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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE
SEXUAL E CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E
TERMINAÇÃO EM ANIMAIS NELORE.
Luciana Shiotsuki
Zootecnista
Jaboticabal – São Paulo – Brasil
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE
SEXUAL E CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E
TERMINAÇÃO EM ANIMAIS NELORE.
Luciana Shiotsuki
Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Galvão de Albuquerque
Co-orientador: Dr. Josineudson Augusto II de Vasconcelos Silva
Dissertação apresentada à Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias –
Unesp, Campus de Jaboticabal, como
parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Genética e
Melhoramento Animal.
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
2007
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Shiotsuki, Luciana
S556a Associação genética entre precocidade sexual e características
de crescimento e terminação em animais Nelore. / Luciana Shiotsuki.
– – Jaboticabal, 2007
xiv, 53 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientadora: Lucia Galvão de Albuquerque
Banca examinadora: Henrique Nunes de Oliveira, Joanir Pereira
Eler
Bibliografia
1. Bovino de corte. 2. Inferência bayesiana. 3. Características
de crescimento. I. Título. II. Jaboticabal - Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 636.2:636.082
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da
Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Campus de
Jaboticabal.
iv
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
LUCIANA SHIOTSUKI, solteira, nascida no dia 31 de outubro de 1982, em
Ribeirão Preto- São Paulo, filha de Antônio Mitsuo Shiotsuki e Helia Lopes Matias
Shiotsuki. Iniciou em agosto de 2001 o curso de Zootecnia na Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus de Campo Grande – MS. Em julho de 2005
conclui a graduação, obtendo-se o título de Zootecnista. Em agosto de 2005 ingressou
no curso de Pós-graduação em Genética e Melhoramento Animal, na faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), na UNESP – Campus de Jaboticabal – SP,
obtendo-se o grau de mestre em 27/02/2007 sob orientação da professora Dra. Lúcia
Galvão de Albuquerque.
v
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
NUNCA deixe que lhe digam
que não vale a pena
acreditar num sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
CONFIE EM SI MESMO
QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANÇA...
(Mais uma vez- Renato Russo)
vi
Dedico
As pessoas que me deram o maior incentivo, apoio e amor nessa
vida!!!
As palavras doces e amáveis nas horas certas, assim como as
palavras duras.
Aos meus pais
Helia e Antônio
Pessoas que mais amo e que mais dedico minha vida!!!
vii
AGRADECIMENTOS
À Deus pela vida e pela força, de onde quer que ela venha para
enfrentar todas as situações de frente.
À Prof. Lucia pela oportunidade e por ter acreditado no meu potencial.
Ao Dr. Josineudson Augusto, pela co-orientação, pela amizade e por
todos os conselhos!
À agropecuária Jacarezinho pelo fornecimento dos dados
Á FAPESP pela bolsa concedida.
Aos componentes da banca examinadora de qualificação e defesa Dr.
Humberto Tonhati, Dr. Joanir e Dr. Henrique, que puderam, de alguma forma,
acrescentar em meu trabalho.
Aos professores da pós-graduação da UNESP/ FCAV.
À todos os funcionários da UNESP/ FCAV, o meu muito obrigada, por
tudo que puderam me ajudar para a realização desse trabalho
Aos meus pais, que em momento algum questionaram minha
capacidade e dedicação, e mesmo sentindo a minha ausência, sempre me
deram apoio, amizade e amor.
Aos familiares, Ditchan (in memorian), Batchan, Tia Irene, Tia To, Tia
Lia, Tia América, Tio Carlos, aos primos Carol, Thadeu, Matheus, Rodrigo,
Gabriel, Carla, Osvaldinho, e a mais nova irmãzinha Ana Luiza, que puderam
compartilhar, a distancia, mais uma etapa, e que com muito carinho ficaram na
torcida.
Aos Avós Eurídice e José, ao Luiz, a madrinha Dete, aos tios Willian,
Maria, Washington, Samanta, Margarethe e aos primos Simone, Bruno e
Breno.
viii
Aos amigos que fiz e que acompanham meus pais, Luiz e Maria Inês.
Aos melhores amigos que fiz em Campo Grande Ana Maria, Aline,
Larissa, Fabíola, Luciana Reis, Maurício e Fenelon, e que torceram muito para
enfrentar a nova etapa. Amo todos vocês amigos, e muito obrigada por toda
amizade, que nem a distancia, nem o tempo pode apagar!!!
As amigas que puderam me receber no início da jornada em
Jaboticabal, Durva e Liliam, amigas que sempre posso contar, até para me
ensinar a cozinhar!!!
Aos amigos, que ao passar do tempo viraram, verdadeiros irmãos.
Formamos o verdadeiro QUARTETO FANTÁTICO!!! Distante ou não da família
de sangue, nós quatro, conseguimos formar uma família cheia de amizade,
fidelidade e muito amor. Ao meu sentimento fraterno a todos vocês, além do
muito obrigada pela amizade, paciência e irmandade... à Pri, Beto e Murote.
Aos amigos da salinha do departamento Márcio Cinachi, Annaiza,
Fernando, Monyka, Selma, Raphael, Carina Ubirajara, Marcos, Marcus (2mi2),
Linderberg, Maionese, Arione, Fernanda, Marcio Ribeiro, Juliana, Fuxica, por
toda colaboração e torcida.
Aos amigos e companheiros de Pós-graduação Aracélle, Bia, Carla,
Catatau, Cintia, Dani, Davi, Felipe, Guilherme, Léo, Rafael, Márcio, Maria
Fernanda, Simone, Alessandro, Diego, Airon, Roberta, Malú.
Aos amigos Andrei, Bernardo e Amanda.
À FCAV e ao curso de pós-graduação em Genética e Melhoramento
Animal, pela oportunidade;
À todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a
realização desse trabalho, o eu muito obrigada.
ix
SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .....................................................
1
Objetivos Gerais .................................................................................................. 4
Revisão de Literatura .......................................................................................... 4
Referências Bibliográficas ................................................................................. 9
CAPÍTULO 2 – ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRENHEZ AOS 16
MESES COM A ALTURA NA GARUPA E PESO AO SOBREANO EM
ANIMAIS DA RAÇA NELORE...............................................................................
16
Resumo ................................................................................................................ 16
Introdução ............................................................................................................ 17
Material e Métodos .............................................................................................. 18
Resultados e Discussão ..................................................................................... 24
Conclusões .......................................................................................................... 30
Referências .......................................................................................................... 31
CAPÍTULO 3 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE SEXUAL
E ESCORES VISUAIS DE CONFORMAÇÃO, PRECOCIDADE DE
TERMINAÇÃO E MUSCULATURA EM ANIMAIS DA RAÇA NELORE..............
36
Resumo................................................................................................................. 36
Introdução ............................................................................................................ 37
Material e Métodos .............................................................................................. 38
Resultados e Discussão ..................................................................................... 44
Conclusões .......................................................................................................... 49
Referências .......................................................................................................... 50
x
LISTA DE TABELAS
Página
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................... 1
Tabela 1- Estimativas de herdabilidade para prenhez de novilhas, peso ao
sobreano, altura na garupa e escores visuais de conformação (C),
precocidade de terminação (P) e musculatura (M) segundo a raça................
7
CAPÍTULO 2 – ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRENHEZ AOS 16
MESES COM A ALTURA NA GARUPA E PESO AO SOBREANO EM
ANIMAIS DA RAÇA NELORE............................................................................... 16
Tabela 1 – Descrição do arquivo de dados para as características prenhez
aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES)
em animais Nelore, incluindo todos os animais...............................................
21
Tabela 2 – Descrição do arquivo de dados para as características prenhez
aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES)
em animais Nelore com pai e mãe conhecidos.................................................
21
Tabela 3 - Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez
de novilha aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao
sobreano (PES) de animais Nelore.....................................................................
28
Tabela 4 - Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez
de novilha aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao
sobreano (PES) de animais Nelore com pai e mãe conhecidos......................
28
CAPÍTULO 3 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE SEXUAL
E ESCORES VISUAIS DE CONFORMAÇÃO, PRECOCIDADE DE
TERMINAÇÃO E MUSCULATURA EM ANIMAIS DA RAÇA NELORE.............. 36
Tabela 1 – Descrição do arquivo de dados para as características prenhez
aos 16 meses (Pr16), conformação (C), precocidade (P) e musculatura (M)
e em animais ........................................................................................................
41
Tabela 2 - Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez
de novilha aos 16 meses (Pr16), conformação (C), precocidade (P) e
musculatura (M) de animais Nelore....................................................................
48
xi
LISTA DE FIGURAS
Página
CAPÍTULO 2 – ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRENHEZ AOS 16
MESES COM A ALTURA NA GARUPA E PESO AO SOBREANO EM
ANIMAIS DA RAÇA NELORE............................................................................... 16
Figura 1- Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
herdabilidade para prenhez aos 16 meses (Pr16), altura na garupa (ALTG)
e peso ao sobreano (PES) em animais Nelore indicados pelo programa
Gibbanal................................................................................................................
26
Figura 2- Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
correlação genética entre prenhez aos 16 meses (Pr16), altura na garupa
(ALTG) e peso ao sobreano (PES) em animais Nelore indicados pelo
programa Gibbanal..............................................................................................
27
CAPÍTULO 3 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE SEXUAL
E ESCORES VISUAIS DE CONFORMAÇÃO, PRECOCIDADE DE
TERMINAÇÃO E MUSCULATURA EM ANIMAIS DA RAÇA NELORE.............. 36
Figura 1- Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
herdabilidade da prenhez aos 16 meses (Pr16), conformação (C),
precocidade (P) e musculatura (M) em animais Nelore obtida pelo
programa Gibbanal..............................................................................................
45
Figura 2 - Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
correlação genética entre prenhez aos 16 meses (Pr16), conformação (C),
precocidade (P) e musculatura (M) em animais Nelore obtida pelo
programa Gibbanal..............................................................................................
46
xii
ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE SEXUAL E
CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO EM
ANIMAIS NELORE
RESUMO – Os objetivos deste estudo foram verificar a possibilidade de
utilização da prenhez de novilhas como critério de seleção e as possíveis
associações genéticas entre esta característica e peso ao sobreano, altura na
garupa e escores visuais, por meio da estimação de variâncias e covariâncias
das características, de modo que possam ser utilizadas para predizer os
valores genéticos dos animais e a resposta a seleção. Foram analisados
30.407, 7.226, 49.901, 46.919, 46.917, 46.909 dados para prenhez de novilhas
(Pr16), altura na garupa (ALTG), peso ao sobreano (PES), conformação (C),
precocidade de terminação )P) e musculatura (M), respectivamente. Também
foram analisados 12.315, 4.526, 29.789 dados para Pr16, ALTG e PES,
respectivamente, de animais com pai e mãe conhecidos. Os animais utilizados
são provenientes do arquivo zootécnico da Agropecuária Jacarezinho Ltda,
localizada mo município de Valparaíso, São Paulo. Foram realizadas
analisadas bicaracaterísticas, sendo computadas duas cadeias independentes
de 600.000 ciclos para Pr16, ALTG e PES e de 400.000 ciclos para Pr16, C, P
e M. Foram retirados os 5.000 primeiros ciclos como período de descarte
amostral. Distribuições “flat” foram assumidas para todos os componentes de
(co) variâncias. Herdabilidade de 0,20 e correlação genética de 0,30 foram
assumidas como valores iniciais para e entre as características. O critério de
convergência foi de 10
-12
. Os resultados indicam que a prenhez aos 16 meses,
pode ser utilizada como critério de seleção com possibilidades de ganho
genético na precocidade sexual das novilhas. A seleção para peso ao sobreano
não levará a mudanças genéticas na precocidade sexual em fêmeas. A seleção
para prenhez aos 16 meses, a longo prazo, poderá levar a uma diminuição no
tamanho dos animais. Seleção para aumentar os escores visuais de
conformação, precocidade de terminação e musculatura, levarão a uma
pequena ou nenhuma resposta na prenhez de novilhas aos 16 meses.
PALAVRAS-CHAVE: Bovinos de corte, Inferência Bayesiana, Prenhez de Novilhas.
xiii
GENETIC ASSOCIATION BETWEEN SEXUAL
PRECOCITY WITH GROWTH AND FINISHED TRAITS IN
NELORE CATTLE
Abstract – The objectives of this study were verify the possibility of use
pregnant heifer as selection criteria and the genetic associations between this
trait with weight at yearling, hip height and visual scores. Variances and
covariances between the traits were estimated in order to estimate the breeding
values of the animals and the response to selection. It were analyzed 30,407,
7,226, 49,901, 46,919, 46,917, 46,909 records of pregnant heifers (Pr16), hip
height (ALTG), yearling weight (PES), conformation (C), finished precocity (P),
musculature (M), respectively, from animals with dam known. Also, it were
analyzed 12,315, 4,526, 29,789 records for Pr16, ALTG and PES, respectively,
from animals with sire and dam known. The animals utilized were belonging to
Agropecuária Jacarezinho Ltda, located in Valparaíso council, São Paulo state.
Two-trait analyses were accomplished, being computed two independent chains
of 600,000 cycles for Pr16, ALTG e PES and of 400,000 cycles for Pr16, C, P
and M. For analyses of posterior distribution of heritability coefficients, the first
5,000 cycles were deleted. Flat distributions were assumed for all the
(co)variance components. Initial values for heritability and genetic correlation
were 0.20 and 0.30, respectively. Convergence criteria was 10
-12
. Heritability for
pregnancy at 16 months, suggest, that this trait could be utilized as selection
criteria, and response to selection will be obtained for sexual precocity of the
heifers. Selection for yearling weight won’t carry genetic changes in the sexual
precocity of the heifers. Selection for pregnancy at 16 months of age, in long
term, will carry a decrease in the size of the animals. Selection for increase
visual score of conformation, finished precocity and musculature, probably, will
produce a low or no response in the pregnancy of the heifers at 16 months of
age.
KEY-WORDS: Bayesian inference, Beef cattle, Pregnancy of heifers.
CAPITULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
A tendência atual da pecuária de corte é a busca por animais precoces que
atendam às exigências do mercado em termos de quantidade e qualidade de carne e
que estejam em equilíbrio com o sistema de produção. Uma das ferramentas
disponíveis para adequar os genótipos aos sistemas produtivos é a implantação de
programas de melhoramento. No Brasil, em grande parte dos programas de seleção, os
animais são classificados por índices empíricos compostos por características
reprodutivas, de crescimento, tipo e conformação.
As características reprodutivas são fundamentais ao melhoramento genético de
bovinos de corte, pois, impõem limites à intensidade de seleção, determinam o intervalo
entre gerações e estão diretamente relacionadas com a economicidade do sistema. No
entanto, a maioria dessas características não se expressa nos dois sexos e apresenta
distribuição discreta, dificultando o emprego de modelos estatísticos para predições dos
valores genéticos (DIAS et al., 2004a; SILVA et al., 2005).
O perímetro escrotal (PE) vem sendo utilizado há muitos anos pelos produtores
de bovinos como indicativo de precocidade sexual, devido a sua correlação genética
desejável com características reprodutivas em fêmeas como; idade ao primeiro parto,
dias para o parto e duração da gestação (GRESSLER et al., 2000; PEREIRA et al.,
2000). Entretanto, são encontrados na literatura trabalhos relatando correlações de
baixa magnitude entre PE e características reprodutivas em fêmeas, como prenhez de
novilhas, idade à puberdade e idade ao primeiro parto (EVANS et al., 1999; PEREIRA
et al. 2000; MARTINÉZ-VELAZQUEZ et al., 2003; ELER et al., 2004), dificultando
assim, sua adoção como critério de seleção.
A idade ao primeiro parto (IPP), é outra característica utilizada na identificação
de fêmeas precoces. O sucesso em sua antecipação influencia diretamente na
eficiência da seleção e na lucratividade da produção de carne bovina, pela redução do
tempo para se obter retorno do investimento e pelo aumento na vida produtiva da vaca
1
(SHORT et al., 1994; DIAS et al., 2004a). Em alguns trabalhos, são descritas
estimativas de herdabilidade para IPP, cujos valores, indicam a possibilidade de
realização de ganhos genéticos (MERCADANTE et al. 2000; SILVA et al., 2000). No
entanto, em outros trabalhos, estimativas de herdabilidade de baixas magnitudes para
IPP apontam ineficiência para a seleção. Segundo alguns autores, isso acontece por
ser esta, uma característica muito dependente do manejo reprodutivo (GRESSLER et
al., 2000; DIAS et al., 2004a; SILVEIRA et al., 2004). Visto que, a maioria dos
produtores pré determina a idade ou o peso como condição para o início da vida
reprodutiva. Conseqüentemente, a identificação das novilhas precoces fica
comprometida e para a predição do valor genético do animal, somente as fêmeas que
pariram são consideradas nas analises (DIAS et al., 2004b).
A prenhez de novilhas em idades jovens é uma característica que tem sido
estudada recentemente por diversos pesquisadores. A mesma é a observação que a
novilha concebeu e pariu, dado que foi exposta durante a estação de monta. Prenhez
de novilhas é uma característica binária, sendo é atribuído “1” (sucesso) para as
novilhas que conceberam e pariram, e “0” (fracasso) para as que falham. Desta forma,
todas as fêmeas são incluídas naturalmente nas análises, além de ser uma
característica de fácil mensuração e que apresenta herdabilidade médio-alta (SILVA et
al., 2005).
Somente em alguns programas de melhoramento, características reprodutivas
são incluídas nos índices de seleção. No entanto, todos os programas no Brasil incluem
características de crescimento nos índices empíricos, como critério de seleção.
Dentre as características de crescimento, o peso ao sobreano apresenta altas
estimativas de herdabilidade (GARNERO et al., 2001; GUNSKI et al., 2001; BERTAZZO
et al. 2004), indicando possibilidade de resposta à seleção. Alguns cuidados devem ser
tomados ao selecionar animais mais pesados, pois, em longo prazo, isto pode trazer
dificuldades no atendimento dos requerimentos nutricionais na maior parte dos
criatórios brasileiros, principalmente nas criações extensivas com uso de pastagem de
baixo valor nutricional.
2
O peso ao sobreano apresenta correlação com outras medidas corporais
(CYRILLO et al., 2001; RIBEIRO et al., 2001) e características de precocidade sexual
(CYRILLO et al., 2001; GARNERO et al., 2001; BERTAZZO et al., 2004). Umas das
medidas corporais correlacionadas com o peso é a altura na garupa, que embora não
seja incluída nos índices de seleção, indica o tamanho do animal. A seleção para
animais maiores pode aumentar a ocorrência de dificuldade nos partos e em alguns
casos, atraso na puberdade (OLSON, 1994). O tamanho ideal do animal deve ser
determinado em função do sistema produtivo a que pertence.
Com o objetivo de melhorar características de carcaça e de acabamento, sem
aumentar o tamanho dos animais, características de avaliação visual estão sendo
incluídas em muitos programas de melhoramento genético. Neste estudo, foram
atribuídas notas aos animais ao desmame e/ou aos 18 meses de idade para
conformação, precocidade de terminação e musculatura (DAL-FARRA et al., 2002).
Os escores visuais possibilitam identificar animais de melhores condições de
acabamento, dentro de um grupo contemporâneo, sem necessidade dos animais serem
submetidos a mensurações. Em vários trabalhos (PONS et al. 1989; ROSO & FRIES,
1995; ELER et al., 1996; KOURY FILHO, 2001) os resultados indicam herdabilidade e
variabilidade genética para escores visuais similares às descritas para características
de crescimento indicando, conseqüentemente, que estes respondem tão eficientemente
a seleção quanto as características de crescimento.
Estudos envolvendo a estimação de componentes de (co)variâncias para pesos
em diferentes idade são bastante freqüentes nos zebuínos, como verificado nos
trabalhos de revisão de MERCADANTE et al. (1995) e LÔBO et al. (2000). No entanto,
são poucos os trabalhos que abordam as possíveis associações entre características
de precocidade sexual, medido pela prenhez de novilhas e características de
crescimento e escores visuais.
3
OBJETIVOS
Os objetivos do presente estudo são:
- Estimar os componentes de variâncias e covariâncias da prenhez de novilhas,
peso ao sobreano, altura na garupa e os escores visuais e verificar as possíveis
associações genéticas entre essas características, de modo que possam ser utilizados
para predizer os valores genéticos dos animais e a resposta à seleção.
- Verificar a possibilidade de utilização da prenhez de novilhas como critério de
seleção e fornecer subsídios para o desenvolvimento de índices de seleção incluindo
esta característica.
REVISÃO DE LITERATURA
Em gado de corte, as características reprodutivas estão diretamente
relacionadas com a produtividade do rebanho, mas nem sempre recebem a devida
ponderação nos programas de melhoramento, pois, há dificuldades na coleta de
algumas informações e, para a maioria das características, as estimativas de
herdabilidades são baixas (GRESSLER et al., 2000; DIAS ET AL., 2004a; SILVEIRA et
al., 2004). Ainda é realidade a existência de núcleos que realizam seleção apenas com
base no peso.
A prenhez de novilhas é uma característica reprodutiva que vêm sendo estudada
recentemente. A facilidade de mensuração, a possibilidade de obtenção da medida em
todas as contemporâneas, a não utilização de penalidades, além de ser descrita na
literatura com estimativas de herdabilidade moderada a alta (Tabela 1), são argumentos
encontrados na literatura que reforçam a justificativa de sua aplicação no melhoramento
animal. Entretanto, segundo SILVA et al. (2005), existem algumas dificuldades para a
estimação e predição de parâmetros genéticos para essa característica, principalmente,
4
pelo fato de ser uma característica categórica e, consequentemente, necessitar de
procedimentos estatísticos que consideram a distribuição discreta dos dados. Estes
autores recomendaram que para a identificação e seleção das fêmeas precoces, é
necessário expor todas as fêmeas em idades jovens.
As características de crescimento são mais comumente incluídas nos índices de
seleção dos programas de melhoramento no Brasil. Segundo KOURY FILHO (2005), a
seleção por pesos padronizados em diferentes idades são de grande aceitação pelos
produtores, pois, a remuneração paga pelo frigorífico é na mesma unidade selecionada
(Kg).
Segundo GUNSKI et al. (2001), os pesos a diferentes idades têm sido
freqüentemente incluídos nos programas de seleção em gado de corte. As estimativas
de herdabilidade do peso ao sobreano (Tabela 1), indicam que o peso poderá
responder eficientemente a seleção. LÔBO et al. (2000) e MERCADANTE et al. (1995),
mostraram que o peso ao sobreano apresenta variabilidade genética suficiente para
responder a seleção individual, com valores ponderados de 0,31 ± 0,02.
Correlações genéticas entre peso ao sobreano e prenhez de novilhas não foram
encontradas na literatura. Estudos nesta área são importantes para o desenvolvimento
dos índices de seleção e para responder a questionamentos práticos, já que alguns
criadores argumentam que novilhas com maior peso ao sobreano conseguem maiores
taxas de concepção, enquanto outros acreditam que, se existir associação entre essas
características, esta seria baixa.
A altura na garupa é outra característica de crescimento que indica o tamanho do
animal. Embora não incluída nos índices de seleção por grande parte dos criadores, a
seleção ao longo dos anos para maiores pesos em diferentes idades, pode estar
influenciando a altura dos animais devido às correlações genéticas citadas na literatura
(CYRILLO et al., 2001; ARANGO et al. 2002). Segundo KOURY FILHO (2005) a altura
na garupa, parece ser uma importante medida de crescimento e para monitoramento do
tamanho, possibilitando complementar as características de desenvolvimento ponderal.
As estimativas de herdabilidade da altura na garupa encontradas na literatura (Tabela
1), indicam variabilidade genética e possibilidade de respostas eficientes à seleção.
5
Alguns autores relatam correlações baixas e positivas entre altura na garupa com
características de precocidade sexual (VARGAS et al., 1998; VARGAS et al., 1999;
SILVA et al., 2003). Estimativas de correlação entre altura na garupa e prenhez em
novilhas são muito escassas (SILVA et al., 2003). Estes autores encontraram
correlação genética entre prenhez de novilhas e altura na garupa baixa e positiva
(0,10), sugerindo que a seleção pela altura na garupa, afeta muito pouco a prenhez de
novilhas.
VARGAS et al. (2000) descrevem que a altura na garupa tem relação
desfavorável com a característica reprodutiva avaliada pela idade à puberdade de
novilhas.
Sistemas de avaliação visual têm sido amplamente difundidos por intermédio dos
programas de melhoramento no Brasil, no entanto, sem um melhor embasamento
científico. Os escores visuais apresentam baixo custo de implantação, no entanto, os
programas de melhoramento utilizam diferentes padrões e escalas.
CARDOSO et al. (2004) afirmam que as estimativas de parâmetros genéticos
encontrados na literatura para escores visuais apresentam grande variação. Esta
variação pode ser decorrente não somente de diferenças reais em variâncias genéticas
para efeito direto, mas também pela subjetividade das metodologias utilizadas na coleta
dos dados (KOURY FILHO, 2005).
As estimativas de herdabilidade encontradas em diversos trabalhos para escores
visuais, em animais ao sobreano, são descritas na Tabela 1. As estimativas de
herdabilidade para escores visuais obtidas por CARDOSO et al. (2004), trabalhando
com animais da raça Angus ao sobreano, são similares aos descritos por KOURY
FILHO (2005), em animais Nelore. Ambos os trabalhos, apresentam estimativas
superiores às descritas por ROSO & FRIES (1995), trabalhando com animais da raça
Polled Hereford.
Em alguns trabalhos, os escores visuais são associados com as características
reprodutivas, principalmente, escores de condição corporal, que são utilizados para
avaliar a condição nutricional dos bovinos e, conseqüentemente, estimar sua
performance reprodutiva no pós-parto (RANDEL, 1990; DEROUEN et al., 1994;
6
FERREIRA et al., 1997). As associações entre escores visuais (conformação,
precocidade e musculatura à desmama) e precocidade sexual de fêmeas, medido pela
idade ao primeiro parto, foram estudadas por JORGE JR. (2004), que obteve
estimativas de correlação genética negativa, em torno de -0,29. Isto é, desejável, mas
baixa entre estas características.
Assim para a utilização da característica de prenhez de novilha, como critério de
seleção em programas de melhoramento genético de corte, é necessário dispor de
estimativas de variâncias e covariâncias com outras características de importância
econômica.
Tabela 1- Estimativas de herdabilidade para prenhez de novilhas, peso ao
sobreano, altura na garupa e escores visuais de conformação (C), precocidade de
terminação (P) e musculatura (M) segundo a raça.
idade N* Autor / ano Raça
Estimativas
Erro Padrão
±
Prenhez de novilhas
14 meses 11.487 ELER et al. (2002) Nelore 0,57
±
0,01
14 meses 24.703 SILVA et al. (2003) Nelore 0,73
±
0,01
14 meses 18.145 ELER et al. (2004) Nelore 0,69
±
0,09
14 meses 18.145 ELER et al. (2004) Nelore 0,63
±
0,08
18 meses 30.101
SILVA & ALBUQUERQUE (2004)
Nelore 0,59
16 meses 30.802 SILVA et al. (2005) Nelore 0,52
±
0,08
Peso ao Sobreano
550 dias 4.882 LOBO et al. (1994) Nelore 0,26
550 dias 27.549 ELER et al. (1996) Nelore 0,16
550 dias 892 VARGAS et al. (2000) Brahman 0,29
550 dias 53.433 GARNERO et al. (2001) Nelore 0,34
550 dias 57.798 MADUREIRA (2003) Nelore 0,34
±
0,01
550 dias 6.999 SIQUEIRA et al. (2003) Nelore 0,47
7
Altura na Garupa
18 meses 684 VARGAS et al (1998) Brahman 0,65
18 meses 684 VARGAS et al (2000) Brahman 0,87
24 meses 840 CHOY et al. (2002) Angus 0,62
±
0,08
24 meses à 8
anos
56.494 ARANGO et al (2002) Angus/
Hereford
0,68
±
0,04
550 dias 1.599 MERCADANTE et al. (2003) Nelore 0,44
±
0,08
450 dias 24.703 SILVA et al. (2003) Nelore 0,30
±
0,00
Escores Visuais
Conformação (C)
Sobreano 10.455 ELER et al. (1996) Nelore 0,34
Sobreano 34.040 VAN MELIS et al. (2003) Nelore 0,22
±
0,02
Sobreano 34.040 VAN MELIS et al. (2003) Nelore 0,21
±
0,00
Sobreano 4.452 CARDOSO et al. (2004) Angus 0,19
Sobreano 21.746 KOURY FILHO (2005) Nelore 0,24
Precocidade (P)
Sobreano 10.455 ELER et al. (1996) Nelore 0,29
Sobreano 34.055 VAN MELIS et al. (2003) Nelore 0,21
±
0,02
Sobreano 4.452 CARDOSO et al. (2004) Angus 0,25
Sobreano 21.746 KOURY FILHO (2005) Nelore 0,32
Musculatura (M)
Sobreano 10.451 ELER et al. (1996) Nelore 0,33
Sobreano 34.093 VAN MELIS et al. (2003) Nelore 0,22
±
0,02
Sobreano 4.452 CARDOSO et al. (2004) Angus 0,26
Sobreano 21.746 KOURY FILHO (2005) Nelore 0,27
N* = número de observações;
8
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15
CAPITULO 2 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA DA PRENHEZ AOS 16 MESES COM A
ALTURA NA GARUPA E PESO AO SOBREANO EM ANIMAIS DA RAÇA
NELORE.
Associação Genética da Prenhez aos 16 Meses com a Altura na Garupa e
Peso ao sobreano em Animais da Raça Nelore
RESUMO - O objetivo do presente trabalho foi verificar a possibilidade de
utilização da prenhez em novilhas como critério de seleção e suas possíveis
associações genéticas com altura na garupa e peso ao sobreano. Foram mantidas
56.458 animais da raça Nelore, sendo que havia 25.661 (45,5%) animais com touro
desconhecido. O arquivo de pedigree continha 68.543 animais. Existiam no arquivo
de dados 2.218 animais que possuíam ambas as medidas de Pr16 e ALTG e 23.860
animais com as medidas de Pr16 e PES. Devido ao grande numero de animais com
pais desconhecidos, formou-se um arquivo incluindo animais somente com pais e
mães conhecidos, a fim de se verificar diferenças, de forma consistente, nas
estimativas dos parâmetros. O arquivo continha dados de 29.799 animais, todos
com pai e mãe conhecidos. A matriz de parentesco continha 60.308 animais.
Existiam no arquivo de dados 1.337 animais que possuíam ambas as medidas de
Pr16 e ALTG e 12.313 animais com as medidas de Pr16 e PES. Foram utilizadas
análises bicaracterística para estimar componentes de (co)variâncias, empregando-
se modelo animal linear, para peso ao sobreano e altura na garupa e não linear
(limiar) para prenhez de novilhas. Não houve diferença nas estimativas de
herdabilidade e correlações entre os dois arquivos. A estimativa de herdabilidade da
prenhez aos 16 meses, indica que a característica pode ser utilizada como critério
de seleção com possibilidades de ganho genético na precocidade sexual das
novilhas. A seleção para peso ao sobreano não levará a mudanças genéticas na
precocidade sexual em fêmeas. A seleção para prenhez aos 16 meses de idade, em
longo prazo, poderá levar a uma diminuição no tamanho dos animais.
Palavras-Chave: Altura na garupa, peso ao sobreano, inferência bayesiana.
16
INTRODUÇÃO
A precocidade sexual em fêmeas vem sendo buscada nos zebuínos, uma vez
que está diretamente relacionada à lucratividade do sistema de produção. No
entanto, muitas destas características apresentam distribuição discreta, dificultando
o emprego de modelos estatísticos para predições dos valores genéticos (DIAS et
al., 2004; SILVA et al., 2005).
O perímetro escrotal (PE) vem sendo utilizado há muitos anos pelos
produtores de bovinos como indicativo de precocidade sexual, visto que, existe
correlação genética desejável com características reprodutivas em fêmeas como;
idade ao primeiro parto, dias para o parto e duração da gestação (GRESSLER et al.,
2000; PEREIRA et al., 2000). Entretanto, encontram-se na literatura trabalhos que
apresentaram correlações de baixa magnitude entre PE e características
reprodutivas em fêmeas, como prenhez de novilhas, idade a puberdade e idade ao
primeiro parto (EVANS et al., 1999; PEREIRA et al., 2000; MARTINÉZ-VELAZQUEZ
et al., 2003; ELER et al., 2004), dificultando assim, sua adoção como critério de
seleção.
A prenhez de novilhas é uma característica que tem sido estudada
recentemente por diversos pesquisadores. A mesma possui definição simples; é a
observação da novilha que concebeu e pariu, dado que foi exposta na estação de
monta. Prenhez de novilhas é uma característica binária; sendo atribuído 1
(sucesso) para as novilhas que conceberam, e 0 (fracasso) para as que falharam.
Desta forma, todas as fêmeas são incluídas naturalmente nas análises, além de ser
uma característica de fácil mensuração e que apresenta herdabilidade médio-alta
(SILVA et al., 2005).
Dentre as características de crescimento, o peso ao sobreano é utilizado em
programas de melhoramento há vários anos. No entanto, alguns cuidados devem
ser tomados ao selecionar animais mais pesados, pois, isto pode trazer dificuldades
no atendimento dos requerimentos nutricionais na maior parte dos criatórios
brasileiros, haja vista, que se baseiam em criações extensivas com uso de pastagem
de baixo valor nutricional. O tamanho ideal do animal depende do sistema de
produção, sendo importante verificar as possíveis associações com outras
características de importância econômica. Correlações genéticas entre prenhez de
17
novilhas, altura na garupa e peso ao sobreano são escassas na literatura. VARGAS
et al. (2000), descrevem que a altura na garupa tem relação desfavorável com a
idade à puberdade de novilhas da raça Brahman. MERCADANTE et al. (2004)
verificaram baixas correlações entre peso ao sobreano e características
reprodutivas, como idade a puberdade e sucesso ao parto.
Sob o ponto de vista econômico, animais mais precoces que atendam as
exigências mercadológicas quanto à quantidade e qualidade da carne tem apontado
a necessidade de mudanças nos critérios de seleção. Estimativas acuradas de
variâncias e covariâncias das características de precocidade sexual são
fundamentais para permitir a inclusão dessa característica em índices de seleção.
Portanto, o objetivo do presente trabalho foi verificar a possibilidade de utilização da
prenhez em novilhas como critério de seleção e suas possíveis associações
genéticas com altura na garupa e peso ao sobreano.
MATERIAIS E MÉTODOS
Os registros utilizados foram de animais da raça Nelore, nascidos no período
de 1984 a 2004, pertencentes ao arquivo zootécnico da Agropecuária Jacarezinho
Ltda, localizada no município de Valparaíso, São Paulo. Os objetivos principais na
Agropecuária são a venda de reprodutores jovens e animais para abate, para isto
conta com um rebanho de 10.000 matrizes e produção de 8.000 bezerros
desmamados por ano.
No programa de melhoramento genético desenvolvido na propriedade são
utilizados como critério de seleção, as características de crescimento, reprodutivas e
de terminação. Os animais são pesados ao nascimento, desmama (205 dias de
idade) e ao sobreano (550 dias de idade), tanto à desmama como ao sobreano, os
animais são avaliados visualmente recebendo notas que variam de um a cinco para
conformação (C), precocidade de terminação (P), musculatura (M) e umbigo (U).
Além disso, ao sobreano é realizada a mensuração do perímetro escrotal. Os
animais são selecionados com base em índices empíricos compostos pelas
características avaliadas em dois períodos, desmama e sobreano. O índice na
desmama é composto pela ponderação das seguintes características: Dias para
ganhar 160 kg do nascimento à desmama – 60%; Conformação à desmama – 8%;
18
Precocidade à desmama – 16%; Musculosidade à desmama – 16%. O índice ao
sobreano é composto pelas seguintes características: Dias para ganhar 160 kg do
nascimento à desmama – 23%; Conformação à desmama – 4%; Precocidade à
desmama – 8%; Musculosidade à desmama – 8%; Dias para ganhar 240 kg pós-
desmame – 23%; Conformação ao sobreano – 4%; Precocidade ao sobreano – 8%;
Musculosidade ao sobreano – 8%; Perímetro escrotal ajustado para idade e peso ao
sobreano – 14%. Na desmama descartam-se 10% das fêmeas e 50% dos machos
sendo o restante da seleção realizado ao sobreano.
Touros e vacas são mantidos em pastos de alta qualidade com sal mineral à
vontade. A estação de monta para vacas tem início em torno da segunda quinzena
do mês de novembro com duração de, aproximadamente, 70 dias. Para as novilhas
de 16 a 18 meses de idade, realiza-se uma estação de monta antecipada, entre os
meses de fevereiro e abril, com duração de, aproximadamente, 60 dias. Todas as
novilhas são expostas à reprodução independente do peso e da condição corporal.
Os sistemas de acasalamentos utilizados são inseminação artificial, monta
controlada e reprodutor múltiplo (RM), com relação touro:vaca de 1:50. As épocas
de nascimento dos bezerros se concentram de agosto a outubro e novembro a
janeiro, e os mesmos são mantidos com suas mães até os sete meses de idade à
pasto. As novilhas são avaliadas quanto à prenhez por palpação retal,
aproximadamente, 60 dias após o término da estação de monta antecipada.
Novilhas que não concebem na estação de monta antecipada são expostas
novamente aos dois anos de idade. Os critérios de descarte de fêmeas no rebanho
são: falha reprodutiva até os dois anos de idade, falha da vaca em um ano, baixa
avaliação de desempenho de progênies e uma pequena percentagem, por sanidade.
Para a formação dos arquivos de análises, foram consideradas todas as
fêmeas pesadas ao sobreano, observando-se a ocorrência de parição e idade da
ocorrência.
A prenhez de novilhas aos 16 meses (Pr16) foi definida como a observação
da novilha que concebeu e pariu, assumindo-se que todas as fêmeas que tinham
peso ao sobreano entraram em estação de monta em torno de 16 meses de idade.
As características mensuradas em ambos os sexos, peso ao sobreano (PES)
e altura na garupa (ALTG) foram obtidos em idade média de 521 e 490 dias,
respectivamente (Tabela 1), essa diferença na idade justifica-se pelo fato que a
19
ALTG só começou a ser mensurada a partir do ano de 2003, enquanto que o PES
tem informações desde 1986. A ALTG foi obtida utilizando um hipômetro,
considerando-se o plano médio entre os ílios, num ponto entre a última vértebra
lombar e a primeira sacral, imediatamente antes do osso sacro, até o solo, obtendo-
se a medida em centímetros (cm).
Na consistência dos dados foram considerados como perdidas as
informações de grupos contemporâneos (GC) com menos de quatro animais e de
animais cujas medidas foram superiores ou inferiores à média de seu GC, mais ou
menos 3,5 desvios padrão respectivamente, para as características ALTG e PES.
Todos os animais tinham pelo menos a mãe conhecida. Para a característica Pr16
foi observado se dentro de GC havia variabilidade, ou seja, não apresentavam todos
os animais com somente valores 0 (fracasso) ou 1 (sucesso). No arquivo trabalhado,
entretanto, não houve nenhum caso de GC sem variabilidade.
Após a consistência dos dados foram mantidas 56.458 animais da raça
Nelore, filhos de 371 touros e 25.996 vacas, sendo que havia 25.661 (45,5%)
animais com paternidade desconhecida. O arquivo de pedigree continha 68.543
animais. Existiam no arquivo de dados 2.218 animais que possuíam ambas as
medidas de Pr16 e ALTG e 23.860 animais com as medidas de Pr16 e PES.
Devido ao grande numero de animais com pais desconhecidos, formou-se um
arquivo incluindo animais somente com pais e mães conhecidos, a fim de se verificar
diferenças, de forma consistente, nas estimativas dos parâmetros. O arquivo
continha dados de 29.799 animais, filhos de 370 touros e 17.767 vacas, todos com
pai e mãe conhecidos. A matriz de parentesco continha 60.308 animais. Existiam no
arquivo de dados 1.337 animais que possuíam ambas as medidas de Pr16 e ALTG e
12.313 animais com as medidas de Pr16 e PES.
Nas Tabelas 1 e 2, são apresentadas as estruturas dos arquivos de dados
incluindo: 1) todos os animais e 2) apenas animais com ambos os pais conhecidos.
Foram utilizadas análises bicaracterística para estimar componentes de
(co)variâncias, empregando-se modelo animal linear, para peso ao sobreano e altura
na garupa e não linear (limiar) para prenhez de novilhas. Para a estimação dos
componentes de variâncias e predição dos valores genéticos dos animais, por
Inferência Bayesiana, utilizou-se o software MTGS (Multiple Trait Gibbs Sampling in
Animal Models), desenvolvido por VAN TASSEN & VAN VLECK (1998).
20
Tabela 1. Descrição do arquivo de dados para as características prenhez aos 16
meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES) em
animais Nelore, incluindo todos os animais.
Característica N_Obs Média Idade (dias)* N_GC
Pr16 (%)
30.407 12,90 410-648 15
ALTG (cm)
7.226 133,42 430-670 188
PES (kg)
49.901 283,80 430-670 1717
N_Obs = número de observações; *Idade mínima e máxima; N_GC = número de grupos
contemporâneos;
Tabela 2. Descrição do arquivo de dados para as características prenhez aos 16
meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES) em
animais Nelore com pai e mãe conhecidos.
Característica N_Obs Média Idade (dias)* N_GC
Pr16 (%)
12.315 13,62 410-648 12
ALTG (cm)
4.526 132,63 430-670 148
PES (kg)
29.789 275,26 430-670 1220
N_Obs = número de observações; *Idade mínima e máxima; N_GC = número de grupos
contemporâneos;
O modelo utilizado é descrito da seguinte maneira:
eZa
X
y
=
β
,
em que:
y = é o vetor de observações;
β = é o vetor de efeitos fixos;
a = corresponde ao efeito genético aditivo aleatório do animal;
X e Z = são matrizes de incidência conhecidas;
e = o vetor de resíduo;
21
Assumiu-se que os efeitos genéticos diretos e residuais não foram
correlacionados entre si. Para as características com distribuição contínua, peso ao
sobreano e altura na garupa, assumiu-se que:
)I,ZaX(N~y
e
2
σβ +
;
)GA,(N~a
a
0
2
σ
e
)I,(N~e
ee
22
0 σσ
;
em que:
=σ
2
a
Variância genética aditiva direta;
A
= Matriz dos coeficientes de parentesco entre os animais;
2
e
σ
= Variância residual;
I
= Matriz identidade;
G
é a matriz de (co)variâncias genéticas;
A prenhez de novilhas é uma característica categórica ou de limiar. Segundo
FALCONER (1996) este tipo de característica tem uma distribuição contínua
subjacente, com um limiar, o qual torna a expressão da mesma descontínua. Assim,
neste caso foi empregado um modelo de limiar assumindo-se que a distribuição
subjacente (U) é dada por:
),(~
2
e
IZaXNU σβ +
;
As distribuições iniciais para os efeitos genéticos e os residuais seguem
distribuições normais multivariadas:
p (a | σ
a
2
) N (0, Aσ
a
2
)
p (e | σ
e
2
) N (0, Iσ
e
2
)
22
Como σ
e
2
não é estimável (GIANOLA E FOULLEY, 1983), foi atribuído à
mesma, o valor arbitrário igual a 1,0. Foram definidas distribuições a priori uniformes
para os efeitos fixos (b' = EF') e para σ
a
2
:
De acordo com (GIANOLA E FOULLEY, 1983; HARVILLE E MEE, 1984) após
a definição dos parâmetros do modelo, o encadeamento entre as duas escalas
(categórica e contínua) pode ser estabelecido de forma que a probabilidade de uma
observação cair na primeira categoria é proporcional a:
,ty(P
r
0= θ )= ttUP
r
<( , θ )
´wt((
r
=
φ
θ
)/)
e
σ
,
em que
r
y
= variável resposta para a r
ésima
observação, tomando valores 0 ou 1 se a
observação pertence a primeira ou a segunda categoria, respectivamente;
t
= valor do limiar que, por não ser estimável, é fixado um valor arbitrário;
r
U
= valor da variável subjacente para a mencionada observação;
φ ( ) =função de distribuição cumulativa de uma variável normal padrão;
r
w
= vetor coluna de incidência que une θ à r
ésima
observação;
θ = (b´, a´) é o vetor dos parâmetros de locação de ordem s com b (definidos
sob ponto de vista freqüentista, como efeitos fixos) e a (como efeito aleatório);
O modelo para Pr16 incluiu os efeitos sistemáticos de grupo contemporâneo
(GC: fazenda + ano de nascimento); o efeito linear da idade na entrada da estação
de monta como covariável; animal e resíduo. O efeito de mês de nascimento, não foi
incluído como efeito de grupo contemporâneo, pois a utilização de touros durante a
estação de monta foi bem distribuída em todos os meses.
Para ALTG e PES, foram considerados os efeitos de GC (fazenda + ano e
mês de nascimento + sexo + grupo de manejo na desmama e no sobreano); a
covariável linear da idade no momento da mensuração, além do efeito animal e
resíduo.
Para as analises bivariadas, duas cadeias independentes de 600.000 ciclos
foram computadas. Foram retirados os 5.000 primeiros ciclos como período de
descarte amostral, para analises das distribuições a posteriori dos coeficientes de
23
herdabilidade. Distribuições “flat” foram assumidas para todos os componentes de
(co) variâncias. Herdabilidade de 0,20 e correlação genética de 0,30 foram
assumidas como valores iniciais para e entre as características. O critério de
convergência foi de 10
-12
.
As estimativas da distribuição a posteriori foram analisadas quanto a sua
convergência pelo programa Gibbanal (VAN KAAM, 1998). Neste programa, utiliza-
se o teste de RAFTERY E LEWIS (1992), que se baseia na correlação serial baixa
entre os ciclos para indicar a convergência da cadeia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os percentuais de novilhas prenhas aos 16 meses de idade (Tabelas 1 e 2)
estão dentro da amplitude de valores descritos em diversos trabalhos envolvendo
acasalamentos de animais com idade abaixo de 18 meses em Nelore (ELER et
al., 2002; SILVA et al., 2003; ELER et al., 2004, SILVA et al., 2005) os quais
apresentaram percentual de sucesso de prenhez entre 10 a 18%. Por outro lado,
valores superiores foram descritos por DE LUCIA et al. (2002) de 32% de novilhas
que apresentaram prenhez aos 15 meses de idade, embora o tamanho da
população fosse pequeno. Cabe ressaltar que, no presente trabalho, para o
cálculo desse percentual, foram consideradas todas as fêmeas pesadas ao
sobreano, assumindo-se que todas elas entraram em estação de monta, em torno
de 16 meses.
A prenhez precoce em novilhas zebuínas é um assunto relativamente
recente na literatura científica brasileira, sendo praticamente inexistente citação
de acasalamentos de novilhas Nelore com idades próximas aos 16 meses.
LOBATO (1995) relatou os primeiros trabalhos realizados no Brasil sobre redução
do primeiro serviço de 26-27 para 14-15 meses de idade, resultando em taxa de
prenhez de 12% em Nelore.
Pode-se verificar nas Figuras 1 e 2, a densidade das estimativas a
posteriori da fase estacionária considerados pelo programa Gibbanal (VAN
KAAM, 1998). Os valores das medidas de tendência central com base nos ciclos
considerados pelo programa do Gibbanal foram idênticos aos obtidos utilizando a
24
cadeia completa. No caso da correlação residual de Pr16 com PES nas analises
bicaracterísticas do arquivo completo, o programa Gibbanal indicou pequeno
numero de amostras independentes do conjunto, sugerindo que possa estar
ocorrendo problemas quanto à correlação serial, ou seja, o numero efetivo das
amostras seja pequena, dificultando as inferências sobre os parâmetros.
Os valores das estimativas médias a posteriori da herdabilidade (h
2
) para
Pr16 (Tabela 3 e 4) foram todos semelhantes e altos. Estes valores são próximos
aos descritos na literatura para animais zebuínos (ATENCIO 2000; ELER et al.,
2002; SILVA E ALBUQUERQUE, 2004). Entretanto, são inferiores ao encontrado
por SILVA et al. (2003), utilizando o modelo touro, que encontraram h
2
de
0,73±0,01. SILVA et al. (2005), trabalhando com outra amostra do mesmo
conjunto de dados do presente trabalho, encontrou herdabilidade de 0,52 para
Pr16. Segundo esses autores, a Pr16 deve responder eficientemente a seleção,
com possibilidades de ganhos genéticos, sendo indicada para seleção de touros
com o intuito de aumentar a precocidade sexual de fêmeas. Como a prenhez de
novilhas aos 16 meses é mensurada apenas nas fêmeas, a avaliação genética
dos touros deve ser realizada com base na ocorrência de prenhez de suas filhas,
o que pode retardar a resposta à seleção.
As altas estimativas de h
2
para ALTG (Tabela 3 e 4), indicam que a seleção
para essa característica possivelmente apresentará resposta genética. Os valores
descritos nas tabelas 3 e 4 são inferiores ao encontrado por CHOY et al. (1996),
VARGAS et al. (1998) e VARGAS et al. (2000) que trabalharam com animais da
raça Angus (0,62) e Brahman (0,65; 0,87), respectivamente. No entanto, são
similares às descritas por CYRILLO et al. (2001), com animais Nelore, utilizando
modelo touro (0,38). Os mesmo autores utilizando o modelo animal observaram
herdabilidades superiores às descritas nesse trabalho (0,58). SILVA et al. (2003),
em uma análise incluindo animais Nelore todos com pai e mãe conhecidos,
utilizando um modelo touro, estimaram h
2
semelhantes às do presente trabalho.
25
Figura 1. Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
herdabilidade da prenhez aos 16 meses (Pr16), altura na garupa (ALTG) e
peso ao sobreano (PES) em animais Nelore obtida pelo programa Gibbanal.
26
Figura 2. Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da correlação
genética entre prenhez aos 16 meses (Pr16), altura na garupa (ALTG) e
peso ao sobreano (PES) em animais Nelore obtida pelo programa Gibbanal.
As herdabilidades estimadas para PES nos arquivos de dados completos
(Tabela 3) e apenas incluindo animais com pai e mãe conhecidos (Tabela 4) são
similares. Esses valores são semelhantes ao encontrado por GIANNOTTI et al.
(2005) em trabalho de revisão com uso de meta-análise (0,31). Estimativas de
herdabilidades semelhantes têm sido descritas na raça Nelore por diversos autores
(GARNERO et al., 2001; GUNSKI et al., 2001; MADUREIRA, 2003; BERTAZZO et
al., 2004; SILVA et al., 2006), sugerindo que o PES poderá responder eficientemente
a seleção.
27
Tabela 3. Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez de novilha
aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES)
de animais Nelore.
Parâmetro Média ± DP Moda Mediana RMD_90%
h
2
_Pr16*
0,50 ± 0,03 0,49 0,50 0,44 a 0,54
h
2
_ALTG
0,30 ± 0,02 0,30 0,30 0,28 a 0,33
h
2
_PES
0,34 ± 0,01 0,34 0,34 0,32 a 0,36
rg_Pr_ALTG
-0,34 ±0,07 -0,33 -0,34 -0,45 a -0,21
rg_Pr_PES
0,08 ± 0,03 0,08 0,08 0,02 a 0,13
re_Pr_ALTG
0,30 ± 0,01 0,31 0,31 0,29 a 0,32
re_Pr_PES
0,30 ± 0,01 0,30 0,30 0,29 a 0,31
h2_ = herdabilidade de ...; DP = desvio padrão; RMD_90%= Região de maior densidade contendo
90% das observações; * = valores obtidos da análise bivariada com ALTG; rg_ = correlação genética
entre ...; re_ = correlação residual entre ...
Tabela 4. Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez de novilha
aos 16 meses (Pr16), altura da garupa (ALTG) e peso ao sobreano (PES)
de animais Nelore com pai e mãe conhecidos.
Parâmetro Média ± DP Moda Mediana RMD_90%
h
2
_Pr16*
0,49 ± 0,05 0,50 0,48 0,44 a 0,57
h
2
_ALTG
0,34 ± 0,02 0,34 0,34 0,31 a 0,37
h
2
_PES
0,35 ± 0,02 0,35 0,35 0,32 a 0,38
rg_Pr_ALTG
-0,37 ±0,09 -0,36 -0,37 -0,51 a -0,22
rg_Pr_PES
-0,03 ± 0,02 -0,03 -0,03 -0,11 a 0,05
re_Pr_ALTG
0,31 ± 0,01 0,31 0,31 0,29 a 0,33
re_Pr_PES
0,30 ± 0,01 0,30 0,30 0,29 a 0,32
h2_ = herdabilidade de ...; DP = desvio padrão; RMD_90%= Região de maior densidade contendo
90% das observações; * = valores obtidos da análise bivariada com ALTG; rg_ = correlação genética
entre ...; re_ = correlação residual entre ...
As estimativas a posteriori da correlação genética entre as características
Pr16 e ALTG foram moderadas e negativas. Estas correlações sugerem que, em
longo prazo, a seleção por animais mais precoces, deverá levar a uma diminuição
na altura da garupa dos animais, ou seleção para animais mais altos poderá levar a
uma diminuição na ocorrência da prenhez aos 16 meses. Assim, a seleção para
Pr16 além de trazer benefícios para antecipação do início da vida reprodutiva das
28
fêmeas, também poderá produzir animais com menor altura na garupa, podendo
contribuir na melhora da eficiência econômica para alguns sistemas de produção,
uma vez que, animais maiores são mais exigentes nutricionalmente. Esses
resultados confirmam os descritos por VARGAS et al. (1998) trabalhando com
novilhas expostas aos 18 meses da raça Brahman, encontraram correlação genética
positiva, embora de baixa magnitude (0,25), entre altura na garupa e idade a
puberdade, isto é, seleção para aumentar a altura das novilhas irá, em longo prazo,
produzir fêmeas com idade à puberdade maior. No entanto, SILVA et al. (2003)
trabalhando com animais da raça Nelore, com pai e mãe conhecidos, encontraram
correlação genética baixa e positiva (0,10±0,01) entre prenhez de novilhas aos 14
meses e altura na garupa. Essas diferenças podem ser devido a diversos fatores,
tais como, estrutura dos dados, modelo de analise, além do fato dos animais terem
sido medidos com idades diferentes.
A correlação genética entre Pr16 e PES foi, praticamente, nula em todas as
análises (Tabela 3 e 4), isto é, a relação linear existente entre essas duas
características é praticamente nula. Desta forma, a utilização do PES como critério
de seleção, não vai levar a obtenção de mudanças genéticas na precocidade sexual.
Resultados obtidos nesse estudo não foram comparados com citações na literatura,
pois os mesmos são únicos até o momento. Esse trabalho confirma os resultados
encontrados por MERCADANTE et al. (2000), afirmando que a seleção com base no
peso corporal de animais jovens não influencia a performance reprodutiva das
fêmeas. Correlação genética baixa e negativa (-0,06) foi reportada entre peso aos
550 dias (P550) e dias ao parto (MERCADANTE et al., 2004).
Os valores encontrados de correlação genética da prenhez de novilhas com
peso ao sobreano, indicam que a seleção para esta característica de crescimento
não influenciará na precocidade das fêmeas. Estes resultados enfatizam as
recomendações dos pesquisadores que trabalham com precocidade sexual, na qual
ressaltam a importância de expor ao acasalamento todas as novilhas em idades
precoces, independente do seu peso.
As estimativas médias de correlações residuais tanto para Pr16 e ALTG,
quanto para Pr16 e PES resultaram em valores positivos e baixos, indicando que
uma melhora no ambiente possivelmente atuará no mesmo sentido em ambas as
características. As estimativas de correlações residuais são pouco descritas nos
29
trabalhos da literatura, mas as encontradas são similares às do presente trabalho
(SILVA et al., 2006). Quando o interesse for aumentar a precocidade sexual e o
peso, ambas as características devem ser utilizadas como critério de seleção. Não
existe antagonismo entre seleção para peso e para precocidade sexual.
Os resultados indicam que a Pr16 pode ser incluída em programas de
melhoramento animal por apresentar valores estimados de herdabilidade de
magnitude alta, indicando a possibilidade de obtenção de ganhos genéticos para a
precocidade sexual em fêmeas. Os valores obtidos para as correlações genéticas
entre Pr16 e PES e ALTG indicam que, quando o objetivo for promover mudanças
genéticas tanto para reprodução, como para crescimento, as características Pr16,
ALTG e PES podem ser utilizadas em um índice de seleção, dependendo dos
objetivos de cada propriedade.
CONCLUSÕES
A estimativa de herdabilidade da prenhez aos 16 meses, indica que a
característica pode ser utilizada como critério de seleção com possibilidades de
ganho genético na precocidade sexual das novilhas.
A seleção para peso ao sobreano não levará a mudanças genéticas na
precocidade sexual em fêmeas.
A seleção para prenhez aos 16 meses de idade, a longo prazo, poderá levar a
uma diminuição no tamanho dos animais.
30
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35
CAPITULO 3 - ASSOCIAÇÃO GENÉTICA ENTRE PRECOCIDADE SEXUAL E
ESCORES VISUAIS DE CONFORMAÇÃO, PRECOCIDADE DE TERMINAÇÃO E
MUSCULATURA EM ANIMAIS DA RAÇA NELORE.
Associação Genética entre Precocidade Sexual e Escores Visuais de
Conformação, Precocidade de Terminação e Musculatura em Animais da Raça
Nelore.
RESUMO- O objetivo deste trabalho foi verificar as possíveis associações
genéticas entre prenhez em novilhas aos 16 meses (Pr16) e os escores visuais de
conformação (C), precocidade de terminação (P) e musculatura (M), de forma a
fornecer subsídios necessários ao desenvolvimento de índices de seleção
econômicos, incluindo estas características. Foram consideradas nas análises
53.490 observações de animais da raça Nelore, sendo 25.618 (47,89%) animais
filhos de touro desconhecido. O arquivo de pedigree continha 65.288 animais. Foram
utilizadas análises bicaracterísticas para estimar componentes de (co)variâncias,
empregando-se modelo animal linear, para conformação, precocidade de terminação
e musculatura e não linear (limiar) para prenhez de novilhas. A estimação dos
componentes de variâncias e predição dos valores genéticos dos animais, foi
realizada por Inferência Bayesiana. Duas cadeias independentes de 400.000 ciclos
foram computadas sendo retiradas 5.000 primeiros ciclos como período de descarte
amostral para analises das distribuições a posteriori das herdabilidades e
distribuições “flat” foram utilizadas para todos os componentes de (co) variâncias. O
critério de convergência foi de 10
-12
. Seleção para aumentar os escores visuais de
conformação, precocidade de terminação e musculatura, levarão à pequena ou
nenhuma resposta na prenhez de novilhas aos 16 meses. Quando o objetivo é
aumentar tanto os escores visuais como a prenhez de novilhas aos 16 meses,
ambas as características devem ser consideradas como critério de seleção.
Palavras-chave: Escores visuais, inferência bayesiana, prenhez de novilhas.
36
INTRODUÇÃO
A tendência atual da pecuária de corte é a busca por animais precoces que
atendam às exigências do mercado em termos de quantidade e qualidade de carne
e que estejam em equilíbrio com o sistema de produção. Uma das ferramentas
disponíveis para adequar os genótipos aos sistemas produtivos é a implantação de
programas de melhoramento. No Brasil, em grande parte dos programas de seleção,
os animais são classificados por índices empíricos compostos por características
reprodutivas, de crescimento, tipo e conformação.
Características de crescimento (peso medido em diferentes idades, ganhos
em peso e dias para alcançar determinado peso), o perímetro escrotal e os escores
visuais são, comumente, incluídos como critério de seleção em programas de
melhoramento. Quanto às características reprodutivas de fêmea, como idade ao
primeiro parto, prenhez de novilhas em idades jovens, intervalo entre partos, embora
tenham suas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) publicadas em alguns
sumários, não têm sido incluídas nos índices de seleção, (ALBUQUERQUE et al.,
2006).
A prenhez de novilhas é uma característica que tem sido sugerida como
critério de seleção para precocidade sexual em fêmeas. A mesma possui definição
simples; é a observação da novilha que concebeu e pariu, dado que foi exposta a
estação de monta. Prenhez de novilhas é uma característica binária; sendo atribuído
1 (sucesso) para as novilhas que conceberam, e 0 (fracasso) para as que falharam.
Desta forma, todas as fêmeas são incluídas naturalmente nas análises, além de ser
uma característica de fácil mensuração e herdabilidade médio-alta (SILVA et al.,
2005).
Os escore visuais têm sido utilizados como critério de seleção, buscando-se
inferir sobre a composição da carcaça em termos de quantidade de carne, incluindo
musculatura, tamanho e terminação. Existem diversos sistemas de avaliação por
escores visuais, sendo que, a maioria deles, baseia-se no sistema Ankony (LONG,
1973). Em um dos mais utilizados no Brasil, são atribuídas notas aos animais
medidos ao desmame e/ou aos 18 meses de idade para características de
conformação, precocidade de terminação e musculatura. Segundo DAL-FARRA et
al. (2002), com a conformação (C), procura-se avaliar o potencial de produção de
37
carne; com a precocidade de terminação (P), avalia-se a capacidade de terminação
com menor peso e idade e com a musculatura (M), avalia-se o desenvolvimento
muscular do animal. Em geral, os escores variam de 1 a 5 e os animais são
avaliados de forma relativa à média do grupo de contemporâneos (Jorge Júnior et
al., 2001). Os escores visuais apresentam estimativas de herdabilidade e
variabilidade genética similares às descritas para características de crescimento e,
conseqüentemente, respondem eficientemente a seleção (PONS et al. 1989; ROSO
& FRIES, 1995; ELER et al., 1996; KOURY FILHO, 2001).
Para a inclusão da prenhez de novilhas nos índices de seleção, é necessária
a estimação de suas covariâncias genéticas com outras características que
compõem os índices que vem sendo utilizados. Até o momento, não existem
trabalhos na literatura, relacionando os escores visuais à prenhez de novilha.
Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar as possíveis associações genéticas
entre prenhez em novilhas aos 16 meses e os escores visuais de conformação,
precocidade de terminação e musculatura, de forma a fornecer subsídios
necessários ao desenvolvimento de índices de seleção econômicos, incluindo estas
características.
MATERIAIS E MÉTODOS
Os registros utilizados foram de animais da raça Nelore, nascidos no período
de 1984 a 2004, pertencentes ao arquivo zootécnico da Agropecuária Jacarezinho
Ltda, localizada no município de Valparaíso, São Paulo. Os objetivos principais na
Agropecuária são a venda de reprodutores jovens e animais para abate, para isto
conta com um rebanho de 10.000 matrizes e produção de 8.000 bezerros
desmamados ao ano.
No programa de melhoramento genético desenvolvido na propriedade são
utilizados como critério de seleção, as características de crescimento, reprodutivas e
de terminação. Os animais são pesados ao nascimento, desmama (205 dias de
idade) e ao sobreano (550 dias de idade), tanto à desmama como ao sobreano, os
animais são avaliados visualmente recebendo notas que variam de um a cinco para
conformação (C), precocidade de terminação (P), musculatura (M) e umbigo (U).
Além disso, ao sobreano é realizada a mensuração do perímetro escrotal. Os
38
animais são selecionados com base em índices empíricos compostos pelas
características avaliadas em dois períodos, desmama e sobreano. O índice na
desmama é composto pela ponderação das seguintes características: Dias para
ganhar 160 kg do nascimento à desmama – 60%; Conformação à desmama – 8%;
Precocidade à desmama – 16%; Musculosidade à desmama – 16%. O índice ao
sobreano é composto pelas seguintes características: Dias para ganhar 160 kg do
nascimento à desmama – 23%; Conformação à desmama – 4%; Precocidade à
desmama – 8%; Musculosidade à desmama – 8%; Dias para ganhar 240 kg pós-
desmame – 23%; Conformação ao sobreano – 4%; Precocidade ao sobreano – 8%;
Musculosidade ao sobreano – 8%; Perímetro escrotal ajustado para idade e peso ao
sobreano – 14%. Na desmama descartam-se 10% das fêmeas e 50% dos machos,
sendo o restante da seleção realizado ao sobreano.
Touros e vacas são mantidos em pastos de alta qualidade com sal mineral à
vontade. A estação de monta para vacas tem início em torno da segunda quinzena
do mês de novembro com duração de, aproximadamente, 70 dias. Para as novilhas
de 16 a 18 meses de idade, realiza-se uma estação de monta antecipada, entre os
meses de fevereiro e abril, com duração de, aproximadamente, 60 dias. Todas as
novilhas são expostas à reprodução independente do peso e da condição corporal.
Os sistemas de acasalamentos utilizados são inseminação artificial, monta
controlada e reprodutor múltiplo (RM), com relação touro:vaca de 1:50. As épocas
de nascimento dos bezerros se concentram de agosto a outubro e novembro a
janeiro, e os mesmos são mantidos com suas mães até os sete meses de idade à
pasto. As novilhas são avaliadas quanto à prenhez por palpação retal,
aproximadamente, 60 dias após o término da estação de monta antecipada.
Novilhas que não concebem na estação de monta antecipada são expostas
novamente aos dois anos de idade. Os critérios de descarte de fêmeas no rebanho
são: falha reprodutiva até os dois anos de idade, falha da vaca em um ano, baixa
avaliação de desempenho de progênies e uma pequena percentagem, por sanidade.
A característica prenhez aos 16 meses (Pr16) foi obtida para todas as fêmeas
que possuíam registro de peso ao sobreano. Conforme manejo da fazenda, todas as
fêmeas que permaneceram até o sobreano, foram expostas ao acasalamento.
Assim, a Pr16 foi definida com base na concepção e parição da novilha, desde que a
mesma tenha entrado na estação de monta em torno de 16 meses de idade. É uma
39
característica binária; ou seja, às novilhas que pariram com menos de 31 meses foi
atribuído o valor 1 (sucesso), e 0 (fracasso) para as que falharam.
De acordo com publicação da CONEXÃO DELTA G (2004), as definições dos
escores visuais de conformação, precocidade e musculatura são as seguintes:
- Conformação (C): “avalia a quantidade de carne na carcaça. Os escores são
atribuídos imaginando-se o abate do animal no momento em que é realizada a
avaliação. Esta característica é influenciada pelo tamanho (principalmente pelo
comprimento) e pelo grau de musculosidade”;
- Precocidade (P): “avalia a capacidade do animal chegar a um grau de
acabamento mínimo de carcaça, com peso vivo não elevado. Animais com maior
profundidade de costelas, maior caixa torácica, de silhueta cheia, com virilhas
pesadas e em início de deposição de gordura subcutânea, principalmente na base
da cauda, indicam maior precocidade de terminação. Animais altos, esguios, sem
caixa, com silhueta de gazela e extremamente enxutos, são mais tardios”;
- Musculatura (M): “avalia o desenvolvimento da massa muscular como um
todo, observada em pontos como antebraço, paleta, lombo, garupa e,
principalmente, no traseiro”.
As notas dos escores de C, P e M foram dadas a cada animal
individualmente. No momento da pesagem aos 18 meses de idade, é observado
todo o lote (grupo contemporâneo), e visualiza-se o animal médio para cada
característica para servir de comparação. Portanto os escores são relativos ao grupo
contemporâneo. Após a pesagem, os animais são soltos em uma divisão do curral e
avaliados individualmente, por três observadores treinados que atribuem notas
variando de 1 a 5, sendo 5 a expressão máxima da característica. O escore final
para cada característica, para cada animal, é obtido por consenso entre os três
avaliadores.
Na consistência dos dados foram considerados como perdidas as
informações de grupos contemporâneos (GC) com menos de quatro animais para as
características CPM. Todos os animais tinham pelo menos a mãe conhecida. Para a
característica Pr16 foi observado se dentro de GC havia variabilidade, ou seja, não
apresentavam todos os animais com somente valores 0 (fracasso) ou 1 (sucesso).
No arquivo trabalhado, entretanto, não houve nenhum caso de GC sem
variabilidade.
40
Após a consistência dos dados foram consideradas nas análises 53.490
observações de animais da raça Nelore, filhos de 332 touros e 24.648 vacas, sendo
que havia 25.618 (47,89%) animais filhos com paternidade desconhecida. O arquivo
de pedigree continha 65.288 animais. Existiam no arquivo de dados 23.836 animais
que possuíam ambas as medidas de Pr16 e C, 23.834 animais que possuíam ambas
as medidas de Pr16 e P e 23.828 animais as medidas de Pr16 e M. Destes animais,
23.827 possuíam simultaneamente as medidas de Pr16, C, P e M. Estes números
dão uma confiabilidade quanto às estimativas de correlação genéticas e residuais
que foram estimadas.
Na Tabela 1, são apresentadas as estruturas dos arquivos de dados. Os
componentes de (co)variâncias foram estimados empregando-se, para Pr16, um
modelo animal não linear, também chamado de modelo de limiar. Foram utilizadas
análises bicaracterística para estimar componentes de (co)variâncias, empregando-
se modelo animal linear, para conformação, precocidade de terminação e
musculatura e não linear (limiar) para prenhez de novilhas. Para a estimação dos
componentes de variâncias e predição dos valores genéticos dos animais, por
Inferência Bayesiana, utilizou-se o software MTGS (Multiple Trait Gibbs Sampling in
Animal Models), desenvolvido por VAN TASSEN & VAN VLECK (1998).
Tabela 1. Descrição do arquivo de dados para as características prenhez aos
16 meses (Pr16), conformação (C), precocidade (P) e musculatura (M) e em
animais.
Característica N_Obs Média Idade (dias)* N_GC
Pr16
30.407 12,86
a
±0,34 410-648 15
C
46.919 3,10±0,86 430-670 1565
P
46.917 3,22±0,88 430-670 1565
M
46.909 2,94±0,89 430-670 1565
N_Obs = número de observações;
a
= medida em porcentagem (%); *Idade mínima e máxima;
N_GC= número de grupos contemporâneos; = variância genética aditiva; = variância residual.
2
a
σ
2
e
σ
O modelo utilizado é descrito da seguinte maneira:
eZa
X
y
+
+
=
,
em que:
y = é o vetor de observações;
41
β
= é o vetor de efeitos fixos;
a = corresponde ao efeito genético aditivo aleatório do animal;
X e Z = são matrizes de incidência conhecidas;
e = o vetor de resíduo;
Assumiu-se que os efeitos genéticos diretos e residuais não foram
correlacionados entre si. Para as características com distribuição contínua, peso ao
sobreano e altura na garupa, assumiu-se que:
)I,ZaX(N~y
e
2
σβ +
;
)GA,(N~a
a
0
2
σ
e
)I,(N~e
ee
22
0 σσ
;
em que:
=σ
2
a
Variância genética aditiva direta;
A= Matriz dos coeficientes de parentesco entre os animais;
2
e
σ
= Variância residual;
I
= Matriz identidade;
G
é a matriz de (co)variâncias genéticas;
A prenhez de novilhas é uma característica categórica ou de limiar. Segundo
FALCONER (1996) este tipo de característica tem uma distribuição contínua
subjacente, com um limiar, o qual torna a expressão da mesma descontínua. Assim,
neste caso foi empregado um modelo de limiar assumindo-se que a distribuição
subjacente (U) é dada por:
),(~
2
e
IZaXNU σβ +
;
As distribuições iniciais para os efeitos genéticos e os residuais seguem
distribuições normais multivariadas:
42
p (a | σ
a
2
) N (0, Aσ
a
2
)
p (e | σ
e
2
) N (0, Iσ
e
2
)
Como σ
e
2
não é estimável (GIANOLA E FOULLEY, 1983), foi atribuído à
mesma, o valor arbitrário igual a 1,0. Foram definidas distribuições a priori uniformes
para os efeitos fixos (b' = EF') e para σ
a
2
:
De acordo com (GIANOLA E FOULLEY, 1983; HARVILLE E MEE, 1984) após
a definição dos parâmetros do modelo, o encadeamento entre as duas escalas
(categórica e contínua) pode ser estabelecido de forma que a probabilidade de uma
observação cair na primeira categoria é proporcional a:
,ty(P
r
0=
θ
)
=
ttUP
r
<(
, θ
)
´wt((
r
=
φ
θ )/)
e
σ
,
em que:
r
y
= variável resposta para a r
ésima
observação, tomando valores 0 ou 1 se a
observação pertence a primeira ou a segunda categoria, respectivamente;
t
= valor do limiar que, por não ser estimável, é fixado um valor arbitrário;
r
U
= valor da variável subjacente para a mencionada observação;
φ
( ) =função de distribuição cumulativa de uma variável normal padrão;
r
w
= vetor coluna de incidência que une θ à r
ésima
observação;
θ = (b´, a´) é o vetor dos parâmetros de locação de ordem s com b (definidos
sob ponto de vista freqüentista, como efeitos fixos) e a (como efeito aleatório);
O modelo para Pr16 incluiu os efeitos sistemáticos de grupo contemporâneo
(GC: fazenda + ano de nascimento); o efeito linear da idade na entrada da estação
de monta como covariável; animal e resíduo.
Para CPM, foram considerados os efeitos de GC (fazenda + ano e mês de
nascimento + sexo + grupo de manejo na desmama e ao sobreano); a covariável
linear da idade no momento da mensuração, além do efeito animal e resíduo.
Duas cadeias independentes de 400.000 ciclos foram computadas sendo
retiradas 5.000 primeiros ciclos como período de descarte amostral para analises
43
das distribuições a posteriori das herdabilidades e distribuições “flat” foram utilizadas
para todos os componentes de (co) variâncias e correlações genéticas herdabilidade
de 0,20 e correlação genética de 0,30 foram assumidas como valores iniciais para e
entre as características, o critério de convergência foi de 10
-12
.
As estimativas da distribuição a posteriori foram analisadas quanto a sua
convergência pelo programa Gibbanal (VAN KAAM et al., 1998). Neste programa,
utiliza-se o teste de RAFTERY E LEWIS (1992), que se baseia na correlação serial
baixa entre os ciclos para indicar a convergência da cadeia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como já observado por outros autores (JORGE JR. et al., 2001; LOPES et al.,
2005), os valores médios encontrados para C, P e M foram muito próximos de 3
(Tabela 1), o que é esperado, já que as notas são atribuídas em relação à média do
grupo contemporâneo em que o animal foi avaliado.
Verificam-se nas Figuras 1 e 2, as distribuições das estimativas a posteriori
dos parâmetros, utilizando a cadeia com ciclos convergidos, indicados pelo
programa Gibbanal (VAN KAAM et al., 1998). No caso das estimativas a posteriori
da herdabilidade da musculatura, os resultados do programa Gibbanal indicaram
que, para obtenção de baixa correlação serial entre os ciclos, foi necessário um
grande intervalo entre as amostras (8.977), resultando em pequeno número de
amostras independentes (44 ciclos). Isto sugere que possa estar ocorrendo
problemas quanto à convergência da cadeia, dificultando inferências sobre o
parâmetro. Devido a este problema, realizou-se uma analise unicaracaterística para
a musculatura, no intuito de se verificar o número de amostras independentes
sugeridas pelo programa Gibbanal e confirmar o valor da estimativa de herdabilidade
para esta característica. As estimativas de herdabilidade foram as mesmas
encontradas em analises bicaracterística, no entanto, o programa Gibbanal indicou
um numero satisfatório de amostras independentes (1.289).
44
Figura 1. Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
herdabilidade da prenhez aos 16 meses (Pr16), conformação (C), precocidade (P) e
musculatura (M) em animais Nelore obtida pelo programa Gibbanal.
45
Figura 2. Densidade das estimativas a posteriori da fase estacionária da
correlação genética entre prenhez aos 16 meses (Pr16), conformação (C),
precocidade (P) e musculatura (M) em animais Nelore obtida pelo programa
Gibbanal.
46
Os limites para os intervalos de maior densidade a posteriori contendo 90%
das observações foram pequenos, principalmente, para as estimativas de
herdabilidade (Tabela 2). O valor da estimativa média a posteriori da herdabilidade
(h
2
) para Pr16 (Tabela 2) é exatamente o mesmo ao encontrado no capítulo anterior
e descrito na literatura para animais zebuínos (ATENCIO, 2000; ELER et al., 2002;
SILVA E ALBUQUERQUE, 2004; SILVA et al., 2005). Segundo esses autores, a
Pr16 deve responder eficientemente a seleção, devendo ser indicada para seleção
de touros com o intuito de aumentar a precocidade reprodutiva das suas filhas.
As estimativas de h
2
para C, P e M (Tabela 2), foram moderadas e
semelhantes às encontradas por VAN MELIS et al. (2003), trabalhando com animais
Nelore ao sobreano, utilizando tanto o método de máxima verossimilhança restrita
como o método
. Estes resultados também foram semelhantes aos descritos em
trabalhos com animais avaliados à desmama da raça Angus, Nelore e Charolês
(CARDOSO et al., 2001; CARDOSO et al., 2004; KOURY FILHO, 2005; LOPES et
al., 2005).
KOURY FILHO (2005), trabalhando com outra amostra do mesmo conjunto de
dados que no presente trabalho, encontrou estimativas de h
2
superiores para C
(0,24), P (0,32) e M (0,27). Provavelmente, isto tenha ocorrido pelo fato deste autor
ter analisado os escores ao sobreano juntamente com o peso ao desmame em
analises bi e tricaracterísticas, com o objetivo de minimizar efeitos da seleção
ocorrida na desmama. No presente trabalho, não se incluíram características de
desmame devido às dificuldades de predição, por inferência bayesiana e modelo de
limiar, em analises tricaracterísticas. Desta forma, a seleção dos animais ocorrida à
desmama, quando foram descartados 50% dos machos e 10% das fêmeas com
base no índice de seleção, o qual inclui os escores visuais, deve ter levado a uma
perda de variabilidade genética destas características.
Resultados obtidos por outros autores (PONS et al., 1989a; PONS et al.,
1989b) em animais avaliados à desmama e à um ano de idade na raça Hereford no
Rio Grande do Sul, indicam que a herdabilidade para C (0,37 a 0,52), são superiores
às encontradas no presente estudo (Tabela 2). Por outro lado, ROSO & FRIES
(1995), obtiveram herdabilidade para M (0,04) bem mais baixa para raça Hereford.
47
Tabela 2. Estimativas a posterior dos parâmetros genéticos da prenhez de
novilha aos 16 meses (Pr16), conformação (C), precocidade (P) e musculatura (M)
de animais Nelore.
Parâmetro Média ± DP Moda Mediana RMD_90%
h
2
_Pr16*
0,50 ± 0,03 0,50 0,50 0,45 a 0,55
h
2
_C
0,15 ± 0,01 0,16 0,16 0,12 a 0,17
h
2
_P
0,21 ± 0,02 0,19 0,20 0,18 a 0,24
h
2
_M
0,23 ± 0,02 0,23 0,23 0,18 a 0,25
rg_Pr_C
0,05 ± 0,04 0,05 0,05 -0,02 a 0,12
rg_Pr_P
0,18 ± 0,03 0,19 0,18 0,12 a 0,24
rg_Pr_M
0,16 ± 0,03 0,16 0,16 0,10 a 0,22
re_Pr_C
0,28 ± 0,01 0,28 0,28 0,27 a 0,29
re_Pr_P
0,27 ± 0,01 0,27 0,27 0,25 a 0,28
re_Pr_M
0,27 ± 0,01 0,27 0,27 0,26 a 0,28
h
2
_ = herdabilidade de ...; DP = desvio padrão; RMD_90%= Região de maior densidade contendo
90% das observações; * = valores obtidos da análise bivariada com C; rg_ = correlação genética
entre ...; re_ = correlação residual entre ...
Segundo CARDOSO et al. (2004), a magnitude médio-baixa das estimativas
de herdabilidades obtidas para os escores visuais da fase pós-desmama, indicam
que a seleção para os mesmos deve levar em conta informações de parentes, como
em um teste de progênie. Os mesmos autores afirmam que as diferenças nas
estimativas de herdabilidade dos escores visuais encontradas entre os estudos,
podem ser devido às inconsistências nos sistemas de avaliação, variando entre
avaliadores e programas de melhoramento. Diferenças nos modelos de estimação
podem também afetar a magnitude das estimativas de herdabilidade.
As estimativas de correlação genética entre Pr16 e os escores visuais de C, P
e M (Tabela 2), foram baixas e positivas. FARIA (2006), concordando com o
presente trabalho, verificou correlação genética favorável entre características
morfológicas, avaliados pela musculatura, estrutura física e conformação, e idade ao
primeiro parto em bovinos da raça Nelore. Entretanto, estas correlações foram
magnitudes variando de baixa (-0,17 para estrutura) a moderada (-0,35 para
conformação). O autor concluiu que a seleção por animais com melhor composição
corporal pode levar a seleção de animais mais precoces. Fenotipicamente, este fato
foi contatado por PITA et al. (1998) e SEMMELMANN et al. (2001), que trabalhando
48
com novilhas acasaladas aos 18 meses de idade, verificaram maiores escores
visuais de conformação, precocidade e musculatura para novilhas prenhes em
relação às falhadas.
As estimativas médias de correlações residuais entre Pr16 e os escores
visuais de C, P e M foram positivas e médio-baixas, indicando que uma melhora no
ambiente possivelmente, atuará beneficamente em ambas as características.
Estimativas de correlações residuais entre essas características não foram
encontradas na literatura.
Os resultados indicam que a Pr16 pode ser incluída em programas de
melhoramento animal com possibilidades de obtenção de ganhos genéticos para a
precocidade sexual em fêmeas. As correlações genéticas estimadas indicam que a
seleção de animais para escores visuais, não deverá trazer de mudanças
importantes na precocidade sexual das fêmeas. Referências na literatura sobre as
estimativas de correlações encontradas neste trabalho são escassas, sendo
necessários outros trabalhos, com diferentes conjuntos de dados e outras
abordagens, de forma a confirmar os resultados aqui obtidos.
CONCLUSÕES
Seleção para aumentar os escores visuais de conformação, precocidade de
terminação e musculatura, levarão à pequena ou nenhuma resposta na prenhez de
novilhas aos 16 meses. Quando o objetivo é aumentar tanto os escores visuais
como a prenhez de novilhas aos 16 meses, ambas as características devem ser
consideradas como critério de seleção.
49
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