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SHANON LEITE PEREIRA
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS UTILIZADOS NO SELAMENTO
DA ÍRIS PROTÉTICA EM RELAÇÃO À TINTA ACRÍLICA UTILIZADA EM
SUA PINTURA
São Paulo
2007
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Shanon Leite Pereira
Avaliação de diferentes materiais utilizados no selamento da íris protética
em relação à tinta acrílica utilizada em sua pintura
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo,
para obter o título de Mestre, pelo Programa
de Pós-Graduação em Odontologia.
Área de Concentração: Prótese Buco Maxilo
Facial
Orientador: Prof. Titular. Reinaldo Brito e
Dias
São Paulo
2007
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Pereira SL. Avaliação de diferentes materiais utilizados no selamento da íris
protética em relação à tinta acrílica utilizada em sua pintura [Dissertação de
Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
São Paulo, ___/___/_____
Banca Examinadora
1)Prof.(a).Dr.(a). __________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Julgamento:______________________
Assinatura:________________________
2) Prof.(a). Dr.(a). _________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Julgamento:______________________
Assinatura:________________________
3) Prof.(a). Dr.(a). _________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Julgamento:______________________
Assinatura:________________________
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Tarquinio e Chizue, pelos sacríficios, carinho, amor e
compreensão que me dedicaram durante toda a minha vida. Tudo que
conquisto devo e dedico a eles.
Dedico este trabalho a vocês que são o meus verdadeiros heróis, meus irmãos
Sinuhe, Simiran, Thelma e Tatihana, que são exemplos de capacidade,
obstinação e união.
À minha família pelo incentivo e carinho constantes
À minha namorada Vivian pelo Amor, paciência, carinho e por ser o grande
presente da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof Titular Reinaldo Brito e Dias, por ser , durante esses anos que me
dedico à Prótese Buco Maxilo Facial um exemplo como orientador e pessoa
que possui valores éticos e morais. Muito obrigado por acreditar em mim.
À Profa. Dra. Maria Cecilia Montagna pois tenho certeza que é um anjo,
sempre passando tranquilidade e ensinamentos para todos que estão ao seu
lado.
À Profa. Cynthia Maria Freire da Silva pelo carinho e força durante minha
graduação e especialização e pelo incentivo para que eu cursasse o mestrado.
À Profa. Dra. Cleusa Campanini Geraldini pelos valiosos orientações e
ensinamentos a mim transmitidos durante a clinica
Ao Prof. Mário Germano Gennari, pela amizade e incentivo.
Aos Professores da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial da Faculdade de
Odontologia da USP, pela amizade e convivência científica compartilhada.
Às minhas colegas, Tatiana e Neide, pelo companheirismo e pelo auxílio na
clínica.
Aos meus colegas companheiros do Mestrado, Ronald, Geórgia, Priscila,
Ricardo Reis, Ricardo Cardim, Rodrigo, Paula e Agda pela convivência.
Ao Cláudio, por seu empenho no ambulatório da pós-graduação.
Ao Wanderley Nunes Bassi (in memorian), ao Carlos de Falco Junior e, em
especial, ao Paulo Sérgio Andermarchi por sua amizade e pelo auxílio na
confecção dos corpos de prova.
À secretária da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial Belira, pela dedicação
e amizade constantes.
Aos funcionários do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo
Faciais.
Ao Gerson Batista da Silva (in memorian), do setor de microscopia eletrônica
do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, pelo apoio técnico na operação do
microscópio eletrônico de varredura.
À doutoranda do Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do
Instituto de Ciências Biomédicas Vivian Bradaschia-Corrêa, pelo auxílio,
companheirismo e incentivo durante a elaboração desta dissertação.
Aos funcionários da biblioteca da FOUSP pelo auxílio durante o curso de Pós-
Graduação e revisão bibliográfica deste trabalho.
Aos pacientes do Ambulatório da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial da
FOUSP por serem a razão deste trabalho.
A CAPES pelo apoio financeiro.
“Nunca é tarde para você ser o que poderia ter sido”
Winston Churchil
Pereira SL. Avaliação de diferentes materiais utilizados no selamento da íris
protética em relação à tinta acrílica utilizada em sua pintura [Dissertação de
Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
RESUMO
Na confecção de uma prótese ocular a íris artificial é a estrutura responsável pela
sua dissimulação e estética. O propósito do presente trabalho foi avaliar a interação
tinta e selamento utilizados na pintura da íris protética, verificando as falhas e
insucessos na fase de prensagem da íris no corpo escleral. Para este estudo, foram
confeccionados quatro tipos de corpos de prova sendo, dez calotas lisas utilizando
cianoacrilato como selante, dez calotas lisas utilizando polímero de acetato de vinila
como selante, dez calotas despolidas utilizando cianoacrilato como selante e dez
calotas despolidas utilizando polímero de acetato de vinila como selante. Os corpos-
de-prova foram submetidos a uma análise em uma lupa estereoscópica para
verificação da presença de falhas, e um corpo de prova de cada grupo foi levado a
um microscópio eletrônico de varredura para estudo morfológico. Nenhum corpo de
prova apresentou alteração macroscopicamente, comprovando que o protocolo
utilizado é eficaz podendo-se concluir que as falhas que ocorrem na confecção de
próteses oculares são decorrentes de falhas em alguma fase do protocolo.
Entretanto foram observados defeitos microscópicos nos grupos selados com cola
de cianoacrilato.
Palavras-Chave: Prótese ocular; Pintura de íris; Selamento
Pereira SL. Evaluation of different materials used in prosthetic iris painting sealing
and their relation to the acrylic paint [Dissertação de Mestrado]. São Paulo:
Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
ABSTRACT
In the manufacturing of ocular prosthesis, the artificial iris is the structure responsible
for its dissimulation and esthetic. The aim of this study was to evaluate interaction
between paint and sealing material used in prosthetic iris painting, attempting to
failures on packing of iris shell in sclera resin. It were studied four different groups,
ten smooth shells sealed with cianoacrylate, ten smooth shells sealed with vinyl
acetate polymer, ten rough shells sealed with ciaoacrylate and ten rough shells
sealed with cianoacrylate. Specimens were analyzed with a stereoscopic magnifying
glass for detection of failures, and one specimen of each group was analyzed in a
scanning electron microscope for morphological analysis. None of the specimens
presented failures macroscopically, which demonstrates that the protocol employed
in the present study is effective; it can be concluded that failures in manufacturing of
ocular prosthesis are consequence of mistakes in one of the steps of the protocol.
However, it was detected microscopic defects in specimens of the groups sealed
with cianoacrylate adhesive.
Key-Words: Ocular prosthesis; Iris painting; Sealing
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1-Lupa estereoscópica................................................................................35
Figura 4.2-Metalizador Bal-tec SCD 050 (Liechtenstein)..........................................35
Figura 4.3-Microscópio Eletrônico de Varredura Jeol 6100 (Japão).........................36
Figura 4.4-Fotografia mostrando as calotas em resina acrílica utilizadas no estudo.
Em a e b, calotas com a face posterior polida. Em c e d, amostras
com a face posterior despolida.........................................................40
Figura 4.5-Fotografia mostrando a face posterior dos corpos de prova pintadas com
tinta acrílica. Observa-se a camada protetora na cor preta aplicada
sobre a pintura na cor sépia..............................................................41
Figura 4.6-Fotografia ilustrando a camada de cola de polímero de acetato de vinila
aplicada como selante sobre os corpos de prova previamente
pintados. Em a, calotas despolidas; em b, polidas...........................42
Figura 4.7-.Fotografia ilustrando a camada de cola de polímero de acetato de vinila
após o periodo de vinte e quatro horas de secagem........................43
Figura 4.8-Fotografia ilustrando polimero de resina acrilica sobre camada de cola
tipo cianoacrilato aplicada como selante sobre os corpos de prova
previamente pintados........................................................................44
Figura 4.9-Fotografia ilustrando os padrões em cera incluidos em gesso pedra em
uma mufla nº 6.................................................................................45
Figura 4.10-Fotografia ilustrando o posicionamento dos corpos de prova sobre os
padrões em cera com pinos de retenção adicionados a porção frontal
das calotas.......................................................................................46
Figura 4.11-Fotografia ilustrando as calotas posicionadas na contra-mufla. Após a
retirada do padrão em cera e pronto para prensagem com resina
acrilica para esclera de prótese ocular............................................47
Figura 5.1-Grupo 1: calota despolida + polímero de acetato de vinila. Micrografia
eletrônica de varredura ilustrando a região da interface, na qual
observa-se que a camada de tinta apresentou-se praticamente
íntegra após a fratura (seta). 20X.....................................................50
Figura 5.2-Grupo 1: calota despolida + polímero de acetato de vinila. Micrografia
eletrônica de varredura ilustrando a presença de tinta preenchendo o
espaço entre a calota acrílica e a resina escleral (setas).
230X..................................................................................................51
Figura 5.3-Grupo 2: calota despolida + cianoacrilato. Micrografia eletrônica de
varredura ilustrando a camada de tinta aderida à resina escleral pelo
cianoacrilato (seta). Foi detectada uma área de extravasamento de
resina escleral para a interface calota-tinta (cabeça de seta).
70X....................................................................................................52
Figura 5.4-Grupo 3: calota polida + polímero de acetato de vinila. Micrografia
eletrônica de varredura ilustrando a camada de tinta preenchendo o
espaço entre calota e resina escleral. Notar que a tinta permanece
em contato com ambos os materiais (seta). Notar a ausência de
infiltração de resina escleral na interface calota-tinta (cabeça de
seta). 27X..........................................................................................53
Figura 5.5-Grupo 4: calota polida + cianoacrilato. Micrografia eletrônica de varredura
ilustrando a adesão da tinta à resina esclera através da camada de
cianoacrilato (seta). Notar um ponto de infiltração de resina escleral
sobre a calota (cabeça de seta) 75X................................................54
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................14
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................16
2.1 Histórico..............................................................................................................16
2.2 Cavidade.............................................................................................................20
2.3 Prótese ocular.....................................................................................................22
2.4 Confecção da íris protética..................................................................................26
2.5 Fatores psicológicos............................................................................................31
3 PROPOSIÇÃO...................................................................................32
4 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................33
4.1 Materiais..............................................................................................................33
4.1.1 Aparelhos utilizados.........................................................................................36
4.2 Métodos...............................................................................................................38
5 RESULTADOS..................................................................................49
6 DISCUSSÃO......................................................................................56
7 CONCLUSÕES..................................................................................60
8 REFERÊNCIAS.................................................................................61
14
1 INTRODUÇÃO
Os pacientes portadores de deformidade facial apresentam, em
conseqüência de sua condição, diminuição de sua auto-estima. Essas lesões
faciais, sejam elas congênitas, traumáticas ou oncocirúrgicas, podem causar
transtornos tanto no meio social quanto no familiar, pois se encontram na região de
maior exposição.
A Prótese Buco Maxilo Facial é uma especialidade abrangente, pois, ao
restaurar parte da fisiologia do orgão perdido como a estética, favorece o
ajustamento e a reabilitação dos pacientes à sociedade.
Considera-se sucesso não só o resultado do trabalho, mas também,
produtividade e qualidade as quais tecnicamente o protesiólogo se propõe a obter.
As necessidades, expectativas, desejos e satisfação do paciente devem ser
considerados, antes, durante e após o tratamento. Sendo assim, o sucesso e a
eficiência são fatores do mesmo processo com o uso do conhecimento em prol da
sociedade. O profissional deve atuar com competência, compromisso ético e social.
Uma prótese ocular, seja ela conformadora ou reabilitadora, é um recurso
valioso para esses pacientes que podem, com isso, voltar às suas atividades e
convivio social. A prótese ocular representa uma oportunidade da reintegração
desses indivíduos ao seu meio social, além de prevenir o colapso e a deformidade
palpebral, proteger a sensível cavidade anoftálmica contra agressões de elementos
externos, como poeira, fumaça e outros poluentes, e restaurar a direção da
secreção lacrimal.
15
Sabe-se que na confecção de uma prótese ocular uma das etapas mais
importantes é a pintura da íris, pois através dela uma perfeita dissimulação da
prótese é conseguida. Este procedimento exige do profissional atenção e cuidado
para que os detalhes sejam reproduzidos com fidelidade.
Um recurso adicional para aumentar a adesão entre tinta e calota acrílica é o
despolimento da superfície que receberá a pintura, com a finalidade de obtenção de
retenção mecânica entre ambas. Acredita-se que isto ajudaria manter a integridade
da pintura da íris previamente realizada.
Com a finalidade de preservar esta preciosa porção da prótese ocular que é
a pintura da íris protética, são empregados materiais sobre ela que visam impedir
que a resina acrílica, que constitui o corpo escleral, penetre nesta região. Acredita-
se que a omissão ou falha do selamento da pintura da íris ocasione artefatos que
comprometem esteticamente o trabalho.
Este trabalho tem o intuito de investigar um dos problemas que ocorrem
na confecção de próteses oculares, o “espelhamento da íris,” que são bolhas
formadas entre a tinta e a calota resultando efeito semelhante a um espelho o
que acaba ocasionando a perda da prótese e comprometendo todo trabalho
realizado.
16
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Histórico
Segundo Bruce (1940), o Antigo Egito, lugar de tantas conquistas, contribuiu
para o desenvolvimento dos olhos artificiais. Segundo Sidney Smith, responsável
pelas antiguidades do Egito no Museu Britânico, por volta de 2400 a.C. aquele povo
já empregava bronze ou cobre; a porção correspondente à esclera era constituída
de calcita e a íris de pedra polida ou aplicação de couro, constituindo-se uma
prótese ocular.
Pitton (1945) relatou que foi o suíço Pierre Gougelman quem iniciou a
confecção das próteses em vidro na cidade de Nova York, após ter aprendido esta
arte com Boissoneau, em Paris.
Segundo Bailey (1946), o primeiro olho artificial perfeitamente adaptado foi
confeccionado em 1780, quando o oculista francês Henry Einuis colocou no
mercado as próteses de sua confecção.
Funcham (1947) salientou ser muito provável que o primeiro olho de resina
acrílica foi confeccionado por A. H. Clarkson, construído para um paciente da Royal
Air Force no “Queen Victoria Hospital” no “East Grinstead”, em novembro de 1941.
17
Segundo Kelley (1971) o metil-metacrilato vinha sendo usando na confecção
das próteses totais, sendo bem tolerado pelos tecidos e menciona que egípcios
removiam os olhos dos mortos, e incluíam nas cavidades anoflálmicas pedras
preciosas para simular a íris. Olhos artificiais fabricados para pacientes vivos teriam
sido elaborados por egípcios e romanos a partir do século V a.C., de modo a
recobrir as cavidades anoflálmicas.
Fonseca, Rode e Rosa (1973) relataram o interesse das civilizações
babilônia e suméria em intervenções cirúrgicas do globo ocular, e descrevem que
na história dos Incas, Maias e Astecas encontram-se referências à confecção de
olhos artificiais para ornar suas esculturas e que a primeira prótese ocular em
acrilico teria sido confeccionada por Clarkson, na Inglaterra. A técnica, embora
rudimentar na época, impressionou. Dietz, Witz e Erpf, militares do exército, bem
como Niiranen da marinha americana, que desenvolveram uma técnica baseada
nos conhecimentos da prótese dental, a qual, na essência, permanece praticamente
a mesma até hoje.
Segundo Fonseca e Rode (1974), visando a melhoria estética e funcional das
próteses oculares, Taylor, Milauro e George Prescott, tentaram inserir modificações
na técnica de confecção das mesmas. Taylor desenvolveu uma técnica na qual
diferentes camadas produziam efeito óptico de variação do diâmetro pupilar. Milauro
empregou olhos artificiais de diferentes tamanhos sem a íris, a qual era adaptada e
fixada por adesivos quando o paciente ia usar a prótese. George Prescott modificou
a forma da borda inferior da prótese, melhorando sua adaptação no fórnice inferior,
obtendo mais conforto para o paciente e diminuindo a secreção lacrimal. O grande
impulso na evolução da prótese ocular veio com a Segunda Guerra Mundial,
18
quando a importação das próteses oculares em vidro confeccionadas na Alemanha
estava impedida para os aliados.
Fonseca e Rosé (1987) relataram que nas regiões litorâneas foram utilizados
produtos provenientes do mar e tribos indígenas confeccionavam olhos em resina
vegetal para enfeitar seus mortos e no ano 500 a.C. peças em cerâmica pintada,
representando olhos e pálpebras, eram coladas nos pacientes por sacerdotes
egípcios. Na América do Sul, no Chile, destacaram-se Meissner e Monsalves que
criaram a escola de prótese ocular na cidade de Concepcion. Leopold Panatt,
também chileno, da cidade de Santiago do Chile teve importante papel no
desenvolvimento inicial da prótese ocular em resina acrílica. No Brasil, Wilson
Tupinambá, Eurico Krarner de Oliveira e Gaspar Soares Brandão do Rio Grande do
Sul, Gernaque Álvaro da região norte e Gamboa Varelia da nordeste, foram
precursores no desenvolvimento da prótese ocular.
den Tokenlaar, Henks e van Leersum (1991) narraram que olhos artificiais
cobrindo o globo ocular perdido datam de antes do reinado de Ptolomaeus
Philaadelphios, rei do Egito (283-247 a.C.), e consistiam de uma lâmina metálica
sobre a qual era realizada a pintura de um olho. Esta lâmina era usada
externamente, afastada dos tecidos, e denominada ekblephara ou sobre as
pálpebras sendo então chamada de hypoblephara, esta inicialmente uma concha de
metal esmaltada ou pintada, usada sobre o olho atrofiado, uma vez que a
enucleação não era prática comum até a metade do último século. Posteriormente
passou a ser confeccionado em porcelana ou vidro. Snelley, com a ajuda dos
irmãos Muller, produziu uma prótese oca em vidro, denominada Reform Eye.
19
Buckel e Bovet (1992) relataram que após a confecção por Ambroise Paré de
uma prótese ocular em forma de globo (em ouro ou prata), com esclera e íris
pintadas em porcelana, iniciou-se a prótese funcional.
Conroy (1993) relatou que Ambrose Paré foi o primeiro pesquisador a
descrever o ekblephara e o hypoblephara e que a prótese intra-cavitária construída
por ele, era metálica e composta de duas faces convexas soldadas, sendo a
superfície externa coberta por uma camada de esmalte e caracterizada para simular
vasos sanguíneos e a íris. No inicio do século XIX destacaram-se na produção da
prótese ocular, Hazard Mirault, Boissoneou e Desjardin.
Varella e Oliveira (1994) mencionaram que peças imitando olhos humanos
foram encontradas em múmias egípcias.
20
2.2 Cavidade
Erpf, Dietz e Wirtz. (1945) afirmam que a péssima conformação
periférica das próteses oculares de estoque ocasionam geralmente localização
anômala dos tecidos e fórnices conjuntivais causando desta maneira uma
atresia, seguida de uma frouxidão do músculo orbicular do olho em sua porção
palpebral e dos fórnices orbitais.
Murphey e Schlosberg (1945) afirma que os antigos artesões pareciam
não levar em consideração as possibilidades de contração das cavidades ou de
perda do tônus muscular após eviscerações ou enucleações, pois que partiam
da premissa erronêa de que a prótese deveria ser de forma globular,
semelhança do bulbo removido. Segundo os autores, este procedimento
ocasionava entre outros problemas, a atrofia do músculo elevador da pálpebra
superior, por falta de função adequada. Preconizava, então, a elaboração
cuidadosa de próteses oculares em resina acrilica obedecendo a uma relação
íntima com a atividade dos músculos.
Brandt (1946) propaga que para se conseguir a função máxima deve-se
associar dois fatores: boa preparação cirúrgica da cavidade e adaptação
correta da peça protética na mesma.
Shay (1946) preocupado com as cavidades anoftámicas contraídas,
chama a atenção para a impossibilidade de nelas se reter uma prótese ocular.
Afirmou, por outro lado, que as experiências exibiram os melhores resultados
quando foi possivel êxpandir as cavidade proteticamente .Na impossibilidade
do tratamento protético exclusivo, sugeriu a necessidade de expansão protética
prévia à enxertia, pois que através deste procedimento,às áreas de contração
ficavam bem definidas, o que facilitava sobremaneira o trabalho do cirurgião,
ressaltou também a importância de se manter a cavidade expandida
proteticamente no pós-operatório imediato.
21
Ayub-Hauva (1956) conclui que a resina acrílica é muito bem tolerada
pelos tecidos.
Ayub-Hauva e Viacava (1957) detalham que no tratamento ortopédico
das cavidades oculares há uma grande superioridade do tramento incruento
sobre o cruento.
Rama (1960) aplicou o método de Strampelli, em cavidades
uniformemente reduzidas e para aquelas com redução cicatricial.Enxertava as
cavidades com mucosa labial, mantendo as pálpebras temporariamente
ectropiadas e ao mesmo tempo, utilizava uma prótese temporária, para que a
cavidade permanecesse distendida.
2.3 Protese ocular
Dimitry (1942) observou que as restaurações oculares individualizadas
conseguem uma melhor adaptação da parte posterior da peça com os tecidos da
cavidade anoftálmica, principalmente a parede posterior e os fórnices e, em
consequência, há aumento do movimento do coto muscular e da prótese.
Wardman (1944) mencionou dois tipos de próteses oftálmicas de acrílico: um
feito com íris de vidro e esclera plástica pintada e caracterizada com vasos
sanguíneos e camada de resina acrílica incolor sobre a peça, enquanto que o outro
semelhante, apesar da íris ser pintada à mão e incorporada do mesmo modo entre
a esclera pigmentada, a córnea é transparente.
22
Dietz (1945) propôs que o padrão de cera seja colocado na cavidade
anoftámica com o botão da íris em posição.O eixo visual e os planos devem ser
observados. Assim, a curvatura anterior da esclera estará correta e a própria largura
e abertura palpebral são observadas.
Grassle (1946) diz que a mobilidade da prótese ocular depende da
individualidade da mesma.
Pannat (1946) escreve o primeiro trabalho de oftalmoprótese, em resina
acrilica, na América do Sul (Chile) , dizendo que a mobilidade de uma prótese
ocular de resina acrílica é superior à de vidro.
Niiranen (1947) afirma que a mobilidade é o mais importante fator de estética
em prótese ocular.
Welden e Niiranen (1956) afirmaram que a confecção de uma prótese ocular
individualizada requer habilidade e conhecimento profissional das técnicas de
duplicação da esclera e íris.
Fonseca (1968) afirmou que as próteses em vidro, por serem de confecção
extremamente trabalhosa, padronizadas quanto à forma e à cor, posssuírem
mobilidade reduzida, tiveram seu espaço cada vez mais restrito a partir do advento
da resina acrílica. O vidro, quando atacado pelo fluoreto existente na lágrima, torna-
se opaco e áspero, havendo necessidade de substituição da prótese, em média, a
cada dois anos.
23
Rezende (1978) propõe uma variação de técnica, simpificando-a com a
utilização de resina acrílica tipo “Orto class” nas porções internas da prótese,
reduzindo o tempo de sua confecção.
Oliveira (1982) refere-se à resina acrílica constituido em um material fácil de
trabalhar, apresenta maior mobilidade, individualização quanto à forma e cor e não
são atacadas pela secreção lacrimal.
Dias (1985) estudou a resina acrílica de cadeia cruzada e de rápida
polimerização como material a ser utilizado na camada final das protéses oculares.
Foi levado em consideração que a mucosa da cavidade anoftálmica, bem como as
camadas remanescentes do bulbo ocular são bastante sensíveis aos agentes
externos, como o contato com produtos que possam causar irritação. Comparando-
se os diferentes tipos de resinas acrílicas, foi constatada a quantidade de
monômero residual existente, terminada a polimerização. Concluiu que em relação
à quantidade de monômero residual, as resina acrílicas de cadeia cruzada e de
rápida polimerização do tipo “OrtoCrill” poderão substituir aquelas de lenta
polimerização, com a vantagem do menor tempo gasto na sua confecção.
Rezende (1986) classificou as oftalmopróteses em:
Cirúrgicas: confeccionadas antes da cirurgia para manter e modelar a loja
cirúrgica, não possuindo íris e esclera;
provisórias ou pós-cirurgicas: confeccionadas algumas semanas após a
cirurgia, a fim de que a cavidade possa ser moldada;
reparadoras: confeccionadas após o paciente ter-se adaptado à prótese
provisória;
24
industrializadas: encontradas nas ópticas e fornecidas por fábricas;
individualizadas: obtidas através de moldagem da cavidade anoftálmica e
confeccionadas de acordo com as características individuais do paciente.
Carvalho e Rosé (1987) relataram que a prótese de recobrimento, uma
variação da prótese em concha, apresenta apenas a íris caracterizada e a porção
correspondente à esclera em resina acrílica incolor, reproduzindo a caracterização
natural do globo atrofiado e sem alteração cromática da esclera.
25
Morozova e Druianova (1989) inferem que o contorno da prótese ocular
depende do tipo da cirurgia, sendo que próteses pré-cirúrgicas devem ser utilizadas
apenas para evitar a retração da conjuntiva. O uso de próteses individualizas após a
cirurgia garantem o prognóstico cirúrgico, bem como uma melhor estética.
Gardner, Parr e Goldman (1993) propuseram a utilização do polivinilsiloxano
na etapa final de cicatrização da prótese com o intuito de diminuir a etapa
laboratorial do polimento final.
Song, Oh e Baek (2006) avaliaram a satisfação dos pacientes que utilizam
prótese ocular após a evisceração ou enucleação, um questionário foi entregue aos
pacientes do Hospital Universitário da Coréia de março a agosto de 2002 possuindo
variáveis como idade, gênero, tipo de implante e sistema peg. Os resultados
mostraram que 71.8% dos usuários de prótese ocular estavam satisfeitos e
concluíram através das variáveis que o uso do sistema peg aumenta a satisfação do
paciente devido ao aumento da mobilidade da prótese.
2.4 Confecção da íris protética
A partir da década de 40, quando foram introduzidos protocolos para
confecção de próteses oculares em resina acrílica, surgiram técnicas variadas para
obtenção da íris. Dentre as técnicas atualmente conhecidas, encontram-se:
26
Pintura sobre discos de cartolina
Pintura sobre calotas acrílicas
Fotografias
Erpf, Dietz e Wirtz (1945) apresentaram as vantagens da prótese ocular
confeccionada em material plástico e desenvolveram uma técnica em que a pintura
da íris era realizada sobre disco de acetato de celulose transparente e, em seguida
passava por secagem em estufa a temperatura de 55° C.
Panatt (1946) empregava uma camada de verniz protetor sobre a pintura da
íris, e esperava um período mínimo de 24 horas para então proceder à colocação
da íris em uma escavação na esclera.
Grassle (1946) descreveu que a tinta empregada na pintura da íris deve
passar por um período de secagem em estufa durante no mínimo 14 horas a 55º C.
Niiranen (1947) realizava a pintura da íris sobre papel e em seguida este era
colocado em estufa para secagem a 60ºC. A seguir, era empregada uma camada
de solução saturada de polímero incolor de metilmetacrilato e benzeno formando
uma camada fixadora, sendo esta seca por 15 minutos em temperatura ambiente e
em estufa a 60ºC por uma hora.
Graziani (1956) empregou um método de pintura com aquarela em papel
sendo que sobre o disco de íris pintado colocava um disco de papel celofane para
proteger a pintura. Porém abandonou esta prática, pois o papel celofane conferia
aspecto opalescente à íris além de impedir sua visualização em ângulos oblíquos.
27
Este autor citou o uso de fotografia colorida para obtenção da replica da íris sem a
necessidade de pintura manual.
Meissner (1959) preconizou o uso da têmpera com pigmentos puros e a
litogravura empregando tintas a óleo diretamente sobre resina.
Bartlett e Moore (1973) aplicavam uma camada espessa de tinta na pintura
da íris e, para acelerar a secagem desta, utilizavam uma pistola de ar quente a cada
camada.
Fonseca e Rode (1974) preconizavam que a pintura da íris deveria ser
protegida por uma gota de monômero termopolimerizável, sobre a qual era
prensada a calota e resina termopolimerizavel.
Couillard e Schaef (1976) realizavam a pintura diretamente sobre o acrílico
com pigmentos acrílicos diluídos em solução de polímero acrílico e, em seguida,
aplicavam uma camada desta solução, para então adaptarem uma placa de 2mm
onde a interface dos dois materiais era selada com resina ativada quimicamente.
Adisman e Boucher (1977), em seu protocolo para confecção de olhos
artificiais personalizados em resina, realizavam a secagem da tinta utilizada na
pintura da íris em estufa a 70°C durante 8 horas.
Rode e Rode (1980) preconizavam a pintura de íris em aquarela e incluída
em resina, ou a partir de uma prótese de estoque em acrílico ou, ainda, através de
botão de íris pré-fabricada.
Rossa (1982) desenvolveu uma técnica a qual consistia na pintura da íris
diretamente sobre a superfície plana de uma calota de acrílico. A pintura era
28
realizada com tinta acrílica que posteriormente era protegida por uma camada de
tinta escura e opaca.
Macedo (1982), após a pintura da íris, preconizou que a mesma deveria ser
seca, submetendo-se o disco a um processo de desidratação. Concluiu que quanto
mais seco estiver o disco pintado, maior nitidez de pintura é obtida após a
acrilização. Este método de secagem deve ser indireto, por fonte calorífica
intermitente.
Seixas (1984), tendo em vista a questão da colagem da base da pintura de
íris sobre disco de papel à calota acrílica, testou diversos métodos em busca de um
capaz de provocar aderência sem provocar alteração na pintura. Comparando a
cola de cianoacrilato, resina acrílica incolor química e termicamente ativadas e
mistura de clorofórmio/polímero de resina acrílica, o cianoacrilato apresentou boa
resistência a tração e cisalhamento, porém foram observadas alterações de cor.
Rezende (1997) adotou a técnica de pintura em discos de papel cartão negro
com aquarela ou por detrás de calotas de resina acrílica incolor com tintas
automotivas, protegidas posteriormente por um verniz isolante.
Moroni e Moroni (1999) realizavam a secagem da pintura sobre discos de
papel colocando-os em estufa a 60°C ou empregando o jato de ar quente produzido
pela ação de um secador de cabelos.
D’Almeida (1999) avaliou a estabilidade de cor das tintas empregadas na
pintura de íris em prótese ocular, e realizou em sua metodologia o selamento com
cola branca à base de polímero de acetato de vinila após a secagem da tinta, para
proteção e impermeabilização da pintura.
29
Murgo e Neves (2001) utilizaram em seu trabalho a técnica de pintura com
tinta acrílica aplicada diretamente sobre a parte plana de calotas de resina acrílica
pré-fabricadas.
Alves e Carvalho (2004), em seu estudo, realizaram a pintura da íris com
tinta acrílica diretamente sobre calota incolor em resina acrílica, e concluíram que
esta tinta apresentou melhor estética e estabilidade de cor.
Artopolou et al. (2006) apresentaram uma técnica de confecção de prótese
ocular utilizando-se das vantagens da fotografia digital e afirmam a importância do
protesiólogo buco maxilo facial na confecção destas próteses.
30
2.5 Fatores psicológicos
Kelley (1971) assegura que a cirurgia planejada e dirigida para a
estética, seguida de perto por uma prótese, praticamente eliminam a angustia e
o defiguramento do paciente.
Camargo, Olivalves e Moura (1975) referem-se ao fato de que a exérese
do globo ocular uma das cirurgias mais traumatizantes, tanto do ponto de vista
orgânico como do psicológico.
Para Jeibrel (1980) a perda de um olho ou olhos - cria grandes
problemas psicológicos, pois esta sendo perdido o mais importante órgão de
comunicação e expressão de sentimento.
Godber (1981) afirma que a perda de um dos globos oculares não
acarreta grandes transtornos,quando ainda resta uma vista,e que o paciente
tem plena condição de se adaptar .
Parr, Goldman e Rahn (1983) consideram importante que os
especialistas preparem os seus pacientes, tanto no aspecto cirúrgico, fisico e
psicológico, para a reabilitação protética .
Cyrillo (1987) afirma: a falta do globo ocular acarreta ao paciente
problemas de ordem funcional, estética, pessoal e interpessoal, pelo fato de ser
visto de forma diferente pelas pessoas.
Rezende (1997)descreve que a Prótese Buco Maxilo Facial é uma
especialidade da Odontologia que se propõe à restauração da estética, função,
proteção dos tecidos e auxilio na terapia psicológica.
31
3 PROPOSIÇÃO
Este estudo tem como objetivo analisar morfologicamente através de
microscopia eletrônica a interface tinta e material de selamento utilizados na etapa
de pintura da íris protética, verificando as possíveis falhas e insucessos nas fases
de pintura e prensagem da íris no corpo escleral.
32
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
Gesso comum tipo II fabricado por PASOM
®
ind. e com. de materiais
odontológicos Ltda. São Paulo/ SP.
Gesso pedra tipo III fabricado por ASHEM
®
, São Caetano do Sul/ SP.
Resina acrílica termopolimerizável para esclera, fabricada por Artigos
Odontológicos Clássico
®
Ltda. São Paulo/ SP.
Isolante para gesso, cel-lac, fabricado pela S. S.White
®
Artigos Dentários
S/A, Rio de Janeiro/RJ.
Pedra pomes em pó fabricado por ASFER
®
indústria química Ltda. São
Paulo/ SP.
Pasta para brilho em resina e metais fabricado por KOTA
®
industria e
comercio Ltda. São Paulo/ SP.
40 Calotas para íris, fabricada por Artigos Odontológicos Clássico
®
Ltda. São
Paulo/ SP.
Lixas para madeira com granulação 120.
Prensa hidraúlica marca VH Fabricado por Midas
®
dental products.
Pedras montadas para desgaste.
33
Motor de polimento Fabricado por Nevoni
®
. São Paulo/ SP.
Muflas n°6.
Espátulas para cera n°s 7, 22 e 36.
Espátula “Le Cron”.
Espátula para gesso.
Gral de borracha.
Potes Dappen.
Pincéis nº 0 fabricado por TIGRE
®
. São Paulo/ SP.
Paquímetro.
1 tubo de tinta acrílica cor sépia fabricado por Acrilex
®
Tintas Especiais S.A.,
São Paulo/SP.
1 tubo de tinta acrílica cor peto fabricado por Acrilex
®
Tintas Especiais S.A.,
São Paulo/SP.
Cola tipo cianoacrilato fabricado por Henkel
®
Ltda., Itapevi/SP.
Cola de polímero de acetato de vinila. fabricado por Henkel
®
Ltda.,
Itapevi/SP.
34
4.1.1 Aparelhos utilizados
Figura 4.1 Lupa estereoscópica
Figura 4.2 Metalizador Bal-tec SCD 050 (Liechtenstein)
35
Figura 4.3 Microscópio Eletrônico de Varredura Jeol 6100 (Japão)
36
4.2 Métodos
Foram confeccionados quatro tipos de corpos de prova:
Grupo 1: dez calotas despolidas utilizando polímero de acetato de vinila
como selante.
Grupo 2: dez calotas despolidas utilizando cianoacrilato como selante.
Grupo 3: dez calotas polidas utilizando polímero de acetato de vinila como
selante.
Grupo 4: dez calotas polidas utilizando cianoacrilato como selante.
Para obter o despolimento dos grupos 1 e 2 foram utilizadas lixas de
granulação cento e vinte acopladas a um mandril em uma peça reta e um micro
motor Kavo. As tiras de lixa foram trocadas a cada cinco peças.
O diâmetro das calotas foi padronizado desgastando-se as bordas com fresa,
sendo utilizado um gabarito metálico com o formato das calotas apresentando 13
mm de diâmetro com a finalidade padronizar o tamanho dos corpos de prova. No
ato do desgaste foram unidas as partes posteriores da calota acrílica ao gabarito
com fita dupla face. Os corpos obtidos foram calibrados num gabarito de papel
milimetrado.
Para a pintura da íris, foi utilizado um pincel tigre n°0 de pelos sintéticos e
tinta acrílica acrilex nas cores sépia e preto. Primeiramente, foi pintada uma camada
na cor sépia com movimentos radiais centrífugos, sendo aguardada a secagem
durante um período de dez minutos; em seguida uma nova camada de tinta na cor
preta foi acrescentada, esperando-se mais vinte e quatro horas (Fig.4.5)
37
Após o período de secagem da tinta efetuou-se o selamento das íris, os
grupos 1 e 3 com cola de polímero de acetato de vinila (Fig.4.6) e os grupos 2 e 4
com cola de cianoacrilato mais polimero de resina acrílica (Fig.4.8). Após a
aplicação do material de selamento, foi aguardado um período de vinte e quatro
horas para que a substância secasse completamente.
Em seguida, as calotas foram posicionadas com a face selada em contato
com um padrão confeccionado em cera utilidade de dimensões de 2 mm de
espessura e 15 mm de diâmetro. O conjunto foi incluído em mufla nº 6 contendo
gesso pedra, posicionando-se a porção referente ao fundo cavitário voltada para a
base (Fig.4.9). Sobre a íris, foi confeccionado um pino em resina acrilica incolor com
função de retentor para mantê-la em posição na contra-mufla (Fig.4.10). Sobre o
gesso da mufla foi aplicado isolante e, posteriormente, vertido gesso comum na
contramufla. Dada a cristalização do gesso da contra-mufla, a mesma foi lavada em
água aquecida (por volta de 40°C) por alguns minutos, sendo aberta em seguida. A
cera plastificada foi destacada com uma espátula “Le Cron”, permanecendo a íris
em posição (Fig.4.11); a mufla e a contramufia foram novamente isoladas com
isolante para resina acrílica. A resina de lenta polimerização foi preparada,
condensada na mufla e fechada sob prensa. Após intervalo de 10 horas, as muflas
foram abertas, os corpos de prova desmuflados, os cabos retirados, e a suferfície
da calota lixada e polida com pedra pomes e branco de Espanha.
Os corpos de prova foram analisados em uma lupa estereoscópica para a
detecção de descolamentos entre a calota e a tinta (espelhamento) (Fig.4.1).
Um corpo de prova representando cada grupo, escolhido aleatoriamente,
com o auxilio de um micromotor, peça de mão e um disco de diamante, executou-se
38
um sulco na superfície da calota sendo fixada a uma base de madeira com fita
dupla face. Logo após, com cinzel e martelo, promoveu-se uma fratura ao longo do
sulco, obtendo-se oito corpos de prova (ANDIA-MERLIN, 2001).
Os corpos de prova com sua interface calota/tinta/selamento/resina acrilica
voltadas para cima foram montados em suportes porta-espécimes de alumínio e
cobertos com uma camada de ouro de aproximadamente 25 nanometros, em
aparelho metalizador BALTEC SDC 050 (Fig.4.2).
As regiões das interfaces de cada corpo de prova , foram examinadas e
fotografadas em microscópio eletrônico de varredura Jeol 6100, do Setor de
Microscopia Eletrônica do Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento
Instituto de Ciências Biomédicas da USP operando a 10-15 kV (Fig.4.3).
Após todas as observações anotadas os corpos de provas dos 4 grupos
tivevam suas avaliações macro e microscopicamente realizadas.
39
Figura 4.4- Fotografia mostrando as calotas em resina acrílica utilizadas no estudo. Em a e b,
calotas com a face posterior polida. Em c e d, amostras com a face posterior despolida
a
d
c
b
40
Figura 4.5- Fotografia mostrando a face posterior dos corpos de prova pintadas com tinta acrílica.
Observa-se a camada protetora na cor preta aplicada sobre a pintura na cor sépia
41
Figura 4.6- Fotografia ilustrando a camada de cola de polímero de acetato de vinila aplicada como
selante sobre os corpos de prova previamente pintados. Em a, calotas despolidas; em b,
polidas
a
b
42
Figura 4.7- Fotografia ilustrando a camada de cola de polímero de acetato de vinila após o periodo
de vinte e quatro horas de secagem
43
Figura 4.8- Fotografia ilustrando polimero de resina acrilica sobre camada de cola tipo cianoacrilato
aplicada como selante sobre os corpos de prova previamente pintados
44
Figura 4.9- Fotografia ilustrando os padrões em cera incluidos em gesso pedra em uma mufla nº 6
45
Figura 4.10- Fotografia ilustrando o posicionamento dos corpos de prova sobre os padrões em cera
com pinos de retenção adicionados a porção frontal das calotas
46
Figura 4.11- Fotografia ilustrando as calotas posicionadas na contra-mufla. Após a retirada do
padrão em cera e pronto para prensagem com resina acrilica para esclera de prótese
ocular
47
5 RESULTADOS
Através do exame macroscópico em lupa estereoscópica, não foram
detectados sinais de “espelhamento” nos corpos de prova em nenhum dos grupos.
Porém, em nível ultra-estrutural puderam ser notadas peculiaridades entre as
diferentes associações dos dois materiais de selamento, a tinta acrílica e superfícies
de calota.
Foi observado, no grupo 1, que a interface entre estes materiais apresentou-
se praticamente íntegra após a fratura do corpo de prova (Figura 5.1.). Ainda pôde-
se notar que a camada de tinta permaneceu aderida à resina de esclera
continuamente (Figura 5.2.).
No grupo 2, observou-se na ultra-estrutura que após a fratura a tinta acrílica
permaneceu unida à resina escleral, descolando-se da calota. Foi também notado
que houve um extravasamento da resina escleral para a interface entre calota e
tinta (Figura 5.3.).
Os corpos de prova do grupo 3 apresentaram-se livres de infiltrações de
resina escleral na interface tinta-calota. A tinta permaneceu aderida tanto à resina
escleral quanto à calota, mesmo sendo esta última polida (Figura 5.4.).
Empregando-se a cola de cianoacrilato sobre a camada de tinta aplicada no
grupo 4, foi notado que a tinta permaneceu aderida à resina escleral através da cola
de cianoacrilato após a fratura, e descolou-se da calota. Além disso, foram
48
observados pontos esporádicos de extravasamento de resina escleral para a
interface tinta-calota (Figura 5.5.).
Figura 5.1- Grupo 1: calota despolida + polímero de acetato de vinila. Micrografia eletrônica de
varredura ilustrando a região da interface, na qual observa-se que a camada de tinta
apresentou-se praticamente íntegra após a fratura (seta). 20X
49
Figura 5.2- Grupo 1: calota despolida + polímero de acetato de vinila. Micrografia eletrônica de
varredura ilustrando a presença de tinta preenchendo o espaço entre a calota acrílica e a
resina escleral (setas). 230X
50
Figura 5.3- Grupo 2: calota despolida + cianoacrilato. Micrografia eletrônica de varredura
ilustrando a camada de tinta aderida à resina escleral pelo cianoacrilato (seta). Foi
detectada uma área de extravasamento de resina escleral para a interface calota-tinta
(cabeça de seta). 70X
51
Figura 5.4- Grupo 3: calota polida + polímero de acetato de vinila. Micrografia eletrônica de
varredura ilustrando a camada de tinta preenchendo o espaço entre calota e resina
escleral. Notar que a tinta permanece em contato com ambos os materiais (seta). Notar
a ausência de infiltração de resina escleral na interface calota-tinta (cabeça de seta).
27X
52
Figura 5.5- Grupo 4: calota polida + cianoacrilato. Micrografia eletrônica de varredura ilustrando a
adesão da tinta à resina esclera através da camada de cianoacrilato (seta). Notar um ponto de
infiltração de resina escleral sobre a calota (cabeça de seta). 75X
53
DISCUSSÃO
Para obtenção do sucesso no tratamento reabilitador, a prótese ocular
necessita ser realizada dentro de uma técnica criteriosa, baseada no conhecimento
acurado da anatomia da cavidade anoftálmica, uso de materiais biocompatíveis e
apresentar durabilidade satisfatória, respeitando as dificuldades técnicas inerentes à
sua confecção, de acordo com Pitton (1945), Rezende (1997) e Welden e Niiranen
(1956).
Sabendo-se que a íris artificial deve ser a reprodução mais fiel possível da
natureza e apresentar estabilidade, diversas técnicas de pintura foram propostas
por diferentes autores utilizando tintas diversas, aplicadas em diferentes superfícies.
Neste sentido, Pitton (1945) preconizaram o uso de tinta aquarela sobre papel
específico para pintura com este material, cartolina ou outro tipo de papel especial;
Erpf, Dietz e Wirtz (1945) utilizaram tintas a óleo sobre discos de acetato; Grassle
(1946) realizou a pintura com pigmentos puros sobre discos de acetato. Meissner
(1959) preconizou o uso da têmpera com pigmentos puros e a litogravura
empregando tintas a óleo diretamente sobre resina. Alves e Carvalho (2004),
Couillard e Schaaf (1976), Murgo e Neves (2001), Rode e Rode (1980) e Rossa
(1982) aplicaram tinta acrílica diretamente sobre a resina acrílica. A técnica da
pintura sobre o acrílico vem se destacando sobre as demais, pois é uma técnica
relativamente simples, apresentando resultados estéticos satisfatórios e com
rapidez (D’ALMEIDA, 1999).
54
Autores como Fonseca e Rode (1974), Graziani (1956), Meissner (1959),
Oliveira (1982), Panatt (1946) e Seixas (1984), têm descrito a ocorrência de falhas
durante o processamento das próteses oculares. Estas falhas, muitas vezes, estão
diretamente relacionadas com a estética final das próteses. A obtenção de uma
estética satisfatória normalmente esbarra na dificuldade da reprodução fiel da íris
remanescente, etapa de fundamental importância para um resultado estético
agradável.
Diante do desafio de estabelecer um protocolo seguro quanto ao resultado
estético da íris protética, foram testadas in vitro diferentes combinações de técnica e
materiais empregados na reprodução deste fundamental componente da prótese
ocular, baseados no protocolo descrito por Alves e Carvalho (2004). Para tanto, a
pintura foi realizada sobre a superfície plana da calota, sendo esta última submetida
à ação de lixa fina ou simplesmente polida, buscando-se averiguar se o lixamento
da superfície poderia interferir na adesão da tinta à superfície de resina, bem como
no selamento. Foram utilizados dois materiais de selamento diferentes, o
cianoacrilato e o polímero de acetato de vinila, com o intuito de detectar prováveis
diferenças entre os materiais nesta interface.
A interface calota acrílica – tinta acrílica – material de selamento – resina
escleral foi avalidada macroscopicamente e ultra-estruturalmente, ao microscópio
eletrônico de varredura. Macroscopicamente, os corpos de prova não apresentaram
diferença entre os grupos, não sendo observado em nenhum deles sinais de
“espelhamento”. Porém, os diferentes materiais de selamento associados a
superfícies polidas e despolidas apresentaram diferenças.
55
Em relação ao material de selamento, foi notado que os corpos de prova
selados com polímero de acetato de vinila apresentaram melhor impermeabilização
e proteção da camada de tinta, pois não permitiu o extravasamento de resina
escleral durante a prensagem. Além disso, obteve-se uma interface menos
desorganizada apesar da fratura.
Por outro lado, o selamento com cianoacrilato proporcionou forte adesão
entre a tinta e a resina escleral, o que ocasionou um descolamento muito maior da
tinta da calota após a fratura. Apresentou também pior desempenho na
impermeabilização da pintura, visto que ocorreu extravasamento de resina escleral
na interface tinta-calota tanto na porção marginal quanto no centro da calota.
No que tange ao tratamento da superfície da calota, os corpos de prova,
quando analisados em sua ultra-estrutura apresentaram melhor desempenho
quando a superfície foi despolida, pois houve melhor aderência entre tinta e calota
independentemente do material utilizado no selamento. Entretanto, vale ressaltar
que o selamento com polímero de acetato de vinila foi superior ao com
cianoacrilato, pois apresentou menor descolamento da tinta apesar da fratura. Além
disso, o despolimento da superfície proporcionou maior facilidade no ato da pintura
com tinta acrílica. Estes dados corroboram com o protocolo clínico preconizado por
Rossa (1982).
O período de secagem, tanto da tinta como do material selador mostrou-se
de fundamental importância em diferentes protocolos descritos na literatura por
autores como Adisman e Boucher (1977), Bartlett e Moore (1973), Grassle (1946),
Moroni e Moroni (1999), Niiranen (1947) e Panatt (1946). Estes dados endossam a
importância do período de secagem para obtenção de um selamento eficaz, que foi
56
também proposto neste estudo. Além da qualidade do selamento, a secagem
adequada proporciona maior nitidez da pintura após a acrilização (MACEDO, 1982).
O emprego de uma camada espessa de tinta na pintura da íris pode ser
considerado medida favorável na prevenção de falhas nesta estrutura, como
também enunciado por Bartlett e Moore (1973).
O uso do polímero de acetato de vinila no selamento de pinturas de íris ainda
é pouco difundido, não havendo muitos relatos do seu uso na literatura, apenas em
um experimento de D’Almeida (1999). Os resultados observados indicam que esta
substância apresenta vantagens em relação ao cianoacrilato por se tratar de um
material de melhor desempenho e menor custo.
A submissão da superfície plana da calota à ação de uma lixa fina tem sido
preconizada para proporcionar maior aderência entre os materiais (ROSSA, 1982);
e por isso, esta técnica foi incorporada ao protocolo empregado no Ambulatório da
Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo (ALVES; CARVALHO, 2004).
Perante todos os estudos realizados até o momento, pode-se afirmar que
cuidados na pintura da íris protética devem ser respeitados, pois dele depende
parte do sucesso da reabilitação.
57
7 CONCLUSÕES
Deve-se respeitar um período mínimo de vinte e quatro horas para secagem
da tinta e do material selador;
Microscopicamente o despolimento da superfície plana da calota apresentou
melhores resultados quanto à aderência tinta-calota em relação à calota
polida;
Macroscopicamente não foi observado diferenças, porém microscopicamente
a cola de polímero de acetato de vinila foi superior ao cianoacrilato em
relação à impermeabilização da pintura;
Nos grupos selados com cola de polímero de acetato de vinila a camada de
tinta apresentou-se praticamente íntegra após a fratura e permanecendo em
contato com ambos os materiais sendo que em sua morfologia suas
estruturas se apresentaram mais definidas e organizadas;
No selamento com cianoacrilato foi detectada uma área de extravasamento
de resina escleral para a interface calota-tinta, comprometendo o resultado
final da peça protética.
58
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