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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
CINÉTICA DA GLICEMIA E LACTATEMIA EM DIABÉTICOS
TIPO 2 DURANTE E APÓS EXERCÍCIO AERÓBIO REALIZADO
EM DIFERENTES INTENSIDADES
Wolysson Hiyane de Carvalho
BRASÍLIA
2006
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WOLYSSON HIYANE DE CARVALHO
CINÉTICA DA GLICEMIA E LACTATEMIA EM DIABÉTICOS
TIPO 2 DURANTE E APÓS EXERCÍCIO AERÓBIO REALIZADO
EM DIFERENTES INTENSIDADES
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Educação Física e
Saúde da Universidade Católica de Brasília
(UCB), como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Educação Física.
Orientadora: Dra. Carmen Silvia Grubert Campbell
Co-orientador: Dr. Herbert Gustavo Simões.
BRASÍLIA
2006
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família
A minha irmã Yuki Hiyane de Carvalho
A minha noiva Juliana Maria Marques de Sá
Aos meus pais José Batista de Carvalho e
Marta Keiko Hiyane de Carvalho.
Sem seu amor, confiança e apoio nada
teria feito, vocês me ensinaram valores,
acreditaram em min e permitiram que eu
seguisse em frente, obrigado pai.
Obrigado Mãe.
Amo todos vocês!
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar aos amigos e orientadores, Carmen Silvia Grubert
Campbell e Herbert Gustavo Simões por toda compreensão, paciência e apoio nas horas
mais difíceis.
Agradeço aos amigos Sérgio Rodrigues Moreira, Gabriele Do Valle, Gisela Arsa da
Cunha e Isabel Ohata pela ajuda durante toda a coleta de dados. A todos os membros do
grupo de estudo do desempenho humano e das respostas fisiológicas ao exercício –
GEDHRFE pelo conhecimento que me passaram. A Cida, Weslen e Lauro, funcionários da
secretaria do Mestrado em Educação Física, que sempre foram atenciosos. A todos os
professores do Mestrado em Educação Física que contribuíram para o meu crescimento
profissional. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pelo apoio financeiro. À todos os voluntários que participaram do estudo e a todos os
funcionários do laboratório de avaliação física e treinamento (LAFIT), Rafael, Márcia,
Carlos, Ronaldo Benford e aos coordenadores Roberto Landwehr e Ricardo Mayolino.
SUMÁRIO
Lista de abreviaturas................................................................................................................i
Lista de tabelas ......................................................................................................................iv
Lista de figuras .....................................................................................................................vii
Resumo................................................................................................................................viii
Abstract..................................................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................4
2.1. Objetivos gerais...........................................................................................................4
2.2. Objetivos específicos...................................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA.................................................................................5
4. REVISÃO DE LITERATURA ..........................................................................................7
4.1. Diabetes e exercício físico...........................................................................................7
4.1.1. Diabetes mellitus ..................................................................................................7
4.1.2. Exercício físico e glicemia .................................................................................10
4.1.3. Exercício físico e diabetes tipo 2........................................................................14
4.2. Métodos de avaliação física.......................................................................................19
4.2.1. Consumo máximo de oxigênio...........................................................................19
4.2.2. Limiar anaeróbio ................................................................................................20
4.2.3. Limiar ventilatório..............................................................................................21
4.2.4. Métodos lactatêmicos para identificação do limiar anaeróbio ...........................22
5. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................24
5.1.Comitê de ética de pesquisa em seres humanos .........................................................24
5.2. Amostra .....................................................................................................................24
5.3. Procedimentos ...........................................................................................................26
5.3.1. Alimentação, medicamentos e temperatura........................................................26
5.3.2. Teste incremental................................................................................................27
5.3.3. Exercício retangular e sessão controle................................................................28
5.3.4. Identificação do limiar anaeróbio por diferentes métodos .................................29
5.3.5. Identificação do delta de lactato.........................................................................30
5.4. Análises e mensurações.............................................................................................32
5.4.1. Mensuração das variáveis ventilatórias..............................................................32
5.4.2. Mensuração da glicemia e lactatemia.................................................................32
5.4.3. Mensuração da pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardíaca ........33
5.5. Análise estatística ......................................................................................................33
6. RESULTADOS ................................................................................................................35
7. DISCUSSÃO....................................................................................................................46
8. CONCLUSÃO.................................................................................................................. 54
9. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ..........................................................................................54
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................57
11. ANEXO ..........................................................................................................................70
i
LISTA DE ABREVIATURAS
[Lac] – Concentração de Lactato
[glic] – Concentração de Glicose
(a-v)O
2
– Diferença arteriovenosa de O
2
%FC
máx
– Porcentagem da freqüência cardíaca máxima
%VO
2 max
– Porcentagem do consumo máximo de oxigênio
10' – 10º min de exercício retangular
20' – 20º min de exercício retangular
90% LA – 90% do limiar anaeróbio
110% LA – 110% do limiar anaeróbio
ANOVA – Análise de variância
CON – Sessão controle
DM – Diabetes mellitus
DM
2
– Diabetes tipo 2
DC
máx
– Débito cardíaco máximo
DL – Delta de lactato
DL (0) – Delta de variação 0 (mM) do lactato sanguíneo
DL (0,5) – Delta de variação 0,5 (mM) do lactato sanguíneo
DCNT – Doenças crônico não transmissíveis
ECG – Eletrocardiograma
FECO
2
– Fração expirada de dióxido de carbono
FC – Freqüência cardíaca
FC
máx
– Freqüência cardíaca máxima
ii
FC
res
– Freqüência cardíaca de reserva
DG – Delta da glicose (mg.dl
-1
)
HA – Hipertensão arterial
HPE – Hipotensão pós-exercício
LA – Limiar anaeróbio
LG – Limiar glicêmico
LL – Limiar de lactato
LV – Limiar ventilatório
MFEL – Máxima fase estável de lactato
PAS – Pressão arterial sistólica
PAD – Pressão arterial diastólica
PAM – Pressão arterial média
PSE – Percepção subjetiva de esforço
PETCO
2
– Pressão expirada final de dióxido de carbono
r 15 – 15
o
minuto de recuperação
r 30 – 30
o
minuto de recuperação
r 45 – 45
o
minuto de recuperação
r 60 – 60
o
minuto de recuperação
r 75 – 75
o
minuto de recuperação
r 90 – 90
o
minuto de recuperação
r 105 – 105
o
minuto de recuperação
r 120 – 120
o
minuto de recuperação
TI – Teste incremental
Trans – Transição aeróbia-anaeróbia
iii
VO
2 max
– Consumo máximo de oxigênio
VO
2
– Consumo de oxigênio
VO
2 Pico
– VO
2
de pico
VE – Ventilação pulmonar
VCO
2
– Dióxido de carbono
VE/VO
2
– Equivalente ventilatório de O
2
VE/VCO
2
– Equivalente ventilatório de CO
2
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) das características dos
voluntários que participaram do estudo e valores do lactato e glicemia de jejum (n = 14)..25
Tabela 2 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) dos valores de repouso da
pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), freqüência cardíaca (FC)
e VO
2pico
(n = 14)..................................................................................................................25
Tabela 3 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da PSE, %FC
máx
, % VO
2 máx
,
concentração de Lactato e Glicose sanguínea, PAS e PAD na intensidade correspondente
ao limiar de lactato obtida no testes incremental (n = 14).................................................... 35
Tabela 4 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da média dos valores ao 10 e
20 minutos da carga (W), concentração de lactato sanguíneo, PSE e VO
2
nas intensidades
90% e 110% do LA (n =10).. ...............................................................................................36
Tabela 5 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da média dos valores ao 10 e
20 minutos PAS, PAD, PAM e FC nas intensidades 90% e 110% do LA (n =10)..............37
Tabela 6 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da carga correspondente ao
limiar de lactato (LL), limiar ventilatório (LV), limiar glicêmico (LG), Delta 0 de lactato
(DL (0)) e Delta 0,5 de lactato (DL (0,5))............................................................................38
Tabela 7 – Correlação bivariada de Pearson entre valores do LL e DL (0 e 0,5) ................39
v
Tabela 8 Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) no 10º e 2 min de exercício
retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min
após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a 90% do limiar anaeróbio
(n = 10). ................................................................................................................................41
Tabela 9 Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) no 10º e 2 min de exercício
retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min
após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a 110% do limiar anaeróbio
(n = 10) .................................................................................................................................42
Tabela 10 - Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) nos mesmos tempos
correspondentes aos dias da sessão de exercício que foram: 10º e 20º min de exercício
retangular (10' e 20') e tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min (r 15, r
30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) porém os indivíduos permaneceram em repouso
sentado – situação controle (CON) (n = 10)......................................................................... 43
Tabela anexo 1 Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) em repouso pré-exercício (rep), no
10º e 20º min de exercício retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60,
75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a
90% do limiar anaeróbio (n = 10)......................................................................................... 70
Tabela anexo 2 Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) em repouso pré-exercício (rep), no
10º e 20º min de exercício retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60,
vi
75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a
110% do limiar anaeróbio (n = 10)....................................................................................... 71
Tabela anexo 3 - Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) nos mesmos tempos correspondentes
aos dias da sessão de exercício que foram: repouso pré-exercício (rep), no 10º e 20º min de
exercício retangular (10' e 20') e tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120
min (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) porém o indivíduo permaneceu em
repouso sentado – situação controle (CON) (n = 10)...........................................................71
Tabela anexo 4 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) dos valores do final do
teste incremental da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca
(FC), percepção subjetiva de esforço (PSE), Watts e VO
2 pico
(n = 14). ..............................72
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Esquema representando os momentos onde foram coletados 25 µL de sangue
capilarizado durante as sessões retangulares e sessão controle............................................29
Figura 2 - Determinação do limiar anaeróbio de 1 voluntário pelos métodos glicêmico
(LG), ventilatório (LV) e lactatêmico (LL)..........................................................................30
Figura 3. Determinação do delta de lactato de 1 voluntário.................................................32
Figura 4 - Valores médios ± desvio padrão (DP) do limiar de lactato (LL), Delta 0 de
lactato (DL (0)) e Delta 0,5 de lactato (DL (0,5)). *P < 0,05 em relação ao LL;
+
P < 0,01 em
relação a DL (0)....................................................................................................................39
Figura 5. Resultado da análise de concordância de Bland-Altman entre LL e DL (0) (A) e
LL e DL (0,5) (B). As linhas contínuas indicam as médias das diferenças e as linhas
tracejadas indicam os limites de reprodutibilidade (+ 2 DPs)..............................................40
Figura 6 - Valores médios dos deltas da glicemia em mg.dl
-1
e o erro padrão da média
durante o 1e 2minuto do exercício (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45,
60, 75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120),
na situação controle, a 90% e a 110% do limiar de lactato (LL) (n = 10).
+
P < 0,01; *P <
0,05 em relação ao controle..................................................................................................45
viii
RESUMO
Com o propósito de analisar a resposta da glicose sanguínea durante e após exercício a 90 e 110%
do limiar anaeróbio (LA) e comparar a intensidade do limiar de lactato (LL) com a intensidade do
delta de lactato (DL), 14 voluntários diabéticos tipo 2 (DM2) (60 ± 11 anos; 79 ± 15 Kg; 162 ±
6,5 cm), realizaram um teste incremental (TI) em cicloergômetro. Após realização do teste
incremental para identificação do LA, os voluntários realizaram 3 sessões experimentais em dias
distintos: 20 minutos em bicicleta ergométrica a 90 e 110% LA (com a identificação do DL) e
uma sessão controle (CON). Glicose sanguínea foi mensurada no repouso, aos 10 e 20 min do
exercício ou na situação controle, bem como a cada 15 minutos durante 2 horas do período de
recuperação pós-exercício (Rec). Teste t-student não identificou diferenças significantes entre LL
e DL de variação 0 .ANOVA não identificou diferenças significantes nas concentrações de
glicose sanguínea durante e após as sessões de 90 e 110% do LA. Ambas intensidades de
exercício promoveram uma diminuição significativa nas concentrações de glicose comparadas ao
CON. Redução significativa da glicemia foi observada aos 20 min de exercício (-41 + 15 mg.dl
-
1
), aos 15 min (-48 + 21 mg.dl
-1
) e 60 min da Rec pós sessão a 90% do LA enquanto que foi
observada uma queda significativa da glicemia aos 10 e 20 min do exercício e aos 15, 30, 45, 60
e 90 min da Rec após sessão de 110% LA ambas em relação ao controle. O exercício de maior
intensidade (110% LA) resultou em maior efeito hipoglicemiante e pode ser uma alternativa para
um melhor controle da glicose sanguínea em diabéticos tipo 2 que não possuam problemas
cardiovasculares ou outras complicações e restrições ao exercício realizado acima do LA. O DL
de variação 0 poderia ser utilizado como um método submáximo para identificar o LL.
Palavras chave: Diabetes tipo 2, Limiar anaeróbio, Controle da glicemia
ABSTRACT
ix
With the purpose of analyzing the blood glucose responses during and after exercise performed at
90 and 110% of anaerobic threshold (AT) and compare the intensity of lactate threshold (LT)
with the intensity of delta lactate (DL), 14 type-2 diabetic patients (DM2) (60±11 years; 79±15
Kg; 162±6.5 cm) performed an incremental test (IT) on cycle ergometer. After the IT for AT
identification, participants to three experimental sessions on different days: a 20 min of cycling
either at 90 or 110% of AT (with the identification of DL) and a control session (CON). Blood
glucose was measured at rest, 10 and 20th min of exercise or control condition, as well as at each
15 min during a 2 hour post-exercise recovery period (Rec). Test t-student no identified
differences significant between LT and DL of variation 0. The One Way ANOVA did not
identify significant differences in blood glucose between the 90 and 110% AT session. Both
exercise intensities induced a significant decrease in blood glucose compared to CON, a
significant decrease was observed at the 20th min of exercise (-41 + 15 mg.dl-1), and at the 15th
min (-48 + 21 mg.dl-1) and 60th min of Rec from the 90% of AT session. It was also observed a
significant decrease at 10 and 20 min of exercise and at 15th, 30th, 45th, 60th and 90th min of
Rec from the session at 110% of AT. The exercise performed at a higher intensity (110% AT)
resulted in a higher hypoglicemiant effect and may be an alternative of exercise intensity to better
control the blood glucose for type 2 diabetics well no have cardiovascular complications or other
restrictions to exercise performed above the AT. The DL of variation 0 can be used as a
submaximum method to identify of the LT.
Key Words: Type 2 Diabetes, anaerobic Threshold, Glycemic control
1
1. INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus (DM) é o distúrbio do metabolismo dos carboidratos caracterizado por
uma excessiva quantidade de glicose sanguínea (hiperglicemia), causada por uma ausência ou
deficiência parcial na secreção de insulina, deficiência na ativação dos pós-receptores de insulina
ou ambos (American Diabetes Association, 2005).
Nos últimos anos, o Brasil vem registrando uma crescente urbanização associada a um
processo de industrialização e melhoria nas condições de saneamento básico, trabalho e
educação. Como conseqüência houve uma melhora na qualidade de vida e diminuição da
mortalidade por doenças infecto-contagiosas. Entretanto, o número de mortes por doenças
crônico não transmissíveis (DCNT) se elevou (Brasil, 2005).
O DM é a DCNT que mais cresce no mundo, se constituindo em problema de saúde
pública. Cerca de 97% dos diabéticos na América Latina e Caribe são do tipo 2 (Barceló et al.,
2003). A prevenção e controle do diabetes tipo 2 podem ser feitas de forma simples, com
alimentação adequada e exercícios físicos orientados e regulares (Pan et al., 1997). Os exercícios
físicos atuam como uma forma não medicamentosa de controle glicêmico, o que é essencial para
a prevenção de complicações agudas relacionadas ao diabetes. Entretanto, a aplicação de
exercícios físicos sem orientação e o devido conhecimento das patologias associadas ao diabetes
pode trazer malefícios e piora do quadro clínico inicial.
Os vários aspectos do exercício físico, tais como, freqüência, duração, intensidade e
volume contribuem para que a resposta fisiológica ao exercício seja diferenciada. Desta forma, é
de primordial importância para o diabético tipo 2, o conhecimento das respostas metabólicas, em
especial a cinética glicêmica durante e após a realização de exercícios físicos realizados em
diferentes intensidades.
2
O conhecimento de uma intensidade de exercício físico que em uma única sessão de
exercício agudo, proporcionasse um melhor controle glicêmico sem oferecer um risco elevado,
seria de grande impacto e importância no tratamento do diabetes tipo 2 (DM
2
). Mas para isso é
necessário desenvolver um método submáximo e específico que permita identificar esta
intensidade ideal de exercício.
O monitoramento da intensidade de exercício é comumente realizado utilizando-se
porcentagens da freqüência cardíaca máxima ou a escala de percepção subjetiva de esforço
(Borg, 1973). Estes parâmetros de prescrição de treinamento são amplamente utilizados por
serem não invasivos e de fácil aplicação, porém sua utilização pode induzir a erros na prescrição
da intensidade de exercício adequada para diabéticos. O colégio americano de medicina do
esporte (Albright et al., 2000) recomenda que a freqüência cardíaca não deva ser utilizada
isoladamente para a prescrição da intensidade de exercício em diabéticos tipo 2, pois, muitos
diabéticos desenvolvem neuropatias e/ou utilizam beta-bloqueadores que influenciam a resposta
da freqüência cardíaca durante o exercício. Além disso, a freqüência cardíaca máxima é
comumente obtida por fórmulas que possuem uma grande margem de erro o que pode resultar em
complicações agudas durante a realização do exercício físico. A percepção subjetiva de esforço é
um parâmetro de avaliação física interessante devido a sua simplicidade, contudo apresenta várias
limitações como a não compreensão do paciente de seu esforço real durante o exercício e o risco
de complicações assintomáticas que não podem ser detectadas pelo paciente.
Atualmente o limiar anaeróbio é utilizado para avaliação funcional e prescrição da
intensidade de exercício para portadores de doenças crônico não transmissíveis (Kunitomi et al.,
2000; Thin et al., 2002), sendo este considerado um dos métodos “padrão ouro” para a prescrição
e avaliação aeróbia na fisiologia do exercício (Weltman et al., 1995).
3
Assim, a utilização da freqüência cardíaca e da percepção subjetiva de esforço no controle
da intensidade de exercício deve ser vista com cautela para esta população. Novos estudos devem
ser realizados para padronizar métodos de avaliação física submáximos, diretos e específicos que
possam permitir identificar uma faixa de intensidade ideal de exercício para o controle da
glicemia em diabéticos tipo 2.
4
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivos gerais
Investigar a possibilidade de se determinar a intensidade correspondente ao limiar de
lactato por meio de teste incremental e comparar os efeitos proporcionados por 20 minutos de
exercício em cicloergômetro a 90 e 110% do limiar anaeróbio em diabéticos tipo 2 que fazem uso
de hipoglicemiantes orais.
2.2. Objetivos específicos
Comparar a intensidade do limiar de lactato com a intensidade obtida pela variação do
lactato sanguíneo, em esforços duplos de carga constante (Delta de Lactato).
Analisar em diabéticos tipo 2, a resposta da glicemia durante e após exercício realizado a
90% e 110% do limiar de lactato em cicloergômetro.
5
3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
O DM é uma DCNT caracterizado por uma excessiva quantidade de glicose sanguínea
levando a complicações agudas e crônicas como a poliúria, polidipsia, polifagia, visão turva, e
falência de vários órgãos (American Diabetes Association, 2004b). O DM é uma epidemia
mundial. Na América latina e Caribe o número de pessoas com diabetes tipo 1 foi estimado em
370.000 (2,4%) e tipo 2 14.860.000 (97,6%). O DM causa um elevado custo social e redução da
qualidade de vida de seus portadores. Em 2000, na América Latina e Caribe, o custo relacionado
a mortes em diabéticos com menos de 65 anos, foi estimado em 3 bilhões; por inatividade
permanente em 50 bilhões e por inatividade temporária 763 milhões de dólares. Os custos com o
tratamento foram de 4,7 bilhões com insulina e medicamentos orais, 332 milhões com
hospitalizações, 888 milhões com consultas médicas e 2,4 bilhões de dólares com outras
complicações decorrentes do DM. O Custo total associado ao DM na América Latina e Caribe foi
estimado em 65 bilhões de dólares, cerca de 182 bilhões de reais por ano (Barceló et al., 2003).
O combate a esta epidemia deve ser urgente e imediato. Aproximadamente 90% dos
portadores de DM
2
são obesos (Barry et al., 2002), e sabe-se que o exercício sico contribui
cronicamente para redução da gordura corporal e conseqüente diminuição dos riscos e prevenção
para o desenvolvimento do DM
2
(Bruce & Hawley, 2004). O exercício físico regular é uma das
principais formas de prevenção e tratamento não medicamentoso do DM
2
(Kriska, 2003; Pan et
al., 1997), pois além de outros benefícios, promove um aumento da sensibilidade à ação da
insulina e aumento da captação de glicose pelo músculo exercitado auxiliando desta forma no
controle glicêmico (Albright et al., 2000).
Em indivíduos normais, durante o exercício físico, a captação de glicose é influenciada
diretamente pela intensidade e duração do exercício e pelo condicionamento físico do indivíduo
6
(Coggan et al., 1990; Coggan et al., 1995). Em indivíduos saudáveis, durante exercícios físicos
de baixa e moderada intensidade, a captação de glicose é aumentada em relação ao repouso,
contudo a glicemia não se altera porque ocorre liberação de glicose hepática estimulada pela
maior liberação de hormônios contra regulatórios (glucagon). Entretanto, se exercícios físicos de
alta intensidade forem aplicados, as concentrações plasmáticas dos hormônios contra regulatórios
será maior, ocorrendo assim uma maior liberação hepática de glicose que supera sua captação
pelo músculo ativo, o que leva a um aumento da glicemia durante o exercício (Forjaz, 1998).
Se esta resposta de hiperglicemia durante a realização de exercícios de alta intensidade
ocorrer em diabéticos tipo 2, não seria interessante a aplicação desse tipo de exercício pois, a
glicemia se elevaria ainda mais. Contudo, as respostas metabólicas ao exercício físico em
diabéticos podem ser diferenciadas quando comparadas a indivíduos normais. Kang et al., (1996)
observaram em 6 diabéticos tipo 2, que nos 50 minutos de exercício, o exercício físico mais
intenso (70% do VO
2 max
, intensidade próxima ao limiar anaeróbio (LA) para esta população)
promoveu maior captação de glicose do que o exercício físico de menor intensidade (50% do
consumo máximo de Oxigênio (VO
2 max
) intensidade abaixo do LA).
Indivíduos portadores de DM
2
, por exemplo, possuem um maior percentual (62%) de
fibras do tipo 2 (contração rápida) quando comparados com obesos (56,1%) e controle (48,7%) e
a densidade de GLUT 4 nos diabéticos tipo 2 foi maior nas fibras tipo 2 que nas do tipo 1
enquanto que esta relação foi inversa para os indivíduos controle e obesos (Gaster et al., 2001).
Assim, é possível que exercícios de maior intensidade possam ter um maior efeito
hipoglicemiante devido a maior estimulação de fibras do tipo 2.
O conhecimento das respostas fisiológicas em diabéticos tipo 2 que ocorrem, não
durante, mas também após o exercício físico realizado em diferentes intensidades é de
fundamental importância e precisam ser investigadas. Será a captação de glicose durante e após o
7
exercício reduzida quando se realiza exercícios com intensidades mais elevadas e relativas ao
LA?
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. Diabetes e exercício físico
4.1.1. Diabetes mellitus
O DM é o distúrbio do metabolismo dos carboidratos caracterizado por uma excessiva
quantidade de glicose sanguínea (hiperglicemia), causada por uma ausência ou deficiência parcial
na secreção de insulina, deficiência na ativação dos pós-receptores de insulina ou ambos
(American Diabetes Association, 2005). O DM trata-se de uma complexa fisiopatologia
multifatorial pela existência de múltiplos fatores implicados em sua patogênese como a poliúria,
polidipsia, polifagia, visão turva, perda de peso e as complicações agudas como a hiperglicemia e
a hipoglicemia que podem levar a morte. A hiperglicemia crônica está associada a dano,
disfunção e falência de vários óros, especialmente olhos (Fong et al., 2004), rins (American
Diabetes Association, 2004b), nervos, coração e vasos sanguíneos. Os maiores índices de
mortalidade em portadores de DM estão relacionados a doenças de origens vasculares (Laakso,
2000) e neurológicas como as macroangiopatias (afecções cardíacas isquêmicas e as
vasculopatias periféricas) e as microangiopatias (nefropatia e as neuropatias).
Segundo a World Health Organization (1999) e American Diabetes Association (2005) o
DM pode ser classificado em quatro categorias distintas: a) DM tipo 1; b) DM
tipo 2; c) outros
tipos específicos de DM e d) DM gestacional.
8
O DM tipo 1 é caracterizado por deficiência parcial ou total na secreção de insulina,
causada pela destruição das células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, devido a
processos auto-imune ou por causas desconhecidas (idiopático) (World Health Organization,
1999). Cerca de 3% das pessoas diabéticas são do tipo 1 (Barceló et al., 2003). O
desenvolvimento do diabetes tipo 1 ocorre com maior freqüência entre os 10 e 14 anos de idade,
havendo a seguir uma diminuição progressiva da incidência até os 35 anos. No entanto,
indivíduos de qualquer idade podem desenvolver diabetes do tipo 1. Em geral, os pacientes
apresentam índice de massa corporal normal, mas a presença de obesidade não exclui o
diagnóstico. Por apresentarem pouca ou nenhuma insulina endógena, os diabéticos do tipo 1 são
suscetíveis à ocorrência de cetoacidose e hiperglicemia, com isto o diabético do tipo 1 deve
receber injeções diárias de insulina exógena para manter os níveis glicêmicos constantemente
controlados (American Diabetes Association, 2005).
O DM
2
se caracteriza pela resistência à captação de glicose pelos tecidos muscular e
adiposo (American Diabetes Association, 2005). O desenvolvimento do DM
2
está intimamente
relacionado à inatividade física e hábitos alimentares inadequados (Kriska, 2003; Pan et al.,
1997). Cerca de 97% de todos os diabéticos são do tipo 2 (Barceló et al., 2003), sendo a maioria
obesa, apresentando triglicérides elevados e menores quantidades de lipoproteínas de alta
densidade (Laakso, 2000), além de acentuada resistência à insulina. Ainda não estão bem
esclarecidos quais são os mecanismos que levam ao desenvolvimento da DM
2
, mas sabe- se que
o desequilíbrio do metabolismo lipídico está associado a resistência a ação da insulina (Bruce &
Hawley, 2004). Os diabéticos possuem uma menor capacidade de oxidar ácidos graxos devido
seu reduzido percentual de fibras do tipo I (Marin et al., 1994) o que leva a um acúmulo de
lipídios intramusculares que pode desencadear falhas nos pós-receptores de insulina podendo este
ser um dos mecanismos da resistência à insulina (Dela et al., 1994). O exercício físico é
9
fundamental para portadores de DM
2
, os benefícios do exercício físico vem desde a prevenção do
DM
2
(Pan et al., 1997) até a redução das concentrações sanguíneas de glicose durante e após
realização do exercício físico (Giacca et al., 1998).
Outros tipos de DM são originárias de diferentes patologias que levam ao
desenvolvimento do diabetes. Contudo, não devem ser classificadas como diabetes tipo 1 e tipo 2
ou gestacional. Com o avanço da medicina, tem se observado um grande número de causas para o
desenvolvimento do DM o que permitiu uma classificação mais específica e distinta. Atualmente,
são classificadas em várias sub-classes: a) Defeito genético nas células beta; b) resistência à
insulina determinada geneticamente; c) Doenças pancreáticas; d) distúrbios endócrinos; e)
causado por compostos químicos ou fármacos; f) infecções; g) formas incomuns de diabetes auto-
imunes; h) outras síndromes genéticas associadas ao diabetes (American Diabetes Association,
2005).
DM gestacional é uma intolerância a glicose diagnosticada durante a gravidez, podendo
ou não persistir após o parto (World Health Organization, 1999). Em torno de 7 % das mulheres
grávidas vão desenvolver o diabetes gestacional (American Diabetes Association, 2004a),
geralmente do segundo ao terceiro trimestre de gravidez. Após a gravidez, a intolerância à glicose
não é observada, contudo há possibilidade das pacientes acometidas de diabetes gestacional
desenvolverem DM
2
. Os fatores de risco associados à diabetes gestacional são semelhantes aos
descritos para o DM
2
podendo inclusive levar a perda fetal durante a gravidez, sendo de
fundamental importância a realização de testes diagnósticos em todas mulheres grávidas.
4.1.2. Exercício físico e glicemia
10
Em repouso, as membranas das fibras musculares são pouco permeáveis à glicose, sendo
a insulina a responsável pela estimulação de uma série de reações intracelulares em cascata que
resulta no aumento de sua captação. Durante o exercício físico, o substrato energético utilizado é
regulado pelo sistema neuro-endócrino, a secreção de insulina é diminuída e ocorre um aumento
na concentração sanguínea de outros hormônios como as catecolaminas, glucagon (Sigal et al.,
2004). Neste momento, as fibras musculares se tornam bastante permeáveis à glicose e o
organismo utiliza grandes quantidades de glicose durante o exercício físico para gerar energia
necessária para contração muscular, mesmo não havendo grandes quantidades de insulina
plasmática circulante. Os mecanismos moleculares que desencadeiam a captação de glicose não
dependente de insulina durante e após o exercício ainda não estão bem esclarecidos. Alguns
possíveis mecanismos relacionados a captação de glicose por uma via não dependente de insulina
são relacionadas ao aumento da expressão-gênica e/ou aumento da atividade molecular de
proteínas envolvidas no metabolismo da glicose como o glucose-transporter 4 (GLUT-4) e a
bradicinina envolvida no sistema calicreína-cininas (Kennedy et al., 1999; Taguchi et al 2000;
Ivy, 2004; Gibas et al., 2005).
Kennedy et al., (1999) sugerem que a captação de glicose durante o exercício físico se
deva ao aumento da translocação do GLUT-4 para a membrana celular. Estes autores
encontraram um aumento de 74% na quantidade de GLUT-4 após exercício em cicloergômetro,
se comparado aos valores de repouso o que poderia explicar a captação de glicose após o
exercício físico por uma via não dependente de insulina. Da mesma forma que Kennedy e
colaboradores (1999), Ivy, (2004) verificou que o exercício físico aumenta a expressão do
GLUT-4 nos músculos exercitados dessa forma o número de transportadores de glicose
aumentam após o exercício, bem como a captação de glicose.
11
Um dos possíveis mecanismos que auxiliam no aumento da expressão do GLUT-4 é a
bradicinina envolvida no sistema calicreína-cinina que pode auxiliar na captação de glicose num
sistema independente de insulina. O sistema da calicreína parece estimular a translocação do
GLUT-4 de maneira não insulino dependente (Taguchi et al 2000; Gibas et al., 2005) e como o
exercício físico aumenta a produção de bradicinina (Taguchi et al 2000) esta pode estar
relacionada a captação de glicose durante e após a realização do exercício físico.
Assim, devido a captação de glicose por um mecanismo não dependente de insulina,
durante o exercício físico poderia ocorrer uma queda da glicemia para valores inferiores a 60
mg.dl
-1
(hipoglicemia) (McArdle, Katch e Katch, 2001). Entretanto, o organismo humano possui
mecanismos fisiológicos que evitam a queda abrupta das concentrações de glicose como, por
exemplo, a produção hepática de glicose ou gliconeogênese e a glicogenólise hepática.
O aumento da captação e utilização de glicose durante o exercício está diretamente
relacionado à intensidade e duração desse exercício. Em indivíduos ativos e não ativos saudáveis,
durante os 30 minutos iniciais de exercício físico leve a moderado, a glicemia não se altera,
porém, se o exercício físico continuar, uma tendência de queda glicêmica a partir do 60º
minuto (Coggan et al., 1990). A manutenção da glicemia nos 30 minutos iniciais do exercício se
deve a redução das concentrações plasmáticas de insulina e ao aumento dos hormônios contra
regulatórios (cortisol, glucagon, adrenalina, noradrenalina e hormônio do crescimento) que
estimulam a glicogenólise e a gliconeogênese fazendo com que haja um equilíbrio entre produção
e utilização da glicose. No exercício físico intenso, um aumento nas concentrações de glicose
sanguínea, este aumento é explicado pela maior estimulação e secreção dos hormônios contra
regulatórios que estimulam uma produção de glicose superior à sua utilização (Forjaz et al.,
1998).
12
Estas respostas são mais claras quando observamos o comportamento glicêmico durante
exercícios incrementais empregados na determinação do limiar anaeróbio. Simões et al. (1998)
observaram semelhança entre a cinética glicêmica e a cinética lactatêmica durante a aplicação do
teste para determinação do LA não encontrando diferenças estatisticamente significantes entre o
limiar anaeróbio identificado por dosagens lactatêmica e o identificado por dosagens glicêmicas.
Posteriormente, diversos estudos confirmaram semelhanças entre os limiares glicêmicos e
lactatêmica (Campbell, et al., 1998; Simões et al., 1999; Simões et al., 2003). Durante teste de
esforço incremental, em intensidades inferiores ao limiar anaeróbio, uma manutenção ou
ligeira queda nas concentrações sanguíneas de glicose enquanto que em intensidades superiores
ao limiar anaeróbio as concentrações de glicose aumentam exponencialmente possivelmente pela
liberação de maiores quantidades de hormônios contra regulatórios. Urhausen et al. (1994)
verificaram equilíbrio dinâmico nas concentrações de lactato, glicose e adrenalina plasmática
durante exercícios de carga constante realizados na intensidade correspondente ao limiar
anaeróbio, sendo observado aumento destas variáveis fisiológicas em intensidades superiores ao
limiar anaeróbio. Desta forma, é possível que a intensidade correspondente ao limiar anaeróbio
também seja a máxima intensidade de exercício físico onde se observa um equilíbrio entre a
produção e utilização de glicose e toda intensidade realizada acima desta resultaria em aumento
da glicemia enquanto que todas intensidades abaixo resultariam em queda da mesma. Contudo,
em diabéticos tipo 2 estas respostas podem ser diferentes.
Kang et al., (1996) observaram que diabéticos tipo 2, apresentam uma maior queda
glicêmica durante exercícios de maior intensidade (70% do VO
2 max
, próximo a intensidade do
LA) do que em exercícios de menor intensidade (50% do VO
2 max
, intensidade abaixo do LA).
Estudos sobre o controle da glicemia em intensidades de exercício baseadas no LA,
seriam muito importantes para os indivíduos diabéticos, que o mesmo delimita intensidades de
13
exercício com menor e maior ativação simpática. Para diabéticos tipo 2, a avaliação do limiar
anaeróbio poderia ser empregada para prescrição da intensidade de exercício adequada como uma
forma de terapia não medicamentosa para o controle glicêmico, uma vez que o lactato, a glicose e
adrenalina estavam aumentados consideravelmente em intensidades acima do limiar anaeróbio
em indivíduos saudáveis (Urhausen et al., 1994).
Um programa de exercício físico bem orientado e regular promove muitos benefícios
como a redução dos fatores de risco de doenças cardiovasculares, bastante comuns em diabéticos,
aumento do fluxo sanguíneo nos membros inferiores prevenindo os efeitos da aterosclerose,
redução das taxas de colesterol e triglicérides, bem como, a redução da pressão arterial pós-
exercício, redução da massa corporal, melhora da tolerância à glicose e da sensibilidade à
insulina (American Diabetes Association, 2004c). Além disso, em muitos casos, a prática regular
da atividade física leva à diminuição das doses de medicamentos hipoglicemiantes orais, auxilia
na redução do estresse e combate a depressão bastante comum em diabéticos idosos (Netto,
2000). Contudo, as respostas glicêmicas em exercícios realizados abaixo e acima do LA em
diabéticos tipo 2 não foram ainda investigadas.
Com intuito de simular em parte a condição de hiperglicemia do diabético, Mizuta e
Simões (2000) investigaram as respostas glicêmicas após hiperglicemia induzida pela ingestão de
carboidratos em indivíduos saudáveis durante 25 minutos de exercício em diferentes intensidades
relativas de esforço (80, 90 e 100% do limiar anaeróbio e uma intensidade a critério do
voluntário) e observaram que todas as intensidades de exercício resultaram em queda da
glicemia, no entanto a 90% do limiar anaeróbio a queda da glicemia foi mais acentuada. A
aplicação deste achado em diabéticos tipo 2 poderia ser de grande importância e relevância, mas
não se sabe se a resposta glicêmica a estas intensidades de exercícios nos diabéticos seria
semelhante a do estudo de Mizuta e Simões (2000). A identificação de uma intensidade de
14
exercício físico que contribua mais para o controle glicêmico em diabéticos tipo 2 poderia
contribuir para uma melhora sensível da qualidade de vida de portadores de DM
2
e para uma
redução dos gastos com mortes prematuras, internações, medicamentos e invalidez associadas à
doença. Contudo, não estudos que investigaram diferentes intensidades de exercício físico
relativas ao LA e controle glicêmico nessa população. Existe ainda a necessidade de se investigar
as respostas glicêmicas não durante, mas também após a realização de exercícios físicos em
diferentes intensidades em indivíduos diabéticos tipo 2.
4.1.3. Exercício físico e diabetes tipo 2
Em um estudo realizado na China, foi observado que a incidência de DM
2
em 577
indivíduos com resistência à insulina foi menor nos indivíduos que receberam intervenção (dieta -
44%; exercício - 41%; e dieta + exercício - 46%) do que no grupo controle (68%) (Pan et al.,
1997). Assim, a atividade física pode reduzir a incidência de DM
2
além de promover inúmeros
benefícios para portadores de DM
2
, o exercício atua como forma não medicamentosa de controle
glicêmico, o que é fundamental para a prevenção de complicações relacionadas ao DM
2
como a
hipertensão arterial (HA).
A hiperinsulinemia, característica no diabético tipo 2, aumenta a atividade do sistema
nervoso simpático, o que desencadeia um estado hiperadrenérgico promovendo assim a
vasoconstrição e contribuindo para a elevação da pressão arterial e desenvolvimento da
hipertensão arterial (Landsberg et al.,1992). A HA é a maior determinante da ocorrência de
eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos tipo 2. Sua prevalência é duas vezes maior em
diabéticos e sua presença aumenta a ocorrência de complicações micro e macrovasculares
(Mogensen, 1998).
15
Além de contribuir para o controle glicêmico dos diabético tipo 2, o exercício físico pode
reduzir os valores da pressão arterial após uma única sessão de exercício, este fenômeno é
denominado de hipotensão pós-exercício (HPE). A HPE pode ser mantida por até 22 horas
(Rondon et al, 2002) e sofre influência da intensidade e duração do exercício (Forjaz et al.,1998;
2004). Forjaz et al., (1998; 2004) observaram que a duração e a magnitude da HPE é maior em
exercícios de maior duração e maior intensidade, porém exercícios de maior intensidade e
duração podem não ser os mais indicados para pessoas com baixa aptidão física e complicações
cardiovasculares como é o caso de muitos portadores de DM
2
.
Para diabéticos, exercícios de baixa e moderada intensidades são os mais recomendados.
Sigal et al., (2004) recomendam que para o controle glicêmico, manutenção do peso e redução do
risco de doenças cardiovasculares deve-se realizar 150 minutos por semana de atividade física
aeróbia moderada (40 a 60% do VO
2 max
)
ou 50 a 70% da freqüência cardíaca máxima (FC
máx
))
e/ou 90 minutos por semana de atividade física aeróbia mais intensa (maior que 60% do VO
2 max
ou maior que 70% da FC
máx
). quando a ênfase é a perda de peso é recomendado um maior
volume de exercício semanal (7h de atividade física aeróbia moderada a intensa). A atividade
física deve ser realizada numa frequência de 3 dias por semana e não mais de 2 dias sem
atividade física, porém indivíduos com tempo reduzido para realizar atividade física devem fazê-
lo mesmo que por pouco tempo, pois 20 minutos de exercício aeróbio podem ser suficientes para
causar queda de glicemia (Dados do presente estudo apresentados na Figura 6).
Albright et al., (2000) recomendam exercícios com frequência de 3 a 5 vezes por semana
e intensidade baixa a moderada (40 a 70% VO
2 max
) para melhora do condicionamento
cardiovascular e para promover mudanças metabólicas favoráveis tais como, diminuição da
resistência à insulina. Para estes autores, exercícios de alta intensidade (70 a 90% VO
2 max
)
também podem promover mudanças favoráveis, mas é importante observar a relação
16
risco/benefício, intensidades baixas e moderadas proporcionam menor risco para diabéticos que
frequentemente apresentam doenças cardiovasculares. Para diabéticos a duração do exercício
inicialmente deve ser curta (10 a 15 minutos) e deve ser aumentada gradualmente levando em
consideração a individualidade do paciente até uma duração de 30 a 60 min. Além disso, o
exercício pode ser fracionado em sessões de 10 minutos.
Kunitomi et al (2000) reavaliaram a melhor intensidade para a realização de exercícios
aeróbios. Neste estudo 56 diabéticos tipo 2 foram submetidos a um teste incremental para
identificação do LA, da FC
máx
, frequência cardíaca de reserva (FC
res
) e da percepção subjetiva de
esforço (PSE). Estes autores indicaram o limiar anaeróbio para a prescrição de exercícios
aeróbios por ser uma intesidade que delimita o predomínio entre o sistema aeróbio e anaeróbio de
produção de energia. Segundo estes autores, 60% da FC
máx
, 30% da FC
res
e PSE 12 (Intensidade
moderada) seriam as intensidades recomendadas para a prescrição de exercícios em diabéticos
tipo 2.
A combinação mais recomendada de exercícios para diabéticos é exercício aeróbio e
exercício resistido. Estes exercícios realizados de forma isolada ou simultânea promovem
controle glicêmico de forma aguda ou crônica em diabéticos tipo 2.
Baldi e Snowling (2003) investigaram os efeitos do treinamento resistido de intensidade
moderada no controle glicêmico em homens diabéticos tipo 2 obesos. 18 diabéticos foram
divididos em dois grupos (grupo de treinamento resistido e o grupo controle). Os que
participaram do treinamento resistido realizaram 1 a 2 passagens em um circuito de 10 exercícios
com 12 repetições, sendo os exercícios realizados em 3 dias por semana. Após 10 semanas, os
indivíduos que realizaram o treinamento resistido reduziram significativamente os valores
plasmáticos de glicose e insulina em jejum em relação ao grupo controle, a massa muscular
magra aumentou 3,5% (o grupo controle não teve aumento de massa muscular magra), a força e a
17
resistência muscular aumentou 25 e 52% respectivamente (não houve aumento de força e
resistência muscular no grupo controle), os valores de hemoglobina glicada não foram
modificados em ambos os grupos apesar de ter ocorrido a tendência de modificações positivas no
grupo de treinamento resistido (p=0,057). Estes autores concluíram que o exercício resistido
moderado é eficiente para promover moderado controle glicêmico e auxiliar na diminuição da
insulina de jejum em homens diabéticos tipo 2 obesos.
Giacca et al., (1998) observaram em 7 indivíduos sem sobrepeso, 7 obesos e 7 obesos
diabéticos tipo 2 a resposta aguda da glicemia durante exercício aeróbio (45 minutos a 50% do
VO
2 máx
em cicloergômetro) e durante 150 minutos de recuperação pós-exercício. Nos indivíduos
sem sobrepeso e obesos, a glicemia não se modificou durante o exercício e durante a recuperação
pós-exercício, nos indivíduos obesos diabéticos a glicemia teve um declínio médio de 1 mM
(18 mg.dl
-1
) durante o exercício e se manteve abaixo dos valores basais durante o período de
recuperação pós-exercício. A secreção da insulina foi similar em ambos os grupos, mas a taxa de
utilização da glicose durante o exercício foi maior nos indivíduos diabéticos. Neste estudo de
Giacca et al., (1998) o exercício físico de moderada intensidade e duração (45 minutos a 50% do
VO
2 max
aproximadamente 70% do LA para diabéticos tipo 2) promoveu redução da glicose
plasmática durante e após a realização de exercícios em indivíduos diabéticos tipo 2, porém o
mesmo não ocorreu em indivíduos não diabéticos sem sobrepeso e obesos.
Em um estudo que associa treinamento aeróbio em esteira (75 minutos de corrida e
caminhada em intensidade de 60 a 80% da FC
máx
aproximadamente 80 a 100% LA) realizado
duas vezes por semana e exercícios resistidos (6 exercícios, 3 séries de 12 repetições a 60% da
carga máxima) realizado duas vezes por semana durante 16 semanas, Tokmakidis et al., (2004)
observaram modificações positivas no controle glicêmico, ação da insulina, força muscular e
tolerância ao exercício em mulheres com diabetes tipo 2. Nesse estudo, foram observadas
18
melhoras significativas na glicemia e insulinemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA
1c
), na
glicemia e insulinemia durante o teste de tolerância à glicose, no tempo de exercício e na força
muscular após as 16 semanas da associação de exercícios aeróbio e resistido.
Assim, a atividade física regular desencadeia alterações fisiológicas benéficas para
portadores de DM
2
e pode prevenir o desenvolvimento da DM
2
e ser considerada uma forma não
medicamentosa de controle glicêmico, o que é fundamental para a prevenção de complicações
relacionadas ao DM
2
.
4.2. Métodos de avaliação física
4.2.1. Consumo máximo de oxigênio
O consumo de oxigênio (VO
2
) reflete a capacidade do organismo em transportar e utilizar
o oxigênio para a formação de energia, esta medida aumenta linearmente com o incremento da
carga/intensidade de trabalho até um momento onde não se observa o aumento do VO
2
com o
incremento de carga, neste momento obtemos o consumo máximo de oxigênio (VO
2máx
) (Barros
Neto et al., 2001). O VO
2
máx é limitado pelo débito cardíaco máximo (DC
máx
) e pela máxima
extração periférica de oxigênio (diferença arteriovenosa de O
2
: (a-v)O
2
). A fórmula de Fick (VO
2
máx = DC
máx
x (a-v)O
2
) expressa bem estas limitações, pois para se alcaar valores máximos de
consumo de O
2
é necessário haver uma boa capacidade do sistema cardiovascular em fornecer
oxigênio para as mitocôndrias e uma boa capacidade tecidual de extrair este oxigênio circulante
(Silva et al., 1997).
O VO
2máx
é uma medida amplamente utilizada para a avaliação e prescrição de
intensidade de exercício tanto para atletas (Simões et al., 1999; Wiswell et al., 1999; Neder et al.,
19
2000; Spencer e Gastin, 2000; Simões et al., 2003; Silva et al., 2005) como para portadores de
doenças crônico não transmissíveis (Larsen et al., 1999; Kunitomi et al., 2000; Thin, et al., 2002;
Guelfi et al., 2005; Perrone et al., 2005). A determinação do VO
2 máx
pode predizer o risco de
mortalidade para homens e mulheres (Blair et al., 1984) e, um pequeno aumento desta aptidão
física está associado à uma redução significativa no risco de morte (Erikssen et al., 1998).
Diabéticos comumente apresentam baixos valores de VO
2 máx
(+18,0 ml.kg.min
-1
) e pequenos
aumentos nestes valores resultam em uma maior sensibilidade à insulina e redução da taxa de
mortalidade (Albright et al., 2000). Assim, o VO
2 máx
representa um importante aspecto da
avaliação funcional e fornece informações importantes para o diagnóstico clínico.
4.2.2. Limiar anaeróbio
Atualmente, encontramos um grande número de terminologias e metodologias
(Wasserman & Mcllory, 1964; Heck et al., 1985; Tegtbur et al., 1993; Simões et al., 1999;
Beneke, 2003; Billat et al., 2004) utilizadas para identificar uma intensidade de exercício onde se
observa um equilíbrio dinâmico entre diversas variáveis fisiológicas como a concentração de
lactato e o VO
2
(Baron et al., 2003). Esta intensidade de exercício é comumente chamada de
limiar anaeróbio (LA). Devido a este grande mero de métodos utilizados para se estimar esta
intensidade de equilíbrio, há uma certa confusão na definição e conceituação do LA.
O termo limiar anaeróbio foi inicialmente proposto por Wasserman & Mcllory, em 1964.
Estes autores utilizaram parâmetros ventilatórios para identificar o início da acidose metabólica
durante um teste sico com incremento progressivo de carga, posteriormente o termo foi
amplamente utilizado em diversas pesquisas, e o seu conceito, nomenclatura e metodologia foi
20
sofrendo alterações com o passar do tempo (Kindermann et al., 1979; Skinner e Mclellan, 1980;
Heck et al., 1985; Tegtbur et al., 1993; Simões et al., 1999; Beneke, 2003; Billat et al., 2004;
Pardono et al, 2005).
Atualmente as respostas lactatêmicas e ventilatórias durante um teste incremental são as mais
utilizadas para se determinar o LA, mas, independente da terminologia, metodologia e
conceituação utilizada, o LA é um importante parâmetro de avaliação aeróbia, sua determinação é
de fundamental importância para a prescrição de exercícios físicos também para portadores de
DCNT.
4.2.3. Limiar ventilatório
O LA como foi citado no capítulo anterior pode ser determinado por diferentes métodos, e
o método não invasivo que utiliza os gases (O
2
e CO
2
) expirados para identificar o LA é
comumente denominado de limiar ventilatório (LV).
Para compreendermos como é possível identificar o aumento da acidose metabólica por
parâmetros ventilatórios, devemos dar uma breve explicação de alguns parâmetros envolvidos
nestas reações. A ventilação pulmonar (VE) é resultante do produto da freqüência respiratória
pelo volume corrente e expressa o volume de ar inspirado em litros por minuto. Cerca de 70% do
VO
2
consumido é convertido em dióxido de carbono (VCO
2
) e eliminado pelos pulmões. Durante
o exercício, o VCO
2
pode ser produzido pelo organismo a partir de duas formas, gerado pelo
metabolismo oxidativo ou resultante do tamponamento do lactato (Barros Leite et al., 2001).
Com o incremento da sobrecarga de trabalho o VO
2
, o VCO
2
e o lactato aumentam
paralelamente durante o esforço, a partir do momento em que o LA é atingido, a produção do
lactato nas células musculares supera sua taxa de remoção, a grande quantidade de lactato
21
acarreta em aumento da produção de CO
2
muscular devido ao sistema tampão do bicarbonato
entrar em ação. O início da acidose metabólica e o excesso de CO
2
estimulam os centros
respiratórios que desencadeiam o aumento da ventilação, neste momento o limiar ventilatório
pode ser identificado quando ocorrer um aumento desproporcional de VCO
2
em relação ao VO
2
e
portanto um aumento no equivalente ventilatório de O
2
(VE/VO
2
) sem que haja um aumento
equivalente para CO
2
(VE/VCO
2
) (Ferraz e Bocchi, 2001; Yazbek et al., 2001; Serra, 1997;
Barros Neto et al., 2001).
Desta forma, a análise dos gases expirados durante exercícios incrementais, podem
fornecer medidas não invasivas e indiretas do início da acidose metabólica que acontecem nos
músculos ativos e permitir identificar o limiar anaeróbio.
4.2.4. Métodos lactatêmicos para identificação do limiar anaeróbio
A resposta do lactato sangüíneo durante o exercício físico é aceito como o mais adequado
índice fisiológico para: a) avaliar o desempenho em exercícios físicos submáximos de longa
duração; b) prescrição da intensidade relativa de esforço; c) determinar os efeitos do treinamento
e destreinamento (Weltman, 1995; Denadai, 2000).
Contudo, para portadores de DCNT, os métodos lactatêmicos não são os mais utilizados
para se determinar o LA. Os métodos ventilatórios são mais utilizados por serem não invasivos.
O grande número de coletas sanguíneas e a aplicação de métodos máximos são fatores que
restringem sua aplicação para muitos portadores de DCNT.
Atualmente o parâmetro fisiológico mais utilizado para a prescrição da intensidade de
exercício é a freqüência cardíaca, isto se deve a sua simplicidade e praticidade. Equações são
22
constantemente utilizadas para se identificar a freqüência cardíaca máxima de forma indireta,
estas equações possuem uma grande margem de erro o que compromete sua aplicação para
portadores de doenças crônico não transmissíveis, além de muitos destes consumirem drogas
(medicamentos) que alteram a FC.
O VO
2 máx
e o LA são comumente utilizados para a prescrição da intensidade de exercício,
porém o teste incremental que permite obtê-los de forma indireta é realizado até a exaustão, o que
pode não ser recomendado a esta população que pode apresentar complicações associadas ao DM
como hipertensão, doenças coronarianas.
Uma alternativa para estas limitações seria a utilização de um novo método, o delta de
lactato que foi desenvolvido para identificar uma intensidade de exercício onde teoricamente
ocorreria uma variação 0 da concentração do lactato sanguíneo. Esta nova metodologia propõe
identificar a intensidade da máxima fase estável de lactato a partir da variação do lactato
sanguíneo em 2 sessões de exercícios submáximos com apenas 2 coletas sanguíneas em cada
sessão de exercício (Billat et al., 2004).
O delta de lactato poderia ser de grande aplicação para diabéticos tipo 2, esta nova
metodologia apresenta inúmeras vantagens como seu baixo custo e sua fácil aplicação, além de
ser um método sub-máximo o que é de fundamental importância quando se trata de pessoas com
baixa aptidão física e alto risco cardiovascular, porém a validade do delta de lactato para estimar
o LA em diabéticos tipo 2 deve ser investigada.
23
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1.Comitê de ética de pesquisa em seres humanos
Os métodos utilizados no presente estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética de
Pesquisa em seres humanos da Universidade Católica de Brasília oficio CEP/UCB número
103/2005. Antes de serem submetidos ao estudo, os voluntários assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido onde foram informados sobre os procedimentos bem como
riscos e benefícios envolvidos na pesquisa e preencheram um questionário sobre histórico de
saúde (Anexo 2).
5.2. Amostra
Participaram da pesquisa 14 voluntários portadores de DM
2
, com idade entre 42 e 76
anos. Para se diagnosticar a presença de complicações cardiovasculares um eletrocardiograma
(ECG) de repouso e de esforço foi realizado por um cardiologista. Os critérios de exclusão dos
voluntários da participação na pesquisa foram: macroangiopatias, retinopatias, nefropatias,
neuropatias, pé diabético com feridas, uso de insulina.
A tabela 1 apresenta as características de todos os voluntários do estudo, trazendo também
os valores de repouso do lactato e da glicemia em jejum. A tabela 2 apresenta os valores de
repouso da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), freqüência cardíaca
(FC) e VO
2pico
bem como os medicamentos utilizados pelos voluntários.
24
Tabela 1 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) das características dos voluntários que
participaram do estudo e valores do lactato e glicemia de jejum (n = 14).
Voluntário
Idade
(anos)
Tempo
Diabetes
(anos)
Peso
(kg)
Altura
(cm)
IMC
(kg.m
2
)
-1
Sexo
Lactato
repouso
(mM)
Glicemia
jejum
(mg.dl)
-1
F 76 20 72,7 159 29 M 1,2 123
H 44 2 98,3 160 38 F 1,7 209
N 73 4 68,0 162 26 F 2,8 219
J 60 21 94,2 163 36 M 1,3 186
D 42 2 107,3 174 35 M 1,3 120
E 55 13 71,0 162 27 F 1,6 150
V 58 1 64,4 151 28 F 1,4 130
M 47 16 74,3 163 28 F 2,6 140
C 57 2 75,5 160 30 F 1,7 131
S 57 8 77,0 158 31 F 2,3 307
I 64 4 80,0 159 32 F 1,8 126
JP 64 11 94,0 164 35 M 1,6 128
Z 74 10 48,0 159 19 F 2,3 164
A 66 9 78,0 177 25 M 2,2 232
Média 60 9 79,0 162 30 -- 1,8 169
+ DP 11 7 15,0 6,5 5 -- 0,5 55
Tabela 2 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) dos valores de repouso da pressão arterial
sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), freqüência cardíaca (FC) e VO
2pico
(n = 14).
Voluntário
PAS
repouso
(mmHg)
PAD
repouso
(mmHg)
PAM
repouso
(mmHg)
FC
repouso
(Bpm)
VO
2 pico
(ml.kg
-1
.
min
-1
)
Medicamentos
F 152 71 98 50 14 --
H 124 79 94 73 15 --
N 128 67 87 74 19
*Gliclazida, *Metformina
J 145 85 105 90 21
*Gliclazida, *Metformina, Niceptina
D 127 77 94 70 24
*Metformina
E 108 69 82 73 --
*Glibenclamida, Verapamil, Primarim
V 129 85 99 82 19
Inalapril, Aniaril
M 125 75 91 81 --
Natrilix, *Gliclazida, *Metformina, beozidrato
C 114 74 87 65 20
*Metformina, Hyzaor
S 118 75 89 77 19
*Metformina, *Gliclazida, Vasopril, Pressat, Zocor
I 127 75 92 71 12
*Metformina
JP 111 71 81 76 17
*Metformina, *Gliclazida, Vasopril, Natrilix
Z 134 69 91 74 18
*Gliclazida
A 135 76 96 99 19
Nifeloti, *Glibenclamida, Somalgim
Média 127 75 92 75 18,0 --
+ DP 12 5 7 11 3,6 --
* Hipoglicemiantes orais estão descritos no anexo 2. Não foi possível identificar o VO
2 pico
para E
e M por problemas técnicos no equipamento.
25
5.3. Procedimentos
Após avaliação clínica realizada pelo cardiologista, os voluntários foram submetidos a um
teste incremental em cicloergômetro para identificação do limiar anaeróbio e para registro do
eletrocardiograma. Após a determinação do limiar anaeróbio, os voluntários realizaram em dias
distintos e em ordem randomizada sessões de exercícios com carga constante ou retangular
durante 20 minutos em cicloergômetro a intensidades de 90 e 110% do limiar anaeróbio e uma
sessão onde os voluntários permaneceram em repouso sentado (sessão controle). Todos os
exercícios foram realizados na bicicleta ergométrica Lode Excalibur.
A PSE, PAS, PAD, FC, VO
2
, lactato e glicose sanguínea foram mensurados durante os 20
minutos do repouso pré-exercício e durante as sessões de 20 minutos de exercício. A glicose
sanguínea foi mensurada a cada 15 minutos durante duas horas após a realização do exercício.
Todos os testes foram realizados sempre no mesmo horário do dia, em um prazo de duas
semanas. Com exceção do teste incremental, todas as demais sessões foram randomizadas.
Durante todo o estudo os testes foram realizados com acompanhamento e supervisão de
um médico cardiologista para analisar as possíveis alterações cardiovasculares e interromper
qualquer teste, se necessário.
5.3.1. Alimentação, medicamentos e temperatura
Um quite alimentar contendo um biscoito salgado integral 30g, um mini bolo e um suco
de baixa caloria totalizando 256 Kcal, 28% de gordura, 64% de carboidratos e 8% de proteínas
foi padronizado por uma nutricionista e distribuído para os voluntários ingerirem entre 1 a 2h
26
antes das sessões de exercícios de carga constante e controle. O teste incremental foi realizado
em jejum para possibilitar uma melhor identificação do LA.
O quite alimentar foi proposto com o intuito de minimizar a influência de diferentes tipos
de alimentação realizadas previamente ao exercício. O período de ingestão do desjejum de 1 a 2
horas antes das sessões foi determinado por proporcionar ao diabético tipo 2 uma condição ideal
para a prática de exercício físico segundo recomendações de Poirier et al., 2000; Poirier et al.,
2001. Foi respeitado um prazo de no mínimo 24h entre os testes para se evitar possíveis efeitos
da fadiga muscular e captação de glicose pós-exercício aumentada, que segundo Albright et al.,
2000, pode se prolongar por 24
a 72h.
A utilização dos medicamentos não foi suspensa durante a realização do estudo. Os
medicamentos foram mantidos para proporcionar uma maior validade ecológica ao estudo e
diminuir os riscos que poderiam ser causados pela suspensão dos medicamentos.
A temperatura ambiente sempre foi mantida entre 22 e 23 graus celsius e a umidade do ar
entre 50 e 70%. Todos os testes foram realizados no laboratório de fisiologia do exercício e
treinamento (LAFIT) da Universidade Católica de Brasília.
5.3.2. Teste incremental
O teste incremental (TI) foi realizado para se determinar o limiar anaeróbio, bem como,
para se realizar o eletrocardiograma de esforço que permitiu identificar respostas potencialmente
anormais, como isquemia miocárdica assintomática que, uma vez diagnosticada, contribuiu para
que o voluntário fosse orientado a procurar serviço especializado reduzindo os riscos de
intercorrências durante a continuidade do estudo preservando assim a vida e integridade do
voluntário. O teste incremental foi realizado com uma carga inicial de 15 (W) numa velocidade
27
de 60 rotações por minuto com incrementos de 15 (W) a cada 3 minutos (Coen et al., 2001) até a
exaustão voluntária ou até o voluntário atingir a freqüência cardíaca máxima prevista (220-idade)
(Robergs & Landwehr, 2002 ). No repouso e a cada 3 minutos do teste incremental foram
coletadas amostras sanguíneas para análise do lactato e glicose.
5.3.3. Exercício retangular e sessão controle
As seguintes sessões foram realizadas de forma randomizada e com um intervalo de no
mínimo 24 horas entre as sessões.
Sessão 90% LA: O exercício retangular foi realizado durante 20 minutos a 90% do limiar
anaeróbio.
Sessão 110% LA: O exercício retangular foi realizado durante 20 minutos a 110% do limiar
anaeróbio.
Sessão CON: Na sessão controle (CON) os mesmos procedimentos das sessões anteriores bem
como as mensurações foram realizadas no mesmo tempo correspondente às demais sessões,
porém o indivíduo permaneceu sentado em repouso sem ter realizado qualquer exercício físico.
Durante as sessões de 90 e 110% do LA e a sessão controle, 25 µL de sangue capilarizado
foi coletado do bulo da orelha em repouso, no décimo e vigésimo minuto do exercício ou nos
mesmos tempos correspondentes na sessão controle e a cada 15 minutos durante os 120 minutos
de recuperação pós-exercício ou pós-situação controle. A PSE, PAS, PAD, FC, VO
2
e lactato
28
sanguíneo foram mensurados durante os 20 minutos do repouso pré-exercício, durante as sessões
de exercício, controle e durante 2 horas após cada sessão (Figura 1).
Figura 1 Esquema representando os momentos onde foram coletados 25 µL de sangue
capilarizado durante as sessões retangulares e sessão controle.
5.3.4. Identificação do limiar anaeróbio por diferentes métodos
O LA foi identificado pelas técnicas do limiar de lactato (LL), limiar glicêmico (LG) e
limiar ventilatório (LV), e a média entre os 3 parâmetros foi considerado o LA (Figura 1). A
intensidade correspondente ao LL foi identificada no momento onde ocorreu um aumento
abrupto nas concentrações de lactato sanguíneo e o LG foi identificado como sendo a intensidade
de exercício onde ocorreu a menor glicemia durante o TI (Simões et al., 1998-2003). Análise de
gases expirados foi realizada continuamente (Cortex Metalyzer 3B System) e o LV foi
identificado como sendo a intensidade de exercício onde ocorreu um aumento desproporcional do
VE/VO
2
sem um concomitante aumento do VE/VCO
2
(Wasserman, 1984). (Figura 2).
29
Figura 2 - Determinação do limiar anaeróbio de 1 voluntário pelos métodos glicêmico (LG),
ventilatório (LV) e lactatêmico (LL).
5.3.5. Identificação do delta de lactato
A intensidade referente ao delta de lactato (DL) foi obtida pela variação do lactato
sanguíneo em esforços duplos de carga constante (Billat et al., 2004), os métodos utilizados para
sua determinação estão descritos mais detalhadamente abaixo.
Após a determinação do LA, 2 exercícios de carga constante com duração de 20 minutos
nas intensidades de 90 e 110% do LA foram realizados e o lactato sanguíneo foi coletado no 10º e
20º minuto de exercício. Em sua respectiva intensidade subtrai-se a concentração do lactato do
20º minuto pela concentração do 10º minuto (Delta de lactato). Um gráfico, onde o eixo x
representa as intensidades dos exercícios a 90 e 110% do LA e o eixo y representa os deltas de
30
lactato, foi feito e foi adicionada a ele uma linha de tendência linear com exibição da equação no
gráfico (Figura 3).
A equação foi derivada, e foi obtida a intensidade de exercício onde teoricamente
ocorreria variação 0 (DL 0) ou variação 0,5 (DL 0,5) do lactato sanguíneo. A variação 0,5 foi
mensurada levando-se em consideração os estudos de Beneke (2003) que considera que a
máxima fase estável de lactato ocorra em uma variação de até 0,5 mM de lactato durante um
exercício de carga constante de 30 minutos (Figura 3).
Exemplo da determinação do DL para 1 voluntário:
A = [Lac] a 110% LA (41 W) no 20º min - [Lac] a 110% LA (41 W) no 10º min
A = 4,2 – 4,0 mM
A = 0,2 mM
B = [Lac] a 90% LA (34 W) no 20º min - [Lac] a 90% LA (34 W) no 10º min
B = 3,2 – 3,4 mM
B = -0,2 mM
Após adicionar a linha de tendência linear e exibir equação no gráfico as intensidades
correspondentes a variação 0 e 0,5 do lactato sanguíneo foram obtidas pelas seguintes equações:
DL (0): Variável 2/Variável 1 2,2916/0,0603 DL (0) = 38 W
DL (0,5): (Variável 2 + 0,5/Variável 1) (2,2916+0,5)/0,0603 DL (0,5) = 46,3 W
31
Figura 3 – Determinação do delta de lactato de 1 voluntário.
5.4. Análises e mensurações
5.4.1. Mensuração das variáveis ventilatórias
O gás foi analisado (Cortex Metalyzer 3B System) continuamente durante o TI e as
sessões de exercício ou controle. A calibração do gás ambiente e do analisador de gases foi
realizada sempre antes da realização de cada teste incremental ou retangular. Os resultados
obtidos a cada estágio no TI foram utilizados para identificar o LV utilizando-se do consumo de
oxigênio (VO
2
) e da produção de dióxido de carbono (VCO
2
) (Figura 2).
5.4.2. Mensuração da glicemia e lactatemia
25 µL de sangue capilarizado foram coletados do lóbulo da orelha a cada 3 minutos
durante o teste incremental, aos 10 e 20 minutos de exercícios retangulares e durante a sessão
y = 0,0603x - 2,2916
-0,3
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42
Carga (Watts)
Lactato (mM)
32
controle, e foram armazenados em tubos eppendorfs contendo 50 µL de fluoreto de sódio. A
incisão foi feita por lancetas descartáveis e o sangue coletado em capilares de vidro heparinizados
descartáveis. Durante a coleta, luvas cirúrgicas foram utilizadas para se evitar qualquer contato
do avaliador com o sangue do voluntário. As amostras foram analisadas pelo método eletro-
enzimático, utilizando-se de um analisador de lactato e glicose (Yellow Springs Instruments
2.700 STAT). O material, após a coleta e dosagem, foi descartado em uma caixa de coleta de lixo
hospitalar (descarpack).
5.4.3. Mensuração da pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardíaca.
A pressão arterial sistólica, diastólica, e a freqüência cardíaca foram mensuradas pelo
aparelho MICROLIFE BP 3AC1-1 (doados pela Micromed - DF) a cada 5 minutos durante os 20
minutos do repouso no período pré-exercício, tanto nas sessões de exercício quanto na sessão
controle. Durante o exercício e a sessão controle a mensuração da PAS e da PAD foi realizada
pelo método auscultatório, utilizando-se o esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (Wan Ross,
EUA). A FC foi registrada empregando-se um frequencímetro (Polar T31, Finlândia).
5.5. Análise estatística
Os dados obtidos no estudo foram expressos em média + desvio padrão. Uma análise
exploratória foi realizada para se identificar casos faltosos ou desvios da normalidade.
33
Os valores do 10
o
e 20
o
minuto de exercício do lactato, PSE, VO
2
, PAS, PAD, PAM, FC e
a carga, no exercício a 90% do LA foram comparados com o exercício a 110% do LA por teste t
de student.
Os valores dos limiares, LL e DL (0 e 0,5) foram comparados utilizando-se análise de
variância para medidas repetidas (ANOVA) e teste de Tukey como post hoc. As correlações e o
nível de concordância entre LL e DL foram determinadas utilizando-se o coeficiente de
correlação de Pearson e a técnica de Bland-Altman.
A concentração de glicose no período de repouso pré-exercício foi comparada por
ANOVA com todos os momentos durante e após a realização do exercício em todas as sessões e
todas as sessões foram comparadas entre si nos seus respectivos momentos. O teste de Dunnett’
C foi utilizado como post hoc. O nível de significância aceito foi de P < 0,05.
34
6. RESULTADOS
Os valores da PSE, porcentagem da freqüência cardíaca máxima (%FC
máx
), concentração
de lactato ([Lac]), de glicose([glic]), da PAS e PAD na intensidade do LL obtidos no teste
incremental estão apresentados na tabela 3.
Tabela 3 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da PSE, %FC
máx
, % VO
2 máx
, concentração de
Lactato e Glicose sanguínea, PAS e PAD na intensidade correspondente ao limiar de lactato obtida no teste
incremental (n = 14).
Voluntário
PSE
(LL)
% FC
máx
(LL)
% VO
2 máx
(LL)
Lactato
(mM)
(LL)
Glicose
(mg.dl)
-1
(LL)
PAS
(mmHg)
(LL)
PAD
(mmHg)
(LL)
F 11 87,0 78,6 1,5 106 180 90
H 16 78,1 73,3 1,5 130 160 90
N 13 -- 52,6 4,7 135 180 80
J 15 91,4 76,2 2,0 117 190 90
D 15 85,5 66,7 2,2 105 180 100
E 11 70,5 -- 1,3 149 140 70
V 15 85,7 68,4 3,3 92 180 100
M 13 75,8 -- 2,2 119 170 80
C 13 79,1 70,0 3,0 113 150 90
S 11 72,2 63,2 2,4 274 200 100
I 13 83,7 58,3 2,3 93 180 110
JP 11 83,5 70,6 2,1 81 200 120
Z 13 -- 77,8 2,5 160 170 100
A 10 85,7 78,9 3,0 192 140 70
Média 13 81,5 69,6 2,4 133 173 92
+ DP 2 6,4 8,3 0,9 50 19 14
35
Na Tabela 4, estão apresentadas a intensidade (Carga) e a média do 10º e 20º minuto da
concentração de Lactato sanguíneo, da PSE e VO
2
nas intensidades 90% e 110% do LA com a
padronização de todos os procedimentos descritos na metodologia (n = 10). Os valores das
médias do 10º e 20º minuto da PAS, PAD, PAM e FC obtidos para os mesmos voluntários nas
intensidades 90% e 110% do LA estão apresentados na tabela 5. Não foram verificadas
diferenças entre as variáveis PSE e PAD a 90% e 110% do LA, contudo, as variáveis, carga,
lactato, PAS, PAM, VO
2
e FC foram estatisticamente diferentes entre 90% e 110% do LA
(Tabela 4 e 5).
Tabela 4 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da carga (W), concentração de lactato
sanguíneo, PSE e VO
2
nas intensidades 90% e 110% do LA (n =10).
Voluntário
Carga
90% LA
(Watts)
Carga
110% LA
(Watts)
Lactato
90% LA
(mM)
Lactato
110% LA
(mM)
PSE
90% LA
PSE
110% LA
VO
2
90% LA
(ml kg
-1
.min
-1
)
VO
2
110% LA
(ml kg
-1
.min
-1
)
F 27 33 1,9 3,1 11 13 10,0 10,0
H 54 66 4,5 3,2 14 18 12,0 13,0
N 27 33 3,7 4,3 15 14 -- --
J 81 99 1,5 2,9 12 15 16,0 16,0
D 108 132 2,0 2,6 12 13 17,5 18,5
E 32 39 1,6 2,5 14 14 10,5 11,5
V 34 41 3,3 4,1 14 16 11,5 14,0
M 40 50 3,1 5,5 13 13 10,0 15,0
C 40 50 2,5 4,8 13 15 13,0 15,0
S 33 40 3,6 4,6 13 12 13,5 15,5
Média 47,6* 58,3 2,8** 3,8 13,1 14,3 12,7** 14,3
+ DP 26,7 32,6 1,0 1,0 1,2 1,8 2,6 2,5
*P < 0,001 em relação a 110% LA; **P < 0,01 em relação a 110% LA.
36
Tabela 5 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da PAS, PAD, PAM e FC nas intensidades
90% e 110% do LA (n =10).
Voluntário
PAS
90% LA
(mmHg)
PAS
110% LA
(mmHg)
PAD
90% LA
(mmHg)
PAD
110% LA
(mmHg)
PAM
90% LA
(mmHg)
PAM
110% LA
(mmHg)
FC
90% LA
(bpm)
FC
110% LA
(bpm)
F 195 190 75 70 115 110 80 69
H 165 180 77 90 106 120 116 119
N 180 175 75 95 110 121 114 123
J 185 205 75 95 111 131 131 151
D 180 210 90 90 120 130 133 154
E 130 135 75 70 93 91 97 99
V 185 205 100 95 128 131 118 128
M 200 200 100 100 133 133 129 147
C 155 175 90 100 111 125 104 112
S 205 215 100 95 135 135 151 151
Média 178,0* 189,0 85,7 90,0 116,2** 122,7 117,3** 125,3
+ DP 22,6 23,9 11,5 11,1 13,0 13,5 20,3 27,3
*P < 0,01; **P < 0,05 em relação a 110% LA.
37
A Tabela 6 apresenta os valores em Watts dos limiares LL, LV, LG, DL (0), DL (0,5). Os
limiares que não puderam ser identificados estão representados pelo símbolo (--). A média e o
desvio padrão foram apresentados para todos os voluntários (Média Todos) e, os resultados dos
voluntários que foram utilizados para comparar o DL (0 e 0,5) com o LL, são identificados na
tabela 4 com o símbolo *. Não foram verificadas diferenças estatisticamente significantes entre
DL (0) e LL. No entanto, o DL (0,5) diferiu do LL e DL (0) (Tabela 6 e Figura 4). As correlações
de Pearson entre o LL e as variáveis DL (0 e 0,5) estão apresentadas na Tabela 7.
Tabela 6 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) da carga correspondente ao limiar de lactato
(LL), limiar ventilatório (LV), limiar glicêmico (LG), Delta 0 de lactato (DL (0)) e Delta 0,5 de lactato (DL
(0,5)).
Voluntário
LL
(Watts)
LV
(Watts)
LG
(Watts)
DL (0)
(Watts)
DL (0,5)
(Watts)
*F 30 30 45 29 35
*H 45 60 75 67 70
*N 30 30 -- 14 42
J 105 90 75 -- --
D 120 120 135 -- --
*E 30 -- -- 38 57
*V 45 30 -- 38 46
*M 45 -- -- 41 46
C 45 30 60 -- --
*S 30 60 -- 18 38
*I 30 30 45 37 65
*JP 45 60 -- 40 42
*Z 30 30 -- 16 43
*A 55 55 35 47 50
Média (Todos) 48,9 52,1 67,1 43,1 64,2
+ DP (Todos) 28,4 28,9 33,6 24,1 43,1
Média (*)
37,7 -- -- 35,1 48,5*
+
+ DP (*) 9,3 -- -- 15,3 10,9
*P < 0,05 em relação ao LL;
+
P < 0,01 em relação a DL (0).
38
0
10
20
30
40
50
60
70
LL DL (0) DL (0,5)
(Watts)
Figura 4 - Valores médios ± desvio padrão (DP) do limiar de
lactato (LL), Delta 0 de lactato (DL (0)) e Delta 0,5 de lactato (DL
(0,5)). *P < 0,05 em relação ao LL;
+
P < 0,01 em relação a DL (0).
Tabela 7 – Correlação bivariada de Pearson entre valores do LL e DL (0 e 0,5).
LL DL (0) DL (0,5)
LL __ 0,69* 0,18
DL (0)
__ __
0,71*
*P < 0,05
39
A técnica de concordância, proposta por Bland-Altman está apresentada na figura 5.
A
aplicação dessa técnica evidenciou concordância entre LL e DL (0 e 0,5), entretanto melhor
concordância ocorreu entre LL e DL(0) (Figura 5 A-B).
Figura 5. Resultado da análise de concordância de Bland-Altman entre
LL e DL (0) (A) e LL e DL (0,5) (B). As linhas contínuas indicam as
médias das diferenças e as linhas tracejadas indicam os limites de
reprodutibilidade (+ 2 DPs).
40
Os valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) durante e após o exercício a 90% LA,
110% LA e na situação controle podem ser observados nas tabelas 8 a 10. Os valores de delta da
glicose durante todos os momentos em todas as situações estão apresentados na figura 6. Os
valores absolutos de glicose estão apresentados no anexo 1.
Diferenças no delta da glicose (mg.dl
-1
) foram encontradas entre o repouso e os
momentos: 10' (P < 0,05), 20' e r 15 a 120 (P < 0,001) na intensidade 90% do limiar anaeróbio (n
= 10).
Tabela 8 – Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) no 10º e 20º min de exercício retangular (10' e 20') e
nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75,
r 90, r 105 e r 120) a 90% do limiar anaeróbio (n = 10).
Voluntário
10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F -28,5 -38,4 -55,0 -55,3 -67,2 -68,4 -71,0 -74,2 -65,2 -65,2
H -55,5 -71,2 -77,6 -73,5 -81,1 -79,3 -84,2 -89,1 -74,5 -93,5
N -21,1 -57,9 -78,9 -84,6 -99,7 -114,8 -114,3 -121,7 -140,1 -130,9
J -26,6 -49,3 -52,2 -66,7 -59,1 -56,9 -61,1 -62,3 -64,0 -64,0
D -27,0 -40,1 -28,5 -24,6 -21,6 -19,7 -23,1 -27,0 -25,2 -26,4
E -16,1 -30,9 -38,6 -38,6 -34,6 -37,4 -37,7 -39,9 -44,2 -42,0
V -8,8 -36,5 -37,1 -22,5 -23,1 -25,5 -23,4 -24,6 -27,0 -26,7
M -3,1 -21,1 -11,0 8,2 -21,7 -46,7 -59,8 -58,9 -31,4 -31,7
C -5,2 -27,1 -39,6 -35,6 -37,8 -43,6 -46,9 -48,7 -48,1 -77,1
S -36,2 -35,6 -60,6 -65,2 -58,1 -75,5 -93,1 -79,8 -80,7 -70,8
Média -22,8
+
-40,8* -47,9* -45,8* -50,4* -56,8* -61,4* -62,6* -60,0* -62,8*
+ DP -15,8 -15,0 -21,3 -28,4 -27,1 -28,6 -30,0 -29,9 -34,3 -33,1
+
P < 0,05; *P < 0,001 em relação ao repouso
41
Diferenças no delta da glicose (mg.dl
-1
) foram encontradas entre o repouso e os momentos: 10' (P <
0,01), 20' e r 15 a 120 (P < 0,001) na intensidade 110% do limiar anaeróbio (n = 10).
Tabela 9 – Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) no 10º e 20º min de exercício retangular (10' e 20') e
nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75,
r 90, r 105 e r 120) a 110% do limiar anaeróbio (n = 10).
Voluntário
10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F -1,0 -30,0 -21,0 -28,0 -25,0 -41,0 -36,0 -36,0 -44,0 -56,0
H -94,1 -117,7 -122,2 -117,7 -121,0 -130,3 -134,8 -136,9 -141,1 -141,4
N -33,8 -58,4 -74,6 -87,9 -90,5 -113,0 -114,5 -117,6 -121,4 -123,1
J -33,4 -34,6 -32,4 -49,9 -31,5 -41,3 -44,7 -53,6 -53,0 -64,0
D -46,3 -42,2 -31,1 -29,5 -20,6 -21,6 -17,8 -27,6 -29,2 -33,6
E -26,7 -58,6 -59,5 -65,0 -69,3 -70,8 -64,1 -65,6 -68,7 -69,6
V -28,9 -42,3 -42,3 -46,0 -34,7 -35,6 -36,8 -23,4 -21,3 -10,4
M 0,0 7,2 -4,8 -2,4 -6,6 -15,5 -21,0 -19,7 -4,8 -13,1
C -21,0 -65,2 -81,5 -71,0 -67,9 -68,2 -76,6 -74,1 -67,3 -71,3
S -38,8 -56,7 -75,0 -51,6 -57,0 -60,6 -66,3 -86,5 -100,0 -118,9
Média -32,4
+
-49,8* -54,4* -54,9* -52,4* -59,8* -61,3* -64,1* -65,1* -70,1*
+ DP -26,4 -31,7 -34,9 -32,7 -35,5 -37,6 -38,8 -38,0 -44,2 -45,5
+
P < 0,01; *P < 0,001 em relação ao repouso.
42
Diferenças no delta da glicose (mg.dl
-1
) foram encontradas entre o repouso e os momentos: r 15 (P <
0,01) e r 30 a 120 (P < 0,001) na situação controle (n = 10).
Tabela 10 - Valores médios de delta da glicose (mg.dl
-1
) nos mesmos tempos correspondentes aos dias da
sessão de exercício que foram: 10º e 20º min de exercício retangular (10' e 20') e tempos de recuperação 15,
30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) porém os indivíduos
permaneceram em repouso sentado – situação controle (CON) (n = 10).
Voluntário
10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F -4,3 1,5 -5,8 -11,9 -21,6 -32,4 -35,6 -33,2 -42,0 -57,2
H -19,0 0,0 -36,0 -46,0 -51,0 -50,0 -69,0 -58,0 -79,0 -78,0
N -22,2 -25,8 -48,8 -51,2 -73,4 -81,4 -76,1 -94,4 -103,6 -116,9
J -1,8 -12,3 -19,8 -23,9 -41,7 -47,6 -44,4 -45,8 -45,8 -58,1
D -11,0 -17,7 -18,0 -21,5 -7,5 -15,7 -21,2 -23,5 -15,1 -17,4
E -12,5 -19,6 -44,6 -48,6 -41,4 -56,1 -62,5 -60,3 -75,3 -66,4
V 19,1 9,7 2,7 3,0 0,6 -8,2 -14,8 2,1 -20,0 -28,5
M -17,8 -22,8 -22,8 -29,9 -29,3 -29,0 -30,2 -37,6 -48,6 -45,0
C -0,3 -7,4 -9,6 -17,9 -10,9 -13,1 -23,7 -20,8 -10,6 -4,5
S -8,0 -19,9 -37,4 -27,6 -33,6 -26,1 -67,7 -69,8 -68,6 -71,3
Média -7,8 -11,4 -24,0
+
-27,5* -31,0* -36,0* -44,5* -44,1* -50,9* -54,3*
+ DP -12,0 -11,9 -17,2 -17,2 -22,3 -22,8 -22,6 -27,7 -30,6 -32,5
+
P < 0,01 em relação ao repouso *P > 0,001 em relação ao repouso
43
A Figura 6 apresenta os valores médios dos deltas da glicose em mg.dl
-1
e o erro padrão
da média durante o 10º e 20º min de exercício retangular (10’ e 20’) e nos tempos de recuperação
15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r
120) a 90% e 110% do limiar anaeróbio (90% LA e 110% LA) e na situação controle (CON) (n =
10).
Os valores de glicose (mg.dl
-1
) nas intensidades 90% LA, 110% LA e na situação controle
(CON) foram comparados por ANOVA em seus respectivos momentos. Não houve diferenças
nas concentrações de glicose entre 90% LA e 110% LA em todos os momentos.
Diferenças no delta da glicose (mg.dl
-1
) foram encontradas entre 90% LA e CON nos
momentos: 20’ de exercício (P < 0,01); r 15 e r 60 (P < 0,05) (Figura 6).
Diferenças no delta da glicose (mg.dl
-1
) foram encontradas entre 110% LA e CON nos
momentos: 10’ e 20’ de exercício; r 15; r 30 (P < 0,01); r 45; r 60 e r 90 (P < 0,05) (Figura 6).
44
-90
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
rep 10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
Delta Glicose (mg.dl
-1
)
CON
90% LA
110% LA
Figura 6 - Valores médios dos deltas da glicemia em mg.dl
-1
e o erro padrão da média durante o
10º e 20º minuto do exercício (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105
e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120), na situação controle, a
90% e a 110% do limiar de lactato (LL) (n = 10).
+
P < 0,01; *P < 0,05 em relação ao controle.
45
7. DISCUSSÃO
O objetivo principal do estudo foi analisar em diabéticos tipo 2, a resposta da glicemia
durante e após exercício realizado a 90 e 110% do limiar anaeróbio (LA) em cicloergômetro.
Durante os exercícios acima e abaixo do LA, os valores do delta de glicose a partir do 10º minuto
de exercício foram significativamente menores em relação aos valores de repouso (Tabelas 8 e 9),
já na sessão controle a diferença ocorreu apenas no 15º minuto da recuperação (Tabela 10). Estes
resultados reforçam a importância do exercício físico em auxiliar no controle da hiperglicemia
em diabéticos que fazem uso de hipoglicemiantes orais.
Durante o exercício físico ocorre uma maior ativação da via glicolítica para a produção de
energia necessária para manter a contração muscular (Sigal et al., 2004), e para que isso ocorra,
hormônios contraregulatórios como adrenalina, noradrenalina e glucagon são secretados e a
secreção de insulina por sua vez é inibida. A captação muscular de glicose está aumentada
durante o exercício por uma via não dependente de insulina envolvendo translocação do GLUT-4
e a bradicinina (Kennedy et al., 1999; Taguchi et al 2000; Ivy, 2004; Gibas et al., 2005).
Kennedy et al., (1999) sugere que a maior captação de glicose em decorrência do exercício se
deva ao aumento da translocação de GLUT-4 para a membrana. Neste estudo autores
encontraram uma concentração de GLUT-4 na membrana 74% maior após o exercício em
cicloergômetro, se comparada aos valores de repouso. Segundo Taguchi et al (2000), a contração
muscular durante o exercício aumenta a translocação de GLUT-4 para a membrana,
possibilitando maior captação de glicose pelo músculo e, conseqüentemente, redução da
glicemia.
Gibas et al., (2005) cita que entre os possíveis mecanismos de ação da bradicinina na
redução dos níveis glicêmicos está a estimulação da secreção de insulina e os efeitos sobre a sua
46
via de sinalização, aumentando a translocação do GLUT-4, inibindo a desfosforilação da unidade
beta do receptor de insulina e estimulando a fosforilação do IRS-1
Quando se compara o delta da glicemia nos mesmos momentos durante e após o exercício
a 90% e a 110% LA, diferenças significativas não foram encontradas, apesar da queda da
glicemia ser maior durante e após o exercício mais intenso. quando o delta da glicemia da
sessão a 90% LA foi comparada com a sessão controle, diferenças estatísticas foram verificadas
nos momentos: 20’ (P < 0,01); r 15 e r 60 (P < 0,05) (Figura 6) enquanto que comparando-se a
sessão a 110% do LA com a sessão controle, diferenças significativas foram encontradas em mais
momentos: 10’; 20’; r 15; r 30 (P < 0,01); r 45; r 60 e r 90 (P < 0,05) (Figura 6).
Apesar dos valores de delta de glicose não apresentarem diferenças entre as intensidades
de 90 e 110% do LA, a intensidade a 110% do LA resultou em um número maior de momentos
com glicemia estatisticamente diferente e inferior ao da sessão controle, sugerindo que sessões de
exercício realizadas em intensidade ligeiramente acima do LA (110%) promovam maior captação
de glicose que a intensidade a 90% do LA (Figura 6).
Resultados semelhantes foram encontrados por Kang et al. (1996), que submeteram 6
homens obesos portadores de DM
2
e 6 homens obesos não portadores de DM
2
a duas sessões de
exercício, uma sessão de 70 minutos a 50% do VO
2 máx
e uma sessão de exercício de 50 min a
70% do VO
2 máx
. Nos indivíduos obesos não portadores de DM
2
ao final do exercício a glicemia
teve um decréscimo de 11 e 10 % respectivamente nas intensidades 50 e 70% do VO
2 máx
, nos
indivíduos obesos portadores de DM
2
a glicemia teve um decréscimo de 17 e 19 %
respectivamente nas intensidades a 50 e 70% do VO
2 máx
, demonstrando que o exercício mais
intenso (70% VO
2 máx
) resultou em maior queda percentual da glicose mesmo este sendo
realizado por um período de tempo mais curto (50 min) do que o exercício a 50% do VO
2 máx
(70
min). Se o exercício a 70% do VO
2 máx
tivesse a mesma duração que a 50 % do VO
2 máx
, ou seja,
47
70 min ao invés de 50 min, a queda da glicemia após o exercício mais intenso (70% do VO
2 máx
)
provavelmente teria sido maior ainda. Segundo Wasserman & Zinman (1994) o exercício físico
de maior intensidade promoveu uma maior captação de glicose (2-3 mg.kg
-1
min
-1
) que o
exercício de intensidade moderada (5-6 mg.kg
-1
min
-1
) em indivíduos diabéticos.
É importante observar que as diferenças encontradas na carga, lactato, VO
2
, PAS, PAM e
na FC durante os 20 minutos de exercício na intensidade a 90% do LA em relação a intensidade
de 110% do LA demonstram a diferença entre as intensidades de exercício (Tabelas 4 e 5). Os
valores médios de VO
2
nas intensidades acima e abaixo do LA demonstram que o consumo de O
2
e consequente gasto energético entre as intensidades foram diferentes. O exercício a 90% do LA
foi realizado a aproximadamente 70% do VO
2máx
enquanto que o exercício a 110% do LA a 80%
do VO
2máx
.
Apesar de haver a tendência de uma maior liberação hepática de glicose no exercício
acima do LA (110% do LA), devido a maior liberação de hormônios contraregulatórios que
desencadeiam a liberação hepática de glicose, nessa intensidade mais elevada ocorreu uma maior
captação de glicose em relação a sua produção. Apesar de serem estatisticamente diferentes as
intensidades a 90 e 110% do LA tiveram uma diferença absoluta de apenas 10 Watts devido a
baixa capacidade funcional dos voluntários do estudo, sendo esta diferença de intensidade tão
baixa que possivelmente as concentrações de catecolaminas durante os exercícios acima (110%)
e abaixo (90%) do LA podem não ter sido muito diferentes. Esta suposição não pode ser
afirmada, pois somente a dosagem destes hormônios elucidaria essa questão.
Outra hipótese que poderia explicar a maior captação de glicose durante o exercício acima
do LA (110%) é a maior proporção de fibras musculares do tipo II (glicolítica) em diabéticos tipo
2 quando comparados aos não diabéticos. Marin et al., (1994) observaram que indivíduos
diabéticos do tipo 2 possuíam um elevado número de fibras do tipo 2 e uma baixa densidade
48
capilar quando comparados a indivíduos não diabéticos. Como a intensidade do exercício
influencia a ativação predominante de determinado tipo de unidade motora que recruta
determinado tipo de fibra muscular, é possível que, na intensidade 110% LA as fibras musculares
do tipo II foram mais recrutadas necessitando de uma maior metabolização de glicose/glicogênio
durante a glicólise/glicogenólise para a continuidade do exercício. Isso pode ser confirmado pela
concentração de lactato após 20 min a 90% LA (2,8 + 1,0 mM) e após 20 min a 110% LA (3,8 +
1,0 mM)
Como pode ser observado na figura 6, a diferença entre os valores de delta da glicose aos
120 minutos de recuperação ocorreu devido ao aumento na captação de glicose durante o
exercício e não ao período pós-exercício em si. No período pós-exercício a queda da glicemia é
similar após as duas intensidades de exercício, sendo a diferença entre o 120
o
minuto de
recuperação pós exercício em relação ao 20
o
minuto de exercício na intensidade de 90% (-22
mg.dl
-1
) similar à intensidade de 110% (-20,3 mg.dl
-1
) do LA, esta queda ocorreu devido a
associação do exercício com os hipoglicemiantes orais. Já a diminuição da glicemia observada na
situação controle ocorreu devido a medicação (hipoglicemiantes orais) utilizada pelos voluntários
em todas as sessões experimentais. A medicação foi mantida para se investigar a contribuição da
inclusão do exercício físico no dia-a-dia de diabéticos tipo 2 que fazem uso de hipoglicemiantes
orais no controle glicêmico desses indivíduos. Assim, é importante manter a validade externa do
estudo e observar a resposta glicêmica nas mesmas condições em que os DM
2
se encontram
durante um dia normal de seu cotidiano, ou seja, alimentados e sob uso de medicamentos
hipoglicemiantes.
Apesar da tendência de maior captação de glicose no exercício mais intenso, os resultados
do presente estudo indicam que exercícios de moderada intensidade (abaixo do LA 90% LA)
também contribuíram para o controle glicêmico de diabéticos. Giacca et al., (1998) encontraram
49
resultados semelhantes em 7 indivíduos sem sobrepeso, 7 obesos e 7 obesos DM
2
ao analisar a
resposta aguda da glicemia durante exercício aeróbio (45 minutos a 50% do VO
2 máx
em
cicloergômetro) e aos 150 minutos de recuperação pós-exercício. Nos indivíduos sem sobrepeso e
obesos, a glicemia se manteve estável durante o exercício e durante a recuperação pós-exercício,
já nos indivíduos obesos diabéticos a glicemia teve um declínio de 18 mg.dl
-1
durante o exercício
e se manteve abaixo dos valores basais durante o período de recuperação pós-exercício.
O presente estudo trouxe algumas contribuições em relação aos outros trabalhos
relacionados ao efeito agudo do exercício no controle glicêmico de DM
2
durante e após o
exercício. Uma delas é a utilização de diferentes métodos de determinação do LA na avaliação e
prescrição de intensidades de exercício. Outra contribuição foi que o exercício realizado 10%
acima do LA apresenta um benefício ligeiramente maior para o controle glimico de DM
2
do
que o realizado 10% abaixo do LA.
O LA pode ser utilizado para se determinar domínios de intensidade de exercício,
intensidades abaixo do LA representariam intensidades de domínio moderado enquanto que as
intensidades acima seriam as de domínio severo, assim o LA representa uma intensidade de
transição entre o domínio moderado e o severo (Neder et al., 2000). Intensidades correspondentes
ao LA também podem ser estimadas a partir da utilização da percepção subjetiva de esforço
(PSE), porcentagem do consumo máximo de oxigênio (% VO
2 máx
) e da porcentagem da
frequência cardíaca máxima (% FC
Max
). No presente estudo o LA ocorreu em média + DP no 13
± 2 na escala de Borg, a 69,6 ± 8,3 %VO
2 máx
e a 81,5 ± 6,4 % FC
max
(Tabela 3). Estas
intensidades estão entre às propostas por Albright et al., (2000) que recomendam para diabéticos
tipo 2 exercícios com intensidade entre baixa e moderada (40 a 70% do VO
2 max
), mas foram
superiores as propostras por Sigal et al. (2004) que recomendam para diabéticos tipo 2 atividade
física aeróbia moderada entre 40 a 60% do VO
2 max
ou 50 a 70% FC
máx
. Já os valores médios da
50
PSE e % FC
máx
verificadas no LA no presente estudo foram superiores aos encontrados por
Kunitomi et al. (2000) na intensidade do LA (60% da FC
máx
e PSE 12).
Tais informações são importantes, pois, permitem a prescrição de exercícios em
intensidades relativas próximas ao LA, como no presente estudo, otimizando os benefícios do
exercício e minimizando os riscos a ele associados.
No presente estudo, ambas as intensidades de exercício resultaram em uma redução da
glicemia durante e após o exercício em indivíduos portadores de diabetes tipo 2, sendo que a
intensidade de exercício a 110% do LA foi mais hipoglicemiante. Esta intensidade de exercício
ligeiramente acima do LA pode ser uma alternativa para o controle glicêmico de DM
2
não
portadores de complicações cardiovasculares, uma vez que intensidades supra limiares resultam
em maior atividade do sistema nervoso simpático, e por isso deve-se ter cuidado em prescrever
exercícios acima do LA, pois em sua maioria os DM
2
são idosos e possuem complicações
cardiovasculares relacionadas à patologia.
Um dos objetivos adicionais do estudo foi analisar a validade do delta de lactato (DL) em
estimar a intensidade do limiar de lactato (LL) em diabéticos tipo 2. Os resultados obtidos no
presente estudo indicam que a intensidade referente ao DL com de variação 0,5 mM de lactato
superestima a intensidade do LL, no entanto fora observado que a intensidade obtida pela
variação de 0 mM de lactato sanguíneo pode produzir velocidades de delta de lactato semelhante
e que não diferem estatisticamente da intensidade do LL, com um nível de correlação moderada e
concordância entre as variáveis (Tabela 7, e Figuras 4 e 5).
A identificação do DL é dependente da variação do lactato escolhida, sendo os valores de
DL maiores quanto maior for a variação positiva das concentrações de lactato. Apesar de Beneke
(2003) sugerir uma variação de lactato de até 1 mM para se identificar a MFEL, no presente
estudo quando uma variação de 0,5 mM foi utilizada o DL (0,5) superestimou o LL (Figura 4)
51
o DL identificado a partir da variação 0 do lactato sanguíneo, produziu valores que se
aproximaram e não diferiram estatisticamente do LL, sugerindo que esta variação de lactato
poderia ser utilizada para se estimar o LA. Além disso, a técnica de Bland-Altman evidenciou
que a média dos “scores” residuais entre DL (0) e LL foi próximo a de 0 sugerindo que o nível
de concordância entre DL (0) e LL é maior que entre DL (0,5) e LL que a média da diferença foi
de 10 Watts
(Figura 5, A-B).
O DL é uma nova metodologia utilizada para se identificar à máxima fase estável de
lactato a partir de uma regressão linear plotada entre o delta de lactato de duas intensidades de
carga constante. Poucos estudos compararam o delta de lactato com outros parâmetros propostos
para se estimar o limiar anaeróbio (LA). Billat et al., (2004) observaram em 11 atletas master que
os valores do LL e DL (0) não eram diferentes no período p(LL = 14,5 ± 1,6; DL(0) = 13,8 ±
1,5 km.h
-1
) e pós-treinamento (LL = 15,0 ± 0; DL(0) = 15,2 ± 1,6 km.h
-1
). Os resultados de
Billat e colaboradores indicam que o DL (0) é lido para estimar o LL e pode avaliar os efeitos
do treinamento em atletas masteres, estes achados vão de encontro com os obtidos no presente
estudo, reforçando ainda mais a validade do DL (0).
Por ser um novo método sub-máximo de baixo custo e fácil aplicação, o DL poderia ser
de grande aplicação para diabéticos tipo 2, esta nova metodologia apresenta inúmeras vantagens
contudo, a validade do DL para estimar o LA em diabéticos tipo 2 deve ser melhor investigada e
padronizada para esta população que necessita da aplicação de testes sub-máximos e específicos
para ser avaliado fisicamente. Apesar de não ter sido estatisticamente diferente do LL e da
técnica de Bland e Altman ter confirmado o nível aceitável da concordância entre as variáveis, o
DL obteve uma correlação moderada com o LL, e para realmente afirmarmos que o DL identifica
uma intensidade de variação 0 de lactato, seria necessário realizar teste retangular nas
intensidades do DL (0) para observar se as concentrações de lactato sanguíneo nestas
52
intensidades realmente se manteriam em variação 0, o que não foi realizado no presente estudo.
Assim, devido a reduzida quantidade de estudos nesta área, estudos adicionais devem ser
realizados para se afirmar que o DL identifica uma intensidade de exercício onde a variação do
lactato sanguíneo é de 0 mM.
53
8. CONCLUSÃO
Ambas intensidades de exercício (90 e 110% do LA) associadas a hipoglicemiantes orais
promoveram queda significativa da glicemia quando comparada à situação controle. Contudo o
exercício físico realizado em maior intensidade (110% do LA) resultou em redução mais
significativa da glicemia, devido ao maior efeito hipoglicemiante do exercício mais intenso,
podendo ser esta intensidade uma alternativa para o controle glicêmico de diabéticos tipo 2 que
não apresentem complicações cardiovasculares ou outras restrições ao exercício em intensidades
acima do LA. O DL (0) pode ser utilizado para se estimar a intensidade do LL, no entanto,
estudos adicionais precisam ser realizados para se confirmar a validade do DL em estimar a
MFEL em diabéticos tipo 2.
9. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Dentre todas, as limitações que proporcionaram um maior impacto ao estudo foram: a) o
pequeno número de indivíduos participantes do estudo; b) a o dosagem de hormônios
importantes como insulina, glucagon, adrenalina e noradrenalina; c) a não padronização das
medicações utilizadas pelos voluntários.
Podemos observar que são relativamente comuns, estudos com um reduzido número de
voluntários diabéticos (Colberg et al., 1996, n =6; Kang et al., 1996, n = 6; Giacca et al., 1998, n
= 7; Guelfi et al., 2005, n = 7), este reduzido número de voluntários diabéticos em algumas
pesquisas talvez se deva a muitos diabéticos terem complicações que os impeça de participar de
estudos envolvendo exercício físico. Segundo Paes (1998) o tamanho da amostra depende da
54
viabilidade da coleta de dados, que envolve principalmente tempo, custos e disponibilidade de
horário e tempo das pessoas voluntárias à pesquisa.
As exigências para a participação do presente estudo, as complicações relacionadas ao
diabetes e o elevado número de visitas e coletas sanguíneas foram os principais fatores que
levaram a realização deste estudo com um número pequeno de voluntários, mas ainda assim
superior a muitos estudos envolvendo diabetes tipo 2 e exercício físico.
O período de coleta foi realizado de 29/09/2004 a 28/06/2005, neste período mais de 20
diabéticos fizeram uma visita em nossos laboratórios para a realização do teste incremental e,
devido às complicações relacionadas ao diabetes, muitos voluntários foram excluídos do estudo
por apresentarem risco iminente de isquemia, complicações cardiovasculares e pico de
hipertensão durante o TI, além disso, outros fatores como o longo período que os indivíduos
permaneciam em nossos laboratórios (cerca de 4 horas), o número elevado de visitas (4 visitas no
total) e o incômodo proporcionado pelas 11 coletas sanguíneas realizadas durante cada sessão de
exercício e controle contribuíram para um elevado índice de desistência para a continuidade da
participação dos voluntários no estudo. Estas complicações não permitiram que um número ideal
de voluntários fizesse parte do estudo.
A medicação foi mantida a mesma para todos os voluntários em todas as sessões de
exercício e controle. A medicação foi mantida para se evitar complicações agudas durante a
realização do exercício físico, como a hiperglicemia. Além disso, no dia-a-dia os voluntários não
realizam o exercício físico sem a ingestão de seus medicamentos, assim, é importante manter a
variável ecológica, ou seja, observar a cinética da glicose nas mesmas condições que os
voluntários se encontram em um dia normal de exercício.
Por ultimo a não dosagem de hormônios importantes como a insulina, o glucagon,
adrenalina e noradrenalina ocorreram devido à falta de pessoas qualificadas para a realização das
55
coletas venosas, a não disponibilidade de equipamentos na instituição para a mensuração destes
hormônios, a falta de recursos pessoais para análises laboratoriais e o fator desmotivante à
participação do estudo que isto poderia representar para os diabéticos.
56
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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69
12. ANEXOS
Anexo 1
Os valores médios da glicose mg.dl
-1
antes, durante e após o exercício a 90% LA, 110%
LA e na situação controle podem ser observados nas tabelas anexo 1 a 3. Os valores da glicose
durante todos os momentos em todas as situações estão apresentados na figura anexo 1.
Tabela anexo 1 Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) em repouso pré-exercício (rep), no 10º e 20º min de
exercício retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min após o
exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a 90% do limiar anaeróbio (n = 10).
Voluntário
rep 10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F 115,2 86,7 76,8 60,2 59,9 48,0 46,9 44,2 41,0 50,1 50,1
H 195,0 139,5 123,8 117,4 121,5 113,9 115,7 110,8 105,9 120,5 101,6
N 236,2 215,1 178,4 157,3 151,6 136,5 121,4 122,0 114,5 96,1 105,3
J 168,6 142,0 119,3 116,4 101,9 109,5 111,7 107,5 106,3 104,5 104,5
D 117,5 90,5 77,4 89,0 92,9 95,9 97,8 94,4 90,5 92,3 91,1
E 116,2 100,2 85,3 77,6 77,6 81,6 78,8 78,5 76,4 72,0 74,2
V 115,5 106,7 79,0 78,4 93,0 92,4 90,0 92,1 90,9 88,5 88,8
M 125,4 122,4 104,4 114,4 133,6 103,7 78,7 65,6 66,5 94,0 93,7
C 130,7 125,5 103,6 91,1 95,1 92,9 87,1 83,8 82,0 82,6 53,6
S 322,5 286,4 287,0 261,9 257,3 264,4 247,1 229,5 242,8 241,8 251,7
Média 164,3 141,5 123,5 116,4 118,4 113,9 107,5 102,8 101,7 104,2 101,5
+ DP 69,2 62,9 65,2 58,1 55,6 57,6 53,6 49,9 54,0 51,9 56,4
70
Tabela anexo 2 Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) em repouso pré-exercício (rep), no 10º e 20º min de
exercício retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min após o
exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) a 110% do limiar anaeróbio (n = 10).
Voluntário
rep 10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F 117,0 116,0 87,0 96,0 89,0 92,0 76,0 81,0 81,0 73,0 61,0
H 244,8 150,7 127,1 122,6 127,1 123,8 114,5 110,1 107,9 103,8 103,5
N 217,1 183,3 158,7 142,5 129,2 126,6 104,1 102,6 99,4 95,7 93,9
J 202,9 169,5 168,3 170,4 153,0 171,4 161,6 158,2 149,3 149,9 138,9
D 101,8 55,5 59,6 70,7 72,3 81,1 80,2 84,0 74,2 72,6 68,2
E 148,2 121,5 89,6 88,7 83,2 79,0 77,5 84,1 82,6 79,6 78,7
V 118,1 89,2 75,8 75,8 72,2 83,4 82,5 81,3 94,7 96,8 107,8
M 102,4 102,4 109,7 97,6 100,0 95,9 86,9 81,4 82,8 97,6 89,3
C 167,0 146,0 101,9 85,5 96,0 99,1 98,8 90,5 92,9 99,7 95,7
S 324,0 285,2 267,3 249,0 272,4 266,9 263,4 257,7 237,5 224,0 205,1
Média 174,3 141,9 124,5 119,9 119,4 121,9 114,5 113,1 110,2 109,3 104,2
+ DP 72,7 63,2 60,9 55,1 59,9 58,3 58,3 56,1 58,8 45,9 41,6
Tabela anexo 3 - Valores médios da glicose (mg.dl
-1
) nos mesmos tempos correspondentes aos dias da
sessão de exercício que foram: repouso pré-exercício (rep), no 10º e 20º min de exercício retangular (10' e
20') e tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r
120) porém o indivíduo permaneceu em repouso sentado – situação controle (CON) (n = 10).
Voluntário
rep 10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
F 136,5 132,2 138,0 130,7 124,6 114,9 104,1 100,9 103,3 94,5 79,3
H 187,0 168,0 187,0 151,0 141,0 136,0 137,0 118,0 129,0 108,0 109,0
N 204,8 182,6 179,1 156,0 153,6 131,4 123,4 128,8 110,4 101,2 87,9
J 186,2 184,4 173,9 166,3 162,2 144,4 138,6 141,8 140,4 140,4 128,1
D 102,1 91,1 84,4 84,1 80,6 94,6 86,4 80,9 78,6 87,0 84,7
E 185,3 172,8 165,7 140,7 136,7 143,9 129,2 122,8 125,0 110,0 118,9
V 107,3 126,4 117,0 110,0 110,3 107,9 99,1 92,4 109,4 87,3 78,8
M 122,3 104,5 99,5 99,5 92,4 93,0 93,3 92,1 84,7 73,7 77,3
C 96,5 96,1 89,1 86,8 78,5 85,6 83,3 72,7 75,6 85,9 92,0
S 273,5 265,4 253,6 236,0 245,8 239,9 247,3 205,8 203,7 204,9 202,2
Média 160,1 152,4 148,7 136,1 132,6 129,2 124,2 115,6 116,0 109,3 105,8
+ DP 56,8 53,4 53,3 45,6 49,5 44,5 47,9 38,6 37,7 38,3 38,3
71
Tabela anexo 4 - Valores individuais e média ± desvio padrão (DP) dos valores do final do
teste incremental da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca
(FC), percepção subjetiva de esforço (PSE), Watts e VO
2 pico
(n = 14).
Voluntário
PAS
(mmHg)
PAD
(mmHg)
FC
(Bpm)
PSE
Watts
VO
2 pico
(ml.kg
-1
.min
-1
)
F
160 80 100 15 60
14
H
190 90 137 19 90
15
N
210 80 129 19 60
19
J
200 90 162 19 135
21
D
210 100 164 19 165
24
E
160 70 139 20 75
--
V
210 100 140 17 75
19
M
180 100 149 17 75
--
C
160 90 129 17 75
20
S
200 110 180 19 75
19
I
230 110 129 19 60
12
JP
250 140 139 13 75
17
Z
190 100 135 17 45
18
A
190 80 154 14 95
19
Média
195,7 95,7 141,9 17,4 82,9
18,0
+ DP
26,2 17,4 19,4 2,1 31,7
3,6
72
A figura 1 apresenta os valores médios da glicose (Glic) em mg.dl
-1
durante as sessões a
90% e a 110% do limiar anaeróbio (90% LA e 110% LA) e na situação controle (CON) (n = 10).
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
rep 10' 20' r 15 r 30 r 45 r 60 r 75 r 90 r 105 r 120
Glicose (mg.dl
-1
)
CON
90% LA
110% LA
Figura anexo 1 Valores médios da glicose em mg.dl
-1
no repouso pré-exercício (rep), aos 10 e
20 min de exercício retangular (10' e 20') e nos tempos de recuperação 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105
e 120 min após o exercício (r 15, r 30, r 45, r 60, r 75, r 90, r 105 e r 120) na situação controle
(CON), a 90% e a 110% do limiar anaeróbio (LA) (n = 10).
73
Anexo 2 (Bula Hipoglicemiantes orais)
GLUCOFORMIN
Princípio Ativo: METFORMINA
Apresentação:
• GLUCOFORMIN® 500 mg:
Cartucho com 3 blisters de 10 comprimidos revestidos.
• GLUCOFORMIN® 850 mg:
Cartucho com 3 blisters de 10 comprimidos revestidos.
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
• GLUCOFORMIN® 500 mg:
Cloridrato de metformina ............................................................................................................... 500 mg
Excipientes: estearato de magnésio, Opadry Y-1-7000, parafina, polietilenoglicol, polividona e sorbitol.
• GLUCOFORMIN® 850 mg:
Cloridrato de metformina ............................................................................................................... 850 mg
Excipientes: estearato de magnésio, Opadry Y-1-7000, parafina, polietilenoglicol, polividona e sorbitol.
INFORMAÇÃO AO PACIENTE
Ação esperada do medicamento: O GLUCOFORMIN® deve diminuir os níveis de glicose no sangue, quando
utilizado conforme a orientação de seu médico.
Cuidados de armazenamento: Conserve o medicamento em sua embalagem original, protegido da luz e do calor. Não
armazene medicamentos no banheiro ou em qualquer outro local com alta umidade.
Prazo de validade: O GLUCOFORMIN® tem um prazo de validade de cinco anos, contados a partir da data de
fabricação, quando conservado adequadamente. As datas de fabricação, de validade e o número do lote estão
indicados na embalagem. Observe bem estas datas ao adquirir o medicamento. NÃO TOME MEDICAMENTO
COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO PORQUE AS SUBSTÂNCIAS PODEM SER INEFICAZES OU
PREJUDICIAIS À SUA SAÚDE.
Gravidez e lactação: Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu
término. Informe ao médico se estiver amamentando.
Cuidados de administração: Os comprimidos devem ser ingeridos com auxílio de água, logo após uma refeição, a fim
de reduzir a probabilidade de ocorrência de diarréia, enjôo e náuseas. A administração de GLUCOFORMIN® não
autoriza a suspensão do regime alimentar ou mesmo de exercícios físicos prescritos pelo médico. SIGA A
ORIENTAÇÃO DO SEU MÉDICO, RESPEITANDO SEMPRE OS HORÁRIOS, AS DOSES E A DURAÇÃO DO
TRATAMENTO.
Interrupção do tratamento: Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Reações adversas: O tratamento com metformina raramente provoca hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue) e
normalmente tende a promover redução de peso. O GLUCOFORMIN® é geralmente bem tolerado. Informe ao seu
médico o aparecimento de reações desagradáveis, como intolerância digestiva (náuseas, vômitos, diarréia) durante os
primeiros dias de tratamento, que normalmente são de caráter leve e não exigem a interrupção da medicação. Esses
efeitos secundários costumam desaparecer tomando o medicamento durante ou logo após a ingestão de alimentos.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Ingestão concomitante com outras substâncias: O uso excessivo de álcool deve ser evitado durante o tratamento.
74
INFORME SEU MÉDICO SOBRE QUALQUER MEDICAMENTO QUE ESTEJA USANDO, ANTES DO
INÍCIO, OU DURANTE O TRATAMENTO.
Contra-indicações: Metformina é contra-indicada nos casos de:
• insuficiência renal (valores de creatinina plasmática 1,5 mg/dl para homens e 1,4 mg/dl para mulheres);
• insuficiência hepática ou respiratória avançada;
• insuficiência cardíaca congestiva;
• infarto agudo do miocárdio;
• gravidez;
• cirurgias de médio e grande porte;
• pacientes muito idosos ou muito debilitados;
• uso abusivo de álcool;
• acidoses metabólicas agudas ou crônicas, inclusive acidose diabética;
• coma hiperosmolar;
• qualquer condição que cause hipoxia;
• infecção grave que possa promover uma redução da perfusão tissular;
• queimaduras ou traumas graves;
• desidratação;
• uso de agente de contraste radiográfico;
• hipersensibilidade à metformina ou a qualquer um dos outros componentes da fórmula.
Precauções e Advertências:
Pediatria: a segurança do uso em crianças não está estabelecida.
Geriatria: estudos sugerem a ocorrência de diminuição do clearance plasmático total e de aumento do tempo de meia-
vida da metformina, em decorrência da alteração da função renal com a idade. Tais pacientes devem ter
monitorização cuidadosa da função renal.
Lactação: estudos em ratos demonstraram a excreção da metformina no leite materno. Estudos em humanos ainda
não foram estabelecidos. Assim, a continuidade da terapia com metformina implica na interrupção da amamentação
ou a manutenção da amamentação requer a interrupção da terapia.
Acidose lática: a gravidade desta reação adversa recomenda que sejam rigorosamente seguidas as informações para o
uso da metformina (ver INFORMAÇÃO TÉCNICA, ITEM REAÇÕES ADVERSAS E ALTERAÇÕES EM
EXAMES LABORATORIAIS).
Perda do controle dos níveis de glicose: condições estressantes como cirurgia, traumatismo, infecção e febre, podem
levar a uma perda do controle do nível de glicose. Nestes casos é importante instituir a insulinoterapia em
substituição ao tratamento com a metformina. O tratamento com metformina será restituído após a retomada de
controle dos níveis de glicose.
Hipoglicemia: apesar da metformina não causar hipoglicemia em condições normais de uso, esta pode ocorrer em
pacientes com dieta hipocalórica, com reposição deficiente de calorias frente a exercícios físicos ou que façam uso
de agentes hipoglicemiantes como sulfoniluréias, insulina ou etanol.
Exame radiológico utilizando contraste: para a realização de exame radiológico utilizando contraste intravenoso
(como urografia excretora e angiografia intravenosa), o tratamento com metformina deverá ser interrompido 48 horas
antes e reinstituído 48 horas depois do exame ou quando o controle da função renal estiver restabelecido. Desta
forma, evita-se o aumento do risco de ocorrência de acidose lática, devido à redução da excreção da metformina.
CASO NECESSÁRIO, DEVE SER UTILIZADA INSULINA HUMANA PARA O CONTROLE DA GLICEMIA.
NÃO TOME MEDICAMENTO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA
SUA SAÚDE.
INFORMAÇÃO TÉCNICA
Características: O GLUCOFORMIN® é uma biguanida e apresenta mecanismo de ação diferente das sulfoniluréias.
Atua reduzindo a neoglicogênese e aumentando a sensibilidade à insulina, o que promove a diminuição dos níveis
glicêmicos. O GLUCOFORMIN® promove aumento da absorção periférica de glicose, essencialmente em nível
muscular e da sua utilização. Ao contrário das sulfoniluréias, o GLUCOFORMIN® não provoca hipoglicemia (ver
INFORMAÇÃO AO PACIENTE, item Precauções e Advertências) e não causa hiperinsulinemia. O tratamento com
GLUCOFORMIN® diminui ou estabiliza o peso corporal, devido ao seu efeito anorexígeno e parece ser favorável à
redução das taxas de triglicerídeos em diabéticos com dislipidemia do tipo IIb, III ou IV, acompanhada de redução
da colesterolemia, quando esta se encontra elevada no início do tratamento. A metformina reduz significativamente
75
as complicações cardiovasculares e a mortalidade por doenças cardiovasculares em pacientes diabéticos tipo 2 com
sobrepeso e obesos, independentemente de seu efeito antidiabético. Nos pacientes em que não se obtém um controle
adequado do nível de glicose apenas com a monoterapia de metformina, a associação do GLUCOFORMIN® com
uma sulfoniluréia ou com insulina pode resultar em efeito sinérgico, dado que os mecanismos de ação de tais
medicamentos são diferentes e complementares. Estudos recentes têm mostrado a utilidade da metformina em
síndromes que apresentam resistência à insulina, como a síndrome do ovário policístico, dada a sua evidente ação de
aumento da sensibilidade à insulina e consequente redução da hiperinsulinemia.
Farmacocinética
O GLUCOFORMIN® é absorvido no intestino delgado (cerca de 50% a 60%). Liga-se muito pouco às proteínas e
sua fração livre representa cerca de 90% de sua concentração plasmática. É eliminado sem qualquer metabolização
hepática, por via renal (cerca de 90% é eliminado em 12 horas; clearance de 440 ml/min). A concentração sanguínea
máxima é atingida em 2,25 ± 0,44 horas. A meia-vida de eliminação é de 6,2 horas (eliminação inicial entre 1,7 e 3
horas e terminal entre 9 e 17 horas).
Indicações: O GLUCOFORMIN® deve ser usado nos casos de diabetes tipo 2 não complicado por cetoacidose
quando o controle da doença é impossível somente com dieta ou, ainda, nos casos de falha primária ou secundária
das sulfoniluréias, podendo ser usado sozinho ou associado a uma sulfoniluréia. O GLUCOFORMIN® é também
indicado como complemento da insulinoterapia nos casos de diabetes insulino-resistentes, bem como na síndrome do
ovário policístico.
Contra-indicações
(VER INFORMAÇÃO AO PACIENTE)
Precauções e Advertências
(VER INFORMAÇÃO AO PACIENTE)
Interações medicamentosas
Furosemida: um estudo de interação de dose única mostrou aumento da concentração plasmática de metformina e
diminuição da concentração plasmática de furosemida, sem alteração significativa do clearance renal de ambas as
drogas. Ainda não existem informações sobre o uso crônico dessas drogas. Nifedipina: um estudo de interação de
dose única demonstrou aumento da concentração plasmática e da excreção da metformina, além de sugerir melhoria
em sua absorção. O tempo de meia-vida não foi alterado. Drogas com secreção tubular renal: cimetidina, digoxina,
quinidina, quinina, morfina, procainamida, ranitidina, trimetoprima, amilorida, bloqueadores dos canais de cálcio
(nifedipina), triantereno e vancomicina, teoricamente, são passíveis de sofrer interação com a metformina, uma vez
que competem pelo sistema de transporte tubular renal. Logo, recomenda-se monitorização do paciente e, quando for
o caso, ajuste de doses. Drogas que produzem efeito hiperglicemiante: diuréticos tiazídicos, corticosteróides,
estrógenos, contraceptivos orais, fenitoína, fenotiazinas, simpatomiméticos, isoniazida, beta-bloqueadores,
genfibrozil, glucagon, ácido nicotínico, tabaco, somatostatina e ciclofosfamida podem dificultar o controle da
glicemia, eventualmente requerendo ajuste de doses.
Contrastes intravenosos: ver Precauções e Advertências, item Exame radiológico utilizando contraste, em
INFORMAÇÃO AO PACIENTE.
Reações adversas e alterações de exames laboratoriais: O GLUCOFORMIé geralmente bem tolerado. Foram
descritos alguns casos de intolerância digestiva (náuseas, vômitos, diarréia) durante os primeiros dias de tratamento,
embora de caráter leve e que não exigiram a interrupção da medicação. Esses efeitos secundários costumam
desaparecer tomando o medicamento durante ou logo após a ingestão de alimentos. Nos raros casos em que os
sintomas perdurarem por mais de 10 dias, a suspensão do medicamento deverá ser considerada. . Acidose lática:
complicação metabólica que pode ocorrer devido ao acúmulo de determinadas drogas (normalmente > mol de
metformina/ml de plasma), principalmente quando existe deficiência na função renal. A acidose lática é
caracterizada por elevação dos níveis de lactato no sangue (> 5 mmol/L), diminuição do pH sanguíneo e distúrbios
eletrolíticos. A acidose lática pode ser acompanhada de sintomas tais como mal-estar, mialgias, sonolência incomum,
dispnéia e desconforto abdominal inespecífico. A metformina, em comparação com as outras biguanidas pode
provocar acidose lática em raras situações. Devido à gravidade do quadro de acidose lática recomenda-se que sejam
rigorosamente seguidas as indicações e contraindicações de metformina. Os casos de acidose lática citados na
76
literatura foram devidos à inobservância das contra-indicações; . Ocasionalmente foram observadas reações cutâneas
e gosto metálico. A metformina pode reduzir a absorção da vitamina B12. Pode ocorrer resultado falso-positivo no
teste de cetona urinária; . O lactato sérico pode estar aumentado.
Posologia
• GLUCOFORMIN® 500 mg:
A dose inicial deve ser de 2 comprimidos/dia, administrados um após o café da manhã e um após o jantar. Caso seja
necessário, é recomendado ajuste de dose, através da adição de um comprimido a cada semana, a fim de se evitar
reações adversas gastrintestinais, até que se obtenha o controle dos níveis de glicose ou que se atinja a dose máxima
recomendada (2500 mg/dia, ou seja cinco comprimidos/dia). A dose de manutenção usual é de três comprimidos/dia,
por exemplo dois comprimidos após o café da manhã e um comprimido após o jantar, sendo recomendado um
intervalo de 12 horas entre as administrações.
• GLUCOFORMIN® 850 mg:
A dose inicial deve ser de um comprimido/dia, administrado após o café da manhã. Caso seja necessário, é
recomendado ajuste de dose, através da adição de um comprimido a cada semana, a fim de se evitar reações adversas
gastrintestinais, até que se obtenha o controle dos níveis de glicose ou que se atinja a dose máxima recomendada
(2550 mg/dia, ou seja três comprimidos/dia). A dose de manutenção usual é de dois comprimidos/dia administrados
com um intervalo de 12 horas; por exemplo um após o café da manhã e um após o jantar.
Superdosagem
Os raros casos de superdosagem citados na literatura vêm demonstrando que os pacientes com elevadas taxas
plasmáticas de metformina, com conseqüente acidose lática, foram devidas à inobservância das contraindicações. O
prognóstico é favorável caso se estabeleça hemodiálise (com clearance de até 170 ml/min), reduzindo rapidamente a
hiperlactatemia. Contudo, as hiperlactatemias de origem anóxica complicando um estado de choque, uma
insuficiência respiratória ou hepática, associadas a uma taxa normal ou ligeiramente elevada de metformina são
praticamente irreversíveis.
Uso em pacientes idosos: Estudos sugerem a ocorrência de diminuição do clearance plasmático total e de aumento do
tempo de meia-vida da metformina, em decorrência da alteração da função renal com a idade. Tais pacientes devem
ter monitorização cuidadosa da função renal.
Registro M.S. 1.0574.0002
Farm. Responsável: Marco Aurélio de L. Xavier – CRF-MG no: 3553
Fabricado por Weifa A/S, Oslo, Noruega para Biobrás S.A.
BIOBRÁS S.A.
Av. “C”, 1413 - Distrito Industrial - 39.404.004 - Montes Claros - MG - Brasil
CNPJ: 16.921.603/0001-66 – Indústria Brasileira
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Número do lote, datas de fabricação e de validade: vide cartucho.
ADC (Atendimento Direto ao Cliente): 0800 313325
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Princípio Ativo: Gliclazida
LABORATÓRIOS SERVIER DO BRASIL LTDA
Administração por Via Oral.
Apresentação: Caixas com 20 ou 60 comprimidos contendo 80 mg de Gliclazida.
Cada comprimido contém: Gliclazida (DCB 03478.01-7) .............................................................................. 80 mg.
Excipientes: Goma arábica , lactose , estearato de magnésio , talco q.s.p. um comprimido de ...................... 160 mg.
Propriedades Farmacodinâmicas: SULFONILURÉIA HIPOGLICÊMICA - ANTIDIABÉTICO ORAL
A Gliclazida reduz os níveis de glicose no sangue estimulando a secreção de insulina pelas células beta das ilhotas de
Langerhans. No diabetes tipo 2, a Gliclazida restaura primeiramente a secreção máxima de insulina na presença de
glicose e aumenta a segunda fase de secreção de insulina . Um aumento significativo na resposta à insulina é
observado depois de uma refeição ou de um estímulo de glicose.
Propriedades microvasculares:
- Diminuição da adesividade e agregação plaquetárias com diminuição dos marcadores de ativação das plaquetas
(beta-tromboglobulina, tromboxano B2), lentificação do turn-ver das plaquetas e normalização da atividade
fibrinolítica do endotélio vascular (aumento na atividade tPA) em todas as formas de diabetes insulino e não
insulino-dependente;
- Possível retardo na evolução da retinopatia diabética no estado não-proliferativo;
- Na nefropatia diabética, a administração de DIAMICRON não modificou a função renal que permaneceu normal ou
estacionária e foi acompanhada de uma diminuição significativa da proteinúria, paralelamente a um controle da
pressão arterial e da glicemia.
Propriedades Farmacocinéticas: A Gliclazida é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal e a concentração
plasmática máxima é atingida entre a 11ª e a 14ª hora. A ligação protéica é de 94,2% no homem. Como a meia-vida
biológica da Gliclazida é de 20 horas no homem, DIAMICRON pode ser administrado em duas doses diárias para se
obter uma maior eficácia. A eliminação ocorre principalmente pela urina: menos que 1% da dose ingerida é
encontrada inalterada na urina.
A segurança e eficácia do uso clínico de DIAMICRON foram amplamente demonstradas através de diversos estudos
clínicos.
Indicações
- Diabetes não insulino-dependente.
- Diabetes no idoso.
- Diabetes no obeso.
- Diabetes com complicações vasculares.
Contra-Indicações
- Hipersensibilidade à Gliclazida ou outras sulfoniluréias ou sulfonamidas, ou a um dos excipientes utilizados;
- Diabetes insulino-dependente, principalmente diabetes juvenil, cetose grave, acidose, pré-coma diabético;
- Insuficiência renal ou hepática grave;
- Associação à forma oral do miconazol;
- Amamentação/gravidez.
Em geral, não se recomenda associar este medicamento a fenilbutazona, danazol ou álcool. Devido à presença de
lactose , este medicamente é contra-indicado no caso de galactosemia congênita , síndrome de mal absorção de
glicose e galactose ou deficiência de lactase.
- Dose Inicial:
A dose inicial recomendada é de 1 comprimido por dia.
78
- Aumento na dosagem: A dosagem é normalmente ajustada em incrementos de 1 comprimido dependendo da
resposta glicêmica. Cada aumento de dosagem deve respeitar um intervalo mínimo de 14 dias.
- Tratamento de Manutenção: A dosagem varia de 1 a 3 comprimidos por dia, podendo chegar a 4 comprimidos por
dia em casos excepcionais. A dosagem padrão é de 2 comprimidos por dia, divididos em 2 doses diárias.
Pessoas acima de 65 anos de idade: - Iniciar o tratamento com meio comprimido ingerido uma vez ao dia.
- Esta dosagem pode ser aumentada progressivamente até que um controle satisfatório da glicose seja alcançado no
paciente, contanto que um intervalo de pelo menos 14 dias seja mantido depois de cada aumento de dosagem e os
níveis de açúcar no sangue estejam sendo monitorados de perto.
Em outros pacientes de risco:
- Em pacientes que estejam subnutridos ou com uma acentuada mudança em seu estado geral ou cujo consumo
calórico seja irregular, assim como em pacientes com insuficiência renal ou hepática, o tratamento deve ser iniciado
com a menor dose possível e as diretrizes para os aumentos na dosagem devem ser rigorosamente respeitadas, a fim
de evitar qualquer reação hipoglicêmica.
Pacientes que utilizam outros agentes hipoglicemiantes orais: Como acontece com todas as sulfoniluréias
hipoglicemiantes, este medicamento pode substituir outros tratamentos antidiabéticos sem a necessidade de um
período de transição. Ao substituir-se uma sulfoniluréia hipoglicemiante com meia-vida mais longa (por exemplo, a
clorpropamida ) por este medicamento, os pacientes devem ser monitorados com atenção (durante algumas semanas)
no sentido de evitar a ocorrência de hipoglicemia causada pela possibilidade de uma superposição dos efeitos
terapêuticos.
Advertências
- Pode ocorrer hipoglicemia durante o tratamento com sulfoniluréias. Alguns casos podem ser graves e de longa
duração. A internação pode ser necessária e os níveis de açúcar no sangue devem ser observados por alguns dias e
corrigidos, se necessário.
- Pacientes idosos, subnutridos ou com mudança em seu estado geral e pacientes com insuficiência adrenal ou
hipopituitarismo o particularmente sensíveis aos efeitos hipoglicemiantes dos agentes antidiabéticos. A
hipoglicemia pode ser difícil de ser diagnosticada em pessoas mais idosas e em pacientes tratados com
betabloqueadores.
- Este tratamento só deve ser prescrito se o paciente se alimenta regularmente (incluindo café da manhã). Um
consumo regular de carboidratos é importante devido ao maior risco de hipoglicemia se as refeições forem feitas fora
dos horários, em casos de uma dieta inadequada ou se a dieta contém um equilíbrio inadequado de carboidratos.
- A hipoglicemia tem mais possibilidade de ocorrer em pessoas que seguem uma dieta de baixa caloria, após
exaustão física considerável ou prolongada, após o consumo de álcool ou durante a administração de uma
combinação de agentes hipoglicemiantes.
- Insuficiências renal ou hepática podem alterar a farmacocinética e/ou farmacodinâmica da gliclazida e a
insuficiência hepática também pode reduzir a capacidade de gliconeogênese; esses dois efeitos aumentam o risco de
sérias reações hipoglicêmicas.
- Desequilíbrio glicêmico: o controle dos níveis de glicose no sangue por agentes antidiabéticos pode ser reduzido
em pacientes com febre, trauma, infecção ou em pacientes que estão passando por uma intervenção cirúrgica. Nesses
casos, pode ser necessário interromper o tratamento e administrar insulina .
A eficácia de todos os agentes hipoglicemiantes orais, incluindo a Gliclazida , em reduzir a taxa de açúcar no sangue
até o nível desejado diminui em muitos pacientes a longo prazo. Isto pode ser devido a um aumento na gravidade do
diabetes ou a uma resposta reduzida ao tratamento. Este fenômeno é conhecido como falência secundária e deve ser
diferenciado da falência primária, onde o medicamento prova ser ineficaz quando prescrito como um tratamento de
primeira linha para um determinado paciente. Um ajuste adequado na dosagem e dieta devem ser considerados antes
de classificar o paciente no quadro de falência secundária.
- Testes biológicos: Os níveis de glicose no sangue e na urina devem ser monitorados periodicamente. Avaliações
dos níveis da hemoglobina glicosilada podem ser úteis.
Informações ao Paciente:
Os riscos de hipoglicemia, seus sintomas e tratamento, assim como seus fatores de pré-disposição, devem ser
explicados ao paciente e sua família. Falências primárias ou secundárias do tratamento também devem ser
explicadas.
O paciente deve ser informado dos riscos em potencial e dos benefícios deste e de outros tipos de tratamento. Ele
deve ser informado sobre a importância de manter a dieta prescrita, de seguir um programa regular de exercícios
físicos e de monitorar os níveis de glicose na urina e/ou no sangue regularmente.
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GRAVIDEZ:
Risco devido à gliclazida: Atualmente não existem dados clínicos pertinentes ou em número suficiente para
avaliação de um eventual efeito de má formação ou fetotóxico da gliclazida quando administrada durante a gravidez.
Conduta a ser adotada: Manter o diabetes sob controle permite que a gravidez se desenvolva normalmente neste
grupo de pacientes. O tratamento com insulina é essencial, independente do tipo de diabetes, 1 ou 2, gestacional ou
permanente. Neste último caso, uma mudança do tratamento oral para insulina é recomendada desde que a gravidez
seja planejada, ou se a gravidez for descoberta acidentalmente em uma paciente exposta à gliclazida: neste caso, isto
não se constitui um argumento sistemático para recomendar uma interrupção da gravidez, mas a gravidez deve ser
monitorada com um acompanhamento pré-natal apropriado.
AMAMENTAÇÃO:
Na ausência de dados a respeito da passagem para o leite meterno e levando em consideração o risco de hipoglicemia
neonatal, a amamentação é contra-indicada durante o tratamento com esse medicamento.
Interações Medicamentosas
1) Os seguintes produtos podem aumentar a hipoglicemia:
Associação contra-indicada:
- Miconazol (via sistêmica, gel para uso oral): aumento no efeito hipoglicemiante com possível ocorrência de
sintomas hipoglicêmicos ou até mesmo de coma.
Associações não recomendadas:
- Fenilbutazona (via sistêmica): aumento no efeito hipoglicemiante das sulfoniluréias (deslocamento da ligação às
proteínas plasmáticas e/ou redução de sua eliminação).
Um agente antiinflamatório alternativo com menor potencial de interação deverá ser usado preferencialmente; caso
contrário, avisar o paciente e enfatizar a necessidade de automonitoramento. Se necessário, ajustar a dosagem da
Gliclazida durante o tratamento com o agente antiinflamatório e depois que o mesmo for interrompido.
- Álcool: O efeito 'antabuse', principalmente para a clorpropamida , glibenclamida , glipizida , tolbutamina . Maior
reação hipoglicêmica (inibição de mecanismos de compensação), que pode aumentar a probabilidade do coma
hipoglicêmico.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e remédios que contêm álcool.
Associações que exigem precauções:
- Betabloqueadores:
Todos os beta-bloqueadores mascaram determinados sintomas de hipoglicemia: palpitações e taquicardia. A maioria
dos beta-bloqueadores não cardioseletivos aumenta a incidência e gravidade da hipoglicemia.
Informar o paciente e estimular o automonitoramento dos níveis de glicose no sangue, principalmente no início do
tratamento.
- Fluconazol:
Aumento na meia-vida da sulfoniluréia com possível ocorrência de sintomas hipoglicêmicos.
Informar o paciente, enfatizar a necessidade de automonitoramento dos veis de glicose no sangue e, se necessário,
ajustar a dosagem da sulfoniluréia durante o tratamento com fluconazol.
- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (descritos para captopril, enalapril):
O uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina pode ocasionar um aumento no efeito hipoglicemiante em
pacientes diabéticos tratados com sulfoniluréias. Os sintomas da hipoglicemia parecem ser uma ocorrência
excepcional.
Uma teoria posta em evidência é a de que uma melhoria da tolerância à glicose resultaria numa redução das
necessidades de insulina.
Enfatizar a necessidade de automonitoramento dos níveis de glicose no sangue.
2) Produtos que podem causar aumento nos níveis de açúcar no sangue:
Associação não recomendada:
- Danazol: (o efeito diabetogênico de Danazol)
Se a combinação for inevitável, avisar o paciente do risco em potencial e enfatizar a necessidade de
automonitoramento dos níveis de glicose no sangue e na urina. Se necessário, ajustar a dosagem do agente
antidiabético durante o tratamento com Danazol e depois que esse tratamento for interrompido.
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Associações que exigem precauções especiais:
- Clorpromazina (neuroléptico): em doses altas (100 mg por dia de clorpromazina), os veis de açúcar no sangue
podem elevar-se (diminuição na liberação de insulina).
Informar o paciente e enfatizar a necessidade de automonitoramento dos níveis de glicose no sangue. Se necessário,
ajustar a dosagem do agente antidiabético durante o tratamento com o neuroléptico e depois que ele for interrompido.
- Glicocorticóides e tetracosactina (vias sistêmica e local: administração intra-articular, cutânea e lavagem retal)
exceto hidrocortisona quando usada como tratamento substituto na Doença de Addison:
Aumento nos níveis de açúcar no sangue, ocasionalmente acompanhado de cetose (diminuição da tolerância a
carboidratos causada pelos corticosteróides).
Informar o paciente e enfatizar a necessidade de automonitoramento dos níveis de glicose no sangue, principalmente
no começo do tratamento. Se necessário, ajustar a dosagem do agente antidiabético durante o tratamento com
corticosteróides e depois que eles forem interrompidos.
- Simpaticomiméticos Beta-2 (ritodrina, salbutamol, terbutalina):
Níveis de glicose no sangue aumentados por estimulantes Beta-2.
Enfatizar a necessidade de monitorar os níveis de glicose no sangue.
Se necessário, mudar para tratamento com insulina .
Reações Adversas
- Hipoglicemia.
- Foram relatados distúrbios digestivos do tipo: náusea, dispepsia, diarréia e constipação. Esses efeitos são atenuados
tomando DIAMICRON durante as refeições ou se dividindo as doses.
- Os seguintes efeitos indesejáveis foram relatados mais raramente:
- erupções na pele e mucosas: petéquias, prurido, urticária, erupção maculopapular.
- efeitos hematológicos: anemia, leucopenia, trombocitopenia.
- aumentos das 'ASAT', 'ALAT', fosfatase alcalina, hepatite (rara).
Interromper o tratamento se ocorrer icterícia colestática.
Em geral, esses sintomas desaparecem quando o tratamento é interrompido.
Superdose
Uma superdosagem de sulfoniluréias pode levar à hipoglicemia.
Sintomas moderados de hipoglicemia, sem perda de consciência ou sinais neurológicos, devem ser totalmente
corrigidos pela administração de carboidratos e pelo reajuste da dosagem e/ou adequação da dieta. O paciente deve
ser rigorosamente monitorado até que médico tenha certeza de que ele está fora de perigo. Reações hipoglicêmicas
graves, com ocorrência de coma, convulsões ou outros distúrbios neurológicos, são possíveis e constituem uma
emergência médica que requer a internação imediata do paciente. Se um coma hipoglicêmico for diagnosticado ou
suspeitado, o paciente deve receber imediatamente uma injeção intravenosa de uma solução de glicose concentrada
(50%). Isto deve ser seguido de uma perfusão contínua de uma solução de glicose mais diluída (10%) a uma
velocidade necessária para manter os níveis de glicose no sangue acima de 100 mg/dl. O paciente deve ser
monitorado com rigor por no mínimo 48 horas. Dependendo do estado do paciente nesta ocasião, o médico deve
decidir se um monitoramento adicional será necessário. O clearence plasmático da Gliclazida pode ser prolongado
em pacientes que sofrem de um distúrbio hepático. Devido à forte ligação da Gliclazida às proteínas, a diálise não
tem utilidade para o paciente.
Armazenagem
O produto deverá ser conservado em temperatura ambiente (entre 15º e 30º C). Proteger da luz e umidade.
Prazo de validade : 5 anos após a data de fabricação.
Dizeres Legais
Registro M.S.: 1.1278.0004.001-9 Registro M.S.: 1.1278.0004.002-7
Farmacêutico(a) responsável: ALEXANDRE BRASIL AMARAL DOS SANTOS - CRF/RJ-6700
Fabricado e embalado por:
Mappel Rio Indústria e Comércio Ltda.
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Rua Gravataí, nº 16/20 - Jacaré - 20975-030 - Rio de Janeiro - RJ
Distribuído por:
Laboratórios Servier do Brasil Ltda.
Estrada dos Bandeirantes, nº 4.211 - Jacarepaguá - 22775-113 - Rio de Janeiro - RJ.
Titular do registro:
Laboratórios Servier do Brasil Ltda.
Estrada dos Bandeirantes, nº 4211 - Jacarepaguá - 22775-113 - Rio de Janeiro - RJ
CNPJ 42.374.207/0001-76
Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC): 0800-7033431.
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
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Princípio Ativo: Glibenclamida
Daonil (Aventis Pharma Brasil)
Forma de Administração: Via oral
Apresentação: Comprimidos sulcados, embalagens com 30 comprimidos
Cada comprimido contém:
glibenclamida .............................................................5 mg
excipientes q.s.p. ..........................................1 comprimido
(lactose monoidratada, amido de milho, talco, estearato de magnésio e dióxido de silício coloidal).
Propriedades farmacodinâmicas
DAONIL® (glibenclamida) apresenta como princípio ativo a glibenclamida, antidiabético oral do grupo das
sulfoniluréias, dotado de potente ação hipoglicemiante e ótima tolerabilidade. A glibenclamida atua sobre as células
beta do pâncreas estimulando a produção de insulina e conseqüentemente a normalização do metabolismo dos
carboidratos. Após dose única matinal, o efeito hipoglicemiante permanece detectável por aproximadamente 24
horas.
Propriedades farmacocinéticas
Glibenclamida é rapidamente e quase completamente absorvida pelo trato gastrintestinal após administração oral.
Alimentos não afetam significativamente a absorção de glibenclamida. A meia-vida sérica de glibenclamida após
administração oral é de aproximadamente 2 a 5 horas, embora alguns estudos sugiram que em pacientes com
diabetes mellitus possa haver meia-vida mais prolongada de glibenclamida de 8 a 10 horas. Não ocorre acúmulo de
DAONIL® (glibenclamida). Picos de concentração plasmática de glibenclamida são alcançados dentro de 2 a 4 horas
após administração oral e se liga amplamente (mais que 98%) às proteínas plasmáticas. A glibenclamida é
completamente metabolizada no fígado e seus metabólitos formados não apresentam contribuição significativa para o
efeito de diminuição da glicose no sangue. O principal metabólito é o 4-trans-hidroxiglibenclamida; outro é o 3-cis-
hidroxiglibenclamida. Os metabólitos da glibenclamida são excretados por via urinária e biliar, aproximadamente
50% da dose é excretada na urina e 50% por via biliar, e é completa após 45 a 72 horas. Em pacientes com
insuficiência renal prejudicada, aumento da excreção de metabólitos na bile, o aumento sendo dependente da
severidade da insuficiência renal. Glibenclamida atravessa a placenta em pequenas quantidades. Como outras
sulfoniluréias, glibenclamida é presumivelmente excretada no leito materno.
Resultados de Eficácia
A eficácia de glibenclamida está comprovada nos seguintes estudos: 'Effect of intensive blood-glucose control with
metformin on complications in overweight patients with type 2 diabetes (UKPDS 34).' (Anon, 1998b); 'Daytime
glibenclamide and bedtime NPH insulin compared to intensive insulin treatment in secondary sulphonylurea failure:
a 1-year follow-up.' (Clauson, P. 1996); 'Efficacy of glyburide in diabetics poorly controlled on first-generation oral
hypoglycemics.' (Cohen, K.L. 1987); 'New concepts in the pathogenesis and treatment of noninsulin-dependent
diabetes mellitus' (DeFronzo, R.A. 1983); 'Oral hypoglycemic drugs for gestational diabetes.' (Greene, M.F. 2000);
'Therapeutic comparison of metformin and sulfonylurea, alone and in various combinations: a double-blind
controlled study.' (Hermann, L.S. 1994); 'Comparison of glibenclamide, gliquidone, glisoxepide, and placebo in
maturity onset diabetics of differing degrees of severity.' (Irsigler, K. 1979); 'Efficacy of insulin and sulfonylurea
combination therapy in type II diabetes: a meta-analysis of the randomized placebo-controlled trials.' (Johnson, J.L.
1996) 'Effects of a combination of bedtime intermediate-acting insulin and glibenclamide in type 2 (non-insulin-
dependent) diabetic patients with secondary failure to respond to oral hypoglycaemic agents.' (Krempf, M. 1992); 'A
comparison of glyburide and insulin in women with gestational diabetes mellitus.' (Langer, O. 2000); 'Glyburide and
glipizide in treatment of diabetic patients with secondary failures to tolazamide or chlorpropamide.' (Lev, J.D. 1987)
; 'Maximal dose glyburide therapy in markedly symptomatic patients with type 2 diabetes: a new use for an old
friend.' (Peters, A.L. 1996); 'The effect of combination treatment with acarbose and glibenclamide on postprandial
glucose and insulin profiles: additive blood glucose lowering effect and decreased hypoglycaemia.' (Rosak, C. 2002);
'Over-all therapeutic usefulness of glybenclamide, a new hypoglycemic sulfonylurea.' (Rull, J.A. 1970); 'Addition of
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sulfonylurea to insulin treatment in poorly controlled type II diabetes :a double-blind, randomized clinical trial.'
(Schade, D.S. 1987); 'Treatment of adult diabetes with semi-euglucon. Munch Med Wochenschr.' (Schafer, D. 1979);
'Comparison of different insulin regimens in elderly patients with NIDDM.' (Wolffenbuttel, B.H.R. 1996);
'Comparison of bedtime insulin regimens in patients with type 2 diabetes mellitus: a randomized, controlled trial.'
(Yki-Jarvinen, H. 1999).
Indicações: DAONI (glibenclamida) é indicado para o tratamento oral do diabetes mellitus não insulino-
dependente (Tipo 2 ou diabetes do adulto).
Contra-Indicações
DAONIL® (glibenclamida) não deve ser administrado em:
- pacientes com diabetes mellitus insulino-dependente (Tipo 1 ou diabetes juvenil), por exemplo diabéticos com
história de cetoacidose;
- no tratamento de cetoacidose diabética;
- no tratamento de pré-coma ou coma diabético;
- em pacientes com disfunção renal severa;
- em pacientes com disfunção hepática severa;
- em pacientes com hipersensibilidade a glibenclamida ou a qualquer um dos componentes da fórmula;
- em mulheres grávidas e
- em mulheres lactantes.
Modo de usar e cuidados de conservação depois de aberto
Os comprimidos são ingeridos sem mastigar com um pouco de liquido. A menos que seja prescrito de modo
diferente, a primeira dose diária deve ser administrada imediatamente antes da primeira refeição substancial. Para os
casos que exigirem mais de 1 comprimido ao dia, recomenda-se dividir a dose em duas administrações: uma dose
antes da primeira refeição substancial e a outra antes do jantar. Depois de aberto, DAONIL® (glibenclamida) deve
ser mantido em sua embalagem original, conservado ao abrigo da luz, calor e umidade.
Posologia
A estabilização do diabetes através de DAONIL® (glibenclamida) deve ser orientada somente pelo médico. O
tratamento não deve ser interrompido nem mesmo a dosagem ou a dieta devem ser alteradas sem orientação médica.
A dosagem é prescrita através dos resultados de exames laboratoriais (doseamento de glicose no sangue e na urina).
De maneira geral, a dose inicial é de 1/2 a 1 comprimido diário. Sob supervisão médica, a dose inicial pode ser
gradualmente aumentada, se necessário, a 3 comprimidos e em casos excepcionais a 4 comprimidos diários É
importante ater-se às instruções do médico para uso de DAONIL® (glibenclamida). Erros de ingestão como, por
exemplo, se houve esquecimento de uma dose, nunca pode ser corrigida tomando-se uma dose maior mais tarde.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração. Caso o paciente esqueça de tomar uma dose, ele
deverá tomá-la assim que possível, no entanto, se estiver próximo do horário da dose seguinte o paciente deverá
esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas
duas doses ao mesmo tempo.
Advertências
A base do tratamento de todos os casos de diabetes é a dieta prescrita pelo médico. Ela deve ser seguida
rigorosamente. Em nenhuma circunstância é permitido utilizar DAONIL® (glibenclamida) como um substituto para
a própria observância das instruções da dieta. A estrita fidelidade à dieta e a regularidade na ingestão dos
comprimidos são essenciais para manter sua eficiência terapêutica e para prevenir uma elevação muito alta no açúcar
sangüíneo (hiperglicemia) ou uma queda a valores muito baixos (hipoglicemia).
Os sinais de mudanças indesejáveis no nível do açúcar sangüíneo são:
- Hiperglicemia: sede severa, secura na boca, pele seca e diurese freqüente.
- Hipoglicemia: fome intensa, sudorese, tremor, agitação, irritabilidade, cefaléias, distúrbios do sono, depressão do
humor e distúrbios neurológicos transitórios (ex: alterações da fala, visão e sensação de paralisia).
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Os sintomas e sinais de hipoglicemia podem sempre ser corrigidos por administração de carboidratos (açúcar em
várias formas, tais como suco de frutas adoçado, chá adoçado, açúcar puro). Os adoçantes artificiais não são usados
para esse propósito. Qualquer reação hipoglicêmica deve ser relatada ao médico assim que possível, que então, irá
checar se a dose de DAONIL® (glibenclamida) requer correção. Se medidas simples não funcionarem para aliviar de
imediato a crise hipoglicêmica, deve-se chamar um médico imediatamente.
Se outras doenças surgirem durante o tratamento com DAONIL® (glibenclamida), o médico que está orientando o
tratamento deve ser imediatamente informado. Num evento de troca de médico (por exemplo, admissão em hospital
após acidente, doença num feriado) o paciente deve dizer ao novo médico que é diabético. Em condições
excepcionais de 'stress' e durante a lactação, uma troca temporária para a insulina pode ser necessária. Cuidados na
direção de veículos ou realização de outras tarefas que exijam atenção: o tratamento de diabetes com DAONIL®
(glibenclamida) requer monitoração constante. Até se conseguir um ótimo controle, ou quando se está trocando de
medicamento antidiabético ou se os comprimidos não são tomados regularmente, o estado de alerta e o tempo de
reação pode ser alterado, portanto o paciente não deve dirigir ou operar máquinas. O paciente deve evitar esforços
físicos severos.
Risco de uso por via de administração o recomendada: Não há estudos dos efeitos de DAONIL® (glibenclamida)
administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia deste medicamento, a
administração deve ser somente pela via oral.
Gravidez
DAONIL® (glibenclamida) não deve ser administrado durante a gravidez. A paciente deve mudar o tratamento para
insulina durante a gravidez. As pacientes que planejam engravidar devem informar ao seu médico. É recomendado
que estas pacientes mudem o tratamento para insulina. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Para prevenir uma possível ingestão, DAONIL® (glibenclamida), não deve ser administrado durante a lactação. Se
necessário, a paciente deve mudar o tratamento para insulina, ou deve interromper a amamentação.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Pacientes idosos
A hipoglicemia ocorre com maior freqüência em pacientes idosos que usam glibenclamida. Doses conservadoras
estão recomendadas em pacientes idosos para evitar hipoglicemia.
Outros grupos de risco
DAONIL® (glibenclamida) não deve ser utilizado por pacientes com disfunção severa renal e/ou hepática.
Interações Medicamentosas
O uso concomitante de DAONIL® (glibenclamida) com outras drogas ou bebidas alcoólicas pode levar à atenuação
ou aumento indesejados de sua ação hipoglicemiante. Por esta razão, outras drogas não devem ser usadas sem o
conhecimento do médico.
- Reações hipoglicêmicas devido à potencialização do efeito hipoglicemiante de DAONIL® (glibenclamida) podem
ocorrer quando se usam as seguintes drogas:
Agentes anabolizantes, inibidores da ECA, quinolonas; disopiramida, fluoxetina, guanetidina, ácido paramino-
salicílico, probenicida, tritoqualina, beta-bloqueadores, benzofibrato, preparações de biguanida, cloranfenicol,
clofibrato, derivados cumarínicos, fenfluramina, feniramidol, inibidores da M.A.O., miconazol, pentoxifilina (uso
parenteral em altas doses), preparações de fenilbutazona, fosfamidas, salicilatos, sulfimpirazona, sulfonamidas e
preparações de tetraciclina.
- A atenuação do efeito hipoglicemiante de DAONIL® (glibenclamida) e conseqüente deterioração do controle da
diabetes pode ocorrer quando em uso concomitante das seguintes drogas:
Acetazolamida, diazóxido, glucagon, fenotiazínicos, fenitoína, laxativos (uso abusivo), corticosteróides, diuréticos
(saluréticos), nicotinatos (em altas doses), derivados fenotiazínicos, hormônios sexuais (progestogênios, estrogênios),
agentes simpatomiméticos e hormônios da tiróide. Potencialização e atenuação dos efeitos de DAONIL®
(glibenclamida) podem ocorrer em pacientes fazendo uso concomitante de clonidina e reserpina. O álcool pode
potencializar a ação hipoglicemiante de DAONIL® (glibenclamida). A quantidade de bebida alcoólica permitida
deve ser discutida com o médico. O alcoolismo crônico e o abuso crônico de laxantes podem levar à deterioração do
controle da diabetes. Em raros casos pode ocorrer Potencialização ou atenuação do efeito hipoglicemiante quando há
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uso concomitante com drogas antagonistas H2. O uso de DAONIL® (glibenclamida) pode potencializar ou diminuir
os efeitos dos derivados cumarínicos.
Alimentos
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de DAONIL® (glibenclamida) com alimentos.
Testes laboratoriais
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de DAONIL® (glibenclamida) em testes laboratoriais.
Reações Adversas
Reações afetando o trato gastrintestinal, como: náuseas, vômitos, dor abdominal, sensação de plenitude gástrica ou
peso no epigastro e diarréias são observados em casos excepcionais.
Reações de hipersensibilidade envolvendo a pele - incluindo fotossensibilidade - ocorreram somente em casos
isolados. Podem ocorrer raros casos de reações alérgicas inclusive com risco de vida.
Há a possibilidade de hipersensibilidade cruzada às sulfonamidas ou seus derivados.
Podem ocorrer em casos isolados, distúrbios hematopoiéticos, como por exemplo, diminuição (leve a severa) das
plaquetas (púrpura), hemácias e leucócitos que podem progredir para depleção séria dos granulócitos
(agranulocitose) ou depressão de todos os elementos celulares do sangue sendo que mielossupressão pode ser uma
das causas desta pancitopenia.
Houve em alguns casos aceleração na degradação de células vermelhas (anemia hemolítica) e inflamação dos vasos
sangüíneos (vasculites).
Em casos isolados, podem ocorrer alterações hepáticas como por exemplo, hepatite, icterícia e colestase, aumento
das enzimas hepáticas e até distúrbios severos das funções hepáticas podendo levar a falência hepática e distúrbios
do sistema endócrino com prejuízo do controle metabólico da hiperglicemia.
Se o paciente apresentar excessiva diminuição dos níveis sangüíneos de glicose (hipoglicemia) sem tratamento
adequado, podem aparecer alterações neurológicas transitórias (ex: alterações da fala, visão e sensação de paralisia).
O uso de DAONIL® (glibenclamida) pode causar prurido.
Com relação aos íons séricos, o uso de DAONIL® (glibenclamida) pode levar à uma diminuição do sódio sérico.
Podem ocorrer alterações do estado de atenção do paciente ao dirigir ou operar máquinas.
Se tais reações ocorrerem, o médico deve decidir se a terapia com DAONIL® (glibenclamida) deve ser
descontinuada ou não.
Superdose
Os sintomas e sinais de hipoglicemia podem sempre ser corrigidos por administração de carboidratos (açúcar em
várias formas, tais como: suco de frutas adoçado, chá adoçado, açúcar puro). Os adoçantes artificiais não são usados
para esse propósito.
Se medidas simples não funcionarem para aliviar de imediato a crise hipoglicêmica, deve-se chamar um médico
imediatamente e pode até ser necessária a hospitalização.
Armazenagem
DAONIL® (glibenclamida) deve ser mantido em sua embalagem original, conservado ao abrigo da luz, calor e
umidade.
Dizeres Legais
Registro M.S.: 1.1300.0032.001-7 Registro M.S.: 1.1300.0032.006-8
Farmacêutico(a) responsável: Antonia A. Oliveira - CRF/SP-5854
Aventis Pharma Ltda.
Rua Conde Domingos Papais, 413
Suzano - São Paulo
Caixa Postal 20215 - CEP: 04035-990
C.N.P.J. 02.685.377/0008-23
86
Indústria Brasileira
® Marca Registrada
Segundo fórmula original de GRUPO AVENTIS - Frankfurt am Main - Alemanha
IB020893C
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
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Anexo 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _______________________________________ de livre e espontânea vontade,
sem ser forçado ou coagido, aceito participar da pesquisa para realização do Projeto de
Pesquisa, intitulado CINÉTICA DA GLICEMIA E LACTACIDEMIA EM DIABÉTICOS
TIPO II DURANTE E APÓS EXERCÍCIO AERÓBIO REALIZADO EM DIFERENTES
INTENSIDADES”.
O objetivo deste estudo é investigar o comportamento da glicemia durante e após duas
sessões de exercícios em cicloergômetro com intensidades diferentes, assim como os fatores que
influenciam estas situações, baseados nos dados obtidos durante a pesquisa.
Estou ciente que para participar dos testes desta pesquisa, deverei respeitar os seguintes
critérios:
1) Ser portador de diabetes tipo II
2) Não apresentar alguma (s) doenças (s) / disfunções apresentadas no histórico de saúde
ou outro problema que possa comprometer a minha integridade física e a execução da
pesquisa.
3) Ter idade entre 40 e 70 anos
4) Ter disponibilidade de tempo no período da manhã para realização dos testes.
Estou ciente que:
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1) Deverei comparecer ao laboratório 4 vezes em dias distintos com uma alimentação
padronizada por um quite alimentar fornecido pelos executores da pesquisa, para submeter-me a
realização de 1 testes de esforço, bem como 2 sessões de exercícios em cicloergômetro e uma
situação controle todos os teste serão acompanhados por um cardiologista.
2) Submeter-me à realização de coletas de sangue do lóbulo da orelha em repouso (antes
do exercício), durante o exercício (a cada estágio de 3 min do teste incremental e entre as séries
de 20 minutos de exercício) e após a realização dos exercícios (a cada 15 min) do período de
recuperação pós-exercício que terá uma duração de 120 minutos.
3) Os resultados obtidos serão submetidos a publicação porém a identidade dos
voluntários não será revelada.
4) Durante o exercício pode ocorrer riscos a saúde como a hipoglicemia.
Estou ciente que a minha participação nesse estudo trará benefícios, pois além de
receber uma avaliação cardiológica terei a chance de ser avaliado e orientado quanto ao tipo e
intensidade de exercício que devo realizar para controle de minha glicemia. Também serei
informado dos resultados de minha avaliação física e sobre a importância que estes exercícios
terão para a melhoria da qualidade de vida de pessoas diabéticas. Estou ciente também
que todas as informações obtidas durante o curso do estudo permanecerão confidenciais, sendo
que todos os voluntários serão identificados através de números, de forma que o investigador
principal saberá minha identidade. O investigador principal será a única pessoa que manterá
informações sobre o assunto. As informações que unem o nome do voluntário ao seu respectivo
número serão mantidas em segredo pelo investigador.
Estou ciente que no provável caso de dano físico resultante da minha participação nesse
estudo, o tratamento emergencial será feito pela enfermaria local.
89
Nenhum benefício especial será concedido para a compensação ou para pagamento de
algum tratamento só por causa de minha participação nessa pesquisa.
Estou ciente que esse consentimento poderá ser retirado a qualquer hora e sem
preconceito, penalidade ou perda de possíveis benefícios oriundos de minha participação. Eu
tenho direito de parar qualquer teste físico ou exercício a qualquer momento se este for o meu
desejo. Perguntas, quaisquer que sejam, serão respondidas com satisfação pelos envolvidos na
pesquisa pelo telefone (61) 3352-7295 (Wolysson Hiyane de Carvalho).
Eu li e entendi todas as informações contidas neste termo de consentimento.
Data: _____/_______/_______
Assinatura do voluntário___________________________________
Assinatura do pesquisador _________________________________
90
Anexo 4
HISTÓRICO DE SAÚDE
Nome: __________________________________ Idade: _________ Peso:________
Data Nasc.: _______________ Data: _____________________
Telefone: _________________ Estatura____________________
Por favor, responda as perguntas a seguir:
1- Você faz exercícios freqüentemente? ( ) Sim ( ) Não
Se a resposta for não, mude para a pergunta 6.
Há quanto tempo (anos) você pratica atividades físicas? _________________
2- Com que freqüência semanal você pratica exercícios?
( ) 1 ou 2 vezes ( ) 2 ou 3 vezes ( ) 3 ou 4 vezes ( ) 4 ou mais vezes
3- Marque o tipo de exercício que você geralmente faz (marque mais de uma se necessário).
( ) corrida ( ) bicicleta ( ) basquete ( ) natação
( ) futebol ( ) ginástica ( ) caminhada
( ) outros (especifique): ______________________________
4- Quanto tempo (horas/ minutos) você gasta com suas sessões semanais de atividade física?
Mínimo: ___________________ Máximo: __________________
5- Você faz exercícios com assistência ou orientação de algum profissional?
( ) Sim ( ) Não
6- Você tem alguma restrição que possa impedir a realização de algum tipo de exercício?
( ) Sim ( ) Não
Se a resposta for sim, por favor, escreva mais detalhes sobre essa restrição:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
7- Escreva a hora que você geralmente dorme e acorda diariamente:
Hora que dorme: ___________________ Hora que acorda: _________________
91
8- Qual é a hora usual que você faz suas refeições?
Café da manhã: ______________________
Almoço: ____________________________
Lanche da tarde: _____________________
Jantar: _____________________________
9- Você dorme depois do almoço? ( ) Sim ( ) Não
Quantas vezes por semana? ________________________
Quanto tempo? __________________________________
10 – Indique com um X se alguma dessas questões se aplica a você.
( ) Tem hipertensão
( ) Tem pessoas na família com histórias de problemas cardíacos
( ) Tem alguma doença cardíaca
( ) Tem diabetes – Tipo I ( ) ou Tipo II ( )
( ) Tem algum problema ortopédico
( ) Fuma cigarro ou outro produto que contém tabaco
( ) Tem asma ou outros problemas respiratórios
( ) Apresentou recentemente algum mal estar ou distúrbios gastrointestinais
( ) Apresenta alguma disfunção renal
( )Apresenta algum outro problema de saúde não listado aqui. Qual?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
11- Se você faz uso de algum medicamento, liste o que está sendo usado por você diariamente.
12- Quando (há quanto tempo) foi diagnosticado o diabetes e/ou a hipertensão arterial ?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
13 - Como você descobriu que tinha a patologia?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
92
14 ocorreu algum evento mais grave decorrente do diabetes ou da hipertensão que
necessitou de uma visita a emergência do hospital ou de uma internação hospitalar ? Se a resposta
for sim, quando?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
15 Qual foi a última vez (dia e horário) em que você fez o teste para saber quanto estava a
glicemia ?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
16 – Qual é o valor da sua glicemia normalmente ?________________________________
17 – Qual foi o maior valor que já alcançou ?_____________________________________
18- Eu certifico que as respostas dadas por mim para responder esse questionário são todas
verdadeiras, precisas e completas.
Assinatura: _________________________________________
Data: _________________________
93
Anexo 5
Ficha de Coleta de Dados Pessoais e Teste Incremental
- Avaliador: ________________________________________
- Voluntário: ________________________________________
- Peso: ___________ Altura: ________ IMC: __________Sexo: _______Idade: _________
- Endereço: (Rua/Avenida): ________________________________________________
- Número: _____________ Bairro: ___________________ Cep: ___________________
- Cidade: _____________ Telefone: _______________/_______________
- E-mail:__________________________________________________________
Telefone de parentes ou amigos (Emergências):
Nome: ________________________________ Tel: ______________/______________
Nome: ________________________________ Tel: ______________/______________
Temperatura: ____________________Umidade: _______________________________
Obs:__________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________
PESO Kg
Glicemia Jejum mg/dl
Limiar Lactato (W) Limiar Glicêmico (W)
FC Limiar Lactato (bpm) FC Limiar Glic (bpm)
Intensidade do LA (W) FC IGT (bpm)
Intensidade (W) 90% LA OBLA (3,5mM)
Intensidade (W) 110% LA VO
2
max
TESTE INCREMENTAL
TEMPO (min) WATTS FC PSE PAS
(mmHg)
PAD
(mmHg)
PAM
(mmHg)
n°tubo/Lac(mM)
Glic
Repouso
1’
(aquecimento)
3’
6’
9’
12’
15’
18’
Rec 3’
Rec 6’
Rec 9’
Rec 12’
94
Anexo 6
TESTE DE CARGA RETANGULAR À INTENSIDADES RELATIVAS AO LA E DA
RECUPERAÇÃO PÓS-EXERCÍCIO
NOME: ___________________________________________________
DATA: ______________________ HORÁRIO: ______________
DIA CONTROLE ( ) DIA DE EXERCÍCIO ( )
DADOS DO REPOUSO
FC PAS
(mmHg)
PAD
(mmHg)
PAM
(mmHg)
EP/ Lac (mmol/l) Glicemia
5’
10’
15’
20’
TESTE RETANGULAR: ________________ W (___________% DO IAT/IGT)
TEMPO WATTS
FC PSE PAS
(mmHg)
PAD
(mmHg)
PAM
(mmHg)
DP
(mmHg.min
-1
)
EP/ Lac
Glic
10’
FINAL-
20’
Rec 15’
Rec 30’
Rec 45’
Rec 60’
Rec 75’
Rec 90’
Rec 105’
Rec 120’
95
Anexo 7
ANTROPOMETRIA
- Avaliador: ________________________________________ DATA_________________
- Voluntário: ________________________________________
- Peso: ___________ Altura: ________ IMC: __________Sexo: _______Idade: _________
Dobras Medida 1 Medida 2 Medida 3
Tríceps
Bíceps
Subescapular
Supra ilíaca
Abdominal
Peitoral
Coxa
Panturrilha
Axilar média
% G
DIÂMETRO
COTOVELO
PUNHO
JOELHO
PERÍMETRO
OMBRO
TÓRAX
CINTURA
ABDOMINAL
QUADRIL
BRAÇO
COXA
PANTURRILHA
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