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CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO DE ASPECTO
NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Adriana Leitão Martins
Dissertação de Mestrado em Lingüística apresentada
à Coordenação dos Cursos de Pós-Graduação em
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Orientador:
Prof. Dr. Celso Vieira Novaes
Rio de Janeiro
2006
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2
Martins, Adriana Leitão.
Conhecimento lingüístico de aspecto no português do Brasil.
/ Adriana Leitão Martins. Rio de Janeiro: UFRJ/FL, 2006.
Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, FL.
1. Sintaxe. 2. Aspecto. 3. Tese (Mestrado – UFRJ/FL) I. Título
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CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO DE ASPECTO
NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Adriana Leitão Martins
Dissertação submetida ao Departamento de Lingüística da Faculdade de Letras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau
de Mestre.
Aprovada por:
Prof. ____________________________________ - Orientador
Doutor Celso Vieira Novaes (UFRJ)
4
Dedico esta dissertação a minha amada família.
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pela minha vida e por dela fazer parte cada uma das pessoas a quem agradeço aqui;
e pela consciência de que devo começar por Ele os meus agradecimentos.
Aos meus pais, por terem sido meu suporte em todos os momentos da minha vida, pela
educação que me deram, pelo amor com que sempre me cercaram e por terem me dado todo o
auxílio necessário para que o sonho do mestrado tenha se tornado uma realidade.
À minha mãe, por ser a minha mais querida professora de Língua Portuguesa e de vida e
pelas orações para que eu mantivesse a calma, o discernimento e a perseverança ao longo deste
período.
Ao meu pai, por ser um referencial tão importante pra mim, por ter se feito presente em
tantos pequeninos e importantes detalhes da minha vida e, em especial, durante o período em que
escrevia esta dissertação, pelas noites em que ficou acordado para me ajudar, pela preocupação e
pelo carinho.
À minha irLu, por ser parte da minha vida, por ser minha irmã-amiga-mãe, por torcer
por mim, por acreditar em mim e por ter comemorado cada uma das minhas conquistas até hoje
como se fossem – e, de fato, também são – dela.
Às minhas amigas do mestrado, pela amizade verdadeira. À Fernandinha, por ser uma amiga
tão prestativa e alegre. À Natália, por ter caminhado comigo nesses dois anos e ter feito o meu
mestrado ainda mais agradável. À Lana, pelo carinho de mãe com que cerca aos que tem o
privilégio de serem seus amigos. À Marcelinha, pelas muitas leituras do meu texto, pelas correções
e sugestões, pela força que me dava e pela calma que me passava. À Urânia, pelos almoços, pelas
conversas e pela sua alegria contagiosa.
A todos que revisaram minha dissertação, pela paciência e gratuidade com que tanto me
ajudaram. Obrigada, Alan, Fernandinha, Lu, Marcelinha e Milena Máximo.
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Às minhas atrizes Nique e Paulinha, pela disponibilidade e boa-vontade com que doaram
tantas horas dos seus dias para me ajudar.
Às minhas queridas amigas do SGS, Andrezza, Camila Elisa, Milena Máximo e Milena
Ximenes, por toda força, torcida e carinho transmitidos a cada e-mail.
Aos meus amigos que estiveram sempre torcendo por mim e me incentivando das mais
diferentes formas; todos do seu jeitinho único; todos especiais e insubstituíveis em minha vida.
Obrigada, Alan, Cris, Dani, , Dick, Dinho, Dol, Fernandinha, Kaka, Laninha, Lu, Marcelinha,
Martinha, Mila, MM, MX, Nana, Nat, Nique, Thaisinha e Vic.
Aos meus avós, tios e primos, pela alegria que trazem para a minha vida e por torcerem pelo
meu sucesso e felicidade.
Ao Leo, por confiar em mim, por me incentivar, por me apoiar, por me acalmar, por me
ouvir pacientemente e, especialmente, por ter sido meu porto seguro nos momentos que mais
precisei nos últimos seis meses.
Enfim, ao professor que me ensinou a gostar de Lingüística, gerativismo, neurolingüística,
árvores sintáticas, Chomsky, Carlos Heitor Cony, canetas importadas, café Palheta, metrô, Tijuca,
Canadá, café às 10 horas da manhã e depois do almoço, bananada, suco de laranja sem gelo e da
expressão “de fato”. Tudo isso, não necessariamente nessa ordem. Muito obrigada, Celso, meu
orientador, amigo e segundo pai. Tudo isso, não necessariamente nessa ordem.
À agência de fomento FAPERJ, pela concessão da bolsa que tornou possível a realização
desta dissertação.
7
MARTINS, Adriana Leitão. Conhecimento lingüístico de aspecto no português do Brasil. Rio de
Janeiro, UFRJ, Faculdade de Letras, 2006, 229 fls. Dissertação de Mestrado em Lingüística.
RESUMO
Esta dissertação tem como principal objetivo investigar a expressão do aspecto verbal no
português do Brasil por meio da análise dos aspectos perfectivo e imperfectivo e habitual e
progressivo.
Toma-se como base a proposta de Aspecto como um nódulo sintático e a proposta de
Comrie (1976) a respeito da distinção aspectual sica nas línguas, ou seja, a distinção estabelecida
entre perfectivo e imperfectivo, que habitual e progressivo seriam subdivisões do aspecto
imperfectivo.
Para a realização deste estudo, selecionaram-se 24 (vinte e quatro) indivíduos falantes do
português do Brasil. A esses indivíduos, foram aplicados dois testes desenvolvidos, a saber: um
teste de preenchimento de lacuna e um teste de relacionamento imagem-sentença. Além disso,
foram analisados trechos de fala espontânea.
A partir dos resultados obtidos nos testes e da fala espontânea transcrita, foi possível
reforçar a idéia da existência de uma distinção aspectual básica no português do Brasil e propor uma
possível configuração para o nódulo de Aspecto na árvore sintática.
8
MARTINS, Adriana Leitão. Conhecimento lingüístico de aspecto no português do Brasil. Rio de
Janeiro, UFRJ, Faculdade de Letras, 2006, 229 fls. Dissertação de Mestrado em Lingüística.
ABSTRACT
The main goal of this dissertation is to investigate the verbal aspect in Brazilian Portuguese
by analyzing the aspects perfective and imperfective and habitual and progressive.
The basis for our analysis is the proposition of Aspect as a syntactic node and Comrie’s
proposition about the basic aspectual distinction in languages, that is, the distinction established
between perfective and imperfective, since habitual and progressive would be subdivisions of the
imperfective aspect.
In order to do this work, 24 (twenty four) Brazilian Portuguese speakers were selected. They
were submitted to the two following tests: a cloze and an image-sentence test. Furthermore, some
pieces of spontaneous speech were analyzed.
We reinforce the idea of existence of a basic aspectual distinction in Brazilian Portuguese
and propose a possible configuration to the Aspect node in the syntactic tree based on our results
and on the pieces of spontaneous speech analyzed.
9
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................... Error! Bookmark not defined.
INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 13
1 O STATUS DA CAMADA FLEXIONAL NA TEORIA GERATIVA .............................. 16
1.1 A FACULDADE DA LINGUAGEM NA TEORIA GERATIVISTA ...................................................... 16
1.2 A REPRESENTÃO SINTÁTICA NA TEORIA X-BARRA ........................................................... 23
1.3 A CISÃO DO NÓDULO FLEXIONAL......................................................................................... 26
1.4 O PROGRAMA MINIMALISTA E A ELIMINAÇÃO DE AGR COMO NÓDULO SINTÁTICO ............... 30
2 A INSERÇÃO DE ASPECTO NA ÁRVORE SINTÁTICA E SEU STATUS NA TEORIA
LINGÜÍSTICA ........................................................................................................................... 35
2.1 PROPOSTAS EM FAVOR DA EXISTÊNCIA DE UM NÓDULO ASPECTUAL ...................................... 35
2.2 EVIDÊNCIA NEUROLINGÜÍSTICA EM FAVOR DO DULO ASPECTUAL..................................... 38
2.3 O STATUS DE ASPECTO NA TEORIA LINGÜÍSTICA ................................................................... 39
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 44
3.1 SELEÇÃO DE INDIVÍDUOS.................................................................................................... 44
3.2 TIPO DE TESTE ................................................................................................................... 46
3.3 DESENHO DO TESTE DE PREENCHIMENTO DE LACUNA .......................................................... 47
3.3.1 Controle dos tipos de verbos.................................................................................. 52
3.3.2 Controle das demandas de atenção e memória....................................................... 53
3.3.3 Controle dos constituintes nas sentenças................................................................ 56
3.3.4 Controle da presença, tipo e posição da marcação adverbial temporal nas sentenças
57
3.4 DESENHO DO TESTE DE RELACIONAMENTO IMAGEM-SENTENÇA ........................................... 64
3.4.1 Controle dos tipos de verbos.................................................................................. 70
3.4.2 Controle dos constituintes nas sentenças................................................................ 71
3.4.3 Controle dos distratores......................................................................................... 72
3.4.4 Controle da presença e tipo da marcação adverbial temporal nas sentenças ......... 73
3.5 PROCEDIMENTO ................................................................................................................. 78
3.6 ANÁLISE DE FALA ESPONTÂNEA.......................................................................................... 80
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 82
4.1 TESTE DE PREENCHIMENTO DE LACUNA............................................................................... 82
4.1.1 Cálculo de todos os informantes ............................................................................ 82
4.1.1.1 Aspecto habitual ................................................................................................. 82
4.1.1.2 Aspecto progressivo............................................................................................ 84
4.1.1.3 Aspecto perfectivo .............................................................................................. 87
4.1.1.4 Aspecto imperfectivo.......................................................................................... 88
4.1.1.5 Infinitivo............................................................................................................. 91
4.1.1.6 Resumo............................................................................................................... 91
4.1.2 Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade ............................ 92
10
4.1.2.1 Aspecto habitual ................................................................................................. 92
4.1.2.2 Aspecto progressivo............................................................................................ 94
4.1.2.3 Aspecto perfectivo .............................................................................................. 95
4.1.2.4 Aspecto imperfectivo.......................................................................................... 96
4.1.2.5 Resumo............................................................................................................... 98
4.1.3 Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária........................................... 99
4.1.3.1 Aspecto habitual ................................................................................................. 99
4.1.3.2 Aspecto progressivo.......................................................................................... 100
4.1.3.3 Aspecto perfectivo ............................................................................................ 102
4.1.3.4 Aspecto imperfectivo........................................................................................ 103
4.1.3.5 Resumo............................................................................................................. 104
4.1.4 Cálculo dos informantes de acordo com o sexo.................................................... 105
4.2 TESTE DE RELACIONAMENTO IMAGEM-SENTENÇA ............................................................. 105
4.2.1 Cálculo de todos os informantes .......................................................................... 107
4.2.1.1 Aspecto habitual ............................................................................................... 107
4.2.1.2 Aspecto progressivo.......................................................................................... 109
4.2.1.3 Aspecto perfectivo ............................................................................................ 113
4.2.1.4 Aspecto imperfectivo........................................................................................ 115
4.2.1.5 Resumo............................................................................................................. 117
4.2.2 Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade .......................... 122
4.2.2.1 Aspecto habitual ............................................................................................... 122
4.2.2.2 Aspecto progressivo.......................................................................................... 125
4.2.2.3 Aspecto perfectivo ............................................................................................ 129
4.2.2.4 Aspecto imperfectivo........................................................................................ 132
4.2.2.5 Resumo............................................................................................................. 134
4.2.3 Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária......................................... 136
4.2.3.1 Aspecto habitual ............................................................................................... 136
4.2.3.2 Aspecto progressivo.......................................................................................... 138
4.2.3.3 Aspecto perfectivo ............................................................................................ 140
4.2.3.4 Aspecto imperfectivo........................................................................................ 141
4.2.3.5 Resumo............................................................................................................. 142
4.2.4 Cálculo dos informantes de acordo com o sexo.................................................... 143
4.3 ANÁLISE DE FALA ESPONTÂNEA ........................................................................................ 143
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 147
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 152
ANEXO 1 .................................................................................................................................. 154
ANEXO 2 .................................................................................................................................. 165
11
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação é fruto de uma motivação inicial em estudar a expressão lingüística das
categorias funcionais de Tempo e Aspecto por indivíduos com Síndrome de Alzheimer. Tal anseio
partiu da percepção de que o estudo de categorias funcionais em diferentes patologias da linguagem
poderia contribuir enormemente para a compreensão do modo como essas categorias estão
representadas no indivíduo não-lesionado. Como a expressão lingüística das categorias de Tempo e
Aspecto vem sendo estudada em outras patologias, como na afasia de Broca, o estudo desse mesmo
tópico também na Síndrome de Alzheimer poderia contribuir para a confirmação das propostas
teóricas feitas para os indivíduos normais, ou seja, indivíduos não acometidos por uma patologia
lingüística.
Além disso, o confronto da expressão lingüística das mesmas categorias por indivíduos com
patologias da linguagem diferentes poderia fomentar questionamentos a cerca dos pressupostos
teóricos dessas patologias. Por exemplo, enquanto a afasia de Broca é conhecida como uma
patologia que afeta exclusivamente as habilidades lingüísticas do indivíduo lesionado, deixando
intactas as demais habilidades cognitivas como o sistema conceptual –, a Síndrome de Alzheimer
é conhecida como uma síndrome degenerativa que atinge diversas habilidades cognitivas, dentre
elas, primariamente, a memória e o sistema conceptual.
Tendo em vista esses dois pressupostos diferentes na afasia agramática e na Síndrome de
Alzheimer, muito poderia ser apreendido pela comparação da realização lingüística das categorias
de Tempo e Aspecto por indivíduos com essas duas patologias, uma vez que essas categorias
refletem noções advindas do sistema conceptual. Essa comparação poderia revelar semelhança ou
divergência no desempenho lingüístico dos indivíduos com as duas patologias investigadas. Uma
12
divergência no desempenho lingüístico desses pacientes permitiria manter o pressuposto de que o
déficit dos indivíduos afásicos de Broca é fruto apenas de um comprometimento lingüístico.
Pensando nessas questões, foram desenvolvidos testes para esta dissertação que
investigariam a produção lingüística das categorias de Tempo e de Aspecto por indivíduos com
Alzheimer. Entretanto, os testes originalmente desenvolvidos para serem aplicados em indivíduos
com patologia, foram primeiro aplicados em indivíduos normais. Foi a partir daí que os rumos da
dissertação foram gradativamente sendo repensados.
As primeiras aplicações do teste de produção desenvolvido buscavam simplesmente avaliar
a eficácia do teste e formar um pequeno grupo de controle para os indivíduos com Síndrome de
Alzheimer, que seriam submetidos ao teste em seguida. Porém, os resultados obtidos nos testes
aplicados aos indivíduos normais quanto às manifestações aspectuais testadas foram
surpreendentes. As expectativas em relação às respostas que seriam dadas pelos indivíduos normais
não correspondiam às respostas fornecidas por esses. Com isso, percebeu-se que os dados obtidos
eram muito interessantes e reveladores e deveriam ser estudados com mais cuidado.
Apenas um estudo mais aprofundado em relação aos indivíduos normais, falantes do
português do Brasil, poderia revelar um panorama atual claro do conhecimento lingüístico aspectual
desses indivíduos. a partir daí, seria possível analisar com clareza os resultados obtidos por
indivíduos com a ndrome de Alzheimer submetidos a testes que também investigassem o
conhecimento aspectual.
13
INTRODUÇÃO
Uma das maneiras de tentar compreender o funcionamento da mente é investigá-la por meio
da linguagem. O estudo da linguagem entendida como uma faculdade mental, que ganhou destaque
especialmente a partir da segunda metade do século XX, tem revelado que os falantes da língua
dispõem de um dispositivo inato que, associado aos dados da língua aos quais são expostos,
conta de todo seu conhecimento lingüístico. Embora esse conhecimento possa ser posto em uso em
uma infinidade de maneiras, ele é composto por componentes invariáveis e comuns a todas as
línguas. O anseio pela descoberta desses componentes tem sido a mola propulsora de muitos
lingüistas gerativistas.
Os componentes invariáveis das línguas precisam ser desvendados a partir dos estudos das
mais diferentes línguas que coexistem no mundo, que a variedade das línguas esconde a
invariabilidade do conhecimento lingüístico mental dos falantes. Como alguns estudos mais
recentes na área da lingüística gerativista sugerem que o que diverge nas línguas são as
propriedades do léxico e da morfologia flexional dos verbos, muitos estudos gerativistas,
atualmente, têm-se voltado para as categorias funcionais das línguas, como as categorias de Tempo
e Aspecto.
Entretanto, essas categorias não foram sempre tratadas na teoria separadamente. Até o final
da década de 80, todas as informações referentes à morfologia verbal eram vistas como colapsadas
em um nódulo flexional único. Quando se propôs que esse nódulo fosse cindido, as categorias que
passaram a representar as informações básicas do sistema flexional foram Tempo e Concordância.
Todavia, alguns estudos lingüísticos e neurolingüísticos têm sugerido a extinção do nódulo
de Concordância. Uma proposta alternativa, nesse caso, seria a inclusão do nódulo de Aspecto em
lugar do nódulo extinto. A compreensão da categoria aspectual, a partir de então, passa a ter uma
14
relevância maior para os estudos gerativistas, que essa categoria verbal é uma das que,
possivelmente, carrega traços que diferencia as línguas.
A respeito do aspecto nas línguas, Comrie (1976) propõe que a distinção aspectual básica
seja aquela estabelecida entre perfectivo e imperfectivo. Entender se essa afirmação sustenta-se em
todas as línguas e como essa distinção pode ser representada nos moldes dos estudos gerativistas,
que tentam organizar o conhecimento lingüístico em termos de estruturas hierárquicas mentais,
parece relevante para o maior entendimento do Aspecto como categoria funcional.
O estudo desenvolvido nesta dissertação tem como objetivo investigar o conhecimento
aspectual de indivíduos nativos do português do Brasil a partir da análise do aspecto gramatical
dessa língua. A seleção do aspecto como tema central desta dissertação busca atender a dois
objetivos traçados para este trabalho e a um terceiro objetivo a ser atingido futuramente.
Em primeira instância, como um objetivo mais imediato a ser alcançado, este estudo busca
tecer um panorama atual da expressão das manifestações aspectuais perfectivo versus imperfectivo e
habitual versus progressivo por indivíduos cariocas de diferentes níveis de escolaridade, faixas
etárias e sexos. Como um objetivo mais amplo, também a ser atingido por meio da análise dos
aspectos selecionados, o presente estudo pretende investigar se os dados do português do Brasil
coletados para esta dissertação apresentam evidência em favor da proposta de que uma distinção
aspectual básica nas línguas, estabelecida entre perfectivo e imperfectivo, como proposto por
Comrie (op. cit.).
Entretanto, é importante salientar que esta dissertação faz parte de um estudo maior no qual
se pretende, futuramente, investigar o conhecimento aspectual em indivíduos com patologias da
linguagem, em especial com a Síndrome de Alzheimer. Sendo assim, o terceiro objetivo deste
estudo, parcialmente contemplado aqui, é fornecer um grupo de controle, composto por indivíduos
normais, para os indivíduos com patologia que serão analisados em um próximo estudo.
15
Esta dissertação está organizada em 5 (cinco) capítulos. No primeiro, são apresentados uma
breve revisão do estudo da linguagem nos moldes gerativistas e o tratamento conferido ao nódulo
flexional nos últimos 50 (cinqüenta) anos. No segundo capítulo, são feitas algumas considerações a
respeito do nódulo aspectual e do status do aspecto na teoria lingüística. No terceiro capítulo, é
discutida a metodologia adotada nesta dissertação. No quarto capítulo, são analisados os resultados
dos testes desenvolvidos e aplicados neste estudo e a fala espontânea transcrita. Por fim, no quinto e
último capítulo, são apresentadas algumas considerações finais.
16
1. O STATUS DA CAMADA FLEXIONAL NA TEORIA GERATIVA
1.1. A faculdade da linguagem na teoria gerativista
A partir da década de 50, Chomsky inaugura uma nova fase nos estudos da linguagem, que
até então seguiam uma tradição behaviorista. A fim de definir linguagem tal como proposta por
Chomsky e entendida nesta dissertação, é preciso antes que sejam esclarecidas algumas questões
que subjazem a todos os estudos lingüísticos que serão analisados aqui. Dentre essas questões
fundamentais, destacam-se a idéia da modularidade da mente e a necessidade de um vocabulário
específico para o estudo das ciências cognitivistas.
Chomsky, em seus estudos da linguagem a partir da década de 50, adota uma visão
modularista da mente / cérebro. Na abordagem modularista, mente / cérebro é entendido como um
sistema complexo, com uma estrutura altamente diferenciada e com “faculdades” separadas, como,
por exemplo, a faculdade da linguagem e a faculdade dos conceitos. Segundo o autor, da mesma
maneira como sistemas complexos ou “órgãos do corpo” como o córtex visual e o sistema
circulatório têm suas propriedades exclusivas e são estudados separadamente, com suas teorias
próprias, também os diferentes sistemas cognitivos ou “faculdades” da mente como a faculdade
da visão e a faculdade da linguagem – devem ser estudadas separadamente (cf. Chomsky, 1986).
Curtiss (1981) apresenta evidência empírica em favor da visão modularista da mente. A
partir de estudos de caso de crianças apresentando claras dissociações entre a linguagem e outras
habilidades cognitivas não-lingüísticas, a autora mostra que diferentes sistemas cognitivos
constituem módulos independentes da mente e que a aquisição da linguagem depende de
mecanismos específicos da linguagem. Desse modo, as bases da habilidade lingüística
1
não estão na
inteligência sensorial-motora, conforme proposto por Piaget, embora seja necessário que haja
1
Utiliza-se aqui o termo “habilidade linísticano seu sentido mais amplo, sem uma preocupação com a distinção
estabelecida entre competência e desempenho.
17
concomitantemente desenvolvimento cognitivo lingüístico e não-lingüístico para que haja o
desenvolvimento lingüístico normal.
Um dos casos estudados por Curtiss (op. cit.), anteriormente descrito na literatura, é o de
Genie. Essa criança, que havia sido afastada de qualquer exposição à língua dos 20 (vinte) meses
aos 13 (treze) anos e 7 (sete) meses de vida, quando inserida novamente no convívio social, teve o
desenvolvimento da linguagem em dois aspectos bastante diferenciado do de crianças normais
2
. Se
por um lado Genie apresentou uma rápida aquisição do vocabulário, mostrando uma habilidade
semântica superior àquela alcançada por crianças normais em igual período de tempo, por outro
lado ela apresentou uma pobre elaboração morfológica e um reduzido emprego de estruturas
sintáticas complexas em sua fala, mostrando uma habilidade sintática bastante defasada em relação
às crianças normais. A partir dessas observações e da análise de testes neuropsicológicos aplicados
a Genie, que revelaram seu amadurecimento conceptual e sensorial-motor, a autora conclui que o
conhecimento cognitivo apresentado por Genie não foi suficiente para sua aquisição sintática e
morfológica.
Um outro caso também analisado pela autora, anteriormente investigado por Yamada
(1981), foi o de Marta
3
, uma menina de 16 (dezesseis) anos com retardo mental, porém
extremamente verbal, ou seja, com um rico sistema lingüístico. Entretanto, embora a paciente
apresentasse uma fala extremamente rica morfológica e sintaticamente, suas sentenças eram
freqüentemente confusas e sem sentido dentro e fora do contexto, revelando um grande déficit
semântico. Como os testes neuropsicológicos aplicados a Marta revelaram uma grande dificuldade
em testes de habilidade conceptual, a autora conclui que as habilidades sintática e morfológica não
eram dependentes dessa habilidade cognitiva.
2
Utiliza-se aqui a expressão “crianças normaispara fazer referência às crianças que adquirem linguagem durante o
período normal de aquisição de linguagem.
3
Embora nesse estudo Curtiss tenha chamado a paciente investigada de Marta, o mesmo caso foi discutido em outros
estudos em que a adolescente aparece com seu verdadeiro nome: Laura.
18
Os dois casos estudados por Curtiss (op. cit.) e ilustrados aqui corroboram a idéia de que a
mente é modular e a linguagem, por constituir um módulo independente dos demais, tem seus
princípios próprios. Por ela ser exclusiva da espécie humana, parte comum do pacote genético de
todos os seres humanos, com pouca variação entre esses, e crucial para as relações sociais, a
linguagem é acessível ao estudo científico e de singular importância para a compreensão da espécie
humana (cf. Chomsky, 1988).
O estudo da faculdade da linguagem depende de um vocabulário específico das ciências
cognitivas e que será, portanto, adotado nesta dissertação. Segundo Pylyshyn (1984), um dos
autores que defendem essa visão, as explicações científicas buscam capturar generalizações e os
vocabulários adotados pelas abordagens behavioristas e biológicas, por exemplo, são inadequados
para discutir certas questões cognitivas por não expressarem generalizações relevantes.
Além disso, Pylyshyn (op. cit.) propõe que uma maneira adequada de capturar
generalizações nos estudos cognitivistas seja por meio da utilização da metáfora da computação, ou
seja, por meio da adoção da hipótese de que diferentes estados mentais relacionam-se a diferentes
representações com números binários, maneira como trabalham os computadores. Segundo o autor,
a idéia de que o sistema cognitivo desempenha computações é a única alternativa disponível para
explicar como é possível que um sistema físico exiba regularidades, como se esse estivesse
“seguindo uma regra”.
Também Chomsky (1993) afirma que as abordagens computacionais têm apresentado o
maior apelo científico para o estudo do domínio da linguagem. De acordo com o autor, o cérebro,
como outros sistemas complexos, pode ser estudado em vários níveis de análise, como em átomos,
células, redes neurais e sistemas computacionais, sendo que esse último nível de análise será o
adotado por ele em seus estudos lingüísticos.
19
Dessa maneira, tanto Pylyshyn quanto Chomsky defendem o estudo da cognição por meio
de um nível de análise mental, ou seja, uma abstração do nível físico, do cérebro. Quanto à
possibilidade de uma futura unificação entre o nível de análise mental e o nível de análise físico, os
dois autores mostram que o primeiro sempre será importante para as ciências cognitivas.
Pylyshyn (op. cit.) propõe que a utilização do vocabulário cognitivo seja tão essencial para o
estudo do comportamento – por capturar regularidades e generalizações – que deverá sempre
ocorrer, e não apenas enquanto os estudos neurofisiológicos não se desenvolvem a ponto de
fornecer um vocabulário que traduza em termos físicos os termos cognitivos. Quanto a essa questão,
Chomsky (1988, 1993) ainda acrescenta que a unificação entre os dois diferentes níveis de análise
pode ser prejudicial ao estudo da mente e não se pode prever o curso que ela tomará, se caso, de
fato, ocorrer. Para o autor, ainda que as ciências neurofisiológicas sejam capazes de descobrir as
propriedades do cérebro que dão conta das entidades propostas no nível mental, a discussão da
linguagem por meio de conceitos lingüísticos abstratos continuará a existir.
Adotando esse vocabulário cognitivo e a visão modularista da mente, Chomsky (1988,
1993) propõe que conhecer falar e compreender uma ngua signifique desenvolver um sistema
de conhecimento na mente e, em última análise, no cérebro em alguma configuração física. Para
que esse sistema de conhecimento seja desenvolvido na mente da criança, basta que essa seja
inserida em um ambiente lingüístico. Desse modo, a aquisição da linguagem é vista como algo que
acontece naturalmente com o indivíduo, e não algo que ele faça voluntariamente.
A partir dessas primeiras considerações sobre a linguagem, Chomsky (1988) formula quatro
perguntas que levarão a um refinamento das idéias propostas por ele e que serão a base de toda a
investigação da teoria gerativista. São elas:
1) O que constitui o sistema de conhecimento lingüístico?
2) Como esse sistema de conhecimento surge na mente / cérebro?
20
3) Como esse sistema de conhecimento é posto em uso?
4) Quais são os mecanismos físicos que servem de base para esse sistema de conhecimento e
para o uso desse conhecimento?
A respeito da primeira pergunta, Chomsky (op. cit.) esclarece que conhecimento lingüístico
diferencia-se de habilidade lingüística, fazendo assim uma distinção entre competência e
desempenho lingüísticos. Para o autor, conhecimento lingüístico competência diz respeito aos
princípios que são inatos à mente, iguais entre todos os indivíduos e que, associados aos dados da
língua a qual o indivíduo é exposto, são responsáveis pela aquisição da mesma. habilidade
lingüística – desempenho – diz respeito ao modo como esse conhecimento é posto em uso, podendo
ser aprimorada por meio de cursos ou impedida, sem que haja necessariamente perda do
conhecimento lingüístico, devido a uma lesão. Quando esse é o caso, para que haja recuperação da
habilidade lingüística, basta apenas que os efeitos da lesão retrocedam, não sendo necessária
instrução ou experiência relevante com a língua.
Entende-se por princípio o que é inato, invariável, comum a todos os indivíduos e que está
representado de alguma maneira na mente / cérebro desses. No entanto, esses princípios o
parametrizáveis, ou seja, de alguma maneira o pacote genético autoriza duas “possibilidades” para o
mesmo princípio. Ao ser exposto aos dados lingüísticos, uma dessas “possibilidades” é estabelecida
na faculdade da linguagem, ou seja, um valor paramétrico é associado ao princípio inato e
incorporado definitivamente à língua do indivíduo.
Sendo assim, para que seja respondida a primeira questão proposta, isto é, o que constitui o
conhecimento lingüístico de um indivíduo, é preciso que sejam descritos os princípios inatos a
Gramática Universal (GU) e os valores dos parâmetros definidos pela exposição aos dados de
uma língua – a gramática daquela língua particular.
21
Em relação à segunda pergunta proposta por Chomsky (op. cit.), o próprio autor esclarece
que tal questionamento tem relação com o “problema de Platão”, em que o filósofo questiona-se de
como os seres humanos sabem tantas coisas, apesar de seu contato com o mundo ser tão breve,
pessoal e limitado. Segundo Chomsky, isso se justifica pelo fato de certos aspectos do
conhecimento serem determinados geneticamente. No caso do conhecimento lingüístico, são os
princípios inatos que, associados à exposição ainda que breve e limitada do indivíduo à língua, são
responsáveis por toda a competência lingüística dos homens. Portanto, para entender como surge o
sistema de conhecimento lingüístico, é preciso, como já referido na primeira questão, que se assuma
a existência de uma GU na mente / cérebro e que seja esclarecido como se a fixação dos
parâmetros quando o indivíduo é inserido no ambiente lingüístico.
Segundo Chomsky (op. cit.), a terceira pergunta pode ser dividida em problema de
compreensão e problema de produção, relacionando o último ao “problema de Descartes”, em que o
aspecto criativo da linguagem é questionado. Descartes e seus seguidores observaram que o uso da
linguagem é constantemente inovador, de modo que os homens não apenas reproduzem as formas
lingüísticas já conhecidas, mas criam a todo momento novas e diferentes maneiras de expressar suas
idéias. A partir dessa observação e das idéias de Humboldt, Chomsky conclui que os homens são
capazes de criar / compreender um número infinito de expressões lingüísticas a partir de um número
finito de regras, estipuladas pelos princípios inatos e pelos parâmetros da língua. Ainda em relação
a essa questão, Chomsky afirma que o estudo da produção é consideravelmente mais obscuro que o
estudo da compreensão.
a respeito da quarta pergunta, Chomsky (op. cit.) esclarece que sua resposta depende do
avanço dos estudos do cérebro. Enquanto o estudo do lingüista consiste em fornecer respostas às
três primeiras questões, o estudo do neurocientista consiste em buscar os mecanismos físicos que
correspondam aos conceitos abstratos propostos. Contudo, conforme discutido anteriormente, o
22
nível físico de análise, ainda que avançado, não eliminará a necessidade do nível mental / abstrato.
Além disso, não é possível prever os rumos da unificação entre os diferentes níveis de análise e nem
ao menos se ela um dia ocorrerá.
Desse modo, pode-se dizer que, ao buscar responder as três primeiras perguntas propostas, a
tarefa de um lingüista consiste em investigar os dados lingüísticos aos quais o indivíduo é exposto
na aquisição da linguagem, a faculdade da linguagem com seus princípios inatos, a língua particular
que surge após a interação dos dados com os princípios, e as representações estruturais das
expressões lingüísticas geradas, que são responsáveis pela determinação do som e do significado de
tais expressões (cf. Chomsky, 1988).
Chomsky (op. cit.) divide em três principais partes a tarefa do lingüista, que deve partir das
expressões estruturais para compreender a natureza da faculdade da linguagem. A primeira etapa
consiste na coleta de exemplos ou julgamentos de expressões lingüísticas pelos falantes, de modo
que seja depreendido, ainda que parcialmente, a forma e o significado, isto é, a estrutura, daquelas
expressões.
A segunda etapa consiste na descrição da língua do falante maduro, ou seja, quando todos
os valores paramétricos foram fixados em sua mente. As expressões lingüísticas observadas na
primeira etapa são resultadas do uso da língua nesse estágio. Sendo assim, na segunda etapa,
busca-se a construção da gramática daquela ngua particular. Essa gramática deve ser amplamente
explícita, de modo que permita que se façam predições sobre outras estruturas da língua.
Por fim, a terceira etapa consiste na investigação da faculdade da linguagem. A partir da
observação e descrição dos fatos lingüísticos, tarefa alcançada nas duas primeiras etapas, busca-se
formular uma teoria da faculdade da linguagem, o que consiste na investigação da GU, de modo a
descrever os princípios que operam nas línguas.
23
Nesta dissertação, serão perseguidas, minimamente, as etapas descritas do estudo de um
lingüista, de modo a melhor compreender o aspecto verbal no português do Brasil (PB). Para tanto,
serão levantados exemplos do aspecto verbal no PB a fim de descrever – ainda que parcialmente – a
expressão lingüística do aspecto nessa língua e tentar compreender como a GU dá conta do
conhecimento aspectual. Entretanto, antes é preciso que seja apresentada a maneira como as
sentenças são representadas sintaticamente nas línguas, no molde dos estudos gerativistas.
Na próxima seção, portanto, será discutido o modo como as sentenças são
convencionalmente representadas na gramática do indivíduo normal, conferindo especial atenção à
representação da flexão na sentença, posto que os valores aspectuais estariam aí abrigados.
1.2. A representação sintática na teoria X-barra
Haegeman (1991), em seu livro Introdução à Teoria de Regência e Ligação, revisa o modo
como as sentenças têm sido interpretadas pela teoria X-barra. Esta seção tem por objetivo
apresentar brevemente como a teoria X-barra contempla as principais questões do gerativismo,
discutidas na seção 1.1, e a maneira como os constituintes oracionais foram organizados
estruturalmente por essa teoria.
Segundo Haegeman (op. cit.), os estudiosos que elaboram gramáticas gerativas não se
ocupam em analisar estruturas maiores que a sentença, como o parágrafo ou o texto, sendo a
sentença (S) a unidade máxima de análise do discurso. Além disso, a autora acrescenta que as
funções gramaticais, tais como sujeito e objeto, que em outras abordagens são entendidas como
conceitos primitivos, na teoria X-barra são definidas a partir das relações estruturais estabelecidas
entre os sintagmas.
A fim de apresentar como os constituintes oracionais estão estruturalmente organizados na
sentença, a autora revisa, primeiramente, a estrutura dos constituintes sintagmáticos da sentença,
24
tais como os sintagmas verbal (VP), nominal (NP), adjetival (AP) e preposicional (PP)
4
. As
categorias sintáticas desses constituintes são lexicalmente determinadas, ou seja, VP tem como
núcleo um verbo, NP um nome, AP um adjetivo e PP uma preposição.
Os sintagmas são formados pelo núcleo, pelo complemento do núcleo, pelas projeções
intermediárias, pelo especificador e pela projeção máxima. O núcleo (X), conforme apresentado,
pode ser um verbo, um nome, um adjetivo ou uma preposição. A projeção intermediária (X’)
domina o núcleo e seu complemento e pode combinar-se com um adjunto para formar uma outra
projeção intermediária (X’), mais acima na árvore sintática; essas projeções são, portanto,
recursivas, isto é, podem ser repetidas na árvore sintática. O especificador (Spec) combina-se com a
projeção intermediária (X’) mais alta na árvore para formar a projeção máxima do núcleo do
sintagma (XP). De uma maneira esquemática, a estrutura dos sintagmas pode ser resumida da
seguinte maneira:
XP
X’
Spec
X’
X
YP
YP
complemento
do núcleo
adjunto
Sendo assim, todos os sintagmas – assim como os sintagmas dentro da oração – são
igualmente organizados e representados de uma maneira que se convencionou chamar “árvore
sintática”, uma estrutura hierárquica composta por nódulos binários. Segundo Haegeman (op. cit.),
4
Nesta dissertação, serão utilizadas as siglas do inglês, por serem consagradas na literatura. Sendo assim, am de VP,
NP, AP e PP serão utilizadas as siglas INFL ou I para Flexão, AGR para Concordância, T para Tempo e ASP para
Aspecto. No caso de uma projeção máxima do sintagma, será acrescido P às siglas anteriormente descritas.
25
essa representação binária e comum a todos os sintagmas e orações é positiva por razões de
economia e elegância da teoria e por contemplar um dos objetivos dos estudos lingüísticos na teoria
gerativa, ou seja, dar conta da aquisição da linguagem.
A estrutura sintagmática e oracional, tal como proposta, conta da rápida aquisição da
linguagem pela criança por constituir parte da GU, ou seja, os princípios da teoria X-barra são
inatos e poucas parametrizações precisam ser feitas para que a estrutura da língua particular seja
formada na mente do indivíduo
5
.
De modo que a estrutura sintagmática proposta fosse também estendida à estrutura
sentencial, propôs-se, inicialmente, que o auxiliar (AUX) fosse o núcleo da sentença e essa fosse a
projeção máxima de AUX. Entretanto, como em algumas sentenças, ao invés de existir um auxiliar,
apenas uma marca de flexão agregada ao verbo, propôs-se, posteriormente, que a flexão (INFL
ou I) fosse o núcleo da sentença.
Assim, S passou a ser considerada a projeção xima de I, que abrigava toda a informação
flexional do verbo, tal como tempo, concordância de número e pessoa e finitude (no caso do inglês,
representada pela partícula to). Essa informação, dependendo da língua, poderia ser movida em
direção ao verbo que estava abaixo de IP na estrutura hierárquica da árvore sintática ou o verbo
poderia mover-se em direção à flexão para incorporar essa informação (cf. Emonds, 1976). Além
disso, interpretava-se que o sujeito ocupava a posição de especificador de IP.
Nesse modelo, a árvore sintática de uma sentença do tipo “The girl will watch the movie” ou
“The girl watched the movie” era assim representada:
5
Segundo Haegeman (1991), o princípio que dá conta da estrutura sintagmática / oracional é parametrizado quanto à
ordem de alguns constituintes dentro dos sintagmas e de alguns sintagmas dentro das sentenças, que varia entre as
línguas. Por exemplo, a posição do complemento em relação ao verbo é parametrizável e, por isso, depende da
exposição da criança aos dados da língua. Sendo assim, no esquema proposto aqui para a estrutura dos sintagmas, em
algumas línguas, a posição do núcleo deveria ser invertida em relação à posição de seu complemento.
26
IP
I
NP
I
VP
V’
V
NP
The girl will watch the movie
-ed
[+T]
[+AGR]
A partir da idéia de um nódulo funcional que abrigasse as informações flexionais do verbo e
da proposta de incorporação dessas informações pela subida do verbo para IP em algumas línguas e
descida da flexão para o verbo em outras, Pollock (1989) compara dados lingüísticos do inglês e do
francês e faz uma nova proposta para a representação da flexão na árvore sintática, que será
discutida na próxima seção.
1.3. A cisão do nódulo flexional
Emonds (1976, 1978 apud Pollock, 1989), em estudos desenvolvidos na cada de 70,
propôs uma regra que obrigava todos os verbos do francês a se moverem para IP. Essa regra
aplicava-se a todos os verbos dessa língua porque o autor também propôs que a estrutura da árvore
sintática das orações flexionadas fosse diferente da estrutura da árvore sintática das orações
infinitivas: as últimas não teriam o nódulo IP.
No entanto, a regra proposta por Emonds (op. cit.) de movimento do verbo para IP, quando
estendida aos verbos do inglês, era aplicada aos auxiliares be e have. Os verbos lexicais, por sua
vez, receberiam as informações flexionais pelo movimento dessas em direção a VP.
27
Pollock (1989) parte dessas primeiras observações do francês e do inglês para fazer um
detalhado estudo comparativo das duas línguas. Nesse estudo, o autor propõe-se a fornecer uma
explicação única que desse conta da posição dos verbos em relação à partícula de negação, ao
advérbio e ao quantificador nas duas nguas estudadas. Analisando a posição do verbo nas
sentenças, Pollock (op. cit.) explicaria por que o movimento do verbo em direção a IP, proposta por
Emonds (1976), estaria restrita aos verbos auxiliares be e have do inglês.
Ao comparar as duas línguas estudadas, Pollock (op. cit.) parte do pressuposto de que o
nódulo que abriga a partícula de negação ocupa a mesma posição estrutural nas orações finitas,
infinitivas e no gerúndio das duas línguas, isto é, entre IP e VP. Da mesma maneira, o autor assume
que a posição onde é gerado o advérbio do tipo often / souvent e o quantificador do tipo all / tous é a
mesma nas duas línguas, a saber, uma posição interna a VP e no início desse nódulo
6
. Essas
posições podem ser resumidamente representadas da seguinte maneira:
IP
NEGP
VP
Adv /
Quant
Partindo dessas duas assunções, o autor descreve, inicialmente, a posição dos verbos nas
duas línguas em função da sua posição em relação à partícula de negação. Pollock (op. cit.)
apresenta uma série de exemplos do inglês e do francês que mostra que todos os verbos finitos
dessa língua aparecem à esquerda da negação (pas), enquanto apenas os verbos auxiliares be e have
finitos daquela língua aparecem à esquerda da negação (not). Dessa maneira, o autor reafirma parte
da proposta de Emonds (op. cit.), mostrando que os verbos finitos do francês sofrem,
6
A posição no início do dulo VP, proposta pelo autor, pode ser interpretada como a posição de Spec de VP ou como
uma posição de adjunção a VP.
28
obrigatoriamente, movimento para IP e que esse movimento estaria restrito aos verbos auxiliares
finitos do inglês.
os verbos não-finitos dessas línguas comportam-se da mesma maneira quanto ao
movimento para IP. Nas duas línguas, enquanto os verbos lexicais não-finitos aparecem à direita da
negação, os verbos auxiliares não-finitos podem aparecer à direita ou à esquerda da negação. Ao
demonstrar, por meio de exemplos, essas duas possíveis posições para os verbos auxiliares não-
finitos, o autor conclui que a proposta de Emonds (1978 apud Pollock, 1989) de que orações
infinitivas não teriam em sua representação sintática um nódulo para a flexão não daria conta das
sentenças em que os verbos não-finitos aparecem à esquerda da negação. Dessa maneira, Pollock
(op. cit.) começa a uniformizar a estrutura da árvore sintática para diferentes tipos de oração.
Ao analisar a posição dos verbos nessas línguas em relação ao advérbio e ao quantificador,
Pollock (op. cit.) apresenta exemplos que comprovam que todos os verbos finitos do francês
aparecem à esquerda do advérbio / quantificador, enquanto apenas os verbos auxiliares be e have
finitos do inglês aparecem à esquerda desses.
É, porém, analisando a posição dos verbos não-finitos em relação ao advérbio e ao
quantificador que o autor começa a propor a cisão do nódulo flexional na árvore sintática. Pollock
(op. cit.) apresenta exemplos que demonstram que os verbos auxiliares be e have não-finitos do
inglês podem aparecer à direita ou à esquerda do advérbio / quantificador e os verbos lexicais não-
finitos do inglês sempre aparecem à direita desses. Já os verbos não-finitos do francês – auxiliares e
lexicais – podem aparecer à direita ou à esquerda do advérbio / quantificador.
Sendo assim, os verbos não-finitos do francês podem sofrer algum tipo de movimento para a
esquerda do advérbio / quantificador. Entretanto, conforme anteriormente descrito, os verbos
lexicais não-finitos dessa língua sempre aparecem à direita da negação (pas), indicando que eles
não sofrem movimento para IP. Relacionando essas duas últimas observações, Pollock (op. cit.)
29
propõe, então, que os verbos não-finitos possam se mover para uma posição entre a partícula de
negação e a posição ocupada pelo advérbio / quantificador. Esse movimento passa a ser chamado de
movimento curto do verbo.
A partir daí, o autor sugere que essa posição intermediária entre NEGP e VP, sítio de
aterrissagem do movimento curto do verbo, seja um nódulo flexional que abriga as informações
sobre a concordância verbal AGRP. A outra projeção flexional, portanto, abrigaria apenas as
informações sobre o tempo verbal, de modo que IP passa a ser nomeado TP. Dessa maneira, a
árvore sintática fica assim representada:
TP
T’
NEGP
Adv /
Quant
VP
T
NP
NEG’
NEG
AGRP
AGR’
AGR
V
A respeito do movimento curto do verbo, Pollock (op. cit.) propõe ainda que essa seja a
primeira etapa necessária para o movimento dos verbos em direção a TP. Essa proposta justifica-se
pelo fato de o movimento do verbo de VP diretamente para TP violar o Princípio da Categoria
Vazia, proposto por Chomsky (1986a apud Pollock, 1989).
A fim de explicar por que o movimento dos verbos em direção a TP estaria restrito aos
verbos auxiliares be e have do inglês, Pollock (op. cit.) afirma que essa restrição justifica-se pelo
fato de apenas os auxiliares não serem atribuidores de papel temático. Segundo o autor, a atribuição
do papel temático aos argumentos do verbo movido só pode ser feita se a concordância na língua
30
for morfologicamente rica. Ainda que esse não seja o caso do inglês, os auxiliares estão livres para
sofrer movimento por não atribuírem papel temático.
Entretanto, se os verbos lexicais do inglês movessem-se para AGR ou para T, o traço
deixado em V deveria atribuir papel temático aos argumentos do verbo. Sendo o paradigma verbal
do inglês morfologicamente pobre, o Critério-Ө, que exige que todos os argumentos do verbo
tenham papel temático (cf. Chomsky, 1981), seria violado e resultaria em frases agramaticais do
tipo *He washes always the dishes ou *He washes not the dishes.
Dessa maneira, Pollock (op. cit.) conclui que o francês e o inglês diferenciam-se em termos
da riqueza morfológica da concordância. Como em inglês AGR não é morfologicamente rico, torna-
se “opaco” à transmissão de papel temático, restringindo o movimento do verbo aos auxiliares.
em francês, como AGR é morfologicamente rico, torna-se “transparente” à transmissão de papel
temático, possibilitando que todos os verbos movam-se, minimamente, para esse nódulo.
1.4. O Programa Minimalista e a eliminação de AGR como nódulo sintático
A proposta de Pollock (op. cit.) de cisão do nódulo flexional em um nódulo específico para
Tempo e outro específico para Concordância ensejou uma discussão a respeito da dominância na
árvore sintática de TP em relação a AGRP (cf. Belletti, 1990). Além disso, outra questão derivada
da proposição de Pollock (op. cit.) foi a que diz respeito ao desdobramento do nódulo AGRP em
outros dois: AGRP
s
, que daria conta da concordância de sujeito, e AGRP
o
, que daria conta da
concordância de objeto (cf. Chomsky, 1991).
A partir da década de 90, Chomsky começou a propor uma nova abordagem para o estudo
da linguagem que ficou conhecido como Programa Minimalista (PM)
7
. Nessa nova abordagem, a
7
Este capítulo será praticamente todo baseado nas idéias defendidas por Chomsky a partir da década de 90 e
compiladas em seu livro intitulado Programa Minimalista, publicado em 1995.
31
linguagem passou a ser descrita em termos de economia e simplicidade e as demais faculdades
mentais que interagem com a Faculdade da Linguagem (FL) ganharam destaque na teoria.
A FL passou a ser vista como inserida em sistemas de desempenho – faculdades mentais que
interagem com ela. Os sistemas de desempenho são o sistema articulatório-perceptual, responsável
pelas informações referentes ao som lingüístico, e o sistema conceptual-intencional, responsável
pelas informações referentes ao significado lingüístico. Segundo Chomsky (1995), a FL fornece
instruções aos sistemas de desempenho, porém são esses sistemas que ditam os tipos de descrições
estruturais que serão geradas pela FL, de modo que as representações lingüísticas sejam lidas pelos
sistemas de desempenho, obedecendo, assim, o que ficou conhecido como condição de legibilidade.
A partir de então, os níveis lingüísticos que fornecem instruções aos sistemas de
desempenho a forma fonológica (FF) e a forma lógica (FL), chamadas de níveis de interface
passaram a ser os dois únicos níveis relevantes para o estudo da linguagem, por serem motivados
pelas condições de legibilidade. Dessa maneira, eliminaram-se antigos níveis lingüísticos de análise,
como a estrutura-D (estrutura profunda) e a estrutura-S (estrutura superficial), utilizados em versões
anteriores da teoria.
Além das condições de legibilidade, também as condições de economia são centrais para o
PM. Por exemplo, para que uma representação lingüística seja interpretada pelos sistemas de
desempenho, obedecendo à condição de Interpretação Plena, é necessário que não haja símbolos
supérfluos na representação gerada.
Outra importante assunção do PM é que a linguagem consiste de dois componentes básicos:
o léxico e o sistema computacional. O léxico fornece os itens que serão utilizados nas computações.
Cada item lexical é composto por uma coleção de traços, tais como as informações fonéticas,
semânticas e sintáticas daquele item. Esses traços não são redundantes, ou seja, não há mais
32
informações disponíveis em uma entrada lexical do que aquelas necessárias para identificá-la, o que
está de acordo com a noção de economia presente no PM.
Esquematicamente, a FL pode ser assim representada nos moldes do PM:
FL
Léxico
FF
FL
sistema
articulatório -
perceptual
sistema
conceptual-
intencional
sintaxe
aberta
spell-out
A respeito do léxico, vale ainda dizer que, de acordo com as propostas do PM, as diferenças
idiossincráticas das línguas estão concentradas. Os parâmetros da GU que fazem as línguas
diferirem são, portanto, particulares do léxico, não envolvendo o sistema computacional. Esse, por
sua vez, é formado por princípios invariáveis com opções restritas aos elementos funcionais e
propriedades gerais do léxico.
As computações são também chamadas de derivações, que também devem satisfazer as
condições de economia. Para tanto, é preciso que as derivações sejam ótimas, no sentido de serem
econômicas, não havendo mais passos em uma derivação do que aqueles, de fato, necessários. São
consideradas derivações mais econômicas aquelas que envolvem menos operações.
Uma das operações fundamentais na geração de expressões lingüísticas é a que ficou
conhecida como merger. Essa operação é responsável pela ligação de objetos lingüísticos já
formados, para a construção de uma expressão lingüística maior.
33
Além do merger, outra importante operação na derivação é a operação de movimento. O
movimento do verbo, no PM, é entendido como uma operação para a checagem dos traços
flexionais presentes nos verbos de uma determinada língua informação disponível na entrada
lexical com os traços invariáveis presentes nas categorias flexionais das línguas informação
disponível na GU de todos os indivíduos. Sendo assim, enquanto no sistema de Pollock (op. cit.) o
movimento do verbo era entendido como uma operação para a incorporação de afixos verbais ao
radical, no PM o movimento do verbo passou a ser entendido como uma forma de checar as
informações flexionais que já estão presentes no verbo desde o léxico.
O movimento para a checagem de traços também passou a ser entendido como essencial na
teoria para que determinados traços formais pudessem ser eliminados enquanto uma representação
estivesse sendo gerada pelo sistema computacional. Os traços formais de um item lexical, ou seja,
traços acessíveis durante uma computação, podem ser fracos ou fortes, característica que diferencia
as línguas, tendo repercussão na ordem dos constituintes. De acordo com o PM, os traços formais
fortes não são lidos pela interface lógica e, por isso, precisam ser eliminados antes de spell-out, isto
é, na sintaxe aberta
8
, para satisfazer as condições de legibilidade impostas pelos sistemas de
desempenho.
Entretanto, conforme explicitado nos últimos parágrafos, o movimento só pode ser feito, por
razões de economia, como último recurso (Last Resort), ou seja, quando as condições de
legibilidade forçam o movimento. Além disso, também por questões de economia, o movimento de
checagem de traços dos verbos deve ser realizado antes de spell-out se os traços formais forem
fortes, ou seja, quando o movimento na sintaxe aberta for indispensável para que a representação
gerada convirja na interface fonológica e na interface lógica. Portanto, se o movimento puder ser
8
Entende-se por “sintaxe aberta” a parte da FL em que as operações desempenhadas pelo sistema computacional têm
repercussão tanto na FF quanto na FL.
34
coberto, ou seja, depois de spell-out, ele será mais econômico e será assim realizado, obedecendo ao
que ficou conhecido como Procrastinate.
A respeito da interpretabilidade dos traços pelos sistemas de desempenho, Chomsky estende
a noção de que traços formais fortes não são interpretáveis pela interface lógica, devendo ser
eliminados na sintaxe aberta, propondo que as categorias que contêm traços não-interpretáveis
devam ser completamente eliminadas da teoria. Por exemplo, Chomsky propõe que uma das
propriedades não-interpretáveis dos itens lexicais seja o traço formal de concordância dos verbos.
Chomsky (2000) explica que o fato de um substantivo ser singular ou plural é relevante para a
interpretação do conceito expresso por aquele substantivo. Entretanto, o fato de um verbo ser
singular ou plural, informação codificada na concordância de número do verbo, não interfere na
interpretação daquele verbo.
Seguindo essa idéia, Chomsky propõe a total eliminação do nódulo AGRP da árvore
sintática. O autor sugere que as categorias funcionais conceptualmente motivadas, ou seja,
compostas por traços [+interpretáveis], tais como Tempo, Complementizador e Determinante,
justificam-se como nódulos sintáticos. a Concordância, por não ser conceptualmente motivada,
ou seja, conter apenas traços [-interpretáveis], não se justifica como um nódulo relevante na
estrutura sintática das sentenças.
A partir dessa proposição, outros estudos tentaram dar conta da necessidade, apontada
desde o estudo de Pollock (op. cit.), da existência de dois nódulos flexionais na estrutura das
línguas. Uma das opções apontadas, após o extermínio de AGR como um nódulo sintático, foi que
um nódulo que abrigasse as informações aspectuais do verbo substituísse o de Concordância. A
inserção de um nódulo aspectual na árvore sintática e o status do aspecto verbal na teoria lingüística
serão o tema do próximo capítulo desta dissertação.
35
2. A INSERÇÃO DE ASPECTO NA ÁRVORE SINTÁTICA E SEU STATUS NA TEORIA
LINGÜÍSTICA
2.1 Propostas em favor da existência de um nódulo aspectual
A proposição de um nódulo funcional que abrigasse as informações aspectuais foi feita
primeiramente por Koopman & Sportiche (1991). Em um estudo a respeito da posição dos sujeitos
nas línguas, os autores propõem uma árvore sintática mais elaborada, com mais nódulos do que os
que já haviam sido propostos pela teoria. Um dos nódulos incluídos na árvore foi o nódulo
aspectual, intitulado ASPP.
Após as propostas do Programa Minimalista de eliminação do nódulo de Concordância, fez-
se necessário que outros estudos propusessem um nódulo sintático que pudesse ser o sítio de
aterrissagem do movimento curto do verbo. Conforme exposto no primeiro capítulo, segundo
Pollock (1989), as diferentes posições do verbo em relação à partícula de negação, ao advérbio e ao
quantificador nas sentenças do inglês e do francês indicavam que era necessário que o nódulo
flexional fosse cindido. Com isso, Pollock (op. cit.) propõe que os nódulos da árvore sintática que
abrigariam as informações flexionais fossem TP e AGRP. Como no Programa Minimalista (PM)
propôs-se que as categorias funcionais fossem conceptualmente motivadas, as informações
aspectuais da morfologia flexional, que têm motivação conceptual, poderiam constituir um nódulo e
assumir a posição de AGRP, eliminado da árvore sintática pelo programa.
Um estudo que adota a proposta de um nódulo de Aspecto substituindo o nódulo de
Concordância é o de Bok-Benemma (2001). A autora, motivada pelas propostas do PM de que as
categorias funcionais deveriam ser conceptualmente motivadas, propõe que os dois nódulos
funcionais existentes sejam TP e ASPP.
36
Bok-Benemma (op. cit.) faz um estudo que, como o de Pollock (op. cit.), tenta dar conta das
diferentes posições dos verbos em relação aos advérbios. Enquanto esse autor utiliza dados do
inglês e do francês, aquela autora utiliza dados do francês e do espanhol.
A autora assume, a respeito dos advérbios, que, uma vez que eles são incorporados à
sentença por meio da operação de merger, eles não mais se movem. Além disso, a autora adota a
proposta de Cinque (1999 apud Bok-Benemma 2001) de uma “hierarquia universal dos advérbios”.
Nessa hierarquia, os advérbios modais aparecem em um extremo e os advérbios de modo em outro.
Os demais tipos de advérbios, entre esses dois extremos, são tratados por Bok-Benemma (op. cit.)
como “advérbios intermediários”
9
.
Segundo a autora, os verbos finitos do francês precedem necessariamente aos advérbios de
modo, aos advérbios modais e aos “advérbios intermediários”. os verbos finitos do espanhol
precedem necessariamente aos advérbios de modo, seguem os advérbios modais e podem preceder
aos “advérbios intermediários” ou segui-los. Quanto aos verbos não-finitos, a autora salienta que os
verbos do francês seguem obrigatoriamente os advérbios modais e podem preceder aos “advérbios
intermediários” ou segui-los.
A partir dessas observações, a autora propõe que o sítio de aterrissagem do movimento curto
do verbo finito do espanhol e não-finito do francês seja o mesmo, ou seja, um nódulo funcional
denominado, a princípio, F2. A autora sugere ainda que F2 seja um núcleo funcional “variável”,
que, embora sempre esteja presente abaixo de F1 na árvore sintática, ele poderá sofrer a operação de
merger sendo anexado antes ou depois dos advérbios de modo e “intermediários”. Segundo a
autora, essa seria uma diferença paramétrica nas línguas.
9
Alguns desses advérbios são os de freqüência e advérbios como e quase.
37
Também por meio da comparação das duas línguas em questão, a autora propõe que o sítio
de aterrissagem do movimento longo do verbo finito do francês e não-finito do espanhol seja o
mesmo, ou seja, um nódulo funcional denominado, a princípio, F1.
A autora também analisa a posição do particípio em relação aos advérbios e sugere que tanto
os verbos no particípio do francês quanto os verbos no particípio do inglês sofrem movimento para
o núcleo funcional F2.
Ao analisar o status de F1, a autora conclui que esse nódulo, alvo do movimento longo dos
verbos, tal como propôs Pollock (op. cit.), deve ser caracterizado como um nódulo de Tempo.
Segundo a autora, a diferença entre as duas nguas está na força dos traços do francês e do
espanhol. No francês, a especificação [+tempo] implica na presença de um traço verbal forte,
disparando o movimento do verbo na sintaxe aberta, e a especificação [-tempo] implica na presença
de um traço verbal fraco, disparando o movimento na sintaxe coberta. no espanhol, a
especificação [+tempo] implica na presença de um traço verbal fraco, disparando o movimento do
verbo na sintaxe coberta, e a especificação [-tempo] implica na presença de um traço verbal forte,
disparando o movimento na sintaxe aberta.
Ao analisar o status de F2, a autora propõe que esse nódulo, alvo do movimento curto dos
verbos, contrariando o que havia sido proposto por Pollock (op. cit.), deva ser caracterizado como
um nódulo de Aspecto, especificado como [+perfectivo] ou [-perfectivo]. Esse nódulo, tal como
anteriormente sugerido, embora seja sempre dominado pelo nódulo de Tempo, é variável em
relação à posição que ocupa em relação aos advérbios “intermediários” e de modo. Por fim, a autora
propõe que o traço aspectual seja forte tanto no francês quanto no espanhol e, quando especificado
como [+perfectivo], atrai os verbos no particípio das duas línguas na sintaxe aberta e, quando
especificado como [-perfectivo], atrai os verbos finitos e não-finitos das duas línguas também na
sintaxe aberta.
38
Tendo apresentado a proposta de um nódulo de Aspecto que substituísse o nódulo de
Concordância em estudos gerativistas, na próxima seção, será apresentado um estudo que fornece
evidência neurolingüística em favor da existência do nódulo aspectual.
2.2. Evidência neurolingüística em favor do nódulo aspectual
Os estudos neurolingüísticos podem contribuir significativamente para a compreensão do
conhecimento lingüístico dos falantes. A partir da análise da produção e da compreensão de
sentenças por indivíduos acometidos por patologias da linguagem, é possível entender melhor como
o conhecimento lingüístico está organizado na mente dos indivíduos normais.
Mais recentemente, alguns poucos estudos neurolingüísticos têm apresentado evidência em
favor da existência de um nódulo aspectual na árvore sintática. Dentre esses estudos, pode-se citar o
de Novaes & Braga (2005), que investiga o déficit de uma paciente descrita como afásica de Broca
na produção do aspecto verbal.
Nesse estudo, os autores aplicam dois testes de preenchimento de lacuna em uma paciente
afásica agramática, a fim de investigar a sua produção dos aspectos perfectivo e imperfectivo. A
análise dos resultados do teste revelou uma dissociação na produção dos verbos no perfectivo e no
imperfectivo, mostrando que a paciente tinha mais problemas com o aspecto imperfectivo do que
com o aspecto perfectivo.
Além disso, os autores apontam que a paciente investigada apresentou problemas com
Aspecto, mas não com Tempo e Concordância. Essa observação parece permitir a proposição de
que o nódulo de Aspecto possa substituir o de Concordância, especialmente à luz das idéias
defendidas pelo Programa Minimalista, que justificam, na árvore sintática, apenas a existência de
categorias funcionais conceptualmente motivadas.
39
Baseando-se na hipótese da poda da árvore proposta por Friedmann & Grodzinsky (1997),
Novaes & Braga (op. cit.) também sugerem, a partir dos dados da paciente investigada, que o
nódulo ASPP domina o nódulo TP. Essa proposição justifica-se pelo fato de a paciente ter
apresentado problemas com as informações aspectuais, e não temporais, do verbo. A hipótese da
poda da árvore sugere que os pacientes afásicos agramáticos têm a sua árvore sintática impedida
nos nódulos acima do ponto da poda, impossibilitando que esses indivíduos produzam /
compreendam as informações dependentes desses nódulos.
Sendo assim, a paciente analisada no estudo de Novaes & Braga (op. cit.) não apresentou
dificuldades com o tempo verbal pelo fato de o dulo de Tempo estar abaixo do ponto da poda da
árvore. Nesse sentido, ela apresentou dificuldades com o aspecto verbal, em especial com o
imperfectivo, pelo fato de o nódulo de Aspecto estar acima do referido ponto.
2.3. O status de aspecto na teoria lingüística
Antes de fornecer uma explicação a respeito de aspecto, faz-se necessário que tempo e
aspecto sejam claramente definidos como categorias distintas. Tempo é uma categoria dêitica, ou
seja, relaciona um determinado fato a um ponto no tempo, geralmente relacionando-o ao tempo
presente. aspecto não tem comprometimento com a relação do fato a um determinado ponto no
tempo; o aspecto revela a constituição temporal interna da situação descrita (cf. Comrie, 1976).
Embora tempo e aspecto representem conceitos diferentes, muitas vezes eles o
representados morfologicamente colapsados em um mesmo morfema verbal nas línguas. Por
exemplo, os verbos do português conjugados no Pretérito Imperfeito representam no mesmo
morfema verbal as noções de tempo e de aspecto. No caso da palavra andava, percebe-se que a
40
desinência -va cumula os valores de passado e de imperfectivo
10
, um dos aspectos das línguas que
serão discutidos mais adiante.
Entretanto, nem toda a expressão aspectual manifestada nos verbos apresenta o tempo e o
aspecto no mesmo morfema. Uma manifestação aspectual presente nas línguas é aquela que indica
que uma ação está em andamento no momento do ato da fala. No caso do português do Brasil, essa
manifestação aspectual é comumente representada pela perífrase formada pelo verbo estar com o
gerúndio do verbo principal. Por exemplo, na sentença “Maria está escrevendo uma carta”, o tempo
está representado no auxiliar que, nesse caso, está no presente e o aspecto está mais claramente
representado no verbo principal, que está no gerúndio.
Comrie (op. cit.) distingue dois aspectos fundamentais nas línguas: o perfectivo e o
imperfectivo. O primeiro aspecto expressa uma ação vista como um todo, não sendo destacadas as
possíveis fases que compõem aquela ação. O segundo aspecto, por sua vez, destaca essencialmente
a estrutura interna da ação.
O autor alerta para o fato de que o aspecto perfectivo, por representar uma ação como um
fato único, não necessariamente está associado a verbos que expressam eventos com uma duração
limitada, pontual ou momentânea. Por exemplo, em uma sentença do tipo “Antes de aposentar-se,
ele trabalhou por trinta anos”, o verbo trabalhar usado na sentença não expressa uma ação pontual e
a ão não teve uma duração limitada. No entanto, ela é vista na sua totalidade, de modo que a
estrutura interna da ação descrita não seja enfatizada, embora tal estrutura não seja negada pelo
aspecto utilizado.
Comrie (op. cit.) também propõe que, apesar de os aspectos perfectivo e imperfectivo serem
os aspectos básicos, o imperfectivo, em algumas línguas, subdivida-se em categorias distintas. As
10
O mesmo padrão adotado por Comrie (1976) foi adotado nesta dissertação a respeito da nomenclatura dos tempos
verbais específicos de uma língua e dos tempos e aspectos gerais das línguas. Quando se fala em um tempo verbal
específico de uma língua particular, utiliza-se letra maiúscula, como em Pretérito Imperfeito; quando se fala em um
tempo ou aspecto das línguas no geral, utiliza-se letra minúscula, como em passado ou imperfectivo.
41
subdivisões principais do aspecto imperfectivo são representadas esquematicamente da seguinte
maneira:
perfectivo
imperfectivo
habitual
contínuo
não-progressivo
progressivo
O autor afirma que, embora as gramáticas de algumas línguas sugiram que o imperfectivo
necessariamente compreende os conceitos de habitual e de contínuo, essa não é a melhor definição
para imperfectividade. Essas subdivisões são possíveis, porém muitas línguas expressam-nas por
meio do aspecto imperfectivo, sem distinguir habitual e contínuo.
A respeito da habitualidade expressa pelas formas imperfectivas, Comrie (op. cit.) expõe que
uma ação habitual não necessariamente é uma ação iterativa, ou seja, uma ação que se repete
diversas vezes consecutivas. O autor exemplifica essa afirmação com uma sentença do inglês:
“Simon used to believe in ghosts” (cf. Comrie, 1976). Nessa sentença, embora a ação descrita
caracterize um hábito do sujeito no passado, a ação não pode ser classificada como iterativa. Além
disso, o autor explica que o que é comum a todas as ações habituais é o fato de elas serem
características de um determinado período de tempo, de modo que elas não sejam vistas como
acidentais. Sendo assim, o autor acrescenta que a expressão da habitualidade de um evento é mais
que um fato puramente lingüístico; é, acima de tudo, algo conceptual
11
.
11
Essa questão parece muito relevante porque a inserção de Aspecto como um nódulo na árvore sintática justifica-se,
como exposto, pelo fato de o aspecto ter um valor conceptual. Ao tratar a habitualidade de uma ação como um
conceito sendo manifestado lingüisticamente, Comrie (op. cit.), embora não estivesse preocupado com a estrutura
sintática das sentenças nas línguas, apresenta um argumento em favor da inclusão do Aspecto na árvore sintática.
42
O autor ainda sugere que a distinção estabelecida entre progressivo e não-progressivo,
apresentada no esquema acima, pode também estar combinada com o habitual. Por exemplo, nas
sentenças “João sempre estava brincando quando eu chegava do trabalho” e “João sempre brincava
quando eu chegava do trabalho”, o verbo brincar expressa um hábito do sujeito no passado, sendo
que a primeira sentença carrega também um valor progressivo e a segunda sentença carrega também
um valor não-progressivo. A primeira sentença indica que a ação expressa pelo verbo brincar teve
início antes de a outra ação descrita ocorrer e continuou em andamento após essa ter ocorrido. A
outra sentença, por sua vez, indica que a ação expressa pelo verbo brincar teve início após o
acontecimento da outra ação descrita.
O autor define como contínuo tudo aquilo que não é habitual. Ele também propõe que uma
ação contínua possa ser expressa por uma forma verbal progressiva ou não-progressiva. Em
algumas línguas, o uso da forma verbal progressiva é obrigatório quando ele é autorizado. em
outras línguas, ele é opcional mesmo quando o sentido de progressividade está sendo utilizado. Esse
é o caso, por exemplo, do português do Brasil em que a forma progressiva e a forma não-
progressiva podem ser utilizadas para expressar o sentido de progressividade. Nas sentenças “Neste
momento, João está trabalhando em seu quarto” e “Neste momento, João trabalha em seu quarto”,
têm-se exemplos do sentido de progressividade sendo expresso ora pela perífrase formada pelo
verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal, uma forma progressiva,
ora pelo Presente do Indicativo do verbo principal, uma forma não-progressiva.
Ainda sobre progressividade, Comrie (op. cit.) sugere que o progressivo pode ser mais bem
definido como a combinação do sentido de progressividade com o sentido não-estático do verbo, ou
seja, um verbo estático, em princípio, não pode ser expresso por uma forma progressiva. Segundo o
autor, a idéia transmitida por um verbo estático é incompatível com o caráter essencialmente
43
dinâmico do progressivo. Entretanto, o autor acrescenta que cada língua tem suas próprias regras de
quais verbos podem aparecer na forma progressiva.
Comrie (op. cit.) ainda descreve algumas distinções aspectuais relacionadas a determinados
tempos verbais e afirma que o tempo que mais freqüentemente apresenta distinções aspectuais é o
tempo passado. Além disso, o autor sugere que o presente, por ser um tempo essencialmente
descritivo, normalmente carrega um significado imperfectivo.
Nesta dissertação, os aspectos verbais investigados são o perfectivo e o imperfectivo no
passado e o habitual e o progressivo no presente. É importante ressaltar que a distinção estabelecida
entre habitual e progressivo não é considerada por Comrie (op. cit.) uma distinção aspectual básica
nas línguas, posto que habitual e progressivo seriam subdivisões do aspecto imperfectivo.
Entretanto, neste estudo, esses serão tratados como aspectos verbais. Além disso, vale dizer que se
optou por utilizar o termo progressivo, ao invés do termo contínuo, pelo fato de os verbos
investigados terem sentido não-estático e, conforme discutido anteriormente, segundo Comrie (op.
cit.), uma ação contínua expressa por verbos não-estáticos caracteriza o valor progressivo dos
verbos nas línguas.
44
3. METODOLOGIA
Para apresentar um panorama atual da expressão aspectual no português do Brasil (PB),
foram selecionados indivíduos nativos do PB normais, ou seja, indivíduos nativos do PB não-
acometidos por alguma patologia lingüística ou qualquer outra patologia que comprometesse o
desempenho desses indivíduos em testes. Eles foram submetidos a testes que envolviam dois
tempos verbais e duas distinções aspectuais, a saber: passado perfectivo e imperfectivo e presente
habitual e progressivo. Além dos testes desenvolvidos e aplicados nos indivíduos selecionados, o
aspecto verbal no PB foi também investigado por meio de transcrição de fala espontânea de três
indivíduos normais, extraída de entrevistas.
Neste capítulo, serão apresentados quais foram os critérios para a seleção dos indivíduos
testados, os tipos de testes selecionados, os desenhos dos testes desenvolvidos, os procedimentos
adotados pelo pesquisador na aplicação dos testes e os critérios adotados para a seleção de fala
espontânea e para a variável lingüística a ser analisada nessa fala.
3.1. Seleção de Indivíduos
Para a realização deste trabalho foram selecionados 24 (vinte e quatro) indivíduos normais,
falantes do PB, cariocas, de diferentes níveis de escolaridade, faixas etárias e sexos. Os resultados
dos informantes agrupados de acordo com o nível de escolaridade, a faixa etária e o sexo foram
analisados para que fosse possível fornecer um panorama mais abrangente da produção aspectual no
dialeto carioca e entender até que ponto a expressão do aspecto estaria relacionada a cada uma
dessas variáveis não-lingüísticas.
Dos 24 (vinte e quatro) informantes selecionados, 12 (doze) tinham alta escolaridade e 12
(doze) baixa escolaridade. Foram considerados indivíduos com alta escolaridade aqueles com, no
45
mínimo, o Ensino Médio completo e indivíduos com baixa escolaridade aqueles com, no máximo, o
Ensino Fundamental completo. Dentre os 12 (doze) informantes com alta escolaridade, 9 (nove)
tinham o ensino superior completo, 1 (um) tinha o ensino superior incompleto e 2 (dois) tinham
concluído apenas o Ensino Médio. Já dentre os 12 (doze) informantes considerados de baixa
escolaridade, 5 (cinco) tinham concluído o Ensino Fundamental e 7 (sete) não o tinham concluído,
embora todos fossem, minimamente, alfabetizados.
Quanto ao sexo, os informantes também foram divididos igualmente em 2 (dois) grupos,
sendo um deles composto por 12 (doze) pessoas do sexo feminino e o outro composto por 12 (doze)
pessoas do sexo masculino.
o agrupamento desses indivíduos em diferentes faixas etárias gerou 6 (seis) grupos de
informantes compostos por 4 (quatro) indivíduos cada. As faixas etárias selecionadas foram: (i)
entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos, (ii) entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos, (iii) entre 40
(quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos, (iv) entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos, (v)
entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos e (vi) acima de 70 anos. Em cada um desses grupos,
havia 2 (dois) representantes do sexo masculino e 2 (dois) do sexo feminino, sendo 1 (um) homem e
1 (uma) mulher com alta escolaridade e 1 (um) homem e 1 (uma) mulher com baixa escolaridade,
conforme esquematizado na tabela a seguir:
Entre 20
e 29 anos
Entre 30
e 39 anos
Entre 40
e 49 anos
Entre 50
e 59 anos
Entre 60
e 69 anos
Acima de
70 anos
Alta escolaridade
(no mínimo Ensino
Médio completo)
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
Baixa escolaridade
(no máximo Ensino
Fundamental
completo)
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
1 homem
1 mulher
46
É importante salientar que a inclusão de pessoas mais idosas neste estudo serviria não ao
objetivo de relacionar a expressão aspectual a diferentes faixas etárias, mas também para gerar um
grupo de controle que, possivelmente, será de grande valia para estudos posteriores, em que se
pretende investigar indivíduos com a Síndrome de Alzheimer. Sabendo que os pacientes acometidos
por essa síndrome são, em grande parte, pessoas mais idosas, a inclusão das duas últimas faixas
etárias entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos parecia
formar um possível grupo de controle para os pacientes a serem selecionados em um futuro estudo
sobre aspecto.
3.2. Tipo de Teste
A fim de analisar o aspecto gramatical do PB por falantes nativos desse idioma, foram
desenvolvidos 2 (dois) testes durante a elaboração desta dissertação. O primeiro deles, por
diferentes razões explicitadas mais adiante, deu origem a 2 (dois) experimentos distintos.
O primeiro teste desenvolvido para este trabalho foi de preenchimento de lacuna,
considerado de produção. Nesse teste, os informantes deveriam sempre fornecer as respostas
oralmente, embora em metade dos casos no primeiro experimento as sentenças tenham sido
apresentadas na forma oral e na outra metade – no segundo experimento – na forma escrita.
Já o segundo teste desenvolvido foi de relacionamento imagem-sentença. É importante
salientar que esse teste não pode ser considerado um teste de compreensão nem um teste de
produção clássico. Tradicionalmente, testes de compreensão envolvem apenas 1 (uma) sentença e 2
(duas) ou mais figuras e o indivíduo testado deve selecionar a melhor figura em função da sentença
apresentada. O teste desenvolvido aqui, por sua vez, continha 3 (três) sentenças e apenas 1 (uma)
imagem e o informante deveria selecionar a sentença que ele julgasse mais adequada à imagem que
lhe havia sido apresentada; muitas vezes, mais de uma alternativa era possível. Desse modo, o teste
47
desenvolvido não pode também ser classificado como um teste de produção clássico, que o
informante era induzido a selecionar uma entre apenas duas formas verbais possíveis, utilizadas nas
sentenças apresentadas como alternativas de resposta.
Também a respeito do tipo dos testes desenvolvidos, vale dizer que ambos caracterizam-se
como testes off-line, que o tempo que o informante utilizava para fornecer as respostas não era
significativo para o estudo e, por isso, não era computado pelo examinador. Entretanto, o tempo que
o indivíduo testado dispunha para responder foi limitado em um tempo máximo de 12 (doze)
segundos no teste de preenchimento de lacuna e de 16 (dezesseis) segundos no teste de
relacionamento imagem-sentença, não importando em qual momento desse intervalo o informante
fornecia sua resposta.
Nas seções seguintes, serão detalhados os desenhos dos testes desenvolvidos e o
procedimento adotado na aplicação de cada um deles.
3.3. Desenho do teste de preenchimento de lacuna
12
Com o objetivo de avaliar a produção dos indivíduos selecionados no presente progressivo e
habitual e passado perfectivo e imperfectivo, foi desenvolvido um teste de preenchimento de lacuna
em que o informante deveria completar as sentenças com o tempo e o aspecto verbal que julgasse
mais apropriados. Embora o foco deste estudo seja a produção do aspecto verbal, nesse teste
também a produção do tempo verbal estaria sendo minimamente examinada, posto que a eliciação
dos tempos presente e passado estava intercalada e o informante poderia, por exemplo, não apenas
produzir uma forma verbal com o aspecto perfectivo para expressar uma ão que eliciava o
imperfectivo, como também produzir uma forma verbal no presente quando a expectativa fosse uma
forma verbal no passado.
12
As sentenças incluídas no teste de preenchimento de lacuna encontram-se na página 154 do anexo.
48
No teste de preenchimento de lacuna desenvolvido, os verbos que deveriam ser utilizados
para completar as sentenças eram eliciados a partir de diferentes ações desempenhadas por uma
mesma personagem, chamada Maria, e apresentadas em um vídeo. Essa personagem foi criada a
partir da filmagem de uma menina de 9 (nove) anos, que representava a Maria quando criança, e de
uma mulher de 19 (dezenove) anos, que representava a Maria na idade adulta. Pouco antes do início
do teste, as duas imagens da personagem a criança e a adulta eram apresentadas no vídeo ao
informante e lhe era esclarecido que ambas se tratavam da mesma personagem em duas fases
diferentes da vida – antigamente e atualmente.
A opção pela realização de um vídeo, em detrimento da utilização de figuras e sentenças,
partiu de um estudo desenvolvido por Waters et al. (1998), em que um teste semelhante foi aplicado
em indivíduos com Alzheimer. Segundo os autores, o procedimento de verificação de uma sentença
a partir de imagens no vídeo oferece vantagens em relação às figuras. Enquanto essas retratam
eventos de uma maneira estática e unidimensional, aquelas retratam eventos temporais e espaciais
mais claramente, além de mais facilmente representarem as ações referidas pelos verbos
13
.
Embora neste estudo apenas indivíduos normais fossem submetidos ao teste, a proposta de
elaboração de um deo foi adotada por parecer favorável a indivíduos com patologia. Como se
pretendia, em um próximo estudo, utilizar o mesmo teste em indivíduos com a Síndrome de
Alzheimer, a idéia de adotar tal formato de teste parece positiva. Além disso, até mesmo para
indivíduos normais, um teste com imagens seria mais favorável à eliciação do aspecto verbal do que
um teste com figuras.
Com base nas ações desempenhadas pela personagem do vídeo, foram formuladas
sentenças, apresentadas ora na forma oral, ora na forma escrita, em que o verbo havia sido omitido e
13
Apesar das vantagens apresentadas pelos autores em testes que utilizem imagens gravadas em detrimento de figuras,
no estudo em questão, Waters et al. (1998) aplicaram testes de correlação entre figura-sentença e imagem no vídeo-
sentença e não encontraram efeitos positivos desse último tipo de teste na compreensão de sentenças por parte dos
pacientes investigados.
49
deveria ser produzido oralmente pelo informante. As sentenças a serem completadas pelo indivíduo
testado, quando apresentadas oralmente, eram produzidas pelo examinador com uma breve pausa no
local da omissão do verbo e diante da imagem em exposição. quando apresentadas na forma
escrita, as sentenças com uma lacuna pontilhada no local da omissão do verbo eram exibidas na
parte inferior do vídeo, sempre com a imagem gravada – em andamento ou congelada – em
exposição logo acima da sentença.
O verbo que deveria ser utilizado pelo informante era indicado apenas pela ação
desempenhada pela personagem, não sendo fornecido pelo pesquisador. o tempo e o aspecto em
que o verbo deveria ser produzido eram indicados por meio da própria ação apresentada que
poderia estar congelada após ter sido finalizada pela personagem, estar congelada sem ter sido
finalizada ou ainda estar em andamento na tela e / ou por meio do advérbio ou locução adverbial
de tempo presente na sentença.
Além da análise dos tempos e aspectos verbais apresentados, o desempenho do indivíduo
testado em sentenças no infinitivo também pôde ser analisado por meio de sentenças em que o
infinitivo era selecionado por um verbo na oração principal e deveria ser produzido pelo
informante. Os verbos utilizados na oração principal para eliciar o verbo desejado no infinitivo
foram: adorar (4 vezes), costumar (3 vezes), evitar (3 vezes), gostar (3 vezes), odiar (3 vezes),
precisar (3 vezes), preferir (3 vezes) e saber (2 vezes).
A inclusão de sentenças que eliciavam o infinitivo no teste cumpria uma dupla função.
Inicialmente, o infinitivo funcionaria como um distrator, que os verbos não-finitos seriam os
únicos que não apresentariam tempo no teste. Além disso, o infinitivo serviria para, possivelmente,
fornecer uma evidência em favor da hipótese de existência de uma camada de Finitude, mais abaixo
na árvore sintática e, por isso, mais facilmente acessada pelos falantes e menos problemática para os
indivíduos com patologias lingüísticas (Braga, 2004). A partir da proposta dessa camada, criou-se a
50
expectativa de que os indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, que serão futuramente
investigados, produzissem o verbo no infinitivo em quase 100% (cem por cento) dos casos em que
ele fosse assim eliciado.
Para a realização do vídeo que deu origem a este teste, foram filmadas 24 (vinte e quatro)
ações desempenhadas por uma adulta e 24 (vinte e quatro) ações, baseadas nos mesmos verbos que
deram origem àquelas ações, desempenhadas por uma criança, que representava a adulta na
infância. Embora o teste fosse composto por apenas 24 (vinte e quatro) verbos distintos, ele
continha ao todo 120 (cento e vinte) sentenças. Isso foi possível porque, além das 24 (vinte e
quatro) imagens geradas pela representação da criança, cada uma das ações desempenhadas pela
adulta repetia-se por 4 (quatro) vezes no vídeo. Embora as imagens se repetissem no vídeo, a ordem
em que estavam dispostas no teste era aleatória, com a preocupação apenas de que uma mesma ação
nunca fosse repetida em seqüência no vídeo.
Cada repetição da mesma ação visava a eliciar uma diferente realização morfológica do
verbo: ora o infinitivo, ora o presente progressivo, ora o presente habitual, ora o passado
imperfectivo e ora o passado perfectivo. Conforme anteriormente descrito, enquanto a imagem da
adulta desempenhando uma mesma ação repetia-se, ao longo do teste, 4 (quatro) vezes, as ações
desempenhadas pela criança não se repetiam. Como a imagem da criança visava a eliciar apenas o
uso do passado imperfectivo, a repetição dessa ação tornava-se dispensável. Entretanto, como as
ações desempenhadas pela adulta visavam a eliciar o uso do infinitivo, do presente progressivo, do
presente habitual e do passado perfectivo, a repetição por 4 (quatro) vezes de cada uma dessas ações
fazia-se necessária.
Todas as 120 (cento e vinte) cenas tinham a duração de 20 (vinte) segundos e a sentença a
ser completada pelo informante era fornecida após 8 (oito) segundos em que a cena havia sido
51
iniciada
14
. A apresentação da sentença após esse intervalo de tempo deve-se ao fato de, segundo
Friederici & Frazier (1992), o desempenho de pacientes com patologias lingüísticas tender a ser
melhor em testes de correlação figura-sentença quando a figura é apresentada antes da sentença.
Como esse mesmo teste deverá ser futuramente aplicado em indivíduos com a Síndrome de
Alzheimer, a apresentação da imagem anterior à sentença parecia favorável. Além disso, assim
como esse procedimento foi descrito na literatura como um facilitador para indivíduos com
patologias, talvez ele também servisse como tal para indivíduos normais.
Embora todas as ações tivessem a duração de 20 (vinte) segundos, em apenas 48 (quarenta e
oito) cenas a imagem ficava em andamento na tela, sem que essa fosse congelada, durante toda a
ação
15
. Isso se deve ao fato de as 24 (vinte e quatro) cenas que deram origem às sentenças que
eliciavam o verbo no passado imperfectivo e as 24 (vinte e quatro) cenas que deram origem às
sentenças que eliciavam o verbo no presente progressivo terem o caráter imperfectivo que,
conforme apresentado no capítulo 2, destaca a estrutura interna da situação. Uma situação com o
caráter imperfectivo, conforme afirma Comrie (1976), pode durar todo o tempo de uma ação, sem
um início ou fim determinados. Portanto, quando as ações que apareciam no vídeo buscavam eliciar
o presente progressivo e o passado imperfectivo, a sentença era apresentada oralmente ou na parte
inferior do vídeo enquanto a personagem desempenhava a ação na tela, sem que a imagem fosse
congelada ao longo dos 20 (vinte) segundos. Já as outras 72 (setenta e duas) imagens eram
congeladas em um determinado momento da ação, quando só então a sentença era apresentada.
Alguns fatores lingüísticos e não-lingüísticos foram controlados no teste com o propósito de
possibilitar uma análise mais coerente dos resultados. Dentre esses fatores, pode-se citar o controle
14
As únicas exceções foram 6 (seis) sentenças referentes ao passado perfectivo, que eram fornecidas ao informante
após o término da ação, ou seja, 20 (vinte) segundos após o início da cena. Nesses casos, as cenas tinham duração de 32
(trinta e dois) e não de 20 (vinte) segundos. A razão pela qual foi feita essa alteração será explicada mais adiante.
15
Conforme será explicado mais adiante, o teste desenvolvido deu origem a 2 (dois) experimentos distintos. Portanto, as
48 (quarenta e oito) imagens que ficavam em andamento na tela durante toda a ão foram divididas igualmente entre
os experimentos, sendo 24 (vinte e quatro) ações em cada um deles.
52
do tipo dos verbos eliciados nas sentenças, o controle das demandas de atenção e memória fator
não-lingüístico controlado, que acabou por dar origem a dois experimentos distintos –, o controle
dos constituintes nas sentenças e o controle da presença, tipo e posição da marcação adverbial
temporal nas sentenças, que deu origem a uma variável lingüística analisada no teste. Cada um
desses fatores será detalhadamente explicado adiante.
3.3.1. Controle dos tipos de verbos
Embora em um teste de produção desse tipo o indivíduo tenha uma certa liberdade na
escolha lexical para completar as sentenças, houve uma preocupação, na confecção do teste, em
tentar prever o verbo a ser produzido pelo informante em cada uma das ações filmadas. Dessa
maneira, procurou-se estabelecer um equilíbrio entre o número de verbos de 1ª, e conjugações
que provavelmente seriam produzidos, ou seja, havia 8 (oito) prováveis verbos de cada uma dessas
conjugações, conforme apresentado na tabela abaixo
16
:
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
andar
bater
abrir
calçar
beber
assistir
desenhar
comer
dormir
escovar
correr
ir
falar
descer
rir
lavar
escrever
sair
pentear
fazer
subir
pintar
ler
tossir
Apesar da tentativa de controlar a conjugação verbal e apesar de o efeito dela na utilização
das diferentes formas verbais utilizadas pelos informantes ter sido investigado, a conjugação verbal
16
A conjugação verbal foi controlada no teste a fim de investigar a possibilidade de a preferência pelo uso de uma
determinada forma verbal na expressão dos diferentes aspectos estar relacionada a uma determinada conjugação verbal.
53
não foi tratada neste teste como uma variável lingüística pelo fato de esse fator não ter se mostrado
relevante na seleção das formas verbais para a expressão dos aspectos.
Ainda sobre os verbos utilizados no teste, todos tinham um caráter agentivo e não-pontual
17
.
A escolha por verbos com caráter agentivo explica-se pelo fato de verbos com esse caráter
possibilitarem a melhor operacionalização do vídeo, devido à facilidade de serem dramatizados de
maneira clara. Verbos psicológicos, por sua vez, seriam dificilmente representados e identificados
pelo informante. a escolha por verbos com caráter não-pontual diz respeito à possibilidade de as
ações desempenhadas com esses verbos poderem ser prolongadas, o que seria indispensável para
que o presente progressivo pudesse ser eliciado. Segundo Comrie (1976), uma situação pontual, por
definição, não tem estrutura interna e, por isso, é incompatível com imperfectividade.
3.3.2. Controle das demandas de atenção e memória
Tendo em vista o elevado número de cenas / sentenças incluídas no teste desenvolvido, esse
foi organizado em duas etapas, dando origem a dois experimentos distintos. A fim de minimizar os
problemas de concentração dos informantes em testes muito extensos, ao invés de em um dia
serem apresentadas as 120 (cento e vinte) sentenças, o teste foi subdivido em dois, aplicados em
dias distintos, cada um com duração média de 20 (vinte) minutos e contendo 60 (sessenta) sentenças
com o verbo omitido, sendo 12 (doze) sentenças em que o verbo deveria ser completado no
infinitivo, 12 (doze) sentenças em que o verbo deveria ser completado no presente progressivo, 12
(doze) em que o verbo deveria ser completado no presente habitual, 12 (doze) em que o verbo
deveria ser completado no passado imperfectivo e 12 (doze) em que o verbo deveria ser completado
no passado perfectivo.
17
A respeito do caráter não-pontual dos verbos, vale dizer que alguns verbos eram mais pontuais que outros. Por
exemplo, embora todas as ações tenham sido prolongadas por 20 (vinte) segundos, sair é mais pontual que comer.
54
Também com o objetivo de controlar a demanda de atenção além da demanda de memória
– do indivíduo testado, o modo de exposição da sentença foi diferenciado de um experimento para o
outro. No primeiro deles, havia uma expectativa de que a demanda de atenção e de memória fosse
maior, posto que a sentença era apresentada oralmente pelo examinador. No segundo deles, porém,
a expectativa era que a demanda de atenção e de memória fosse minimizada, que a sentença era
apresentada na forma escrita e ficava exposta na tela junto com a imagem que eliciava o verbo
omitido.
Esse controle da demanda de memória foi feito baseando-se em um estudo com indivíduos
com Alzheimer desenvolvido por Grober & Bang (1995). Nesse estudo, as autoras afirmam que a
memória de trabalho interfere na compreensão de sentenças pelos pacientes investigados. Essa
conclusão é tomada após dois experimentos ambos considerados testes de compreensão terem
sido desenvolvidos e aplicados pelas pesquisadoras. Esses experimentos diferenciavam-se em
função do tempo de exposição da sentença ao paciente. Enquanto no primeiro experimento a
sentença era apresentada na forma escrita, o paciente lia-a em voz alta e depois as figuras eram
apresentadas na ausência da sentença, no segundo experimento a sentença era apresentada na forma
escrita, o paciente lia-a em voz alta e as figuras eram apresentadas com a sentença ainda exposta.
Nos dois experimentos, o paciente deveria selecionar a figura correspondente à sentença lida. Como
no segundo experimento o efeito da memória de trabalho estava sendo minimizado e o desempenho
dos pacientes foi melhor em sentenças não-reversíveis do que o desempenho nessas sentenças no
primeiro experimento, as autoras afirmam que a memória é um fator relevante e que deve ser
minimizada para os indivíduos com Alzheimer.
Como o teste de preenchimento de lacuna desta dissertação foi pensado para que fosse
posteriormente também aplicado em indivíduos com Alzheimer, a partir dos resultados obtidos por
Groger & Bang (op. cit.), foram desenvolvidos experimentos em que o modo de exposição da
55
sentença também fosse diferenciado, de maneira que em um dos experimentos a demanda de
memória exigida fosse minimizada. Para que isso pudesse ser feito, no segundo experimento, optou-
se por deixar a sentença em exposição na tela junto à imagem.
No primeiro experimento, a apresentação da sentença dava-se 8 (oito) segundos após o
início da ação, de modo que o informante pudesse, primeiro, concentrar-se na ação que estava em
exibição na tela. Após a sentença ter sido apresentada, a ação ainda prolongava-se pelos 12 (doze)
segundos restantes da cena. Nesse experimento, o indivíduo poderia fornecer a resposta a o
término da ão, não sendo necessário, portanto, que a resposta fosse dada imediatamente após a
sentença ter sido pronunciada.
Como o segundo experimento visava a minimizar a demanda de atenção e de memória, a
sentença aparecia na forma escrita, na parte inferior da tela, após 8 (oito) segundos do início da cena
e permanecia em exposição por 12 (doze) segundos, ou seja, até o término da ação. Dessa
maneira, o informante poderia conferir a ação e a sentença a ser completada simultaneamente, não
havendo, portanto, a necessidade de manter ativa na mente a sentença produzida pelo examinador,
como no primeiro experimento. Nesse caso, para que a resposta fosse computada, o indivíduo
testado poderia fornecê-la durante qualquer momento em que a sentença estivesse em exibição.
Apesar da consciência de que duas diferentes vias estariam sendo utilizadas no primeiro e no
segundo experimento a auditiva e a visual, respectivamente – essa foi a maneira adotada para que
as demandas de atenção e de memória fossem minimizadas no segundo experimento. Embora a via
auditiva seja a preferencial em muitos estudos neurolingüísticos com indivíduos com patologia da
linguagem, apenas a exposição visual da sentença possibilitaria a sua permanência durante todos os
12 (doze) segundos reservados à resposta. Uma outra alternativa para o segundo experimento seria
utilizar as duas vias, ou seja, a sentença aparecer na tela e ser lida pelo examinador. Entretanto, essa
56
possibilidade foi posteriormente descartada porque a utilização de duas vias simultaneamente, ao
invés de facilitar, poderia desconcentrar o indivíduo testado.
Por fim, cabe lembrar que o controle das demandas de atenção e de memória, embora possa
ser considerado de pouca relevância para os indivíduos normais, pode ser de grande valia na
aplicação do teste em indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, em um próximo estudo. Como este
trabalho propõe-se também a fornecer um grupo de controle para as pesquisas com indivíduos com
patologia, era necessário que os mesmos fatores que seriam posteriormente controlados fossem
também considerados no presente estudo.
3.3.3. Controle dos constituintes nas sentenças
O número de constituintes na sentença também foi controlado visando minimizar a demanda
de atenção e de memória e permitir uma análise mais coerente dos resultados. Como uma grande
divergência no número de constituintes sentenciais poderia alterar o desempenho do indivíduo
devido a outras razões diferentes da interpretação temporal e aspectual das sentenças, estipulou-se
que todas as sentenças deveriam ter entre 5 (cinco) e 7 (sete) constituintes, sem contar com o verbo
ou locução verbal que seria produzido pelo informante.
Além disso, estipulou-se que todas as sentenças deveriam ter um verbo
18
, que seria
omitido para ser completado pelo informante. Tal decisão foi tomada com base em um estudo de
Rochon et al. (1994) em que os autores afirmam, com base em experimentos desenvolvidos e
aplicados em indivíduos com Alzheimer, que o fator que teve maior e mais consistente efeito na
habilidade dos pacientes de compreender sentenças foi o número de proposições – que equivalia ao
número de verbos na sentença. Nesse estudo, os fatores investigados pelos autores, além do
18
A única exceção foi uma sentença do presente habitual com a marcação temporal feita por meio de uma oração
subordinada adverbial: “Maria _____ palmas quando ouve música” (imagem da personagem batendo palmas).
57
número de proposições / verbos na sentença, foram o número de palavras e de papéis temáticos a
serem atribuídos pelo verbo e a ordem canônica / não-canônica dos constituintes das sentenças.
Novamente, é importante ressaltar que o teste aqui desenvolvido será futuramente aplicado
em indivíduos com Alzheimer. Portanto, foi necessário que alguns fatores que poderiam ser de
pouca relevância para indivíduos normais, tal como o número de verbos em uma sentença, fossem
considerados na elaboração do teste.
3.3.4. Controle da presença, tipo e posição da marcação adverbial temporal nas sentenças
A fim de verificar o quanto a presença, o tipo e a posição da marcação adverbial temporal
poderiam influenciar na produção do tempo e aspecto verbais esperados, o número de sentenças
com marcação adverbial de tempo, o tipo de advérbio ou locução adverbial utilizado e a posição em
que essa marcação era disponibilizada na sentença também foram controlados no teste. É
importante destacar que, diferente dos outros fatores controlados durante a elaboração do teste, os
fatores referentes à marcação adverbial temporal, ao serem controlados, deram origem a variáveis
lingüísticas, já que o efeito desses fatores na produção de uma determinada forma verbal foi
cuidadosamente analisado e comparado nos resultados obtidos.
O controle da marcação adverbial temporal deu origem, portanto, a três variáveis
lingüísticas: a presença, o tipo e a posição dessa marcação. Entretanto, nem todas essas três
variáveis foram incluídas e investigadas em todos os aspectos eliciados. Enquanto nas imagens
referentes ao presente habitual e ao passado perfectivo, analisava-se a influência da presença / tipo e
da posição da marcação adverbial temporal, nas imagens referentes ao presente progressivo,
analisava-se a influência da presença e do tipo dessa marcação. Já nas imagens referentes ao
passado imperfectivo, analisava-se a influência do tipo e da posição dessa marcação no
processamento das sentenças.
58
A variável “presença da marcação adverbial temporal” foi incluída nas sentenças do presente
progressivo, presente habitual e passado perfectivo, de modo que em 25% (vinte e cinco por cento)
das sentenças do presente habitual e do passado perfectivo e em 50% (cinqüenta por cento) das
sentenças do presente progressivo não houvesse nenhuma marcação adverbial de tempo. Já nas
sentenças do passado imperfectivo, a presença da marcação adverbial temporal não constituía uma
variável, ou seja, não havia nenhuma sentença sem essa marcação, visto que esse tempo / aspecto
verbal seria dificilmente eliciado apenas pela imagem, sem a ajuda de um marcador sintático
temporal na sentença correspondente.
Nas 12 (doze) cenas em que as sentenças do presente progressivo não continham marcação
adverbial temporal, para que o informante completasse a sentença com o tempo / aspecto verbal
adequado, era necessária exclusivamente a atenta observação da ação em andamento na tela ao
longo dos 20 (vinte) segundos da cena o que foi denominado “pista contextual”. As sentenças do
presente progressivo sem marcação adverbial de tempo foram igualmente divididas entre os
experimentos, ou seja, 6 (seis) sentenças desse tipo no primeiro experimento e 6 (seis) sentenças
desse tipo no segundo experimento.
Nas 6 (seis) imagens correspondentes ao presente habitual em que as sentenças o
continham nenhuma marcação adverbial temporal, a única pista contextual fornecida ao informante
era o congelamento da imagem após os 8 (oito) primeiros segundos da cena em que a personagem
desempenhava uma determinada ação. As sentenças do presente habitual sem marcação adverbial
de tempo também foram igualmente divididas entre os experimentos, ou seja, 3 (três) sentenças
desse tipo no primeiro experimento e 3 (três) sentenças desse tipo no segundo experimento.
Nas 6 (seis) imagens correspondentes ao passado perfectivo em que as sentenças não
continham nenhuma marcação adverbial de tempo, a sentença só era fornecida ao informante após o
término da ação pela personagem, o que constituía a pista contextual. Desse modo, estando a ação
59
finalizada, esse tempo / aspecto verbal era eliciado. Nesse caso, a sentença era fornecida após o
término da ação, 20 (vinte) segundos após o início dessa, quando a imagem era congelada por 12
(doze) segundos na tela. Nesse momento, a sentença era produzida oralmente pelo examinador no
primeiro experimento ou aparecia escrita na tela pelos 12 (doze) segundos restantes no segundo
experimento. Sendo assim, essas 6 (seis) cenas, diferentemente das demais 114 (cento e catorze) do
vídeo, tinham a duração de 32 (trinta e dois) segundos, sendo que com o tempo máximo de 12
(doze) segundos para a resposta do informante, como nas demais cenas. Além disso, também essas
sentenças foram igualmente divididas entre os dois experimentos, sendo 3 (três) sentenças sem
marcação adverbial temporal em cada experimento.
Em 50% (cinqüenta por cento) das sentenças do presente progressivo, presente habitual e
passado perfectivo, ou seja, 12 (doze) sentenças de cada tempo / aspecto verbal, foram utilizadas as
marcações adverbiais sempre (nas sentenças do presente habitual), neste momento ou agora (nas
sentenças do presente progressivo) e ontem (nas sentenças do passado perfectivo) antes do verbo a
ser completado. Em cada um dos experimentos, portanto, havia 6 (seis) sentenças do presente
progressivo, 6 (seis) sentenças do presente habitual e 6 (seis) sentenças do passado perfectivo com a
presença de alguma dessas marcações adverbiais antecedendo o verbo a ser produzido.
É relevante aqui dizer que, embora as marcações adverbiais temporais sempre, neste
momento, agora e ontem estivessem localizadas antes do verbo a ser completado, apenas o advérbio
sempre aparecia na sentença imediatamente antes do verbo omitido. Os advérbios neste momento,
agora e ontem, por sua vez, quando presentes na sentença, eram os primeiros constituintes
sentenciais.
Apesar de metade das sentenças referentes ao presente habitual, presente progressivo e
passado perfectivo terem alguma marcação adverbial temporal antes do verbo, a posição dessa
marcação não constituía uma variável nas cenas do presente progressivo. A posição não pôde ser
60
considerada uma variável nessas cenas porque nelas não havia sentenças com marcação adverbial
temporal no final da frase, de modo que o efeito das duas posições da marcação não pôde ser
comparado na produção da forma verbal nas imagens do presente progressivo.
Portanto, as sentenças do presente progressivo continham alguma marcação adverbial
temporal no início ou não continham nenhuma marcação adverbial temporal, sendo 12 (doze)
sentenças de cada tipo.
Dentre as sentenças do presente progressivo que tinham alguma marcação adverbial
temporal no início, metade continha a locução adverbial neste momento e metade o advérbio
agora
19
. Dessa maneira, o efeito do tipo de marcação adverbial temporal utilizado na mesma
posição na sentença deu origem a uma outra variável, além da presença dessa marcação, investigada
nas cenas referentes ao presente progressivo.
Além das 12 (doze) imagens relativas ao presente habitual e ao passado perfectivo que
continham sentenças com marcação com sempre e ontem, respectivamente, antes do verbo a ser
preenchido e das 6 (seis) imagens desses mesmos tempos / aspectos verbais em que na sentença não
havia nenhuma marcação de tempo por meio de advérbios, outras 6 (seis) imagens referentes a esses
tempos / aspectos continham sentenças com marcação adverbial temporal, porém em outra posição
na sentença. Nesse grupo de sentenças, alguma marcação de tempo, podendo ser um advérbio,
locução adverbial ou oração subordinada adverbial
20
, estava presente no final da sentença,
indicando apenas uma possibilidade de tempo / aspecto verbal possível para completar
apropriadamente a sentença. As sentenças do presente habitual e do passado perfectivo com
marcação adverbial temporal no final da sentença também foram divididas igualmente entre o
19
O número de sentenças com a locução adverbial neste momento e o advérbio agora também foi dividido entre os
experimentos, sendo 4 (quatro) sentenças com a locução adverbial neste momento e 2 (duas) sentenças com o advérbio
agora no primeiro experimento e 3 (três) sentenças com a locução adverbial neste momento e 3 (três) sentenças com o
advérbio agora no segundo experimento.
20
Em apenas 1 (um) caso de marcação temporal por meio de oração, a oração subordinada adverbial utilizada tinha a
presença de um verbo (ex.: Maria _____ palmas quando ouve música”). Nos demais casos de marcação temporal por
meio de oração, a orão subordinada adverbial utilizada tinha um verbo elíptico (ex: “Maria _____ à beça quando
gripada”).
61
primeiro e o segundo experimento. Em cada experimento havia 3 (três) sentenças do presente
habitual com alguma marcação adverbial temporal no final da sentença e 3 (três) sentenças do
passado perfectivo com alguma marcação desse tipo no final da sentença.
Dessa maneira, nas cenas referentes ao presente habitual e ao passado perfectivo, as
variáveis investigadas foram a presença e a posição da marcação adverbial temporal. Entretanto,
quando as marcações adverbiais temporais estavam presentes antes do verbo omitido nas sentenças
referentes a esses aspectos, os advérbios utilizados eram invariavelmente sempre e ontem, ao passo
que quando essas marcações estavam presentes no final da sentença, elas variavam. Sendo assim, é
possível propor que o tipo de marcação adverbial temporal, e não a posição em que ela era
disponibilizada na sentença, talvez também influencie na produção de uma forma verbal qualquer.
Portanto, propõe-se que a posição e o tipo de marcação adverbial de tempo constituam juntos uma
única variável, intitulada “tipo / posição da marcação adverbial temporal”, investigada nas cenas
referentes ao presente habitual e ao passado perfectivo.
As tabelas abaixo indicam, por meio dos verbos omitidos nas sentenças testadas, quais
sentenças continham alguma marcação adverbial temporal, qual a marcação adverbial temporal
utilizada em cada uma das sentenças e qual era a posição dessa marcação nas sentenças das cenas
referentes aos aspectos habitual, progressivo e perfectivo, conforme anteriormente explicado.
62
Primeiro Experimento
presente progressivo
presente habitual
passado perfectivo
presença
de neste
momento
no início
da
sentença
presença
de agora
no início
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
presença
de
sempre
no início
da
sentença
presença
da
marcação
adverbial
temporal
no final
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
presença
de ontem
no início
da
sentença
presença
da
marcação
adverbial
temporal
no final
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
abrir
descer
bater
abrir
bater
comer
assistir
escrever
abrir
beber
ler
comer
andar
lavar
pentear
correr
fazer
pentear
falar
desenhar
beber
tossir
subir
escovar
ir
pintar
rir
dormir
correr
falar
fazer
escovar
ler
ir
sair
sair
Segundo Experimento
presente progressivo
presente habitual
passado perfectivo
presença
de neste
momento
no início
da
sentença
presença
de agora
no início
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
presença
de
sempre
no início
da
sentença
presença
da
marcação
adverbial
temporal
no final
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
presença
de ontem
no início
da
sentença
presença
da
marcação
adverbial
temporal
no final
da
sentença
sem
marcação
adverbial
temporal
escovar
andar
assistir
descer
assistir
calçar
andar
bater
calçar
pintar
correr
calçar
desenhar
dormir
escrever
beber
dormir
comer
sair
tossir
escrever
falar
fazer
ir
descer
lavar
desenhar
lavar
ler
rir
pentear
pintar
subir
subir
rir
tossir
63
Conforme apresentado, todas as sentenças do passado imperfectivo tiveram alguma
marcação adverbial temporal. O que foi controlado, nesse caso, foi apenas o tipo de marcação
adverbial temporal antigamente ou quando criança e a posição em que essa marcação aparecia
na sentença no início ou no final. Na metade dos casos, a marcação adverbial temporal estava
disposta no início da sentença e, na outra metade, no final. Dentre as sentenças que tinham essa
marcação no início, metade continha o advérbio antigamente e a outra metade a locução adverbial
quando criança
21
. Da mesma maneira, dentre as sentenças que tinham a marcação adverbial
temporal no final, metade continha o advérbio antigamente e a outra metade a locução adverbial
quando criança. É necessário ressaltar que também aqui essa divisão foi equilibrada entre o
primeiro e o segundo experimento, conforme explicado nas tabelas abaixo por meio dos verbos
omitidos nas sentenças testadas.
Primeiro Experimento
passado imperfectivo
presença de
antigamente no
início da
sentença
presença de
quando criança
no início da
sentença
presença de
antigamente no
final da sentença
presença de
quando criança
no final da
sentença
descer
calçar
comer
desenhar
ir
dormir
falar
escrever
pintar
ler
rir
tossir
21
Embora tenha sido chamado aqui de locução adverbial, o sintagma “quando criança” também pode ser considerado
uma oração subordinada adverbial temporal com o verbo elíptico.
64
Segundo Experimento
passado imperfectivo
presença de
antigamente no
início da
sentença
presença de
quando criança
no início da
sentença
presença de
antigamente no
final da sentença
presença de
quando criança
no final da
sentença
beber
abrir
fazer
assistir
pentear
andar
lavar
correr
sair
bater
subir
escovar
3.4. Desenho do teste de relacionamento imagem-sentença
22
Além de ampliar podendo confirmar ou não os resultados obtidos no teste de
preenchimento de lacuna, o teste de relacionamento imagem-sentença incluído neste trabalho
cumpria duas outras funções básicas. Em primeiro lugar, ele buscaria esclarecer uma dúvida surgida
após a aplicação preliminar do primeiro teste
23
quanto aos resultados obtidos nas imagens que
eliciavam o presente progressivo. Além disso, a inclusão do teste de relacionamento imagem-
sentença buscava aprimorar algumas questões observadas no primeiro teste.
Contrariando a expectativa que se tinha a respeito da forma verbal que os informantes
adotariam preferencialmente para expressar o presente progressivo, os indivíduos que participaram
da aplicação preliminar do teste de preenchimento de lacuna utilizaram a mesma forma verbal para
expressar as duas manifestações aspectuais do presente, ou seja, para expressar o presente habitual e
o presente progressivo. Ao invés de utilizarem o verbo estar no Presente do Indicativo acrescido do
verbo principal no gerúndio para expressar o aspecto progressivo de um lado e o Presente do
Indicativo para expressar o aspecto habitual de outro, conforme era esperado, quase todos os
22
As sentenças incluídas no teste de relacionamento imagem-sentença encontram-se na página 159 do anexo.
23
Esta versão preliminar do teste de produção foi aplicada em 8 (oito) informantes de diferentes níveis de escolaridade,
idades e sexos. Os resultados desses informantes, porém, foram posteriormente descartados e outros informantes foram
selecionados para participar do teste de preenchimento de lacuna e de relacionamento imagem-sentença, posteriormente
desenvolvido, de modo que os testes pudessem ser aplicados em dias consecutivos.
65
informantes, em praticamente 100% (cem por cento) dos casos, adotaram a forma do Presente do
Indicativo para expressar as duas diferentes manifestações aspectuais investigadas no presente.
A partir daí, passou-se a questionar se os falantes do PB, em especial do dialeto carioca,
estariam reduzindo em uma só forma – o Presente do Indicativo – a maneira de expressar diferentes
manifestações aspectuais no presente ou se, por alguma razão, o teste de preenchimento de lacuna
não estaria eliciando adequadamente o presente progressivo. Pensando nessa questão e tentando
descartar a possibilidade de a seleção de uma forma verbal para expressar os dois aspectos do
presente dever-se a um problema no primeiro teste desenvolvido, foi criado o teste de
relacionamento imagem-sentença.
Esse segundo teste foi criado seguindo o mesmo modelo do primeiro, ou seja, a partir de
imagens exibidas em um vídeo e associadas a sentenças. Conforme explicado na seção 3.2, o
teste desenvolvido aqui não pode ser considerado um teste de produção nem de compreensão
clássico pelo fato de ter sido apresentada uma única imagem para cada 3 (três) sentenças, de modo
que o informante selecionasse a sentença que julgasse mais adequada à imagem.
A adoção no teste de relacionamento imagem-sentença do mesmo formato do teste de
preenchimento de lacuna, em que as imagens eram apresentadas em um vídeo, permitiu também o
aprimoramento de algumas questões observadas no primeiro teste, que já havia sido finalizado. Essa
foi, inclusive, a segunda razão pela qual o teste de relacionamento imagem-sentença foi
desenvolvido e incluído neste estudo.
Uma importante observação feita após as aplicações preliminares do primeiro teste, e que
pôde ser revista e aprimorada no segundo, diz respeito à pouca clareza das pistas contextuais em
algumas cenas que buscavam eliciar o presente habitual e o passado perfectivo, ou seja, em algumas
dessas cenas, a imagem em exibição, dissociada de sentenças com algum marcador adverbial
temporal, talvez não fosse suficiente para eliciar o tempo / aspecto verbal esperado pelo
66
examinador. Entretanto, devido à presença de pistas sintáticas nas sentenças a serem completadas, e
talvez não tanto pela imagem apresentada, os informantes acabavam por utilizar, em muitas dessas
cenas, a forma verbal esperada.
Por exemplo, conforme explicado na seção 3.3.4, dentre as imagens que buscavam eliciar o
presente habitual no primeiro teste, 75% (setenta e cinco por cento) dos casos continham alguma
pista sintática do tempo / aspecto esperado, podendo ser uma marcação adverbial temporal antes do
verbo ou no final da sentença, e a imagem era congelada na tela após os primeiros 8 (oito) segundos
da cena. as demais cenas do presente habitual continham apenas a imagem, que era igualmente
congelada na tela após os primeiros 8 (oito) segundos, e não havia nenhuma pista sintática na
sentença. Entretanto, o congelamento da imagem na tela, dissociado de uma sentença com marcação
adverbial temporal, pareceu uma pista contextual pouco clara do presente habitual.
Semelhante ao que ocorria com as cenas que eliciavam o presente habitual, dentre as cenas
que buscavam eliciar o passado perfectivo, 75% (setenta e cinco por cento) dos casos eram
compostos por uma sentença com uma pista sintática qualquer, podendo ser uma marcação
adverbial temporal no início ou no fim da sentença, e uma imagem que era congelada na tela após
os 8 (oito) primeiros segundos da cena, sem que a ação fosse concluída pela personagem. as
demais cenas do passado perfectivo continham apenas uma pista contextual, que consistia na
finalização da ação pela personagem antes da apresentação da sentença, sem que nenhuma pista
sintática – marcação adverbial temporal – fosse utilizada na sentença.
Essas duas questões percebidas no primeiro teste puderam ser aprimoradas no teste de
relacionamento imagem-sentença, a saber: (i) a pouca clareza da pista contextual em todas as
imagens que eliciavam o presente habitual, ou seja, o congelamento da imagem na tela, e (ii) a
ausência da pista contextual nas imagens que eliciavam o passado perfectivo e que tinham alguma
67
marcação adverbial temporal na sentença associada, ou seja, a não finalização da ação
desempenhada pela personagem antes da apresentação da sentença.
Sendo assim, na elaboração do teste de relacionamento imagem-sentença, as pistas
contextuais foram incluídas em todas as imagens que eliciavam o passado perfectivo e aprimoradas
nas imagens que eliciavam o presente habitual. Dessa maneira, todas as ações associadas ao passado
perfectivo foram filmadas de modo que a finalização pela personagem fosse destacada e a imagem
fosse congelada em seguida, para que então as sentenças fossem apresentadas. as imagens
associadas ao presente habitual foram editadas de modo que fosse representado um hábito da
personagem. Para tanto, em cada uma das cenas do presente habitual, a personagem aparecia
desempenhando a mesma ação 3 (três) vezes consecutivas
24
e com uma legenda, na parte superior
da tela, indicando que cada uma dessas ações repetidas havia sido desempenhada em dias da
semana diferentes, porém consecutivos: domingo, segunda e terça. Apenas após a repetição por 3
(três) vezes da mesma ação, a imagem era congelada na tela e, com uma legenda na parte superior
da tela indicando “domingo, segunda e terça”, apareciam, na parte inferior da tela, as sentenças
associadas àquela imagem.
A opção por manter juntos, na imagem congelada, os dias da semana “domingo, segunda
e terça”, que haviam sido apresentados antes separadamente a cada cerca de 3 (três) segundos,
deve-se ao fato de esse ser um reforço de que aquela ação caracterizava um hábito da personagem, o
que poderia ser simplesmente esquecido ou ignorado após o congelamento da imagem. Esse reforço
parecia bastante conveniente, especialmente, no caso da aplicação futura desse mesmo teste em
indivíduos acometidos pela Síndrome de Alzheimer.
Uma importante diferença entre o teste de preenchimento de lacuna e o teste de
relacionamento imagem-sentença foi que, enquanto no primeiro teste, o aspecto e o tempo verbal
24
Cada uma dessas pequenas representações da personagem desempenhando uma mesma ação tinha, em média, cerca
de 3 (três) segundos e, entre cada uma dessas pequenas representações, havia uma efeito de edição na imagem como se
uma página de caderno estivesse sendo virada.
68
utilizados poderiam diferir do esperado, no segundo teste, apenas o aspecto verbal selecionado
poderia diferir do esperado. Isso foi possível pelo fato de terem sido formuladas, como opções de
respostas para cada imagem, sentenças sempre com um mesmo tempo verbal, que variavam apenas
em função do aspecto. Por exemplo, para uma imagem que eliciava o presente habitual, como
opções de respostas, havia sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e com o verbo estar no
Presente do Indicativo associado ao verbo principal no gerúndio, e nunca sentenças no Pretérito
Perfeito ou Imperfeito.
Para cada imagem – que poderia eliciar o presente progressivo, o presente habitual, o
passado perfectivo ou o passado imperfectivo havia 3 (três) opções de respostas, exibidas na
forma de legenda na parte inferior da tela e numeradas de 1 (um) a 3 (três). Em todas as cenas do
teste, uma das três alternativas de respostas fornecidas era um distrator
25
.
Todas as imagens desse teste eram desempenhadas pela mesma personagem do teste de
preenchimento de lacuna, Maria, em dois momentos distintos de sua vida: atualmente, na fase
adulta, e quando criança. Algumas das imagens utilizadas no teste de preenchimento de lacuna
foram repetidas aqui e outras foram regravadas. As imagens repetidas no segundo teste foram as
utilizadas no primeiro para eliciar os verbos falar, pintar, calçar, desenhar e abrir.
Além desses 5 (cinco) verbos descritos, utilizados no teste de preenchimento de lacuna,
outros 6 (seis) verbos incluídos no teste de relacionamento imagem-sentença haviam sido
utilizados no teste anterior comer, beber, escrever, ler, dormir e assistir. Entretanto, para o
segundo teste, novas imagens desempenhadas pela adulta realizando essas ações foram gravadas,
sendo reaproveitadas apenas as imagens relacionadas a esses verbos desempenhadas pela criança.
Por fim, apenas um verbo o verbo vestir não havia sido utilizado no teste de preenchimento de
25
Ver seção 3.4.3: Controle dos distratores.
69
lacuna e foi incluído no de relacionamento imagem-sentença, gerando duas novas imagens com essa
ação para o segundo teste: uma sendo desempenhada pela adulta e outra pela criança.
Ao todo, 12 (doze) ações eram desempenhadas pela personagem no segundo teste
desenvolvido, o que gerava 24 (vinte e quatro) imagens diferentes, já que as mesmas ações eram ora
desempenhadas pela criança ora pela adulta. Entretanto, apesar de haver apenas 24 (vinte e quatro)
imagens distintas, o teste de relacionamento imagem-sentença era composto por 48 (quarenta e oito)
cenas, posto que cada uma das imagens da adulta repetia-se 3 (três) vezes no vídeo, sendo uma vez
para eliciar o presente habitual, uma vez para eliciar o presente progressivo e outra para eliciar o
passado perfectivo.
Como o número de cenas no teste de relacionamento imagem-sentença era menor, não foi
necessário que ele fosse subdividido em 2 (dois) experimentos distintos. Com cenas entre 20 (vinte)
e 36 (trinta e seis) segundos, esse teste tinha uma duração média de 20 (vinte) minutos.
As cenas que eliciavam o presente progressivo e o passado imperfectivo tinham 20 (vinte)
segundos de duração e durante todo esse tempo a imagem, que não era congelada em nenhum
momento, ficava em andamento na tela, sendo que os primeiros 4 (quatro) segundos eram
reservados unicamente à realização da ação pela personagem e os demais 16 (dezesseis) segundos à
leitura das opções de respostas e à seleção de uma delas por parte do informante. Já as cenas do
presente habitual tinham cerca de 25 (vinte e cinco) segundos no total, sendo cerca de 9 (nove)
segundos destinados à exibição da personagem desempenhando a mesma ação em dias da semana
consecutivos e os últimos 16 (dezesseis) reservados à exibição das sentenças sobre a imagem
congelada na tela. Por fim, as cenas que eliciavam o passado perfectivo tinham duração média de 36
(trinta e seis) segundos, sendo os 20 (vinte) primeiros destinados à realização de toda a ação
representada, incluindo o seu término, e os demais 16 (dezesseis) segundos reservados à exibição
das sentenças sobre a imagem congelada na tela.
70
Conforme pode ser percebido, a opção por manter as imagens em exibição na tela por alguns
segundos antes da apresentação das sentenças, adotada no teste de preenchimento de lacuna, foi
também mantida nesse segundo teste, de modo que o informante se concentrasse, a princípio,
apenas na ação desempenhada pela personagem. O tempo de exibição da imagem desassociada de
sentenças, porém, foi diminuído de 8 (oito) para 4 (quatro) segundos no teste de relacionamento
imagem-sentença. O tempo destinado ao fornecimento da resposta, por sua vez, foi aumentado de
12 (doze) para 16 (dezesseis) segundos, posto que nesse segundo teste, para cada imagem
apresentada, havia 3 (três) sentenças para serem lidas pelo informante.
Da mesma maneira que alguns fatores foram controlados na elaboração do primeiro teste,
alguns fatores lingüísticos foram também observados no segundo teste – alguns deles iguais aos que
haviam sido descritos no teste de preenchimento de lacuna. Tais fatores, que serão mais bem
especificados nas seções seguintes, dizem respeito ao tipo dos verbos, aos constituintes das
sentenças, aos distratores incluídos entre as opções de respostas e à marcação adverbial temporal
nas sentenças. O controle desse último fator deu origem às variáveis lingüísticas analisadas no teste
de relacionamento imagem-sentença: a influência da presença e do tipo de advérbio de tempo no
processamento do aspecto lingüístico.
3.4.1. Controle dos tipos de verbos
Na tentativa de verificar a influência das conjugações verbais na seleção das respostas dos
indivíduos testados, a conjugação dos verbos foi controlada de maneira que o número de verbos de
cada conjugação estivesse equilibrado, tal como se procurou fazer no teste de produção, embora
nesse último os verbos selecionados fossem, na verdade, apenas uma expectativa do que os
informantes deveriam produzir. No teste de relacionamento imagem-sentença, por sua vez, o
equilíbrio pôde ser exato 4 (quatro) verbos de cada conjugação pelo fato de as sentenças
71
terem sido apresentadas prontas ao informante para que ele apenas selecionasse a de sua
preferência. Os verbos, divididos de acordo com a conjugação, foram listados e apresentados na
tabela abaixo:
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
falar
ler
assistir
calçar
escrever
dormir
pintar
beber
abrir
desenhar
comer
vestir
Tal como ocorreu no teste de preenchimento de lacuna, a conjugação verbal não foi tratada
aqui como uma variável lingüística por não ter se mostrado relevante na seleção de uma
determinada forma verbal para a expressão dos aspectos verbais investigados.
Além disso, pelas mesmas razões explicitadas no primeiro teste, pode-se acrescentar, a
respeito do tipo dos verbos presentes no teste de relacionamento imagem-sentença, que todos eles
tinham caráter agentivo e não-pontual.
3.4.2. Controle dos constituintes nas sentenças
O número de constituintes da sentença e a presença de um verbo ou locução verbal nas
sentenças testadas foram dois fatores importantes observados no primeiro teste e também
controlados aqui. Entretanto, embora controlado, o número de constituintes sentenciais foi
aumentando daquele para este teste. Devido à presença do verbo / locução verbal, antes omitido das
sentenças, o número mínimo de constituintes no teste de relacionamento imagem-sentença passou a
ser 6 (seis) e o número máximo 8 (oito), sendo mantida assim a diferença máxima adotada no teste
de preenchimento de lacuna de 2 (dois) constituintes entre os limites mínimo e máximo.
Conforme já explicitado, dentro de uma única cena, havia 3 (três) sentenças oferecidas como
opções de respostas. Dentre essas sentenças, a variação possível entre o número de constituintes foi
72
diminuída entre as alternativas. Desse modo, as alternativas disponíveis em uma mesma cena
poderiam ter uma diferença entre elas de, no máximo, 1 (um) constituinte. Sendo assim, se uma das
alternativas tivesse, por exemplo, 6 (seis) constituintes, as outras duas deveriam ter o mesmo
número de constituintes ou, no máximo, 7 (sete), porém nunca 8 (oito) constituintes. Do mesmo
modo, se uma sentença criada como alternativa de resposta a uma imagem tivesse 8 (oito)
constituintes, as demais alternativas deveriam ter o mesmo número ou 7 (sete) constituintes, mas
nunca 6 (seis).
3.4.3. Controle dos distratores
Dentre as sentenças apresentadas como alternativas de respostas em uma mesma cena, uma
delas era um distrator que deveria ser excluído pelo informante por razões semânticas, já que a ação
desempenhada pela personagem na cena não correspondia à ação expressa pelo verbo utilizado no
distrator. Dessa maneira, a eliminação da alternativa distratora não ocorreria pelo fato de o tempo
ou o aspecto verbal utilizado na sentença não corresponder à imagem apresentada e sim pela noção
semântica do verbo não corresponder àquela imagem. Algumas questões foram observadas na
elaboração das sentenças distratoras de modo que essa alternativa não destoasse muito das demais.
O distrator aparecia alternada e aleatoriamente na posição 1 (um), 2 (dois) ou 3 (três) nas
opções de respostas das cenas. Sendo assim, o informante não poderia formular uma estratégia de
modo a eliminar uma alternativa de resposta antes de efetivamente lê-la, antecipando que aquela
seria a sentença distratora.
Os verbos utilizados nas sentenças distratoras não se repetiam, ou seja, foram utilizados 48
(quarenta e oito) diferentes verbos, sendo 16 (dezesseis) verbos de cada conjugação. Além disso, o
verbo da sentença distratora era da mesma conjugação do verbo utilizado nas demais sentenças.
73
Outro fator controlado nas sentenças distratoras diz respeito à semelhança dos constituintes
nessas sentenças e nas demais alternativas de resposta incluídas na mesma cena. Todas as
alternativas tinham alguns constituintes sentenciais em comum, especialmente no início e no final
da sentença. Além disso, a mesma marcação adverbial temporal utilizada nas demais alternativas
era mantida na sentença distratora. Assim, se não houvesse esse tipo de marcação nas demais
alternativas, não havia na sentença distratora. Por exemplo, na cena em que a personagem Maria
adulta desempenhava a ação de comer a fim de eliciar o aspecto progressivo no presente, as
sentenças utilizadas como alternativas de respostas possíveis eram “Maria está comendo sua comida
salgada predileta” e “Maria come sua comida salgada predileta” e a sentença distratora era “Maria
bebe sua cerveja importada predileta”.
Por fim, é importante salientar que as cenas em que os informantes selecionaram um
distrator como opção de resposta foram descartadas do cálculo geral e da análise dos resultados
obtidos.
3.4.4. Controle da presença e tipo da marcação adverbial temporal nas sentenças
Diferente do teste de preenchimento de lacuna, o teste de relacionamento imagem-sentença
pretendia investigar apenas as influências da presença e do tipo da marcação adverbial temporal
utilizada na interpretação aspectual da sentença. Já o efeito da posição do advérbio de tempo nessa
interpretação não foi incluído como uma das variáveis investigadas no teste de relacionamento
imagem-sentença pelo fato de esse teste ser menor que o teste de preenchimento de lacuna:
enquanto o primeiro teste tinha 120 (cento e vinte) imagens, esse tinha apenas 48 (quarenta e oito)
imagens.
Nas sentenças sem nenhum tipo de marcação adverbial temporal, que correspondiam a 1/3
(um terço) ou 4 (quatro) imagens de cada aspecto investigado, a marcação aspectual estava
74
concentrada unicamente na flexão verbal. No caso das imagens que eliciavam o presente habitual e
progressivo, as sentenças sem marcação adverbial temporal tinham, em uma das alternativas, o
verbo no Presente do Indicativo e, em outra, o verbo estar no Presente do Indicativo associado ao
verbo principal no gerúndio. no caso das imagens que eliciavam o passado perfectivo e
imperfectivo, a diferença entre as alternativas sem marcação adverbial temporal estava também
limitada ao verbo, que em uma das alternativas aparecia no Pretérito Perfeito e em outra no
Pretérito Imperfeito.
Com o propósito de investigar a influência do tipo dos advérbios nas sentenças, foram
selecionados 2 (dois) advérbios no presente e 2 (dois) advérbios no passado. Em 2/3 (dois terços) ou
8 (oito) imagens de cada aspecto estudado, as sentenças presentes nas alternativas de respostas
tinham alguma marcação adverbial temporal. Nas sentenças do presente habitual e progressivo,
foram utilizados os advérbios sempre e agora e nas sentenças do passado perfectivo e imperfectivo,
os advérbios ontem e antigamente.
Quando as sentenças referentes a uma imagem testada tinham alguma marcação adverbial
temporal, duas combinações possíveis de advérbio e aspecto verbal poderiam ocorrer. Em metade
dos casos, um mesmo advérbio era utilizado em todas as alternativas, sendo alterado apenas o
aspecto do verbo de uma alternativa para outra. Na outra metade dos casos, o advérbio e o aspecto
do verbo modificavam-se de uma alternativa para outra.
No caso das cenas que eliciavam o presente habitual, por exemplo, 1/3 (um terço) tinha o
advérbio sempre antes do verbo ou locução verbal de todas as sentenças, sendo que, dentro de uma
mesma cena, uma das alternativas era formada pelo verbo no Presente do Indicativo e outra, que se
opunha a essa, pelo verbo estar no Presente do Indicativo junto ao gerúndio do verbo principal.
em outro 1/3 (um terço) das cenas referentes ao presente habitual, os advérbios sempre e agora
eram utilizados nas sentenças, sendo que, dentro de uma mesma cena, enquanto uma alternativa
75
continha o advérbio sempre associado ao verbo no Presente do Indicativo, a outra continha o
advérbio agora associado ao verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo
principal.
Em relação às cenas referentes ao presente progressivo, 1/3 (um terço) tinha, em todas as
alternativas, sentenças com o advérbio agora, sendo que um dos itens continha a perífrase formada
pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal e outro item continha
o verbo no Presente do Indicativo. Outro 1/3 (um terço) das cenas ligadas a esse aspecto verbal
continha alternativas de modo que uma das sentenças fosse formada pelo advérbio agora e o verbo
estar no Presente do Indicativo associado ao verbo principal no gerúndio e a outra pelo advérbio
sempre e o verbo no Presente do Indicativo.
Quanto às cenas que eliciavam o passado perfectivo, 1/3 (um terço) dessas imagens tinha,
em todas as alternativas, a presença do advérbio ontem, com a variação apenas do aspecto verbal da
sentença, que ora aparecia com o verbo no Pretérito Perfeito, ora no Pretérito Imperfeito. em
outro 1/3 (um terço) das cenas que eliciavam esse aspecto, em uma alternativa aparecia o advérbio
ontem associado ao verbo no Pretérito Perfeito e em outra alternativa aparecia o advérbio
antigamente associado ao verbo no Pretérito Imperfeito.
Por fim, 1/3 (um terço) das cenas que eliciavam o passado imperfectivo tinha, em todas as
alternativas, a presença do advérbio antigamente com o verbo no Pretérito Imperfeito em uma das
sentenças e no Pretérito Perfeito em outra sentença. Em outro 1/3 (um terço) das cenas referentes ao
passado imperfectivo, as sentenças variavam a marcação adverbial temporal e o tempo verbal
quando aparecia o advérbio antigamente o verbo estava no Pretérito Imperfeito e quando aparecia o
advérbio ontem o verbo estava no Pretérito Perfeito.
Portanto, 3 (três) possíveis combinações de marcações adverbiais temporais aconteciam nas
diferentes cenas desse teste, a saber: (i) as sentenças não continham nenhuma marcação adverbial
76
temporal, (ii) as sentenças continham o mesmo advérbio em todas as alternativas, com apenas o
aspecto verbal variando de uma alternativa para outra e (iii) as sentenças continham duas diferentes
marcações adverbiais temporais e dois diferentes aspectos verbais sendo utilizados nas alternativas.
Dessa maneira, o efeito da presença da marcação adverbial temporal poderia ser investigado,
especialmente, a partir da comparação das cenas do tipo (i) com as do tipo (ii) e o efeito do tipo de
marcação adverbial temporal poderia ser analisado a partir da comparação das cenas do tipo (ii)
com as do tipo (iii).
É importante destacar que, nas cenas do tipo (i) e nas do tipo (iii), era necessário que o
informante interpretasse a pista contextual fornecida pela imagem, posto que, para que fosse feita a
seleção de sentenças sem marcação adverbial temporal ou com marcações temporais que são
tradicionalmente associadas a aspectos distintos, era preciso que a imagem fosse bem analisada.
Entretanto, nas cenas do tipo (ii), não era necessário que o informante analisasse tanto a cena, já que
o mesmo advérbio utilizado em todas as alternativas indicava qual aspecto estava sendo eliciado
com aquela imagem.
Segue abaixo uma tabela com os verbos que expressam as ações utilizadas para eliciar cada
um dos aspectos e as respectivas marcações adverbiais nas sentenças utilizadas como opções de
respostas, conforme explicado anteriormente.
77
presente habitual
Sem marcação adverbial nas
alternativas
Com a mesma marcão
adverbial (sempre) nas
alternativas
Com marcação adverbial
diferente (sempre e agora) nas
alternativas
assistir
beber
abrir
desenhar
falar
calçar
dormir
ler
comer
escrever
vestir
pintar
presente progressivo
Sem marcação adverbial nas
alternativas
Com a mesma marcão
adverbial (agora) nas
alternativas
Com marcação adverbial
diferente (agora e sempre) nas
alternativas
abrir
assistir
beber
calçar
desenhar
falar
comer
dormir
ler
pintar
escrever
vestir
passado perfectivo
Sem marcação adverbial nas
alternativas
Com a mesma marcão
adverbial (ontem) nas
alternativas
Com marcação adverbial
diferente (ontem e antigamente)
nas alternativas
beber
abrir
assistir
falar
calçar
desenhar
ler
comer
dormir
vestir
pintar
escrever
passado imperfectivo
Sem marcação adverbial nas
alternativas
Com a mesma marcão
adverbial (antigamente) nas
alternativas
Com marcação adverbial
diferente (antigamente e ontem)
nas alternativas
assistir
beber
abrir
desenhar
falar
calçar
dormir
ler
comer
escrever
vestir
pintar
78
3.5. Procedimento
Todos os informantes que participaram desta dissertação foram informados que não teriam
seus nomes divulgados e concordaram em participar do teste. Em 90% (noventa por cento) dos
informantes testados, a aplicação dos testes se deu em 3 (três) dias consecutivos. O examinador ia
até o local de preferência do informante sua casa ou seu local de trabalho e era aplicado o
teste, que tinha uma duração média de 20 (vinte) a 30 (trinta) minutos por dia.
Sempre antes do início do teste, eram apresentadas duas imagens da personagem do vídeo,
Maria, em dois momentos de sua vida: atualmente, já adulta, e antigamente, quando criança.
Quando Maria era apresentada na fase adulta – durante a apresentação da personagem e em todas as
demais cenas nessa fase a imagem era colorida e quando Maria era apresentada ainda criança
também durante a apresentação da personagem e em todas as demais cenas nessa fase a imagem
era em preto e branco. Apenas após o examinador ter certeza de que o informante tinha
compreendido que as duas imagens correspondiam a uma única personagem o teste era iniciado.
No teste de preenchimento de lacuna, durante a exibição de cada uma das ações, era
fornecida uma sentença com um verbo omitido que deveria ser completada pelo indivíduo testado
oralmente, de acordo com a ação desempenhada pela personagem no vídeo. As sentenças do
primeiro experimento, que eram apresentadas oralmente, eram produzidas pelo examinador com
uma breve pausa na posição da omissão do verbo. as sentenças do segundo experimento, que
apareciam escritas na tela, eram apresentadas na parte inferior da tela, com as letras brancas.
Nessas, havia um espaço pontilhado no local do verbo, indicando a posição da omissão desse.
Antes do início de cada experimento do primeiro teste, foram fornecidas 3 (três) cenas /
sentenças como exemplo, a fim de esclarecer como o teste deveria ser realizado. Os exemplos dos
dois testes foram criados a partir dos mesmos verbos, a saber: fechar, varrer e ouvir. No primeiro
experimento, as formas verbais eliciadas nos exemplos foram: presente progressivo, por meio do
79
verbo fechar, passado perfectivo, por meio do verbo ouvir, e infinitivo, por meio do verbo varrer.
Já nos exemplos do segundo experimento, as formas verbais eliciadas foram: presente habitual, por
meio do verbo fechar, passado imperfectivo, por meio do verbo ouvir, e infinitivo, por meio do
verbo varrer. Em todos os exemplos, ainda que o informante se antecipasse produzindo o verbo
omitido antes do examinador fornecer a resposta, o examinador também completava a sentença
utilizando sempre a forma verbal esperada.
Durante a realização do teste, se a resposta do indivíduo não fosse fornecida dentro do
tempo máximo de 12 (doze) segundos, uma outra ação era iniciada automaticamente e a resposta do
indivíduo não era computada. Se a resposta do informante fosse fornecida antes desse tempo, um
botão era pressionado pelo examinador e a ação seguinte tinha início.
No início do teste de relacionamento imagem-sentença, embora fossem apresentadas
novamente as imagens da Maria adulta e criança, não eram fornecidos exemplos antes da aplicação
do teste. Entretanto, o examinador explicava cuidadosamente ao informante o que era esperado que
ele fizesse. Era dito ao informante que apareceriam 3 (três) sentenças, na parte inferior da tela,
sendo uma abaixo da outra, numeradas de 1 (um) a 3 (três) e que, de acordo com a imagem vista, o
informante deveria selecionar aquela que julgasse mais de acordo com a imagem, indicando-a pelo
número correspondente. Também era esclarecido ao informante que não havia uma única
possibilidade de resposta e que, às vezes, as sentenças poderiam ser muito parecidas, mas, ainda
assim, era necessário que ele selecionasse apenas uma alternativa, aquela que ele preferisse.
Também nesse teste, quando o informante fornecia a resposta antes dos 16 (dezesseis)
segundos destinados à resposta, um botão era pressionado e a cena seguinte era iniciada. Entretanto,
diferentemente do primeiro teste, quando o informante pedia para que uma cena fosse repetida, o
que foi o caso de muitos informantes idosos e de alguns pouco escolarizados, o examinador repetia
a cena solicitada.
80
Todas as respostas fornecidas pelos indivíduos testados eram anotadas pelo examinador.
Caso uma resposta fosse dada pelo informante e esse, logo em seguida, afirmasse que aquela não
era a melhor opção e fornecesse uma outra resposta para que a anterior fosse substituída, a segunda
resposta dada foi a posteriormente considerada para a análise dos resultados. se o informante
fornecesse duas ou mais opções de respostas, com diferentes formas verbais, mas como sinônimas,
como se as opções dadas fossem igualmente válidas, a primeira resposta fornecida foi a considerada
na análise dos resultados.
Em alguns casos, a aplicação do teste foi brevemente interrompida, a pedido do indivíduo
testado. Caso houvesse uma pausa, o teste era retomado do ponto em que foi interrompido, não
sendo repetidas as cenas que já haviam sido testadas.
3.6. Análise de fala espontânea
Também a fim de investigar se as aplicações preliminares do teste de preenchimento de
lacuna revelavam, de fato, uma atual tendência do PB a utilização do Presente do Indicativo para
expressar os aspectos habitual e progressivo no presente –, foram transcritos e analisados trechos de
fala espontânea.
Para tanto, foram selecionadas duas entrevistas extraídas de um programa televisionado
26
.
Cada entrevista tinha uma duração média de 30 (trinta) minutos. Em um dos programas gravados, o
entrevistado foi um homem, carioca, com alta escolaridade e acima de 80 (oitenta) anos de idade,
denominado nesta dissertação SB. Já no outro programa gravado, as entrevistadas foram duas
mulheres, ambas cariocas, com alta escolaridade e entre 45 (quarenta e cinco) e 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, denominadas nesta dissertação BR e RV.
26
As entrevistas selecionadas foram extraídas do programa “Espaço Aberto”, exibido na “Globo News”. Esse programa
foi selecionado por ter um formato de entrevista mais similar a uma conversa, com um pouco mais de formalidade. A
partir de perguntas feitas pelo entrevistador, os entrevistados, embora estivessem em uma situão não natural,
discorriam sobre o assunto levantado livremente, com algumas interrupções e / ou acréscimos do entrevistador, o que
fazia com que as entrevistas assemelhassem-se mais a uma conversa.
81
Como essas transcrições buscavam confirmar ou não os resultados preliminares do teste de
preenchimento de lacuna quanto à forma verbal utilizada para expressar o aspecto progressivo no
presente, foram analisadas apenas as ocorrências do presente em que o aspecto progressivo
estivesse sendo utilizado. Dessa maneira, seria possível analisar se o presente progressivo estava
sendo produzido, na fala espontânea, pelo Presente do Indicativo ou pelo verbo estar no Presente do
Indicativo junto ao verbo principal no gerúndio. Se essa segunda opção fosse a mais utilizada pelos
indivíduos entrevistados, seria apresentada uma evidência em favor das primeiras intuições a
respeito da forma verbal preferencial para expressar o presente progressivo no PB e levantar-se-ia a
possibilidade de o teste de preenchimento de lacuna não ter eliciado corretamente o presente
progressivo.
No próximo capítulo serão apresentados e analisados os resultados obtidos nos testes
desenvolvidos para esta dissertação e serão discutidas as questões observadas a partir da transcrição
de fala espontânea. No caso dos resultados dos testes, primeiramente serão apresentados os
resultados obtidos a partir do cômputo geral dos indivíduos testados, incluindo o efeito das
variáveis lingüísticas investigadas nos testes, e, depois, serão apresentados os resultados levando-se
em conta as variáveis não-lingüísticas analisadas, tais como o grau de escolaridade, a faixa etária e
o sexo dos indivíduos testados.
82
4. RESULTADOS
4.1. Teste de preenchimento de lacuna
O cálculo e a análise das formas verbais utilizadas no teste de preenchimento de lacuna
foram feitos levando-se em conta cada um dos experimentos separadamente e os dois experimentos
simultaneamente
27
. Entretanto, a análise individual dos experimentos foi realizada quando
revelou algo significativo
28
. Além disso, primeiro foram calculados os resultados de todos os
informantes somados e, então, esses informantes foram divididos em grupos de acordo com o
grau de escolaridade, faixa etária e sexo, investigando, assim, as variáveis não-lingüísticas incluídas
nesta dissertação.
Já as variáveis lingüísticas investigadas dizem respeito à influência da presença, da posição e
do tipo da marcação adverbial temporal nas sentenças testadas. Como a influência desses fatores
não se mostrou relevante nos dois experimentos investigados isoladamente, a análise da marcação
adverbial temporal foi feita somente a partir do somatório dos resultados obtidos no primeiro e no
segundo experimento.
4.1.1. Cálculo de todos os informantes
29
4.1.1.1. Aspecto habitual
O cálculo das formas verbais utilizadas pelos informantes nas sentenças associadas às
imagens que eliciavam o presente habitual revelou a preferência pela utilização do Presente do
27
Conforme descrito no capítulo 3, os dois experimentos em que se subdivide o teste de preenchimento de lacuna
diferenciam-se pelo modo de exposição da sentença ao informante. Enquanto no primeiro experimento a sentença era
produzida oralmente pelo examinador, no segundo experimento a sentença aparecia escrita na tela.
28
Foi considerado significativo para a análíse dos resultados o fator que, ao ser contrapor a outro, tinha diferença de
pelo menos 10% (dez por cento) em relação ao fator comparado.
29
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 165 do anexo.
83
Indicativo, que era a forma esperada. Contrariando as expectativas, a segunda forma verbal mais
utilizada foi o Pretérito Imperfeito e não a perífrase formada pelo verbo estar no Presente do
Indicativo com o verbo principal no gerúndio. A forma com o gerúndio, embora não fosse a
esperada, manteria ao menos o tempo verbal esperado.
Os informantes utilizaram o Presente do Indicativo em cerca de 86% (oitenta e seis por
cento) dos casos, o Pretérito Imperfeito em aproximadamente 8% (oito por cento) dos casos e o
verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo principal no gerúndio em apenas cerca de
2% (dois por cento) dos casos. Nos demais 4% (quatro por cento) dos casos, foram utilizadas outras
formas verbais ou não foram fornecidas respostas.
Essa preferência, ainda que em uma escala reduzida
30
, do Pretérito Imperfeito em relação ao
verbo estar no Presente do Indicativo junto ao verbo principal no gerúndio poderia ser interpretada,
a princípio, como uma violação apenas do tempo verbal utilização do passado quando o tempo
verbal esperado era o presente – que, segundo Comrie (1976), o presente carrega intrinsecamente
um caráter imperfectivo.
Quanto à marcação adverbial temporal nas sentenças, pode-se dizer que esse fator teve
influência na escolha do tempo verbal mais utilizado pelos informantes, ou seja, na utilização do
Presente do Indicativo. A presença de alguma marcação adverbial temporal na sentença foi a
variável que mais influenciou a utilização do Presente do Indicativo. Além disso, a utilização da
marcação adverbial sempre antes do verbo teve uma influência ligeiramente maior no uso desse
tempo verbal do que a marcação adverbial temporal no final da sentença, embora a diferença
percentual de uso desse tempo verbal não pareça significativa nesses dois casos. Enquanto os
informantes utilizaram o Presente do Indicativo em cerca de 91% (noventa e um por cento) dos
casos em que o advérbio sempre era utilizado antes do verbo a ser preenchido, eles utilizaram esse
30
A preferência pelo Pretérito Imperfeito em relação ao verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do
verbo principal é inferior a 10% (dez por cento). Portanto, a diferença percentual de uso dessas duas formas verbais é
inferior a que foi tomada como significativa neste estudo.
84
tempo verbal em cerca de 87% (oitenta e sete por cento) dos casos em que havia marcação
adverbial temporal no fim da sentença e em apenas cerca de 76% (setenta e seis por cento) dos
casos em que não havia nenhum tipo de marcação adverbial temporal na sentença.
Esses resultados, portanto, indicam que apenas a presença da marcação adverbial temporal
parece ter influência significativa no processamento do aspecto habitual do presente na sentença. A
presença de uma pista sintática nesse caso, a marcação adverbial temporal foi significativa na
utilização da forma verbal esperada, ou seja, na utilização do Presente do Indicativo. Entretanto, o
tipo / posição não foi significativo na utilização dessa forma verbal.
4.1.1.2. Aspecto progressivo
O cálculo da forma verbal mais utilizada para expressar o presente progressivo confirmou o
que tinha sido observado nas aplicações preliminares desse teste
31
. Contrariando as expectativas
iniciais, a forma verbal mais freqüente foi o Presente do Indicativo, utilizada em cerca de 76%
(setenta e seis por cento) dos casos. A forma verbal esperada originalmente a perífrase formada
pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o verbo principal no gerúndio – foi a segunda forma
mais freqüente, utilizada em apenas cerca de 16% (dezesseis por cento) dos casos.
Cabe lembrar aqui, conforme comentado no capítulo 3, que a baixa incidência do verbo
estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal nas imagens
correspondentes ao aspecto progressivo foi uma das razões da elaboração de um segundo teste que
investigasse o aspecto nesta dissertação. Isso se deve ao fato de as respostas obtidas com o verbo no
Presente do Indicativo não corresponder às expectativas que se tinha a respeito da forma verbal
preferencial dos falantes do PB para expressar o aspecto progressivo no presente. A partir daí,
31
As aplicações preliminares desse teste foram descartadas da análise dos resultados. Essas aplicações motivaram o
desenvolvimento e aplicação do teste de relacionamento imagem-sentença por não terem eliciado a forma verbal
esperada verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal nas cenas referentes ao
presente progressivo.
85
surgiu o questionamento se as respostas obtidas refletiam corretamente a preferência verbal dos
informantes para a expressão do aspecto progressivo ou se o teste não estava eliciando de maneira
apropriada o aspecto investigado.
De qualquer modo, é importante destacar que o uso do Presente do Indicativo para expressar
o sentido de progressividade também é possível no PB. Como afirma Comrie (op. cit.) e foi
discutido no capítulo 2 desta dissertação, algumas línguas autorizam tanto a forma verbal
progressiva, que seria a forma com o verbo auxiliar seguido do gerúndio do verbo principal, quanto
a forma verbal não-progressiva, que seria o Presente do Indicativo, para expressar o aspecto
progressivo.
Comparando a incidência do Presente do Indicativo e da perífrase formada pelo verbo estar
no Presente do Indicativo com o verbo principal no gerúndio nas cenas que eliciavam o aspecto
progressivo nos dois experimentos desse teste, percebe-se que o uso da primeira forma verbal é
maior no experimento 2 que no experimento 1, enquanto o uso da segunda forma verbal é maior no
experimento 1 que no experimento 2. Enquanto o Presente do Indicativo é usado em cerca de 65%
(sessenta e cinco por cento) dos casos no primeiro experimento, ele é usado em cerca de 86%
(oitenta e seis por cento) dos casos no segundo experimento. o verbo estar no Presente do
Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal é utilizado em cerca de 24% (vinte e quatro por
cento) dos casos no primeiro experimento contra apenas cerca de 9% (nove por cento) dos casos no
segundo experimento.
Uma possível análise para esse fato é interpretá-lo como o resultado da influência do próprio
teste na resposta do informante. Enquanto no primeiro experimento a sentença deveria ser
preenchida a partir de uma pausa produzida pelo examinador, que a sentença não aparecia escrita
na tela, no segundo experimento a lacuna que deveria ser preenchida era mostrada na tela a partir de
um pontilhado na sentença no local da omissão do verbo. Esse pontilhado pode ter influenciado, de
86
alguma maneira, a utilização de um único verbo, ao invés de uma locução verbal, no preenchimento
da sentença.
Embora nem mesmo a presença da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes ao
aspecto progressivo tenha determinado a preferência pela perífrase formada pelo verbo estar no
Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal, parece que a marcação adverbial
temporal teve uma certa influência no uso dessa forma verbal. Enquanto os informantes utilizaram,
nos dois experimentos somados, essa forma em apenas cerca de 9% (nove por cento) dos casos em
que não havia nenhuma marcação adverbial temporal nas sentenças, eles utilizaram-na em cerca de
18% (dezoito por cento) dos casos em que a marcação era feita com agora e em cerca de 29%
(vinte e nove por cento) dos casos em que a marcação era feita com neste momento, em ambos os
casos no início da sentença.
Por meio dessas observações a respeito da marcação adverbial temporal nas sentenças
referentes ao presente progressivo, evidencia-se mais uma vez que a presença do advérbio ou
locução adverbial está relacionada ao processamento do aspecto verbal, estimulando o uso do verbo
estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal na expressão do aspecto
progressivo do presente. Essas observações também permitem que se proponha que o tipo de
marcação adverbial temporal utilizado, ainda que ocupe a mesma posição na sentença, possa
influenciar de maneira diferente o uso de uma determinada forma verbal,que a locução adverbial
neste momento parece favorecer mais do que o advérbio agora o uso da perífrase formada pelo
verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal.
A razão pela qual o advérbio agora eliciou menos a forma verbal com o gerúndio do que a
locução adverbial neste momento parece estar associada ao fato de o advérbio agora não ser a
melhor marcação adverbial temporal na eliciação do aspecto progressivo ou da forma verbal com o
87
gerúndio. Essa idéia será retomada e fundamentada na análise dos resultados obtidos no teste de
relacionamento imagem-sentença e na análise da fala espontânea.
4.1.1.3. Aspecto perfectivo
Nas imagens que eliciavam o passado perfectivo, a forma verbal mais utilizada para
completar as sentenças foi a esperada, ou seja, o Pretérito Perfeito, utilizado em cerca de 68%
(sessenta e oito por cento) dos casos. Entretanto, a segunda forma mais utilizada, contrariando as
expectativas, não foi o Pretérito Imperfeito, utilizado em apenas cerca de 10% (dez por cento) dos
casos, mas sim o Presente do Indicativo, utilizado em cerca de 17% (dezessete por cento) dos casos,
embora as porcentagens de uso dessas duas formas tenham sido bastante próximas.
A exemplo do que ocorreu nas imagens referentes ao presente habitual e ao presente
progressivo, também nas imagens referentes ao passado perfectivo, a presença da marcação
adverbial temporal nas sentenças influenciou o uso de uma determinada forma verbal, nesse caso, o
uso do Pretérito Perfeito. Além da presença, também o tipo / posição da marcação adverbial
temporal parece ter sido um fator relevante no uso dessa forma verbal. A maior incidência de uso
desse tempo verbal se deu quando a sentença era iniciada pelo advérbio ontem cerca de 81%
(oitenta e um por cento) de uso seguido dos casos em que as sentenças tinham alguma marcação
adverbial temporal no final – cerca de 69% (sessenta e nove por cento) de uso – e seguido dos casos
em que não havia marcação adverbial temporal na sentença cerca de 40% (quarenta por cento) de
uso.
Dessa maneira, percebe-se que as cenas que eliciavam o passado perfectivo também
sugerem que a presença da marcação adverbial temporal é um fator bastante relevante no
processamento do aspecto verbal, eliciando mais o uso do Pretérito Perfeito na expressão do aspecto
perfectivo do que as sentenças sem essa marcação. Outro fator que se mostrou relevante, porém
88
menos que a presença da marcação adverbial temporal, foi o tipo / posição que essa marcação
ocupava na sentença, que os informantes utilizaram mais o verbo no Pretérito Perfeito nas
sentenças com a marcação adverbial ontem no início da sentença do que nas sentenças com alguma
marcação temporal no fim.
É importante salientar que, nas cenas sem marcação adverbial temporal na sentença, o
Presente do Indicativo foi mais utilizado pelos informantes que o Pretérito Perfeito, embora a
seleção da forma verbal pareça ter sido aleatória nessas cenas. Dentre as cenas sem marcação
adverbial temporal na sentença, o Pretérito Perfeito, conforme indicado acima, foi selecionado em
cerca 40% (quarenta por cento) dos casos e o Presente do Indicativo em cerca de 50% (cinqüenta
por cento) dos casos. A baixa incidência de uso do Pretérito Perfeito na ausência da marcação
adverbial temporal sugere que a pista contextual fornecida pela imagem exibida a personagem
finalizando a ação desempenhada – não foi suficiente para os informantes testados.
A respeito da utilização do verbo no Presente do Indicativo nas cenas referentes ao passado
perfectivo, vale ainda dizer que essa forma verbal não foi a segunda forma mais utilizada nas
sentenças com a marcação adverbial ontem no início. Nesse caso, a segunda forma mais utilizada
foi a esperada, isto é, o Pretérito Imperfeito, utilizado em cerca de 12% (doze por cento) dos casos,
e não o Presente do Indicativo, utilizado em apenas cerca de 2% (dois por cento) dos casos. Essa
preferência pelo Pretérito Imperfeito em relação ao Presente do Indicativo parece sugerir que o
advérbio ontem, mais que todos os outros tipos de marcação adverbial do passado utilizados no fim
da sentença, elicia o verbo no tempo passado, ainda que o aspecto varie em relação ao esperado.
4.1.1.4. Aspecto imperfectivo
Nas sentenças que testavam o passado imperfectivo, eliciado a partir de cenas feitas com a
personagem Maria ainda criança, a forma verbal mais utilizada pelos informantes foi o Pretérito
89
Imperfeito, que era a forma esperada. Esse tempo verbal foi utilizado em cerca de 83% (oitenta e
três por cento) dos casos. A segunda forma mais utilizada, presente em cerca de 12% (doze por
cento) dos casos, foi o Presente do Indicativo. Já o Pretérito Perfeito foi utilizado em apenas cerca
de 2% (dois por cento) dos casos.
A escolha pelo Presente do Indicativo como segunda opção mais utilizada depois do
Pretérito Imperfeito e não a utilização do Pretérito Perfeito poderia ser, a princípio, interpretada
como a preferência pela manutenção do aspecto em detrimento da manutenção do tempo esperado,
caso o presente seja entendido como um tempo intrinsecamente imperfectivo, conforme proposto
por Comrie (1976).
Uma outra possível interpretação para esse fato que conta de mais questões pode ser
feita propondo-se que o presente, diferente do passado ou do futuro, seja o tempo verbal mais
saliente na mente do falante. Talvez essa tenha sido a razão pela qual o Presente do Indicativo foi a
segunda forma mais utilizada depois do Pretérito Perfeito nas imagens que eliciavam o passado
perfectivo e depois do Pretérito Imperfeito nas que eliciavam o passado imperfectivo. Essa
interpretação revela que estamos compreendendo que o informante hesitou ao completar a sentença,
talvez por não ter percebido a pista contextual da cena que indicava o aspecto eliciado e, diante
dessa hesitação, optou pelo Presente do Indicativo ao invés de outra forma verbal que preservasse o
mesmo tempo da forma esperada. Caso o informante optasse por manter o tempo verbal esperado, o
Pretérito Imperfeito seria a segunda opção mais utilizada depois do Pretérito Perfeito no caso das
imagens referentes ao passado perfectivo – e o Pretérito Perfeito seria a segunda opção mais
utilizada depois do Pretérito Imperfeito – no caso das imagens referentes ao passado imperfectivo.
A respeito da influência da marcação adverbial temporal nessas sentenças, pode-se dizer que
a posição dessa marcação foi o fator mais relevante no uso do Pretérito Imperfeito. Outro fator que
também teve relevância, ainda que menor, no uso desse tempo verbal foi o tipo de advérbio ou
90
locução adverbial de tempo utilizado na sentença. A posição que mais influenciou o uso do Pretérito
Imperfeito foi o início da sentença e o advérbio que mais eliciou o uso desse tempo verbal foi
antigamente. Ao analisar o efeito da posição da marcação adverbial temporal na sentença
somando o número de ocorrências do Pretérito Imperfeito nas sentenças com os dois tipos de
marcação utilizados em cada posição percebe-se que, quando a marcação estava presente na
posição inicial, o Pretérito Imperfeito foi usado em cerca de 94% (noventa e quatro por cento) dos
casos e quando a marcação estava presente na posição final, esse tempo verbal foi usado em cerca
de 72% (setenta e dois por cento) dos casos. Já ao analisar o efeito do tipo de marcação adverbial
temporal utilizado somando o número de ocorrências do Pretérito Imperfeito nas sentenças com o
mesmo tipo de marcação nas duas diferentes posições na sentença percebe-se que, quando o
advérbio antigamente era utilizado, o Pretérito Imperfeito foi usado em cerca de 89% (oitenta e
nove por cento) dos casos e quando a locução adverbial quando criança era utilizada, esse tempo
verbal foi usado em cerca de 76% (setenta e seis por cento) dos casos.
Todavia, se a influência no uso do Pretérito Imperfeito for analisada separadamente nas
sentenças com cada uma das marcações adverbiais temporais, presentes no início e no fim da
sentença, percebe-se que o efeito do tipo de marcação utilizado é efetivamente significativo para o
uso do Pretérito Imperfeito quando essa marcação estava presente no final da sentença. Esse tempo
verbal foi utilizado em cerca de 97% (noventa e sete por cento) dos casos em que o advérbio
antigamente estava presente no início da sentença, em cerca de 90% (noventa por cento) dos casos
em que a locução adverbial quando criança estava presente no início da sentença, em cerca de 81%
(oitenta e um por cento) dos casos em que o advérbio antigamente estava presente no final da
sentença, e em cerca de 62% (sessenta e dois por cento) dos casos em que a locução adverbial
quando criança estava presente no final da sentença.
91
Sendo assim, também as cenas referentes ao passado imperfectivo sugerem que a marcação
adverbial temporal é relevante no processamento aspectual das sentenças. O fator que mais elicia a
produção do verbo no Pretérito Imperfeito é a posição inicial dessa marcação na sentença. Embora o
efeito do tipo de marcação adverbial temporal só pareça percentualmente relevante quando a
marcação estava presente no fim da sentença, especialmente nessa posição esse fator também se
mostrou significativo, que o advérbio antigamente influenciou mais o uso do verbo no Pretérito
Imperfeito do que a locução adverbial quando criança.
4.1.1.5. Infinitivo
Quanto ao uso do infinitivo nas imagens / sentenças que o eliciavam, o cálculo de todos os
informantes revelou que, conforme esperado, essa forma foi a que causou menor hesitação na
produção do verbo. Em aproximadamente 97% (noventa e sete por cento) dos casos em que o
infinitivo era esperado, o verbo foi assim produzido. Quando esse não foi o caso, o informante
produziu o verbo no Presente do Indicativo ou não forneceu resposta para a sentença.
4.1.1.6. Resumo
Dentre as questões anteriormente apontadas pelo cálculo dos resultados obtidos por todos os
informantes, uma das observações mais relevantes diz respeito à forma verbal utilizada nas
sentenças associadas às imagens que eliciavam o presente progressivo. Apesar de a expectativa ter
sido de que os informantes produzissem o verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo
principal no gerúndio, o verbo produzido, na maioria das sentenças, estava no Presente do
Indicativo, tanto nas aplicações preliminares desse teste quanto nas aplicações posteriores, incluídas
nesta dissertação. Entretanto, como já discutido, o PB é uma língua que autoriza formas verbais que
92
não sejam tipicamente progressivas, como o Presente do Indicativo, na expressão do aspecto
progressivo no presente.
Outra importante questão observada pelo cálculo dos resultados obtidos por todos os
indivíduos foi que o Presente do Indicativo, quando não foi a forma verbal mais utilizada, foi a
segunda mais utilizada. Esse foi o caso nas imagens que eliciavam tanto o passado perfectivo
quanto o passado imperfectivo. Talvez o Presente do Indicativo seja a segunda forma mais utilizada
nesses casos pelo fato de o presente ser o tempo mais saliente na mente dos falantes.
Uma última observação feita durante a análise dos resultados obtidos por todos os
informantes que parece bastante relevante diz respeito à influência que a marcação adverbial
temporal teve na produção da forma verbal esperada. A presença da pista sintática parece eliciar
mais contundentemente o uso das formas verbais esperadas do que as pistas contextuais sozinhas
a imagem por si só. Além disso, a presença da marcação adverbial temporal no início, assim como
alguns tipos de advérbio em especial, parece ter uma maior influência no uso das formas verbais
esperadas.
Na próxima seção, os resultados serão analisados levando-se em consideração o grau de
escolaridade dos indivíduos testados de modo a investigar se a preferência por determinadas formas
verbais na expressão do aspecto pode estar relacionada ao nível de escolaridade dos informantes.
4.1.2. Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade
32
4.1.2.1. Aspecto habitual
O cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos em alta e baixa escolaridade
nas cenas referentes ao presente habitual revela que, nos dois grupos, a forma verbal mais utilizada
32
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 172 do anexo.
93
é o Presente do Indicativo, sendo que entre os indivíduos com baixa escolaridade a porcentagem de
ocorrências desse tempo verbal é menor que entre os indivíduos com alta escolaridade. Enquanto a
porcentagem de uso do Presente do Indicativo é de cerca de 93% (noventa e três por cento) entre os
indivíduos com alta escolaridade, essa porcentagem é de cerca de 79% (setenta e nove por cento)
entre os indivíduos com baixa escolaridade.
Essa maior incidência da forma verbal esperada Presente do Indicativo entre os
indivíduos com alta escolaridade pode ser interpretada como o resultado de uma maior reflexão
sobre o próprio teste entre os indivíduos mais escolarizados. Talvez esse grupo de informantes, a
fim de ser mais consistente quanto às respostas dadas, tenha optado por manter, em um conjunto de
imagens semelhantes que eliciavam o presente habitual, a mesma forma verbal, resultando em uma
porcentagem mais elevada do Presente do Indicativo entre os indivíduos com alta escolaridade.
A comparação desses dois níveis de escolaridade nas cenas que eliciavam o presente
habitual revela também que a influência da presença da marcação adverbial temporal no uso do
Presente do Indicativo é mais relevante para os informantes com baixa escolaridade. O efeito do
tipo / posição da marcação adverbial temporal nas sentenças, por sua vez, parece significativo na
eliciação do Presente do Indicativo para os indivíduos com baixa escolaridade. Entre esses
indivíduos, o Presente do Indicativo foi utilizado em cerca de 87% (oitenta e sete por cento) dos
casos em que o advérbio sempre apareceu no início da sentença, em cerca de 78% (setenta e oito
por cento) dos casos em que a marcação adverbial temporal apareceu no fim da sentença e em cerca
de 65% (sessenta e cinco por cento) dos casos em que não havia marcação adverbial temporal na
sentença. entre os indivíduos com alta escolaridade, o Presente do Indicativo foi utilizado em
cerca de 94% (noventa e quatro por cento) dos casos em que advérbio sempre apareceu no início da
sentença, em cerca de 96% (noventa e seis por cento) dos casos em que a marcação adverbial
94
temporal apareceu no fim da sentença e em cerca de 86% (oitenta e seis por cento) dos casos em
que não havia marcação adverbial temporal na sentença.
4.1.2.2. Aspecto progressivo
Nas cenas que eliciavam o presente progressivo, a comparação entre os dois grupos de
diferentes níveis de escolaridade revelou que, embora o Presente do Indicativo seja a forma mais
utilizada em ambos os grupos para expressar o aspecto progressivo no presente, o uso da perífrase
formada pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o verbo principal no gerúndio é
ligeiramente maior entre os indivíduos com baixa escolaridade, embora a diferença percentual de
uso dessa forma verbal entre os dois grupos de indivíduos não seja significativa. Enquanto o verbo
estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal foi usado em cerca de 13%
(treze por cento) das ocorrências do aspecto progressivo entre os indivíduos com alta escolaridade,
essa forma verbal apareceu em cerca de 20% (vinte por cento) das ocorrências desse aspecto entre
os indivíduos com baixa escolaridade.
A análise da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes ao presente
progressivo para os informantes de diferentes níveis de escolaridade sugere que tanto a presença
quanto o tipo dessa marcação parece relevante na utilização do verbo estar no Presente do
Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal para os indivíduos com baixa escolaridade.
Entretanto, assim como apontado no cálculo com todos os informantes, também para os indivíduos
com baixa escolaridade, a marcação adverbial temporal não foi suficientemente relevante para que o
verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal fosse mais utilizado
do que o verbo no Presente do Indicativo nas sentenças referentes ao presente progressivo. Os
informantes com alta escolaridade utilizaram a forma verbal com o gerúndio em cerca de 19%
(dezenove por cento) dos casos com marcação adverbial neste momento no início da sentença, em
95
cerca de 13% (treze por cento) dos casos com marcação adverbial agora também no início da
sentença e em cerca de 10% (dez por cento) dos casos sem marcação adverbial temporal na
sentença porcentagens muito próximas. Entretanto, os informantes com baixa escolaridade
utilizaram essa forma verbal em cerca de 39% (trinta e nove por cento) dos casos com marcação
adverbial neste momento no início da sentença, em cerca de 22% (vinte e dois por cento) dos casos
com marcação adverbial agora também no início da sentença e em cerca de 8% (oito por cento) dos
casos sem marcação adverbial temporal na sentença.
4.1.2.3. Aspecto perfectivo
O cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos pelo nível de escolaridade nas
cenas que eliciavam o passado perfectivo confirma o que havia sido descrito no cálculo com todos
os informantes: o Pretérito Perfeito é a forma preferencial para expressar o aspecto perfectivo para
os indivíduos com alta e com baixa escolaridade. Entretanto, a incidência dessa forma verbal é
ligeiramente maior entre os indivíduos com alta escolaridade, embora a diferença percentual de uso
do Pretérito Perfeito entre os dois níveis de escolaridade não pareça relevante. Enquanto os
informantes com alta escolaridade utilizam o verbo no Pretérito Perfeito em cerca de 72% (setenta e
dois por cento) dos casos, os com baixa escolaridade utilizam o verbo no Pretérito Perfeito em cerca
de 64% (sessenta e quatro por cento) dos casos.
A comparação entre os dois níveis de escolaridade nas cenas que eliciavam o passado
perfectivo permite algumas observações importantes quanto à marcação adverbial temporal nas
sentenças. A presença dessa marcação parece relevante para os indivíduos com alta e com baixa
escolaridade, posto que a ausência dessa marcação compromete o uso do Pretérito Perfeito para os
dois grupos de informantes, especialmente para os de baixa escolaridade. Nas sentenças sem
marcação adverbial temporal, os informantes com alta escolaridade utilizam esse tempo verbal em
96
cerca de 46% (quarenta e seis por cento) dos casos e os informantes com baixa escolaridade, em
cerca de 35% (trinta e cinco por cento) dos casos
33
.
o tipo / posição da marcação adverbial temporal atua de maneira diferente no
processamento das sentenças pelos indivíduos com alta e com baixa escolaridade nas cenas
referentes ao passado perfectivo. Entre os indivíduos com baixa escolaridade, como também
observado no cálculo com todos os indivíduos, a incidência de uso do Pretérito Perfeito é maior
quando a presença da marcação adverbial ontem no início da sentença cerca de 81% (oitenta e
um por cento) de uso do Pretérito Perfeito nesses casos –, e é inferior quando a marcação adverbial
de tempo aparece no fim da sentença cerca de 58% (cinqüenta e oito por cento) de uso do
Pretérito Perfeito nesses casos. Entretanto, conforme observado entre os indivíduos com alta
escolaridade nas cenas referentes ao presente habitual, o tipo / posição da marcação adverbial
temporal na sentença não parece interferir na incidência de uso do Pretérito Perfeito entre os
indivíduos mais escolarizados nas cenas referentes ao passado perfectivo. Nesse grupo de
informantes, o uso do Pretérito Perfeito para expressar o perfectivo foi de cerca de 81% (oitenta e
um por cento) tanto nas sentenças com marcação adverbial temporal no início quanto nas com essa
marcação no fim. Esse fato corrobora a hipótese de que o tipo / posição dessa marcação na sentença
não interfere no processamento do aspecto verbal para os indivíduos com alta escolaridade.
4.1.2.4. Aspecto imperfectivo
Ao comparar as respostas obtidas pelos indivíduos com os dois níveis de escolaridade nas
imagens que eliciavam o passado imperfectivo, pode-se perceber que, embora o uso do Pretérito
Imperfeito seja predominante para expressar o aspecto investigado, a incidência dessa forma verbal
é maior entre os indivíduos com alta escolaridade. Enquanto os indivíduos com alta escolaridade
33
Nesse caso, embora os informantes com alta escolaridade tenham selecionado mais sentenças com a forma verbal
esperada do que os com baixa escolaridade, os dois grupos de informantes parecem ter produzido o verbo no Pretérito
Perfeito aleatoriamente.
97
utilizam o Pretérito Imperfeito em cerca de 94% (noventa e quatro por cento) dos casos, os
indivíduos com baixa escolaridade utilizam-no em cerca de 71% (setenta e um por cento) dos casos.
Essa maior consistência ao fornecer as respostas referentes a um conjunto comum de cenas –
todas desempenhadas pela personagem Maria na infância entre os indivíduos com alta
escolaridade está de acordo com o que havia sido proposto para esse mesmo grupo de
informantes nas cenas referentes ao presente habitual. Talvez o uso tão predominante do Pretérito
Imperfeito pelos indivíduos com alta escolaridade nas cenas do passado imperfectivo deva-se à
reflexão sobre o teste e formulação de uma estratégia coerente na formulação das respostas em
cenas que eram desempenhadas pela personagem Maria ainda criança.
A comparação dos dois grupos em questão nas cenas referentes ao passado imperfectivo
revela que o efeito da marcação adverbial temporal é muito limitado entre os indivíduos com alta
escolaridade. Conforme observado entre os indivíduos mais escolarizados nas cenas referentes ao
presente habitual e ao passado perfectivo, a posição da marcação adverbial temporal parece
irrelevante para o uso da forma verbal esperada, o Pretérito Imperfeito, entre os indivíduos mais
escolarizados. o efeito do tipo de marcação, entre os indivíduos com alta escolaridade, pode ser
apenas levemente percebido, influenciando o uso do Pretérito Imperfeito, quando a marcação estava
presente no final da sentença. Nessa posição, conforme apontado pelo cálculo dos resultados
obtidos por todos os informantes, o advérbio de tempo que mais influenciou o uso dessa forma
verbal foi antigamente. Os indivíduos com alta escolaridade utilizam a forma verbal esperada em
100% (cem por cento) dos casos em que a sentença tinha o advérbio antigamente no início, em
cerca de 99% (noventa e nove por cento) dos casos em que a sentença tinha a locução adverbial
quando criança no início, em cerca de 96% (noventa e seis por cento) dos casos em que a sentença
tinha o advérbio antigamente no fim e em cerca de 83% (oitenta e três por cento) dos casos em que
a sentença tinha a locução adverbial quando criança no fim.
98
Por outro lado, a influência da marcação adverbial temporal é maior e mais claramente
marcada entre os indivíduos com baixa escolaridade. Nesse grupo de informantes, tanto a posição
quanto o tipo de marcação utilizado independente da posição que ocupe na sentença parecem
influenciar o uso do Pretérito Imperfeito. Conforme apontado pelo cálculo dos resultados obtidos
por todos os informantes, a posição inicial da marcação foi a que mais eliciou o uso do Pretérito
Imperfeito e o advérbio que mais o eliciou foi antigamente. Entre os indivíduos com baixa
escolaridade, esse tempo verbal foi utilizado em cerca de 94% (noventa e quatro por cento) dos
casos em que a sentença tinha o advérbio antigamente no início, em cerca de 82% (oitenta e dois
por cento) dos casos em que a sentença tinha a locução adverbial quando criança no início, em
cerca de 67% (sessenta e sete por cento) dos casos em que a sentença tinha o advérbio antigamente
no fim e em cerca de 40% (quarenta por cento) dos casos em que a sentença tinha a locução
adverbial quando criança no fim.
4.1.2.5. Resumo
No geral, a comparação entre os resultados dos indivíduos de diferentes níveis de
escolaridade contribuiu significativamente para a análise dos resultados desta dissertação. Dentre
essas contribuições, pode-se citar o fato de que a forma verbal esperada, nas cenas referentes ao
presente habitual e ao passado imperfectivo, é mais amplamente utilizada pelos indivíduos com alta
escolaridade. Como anteriormente proposto, talvez essa maior consistência na utilização de uma
única forma verbal para expressar um determinado aspecto esteja relacionada a uma maior reflexão
sobre o próprio teste entre os indivíduos mais escolarizados e, conseqüentemente, à opção desses
informantes por manter, na maioria dos casos, uma mesma forma verbal em cenas que eliciavam o
mesmo aspecto.
99
Outra importante contribuição que a análise dos dois diferentes graus de escolaridade pôde
trazer à análise deste estudo foi a que diz respeito à influência da marcação adverbial temporal no
preenchimento das sentenças. Na análise das cenas que eliciavam os aspectos habitual e perfectivo,
especialmente nas imagens referentes ao aspecto perfectivo, pode-se perceber que a ausência da
marcação adverbial temporal na sentença comprometeu o uso da forma verbal esperada entre os
indivíduos com alta e com baixa escolaridade, em especial entre esses últimos informantes.
Entretanto, a posição e o tipo da marcação adverbial temporal na sentença, no geral, não parecem
relevantes para os indivíduos com alta escolaridade, mas parecem bastante significativos para os
com baixa escolaridade, que preferem determinados marcadores adverbiais de tempo e a posição
inicial desses marcadores na sentença ao utilizar uma determinada forma verbal na expressão
aspectual.
Na próxima seção, os resultados obtidos serão calculados de acordo com a faixa etária dos
informantes testados. Dessa maneira, poderá ser observado se determinada forma verbal é mais
amplamente encontrada em uma determinada faixa etária.
4.1.3. Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária
34
4.1.3.1. Aspecto habitual
A comparação entre os indivíduos de diferentes faixas etárias nas imagens que eliciavam o
presente habitual não pôde acrescentar muito ao que havia sido descrito a respeito da forma
preferencial de todos os informantes para a expressão desse aspecto, que o que foi observado no
cálculo dos resultados obtidos por todos os indivíduos repetiu-se nos grupos de informantes
separados por faixa etária. Os informantes de todas as faixas etárias, em uma porcentagem próxima
34
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 183 do anexo.
100
de uso, utilizaram o Presente do Indicativo como a forma preferencial para expressar o aspecto
habitual.
Quanto à influência da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes ao presente
habitual, pode-se dizer que a presença dessa marcação fator que tinha sido apontado como
significativo para o uso do Presente do Indicativo no lculo com todos os informantes não
parece ter sido relevante para os indivíduos entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos. Nessa
faixa etária, a ausência da marcação adverbial temporal não implicou em uma incidência menor de
uso do Presente do Indicativo, que tanto a ausência da marcação quanto a sua presença no fim da
sentença implicaram no uso do Presente do Indicativo em cerca de 88% (oitenta e oito por cento)
dos casos e a presença do advérbio sempre no início da sentença implicou no uso desse tempo
verbal em cerca de 90% (noventa por cento) dos casos.
Outra faixa etária que teve uma influência da marcação adverbial temporal na sentença
diferente da apontada pelo cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes foi a que
compreendia os indivíduos entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos. Apenas nessa faixa
etária, o efeito do tipo / posição da marcação adverbial temporal também pareceu significativo,
embora esse fator não tenha sido apontado como percentualmente relevante no cálculo com todos os
indivíduos. Entre os informantes da faixa etária em questão, a presença do advérbio sempre no
início da sentença implicou no uso do Presente do Indicativo em cerca de 96% (noventa e seis por
cento) dos casos e a presença de alguma marcação adverbial temporal no fim da sentença implicou
no uso desse tempo verbal em cerca de 83% (oitenta e três por cento) dos casos.
4.1.3.2. Aspecto progressivo
A comparação das diferentes faixas etárias nas cenas que eliciavam o presente progressivo
pareceu bastante reveladora quanto ao uso da forma verbal com o verbo estar no Presente do
101
Indicativo seguido do verbo principal no gerúndio. Embora em todas as faixas etárias o Presente do
Indicativo tenha sido a forma mais usada para expressar o aspecto progressivo no presente, a
incidência de uso do verbo estar no Presente do Indicativo acrescido do gerúndio do verbo
principal, no geral, obedeceu a uma ordem decrescente à medida que as faixas etárias iam
aumentando. A incidência dessa forma verbal foi de aproximadamente 34% (trinta e quatro por
cento) nos indivíduos entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos, de aproximadamente 26% (vinte e
seis por cento) nos indivíduos entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos, de aproximadamente 5%
(cinco por cento) nos indivíduos entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos
35
, de
aproximadamente 21% (vinte e um por cento) nos indivíduos entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e
nove) anos, de aproximadamente 9% (nove por cento) nos indivíduos entre 60 (sessenta) e 69
(sessenta e nove) anos, e de aproximadamente 3% (três por cento) nos indivíduos acima de 70
(setenta) anos. Essa observação permite que se proponha que a perífrase formada pelo verbo estar
no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal seja mais amplamente utilizada por
indivíduos mais jovens.
Pelo confronto nas diferentes faixas etárias do efeito da marcação adverbial temporal nas
sentenças, percebe-se que a presença e o tipo de marcação utilizado variáveis significativas no
cálculo dos resultados obtidos por todos os indivíduos não parecem ser fatores relevantes na
influência do uso do verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal
para todas as faixas etárias. Por exemplo, nas faixas entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos
e acima de 70 (setenta) anos, provavelmente por haver uma incidência de uso muito baixa dessa
forma verbal, nem a presença da marcação adverbial temporal nem o tipo de marcação utilizado
pareceram influenciar diferentemente o uso da perífrase formada pelo verbo estar no Presente do
Indicativo com o gerúndio do verbo principal. Entre os informantes entre 40 (quarenta) e 49
35
Essa foi a única exceção encontrada na ordem descrente de uso do verbo estar no Presente do Indicativo junto ao
verbo principal no gerúndio.
102
(quarenta e nove) anos, a incidência dessa forma verbal foi de cerca de 11% (onze por cento) nas
sentenças com a locução adverbial neste momento, de 5% (cinco por cento) nas sentenças com o
advérbio agora e de cerca de 2% (dois por cento) nas sentenças sem marcação adverbial temporal.
Entre os informantes acima de 70 (setenta) anos, a incidência dessa forma verbal foi de cerca de 7%
(sete por cento) nas sentenças com a locução adverbial neste momento e de cerca de 2% (dois por
cento) nas sentenças sem marcação adverbial temporal, não havendo nenhuma ocorrência dessa
forma verbal nas sentenças com o advérbio agora. entre os informantes entre 20 (vinte) e 29
(vinte e nove) anos, apenas a presença da marcação adverbial temporal pareceu influenciar o uso
dessa forma verbal, mas não o tipo de marcação utilizado, já que a incidência dessa forma verbal foi
de 50% (cinqüenta por cento) nas sentenças com o advérbio agora, de cerca de 47% (quarenta e
sete por cento) nas sentenças com a locução adverbial neste momento e de cerca de 21% (vinte e um
por cento) nas sentenças sem marcação adverbial temporal.
4.1.3.3. Aspecto perfectivo
Conforme apontado pelo cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes, a
comparação das faixas etárias nas cenas referentes ao passado perfectivo revela que a forma
preferencial para expressar esse aspecto é o Pretérito Perfeito, com um percentual de uso dessa
forma verbal semelhante em todas as faixas etárias.
A comparação da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças revela que o
efeito da presença dessa marcação no uso do Pretérito Perfeito foi significativo para os indivíduos
de todas as faixas etárias
36
, porém o efeito do tipo / posição dessa marcação não foi significativo
para as faixas etárias entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos, entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e
nove) anos, entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos. Na faixa
36
Como descrito na seção 4.1.1.3, a ausência da pista sintática prejudicou a utilização do Pretérito Perfeito nas cenas
referentes ao aspecto perfectivo.
103
entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos, o Pretérito Perfeito foi usado em cerca de 69% (sessenta e
nove por cento) das sentenças com o advérbio ontem na posição inicial e em cerca de 68% (sessenta
e oito por cento) das sentenças com alguma marcação adverbial temporal na posição final. Na faixa
entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos, o Pretérito Perfeito foi usado em cerca de 81%
(oitenta e um por cento) das sentenças com o advérbio ontem na posição inicial e em cerca de 75%
(setenta e cinco por cento) das sentenças com alguma marcação adverbial temporal na posição final.
Na faixa entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos, o Pretérito Perfeito foi usado em cerca
de 85% (oitenta e cinco por cento) das sentenças com o advérbio ontem na posição inicial e em
cerca de 83% (oitenta e três por cento) das sentenças com alguma marcação adverbial temporal na
posição final. Por fim, na faixa acima de 70 (setenta) anos, o Pretérito Perfeito foi usado em cerca
de 75% (setenta e cinco por cento) das sentenças com o advérbio ontem na posição inicial e em
cerca de 71% (setenta e um por cento) das sentenças com alguma marcação adverbial temporal na
posição final.
4.1.3.4. Aspecto imperfectivo
A comparação das diferentes faixas etárias nas cenas referentes ao passado imperfectivo
revela que a forma preferencial para expressar esse aspecto é a mesma em todas as faixas etárias.
Essa forma preferencial o Pretérito Imperfeito havia sido apontada como tal no cálculo dos
resultados obtidos por todos os informantes.
O modo como a marcação adverbial temporal influenciou o uso do Pretérito Imperfeito
quando os informantes foram reunidos em um grupo manteve-se apenas de maneira geral nos
grupos separados pelas faixas etárias. Embora a posição e o tipo da marcação adverbial temporal
tenham influenciado o uso do Pretérito Imperfeito no cálculo dos resultados obtidos por todos os
104
informantes
37
, para os indivíduos entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos, apenas o tipo da
marcação adverbial temporal parece ter influenciado o uso do Pretérito Imperfeito e para os
indivíduos entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos, apenas a posição da marcação adverbial
temporal parece ter influenciado o uso dessa forma verbal. No grupo de informantes entre 30
(trinta) e 39 (trinta e nove) anos, o Pretérito Imperfeito foi utilizado em cerca de 98% (noventa e
oito por cento) das sentenças com o advérbio antigamente e em cerca de 77% (setenta e sete por
cento) das sentenças com a locução adverbial quando criança e foi utilizado em cerca de 92%
(noventa e dois por cento) das sentenças com marcação adverbial temporal no início da sentença e
em cerca de 83% (oitenta e três por cento) das sentenças com marcação adverbial temporal no final
da sentença. no grupo de informantes entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos, o Pretérito
Imperfeito foi utilizado em cerca de 90% (noventa por cento) das sentenças com marcação
adverbial temporal no início da sentença e em cerca de 58% (cinqüenta e oito por cento) das
sentenças com marcação adverbial temporal no final da sentença e foi utilizado em cerca de 77%
(setenta e sete por cento) das sentenças com o advérbio antigamente e em cerca de 71% (setenta e
um por cento das sentenças com a locução adverbial quando criança.
4.1.3.5. Resumo
Conclui-se que o estudo da produção verbal dos informantes divididos de acordo com a
faixa etária no teste de preenchimento de lacuna pôde contribuir, especialmente, para a análise das
respostas obtidas nas imagens que eliciavam o aspecto progressivo no presente. Por meio dessa
análise, pôde-se perceber que o uso do verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio
do verbo principal para a expressão do aspecto progressivo é mais freqüente ainda que não
37
Aqui se faz referência ao efeito da posição da marcação adverbial temporal ao somar o número de ocorrências do
Pretérito Imperfeito nas sentenças com os dois tipos de marcação utilizados em cada posição e ao efeito do tipo da
marcação adverbial temporal ao somar o mero de ocorrências do Pretérito Imperfeito nas sentenças com o mesmo
tipo de marcação nas duas diferentes posições na sentença.
105
preferencial em relação ao Presente do Indicativo entre os informantes mais jovens. Essa questão
poderá ser confirmada pela análise dos resultados dos informantes, também divididos pela faixa
etária, no teste de relacionamento imagem-sentença.
Além disso, por meio da análise dos informantes divididos de acordo com a faixa etária,
pôde-se perceber que, no geral, a influência da marcação adverbial temporal nas sentenças,
independentemente do aspecto que se estava investigando, parece ter se dado de maneira similar nas
diferentes faixas etárias. Entretanto, em alguns aspectos, em determinadas faixas etárias, essa
marcação parece influenciar os indivíduos testados de maneira diferente da que ocorre na maioria
dos casos. Essa observação parece relevante, especialmente, para futuras pesquisas com indivíduos
acometidos pela Síndrome de Alzheimer, que esses indivíduos tendem a ser mais idosos e,
portanto, deve-se levar em consideração como a marcação adverbial temporal na sentença
influenciou a produção dos diferentes aspectos nas faixas etárias mais elevadas.
Na próxima seção será feita uma breve observação do que o cálculo dos informantes
agrupados pelo sexo pôde revelar para este estudo.
4.1.4. Cálculo dos informantes de acordo com o sexo
O cálculo dos informantes agrupados pelo sexo não revelou nada de significativo nas cenas
que eliciavam o presente habitual e progressivo e o passado perfectivo e imperfectivo. De modo
geral, o que foi observado no cálculo com todos os informantes repetiu-se aqui nos dois grupos,
tanto em relação às formas verbais mais utilizadas em cada aspecto investigado, quanto em relação
à influência que a marcação adverbial temporal teve na escolha dessas formas verbais.
4.2. Teste de relacionamento imagem-sentença
106
Os resultados obtidos no teste de relacionamento imagem-sentença foram calculados,
primeiramente, a partir do somatório de todos os informantes e, depois, a partir dos informantes
separados de acordo com o nível de escolaridade, a faixa etária e o sexo, considerados variáveis
não-lingüísticas.
Tal como no teste de preenchimento de lacuna, as variáveis lingüísticas analisadas diziam
respeito à influência da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às imagens testadas.
Entretanto, diferente do primeiro teste, o efeito da posição dessa marcação não foi investigado no
teste de relacionamento imagem-sentença. Portanto, nesse segundo teste, as variáveis lingüísticas
eram apenas a presença da marcação adverbial temporal na sentença e o tipo de marcação adverbial
temporal utilizado.
Conforme descrito no capítulo 3 desta dissertação, no teste de relacionamento imagem-
sentença, para cada cena do vídeo, 3 (três) sentenças eram apresentadas na tela para que o
informante selecionasse aquela que julgasse mais adequada à imagem. Dentre as alternativas
possíveis, uma das sentenças era um distrator e as outras duas divergiam ou em função unicamente
do aspecto verbal utilizado ou em função do aspecto verbal e da marcação adverbial temporal
utilizados.
Como também descrito no capítulo 3, havia três possibilidades de marcação adverbial
temporal nas sentenças correspondentes às imagens de cada aspecto investigado nesse segundo
teste. Essas possibilidades eram: (i) todas as sentenças apresentadas como alternativas de resposta
continham a mesma marcação adverbial temporal, (ii) as sentenças apresentadas como alternativas
de resposta não continham nenhuma marcação adverbial temporal e (iii) uma das sentenças
apresentadas como alternativa de resposta continha um tipo de marcação adverbial temporal
correspondente ao aspecto analisado e um verbo ou locução verbal com a forma verbal esperada
para a expressão do aspecto analisado e uma outra sentença apresentada como alternativa de
107
resposta continha outro tipo de marcação adverbial temporal, não correspondente ao aspecto
investigado, e um verbo ou locução verbal no mesmo tempo da outra sentença, mas com uma forma
aspectual não correspondente à esperada. Vale lembrar que, para a seleção de uma forma verbal nas
cenas com marcação adverbial temporal nas sentenças do tipo (ii) e (iii), era necessário que o
informante atentasse para a pista contextual fornecida pela imagem, posto que a marcação adverbial
temporal não indicava qual aspecto estava sendo eliciado.
4.2.1. Cálculo de todos os informantes
38
4.2.1.1. Aspecto habitual
O cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes nas imagens que eliciavam o
presente habitual, contrariando as expectativas iniciais e contrariando o que havia sido observado no
primeiro teste, revelou que os informantes selecionaram aleatoriamente as alternativas com o verbo
no Presente do Indicativo e com o verbo estar no Presente do Indicativo junto ao verbo principal no
gerúndio
39
. Em aproximadamente 51% (cinqüenta e um por cento) dessas imagens, os informantes
selecionaram as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e em aproximadamente 49%
(quarenta e nove por cento) dessas imagens, eles selecionaram as sentenças com o gerúndio.
Esses dados, tendo revelado a incidência da perífrase formada pelo verbo estar no Presente
do Indicativo com o verbo principal no gerúndio em imagens que eliciavam o aspecto habitual,
permitiram que a possibilidade levantada após a aplicação do primeiro teste – a forma com gerúndio
não era praticamente utilizada na expressão do aspecto habitual – fosse reconsiderada.
38
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 214 do anexo.
39
Nesse teste, a seleção de uma forma verbal para a expressão dos aspectos foi considerada aleatória quando as
porcentagens de seleção das duas formas verbais incluídas entre as alternativas de resposta estavam entre 35% (trinta e
cinco por cento) e 65% (sessenta e cinco por cento), ou seja, quando a seleção da forma preferencial não ultrapassava
65% (sessenta e cinco por cento) da preferência dos informantes, a seleção daquela forma verbal era considerada
aleatória.
108
Uma possível interpretação para esse fato é propor, conforme afirma Comrie (1976), que os
aspectos habitual e progressivo não sejam aspectos básicos nas nguas. Sendo assim, os falantes do
PB não selecionam uma única forma verbal para expressá-los.
Por meio da comparação dos três tipos de marcação adverbial temporal nas sentenças
associadas às imagens do aspecto habitual, pode-se dizer que a presença do advérbio sempre nas
alternativas disponíveis ora com o verbo principal no Presente do Indicativo, ora com o verbo
principal no gerúndio foi o fator que mais eliciou a seleção de sentenças com o verbo no Presente
do Indicativo. Enquanto, nesse caso, as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo foram
selecionadas em cerca de 67% (sessenta e sete por cento) dos casos, as sentenças com o verbo
principal no gerúndio foram selecionadas em cerca de 33% (trinta e três por cento) dos casos. Sendo
assim, percebe-se, conforme levemente sugerido pela análise dos resultados do teste de
preenchimento de lacuna, que o advérbio sempre é uma das marcações adverbiais temporais que
mais eliciam o verbo no Presente do Indicativo
40
.
Em relação às imagens em que as alternativas de resposta não continham marcação
adverbial temporal, percebe-se que a preferência pelas sentenças com o verbo principal no gerúndio
foi ligeiramente maior que a preferência pelas sentenças com o verbo no Presente do Indicativo,
embora a seleção dessas formas verbais tenha sido aleatória. A seleção de sentenças com o verbo
principal no gerúndio ocorreu em aproximadamente 58% (cinqüenta e oito por cento) dos casos e a
seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo ocorreu em aproximadamente 42%
(quarenta e dois por cento) dos casos.
Em relação às imagens em que as alternativas de resposta continham uma opção com o
advérbio sempre e outra opção com o advérbio agora, a seleção de sentenças com o verbo principal
40
No teste de preenchimento de lacuna, o efeito do tipo / posição da marcão adverbial nas sentenças referentes ao
aspecto habitual, que analisava a influência do advérbio sempre antes do verbo produzido pelo informante, não foi
considerado percentualmente significativo na produção do verbo no Presente do Indicativo. Entretanto, a incidência
desse tempo verbal foi cerca de 4% (quatro por cento) maior nas sentenças com sempre que nas sentenças com alguma
marcação adverbial temporal no fim.
109
no gerúndio foi um pouco superior à seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo,
embora novamente a seleção dessas formas verbais pareça ter sido aleatória. Enquanto as sentenças
com agora e o verbo principal no gerúndio foram selecionadas em cerca de 55% (cinqüenta e cinco
por cento) dos casos, as sentenças com sempre e o verbo no Presente do Indicativo foram
selecionadas em cerca de 45% (quarenta e cinco por cento) dos casos.
A seleção aleatória de sentenças com diferentes formas verbais nos casos em que as
alternativas não continham marcação adverbial temporal, assim como a aleatoriedade na seleção de
sentenças com agora e com sempre nas imagens que continham essas duas diferentes marcações
adverbiais entre as alternativas de resposta, permite a análise de que os informantes não tenham
atentado suficientemente para a pista contextual das imagens
41
. Talvez essa pista contextual,
embora melhorada em relação ao primeiro teste, não tenha sido ainda suficiente para os informantes
ou tenha dificultado a interpretação desses por exigir uma observação mais atenta da passagem do
tempo e repetição de um trecho da ação representada na cena, o que caracterizava o hábito da
personagem.
Comparando, nas cenas do presente habitual, a incidência de seleção de sentenças com o
verbo no Presente do Indicativo nas sentenças com os três diferentes tipos de marcação adverbial
temporal, percebe-se, conforme havia sido observado no teste de preenchimento de lacuna, que a
presença da pista sintática na sentença é mais relevante que a pista contextual na seleção do
Presente do Indicativo.
4.2.1.2. Aspecto progressivo
41
No teste de relacionamento imagem-sentença, tentou-se aprimorar a pista contextual em relação ao teste de
preenchimento de lacuna. Nas imagens que eliciavam o aspecto habitual no segundo teste, um pequeno trecho da
personagem desempenhando a ação era repetido três vezes na mesma cena – com uma legenda indicando a passagem do
tempo, ou seja, domingo, segunda e terça – antes de a imagem ser congelada na tela e as sentenças serem apresentadas.
110
Pela análise das imagens que eliciavam o presente progressivo, pode-se perceber que os
resultados obtidos no primeiro teste não foram também observados no segundo teste. Enquanto
naquele teste a produção do Presente do Indicativo havia sido muito maior que da perífrase formada
pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal, nesse teste a
preferência pelas sentenças com o verbo principal no gerúndio foi evidente. Enquanto a seleção de
sentenças com o verbo no Presente do Indicativo correspondeu a aproximadamente 25% (vinte e
cinco por cento) dos casos, a seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio correspondeu
a aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) dos casos.
A partir dessa observação, permanece a dúvida, surgida após a aplicação do primeiro teste,
de qual seria a maneira preferencial de representar morfologicamente o aspecto progressivo no
presente. Após a aplicação do teste de preenchimento de lacuna, foi questionado se a baixa
incidência do verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal devia-se
a um problema na eliciação do aspecto progressivo pelo teste desenvolvido ou se a preferência pela
utilização do verbo no Presente do Indicativo refletia, de fato, uma tendência observada para a
expressão do aspecto progressivo no presente no PB. Após a aplicação do teste de relacionamento
imagem-sentença, o questionamento feito anteriormente pareceu ainda mais justificável, porém
ainda não era possível esclarecer qual dos dois testes revelava mais claramente a forma preferencial
para a expressão desse aspecto entre os falantes do PB. Esse impasse só viria a ser resolvido quando
a expressão desse aspecto verbal fosse investigada na fala espontânea.
A respeito da influência da marcação adverbial temporal na seleção de sentenças com o
verbo principal no gerúndio, percebe-se que o fator que mais estimulou a seleção dessa forma
verbal foi a presença do advérbio agora, associado ao verbo principal no gerúndio, em uma das
alternativas e do advérbio sempre, associado ao verbo no Presente do Indicativo, em outra
alternativa. Quando essa combinação de dois tipos de marcação adverbial foi utilizada, as sentenças
111
com o verbo principal no gerúndio foram selecionadas em aproximadamente 88% (oitenta e oito por
cento) dos casos e as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo foram selecionadas em
aproximadamente 12% (doze por cento) dos casos.
O segundo fator que mais eliciou a seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio,
depois da combinação de dois tipos de marcação adverbial temporal referida no parágrafo anterior,
foi a ausência de marcação adverbial temporal. As sentenças que não continham essa marcação e o
verbo principal estava no gerúndio foram selecionadas em aproximadamente 78% (setenta e oito
por cento) dos casos. Já as sentenças que não continham essa marcação e o verbo estava no Presente
do Indicativo foram selecionadas em aproximadamente 22% (vinte e dois por cento) dos casos.
O fator que menos eliciou a seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio foi a
presença do advérbio agora em todas as alternativas com a modificação apenas da forma verbal
utilizada. Nesse caso, as sentenças com o advérbio agora associado ao verbo principal no gerúndio
foram selecionadas em aproximadamente 59% (cinqüenta e nove por cento) dos casos e as
sentenças com o advérbio agora associado ao verbo no Presente do Indicativo foram selecionadas
em aproximadamente 41% (quarenta e um por cento) dos casos. Sendo assim, a seleção de
sentenças com as duas diferentes formas verbais pareceu aleatória nessas cenas.
A partir da observação do efeito da marcação adverbial temporal na seleção de sentenças
com o verbo principal no gerúndio, algumas interpretações dos dados puderam ser feitas. Por
exemplo, diferentemente do que tinha ocorrido nas imagens que eliciavam o presente habitual, as
cenas do presente progressivo em que todas as sentenças continham o mesmo advérbio foram as
que menos eliciaram a seleção da sentença com a forma verbal esperada, ou seja, o verbo principal
no gerúndio. Dessa maneira, conclui-se que, contrariando o que tinha sido observado no teste de
preenchimento de lacuna, a presença da pista sintática – o advérbio agora em todas as alternativas –
112
contribuiu menos para a seleção da forma verbal esperada do que exclusivamente a presença da
pista contextual.
Nas cenas referentes ao aspecto progressivo do teste de preenchimento de lacuna, a presença
do advérbio agora na sentença eliciou menos o uso da perífrase formada pelo verbo estar no
Presente do Indicativo com o verbo principal no gerúndio do que a locução adverbial neste
momento na sentença. Nas cenas referentes ao aspecto progressivo do teste de relacionamento
imagem-sentença, a incidência de seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio nas
imagens em que o advérbio agora aparecia em todas as alternativas foi menor do que nas outras
imagens referentes a esse aspecto. Associando essas duas observações, é possível propor que o
advérbio agora não seja a marcação adverbial temporal mais favorável à eliciação do aspecto
progressivo no presente ou ao uso da forma verbal com o gerúndio para a expressão desse aspecto.
Talvez isso esteja relacionado ao fato de o advérbio agora ter perdido força como marcador
adverbial temporal, que, em algumas sentenças, ele é usado atualmente apenas como marcador
discursivo. Sendo assim, possivelmente, o efeito da presença da marcação adverbial temporal nas
sentenças associadas às imagens do presente progressivo esteja relacionado ao efeito do tipo de
marcação utilizado nessas sentenças. Talvez o tipo de marcação adverbial temporal utilizado nas
alternativas, e não o fato de as sentenças terem essa marcação, considerada uma pista sintática,
tenha feito com que a seleção do verbo principal no gerúndio tenha sido menor nas cenas em que o
advérbio agora estava presente em todas as alternativas.
Desse modo, é possível propor que, talvez, a pista sintática fosse mais favorável à seleção de
sentenças com o verbo principal no gerúndio se fosse utilizada a locução adverbial neste momento
ao invés do advérbio agora. Entretanto, durante a elaboração do segundo teste, optou-se pelo
advérbio agora pelo fato de o número de constituintes ter sido controlado e a locução adverbial
acrescer 1 (um) constituinte à sentença.
113
4.2.1.3. Aspecto perfectivo
Nas imagens que eliciavam o aspecto perfectivo, as sentenças com o verbo no Pretérito
Perfeito foram selecionadas em cerca de 83% (oitenta e três por cento) dos casos, enquanto as
sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito foram selecionadas em cerca de 17% (dezessete por
cento) dos casos. Esse resultado está de acordo com as expectativas que se tinha a respeito da forma
verbal preferencial para expressar o aspecto perfectivo e está de acordo com o que havia sido
observado no teste de preenchimento de lacuna.
A respeito da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes às imagens
do aspecto perfectivo, pode-se dizer que a pista sintática presença do advérbio ontem em todas as
alternativas de resposta muito contribuiu para a seleção da sentença com o verbo no Pretérito
Perfeito, conforme tinha sido observado no teste de preenchimento de lacuna. Em aproximadamente
86% (oitenta e seis por cento) dos casos, foi selecionada a sentença com o advérbio ontem e o verbo
no Pretérito Perfeito, enquanto em aproximadamente 14% (quatorze por cento) dos casos, foi
selecionada a sentença com o advérbio ontem e o verbo no Pretérito Imperfeito.
A incidência de seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito também foi
igualmente grande nos casos em que as sentenças continham, em uma alternativa, o advérbio ontem
associado ao verbo no Pretérito Perfeito e, em outra alternativa, o advérbio antigamente
associado ao verbo no Pretérito Imperfeito. Nesse caso, as sentenças com o verbo no Pretérito
Perfeito foram selecionadas em aproximadamente 85% (oitenta e cinco por cento) dos casos e as
sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito em aproximadamente 15% (quinze por cento) dos
casos.
Talvez, o fato de o advérbio antigamente ter sido utilizado em algumas imagens referentes
ao aspecto perfectivo – imagens em que a personagem adulta desempenhava a ação – tenha
impulsionado os informantes a descartarem a alternativa com o advérbio antigamente mais
114
imediatamente. Sendo assim, propõe-se que, nesses casos, os informantes tenham feito uma
interpretação menos centrada na forma verbal utilizada e mais centrada na associação da
personagem adulta daquela cena ao advérbio utilizado nas sentenças. Portanto, ainda que os
informantes tenham também analisado a forma verbal da sentença, a análise da marcação adverbial
temporal talvez tenha sido um fator de extrema relevância na seleção de sentenças com o verbo no
Pretérito Perfeito nessas imagens.
Por fim, a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito nas imagens que eliciavam
o perfectivo foi menor nos casos em que as alternativas não continham marcação adverbial
temporal. Enquanto em aproximadamente 77% (setenta e sete por cento) desses casos a opção
selecionada continha o verbo no Pretérito Perfeito, em aproximadamente 23% (vinte e três por
cento) desses casos a opção selecionada continha o verbo no Pretérito Imperfeito.
Essa constatação corrobora o que tinha sido proposto a respeito das cenas que eliciavam o
aspecto perfectivo no primeiro teste: a pista sintática é mais evidente que a pista contextual. Da
mesma maneira que naquele teste o Pretérito Perfeito foi mais amplamente utilizado quando o
advérbio ontem estava presente no início da sentença e foi menos utilizado nos casos em que a
sentença não tinha nenhuma marcação adverbial temporal, nesse teste as sentenças com o verbo no
Pretérito Perfeito foram mais amplamente selecionadas nos casos em que as alternativas continham
apenas o advérbio ontem e foram menos selecionadas nos casos em que as alternativas não
continham nenhum tipo de marcação adverbial temporal.
Entretanto, enquanto no primeiro teste a ausência da marcação adverbial temporal nas
sentenças que eliciavam o aspecto perfectivo contribui muito pouco para o uso do Pretérito Perfeito,
que só foi utilizado em aproximadamente 40% (quarenta por cento) dos casos, no segundo teste
desenvolvido, a ausência da marcação adverbial temporal não comprometeu tanto a seleção de
sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito, que foram selecionadas em cerca de 77% (setenta e
115
sete por cento) dos casos. Embora nos dois testes a personagem tenha finalizado a ação antes de as
sentenças serem produzidas ou aparecerem na tela o que correspondia à pista contextual no
segundo teste a finalização da ação parece ter ficado mais clara para os informantes. Isso se deve,
provavelmente, ao fato de algumas cenas terem sido regravadas para a elaboração do teste de
relacionamento imagem-sentença. Como a baixa incidência de uso do Pretérito Perfeito nas cenas
do passado perfectivo sem marcação adverbial temporal na sentença tinha sido observada na
aplicação preliminar do teste de preenchimento de lacuna, a finalização da ação foi mais claramente
desempenhada pela personagem e gravada durante a elaboração do segundo teste, além de ter sido
incluída inclusive nas imagens em que as sentenças tinham marcação adverbial temporal que
evidenciavam o aspecto investigado.
4.2.1.4. Aspecto imperfectivo
Quanto às cenas que eliciavam o aspecto imperfectivo, as sentenças com o verbo no
Pretérito Imperfeito foram selecionadas em aproximadamente 81% (oitenta e um por cento) dos
casos, enquanto as sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito foram selecionadas em
aproximadamente 19% (dezenove por cento) dos casos. Sendo assim, o resultado desse teste está de
acordo com as expectativas iniciais a respeito da forma verbal preferencial para expressar o aspecto
imperfectivo e confirma o que já havia sido descrito no teste de preenchimento de lacuna.
A respeito da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças, observou-se que a
presença da pista sintática o advérbio antigamente em todas as alternativas de resposta foi o
fator que mais eliciou a seleção da sentença com o verbo no Pretérito Imperfeito. Quando esse
advérbio estava associado ao verbo no Pretérito Imperfeito, a sentença correspondente foi
selecionada em aproximadamente 86% (oitenta e seis por cento) dos casos. Já quando esse advérbio
116
estava associado ao verbo no Pretérito Perfeito, a sentença correspondente foi selecionada em
aproximadamente 14% (quatorze por cento) dos casos.
Uma outra possibilidade de marcação adverbial temporal uma das sentenças com o
advérbio antigamente e o verbo no Pretérito Imperfeito e outra sentença com o advérbio ontem e o
verbo no Pretérito Perfeito também influenciou bastante a seleção da alternativa com o verbo no
Pretérito Imperfeito. Quando esses dois tipos de sentenças eram apresentadas como alternativas de
resposta, os informantes selecionaram a opção com o advérbio antigamente e o verbo no Pretérito
Imperfeito em aproximadamente 80% (oitenta por cento) dos casos e a opção com o advérbio ontem
e o verbo no Pretérito Perfeito em aproximadamente 20% (vinte por cento) dos casos.
Nesse caso, tal como ocorreu com as imagens que eliciavam o passado perfectivo em que as
alternativas disponíveis continham o advérbio ontem e antigamente, é possível propor que os
informantes tenham feito uma análise para a seleção da sentença mais adequada à cena menos
baseada na análise da forma verbal utilizada e mais baseada no advérbio utilizado. Como essas
cenas eram desempenhadas pela personagem criança, a sentença com o advérbio antigamente era,
sem dúvida, a mais apropriada, ainda que o restante da sentença não fosse analisado pelo
informante.
O fator que menos contribuiu para a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito
Imperfeito foi a ausência da marcação adverbial temporal. Nesses casos, as sentenças com o verbo
no Pretérito Imperfeito foram selecionadas em cerca de 76% (setenta e seis por cento) dos casos,
enquanto as sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito foram selecionadas em cerca de 24% (vinte
e quatro por cento) dos casos.
Pela análise da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças correspondentes às
cenas que eliciavam o passado imperfectivo, é possível propor que, também nessas cenas, a pista
sintática – o advérbio antigamente presente em todas as alternativas de resposta tenha sido o fator
117
que mais influenciou a seleção da alternativa com o verbo no Pretérito Imperfeito. A utilização
unicamente da pista contextual, dissociada de qualquer tipo de marcação adverbial temporal, ainda
que tenha influenciado menos a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito, parece
ter sido suficiente para os informantes, posto que a incidência de seleção de sentenças com o verbo
no Pretérito Imperfeito foi bastante elevada também nesse caso.
4.2.1.5. Resumo
Dentre as observações feitas a partir dos resultados obtidos no teste de relacionamento
imagem-sentença, algumas devem ser destacadas como mais relevantes para a análise desta
dissertação. A primeira delas diz respeito à preferência pelo Pretérito Perfeito na expressão do
aspecto perfectivo e pelo Pretérito Imperfeito na expressão do aspecto imperfectivo. Essa
preferência pelos tempos verbais apontados condiz com as expectativas que se tinha a respeito da
expressão verbal desses aspectos e com o que tinha sido observado no teste de preenchimento de
lacuna.
A partir da observação de que o perfectivo e o imperfectivo são os aspectos mais
consistentemente expressos nos dois testes desenvolvidos nesta dissertação, é possível refletir sobre
a proposição de Comrie (op. cit.) a respeito dos aspectos básicos nas línguas. Se o perfectivo e o
imperfectivo são os aspectos básicos nas línguas, conforme afirma o autor, é natural que a
expressão desses aspectos seja representada por tempos verbais específicos bastante predominantes.
No caso do PB, o Pretérito Perfeito e o Pretérito Imperfeito são os tempos verbais predominantes
para a expressão dos aspectos perfectivo e imperfectivo, respectivamente. Sendo assim, é possível
propor que os dados do PB apontados neste estudo forneçam uma evidência em favor da proposta
de Comrie (op. cit.) de que o perfectivo e o imperfectivo são os dois aspectos básicos das línguas.
118
Outra questão que pode ser destacada a partir dos resultados do teste de relacionamento
imagem-sentença diz respeito à preferência pela seleção de sentenças com o verbo principal no
gerúndio nas imagens que eliciavam o aspecto progressivo. Essa preferência é compatível com as
expectativas que se tinha a respeito da expressão desse aspecto, porém não está de acordo com o
que foi observado no teste de preenchimento de lacuna. Sendo assim, apenas o estudo da fala
espontânea, feito na seção 4.3 desta dissertação, poderá esclarecer a dúvida gerada pela análise
desse aspecto nos dois diferentes testes.
Outra importante observação feita durante a análise dos resultados desse segundo teste diz
respeito à aleatoriedade na seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e com o
verbo principal no gerúndio nas imagens que eliciavam o aspecto habitual, fato que não
correspondia às expectativas nem ao que tinha sido observado no teste de preenchimento de lacuna.
Para essa observação, duas possíveis interpretações podem ser feitas. Primeiramente, é
possível propor que a pista contextual utilizada nas imagens do presente habitual no segundo teste,
embora aprimorada em relação ao primeiro teste, não tenha sido suficiente para os informantes, que
possivelmente não atentaram para o hábito da personagem representado pela edição das imagens e
selecionaram as sentenças com as duas diferentes formas verbais aleatoriamente. Outra possível
interpretação para esse fato baseia-se novamente na proposição de Comrie (op. cit.) de que a
distinção entre habitual e progressivo não caracteriza uma distinção aspectual básica nas línguas e
sim uma subdivisão do aspecto imperfectivo.
Sendo assim, a proposição de Comrie (op. cit.) a respeito dos aspectos básicos nas línguas
talvez possa ser considerada a razão pela qual a seleção de sentenças com o verbo no Presente do
Indicativo e com o verbo principal no gerúndio nas imagens do presente habitual é mais equilibrada
até mesmo nas sentenças com marcação adverbial temporal sempre que a seleção de sentenças
com o verbo no Pretérito Perfeito e no Pretérito Imperfeito nas imagens do passado perfectivo e
119
imperfectivo, respectivamente. Sendo esses últimos considerados aspectos básicos nas línguas, era
esperado que uma determinada forma verbal para expressar o aspecto perfectivo e uma determinada
forma verbal para expressar o aspecto imperfectivo fossem ampla e consistentemente utilizadas
pelos informantes – o que, de fato, ocorre.
Se a proposição de Comrie (op. cit.) a respeito dos aspectos básicos das nguas for adotada
como a melhor interpretação para o fato de a seleção da forma verbal nas imagens do aspecto
habitual ter sido aleatória, é preciso explicar por que a opção pelo Presente do Indicativo foi tão
consistente nas imagens desse aspecto no primeiro teste. Uma possível interpretação para esse fato
pode ser feita propondo-se que, no primeiro teste, a pista contextual das imagens do aspecto
habitual tenha sido depreendida mais facilmente pelos informantes. Entretanto, a maior
simplificação da pista contextual dessas imagens tinha sido interpretada, inicialmente, como
prejudicial à representação do hábito da personagem, o que era fundamental para que o aspecto
habitual fosse eliciado corretamente.
Se o aspecto habitual não estava sendo, de fato, depreendido corretamente nas imagens do
primeiro teste, é possível propor outra interpretação para o fato de o Presente do Indicativo ter sido
tão amplamente utilizado nas cenas desse aspecto. Nesse caso, os informantes teriam utilizado esse
tempo verbal porque, conforme sugerido anteriormente, diante da hesitação gerada pela falta de
clareza da pista contextual da cena, o Presente do Indicativo era preferido pelos informantes porque
o tempo presente é o mais saliente na mente dos indivíduos. Essa possibilidade, portanto, conta
da alta incidência do Presente do Indicativo nas cenas do aspecto habitual no primeiro teste sem que
seja descartada a possibilidade de que a forma verbal utilizada na expressão do aspecto habitual seja
menos consistente no sentido de ser sempre utilizada a mesma forma verbal do que as formas
verbais utilizadas na expressão dos aspectos perfectivo e imperfectivo, como já exposto.
120
Outra observação feita a partir da análise dos resultados do segundo teste refere-se à
influência da pista sintática presença da mesma marcação adverbial temporal nas alternativas de
resposta na seleção de uma determinada forma verbal para a expressão dos aspectos. Conforme
havia sido descrito no primeiro teste, a presença da pista sintática na sentença elicia mais
contundentemente a forma verbal esperada do que a pista contextual da cena. Essa observação,
entretanto, parece surpreendente quando se toma por base o estudo de Caramazza e Zurif (1976)
sobre a compreensão sentencial por indivíduos afásicos agramáticos.
Nesse estudo, os autores investigam o desempenho dos pacientes com sentenças
semanticamente reversíveis e não-reversíveis em testes de compreensão
42
. Nesses testes, os
pacientes investigados apresentaram problemas com as sentenças reversíveis, as quais dependem de
interpretação sintática para a compreensão, que as pistas semânticas fornecidas pelos sintagmas
nominais não demonstravam qual constituinte sentencial era o agente da ação. Com isso, os autores
propõem que, na interpretação sentencial, os indivíduos afásicos agramáticos partam da análise das
pistas não-sintáticas para a análise das pistas sintáticas, quando as primeiras não são suficientes.
Porém, vale lembrar que os indivíduos investigados nesta dissertação que se basearam mais em
pistas sintáticas que em pistas contextuais na seleção de uma forma verbal para a expressão do
aspecto não eram acometidos por nenhuma patologia e, talvez por isso, tenham outra estratégia
para a interpretação sentencial.
O único caso em que a mesma marcação adverbial temporal nas alternativas não foi o fator
que mais influenciou a seleção da forma verbal esperada ocorreu nas imagens que eliciavam o
presente progressivo. Nessas imagens, quando o advérbio agora estava presente em todas as
alternativas, as sentenças com o verbo principal no gerúndio e com o verbo no Presente do
42
Um exemplo de sentença semanticamente reversível é: “A mulher que o homem está empurrando é jovem e um
exemplo de sentença não-reversível é: O papel que o homem está cortando é azul”. Enquanto na primeira sentença a
análise sintica é imprescindível, que há dois sintagmas nominais que podem desempenhar a ação de empurrar, na
segunda sentença a análise sintática é menos relevante, que um único sintagma nominal que pode ser o agente
da ação de cortar.
121
Indicativo foram selecionadas aleatoriamente. Entretanto, é possível propor que a utilização desse
advérbio não elicie adequadamente o aspecto progressivo ou não corresponda à melhor forma de
marcação adverbial temporal desse aspecto na eliciação do verbo principal no gerúndio, como
sugerido pelos resultados obtidos no primeiro teste.
Por fim, a análise dos resultados do teste de relacionamento imagem-sentença permitiu que
se verificasse se os fatores que tentamos aprimorar do primeiro para o segundo teste a pista
contextual nas imagens de alguns aspectos tiveram uma influência positiva na seleção da forma
verbal esperada, demonstrando, assim, terem se tornado mais claros e reveladores do aspecto verbal
eliciado. O que pôde ser observado, quanto a essa questão, foi que a pista contextual das imagens
referentes ao aspecto perfectivo finalização da ão pela personagem pareceu ter sido
aprimorada, posto que, mesmo na ausência da marcação adverbial temporal, as sentenças com o
verbo no Pretérito Perfeito foram consistentemente selecionadas pelos informantes.
Contudo, a pista contextual das imagens referentes ao aspecto habitual repetição de uma
mesma ação em diferentes dias da semana pode não ter contribuído para a identificação do
aspecto habitual. Se nas cenas referentes a esse aspecto, a aleatoriedade na seleção de sentenças
com o verbo principal no gerúndio e com o verbo no Presente do Indicativo nos casos sem
marcação adverbial temporal ou com marcação com sempre e com agora nas alternativas de
resposta revela uma não-compreensão do aspecto eliciado, é possível propor que a pista contextual
não tenha sido depreendida. Entretanto, se, nesses casos, a aleatoriedade na seleção de sentenças
com diferentes formas verbais ocorre apesar da compreensão do aspecto eliciado, é possível propor
que a pista contextual tenha sido depreendida e que as duas formas sejam igualmente aceitáveis
para a expressão do aspecto habitual. Nesse caso, mais um argumento é apresentado em favor da
proposição defendida aqui de que o aspecto habitual é menos consistentemente expresso por uma
forma verbal única no PB.
122
Na próxima seção, os resultados obtidos pelos informantes com alta e com baixa
escolaridade serão calculados separadamente. Assim, será possível investigar se o nível de
escolaridade teve alguma influência na seleção de uma determinada forma verbal na expressão
aspectual e, conforme apontado no teste de preenchimento de lacuna, se a marcação adverbial
temporal influenciou diferentemente a seleção de uma determinada forma verbal para os indivíduos
com alta e com baixa escolaridade.
4.2.2. Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade
43
4.2.2.1. Aspecto habitual
O cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos de acordo com o grau de
escolaridade sugere, nas cenas referentes ao aspecto habitual, que o tempo verbal preferencial para
expressar esse aspecto parece variar de acordo com o nível de escolaridade do informante. Embora
no teste de preenchimento de lacuna tanto os informantes com alta escolaridade quanto os com
baixa escolaridade tenham utilizado o verbo no Presente do Indicativo na grande maioria das cenas
do presente habitual, no teste de relacionamento imagem-sentença, os informantes com alta
escolaridade selecionaram mais sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e os informantes
com baixa escolaridade selecionaram mais sentenças com o verbo estar no Presente do Indicativo
seguido do gerúndio do verbo principal. Enquanto os informantes com alta escolaridade preferiram
as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo em aproximadamente 62% (sessenta e dois por
cento) dos casos, os informantes com baixa escolaridade preferiram as sentenças com esse tempo
verbal em aproximadamente 41% (cinqüenta e nove por cento) dos casos.
43
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 216 do anexo.
123
A partir desse resultado, percebe-se que a média obtida pelos resultados de todos os
informantes escondia uma importante questão: apenas os resultados dos informantes com baixa
escolaridade parecem diferir do que havia sido observado no primeiro teste, isto é, a forma
preferencial para a expressão do aspecto habitual é o Presente do Indicativo.
Entretanto, mesmo o Presente do Indicativo tendo sido a forma mais selecionada entre os
informantes mais escolarizados e o verbo principal no gerúndio, a forma mais selecionada entre os
informantes menos escolarizados, a seleção da forma verbal ainda parece ser aleatória nas cenas do
presente habitual para os informantes com alta e com baixa escolaridade, conforme apontado no
cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes. apenas uma leve tendência em
selecionar as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo entre os indivíduos com alta
escolaridade e uma leve tendência em selecionar as sentenças com o verbo principal no gerúndio
entre os indivíduos com baixa escolaridade.
Essa aleatoriedade na seleção das formas verbais apontada pelo teste de relacionamento
imagem-sentença nas cenas referentes ao presente habitual – nos dois grupos de informantes
analisados está de acordo com o que havia sido sugerido no cálculo dos resultados obtidos por
todos os informantes a respeito desse aspecto. Talvez a seleção por uma única forma verbal para a
expressão do presente habitual não ocorra porque a distinção feita aqui entre habitual e progressivo
não seja uma distinção aspectual básica nas línguas, como proposto por Comrie (op. cit.).
A respeito da influência da marcação adverbial temporal na seleção de sentenças referentes
ao presente habitual pelos indivíduos com alta e com baixa escolaridade, vale dizer que a presença
do advérbio sempre em todas as alternativas foi o fator que mais eliciou a seleção de sentenças com
o verbo no Presente do Indicativo nos dois grupos de informantes, evidenciando, tal como
observado no primeiro teste, que a presença da pista sintática tem influência no processamento do
aspecto habitual, independentemente do nível de escolaridade dos informantes. Entretanto, tal como
124
ocorreu no teste de preenchimento de lacuna embora a diferença percentual não tenha sido
considerada significativa nesse primeiro teste –, no teste de relacionamento imagem-sentença, a
presença do advérbio sempre contribuiu mais para a seleção de sentenças com o verbo no Presente
do Indicativo para os indivíduos com alta escolaridade, que selecionaram essas sentenças em cerca
de 81% (oitenta e um por cento) dos casos, do que para os indivíduos com baixa escolaridade, que
selecionaram essas sentenças em cerca de 53% (cinqüenta e três por cento) dos casos. Portanto,
entre os indivíduos com baixa escolaridade, mesmo nas cenas em que as alternativas tinham o
advérbio sempre, a seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo pareceu ter sido
aleatória.
Ainda a respeito da marcação adverbial temporal nas sentenças correspondentes às imagens
do aspecto habitual, é importante destacar que a ausência da marcação adverbial temporal
comprometeu a seleção das sentenças com a forma verbal esperada o Presente do Indicativo
tanto para os informantes com alta escolaridade quanto para os informantes com baixa escolaridade.
Nas cenas em que as alternativas não continham marcação adverbial temporal, os dois grupos de
informantes selecionaram as sentenças com diferentes formas verbais aleatoriamente. Os
informantes mais escolarizados selecionaram as sentenças com o verbo principal no gerúndio em
aproximadamente 54% (cinqüenta e quatro por cento) dos casos e as sentenças com o verbo no
Presente do Indicativo em aproximadamente 46% (quarenta e seis por cento) dos casos. Os
informantes menos escolarizados, por sua vez, selecionaram as sentenças com o verbo principal no
gerúndio em aproximadamente 63% (sessenta e três por cento) dos casos e as sentenças com o
verbo no Presente do Indicativo em aproximadamente 38% (trinta e oito por cento) dos casos.
Quanto às cenas em que as alternativas continham os advérbios sempre e agora, novamente
os informantes com alta escolaridade parecem ter selecionado aleatoriamente as sentenças com as
duas diferentes formas verbais. os informantes com baixa escolaridade, nas cenas com esse tipo
125
de marcação adverbial temporal, preferiram as sentenças com o verbo principal no gerúndio às
sentenças com o verbo no Presente do Indicativo em uma porcentagem acima do nível da chance.
Nessas cenas, enquanto os indivíduos com alta escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo
no Presente do Indicativo em aproximadamente 58% (cinqüenta e oito por cento) dos casos, os
indivíduos com baixa escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo principal no gerúndio em
aproximadamente 69% (sessenta e nove por cento) dos casos.
4.2.2.2. Aspecto progressivo
No cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos de acordo com o grau de
escolaridade nas cenas referentes ao aspecto progressivo, pôde-se perceber que os informantes com
alta escolaridade selecionaram mais sentenças com o verbo principal no gerúndio e os informantes
com baixa escolaridade selecionaram aleatoriamente as sentenças com o verbo principal no
gerúndio e as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo. Enquanto os informantes mais
escolarizados selecionaram as sentenças com o verbo principal no gerúndio em cerca de 85%
(oitenta e cinco por cento) dos casos, os informantes menos escolarizados selecionaram esse mesmo
tipo de sentenças em cerca de 64% (sessenta e quatro por cento) dos casos.
Essa maior consistência dos informantes com alta escolaridade ao selecionar uma
determinada forma verbal para a expressão do aspecto progressivo está de acordo com o que havia
sido observado no teste de preenchimento de lacuna, nas cenas referentes aos aspectos habitual e
imperfectivo. Entre os informantes mais escolarizados, parece haver uma maior reflexão sobre o
próprio teste, de modo que as respostas dadas, em um conjunto semelhante de imagens, tenham, na
sua maioria, o mesmo tempo verbal.
No teste de preenchimento de lacuna, havia sido observada uma ligeira preferência pelo
verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo principal no gerúndio entre os indivíduos
126
com baixa escolaridade, embora essa preferência não tenha sido considerada percentualmente
significativa. Contudo, essa observação não se repete no teste de relacionamento imagem-sentença
em que, conforme apresentado acima, a seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio é
maior e mais consistente entre os indivíduos com alta escolaridade.
Portanto, a preferência pelo uso da perífrase formada pelo verbo estar no Presente do
Indicativo com o verbo principal no gerúndio para a expressão do aspecto progressivo no presente
não parece estar mais associada a um nível de escolaridade em particular, que, no primeiro teste,
essa forma verbal foi preferida pelos indivíduos com baixa escolaridade, sendo que essa preferência
não foi considerada percentualmente relevante e, no segundo teste, essa forma verbal foi preferida
pelos indivíduos com alta escolaridade, que talvez a tenham selecionado mais consistentemente pela
reflexão feita a respeito do próprio teste.
Ainda sobre a seleção aleatória das sentenças com as duas diferentes formas verbais entre os
informantes com baixa escolaridade nas cenas referentes ao aspecto progressivo, é possível propor
que essa seleção aleatória da forma verbal para expressar o aspecto em questão talvez também
esteja relacionada à proposição de Comrie (op. cit.) a respeito dos aspectos básicos nas línguas.
Conforme apresentado no capítulo 2 desta dissertação, os aspectos básicos nas línguas seriam o
perfectivo e o imperfectivo. Os aspectos habitual e progressivo, por serem subdivisões do aspecto
imperfectivo, talvez sejam expressos por mais de uma forma verbal. Embora o cálculo dos
resultados obtidos por todos os informantes tenha revelado aleatoriedade na seleção de sentenças
com as duas diferentes formas verbais apenas nas cenas do presente habitual, o cálculo dos
resultados obtidos pelos informantes divididos pelo nível de escolaridade revela que, também nas
cenas do presente progressivo, a seleção de sentenças com as duas diferentes formas verbais é
aleatória entre os informantes com baixa escolaridade.
127
A respeito da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças, é importante
ressaltar que o uso do advérbio agora em todas as alternativas, que era considerado a pista sintática,
foi o fator que implicou na menor porcentagem de seleção de sentenças com o verbo principal no
gerúndio nas cenas do presente progressivo para os informantes com baixa e com alta escolaridade,
fato que tinha sido observado no cálculo dos resultados obtidos por todos os indivíduos. Nas
cenas com essa mesma marcação adverbial em todas as alternativas, os informantes com baixa
escolaridade selecionaram aleatoriamente as sentenças com as duas diferentes formas verbais as
sentenças com o verbo no Presente do Indicativo foram selecionadas em aproximadamente 54%
(cinqüenta e quatro por cento) dos casos e as sentenças com o verbo principal no gerúndio, em
aproximadamente 46% (quarenta e seis por cento) dos casos. os informantes com alta
escolaridade, nesse mesmo conjunto de cenas, selecionaram as sentenças com o verbo principal no
gerúndio mais consistentemente em aproximadamente 71% (setenta e um por cento) dos casos
porém a incidência de seleção de sentenças com essa forma verbal ainda foi menor nesse tipo de
cenas do que nos demais tipos de cenas do presente progressivo.
O que ocorreu entre os informantes com baixa escolaridade tinha sido observado no
cálculo com todos os indivíduos, ou seja, quando todas as alternativas continham o advérbio agora,
a seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e com o verbo principal no gerúndio
era aleatória. Esse fato tinha sido interpretado como se a marcação adverbial temporal feita com o
advérbio agora não fosse a melhor maneira de eliciar o aspecto progressivo no presente ou de
eliciar a forma verbal com o gerúndio para a expressão desse aspecto. A partir do cálculo obtido
pelos informantes divididos de acordo com o vel de escolaridade, é possível acrescentar que,
talvez, essa marcação seja ainda menos favorável a essa eliciação entre os indivíduos com baixa
escolaridade. Essa possibilidade é ainda reforçada quando se retomam os resultados obtidos pelos
indivíduos agrupados pelo grau de escolaridade no teste de preenchimento de lacuna. Nesse teste,
128
embora a forma verbal com o gerúndio não tenha sido a preferencial por nenhum dos grupos de
informantes, o tipo de marcação adverbial temporal foi apontado como significativo para o uso do
verbo estar no Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal entre os indivíduos
com baixa escolaridade. Esse grupo de informantes utilizou mais a forma verbal com o gerúndio
quando havia a locução adverbial neste momento no início da sentença do que quando havia o
advérbio agora nessa mesma posição. entre os indivíduos com alta escolaridade, o efeito do tipo
de marcação adverbial temporal não foi apontado como significativo para o uso da forma verbal
com o gerúndio no primeiro teste. No segundo teste, entretanto, esse fator mostrou-se relevante, já
que o fato de os informantes mais escolarizados terem selecionado menos sentenças com o verbo
principal no gerúndio nas cenas em que todas as alternativas continham o advérbio agora talvez se
deva ao tipo de advérbio utilizado nas sentenças.
Sendo assim, o efeito da presença da pista sintática nas sentenças associadas às cenas do
presente progressivo, que tinha sido apontado como relevante para os indivíduos com baixa
escolaridade e irrelevante para os indivíduos com alta escolaridade nas cenas referentes a esse
aspecto no teste de preenchimento de lacuna, mostrou-se significativo para os dois grupos de
informantes no teste de relacionamento imagem-sentença, sendo que não na direção esperada, já
que a presença da pista sintática – mesma marcação adverbial temporal sendo utilizada em todas as
alternativas foi o fator que menos eliciou o verbo principal no gerúndio. Como já proposto no
cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes, talvez o tipo de marcação temporal
utilizado nas alternativas o advérbio agora tenha feito com que a seleção do verbo principal no
gerúndio tenha sido menor para os dois grupos de informantes, especialmente para os menos
escolarizados.
Ainda a respeito da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes às
imagens do presente progressivo, o cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos pelo
129
grau de escolaridade revelou que a ausência dessa marcação nas alternativas de resposta
comprometeu menos a seleção de sentenças com o verbo principal no gerúndio do que a presença
da mesma marcação nas alternativas para os dois grupos de informantes. Entretanto, comparando a
incidência de seleção de sentenças com a forma verbal esperada nos dois grupos de informantes,
percebe-se que a ausência da pista sintática comprometeu mais a seleção de sentenças com o verbo
principal no gerúndio entre os indivíduos com baixa escolaridade. Nessas cenas, os informantes
com alta escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo principal no gerúndio em
aproximadamente 88% (oitenta e oito por cento) dos casos e os informantes com baixa escolaridade
selecionaram esse tipo de sentenças em aproximadamente 67% (sessenta e sete por cento) dos
casos.
Quanto às cenas com marcação adverbial temporal feita com sempre e com agora nas
alternativas de resposta, observou-se que os informantes com alta escolaridade e os com baixa
escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo principal no gerúndio na maioria dos casos.
Nessas cenas, os informantes com alta escolaridade selecionaram as sentenças com essa forma
verbal em aproximadamente 96% (noventa e seis por cento) dos casos e os informantes com baixa
escolaridade selecionaram as sentenças com essa forma verbal em 80% (oitenta por cento) dos
casos.
4.2.2.3. Aspecto perfectivo
Nas cenas referentes ao passado perfectivo, os informantes com alta e os com baixa
escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito na maioria das
ocorrências, sendo que a porcentagem de seleção de sentenças com essa forma verbal foi maior
entre os informantes mais escolarizados. Enquanto as sentenças com esse tempo verbal foram
selecionadas em cerca de 92% (noventa e dois por cento) dos casos pelos informantes com alta
130
escolaridade, elas foram selecionadas em cerca de 73% (setenta e três por cento) dos casos pelos
informantes com baixa escolaridade.
Como observado nas cenas referentes ao presente progressivo, os indivíduos com alta
escolaridade selecionaram as sentenças com a forma verbal esperada em uma porcentagem maior
do que os indivíduos com baixa escolaridade. A interpretação apresentada para esse fato nas cenas
referentes àquele aspecto pode ser repetida aqui. Talvez os informantes mais escolarizados reflitam
mais a respeito do teste e, por isso, adotem mais consistentemente uma forma verbal preferencial
para a expressão do aspecto perfectivo.
A respeito da influência da marcação adverbial temporal, observa-se, entre os informantes
com alta escolaridade, que a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito é equilibrada
nas cenas em que as alternativas não tinham marcação adverbial temporal, nas cenas em que as
alternativas tinham os advérbios ontem e antigamente e nas cenas em que todas as alternativas
tinham o advérbio ontem. Contudo, entre os informantes com baixa escolaridade, a incidência de
seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito ocorre em uma ordem crescente nas cenas
em que não havia marcação adverbial temporal nas alternativas, nas cenas em que havia os
advérbios ontem e antigamente nas alternativas e nas cenas em que a marcação era feita com ontem
em todas as alternativas, sendo mais amplamente selecionadas as sentenças com o verbo no
Pretérito Perfeito nesse último tipo de cenas. Entre os informantes com alta escolaridade, as
sentenças com esse tempo verbal foram selecionadas em aproximadamente 92% (noventa e dois por
cento) dos casos em que não havia marcação adverbial temporal nas alternativas, em
aproximadamente 96% (noventa e seis por cento) dos casos em que a marcação era feita com ontem
e com antigamente nas alternativas e em aproximadamente 90% (noventa por cento) dos casos em
que a marcação era feita com ontem em todas as alternativas. entre os informantes com baixa
escolaridade, as sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito foram selecionadas em
131
aproximadamente 63% (sessenta e três por cento) dos casos em que não havia marcação adverbial
temporal nas alternativas
44
, em aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) dos casos em que
a marcação era feita com ontem e com antigamente nas alternativas e em aproximadamente 83%
(oitenta e três por cento) dos casos em que a marcação era feita com ontem em todas as alternativas.
A partir desses dados, observou-se, como sugerido no cálculo obtido por todos os
informantes, que a pista contextual nas cenas do passado perfectivo foi aprimorada no teste de
relacionamento imagem-sentença em relação ao teste de preenchimento de lacuna. Isso pôde ser
concluído, por exemplo, por meio da comparação da incidência de seleção de sentenças com o
verbo no Pretérito Perfeito nas cenas sem marcação adverbial temporal nas alternativas e com
marcação feita com o advérbio ontem em todas as alternativas pelos indivíduos com alta
escolaridade. Nesse grupo de informantes, no teste de preenchimento de lacuna, a utilização do
verbo no Pretérito Perfeito nas cenas sem marcação adverbial temporal na sentença tinha sido bem
inferior à utilização desse tempo verbal nas cenas com o advérbio ontem no início da sentença,
indicando que a ausência da marcação adverbial temporal comprometia o uso da forma verbal
esperada também para esses informantes. Todavia, uma possível interpretação fornecida para esse
comprometimento foi que a finalização da ação pela personagem considerada a pista contextual
dessas imagens – não foi suficiente para os informantes. Como no teste de relacionamento imagem-
sentença, conforme apontado anteriormente, a ausência da marcação adverbial temporal nas
sentenças não mais comprometeu a seleção da forma verbal esperada para os indivíduos com alta
escolaridade, possivelmente a pista contextual foi, de fato, aprimorada nas imagens do passado
perfectivo no segundo teste desenvolvido.
Os dados acerca da marcação adverbial temporal nas sentenças referentes ao aspecto
perfectivo também sugerem que a influência da presença da pista sintática todas as alternativas
44
Nas cenas sem marcação adverbial temporal nas alternativas, a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito
e de sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito foi considerada aleatória.
132
com a mesma marcação adverbial temporal e a influência da ausência dessa pista alternativas
sem marcação adverbial temporal – só são significativas para a seleção de sentenças com o verbo no
Pretérito Perfeito entre os informantes com baixa escolaridade. Isso confirma parcialmente o que
havia sido observado nas cenas referentes a esse aspecto no teste de preenchimento de lacuna,
que, nesse primeiro teste, o efeito da ausência da marcação adverbial temporal nas sentenças
comprometeu o uso do Pretérito Perfeito para os dois grupos de informantes, sendo que
comprometeu ainda mais o uso dessa forma verbal para os indivíduos com baixa escolaridade.
Entretanto, vale lembrar que a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito nas cenas do
passado perfectivo do segundo teste em que não havia marcação adverbial temporal nas alternativas
foi percentualmente maior que o uso desse tempo verbal nas cenas do passado perfectivo do
primeiro teste em que não havia marcação adverbial temporal na sentença, possivelmente porque a
pista contextual dessas imagens foi aprimorada no teste de relacionamento imagem-sentença.
4.2.2.4. Aspecto imperfectivo
Nas cenas referentes ao aspecto imperfectivo, observou-se que tanto os indivíduos com alta
escolaridade quanto os com baixa escolaridade selecionaram mais sentenças com a forma verbal
esperada, ou seja, com o verbo no Pretérito Imperfeito. Entretanto, como observado nas cenas do
presente progressivo e do passado perfectivo desse teste e nas cenas do presente habitual e do
passado imperfectivo do teste de preenchimento de lacuna, a incidência de seleção / uso de
sentenças com a forma verbal esperada foi maior entre os indivíduos com alta escolaridade.
Enquanto esse grupo de informantes selecionou as sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito
em cerca de 90% (noventa por cento) dos casos, o grupo de informantes com baixa escolaridade
selecionou as sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito em cerca de 71% (setenta e um por
cento) dos casos. Novamente, esse resultado corrobora a hipótese de que os informantes mais
133
escolarizados tendem a refletir mais sobre o teste e fornecer respostas mais consistentes para um
conjunto semelhante de cenas.
Quanto à influência da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às imagens do
passado imperfectivo, pode-se dizer que, para os informantes com alta e com baixa escolaridade, o
fator que mais eliciou a seleção de sentenças com a forma verbal esperada foi a presença da pista
sintática o advérbio antigamente utilizado em todas as alternativas. Entretanto, comparando a
incidência de seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito nas cenas com o mesmo
advérbio em todas as alternativas e nas cenas sem marcação adverbial temporal nas alternativas,
observa-se que a presença da pista sintática pareceu percentualmente relevante na seleção de
sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito para os indivíduos com alta escolaridade, que
selecionaram mais sentenças com essa forma verbal nas cenas em que todas as alternativas tinham o
advérbio antigamente. Do mesmo modo, a ausência da marcação adverbial temporal nas
alternativas também pareceu relevante para a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito
Imperfeito para os indivíduos com alta escolaridade, que selecionaram menos sentenças com essa
forma verbal nas cenas em que as alternativas não tinham marcação adverbial temporal. Esses
informantes selecionaram as sentenças com a forma verbal esperada em cerca de 98% (noventa e
oito por cento) das cenas com o advérbio antigamente em todas as alternativas e em cerca de 81%
(oitenta e um por cento) das cenas sem marcação adverbial temporal nas alternativas. Já os
informantes com baixa escolaridade selecionaram as sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito
em cerca de 74% (setenta e quatro por cento) das cenas com o advérbio antigamente em todas as
alternativas e em cerca de 71% (setenta e um por cento) das cenas sem marcação adverbial temporal
nas alternativas.
Ainda a respeito da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças, vale dizer que,
nas cenas em que as alternativas tinham os advérbios antigamente e ontem, as sentenças com o
134
verbo no Pretérito Imperfeito foram selecionadas em cerca de 67% (sessenta e sete por cento) dos
casos pelos informantes com baixa escolaridade e em cerca de 92% (noventa e dois por cento) dos
casos pelos informantes com alta escolaridade.
4.2.2.5. Resumo
Dentre as contribuições que a análise dos resultados dos informantes divididos pelo grau de
escolaridade forneceu para este estudo, pode-se destacar a que diz respeito a maior incidência de
seleção da forma verbal esperada entre os informantes com alta escolaridade, fato que tinha sido
observado no teste de preenchimento de lacuna. Nas cenas referentes aos aspectos progressivo,
perfectivo e imperfectivo, os informantes com alta escolaridade selecionaram mais
consistentemente a forma verbal esperada. A interpretação para esse fato no teste de preenchimento
de lacuna e que foi também sugerida aqui é que talvez os informantes mais escolarizados tendessem
a refletir mais a respeito do teste e, assim, fornecer respostas que mantivessem a mesma forma
verbal nas cenas que eliciavam o mesmo aspecto.
Outra importante contribuição do cálculo dos resultados dos informantes divididos pelo grau
de escolaridade para a análise desta dissertação diz respeito à aleatoriedade na seleção de sentenças
com o verbo principal no gerúndio e com o verbo no Presente do Indicativo nas cenas referentes ao
presente progressivo entre os informantes com baixa escolaridade. Essa aleatoriedade, embora não
apareça no cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes, está de acordo com a proposta
de que a expressão dos aspectos não considerados básicos nas línguas não seja expressa
prioritariamente por uma determinada forma verbal. Dentre os aspectos que não são elementares nas
línguas, segundo Comrie (op. cit.), pode-se citar os aspectos habitual e progressivo. No cálculo dos
resultados obtidos por todos os informantes, o aspecto habitual tinha sido descrito como não
sendo consistentemente expresso por uma forma verbal única pelos falantes da língua. No cálculo
135
dos resultados dos informantes divididos de acordo com o nível de escolaridade, o aspecto
progressivo também foi descrito como não sendo consistentemente expresso por uma forma verbal
única pelos informantes com baixa escolaridade. Associando essas observações ao fato de a forma
preferencial para expressar o aspecto progressivo ter sido, no primeiro teste, o Presente do
Indicativo e, no segundo teste, o verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo principal
no gerúndio, é possível propor que, de fato, esses dois aspectos não sejam consistentemente
expressos por uma única forma verbal no PB, possivelmente porque não o os aspectos básicos
dessa língua.
Além dessas contribuições, outra questão que pôde ser percebida por meio da comparação
dos resultados obtidos pelos informantes com alta e com baixa escolaridade no teste de
relacionamento imagem-sentença diz respeito à influência da marcação adverbial temporal na
seleção das alternativas de resposta para esses dois grupos de informantes. A ausência dessa
marcação ora compromete a seleção da sentença com a forma verbal esperada igualmente para os
informantes com alta e com baixa escolaridade, como nas cenas do presente habitual, ora
compromete mais a seleção dessas sentenças para os informantes com baixa escolaridade, como nas
cenas do passado perfectivo, e ora compromete mais a seleção dessas sentenças para os informantes
com alta escolaridade, como nas cenas do passado imperfectivo. Sendo assim, embora o
comprometimento causado pela ausência de marcação adverbial temporal nas sentenças tenha sido
descrito como maior entre os informantes com baixa escolaridade no teste de preenchimento de
lacuna, no teste de relacionamento imagem-sentença, esse fator parece ter comprometido
igualmente os dois grupos de informantes. Além disso, o efeito da presença da pista sintática
mesmo advérbio em todas as alternativas parece eliciar mais a seleção da sentença com a forma
verbal esperada entre os informantes com alta escolaridade do que entre os informantes com baixa
escolaridade, nas cenas do presente habitual, presente progressivo e passado imperfectivo.
136
Por fim, no primeiro teste desenvolvido, o tipo de marcação utilizado nas sentenças
associadas às cenas do presente progressivo pareceu comprometer o preenchimento das sentenças
com o verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo principal no gerúndio apenas para os
informantes com baixa escolaridade. Porém, no segundo teste desenvolvido, o efeito da presença do
advérbio agora em todas as alternativas parece estar relacionado ao efeito do tipo de marcação
utilizado e esse fator parece ter sido o que mais comprometeu a seleção de sentenças com o verbo
principal no gerúndio entre os informantes com baixa e com alta escolaridade. Isso talvez indique
que o advérbio agora não seja o mais apropriado para a eliciação desse aspecto verbal ou para a
eliciação da forma verbal com o gerúndio para a expressão desse aspecto para os dois grupos de
informantes, em especial para os informantes com baixa escolaridade.
Na próxima seção, a seleção das formas verbais esperadas e a influência da marcação
adverbial temporal serão analisadas levando-se em conta a faixa etária dos informantes de modo a
investigar se algum desses fatores está associado à idade dos indivíduos analisados.
4.2.3. Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária
45
4.2.3.1. Aspecto habitual
O lculo dos resultados dos informantes divididos de acordo com a faixa etária nas cenas
referentes ao aspecto habitual revela que, no geral, os informantes das diferentes faixas etárias
selecionam aleatoriamente as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e com o verbo
principal no gerúndio. As duas únicas faixas etárias em que os informantes pareceram selecionar
mais consistentemente as sentenças com uma forma verbal o verbo principal no gerúndio – foram
as faixas entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos. Os
45
Esse cálculo aparece em forma de tabelas, com as porcentagens de uso em cada caso, na página 220 do anexo.
137
informantes entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos selecionaram as sentenças com o verbo
principal no gerúndio em cerca de 67% (sessenta e sete por cento) dos casos e os informantes acima
de 70 (setenta) anos selecionaram as sentenças com essa forma verbal em cerca de 68% (sessenta e
oito por cento) dos casos.
A respeito da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às cenas do presente
habitual, observou-se que a influência dessa marcação entre os informantes das diferentes faixas
etárias não foi igual à influência dessa marcação entre todos os informantes. Entretanto, a maneira
como ela influenciou os informantes das duas faixas etárias citadas no parágrafo anterior entre 40
(quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos foi a que mais se diferenciou
da maneira apontada no cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes. Por exemplo, nas
cenas em que todas as alternativas continham o advérbio sempre único tipo de cenas do presente
habitual em que o cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes havia revelado
consistência na seleção de sentenças com o verbo no Presente do Indicativo –, os informantes
dessas duas faixas etárias selecionaram as sentenças com as duas diferentes formas verbais
aleatoriamente. Os informantes entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos selecionaram as
sentenças com o verbo no Presente do Indicativo e as sentenças com o verbo principal no gerúndio
em 50% (cinqüenta por cento) dos casos e os informantes acima de 70 (setenta) anos selecionaram
as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo em 60% (sessenta por cento) dos casos e as
sentenças com o verbo principal no gerúndio em 40% (quarenta por cento) dos casos. nas cenas
em que as alternativas não continham marcação adverbial temporal tipo de cenas do presente
habitual em que o cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes havia revelado
aleatoriedade na seleção de sentenças com diferentes formas verbais –, os informantes dessas duas
faixas etárias preferiram as sentenças com o verbo principal no gerúndio. Os informantes entre 40
(quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos selecionaram as sentenças com essa forma verbal em cerca
138
de 81% (oitenta e um por cento) dos casos e os informantes acima de 70 (setenta) anos
selecionaram as sentenças com essa forma verbal em cerca de 75% (setenta e cinco por cento) dos
casos.
Nas cenas em que as alternativas eram marcadas pelos advérbios sempre e agora, a
influência da marcação adverbial temporal na sentença ocorreu de maneira diferente da apontada no
cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes em 5 (cinco) faixas etárias analisadas.
Apesar do cálculo dos resultados obtidos por todos os indivíduos ter revelado aleatoriedade na
seleção de sentenças nesse tipo de cenas, os informantes entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos e
entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos preferiram as alternativas com o verbo no Presente do
Indicativo e os informantes entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos, entre 50 (cinqüenta) e
59 (cinqüenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos preferiram as alternativas com o verbo
principal no gerúndio. Os informantes entre 20 (vinte) e 29 (vinte e nove) anos selecionaram as
sentenças com o verbo no Presente do Indicativo em cerca de 69% (sessenta e nove por cento) dos
casos e os informantes entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos selecionaram as sentenças com esse
tempo verbal em 75% (setenta e cinco por cento) dos casos. Já os informantes entre 40 (quarenta) e
49 (quarenta e nove) anos e entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos selecionaram as
sentenças com o verbo principal no gerúndio em cerca de 69% (sessenta e nove por cento) dos
casos e os informantes acima de 70 (setenta) anos selecionaram as sentenças com esse tempo verbal
em cerca de 88% (oitenta e oito por cento) dos casos.
4.2.3.2. Aspecto progressivo
Nas cenas referentes ao presente progressivo, o cálculo dos resultados dos informantes
divididos de acordo com a faixa etária confirmou o que havia sido descrito no cálculo dos
139
resultados de todos os informantes, revelando que todas as faixas etárias selecionam mais sentenças
com o verbo principal no gerúndio que sentenças com o verbo no Presente do Indicativo.
É importante retomar aqui os resultados obtidos pelos informantes divididos de acordo com
a faixa etária nas cenas referentes ao presente progressivo do teste de preenchimento de lacuna.
Nesse primeiro teste, a incidência de uso do verbo estar no Presente do Indicativo seguido do verbo
principal no gerúndio para expressar o presente progressivo foi maior entre os informantes mais
jovens e menor entre os informantes mais idosos. Entretanto, a relação que poderia ser estabelecida
no primeiro teste entre faixa etária e uso da forma verbal com o gerúndio nas cenas do presente
progressivo não pode ser estabelecida nesse segundo teste, em que a incidência de seleção de
sentenças com o verbo principal no gerúndio é percentualmente próxima nas diferentes faixas
etárias.
A análise do efeito da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às cenas do
presente progressivo entre os informantes das diferentes faixas etárias revelou que o efeito dessa
marcação descrito no cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes foi muito similar ao
efeito dessa marcação observado em todas as faixas etárias. As únicas exceções dizem respeito às
faixas etárias entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos, entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove)
anos e entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos nas cenas em que todas as alternativas tinham
o advérbio agora. Nesse tipo de cenas, os informantes das faixas etárias citadas selecionaram
preferencialmente as sentenças com o verbo principal no gerúndio, embora o cálculo dos resultados
obtidos por todos os informantes tenha revelado que o uso do advérbio agora em todas as
alternativas implicava na aleatoriedade na seleção de sentenças com diferentes formas verbais. Os
informantes entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos preferiram as sentenças com o verbo principal
no gerúndio em cerca de 81% (oitenta e um por cento) dos casos e os informantes entre 40
140
(quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos e entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos preferiram
as sentenças com essa forma verbal em cerca de 69% (sessenta e nove por cento) dos casos.
4.2.3.3. Aspecto perfectivo
Nas cenas referentes ao aspecto perfectivo, o cálculo dos informantes divididos de acordo
com a faixa etária revela que os indivíduos de todas as faixas selecionaram mais sentenças com o
verbo no Pretérito Perfeito. Desse modo, percebe-se que o que foi observado aqui tinha sido
observado e descrito no cálculo dos resultados obtidos por todos os informantes.
Quanto à influência da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às cenas
referentes ao aspecto perfectivo, percebe-se que o que foi descrito no cálculo dos resultados obtidos
por todos os informantes não se repete da mesma maneira nas diferentes faixas etárias. Enquanto
nesse primeiro cálculo, a presença da pista sintática a mesma marcação adverbial temporal nas
alternativas de resposta tinha eliciado mais a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito,
nas faixas etárias entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos, entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e
nove) anos, entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos e acima de 70 (setenta) anos, observou-
se que a presença da pista sintática nas alternativas não contribuiu para a seleção de sentenças com
a forma verbal esperada. Entre os informantes entre 30 (trinta) e 39 (trinta e nove) anos e entre 50
(cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos, a seleção de sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito
ocorreu em cerca de 88% (oitenta e oito por cento) das cenas em que todas as alternativas tinham o
advérbio ontem e das cenas em que as alternativas não tinham marcação adverbial temporal; entre
os informantes entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos, a seleção de sentenças com o verbo
no Pretérito Perfeito ocorreu em 75% (setenta e cinco por cento) dos casos desses dois tipos de
cenas; e entre os informantes acima de 70 (setenta) anos, a seleção de sentenças com o verbo no
141
Pretérito Perfeito ocorreu em cerca de 81% (oitenta e um por cento) dos casos desses dois tipos de
cenas.
4.2.3.4. Aspecto imperfectivo
O cálculo dos resultados obtidos pelos informantes divididos de acordo com a faixa etária
revela, nas cenas referentes ao aspecto imperfectivo, que a preferência pelas sentenças com o verbo
no Pretérito Imperfeito ocorreu em 5 (cinco) faixas etárias. A exceção foi a faixa etária que
compreendia os informantes entre 60 (sessenta) e 69 (sessenta e nove) anos, que selecionaram as
sentenças com o verbo no Pretérito Imperfeito e no Pretérito Perfeito aleatoriamente. Esses
informantes selecionaram as sentenças com a forma verbal esperada em apenas cerca de 63%
(sessenta e três por cento) dos casos e as sentenças com o verbo no Pretérito Perfeito em cerca de
37% (trinta e sete por cento) dos casos.
A respeito da marcação adverbial temporal nas sentenças associadas às cenas do passado
imperfectivo, o cálculo dos resultados dos informantes divididos pela faixa etária revela que a
influência da presença da pista sintática a mesma marcação adverbial temporal nas alternativas
de resposta entre os informantes entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove) anos e entre 50
(cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos ocorreu de maneira diferente da observada no cálculo dos
resultados obtidos por todos os informantes. Para os indivíduos dessas duas faixas etárias, a
ausência da marcação adverbial temporal nas alternativas não comprometeu a seleção de sentenças
com o verbo no Pretérito Imperfeito. Entre os indivíduos entre 40 (quarenta) e 49 (quarenta e nove)
anos, as sentenças com essa forma verbal foram selecionadas em cerca de 88% (oitenta e oito) por
cento das cenas em que as alternativas não continham marcação adverbial temporal e em cerca de
81% (oitenta e um por cento) das cenas em que todas as alternativas continham o advérbio
antigamente; e entre os indivíduos entre 50 (cinqüenta) e 59 (cinqüenta e nove) anos, as sentenças
142
com essa forma verbal foram selecionadas em cerca de 81% (oitenta e um por cento) das cenas em
que as alternativas não continham marcação adverbial temporal e das cenas em que todas as
alternativas continham o advérbio antigamente.
4.2.3.5. Resumo
Por meio da análise dos resultados dos informantes divididos de acordo com a faixa etária,
percebe-se que, no geral, a preferência por uma determinada forma verbal para a expressão dos
aspectos não está associada a uma faixa etária específica. No caso da utilização do verbo estar no
Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal para a expressão do aspecto
progressivo no presente, que tinha sido descrito como mais utilizado pelos informantes mais jovens
no teste de preenchimento de lacuna, a preferência por essa forma verbal não pôde ser associada às
faixas etárias que compreendiam os informantes mais jovens no teste de relacionamento imagem-
sentença. No primeiro teste, ainda que o uso dessa forma verbal tenha sido percentualmente maior
entre os indivíduos mais jovens, a preferência de todos os informantes para a expressão do aspecto
progressivo no presente foi pelo verbo no Presente do Indicativo. Sendo assim, possivelmente, a
afirmação de que o uso da forma verbal com o gerúndio para a expressão do aspecto progressivo no
presente é maior entre os informantes mais jovens não é sustentável.
Outra observação importante que o cálculo dos resultados dos informantes divididos pela
faixa etária permite fazer diz respeito à influência da marcação adverbial temporal nas sentenças
entre os informantes das diferentes faixas etárias. Como apontado no teste de preenchimento de
lacuna, a influência dessa marcação não parece se dar exatamente da mesma maneira entre os
indivíduos de diferentes faixas etárias no teste de relacionamento imagem-sentença. Portanto, a
análise dessa influência deve ser considerada nas diferentes faixas separadamente, especialmente,
143
em futuros estudos sobre o aspecto verbal em indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, já que
esses pacientes tendem a ser mais idosos.
Na próxima seção, será feita uma breve consideração a respeito da análise dos resultados dos
informantes divididos de acordo com o sexo.
4.2.4. Cálculo dos informantes de acordo com o sexo
Assim como foi observado no lculo dos resultados dos informantes divididos de acordo
com o sexo no teste de preenchimento de lacuna, no teste de relacionamento imagem-sentença, o
cálculo dos resultados dos informantes agrupados dessa maneira não pôde contribuir para a análise
deste estudo. De maneira geral, o que foi descrito no cálculo dos resultados obtidos por todos os
informantes repetiu-se com os informantes agrupados pelo sexo.
4.3. Análise de fala espontânea
A análise da fala espontânea, a princípio, foi incluída neste estudo a fim de investigar a
forma verbal utilizada para expressar o aspecto progressivo no presente devido à dúvida gerada pela
aplicação preliminar do teste de preenchimento de lacuna, que, contrariando as expectativas a
respeito da expressão verbal desse aspecto, tinha apontado a preferência pelo verbo no Presente do
Indicativo para a expressão do aspecto investigado. A aplicação definitiva desse teste e do teste de
relacionamento imagem-sentença apenas reforçou a necessidade da análise da fala espontânea
quanto a essa questão, posto que, enquanto o primeiro teste confirmou que a forma verbal
preferencial para expressar o aspecto progressivo no presente era o Presente do Indicativo, o
segundo teste demonstrou que a forma verbal preferencial para expressar esse aspecto era a
perífrase formada pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal.
144
A partir de duas entrevistas transcritas e analisadas
46
, observou-se que a forma verbal
preferencial para a expressão do aspecto progressivo no presente parecia ser a apontada pelo
segundo teste aplicado nesta dissertação, ou seja, a forma com o verbo estar no Presente do
Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal. Essa observação vai ao encontro das
expectativas iniciais a respeito da expressão verbal desse aspecto.
Alguns trechos das duas entrevistas que evidenciam o uso da perífrase formada pelo verbo
estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal para a expressão do aspecto
progressivo são transcritos abaixo:
Entrevista 1:
SB: (...) Se o manejo do óculos é colocá-lo outra vez, já estou sendo o Jung. Da mesma maneira que
falo no telefone abraçado no telefone: “Oscar, Oscar, você é capaz... e não falando no
telefone. Outra hora eu largo o telefone na mesa e saio falando, sobre o papel que me negaram,
preferiram botar um ator mais novo, maquiado. Eu era velho demais pra fazer o papel do velho.
SB: (...) Tanto que agora eu fui convidado pra fazer uma novela que não vou poder fazer porque
fazendo o Jung e tenho duas peças pra fazer o ano que vem. Então, eu não passei por esse
problema, mas eu conheço muitos atores que chegam aos 80 já... chegam aos 70!
SB: (...) o ator falando: “Ah, doutor Jung, não sei o quê...” “Ah, meu filho, você não sabe que eu
pertenço...
Entrevista 2:
BR: É, quando ele se candidata pela última vez, ele buscando o lugar certo, ele buscando o
lugar que tinha sido de João do Rio, quer dizer, que deveria sim ser ocupado, inclusive, por um
cronista (...)
BR: Então um nicho de oposionistas, de homens de esquerda, que estão se organizando, e que
em 22 vão criar o Partido Comunista, né? o Partido Comunista do Brasil, como era no momento,
que serviu um pouco de apoio a ele. É a figura, por exemplo, de Lobato, de Monteiro Lobato.
BR: (...) Tanto que no final da vida, por exemplo, ele escrevendo, ele tem crônicas e pedaços de
romances publicados na Revista Souza Cruz, que é uma revista muito elegante, bonita, vale a pena
até ver, né? E ele é muito respeitado, sobretudo pelos colegas de imprensa, mais do que pelos
colegas de belas letras.
46
Na primeira entrevista transcrita, o entrevistado foi um homem, carioca, com alta escolaridade e acima de 80 (oitenta)
anos de idade. Na segunda entrevista transcrita, as entrevistadas foram duas mulheres, ambas cariocas, com alta
escolaridade e entre 45 (quarenta e cinco) e 65 (sessenta e cinco) anos de idade.
145
Outra questão que foi discutida na análise dos resultados dos testes aplicados nesta
dissertação relacionada ao aspecto progressivo no presente, diz respeito ao uso do advérbio agora
para a expressão desse aspecto. Os resultados dos dois testes aplicados revelaram que essa
marcação adverbial, talvez por ser usada em algumas sentenças apenas como marcador discursivo,
parece não ser a mais adequada para eliciar o presente progressivo ou o uso da perífrase formada
pelo verbo estar no Presente do Indicativo com o gerúndio do verbo principal para a expressão
desse aspecto. Por exemplo, no teste de relacionamento imagem-sentença, nas cenas do presente
progressivo em que esse advérbio era utilizado em todas as alternativas, as sentenças com o verbo
principal no gerúndio e as sentenças com o verbo no Presente do Indicativo foram selecionadas
aleatoriamente.
Embora a análise da fala espontânea não tivesse, a princípio, o objetivo de investigar a
relação desse advérbio com a expressão do aspecto progressivo, algumas ocorrências desse
marcador puderam ser observadas na fala espontânea e são citadas aqui. As entrevistas transcritas
revelaram algumas ocorrências de agora como marcador discursivo e duas ocorrências como
marcador adverbial temporal associado ao verbo no Presente do Indicativo.
Abaixo são apresentados alguns trechos da segunda entrevista transcrita, em que agora foi
usado como marcador discursivo:
RV: (...) é, pois é, justamente, esse trabalho, a minha motivação pra fazer esse trabalho, foi
exatamente tentar torná-lo mais conhecido, porque Lima Barreto, essa edição de 56 é esgotada
muito tempo, então mesmo que a pessoa quisesse ler Lima Barreto, ou toda uma geração, não é? a
geração dos nossos alunos, que tinham grande dificuldade de acesso à obra do Lima Barreto.
Agora, quer dizer, um escritor da importância dele precisaria ser mais editado, mais conhecido, né?
BR: (...) Agora, na verdade, na parte final da vida, vamos dizer, eu creio que de 17 a 22, ele não era
tão mal dito assim. Por que o que que acontece com os 17? Com 17, a partir de 17, ele se alinha
com os esquerdistas, sobretudo, com os jornalistas que têm uma posição de esquerda, ele é um
marximalista, e Astrogildo Pereira e outros o apóiam (...)
Abaixo são apresentadas duas ocorrências retiradas da primeira entrevista transcrita, em que
agora foi usado como marcador adverbial temporal e o verbo apareceu no Presente do Indicativo:
146
SB: Não, não agora... Bom, no início, início, início, os óculos às vezes saíam com dificuldade...
eu... tira... né? Mas agora eu já manejo pra ele. E tem mais uma coisa, eu agora não me preocupo
em colocar os óculos (...)
Por meio dessas transcrições, pôde-se perceber que, na fala espontânea, o aspecto
progressivo do presente parece ser mais comumente expresso pelo verbo estar no Presente do
Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal. Entretanto, foram encontradas ocorrências do
advérbio agora na fala espontânea usado como marcador adverbial temporal associado ao verbo no
Presente do Indicativo. Essas ocorrências, embora poucas, confirmam o que havia sido descrito na
análise dos resultados dos testes: o advérbio agora não parece ser a marcação ideal para eliciar o
aspecto progressivo no presente ou para eliciar o uso do verbo principal no gerúndio na expressão
desse aspecto.
Além disso, como foram encontradas ocorrências do advérbio agora como marcador
adverbial temporal associado ao verbo no Presente do Indicativo, é possível que essas ocorrências
exemplifiquem o uso do verbo no Presente do Indicativo para a expressão do aspecto progressivo
no presente. Tendo esse aspecto sido produzido na fala espontânea por meio do verbo estar no
Presente do Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal, mas também por meio do verbo no
Presente do Indicativo, a proposta de que o aspecto progressivo, tal como o aspecto habitual, não
seja consistentemente expresso por uma forma verbal única, talvez por não constituir um aspecto
básico nas línguas, parece ganhar mais um argumento em seu favor.
147
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na análise dos resultados desta dissertação, discutiu-se qual seria a forma verbal preferencial
para expressar os aspectos perfectivo e imperfectivo no passado e habitual e progressivo no presente
no português do Brasil. Os testes aplicados revelaram que o perfectivo e o imperfectivo no passado
são consistentemente expressos pelo Pretérito Perfeito e pelo Pretérito Imperfeito, respectivamente.
Já a aplicação dos testes e a transcrição da fala espontânea revelaram que o habitual e o progressivo
no presente são expressos ora pelo Presente do Indicativo, ora pelo verbo estar no Presente do
Indicativo seguido do gerúndio do verbo principal.
A opção por utilizar, na expressão do aspecto progressivo, tanto uma forma verbal
caracteristicamente progressiva como o gerúndio do verbo principal quanto uma forma verbal
não-progressiva como o Presente do Indicativo está coerente com o fato, apontado por Comrie
(1976) e discutido no segundo capítulo desta dissertação, de que algumas nguas autorizam o uso
de formas verbais progressivas e não-progressivas para expressar o sentido de progressividade. O
português do Brasil faz parte desse grupo de línguas.
A escolha por uma forma verbal para expressar os aspectos progressivo e habitual parece
estar associada a razões subjetivas dos falantes durante a produção lingüística, o que poderia ser
defino, segundo Chomsky (2000), como “mistérios” da cognição. Nesse caso, não é possível nem
ao menos relacionar a preferência por uma ou outra forma verbal a um determinado nível de
escolaridade, faixa etária ou sexo dos indivíduos.
A partir dos resultados obtidos aqui, argumentou-se em favor da proposta de Comrie
(op.cit.) de existência de uma distinção aspectual básica nas línguas perfectivo versus
imperfectivo. Segundo o autor, os aspectos habitual e progressivo seriam, na verdade, subdivisões
do aspecto imperfectivo. Os dados apresentados nesta dissertação parecem realmente indicar que o
148
modo como a expressão dos aspectos perfectivo e imperfectivo é feita no passado do português do
Brasil resulta da distinção aspectual básica apresentada por Comrie (op. cit.).
A proposta de que o perfectivo e o imperfectivo sejam os aspectos sicos nas diferentes
línguas parece fornecer alguma vantagem para a teoria quanto à estrutura da árvore sintática no que
tange ao nódulo aspectual. Desde o estudo de Pollock (1989), adota-se a hipótese de que um
traço é checado em cada categoria funcional proposta. No caso do nódulo aspectual, se for adotada
a idéia de que o perfectivo e o imperfectivo são os dois aspectos básicos nas línguas, apenas o traço
perfectivo estaria sendo checado. Esse traço poderia ser definido como [+perfectivo], que
indicaria o aspecto verbal perfectivo propriamente dito, ou [-perfectivo], que indicaria o aspecto
verbal imperfectivo. Dessa maneira, a árvore sintática proposta estaria mais coerente com a hipótese
de que cada nódulo é responsável pela checagem de um determinado traço. Além disso, a estrutura
binária do nódulo aspectual proposto responsável apenas pela checagem do traço [+perfectivo]
contemplaria ainda mais as noções de elegância necessárias às teorias.
A proposição de uma categoria funcional de Aspecto obedece a uma condição estabelecida
pela versão mais moderna do estudo gerativista, o Programa Minimalista, de que os nódulos
sintáticos devem ser conceptualmente motivados. Entretanto, não apenas as noções aspectuais
expressas pelo perfectivo e pelo imperfectivo checados no nódulo ASPP proposto representam
conceitos na língua. Comrie (op.cit.), embora não estivesse considerando a pertinência da sua
proposta em termos de árvore sintática, sugere que o habitual uma subdivisão do aspecto
imperfectivo também expressa um conceito que vai além de uma informação meramente
lingüística.
Sendo assim, se o nódulo aspectual for responsável pela checagem apenas do traço
perfectivo, não está claro como outros valores aspectuais seriam contemplados na árvore sintática. É
válido discutir, portanto, se deveriam ser incluídos na árvore sintática, por exemplo, outros dois
149
nódulos, diferente do aspectual e acima desse, responsáveis pela checagem dos traços habitual e
progressivo. Embora o Programa Minimalista estabeleça que as categorias funcionais sejam
conceptualmente motivadas, resta saber se todas as categorias que tenham motivação conceptual,
como as subdivisões aspectuais propostas por Comrie (op.cit.), devem ser incluídas na árvore
sintática.
Apesar de as subdivisões aspectuais expressarem conceitos, a inclusão dessas na árvore
sintática acarretaria uma maior elaboração da árvore. Desde o modelo de Princípios e Parâmetros
apresentado nesta dissertação, propõe-se que a estrutura da árvore sintática seja inata e, talvez, seja
apenas parametrizável quanto a algumas questões marginais. A partir do Programa Minimalista,
acrescenta-se que a árvore sintática também deva refletir as noções de economia e simplicidade das
línguas, adotadas como noções elementares do programa. Se pelo menos dois nódulos forem
acrescidos na árvore para checar as noções de habitualidade e progressividade, tem-se uma estrutura
sintática mais elaborada.
Conclui-se que a inclusão de todas as noções aspectuais presentes nas línguas como nódulos
sintáticos é uma questão polêmica e que, embora não resolvida aqui, deve ser discutida. Se, por um
lado, essa inclusão contemplaria a proposta do Programa Minimalista de que os nódulos sintáticos
devem ter uma motivação semântica, por outro lado, ela exigiria uma expansão da árvore sintática
que a faria menos simples.
Conforme discutido na apresentação desta dissertação, os testes utilizados aqui foram
inicialmente desenvolvidos para serem aplicados em indivíduos com a Síndrome de Alzheimer. A
partir dos resultados deste estudo, obtidos por indivíduos não-acometidos por patologias, pretende-
se investigar, no doutorado, o conhecimento aspectual por indivíduos com a Síndrome de
Alzheimer.
150
A análise dos testes desenvolvidos nesta dissertação permitiu um amadurecimento
metodológico para que os indivíduos com a Síndrome de Alzheimer sejam futuramente submetidos
a testes que investiguem o aspecto. Algumas questões observadas a respeito do desenho do teste e
da influência da marcação adverbial temporal nas sentenças testadas podem ser repensadas de modo
a facilitarem a eliciação dos aspectos para indivíduos que, em princípio, apresentam déficits
conceptuais não observados nos indivíduos testados nesta dissertação.
O estudo do aspecto feito a partir de indivíduos com patologia pode contribuir para a
compreensão de algumas questões levantadas neste estudo. Primeiramente, é possível que os
pacientes com Alzheimer forneçam alguma evidência em favor da proposta de Comrie (op. cit.) de
que os aspectos básicos nas línguas sejam o perfectivo e o imperfectivo e de que a distinção
estabelecida entre habitual e progressivo caracterize, na verdade, uma subdivisão do aspecto
imperfectivo. Se, por exemplo, esses indivíduos não apresentarem, na produção e compreensão dos
aspectos, problemas com o perfectivo, mas apresentarem problemas com o imperfectivo, o habitual
e o progressivo, tem-se uma evidência de que os aspectos habitual e progressivo são subdivisões do
aspecto imperfectivo.
O estudo com indivíduos com Alzheimer também pode contribuir para elucidar a questão de
quantos nódulos aspectuais estão presentes na árvore sintática. Se, conforme apresentado no
parágrafo anterior, esses pacientes apresentarem problemas com o imperfectivo, o habitual e o
progressivo, tem-se uma evidência em favor de um nódulo aspectual, que cheque apenas o traço
perfectivo. Entretanto, se os problemas desses pacientes estiverem restritos aos aspectos habitual ou
progressivo, tem-se uma evidência em favor da inclusão de outros nódulos aspectuais, que
chequem, por exemplo, o traço habitual ou o traço progressivo.
Por fim, conforme também apontado na apresentação desta dissertação, a comparação do
conhecimento aspectual por indivíduos com a Síndrome de Alzheimer e por indivíduos com a afasia
151
de Broca pode fomentar discussões acerca dos pressupostos teóricos da segunda patologia. Toma-se
como pressupostos, por exemplo, que a afasia de Broca é uma patologia que afeta exclusivamente a
linguagem e a Síndrome de Alzheimer é uma patologia que afeta, dentre outras faculdades, o
sistema conceptual. Sendo assim, espera-se que os desempenhos desses pacientes sejam diferentes.
Se os desempenhos em relação ao aspecto gramatical – conceito expresso lingüisticamente – forem,
de fato, diferentes, é possível manter o pressuposto de que a afasia de Broca é uma patologia que
afeta exclusivamente o sistema lingüístico.
152
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154
ANEXO 1
Sentenças referentes a cada um dos prováveis verbos do teste de preenchimento de lacuna nas
cenas que eliciavam os diferentes aspectos e o infinitivo:
Abrir:
[INFINITIVO]: Maria costuma ______________ latas com um abridor.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ seus presentes com cuidado.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ uma lata de pêssegos em calda.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ uma lata de pêssegos.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ latas com abridor de latas.
Andar:
[INFINITIVO]: Maria odeia ______________ na praia todos os dias.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ em volta da piscina.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ na praia por trinta minutos.
[PROGRESSIVO]: Agora Maria ______________ no calçadão da praia.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ de tênis na praia aos sábados.
Assistir:
[INFINITIVO]: Maria gosta de ______________ televisão no sofá.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ desenho por toda tarde, quando criança.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ um programa muito interessante.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ um filme na televisão.
[HABITUAL]: Maria ______________ televisão todos os dias.
Bater:
[INFINITIVO]: Maria adora ______________ palmas quando feliz.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ palmas durante o parabéns.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ palmas na semana passada.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ palmas no ritmo da música.
[HABITUAL]: Maria ______________ palmas quando ouve música.
155
Beber:
[INFINITIVO]: Maria evita ______________ sucos cítricos todos os dias.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ suco sem gelo.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ suco no copo de vidro.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ suco de laranja.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ suco depois das refeições.
Calçar:
[INFINITIVO]: Maria prefere ______________ o tênis sentada.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ os sapatos sozinha.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ o pé esquerdo do tênis.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ o tênis no sofá.
[HABITUAL]: Maria ______________ tênis com meias de algodão.
Comer:
[INFINITIVO]: Maria evita ______________ muitos biscoitos recheados.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ muito bolo de coco antigamente.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ um biscoito de chocolate.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ seu biscoito recheado predileto.
[HABITUAL]: Maria ______________ biscoitos no lanche da tarde.
Correr:
[INFINITIVO]: Maria adora ______________ na areia da praia.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ pelo quintal, quando criança.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ por quinze minutos.
[PROGRESSIVO]: Agora Maria ______________ na areia da praia.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ na praia descalça.
Descer:
[INFINITIVO]: Maria evita ______________ as escadas rápido.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ as escadas com muito cuidado.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ as escadas devagar.
156
[PROGRESSIVO]: Agora Maria ______________ as escadas do prédio.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ as escadas com cuidado.
Desenhar:
[INFINITIVO]: Maria sabe ______________ casas na areia da praia.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ várias coisas, quando criança.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ uma casa na areia da praia.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ uma casa na beira do mar.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ casas na areia da praia.
Dormir:
[INFINITIVO]: Maria precisa ______________ cedo durante a semana.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ na cama da mãe.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ às dez da noite sábado passado.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ em uma cama confortável.
[HABITUAL]: Maria ______________ por oito horas todas as noites.
Escovar:
[INFINITIVO]: Maria precisa ______________ os dentes depois das refeições.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ os dentes de manhã, quando criança.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ os dentes depois do almoço.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ os dentes.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ os dentes no banheiro.
Escrever:
[INFINITIVO]: Maria gosta de ______________ cartas para os amigos.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ frases no papel, quando criança.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ uma carta de amor ano passado.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ uma carta para seu pai.
[HABITUAL]: Maria ______________ cartas de caneta azul.
157
Falar:
[INFINITIVO]: Maria gosta muito de ______________ no telefone.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ no telefone de brinquedo antigamente.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ no telefone com seu namorado.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ com sua mãe.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ no telefone no sofá.
Fazer:
[INFINITIVO]: Maria adora ______________ ginástica na praia.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ carinho no seu cachorro antigamente.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ ginástica no calçadão da praia anteontem.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ ginástica e alongamento.
[HABITUAL]: Maria ______________ ginástica à tarde aos domingos.
Ir:
[INFINITIVO]: Maria odeia ______________ para praia sozinha.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ para praia sozinha.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ para praia cedo dois dias atrás.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ para praia a pé.
[HABITUAL]: Maria ______________ para praia de chinelo.
Lavar:
[INFINITIVO]: Maria prefere ______________ as mãos com sabonete líquido.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ as mãos sem sabonete antigamente.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ as mãos antes do almoço anteontem.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ as mãos com seu sabonete predileto.
[HABITUAL]: Maria ______________ as mãos antes das refeições.
Ler:
[INFINITIVO]: Maria prefere ______________ jornal na cadeira.
[IMPERFECTIVO]: Quando criança, Maria ______________ livros de história.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ todas as notícias do jornal.
158
[PROGRESSIVO]: Agora Maria ______________ jornal com bastante atenção.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ jornal pela manhã.
Pentear:
[INFINITIVO]: Maria costuma ______________ o cabelo pela manhã.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ o cabelo da sua boneca.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ o cabelo no espelho.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ o cabelo com rapidez.
[HABITUAL]: Maria ______________ o cabelo com escova.
Pintar:
[INFINITIVO]: Maria sabe ______________ bem as unhas.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ as próprias unhas.
[PERFECTIVO]: Maria ______________ as unhas da mão.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ as unhas de roxo.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ as unhas aos sábados.
Rir:
[INFINITIVO]: Maria adora ______________ dos filmes de comédia.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ dos desenhos animados antigamente.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ muito do filme da televisão.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ da cena do filme.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ de filmes de comédia.
Sair:
[INFINITIVO]: Maria precisa ______________ cedo de casa aos sábados.
[IMPERFECTIVO]: Antigamente Maria ______________ de casa com seus brinquedos.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ de casa às nove horas.
[PROGRESSIVO]: Neste momento, Maria ______________ de casa.
[HABITUAL]: Maria sempre ______________ de casa com seus livros.
159
Subir:
[INFINITIVO]: Maria odeia ______________ as escadas muito rápido.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ as escadas com atenção antigamente.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ as escadas do prédio.
[PROGRESSIVO]: Maria ______________ as escadas muito devagar.
[HABITUAL]: Maria ______________ as escadas sem pressa.
Tossir:
[INFINITIVO]: Maria costuma ______________ devido à poeira.
[IMPERFECTIVO]: Maria ______________ todas as manhãs, quando criança.
[PERFECTIVO]: Ontem Maria ______________ muito de manhã.
[PROGRESSIVO]: Agora Maria ______________ por causa da alergia.
[HABITUAL]: Maria ______________ à beça quando gripada.
Alternativas de resposta referentes a cada um dos verbos do teste de relacionamento imagem-
sentença nas cenas que eliciavam os diferentes aspectos:
Abrir:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre abre latas com um abridor.
2) Agora Maria está abrindo uma lata com abridor.
3) Maria sempre sai de casa com um abridor.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria abre uma grande lata de pêssegos.
2) Maria está abrindo uma grande lata de pêssegos.
3) Maria está dividindo com sua irmã os pêssegos.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria abriu uma lata sobre a pia.
2) Ontem Maria abria uma lata sobre a pia.
3) Ontem Maria subia num banco próximo à pia.
[IMPERFECTIVO]: 1) Ontem Maria abriu um presente com cuidado.
2) Antigamente Maria abria presentes com cuidado.
3) Ontem Maria corrigiu seus trabalhos com cuidado.
160
Assistir:
[HABITUAL]: 1) Maria assiste jornal no seu quarto.
2) Maria está assistindo jornal no seu quarto.
3) Maria ouve música no seu quarto.
[PROGRESSIVO]: 1) Agora Maria assiste um programa interessante.
2) Agora Maria está assistindo um programa interessante.
3) Agora Maria está aplaudindo um espetáculo interessante.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria assistiu seu programa predileto.
2) Antigamente Maria assistia seu programa predileto.
3) Antigamente Maria ia ao seu museu predileto.
[IMPERFECTIVO]: 1) Maria assistiu desenho animado na sala.
2) Maria assistia desenho animado na sala.
3) Maria serviu o lanche na sala.
Beber:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre bebe água da geladeira.
2) Maria sempre está bebendo água da geladeira.
3) Maria sempre está abastecendo a geladeira.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria sempre bebe água com açúcar.
2) Agora Maria está bebendo água com açúcar.
3) Maria sempre come frutas com açúcar.
[PERFECTIVO]: 1) Maria bebeu água em um copo de vidro.
2) Maria bebia água em um copo de vidro.
3) Maria varreu os cacos do copo de vidro.
[IMPERFECTIVO]: 1) Antigamente Maria bebeu suco sem gelo.
2) Antigamente Maria bebia suco sem gelo.
3) Antigamente Maria mexia na cuba de gelo.
Calçar:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre calça o tênis sentada.
2) Agora Maria está calçando o tênis sentada.
3) Agora Maria está falando ao telefone sentada.
161
[PROGRESSIVO]: 1) Maria calça o tênis no sofá.
2) Maria está calçando o tênis no sofá.
3) Maria passa sua roupa no sofá.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria calçou o tênis com meia.
2) Ontem Maria calçava o tênis com meia.
3) Ontem Maria limpou seu tênis e sua meia.
[IMPERFECTIVO]: 1) Ontem Maria calçou suas sandálias coloridas.
2) Antigamente Maria calçava suas sandálias coloridas.
3) Antigamente Maria pintava as unhas coloridas.
Comer:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre come arroz e fritas.
2) Agora Maria está comendo arroz e fritas.
3) Agora Maria está vendendo arroz e fritas.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria come sua comida salgada predileta.
2) Maria está comendo sua comida salgada predileta.
3) Maria bebe sua cerveja importada predileta.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria comeu uma refeição deliciosa.
2) Ontem Maria comia uma refeição deliciosa.
3) Ontem Maria colheu uma fruta deliciosa.
[IMPERFECTIVO]: 1) Ontem Maria comeu muito bolo de coco.
2) Antigamente Maria comia muito bolo de coco.
3) Antigamente Maria fazia muito bolo de coco.
Desenhar:
[HABITUAL]: 1) Maria desenha casas na beira do mar.
2) Maria está desenhando casas na beira do mar.
3) Maria está caminhando na beira do mar.
[PROGRESSIVO]: 1) Agora Maria desenha uma casa na areia.
2) Agora Maria está desenhando uma casa na areia.
3) Agora Maria coloca sua canga na areia.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria desenhou uma casa na praia.
162
2) Antigamente Maria desenhava uma casa na praia.
3) Ontem Maria sentou numa cadeira de praia.
[IMPERFECTIVO]: 1) Maria desenhou várias coisas no papel.
2) Maria desenhava várias coisas no papel.
3) Maria colava várias figuras no papel.
Dormir:
[HABITUAL]: 1) Maria dorme com um lençol fino.
2) Maria está dormindo com um lençol fino.
3) Maria pede à mãe um lençol fino.
[PROGRESSIVO]: 1) Agora Maria dorme em uma cama confortável.
2) Agora Maria está dormindo em uma cama confortável.
3) Agora Maria está vestindo um casaco confortável.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria dormiu em uma cama de solteiro.
2) Antigamente Maria dormia em uma cama de solteiro.
3) Antigamente Maria media sua cama de solteiro.
[IMPERFECTIVO]: 1) Maria dormia na cama de sua mãe.
2) Maria dormiu na cama de sua mãe.
3) Maria riu das brincadeiras de sua mãe.
Escrever:
[HABITUAL]: 1) Maria escreve com a mão esquerda.
2) Maria está escrevendo com a mão esquerda.
3) Maria bate bolos com a mão esquerda.
[PROGRESSIVO]: 1) Agora Maria escreve uma carta romântica.
2) Agora Maria está escrevendo uma carta romântica.
3) Agora Maria está lendo uma carta romântica.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria escreveu uma carta para seu pai.
2) Antigamente Maria escrevia uma carta para seu pai.
3) Antigamente Maria escondia as cartas de seu pai.
[IMPERFECTIVO]: 1) Maria escreveu pequenas frases em um papel.
2) Maria escrevia pequenas frases em um papel.
163
3) Maria envolveu todas as frases do papel.
Falar:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre fala ao telefone na cadeira.
2) Maria sempre está falando ao telefone na cadeira.
3) Maria sempre está calçando o tênis na cadeira.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria sempre fala com sua mãe.
2) Agora Maria está falando com sua mãe.
3) Maria sempre abraça a sua mãe.
[PERFECTIVO]: 1) Maria falou ao telefone com seu namorado.
2) Maria falava ao telefone com seu namorado.
3) Maria comprou um presente para seu namorado.
[IMPERFECTIVO]: 1) Antigamente Maria falava ao telefone de brinquedo.
2) Antigamente Maria falou ao telefone de brinquedo.
3) Antigamente Maria arrumava no arrio seus brinquedos.
Ler:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre lê livros de filosofia.
2) Maria sempre está lendo livros de filosofia.
3) Maria sempre escreve livros de filosofia.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria sempre lê um livro na cama.
2) Agora Maria está lendo um livro na cama.
3) Agora Maria está descendo de sua cama.
[PERFECTIVO]: 1) Maria leu um livro de trezentas páginas.
2) Maria lia um livro de trezentas páginas.
3) Maria perdia um livro de trezentas páginas.
[IMPERFECTIVO]: 1) Antigamente Maria lia livros de história.
2) Antigamente Maria leu livros de história.
3) Antigamente Maria devolveu livros de história.
Pintar:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre pinta as unhas de lilás.
164
2) Agora Maria está pintando as unhas de lilás.
3) Agora Maria está maquiando os olhos de lilás.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria pinta as unhas da mão direita.
2) Maria está pintando as unhas da mão direita.
3) Maria passa creme na sua mão direita.
[PERFECTIVO]: 1) Ontem Maria pintou as unhas da mão.
2) Ontem Maria pintava as unhas da mão.
3) Ontem Maria lixou as unhas da mão.
[IMPERFECTIVO]: 1) Ontem Maria pintou as próprias unhas.
2) Antigamente Maria pintava as próprias unhas.
3) Antigamente Maria cortava as próprias unhas.
Vestir:
[HABITUAL]: 1) Maria sempre veste a blusa por último.
2) Maria sempre está vestindo a blusa por último.
3) Maria sempre abre o armário por último.
[PROGRESSIVO]: 1) Maria sempre veste suas blusas brancas.
2) Agora Maria está vestindo uma blusa branca.
3) Agora Maria está tingindo sua blusa branca.
[PERFECTIVO]: 1) Maria vestiu sua blusa branca predileta.
2) Maria vestia sua blusa branca predileta.
3) Maria assistia seu desenho animado predileto.
[IMPERFECTIVO]: 1) Antigamente Maria vestia um casaco no inverno.
2) Antigamente Maria vestiu um casaco no inverno.
3) Antigamente Maria cobriu seus pés no inverno.
165
ANEXO 2
RESULTADOS DO TESTE DE PREENCHIMENTO DE LACUNA
Cálculo de todos os informantes
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL (total de 576 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 233 (80,9%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 12 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 29 (10,07%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 14 (4,86%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 262 (90,97%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,35%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 15 (5,21%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (3,47%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 495 (85,93%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 13 (2,26%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 44 (7,64%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 24 (4,17%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 288
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
129 (89,58%)
132 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (0,69%)
Pretérito Imperfeito
11 (7,64%)
06 (4,17%)
Infinitivo
01 (0,69%)
05 (3,47%)
Sem resposta
02 (1,39%)
01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 261 (90,63%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,35%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 17 (5,9%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 09 (3,13%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 144 ocorrências)
166
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
59 (81,94%)
66 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
05 (6,94%)
Pretérito Perfeito
01 (1,39%)
Pretérito Imperfeito
04 (5,56%)
04 (5,56%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Sem resposta
03 (4,17%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 125 (86,81%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (3,47%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 08 (5,56%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (4,17%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
45 (62,5%)
64 (88,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
06 (8,33%)
01 (1,39%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (1,39%)
Pretérito Perfeito
06 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
14 (19,44%)
05 (6,94%)
Sem resposta
01 (1,39%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 109 (75,69%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 07 (4,86%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 19 (13,2%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 09 (6,25%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO (total de 576 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 186 (64,58%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 68 (23,61%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 34 (11,81%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 249 (86,46%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 27 (9,37%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 12 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 435 (75,52%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 95 (16,49%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 46 (7,99%)
167
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 168 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
57 (59,38%)
57 (79,17%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
37 (38,54%)
12 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (1,39%)
Pretérito Imperfeito
01 (1,04%)
01 (1,39%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
Presente
01 (1,04%)
Sem resposta
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 114 (67,86%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 49 (29,17%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (2,98%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 120 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
32 (66,67%)
64 (88,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
13 (27,08%)
08 (11,11%)
Pretérito Imperfeito
01 (2,08%)
Infinitivo
01 (2,08%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
Presente
01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 96 (80%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 21 (17,5%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (2,5%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 288 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
168
Presente do Indicativo
97 (67,36%)
128 (88,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
18 (12,5%)
07 (4,86%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (0,69%)
Pretérito Perfeito
09 (6,25%)
07 (4,86%)
Pretérito Imperfeito
14 (9,72%)
01 (0,69%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no particípio
01 (0,69%)
Futuro do Pretérito
01 (0,69%)
Infinitivo
01 (0,69%)
Sem resposta
03 (2,08%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 225 (78,13%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 25 (8,68%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 38 (13,19%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO (total de 576 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 38 (13,19%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 197 (68,4%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 27 (9,38%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 26 (9,03%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 59 (20,49%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 195 (67,71%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 28 (9,72%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 97 (16,84%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 392 (68,05%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 55 (9,55%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 32 (5,56%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
33 (45,83%)
39 (54,17%)
169
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (2,78%)
02 (2,78%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
02 (2,78%)
01 (1,39%)
Pretérito Perfeito
29 (40,28%)
29 (40,28%)
Pretérito Imperfeito
06 (8,33%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 72 (50%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 58 (40,28%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (4,86%)
Sentenças com outras formas verbais: 07 (4,86%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (2,78%)
16 (22,22%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
04 (5,56%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (1,39%)
Pretérito Perfeito
49 (68,06%)
51 (70,83%)
Pretérito Imperfeito
09 (12,5%)
04 (5,56%)
Futuro do Pretérito
01 (1,39%)
Sem resposta
06 (8,33%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 18 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 100 (69,44%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 13 (9,03%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 13 (9,03%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 288
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (2,08%)
04 (2,78%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (0,69%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
06 (4,17%)
01 (0,69%)
Pretérito Perfeito
119 (82,64%)
115 (79,86%)
Pretérito Imperfeito
12 (8,33%)
23 (15,97%)
Infinitivo
01 (0,69%)
Sem resposta
02 (1,39%)
01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (2,43%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 234 (81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 35 (12,15%)
Sentenças sem resposta: 12 (4,17%)
170
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO (total de 576 ocorrências):
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 31 (10,76%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 241 (83,68%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 13 (4,51%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 36 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 07 (2,43%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 235 (81,6%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (3,47%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 67 (11,63%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 10 (1,74%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 476 (82,64%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 23 (3,99%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (4,17%)
05 (6,94%)
Pretérito Perfeito
01 (1,39%)
Pretérito Imperfeito
67 (93,06%)
63 (87,5%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Futuro do Pretérito
01 (1,39%)
Sem resposta
03 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (5,56%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 130 (90,28%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (3,47%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (4,17%)
Pretérito Imperfeito
71 (98,61%)
69 (95,83%)
Futuro do Pretérito
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 140 (97,22%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (0,69%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
144 ocorrências)
171
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
22 (30,56%)
17 (23,61%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (4,17%)
Pretérito Perfeito
02 (2,78%)
04 (5,56%)
Pretérito Imperfeito
42 (58,33%)
47 (65,28%)
Infinitivo
01 (1,39%)
02 (2,78%)
Sem resposta
02 (2,78%)
02 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 39 (27,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 06 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 89 (61,81%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (6,94%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
06 (8,33%)
11 (15,28%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (4,17%)
02 (2,78%)
Pretérito Perfeito
01 (1,39%)
02 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
61 (84,72%)
56 (77,78%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Sem resposta
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 17 (11,81%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 117 (81,25%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (4,86%)
– Forma verbal eliciada: INFINITIVO (total de 576 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no infinitivo: 280 (97,22%)
Sentenças sem resposta: 08 (2,78%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (0,35%)
Sentenças com verbo no infinitivo: 281 (97,57%)
Sentenças sem resposta: 06 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (0,17%)
Sentenças com verbo no infinitivo: 561 (97,4%)
Sentenças sem resposta: 14 (2,43%)
Respostas dadas
Respostas dadas
172
(Experimento 1)
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (0,35%)
Infinitivo
280 (97,22%)
281 (97,57%)
Sem resposta
08 (2,78%)
06 (2,08%)
Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL
Alta escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 127 (88,19%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (7,64%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (3,47%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 140 (97,23%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (0,69%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 267 (92,71%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,35%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 14 (4,86%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (2,08%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
67 (93,06%)
69 (95,83%)
Pretérito Imperfeito
04 (5,56%)
02 (2,78%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Sem resposta
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 136 (94,44%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (1,39%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
33 (91,67%)
36 (100%)
Pretérito Imperfeito
01 (2,78%)
Sem resposta
02 (5,56%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 69 (95,83%)
173
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (1,39%)
Sentenças sem resposta: 02 (2,78%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
27 (75%)
35 (97,22%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
02 (5,56%)
Pretérito Imperfeito
06 (16,67%)
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 62 (86,11%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (9,72%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (2,78%)
Baixa escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 106 (73,61%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 11 (7,64%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 18 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 09 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 122 (84,73%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 12 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 09 (6,25%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 228 (79,16%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 12 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 30 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 18 (6,25%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
62 (86,11%)
63 (87,5%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (1,39%)
Pretérito Imperfeito
07 (9,72%)
04 (5,56%)
174
Infinitivo
01 (1,39%)
04 (5,56%)
Sem resposta
01 (1,39%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 125 (86,81%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (7,64%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (4,86%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
26 (72,22%)
30 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
05 (13,89%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
03 (8,33%)
04 (11,11%)
Infinitivo
01 (2,78%)
Sem resposta
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 56 (77,78%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (6,94%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (9,72%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (5,56%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
18 (50%)
29 (80,55%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
05 (13,89%)
01 (2,78%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
04 (11,11%)
Pretérito Imperfeito
08 (22,22%)
04 (11,11%)
Sem resposta
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 47 (65,28%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 06 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 12 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (9,72%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO
Alta escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 113 (78,48%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 21 (14,58%)
Sentenças com outras formas verbais: 10 (6,94%)
175
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 125 (86,81%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 17 (11,81%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (1,39%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 238 (82,64%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 38 (13,19%)
Sentenças com outras formas verbais: 12 (4,17%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 84 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
38 (79,17%)
30 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
10 (20,83%)
06 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 68 (80,95%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 16 (19,05%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 60 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
19 (79,17%)
32 (88,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
04 (16,67%)
04 (11,11%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 51 (85%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 08 (13,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (1,67%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
56 (77,78%)
63 (87,5%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
07 (9,72%)
07 (9,72%)
Pretérito Perfeito
03 (4,17%)
01 (1,39%)
Pretérito Imperfeito
06 (8,33%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 119 (82,64%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 14 (9,72%)
176
Sentenças com outras formas verbais: 11 (7,64%)
Baixa escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 73 (50,69%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 47 (32,64%)
Sentenças com outras formas verbais sem resposta: 24 (16,67%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 124 (86,12%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 10 (6,94%)
Sentenças com outras formas verbais sem resposta: 10 (6,94%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 197 (68,4%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 57 (19,79%)
Sentenças com outras formas verbais sem resposta: 34 (11,81%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 84 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
19 (39,58%)
27 (75%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
27 (56,25%)
06 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
01 (2,08%)
01 (2,78%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
Presente
01 (2,08%)
Sem resposta
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 46 (54,76%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 33 (39,29%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (5,95%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 60 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
13 (54,17%)
32 (88,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
09 (37,5%)
04 (11,11%)
Infinitivo
01 (4,17%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
01 (4,17%)
177
Presente
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 45 (75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 13 (21,67%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (3,33%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 144 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
41 (56,94%)
65 (90,28%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
11 (15,28%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (1,39%)
Pretérito Perfeito
06 (8,33%)
06 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
08 (11,11%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no particípio
01 (1,39%)
Futuro do Pretérito
01 (1,39%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Sem resposta
03 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 106 (73,61%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 11 (7,64%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 27 (18,75%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO
Alta escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (13,89%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 100 (69,44%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 15 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 09 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (13,89%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 108 (75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 15 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (0,69%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 40 (13,89%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 208 (72,22%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 30 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (3,47%)
178
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
17 (47,22%)
16 (44,44%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
14 (38,89%)
19 (52,78%)
Pretérito Imperfeito
03 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 33 (45,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 33 (45,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (5,56%)
03 (8,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
28 (77,78%)
30 (83,33%)
Pretérito Imperfeito
04 (11,11%)
03 (8,33%)
Sem resposta
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (6,94%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 58 (80,56%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (9,72%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (2,78%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (1,39%)
01 (1,39%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
03 (4,17%)
Pretérito Perfeito
58 (80,56%)
59 (81,94%)
Pretérito Imperfeito
08 (11,11%)
12 (16,67%)
Infinitivo
01 (1,39%)
Sem resposta
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 117 (81,25%)
179
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 20 (13,89%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (3,47%)
Baixa escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 18 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 97 (67,36%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 12 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 17 (11,81%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 39 (27,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 87 (60,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 13 (9,03%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (3,47%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 57 (19,79%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 184 (63,89%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 25 (8,68%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 22 (7,64%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
16 (44,44%)
23 (63,89%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
15 (41,67%)
10 (27,78%)
Pretérito Imperfeito
03 (8,33%)
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 39 (54,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 25 (34,73%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (5,55%)
Sentenças com outras formas verbais: 04 (5,55%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
13 (36,11%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (8,33%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
21 (58,33%)
21 (58,33%)
Pretérito Imperfeito
05 (13,89%)
01 (2,78%)
180
Futuro do Pretérito
01 (2,78%)
Sem resposta
05 (13,89%)
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (18,06%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 42 (58,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 11 (15,28%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 144
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (2,78%)
03 (4,17%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (1,39%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
03 (4,17%)
01 (1,39%)
Pretérito Perfeito
61 (84,72%)
56 (77,78%)
Pretérito Imperfeito
04 (5,56%)
11 (15,28%)
Sem resposta
01 (1,39%)
01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (3,47%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 117 (81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 15 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (4,86%)
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO
Alta escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (0,69%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 133 (92,36%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (0,69%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 139 (96,53%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 272 (94,44%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (0,35%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 72 ocorrências)
181
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
36 (100%)
35 (97,22%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 71 (98,61%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 72
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
36 (100%)
36 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 72 (100%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial: quando criança (total de
72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
08 (22,22%)
01 (2,78%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
02 (5,56%)
Pretérito Imperfeito
27 (75%)
33 (91,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 60 (83,33%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 72
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (2,78%)
01 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
34 (94,44%)
35 (97,22%)
Infinitivo
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (2,78%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 69 (95,83%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (1,39%)
Baixa escolaridade (total de 288 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 22 (15,28%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 108 (75%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 12 (8,33%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 33 (22,92%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 05 (3,47%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 96 (66,67%)
182
Sentenças sem resposta: 10 (6,94%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 55 (19,1%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 07 (2,43%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 204 (70,83%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 22 (7,64%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (8,33%)
04 (11,11%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
Pretérito Imperfeito
31 (86,11%)
28 (77,78%)
Infinitivo
01 (2,78%)
Futuro do Pretérito
01 (2,78%)
Sem resposta
03 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (9,72%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (1,39%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 59 (81,95%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (6,94%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 72
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
35 (97,22%)
33 (91,67%)
Futuro do Pretérito
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 68 (94,44%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (1,39%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
72 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
14 (38,89%)
16 (44,44%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (8,33%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
02 (5,56%)
Pretérito Imperfeito
15 (41,67%)
14 (38,89%)
Infinitivo
01 (2,78%)
02 (5,56%)
Sem resposta
02 (5,56%)
02 (5,56%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 30 (41,66%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (4,17%)
183
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 29 (40,28%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (13,89%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 72
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (13,89%)
10 (27,78%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (8,33%)
02 (5,56%)
Pretérito Perfeito
01 (2,78%)
02 (5,56%)
Pretérito Imperfeito
27 (75%)
21 (58,33%)
Sem resposta
01 (2,78%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 15 (20,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 48 (66,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (8,33%)
Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL
Entre 20 e 29 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 36 (75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 08 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 79 (82,29%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 04 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (11,46%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (2,08%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
19 (79,17%)
23 (95,83%)
Pretérito Imperfeito
05 (20,83%)
01 (4,17%)
184
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 42 (87,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
10 (83,33%)
10 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (12,5%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
07 (58,33%)
10 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (16,67%)
01 (8,33%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 17 (70,84%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (8,33%)
Entre 30 e 39 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
Sentenças outras formas verbais ou sem resposta: 03 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,59%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (8,33%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 80 (83,34%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (7,29%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (7,29%)
185
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
21 (87,5%)
21 (87,5%)
Pretérito Imperfeito
02 (8,33%)
01 (4,17%)
Infinitivo
01 (4,17%)
Sem resposta
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 42 (87,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (6,25%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
11 (91,67%)
11 (91,67%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 22 (91,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (8,33%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (41,67%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
04 (33,33%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (66,67%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (8,33%)
Entre 40 e 49 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 40 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
186
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 45 (93,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 85 (88,54%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 09 (9,38%)
Sentenças sem resposta: 01 (1,04%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
23 (95,83%)
23 (95,83%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 46 (95,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
08 (66,67%)
12 (100%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
09 (75%)
10 (83,33%)
Pretérito Imperfeito
03 (25%)
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 19 (79,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 05 (20,83%)
187
Entre 50 e 59 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 35 (72,92%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais ou com verbo infinitivo: 04 (8,33%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 79 (82,29%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (3,13%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 09 (9,37%)
Sentenças com outras formas verbais: 05 (5,21%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
21 (87,5%)
22 (91,67%)
Pretérito Imperfeito
02 (8,33%)
01 (4,17%)
Infinitivo
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
09 (75%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (16,67%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (41,67%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
03 (25%)
188
Pretérito Imperfeito
03 (25%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (66,66%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (12,5%)
Entre 60 e 69 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 42 (87,5%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 04 (8,33%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 85 (88,54%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (3,13%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (6,25%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
23 (95,83%)
20 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (4,17%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
Infinitivo
03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (6,25%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
10 (83,33%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Infinitivo
01 (8,33%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (87,5%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (4,17%)
189
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (8,33%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
09 (75%)
12 (100%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (87,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
Acima de 70 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças sem resposta: 03 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (8,33%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 87 (90,63%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 05 (5,21%)
Sentenças sem resposta: 03 (3,12%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal antes do verbo – advérbio sempre (total de 48
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
22 (91,67%)
23 (95,83%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Sem resposta
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 45 (93,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
11 (91,67%)
11 (91,67%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 22 (91,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (4,17%)
190
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
10 (83,33%)
10 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO
Entre 20 e 29 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 24 (50%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 16 (33,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 08 (16,67%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 28 (58,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 17 (35,42%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (6,25%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 52 (54,17%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 33 (34,37%)
Sentenças com outras formas verbais: 11 (11,46%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
07 (43,75%)
06 (50%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
07 (43,75%)
06 (50%)
Pretérito Imperfeito
01 (6,25%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
Presente
01 (6,25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (46,43%)
191
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 13 (46,43%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (7,14%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (50%)
06 (50%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
04 (50%)
06 (50%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 10 (50%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 10 (50%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
13 (54,17%)
16 (66,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
05 (20,83%)
05 (20,83%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
02 (8,33%)
03 (12,5%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no particípio
01 (4,17%)
Futuro do Pretérito
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 29 (60,42%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 10 (20,83%)
Sentenças com outras formas verbais: 09 (18,75%)
Entre 30 e 39 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (43,75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 19 (39,58%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 08 (16,67%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 40 (83,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 06 (12,5%)
192
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 61 (63,54%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 25 (26,04%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (10,42%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (31,25%)
09 (75%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
11 (68,75%)
03 (25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 14 (50%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 14 (50%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (50%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
04 (50%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 15 (75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (25%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
12 (50%)
20 (83,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
04 (16,67%)
02 (8,33%)
Pretérito Perfeito
02 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
07 (29,17%)
Sem resposta
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 32 (66,67%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 06 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 10 (20,83%)
Entre 40 e 49 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 35 (72,91%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais: 08 (16,67%)
193
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 46 (95,83%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 81 (84,38%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (5,2%)
Sentenças com outras formas verbais: 10 (10,42%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
13 (81,25%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (18,75%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 24 (85,72%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (10,71%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (3,57%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
06 (75%)
12 (100%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (12,5%)
Pretérito Imperfeito
01 (12,5%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 18 (90%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (5%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (5%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
16 (66,67%)
23 (95,83%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
03 (12,5%)
Pretérito Imperfeito
04 (16,67%)
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 39 (81,25%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 08 (16,67%)
Entre 50 e 59 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
194
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 25 (52,09%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 16 (33,33%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (14,58%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 04 (8,33%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 69 (71,88%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 20 (20,83%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (7,29%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
08 (50%)
09 (75%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
08 (50%)
03 (25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 17 (60,71%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 11 (39,29%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (62,5%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
03 (37,5%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (80%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 04 (20%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
12 (50%)
24 (100%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
05 (20,83%)
Pretérito Perfeito
03 (12,5%)
Pretérito Imperfeito
02 (8,33%)
Sem resposta
02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 36 (75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 05 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 07 (14,58%)
195
Entre 60 e 69 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 09 (18,75%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 44 (91,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (8,33%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 81 (84,37%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 09 (9,38%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (6,25%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
10 (62,5%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
06 (37,5%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 06 (21,43%)
Sentenças sem resposta: 01 (3,57%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (62,5%)
12 (100%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (12,5%)
Infinitivo
01 (12,5%)
Ir (Presente do Indicativo)
+ verbo principal no
infinitivo = Futuro do
Presente
01 (12,5%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 17 (85%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (5%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (10%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
22 (91,67%)
21 (87,5%)
Estar (Presente) + verbo no
02 (8,33%)
196
gerúndio
Pretérito Perfeito
02 (8,33%)
Infinitivo
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (6,25%)
Acima de 70 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 47 (97,92%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 91 (94,79%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 03 (3,13%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (2,08%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial neste momento (total
de 28 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
14 (87,5%)
11 (91,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (12,5%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 25 (89,29%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 02 (7,14%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (3,57%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio agora (total de 20 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
08 (100%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 20 (100%)
3) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
22 (91,67%)
24 (100%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (4,17%)
197
Pretérito Perfeito
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 46 (95,83%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO
Entre 20 e 29 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (14,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais: 05 (10,42%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (18,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 29 (60,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (14,58%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (6,25%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (16,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 59 (61,46%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 13 (13,54%)
Sentenças com outras formas verbais: 08 (8,33%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
07 (58,33%)
04 (33,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
04 (33,33%)
06 (50%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 11 (45,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 10 (41,67%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (12,5%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (41,67%)
Pretérito Perfeito
09 (75%)
07 (58,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
Futuro do Pretérito
01 (8,33%)
198
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (20,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 16 (66,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (8,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
03 (12,5%)
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
17 (70,83%)
16 (66,67%)
Pretérito Imperfeito
04 (16,67%)
07 (29,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 33 (68,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (22,92%)
Sentenças com outras formas verbais: 04 (8,33%)
Entre 30 e 39 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 08 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (12,5%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (16,66%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 36 (75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 66 (68,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 10 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 08 (8,33%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (25%)
06 (50%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
05 (41,67%)
05 (41,67%)
Pretérito Imperfeito
03 (25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (37,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 10 (41,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (8,33%)
199
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
06 (50%)
08 (66,67%)
Pretérito Imperfeito
03 (25%)
01 (8,33%)
Sem resposta
02 (16,67%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 14 (58,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (16,67%)
Sentenças sem resposta: 03 (12,5%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
03 (12,5%)
Pretérito Perfeito
19 (79,17%)
23 (95,83%)
Pretérito Imperfeito
02 (8,33%)
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 42 (87,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (6,25%)
Entre 40 e 49 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 10 (20,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 32 (66,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 11 (22,92%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (14,58%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (21,87%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 62 (64,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 10 (10,42%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (3,13%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
09 (75%)
09 (75%)
Pretérito Perfeito
03 (25%)
02 (16,67%)
200
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 18 (75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 05 (20,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
08 (66,67%)
10 (83,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
01 (8,33%)
Sem resposta
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 18 (75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (12,5%)
Sentenças sem resposta: 02 (8,33%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
21 (87,5%)
18 (75%)
Pretérito Imperfeito
01 (4,17%)
05 (20,83%)
Infinitivo
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 39 (81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 06 (12,5%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Entre 50 e 59 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (10,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais: 05 (10,42%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 32 (66,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
201
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 17 (17,71%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 69 (71,87%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 06 (6,25%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
05 (41,67%)
08 (66,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
04 (33,33%)
04 (33,33%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (54,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 08 (33,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (4,17%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (8,33%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (16,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Estar (Pretérito Imperfeito)
+ verbo no gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
10 (83,33%)
10 (83,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 20 (83,34%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (8,33%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (8,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
23 (95,83%)
18 (75%)
Pretérito Imperfeito
03 (12,5%)
Sem resposta
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (4,17%)
202
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 41 (85,41%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (6,25%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (4,17%)
Entre 60 e 69 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 39 (81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (8,33%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 34 (70,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (16,66%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 73 (76,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 03 (3,13%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (4,17%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (25%)
05 (41,67%)
Pretérito Perfeito
08 (66,67%)
07 (58,33%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (33,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 15 (62,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
06 (50%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
09 (75%)
06 (50%)
Sem resposta
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 06 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 15 (62,5%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (12,5%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
203
Presente do Indicativo
01 (4,17%)
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
22 (91,67%)
21 (87,5%)
Pretérito Imperfeito
02 (8,33%)
Sem resposta
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 02 (4,17%)
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
Acima de 70 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (16,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 29 (60,41%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 08 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (6,25%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (14,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 34 (70,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (14,58%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 15 (15,62%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 63 (65,63%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 15 (15,62%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (3,13%)
1) sentenças sem marcação adverbial temporal (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
06 (50%)
07 (58,33%)
Pretérito Perfeito
05 (41,67%)
05 (41,67%)
Pretérito Imperfeito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (54,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 10 (41,66%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 01 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no fim (total de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
07 (58,33%)
10 (83,33%)
Pretérito Imperfeito
02 (16,67%)
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 17 (70,83%)
204
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (16,67%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (8,33%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio ontem (total de 48 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (4,17%)
Pretérito Perfeito
17 (70,83%)
19 (79,17%)
Pretérito Imperfeito
05 (20,83%)
05 (20,83%)
Sem resposta
01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 36 (75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 10 (20,83%)
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO
Entre 20 e 29 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 44 (91,66%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 33 (68,75%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (6,25%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 14 (14,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 77 (80,21%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 05 (5,21%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (25%)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
09 (75%)
Futuro do Pretérito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 20 (83,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
205
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
11 (91,67%)
Futuro do Pretérito
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 22 (91,66%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (16,67%)
04 (33,33%)
Pretérito Imperfeito
10 (83,33%)
06 (50%)
Infinitivo
01 (8,33%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 06 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 16 (66,66%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (8,33%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (33,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
07 (58,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (16,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 19 (79,16%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
Entre 30 e 39 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (10,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 41 (85,41%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (4,17%)
206
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 43 (89,58%)
Sentenças sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (7,29%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 84 (87,5%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 04 (4,17%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (16,67%)
Pretérito Imperfeito
10 (83,33%)
10 (83,33%)
Sem resposta
02 (16,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 20 (83,33%)
Sentenças sem resposta: 02 (8,33%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 24 (100%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (25%)
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
08 (66,67%)
09 (75%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 05 (20,83%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 17 (70,83%)
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
207
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
Entre 40 e 49 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 42 (87,5%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 44 (91,67%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 07 (7,29%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 86 (89,58%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (1,04%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
11 (91,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 24 (100%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (33,33%)
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
07 (58,33%)
09 (75%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 06 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 16 (66,67%)
208
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
12 (100%)
Infinitivo
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
Entre 50 e 59 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 39 (81,25%)
Sentenças com outras formas verbais: 05 (10,42%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 03 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 41 (85,41%)
Sentenças com outras formas verbais: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 06 (6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (3,13%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 80 (83,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 07 (7,29%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
12 (100%)
Infinitivo
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 24 (100%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
209
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
03 (25%)
01 (8,33%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
02 (16,67%)
Pretérito Imperfeito
06 (50%)
08 (66,67%)
Infinitivo
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (16,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 14 (58,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (12,5%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
02 (16,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
02 (16,67%)
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
10 (83,33%)
09 (75%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 19 (79,17%)
Sentenças com outras formas verbais: 03 (12,5%)
Entre 60 e 69 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (18,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 38 (79,17%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (2,08%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 33 (68,75%)
Sentenças sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 21 (21,87%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (1,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 71 (73,96%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (3,13%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
210
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
11 (91,67%)
09 (75%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 20 (83,33%)
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
11 (91,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (33,33%)
05 (41,67%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
07 (58,33%)
07 (58,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (37,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 14 (58,33%)
Sentenças com outras formas verbais: 01 (4,17%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
04 (33,33%)
05 (41,67%)
Pretérito Imperfeito
08 (66,67%)
06 (50%)
Sem resposta
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (37,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 14 (58,33%)
Sentenças sem resposta: 01 (4,17%)
Acima de 70 anos (total de 96 ocorrências)
Experimento 1:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (16,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 01 (2,08%)
211
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 37 (77,08%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 02 (4,17%)
Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 04 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 02 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 41 (85,42%)
Sentenças sem resposta: 01 (2,08%)
Experimento 1 + Experimento 2:
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 12 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (3,13%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 78 (81,25%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (3,13%)
1) sentenças com marcação adverbial temporal no início – locução adverbial quando criança (total
de 24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
12 (100%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 24 (100%)
2) sentenças com marcação adverbial temporal no início – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
12 (100%)
11 (91,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 01 (4,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 23 (95,83%)
3) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – locução adverbial quando criança (total de
24 ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
Presente do Indicativo
06 (50%)
03 (25%)
Estar (Presente) + verbo no
gerúndio
01 (8,33%)
Pretérito Imperfeito
04 (33,33%)
08 (66,67%)
Sem resposta
01 (8,33%)
01 (8,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 09 (37,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 12 (50%)
Sentenças com outras formas verbais ou sem resposta: 03 (12,5%)
4) sentenças com marcação adverbial temporal no fim – advérbio antigamente (total de 24
ocorrências)
Respostas dadas
(Experimento 1)
Respostas dadas
(Experimento 2)
212
Presente do Indicativo
02 (16,67%)
Pretérito Perfeito
01 (8,33%)
02 (16,67%)
Pretérito Imperfeito
09 (75%)
10 (83,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 02 (8,33%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 03 (12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 19 (79,17%)
RESULTADOS DO TESTE DE RELACIONAMENTO IMAGEM-SENTENÇA
Cálculo de todos os informantes
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL (número total de ocorrências: 287)
213
Sentença Selecionada
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
40
(41,67%)
56
(58,33%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
43
(44,79%)
53
(55,21%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
64
(67,37%)
31
(32,63%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 147 (51,22%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 140 (48,78%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO (número total de ocorrências: 282)
Sentença Selecionada
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
21
(22,34%)
73
(77,66%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
12
(12,77%)
82
(87,23%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
39
(41,49%)
55
(58,51%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 210 (74,47%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 72 (25,53%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO (número total de ocorrências: 287)
Sentença Selecionada
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
Tipo de
sem advérbio
74
22
214
(77,08%)
(22,92%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
82
(85,42%)
14
(14,58%)
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
82
(86,32%)
13
(13,68%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 238 (82,93%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 49 (17,07%)
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO (número total de ocorrências: 281)
Sentença Selecionada
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
22
(23,66%)
71
(76,34%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
19
(20,21%)
75
(79,79%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
13
(13,83%)
81
(86,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 227 (80,78%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 54 (19,22%)
Cálculo dos informantes de acordo com o grau de escolaridade
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL (número total de ocorrências por nível de
escolaridade: 144)
Alta escolaridade
Sentença Selecionada
215
com verbo no
Presente do
Indicativo
Com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
22
(45,83%)
26
(54,17%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
28
(58,33%)
20
(41,67%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
39
(81,25%)
09
(18,75%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 89 (61,81%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 55 (38,19%)
Sentença Selecionada
Baixa escolaridade
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
18
(37,5%)
30
(62,5%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
15
(31,25%)
33
(68,75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
25
(53,19%)
22
(46,81%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 58 (40,56%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 85 (59,44%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO (número total de ocorrências por nível de
escolaridade: 144)
Sentença Selecionada
Alta escolaridade
com verbo no
Presente do
com verbo estar
(Presente) + verbo
216
Indicativo
no gerúndio
sem advérbio
06
(12,5%)
42
(87,5%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
02
(4,17%)
46
(95,83%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
14
(29,17%)
34
(70,83%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 122 (84,72%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 22 (15,28%)
Sentença Selecionada
Baixa escolaridade
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
15
(32,61%)
31
(67,39%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
10
(21,74%)
36
(78,26%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
25
(54,35%)
21
(45,65%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 88 (63,77%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 50 (36,23%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO (número total de ocorrências por nível de
escolaridade: 144)
Sentença Selecionada
Alta escolaridade
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
217
sem advérbio
44
(91,67%)
04
(8,33%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
46
(95,83%)
02
(4,17%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
43
(89,58%)
05
(10,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 133 (92,36%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (7,64%)
Sentença Selecionada
Baixa escolaridade
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
30
(62,5%)
18
(37,5%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
36
(75%)
12
(25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
39
(82,98%)
08
(17,02%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 105 (73,43%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 38 (26,57%)
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO (número total de ocorrências por nível de
escolaridade: 144)
Sentença Selecionada
Alta escolaridade
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
218
sem advérbio
09
(18,75%)
39
(81,25%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
04
(8,33%)
44
(91,67%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
01
(2,13%)
46
(97,87%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 129 (90,21%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 14 (9,79%)
Sentença Selecionada
Baixa escolaridade
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
13
(28,89%)
32
(71,11%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
15
(32,61%)
31
(67,39%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
12
(25,53%)
35
(74,47%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 98 (71,01%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 40 (28,99%)
Cálculo dos informantes de acordo com a faixa etária
– Aspecto eliciado: PRESENTE HABITUAL (número total de ocorrências por faixa etária: 48)
Sentença Selecionada
Entre 20 e 29 anos
com verbo no
com verbo estar
219
Presente do
Indicativo
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
08
(50%)
08
(50%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
11
(68,75%)
05
(31,25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
11
(68,75%)
05
(31,25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 18 (37,5%)
Sentença Selecionada
Entre 30 e 39 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
07
(43,75%)
09
(56,25%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
12
(75%)
04
(25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
11
(68,75%)
05
(31,25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 18 (37,5%)
Sentença Selecionada
Entre 40 e 49 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
Tipo de
Sentenças
sem advérbio
03
(18,75%)
13
(81,25%)
220
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
05
(31,25%)
11
(68,75%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
08
(50%)
08
(50%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 16 (33,33%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 32 (66,67%)
Sentença Selecionada
Entre 50 e 59 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
09
(56,25%)
07
(43,75%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
05
(31,25%)
11
(68,75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
12
(75%)
04
(25%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 26 (54,17%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 22 (45,83%)
Sentença Selecionada
Entre 60 e 69 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
09
(56,25%)
07
(43,75%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
08
(50%)
08
(50%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
13
(81,25%)
03
(18,75%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 30 (62,5%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 18 (37,5%)
Sentença Selecionada
Acima de 70 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
04
(25%)
12
(75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
02
14
221
. sempre + verbo no Presente
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
(12,5%)
(87,5%)
com advérbio:
. sempre + verbo no Presente
. sempre + estar (Pres) + verbo
no gerúndio
09
(60%)
06
(40%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 15 (31,91%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 32 (68,09%)
– Aspecto eliciado: PRESENTE PROGRESSIVO (número total de ocorrências por faixa etária: 48)
Sentença Selecionada
Entre 20 e 29 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
03
(21,43%)
11
(78,57%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
03
(21,43%)
11
(78,57%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
08
(57,14%)
06
(42,86%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 28 (66,67%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 14 (33,33%)
Sentença Selecionada
Entre 30 e 39 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
02
(12,5%)
14
(87,5%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
03
13
222
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
(18,75%)
(81,25%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
03
(18,75%)
13
(81,25%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 40 (83,33%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 08 (16,67%)
Sentença Selecionada
Entre 40 e 49 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
05
(31,25%)
11
(68,75%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
03
(18,75%)
13
(81,25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
05
(31,25%)
11
(68,75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 35 (72,92%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (27,08%)
Sentença Selecionada
Entre 50 e 59 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
04
(25%)
12
(75%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
00
16
(100%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
09
(56,25%)
07
(43,75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 35 (72,92%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (27,08%)
Sentença Selecionada
Entre 60 e 69 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
04
(25%)
12
(75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
02
(12,5%)
14
(87,5%)
223
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
05
(31,25%)
11
(68,75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 11 (22,92%)
Sentença Selecionada
Acima de 70 anos
com verbo no
Presente do
Indicativo
com verbo estar
(Presente) + verbo
no gerúndio
sem advérbio
03
(18,75%)
13
(81,25%)
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. sempre + verbo no Presente
01
(6,25%)
15
(93,75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. agora + estar (Pres) + verbo no
gerúndio
. agora + verbo no Presente
09
(56,25%)
07
(43,75%)
Sentenças com verbo estar (Presente) + verbo no gerúndio: 35 (72,92%)
Sentenças com verbo no Presente do Indicativo: 13 (27,08%)
– Aspecto eliciado: PASSADO PERFECTIVO (número total de ocorrências por faixa etária: 48)
Sentença Selecionada
Entre 20 e 29 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
10
(62,5%)
06
(37,5%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
10
06
224
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
(62,5%)
(37,5%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
14
(93,33%)
01
(6,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 34 (72,34%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 13 (27,66%)
Sentença Selecionada
Entre 30 e 39 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
14
(87,5%)
02
(12,5%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
16
(100%)
00
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
14
(87,5%)
02
(12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04 (8,33%)
Sentença Selecionada
Entre 40 e 49 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
11
(68,75%)
05
(31,25%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
11
(68,75%)
05
(31,25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
15
(93,75%)
01
(6,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 11 (22,92%)
Sentença Selecionada
Entre 50 e 59 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
14
(87,5%)
02
(12,5%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
16
(100%)
00
225
imperfectivo
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
14
(87,5%)
02
(12,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 44
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 04
Sentença Selecionada
Entre 60 e 69 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
12
(75%)
04
(25%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
14
(87,5%)
02
(12,5%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
12
(75%)
04
(25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 38 (79,17%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 10 (20,83%)
Sentença Selecionada
Acima de 70 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
13
(81,25%)
03
(18,75%)
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. antigamente + verbo no
imperfectivo
15
(93,75%)
01
(6,25%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. ontem + verbo no perfectivo
. ontem + verbo no imperfectivo
13
(81,25%)
03
(18,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 41 (85,42%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 07 (14,58%)
– Aspecto eliciado: PASSADO IMPERFECTIVO (número total de ocorrências por faixa etária: 48)
Sentença Selecionada
Entre 20 e 29 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
03
(21,43%)
11
(78,57%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
03
12
226
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
(20%)
(80%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
02
(13,33%)
13
(86,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 36 (81,82%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 08 (18,18%)
Sentença Selecionada
Entre 30 e 39 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
03
(18,75%)
13
(81,25%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
00
16
(100%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
01
(6,25%)
15
(93,75%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 44 (91,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 04 (8,33%)
Sentença Selecionada
Entre 40 e 49 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
02
(12,5%)
14
(87,5%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
00
16
(100%)
227
. ontem + verbo no perfectivo
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
03
(18,75%)
13
(81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 43 (89,58%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 05 (10,42%)
Sentença Selecionada
Entre 50 e 59 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
03
(18,75%)
13
(81,25%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
05
(31,25%)
11
(68,75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
03
(18,75%)
13
(81,25%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 37 (77,08%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 11 (22,92%)
Sentença Selecionada
Entre 60 e 69 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
07
(46,67%)
08
(53,33%)
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. ontem + verbo no perfectivo
08
(50%)
08
(50%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
02
(13,33%)
13
(86,67%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 29 (63,04%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 17 (36,96%)
Sentença Selecionada
Acima de 70 anos
com verbo no
Pretérito Perfeito
com verbo no
Pretérito Imperfeito
sem advérbio
04
(25%)
12
(75%)
Tipo de
Sentenças
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
03
(20%)
12
(80%)
228
. ontem + verbo no perfectivo
com advérbio:
. antigamente + verbo no
imperfectivo
. antigamente + verbo no
perfectivo
02
(12,5%)
14
(87,5%)
Sentenças com verbo no Pretérito Imperfeito: 38 (80,85%)
Sentenças com verbo no Pretérito Perfeito: 09 (19,15%)
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