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MÔNICA TAGLIARI
ALTERAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE DIFERENTES
TREINAMENTOS COM GINÁSTICA LOCALIZADA EM MULHERES NA FAIXA
ETÁRIA DE 20-35 ANOS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Educação Física
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano
Porto Alegre, RS, BRASIL
2006
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
MÔNICA TAGLIARI
ALTERAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE DIFERENTES
TREINAMENTOS COM GINÁSTICA LOCALIZADA EM MULHERES NA FAIXA
ETÁRIA DE 20-35 ANOS
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Educação Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como requisito
parcial para obtenção do grau acadêmico de
Mestre em Ciências do Movimento Humano.
Orientador: Prof. Dr.Luiz Fernando Martins Kruel
Porto Alegre, RS - Brasil
2006
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3
A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A DISSERTAÇÃO
ALTERAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE DIFERENTES
TREINAMENTOS COM GINÁSTICA LOCALIZADA EM MULHERES NA FAIXA
ETÁRIA DE 20-35 ANOS
ELABORADA POR
MÔNICA TAGLIARI
COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO - ATIVIDADE FÍSICA E PERFORMANCE
COMISSÃO EXAMINADORA
-----------------------------------------------------------------------------
Dr. Álvaro Reischak de Oliveira – UFRGS
------------------------------------------------------------------------------
Dr. Renan Maximiliano Fernandes San Pedro – UNICRUZ
----------------------------------------------------------------------------
Dr. Jefferson da Silva Novaes - UFRJ
Porto Alegre, 11 de julho de 2006.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho com todo o
meu amor à Alcides
Marcelo Tagliari, meu pai, que perdura em mim e
que certamente esteve presente nesta e em
muitas outras jornadas.
Conseguimos!
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço antes a Deus, pelo dom da vida e pela saúde concedida.
Agradeço ao meu orientador, professor e amigo Prof. Dr. Luiz Fernando
Martins Kruel, por me receber, me orientar, me encaminhar e por encarar com toda a
sua sabedoria e paciência, uma nova forma de me levar à busca de mais
conhecimento.
À minha família de São Paulo de quem só tenho amor, gratidão, felicidade
em tê-los sempre perto e de o longe. Sem meus irmãos Márcia, Marta, Cristina,
Marcos, Zé, Luiz, Marcio, Conceição, nada teria acontecido. Obrigada mãe, por
dividir seu coração e me apoiar quando eu quis vir para Porto Alegre.
À minha nova família representada pelo meu marido Álvaro Bernardi, pelo
amor, respeito, bom humor, energia, alegria, desprendimento, pela cumplicidade. Fiz
mais um mestrado aprendendo contigo.
À Zair, Eduardo e Ellen por me acolherem com seu carinho nessa casa
gaúcha. Um alento sempre, obrigada.
Aos meus amigos gaúchos que além de incentivadores, estiveram
constantemente ao meu lado desde o início. Agradeço à Flavia Martinez, Áderson
Loureiro, Daniel Schneider, Luciano Barakat, D. Maria, Silvia e Sr Barakat, José de
Anchieta, Leandro, Lúcio, Silvio Silveira. Lucia, Gun, Aline, Carol, Bianca.
Aos meus queridos amigos João Batista (Bata) e Mauricinho. Sem eles
nada disso aconteceria. Eles sabem.
À minha grande amiga Inélia Garcia e à Renata Duarte que muito
contribuíram sem nem saber.
Ao pessoal do Cecafi pelo Dr.JoMaria Santarém, Rô, César e Roberto
da Costa por me darem tantos ensinamentos dedicando tempo das suas vidas para
esta etapa da minha vida.
Aos profissionais Dilmar Pinto Guedes, Dartagnan Pinto Guedes, Marcelo
Costa, Antônio Carlos Gomes, Mauro Guiselini, Valdir Barbanti por estarem comigo
em vários momentos da vida só acrescentando.
Aos meus anjos da guarda na terra e amigos Michel, Tini, Marcelão,
Marcus, Cadore, Márcio, Ilana, Poli, Leandro e, a não menos importante ala feminina
composta de mulheres maravilhosas, Gabriela, Michelle, Mariza que seguraram
todas, e agora recentemente Rochelle e Luana. Obrigada meninas.
Aos meus colegas das cadeiras e de ajudas infinitas Fernandão, Aline,
Ana, Carina, Jaque, Krika.
À todo o grupo do GPAT pelo agradável ambiente que proporcionam a
mim e aos professores e funcionários da EsEF-UFRGS por tudo o que fizeram para
que este momento chegasse da melhor forma possível.
Agradeço à minha irde alma Kristiane Franchi somente por ser minha
irmã de alma.
Aos meus alunos das academias, cursos, convenções, aulas práticas e
teóricas que foram meu grande incentivo. Através deles fui construindo um desejo de
fazer diferente ao longo destes 18 anos de profissão.
E a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão
deste trabalho. Muito Obrigada!
6
RESUMO
ALTERAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE DIFERENTES
TREINAMENTOS COM GINÁSTICA LOCALIZADA EM MULHERES NA FAIXA
ETÁRIA DE 20-35 ANOS
Autora: Mônica Tagliari
Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel
A proposta deste estudo foi comparar dois modelos de treinamento
resistido em grupos e com música, denominado “ginástica localizada”, sendo eles;
treinamento resistido de alta intensidade (GI), e treinamento resistido de alto volume
(GV) e seus efeitos sobre a massa corporal (PESO), somatório de dobras cutâneas
(DC), percentual de gordura corporal (FAT), consumo de oxigênio de pico (VO
2pico
),
limiar ventilátório (LV), tempo de exaustão (TE), tempo do limiar ventilatório (TLV),
percentual do consumo de oxigênio de pico (VO
2
%), e flexibilidade através da
extensão horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ), extensão do quadril
(EXTQ) e abdução do quadril (ABDQ). Dezenove mulheres adultas (26,5 ± 3,3
anos), foram divididas em três grupos a GI (n = 4), GV (n = 9) e grupo controle GC (n
= 6). Os grupos GI e GV treinaram 3 sessões semanais por 22 semanas. Em todos
os grupos (GI, GV e GC), as variáveis analisadas foram comparadas através da
analise da variância (ANOVA) e em caso de diferenças significativas, foi utilizado o
teste post hoc de Tuckey (p< 0,05). Para os casos não paramétricos foi utilizado o
teste de Kruskal-Wallis e seu respectivo post hoc. O GV diminuiu significativamente
DC (198,7 ± 85,5 para 179,2 ± 81,5 cm), FAT (32,7 ± 9,7 to 30,5 ± 9,9 %), e
incrementou significativamente o TE (444,8 ± 110 para 481± 98 sec), TLV (313,5 ±
73,2 para 396,1 ± 86,3) e ABDQ (79,6 ± 9,8 para 86,5 ± 7,9 graus). O grupo GI
incrementou significativamente PESO (69,7 ± 9,7 to 70,4 ± 9,0 kg). Os resultados
revelam que não houve diferenças significativas entre os grupos para VO
2pico
, LV,
VO
2
%, EHO, FLEXQ e EXTQ. Em suma, ambos os grupos apresentaram
significantes efeitos sobre a composição corporal decorrentes de 22 semanas de
treinamento. Os resultados mostram que o programa de treinamento resistido de alto
7
volume é mais efetivo para a aptidão cardiorrespiratória no que diz respeito ao
tempo de exaustão e tempo do segundo limiar ventilatório, em mulheres adultas.
Palavras-chave: treinamento resistido, volume, intensidade.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Autora: Mônica Tagliari
Orientador: Professor Doutor Luiz Fernando Martins Kruel
Título: Alterações morfo-
ginástica localizada em mulheres na faixa etária de 20-35 anos
Porto Alegre, 2006
8
ABSTRACT
MORPHOLOGICAL AND FUNCTIONAL ALTERATIONS IN DIFFERENT MODELS
OF RESISTANCE TRAINING FOR WOMEN (AGES BETWEEN 20-35).
Author: Mônica Tagliari
Advisor: Dr. Luiz Fernando Martins Kruel, Ph.D
The purpose of this study is to compare two models of resistance training
for groups (with music) named “ginástica localizada”, that consist of high intensity
resistance training (GI), and high volume resistance training (GV) for effects in body
weight (BW), body fat (BF), skin fold measures (SM), peak oxygen consumption
(VO
2peak
), gas exchange anaerobic threshold (AT), time to exhaustion (ET), percentile
of peak oxygen consumption (VO
2peak
), time of gas exchange anaerobic threshold
(TAT), and flexibility through shoulder extension (SE), as well as hip flexion (HF), hip
extension (HE), and hip abduction (HA).
Nineteen adult women (age between 26,5 and 33) were randomly
assigned to a GI (n= 4), GV (n= 9) and control group GC (n= 6). The GI and GV
trained 3 times a week during 22 weeks. In all groups (GI, GV and GC), the variables
analyzed were compared through analysis of variance (ANOVA) and if there were
significant differences, the Turkey’s post hoc test was used. To non-parametric
cases, it was used a Kruskal-Wallis’s test and the respective post hoc. The GV
decreased significantly in SM (from 198,7 ± 85,5 to 179,2 ± 81,5 cm), BF (from 32,7 ±
9,7 to 30,5 ± 9,9 %), and increased significantly in ET (from 444,8 ± 110 to 481± 98
sec), TAT (from 313,5 ± 73,2 to 396,1 ± 86,3) and HA (from 79,6 ± 9,8 to 86,5 ± 7,9
degrees). The GI increased significantly BW (from 69,7 ± 9,7 to 70,4 ± 9,0 kg). The
results did not show important differences between GI and GV on VO
2peak
, AT,
VO
2peak
, SE, HF and HE. In summary, both groups increased significantly the
improvement in body composition as a result of the 22-weeks of training. The results
show that the high volume resistance-training program is more effective to improve
cardio respiratory fitness in time to exhaustion and time of gas exchange anaerobic
threshold for adult women.
9
Key words: strength training, volume, and intensity
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
POS-GRADUATION PROGRAM ON HUMAN EXERCISES MOVEMENT SCIENCE
Author: Mônica Tagliari
Advisor: Luiz Fernando Martins Kruel, Ph.D.
Title: Morphological and Functional Alterations in Different Models of Resistance
Training for Women (ages betwen 20-35)
Porto Alegre, 2006.
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................
17
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA..........................................................................
17
1.2 OBJETIVOS....................................................................................................................
23
1.2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................
23
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................
23
2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................
25
2.1 TREINAMENTO RESISTIDO..........................................................................................
25
2.1.1 FORÇA MUSCULAR.......................................................................................
26
2.1.1.1 MODALIDADES DA FORÇA..................................................................
26
2.1.1.1.1 FORÇA MÁXIMA...............................................................................
26
2.1.1.1.2 FORÇA MÁXIMA ESTÁTICA............................................................
26
2.1.1.1.3 FORÇA MÁXIMA DINÂMICA............................................................
26
2.1.1.1.4 FORÇA ABSOLUTA .........................................................................
27
2.1.1.1.5 FORÇA RÁPIDA EXPLOSIVA..........................................................
27
2.1.1.1.6 FORÇA DE RESISTÊNCIA...............................................................
27
2.2 GINÁSTICA LOCALIZADA............................................................................................
28
2.2.1 HISTÓRICO DA GINÁSTICA DE ACADEMIA NO BRASIL.......................... 28
2.2.2 GINÁSTICA LOCALIZADA- MODALIDADE DE TR......................................
31
2.3 APTIDÃO FÍSICA............................................................................................................
33
2.4 ADAPTAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE TR ................................
35
2.4.1 COMPOSIÇÃO CORPORAL............................................................................
35
2.4.2 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS.................................................
41
2.4.2.1 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS E EFEITOS
AGUDOS
DO TR.......................................................................................................................................
45
2.4.2.2 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS E EFEITOS CRONICOS
DO TR.......................................................................................................................................
47
2.4.3 AMPLITUDE ARTICULAR................................................................................
50
2.4.4. FORÇA............................................................................................................
53
2.5 PERIODIZAÇÃO E TREINAMENTO RESISTIDO..........................................................
56
2.5.1 VARIÁVEIS DO TR..........................................................................................
58
2.5.1.1 VOLUME.................................................................................................
58
2.5.1.1.1 NÚMERO DE REPETIÇÕES............................................................
59
2.5.1.1.2 NÚMERO DE SÉRIES......................................................................
60
2.5.1.1.3 FREQUÊNCIA DE TREINAMENTO..................................................
60
2.5.1.2 INTENSIDADE.........................................................................................
60
2.5.1.2.1 CARGA..............................................................................................
61
2.5.1.2.2 PAUSAS............................................................................................
61
2.5.1.2.3 RITMO DE EXECUÇÃO....................................................................
62
2.5.1.2.4 ORDEM DOS EXERCÍCIOS.............................................................
62
2.5.2 APLICAÇÃO DAS VARIÁVEIS EM GL............................................................
63
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................................
65
3.1 POPULAÇÃO..................................................................................................................
65
3.2 AMOSTRA......................................................................................................................
65
3.3 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA..................................................
66
3.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÂO..................................................................................
66
3.3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO................................................................................
67
3.4 VARIÁVEIS.....................................................................................................................
67
3.4.1 VARIÁVEIS DEPENDENTES................................................................................
67
3.4.2 VARIÁVEIS INDEPENDENTES............................................................................
68
3.4.3 VARIÁVEL DE CONTROLE..................................................................................
68
3.4.3.1 RITMO DE EXECUÇÃO...............................................................................
68
3.4.4 TRATAMENTO DA VARIÁVEL INDEPENDENTE................................................
68
3.4.4.1 ESTIMATIVA DE CARGAS PELA MASSA CORPORAL..............................
72
3.4.4.2 NÚMERO DE REPETIÇÕES EXECUTAS PELOS GRUPOS GI e GV........
72
3.4.4.3 INCREMENTOS DE CARGA DOS GRUPOS GI e GV.................................
74
3.4.4.4 TRABALHO TOTAL DOS GRUPOS GI e GV (TONELAGEM).....................
75
11
3.4.4.5 TEMPO DE CONTRAÇÃO DOS GRUPOS GI e GV....................................
76
3.5 PROCEDIMENTO DA COLETA DE DADOS.................................................................
79
3.6 INSTRUMENTOS DE MEDIDA.......................................................................................
79
3.6.1 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL (7 DOBRAS).................................
79
3.6.1.1 EQUIPAMENTOS.........................................................................................
79
3.6.1.2. PROTOCOLO..............................................................................................
80
3.6.2 AVALIAÇÃO DA AMPLITUDE ARTICULAR (GONIOMETRIA).............................
80
3.6.2.1 EQUIPAMENTOS.........................................................................................
80
3.6.2.2. PROTOCOLO.............................................................................................
80
3.6.3 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS.......................................................
82
3.6.3.1 EQUIPAMENTOS.........................................................................................
82
3.6.3.2 CALIBRAÇÃO..............................................................................................
83
3.6.3.3 FAMILIARIZAÇÃO........................................................................................
84
3.6.3.4 PROTOCOLO...............................................................................................
84
3.6.4 TESTE PARA DETERMINAÇÃO DAS CARGAS INICIAIS DE TREINAMENTO
E TESTE DE FORÇA DINÂMICA.............................................................................................
85
3.6.4.1 EQUIPAMENTOS.........................................................................................
85
3.6.4.2 FAMILIARIZAÇÃO........................................................................................
86
3.6.4.3 PROTOCOLO...............................................................................................
86
3.6.5 TREINAMENTO.....................................................................................................
89
3.6.5.1 EQUIPAMENTOS.........................................................................................
89
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL...............................................................................
90
3.8 TRATAMENTO ESTATÍSTICO.......................................................................................
92
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................
93
4.1 NORMALIDADE E HOMOGENEIDADE.........................................................................
93
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.............................................................................
95
4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS........................................................................
95
4.3.1 COMPOSIÇÃO CORPORAL .................................................................................
96
4.3.2 VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS .............................................................
98
4.3.3 AMPLITUDE ARTICULAR......................................................................................
102
4.3.4 ANÁLISE UNIVARIADA.........................................................................................
105
4.3.5 TESTES NÃO-PARAMÉTRICOS...........................................................................
108
4.3.6 ESTUDO DE CASOS.............................................................................................
109
5. APLICAÇÃO PRÁTICA E CONCLUSÃO............................................................................
117
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................
120
ANEXOS...................................................................................................................................
APÊNDICES..............................................................................................................................
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Médias e desvios-padrão (σ) das cargas iniciais para cada exercício
calculadas pela massa corporal dos grupos GI (intensidade) e GV
(volume)................................................................................................................
72
Tabela 2:
Número de repetições por exercício executados em cada sessão, total do
número de repetições somando todos os exercícios das aulas A e B e
representação do somatório () para os grupos GI (intensidade) e GV
(volume)................................................................................................................
73
Tabela 3:
Tempo (seg) das repetições por exercício e somatório (), e tempo total de
execução dos exercícios durante as aulas A e B e somatório () em cada
mesociclo para os grupos GI (intensidade) GV (volume).....................................
76
Tabela 4:
Tempo total (min) da execução dos exercícios durante as aulas A e B e
somatório () em cada mesociclo. ......................................................................
78
Tabela 5:
Coeficientes para determinação de cargas para mulheres (BEACHLE e
GOOVES, 2000)...................................................................................................
87
Tabela 6:
Constantes para estimativa de 1RM (LOMBARDI, 1989).................................... 88
Tabela 7:
Delineamento experimental.................................................................................. 90
Tabela 8: Testes de normalidade (Shapiro-Wilks) e homogeneidade das variâncias
(Levene) para as variáveis dependentes dos grupos GI, GV e GC pré/pós-
treinamento (p < 0,05)..........................................................................................
94
Tabela 9:
Análise univariada das variáveis, idade, estatura, massa corporal pré-
treinamento e massa corporal pós-treinamento, dos grupos experimentais
(média e σ) para os grupos GI (intensidade), GV (volume) e GC (controle),
sendo p< 0,05.......................................................................................................
95
Tabela 10:
Médias, desvios-padrão (σ), e análise univariada das variáveis dependentes
pré/pós-treinamento entre os grupos GI (intensidade), GV (volume) e GC
(controle) sendo p < 0,05......................................................................................
106
Tabela 11:
Ranks médios das variáveis massa corporal (PESO
pós
),somatório de dobras
cutâneas (DC
pré
), flexão do quadril (FLEXQ
pré
) e valores absolutos das
diferenças () nas variáveis massa coporal (PESO), flexão do quadril
(FLEXQ) e tempo de exaustão (TE) dos grupos GI (intensidade), GV
(volume) e GC (controle) sendo p < 0,05.............................................................
108
Tabela 12:
Resultados do testes de força muscular pré/pós-treinamento para um indivíduo
de cada grupo GI (intensidade) e GV (volume). Sendo os exercícios adução
bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU),
considerando a estimativa de carga pela massa corporal....................................
109
Tabela 13:
Resultados do testes de resistência muscular pré/pós-treinamento para um
indivíduo de cada grupo GI (intensidade) e GV (volume). Sendo os exercícios
adução bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril. (ABDU)........
110
Tabela 14:
Valores inicial e final de 1RM estimado através dos coeficientes de Lombard,
diferença entre os valores absolutos (kg) e delta percentual (%), sendo os
exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril
(ABDU) para cada indivíduos dos grupos GI (intensidade) e GV (volume)..........
111
Tabela 15:
Características dos modelos de treinamento através da prescrição de cargas
em percentuais iniciais e finais baseados na massa corporal (MC), no testes
de 1RM estimado (1RM). Apresentação do somatório () do número de
repetições das aulas A e B no macrociclo e, trabalho total através da
tonelagem dos exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e abdução
unilateral do quadril (ABDU) e da tonelagem total das aulas A e B no
macrociclo. Tempo de contração inicial e final durante a execução de cada
exercício em uma sessão, das aulas A e B nos mesociclos e das aulas A e B
no macrociclo, para cada um dos indivíduos dos grupos GI (intensidade) e GV
(volume)................................................................................................................
115
Tabela 16:
Apresentação dos valores pré/pós-treinamento, delta absoluto () e delta
percentual (%) das seguintes variáveis; massa corporal (PESO), somatório
de dobras cutâneas (DC), percentual de gordura corporal (FAT), extensão
horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ), abdução do quadril
(ABDQ), extensão do quadril (EXTQ), tempo de exaustão (TE), consumo de
oxigênio de pico (VO
2
pico), limiar ventilatório (LV), percentual do consumo de
oxigênio de pico no limiar ventilatório (VO
2
%), tempo do segundo limiar
13
ventilatório (TLV), e das seguintes avaliações; carga inicial e final para 5RM e
1RM e número de repetições iniciais e finais dos exercícios adução bilateral do
quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU), para cada indivíduo dos
grupos GI (intensidade) e GV (volume)................................................................
116
Tabela 17:
Valores médios, desvios – padrão (σ) das progressões da intensidade (peso
em kg) de cada exercício ao longo dos mesociclos e valor percentual (%)
referente à carga encontrada no teste de carga inicial calculado pela massa
corporal dos grupos (GI) intensidade e GV (Volume)...........................................
133
Tabela 18:
Médias e desvios-padrão da tonelagem parcial (mesociclos) e total
(macrociclo) de cada exercício da aula A expressas em kg nos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).................................................................................
134
Tabela 19:
Médias e desvios-padrão da tonelagem parcial (mesociclos) e total
(macrociclo) de cada exercício da aula B expressas em kg nos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).................................................................................
134
Tabela 20:
Teste-t pareado, média e desvio padrão (σ) para todas as variáveis
dependente (p< 0,05)..........................................................................................
137
Tabela 21:
Dados descritivos................................................................................................. 138
Tabela 22:
Amplitudes médias em graus de movimento articulados..................................... 139
Tabela 23:
Análise univariada (3x2)....................................................................................... 140
Tabela 24: Post-Hoc – Tuckey...............................................................................................
142
Tabela 25: Teste de Kruskal-Wallis........................................................................................
143
Tabela 26:
Teste estatístico.................................................................................................... 143
Tabela 27: Post Hoc múltiplas comparações após teste de Kruskal-Wallis para variável
FLEXQ
pré
e p< 0,05.............................................................................................
143
14
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
Incrementos do número de repetições para cada exercício em cada mesociclo
(número de repetições do exercício x número de aulas do mesociclo), dos
grupos intensidade (GI) e volume (GV)...................................................................
74
Figura 2:
Somatório dos valores médios do trabalho total realizado em cada exercício
durante o macrociclo e somatório dos valores médios do trabalho total das aulas
A e B nos grupos GI (intensidade) e GV (volume)..................................................
75
Figura 3:
Incrementos do percentual da carga baseado na carga encontrada no teste
inicial calculada pela massa corporal em cada exercício dos grupos intensidade
(GI) e volume (GV),sendo os exercícios; agachamento aberto (AGA), supino
(SUP), rosca bíceps (BIC), remada alta (REAL), glúteo 4 apoios (GLU), remada
bilateral fechada (REBI), tríceps francês bilateral (TRI)adução bilateral do quadril
(ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU).......................................................
77
Figura 4:
Carga inicial e final em percentuais com referência na carga encontrada no teste
inicial calculada pela massa corporal em cada exercício dos grupos GI
(intensidade) e GV (volume)...................................................................................
78
Figura 5:
Representação esquemática das coletas de dados pré e pós-treinamento e das
sessões de treinamento..........................................................................................
90
Figura 6:
Médias e desvios-padrão dos seguintes parâmetros morfológicos; massa
corporal (PESO), somatório de dobras cutâneas (DC) e, percentual de gordura
corporal (FAT), dos grupos GI (intensidade), GV (volume) e GC (controle),
sendo * p < 0,05......................................................................................................
96
Figura 7:
Médias e desvios-padrão dos parâmetros cardiorrespiratórios; tempo de
exaustão (TE), consumo de oxigênio de pico (VO
2pico
), limiar ventilatório (LV),
tempo do limiar ventilatório (TLV), percentual do consumo de oxigênio de pico
no limiar ventilatório (VO
2
%) dos grupos GI (intensidade), GV (volume) e GC
(controle), sendo * p < 0,05.....................................................................................
99
Figura 8:
Médias e desvios-padrão da amplitude das articulações dos seguintes
movimentos; extensão horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ),
extensão do quadril (EXTQ) e abdução do quadril (ABDQ) dos grupos GI
(intensidade), (GV) volume e GC (controle) sendo * p < 0,05................................
103
Figura 9:
Comparação entre o mero de repetições executadas do pré para pós-
treinamento nos exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e abdução
unilateral do quadril (ABDU) nos indivíduos dos grupos GI e GV...........................
110
Figura 10:
Comparação da intensidade inicial e final do treinamento entre os percentuais
de carga de 1RM estimado e, percentuais de carga estimados pela massa
corporal, para os exercícios adução bilateral do quadril (ADU), e abdução
unilateral do quadril (ABDU) para cada indivíduo dos grupos GI (intensidade) e
GV (volume)............................................................................................................
111
15
LISTAS DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
σ
desvio-padrão
o
graus
%
percentual
delta - diferença pós/pré
somatório
A
modelo da aula A
ACSM American College of Sports Medicine
ABD
abdominal
ABDO
abdução do ombro
ABDU
abdução unilateral do quadril
ABDQ
abdução do quadril
ADU
adução bilateral do quadril
AGA
agachamento aberto
ANOVA
análise de variância
AVD
atividades da vida diária
B
modelo da aula B
BIC
rosca bíceps
BP body pump
b.min
-1
batimentos por minuto
cm
centímetros
CO2
dióxido de carbono
CC
composição corporal
CV
coeficiente de variação
DC
dobras cutâneas
EHO
extensão horizontal do ombro
ESEF
Escola de Educação Física
EXTQ
extensão do quadril
FLEXO
flexão do ombro
FLEXQ
flexão do quadril
FC
frequência cardíaca
FR
força de resistência
F-t
curva força-tempo
G1
grupo 1
G2
grupo 2
GC
grupo controle
GI
grupo intensidade
GL
ginástica localizada
GLU
glúteos 4 apoios
GV
grupo volume
h
hora
IMC
Índice de massa corporal
kg
quilogramas
Km/h
quilômetros por hora
L
litros
LL
limiar de lactato
LV
limiar ventilatório
kg
quilogramas
km/h
quilômetros por hora
LAPEX
Laboratório de Pesquisa do Exercício
min
minuto
ml
mililitros
MMII
membros inferiores
MMSS
membros superiores
n
Número da amostra
O
2
oxigênio
p
índice de significância
PA
pressão arterial
16
PL
periodização linear
PLI
periodização linear inversa
PO
periodização ondulatória
QR
quociente respiratório
RML
resistência muscular localizada
RM
repetições máximas
REAL
remada alta
REBI
remada bilateral fechada
SUP
supino
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SNC
sistema nervoso central
t teste estatístico de Student
TC
treinamento em circuito
TCo
treinamento concorrente
TA
treinamento aeróbico
TE
tempo de exaustão
TLV
tempo do limiar ventilatório
TR
treinamento resistido
TRI
tríceps francês bilateral
TRE
treinamento resistido com equipamentos
TRPC
treinamento resistido com peso do corpo
UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
VE
volume expiratório
VE/O
2
relação entre volume expiratório e consumo de oxigênio
VE/VCO
2
relação entre volume expiratório e produção de dióxido de carbono
VO
2
%
percentual do VO
2 pico
VO
2 pico
pico do consumo de oxigênio
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA
As condições atuais de vida aliadas ao progresso da ciência contribuem
para o controle das doenças responsáveis pela mortalidade, bem como para o
incremento da expectativa de vida do indivíduo (MATSUDO et al., 2000a).
Porém, com o avanço da idade cronológica as pessoas se tornam menos
ativas, com capacidades físicas suprimidas e uma diminuição da atividade física
praticada contribuindo para o aumento do número de doenças crônicas,
deteriorando o processo de envelhecimento. Mais que doenças crônicas é o desuso
das funções fisiológicas que pode criar mais problemas (KURODA e ISRAELL,
1988).
Um dos efeitos do processo de envelhecimento, em termos
neuromusculares, é a perda da massa livre de gordura ou massa magra. Embora
essa massa inclua água, vísceras, ossos, tecido conjuntivo e músculo, é este último
que sofre maior perda, tanto em função da diminuição nos níveis de hormônio de
crescimento quanto da diminuição no nível de atividade física do indivíduo. A perda
da massa muscular e, conseqüentemente da força muscular, é a principal
responsável pela diminuição da capacidade funcional (MATSUDO et al., 2000b).
A aptidão física é a capacidade de realizar as tarefas do dia-a-dia com o
mínimo de fadiga e desconforto e, é composta por três quesitos relacionados á
saúde: aptidão cardiorrespiratória, aptidão músculo-esquelética e composição
corporal. A aptidão cardiorrespiratória é a capacidade de persistir em tarefas
extenuantes que envolvam grandes grupos musculares, com maior consumo de
18
oxigênio que o estado de repouso e por longos períodos de tempo. A aptidão
músculo-esquelética é formada entre outras pela força, a resistência muscular e a
flexibilidade, que são capacidades neuromotoras fundamentais para diversas tarefas
diárias. A composição corporal é a distribuição de gordura, massa magra, ossos e
água, responsáveis pelo tamanho do corpo (SABA, 2003). Todos estes quesitos são
reconhecidos como morfo-funcionais e, portanto são importantes para a manutenção
da aptidão física geral (GUEDES e GUEDES 1995).
A aptidão física relacionada à saúde pode ser desenvolvida e melhorada
progressivamente a partir de um programa de exercícios físicos (SABA, 2003). A
prescrição de exercícios específicos é indicada para incrementos em cada um dos
quesitos citados e, portanto, melhoras na aptidão física geral. O treinamento
aeróbico (TA), contínuo ou intervalado seria aplicado para o desenvolvimento da
aptidão cardiorrespiratória, o treinamento da flexibilidade, através dos exercícios de
alongamento, desenvolveria a flexibilidade e o treinamento resistido (TR) seria
indicado para o desenvolvimento da força e resistência musculares (ACSM, 2002).
Este último será foco de atenção do estudo.
Segundo GUEDES (2003), o TR, também conhecido como musculação, é
baseado na execução de exercícios contra uma resistência, e a principal capacidade
neuromotora treinada seria a força. O TR é realizado através da aplicação do volume
representado por um dado número de séries, repetições e freqüência semanal, e da
intensidade, referente a um percentual de carga baseado nos valores e 1RM com
diferentes tempos de pausas (FLECK e KRAEMER, 1999; ACSM, 1995; 2002).
Muito semelhante à musculação, a ginástica localizada (GL) é uma
modalidade de aula de ginástica que também utiliza exercícios contra resistência
sendo portanto, considerada uma modalidade do TR. Para SABA (2003), a GL e a
19
musculação são os principais formatos de exercícios localizados e a principal
vantagem desses tipos de trabalho é a maior possibilidade de administrar uma
sobrecarga concentrada para cada grupo muscular.
A GL vem predominando entre o público das academias e até mesmo em
outros locais onde existe a prática de alguma atividade física, concorrendo com
inúmeros e modernos aparelhos de musculação (FERNANDES, 2001). Um
levantamento feito em São Paulo, mostrou a GL como a segunda modalidade mais
praticada por mulheres em academias de ginástica (SABA, 2001).
Embora poucos trabalhos sejam encontrados relacionando treinamento
resistido (TR) em grupo com a utilização de música como a GL, a vasta área de
investigações sobre TR geralmente aplica suas metodologias em sala de
musculação e apresenta resultados positivos sobre os parâmetros metabólicos,
neuromotores e antropométricos (PORTER et al., 1995; SANBORN et al, 2000;
MATSUDO et al., 2000b; CAMPOS et al., 2002; COELHO et al., 2003). Esses
resultados são atribuídos à grande possibilidade de combinações entre as variáveis,
volume e intensidade (BAKER et al., 1994; MEIRELLES e GOMES, 2004).
Um diferencial importante destes estudos é a utilização dos equipamentos
disponíveis nas salas de musculação, que têm maiores possibilidades de ajustes e
as cargas atingidas são superiores as da GL, que é realizada apenas com pesos
livres.
Sabendo que as pesquisas feitas com musculação apresentam
resultados positivos acerca da aptidão física, pretende-se observar também estes
efeitos advindos da aplicação da GL, pois os poucos trabalhos encontrados na
literatura, não abrangem todos os quesitos da aptidão física geral.
20
O trabalho feito por STANFORTH et al. (2000), que investigaram uma
modalidade de TR semelhante à GL demonstra a questão citada acima. Neste
estudo foi comparado o treinamento em circuito (TC) com o programa de ginástica
denominado body pump (BP). O BP é um programa de TR que utiliza barras e
anilhas, feito em grupo e com música. É uma aula que utiliza 9 músicas com 5-7
minutos de duração e com a execução de um exercício para cada grupo muscular
durante o tempo de cada música. O BP tem a intenção de incrementar a força e a
resistência muscular e é um treinamento para o corpo todo. Em cada música são
utilizados exercícios para o grupo muscular específico, com variações da amplitude
dos movimentos e de carga, em diferentes posições corporais e variando o ritmo de
execução. Como não foram encontrados pelos autores estudos sobre o assunto na
literatura que relacionassem o TR realizado com música, o tipo de protocolo
escolhido que mais se aproximou do BP foi TC. Embora as diferenças no volume e
intensidade entre os tipos de treinamento fossem grandes, (1 x 100 vs 3 x 8-12
repetições para BP e TC respectivamente), estes autores compararam o consumo
de oxigênio relativo (VO
2 .
ml.kg
-1
.min
-1
) em uma sessão de cada um dos modelos
com os resultados obtidos através do teste de consumo máximo de oxigênio. O BP
não apresentou intensidade suficiente para o incremento da capacidade aeróbica
(29,1% do VO
2máx
) e tampouco atingiu os valores recomendados pelo American
College of Sporsts Medicine (ACSM, 1998), entre 50-85% do VO
2máx.
Não houve
avaliação nos parâmetros neuromusculares.
Outro programa de treinamento semelhante à GL e ao BP, chamado
bodymax, foi investigado por (O’CONNOR e LAMB, 2003). O bodymax é um
programa específico de TR com música, feito em grupo, com altas repetições (1 x
36) e baixa carga (1-5 kg). Os autores compararam os efeitos na força e nas
21
medidas de dobras cutâneas decorrentes do treinamento bodymax e do treinamento
aeróbio, em mulheres adultas e ativas. Após 12 semanas de treinamento houve
diminuição das medidas das dobras cutâneas apenas para o grupo de treinamento
resistido (bodymax) e incrementos na força de 1RM para ambos os grupos. Não
houve avaliação dos parâmetros cardiorrespiratórios.
Os estudos citados se aproximam da GL pela organização do treinamento
através da aplicação do alto volume (número de séries e repetições) e baixa
intensidade (carga em kg).
Os estudos de CARPINELLI e OTTO (1988); HASS et al. (2000); RHEA et
al. (2002) e CAMPOS et al. (2002), observaram os efeitos do TR sobre os
parâmetros morfo-funcionais decorrentes da forma de organização de TR. Os
resultados encontrados por estes autores parecem muitas vezes controversos
quando considerados os efeitos sobre os parâmetros cardiorrespiratórios,
neuromusculares e morfológicos. A forma como foram aplicados o volume e a
intensidade dos treinamentos foi muito variada e podem ter contribuído para os
diferentes resultados encontrados entre os estudos. Mesmo sendo estes protocolos
específicos da musculação, grande parte deles foi adaptada para a sala de GL
(FERNANDES, 2001), pois a literatura disponível é escassa no que diz respeito aos
efeitos sobre parâmetros morfo-funcionais através da manipulação das variáveis do
treinamento como o volume e a intensidade da GL.
São muitas as possibilidades de combinação destas variáveis envolvidas
na montagem dos programas de treinamento com GL, porém pouco testadas
cientificamente. Tanto quanto no TR, na GL não um consenso quanto à forma de
organização dos treinamentos e os melhores efeitos sobre as aptidões
cardiorrespiratória, músculo-esquelética e sobre a composição corporal.
22
Segue uma lacuna na literatura sobre a aplicação de diferentes volumes e
intensidades com GL indicando o seguinte problema: quais os efeitos de um
programa de ginástica localizada sobre parâmetros morfo-funcionais, quando a
sobrecarga aplicada é o volume e quando a sobrecarga é a intensidade?
23
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Este estudo tem como objetivo analisar os efeitos morfo-funcionais
decorrentes de dois modelos de treinamento com ginástica localizada praticada por
mulheres adultas na faixa etária de 20-35 anos.
1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Avaliar o consumo de oxigênio de pico (VO
2pico
) dos grupos de
treinamento GI (intensidade por incremento de carga) e GV (volume por incremento
do número de repetições) no pré e pós - treinamento.
- Avaliar o consumo de oxigênio no segundo limiar ventilatótio (LV) dos
grupos de treinamento GI e GV no pré e pós - treinamento.
- Avaliar o consumo de oxigênio em valores percentuais do VO
2pico
no
segundo limiar ventilatório (VO
2
%) dos grupos de treinamento GI e GV no pré e pós -
treinamento.
- Avaliar o tempo do segundo limiar ventilatório (TLV) dos grupos de
treinamento GI e GV no pré e pós - treinamento.
- Avaliar a amplitude articular da extensão horizontal do ombro (EHO),
flexão do quadril (FLEXQ), extensão do quadril (EXTQ) e abdução do quadril
(ABDQ) dos grupos de treinamento GI e GV no pré e pós - treinamento.
- Determinar a massa corporal dos grupos de treinamento GI
(intensidade por incremento de carga) e GV (volume por incremento do número de
repetições) no pré e pós - treinamento.
24
- Avaliar o somatório de dobras cutâneas (DC) dos grupos de
treinamento GI (intensidade por incremento de carga) e GV (volume por incremento
do número de repetições) no pré e pós - treinamento.
- Avaliar o percentual de gordura dos grupos de treinamento GI
(intensidade por incremento de carga) e GV (volume por incremento do número de
repetições) no pré e pós - treinamento.
- Comparar os dois métodos de treinamento quanto aos resultados
obtidos.
25
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 TREINAMENTO RESISTIDO
Segundo PORTER et al. (1995), o TR é submeter o sistema
neuromuscular à aplicação de uma sobrecarga progressiva usando contrações
musculares próximas à máxima, contra uma alta resistência e com o objetivo de
aumentar a habilidade em realizar contrações máximas ou aumentar o tamanho das
fibras musculares.
Uma definição mais completa sobre TR é a de FLECK e KRAEMER
(1999), que o denomina como treinamento de resistência invariável ou isotônico,
onde a resistência (ex: peso em kg), é mantida constante durante a ação muscular
concêntrica e excêntrica. Tradicionalmente o TR é feito através de um dado número
de ries e repetições, em um percentual de carga baseado nos valores de uma
repetição máxima (1RM) com diferentes tempos de pausa e, desta forma,
direcionando o treinamento para o desenvolvimento das diferentes modalidades da
força. O TR também pode ser feito em forma de circuito ou aplicado como
treinamento concorrente.
O treinamento em circuito (TC) é uma forma de treinamento resistido que
inclui uma seqüência de exercícios que são executados consecutivamente, deixando
relativamente pouco tempo de descanso entre eles (BEAN, 1999). O treinamento
concorrente (TCo) é a combinação do treinamento resistido com o treinamento de
endurance ou aeróbico (TA) (MILLET et al., 2002). Alguns efeitos do TC e do TCo
sobre os parâmetros morfo-funcionais serão apresentados no decorrer desta
revisão.
26
2.1.1 FORÇA MUSCULAR
A força é descrita como a capacidade do músculo de produzir tensão ao
ativar-se, ou seja, ao contrair-se no deslizamento dos filamentos de actina sobre os
de miosina (BADILLO e AYESTARÁN, 2001).
2.1.1.1 MODALIDADES DA FORÇA
2.1.1.1.1 Força Máxima
É a maior força que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de
uma contração máxima voluntária (WEINECK,1999).
2.1.1.1.2 Força Máxima Estática
É a contração voluntária máxima contra uma resistência, sem movimento.
É influenciada pelo ângulo articular no qual se executa a contração (BADILLO e
AYESTARÁN, 2001).
2.1.1.1.3 Força Máxima Dinâmica
É a força xima que o sistema neuromuscular pode desenvolver com
um único movimento articular. Pode-se ainda considerar a força excêntrica máxima
que se manifesta quando a capacidade máxima de contração muscular se opõe a
uma resistência deslocada em sentido oposto ao desejado. Portanto, depende da
velocidade e da resistência que produz a extensão da musculatura envolvida
(BADILLO e AYESTARÁN, 2001).
27
2.1.1.1.4 Força Absoluta
Pode se definir como a força máxima voluntária mais a reserva do sistema
neuromuscular. Essa força é involuntária e é mobilizada apenas em situações
extremas (perigo de vida) (WEINECK,1999).
2.1.1.1.5 Força Rápida e Explosiva
A força rápida pode ser definida como a capacidade do sistema
neuromuscular de movimentar o corpo ou parte dele (braços, pernas) ou ainda
objetos com uma velocidade máxima (WEINECK, 1999). A força explosiva é uma
relação entre a força expressa e o tempo necessário para tal, portanto a força
explosiva máxima seria definida como a melhor relação entre a força aplicada e o
tempo empregado na manifestação da força máxima contra qualquer resistência.
Essa força é expressa pela zona de maior ascendência de uma curva força–tempo
(F-t) (BADILLO e AYESTARÁN, 2001).
2.1.1.1.6 Força de Resistência
Pode ser definida como a capacidade de o sistema neuromuscular
sustentar níveis de força moderados por longos intervalos de tempo (GUEDES,
1997). A força de resistência se divide em geral; quando mobiliza mais de 1/6 à 1/7
da musculatura esquelética total do corpo para realizar o exercício e local; quando
se utiliza menos de 1/6 à 1/7 da musculatura total do corpo para realizar a ação
(WEINECK,1999). A força de resistência também pode ser denominada de
endurance muscular (FLECK e KRAEMER, 1999), ou resistência muscular
localizada (RML) (GUISELINI e BARBANTI, 1993).
28
2.2 GINÁSTICA LOCALIZADA
2.2.1 HISTÓRICO DA GINÁSTICA DE ACADEMIA NO BRASIL
Segundo NETO e NOVAES (1996), a primeira academia de ginástica
surgiu em meados de 1930 no Rio de Janeiro à Rua Duvivier em Copacabana, sob a
responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld, que se fundamentava no método de
ginástica analítica, com adaptações às necessidades e características do povo
brasileiro.
Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram diretamente a
ginástica de academia até adquirir o formato atual. Nos anos 60 e 70 foi a calistenia.
Nos anos 80 a ginástica aeróbica (alto e baixo impacto), seguidos nos anos 90 pelo
step training. Como os primeiros professores de ginástica de academia no Brasil
eram estrangeiros, por muito tempo a tendência foi que os primeiros trabalhos
sofressem influências européias da ginástica rítmica de Dalcroze, do balé e da
dança moderna (PAOLE, 2002).
Segundo levantamento feito por SABA (2001), no Brasil colônia a
produção intelectual sobre educação física era simplificada e importada. A iniciativa
pioneira na América Latina, em 1882 foi apresentada à Câmara de Deputados do
Império como um parecer de Rui Barbosa sobre a reforma do ensino primário,
afirmando a necessidade de o ensino físico e intelectual marcharem paralelos. No
último período do império, surgiu no Rio de Janeiro a escola Militar da Praia
Vermelha, que difundiu as atividades corporais pelo país. Em 1868 nasce o Clube
Ginástico Português que ainda hoje apresenta atividades voltadas à recreação,
esportes e ginástica. no Brasil república, a introdução de muitas modalidades
29
como o basquete, o vôlei e a ginástica calistênica, foram instituídas pela Associação
Cristã de Moços (ACM) a partir de sua fundação em 1893. Na década de 1930,
principalmente o futebol se torna um fenômeno nacional e a ginástica começa a se
popularizar, sendo vinculado um programa de radio chamado “A Hora da Ginástica”.
Durante o regime militar, a iniciativa privada assumiu um lugar de destaque no
desenvolvimento da prática do exercício físico.
A década de 1970 foi um período em que milhares de pessoas no Brasil e
no mundo iniciaram a prática do exercício físico. Nos anos 80, os exercícios
aeróbicos, consagrados através da caminhada e corrida, seriam então feitos nas
academias de ginástica, que eram consideradas “templos de culto ao corpo”, em
forma de ginástica aeróbica denominada na época de aerobic dance(GUISELINI,
2004).
Segundo GUISELINI e BARBANTI (1993), o termo Aerobicfoi criado na
França por Pasteur, em 1875, para classificar as bactérias que necessitavam de
oxigênio para viver. “Aerobem grego significa oxigênio para a vida. A popularização
dos exercícios aeróbicos é atribuída a Kenneth H. Cooper, médico e tenente-coronel
do exército americano, que em 1968 publicou sua primeira obra denominada
Aerobics”. O assunto atinge um grande número de leitores com a publicação de
novos livros: The New Aerobics em 1970, adaptado para maiores de 35 anos e
Aerobic for Woman em 1970, orientado para a aplicação de exercícios para
mulheres. Sintetizando seu trabalho, Cooper avança com a publicação do livro The
Aerobic Way”, em 1977 e sua obra mais completa veio a seguir, em 1982 com o
título The Aerobics for Total Well – Being” - O Programa Aeróbico para o Bem-Estar
Total, que era composto de um moderno conceito de condicionamento físico,
sugestões sobre dieta, equilíbrio emocional e tabelas de orientação.
30
GUISELINI e BARBANTI (1993) lembram que dentre os métodos dos
exercícios aeróbicos da época a dança aeróbica ou aerobic dance” foi criada por
Jacki Sorensen em 1979. Segundo a criadora, a dança aeróbica é um completo
programa de condicionamento físico, que oportunidade às pessoas de
expressarem fisicamente os seus sentimentos sobre a música através de corrida,
saltitos, saltos, alongamentos, risos e gritos de alegria. Enquanto você está se
divertindo, seu corpo, através de cuidados e monitorizado trabalho físico, vai
fortalecendo o coração e os pulmões. Hooked on aerobicstambém foi um método
dos aeróbicos criado por Philipys C. Jacobson em 1982 e que era descrito como
movimentos-exercício, movimentos de locomoção e passos de dança realizados
com sica. No Brasil o termo encontrado para definir essa mesma maneira de se
exercitar dentro de princípios fisiológicos e pedagógicos, sendo adotado como novo
método de ginástica, foi ginástica aeróbica em 1982.
Em São Paulo, as academias Marathon, Olímpia Park, Training Club,
Companhia Athlética e Runner, foram os principais “templos de culto ao corpo” dos
anos 80 e os meios de comunicação passaram a dar maior importância a esse
fenômeno. Junto da ginástica aeróbica reaparece a musculação como uma
“velha/nova forma de exercitar o corpo” e foram estes os principais exercícios
praticados em academias nos anos 90 (GUISELINI, 2004).
Os exercícios localizados, como a musculação, tomaram um formato
típico dentro das academias em aulas especialmente voltadas para o fortalecimento
dos músculos feitas com música e em grupo. Caracterizada pela utilização de menos
de 1/6 à 1/7 da musculatura total do corpo, grande número de repetições, pequenas
amplitudes de movimento, ritmo de execução (acima de 140 b.min
-1
) e baixas cargas
31
(peso em kg), esta aula foi nomeada internacionalmente como “body sculpt e
traduzida para o português como ginástica localizada (GL).
A musculação se mostrava eficaz com objetivos voltados para o
treinamento de força, os quais a aula de ginástica localizada se propunha atingir,
mas sem sucesso devido à sua organização e planejamento em termos da
manipulação das variáveis do treinamento. Assim, ao longo dos anos, a importância
de se fazer um treinamento em GL balanceado através de volume e intensidade
passou a ser alvo da modalidade.
Um levantamento feito na região da Grande São Paulo por SABA (2001),
demonstra que dentre as atividades praticadas em salas de ginástica, a GL é a
segunda mais praticada por mulheres. A modalidade se popularizou e hoje podemos
dizer que a GL é procurada por alunos que buscam realizar exercícios de
fortalecimento muscular localizado e, desta forma, alcançar benefícios e melhora da
aptidão física.
2.2.2 GINÁSTICA LOCALIZADA – MODALIDADE DO TR
Os exercícios físicos podem ser de efeito geral ou local. Os exercícios de
efeito geral têm a participação de mais de 1/6 à 1/7 da musculatura total durante sua
realização (GUISELINI, 2004). Quando um movimento realizado exigir a participação
de menos de 1/6 à 1/7 da musculatura esquelética, ele é considerado um exercício
localizado, pois depende, primeiramente, do metabolismo local. Se o movimento for
realizado várias vezes ou durante um tempo prolongado a capacidade física
solicitada é conhecida como resistência muscular localizada (RML), (GUISELINI e
BARBANTI, 1993). A RML também pode ser denominada de endurance muscular
32
(FLECK e KRAEMER, 1999), ou ainda, força de resistência (FR), (GUEDES, 1997).
Este último termo será utilizado em nosso estudo. Um dos objetivos das aulas de GL
é o desenvolvimento desta qualidade física devido às características da modalidade,
tanto pela seleção dos exercícios (quantidade de massa muscular envolvida na
execução do movimento), quanto pelo ritmo de execução durante a sessão de treino
que sugere longos intervalos sustentando níveis moderados de força.
Os objetivos dos exercícios localizados, sejam eles parte de uma aula de
aeróbica ou uma aula completa de GL, são melhorar a força e a força de resistência
dos principais grupos musculares (GUISELINI, 2004).
Muitos trabalhos em TR apontam incrementos tanto para força quanto
para força de resistência. Estes ganhos parecem acontecer simultaneamente, porém
num grau diferenciado de acordo com a forma de manipulação das variáveis de
treinamento. Ou seja, maiores ganhos para força quando o treinamento tende ao
aumento da intensidade e maiores ganhos de força de resistência quando a variável
volume é intensificada (MARX et al., 2001; CAMPOS et al., 2002; RHEA et al.,
2003a).
As academias de ginástica têm promovido a saída dos exercícios com
peso da sala de musculação para dentro da sala de ginástica criando um conceito
de exercícios resistidos com música e em grupo e, assim, aprimorando seus
programas de treinamento (aulas de ginástica), tendo em vista a melhora da aptidão
física (O’CONNOR e LAMB, 2003). Os programas de aulas de ginástica beneficiam
a saúde por serem específicos para o desenvolvimento das capacidades físicas
básicas. Dentre essas aulas podemos incluir a GL que é um formato de exercício
localizado apresentando uma sequência de exercícios dirigidos para cada um dos
principais grupos musculares (SABA, 2003).
33
As mesmas variáveis do TR que são utilizadas na musculação podem ser
manipuladas na GL, porém mais investigações específicas da modalidade são
necessárias a fim de gerar uma melhor avaliação dos parâmetros morfo-funcionais.
Bem como, sugerir mais e melhores formas de TR através das aulas de ginástica
localizada e, futuramente, confrontar tipos de treinamentos para uma adequada
aplicação prática.
2.3 APTIDÃO FÍSICA
Aptidão física, também denominada “physical fitness”, é um conjunto de
capacidades físicas desenvolvidas em níveis adequados, de acordo com o objetivo
de cada indivíduo (SABA, 2001). Ou ainda, a capacidade de realizar as tarefas do
dia-a-dia com o mínimo de fadiga e desconforto (SABA, 2003).
Segundo PATE (1988), a aptidão física deve propiciar o desenvolvimento
das capacidades funcionais requeridas para um envolvimento confortável e
produtivo com as atividades da vida diária (AVD).
A modernidade trás conforto, limitando esforços físicos para as diversas
AVD, porém o excesso de trabalho, estresse físico e mental, falta de exercício,
alimentação inadequada, queda na qualidade do sono, na produção profissional, no
estado de humor e principalmente comportamento inativo, são os maiores
indicadores de aumento de doenças que podem levar a morte precoce (NIEMAN,
1999; NAHAS, 2000). Para estes autores, cada vez mais pessoas, por inúmeros
fatores, não aderem a uma vida ativa diminuindo a longevidade e a qualidade de
vida.
34
Segundo (GUEDES e GUEDES, 1995), os componentes da aptidão física
relacionada à saúde estão divididos em quatro dimensões: morfológica, funcional-
motora, fisiológica e comportamental. A dimensão morfológica está relacionada com
a distribuição equilibrada da composição corporal. A dimensão funcional-motora
apresenta importantes capacidades físicas a serem desenvolvidas: flexibilidade,
resistência cardiovascular–respiratória, força muscular e força de resistência. A
dimensão fisiológica engloba os aspectos relacionados ao comportamento da
pressão arterial (PA), da sensibilidade insulínica, dos níveis de lipídios sanguíneos,
do perfil das lipoproteínas e da oxidação de substratos. E a dimensão
comportamental reúne os fatores que envolvem a tolerância ao estresse.
Quando o objetivo é aumentar ou desenvolver as capacidades
neuromotoras, relacionadas à saúde ou promover correção postural, consciência
corporal e descontração, os exercícios localizados são os mais recomendados,
ocorrendo por meio de métodos de treinamento específicos como a ginástica
localizada (GUISELINI, 2004).
Considerando-se que a manutenção da aptidão física total depende
inclusive do desenvolvimento neuromotor, o TR deve constar de um programa de
exercícios considerado ideal, pois um dos principais benefícios deste tipo de
treinamento é auxiliar na manutenção da massa magra (LEITÃO et al., 2000; ACSM,
2002). O (ACSM, 1998; 2002) recomenda que a intensidade deste treinamento seja
suficiente para que haja incrementos na força muscular adequado à idade, sexo e
condição física dos indivíduos.
Tanto quanto o TR na musculação, as modalidades de TR com pesos e
música como a GL, têm sido alvo de grande número de adeptos em função da
possibilidade de incrementos na força, da melhora da distribuição da composição
35
corporal, (O’CONNOR e LAMB, 2003), e por conseqüência, melhora da aptidão
física geral. São conhecidos os benefícios do TR na musculação relacionados às
alterações neuromotoras, incluindo o incremento da força e suas diversas
modalidades (BAKER et al., 1994; PORTER et al., 1995; SCHIOTZ et al., 1998;
MATSUDO et al., 2000b; MARX et al., 2001; CAMPOS et al., 2002; SANTARÉM,
2002; PAULSEN et al., 2003).
Este estudo pretende trazer mais informações acerca da aplicação das
aulas de ginástica localizada como forma de TR promovendo benefícios para a
qualidade das estruturas neuromusculares, a manutenção de bons níveis da aptidão
cardiorrespiratória e um padrão saudável da distribuição da composição corporal.
2.4 ADAPTAÇÕES MORFO-FUNCIONAIS DECORRENTES DE TR
2.4.1 COMPOSIÇÃO CORPORAL
Habitualmente considera-se a composição corporal (CC) sob um sistema
de dois componentes: componente de gordura e, componente isento de gordura.
Este último refere-se á parte do peso corporal após a gordura ser removida, sendo
portanto, formado pelo tecido muscular, pela pele, órgãos internos e tecidos não
gordurosos (GUEDES e GUEDES, 1998).
Medidas antropométricas o procedimentos duplamente indiretos de
estimativa da CC e que apresentam resultados aceitáveis considerando-se
determinados cuidados (GUEDES e GUEDES, 1998).
Para FLECK e KRAEMER (1999), as mudanças na CC podem ocorrer
após treinamento resistido com duração de 6-24 semanas devido aos vários
36
programas de treinamento. Estas alterações se referem à hipertrofia muscular que é
o aumento do tamanho das fibras e a diminuição do percentual de gordura corporal
decorrentes do estímulo causado pelo treinamento.
A hipertrofia pode ocorrer quando um músculo é submetido a um regime
de TR de duas formas: sarcoplasmática onde há um crescimento da região do
sarcoplasma (substância semi-fluídica interfibrilar) e de proteínas não contráteis que
não contribuem para a produção de força e, miofibrilar apresentando um aumento da
fibra muscular pelo aumento da densidade dos filamentos e conseqüentemente
maior produção de força (ZATSIORSKY, 1999).
Evidencia-se que as fibras que mais respondem ao TR de alta intensidade
são as do tipo II que são responsáveis pela força, resistem a esforços mais árduos,
porém, de curta duração. Além disso, o recrutamento dessas fibras se dá pela
utilização de unidades motoras de alto limiar, que são solicitadas quando uma
grande quantidade de força é necessária (McARTHY et al., 2002;GUEDES, 2003).
Já as fibras do tipo I, possuem unidades motoras que geram menor
tensão do que as do tipo II o mais resistentes á fadiga e suportam esforços de
longa duração e baixa intensidade como em treinamentos resistidos com
intensidades em torno de 20RM ou mais. Tendo em vista que o treinamento
específico aumenta todos os tipos de fibras, podemos concluir que os aumentos de
força decorrentes do TR de curta duração são resultantes de adaptações neurais,
enquanto os ganhos de força nos programas prolongados se devem a um aumento
do tamanho do músculo influenciando na composição corporal (POWERS e
HOWLEY, 2000).
Fazendo uma relação entre TR e intensidade, observamos que no estudo
de CAMPOS et al. (2002), 3 grupos de intensidades diferentes (4 séries 3-5 RM, 3
37
séries de 9-11 RM e 3 séries de 20-28 RM), foram submetidos á 8 semanas de TR.
Os autores concluíram diferença significativa nas variáveis antropométricas voltadas
para o aumento da massa muscular e justificaram este aumento decorrente da
intensidade do treinamento, pois houve aumento dos três tipos de fibras (I 12.5%,
IIA 19.5% e IIB 26%), somente para os grupos de repetições baixas e
intermediárias.
Para ZATZIORSKY (1999), o principal objetivo do TR é a ativação
máxima do catabolismo protéico que poderá estimular a síntese das proteínas
contráteis durante os períodos de descanso. Para isso a intensidade de treino
deverá estar em torno de 5-7 ou 10-12 repetições máximas (RM), e intervalos curtos
de 1-2 ou 3-5 minutos respectivamente.
Por exemplo, em exercícios realizados na intensidade e 3-6 RM uma
predominância do desenvolvimento da força e potência. acima de 20 RM,
observa-se o desenvolvimento de endurance de baixa intensidade ou força de
resistência (FLECK e KRAEMER, 1999; POWERS e HOWLEY, 2000;). Nem sempre
os resultados acerca da CC são similares quando aplicados mesmos volume e
intensidade, demonstrando muitas vezes, aumento da força gerada, independente
de alterações na CC como diminuição do percentual de gordura ou aumento das
fibras (HASS et al., 2000; RHEA et al, 2002; SANBORN et al., 2000).
RHEA et al. (2002), investigaram 16 homens treinados entre 19-23
anos e compararam dois grupos em 12 semanas de TR com 3 sessões semanais. O
grupo 1 treinou com uma 1 série e o grupo 2 com 3 séries nas mesmas intensidades
(1
o
dia 8-10 RM, 2
o
dia 6-8 RM e 3
o
dia 4-6 RM). Foram demonstradas diferenças
significativas nos incrementos de força para o grupo das 3 ries, porém não foram
apresentadas diferenças na composição corporal ou alterações na circunferência.
38
Da mesma forma HASS et al. (2000), também não encontraram
alterações na composição corporal em seu estudo realizado através de TC com 1 e
3 séries. Durante 13 semanas, foram realizados 9 exercícios de 8 -12 repetições,
com 75% de 1RM. Os grupos apresentavam tempos de pausa distintos, 2 e 5
minutos entre as séries e passagens respectivamente.
Por outro lado, PAULSEN et al. (2003), encontraram um aumento
significativo da massa corporal para dois grupos de TR em 6 semanas, dos quais,
um grupo realizou somente 1 série de 7RM por exercício para membros inferiores e
3 séries de 7 RM para membros superiores, e o outro realizou o mesmo treinamento
de forma inversa. O aumento da massa corporal foi de 81 ± 5,4 para 82,2 ± 5,5 kg e
82,3 13,2 para 83,8 ± 12,8 kg para os grupos respectivamente.
Portanto, o volume em número de séries utilizadas na organização dos
treinamentos pode ou não influenciar nos resultados da análise da composição
corporal devido aos curtos períodos de treinamento aplicados.
Com relação à intensidade através da carga aplicada (peso em Kg),
TSOURLOU et al. (2003), compararam 35 mulheres na faixa etária de 42 ± 5,2 anos
em diferentes grupos de treinamento. Um deles com exercícios aeróbicos e
calistênicos (2–3 séries e 12-15 repetições com peso corporal), e outro com
exercícios aeróbicos e resistidos (3 ries e 10-12RM) e grupo controle sem
exercício. Após 10 semanas com 3 sessões semanais, houve significante
decréscimo da porcentagem de gordura encontrado no grupo de TR (28 ± 5,8 para
26,6 ± 5,8%) e manutenção da massa corporal (61,8 ± 8,5 para 61,5 ± 8,0 kg). O
grupo que executou exercícios aeróbicos e calistênicos apresentou um decréscimo
de massa corporal (68,8 ±12,6 para 67,9 ±12,5 kg) e manteve o percentual de
39
gordura (30,7 ± 6,8 para 30,7±6,2 %). Os autores concluem que a massa muscular
pode ter sido preservada no grupo de TR.
Estes resultados corroboram com os citados por O’CONNOR e LAMB
(2003), pois também foi encontrada uma diminuição significativa da soma das
dobras cutâneas em TR de baixa intensidade e alto volume realizado com 1 série de
36 repetições (99,4 ± 27,8 82,4 ± 25,3 cm), quando comparado ao grupo de
exercícios aeróbicos onde a composição corporal não apresentou alteração ao final
das 12 semanas de treinamento. Por outro lado, MARX et al. (2001), comparando
três grupos de treinamento de alto volume em múltiplas séries, baixo volume em
circuito e controle, encontraram diminuição significativa do percentual de gordura
nos dois grupos de treinamento (26,5 ± 3,6 para 23,0 ± 3,6%, 26,5 ± 4,7 para 19,8%
e 26,6 ± 3,2 para 26,3 ± 2,6 para os grupos respectivamente) Além disso, foi
encontrado um aumento significativo de massa magra para o grupo de múltiplas
séries (42,3 ± 5,3 para 45,6 ± 6,3 kg).
com relação ao modelo de periodização adotada em TR e seus efeitos
na composição corporal, percebe-se que os achados não são direcionados para
uma única forma.
SCHIOTZ et al (1998), compararam o efeito de um programa de TR
periodizado de forma linear, visando o aumento gradativo do percentual de 1RM
utilizado (50% a 105% de 1RM) com um regime não periodizado de intensidade
constante (80% de 1RM), sendo que os dois treinamentos eram de igual volume
relativo, durante 10 semanas. Foram analisadas a composição corporal e a força
muscular em membros superiores e inferiores em 14 homens jovens e treinados. O
treinamento periodizado de forma linear foi efetivo para o aumento da força muscular
em membros superiores e inferiores, apresentando uma significante diminuição do
40
percentual de gordura corporal (12,6 ± 2,1 para 11,1 ± 2,0%) quando comparado ao
treinamento não periodizado (12,8 ± 2,7 para 12,2 ± 2,8%). Como a massa corporal
se manteve constante, as altas intensidades de treinamento periodizado podem ter
gerado o aumento da força e a possível diminuição da gordura corporal.
Outro estudo feito por 15 semanas com TR comparou periodização linear
(PL) com 3 séries de 25-20-15 RM nas semanas (1-5, 6-10, e 11-15
respectivamente), linear inversa (PLI) com 3 séries e 15-20-25 RM nas semanas (1-
5, 6-10, e 11-15 respectivamente) e ondulatória (PO) com 3 séries de 25-20-15 nas
sessões (1-2-3 e assim sucessivamente). Os maiores ganhos de força foram
apresentados no grupo de periodização ondulatória. Houve diminuição da
circunferência da coxa observada pela diferença do pós menos o pré-treinamento,
(PL -1,4cm, PLI -1,1cm e PO -1,5cm), mas não houve diferenças entre os grupos
(RHEA et al., 2003a). As formas de periodização parecem influenciar na CC, que
diferentes volumes e intensidades aplicados podem gerar estímulos direcionados
aos vários tipos de fibras e, portanto, apresentar respostas morfológicas diferentes.
Observa-se até o momento que muitos estudos (SCHIOTZ et al., 1998;
HASS et al., 2000; SANBORN et al., 2000; MARX et al., 2001; RHEA et al., 2002;
TSOURLOU et al., 2003), não controlam e ingestão alimentar o que certamente
poderá influenciar nas respostas acerca da qualidade da composição corporal.
Porém, no estudo de BRYNER et al. (1999), foi controlada a ingestão de
calorias aplicando uma dieta de 800 kcal/dia e foi encontrada uma diminuição
significativa do percentual de gordura corporal para o grupo que realizou TC + dieta
com 1-4 séries de 8 -12 repetições com a carga de 8RM, (46,2 ± 6,8 para 37,6 ±
4,9%) comparado ao grupo que apenas realizou exercício aeróbico + dieta (44,5 ±
7,0 para 37,1 ± 6,0%), porém o grupo do TR não apresentou perda de massa
41
muscular enfatizando a melhor qualidade da composição corporal diante da
aplicação do TR.
Não o volume, a intensidade e a forma de periodizar o importantes
aspectos do TR para a análise de composição corporal, mas também, o nível inicial
de aptidão física dos indivíduos. No caso de indivíduos sedentários, há que se
considerar que os primeiros ganhos se dão por adaptações neurais e, sendo estes
treinamentos aplicados em curtos períodos de tempo, não possibilidade de
apresentação de ganhos hipertróficos, resultando em pouca ou nenhuma alteração
na composição corporal (HAKKINEN et al., 1996; AKIMA et al., 1999).
Estas evidências sugerem maiores investigações a respeito da GL como
forma de TR e as adaptações na composição corporal decorrentes da aplicação
prática de diferentes intensidades e volumes de treinamento nesta modalidade.
Estes achados levam a crer que a incorporação do TR em programas de
condicionamento físico pode estar relacionada aos melhores resultados da
composição corporal dependendo da forma de manipulação do volume e
intensidade.
2.4.2 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS
Durante o exercício intenso considera-se o consumo ximo de oxigênio
(VO
2máx
) como uma das medidas para avaliação do condicionamento
cardiorrespiratório. Em repouso, o consumo de oxigênio (VO
2
) é similar entre
indivíduos treinados e não treinados. em situação de esforço, as diferenças são
mais aparentes (SUTTON, 1992).
42
O VO
2máx
é a medida reproduzível da capacidade do sistema
cardiovascular de liberar oxigênio (O
2
) pelo sangue a uma grande massa muscular
envolvida num trabalho dinâmico e pode ser expresso de forma absoluta (l.min
-1
) ou
de forma relativa ao peso corporal (ml.kg
-1
.min
-1
) (POWERS e HOWLEY, 2000).
Os valores relativos são mais utilizados para comparações entre
indivíduos que diferem em massa corporal, massa magra, altura e percentual de
gordura, pois a musculatura envolvida na atividade influenciará nestes valores
(DENADAI, 1995).
Os fatores intrínsecos como a hereditariedade, a idade e o sexo podem
exercer influência no VO
2máx
. A hereditariedade apresenta uma variabilidade 20-
50% no VO
2máx
, concordando com o princípio da individualidade biológica que
demonstra que indivíduos respondem de forma diferente aos diversos estímulos
(DENADAI, 1995). Em torno dos 20 anos temos o máximo do pico do consumo de
oxigênio e a perda para indivíduos saudáveis e ativos é de 9% do VO
2máx
por
década, podendo diminuir para 5% se houver a prática de exercício rigoroso e
regular. Os homens apresentam um maior consumo de oxigênio quando comparado
às mulheres por possuírem um maior percentual de massa muscular (BASSET e
HOWLEY, 2000).
Os fatores extrínsecos tais como o treinamento e a altitude também são
determinantes na avaliação do VO
2máx
(DENADAI, 1995).
O treinamento aeróbico (TA) tem papel fundamental no aumento do
VO
2máx
. O aumento do consumo tanto relativo quanto absoluto decorrentes do TA
depende do nível inicial de condicionamento físico do indivíduo, pois quanto maior a
capacidade cardiorrespiratória inicial menores serão os ganhos. O aumento do VO
2
também depende da especificidade do treinamento de tal forma que a exigência
43
muscular durante a avaliação da performance deve ser a mesma do treinamento
(DENADAI, 1995; POWERS e HOWLEY, 2000).
O aumento do VO
2máx
decorrente do TA, está relacionado a um aumento
do volume de ejeção e um aumento da diferença arterio-venosa de O
2,
que é a
extração sistêmica de O
2.
O
aumento da densidade capilar do músculo, o aumento
do número e tamanho das mitocôndrias e do fluxo sanguíneo muscular,
provenientes do TA são os responsáveis por uma melhor difusão de oxigênio e,
portanto aumento no VO
2máx
(POWERS e HOWLEY, 2000).
Fatores limitantes do VO
2máx
são bem descritos e estão relacionados com
o transporte e a quantidade de oxigênio transportada. São de ordem central ou
periférica e influenciarão no transporte de O
2
aos músculos. Os fatores de ordem
central são: a) sistema pulmonar pela capacidade do sistema respiratório de
ventilação e, portanto de levar O
2
para os capilares; b) sistema cardíaco pela
capacidade de bombeamento sanguíneo por minuto, mantendo uma relação com a
captação de O
2,
sendo este o fator mais importante; c) capacidade de carregamento
de O
2
através da hemoglobina no sangue e sua afinidade com O
2
(SUTTON, 1992;
BASSETT e HOWLEY, 2000).
os fatores de ordem periférica são as limitações músculo-esqueléticas
que podem comprometer a difusão de O
2
e estão relacionados com a quantidade de
músculos envolvidos na atividade, tipo de fibra e a densidade capilar. A difusão de
O
2
também depende da interação entre o transporte de O
2
e o consumo do mesmo
pelas mitocôndrias para que haja aumento do VO
2máx
(BASSETT e HOWLEY, 2000).
A medida do VO
2máx
em situação de esforço pode ser observada através
de dois valores. Um deles denominado VO
2
de platô é expresso quando a maior
quantidade de oxigênio é consumida por um indivíduo em exercício intenso até
44
atingir um patamar (platô), onde há possibilidade de manutenção da atividade por
mais tempo sem aumento do consumo de oxigênio. A outra forma de determinação
do VO
2máx
é denominada VO
2
de pico (VO
2pico
) que é a maior quantidade de oxigênio
consumida durante o teste sem necessariamente atingir um platô. Sendo o platô
dificilmente encontrado em indivíduos não treinados, pela dificuldade de realização
de um teste de esforço árduo, faz-se o uso dos valores de VO
2pico
como medida de
avaliação (DENADAI, 1995).
Um dos produtos do metabolismo em situação de esforço, a medida que
a intensidade do exercício aumenta, é o lactato. O ponto onde a produção do
mesmo é maior que a remoção é denominado limiar de lactato (LL). O LL pode ser
mensurado por alterações ventilatórias. Em situação de exercício progressivo a
resposta ventilatória aumenta de forma linear da captação de O
2
durante o esforço e
a partir de um dado percentual do VO
2máx,
um aumento exponencial desta curva
de ventilação denominada limiar ventilatório (LV). O LV é uma forma não invasiva de
detecção do limiar de lactato e pode ser usado como parâmetro de intensidade do
exercício baseado nas trocas gasosas em especial pela cinética das curvas do
volume expiratório (VE) e equivalentes respiratórios VE/VO
2
e VE/VCO
2
(DAVIS,
1985).
Com o treinamento contínuo de alta intensidade a curva exponencial
tende a se deslocar para a direita, devido às adaptações cardiorrespiratórias,
músculo-esqueléticas e, promovendo diminuição da ventilação pela menor produção
de lactato. Neste caso o tempo do LV semais tardio e o praticante suporta mais
tempo em exercício realizando o mesmo, de forma mais econômica e incrementando
o tempo de exaustão (POWERS e HOWLEY, 2000).
45
Para que haja o desenvolvimento da capacidade aeróbica, prescrições de
treinamento em diversas intensidades baseadas no LL ou LV podem ser feitas com
objetivos distintos.
Diferente do TA, o treinamento resistido não é feito de forma contínua e
sim em forma de exercício localizado, predominantemente com a utilização de
menos de 1/6 a 1/7 da musculatura geral em exercício. Pensando neste diferencial,
segue uma análise dos efeitos agudos e crônicos do treinamento resistido sobre
alguns dos parâmetros cardiorrespiratórios.
2.4.2.1 Parâmetros cardiorrespiratórios e efeitos agudos do TR
Poucos pesquisadores têm estudado os efeitos do TR sobre o sistema
cardiovascular (KLEINER et al., 1996). Durante o TR, alterações fisiológicas ocorrem
na freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e VO
2máx
. Estas alterações
agudas dependem de alguns fatores como; seleção de exercícios, tempo de pausa
entre os exercícios, intensidade, volume e tipo de treinamento (MAYO e KRAVITZ,
1999).
Alguns parâmetros cardiorrespiratórios foram mensurados de forma
aguda durante uma sessão de TR apenas com 1 exercício (rosca bíceps) feito de
forma contínua, abrangendo toda a amplitude articular e feito de forma fracionada,
executado em diversos ângulos articulares. As médias de FC e PA foram superiores
para o movimento fracionado indicando que esta limitação angular em TR, embora
tenha um grande efeito no treinamento, não é indicada para idosos e não treinados
devido à sobrecarga cardiorrespiratória (SULLIVAN et al., 1996). Para KLEINER et
al. (1996), a FC não foi intensificada no TR, realizado com três tipos diferentes de
46
implementação de carga até a fadiga (fixa, variável e confortável), quando
comparado aos resultados do teste aeróbico. A PA apresentou valores superiores
em todos os modelos de TR, principalmente com carga confortável que foi realizado
com altas repetições e baixa carga (21,5 ± 1,5 RM em 67 ± 3,2 seg, 15,8 ± 1,4 RM
em 48,3 ± 4,0 seg e 27,9 ± 1,2 RM em 118,3 ± 7,4 seg para fixa, variável e
confortável respectivamente). Os autores sugerem cuidados ao prescrever este tipo
de treinamento para hipertensos e pacientes cardíacos.
GOTSHALK et al. (2004) compararam os efeitos cardiorrespiratórios
durante o TC com os efeitos durante um teste máximo em esteira. O TC foi realizado
com 10 exercícios feitos em 10 repetições à 40% de 1RM. Os indivíduos executaram
4,6 circuitos em aproximadamente 19 minutos, 40 repetições por minuto e sem
intervalo. No TC o VO
2
atingiu 50% do máximo alcançado no teste da esteira e a FC
foi maior (165 b.min
-1
vs 150 b.min
-1
para TC e teste de esteira respectivamente).
Os autores acreditam que o TC não promova o mesmo estímulo que o treinamento
aeróbico, mas quando feito em alto volume promove uma demanda
cardiorrespiratória importante para a adaptação ao estresse metabólico.
Analisando ainda de forma aguda, temos o estudo de HUNTER et al.
(2003), que compararam sessões de 29 minutos submetendo um grupo de homens
a uma sessão de TR com velocidade constante (2 x 8 repetições à 65% de 1RM) e
outro grupo em uma sessão de TR super slow” ou velocidade lenta, 10 segundos
utilizados para a fase concêntrica e 5 para a excêntrica do movimento (1 x 8
repetições à 25% de 1RM). Os autores observaram um VO
2
maior durante a sessão
de TR com velocidade constante quando comparado ao super slow (22,9 ± 2,0 vs
14,7 ± 2,6 l.min
-1
). A FC também foi maior para TR com velocidade constante (143 ±
8 vs 113 ± 12 b.min
-1
). A conclusão foi que os parâmetros cardiorrespiratórios podem
47
sofrer incrementos devido à forma de periodização utilizada, e ao ritmo de execução.
Além disso, pode ser benéfico para o controle de peso corporal que o TR de
velocidade constante apresentou uma diferença maior de 48% no gasto energético.
STANFORTH et al. (2000), comparando uma sessão de TC com uma
sessão de Body Pump encontraram valores relativos de VO
2
de 17,9 e 14,8
ml.kg
-1
.min
-1
, respectivamente. Com isso, concluíram que uma sessão de
treinamento em circuito promove maior consumo de oxigênio tanto pelas pausas
curtas quanto pela seqüência dos exercícios e grupos musculares envolvidos
quando comparado ao Body Pump.
2.4.2.2 Parâmetros cardiorrespiratórios e efeitos crônicos do TR
As adaptações crônicas estão relacionadas com desempenho e
aprimoramento, tornando o organismo mais econômico e adaptado para maiores
esforços. Como já dito estas adaptações são bem descritas no TA pelas suas
características que diferem do TR.
O TR tradicional parece não contribuir para incrementos significativos de
VO
2pico
como demonstra o estudo de BISHOP et al. (1998), que compararam dois
grupos de mulheres ciclistas onde, um realizava TR complementar e o outro foi
considerado controle sem TR. O TR foi feito por 12 semanas e a cada 2 semanas
modificações sobre o número de séries e repetições eram feitas (5 x 6-8RM, 4 x 4-
6RM, 3 x 2-4RM, 5 x 6-8RM, 4 x 4-6RM e 3 x 2-4RM). Não foram encontradas
diferenças significativas no VO
2pico
entre os grupos.
Adaptações foram observadas após 12 semanas de TR por BRYNER et
al. (1999), que encontraram aumentos significativos nos valores relativos de VO
2pico
48
tanto para TC de alto volume (21,1 ± 4,2 para 27,4 ± 5,5 ml.kg.min
-1
), quanto para
exercícios aeróbios (21,2 ± 2,6 para 27,6 ± 3,4 ml.kg.min
-1
). Concluíram que os
aumentos observados no TR foram devidos à organização do treinamento em forma
de circuito que foi realizado quase que de forma contínua devido às curtas pausas.
HAKKINEN et el. (2003) compararam dois grupos antes a após 21
semanas de treinamento. Um grupo realizou treinamento concorrente (TCo) fazendo
2 sessões semanais de TR e 2 sessões de TA, onde o TR foi periodizado de forma
linear e linear inversa. O outro grupo realizou, apenas TR com 2 sessões semanais e
com os mesmos exercícios e periodização. Foi observado um aumento significativo
de 18,5% no VO
2máx
apenas para o grupo de TCo indicando que os exercícios
aeróbicos adicionais são os responsáveis por este ganho. Sob o mesmo ponto de
vista McARTHY et al. (1995), observaram por 10 semanas o comportamento do
VO
2pico
em três grupos de treinamento (3 x semana) sendo eles: TR, TCo e TA Os
aumentos significativos do VO
2pico
foram evidentes para todos os grupos em valores
absolutos (10%, 16% e 18%, para TR, TCo e TA respectivamente) e em valores
relativos (9%, 18% e 16% TR, TCo e TA para respectivamente). Porém quando os
valores do VO
2pico
foram relacionados à quantidade de massa muscular os
incrementos foram apenas para TA (15%) e TCo (13%), em concordância com os
resultados anteriores.
TAKESHIMA et al (2004), realizaram um interessante estudo com TCo.
Os autores compararam o grupo controle (GC) com TCo onde, TR e TA eram feitos
em forma de circuito. O TR consistiu de 12 exercícios realizados em equipamentos
hidráulicos de 10-15 repetições em 30 segundos por estação na maior velocidade
possível, alternando com 30 segundos de movimentos de dança aeróbica. A
intensidade dos exercícios foi incrementada por uma regulação do próprio
49
equipamento que marcava de 1 á 6 níveis de intensidade. Sendo 1 o nível mais leve
e 6 o mais pesado. O treinamento foi realizado por 12 semanas e em 3 sessões
semanais. Os principais resultados observados pelos autores foram o aumento de
29% do VO
2
em valores absolutos no limiar de lactato (0,79 ± 0,20 para 1,02 ± 0,22
em l.min
-1
) e aumento de 15% nos valores do VO
2pico
(1,36 ± 0,24 para 1,56 ± 0,28
em l.min
-1
) indicando ser este modelo de TCo benéfico a aptidão cardiorrespiratória.
Corroborando com tais resultados DOLEZAL e POTTEIGER (1998),
encontraram adaptações crônicas após 10 semanas de treinamento e, quando
compararam TR, TA e TCo, observaram que a potência aeróbica relativa aumentou
em (0,2%, 13% e 7% respectivamente). Os autores concluíram que os benefícios do
TCo não são os de maior magnitude.
HAUTALA et al (2006), observaram os efeitos do TR e TA. O estudo foi
feito com três grupos G1(TR), G2(TA) e GC que treinaram por 2 semanas, passaram
por um destreinamento de 2 meses e retornaram para mais 2 semanas de
treinamento porém em ordem inversa G1(TA), G2(TR) e GC. Os participantes eram
ativos, porém fumantes e com índice de massa corporal alto (> 32). Analisando os
efeitos do treinamento, os autores observaram incrementos similares no %VO
2pico
de 9 ± 4% para grupo que realizou o TA primeiro e de 7 ± 7% para o grupo que
realizou o TA depois. Também foi observado um aumento de 7 ± 5% no VO
2pico
após
TR para os indivíduos que mostraram menores incrementos após o TA. Portanto a
conclusão dos autores foi que o TR pode ser uma forma de aumentar a aptidão
cardiorrespiratória dos indivíduos pouco condicionados.
Os resultados nos valores relativos e absolutos de VO
2máx
algumas vezes,
parecem não sofrer grandes alterações não apresentando ganhos significativos com
a prescrição de TR (GETTMAN et al., 1978; CAMPOS et al., 2002). Os maiores
50
ganhos são apresentados pelo treinamento aeróbico (DOLEZAL e POTTEIGER,
1998; HAKKINEN et al., 2003; HAUTALA et al., 2006). Estas observações nos levam
a concluir que apenas a prescrição de treinamento resistido parece não ser a melhor
ferramenta para o completo desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória.
2.4.3 AMPLITUDE ARTICULAR
Segundo ARAÚJO (2004), flexibilidade é a amplitude máxima passiva
fisiológica de um dado movimento articular. Para DANTAS (1989), flexibilidade é a
qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de
amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro
dos limites morfológicos, sem risco de lesão.
Uma das formas de mensuração da flexibilidade é a goniometria, ou
métodos angulares que quantificam a amplitude de movimento em graus por meio
de instrumentos específicos (DANTAS,1989; ARAÚJO, 2004).
Poucos estudos reportam os efeitos do TR sobre a flexibilidade. A maioria
dos estudos avalia performance ou risco de lesão quando incluem exercícios de
alongamento durante a fase de aquecimento como o de POPE et al. (2000), que
investigaram 1538 homens militares praticantes de exercícios intensos incluindo TR
e não encontraram diferenças sobre o risco de lesão entre o grupo de aquecimento
específico e o grupo de aquecimento seguido de exercícios de alongamento. Os
autores sugerem que o risco de lesão está associado ao tipo de programa de
treinamento e não às sessões de alongamento.
LaROCHE e CONOLLY (2006), sugerem a utilização programas de
alongamentos para a recuperação muscular após grandes esforços como por
exemplo em treinamentos feitos com contração excêntrica. Neste estudo foi
51
encontrado grande aumento da amplitude articular do movimento após a realização
de sessões de alongamentos estáticos.
Visando observar aplicabilidade dos exercícios de alongamento durante
aquecimento e sua relação com a produção de força, (TRICOLI e PAULO, 2002),
avaliaram a performance no teste de 1RM da flexão/extensão do joelho durante o
exercício leg press em duas situações, aquecimento específico (AE) e aquecimento
mais 20 minutos de alongamentos (AA). Foi observada uma menor diferença
significativa na média obtida no teste de 1RM (391,7 ± 86,6 e 405,5 ± 89,1 kg para
AE e AA respectivamente). Os autores concluíram uma sessão de alongamento
estático antes da atividade física pode provocar uma queda no rendimento da força
máxima. Por outro lado, SIMÃO et al. (2003), avaliaram a performance para o teste
de 1RM no exercício supino horizontal e concluíram que não houve diferença
significativa entre as cargas utilizadas no teste de 1RM entre as situações de
aquecimento específico e aquecimento com exercícios de alongamento.
A seguir, analisamos alguns trabalhos que avaliam os efeitos crônicos do
TR sobre a flexibilidade.
Encontramos um estudo recente de KALAPOTHARAKOS et al. (2005)
que observaram 33 adultos entre 60-74 anos por 12 semanas de TR divididos em 3
grupos por intensidade de treinamento (3 x 8 á 80% de 1RM, 3 x 15 à 60% 1RM e
controle sem treinamento). Os autores encontraram aumentos similares na
flexibilidade no teste de sentar e alcançar para os grupos de treinamento e sugerem
que estes incrementos também podem ser advindos da inatividade dos participantes.
Além disso, foram aplicados exercícios de alongamento o que pode ter contribuído
para os ganhos da flexibilidade deixando em vida se o TR prescrito pode ou não
ter influência sobre a flexibilidade.
52
Outro estudo sobre os efeitos crônicos do TR sobre a flexibilidade foi o de
CYRINO et al. (2004) que, após 12 semanas de TR com 3 séries de 8-12RM,
analisaram 10 movimentos articulares e concluíram que o TR não provocou redução
dos valores de flexibilidade, contribuindo para sua manutenção e ainda sugerindo
possibilidade de aumentos.
Segundo RODRIGUES e DANTAS (2002), a força não diminui os graus
de flexibilidade e vice versa e o indivíduo treinado pode alcançar altos níveis das
duas capacidades. Os autores recomendam que o treinamento seja feito
paralelamente.
Resultados similares foram encontrados por NOBREGA et al. (2005) que
testaram 4 diferentes modelos de treinamento durante 12 semanas: a) TR; b)
flexibilidade, c) TR e flexibilidade e d) controle. Após o treinamento os índices de
flexibilidade geral e regional foram mais altos principalmente para os grupos onde
houve o treinamento específico desta capacidade e não diminuiu no grupo que
treinou apenas TR, comprovando que o TR não tem influência sobre a amplitude
articular.
Adultos com idade média de 50 anos participantes de um programa de
treinamento de 3-18 meses onde eram realizados 30 minutos de exercícios
aeróbicos (esteira e bicicleta abaixo da FC do limiar anaeróbio), 20 minutos de TR (3
séries de 6-8 repetições) e 10 minutos de alongamentos ativo e passivo. Os
indivíduos foram avaliados em 20 movimentos articulares. Houve incremento do grau
de flexibilidade em 3 articulações e em 6 movimentos específicos significando mais
uma vez, que o TR não impede os ganhos de flexibilidade (COELHO e ARAÚJO,
2000).
53
Nenhum estudo sobre GL e seus efeitos sobre a amplitude articular foi
encontrado na literatura o que nos faz absorver mais conhecimentos sobre os efeitos
acerca desta qualidade física e TR, visto que a GL pode ser uma estratégia de
prática regular de exercícios físicos para o desenvolvimento da aptidão física geral.
2.4.4 FORÇA
A magnitude dos aumentos da força é específica do tipo de exercício
utilizado, sugerindo o princípio da especificidade do treinamento para aprimorar o
desenvolvimento das diversas modalidades da força (HAKKINEN et al., 1996).
Os primeiros ganhos de força o inicialmente por modificações no
sistema nervoso central (SNC) e após algumas semanas de treinamento são
atribuídos principalmente à hipertrofia muscular (HAKKINENN e HAKKINENN, 1995;
CHILLIBECK et al., 1998; AKIMA et al., 1999; BRENTANO e PINTO, 2001;
DESCHENES e KRAEMER, 2002).
Mudanças na produção de força após longos períodos de treinamento em
indivíduos treinados podem ser relacionadas também aos fatores neurais, se
adaptações mínimas forem observadas no tamanho das fibras. Grandes adaptações
neurais e hipertróficas foram observadas ao longo do tempo entre 6-10 semanas de
TR. A partir de 10 semanas os ganhos de força e potência parecem ser referentes
mais á hipertrofia do que às adaptações neurais. Porém a hipertrofia parece alcançar
um máximo e se estabilizar o que pode indicar que adaptações neurais possam ser
as responsáveis ainda por incrementos subsequentes de força em treinamento de
longo período (DESCHENES e KRAEMER, 2002).
Quanto ao volume de treinamento CARPINELLI e OTTO, (1998) e RHEA
et al. (2000), concordam que um componente essencial para qualquer programa de
54
treinamento de força é o número de séries para cada exercício. uma prevalência
na recomendação de ltiplas séries (mínimo 3) para cada exercício para o
incremento de força e hipertrofia muscular (MARX et al., 2001). Porém, o estudo de
HASS et al. (2000) aponta importantes incrementos de força quando utilizada
apenas 1 série. Em termos de volume de treinamento CARROL et al. (1998) não
relacionaram suas diferenças para os aumentos da força de 1RM pelo número de
séries e sim pelo número de sessões semanais, porém tanto 2 como 3 sessões
apresentaram os mesmos percentuais de incremento de força.
Segundo CAMPOS et al (2002), quando o volume é baixo (menores
repetições) e intensidade alta (maiores % de RM), os resultados parecem ser
positivos para o ganho de força em 8 semanas de treinamento. No entanto, MARX et
al (2001) compararam baixo e alto volume de treinamento em mulheres não
treinadas durante seis meses de treinamento. Um grupo caracterizado por múltiplas
séries de baixo volume (1 x 8 -12 RM) e outro grupo caracterizado por múltiplas
séries de alto volume (2 - 4 e 3 - 5 x 8-10RM e 12-15RM). O grupo de TR de
múltiplas séries apresentou incrementos significativos comparados aos grupos
controle e circuito em todas as medidas de força pós-treinamento de membros
inferiores, superiores, abdominais e teste de Wingate.
Após 10 semanas de TR de baixa intensidade, onde um grupo treinou
com o peso do próprio corpo, (TRPC) e o outro com equipamentos e pesos, (TRE)
foi encontrado aumento significativo do pico de torque dos flexores do joelho de 65,3
± 8,1 para 69,0 ± 8,7 (TRPC) e 72,8 ± 12,3 para 82,4 ± 14,2 (TRE). Os autores
concluíram que os maiores incrementos de força se dão pela forma de execução em
equipamentos ou pesos livres quando comparado a somente o peso corporal
(TSOURLOU et al., 2003).
55
O TR pode ser organizado em diferentes modelos de volume e
intensidade caracterizando o treinamento como não periodizado ou periodizado. O
TR não periodizado se caracteriza pela manutenção da intensidade relativa do
treinamento ao longo de todo o ciclo mesmo com aumento da intensidade absoluta
(BACKER et al., 1994).
Quando o TR compreende a alternância das cargas de treinamento ao
longo do macrociclo, é considerado periodizado e pode ser apresentado como linear,
onde o volume decresce e a intensidade aumenta em cada ciclo de treinamento
(períodos longos ou mesociclos), linear inversa quando o volume aumenta e a
intensidade diminui e de forma não-linear (ondulatória), onde essas variáveis o
alteradas ao longo da semana de treino (períodos curtos ou microciclos) (FLECK e
KRAEMER,1999) ou durante a sessão de treino (POPOVICH, 2001; HAFF, 2004).
Quanto aos métodos de treinamento a conclusão de (SCHIOTZ et al.,
1998), foi que o treinamento periodizado de forma linear é mais efetivo para o
aumento de força em membros superiores e inferiores do que o não periodizado.
Resultados similares foram encontrados por STONE et al. (1981); HAKKINEN e
HAKKINEN, (1995); HAKKINEN et al. (2000); STONE et al. (2000).
O treinamento periodizado parece resultar em benefícios superiores aos
outros tipos de treinamento relacionados ao ganho de força e hipertrofia (STONE et
al., 1981; FLECK e KRAEMER, 1999). RHEA et al. (2003a), sugerem que
maiores ganhos de força são provenientes de periodização ondulatória quando
comparados com ganhos advindos de TR periodizado de forma linear ou linear
inversa.
Quanto à idade DIONNE et al (2004), descreveram incrementos de força
similares tanto para mulheres jovens (18-35 anos), quanto idosas (55-70 anos),
56
concluindo que diferentes idades podem apresentar resultados semelhantes nos
incrementos na força relativa.
Através dos resultados dos estudos supracitados, observa-se uma
tendência de incrementos significativos de força com treinamentos periodizados de
forma ondulatória, de 1-3 séries, 1-3 sessões semanais e com a utilização de
equipamentos ou pesos livres. Estas características podem definir qual forma de
treinamento poderá ser manipulada para o desenvolvimento das modalidades da
força desejadas.
2.5 PERIODIZAÇÃO E TREINAMENTO RESISTIDO
O TR parece ganhar notoriedade pelos seus benefícios, pois tem sido
uma das mais populares formas de desenvolvimento da aptidão física, (FLECK e
KRAEMER,1999), além de ser um componente primordial de um programa de
condicionamento físico (ACSM, 1998; 2002).
Os efeitos benéficos decorrentes do TR dependem da manipulação dos
vários fatores, incluindo a intensidade, a freqüência de treino e o volume de
exercício necessário para os objetivos individuais. A alteração e a forma de
organizar o volume e a intensidade ao longo do tempo de treino caracterizam a
periodização (FLECK e KRAEMER, 1999).
A periodização pode ser vista como a organização dos meios e métodos
de treinamento desportivo de forma racional, ao longo da temporada, a fim de atingir
os resultados desejados no período previamente estipulado e da forma mais
eficiente e segura possível (GUEDES, 2003).
57
O macrociclo é a mais longa duração do ciclo de treinamento tipicamente
com a duração de um ano e em alguns casos até quatro anos culminando com a
temporada dos jogos olímpicos. O mesociclo é parte do macrociclo e pode variar de
acordo com os objetivos sendo geralmente composto de três a quatro meses anuais.
Maiores adaptações fisiológicas e respostas na performance estão relacionadas com
maior número de mesociclos. o microciclo é a fase mais importante onde
mudanças agudas nas variáveis do treinamento são prescritas para definir cada
mesociclo e promover mudanças e variações ao longo do tempo podendo ter a
duração de semanas (HAFF, 2004).
Embora a periodização tenha sido desenvolvida para o esporte de alto
rendimento, pode ser adaptada para os programas de exercícios e de melhoria da
aptidão física voltada á saúde. A divisão do processo de treinamento compreende
fases (ciclos) nas quais as capacidades físicas deverão estar corretamente
interligadas para possibilitar o desenvolvimento. O ciclo considera a distribuição da
carga aplicada em uma semana, um mês, um período de vários meses, um ano ou
até vários anos (MONTEIRO, 2002).
Pesquisas em TR apresentam macrociclos com diferentes durações e
geralmente compreendem de 5 a 8 semanas (CAMPOS et al., 2002; PAULSEN et
al., 2003;; HAUTALA et al., 2006). Outros estudos mais extensos apresentam
prescrições entre 10 a 21 semanas (RASO et al., 1997; DOLEZAL e POTTEIGER,
1998; BISHOP et al., 1999; BRYNER et al., 1999; MILLET et al., 2002; RHEA et al.,
2002; HAKKINEN et al., 2003; RHEA et al., 2003a).
Para (ZATSIORSKY, 1999), a adequação das variáveis do treinamento no
micro e mesociclo é dominada por duas idéias principais; auxiliar a recuperação
adequada e achar o equilíbrio entre a regularidade e o estímulo de treinamento
58
primando pela continuidade da adaptação e, entre regularidade e variabilidade a fim
de evitar a acomodação prematura ou o supertreinamento.
2.5.1 VARIÁVEIS DO TREINAMENTO
Os resultados obtidos através do TR são atribuídos à grande possibilidade
de combinações entre as variáveis, ou seja, a estrutura do treinamento em termos
de manipulação das variáveis específicas como volume (número total de repetições),
e intensidade (peso em Kg para um ximo de repetições ou percentuais de 1RM),
(BAKER et al., 1994; MEIRELLES e GOMES, 2004;).
Segundo COSTA (1998), as variáveis da GL não diferem muito das
citadas anteriormente, sendo o volume representado pelo número de séries, número
de repetições, número de exercícios feitos em uma sessão de treinamento e número
de músculos treinados por sessão. a intensidade, se refere à carga utilizada
(peso em Kg), à amplitude dos movimentos, às pausas e ao ritmo de execução das
contrações. Lembrando sempre que ritmo de execução, controlado por trilha
musical, utilização apenas de pesos livres e exercícios feitos em grupo o
diferenciais da GL.
2.5.1.1 VOLUME
O volume total do treinamento é considerado a soma do total do número
de repetições multiplicado pela carga utilizada. Portanto, o volume é influenciado
pelo número de séries e pela quantidade de exercícios realizados na mesma sessão
de treinamento, (ACSM, 2002). Dentro da visão do macrociclo, a freqüência de
59
treinamento (número de sessões semanais) também influencia o volume total (TAN,
1999).
O TR de alto volume parece incrementar a resistência de força e a força
máxima referente à 1RM, porém esta última em menor magnitude (CAMPOS et al.,
2002). O alto volume parece promover hipertrofia muscular, melhora da capacidade
aeróbica (HUNTER et al., 2003), maior gasto energético (HUNTER et al., 2003;
MEIRELES e GOMES, 2004), e alterações da composição corporal como a
diminuição do percentual de gordura (O’CONNOR et al., 2003). Esta diminuição é
mais evidente quando são utilizadas pausas curtas como no TC em baixas
intensidades e múltiplas séries (ACSM, 2002).
2.5.1.1.1 Número de repetições
Segundo o posicionamento do ACSM (2002), são recomendadas para
incrementos de força e hipertrofia de 8 -12 repetições máximas e para incrementos
de resistência de força de 15-20 repetições.
2.5.1.1.2 Número de séries
Segundo ACSM (2002) e PAULSEN et al. (2003), as séries devem ser
diferenciadas para cada músculo, e para o desenvolvimento da hipertrofia séries
múltiplas são mais indicadas (CARPINELLI e OTTO, 1998). Em contrapartida, para o
desenvolvimento da força CARPINELLI e OTTO (1998), recomendam tanto séries
múltiplas como simples. MARX et al. (2001), acreditam que séries ltiplas e
simples são indicadas para o desenvolvimento da resistência de força.
60
Segundo meta-análise feita por RHEA et al. (2003b), múltiplas séries são
indicadas para melhores incrementos na força tanto para indivíduos treinados como
não treinados.
2.5.1.1.3 Freqüência de treinamento
Para o desenvolvimento de todas as modalidades da força em TR são
indicadas de 2-3 sessões semanais para indivíduos iniciantes e 4-5 para avançados
para que cada músculo seja treinado no mínimo duas vezes em uma mesma
semana (ACSM, 2002). Para RHEA et al. (2003b), levando em consideração
intensidades diferentes, indivíduos não treinados respondem melhor aos ganhos de
força com 3 sessões semanais para cada grupo muscular enquanto que indivíduos
treinados 2 sessões são suficientes.
2.5.1.2 INTENSIDADE
A variável intensidade é freqüentemente usada quando descrevemos TR
referindo-se ao peso usado para realizar um dado número de repetições gerando a
instalação da fadiga (FLECK, 1999). Para PETERSON et al. (2005) as execuções
até a fadiga não trazem os maiores incrementos de força quando comparadas com
execuções limitadas. Outros fatores também caracterizam a intensidade do
treinamento tais como ritmo de execução da contração, tempo de recuperação ou
pausas, ordem dos exercícios e fatores psicológicos (TAN, 1999).
O TR de alta intensidade incrementa diversas modalidades da força
dependendo da forma da prescrição das cargas (peso em Kg) (CAMPOS et al.,
2002), bem como, promove a manutenção ou aumento da massa magra muscular.
61
Geralmente é utilizado baixo número de repetições e maiores tempos de
recuperação (ACSM, 2002). O TR de alta intensidade promove incrementos da força
de resistência (FLECK e KRAEMER, 1999; POWERS e HOWLEY, 2000;).
2.5.1.2.1 Carga
Para o desenvolvimento de resistência de força são indicados pesos entre
40-60% de 1RM, para o incremento da hipertrofia cargas entre 70-85% de 1RM, e
para força máxima de 1-6RM. Os acréscimos de intensidade devem ser entre 2 -
10% da carga de 1RM (ACSM, 2002).
Através de meta-análise feita por RHEA et al. (2003b), foi observado que
para indivíduos não treinados geralmente são indicados 60% de 1RM ou 12RM para
os maiores ganhos de força e para indivíduos treinados este percentual é de 80% de
1RM. No caso de atletas o indicado é 85% de 1RM.
2.5.1.2.2 Pausas
São indicadas pausas de 2-3 minutos para os exercícios que utilizam mais
de uma articulação. Além disso, menos de 1 minuto é recomendado para o
desenvolvimento de resistência de força, e 1-2 minutos para a hipertrofia, onde é
feito grande número de repetições. para ciclos de treinamento onde o
desenvolvimento da força máxima é priorizado, 3 minutos de pausa são
recomendados (ACSM, 2002). Durante TR de alto volume, 1,30 á 3 minutos também
são indicados para otimizar a intensidade do exercício (ROBINSON et al., 1995).
62
2.5.1.2.3 Ritmo de execução
Ritmo moderado entre 1-2 segundos para cada fase da contração parece
ser mais efetivo que os exercícios realizados em velocidades lentas, devido à
dificuldade de realizar um grande número de repetições em baixa velocidade.
Velocidades mais rápidas são indicadas quando são realizadas mais de 15-25
repetições. Indica-se variação das velocidades em estágios mais avançados do
treinamento (ACSM, 2002). Treinamentos realizados em velocidade muito lenta
(super slow) não são os mais indicados para os incrementos da força (HUNTER et
a.l, 2003).
2.5.1.2.4 Ordem dos exercícios
Para treinamentos onde todos os principais grupos musculares o
envolvidos sugere-se a utilização de exercícios de grandes para pequenos grupos
musculares, de movimentos multiarticulares para uniarticulares e alternância de
exercícios para parte superior e inferior do corpo (método alternado por segmento).
Para treinamentos onde somente a parte superior ou inferior do corpo é feita numa
mesma sessão, indica-se a mesma progressão porém com alternância de exercícios
de ação muscular oposta (método agonista-antagonista). Para treinamentos
somente para um grupo muscular a recomendação é para exercícios multiarticulares
antes dos uniarticulares e altas intensidades antes de baixas intensidades de
treinamento ao longo da progressão (ACSM, 2002).
63
2.5.2 APLICAÇÃO DAS VARIÁVEIS EM GL
Não foram encontrados estudos específicos da GL que comparassem a
mesma com outros modelos de TR ou que observassem resultados provenientes
desta modalidade. As pesquisas que mais se aproximavam em termos de volume e
intensidade o se propunham a avaliar todos os parâmetros da aptidão física e
saúde ou os possíveis efeitos da GL (STANFORTH et al., 2000; MARX et al., 2001;
CAMPOS et al., 2002; HAKKINEN et a.l, 2003; O’CONNOR et al., 2003; RHEA et al.,
2003a).
Como nas salas de GL não são usados equipamentos de musculação, a
música ambiente controla o ritmo de execução e as aulas são feitas em grupos.
Acredita-se serem estas peculiaridades as justificativas dos poucos achados na
literatura.
Estudos sobre TR são feitos em salas de musculação, onde os
equipamentos têm maior possibilidade de ajustes, e a intensidade pode ser superior
à utilizada com os pesos livres das aulas de GL (PORTER et al., 1995; SANBORN et
al., 2000; MATSUDO et al., 2000a; CAMPOS et al., 2002; COELHO et al., 2003).
Sendo a GL uma modalidade tipicamente brasileira que pretende
desenvolver a força muscular, dada a sua importância para a manutenção da
funcionalidade corporal, abre-se um caminho importante para investigações sobre
seus conceitos, objetivos, planejamento e resultados obtidos pelo treinamento físico
através dessa modalidade.
Neste estudo pretende-se avaliar o impacto do volume e da intensidade
em praticantes de GL, a fim de obter informações e futuramente sugerir prescrições
de treinamento que ofereçam respostas positivas, possibilitando a utilização desta
64
ferramenta como aplicação prática do TR. Assim, optou-se por utilizar a mesma
indicação das variáveis supracitadas para o TR na GL adaptando para os
diferenciais da modalidade.
65
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 POPULAÇÃO
A população foi constituída por mulheres entre 20 e 35 anos, residentes
na cidade de Porto Alegre, participantes do projeto de extensão universitária em
ginástica localizada da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
3.2 AMOSTRA
A amostra foi constituída de mulheres participantes do programa de
extensão universitária em ginástica localizada da Escola de Educação Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e composta por 19 mulheres entre 20-35
anos e que foram divididas em três grupos experimentais dos quais: o primeiro
representa o grupo de treinamento em ginástica localizada com controle da
sobrecarga através do incremento de peso em kg (intensidade) e manutenção do
número de repetições (volume) denominado grupo intensidade (GI). O segundo
representa o grupo de treinamento em ginástica localizada com controle de
sobrecarga através do incremento do número de repetições (volume) e manutenção
do peso em kg (intensidade) denominado grupo volume (GV). O terceiro representa
o grupo controle que foi mantido sem treinamento (GC).
66
3.3 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA
A primeira etapa consistiu de um processo de divulgação nos meses de
janeiro, fevereiro e março de 2005 do programa de extensão de ginástica localizada.
A divulgação foi feita através de rádio, folders” distribuídos pelo bairro, internet,
faixas informativas e convites por telefone. As participantes se inscreveram no
programa de ginástica localizada na secretaria de extensão da ESEF-UFRGS.
Uma vez inscritas por disponibilidade nos horários 17h30 e 18h30, todas
foram informadas sobre a organização do projeto, preenchimento de questionário
(anexo A) e assinatura o termo de consentimento (anexo B). Posteriormente foram
agendadas as avaliações iniciais e feito um sorteio para a determinação de qual
modelo de aula (volume ou intensidade), seria realizado nos horários 17h30 e
18h30, compondo assim os grupos de treinamento em ginástica localizada (GI e
GV).
O grupo controle (GC) foi constituído de mulheres inativas que foram
convidadas a participar de um encontro onde foram informadas sobre todas as fases
do projeto. Neste encontro foram feitos o preenchimento do questionário, assinatura
do termo de consentimento e agendamento dos testes iniciais.
Todas as participantes foram orientadas para que não houvesse alteração
drástica de seus hábitos alimentares.
3.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
- mulheres entre 20-35 anos
- saudáveis
67
- sem prática de exercícios localizados nos últimos 3 meses
3.3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
- Fumantes
- Atualmente praticante de exercícios localizados (musculação ou ginástica
localizada)
- Presença de hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e/ou problemas
ortopédicos que pudessem interferir na prática e nos resultados.
3.4 VARIÁVEIS
3.4.1 VARIÁVEIS DEPENDENTES
As variáveis dependentes foram categorizadas como morfo-funcionais.
- Amplitude articular: Extensão horizontal do ombro (EHO), abdução do ombro
(ABDO), flexão do ombro (FLEXO), extensão do quadril (EXTQ), flexão do quadril
(FLEXQ) e abdução do quadril (ABDQ)
- Parâmetros cardirrespiratórios: consumo de oxigênio de pico (VO
2pico
), tempo
de exaustão (TE), limiar ventilatório (LV), tempo do limiar ventilatório (TLV) e
percentual do VO
2
no limiar ventilatório (VO
2
%)
- Parâmetros da composição corporal: massa corporal (MC), somatório de
dobras cutâneas (DC), percentual de gordura (FAT)
68
3.4.2 VARIÁVEIS INDEPENDENTES
- Método de Ginástica Localizada com incremento de Intensidade (peso em
kg) e volume fixo.
- Método de Ginástica Localizada com incremento de Volume (número de
repetições) e intensidade fixa.
3.4.3 VARIÁVEL DE CONTROLE
3.4.3.1 Ritmo de execução
O ritmo de execução para os exercícios realizados nos programas de
treinamento em ginástica localizada foi de 129 b.min
-1
. Sendo contados 2 batimentos
musicais para a fase da contração concêntrica (1 segundo) e dois para a fase
excêntrica do movimento (1 segundo). Totalizando 32 repetições por minuto.
3.4.4 TRATAMENTO DA VARIÁVEL INDEPENDENTE
O programa de ginástica localizada foi elaborado em dois modelos
realizados em dois horários. Cada horário correspondeu a um grupo experimental e
a um modelo de treinamento. As participantes, por sua disponibilidade foram
matriculadas em dois horários de aula (17h30 e 18h30), as segundas, quartas e
sextas-feiras. Cada grupo realizou um modelo distinto de aula de ginástica
localizada, diferenciados pela forma da manipulação das variáveis volume e
intensidade como descrito a seguir:
69
Os grupos GI e GV, realizaram 22 semanas, 64 sessões de
treinamento, 3 vezes por semana dividas em duas aulas (A e B) que foram
ministradas alternadamente durante o treinamento por um único instrutor. O GC foi
mantido sem realizar nenhum tipo de exercício regular.
As aulas (A e B) consistiam de aquecimento geral com movimentos
globais de 5 -7 minutos sem exercícios de alongamento e parte principal onde foram
realizados diferentes exercícios específicos para os principais músculos que
promovem ação do movimento. Na parte principal da aula, foram realizadas as
séries de repetições estipuladas em cada mesociclo de treinamento para cada aula
A e/ou B. Como finalização das aulas, durante 5-7 minutos, foi realizado um
relaxamento induzido sem a realização de exercícios de alongamento. A ordem dos
exercícios nas diferentes aulas foi a seguinte para os dois grupos de treinamento:
Exercícios da aula A (fotos dos exercícios disponíveis no anexo C).
1- Agachamento aberto (AGA)
- Grupo muscular principal: extensores do joelho e quadril
- Articulação envolvida: joelho, quadril e tornozelo
2- Supino (SUP)
- Grupo muscular principal: flexores horizontais do ombro e extensores do
cotovelo.
- Articulação envolvida: ombro e cotovelo
3- Rosca Bíceps (BIC)
- Grupo muscular principal: flexores do cotovelo
- Articulação envolvida: cotovelo
4- Remada Alta (REAL)
- Grupo muscular principal: abdutores do ombro e flexores do cotovelo
70
- Articulação envolvida: ombro e cotovelo
5- Glúteos 4 apoios (GLU)
- Grupo muscular principal: extensores do quadril
- Articulação envolvida: quadril
6- Abdome (ABD)
- Grupo muscular principal: flexores da coluna
- Articulação envolvida: coluna (articulações intervertebrais)
Exercícios da aula B (fotos dos exercícios disponíveis no anexo C)
1- Remada Bilateral Fechada (REBI)
- Grupo muscular principal: extensores horizontais do ombro e flexores do
cotovelo
- Articulação envolvida: ombro e cotovelo
2- Tríceps francês bilateral (TRI)
- Grupo muscular principal: extensores do cotovelo
- Articulação envolvida: cotovelo
3- Adução bilateral do quadril (ADU)
- Grupo muscular principal: adutores do quadril
- Articulação envolvida: quadril
4- Abdução unilateral do quadril (ABDU)
- Grupo muscular: abdutores do quadril
- Articulação envolvida: quadril
5- Abdome (ABD)
- Grupo muscular principal: flexores da coluna
- Articulação envolvida: coluna (articulações intervertebrais)
71
Como o TR periodizado parece resultar em benefícios superiores aos outros
tipos de treinamento relacionados ao ganho de força e hipertrofia (FLECK e
KRAEMER, 1999; STONE et al, 1981) optou-se por uma periodização linear
crescente de tal forma que uma das variáveis sempre fosse incrementada ao longo
do macrociclo de treinamento. Com base nos estudos sobre TR de 5-8 semanas de
treinamento (CAMPOS et al., 2002;RHEA et al., 2003a; PAULSEN et al., 2003;
HAUTALA et al., 2006) e 10 a 21 semanas (RASO et al, 1997; BISHOP et al., 1999;
DOLEZAL e POTTEIGER., 1998; BRYENER et al., 1999; MILLET et al, 2002;
HAKKINEN et al., 2003) foi realizado um treinamento com GL que compreendeu um
macrociclo de 22 semanas (5 meses). O início se deu com 2 sessões de
aprendizagem das aulas (1A e 1B), seguidas de 64 sessões de treinamento (32A e
32B) em 3 x semanais. Foram 7 mesociclos sendo, 4 mesociclos de 8 sessões cada
(4A e 4B), 2 mesociclos de 10 sessões (5A e 5B), 1 mesociclo de 12 sessões (6A e
6B).
Após as duas sessões da aprendizagem as progressões do volume e
intensidade das aulas A e B se deram sempre nas mesmas sessões e fases do
treinamento para os grupos GI e GV .
O início dos treinamentos se deu após o teste de cargas iniciais e a partir
desse momento, a cada início de mesociclo, houve um incremento de carga
baseado nos resultados obtidos no teste de carga inicial.
A seguir, as intensidades dos dois modelos testados subdividindo o
trabalho em cinco partes: 1) Estimativa da carga pela massa corporal, 2) Número de
repetições executadas pelos grupos GI e GV, 3) Incrementos de carga para os
grupos GI e GV, 4) Trabalho total dos grupos GI e GV e 5) Tempo de contração.
72
3.4.4.1 Estimativa de cargas pela massa corporal
Fazendo uma estimativa de carga pela massa corporal avaliou-se
percentualmente a carga utilizada em cada um dos dois grupos de treinamento e em
cada um dos exercícios. A massa corporal foi multiplicada pelos coeficientes de
BAECHLE e GROVES (2000), resultando numa carga sugerida para cada uma das
amostras nos seguintes exercícios: agachamento aberto (AGA), supino (SUP), rosca
bíceps (BIC), remada alta (REAL), glúteos 4 apoios (GLU), remada bilateral fechada
(REBI), tríceps francês bilateral (TRI), adução bilateral do quadril (ADU) e abdução
unilateral do quadril (ABDU). As médias destas cargas foram adotadas como um
valor inicial para cada exercício (tabela 1). A partir destas cargas encontradas para
cada exercício foram determinadas as médias e por este motivo, foram utilizados
sempre os valores médios adotados pelos grupos ao longo do treinamento. Através
do teste t independente verificou-se que não diferenças significativas entre as
cargas médias iniciais encontradas para os grupos GI e GV (tabela 1).
Tabela 1: Médias e desvios-padrão
(σ)
das cargas iniciais para cada exercício calculadas pela massa
corporal dos grupos intensidade (GI) e volume (GV).
GI GV
Exercício Média (kg) σ Média (kg) σ p
AGA 26,6 ± 3,9 28,4 ± 8,0 0,23
SUP 24,1 ± 3,4 24,8 ± 7,0 0,24
BIC 15,8 ± 2,2 16,3 ± 4,6 0,24
REAL 24,1 ± 3,4 24,8 ± 7,0 0,24
GLU 13,8 ± 2,0 14,2 ± 4,0 0,24
REBI 17,2 ± 2,1 17,7 ± 5,0 0,23
TRI 8,3 ± 1,1 8,5 ± 2,4 0,25
ADU 12,4 ±1,7 12,8 ± 3,6 0,23
ABDU 13,8 ± 1,9 14,2 ± 4,0 0,24
3.4.4.2 Número de repetições executadas pelos grupos GI e GV.
Devido ao aumento de intensidade (peso em kg) do GI ao longo do treinamento,
as séries e repetições de cada exercício foram adaptadas a cada mesociclo visando
73
a execução perfeita dos movimentos sendo, 2 x 24 (1
o
e 2
o
mesociclos), 4 x 12 (3
o
e
4
o
mesociclos), 5 x 8 (5
o
mesociclo), 6 x 8 (6
o
e 7
o
mesociclos). As adaptações do
número de séries e repetições por exercício do GV foram organizadas da seguinte
maneira: 2 x 24 (1
o
e 2
o
mesociclos), 3 x 24 (3
o
mesociclo) 4 x 26 (4
0
mescociclo), 5
x 22 (5
0
mesociclo), 5 x 24 (6
0
mesociclo) e 5 x 26 (7
0
mesociclo) expressos na
tabela 2 . As pausas entre as ries foram adaptadas para GI e GV da mesma
forma: 30 segundos (1
o
e 2
o
mesociclos), 15 segundos (3
o
e 4
o
mesociclos), 10
segundos (5
o
, 6
o
e 7
o
mesociclos).
Como a aula A foi composta de cinco exercícios e a aula B de apenas quatro,
o número de repetições executadas em cada mesociclo foi diferente entre as aulas.
Valor este também alterado devido á variação do número de séries e do número de
sessões de treinamento em cada mesociclo como demonstrado na tabela 2 e figura
1.
Tabela 2: Número de repetições por exercício executados em cada sessão, total do número de
repetições somando todos os exercícios das aulas A e B e representação do somatório () para os
grupos GI (intensidade) e GV (volume).
Total
repetições
por exercício
Total repetições das aulas A e B
GI GV GI GV
Mesociclos
A B A B
1 48 48 960 768 1728 960 768 1728
2 48 48 960 768 1728 960 768 1728
3 48 72 960 768 1728 1440 1152 2592
4 48 104 960 768 1728 2080 1664 3744
5 40 110 1000 800 1800 2750 2200 4950
6 48 124 1200 960 2160 3100 2480 5580
7 48 130 1440 1152 2592 3900 3120 7020
Somatório
328 632 7480 5984 13464 15190 12152 27342
74
0
200
400
600
800
1000
GI GV
N repetições
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
Figura 1: Incrementos do número de repetições para cada exercício em cada mesociclo (número de
repetições do exercício x número de aulas do mesociclo), dos grupos intensidade (GI) e volume (GV).
Podemos observar um aumento substancial do número de repetições para
GV ao longo do ciclo de treinamento e a manutenção das mesmas para GI, exceto
nos mesociclos 5, 6 e 7 devido ao maior número de sessões destas fases do
treinamento.
3.4.4.3 Incrementos de carga dos grupos GI e GV
Da mesma forma que o volume os percentuais das cargas foram
manipulados de forma inversa, para os diferentes grupos, a fim de obter os dois
modelos testados em neste estudo. A figura 3, se refere aos valores médios da
carga inicial estipulada pela massa corporal citada anteriormente e demonstra
percentualmente a aplicação das cargas de treino ao longo do treinamento para
cada exercício. O GV manteve o percentual de carga durante todo o treinamento
enquanto que GI sofreu aumento.
Assim sendo, a cada início de mesociclo, a intensidade foi incrementada
em aproximadamente 5% referente à média da carga inicial para GI desde que a
execução fosse perfeita. Nos dois últimos mesociclos foi mantido o mesmo
percentual a título de manutenção do treinamento (figura 3). A descrição das
progressões para os grupos GI e GV durante todos os mesociclos se encontra
disponível no anexo D.
75
Como cada exercício compreendia uma quantidade de massa muscular
envolvida no movimento utilizamos diferentes percentuais de carga inicial para os
diferentes exercícios a fim de obter a melhor execução dentro do padrão de
velocidade escolhido (129 b.min
-1
). Os percentuais para cada exercício inicialmente
para os grupos GI e GV foram os seguintes: AGA 60 vs 57%, SUP 31 vs 29%,
BIC 38 vs 32,5%, REAL 27 vs 24,2% , GLU 21,7 vs 26,6% , REBI - 49,4 vs
72,1%, TRI – 36,1 vs 37,6%, ADU -52,4 vs 50,8%, ABDU – 23,9 vs 22,5% (figura 4).
3.4.4.4 Trabalho total dos grupos GI e GV (tonelagem)
O percentual da carga utilizada no GI aumentou ao longo do treinamento
e para GV a carga se manteve estável, porém para que houvesse uma melhor
análise da quantidade de trabalho realizado por cada grupo de treinamento, foi
calculada a média do trabalho total parcial (carga x séries x repetições) para cada
exercício das aulas A e B, disponível no anexo E.
A figura 2 expressa os valores em (kg) da média da tonelagem total para
cada exercício ao longo do macrociclo comparando GI e GV.
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
dia do trabalho total (kg)
trabalho total médio GI
trabalho total médio GV
AGA SUP BIC REAL GLU REBI TRI ADU ABDU
MACROCICLO
Somatório
(aulas A e B)
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
180000
200000
Tonelagem Total (kg)
Trabalho Total GI
Trabalho Total GV
GI GV
Figura 2: Somatório dos valores médios do trabalho total realizado em cada exercício durante o
macrociclo e somatório dos valores médios do trabalho total das aulas A e B nos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).
Avaliando a tonelagem observa-se que o grupo GV embora em
percentuais de carga inferior a GI, obteve um maior trabalho total em alguns
exercícios como AGA, SUP, BIC, GLU, REBI, TRI e ADU. Nos exercícios, REAL e
76
ABDU o trabalho total foi similar para os dois grupos devido aos altos percentuais de
carga utilizados pelo GI.
3.4.4.5 Tempo de contração dos grupos GI e GV
O ritmo de execução dos exercícios foi baseado em uma trilha musical de 129
b.min
.-1
, sendo realizadas 32 repetições por minuto. Visto na tabela anterior que
entre os grupos e entre as aulas o número de repetições foi diferente, foi feito um
cálculo para saber quanto tempo em minutos as repetições eram realizadas por
séries, em cada aula, durante os mesociclos e em todo o treinamento. Este cálculo
a nítida informação do tempo de contração que cada grupo obteve dando a
noção do trabalho realizado (tabela 3).
Tabela 3:Tempo (seg) das repetições por exercício e somatório (), e tempo total de execução dos
exercícios durante as aulas A e B e somatório () em cada mesociclo para os grupos GI (intensidade)
GV (volume).
Mesocicl
os
Tempo das repetições (seg) Tempo da aula (seg)
GI GV GI GV
A B
A B
A B
A B
1
90 90
180 90
90
180 450 360 810 450
360
810
2
90 90
180 90
90
180 450
360
810
450
360
810
3
90 90
180 135 135 270 450
360
810
625 540 1215
4
90 90
180 195 195 390 450
360
810
975 780 1755
5
75 75 150 206 206 412 375 300 675 1030 824 2854
6
90 90
180
225 225 450 450
360
810
1125 900 2025
7
90 90
180
243 243 486 450
360
810
1215 972 2187
77
0
20
40
60
80
100
GI GV
AGA (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
10
20
30
40
50
60
70
GI GV
SUP (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
10
20
30
40
50
60
70
GI GV
BIC(% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
10
20
30
40
50
GI GV
REAL(% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
10
20
30
40
50
GI GV
GLU(% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
20
40
60
80
100
GI GV
REBI (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
20
40
60
80
GI GV
TRI (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
20
40
60
80
100
120
GI GV
ADU (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
0
20
40
60
80
GI GV
ABDU (% peso corporal)
meso 1
meso 2
meso 3
meso 4
meso 5
meso 6
meso 7
Figura 3: Incrementos do percentual da carga baseado na carga encontrada no teste inicial calculada
pela massa corporal em cada exercício dos grupos intensidade (GI) e volume (GV),sendo os
exercícios; agachamento aberto (AGA), supino (SUP), rosca bíceps (BIC), remada alta (REAL), glúteo
4 apoios (GLU), remada bilateral fechada (REBI), tríceps francês bilateral (TRI)adução bilateral do
quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU).
78
GI
0
20
40
60
80
100
120
% carga (massa
corporal)
% carga inicial %carga final
AGA SUP BIC REAL GLU REBI TRI ADU ABDU
GV
0
20
40
60
% carga (massa
corporal)
% carga inicial %carga final
AGA SUP BIC REAL GLU REBI TRI ADU ABDU
Figura 4: Carga inicial e final em percentuais com referência na carga encontrada no teste inicial
calculada pela massa corporal em cada exercício dos grupos GI (intensidade) e GV (volume).
Com os valores de tempo por aula, encontrados acima, foi contabilizado o tempo
total utilizado por todas as sessões das aulas A e B e o somátório das mesmas ao
longo dos mesociclos. Desta forma comparou-se o tempo destinado ao treinamento
resistido propriamente dito excluindo tempos de pausa, aquecimento e relaxamento
final nos dois modelos testados (tabela 4).
Tabela 4: Tempo total (min) da execução dos exercícios durante as aulas A e B e somatório () em
cada mesociclo.
Tempo total do mescociclo
(min)
Mesociclos GI (min) GV (min)
A B A B
1 30:00 24:00 54:00 30:00 24:00 54:00
2 30:00 24:00 54:00 30:00 24:00 54:00
3 30:00 24:00 54:00 45:00 36:00 81:00
4 30:00 24:00 54:00 65:00 52:00 117:00
5 31:25 25:00 56:25 85:80 68:67 154:47
6 37:50 30:00 67:50 93:70 75:00 168:70
7 45:00 36:00 81:00 121:50 97:20 218:70
Tempo Total 233:75 187:00 420:75 471:00 376:87 847:87
Verificamos que GV permaneceu em mais tempo de contração que GI durante
as séries e a sessão tanto para aula A (5 exercícios) quanto para aula B (4
exercícios), a partir do terceiro mesociclo.
79
3.5 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS
Para as medidas foram utilizados instrumentos pertencentes ao
Laboratório de Pesquisa do Exercício (LAPEX) da Escola de Educação Física
(ESEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tanto para
aplicação dos testes como para a realização do treinamento. As inscrições e
agendamento para os testes pré-treinamento foram realizadas no mesmo local.
Foram feitos quatro testes em cinco dias o consecutivos para as coletas dos
dados pré e pós. No primeiro dia foram feitas as medidas de composição corporal e
amplitude articular. No segundo dia foi realizado o teste de consumo máximo de
oxigênio. No terceiro e quarto dias foram feitos os testes de cargas iniciais dos
treinamentos A e B de ginástica localizada para início dos treinamentos. Os
instrumentos e equipamentos serão descritos conforme sua utilização. Fotos dos
equipamentos disponíveis no anexo F.
3.6 INTRUMENTOS DE MEDIDA
3.6.1 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL (7 dobras)
3.6.1.1 Equipamentos
Estadiômetro de metal da marca FILIZOLA com resolução de 1mm.
Balança analógica da marca FILIZOLA com resolução de 0,1kg.
Compasso para dobras cutâneas da marca CESCORF, com resolução de 1mm.
Fita métrica flexível com resolução de 1mm.
80
3.6.1.2 Protocolo
Os indivíduos foram agendados para encontro no local da avaliação com
trajes de banho ou duas peças. Primeiramente foram feitas as medidas de estatura e
da massa corporal. Posteriormente, foram feitas as medidas de 7 dobras cutâneas:
triciptal, subscapular, suprailíaca, abdominal, peitoral, axilar média e coxa
(JACKSON & POLLOCK, 1978).
As dobras foram medidas na mesma ordem, 3 vezes cada uma sendo
que, se as duas primeiras apresentassem o mesmo valor, a terceira medida não
seria necessária. Se as 3 medidas apresentassem valores diferentes seriam
eliminadas as de maior e menor valor. Todas as coletas pré e s foram feitas pelo
mesmo avaliador treinado. Ficha de coleta disponível no anexo G.
3.6.2 AVALIAÇÃO DE AMPLITUDE ARTICULAR (Goniometria)
3.6.2.1 Equipamentos
Goniômetro de hastes FLEXOMETER 180
o
, Takei Kiki Kogyo.Co., Ltd, modelo
1216, série 75003 com resolução de 1 grau.
Colchonete de espuma da marca MUSCLESHOP.
3.6.2.2 Protocolo
Avaliação da flexibilidade foi feita através de testes de medidas angulares
efetuados por meio de goniômetro das articulações do ombro e quadril (DANTAS et
al.,1997). Foram selecionados os seguintes movimentos para avaliação da
81
articulação do ombro: extensão horizontal, abdução e flexão, e, os seguintes
movimentos para a articulação do quadril: extensão, abdução e flexão.
Após agendamento dos testes, os indivíduos compareceram ao local do
teste trajando roupas leves e confortáveis.
Para a medida de extensão horizontal do ombro, o indivíduo permaneceu
sentado; os joelhos estendidos, formando um ângulo de 90
0
em relação ao tronco;
braço direito abduzido também num ângulo de 90
0
em relação ao tronco. O
goniômetro foi posicionado com seu eixo central sobre o ponto acromial, com uma
das hastes fixa nas costas, no sentido transversal, sobre uma linha traçada entre os
pontos acromiais e a outra na face externa do braço, sobre uma linha traçada do
ponto acromial até o ponto radial e, em seguida, foi realizada a extensão horizontal
da articulação do ombro.
Para a medida da abdução da articulação do ombro, o indivíduo
permaneceu em pé com o braço direito ao longo do tronco e o cotovelo estendido. O
goniômetro foi colocado com o seu eixo central alinhado com o ponto acromial na
face posterior do braço; uma das hastes foi fixada na parte posterior do braço sobre
uma linha traçada do ponto acromial até o processo olecraniano; a outra fixa nas
costas do avaliado, no sentido transversal, sobre a linha traçada entre os pontos
acromiais. Foi realizada a abdução da articulação do ombro.
Para a realização da medida de flexão da articulação do ombro, o
indivíduo permaneceu em pé, com o cotovelo estendido e braço direito ao longo do
corpo. O goniômetro foi posicionado na face externa do braço, com seu eixo
principal sobre o ponto acromial e em seguida realizou-se o movimento com uma
das hastes fixas no braço e a outra na direção da linha axilar.
82
Para a medida de flexão da articulação do quadril o testado ficou deitado
em decúbito dorsal e com joelhos estendidos. O goniômetro foi posicionado com seu
eixo central sobre o ponto trocantérico com uma das hastes fixada na parte lateral do
tronco, sobre o prolongamento da linha axilar e a outra na face externa da coxa em
sua linha mediana. Foi realizada a flexão do quadril.
Para a medida de extensão do quadril o indivíduo permaneceu deitado
em decúbito ventral e com joelhos estendidos. O goniômetro foi posicionado com
seu eixo central sobre o ponto trocantérico com uma das hastes fixa na parte lateral
do tronco, no prolongamento da linha axilar e a outra na face externa da coxa em
sua linha mediana. Realizou-se a extensão do quadril mantendo o joelho estendido.
Para a medida de abdução do quadril o testado permaneceu deitado
em decúbito ventral, com pernas unidas e joelhos estendidos. O goniômetro foi
posicionado sobre o cóccix e sobre um plano traçado a partir do prolongamento do
eixo longitudinal da coluna vertebral. Em seguida realizou-se o movimento de
abdução do quadril e ao término do movimento as hastes foram colocadas sobre a
linha mediana das coxas.
Neste estudo não foram inseridos exercícios de alongamento no
programa de treinamento a fim de observar a interferência da GL na flexibilidade.
Ficha de coleta disponível no anexo G.
3.6.3 PARÂMETROS CARDIORRESPIRATÓRIOS
3.6.3.1 Equipamentos
Esteira ergométrica INBRAMED, modelo 10200 ATL, com resolução de
velocidade de 0,1 km.h
-1
e inclinação de 1%.
83
Ergoespirômetro da marca MEDICAL GRAPHICS, modelo Cardiorespiratory
Diagnostical Systems e Cardiopulmonary Diagnostical Systems.
Pnenumotacógrafo
Máscara
Medidor de frequência cardíaca da marca POLAR, modelo F1 com leitura de
frequência cardíaca .
3.6.3.2 Calibração
O equipamento de ergoespirometria foi ligado uma hora antes do início da
calibração para estabilização e aquecimento das células de análise dos gases.
Após, foram obtidas as informações das condições ambientais como temperatura
ambiente, pressão atmosférica e umidade relativa do ar. Eletronicamente foi feita a
calibração pelo sistema do volume zero do pneumotacógrafo e em seguida foi feita a
calibração do volume através de cinco injeções e ejeções de ar, em diferentes
velocidades através do pneumotacógrafo, utilizando uma seringa de 3 litros. O
analisador de gases também foi calibrado através dos ajustes das concentrações de
O2 e CO2 de acordo com as concentrações dos cilindros de referência (21% O2 e
nitrogênio para balanço) e de calibração (12% O2, 5,09% CO2 e nitrogênio para
balanço), da empresa Air Products”. Por fim, foi feita a medida da phase delay”,
que é a diferença de tempo entre a detecção do fluxo pelo pneumotacógrafo e as
medidas das concentrações de gases pelo analisador.
Este procedimento foi realizado em todos os dias de testes e foi feito pelo
menos uma vez por dia. Se as condições do teste fossem alteradas durante o dia
por qualquer razão (por exemplo, alterações consideráveis na temperatura ou falta
de energia elétrica), o procedimento completo seria repetido.
84
3.6.3.3 Familiarização
Todos os indivíduos participaram de uma sessão de familiarização
antes da realização do teste máximo que consistiu de uma caminhada leve feita em
esteira ergométrica e com pequenos incrementos de velocidade a cada minuto
totalizando aproximadamente 3 minutos. Durante essa sessão também foi utilizada
uma máscara para adaptação da respiração.
3.6.3.4 Protocolo
Após agendamento os indivíduos compareceram ao local do teste
trajando roupas leves e confortáveis. Ao chegar, o avaliado se posicionou sentado
em uma cadeira para a colocação do monitor de frequência cardíaca e da máscara.
A partir deste momento os dados em repouso sobre VO
2
e VCO
2
foram coletados e
quando o quociente respiratório (QR) atingiu um valor abaixo de 0,95 o teste foi
iniciado.
O teste consistiu num protocolo de rampa que iniciou com uma
caminhada a uma velocidade de 5.0 km/h
-1
durante 1 minuto, incrementando a
velocidade em 1km/h
-1
em cada estágio de 1 minuto e sem variação do ângulo de
inclinação mantido constante em 1%. A frequência cardíaca (FC) foi monitorada e
anotada aos 45 segundos de cada estágio.
Os parâmetros cardiorrespiratórios mensurados no teste foram:
a) VO
2
de pico; assumido como maior consumo durante o teste medido
em (ml.kg.min
-1
).
b) Tempo de exaustão; assumido como o tempo total do teste medido em
(seg
-1
).
85
c) Limiar ventilatório; assumido como o consumo de oxigênio no ponto do
tempo onde a curva do equivalente respiratório volume expirado pelo volume de
dióxido de carbono expirado (VE/VCO2) iniciou a fase exponencial medido em
(ml.min
-1
).
d) Tempo do segundo limiar; assumido como o ponto no tempo onde a
curva VE/VCO
2
inicia sua fase exponencial.
e) Percentual do consumo de O
2
no segundo limiar; assumido como o
percentual do consumo de oxigênio referente ao VO
2
de pico medido em (%).
O limiar ventilatório e o tempo do segundo limiar ventilatório, foram
identificados pela observação do gráfico das curvas ventilatórias, por três
fisiologistas experientes.
Se duas opiniões apresentassem o mesmo valor, a terceira
não seria necessária. Se as três opiniões apresentassem valores diferentes seriam
eliminadas as de maior e menor valor.
O teste seria interrompido assim que o indivíduo manifestasse exaustão e
impossibilidade de prosseguir.
3.6.4 DETERMINAÇÃO DE CARGAS INICIAIS DE TREINAMENTO E TESTE DE
FORÇA DINÂMICA
3.6.4.1 Equipamentos
Halteres de 1 a 10 kg
Anilhas de 1, 2 e 5 kg
Barras com presilhas (1,7kg)
Tornozeleiras de 1 a 7 kg
Colchonetes
86
Step de borracha (10 cm)
Todos os materiais utilizados foram da marca MUSCLESHOP.
3.6.4.2 Familiarização
Os indivíduos passaram por 2 sessões de ginástica localizada para a
familiarização dos exercícios sem carga (peso em kg). Sendo 1 sessão para a aula A
composta dos seguintes exercícios: agachamento aberto (AGA), supino (SUP),
rosca bíceps (BIC), remada alta (REAL), glúteos 4 apoios (GLU) e abdominal (ABD),
e 1 sessão para aula B composta pelos seguintes exercícios: remada bilateral
fechada (REBI), tríceps francês bilateral (TRI), adução bilateral do quadril (ADU),
abdução unilateral do quadril (ABDU), abdominal (ABD).
3.6.4.3 Protocolo
O teste foi realizado em duas sessões. Na primeira sessão foram
testados todos os exercícios da aula A e na segunda sessão todos os exercícios da
aula B exceto os abdominais que não fizeram parte da prescrição das cargas.
A seguir foi feito uso dos coeficientes de BAECHLE e GROVES (2000),
multiplicados pela massa corporal para determinação da carga para cada exercício
testado para mulheres (tabela 5). Também foram utilizados os coeficientes de
LOMBARDI (1989) para determinação do 1RM estimado (tabela 6). Este
procedimento foi realizado nas seguintes etapas:
Etapa 1: Para cada indivíduo foi feita a multiplicação da massa corporal
pelo coeficiente de cada exercício e 50% desse valor foi considerado como carga
inicial do teste. A tabela 6 apresenta os coeficientes usados em cada exercício.
87
Tabela 5: Coeficientes para determinação de carga para mulheres.
EXERCÍCIO
COEFICIENTE
AGA 0,4
SUP 0,35
BIC 0,23
REAL 0,35
GLU 0,2
REBI 0,25
TRI 0,12
ADU 0,18
ABDU 0,2
Adaptado de BAECHLE e GROVES, 2000.
Como não foram obtidos coeficientes para todos os exercícios das aulas
de GL devido a especificidade dos exercícios, estes valores foram adaptados com
coeficientes existentes e que fossem usados em exercícios similares da seguinte
forma: AGA = coeficiente do afundo (0,2) X 2, GLU = coeficiente do afundo, ABDU =
coeficiente do afundo e REBI = coeficiente de remada fechada (0,25). Lembrando
que o afundo é um agachamento ântero-posterior.
Exemplo:
Massa corporal x (coeficiente – Rosca Bíceps) = X / 2 = 50 %
60 kg x 0,23 = 13,8 / 2 = 6.9 kg
Ou seja, 50% do valor 13,8 (6,9 kg) foi considerado como a carga inicial
para os testes de RM estimado e 25% foi usado para aquecimento (3 kg).
Etapa 2: A realização do aquecimento específico consistiu de 10
repetições (25% da carga encontrada) seguidas de 2 minutos de pausa antes do
teste.
Etapa 3: A carga encontrada (6,9kg) foi arredondada em função dos
equipamentos disponíveis para 7kg e o indivíduo foi orientado a executar no máximo
10 repetições no ritmo de execução de 129 b.min
-1
.
88
Etapa 4: Se 10 repetições fossem realizadas, mais duas tentativas seriam
feitas com intervalo de 2 minutos entre elas e com incremento de carga a cada
tentativa a fim de obter um ximo de 10 repetições. Assim, aplicamos os valores
expressos na tabela 6 para estimativa de 1RM de acordo com o número de
repetições realizadas por cada indivíduo na última tentativa.
Tabela 6: Constantes para estimativa de 1RM (LOMBARDI, 1989)
Repetições completadas Fator de predição
1 1
2 1,07
3 1,1
4 1,13
5 1,16
6 1,2
7 1,23
8 1,27
9 1,32
10 1,36
Exemplo:
No caso de serem executadas apenas 4 repetições;
Carga encontrada 7Kg x 1,13 (fator de predição) = 7,9 Kg
A carga é arredondada e, portanto, 8 Kg seria o 1RM previsto.
No caso de serem executadas 10 ou mais repetições na terceira tentativa,
o teste seria interrompido e considerado então, o coeficiente referente a 10
repetições.
Este procedimento foi realizado para cada indivíduo e em cada um dos
exercícios. A partir dos valores encontrados foi feita a prescrição da intensidade do
treinamento partindo de percentuais diferenciados em cada exercício para os grupos
GI e GV: AGA 60 vs 57,1%, SUP 31 vs 29%, BIC 38 vs 32,5%, REAL 27 vs
24,2% , GLU 21,7 vs 26,6% , REBI - 49,4 vs 48,8%, TRI 36,1 vs 37,6%, ADU -
52,4 vs 52,3%, ABDU -23,9 vs 22,5%.
89
Nos testes pós-treinamento com a carga encontrada na última tentativa do
teste pré foi sugerido ao indivíduo que realizasse o maior número de repetições
possível. Além disso, o indivíduo realizou o mesmo número de repetições
alcançadas no pré-treinamento com a maior carga possível. Os resultados pré e pós-
treinamento foram assumidos como efeitos dos modelos testados sobre a força
muscular.
3.6.5 TREINAMENTO
3.6.5.1 Equipamentos
Halteres de 1 a 10 kg
Anilhas de 1, 2 e 5 kg
Barras com presilhas (1,7 kg)
Tornozeleiras de 1 a 7 kg
Colchonetes
Step de borracha (10 cm)
Todos os materiais utilizados foram da marca MUSCLESHOP.
Protocolo de treinamento descrito no tratamento da variável
independente.
Na figura 6 estão representados os procedimentos de coletas dos dados
iniciais, treinamento e coletas dos dados finais.
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1- Composição Corporal e Gonimetria pré 6 - Teste de carga aula B pré
2 - Parâmetros Cardiorrespiratórios pré 7 - 64 sessões de treinamento
3 - Aprendizagem da aula A 8 - Composição Corporal e Giniometria pós
4 - Aprendizagem da aula B 9 - Parâmetros Cardiorrespiratórios pós
5 - Teste de carga aula A pré 10- Teste de carga aula A pós
11- Teste de carga aula B pós
Figura 5: Representação esquemática das coletas de dados pré e pós-treinamento e das sessões de
treinamento.
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Tabela 7: delineamento experimental
Grupos TESTES PRÉ TRATAMENTO TESTES PÓS
GI O
1
X
1
O
2
GV O
1
X
2
O
2
GC O
1
- O
2
onde,
GI – Grupo Intensidade (aumento de peso e manutenção das repetições)
GV – Grupo Volume (aumento das repetições e manutenção do peso)
GC – Grupo Controle (inativo)
O
1
– Pré-teste GI, GV e GC
O
2
- Pós-teste GI, GV e GC
- Composição Corporal; medida de massa corporal (kg
-1
), somatório de
dobras cutâneas (cm) e determinação do percentual de gordura (%).
91
- Medidas de amplitude articular dos movimentos extensão horizontal do
ombro (graus), flexão horizontal do ombro (graus), abdução do ombro (graus),
extensão do quadril (graus), flexão do quadril (graus) e abdução do quadril (graus).
- Parâmetros cardiorrespiratórios; determinação do VO
2pico
(ml.kg.min
-1
),
determinação do consumo de oxigênio no segundo limiar (ml.kg.min
-1
), determinação
do percentual do VO
2pico
no segundo limiar (%), medida do tempo de exaustão
(seg
-1
), medida do tempo do segundo limiar (seg
-1
).
Teste de carga inicial do treinamento e teste de força pré e pós (treino A e B)
X1 – Treinamento de intensidade
X2 – Treinamento de volume
92
3.8 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Foi realizada a estatística descritiva. Para a determinação da normalidade
da distribuição dos grupos utilizamos o teste Shapiro-Wilk indicado para amostra
inferior a 50 indivíduos e para determinação da homogeneidade das variâncias foi
aplicado o teste de Levene. Após, foi realizada uma ANOVA (One Way) entre os três
grupos experimentais para observação das diferenças e um post-hoc de Tukey para
a localização das diferenças quando encontradas. Para as variáveis que não foram
aceitas no teste de normalidade as diferenças entre os grupos foram observadas
através do teste não paramétrico Kruskal Wallis para amostras independentes e
teste de comparações múltiplas após Kruskal Wallis (SIEGEL e CASTELLAN, 1988).
Também foi realizado um teste-t pareado para a análise de todas as
variáveis medidas no estudo.
O nível de significância adotado em neste estudo foi de 5% (p < 0,05) e os
dados foram tratados no programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences for
windows) versão 13.0 e as comparações múltiplas para testes não paramétricos
foram realizadas no programa R for windows versão 2.3.0.
93
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente o estudo contou com uma amostra de (GI=25, GV=25 e
GC=6). Apenas dezenove mulheres completaram o estudo, sendo GI=4, GV=9 e
GC=6. As desistências ocorreram por diversos fatores sócio-econômicos e culturais
além de: mudança de cidade, acidente de carro, problemas de saúde com familiares,
admissão em trabalhos que acorriam no mesmo horário das aulas.
Os resultados serão apresentados em diferentes etapas: 1) Normalidade
e homogeneidade, 2) Caracterização da amostra e 3) Apresentação dos resultados.
4.1 NORMALIDADE E HOMOGENEIDADE
Nesta etapa os grupos GI, GV e GC foram submetidos aos testes de
normalidade e homogeneidade sobre as seguintes variáveis dependentes: a)
morfológicas: massa corporal (PESO), somatório de dobras cutâneas (DC) e
percentual de gordura (FAT); b) cardiorrespiratórias: tempo de exaustão (TE),
consumo de oxigênio (VO
2pico
), limiar ventilatório (LV), tempo do limiar ventilatório
(TLV), percentual do VO
2máx
no limiar ventilatório (VO
2
%); c) valores de amplitude
articular: extensão horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ), extensão
do quadril (EXTQ) e abdução do quadril (ABDQ). A normalidade foi observada
através do teste de Shapiro-Wilk indicado para o tamanho da amostra do estudo. A
homogeneidade das variâncias foi verificada através do teste de Levene. Os
resultados são apresentados na tabela 8.
94
Tabela 8: Testes de normalidade (Shapiro-Wilks) e homogeneidade das variâncias (Levene) para as
variáveis dependentes dos grupos GI, GV e GC pré/pós-treinamento (p < 0,05).
Normalidade
Variáveis
GI GV GC Homogeneidade
PESOPRÉ 0,616 0,092 0,965
0,065
PESOPÓS 0,677 0,026 0,239
0,068
DCPRÉ 0,035 0,657 0,368
0,090
DCPÓS 0,156 0,106 0,056
0,163
FATPRÉ 0,051 0,582 0,564
0,065
FATPÓS 0,239 0,140 0,069
0,137
PESO 0,024 0,972 0,359
-
DC 0,168 0,676 0,402
0,304
FAT 0,293 0,115 0,456
0,202
TEPRÉ 0,816 0,994 0,116
0,258
TEPÓS 0,568 0,586 0,218
0,201
VO
2pico
PRÉ 0,593 0,885 0,389
0,336
VO
2pico
PÓS 0,880 0,741 0,777
0,275
LVPRÉ 0,077 0,256 0,907
0,350
LVPÓS 0,753 0,958 0,762
0,707
TLVPRÉ 0,652 0,730 0,377
0,868
TLVPÓS 0,936 0,774 0,865
0,695
VO
2
%PRÉ 0,864 0,262 0,702
0,903
VO
2
%PÓS 0,755 0,893 0,115
0,477
TE 0,614 0,045 0,401
-
VO
2pico
0,123 0,571 0,361
0,639
LV 0,678 0,428 0,940
0,359
TLV 0,572 0,492 0,131
0,154
VO
2
% 0,542 0,078 0,649
0,673
EHOPRÉ 0,698 0,112 0,500
0,192
EHOPÓS 0,373 0,302 0,142
0,297
FLEXQPRÉ
0,577 0,029 0,805
0,482
FLEXQPÓS
0,458 0,580 0,062
0,865
EXTQPRÉ 0,660 0,081 0,536
0,057
EXTQPÓS 0,202 0,169 0,065
0,180
ABDQPRÉ 0,065 0,894 0,576
0,354
ABDQPÓS 0,780 0,097 0,104
0,990
EHO 0,356 0,785 0,795
0,957
FLEXQ 0,531 0,004 0,126
-
EXTQ 0,671 0,058 0,221
0,890
ABDQ 0,078 0,787 0,249
0,759
Os resultados sugerem uma distribuição normal e homogênea
confirmando a possibilidade de utilização de testes paramétricos. Exceto as variáveis
PESO
PÓS
do GV, DC
PRÉ
do GI, PESO do GI, TE do GV, FLEXQ
PRÉ
do GV,
FLEXQ do GV e, que apresentaram um índice de significância abaixo de 0,05,
foram submetidas aos testes não paramétricos.
95
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Para caracterização da amostra são apresentados os valores de média e
desvio padrão (σ) das variáveis: idade, estatura, massa corporal p e pós
treinamento. A análise univariada, não demonstra diferenças significativas entre os
grupos. (tabela 9)
Tabela 9: Análise univariada das variáveis, idade, estatura, massa corporal pré-treinamento e massa
corporal pós-treinamento, dos grupos experimentais (média e
σ
) para os grupos GI (intensidade), GV
(volume) e GC (controle), sendo p< 0,05.
Média e σ
GI (n = 4) GV (n = 9) GC (n = 6) F p
Idade (anos) 28,8 ± 4,9 28,2 ± 4,4 22,7 ± 3,2 3,230 0,66
Estatura (cm) 164 ± 5,8 164,8 ± 8,1 166,3 ± 5,2 0,157 0,85
Massa Corporal pré (kg) 69,0 ± 9,7 71,7 ± 20,1 61,1 ± 4,1 0,829 0,45
Massa corporal pós (kg) 70,5 ± 9,0 70,9 ±19,9 62,4 ± 3,7 0,661 0,53
4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A seguir serão apresentados os resultados da análise comparativa
através de figuras e tabelas que explanam as medidas da composição corporal, do
comportamento cardiorrespiratório e da amplitude articular. A discussão será feita
logo após a apresentação de cada resultado. Os testes estatísticos estão
disponíveis nos apêndices. Também serão apresentados dados descritivos e
discussão do estudo de casos.
96
4.3.1 Composição Corporal
Foram analisadas as medidas de massa corporal, percentual de gordura e
somatório das dobras cutâneas através do teste-t pareado (apêndice A), a fim de
detectar diferenças do pré para o pós-treinamento (figura 6).
0
20
40
60
80
100
Massa Corporal (PESO KG)
Massa Corporal pré Massa Corporal pós
GI GV GC
*
0
50
100
150
200
250
300
DC (cm)
DC pré DCs
GI GV GC
*
0
10
20
30
40
50
FAT (%)
FAT p
FAT pós
GI GV GC
*
Figura 6: Médias e desvios-padrão dos seguintes parâmetros morfológicos; massa corporal (PESO),
somatório de dobras cutâneas (DC) e, percentual de gordura corporal (FAT), dos grupos GI
(intensidade), GV (volume) e GC (controle), sendo * p < 0,05.
Com relação a variável massa corporal verificou-se diferença significativa
apresentando um aumento apenas no GI (69,0kg ± 9,7 para 70,4kg ± 9,0).
Neste estudo foram obtidos resultados significativos de aumento da massa
corporal de 1,4% para GI, porém sem alteração do somatório de DC ou do
percentual de gordura indicando que este aumento da massa corporal pode ser
conseqüência do aumento da massa magra embora não mensurada no estudo. O GI
foi exposto ao modelo de GL onde a carga (peso em kg) era incrementada e este
tipo de manipulação do TR parece promover a hipertrofia como sugere
97
ZATSIORSKY (1999), e corroboram com estes resultados (CAMPOS et al., 2002;
PAULSEN et al., 2003), que também encontraram aumento de peso após um regime
de TR com altas intensidades e baixo volume (3 séries de 9 -11RM e 3 séries de
7RM respectivamente).
O tempo de treinamento foi de 22 semanas, 3 x por semana o que contribuiria
para esta possível alteração da massa corporal, já que aumentos de força são
inicialmente por fatores neurais (AKIMA et al., 1999; BRENTANO e PINTO, 2001;
DESCHENES e KRAEMER, 2002) e a partir de 6 - 24 semanas por aumentos da
massa magra diante de um TR (FLECK e KRAEMER 1999).
As medidas de DC diminuíram significativamente para o GV (198,7cm ± 85,5
para 179,2cm ± 81,5), bem como o percentual de gordura (32,7 ± 9,7 para 30,5 ± 9,5
%). Os grupos GI e GC não apresentaram diferenças em nenhuma das variáveis
relacionadas à composição corporal do pré para o pós-treinamento. Estes resultados
podem ser explicados pelo alto volume e baixa intensidade do modelo de GL
aplicado, promovendo um trabalho total superior para GV que para GI. O maior
trabalho total determina um maior gasto energético para GV ao longo do treinamento
e, em sendo este modelo realizado com percentuais inferiores de carga, maiores
repetições são possíveis. O alto volume deste modelo de treinamento, sugere uma
prioridade de solicitação das fibras do tipo I e favorece uma rota metabólica mais
oxidativa, possibilitando assim, a diminuição do percentual de gordura corporal
(CARROL et al., 1998; BISHOP et al., 1999; FLECK E KRAEMER, 1999;
DESCHENES e KRAEMER, 2002; CAMPOS et al., 2002). O GV inicialmente
executou 2 séries com 24 repetições chegando ao final da periodização com 5 séries
de 26 repetições. Pelo cálculo do somatório da tonelagem média de cada mesociclo
observou-se uma tonelagem total de 134.056 para GI e 176.072 kg para GV,
98
demonstrando o maior trabalho para GV. Os estudos feitos por (HUNTER et al.,
2003; O’CONNOR e LAMB, 2003; MEIRELES e GOMES, 2004) corroboram com
esta informação. Como exemplo, no estudo de O’CONNOR e LAMB (2003) foi
observado uma diminuição do somatório de DC (99,4 ± 27,8 para 82.4 ± 25,3 cm)
diante de TR de alto volume (1 série de 36 repetições). O volume parece ser a
variável de maior impacto sobre o gasto energético durante a realização de
determinada atividade (MEIRELLES e GOMES, 2004).
As pausas curtas aproximaram o protocolo da GL de alto volume do TC que
por ser feito quase que continuamente, seria apropriado para maior diminuição de
gordura corporal. Este resultado corrobora com os resultados de MARX et al. (2001),
que verificaram diminuição significativa do percentual de gordura tanto para TR de
alto volume (26,5 ± 4,7 para 19,8 ± 3,8 %) quanto TC (25,5 ± 3,6 para 23 ± 3,6%).
Não houve diferença estatisticamente significativa para GC, porém houve
uma tendência de aumento da massa corporal de 2,3%, do percentual de gordura
em 5,4% e do somatório de DC 4,2%, o que pode ser explicado pela inatividade do
grupo.
4.3.2 Variáveis Cardiorrespiratórias
Aplicando o teste-t (apêndice A), as variáveis, tempo de exaustão (TE),
VO
2
de pico (VO
2pico
), limiar ventilatório (LV), tempo do limiar ventilatório (TLV) e
percentual do consumo de O
2
do limiar ventilatório (VO
2
%) foram analisadas nos GI,
GV e GC para a verificação das diferenças do pré para o pós-treinamento (figura 7).
O VO
2máx
que neste estudo foi considerado o valor de pico (VO
2pico
) não
apresentou diferença significativa para os grupos entre pré e pós-treinamento. Isto
99
era esperado, pois os treinamentos com GL são em forma de exercícios localizados
e com pausas entre as séries. Embora o GV tenha realizado um modelo de GL com
altas repetições, baixa carga e pausas curtas, este parece não ter sido suficiente
para promover importantes alterações sobre o VO
2pico
.
0
10
20
30
40
50
VO2pico (ml.kg.min-1)
VO2pico pré VO2pico pós
GI GV GC
0
10
20
30
40
50
LV (ml.kg.min-1)
LV pré LVs
GI GV GC
0
20
40
60
80
100
VO2% (%)
VO2% pré VO2% pós
GI GV GC
0
200
400
600
800
TE (seg)
TE p TE pós
GI GV GC
*
0
100
200
300
400
500
TLV (seg)
TLV p
TLV s
GI GV GC
*
Figura 7: Médias e desvios-padrão dos parâmetros cardiorrespiratórios; tempo de exaustão (TE),
consumo de oxigênio de pico (VO
2pico
), limiar ventilatório (LV), tempo do limiar ventilatório (TLV),
percentual do consumo de oxigênio de pico no limiar ventilatório (VO
2
%) dos grupos GI (intensidade),
GV (volume) e GC (controle), sendo * p < 0,05.
Para DESCHENES e KRAEMER (2002), o TR não promove incrementos
no VO
2máx
, exceto o TC no qual o indivíduo realiza um exercício seguido de outro,
praticamente sem intervalo. Em concordância (GETTMAN et al., 1978; CAMPOS et
al., 2002), não observaram com TR aumento significativo do VO
2máx
, mesmo
encontrando incrementos na força e no TE. Para GETTMAN et al. (1978), os
100
aumentos de VO
2máx,
que foram encontrados somente no TA (corrida), quando
comparados ao TC, são decorrentes de dois fatores: 1) o teste de corrida feita em
esteira ter o mesmo padrão motor do TA, beneficiando a avaliação deste grupo pela
especificidade, e 2) o TC realizado com pausas de 20-30 segundos, diminuir o
tempo de trabalho quando comparado ao trabalho contínuo do TA. BISHOP et al.
(1999), submeteram um grupo de mulheres ciclistas a um TR de alta intensidade
com 5 séries de 2-8RM por 12 semanas e nenhuma mudança significativa foi
expressa nos valores relativos ou absolutos do VO
2máx.
Para estes autores as
alterações cardiorrespiratórias provenientes do TR estão relacionadas ao aumento
da força nas pernas. Neste estudo estes aumentos não foram transferidos para o
posterior teste de bicicleta e, um dos fatores que contribuiu para este resultado foi a
diferença do ritmo de contração empregado no TR e o ritmo de contração utilizado
no teste, que o aumento da força ocorre numa mesma velocidade específica.
Além disso, um maior volume de treinamento poderia influenciar em uma maior
produção de força das pernas e, portanto, em incrementos das respostas
cardiorrespiratórias. Assim sendo, não foram encontradas alterações, devido as
diferentes velocidades de contração durante o TR e o teste, e ao baixo volume de
treinamento do estudo.
O grupo GC apresentou uma tendência de diminuição dos seus valores
relativos de VO
2pico
do pré para o pós-treinamento de 39,7 ± 4,4 para 37,3 ± 4,7
ml.kg
-1
.min
-1
, enquanto que GI e GV apresentaram uma tendência de aumento de
30,9 ± 2,5 para 32,3 ± 1,6 ml.kg
1-
.min
-1
e 32,7 ± 5,5 33,2 ± 4,5 ml.kg
1-
.min
-1
respectivamente.
101
Não foram apresentadas diferenças significativas para os valores relativos
de consumo de oxigênio no LV, (22,7 ± 3,9 para 23,8 ± 3,9 vs 26,6 ± 3,2 para 27,3 ±
4,1 vs 31,2 ± 5,2 para 28,0 ± 5,8 ml.kg
-1
.min
-1
para GI, GV e GC respectivamente).
O percentual do consumo de oxigênio de pico no limiar ventilatório
(VO
2
%) não apresentou diferenças significativas do pré para o pós-treinamento (73,7
± 13,2 para 73,7 ± 10,6 vs 83,1 ± 16,4 para 82,6 ± 7,5 vs 79,0 ± 13,8 para 75,2 ±
11,9 % para GI, GV e GC respectivamente).
Do pré para o pós-treinamento apenas o grupo GV apresentou diferença
significativa no TE de 444,8 ± 110,3 para 481,0 ± 98,6 segundos e no TLV de 313,5
± 73,2 para 369,1 ± 86,3 seg. Como não houve diferença no consumo de oxigênio
pôde-se dizer que GV apresentou uma economia de movimento, pois num mesmo
VO
2
relativo conseguiu manter-se por mais tempo em exercício. Este acontecimento
provavelmente ocorreu pelo desenvolvimento de resistência de força que requer
menores cargas e maiores repetições promovendo uma maior sustentação durante
os esforços. Para alguns autores o TR em geral promove a conversão das fibras
musculares do tipo IIb para IIa pela mudança na qualidade das proteínas, sendo
estas fibras mais oxidativas (CARROL et al., 1998; BISHOP et al., 1999; FLECK E
KRAEMER, 1999; DESCHENES e KRAEMER, 2002; CAMPOS et al., 2002), em
especial no TR de altas repetições encontrando adaptações acerca da capilaridade
similares ao TA (CAMPOS et al., 2002). O TE aumenta devido ao aumento da
capacidade oxidativa dos músculos quando maior participação das fibras tipo I e
diminuição da participação das fibras do tipo II. Com isso a energia é
predominantemente obtida pela via oxidativa e não pela glicólise, diminuindo assim,
a produção de lactato (BISHOP et al., 1999).
102
Acredita-se que as diferenças apresentadas no atual estudo para o GV se
devem ao tipo de modelo utilizado. Por se tratar de um modelo de TR de alto volume
e baixa intensidade, os efeitos sobre o TE ou TLV decorrentes, podem ser similares
aos obtidos através TC ou do TA. Outro fator importante a ser observado, é o tempo
de contração realizado pelos grupos durante o macrociclo sendo, 420,75 min vs
847,87 min para GI e GV respectivamente. Como as pausas foram as mesmas para
ambos os grupos variando de 30-10 segundos, o grupo GV permaneceu ao longo de
todo o treinamento em maior tempo de contração que GI. O maior número de
repetições destinadas a este modelo de GL, incrementou a resistência aos esforços
prolongados que a intensidade do GV foi baixa comparada ao GI. Os resultados
obtidos por CAMPOS et al (2002) também demonstraram que dos três grupos de
TR; baixas repetições (4 séries de 3-5RM), repetições intermediárias (3 rie de 9 -
11RM) e altas repetições (2 séries de 20-28 RM) apenas este último apresentou
aumento no TE devido à intensidade deste tipo de treinamento oferecer adaptações
ás contrações submáximas.
Embora seja uma tendência, o GI incrementou o TE de 467,4 ± 108,0
para 497,8 ± 67,5 e o TLV de 301,9 ± 92,6 para 332,55 ± 127,8 segundos. O GC
modificou se TE de 510,7 ± 48,7 para 523,0 ± 39,2 e o TLV ficou inalterado.
4.3.3 Amplitude articular
Foram avaliados três movimentos articulares de quadril e três de ombro
(apêndice A), porém como as medidas de FLEXO e ABDO no pré-treinamento
alcançaram o valor médio de 180 graus proposto por KENDALL e McCREARY, apud
FERNANDES (2003), optamos pela retirada de tais movimentos mantendo somente
103
a análise dos movimentos EHO, FLEXQ, EXTQ, e ABDQ. Tabela disponível no
apêndice B. Através do teste-t foram observadas as diferenças para o pós-
treinamento (figura 8).
A variável amplitude articular para abdução do quadril apresentou
diferença apenas para o grupo GV sofrendo um aumento de 79,6 ± 9,8 para 86,5 ±
7,9 graus. Explicação esta que se pelo maior número de repetições realizadas
pelo movimento abdução, pois a flexibilidade de uma articulação é dependente do
seu nível de utilização (CYRINO et al., 2004), e pelo exercício ser realizado de forma
bilateral e em decúbito dorsal enfatizando a contração excêntrica. Neste decúbito a
musculatura adutora na fase excêntrica do movimento produziu tensão ativa, que
segundo ALTER (1999) é transmitida através dos tecidos conjuntivos e, portanto
provocando um maior grau de amplitude neste movimento.
0
20
40
60
80
100
EHO (graus)
EHO pré
EHO pós
GI GV GC
0
20
40
60
80
100
FLEXQ (graus)
FLEXQ pré
FLEXQs
GI GV GC
0
10
20
30
40
EXTQ (graus)
EXTQ pré
EXTQ pós
GI GV GC
0
20
40
60
80
100
120
ABDQ (graus)
ABDQ pré
ABDQ s
GI GV GC
*
Figura 8: Médias e desvios-padrão da amplitude das articulações dos seguintes movimentos;
extensão horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ), extensão do quadril (EXTQ) e
abdução do quadril (ABDQ) dos grupos GI (intensidade), (GV) volume e GC (controle) sendo * p <
0,05.
Como não houve alteração significativa nos valores de amplitude articular
em outros movimentos podemos concluir que o dois modelos de GL não interferem
104
no grau de amplitude articular corroborando com os resultados encontrados por
NÓBREGA et al. (2005), que observaram quatro grupos por 12 semanas treinando
somente TR, TR e flexibilidade, somente flexibilidade e grupo controle. Os autores
concluíram que somente TR não interfere no grau de amplitude articular e que os
incrementos de flexibilidade dos grupos TR e flexibilidade e somente flexibilidade
são decorrentes de treinamento específico. Neste estudo não foi realizado nenhum
exercício de alongamento que pudesse influenciar nos resultados, ficando a
flexibilidade suscetível aos estímulos provocados pelos modelos de GL propostos.
COELHO e ARAÚJO (2000) verificaram que sessões de treinamento com
TA, TR e treinamento de flexibilidade juntos, este último com a duração de pelo
menos 10 minutos na sessão, promovem aumento do grau de amplitude articular em
movimentos específicos entre 3 á 18 meses de prática regular de exercícios. Os
autores, concluíram que o TR não influenciou no desenvolvimento da flexibilidade
tendo em vista que o grupo de TA também obteve aumento do grau de amplitude
articular.
O GI também apresentou tendência de aumento na amplitude articular da
ABDQ (de 75,5 ± 5,0 para 85,7 ± 10,6 graus). A justificativa para esta tendência do
grau de amplitude para GI é também pela bilateralidade e decúbito utilizado no
exercício (ALTER, 1999), mas com o diferencial da carga implementada ter sido
maior e isso supriria o menor número de repetições realizadas comparado com GV.
Esta mesma explicação estaria indicada para os resultados de EHO e FLEXQ, que
apresentaram tendência de aumento mais no modelo de intensidade do que volume.
Para EHO de 31,5 ± 10,9 para 43,2 ± 13,5 graus e 55,6 ± 24,0 para 53,4 ± 21,8
graus para GI e GV respectivamente e para FLEXQ de 58,0 ± 8,6 para 75,7 ± 8,0
graus e 81,5 ± 15,4 para 82,5 ± 11,7 graus para GI e GV respectivamente. Vemos
105
uma tendência de incremento de amplitude articular diante de treinamentos de maior
intensidade mesmo sem exercícios específicos para a flexibilidade. O mesmo
ocorreu com o estudo de CYRINO et al. (2004), que mesmo não observando
resultados significativos, encontraram após aplicação de TR, aumentos em valores
absolutos de amplitude articular para determinados movimentos, bem como a
preservação da amplitude articular em outros, independente da prática de exercícios
específicos quando comparado ao GC.
Embora não tenha sido mensurado neste estudo, o aumento da massa
magra (hipertrofia), parece contribuir para uma diminuição do grau de amplitude
articular (COELHO et al., 2000; CYRINO et al, 2004). A flexibilidade é influenciada
pela execução dos movimentos na máxima amplitude (FLECK e KRAEMER, 1999;
CYRINO et al, 2004). Neste estudo os indivíduos receberam orientações para
manter a qualidade dos movimentos respeitando a amplitude completa dos mesmos
durante as aulas de GL e, como não foram encontradas diferenças significativas na
maioria dos movimentos testados, acredita-se que o treinamento específico seria
indicado para incrementos destas variáveis.
4.3.4 Análise Univariada
Os resultados a seguir da análise univariada 3 x 2 (3 grupos x 2 medidas),
mostram as diferenças significativas entre os grupos GI (intensidade), GV (volume) e
GC (controle), (tabela 10). O teste estatístico está disponível no apêndice C.
As diferenças foram estatisticamente significativas para as variáveis DC,
FAT, VO
2picopré
, LV
pré,
VO
2pico
e FLEXQ
pós
. Não foram encontradas diferenças
significativas para nenhuma outra variável entre os grupos.
106
Para identificar tais diferenças foi utilizado um post-hoc de Tukey e,
observando os parâmetros da composição corporal, não foram localizadas
diferenças significativas entre os grupos acerca dos valores de DC, porém em
valores relativos houve diminuição do somatório de dobras cutâneas de 2,2 e 9,8 %
para GI e GV e aumento de 4,2% para GC. O mesmo comportamento foi
apresentado para FAT e, observando os valores relativos houve diminuição de 1,0
e 6,7% para GI e GV e aumento de 5,5% para GC.
Tabela 10: Médias, desvios-padrão
(σ), e análise univariada das variáveis dependentes pré/pós-
treinamento entre os grupos GI (intensidade), GV (volume) e GC (controle) sendo p < 0,05.
Análise Univariada
GI n = 4 GV n = 9 GC n = 6
Variáveis Média σ Média σ Média σ Teste
F
P
PESOPRÉ (kg)
69,0 ± 9,7 71,1 ± 20,0 61,1 ± 4,0 0,829 0,45
DCPÓS (cm)
175,2 ± 46,3 179,2 ± 81,5 130,1 ± 43,7 1,092 0,35
FATPRÉ (%)
31,1 ± 6,8 32,7 ± 9,7 23,7 ± 4,8 2,399 0,12
FATPÓS (%)
30,8 ± 5,5 30,5 ± 9,5 25,0 ± 6,4 0,984 0,39
TEPRÉ (seg)
467,4 ± 108,0 444,8 ± 110,3 510,7 ± 48,7 0,872 0,43
TEPÓS (seg)
497,8 ± 67,5 481,0 ± 98,6 523,0 ± 39,2 0,512 0,60
PÈSO (kg)
1,4 ± 0,7 -0,2 ± 2,5 1,3 ± 1,3 - -
DC (cm)
-4,0
± 15,7
a
-19,5
± 19,6
b
5,3
± 13,2
c
3,965 0,04
FAT (%)
-0,2
± 1,5
a
-2,2
± 2,6
b
1,3
± 2,2
c
4,331 0,03
VO
2pico
PRÉ (ml.kg
1
.
min
-1
)
30,9
± 2,5
a
32,7
± 5,5
a
39,7
± 4,4
b
5,256 0,01
VO
2pico
PÓS (ml.kg
-
1
.min
-1
) 32,3 ± 1,6 33,2 ± 4,5 37,3 ± 4,7 2,337 0,12
LVPRÉ
(ml.kg
-
1
.min
-1
)
22,7
± 3,9
a
26,6
± 3,2
a
31,2
± 5,2
b
5,315 0,01
LVPÓS
(ml.kg
-
1
.min
-1
)
23,8 ± 3,9 27,3 ± 4,1 28,0 ± 5,8 1,060 0,37
TLVPRÉ (min)
301,9 ± 92,6 313,5 ± 73,2 364,1 ± 79,0 0,993 0,39
TLVPÓS (min)
332,5 ± 127,8 369,1 ± 86,3 364,0 ± 90,2 0,207 0,81
VO
2
%PRÉ (%)
73,7 ± 13,2 83,1 ± 16,4 79,0 ± 13,8 0,555 0,58
VO
2
%PÓS (%)
73,7 ± 10,6 82,6 ± 7,5 75,2 ± 11,9 1,652 0,22
TE (min)
30,4 ± 48,5 36,2 ± 45,0 12,2 ± 38,3 - -
VO
2pico
(ml.kg
-
1
.min
-1
)
1,3 ± 1,9 0,4 ± 2,1 -2,3 ± 2,6 3,919 0,04
LV (ml.kg
-
1
.min
-1
)
1,1 ± 3,3 0,7 ± 3,9 -3,1 ± 6,6 1,396 0,27
TLV (%)
30,6 ± 115,5 55,6 ± 28,3 -0,1 ± 112,8 0,813 0,46
VO
2
% (%)
0,02 ± 14,4 -0,4 ±14,1 -3,7 ± 19,9 0,093 0,91
EHOPRÉ (graus)
31,5 ± 10,9 55,6 ± 24,0 44,3 ± 12,8 2,311 0,13
EHOPÓS (graus)
43,2 ± 13,5
53,4 ± 21,8
30,0 ± 8,5
3,340 0,06
FLEXQPÓS (graus)
75,7
± 8,0
a
82,5
± 11,7
b
61,5
± 14,8
a
5,346 0,01
EXTQPRÉ (graus)
21,0 ± 14,1 16,8 ± 6,9 19,5 ± 6,4 0,362 0,70
EXTQPÓS (graus)
17,2 ± 6,1 17,7 ± 5,7 20,5 ± 12,1 0,251 0,78
ABDQPRÉ (graus)
75,5 ± 5,0 79,6 ± 9,8 74,8 ± 7,3 0,717 0,50
ABDQPÓS (graus)
85,7 ± 10,6 86,5 ± 7,9 79,0 ± 7,8 1,536 0,24
EHO (graus)
11,5 ± 16,3 -2,2 ± 17,9 -14,3 ± 16,7 2,748 0,09
FLEXQ (graus)
17,7 ± 13,7 1,0 ± 23,0 -4,51 ± 14,3 - -
EXTQ (graus)
-3,7 ± 9,2 0,8 ± 9,4 1,0 ± 13,0 0,304 0,74
ABDQ (graus)
10,2 ± 7,2 6,8 ± 8,2 4,1 ± 8,5 0,668 0,52
- Letras diferentes nas linhas representam diferenças estatisticamente significativas.
107
Com relação aos parâmetros cardiorrespiratórios, o post hoc mostrou
valores superiores de VO
2pico
do GC comparado aos GI e GV antes do treinamento,
(30,9 ± 2,5 vs 32,7 ± 5,5 vs 39,7 ± 4,4 para GI, GV e GC respectivamente). Porém,
não foi encontrada diferença significativa entre os grupos quando observado o valor
VO
2pico
(apêndice C). Em valores relativos os efeitos sobre o VO
2pico
apresentaram
tendência de aumento de 4,2 e 1,5% para GI e GV, e diminuição de 6,3% para GC.
Seguindo este mesmo comportamento, o grupo GC apresentou maiores
valores significativos para LV antes do treinamento, porém houve tendência de
aumento para os grupos GI e GV (22,7 ± 3,9 para 23,8 ± 3,9 vs 26,6 ± 3,2 para 27,3
± 4,1 vs 31,2 ± 5,2 para 28,0 ± 5,8 ml.kg
-1
.min
-1
para GI, GV e GC respectivamente).
Observando as diferenças relativas, o consumo de oxigênio do LV aumentou 4,8%
para GI, 2,6% para GV e diminuiu 10,3% para GC, ainda que estes valores não
sejam significativos. Esta tendência de aumento dos valores de LV e VO
2pico
para GI
e GV pode estar relacionada com os modelos testados em GL, que de certa forma,
podem contribuir para um pequeno incremento dos parâmetros cardiorrespiratórios.
O mesmo ocorreu com o estudo de GETTMAN et al. (1978), que compararam TA e
TC (1 série de 10-20 repetições a 50% de 1RM) por 20 semanas e encontraram
apenas pequenos incrementos nos parâmetros cardiorrespiratórios com TC. Os
autores acreditam que as pausas (20-30 seg) utilizadas no TC contribuem para os
menores incrementos do TC, quando comparado ao TA.
Observando os valores de amplitude articular, no movimento de FLEXQ
pós
foi encontrada uma diferença significativa entre os grupos com valores de menor
amplitude apenas para GC sendo 75,5 ± 8,0 vs 82,5 ± 11,7 vs 55,8 ± 5,5 graus, para
GI, GV e GC respectivamente. O movimento de flexão do quadril foi utilizado nos
exercícios agachamento aberto e adução bilateral do quadril e, não foram realizados
108
pelo GC. A execução deste movimento, repetidas vezes, pode ter causado a
diferença nos resultados. Como o GV fez mais repetições que GI é aceitável que
seus valores sejam maiores comparados aos GI e GC.
4.3.5 Testes não-paramétricos
Para as variáveis que não passaram no teste de normalidade PESO
pós
,
DC
pré
, PESO, TE, FLEXQ
pré
e FLEXQ, foi aplicado o teste não paramétrico de
Kruskal-Wallis para verificar as diferenças entre os grupos (tabela 11). Teste
disponível no apêndice D.
Tabela 11: Ranks médios das variáveis massa corporal (PESO
pós
),somatório de dobras cutâneas
(DC
pré
), flexão do quadril (FLEXQ
pré
) e valores absolutos das diferenças () nas variáveis massa
coporal (PESO), flexão do quadril (FLEXQ) e tempo de exaustão (TE) dos grupos GI
(intensidade), GV (volume) e GC (controle) sendo p < 0,05.
Teste Kruskal-Wallis
Rank
Variável GI
n = 4
GV
n = 9
GC
n = 6
p
PESO
pós
12,75 10,00 8,17 0,46
DC
pré
12,00 11,72 6,08 0,11
PESO 12,38 7,2 12,58 0,12
TE 10,00 11,22 8,17 0,60
FLEXQ
pré
4,50 14,06 7,58 0,00
FLEXQ 14,63 10,11 6,75 0,09
As variáveis
,
PESO
pós,
DC
pré
, PESO, TE e FLEXQ não apresentaram
diferenças significativas entre os grupos.
Com relação á composição corporal, embora o PESO
pós
e
PESO não
tenham apresentado diferença significativa, valores relativos da massa corporal
demonstram um aumento de 2,0% para GI, uma diminuição de 0,2% para GV e
aumento de 2,3% para GC. Já os valores relativos do somatório de dobras cutâneas,
demonstra tendência de diminuição para GI e GV (2,2% e 9,8%) GV, e aumento de
4,2% para GC.
109
Observando o parâmetro cardiorrespiratório TE, houve tendência de
maior aumento para GI e GV que GC (6,5% vs 8,1% vs 2,4%).
A única variável que apresentou diferença entre os grupos foi a FLEXQ no
pré-treinamento, portanto foi aplicado um teste de comparações múltiplas após
Kruskal-Wallis indicando que o GV apresentou valores maiores na FLEXQ pré-
treinamento quando comparado ao GI e GC (58,0 ± 8,6 vs 81,5 ± 15,4,vs 66,0 ± 7,8
para GI, GV e GC respectivamente). Porém sem diferenças significativas, os valores
relativos de amplitude articular para FLEXQ do pré para o pós-treinamento,
apresentaram aumento de 30,5 vs 1,2% para GI e GV e diminuição de 6,8% para
GC. Teste disponível no apêndice D.
4.3.6 Estudo de casos
Como os dados de força pós-treinamento não puderam ser obtidos, foi
selecionado um indivíduo de cada grupo de treinamento que realizaram as mesmas
repetições máximas (menos de 10RM) nos testes prévios em dois exercícios da aula
B. São eles: adução bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril
(ABDU). Para cada indivíduo foi reaplicado o mesmo teste de força para o respectivo
RM alcançado no teste pré-treinamento. A tabela 12 apresenta os dados de força
colhidos nestes exercícios e feitos a uma velocidade musical de 129 b.min
-1
.
Tabela 12: Resultados do testes de força muscular pré/pós-treinamento para um indivíduo de cada
grupo GI (intensidade) e GV (volume). Sendo os exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e
abdução unilateral do quadril (ABDU), considerando a estimativa de carga pela massa corporal.
Força
Pré
(kg)
Pós
(kg)
Absoluto (kg)
%
Indivíduo GI 10 19 9 90%
ADU 5RM
Indivíduo GV 8 12 4 50%
Indivíduo GI 11 15 4 36%
ABDU 7RM
Indivíduo GV 9 11 2 22%
110
Para cada indivíduo foi reaplicado o mesmo teste de repetições máximas
para o respectivo RM alcançado no teste pré-treinamento. A tabela 13 apresenta os
dados de resistência dos exercícios ADU e ABDU feitos a uma velocidade musical
de 129 b.min
-1
.
A figura 9 compara o número de repetições alcançado no pré e no pós-
teste por cada indivíduo dos grupos GI e GV nos exercícios ADU e ABDU.
Tabela 13: Resultados do testes de resistência muscular pré/pós-treinamento para um indivíduo de
cada grupo GI (intensidade) e GV (volume). Sendo os exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e
abdução unilateral do quadril. (ABDU).
Resistência
Pré
(RM)
Pós
(RM)
Absoluto (rep)
%
ADU 10kg
Indivíduo GI 5 46 41 820%
ADU 8kg
Indivíduo GV 5 61 56 1120%
ABDU 11kg
Indivíduo GI 7 17 10 143%
ABDU 9kg
Indivíduo GV 7 19 12 171%
0
10
20
30
40
50
60
70
ADU (N rep)
pré
pós
GI GV
0
5
10
15
20
ABDU (N rep)
pré
pós
GI GV
Figura 9: Comparação entre o número de repetições executadas do pré para pós-treinamento nos
exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU) nos indivíduos
dos grupos GI e GV.
Como cada um dos indivíduos acima realizou menos de 10RM em seus
testes foram aplicados os coeficientes de Lombardi (1989) para 5RM (1,16) e 7RM
(1,23) e estimado o 1RM para cada exercício. Por estes valores obtidos, foram
calculados o aumento da força e da resistência de força do pré para o pós
111
treinamento, e o percentual do 1RM estimado utilizado por estes indivíduos durante
o treinamento para determinados exercícios.
A tabela 14 mostra o valor de 1RM estimado para os exercícios adução
bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU), a diferença entre
esses valores e o percentual do pré para o pós-treinamento.
Considerando as estimativas de 1RM para os exercícios supracitados e
observando a prescrição através de percentual da carga média inicial (massa
corporal), podemos comparar as duas formas de aplicação de intensidade (figura
10).
Tabela14: Valores inicial e final de 1RM estimado através dos coeficientes de Lombard, diferença
entre os valores absolutos (kg) e delta percentual (%), sendo os exercícios adução bilateral do
quadril (ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU) para cada indivíduos dos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).
1RM
estimado pré
(Kg)
1RM
estimado pós
(Kg)
Absoluto (kg)
%
ADU
11 22 11 100%
GI
ABDU
13 18 5 38%
ADU
9 13 4 44%
GV
ABDU
11 13 2 18%
0
50
100
150
Pré Pós
ADU Carga (%)
% masa corporal GI % masa corporal GV
% 1RM GI % 1RM GV
0
20
40
60
80
100
P Pós
ABDU Carga (%)
% masa corporal GI
% masa corporal GV
% 1RM GI % 1RM GV
Figura 10: Comparação da intensidade inicial e final do treinamento entre os percentuais de carga de
1RM estimado e, percentuais de carga estimados pela massa corporal, para os exercícios adução
bilateral do quadril (ADU), e abdução unilateral do quadril (ABDU) para cada indivíduo dos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).
No exercício adução bilateral do quadril ADU, nota-se que a progressão
do treinamento feita tanto pelo percentual das cargas encontradas pela massa
corporal (52,4 à 112,9% para GI e 52,3 constante para GV), quanto pelos
percentuais de 1RM (59 à 127% para GI vs 74,4% constante para GV), demonstra
112
cargas muito superiores durante a execução dos exercícios citados para o indivíduo
do GI. No exercício abdução unilateral do quadril as progressões foram similares. Os
percentuais relacionados à massa corporal foram de 23,9 a 72,5% para GI vs 22,5
constante para GV e os percentuais de 1RM foram de 54,6 à 76,9% para GI vs
29,0% constante para GV. Em valores absolutos isto também pode ser visto.
Sob o ponto de vista da prescrição de carga referente à massa corporal
nota-se o aumento de força para o exercício ADU foi de 90% e 50% para GI e GV
respectivamente e no exercício ABDU foi de 36% e 22% para GI e GV
respectivamente. Quando as cargas são prescritas pelo percentual de 1RM estimado
nota-se que o aumento para o exercício ADU foi de 100% e 44% para GI e GV
respectivamente e no exercício ABDU foi de 38% e 18% para GI e GV
respectivamente. O percentual do ganho de força nos dois casos é maior no GI que
GV.
Aumentos da resistência muscular foram averiguados de acordo com o
número de repetições alcançadas no teste final com a mesma carga do teste inicial e
os resultados mostraram aumento para o exercício ADU de 820% vs 1120% ,e no
exercício ABDU de 143% vs 171% para GI e GV respectivamente. O percentual do
ganho da resistência, nos dois casos foi maior em GV que GI.
Acredita-se que a influência nestes resultados tenha sido manipulação da
intensidade do GI de forma superior ao GV.
Isto era esperado tendo em vista que, o TR promove incrementos na
força de 1RM e na resistência muscular, porém os maiores ganhos de força estão
relacionados com TR de alta intensidade e os maiores ganhos de resistência estão
relacionados ao TR de menor intensidade (BAKER et al., 1994; PORTER et al.,
113
1995; SCHIOTZ et al., 1998; MATSUDO et al., 2000b; MARX et al., 2001; CAMPOS
et al., 2002; HUNTER et al., 2003; PAULSEN et al., 2003).
O percentual dos incrementos de força e resistência foi maior no exercício
ADU que ABDU tanto para GI quanto GV. Este fato, provavelmente ocorreu no
exercício ADU pela forma de realização bilateral e, portanto, com a utilização de
maior massa muscular quando comparado ao exercício ABDU que foi realizado
unilateralmente. O défict bilateral, define que a força bilateral é menor do que a soma
das forças unilaterais e que tende a diminuir com o treinamento (ENOKA,
1988;1997; CARROL et a., 2001). No estudo de HAKKINEN et al (1996), os ganhos
na força bilateral foram superiores ao ganho da força unilateral (19% vs 13%) após
12 semanas de TR. Acredita-se que este resultado neste estudo tenha sido um dos
efeitos do TR.
O total do número de repetições somando as aulas A e B durante todo o
macrociclo foi maior para o indivíduo do grupo GV (13.646 vs 27.342 repetições para
GI e GV respectivamente). Portanto a tonelagem total foi também superior para o
indivíduo do grupo GV (134.056 vs 176.072 kg para GI e GV respectivamente).
Através da velocidade musical utilizada (129 b.min
-1
), o cálculo do tempo de
contração pelo número de repetições realizadas foi de 420 vs 847 minutos para GI e
GV respectivamente. Este tempo é a soma de todas as repetições realizadas nas
aulas A e B durante o macrociclo e demonstra a magnitude do trabalho total do GV
quando comparado ao GI (tabela 15)
Avaliando as características gerais de cada indivíduo dos grupos GI e GV,
observa-se um comportamento similar aos apresentados na discussão de toda a
amostra (tabela 16).
114
Observando os valores relativos (%) da composição corporal, nota-se
um aumento na massa corporal de 0,3% para o indivíduo GI e diminuição de 1,9%
para o indivíduo GV. Para o somatório de dobras cutâneas foi demonstrada maior
diminuição para o indivíduo do grupo GV (10,0% vs 19,0% para GI e GV
respectivamente) e, para o percentual de gordura corporal houve maior diminuição
para o indivíduo do grupo GV (7,0 vs 12% para GI e GV respectivamente). Estes
resultados estão de acordo com os valores médios dos grupos de treinamento
apresentados anteriormente, inclusive, no que diz respeito às diferenças
significativas.
Com relação aos parâmetros cardiorrespiratórios, os valores relativos de
TE e TLV também se apresentam de forma similar aos grupos de treinamento sendo
maior aumento do percentual do TE para o indivíduo do grupo GV (23,6 vs 33,2%
para GI e GV respectivamente) e, aumento do percentual do TLV para o indivíduo do
grupo GV de 25,2% e diminuição de 9,8% para GI. Embora nos grupos de
treinamento as outras variáveis cardiorrespiratórias não tenham apresentado
diferenças significativas, vale apontar os valores individuais demonstrados no estudo
de casos.
Em valores relativos houve aumento no %VO
2pico
de 9,9 vs 14,2% para
GI e GV respectivamente. O percentual do consumo de oxigênio no limiar ventilatório
%VO
2
% mostrou-se diminuído para os indivíduos dos grupos GI e GV (17,8 vs
11,2%). E, o valor do consumo de oxigênio durante o limiar ventilatório %LV,
apresentou diminuição para o indivíduo do grupo GI de 9,8% e, aumento para o
indivíduo do grupo GV de 2,2%. uma tendência de melhores respostas em todos
os parâmetros avaliados para o indivíduo do grupo GV, indicando que este modelo
de GL contribui para incrementos da aptidão cardiorrespiratória.
115
Tabela 15: Características dos modelos de treinamento através da prescrição de cargas em
percentuais iniciais e finais baseados na massa corporal (MC), no testes de 1RM estimado (1RM).
Apresentação do somatório () do número de repetições das aulas A e B no macrociclo e, trabalho
total através da tonelagem dos exercícios adução bilateral do quadril (ADU) e abdução unilateral do
quadril (ABDU) e da tonelagem total das aulas A e B no macrociclo. Tempo de contração inicial e final
durante a execução de cada exercício em uma sessão, das aulas A e B nos mesociclos e das aulas A
e B no macrociclo, para cada um dos indivíduos dos grupos GI (intensidade) e GV (volume)
Indivíduos
GI GV
Características do treinamento inicial final inicial final
% cargas pela MC (ADU) 52,4 112,9 52,3 52,3
% cargas pelo 1RM estimado (ADU) 59 127 74,4 74,4
% cargas pela MC (ABDU) 23,9 72,5 22,5 22,5
Prescrição de % cargas pelo 1RM estimado (ABDU) 54,6 76,9 29,0 29,0
cargas Carga absoluta (ADU) (kg) 6,5 14 6,7 6,7
Carga absoluta (ABDU) (kg) 3,2 10 3,2 3,2
Tempo das repetições/exercício (seg) 90 90 90 243
Tempo de Tempo das repetições aula A no meso (min) 30 45 30 121
contração Tempo das repetições aula B no meso (min) 24 36 24 97
Tempo das repetições aula A no macrociclo (min) - 233 - 471
Tempo das repetições aula B no macrociclo (min) - 187 - 376
Tempo total das aulas A e B no macrocilo (min) - 420 - 847
Número de
número de repetições das aulas A e B (macrociclo) - 13.646 - 27.342
Repetições
Tonelagem (ADU) (kg) - 16.702 - 20,120
Trabalho Total Tonelagem (ABDU) (kg) - 10,424 - 9.724
Tonelagem total (kg) - 134.056 - 176.072
Portanto, se os modelos testados induziram as respostas obtidas pelos
indivíduos do estudo de caso, e estas respostas foram similares aos valores médios
dos grupos de treinamento, acredita-se que isto também possa se refletir sobre os
valores de força e resistência muscular encontrados no estudo de caso.
116
Tabela 16: Apresentação dos valores pré/pós-treinamento, delta absoluto () e delta percentual (%)
das seguintes variáveis; massa corporal (PESO), somatório de dobras cutâneas (DC), percentual de
gordura corporal (FAT), extensão horizontal do ombro (EHO), flexão do quadril (FLEXQ), abdução do
quadril (ABDQ), extensão do quadril (EXTQ), tempo de exaustão (TE), consumo de oxigênio de pico
(VO
2
pico), limiar ventilatório (LV), percentual do consumo de oxigênio de pico no limiar ventilatório
(VO
2
%), tempo do segundo limiar ventilatório (TLV), e das seguintes avaliações; carga inicial e final
para 5RM e 1RM e número de repetições iniciais e finais dos exercícios adução bilateral do quadril
(ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU), para cada indivíduo dos grupos GI (intensidade) e GV
(volume).
Indivíduos
GI GV
Parâmetros
Variável
pré pós % pré pós %
PESO (kg) 82,4
82,7
+0,3
+0,3
65,7
64,4
-1,3
-1,9
Composição corporal
DC (cm) 269,0
242,0
-27,0
-10,0
254,0
205,0
-49,0
-19,2
FAT (%)
41,2
38,3
-2,9
-7,0
40,1
35,1
-5,0
-12,4
Flexibilidade
EHO (graus)
37,0
59,0
+22,0
+59,0
47,0
25,0
-22,0
-46,8
FLEXQ (graus)
50,0
80,0
+30,0
+60,0
118,0
62,0
-56,0
-47,4
ABDQ (graus)
68,0
73,0
-6,0
-7,3
62,0
78,0
+16,0
+25,8
EXTQ (graus) 4,0 13,0 +9,0 +225,0 13,0 12,0 -1,0 -7,6
Parâmetros
TE (seg) 326,4 403,8 +77,0 +23,6 328,2 437,4 +109,0 +33,2
Cardiorrespiratorios
VO
2pico
(ml.kg
-1
.min
-1
) 27,4 30,1 +2,7 +9,9 26,8 30,8 +4,0 +14,9
LV(ml.kg
-1
.min
-1
) 20,5 18,5 -2,0 -9,8 23,2 23,7 +0,5 +2,2
VO
2
% (%) 74,8 61,5 -13,3 -17,8 86,6 76,9 -9,7 -11,2
TLV (seg) 214,2 193,2 -21,0 -9,8 250,2 314,4 +64,2 +25,2
Avaliação da Força 5RM (ADU) (kg) 10,0 19,0 +9,0 +90,0 8,0 12,0 +4,0 +50,0
7RM (ABDU) (kg) 11,0 15,0 +4,0 +36,0 9,0 11,0 +2,0 +22,0
1RM (ADU) (kg) 11,0 22,0 +11,0 +100,0 9,0 13,0 +4,0 +44,0
1RM (ABDU) (kg) 13,0 18,0 +5,0 +38,0 11,0 13,0 +2,0 +18,0
Avaliação N repetições (ADU) 5,0 46,0 +41,0 +820,0 5,0 61,0 +56,0 +112,0
da Resistência N repetições (ABDU) 7,0 17,0 +10,0 +143,0 7,0 19,0 +12,0 +171,0
117
5 APLICAÇÃO PRÁTICA E CONCLUSÃO
Os modelos testados revelaram resultados importantes acerca da
distribuição da composição corporal. Em nosso estudo, o grupo GV apresentou
diminuição significativa do percentual de gordura, do somatório de dobras cutâneas
e não significativa da massa corporal indicando uma possível perda de massa
magra. No estudo de casos, o indivíduo do grupo GV também apresentou as
mesmas características. O modelo de ginástica localizada voltado para o aumento
do volume parece ser o mais indicado para a diminuição do percentual de gordura
corporal, porém, para a manutenção da massa magra o modelo voltado para o
aumento da intensidade pareceu mais eficaz que o grupo GI, demonstrou
aumento significativo da massa corporal e manutenção do percentual de gordura
corporal. No estudo de caso também foi observado aumento da massa corporal para
o indivíduo do grupo GI.
Como era esperado, na avaliação da aptidão cardiorrespiratória,
observa-se que alguns parâmetros não apresentaram diferenças diante dos modelos
testados. Porém, o modelo de ginástica localizada de alto volume pareceu mais
eficiente, visto que GV incrementou seu tempo de exaustão e o tempo do segundo
limiar de forma significativa, quando comparado ao GI e GC. Este fato pôde ser
observado no estudo de caso para o indivíduo do grupo GV, além de uma tendência
118
de melhores respostas em todos os outros parâmetros cardiorrespiratórios
avaliados.
Notou-se que a flexibilidade sofreu poucos efeitos decorrentes dos dois
modelos testados, em especial sem diminuição dos graus de amplitude articular. Na
avaliação dos valores do estudo de casos, houve uma tendência de maior aumento
para o indivíduo do grupo GI em três dos quatro movimentos avaliados. Estes dados
sugerem que a GL da forma como foi aplicada, pode não interferir na flexibilidade.
Para maiores incrementos desta capacidade, que se realizar treinamentos
específicos paralelamente.
Observando o estudo de caso nos exercícios adução bilateral do quadril
(ADU) e abdução unilateral do quadril (ABDU), houve aumento de força e resistência
muscular simultaneamente, porém em diferentes magnitudes para os diferentes
modelos. O indivíduo GI obteve maiores ganhos de força e menores ganhos de
resistência muscular que o indivíduo GV e vice versa. Como os resultados de todos
os parâmetros avaliados observados no estudo de caso são similares aos resultados
médios dos grupos de treinamento GI e GV, é possível que aumentos de força e
resistência tenham ocorrido nos grupos de treinamento tal qual encontrado no
estudo de caso.
Como conclusão, as alterações da composição corporal, dos parâmetros
cardiorrespiratórios e da resistência muscular do grupo GV são decorrentes da maior
tonelagem e do maior tempo de contrações sub-máximas feitas neste modelo de GL.
E, as alterações na força e na massa corporal encontradas no grupo GI são
advindas das altas intensidades provocadas pelo incremento das cargas ao longo
das 22 semanas de treinamento.
119
Assim, sugere-se que a prescrição do treinamento seja de forma
periodizada de tal forma que ciclos serão intensificados em cada modelo de GL
visando o desenvolvimento de modalidades da força e resultando em melhora da
aptidão física geral. Acredita-se que para um efetivo programa de treinamento
resistido com ginástica localizada devam ser aplicadas diferentes doses de volume,
freqüência, intensidade, para aumento do grau da força desejada.
120
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129
ANEXOS
ANEXO A – Questionário informativo
Nome:
Idade: Data de nascimento:
Endereço:
Bairro: Cidade: Cep:
Email:
Fone:
1) É praticante de algum exercício regular?
Sim ( ) Não ( )
Qual (is)?
2) Há quanto tempo não pratica atividade física?
3) Qual(is) a(s) atividade(s) física(s) preferida(s)?
4) É fumante?
Sim ( ) Não ( )
5) Ingere bebidas alcoólicas?
Sim ( ) Não ( )
6) Faz algum tipo de reposição hormonal?
Sim ( ) Não ( )
7) Faz uso de algum medicamento? Qual?
Sim ( ) Não ( )
8) Já passou por alguma cirurgia? Qual?
Sim ( ) Não ( )
9) Sente algum desconforto físico? Relate
Sim ( ) Não ( )
UFRGS-ESEF
130
ANEXO B – Termo de Consentimento
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Termo de Consentimento Informado
Eu entendo que participarei como sujeito do estudo intitulado “Alterações
Morfo-funcionais decorrentes de diferentes treinamentos com ginástica localizada
em mulheres na faixa etária de 20-35 anos”, que envolverá a execução de exercícios
localizados com a utilização de pesos adicionais. Entendo que os testes que
realizarei são parte desse estudo e terão a finalidade de possibilitar a análise do
desempenho humano em determinados movimentos em condições ambientais
específicas.
Eu, por meio deste, autorizo o Professor Luiz Fernando Martins Kruel, a aluna
de mestrado Mônica Tagliari e demais bolsistas envolvidos no estudo, a realizarem
os seguintes procedimentos:
Fazer-me responder um questionário específico;
Fazer-me medidas corporais;
Aplicar-me a execução de testes de força muscular e flexibilidade;
Aplicar-me testes ergométricos para avaliação cardiorrespiratória;
Aplicar-me a execução de exercícios de ginástica localizada;
Fotografias durante a execução dos testes e aulas.
Eu entendo que, durante os testes:
Eu estarei respirando através de uma máscara, na qual estará anexado um
analisador de gases;
Estão envolvidos riscos e desconfortos, tais como dor e cansaço muscular
temporário. possibilidade de mudanças anormais da minha freqüência cardíaca e
pressão sangüínea, ou mesmo um ataque do coração durante os testes. Porém, eu
entendo que minha freqüência cardíaca será monitorada durante todos os testes
através de um freqüencímetro, e que eu posso terminar o teste em qualquer
momento, sob meu critério.
Realizarei testes de força muscular e sentirei desconforto muscular.
Todos os pesquisadores que estão aplicando os testes têm aula de
atendimento em urgências, assim como estará disponível uma linha telefônica para
Assistência Médica de Emergência (3331-0212).
Os procedimentos expostos acima têm sido explicados para mim, e demais
bolsistas.
Eu entendo que, o Prof. Luiz Fernando Martins Kruel, Prof
a
Mônica Tagliari e
bolsistas, irão responder qualquer dúvida que eu tenha em qualquer momento,
relativo a esses procedimentos.
Eu entendo que todos os dados relativos a minha pessoa serão confidenciais,
e disponíveis somente sob minha solicitação escrita. Além disso, eu entendo que no
131
momento da publicação, os dados publicados não serão associados a minha
pessoa.
Eu entendo que não haverá compensação financeira pela minha participação
no estudo.
Eu entendo que posso realizar contato com o Prof. Luiz Fernando Martins
Kruel, Prof
a
. Mônica Tagliari, para quaisquer problemas referentes a minha
participação no estudo, ou caso eu sentir que haja violação dos meus direitos,
através do telefone (0XX51) 3316-5820.
Porto Alegre,_____de________________________________de 2005.
Nome em letra de forma:____________________________________
Assinatura:______________________________________________
132
ANEXO C – Fotos dos exercícios
1- Agachamento aberto 2 - Supino
3- Rosca Bíceps 4- Remada Alta
5 – Glúteos 4 apoios 6 – Remada Bilateral Fechada
7 – Tríceps Francês Bilateral 8 – Adução Bilateral do Quadril
9 - Abdução Unilateral do Quadril 10 - Abdominal
133
ANEXO D – Progressões de carga
Tabela 17: Valores médios, desvios – padrão (σ) das progressões da intensidade (peso em kg) de cada exercício ao longo dos mesociclos e valor percentual
(%) referente à carga encontrada no teste de carga inicial calculado pela massa corporal dos grupos (GI) intensidade e GV (Volume).
GI (n = 4) GV (n =
9)
Mesociclos Macrociclo
1 2 3 4 5 6 7
Ex Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
Média
σ (kg)
%
AGA
16 ± 1,6 60,0 17 ± 1,2 64,0 19,5 ± 1,9 73,0 22 ± 1,6 85,0 23,5 ± 1,9 88,0 23 ± 2,6 94,0 23 ± 2,6 94,0 16,2 ± 2,7 57,1
SUP
7,5 ± 1,0 31,0 9 ± 1,2 37,5 11,5 ± 1,9 48,0 12 ± 1,6 50,0 13,6 ± 1,9 56,0 14,5 ± 1,9 60,2 14,5 ± 1,9 64,0 7,3 ± 1,4 29,0
BIC
6 ± 0,0 38,0 6,5 ± 1,0 41,0 8 ± 0,0 50,6 8 ± 0,0 50,6 8 ± 0,0 50,6 10 ± 0,0 63,3 10 ± 0,0 63,3 5,3 ± 1,0 32,5
REAL
6,5 ± 1,1 27,0 7 ± 1,2 29,2 8,5 ± 1,0 37,3 9 ± 1,2 37,3 9,5 ± 1,9 39,4 10,5 ± 1,0 43,6 10,5 ± 1,0 43,6 6,0 ± 1,0 24,2
GLU
3 ± 0,0 21,7 3,7 ± 0,5 26,8 4,2 ± 0,5 30,4 5 ± 0,0 36,2 5,5 ± 1,1 39,9 6,2 ± 0,5 44,9 6,2 ± 0,5 44,9 3, ± 0,4 26,6
REBI
8,5 ± 1,0 49,4 10 ± 1,6 58,1 11 ± 1,2 61,0 12 ± 1,6 69,8 13,5 ± 1,9 78,5 15 ± 0,2 87,2 15 ± 1,2 87,2 8,4 ± 1,3 48,8
TRI
3,0 ± 0,0 36,1 3,2 ± 0,5 38,5 3,7 ± 0,5 44,6 4,7 ± 0,5 56,6 5 ± 0,0 60,2 5,7 ± 0,5 68,7 5,7 ± 0,5 68,7 3,2 ± 0,4 37,6
ADU
6,5 ± 1,0 52,4 8 ± 0,0 64,5 10 ± 1,6 80,6 11 ± 1,2 88,7 12,5 ± 1,9 100,8 14 ± 1,6 112,9 14 ± 1,6 112,9 6,7 ± 1,0 52,3
ABDU
3,2 ± 0,5 23,9 5 ± 1,2 36,8 5,5 ± 0,6 38,4 5,7 ± 1,0 41,3 8 ± 0,0 58,0 10 ± 0,0 72,5 10 ± 0,0 72,5 3,2 ± 0,4 22,5
134
ANEXO E – Tonelagem das aulas A e B
Tabela 18: Médias e desvios-padrão da tonelagem parcial (mesociclos) e total (macrociclo) de cada exercício da aula A expressas em kg nos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).
Tonelagem média da aula A (kg)
AGA SUP BIC REAL GLU
GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 Tonelagem
Mesociclo
Mesos
Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ
GI GV
1
3071 ± 314 3115± 523 1440 ± 192 1408 ± 271 1152 ± 0 1024 ± 192 1248 ± 192 1152 ± 192 576 ± 0 725 ± 84
7487
7427
2
3264 ± 222 3115 ± 523 1728 ± 222 1408 ± 271 1248± 192
1024 ± 192
1344 ± 222 1152 ± 192 720 ± 96 725 ± 84
8304
7424
3
3744 ± 368 4672 ± 785 2208 ± 368 2112 ± 407 1536 ± 0 1536 ± 288 1632 ± 192 1728 ± 288 816 ± 96 1088 ± 127
9936
11136
4
4224 ± 314 6748 ± 1135 2304 ± 314 3051 ± 588 1536 ± 0 2219 ± 416 1728 ± 222 2496 ± 416 960 ± 0 1572 ± 183
10752
16086
5
4700 ± 383 8922 ± 1500 2700 ± 383 4033 ± 777 1600 ± 0 2933 ± 550 1900 ± 383 3300 ± 550 1100 ± 200 2078 ± 242
12000
21266
6
6000 ± 620 9733± 1637 3480 ± 460 4400± 848 2400 ± 0 3200 ± 600 2520 ± 240 3600 ± 600 1500 ± 120 2267 ± 264
15900
23200
7
7200 ± 744 12653± 2128 4176 ± 551 5720 ± 1103 2880 ± 0 4160 ± 780 3024 ± 288 4680 ± 780 1800 ± 144 2947 ± 343
19080
25480
Tonelagem
Macro
32.203 48.958 18.036 22.132 12.352 16.096 13.396 13.428 7.472 11.401 81459
112015
Tabela 19: Médias e desvios-padrão da tonelagem parcial (mesociclos) e total (macrociclo) de cada exercício da aula B expressas em kg nos grupos GI
(intensidade) e GV (volume).
Tonelagem média da aula B(kg)
REBI TRI ADU ABDU
GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 GI n = 4 GV n = 9 Tonelagem
Mesociclo
Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ Média e σ GI GV
1
1632 ± 192 1621 ± 256 576 ± 0 619 ± 84 1248 ± 192 1280 ± 192 624 ± 96 619 ± 84 4080 4139
2
1920 ± 313 1621 ± 256 624 ± 96 619 ± 84 1536 ± 0 1280 ± 192 960 ± 221 619 ± 84 5040 4139
3
2112 ± 221 2432 ± 384 720 ± 96 928 ± 127 1920 ± 313 1920 ± 288 1056 ± 110 928 ± 127 5808 6208
4
2304 ± 313 3513 ± 554 912 ± 96 1340 ± 183 2112 ± 221 2773 ± 416 1104 ± 183 1340± 183 6432 8966
5
2700 ± 383 4644 ± 733 1000 ± 0 1772 ± 242 2500 ± 383 3667 ± 550 1600 ± 0 1772 ± 242 7800 11855
6
3600 ± 277 5067 ± 800 1380 ± 120 1933 ± 264 3360 ± 391 4000 ± 600 2400 ± 0 1933 ± 264 10738 12936
7
4320 ± 332 6587 ± 1040 1656 ± 144 2513 ± 343 4032 ± 470 5200 ± 780 2880 ± 0 2513 ± 343 12888 15813
Tonelagem
Macrociclo
18.588 25.485 6.868 9.725 16.708 20.120 10.624 9.724 52597 64.056
135
ANEXO F – Fotos dos equipamentos
1- Balança 2 - Fita métrica
3 - Compasso de dobras cutâneas 4 - Goniômetro
5 - Máscara e bocal 6 - Monitor de Frequência Cardíaca
UFRGS-ESEF
136
ANEXO G – Fichas de coletas
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Nome:
Idade:
Turma:
Altura: Peso: % MCM % GC
Dobras Cutâneas
Local 1
a
medida 2
a
medida 3
a
medida Média
Tríceps
Subscapular
Suprailíaca
Abdominal
Peitoral
Axilar Média
Coxa
GONIOMETRIA
MEDIDAS - OMBRO
MOVIMENTO MEDIDA OBS
Extensão Horizontal
Abdução
Flexão
MEDIDAS – QUADRIL
MOVIMENTO MEDIDA OBS
Flexão
Extensão
Abdução
Data:
Hora do teste:
Avaliador:
Local: UFRGS-ESEF
137
APÊNDICE DE DADOS
APÊNDICE A – Teste-t e dados descritivos
Tabela 20:Teste-t pareado, média e desvio padrão (σ) para todas as variáveis dependentes (p < 0,05)
GI
GV
GC
Variáveis
Média
σ
p
Média
σ
p
Média
σ
p
PESOPRÉ
69,0
± 9,7
0,03
71,1
± 20,0
0,80
61,1
± 4,0
0,06
PESOPÓS
70,4
± 9,0
70,9
± 19,8
62,4
± 3,7
DCPRÉ
179,2
± 60,6
0,64
198,7
± 85,5
0,01
124,8
± 33,7
0,36
DCPÓS
175,2
± 46,3
179,2
± 81,5
130,1
± 43,7
FATPRÉ
31,1
± 6,8
0,78
32,7
± 9,7
0,03
23,7
± 4,8
0,20
FATPÓS
30,8
± 5,5
30,5
± 9,5
25,0
± 6,4
TEPRÉ
467,4
± 108
0,29
444,8
± 110,3
0,43
510,7
± 48,7
0,47
TEPÓS
497,8
± 67,5
481,0
± 98,6
523,0
± 39,2
VO
2
PRÉ
30,9
± 2,5
0,25
32,7
± 5,5
0,57
39,7
± 4,4
0,08
VO
2
PÓS
32,3
± 1,6
33,2
± 4,5
37,3
± 4,7
LVPRÉ
22,7
± 3,9
0,53
26,6
± 3,2
0,58
31,2
± 5,2
0,30
LVPÓS
23,8
± 3,9
27,3
± 4,1
28,0
± 5,8
TLVPRÉ
301,9
± 92,6
0,63
313,5
± 73,2
0,00
364,1
± 79,0
0,99
TLVPÓS
332,5
± 127,8
369,1
± 86,3
364,0
± 90,2
VO
2
PPRÉ
73,7
± 13,2
0,99
83,1
± 16,4
0,92
79,0
± 13,8
0,66
VO
2
PPÓS
73,7
± 10,6
82,6
± 7,5
75,2
± 11,9
EHOPRÉ
31,5
± 10,9
0,24
55,6
± 24,0
0,72
44,3
± 12,8
0,09
EHOPÓS
43,2
± 13,5
53,4
± 21,8
30,0
± 8,5
FLEXQPRÉ
58,0
± 8,6
0,08
81,5
± 15,4
0,90
65,2
± 8,4
0,07
FLEXQPÓS
75,7
± 8,0
82,5
± 11,7
55,8
± 5,5
EXTQPRÉ
21,0
± 14,1
0,47
14,8
± 3,6
0,37
19,5
± 6,4
0,85
EXTQPÓS
17,2
± 6,1
17,6
± 6,1
20,5
± 12,1
ABDQPRÉ
75,5
± 5,0
0,06
79,6
± 9,8
0,03
74,8
± 7,3
0,28
ABDQPÓS
85,7
± 10,6
86,5
± 7,9
79,0
± 7,8
138
Tabela 21: Dados descritivos das diferenças pós menos pré treinamento
GI
(N=4)
GV
(N=9)
GC
(N=6)
Variáveis Média σ Média σ Média Σ
PESO
1,425
±0,75
-0,211
±2,52
1,316
±1,37
DC
-4,000
±15,76
-19,555
±19,61
5,333
±13,23
FAT -0,225
±1,51
-2,255
±2,62
1,300
±16,776
EHO 11,750
±16,31
-2,222
±17,97
-14,333
±16,77
FLEXQ 17,750
±13,72
1,000
±23,05
-4,500
±14,34
EXTQ -3,750
±9,28
0,888
±9,43
1,000
±13,05
VO2P 0,025
±14,43
-0,488
±14,14
-3,750
±19,90
ABDQ 10,250
±7,27
6,888
±8,22
4,166
±8,58
TE 30,450
±48,56
36,200
±45,07
12,216
±38,39
VO2pico 1,375
±1,93
0,422
±2,19
-2,366
±2,64
LV 1,165
±3,36
0,744
±3,95
-3,116
±6,610
TLV 30,600
±115,55
55,600
±28,32
-0,100
±112,85
139
APÊNDICE B – Kendall e McCreary
Tabela 22: Amplitudes médias em graus de movimentos articulados
Articulação Movimento KENDALL e McCREARY
OMBRO Flexão 0 – 180
Extensão 0 – 56
Abdução 0 – 180
Rotação Medial 0 – 70
Rotação Lateral 0 – 90
COTOVELO Flexão 0 – 154
ANTEBRAÇO Pronação 0 – 90
Supinação 0 – 90
PUNHO Extensão 0 – 70
Flexão 0 – 80
Desvio Radial 0 – 20
Desvio Ulnar 0 – 35
QUADRIL Flexão 0 – 125
Extensão 0 – 10
Abdução 0 – 45
Adução 0 – 10
Rotação lateral 0 – 45
Rotação Medial 0 – 45
JOELHO Flexão 0 – 140
TORNOZELO Flexão dorsal 0 – 20
Flexão plantar 0 – 45
Inversão 0 – 35
Eversão 0 – 20
COLUNA CERVICAL Flexão 0 – 45
Extensão 0 – 45
Flexão Lateral -
Rotação Queixo alinhado com os ombros
COLUNA LOMBAR E
TORÁCICA
Flexão -
Extensão -
Flexão lateral -
Fonte: FERNANDES, 2003.
140
APÊNDICE C – ANOVA e Post Hoc de Tukey
Tabela 31: Análise univariada (3x2)
Soma dos
quadrados
df Quadrado
da média
F p
PESOPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
373,303
3600,918
3974,221
2
16
18
186,651
225,057
0,829
0,45
DCPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
9436,651
69145,139
78581,789
2
16
18
4718,325
4321,571
1,092
0,35
FATPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
302,881
1009,884
1312,765
2
16
18
151,441
63,118
2,399
0,12
FATPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
126,680
1030,151
1156,832
2
16
18
63,340
64,384
0,984
0,39
TEPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
15719,121
144263,09
159982,21
2
16
18
7859,561
9016,443
0,872
0,43
TEPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
6350,408
99190,110
105540,52
2
16
18
3175,204
6199,382
0,512
0,60
VO
2
PRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
240,621
366,225
606,845
2
16
18
120,310
22,889
5,256
0,01
VO
2
PÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
82,473
282,364
364,837
2
16
18
41,236
17,648
2,337
0,12
LVPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
179,361
269,967
446,329
2
16
18
89,681
16,873
5,315
0,17
LVPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
47,136
355,885
403,021
2
16
18
23,568
22,243
1,060
0,37
TLVPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
12400,554
99908,570
112309,12
2
16
18
6200,277
6244,286
0,993
0,39
TLVPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
3860,088
149409,23
153269,32
2
16
18
1930,044
9338,077
0,207
0,81
VO
2
PPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
245,058
3659,363
3913,421
2
16
18
127,029
228,710
0,555
0,58
VO
2
PPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
311,512
1508,654
1820,166
2
16
18
155,756
94,291
1,652
0,22
EHOPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
1679,667
5814,333
7494,000
2
16
18
839,833
363,396
2,311
0,13
EHOPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
1980,817
4744,972
6725,789
2
16
18
990,409
296,561
3,340
0,06
FLEXQPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
1604,265
2400,472
4004,737
2
16
18
802,132
150,030
5,346
0,17
EXTQPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
54,243
1198,389
1252,632
2
16
18
27,121
74,899
0,362
0,70
141
Soma dos
quadrados
df Quadrado
da média
F p
EXTQPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
34,931
1111,806
1146,737
2
16
18
17,466
69,488
0,251
0,78
ABDQPRÉ
Entre grupos
Intra grupos
Total
99,851
1113,833
1213,684
2
16
18
49,925
69,615
0,717
0,50
ABDQPÓS
Entre grupos
Intra grupos
Total
221,028
1150,972
1372,000
2
16
18
110,514
71,936
1,536
0,245
PESO
Entre grupos
Intra grupos
Total
2323,076
4699,556
7028,635
2
16
18
1164,538
293722
3,965
0,04
FAT
Entre grupos
Intra grupos
Total
46,680
86,230
132,909
2
16
18
23,340
5,389
4,331
0,31
EHO
Entre grupos
Intra grupos
Total
1646,151
4791,639
6437,789
2
16
18
823,075
299,477
2,748
0,094
EXTQ
Entre grupos
Intra grupos
Total
69,308
1823,639
1892,947
2
16
18
34,654
113,977
0,304
0,742
VO2P
Entre grupos
Intra grupos
Total
48,727
4206,271
4254,998
2
16
18
24,363
262,892
0,093
0,912
ABDQ
Entre grupos
Intra grupos
Total
89,212
1068,472
1157,684
2
16
18
44,606
66,780
0,668
0,526
VO
2pico
Entre grupos
Intra grupos
Total
41,510
84,736
126,246
2
16
18
20,755
5,296
3,919
0,041
fLV
Entre grupos
Intra grupos
Total
65,863
377,537
443,400
2
16
18
32,931
23,596
1,396
0,276
TLV
Entre grupos
Intra grupos
Total
11192,327
110155,98
1211348,31
2
16
18
5596,164
6884,749
0,813
0,461
142
Post Hoc – Tukey
Comparações múltiplas
Tabela 24: Post-Hoc - Tuckey
Intervalo de
confiança 95%
Variável
dependente
Grupo (I) Grupo
(J)
Diferença
média
(I – J)
Erro
padrão
p Abaixo Acima
FLEXQ
pós
1 2
3
-6,80556
14,25000
7,36052
7,90647
0,633
0,200
-25,7981
-6,1513
12,1870
34,6513
2 1
3
6,80556
21,05556*
7,36052
6,45561
0,633
0,013
-12,1870
4,3980
25,7981
37,7132
3 1
2
-14,25000
-21,05556*
7,90647
6,45561
0,200
0,013
-34,6513
-37,7132
6,1516
-4,3980
LV
pré
1 2
3
-3,93444
-8,49000*
2,46840
2,65149
0,277
0,015
-10,3037
-15,3317
2,4349
-1,6483
2 1
3
3,934444
-455556
2,46840
2,16493
0,277
0,120
-2,4349
-10,1418
10,3037
1,0307
3 1
2
8,49000*
4,55556
2,65149
2,16493
0,015
0,120
1,6483
-1,0307
15,3317
10,1418
VO2
pré
1 2
3
-1,86389
-8,79167*
2,87498
3,08822
0,769
0,030
-9,2823
-16,7603
5,5545
-,8230
2 1
3
1,86389
-6,92778*
2,87498
2,52452
0,796
0,036
-5,5545
-13,4341
9,2823
-,4214
3 1
2
8,79167*
6,92778*
3,08822
2,52152
0,030
0,036
,8230
,4214
16,7603
13,4341
DC 1 2
3
15,55556
-9,33333
10,29885
11,06274
0,312
0,682
-11,0198
-37,8789
42,1300
19,2122
2 1
3
-15,55556
-24,88889*
10,29885
9,03269
0,312
0,036
-42,1300
-48,1962
11,0189
-1,5816
3 1
2
9,33333
24,88889*
11,06274
9,03269
0,682
0,036
-19,2122
1,5816
37,8789
48,1962
FAT 1 2
3
2,03056
-3,55556
1,39505
1,49852
0,338
0,577
-1,5691
-53917
5,6302
2,34417
2 1
3
-2,03056
-3,555556*
1,39505
1,22354
0,338
0,026
-56302
-6,7127
1,5691
-0,3984
3 1
2
1,52500
3,55556*
1,49852
1,22354
0,577
0,026
-2,3417
0,3984
5,3917
6,7127
VO2Pico 1 2
3
0,95278
3,74167
1,38291
1,45849
0,773
0,056
-2,6156
0,0914
4,5212
7,5747
2 1
3
0,95278
2,78889
1,38291
1,21290
0,773
0,085
-4,5212
-0,3408
2,6156
5,9186
3 1
2
-3,74167
-2,78889
1,45849
1,21290
0,056
0,085
-7,5747
-5,9186
0,0914
0,3408
143
APÊNDICE D – Testes não-paramétricos e comparações múltiplas
Teste Não Paramétrico - Kruskal-Wallis
Tabela 25: Teste de Kruskal- Wallis
Ranks
Variável grupo N Média Runk
PESO
pós
1
2
3
Total
4
9
6
19
12,75
10,00
8,17
DC
pré
1
2
3
Total
4
9
6
19
12,00
11,72
6,08
FLEXQ
pré
1
2
3
Total
4
9
6
19
4,50
14,06
7,58
PESO
1
2
3
Total
4
9
6
19
12,38
7,22
12,58
FLEXQ 1
2
3
Total
4
9
6
19
14,63
10,11
6,75
TE 1
2
3
Total
4
9
6
19
10,00
11,22
8,17
Tabela 26: Teste estatístico
PESO
pós
DC
pré
FLEXQ
pré
Qui-quadrado 4,174
4,715
1,062
df 2
2
2
Sig assintomática 0,124
0,095
0,588
Sig. exata 0,124
0,091
0,607
Tabela 27: Post Hoc – múltiplas comparações após teste de Kruskal-Wallis para variável FLEXQ
pré
e
p< 0,05.
1-2 9.555556
8.095470
Verdadeiro
1-3 3.083333
8.695930
Falso
2-3 6.472222
7.100197
Falso
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