética e
distância geográfica desses acessos. Por meio do marcador molecular RAPD, obteve-
se uma baixa similaridade genética entre os acessos.
A técnica de RAPD foi eficiente para LAMEGO et al. (2006) que avaliaram o grau
de similaridade genética entre acessos de picão-preto suscetíveis e resistentes aos
herbicidas inibidores da ALS. A similaridade genética média obtida foi equivalente a
37%. Essa baixa similaridade entre os acessos evidenciou que a resistência aos
16
herbicidas na região estudada se configurou pela seleção de indivíduos resistentes
preexistentes na população.
VIDAL et al. (2006) utilizaram o marcador RAPD para avaliar a variabilidade
genética de acessos de Bidens spp., oriundos de uma única propriedade, para verificar
a dispersão da resistência na gleba amostrada e determinar a relação entre o
coeficiente de similaridade genética e a distância geográfica entre os acessos da
mesma população. Como resultado, os acessos de Bidens spp. apresentaram grande
variabilidade genética dentro da população.
As técnicas moleculares descritas permitem estimar a variabilidade genética
dentro e entre espécies, além de servirem como ponto de partida para estudos de
manejo dessas plantas, pois, aliadas ao seqüenciamento permitem localizar genes de
resistência, bem como possíveis mutações relacionadas ao surgimento de indivíduos
resistentes em determinadas espécies.
17
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Coleta de acessos de capim-colchão
Sementes de capim-colchão (Digitaria spp.) foram coletadas em dez diferentes
pontos amostrais distanciados entre si, em média, por 2 km e sendo designados por
acessos. As coletas foram feitas em áreas de produção comercial de cana-de-açúcar
localizadas na região de São Joaquim da Barra, no Estado de São Paulo, com histórico
de problemas relacionados ao controle químico.
Os propágulos foram semeados em vasos plásticos com capacidade para 1,5 L
contendo uma mistura de terra (Latossolo Vermelho Escuro), areia e substrato hortícola
(Plantimax HT, Eucatex), na proporção de volume de 3:1:1. Esses vasos foram
mantidos em casa-de-vegetação, em área anexa ao Laboratório de Biologia e Manejo
de Plantas Daninhas, do Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária da
FCAV/UNESP, para o desenvolvimento e propagação do material, coleta do material
vegetal para análise molecular, identificação e herborização.
A identificação das plantas de Digitaria coletadas foi efetuada seguindo a chave
analítica de identificação proposta por CANTO-DOROW (2006).
3.2. Eficácia agronômica da ametrina no controle de Digitaria nuda
Para avaliar a suscetibilidade dos acessos de capim-colchão ao herbicida
ametrina, foram instalados dois ensaios, sendo o segundo uma replicação, sob as
mesmas condições, em área anexa ao Laboratório de Biologia e Manejo de Plantas
Daninhas, do Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária da FCAV/UNESP. Os
propágulos de cada acesso foram semeadas em copos plásticos com capacidade para
500 ml, contendo uma mistura de terra (Latossolo Vermelho Escuro), areia e substrato
hortícola (Plantimax HT, Eucatex), na proporção de volume de 3:1:1. Os copos foram
18
mantidos sob condições de casa-de-vegetação, com irrigações periódicas. Decorridos
30 dias após semeadura, quando as plantas tinham em média quatro folhas
expandidas, foi feito o desbaste, deixando-se quatro plantas por copo, com dez
repetições por acesso, sendo cinco repetições usadas como testemunhas para cada
acesso sem aplicação do herbicida. Dois dias após o desbaste foi feita a aplicação da
ametrina na dose de 2400 g i.a./ha. A aplicação foi feita com pulverizador costal
pressurizado com CO
2,
munido de quatro bicos tipo leque, com pontas de 80.02 VS,
com volume de calda equivalente a 200 L/ha e pressão de trabalho de 200 kPa. No
primeiro ensaio, por ocasião da aplicação, a temperatura do ar foi de 23,1ºC, com
umidade relativa do ar de 73%, ausência de vento e nebulosidade de 5%. No segundo
a temperatura do ar foi de 33,6ºC, com umidade relativa do ar de 39%, vento de 2,5
Km/h e nebulosidade de 25%.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com os
tratamentos em cinco repetições. A fitotoxicidade do tratamento foi avaliada pelo
número de folhas/planta em comparação ao número de folhas/planta das plantas
testemunhas, para todas as repetições.
A suscetibilidade das plantas ao herbicida foi avaliada de forma visual,
comparando-se às plantas testemunhas. As avaliações foram feitas aos 7, 14, 21 e 28
dias após a aplicação (DAA) do tratamento.
Os dados obtidos na avaliação da fitotoxicidade nas folhas e os do controle
químico das plantas foram expressos graficamente, por meio de suas médias, e as
comparações entre os acessos foram feitas mediante o erro padrão destas médias.
3.3. Teores de clorofila a, b e total
No primeiro ensaio, para a determinação do teor de clorofila total foi utilizado o
clorofilômetro portátil SPAD 502 (Minolta), que fornece o teor em unidades relativas (UR).
no segundo ensaio, o procedimento para a extração e a determinação do teor de
clorofila nas folhas foi realizado segundo o método de LINDER (1974), macerando-se 0,25
19
g de folhas em 25 ml de acetona 80%. Para a quantificação utilizou-se de um
espectrofometro DU 640B (Beckman), nos comprimentos de onda de 645, 652 e 663
nm. O teor de clorofila expresso em mg de clorofila por grama de massa fresca de folha
(mg/gMF) foi calculado usando-se das equões descritas por LINDER, 1974. Os teores
de clorofila para os dois ensaios foram determinados na terceira folha totalmente
expandida, a partir do ápice.
Os dados obtidos para os dois ensaios foram expressos graficamente por meio
de suas médias, e as comparações entre os acessos foram feitas mediante o erro
padrão destas médias.
3.4. Extração e quantificação de amostras de DNA do tecido vegetal
Plantas jovens, geralmente com a quarta folha expandida, tiveram folhas
coletadas de cada um dos dez acessos em estudo, embaladas separadamente,
mantidas em gelo e posteriormente estocadas a -20ºC ao momento da extração do
DNA total. O procedimento de extração e quantificação foi realizado no Laboratório de
Genética de Bactérias e Biotecnologia Aplicada, do Departamento de Biologia Aplicada
à Agropecuária da FCAV/UNESP, seguindo-se o método descrito por LODHI et al.
(1994) modificado para tubos de microcentrífuga (tipo eppendorf) em pequena escala.
Dez amostras de DNA foram extraídas de acordo com o protocolo:
aproximadamente 0,1 grama de tecido vegetal foi macerado em nitrogênio líquido com
a ajuda de um almofariz e um pistilo de porcelana. Em seguida, foi adicionado 1 ml de
tampão de extração (20 mM EDTA; 100 mM Tris-HCl (pH 8,0); 1,4 M NaCl e 2% (v/v) de
CTAB) e 0,2% de β-mercaptoetanol. A mistura foi agitada e transferida para um tubo de
microcentrífuga de 2 ml. Foram adicionados 10 mg de PVP (polyvinylpirrolidine - Sigma)
e o tubo foi invertido suavemente por várias vezes para misturar bem o material e
depois incubado a 60ºC por 25 min e esfriado a temperatura ambiente. Foi adicionado 1
ml de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1), agitando-se levemente os tubos, e em
seguida centrifugado a 10.621 x g por 15 min à temperatura ambiente. O sobrenadante
20
foi transferido para um novo tubo ao qual foi adicionado 0,5 volumes de NaCl 5M e 1,0
volume de etanol 95% gelado (-20ºC). A solução foi armazenada a -80ºC por 20 min,
para total precipitação do DNA, e depois centrifugada a 4.460 x g por 5 min e, em
seguida, a 10.621 x g por mais 5 min a 4ºC para formação do “pellet” (precipitado). O
sobrenadante foi descartado e o “pellet” limpo, lavado com etanol 75% gelado (4ºC),
reagindo aproximadamente por 1 min e, em seguida, centrifugado a 10.621 x g por 5
min a 4ºC. Após descartar o etanol, o “pellet” de DNA foi seco e ressuspendido com 50
µl de tampão TE 10:1 (Tris 10 mM, EDTA 1 mM, pH 8,0), tratado com 10 µl de RNAse à
concentração de 10 mg/ml e incubado a 37ºC por 30 min. As amostras de DNA foram
estocadas a -20ºC.
A análise da qualidade das amostras de DNA extraído foi feita por eletroforese
em gel de agarose a 0,8%, utilizando-se o tampão de corrida TBE 1X (Tris 89 mM,
H
3
BO
3
89 mM, EDTA 2,5 mM, pH 8,2), com brometo de etídio (0,5 µg/ml). Os
fragmentos de DNA genômico foram visualizados sob luz UV e documentados em
fotodocumentador modelo Gel Doc 2000 (Bio Rad). Para comparação do tamanho das
bandas foi usado o padrão de tamanho molecular conhecido “1kb DNA Ladder”
(Fermentas).
As amostras foram diluídas na proporção de 2 µl da solução estoque de DNA em
98 µl de água grau “Milli-Q estéril e quantificadas em espectrofotômetro DU 640B
(Beckman), medindo-se a absorbância em contraste com uma amostra de água grau
“Milli-Q” estéril, nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm. Para estimar a
concentração do DNA total obtido utilizou-se o padrão de que uma unidade de
absorbância a 260 nm equivale a 50 µg de DNA por ml de solução (SAMBROOK et al.,
1989). A concentração final deixada como solução de trabalho para as análises
moleculares foi de 10 ng/µl.
3.5. Aplicação da técnica de PCR - RFLP para o gene psbA
21
A técnica de RFLP foi realizada após a amplificação de uma região conservada
do gene psbA, utilizando-se dos oligonucleotídeos iniciadores específicos descritos por
CHEUNG et al. (1993), de acordo com as seguintes seqüências: P1 (5’
ATGAGGGTTACAGATTTGGTC 3’) e P2 (5’ AGATTAGCACGGTTGATGATA 3’).
As reações de amplificação foram conduzidas em um volume final de 20 µl,
contendo: 18 µl de “Mix”, constituída de tampão para PCR 10X 2 µl (200 mM Tris-HCl
(pH 8,4), 500 mM KCl), MgCl
2
0,6 µl (1,5 mM), dNTP 0,5 µl (10 mM), Iniciadores 0,5 µl
(1 pmol/µl), Taq DNA polimerase 0,3 µl (1,5 U), água grau “Milli-Q” estéril (q. s. p.) e 2 µl
(20 ng) das amostras de DNA. Todas as reações de amplificação realizadas foram
montadas em tubos de PCR (200 µl) estéreis. Para cada reação foi feito um controle
negativo, no qual foi adicionada água grau “Milli-Q” estéril em substituição ao material
genético.
As reações de amplificação foram realizadas usando-se um aparelho
termociclador MJ Research, Inc., PTC-100
TM
. O programa adotado para esta etapa de
análise foi: 5 min a 95°C seguido de 40 ciclos de 45 s a 94°C, 45 s a 55°C, 1 min a
72°C e em seguida 7 min a 72°C. A análise do produto amplificado foi feita por
eletroforese em gel de agarose a 1,5%, em comparação ao padrão de tamanho
molecular conhecido “1 kb Plus DNA Ladder” (Invitrogen).
3.5.1. Análise dos fragmentos de restrição
A análise dos fragmentos de restrição foi realizada com o produto de
amplificação gerado para uma região crítica de resistência do gene psbA. A enzima de
restrição utilizada foi a MaeI, com o seguinte corte de restrição: 5’ C T A G 3’ e 3’ G A
T C 5’.
A reação de restrição foi efetuada em um volume final de 10 µl, contendo produto
amplificado 4 µl (20 ng), tampão 1X 1 µl (33 mM Tris-acetato (pH 7,9), 10 mM acetato
de magnésio, 66 mM acetato de potássio, 0,1 mg/ml BSA), enzima MaeI (Fermentas)
22
0,2 µl (2 U) e água grau “Milli-Q” estéril (q. s. p.). A reação foi incubada por 3 h a 45°C.
Foram feitas duas reações para cada produto de cada amostra, para no final obter um
volume de 20 µl.
Após a reação de restrição foram utilizados 20 µl do produto digerido e 3 µl de
tampão de carregamento, submetidos à eletroforese em gel de poliacrilamida a 5%
(PAGE) com o TEB 1X. A eletroforese foi desenvolvida mantendo-se a voltagem
constante de 40 V durante 15 h, em temperatura entre 4 a C. Após a eletroforese, os
géis foram incubados com tampão TEB 1X contendo brometo de etídio (0,5 µg/ml), por
15 min e a visualização dos fragmentos gerados foi feita em um transiluminador,
modelo Gel Doc 1000 (Bio Rad). Os tamanhos dos fragmentos foram comparados ao
padrão de tamanho molecular conhecido “Mass Ruler
TM
DNA Ladder Low Range ready-
to-use” (Fermentas).
Com o uso do “software” pDRAW (AcaClone Software), foi possível obter
quantos fragmentos seriam gerados, com seus respectivos tamanhos.
3.6. Seqüenciamento e análise das seqüências
Para verificar a possível ocorrência de polimorfismo na seqüência do gene em
estudo, foi realizado o seqüenciamento dos produtos amplificados com os iniciadores
P1 e P2. A reação de seqüenciamento foi feita em um volume final de 10 µl consistindo
de tampão 5X 3 µl (400 mM Tris-HCl, pH 9,0; 10 mM MgCl
2
), Dynamic Terminator 1 µl
(GE), iniciadores P1 e P2 0,5 µl (1 pmol/µl) utilizados separadamente, 100 ng do
fragmento de DNA amplificado e água grau “Milli-Q” estéril (q. s. p.). As amostras foram
levadas ao termociclador, utilizando-se o mesmo programa adotado para a técnica de
PCR-RFLP.
Após a reação de PCR, as amostras foram purificadas por precipitação em
etanol como segue: foram utilizados 80 µl de isopropanol 75% e deixado agir por 15 min
a temperatura ambiente. Em seguida a solução foi centrifugada a 15°C por 45 min a
1699 x g. O sobrenadante foi descartado e foram adicionados 200 µl de etanol 70%. A
23
solução foi novamente centrifugada a 15°C por 10 min a 1699 x g. O sobrenadante foi
novamente descartado e as amostras foram espinadas, secas e armazenadas a -20°C
até serem seqüenciadas.
Para o seqüenciamento, as amostras foram ressuspendidas em 9 µl de Hi-Di-
Formamide (ABI Prism), desnaturadas a 95°C por 5 min e submetidas ao
seqüenciamento automático de DNA utilizando o aparelho ABI 3700 DNA Analyzer-
Applied Biosystems, em sistema capilar. Os fragmentos utilizados para a análise foram
seqüenciados quatro vezes para confirmação dos resultados. As seqüências obtidas
foram analisadas pelo “Sequencing Analysis 3.4” e, a montagem das seqüências,
verificação da qualidade das bases dos cromatogramas e arquivos gerados no formato
FASTA, foram realizados pelo pacote de programas “Phred/Phrap/Consed” (GORDON
et al., 1998). A tradução de seqüência DNA/proteína foi realizada pela ferramenta de
tradução “Swiss-Prot” (http://br.expasy.org/tools/dna.html). O programa de alinhamento
ClustalW (http://clustalw.genome.ad.jp) foi utilizado para comparar as seqüências
geradas neste experimento com as depositadas no GenBank
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Genbank/index.html).
3.7. Marcadores RAPD na análise da diversidade genética de Digitaria nuda
O procedimento para as reações de amplificação das amostras de DNA por
RAPD encontra-se descrito em WILLIAMS et al. (1990). Foram testados 43
oligonucleotídeos iniciadores de seqüências arbitrárias contendo 10 bases cada,
provenientes da coleção “The University of British Columbia - Nucleic Acid - Protein
Service Unit”, mas somente vinte utilizados na análise, cujos números de acesso dos
oligonucleotídeos à coleção bem como as respectivas seqüências, encontram-se
descritos na Tabela 1.
As reações de amplificação foram conduzidas em um volume final de 20 µl,
contendo: 19 µl de “Mix”, constituída de tampão para PCR 10X 2 µl (200 mM Tris-HCl
(pH 8,4), 500 mM KCl), MgCl
2
0,7 µl
(1,75 mM), dNTP 0,4 µl (10 mM), Iniciador 3 µl (5
24
ng/µl), Taq DNA polimerase 0,4 µl (2 U), água grau “Milli-Q” estéril (q. s. p.) e 1 µl (10
ng) das amostras de DNA. Todas as reações de amplificação realizadas foram
montadas em tubos de PCR (200 µl) estéreis. Para cada reação foi feito um controle
negativo, no qual foi adicionada água grau “Milli-Q” estéril em substituição ao material
genético.
As reações de amplificação foram realizadas usando-se um aparelho
termociclador MJ Research, Inc., PTC-100
TM
. O programa adotado para esta etapa de
análise foi: 2 min a 94°C seguido de 35 ciclos de 1 min a 94°C, 2 min a 36°C, 2 min a
72°C e em seguida 5 min a 72°C.
A análise dos amplicons foi feita por eletroforese em gel de agarose a 1,5%
utilizando-se o tampão de corrida TBE 1X com brometo de etídio e 3 µl de tampão de
carregamento (Tris-HCl 0,1 M (pH 6,8), azul de bromofenol 0,02% e glicerol 50%). O
Oligonucleotídeos
Seqüências
Oligonucleotídeos
Seqüências
212
GCT GCG TGA C
265
CAG CTG TTC A
231
AGG GAG TTC C
274
GTT CCC GAG T
234
TCC ACG GAC G
278
GGT TCC AGC T
239
CTG AAG CGG A
282
GGG AAA GCA G
240
ATG TTC CAG G
285
GGG CGC CTA G
249
GCA TCT ACC G
288
CCT CCT TGA C
253
CCG TGC AGT A
290
CCG CGA GCA C
254
CGC CCC CAT T
292
AAA CAG CCC G
256
TGC AGT CGA A
293
TCG TGT TGC T
258
CAG GAT ACC A
296
CCG CTG GGA G
Tabela 1. Seqüências dos oligonucleotídeos iniciadores arbitrários e seus respectivos
números de acesso à coleção.
25
tempo de corrida eletroforética foi de aproximadamente 2 h a uma tensão de 85 V. Os
amplicons foram comparados ao padrão “1kb DNA Ladder”, visualizados sob luz UV e
documentados em fotodocumentador modelo Gel Doc 2000 (Bio Rad).
Por meio da análise do bandeamento produzido com o uso de cada
oligonucleotídeo iniciador aleatório, foi conferido o parâmetro 1 para a presença de
banda e 0 para a ausência de banda, permitindo a elaboração de uma matriz binária.
Essa matriz foi utilizada para a construção de um filograma pelo “software” FreeTree
Win 95/98/NT (HAMPL et al., 2001). A similaridade genética entre os acessos foi
estimada pelo coeficiente de distância descrito por NEI (1986). Para o agrupamento
dos dados da matriz filogenética foi utilizado o método da média das distâncias
genéticas (UPGMA-Unweighted Pair Group Method for Arithmetic Averages) (SNEATH
& SOKAL, 1973), sendo que, o filograma foi obtido com o auxílio do “software”
TreeView (PAGE, 1996).
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Eficácia agronômica da ametrina no controle de Digitaria nuda
Pela análise comparativa morfológica, pode-se constatar que todos os acessos
sob estudo correspondiam D. nuda, pois não apresentaram gluma na espigueta, o que,
segundo DIAS (2005a) possibilita a confirmação da espécie. Contudo, segundo
CANTO-DOROW (2001b), D. nuda caracteriza-se pela ausência da gluma inferior e
também por ter lema inferior com tricomas, ultrapassando seu ápice em 0,2-0,4 mm.
Pelas dimensões das espiguetas, assemelha-se a D. horizontalis, da qual difere por ter
gluma inferior, e pelo lema inferior com tricomas não ultrapassando o seu ápice.
Para cada ensaio realizado, foi estimada a média do número de folhas/planta,
tanto das plantas utilizadas como testemunhas, como das plantas submetidas ao
tratamento com ametrina. No primeiro ensaio, antes da aplicação da ametrina verificou-
se diferença no número de folhas/planta apenas nos acessos 3, 13 e 14, sendo que os
acessos 3 e 13, as plantas testemunhas apresentaram menores números de folhas do
que as tratadas com ametrina, enquanto no acesso 14 ocorreu o inverso (Figura 2).
Considerando a média das duas situações, pode-se observar que as plantas do acesso
8 apresentaram maiores números de folhas que as dos demais acessos, à exceção do
acesso 7. Os demais acessos não diferenciaram entre si.
27
No primeiro ensaio com o uso da ametrina, a avaliação feita aos 7 dias após a
aplicação (DAA), mostrou um nível de controle acima de 90% para todos os acessos.
Na avaliação realizada aos 14 DAA se observou que os acessos 10 e 14
apresentaram repetições com rebrota, proporcionando menor controle. A média
estimada para o acesso 10 foi igual à obtida para o acesso 14. Os demais acessos
apresentaram uma média de controle de 100% em todas as repetições. Aos 21 e 28
DAA, esse comportamento se manteve, com os acessos 10 e 14 apresentando o menor
controle. Esses resultados podem ser observados nas Figuras 3 e 4.
Figura
2.
Relação número de folhas/planta dos acessos de D. nuda usadas como
plantas testemunhas e no tratamento antes da aplicação da ametrina. dia de
pelo menos três repetições ± erro padrão.
0
2
4
6
8
10
12
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acesso s
Folhas/planta
Testem unhas
A m etrina
28
0
20
40
60
80
100
120
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle %
B
90
92
94
96
98
100
102
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle (%)
A
-
20
40
60
80
100
120
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle (%)
C
0
20
40
60
80
100
120
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle (%)
D
Figura
3.
Porcentagem de controle visual dos acessos de D. nuda, avaliados aos 7 (A),
14 (B), 21 (C) e 28 (D) DAA da ametrina na dose de 2400 g i.a./ha. Média de
pelo menos três repetições ± erro padrão.
29
Acesso 14
Figura
4.
Rebrota dos acessos 10 (A) e 14 (B) de D. nuda aos 28 DAA da ametrina.
Planta testemunha (T); Tratamento com ametrina a 2400 g i.a./ha (H).
T
H
A
T
H
B
30
No segundo ensaio, a dia do número de folhas/planta também foi estimada,
como no primeiro ensaio. Antes da aplicação da ametrina verificou-se que, os acessos
11, 12 e 14 apresentaram diferenças no número de folhas/planta, comparando-os com
os demais acessos. No acesso 11 o número de folhas/planta foi menor para as plantas
testemunhas, enquanto nos acessos 12 e 14 as plantas submetidas ao tratamento
apresentaram menor relação folhas/planta (Figura 5). Considerando a média das duas
situações, pode-se observar que as plantas do acesso 7 apresentaram menores
números de folhas que as dos demais acessos, à exceção do acesso 11. O acesso 4 foi
o que obteve a maior média, à exceção dos acessos 2, 8 e 12. Os demais acessos não
diferenciaram entre si.
Após o tratamento feito com ametrina nos acessos de D. nuda estudados, na
avaliação realizada aos 7 DAA observou-se que os acessos 2, 3, 4, 8, 10 e 11
apresentaram um nível de controle acima de 90%, considerado um excelente controle,
enquanto os demais acessos apresentaram 100%. Nas avaliações realizadas a partir
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Folhas/Planta
Testemunhas
Ametrina
Figura 5.
Relação número de folhas/planta dos acessos de D. nuda usadas como
plantas testemunhas e no tratamento antes da aplicação da ametrina. dia de
cinco repetições ± erro padrão.
31
dos 14 DAA, todos os acessos apresentaram 100% de controle, não havendo qualquer
rebrota até o término do período experimental (Figuras 6 e 7).
Com os resultados obtidos, pode-se inferir que a ametrina na dose de 2400 g
i.a./ha proporcionou eficiente controle dos acessos de D. nuda estudados no presente
trabalho. DIAS et al. (2005a) estudando a eficácia de herbicidas no controle de D. nuda
verificaram que os herbicidas pertencentes aos grupos químicos das triazinas
(ametrina), triazinonas (metribuzin) e dos isoxazolinonas (isoxaflutole) foram aqueles
que apresentaram os melhores níveis de controle.
0
20
40
60
80
100
120
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle (%)
A
-
20
40
60
80
100
120
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Controle (%)
B
Figura
6.
Porcentagem de controle visual dos acessos de D. nuda, avaliados aos 7 (A)
e 14 (B) DAA da ametrina na dose de 2400 g i.a./ha. dia de cinco repetições
± erro padrão.
32
Um estudo feito por DIAS et al. (2005b) em populações de Digitaria spp.
submetidas à pressão de seleção por herbicidas, verificaram que a D. nuda apresentou
um controle satisfatório a partir dos 14 DAA do herbicida ametrina.
De maneira geral, pode-se afirmar que o houve caso de tolerância nos
acessos de D. nuda estudados na região de São Joaquim da Barra, uma vez que a
repetição do ensaio proporcionou 100% de controle a partir dos 14 DAA do herbicida,
H
T
A
H
T
B
Figura
7.
Suscetibilidade dos acessos de D. nuda submetidos ao tratamento com
ametrina (2400 g i.a./ha) avaliados aos 7 (A) e 14 (B) DAA. Tratamento com
ametrina (H); Plantas testemunhas (T).
33
descartando, desta forma, a hipótese de resistência a esse herbicida. Os resultados de
escape obtidos no primeiro ensaio podem ser resultantes de uma diferença do estádio
fenológico das plantas, sobrevivendo aquelas mais desenvolvidas ou em estádios de
desenvolvimento mais adiantados.
4.2. Teor de clorofila das folhas
No primeiro ensaio realizado, aos 7 DAA observou-se que a ametrina reduziu o
teor relativo de clorofila total nas folhas das plantas tratadas com o herbicida de todos
os acessos estudados, à exceção do acesso 14 para o qual não se verificou efeito do
tratamento. Aos 14 DAA com a morte das plantas em decorrência da aplicação da
ametrina, pode-se determinar o teor relativo de clorofila total apenas nos acessos 10 e
14, os quais apresentaram plantas sobreviventes. Para esses dois acessos não se
verificou efeito diferenciado no tratamento. Esses resultados se mantiveram aos 28
DAA. Comparando-se os acessos sem aplicação da ametrina, verificou-se, de maneira
geral que o teor relativo de clorofila total nas folhas dos acessos 4 e 7 foi menor que os
demais acessos a partir dos 14 DAA, enquanto o acesso 12 apresentou o mesmo
comportamento dos 14 aos 21 DAA. Esses resultados podem ser observados pela
Figura 8.
Nos acessos 10 e 14 pode-se inferir que esses acessos não foram afetados pelo
herbicida, uma vez que foi constatado teor relativo de clorofila total semelhante ao das
testemunhas.
HASHEM et al. (2001) em estudo com biótipos de Raphanus raphanistrum,
verificaram que houve uma redução de 97% de clorofila nas folhas do biótipo suscetível
após 24 h da aplicação de triazina, comparando-se com redução de 9% dos biótipos
resistentes, indicando que o mecanismo de ação do herbicida está envolvido no sítio de
ação.
34
0
10
20
30
40
50
60
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (UR)
Testemunhas
Ametrina
A
0
10
20
30
40
50
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (UR)
Testemunhas
Ametrina
B
0
10
20
30
40
50
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (UR)
Testemunhas
Ametrina
C
0
10
20
30
40
50
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (UR)
Testemunhas
Ametrina
D
Figura
8
.
Teor de clorofila total (UR) das folhas dos acessos de D. nuda avaliados aos 7
(A), 14 (B), 21 (C) e 28 (D) DAA da ametrina. Média de pelo menos três
repetições ± erro padrão.
35
No segundo ensaio, verificou-se tendência de maior teor de clorofilas a, b e total
nas folhas das plantas testemunhas dos acessos 4 e 7, quando comparado aos demais
acessos, à exceção do acesso 2 que também apresentou maior teor de clorofila b,
enquanto os acessos 8 e 10 apresentaram menores teores (Figura 9).
0,00000
0,05000
0,10000
0,15000
0,20000
0,25000
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (mg/gMF)
Clorofila a
0,00000
0,05000
0,10000
0,15000
0,20000
0,25000
0,30000
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (mg/gMF)
Clorofila b
0,00000
0,05000
0,10000
0,15000
0,20000
0,25000
0,30000
0,35000
0,40000
0,45000
0,50000
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
Acessos
Teor de clorofila (mg/gMF)
Clorofila total
Figura
9.
Teor de clorofilas a, b e total (mg/gMF) das folhas das plantas testemunhas
dos acessos de D. nuda. Média de três repetições ± erro padrão.
36
Esses resultados contrariam os obtidos no primeiro ensaio, demonstrando que as
variações nos teores não foram características inerentes à espécie, mas sim,
provavelmente, uma resposta ao meio, talvez ao teor de nitrogênio no substrato.
Esta análise foi realizada para comparar os resultados apenas das plantas
testemunhas, uma vez que, no segundo ensaio, as plantas submetidas ao tratamento
apresentaram um controle de 100%.
Segundo FREIRE (2000), a redução na concentração de clorofila tem como
conseqüência a redução na capacidade fotossintética das folhas. Dessa forma, ocorre a
redução na produção de assimilados necessários ao crescimento das plantas.
4.3. Análise dos fragmentos de restrição dos produtos amplificados
Com o objetivo de se detectar possíveis polimorfismos em uma região
conservada do gene psbA que codifica a proteína D1 no FS II, utilizou-se a técnica de
PCR-RFLP. O produto de amplificação obtido com o uso dos iniciadores específicos P1
e P2 resultou em um único fragmento de tamanho de 267 pb para todos os acessos de
D. nuda estudados, como pode ser observado pela Figura 10.
Figura
10.
Amplificação dos acessos de D. nuda com os iniciadores P1 e P2. MM =
marcador molecular (“1kb Plus DNA Ladder”); CN = controle negativo. Os
números acima das canaletas referem-se aos acessos.
MM 2 3 4 7 8 10 11 12 13 14 CN
300 pb
267 pb
37
Este produto de amplificação foi submetido à análise de restrição com a enzima
MaeI, resultando em dois fragmentos de DNA: 183 e 84 pb em todos os acessos em
estudo. Porém, não foi possível a digestão total do produto de amplificação sendo
observado também o fragmento de aproximadamente 267 pb (Figura 11). Este fato
pode estar relacionado à não purificação do produto de amplificação antecedendo a
reação de restrição. A ocorrência de digestão parcial deste produto ocorreu para todas
as amostras que foram submetidas à análise de restrição. Vários testes para a
otimização da reação de restrição na tentativa de uma digestão completa, foram feitos,
desde alteração de temperatura de 37ºC para 45ºC e período de tempo de incubação,
sendo incubadas por 3, 4 e 16 h, como também o volume (10 U/µl) utilizado da enzima
MaeI: 0,2; 0,3; 0,5 e 1,0 µl. O melhor resultado obtido pode ser observado pela Figura
11, com a nitidez dos fragmentos digeridos, o que não aconteceu com os outros testes
realizados.
MM 2 3 4
7 8
10
11
12 13 14 ND
100 pb
300 pb
200 pb
Fig
ura
11.
Produto de amplificação de uma região conservada do gene psbA digerido
com a enzima MaeI. MM = marcador molecular (“Mass Ruler
TM
DNA Ladder
Low Range ready-to-use”); ND = fragmento não digerido. Os números acima
das canaletas referem-se aos acessos.
38
FREY et al. (1999), ao estudarem a relação entre o fenótipo e o genótipo
suscetível à triazina, verificaram que o padrão de restrição obtido em S. vulgaris e S.
nigrum foi diferente do encontrado em A. retroflexus e Chenopodium album, no qual o
genótipo suscetível produziu fragmentos de 189 e 88 pb. Esse resultado foi semelhante
ao encontrado em D. nuda.
Nos estudos com plantas daninhas, a técnica de PCR-RFLP vem sendo
empregada para estimar, precocemente, a ocorrência relativa de resistência em
populações de campo, sujeitas a níveis variáveis de pressão com herbicidas. No
presente trabalho, os resultados obtidos foram comparados à resposta fenotípica de D.
nuda, após aplicação de ametrina. Essa técnica foi adotada como um diagnóstico
molecular, desenvolvido para a região do gene psbA de outras plantas daninhas,
incluindo Brassica napus, Chenopodium spp. e Amaranthus spp. (CHEUNG et al.,
1993).
Segundo FREY et al. (1999), o padrão de restrição em genótipo resistente de S.
vulgaris, no qual este tipo de análise também foi aplicado para a região de resistência
do gene psbA, difere do suscetível, pois a enzima MaeI reconhece sítios de cortes
diferentes, gerando fragmentos de tamanhos diferentes. De acordo com estes autores,
a resistência à triazina é obtida por uma mutação de ponto que elimina o sítio de
reconhecimento da enzima MaeI na posição 88 pb, o que resulta em dois fragmentos de
restrição em indivíduos portadores da mutação de ponto que confere resistência à
triazina e em três fragmentos naqueles que não sofreram essa mutação.
Pela Figura 11, observa-se que o perfil de restrição dos fragmentos amplificados
para todos os acessos foi semelhante ao obtido para A. retroflexus e C. album, com a
presença de dois fragmentos, 183 e 84 pb, caracterizando todos os acessos como
suscetíveis ao herbicida ametrina.
FRAGA & TASENDE (2003), ao estudarem biótipos de Sonchus oleraceus
resistentes ao simazine, pela análise de restrição com a MaeI, verificaram que o
fragmento de 413 pb amplificado por PCR em todos os biótipos apresentava padrões de
restrição diferentes quando comparados aos biótipos suscetíveis.
39
Estudos feitos com biótipos resistentes e suscetíveis à triazina em S. nigrum
(STANKIEWICZ et al., 2001) e A. blitoides (SIBONY & RUBIN, 2003), pela digestão de
um fragmento do gene psbA digerido com a enzima de restrição BstXI mostraram que,
as populações resistentes apresentavam padrões de bandas diferentes daqueles
obtidos para as populações suscetíveis, que apresentavam apenas os fragmentos não
digeridos.
Os resultados obtidos no presente estudo com esta técnica estão condizentes
aos experimentos de campo realizados, pois os padrões de bandas gerados pela
análise de restrição são compatíveis ao fenótipo suscetível, passíveis de serem
controlados pelo herbicida.
Portanto, pode-se dizer que esta base molecular é eficiente na detecção de
biótipos suscetíveis e resistentes à triazina, dado que a mutação ocorre na seqüência
de reconhecimento da enzima, alterando seu padrão de restrição.
Mesmo não tendo obtido polimorfismo na análise de restrição para os acessos
de D. nuda em estudo, foi realizado o seqüenciamento, como mais uma ferramenta de
análise molecular desta região do gene psbA, bem como para verificar outras possíveis
modificações e até mesmo a detecção de um outro marcador.
4.4. Análise dos fragmentos seqüenciados
Os produtos gerados após a amplificação com os iniciadores específicos P1 e
P2, para os dez acessos de D. nuda estudados, foram submetidos ao seqüenciamento.
A seqüência obtida destes produtos de amplificação foi depositada no GenBank, a qual
obteve-se o número de acesso EF633341. Pela análise comparativa da seqüência do
gene em estudo com a de outros organismos depositados no GenBank, pode-se
constatar mutação, seja espontânea ou provocada. Muitas vezes ocorre também os
SNPs (Single Nucleotide Polymorphism), que podem ser silenciosos ou ocasionar
alterações nos aminoácidos.
40
Pela análise das seqüências obtidas dos dez acessos, não houve alteração dos
aminoácidos na posição de corte da enzima, provando que esta técnica corrobora com
os resultados obtidos pela técnica de PCR-RFLP.
Para a análise da seqüência da região conservada do gene psbA obtida dos
acessos de D. nuda estudados, tomou-se como referência algumas seqüências já
depositadas no GenBank. A seqüência dos nucleotídeos e dos aminoácidos foi
comparada e alinhada com a seqüência dos nucleotídeos e aminoácidos do gene psbA
de S. vulgaris (ref. AF061287) e Oryza sativa (ref. M36191) resultando em 100% de
similaridade (Figuras 12 e 13).
Observou-se durante a análise das seqüências a presença de uma mutação de
ponto, ou seja, um SNP, para o acesso 11, como pode ser observado pela Figura 12.
Essa mutação ocorreu na posição 48 da seqüência de nucleotídeos do fragmento e foi
constatada por quatro repetições de seqüenciamento com qualidade “Phred” 37 de
diferentes produtos de amplificações, com o iniciador P2. Essa seqüência foi depositada
no GenBank, obtendo-se o número de acesso EF633342.
O SNP tem sido muito utilizado na análise molecular para identificar casos de
resistência a herbicidas. Esse método foi usado com sucesso para verificar
resistências à sethoxydim e trifluralin (DÉLYE et al., 2002; DÉLYE et al., 2004).
Pelo trabalho de FREY et al. (1999), pode-se confirmar uma mutação de ponto
para o biótipo resistente à triazina em S. vulgaris, pelo alinhamento feito em
comparação à espécie O. sativa, mostrando o polimorfismo gerado quando a troca
de aminoácido serina (AGT) pela glicina (GGT). Neste mesmo trabalho verificou-se,
também, a ocorrência de polimorfismos com mutações silenciosas em diferentes
espécies de plantas.
A substituição de uma guanina por uma timina, ocasionou a mudança do
aminácido triptofano (TGG) pelo aminoácido leucina (TTG), resultando em biótipos
resistentes de A. blitoides a quatro grupos de herbicidas inibidores da ALS (SIBONY &
RUBIN, 2003).
TIAN & DARMENCY (2006), fez uso do SNP para identificar resistência de
plantas à triazina, utilizando do método de PCR alelo específico.
41
Figura
12.
Alinhamento da seqüência dos nucleotídeos de uma região do gene psbA de
D. nuda, tendo referência as espécies S. vulgaris (ref. AF061287) e O. sativa
(ref. M36191). A seta indica o acesso e a posição que sofreu a mudança de
base C-T. O retângulo indica a seqüência de corte da enzima MaeI.
42
O SNP ocorrido alterou o aminoácido na posição 16 do fragmento, de uma
alanina codificada pelo códon GCT para valina codificada por GTT, dada à mudança de
bases de C (citosina) para T (timina), comparado com as seqüências dos aminoácidos
dos outros acessos (Figura 13), porém a substituição de uma alanina por uma valina
não altera a conformação da proteína (score zero).
Figura
13.
Alinhamento da seqüência dos aminoácidos de uma região do gene psbA de
D. nuda, tendo referência as espécies S. vulgaris (ref. AF061287) e O. sativa
(ref. M36191). O retângulo indica a posição em que ocorreu a troca de
aminoácidos.
43
Uma mutação de ponto foi identificada em estudo feito por PARK & SMITH
(2006), ocasionando a alteração do aminoácido asparagina por treonina, resultando na
resistência de uma população de S. vulgaris a herbicidas inibidores do fotossistema II.
Com base nos resultados obtidos, pode-se dizer então que, este SNP não está
associado à possível tolerância à ametrina, pois esse acesso não respondeu de forma
diferenciada frente à aplicação do herbicida no controle químico das plantas analisadas.
Estudos mais detalhados sobre a expressão desse gene devem ser realizados para
verificar a influência dessa mutação.
Mesmo não sendo detectado polimorfismo na região crítica de resistência do
gene psbA entre os acessos estudados, buscou-se também analisar a diversidade
genética dentro da espécie em estudo.
4.5. Análise da similaridade genética entre os acessos por RAPD
Inicialmente, ao realizar-se o teste com os oligonucleotídeos iniciadores, 43
foram utilizados para a caracterização dos acessos pela técnica de RAPD. No entanto,
somente vinte oligonucleotídeos (ver Tabela 1) foram utilizados para as análises por
apresentarem boa amplificação. A repetição da análise foi efetuada para cada iniciador
utilizado no cálculo da similaridade genética para confirmação dos resultados.
Os padrões de bandas gerados pelas reações de RAPD foram nítidos. Os vinte
iniciadores utilizados permitiram boa amplificação para todas as amostras de todos os
acessos, como pode ser observado nas Figuras 14 e 15, cujos fragmentos foram
amplificados com os iniciadores de números 249 e 290, respectivamente. O padrão de
bandas demonstra a baixa variabilidade genética entre os acessos, ou seja, a maior
parte das bandas geradas eram monomórficas. A única exceção foi observada para o
acesso 2, no qual, a amplificação com o iniciador 249 gerou uma banda polimórfica de
aproximadamente 1000 pb (pares de bases). Para a maioria dos iniciadores utilizados
na análise, o acesso 2 apresentou banda polimórfica, a qual poderia inferir em uma
possível diferença em relação aos outros acessos.
44
Figura 14.
Amplificação dos acessos de D. nuda com o iniciador de número 249. A seta
indica o polimorfismo gerado para o acesso 2. MM = marcador molecular
(“1kb DNA Ladder”); CN = controle negativo. Os números acima das
canaletas referem-se aos acessos.
Figura 15.
Amplificação dos acessos de D. nuda com o iniciador de número 290. MM =
marcador molecular (“1kb DNA Ladder”); CN = controle negativo. Os números
acima das canaletas referem-se aos acessos.
45
As bandas geradas foram analisadas e uma matriz binária, com base na
presença e ausência da banda, foi construída. Essa matriz foi utilizada para a
construção de uma matriz de similaridade a partir do método UPGMA (Tabela 2).
Observa-se pela matriz que a similaridade do acesso 2 para com os demais
acessos foi a menor (90%). Os nove acessos restantes apresentaram similaridade entre
99 e 100%. Portanto, a similaridade média entre todos os acessos foi equivalente a
98%, considerada alta, o que se pode inferir que, dentro das populações de D. nuda
estudadas, o índice de variabilidade genética foi muito baixo, o que se deve,
provavelmente, ao fato da espécie poder ser autógama.
Resultado semelhante foi obtido por CARDOSO et. al (2002, 2005), em acessos
de Eichornia crassipes (aguapé) e Pistia stratiotes (alface d’água), que apresentaram
elevada similaridade genética, o que se explica pela forma de propagação vegetativa,
que diminui a possibilidade de recombinação genética.
2 3 4 7 8 10 11 12 13 14
2 1,00
3 0,90
1,00
4 0,90
0,99
1,00
7 0,90
1,00
0,99
1,00
8 0,90
0,99
1,00
0,99
1,00
10 0,90
1,00
0,99
1,00
0,99
1,00
11 0,90
1,00
0,99
1,00
0,99
1,00
1,00
12 0,90
1,00
0,99
1,00
0,99
1,00
1,00
1,00
13 0,90
1,00
0,99
1,00
0,99
1,00
1,00
1,00
1,00
14 0,90
1,00
0,99
1,00
0,99
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Tabela 2.
Matriz de similaridade genética entre os acessos de D. nuda obtida pelo
método do coeficiente de NEI (1986).
46
VIDAL et al. (2006) e LAMEGO et al. (2006) ao estudarem acessos de picão-
preto com resistência aos herbicidas inibidores da ALS, obtiveram uma similaridade
média de 27% e 37% respectivamente, para os acessos avaliados, demonstrando que
existe variabilidade genética mesmo dentro de uma mesma população.
Em 2003, CARDOSO et al. ao estudarem a sensibilidade a herbicidas em
acessos de aguapé, verificaram que a variabilidade genética existente, aparentemente,
não se refletiu em alterações nas plantas que proporcionassem respostas diferenciadas
aos herbicidas testados, visto que se obteve 100% de controle. Esse resultado
demonstra que a variabilidade não está ligada diretamente à resistência.
A partir dos valores de similaridade genética obteve-se um filograma utilizando-
se do UPGMA como metodologia de agrupamento (Figura 16).
Figura
16.
Filograma de similaridade genética entre os acessos de D. nuda, obtido pela
matriz de similaridade genética. Os números referem-se aos acessos.
47
Pela análise de agrupamento hierárquico, na Figura 16, observou-se a formação
de dois grupos principais. O primeiro grupo distinto, com apenas uma ramificação está
representando o acesso 2. O segundo grupo está composto por dois subgrupos, sendo
um subgrupo composto pelos acessos 4 e 8, a qual possuem uma similaridade genética
de 99% com o segundo subgrupo, composto pelos acessos 3, 7, 10, 11, 12, 13 e 14. Os
acessos 4 e 8 não apresentaram uma banda de aproximadamente 700 pb para o
iniciador 253, utilizado na análise, os quais ficaram agrupados em um subgrupo distinto.
A análise com o marcador molecular RAPD revelou elevada similaridade
genética entre os acessos de D. nuda estudados neste ensaio, confirmando assim que
todos pertencem à mesma espécie.
Esses marcadores moleculares são importantes para viabilizar a técnica do
controle químico, bem como detectar precocemente possíveis indivíduos resistentes
dentro de uma população de plantas daninhas frente a diferentes herbicidas, além de
estimar a variabilidade genética existente dentro e entre populações, facilitando ou
contribuindo para o manejo.
48
5. CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que: o capim-
colchão dos dez acessos coletados na região de São Joaquim da Barra, em São Paulo,
pertence à espécie Digitaria nuda e não foi observada relação entre a ocorrência de
perfis polimórficos e a suscetibilidade à ametrina, provavelmente porque todos os
acessos estudados foram controlados na dose recomendada do herbicida.
49
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